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10 MANUAL E MA Dissertagio de Nestrado apresentads no Prograns de Pos-Craduacdo en An a Sociel da Universidade Federal do Rio de Janeiro Naio de 1971 A ESTRUTURA DOS 1. 9 wereado 4 fspectes do conte:to geral das sitvagdes de trabalho ....... eréle do mercado no RESPEITO Di MARGINALTI | i fevor née fazer anotactes ov grifer tints ou 2 bapis neste publicapie en AGRADECTMENTOS fete trabslho no poderia ter sido realizado sen & excepcic. nal 2 dos trabalhadores sdbre os qui Adade, calor hunano ¢ a . umerosas © pro- fundas am: ‘timével contribui Deseja-se tanbém testeaunher e mais sincera gratidao a0 Prof. Roberto Cardoso de Oliveira, Giretor do Programs de mal, sob cujos auspicios Pés-Graduegio en Antropologia Social do Museu orgos para -- em tom presente dissertacdo foi realizada, que ndo mediu discent dos of momentos e sob todos os aspectos ~~ apoiar as ativ do autor ; no Prof. Roger B. Walker, orientador deste dissertagio, pe - das denonetragdes de amizade © compreensio, e pelas utilfseinas ex sugestdes. 0 interésse demonstrado pele permanente disponibilidade para 0 fe representou um inestina- aidlogo foi mite elém da mera obrigaqo formal vel apoio; ao Prof. Anthony Leeds, por seu decisivo auxilio durante os eiros monentox de claboragéo anslitica do mterial deste dissertacio, fpria formagio intelectual do autor; a Paul Silberstein, com quem, no decorrer tofmeras @iscussdes e respeito do tena foram de enorme valde en t@ 5, : ane 4 £ gagdo, € © quem se deve muito do materiel empfrico € ee TROD CAO Esta Giscertacde eborde um tens de presence constante no pen semento sociolégico 25 no-amerieeno: a marginelidade, ov o processo de mar ginalizacéc. 0 assunte é muito controvertido, ndo 86 devido & complexidede do objeto, que ew iltime anal: roprio processc de desenvolvimento mas tanbem porque, como ares mp preceupagic, ¢ reletivamente ogrefia a respeito quase inesgotavel (e en cente. Por outro lado, a bibl dados estat{sticos boa parte de airfeil ecesso), nifo chetente = escassez AMdedignos © 2 insuficiéneia de investigacSes enn! ices, lamentades por que se todos os que tratam do tem. Estas consideragdes ja indicem que qualquer tentative de a~ Eingir conclusdes definitivas serie inktilmente pretensiosa, Outros fatos, porén, enpecificanente relacionados eo presente trabalho, impden uma refe - wEncia inicial & modéstic de suas fim de que @le possa ser mitado objeto de endlise, & elo tbenicormetodclégica, ebe., todos figuran a neler perte das coloeagSes cono proposigdes ainda en cherto. Acre aitecse que isso, entretanto, ndo invelida 0 esf6rgo aati empreendide, 0 presente trabs siho possui uma caracter{stics que se conside ra ds malor import@ncia: o objeto de anglise nao foi previamente selecions- @o, Gle se impos na medida em gue os dados ewpiricos iam surgindo, por tor- ge des etiviaades profisctonais do investigader. Uvianente, ste fato de ordem “pragmatics na colete dos dados, ¢ portanto afetou o nsterial empfrico disponivel. De ovtro lado, @le condicionou o camino de penetragio ne Literature tecrice, de mode que tubém influiu store certos aspectos da posture metodclégica edotada. Acredita-se til, conc intros - cio ao tretanento de aubas esses ordens processo de definigio do tema, pois com caracterizendo terreno onde foram realizadas 0 © ovadre dentre aados empiricos # pressupes tos empizico pesquisas de objetivos restritos, finalidedes prit: cas imediatas e grupos espec{ficos, realizadas pelo autor na qualidade de menbro de programas de prom € melhorias hebitacionais em popule~ Ses faveladas terninavan sempre por encaminhar o recioc{nio no sentido de problemitica que vinhe sendo cbjeto das preocupagées da “sociologia da mar- dade". (Este expressao, aque vem se tornando de uso corrente, e usada num sentido inpression{stico, para indicar um setor das de desenvon vinento gue tem por objeto centrel os chemadoe "estrates menos favorectdos" das sociedades enalisadas)., Por outro lado, num aparente paradoxo, os da - dos colhidos parccian confliter éiretamente cou bos parte qSes existentes. 0 autor estava, por fSrga das pesauisas que ten sido considerado o proprio "coragio ecolégico" és favelas), mas os conhecinentos que adquiria refutavam os mot pare explicé-la, a tal ponto que mum primeire mouente tudo psrecia indi; a necessidsde de abandonar, por falta de evidéneis empfrica Pauletinameste, veredar por uma socio m tanto radical, que o or nde estudada, evidenciade naqueles noailoe, ceeavanse em aados censitérios, mente direto campo, 0 dista: pavendo sempre a mediagdo de instrumentos formsis de colete. desconhecia-se o significado da (reauzido eae A anterpretagio das fevelas cuje endlise néo se fundeve no do cotidiano dos grupos env meiamento entre 0 cbservad eono picleo interpretagSes. Sem ) pode-se dizer, de forma simples © ta de vivéncia é reali- Quase todo o material empiri- conbeci- olvidos; €, nos povcos trabalhos d¢ or € of grupos observades era total, Noma palavra: realidade para 28 populagdes envolvides, de ¢ poueo dctslhads) usado como super era interpretads tomando-se co investigadores. a marginelidadg € bastgnte du- vidose, embore agui e discussac dcsse problema seJo supérflue. E suficd ente lenbrar cue nada parece prover, estejan"Jivres"de grupos marginsis ©, | 1agdes tao howogeness quanto aquele |ce. sizva (2967) e Ferreira ros trabalhos selientam a diferenciaga enguanto 0 Ultimo - tonendo como mete: mostre as diferengas entre os varios settlements). de outro, ave as gm lado, cue outras areas urbanas favelas possuam DOP pretagso admite como pressuposto 9) e Turner (s/d.). 0s dois primed interna na compoeigho das favelas emirico os a “beeriatas” de Line avelades (squatter ie medida en que se pode entender esta situagio, definia-se o sentido e¢ a utilidade de um trabalho como o aqut apresentauo, que procura elmorar un modéio das situagdes concretes de trabalho ¢ das condizées de cr Gon base nase wodélo descritivo, seria possfvel tentar a marginalidade urbana, prosurando corri- retificar us Grros decorrentes do que consideros sus tomento sistenitics dss inten gdes 9 respeito de margii ngrupar as investigagSes segundo euss caracteristicas, respeitados os niveis de endlise s as orientagdes tedricas. com isso, seria poss{vel construir um mimero reduzido de construgoes cas" a partir dos portulados comuns a cada un Gsses grupos, evitendo-se dés modo que © ctengic seja aispersade peles inevitéveis nuances particule ~ autor. Compense-se a simplificagdo daf decorrente pelo relévo e: prestado sos aspectos fundanentais de discussio ¢ pelas possibilidades gue nento oferece para un trabalho comparative. son divide, reconhecendo o doninte incoupleto de vaste Lite: rata ve, o presente trabalho néo pretends realizar terefa de tel envergadura, Apenas, procurow-se oferecer um esbégo preliminsr ¢ pouco d=- tathado do que poderia significar una chordagem dessa novurese. De un leds a tftulo de ilustragdo da qualidade des conclusSes que poderinn ser obtide: de outro, porque o modélo epresentado nfo estaria couplet sen elgunes re aGneias que inevithvelmente tocan os problemes G2 marginnlidsde, sSbre o me ao de Insergio dos trabalmderes envelvides no sistens El eR TTTTTUTO ROU RRELRLLELLRL gSes do merendo de +: (8 amportante observer que, na medida en e trata de una descrigdo enpfrica, a prineire parte dst ‘rsbalho -- capitulos 1, 2 e 3 -- representa wns contribuigao independente e unitéria , : fo ser utilieado para ovtras formLagies, nds que néo heje concordén cis quanto s oriticas ¢ sugesties do fitine capits Dois out os pontos deven ser resseltedos. a natureza do material Some vefe or{tica, De um lado, porque os dados coletados ndo resulten de ux projeto especifico de pesquisa, que permitisse uma coleta sistemtice. Ac contrério, o material aisponivel £ sub-produto de varios ans —- cérce ce cinco -- de trabalho om pesquisas de cbjetivos a: ‘ins, mss nfo diretamente centrados sbre o tema, couo se solientou acima. Désse modo, reconhece- se certas defici@ncias e lacunas que ficarao claras no decorrer mesmo da exp oe sicdo. Be outro lado, t0da © atividade de pesauiss se desenvolven run contexto que poderia ser definido, om térmos genéricos, como "netropeld tano!. Fol reelizada, com variades duracdes, nas cidades de Rec fe, Salve~ dor, Fortaleza e, en especial, Rio de Janeiro. 0 poder de generalizagie do mod@lo esté, portante, limited Ss grandes cidades brasileiras, devendo- se ainda noter que e meicr parte das investigagdes foi reelizada na segunda ci dade industr: al do pa! as teorias sobre marginalidade a presentan esquenas que se pretenden globeis, o modélo agui exposto represen ts uma bese apenss parcial de argu sagtio (0 que, de forma elguin, Ihe re- tira a capacidade de servir como fumdenento para es eriticas levantadas). Para justificar mais profundamente o cardter ainds ¢ apenas EER ENE CCL TE ET TTC CN rey exploratorio de cussao a resneito das + das de margin! cioso repetir que a literatura respeito é imensa, de modo gue seria muito ait{eii cobrir todos os autores © nuances de interpretegdo existentes. 0 Jetiva t8o stmente demonstrar que o cal tho aidlogo iniciedo neste idade. Sem duvide 0 adotado é rho de debate + corhece & necessidade de outs tem ume © segundo ponte e 0 iz respeito Bs elas, en tGruos metodolégicos, da perspective assumida, tanto na elaboraqéc 0, quanto ne. sbordagea esquenas mais globais, que foi iste Gos trabalhadores". De infeio deve-se notar, a- va 80 pode ser risco de incorrer numa obviedade, que este afirmat: o'é, que os trebalhadores sfc tonados econo re~ sécio-antropologica. E ¢! aro que,ao se adoter e enfatizer a observacao 7 ¢ como meio de conhecimento "vi- ach ais se pretendeu fazé-lo pera v yealidade "com os olhos do Mesmo com esta ressalva fundamental, aquela dtica analitice mente (2) -- do sig: prendizado", mais pr exigia o comhecimento -- © fiesdo daz condiges do mercado pare os grupos envolvides; em outras pale ~ yras, exa preciso conhecer e entender como Gstes percebian o seter de recli dade que era objeto de andlise. .A par das preferén (2) Ver lente, cap. 3, nota 12, e eo primeiro o acesso a informs a de referéncie anelitic: os proprics etGres. & " 7 2 opservacdo sew Tw perticdpante extensive, e requis coometodcligico in dispensével (3). Portanto, a orientagde bisies adotads ¢ 2 de incorporar 8 Seeee ‘experiéneia existencial” do investigador ao processo de investigagio, des- de a coleta de dados até as inferéacies tedricas. Néo se trete de langar nio da observacgio pertictpante cono simples técnica de pesquisa, mas de ¢s- goter sues possibilidades, admiti ceragdo entre o pesquisador e set objeto (sua "vivéncia") como instrumento util, yalido © até mesmo indispen- savel de conhecimento e analise. Com isso, fica cleramente explicitado que em nexhum momento o presente trabalho esté livre de julgementos de velor, epesar da constante {3} Deve-se noter gue, por imposi: sao das obrigagses profissionais do autor, Rie condusis diversos "surveys" socto-econonicos das populggoes annliss das,” Mesos ucilizando, ng elaboragao dos respectivos questiongrics, os co oe umectes obtides atvaves da supre-referida “convivencia", pode-se conste Tee i Gyrene poorece des dados.cecim cbtidos, ben cono 24 enomaes Gificul~ tee oe GEicect ae fommalizagae dagueles conhesimontos a nivel de questions- sree eee tate contribuia pare reforear @ op(So pela observagio participan- te. : precevpego de cbjetividade, Mar ge scredite 4! planeste compensada por une coupreensao mais problemss sbordados essuuem pare vo Proprios tease postgic pode-ee eorescentar que e grande uelorin dos eatndos = (e nfo apenas of de naturena quantitative), em que 0 cbservader procure parece que se objetive Sricomente maiko na “viveneia", no "depoimente pessoal” » cial impor‘éncie clarecer @ quelidede do materiel apresentado. fo Longo do texto, 28° cidos diverses “exemp sfornagdes quantitabives, esos dares, sxtuasGea coxams cts. Pare-scn pecfettajentendinanta,, deve $6 jar subatantivielos, mantendo sempre en mente que Gases exenplos se colocss no contexte de mun tentative de elaporecis analitica da "experiéncis exis tenia", Portanto, les nfo poden ser vistee cono “dados" ("proves"), mes sin cono ilustragGes ol liter e comme ensio dos problenas epresentados- Neste sentido, coloca- pectos formais éa apresentacio de um trabalho cients ende eleborar una “vivéneia” pessoal, 05 dados primérios ("orutos” sempre odo de wolde a pernitir sua upresentacdo dizeta =- com isso £0 Stig dando um especto importante, o "clima" em que aos. Isso néo significa, entretanto, que eles tenhan escamoten’ uma primeira eleboragdo analitic: Cumpre ainda uma pelavre sibre « delim ise. Im +érmos gerais, trete-se do trebelho manuel urbario steno"), qualificado e ndu qulificedo. Mas este caracte insuficiente. Primeiro, porque mites etiv: mam das nir quais os tipes de at mamento en Bor stes motivos, a linhe demarcatéria superior de area de ‘ete problema, porém, nao deveré eriar g ; é P 8 % 8, 2 8 § B ebalho e de seus lim © ela no seja toldada pelo formalismo. Acred: vos propostos resolvam e esclaregem os “eiuider" do universe de andlise, Assim é gue o “trabelho manuel urbano” ¢ clonadas estigado con interéese ‘tino nas questbes rel e modo que a atengao centraliza-se sobre os setores menos "sofisticados” de stividede economice ieado) € mao-de-obra (o trabalho pouco ou nade queli: wma servis limitagao, scredita-se que ela gue @le wo e ao nivel 4 1. Q mercado forme] de empregos parte @ co do ponte de vista dos nodor v do eupy 0 do “contréu enciagao basica, oh (gtuel ou potencial), 0 mercado ep terminada por dois tipos polares de enpregade: ccanfnico (pessoa, feniiia, ete.) que € por individue, entende-se o agen Janto pac tem © - antes “consunidor” de servigos que “empresdrio", ¢ que Por dense a euprésa regis- wisténcie juridica como empregad trade (1), cuja atuagdo se orienta em consonéncia com o aparato legal vigen ter legislegéo trebalhista, tributéria, ete. tm tGrno désses polos, © mercado de trabelho orgenize-se dois eupusistemas, aqui denoainades, por oposigie, ‘wereado form" (WF) vmereage afe-forneiizado” (MF). Ambos os sub-sistenas so altanente inst tpotonslizedos, de mode qe 4 @teotonia fornal/infommsh indica neste conte Jo ou no das alternatives de comportamento sob 2 for to epenas o explic: ma de nomnas jurfaices. Bata explicitagio é importente poraue Amplica nun nenor flexibilidsde dos modes de conduta nos empregos Tgeac8 8° we. a (1) No jergao juridico-contabil, "7 gistrer” Ro jengie uuinserigao da euprese no Catastro Geral. Gos Contriuwintel» doen Tinie status de “pessoa jurdaicn". 0 terme 6 multe weade | OF g ibe Propeepular eotFerte, cou conotagces amples: gle: do signifischs 1 UeSiNEehice que © preprietério adntte oubuetercse & Leplster’ © fiecalize wie1 Bagago sebe que oor Sago esta ingressando.en nove Coulcat® institt Sfonal. (6 cbvio que tal nao & figdo entomitien de eumprir pliea mune dispoe § lei, freciientenente burlada) & seguir todo o processo ave o tre ho legal do emprégo que éle se sub-sistem € aquéle que se cosvume cenominer nente"s No MIP, a caracter{stica bésica § @ distribuicde do: da miltiplicaggo de fornecedores de coupagHes remuneradas, isto €, con- erviges pessoas crada pelos ", com beixa produtividade A fim de reter o fato de que no Mi o trabelnader vineule-se Gnico empregedor, 20 passo que no MIF a relagdo de anprégo se ad com x riedade de patrécs, utilizamse respectivamente os térmos "emprégo" pe “ocupagac" para o segundo (5). Uma des principsis consegiiéncias da participagéo em ecndi ~ - no MF ée@ “carteira assinada", expres teira de traba - istério do (2) & fundamental notar que Esses so exenplos tipicos e gaito abstratos Co ne fleepé clarg no decorrer desta exposigao, sles estao mais préxinos an constrages anelities gue de casos conerescs, Foram escolhides propositel senten pare gue se posse perceber cono a malorie des abordagens correntes Tends egoneralizar situagses extrenas, em decorréncia de ume perspectiva de Heucse gor excenco de preocupacies legais © formic. (# claro, porn, aule Gpisten siverscs cesos invermotiarios entre feses Geis excranot, come s¢ ve ra adiente). (5) Néo né advide de gue opér Cases térmog entre si é un procedimento poueo crtodoxe, poraye eles corresponden classicanente niveis diferentes. 