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Nome do proponente: Joevan Silva de Oliveira Júnior

Nome do orientador: Naira Neide Ciotti


Departamento ou instituição: Programa de pós-graduação em artes cênicas
Grupo de pesquisa a que pertence: TPP – teatro, performance e pedagogia
Título do trabalho: Ator, performer e o espaço-entre

Este trabalho consiste na minha proposta de pesquisa de mestrado e tem por objetivo
empreender uma investigação prático-teórica da zona de fronteira entre o ator e o
performer no dito teatro pós-dramático, a partir do diálogo entre os conceitos de
dramaturgia do ator, pós-dramático e Performance “enquanto linguagem” no contexto
da pós-modernidade. Num momento em que o paradigma pós-dramático aponta novas
formas de fazer teatral, o ator, cada vez mais, assume características próprias do
performer, assim como o contrário. Para entender esse espaço “entre”, onde se encontra
o ator e o performer, além das convergências que os aproximam, pretendo entender as
divergências que os separam. Nesse sentido, múltiplas questões serão abordadas, a
exemplo da idéia de realidade imediata e autoreferencial num momento em que a noção
de real perde espaço para a de simulacro, questão essencial para se entender a própria
idéia de performance nesse contexto. Questionarei o papel do ator no teatro pós-
dramático, uma vez que, ao aproximar-se do performer, acaba assumindo para si um
discurso da mise en scène, à medida que faz uso de sua presença afirmativa e
independente dentro do conjunto do espetáculo. Também tratarei das formas como o
ator e o performer articulam as percepções que têm no âmbito das relações de poder, de
modo a intensificar suas vivências no contexto pós-dramático, uma vez que ao
manipular essas percepções, em maior ou menor grau, tendo como objetivo produzir
intensidades e efeitos corporais no espectador, tanto um quanto o outro fogem de
condicionamentos, tomando para si o controle nas formas de interação com o outro e
com o meio. Esse tipo de atitude evidencia o uso do desejo de fuga, de criar
possibilidades que ainda não existem, de adentrar no desconhecido. Tratarei dessas
relações à medida que a arte age na perspectiva de criação nessa zona de turbulência,
maneira pela qual pode expor seu modo de ver e compreender o contexto sócio,
histórico e cultural em que vive.

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