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Dor e Destiro Escola de educacao mediunica tomo 2 volume I ESCOLA DE EDUCAGAO MEDIUNICA TOMO 2° VOL. 1° } (CURSO COMPLEMENTAR — 1° SEMESTRE) i | EDICOES FEESP DOR E DESTINO FEDERAGAO ESPIRBITA DO ESTADO DE SAO PAULO AREA DE ENSINO RUA JAPURA, 211 91319 — SAO PAULO — SP — BRASIL 1981 CAPITULO tit REGIOES INFERIORES | 4. introducéo ..... ‘ ae 2. Nas proximidades da crosta terrestr i} | 3. Doengas do espirito ..... 4. O sistema nervoso ...... a. b. | . Perguntas d. Pratica de Renovacdo Intima o | e. Aula Prética .,. 2 oe 50 i CAPITULO IV i © MECANISMO DAS QUEDAS ESPIRITUAIS. | 1. Introdugao oo eeenaes | 2. Subconsciente, consciente © superconsciente .................. a 3. Cérebro: andlogo a um complexo sistema elétrico . ets 83 4.0 Monoideismo ....,.. a. Bibliografia : a | b. Leituras complementares .......,.. a ©. Perguntas . oO d. Pratica de Renovagao fn 5 fe 5 ©. Aula Prética .. Pe a CAPITULO V PERTURBAGAO MENTAL 4. Fluxo mental .. 2, As radiagdes do sistema nervoso. . 3. Fixagéo mental .... 4. Enfermidades: a. Bibliografia b. Leituras complementares . ¢. Perguntas d, Prdtica de Renovagio Intima .. e. Aula Pratica ... CAPITULO VI A LOUCURA 1. Espiritos dementados ........ 2. A causa da loucura . 3. Ainda acerea do sistema nervoso . 4, Esquecimento ...... 5, Desenvolvimento Bibliogratia Leituras complementares Perguntas ..... Pratica de Renovagao Intima ... Aula Pratica .. eaeoe CAPITULO VIL SOFRIMENTO NO MUNDO ESPIRITUAL 1. Divida e resgate . 2. Varios casos ... 4° caso: Amor mal conduzido . 22 caso: Assassinato por usura . 32 caso: Ingratidéo ..... 42 caso: Medo 3. O cativeiro das criacées infelizes .... 4, Espirito em perturbacao . 5. Explicagdes ....... a, Bibliografia. .......eee eee 65 67 nh 1 72 2 73 Bene . Outros casos de suicidio Leituras complementares .. Perguntas ........... ae Pratica de Renovagao Intima . Aula Prética . eaog CAPITULO VIII SJUSTIGA DIVINA Leis de causa e efeito ......... Racapltulacdopeeins sre tar), trolttsaucscavitcc retain eien, Mannie Divida agravada Débito estacionério Pen En OLAS arenes eave snere ae vee . b. Leituras complementares .. feniFerguntas | eae nies esate d. Pratica de Renovacao Intima ... earAula Prétloa ye. vcs eAoe de CAPITULO 1X SUICIDAS + © sulcidio como um fato ........ ar . MPAlCUNSRCasoaW sent sn sectiany doses tosses nes 2.1. © sulcida da samaritana ...........0cceeeeeeee 2.2. Francisco Simo Louvet.. 2.3. Um ateu . 2.4. Feliciano 3.1. Hilda 3.2. Tomasino a. Bibliografia .......... b. Leituras complementares cc. Perguntas - d. Pratica de Renovagao Intima e. Aula prética ... B88ee8 113 114 14 115 115 116 116 417 119 122 122 122 123 1. A evolugio do prazer .. . Vontade e aperfeigoamento . . Sexo: Faculdade criadora do espirito - O caso defideu ¢ Marcela ... CAPITULO X ONDA MENTAL Analogia com a televisio .......... Formas — Pensamentos Sintonia e personalidade a. Bibliografia Leituras complementares . b. GC: (Perguntasmdeniieenciesns sims te d. Pratica de Renovacdo {ntima ...............++ e. Aula Pratica CAPITULO Xt SEXO E DESTINO Sexo e manifestacées afetivas .. Sexo aviltado € seus problemas ........ 1. A situagao 4.2. O Divérci 4.3. & familia : a. Bibliografia ..... rte b. Leituras complementares . c. Perguntas .... d. Pratica de Renovacao intima e. Aula Prética ............ GAPITULO XII © PODER DO AMOR A Fixagao do sexo no inconsciente . Problemas do sexo ..... ee 1. A inversio 125 127 128 130 133 133 133, 134 134 135 136 138 139 139 141 142 144 144 144 145 445 147 149 150 3.2. © evitar fithos . 33. O aborto Resgates coletivos . © poder do amor ... a b «. a. e. CONCLUSAO. Bibliografia .... Leituras complementares . Perguntas Aula Pratica. .... Prética de Renovagao [ntima . 150 151 152 154 160 161 161 161 162 APRESENTAGAO Houve jd quem dissesse que, de misérias_humanas, nin- guém as conhece melhor que o médico e o sacerdote. E 0 _médium, acrescentariamos nés. Com mais amplitude, uma vez que este as abrange, nos dois planos: o dos desencarnados e o dos encarnados, alcangando-ihes mais nitidamente causas € conseqiéncias. Lidar com a dor, o sofrimento é, essencialmente, tarefa do médium, na maioria dos casos ele préprio um sofredor, trazido ao mediunato pelos caminhos das penas aflitivas. Nas casas espiritas, seu papel 6 servir de intermediério ao Plano Espiri- tual, para prestar auxilio, consolo; reavivar a esperanga, resta- belecer a f6, revigorar a fortaleza de animo, serenar os espi- ritos, suavizar 0 desespero, redefinir roteiros, revigorar a cora- gem, restituir a alegria, reconduzir & consideragdo das nogées superiores de vida, de ideal, de destino, reencaminhando para a conquista do Amor e da Sabedoria. Dar-se conta das razdes, das causas, dos ascendentes da dor e do sofrimento 6, portanto, para ele, questéo de impor- tAncia primordial. Por isso, neste Curso, sua consideragao ocupa posigdo central. Para que, em se prestando ao atendimento, pos- sa ele fazé-Io com melhor conhecimento de causa. Mas, sobre- tudo, para que se compenetre do valor e da responsabilidade de sua condigéo. Além disso, 0 médium, acima de tudo, esté se prestando ao exercicio da Garidade, ele préprio assimilando-lhe os valo- 14 res, automatizando em si o comportamento da acdo exercida com amor, fazendo dele um habito, uma conquista pessoal e definitiva, que o valoriza e lhe acende a posic¢&o espiritual. Pois adquirir capacidade de amar é a principal conquista que se ofe- rece ao homem nesta fase do seu desenvolvimento. Uma vez! alcangado 0 principio de que FORA DA CARIDADE NAO HA , SALVAGAO, compreende-se como para o médium o exercicio da mediunidade seja de grande valia, e que conduzir seu ministério até o fim, com denodo, perseveranga, humildade e boa vontade, possa constituir-se para ele a maior das béncdos e uma con- quista incomparavel. Rino Curti Diretor da Area de Ensino da FEESP CAPITULO I A RENOVAGAO DO CONHECIMENTO E O ESPIRITISMO Joao, 8:32 — ...e conhecereis a verdade @ a verdade vos libertara. O Espiritismo, codificado por Kardec, 6 Ciéncia, Filosofia e Religido, cujos conceitos, ao longo do tempo, tiveram signi- ficados diversos. Em razao disso, ha sistemas de conhecimento, formas de saber que, no sentido atual, nao o sao. 14 — O ESPIRITISMO NO AMBITO DA CIENCIA ATUAL O que se entende por ciéncia, hoje, é um saber construfdo a partir dos fatos observados ou produzidos pela experiéncia, tendo por modelo a Fisica Moderna, por método 0 tedrico-ex- perimental. Todo e qualquer outro conhecimento, com preten- sdes a cientifico, e que nao tenha sido obtido com o emprego desse método, é considerado, de antemao, pseudoconhecimen- to, falso saber. E que esse método seja incontestavelmente o melhor de todos o comprovam os resultados com ele obtidos. E que ele seja também o que mais se presta a reconstrucao do conhecimento religioso, 0 atestam os esplirtos a Kardec que, em [1], Cap. 1.°, n° 14, escreve: “Como meio de elaboragéo, 0 13 Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as cién- cias positivas, aplicando o método experimental... As ciéncias 86 fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam no método experimental Nesse sentido, portanto, 0 Espiritismo 6 ciéncia — ciéncia tedrico-experimental — e, como tal, compatibiliza-se com a cién- cia moderna, excluindo toda e qualquer outra em sua estrutura. 2 — O ESPIRITISMO E RELIGIAO O Espiritismo é Religiao. De forme cientifica nos coloca diante de fates que comprovam a existéncia dos Espiritos, do mundo espiritual,da vida desenrolando-se em ambos os planos, regulada pelas leis da evolucio © da reencarnacao, com todos nés engajados em uma forma social de relacionamento, que en- volve encarnados e desencarnados. Se a mera intuicéo desses entes, do espirito, do mundo es- piritual e da eternidade do ser punha os fundamentos de uma moral, de regras de comportamento como impositivos divinos para a salvacdo, a sua existéncia, comprovada pelos fendmenos meditinicos, dé a estas regras, & moral, a forma definitiva de leis naturais a governarem o espirito, que é preciso conhecer melhor e com mais profundidade, para melhor segui-las, a fim de que se nos faga o melhor. A fé acerca de uma vida eterna ¢ estatica é substitulda pela certeza de uma vida eterna, dinamica, evolutiva, desenvolvendo- se para formas inimaginavelmente sempre mais elevadas A prece adquire novo sentido. Antes concebida como um pedido, passa a ser entendida como um processo apto a des- pertar nossa emotividade, nossa melhor vibracdo interior, sinto- nizando-nes com as esferas que ela pode alcangar, recebendo delas auxilio ¢ orientagdo. 14 \a) Os interesses de ordem espiritual, a ligacdo, o relaciona- mento com o Plano Maior, a Revelagao, identificada agora como sendo a comunicacgéo dos Espiritos Esclarecidos com os encar- nados, o valor da prece, todos estes s&o temas de religiao. Rituais, formas de culto, aparatos, sacerdécio, hierarquia clerical sao circunstancias humanas de cardter secundario, va- tléveis de uma crenca a outra, existentes ou néo e de maneira diversa. O Espiritismo, portanto, é Religido. Mas religigo em um hovo sentido. Da mesma maneira que a Ciéncia Moderna se im- pds as outras, pela renovacaéo do método, da nogao de conheci- mento, analogamente o Espiritismo se firma numa nova forma de religiao, que depde 0 Dogmatismo e substitui, a fé cega, a fé fundamentada no conhecimento, também construido com o emprego do método teérico-experimental, e reformulando os conceitos religiosos. E, acima de tudo, evidencia o sentido evolu- tivo da Religido, do que resulta, para todas, serem elas meros produtos de seu desenvolvimento, correspondentes ao estagio @ & cultura do povo em que se desenvolvéram. A Doutrina Espirita revela-se ainda como a tinica capaz de universalizar-se porque, como a Ciéncia, se fundamenta nos fa: tos e nas leis naturais que os regem, universais, independentes do espago e do tempo, e relativos a todos os seres, sem exce- ao. Revaioriza a Revelagao, pois, relacionando-a & mediunidade, Ihe confere também carater universal, qualificando-a como fonte de todo saber humano. Mostra como nela estd o gérmen de toda descoberta, que sempre se inicia na intuigdo, na inspiragdo, numa forma qualquer, enfim, de mediunidade. 