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Índice

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

UFBA
Técnico - Administrativo
Assistente em Administração
EDITAL Nº 02/2016
DZ090 - 2016

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

PORTUGUÊS

1. Compreensão e interpretação de textos de diferentes gêneros (literários, jornalísticos, tiras, charges, entre
outros):..........................................................................................................................................................................................01
1.1. Língua, linguagem, norma (padrão e não padrão), fala e desvio de norma; 1.2. A pluralidade de normas: regionais,
sociais, etárias e estilísticas (registros); 1.3. Características das modalidades da língua: oral e escrita. ............................14
2. O processo de comunicação e as funções da linguagem.................................................................................................16
3. Recursos expressivos: a linguagem figurada. ...............................................................................................................18
4. Norma ortográfica. ...........................................................................................................................................................21
5. Pontuação. .........................................................................................................................................................................24
6. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção,
interjeição e os seus respectivos empregos. ...............................................................................................................................27
7. Verbo. Concordância verbal e nominal. .........................................................................................................................62
8. Regência nominal e verbal. .............................................................................................................................................67
9. Conectivos: valores lógico-semânticos. ...........................................................................................................................73
10. Frase, parágrafo, período e oração. ..............................................................................................................................73
11. Processos de coordenação e subordinação, termos da oração. ...................................................................................73
12. Composição do texto escrito: dissertação – fato e demonstração / argumento e inferência / relações lógicas;
narração – sequenciação de fatos / temporalidade; descrição – ordenação de elementos descritivos.................................85

Didatismo e Conhecimento
Índice

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Administração Pública Federal: Disposições Gerais (Constituição Federal, Título III, Capítulo VII)....................01
2. Agente Público: função pública, atendimento ao cidadão............................................................................................05
3. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais – Direitos, deveres, proibições e responsabilidades. (Lei nº 8.112,
de 11/12/1990)...............................................................................................................................................................................09
4. Ética na Administração Pública Federal (Decreto nº 1.171, de 22/06/1994) e sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito (Lei nº. 8.429, de 02/06/1992)...........................................................................................35
5. Estatuto e Regimento Geral da UFBA............................................................................................................................37
6. Processo Administrativo: normas básicas no âmbito da Administração Federal. (Lei nº 9.784, de 29/01/1999)......... 63
7. Noções de Administração: acadêmica e financeira, de recursos humanos, de material e patrimônio......................69
8. Licitação: conceito, finalidades, princípios e objeto; obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedação;
modalidades e tipos, revogação e anulação; sanções. (Lei nº 8.666, de 21/06/1993 e Lei nº 10.520, de 17/07/2002)...........74
9. Controle Interno e Controle Externo na Administração Pública: conceito e abrangência......................................107
10. Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011 e Decreto nº 7.724/2012).............................................................. 113

INFORMÁTICA BÁSICA

1. Conceitos de Internet e intranet......................................................................................................................................01


2. Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática............ 11
3. Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações utilizando-se a suíte
de escritório Microsoft Office......................................................................................................................................................32
4. Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7 e 10................................................................94
5. Noções de ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico....................................................................105
6. Noções de segurança e proteção: vírus, worms e derivados........................................................................................120

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.Funções Administrativas: planejamento, organização, direção e controle...................................................................01


2. Comunicação Interpessoal: barreiras, uso construtivo, comunicação formal e informal, trabalho em equipe.......01
3. Gestão por competências: conceito, políticas e diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da Administração
Pública Federal (Decreto nº 5.707/2006)....................................................................................................................................20
4. Legislação na Administração Pública: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; Regime Jurídico
dos Servidores Públicos Federais (Lei nº 8.112, de 11/12/90); Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal na Administração Pública Federal (Decreto nº 1.171, de 22/06/1994); Noções de Licitação (Lei nº
8.666, de 21/06/93 e Lei no. 10.520, de 17/07/2002); Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal
(Lei nº 9.784, de 29/01/99). ..........................................................................................................................................................21
5. Relações institucionais: Autoridade e Poder, Liderança...............................................................................................22
6. Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito (Lei nº. 8.429 de 02/06/1992).............24
7. Noções de documentação e arquivologia: Métodos de arquivamento..........................................................................24
8. Noções de Administração Pública: acadêmica e financeira, de recursos humanos, de material e patrimônio........41

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Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
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A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Exemplos: texto de opinião, carta do leitor, carta de solicita-
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO ção, deliberação informal, discurso de defesa e acusação (advo-
DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS cacia), resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial.
(LITERÁRIOS, JORNALÍSTICOS, TIRAS,
Exposição: Apresenta informações sobre assuntos, expõe
CHARGES, ENTRE OUTROS): ideias; explica, avalia, reflete. (analisa ideias). Estrutura básica;
ideia principal; desenvolvimento; conclusão. Uso de linguagem
clara. Ex: ensaios, artigos científicos, exposições etc.

Texto Literário e Não Literário Injunção: Indica como realizar uma ação. É também utilizado
para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza lingua-
Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é gem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, emprega-
transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: dos no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente.
um romance, um conto, uma poesia... (Conotação, Figurado, Sub- Ex: Receita de um bolo e manuais.
jetivo, Pessoal).
Diálogo: é uma conversação estabelecida entre duas ou mais
Texto Não-Literário: preocupa-se em transmitir uma mensa- pessoas. Pode conter marcas da linguagem oral, como pausas e
gem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de retomadas.
jornal, uma bula de medicamento. (Denotação, Claro, Objetivo,
Informativo). Entrevista: é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o
O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse entrevistador e o entrevistado), na qual perguntas são feitas pelo
tipo textual, não se faz a defesa de uma ideia. Exemplos de textos entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres
explicativos são os encontrados em manuais de instruções. entrevistam as suas fontes para obter declarações que validem as
informações apuradas ou que relatem situações vividas por per-
Informativo: Tem a função de informar o leitor a respeito de
sonagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que
algo ou alguém, é o texto de uma notícia de jornal, de revista,
contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além
folhetos informativos, propagandas. Uso da função referencial da
das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim
linguagem, 3ª pessoa do singular.
como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repór-
ter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o
Descrição: Um texto em que se faz um retrato por escrito de
assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Mu-
um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de pala-
nido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevista-
vras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função
caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até des- do a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também
crever sensações ou sentimentos. Não há relação de anteriorida- deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou ma-
de e posterioridade. Significa “criar” com palavras a imagem do nipula dados nas suas respostas, fato que costuma acontecer prin-
objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da cipalmente com as fontes oficiais do tema. Por exemplo, quando
personagem a que o texto se refere. o repórter vai entrevistar o presidente de uma instituição pública
sobre um problema que está a afetar o fornecimento de serviços
Narração: Modalidade em que se conta um fato, fictício ou à população, ele tende a evitar as perguntas e a querer reverter a
não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo resposta para o que considera positivo na instituição. É importante
certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a
relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predo- confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por
minante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que ele dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou
nos contam histórias infantis, como o “Chapeuzinho Vermelho” perdendo a objetividade.
ou a “Bela Adormecida”, até as picantes piadas do cotidiano. As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de
pontuação como o ponto de interrogação, o travessão, aspas, re-
Dissertação: Dissertar é o mesmo que desenvolver ou expli- ticências, parêntese e as vezes colchetes, que servem para dar ao
car um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo leitor maior informações que ele supostamente desconhece. O títu-
pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto lo da entrevista é um enunciado curto que chama a atenção do lei-
de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo tor e resume a ideia básica da entrevista. Pode estar todo em letra
enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocu- maiúscula e recebe maior destaque da página. Na maioria dos ca-
pado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sos, apenas as preposições ficam com a letra minúscula. O subtítu-
sendo, portanto, um texto informativo. lo introduz o objetivo principal da entrevista e não vem seguido de
ponto final. É um pequeno texto e vem em destaque também. A fo-
Argumentativo: Os textos argumentativos, ao contrário, têm tografia do entrevistado aparece normalmente na primeira página
por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista da entrevista e pode estar acompanhada por uma frase dita por ele.
do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, As frases importantes ditas pelo entrevistado e que aparecem em
também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, destaque nas outras páginas da entrevista são chamadas de “olho”.
temos um texto dissertativo-argumentativo.

Didatismo e Conhecimento 1
PORTUGUÊS
Crônica: Assim como a fábula e o enigma, a crônica é um Os diferentes níveis de leitura
gênero narrativo. Como diz a origem da palavra (Cronos é o deus
grego do tempo), narra fatos históricos em ordem cronológica, ou Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para
trata de temas da atualidade. Mas não é só isso. Lendo esse texto, a compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento
você conhecerá as principais características da crônica, técnicas de ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenha-
sua redação e terá exemplos. mos condições cognitivas para utilizar.
Uma das mais famosas crônicas da história da literatura lu- De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas
so-brasileira corresponde à definição de crônica como “narração até termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Es-
histórica”. É a “Carta de Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de sas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela
Caminha”, na qual são narrados ao rei português, D. Manuel, o vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.
descobrimento do Brasil e como foram os primeiros dias que os
marinheiros portugueses passaram aqui. Mas trataremos, sobretu- O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de
do, da crônica como gênero que comenta assuntos do dia a dia. alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sofisticada e
Para começar, uma crônica sobre a crônica, de Machado de Assis: requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a
gramática, a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio
O nascimento da crônica da língua.

“Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem
É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura pos-
as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sa- terior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de
cudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmos- escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade,
féricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras de nossa primeira impressão sobre o livro. É a leitura que comu-
sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glace mente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de
est rompue está começada a crônica. (...) partes, respondem basicamente às seguintes perguntas:
(Machado de Assis. “Crônicas Escolhidas”. São Paulo: - Por que ler este livro?
Editora Ática, 1994) - Será uma leitura útil?
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?
Publicada em jornal ou revista onde é publicada, destina-se
à leitura diária ou semanal e trata de acontecimentos cotidianos.
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se
A crônica se diferencia no jornal por não buscar exatidão da in-
seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de
formação. Diferente da notícia, que procura relatar os fatos que
vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se pro-
acontecem, a crônica os analisa, dá-lhes um colorido emocional,
puser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o
mostrando aos olhos do leitor uma situação comum, vista por ou-
antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito
tro ângulo, singular.
baixo.
O leitor pressuposto da crônica é urbano e, em princípio, um
Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizon-
leitor de jornal ou de revista. A preocupação com esse leitor é que
faz com que, dentre os assuntos tratados, o cronista dê maior aten- tes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever me-
ção aos problemas do modo de vida urbano, do mundo contem- lhor; relacionar-se melhor com o outro.
porâneo, dos pequenos acontecimentos do dia a dia comuns nas
grandes cidades. Pré-Leitura
Jornalismo e literatura: É assim que podemos dizer que a crô- Nome do livro
nica é uma mistura de jornalismo e literatura. De um recebe a ob- Autor
servação atenta da realidade cotidiana e do outro, a construção da Dados Bibliográficos
linguagem, o jogo verbal. Algumas crônicas são editadas em livro, Prefácio e Índice 
para garantir sua durabilidade no tempo. Prólogo e Introdução

Interpretação de Texto O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do


livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e o índice (ou
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em de- sumário), analisar um pouco da história que deu origem ao livro,
compô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias básicas ou ver o número da edição e o ano de publicação. Se falarmos em ler
ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando os con- um Machado de Assis, um Júlio Verne, um Jorge Amado, já esta-
ceitos definidores da opinião explicitada pelo autor. Esta operação remos sabendo muito sobre o livro. É muito importante verificar
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. Ler estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na
é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpre- atualidade das informações que ele contém.  Verifique detalhes que
tação dos símbolos gráficos, de códigos,  requer que o indivíduo possam contribuir para a coleta do maior número de informações
seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e incorpo- possível. Tudo isso vai ser útil quando formos arquivar os dados
rando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo lidos no nosso arquivo mental. A propósito, você sabe o que seja
mantenha um comportamento ativo diante da leitura. um prólogo, um prefácio e uma introdução? Muita gente pensa que
os três são a mesma coisa, mas não:

Didatismo e Conhecimento 2
PORTUGUÊS
Prólogo: é um comentário feito pelo autor a respeito do tema algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando
e de sua experiência pessoal. para uma turma de alunos interessados. É importante lembrar que
Prefácio: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referin- esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias poste-
do-se ao tema abordado no livro e muitas vezes também tecendo riores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e
comentários sobre o autor. ao retornarmos ao livro, consultamos os resumos. Não pense que
Introdução: escrita também pelo autor, referindo-se ao livro é um exercício monótono. Nós somos capazes de realizar diaria-
e não ao tema. mente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode-se, nes- e a saúde. Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com
se caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica. o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando
melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de in-
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois de vas- formações e, obviamente, nossos conhecimentos intelectuais. Vale
culharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o livro. Para isso, a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente
é imprescindível que saibamos em qual gênero o livro se enquadra: e rápido.
trata-se de um romance, um tratado, um livro de pesquisa e, neste
caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No Ideias Núcleo
caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o
O primeiro passo para interpretar um texto consiste em de-
que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assunto.  Note
compô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias básicas ou
bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a
ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando os con-
fazer é ser capaz de resumir o assunto do livro em duas frases. Já
temos algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das ideias já ceitos definidores da opinião explicitada pelo autor. Esta operação
é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o livro, do início fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor.
ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique Exemplo:
atento! Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicioná- “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista aus-
rios ou sublinhar textos, isto será feito em outro momento. tríaco no tocante aos estudos sobre a formação da personalidade
humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. Tra- nas camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente
ta-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de compor-
qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos des- tamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em
conhecidos de um texto são explicitados  neste próprio texto, à me- colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Es-
dida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico tudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obti-
fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até dos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje é usado pela
que tenhamos a resposta. Caso não haja explicação no texto, será psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos,
na etapa do controle que lançaremos mão do dicionário. estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente
Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o ato de com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais. Para
interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão do assunto este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se uti-
como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os lizou especialmente da linguagem onírica dos pacientes, conside-
tópicos importantes, se necessário. Para ressaltar trechos impor- rando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
tantes opte por um sinal discreto próximo a eles, visando principal- fase de vigília.
mente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo
fixar a cronologia e a sequência deste fato importante, situando-o cultural da época, foi a apresentação da tese de que toda neurose
no livro. é de origem sexual.”
Aproveite bem esta etapa de leitura. Para auxiliar no estudo, é
(Salvatore D’Onofrio)
interessante que, ao final da leitura de cada capítulo, você faça um
breve resumo com suas próprias palavras de tudo o que foi lido.
Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuição
do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição
aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, mas formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)
aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
que tenhamos experiência do que foi lido na vida. Você só pode humana: o inconsciente e subconsciente.” O autor do texto afirma,
compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nada inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender
como unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela os níveis mais profundos da personalidade humana, o inconsciente
etapa da repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos  àqueles e subconsciente.
brancos quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça
resumos. Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casos clí-
Observe agora os trechos sublinhados do livro e os resumos nicos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a aju-
de cada capítulo, trace um diagrama sobre o livro, esforce-se para da da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
traduzi-lo com suas próprias palavras. Procure associar o assunto Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com
lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-lo com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até

Didatismo e Conhecimento 3
PORTUGUÊS
hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias - As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as
e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigi- ideias estão coordenadas entre si;
das ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações - Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior
mentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início a clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o sig-
sua pesquisa estudando os comportamentos humanos anormais ou nificado;
doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o - Esclarecer o vocabulário;
das “livres associações de ideias e de sentimentos”. - Entender o vocabulário;
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às - Viver a história;
origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lingua- - Ative sua leitura;
gem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compen- - Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o que se
sação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está expli- pede;
citado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da - Não se deve preocupar com a arrumação das letras nas al-
compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos ternativas;
desejos não realizados ao longo da vida do dia a dia. - As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o texto ou
como o leu;
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud, - Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem;
que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação - Sentir, perceber a mensagem do autor;
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto - Cuidado com a exatidão das questões em relação ao texto;
afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando - Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele;
a novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual. - Todos os termos da análise sintática, cada termo tem seu
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpreta- valor, sua importância;
ção de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: - Todas as orações subordinadas têm oração principal e as
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; ideias se completam.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura,
vá até o fim, ininterruptamente; Vícios de Leitura
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo me-
nos umas três vezes;
Por acaso você tem o hábito de ler movimentando a cabeça?
- Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Ou quem sabe, acompanhando com o dedo? Talvez vocalizando
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
baixinho... Você não percebe, mas esses movimentos são alguns
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
dos tantos que prejudicam a leitura. Esses movimentos são conhe-
- Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor
cidos como vícios de linguagem.
compreensão;
- Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto Movimentar a cabeça: procure perceber se você não está
correspondente; movimentando a cabeça enquanto lê. Este movimento, ao final
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada ques- de pouco tempo, gera muito cansaço além de não causar nenhum
tão; efeito positivo. Durante a leitura apenas movimentamos os olhos.
- Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não, Regressar no texto, durante a leitura: pessoas que têm dificul-
correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; dade de memorizar um assunto, que não compreendem algumas
palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a expressões ou palavras tendem a voltar na sua leitura. Este movi-
entender o que se perguntou e o que se pediu; mento apenas incrementa a falta de memória, pois secciona a linha
- Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a de raciocínio e raramente explica o desconhecido, o que normal-
mais exata ou a mais completa; mente é elucidado no decorrer da leitura. Procure sempre manter
- Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento uma sequência e não fique “indo e vindo” no livro. O assunto pode
de lógica objetiva; se tornar um bicho de sete cabeças!
- Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; Ler palavra por palavra: para escrever usamos muitas pala-
- Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, vras que apenas servem como adereços. Procure ler o conjunto e
mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; perceber o seu significado.
- Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia Sub-vocalização: é o ato de repetir mentalmente a palavra.
a resposta; Isto só será corrigido quando conseguirmos ultrapassar a marca de
- Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo au- 250 palavras por minuto.
tor, definindo o tema e a mensagem; Usar apoios: algumas pessoas têm o hábito de acompanhar
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; a leitura com réguas, apontando ou utilizando um objeto que sal-
- Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são impor- ta “linha a linha”. O movimento dos olhos é muito mais rápido
tantíssimos na interpretação do texto. Exemplos: quando é livre do que quando o fazemos guiado por qualquer ob-
Ele morreu de fome. jeto.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na rea-
lização do fato (= morte de “ele”).
Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” se
encontrava quando morreu.

Didatismo e Conhecimento 4
PORTUGUÊS
Leitura Eficiente - Atitude: pensamento positivo para aquilo que deseja ler. Man-
ter-se descansado é muito importante também. Não adianta um des-
Ao ler realizamos as seguintes operações: gaste físico enorme, pois a retenção da informação será inversamen-
te proporcional. Uma alimentação adequada é muito importante.
- Captamos o estímulo, ou seja, por meio da visão, encaminha- - Ambiente: o ambiente de leitura deve ser preparado para ela.
mos o material a ser lido para nosso cérebro. Nada de ambientes com muitos estímulos que forcem a dispersão.
- Passamos, então, a perceber e a interpretar o dado sensorial Deve ser um local tranquilo, agradável, ventilado, com uma cadeira
(palavras, números etc.) e a organizá-lo segundo nossa bagagem de confortável para o leitor e mesa para apoiar o livro a uma altura que
conhecimentos anteriores. Para essa etapa, precisamos de motiva- possibilite postura corporal adequada. Quanto a iluminação, deve
ção, de forma a tornar o processo mais otimizado possível. vir do lado posterior esquerdo, pois o movimento de virar a página
- Assimilamos o conteúdo lido integrando-o ao nosso “arquivo acontecerá antes de ter sido lida a última linha da página direita e,
mental” e aplicando o conhecimento ao nosso cotidiano. de outra forma, haveria a formação de sombra nesta página, o que
atrapalharia a leitura.
- Objetos necessários: para evitar que, durante a leitura, levan-
A leitura é um processo muito mais amplo do que podemos
tarmos para pegar algum objeto que julguemos importante, devemos
imaginar. Ler não é unicamente interpretar os símbolos gráficos,
colocar lápis, marca-texto e dicionário sempre à mão. Quanto sub-
mas interpretar o mundo em que vivemos. Na verdade, passamos
linhar os pontos importantes do texto, é preciso aprender a técnica
todo o nosso tempo lendo!
adequada. Não o fazer na primeira leitura, evitando que os aspectos
O psicanalista francês Lacan disse que o olhar da mãe confi- sublinhados parecem-se mais com um mosaico de informações alea-
gura a estrutura psíquica da criança, ou seja, esta se vê a partir de tórias.
como vê seu reflexo nos olhos da mãe! O bebê, então, segundo esta Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por
citação, lê nos olhos da mãe o sentimento com que é recebido e in- finalidade a identificação de um  leitor autônomo. Portanto, o candi-
terpreta suas emoções: se o que encontra é rejeição, sua experiência dato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da
básica será de terror; se encontra alegria, sua experiência será de lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.
tranquilidade, etc. Ler está tão relacionado com o fato de existirmos As frases produzem significados diferentes de acordo com o
que nem nos preocupamos em aprimorar este processo. É lendo que contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre
vamos construindo nossos valores e estes são os responsáveis pela fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além
transformação dos fatos em objetos de nosso sentimento. disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás
Leitura é um dos grandes, senão o maior, ingrediente da civi- do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifi-
lização. Ela é uma atividade ampla e livre, fato comprovado pela ca-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do
frustração de algumas pessoas ao assistirem a um filme, cuja histó- autor diante de uma temática qualquer.
ria já foi lida em um livro. Quando lemos, associamos as informa-
ções lidas à imensa bagagem de conhecimentos que temos armaze- Como ler e interpretar uma charge
nados em nosso cérebro e então somos capazes de criar, imaginar Interpretar cartuns, charges ou quadrinhos exigem três habilida-
e sonhar. des: observação, conhecimento do assunto e vocabulário adequado.
É por meio da leitura que podemos entrar em contato com pes- A primeira permite que o leitor “veja” todos os ícones presentes - e
soas distantes ou do passado, observando suas crenças, convicções dono da situação - dê início à descrição minuciosa, mas que prio-
e descobertas que foram imortalizadas por meio da escrita. Esta riza as relevâncias. A segunda requer um leitor “antenado” com o
possibilita o avanço tecnológico e científico, registrando os conhe- noticiário mais recente, caso contrário não será possível estabelecer
cimentos, levando-os a qualquer pessoa em qualquer lugar do mun- sentidos para o que vê. A terceira encerra o ciclo, pois, sem dar nome
do, desde que saibam decodificar a mensagem, interpretando os ao que vê, o leitor não faz a tradução da imagem.
Desse modo, interpretar charges - ou qualquer outra forma de
símbolos usados como registro da informação. A leitura é o verda-
expressão visual – exige procedimentos lógicos, atenção aos deta-
deiro elo integrador do ser humano e a sociedade em que ele vive!
lhes e uma preocupação rigorosa em associar imagens aos fatos.
O mundo de hoje é marcado pelo enorme fluxo de informações
oferecidas a todo instante. É preciso também tornarmo-nos mais re-
ceptivos e atentos, para nos mantermos atualizados e competitivos.
Para isso, é imprescindível leitura que nos estimule cada vez mais
em vista dos resultados que ela oferece. Se você pretende acom-
panhar a evolução do mundo, manter-se em dia, atualizado e bem
informado, precisa preocupar-se com a qualidade da sua leitura.
Observe: você pode gostar de ler sobre esoterismo e uma pes-
soa próxima não se interessar por este assunto. Por outro lado, será
que esta mesma pessoa se interessa por um livro que fale sobre His-
tória ou esportes? No caso da leitura, não existe livro interessante,
mas leitores interessados.
A pessoa que se preocupa com a qualidade de sua leitura e
com o resultado que poderá obter, deve pensar no ato de ler como
um comportamento que requer alguns cuidados, para ser realmente
eficaz. Benett. Folha de São Paulo, 15/02/2010

Didatismo e Conhecimento 5
PORTUGUÊS
Charges são desenhos humorísticos que se utilizam da ironia e moralmente execrável, a parcialidade na informação noticiada pe-
do sarcasmo para a constituição de uma crítica a uma situação so- los meios de comunicação não apenas é inevitável, como também
cial ou política vigente, e contra a qual se pretende – ou ao menos se pode vir a ser benéfica no que tange ao processo da constituição
pretendia, na origem desse fenômeno artístico, na Inglaterra do sé- de posicionamentos críticos e ideológicos no debate democrático.
culo XIX – fazer uma oposição. Diferente do cartoon, arte também Reafirmando aquele lugar-comum, mas válido, do dramaturgo
surgida na Inglaterra e que pretendia parodiar situações do cotidia- Nelson Rodrigues (do qual eu nunca encontrei a citação, confes-
no da sociedade, constituindo assim uma crítica dos costumes que so), “toda unanimidade é burra”. Por isso, é preciso compreender
ultrapassa os limites do tempo e projeta-se como crítica de época, a e identificar a linha editorial do veículo de comunicação no qual a
charge é caracterizada especificamente por ser uma crônica, ou seja, charge foi publicada, pois esta revela a ideologia que inspira o foco
narra ou satiriza um fato acontecido em determinado momento, e de parcialidade que este dá às suas notícias.
que perderá sua carga humorística ao ser desvencilhada do contexto
temporal no qual está inserida. Todavia, a palavra cartunista acabou
designando, na nossa linguagem cotidiana, a categoria de artistas
que produz esse tipo de desenho humorístico (charges ou cartoons)
Na verdade, quatro passos básicos para uma boa interpretação
político-ideológica de uma charge. Afinal, se a corrida eleitoral para
a Presidência da República já começou, não vai mal dar uma boa
olhada nas charges publicadas em cada jornal, impresso ou eletrô-
nico, para ver o que se passa na cabeça dos donos da grande mídia
sobre esse momento ímpar no processo democrático nacional…

Thiago Recchia. Gazeta do Povo, 01/04/2010

Passo 4: Compreenda qual o posicionamento ideológico fren-


te ao fato, do qual a charge quer te convencer: Assim como a
notícia vem, como já foi comentado, carregada de parcialidade
ideológica, a charge não está longe de ser um meio propício de co-
municação de um ponto de vista. E com um detalhe a mais: a char-
Amarildo. A Gazeta-ES, 12/04/2010 ge convence! Por seu efeito humorístico, a crítica proposta pela
charge permanece enraizada por tempo indeterminado em nossa
Passo 1: Procure saber do que a charge está tratando: A char- imaginação e, por decorrência, como vários autores da consagra-
ge geralmente está relacionada, por meio do uso de ANALOGIAS, da psicologia da imagem já demonstraram, nos processos incons-
a uma notícia ou fato político, econômico, social ou cultural. Por- cientes que podem influenciar as decisões e escolhas que julgamos
tanto, a primeira tarefa de um “analista de charges” será compreen- serem estritamente voluntárias. Compreender a mensagem ideo-
der a qual fato ou notícia a charge em questão está relacionada. lógica da qual é composta uma charge acaba tendo a função de
tornar conscientes estes processos, fazendo com que nossa decisão
Passo 2: Entenda os elementos contidos na charge: Numa seja fundamentada numa decisão mais racional e posicionada, e
charge de crítica política ou econômica, sempre há um protagonista ao mesmo tempo menos ingênua e caricata da situação. Aí, sim,
e um antagonista da situação – ou seja, um personagem alvejado a charge poderá auxiliar na formulação clara e cônscia de um po-
pela crítica do chargista e outro que faz a vez de porta-voz da crítica sicionamento perante os fatos e notícias apresentados por esses
do chargista. Não necessariamente o antagonista aparece na cena… meios de comunicação!
O próprio cenário da charge, uma nota de rodapé ou a própria situa-
ção na qual o protagonista está inserido pode fazer a vez de antago- Exercícios
nista. Já nas charges de caráter social ou cultural, geralmente não há
protagonistas e antagonistas, mas elementos do fato ou da notícia Atenção: As questões de números 1 a 5 referem-se ao texto
que são caricaturizados – isto é, retratados humoristicamente – com seguinte.
vistas a trazer força à notícia representada na charge. No caso das
charges de crítica econômica e política, a identificação dos papéis Fotografias
de protagonista e antagonista da situação é fundamental para o pró-
ximo passo na interpretação desta charge. Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o
passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tem-
Passo 3: Identifique a linha editorial do veículo de comunica- po, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que
ção: Não é novidade para nenhum de nós que a imparcialidade da temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado
informação é uma mera ilusão, da qual nos convenceram de tanto no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia con-
repetir. Não existe imparcialidade nem nas ciências, quanto mais gela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a
na imprensa! E por mais que a manipulação da notícia seja um ato eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo

