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THE FLINCH.

A vacilada

by Julien Smith

© 2011Julien Smith

The Domino Project

Publicado por Do You Zoom, Inc.

The Domino Project é realizado pela Amazon. Inscreva-se


para atualizações e coisas de graça em
www.thedominoproject.com

Essa é a primeira edição. Se você quiser fazer alguma


sugestão para edições futuras, por favor visite o nosso site.

Smith, Julien, 1979

Flinch / Smith
p. cm
ISBN 978-1-936719-22-8
Foto da capa: Luca Pierro Fotografia/Getty Images
A vacilada

Por Julien Smith


INTRODUÇÃO

Existe um lugar perto da minha casa – uma academia de


boxe chamada Hard Knox. Qualquer dia que quiser, você
pode ir lá, se sentar, e assistir pessoas lutarem.
A placa lá em cima diz “Entrada VIP”, porque qualquer um
que entra, pode ser um campeão. Mas para se tornar um,
você precisa aprender como ser atingido.
Em uma luta, existe uma diferença funtamental entre
boxeadores e todas as outras pessoas. Os caras que
treinam são diferentes. Se você acertar eles, eles não
vacilam. É preciso praticar para chegar lá, mas se você
quer lutar, você não tem escolha. É a única forma de
ganhar.
Este é um livro sobre se tornar um campeão, e o que é
preciso para chegar lá. Também é sobre decisões, e como
saber quando você está tomando as decisões certas. É
também sobre você: o atual, do presente; o potencial, o seu
eu do futuro; e a única diferença entre eles.
É sobre um instinto, the flinch, a vacilada ou recuada
(aquela encolhida que damos quando pensamos que logo
logo iremos sentir dor) e porque masterizar isso, é vital.
Esse é um livro sobre como parar de vacilar. É sobre
enfrentar a dor.
***

flinch: /flinCH/ - verb (used without object)


1. to draw back or shrink, as from what is dangerous,
difficult, or unpleasant.
2. to shrink under pain; wince.
Flinch: flinCH/ - verbo (usado sem objeto)
1. Recuar ou encolher, daquilo que é perigoso, difícil ou
desprazeroso.
2. Encolher quando está com dor; tremer
***

Nota do tradutor:
Flinch também pode ser traduzido como titubear, hesitar,
encolher perante a dor, ou sobre dor imaginária ou que
achamos que é difícil, perigoso, uma dor que está por vir,
etc.
O OPONENTE

Parar de fumar. Perder peso. Começar um negócio.


Conseguir um encontro.
Para qualquer coisa que você quiser fazer, descobrir como,
é fácil. Faça uma pesquisa online e faça acontecer. Ou é
isso que qualquer livro está tentando fazer você acreditar.
Ainda assim, todo dia, você fuma, ganha peso e fica no seu
velho emprego. Todo dia, exatamente o oposto do que
você planejou. Porque?
Essa é a era da informação. Os passos para concluir
qualquer objetivo são fáceis de procurar, inventar, escrever
em um guardanapo, e seguir. Mas você ainda não está
executando. Parte do filme está faltando. Uma página foi
rasgada do livro. Existe um grande X na equação. Você
sabe o que é?
O X é a vacilada.
A vacilada é o seu verdadeiro oponente, e informação não
vai ajudar você a enfrenta-lo. Ela está atrás de cada
casamento infeliz, cada vício oculto, cada vida vazia. Atrás
de cada vacilada está evitar a dor, e lidar com a dor exige
força que você pode achar que não tem.
A vacilada é o motivo pelo qual o ator preguiçoso nunca é
descoberto- porque ele não realmente sua a camisa para
fazer acontecer. E o porque as empresas que são
monolíticas (inflexível, indivisível) acabam indo a falência
por causa de uma boa startup. É porque a cultura das
grandes empresas evita as perguntas difíceis. É a razão
pela qual você toma as decisões erradas, mesmo quando
você sabe qual é a correta.
Atrás de cada ato que você é incapaz de fazer, o medo de
vacilar está lá, como quem controla um fantoche, te tirando
do caminho certo.
Enfrentar a vacilada é difícil. Siginifica ver as mentiras que
você conta pra si mesmo, e lidar com a dor que a jornada
demanda. Tudo, sem hesitar.
A vacilada é o momento aonde cada dúvida que você já
teve, volta e te acerta com força. É quando o seu corpo fica
tenso. É um instinto que diz para você sair correndo. É um
momento de tensão que acontece no corpo e no cérebro, e
deixa você congelado.
Quando a maioria das pessoas cruza com algo que as faz
vacilar, elas estão treinadas para recusar o desafio e dar
meia volta. E é isso que fazem. É a reação que trás a tona
velhas memórias e te assombra com elas. Ela aperta o seu
peito e te faz querer fugir.
Ela faz o qualquer coisa que precisa fazer para te impedir
de se mover para frente. Se a vacilada funcionar, você não
vai conseguir fazer o trabalho que importa, porque o medo
que ela cria é forte demais.
Os indivíduos dão vaciladas, mas as organizações e as
culturas também tem. Eles podem invocar um medo de um
certo tipo de pessoa, um tipo de racismo ou xenofobia, ou
um medo de novas tecnologias e influências externas.
Não importa em qual forma, a vacilada está la para ajudar o
status quo.(Permanecer constante, igual, sem mudança)
Ela sussurra no seu ouvido para que você recuse uma boa
idéia que requer grandes mudanças. Ele para você, para
que não veja um competidor que acabou de chegar, como
uma ameaça. É a razão pela qual a maioria dos filmes
modernos são remakes e os livros mais bem sucedidos são
sequências. Ela se esconde sob o disfarce do chefe cabeça
dura, o editor cético ou o amigo cauteloso.
Mas o problema com a vacilada é que ela é baseada em
um cérebro que quer te proteger. Ele ve sombras como
ameaças e cria pontos cegos. É endêmico para as culturas
que abraçam “o velho”, mesmo que “o velho” não funcione
mais. Ambos, indivíduos e os grupos precisam desenvolver
sistemas para lidar com a vacilada, ou eles serão presas
fáceis para forças exteriores.
Em qualquer lugar aonde a sua vacilada se esconde, você
precisa encontrá-la, e enfrenta-la. Você precisa pegar o
controle de volta e parar a vacilada, como o boxeador no
ringue, porque você tem um trabalho a fazer. Você tem
uma luta que você precisa ganhar.
Para a maior parte da sua vida ou da existência do seu
negócio, a vacilada esteve lá, guiando você. Conforme
você vai descobrindo o seu mundo e aprendendo as
melhores práticas com os outros, a vacilada estava
aprendendo também. Ela te pressiona a julgar algumas
idéias como boas e outras como ruins, guiando o seu
comportamento através do tempo, até as suas decisões
ficarem simplificadas.
O que quer que seja que você evitou, seja o que você ou
as autoridades consideram uma ameaça, se transformou
um ponto cego. Virou algo que pode fazer você vacilar.
A vacilada tem uma história complexa. Ela aparece quer
você queira quer não. Todos os dias você toma decisões
baseadas nela. E você não deve nem pensar muito sobre
ela. Mas é exatamente isso que ela quer.
Enfrentar a vacilada é um trabalho interno e duro, que não
vem com nenhuma promessa de recompensa. Mas um dia,
seu mundo vai mudar, talvez drasticamente, e ele mudará
sem avisar. Nesse dia você não estará preparado. A não
ser que você tenha lutado com a vacilada antes.
Faça esse trabalho agora, e o seu eu do futuro irá lhe
agradecer.
Encontrar a vacilada revela uma passagem secreta, que
está escondida à vista. É o porque algumas pessoas
sabem vender, e outras não. Porque elas enxergam a
vacilada nos outros. É porque você não consegue sair do
seu trabalho ou ser a pessoa que você quer ser. Você não
está vendo a vacilada em você mesmo.
A vacilada é o motivo de você não fazer o trabalho que
importa, e é porque você não vai tomar as decisões
difíceis. É o porque da sua organização não estar
competindo. É o porque de você não liderar a vida que
você quer.
Tire um tempo para aprender sobre isso. Não vai levar
muito tempo. Logo que você a ver, ela passará a ser visível
para você, para sempre.
UM POUCO DE PASSADO
Antes do capacete de bicicleta, o cinto de segurança, e o
colete a prova de balas, existia a vacilada.
A vacilada é como o reflexo Moro, que protege as crianças
de caírem. Vacilar te protege do inesperado. Protege seus
olhos e pescoço. É um dos poucos instintos com os quais
você nasce, e mantem, pelo resto da vida.
Em qualquer acidente, as partes que se machucam mais
do corpo das vítimas, são as mãos. Isso é porque a
vacilada é o seu goleiro pessoal. Ela te protege de um urso,
um valentão, ou uma bola de baseball. Qualquer hora em
que é necessária, a vacilada aparece, usando suas mãos
para proteger do dano, partes essênciais do corpo.
Acidentes de carro. Acidentes de bicicleta. Explosões. Em
momentos como esses, você precisa da vacilada. É o
porque você sobrevive ao inesperado. Se já pularam pra
cima de você, você sabe disso. Seres humanos precisam
da vacilada para viver.
Ou precisam? Em sua vida diária, você pode nunca ter uma
experiência perigosa. Sua vida é segura. Mas você está
vacilando de qualquer forma. Você não vacila com ursos,
porque não tem nenhum. Mas você vacila com a
possibilidade de falar publicamente ou de entrar numa
academia. Você vacila no consultório do médico. Você
vacila até por personagens de seriados! Qualquer hora que
existir mudança potencial, tem uma vacilada te esperando,
vindo uma ameaça junto ou não.
Você pensa que a vacilada é natural, e parte da sua vida, e
é. Mas você já se perguntou porque é que o seu estomago
se tensiona e você não consegue assistir personagens
imaginários em uma tela de televisão, fazerem coisas
estranhas e embaraçosas? Você deveria.
SEU SISTEMA DE ALARME DEFEITUOSO
Seriados são ruins, mas não são perigosos. E nem o que te
faz vacilar. Então pare de se defender. Foque a sua
energia em algo que importa.
Seu mundo tem uma rede de segurança. Você não está em
queda livre, e nunca estará. Você trata erros e enganos
como derradeiros(sem chance de consertar), mas eles
quase nunca são. Dor e cicatrizes são parte do caminho,
mas levantar também faz parte, e se levantar é mais fácil
que nunca.
Ainda sente que está em perigo? Olhe da seguinte forma. A
vida dos primeiros homens durava algo em torno de 35
anos. Se você se machucasse, você estava frito. Não
existia a medicina moderna, então cada encontro
significava perda de sangue, infecção, ou morte. A sua vida
não é assim. A ciência e a tecnologia significam que você
pode sobreviver a quase qualquer coisa. Pode até ser caro,
mas ainda assim é uma melhoria significante sobre morrer
por causa de um corte infectado.
Mas apesar desta rede de segurança, a vacilada ainda está
lá, na parte de trás do seu cérebro, continua sendo um
goleiro, mas um goleiro para coisas que não estão nem
perto de serem tão perigosas quando elas costumavam
ser.
Pense em um urso. Você vê, e você reage,
instantaneamente. Você sabe como lidar com ele porque o
seu cérebro foi construído para sobreviver a isso: você
corre, pula, luta ou se esconde. Mas esse não é o mundo
em que você vive, então ao invés disso, a vacilada
acontece em entrevistas de emprego, ou quando você está
convidando uma garota para a formatura. Essas coisas
ficam ampliadas. O seu mundo privilegiado se torna o urso,
e você trata ele desta maneira.
O que esses encontros tem em comum com os ursos é que
eles mudam o status quo. Eles antigamente significavam
perigo, então o seu reflexo da vacilada vê eles. Ele tenta
impedir que as mudanças aconteçam, usando o mesmo
mecanismo de fight-or-flight (lutar ou correr) que ele
sempre usou.
Então o seu coração começa a bater mais forte. As palmas
da sua mão começam a ficar molhadas. O tempo se
distorce. Não por causa dos ursos, mas por causa de
conversas difíceis e de largar seu trabalho. Mas essa
reação está invertida, para trás. Você não precisa de
adrenalina para superar essas coisas, você apenas precisa
fazê-las. Cruzar esses obstáculos vai colocar a vacilada no
lugar dela.
A sua vacilada se tornou o seu maior inimigo. Deveria ser
um convocação, um desafio para ir em frente, avançar. Ao
invés disso, o desafio continua sendo recusado.
Escute: o novo já não significa mais ursos. O mundo está
mudando mais rápido do que nunca. Agora, novo, significa
negócios. Se você se recusar a enfrentar a vacilada,
significa que o medo está te enforcando.
UMA LISTA DOS SEUS VERDADEIROS MEDOS
Em algum lugar do mundo, um leão acorda todas as
manhãs não sabendo o que ele vai comer. Todo dia, ele
encontra comida. O leão não está preocupado, ele só faz o
que precisa ser feito.
Em outro lugar, num zoológico, um leão enjaulado fica
sentado o dia inteiro e espera pelo funcionário do
zoológico. Ele pode relaxar, e também não está
preocupado.
Ambos animais são leões. Somente um deles é rei.
Te jogam em uma floresta, do nada, sozinho. Você
consegue sobreviver? Claro! Você para de se importar com
o seu imposto de renda? Definitivamente. Dentro de 48
horas, só restam as vaciladas que ajudaram você a
sobreviver.
Tudo que não é necessário para sua sobrevivência é
descartado. A vacilada é um aliado novamente. É isso que
estamos procurando, reprogramação.
Vamos fazer uma lista com os medos que nasceram com
você: cair, ser abandonado, barulhos muito altos. É mais ou
menos isso aí. Você nasce com estes medos porque você
precisa deles para sobreviver. Estes medos te mantém em
segurança.
O resto são apenas histórias de terror aonde a vacilada te
dominou. São placas de sinalização. Procure por elas. Elas
apontam para as barreiras que você precisa enfrentar, as
portas que você precisa abrir.
CONSTRUINDO UM PADRÃO
Qualquer hora dessas, vá para um parquinho e assista as
crianças brincarem . O que você vê? Não vê medo e não
vê a vacilada.
Algumas crianças não tem medo de cicatrizes. Eles
assumem riscos naturalmente. Eles não se preocupam com
dor; eles apenas lidam com ela. Veja crianças caírem e
você verá o que é ser destemido, em ação. Elas caem,
machucam e choram. Logo logo, como outras crianças do
nosso planeta, elas se levantam e voltam a brincar.
Existem outra tipo de crianças no entanto. Elas se sentam
à margem. Elas assistem as outras. Elas tem cuidado. Se
você tem crianças, você pode assisti-las e ver como elas se
comportam. Você provavelmente pode rotular você mesmo.
Cuidadoso? Aventureiro? Nervoso? Ousado? Qual era
você?
Se você ver as crianças no parquinho durante uma tarde,
você vai ver algumas crianças cometendo muitos enganos,
se machucando, errando e aprendendo muito. Eles usam a
tentativa e erro, a maneira básica com a qual você
aprendeu a andar, pular, e andar de bicicleta. O processo
de tentativa e erro é inerente a vida. É simples, e funciona
se o que você quer é entender o ambiente.
A curiosidade é o que faz as crianças tocarem coisas que
as queimam. Eles querem saber como as coisas
funcionam. Eles estão interessados e eles não estão
mimados pela vacilada. Eles apenas fazem. Eles testam o
ambiente e param quando machuca.
As cicatrizes são medalhas que eles ganharam, não
deformidades que eles precisam esconder. Eles usam as
cicatrizes e a dor para entender como o mundo deles
funciona, e para ficarem mais confiantes. Por um tempo,
essas crianças pensam que podem fazer qualquer coisa.
E as crianças quem não caem? Como elas aprendem?
Veja: ele vai querer relar na panela quente, ele pode até
tentar, mas quando os pais dele dizem não, ele fica
congelado. Ele acredita no que os pais disseram e pronto.

