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A todos aqueles a quem Deus escolhe, ele tem o seu tempo e o seu modo
especial de agir com cada um. Todos que partilham dessa eleição têm também uma
obra específica para realizar, obra esta preparada por Aquele que elege (Ef 2.10).
Samuel era prometido como líder e representante de Deus (1Sm 1.28); ao profeta
Jeremias Deus escolhera desde o ventre materno para ser mensageiro (Jr 1.5); a
Ezequiel foi dado o rolo para que comesse para profetizar (Ez 3.3); João Batista era
cheio do Espírito Santo ainda no ventre materno (Lc 1.41, 44); o apóstolo Paulo era
um vaso escolhido de Deus (At 9.15, 16). Isso sem contar a magnífica galeria dos
heróis da fé (Hb 11.4-40).
Da mesma maneira vemos João Calvino, que sob a fúria de Farel foi
persuadido a fixar residência em Genebra, de onde brotou a Reforma a todo mundo
Ocidental. Assim foi com Hudson Taylor, que por meio de seus esforços, sob a graça
de Deus, trouxe multidões ao arrependimento na China. Assim foi com os grandes
vultos da história, com Martinho Lutero, John Kox, John Wesley, George Whitefield,
Charles Spurgeon, Lloyd-Jones e muitos outros.
Da mesma forma que Deus usou aqueles santos no passado, Deus usa
homens santos em nossos tempos. Não temos a tradição de canonizar ninguém,
mas também não ignoramos que o Condutor de toda a história faz uso de homens
seus para propagar a sua glória. Ao invés de atentarmos em demasia para as outras
partes do mundo, devemos focalizar as nossas raízes e ver, que da mesma forma
que Deus executou seus planos redentores através daqueles grandes homens, a
sua graça transformou e fez uso de grandes santos aqui em nossa pátria.
É por esse prisma que temos que encarar a misericórdia de Deus em nosso
país, ao usar grandes homens como A.G. Simonton, A.L. Blackford, Schneider,
Eduardo Carlos Pereira, Álvaro Reis, Erasmo Braga, Boanerges Ribeiro e muitos
outros. Essas breves páginas são apenas um pequeno lampejo de como começou
as ser usado o primeiro pastor nacional. A este se aplica a mesma sentença, como
um chamado para “para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o
cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.” (Is 42.7).
2. Nascimento e Educação
“Eu nasci na cidade de S. Paulo aos 11 de março de 1822. Meus pais, mudando-se
dois anos mais tarde para Sorocaba, levaram-me consigo e lá cresci. Na idade de
doze anos comecei a estudar, e daí até completar vinte e três anos tinha feito os
meus exames de latim, francês, lógica, retórica e teologia moral e dogmática. Em
1844 fui ordenado diácono pelo finado D. Manoel Joaquim Gonçalvez de Andrade, e
por dezoito anos paroquiei nas igrejas de Água Choca, Piracicaba, Santa Bárbara,
Taubaté, Sorocaba, Limeira, Ubatuba e Brotas”.1
Pouco se sabe sobre sua infância, mas temos a impressão deixada por
Boanerges, que caracteriza bem o que produziu no jovem Conceição uma
personalidade reflexiva e muito retraída:
“Tenho a impressão de que a infância de José Manoel não foi alegre. Votado desde
logo ao sacerdócio; única crença entre os adultos da casa; assombrado pelo mosteiro
vizinho, de Sta. Clara, com seus paredões sem janelas, sua capela sombria; morador
de uma rua cujo horizonte era fechado pelas curvas barrocas do mosteiro de São
Bento, que se espreguiçavam no alto do morro, manchadas às vezes pelo hábito
negro de seu único frade, tudo indica que sua infância foi solitária, e quase
desagradável”.3
Esse foi o contexto que, talvez, tenha trazido uma devoção silenciosa e
sombria em sua vida eclesiástica.
1
José Manoel da Conceição, Sentença de Excomunhão e Sua Resposta, Rio de Janeiro, Typografia
Perseverança, 1867, p. 3.