Didatismo e Conhecimento 6
PORTUGUÊS
que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e 4. No contexto do primeiro parágrafo, o segmento Todavia,
magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda ima- existe algo que descongela essa imagem pode ser substituído, sem
gem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela prejuízo para a correção e a coerência do texto, por:
o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. (A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa imagem.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País (B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada.
das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de pa- (C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
pel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, (D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar.
pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um (E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará.
só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado
de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo 5. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre
observador. o texto:
Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. (A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fo-
Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exem- tografia nos faz desfrutar e viver experiências de natureza igual-
plo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insus- mente temporal.
peitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional (B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine
lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desco- os tempos a que suscitarão essa imagem aparentemente congela-
nhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil da...
imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. (C) Conquanto seja o registro de um determinado espaço,
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter tem-
São Paulo: Companhia das Letras, 2010) poral.
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências
1. O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percep- físicas de uma fotografia podem se inocular em planos temporais.
ção de uma foto é: (E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemen-
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tem- te para abrir mão de implicâncias semânticas no plano temporal.
po.
(B) a fotografia congela o tempo. Atenção: As questões de números 6 a 9 referem-se ao texto
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o ins- seguinte.
tante aprisionado.
(D) o significado de uma imagem muda com o passar do tem- Discriminar ou discriminar?
po.
(E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sen-
de uma foto. tido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses
controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicio-
2. No contexto do último parágrafo, a referência aos vários nário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre
níveis de percepção de uma fotografia remete outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir,
(A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto. discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indiví-
(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores. duo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto. pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes. Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferen-
(E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si ças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o senti-
mesma. do positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é
3. Atente para as seguintes afirmações: diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no
I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar
tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discrimi-
foto já não pertence a tempo algum. nar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.
II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o alber- Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a de-
gue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador sigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de dis-
não interfere no sentido próprio e particular de uma foto. cernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido
III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro pa- de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira
rágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma lingua- da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: tra-
gem específica nela fixados. ta-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado,
em quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável
(A) I e II. de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa
(B) II e III. universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo senti-
(C) I. do positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia.
(D) II. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do
(E) III. dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.
(Aníbal Lucchesi, inédito)

Didatismo e Conhecimento 7
PORTUGUÊS
6. A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incen- Atenção: As questões de números 10 a 14 referem-se à crônica
diar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete dis- abaixo.
criminar
(A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso Bom para o sorveteiro
inúmeras controvérsias entre os usuários.
(B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas a
principal, que não é reconhecido por todos. notícia me perseguia. Até no avião, o único jornal abria na minha
(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se cara o drama da baleia encalhada na praia de Saquarema. Afinal,
costuma atribuir a esse vocábulo. depois de quase três dias se debatendo na areia da praia e na tela
(D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de da televisão, o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar.
determinar a origem de um vocábulo. Até a União Soviética acabou, como foi dito por locutores espe-
(E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspon- cializados em necrológio eufórico. Mas o drama da baleia não
dem a convicções incompatíveis. acabava. Centenas de curiosos foram lá apreciar aquela monta-
nha de força a se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um
7. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a belo espetáculo.
desigualdade. À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao raiar
Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: do dia, sem recursos, com simples cordas e as próprias mãos, to-
(A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o dos se empenhavam no lúcido objetivo comum. Comum, vírgula.
mesmo critério de igualdade. O sorveteiro vendeu centenas de picolés. Por ele a baleia ficava
(B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um encalhada por mais duas ou três semanas. Uma santa senhora
mesmo critério para casos muito diferentes. teve a feliz ideia de levar pastéis e empadinhas para vender com
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a ágio. Um malvado sugeriu que se desse por perdida a batalha e se
desigualdade definitiva torna-se aceitável. começasse logo a repartir os bifes.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em quinze
os iguais como se fossem desiguais. minutos estava toda retalhada. Muitos se lembravam da alegria
(E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os voraz com que foram disputadas as toneladas da vítima. Essa de
agora teve mais sorte. Foi salva graças à religião ecológica que
injustiçados são sempre os mesmos.
anda na moda e que por um momento estabeleceu uma trégua en-
tre todos nós, animais de sangue quente ou de sangue frio.
8. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo uma
sentido de um segmento em:
estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar provas da efi-
(A) iluminar teses controvertidas (1º parágrafo) = amainar
cácia da empresa privada. De qualquer forma, eu já podia reco-
posições dubitativas.
lher a minha aflição. Metáfora fácil, lá se foi, espero que salva,
(B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma arraigada a baleia de Saquarema. O maior animal do mundo, assim frágil,
dissuasão. à mercê de curiosos. À noite, sonhei com o Brasil encalhado na
(C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) = dissua- areia diabólica da inflação. A bordo, uma tripulação de camelôs
dir o julgamento predestinado. anunciava umas bugigangas. Tudo fala. Tudo é símbolo.
(D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo mais
repreensível. (Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo)
(E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as versões
são inatacáveis. 10. O cronista ressalta aspectos contrastantes do caso de Sa-
quarema, tal como se observa na relação entre estas duas expres-
9. É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação sões:
da seguinte frase: (A) drama da baleia encalhada e três dias se debatendo na
(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o areia.
desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um efeito (B) em quinze minutos estava toda retalhada e foram disputa-
contrário. das as toneladas da vítima.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, (C) se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar pas-
para se promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do téis e empadinhas para vender com ágio.
contrário. (D) o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar e lá se
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério foi, espero que salva, a baleia de Saquarema.
para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação (E) Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e Logo
de injustiça. uma estatal, ó céus.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplican-
do-se medidas que, à primeira vista, parecem em si mesmas dis- 11. Atente para as seguintes afirmações sobre o texto:
torcidas. I. A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, entre
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que outros termos de aproximação, o encalhe dos gigantes.
tornam necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação II. As reações dos envolvidos no episódio da baleia encalhada
corretiva. revelam que, acima das diferentes providências, atinham-se todos
a um mesmo propósito.

Didatismo e Conhecimento 8
PORTUGUÊS
III. A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de que o au- Atenção: As questões de números 15 a 18 referem-se ao texto
tor aproveitou o episódio da baleia encalhada para também figurar abaixo.
o encalhe de um país imobilizado pela alta inflação.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em A razão do mérito e a do voto
(A) I, II e III.
(B) I e III, apenas. Um ministro, ao tempo do governo militar, irritado com a
(C) II e III, apenas. campanha pelas eleições diretas para presidente da República,
(D) I e II, apenas. buscou minimizar a importância do voto com o seguinte argumen-
(E) III, apenas. to: − Será que os passageiros de um avião gostariam de fazer uma
eleição para escolher um deles como piloto de seu voo? Ou prefe-
12. Foram irrelevantes para a salvação da baleia estes dois ririam confiar no mérito do profissional mais abalizado?
fatores: A perfídia desse argumento está na falsa analogia entre uma
(A) o necrológio da União Soviética e os serviços da traineira função eminentemente técnica e uma função eminentemente polí-
da Petrobrás. tica. No fundo, o ministro queria dizer que o governo estava indo
(B) o prestígio dos valores ecológicos e o empenho no lúcido muito bem nas mãos dos militares e que estes saberiam melhor que
objetivo comum. ninguém prosseguir no comando da nação.
(C) o fato de a jubarte ser um animal de sangue frio e o pres- Entre a escolha pelo mérito e a escolha pelo voto há neces-
tígio dos valores ecológicos. sidades muito distintas. Num concurso público, por exemplo, a
(D) o fato de a Petrobrás ser uma empresa estatal e as inicia- avaliação do mérito pessoal do candidato se impõe sobre qual-
tivas que couberam a uma traineira. quer outra. A seleção e a classificação de profissionais devem ser
(E) o aproveitamento comercial da situação e a força desco- processos marcados pela transparência do método e pela adequa-
munal empregada pela jubarte. ção aos objetivos. Já a escolha da liderança de uma associação
de classe, de um sindicato deve ocorrer em conformidade com o
13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o desejo da maioria, que escolhe livremente seu representante. Entre
sentido de um segmento em: a especialidade técnica e a vocação política há diferenças profun-
das de natureza, que pedem distintas formas de reconhecimento.
(A) em necrológio eufórico (1º parágrafo) = em façanha mor-
Essas questões vêm à tona quando, em certas instituições, o
tal.
prestígio do “assembleísmo” surge como absoluto. Há quem pre-
(B) Comum, vírgula (2º parágrafo) = Geral, mas nem tanto.
tenda decidir tudo no voto, reconhecendo numa assembleia a “so-
(C) que se desse por perdida a batalha (2º parágrafo) = que
berania” que a qualifica para a tomada de qualquer decisão. Não
se imaginasse o efeito de uma derrota.
por acaso, quando alguém se opõe a essa generalização, lembran-
(D) estabeleceu uma trégua entre todos nós (3º parágrafo) =
do a razão do mérito, ouvem-se diatribes contra a “meritocra-
derrogou uma imunidade para nós todos. cia”. Eis aí uma tarefa para nós todos: reconhecer, caso a caso, a
(E) é preciso dar provas da eficácia (4º parágrafo) = convém legitimidade que tem a decisão pelo voto ou pelo reconhecimento
explicitar os bons propósitos. da qualificação indispensável. Assim, não elegeremos deputado
alguém sem espírito público, nem votaremos no passageiro que
14. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre deverá pilotar nosso avião.
o último parágrafo do texto. (Júlio Castanho de Almeida, inédito)
(A) Apesar de tratar do drama ocorrido com uma baleia, o
cronista não deixa de aludir a circunstâncias nacionais, como o 15. Deve-se presumir, com base no texto, que a razão do mé-
impulso para as privatizações e os custos da alta inflação. rito e a razão do voto devem ser consideradas, diante da tomada
(B) Mormente tratando de uma jubarte encalhado, o cronista de uma decisão,
não obsta em tratar de assuntos da pauta nacional, como a inflação (A) complementares, pois em separado nenhuma delas satis-
ou o processo empresarial das privatizações. faz o que exige uma situação dada.
(C) Vê-se que um cronista pode assumir, como aqui ocorreu, (B) excludentes, já que numa votação não se leva em conta
o papel tanto de um repórter curioso como analisar fatos oportu- nenhuma questão de mérito.
nos, qual seja a escalada inflacionária ou a privatização. (C) excludentes, já que a qualificação por mérito pressupõe
(D) O incidente da jubarte encalhado não impediu de que o que toda votação é ilegítima.
cronista se valesse de tal episódio para opinar diante de outros fa- (D) conciliáveis, desde que as mesmas pessoas que votam se-
tos, haja vista a inflação nacional ou a escalada das privatizações. jam as que decidam pelo mérito.
(E) Ao bom cronista ocorre associar um episódio como o da (E) independentes, visto que cada uma atende a necessidades
jubarte com a natureza de outros, bem distintos, sejam os da eco- de bem distintas naturezas.
nomia inflacionada, sejam o crescente prestígio das privatizações.
16. Atente para as seguintes afirmações:
I. A argumentação do ministro, referida no primeiro parágrafo,
é rebatida pelo autor do texto por ser falaciosa e escamotear os
reais interesses de quem a formula.
II. O autor do texto manifesta-se francamente favorável à ra-
zão do mérito, a menos que uma situação de real impasse imponha
a resolução pelo voto.

Didatismo e Conhecimento 9
PORTUGUÊS
III. A conotação pejorativa que o uso de aspas confere ao termo a popularização do computador, a carta do leitor vem cedendo es-
“assembleísmo” expressa o ponto de vista dos que desconsideram a paço para o e-mail. Em virtude de haver variação quanto à comple-
qualificação técnica. xidade das cartas enviadas (tamanho),a equipe de redação do jornal
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em tem plenos poderes para condensá-las, com vistas a torná-las aptas
(A) I. à publicação, mesmo porque o espaço a elas destinado não é muito
(B) II. amplo. Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por
(C) III. assunto, isto é, relacionadas às devidas matérias jornalísticas a que
(D) I e II. se referem. Avalie, então, se sua carta de leitor apresenta: local,
(E) II e III. data, vocativos, corpo de texto (assunto), despedida e assinatura;
uma opinião sobre uma matéria publicada no jornal ou na revis-
17. Considerando-se o contexto, são expressões bastante próxi- ta, uma reclamação ou reivindicação; argumentos que expliquem
mas quanto ao sentido: ou que fundamentemos motivos da opinião, da reclamação ou da
(A) fazer uma eleição e confiar no mérito do profissional. reivindicação; linguagem e tratamento de acordo com o perfil dos
(B) especialidade técnica e vocação política. interlocutores e com o gênero.
(C) classificação de profissionais e escolha da liderança.
(D) avaliação do mérito e reconhecimento da qualificação. GÊNERO TEXTUAL NOTÍCIA
(E) transparência do método e desejo da maioria. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comu-
18. Atente para a redação do seguinte comunicado: nicação de uma forma geral, seja impressa em jornais ou revistas,
divulgada pela Internet ou retratada pela televisão. Por meio das
Viemos por esse intermédio convocar-lhe para a assembleia notícias as pessoas conhecem o mundo que as cerca, têm contato
geral da próxima sexta-feira, aonde se decidirá os rumos do nosso com ele, percebem sua dimensão central na vida contemporânea,
movimento reivindicatório. conforme os interesses ideológicos de seus produtores. Por isso, há
a preocupação em não transformar a notícia em mero espetáculo,
As falhas do texto encontram-se plenamente sanadas em: mas sim num veículo de persuasão e convencimento, muitas vezes,
(A) Vimos, por este intermédio, convocá-lo para a assembleia de forma bem subjetiva. Em virtude de a notícia compor a catego-
geral da próxima sexta-feira, quando se decidirão os rumos do nosso ria louvada pelo ambiente jornalístico, caracteriza-se como uma
movimento reivindicatório. narrativa técnica. Tal atribuição está condicionada principalmente
(B) Viemos por este intermédio convocar-lhe para a assembleia à natureza linguística que, via de regra, revela traços de intensa
geral da próxima sexta-feira, onde se decidirá os rumos do nosso subjetividade, ou seja, a imparcialidade neste âmbito é a palavra
movimento reivindicatório. de ordem. Assim sendo, como a notícia pauta-se por relatar fa-
(C) Vimos, por este intermédio, convocar-lhe para a assembleia tos condicionados ao interesse do público em geral, a linguagem
geral da próxima sexta-feira, em cuja se decidirão os rumos do nos- necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se
so movimento reivindicatório. de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar
(D) Vimos por esse intermédio convocá-lo para a assembleia múltiplas interpretações por parte do receptor. A notícia é formada
geral da próxima sexta-feira, em que se decidirá os rumos do nosso pelos seguintes elementos constituintes: Manchete ou título prin-
movimento reivindicatório. cipal – Geralmente apresenta-se grafado de forma bem evidente,
(E) Viemos, por este intermédio, convocá-lo para a assembleia com vistas a despertar a atenção do leitor. Título auxiliar – Funcio-
geral da próxima sexta-feira, em que se decidirão os rumos do nosso na como um complemento do principal, acrescentando-lhe algu-
movimento reivindicatório. mas informações, de modo a torná-lo ainda mais atrativo. Lide (do
inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo, e normalmente
Respostas: 01-C / 02-B / 03-E / 04-D / 05-C / 06-E / 07-B / 08-D sintetizados traços peculiares condizentes ao fato, procurando ater-
/ 09-B / 10-C / 11-B / 12-E / 13-B / 14-A / 15-E / 16-A / 17-D / 18-A se aos traços básicos relacionados às seguintes indagações: Quem?
Onde? O que? Como? Quando? Porquê? Corpo da notícia – Rela-
GÊNERO TEXTUAL CARTA DE LEITOR ciona-se à informação propriamente dita, procedendo à exposição
de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos
Geralmente veiculada pelos meios de comunicação representa- mencionados. A característica pertinente à linguagem jornalística
dos pelos jornais e revistas, a carta de leitor pauta-se pela exposição é exatamente a veracidade (verdade) em relação aos fatos divulga-
de determinados comentários por parte do emissor. Ele, ao travar co- dos, predominando o caráter objetivo preconizado pelo discurso.
nhecimento sobre uma matéria jornalística divulgada por um jornal Notícia – É o gênero básico do jornalismo, em que se relata um
ou revista, tem a liberdade de expor sua crítica, apresentar seu elogio, fato do cotidiano considerado relevante, mas sem opinião. É um
expressar alguma dúvida e até mesmo sugerir algo acerca do assunto gênero genuinamente informativo, em que, em princípio, o repór-
ora relatado. Quanto aos aspectos referentes à linguagem, há uma ter não se posiciona, pois o que vale é o fato.
flexibilidade no que se refere ao público-alvo, ou seja, em se tratando
de um público mais jovem, poderá prevalecer certa informalidade, e GÊNERO TEXTUAL ARTIGO
no caso de uma revista destinada à informação, como por exemplo, O gênero textual ARTIGO pode ser científico ou de opinião.
Veja, Isto é, Superinteressante, dentre muitas outras, a linguagem ten- O gênero textual artigo científico refere-se à apresentação de um
de a ser mais formal. Não deixando de mencionar sobre os elementos relatório escrito de estudos a respeito de uma questão específica
que a constituem, estes se assemelham aos da carta pessoal, tais ou à divulgação de resultados de uma pesquisa realizada. O artigo
como: data, vocativo (a quem a carta se dirige), corpo (a mensa- de opinião diz algo em relação ao que já foi dito, ou seja, é escrito
gem propriamente dita), despedida e assinatura do remetente.Com com base em uma notícia ou uma reportagem, uma música, um ro-

Didatismo e Conhecimento 10
PORTUGUÊS
mance, um fato, etc. Podemos notar que, tanto um quanto o outro, farto, porque nem chegavam à idade em que o problema ocorre:
é escrito para fazer o leitor aderir ao ponto de vista do produtor, faleciam antes, não raro na infância, de desnutrição, de diarreia,
negando e criticando opiniões diferentes das apresentadas. Isto é de doença respiratória. A expectativa de vida cresceu, e cresceu
feito por meio de argumentações (apresentação de provas à favor nos países ricos e pobres. As mortes por desnutrição e por doenças
ou contrárias a uma ideia, um fato, uma razão). Para fazer argu- infecciosas, causadas por micróbios, diminuíram. Mas isso tem um
mentações no texto, precisa-se apoiar em fatos que comprovem preço. Viver mais não quer dizer viver de forma mais saudável. O
ou desmintam tal coisa. Quem escreve um artigo deve assumir pobre hoje tem mais comida, mas é comida calórica, gordurosa
uma posição em relação a um assunto polêmico e que a defende. – pobre não come salmão nem caras saladas, nem frutas. Pobre
Em suma, a argumentação busca convencer, influenciar, persua- fuma mais, e pobre é mais sedentário – passou a época em que
dir alguém; defende um ponto de vista sobre determinado assunto. trabalho implicava necessariamente movimento e trabalho físi-
Consiste no emprego de provas, justificativas, a fim de apoiar ou co, e academia de ginástica não é para qualquer um. Pobre tem
rechaçar uma opinião ou uma tese; é um raciocínio destinado a menos acesso à informação sobre saúde, pobre consulta menos,
provar ou a refutar uma dada proposição. Quanto a linguagem, às vezes porque não tem sequer como pagar a condução que o
o texto deve ser escrito de maneira clara, objetiva, precisa (sem levará ao posto de saúde. Aliás, temos evidências disto em nossa
rodeios, sem ficar se enrolando para dizer o que se quer) e coerente própria cidade de Porto Alegre: um trabalho recentemente reali-
(deve-se ter ligação lógica entre um fato e outro ou entre uma ideia zado pelos doutores Sérgio L. Bassanesi, Maria Inês Azambuja e
e outra). A estrutura de um artigo, normalmente, se dá da seguinte Aloysio Achutti mostrou que a mortalidade precoce por doença
forma :a) situação-problema: coloca a questão a ser desenvolvida cardiovascular foi 2,6 vezes maior nos bairros mais humildes da
para guiar o leitor ao que virá nas demais partes do texto. Busca Capital. Tudo isso explica a conclusão a que chegou o Simpósio
contextualizar o assunto a ser bordado, por meio de afirmações Internacional sobre desigualdade em saúde reunido em Toronto,
gerais e/ou específicas. Nesse momento, pode evidenciar o objeti- Canadá: “a pobreza, e não os fatores médicos, é a principal causa
vo da argumentação que será sustentada ao longo do artigo, bem da doença cardiovascular”. Um artigo publicado no importante pe-
como a importância de se discutir o tema; ou seja, é o que chama- riódico médico Circulation salienta o fato de que 80% dos óbitos
mos de introdução. b) discussão: expõe os argumentos e constrói por doença cardíaca ocorrem em países pobres e acrescenta: “Os
a opinião a respeito da questão examinada. Todo texto dissertativo fatores de risco para doença cardiovascular aumentam primeiro
precisa argumentar, ou seja, apresentar provas a favor da posição entre os ricos, mas à medida que estes aprendem a lição e cor-
que assumiu e provas para mostrar que a posição contrária está rigem o estilo de vida, os riscos concentram-se nos mais pobres.
equivocada. Para evitar abstrações, geralmente faz uso da expo- A suscetibilidade para esses problemas também cresce por causa
sição de fatos concretos, dados e exemplos, com o emprego de do estresse psicológico.” Quando falamos no estresse psicológico
sequências narrativas, descritivas e explicativas, entre outras; ou não podemos esquecer aquele que está se tornando cada vez mais
seja, é a parte de desenvolvimento. c) solução-avaliação: evidencia frequente, o desemprego. Vários estudos mostram que problemas
a resposta à questão apresentada, podendo haver uma reafirmação cardíacos são mais comuns em desempregados. Estas coisas não
da posição assumida ou uma apreciação do assunto abordado. Não diminuem a responsabilidade dos serviços de saúde, públicos ou
é adequado um simples resumo ou mera paráfrase das afirmações privados, ao contrário, aumentam-na. A questão da informação e
anteriores. Ou seja, é a parte da conclusão. Sendo artigo científico, da educação em saúde hoje é absolutamente crucial. SUS e siste-
antes de se fazer a estrutura acima citada, é constituída, primeira- mas privados não são antagônicos, são complementares. É claro
mente, ainda de: a) título, e subtítulo (se houver); b) nome (s) do(s) que a tarefa do SUS é muito maior – afinal, o sistema atende cerca
autor (es);c) resumo na língua do texto (em português e uma de lín- de 80% da população – e é mais difícil: este é um país pobre, que
gua estrangeira); d) palavras-chave na língua do texto (em portu- tem poucos recursos, inclusive para a saúde. Mesmo assim, e o
guês e uma de língua estrangeira). É O SUS – OU É A POBREZA? próprio trabalho o mostra, estamos no caminho. Apesar de tudo,
Na semana passada, um estudo realizado pelo Instituto do as coisas melhoram.(SCLIAR, Moacyr. É o SUS – ou é a pobreza.
Coração de São Paulo e publicado nos Arquivos Brasileiros de Zero Hora. Porto Alegre, 27 jan. 2009, p. 03).
Cardiologia deu manchete em vários jornais do país. Segundo a O texto de Moacyr Scliar é um artigo de opinião, publicado
pesquisa, pacientes que sofreram infarto do miocárdio e são aten- no Jornal Zero Hora, no dia 27 de janeiro de 2009. Nesta coluna,
didos pelo Sistema Único de Saúde, SUS, têm 36% mais chances Scliar emite suas opiniões acerca de temas das mais diversas áreas,
de morrer do que aqueles que são acompanhados por médicos par- em um texto que mantém semanalmente a mesma formatação. A
ticulares ou de convênios. tipologia de base é a dissertação, pois o autor apresenta a sua posi-
Lendo esta frase, leitores, qual é a conclusão que se tira de ção sobre as razões pelas quais as pessoas que são atendidas pelo
imediato? Que o SUS não funciona, vocês dirão; que é um sistema Sistema Único de Saúde têm mais chances de morrer de infarto do
ruim, precário. Mas será que é mesmo? Indo um pouco adiante miocárdio do que aquelas que são atendidas pelos médicos particu-
no trabalho, descobrimos que na fase de internação a proporção lares ou de convênios. Nessa abordagem, Scliar manifesta um po-
de óbitos é praticamente a mesma nos dois grupos. A mortalidade sicionamento crítico sustentado por uma argumentação sólida para
maior em pacientes do SUS ocorre após a alta, quando a pessoa deixar claro que é a pobreza a causa da morte de pacientes com
retorna a seu ambiente habitual. E isto enseja uma reflexão não doenças cardiovasculares, e não o tipo de atendimento. O autor
apenas sobre infarto do miocárdio, como sobre o Brasil em geral. utiliza uma linguagem comum e faz uso de um vocabulário claro,
Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por paradoxal que pareça, acessível aos leitores do veículo em que o artigo foi publicado. O
uma maior mortalidade por doença cardíaca pode ser um sinal de texto está redigido na primeira pessoa do plural (Quando falamos
progresso – um progresso meio estranho, mas progresso de qual- em estresse psicológico, não podemos esquecer aquele que está se
quer jeito. No passado, os brasileiros pobres não morriam de in- tornando cada vez mais frequente, o desemprego); o tempo verbal

Didatismo e Conhecimento 11
PORTUGUÊS
predominante é o presente do indicativo (tira, ocorre, cresce, dimi- tecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social,
nuíram). Há também a presença do pretérito perfeito do indicativo a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando
para apresentar a notícia que gerou a produção do artigo (deu, so- seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo
freram) e expor sua argumentação com base nas evidências sobre geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para re-
as razões pelas quais outrora as pessoas não morriam de infarto gistrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acon-
(morriam, faleciam, cresce, diminuíram).O texto estrutura-se em tecimentos cotidianos de sua época , publicando-as em veículos de
situação-problema, discussão e solução-avaliação. Estas partes são grande circulação.
explicitadas a seguir. A situação-problema (parágrafos 1-2) inicia Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, re-
com a contextualização do assunto a ser abordado. Apresenta um criam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pes-
comentário sobre a repercussão na imprensa escrita do estudo soal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm
realizado pelo Instituto do Coração de São Paulo, relacionado às esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente
chances de morrer de pacientes que sofreram infarto do miocárdio característica de literatura, o gênero também apresenta caracterís-
se forem atendidos por médicos do SUS ou por médicos particu- ticas jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de
lares ou de convênios. A partir disso, o autor apresenta a questão serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto
controversa: será que o SUS é de fato um sistema ruim? Na dis- é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os
cussão (parágrafos 3-4), Scliar expõe os argumentos para defender autores por terem vivido experiências semelhantes.
seu ponto de vista referente à questão examinada: “(...) na fase de As características atuais do gênero, porém, não estão ligadas
internação, a proporção de óbitos é praticamente a mesma nos dois somente ao desenvolvimento da imprensa. Também estão intima-
grupos. A mortalidade maior em pacientes do SUS ocorre após a mente relacionadas às transformações sociais e à valorização da
alta, quando a pessoa retorna a seu ambiente habitual”. O autor história social, isto é, da história que considera importantes os mo-
sustenta a opinião de que a pobreza é a principal causa de morte vimentos de todas as classes sociais e não só os das grandes figuras
por doença cardiovascular e faz alusão às doenças comuns que políticas ou militares. No registro da história social, assim como na
outrora causavam morte muito antes de a pessoa chegar à idade escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e
em que o problema vascular normalmente ocorre. Afirma ainda a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano.
que o crescimento da expectativa de vida não é sinal de qualidade Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas orga-
de vida. Expõe também características do estilo de vida do po- nizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre
bre e indica quais se tornam fatores que contribuem para o de- como quem conta um caso, em tom intimista. Ao narrar, inserem
senvolvimento de doença cardiovascular. O autor apresenta, como em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões coti-
argumentos para corroborar o seu ponto de vista, a conclusão do dianas.
Simpósio Internacional sobre desigualdade em saúde e a análise Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se
publicada no reconhecido periódico médico Circulation sobre os estivessem muito próximos, os autores os envolvem com reflexões
fatores de risco para doença cardiovascular. A solução-avaliação sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humo-
(parágrafos 5-6) é construída a partir da resposta à questão apre-
rística, outras de modo mais sério, outras com um jeito poético e
sentada no início do artigo, e é claramente analisada. Scliar res-
mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura.
ponsabiliza todos os serviços de saúde, públicos e privados, por
Assim, uma forte característica do gênero é ter uma lingua-
zelarem pela informação e educação em saúde, e afirma que SUS
gem que mescla aspectos da escrita com outros da oralidade. Mes-
e sistema privados são complementares, mas que, por vivermos
mo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por
num país pobre, o compromisso do SUS é bem maior. Assim, “É
conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade com os
o SUS – ou é a pobreza?” é um artigo de opinião, pois interage
fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”. Ao registrar a
com o leitor na medida em que discute uma questão polêmica e
apresenta a sua resposta, valendo-se de argumentos consistentes obra de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críti-
que enriquecem a visão de mundo do leitor. cos veem em seus romances como as verdadeiras obras de arte e
as crônicas como produções de segundo plano. Essa classificação
GÊNERO TEXTUAL CRÔNICA como gênero literário menor não diminui sua importância. Por se-
A palavra “ crônica”, em sua origem, está associada à palavra rem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas possibilitam
grega “khrónos”, que significa tempo. De khrónos veio chronikós, momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso
que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra aos romances.
“chronica”, para designar o gênero que fazia o registro dos acon- No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, mui-
tecimentos históricos, verídicos, numa sequência cronológica, sem tos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins.
um aprofundamento ou interpretação dos fatos. Como se compro- Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre
va pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus ro-
existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do mances.
tempo. Justificando o nome do gênero que escreviam, os primei- Os cronistas, atualmente, são numerosos e costumam ter, cada
ros cronistas relatavam, principalmente, aqueles acontecimentos um deles, seus leitores fiéis. Hoje, os cronistas nem sempre são
históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis, im- romancistas que escrevem crônicas para garantir sua sobrevivên-
peradores, generais etc. cia. Há aqueles que vêm do meio jornalístico ou de outras mídias,
A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por como rádio e TV. Por isso, a publicação do gênero também ocorre
volta do século XIX, com a implantação da imprensa em pratica- em meios diversificados: há cronistas que leem suas crônicas em
mente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, programas de TV ou rádio e outros que as publicam em sites na
além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acon- internet.