3 — O ESPIRITISMO £ FILOSOFIA Ciéncia e Retigiéo colocam-se diante de fatos, normas de conduta, sobre os quais se elaboram consideracdes de ordem pratica e tedrica, na determinagao das leis que os regem 15 Mas tais consideracées, as perquirigdes, as elaboracdes, os procedimentos por elas adotados, obedecem a critérios de es- colha, de andlise, de sintese, que, por sua vez, também sao objeto de reflexéo, especulacao, avaliagdo, selegdo, e que, apli- cados nas formas mais amplas de sintetizacdo, conduzem a concepgdes do mundo que evoluem, dependem, se modificam, e se transformam com eles. E 0 ambito da Filosofia. E para ela também se afirmaram formas, umas que séo vélidas e outras que nao o sao. O que se reconhece como Filosofia foi a iniciada e desen- volvida pelos gregos e cultivada pelo mundo ocidental. Mas mesmo esta, hoje, se encontra em reformulacao total. Na forma que the foi dada inicialmente, a Filosofia pés-se na base de todo 0 conhecimento; as ciéncias eram produto dela, as religiées adaptaram-se a sua estrutura. Os sistemas pelos quais pretendia explicar 0 mundo eo homem, nao se fundamen- tavam nem nos fatos cientificos, nem nos fatos religiosos. Eram baseados em intuigdes individualistas, pressupostamente indu- bitéveis, 0 que terminou por limitar 0 desenvolvimento da Cién- cia e 0 desenvolvimento da Religio, retidas que ficaram nas mathas de um falso intelectualismo — 0 Dogmatismo. Com a adocéo do método teérico-experimental, Ciéncia e Religiao redescobrem o caminho do crescimento, evidenciando 4 Filosofia que a propria construcdo de seus sistemas necessita reformular-se num sentido inverso, isto 6, a partir dos dados for- necidos por elas, com procedimento andlogo de reflexao, tornan- do-se ela mesma evolutiva. Com isso, a Filosofia nao resultou diminuida, nem em valor, nem em ambito. Pelo contrario. Ela tern. agora, 0 campo de agéo extraordinariamente ampliado pelo enorme e constante cresci- mento da Ciéncia, ao qual, hoje, se junta também o da Religiao, pelo Espiritismo. 16 Pois é justamente agora que ela tem, realmente, a condicao de ampliarse, de fortalecer-se, de assumir a importancia que realmente tem, deixando de constituir-se téo-somente em um acervo de esforgos isolados, individuals, para transformar-se num edificio resultado da agéo conjunta de muitos, de todos, numa construgao que agora se torna efetivamente universal. $6 que, em vez de permanecer buscando a explicacdo absoluta da razéo de ser do mundo, tem que se ater a construcdo de teorias gerais acerca dos problemas que sempre lhe constituiram o funda- mento, teorias essas evolutivas, progressivas. Sob esse aspecto o Espiritismo é também Filosofia. Nao uma nova ciéncia, uma nova religiao, uma nova filosofia. Porém doutrina unificadora que as situa como ramos evolutivos do co- nhecimento, capaz de integrd-las, compatibilizé-las em um Gnico sistema integrado de saber, que as abrange na totalidade no mesmo sentido de crescimento. 4 — A LEI DO ESFORCO Qualquer que seja o campo de atividade humana, o pro- gresso se faz & custa de novas descobertas, captadas pela in- tuigao, que evolui sobre as conquistas j4 feitas, como toda fa- culdade humana. Quando se esgota a frutificagéo de uma etapa, é a intuigéo que, colhendo novos dados, novos principios de realidade, ofe- rece ao raciocinio, 4 agéo os elementos para que eles efetuem novos avangos. Na religiéo sucede algo andlogo. A Revelagao 6 progressiva @ se renova sempre que se tenha alcancado a maturagéo da anterior. Diz Kardec, em [1], Cap. 1, n° 55: “Um Ultimo caréter da revelacdo espirita, a ressaltar das condicdes mesmas em que ela 17 se produz, 6 que, apoiando-se em fatos, tem que ser, e nao pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as cién- cias de observacao. Pela sua substancia, alia-se a ciéncia, que, sendo a exposicao das leis da Natureza, com relacio a certa ordem de fatos, néo pode ser contraria as leis de Deus, autor daquelas leis. As descobertas que a Ciéncia realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destrcem o que os homens edificaram sobre as falsas idéias que formaram de Deus... Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo ja mais sera ultrapassado, porque, se novas descobertas [he de- monstrassem estar errado acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitaré”. Da mesma maneira que o cientista alcanga seu saber, sua verdade a custa de sacrificios, estudos prolongados, esforcos continuados, feitos de decepgées, tentativas frustradas, até al- cangar um resultado que se constitui em um verdadeiro parto intelectual; da mesma maneira que o esportista tem que se submeter a uma vida disciplinada em hordrio, treinamento, ali- mentagao, gasto dirigido de energias, infenso aos vicios, a con- centragdes que constituem verdadeiros retiros, a fim de bem competir, analogamente os médiuns, os profetas, os tedlogos, os elaboradores de doutrinas religiosas tém que praticar virtudes, feitas de jejuns, desprendimento, solidariedade, rentincia, sacri- ficio, de uma preparagao feita de suor, lutas e esforcos de su- peragdo das proprias deficiéncias. © A verdade, em qualquer campo, sientifico, filoséfico, rell- gioso, artistico, técnico, industrial, comercial, néo se oferece aquele que apenas quer, mas se desvenda aquele que, dese- jando, acrisola faculdades, cresce em percepcao, estiola defi- ciéncias, numa tarefa sempre dificil e penosa. 18 5 — OS CAMINHOS DE DEUS Além dos fatos citados, 0 conhecimento n&o segue as leis do pensar. Nao se alcanga a verdade com o simples raciocinar. A realidade segue processos sempre dificeis de descobrir, des- vendar; caminhos que nos abrigam a comparar constantemente © que imaginamos com a experiéncia. Por esse motivo: porque o modo de ser da natureza é sempre tdo diferente do que a nossa imaginagao cria, que, quase sempre, nos vemos a frente do inesperado, do surpreendente, que nos obriga a uma total reformulagdo de idéias, nogdes e conceitos, diante do que te- mas que nos curvar e aceitar. Essa 6 a grande razdo da queda do Dogmatismo em todos os campos ([2], Cap. 1 e [3], Cap. 1). As leis que nos governam, as estradas de Deus nao sdo os caminhos que desejamos. Séo veredas a cujas exigéncias nos devemos adaptar, obrigando-nos, freqiientemente, a uma total modificagdo de concepgées. E 0 que sucede, através dos tempos, com as novas revela- gdes. Sempre sio marcadas pela resisténcia a mudanca de concepgées a que os homens, enganosamente, se afeicoam, fe- chando-se ao progresso, & insuflacio renovadora que os con- duz a novas conquistas e os envolve em erros provocadores de crises e provacées. Fagamos outra analogia: por exemplo, Ford, Edison e outros foram homens que, para construirem impérios econémicos, lutaram, dedicaram-se de corpo e alma a uma atividade que |hes permitiu descobrir leis de trabalho, de produgéo, de organiza- go, levando uma vida proba, intensa; que se voltaram as rea- lizagées com caracteristicas profundamente humanas, permitin- 19: do-lhes aglutinar pessoas, liderd-las, transmitir-thes o mesmo entusiasmo de realizado, Ford criou seu império defendendo a distribuigao de saidrios altos, uma das prinsipais razdes da elevagéo do padrao de vida americano, com reflexos no mundo inteiro, sagrando-se, por sua Influéncia, como benfeitor da humanidade O mesmo podemas dizer dos grandes edificadores da Clén- cia, da Filosofia, da Religido. Foi o que observou Est@vao quande compareceu ao Sinédrio. A imponéncia das ceriménias homenageando o destaque social, © orgutho, que diferenciava as pessoas pela raca, as ttinicas bri- thantes, os ornamentos de ouro que exuberavam no recinto, con- trastavam com as préprias exemplificacées dos construtores do Judaismo. Como conciliar “as observacées sagradas dos profe. tas e sua elevada exemplificagao de virtude, com a avareza e o desregramento? J6 padecera misérias sem nome e dera teste- munho de fé nos sotrimentos mais acerbos. Jeremias chorara incompreendido. Amés experimentara o fel da ingratidao”. ([4], Cap. VI, 1° P.) Continuando a analogia, uma vez construido o império eco- némico, os descendentes encontraram-se na posse de uma forca que devem continuar a conduzir, para que se produzam novos frutos, novas benfeitorias. Mas a situagao é outra. Nao se trata de perlustrar 0 caminho efetuado pelo fundador, mas sim de conduzir a obra avante. E se exige deles mais preparo, Os pro- blemas so outros, as lutas sao diferentes, mas o espirito de trabalho, dedicagao, sentido humanitério necessario sao os mes: mos e ampliados. Sd com esse espirito de consagracdo 4 obra, com todas as fibras do préprio ser, 6 que o descendente se ca- pacita & continuacdo da obra, a enfrentar as novas situacées, a sustenté-las na mesma onda de progresso. 