0 que se aeseje © usd-los para diferenciar genericenente tipos de sitmagao ge wee nclno neo doig mereedas, evitando e diseussgo forme] (scbremaneire esté- FEL pare op propesites do presente trobelho) séore,a necice ex gue 2, team "guprégo” ¢ aplicével ao MIF. Para une cberdegen técnica a uttlizegio Got eernos, veje-se OID (1965). Trabalho. (No caso de funcionarios piblicos, o equivelente € a “carteira fun Com © reconhecimentc legal de sua existéncia, o empregado pas 2 fazer jug acs direitos ¢ deveres wevistos na legislagao trabalhista , enjes ningeias juridiess néo cabe equi ingressar. Entretanto, sem preo- dessa natureze e de wma perspectiva "leiga", pode-se Giser gue. oF nados pelos trebelnadores referen-se is leis de prote as remnera das, ete. A protegds on emrégo priprianente dito é texbém mito importan- ke, Sue vase § 0 @ireito do enpregado a una indenizagio proporeional ec - comhecide como “lei seupo de servico, no caso de dispense sem justa causa de estabilidade"’--, elgumas de cujas conseqiéncias sGbre as relagées de trebatho serio tretadas mais adiente. A Lezislagdo foi recentenente elterz aa, sendo Gese direito substitulac pela participag#o mun fundo comum, chang, Go "Fundo de Garantia de Tenpo de Servigo” (FETS), que pouco nodificou 0 nontante de indenizagéo contide na lei anterior. Finalmente, o emregado con carteira essinada encontra-se sob a protegio de téaa una série de beneficios ligados & previdéuela social: tre tamento médico (pessoal e dos dependentes) gratuito; remuneragao proporcio- nal a0 tempo de servigo, nos casos de afastamento temporario por doenga ou acidente; sposentedoria; direitos da fam{lie no caso de morte do empregade (*pensio"); ete. Deve-se notar que os benefi 8 proporcicnades pelo Insti tuto Nacional de Previdéncie Social (INPS) nfo s&o exclusivos dos traball dores com status de empregados, eotendendo-se taubém a eupresdrios, profis- sicnais liberais e trebalhadores autGnomos, desde que preencham o requisite Ge atividade econdmice do interessado. Mas @ proporgdo de trabalhadores sutGnomos filiad. ac INS é nu to pequena, Bn primciro luger, porove o preparo de documentagéo € aitfeii, os trémites bu rocrétices ado lentos e onerosos, etc. Bm segundo luger, o previdenciério obriga-se eo pagamento de uma tex: nensal sdore sa venmeragio, vie de re- 8%. No cass dos recebem © sel io descontads de lo empregador , NES, de modo au: gemento é quase compulsér: D8, AO ce rio, trete-se de ume opgdo pessoal, na metide em que é c préurio inten do quem deve ree! iter essa despesa, a maioria pr no se filiar ao INPS. Além dessas vantagens, diretamente vinculadas ao recomheci - mento Legal do trabalhador, « participagio no MP apresenta outras. Certas rmas de grande porte, que desenvolven uma politica de pessoal "moderna" , propercionam outros beneficios inportentes pare o eupregedo: dice, en geral mais répida que o atendimento nos hospitals do INPS; segures privedos en grupo) financianentos diversos; estimilo a Vesixas de euprésti- mos" pessoais urgenizadas pelos empregados: etc, Mes < quantidade de em 2s privadas com essa linha de atuacio é'muito limiteda. 0s ben: mais comuns de fais vantagens adicionais sio os empregados ib vez devido ao chamado "paternelismo" et as politicas de pessoal “esclerecicas". 820 de dois tipos 0 cu egtados-mem os regidos pelos Estatutos dos Funcionsrios (da Unia bros), © 05 regidos pele Consclidagéo das Leis do Treball ay Sear sanlresttrtn can) ucgSe este ekteebe seal muito semelhente, ss diferences entre as duns blicos podem ser ignoradas. (4) De passegen, deverse notar que os enprégos piblicos (4agnticos aos os tém tratamento © empregados pu - A carteira assinade implice também num outro tipo de reconhe cinento, de efeitos econdnicos menos diretos, mas teubém eignificativos. Tra e-se do que se poderia cnamar “recunhesiments social", euja principal con- seotiencia localize-se na esfera da agao policia! tivel que os érgazos policiais, em suas ativide fato indise alizam especialmente os est eriures da po estratos, en - contram-se, portanto, Was ronéas de roti ns, a maior parte da: pessoas incapazes de spresenter documentos de ; as quais so detidas guages ‘para avers (@urendo de 24 a WB horas, em regre).” Como 2 ds estavel ¢ crime previsto por lei "vadia denominads popularmente de gem" --, algumas esscas chegam a ser processadas e eventualmente condensdas (o que aunenta em muito o prazo de detengav mbora constituam excegdes os casos de verdadc!zos trebalha- dores processado: vadiagem, por nao possuirem carteira de trabalho, os 3 8 8 prisdes "pare everiguegdes" representan un verdadeire ‘entasma que constan- temente paira sGbre les. Dispondo de carteira assinada, o individuo sente- ficuldades finan se mite mis seguro, e ca a ccberto das hunilhagSes ceiras que decorren daquelas prisbes. Além dessa protegdo, a carteira assinads feitos socieis. Assim, por exeuplo, ela ¢ um sinbolo do stat yizado, que traz consigo uma série de facilidades (5 5) & @sse respeito, bem como scbre as relacoes coz « polfeia, veja-se Sil- ve (1969, esp. pp. 168, 167-271 e 175). +18, foneiona para o enpregador coso ume espéeie de curriculum vitae, sendo mu: tas vézes exigida para couprovar experiéncia e quelificagio profiseional istros validades pessoais, etc. For isso, ircbalhadores com muitos 7 teire en curto perfodo de tempo, ov com grandes intervalos entre um re - ‘icilmente sio accitos en enprégos consider "bons". an constitulr cbstaculo intrenspon: En resuno, o exprégo "tipieo" do MF proporcone, através + Ho entanto , certeira assinada, protecao leg conhecinento pode dizer que o MF compSe-se exclusivemente de emprégos desse tipo Isto porque, mesmo considerando epenes o empregador tipicanente caracteris- tico do MF ~- ou seja, a firms registrada --, 0 volume de irregularidades ju ridicas nas relagbes de trebalto é encrme. Quanto“nencr o porte de enpré e mais deficiente seus métodos de administrago, maior a tendéncia de bu: leeislagio, que serve de recurso para problenas of mois diversoe do empre ep gator: aumento da nargen de 1ucro, difievidades financeiras, ete. tédas velmente tém o: sas irregularidades prov ‘lhe de pagamentos encargos trabalhistas ch roducao (6). emprésa, o que provoca (6) VeJacse Ministério do Planejame vos fundamentais da legislagdo soci em ciclos de onze meses de & 50% aproximadanente" (pe. 166). islegio essistencial so um fuen um impecilho & utilizagao +19. Existen os de fraude © cursos", por parte de Iguns née che: afeti wwegral reco dor. Um exemplo é a prétice bastante comm vende" Gas férias, que pele 2 0: 0 empregado abdica do goz0 lo chega a afetar o seu funcionamento normal. Pols or quem determina quando o trabalhador gozeré féri ssibilidade de auséncia de grande nimero de traba! idénticas ao mesmo tempo. recurso, usado por firmas com dificuldades de capitel, a indenizagio, quando o empregedo é denitido "sem Jus ar a necessidade de aco judicial pare 2 cobrange evid-la, ou einda por desconhecimento de seus direitos, o ewpregado concorda em receber q fe 60 s 84, nontante) & devide pele f: legalmente adwitido, mas contitui uma evidente deformacao 4 Com a recente eriagdo do FOIS, tal pratice tende a desapere- cer, porque a indenizagio, que implicava un desenblso s carte prazo TS a yowente grande por parte da firm, foi substitulde pelo depésite no F produtividade nerginal..." (pg. 166). Devido Bs possibilidades de Durla Legislagéo, ¢ 0; acredita-se que este é una interpretagac exegere mente radical, uma ver que logico supor que justagente esses setores te =m naiores dificuldedes de realizar mudangas tecnologices com o cbjetive substituir o trabalho por eapitel. guantis mensal celculads sdbre o valor do s: sigio do eupregado nos casos de denieso sem ju rece ter sido calculado de talforma que o trab Durante de -- os empregadores ectientexe! Sidos do ponte de vista juri oo do legislador, « - = é « e = = « ia muito senelhante 2quela 2 que Serie jus pele lei anterior. = = = = = = = a n@neie do eupregado no emrégo. A pare cada ano de trabalho na firma, o eupregado + 0 carrespondente a um més de s: 15s salévio nfo recedida; © que, 2 partir do décimo ano, a indonizagdo se ~ regador provar juridicamente que a demissGo basenva-se em."justa causa", dade em que se via desobrigado de izar o trabalhador 4: ado. A firma, ent&o, demitia o trabelhador que Cle completas = = = = . = ria paga em ddbro. Por outro lado, ere praticamente impossivel pera o en - = = = = = 10 de atividede na empress, Ticados, de fSct1 recrutemanto. ‘ ia a ser afetedo por essa medida ao se aproximar dos lguer nivel pecialmente nos casos de expregados aQore © comportamento Go eupregedor e e estsbilidade do enpregato sio ainds wlosos. # provével, porém, que os conf tos de interésse configurados ex eGrno'do tampo de servico tenhan sido eliminados. Com o FTE, o eupregador se a um depésito mensal que neda tem = ver com 0 F: oorige ozo de trabalho ns euprésa, © que vepresente, na pritice, um percelomento da despese com € ar problea orgamentério de outra irreguleriéade muito comum © de remotas possibilidades de punigdo é 0 registro de una espécie de "tontrato-fantesma" de trabalho, Segundo Sle, o empregado exerceria fungdes néo cualificadas (servente, por exemple), recebendo salériown{nino -- enguanto as umgées efetivanente ae - B sempenhadas s&0 qualifica ae, eqvivelendo, de fato, © um saiério mis elev: ante so 0s casos ex que 0 eupre godo aprende a profisséo na propria firma, terminando por essunir taretas de maior responsabilidade, sem a respective alteragio no contrate de trabalho. wleridade citades dizemres Ate agora, todos os peito « fraudes recursos legais qve ocorrem dentro das nornas juridicas que crgsnizam e regula as relagdes de trabalno. Portanto, o trabalnedor - eubora con seus direitos lezedos - conserva o pleno reconhecimento legal 4 gua ativiasde. (6 preciso nfo esquecer que alguns casos analisados constit: en tenbém burla ao Estado, isto é, nos ézgios de previdéneis social.) Mas exdsten outras situagies en que Gsse reconhectmento € apenes parcial, 0% reauo totalmente inexistente, sen que isso altere a naturezs ao, emréso nto de torné-1o qualitativamente diverso do exprégo tipico do MF. # vastante comm a recusa da empresa de essinar = carteire de alguns empregados, a fin de evitar 2 criagdo de vinculos empregaticios le gois, que implicam em despesas a@icionsis com oe encargos trabalhistes. realidade, porém, o trebalhador recede un tratemento idéntice ao do que Doe sui a situagdo legelizads (seldeios, férias, horério de trsbelho, ete.), & aa previdéncia social € a0 reconhe- aspecto, o empregador (ou gerente, ndo evisedo de detencdo do Tuncionério,encarres= se de prestar testenunho em seu favor gue implico, via de regra, no Liberte © empregado nfo existe ; gio otonétien do detido. Assin, se "de "ge Pato" tem vantagens muito semelhantes As de qualquer outro. Esta ca parece ser tanto mais comum quanto menor € 0 porte de firma, ms tembén: ocorre com freoiéncia quando « natureze da atividade é ciclica. Neste caso, 2 emprésa.mantém um grupo de eupregados fixos, com carteire sssinada, e nas évocas de maior necessidade de mio-de-obre, contrata trabalhadores sm o res- pectivo reconhecimento legal, demitindo-os sssim que se tornam dispensaveis a= de mote estabilidede do ompregado e do proprio emprégo é mito pre possibilidade ainda mais radical de participagio no sen resonhecimento juridico nem social é proporcionada por firms sen resis tro, cuja existéncia ndo € reconhecida pelo Estado, A rigor; ndose pode Gizer delas que tén ume atuaco ilegel, jé que n3o funcionam "a uorgen 4a “, § devio que, pare que possam passer des2- lei", mas antes “spesar perceniaas pelos érgias de fisdalizagio do Estado, precisam necessiriom ser pequenas, ov funcionar velas,"beirros d= expansio urbane", etc. Es “quase-donéstices", estabelecinentes de prestagdo de servigos cujo & {oil acess guipamento € movel ou reduzidc, lojas comerciais de di: ete. uma palevre: emprésas com muito poucos empregados, ou trabelhadores auté nos de todo tipo que tén necessidade de ajudentes, was cuje scbrevivencse conémica depende Ss pelo subérno dos fiscais (tributarios e/ov do trabalho) do Fi u dos trabelhadores autnomos ("auto-empregados”), que pagam o impést> s6- bre servigos, pequena texa anual fixa que incide sbi qualquer tipo de vidade nao assleriade, mas que no recorhecem juridicam gatieic com seus ajudantes. Enbora o status juridico désse trabalho de dithest ders cao para efeitos praticos, o simples pagamento do ISS pro- porciona um certo legal e social: o trabalhedor pode £4: se a0 INS, a polfcia aceite o recibo como substituto da carteira de trabs- tno, etc. Os varios casos de funcionamento ilegel das empréses indicen sténcia de grandes variagées no nivel ¢ tipo de suborainagdo ao apara- to jurfaico-institucional. Alguns dos exenplos acima poderian se? tonados econo casos de abuso do térno formal, No entanto, isso nfo acontece une ver que, mesno a compra da completa “inviesbitidade” jurfaieoinstit nal por subGrno, indica importantes vinculagées con determinados agentes do sistens inimo de subordinagac 2 normas le - formal. Portanto, mesmo af existe um gais, mediatizads pela figure do fiscal. Em todos Ssses casos, os problemas se locelizam ao nivel propria existéneie da emprése, ndo se 1 ‘tando Bs relagdes ae trabe! Quanto & situagdo dos enpresados, & rrineira viste ¢ sevelhante & dos que, eubora trabalhando pare firmes reconhecidss, ndo tém o contrato registra — ade € maior ya medida en que & precariedade in - produgdo da firme, acresce seu funcionam: 8 2 g ode ser chamadas de "pa: Legais de reconhecimento legal ¢ soe: a euprégo em si, Neste por 0, fencse necessério nr em relévo as entegariss ae emprego que compen o MF, extraiéas com base nas caracterfeticas gerai acima spresentadas. Em primeiro lugar, tem-se o emprégo piblico (8), 34 que o Es tado é um empregador mute especial. O nfvel de satérios, por exemplo, é Fortenente anfiuenciado por Tatéres alheios bs pures’ SGrgas de mercado: pou iitice social, "paternalismo”, etc. Em coneeat cia, existe uma tendér o° pogenento de remneragées que ultrapassam as que serien determinades pe- 20 simples. jgo da oferta © procure. (ff do conhecimento geral que, nes pro- fissées de nivel téc nico © universitéric, a tendéncia se invert trata-se apenas do trabalho manual). outra caracteristica fundamental re (7) 0 contrato ~~ e portanto a carteira assinada -- nlo é 0 tinico instru tg Jurdaico reconhecide por lei como comprovante do vinculo eupreget: cio: € apenas. omnis comm ¢ importante. A mera prova testenunhal, ou a a Presentagao de 6 rectbos consecutivos de prestagao de servigos,sio piencnes te admitidos pela Justiga do Trabalho. No entanto, por desconhee. tas facilidedes e porgue a auséncia do contrate asfieulta © “processo, essas provas adicionais sdo pouco usadas. (8) Por "emprégo piblico" entende-se téda e qualquer situgeio em que o Est do € o eupregador. A expressio engloba, portanto, os om tragdo (federal e estadual) direte ¢ indireta: autarquies, shias de economia mista, etc. 25. se & estebilidade do emprégo. 0 emprégo on estabelecimentos pilblicos, regido pela Consolidagao des Leis do Trabalho, @ visto como realidsde orciona alto grau de segurance. Isso fics fato de que o funcionario nao se defronte com udes ¢ irreguleridades a! mmpanhados de processo administra de emprégos privados é modo que se torna necessério, mesmo numa caracter: genérica, estab @evido aguela varieda- cer substipes. # preciso esclarecer que, juste nigdes precisan recorrer a cons se encontrar Zo casos concretos que nao se ajustar rias usadas, pois representem situagées "Linteres" Um dos fatres fundamentais de diferenciagée gos privados ¢ escala de produgao da f mos amples, poder-se~in distinguir as que provoca. os, segundo sejem os euprégos eu a) "grandes empresas", ov b) “peouenas empréses" (9). 9) feses térnos poem fazer um apélo direte a0 tananko da cuprésa, eubers be copere que Peja eviteda wo Snfase denssiada sébre Ale, pols o ta em s! possvi importincia mite A propria no - de "tanonho” anbigua, pois nao ee entre ,por mplo, © valgr 60 proaygao, 0 area do estubelecimento © volume de capi entre este 0 0 nimero de enpregndos, ete. Optou-se pelo uso doe ter “grande emprésa” € "pe wrésa" apenas por fate de 2 0 mesmo teupo,considcresse 2s implicagdes da escels de produgso © s legal, ¢ eyitasse as fortes conotagoes de volor das dicgtomias de u- ente (exprese "poderna"/"tradicional", "monopoliste"/"nao monopolis- itelista"/"pré-cepitelista", ete.). =26, Tudo indica ove 6 Tlutvago do mimere total de enprégos e/ou ausGncia de registro tende a ser proporcionelmente menor nes grandes enpré- wrimeiro, porque sexs enprdgco relacionemse muito estreitamente com segundo, porque ade no mercado, de clutuagdes sasonais nao exeree eeiro, porgue possuem une politice ae aioria dos setores o péso de cada enpré redunido guinto, porque s fiscalizagio ior, devido as facils proporcionadas pela concentracao espacial de grande nimero de trabelhedores e & melhores perspe compensagao ceira para o Estado, dadé o volume & multas possiveis. Deve-se notar que todos ésses fatdres relecionan-se scbretu- in dos ompréges, nade dizendo sdore a do empre to silo grandes, devido espe enonimato provocada pels burocratizegic da adminis, (10) "0 que na verdade interessa Ae grande eupréses - como resultado do vo- tune de suas inyersbes ¢ das exigeneins tecnoldgicas de sews processes de fobricagdo - ¢ pré-doverminar @ médio prazo seus custos © prever, por con Seguinte, as varingdss que possem ocorrer no prego ds mao-de-cbre; dat sus tendencia a remunerer a forga de trabalho nao tanto’ pelo yelor a mercado cls, tena man, © sobretyto, ox Tungéo de sa, invegraqse 3 agio produtive é. empresa” (Nun, 1969, pp. 201). Deve-se tendéneis € valida antes de tudo para os niveis de especial tes (mesmo as mais modernas emprésas utilizam uma parcels de # no gushificnta); ela permanece para as cuprésas de ores especialicados, of guais sempre gozam de 2 = squemitico do texto acima - ben como, en 6& rel, dae distingoes Zsas de grande e pequeno porte - nao pode ser ignerado. 