Didatismo e Conhecimento 12
PORTUGUÊS
Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos diz: retrata o cotidiano do público leitor, faz crítica política e so-
de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crô- cial; Como diz: com poucos quadrinhos – até seis, colocados em
nicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, uma faixa horizontal, empregando uma linguagem verbal (o texto
atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de dos balões) e não verbal (desenhos, cor, forma dos balões e das
quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam por encaixar-se letras) e normalmente fazendo uso dos recursos que produzem hu-
em três grandes grupos de crônicas: as poéticas, as humorísticas mor; Por que diz: para criticar, divertir, levar à reflexão; Para quem
e as que se aproximam dos ensaios. Estas últimas têm tom mais diz: existem tiras aos mais diversos públicos: crianças, meninos,
sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de grande meninas, adolescentes, jovens, adultos, etc.
importância cultural.
GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA
GÊNERO TEXTUAL CHARGE È um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intui-
Charge é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opi- to de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e
nião sobre os acontecimentos do dia-a-dia).Tem por objetivo a influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens
crítica humorística de um fato político. Por isso, para poder com- que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.
preender a charge, é necessário conhecer o assunto a que ele se Você já dever ter ouvido falar de persuasão, não é mesmo? Va-
refere. As características físicas das pessoas representadas são mos relembrar o significado desse termo? Persuasão vem do verbo
quase sempre exageradas para despertar o humor. Chargistas e ca- persuadir: levar a crer ou a acreditar (Aurélio). Ou seja, é o ato de
ricaturistas influenciaram na história e na luta pela liberdade de você tentar convencer o outro a acreditar em você. A propaganda,
expressão, no Brasil, e participaram ativamente na luta contra a como já deve ter percebido, tem por objetivo justamente o que foi
ditadura e, muitos deles, até hoje, retratam a política do país. Hoje, exposto na definição acima: tentar convencer o público de alguma
as charges estão presentes nos principais diários, ilustrando jornais coisa. Por isso, sempre quando vir ou ouvir um anúncio, lembre-
e revistas, fazendo sátiras sociais revestidas de cunho político, ir- se que os publicitários estão usando a linguagem persuasiva para
reverência e bom humor. Mas nem sempre foi assim. A história conquistar você, seja através de palavras, de cores, de imagens,
das ilustrações no Brasil se confunde com a história da luta pela etc. E, principalmente, fazê-lo comprar mais e mais!
liberdade de expressão. As charges tiveram papel fundamental na  A fabricação de uma propaganda exige saber:
a) o produto: utilidade, características, qualidades, desvan-
luta contra a repressão, e ainda hoje atuam na sociedade defor-
tagens e vantagens.
ma participativa nas questões políticas e sociais, desenvolvendo o
b) b) o público: qual é o público-alvo: jovens, adolescentes,
questionamento e a crítica com muito humor. Mas as charges além
adultos, crianças. É importante determiná-lo para saber o tipo de
de privilegiar o humor e a sátira política, abordam temas atuais,
linguagem que deverá ser utilizada.
mostram as preocupações do país e do mundo oferecendo ao leitor
c) Objetivo: vender sempre é a principal meta. Contudo,
elementos de fácil identificação e reconhecimento, cumprindo seu
pode ser apresentar algo novo,causar impacto, despertar a curiosi-
papel social garantindo algum espaço a opinião e a liberdade de
dade, aumentar a venda ou audiência, etc.
expressão. Temos coo exemplos de chargistas (pessoas que fazem d) Estilo: cores, tamanhos, tipos de objetos, tipo de letra,
charge), Millor Fernandes, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguari- pano de fundo, etc.
be (Jaguar), Ziraldo, Henfil ou Henrique de Sousa Filho, Angeli,
Glauco, Laerte e os irmãos Caruso. Curiosidade
A propaganda também é chamada de “merchandising”, que
GÊNERO TEXTUAL TIRA tem origem na palavra inglesa merchandiser que significa “nego-
Durante muito tempo, as tiras em quadrinhos, de maneira es- ciante”. Como se vê, até na origem, a propaganda é um tipo de
pecial, foram vistas como objeto de leitura pernicioso e alienante negociação: eu te convenço e você compra.
por diversos intelectuais, portanto banido da esfera educativa. Ge-
ralmente, a leitura deste gênero se dava no dia-a-dia de maneira es- Exercícios
pontânea e intuitiva, por meio de jornais e revistas em quadrinhos,
no espaço privado. O leitor se divertia com as piadas encontradas Greenpeace inicia expedição de alerta ao aquecimento
nas tiras, sem se preocupar com os mecanismos que o autor utili- O Greenpeace iniciou, ontem, em Manaus, a expedição “Sal-
zava para produzir o humor. “As tiras são um subtipo de HQ; mais var o planeta. É agora ou agora” para alertar a população sobre
curtas (até 4 quadrinhos) e, portanto, de caráter sintético, podem problemas causados pelo aquecimento global. A expedição, que
ser sequenciais (“capítulos” de narrativas maiores) ou fechadas vai durar até março, levará o barco da organização Artic Sunrise
(um episódio por dia). Quanto às temáticas, algumas tiras satiri- ainda a Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e San-
zam aspectos econômicos e políticos do país, embora não sejam tos.
tão “datadas” como a charge. Dividimos as tiras fechadas em dois Nos fins de semana, o navio estará aberto à visitação, com
subtipos: a) tiras piada, em que o humor é obtido por meio das es- entrada gratuita. Durante as visitas, membros da organização vão
tratégias discursivas utilizadas nas piadas de um modo geral, como fazer palestras aos visitantes sobre os problemas causados pelas
a dupla possibilidade de interpretação, sendo selecionada pelo au- mudanças climáticas. -
tor a menos provável; b)tiras-episódio, as quais o humor é baseado Segundo material de divulgação da expedição, a organização
especificamente no desenvolvimento da temática numa determina- destaca que “é preciso um esforço global que compartilhe respon-
da situação, de modo a realçar as características das personagens. sabilidades entre cidadãos, governos, iniciativa privada e socieda-
”Mendonça (2001: 198)”.Ou seja: Quem diz é o cartunista; O que de civil organizada”.

Didatismo e Conhecimento 13
PORTUGUÊS
Para a organização, o Brasil exerce posição importante no 4. Observe as afirmações abaixo  sobre o texto acima::
combate as mudanças climáticas, já que figura entre as dez maiores I -- O texto faz uma crítica aos resultados da Conferência de
economias do mundo e é o quarto maior poluidor do mundo. Os Copenhague.
desmatamentos e o mau uso do solo, principalmente na Amazônia, II — O gênero discursivo do texto é “charge”.
são responsáveis por 75% das emissões brasileiras de gases do efei- III — Há uma relação entre “chocolate” e Copenhague, bem
to estufa. A destruição da floresta amazônica libera todos os anos como entre “pizza” e Brasil.
mais de 800 milhões de toneladas de gás carbônico. IV — Infere-se que não vai haver mudança, conforme o ditado
(Tribuna Impressa, 08/0 1/2009) popular “tudo acabou em pizza”, implícito no texto.
Das proposições acima, estão em conformidade com o texto:
1. Observe as afirmações abaixo: a) apenas I, II e III.                  
I. O texto é uma notícia e, assim como a entrevista, a reporta- b) apenas II, III e IV.       
gem e o editorial, é um gênero jornalístico. d) I, II, III e IV.
II — O objetivo do gênero textual notícia é relatar aconteci- e) apenas II e III.
mentos recentes, fatos novos de interesse do público em geral.
III — Entre os gêneros jornalísticos, há os que priorizam a in- Respostas: 1) A 2) D 3) A 4) D
formação e os que priorizam o comentário. O texto I prioriza co-
mentário.
Das proposições acima, estão em conformidade com o texto:
a) apenas I e III.             1.1 LÍNGUA, LINGUAGEM, NORMA
b) apenas I e II.        
(PADRÃO E NÃO PADRÃO), FALA E
c) apenas II e III.        
d) I, II e III. DESVIO DE NORMA; 1.2 A PLURALIDADE
DE NORMAS: REGIONAIS, SOCIAIS,
2. Considere as afirmações do Texto 1 para marcar (V) ETÁRIAS E ESTILÍSTICAS (REGISTROS);
para Verdadeiro e (F) para Falso: 1.3 CARACTERÍSTICAS DAS
(  ) Apresenta somente discurso indireto, em que o autor expõe, MODALIDADES DA LÍNGUA:
com suas palavras, o que outros dizem. ORAL E ESCRITA.
(  ) Predominam verbos no pretérito perfeito e presente do in-
dicativo, na 3ª pessoa.
(  ) A sequência tipológica predominante é narrativa.
A sequência correta é:
Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos
a)V-V-V.          
b)V-F--V.                 pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. Está relacionada a
c)F-V-V.                 fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.
d) F - F - V. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos
atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e
3. Observe a linguagem empregada no Texto 1 e marque a regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem
afirmação correta: mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem
a) A linguagem é impessoal, clara, objetiva, direta, acessível a pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem
qualquer leitor. os indivíduos para comunicar-se.
b) A linguagem é pessoal, indireta, emprega palavras de uso A linguagem pode ser:
não corrente na língua.
c) A variedade linguística é coloquial e faz uso de gírias. - Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.
d) A linguagem é impessoal, subjetiva, indireta, mas de com-
preensão por qualquer leitor.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da


linguagem verbal (usa palavras para transmitir a informação).

- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comuni-


cação, que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de
sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma
figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Didatismo e Conhecimento 14
PORTUGUÊS
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cul-
tural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os
diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua
de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acor-
do com a situação em que nos encontramos: quando conversamos
com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se esti-
véssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o - Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades
que representam. requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas
técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, quí-
por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de micos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos,
falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comuni- médicos, linguistas e outros especialistas.
car-se e compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portu- - Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre in-
guesa. fluência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não
A língua possui um caráter social: pertence a todo um con- utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em
junto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membro da linguagem infantil e linguagem adulta.
comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por
outro lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que Fala
outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo pode
usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato indivi-
A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente estabe- dual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode esco-
lecidas da língua, mas é suficientemente ampla para permitir um lher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e
exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua perso-
um enunciado da seguinte maneira: nalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Desse modo,
A família de Regina era paupérrima. dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos
mais variados níveis da fala. Cada indivíduo, além de  conhecer
Outro, no entanto, pode optar por:
o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso que
somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus
A família de Regina era muito pobre.
de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diver-
como a nossa. 
sas manifestações da fala de cada um. Note, além disso, que essas
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar al-
manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portu-
guns níveis:
guesa, para não correrem o risco de produzir enunciados incom-
preensíveis como:
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas
Família a paupérrima de era Regina. utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações informais.
Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preo-
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois cupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regras for-
meios de comunicação distintos. A escrita representa um está- mais estabelecidas pela língua.
gio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea,
abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além - Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado
disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mí- pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado
micas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
representação da língua falada, mas sim um sistema mais discipli- estabelecidas pela língua.
nado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as
mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos Signo
falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua
devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: É um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o
significado e o significante. Ao escutar a palavra “cachorro”, re-
- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do portu- conhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses
guês falado por um habitante da região nordeste e outro da região sons se identificam com a lembrança deles que está em nossa me-
sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há varia- mória. Essa lembrança constitui uma real imagem sonora, armaze-
ções no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exem- nada em nosso cérebro que é o significante do signo “cachorro”.
plo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive Quando escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal ir-
na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado. racional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse con-
ceito que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” e
também se encontra armazenado em nossa memória.

Didatismo e Conhecimento 15
PORTUGUÊS
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obe- É a função informativa que permite a realização do trabalho
decer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua. Des- coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que
se modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido “um” cada indivíduo continue sempre a aprender.
diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, A função informativa costuma ser chamada também de fun-
o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo “uma” ção referencial, pois seu principal propósito é fazer com que as
diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que eventos a que fazem referência.
essa sentença seja rejeitada. Os signos que constituem a língua obede- - A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: Fun-
cem a padrões determinados de organização. O conhecimento de uma ção Conativa.
língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o
uso adequado de suas regras combinatórias. “Vem pra Caixa você também.”

Signo: elemento representativo que possui duas partes indisso- Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar
lúveis: significado e significante. Significado (é o conceito, a ideia o número de correntistas da Caixa Econômica Federal. Para per-
transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é a suadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento,
imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial,
seus fonemas). usando, por exemplo, a forma vem, de segunda pessoa do impe-
rativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem norma culta quando se usa você.
às regras gramaticais. Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determina-
das coisas, a crer em determinadas ideias, a sentir determinadas
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desen- emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, des-
volvimento da liberdade de expressão e compreensão. dém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes,
convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem ouve desavisa-
da e reiteradamente a palavra negro pronunciada em tom desde-
nhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos
2. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM. Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a
ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios
publicitários que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraen-
Funções de Linguagem
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
certos produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expressas
Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a res- pela linguagem também servem para fazer fazer.
posta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso está correto. Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É tam- que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
bém exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silên- lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
cio. Para que serve a linguagem? dos, que se deixam conduzir sem questionar.
- A linguagem serve para informar: Função Referencial. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quan-
do esta é usada para interferir no comportamento das pessoas por
“Estados Unidos invadem o Iraque” meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra cona-
tivo é proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esfor-
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um çar-se” (para obter algo).
acontecimento do mundo.
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, - A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função
transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos sabendo Emotiva.
de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentati-
vas mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser “Eu fico possesso com isso!”
humano recebe de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender ciências Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com
com facilidade? Começai a aprender vossa própria língua!” Com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e expres-
efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos desde as mais ba- samos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revol-
nais informações do dia a dia até as teorias científicas, as expressões ta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva,
artísticas e os sistemas filosóficos mais avançados. manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração, dor, tris-
A função informativa da linguagem tem importância central na teza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmar-
vida das pessoas, consideradas individualmente ou como grupo so- mo-nos socialmente. Durante o governo do presidente Fernando
cial. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; para o grupo Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A intenção
social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a transferência de do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tem
experiências. Por meio dessa função, a linguagem modela o intelecto. mudado o país”. Essa maneira informal de se referirem ao presi-

Didatismo e Conhecimento 16
PORTUGUÊS
dente era, na verdade, uma maneira de insinuarem intimidade com enunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem como
ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuí- recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quan-
da pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coi- do dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar
sas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homens
nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou é que se não podem pescar”.
nossa competência na conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz - A linguagem serve para criar outros universos.
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro
inconscientemente. A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a uti- do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, ou-
lização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, tras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros
daquele que fala. modos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O
filme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985) mostra
- A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma
Fática. mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tra-
tos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúme-
__Que calorão, hein? ras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã
__Também, tem chovido tão pouco. é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos vão viver
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os homens
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor. são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui e assim
por diante.
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num
elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes em - A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.
que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio
poderia ser constrangedor ou parecer hostil. Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos man- são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-
ter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas ocasiões, a nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos sa-
conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fa- tisfação.
la-se do tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam- Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz
se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana
função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes,
alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não queremos, quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco de
de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se está doente, se está um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a primeira
com problemas. vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel compri-
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre do para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado
alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol ou em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinhei-
entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não en- ro”.
tendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não
tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, sentimo- Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com
nos participantes da comunidade de brasileiros. significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio Guima-
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função rães:
fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou
manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor. “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
- A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem: bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
Função Metalinguística. consciência e bata em retirada.”
(Folha de S. Paulo)
Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um subs-
tantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usando o Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente
termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar,
palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo,
mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em
o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística função estética, o mais importante é como se diz, pois o sentido
é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundo também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição
interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa das palavras, etc.
fala e a dos outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de Rai-
comentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que não mundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/,
temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos /g/ sugere o patear dos cavalos:

Didatismo e Conhecimento 17
PORTUGUÊS
E o bosque estala, move-se, estremece... - Função informativa (ou referencial): função usada quando
Da cavalgada o estrépito que aumenta o emissor informa objetivamente o receptor de uma realidade, ou
Perde-se após no centro da montanha... acontecimento.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção dos
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos publici-
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos. tários (centra-se no canal de comunicação).
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocor- figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis,
re no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cavalos etc.
aumenta.
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes
sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos usan- da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluíram para o
do a linguagem em sua função poética. que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeiras ferra-
mentas da fala humana.
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se
necessário o estudo dos elementos da comunicação. A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvi- profundamente distingue o homem dos outros animais.
do de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém espera
ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, Podemos considerar que o desenvolvimento desta função ce-
etc). rebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação da
Exemplo: mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do
desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial
Elementos da comunicação
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada
- Emissor - emite, codifica a mensagem; e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais, de-
- Receptor - recebe, decodifica a mensagem; senvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes
- Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mas tam-
- Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção bém para utilizar em situações especiais, como no teatro e entre
da mensagem; navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance
- Referente - contexto relacionado a emissor e receptor; do ouvido, mas que se podem observar entre si.
- Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria so-
freu uma modificação, pois, chegou-se a conclusão que quando se
trata da parole, entende-se que é um veículo democrático (observe 3. RECURSOS EXPRESSIVOS:
a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, A LINGUAGEM FIGURADA.
interlocução (diálogo interativo):

- locutor - quem fala (e responde);


- locutário - quem ouve e responde; Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras
- interlocução - diálogo de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de
auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das
etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. palavras e dos textos.
As atitudes e reações dos comunicantes são também referen- Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não-
tes e exercem influência sobre a comunicação -convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior
expressividade à sua mensagem.
Lembramo-nos:
Metáfora
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” do É o emprego de uma palavra com o significado de outra
em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma
emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função está,
comparação subentendida.
por norma, a poesia lírica. Minha boca é um túmulo.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de mensagem, Essa rua é um verdadeiro deserto.
o emissor atua sobre o receptor, afim de que este assuma determi-
nado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperati- Comparação
vo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por oradores Consiste em atribuir características de um ser a outro, em
e agentes de publicidade. virtude de uma determinada semelhança.
- Função metalinguística: função usada quando a língua expli- O meu coração está igual a um céu cinzento.
ca a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de um texto, O carro dele é rápido como um avião.
investigamos os seus aspectos morfossintáticos e/ou semânticos).

Didatismo e Conhecimento 18
PORTUGUÊS
Prosopopeia Hipérbole
É uma figura de linguagem que atribui características É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais
humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de expressiva a ideia.
PERSONIFICAÇÃO. Ela chorou rios de lágrimas.
O céu está mostrando sua face mais bela. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.
O cão mostrou grande sisudez.
Ironia
Sinestesia Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes (mistura contrário do que pensamos.
dos cinco sentidos). Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Raquel tem um olhar frio, desesperador. Se você gritar mais alto, eu agradeço.
Aquela criança tem um olhar tão doce.
Onomatopeia
Catacrese Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos
É o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um seres.
termo próprio. Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
O menino quebrou o braço da cadeira. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.
A manga da camisa rasgou.
Aliteração
Metonímia Consiste na repetição de um determinado som consonantal no
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma início ou interior das palavras.
relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Ocorre metonímia quando empregamos:
- O autor pela obra. Elipse
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares) Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no
contexto, identificado facilmente.
- o continente pelo conteúdo. Após a queda, nenhuma fratura.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os
torcedores) Zeugma
Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Ele come carne, eu verduras.
- a parte pelo todo.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui
Pleonasmo
casa)
Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição,
reforçando seu significado.
- o efeito pela causa.
Nós cantamos um canto glorioso.
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o
trabalho)
Polissíndeto
É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou
Perífrase entre os termos da oração.
É a designação de um ser através de alguma de suas características Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.
ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. Assíndeto
(Veneza Brasileira = Recife) Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para
Maravilhosa = Rio de Janeiro) dançar.
Antítese Anacoluto
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Consiste numa mudança repentina da construção sintática da
Nada com Deus é tudo. frase.
Tudo sem Deus é nada. Ele, nada podia assustá-lo.
- Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
Eufemismo falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são havia dito para reconstruí-la novamente.
desagradáveis.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer) Anáfora
Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para
políticos) reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.
Cada alma é uma escada para Deus,

Didatismo e Conhecimento 19
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Cada alma é um corredor-Universo para Deus, 5) Gradação
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo Na gradação temos uma sequência de palavras que intensificam
Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa) a mesma ideia. Exemplo:
“Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
Silepse (Castro Alves).
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua
forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e 6) Hipérbole
pessoa. É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as notícias. realçar uma ideia, proporcionando uma imagem emocionante e de
(a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse impacto. Exemplos:
exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.
de tratamento e não com o sujeito). Ele morreu de tanto rir.
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram
a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a ideia de plural da 7) Ironia
palavra boiada). Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela
- De pessoa: As mulheres decidimos não votar em determinado contradição de termos, pretende-se questionar certo tipo de
partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se pensamento. A intenção é depreciativa ou sarcástica. Exemplos:
inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa). Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão
por perto.
Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/ “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra
figuraslinguagem001.asp como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).

São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento os recursos 8) Prosopopeia ou Personificação


estilísticos utilizados para incrementar o significado das palavras no Consiste na atribuição de ações, qualidades ou características
seu aspecto semântico. humanas a seres não humanos. Exemplos:
São oito as figuras de pensamento: Chora, viola.
1) Antítese A morte mostrou sua face mais sinistra.
É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O morro dos ventos uivantes.
O contraste que se estabelece serve para dar uma ênfase aos conceitos
envolvidos, o que não ocorreria com a exposição isolada dos mesmos.
Exemplos: Figuras de construção ou sintaxe integram as chamadas
Viverei para sempre ou morrerei tentando. figuras de linguagem, representando um subgrupo destas. Dessa
Do riso se fez o pranto. forma, tendo em vista o padrão não convencional que prevalece
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. nas figuras de linguagem (ou seja, a subjetividade, a sensibilidade
por parte do emissor, deixando às claras seus aspectos estilísticos),
2) Apóstrofe devemos compreender sua denominação. Em outras palavras, por
É assim denominado o chamamento do receptor da mensagem, que “figuras de construção ou sintaxe”?
seja ele de natureza imaginária ou não. É utilizada para dar ênfase à Podemos afirmar que assim se denominam em virtude de
expressão e realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: apresentarem algum tipo de modificação na estrutura da oração,
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos da enunciação (do
Pai Nosso, que estais no céu; discurso) – sendo o principal conferir ênfase a ela.
Ó meu querido Santo António; Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos
convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se perfaz de
3) Paradoxo uma sequência, demarcada pelos seguintes elementos:
É uma proposição aparentemente absurda, resultante da união de
ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. Os paradoxos SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO
viciosos são denominados Oxímoros (ou oximoron). Exemplos:
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...” (Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO.
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se
sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado verbal
doer;” (Camões) – chegamos atrasados; e um complemento, representado por um
adjunto adverbial de lugar – à reunião.
4) Eufemismo Quando há uma ruptura dessa sequência lógica, materializada
Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre pela inversão de termos, repetição ou até mesmo omissão destes,
ou menos agressiva, para atenuar uma verdade tida como penosa, é justamente aí que as figuras em questão se manifestam. Desse
desagradável ou chocante. Exemplos: modo, elas se encontram muito presentes na linguagem literária,
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus lhe na publicitária e na linguagem cotidiana de forma geral. Vejamos
pague”. (Chico Buarque). cada uma delas de modo particular:
paz derradeira = morte

Didatismo e Conhecimento 20
PORTUGUÊS
Elipse Anacoluto
Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na oração Trata-se de uma figura que se caracteriza pela interrupção da
não expresso anteriormente, contudo, facilmente identificado pelo sequência lógica do pensamento, ou seja, em termos sintáticos,
contexto. Vejamos um exemplo: afirma-se que há uma mudança na construção do período, deixando
algum termo desligado do restante dos elementos. Vejamos:
Rondó dos cavalinhos Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas.
[...] Notamos que o termo em destaque, que era para representar o
sujeito da oração, encontra-se desligado dos demais termos, não
Os cavalinhos correndo, cumprindo, portanto, nenhuma função sintática.
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando, Inversão (ou Hipérbato)
Nossa! A poesia morrendo... Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da oração.
O sol tão claro lá fora, Constatemos: Eufórico chegou o menino.
O sol tão claro, Esmeralda, Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata de um
E em minhalma — anoitecendo! predicado verbo-nominal) encontra-se no início da oração, quando
Manuel Bandeira este deveria estar expresso no final, ou seja: O menino chegou
eufórico.
Notamos que em todos os versos há a omissão do verbo estar, Pleonasmo
sendo este facilmente identificado pelo contexto. Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia antes
expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto semântico, no
Zeugma intuito de reforçar a mensagem. Exemplo: Vivemos uma vida
Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão de um tranquila.
termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria gosta de O termo em destaque reforça uma ideia antes ressaltada, uma
Matemática, eu de Português. vez que viver já diz respeito à vida. Temos uma repetição de ordem
Observamos que houve a omissão do verbo gostar.
semântica.
A ele nada lhe devo.
Anáfora
Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição
Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência à
intencional de um termo no início de um período, frase ou verso.
terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto, de uma
Observemos um caso representativo:
repetição de ordem sintática demarcada pelo que chamamos de
A Estrela
objeto direto pleonástico.
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem a intenção
Vi uma estrela luzindo de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que denominamos de
Na minha vida vazia. vício de linguagem – ocorrência que deve ser evitada. Como, por
exemplo: subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro,
Era uma estrela tão alta! entre outras circunstâncias linguísticas.
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
[...] 4. NORMA ORTOGRÁFICA.
Manuel Bandeira

Notamos a utilização de termos que se repetem sucessivamente


em cada verso da criação de Manuel Bandeira. ORTOGRAFIA

Polissíndeto A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta


Figura cuja principal característica se define pela repetição das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
enfática do conectivo, geralmente representado pela conjunção As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que
coordenada “e”. Observemos um verso extraído de uma criação de se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferen-
Olavo Bilac, intitulada “A um poeta”: “Trabalha e teima, e lima, tes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do grego,
e sofre, e sua!” significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As pala-
vras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma
Assíndeto grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo
Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, manifestado gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, palácio ou
pela repetição da conjunção, no assíndeto ocorre a omissão deste. passo, movimento durante o andar).
Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César) Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se obser-
Depreendemos que se trata de orações assindéticas, justamente var as seguintes regras:
pela omissão do conectivo “e”.

Didatismo e Conhecimento 21
PORTUGUÊS
O fonema s: O fonema j:

Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas Escreve-se com G e não com J:
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pre- *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso.
tender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas ex-
divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / ceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir -
sensível / consentir - consensual Observação: Exceção: pajem
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio,
verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos relógio, refúgio.
terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - im- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.
/ percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / *depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com
comprometer - compromisso / submeter - submissão j: ágil, agente.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a pala-
vra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + Escreve-se com J e não com G:
surgir - ressurgir *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: fi- *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, man-
casse, falasse jerona.
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
origem árabe: cetim, açucena, açúcar O fonema ch:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juça-
ra, caçula, cachaça, cacique Escreve-se com X e não com CH:
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, mu-
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, xoxo, xucro.
carapuça, dentuço *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu,
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - de- lagartixa.
tenção / ater - atenção / reter - retenção *depois de ditongo: frouxo, feixe.
*após ditongos: foice, coice, traição *depois de “en”: enxurrada, enxoval.
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte -
marciano / infrator - infração / absorto - absorção Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive
de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
O fonema z:
Escreve-se com CH e não com X:
Escreve-se com S e não com Z: *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, fregue-
sia, poetisa, baronesa, princesa, etc. As letras e e i:
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”,
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui- só o ditongo interno cãibra.
seste. *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difun- infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
dir - difusão - atenção para as palavras que mudam de sentido quando subs-
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisi- tituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me-
nho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à
*após ditongos: coisa, pausa, pouso tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé),
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: pião (brinquedo).
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Questões sobre Ortografia
Escreve-se com Z e não com S:
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: 01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre as
macio - maciez / rico - riqueza frases que seguem, a única correta é:
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem a) Ele se esqueceu de que?
não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s: entre os presentes.
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.