20 Se 6 verdade que, entre os grandes empresdrios, hé os que seguem e dignificam as pegadas desses fundadores, néo 6 me- nos verdade que hé muitos exemplos dos que thes dilapidam as conquistas. Criaturas mimadas que se Julgam privilegiadas; que entendem gozarem de uma Situagdo que nao se acaba: que piso- telam colaboradores fiéis, irmanados no mesmo ideal que con- duziu 20 de que eles s6 sabem desfrutar; que enchem as casas de diversao dilapidando_fortu i comprometendo a_satide, des- perdicsndo a oportunidade sagrada de realizacdo em noitadas de esgotamento fisico; que sustentam todas as ondas de debo-, che, favorecendo a grassacdo dos vicios, a corrupgaio dos cos- tumes, alimentando, com os recursos desviados do seu verdadel- ro fim, os movimentos degeneradores da sociedade e da m influéncia esses séo os tazedorés da historia de todo desper- Jdicio, da “decadéncia de todo e qualquer empreendimento bem sucedido; so os desbaratadores de toda fortuna edificada A custa de sacrificio, trabalho e dedicacao. Em todas as atividades as causas sio as mesmas. A decadéncia das religiées é fruto de semelhantes desvios: a comercializagéo das coisas sagradas; 0 luxo dos sacerdotes, 0 desperdicio, 0 mercadejamento dos bens de Deus; o conforto ocioso substituindo o trabalho produtivo; a cupidez com o es- a exploragdo do préximo in- quecimento da pureza do coraga centivando a revolta, desrespeitando a lei de cooperacio: 0 afas- tamento das fontes da revelagéo por situar o coragao distante dela, — 9 que conjecturava Estévao quando, ao pensar na grandeza dos edificadores do Judafsmo, observava a condi¢ao que se apre- sentava no Sinédrio. “Como poderiam os israelitas harmonizar 0 egoismo com a sabedoria amorosa dos saimos de Davi?... Nao seriam aquelas as “ovelhas perdidas" da casa de Israel, a que aludia Jesus, nos seus vigorosos ensinamentos?” ([4], Cap. VI, 1.2 -P.) @ @® Enfim, a revelacao 6 progressiva. Por ela somos conduzidos a nos aperfeigoarmos. E este aperfeigoamento, segundo a reve- lagdo trazida por Jesus e reafirmada pelo Espiritismo, contra- riamente as nogdes de povo eleito e destinado a dominar, como © entendiam os judeus, consiste, muito diferentemente, em pro- duzir a beneficio de todos, para o bem geral, com inteiro es- quecimento de nds mesmos. Nisto se encerram as forgas de nosso crescimento. Dar para receber. a — Bibliografia — caer [1] — Allan Kardec — A Génese. [2] — Rino Curti — Espiritisme e Reforma intima, [3] — Rino Curti — O Divulgador Espirita — Vol. 4 [4] — Emmanuel — Paulo e Estévao. b — Leituras Complementares As dos capitulos dos textos citados. c — Perguntas 1.2 — Qual é a distingao entre falsa e verdadeira Ciéncia? 2.2 — E o Espiritismo Giéncia? Explique. 3. — E o Espiritismo Religiéo? Explique. 42 — O que diferencia a fé cega da fé raciocinada? 52 — E 0 Espiritismo Filosofia? 6. — Qual o cardter da doutrina espirita? 72 — Como se efetua a Revelagdo e a quem? 8." — Como se alcanga a verdade religiosa? 9." — Dissemos, com Emmanuel, que as estradas de Deus néo sio os caminhos que desejamos. O que isso exatamente significa? 10 — O que caracteriza o progresso? 11.2 — Quais as causas da decadéncia? d — Pr&tica de Renovagao intima André Luiz — Respostas da Vida. Estudar e por em pratica o Cap. 10. e@ — AULA PRATICA TITULO: MISSAO MALOGRADA 1.2 PARTE — ABERTURA (20 min.) (2 min.) — Aj Recomendagées para a aula {pelo secre- tario) 1° Mandamento: Versao tradicional (Ver a citada em “O Evangelho Segundo o Espiritis- mo”); Versio de André Luiz (“Evolugaéo em Dois Mundos”). (4 min} — A,: Leitura de um capitulo escolhido em um dos seguintes livros: © Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. C — Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel. P -— Pao Nosso, id. V — Vinha de Luz, id. F — Fonte Viva, id. PVE — Palavras de Vida Eterna, id. 23 - (4 min.) — A,: O Dirigente tece alguns comentarios sobre © valor da vida proba, feita de abstengdes e rentncias dos médiuns, apds o que convida um dos presentes a fazer a prece de abertura. (7 min.) — A, Os alunos continuam em prece mental en- quanto os médiuns percorrem os alunos do primeiro grupo, deixando-se conduzir pelo Pla- no Espiritual, que poderé fazer observacées, recomendagées, passes, etc. (3 min.) — O Dirigente convida um dos presentes a fazer vibragées. 2.2 PARTE — O TRABALHO (30 min.) Mediunidade 6 tarefa, com compromissos assumidos jé desde antes do nascimento, no Plano Espiritual, como, alids, 0 6 toda a nossa vida em geral. Sucesso e insucesso sao sempre circunstancias que dependem de nés, da forma como nds nos dedicamos ao empreendimento assumido. Obté-los-emos ou nao pelo empenho e pela correta diregdo dos esforgos empregados. & como numa escola: pela aplicagao alcangamos a aprovagao e prosseguimos a Jornada; pela.negligéncia, ou pela acomodagao, estacionamos e arcamos com os desen- cantos e as frustragdes. O médium nao pode esquecer que, em qualquer cam- po, no meditinico inclusive, as realizagdes sAo nossas e que todo. aperfeigoamento, toda conquista, toda edificagao demanda esforgo e é sempre dificil. 3.2 PARTE — ENCERRAMENTO (15 min.) O Dirigente reassume a diregao do trabalho, dando oportunidade ao Plano Espiritual de manifestar-se, através de um dos médiuns, para, a seguir, convidar um dos pre- sentes a fazer a prece de encerramento. Encerra 0 trabalho. CAPITULO II O 11°. MANDAMENTO. Joao, 13:34 — Um novo mandamen- to vos dou: que ves ameis uns aos outros. Como eu vos amei, que vés vos ameis uns aos outros. 1 — AS LEIS MORAIS A Religiio também evolui. ~~ No estagio tribal, a infancia humana, o homem desenvolveu as nogoes basicas de alma, da vida além-tumulo, do relaciona- mento entre vivos e mortos, da influéncia dos desencarnados sobre os encarnados, do comportamento em sociedade limita- damente ao grupo a que pertencia, primeiro:; desenvolvendo nogdes mais amplas com o progredir da civilizagéo, depois. E com Moisés que se estabelece definitivamente a con- quista de que todos estao sujeitos 4s mesmas leis e que, acima de todas as vontades, ha uma que tudo governa, tudo dirige: a do Criador. Para que o homem avance na sua jornada evolutiva, melhore a solucéo de seus problemas essenciais, ha que obedecer a a7 CERCEAR Um Beacinos {MCEDIR; REITING IRS estas leis, representadas nos seus principios basicos pelos dez Mmandamentos, o fundamento de toda a lei moral, hoje nova- mente em esquecimento pela onda avassaladora de materialis- mo e ignorancia moral, provocando a dissolugo de costumes, @ corrupcdo, 0 égio, os vicios, o sensualismo, a violéncia, numa irrefreada corrida para o nada, para o esgotamento, para a de- sorganizacéo fisica e moral, para a angisti do individuo nas sombras dos precipicios. para o despencar © homem esta subordinado a/leis)que Ihe determinam o crescimento, definem-he os DEVERES. Sua prética estabelece a distingao entre o BEM ¢ 0 MAL. Aqueles que as obedecem, praticam o bem. Sao os ajustados, os vitoriosos perante a Lei, 08 que conduzem 0 progresso. Os que nao as praticam, consti- tuem os desajustados, os falidos da espiritualidade, os que per- turbam a vida, i O mal é punido, castigado, reprimido, mas ndo no sentido estabelecido por Moisés, e sim num sentido novo, que é reve- lado por Jesus e explicado, hoje, pelo Espiritismo. Aquele que emana forgas de desarmonia tem, automatica- mente, a aco cerceada de modo a absorverthe a influéncia, até que ela se esgote ¢ até que ele as recomponha em forgas novamente voltadas A produgéo do bem geral. O mal é reprimido por forga de leis naturais, néo importa quem 0 cometa, de modo universal. A sociedade, em defesa do interesse da maioria, cabe exer- cer sangées, praticando a justiga. No plano espiritual, também € exercida por ela, dentro das faixas em que ela se situa: no Umbral, pelos umbralinos; nos meios mais elevados, por espi- ritos que tém elevado senso de justiga, psicologia, etc... Por isto temos instituidos 0 cércere, as penas diversas, o degredo, a pena de morte até, hoje em exting3o no mundo todo. —Z es, TO 2 — A NOGAO DE JUSTICA A nogao de justica, que, entre os judeus, na época de Jesus, havia atingido niveis mais elevados do que os de outros povos, fruto de um labor milendrio, foi conduzida pelo Cristo a um nivel mais alto ainda. A justica divina, revelou ele, néo é a de um juiz impiedoso, mas sim a de um pai. Nao do magistrado inflexivel, mas do ge- nitor que educa, que recoloca no caminho reto; de quem im- pede o desatino para salvar, de quem impGe uma disciplina para amoldar. £ imbuida de novas nogdes de misericordia e perdao, que acarretam o abrandamento no julgar e no punir, como até entéo concebidos. Certamente ha que armar defesas contra o mal. André Luiz fala de fortificagdes no “Posto de Socorro” ([1], Cap. XX): “...estamos em servigo que precisamos defender em qualquer circunstancia — diz 0 administrador. — Enquanto nao imperar a lei universal do amor, é Indispensdvel persevere o rei- nado de justiga... As organizagées dos nossos irmaos consa- grados ao mal sao vastissimas. Nao admitam a hipétese de se- rem todos eles ignorantes ou inconscientes. A maioria se cons- titui de perversos e criminosos. Sao entidades verdadeiramente diabolicas. Nao tenham qualquer dtivida... resistem as corri- gendas do Pai e transformam-se, esses desventurados, em ver- dadeiros génios da sombra, até que, um dia, se decidam a novos rumos", rutnera. wv, A criatura que, movida pelo sofrimento, se recompée, se dispée a reencetar_o caminho reto, encontra oportunidade re- novada, as possibilidades de reerguimento novamente oferecidas. O Jeproso padece sofrimento provecado por uma razio qualquer. Os antigos conduziam-no ao vale das imundos. Hoje é acolhido em hospitais 29 Aquele que se enreda em conseqiiéncias de culpa, o fra- cassado que, de queda em queda, se transforma em um decaido, até néo ter mais forgas para reerguer-se de per si, embora o queira, encontra na Providéncia Divina meios para fazé-lo. Que meios? Deus cria e 0 espirito co-cria. Deus