2 perspective a ‘duo na engrenagem produtiva. Desde bom comportamento”, sue permanéneie ne fir eto quando se discute « propria todce Zones motives, pote-se dizer cia & concentracdo Gos emprégos peraanentes" — nas grandes eupréses ciso ndo ignorar parelelanente ove de de "casos desviantes" nas grandes paixcs de quali fieagdo,e de outro que Gerande 0 mimero de “emmrénos reguleres e permanentes"em firmas menores uase-familiares", inclusive as que nao tém existencia jurfdica. Reter ésses problemas de generelizagao € cru- cial para o presente trabalho, uma vez que uma das principais deficiéncias des interpretagSes que seréo anslisadas adiante prendem-se justamente 20 desconhecimento désses problemas, de que decorre um simplicag&o exagerads. No caso da outra categorie de empregos pri dencialmente &s firmas menares, o reconhecimento legal ¢ proprio emprégo so menos generalizados e/ou completos. As euprésas encon— tram-se numa dependéncie mais intima da situagdo do mercado, sue disponibi~ Lidade de capital é menor e e relagio técnica entre equipanento © mio-de-o bre é mais lexivel. Bu consegiéneie, o nimero tozal de exprégos necessé - rio ao seu funcionamento, ¢ compat{vel com sus ligu: Fluenciado peles futuagées conjuntureis ~~ cox doy: agao do volume de emprégos oferecides. Quanto & eee. ao reconhecimento legal, seguem de perto esta tendéneia, provevelmente porgue as manipulagSes nz dre: tar dificuldades financeiras e Jé forem feitas referéncias a um outro tipo de emp oderia ser incluido no MF: os oferecidos por empresas n! stredas. Vu a € 2 auséneia (totel ou parcial) de recorhe fato, ela so alea se viu © quanto 0s enca isto do trabalho; a1é , nfo existindo legainente, una série de tributes (mesmo nos casos de subGrno aos fisceis, esses cespeses so tbvianente inferiores ao valor da tributagdo le gel). Por outre lado, a auséncia de insergdo plena no sistema jurfdico-ins tucional representa um sério cbstécwlo para un fmeionsmento estével, com sivalentes sdbre os euprégos. # importante, também, o cardter familiar ou "quase-familiar" désses estabelecimentos -- que Se prolonga, talvez com menor inteneidade, 2 equenas firma fas =-,responsvel por um padrSo cerecte nizaglo das atividades, euje " Lidade" apresenta cer - tas diferenges em relagio ks fimas registradas © de maior porte. genericamente, da "personificagdo" da atividede econGmica, iste é, do pe: que nela representen as relagdes pessoais, € que serd tratado com maior dc- he na proxima se Isto efeta a propria qualidade do emprégo, dadas formas de recrutamento e condigées de trabalho peculiares, bem como a es tobilidade: 0 emprezem nfo se defronta apends cou problemas expec! ficos de menutengdo do emprégo, mas envolve-se com estebilidede © sucesso de pré - pria firma. Enquanto ela tiver condigdes de scbrevivéncia, no nd dificul de permanéncia no emprégo, desde que o trabalhador esteja emperado por sicaces pessoais com o eupregador -- as quais, portanto, conegam e substi- a relevincia da protegio Legal do exprége. Os contornos désses emprégos afastam-nos sobrenodo dos de trabalho, es garan Jam © empregado andamental do MF hador se defronta com um inico empregador de modo mais ou menos du- ective que deve ser encarada sua atuacdo no sem radouro, e € dessa pers: onbréle do euprégo. & possivel, entdo, dizer que @sse grupo de eupre - gos situasse rime "regio Liniar! entre o MP e o MNF, dada sus anbiguidade. forma’ emprégos 0 mercado ni Anelisadas as ceracteristicas gereis « a composicio do MF, engdo para o MIF. Por oposigdo, depreende-se que Sete ‘ mvisivel", bo sentido de que existe & revelie do aparato jy b-sistema é aicovinstitucional. Fortanto, é num contexte sem qualquer tipo de reco - necimento official que as ocupagies do MIF deven ser entendidas, Jé se Gisse na segao anterior que a procura do amparo G1e do euprégo, € orcionado pela carteira assinada, como modo de contr no MNF pela distribuicdo de riseos, através da diversificagéo de tices tipi- alhe as caracter: Cumpre, agora, explorer em maior 4 do patrao. Em primeiro lugar, nfo se trate exstamente de wa « spregedor ; io que, ne sua fungao de reunir e organizar sentido cldssico do empresa: catfres de protugéc, oferece eaprdgos. © petrdo teria, mais do que qual wma vez outra caracter{stica, a de wm consumidar de servigos pessoas, que contrata, nfo um eupregsdo, nas ura terefa especifica e determinada (en geral de curta duragio); terminada esta, ssariam os lacos cue o unen a0. Mae nen sempre 0 comprador mantén essa condiggo de “consumi~ dor puro", envolvido numa transacic impessoal no ercado de servigos. Isto nte interpesscal porque @ie entra numa relegéo necess cualgu Reece fo burcerstizadora da expr’ consumidor € 0 +: dor. Aproveitando-se desse situagdo, ste se esf ca pare amplier a cofere © « duragdo do relacionamento, criendo Lagos mercado, isto é, de evi ) a fim de ot ume posicd segura n tar perfodos em que seja incapaz de encontrar trabalho remunerado. . Este "personificagao" da atividede econdmica é 2 caracter{s- tica fundamental do MNF. Embora os lagos de clientela nao estejam ausentes do MF, neste sub-sistema les sao mais restritos, e condicionados pela su ~ vordina’ da situagdo de emprégo ks normas ger (“universa~ ") representadas Listas sistema, agio da atividade 1, © & buroer: firma” com econémica, configurada pela De foto, € comm no MF a eriagdo de lagos pessoais entre ewpregador (ou chefe imediato) e eure gado. Mas Clee se desenvolveu num contexto burocratizado, com fortes defi~ nigdes fcomis-Legais que Liniten seu significads econaico atreto, Alén dis 20, sdo apense una consegtiéncia nao necessérie da situncdo de enprégo, com (12) Erbore importante « distinco agui feita entre "pairdo" e " ela deve ser entendide apengs mim contexto enalftico. Aéien (capitulo 3) que o termo patrao é usado pelos trabalhadores tento to do MF quanto do 197, (a3) P - ct £ = a a id . e cs a sl = ‘i ss * & cm oo & ro ro ca & ras rs = - & oa | om : a | = & a = so — repercussées secundarias sdbre a estabilidade. Por outro lado, es ocupa ~ odes no MIF, enbora sempre mito personelizadas, nfo criam com todos os pe- crdes legos de clientela: en muitos casos, o trabelhador vende servigos pe~ re diversoe compradores neremente eventuais. 0 que se'afirma cone tfpice do em primeiro luger, o forte significado econémico das relagdes pesso en segundo que o trabelhador tortiasse cliente de un mimero varddv mbora Sstes ndo sejam os Unicos conmumidares de seus servigos, agos de clientele séo cruciais, na medida em que proporcionam uma geran tie de vende minima da sGrga de trabalho -- pare o prépric patric ov outros crequeses or Sle indicates --, © porque trezen uma série de outras vante - gens econmicas (pequencs enpréstimes, elimentos, roupas, ayresentacfo © no vos consumidores, etc.) que constituem ume importante fonte subsidiéria de remmeragao. A “invisibilidade” legal, aliads 2 “personifieagio" de ativi dede econémica, concorren para a extreme flexibilidade que o MNF apresenta. No MP, une ver cbtida © carteira ascinads, cessan ou diminuen pare un Li te minimo as possibilidades de manipulacdo individual do mercado por parte do trebalhedor, que passa 2 depender da protegdo legal ¢ das decisdes de seu eupregador, com redunida chance de intervencfo pesscal. (Dai porque, na se odo anterior, deu-ce tanta atenglo acs aspectos legais do problems.) No MF, 20 contrério, 2 seguranga de ocupagio depende sempre ¢ apenas do pro - apresentar as situacées de emprégo. # Auto qué isso nio do trabalhador. Na descrigao a1 um tipo de ocupagio em que ador disple de ample margen de indepe déneia pesscel, 2 caracterfstica ” " das relagbes de trebatho na MF é a substituicdo da protecao legal peias tentatives de estabeli gos de clientela con o maior mimero poss{vel de pe ais @ avtonomie do trabslhador, nfo obstante esteja sempre aber- idade de manipulegdo no sentido de simentar 2 segu fo de novos patrdes, assim conc de buscar apoio alternative entre Aversos patrdes. Eu térmos gerais, pode-se dizer que « flexibins se manifesta atra variagées em dois aspectos basicos do merca~ determinagZo dos precos € a estabilidade aa ocupagdo. s28 vardagles fundamentan-se na possibilidade de eriagdo de vinewlos indé tos (e informais) de trabalho. De fate; as relagdes de trabalho no MNF sas", no sentido de que se estendem mito além da simples relagio concrete, éireta € atval, criada a terete ospeciti- 0s atGres so o empregado e o empregador. Implicitamente envol- hho est t6da uma réde de "contatos" pi vida en tédes as situagdes de treba soais que sdo, de fato, parte dos vineuwlos que constituem quelauer ocupacio pervencente ao MIF -= 0 que coleca a relacdo especitica com 0 patrdo “consumidores" em gerall) apenas numa situagdo privilegiada dentro de “eontatos". 0 térmo "contato" € agui entendido com o mesmo significado linguagem corrente. Trata-se de uma categoria verbal de contetido mito izado, o que introduz sérias dificuldades de exp) io precisa. Em térmos genéricos, englcba diversos niveis e relagdes duais (interpessoaie) -- desde o simples "conheciment zade", incluindo logos de parentesco ¢ clientele, relagbes 3 Inadores (e seus respectives patrées, por via indirete), consumidores, pa - ides, ete. (1h). , essa réde de contatos pessoais é importante pare o "co nhecimente do mercado", servindo como mecanismo de divulgagéo das oportuni& des existentes. Une vez obtide.o emprégo (legalmente reconhecido ou nao) » os lacos pessoais continuam 2 interessar como meio ediciones © segurange ; ou para conseguir outro euprége em melhores condigdes, ov einds pare obter um novo enprégo en caso de denisséo. Mes sua importéncia diminut muito,por que Clee tén efickeia Limitads sdbre a estebilidade e porque aceiter a mu - lange de emprégo envolve riscoz, no winimo os decorrentes do desconhecimen- to do névo axbiente de trabelho. Além dissv, os contetos pesscais fleamres tringidos, ja que na maior parte do die o trabelhador se defronte apenas com ‘os demais empregados e o empregador ou chefe imediato, sends incapaz de se~ lecionar Gsces relacionamentos em fungdu de seus interésses econdmicos. Mes, mo no caso de servicos externos, éstes sio sempre impostos e pr¢-determins— A importéncia da réde de contatos reflete-se numa extrema riqueze ¢ so figticagao terminclégica. As categorias que @iferenciam os diverses vi aps e niveis de relacionanento dentro Gela so muito eleborades. Assim, 9 epmo "colega” indica outro trebalhador com equivalente capacidade ge con - role do mercado, com quem nao existe conflito de interésses, mas hé un cer to distanciamento. Jé se relagdes de cocperacio explicitan-se pelo recurso 2 térmos retirados das relagoes de parentesco (Esse tipo de contato, exbore em gerel de dureqgo muito , costume transcender em muito 0 anbito de mera relagao economica): "compadre’, “irmao", ete. Nas relegdes conflituo - Sas, recorre-se freuilentenente ao térmo “leubao" — sobre o qual sgrao fei - tas referencies adiente -, para indicar o trabalhador que se dispde 2 execu ter a baixo prego uma tarefa pare a aug ndo_tem bebilidede suficiente. Ix= Azmente, o material eupirico disponivel nao permite un tratauento siste- tico dessas categorias. (A respeito do réde de contatos, foram de grande importéneia, tanto do ponto de vista tedrico cuanto de informagdes empiri - Giversas conunicagues pessoais do Prof. A. leeds ¢ de Paul Siberstein. (a) Bh. O08 Plow interdsses aa cupdsa,e aio do AEPOERO, “Be edo que ci epities dos contates tice airieuttado. Ho MF, 20 contrério, o ‘rabelhador dispie de amples possibi iidades de criacdo ae hovos ergue as caracterdsticas de sua ati. vidade poem. BO en confront, micos de todos os tipos: zp também porgue, nos momentos em aue ngo dispoe de Somprador Dare seus servicos, pode deat dos laces pessoais, gota ni ©, de um lado « se, & estabilidade de. protegao legal, mas de ee Sm assegurer compradores ; "rabalhador scumula a response} lidage de ae outro, “comercializar" a @mercadoria ae que dispde, isto é, de jutger © ing. ‘iuenciar pessoalmente o Prego de seu ¢; balho, pare e8site de infornagé 5 © que nee @Ses de mercado, Se uth. 2 evole trabetnoteaiis ey gee tovariéver conado que estg Ss imposigées 1egais ¢/ » impessoais oy ” + con (ou se ‘supra-pessoais") ‘tre es partes em cada rel, aceo Vs uma boa margen de influénoia pessoal. execuis. 98 pelo mesmo +: “eibalvedor, pode 2ger-se a remmneragSer Balto diverses, seq ue tl Bato ofa ateatério. 0 nimero 4 @ que condiesona © estip Lagio de pregos & mite Grande, mas.as principeis do: a nanceira do trap: hader no momento; a existéneia de um consumidor alt, VO; @ tentativa @ fortalecer ou criar lagos de clientela, Seria desnecessério explicitar agui tédas as coubinagdes que conduzem, como produto final, ao prego da tarefa espec -- 2 simples. e~ unciagio das veriéveis suficiente para indied-tos. Um caso particular , entre tO, necessita de explicagdo suplementar ‘Treta-se do trabelho er: je, obviament ‘te minitio povefvel na gama de variagdes prine: ente no caso de pequena: alhsdores bragais de ocupagio muito ins: dade resume-se a0 especte monetério imediato da transagio: reglidade, e- @ useda como instrumento pera nanter © ampliar of contatos e/on estabe cer um “débito de favores" da parte do benef: ado, que de algume form, mpre saldado. Note-se que o cleio gratuito da tarefa nio implica ox nenhma parda finenceira, jd que esta possibiiidnde a6 acontece cuando no extremo oposto, encontram-se trabalhadcres exbora admitam gran varhgdo de pregos, sé aceitam executer a tarefa ® partir de uma determinade quantis, abaixo da qual o trabalho passa a ser considerado "anti-econémico", mesmo no caso de aus éne de "consumidores" 22 ternativos imedintes. Trate-se, é claro, das ooupades 8 qualificadss , exerci por trabalhadores com uma ampla réde de contatos © com reservas fi nanceiras. Esses problemas remetem 20 ovtre aspecto acima mencionado flidade do emprégo. im quelquer n{vel e tipo de mercado de trabalho , wpende bisicanente da copacidade de barganha no mercado -- ot seja, do eturezads é babilidade do trabalh: dor (15). Wo MP, 2 Br de estebilidade decorrente désses fatéres, No MIF, poré, a “personifies - gio” da atividade econémica permite 2 interveniéneia de outres ver: que poten alterar a segurange da ccupagio previeivel pela qualificagio cessaria ao seu desempenho. outras palavra: "habilidade profissional” ranscende @ esfere dos conhecimentos téenieos © experiéneia de trabalho. F wolvendo © mantendo vs ie de patrdes "estratgicamente auto-confianga, ete., desempenhan um pa- pel mercante sdbre a estebilidede, queen muitos casos obscurece a influen- cla da qualificagio profissional. De un modo ger, pode-se te no MNF uma releofo inverse s guranga de da quelificagdo profissional ¢ das veridveis quanto hebilidade técnica necessaria go, menor a importancie relativa ds relagdes pessosis. perspect: cigho on eprincrenento das hebilidades no exere{cio de tarefes romunerc (scene de eprendizagen denoninada "treinamento em servigo"), capacidade de dnictativa, empliagio de contates, ete. No MF, se bem que Gsses fatéres ta én influem sGore a nobilidsde, sua ctuagio restringe-se muito, devido i (25) B claro que néo ge t 6 vel de ewpr& go ¢, ea consegiencia, de estebilidade, das eondigdes gstrefurais de e cononia e de sua situagao conju } porém, 0 trito, dizendo respei 8 de manipulagzo do mercado por F be dos trabelhsdores. Limitagdes de ordem burccrat: a ¢ legal: Assim, por exenplo, exbore « tan idduticas possibilidades de treinamento en servigo, elas tén efeite "re da de regra, o empresa terdado" e menos geral sGvre a rende. Isto porque, 1 eracéo na carteire de trab: Gor nao efetua a correspondente 0, mantendo © mesmo seldrio ap aprimoranento profissional precisa ser reletivanente grande, porque o incre > mento da remuneragao deve compensar o risco envolvido ne mudenga de emprégo en euséncia de anotagSes na carteira te: ouprovagéo da. nove condigdo profissional. Mo MIP, 20 contrério, a mobilidade pode ser lente, mas cons- nem depende de qualquer rats! cagSo formal; ¢ as possibilidades sao maiores, porque nao est&o condiciona- das sbnente (ca principalnente) & elevacdo dos conhecimentos técnicos. um modo geral, é poss{vel dizer que a mobilidade sd comegs a | er restri- ges mais fortes quando passa a hever "dependéncia técnica” de instrumentos de trabalho sofisticados. Porém, ultrapassada essa barreire, que de feto implica nun salto mito significative, es oportunidades de mobilidede pouls tina e constante voltam = ser grandes, até o ponto em que e “visibilidade” jurfdico-legal se torna indispensavel. ‘A mengdo aos imstrumentos de trabalho renete a una caracte - vistica do MNF gerelmente desprezada mas de consegiiéncias também importen - os sub-sistenas refiramse 2 venda de f6rca de trabalho, apresente em "estado puro", uma vez que s enprésa se = = = = q encarrega de proporcioner os