Didatismo e Conhecimento 22
PORTUGUÊS
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos fun- 07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU-
cionários. NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e sofre-
dor...– está escrito corretamente no plural.
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa (A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos ansioso
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma- e sofredores...
-padrão. (B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio-
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. so e sofredores...
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos ansio-
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
sos e sofredores...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões ansioso
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
e sofredores...
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). Supo- (E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio-
nha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os usuários sos e sofredores...
sobre o festival Sounderground.
Prezado Usuário 08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011)
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta:
________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa o A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso
Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos que posso me queixar com razão.
tocam em estações do metrô. B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultrapas-
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e sarmos os infortúnios da vida.
divirta-se! C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver-
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher as mos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
lacunas, correta e respectivamente, com as expressões D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, principal-
A) A fim ...a partir ... as mente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade.
B) A fim ...à partir ... às E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem
C) A fim ...a partir ... às mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
D) Afim ...a partir ... às
E) Afim ...à partir ... as
09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2011) A) Porque essa cara?
As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase: B) Não vou porque não quero.
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a an- C) Mas por quê?
siedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos. D) Você saiu por quê?
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas
nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de des- FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente
cançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. correta do termo “autópsia” é autopsia.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode ( ) Certo
estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. ( ) Errado
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas
não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegí- GABARITO
timos.
01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita? 06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
RESOLUÇÃO
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
1-)
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU- (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela cres- (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para distri-
ceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no tempo bui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
futuro. (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos
(A) Mas elas cresceram... nas críticas.
(B) Mas elas cresciam... (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações
(C) Mas elas cresçam... dos funcionários.
(D) Mas elas crescem... (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
(E) Mas elas crescerão...

Didatismo e Conhecimento 23
PORTUGUÊS
2-) 10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães (fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. = ci- start.htm?sid=23)
dadãos RESPOSTA: “CERTO”.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. = cer-
tidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
3-) Prezado Usuário 5. PONTUAÇÃO.
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a partir
desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounderground, festival
internacional que prestigia os músicos que tocam em estações do metrô.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e divir- Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
ta-se! para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar es-
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de horas: pecificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
há crase funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
portuguesa.
4-) Fiz a correção entre parênteses:
Ponto
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
(B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua espontaneidade,
se encontra.
mas nada que ponha em cheque (xeque) sua reputação de pessoa cortês.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
(descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa) árvore do pátio.
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa mágoa
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação dessa sua
crise. Ponto e Vírgula ( ; )
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta quantia, 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma impor-
mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão de privilégios tância.
ilegítimos. - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
5-) nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. = mendigo/
caderneta/poupança 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. = mendigo/ - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas,
caderneta/poupança frio e cobertor.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. =mendi-
go/depositou/caderneta/poupança 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, de-
creto de lei, etc.
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas cresce- - Ir ao supermercado;
rão... - Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa correta já - Reunião com amigos.
indica onde estão as inadequações nos demais itens.
Dois pontos
8-) Fiz as correções entre parênteses: 1- Antes de uma citação
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
posso me queixar com razão.
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para ultrapas- 2- Antes de um aposto
sarmos os infortúnios da vida. - Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que vermos e calor à noite.
(virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimento, prin- 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
cipalmente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade. - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos cer- rotina de sempre.
tamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
4- Em frases de estilo direto
9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está longe do Maria perguntou:
ponto de interrogação. - Por que você não toma uma decisão?

Didatismo e Conhecimento 24
PORTUGUÊS
Ponto de Exclamação - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, sú- Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
plica, etc. - Para isolar:
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui
2- Depois de interjeições ou vocativos um trânsito caótico.
- Ai! Que susto! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
- João! Há quanto tempo!
Fontes: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
Ponto de Interrogação http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) Questões sobre Pontuação

Reticências 01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa


1- Indica que palavras foram suprimidas. em que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com
- Comprei lápis, canetas, cadernos... a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
2- Indica interrupção violenta da frase. experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou a
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
dar a revelar quem era a sua dona.
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
- Este mal... pega doutor? experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito dar a revelar quem era a sua dona.
- Deixa, depois, o coração falar... (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
Vírgula
dar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
Não se usa vírgula
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
entre si:
dar a revelar quem era a sua dona.
- entre sujeito e predicado.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
Todos os alunos da sala foram advertidos.
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
Sujeito predicado
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
dar a revelar quem era a sua dona.
- entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. 02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-
V.T.D.I. O.D. O.I. TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em cam-
po em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do Campeo-
Usa-se a vírgula: nato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir o número
- Para marcar intercalação: de pessoas que não possuem o nome do pai em sua certidão de
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo nascimento. (...)
de preço. A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em sua
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, toda- certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque tem
via, altas quantidades de alimentos. natureza restritiva.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem ( ) Certo ( ) Errado
abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
- Para marcar inversão: DES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo-
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete se o sentido e a obediência à norma-padrão?
horas, todo o comércio está de portas fechadas. (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes?
lhes destinaram verba alguma. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. para o evento.
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramen-
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): to do desportista.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô,
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. natação e canoagem.

Didatismo e Conhecimento 25
PORTUGUÊS
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) 08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem! MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo eco-
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação. nômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você aí
c) Maria, você trouxe os documentos? desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer,
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. agora afasta que abriu o sinal.”
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação estra- No período acima, as vírgulas foram empregadas em “Paciên-
nha. cia, minha filha, este é [...]”, para separar
(A) aposto.
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale (B) vocativo.
a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo das (C) adjunto adverbial.
vírgulas. (D) expressão explicativa.
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira ins-
truções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou acione 09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
o código na internet. PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O período
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o código corretamente pontuado é:
foi acionado. (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência em condi-
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, rece- ções hostis nem sempre conseguem agradar, aos espectadores.
bem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança foi en- (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
contrada. podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro às, (C) A história de heroísmo e de determinação que nem sempre, é
areias do Guarujá. convincente, se passa em um cenário marcado, pelo frio.
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de (D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr riscos
quem a encontrou e informar um ponto de referência iminentes que comprometem, a sobrevivência.
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a liberdade,
06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) Para
nada poderia parecer, realmente intransponível.
que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente correto, é ne-
cessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição em que não
GABARITO
deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para que sejam respei-
tadas as regras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras iniciais
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
minúsculas.
06. D 07. A 08. B 09.B
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de bam-
bu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o programa de-
senvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utilizarem a bicicleta RESOLUÇÃO
de forma segura e correta(B) os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e
participam de atividades sobre cidadania e reciclagem(C) as escolas 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
participantes se tornam também centros de descarte de garrafas PE- (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, (X)
T(D) destinadas depois para reciclagem(E) o programa possibilitará experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade, procurou
o retorno das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
comunidades em lugares melhores para se viver. dar a revelar quem era a sua dona.
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117) (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
a) A experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade, procu-
b) B rou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
c) C ajudar a revelar quem era a sua dona.
d) D (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e, embo-
e) E ra experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que pudesse
07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU- ajudar a revelar quem era a sua dona.
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da pontuação. (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora ,
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstân- (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
cias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que pudesse
(B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você ajudar a revelar quem era a sua dona.
está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos, são des-
conhecidos. 2-) A oração restringe o grupo que participará da campanha
(C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma ex- (apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimen-
tensão de nossa personalidade. to). Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”,
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os ní- generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as
veis de estresse em alguns motoristas. pessoa não têm o nome do pai na certidão.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as RESPOSTA: “CERTO”.
principais causas da ira de trânsito.

Didatismo e Conhecimento 26
PORTUGUÊS
3-) 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
mantê-la (termo deslocado)
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? = 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inadequadas
mantê-la (vocativo) ou faltantes:
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência em
para o evento. condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X) aos espec-
= mantê-la (explicação) tadores.
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
do desportista. podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
= pode retirá-la (advérbio de tempo) (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que nem sem-
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, pre, (X) é convincente, se passa em um cenário marcado, (X) pelo
natação e canoagem. frio.
= mantê-la (enumeração) (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é correr ris-
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou faltante: cos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobrevivência.
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar a liberda-
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da transação. de, nada poderia parecer, (X) realmente intransponível.
c) Maria, você trouxe os documentos?
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma movimen-
tação estranha. 6. MORFOSSINTAXE DAS CLASSES DE
PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO,
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas ARTIGO, PRONOME, ADVÉRBIO, PREPO-
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na pul- SIÇÃO, CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO E OS
seira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica ao SEUS RESPECTIVOS EMPREGOS.
grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
onde o código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados , (X) Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característi-
recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a crian- ca do ser e se relaciona com o substantivo.
ça foi encontrada.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega pri-
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao lado
meiro às , (X) areias do Guarujá.
de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não
6-)
acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de
bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O pro-
substantivo.
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili-
zarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos ajudam Morfossintaxe do Adjetivo:
a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania e O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de
reciclagem(C). As escolas participantes se tornam também centros uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto adno-
de descarte de garrafas PET(D), destinadas depois para recicla- minal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
gem(E). O programa possibilitará o retorno das bicicletas pela
saúde das crianças e transformação das comunidades em lugares Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
melhores para se viver. Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe al-
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição (D), guns deles:
pois antecipa um termo explicativo. Estados e cidades brasileiros:
Alagoas alagoano
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: Amapá amapaense
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circuns- Aracaju aracajuano ou aracajuense
tâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. Amazonas amazonense ou baré
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, porque Belo Horizonte belo-horizontino
você está junto; (X) com os outros motoristas cujos comportamen- Brasília brasiliense
tos, (X) são desconhecidos. Cabo Frio cabo-friense
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem ser Campinas campineiro ou campinense
uma extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) aumen- Adjetivo Pátrio Composto
tar os níveis de estresse em alguns motoristas. Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, (X) aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns
são as principais causas da ira de trânsito. exemplos:

Didatismo e Conhecimento 27
PORTUGUÊS
África afro- / Cultura afro-americana Adjetivo Composto
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
China sino- / Acordos sino-japoneses concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
Espanha hispano- / Mercado hispano-português forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o
Europa euro- / Negociações euro-americanas adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é original-
Grécia greco- / Filmes greco-romanos mente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen,
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado,
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por exemplo:
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Flexão dos adjetivos Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

Gênero dos Adjetivos Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adje-


tivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os
classificam-se em: dois elementos flexionados.

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e Grau do Adjetivo
outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
e judia. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o
somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-america- superlativo.
no, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Comparativo

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mes-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no femi- mo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou
nino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político- de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
social. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação
Número dos Adjetivos é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

Plural dos adjetivos simples Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as Analítico
regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos sim- No comparativo de superioridade analítico, entre os dois subs-
ples. Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins boa tantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica
e boas porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.

Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Superioridade
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver Sintético
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela
manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é origi- Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade,
nalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um ele- formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor, peque-
mento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: no/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, baixo/inferior.
camisas cinza, ternos cinza. Observe que:
Veja outros exemplos: a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
Motos vinho (mas: motos verdes) pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor,
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qua-
lidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas
mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 28
PORTUGUÊS
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos. Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas quali- está até bem informado.
dades de um mesmo elemento. Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
alheio, representando uma qualidade, característica.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante. O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
Superlativo advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos ve-
rificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como
O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma
em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Te-
e apresenta as seguintes modalidades: mos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a
é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas frente, de modo algum, entre outras.
formas:
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios,
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que
eles se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por:
dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de su- claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos,
fixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
Observe alguns superlativos sintéticos: lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que termi-
benéfico beneficentíssimo nam em -”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente,
bom boníssimo ou ótimo pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
comum comuníssimo bondosamente, generosamente
cruel crudelíssimo de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em ex-
difícil dificílimo cesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
doce dulcíssimo tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
fácil facílimo muito, por completo.
fiel fidelíssimo de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, ama-
nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante,
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é in- nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, bre-
tensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: ve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente,
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a
qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Note bem: de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aon-
advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepos- de, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
tos ao adjetivo. alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas for- distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
mas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem ao lado, em volta
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo,
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
agilíssimo.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva-
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas serís- mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmen-
simo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í. te (=sem dúvida).
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na simplesmente, só, unicamente
Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, conti- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
guidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no de designação: Eis
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando?
que esse processo se desenvolve. (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de quê? (finalidade)
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifi-
ca o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:

Didatismo e Conhecimento 29
PORTUGUÊS
Locução adverbial - No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio. Pedro é o xodó da família.
Exemplo: - No caso de os nomes próprios personativos estarem no plu-
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) ral, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, Os
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) Astecas...
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corresponden- conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pro-
tes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressada- nome assume a noção de qualquer.
mente. Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são (qualquer classe)
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é - Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
a de grau: Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - longís-
simo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitucio- - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
nalissimamente, etc.; aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - perti- anos.
nho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica - O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso.
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número
dos substantivos. - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
(e flexões).
Classificação dos Artigos Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o autor cuja obra conheço.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
venham especificadas.
Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos e inde-
Eles estavam em casa.
finidos com preposições. Veja a forma assumida por essas com-
Eles estavam na casa dos amigos.
binações:
Os marinheiros permaneceram em terra.
Preposições Artigos Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
o, os
a ao, aos - Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
de do, dos com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência re-
em no, nos solverá os problemas de Sua Senhoria.
por (per) pelo, pelos
a, as um, uns uma, umas - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
à, às - - de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de
da, das dum, duns duma, dumas S. Paulo.
na, nas num, nuns numa, numas
pela, pelas - - Morfossintaxe

- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o ar-
crase. tigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo:
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se mani- A existência é uma poesia.
festam: Uma existência é a poesia.
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
“ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do artigo, termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amigui-
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar nhas.
toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.

Didatismo e Conhecimento 30
PORTUGUÊS
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: - COMPARATIVAS
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as ami- Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
guinhas mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio.
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segu-
rou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: - CONCESSIVAS
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo
3ª oração: quando viu as amiguinhas. que, apesar de, se bem que.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a ter- Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
ceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As palavras inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
“e” e “quando” ligam, portanto, orações. Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
cansada)
Observe: Gosto de natação e de futebol. Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou
termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando - CONFORMATIVAS
termos de uma mesma oração. Principais conjunções conformativas: como, segundo, confor-
me, consoante
Morfossintaxe da Conjunção Cada um colhe conforme semeia.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem pro-
priamente uma função sintática: são conectivos. - CONSECUTIVAS
Classificação Expressam uma ideia de consequência.
- Conjunções Coordenativas Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
- Conjunções Subordinativas “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
Conjunções coordenativas
- FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Dividem-se em:
Todos trabalham para que possam sobreviver.
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto de
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
cantar e de dançar.
(=para que),
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
não só...como também.
- PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
mais, ao passo que, à proporção que.
de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, to-
davia, no entanto, entretanto. - TEMPORAIS
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. Quando eu sair, vou passar na locadora.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já. Diferença entre orações causais e explicativas
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações.
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar. Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a
do verbo), portanto, por conseguinte, assim. dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa.
Veja os exemplos:
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser atro-
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. pelado”:
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
verbo), porquanto. uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes uma
Conjunções subordinativas da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm mar-
cadas por vírgula.
- CAUSAIS Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
vez que, como (= porque). Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será expli-
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. cativa.
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)

Didatismo e Conhecimento 31
PORTUGUÊS
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
porque não havia cemitério no local.” As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada (parte 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza,
destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da oração dor, etc.
principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no início do Você faz o que no Brasil?
período, introduzida pela conjunção como - o que não ocorre com Eu? Eu negocio com madeiras.
a CS Explicativa. Ah, deve ser muito interessante.
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
mortos em outra cidade. 2) Sintetizar uma frase apelativa
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente depen- Cuidado! Saia da minha frente.
dentes uma da outra.
As interjeições podem ser formadas por:
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensa- - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
ções, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. bolas!
Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da en-
tonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Ele empregou a interjeição Droga! Classificação das Interjeições
As sentenças da língua costumam se organizar de forma ló-
gica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui Comumente, as interjeições expressam sentido de:
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!,
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia Olha!, Alerta!
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Veja os exemplos: - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
Bravo! Bis! - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Âni-
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito mo!, Adiante!, Firme!, Toca!
bom! Repitam!” - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
(sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças - Desculpa: Perdão!
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
contexto específico. Exemplos: Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!,
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Putz!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
O significado das interjeições está vinculado à maneira como - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o senti- - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!,
do que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
Exemplos: - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
espere!” Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem
um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
silêncio!” No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem varia-
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! ção em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
puxa: interjeição; tom da fala: euforia processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
puxa: interjeição; tom da fala: decepção até loguinho.

Didatismo e Conhecimento 32
PORTUGUÊS
Locução Interjetiva Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os nú-
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão meros indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é
com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas
dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! sim de algarismos.
Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem! Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia ex-
pressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas
Observações: numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe
que me desculpe. Classificação dos Numerais

- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu tom Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: um,
exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais podem dois, cem mil, etc.
aparecer como interjeições. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada: pri-
Viva! Basta! (Verbos) meiro, segundo, centésimo, etc.
Fora! Francamente! (Advérbios) Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos
seres: meio, terço, dois quintos, etc.
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase” porque Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!, Ajudem-me!, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo,
Silêncio!, Fique quieto! quíntuplo, etc.

- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que Leitura dos Numerais


exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unida-
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Faz- des ligam-se pela conjunção “e”.
se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos depois 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
do “ó” vocativo. e seis.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Flexão dos numerais
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de pala-
vras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo ou Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/
no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho! duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante:
trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como
Interjeições, leitura e produção de textos milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões, bilhões, trilhões.
Os demais cardinais são invariáveis.
Usadas com muita frequência na língua falada informal, quando
empregadas na língua escrita, as interjeições costumam conferir-lhe Os numerais ordinais variam em gênero e número:
certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso, elas podem primeiro segundo milésimo
muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como a escassez primeira segunda milésima
de vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a primeiros segundos milésimos
origem geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos diá- primeiras segundas milésimas
logos - que comumente se faz uso das interjeições com o objetivo de
caracterizar personagens e, também, graças à sua natureza sintética, Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em
agilizar as falas. Natureza sintética e conteúdo mais emocional do funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o
que racional fazem das interjeições presença constante nos textos triplo de produção.
publicitários. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-
se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do medicamento.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Ob-
serve: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um
isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
sequência. É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos nu-
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. merais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] ocorre em frases como:
Eu quero café duplo, e você? “Me empresta duzentinho...”
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] É artigo de primeiríssima qualidade!
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de “fila”] divisão de futebol)

Didatismo e Conhecimento 33
PORTUGUÊS
Emprego dos Numerais
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empre-
gados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias
de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Didatismo e Conhecimento 34
PORTUGUÊS
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar ter- De + aquela(s) = daquela(s)
mos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há De + isto = disto
uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As De + isso = disso
preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois es- De + aquilo = daquilo
tabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indis- De + aqui = daqui
pensáveis para a compreensão do texto. De + aí = daí
De + ali = dali
Tipos de Preposição De + outro = doutro(s)
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente De + outra = doutra(s)
como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra, de, Em + este(s) = neste(s)
desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro Em + esta(s) = nesta(s)
de, para com. Em + esse(s) = nesse(s)
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramati- Em + aquele(s) = naquele(s)
cais que podem atuar como preposições: como, durante, exceto, Em + aquela(s) = naquela(s)
fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Em + isto = nisto
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como
Em + isso = nisso
uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas: abaixo
Em + aquilo = naquilo
de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com,
A + aquele(s) = àquele(s)
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto
a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de. A + aquela(s) = àquela(s)
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode A + aquilo = àquilo
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gê-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. Dicas sobre preposição
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
preposição, mas das palavras às quais ela se une. 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um artigo,
pode se dar a partir de dois processos: virá precedendo um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como
um substantivo singular e feminino.
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + artigos definidos o, os Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + o = ao
preposição a + advérbio onde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos
a + onde = aonde e estabelece relação de subordinação entre eles.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um
Preposição + Artigos tratamento adequado.
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s) - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a
De + um = dum função de um substantivo.
De + uns = duns Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como parte
De + uma = duma da família
De + umas = dumas Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio
Em + o(s) = no(s)
que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das pre-
Em + uma = numa
posições:
Em + uns = nuns
Em + umas = numas Destino = Irei para casa.
A + à(s) = à(s) Modo = Chegou em casa aos gritos.
Por + o = pelo(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Por + a = pela(s) Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Preposição + Pronomes Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + ele(s) = dele(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tratamento.
De + ela(s) = dela(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + este(s) = deste(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + esta(s) = desta(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esse(s) = desse(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + essa(s) = dessa(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + aquele(s) = daquele(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.

Didatismo e Conhecimento 35
PORTUGUÊS
Origem = Nós somos do Nordeste, e você? Pronome Reto
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores.
Fonte:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (ape-
nas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão,
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro
refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma forma. dos pronomes retos é assim configurado:

A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! - 1ª pessoa do singular: eu
[substituição do nome] - 2ª pessoa do singular: tu
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! - 3ª pessoa do singular: ele, ela
[referência ao nome] - 1ª pessoa do plural: nós
Essa moça morava nos meus sonhos! - 2ª pessoa do plural: vós
[qualificação do nome] - 3ª pessoa do plural: eles, elas
Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele na
qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sen- rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, co-
do colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com muns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pro- escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes
nomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na pra-
ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no ça”, “Trouxeram-me até aqui”.
espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam
uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto
em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas ver-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
bais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo in-
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
dicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
Pronome Oblíquo
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto)
gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). ou complemento nominal.
Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o
seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do
pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diver-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa es- sa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito
cola neste ano. da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância adequada] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acen-
[neste: pronome que determina “ano” = concordância adequada] tuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
inadequada] Pronome Oblíquo Átono
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demons-
trativos, indefinidos, relativos e interrogativos. São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pre-
cedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele me
Pronomes Pessoais deu um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
São aqueles que substituem os substantivos, indicando direta- - 1ª pessoa do singular (eu): me
mente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pro- - 2ª pessoa do singular (tu): te
nomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vo- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
cês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” - 1ª pessoa do plural (nós): nos
para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. - 2ª pessoa do plural (vós): vos
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.

Didatismo e Conhecimento 36
PORTUGUÊS
Observações: Não há mais nada entre mim e ti.
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou Não há nenhuma acusação contra mim.
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma Não vá sem mim.
preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto
indireto na oração. Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo verbo
como objetos indiretos. está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
diretos. Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se Não vá sem eu mandar.
com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, - A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou
no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco.
formas nos exemplos que seguem: Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de
- Trouxeste o pacote? adjunto adverbial de companhia.
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. Ele carregava o documento consigo.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com
- Não contaram a novidade a vocês?
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por
- Não, no-la contaram.
palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum nu-
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; até
meral.
mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais Ele disse que iria com nós três.
depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
-z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo Pronome Reflexivo
tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como ob-
fazeis + o = fazei-lo jetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam que o
dizer + a = dizê-la sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
formas no, nos, na, nas. Por exemplo: Eu não me vanglorio disso.
viram + o: viram-no Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
tem + as = tem-nas Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.
Pronome Oblíquo Tônico
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por pre- Guilherme já se preparou.
posições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse mo- Ela deu a si um presente.
tivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da Antônio conversou consigo mesmo.
oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado: - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são
a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem A Segunda Pessoa Indireta
a forma do pronome pessoal do caso reto. A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utiliza-
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pes- mos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto,
soais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contex- a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos
tos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no
costumam ser usados desta forma: quadro seguinte:

Didatismo e Conhecimento 37
PORTUGUÊS
Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) acerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no tratamento ceri-
monioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões,
a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação à pessoa com
quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado
por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo
que ocupa.

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os
verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do
tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O
uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

NÚMERO PESSOA PRONOME


singular primeira meu(s), minha(s)
singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s)
plural terceira seu(s), sua(s)

Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído:
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Didatismo e Conhecimento 38
PORTUGUÊS
Observações: - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da altera- procuraram ontem.
ção fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o proble-
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ma.
ter outros empregos, como: - semelhante(s): Não compre semelhante livro.
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus de- Note que:
feitos, mas eu gosto muito dela. - Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em construções
redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum termo
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera em cheio casando
possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe sua mensagem? com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda sorte!
com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos áto- - O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um termo
nos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (= Vou ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece, geralmen-
seguir seus passos.) te, como objeto direto, predicativo ou aposto: O casamento seria um
desastre. Todos o pressentiam.
Pronomes Demonstrativos
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a po- comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então,
sição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém teve
relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou discurso. coragem de falar antes que ela o fizesse.
No espaço:
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencionada
perto da pessoa que fala. em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O referido
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele casado, sol-
perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala. teiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está
afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A me-
nina foi a tal que ameaçou o professor?
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por
meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com prono-
particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os me demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no, etc:
seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
Trocá-los pode causar ambiguidade.
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar infor- Pronomes Indefinidos
mações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade desti-
natária). São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dan-
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no do-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade inde-
próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a terminada.
mensagem). Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.
No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere ao Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de quem
ano presente. se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a um uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente exis-
passado próximo. te, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar. Clas-
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se refe- sificam-se em:
rindo a um passado distante.
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariá- ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo, al-
veis, observe: guém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). Algo o incomoda?
Invariáveis: isto, isso, aquilo. Quem avisa amigo é.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem ser - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso
substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São eles:
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) cada, certo(s), certa(s).
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que Cada povo tem seus costumes.
te indiquei.) Certas pessoas exercem várias profissões.

Didatismo e Conhecimento 39
PORTUGUÊS
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro- O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome de-
nomes indefinidos adjetivos: monstrativo o, a, os, as.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), de- Não sei o que você está querendo dizer.
mais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhu- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
ma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, Quem casa, quer casa.
qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s),
toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Observe:
Menos palavras e mais ações. Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
Alguns se contentam pouco. cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
invariáveis. Observe: Note que:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, - O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta, por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o
outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, mui- qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um
tos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, substantivo.
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
cada. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
São locuções pronominais indefinidas:
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente prono-
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem mes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar
quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias
(= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com
Cada um escolheu o vinho desejado. referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de de-
terminadas preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste
Indefinidos Sistemáticos
caso, geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvi-
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebe-
das? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
mos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido.
É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que
refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser
indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam
poeta, que era a sua vocação natural.
uma totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pes-
soa, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e - O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas
qualquer, que generaliza. com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das
Essas oposições de sentido são muito importantes na constru- quais.
ção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas (antecedente) (consequente)
frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados
imprimem às afirmações de que fazem parte: - “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prá- pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
tico. Emprestei tantos quantos foram necessários.
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pes- (antecedente)
soas quaisquer. Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)
Pronomes Relativos
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre prece-
São aqueles que representam nomes já mencionados anterior- dido de preposição.
mente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subor- É um professor a quem muito devemos.
dinadas adjetivas. (preposição)
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
grupo racial sobre outros. - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = ora- e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava
ção subordinada adjetiva). foi assaltada.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e in- - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.
troduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” é Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no ex-
antecedente do pronome relativo que. terior.

Didatismo e Conhecimento 40
PORTUGUÊS
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como fazendo.
você agiu semana passada. - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos eu estava fazendo.
jogar videogame.
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pes-
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa soais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que
só frase. se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as,
O futebol é um esporte. lhe, lhes, nos e vos.
O povo gosta muito deste esporte. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a 2. ênclise: pronome depois do verbo
elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que conver- 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
sava, (que) ria, (que) fumava.
Próclise
Pronomes Interrogativos
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou - Palavras com sentido negativo:
indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- -se Nada me faz querer sair dessa cama.
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interro- Não se trata de nenhuma novidade.
gativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. - Advérbios:
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas pre- Nesta casa se fala alemão.
feres.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
passageiros desembarcaram.
- Pronomes relativos:
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Sobre os pronomes:
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujei-
- Pronomes indefinidos:
to na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desem-
Quem me disse isso?
penha função de complemento. Vamos entender, primeiramente,
como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Ob- Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
serve as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. - Pronomes demonstrativos:
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe Isso me deixa muito feliz!
ajudar. Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem - Preposição seguida de gerúndio:
função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na se- Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
gunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de indicado à pesquisa escolar.
complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pro- - Conjunção subordinativa:
nome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
Ajudar quem? Você (lhe). Ênclise

Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou en- vai acontecer quando:
tre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) esteja - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
no infinitivo ou gerúndio. Amem-se uns aos outros.
Eu desejo lhe perguntar algo. Sigam-me e não terão derrotas.
Eu estou perguntando-lhe algo.
- O verbo iniciar a oração:
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: Diga-lhe que está tudo bem.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos Chamaram-me para ser sócio.
segundos que são sempre precedidos de preposição.

Didatismo e Conhecimento 41
PORTUGUÊS
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição “a”: 03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). A subs-
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. tituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:
- O verbo estiver no gerúndio: A) mostrando o rio= mostrando-o.
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
Despediu-se, beijando-me a face. C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada lhes
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: acrescentariam.
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no mesmo E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter-
nativa em que o pronome destacado está posicionado de acordo com
Mesóclise a norma-padrão da língua.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro (B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
do presente ou no futuro do pretérito: (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
realizará) (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma proposta
a você) 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alternativa
cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma pa-
Questões sobre Pronome drão da língua.
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012). (B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não está
(D) Conformado, se rendeu às punições.
claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em
(E) Todos querem que combata-se a corrupção.
melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a
água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mes-
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale a alter-
mo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si
nativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a nor-
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re-
ma-padrão da língua portuguesa.
pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles se-
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda jam sempre trazidos junto ao corpo.
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de ter
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po- de procurar a dona de uma bolsa perdida.
líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção. (C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos restituir
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que abrisse a
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, referem- bolsa que encontrara.
-se, respectivamente, a (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendência
(A) dúvidas e preços. natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
(B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos. 07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
(D) companhias e preços do carbono e da água. Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
(E) políticas de crescimento e preços adequados. tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
prazo.
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- adap.). Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e respec-
Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho grifado está correta- tivamente, considerando a norma culta da língua.
mente substituído por um pronome em: A) a que … acaba … à
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo B) com que … acabam … à
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-lhes de- C) de que … acabam … a
salentado D) em que … acaba … a
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe- E) dos quais … acaba … à
cê-lo?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia 08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013-adap.).
ser-lhe Assinale a alternativa que substitui, correta e respectivamente, as la-
E) incomodaram o general... − incomodaram-no cunas do trecho.
______alguns anos, num programa de televisão, uma jovem fa-
zia referência______ violência______ o brasileiro estava sujeito
de forma cômica.

