1. CORPORAÇOES DE OFICIO = o comerciante era aquele
que estava registrado na entidade de classe própria de comerciante. Nesse período, o registro era considerado de natureza constitutiva, ele só era comerciante a partir do registro. Esta fase não foi conhecida no sistema brasileiro. 2. TEORIA DOS ATOS DE COMERCIO = tem como fonte o código comercial francês de 1807, este código napoleônico, rompeu com o sistema anterior, das corporações de oficio. E a partir desse momento, tínhamos outro cenário, em que qualquer pessoa podia exercer a atividade comercial, independentemente de estar registrado. O registro então, tem natureza declaratória, e qualquer pessoa poderia ser comerciante, desde que praticasse ato de comercio. Essa teoria foi incorporada em nosso sistema, pq o Código comercial de 1850 adotou essa teoria. Tivemos nessa época também, a influência do código espanhol de 1829 e o português de 1833. ATENÇAO – o código comercial brasileiro não definiu o alcance dos atos de comercio, que coube ao regulamento 737/1850, criado para definir as competências dos tribunais de comercio que existiam naquele período. Neste regulamento encontrava-se o alcance e abrangência dos atos de comercio. Para esta teoria, o prestador de serviço não era considerado comerciante, porque não praticava atos de intermediação. 3. TEORIA DA EMPRESA = trouxe a figura do EMPRESARIO, da empresa. O conceito de empresário não é o mesmo do comerciante (aquele que pratica atos de comercio, mas pratica com intermediação). Essa teoria surge do direito italiano de 1942 e influenciou o direito brasileiro, com o código civil de 2002, onde adotou então a teoria da empresa. Segundo esta teoria, o empresário alcança a figura do prestador de serviço. O art. 967 do CC, diz que é obrigatório o registro do empresário ANTES do início da atividade. Se ele não se registrar, a consequência será considerado um empresário IRREGULAR. Art. 966 do CC estabelece o conceito de empresário: Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
O empresário pode ser uma pessoa natural, que
será o empresário individual. Ou pode ser uma pessoa jurídica, podendo ser a sociedade empresaria ou EIRELI. QUE DE MANEIRA PROFISSIONAL, porque ele vive daquilo, EXPLORA UMA EMPRESA, atividade econômica e organizada, não é qualquer atividade, para que exista uma empresa, não basta ter uma atividade, ela tem que ter sido organizada do ponto de vista econômico, que é a reunião dos fatores de produção (capital, trabalho, insumos e tecnologia). E logo quem a organizou é chamado de empresário. O empresário explora a empresa através do ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL que ele organizou.
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR A PESSOA DO SOCIO COM A
FIGURA DO EMPRESARIO. O SOCIO NÃO É EMPRESARIO, O SOCIO É SOCIO DA SOCIEDADE E NÃO DA EMPRESA. Espécies de Empresários no Direito Brasileiro 1. EMPRESARIO INDIVIDUAL = pessoa natural que exerce em NOME PROPRIO a atividade empresarial. 2. EIRELI – PESSOA JURIDICA = é uma pessoa jurídica, com a figura do participante, seu único instituidor. 3. SOCIEDADE – PESSOA JURIDICA = pessoa jurídica, sociedade.
EXCLUIDOS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL
Não podem ser considerados empresários:
- sociedades cooperativas = elas nunca serão
sociedade empresarias, serão sempre uma sociedade simples, elas não exploram empresas, não exploram uma atividade empresarial. Este tipo de sociedade simples, deve ser registrada no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. ***A cooperativa possui uma REGRA ESPECIAL que determina que as cooperativas terão o seu registro na JUNTA COMERCIAL. Então, apesar de ser uma sociedade simples, o seu registro será feito na junta comercial.
- empresário rural = conforme art. 971 do CC,
somente será equiparado para todos os efeitos a empresário regular, se tiver o registro na junta comercial. Logo este registro possui natureza constitutiva. Este não é obrigado a se registrar na junta, somente solicitará o registro se ele quiser. - profissão intelectual = de natureza cientifica, literária ou artística, como regra não será considerado empresário.
Poremexcepcionalmente se houver elemento
de empresa (organização dos fatores de produção – ex. a clínica medica), pode ser empresarial. - Sociedade de advogados = é considerada sociedade simples que não explora empresas.
EMPRESARIO INDIVIDUAL Art. 974 do CC
É uma pessoa natural que vai exercer
atividade empresário em nome próprio e assume a responsabilidade ilimitada, respondendo com seus próprios bens.
O empresário individual faz uma declaração de
firma individual, ele não tem estatuto nem contrato empresarial, porque ele não é sociedade.
Registro deste empresário será feito na JUNTA
COMERCIAL. Mesmo o empresário tendo um CNPJ ele é pessoa natural.
NOME EMPRESARIAL – sempre utilizara a FIRMA
INDIVIDUAL
O analfabeto pode ser empresário
individual e para obter o registro na junta, deverá ser representado por procurador com poderes especiais, feita por INSTRUMENTO PUBLICO. IDADE MINIMA – 16 anos para dar início a exploração de atividade empresarial.
Obs: para dar continuidade a exploração da
atividade empresarial, não há requisito de idade, pode ser até uma pessoa com 13 anos, devendo pedir a autorização ao juiz. Salientando que os bens que este menor possuir antes de adentrar na empresa, não serão atingidos.
MENOR pode participar de sociedade?
SIM, pode ser sócio, qualquer idade, art. 974, §3º do CC – quando o menor quiser participar de uma sociedade, o capital social terá que estar sempre integralizado, não poderá ser o administrador, e dera ser representado ou assistido. Se o menor for emancipado, poderá participar da sociedade, não precisando se preocupar com o capital integralizado, podendo ser o administrador.
O SERVIDOR PUBLICO NÃO PODE SER EMPRESARIO
INDIVIDUAL, ele pode ser SOCIO sem exercer a administração. Pode ainda participar de uma EIRELI, como o único instituidor, desde que não seja o administrador, devendo indicar alguém pra isso. IMPEDIDOS/PROIBIDOS DE EXERCER A ATIVIDADE COMO EMPRESARIO INDIVIDUAL – ART. 973 CC
Art. 978 CC – o empresário casado, pode sem
necessidade de outorga conjugal qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou grava-los de ônus real. X ART. 1647 CC – ressalvado o disposto no art. 1648, nenhum dos cônjuges pode sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis.
São dois dispositivos que tratam de questões que
são antagônicas. Para a prova, o examinador vai cobrar a redação literal do art. 978 do CC.
Art. 974 CC - Poderá o incapaz, por meio de
representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Art. 985 E 45 CC – uma sociedade adquire personalidade jurídica própria, com o ARQUIVAMENTO DOS SEUS ATOS CONSTITUTIVOS. A SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇAO NUNCA ADQUIRE A PERSONALIDADE JURIDICA.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
ART. 1.142 CC estabelecimento empresarial é um
complexo de bens, organizado pelo empresário ou sociedade empresaria, para explorar a empresa.