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S UNIFACS . Alzineide Dantas | Ee DT Suu eis On Tema OEE Ometor Académico - Escola de race Adriana Trigolo ora Te ee CT Ay Ce an aac Nae nang ay Os Catarina de Sena Pinheiro CCR Smt oi mest PRT PO eR Ec) cg a ake eo COR ear ag en oT Pee ee) Peg cae Pen aCe Dd DET ERC Cuem aed ee aa Teena Fabrico oe ea an eed wD eee ao od Revisdo ortogrdtica e qramatical SUMARIO APRESENTACAO......... oo UNIDADE 1 - NOCOES DE PLANEJAMENTO TRIBUTARIO..... rool 1. Nocdes de planejamento tributario... ae 2. Aelisao fiscal como problema da teoria do direito. tributariog i 3.1.1 Espécies de elisdo. 3.1.2 Elisdo e fraude fiscal. Sintese......... = UNIDADE 2 - ELISAO E SIMULACAO FISCAL... Eliséo e simulacdo fiscal 1.1 Espécies de simulacao .. 1.2 Requisitos para que ocorra a simulacao . 1.3 Por que a simulacdo ndo se confunde com a elisao tributéria? 1.4 Legitim Aliberdade de planejamento tributério e seus fundamentos......21 N UNIDADE 3 - LIMITES AO PODER DE TRIBUTAR...... Limites ao poder de tributar e valores em jogo 0 poder de tributar no estado de direito Limites a livre iniciativa no direito priva Limites 4 livre iniciativa no direito tributario Legalidade estrita e normas antielisivas.... yaeno UNIDADE 4 - CAPACIDADE CONTRIBUTIVA, TRIBUTACAO COM BASE EM ANALOGIA E EQUIDADE .. ll 1. Capacidade contributiva.. vs 2. Bem juridico que o principio da capacidade contributiva visa resquardar 3. Concretizacdo do principio da capacidade contributiva 4, Tributagdo com base em analogia e equidade 5. Analogia e equidade nos sistemas juridicos governados pe principio da legalidade.... 6. Direito e dever de planejamento tributario. es 6.1 Direito ao planejamento tributario. 35 6.2 Dever de planejamento tributario.. 36 6.3 Dever de planejamento e ato anormal de gestdo 37 6.3.1 Doutrina do ato anormal de gestéo . Atos ultra vires.. 7.1 Efeitos dos atos ultra vires . Efeitos tributarios dos atos anormais e ultra vires aod 38 38 39 N UNIDADE 5 - ABUSO DE DIREITO 41 1. Abuso de direito - noces preliminare: 41 2. 0 abuso de direito no direito tributéri 43 3. Abuso de forma.... 46 4, Abuso do direito e condi¢do maliciosa.... 48 5. Elisdo tributaria e exercicio regular de direito 48 UNIDADE 6 - PLANEJAMENTO TRIBUTARIO E DESCONSIDERACAO DA PERSONALIDADE JURIDICA..... eal 1. Nogées preliminares el 2. Exceces a regra geral da separacdo patrimonial eee 3. Casos de aplicagdo da teoria da desconsideracao da personalidade juridica pela jurisprudéncia 53 4. 0 art. 50 do Cédigo Civil de 2002 diante do cédigo tributario nacional 56 5. Desconsideracdo da pessoa juridica e planejamento tributério.. 6. Interposicdo de pessoas: as sociedades holdings. 57 7. Sociedades de curta durac¢do..... 59 8. Pessoa juridica prestadora de servicos de natureza pessoal59 UNIDADE 7 - SONEGACAO, SIMULACAO, FRAUDE E CONLUIO... 57 1. Sonegacao..... 2. Simulacao e dissimulacao 2.1 Espécies de simulacdo 2.2 Hipdteses faticas de si UNIDADE 8 - NORMAS ANTIELISIVAS E ANTIEVASIVAS . w = Ss = € Ss o = a o 4.1 Fraude a lei 4.2 Fraude a lei e possiveis consequéncias para 0 planejamento tributario.. Nocées preliminares sobre normas antielisivas. Espécies de normas antielisivas 2.1 Normas gerai: Normas especiais Exemplos de cldusula especial antielisiva.. Julgados acerca da matéria Normas setoriais Normas antievasiva: Leis complementares 104/2001 e 105/2001.... 8.1 A lei complementar n‘ 104, de 10 de janeiro de 2001.86 Disposicées sobre receita ou rendimento... 9.1 A lei complementar n° 105/2001 - disposicoes sobre 0 sigilo bancétio 10. Processo administrativo e processo judicial fiscal .. 10.1 Nog6es introdutérias... 11. Processo administrativo fisc 11.1 Principios norteadores do processo administrative fiscal 12. Procedimento administrativo fiscal contencioso.. 12.1 etapas. 12.2 Decisdes definitivas: Referéncias..... N PNA Rw se Pagano eeu APRESENTAGAO (14, aluno(a)! Bem-vindo(a)! Tenho ahonra de apresentar a dsaphina Planefamento Inbutiio destacando os seus contornosjuidicas e étco, tendo como fio condutoro principio da otimzacao, que tem raizes na economia e na antropologia. Com efeito, temos que esse principio da legitimidade a toda procura por reducao da carga tibutéria sem Drejuzo a eticae ao esptto de soldaiedade, & otimizacao é a idela maiz de toda forma de efiaenda economic; € também o motor que impulsiona o homem no mundo, na medida em que ele & impelido ase toinar cada ver melhor, ou sea, mais competitive, mais competente em seus diersus paps na sodedade. ‘A realizacao concreta do principio da otimizacao ou efidéncia é um dever do Estado imposto pela Constituicao Federal de 198, , pelo menos, um dito de todo cdadao que, se agit nos limites dale, pode buscar uma ‘educao ou exoneraca da carga nbuténa, portato ¢ Ive para escolher os cminhos que Ihe sao ofeveddos como altematva pela na tentatva de preserva, na maior medida possve, seu patimonio e sua dgnidade ‘ preocupacao do homer em preservar sa lberdade esa proriedade aremonta 4 ldade Mécia. 0 antigo registro hstrico de que se tem conhecimento conta aexigénda imposta aos mercaores que vendiam seus bjetos em uma praca. Frente & obrigacao de pagar uma taxa pelo uso do solo muntapal, alguns cacadores, om a intencao de negociar suas peles, nao as colocavam no chao, para que nao pagassem a taxa. 0 ato de manté-as nos brags, com intl de nao usar o chao da pag, fol paradigmatic para a contiguacao da pratica elisiva. Nas aulas que sucederao a esta apresentacao, sustentamos a tese de que o principio da efidenda confere o fundamento de todo planejamento tibutaio realizado segundo a lel e o Dieto De inicio abordaremos as nodes introdutérias sobre Planejamento Tiibutério, chamando a atengao para a ellsao fiscal como problema da Teoria do Direta Tuto; e sobre aspectasrelaconados a eisan e evasdo, ressatando, também, sobre os ctésios adotados pela dautina para distingui elsao de traude fiscal No segundo momento estudaremos sobre eisao esimulacdo fiscal, espécies de simulacdo, requisites para que ocorra a simulacao, tacos distntivos entre elisa e simulaceo, legitimidade da elisao, liberdade de Planejamento Tnbutério seus fundarmentos. ‘Mo continuo falaemos sobre os limites ao poder de tnbutar, valores em jogo, o poder de tbutar no Estado de Diteto, limites & live inicativa no Dieito Privado, limites a livre inidativa no Diveto Tibutato, legalidade estita e normas antelisivas Mats adiante, analisaremos a5 questies reladonadas & capacdade contnbutiva e a tibutagdo com base em analogia e equidade. Discorteremos ainda sobre o fendmeno juridico do abuso do diet, abuso de forma e da elsao tributéa e exerdido regular de diet, ‘Apresentaremos, ademals, ponderacdes sobre Planejamento Tnibutério e desconsideracao da personalidade jutidica, sonegacao, simulacao,fraude e conluo, normas antielsivas e antevasivas e processo administrative e processo judicial fiscal ‘Assim convidoro ao estudo de tao importante disciplina para formacdo do profisional de Clendas Contabeis, salientando da necessidade de atualizacao constante das teméticas que serao abordadas, esperando que aprecie, aproveite e obtenha resultados exitosos Por tudo isso, reqisto a minha aleqia por poder compartihar tao prazerosa dscplina com voce, com elusivas recomendacies de aprofundamenta das teméticas abordadas, ao tempo em que apresento 5 meus cumprimentos, ‘Alzineide Borges de Lima Dantas AULA1 Nocées de Planejamento Tributario Olé, aluno(a)! Bem-vindo(a)! De inicio, queremos exteriorizar a satisfacao de compartihar conhecimento e experiéncias com estudantes e futuros profissionals desta prestighada e conceltuada insttuicao de ensino Este cuso fol tracado com o objetiva de expor de forma dara, abjetwa e didatica nocies fundamentals de Planejamento Tributario necessaras para os alunos de Cléncias Contdbers, pos o fator economia fiscal é de importancia vital para os profissionals que militam nesta area Nosso estudo envolvera o uso de uma linguagem técnico-juidica simples e pratica para facta assimilacao, lancando mao de terminologia, procedimentos e institutos que, posivelmente, fazem parte do dia a dia da cidadao contibuinte No curso que orase inca, estudaremes 0 conunto de normas e prncpos insculpidas na Consttuicao Federal vigente e nos divesos diplomas legslatias infraconsttuconass que regulam a atiidade tnibutai, desde a leatmidade da eisao fiscal, abuso de drt, a simulacao, 0 negécio judicoindteo, @fraude. A reboque dessas discussdes vem oulios temas igualmente problematices, como a possibildade de intepretacao Pagano eeu econdmica no direito tibutario. Apés o advento do Cédigo Civil de 2002, também as questoes de boa {6, funcao sodal dos contratos e outras passaram a fornecer farto material de discussoes acerca dos limites do planejamento tibutavio, ora em favor dos contibuintes, ora em favor do fisco, Nesta primeira aula, inicaremos 0 nosso estudo com uma nocéo do planejamento tibutétio, da Importancia e complexidade do tema, dos concettos e das concepcoes, da finalidade, das qualificacoes Juridica: 0 licto e 0 lito, 1. NOGOES DE PLANEJAMENTO TRIBUTARIO Como vocé sabe, a obrigacao tibutéria e a evasao fiscal sempre coexistiam ao longo da historia, Ha Uma petmanente lensao enlve 2 obrigacao de pagar tibutos e a tentativa de builsla por parte dos contrbuintes 0 tributo nunca foi simpatico aos contribuintes ¢ a sua imposicao tem sido causa de diversas revollas 20 longo da histina, como noticam os livros de histo, 05 contribuintes sempre procuraram resist a aproptiagdo compuséria do seu patimonio particular por parte do erérlo, Assim, a relacao entre Fisco e contibuinte foi constantemente marcada pela tensao, a ponto de alguns autores qualficarem o tributo como uma notma de rejelcao socal. Esse conflito cumpriu decsivo papel na revelacao dos principias, normas e limitacdes que compoem 0 alicerce do Diteito Trbutério hodiesno. Presentemente,o ibulo dettou de ser impostoaxitrariamente pelo soberan, passando,jé na dade Média, a estar vinculado aceitacao dos cidadaos, por seus representantes nos digaos legislatwos, Com efeit, antes mesmo da emanagao da Magna Cara, a historia mastia exemplos em que o imonarca devia obler a agulescencla dos suites para ifligit encargos tibutris. ‘A Revolucao Francesa e a Americana conduziram a afirmacao definitiva de que os impostos, sem divida, necessévios, nao podem ser exigidos sem que haja a precedente anuencia da maiorla dos componentes da sociedade Avalmente a douitina mals abalizada afirma que existe uma relacao juidica tibutiia entie 0 Estado e o contibuinte decorrente da lei. Ambos, Estado e contibuinte, encontiam-se em posicao de igualdade, pots devem submeter suas condulas 8 el 0 contibuinte deve pagar o tibuto porque a let dene, 0 Fsco nao possul qualquer diretto fora do que the € outorgado peta lt ‘A finalidade do planejamento exacional & prever e dispor os negécios juidicas do contribuinte de forma que haja uma economia de trbutos, sempre respeitando os limites impostos pela lel (COSTA, 2011). Antes de ocorre 0 fato gerador, nao ha obrigacao tibutéra e, portanto, a contabuinte pode se esquivar de adentrar na situacdo legal de tibutacdo ov mesmo escolher situacdes legals que fesultem numa menor incidénda tributaria ov mesmo num adiamento de suas responsabilidades fiscals (GUTIERREZ, 2006 apud LIMA et al, 2011). ‘grande indagacao que se coloca atualmente como referencia &pratica do planejamento fiscal €: até que ponto € possivel a pratica da economia de tributos sem desrespeitar a lei? (Quai seriam as estremas enlve a pratica da economia fiscal legitima e legtima? 0 que distinguina a reduao legitima da carga tibuténia da reducao contria ao ordenamento juidico? Com efelto, “..] 0 planejamento exacional ov tuibutao tem por objetivo a previsao de dispendios com exagoes ou tibutos em que se inddird em deteiminada atividade e, enquanto voltado para a AULA -NO(UES DEPLANEANENTO TRBUTARD obtencao de resultados, o menor dispendio possivel,lictamente” (MALKOWSKI, 2000, p. 74-75). Ja para Machado (2003), {J oplanesmento tnt se aactenia peloarany aicico os negics do Contbuiia de tal manera que loga redurr os amma’ a carga dos posts, sem infingr, dbvamente, nenhum precet dee 2. AELISAO FISCAL COMO PROBLEMA DA TEORIA DO DIREITO TRIBUTARIO fm sentido comum, a expressao planejamento tibutéio é utlizada para fazer veferénca a uma atividade ou uma ténica de prospeccao de alternativas de reducao da carga tibutaria suportada pelas pessoas e pelas empresas, sempre em consonancia com o ordenamento juridico em vigor A expressao lem pelo menos duas outras sindnimas: elisao fiscal ou elusdo tributaria, © oposto do planejamento tibutivio € evasao, assim considerada toda agdo ou omissao dolosa tendente a encobrit, de forma intencional e fraudulenta, operacdes tributavels. Sonegacao é outra palavra geralmente utllzada para fazer mencao a qualquer espécte de evasao. planejamento tibutaso, como awidade, nao ¢ algo encontrado unicamente no ambito das epresas ‘busca da menor carga tibutéia pode ser realizada por pessoas comuns, nao necessaviamente vinculadas a uma empresa; € 0 caso, por exemplo, da dona de casa que escolhe um produto de menor preco. Neste singelo exemplo, ela esta reaizando escohas tipicas de planejamento tibutato, pols os uibutos compoem o preco dos produtos e, portanto, quanto menor o prego, menor a carga de tibutos que estaré sendo consumida. As discussoes sobre o planejamento tributério nao sao dssociadas das andlises relativas a evasdo tibutéra em geral como um fendmeno social real de todas as sadedades dvlizadas; Wata-se de um problema que é estudado em diversas reas do saber e da politica aponto de haves, em cettos paises, estudos sobre a materia alé na area da psicologia a respetto das causas da evasao. ‘Amando Giorgetti (1967, p. 131) obseiva que: J viras uses feram a cenditas evsnas, no campo tnbuténa. Una desis @usas 6a dfeuldade de aprecagio de montante cos tbutas questo, embuteos nos prec dos bens ou servis, ous usa €a impossible Dri de mensrasao ds benetices que séo procs pelos buts em prot scones ‘Aevasao 6 um problema social na medida em que os sonegadores adquirem uma vantagem economica erm relacaa aos que recolhem corretamente os valores devidos ao Eran. Para a teotta Geral do DitetoTibutavio,o chamado planejamento tibutéio é um problema, ou topo}, segundo Teodor Wiehweg (1997, p. 198). Os topol cumprem funcdes diretivas na acao linguistica; funcionam na inguagem como avsos operatives, como formulas de deteccao, de esimulos ments, incitagoes ciativas, propostas de entendimento etc. ‘ consideracan do planejamento tibutario como um problema permite conhecé-lo por diversas perspectivas, dentre as quais: a) Semantica: a expressdo traduz a ideta de acdo preventiva, de algo que & propositalmente engendrada com o objetivo de atingir deteiminado objetivo, Essa ideta