Didatismo e Conhecimento 42
PORTUGUÊS
A) Fazem... a ... de que 4-)
B) Faz ...a ... que (A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
C) Fazem ...à ... com que (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
D) Faz ...à ... que (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
E) Faz ...à ... a que (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança

09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) 5-)


As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes. (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está abalada.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (D) Conformado, rendeu-se às punições.
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados (E) Todos querem que se combata a corrupção.
acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem
dada, em: 6-)
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação de ter
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes (C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos restituir
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los um objeto à pessoa que o perdeu.
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los (D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que abrisse
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013- a bolsa que encontrara.
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos esta- (E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma tendência
belecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste- natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
munhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo com 7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produtos
a norma-padrão, os pronomes que substituem, corretamente, os de que não necessitam e acabam tendo de pagar tudo a
termos em destaque são: prazo.
A) os comprovam … ajudá-la.
B) os comprovam …ajudar-la. 8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jovem
C) os comprovam … ajudar-lhe. fazia referência à violência a que o brasileiro estava sujeito
D) lhes comprovam … ajudar-lhe. de forma cômica.
E) lhes comprovam … ajudá-la. Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular

GABARITO 9-)
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblíquo no/
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C na (fizeram-na, colocaram-no)
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe” é
para objeto indireto
RESOLUÇÃO convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe”
é para objeto indireto
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos fe-
a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que lizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão ajudar
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si a polícia na investigação.
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re- felizmente os comprovam ... ajudá-la
pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer (advérbio)
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po- é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção. os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
2-)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os desalen- -sentimentos: raiva, amor...
tado -estados: alegria, tristeza...
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe- -qualidades: honestidade, sinceridade...
cê-las ? -ações: corrida, pescaria...
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia
sê-lo

3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las

Didatismo e Conhecimento 43
PORTUGUÊS
Morfossintaxe do substantivo Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações
e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exer- quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), via-
ce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo gem (ação), saudade (sentimento).
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do
agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento 3 - Substantivos Coletivos
nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob-
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abe-
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quan- lha, mais outra abelha.
do essas funções são desempenhadas por grupos de palavras. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Classificação dos Substantivos
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
1- Substantivos Comuns e Próprios repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
bairros). (abelhas).

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso significa que Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo es-
a palavra cidade é um substantivo comum. tando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma mes-
ma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, mulher, país, Substantivo coletivo Conjunto de:
cachorro. assembleia pessoas reunidas
Estamos voando para Barcelona. alcateia lobos
acervo livros
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. antologia trechos literários selecionados
Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele que designa arquipélago ilhas
os seres de uma mesma espécie de forma particular: Londres, Pauli- banda músicos
nho, Pedro, Tietê, Brasil. bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
2 - Substantivos Concretos e Abstratos batalhão soldados
cardume peixes
LÂMPADA MALA caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência cáfila camelos
própria, que são independentes de outros seres. São substantivos con- cancioneiro canções, poesias líricas
cretos. colmeia abelhas
chusma gente, pessoas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, inde- concílio bispos
pendentemente de outros seres. congresso parlamentares, cientistas.
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e elenco atores de uma peça ou filme
do mundo imaginário. esquadra navios de guerra
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc. enxoval roupas
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc. falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
Observe agora: feixe lenha, capim
Beleza exposta flora vegetais de uma região
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício
O substantivo beleza designa uma qualidade. horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de júri jurados
outros para se manifestar ou existir. legião soldados, anjos, demônios
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. leva presos, recrutas
Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A malta malfeitores ou desordeiros
beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra manada búfalos, bois, elefantes,
beleza é um substantivo abstrato. matilha cães de raça

Didatismo e Conhecimento 44
PORTUGUÊS
molho chaves, verduras Flexão de Gênero
multidão pessoas em geral
ninhada pintos Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
penca bananas, chaves masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os subs-
pinacoteca pinturas, quadros tantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
quadrilha ladrões, bandidos estes títulos de filmes:
ramalhete flores O velho e o mar
rebanho ovelhas Um Natal inesquecível
récua bestas de carga, cavalgadura Os reis da praia
repertório peças teatrais, obras musicais
réstia alhos ou cebolas Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
romanceiro poesias narrativas precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
revoada pássaros A história sem fim
sínodo párocos Uma cidade sem passado
talha lenha As tartarugas ninjas
tropa muares, soldados Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
Formação dos Substantivos sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
Substantivos Simples e Compostos poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou ra- Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma úni-
dical. É um substantivo simples. ca forma, que serve tanto para o masculino quanto para o femini-
no. Classificam-se em:
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento. - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra ma-
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: cho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a
+ chuva). Esse substantivo é composto. criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
indivíduo.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais ele- - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
mentos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista
e a artista.
Substantivos Primitivos e Derivados
Meu limão meu limoeiro, Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
meu pé de jacarandá... ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma,
o teorema.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de ne- - Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam
nhum outro dentro de língua portuguesa. em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra pala- - Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculi-
vra. no: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
Flexão dos substantivos formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quan- - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
do sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode -troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
sofrer variações para indicar:
Plural: meninos Feminino: menina Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
- Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz

Didatismo e Conhecimento 45
PORTUGUÊS
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - con- b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O
sulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa / problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a per-
conde - condessa / profeta - profetisa sonagem.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográ-
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por fico Ana Belmonte.
-a: elefante - elefanta Observe o gênero dos substantivos seguintes:

- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), o
feminino: bode – cabra / boi - vaca sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã,
o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
- Substantivos que formam o feminino de maneira especial, pernoite, o púbis.
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czari-
na réu - ré Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a cata-
plasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal, a
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. - São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o es-
masculino e o feminino. tigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para de-
signar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epice- Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
nos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de espe-
cificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades:
A cobra macho picou o marinheiro.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Sobrecomuns:
A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza.
A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
Uma Londres imensa e triste.
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se
refere a palavra. Veja: Gênero e Significação:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculino e ou-
tra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da
Outros substantivos sobrecomuns: tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa cria- que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
tura. a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o cisma
faleceu (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, descon-
fiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de combustão),
Comuns de Dois Gêneros: o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda dos senti-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. dos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em
coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sa-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que cramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar),
a palavra motorista é um substantivo uniforme. o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vegeta-
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do arti- ção), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena
go ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a grama
colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento),
o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética), o
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gê- nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fu-
neros. maça (trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomotiva
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior do boné
pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação
dos contos de carochinha. emissora), o voga (remador), a voga (moda, popularidade).

Didatismo e Conhecimento 46
PORTUGUÊS
Flexão de Número do Substantivo - Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Plural dos Substantivos Simples - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados
de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” fa- verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
zem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
- hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones. -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”:
homem - homens. - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando forma-
dos de:
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colô-
acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. nia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
Atenção: O plural de caráter é caracteres. e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante do
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior:
plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – ca- palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-re-
racóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. lógio, notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã,
peixe- -espada - peixes-espada.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
maneiras: - Permanecem invariáveis, quando formados de:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: - Casos Especiais
répteis ou reptis (pouco usada). o louva-a-deus e os louva-a-deus
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas o bem-te-vi e os bem-te-vis
maneiras: o bem-me-quer e os bem-me-queres
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo o joão-ninguém e os joões-ninguém.
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o Plural das Palavras Substantivadas
lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
maneiras. flexões próprias dos substantivos.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações Pese bem os prós e os contras.
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães O aluno errou na prova dos noves.
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
- os látex. variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e al-
guns dez.
Plural dos Substantivos Compostos
Plural dos Diminutivos
-A formação do plural dos substantivos compostos depende
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são acrescenta-se o sufixo diminutivo.
grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, animai(s) + zinhos = animaizinhos
malmequer/malmequeres. botõe(s) + zinhos = botõezinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são li- chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
gados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. farói(s) + zinhos = faroizinhos
Algumas orientações são dadas a seguir: tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas

Didatismo e Conhecimento 47
PORTUGUÊS
mão(s) + zinhas = mãozinhas honras (homenagem, títulos).
papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com sen-
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas tido de plural:
funi(s) + zinhos = funizinhos Aqui morreu muito negro.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas im-
pai(s) + zinhos = paizinhos provisadas.
pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos Flexão de Grau do Substantivo

Plural dos Nomes Próprios Personativos Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as varia-
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que a ções de tamanho dos seres. Classifica-se em:
terminação preste-se à flexão. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado nor-
Os Napoleões também são derrotados. mal. Por exemplo: casa
As Raquéis e Esteres.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Plural dos Substantivos Estrangeiros Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos como indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando terminam
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz.
aumento. Por exemplo: casarão.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os esportes,
as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens. Pode ser:
Observe o exemplo: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
diminuição. Por exemplo: casinha.
Plural com Mudança de Timbre
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, núme-
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre ro, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer);
metafonia (plural metafônico). desejo (querer).
Singular Plural O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
corpo (ô) corpos (ó) possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva
esforço esforços e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos
fogo fogos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilida-
forno fornos des de flexão que esses verbos possuem.
fosso fossos
imposto impostos Estrutura das Formas Verbais
olho olhos Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar
osso (ô) ossos (ó) os seguintes elementos:
ovo ovos - Radical: é a parte invariável, que expressa o significado es-
poço poços sencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
porto portos
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a con-
posto postos
jugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
tijolo tijolos
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir).
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, espo-
sos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. - Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tem-
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de molho po e o modo do verbo. Por exemplo:
(ó) = feixe (molho de lenha). falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
Particularidades sobre o Número dos Substantivos - Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pes-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, o soa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural):
leste, o oeste, a fé, etc. falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, as falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular: Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (com-
bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom nome) e por, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma

Didatismo e Conhecimento 48
PORTUGUÊS
arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desa- Dá para me arrumar uns trocados?
parecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe,
pões, põem, etc. * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas A fruta amadureceu.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos ver- As frutas amadureceram.
bos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facili- Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
dade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.
verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizo-
tônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar:
galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
Classificação dos Verbos
Classificam-se em: Os principais verbos unipessoais são:
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preci-
de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: so, necessário, etc.):
canto cantei cantarei cantava cantasse. Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bas-
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no tante.)
radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse. Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação com- É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
pleta. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais:
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmen- 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
te, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos conjunção que.
impessoais são: Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fu-
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou
mar.)
fazer (em orações temporais).
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
(Sujeito: que não vejo Cláudia)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos mor-
fológicos ou eufônicos. Por exemplo:
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do in-
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
dicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que prova-
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia. velmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são - verbo computar. Este verbo teria como formas do presente
impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escu- do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
recer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-humora- considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões
do”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repu-
verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser im- diadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo
pessoal para ser pessoal. computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da infor-
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) mática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) - Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma
com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer
** São impessoais, ainda: no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irre-
Já passa das seis. gular). Observe:
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indi-
cando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.

Didatismo e Conhecimento 49
PORTUGUÊS
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

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Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides, fui, foste,
pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompa-
nhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo


Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito
sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

Didatismo e Conhecimento 50
PORTUGUÊS
SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo


Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

Didatismo e Conhecimento 51
PORTUGUÊS
HAVER - Formas Nominais
Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do su-
jeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos
essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-
-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome
oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou
transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo:
Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.

Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos
reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por
exemplo:
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Didatismo e Conhecimento 52
PORTUGUÊS
Modos Verbais Tempos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre es-
tudo. 1. Tempos do Indicativo
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
estude amanhã. - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num mo-
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, me- mento anterior ao atual, mas que não foi completamente termina-
nino. do: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momen-
Formas Nominais to anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele estudou as
lições ontem à noite.
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advér- antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
bio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substanti- - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num
vo. Por exemplo: tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará as
Viver é lutar. (= vida é luta) lições amanhã.
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer pos-
teriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse dinheiro,
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma viajaria nas férias.
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. 2. Tempos do Subjuntivo
Era preciso ter lido este livro. - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas pos-
do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinên- terior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
cias, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexio-
na-se da seguinte maneira: Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa co- momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja, leva-
locação. rá as encomendas.

- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad- Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que in-
vérbio. Por exemplo: dicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) levará as encomendas.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

- Particípio: quando não é empregado na formação dos tem-


pos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por
exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma


relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
(adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para re-
presentar a escola.

Didatismo e Conhecimento 53
PORTUGUÊS
Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal (1ª/2ª e 3ª conj.) Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Didatismo e Conhecimento 54
PORTUGUÊS
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desi-
nência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema
desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Didatismo e Conhecimento 55
PORTUGUÊS
Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se
aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
_____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm

02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída.
(B) atemporal.
(C) contínua.
(D) hipotética.
(E) futura.

03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.

Didatismo e Conhecimento 56
PORTUGUÊS
04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa 09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas
exprime possibilidade. se dá em conformidade com a norma-padrão da língua.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema (A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias... (B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter aconte-
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e cido com a criança.
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. (C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associa- preocupados.
ção, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas. (D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito (E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
está ligado a uma nova concepção de textualidade... se perdeu mesmo assim.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
toda a literatura do mundo... 10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP –
2013-adap.). Leia as frases a seguir.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego,
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi-
PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se pas-
mentada.
sarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do indicativo,
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
teremos a forma:
verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
A) puder. A) Existia – Haviam – Existiam
B) poderia. B) Existiam – Havia – Existiam
C) pôde. C) Existiam – Haviam – Existiam
D) poderá. D) Existiam – Havia – Existia
E) pudesse. E) Existia – Havia – Existia

06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em GABARITO


que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma-
-padrão. 01. B 02. C 03. E 04. B 05. B
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da impres- 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
são definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio. RESOLUÇÃO
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar no
feriado. 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu mantivessem a atenção voltada para seus pertences, conservando-
superior. -os junto ao corpo.

07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando que-
alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da das sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem expressa ação contínua (= não concluída)
encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensa-
gem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
(A) Caso a criança se havia perdido… um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
pergunta “débito ou crédito?”.
(B) Caso a criança perdeu…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
(C) Caso a criança se perca…
segundo ideias preconcebidas.
(D) Caso a criança estivera perdida…
(E) Caso a criança se perda…
4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.). = verbo no futuro do pretérito
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo
futuro. 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
A) Os consumidores são assediados pelo marketing … Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos,
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar. vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… econômico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele)
D) … de onde vem o produto…? = poderia.
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…

Didatismo e Conhecimento 57
PORTUGUÊS
6-) Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se do origi-
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em silên- nal “dar” durante a conjugação, sendo considerado verbo irregular.
cio. Exemplo: Conjugação do verbo valer:
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
no feriado. Modo Indicativo
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... Presente
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a eu valho
seu superior. tu vales
ele vale
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve nós valemos
uma grande perda salarial...) vós valeis
eles valem
8-)
A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente Pretérito Perfeito do Indicativo
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… eu vali
= pretérito do Subjuntivo tu valeste
D) … de onde vem o produto…? = presente ele valeu
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = preté- nós valemos
rito perfeito vós valestes
eles valeram
9-)
(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. Pretérito Imperfeito do Indicativo
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter aconteci- eu valia
do com a criança. tu valias
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada. ele valia
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança nós valíamos
vós valíeis
se perdeu mesmo assim.
eles valiam
10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
deira no animal.
eu valera
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
tu valeras
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi-
ele valera
mentada. nós valêramos
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; vós valêreis
existir = variável. Portanto, temos: eles valeram
I – Existiam onze pessoas...
II – Havia muitos ferimentos... Futuro do Presente do Indicativo
III – Existia muita gente... eu valerei
tu valerás
ele valerá
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações em seu nós valeremos
radical ou em suas desinências, afastando-se do modelo a que per- vós valereis
tencem. eles valerão
No português, para verificar se um verbo sofre alterações, bas-
ta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Ex: Futuro do Pretérito do Indicativo
faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude. eu valeria
Não é considerada irregularidade a alteração gráfica do radi- tu valerias
cal de certos verbos para conservação da regularidade fônica. Ex: ele valeria
embarcar – embarco, fingir – finjo. nós valeríamos
vós valeríeis
Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do indi- eles valeriam
cativo:
Eu dou Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
Tu dás eu tinha valido
Ele dá tu tinhas valido
Nós damos ele tinha valido
Vós dais nós tínhamos valido
Eles dão vós tínheis valido
eles tinham valido

Didatismo e Conhecimento 58
PORTUGUÊS
Gerúndio do verbo valer = valendo Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos irregu-
lares:
Modo Subjuntivo Dizer
Presente Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem.
que eu valha Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, disse-
que tu valhas mos, dissestes, disseram.
que ele valha Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá, diremos,
que nós valhamos direis, dirão.
que vós valhais
que eles valham Fazer
Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fizes-
se eu valesse tes, fizeram.
se tu valesses Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará, faremos,
se ele valesse fareis, farão.
se nós valêssemos
se vós valêsseis Ir
se eles valessem Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos, fostes,
Futuro do Subjuntivo foram.
quando eu valer Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, iremos, ireis,
quando tu valeres irão.
quando ele valer Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes, forem.
quando nós valermos
quando vós valerdes Querer
quando eles valerem Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos, que-
reis, querem.
Imperativo Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis, quise-
Imperativo Afirmativo mos, quisestes, quiseram.
-- Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, queiramos,
vale tu queirais, queiram.
valha ele
valhamos nós Ver
valei vós Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem.
valham eles Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, vistes,
viram.
Imperativo Negativo Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá, veremos,
-- vereis, verão.
não valhas tu Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
não valha ele
não valhamos nós Vir
não valhais vós Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.
não valham eles Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, viemos, vies-
tes, vieram.
Infinitivo Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, viremos,
Infinitivo Pessoal vireis, virão.
por valer eu Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vie-
por valeres tu rem.
por valer ele
por valermos nós Vozes do Verbo
por valerdes vós
por valerem eles Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar
se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes
Infinitivo Impessoal = valer verbais:
Particípio = Valido
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa
pelo verbo. Por exemplo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

Didatismo e Conhecimento 59
PORTUGUÊS
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex- Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina de
pressa pelo verbo. Por exemplo: paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o sig-
O trabalho foi feito por ele. nificado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz
sujeito paciente ação agente passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito.
da passiva Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem:
SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA PASSIVA.
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e pa-
ciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
O menino feriu-se.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancial-
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a no- mente o sentido da frase.
ção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao outro) Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico Sujeito da Passiva Agente da Passiva
e sintético.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito
1- Voz Passiva Analítica da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exem-
verbo principal. Por exemplo: plos:
A escola será pintada. - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
O trabalho é feito por ele. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mes-
tres.
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre- - Eu o acompanharei.
posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de. Ele será acompanhado por mim.
Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja ex- Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudica-
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), ram-me. / Fui prejudicado.
pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases
seguintes: Saiba que:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos,
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo) são chamados neutros.
O vinho é bom.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) Aqui chove muito.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
- Há formas passivas com sentido ativo:
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mes-
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a trans- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
formação da frase seguinte: Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci-
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como au- paciente.
xiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença. Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
2- Voz Passiva Sintética Operou-se de hérnia.
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo Vacinaram-se contra a gripe.
na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso. Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sin-
tética.

Didatismo e Conhecimento 60
PORTUGUÊS
Questões sobre Vozes dos Verbos 07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis-
01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- tintamente as músicas produzidas no interior do país...
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é resultante será:
(A) adjunto adnominal. (A) vinham indicadas.
(B) sujeito paciente. (B) era indicado.
(C) objeto indireto. (C) eram indicadas.
(D) complemento nominal. (D) tinha indicado.
(E) agente da passiva. (E) foi indicada.

02. (FCC-COPERGÁS – Auxiliar Técnico Administrativo - 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. Transpondo- PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 -
-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está em:
(A) era abatido. (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
(B) fora abatido. (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro”
(C) abatera-se. (C) “enviar o brinquedo por sedex”
(D) foi abatido. (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do
(E) tinha abatido Consumidor”
(E) “A empresa fez campanha para recolher”
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
como tais. Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo passará a entender a tradução completa, a forma verbal resultante será:
ser, corretamente, (A) veio a ser entendida.
(A) perceba. (B) teria entendido.
(B) foi percebido. (C) fora entendida.
(C) tenham percebido.
(D) terá sido entendida.
(D) devam perceber.
(E) tê-la-ia entendido.
(E) estava percebendo.
10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela
TADA)
multidão...
A forma verbal resultante da transposição da frase acima para ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mu-
a voz ativa é: lheres.
(A) ocupava-se. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
(B) ocupavam. resultante será:
(C) ocupou. (A) foi empreendida.
(D) ocupa. (B) são empreendidos.
(E) ocupava. (C) foi empreendido.
(D) é empreendida.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (E) são empreendidas.
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva está em:
(A) Quando Rodolfo surgiu... GABARITO
(B) ... adquiriu as impressoras...
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
(D) ... acolheu-o como patrono. 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do Recife ...
RESOLUÇÃO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a consti- 1-) No enunciado temos uma oração com a voz passiva do ver-
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... bo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou da Paz
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funciona como
resultante é: sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a de agente da
a) se constituiu. passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
b) chegou a ser constituído.
c) teria chegado a constituir. 2-) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele foi
d) chega a se constituir. abatido...
e) chegaria a ser constituído.

Didatismo e Conhecimento 61
PORTUGUÊS
3-) ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade Casos referentes a sujeito simples
como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: que
a sociedade perceba os valores e princípios... 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em
número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
4-) As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos na pas-
siva, um verbo na ativa: 2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo co-
A multidão ocupava as ruas. letivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A multidão,
apavorada, saiu aos gritos.
5-) Observação:
B = as impressoras foram adquiridas... - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
C = família numerosa é sustentada... no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o plural:
D – foi acolhido como patrono... Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada... Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

6-) O engajamento moral e político não chegou a constituir um 3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, repre-
deslocamento da atenção intelectual de Said = dois verbos na voz ati- sentadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, uma porção
va, mas com presença de preposição e, um deles, no infinitivo, então de” entre outras, o verbo tanto pode concordar com o núcleo dessas ex-
o verbo auxiliar “ser” ficará no infinitivo (na voz passiva) e o verbo pressões quanto com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos
principal (constituir) ficará no particípio: Um deslocamento da atenção resolveu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
intelectual de Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproxima-
7-)’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no tivas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda com o
interior do país. substantivo determinado por elas: Cerca de mil candidatos se inscre-
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo, in- veram no concurso.
distintamente.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão “mais
8-)
de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candidato se ins-
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa
creveu no concurso de piadas.
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro” = voz
Observação:
ativa
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa
um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deve-
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do
rá permanecer no plural:
Consumidor” = voz passiva
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campa-
nha de doação de alimentos.
9-)Mais tarde vim a entender a tradução completa... Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de
A tradução completa veio a ser entendida por mim. formatura.
10-) ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mulhe-
res. 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”, o
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira quase clan- verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atuaram
destina. na Copa América.

7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais,


representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós, alguns
7. VERBO. CONCORDÂNCIA de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas questões
NOMINAL E VERBAL. básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o ver-
bo poderá com ele concordar, como poderá também concordar com
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos referindo à o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de nós o
relação de dependência estabelecida entre um termo e outro mediante receberão.
um contexto oracional. Desta feita, os agentes principais desse proces- - Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no sin-
so são representados pelo sujeito, que no caso funciona como subordi- gular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de nós o
nante; e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. receberá.
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se pela
adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e pessoa” em 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome
relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno chegou atrasado. “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou po-
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz derá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós quem
referência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como podería- contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos toda a
mos também dizer: os alunos chegaram atrasados. verdade para ela.

Didatismo e Conhecimento 62
PORTUGUÊS
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa pa- um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo e
lavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em casa grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
sou eu que decido tudo.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer no
indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou com o singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista, minha
substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos funcionários premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha conquis-
aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a de- ta, minha premiação é fruto de meu esforço.
cisão.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais termos
Observações: da oração para que concordem em gênero e número com o substanti-
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, esse vo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o
deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da diretoria pronome. Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua
50% dos funcionários. maneira.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: 1% Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome concor-
dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria. dam em gênero e número com o substantivo.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinan- - A pequena criança é uma gracinha.
tes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% dos funcionários - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
apoiaram a decisão da diretoria.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra geral
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes mostrada acima.
de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira pessoa do sin- a) Um adjetivo após vários substantivos
gular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das homenagens. - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou con-
Vossa Majestade agradeceu o convite. corda com o substantivo mais próximo.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os deter-
minam: - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este ou concorda com o substantivo mais próximo.
permanece no singular, contanto que o predicativo também esteja no - Ela tem pai e mãe louros.
singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Ma- - Ela tem pai e mãe loura.
chado de Assis. - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permane- o plural.
ce no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial. - O homem e o menino estavam perdidos.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem apa- - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
rece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma potência
mundial. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais próximo.
Casos referentes a sujeito composto Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais
diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado a dois - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com
pressupostos básicos: o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais: Eu, Estavam feridos o pai e os filhos.
tu e ele faremos um lindo passeio. Estava ferido o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou na
3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao ver- Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
bo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compareceram
ao evento. - coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este po-
derá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no plural: d) Pronomes de tratamento
Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compareceu ao
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
evento o pai e seus dois filhos.
Vossa Santidade esteve no Brasil.

Didatismo e Conhecimento 63
PORTUGUÊS
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado m) Meio
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como advérbio: invariável.
As cartas estão anexas. Estou meio (um pouco) insegura.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios. - Como numeral: segue a regra geral.
Obrigado, disse o rapaz. Comi meia (metade) laranja pela manhã.

f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) n) Só


- Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o - apenas, somente (advérbio): invariável.
adjetivo no plural. Só consegui comprar uma passagem.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. - sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas.
g) É bom, é necessário, é proibido
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de Fonte:
artigo ou outro determinante. http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal.htm
Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proi-
bida. 01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A concor-
dância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:
h) Muito, pouco, caro (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que deter-
- Como adjetivos: seguem a regra geral. minam as escolhas dos governantes, para conferir legitimidade a suas
Comi muitas frutas durante a viagem. decisões.
Pouco arroz é suficiente para mim.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser em-
Os sapatos estavam caros.
basados na percepção dos valores e princípios que regem a prática po-
lítica.
- Como advérbios: são invariáveis.
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro regime
Comi muito durante a viagem.
democrático, em que se respeita tanto as liberdades individuais quanto
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
as coletivas.
Comprei caro os sapatos.
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático não
i) Mesmo, bastante
pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único poder
- Como advérbios: invariáveis
Preciso mesmo da sua ajuda. central.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o momen-
to eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes na sociedade.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concordância
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que
j) Menos, alerta satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual, estão
- Em todas as ocasiões são invariáveis. na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua matéria-pri-
Preciso de menos comida para perder peso. ma.
Estamos alerta para com suas chamadas. B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre delineia
novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao ultrapassar os
k) Tal Qual limites da época em que vivem seus autores, gênios no domínio das
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o con- palavras, sua matéria-prima.
sequente. C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe permitem
As garotas são vaidosas tais qual a tia. criar todo um mundo de ficção, em que personagens se transformam
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira interação
com a realidade.
l) Possível D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor somente
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre ambos, o que
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual deste último e o
A mais possível das alternativas é a que você expôs. prazer da leitura.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui leitura
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da ci- obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que ultrapassa os
dade. limites de tempo e de época.