aperfelgoa a criacdo com a participagao de suas criaturas. O selvagem nao esté abandonado a si préprio. Deus Ihe propicia o sustento. Mas se, ao evoluir, ele passa a cultivar, a trabalhar em beneficio da vida, as messes que Deus Ihe proporciona revelar-se-do em grau muito maior. O homem nao cria a semente, o alimento, os recursos; mas, se coopera, se trabalha em favor da vida, esta lhe responde em seu beneficio de forma ampliada: 0 campo que pouco produz, com o seu esfor¢o passa a constituir-se em fonte dadivosa de bem-estar. O homem decaido encontra assisténcia, meios de cura, recursos para recompor-se, educar-se, fortalecer-se, natural- mente. Mas se 0 homem colaborar, com muito mais eficécia, presteza e precisdo, bane-se a doenga e seus efeitos, a ignoran- cia, a pentria, a dor, o sofrimento. Isto é, as tarefas de curar, ensinar, reerguer o semelhante, fazem parte do concerto de atividades que o homem deve exercer para o seu progresso. Para dar mais um passo na escala evolutiva, tem que se encher de interesse, comiseragdo, solidariedade, fraternidade com o ser humano, a fim de eliminar a doenga, a ighorancia, todas as formas de caréncia. Assim como, num campo, cabe ao homem eliminar a ari- dez, lavrar a terra, combater as pragas, remover as ervas dani- nhas, para que seja beneficiado com o progresso material, pro- gresso este, inclusive, condicionado a este trabalho, da mesma forma, para o progresso espiritual, fica 0 homem condicionado 30 = SEEM PLONTA Pane & cajeny COCHEITH comVERsde DE Alar a restabelecer a satide, remover a incapacidade, combater os vicios, enaltecer a vida em cada um. E o grande desafio posto & humanidade por Jesus, e ainda atual para ela, com todo o seu desenvolvimento cientifico, tec- nolégico, material. Progresso material ¢ progresso espiritual séo contingéncias impostas pela prépria evolugado e, se todos ainda néo participam deles em grau mais alto, mais elevado, é porque ainda relutamos em aceitar os principios cristéos, pois os mo- mentos j4 sao chegados. O Espirito esté subordinado a leis: tem deveres a cumprir. Deve distinguir entre 0 bem e o mal, agindo com justica. E o que Ihe foi ensinado na conquista do Monoteismo: DEVER E JUSTICA. 3 — REERGUER OS DECAIDOS — DEVER DE TODOS Com Jesus ha um novo aprendizado a fazer. Ha que se tornar bondoso, compassivo, clemente, misericordioso, solidério, fra- terno, pacifico, manso, paciente com o semelhante. Ha que curar, instruir, socorrer a velhice, amparar a crianca abandonada, eliminar a necessidade e a ignorancia, para o esta- belecimento de uma nova ordem social, fincada por essas raizes, implantadas em cada um. Como no servico de limpeza publica. Cada um deve se tornar um defensor do asseio, municiar-se de constantes cuidados para manter a ordem e a limpeza. Se cada um se mantiver um constante esparzidor de detritos, de residuos, de impurezas, no ha servigo pUblico ou governamen- tal que possa de ser si eliminar a sujidade, O asseio, a ordem, a higiene tém que se tornar tarefas de cada um, responsabilidade de todos, a fim de que a sociedade, hum plano mais alto, possa coroar de éxito os esforcos gerais. 31 Nagao rica € aquela em que todos produzem. Essa é a razao pela qual cada um deve tornar-se um pala- dino da luta contra a infancia avandonada, a velhice desampara- da, a miserabilidade esquecida, a feminilidade ultrajada, a inca- pacidade fisica desprezada, a indiferenga diante da fome. “Ide, pregai, curai, ensinai, ressuscitai os mortos, expulsai os deménios..." 6 a recomendagao que o Cristo dirigia aos apés- tolos e a todos, enfim. Sua exemplificagado foi esta: pregar, curar, ressuscitar, ex- pulsar os deménios... atender aos necessitados de toda a sorte. Este 6 0 novo passo que a humanidade deve dar, 0 novo aprendizado que deve fazer: tornar-se apta, nas realizagoes da co-criagdéo com Deus, a reerguer os decaidos, os falidos, os ven- cidos do mundo, os injustigados, banindo as causas que os pro- duzem. Humberto de Campos, em [2], Cap. 3, sugere-nos a seguinte imagem: para © homem, com Jesus, delineia-se novo campo de atividade, que podemos pér em analogia com o da produgao industrial de nossos dias. Para a fabricagéo de um produto metdlico, obtemos, da ter- ra, minério, matéria-prima. Desta extraimos o metal, o material sobre o qual iremos elaborar, com as ferramentas adequadas, © produto final, a utilidade desejada. Pois bem, na realizagéo de uma sociedade melhor, a ma- téria-prima, o material de base séo os ignorantes do mundo, os fracos, os sofredores, os desalentados, os doentes, os pecado- res. O material a transformar, o sentimento. As ferramentas, a boa vontade. Como produto final, a converséo de toda miséria e dor num céntico de alegria. 32 3 6 0 problema que se espera possa a humanidade de dias resolver. Nao & custa de férmulas verbalisticas, mas io de solugées cientificas de produtividade, treinamento, educagao profissional e ética, justiga social, planejamento ade quado de todos os recursos sociais e distribuigéo de renda fun- damentada no mérito e na’ participacéo. 4 — 0 NOVO MANDAMENTO Jesus, “tomado peias inspiragdes sagradas de Deus, come- gou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. Magnetizado pelo seu amor, 0 povo 0 escutava num grande transporte de ven- tura. No céu havia uma vibragéo de claridade desconhecida” {[2], Cap. 3). Ndo s6 recomendava atuar no sentido de erradicar nos ou- tros a necessidade, mas estabeleceria as normas preventivas para que nado nos envolvéssemos nas malhas do mal, despe- nhando pelas sombras dos precipicios. Em primeiro lugar incitava-nos a alimentar otimismo, sere- dade, confianga na Divina Providéncia. io temais; nao vos inquietais por vossa vida. Olhai as aves do a 40 semeiam, nao colhem, nem fazem provisdes nos celeiros; contude vosso Pai Celestial as sustenta. Considerai os lirios do campo: néo trabalham, nem fiam, entretanto vos digo que nem Salom&o, em toda a sua gloria, jamais se vestiu como um deles. Pedi ¢ dar-se-vos-4; buscai_e achareis; batei e abrir-se-vos-4. Se maus como sois, sabels dar boas dadivas a vossos filhos, quanto mais vosso pal que esta nos céus, que bens ndo dar aos que lhe pedirem?” Diz como rogar para Ele no Pai Nosso, e estabelece como mandamento maior: “Amarés o Senhor teu Deus de todo o co- ragao, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. E, como segundo, semelhante a este: “Amards ao teu proximo co- mo a tl mesmo” (Mateus, 22:37 a 39). Mateus, 22:40 — “Destes dois mandamentos dependem toda a lei © os profetas”. Neles fundamentado, determinou a necessidade de reconci- liar-se com todos, de entrar em acordo com os adversérios, de amar aos inimigos. Nao basta nao fazer o mal aos outros, mas é preciso fazer-lhes o bem, imitando ao Pai. Néo aponta facilidades, nem apregoa vantagens. Mateus, 16:19 a 21 — “Nao ajunteis para vos tesouros na Terra, onde a traga e a ferrugem os consomem, e onde os la- drées minam e roubam; mas ajuntai para vos tesouros no Céu, onde nem a traga nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrées nao minam nem roubam. Porque onde estiver 0 vosso tesouro, ai estaré também o vosso coragio.” No trabatho, na mansuetude, na caridade, salienta as forcas que enaltecem o espirito. No defeito, na imperfeigao, no débito, ha culpa, situa os nossos verdadeiros inimigos. Onde quer que estejamos, 0 verdadeiro campo de luta somos nés mesmos. Nele temos 0 bom combate, e, como norma méxima de conduta, o perdio para com os outros, no uma vez, mas setenta vezes sete. Nao 6 tarefa facil. Seja para auxiliar, ou para nos superar- mos, a tarefa é ardua. Que nao nos iludamos. “O sofrimento é © meu calice; envio-vos como ovelhas ao antro de lobos; tribu- nais, agoites, humilhagdes vos aguardam. Os que me seguirem sero desprezados e odiados, mos 0 que perseverar serd salvo. Trabalhai pelo Reino de Deus e nfo temais os que matam o corpo, mas nao podem aniquilar a alma; qualquer de vés que me confessar, diante dos homens, eu o confessarel igualmente dian- te de meu Pai que est4 nos céus", dizia Jesus (Mateus, 10). Reavivando as esperangas dos sofredores, enfermos e deso- lados de toda a sorte, com a pregagdo do amor para todos, eli- mina as barreiras entre os homens, afirma a igualdade e situa a coordenagéo da vida moral, nao no cumprimento exterior dos ritos e cultos, mas na pureza do coragao, na bondade da inten- cdo, na humildade. Reconceitua a nogao de pecado e de punicéo: diante dos transviados, dos paraliticos e dos aleijados, curava, consolava, e nao assumia atitudes de condenacao. Socorria-os apenas, con- solava-os e, ao restituir-lhes o equilibrio e a confianga, dizia- Ihes: “Eis que est4s so. Nao peques mais, para que te néo suceda coisa pior", evidenciando nao haver penas eternas, mas, t&o-somente, reconsideragéo de caminhos. Enfim o Amor 6 a grande Lei. “A paz reinard entre vés, quando vos amardes como vos amei", dizia. Ja tendes os mandamentos, as regras de fidelidade a Deus, para que a vida vos favorega nas sendas do progresso. Mas para os vossos problemas atuais, para o que de novo se vos apre- senta neste estdgio, hé necessidade de pregar, curar, ensinar; dar duas camisas a quem vos pede uma; andar dois mil passos com quem vos pede andar mil; amar aos inimigos, exercer a caridade, imitar ao Pai, serdes perfeitos como Ele 6 perfeito. Enfim, um novo mandamento vos deixo: que vos ameis como eu vos amei. E assim como, para o cultivo de um campo, a eficiéncia e a produtividade dependem cada vez mais do aumento de saber, de conhecimento com a utilizacéo de adubos, mecanizacdo, energia, experiéncias de laboratorio, etc., da mesma maneira o pregar, o curar, 0 ensinar, se dependem primordialmente das disposicées subentendidas globalmente no AMAI-VOS, tém sua eficiéncia e capacidade de realizagéo cada vez mais dependentes do conhe- cimento, da Ciéncia e da Filosofia. Por Isso, na codificacdo, o mandamento assume a nova forma: AMAI-VOS E INSTRU/-VOS. 35 a — Bibllografia [1] — André Luiz — Os Mensa: [2] —- Humberto de Campos b — Lelturas Complementares As dos capftulos das obras citadas no texto. FEESP — Monoteismo @ Jesus: Cap. Vil ¢ relativa bi grafia, c — Perguntas 12 — Molsés recebe a 1° Revelagdo. Explique: por que a primeira? 