Então no final, não houveram consequências, e nada foi


realmente aprendido. É como se o aviso fosse lido em um
livro; é de segunda mão, um pouco de sabedoria sendo
passada de uma geração para a próxima.

Mas nenhuma história surge daí, sem lições e sem


cicatrizes. Com o tempo, conforme essas crianças vão
aprendendo, elas ficam mais cuidadosas. Ao invés de
escalarem árvores, elas assistem as outras crianças
escalar. Elas decidem que não é uma boa idéia.
O negócio é o seguinte: as lições que você aprende melhor
são aquelas que te queimaram. Sem a cicatriz, não há
evidência ou memória forte. O evento não aconteceu de
verdade ou deixou uma marca no seu cérebro, você só
confiou em quem sabia mais.
Adultos sabem o que é seguro, então você escuta.
Conforme a vida vai passando, aqueles que escutam
demais, constroem um hábito de confiar e se conformar.
Infelizmente, com o passar do tempo, esse hábito se torna
inquebrável.
Isso é perigoso.
Geralmente, esse processo começa devagar e com boas
intenções. Talvez, quando você era uma criança, seus pais
não queriam que você ficasse sujo, ou você não gostasse
de alturas.
Evitar sujeira ou alturas constrói um padrão de evitar a
dota, o que se soma com o habito da vacilada. Os medos
dos seus pais, se tornaram os seus medos, as suas vidas
se tornaram a sua vida. Eles vacilaram com algumas coisas
então você começou a fazer o mesmo.
Mas atrás de cada vacilada não descoberta, existe uma
lição. Se você fizer tudo do jeito do seus pais, você nunca
vai descobrir a verdade. Você nunca vai descobrir o limite.
Você nunca vai aprender as lições que você precisa.