Didatismo e Conhecimento 64
PORTUGUÊS
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para responder 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
à questão. Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de peregri-
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não está nação.
claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em melho- O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso o
rar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a água e (na segmento grifado seja substituído por:
maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mesmo que a amea- (A) Há folheteiros que
ça dos preços do carbono e da água em si ___________diferença, as (B) A maior parte dos folheteiros
companhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 (C) O folheteiro e sua família
dólares por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, (D) O grosso dos folheteiros
elas começam a usar preços- -sombra. Ainda assim, ninguém (E) Cada um dos folheteiros
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequadamente os
insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas de crescimento 07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
verde sempre ___________ a segunda opção. Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas em:
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem precon-
ceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas criações poéticas
tão originais.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à arte
do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores universidades
(A) Restam… faça… será
do país.
(B) Resta… faz… será (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situação
(C) Restam… faz... serão dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requizessem o
(D) Restam… façam… serão respeito que faziam por merecer.
(E) Resta… fazem… será (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e a pouca
visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser resultado do puro e
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa em simples desconhecimento.
que o trecho (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os problemas dos
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de cordelistas estavam diretamente ligados à falta de representatividade.
quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamente
reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até agora Observam-se corretamente as regras de concordância verbal e nominal
uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. em:
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até ago- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os mais
ra uma maneira adequada de os insumos básicos ser quantificados. diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais humildes, são
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até agora cada vez mais comuns nos dias de hoje.
uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam quantificado. b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony Judt,
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de seu tempo,
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja quan- não estão apenas nos livros que escreveram.
tificado. c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e ju-
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até ago- deus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam próxi-
ra uma maneira adequada de se quantificarem os insumos básicos. mos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma trégua.
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade, ainda
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO - que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costumam en-
VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: contrar muito mais detratores que admiradores.
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e escri-
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa...
tores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos livros que
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classificação do
publicavam como pelas posições que corajosamente assumiam.
continente americano (2,0)...
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a concor-
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
dância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos, em: O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o seg-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo ano. mento grifado, deverá ser colocado no plural, está em:
Será que alguém tem opinião diferente da maioria? (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm pes- (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta)
soas de muito longe para brincar de quadrilha. (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos qui- mundial de barris de petróleo)
seram ficar até o nascer do sol na praia. (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo da
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também matéria-prima... (Constantes aumentos)
existem umas que não merecem nossa atenção. (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços mun-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. diais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)

Didatismo e Conhecimento 65
PORTUGUÊS
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assinale 3-) _Restam___dúvidas
a alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas está mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si __
de acordo com a norma-padrão da língua. faça __diferença
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização sub- a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____
terrânea. será_____ a segunda opção.
(B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os trabalhadores Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no plural
da área de limpeza. quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/serão”, por-
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de se tanto a A é que apresenta as opções adequadas.
contrair alguma doença.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da ma- 4-)
nhã, eu já estava fazendo meu serviço. (A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou a agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus funcionários. (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem quanti-
GABARITO ficados.
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C quantificados.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
RESOLUÇÃO agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificados.
1-) Fiz os acertos entre parênteses: (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que deter- agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos básicos.
minam as escolhas dos governantes, para conferir legitimidade a suas = correta
decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem (deve) 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos itens:
ser embasados (embasada) na percepção dos valores e princípios que (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (sin-
regem a prática política. gular)
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro re- (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
gime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as liberdades (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plural)
individuais quanto as coletivas. (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas (plu-
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático não ral)
pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens indiscrimi- (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as formas
nadas de um único poder central. estão no plural)
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados (voltado)
para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as diferentes opiniões 6-)
existentes na sociedade. A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto “folhete-
2-) rios”)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual, estão C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua matéria-pri- D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
ma. = correta E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre deli- 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
neiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor ao ultra- (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o cordel
passarem os limites da época em que vivem seus autores, gênios no sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas cria-
domínio das palavras, sua matéria-prima. ções poéticas tão originais.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes permite (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à
criar todo um mundo de ficção, em que personagens se transformam arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores univer-
em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira interação sidades do país.
com a realidade. (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situação
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor somente dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requizessem
se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre ambos, o (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual deste último (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvalorização e
e o prazer da leitura. a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (podem) ser
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que constituem resultado do puro e simples desconhecimento.
leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que ultra- (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os pro-
passa os limites de tempo e de época. blemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de repre-
sentatividade.

Didatismo e Conhecimento 66
PORTUGUÊS
8-) Fiz as correções entre parênteses: O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacida-
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os de expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas
mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais humildes, significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou
são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje. retirada de uma preposição. Observe:
b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony Judt, A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de seu tempo, A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou pra-
não estão (está) apenas nos livros que escreveram. zer”, satisfazer.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e ju- Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a
deus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam (esteja) alguém”.
próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo me-
nos de terem (ter) alguma trégua. Saiba que:
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade, ainda O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspec-
que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costumam en- tos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As
contrar muito mais detratores que admiradores. preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos intelectuais e se está sendo dito. Veja os exemplos:
escritores como Edward Said, que não apenas era (eram) notícia pelos
livros que publicavam como pelas posições que corajosamente assu- Cheguei ao metrô.
miam. Cheguei no metrô.

9-) No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é


(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há” per- o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei no metrô”,
maneceria no singular popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no pa-
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) = “sabe” drão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem
permaneceria no singular divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo a regência culta.
mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo da com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto:
matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para “re-
um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.
fletem-se”
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços mun-
Verbos Intransitivos
diais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) = “pressio-
na” permaneceria no singular
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante,
no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais
10-) Fiz as correções:
que costumam acompanhá-los.
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
- Chegar, Ir
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da manhã Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção
= eram são: a, para.
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou = Fui ao teatro.
começaram Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


8. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Adjunto Adverbial de Lugar

- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocor- Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.
re entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em
estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, Verbos Transitivos Diretos
que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e
claras. Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos di-
retos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento
Regência Verbal da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar
que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos.
Termo Regente: VERBO Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os ver- verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas
bos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indi- verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando
retos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). complementos verbais, objetos indiretos.

Didatismo e Conhecimento 67
PORTUGUÊS
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, abençoar, Agradeço aos ouvintes a audiência.
aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, Objeto Indireto Objeto Direto
ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, con-
servar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, Paguei o débito ao cobrador.
prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Objeto Direto Objeto Indireto
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo
amar: - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular
Amo aquele rapaz. / Amo-o. cuidado. Observe:
Amo aquela moça. / Amo-a. Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indi- Paguei minhas contas. / Paguei-as.
car posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais). Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Informar
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao
se referir a pessoas, ou vice-versa.
Verbos Transitivos Indiretos Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos in-
diretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o - Na utilização de pronomes como complementos, veja as cons-
estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso truções:
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
“lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)
a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos
indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tôni- Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os se-
cos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. guintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Comparar
- Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição “em”: A Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições
modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos introduzi-
Pedir
dos pela preposição “a”:
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Pedi-lhe favores.
- Responder - Tem complemento introduzido pela preposição “a”.
Objeto Indireto Objeto Direto
Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao que” se
responde.
Respondi ao meu patrão. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Respondemos às perguntas. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Respondeu-lhe à altura. Objetiva Direta

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando expri- Saiba que:
me aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja: - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem cotidiana,
O questionário foi respondido corretamente. deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é consi-
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. derada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos introduzi- Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma oração
dos pela preposição “com”. subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe
Antipatizo com aquela apresentadora. os catálogos em casa).
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para
uma minoria privilegiada. - A construção “dizer para”, também muito usada popularmente, é
igualmente considerada incorreta.
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Preferir
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introdu-
objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: Agradecer, zido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto direto relaciona- Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
do a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: Prefiro trem a ônibus.

Didatismo e Conhecimento 68
PORTUGUÊS
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem termos - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto
intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.
mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre). A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
Mudança de Transitividade X Mudança de Significado A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apre-
sentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes re- CUSTAR
gências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou pre-
além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece ço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verduras não
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os princi- deveriam custar muito.
pais, estão:
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou tran-
AGRADAR sitivo indireto.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando Muito custa viver tão longe da família.
o revê. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não Intransitivo Reduzida de Infinitivo
perde oportunidade de agradá-lo.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satis-
Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
fazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição
Indireto Reduzida de Infinitivo
“a”.
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou. Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atri-
buem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. Observe:
ASPIRAR Custei para entender o problema.
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), Forma correta: Custou-me entender o problema.
inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) IMPLICAR
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambi- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ção: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas) a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implica-
vam um firme propósito.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, mas b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar,
coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” e sim provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento político de
as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a um povo.
uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envol-
ASSISTIR ver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência
a, auxiliar. Por exemplo: Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indi-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. reto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não traba-
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. lhasse arduamente.

- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar PROCEDER


presente, caber, pertencer. Exemplos: - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimen-
Assistimos ao documentário. to, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda
Não assisti às últimas sessões. acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
Essa lei assiste ao inquilino. As afirmações da testemunha procediam, não havia como refu-
tá-las.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo,
Você procede muito mal.
sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela
preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade.
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição” de”)
CHAMAR e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a “a”) é transitivo indireto.
atenção ou a presença de. O avião procede de Maceió.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Procedeu-se aos exames.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. O delegado procederá ao inquérito.

Didatismo e Conhecimento 69
PORTUGUÊS
QUERER OBEDECER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição
cobiçar. “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor. Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na
voz passiva: A fila não foi obedecida.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar,
amar. VER
Quero muito aos meus amigos. É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer. Regência Nominal

VISAR É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjeti-


- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pon- vo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sem-
taria e de pôr visto, rubricar. pre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal,
O homem visou o alvo. é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
O gerente não quis visar o cheque. mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um
verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: to-
transitivo indireto e rege a preposição “a”. dos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
O ensino deve sempre visar ao progresso social. Obedecer a algo/ a alguém.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. Obediente a algo/ a alguém.

ESQUECER – LEMBRAR Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição


ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sem-
- Lembrar algo – esquecer algo
pre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
regência você conhece.
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem com-
plemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem
complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indi-
retos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a


funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma
construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encon-
trá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado
de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lem-


brar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei
com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora
João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

Didatismo e Conhecimento 70
PORTUGUÊS
Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a;
relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

Didatismo e Conhecimento 71
PORTUGUÊS
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a alterna-
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes de- tiva que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto, de
siguais... acordo com as regras de regência.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assinala-
acima está empregado em: vam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a exposi-
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos ção a imagens idealizadas pela mídia.
de sutileza. A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a mídia
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos tron- pode exercer sobre os jovens.
cos mais robustos. A) dos … na
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não B) nos … entre a
raro, quem... C) aos … para a
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra D) sobre os … pela
de Tunuí... E) pelos … sob a
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mes-
tre e colaborador... 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas –
VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua, assinale a
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). alternativa em que os trechos destacados estão corretos quanto à regên-
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... cia, verbal ou nominal.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da frase A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez mil
acima se encontra em: tomadas.
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do verbo B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um ho-
latino dirigere... mem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socieda- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar logotipos
des...
e negociar.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela justiça.
D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas do
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da jus-
edifício.
tiça...
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse a um
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento de
justiça. prédio na marginal.

05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa em 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale a
que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, alternativa que substitui a expressão destacada na frase, conforme as
está correto quanto à regência nominal e à pontuação. regras de regência da norma-padrão da língua e sem alteração de sen-
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu tido.
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos dos
alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros. trabalhadores domésticos.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente seu A) da
espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais notável, em B) na
alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros. C) pela
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente seu D) sob a
espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável, em E) sobre a
alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu GABARITO
espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável em 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em outros. 06. A 07. C 08. A 09. C
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu es-
paço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável em RESOLUÇÃO
alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciên-
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a alter- cias ...
nativa correta quanto à regência dos termos em destaque. Facilitar – verbo transitivo direto
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a responsabi- A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
lidade pelo problema.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de ligação
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se perdido.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo direto
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um índio
e indireto
na porta do prédio.
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido de
sua família. transitivo indireto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à garotinha.

Didatismo e Conhecimento 72
PORTUGUÊS
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos 8-)
do sueco. B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um ho-
Pedir = verbo transitivo direto e indireto mem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar logotipos
direto e negociar.
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de tomadas
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... =verbo do edifício.
intransitivo E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse em
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento. um prédio na marginal.
=transitivo direto
9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos dos
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes trabalhadores domésticos.
desiguais...
Constar = verbo intransitivo
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos tron-
cos mais robustos. =ligação 9. CONECTIVOS: VALORES
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não
LÓGICO-SEMÂNTICOS.
raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de 10. FRASE, PARÁGRAFO E PERÍODO
Tunuí... = transitivo direto 11. PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mes- SUBORDINAÇÃO.
tre e colaborador...=transitivo direto

4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...


Lidar = transitivo indireto Frase, período e oração:
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socieda- Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer
des... =transitivo direto comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenômeno, trans-
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela justiça. mite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.
=ligação Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito e o
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da jus- predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há orações
tiça... =transitivo direto e indireto ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento de Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na
justiça. =transitivo direto língua escrita, a entoação é reduzida a sinais de pontuação.
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação tam-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e no-
bém. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontuação en-
minais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem ser
contra-se em tópico específico)
classificadas a partir de seu sentido global:
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação)
pergunta: Que queres fazer?
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à pontua-
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou
ção)
faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair!
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente, seu
- frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo:
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável em
alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. Que dia difícil!
- frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já chegou.
6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se perdido. Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo (ora-
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio na ção) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e pre-
porta do prédio. dicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de sua número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tema do
família. que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que contém
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela garo- “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema, consti-
tinha. tuindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o pre-
7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já assinala- dicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um
vam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a exposição predicado nominal:
a imagens idealizadas pela mídia. Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi-
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a mídia nião.
pode exercer sobre os jovens. A existência é frágil.

Didatismo e Conhecimento 73
PORTUGUÊS
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de
quando encerra um pensamento completo e vem limitada por pon- determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
to-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por reti- Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável
cências. pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco. ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível
Acima temos três orações correspondentes a três períodos sim- identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso
ples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente o
que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase, pois so- sujeito de uma oração.
mente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo. Estão gritando seu nome lá fora;
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que Trabalha-se demais neste lugar.
se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um ver-
bo (ou locução verbal), que implica na existência de um predicado, O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único
ao qual pode ou não estar ligado um sujeito. núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode tam-
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. bém ser um pronome indefinido.
Dessa forma: Nós nos respeitamos mutuamente;
Rua! = é uma frase, não é uma oração. A existência é frágil;
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a Ninguém se move;
noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas últi- O amar faz bem.
mas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem um
propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase. O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais de
um núcleo.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por Alimentos e roupas andam caríssimos;
uma ou mais orações, formando um todo, com sentido comple- Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
to. O período pode ser simples ou composto. O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência
que recebe o nome de oração absoluta. ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do sujeito que está
Chove. implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo
A existência é frágil. contexto.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi- Abolimos todas as regras. = (nós)
nião.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se
Período composto é aquele constituído por duas ou mais ora- pode identificar claramente a que o predicado da oração refere--se.
ções: Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, teríamos
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” uma oração sem sujeito.
Cantei, dancei e depois dormi. Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas
Termos essenciais da oração: maneiras:
- com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais tenha sido identificado anteriormente:
da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis Bateram à porta;
para a formação das orações. No entanto, existem orações forma- Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
das exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é
a presença do verbo. - com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do prono-
O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo. me se. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresentam
“Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.” complemento direto:
“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”. Precisa-se de mentes criativas;
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e Vivia-se bem naqueles tempos;
primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Lá- Trata-se de casos delicados;
grima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- Sempre se está sujeito a erros.
minada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se com o O pronome se funciona como índice de indeterminação do su-
verbo, estabelecendo a concordância. jeito.
A função do sujeito é basicamente desempenhada por substan-
tivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes, As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, arti-
substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas culam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está centrada
(derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito. no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito com:
Ele já partiu; - os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Os dois sumiram; Amanheceu repentinamente;
Um sim é suave e sugestivo. Está chuviscando.

Didatismo e Conhecimento 74
PORTUGUÊS
- os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos
meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral: significativos: um verbo e um nome. No predicado verbo-nominal, o
Está tarde. predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal.
Ainda é cedo. O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indi-
Já são três horas, preciso ir; cando processos. É também sempre por intermédio do verbo que o pre-
Faz frio nesta época do ano; dicativo se relaciona com o termo a que se refere.
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; O dia amanheceu ensolarado;
Faz anos que esperamos melhores condições de vida; As mulheres julgam os homens inconstantes

O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a
contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem sujei- de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse predicado poderia ser
to, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer: desdobrado em dois, um verbal e outro nominal:
Chove muito nesta época do ano; O dia amanheceu;
Houve problemas na reunião. O dia estava ensolarado.

Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento
declara a respeito desse sujeito. homens como o predicativo inconstantes.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que
difere do sujeito numa oração é o seu predicado. Termos integrantes da oração:
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo pen- Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento
samento (predicado). nominal são chamados termos integrantes da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos transitivos,
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo com eles formando unidades significativas. Esses verbos podem se rela-
está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também se as cionar com seus complementos diretamente, sem a presença de preposi-
palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou ção ou indiretamente, por intermédio de preposição.
também ao sujeito da oração. O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
de opinião. Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
Dou-lhes três.
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere Houve muita confusão na partida final.
ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indireta-
mente ao verbo. O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
A existência (sujeito) é frágil (predicado).
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da - com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes
oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a a pessoas:
palavra a ele relacionada. Amar a Deus;
Adorar a Xangô;
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo Estimar aos pais.
um verbo:
Chove muito nesta época do ano; - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:
Senti seu toque suave; Não excluo a ninguém;
O velho prédio foi demolido. Não quero cansar a Vossa Senhoria.
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para
indicar o estado do sujeito, mas indicam processos. - para evitar ambiguidade:
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo outra)
um nome; esse nome atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, por
isso é chamado de predicativo do sujeito. O predicativo é um nome O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao
que se liga a outro nome da oração por meio de um verbo. verbo, ou seja, através de uma preposição.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, indicando Os homens pedem-lhes amor sincero;
circunstâncias referentes ao estado do sujeito: Gosto de música popular brasileira.
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
O termo que integra o sentido de um nome chama-se comple-
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, an- mento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome que com-
dar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como elemento pleta por intermédio de preposição:
de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas. Desenvolvemos profundo respeito à arte;
A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo A arte é necessária à vida;
ou substantivo. Tenho-lhe profundo respeito.

Didatismo e Conhecimento 75
PORTUGUÊS
Termos acessórios da oração e vocativo: O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar,
desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça
Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, qualquer função sintática.
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto ad-
verbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo. Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.

O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma cir- Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem.
cunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um ad- Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
jetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o
advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto dia mal-humorado.
adverbial. O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. oração, em:
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, per-
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adver- mite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
bial são: b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. amor, arte, ação.
- afirmação: Sim, realmente irei partir. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo
- assunto: Falavam sobre futebol. isso forma o carnaval.
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. por muito tempo na baía anoitecida.
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou in-
- dúvida: Talvez nos deixem entrar. terpelar um ouvinte real ou hipotético.
- fim: Estudou para o exame.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
- frequência: Sempre aparecia por lá.
pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
- instrumento: Fez o corte com a faca.
papel na linguagem.
- intensidade: Corria bastante.
João, venha comigo!
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
Traga-me doces, minha menina!
- lugar: Vou à cidade.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo. O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma
- negação: Não há ninguém que mereça. oração em sua composição. Sendo assim:
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes. - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
- substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privi- - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe-
légios econômicos. ríodo Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor
solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, es-
pecifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração. Isso
são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem
adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos ad- apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compos-
nominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. tos, pois têm mais de uma oração.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as
de infância. orações de um período composto: uma relação de coordenação ou
uma relação de subordinação.
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações,
liga-se ao objeto por meio de um verbo. marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas indivi-
O poeta português deixou uma obra originalíssima. duais, como é o exemplo de:
O poeta deixou-a. Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe-
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto ad- ríodo Composto)
nominal) Podemos dizer:
O poeta português deixou uma obra inacabada. 1. Estou comprando um protetor solar.
O poeta deixou-a inacabada. 2. Irei à praia.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto) Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É esse tipo de período que veremos agora: o Período Composto
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substan- por Coordenação.
tivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
ao substantivo. tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.

Didatismo e Conhecimento 76
PORTUGUÊS
Coordenadas Assindéticas Podemos modificar o período acima. Veja:
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. Oração Principal Oração Subordinada

Coordenadas Sindéticas A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto”
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada
mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordina-
caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As da apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: “que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As ora-
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. ções subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chama-
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais mos orações reduzidas ou implícitas.
conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
assim... como. Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjun-
Não só cantei como também dancei. ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introdu-
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. zidas por preposição.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas princi-
pais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
entanto, ainda, assim, senão. vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. Oração Subordinada Substantiva
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Você sabe se o presidente já chegou?
Oração Subordinada Substantiva
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas princi-
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também in-
pais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
troduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras di-
exemplos:
ferentes.
O garoto perguntou qual seu nome.
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
Oração Subordinada Substantiva
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas prin- Não sabemos por que a vizinha se mudou.
cipais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, Oração Subordinada Substantiva
consequentemente, pois (posposto ao verbo)
Passei no concurso, portanto irei comemorar. Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. De acordo com a função que exerce no período, a oração su-
A situação é delicada; devemos, pois, agir bordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas princi- É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do ver-
pais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (an- bo da oração principal. Observe:
teposto ao verbo). É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. Sujeito
Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subje-
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO tiva
Atenção:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: Observe que a oração subordinada substantiva pode ser subs-
“Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.” tituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso. ou Isso é fundamental.

Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”, que Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a fun-
está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indica- ção de sujeito
tivo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração prin-
dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e cipal:
imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas.

Didatismo e Conhecimento 77
PORTUGUÊS
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: Sentimos orgulho de seu comportamento.
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Complemento Nominal
Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa. Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se - Con- orgulho disso.)
ta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
provado
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar subordinadas substantivas completivas nominais integram o sen-
- ocorrer - acontecer tido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar
Convém que não se atrase na entrevista. em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o um verbo, o segundo, um nome.
verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
e) Predicativa
b) Objetiva Direta A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função depois do verbo ser.
de objeto direto do verbo da oração principal. Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para
Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objetiva
realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova.
Direta
f) Apositiva
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desen-
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
volvidas são iniciadas por:
aposto de algum termo da oração principal.
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes re-
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal queria Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
saber quem era o dono do carro importado. Oração Subordinada Substantiva Apositiva
reduzida de infinitivo
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes re-
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por * Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
que ela fez isso.
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e
objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
preposição. introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
Meu pai insiste em meu estudo. adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
Objeto Indireto Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo
bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção,
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na ora- a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:
ção. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o
d) Completiva Nominal termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome re-
A oração subordinada substantiva completiva nominal com- lativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pro-
pleta um nome que pertence à oração principal e também vem nome relativo desempenha uma função sintática na oração subordi-
marcada por preposição. nada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede.

Didatismo e Conhecimento 78
PORTUGUÊS
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
altera-se o modo verbal da segunda oração.
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual - a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
qual - os quais - as quais forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
Refiro-me ao aluno que é estudioso. condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
Essa oração é equivalente a: por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das inte-
Refiro-me ao aluno o qual estuda. grantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução con-
juntiva que a introduz.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam Oração Subordinada Adverbial
verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas
adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as ora- Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
ções subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre- temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indi-
sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou cam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A clas-
particípio). sificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desen- Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.
volvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto ad-
verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há verbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo
uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pro- período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi a estátua”, que
é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração
nome relativo e seu verbo está no infinitivo.
é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
(quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as
orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras dife-
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.
rentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo
a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há mar- A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas
cação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida por conjun-
Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam da- ção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”, combinada com
dos sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, o artigo “o”).
as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do
Exemplo 1: mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais. Baseia-se na
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem circunstância expressa pela oração.
que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adver-
biais
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e a) Causa
particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um
específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. “É
se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando aquilo ou aquele que determina um acontecimento”.
naquele momento. Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido
Exemplo 2: na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma
O homem, que se considera racional, muitas vezes age anima- vez que, visto que.
lescamente. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a
não ser cancelá-lo.
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo Já que você não vai, eu também não vou.
em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas expli-
cita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de “homem”. b) Consequência
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um
da oração principal por uma pausa que, na escrita, é representada pela fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração prin-
vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como for- cipal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
ma de diferenciar as orações explicativas das restritivas; de fato, as de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que,
explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. tamanho...que.

Didatismo e Conhecimento 79
PORTUGUÊS
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de f) Conformidade
tal, tanto, tão, tamanho)
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os. ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infi- adotado para a execução do que se declara na oração principal.
nitivo) Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME
Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
c) Condição (todas com o mesmo valor de conforme).
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização Fiz o bolo conforme ensina a receita.
ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos
exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se iguais.
realizar o fato expresso na oração principal.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE g) Finalidade
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que finalidade daquilo que se declara na oração principal.
(seguida de verbo no subjuntivo). Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução
melhor time será campeão. conjuntiva para que.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o con- Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
trato. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.
Caso você se case, convide-me para a festa. h) Proporção
d) Concessão As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam con- ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na ora-
cessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma ção principal.
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está dire- Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À
tamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. PROPORÇÃO QUE
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto
que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
que. quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
Só irei se ele for. (mais), quanto menos...(menos).
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
realizará caso essa condição seja satisfeita. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Compare agora com: Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Irei mesmo que ele não vá.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qual- i) Tempo
quer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
portanto, subordinada adverbial concessiva. uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo
Observe outros exemplos: exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posteriorida-
Embora fizesse calor, levei agasalho. de.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
população continua à margem do mercado de consumo. Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, an-
estudasse). (reduzida de infinitivo) tes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
e) Comparação Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem Mal você saiu, ela chegou.
uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração prin- Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
cipal. festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Ele dorme como um urso. Questões sobre Orações Coordenadas
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações subordi-
nadas adverbiais comparativas. Por exemplo: 01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação
Agem como crianças. (agem) integral de gosto e de estilo” tem valor:
Oração Subordinada Adverbial Comparativa A) conclusivo
B) adversativo
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não C) concessivo
ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do ver- D) explicativo
bo falar e do verbo fazer). E) alternativo

Didatismo e Conhecimento 80
PORTUGUÊS
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A oração 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção subli-
em destaque é: nhada está corretamente indicado entre parênteses.
a) coordenada explicativa A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra-
b) coordenada adversativa balhar como advogado. (explicação)
c) coordenada aditiva B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
d) coordenada conclusiva C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
e) coordenada assindética (oposição)
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (al-
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o ternância)
seguinte trecho: E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cul- chuva. (conclusão)
tura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma- 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no texto
“O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem as-
-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em destaque,
sustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectivamente,
o trecho estará corretamente reescrito em:
como coordenadas:
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a
A) adversativa e aditiva.
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
B) explicativa e aditiva.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase C) adversativa e alternativa.
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida D) aditiva e alternativa.
prática.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a 09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a substituída, sem alteração de sentido, por
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. A) entretanto.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a B) então.
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. C) assim.
D) pois.
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) E) porém.
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, temos a
termos em destaque estabelecem relação de presença de uma oração coordenada que pode ser classificada em:
A) explicação. A) Coordenada assindética;
B) oposição. B) Coordenada assindética aditiva;
C) alternância. C) Coordenada sindética alternativa;
D) conclusão. D) Coordenada sindética aditiva.
E) adição.
GABARITO
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que estare- 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
mos a seu lado sempre. 06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva. RESOLUÇÃO
B) Coordenada sindética alternativa.
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de
C) Coordenada sindética conclusiva.
gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração coor-
D) Coordenada sindética explicativa.
denada sindética adversativa
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversa- 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração
tivo é: em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. assindética
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pe- 3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
dir esmola”. ideia) adversativa
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti-
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de ca. = conclusiva
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda
E à educação”. a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti-
ca. = conformativa

Didatismo e Conhecimento 81
PORTUGUÊS
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de descon-
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. centração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
= conclusiva visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, di-
= explicativa ficultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir necessidade do transporte individual.
por porque; como conclusiva: substituo por portanto. Se olharmos Los Angeles como a região que levou a descon-
centração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa região
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, temos en-
também da necessidade de maior número de viagens... estabelecem garrafamentos gigantescos que viraram característica da cidade.
relação de adição de ideias, de fatos Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mos-
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. tram Manhattan e Tóquio.
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética ex- O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem
plicativa servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunica-
ção, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades, essa
6-) deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas não é o caso.
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com deslocamen-
(ideia contrária) to das atividades para diversas regiões da cidade.
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = A visão de adensamento com uso abundante de transporte cole-
adição tivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter esse
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pedir processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, fruto
esmola”. = adição não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da da necessidade de maior número de viagens em função da distância
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição cada vez maior entre os destinos da população.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde E
à educação”. = adição As expressões mais denso e menos trânsito, no título, estabele-
cem entre si uma relação de
7-)
(A) comparação e adição.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende traba-
(B) causa e consequência.
lhar como advogado. = adversativa
(C) conformidade e negação.
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
(D) hipótese e concessão.
= conclusão
(E) alternância e explicação
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
= explicativa
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP –
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se tor-
chuva. = alternativa
narem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as pes- estabelece entre as orações uma relação de
soas que não sabem cozinhar. A) condição.
= conjunção explicativa: pois B) causa.
C) comparação.
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição, D) tempo.
soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva. E) concessão.

Questões sobre Orações Subordinadas 03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que apare-
cem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto:
(Papiloscopista Policial – Vunesp/2013). A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
Mais denso, menos trânsito B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua
vida.
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em pro- C) Ignoras quanto custou meu relógio?
cesso de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da úl- D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
tima década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, mas é E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
importante também considerar o planejamento urbano.

Didatismo e Conhecimento 82
PORTUGUÊS
04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). Consi- 06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É funda-
dere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu Namorado Lute. mental que essa visão de adensamento com uso abundante de transporte
coletivo seja recuperada para que possamos reverter esse processo de
uso… –, a expressão em destaque estabelece entre as orações relação de
A) consequência.
B) condição.
C) finalidade.
D) causa.
E) concessão.