2.2 — O que constituem os Dez Mandamentos? 3.2 — O que distingue o Bem do Mal? 4.2 —- Como Jesus modifica a nogao de Justiga até entéo imperante? 52 -—~- A eliminagéo de todas as formas de caréncia é humana. (Deus colecou as dadivas; a nés cabe des- cobri-las. E algo como o que sucede com a Revela- ¢Ao: o Alto orienta, fornece os principios, mas a construgao das doutrinas nos cabe. Analogamente ao que se passa em relacdéo ao bem-estar material @ espiritual: Deus cblocou as possibilidades; cabe a nés desenvolver aptidédes e virtudes, a fim de alcanga-los e usufruir deles. Mais evoluamos, em mais quantidade os teremos. Dor, sofrimento, pe- nuria, necessidade s&o contingéncias relacionadas ao primitivismo, ao despraparo & ignorancia.) Ex- plique. 62 — Quais as tarefas principais correspondentes a esta fase da humanidade? 72 — Quai o principal problema que nos cabe resciver, nesta fase da humanidade? a | I © 8° — Jesus recomendou procedimentos a fim de erradi- car a dor, mas também para preveni-la. Esclarega. 9.2 — Qual o significado da expressio “O Bom Com- bate”? 10* — A erradicagao de todo mal pode ser efetuada com base nos dez mandamentos e mais um. Qual? Ex- plique. Prética de Renovac¢do intima André Luiz — Respostes da Vida. Estudar e por em prdtica o Gap. 11. | Aula Pratica TITULO: A RENOVAGAO DO CONHECIMENTO E O ESPIRITISMO 14 PARTE — ABERTURA (20 min.) Ay: Recomendagées para a aula: (2 min.) 22° Mandamento: Versao tradicional (Ev. Seg. o Esp.) Versao André Luiz (Ev. em Dois Mundos) Aa Ay Ay se mantém idénticos aos da aula anterior. Repetir. 22 PARTE — O TRABALHO [30 min.) A relagéo entre dois planos, e Plano Maior e o Plano Fisica, sempre foi de dependéncia deste aquele. Na fase humana o homem assumiu o comando de sua evolugao, embora sempre subordinade 4 orlentagio do Mundo dos Desencarnados, através da Mediunidade. E atra- vés desta que o homem recebe, pela Revelacéo, os princi- ' plos ¢ as direcdes, sobre os quais deve pautar seus caml- 37 38 nhos. Mas estes séo de sua responsabilidade. E as Reli- gides, como construgéo humana, se fixam diferentes de povo para povo, mas todas com um contetido que, no fundo, revela unidade e evolui segundo o estégio que cada um alcangou. Mas o que antes era obtido somente através da Reve- lacgdo, hoje é tratado de forma cientifica pelo Espiritismo, substituindo, a fé cega, a fé raciocinada. Antes se acreditava, hoje se sabe. Mas a fonte orien- tadora é sempre a mesma: o Mundo Maior, através da me- diunidade, de médiuns, aparelhos que, para poderem veicular a Palavra Divina, eles préprios devem tornar-se instrumentos sublimados em saber e amor. 3." PARTE — ENCERRAMENTO (15 min.) Proceder identicamente & aula anterior. CAPITULO IIL REGIOES INFERIORES 1 — INTRODUGAO As leis da evolugio ¢ da reencarnagiio encerram, em seu bojo, a negagéio da doutrina das penas eternas, ainda sustenta- da por outras crengas, nas nogées de inferno, parafso e purga- torio, ¢ suas correlatas de anjos e deménios. Kardec em [1], 12 Parte, thes analisa o contetido, de uma forma que nao pode ser desconhecida pelo leitor espirita, a cuja leitura enviamos, mesmo porque, como diz Druso, através de André Luiz, em [2], Cap. I: “...0 estudo da situago espiritual da criatura humana, apés a morte do corpo, nao pode ser rele- gado a plano secundério”. Em [1], na segunde parte, Kardec descreve a situagao de varios espiritos infelizes, sofredores, suicidas, criminosos ar- rependidos, endurecidos, e faz algumas citagées relativas a ex- piagdes terrestres, de grande valor informativo. Em [3], como ja vimos em [4], Gap. V, André Luiz conta seu prdprio caso e como ele reencontra a oportunidade de recuperac¢ao e trabalho. Em [5], Cap. 3, ele afirma estar se defrontando com tenso trabaiho... escassas horas reservadas a excursdes de cine 39 entretenimento... mas em ambiente de felicidade e alegria a favorecer-nos a marcha evolutiva... Nao nos faltavam determi- nagdes e deveres, ordem e disciplina; entretanto, a serenidade em nosso clima, e a paz, nossa dadiva de cada dia.” Neste volume, nos ateremos, em grande parte, a este pro- blema, & situago do espirito apés a morte, ao problema do destino e da dor nos dols pianos, o tema central, alids, da revelagéo cristé, quanto &s suas causas e & sua solugdo. 2 — NAS PROXIMIDADES DA CROSTA TERRESTRE Observa André Luiz que o sepulcro conduziu-o a um mundo, melhor. Mas “e os milhées que permaneciam apegados a Grosta da Terra?” “Incalculéveis multidé6es mantinham-se na fase rudimentar do conhecimento; apenas possuiam aigumas informagdes prima- rias da vida; {...} guardavam da existéncia apenas a lembranga do campo sensitivo, reclamando a reencarnag&o quase que ime- diata, quando thes nao era possivel a matricula em nossos edu- candarios de servica e aprendizado iniciais.” ([5], Cap. 3) No plano fisico constituem os marginalizados, os desprepa- rados para o trabalho, os de desenvolvimento mental rudimen- tar, com tendéncia para o 6cio, instaveis, destituidos de ambi- Géo, desconhecedores das leis, de seus deveres e direitos, irres- ponsdveis nas tarefas, com escala de valores inferior e diferente da existente em nossa sociedade, sequer tendo atingido o esté- gio do artesanato. Pessoas cuja integracao social sé pode ser feita em termos de um bem dirigido esforco de educacdo e profissionalizagao, sélida assisténcai social, médica, juridica, que os possam tornar produtivos e ajustados, dentro dos valores que podem alcancar. 40 te = oy Caso contrério, manter-se-Zo a constituirem, como problema a agravar-se sempre mais, a grande massa de marginalizados dos grandes centros urbanos. .n&o permaneciam chumbados & esfera carnal por mal- dade, sendo que se demoravam, hesitantes, no chao terreno, como os pequenos descendentes dos homens se aconchegam a0 selo materno...” Porém o que surpreendia, era a existéncia de “verdadeiras falanges de criminosos e transviados... (que) consumiam, por vezes, intimeros anos entre a revolta e a desesperacao, personi- ficando hérridos génios da sombra... mas sempre terminavam a corrida louca nos desvaos escuros do remorso e do sofrimmento, penitenciando-se, por fim, de suas perversidades...", candida- tando-se & regeneracéo. Apresentavam-se “conturbados e afli- tos, assumindo formas desagrad4veis ao olhar. Nos casos de obsessao convertiam-se em reciprocos algozes, ou, entéc, em verdugos frios das vitimas encarnadas; quando errantes ou circunscritos aos valés de punic&o, aterravam sempre pelos es- petdculos de dor e de misérias, sem limites.” Em [6], Cap. 16, André Lulz clita Posto de Socorro nas es- feras da Crosta, na extensa zona de desventurados, Uma cons- trugéio cheia de fortificagSes. “— As organizagées de nossos ir- mos consagradas ao mal sdo vastissimas — dizia o administra- dor. — N&o admitam a hipdtese de serem, todos eles, ignoran- tes ou Inconscientes. Sdéo entidades verdadeiramente diabdlicas. Nao tenham disso quaiquer dtivida... Estabelecido o duelo entre a fantasia deles e a verdade do Pai, resistem as corrigendas do Senhor e transformam-se, esses desventurados, em verdadeiros génios da sombra, até que, um dla, se decidam a novos rumos.” Da mesma maneira que no plano fisico “irmaos menos feli- zes lutam pela dominagdo econdémica, pelas paixdes desordena- das, pela hegemonia de falsos principios, nestas zonas... temos 4a tudo isso em identidade de condigées. Entre as entidades per- versas @ ignorantes, h4 cooperativas para o mal... baixa explo- ragdo de certas forgas da Natureza... escravizacio dos que se enfraquecem pela invigilincia... terriveis desequilibrios da mente... “...Estamos em servigos que precisamos defender... €... necessitamos defender a obra do bem contra os assaltos indé- bitos.” Em [2], Cap. |, fala de outra “Manséo Paz”, que visita com Hilério. Escola de reajuste dedicada a receber “Espiritos infelizes ou enfermos... que se elevam a colénias de aprimo- ramento... ou retornam... para a reencarnagdo retificadora... com todos os recursos de retificagdo e defesa”. La fora agitava- se a natureza, aparecendo rostos humanos com “esgares de horror, vociferando maldigoes e gemidos”. Por que se nao os socorria? Porque “feras humanas... Se acolhidas aqui, sern a necessdria precaugao, atacar-nos-iam de pronto, arrasando-nos o instituto de assisténcia pacifica. E nao podemos esquecer que a ordem é a base da caridade”. “Trazem o intimo turbilhonado ¢ tenebroso... Odeiam e ani- quilam, mordem e ferem... Mas... semelhante fase... pas- Sa... para abragar, por fim, as responsabilidades que... cria- ram para si. “Cessada a febre da loucura e rebeliao, o Espirito culpado volve ao remorso e & peniténcia... Entéo, como o solo que regressa ao servico de plantagaéo proveitosa, submete-se de no- vo & sementeira renovadora dos seus destinos.” Essas falanges distinguiam-se das anteriores por jé perten- cerem a outro estégio de desenvolvimento. Eram constituidas pelos “ignorantes, revoltados, os perturbadores e os imperti- nentes, de alma impermeavel as adverténcias edificantes, os en- 42 fatuados e os vaidosos dos mais varios matizes, perseverantes no mal, dissipadores da energia animica, em atitudes perversas diante da vida” ([5], Cap. 3). “...aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberada- mente, com o louco propdsito de Judibriarem o proprio Deus. O inferno, a rigor, pode ser... definido como vasto campo de de- sequilibrio, estabelecido pela maldade calculada, nascido da ce- gueira voluntaria e da perversidade completa. Ai vivem, domici- liados, as vezes por séculos, Espiritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo... -.