central estéradicada no vocabulo “planejamento’, que é usualmente empregadopara designar a acao de organizar ou projetar cenarios futuros com certa antecedencia e debaixo de certas premissas técnicas; Pagano eeu b) Sintatica: é possivel estabelecer uma relacdo entre o planejamento tibutatio e a existenda de lacunas no ordenamento juridico. Deste ponto de vista as praticas elisvas s6 extstitam em raza0 do eventual problema sintatico ou estrutural do ordenamento que pode ser corrigido de vrlas formas. No entanto, toda elisao representa uma inequivoca manifestagao da liberdade de contiguracao dos interesses individuals, nos limites da ordem juridica, ou seja, sem ofensa a direito ou em prejuizo de terceiro. De acordo com esse sistema, o planejamento tributério nao envalve, unicamente, a exploracio de lacunas com o objetivo de obter vaniagem pela singela ravao de que a exislencia das lacunas ¢ um problema de ofdem estrutural do sistema de diretto positive e que, portant, afetata a todos em igual extensao; 9 Pragmatia: este temo é uilizado como sinonimo de libetdade de acao, de escolha entre possibiidades igualmente validas. Logo, sob este ponto de vista, ele envolve a selecao de alternativas oferecdas pelo ordenamento juridico de forma intencional ov nao. De fato, em toda ordem juridica positiva existem situacoes que nao sao alcancadas por normas imperativas que obrigam ov proibem alguma coisa, Por vezes uma mesma ordem permite escolhas com ‘repercussao tributéria diferente; em outras situacdes a lei concede incentivos fiscais (CRUZ, 2002). ‘A expressao planejamento tbutéio pode ser utllzada para fazer referencia a uma atividade que pode funcionar como um método, A busca da menor carga tibutéla envolve uma atividade de tum demiuigo; pressupoe a andlise selecao de altemativas. Envolve, em certas crcunstancias, a madelagem de fatas para que eles possam submeterse a um esquema juridico menos oneroso ov pode envolver a simples eleiao de um entre varios regimes juridicos denire os oferecidos pela cordem juridica positiva. A modelagem dos fats e as escolhas devem ser quiadas pelo principio da legalidade, pois ¢ ele quem veicula as decstes polticas sobre igualda de ¢ capacidade contributiva Nesse diapasao, a Constituicéo Federal, em capitulo dedicado aos direitos ¢ as garantias fundamentals dos adadaos, visando a concetude da usticae a segura judi, dspoe no artigo 5, nis, que [a ninguém serd obigado 2 fazet ou dar de fazer elgura casa sen em tude de et (BRASIL, 1888), Trate-se do principio da legalidade, em sua acepsao genérica, ovientador de todo 0 ordenamento Juridico, £m matéria tributaria, o principio da legalidade encontra termos mais estreitos, tendo por decorréncia © principio da leglidade tnbutéia, qual esta dspasto especiticamente na Constitucao Federal, art 150, inciso |, € Cédigo Tributério Nacional, art. 9, indso | e art. 97, cujo comando da norma consiste na vedacdo a Unido, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios em exigit ou aumentar tribute sem lel que 0 estabeleca (BRASIL, 1966). Todavia, a legalidade tibutésa, ou estita legalidade, ov ainda tipiddade fechada, exige que o conteddo da lei que cat e exigit tibuto descreva todos os elementos essencals & instituicao da exigenda tibutatia, a saber: 2) lato gerador ou fato tibutével, b) base de calculo; 6 aliquota, d) sujeito ativo; €) sujelto passivo ou os citésos para sua identificagan, AULA -NO(UES DEPLANEANENTO TRBUTARD 3. ELISAO E EVASAO planejamento tnbutavo, por vezes, &referdo como elsan fiscal A diferenca entre elisao e fraude 6 apontada por Albert Hansel: na eisao fiscal - dz ele: “[od st impedice dl sorgere dela gretesa tnturana ectando la fatspecie Jegale” (HANSEL, 1956, p. 148-165) S.IELISAO A elisao fiscal “[.] é a atividade lidta de busca e identificacao de alternativas que, observados os marcos da ordem Juridica, levem a uma menor carga tributaria” (ARAUJO, 2002). Essa atividade, também chamada planejamento tibutario, requer 0 manejo competente de duas linguagens: a do direito positivo & a dos negécios e, portanto, nao se testtinge a descoberta de lacunas ou brechas existentes na legslacao. 0 planejamento tibutério envolve o manejo inteligente dessa complexidade que € 0 diteto positivo e do mundo dos negicis. 1 palavia elisao tem sua origem etimolégica no vocdbulo latino elssione.Fisao significa 0 ato ou efeito de lid, elimina, supsimi No Direito Tubutétio, a palavra elisao tem sido utilizada para designar a maneira valida de evita, retardar ou reduzit 0 pagamento de um tibuto antes da ocorrénda do seu fato gerador. A elisa visa impedir 0 nascimento da obsigacdo trbutatla, au seja, a ocoréncla daquela situacdo definida em lei como necessétia e suficiente para o surgimento da obtigacao tributaria (GUTIERREZ, 2006 ‘apud LOPES, 2013). 3.1.1 Espécies de elisio Para Dota (1977, p. 49-54), existem duas espéctes de elsao tibutaia a elsao induzida pela lel € a elisao resultante de lacunas da let >» Elisio induzida pela le: ¢ aquela em que o legislador, por vardes extraiscas,favorece algumas modalidades de negdcios, ributando-os benevolamente ou até determinando a nao incidéncia de butos sobre eles. Fssa elisdo, segundo o autor, poderia ser denominada de imprapria, Nela nao hé necessidade de o contibuinte alterar a estrutura negocial com que os resultados econdmicas sao normalmente obtidos, pos ale, ineludivelmente, quer beneidrts, Esse tipo de elisao tem diversas finalidades, entre as quats prevenir desequilibios socials e econdmicos »» Elisio resultante de lacunas ou imperteicées da lei: por mals previdente que se demonstre 0 legislador, sempre existrao lacunas e fissuras no sistema tbutaio, das quais os contaibuintes se aprovellam para, de foima criatva, escapar da tnbutacao, moldando juridicamente os fatos com o intuito de serem tibutadas da forma mats benéfica possivel, sem, no entanto, desnatura los a tal ponta que nao mats produzam os efeitos economicas ou possuam a utilidade negocal que incita a sua realizacao (GUTIERREZ, 2006) Com efeito,o contribuinte tem aliberdade de optar, entre duas ou mats formas juridcasdisponivels, por aquela que Ihe sejafscalmente menos onerosa, Nao existe preceito legal que proiba ao contibuinte a escolha do caminho fiscalmente menos onefoso dente as varias possibilidades que o ordenamento juridico oferece para a cealizacan de um ato ou negéci juidco Pagano eeu 3.1.2 Elisao e fraude fiscal Fixado o concelto de elisao tibutéia, resta agora fazer uma dstingao ene ela e fraude fiscal Preliminarmente, deve ser ressaltado que tanto na elsao como na fraude fiscal o fim almejado € o mesmo, ou sea, reduzit 0 montante do tibuto devido, evitar ou difen 0 seu pagamento (BRASIL, 1964). Nao obstant, a elsao se distingue da aude fiscal, num primetio aspect, por nela serem utlizados melas lictos, enquanto na fraude 0s melas utilzados sao ios Nesse sentido, confram-se as palavrs de Gerd Will Rothman e Gaetano Paciell: am ext pas, edo carespande& no relzagio do fate imponve enquarto que @ evsé0 a realzagio eo fto moni cua 0 0, al sep, ainadmpemerto cupeo ce pretensao rb, viet nai em ecard dresiz(¢0 co pessuparocefte, 0 le dtingue, pos, 25 as figuras a etude ov rao ca esti escape corinne nome de alagar ua economia de mpasta (RMA, PACIELLO, 19685. 16-19) Como lembra Rubens Gomes de Sousa (1975, p. 137-138), tanto a fraude fiscal como a elsao se destinam a evitar, retardar ou reduc a pagamento de um tibuto. A diferenca esta em que a raude fiscal constitu iniracao da lle € punivl, ao passo que a eso nao constitu intracao da ete nao é punivel Com efeito, quem fraud, feta ou oclta a veidade com a ntengao de prejudcar ou enganar, Para que ocorra a fraude, portant, é preciso que a agao do contibuintesejadolosa, ov seja, que haja uma intencao de provocar um evento ou resultado contrdtio ao direito. Conduise que, na medida em que somente procedimentos liitos consubstandam a elisao,ficam alastatas do seu ambilo as prticas fraudulentas e simulads, tipicamente lita. Fssas praticas iidtas enquadram-se no conceita de evasdo au fraude fiscal Citéros adotados pela doutrina para distinguir eli de fraude fiscal €) Aspecto temporal: para a maiotia dos doutiinadores, a principal distingao entre ambas deve ser feita sob 0 aspecto temporal. Se o contibuinte, tendo o intuito de se esquivar da abrigacao tnbutaria, agiu ou se omitiu antes da acorrencia do fato gerador, acorte a elisao fiscal. Se 0 contribuinte agic ou se omitir no instante em que ou depois que se manifestou o pressuposto de inadéncia do tibuto, da-se a evasao ou fraude fiscal. Assim, a elsdo consistiia na atvidade negocal tendente a imped 0 nascimento da obrigacao {nbutéria pela nao realizado do seu fato gerador, enquanto a evasao conststira na conduta que visa ocular 0 falo getador ja ocomido, Nesse sentido, lecionam amaior parte dos autores nacionals e estrangeltos. Sobre o tema, lembramos © ensinamento de Ricardo Marz de Oliveira {sta dstng reflec na temincloge qleseadot pare conceuaraelséofscl legtima, sto 2 prtca de tos u negtcis, ou 8 nao prtica dos mesmas, com tas a ddr o nascimento da cbigaeo but, 20 passo que a eusao fiscal lege €2 fuge ce obrigecaotrbwiia evstente pela ecarrenci do ato geradr ravstoem le. Ns itetatura amen os ters equivalents sao “tax avordnce™ "tax ecsin”, suicentemente acicatias dos conceltos que xine, Parissomesmoa elsaotisa,cusep a economia fiscal vlc, deve decorer de tics do contribuinte ou de omissOes, anteriores a0 fato ger. (OLIVER, 1988, 149-150) AULA -NO(UES DEPLANEANENTO TRBUTARD b) Aspecto objetivo: a doutrina apregoa também que, para que haja economia fiscal legitima, é necessdiio que esta advena de alos ou omissdes efetivamente ocotridas € nao aparentemente ¢ atlifidalmente ciadas. Nao basta que o contibuinte documente foimalmente a existencia dos alos e das omissbes, & necessario que estes tenham uma correspondéncia entre a aparencia & a realidade. Nao é sufidente, por exemplo, que o contibuinte contabilize na sua escituracéo uma nota fiscal, a fim de se creditar do imposto sobre circulacao de mercadorias correspondent, simulando uma compra. € preciso que ele tenha eletivamente adquitido a mercadoria e que ela tenha efetivamente entrado em seu estabelecimento, Do contrario, estara fraudando 0 Fisco, simulando uma situacao que de fato nao ocorteu. Nesse sentido, Noguelta (1971, p. 43) cita dedsao bastante elueidativa do Tribunal Fiscal da antiga ‘Alemanha Ocidental: © Dirio Tibutério nfo tem compoténca para exetcerintuénca sobre a estrtuaéo cl. Plo contréno, ele ests vinculado is formas cats pelos interessadas ceacordo com sta voniade,pressupandase evidentemente que se tata de esrturaies siridicas sénas, nas qais haa consonénca entre a aparenca relia, bem como entre cntato © execuGto, 0 contbuinte nao € obrigado a escoher a forma juice ple al 0 fsco posse esperar aires rence 4. SINTESE Encesramos a primeita aula € esperamos ter conseguido passar os conceitas fundamentals sobre Planejamento Tibutéio, notadamente as nocies preliminares, a eliséo fiscal como problema da teoria do direito tributario, as perspectivas semantica, sintatica € pragmatica, 0 principio da legalidade como fundamento, 0 lito € 0 Hicto como base para construcao dos alicerces da elsdo & evasdo tnbuténa, ‘Aconselho que voce explore os livros sugeridos e pesquise nos sites em busca de artigos, teses, monografias e demas textos especiaizados, ja que esta aula constitul apenas uma das suas fontes de consulta. Na prdxima aula, darernos contnuidade ao tema da elisao e evasdo, em que abordaremos aspectos relatives a simulacao fiscal, 8 legtimidade da elsao e a evasao fiscal. QUESTOES PARA REFLEXAO 1. Se umm individuo adguire mercadorias no exterior, acondidonando-as de manelra a fazer parecer que tratam de outras mercadorias, isentas de impostos ou com aliquotas mais baixas, praticando tals condutas antes da ocortencia do fato gerador do imposto de importacao, ele esta praticando elisao tibutaria? 2. Se, na hipétese anterior, a mercadoria tivesse sido destiuida antes de chegar ao pais, teria ocorrido elisao ou evasao? 3. Analse a seguinte situacao hipotética & luz dos fenomenos da elisao e evasao fiscal, fazendo 0 enquadramento devido: foram aiadas, no mesmo dia, de uma sé vex, pelas mesmas pessoas fsicas,olto sociedades, na tentativa de reducao da carga tibutaia a partir da divisao dos resultados tibutavels por diversas empresas. Tals socledades, em decorrencia de suas caraceristcas e do pequeno porte, estavam enquadradas no regime tnibutério de apuracao de resultadas com base no Pagano eeu lucro presumido, quando sua fornecedora dnica pagava o tibuto de conformidade com o lucro veal corre que as empresas criadas (as oto) nao operavam de fato e de diveto, eram empresas de papel (MARQUES, 2011). LEITURAS INDICADAS Constituicao Federal do Brasil de 1988. Cédigo Tubutéio Nacional - Let né 5.172, de 25/10/1966. AQUINO, 5. I. de. O ente e a esséncia In: Os pensadores. Iraducdo de Lulz Joao Baratina, Sao Paulo: ‘bil Cultural, 1973. v, VIL BASTOS, C. R. Curso de direito financeiro e de diteito tributario. 3. ed. Sao Paulo: Sarawa, 1994 SITES INDICADOS htip://www.planalto.gov.bi/- http://www jus.com.br/ http://www mundojuridico.adv br, AULA 2 Eliséo e Simulacao Fiscal Nesta aula, daremos continuidade ao nosso estudo com uma visdo da ellsdo e da simulacao fiscal, além de especies de simulacao, requisites configuradores da simulacdo. Veremos também porque simulacao nao se confunde com elisao, E mals, estudaremos legiimidade da elsao, questionamento acerca da necessidade de acao anulatéria do ato simulado, lberdade do planejamento tibutaio e seus contomos princpialdgicos. Vamos lat 1. ELISAO E SIMULACAO FISCAL ‘simulacao é um defeito do ato juridico e esta expressamente regulada em nosso ordenamento judi, no art. 167 do Cédigo Civil CONSULTOR JURIDICO, 2003). fla é, sem sombra de divides, 0 vicio mays comum nas praticas evasivas dos contnbuintes Na definigao de Clovis Beviléqua (1966, apud RODRIGUES, 2002, p. 374), a"[.. simulacdo & uma declaracao enganosa da vontade, visando produzi efeito diverso do ostensivamente indicado” (Cédigo Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado, obs. 1 a0 art. 102) Pagano eeu Para Orlando Gomes (1983, p. 374), a simulacdo ocovre quanda “[..] em um negéco jutiico se veiifca intencional divergenda entre a vontade real e a vontade declarada, com o fim de enganar terceiros” ‘A simulacao é uma deformacao voluntaria com o intuito de fugit 4 disaiplina normal prevista em lel Nela ocorre um desacordo intencional entre a vontade interna, efetivamente querida e a declarada (CONSULTOR JURIDICO, 2003) Para Francisco Fetrara (1999, p. 51), negécio simulado: [1.8.0 que tem uma aparénca consi & tease, cu porque néa exste em atgalito ou porcue € derente ce sus aparencia Entre foe extiseca 2 essinca intra hé um cantast flaganie 0 negécio que, aparentemente, @sen0 at, @, em i, meniroso etic, ou constitu uma maser para cular um negécio dferente. Ese neptxe, pas, € dstnado & provocr uma iusd0n0 pico, qie elevado a acredtar na sua enstenca cu ra su nature, tal como aparece dearac, quanch ra verdede,ndo se rel2ou um negico cu se realzeu oto detente do expresso no conto. Com eteito, 0 Codigo Civil Brasileno, em seu att 167, § 10, assim adverte 651" Havers simulacao nos negécis niicos quando | aparentarem confer ou trensmtir crates 9 pesscas diversas daquels as (42s realmente se conteren, ou tansmitem, Il contiverem dedaragio, cots, condgéa ou dusula no vecaceia; I~ os instrumentosparticulresfovem antedatades, ou pés-cotados (BRASIL, 20m). ‘LLESPECIES DE SIMULAGAO Conforme anise de Consultorjuidico(2003)[1],o legslador considerou tres espéctes de simulacao, a saber: €) simula co por interposicéo de pessoa: a parte que figura no contrato nao é a pessoa que deve aptovellar os seus resullados, mas sim outta pessoa. Visa-se, por este expediente, encobrir 0 nome da pessoa a quem realmente se pretende outorgar ou wansterit os direitos de que se lratam; b) simula ao por ocultacdo da verdade na declaragao: resulta da decarasao, conissa condicao ou clusula faba; 6) simula go por falsidade de data: as datas apostas nos dacumentos nao sao verdadeiras. ‘ doutrina por sua vez, distingue a simulagdo em duas espéctes (CONSULTOR JURIDICO, 2003): 4) simula go absoluta: quando nao ha relacao negodal efetiva entre as partes. As partes celebram ‘um negéco juridico somente aparentemente, pois, na realidade, este nao acontece. 