2
Boanerges Ribeiro, José Manoel da Conceição e a Igreja Evangélica, São Paulo, O Semeador,
1995, p. 7.
3
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1979, p. 24.
Aos doze anos o menino José foi matriculado pelo tio na escola de “Mestre
Jacinto” – Jacinto Heliodoro de Vasconcelos. A descrição feita dessa escola não traz
nada de extraordinário, mas revela muita seriedade. Local simples, com mobília
escassa. O ensino de leitura, escrita, matemática, aspectos gerais da geometria,
gramática portuguesa formavam o currículo junto ao catecismo e a história Sagrada.
Havia férias no fim do ano e folga às quintas-feiras. O castigo corporal era aplicado,
no entanto, não parece que com muita freqüência. Era lido com freqüência o
Catecismo do bispo Colbert, de Montpellier. Este catecismo fora vetado pelo
Vaticano, por ser Colbert jansenista.4 Não há razão para não crer que esse foi um
dos instrumentos da Providência para a abertura da mente para a implantação do
pensamento reformado na mente de Conceição.
3. Início do Conflito
4
Jansenismo é o nome que se dá a uma facção da Igreja Romana. Cornélio Otto Jansen (1585-1638)
era holandês e expôs num livro a doutrina Agostiniana que se aproxima muito da de Calvino no
conceito da livre e soberana graça salvadora de Deus. Essa doutrina se opõe à teoria jesuíta da
salvação pela própria iniciativa e esforço humano. O jansenismo penetrou no Brasil ao ser oficializado
o ensino do Catecismo de Montpellier, que foi condenado em 1771 por Roma. Isso bastou para
causar escândalo aos núncios apostólicos, que eram os representantes do Vaticano no Brasil (Wilson
Santana Silva, Idéias Novas e Velho Catolicismo, apostila de aula, obra não publicada, pp. 3, 14, 15).
5
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 25.
6
Ibid., 29.
Decidido em ser padre vai para São Paulo para candidatar-se por volta de
1840 e 1842. O curso não era em seminário. Havia o Curso Anexo da Academia
Jurídica e a Teologia. As aulas eram dadas na própria residência dos mestres,
depois, na Sé Catedral. A juventude que José Manoel encontrou era boêmia e
mundana. Divertiam-se com romances, filosofias heréticas e céticas e bebidas.
Passando desta fase, prestou exames e foi aprovado para a Teologia. Foi
aluno de duas importantes figuras, os cônegos da Sé Idelfonso Xavier Ferreira, com
quem aprendeu dogmática, e Joaquim Anselmo de Oliveira, com quem aprendeu
moral. Idelfonso foi quem gritou “Viva o rei do Brasil” no dia 7 de setembro de 1822,
na Independência. Tinha o espírito eminentemente jansenista, tendo a ousadia de
trabalhar na tradução da obra condenada pelo Papa, Compêndio de Teologia
Dogmática, cujas idéias eram liberais.
5. Nova Influência
Com vinte anos era destacado como o melhor aluno. Fez todos os exames e
passou, a 30 de abril de 1842. José Manoel foi aprovado e tonsurado,
conseqüentemente, ordenado sub-diácono, num domingo. Tudo colaborava para o
seu progresso. Estava a caminho para a ordenação de diácono. Escreve Boanerges
que:
“Até aqui tudo indica para o jovem clérigo uma carreira fácil e brilhante. Seu futuro
seria lecionar também a estudantes de Teologia ou filosofia, pregar sermões
ramalhudos sobre os santos principais e, quem sabe, um dia o báculo episcopal. Os
mestres o estimavam, o tio não estava mal colocado e a pressa de sua ordenação
mostra que o bispo reconhecia seus méritos. Era talentoso e era trabalhador”.8
“Eu ia com freqüência a uma fundição de ferro em Ipanema (em Sorocaba, na minha
região) onde visitava a família Godwin cujo pai, Mr. Godwin era superintendente da
casa de máquinas. Eu me comovia profundamente ao observar o completo silêncio
que lá reinava aos domingos. Era uma família inglesa. Mais tarde, quando eu fui
admitido na comunidade eu via a totalidade das famílias a ler a Bíblia e livros
devocionais. Mais tarde, eu visitei quase todas as famílias alemãs e em todas eu
encontrei o mesmo quadro de devoção e religião. Comecei a pensar: quem sabe se
estes estrangeiros têm tanta religião como nós, os brasileiros? Seria a religião deles
igual à nossa? Ainda, quem sabe se eles não mais religiosos que nós porque são
mais civilizados do que nós?”. 13
6. Decepção e Dificuldade
9
Antônio Gouvêa Mendonça, O Celeste Porvir, São Paulo, ASTE, 1995, p. 85.