TESTANDO SEUS LIMITES

Algumas coisas coisas precisam acontecer do jeito difícil,


mas não todas. Você não precisa se jogar no meio do fogo
pra saber que isso é ruim. Mas a maioria das lições não é
desse jeito. Elas não são fatais, e elas vão fazer você mais
forte, e não mais fraco. Você deveria procurar elas.
Esqueça essa de aprendizado em segunda mão. Não deixa
cicatrizes. Não prove o entendimento básico que fica no
seu corpo e no seu cérebro. Não deixa traços de que
passou. Poderia ter sido até um sonho.
Entretanto o conhecimento em primeira mão, é visceral,
doloroso e necessário. Usa o consciente e inconsciente
para processar a lição, além de usar todos os seus
sentidos. Quando você cai, todo o seu sistema motor está
envolvido. Você não consegue aprender isso nos livros.
Simplesmente não funciona, porque você não caiu de
verdade. Você precisa sentir nas suas entranhas e nas
suas canelas e mãos ralados, para que a lição faça efeito.
Mas se você estiver cercado de acolchoamentos,
aprendizado sem cicatriz é tudo que te resta. Ele define
quem você é. Isso limita você, mas na verdade esses não
são os seus limites, são os limites daqueles que vieram
antes de você. Mas os limites dos outros não vão mais
servir.
Diplomas universitários desatualizados, contatos influentes,
pacotes de aposentadoria, essas coisas não vão te salvar
mais. O mundo mudou. Seu mapa precisa mudar com ele.
Você não pode se acomodar com alcançar os limites das
outras pessoas. Você tem de alcançar os seus.
Se você não testar a você mesmo, você não crescerá até
os seus verdadeiros limites. Para que você possa mapear
este mundo novo, você precisa testa-lo, e estar do que
você é capaz dentro dele. Você precisa cometer enganos,
resistir a vacilada e sentir as lições que vem com esse
processo.
As crianças começam naturalmente nesse caminho. É por
isso que o mundo delas está sempre crescendo. Elas
encontram obstáculos, pulam eles e ficam mais fortes.
Quando eles percebem que conseguiram, eles passam
para obstáculos maiores. Se eles caírem, eles tentam de
novo mais tarde. É um ciclo básico. É como as crianças
descobrem que eventualmente elas podem mudar o
mundo, fundar uma startup, construir uma casa. É
experimentando, aprendendo, sofrendo e crescendo. É um
processo. Mas para que esse crescimento continue, elas
precisam evitar escutar demais o que lhes é dito. Eles
precisam manter a mente aberta.
Mas tem um problema: a medida em que você vai
aprendendo, você também vai levando tombos e ganhando
cicatrizes. A dor te repele. Você vacila tanto que você
começa a ter medo e a ficar prevendo a dor. Você combina
com as lições que você aprendeu com as outras pessoas.
Finalmente, você começa a proteger você mesmo de
coisas que nem ao menos aconteceram.
No final desse caminho, você vai para a defensiva. Você
desiste dos obstáculos. Seu mundo começa a diminuir ao
invés de aumentar. Você não se adapta para o que vem até
você. Você para de seguir a sua curiosidade e começa a
buscar segurança.
Por dentro, sentimos como se estivéssemos ficando mais
sábios, mas não estamos. Evitar a vacilada te faz secar,
como uma velha árvore que se quebra ao invés de se
envergar durante uma tempestade. Infelizmente, é aqui que
a maioria dos adultos acaba.
Mas aqui está o antidoto. Você pode fazer o seu mundo
crescer de novo. O instinto que você tem é a semente.
Você só precisa cultiva-lo.
A ansiedade que a vacilada te faz sentir é quase sempre
pior do que a própria dor. Você se esqueceu disso. Você
precisa aprender novamente. Você precisa de mais
cicatrizes. Você precisa viver.