0 ato & ficidio, inexistente, subsistindo so na aparenda, visto que as partes néo tém intencao de efetuar ato algum. Ho mais das vezes, esse tipo de simulacao visa prejudicar um tercelto, subtraindo os bens do devedar a execucao do credor. Procura-se, por melo dela, ocultar bens ou simular a existéncia de situacao paliimonial nao existente. Nas significativas palavras de José Beleza dos Santos, a simulacao absoluta: {J redasea uma aparénci que nicamente nach vale e€ per S00 capo Sem alna, 2 simples sombre, 2 ose pintac, com uma aparenca exert, mas infenamence va de substanca, como piterescamente o dsceven os prensts. GANTOS, 1993p. 257), AULA 2~fUSKO ES MULACAD CAL b) simulagao relativa: nesta especie, dots negdcos se sobrepdem: o simulado, ov aparente, que nao espelha o intimo querer das parte, e o dissimulado, oculto, ov rel, que as partes eletivamente desejam celebrat. A disimulasao oculta ao conhecimento dos outios, a existencia da veidadelra relacao juidica presente entre as parte. fse tipo de simulagao é 0 mals encontradico no ambito do dieito tributaro, 0 negéco simulado ou aparente mascara o negocio ‘oculto ou real, que as partes nao querem fazer aparecer. Procura-se, no mais das vezes, ocultar 0 ato ou negécio verdadelio para causar dano a teceirs ou volar ale, embora algumas vezes a simulacao possa ter uma finaldade lcta, Exemplo: £ comum a simulagao de uma venda por preco inferior ao efetivamente ajustado, com o intuito de burlar o Fisco, Numa escrtura de compra e venda, as partes combinam a alienacao por um preco, porém, visando reduzir o quantum do imposto de transmissao da propriedade, fazem constar da escitura um outro que nao 0 efetivamente convendionado. Pontes de Miranda (1954, IV, p. 386) ¢ enfatico nesse sentido, ‘Aredugao do prego para butar 0 tsco é simuagto, porque nao se qus 0 que se aparenta ese qs 0 qlese ocuta[.] No dretobraslo, como em todos 0 sistemas juices em que os juntas nio procuam excepatéra para as simuacbes pare draudaqio fiscal, a vend: ov otro negciajutdco a prego mais baxo do que 0 rel é simulago noc, como qualeues outa. 0 flawante no pode ales; 0 epresentante do pader pica pode arcu. Fazenda Pllia pode pect a anulagio, cu a eferenga entre s imposts ets gags 0s que deveram ter sido pags mats 2s multas ‘A simulacao relativa pode ser objetiva ou subjetiva. » Simulacdo subjetiva: “[..] a simulacao se dé quanto a pessoa que figura no negécio. A parte que figura no ato nao é aquela que deve aproveitar seus resultados” (CONSULTOR JuRIDICO, 2003). 0 sueito aparente é chamado de testa de fer ou homem de palha, Ha na hipstese uma interposicao de pessoas. » Simulagéo objetiva: “|... esta relacionada a natureza ou ao contetido do neqécio, como quando, por exemplo, finge-se uma venda para ocultar uma doacao" (CONSULTOR JURIDICO, 2003), ‘A simulacao, quanda destinada apenas a enganar tercetos, édesignada de inacente, Quando, além de enganar, a simulacao visa prejudica lerceitos, casando tum danoilcito, & designada de raudulenta ou maliciosa ‘LZ REQUISITOS PARA QUE OCORRA A SIMULAGAD De acordo com Consultor juridico (2003), para que acotra a simulagao, sao necessarios os seguintes requisites: 2) conluio entte as partes, na malaria dos casos configurando uma declaracao bilateral de vontade, b) nao correspondéncia entre a real intencdo das partes € o negécio por elas declarado, apenas aparentemente querido; 6 intencao de enganay, iludir terceiros, inclusive o Fisco (CONSULTOR JURIDICO, 2003) Pane tee 0 acordo simulatinio é necessério para haversimulacdo. A simulacdo sempre se apola em um convenio, pacto, entendimento entre varios sujeitos. Na simulacao, a divergenda entre o que as partes querem € 0 que declaram é produzida deliberadamente, em decorréndia de acordo entve os contratantes ou entre 0 declarante e 0 destinataio da declaracao. 1. POR QUE A SIMULAGAO NAO SE CONFUNDE COM A ELISAO TRIBUTARIA? ‘A revista Consultor Juridica (2003) também diferencia a simulacao da elisdo tributénia. |- Na elisa, a partes que celebram o ato ov negdidojuridco, ainda que por melo de formas judicas alternatvas, pretendem, eletivamente, realzéo como estipulado, Nao ha uma faba, aparente, simulada declaracao de vontade. A dedarasao € real, eletiva, veidadelra, condzente com a vontade das partes. Nao ha ato ou negdcio juridico aparente. 14 ato ou negécio juridico real Il+ Nao se pretende, por outro lado, burlar ou enganar o isco. A conduta das partes € lila, a0 contraio da simulacao, em que a conduta é lita. lil Na elisao, evita-se averificacao do pressupasto de inddéncia da norma tibutéria Na simulacao, 0 fato gerador ocorre, mas & mascarado pela dssimulacao arquitetada pelas partes, de maneira ‘a nao ser detectada a sua ocorrencia IV- 0 6nus da prova da simulacdo cabe 4 Fazenda Publica, pois cabe a ela, ¢ nao ao contribuinte, constituir a prova que embasa o langamento tnbutatio. V-A simulacao nao se presume, pelo contttio, um negécio juidico deve ser presumido como verdadelfo enquanto nao se demonste a sua simulasao. Exemplo: ‘A estipulacao de um preco muito inferior ao valor real da colsa vendlida é um forte indicio para revelar 2 simulacao de valor feita em prejuizo da Fazenda Pablica, para se pagar um menor imposto de transmissao. Todavia, 0 simples fato da estipulacao de um preco infertor ao real nao basta, por tss0, para que haja simulacao, £ necessério demonstra que os contnibuintes agiram de mé-fe, com o intutto de enganar, ¢ que deste fato resultou ou possa resultar um prejuizo para a Fazenda Publica, podendo deixar de serem pagos os tributos devidos. Muitas vezes uma venda de um bem pode ser feita por ‘um valor inferior a0 seu preco real sem que tenha havido simulacao ou intuito de defraudar o Fisco. E © caso, por exemplo, de um contribuinte que, passando por sériasdificuldades financeiras, necessita alienar um imével de sua propriedade rapidamente para auferic 0 numerdrio sufidente para honrar 0 pagamento de dividas que padem levélo a insolvencia, Entendemos a desnecessidade de 0 Fisco demandar judicialmente a decaracao de nulidade da simulagao, porquanto “[..] no ambito fiscal legalidade ov legalidade do ato ou negdcio juridico nao é por si s6,razao suficiente parainibir aincidencia da noma tnibutaria, bastando lembrar a possiblidade de tibutacdo dos atos ilicitos” (CONSULTOR JURIDICO, 2003), AULA 2~fUSKO ES MULACAD CAL 0 interesse do Fisco € 0 de receber 0 tibuto devido e que se pretendeu evitar pela pratica do ato simulado, pouco the importando a recomposicao de direitos de terceiros eventualmente prejudicados pela violacao da eficdda da lei civil ou comercial (CONSULTOR JURIDICO, 2003) Com efeito, dispoe o att. 118 do Cédigo Tributério Nacional: ‘118, defini ee do ato grad ¢ itera absincose |= alice prea ds ator eetamente psa pos conus, responses, trae, bem como Grater co Se abo cu ds Svs ets; |= dos efeitos dos fatos efetivamente ocesridos (BRASIL, 2002). Comentando sobre o tema, o saudoso e sempre Fembrado meste Alomar leelio consignou: ‘ validade, invalidade, nulidade, anulabilidade ou mesmo anulacao ja decretada do ato juridico sao ivelevantes para o Direito Tributatio. Fatcadooata judo ou celerad 0 neg eal tibiae em to pa, ext asi a cinco para com 0 Fo. E esa obi subsite independemement ch vache ou invaiade dozto (GAEIR, 1865, . 46) Nesse send, 0 Actidao unanime da2a C do to Conselho de Contnbuintes, no 102-3002, relatado pelo Conselhetro julio César Gomes da Siva IRFESSOA FSICANEGOUACKO OA ALENA(AD MOBUARA DIFERENIE DA ESCRTURAPUBUCFATOREAL PREVALENCIAIRP-scita ple -Comprovado «uea negaceaone aienago mob el eer do delrado ne escitua publi, peace ofato rl. Recuso impr (05.0795 - BCU 125.0985, 14357 ~ ener oficial) 0 restor dase acco ple osegunte velo “o que se dicate neste procese€ saber se alemdo da mével fl ealuata como infamau 0 sal atuate ov camo deaado m2 escitua pla de cesso de diets. ers dscuio nesta Camaro alr probate ce esitura pila, que deve presale sobre documents particu. No tenho ete encendmenc, 0 qe deve seri de base par #vibagio& o ato suid, ‘este ele representado por uma escritura pablica au nao. Na espécie nao esta. ‘5 opeaseo resized ei peretamente identified ra informagao fiscal, perkde poeta Camara, que ado em ods os seus tems, Asi, meu vata pa neg prowmente ae recuse Assim, entendemos que nao haverd necessidade de declaracao de nulidade do ato simulado pelo Fisco para que este viesse a cobrat os Uibutos devidos na operacao. Seria o caso, por exemplo, de protisional liberal que fomnece recibos de servigos que efetivamente nao prestou a contibuinte que deseja realizar abatimentas em sua declaracao de Imposto de Renda. Ou, por exemplo, numa escritura de compra e venda, os contraentes mencionarem preco inferior ao rel, afim de reduziro quantum do imposto de transmissao da propriedade. 0 Fisco, constatada a simulacao, pode efetuar o lancamento do imposto que detxou de ser recolhido, nao havendo necessidade de previamente demandar a nulidade do ato simulado para receber 0 tnbuto devido. Com 0 advento do novo pardgrafo unico do art. 116 do Cédigo Tributario Nacional intoduzido pela Let Complementar no 104/2001, a questao ficou sanada. Dispoe 0 aludido pardgrafo nico do art. 116 do CIN: ‘auld adninstiatva pods deconsidrar ats © nogiios pies, prticeds coma tide de dsiularaocorrnca cotato grace cotta cu natura dos elementos costes a cbngao tbutia, oserados 4 pocecmentesextabelecs em. (BREIL, 2001. Enlende-se que a norma em exame pretende combater o fenomeno simulatorio em sentido amplo, destinando-se, portanto, a combater praticas evasivas, e nao a elisao fiscal. Pagano eeu 1.4 LEGITIMIDADE DA ELISAO 0s contibuintes possuem o dieito de agit, em sua vida negodal, de modo a nao pagar tibutos ou a incidir numa menor carga tibutatia, desde que ajam em conformidade com o ordenamento juidico, no sentido de que suas atitudes sejam litas e nao contrariem qualquer disposicao legal (LOZEKAM, 2013). fssa questao primordial relacona-se com os limites entre a pratica daellsao e da fraude fiscal. Qua 0 elementos que peimitem dstinutr uma pratica da outa? ‘A doutrina destaca alguns aspectos fundamentals que diferencam a elsao da fraude ou evasao fiscal, a saber: »» anterioridade ou néo da conduta 8 ocorténcia do fato gerador do tributo: a economia lcta é aque decorte da escolha dos atas a serem praticados antes da acowréncia do fato gerador, sem violacao da lei e com a pratica de alos reais conducentes ao resultado econdmico que se deseja, ‘ou mesmo da omissao da praca de alos, » natureza dos meios utilizados: se os atos ou as omissoes que levaram a economia fiscal sao legitimos, se estard diante de uma elisao fiscal. Se os atos conducentes & economia fiscal violarem a le, se estara praticando uma fraude fiscal » necessidade de verificarsea economia fiscal decorreu deacio ou omisséo que correspondam efetivamente a0 que foi formalizado nos documentos @ registro fiscais: se apenas ‘aparentemente ocorteram esses alos ou omissies, se estard em face de economia ica, Discorrendo sobre o tema, o jursta Ricardo Mariz de Oliveira (1997, p. 303) destaca que a pratica da elisao fiscal pose ser constatada pela resposta afirmativa as sequintes questes: 1 A.ccnoma fal decareu de ao ov omisio‘anteiar ocarénd do fata geado? 2- A econamia fal decareu de ato ov omissdo praticade sem iniagbod le? 3A economia fal decoreu de ato ou omsd0efeivamete eco, ta como reitchs na respective corumentagao eesetuagao, e sem teem sido acuteraes nesas?