10
Carl Joseph Hahn, História do Culto Protestante no Brasil, São Paulo, ASTE, 1989, p. 189.
11
Antônio Gouvêa Mendonça, O Celeste Porvir,
12
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 44.
13
O Puritano, 14 de junho de 1900, p. 1. Apud. Carl Joseph Hahn, História do Culto Protestante no
Brasil, p. 189.
aproxima-se dele um padre, informando-lhe que ele não seria ordenado. Havia um
processo contra ele por causa dos conflitos; ele e o tio assinaram a Acta da Revolta.
E, pior, Conceição se confraternizou com os “hereges” alemães e ingleses.
Seus sermões não pareciam com os dos seus colegas padres. Usava dos
artigos alemães que possuía; foi influenciado pela leitura dos sermões de Martinho
Lutero. Estavam os clérigos incomodados e resolveram transferir o padre
protestante, como o chamavam. Não podiam permitir que ele fincasse raízes em um
lugar. Os limeirenses não reclamavam do jovem vigário. Ele era desprendido e
aplicado, além de simpático e agradável. Mas o bispo não quis saber. Aquele padre
protestante era um risco.
Foi transferido para Piracicaba, onde foi coadjutor do padre Manoel José de
França; depois para Água Choca (Monte Mor). Quatro anos depois, o padre José
Manoel volta a Limeira, onde ficou até 1854. Passou rapidamente por Taubaté. Em
1856 foi para Ubatuba, mas logo em seguida foi para Santa Bárbara, onde se
estabeleceu de 1857 a 1859. Em 12 de agosto deste ano chega A.G. Simonton.
14
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 53.
15
Ibid., p. 68.
Estava aflito, ao ponto de dizer a um casal de noivos que foi se confessar com
ele em 1862: “Eu e vocês precisamos nos confessar a Deus, e não aos homens”.17
Ele chegou a um ponto extremo. Não podia continua seu trabalho. Pediu
afastamento da paróquia no começo de 1863, quando o bispo era D. Sebastião
Pinto do Rego.18 O bispo acolheu o colega aflito e lhe deixou como vigário da vara,
isto é, um delegado do bispo, sem funções sacerdotais.
7. Virado do Avesso
16
Ibid., p. 82.
17
Ibid., p. 85.
18
Este teve como pedra no sapato o Frei Joaquim do Monte Carmello. O bispo era conservador, e o
Frei era liberal.
19
José Manoel da Conceição, Sentença de Excomunhão e Sua Resposta, São Paulo, Typografia,
1867, p. 3.
20
Stendhal, O Vermelho e o Negro, São Paulo, Nova Cultural, 2002, p. 124.
A conversa foi curta, mas produtiva. Assuntos vitais foram tratados. Blackford
procurou não entrar em assuntos polêmicos. À medida em que o pastor ia
apresentando os versículos bíblicos, sobre a salvação somente mediante a remissão
do sangue de Cristo, o padre concordava, sem discutir. Comenta Boanerges que
“Quando Blackford se retirou uma eternidade de alegria inundava o coração do
padre”.22 O pastor missionário deixou alguns exemplares da Bíblia e alguns folhetos
sobre a mesa. O padre saiu a distribuí-los em Brotas.
