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Informativo 885-STF (RESUMIDO)


Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO CONSTITUCIONAL

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário

Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente
administrativas, o controle de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder
Judiciário.
STF. 1ª Turma. MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/11/2017 (Info 885).

DIREITO ADMINISTRATIVO

CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão

Importante!!!
A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina
hidrelétrica.
A União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo em vista o
interesse público, não se podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação.
Dessa forma, a prorrogação do contrato administrativo insere-se no campo da
discricionariedade.
A Lei nº 12.783/2013 subordinou a prorrogação dos contratos de concessão de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica à aceitação expressa de determinadas
condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a Administração Pública não é obrigada
a renovar a concessão.
A Lei nº 12.783/2013 pode ser aplicada para a renovação de contratos ocorrida após a sua
vigência mesmo que a assinatura do pacto original tenha ocorrido antes da sua edição.
STF. 2ª Turma. RMS 34203/DF e AC 3980/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 21/11/2017 (Info 885).

Informativo 885-STF (28/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

COMPETÊNCIA
Ação proposta contra a Administração Pública por servidor que ingressou como celetista antes
da CF/88 e cuja lei posteriormente transformou o vínculo em estatutário

Tema polêmico!
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da
Constituição de 1988 sem prestar concurso.
STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839).
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da
Administração Pública, por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público,
antes da CF/88, sob regime da CLT, com o objetivo de obter prestações de natureza trabalhista.
STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/10/2015 (repercussão geral).
Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de vantagem
remuneratória, que teve origem em período celetista anterior ao advento do regime jurídico
único.
Reconhecido que o vínculo atual entre o servidor e a Administração Pública é estatutário,
compete à Justiça comum processar e julgar a causa.
É a natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente ao
tempo da propositura da ação, que define a competência jurisdicional para a solução da
controvérsia, independentemente de o direito pleiteado ter se originado no período celetista.
STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 22/09/2016 (Info 840).
STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado
em 21/11/2017 (Info 885).

DIREITO PENAL

CRIMES POLÍTICOS
Para a configuração do crime político exige-se o
preenchimento de requisitos objetivo e subjetivo

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O réu ingressou clandestinamente em uma Usina Hidrelétrica e alterou a posição da chave da
bomba de alta pressão de óleo.
O MPF denunciou o agente pela prática do delito de sabotagem, previsto no art. 15 d Lei de
Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83), que consiste em crime político.
O STF entendeu que não houve crime político considerando que:
• não houve lesão real ou potencial a um dos bens jurídicos listados no art. 1º da Lei nº
7.170/83 (requisito objetivo); e
• o agente não tinha motivação política (requisito subjetivo).

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Além disso, o Tribunal entendeu que se tratava de crime impossível, considerando que essa
alteração da posição da chave não tinha condão de provocar qualquer embaraço ao
funcionamento da Usina.
STF. 1ª Turma. RC 1473/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2017 (Info 885).

DIREITO PROCESSUAL PENAL

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO


Excepcionalmente, o STF mantém no Tribunal a apuração dos fatos envolvendo pessoas sem
foro por prerrogativa de função caso o desmembramento cause prejuízo às investigações

Em regra, o STF entende que deverá haver o desmembramento dos processos quando houver
corréus sem prerrogativa. Em outras palavras, permanece no STF apenas a apuração do
investigado com foro por prerrogativa de função e os demais são julgados em 1ª instância.
No entanto, no caso envolvendo o Senador Aécio Neves, sua irmã, seu primo e mais um
investigado, o STF decidiu que, no atual estágio, não deveria haver o desmembramento e a
apuração dos fatos deveria permanecer no Supremo para todos os envolvidos. Isso porque
entendeu-se que o desmembramento representaria inequívoco prejuízo às investigações.
STF. 1ª Turma. Inq 4506 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 14/11/2017 (Info 885).

PROVA TESTEMUNHAL
Ordem de inquirição das testemunhas

Segundo a redação atual do art. 212 do CPP, quem primeiro começa fazendo perguntas à
testemunha é a parte que teve a iniciativa de arrolá-la. Em seguida, a outra parte terá direito
de perguntar e, por fim, o magistrado.
Assim, a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo juízo.
Em um caso concreto, durante a audiência de instrução, a magistrada primeiro inquiriu as
testemunhas e, somente então, permitiu que as partes formulassem perguntas.
O STF entendeu que houve violação ao art. 212 do CPP e, em razão disso, determinou que fosse
realizada uma nova inquirição das testemunhas, observada a ordem prevista no CPP.
STF. 1ª Turma. HC 111815/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
14/11/2017 (Info 885).

Informativo 885-STF (28/11/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3


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DIREITO INTERNACIONAL
EXTRADIÇÃO
Desnecessidade de novo processo de extradição em caso de reingresso de extraditando foragido

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Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional
acerca da entrega. No entanto, é indispensável que seja emitida uma ordem judicial
determinando novamente a entrega.
Ex: O Governo da Espanha pediu a extradição de seu nacional Miguel, que vivia no Brasil. O STF
deferiu a extradição em 2014. Ocorre que, em 2016, Miguel fugiu da Espanha e voltou para o
Brasil, tendo sido localizado e preso em 2017, em São Paulo. Quando soube da prisão, o
Governo da Espanha requereu nova entrega do indivíduo extraditado. Não será necessário
novo processo de extradição, bastando uma ordem do Ministro do STF determinando
novamente a entrega.
STF. 2ª Turma. Ext 1225/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/11/2017 (Info 885).

DIREITO PROCESSUAL
DO TRABALHO
COMPETÊNCIA
Ação proposta contra a Administração Pública por servidor que ingressou como celetista antes
da CF/88 e cuja lei posteriormente transformou o vínculo em estatutário

Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da
Constituição de 1988 sem prestar concurso.
STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/09/2016 (Info 839).
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da
Administração Pública, por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público,
antes da CF/88, sob regime da CLT, com o objetivo de obter prestações de natureza trabalhista.
STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/10/2015 (repercussão geral).
Não compete à Justiça do Trabalho julgar controvérsia referente aos reflexos de vantagem
remuneratória, que teve origem em período celetista anterior ao advento do regime jurídico
único.
Reconhecido que o vínculo atual entre o servidor e a Administração Pública é estatutário,
compete à Justiça comum processar e julgar a causa.
É a natureza jurídica do vínculo existente entre o trabalhador e o Poder Público, vigente ao
tempo da propositura da ação, que define a competência jurisdicional para a solução da
controvérsia, independentemente de o direito pleiteado ter se originado no período celetista.
STF. Plenário. Rcl 8909 AgR/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 22/09/2016 (Info 840).
STF. 2ª Turma. Rcl 26064 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado
em 21/11/2017 (Info 885).

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