(OUVER, 197, p 303). Se a resposta a todas as indagacées for afiimativa, estaremos diante da economia fiscal lita Com efett, o comportamento do contibuinte que realiza a elsao fiscal resulta do legitimo exercico de uma lberdade assegurada pelo sistema juidico bras Mandatéso é concluir que nem a ordem jurdica nem a ética proibem o contibuinte de organizar suas alividades de modo a redusir seus custos tnbutéios a um minimo passivel, desde que se alue de maneita lita, AULA 2~fUSKO ES MULACAD CAL 2. ALIBERDADE DE PLANEJAMENTO TRIBUTARIO E SEUS FUNDAMENTOS ‘ doutsina mais abalizada pondera que 0 contibuinte é livre para se colocar numa situacao menos nerasa do ponto de vista tnbutéri, reduzindo sua carga fiscal. Georges Ripert (2000, p. 327), na primeira metade do século passado, afimava Canlquer passe tem a ibe de tansfomara sua fot de mangia a Ser o menos passive aingda pels amposcse seu aos so peramente valid inde mesma uancoaperas dads pelo deseo de pg eimpasto ais edu 0 fundamento do direito dos contibuintes @ adocdo dos comportamentos que podem gerar consequent fiscas menos onerosas ¢o principio da tipicidade da tbutacao, expressao do principio da legelidade. As pretensdes tributérias do Estado, em razao do principio da tipicidade, representam um numerus: clausus, de sorte que 0 rol ctad pelo eqislador demarca, ao mesmo tempo, o campo lire de tibuto ‘Assim, fora do rigido catalogo de tibutos upificados por lel nao se dere falar de lacanas, mas em espaco live de tibutacao, Helenilson Cunha Pontes (2000, p. 112) afitma que a lberdade de planejamento tributara decorre do principio constitucional da vee iniciatva,"[.] como aptidan reconhedda junidicamente aos indwiduos pata administrarem a sua propriedade no sentido que melhor entenderem, dentio da zona de liatude «que a order juiicaIhes garante” Do que fol acarado, percebe-se que o direito ou a libeidade de planejamento tibutario decor da conjugacao dos princpios da legalidade e da avtonomia da vontade, expressao, esta ultima, do principio da vee iniativa Com efeito, o art. So, caput, da Carta Federal (1988), afianca o diteito fundamental a liberdade. Além disso, a Carta Politica alberga, no mesmo artigo, inciso tl, 0 principio da legalidade ja comentado ‘na aula anterior. Dessume-se que o texto constitucional prevé a liberdade de acdo como principio fundamental. Vale dizer que aliberdade de fazer ou nao fazer alguma cosa € ampla, 6 encontrando limites na lt. Assim, se a acdo do individuo ndo viola ou desrespettar nenhum comando legal, ea € plenamente valida e produz seus efeitos no mundo jurdico. Esse dirito de liberdade de atuacao do contribuinte, garantido constituconalmente,s6 pode padecer de cestiigoes em vitude de le Apenas normas oriundas do Poder Legislative, elabaradas de acordo como procedimento estabelecida na Consttuicao, podem condicionarodireitolberdade de acan dos pattculares. De igual modo, aliberdade de praticaro planejamento tnibutavio sé pode ser restingida por meio dele, jamais em virtude de ingeréncia do érqao aplicador do dretto, Como & cedigo, 0 tibuto decorre de let € somente € devido caso 0 indviduo pratique a situacao descita na let como hipdtese de inddénda tnbutéta Logo, a exigénca de tibuto nao decomrente de lei equivale a confisco, Conduise que o contubuinte nao pode ser abrigado aincorer no fato gerador da obrigacdotibutéria, ‘lei nao impae ao contnibuinte a reaizacao do fato gerador. Pelo contri, 0 contaibuinte é livre pata optar pela realizacan ou nao de alos ou negécios jurdicas nao previstos na let como hipdtese de incidéncta tibutaia Dai decore a libeidade do contibuinte praticar o planejamento tibutaio, ou sea, de organizar seus negéclos e atos, de forma a evitar, reduzir ou postergar o peso dos tibutos. Pagano eeu SINTESE Enfim, encerramos a segunda aula. Esperamos ter conseguido passar os conceit fundamentals sobre elisaoe simulacao fiscal, notadamente o tatamento que a doutrina destina as espécies de simulacao, exemplos praticos em dertedar dos temas, legitimidade da elisao e liberdade do planejamento ‘tributério € seus contornos constitucionals. ‘Aconselho que voce explore os livios sugeridos e pesquise sites em busca de artigos, teses, manogratias e demais textos especalzados, uma ver que esta aula constitui apenas uma das suas fontes de consulta Na préxima aula, abordaremas aspectos relativos ao poder de tributar no Estado Social de Direito ~ limites da iberdade de planejamento tnbutanio eelsao fiscal como problema afeto a politica, AULA3 limites ao poder de tributar Caro(a) aluno(a)! Trataremos nesta aula dos limites ao poder de tibutar no Estado Social de Direto, analisando os limites 3 livre iniclativa no Direito Privado e no Divito Tributéro, a legalidade estita e normas antielisivas, chamando a atencao para algumas questaes praticas. Vejamos a sequi 1. LIMITES AO PODER DE TRIBUTAR E VALORES EM JOGO © poder de tibutar poder ser conceltuado como a alnbuicdo da competénda inbutaia confeida pela Constitucdo Federal aos divetsos entes piblicos, ou sea, 0 poder de institute arecadar os tuts de exclusiva responsablidade destes. lal competénca engloba o poder de fiscalr, de legsla ede cobrartibutos. No Brasil, o poder de tibutar advém do pacto constitucional e tem legitimidade da vontade do povo. E a Constituicao Federal que estabelece quem e em que circunstancias pode instituir e cobrar tais e quais tibutos. ‘Ao proceder dessa forma, distibui as pessoas politicas da Uniao, dos Estados, dos Municipios e do Distrito Pagano eeu Federal apidao para, por intermédio dos veiculos normativos apropriados, e com a conformacao geval que de antemaa estabelece, inovar na ordem jusdica editando lels necesséias ao exercico desse direitoe para cir um vinculo obrigacional valido para os cidadaos. © poder de tibutar um poder auténomo e nao soberano, tem limites imanentes que sao ditados pelas noimas constitucionals expressas e implica, aluando na esfera privada sem pedir lcenca. A pessoa eelta suet passvo toma-se devedora de um tnibuto se praticaofato gerador independente de seu querer. natura, portant, que esse poder seja deimitado e que a orem juidicaestabeleca de mado dro o que pode, o que nao pode e o que deve ser feito, Iratase de exigenca da ceteza do direto, de que as pessoas possam conhece as regras do Jago e avalar as consequendias de suas -acbes ou omissdes. A Carta Politica Federal, no Sistema Tributario Nacional, outorga competéncias e estabelece limitacbes e restigoes ao poder de tibutar Assim, 0 que se vertica, pela andise da legslacdo tibutéra em vigor, ¢ que ha um campo de incidéncia de tnbutos, onde fam as imunidades e isencoes. Fora dele, nao ha inadendia tibutara 2. 0 PODER DE TRIBUTAR NO ESTADO DE DIREITO 0 Estado de Direito, segundo licao de Catl Schimitt (1970, p. 150), *[..] & aquele que respelta sem condicoes 0 direlto objetivo vigente e os direitos subjetivos que existemn”. Do ponto de vista formal, sao elementos essencais da Estado de Direto: » a divisao de poderes; » uma justica independente; » protecao juridica contra o aritro do Poder Publico; » avinculacao dos poderes estatais 8 lel Ofstado de Diteito tem uma perspectiva material, na qual “[..] consolidam-se postulados antropoldgicos basicos no reconheamento dos direitos subjetivos do individuo frente ao Estado e através dos preceitos de dareza e de sequranca do direito", no dizer de Mathias Herdegen (1993, p. 2. Para a doutrina de | | Gomes Canotilho (1999, p. 49), 0 direito conforma os esquemas de organizacao do poder, sujeita-os @ detetminadas regras, de modo que “..] 0 Estado, os governantes, as autoridades, obedecem as leis, nao estao colocados sobre as les, mesmo que elas tenham sido criadas ou produzidas pelos 6rga0s do poder” 0 principio da legalidade é um dos pilares do Estado de Direito. Na licao de Léon Duguit (1996, p. 61), o "Estado, elaborando ale, obriga-se a respelt-la enquanto exist, Pade modifcél, revagéra, mas durante o tempo de sua vigencias6 pode agirno limite fixado pela mesma lei” 0 contetdo normativo do principio da legalidade requer que as situaches de sujelcao e de obrigacao estejam delineadas em le previa, promulgada e manifesta ou esata. 0 mandamento da lei prévia requer a anteriridade da ei em relaco ao fato por ela alcancado, Em rarao dessa exigenca, quedam- se Invaldas as normas que estabelecem, no presente ou para o futuro, consequendas mals grares que as existentes nas normas vigentes ao tempo do fato. Todavia, com a lei nao sao incompativels a normas que dispoem sobre situacdes retfoativas que possam benefidar os infratores em face do principio da benignidade AMA 3s DR DE TREUTAR Por exigencia do mandamento da lei promulgada, as norms judicas devem ser conhecidas por todas & pessoas para que elas possam determinar se estao ou nao sujeitas as suas prescricoes e, para que isso ocorra da melhor forma possivel, as normas devem ser piblicas Para a maxima efetividade do principio da legaldade, é extgida let manifesta ou lei escita. fm face desse mandamento, as normasjuidicas devem dizer de forma predsa, clara e compreensvel, quem deve cumpilas, 0 que deve ser feito € estipula dvetamente as consequendas anteriores & postetores a realzacao do fata juriico ao qual se velere Esse principio, sobre ser o principal icone do Estado Democratico de Direito, tem fundamental impottancia para a ordem juridica tbutévia De fato, ele nao se resume a exigencia de lel formal para tornar validas prescricies de dever ser em. mmatéria tibutaria. A norma tibutaria deve ser prospectiva, porque esté proibida a retroacao, salvo em casos espedals isto 6, ela deve existr, deve estar validamente posta antes da ocorténda do fato tibutavel. Ela deve concretizar a ideia de justica e observar a sonomia entre situacdes equivalentes. ‘Alei formal é também o dnico meio idoneo de concrecao do principio da capacidade contibutiva, Para Bilac Pinto (1953, p. 73), [Jorn legal em mata fiscal ears cb nasa agriagia Corson, tam como decarénce, por ula, queso pode se atic ua cage tut a ura pase fsa ou pride mediante 0 comando de uma lee par autolacy, que otstado no tem nentum dretoalém deqiele cued Ie exressamente he once Uma vaitaco do principio da legalidade é o principio da esta legalidade ou ipicdade. 0 princpto da legelidade estitarequer que a lei tnbutéta descreva ua situacao que, igada a um fato de possivel ocotrencia, seja necessaia e sulcente para estabelecer uma velacao juidica, Esa relacao pode ser decomposta em cinco aspectos, a saber: » 0 aspecto pessoal, com a indicacao dos sujeltos da relacao: 0 sujelto ativo e o sujeito passivo; >» 0 aspecto espacial, no qual serao indicadas as circunsténcias de lugar, para nascimento, vida e extingdo da velacao juidica bur; » 0 aspecto temporal, em que se estabelecerao a5 crcunstancias de tempo relevantes para 0 estabelecimento da relacao e do cumprimento da obrigacao respectiva; » o-aspecto material, com a descricao dos elementos substancials do fato, ou conjunto de fatos, € que servirao de suparte ao estabelecimento da relacao, » 0 aspecto quantitative, que estabelecerd as aicunstancias determinantes do quantum da piestacao. ‘leis tbuténias podem adotar duas espécies de tpos: » cerrados: a noima indica todas as caracteristicas dos fatos trbutavets com a denotacaa do seu contetido ou as caracteristicas essencials; » estruturas: os tipos sao mals ou menos abertos, jd que a lel prescreve um elenco a partir de certos atributos proprios de generas € nao de espécies. © principio da legalidade estita tem intima vinculacdo com o principio da sequranca juridica, 0 qual requer que a normas possuam densidade semantica suficiente para estabelecer de forma razoavelmente clara 0 que deve ser feito, isto 6, 0 que é proibido, o que & permitide eo que é Pane tee brigatorio fazer Enfim, os cidadaos devem ter condicoes de saber estimar quais as consequéndas de seus atos. A lei é, portant, o limite insuprimivel da protecao das individuos frente ao Estado; todavia ela beneficia o priprio Estado & medida que legitima o exercica do poder de tibutar e garante 0 exercicio do diteito de acao contra os reticentes. 3. LIMITES A LIVREINICIATIVA NO DIREITO PRIVADO No Direito Privado, nao se discute a plena liberdade dos indwviduos para fazer o que Ihes aprouver, desde que nao sejam desrespeitadas a lel, a ordem publica e os bons costumes, A Catta Politica de 1988 abraca uma altemativa basicamente capitalista, ao assentar @ ordem economica na lve iniiativa - at. 10, 1V, bem como nos princpios da propriedade privada e da livre conconréncia~ ats. 5 0, XX 170, caput e indsos Ile W. Nessa conjuntura, 0 contiato aparece como uma das fundamentats formas de expressao da livie iniclatva dos cladans, tanto que um dos princpios basicos do dito contratual & a autonomia da vontade, ‘A esse respeito, Silvio Rodrigues (2002, p. 11), cltando Messineo (1986, p.2), aflrma: Ainds na lggo daquele juista, a instuigsa juice do conto & um cllexo do insituig jrihca co propre. Ele & 0 veiula de cculaggo de nquezas «por conseguinte, 56 se pode concebe, como isituicao pure de rato vada, om cages que admtem a propiedad india Segundo a doutrina, a autonomia da vontade envolve trés aspectos: » aliberdade de contratar:abarca a faculdade de realizar ov nao um negico; » aliberdade de escolha do tipo de contrato a ser celebrado: alude a escolha do tipo de contrato conveniente & atuagéo da vontade; » aliberdade de determinar 0 contetido do contrato: se refere & possibilidade de estabelecer 0 tear do contrato, Sobre a autonomta da vontade, ensina Oslando Gomes (1986, p. 25-26): (© principio de autonomia ce vortade particaria-se no dreto contatwel na livetcade de conta. Signa 0 poder dos indvidus de susctar, medante dedaracao de votade,eftes recomend e tutes pea orem jd. No exer desse pode, tock pessca paz tem apticiopar provocrorascimenta eum deo, cu para obigrse. A prodigso de eats juiccas pode sex eterminada asim pela vortade unilateral, coma pelo cencuso de vontades (Quando aativdice urease exercemedante cena, nha grande extemsda, (utr concer a axtonoma da vortade como um aspecto da libercace de centrata, no cual 0 poder atnbuigo aos paticares & o de raga deteminade onda pa 0 futuro, reatvamente as relacbes dsciginares dla O conceta elibercade de contatar abrange os poceres de avtoregenci de iteresss, eve dcusa0 cas condgoes canals ¢, por fim, de exclte do tipo de contato convenente & atuag ca vortade. Maniesa $e, par corseguite, sob Ulgice aspeco a) liberdade de contatar proiamente Gta, b) lbadide de stip 0 conta) liberdade de determina 0 contedo do conto. AMA 3s DR DE TREUTAR ‘Ainda segundo Gomes (1986, p28), “[..] em matéra contratua, as dsposicdes legals tem, em regra, catatersupletivo ou subsidirio, somente se aplicando em caso de silencio dos contratantes*. 