-E as almas transviadas na delingiiéncia e no vicio, com possibilidades de préxima recuperagdio, aqui permanecem em estdgios ligeiros ou regulares, aprendendo que o prego das pai- xdes € demasiado terrivel. “Para as criaturas desencarnadas desse ultimo tipo, que pas- sam a sofrer o arrependimento e o remorso, a dilaceracéo e a dor, apesar de nao totalmente livres das complexidades escuras com que se arrojam as trevas, as casas de fraternidade e assis- téncia como esta funcionam, ativas e diligentes, acolhendo-as quanto possivel e habilitando-as para o retorno & experiéncia de natureza expiatéria na carne” ([2], Cap. 1). 3 — DOENGAS DO ESPIRITO André Luiz, desejando conhecer a atuacdo da Lei Divina, a lei de causa e efeito, de agao e reagdo, o Karma dos indus, embora com acepgao algo diferente, aproxima-se de Galderaro ([5], Cap. 3), pergunta-Ihe o porqué da situacao de tais criatu- ras. “Afinal”, dizia, “passaram pelo mesmo fendmeno da morte, vieram provavelmente com as mesmas doengas, e uma vez que a situagdo se impunha a todos e a lei nao fazia distingdes, por 43 que tais criaturas se mantinham daquela maneira? Por atitude deliberada? Ou castigo, ou punigo, por superiores designios Enfim “pretendia conhecer os que se entretinham na malda- de, no crime, na inconformagao". Calderaro, soli esclarecia: “André, antes de tudo é-nos imprescindivel compreender a perversidade como loucura, a re- volta como ignorancia, o desespero como enfermidade”. tamenio do evolutivo ainda nde le que € objeto de nos primero caso, a emogdo reside no processo alizado. Q segundo caso, porém, 6 aque- 0 astudo @ atuacdo. Mas, para que pos- samos efetué-lo, embora ligelramente, torna-se necessdrio dar alguns esclarecimentos quanto & nossa organizagio somética, em especial quanto aos dois sistemas de controle do organismo: © sistema nervoso, de natureza elétrica; o sistema endécrino a. Estabeleceremos algumas no- para que possamos entender irbios psiquicos. Antes de t igumas consideragdes acerca do sistema nervoso. lembrar que, até o século XVIll, des- conhecia-se a ni rica. Hoje compreende-se-a principal- mente com bas s analogias que se podem estabelecer com as redes eletromagnéticas, cujo conhecimento, especialmente em nossos dias, ati je desenvolvimento, mormente com a descoberta do: ‘os microminiaturizades da eletrénica. Sabe-se mais, hoje, com as descobertas dos ultimos vinte ancs, do que tude que se estabeleceu anteriormente. aA | merriment ane arene: reno Podemos descrever o sistema nervoso brevemente e nas suas partes principais da seguinte maneira: Primeiramente, o SISTEMA SENSORIAL MATICO, que transmite a informagao sensorial, captada pelos receptores de toda a superficie do corpo e das estruturas profundas, e con- duzida para todos os niveis da medula espinhal, por meio dos nervos raquidianos, apés 0 que ela segue para as partes superio- res do sistema nervoso. A seguir ura PORGAO MOTORA, cuja funcdo 6 controlar as atividades do organismo: contragéio dos mtisculos esqueléticos (controlada pelo nervo eixo-motor); contragzio da musculatura lisa dos 6rgios internos e a secregdo das glandulas exécrinas (controladas pelo sistema nervoso autOnomo). Miiscutos e glan- dulas denominados efetores, porque realizam tadas por sinals nervosos. fungées dila- Muitos sinais, conduzides a um segmento de medula, po- dem causar respostas motoras que se geram no préprio segmen- to, de forma automatica e quase instanténea, em padrées espe- cificos de resposta, que constituem parte dos reflexos congéni- tos: os reflexos medulares, Em continuagio & MEDULA, temos 0 TRONCO ENCEFALICO que, com o CEREBELO, O DIENCEFALO, os GANGLIOS BASAIS © o CEREBRO, Juntos constituem, dentro da caixa craniana, © encéfalo. © cérebro 6 composto de DOIS HEMISFERIOS CEREBRAIS, © esquerdo e 0 direito, ligados entre si por fibras mervosaa, di- vidido em DEPARTAMENTOS ou LOBOS. € revestido pelo COR- TEX {casca) que, simp! ‘orever como adamente, poderemos uma camada de substancia cinze O DIENCEFALO, situado entre abaixe © quase escondido por el e HIPOTALAMO, rebrais, estrutura muito 45 fung6es conhecidas desde h4 pouco tempo, e outras que consti- tuem, em grande maioria, ainda uma incognita. Sabe-se, porém, cientificamente, que, nele, se desenvolvem as principais fun- ges que governam todo o sistema nervoso e, conseqiiente- mente, a vida. Por baixo do cortex, ha actimulo de matéria cinzenta, os GANGLIOS BASAIS, reguladores do movimento. O cerebelo, go- vernando o equilibrio, a coordenagao, e realizando outras fun- Ges, situa-se abaixo do cérebro, atrés do tronco encefalico, que, por sua vez, une todas as partes do encéfalo & medula espinhal. Constituise de trés partes: 0 MESENCEFALO, a ligacdo ao encéfalo; a PONTE, a parte intermedidria; 0 BULBO, a ligacdo com a medula espinhal. 5 — SISTEMA NERVOSO: PRODUTO EVOLUTIVO Fixadas essas nogées, voltamos a narragdo de [5], Cap. 3, na qual se diz como André Luiz 6 conduzido a um hospital para observagio, in loco, sobre cérebros de um encarnado e de um desencarnado, em processo de obsessao, intimamente ligados entre si. Tratava-se de enfermo unido a deplordvel entidade desen- carnada “em miseras condigées de inferioridade e de sofri- mento”, mutuamente jungidos, desde o t6rax a cabega, quais “prisioneiros de uma rede fluidica. Pensamentos de um deles com certeza viveriam no cérebro do outro. Comogées e senti- mentos seriam permutados entre ambos com matemiatica pre- cisdo.” Reparou primeiro o cérebro do encarnado. Dava “a idéla de um aparelho elétrico quase indevassado pelos homens". Emi- tia radiagdes diversas que o diferenciavam, sob esse aspecto, em trés regides distintas: 46 — lobos frontais,. quase brilhantes; — cértex motor, até a extremidade da medula espinhal, de claridade diminuta; — ganglios basais, de luminosidade mais fraca ainda. A seguir reparou 0 cérebro do desencarnado. A Parte as dife- rengas relativas @ substancia, diferente nos dois planos, pare- ciam identificar-se: as divisées luminosas andlogas. “Mais luz nos lobos frontais, menos... no cértex... quase nenhuma na medula espinhal.” Explicou Calderaro. Temos ai dois cérebros de mesmo nivel. © que nos surpreende, apés o desenlace, é que o sepulcro nao nos modifica. A vida prossegue no plano extra-fisico e todo e qualquer progresso 6 feito somente & custa de esforco, trabalho @ aprendizado. O corpo espiritual, 0 veiculo de nossa manifesta- $40, € produto evélutivo, isto é, 0 que nos ensina a passagem para o além. “A crisdlida de consciéncia, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, ai se acha em processo liberatério; as drvores que, por vezes, se aprumam centenas de anos, a su- Portar os golpes do Inverno e acalentadas pelas caricias da Pri- mavera, estao conquistando a memoria; a fémea do tigre, lam- bendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos de amor; © simio, guinchando, organiza a faculdade da palavra...” Desenvolvemo-nos de experiéncia em experiéncia, de apren- dizado em aprendizado. Essa 6 uma questo fundamental dentro do Espiritismo. A vida continua, isto 6, continuamos nés mesmos, com os mesmos sentimentos, a mesma cultura, colocados t&o-somente em outro meio. Com as mesmas sensagées, porém; idénticas necessidades, mesmos problemas, subordinados as mesmas leis de justiga, desenvolvimento e aprendizado, porque elas dizem respeito ao espirito. aT Pan See ee ee eee Aliés, 0 corpo 6 mera veste. Onde quer que estejamos, quem progride 6 0 espirito, e 6 ele aue esta subordinado as icis do progresso, unlversals, estejamos encarnados ou desencar- nados. Seria extremamente infantil a crenga de que o “simp baixar do pano” resolvesse transcendentes questées do Infi nito. “Uma existéncia é um ato. Um corpo — uma veste. Um século — um dia. Um servigo — uma experiéncia. Um triunfo — uma aquisigao. Uma morte — um sopro renovador” ([3], Mensagem de André Luiz). N&o somos obra completa, muito menos perfeita. E Deus es- tabeleceu como lei universal que, seja para a criagéo, como para resulte “obra do cooperativismo entre nés mesmos, a perfeic: Ele e nds”, Nos dois planos: cd e 14. a — Bibliografla [1] — Allan Kardec — © Céu @ o Infemo. 2] — André Luiz — Agéo e Reagdo. [3] — André Luiz —- Nosse Lar. [4] — FEESP — Mediunato. [5] — André Luiz — Ne Mundo Miaior. [6] — André Luiz — Os Mensageiros. b — Lelturas Gomplementaras: As dos capitulos dos textos citados. ones d= Perguntas 12 — Por que € importante 0 estudo da situagao espiri- tual da criatura humana apés a morte do corpo? 2.2 — Que mundo encontrara André Luiz apés o desen- carne? 32 — Com que tipos de espiritos deparou-se ele na Cros- ta da Terra? Como encarar os espiritos provisoriamente consa- grados 20 mal? 5." — Por que a necessidade de defesa? 6. — Por que a existéncia de instituigGes destinadas ao Sccorro de entidades nas zonas inferiores? 72 — Que tipos de espiritos compunham as falanges de sofredores apontados por André Luiz? 8.2 — Como vocé definiria 0 inferno? 9.° — Como entender a perversidade, a revolta, o deses- pero? 10.8 — Como se compée o sistema nervoso? 