A FORJA / FORNALHA
Aqui vai algo que você provavelmente já sabe: o mundo é
uma fornalha de implacável e constante pressão. Ou você
é esmagado por ela, ou ela te transforma em um diamante.
Ou você ela te queima, ou te forja em aço inquebrável.
Entretanto, o mundo te transforma, e geralmente faz isso
devagarzinho, assim você não percebe. Você se assiste o
tempo todo e você sempre pensa sobre essa pessoa como
sendo você. Mas através dos anos, você muda. Tanto,
talvez, que seus velhos amigos nem consigam te
reconhecer. Você mesmo também não consegue ver. Você
se sente como sempre se sentiu.
Se pergunte isso: o seu eu criança, neste momento, estaria
orgulhoso ou com vergonha de você do futuro?
O mundo é uma prova final de 7 bilhões de pessoas com
pouco ou nenhum tempo de aula antes da prova. Você
entra na sala, eles te entregam um lápis e te falam pra
fazer a prova. Pior, o pedaço de papel que você recebe
está em branco.
Mas passar no teste, ou não, não é um acidente. O teste é
em grande parte sobre sua resposta contra a vacilada; é
um desafio aonde ou você é espancado e recua, ou você
fica firme e enfrenta a vacilada.
Qualquer decisão que você toma, reforça o que você vai
fazer da próxima vez. Depois, qualquer que seja o seu
hábito, você ensina aos outros. Você os convence de que é
importante. Isso mostra o quão forte os medos podem se
espalhar, criando culturas doentes dentro de famílias,
companhias e países inteiros.
Então, tome cuidado com as lições que você evita e a
quem você escuta. Decida cuidadosamente o que é
perigoso.
Decida você mesmo !
BETWEEN YOU AND THE FIGHT
Isso tudo é muito fácil de se concordar em teoria, é fácil
dizer sim agora. Mas o agora não é o seu problema. Mudar
é fácil em princípio mas difícil na prática.
A vacilada é um abismo, com uma ponte de cordas
amarrada nos dois lados. O seu corpo não quer que você a
cruze. Você não pode olhar para baixo. Cada músculo está
lutando contra você. Você sente isso visceralmente, na sua
cabeça e no seu estômago. Ela te interrompe no seu
caminho. O seu cérebro não pode te forçar a continuar a
travessia.
Conforme você cruza a ponte, você vai querer gritar, chorar
e desistir. Porque não é um lugar natural de se estar.
Parece perigoso, e você não pode ficar la muito tempo. A
vacilada amplifica tudo. As falhas, o sucesso, alegria ou a
dor. Se você desistir, você vai justificar mais tarde, dizendo
que você trabalhou duro e que foi “bom o suficiente”, mas
você estará errado. Você desistiu.
Lembre-se: Ninguém tem um problema na primeira milha
de uma jornada. Até mesmo uma criança pode ir bem por
um tempo. Mas não é a partida que conta. É a linha de
chegada.
Olhe para a linha de chegada agora. Ela está longe e
parece impossível. Talvez ela esteja lá nas nuvens e a
jornada é traiçoeira, ou a montanha é muito alta. De certo
modo, você está certo. Você está desistindo antes mesmo
de sentir a dor. Você está desistindo de medo da vacilada.
O que você não está vendo é que o próprio caminho te
muda. Você é fraco porque você ainda não pisou no
caminho. Quando você pisar, um processo irá começar.
Conforme você escala a montanha, você fica mais forte.
Seu cérebro de plástico irá ser moldado pelo caminho.
Você pode pensar que esse caminho não é para você, mas
ele é. Você simplesmente irá mudar no caminho. O
caminho mesmo irá te endurecer para que você enfrente o
final.
Agora mesmo, tudo o que você precisa, é de começar!
LIÇÃO DE CASA No 1
Quer um exemplo real, visceral, de como é uma vacilada?
Tente isto.
Quando você estiver em casa e tiver cinco minutos, vá até
o banheiro, entre no chuveiro e ligue a água no FRIO.
Espere um segundo; e teste para ter certeza de que a água
está o mais gelada o possível.
Você vê o que está por vir?
Se você vê, você vai ficar tenso imediatamente. Você vai
sentir no seu peito. Você talvez até ira começar a rir, parar
aliviar a tensão. E você nem entrou no banho ainda. Você
está prevendo uma vacilada que ainda nem aconteceu. E
você já está ansioso com ela. Com algo que ainda nem
aconteceu e que não vai te matar. Ansioso por causa de
algo que nem ao menos dói ou machuca.
Ok, agora entre. Agora é a hora de entrar no chuveiro.
A medida em que a água fria te acerta, pode ser que você
grite ou se contorça. Mas o desconforto dura apenas um
segundo. Você rapidamente se acostuma com ela. Você
fica confortável com o frio, ao invés de tentar evitá-lo. Você
procura entrar cada vez mais na água para acelerar o
processo de ajuste.
Lembre-se da sua reação. Você pode usar esse método
para tudo.
Um momento antes, a vacilada parecia tão desconfortável
que você poderia se convencer de não fazer isso. Você
diria para si mesmo que isso não faz sentido, mas faz; é
treino. Você precisa construir o hábito de ver a vacilada e ir
pra cima dela, não de racionalizar o seu medo e fugir dele.
Comece a fazer o contrário dos seus hábitos. Isso aumenta
a sua tolerância contra a vacilada e o seu poder.
Você fez a lição de casa? Bom! Continue fazendo ela,
todas as manhãs, pelo resto da semana.
Ah, e se você não fizer, não importa o motivo, vamos ser
bem claros: você está vacilando. Esse exercício não tem
nenhuma consequência, física ou social. Se você se
recusar a fazê-lo, pergunte a você mesmo o porque.
Porque o exercício é bobo, ou sem sentido?
Como você vai saber sem tentar?
SEU MUNDO COMO UM CORREDOR
Estudante que só tira 10, direto. Direto para a faculdade.
Direto para o trabalho. Direto pra cima na escada
corporativa. Direto para os subúrbios.
Porra, te assustam direto!
Esse é você? Corredores levam você da cama, para o café,
para o carro, para o trabalho e depois para casa. Você tem
um cubículo aonde você vai todo dia. Você vai almoçar no
mesmo lugar. Você assiste aos mesmos programas de TV.
Você come a mesma comida.
Eles poderiam te substituir por um pequeno e previsível
robô. E um dia, logo, eles provavelmente o farão.
Evitar a vacilada significa que o seu mundo se transforma
em um corredor. Tudo está no piloto automático. Claro
você pode viver mesmo sem estar acordado. Existem mais
opções agora do que nunca, mas os nossos hábitos estão
tão encrustados que nós não exploramos mais nada. Você
está preso em um corredor com uma vacilada atrás de
cada porta. Você não pode virar para outro lado ou ser
surpreendido, então você continua andando para frente, na
mesma direção, até você morrer.
Ralph Waldo Emerson disse, “Não vá aonde o caminho te
levar; ao invés disso, vá aonde não há caminho e deixe o
seu rastro.
Considere isto: no seu corredor, cada vacilada é uma porta
que você pode abrir, com uma nova cicatriz e uma nova
lição atrás dela, da mesma forma que uma criança aprende
ao relar em uma panela quente. É uma experiência, uma
tentativa de fazer algo novo. Nem todos os experimentos
machucam, mas todos eles são valiosos. E se você não
abrir as portas, você nunca vai ganhar as cicatrizes e nem
as lições. Portas abertas significam opções expandidas. A
vacilada vai te bloquear, mas assim que você abrir a porta,
a ameaça some. Um novo caminho aparece.
Abrir novas portas significa se confrontar com a
possibilidade de ficar perdido. Se perder parece com falhar,
algo que deve deixar uma cicatriz ou ser embaraçoso.
Então a vacilada começa o trabalho dela e te empurra de
volta para o que é familiar, para distrair você. Antes que
você possa para-la, você está de volta no corredor.
Mas cada porta, cada lugar não marcado no mapa, é
também um desafio. Significa que o território é inexplorado.
Algumas vezes perigoso e dolorido, mas também um
desafio. É o porque de tantas pessoas terem vontade de
conhecer a Antártida, ou o espaço, mas tão poucos
realmente o fazem, porque você não sabe o que vai
encontrar lá. Isso te assusta e te compele, mesmo que lá
possa ter qualquer coisa, até mesmo a morte.
Mas aqui também existe um segredo: se perder não é fatal.
Quase toda vez, irá fazer o seu mundo crescer. Você pode
olhar para as bordas do seu mapa, os lugares que você
tinha dúvida. Os antigos exploradores até tinham uma frase
para isso: “Que aqui tenha dragões”
A maioria das pessoas olham para um mapa e enxergam
perigo. Elas ficam em casa. Você fica?
Agora, as fronteiras mudaram. Aqueles que exploram
encontram coisas neles mesmos com a mesma frequência
que encontram no mundo exterior. Eles encontram os
próprios dragões, como São Jorge fez. Eles encaram a
vacilada e conquistam ela. Os mapas deles ficam mais
claros. Você precisa clarear o seu mapa também. Você
precisa encontrar os seus dragões, olhar eles nos olhos, e
destruí-los.
GRANDES HISTÓRIAS SEM VACILADAS
Adivinha só: não existem. Se Luke Skywalker não tivesse
enfrentado a vacilada, não teria existido o Star Wars. Se
Sócrates não tivesse a enfrentado, a maior parte da
filosofia ocidental não teria acontecido. Harry Potter sem a
vacilada, é só uma criança triste em um porão.
“Eu vi ela, do outro lado da sala, dançando, e ela era linda.
Eu estava com medo. Mas eu disse a mim mesmo que eu
poderia fazê-lo, eu fui até lá e falei com ela. E estamos
casados faz 50 anos.”
Atrás de cada momento de coragem, estava um homem ou
uma mulher, que lutaram com uma dificuldade interna.
Quando eles a enfrentaram, isso se torna uma história
incrível. Eles viram lendas. Mas se eles tivessem fugido da
vacilada, as histórias deles são corriqueiras, sem graça.
Eles passam a ser como todo mundo. Eles desaparecem.
Você acha que a sua história vai ser a grande exceção à
regra? Que você vai chegar no jardim do prazer sem sofrer,
como aqueles que chegaram lá antes de você? Nunca
acontece desse jeito, porque sem estes desafios, você não
tem propósito.
Samurais e suas contrapartes modernas, os praticantes de
kendo, dizem que as lutas são ganhas internamente, antes
mesmo de se acertar o golpe fatal. Eles encaram uma luta
interna antes sequer de encarar o inimigo. E assim vai ser
com você. Pare de fugir envergonhado disso.
LUTANDO CONTRA A VACILADA
O medo da vacilada vai sendo construído conforme o
tempo passa, pelos pais, as escolas e amigos cuidadosos.
Baseado no que ela vê lá fora, a vacilada constrói uma
fortaleza impenetrável. Ela senta lá e fica com um sistema
de alarme, esperando por comportamentos perigosos, e te
avisando quando eles acontecerem.
Infelizmente, ela está errada com frequência.
Algumas vezes, parece até que a vacilada tem uma voz.
“Você não vai conseguir seguir essa dieta. Você nunca
consegue.” “Você não vai conseguir esse emprego, porque
você não é qualificado de verdade para isso, não é
mesmo?”
Ela usa a sua própria voz contra você mesmo. Ela usa o
seu julgamento, mas decide com base em uma imperativa
biológica desatualizada. É construída sem a cicatriz. Então
você evita a vacilada tendo aquilo consequências ou não.
Escute a ela e você não chegará a lugar nenhum. Você
nunca vai se machucar. Você nunca vai aprender.
Você deve até estar se segurando agora mesmo, do medo
de vacilar. Você pode estar persuadindo você mesmo de
que ler isso não é importante. Não cometa esse engano;
você precisa continuar.
Fato: Você pode até assistir a si mesmo vacilar. Aja de
qualquer forma. Esqueça a voz interna e siga em frente.
Apenas vá lidando com as consequências conforme elas
vem aparecendo. Isso raramente é fatal, e com frequência,
não machuca e nem dói nada.
Qualquer hora em que você vacilar, você vai ouvir a voz ou
sentir a picada do julgamento. Mas mesmo que esse
sentimento seja muito forte, nenhum raio cai na sua
cabeça. Nenhuma enchente, gafanhotos ou morte dos
primogênitos. Nada realmente acontece.
A verdade é que esse julgamento e o medo nunca vão
parar, mas eles não fazem nada de verdade com você. Não
existem consequências negativas de se libertar do hábito
de vacilar. Nada vai acontecer se você deixar de sentir
medo. Você está livre.
APRENDA OS SEGREDOS DELA
O medo da vacilada tem crescido a sua vida toda. E todas
as figuras de autoridade que você conhece tem ajudado
ela, então você aprendeu a obedecer à vacilada. É natural.
As táticas dela funcionam como um animal perfeitamente
adaptado, dentro de você.
Então como você sabe quando um medo significa algo, e
quando ele é sem base? Como você sabe quando a
vacilada está realmente te protegendo?
Existe um processo para isso. Aqui está:
Primeiro, encontra um lugar seguro para se decidir. Se
você se sente ameaçado pelo homem sentado do seu lado,
no metro, saia de lá primeiro. Deste ponto de vista, uma
decisão melhor pode surgir seguramente. Então os seus
relacionamentos, saúde, dívidas, tudo. Tenha certeza de
que nenhuma dessas coisas esteja em perigo, porque elas
são razões para vacilar. Quando menos dessas situações
te provocarem, mais você consegue se concentrar.
Depois, quando estiver pronto, escute a você mesmo.
Quando você enfrenta a vacilada você usa as palavras tipo,
estúpido, seguro, sem sentido, ou qualquer coisa que é
covarde, que julga demais e que parece embaçada. A
vacilada prospera ao fazer riscos parecerem maiores do
que eles são. Então procure por estas palavras, e trate de
agir mesmo assim, e julgue só depois do resultado.
Você só saberá que abriu a porta certa quando você sentir
um forte e irresistível impulso de fazer outra coisa, qualquer
coisa. Isso geralmente significa que você está no limiar de
fazer algo importante, e que você precisa prestar atenção e
continuar indo. AGORA!