0 contrato & 0 instrumento legal para o exercicio das inicativas econdmicas, sendo 0 fato de as artes poderem determinar livremente 0 seu conteddo, em decorréndia do principlo de livre escolha da forma e dos tipas contratuals, uma expressao da autonomia privada, garantida pelo ordenamento Juridica, © texto constitucional preve albeidade de agir como principio fundamental ~ art. 5o, caput e I Assim, os particulares gozam da capacidade de praticaratas au negécos juridicos livemente, s6 enconttando limitacoes na le. ‘lem disso, & necessério que a lei que obrique a fazer ou deixar de fazer alguma coisa emane de um legblativ eleto pelo consentimento popular e sejaelaborada de acordo com 0 processo legbslatvo estabelecido na Constituicao. Nao abstante, & luz do Estado Demacratico e Social de Diceto, o grau de intervencionismo do Estado aumentou significatiamente, passando a autonamia da vontade a ser limitada em prol de uma prevalénca e preponderancia do interesse social sobre o particular. No Estado contemporéneo, a aulonomia prada passou a ser limitada pelo legsiador em nome do inleresse publico. Exemplos dsso sao as cescentes limitacbes legats aos contratos, apontando no senlido de garani a funcao socal dos negocios juidics. ‘Assim, 0 art 421 do novo Cédigo Civil~ Lei no 10.406, de 10.01.2002 estipula que: “[..] a liberdade de contratar sera exercida em fazao e nos limites da funcao social do contrato”. A respeito da crescente limitacao da liberdade de agi dos cidadaos, comenta ves Gandia da Silva Martins (1988, p. 114): ‘A qescenle reqlamentagio da sodedade ~ que tava falo um dks rindges fundmentes do Die, al see o de que ninguém se exme alegendo 0 » aescolha de um local para mstalacao de uma unidade produtiva tendo em vista a exstencia de areas onde exstam incentvos fiscais ou financeitos ou em que a tibutacdo seja menor; » 20 deslocamento do eixo da tibutacao para aproveitar as diferencas existentes, por exemplo, entre a aiquota do Impasto de Renda que ¢ devido pelas empresas e pelas pessoas fsicas; » ao deslocamento do eixo da tibutacao para uma outra jutsdicao (outro pals) com o propésito de obter acesso a gravames tibutavios mals amenos, como sao, por exemplo, os palsesfscais € as segloes de incentivos iscts concedides por paises que nao paitlapam desta categoria. Pode ser considerado um direto fundamental da ordem juridca, a0 mesmo tempo em que é uma imposicao da ordem socal. A ordem sodal premia os efidentes e o mercado exdul os nefiientes. fsse direito fundamental nao é produto da nossa época ‘Nomar Baleeio (1958, p. 62) iz, com todas as letras, que: [1 em prince se nio vo probiao insttld em te, ov 20 comete fasdade materal ov idedlégaa,o catbure tem le eleiao des ats jules e irstumerts qu, co onto e vta fiscal, sBo mls cenvenients 20s seu merase, Logo, sob esse ponto de vst, o planejamento tibutaio est sitvado na eslerajridica de toda pessoa como um dieto de protecao eticente de seus interesses individuats, posto que a ordem jurdica os protege, tanto quanto faz em relacao aos interesses da coletividade que sao resquardados pela let que prescreve sancaes para aqueles que nao cumprem o que € abrigatéro ou fazem o que € proibido (ANDRADE FILHO, 2610). Pagano eeu 6.2 DEVER DE PLANEJAMENTO TRIBUTARIO Ha casos em que o planejamento tibutario se converte num dever, De fato, em certas cicunstandas, 2 eficiencia é uma exigencia formulada pela ordem juridica Exemplo: ‘Administrador eletto para coordenar uma empresa que deve aplicr todas as medidas que, de acordo Com alet eo dtetto, sejam menos desvantjosas possvebs para a empresa oltada para o cescmento € 0 cumprimento da melhor forma possvel da funsao social que the ¢ imposta pela ovdem juidica. “0 direilo positivo no deve condenar, para utilizar uma expresso em vaga no dielto francés, a “ destieza fiscal”, ¢ ninguém pode ser compelido a escolher, entve alternativas validas e licitas, aquela que leve & maior carga trbutéria® (ANDRADE FILHO, 2010). De acordo com 0 mandamento do art. 1.011 do Cédigo Chil (Lei no 10.406/02), 0 administtador da sociedade devera possuit, no exercido profssional, 0 cuidado e a diigénda que todo homem ativo € probo costuma empregar na administracao dos proprios negécos. Preceito com igual ordem & encontrado no art. 153 da Lei no 6.404/76 (ANORADE FILHO, 2010) (O dever de lealdade e a obrigacdo ce cumprico contratoe de levar asoctedade e a empresa a cumprirem os seus desideratos nao esgotam o rol das acdes que devem ser tomadas pelos administradores. Oultas obsigacdes Ihes sao impostas pela lel e pelo contrato ou estatuto social ao qual aceitam e se vinculam, de forma que eles estabelecem um dever de oficio (ANDRADE FILHO, 2010). ‘Anda para Edmar Oliveira Andrade Filho (2010), av administrador cabe realizar a escolha que melhor atenda & demanda do triplo centra de interesses que estao catalisados na saciedade empresa » os interesses dos sécios; » os interesses da prdprla organtzacao; » os interesses dos que nela trabalham ou com ela negociam, © xeric do per ds admnradres & puto pe base fiche sexecie e plo deservcument date que consti a cht socal Por ta ao, ates de gestio dever pessegu um esac pstvo em prt ¢o, ‘patrimonio social, todavia, essa busca nao pode ser empreendda com violacao do conatosccal cue ho mparalidaes seem penegicasea0 estaba alguas putas de cond, 2 le soca vs presi 2 busca ce efcenca eps sequndo prametis. &efcna € um valor de gande inpatanca para a ore ja posta. €um mancamentocrsttucna ender os ees publics eum dito dos particulars 0s parce podem pasequi a sfdoca em seu rio tees e 0 lad deve penegila em alendmente 20 ineresse pblco qe Ine mpde um dever gl de ba acminstao no camper fungi pla de cacao eal. (ANDRADE Fu, 2010) No nivel das elacoes de dieito privado, a busca da efidenda na execucdo das obrigacoes tibutaras erm funcao das demandas dos interesses estabelecidos em torno da empresa é um dever de todo administrador. A eficéncia vai além do principio da econamicidade, ela compreende abusca darelacao entie custo e beneficio e também da melhoria continua dos processos econimicos de producao e distribuicao de bens (ANDRADE FILHO, 2010), No mundo contemporaneo, a busca da efidencta empresaral nao pode ser empreendida sem frelos € contrapesos. 0 direito nao tolera praticas que causem dano injusto a outrem e impoe um dever legal de acao segundo a boa-fé. Neste contexto, a effdenca deve ser persegulda de acordo com os principios reitores da governanca corporativa. ‘ANLA4=aPADOADE CNTEIBUTIVR,TIBTAGRD CON BASE EM ACALOGA EEQUDARE Este deverImpoe a adacao de medidas de planejamento tnbutaro,afinal, se este pressupoe, sempre, 2G0es ou omissoes lias que sejam adotadas antes da ocowréncia do fato gerador e que observa as formas e condicies requisitadas em lel e nao causa prejuzo ao Estado arrecadador, ele estainserida no ambito do dever de diligenca ¢ lealdade que ¢ inerente a condicao de administrador (ANDRADE FILHO, 2010). 6.3 DEVER DE PLANEJAMENTO E ATO ANORMAL DE GESTAO Enlve 0s argumentos em prol das normas anteisivas esto que considera que certs praicaselsivas devam ser rotuladas como alos anoumas de gest. Eses alos produzem, em gra, efeitos diferentes daqueles que sesiam produzidos em negicos relizados entre partes independentes e segundo as condicaes de mercado do lugar. ambém podem ser considerados aqueles veatzados or liberalidade 6.3.1 Doutrina do ato anormal de gestao £ uma contibuicdo trancesa para as discussies sobre os limites do planejamento tnibutavio, No {undo, esta doutrina trata do méatto de certas operacies, prinapalmente daquelas que traduzem iinuicao patimonial suscetivel de reduzit, ao menos em tese, a base tibutavel , também, a falta de exigencia de contrapartida para certas operacdes ativas que poderiam gerar acréscimo naquela base de ibutacdo. No primeir caso, hd a preocupacdo com a deducéo de certas alrase, no segundo, com ceflasreceitas que poderiam ter sido ganhas (ANDRADE FILHO, 2010), Na latitude extrema desta teoria, ainda conforme Andrade Filho (2010), 0 fico poderia vir a questionar certas decisies empresariais baseado em critérios subjetivos, tals como: » exigir explicacdes sobre 0 uso de um méimore em lugar de uma ceramica em determinada obra cujo custo estd sendo objeto de deprectacdo que diminut 0 lucto liquide do periodo; > perguitr sobre a razao de nstalacdo de um escitério na Avenida Paulista em Sao Paulo quando 0 aluguel no centro velho é mais médico. 0s atos anoimais decortem: » de violacdo a lei de ordem publica; » de violacao ao contrato ou estatut. Exemplos tipicos de atos que podem ser cassificadas como anoimals sao 0s considerados atos de lberalidade, assim qualificads os que importam diminutcdo palrimonial sem a devida contrapartida total ou paral, Tass alos, no entanto, tem uma clausula geval excludente da iictude, que & a fazoabilidade do valor da liberaidade e sua eventual conexao com 0 cumprimento da funcao socal da empresa (ANDRADE FILHO, 2010). Por outio lado, a anormalidade pode estar nas condicoes dos negécios {ellos ou nia natureza nao usual do ato. Um ato nao usual € aquele nao ordindio e, logo, praticado fora dos limites do objeto da empresa que, conforme a constanca, pode redundar em mudanca tacta do objeto socal ou em desvio de poder dos administradores (ANDRADE FILHO, 2010). Existem alos, contudo, que, a despetto de serem tealizados fora do objeto soda, sao ils aos inleresses da socledade ou aos da empresa e no vazem prejuizo os demas interesses que giram em toino da empresa lacalizada em dada comunidade. Podem existr também casos em que os negdcos Pagano eeu nao usuals, a despelto de nao serem admitidas pelo ordenamento juridico intemo da socedade, a0 lidtos em si, ou seja, ndo sao proibidos por normas de ordem pablica e, ao mesmo tempo, sa0 altamente compensadores e lucrativos (ANDRADE FILHO, 2010). De falo, a ulldade € a necessidade tiram, em tese, qualquer eiva de iegiimidade dos atos nao usvas, salvo se em relagao a eles nao forem tomadas a condioes negocials equltatvas, caso em que poder ser apicada a pecha de anormaliade ou, se for 0 caso, outta norma que tena afinalidade de reprimir alos abusivos ou suscetivels de serem enquadiados como crime (ANDRADE FILHO, 2010), um nego marago pa anomaldde & aque em candies ecetmias to eguatvas, ou sep, em que uma sonedide bea Lens de seu ala 2 Tefen po aloes infeores 20 de wal negcagzo cm tec, as resis qi conde, siva quando hawer ums sao que psa ser arate como bar fie corral reason. Ui at tpa de neice aroaral # aque em quea sic ce aie bens ou sens de es pr vals supers aos crents de meade. Efi, so anormal of ats que Seam rinses 8 socechce ea empresa e que, em fega, 20 reaizacs coma nla de elu espace pert ees. (MDRADE FUND, 2010) 1. ATOS ULTRA VIRES ‘ao também qualificadas como atos sem a cabertura de paderes.Esses atos podem ser considerados sob a petspectiva da sociedade ou sob 0 ponto de vista do administador. Na primelra categorla estao abrangidos 0s atos praticados akém do objeto social estabelecdo no estatuto au contratoe, na segunda categoria, os atos que sao praicados em nome da sociedade, mas além dos poderes legals ‘ou estatutarios do dirigente (ANDRADE FILHO, 2010). Em apertada sintese, a teoria dos atos ultra vires visa, em tese, aportar citérios de explicacao que possam aparelhar decisoes em situacdes concretas em que estao em jogo os limites impostos aos varios érgaos das sodedades pela clusula do abjeto socal, 0 principio da espedalidade do fim. Para Waldirio Bulgarelli (1983, p. 1), parte-se- [.] daideta de que asociedade existe apenas para arealizacao do objeto sociale send perigosas os aos que o violam, tanto para os acionistas quanto para os redores, devem ser declarados nulos por terem sido praticados ultra vires. ‘.LEFEITOS DOS ATOS ULTRA VIRES No ordenamento juridico que vigora no Brasil, em tese esses alos sao anulavels, mas podem ser considerados nulos de pleno direito se enquadiavels no que expressa 0 att. 166 do Codigo Civil. Segundo esse preceito, € nvlo 0 negécio jwidico quando: » celebrado por pessoa absolutamente incapaz; » lorilicto, impossivel ou indeterminavel o seu objeto; » o motivo determinante, que for comum as partes, for ilicito; » nao sevestir da forma prevista em lel; » ver por objeto fraudar lel imperativa; » a lel taxativamente 0 declarar nulo, ou proibit-lhe a pratica, sem cominar sancdo. (BRASIL, 2002) ‘ANLA4=aPADOADE CNTEIBUTIVR,TIBTAGRD CON BASE EM ACALOGA EEQUDARE essa forma, se 05 atos forem enquadrados em qualquer uma das condicoes referidas, a nulidade ¢ insanével porquanto, em face do disposto no art. 169 do Cédigo CW, 0 negici juridico nulo na0 € suscetivel de confizmacao nem convalesce pelo decurso do tempo. Excecdo a regra da nulidade absoluta é o disposta no art. 170 do CC, segundo o qual, se negécio jurdica tipicamente nulo contiver requisitos de outro, subsist este quando o fim a que visavam as partes pesmitrsupor que 6 terlam querido, se howvessem previsto a nulidade (BRASIL, 2002) Se, por outro lado, os alos ultra vires forem anulavets, ou seja, se forem fimados por agente relativamente incapaz ou por vidio resultante de eno, dolo, coacao estado de pertgo, lesao ou fraude contra credores, eles podem ser confirmados ou convalidados se respettarem dieito de terceios (ANDRADE FILHO, 2610). (0s alos ura vires podem ser convalidados pelos sécos por meio de reunido ou assemblela, desde «que sejam preservados os dieitos de teceiros, salvo as inqunados de nulidade absolut 8. EFEITOS TRIBUTARIOS DOS ATOS ANORMAIS E ULTRA VIRES Para fins de aplicacdo da norma tibutétia, se praticado o fato previsto na norma impositva, nao importa a sua eventual qualificaco como normal ou anormal. De outra parte, ainda que um ato possa, do ponto de vista societatio, ser rotulado de anormal, se os seus tragos essendais nao estiverem preristos na norma impostiva, o dieito tibutario dele nao conhece. A anormalidade, par outa lado, € uina questao de gray; os atos simulados e dolasos sao anosmals em si porque existe uma norma anterior a qualificélos desta forma em rarao dos efeitos iliatos que possam pretender produ. 0 filtro da anormealidade, para fins isc, € dado pela le. Em matéia de Imposto de Renda devido pelas pessoas juridicas no regime do luco eal, a questao da normalidade os gastos é posta em relevo pelalel. Ela estabelece que as despesas eos gastos em geral sé poderao ser considerados dedutivels quando forem observades os crtéras de normalidade, necessidade e usualidade. Assim, um gasto 6 poderaser considerado dedutivel quando, em cada cas, for necesséro cu cil para a manutencao da atividade da empresa e, além disso, ver alguma relacao com a atividade explorada. No direito positwo brasileiro, também sao exemplas de nowmas que cercelam os negidos anormals aquelas que dizem respetto distibuicdo dsfarcada de lucros aplicvets na apuracao da base de calcul do imposto de Renda e da contibuicdo socal sobre o ao liqudo. 0s efeitos e as qualificacdes dos ates anormais, para fins tributaries, devem estar previstos na lei; nao basta asimples exstenca, em cada caso, de uma originalidade pra que ato legitimos sejam rotulados de anoimats; ¢ necessaio que ela seja um ingredient de butla em casos concretos. 0 sujelto passivo nao pode ser punido por entar ser diferente inovador. Pagano eeu SINTESE Prezado(a)aluno(a), conciuimas a quarta aula. Embora pareca demasiadamente teérico,o estudo do principio da capacidade contnbultva é de crucial valor para 0 encaminhamento dos demats assuntos ue serao tratados nas alas subsequentes Convaco voce, em seguida, a abragar a doutina ora sugertda e a realizar uma relexdo sobre a matéiia através da resolucao dos questionamentos dsponibilzados. E uma empreitada de amarracao de contetido bastante alraente. ‘Aquardo voc® na proxima aula, Até lal QUESTOES PARA REFLEXAO 1) Discorta sobre o principio constitucional da capacidade contibutiva, 2) Qual a importancia do principio da capacidade contributiva para o planejamento tibutério? 3) 0 principio da capacidade contributiva aplica-se, indistintamente, aos impostos, as taxas € as contibutgoes de melhoria? 4) pesmitido & autoridade administrativa empregar equidade para dlspensar 0 cumpsimento tibutatia prindlpal, quando se depara com ausencia de disposica legal expressa para decidir litigio tibutério cujo julgamento é de sua competencia? 