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Resolução de casos práticos | DIP

Método de Resolução de Casos Práticos:

1º Identificar os sujeitos de Direito que surgem no enunciado do caso prático.


Normalmente na resolução de um caso prático de introdução ao Direito seria
necessário analisar a questão da personalidade jurídica, com recurso ao Código
Civil. Nas hipóteses de DIP não parece ser necessária esta análise.

2º Identificar o objecto de Direito, em torno do qual surgirá a problemática da


hipótese. Nesta etapa analisa-se e conceptualiza-se o tipo de
Tratado/Convenção/Costume Internacional/Acto Unilateral (etc) em questão.
ATENÇÃO: é importante conceptualizar os termos utilizados, não só para
demonstrar conhecimentos, como para perceber realmente do que se está a tratar.
Isto poderá ser a diferença entre utilizar um artigo adequado ao caso, ou um
totalmente despropositado.

Ex: Costume, pratica social reiterada com sentido de obrigatoriedade;

3º Analisar os argumentos de cada parte e os possíveis vícios inerentes aos


mesmos. Neste ponto podem ser apresentados problemas de inconstitucionalidade
(formal, material ou orgânica); de ilegalidade; de erro; de dolo; de alteração das
circunstâncias; de cessação de vigência; etc... ATENÇÃO: os artigos dos textos
normativos utilizados servirão de auxílio neste ponto, pois serão a BASE da vossa
argumentação! Por isso, procurem sempre basear-se nos artigos para fundamentar
a vossa resposta. Devem ainda ter em conta que para comprovar a existência de
determinado vício, por exemplo, deve-se sempre verificar se foram preenchidos os
REQUISITOS enunciados nos artigos.

Ex: "Nos termos do artigo 24º/1 da Convenção de Viena, um tratado entra em vigor
nos termos e nas datas nele previstos ou acordados pelas partes. Como o enunciado
nada refere a respeito, aplica-se a regra nº 2 do mesmo artigo (...)"

4º Analisar os efeitos jurídicos provenientes dos vícios apresentados ou da cessação


de vigência/anulabilidade/nulidade/ineficácia jurídica/ inexistência jurídica do
Tratado/Convenção/Acordo (etc).

5º Concluir o parecer jurídico exposto: neste caso mostrar-se-à a conclusão a


favor/contra uma das partes (sempre fundamentando). A conclusão é fundamental,
pois é nela que resolveremos, de facto, a hipótese prática

ATENÇÃO: a) à pergunta que se faz no enunciado. Caso seja específica de uma


parte ou de um vício, reflictam apenas sobre os mesmos! Nos casos em que a
pergunta for Quid Iuris? (o quê de Direito) a resposta deve focar-se em saber qual é
o Direito aplicável ao caso em concreto. Na hipótese I (dos casos práticos de DIP)
é pedido para reflectir à luz da CV: esta reflexão implicará a análise de todas as
possibilidades de resolução do caso possíveis, e não apenas a mais adequada
(embora se enverede por ela na conclusão).
b) Na utilização dos artigos deve-se respeitar a ordem de análise: parte-
se sempre de uma REGRA GERAL, para depois analisar-se as REGRAS
EXCEPCIONAIS.
Ex: O artigo 27º da CV é regra geral. O artigo 46º utiliza-se em complemento quando
estamos perante uma excepção ao predisposto do enunciado do artigo 27º.

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