11.2 — O cérebro se assemelha a um complexo aparelho elétrico, também emissor de radiagdes. Como se diferencia, em relagio a elas? 12.2 — Em que Calderaro baseou-se para explicar a evolu- gao do cérebro? PRATICA DE RENOVAG4O [NTIMA André Luiz — Respostas da Vida. Estudar e por em prética o cap, 12. 49 @ — PARTE PRATICA TITULO: O 11.2 MANDAMENTO 1.2 PARTE — ABERTURA (20 min.) Ay: Recomendagées para a aula: (2 min.) 3° Mandamento: Verso tradicional (Ev. Seg. 0 Esp.) Versio André Luiz (Ev. em Dois Mundos) An Ay, Ay 0S Mesmos. 22 PARTE — O TRABALHO (30 min.) A esséncia do ensinamento de Jesus resume-se em: 1° — O mal, a dor e o sofrimento néo sao castigos de Deus. Sao injrias que nés mesmos provocamos e que ds mesmos temos que sanar. 2° — Nao ha dor e sofrimentos eternos. As leis que nos regem, se nos obrigam a sofrer as conseqiiéncias de nossos erros, também oferecem os meios para remedié-las. 3° — Que todos os seres tém de participar na obra do aperfeigoamento da Criagao. Essa participagao nao so- mente diz respeito, para o homem, a cultivar, a obrar nas diversas atividades, mas também a eliminar os préprios males que nos afligem. 4° — O Evangelho, nesse sentido, constitui manual para que saibamos evitar esses males para nds mesmos, de forma preventiva, ¢ possamos atenud-los nos que so- frem, de modo a erradicar, da Terra, a ignorancia, a pent- ria, o sofrimento, a doenga, a aflicéo, e suas conseqiiéncias, pela aquisigdo de virtudes, prética do amor e exercicio da Caridade. 3.2 PARTE (15 min.) Mesmo procedimento anterior. CAPITULO IV © MECANISMO DAS QUEDAS ESPIRITUAIS 1 — INTRODUGAO Somente ha pouco tempo, como jé o dissemos, 0 cérebro 6 reconhecido, pelos bidlogos, como sede da vida, do pensamento, o receptor das sensacoes, o iniciador dos movimentos, por meio dos nervos. S6 foi assim entendido, depois que 0 homem desco- briu as leis do el tromagnetismo e da eletrénica. Mas ainda estamos longe de avalid-lo devidamente. André Luiz, em [1], Cap. IX, descreve-o como produto evo- _lutivo @ Ihe aponta as diversas fases de desenvolvimento, efe- tuadas através dos invertebrados, peixes, anfibios, répteis, onde JA se configura embrionariamente a epifise; a seguir nas aves, nos mamiferos. E como, depois, se desenvolveram os sentidos, 0 sistema nervoso auténomo e como se estrutura, finalmente, o cérebro, “o gabinete de comando das energias que o servem (ao espirito), como aparetho de expressdo dos seus sentimentos @ pensamentos, com os quais, no regime de responsabilidade e de auto-escolha, plasmar: no espaco e no tempo, o seu pré- prio caminho de ascensao para Deus” {[1], Cap. IX). 2 — SUBCONSCIENTE, CONSCIENTE E SUPERCONSCIENTE y Como produto evolutivo, nosso ‘sistema hervoso pode ser considerado constitufde de trés partes distinta: — uma que rege nossas atividades automaticas, “o cére- bro inicial, repositério dos movimentos instintivos e sede das atividades subconscientes... a residéncia de nossos impulsos autométicos, simbolizando o sumério vivo dos servigos realiza- dos”; a stimula de nossas conquistas, o nivel de estagio al- cangado; — no cértex motor temos “o cérebro desenvolvido, con- substanciando as energias motoras de que se serve a nossa mente, para as manifestagdes imprescindiveis no atual momen- to evolutivo do nosso modo de ser; ...0 “domicilio das conquis- tas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades no- bres que estamos edificando” pa zi — ngs/lobos frontais,/*siienciosos ainda para a investigacdo cientifica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforco de ascensao, represen- Sore ees tando a parte mais nobre de nosso organismo divino_em, evolu- co ‘a casa das nogées superiores”, indicando as eminéncias “que nos cumpre atingir”. No primeiro — “o hdbito ¢ o automatismo... o subcons- ciente... No segundo — “o esforco, a vontade... 0 consciente... © presente”; No terceiro — “o ideal e a meta superior a ser alcanca- da... 0 superconsciente... o futuro”. Todos com diferentes capacidades de irradiagao. 52 3 — GEREBRO: ANALOGO A UM GCOMPLEXO SISTEMA ELETRICO A fim de que possamos compreender melhor o sistema nervoso, recorremos & analogia que André Luiz apresenta em [2], Cap. IX, a analogia do cérebro com um dinamo shunt, re- presentado esquematicamente na figura. e OOuae cxreuIG SHUNT Na sua forma mais simples, um gerador pode ser consi- derado um eletroima em forma de U, terminando em duas sapatas Ne S, entre as quais se faz girar um rotor, também de ferro, contendo um enrolamento de cobre. Geralmente, antes de a mdquina comegar a funcionar, no nticleo sempre hé um determinado grau de imantagdo, denomi- nado magnetismo remanente ou residual. Para por em funcionamento a maquina, gira-se 0 rotor que, em virtude desse magnetismo remanente, comega a produzir forca eletromotriz e corrente elétrica, que é recolhida por meio de dispositivos especiais, através de escovas, nos terminais do enrolamento A e B, e passa pela carga Z, ligada entre eles. Parte dessa corrente poder4 ser desviada no circuito CID para alimentar, com o fechamento do interruptor |, um circuito que envolve 0 ntcleo, transformando-o, de simples ima, em ele- 53, F8.u = forge abibin mothig trofma. Com isso aumenta 0 campo magnético do nticieo e, com ele, a forga contra-eletromotriz da maquina e as correntes de carga e de excitagao (do circuito shunt). Esse aumento prossegue até um valor compativel com as dimensées e as caracteristicas do gerador, o dinamo shunt. Diz-se que este se auto: excita, que- rendo dizer, com isso, que ele proprio produz parte da agen zac&o, com o circuito shunt, necesséria ao seu pleno funcio- namento. Com o cérebro passa-se algo semelhante. Como um gerador shunt, ele se auto-excita; mas possui um nimero de recursos bem aumentado: gera corrente mental e tem possibilidades de “excitagdo e desassimilacao da energia mental, qual se um gera- dor comum desempenhasse no apenas a funcao de criar f.e.m. © conseqiientes potenciais magnéticos, para fornecé-los em de- terminada diregdo, mas também todo o acervo de recursos dos modernos emissores e receptores de radiotelefonia e televiséo, acrescidos de valores ainda ignorados da Terra..." Suas células especiais sao verdadeiras usinas microscopi- cas, das quais os circuitos miniaturizados dos microcomputado- res oferecem imperfeita expressao. “E ai, nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do espirito, é manipulada e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam, no no espago e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da persona: poster lidade em que se exprime... “Nas reentrancias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens e decisdes, em que traga o préprio destino, temos, no cértex, os centros da visdo, da audi¢ao, do tato, do olfato, do gosto, “da palavra falada e escrita, da meméria e de miiltiplos automatismos, em conexdo com os mecanismos da mente, “configurando os poderes da memoria profunda, do discernimento, da andlise, da reflexaéo, do entendimento e dos Macho = \ multiformes valores morais de que o ser se enriquece no traba- Iho da prépria ‘sublimago.” ([2], Cap. 1X) “Nessas provincias, fulcro da individualidade", produzem-se as correntes mentais originadas da excitagéo dos atomos da_ 1, assim como a corrente elétrica o 6 da excitagao los étomos da matéria fisica, com conseqiiente criagdo de eletromagnetismo. 4 — O MONOIDEISMO Para que possamos melhor entender 0 problema do destino e da dor, das quedas espirituais, principalmente, temos que pos- seguir com nossas analogias, nas quais comparamos 0 cérebro a um dinamo shunt. ee Voltando ao diagrama representativo da maquina, poderd acontecer que ela no funcione. Isso acontecerd principalmente nos seguintes casos: 1° — Falta magnetismo residual. E 0 caso que poderd ocor- rer com mAquinas novas, ou paradas ha muito tempo. 2° — Hé magnetismo residual; porém, ao ligarmos o in- terruptor |, a ligagaéo resulta invertida. Devido ao campo contrario gerado, 0 campo do nticleo, em lugar de aumentar, diminui até se anular. Atingida esta condigéo a maquina deixa de produzir forca contra- eletromotriz, corrente: para, nao funciona. 3° — O circuito shunt pode apresentar resisténcia excessi- va, ligagdes inconvenientes, maus contactos, influén- \ cia perniciosa de detritos acumulados na maquina. Fazendo analogia com a mente, poderemos dizer que, quan- do a mente permanece desatenta, sucede algo semelhante a 55 es manter aberto o interruptor | no gerador. A forca mentocriativa que se produz é muito pequena: determina uma corrente circulan- te no campo individual, reduzida. Mente concentrada equivale ao fechamento do interruptor |. A forga mentocriativa que se cria cresce até o maximo compativel com o estdgio evolutivo da Pessoa, produzindo energia mental, que também atinge o maior valor, colocando todos os poderes do individuo no nivel mais alto de expressdo, “no rumo dos objetivos a que se afeicoe, con- forme a linha do desejo”. E 0 caso citado de Rodin ([3], Cap. 12). a ia poder de concentragao néo somente nos coloca nas me- oe eee ce ae thores condigées de sintonizagae com 0 Plano Mgior, mas nos situa na posigdo de criar, qualquer que seja a atividade em que estejamos envolvidos. “Sempre que a corrente mental ou mentocriativa néo possa expandir-se, tal negacdo se filia 4s causas mais diversas, das quais salientamos, em analogia com a maquina shunt, as que se seguem: 1.2 — “Auséncia de magnetismo residual, em se tratando de cérebros primitivos, isto é, de criaturas nos primeiros esta- gios do nsamento continuo, no reino hominal, ou de pessoas por largo tempo entregues a profunda e reiterada ociosidade es- piritual.” E 0 caso das mentes primitvas, para as quais a evolugao se inicia e as quais s6 o tempo e a orientagdo poderao trazer desenvolvimento. 