5) Tratando-se de regras de interpretacao da legislacao tnbutéria, temos que a auséncia de Aisposicao normaliva expressa nao autoriza o emprego da analogia? LEITURAS INDICADAS BRASIL, Constituigo da Repiblica Federativa do Brasil de 1988, Disponivel em: . Acesso em: 5 jan. 2010. Lei nt 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispoe sobre o Sistema Tributéria Nacional einstitul normas gerais de direito tnbutario aplicaveis & Uniao, Fstados @ Municplos. Disponivel em: . Acesso em: 8 jan. 2010. SITES INDICADOS www .planalto.gov.bi/- www senado.gov. br/ www jus.com.br/ www. mundojuridico.adv.bt/ ‘www recantodasletras.vol.com.br/textosjuridicos /2 74232 AULA5 Abuso de Direito Caro(a) aluno(a)! txplanaremos nesta aula o abuso de dreito em face do planejamento tnibutirio, bem como o abuso de forma, chamando a sua atencao para alguns pontos praticos que enuncaremos adiante com exemplas colhidos da melhor doutrina e também da juisprudéncia dominante 1, ABUSO DE DIREITO - NOGOES PRELIMINARES ‘A legilimidade da elisao tem sido ciiticada com base no modo de exercicia do diretto do contabuinte ao planejamento tnibutério, Essa critica se funda no fato de que, para que a conduta do contibuinte seja aceita como um planejamento fiscal vaido, nao bastam apenas a lictude dos meios utlizados, a antecedencia em relacao 20 fato gerador e a inexistencia de simulacao ou outas hipdteses de violacao & lei, sses requisitos estaiam ligados ao plano de existencia do direito, mas hé outro aspecto a er observado: 0 uso ou modo de exerccio do dteto do contnbuinte Pagano eeu ‘figura do abuso do dieito,originalmente formulada no campo do dieito cv, visa combaterpraticas «que impliquem numa distor no equlibrio do relaclonamento entre as partes, seja pela ullizacao de tu direto ou de um poder para uma finalidade diversa daquela para qual o otdenamento assegura a sia existenca,seja pela distorcao de sua func, que leva a inibicaa da eficcia da lel incidente sobre a hipdtese sem qualquer justificativa (GRECO, 2004). No ordenamentojuidicovigente no Bras, o abuso de drettoé lito tiico, a0 menos desde o advento do Cédigo Civil de 2002 (Let no 10.406/02). 0 relesdo Codigo contém uma definigao normativa de abuso de direito, nos sequintes termos: fa, 187 Também camete ato ito ott de um deco ae 20 exec xed manfestamente sites imposes pelo se fim econo ou sal, pela Do 0 pels bon costumes. (RAS, 200). No enunciado do art. 187 do édig Civ, podem ser identificadas pelo menos das espécies de abuso de diteto, a saber: 1) Abuso-desvio: ocoite quando hé desvistuamento da funcao do direlto; sto é, nos casos em que 0 agente comete abuso por exerces um dieito em desacordo com a finalidade do direito. revista na le! ou no axdenamento juridico, 0 abuso-desvio pode ocore, também, quando o sujeito age de manelra contratia 8 boa-fé e aos bons costumes, porquanto estes sao os valores extinsecos da ordem juidica que delimitam 0 campo matettal teleolégico de cada diet. individualmente considerado, 0 desvitwamento de um direlto pode ou nao ser considerado lito, tudo fica @ depender das crcunstandasfaticas e juidcas do caso concreto, De qualquer ‘modo, o desvio nao autorizado pela ordem juidica implica acao ou omissao contra ao dire (ANDRADE FILHO, 2007); 2) Abuso-excesso: surge nos casos em que alguém excede os limites impostos pela noima atnibutive do dieto, indo além do razoavel segundo cada circunstanda ou sitvacao de fato. ‘Artigor, quem age com excesso o faz de forma contrdtia a essa mesma norma, porquanto age sem direito; em suma: 0 excesso, do ponto de vista pragmatico, conesponde a inexistencia do direito (ANDRADE FILHO, 2007). Fm qualquer caso, 0 abuso de diteito participa da categoria dos atos ilctos. Por lidtude deve ser entendida toda acdo ou omissao contratia ao diveito posto € que cause prejuizo ou dano a interesses coletivos ou individuas. 0 abuso de diveit é espeéde de ilcitude que tem estreta afinidade estrutural ¢ teleoldgica com a figura da fraude em suas diversas formas; a finalidade é a mesma, a distingao entre estas figuras est4 nos meias empregados para alcancar os efeitos do ato ilo, A llictude é marcaindelével dos atos abusivos, segundo qualiicada doutrina fimada antes do advento do art. 187 do atual CC. Em obra cléssica, Everardo da Cunha Luna (1958) ¢ preciso e categérico: A esstna do abso de deta € ice, que se define como a reagio de comtaiesdeenre and do home € ods ja. (UNA, 19,9.) De igual modo, Jorge Americana (1932) é incisivo: Sé ha abuso do drato quando no exerci Ge um area nose pasa . Acesso em: 5 jan. 2010. Codigo Cwvil Brasileiro, Lei n? 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponivel em: . Acesso em: 8 jan. 2010, Lei nt 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispoe sobre o Sistema Tributéria Nacional e institul noimas qerais de diteito tnbutdrio aplicaveis a Unido, Estados @ Municpios. Disponivel em: , Acesso em: 8 jan, 2010 SITES INDICADOS htip://www.planalto.gov.bi/ http://www senado.gov.br, AULA 6 Planejamento tributario e desconsideracdo da person- alidade juridica Caro(a) aluno(a)! llustraremos nesta prelecao questies reladonadas @ teorla da desconsideracao da personclidade juridica com enfoque no planejamento tibutaro, chamando a sua atencao para alguns casos prticos que foram objeto de julgamento em ambito administrativo e judidal, enunciando também exemplos colhidos da doutrina 1. NOGOES PRELIMINARES Também celacionada ao uso abusivo do dieto, esta a dauliina da desconsideracao da personalidade juidica, conhecida no ditelo anglo-saxonico pela designacao dhsegurd of legal entity, ov hay ou prering the corporate vel. fsa doutina originou-se nos paises da common law, tendo migrado, posteriormente, para a doutrina e jursprudéncia dos palses da cv faw. Pagano eeu ‘Quem primeiso se preocupou em estudar essa doutrina em nosso pais foi o juista Rubens Requiao, professor da Faculdade de Direlto da Universidade Federal do Parana, com um artigo publicado no {inal da década de 1960, sob o titulo “Abuso de diteto e fraude através da personalidade juridica” (Revista dos Tibunais, Sao Paulo, w 410, dez. 1968, p. 12-24) Por meio dessa doutina, pretende-se impedit 0 uso ilato ou abusivo da personalidade juridica em detumento de tercetos Esta teoria consist na possiblidade de, em determinadas situacdes,diante do abuso do dito e da fraude no uso da personalidad juridica, prescind-se da estutura formal da pessoa juridica para penetrase no seu amago, alcancando as pessoas e os bens que se escondem debaico de seu véu, Assim, quando se utiliza da pessoa juridica com o objetivo de fugir as finalidades impostas pelo direto,o julgador pode desconsiderar a sua existenda para, no caso concreta que Ihe € submetido, responsabilizar os sécios (ow até outra pessoa juridica) que pretenderem se esconder sob 0 manto daquela primeira A pessoa jutdica ¢ desconsiderada quando utiizada de modo iliito ou fraudulento,seja para lui credores, furtarse a uma obrigacao contatual ou fugir 4 aplicacao da let. Inicialmente a aplicagao da doutina em nosso pats fo contestada, em especial em maltita tibutaa, pela inexistenda de norma escrita preexistente avtorizando o seu emprego. Dessa forma, a douttina desenvolveu'se por meio de construsao jursprudencial 0 instituto em foco foi expressamente reconhecido no Brasil no art. 20 do antigo Cédigo Civil (Le n* 3.071/16), que dispunha que "|..] s pessoas juridicas tem existencia distinta da dos seus membros” (BRASIL, 1916). Dessa maneira, em prindpio, os bens da pessoa jurdica nao se confundem com os bens dos seus sécios No entanto, essa distingao entre a pessoa juridica e as pessoas que a compoe nao pode ser considerada absolut, havendo varios exemplos na nossa legslagao em que ocorre uma limita a tal distincao, ‘regia geral€ de plena separacao dos patiimonios das socedades e de seus sicios. Enietanto, essa fegra geral comport algumas excecaes. 2. EXCEGOES A REGRA GERAL DA SEPARAGAO PATRIMONIAL | ~ LET DAS SOCIEDADES ANONIMAS a) AIL. 158, da Let n® 6,404/76, que dispée, in verbis: ‘M158, 0 adminstrador n2o € pesscalmente cesporsével plas brigades ‘ue contr em nome ce societade e em vitude de ato regular de gestag, Fespande, parén, civimente, pelos prejizes que casey, quando procedes | - entra de suas atriuigoes ou pacers, com cus ou doo, Ii com viiagio del ou do estatuta (BRASIL, 1976), = NO AMBITO DO DIREITO TRIBUTARIO ‘Ast 135 do Cédigo Tributénio Nacional, in verbis: ‘nt, 135. S20 pessoalmente responsives pelos crédtos carespondentes @ brigades tibutdrias resutantes deatos pratiadus cm excesso de podees ou Infegao de le, contato socal ou statutes | as pessoas retencas no artigo antenay, ld I-05 dvetores, gevertes ou representantes de pessoas judas de cireito prvada, (BRASIL, 1966). AU PANEAMENTOTRIBUARI EDESCONSIDERACAD BA FERSDNALIADEURDKCA I~ CONSOLIDACAO DAS LEIS DO TRABALHO. Mit 2*, § 2°, da (IT - Decteto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943 Sempre que uma ov mab empresas, tendo, embar, cade uma debs, passoalicade rica propa, estveremsoba des, controle vadminstacao ce ota, corstvuindo grupo instr comerdl ou de qualquer outa ativdede eccnomic, seo, para os efeitos a relaga0 de empreg, solidaramente responsivess @ empresa pnncigal ecaca uma ces Suborcnades, (BRI, 193) IV CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ~ LEI N° 8.078, DE 11.09.1990 0 ait 28 procama pela primeira vez na legislacdo cil pata a teoria da desconsideracao da petsonalidade juridica da sociedade, in vebi ‘A. 28. 0 jr poders desconsidrer 3 petsenalicade judi ds sociedide «quando, em detrimento do consumidr, howver abuso de drat, excesso de pd, nasi ca le ato ou ate ilcte au viclagaa das estatutes cu conata Sol. cescons deragiotambém seréefenace quand hauverfaenca, estado de insolvenca,enceremerto ou inatvidade ds pessoa juridca provoaces por ma adminstagio (BREIL, 19%) ¥~ CODIGO CIVIL VIGENTE AIL 50, verbus: ‘AL 50. Em cso de abuso de pesoralidade judi, caracterizado pelo cesvio definalidade, au pea confusdopatrimonal, pec o iz decide, 2 requrimenta parte, ov do Minsténo Pubico quando Ihe couber inter no procssg, que os efeitos de clase determinadsrelacGes de cbigasSes sep estencids 05 ets particles os acrinistadtes ou sécios dis pexscas puis (GRAS, 2002), 3. CASOS DE APLIGACAO DA TEORIA DA DESCONSIDERAGAO DA PERSONALIDADE JURIDICA PELA JURISPRUDENCIA | = JILGADO OA Ba CAMARA DO To TRIBUNAL DE ALCADA CIVIL DE SKO PAULO QUE, EMBORA NAO SE REFIRA A MATERIA TRIBUTARIA £ DIGNO DE NOTA: Ll 1A Teata da Descorsideagio db Pesoralced> juitca no vsa_ anular 0 oncaio de pesca moc, ov coe, mas tem par dye descnsicera, em eteminads casos concets eno regard de nteresses de tec, pess03 rida em relagao3s pessoas ov bers que ats del se ccutam (10 TAC. ~SP = Gm, AP. "359.867 -SF, re. UZ C280 TARE, J 19.08.1986, VU), Em seu voto, assim se manifestou o relator deste acérdao: baste, to sim, apenas aperencia de socecace, (ste ela 6 erutualmente forma, Em outaspaleras, uni@mente a extrutura formal ce pessca rica que std sendo utlizach, N20 tem a empresa, na reslicede, vice prépra Confunde-e, vsiveimente, com a deseus sces-apela dos, bem assim também seu patimonio, bite um abuso quandose 12, com aaj ds pass juice, de butara ai, Vilar obvgacoes conrauas cu preudcarfaudulenamente trees. supe $e, caquele moda, forme externa de pessce Jurca pare akanaras pessoas € bens que sob oseu mantose excon dem, Ainvestgagiose sia, portant dentro i chamad concen oressta pesos id, 2 qual entende cue é pxsivel até objcatirio atevessar a catia daquele concto fomal, que estabelece Pane tee uma radical separaao ene pessce urd eos membres quea integram para julgat os fats mats deacardo com a relicade, de mane que permita eritar (u Cog perigoses desvies nz sua uiiagso. £m face co exltaqao ca pessoa jut como pur fama de oraizaGio, gaa tereno hoje em da a idea de (que € necessriaimparIne lita ce xc marl dca, cama fretos ante ossves deswcs em sua ulizaGo, se came a alrmar que na0 basta o fo fe eatemo respeto acs presupestesassinalads pla le, para pemitir que se cate siguém sob a mascara ce pessoa unidca e desirute de seus mnecives benetices. Aceta-se ter sido encenrado pelos autres pela juisprudenca © remedio para esses desvios no ws0 «a pessoa anda, na posiilcade de rescind ce sua estrutuaYormal para nea pene até cescobrr seu substrata assal e patrimonil, pando assim a descberto os vercaderos props dos (que se amparam sop aquele armacua legal. (RF n° 188/268). Sendo patente 0 uso pantiular e nocwo ca socecace E, pelos apes, empresa es ie nade mats € do ale 3 figure dos preps apelacks, tl a comuthao de objives = interesses, decor, naturalmente, cue o patiimonio cde amas deve er havido coma comum, -JULGADO DA 7a CAMARA DE DIREITO PUBLICO DO TRIBUNAL DE JUSHIGA DE SAO PAULO: (op (Ko oe Peé-bxECUTIMDADE Crdem de penhors, em execugio de sentence, sobre bens de sOocs executed la DESCONSIDERACAO DA PERSCNALIOADE JURDICA. Pare 2 apliagio dasa recta ce dieto, que ¢ exeptonal, énecesséno que ha deliver de inengeo da S60 ra utlizao frauckenta ds pessos ud, nfo bestando quesobrevenha prehizo a terceio em decorenca de autonamia patimenal. Com efeite, se 80 hd bens no patent socal suficientes pare pagamento de um creck, Bo podetd a parsoalcade rida da sociedade devecaa sor descensidrad Ssomente portora deste prewizo cue softer o cedar, sendo imprescinve que o projdiad prove ter ccomdos utiliza, treudulenta ew abusive, intencoal ch pessoa juridic. Sem este elemento subjetv, nose poder invocarateora ch descosiceageo de persenalidade uid, Recuso provid (ISP 7a Cm. de Direto Pico, Al nP 3183015 /6-00-CetiaSP, Rel. Dé Guesien Revende;j 16/6/2005; lil = ACORDAO DO TRIBUNAL DE JUSTICA DO RIO GRANDE DO SUL NA SEARA D0 DIREITO TRIBUTARIO: tl Ementa ola: Sodedide por cotas de resporsablidede imiadh, Execuslo fiscal com penhora em bens do sécio-getente Embargus de teceo.Socecade Fealmentefcica em que sdao-garente # dana de 99% do rapt, sendo os restanias 0,846 do sua me @ de um cunhaco A assartva de quea pesca a Sociedade nao se confunde com 2 do sto & um principio juice basic, no lum tabu, © merece ser cesconsiderdo quando a sociecade & apenas um alter ego de eu contea cor, em verdad comerciante em nome invidal. Usdo de Kander Compareta. Embargos de tecera rejatados. Apeacao previa ‘sp 583018577 (texame)~ 1a (.