“...recebi dele uma carta sumamente encorajadora, dizendo que estava resolvido a
sofrer tudo pelo amor de Cristo, e tudo sacrificar por Sua causa. Observava, contudo,
que quando renunciasse ao sacerdócio e ao romanismo ver-se-ia praticamente
privado de qualquer meio de subsistência. Respondi prometendo-lhe todo o auxílio
que me fosse possível dar-lhe ou arranjar, e que o Senhor proveria com abundância
23
se ele lhe entregasse plenamente a vida”.
“Renunciar a uma religião que me inspirou os melhores atos de minha vida é passo
tão sério que apenas uma convicção inamovível – a fé, me decidiu a tomá-lo.
21
Boanerges Ribeiro, José Manoel da Conceição e a Igreja Evangélica, p. 33.
22
Ibid.
23
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 109.
“À V. Excia., príncipe da igreja a que pertenci, devo antes de tudo confessar que dela
me separei – porque no evangelho de Cristo, nosso Divino Redentor, aprendi a não
confundir com Seu ensino máximas, invenções e tradições de homens. Sinto que,
como atualmente se constitui a Igreja de Roma, é absolutamente impossível manter
intacta, em seu seio, aquela liberdade de consciência indispensável à pregação e à
prática do Evangelho. Separando-me dessa Igreja eu poderei remover os obstáculos
a uma vida mais conforme com Jesus Cristo, de cujo Evangelho não somente não me
envergonho, mas confesso solenemente que somente ele pode indicar-me o Caminho
da Vida, ensinar-me a verdadeira vida aqui e na eternidade, pela fé na Redenção do
Filho de Deus.
Deve ser notado que, em parte alguma, José Manoel tratou com sua antiga
igreja com leviandade ou indolência, mas como um perfeito cavalheiro, de maneira
sumamente respeitosa, preteriu seu ofício e igreja.
Um pobre homem, com todo o fardo maldito de seu próprio pecado, tentava
perseverantemente retirar de si todo aquele peso por meio das fórmulas e tradições
que sua amada igreja lhe impunha. Não tinha outra confiança. Nenhum outro lugar
lhe dava opção melhor, mais razoável ou mais fácil. O único meio para encontrar
alívio e perdão era abafar a própria miséria através dos pesados, terríveis e
impiedosos dogmas romanos. Mas essa luta infernal encontrou seu fim. O alívio para
uma mente recheada de mentiras e de falso consolo não tem resposta em outro
lugar, senão onde José Manoel encontrou. Deixemos que ele mesmo fale:
“Para sentir a alteração completa e radical que as circunstâncias dos tempos e dos
diversos lugares têm causado à fé primitiva evangélica, basta compararmos as
práticas, usos, rituais e dogmas, que abundam atualmente no romanismo, com o
credo ou símbolo dos apóstolos, e logo se reconhecerá que o uso de imagens,
devoções e romarias dos santos, promessas, votos penitências impostas e
determinadas, comutações, dispensas, as chamadas relíquias, bulas, e mil outros
meios de graças, que constituem a essência do romanismo atual, são especulações
de data muito recente, que nenhuma autoridade tem na velha fé católica e apostólica
da Igreja evangélica de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual meu coração aderiu com
júbilo desde que, podendo por mim mesmo ler a palavra de Deus, reconheci-a como
protótipo da verdade. (...) Deus se compadeceu de minha miséria, e, de um modo
para mim inesperado e em tudo providencial, deu-me a conhecer mais claramente a
verdade, e fez-me sair do melindroso estado espiritual em que me achava. Derramou
a sua graça em meu coração; indicou-me outro destino, mais digno de um anjo do
que de um pobre pecador, e ministrou-me os meios de segui-lo”.25
24
Ibid., pp. 110, 111.
25
José Manoel da Conceição, Sentença de Excomunhão e Sua Resposta, pp. 12, 13.