instrumentos ¢ condicdes necessérias ao deser- © trabelhador pemho das tarefas. No MYF, para vender seu trabalho, o prépr: precisa possuf-los (ov vincular-se de alguss formas quen os possui), importa quio rudinentares possam ser. Desmneneira, nfo cbstente o pegaeno volume de capital envolvido -- se bem que slgumas ocupsgdes exijam ferram tes eleboradas € mesmo miquinas -- a caréncia dos instrumentos ninimos de trabalho determina muites vézes uma posiglo pois existe sempr. ticipagao no Liasde ao. ven sGroo de trebelho, nos cla se restringe hs te- refas que envolven a simples atividade fisica (carregadores, por exemplo) , dificulta ao extremo a mobilidade a partir de certos niveis e reduz as opor tunidades de controle da ocupzco. Ate t0da = andlise do em resumo, = exercidas © controladss individusimente . n) ocupagdes nao reconhecidas, b Ligndas a0 setor de servicos -~ isto €, As ocups 3 '‘oipicas” do MIF antes de pesser as categorias de ocupagdes déste sub-sistem, para apreendes Lo en seu cohjunto sao necessérins algmas referéncies ad: onais. Viwese na secio anterior que os trabelhadores sutonomos po - dem ser beneficiérios do INPS, o que significa que tém oportun mhecimento legal ¢ que, portanto, a lei admite sua existéncia. enbora do ponto de viste teGrico © normative este categoria de res seja perfeitanente definide, numa perspective juridico-inetituci onal mais concreta so intmeros os problemas que suscita. De inicio, dado possuir oficina prépria mesmo quando o uso de méouinas 2 pare certas etepas do-trabalho profissional: 2 poss: individual, “implica na necessidade de registro como quando se treta da regularizagsio doe documentos de trabalho, go reconhecimento conereto do trabelhador, as dficuldades se avoly ov sede, vam. Cono nfo hé un empregedor fixo pare assinar-Ihe 2 carteira de treba - the, ela en si mesno de nada vale, pois nada diz sore a ocupagdo atual de For outro lado, os patrées néo p naividuo. P emente consum nao mentém quelquer vinculo eupregaticio com o trabs Thador. Devido a Gsses motives, pere regi*arizer sua situagio le etepas (16). Bn primeiro lugar, deve regis - precise cumprir as seg trar-se na Coletoris Estadual, pagando o impdsto sGbre servigos, calculado ara cada atividede com base nme renda anual ideal. A partir de entio,sus ta contra reibo de "prestagio de servigos", descon remmeragio deve ser fe’ (o que, Sbviamente ; tado no sto do pagamento o respectivo i 86 acontece quando o servico é prestado para firmas legelmente constituidas iscelizacgao contabil). Com is — caso que se verd adiante -- sujeitas & no, seu trabalhs fice regularizado. Se 0 individuo desege tornar-se previ- denciério, precisa acrescentar duas declaragies formais de pessoas (ou fir- constando o tipo de terefa € nas) ) que se tenham utilizado de seus services, perfoio de exeougie, pols em conjunto deven cobrir determinado lapse de tea >. As declaragtes devem ser encaminhadas 20 INFS, ancxados 0 couprovante de pagamento do TSS © documentos de identificagao pessoal, mediante um re - deve-se repetir que 04 deserigies agit apresentadas nic tén preceupe,~ se ee retcigio Juridica, Mcare-se g proolena Legol do ponte de vis omercado de traba = spalhador, € apenas-em suss conseqtlencias para o querinenio de edmiesio ~- com o que & sberto o rempectivo proceso. 0p atmo passo dado pelo INFS, gue envia fiscais pars comprovar a existéncia @ a veracidade dos pessoas que testemunharam o efetivo exercicio de profis- tio, e } reeidéneSa do interessado, pare verificar s= hf cleus oftcins do- stica. 86 agora 0 processo osté suficientemente instruldo pare ser jules do pelo érgio competente do INPS. Esta descrigio relativamente pormenorizads tem por objetivo idade da existéncia dos onstrar ove, se em teoria s lei admite a possibi trabelhadores autGnowos, o processo de reconhecimente concrete € complexo € airiet. Antes de meis nada, deve-se dizer que certas categories, tradicio nel € genericamente orgenizades em 46rno de eutonomle dos respectivos P o- Hissionais, aispden ae euple nargen de travathadores ~econhecidos, podendc até mesno hever érgios de vepresentagio -+ por exemplo, os motoristss, que tGa um sindicato forte ¢ stuante. Nos denais cescs, porém, o mesmo parece ndlo ocorrer. £ thcil compreender os imensos obstéculos com que o trabalhe- dor individual se defronta para regularizer sua situagio, ¢ 0 alto _ custo que dwplican, Jé que alén dos Gms fiscais envolvides no exersicio legs? de atividade, 0 processo de réconhecinento jur{dico inclui e remmeragio de deapectantes, propines, etc, E nfo se deve esquecer que, se para © empregs do 0 recoshecimento proporcions una série de peneficios, como a provegio a enprigo oi ronda, 0 trebalnadar autGnono dutém epencs 2 oportuntdade de pleitear assisténcia previdenciaris. por totes Geses uotives, exbora existax condigées minimas De a um opgio entre abriger-se sob 0 aparato juriaico institucional ov men ter a “invistbilidade” Legal, 0 ualoria dos trabalnaderes autGnoncs prefere a segunda alternative -- ou 86 consegue un reconhecimento parcial. De quel, ex forma, a possibilidade de regularizagéo do tral tho, s€ n&o chege 2 a situagdo de trabalho de maneire fundamental, introduz certos fates novos. O mais importante aéles é que, com 2 situagdo regulerizada, é poss executar tarefas Flrmes egalmente co: itudas, que en geral oct pam o trabelhador por mais ter ndividual (sen que, é claro, isso o transforme ‘nun pouce, og comprov derar a firma como espécie mais rico. Mas néo hi divida de que os casos de reconhecimento legal, fal quando a isso se screscentam relagdes constantes com euprésas guidede para seren situados no “espa- na sec&o anterior. Outre grupo de 'tasos atfpicos" é aqueéle em que diversos tre- ‘thadores no MIF se associam, atuando em conjunto no mercado. Isso geral mente envolve um grau ninimo de reconhecimento legel, 14 que os servigos cons ituen-se vin de regra de empreitadas para enpré de construgao civil ca condomfnios, que precisam ter uma contabilid: ie organizada. Essas as sociagdes sao compostas por pet venos er upos de trabalhadores especislizados, em gerel com duragdo limitada ao perfodo da e prettada, Algums, porém,con seguen firmar-se no mer: do, manter-se © prosperar (17). ia wedida em que isso acontece, hi uma tendéncia para organizarem-se em tas, cujo pleno Teconhecimento coros um longo processo de ingresso no MF. Une Ultima qua: teacho necesséria do MIF diz respeito As casos concretos a Paul Silberstein e cividades caracterfaticas @ Sle relacionadas, que foram deseritas como pres tagdo de servigos. Jé se viu que existen certas ocupagdes Ligadas tenbén & construgio civil, com nes associegdes acina deseritas, Alés delas, inclu en-se no INF Giversos tipos de stividades artezanais, quando reslizséas in- dividualmente (fsbricagdo de sepatos, perucas, etc.), ume ver que nos dew s casos elas se realizen dentro de "firmas". Certas atividades conerci s (vendedores ambulantes) podem também ser considerades como "desviantes: © tipo de relagio de trabalho, nesses casos, exbore posse envolver un 6] su de "personificagio” (fregueses fixos, por exemplo) e una ample réde de contates, tende « descaracterizar os tragos tipicos dos pstrées, que atuan mais como simples "consunidores puros". Neste panto Jé & possfvel descrever os tipos de ocupasdes per tencentes ao MIF. 0 primeiro déles seria o dos trabalhadores "por conta propria’. Opta-se pelo uso dessa essac popular, de preferéncia = “tra- pathador autGnono" mpregado, devido is conotegdes legais aéste Sr timo, que restringen denasiadenente as ocupages inclufass; 0 trabathador ev sGnomo -- iste é, ¢ trabathedor por conte propria com a situagdo reguleris da -- deve ser visto mais como um caso-limite deste categoria de ocupagées. As ocupagoes por conta propria referem-se aos casos de "auto emprégo", ou seja, aguéles en que o trabalhador dispoe de um certo grat Ge independncia no wercatic, tanto de empregadores (firues) quanto de patrdes (xGde de contatos). Embora sua stuagao se situe no contexto dol pordinagdo aos Ingos de clientele ¢'menos marcante que nas denais catego as désse sub-sistema, uma ver que as habilidedes profissionsi dos instrumentos de trabalho colocam-no numa posicéo vantajosa no ner rYVURERUTLTTLELLEL ITE seeneaaeedaded sua profissio, enbore esta posse do, nor exenplo, de que exige pouce ou nenbune eseclarizagdo, nfo requer ategoria apresenta vie de re - um alto grav ida ne, me = que, embora nao subord treba: um enpregedor eapecifico, como os empregados i pam-se em tempo integral ¢ ininterruptamente. Da mesma forma, o nivel | venéa é em muitos casos superior ao dos chamados "emprégos regulares © per~ ) com cleros reflexes sSbre 0 respaldo financeiro dispon{vel enfrentar o me ndividuelmente e com ample margen de autonouia. aces & a dos piscateiros. Gprin ‘les € os trabelhadores por conte ada 3 prépria flexibilidade do MNF, tornam a possibilidade de de ecisa muito problemitica. Acredita-se, porém, que o contelldo dessas c goriss torner-se-d claro, em especial pele leltura do proximo « respeito des situagdes de emprégo. De momento pode ser Gito cue o discate é a ccupagdo pois es condigdes de trebelho so mais fortenente los fatdres que o caracterizam. (s trabalhadores por conta propria dispoem € possibilida jes de opgdo entre as manipulagdes pessoais, apoiando-se ne Mcagdo" da atividade econénica (por exemplo, criando lages de c: mos). 02 einde, o que é mais fre lente, recorrer 2 aubas (por exemplo, man tendo pregos mininos, mas usando as varingSes.nos preges como instrume ° nas relagdes de clientele e ampliagdo da réde de contatos). A escolhe cor creta varia muito, mas de modo geral prde-se dizer que sv do depende menos exclusivamente de wm: trumentos go tie baixo ov inexietente, da "personificagéo" das rels ges econdaieas & mu ° grand se sempre a tinice forma de contrdle do nercad Sendo muito grande e concorréncia, devido & reletiva simplicidede Gas tarefas, sua segurange varia spense en fingo de capscidade de manter gos de clientela © dos contatos pessoais. # evidente que a est s1idade de coupagdo sefre as conseniiéa os casos de biscat dros ininterry eamente ccupades, eubers numerosos, nao 880 a regré Yas nao se deve ignorar o fato de que os periodos de i tividade forgeda sbrem 9} tunidades, sempre aproveitades , pa 2 0 fortelecd, mento © aupliagio dos lagos de cli tela, contates nos perfodos de insti idade parece conduzir a certos exageros 1 ao de seus réflexos sdbre o nivel de renda e o padrdo de vida, porque obs- curece 0 fato de que ha muitos biscateiros com remuneragao mais 2 de empregados no MF com nivel de qualificagdo equivalente. ) ipo particular de servigos pessocis responsive: Le existéncia de outras diferengas nas situagies de trabalho do MiF se das etividades domésticas, em t6rno das quis surgem dus noves catezor ceupagdes: "servicos domésticos" ¢ “emprégos domésticos” (168). Op tipo poderia cer considerado como un caso particular de biscate, ras 2 natures das tarefas executades introguz certas peculiaridades que nfo po ser ignoradas. A primeira delas é gue sao quase sempre desempenhadas puneragao desse ti « Aeresce que casa, de modo a ngo afetar tanto as incumbencies femiliares outre caracter{stica dessas ocupagées é que existe uma ten - a & eLiminagio dos consumidores eventuais, ¢ portanto certes restri - a cées & ampliagdo dos contatos. To geral existe im nin mitado de pa - trées, responsavel pele ocupacdo total ou pare: trabalho. Além disso, = duragdo das terefes 2 serem executadss é indefinide, de modo je nem Sempre atuali: que std sberta a possibini eda pera uma longa ¢ com gos de cliantela. (lio. caso tinaa relagio de trabalho, mesmo sem fortes 1a e nao haje referencias os biscates © ocupagées por conta prépria, ewplfeites a prases, os limites cdo “Sireta" de trabalho esto conti dos no proprio término da tarefa.) © segundo tipo de atividades domésticas possui outras parti- widades significatives. Por exprégos donésticos ex que o trabalhsdor (gerelmente, mas nem sempre, de sexo feminino) ten um tnt gacdo de dormir no proprio local de trGo, sendo muito comum 2 obri Agradece-se este distingio, ben con muitas Roger Walker. patho. Com isso, fica elim 2 opor s poasibilidades 4: do trebalhador, bem como reduzemse s pele diversificagao de patrées. Uma vez que o tipo dade enengas ne oval trabalho (ex Iho para residéncias nente réde de contates pecsosis mais extensa alto, se nivel globe co, et sos de ooupages vinew! nitele com os contretantes dos ser terefes a serem execut: “intimidade” do cou doura relagio face-e-face, ae tal ' TPRELERKKLRKREBRRRRRRRRRRRRRARE isto é, trens 0, 0 resultado é de dupla espécie atéria do aspecto diretamente econdmico da relagao ? cendGnein -quase cbri ou eria legos de sentada por seu caréter cos situados entre & a fornago de une réde exple de contatos, ¢ a diversificagio dos riscos 5 ador pode privilegiar um tipo particular ndo-o 0 wais possiv temas, man we-se @ aten - as caracter{sticas particulerizndoras que os dist! nguen entre si diferencian suagdes de trabalho. Mas « spectives erti- Désse ponto de viste, e ainda mantendo a ética do tr elhador ju: entre o MF eo MIP, € es tipos de emprégo/ocupagéo no interior de cada un, de ave apenas ae ext em os enprégos piblicos. de seguranga eo ni. vel relativemante de renda proporcionan vantagens que colocam seus ot antes en posigGo privilegiads; una vez cbtido um emprégo piblico, normal — mente €le sé é abendonado por aposentadoria). A natureza das estatisticas gerais existentes nao permite con Brovar este afirmativa nem determinar recisGo sus intensidade. Conten 'g Porér, com os dados dieponfveis, de pesquisas porticulares, pode: ts Proletaria de assim que, em 1964, cérea de 50% dos chefes de fenflia estava hi apenas trés anos ou os no mesmo enprégo (privado ou piblico), eubora 76,3% trabalhassem hé um régos/ocupagies diversas) de dez anos ou mais () ‘ojeto Ba 1969, favela de Cordovil, = situacdo era muito semelhante: dos participantes do MP no moment: quise, 67,4% dos s de familia € 91,46 dos demais meubros econdnicemen ocupados esta - ecérca . de ha trés anos ou menos no d algume ocasiao de sua vide profissional, de emprégos no MF (CODESCO, 1: Embors muito pouco especificos,"eses datos procuran dar para considerdvel per enbora ainda de forma imprecisa -- por ndo cons: durante 0 qual o individuo exerceu algums forma de etividade ec! a seguinte tebela pernité algunas especvlagdes sdore 0 CORDOVIL: TEMPO ENTRE 0 “ tur PRE R (#), SEGUNDO & POSIGAO NA UNIDADE FA a aera aan ERTS WENBROS ATIVOS PO | cHEFES om FAMILIA Sk EAMETITA, Menos de 1 semana.) Entre 1 semana e 1 mes 1a 3 meses Mais de 6 meses Nynca teve enpr. $6 teve um empr.r ‘TOAL | T | | 3 2 6 meses | | N= 367 Fonte: COLESCO, 1959. TS] Empregos publicos €/ou ef A tebela indica com nitidez que = troca de euprégos remule - res é muito intense: spenas pouco mais de 10% de todos os trabalhadores = (9) ce: tanbém Parise (1970) esp. 20 parte). Diversgs pes em futuro pr econémica da cidade (Rio de Janeiro), ao mesmo tem Pode-se citer os trabalhos em realizagao de Janice Pear: fevelas © dreas 4e expan conodos. ca teve mais de um emprégo regular (acresce que isso nao significa cue Gle hevido turnover entre o MF e€ 0 MNF). De outro lado, a yroporgio de chefes de tanitia que mince tiveran om emprdgo regular on tds a sua vida profises a crea de 1/l. ese proporgdo é mito mets elevads para os © que ven a sugerir outro padrdo: aduitinds que ste Jmente mais joven (o a1 2 d1ise dee tebelas relativas & idade, da mesma pesenisa), a entrada no wer cado, en mais da netade dos casos, dar-se-ia atrevés Go MNF. Finalmente partindo do pressuposto (@ste sem condigdes de comprovagio, por falte ae os) de que dificilmente u aloador tem possibilidades financeires de permenecer inativo por mais de u nés, pode-se dizer que o tumover entre os dois sub-sistemas é bastante alto: quase metade dos chefes de famflin que jé siveran emprégos regulares levou mais de un nés entre os dois titince emmré gos regulares; a propergéo é un pouco menor para os demais menbros etivos. A respeito do turnover no interior do MIF, es informagSes quantitativas so ainda menos precisas, dada e dificuldade de distingu: tre as categorins de oevpagio. Nesmo no caso das atividades donésticas, pa re as quais existe un nfnino de informagdes, as estat(sticas so muito de - formadas: muitas vézes eles incluem as "prendas donésticas” (atividades nao remmeradas das donas de exsa) como servigos ou emprdgos donésticos. Outres Vézes so inclufaas pequenas atividades coseires, mas de netureza diverse : costureiras, cabeleireiras, manicures, etc. Outras, nde, ineluen alguns tipos de exprégos, couo garcons, cozinheiros(as), ete., que claranente se elusive com completo reconhecimento © porque 56 destecam ums categoria de ignorer es pouces estat{sticas disponiveis. pode-se colocar reserves quanto a Gsses exemplos, devido & sva particularidade, wma vez que se referen especificamente a fevelas. Mes Dies possuen una qualidade estratégice, porque o areunento necessirio pera clidar sua generalizegéo serve a0 mesmo tempo pare una constetagao, inséi