-} 88.84 REL Des. Athos Gusmaa Carneiro (Comarca detagos Yermeha) AU PANEAMENTOTRIBUARI EDESCONSIDERACAD BA FERSDNALIADEURDKCA IV = APELACAO CIVEL N° 115.478 - RIO GRANDE DO SUL, SEXTA TURMA DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS: enna ‘ACAO ANULATORIA DE DEBITO FISCAL IMPOSTO DE RENDA. LUCRO PRESUMIDO. USSD DE ECE, = Lgiimidade ce atiago do Fic, em face ds eementes contates os ae. = Consticas fora, no mesma da, de uno Vet, pels meses pessoas fins, toes sicas a axtor, 8 (oto) societies com 9 objetivo oe elas camercialmente, no atacado eno vere, clades e oaas prods manufaturades em plastica, no mercado interno e no interraconal. = Tas sonedhdes, em decor ce stat ataterbtas © pequeno pate, estavam enqncaces na rege tbe ce apuasao de rsutades com base ‘no lucro presumido, quando sua fornecedora Unica, a autora, pagava o tributo 6 contamicede com uc = Recennecese a recareis pera, odio de compersagio do inesto de rence pago pelas aludicas empresas. Refrma paral ch seten pdagéo provid em pate E consigna em seu voto o relator, Ministio Amérco Lu, fazendo referencia a decisao de 1° gra Es outtos tOpicos importantes do decisum (fis. 1.070/1.071): ‘Atealdnde qe tomau wit nests ate, ataves de minus levatamento das cpergoes ene as alas seceded e 2 auto, € de que eas 56 estan ©56se ica pura dr luce a aut, no tem falicde pcp, rao tem objeo socal pp, r20 em emorerdos, nem sede pido, pos fo passa simlacos de pessoas cas cus tides Sb pe-adena des tmedantie um plano cencebid prs Sis canta, que se evezaram nos quadros daquela, a faina de propordionar 4 autora pao artificieso confronta de es reqmes bute, apesives deren de teteas cue poem set considerades omitidas pela autora, 3 luz da interpretagéo economica cos fates grads: As cspstas do udo nfo afimam ssa cond, pacquanto evatiam imeramente envltio co ds eperaybes cup fitalidade ee acobatar a rece ama epteenads pa lerenetnancea restate da atapesido » outra norma que seré eludida ‘A fraude estaria em alguém agi de acordo com a noima de amparo para evitar os efeitos, do ponto de vista tibutario, que surgiam se houvesse adesao & norma que fol contornada Pagano eeu Parece clara que nao é correto cogitar de fraude @ lel nas escolhas sobre @ modelagem dos fates ou a eleicdo de um regime juidico entre as possbilidades oferecidas pela ordem juridca, de forma ostensiva ou nao. Se 0 falo em si nao esta proibido ou ndo produz um resultado proibido, a sua escola nao pode ser contestada, sob pena de ser desconsiderada qualquer loima de liberdade juidica, De modo figurado, isto € o mesmo que alguém tomar uma estrada paralela para economizar no pagamento do pedagio, ova, se aescalla nao esta probida, tal nao significa que houve faude a obnigacao de pagar o pedagio, pols ela na extste antes do fato, que é a passagem pela praca de pedagio, Se 0 fato nao se realiza, a norma nao se torna imperativa porque nao sai do estado hipotético, 1 presenca da fraude requer a ocorrénca do chamado fato gerade. Nao constitu fraud, portant, @ nao vealzagao dele mediante escalhas admitidas pela ordem juidica € com a realzacan de alos ou falos marcados pela legalidade e pela sinceridade ov efetwidade. SINTESE Prezado aluno(), concluimos a sétima aula rematando acerca dos institutes juidicos da sonegacdo, simulacao, dssimulacao e fraude, com enfase no planejamento tibutatio, razao de ser do n0ss0 encontio. Por fim, 10go a voc® a promocdo de estudos mats aprofundadas sobre os temas em tela, tendo em mia a aplicacao eficiente dos contetidos Wabalhados, Alé a prdxima aula! QUESTOES PARA REFLEXAO » 0 que € dissimular? >» Quals sao os tracos essenctals dos alos negéctos juridicas praticadas com a tinalidade de Aissimular a ocorréncia da fato gerador? » O que se entende por sonegacao? LEITURAS INDICADAS BRASIL. Constituicéo da Republica Federativa do Brasil de 1988. Disponivel em: . Acesso em: 5 jan. 2010 Cédigo Civil Brasileiro. Lei n* 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Disponivel e7 planalto.gov. br /CCIVIL/leis/2002 /110406.him>. Acesso em: 8 jan. 2010, Lel a? 5.172, de 25 de outubro de 1966, Dispoe sobre o Sistema Iributario Nacional e institul oimas gerals de ditelto tbutério aplicavels & Uniao, Estados e Munidpios. Disponivel em: . Acesso em: 8 jan, 2010. 1: WH. SITES INDICADOS www planalto.qov.br ‘www senado. gov. bt www Jus.com. br www mundojuridico.adv.br/ hitp://recantodasletras.uol.combr/textosjuridicos/? 74232 AULA -SNESAGHG, SIMUAGA, FAITE CNL AULA 8 Normas antielisivas e antievasivas Fstimado(a) aluno(a)! Nesta aula trataremos das normas anlielisivas, suas espécies, seus exemplos doutrinarios @ jurtsprudenciais, bem como das oxmas antievasvas, destacando exemplos colhidos na legsacao vigente no ordenamento Juiico patra, com especial enfase para as questoes relacionadas as noxmas sabre distibuicao dstarcada de Iucts e as normes que dspoem sobre os chamados precos de transferéncia Estamos praticamente chegando ao final das nossas aulas, e neste encontra também abordaremos alguns aspectos relacionados as modificacoes promovidas pela Lei Complementar n* 104, de 10 de janeiro de 2001, e pela Lei Complementar a* 105, da mesma data, ao Cédigo Tributério Nacinal, especialmente as situactes atinentes a0 sigilo bancario & proceso administrative fiscal. Pane tee 1. NOGOES PRELIMINARES SOBRE NORMAS ANTIELISIVAS Existem varios procedimentos adotadas pelo legsladar para o fechamento das lacunas ou imperteicies nas normas tibutaras de inddéncia que abrem a caminho a elisao fiscal Sobre as diversas formas utilizadas para o contiole das condutas elisias, Heleno Torres (2003) preleciona: ‘ssim, 20 analbarmos © drato vigante de VSils pabes, ne alucliace, buscando donc 2s formas usachs por estes pata cenilr ses condi, encontaeros diversas moclidedes dx mets, segundo as dstnis traces, tanta de pats de contice de aude a ft e smulaga0 na prio deo prado (de onde retrama expenence par aplkéia0 dratotbutaio) quanto os valores istoncos ue alberga, Nese corte, sao identitcados tacos qe 1) pssuem ume norma geal artiesva (general amavoiance rules), apenas i) adtam constrbesjusprudendai, como teas cb prevatenca ch substance sobre forma, de sen transacion ouaqueledotestedeintengao regoce, que ormam o genero oes hipéteses de contol sobre ates esives, ‘usse sempre cumulacas com les especiais de preven; i) contidam as cpenites elsnas exlusivamente com narmas de prevendo (pecan: aiden cls), tpticando as diversas hipteses, ndo es epeacbes mais camurs 3s mais carlos, confomeas dentiquen; iv) cand normas cosas com narmes de preven, cu de carer, pa o cette de aperacies lusas¥) nao posse reas gers antes, ou de preven, (TORRES, 28, p. 235-236 Um dos métodos de combate a elisdo € a adocdo de noxmas antieisvas. As normas antelsivas podem ser gerais, especais ou, ainda, setorias, ‘As normas gerais antieisivas, conforme Alberto Xavier (2001), destinam-se {12 ‘bua, po analoga, ates ov neabis utes nBo subsunivels 20, tipo legal tibia, mas que procuzem efeitos econdmics equivalents aos os at05 ou negdues rides tipticads, sem, cemtude, usar as respedinas cersoquéncias nbutris.(UNMER, 200, p85). ‘Accescenta, 0 dtado autor, que os aludidos: [1 rags comuns cos cuss ges anil acescetamse, pr vex, cates, corsideads mprescindves pare a autora ce apleagoanalige, tas como ofim evo, excsvo ou preponderant, dat cu nego pido «3 insunade modo ngacel ua peas pres. (Opt, p87). Por outro Lado, conforme o mesmo autor, as déusulas especiais antielisivas: [a no passam & tpfcagéo a pasteron, por le, de eros ats e negdo05 nies quea expeniencarevlou serem utlzados como forme atenormente 120 prensa em et de cer resutacs equalentes 20s dos ats tobias, ssocorrendose frequentemente de presuncoes ou fccoes legais, (Op. ct, p. #5). Nessas normas, 0 alo ou negéci juridico elisa é incluida no tipo legal por meto del, casuisticamente Ashipdteses mais frequentes de negdcios ou atos elisivas sdo objeto de notmas preventivas especificas. ‘Ao reverso, nas noimas geratsantelsias, 0 alo ov negéciojuridico nao fol previamente tipficado, pelo que elas implicam numa ordem de aplicacao analigica a fates extratipios. AS narmas gerals antielisivas, conforme Heleno Torres (2003), sao normas gerais abstratas: (4) cap materi hipétse nemata encase cxdnach pre Feayar os demais sas nao qualitcados na hipdtese de incidénca de normas especies, snbuindo pressupostas acs casos que pussam ser alcanachs, uta 8 Nora aricsvas EaNTEVASHAS pare & aplacao c@ sano previ no camsequeme 2 ctcriceagae € frequalifica’o dos negscias operados eusivamente. (Op. cit, p. 237) Nas clausulas gerais antielisivas, adotadas em diveisos pates, a exemplo da Franca, Alemanha e Espanha, entre outos, alicamrse, por parte da Adminstacao e, sobretudo, por parte dos juizes, prindpios gerals antielsivos em todas as hipdteses em que se prove a ausenda de uma finalidade extraliscl na realizacao da opetacan J na utlizacaa das clausulas especiais antilisvas respeita-se, em termos gerals, 0 principio da autonomia da vontade, que permite a criacao, pelos contratantes, de contratos alipicas, ou ainda a combinacao de diversas espécies de contratos, visando a obtencao de vantagens fiscals. Sé num momenta posterior, quando 0 fendmeno elisivo alinge maiores proporcdes e se loina repelitvo, 6 legjslador intervém, construindo normas de pressupostos antieliswas. Essas normas garantem a seguranca utidica e a certeza do dieito, mas tém o inconweniente de aluarem depots que 0 fendmeno elisivo ja se manifesto. ‘As moras gerais antelsivas visam atingir uma maior igualdade na tributacao e a eliminacao da erasao da base imponive. Ja as normas especials antelsivas abservam o principio da legalidade, garantindo © conceito de certeza do direito. 2. ESPECIES DE NORMAS ANTIELISIVAS ‘As notmas antielsivas, como demonstrado no item precedente, e apresentam com gels, espedals e setorials. ‘2.1 NORMAS GERAIS Exemplo de norma ou déusula geral antielisiva, conforme Alberto Xavier (2001), € o art. 38, n° 2, da Lei Geral Iributéria portuguesa, que determina: [ul S80 naz 0 ats ov negicos ices quando se demanste que fara elas com o ico ou poncal obytve de redo at imino db moots ce seam devs em vue dates 00 neg rs ce resuado equivalent, as em qa tba rea sobe ests es. (Op ct, 983). £5se tipo de norma geralantesiva petite ~ aso o ala jrdico extalipicoescolhido pelo contibuinte produza elettos juldico-econdmicos equivalentes aos do ato tibutado, tendo sido a escolha do Contsbuinte motivada pelo fim excusio ou preponderante de escapar do ambito de aplicagao da noima tibutaria ~ que 0 digo de aplicaao do dieto considere o ato realizado pelo contibuinte telativamente ineficaz ou inoponivel, aplicando-se a norma Uibutéria por analogia ao ato extratipico de equivalente efeito economico. 0 legjslador utiiza-se da analogia para incorporar ao fato gerador previsto em lei todas as condutas cu situacdes similares, por meio das quals se cheque a um resultado equivalente ao detivado da realizacao do ato gerador pelo contbuinte Em sintese, no caso das normas gerais antielisivas, de acordo com Franco Gallo (Preféco ao Ino de Tillo Rosembuj: El fraude de ley, la simulacén y el abuso de las formas em el derecho tibutéio. 2 ed, Madrid/Barcelona: Mardal Pons, 1999, p. 15), ha uma adaptacao do princpia civil em matéria de eisao, segundo o qual & nulo o contrato estipulado para elidir a aplicacao de noxmas imperativas, Pagano eeu com a diferenca que a sancao cortespondente nao € a nulidade, como no direlto cv, mas a simples irelevanda fiscal do ato elisivo Portanto, o que esta em causa nao é a validade ou a lctude do ato juridico extratipico realizado pelo contribuinte, que subsistird plenamente eficaz no plano do diseito privado, por ser ato legal ¢ licito. Trata-se, na verdade, de tnbulacao de ato extratipico por analogia, tomnando-se assim ivelevante para efeitos fiscals a opcao seguida pelo contuibuinte Ricardo Lobo Tones (2000, p. 147) afitma que, para"... restingir o abuso do planejamento tibutario, © intésprete inevitavelmente devers recorrer 8 analogla® Consoante, ainda segundo 0 conceituado jurista, as clausulas gerais antielisivas, por serem abertas e indeterminadas, “[.] também acabam por desizar para o argumento analégica, 0 que val exiit 0 seu ulesiosfechamento pelas cavsulas especticas” (Op. ci, p. 149) Alberto Xavier salienta que a [.] cléusula geval antielisiva conduz assim, quase que imperceptivelmente, mas de nenkivel modo, a todo no Dito Tite de una noms geal inchs, contendo ume avtzago gene do argimenio a simile pata funds postoamente a nits. (Op ct, 9). Com efeito, 0 que as normas gerais antielisivas buscam € regular os casos nao compreendidos nas hipéteses de incidenda descritas nas leis instituidoras de tibutos, mas semelhantes aos casos compreendidos, de maneita idéntica. 0 que se faz é ulilizat 0 argumentum a smh para tomar inelevante pata efeitos fiscas a opca0 tomada pelo contnibuinle, nos casos em que os efeitos Jusidico-econdmicos produzidas por alos extratiicas sejam equivalentes aos dos alos tpicos nao realizados, tendo sido a escola, tinica ou preponderantemente, motivada pelo objetivo de redusa0 ‘ov eliminacao dos tibutos que seriam devidos. Ou seja, tibuta-se um negédio que o contribuinte nao realizou, mas que ale, por fico, considera que tra sido realizado, Em dla analise, o que se faz € indut 0 aso nao previsto pela lt tibutéia na mesma disdplina do caso prevsto, devido ao caso nao regulamentado ser semelhante, em seus eeltos juridico-economica, com o caso regulamentado, De acordo com a doutkina patiia pesquisada, chega-se a inevitavel conclusao que nao existe, no coidenamento tnbutavto brasileiro, nouma geral antielsiva com as caracteristicas aqul enunciadas. ‘Alguns autores afirmam que 0 novo pardgrafo dnico do art. 116 do Cédigo Trbutatio Nadonal, Intyoduzido no ordenamento juridico prio pela Let Complementar n° 104, de 10/01/2001, serla uma norma geral antielisva, Outros entendem que essa norma funciona como uma vedacao a simulacao na seara tributaria, Assim, 2 norma aludida visara combater a evasao fiscal, configurada pela pratica de condutas fraudulentas ou dssimuladas por parte do conlibuinte. Tas pralicas nao se confundem, portanto, com a elsao fiscal De outta banda, no Bras, por forca da Consituicd Federal vigente,o tibuto s6 pode ser cado por lei, sendo vedado 0 uso da analogla gravesa, Com efetto, a aplicagdo da analogia € probida pelo 6digo Ibutvio Nacional, com relaao &s norma substantvas, cadres, modkfcadoras ov extintvas de obrigacoes fiscal Fm resumo, para que fosse criada uma norma geral antielisiva, seria necessario que a noima do art 108, § 10, do Codigo Tibutario Nacional, que proibe a utilzacao da analogta para exigenda de tibuto ‘nao previsto em ei, fosse revogada, 0 que a Lei Complementar n* 104/2001 nao fez ‘Acesse respeito Marco Autélio Greco (2001) é enfatico: Coutra objsio que podes surat conta 0 dspositvo comentado @ a de que cde estaa autazando a aplagio de analoga, pre fins de idetitiacio de uta 8 Nora aricsvas EaNTEVASHAS ccarenca do fato geace, 0 que implica admit a cobranca de tibuto rao revisto em le, Ceio ue esta dbjezo do procede. Por cas (azOes pica ‘A pimeir & que a LC 104/01 intradutu um pardgrato Unica ao an. 116 do (GN, mas no alter o artigo 105 particularmente, Bo modficcu o seu § 1, (que € categéica an prever que 0 emprego da analagaa no poder resullar na exigénca de tibuto naa preusto em lef A vedo ce analogs, no que se refere a amplitude e apirabildade ds prevsio legal do alo geradoy, continua intact. Se ale prevé com fato genador 0 fato"K, nd0 e@be utiladio de analoga para estender a prewsao para alangar o fato'S, Poem, se 2 le reve ofato'A’ ese 0 fata” ocorte, mas dsargado de fat" entao cabe 8 decorsideraqao pera assequrar qe 2 lel indice sobre a fato NW. Este € 0 sertdo do paragato ora comentado. Asegunta reo A fo, reteracas vere, mencionach ama. C dispstvo tem como seu referencia bsicaofato gacot ‘corto tal como presto ral de regen, N4o se tata de api ale, por extensaoanaléga, 2 outro ato ao prevsto.Tatase de apiara le tibutéra 20 fato efetvamante ocorido e asim comiprovado pelo Fsco. Tatas, dna eexcsivamente, de afastar a ccbertua que dsfag, dssimulaofato geradar ocorido. Nace além disso sed autonzaco peo paatato nica do an. 116 do IN (GRECO, 2001, p. 192-183) 3. NORMAS ESPECIAIS ‘As dlausulas ou normas espedais antielisivas constituem intervencoes ex post (posteriores) do leaislador para afrontar as praticaselisivas mals frequentes. 