ENCONTRE A CURA
A criança que quer conquistar o mundo ainda está dentro
de você. Ela quer sair de novo. Ela quer aprender e
crescer. Ela quer fazer algo incrível.
Infelizmente você só fala e não continua. Ainda está
vacilando.
Quando você sente a vacilada, você pode calar a boca
dela, ao falar bem alto. Faça uma clara e forte pergunta:
“Do que você está com medo?” Diga isso sempre que você
evitar a vacilada; depois se force a responder. Ou diga a si
mesmo: “Vacilando.”
Verbalize a sua desculpa. Muitas vezes ela é ridícula,
paranóica ou obsessivo compulsivo. Você soa como um
marinheiro se afogando quando, na verdade, você não está
nem perto da água.
Acalme-se e siga em frente!
LIÇÃO DE CASA, PARTE 2
Você precisa de mais treino. Vamos mais adiante.
Preparado? Vá até a cozinha e pegue uma caneca que
você não goste. Caneca na mão, vá para um lugar na sua
casa que tenha o chão duro. Segure a caneca na sua
frente, e estique o braço. Diga tchau para ela.
Agora, deixa ela cair.
Qualquer racionalização que você está usando agora, é um
ponto fraco seu. Marque ele. Você o verá de novo e de
novo.
Deixa logo a porra do copo cair.
Você o fez? Se sim, você vai perceber uma coisa: quebrar
a sua programação requer um único momento de força.
Agora, limpe a bagunça. Não foi tão mal assim foi?
Se isso foi muito fácil, porque um copo é simples de se
substituir, tente algo mais difícil, tipo seu
Blackberry(telefone). A força que você ganha ao se
desapegar, é mais importante do que qualquer objeto que
você possua.
O PARADOXO
Se você não vacilar, você provavelmente nem vai sabe o
porque. Você acha que é natural sair escalando
montanhas, fazer parkour, ou conhecer pessoas novas o
tempo todo. Você assume que todo mundo é igual você,
mas você está enganado.
Se você vacila o tempo todo, você acha que isso é natural,
também. A vacilada é tão inata que você não a considera
um problema. Mas ela é, e você está preso com ela a não
ser que você comece a resistir a ela.
A habilidade de suportar a vacilada vem com o
conhecimento de que o futuro será melhor do que o
passado. Você acredita que você pode atravessar desafios
e ficar tão bem quanto você era antes deles. Quanto mais
positivo você for, mais fácil é para você acreditar nisso.
Você continua seguindo em frente e aceita situações
difíceis, então não importa o que aconteça, o trabalho, a
perda, o machucado, você acredita que irá se recuperar e
que ira acabar bem. Se você acreditar nisso, você está
certo.
Se você não tem fé, você acredita que cada ameaça
potencial pode ser o seu fim. Você não tem certeza sobre
como lidar com desafios, porque você questiona a sua
habilidade de supera-los. E se você acredita nisso, você
também esta certo.
Esse é um cenário tipo “o ovo ou a galinha”, ou no seu
caso, um cenário de “ação e fé”. Você não sabe qual veio
primeiro e fez alguém ser confiante, mas você pode ter
certeza de uma coisa, só tem um lado da equação que
você pode controlar. Você não pode fazer você mesmo se
sentir positivo, mas você pode escolher como agir. E se
você escolher certo, isso constrói a sua confiança. Com o
passar do tempo, esse processo vira um ciclo positivo. Ele
se alimenta e cresce por si só, assim como as crianças no
playground ganham confiança conforme vão escalando
mais e mais alto nos brinquedos. Quando você menos
percebe, todo o seu jeito de pensar mudou.
COMO SE MACHUCAR
Em uma luta, um bom oponente procura por padrões e
espera para que você de a vacilada. É o ponto aonde ele
pode te acertar com mais força.
No rugby, me disseram, “Mostre me um cara que dá a
vacilada e eu te mostrarei um cara que vai machucar”
Em mountain biking, eles dizem que a melhor forma de se
machucar é brecando. Andar rápido ajuda.
A vida inteira é assim. Você é tão forte quanto os seus
momentos mais fracos. Aprenda a reforçar esses pontos
fracos antes que eles te destruam.

COMO NÃO SER ENTEDIANTE


Você não conhece ninguém naquela festa, então você não
quer ir. Você não gosta de queijo cottage, então você fica
anos sem comer. Essa escolha é sua, claro, mas não se
engane, isso também é a vacilada.
Sua personalidade não é esculpida em pedra. Você pode
pensar que tomar um café, durante a manhã, é a coisa
mais agradável do mundo, mas na verdade é apenas um
hábito. Trinta dias sem ele e você ficará bem. Você acha
que tem uma alma gêmea, mas na verdade você poderia
ter qualquer número de esposas. Você iria ter evoluído
diferentemente, mas ser tão feliz quanto.
Krishnamurti, um grande sábio indiano, um dia disse: “Você
pode pegar um pedaço de madeira que você trouxe do seu
jardim, e cada dia o presentear com uma flor. No final de
um mês, você irá adorá-lo, e a idéia de não dar uma
oferenda para ele, será um pecado.” Em outras palavras,
tudo que você se acostuma, quando feito durante tempo o
suficiente, começa a parecer natural, mesmo que não seja.
A vacilada não quer que você mude. O plano dela é ter
manter no status quo. Ela acredita que a sua identidade é o
que te manteve vivo e estável, e que acostumado é melhor
do que morto. Mas isso é uma cilada bino !!!!1, porque
quase nenhum dos riscos que o homem moderno toma, é
fatal.
Toda vez que você cede, você na verdade faz com que o
caminho errado fique mais fácil de ser seguido. Mas toda
vez que você vai pelo caminho certo, você fica mais forte.
Eventualmente, o novo hábito se torna automático. Bingo.
Você pode mudar o que você quiser sobre si mesmo a
qualquer hora. Você vê a si mesmo com alguém que não
pode escrever ou tocar um instrumento, que sempre cede a
tentação ou toma más decisões, mas isso não é realmente
você. Isso não está arraigado. Não é a sua personalidade.
Sua personalidade é outra coisa algo. É algo mais profundo
do que apenas preferencias, e esses detalhes na
superfície, você pode mudar sempre que quiser.
Se for útil fazê-lo, você deve abandonar a sua identidade e
começar de novo. Algumas vezes, esse é o único jeito.
LIÇÃO DE CASA, PARTE 3
Faça esse experimento, quer goste quer não. Concorde
agora, antes de ler a próxima frase. Você irá falar com o
próximo estranho com quem cruzar. Seja ele interessante
ou não, se você é atraído por ele ou repelido por ele, ou se
você consegue ou não pensar em algo para dizer, nada
disso importa. Comece a conversa, mesmo que for por 15
segundos. Olhe a pessoa nos olhos conforme você fala.
Sorria.
Faça isso para testar a sua habilidade de se forçar através
do desconforto.
Conforme você faz este exercício, uma de duas coisas irá
acontecer. Primeiro, você vai só começar uma conversa
rapidamente. "Com licença, para que aonde está indo este
metrô?” Você vai perceber que quanto mais rápido fizer
isso, mais fácil será. Esse é o truque, passar pela vacilada
rapidamente.
Se você achar fácil, tente o exercício de novo com outra
pessoa.
O que acontece quando você chega à alguém que você
não consegue falar, ou que você não quer falar, ou que
você tem a intenção de falar, mas não consegue? Esse
sentimento é na verdade bem primitivo, você sente que
você QUER falar com a pessoa que está na sua frente,
mas você literalmente não consegue, como se alguma
força estivesse te impedindo.
Enquanto isso acontece, assista cuidadosamente como a
sua falha vai indo embora. Não se esconda dela. Observe a
oportunidade perdida enquanto ela sai e te deixa sozinho
com a sua imperfeição. Não fuja disso. Sinta a ansiedade
no seu peito conforme você vai assistindo a oportunidade
desaparecer, PARA SEMPRE !
O que a vacilada acabou de fazer com você, ela vai fazer
com a sua vida inteira, até você parar ela.
EM TEMPOS DE STRESS
Em tempos de stress, qualquer que seja o padrão que você
está acostumado, ele emerge. Se você está acostumado a
correr, você corre. Se está acostumado e entrar na
defensiva, a mesma coisa acontece. É como você vai agir
sobre pressão. Para os homens antigos, essa tendência
era um mecanismo de proteção, que funcionou bem para
escapar de ursos. Revertendo para padrões trabalháveis
significa tomar decisões mais rápido, que durante uma
ameaça real, é a diferença entre a vida e a morte.
Mas essa reversão é também o porque uma briga com a
sua esposa pode parecer com uma briga com seus pais,
porque ela é. Voltar ao seu velho padrão de discussão é
fácil, daí você o faz de novo e de novo, o jeito que a água
sempre flúi pelo mesmo caminho descendo uma montanha.
No seu cérebro, as ranhuras já estão profudamente
embutidas, então os comportamentos são automáticos.
Eles são corredores.
A maior parte das suas vaciladas não te protege de fogo,
ursos ou a morte. Reverter para uma resposta tipo, lutar ou
correr, mesmo quando não existem ameaças físicas
presentes, não é útil. Está resposta defende você
inutilmente, aumentando a pressão sanguínea e os níveis
de cortisol por nenhum motivos, e talvez tomando anos da
sua vida. E também te previne de aprender o que é
necessário para se adaptar.
Então você precisa começar a reconhecer a sua resposta
lutar ou correr. Esse é o verdadeiro desafio, no que você
vai gastar mais tempo? Porque isso é um instinto tão forte.
Cada alternativa que você desenvolve é muito valiosa
porque abre as suas opções dramaticamente.