te so comarada acs esterétines fartenente divulgados sSbre aquelas érens ur panas: a de que néo parecem ser as faveles que cone res", mes outres zonas que concentren os grupee de melhores condigdes s6 ~ cio-econdmicas (o que elimina a possibilidade de considerar as faveles como reas nomogéneas). Assim é que, segundo ume des escassas fontes de dados comparativos etualnente disponiveis, verifice-se gue existe ums semelhance relativamente estreita entre es caracter{sticas sécio-econdmicas das fave - las € des dreas nao faveladas de cidade; as diferengas ocorrem justamente nos niveis mais altos de renda e grau de especializagac, com vantegens pare as dreas nijo faveledes (20). Un outro especto = ser considerado nas articulacdes entre os diversos tipos de ewprégo/ocupagées relaciona-se & possibilidade de concond ‘¢Gneia, De foto, nenmuna das referéneias até agora feites 3 a: gdes de trabalho implicov ex qualquer afirnative de "exelusividede” , é extremamente comum o exercicio paralelo de mais de um tipo de e pagio. Téso proporeiona melhores condigdes globais de controle do ama vez que, enfrentando problemas em uma situagao de trabalno, € o recurso a ovtra. Como exemplo, pode-se citar os casos de ¢ (20) Estudos Cariocas (1965, vol. 5). Ver tombém Silberstein III e IV, pp. 13/14. cos € privados) que fazen biscates, trabalhadcres por conta propria gue fazem biscates em outras profissdes ou "empregades domésticas" que executen servigos donésticos" & n e ou nos fins de semens, etc. Tembém nfo se pode perder de viste cue, em térmos "orgamenté rios" (isto 4, relacionados & receite © despese), © unidade econdmice bési- ce ndo é 0 individuo, mas 2 famflia (household), A endlise de sua compos: g80 ccupacional poe em relévo outro aspecto da alta complenentariedade e a- poio mituo entre as diversas categorias de eupréco no Fe MNP. Tésse pon to de vista, parece existir vme tendéncia no sentido de garantir as vanta - gens € @istribuir os riscos dos dois sub-sistens, pela perticipagio simil- ténea da unidade familiar eu anbos, através de seus diversos merbros. Pelos dados stbre favelas a1 resentados acima, cluir por uma tendéncia no sentido da participagio dos chefes de fam{lia no MF, © dos menbros ocupados no MNF. Mas é preciso leubrar o grande niimero de menores ocupados, ben con os probleuas legais ¢ de mercado para sua per ticipegdo no MP (o que introduz uma nova variével a ser considerada: a ida- de do trabalhador). Além disso, é 1feito especutar no sentido de que, oven ‘to mais longo o tempo de trabalho, msicres scrao as possibilidades de ums aupta réde de contatos, ¢ portanto mais provével o conhecimento da oportuni dade © a consecugio de un emprégo no YF; raciocinio seneThante pode ser fei to em térno da aquisigéo de conhecimentos profissionais, que também facil: te a obtengio de euprégos. f evidente of Linearidade da se jam atualizadas, muitos outros fatGres entram ex cena; @ otGnesa acinn ¢ apenas ina simplificagio que vise fackliter o entendinento, Mas 0 que importa salientar é one 2 dist: ibuigdo dos riscos necessariamente une entre os dois sub-sistemas nao € Stier: cla pode der resultado das condigdes gerais do mercado, stbre queis « familia dispde de controle mito reduzidc. De quelguer forma, seje por razdes de imposigéo objetiva, seja por escolha, @ muito elevado o nume- m alguns menbros participande do MF e outros do MNF. ro de fam{lias a respeito impede que lizmente, a totel carencie de dados situagao se verifica. Apoiadas pelas referéncias anteriores as dificuldades Amites entre os dois sub-sistemas € entre as categcr finigéo precisa de ae enprZeo/oeupagio, todas estas consideragdes sugerem 2 neceseidade de ko polarizado do mercado urbanc siderar com reservas qualquer tratamento m ise até aqui apresentade deveré ter tornado cl de trabalho manual. & an! ro que nio existen diferenciacdes brusces nem oposigbes irresoneilisveis e& tre as situagdes de trabalho que os compdem, Nao cbetante as signific: Zo apresentam uma seqtiencia yas diferencas, as categorias de euprégo/veups es violentas. raramente interrompida por elterag Nido bd aivide de que, do ponto de vista de situsgao de treby Ino, hd sempre un salto implicado na passagem de wma pera outra, mas Ge é amortecide pelas condigdes existentes no que se chenou aqui dé “espacos eujo conceito procure exetamente apreender essa inte miares" ~ de situagdes de trabalho diversas. fisse aspecto é um tanto menor no rior do MP e na passagem deste pare o MNF, devido as definigoes ece por intermédio gais das categorias, uas a limiaridade pen cos nfveis © tipos de irregularidades ¢ situagdes seni © estudo dos wercedos de trabalho manual 8 presente que os diversos tipos de enprégs/ocupacio constity Com © objetive de apresenta-se 0 diegreme ab: mpressionistico de vido 2 coup. yos 2 respeito, uma nocdo da intensidade des variagdes interna: dade de cada tipo de emprégo/ocupagao, antecipando algune pontos @ ratados no préxime capitulo. Com isso, acredite-se poder reforger visual mente as reserves jé apresentedas quanto a0 relacionament» direto € genere- Ge lizedo entre categorias de emprégo e niveis de estabilidade -- o que & fundamental importéneia pare o presente trabalho. Boreysauop sodrases Suop sofaadag wa sa0dédnag aod saéSednoo aqaod ousiibad ap suodsaz yudroufad o1 oT u v4uassader upufaoway *Teuozor “OOFPFM! oytzude ov oBbeuTpsoqns v apuodsecdos vpETANe C.SaQULvd,, ©, SaHOaTWNSHOD,,) doa RIT SOMITATGNE gd Oa" bebe De be be be bebe Deby dyel sell el eth oleh ete tar ter fee tartar terhortor hertort ADORES NO MNF AS SITUACGES DE TRABALHO. ar 1. Aspectos do contexto geral das situacdes de traball Existen elguns nos que focalizem aspectos do comports- eé a pret os migrantes, que impede fel perspective define a opgac pele in ao contexto urbanc-industrial. se incapaz de apreender o car Hm consegiiéneia, torn er bésico do dileme ca, locade frente acs trabalhadores. Gste dilema € proposto pelas préprias con @igdes organizatcrias do mercado metropolitano de trabalho, que criam dois sub-sistemas dotados de vantagens © aesvantagens relatives, mas configuran~ do um todo Gnico. Além c'usis, concentrar « atengio adore 0 desejo de im dependéneia impede a compreensio de que éle tom fundanentos mais amplos ¢ dos, 08 queis @izen respeito b seguranga € 2 renda do trabalho, ¢ que Jlicam ao nivel da permanéncie de motivagdes culturais tradiciomis. Correndo 0 risco de antecipar algumas deserigdes contidas na seco dedicads (1) "A inclinacdo para atividades comerciais, que se nota tanto nos que ven da lnvoura egno nos que moravan em peguenas cidades, é parte de um pa - Grio de independéncia econémica muito éifundido no Brasil. Neste trabelho i Yeressam as formas - que transperecen nos exemplos dads - que toua nas CHS ses beixas rurcis, principalmente no Nordeste, éste velor culturel de treba por conte prépria, ser independente, valer-se de propria iniciative € pao se svbordinar a ninguem,” (Lopes, 1960, pp. 375/6). "Este relato da ori entagSo ocupacional de operérios vindos, na maior parte, do melo rur 2 Sua disposigao de abandonar a estruture industriel (iden, p. 388). as técnicas de controle do mercado, cumpre aqui situar as bases da oriente- Go pele independéncia, a fim de que se apreenda corretamente sua atuacéo. Os emprégos no MP proporcionam eo trabalhador uma renda de - terminada por normas juridico-institucionais ¢ evitam as preocupagdes com a catebilidade, entendida cono a porsibi2idade de ocupar econtnicanente © tev po Util @isponivel sem interrupcdes. For sua vez, es ocupagdes do MNP car- regan consigo una margen“intrinsece de tensio, r esentada pela responsabi, Lidade pessoal no preenchimento do te de trabalho; em contrapartida, 0 nivel de renda é apenas Limitedo pela habilidade da atuagio pessoal. f nes se contexte, como uma entre varias alternativas tedricamente possiveis -- pois, como se vera, nem sex vas de escolna = ~~ re exc tem condigdes cbjeti que desejo de independéneis deve ser entendido. A opodo concreta se daré quando, na avaliaglo do mercado, o trabaihador considerar-se capaz, atrevés da réie de contatos e das relagies de clientela, de um contréie winino 26 - bre sua seguranca; ¢ quando as perspectives de remmeragio Toren suficien - tes para compensar as tenses implicitas na responsabilidade pessosl de ob- Apesar da forte base eupirice, néo reste divide de cue este colocagio do dilena configura rigidanente uma série de orientagSes mito va rindas, om relegdo is diversas situagdes de trabalho. Nas ela se transfer- ma num itil instrumento conceitual que permite, de um ledo, entender e ben situar as motivagSes do trabalhador; de outro, efetuar uma onélise da mar ~ gen de autonomia na escolha de ma das alternstivas, © das vantogens © des- ventagens objetivas proporcionagss por cada une des situagdes de trabalho nos diferentes tipos de enprézo/ocupagio. De qualaver Forme, necesséric Cree waeudd reter gue existe um dilema posto diante do trebalhedor, relacionado acs pro © é a avaliacdo désses proble - blenas de seguranga do trabalho e renda -. mas coneretos que, ne maioria dos casos cbservados, surge o “desejo de inde pendéncia". Cumpre tanbém registrar que nem sempre o dilema bésico cor - onde @ uma necessidade objetiva de escolha, pois hé a cepacidade real de opgio. Meso cuando existen opertunidades concretes , nen sempre @ selegdo de uma alternative ¢ radical ¢ defi porque é poss{vel realizar une certe conciliagio entre os dois polos. > exemplo, € comm encontrar-se antigos trabalhedores por conte prézria que meferizan ompregar-se no MF -- as vézes com fungdes inferiores © alheies 2 risam reelizando, nos perfodos de folgs, algwu Dis sua profissao -- mas cont: gue permanecem importante fonte de in cates 1igados & h gressos, apesar de agora subsididria (2), Em segundo lugar, eubora o éilena possa, en determinades cir cunstincias, ser resolvido en definitive, vastente comm certo grau de in rabalhador oscil decisio, conc nos casos en que © Yu proprio -- isto é; por escolha pesacal e no por injungdes euperiores a seu controle -- entre (2) & interessante noter, a respeito de fontes subsidiarias de remuneracao, que certs categoriaa verbais de uso corrente reten essencie das nuan ces porsiveis no exerc{eio da escola: "pico" © "viragdo". "Bico” € 0 segun do emprégo ou ocupagao con eeracteristica de reg Jaridade, enbore secundé ~ Tio. "Viragdo" € 0 biscate eventual e instavel, que representa mais um re - curso @ ser utilizndo en momento de necegsidade extrena. (0 térmo "viragai quando usado em outro congexto, em uve so existe ums Tonte de rends, = “yer de viragéo" ~ indica também uma posigao muito desvantajoss no mercado = se eplice apenas a biscateiros con uma capacidade vito reauride de contréle do mercado.) Assi, no‘exenplo acima, o trabalhsder teria optado pelo MF, mer. Zendo-e ocupaco no MF cono un "bico" - realizendo, portento, wua concilia céo entre os dois polos. +58. sta indecisao é bastante difundide, e se manifesta os dois sub-sistemss. claramente atrevés de reiteradas “lenbrangas" de épocas en que havia reali- nadores por conta propria que idealizam a zado a opgdo alternative: trebel antiga condigfo de empregados (fazendo referencias a ums amizade {ntima cou a seu trabalho, etc.); ou eng gator, uencionando cono ste elogi Gide e/oi desvelorizam a condigho sx ja em que se encontran (5). Se a correta interpretacao natives de participaca undanental para © compreensio dc couportanentc num ou noutro sub-sistema é nto de um aspecto de econGmico dos trabalhadores, n@o o é menos o entend: seu estilo de vide, relacionado ao uso do tempo. Situa-se, é claro, em ov tro contexte teérico, e portento sua exploragéo em profundidade foge ao am bito dGste trabalho; mas seus reflexos na atividade econdnica sio de tal on diem que exigen algunas breves mengies. © contetido da oposicéo entre "trabalho" e "lazer" tem carac- teristicas particwlares para os trabalhadores aqui estudados, quando rades 8 owtros grupos. Para ambos, mantém-se o sentido de "folga", cia de compromissos”, etc., em que se baseia a nogao de lazer: baste como “dia es: a import&ncia atribufda pelos trabelhadores eo doning: Mas, se pare os demais grupos o caréter nao economico das agSes é essencial pera Cefinir esta “auséncia de comromissos", o mesmo nio ocorre parte dos trabathadores. fistes, via de regra, nfo dispden de re (3) (Quem trabalha por conta propria) “nlo depende de horaric, de chefe”. "Honem que pica cartao (ou seja, que esta sujeito de horério por cartéo de ponto) nao tem futuro; pessos que trabal ta propria € que pode melhorar" (Lopes, 1960, p. 386). TRLULUURARRARRBIRRRKREMHResEsew8e - a Add ddd lcletetetetet tet eke AAA quando os possvew P cé-los de outra forma) cue permitam o acesso ctensidade da participagio de ace weios de divers&o de masea, pelo menos ne i e", no comprome’ outros estratos sociais. Assim, boa parte do tempo do profissicnalmexte, é gaste em atividades muito senelhantes &s deseupenie uagéo, 0 contexto em que e~ ass Gurante os perfodos "de trabalho"; mas a si Jes se realizem, ainda ‘orme, sumarie © de Pere! qui epresentade, ¢ cruciel pera internretar corretanente as condiges de vi no sentido do contréle dé’ mex da dessa popeiagées € alguns wodos de etuagao cado © clevagéo da renda, Assim, a senclhanga entre as "stividedes profis- siopeie” e "o lazer" contribui de modo significative pare explicar 8 genera gos remunerados é: Lizada disponibilidade de admitir © mesmo procurar servi outros grupos seriem de preferéa reta ou indiretamente en momentos cue des néo economicas): horas extras, se cia reservados « "diversoes" (atividar « no fim de senana ou férias, biseates & noite, extensos hordrics de v rab: Néo hd divide de que, tratando-se de grupos de Daixe rends, a nfo deve ser ignorada; a substituigo do “lazer” = necessidade de eleva-l por “trabalho extra” nem seupre pode ser entendida sob e forma de una opgiio. 0 que se deseja salientar, porém, é que a semelhonge entre as atividedes 705 fazer" e de "trabalho" reduz 0 esforgo realizado nesse senti - perfodos de do, 34 que nfo bé necessidade de alteragio radicel no uso previsto do tenpo. dade € generalized, acentua-se no Tel situagio, ove na real menor for a capacidade caso dos participantes do MNF, tento mis ous! contrle do mercado (isto é, quando mais longos e constantes os perfodos de ides distribuicées do tempo © atividade forgada), devido & auséncia de rij h @ificuldade de determiner momentos espectficos pare aceitagdo de servi gos remmerados. Aqui, o “tempo” tem significado muito reduzido: devido aos constantes perfodos de falte de atividade profissional poss{vel, seu valk condmico ¢ mito baixo e dificil de definir; devido & semelhange entre palno lazer, © opgdo por une elternativa nfo implica en quelquer diferen radical en relagdo & outra. Resunindo, pote sef dito que as agbes vivides cono den trazer resultados econtnicos += previstos ov néo, diretos -- muito palpaveis. De outro lado, renunciar ao lazer nfo se 50", pelo menos nfo tanto quanto para outros grupos. Bu certos casos, peguenos serviges realizedos nos éies de folga polen mesno ser vividos co ‘aiversio". "0 trebelho & minhe distragio” € uz lugar-comum que farie sen ido pare Getes estratos, se néo contivesse tédas as conctagies de une di pio do tempo particular "des classes médias". Estes consideragdes sdbre 0 uso do tempo ejudeme —avaliar mais corretamente es condigdes de vida dessas populagées, pois permiten en- tocar uma série de relacionanentos de cumho econémico, que ficariam cbscure cidos por uma sbordagen mais formal do tempo Stil de trabalho. Tratemsed relagdes mito importantes no suporte dos grupos envolvidos, mas que 86 po- dem ser vistes cono parte das relacdes de trabalho num contexto a: xfvel cono © aqui esbogato. Sio mirfades de terefas, atividedes, cuja enmeraggo é quese Smposs{vel (4), muitas vézes sen envolver (4) Sem qualquer objetivo de fazer uma tipologia dessas ativi citar g titulo de ilustzagio: compre/venda ov escerbo de p: tos, utensilios, ctc.; “favores" pessoais com remunersge “présente”; redistribuigao de "presentes” oferecidos por patré adores (0 oue indica, de passagem, que o sistema de al: nonetdries airetes, ¢ que por iso pessarien despercebidas ov = retades fore do marco de economia de mereado (5). Sus relevineia nfo. apensa por ea corte significado econbaico direto, mas porque se constituen oni importante instrunento nos nanipulagées que visan nserver © ampliar a réde 4 nas atividades compoem un mlerxissi de aliangas twos, de conotagSes altamente competi € cujo conteido poderia sumido, sem intengdes irGnicas, como "conta-corrente de favores". # eviden te que, quanto melhor fGr a posigdo do trabelhadar no mercado, tanto menor serd, proporcionalmente, 2 relevancia economica direte desses atividades mas, de um modo geral, pode-se dizer que a grande mioria dos trabalhadores aqui tratades esté envolvida no sistema de’aliancas, en algum grau e de cl, gone form, mesmo agucles que reslizaran as mais radicals opgies pelo MP. Resurindo, seria inieressante torner expifeito que, na deverminacio das con digdes de vide dos trabathedores equi