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Considere


o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele mesmo ano foi
enquadrado na lei de segurança nacional pela ditadura militar e exi-
lado.” O termo Como, em destaque na primeira parte do enunciado,
expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.

08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas –


(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013) VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, tomada, tudo!”,
insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a contaminar-me. –,
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece en- a construção tanto ... que estabelece entre as construções [com tanto
tre as orações relação de orgulho] e [que chega a contaminar-me] uma relação de
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar depois de A) condição e finalidade.
casada. B) conformidade e proporção.
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como cantor C) finalidade e concessão.
romântico. D) proporção e comparação.
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam em E) causa e consequência.
casamento.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de músico 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
provavelmente ganhará pouco. mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se um de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui
artista famoso. a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
A) já que.
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – Apesar da B) todavia.
desconcentração e do aumento da extensão urbana verificados no C) ainda que.
Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais os diversos cen- D) entretanto.
tros já existentes... –, sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em E) talvez.
destaque está corretamente reescrito em:
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão urbana
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa
verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais os
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o docu-
diversos centros já existentes...
mento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que haja
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da ex-
tensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais prejuízo de sentido.
os diversos centros já existentes... (A) desde que garantam sua autenticidade.
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento da (B) no entanto garantam sua autenticidade.
extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda (C) embora garantam sua autenticidade.
mais os diversos centros já existentes... (D) portanto garantam sua autenticidade.
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão urba- (E) a menos que garantam sua autenticidade.
na verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais
os diversos centros já existentes... GABARITO
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da exten-
são urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar 01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
ainda mais os diversos centros já existentes... 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A

Didatismo e Conhecimento 83
PORTUGUÊS
RESOLUÇÃO 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos de uma
capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...], sabiam os pau-
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequente- listas como...
mente, menos trânsito, então: causa e consequência O segmento em destaque na frase acima exerce a mesma função
sintática que o elemento grifado em:
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores para
orações uma relação de causa com a consequência de “tem um a volta.
efeito positivo”. B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam aqueles
de considerável...
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal.
substantiva objetiva direta D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia sig-
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não nificar uma pista.
se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”, E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a vila de
“parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as São Paulo como centro...
conjunções integrantes “que” e “se”.
03. Há complemento nominal em:
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de con-
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar a vida.
dição (condicional)
C)Ela estava na janela do edifício.
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urba-
E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho de
na verificados no Brasil = conjunção concessiva cinema.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
extensão urbana no Brasil, = causal 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o termo des-
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento tacado é:
da extensão urbana no Brasil = comparativa A) pronome possessivo
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão B) complemento nominal
urbana verificados no Brasil = causal C) objeto indireto
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da D) adjunto adnominal
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas E) objeto direto
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade) 05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito das se-
guintes orações em relação aos verbos destacados:
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de - Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de vida.
causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido equi- - Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
valente a visto que.
A)Tu – vós
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a construção B)Nós – eu
estabelece uma relação de causa e consequência. (a causa da “conta- C)Vós – nós
minação” – consequência) D) Ele - tu

9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem mais 06. Classifique o sujeito das orações destacadas no texto se-
fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número de imi- guinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
grantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva: ainda que É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural.
É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com
o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção con-
interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhan-
dicional = desde que
do- -os.
A)simples, composto
Questões sobre Análise Sintática
B)indeterminado, composto
C)simples, simples
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os traba- D) oculto, indeterminado
lhadores passaram mais tempo na escola...
O segmento grifado acima possui a mesma função sintática que 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”. Identifi-
o destacado em: que a alternativa que classifica corretamente a função sintática e a
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. classe morfológica dos termos destacados:
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. A) objeto indireto – substantivo
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado... B) objeto direto - substantivo
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... C) sujeito – adjetivo
E) ...impulsionado pelo aumento do número de universidades... D) objeto direto – adjetivo
E) sujeito - substantivo

Didatismo e Conhecimento 84
PORTUGUÊS
GABARITO
12. COMPOSIÇÃO DO TEXTO ESCRITO:
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E
DISSERTAÇÃO – FATO E
RESOLUÇÃO
DEMONSTRAÇÃO / ARGUMENTO E
INFERÊNCIA / RELAÇÕES LÓGICAS;
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola NARRAÇÃO – SEQUENCIAÇÃO DE FATOS
= SUJEITO / TEMPORALIDADE;
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = objeto direto DESCRIÇÃO – ORDENAÇÃO DE
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. = objeto ELEMENTOS DESCRITIVOS.
direto
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
= sujeito paciente
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... = DISSERTAÇÃO
objeto direto
E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida- A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação
des... = agente da passiva de uma determinada idéia. É, sobretudo, analisar algum tema.
Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza,
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas selva- coerência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho
gens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO e uma habilidade de expressão.
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL É em função da capacidade crítica que se questionam pontos
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= adjunto da realidade social, histórica e psicológica do mundo e dos
semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu significado
adverbial
diz respeito a um tipo de texto em que a exposição de uma idéia,
C) seria perceptível o sinal. = predicativo
através de argumentos, é feita com a finalidade de desenvolver um
D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
conteúdo científico, doutrinário ou artístico.
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto direto
Exemplo:
3-)
Há três métodos pelos quais pode um homem che­gar a ser
A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal primeiro‑ministro. 0 primeiro é saber, com prudência, como
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento nominal servir‑se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo,
(possibilidade de quê?) como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal clamar, com zelo fu­rioso, contra a corrupção da corte. Mas um
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto indireto príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último des­
E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto indireto ses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os mais
obsequiosos e subservientes à vontade e às pai­xões do amo. Tendo
4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitransitivo, à sua disposição todos os cargos, conservam‑se no poder esses
ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa de dois comple- ministros subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
mentos – dois objetos: direto e indireto. e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja natureza
Deu o quê? = cem mil contos (direto) lhe expliquei), garantem‑se contra futuras prestações de contas e
Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto retiram‑se da vida pública carregados com os despojos da nação.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qualidade de São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234‑235.
vida.
- Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário. Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
chega a ser primeiro‑ministro, acon­selha o príncipe discreto
6-) É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural. a escolhê‑lo entre os que clamam contra a corrupção na corte e
É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com o justifica es­se conselho.
caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e in- Observe‑se que:
terferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhando-os. - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade
Ambos os termos apresentam sujeito simples com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem
particular e do que faz para chegar a ser primeiro‑ministro, mas
7-) Surgiram fotógrafos e repórteres. do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta (final da - existe mudança de situação no texto (por exem­plo, a
oração). Portanto: função sintática: sujeito (composto); classe mor- mudança de atitude dos que clamam con­tra a corrupção da corte
fológica (classe de palavras): substantivos. no momento em que se tornam primeiros‑ministros);
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância,
pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a
corrupção da cor­te implica ser corrupto depois da nomeação para
primeiro‑ministro).

Didatismo e Conhecimento 85
PORTUGUÊS
Características: - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático; distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que
- ao contrário do texto narrativo, nele as rela­ções de marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior século...”
importância ‑ o que importa são suas relações lógicas: analo­ - Narração: narrar um fato.
gia, pertinência, causalidade, coexistência, correspondência,
implicação, etc. Desenvolvimento: é a argumentação da idéia inicial, de forma
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos organizada e progressiva. É a parte maior e mais importante do
de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
características próprias a cada tipo de texto.
  - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento / este tipo de abordagem.
Conclusão. - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a idéia
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
idéia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. distintas.
Tipos: - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. favoráveis e desfavoráveis.
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” descrever uma cena.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis
dos anos 80 – com os conhecidos altos índices de inflação que resultados.
a década colecionou – agravou vários dos históricos problemas - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, apresentar questionamento e reflexão.
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
brasileira.” valores, juízos.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma porquês de uma determinada situação.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer se - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça - Exemplificação: dar exemplos.
parte desse time de vencedores desde a escolha desse momento!
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. Ex: “É Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas as
solução no combate à insegurança.” idéias anteriormente desenvolvidas.
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores. pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos receptores quem lê.
instalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras Exemplo:
(aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (que
apenas retransmitem sinais recebidos). (...)” Direito de Trabalho
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meio
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, da exclusão. (A)
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o trabalho
sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.” automático, devido à evolução tecnológica e a necessidade de
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que qualificação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outro
compõem o texto. fator que também leva ao desemprego de um sem número de
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz trabalhadores é a contenção de despesas, de gastos. (B)
a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise social
futebol não é uma prova de alienação?” que provém dessa automatização e qualificação, obriga que seja
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhadores,
curiosidade do leitor. de que, mesmo que as empresas sejam automatizadas, não perderão
- Comparação: social e geográfica. eles seu mercado de trabalho. (C)

Didatismo e Conhecimento 86
PORTUGUÊS
Não é uma utopia?! tos numa progressão temporal, numa relação de anterioridade e
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na posterioridade. A descrição expõe propriedades e aspectos de um
colheita da cana-de-açúcar que devido ao avanço tecnológico e a ser particular (o céu numa noite estrelada, um rosto sofrido, uma
lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, personagem, a hora do rush) numa relação de si­multaneidade; nela
proibindo a queima da cana-de-açúcar para a colheita e substituindo- não há mudança de situação.
os então pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos de Dissertação
cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não perderem o mercado O texto dissertativo é temático. Ele comenta, explica, analisa,
de trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais. classifica os seres. Por isso, sua referência ao mundo se faz por
Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram à vida conceitos amplos, modelos genéricos, muitas vezes abstraídos
estudando, se especializando, para se diferenciarem e ainda estão do tempo e do espaço. Pela mesma razão, embora também nele
desempregados?, como vimos no último concurso da prefeitura do apareçam mudanças de situação, não têm maior importância as
Rio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na fila de inscrição. relações de anterio­ridade e posterioridade entre os enunciados,
(E) mas sim as relações lógicas. O texto dissertativo típico é o da
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm ciência e da filosofia.
o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que almeja O texto dissertativo é mais abstrato que os ou­tros dois. Ele
um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo de desníveis interpreta e analisa os dados concre­tos da realidade. Esses dados,
gritantes e criar soluções eficazes para combater a crise generalizada quando aparecem numa dissertação, só servem para confirmar ou
(F), pois a uma nação doente, miserável e desigual, não compete a exemplificar as ideias abstratas que estão sendo apresentadas.
tão sonhada modernidade. (G) Embora a progressão temporal da dissertação não tenha
importância, não se pode mudar à von­tade a sequência dos
1º Parágrafo – Introdução enunciados, pois há o risco de se alterarem as relações lógicas.
A. Tema: Desemprego no Brasil.
Contextualização: decorrência de um processo histórico O Ponto de Vista do Produtor do Texto
problemático. Geralmente se pensa que é só na dissertação que o produtor
do texto expressa seu ponto de vista sobre o objeto posto em
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento discussão. Isso não é verdade. Também na narração e na descrição
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que estão presentes os pontos de vista do enunciador. O modo como
remetem a uma análise do tema em questão. eles são apresentados é que difere em cada tipo de texto.
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da Como a dissertação é um texto temático, nela os ­pontos de
realidade. vista são explícitos. Na descrição, o ponto de vista é manifestado,
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de entre outros recursos pelos aspectos selecionados e pela adjetivação
quem propõe soluções. colhida: o produtor do texto transmite uma mensagem positiva ou
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. negativa do que está sendo dito. Na narração, um dos meios mais
eficientes de manifestar um ponto de vista é o encadeamento das
7º Parágrafo: Conclusão figuras.
F. Uma possível solução é apresentada. Para entender o ponto de vista existente na narração e na
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com descrição, é preciso não esquecer que se trata de textos figurativos
modernidade. e que por trás das figuras existe um tema implícito. Por exemplo
narrar a história de um país cujo presidente praticava os mais
Crônica variados esportes, vivia a dizer trabalhava em favor dos pobres,
É o texto curto, publicado com periodicidade regular em enquanto a recessão aumentava, e com ela o desemprego e miséria,
jornais e revistas, e que explora literariamente, por meio do é manifestar um ponto de vista sobre o tal presidente.
lirismo ou do humor, um fato do cotidiano. Distingue‑se a crônica
jornalística (social, esportiva, econômica etc.), de caráter puramente Desfazendo um Equívoco
informativo, da crônica literária, que revela um trabalho artístico, Observe com atenção o texto abaixo:
linguístico sobre a matéria tratada. Seria difícil encontrar uma definição do mito que fosse
A crônica é o gênero mais aberto e maleável da prosa. Pode aceita por todos os eruditos e, ao mesmo tempo, acessível aos
ser indistintamente descritiva, narrativa ou reflexiva, muitas vezes não‑especialistas. Por outro lado, será realmente possível encontrar
aproximando‑se do conto, ou do poema em prosa, ou de outros uma única definição ca­paz de cobrir todos os tipos e todas as
gêneros. Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Rubem funções dos mitos, em todas as sociedades arcaicas e tradicionais?
Braga, Nélson Rodrigues estão entre nossos grandes cronistas. O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que
pode ser abordada e interpretada através de perspectivas múltiplas
Comentários e complementares.
Narracão e Descrição A definição que parece a menos imperfeita, por ser mais
Os textos narrativos e descritivos são figurati­vos. Eles ampla, é a seguinte: o mito conta uma história sagrada; ele relata
representam o mundo, simulam‑no. A narração mostra mudanças um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fa­buloso
de situação de um ser particular (o menino que ganhou um do “princípio”. Em outros termos, o mito narra como, graças às
porquinho-­da‑índia, por exemplo), com os enunciados dispos­ façanhas dos Entes Sobrenaturais, uma realidade passou a existir,

Didatismo e Conhecimento 87
PORTUGUÊS
seja uma realidade to­tal, o Cosmo, ou apenas um fragmento: Trata‑se, sem dúvida, de uma ilusão, porque nenhum texto é
uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, uma completamente novo. De um la­do, há modos de organização textual,
instituição. É sempre, portanto, a narrativa de uma “criação”: ele mecanismos de construção de sentido que se repetem em vá­rios
relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. O mito textos; de outro, os textos reproduzem as ideias, as concepções e os
fala apenas do que realmente ocorreu, do que se manifestou valores que circulam na sociedade de dado lugar e de certa época.
plenamente. Os perso­nagens dos mitos são os Entes Sobrenaturais Eviden­temente, essas ideias não são únicas, porque em qualquer
. Eles são conhecidos sobretudo pelo que fizeram no tempo sociedade complexa há um conjunto muito grande de concepções
prestigioso dos “primórdios”. Os mitos revelam, portan­to, sua em conflito e em concorrência, isto é, diferentes discursos: são múl­
atividade criadora e desvendam a sacralidade (ou simplesmente a tiplas concepções religiosas, diferentes modelos políticos, diversos
“sobrenaturalidade”) de suas obras. Em suma, os mitos descrevem sistemas filosóficos e assim por diante.
as diversas, e algumas vezes dramáticas, irrupções do sagrado (ou O texto, que é sempre um produto de dimen­sões históricas,
do “sobre­natural”) no Mundo. É essa irrupção do sagrado que vincula‑se a uma dessas concep­ções. Da mesma forma, há também
realmente fundamenta o Mundo e o converte no que é hoje. E diversos mo­dos de construção textual que servem de modelo para
mais: é em razão das intervenções dos Entes Sobrenaturais que o textos particulares que fazem uso de proce­dimentos conhecidos e
homem é o que é hoje, um ser mortal, sexuado e cultural. que se repetem em mui­tos outros textos do mesmo gênero. Desse
modo, todo texto, ao lado de algumas novidades que, sem dúvida,
Mircea Eliade. Mito e realidade.
o distinguem e o singularizam, obe­dece a determinados padrões
São Paulo, Perspectiva, 1972, pág. 11.
gerais, seja no ní­vel das ideias que transmite, seja no domínio da
composição. Isso significa que, num texto, nem tudo é totalmente
Alguém poderia dizer que esse texto é uma descrição, pois novo, nem tudo é totalmente velho e já conhecido. Em qualquer
ele “descreve” as propriedades, as características do mito. No texto coexis­tem a diversidade e a uniformidade, a variabilidade e a
entanto, cabe lembrar que o que define a descrição são todas as invariabilidade. Sob a superfície diferenciada, há, num nível mais
proprie­dades enunciadas acima, tomadas conjuntamente. Uma profundo, modelos que se repetem.
descrição é um texto figurativo. Este é um texto temático, pois fala
de coisas abstratas: defi­nição, tipos e funções do mito, sociedades Narração, Descrição e Dissertação
arcaicas e tradicionais, realidade cultural, etc. Ele aborda uma Há séculos a tradição do ensino vem trabalhando com uma
transformação: vai da ausência de definição do mito à existência classificação de textos que se revelou bastante produtiva: é a que
de uma definição. Nele as relações importantes são as relações os distingue em narração, descrição e dissertação. Se os textos
lógicas; por exemplo, a causalidade ‑ A definicão que (...) me podem ser distribuídos nessas três classes, é porque cada uma delas
parece a menos imperfeita, por ser mais ampla ‑ e a conclusão apresenta um plano de construção, um conjunto de procedimentos
‑ É sempre, portanto, a narrativa de uma criação. Se o texto é comuns.
temático, mostra mudan­ças de situação e coloca em primeiro A descrição é um texto construído por acúmulo: seu enunciador
plano as re­lações lógicas entre os elementos que o compõem­, é vai acrescentando detalhes, propriedades, características
uma dissertação. simultâneas do objeto descrito. A narração elabora‑se por meio
de uma progressão temporal, que vai mostrando as transformações
Poder‑se‑ia dizer ainda que o texto citado é uma descrição
do objeto narrado. A dissertação é constituída por uma progressão
porque só são utilizados verbos no presente do indicativo. No
lógica, em que cada enunciado, que se articula logicamente a outro,
entanto, deve‑se obser­var que o presente, nesse caso, tem um valor é um comentário sobre fatos ou ideias postos em discussão.
epis­têmico, ou seja, tem um significado onitemporal (do latim Podem ocorrer, numa dissertação, trechos narrativos ou
omni = “todo”): o que ele enuncia é váli­do para todas as épocas, descritivos. Observe o texto que segue:
e não somente para o momento da fala. O presente usado nas des­ O evento mais significativo na América Latina, ‑ ­semana
crições, diversamente, é pontual, indica um estado no momento da passada, não foi a posse do novo presidente do Equador, Lucio
fala. Quando se diz, numa descri­ção, O sol nasce no horizonte, Gutiérrez, outro líder de esquerda que chega ao poder. Também não
está‑se afirmando que aquilo está ocorrendo naquele momento; foi a tentativa de relan­çamento do Mercosul pelos presidentes Lula,
não se está enunciando a verdade científica de que o sol sempre do Brasil e Duhalde, da Argentina, nem a articulação de um gru­po
nasce no horizonte. de países da região para servir de mediador na crise da Venezuela.
O texto dissertativo fala do geral; o texto des­critivo, do O evento mais significativo deu‑se nos ares, e tem a ver também
particular. Quando se fala da árvore em geral, disserta‑se; quando com a Venezuela: um Boeing 727 que partira de Caracas com
se fala de um ipê em flor diante de certa janela, descreve‑se. O texto destino a San­to Domingo teve de voltar, por razões de segurança,
te­mático que enuncia propriedades e características é dissertativo; tal a balbúrdia a bordo desde que os passageiros identificaram a
o texto figurativo que apresenta propriedades e características de presença, entre eles, de um passageiro do regime de Hugo Chávez,
um ser singular é descritivo. o general da reserva Belisário Landis, ex‑comandante da Guarda
Nacional e atual embaixador na República Dominicana. Os
passageiros apontavam e ofendiam o general. A gritaria chegou a
Tipos de Comentário na Dissertação
tal ponto que o piloto, meia hora depois da decolagem ­julgou por
Textos: Uniformidade e Diversidade
bem voltar. ( ... )
Existe uma concepção muito difundida de que cada texto é O episódio mostra a que ponto se chegou, na Vene­zuela.
uma criação nova, original. Quando estamos diante de um texto, ( ... ) O espaço de um Boeing ficou pequeno de­mais para conter
é comum a impressão de que nunca lemos outro como aquele. É a representantes dos dois pedaços em que se dividiu a população.
ilusão da originalidade absoluta. Roberto Pompeu de Toledo. In: Veja, 22/1/2003, pág. 98.

Didatismo e Conhecimento 88
PORTUGUÊS
A narrativa do que aconteceu no Boeing que ia de Caracas Nesse texto, o enunciador começa seu comen­tário especificando
a Santo Domingo não é o objetivo cen­tral desse texto, mas aí ou traduzindo o sentido pelo qual vai analisar o tema: Do revólver
foi incluída como pretexto para que o enunciador comentasse a fumegante à boca na botija. O trecho reproduzido acima mos­tra
respeito da ‘divisão que se produziu na Venezuela entre partidários apenas uma parte dessa especificação: apre­senta o sentido com
e opositores do governo. O texto trata justamente desse tema, que que se vai tomar a expressão revólver fumegante.
foi desenvolvido a partir do fato narrado. Nos parágrafos seguintes o enunciador, depois de mostrar
que as expressões usadas nos Estados Unidos e no Brasil para
O Comentário significar o ato de pegar alguém em fla­grante são, respectivamente,
Pode‑se dizer que a dissertação é, por exce­lência, um texto achar alguém com o revólver fumegante e pegar com a boca na
do comentário. Que significa exatamente isso? Comentário é botija, tece considerações sobre a cultura de cada povo.
análise de um tem­a posto em debate. Em outros termos, comen­
tário significa explicitar os diversos pontos de vista ou os diversos Comentário por Contraste
ângulos pelos quais se pode analisar um problema ou uma questão É aquele em que se confrontam dois temas, duas situações,
posta em julgamento. Por meio do comentário, o sentido do tema dois fatos, pondo em evidência as diferenças entre eles. Destina‑se
é desdobrado, pondo‑se em evidência significados ainda não a precisar o sentido de um dado tema, a facilitar a compreensão de
revelados. O comentário põe à mostra novos ângulos de uma um certo enunciado.
questão posta sob consideração. O que interessa aqui é o revólver fumegante em si. Quer
A dissertação é sempre uma leitura ativa de um tema, pois é dizer: a própria expressão. Ela é usada não só em casos de guerra
uma operação em que dele se extraem as mais variadas relações de ou de crimes de sangue. No caso Watergate, no qual não havia
sentido com vistas a uma conclusão. O enunciador utiliza‑se de violência física, a expressão também foi fartamente utilizada. E
vários comentário, de várias relações significativas para persuadir
assim também nas numerosas vezes em que, nos oitos anos da
o leitor a aceitar sua conclusão.
era Clinton, se tentou envolver o presidente em algum escândalo.
Tradicionalmente, divide‑se a dissertação em três partes:
Não é mais do que dizer o óbvio lembrar que a imagem casa bem
a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Na primeira, o
com um país de caubóis. Ou um país em que comprar uma arma
enunciador situa o tema que será tratado; na segunda, faz sobre
é quase mais fácil que comprar antibióticos - afinal, antibióticos
ele di­rentes comentários; na terceira, apresenta, sob forma de
precisam de receita. O revólver é algo tão presente quanto a Bíblia,
conclusão, o resultado final a que os comentários anteriores servem
na formação americana, daí não causar espanto que esteja em
de fundamento.
todas as bocas. Também não espanta que seja tão invocado num
O poder persuasivo dessa montagem depen­de da pertinência
país que não consegue ficar sossegado, precisa sempre arrumar
dos comentários, da sua com­binação e da implicação entre a
conclusão e seus antecedentes. um ini­migo e, como um viciado, sofre crise de abstinência se não
se engaja de tempos em tempos numa guerra.
Modalidades de Comentário No Brasil não se usa a expressão revólver fumegan­te. Não é
Os comentários podem ser de vários tipos, pois é possível corrente, nem fica bem, em português, em ma­téria de sonoridade.
explorar diferentes relações de sentido para explicar os diversos Nosso equivalente seria... apa­nhar alguém “com a boca na botija”.
significados presentes num tema. O que importa é que eles sempre Pronto, diriam os mais apressados. Estamos vingados. Enquanto
servem para tornar explícitos significativos ocultos por baixo de eles reve­lam a propensão para soluções violentas, na escolha de
qualquer questão posta em discussão. uma expressão que evoca sangue, nós, para dizer a mes­ma coisa,
Vamos apresentar alguns tipos de comentá­rios utilizáveis na adotamos uma pacífica imagem de cozinha.
dissertação, que se destacam por serem aqueles com que mais Não. Não sejamos tão condescendentes conosco mes­mos,
frequentemente os textos são compostos. nem patriotas pelas razões erradas. Admitamos hu­mildemente
Comentário por Tradução ou Especificação que talvez não sejamos menos violentos. Apenas, a violência,
É aquele que define o significado pelo qual um tema deve ser por aqui, assume outras formas. De mais a mais, se as expressões
analisado, o ângulo pelo qual uma questão deve ser considerada. idiomáticas revelam as ca­racterísticas de um povo, a “boca na
botija” diz algo não muito lisonjeiro do povo brasileiro. Quem é
DO REVÓLVER FUMEGANTE À BOCA NA BOTIJA apanhado com a boca na botija é porque está roubando comida
Smoking gun, literalmente, “revólver fumegante”, em inglês, de outrem. E se está roubando comida é porque está com fome. A
é o revólver que acaba de ser usado. Foi acionado há tão pouco expressão inscreve‑se na tradição dos contos, di­tos e anedotas que
que seus mecanismos não ti­veram tempo de entrar em descanso, e enfatizam a malandragem dos fracos contra os fortes, na luta da
a fumaça ain­da escapa do cano. Achar o “revólver fumegante”, ou sobrevivência. É uma tradi­ção comum aos ambientes de penúria
surpreender alguém com o revólver fumegante, é uma expressão e desigualdade.
que, nos Estados Unidos, significa pegar al­guém em flagrante. A Idem. Ibidem.
metáfora é apropriada. Nada mais incriminador do que encontrar o
revólver ainda soltando fumaça na mão do assassino, a vítima esta­ Fazendo o contraste entre as expressões revól­ver fumegante e
telada ao lado, o cenário a revelar a vítima, o autor e o instrumento com a boca na botija, e pondo à mostra diferentes traços da índole
do crime com clareza solar. e dos costumes de cada povo que se serve delas, o enunciador dis­
Roberto Pompeu de Toledo. In: Veja, 19/2/2003, pág. 102. crimina características do povo brasileiro e do norte‑americano.

Didatismo e Conhecimento 89
PORTUGUÊS
Comentário pela Causa Comentário por Analogia
É aquele que explica os motivos que deram ori­gem a uma É aquele em que se confrontam duas situações para mostrar
dada situação. algum tipo de semelhança entre elas. Uma situação antiga que
É normal nos reality shows ocorrerem pequenas intrigas, tenha pontos em comum com uma nova, por exemplo, serve para
discussões e explosões de ansiedade nessas produções, porque as compreender melhor esta última.
pessoas enfrentam uma situação de isolamento e pressão. Compara‑se o que está ocorrendo na televisão atualmente, na Europa,
Veja, 22/1/2003, p. 13 nos Estados Unidos e no Brasil, com o fenômeno que atingiu a música
pop nos anos 60. Naquela época, o surgimento do rock in roll agravou
Nesse texto, comenta‑se a ocorrência de discussões e explosões a distância que separava os gostos da juventude e dos mais velhos. ( ... )
hoje estamos vivendo um choque de gerações parecido em relação à TV.
de ansiedade nos reality shows por meio da explicitação da causa
Veja, 22/1/2003, p. 9.
que a provoca: o isolamento e a pressão a que são submetidos os
participantes. Para explicar as críticas de que os reality shows não passam
Nem sempre a causa é exposta por meio de conectores tão de baixaria, compara‑se a atual fase da TV com a época do
evidentes. Com as possibilidades abertas pelas novas tecnologias, aparecimento do rock. Mostra-se que nesses dois períodos há um
a TV deverá viver uma revolução. A causa da revolução na TV choque entre o gosto de duas gerações: da mesma forma como nos
dos próximos anos serão as possibilidades abertas pelas novas anos de 1960 os mais velhos haviam criticado o baixo nível das
tecnologias. músicas, hoje criticam o baixo nível da TV.