Ainda bem que você pode treinar você a ter novos padrões,
e você não será o primeiro a fazer isso. Novos padrões
podem incluir aprender coisas que são mais adaptadas a
certas situações, e irá acontecer automaticamente quando
você for coagido, seja nas artes marciais ou em maneiras
de se comunicar com a sua esposa. O treinamento não é
nada sobre lutar, mas sobre algo mais importante: quebrar
seus padrões.
O primeiro passo é parar de ver tudo como se fosse uma
ameaça. Você não querer que isso aconteça, isso requer
ficar mais exposto. Se você já tomou um soco na cara
antes, você não vai se preocupar do mesmo tanto, com um
assaltante, por exemplo. Se você enfrenta a vacilada na
meditação, você não se preocupa quando pega uma fila
gigante no banco. Construa a sua base de confiança, tendo
um maior conjunto de experiências para usar, e perceba
que você pode lidar com mais do que você está
acostumado. Fazer o que é desconfortável é chave. Isso
aumenta o seu círculo de conforto.
Segundo, refaça o padrão da resposta contra ameaças.
Aprenda hábitos que te façam trocar a escolha de lutar ou
correr por um padrão mais efetivo.
Começe com este abaixo. Ele deve ajudar.
USANDO A VACILADA
A vacilada não pdoe ser eliminada. Isso é um fato básico.
Não importa o quão forte você seja, se uma borboleta vier
no seu ponto cego, você sempre vai te assustar(mais para
o lado de surpreender.) Isso é biologicamente programado.
Então a vacilada não pode ser desfeita, mas ela pode ser
transformada. Lutadores treinam por anos pra aprender.
Aqui vai o como fazer.
Em um estado de medo, a maioria das pessoas levanta as
mãos para se defender. Elas recuam, essa é a resposta de
fugir. Mas o truque de verdade é fazer o que os
profissionais fazem. Eles usam a velocidade da vacilada,
eles usam a sua intensidade, para a própria vantagem.
Oficiais da lei, lutadores profissionais e membros do
exército, todos eles aprendem sistemas que se aproveita,
se alavancam da vacilada. Eles usam isso para reagia mais
rápido do que os seus oponentes conseguem perceber. Ao
invés de vacilar e recuar, eles vacilam para frente, em
direção ao oponente deles e em direção da ameaça.
Quando você vacila para frente, você está usando a
velocidade dos seus instintos, mas você não recua. Ao
invés disso você se move para frente tão rápido, sem
pensar, que o seu oponente nem consegue reagir. Você
usa as suas mãos levantadas como armas ao invés de
escudos. Você usa o seu medo para ganhar uma
vantagem.
Imagine usar essa tática contra o valentão da escola. Ou
no mercado.
Treine a si mesmo para vacilar para frente, e o seu mundo
muda radicalmente. Você responde aos desafios se
empurrando para frente, ao invés de se encolher para trás.
Você fica maior ao invés de menor; você fica mais estável e
confiante. O seu mundo se torna uma série de obstáculos a
serem superados, ao invés de uma série de ataques dos
quais você tem que se defender.
Você vai para a ofensiva ao invés da defesa. Você pode
mudar o mundo novamente, ao invés de ficar se
protegendo dele.
USANDO O SEU AMBIENTE
Um acrobata não nasce andando com as mãos. O
processo de aprendizagem é lento e só depois que ele
consegue fazer isso sem esforço.
Vacilar para frente, assim como andar com as suas mãos,
é um teste do seu ambiente. Aprender a se equilibrar
significa cair, e quando o acrobata o faz, ele vê o que é
perigoso e o que não é. Somente depois do fato. Conforme
ele vai melhorando ele consegue entender o método. Se o
ambiente dele o empurra de volta, ao fazê-lo cair, ele
começa a entender os limites dele. Quanto mais pratica,
mais chão ganha e maior o seu mundo fica.
Eventualmente, ele estará fazendo handstands (se
equilibrando com as mãos, de cabeça para baixo)
naturalmente.
A maioria das pessoas olham alguém andar com as mãos e
pensam: “Eu não consigo fazer isso,” mas elas estão
enganadas. Você pode usar esse mesmo processo para
chegar em qualquer lugar que quiser. Aqueles que
aprenderam o fizeram vacilando para frente, atravessando
a reação inicial, uma vez, depois de novo e de novo, até
que virou segunda natureza. Você pode fazer isso com
tudo.
Vacile para frente na natureza, na sua casa, no seu local
de trabalho, em qualquer lugar. Tente qualquer coisas que
você gostar ou achar interessante. Escale árvores, coma
coisas novas ou aprenda a dançar. Todas essas coisas são
provocações para o status quo, que você usa como
trampolim para explorações maiores e mais difíceis.
Comece com pequenas ameaças em ambientes seguros.
Elas irão construir confiança para seus pulos maiores.
Eventualmente, você irá se acostumar. Você vai encontrar
você vacilando para frente contra tudo, como um hábito.
Vai ser parte do seu processo, do mesmo jeito que um
acrobata pode tentar um novo movimento ou um dançarino
pode aprender coreografia.
Logo, logo você vai estar preparado contra qualquer
vacilada. Depois disso, você pode entrar no ring.