estudedos, nfo pode ser Levado en cop ta apenes as caracterfeticas das wiagSes de trabalho espectticas © particu dares e © nfvel de remuneracio nonetéris “inediata", en especial refere aos participantes do MIF en posigo de mercado mais desfavorével. Pare finsliser este segio, & necessério wn répido resistro sar as barreiras de classe, isto é, que nao se trata de wm sistema “horizon tal"); pequenos biscates reuunerados em espécie: aligentos, roupas, naté ag primas, ete.; oferecimento de presentes que ndo tem objetivo de remunera co, mas representam uma forma de cultivar contetos; etc. (5) A percepgio, por parte dos grupos envolvidos, de que todas essag a dades ag inseren ng contexto das relagies de trabalho fica explicita pe ig uso a0 terno "viragao", em sentido figurado, para indica-las (ver nota 2 aéave capitulo). teruretagies que néo coinciden com es agui apresentadas. F sobre algumas i tas formulagdes contides nos programas de desenvolvimento de comunidades , ersse mituo e des 2 por exewplo, admitem importancia dos sistemas de i des de contatos pessoas, provondo explicitemente sua utilizagio nos chans- dos "projetos de auto-ajuda”. Para citar apenas um cas USAID/Bracil fot, durante elgur ae proj 2 muito conservadora dessas formulacdes fcava numa andlise baseade em modelos de cocperagao, desconhecendo o ca tamente competitive das relagSes informais, tornando-se rater econdmico e } em conseqiiéncie incapaz de epreendéwks de forma correta. As dificuldades ex rentagas pelos projetos de auto-ejuda, decorrentes desse sbordagen, foram de tal orden que fizeram con que o Grgdc acima citado acabasse por ebando! los por completo. Outrus trabalics, mais sofisticades e de orientagao idevlégi ca bastante diverse, procuram também dar conta da extrema vitelidade dessas porém, também equi se per } eebe © presenca de modelos de coc aqdo, bem eouo 0 recurso & explicagdes de orden culturel -- sobrevivéneia de padrées organizetérivs da joé-las. ho contrério das interpretacées “tradicional” -- para ex ue enfatizam o cardter de “scbrevivéncia de padrées rurais", tal trabalho te que a manutencao désees padrées seria engenérada pela propria es ture econdatea urbane. ponto de vista, os sistenss de a 2s so explicadcs cono formas de mitus cooperagdo pare e sobrevivencis na ¢ 2B perad cidade e situados num contexto elheio ao das relagdes de trebalho, em jes do mercado. files serviriam truturalmente fundados nes cond etivemente, a menutengdo de lags prinérios de parentesco pode che car a constitwir uma estrate; cia individual 5 de uma mencgrafis sugere a nipstese de tenderam a suprir as notérias deficiénciss das estrutures institucinnels organizades, eutiide pouco integradas entre si ou imperfettemente desenvolvides. ln certas ocasiSes pareceu dar-se a hips tese alternativ: & eficiénciea sociel com que fmeionaram as condutas bases ou o desenvol) das em modelos familiares teria sido um fator que obstacul: mento Pleno das moves orgsnizagies orientadas por normas © valéres de card ter impessoal" (...). "Sun coesdo interns (doe micleos de populacdes merai nais) provém, sem dividsa, Gas condigdes mesmas de sua “vida segregada", mos € contato con necessita, s0 ie outros grupos. € organizagSes "urbanas", gragas &s quaie desperta e adapta cua consci@ncia % situacgdo en que se encontran frente & cidade”. "(.1-) & “dmtegragdo" destes populagdes marginais no meio urbano apoianse definitive mente no reconhecinento ¢ manutengfo dessa marginalidede por parte de wns e outros” (Echevarria, s/d, pp. 131/2 e 138/9) (6). 0 resultado &, portanto, o mesmo das interpretagdes contides nos projetos de desenvolvimento de comunidades. ‘Je um lado, incapacidade de Avo acs rédes de contatos pessoais. De outro, Sn perecber 0 cardter compe’ capacidade de perceber que es relagdes interpessonis we desenvolven “den ~ ) Parg wma visio equivaleste, mas nfo idGntica, ef. Per adugao). 2. (19690, intro Gh ero” ¢ née “contra” © sistena urbenc-industrial; que elas resultem de meni pulagdes “normais" no nercado; © que fazen parte des relagdes de trabelho. 2, Técnicas de atungio ¢ contréle do mercado no MIF 6 trabelne por conta propria & reelizedo por indi treinsmento Stimo on profissdes de alta procura © bat atondveis, ridio-técnicos, zarcen nio-de-cbra é grande, Este tipo de o MF eo MNF, porque nfo lhe seris adnit{elos, con tédas as vantagens do recomhecimento legal. Mes, justamen- te porque suas condigdes de berganha no mercado so boas, hi una tendéneia para preferir as ocupagdes par conta propria: Jé que nfo existen problenas de inatividade periddica, 2 independéncia na determinagio do prego do trabe Tho serve como foco de atracéo. ssagem, deve-se notar que © rena do trabelhador por conte propria tende a ser mais cleveda que a remuneragio ob ida por um eupregado com conhecimentos profissionsis equivalentes, Isto se aeve provivelmente “lavisibilidade" Legel dos prineir os, cujes conseatié cias econdmices j& foram descrites.) Mas a tendéncia & opgéio pelo auto-eumrégo nfo é absolute. Mesuo nos casos de alta quslificagae em profissdes de procure elevade, © = prégo piblico continua sendo visto como a situagao ideal, sinda que em 0 parte dos casos o salério permanega inferior. Encontram-se trubalhador que, a0 se dcfronter con a oportunidade de ingresso no servigo piblico, » item ebendonar sua condiggo de profissionél auto-eupregado, mesne de fungSes inferiores bs suas habilidedes técnicas. f gue, slén da quase sbsoluta que passa i igao da renda mensel pensade por diversas outras vantagens tinanceires (sistemas de empréstinos, segures de’ vide privados, mas descontedos en folhe, etc-). Assim, desde ove ficagao do trabelhador ¢ & fungéo a ser desempenba~ da nao seja mite grande -- pois neste caso & @iferenga de remuneragao se - existe uma opgao, nao clo MP em geral, mas pelo emprego & y piblico em particuler- Semelhante situacdo pode ser vieta pos casos de cportuni: Gee de eacolhs entre o trebalho por conte propria © o emprégo privad® numa grande tira, Eohora pernontge © desequiiitric nas eacothas peasoess o& ZB smantono aa estvagio de eutovenprégo, aqui e ortentacio ego € as cante. Ya nedide en que as grandes empréses possven Une politica de wilidedes de escens&o interna, muito pesscal "moderna" (inclusive com ‘poss: weduriaas nos enprZgos em estabelecinentos pequencs), existe Une série ae qratas cono conpensetéries de wn salirio interior & re yantagens que s&o enc spetho por conta propia. De qualquer forma, spesar 228 pos muneragéo do tr eiotiiaades de alto grav ae segurange dos enprégo quali fieador nesend fir. as, Zee no so vistos econo eguivelentes aoe emprégos Pu:lssos- claro que o némero de variaveis que influencion cada deci bs econ se destacar devido a0 Dé so individual é muito grande, mas algunas part so que Thes € conferido e & influéncie ueis generelizeda. Ba primeiro lu - gor, velecionancse i comperagies entre © gran de eptsbitidade proporedone~ go pelo emprégo privado numa grande empress ¢ conseguido pelo controle de umn aupla cLientela; via de negra, @ escolha depende des dimensdes desta. jum dos mais’ estruturados depoimentos disponiveis para explicer © opgao Pe ajomp,-wm entrevistado affzua: “Ei nfo quero eceiter © emprég? 18 PFI ninguém esté livre de ser despe { eu ja ndo tenho mais ume freguesia grande como agora, mesmo que eu continue fazendo uns biscates por fora", (Tre tense de un técnico en televisio con grande clientela, que recebera ume ofer te para trebalhar em sve profissio numa importante firme de materiel elétri~ Ba segundo luscr, encontran-se Gisponsbitidade de waa reserve financeira, g ata de servigo, sem provocer, em contrapartide, a accel a pregos considerados muito baixos. Quando essa reserva no existe, o trabathador pode cptar pelo ouprégo privadc, vorgue sabe que, se Gent oem justa causa, receders une cuanttia com a qual pade enfrentar o perfoto cesemorégo. § importent que, ne meiorie das vézes o trabalhedor , so opter pelo MP, nfo chegn © abandoner por completo as mantpulegées no 10. Via de regra, Gle conserva alguns fregueses mais constantes, com quem tinhe contatos mais {ntinos, desempenhando tarefas para @les nos fins de senans , periodos de térias, Isto se mantém mesmo nos casus de participacZo no servigo piblico, enbore agui a intengdo bésiea seja de clever a renie, pois néo hd neceasidede de procurer etmentar as condicdes globais de controle do nereado. Encarando-se a opgéo do lado oposto -- ou seja, participants do MP que trocem-no pelo UNF ela tende a ser feite do existen perepectivas de estebilidade equivelente © forte clevacéo da ren da, A escolha pelo MWF no precisa ser tio radienl quanto 2 opgdo oposte pois 0 empregeds pode usar 0 préprio aupolin" (7). De n@ividuo almeja trabalher por conta propria, mas prefere os casos 0 permene x no MP durante clguns anos antes de se len’ como auto-empregad Aneorade no emprégo, aos poucos vai formando uma clientele, servida nas ho- nsiderer Ficient uma freguesia grande o 51 porcionar-Ihe uma Zoevel como trabslhador Neste momento, "pede ge, com 0 que passa 0 da nova leg’ go, adauire o direito de movimentar sua conta do FGTS). Quando e empress concorda en demiti prego, en térmos @iérios, de seu trabalho. Para compreender essa atitude, é preciso considerar que a evaliagao cor ndemental, e seu fulero ¢ “nargen de segu ~ Qa complexidade da tarefa é range". Ela representa, nesse delicadissim. jOgo de previsdes ¢ avs uma protegfo contra os Grros eventuais (bastante comms) de julgemento e, portento, um meio de assegurar a manutengao dos precos mfnimos admitidos ; onais, auende a0 mesmo tempo, uma permanente oportuniéede de Guragdo da terfa nao excede o tempo previsto, ov lhe é inferior. A longo prazo, sid Gsses mecanismes que permiten ao trabalhador manter of Pregos & cordados , mesmo na hipé: ewlo, sem ave isso se torne "an econgmico” de seu ponto de vista -- é que a perde fica compensada por entr: “extras” em outras tarefes, e cumprir e palavre se torn um investimen- peve ficar clare que, en qualquer alter: nitindo amplas variegdes pera 0 mesno tipo de servige, conta prépria sempre raciocina em vérnes de un preqo-base rininc aiérto pe- ra seu trabalho. Mes ndo se pode dizer que existe um “prego de mercado" p ra cada tipo de qualifieagio, en térno do ai dueis, . em que cada profissional determina o valor de seu proprio trabalho, que € definide com base na capacidede de contréle do mercado, prego € mito "pessoal" (9), Isto ‘tembém acontece, € com intensidade mui melor, entre os biscateirss, provocando muitos conflitos porgue os trebelne, Gores com maior xéde de contsto, que impen pregos um pouco mais elevades senten-se ameagados pela concarrencia potencial dos que cobram menos pels mesua terefe. Nas ocupagies por conta propria, como a oferta de trabalho muito menor, existe uma certa (9) Dito de outra form, o livre jOgg des frqas pures de mereado Tree forego pele inexisténcie das clégeicas condigoes 6° “atomicidade" “eransparéneia". 0 prego do trabalho @ dite “pessoal” exatonents Desit tide: fie nao determinado em fungdo do nivel da “denends” em seu fisbal e Smpessosl, une ver que depende do amplitude ¢ solider de ree seetatos; de outro Indo, esta nao varie em Tungao apenss do volume tok Oferee 4g mercadoria (trabelho con determinado nivel e tipo de quslte' has tguben da hebilidade individual do trabalnedor de exjaotaes mente empligeias. Oy seje: para cas trabelhader, © “procura’ © nepeese sua propria rede de contatos, mais que pelo piblico consumidor en ¢ 826 escolhidos trabalhadores que c em Pregos meis altos (pcrque em gerel vendem @ ser melhor quelificados e/ou experientes); nas demais, os outros rebalhadores participan da competigdo. Este “divisdo do mercado” -- dbvie nente muito enpirica e pouco sistenitica -- reduz, nes ocupagbes por conte prépris, as tensdes provocadas por pregos muito baixes. certos casos, quando existe grande confienga mitua, ow quando a tarefa é mito longs e de durac&o dificil de precisar, o trabalho pode ser reminerado por din. Mas em gerel os clientes nfo aceiten contre - | hy Ay Ahe Be fe Bee Be Ble flo fe ec. HL. 8. tar serviges sob essa forms. Primeiro pora\ @; 20 tomar conhecimento do pre go cobrado pelo trabalho, ste é jase sempre considerado exceseivo. Quen- do 0 servigo & contratado segundo um crganento que inclui a matério. ims , ou quando o trabalho é cobrado separadamente mas cutide en térmos do cus to totel de exceugdo da tarefa, o trogués nfo “reslisa” 0 velor do die Feepee trabalho, ainda que seja disevtido o prego cobrado pelo trabalhador. Mas quando 0 prego da didris se torna claro, Ge entra en chogue profundo com os esteredtipos de miséria construfies a resp ‘o dos trabalhsdores por con ta propria © biscateiros, de modo que o consimidor, considerando-se "explo: reo", néo aceita a contratagéo da tarefa (10). Ha casos de prolongada ine Gecisdo, em que o consumidor consulta um sem nimero de trebalhadores s: gar a aduitir © prego de nenhun, Esta indecisdo reforgads pela grande ve ringlo real dos precos ecbrados os diversos profissionsis. Bm segundo lugar, muitos clientes ndo aceitam contratar ser- (20) Sob varias formas, este. explicagio foi oferecide por diversos trabalhe dores por conta préprie © biscateiros. Parece extremamente légica ¢ 10 cida, nes deve-se ressaltar oue ele nao foi comparada a depoimentos de ¢ igen ecb forna de aiirie motivates pela conscifneie de que o trsbelhador de lnngar no de um série de recursos pera adiar o fim da tarefa. Entre os piscateires néo queliicades, cuja contretegio & base de didrie ¢ mis comm é de fato usual’a tentative de “fazer render" (demarar) wma tarefa, como 7S curto praze pare aumenter os ganhos. Mas esse prética é perigosa 5 existe 0 risco de perder o frequés e, através dele, varies outros cop elém de o biscateiro tornar-se conhecido como relapso @ desonesso insiste nesse expediente. esas distingdes nos Drocessos de determinagao dos Breqos ceupagées por conta propria o os biscates refleten a aiferenge funds mental entre as duas sivuagies de trabalho. A posigio déstes Yatimos 0, mercado é menos vantajose, Una das bases dessa desvamtegen é que o bisca ~ teizo pode ter wn treinanento Stino em sus profissio, mes o oferte de trate ho € muito alta (constr or exemplo); ou terd conhecimentos in- coupletos de profissdes de elte procure (servigos de manuten a autonobilfstica, por exemplo), de modo que a qualidade de seu trebalho muito inferior; ov ainda poder ser um trabalhedor bragal, sem qualquer gua ficngio. ‘Além doe problems relacionados & renda € & determinagao aos pregos, una das conseqiiéncias de posigio ne merendo dos biscateiros diz res. peito & opgao entre os dois mercados. Embora na meioria das vézes a rende quferida seja pais elevads que 2 ao emprégo privado, em geral & variegiio nao chega a ser tio marcante quanto no caso do trabalho por conte propria, o2én de que as possibilidades de contrdle do mercado pela distribuigéo dos ris - coe sfo tombém inferiores. Tsto justifica une maior orientagio em favor de var; en contre-partida, existen difieuldades de acceso © anes euprégos, devs i a b b uraggo da oferte. Mas deve-se noter que tel barreira ndo impede jé é estimlado, ameageda pelo ex- cess de oferta. De qualouer form sub-sis- vise 2 influéneia ds componente de itade pelas condi sfeste, hd uma preferéncia pelo MF -~. mas do. Nos casos em que ela se ma mesmo este nao deve ser exagerads, porque hé inimeros casos de opgdo pele Mr. Para entender as alternativas que se colocam dual de contrdle do mercado teiros, deve-se considerar que 2 margem int coupscio ¢ anplanente varinda, e responsével por fortes diferenges in nes! ternas na situagdo de trabalho © nas condiges de vide. Dada = grande im - portSncia da réde de contatos pessosis e Lagos de clientele ne segurange és escolha. Jé se tipo de trabalhador, sio elas basicamente que influenciam necimento legel do emprégo no MF, = mrgex se vin que, mesmo quando i reco: de seguranga nen sempre é grande; além disso, registrouse tenbém en que me io © ampliegdo dos conta ~ aida 6 enprégo privado pode Aifioulter « manut os. Assiv, quando Gstes so amplos, variados ¢ “estratégicos", « permanén cia no MIF pode ser vantajosa. Por outré lado, quando eles sao poucos Ow ‘0 mal locelizados, opta-se pelo MF’ mesmo & custa de uma redugao de ren- Jé se viu que, enguanto no MF a estabilidade depende, elem da protegdo Legel, quese exclupivenente de tentativas de eriagio de legos de Gxite fore de pequenas com © eupregador ou chefe imediato -- cujo LI +76. emprésas raro (11) -- no MIF as técnices dispor para controle do mer cedo sio mito variedas. Una deles, entretanto, enbore origindrianente Li- Adiante fa - cipagao no MN no MF, tem importante influéneie ne part: nencse refergneias wais detelhadas a respeito, mas por enquanto é interes - sante galientar que, nésse nivel, © pera Gases tipos de qualificagéo, emsio FEOVVVOERPERECUCECUTL ria dos trebalhadares procure conhecer, pelo menos xndimentermente, Givers e “eclét tormagdo técnica, imperfeite es. Enbora ums profiss: condigSes do mercado de trebatho, ela a mesno tempo imposigdo das propriss anplia 0 campo de stuagdo do