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A Páscoa de Cristo, nossa Páscoa.

Corremos o risco de ficarmos do lado errado da Páscoa. Do lado da morte e não do lado
da Ressurreição. Nos dias de hoje muito se fala da busca pela estabilidade, ainda que se reclame
da rotina. Ao sermos forçados a abandonar antigos hábitos, como quando uma nova lei entra em
vigor relutamos; mesmo sabendo tratar-se de algo para o bem-estar de todos. Da mesma forma,
se não assumimos a Páscoa de Cristo como nossa, no máximo, vivemos ritos vazios.
Primeiramente é preciso recordar que páscoa significa passagem. Mas, sobretudo, Páscoa
é sair da letargia. Algo como uma pedra em cima do morro que, tirada a sua escora, passa a
rolar sem parar. Seja o povo hebreu ou o cristão o que comemoramos é a presença de Deus no
meio da humanidade que nos diz: "A escravidão, a imobilidade, não é coisa minha, abandonem-
na".
Isso leva, à nós cristãos, a uma segunda idéia: Cristo é Deus nos provocando hoje. Talvez
como um pai que coloca seu filho de colo no chão e pede para que ele dê os primeiros passos.
Solidário ao gênero humano, o Deus do Eterno Movimento, assume nosso compasso e
descompasso. Sua páscoa não é sua propriamente, mas uma prova de seu Amor para com
aqueles que não conseguiriam mover-se sozinhos.
Resta, então, buscarmos entrar no ritmo de Deus, deixando para trás coisas e hábitos que
não nos deixam sair do lugar. Nos é necessário morrer de alguma forma. Por exemplo, como as
células programadas em seu DNA para um dia morrerem, para que novas células nasçam
mantendo o organismo vivo. As experiências de dor, de ruptura e de tensão convertem-se,
através da fé, em possibilidades para nossa páscoa.
Sigamos, pois, atentos ao mestre Jesus. Sua voz neste aqui e agora continua a nos dizer:
"Coragem! Trago-lhes a Boa Notícia da transformação incessante. Não tenham medo de entrar
no estado de Páscoa".

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