THE RING
É hora de descobrir do que é que você é feito.
É hora de você fazer o mundo vacilar, não o contrário.
Fato: Aqueles que enfrentam a vacilada, fazem a diferença.
O resto não faz.
Aqueles que deixam novos corredores encontram novas
fronteiras, avenidas para o crescimento e a felicidade, que
a maioria nunca encontra, enquanto o resto vai ser
esquecido em desertos antigos, como abutres comendo
lixo.
Enfrentar a vacilada, e querer as cicatrizes que vem com
ela, é a única coisa que divide o seu presente do seu
futuro. Aqueles que lutam contra ela são facilmente
identificados, você pode ver o fogo nos olhos deles e a
determinação que praticamente corre nas veias deles. A
determinação deles é como uma aura; você pode sentir só
de estar perto deles.
Aqueles que não estão querendo enfrentar a vacilada,
também são óbvios. Os olhos deles são mortos. As vozes
deles soam derrotadas. Eles tem linguagem corporal
defensiva. Eles só falam. Eles enxergam os obstáculos
como assaltantes ao invés de adversários. A vacilada deles
é o elefante na sala, e eles não querem ouvir sobre isso.
Qualquer luta que você quiser ganhar, um hábito de
enfrentar logo de cara a vacilada, pode fazer você
conseguir. Uma vez que você tenha se ajustado à pressão,
quando tiver aprendido a vacilar para frente, você passa a
ter a determinação para passar pelo impassível. De fato, é
certo que você conseguira, é só uma questão de tempo.
Daí, você pode decidir pelo que você irá lutar.
ENTRE NO RING
Pronto? Vamos começar.
Você diz que quer ser bem sucedido. Você se vê como um
futuro Richard Branson, uma Oprah ou um Bill Gates.
Alguém de quem o mundo irá se lembrar. Alguém de quem
você possa ficar orgulhoso, que trabalha com o que ama e
que muda o mundo.
Você acha que você está trabalhando duro. Você acha que
tudo que você precisa é de um pouco de sorte.
ERRADO. Você não fez nem o que é necessário.
Você não fez os sacrifícios. Você não colocou o tempo.
Você não aprendeu as lições e não tem as cicatrizes. Não
para as lutas que importam.
Veja, tem uma luta acontecendo agora, algumas, na
verdade. Você pode ligar a TV e assistir elas em qualquer
canal. A fome no mundo, AIDS, o próximo negócio de
bilhão de dólares, até mesmo na sua própria família, elas
estão todas lá. Você assiste essas lutas todo o tempo, mas
será que você está realmente lutando agora?
A maioria das pessoas raramente entra no ring por aquilo
que importa. Ao invés disso, a luta é lutada por outras
pessoas, em outro lugar. Todo mundo fala sobre, como se
eles quisessem estar envolvidos, mas só falam.
A verdade é que eles não conseguem lidar com a pressão.
Eles não estão no ring porque eles não estão prontos para
fazer o que é preciso para vencer. Eles não estão prontos
para a luta que importa.
A maioria das pessoas não quer enfrentar a vacilada; elas
só querem estar em um filme sobre ela. Elas querem a
glória e não o sofrimento. Eles não querem as cicatrizes
porque eles gostam de ser macios e moles. Eles não
querem ser humilhados; eles querem respeito, eles só não
querem conquistar, merecer, esse respeito. Eles querem as
chaves entregues de bandeja para eles. Mas não é assim
que funciona.
Se você escolher o ring, você já é melhor que a maioria.
Por que? Porque você escolheu lutar. Você é um
competidor, e quase ninguém pode dizer isso sobre eles
mesmos.
O ring é diferente para todos, mas qualquer que seja o seu
, é aonde o risco de verdade acontece e aonde os prêmios
são gigantes. É aonde as lutas são ganhas, sim, mas
também é aonde você pode perder tudo. Por dentro, você
vai enfrentar a dor, de novo e de novo, sem promessa de
recompensas, mas não importa, porque dentro do ring,
você sabe que pode fazer diferença.
Entrar no ring significa que você pode se chamar de
competidor, talvez até mesmo um campeão. É aonde se
fazem reis e aonde aqueles que entraram são forjados,
como armas. Rico ou pobre, esperto ou lerdo, qualquer um
pode entrar, à qualquer hora, não importa aonde ou quem
eles são.
Bem vindo ao ring. Entram aqueles que são ousados, e
deixem eles dividirem os prêmios. Somente à eles pertence
essa conquista.
Se você vai ganhar? O ring não te promete nada. Mas uma
coisa é certa: a não ser que você entre no ring hoje, você
não tem a menor chance.
Decida o que realmente importa, e entre no ring por isso.
AGORA.
Hoje, exatamente agora, elimine todas as desculpas do seu
vocabulário. Se recuse a medir palavras ou ações. Se
recuse a viver uma vida sem cicatrizes.
Escolha a vacilada. Escolha o que importa. Entre no ring.
ABRA O CAMINHO
O ring é diferente para todo mundo, mas é sempre feito de
lugares, pessoas e projetos que valem a pena enfrentar a
vacilada. Os hábitos obscurecem ela.
Abra os olhos. Bloqueie todas as rotas de escape. Elimine
todo o barulho.
O que é comum vai capturar a sua atenção somente
durante o tempo que for permitido na sala. Qualquer coisa
que seja que você está acostumado a fazer, seja cigarros,
compras, twitter, tem que ser eliminado na sua jornada
para entrar no ring. Você tem que fazer um sacrifício para o
altar da grandeza e estar pronto para realizar atos que
outros não farão.
Se você não está disposto a sacrificar o seu conforto, você
não tem o que é preciso.
Ponha fogo no seu velho eu. Ninguém precisa dele aqui.
Ele está muito ocupado comprando, fazendo fofocas sobre
os outros, e assistindo os dias passarem e perguntando
porque você não chegou tão longe quanto queria. Esse
velho eu vai morrer e ser esquecido por todos exceto sua
família, e substituído por alguém que faz diferença.
Seu novo eu não é assim. Seu novo eu é como o grande
incêndio de Chicago, esmagador, avassalador e que vai
consumindo tudo que vê pela frente.
LIÇÃO DE CASA, PARTE 4
Pare por um momento, para respirar.
Se você chegou até aqui, você deveria apreciar a força que
você construiu. Você deve ser mais confiante, mais
determinado e talvez até mais extrovertido. Todas essas
coisas são boas. E mais. Continue indo.
A próxima lição de casa é simples. A próxima vez que
alguém pedir por um voluntário, seja qual for o motivo, diga
sim.
Se um mendigo pedir esmola, dê a ele a maior nota que
você tiver. Se alguém estiver de mudança, ofereça a sua
ajuda imediatamente. Se você ver uma propaganda sobre
alguma caridade para crianças, ligue para eles. Faça logo
que sentir a vacilada.
Não espere até que você se convença a não fazer isso.
Você já é muito bom nisso. Ao invés disso, aja antes que
sua fala te vença. Se coloque em uma posição aonde você
não pode mais recuar. O seu velho eu recuaria aqui, ao
invés, queime a sua ponte, para que você não possa mais
andar para trás.
Quebrar a vacilada é sobre eliminar as coisas sem sentido,
covardes e habituais e escolher o que é útil. Mas o útil não
pode ser abstrato. Ele tem que realmente acontecer.
ATRÁS DA PORTA NÚMERO 1
Atrás de cada vacilada está um medo ou uma ansiedade,
algumas vezes racional, outras não. Sem o medo, não tem
vacilada. Mas apagar o medo não é importante, enfrenta-lo
é que é. Enfrentar o medo mostra que você pode lidar com
a pressão e o desafio de um novo ambiente, colocar o
medo no lugar dele, com um conselheiro, não um capitão.
Algumas vezes o que está atrás da vacilada machuca,
como quando você tem “a conversa” no seu
relacionamento. Ela pode até levar ao término, ou a
grandes mudanças que você acha desconfortável. Está
tudo bem, você provavelmente deveria ter essa conversa
de qualquer forma, mesmo que ela te faça contorcer de tão
desconfortável. Outras vezes, o que está atrás da vacilada
não machuca. Tipo quando você tem medo de falar em
público. Você sobe no palco, faz seu ato ou fala em público
e tudo dá certo. A ansiedade era apenas sobre se
envergonhar em público. Nada demais.
Ambas vaciladas precisam ser enfrentadas. Seja existe dor
atrás dessa vacilada não interessa. A única coisa que
importa é o hábito de cruzar terrenos internos complicados,
simplesmente porque são difíceis de cruzar. Julgar a
vacilada de antemão, ficar perguntando se ela vai doer ou
não, não é ponto. Você só pode julgar pela experiência.
A VERDADE DESCONFORTÁVEL
A pressão que você sente, essa vacilada que você
encontra todo dia, nunca irá acabar. Depois de ter lidado
com uma, outra vai aparecer no seu caminho. A pressão
aumenta conforme você vai indo. Qualquer que seja a
tensão que você já consegue lidar, o ring vai te colocar em
uma tensão um pouco a maior que ela(para que você
possa continuar crescendo)
Ajuste-se a ela. Você nunca vai estar totalmente
confortável. Essa é a verdade atrás do campeão, ele está
sempre lutando contra algo. Não estar sempre lutando, é
se acomodar.
O sucesso trabalha como um ciclo, crescimento e
contração, equilíbrio e desequilíbrio, tudo enquanto você
encontra obstáculos que ficam maiores e maiores com o
passar do tempo. Antes de pular um obstáculo, você
precisa de se equilibrar e depois se lançar em
desequilíbrio, isso é a definição de pulo. Daí você repete
isso para o próximo problema. Isso também é o que
acontece quando você aprende a andar. É natural, mas a
parte do desconforto é necessária para o progresso.
Isso significa que você está no caminho certo, a pressão
nunca vai desaparecer completamente. Se ela o fizer, você
está no caminho errado. Você está no corredor. É simples
assim. Você precisa de achar uma porta novamente. Você
precisa de uma luta maior.
COMO FALHAR COM CERTEZA
Nesse ponto na maioria dos livros, os autores te prometem
que se você fizer o que eles estão falando, você com
certeza irá ter sucesso.
No caso desse livro, você terá certeza de que irá falhar. Ser
rejeitado. Descobrir caminhos errados. Ver o que é ser
humilhado, de primeira mão.
É certo que irá viver.
E depois sim, talvez, você possa atingir os seus objetivos.
Você gostaria de atingi-los de qualquer outro jeito?
JUNTE-SE A NÓS
Todo mundo que está no ring se sente só. Você quer
mudar a cultura da empresa em que trabalha, mas parece
que ninguém vai te apoiar. Ninguém quer falar com você na
festa, ou pelo menos é o que você pensa, daí você não vai
atrás de falar com ninguém. Não importa qual vacilada
seja, você precisa enfrentar ela você mesmo. Sozinho.
Pode ser uma jornada solitária. Essa é a dura verdade.
Quando olhamos de fora, todo mundo parece ser
conformista. Mas na verdade, ninguém é; eles estão
apenas esperando por uma pessoa que lidere.
A pergunta é, porque esse líder não pode ser você? Você
acha que vai ser julgado, que ninguém vai te dar moral?
Você acha que vai ser ignorado e humilhado? Você se
sente impotente? A verdade é provavelmente, bem
diferente.
Todo mundo quer progredir, mas pouquíssimas pessoas
querem liderar.
Então um grupo inteiro de pessoas espera pela primeira
mão se levantar antes da mão delas se levantar também.
De repente, uma votação vai de um não unanimo para um
sim unanimo. Tudo que foi preciso foi uma voz dissidente, e
de repente tudo mudou.
O segredo para superar a vacilada é que todo mundo quer
que você seja bem sucedido. As pessoas estão procurando
por provas de que você pode ser incrível, para que elas
possam ser incríveis também. A internet é ótima porque
você pode ver os outros serem verdadeiramente eles
mesmos, e terem sucesso nisso. Isso diminui o poder do
consenso. A pressão diminui. Você pode ser quem você
gosta de ser. Entrar no ring fica mais fácil porque você tem
pessoas te apoiando.
Então, se você ver que ninguém gosta de você, ninguém
concorda com você, não se preocupe. Na verdade existem
centenas de pessoas como você, e elas estão esperando
por um líder. Essa pessoa é você.
Pare de vacilar. Manifeste-se. Junte se a nós.
100 TIPOS
Existem milhões de jeitos de evitar a vacilada, um milhão
de jeitos errar ao fugir dela. Existem centenas de nomes
para essas pessoas e comportamentos: preguiçoso, fujão,
cínico, arrogante, e tudo que se pareça com isso. Todos
esses nomes transmitem atitudes que encorajam você a se
enganar e não ver o que está bem na frente do seu nariz,
cada um de um jeito diferente, e cada um fica defendendo
a sua atitude.
Em contraste, existe somente uma maneira correta de fazer
e de ver a verdade. É procurar essas formas de agir em
você ou nos outros e cruzar pelas suas defesas verbais, e
não acreditar neles de jeito nenhum.
Todo mundo tem seu próprio jeito de ser fujão ou confiante
além da conta. É impossível dar nome à todos os jeitos que
as pessoas fazem isso. Mas a solução é sempre a mesma:
honestidade implacável porém com compaixão, em cima
todas as mentiras que você diz pra si mesmo.
A vacilada vai manter você fujão a sua vida toda se você
deixar. Você não vai ver nada da mágica ou da sorte ou
experiências incríveis que os outros tem se você não tirar
os tampões da sua visão. Por esta razão, tirar eles pode
ser o desafio mais importante que você enfrentará na vida.
Já existem espectadores o suficiente. Líderes de torcida o
suficiente. Técnicos o suficiente e comentaristas suficiente.
O que não há suficiente são jogadores.
Não acabe de ler esse livro e volte para a sua vida normal.
LUTE. NÃO VACILE.
NUNCA MAIS TENHA MEDO DE NOVO.
SOBRE A ELLA
Ella é uma amiga com uma história incrível.
Quando Ella tinha quatro anos de idade, ela estava
cozinhando alegremente na cozinha com a mãe dela. Daí,
em um instante, tudo mudou.
Ella estava curiosa, ela queria saber o que é que estava no
fogão, e ela foi tentar pegar. Por acidente, ela colocou o
cotovelo no pote, que estava cheio de água fervendo.
Aquilo machucou ela, então ela deu uma recuada brusca,
arrastando o pote para cima dela e derrubando aquela
água fervente nela mesma.
Ella teve queimaduras de terceiro grau em mais de 30% do
corpo dela. Precisou de fazer cirurgia, com médicos
cortando o corpo dela de novo e de novo para que ela não
perdesse mobilidade por causa de todas cicatrizes.
Agora, existe uma intensidade nos olhos da Ella, que você
não encontra em muitas pessoas. Ela não tem vergonha de
ser política. Ela enfrenta a vida com uma coragem que
poucas pessoas conseguem entender. Ela não vacilou
sobre a vida que apareceu na frente dela. Ela abraçou essa
vida.
Mas isso aqui não é nem um pouco sobre a história dela. É
sobre você.
Aqui está o que aconteceu. Ella começou a fazer
performances com fogo. Ela abraçou a coisa que
machucou ela. Ela descobriu como usar tochas e álcool
para acender partes dela mesma para fazer um show. Ela
fez isso em palcos por todo o Canadá.
Pense nisso por um segundo. A garota que se queimou
com quatro anos de idade, com cicatrizes pelo corpo todo,
transformou o fogo na arma dela. Parece até um filme.
Mas as existem pessoas assim. Elas são diferentes. Elas
escolhem aonde elas querem ir. A vida ensina lições a eles
que o resto de nós não tem chance de aprender. Eles
escolhem caminhos que os outros não pegam.
Você quer saber o que mais? Você pode ser um deles, se
você quiser.