trebethador, proporcicnande mtores posssps1i- dades de cbtengio de enprégos privados tanto quanto de conseguir servigos no MF. quanto de téenieas espec{ficas do. situagdo de trabalho core la mais pondente ao biscate, a¢ nanipulagies pare enpliagdo ds clic restritas que as do trabalbador por conte propria, A propagands através do fican: ao poseibilidades de selegao por parte do “eartéo de visitas” € to acentundas, de modo que hi una tendéncia no sentido de et fregues S80 Mm” colher trabathadores j& conhecidos, seja dirctamente, seja através de indi- soa (11) Isso se justifica porque, além do empregador também participar do pro- gengo produtivo, defroztando-se com problemas sethantes Ge controle do mereado, manutengac da margem de lucro, ete.» Sle nso pode tornar-se "pS sori te todos 08 enprggados, A relagao petrac-cliente envolve wna-2Ose Ot reciprocidade de interesses e ¢ dificil imaginay ab vantagens econsmicas que um individyo pode auferir, mantendo, Jagos de clientele com varios ‘trabalh: ae anaae nivel e tipo de qualificagso equivalente. Note-se ainds aus, Soy Gores ee o porte da firma (en térmos de capitol disponivel, prodeents ete.) mejor a necessidade do dono de recorrer a medidas de "personificagao” pare wontrolar a parcel do wercedo consumidor de que necessite - ‘envolvendc~3, Gortento, num eontexto de relagées informais. Quento maior ¢ gerelnente mais “ponopolistica” Bi ado, mesmo sem consideror a condigao da empréss no merc os waiores serso suas possit requisites tecnicos de organizagso de produgeo, lidades de controlé-1o burocraticamente. servigos. Pox em gersl o biscateiro eubstitui o cartéo de visitas por um eaderno de enderegos © telefones con anotagdes de todos of frequeses, presentes, passe dos ¢ potenciais, aos queis visite peribdicamente -- nos momentos em que se encontre it © contato, “avalier o mercado” e even gum “presente”. das Bs st relagées de trabalho, ha pel relev ote na qualidade dos contetos ¢, por Com este mercado. Trata-se do que se poderia chamar de tro procura-se' englobar um conjunto de carac geitouiilens| weet almente rlevantes, relacionadas e expectatives culturais em tSino do compar tamento do trabalhador, Tris caracteristicas incluiriam a troversio", "bom humor", etc., que influem sdore a facilidade de estabele - cee oes awingiion srinkeiaa! « texbGe “wro-contienge”, “inistatdna", ates ri feite que afetam o agressividade na procura de servigos, sdbre o que menggo mais adiente. "Quelidades" dessa natureze s60 significativas emqu: is profundamente as situages em que a “confiange 4 quer caso, mas afetam m terpessoal” é fator basico. (12) A influneia da “confiange pessoel" do fregués, que no treba be A ele Bye Ae Melee ae Bee hee Ieee het ell seh lh ll oh Ah lara Be ha Ae hae es Hae (22) Wao se deve escuecer também caracter{sticas pessoeis como a cor, origen Gtnica, etc., ligadas a preconceitos e esterectipos muito difundides. sim, por exemplo, existe uma nogdo generalizada de que portugueses e ite anos a0 bons marceneiros). Esse tipo de vantagens e handicaps parece a- tuar meis profundamente sGore os emprégos domésticos (saligntando-se a cor ono barreire pare as melhores colocagdes), talvez devido & maior intimida~ contato. +78. ho por conte propria fice limitade pele baixe oferta de mfo-de-obra, € da naior inporténeia na contratagdo dos biscateiros. Isso explica as éificu)- andes de encontrer clientes eventusis e, portanto, » dependéncia das manipy degies pare manter ¢ enpliar contatos. No entanto, apesar desseo aificulés aes, em diversas ocasides 0 biscateiro se defronta con um cliente evertual. Nésse momento, Gle precisa decidir entre cobrer o mais alto prego possivel e “deseparecer” ao finel da teref, ndo criando 0 conteto, ov diminu{-1o un pouco, na esperanca de "conguistar o fregués". No primeiro caso, o trabe - ‘Yhador procure deixer o prego “em aberto", insistindo com o fregués Zsse problem seja tratado apenes depois de concluida a terefe. Se he con coraGneia, costune-se deixar remuneracdo a critério do cliente; quando © pagamento ¢ julgado alto, além do lucro, o cliente pode transformer-se — em contate, Ligenjeado com a confianga do biscateiro, Quando dé-se © contré ~ vio, Gate reclama, a fim de tentar obter a remmeragio que deseja. iste de Lindo proceso é bastante comm, e seu sucesso Gepende em grande parte de pabilidade do biscateiro, Esta & importante tenbém no segundo caso, pois onde de une avaliagdo correta das disponibilidades financeiras do cliente, que digso depende a definigéo do que seria, para 0 caso, "dininuir © pre ‘A escolha entre essas duas alternativas ¢ 0 resultado de um couplexo julganento global do mercado € da localizagéo, néle, do biscateiro _- existGnein ov néo de reserves financeiras no monento, dimensdes ¢ intenst dade dos contatos, opcdes de trabalnos alternativos, ete. i possfvel dizer que, quanto mais rapider © hobilidade na avaliagdo, tanto wis favordveis tenderdo s ser suas condigdes de segurange e seu nfvel de renda. (De pas: VUVUCUCCUEELL gen, seria interessante salientar que so fatéres densa natureze que distor cen o relacionanento Linear entre grau/tipo de qualificagic, estabilidade e renda.) Existe ovtre forma mito difundida de buscar e estabilidade quando hé oportunidade, aceitar duas ou mais tarefes simultinesnente, div Gindo 0 tempo entre eles. Isto se deve ao fato de que o bisceteiro nic te: certeza de sua cepacidade de obter um servigo, logo aps terminado o ante - rior. Como o ntmero de trabalhadores em disponibi: é grande, suas c¢ S| igdes de contratar tarefas con entecedéneie -- camo © trabslbsder por con ta propria -- fiean redueidas, 34 que 0 cliente atepie de amplas alternati- vas para escolher outros trabalnadores. Provavelmente, epenas alguns pa trdes, com of quais 0 relactonsnento @ nais longo © profunto, ertarien ais- postos a aguardar o término da tar terior, mesmo considerando que gerol sun duragio tende ser muito nenor que a dos trabalhos por conte med el impociGnede’ 6 ouxiliada pele naturesa rudinentar da atividede ave, endo poveo cinborada, reds es aif dade do trebatho, © por- tanto a importancia desse fator. a iy L 1 LX i 2 1 1 us L a 's é necesséria una & sa técnica ¢ responsdvel por boa parte dos atritos entre o trabalhador e 0 fregués. 6 preciso "saber enrolé-1o", levantando motives muito pleus See ee pera as faltas, para o tempo de trabalho aiério reduzido, ete., © escudand se muna atitude de grande hunildade ¢ aceitagdo de repreensies. En muitos casos, a theapacidade de desenpenhar tel papel, associeda a um recurso exa- gerado constante e este técnica, sdo responsiveie pele ruptura Go contato, Acresce que, como © ruptura de um contato pode provocer o rompi - mente em cadeia de diversos outros, apenas recorrem a ele trabalhadores que bebe docderte be be bebe bebe tendem a possuir uma réde de contatos muito pequena ou, em casos extremos quase inexistente. 3m gerel, poder-se-iea dizer que wtilizd-le significa u- ms escotha por beneffcics a curto prazo, na medida en que, de una perspecti, va mais ampla, els representa um risco Uma variante é 2 fo de acclersr o término de tarefa,com forte prejuizo da qualidade (‘mater o servigo"), pare obter outra, euja o - portunidade é conhecida com un minimo de antecedéneis, sem perigo de perdé- lo pera wm concerrente. 0 risco de ruptura do contato é idéntico ao caso anterior. Além do mais, &s vézes o fregués tem condigées de obriger o bis- cateiro s corrigir os defeitos -- ameagando recorrer & policia, recusando - se a completar o pagamento retendo as ferramentas en seu poder (13), ete Ge modo que o trabalhador pode terminar por perder dinheiro. Porisso, &n geral tal decisdo é tomade por trabalhadores con uma posigéo mito Anstével no mercado, com grande prenéncia de cbter uma renda monetéria Esté implicita a intima relagio entre as manipulagbes lige das ks variagSes de prego do trabalho e as vinowladas & procure da estebili, dsde, mas nfo & ocioso enfatizé-1n. Antes de passar e noves consideracdes, serie Stil tanbém expliciter que a escolha das técnicas de contréle do mer- endo, se de um lado @ Ameo da disponibilidade, amplitude e localizagio "es trotégica” da réde de contatos, a0 mesmo representa importante meio pare. Su a manutengio © ampliagdo (ou destruigdo, no caso de érro de selegio). Bxiste uma forma de atuagdo que se afeste bastante désse tie (13) Esta é, talvez, a pior ameaga, porgve muites vézes og ferramentes = enprestadas. Ficando retidas, além de perder o fregués, 0 biscateirc enfrenta serios problemas com o dono, gue podem culminar na perés désse tato, vital para suas possibilidades de trebolhar. PEO V VT ereY cd a Bs es ca & ct EY E = = s a = Bt E B Bt 3 a BT Ds exbore originalnente vinoulada 3 personificagio das po de técnica e ave acgbes, € geralmente usade para substitui-las, por biscateiros econdmicamen te dsoiados. Muitos d@les, que sofrem de extrema falte de contatos, esc - then un ber ou ume, esquina movimenteda, onde costunan aguardar selicitagoes nis. i comum serem indicados de seus servigos, por parte de clientes event yea para pequenos serviges bragais por moradores de vicinhange, que epenss no por ald", e que por sus ver podem ternar-se clientes eventuais (11). bovio que Zase procedinento indica una forte instabilidade, com periodos desocupagio reletivamente fregtientes. Note-se, porém, que do ponto de vista puranente quantitative, o montante médio da remuneragao pode ser bem superior so saléric-minimo -- c,enconseql@neis maior do que muitos euprégos privados. Por exemple, of Carrs m carrinhos de mio ‘purros sem rabo", na de gedores de pequenos volumes noninagdo popular -= podem receber de Cr¥ 30,00 « Cr# 60,00 mune finten via gen de poueas horas, dependendo de ais a0 ponte de entrega, peso de mercadorie transportada, sitvagéo financeire a fregués, ete. Mesmo consi aerando que e2 geral Zese tipo de trabalho costume ser executed en aupla,e qie o biscateiro precise pagar aluguel pelo carrisho de Go (que rarenents lhe pertence), um pequeno nimero de viagens é suficiente pare garentir ren de proporcionéimente alte, im contrapartida, outros tips de biscateizos que recarren & téenies do ponto -- carregadores de Zeina, siguns engresates, yendedores ae doces caseiros, ete, -- auferen renda médin bastante inferior a0 saldrioeninimo. | 1 | 2 Jalna por muito tempo num ponto, PO | nor criando un rede de contetes; ex geral, pore, of 2agos PS. ——_— a £ elaro que, quando o tise de term! socis assim adquirides sao muito mis fracos. Fatah a Bane We Bes WM NA MAN aR A SoA lll ll lll Por tstes motives, ¢ dificil imaginar que o recursoa essa téonica seja decorrente de escolha pessoal © nio de una inposisie das condi cBes desventajoses de contréle do ucresdo. Ainda quando psdesse parecer gue o nivel méaio da remmeracio contrabalencava @ alta instebilidade, é aiffei2 imaginer que bouvesse livre escolha dese recurso, A flutuagdo dos ingres~ Pe ee te ee es ee pretends Gizer que Geses biscateiros necessariamente chesuen © passer fe me, a8 dificuldades de orgenizar o arcemento, que nunce poden deixar de sex piblices, impeden ou aificuttam a concessio de crédito em todos os nfveis , desde as lojas de armzéns até os sistenss de alianca, Lesbrando-se 0 fato que nessa faixa de renda as possit dades de poupanga sao muito limit: das, § posefver entender os provlenas que una tal instabilidade pede provo- car) © que @ifietinente seriem compensados ror ume renda mensal tebricene:- te alta, como nos casos de maior controle do mercado, Pare niveis de este- pilidade muito baixos, ractoctnar on térmos de remmeracdo mensel, de feto, nio passarie de abstragdo, porque ¢ comm existiren longos perfodos de inn- tividade (15), seguidos de outros em que as oportunidades de trabalho sac ‘antes que € necesséric recusar os menos compensadores. Poder-se~ia conc ir daf que nfo é o nfvel de renda em si que torns dificeis as condigses (15) Um dos entrevistados, que trabalhava como “burro sem rabo", no momento do contato com o investigndar encontrava-se bs 1 Gies sem traalhar - Enfrentow esse perfodo de crise (o maior registredo) wandando os trés fi ~ Inos, todos sen idade de trabalho, fazer as refeigdes na casa de parent ("As erianges ¢ 2 mulher eu pando visiter os perentes, sesim con quen guer nada".) Quanto a ele proprio, scbrevivie a custa de peguenas "vir: auxiliando donas de casas ¢ vizinhos (fazer compras, consertar uma cad! etc.) en troca de comida. fsses recursos extremos sucederan-se ao Techane:— to total de crédito (mae é preciso noter que os problemas de divides do e: trevistado eram anteriores 20 periodo acima mencionado). 83. vide de alguns os de biscateiros, mas antes a grande instabilidade e as violentes flutuagSes dos ingressos que = acowpen! Ume variance m ‘to mais estével de técnica do ponte, quando © bisceteiro ten alguna qualificagio, é a obtencio de peruissdo por parte do dono de una Loja ligade & sue profiesdo (madeize, spetes, mater: co ¢ de construgdo, ete.) de fazer ponto nele. Treta-se de un ' Be pare o propr: ric, porque wlguns fregueses e6 compran © mercado - a se hd slgvém pare instalé-la e/ov transporté } disponde de um biscsi ro para indicar, éle evita os problemas ligados & resi do servigo nao wecise contrater un empregedo, cujo tempo de trabalho aifleiimente se- ria todo ocupado. Por outro lado, enbora ainda conserve uma certe instabi Lidade o biscatelro pusse a depender menos de circunstincias fortuites pers gpter servigo. Exietem até mesmo casos que poden ser bastante compensado - res, ‘dependendo do novinento da Loja en que o trebalhador fe ponte. Nésses casos, exbore 0 trebelhador possa ter uma certa esta~ piligade © nanter ponte por longo tempo, ela no decorre da substituigéo | de uma s: agdo de Discate pele de empregado sen recoshecinento, como > perecer & primeira sta. 0 biscateiro trata diretamente de pregos, Prez0s, material necessério, etc., como Tregués, sem a mediagao do dono da 1oja,c! ntuagdo resume-se a apresenténlos mbtuamonte, caso seje solicitade. opstante a permissdo do ponto exije sempre um conhecimento previo, a (16) & incapacidade objetiva Ge planejamento desse pgrecla de trabalhadores conteinel pera erlar um elime gerel de orientagao pare © curto prazo. | or, sive (1969) onde se registra exenplos de casos de participantes do MF | Cry interse imprevisdo, exbora deve-se noter que tratam-se de individuos con caracteristicas especiais. Veja-se tambem Silva (1967). da que superficie, lagos mais profindos de elientela silo desnecessdrios, ios existen alguns Lagos pessoais: é comm, por exenplo, que o biscateiro possua desconto sdbre © material que compra, Tal fato é importante poraue © coloca mune posigée estretégica, permitinge-Ihe servir de intermedi éeio ex “re outros trabelhadores e a loja. Por Sste meio, pode obter lucro direto, g € 0 Prego com desco! Genonstre claramente as afimagdes de princiro cap{tulo sébre a flexibilidade do MNF, Uns importante decorrénc desan carecterfetica, tonbén jé referida no capftulo anterior, diz respeito he possibilidades de mobilidade ascendente. Enbora cada situacio de traba- lho defina certo grau de contréle do mercado, uom ume gams correspondente de nodos de etuagio possivel, é preciso ndo perder de vista que, es confunto,e las contiguran us sistema de posicdes con nitide continidade e ample fain de superpoeigio. Esta caracter{stica, mais notével no MIF por seu caréter nfo burooretizado e por sua "invisibilidade" legal, Ihe permite dispor. de fortes mecanismos de mobilidade. Porém, ainds que consideredos os dois 5 sistems, nfo ha barreiras intransponiveis & trajetéria do trabalhador (17), (a7) A respeito dessa trajetéria, enbora existan poucos estudgs a respel® € 0 material eupirico colhido para_o presente trabatho nao permite elusbeg definitivas, parece haver relagdes entre @ idate do trabalhador »5 ci ath € 0 grau de controle do mercado em cada ums dcles. siderar sistemiticamente osgs dois Ultines fatGres como etapas ne ¥: srabalhador pode ser un frut{fero caminho de investigegéo naioria das ocupacSes por conte propria. parece ser acsompenhece por 4m duos de neia idade; as mudangge de situacdes de trabalho parccem dimint: fom o tempo de atividede econamica; ontigos biscateiros parecem term estabilidade que oe biscateiros recentes; os Jovens parecen manter-se menos teupo num nico emprégo privado; ete. Cf. CODESCO, 1969. Ver tanbén Leeds (1969). egorias de emprégo/ocupacio. como © demonstra o proprio turnover entre as < ne um nodo geral, at perspectives de mbilidade esto 1ige - Ges, de um ledo,@ ampliagao qualitative oF quantitetiva dos contstes, ¢ de outro, ao incremento das habilidades téenicas, com 0 mecanismo de pregos 8- ambos os casos. Ja se viv como @ manipe: irumental er ‘vando em carater ago des pregos pode ser importante Pare manter e aupliar contatos e legos lago de cliente- clientele. Resta notar a 2 salto as vézes brusce “pendendo" ( da == pode servir de "pisteléo", as conaigées de contréle do wercado: wx bisenteiro con muita instabiidet gue consegue por ésse meio torner-se funcionério piblico, por exemplo- No que diz respeito & mobilidede através da qualificegéo, e- condigges de alteracies radicais como essa. # mito co te é paulatina, sem mun gue biscateiros e trebalhadores por conte préprie trabelhem en duple ecu onetonende os peimaircs cone ajudautes en servigos que nio Polen, s6r ttados por um tinico individso e reesbendo ume percentagem, vie de regra La a0 4 Seb lan vemmeronts vem Os ancl ase Sate Heonteletty SP gual smicado e outro rio, trabethen en aliangs, aividinds Iueres, contates © £e%- yenentas. 