“Por quê não trabalhou pela reforma, sem deixar a Igreja Romana? A isto respondo:
quando um edifício em desmoronamento ameaça completa ruína, é impossível
continuar a residir nele, mas sai-se dele, ao menos até que seja reconstruído sobre
bases firmes, sob pena de ficar com ele sepultado.
“Seria, porventura, possível combater os erros e abusos do Romanismo
permanecendo membro do mesmo?
“A história, tanto sagrada como a profana nos respondem: é impossível”.26
“era um belo dia. Ao som do harmonium e de vozes humanas que cantavam hinos, fui
levado a uma fonte de água pura. Suponhamos dois daqueles anjos de Kopstock na
Messíada. Tais eram os dois ministros de Deus que velavam no meu interesse.
Fizeram-me lavar, e cobriram-me de bênçãos. Foi para mim um momento solene...”.28
Ainda comenta Simonton que Conceição falou “de modo muito apropriado e
em linguagem vigorosa explicou o passo que tinha dado”.29
Mas as crises ainda não tinham passado por completo. Um dia, sem qualquer
aviso, Conceição desapareceu. Blackford encontrou-o em Brotas, a 31 de janeiro de
1865. A tortura do sentimento de culpa, e de tantos anos vivendo ensinando
mentiras não o deixavam em paz. Versículos ao monte eram-lhe citados e insistidos
sobre o perdão total de Deus, mas nada lhe dava repouso na alma. Em seu diário,
Simonton comentou: “está tão deprimido com seus sofrimentos nervosos que a
morte lhe seria alívio. Posso apenas entregá-lo a Deus que pode curar”.30 E curou.
26
Ibid., p. 27.
27
Ashbel Green Simonton, Diário, 1852-1867, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1982, 6 de
outubro de 1864, p. 193.
28
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 116.
29
Diário, 26 de outubro de 1864, p. 194.
30
Ibid., Monte do Castelo, 26 de novembro de 1864, p. 195.
“Até que ouvi estas palavras: O sangue de Jesus Cristo purifica de todo o pecado. De
dia para dia estas palavras se tornaram mais claras e atrativas e eu, como
despertado de um longo sono, sentia se me aviventarem no juízo as terríveis
palavras, mas ao mesmo tempo se operava o meu restabelecimento”.31
Esse foi o período em que a Providência guiou o velho padre e o novo homem
a uma consciência exata e precisa de quem ele é e da obra que Cristo fez em sua
vida. A história se desenrola e por meio desse novo apóstolo do interior de São
Paulo caminhos que os missionários americanos não conseguiram enxergar, Deus
abriu para o protestantismo. Produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um. A partir
daquela integral transformação, o Brasil passa a conhecer, nas palavras de Vicente
Themudo Lessa, “Uma vida de abnegação no mais extremado grau”.32
9. Conclusão
O final desse trabalho narra apenas o início de uma longa jornada. A primeira
obra não foi o padre quem fez, foi Deus. Deus o agraciou com seu amor,
transformando um coração totalmente esmigalhado pelo pecado, num coração
completamente novo. Assim é a obra de salvação. Deus é quem faz toda a obra; ele
é quem dispõe todo o coração do novo homem para amá-lo. Ele é quem converte e
dá capacidade para um genuíno arrependimento.
“Quando a Bíblia correr pelas mãos de todos os povos, então se hão de realizar as
promessas do Salvador, que a religião dele prevalecerá em toda a terra. Manifestar-
se-á, então, a universalidade de sua Igreja. Gozar-se-ão a paz, a felicidade e a
prosperidade, prometidas por Deus ao mundo, e aneladas agora pelas nações.
“Deus apresse a vinda desse tempo.
33
Amém”.
31
Boanerges Ribeiro, O Padre Protestante, p. 120.
32
Vicente Themudo Lessa, Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, 1863-1903, São Paulo,
1ª Egreja Presbyteriana Independente de São Paulo, 1938, p. 109.
33
José Manoel da Conceição, Sentença de Excomunhão e Sua Resposta, p. 32.