A CHECKLIST ANTI-VACILADA
1. Desafie a si mesmo ao fazer coisas que machucam,
de propósito. Tenha uma prática que exija força de
vontade, tipo fazer exercícios muito difíceis,
meditação, provas de resistência ou banhos frios.
Escolha algo que faz o seu cérebro gritar, de tão
difícil, e tente tolerar isso. O objetivo não é só se
acostumar com isso. É entender que você pode
sobreviver à dor.
2. Lembre-se de coisas que são fáceis de esquecer.
Melhore os seus relacionamentos atuais. Crie
desaniversários (tipo Alice no país das maravilhas)
para os seus amigos, e não se esqueça deles,
celebre-os. Mexa nas suas mensagens de texto
antigas e reacenda amizades dormentes. Pode ser
estranho, mas esse é o ponto. Você vai gerar um
impacto ao fazer o que deixa os outros nervosos só de
pensar em fazer.
3. Leia mais. Não só posts de blogs e tweets e updates
no facebook, mas outras fontes que tem mais
consideração que blogs ou notícias. Encontre analises
profundas e minuciosas de assuntos que você achar
interessante, ou coisas irreverentes que te façam
sentir vivo. Leia coisas que com o que você discorda.
Leia coisas que são difíceis demais de você entender,
e depois supere o seu desconforto para se motivar a
entende-las.
4. Arrume algumas cicatrizes trabalhando com as suas
mãos. Tente entender como as coisas no mundo
funcionam, tipo o seu carro, seu sistema de som, ou
até mesmo a sua cozinha. Tenha um jardim ou um
cachorro para te ajudar a ser pé no chão e não ficar
no mundo da lua.
5. Desligue o seu telefone todos os dias por algumas
horas. Não ter nada para fazer enquanto espera em
uma fila ou o ônibus pode ser entediante, mas é só
quanto você está entediado que os pensamentos que
dão medo vem para a superfície. Use um telefone
velho (do tipo que não é smartphone) para não ficar
checando suas mensagens (whatsup, facebook,
instagram, twitter etc)
6. Encontre novos amigos, que te façam sentir
desconfortável, seja porque eles já fizeram mais do
que você ou porque eles nunca fizeram nada do que
você já fez ou faz. Encontre artistas que fazem tatoos
ou pessoas sem teto, milionários ou autores de best
seller. Organize jantares para eles. Sirva-os comidas
bizarras. Por que diabos não?
7. Renegocie o seu trabalho. Se você conseguir entregar
X, então o seu empregador entregará Y? Pergunte de
antemão e entregue, ou se você não conseguir
permissão, faça mesmo assim e peça perdão. Crie um
novo nome de cargo para você e construa esse cargo.
8. Comece a se vestir como se você sempre tivesse um
trabalho muito importante ou uma reunião, ou como se
você tivesse 20 anos novamente e pensasse que é a
pessoa mais legal do mundo. O que você varia de
diferente? Como as pessoas te tratariam se você
fizesse isso?
9. Imagine que você precisa deixar um legado, e que
todo mundo no planeta vai ver o trabalho que você
fez. Seja voluntário. Crie algo que dure e que possa
existir fora de você, algo que faça as pessoas
maravilhadas e suspirando. Construa uma estrutura
de apoio para outros. Dedique uma quantidade do seu
tempo ou dinheiro nisso.
10. Faça algo surpreendente, algo que seja
aterrorizante para você. Fique desconfortável. Lute
contra a vacilada em qualquer lugar que você a
encontrar. Não deixe pedra sobre pedra. Abra todas
as portas.

HOMEWORK ASSIGNMENT, PART 5


Parabéns. Quase ninguém conhece as próprias vaciladas
tão bem, as vê e as enfrenta com tanta frequência.
Você conhece a você mesmo melhor, e por causa disso,
conhece melhor o seu mundo. Você agora pode crescer
sem limites. Você é um conquistador e um campeão. Mas
ainda tem mais uma coisa.
O medo da vacilada está se espalhando. É como uma
doença, viajando por toda a sociedade, pela mídia e pelo
boca a boca. Está em todo lugar, e infecta a todo mundo de
maneiras diferentes.
É por isso que pais se recusam a vacinar suas crianças, e
o porque vizinhos e membros da mesma família não falam
mais uns com os outros.
Eles querem segurança. Mas que buscar segurança não é
nada seguro.
Não podemos resolver esse problema sozinhos. Para fazer
a diferença, isso precisa se tornar um movimento. A
vacilada é um vírus, então aprender sobre ela precisa se
espalhar como um vírus também.
Então a sua tarefa final é dar este livro para outra pessoa.
Talvez escolher aquela que precise dele mais. Ou escolha
um estranho. Escolha a pessoa que você acha que
realmente vai entender este livro, ou a pessoa que já se
encontra no ring e precisa de alguma ajuda.
Não importa para onde o livro vai. Mas você precisa
abandoná-lo. Esqueça seu medo de perder. Você aprendeu
o que você precisa saber, agora, dê a outra pessoa a
chance de fazer o mesmo.
É por isso que fizemos esse livro ser grátis.
Então mande o por aí. Espalhe ele. Ou nos conte a sua
história. Mande um email para stories@theflinch.com e nós
faremos algo legal com as melhores.
Vá em frente. Faça isso AGORA MESMO.
SOBRE O AUTOR
Julien Smith é um autor de best seller na lista do New York
Times e palestrante que já se envolveu com organização
de comunidades onlines por mais de 15 anos, desde
Fóruns à flashmobs nas redes sociais como as
conhecemos hoje.
Além de ser o co-autor de Trust Agents, um dos livros mais
reconhecidos nas redes sociais, ele é contribui para
publicações como a GQ, Sirius Satellite Radio,
Cosmopolitan, a CBC e mais.
O trabalho de Julien é frenquentemente sobre se lançar ao
desconforto e a dor, ao auto exame e disciplina, com a
intenção de provocar e desequilibrar. As lições do The
flinch vieram de profissionais de defesa pessoal, experts
em segurança, levantadores de peso, praticantes de
parkour e mais.
Você pode aprender mais sobre ele ao visitar o blog dele.
http://inoveryourhead.net/
SOBRE THE DOMINO PROJECT
O que acontece quando um editor tem uma conexão
próxima e direta com os leitores, e consegue produzir
propriedade intelectual que se espalha rapidamente, com
um custo baixo? Um novo tipo de publicação surge. A
criação filha de Seth Godin, e executada pela Amazon.
O projeto dominó tem esse nome por causa do efeito
dominó, uma idéia poderosa se espalha pela linha,
empurrada de pessoa para pessoa. O projeto representa
uma mudança fundamental na maneira que livros (e mídias
digitais baseadas em livros) tem sempre sido publicadas.
Eventualmente consistindo de um pequeno grupo de
autores estrelas, essa é uma editora organizada em torno
de um novo canal de distribuição, um que não era nem
fantasia quando a maioria dos editores começaram.
Nós estamos reinventando significado de ser um editor, e
ao longo do caminho, espalhando ideias que temos orgulho
de espalhar.

Isso é tudo pessoal. Obrigado por lerem a minha tradução


de The flinch. Iniciada em 4 de janeiro (um dia depois de
terminar de ler.) Concluída dia 17 de Janeiro de 2014.
Foi muito osso terminar esse badboy aqui. Vacilei várias
vezes, comecei forte e fui fraquejando. Voltei e parei. Cedi
à vacilada. Mas ao traduzir, acabei lendo novamente
conceitos importantes que me motivaram a terminar esse
projeto.
Percebi que finalmente eu consegui completar algo em
minha vida. Começar e terminar. E isso foi uma lição muito
importante. Tenho muito orgulho de ter feito algo bom para
a humanidade. Espero que esse livro possa servir de
inspiração para vocês assim como serviu para mim.
Muita força galera. Não deixem de enfrentar as vaciladas.
Realizem os projetos de vocês. E quando se sentirem
abatidos lembrem-se desta frase. “It’s not over, until I win.”
Só acaba quando eu ganhar.

Boa luta a todos.

Leo Sad Falleiros o/

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