0 ajudante, aps algun tempo de cbservacio, comega a executar as ctayen thenioad mais sinples das terefas, até édguirir comectnentos sufied cmtes pare longer-se individuainente no neresdo. 0 uonento dense POsSAESE + guacrunivel © pantatino, pots e dectedo de temnar-se “emtono! <> newt! da to nos intividuos que aceitan torefas onjos corhectwentos téenices pile domi Soe quer beneffeio através de "gnetrumentalidade econc~ Endice © reconhecimento da vwnvulagao entre regado pare indiger qual (a8) Sste térmo, mito emp: demente o carater Ge contatos, explicita niti pice” das relagdes primarias © qos afetivos ¢ interésses de lucro- nem totalmente —- deperiden en grande parte da auto-confiange € iniciative pessoal. como a qualidade do travalho 6 mito inferior, ee fim erier una freguesia, o iniciante pode oobrar pregos baixos durante un ce perfodo. Existe um térmo altamente pejorative, “leubéo", cuje significado ginal Liga-se & qualidade deficiente do servigo. Nésse contexto, porén, 0 por extensdo para desi trebel ne eobre pregos mito baixos, a fim de enfrentar momentos de longa ins tividade, nesno quendo © servigo é ben feito. Isto indica, em primetro 1u- gor, a existéncia de tentatives infrut{feras de impér pregos {ninos no mez cado, e em segundo a alta competicio existente. © aspecto competitive ressalta, tabén, de precarietede relagies entre as duplas de trabalhadores, que geralmente so rompidas apés curto perfodo, por questSes igadas & divisio dos lucros, mituas acusagSes de falta de aplicagéo ao trabalho, etc. (19). Por causa dessa precariedadc, o inaividuo tem condigies de, associando-se 0 profissionais de diferentes a tividades, adquirir simult@neamente conhecimentos rudimentares de diversas profissdes, de modo que o coupronetimento com une quslificagio expeciticn surge ace poucos. So bastante mumeroscs os "curiosos" en diversas Profie- sdes, € 86 ne medida em que surgem possibilidades de uma réde estavel de contatos © legos de clientele estratégicanente situedos on relagio a ume de las, é que os esforgos de eprimcranento técnico concentram-se nuns ati de especitica, Durante todo o perfodo de eriagdo dessas relagbes pessoais 19) A respeito désses conflitos, veje-se Silve (1969 1 L UB 5 i rs vy 1 iB 2 1 5 ie 1 a i Us is c xc gc £ 3 is gc bacd: Mm es Dos he Be Be Be he 87. conseguir controler une faixe do mercado de uma profissdopar se abandona as outres etividades (20). Ao final do vrocesso onte velorizagéo de profisséo principal, ficando os denais conhecimen Jegados ao segundo plano e utllizatos em atividades suplementares co- Cone © trabetho em una s6 profissio eo mesmo teupo proporeie na © indica condigdes fevordveis de contréle do mercado, possuir treinamen- to Gtime numa profisséo (ser "oficiel") é fator de alto prest{gio. 2 o, parece que @ valorizac: é tento da profissfo em si, nas de suas conse aliéneias em térmos de estebilidade e rendi Um derradeiro grupo de coupagdes precisa ser considerado, © fim de completer avisdc das técnicas de atuacéo nas diversas situagdes de crabalno: as ceupages vinculades is atividades donésticas. Grosso modo,pg de-se dizer cue as condicdes gersis dessas ocupagdes ndo so boas, Primei- ro, porque as perspectivas cbjetivas de opeio pelo MF sdo quase nulas. Co- mo se viu, tretem-ce de ocupagdes tipicas -- eubors nfo exclusivas -- és. méo-de-obra feminina. Na medida em que fatSres culturais ¢ institucionais Limitam mito o nimero de enprégos pare mulheres em qualquer nivel de qusli ficagio, 0 MF colcca-se entes cono meta, raramente como alternative. A atr: go que exerce explicar-se-ia pela enorme subcrdinagdo ao patrdo (em espe ~ isl nos empréges domésticos) como inica forma de controle do mercado, 2 (20) Sao mito comuns o¢ deposmentos do tipo "eu tenho varias profissdes 5 mas minha profissao de £6 é ..." ou "eu sou curioso en varias profis- sies, mas souoficial de ...". New sempre 0 biscateiro logra conseguir co- mhecimentos técnicos completos sobre uma profissao, Muitos entrevistados , Quando indagados scbre sua profissao, responden: "eu néo tenno profissée , mas me viro em ume porgao delas". (En_contreste, quando nao ha qualificagac elguna, 2 resposte costuma ser: "eu no tenho profissdo, meu trabalho € bra gel”) +8 creseida de um nivel de rende monetaria muito baixo Mas os emprégos ¢ servigos donéeticos epresentam grande diferenciagio interne, de modo ave aumre quelificd-los wm pouco melhor, # fin de apreender corretsmente sua ze gigGo no mercado de trebelho € es condigées Ge vide dos trabelhadores aéles dependentes. 36 se disse no capitulo anterior que um de seus aspectos bé- ago, do panto de viete dc sicos é 0 cardter rincipalmente os orgamento familiar. De certe maneire, essas atividades, nidade inespere— servigos domésticos, so vietas como uma espécie de "oporty da” de elevagio do renda faniliar, ume "viragdo" disponivel pera mlheres liar, € ndo como que de outra forma nao contribuiriam para o orgamento ima verdadeira atividade econémica regular. Consideradas como recurso "ex- tra” dos nesbros femininos de fan{lia, as préprins ocupagées essunen un sti porén de grande im - tus subsididrio ne aveliagdo do mercado de trabalho portineia, pots sempre se trate de mais um "woio de genhur « vida". Tm con trepartida, as atividades donésticas representa ume significetive fonte de seguranga e menor dependéneia econtmica pessoal, talver s tnice @isponivel em massa pelo sexo feminino: ter wma ocupagdo desse natureza confere garan- as m{nimas de scbrevivencia-em casos de crise familiar, como o rompimento aa femflia, morte do chefe, etc., apesar de téda a precariedade de que se (21) Besa siboréinagio é una componente necesséris de t6da relagéc patréc- cliente, mas aqui torna-se especialmente sentids e forte devjde so ers! de intimidede exigido pele natureza do trabalho, Quanto 3 renda, € necesss- See eceece enviste seu componente nao nonetério, tanto o implicite remuneragao ajustada (alimentaceo, moradia gratuita), quanto aquéle que nao Tar parte formal da retribuigao pelo trabalho (‘presentes" de todo tipo) PeTREPEPEEEN PURETTVVLV TLE bh AA Ae Aaa Me Ma aM MMM Mac Masdlae Mate Mar fdr t la beh Ah Ab the te. Note-se que, so contrario do biseate tipico, que depende contim ¢ da dbtengio de novos servigos, as atividades donéeticas quase sempre ase © comids' ‘eporei onam (ou pelo menos “comide") de imediato, © per um 6 cs Servigos ou emprégos domésti- cos cons dawineipal da familis, Quando des empenhados por mulheres que sejam as responsdveis exclusives ou essencisis pelo suster to familiar, as condigdes de vida sdo quase sempre muito deficientes zes perigosanente préxinas da nendicineia. Quanto aos honens com essas ocu €les tembém tém condigdes ae pages (jardineiros, copeiris, ete.), em gera! vide bestente desfavoraveis, porém melhores. Por exemplo, a lavage de rou dade © um nivel de renda tao pas, exercida por mulheres, possui um estebil: badxos que depender exclusiva ou basicamente delas para sobrev: rin ua situagio desesperadors; por outro lado, a faxina, servigo mascull - no, permite niveis mito melhores de remineragdo. Além disso, pare as mu - Theres es atividades donésticas tén o caréter, néo epenas de ocupagdo prine cipal, mas timica, Ao homem, entretanto, nos momentos em que nio esté com - pronetido com seus patries, ¢ posafvel atuar cono biscetetro mum ponto qual, gue isto € muito comm e permite wn acréscimo & sua renda, além de ofere cer condigdes de aiversiticagao mais ample dos riscos. Excepeionalmente, ¢ possfvel encontrar-se emprégos domésti - cos com algo grau de estebilidade, maior mesmo que 2 de grande parte dos ov tros euprégos/ocupagSes de enbos os sub-sistenes. if fato notério, por exen plo, que @lgumas empregadas domésticas acompanham seus patrées por periodos que equivalen 2 téda une existéncie, Porée, mesmo con a possibilidade sex pre presente de um relacionamento cuja duragio pode chegar a tel ponto de +90» pernanGneia, globslmente as atividades donéstices mantZuse muito desvalort catas. Bn prineiro Luger, é claro, porque tais casos so muito raros proporgio so total de enprégos; mas principelmente porgue les dependen de condicdes cujo controle ¢ mito aiff vonfienge", "siupe - tin", “toterdnese” do patric -- © porque-s subordinagio pessusl do empress. do donéeticn ao petréo precise ser de tal orden que se torma quase insupor tivel. Deveese ressalter que, enguan is case ranipale goes descritas referem-se ao contr (em gerel) pela éiversif: cago de viscos, nas etividades donésticas clas se restringon ao “controle ae ocupagdo particular -- isto &, do,z fe ume das inicas formas pos siveis é subserviéncia. ca que, nfo obstante as doviae aifievldedes de nanté-1as © amplié-las, as rétes de contates nio existar gas eles so ineficazes, povco influenciondo a relagéo especitice © imedia- ta de trabalho. A protege do trabalhador, que no caso éo MF é 0 reconbeck mento legel, € nas denais situacdes de trabalho do MIF a réte de contatos - nos atividades donéeticas, en especial os emprégos donésticos, inextsten- te on, pelo nenos, muito pélida. Nao deve ser ignorado, entretanto, o papel dos porteiros € texinetzos de edit {eios cono veleulo de oportuniaades de enprége e conheci- onto do mercado para as enpregedas donéstices. Na realidade, @les cos jam atuar como verdadeires agentes de emprégo, sendo figura chave de mai xOdes de contatos. Mas © suporte oferecido pelos’ porteires, em térmos estabilidade dos emprgos domésticgs, tarbém no pode ser supervalcrizedo ume vex que o nimero de candidates aos euprégos de que disp5e é grande, de modo que obter uma colocagio através do porteiro pode ser tarefe muito plendtica © onerosa para o trabalhador. (Casos de verdadeires chantes: Stott lo, um porteiro que obrigave nao s&o incomuns. (0 autor conhece, por exer suas conhecides « trabalharen cono prostitutes com e pronessa de sue indice cdo pare o primeiro emprégo de que tivesse noticia.) outro asvecto que néo deve ser ignorado na avaliagdo des « mar de remuneragi vidades donésticas ¢ 0 que se poderi ox espécie, zadas de retribuigdo do trsbalho. Sua natureze mas nao monet to é, as essencialmente econdwica nem sempre pr. a recompense fice disfercada sob a forma de " qualquer forma, Gstes bene?icios representam parcels ponderdvel da remmerg glo globel. (iGo existe exclusividade para as atividedes domésticas, mas & qui sus importancie € maior devido Bs caracter{sticas da relago de trabe - lho e a0 baixo nivel da renda monetéria.) Como néo fazem parte explicita de reumeracao, seu volume depende do clima a longo prazo de relecionamento € do estado atuel do mesmo, possuindo fortes veringdes no temo. A possibila ate de grende mibservida dade de obter bons "presentes" por meic de ume at cia ao patrio pode atenuar os reflexos negetivos das dificuldades de manter e desenvolver una réde ample de contatos, de modo que o trabalhador pudesse contar con una distribuicio de riscos mais ampla, Assin, a redistribulgéo de uma parecela désses “presentes" pode contribuir para o fortalecimento de posigio do trebalhador no sistens de eliancas, pernitindo-the usé-le nos pe rfodos de imtividade como instrumento indireto ‘para relacionar-se ‘com novo ‘trio em potenc!al, reiniciands todo 0 provesso- tn thine nds nodoa ‘us obter service, eurgem ‘inportenten atte renciagdes internas nas situagdes de trabelho relacionadas bs atividades do ésticas. A imensa maioria das relagdes de trabalho é crisds a partir 4: manipulagio dos sistenss de eliengas. Jé foram feites referdncies & estebi +92. lddade; quanto A renda, como depende de acSrdo pessoal entre ss partes, © - sasten grandes voriagSes, eabors ndo peje ocioso repetir mis ma ver gue seus limites maximos sfo beixos. os emprégos ¢ servigos domésticos grupos mais abastados tenden « possuir um nel de renda mais ones suburbenas. Ubviamente, isso se explica pele melor disponibilidade f: ancetea don patetin no meimeine abe, 0 importatite denon consintagio se ria mostrar que en Gitima andlise ¢ 0 patrdo quem determina os pregos © S60 gosto (dentro de limites muito flexfveis), ja que a posicfo dos tratlhado - res po wercado ndo Ines pernite inpér condigdes para eceiter o trabelho. 0 ue, por sua vez, reforge a imagem des caracteristicas pouco favoraveis de contréle do mercado desses ocupagbes- Mag existe uma forme de recrutamento menos personalizada, @- través d anincios de jorme} ou eaprésas capecislizedas na eclocagao désse po de wSo-de-cbre, No entento, enbors 0 contato intial sejea impessoal © ‘murcerntizedo, 0 situagio de trabalho envolve as mesmas caracteristicss de personificagdo Ligadas ao MIP, inclusive porque todes of futures patrdes e+ aigen "referGncins” (atertados escritos ov nfo, sObre o gualddade Go servi- go, honestidade do trabalbador, ete.) que dependem ae une rede de contatos, representede por antigos patrées con os queia nfo howe rupture violenta de relagées. No entanto, este modo de obter trabalho esta limitedo pesuena lite, & qual 6 acesso dés dennis trebalbaderes aonéstices & modo dificil, devido acs requisites necessérios. No caso das firms alizadas, @ indispensdvel uma reserva financeira ou, pele menos, Ws aa mangen de pospanga nensel, porque elas exigen, sega wn depéeito sacks rio prévio a titulo de inseri gio, sega 0 compromisso de peganento de ms te xa depois de obtido o emprégo. Outro requisito, Este aplicavel tanto as ex préses quanto Be ofertas nos jornais, relacions-se & qualiticagde -- ae mo- do que as perspectives de treinamento em servico tornan-se guase mules. 0 vérmo quelificagio, no caso das atividedes donésticas, nic se reduz a nhecinentos técnicos, abrangendo um campo mais vestc: modo de condute o (analfabetos, mesmo tecnicamente qualificados, woe apresentagdo” (eparéncia sisice, cdr, ves dequado", ete.), ete. Ko tipo de recrutenento mais comin, através de relagdes pes - soais, destas que depende a estsbilidade e rends, porove a qualidsde rudi nentar dos servigos exigides nfo permite que a influéneia da qualiticagiose a, Wo recrutamento através de ewpréses especializadas e/ou ga significati enineioe de jornais, sendo o padrdo dos services exigidos mute maior,os eo mhecimentos técnicos passan a influir de modo significative sure a estabi- lidade e o nivel de renda, Por exemplo, hd t6da uma série de nus ineios de oferta © procura, cade una delas correspondendo a uma remunera ~ cho eigerente: covinheiras “de sGrno © fogdo", "trivial veriade", "trivial pinples"; copeiros com "servigo & francesa", "comm", ete. Cono 0 mercado esté menos saturado pera esta elite profissio nal, ela ten condigées de in: mciar a determinag&o dos pregos do trabalho, Além disso, o nivel gerat de precos é muito maicr que nos outros tipes de 6 cupacdes Ligadas 3s atividades dotésticas, © mesmo que o de muitos enprésos do MP. Pera se tor win idéia dessas diferencas, baste dizer que os profis- sionais qualificados poien receber até 11/2 a 2 saldrics-ufninos (muitas vo zes com direito a moradic e alim » elém de roupas de trabalno) com um minimo de cérca de 1/5 do salério-minimo nos demais casos. melver iSsse possivel resumir es consideragSes aqui enresex tedas com alguuas cbservaySes de crdem geral sdbre as diverses des doné: Jeapatho no MVP. Quanto Bs otivis 2s, meio lugar, gue, sendo o caso em que a influenc a nargem de variagies concretas € muito teagio t{pice, mais relevante, @ grande. Em segundo lugar que, dependendo do caso, elas podem assumir dois s coum deve ser visto significados muito diferentes entre si. 0 caso ma: antes em relagdo & dinamice interna da orga izagdo © manutengio familiar, € apenas secunddriamente cono une atividnde econnica orgenizada 0 eetével, 0 cutro, representado pele elite profissional, deveria ser enearado bisiconen te no que concerne ao proceseo produtivo, em sua natureza de prestacao 4 servigos de manutengdo indspensiveis ao funcionanente do sistem -- ¢ com alguns importantes pontos de contato com os emprégos privades. igo senelhante acontece com os biscates que, como coupacios ", com relagdes ée Gn alto grau de instituclonelizagéo -- eubora “informe! teabetho nfo burceratizades -- mas que para alguns trabalhodores néo passe ge un recurso visando a subrevivéncia. Finalmente, o trabalho por conte PD prin, dada sua autonoaia, representaria nfo spenas win situagio intermedia rin, moo afaster-se-ie do propria eitungdo tipiea do trabalhador essolarie- do om geral. E po ponto de viste das condigdes de vida dos trebalhedores &- qui estudados, no obstante a forte @nfase dada ao MIF, deve ter ficado cle cesentadas, que os diferenciagées nas situacdes de t= zo pelas comaragtes 01 pelho nao so suficientes para definir estilos de vide distintos. 0 acer

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