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AR I LLP Cadernos Antropo logia Imagem Uma publicagio do Programa de Pés-Graduagio em Cigncias Sociais - PPCIS ¢ do Nuicleo de Imagem ~ NAT CLE COPIAS weer, 12 S Coeve li 10 | Campo da Imagem ibs? nla edo 30 gt ie ARAFEYYY Filmes “de? memérias: do ato reflexivo ao gesto criador PTO Ons eT ne cat Introdugao Os filmes e videos baseados em pesquisa social ganharam, nesta década, uma relevan- cia significativa na academia antropol6gica. Refletindo sobre esta interface entre antropo- logia/etnografia e produso audiovisual, David MacDougall (1992:75) se intertoga sobre a possibilidade ca produgio de unia etnograia visual conceitual, ito é, que opere com idéias: documentarios ‘de idéias” que contemplem niveis de significagdes culturais através de diferentes aspectos da vida cotidiana”. MacDougall nos estimula a refletir epistemo- logicamente sobre a valorizago cognitiva da imagem em nosso campo de conhecimento: a antropologia. ‘A partir de tais consideragdes, tecemos aqui alguns comentitios a respeito do pro- cesso de produgio e realizagio de videos etnogréficos que tém como tema propulsor 0 tratamento documental da meméria coletiva no mundo urbano contemporineo. Neste fi- nal de século, parece-nos pertinente proble- matizar a construglo de documentirios cetnogeaficos que tém o conceito de meméria como principio narrativo, tecendo ¢ entrecr zando discursos e imagens que confrontam 0 esquecimentos e as lembrangas nos permi- tindo de alguma forma refletir sobre as ima- gens e configuragdes do mundo que estas acabam por promover ou desconstruit, Neste ponto, os exercicios de narrativas fotogrificas e filmicas produzidos por antro- pélogos em suas etnografias das representa- goes € agdes humanas tém, freqiientemente, traduzido em imagens a interpretaglo da in- terpretagio da vida vivida por povos ¢ civi- lizagdes, a0 the permitir 0 registro da dindmai- ca de uma meméria coletiva, sta relago entre o papel da imagem mental € 08 signos da linguagem, concebe~ mos préximos de Gaston Bachelard ¢ seu discipulo Gilbert Durand, Em seus estudos sobre as formas simb6licas que configuram as estruturas de imaginisio, Durand, comentan- do sobre 0 trajeto aniropolégico que dé nas- cimento a0 Sujeito do Cogito, em sua feig2o de sede da consciéncia, sugere que a imagi- nagio criadora desponta como dinamismo organizador da meméria, espago reservado da inteligencia humana a uma fantdstica trans- cendental, Durand cita seu mestre para defi- nit a imaginagio como principio organizador: ‘A imaginagéic néio se reduz a faculdade de ‘formar imagens, mas é poténcia dindmica que ‘deforma’ as cépias pragmaticas Anche Leto kn i aano 2 expressio sinSicas ds ingen humana, confore Tomo 2 “Mais Rimos’ de 50 obra 0 gesto 2 paler. (Ler ‘Gowan, 1968 © wo do ior da maisica or Piaget 19781 Bachalad (0989) & reve, pois psmite 3 ambos 05 lores Wagar un {undo aproxinaio

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