22 — “Circuitos mentais invertidos em razio do monoideis- mo vicioso, na maioria das vezes agravado por influéncias obses- sivas", 0 caso das falanges de criminosos e transviados, o ob- jeto principal de nosso estudo. A explicagéo do Monoideismo é dada por André Luiz em [1], Cap. XVI. 56 S1CoSseMA = Cohpo ESPLLITUAL O cortex encefélico, “governando os niicleos reguladores dos sentidos, dos movimentos, dos reflexos e de todas as mani- festagdes nervosas da individualidade encarnada, corresponde a sede do centro cerebral do psicossoma (ou corpo espiritual), no corpo fisico, unida & sede do centro coronério, localizada no diencéfalo, entrosando-se ambos em perfeita sincronia de esti- mulos, pelos quais se manifesta o Espirito em sua constitulgéo mental, harménica, dificil ou desequilibrada, segundo a posigéo em que ele valoriza, conserva, prejudica, ou desordena os re- cursos que a Lei Divina Ihe faculta & propria exteriorizagao no Plano Fisico e no Plano Espiritual, E assim como dispomos, no [edrtex| de ligagdes energéticas da consciéncia para os servicos do tato, da audigéo, do olfato, do gosto, da meméria, da fala, da escrita e de automatismos di- versos, possuimos, no diencéfalo (talamo e hipotdlamo), a se irradiarem para o mesencéfalo, ligagées energéticas semelhantes da consciéncia para os servigos da mesma natureza, com acrés- cimos de atributos para enriquecimento e sublimagéo do campo sensorial, como sejam a reflexao, a atengdo, a andlise, 0 estudo, a meditacao, o discernimento, a meméria criptica, a compreen- so, as virtudes morais e todas as fixagdes emotivas que nos sejam particulares. Emitindo a onda de indagagao e trabalho que nos diga respei- to, através do centro corondrio conjugado ao centro cerebral, recebemo-la de volta... para que a nossa consciéncla, por si, ajuize, pela esséncia dos resultados ou reflexos de nossas pré- prias agdes, quanto ao acerto ou desacerto de nossa escolha..." Pois bem, da mesma maneira que, no fisico, se podem pro- duzir obliteragdes de tais canais de comunicacéio, tais como a afasia, a amnésia, a paralisia provocada pela sifilis, em circuns- tancias semelhantes podem obliterar-se canais de comunicagéo entre os orgdos espirituais, no encarnado ou no desencarnado. 0 BLITE RAGES 57 LAUTRS ANTEGOEA = A semelhanga do que ocorre com um pecorino felatices Uma geladeira, por exemplo. Ela pode no funcionar devido a queima de um contacto, de um relé, do motor. Mas pode nao fazé-lo também pela queda de tensdo ou funcionar irregularmente até que se lhe produza uma avaria. Quando nos enredamos em um vicio, tornamo-nos causa de desarmonia, envolvemo-nos com tendéncias despertadas em nos- sa inferiotidade pregressa. Aliés ndo 6 necessério tanto para sentir a ura vibratér ‘ia de nossa mente. Um pouco mais de bebida alcodlica, uma lauta feijoada como almogo, a leitura de uma revista erdtica — so todos eventos que nos diminuem a disposicéo para o trabalho e muito mais para o estudo. Re E bem conhecido o significado da expressio “a mala _do executivo". Muitas vezes, este deixa certos assuntos para estudar em casa, no fim de semana, longe do telefone, do barulho, das in- terrupgées constantes do escritério; ou melhor, no sitio, na praia, sozinho, na quietude do isolamento que ele antegoza na ima- ginaco. Mala chela de papéis [4 vai ele, a cabeca toda envolta em planos. Mas o descanso maior, a conversa fUtil das reunides despreocupadas, 0 aperitivo, os apelos constantes dos jornais, das revistas, dos espetaculos, aos sentidos, mantém a mente distraida, chumbada ao esquecimento, a distracdo, a disposi¢&o de nada fazer, e a mala volta do jeito que foi, sem ter sequer sido aberta. O trabalho é realizado depois, no escritério, fora do prazo devido, sem a devida atengdo ou as pressas. E, embora isso parega hilariante, sem grande significado, freqiientemente se constitui em absorgéo de desanimo, frustra- ¢4o, em dosagens hol que terminam por tornar as pessoas baldas de iniclativa, desatualizadas, resistentes as Ino- vagées, causas, muitas vezes, de desajustes, desemprego, sem que as pessoas se déem conta do porqué. Quase sempre as grandes quedas comegam de de pequena monta, que acabam por despert sencarnados. E assim como, no plano fisico, por uma infecgéo qualquer, podemos prejudicar uma fungao fisica, embora nado sejam afe- tadas outras, de forma anéloga, no plano extra-fisico, apés uma queda de ordem moral, 0 ntcleo da viséo profunda, no centro coronario, pode sofrer disfungao especifica, pela qual um Espi- rito desencarnado contemplaré téo-somente, por tempo equiva- lente & conturbagéo em que se encontre, os quadros terrificos que the digam respeito as culpas contraidas, sem capacidade para observar paisagens de outra espécie; escutard exclusiva- mente vozes acusadoras que lhe testemunhem os compromis- sos inconfessaveis, sem possibilidades de ouvir quaisquer ou- tros valores s6nicos, tanto quanto poderd recordar apenas acon- tecimentos que se the refiram aos padecimentos morais, com absoluto olvido de fatos outros... num monoideismo que as isola em tipos exclusivos de recordagéo ou emogao...” em circuito fechado. Enfim, da mesma maneira que o cérebro de um encarnado, pode adoecer acometido de tumores, amolecimento, hemorragia, © cérebro de um desencarnado também pode adoecer pela mal- dade deliberada, édio, desejo de vinganca. Assim como 0 espi- roqueta da sifilis perturba as zonas motoras no cérebro fisico, assim ha “ vermes mentais da tristeza e da inconformagao". Para que ele nao seja acometido de tais infortdnios, ha que sustentar incessante trabalho de conservacdo da forma atual, rumo a conquistas mais amplas. Néo podemos interromper a marcha. a — Bibliogratia [1] — André Luiz — Evolugdo em Dois Mundos. [2] — André Luiz — Mecanismos da Mediunidade. [3] — FEESP — itianismo. b — Leituras Complementares As dos capitulos dos textos citados. c — Perguntas 1.8 — O que sao o subconsciente, o consciente, o super- consciente? 2. — O que 6 um dinamo shunt? 32 — O que significa dizer que o circuito shunt auto-ex- cita a maquina? 4° — A que se assemelha o cérebro? 5. — Quais as principais causas do néo funcionamento de um dinamo? 6. —- Quando se produz em nés a maior forga mentocria- tiva? 7# — Quais as causas do n&o funcionamento de uma mé- quina dinamo shunt citadas? 8" — Assim como 0 cérebro fisico pode sofrer danos, da mesma maneira o cérebro perispiritual pode sofrer lesdes ou desarmonia. Explique. 9.2 — O que 6 0 monoideismo? d — Pr&tica de Renovagao intima 60 André Luiz — Respostas da Vida. Estudar e por em prética o Cap. 13. e — AULA PRATICA TITULO: REGIOES iNFERIORES 4.2 PARTE — ABERTURA (20 min.) A,: Recomendagées para a aula (2 min.) 4° Mandamento: Verso tradicional (Ev. Seg. o Esp.) Versao André Luiz (Evol. em Dois Mundos) Aa, Ay Ay permanecem idénticos. 22 PARTE — O TRABALHO (30 min.) As Leis da Evolugéo e da Reencarnagao constituem a prova cabal da inexisténcia de penas eternas e regides bea- tificas. Tudo é vida; em qualquer plano que nos situemos ha trabalho, progresso e realizagaéo. Tanto aqui, como [d, sofremos as conseqiiéncias de um mal agir. O mesmo se diga de deslizes que possamos cometer no plano dos de- sencarnados. Apegados A crosta terrestre, ha varios tipos de Espi- rito: uns, primitivos, na fase rudimentar do conhecimento, envoltos nos processos lentos do progresso, pois a natu- reza nao da saltos. Outros, entretanto, constituindo falan- ges de criminosos e transviados, doentes mentais, uma vez que tais situagdes devem ser levadas & conta de doen- gas espirituais. — de se notar, entretanto, a existéncia de postos de atendimento para o auxilio e tratamento destes necessita- dos no cumprimento da Lei do Amor e da Lei da Caridade. Sao de se notar também as medidas de precaucio, necessarias ao tratamento. Como numa casa de satide. Mé- dicos e enfermeiros, embora atendendo a doentes, no po- Gt 62 dem expor-se a contagios e a injirias, a fim de poderem realizar a propria tarefa. Com os médiuns, em contato com os espiritos sofre- dores, ha que tomar semelhantes precaugées. Espirito so- fredor 6 espirito doente; necessita, por isso, de atendi- mento especializado, ao qual o médium no pode prestar- se, se n&éo estiver adequadamente preparado. Nesta parte do Curso o médium nao recebe espiritos sofredores; aprende, porém, a conhecer-lhes as necessi- dades e a capacitar-se a servir, adequadamente, como in- termediario. Nos relacionamentos de ordem espiritual, a fim de auxiliar, antes de tudo é preciso compreender. Sem esse preparo, o proprio médium podeta sair prejudicado, além de nada realizar. 32 PARTE (15 min.) Mesmo procedimento anterior. CAPITULO V PERTURBAGAO MENTAL 1 — FLUXO MENTAL Continuando nossas consideragdes sobre 0 monoideismo, verificamos estar nele toda causa de dor, sofrimento e queda. O bem 6 expansao, crescimento e harmonia; o mal 6 con- densagao, atraso e desequilibrio. Mas antes que possamos continuar, voltemos as analoglas. Sabemos que a corrente elétrica é constituida pelo movi- mento dos elétrons livres nos condutores que, sob a ac&o de um campo elétrico produzido por uma tens&o, aplicada em seus extremos, passam a deslocar-se. iy A passagem da corrente elétrica por um condutor, pods constatar o aparecimento de varios fenémenos, tais como: 1 — a produgdo de calor, devida as constantes colisées dos elétrons livres com atomos e moléculas, gerando agitacdo e aquecimento; 2 — a producao de luz; 3 — aco quimica, quando passa através de determinadas solugdes; 4 — um efeito magnético, ou a produg&o de um campo magnético ao redor do condutor; 63

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