0 legislador, verficando os casos mais usuals e repetitivos de elisdo, elabora normas buscando eliminé-los, socorrendo-se frequentemente de presuncoes ou fiecies legals, Por intermeédio dessas normas, os alos ou negécos juidicos elisves vem a set tpficados em ei, cesuistcamente, Essas normas especias antielisivas sao designadas pela doutina inglesa de Tallor Made, pots sao fetas sob medida para os casos especifices de elisa. Mediante 0 uso dessas normas espedais antielsivas, 0 legisladar vai colmatando lacunas do ordenamento e corrigindo imperteicies ou brechas que permitam a pratica de alos ou neqdcios elisivos. Contudo, como sallenta Heleno Torses (2003), [J 20 tiptiarse as concias esis camo Mpcteses para a cacao de cbrigactestibetéras ou de intagbes, 0 cexcumprento casas narmas lmente taz como consequence ura imedata sacag,zinca que sep a simples descrsideraxso ce operas prs fn fc. (TORRE, 2003, 276 2) Contudo, descump tas normas implica infracao alegislacao tibutaia, ou sea, tralase de inconteste evasao de tibutos, endo mals de elisao fiscal ‘elsao pressupoe a ausénda de normas que tipiiquem a conduta escolhida pelo contibuinte. Assim, quando surge norma que tpifique a antiga conduta eiiva, nao estaremos mais diante de uma elisa0, pols a vealizacao da conduta tipiticada implicaré na inevitavel incidéncia da notma tabulasta, Ou seja, @ antiga conduta elisiva passa a ser um fato imponivel. Realizado esse fato, surgird a obrigacao de pagar determinado tnbuto, Geraldo Atalba (1997) caracterzao fato imponivel assim: Cfatoimponvel pois, um fatojurgeno (lato juridicamente relevance) a que 2 le atabui a corseqianca de ceteminar osu genta de obo tibutsia oncea, Em terms kesenians:éun supestos uea limp. a canseclencia Pane tee de usar o nascmento co vineulo obsgaconal tibutro. Fara que um fato (tado de fato, situagdo) se reputado fato imponivel, deve correspander Integaimenteas crecterstics previtas abstata ehpoteticamente na le Di Se que ofa, asim, se subsume imagem abstala dale. Por isso, e houver subzungio da fato & hipatese de incidénci, ele seré fata imponivel, Senda have subsungdo,estarse- dante de fata televante pare o devo tibutai, (ATAUIBA, 1997, p 2) 4. EXEMPLOS DE CLAUSULA ESPECIAL ANTIELISIVA 1-Art.23 da Lei n’ 9.532, de 10 de dezembro de 1997 Giou a incidencia do Imposto de Renda sobre a mais valia realizada na doacao em adiantamento de legitima e na sucessao causa moti Esta dsposicao leqisativa tem a sequinte redacao ‘ut 23. a tarsterend de deo de proprecsce por sucesso, nos cases heang, legac ou par cago em adantamento ce legtima, os bens e datos podero ser avaladosa valor de merado ov plover costante de decaaceo bens do de cus ou do dad. £1 Sea transerena for efetunch 2 valor de mertado, a dterence a maior frre se € 0 alr pelo aa cortavam ce da‘ararao de bans do de cs ov bo doar suetarse’ 8 incidence de pesto ce rend &aliquta de quae per certo £ 2° 0 imposo a ce se rte 0 pagato anteor deverd ser pago peo invertarante, no aso de epi, oy pelo cocer, no eso doo, ra cata ce homologaao de partha 01 do recebimento de cao. £ 3° O herdaro,legettio cu o dnatro deve indur bers au dees, ra sua delaras de bens crrespandente 4 darasto de rendmentas do an alenco ce nomologagioc partia ou dorecebsmento ce dong, peo valor, do qe tower sido eetuae a tanserenca 4 Par efoto deapracto do gna de apa ltvo acs Dense dean de que tata ete artigo, sera corsikrado como asto de aqusiio 0 valor peo «al hovverem sic tenses 5° AS dspeigoas deste argo apliams, também, aos bens av datos atibuids a cach cnjuge, na hpitese de dsscugio de sociedad couch cu huni arian. (BRASIL, 1987). De acordo com a legislacao anterior, um pai padia doar ao filho, por exemplo, um imével no valor de R§1.000,000,00, imével este que tivesse sido comprado por R$350.000,00 sem que nessa ‘peracao incidsse o imposto de Renda. Ap6s a doacdo, o filho poderia vender imével pelo valor de §7.000,000,00 sem que houvesse a incidéncia do imposto de renda também, Conforme a nova lel, 0 ganho de capital é tibutado ou por ocasiao da doacao (se nesta foi atibuido 0 valor de R$1.000.000,00) ou na posterior alienacdo do imovel pelo filho (caso a doagao tiver sido feita pelo valor de custo, ov seja, BS 350.000, 00). ‘As dsposicies do art. 23 da lel mencionada sao aplicaveis, também, na hipdtese de dissolucao da sociedade conjugal ou da unidade familia, quando da alibuicdo dos bens ou dieitos @ cada conjuge. Esse € un tipo de déusula espedal antielsiva, que visa eliminar stuacdes de economia fiscal casussticamente. uta 8 Nora aricsvas EaNTEVASHAS I1-Art. 33 do Decreto-lei n° 2.341, de 29 de junho de 1987 Dispoe o citado artigo: ‘33. pessoa dc sues por moro, fs80 ou sono poder compersarpreiias Isca de suede, Fardgato Unica. No aso ce esto paca, 2 pessoa jie cdc pacers compensa seus bois pes, propartoneimeste® para vemanescete » As noxmas sobre disfarcada distibuicao de lucros sao exemplo de nocmas setorials antievasivas, aplicadas apenas no ambito do Imposto de Renda, Elas visam que os negdcos realizades entre sociedades ligadas ou associadas por qualquer forma, bem como aqueles realizadas com pessoas préximas ou com seus administiadores, recebam uma dsciplina especial na legislacao do Impasto de Renda. As aludidas normas exiger, para fins fiscais, que esses negécios juridicos produzam os mesmos efeitos que seriam contratados com terceitos. » A defincao em lei de algumas hipdteses de distibuigao dsfarcada de lucros objetvou coibi a pratica de operacoes arificils por melo das quais elgumas empresas concediam beneticos a seus sécios, administradores, parentes e dependentes, em prejuizo da sodedade e do Fisco. » Na distnbuicao distarcada de luctos, ha uma presuncao legal relativa, pela qual as hipoteses previstas em lei consideram-se verdadetras alé prova em contratio. » Com efeito, para que ocoira a distibuicao distarcada de Lucio, ndo basta a celebracao de um negocio em condicdes de farorecimento, é também necessario que o negécio seja celebrado com pessoa ligada. Sao duas condicoes cumulativas, ou seja, negdco celebrado em condigoes de favorecimento e com pessoa ligada, ‘Mualmente, a distibuicdo distarcada de lucras & presumida nos negécos praticados por pessoa Juridica, na qual esta: 1 ier, por valor notoamente inferior a de mera, bem do se atvoa passa cae, 11 Adgae, por valrnotramente super 20 merc, bem oe pesca tie, i ~ Pate, em decorena do rdo xeric de Gita 4 aqisio de ben € em bentica de psa liet, sia, depo em gaara ou mpartce pega pare bts opin dais, WW ~Tarstere 2 pesca id, sem puget ov pat velar infor 20 de eco, dito de prterence 8 subside de ales mobos de emissa0 = conpashi, \y-Fag a pessoa lige agus, oats ouasstenda teria em mentante cue excede notoiamente ovale de meade, Vi Rola com pason igeta qualquer oto negéca em condos de fevoreimerta, asim ertendces condsoes mais vanes para ® pesca lignda do que as que preveleam no mercado cu em que 2 pessoa juidea contrataria com terceitos. (Decetolei N° 1598/70, art. 60, e Decreto-lei n° 2.065 /83, aft. 20, incisol), Com efeito, o uso de presuncdes, mediante equiparacdo de situacdes que tenham efeito equivalente, € um instrumento eficaz no combate & elsao e @ evasao fiscal. Na hipotese da disuibuigao dsfargada de luaos, a lel equiparou a pratca, por uma empresa, de negdcdos de favor com pessoas ligadas aos ats juridcos pelos quais normalmente se efetua a distnbuicao de lucros 2° EXEMPLO ‘As normas que dispiem sobre os chamados precos de transferénda, as quals visam evitar a tvansleréncia indieta de lucios entie pessoas inerdependentes. Pagano eeu » Visam essas normas contiolar atos de importacao ou exportacao de bens ou servicos que apresentem discordancia entre 0 preco objetivo de mercado, considerado 0 preco normal ‘0 objetivo praticado em certa operacdo comercial ou financeira, comparado com 0 preco ‘anormal pactuado entre pessoas relacionadas, em condicdes mais favoraveis (Lei nt 9.430, de 27/12/1996 e Let n° 9.959, de 27.01.2000). » No controle fiscal dos precos de tansferéncta (Iranster pricing), sao aplicados métodas que tem por fim indicar © preco medio a ser praticado nas importacdes e exportacdes realizadas entie 25 partes interdependentes e independentes, cujo resultado poderé, caso ocorta divergencia, ensejar uma retificacao de precos Sobre os atos de pagamento fixados em valores divergentes (para mais ou para mens) daqueles que seriam estipulados em uma transacao entre sujeltos independentes, em condicoes de livre concorréncia (arm's length price). Ma transferénciaindireta (Iranster pricing), pressupde-se a existencia de uma divergéncia entie o preco efetivamente estipulado entre as partes interdependentes e 0 preco justo ou normal, que seria fixado entre as partes independentes, atuando em circunstancias analogas. » Fssas normas visam combater a possbilidade de que pessoas interdependentes localizadas em diversos Estados (como & 0 caso das empresas multinadonals) intioduzam dstorcoes artifcats tnos precos de suas operacoes, com 0 intuito de atvofiar os Iucios uibutavets num dos Estados, com a correspondente hipertiofia das lucos tnibutaveis em outro ou em outros (geralmente pafses com tibutacao favorecida) »» 0 ait 24 da Let n° 9.430, de 27/12/1996, defini como pais com tnbutacao favorecida aquele “LJ que nao tnbute a renda ou que a tibute a aliquota masima inferior a 20% (vinte por cenloy” 8. LEIS COMPLEMENTARES 104/2001 E 105/2001 8.1 ALEI COMPLEMENTAR N° 104, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 ‘A Lei Complementar nt 104, de 10 de janeiro de 200, introduziu profundas alteracdes no Cédigo Tributario Nacional, Entre elas, tem levantado muita contenda, a reqra do paragrafo Unico do artigo 116, coma visto anteriormente, consagradora de uma norma geral para combaterpraticas elisvas Faragrfa Unio. autndade administrative paced descomsiceraratos & negoces rics pratcads com 2 tnadade de dssimulr 2 caren do fatogeacor do nbuto a nate dos elementos costes ce ebnagio tnbut,obseracs os procedments a serem estabelecios em ll odin, (BRASIL, 2007) {ss disposices que esse novo pardgrato tnico contém atribuem, num primetto alhar, enorme poder a auloridade administrativa. Ainda assim, 0 enunciado desse paragrafo tnico nao passa, a rigat, como lel complementar, de uma simples declaracao de propésitos. ‘A lei complementar, como € sabido, é lel de cardter nacional. Ela sobrepde-se as leis federals, estaduais e municipais. Deve ser aprovada por maioria absoluta, Sua funcao, em materia tibutéra, & dispor sobre normas gerals, dfinicao de tibutos suas espécies, flo gerador da abrigacao Wibutava, base de cdlculo, contabuinte etc. (FABRETT, 2001) Para sua aplicagao ao caso conceto, contudo, & predso que seja regulamentada por lel ordinaita posterior, que defina de forma clara como € em que condicoes a avtoridade fiscal podera ag. fsa uta 8 Nora aricsvas EaNTEVASHAS lei ordindria, para ter validade, deveré indicar com clareza e precisdo quals as condutas que podem ser dlassificadas como dissimulacao do fato geradar ou dos elementos constitutives da obrigacao tubutéia (FABRETT, 2001). ‘A distincao dos negécios juridicos que visam a dissimulacao dos que nao tem esse objetivo & fundamental para atender aos principios da legalidade, da ampla defesa e do contraditério. Dissimular 6 buscar esconder o verdadeira negdco juridico, simulando outro, que se tenta apresentar como real (FaBREMT, 2001), Nesse sentido, esclarece Maria Helena Diniz (1998): DSSMULAGAD 1 veo cv. Smulagio. 2. Dive tuto, Oxtagéo de renmenics plo cntbuite com a ineno de sonegao. SMULAGAO 1, Dieta cil, @) Ea devarario engines ce vortade, vendo prodiat elo dveso do axterswanente indcaco (Clam Sevléga), () Intenconal desacor ere a venta intema @ a detach, no sentido de coat, apuentemente, um nego sca que, de fac, nfo ent, ou esto xu, sob determinadhapaénca,onegéco elmente quid (Washington ears Montero), (ONE, 198, ‘A dissimulacao pode retesi-se ao objeto, ao preco ou as partes envolvidas no negéco juridico, por exemplo, esaitura de compra e venda de imével passada por preco inferior ao que realmente fot ago, Hesse caso, ¢ evidente que nao se tata de elisao fiscal, mas de evasao fiscal, prevsta como crime contra a ordem tnbutasta (dedaragao falsa que visa reduat 0 pagamento do tibuto) (FABRETT, 2001). ‘A noima diz respeito ainda aos elementos constitutivos da obrigacao tibutéria, que é uma relagao juridica cujos elementos sao: osueito atvo (0 estado), o sueito passivo (o contabuinte ou responsavel), © objeto (pagamento de um tibuto) e a causa, que na felacao juriica tbutarla é sempre a existenda de lei do enle competente para arrecadar o tibulo (FABRETT, 2001). Discorrendo sobre a Le! Complementar (LC) r* 104/2001, 0 jursta Marco Aurélio Greco (2004), em sua obra “Planejamento tributario”, adverte: CO alance do dspastve nao @ de alter o pel que legiicae e tpkidede ‘em, nem de autozar a apliagSo di analoia va deinglo do fato gear, menos ainds, itroduair a interreacéo ecandmica no sistema tnbutto (se ale fino fae part). Ll Com efeto, numa primera letue do dspestva e consdetendo os amentéios anteriores, se 0 pressupasto de apie fo db noma & 2 exstenca de um Tato “A” dstagad de “B°, a tends natual sera concur que @ parigafo drico ext se refrnda &clissica hiptese da simulagéo nas suas ‘dvesas mocbidedes; ategora geralmentevsta como aqiea em que ha ura ipliidade de vontades cscesantes (eal eaparente), Poranto, dsse angio, © cispositwo estara apenas repetinco o que fi decors do sétama suid. ace cenovo tara, ps 2 posible de desconsidear operas simuaes 58 decortia do ordenamento paste anteto. ao me parece que o dspositvn este restitoas hipdteses de simulagio. De fato, 0 80 dotesma “dssimular", a0 inves de “simular” & muto signticatvo. Em primato luge, porque, na verndcula, dssimular pode ser sindnimo de simula as tambsin pode sigcar “acuta cu enccii comastca,esaray, rio dat a perceder, @ar ‘ings atenuar 0 eto de; tomar pouco sensvel (04 notéve, proceder com fingmenta,hipocbi, 12 reserva, na0 revelar os seus sentimentos ou designos, exconderse”, Estas utimas acepgoes do verbo

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