Comentário por Efeito ou Consequência Comentário por Concessão


É aquele que expõe os resultados positivos ou negativos de É aquele em que se concede um argumento contrário à tese
um fato ou evento. defendida pelo enunciador, para dizer que esse argumento não tem
Num reality show, as pessoas encontram‑se isoladas e peso suficiente para desqualificá‑la ou refutá‑la. Exemplo:
sob grande tensão. Essa situação acaba funcio­nando como um Embora estejamos enfrentando graves proble­mas de natureza
catalisador capaz de acelerar a for­mação de laços emocionais, econômica, nosso país não per­deu a autoconfiança: nosso povo e
tanto positivos quanto negativos, entre os participantes. nossas insti­tuições são mais fortes do que os problemas são graves.
O efeito de as pessoas estarem, num reality show, isoladas e Como se vê, concede‑se a existência de graves problemas (o
sob grande tensão é a formação de laços emocionais positivos ou que é um argumento contrário à au­toconfiança do país), mas, ao
mesmo tempo, esta­belece‑se o pressuposto de que essa oposição
negativos.
não tem força suficiente para abalar a autoconfiança do país.
O argumento por concessão é muito eficaz, pois, de um lado,
Comentário por Finalidade coloca em evidência a voz da­queles que discordam do ponto de
É aquele que expõe os objetivos de uma dada si­tuação, os fins vista defendido pelo enunciador; de outro, revela um enunciador
pretendidos por uma determinada ação, sejam eles válidos ou não. não ingênuo, isto é, ciente de que sua tese tem ad­versários, e ainda
A finalidade pode ser interpretada como um tipo de causa, já que um polemista seguro, que tem coragem e razão para sustentar um
um­objetivo a alcançar é também um desencadeador de uma ação. ponto de vista sem se abalar com a opinião contrária.
No mundo inteiro, há um padrão interessante nas respostas dos
candidatos que desejam participar dos nossos programas. Quando ARGUMENTAÇÃO
questionados por que eles gostariam de estar no Big Brother, por
exemplo, to­dos vêm com a mesma conversa: é pelo desafio, pelo Comunicacão e Argumentacão
dinheiro do prêmio ou para se tornar famoso. O ato de comunicação não visa apenas a transmitir uma
A finalidade das pessoas que querem participar de um reality informação a alguém. Quem comunica ­pretende criar uma imagem
show é tornar-se famosas, ganhar o dinheiro do prêmio ou enfrentar positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
desafios. ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de
Comentário por Implicação ou por Condição convencer, ou seja, tem o dese­jo de que o ouvinte creia no que o
É aquele em que se expli­cam as condições, os pré‑requisitos, texto diz e faça o que ele propõe.
Se essa é a finalidade última de todo ato de co­municação, todo
os elementos prévios para que uma situação ocorra.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir a
Se as Farc estão fazendo terrorismo, elas têm que ser tratadas pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo tipo de
como terroristas. texto e vi­sa a promover adesão às teses e aos pontos de vista defendidos.
Veja, 19/3/2003, p. 15. As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar
Observe que o comentário apresenta uma im­plicação: Se a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como
as Farc (Forças Armadas Revolucioná­rias da Colômbia) estão se disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar
fazendo terrorismo, [então] elas têm que ser tratadas como o interlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como
terroristas. O ele­mento prévio para que elas sejam tratadas como verdadeiro o que está sendo transmitido.
terroristas é o fato de estarem fazendo terrorismo. A argumentação pertence ao domínio da retó­rica, arte de
persuadir as pessoas mediante o uso de recursos de linguagem.

Didatismo e Conhecimento 90
PORTUGUÊS
Natureza dos Argumentos Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
Para compreender claramente o que é um ar­gumento, é bom acrescentar mais uma: o con­vencimento do interlocutor ‑ o
voltar ao que diz Aristóteles, filó­sofo grego do século lV a.C., auditório, que pode ser individual ou coletivo ‑ será tanto mais
numa obra intitula­da Tópicos: os argumentos são úteis quando se fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
tem de escolher entre duas ou mais coisas. crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
Se tivermos de escolher entre uma coisa vanta­josa e um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos que ele abomina. Será mais fácil conven­cê‑lo valorizando coisas
argumentar. Suponhamos, no en­tanto, que tenhamos de escolher que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não
O argumento pode então ser defi­nido como qualquer recurso surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma
que torna uma coi­sa mais desejável que outra. Isso significa que forma que no Brasil.
ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
interlocutor crer que, entre duas teses, uma é mais provável que valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
a outra, mais possível que a ou­tra, mais desejável que a outra, é
preferível à outra. Tipos de Argumento
O objetivo da argumentação não é demons­trar a verdade de Já verificamos que qualquer recurso linguís­tico destinado
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o a fazer o interlocutor dar prefe­rência à tese do enunciador é um
enunciador está propondo. argumento. A título de exemplo, vamos estudar alguns tipos de
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. argumento bastante usados na construção de textos.
O primeiro opera no dominio do necessário, ou seja, pretende
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das Argumento de Autoridade
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
admitidos. No raciocínio lógico, as con­clusões não dependem pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
de crenças, de uma manei­ra de ver o mundo, mas apenas do servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo.
encadeamento de premissas e conclusões. Esse recurso produz dois efeitos distintos: re­vela o
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: conhecimento do produtor do texto a res­peito do assunto de que
A é igual a B. está tratando; dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no
A é igual a C. entanto, não fazer do texto um amontoado de citações. A citação
Então: C é igual a A. precisa ser pertinente e verdadeira.
Observe o exemplo que segue:
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
que C é igual a A. Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein.
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
Outro exemplo: conhecimento. Nunca o inverso.
Todo ruminante é um mamífero. Alex José Periscinoto. In: Folha de S. Paulo,
A vaca é um ruminante. 30/8/1993, p. 5-2
Logo, a vaca é um mamífero.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
Admitidas como verdadeiras as duas premis­sas, a conclusão importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
também será verdadeira. a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, acreditar que é verdade.
deve‑se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável,
a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propa­ganda Argumento de Quantidade
dizendo‑se mais confiável do que os con­correntes porque existe É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
desde a chegada da fa­mília real portuguesa ao Brasil, ele estará número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
dizen­do‑nos que um banco com quase dois séculos de existência duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
é sólido e, por isso, confiável. Embo­ra não haja relação necessária desse tipo de argumento é que mais = melhor.
entre a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta A publicidade faz largo uso do argumento de quantidade.
tem peso argumentativo na afirmação da con­fiabilidade de um
banco. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo Argumento do Consenso
seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta‑se
em afirmações que, numa deter­minada época, são aceitas como
Argumento e Auditório verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
entender bem como eles funcionam. não desfruta dele. Em nossa época, são con­sensuais, por exemplo,

Didatismo e Conhecimento 91
PORTUGUÊS
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de Imagine‑se que um médico deva falar sobre o estado de
que as condições de vida são piores nos países subde­senvolvidos. saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê‑lo das duas
Ao confiar no consenso, porém ­corre‑se o risco de passar dos maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
argumentos váli­dos para os lugares‑comuns, os preconceitos e as adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
frases carentes de qualquer base científica. certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
médico:
Argumento de Existência
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar I) Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o houve por bem deter­minar o internamento do governador pelo
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na perío­do de três dias, a partir de hoje.
mão do que dois voando”.
Nesse tipo de argumento, incluem‑se as provas documentais II) Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
(fotos, estatísticas, depoimentos, gra­vações, etc.) ou provas alguns deles são barra‑pesada, a gen­te botou o governador no
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. hospital por três dias.
Durante a inva­são do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que
o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Orientação Argumentativa
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, Como dissemos antes, todo texto tem uma fun­ção
argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
poderia ser vista como propa­gandística. No entanto, quando
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
documentada pela comparação do número de canhões, de carros
comunicação deseja­-se influenciar alguém. Por mais neutro que
de combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
pre­tenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
A orientação argumentativa é uma certa dire­ção que o falante
Argumento quase Lógico traça para seu texto. Por exem­plo, um jornalista, ao falar de um
É aquele que opera com base nas relações lógi­cas, como causa homem público, pode ter a intenção de criticá‑lo, de ridicularizá‑lo
e efeito, analogia, implicação, iden­tidade, etc. Esses raciocínios ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
lógi­cos, eles não pretendem estabelecer relações neces­sárias entre dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
plausíveis. Por exemplo, quan­do se diz A é igual a B, B é igual a não outras, etc. Veja a frase que segue:
C, então A é igual a C, estabelece‑se uma relação de identidade
lógica. Entretanto, quando se afirma Amigo de amigo meu é meu O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
amigo não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade trocavam abraços afetuosos.
provável. O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que Defeitos de Argumentação
não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar ­afirmações Além dos defeitos de argumentação menciona­dos quando
gerais com fatos inadequados, narrar ­um fato e dele extrair tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
generalizações indevidas. - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
amplo, que serve de argumento pa­ra um ponto de vista e seu
Argumento do Atributo contrário. São no­ções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
É aquele que considera melhor o que tem prop­riedades típicas pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
daquilo que é mais valorizado socialmente ‑ por exemplo, o mais podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o ou vir carre­gadas de valor negativo (autoritarismo, degra­dação do
que é mais grosseiro, etc. meio ambiente, injustiça, corrupção).
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita ­frequência,
um único contra‑exemplo. Quando se diz Todos os políticos são
celebridades recomendando prédi­os residenciais, produtos de
ladrões, basta um único exemplo de político honesto para destruir
beleza, alimentos dietéticos, etc., com base no fato de que o
o argumento.
consu­midor tende a associar o produto anunciado com atributos
- Emprego de noções científicas sem nenhum ri­gor, fora do
da celebridade. contexto adequado, sem o signifi­cado apropriado, vulgarizando‑as
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da e atribuin­do‑lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o
competência linguística. A utilização da variante culta e formal caso, por exemplo, da frase O imperialismo de certas indústrias
da língua mostra que o produtor do texto conhece a norma não permite que outras cresçam, em que o termo imperialismo
linguística socialmente mais valorizada e, por consequinte, deve é desca­bido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado
produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se visando a reduzir outros à sua de­pendência política e econômica”.
diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.

Didatismo e Conhecimento 92
PORTUGUÊS
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação - contra‑argumentação: imaginar um diálogo‑debate e
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos quais os argumen­tos que essa pessoa imaginária possivelmente
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o apresentaria contra a argumentação proposta;
assunto, etc.). - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com oposta.
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é argumentar con­siste em estabelecer relações para tirar conclusões
evidente, afirmo com toda a certeza, etc.). Em vez de prometer, válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros Trata‑se de um método de investigação da realidade pelo estudo
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. de sua açâo recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa sociedade.
a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. Descartes (1596‑1650), filósofo e pensador francês, criou o
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um método de ra­ciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui do simples para o complexo­. Para ele, verdade e evidência
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna‑se pos­sível chegar a
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em:
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é partes, começando‑se pelas proposições mais simples até alcançar,
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
qual procura‑se convencer os outros, de modo a influenciar seu cartesiana, é fundamen­tal determinar o problema, dividi‑lo em
pensamento e seu comportamento. partes, ordenar os conceitos, simplifi­cando‑os, enumerar todos os
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
válida, expõem‑se com clareza os fundamentos de uma ideia dedução.
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não válida argumenta­çâo dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
apóia‑se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chanta­ regras básicas que cons­tituem um conjunto de reflexos vitais, uma
gens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
de voz, a mímica e até o choro. da verdade:
Já se disse que alguns autores classificam a dissertação a) evidência;
em duas modalida­des, expositiva e argumentativa. Esta, exige b) divisão ou análise;
argumentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que a c) ordem ou dedução;
outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de convencer. d) enumeração.
Na verdade, a escolha dos dados levantados, a maneira de expô‑los
no texto já revelam uma “tomada de posição”, a adoçâo de um A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
ponto de vista na dissertação, ainda que sem a apresentação e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
explícita de argu­mentos. Desse ponto de vista, a dissertação encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
pode ser definida como discussão, debate, questionamento, o que A forma de argumentação mais empregada na redação
implica a liberdade de pensamento, a possibili­dade de discordar ou acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
concordar parcialmente. A liberdade de questionar é fun­damental, que contém três proposi­ções: duas premissas, maior e menor, e
mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É a conclusão. As três proposições são en­cadeadas de tal forma,
neces­sária também a exposição dos fundamentos, os motivos, os que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
porquês da defesa de um ponto de vista. premissa maior deve ser universal ‑ emprega todo, nenhum, pois
Pode‑se dizer que o homem vive em permanente atitude al­guns não caracteriza a universalidade.
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução,
evidencia. que vai do particular para o geral­A expressão formal do método
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências,
é necessá­ria a capacidade de conhecer outros pontos de vista e baseia‑se em uma conexão descendente (do geral para o particular)
seus respectivos argumen­tos. Uma discussão impõe, muitas vezes, que leva à conclusão. Segundo esse método, partindo‑se de teorias
a análise de argumentos opostos, an­tagônicos. No entanto, como gerais, de verdades universais, pode‑se chegar à previsão ou
fazer para adquirir a técnica da argumentação, do questionamento determinação de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio
de ideias? Como sempre, essa capacidade aprende‑se com a prática. vai da causa para o efeito.
Um bom exercício para aprender a argumentar e contra‑argumentar Exemplo:
consiste em desenvolver as seguintes habilidades:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição Fulano é homem (premissa menor = particular)
totalmente contrária; Logo, Fulano é mortal (conclusão)

Didatismo e Conhecimento 93
PORTUGUÊS
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, que adaptam os processos de dedução e indução à natureza de
baseia‑se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. uma realidade particular. Pode‑se afirmar que cada ciência tem
Nesse caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seu método próprio demonstrativo, comparativo, histórico, etc.
seja, parte de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, A análise, a síntese, a classificação, a definição são chamadas
desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a métodos sistemáticos, porque pela organização e ordenação das
causa. ideias visam sistematizar a pesquisa.
Exemplo: Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
O calor dilata o ferro (particular) o todo, porém, de certo modo, uma depende da outra. A análise
O calor dilata o bronze (particular) decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recompõe o todo
O calor dilata o cobre (particular) pela reunião das partes. Sabe‑se, porém, que o todo não é uma
‑ o ferro, o bronze, o cobre são metais ‑ simples justaposição das partes. Se alguém reunisse todas as peças
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) de um relógio, não significa que reconstruiu o relógio, pois fez
apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria todo se as partes
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido estivessem organizadas, devidamente combinadas, segui uma
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas ordem de relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos reconstruído.
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição por meio da integraçâo das partes, reunidas e relacionadas num
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
má-fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um ser assim relacionadas:
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
‑ Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
- Lógico, concordo. A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
‑ Você perdeu um brilhante de 40 quilates? a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
‑ Claro que não! abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p. 300), a análise pode ser formal ou
Exemplos de sofismas:
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
dedução
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
Fulano tem um diploma (particular)
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
fenômeno.
indução
Classificação. A análise decompõe o todo em partes, a
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
classificação estabelece as necessárias relações de dependência
(particular)
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. e hierarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se
(particular) intimamente, a ponto de se confundir uma com a outra, contudo são
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. procedimentos diversos: análise é decomposição e classificação é
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. hierarquisação.
(geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos
e fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das
Nota‑se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são um processo mais ou menos arbitrário, em que os caracteres
professores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo comuns e diferenciadores são empregados de modo mais ou
Redentor. Comete‑se erro quando se faz generalizações apressadas menos convencional. A classificação, no reino animal, em
ou infundadas, ou quando se fundamenta em uma “simples ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e espécies, é um
inspeção”. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise exemplo de classificação natural, pelas características comuns e
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, diferenciadoras. A classificação dos variados itens integrantes de
baseados nos sentimentos não ditados pela razão. uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Tem‑se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além sabiá, torradeira.
desses, existem outros métodos particulares de algumas ciências,

Didatismo e Conhecimento 94
PORTUGUÊS
Aves Exemplo:
Canário
Pardal
Pintassilgo
Sabiá

Alimentos
Batata É muito comum estudantes formularem definições de maneira
Leite defeituosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o
Pão todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto;
Queijo quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie,
a gente é forma coloquial não adequada à redação acadêmica.
Mecanismos Tão importante é saber formular uma definição, que se recorre a
Aquecedor Garcia (1973, p. 306), para determinar os “Requisitos da definição
Barbeador denotativa ‑ Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes
Relógio requisitos:
Torradeira a) o termo deve realmente pertencer ao gênero ou
classe em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que
Veículos ‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou
Automóvel ferramenta ou instalação”;
Caminhão b) o gênero deve ser suficientemente amplo para
Jipe incluir todos os exemplos específicos da coisa definida, e
Ônibus suficientemente restrito para que a diferença possa ser percebida
sem dificuldade;
Os elementos desta lista foram classificados por ordem c) deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer em verdade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um
prisma”;
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
d) deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar o
constitui definição exata, porque a recíproca – “Todo ser vivo é
desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
cres­cente, do fato mais importante para o menos importante, ou
e) deve ser breve (contida num só período). Quando
decrescente, pri­meiro o menos importante e, no final, o impacto
a definição – ou o que se pretenda como tal – é muito longa (série
do mais importante; é indis­pensável que haja uma lógica na de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação definição expandida;
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devern f) deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302‑304.) (o termo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero)
Definição. Para a clareza da dissertação, é indispensável que, + adjuntos (as diferenças). Exemplo:
logo na intro­dução, os termos e conceitos sejam definidos, pois,
para expressar um questionamento, deve‑se, de antemão, expor sujeito = termo: retângulo;
clara e racionalmente as posições­ assumidas e os argumentos verbo de ligação = cópula: é,
que as justificam. É muito importante deixar claro o campo da predicativo = gênero: quadrilátero;
discussão e a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, adjuntos diferenças: de ângulos retos (d,), e lados iguais (d,)
mas também os pontos de vista sobre ele. dois a dois (d,).
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
linguagem e con­siste na enumeração das qualidades próprias As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. palavra e seus significados.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
ou metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a do mundo não tem valor, se não estiver acompanha­do de uma
Lógica tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: fundamentação coerente e adequada.
(a) o termo a ser definido; (b) o gênero ou espécie; (c) a diferença Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
clássica, que fo­ram abordados anteriormente, auxiliam o
específica, o que distingue o termo definido de outros elementos
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação
da mesma espécie.
é clara e pode reconhecer‑se facilmente seus elementos e suas

Didatismo e Conhecimento 95
PORTUGUÊS
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam‑se - Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
de modo livre, misturando‑se na estrutura do argumento. Por isso, explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como
é preciso apren­der a reconhecer os elementos que constituem um válido por consenso, pelo menos em determinado espaço
argumento: premissas/con­clusões. Depois de reconhecer, verificar sociocultural. Nesse caso, incluem-se
se tais elementos são verdadeiros ou fal­sos; em seguida, avaliar - A declaração que expressa uma verdade universal (o
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e homem, mortal, aspira à imortalidade);
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por postulados e axiomas);
indução. Admitin­do‑se que raciocinar é relacionar, conclui‑se que - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
o argumento é um tipo especí­fico de relação entre as premissas e natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a
a conclusão. própria razão desconhece); implica apreciação de ordme estética
Procedimentos argumentativos. Constituem os procedimentos (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas
argu­mentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: (creio, ainda que parece absurdo).
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
- Comprovação pela experiência ou observação: A verdade
- Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
de exem­plos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
concretos, estatísticos ou documentais.
nesse tipo de pro­cedimento: mais importante que, superior a, de
- Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
maior relevância que.­Empregam‑se também dados estatísticos,
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
os dados apresentados. Faz‑se a exemplificação, ainda, pela causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
apresentação de causas e consequências, usando‑se comumente as Fatos não se discutem; discutem‑se opiniões. As declarações,
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade
- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é comprovada, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação
explicar ou es­clarecer os pontos de vista apresentados. Pode‑se ou juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se
alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela fundamentada na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada
interpretação. Na explicitação por definição, empregam‑se de provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contestada
expressões como: quer dizer, denomina‑se, chama‑se, na verdade, por meio da contra‑argumentação ou refutação. São vários os
isto é, haja vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as processos de contra‑argumentação:
expressões: conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, - refutação pelo absurdo: refuta‑se uma afirmação
consoante as ideias de, no entender de, no pensamento de. A demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
explicitação se faz também pela interpretação, em que são comuns contra‑argumentação do cordeiro, na conhecida fábula de Pedro,
as seguintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista. “O lobo e o cordeiro”;
- Enumeração: Faz‑se pela apresentação de uma sequência de - refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
elemen­tos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração para eliminá-las, apresentando‑se, então, aquela que se julga
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são verdadeira;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, - desqualificação do argumento: atribui‑se o argumento
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, à opinião pessoa subjetiva do enunciador, restringindo‑se a
depois de, antes de, atual­mente, hoje, no passado, sucessivamente, universalidade da afirmação;
respectivamente. Na enume­ração de fatos em uma sequência de - ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
espaço, empregam‑se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, consiste em refi­tar um argumento empregando os testemunhos
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
de autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- desqualificar dados concretos apresentados: consiste
- Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
em desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
baseou‑se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou‑se,
Para estabelecer contraste, empregam‑se as expressões: mais que, por meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico
menos que, melhor que, pior que. produz o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar o inconsequente, pois baseia‑se em uma relação de causa‑efeito
poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: difícil de ser comprovada. Para contra‑argumentar, propõe‑se
- Argumento de autoridade: O saber notório de uma uma relação inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle
autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a demográfico”.
uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado Em termos práticos, tomando‑se por base um tema proposto,
a credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações o que se deve fazer? Como fazer? Apresentam‑se aqui sugestões,
literais no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. um dos roteiros possíveis para desenvolver um tema, que podem
Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela ser analisadas e adaptadas ao desenvolvi­mento de outros temas.
contidos na linha de raciocínio que ele considera mais adequada Elege‑se um tema, e, em seguida, sugerem‑se os proce­dimentos
para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de que devem ser adotados para a elaboração de um Plano de
argumento tem mais caráter confirmatório que comprobatório. Redação.

Didatismo e Conhecimento 96
PORTUGUÊS
Tema NARRAÇÃO
O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tecnológica A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,
a) questionar o tema, transformá‑lo em interrogação, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço,
da resposta, justificar, criando um argumento básico; organizados por uma narração feita por um narrador. É uma série
b) imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e de fatos situados em um espaço e no tempo, tendo mudança de
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação um estado para outro, segundo relações de sequencialidade e
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la causalidade, e não simultâneos como na descrição. Expressa as
(rever tipos de argumentação); relações entre os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas
c) refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de entre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as essa vivência.
ideias podem ser listadas livremente ou organizadas como causa Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o
e consequência); narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem
d) analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a
o argumento básico; ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, a
e) fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que maioria dos verbos que compõem esse tipo de texto são os verbos
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se de ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do seja, a história que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de
argumento básico; enredo.
f) fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
sequência na apresentação das idéias selecionadas, obedecendo às personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou episódio que está sendo contado. As personagens são identificadas
menos a seguinte: (=nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem
Introdução querer) ele acaba contando “onde” (=em que lugar)  as ações do
- função social da ciência e da tecnologia; enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre
- definições de ciência e tecnologia; uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
Desenvolvimento
“quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da
- apresentação de aspectos positivos e negativos do
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dos
desenvolvimento tecnológico;
tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É o
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou
tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao
as condições de vida no mundo atual;
leitor “como” o fato narrado aconteceu.
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
A história contada, por isso, passa por uma introdução
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
países subdesenvolvidos;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama) e
passado; apontar semelhanças e diferenças; termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). Aquele
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros que conta a história é o narrador,  que pode ser pessoal (narra em
urbanos; 1ª pessoa: Eu...) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
mais a sociedade: de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos
substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do
Conclusão texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ verbos, formando uma rede: a própria história contada.
consequências maléficas; Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos história.
apresentados.
Elementos Estruturais (I):
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
redação: é um dos possíveis. - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e
dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meio
de características físicas ou psicológicas. Os personagens podem
ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador,
estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o
avarento etc.), heróis ou anti‑heróis, protagonistas ou antagonistas.

Didatismo e Conhecimento 97
PORTUGUÊS
- Narrador: é quem conta a história. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. alguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinho‑da
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia,
tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo a cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço
interior, subjetivo. confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de
Elementos Estruturais (II): narrativas: de aquisição e de privação.
Personagens ‑ Quem? Protagonista/Antagonista Existem três tipos de foco narrativo:
Acontecimento ‑ O quê? Fato - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na
Tempo ‑ Quando? Época em que ocorreu o fato qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao
Espaço ‑ Onde? Lugar onde ocorreu o fato mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
Modo ‑ Como? De que forma ocorreu o fato - Narrador-observador: é aquele que conta a história como
Causa ‑ Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a
Resultado - previsível ou imprevisível. história é contada em 3ª pessoa.
Final - Fechado ou Aberto. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as
personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos.
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se de Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada
tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, como com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
simples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicação
mútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança à Estrutura:
história narrada. - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história,
obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
personagens ou o fato a ser narrado. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente
a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao
Exemplo: clímax.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Porquinho‑da‑índia
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos
Quando eu tinha seis anos
personagens.
Ganhei um porquinho‑da‑índía.
Que dor de coração me dava
Tipos de Personagens:
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Os personagens têm muita importância na construção de um
Levava ele pra sala
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
secundários, conforme o papel que desempenham no enredo,
Ele não gostava:
podem ser apresentados direta ou indiretamente.
Queria era estar debaixo do fogão. A apresentação direta acontece quando o personagem aparece
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... de forma clara no texto, retratando suas características físicas
‑ 0 meu porquinho‑da‑índia foi a minha primeira namorada. e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a
Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas
ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações
de situação: ganhar um porquinho‑da‑índia é passar da situação - Em 1ª pessoa:
de não ter o animalzinho para a de tê‑lo; levá‑lo para a sala ou Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a
para outros lugares é passar da situação de ele es­tar debaixo do história e é o protagonista. Exemplo:
fogão para a de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria
era estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior; “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o
“não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia
que o menino passava de uma situação de não ser terno com o a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar
animalzinho para uma situação de ser; no último verso tem‑se a de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra
passagem da situação de não ter namorada para a de ter. vez e estacava.”
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto (Machado de Assis. Dom Casmurro)
de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o
componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,
de estado pela ação de alguma personagem, é uma transformação eu estava lá e vi. Exemplo:
de situação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto,
ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o menino “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do
ganhou um porquinho‑da‑índia, é porque alguém lhe deu o Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista
animalzinho. que fez cancha nos banhados do Ibirocaí.

Didatismo e Conhecimento 98
PORTUGUÊS
Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando
os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, na criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novo
escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que absorvidos com o sanduíche e a bebida.
chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por alma Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos.
de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandou E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados
cruzada!... naquela mesa.
(...) (Wander Piroli)
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele.
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos desde muito Tipos de Discurso:
tempo. (...) Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente para
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na matança o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:
dos leitões e no tiramento dos assados com couro.
Caso de Desquite
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca).
Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. Agora
- Em 3ª pessoa:
com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa.
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só não
Exemplo: me pise, fico uma jararaca.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram __ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está bom?
de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no primeiro
menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha mês.
de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra, __Você desempregado, quem é que fazia roça?
sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de __ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui
ridículo.” jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo sem
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aqui
na carroça. Sempre o mais sacrificado, está bom?
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só.
Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
Festa __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o __ Eu arranjo.
crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois
meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor. Vai me
ambos com menos de dez anos. deixar sem nada?
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a potranca,
resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato de comida e
seis mesas desertas. roupa lavada.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O __ Para onde foi a lavadeira?
homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois __ Quem?
pãezinhos. __ A mulata.
(...)
__ Duzentos e vinte.
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz,
__ Como? sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais
gostoso. Frio
O homem olha para os meninos.
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz. O menino tinha só dez anos.
__ Está certo. Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia,
se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida. afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em (Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que
seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada percebesse; e depois?... Que é que diria a Paraná?)
um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as
dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira. vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito
cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o para nada.
primeiro bocado do pão. __ Olho vivo – como dizia Paraná.

Didatismo e Conhecimento 99
PORTUGUÊS
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele Narrativa e Narração
ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guarda nas Existe algu­ma diferença entre as duas? Sim. A narratividade é
esquinas. O seu coraçãozinho se apertava. um componente narrativo que pode existir em textos que não são
Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher. narrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo,
Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à noite. Pelo quando se diz “Depois da abolição, incentivou‑se a imigração de
jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, ele europeus”, temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta
seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavelmente um componente narrativo, pois contém uma mudança de situa­ção:
faltava mais ou menos uma hora para chegar em casa. Os bondes do não incentivo ao incentivo da imigração européia.
passavam. Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço) o que é narração?
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do - é um conjunto de transformações de situação (o texto de
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche
recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. essa condição);
Exemplo: - é um texto figurativo, isto é, opera com perso­nagens e fatos
concretos (o texto “Porquinho­-da‑índia” preenche também esse
A Morte da Porta-Estandarte requisito);
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso
posterioridade (no texto “Porquinho‑da‑índia” o fato de ganhar o
segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu...
animal é anterior ao de ele estar debaixo do fo­gão, que por sua vez
Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham
é anterior ao de o menino levá‑lo para a sala, que por seu turno é
paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses anterior ao de o porquinho‑da-índia voltar ao fogão).
tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por
que não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear da
fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina... temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romance
(Aníbal Machado) macha­diano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando o narrador
começa contando sua morte para em seguida relatar sua vida, a
Sequência Narrativa: sequência temporal foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui,
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: uma ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade.
coordena‑se a outra, uma implica a outra, uma subordina‑se a Resumindo: na narração, as três características explicadas
outra. acima (transformação de situações, fi­guratividade e relações de
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: anterioridade e poste­rioridade entre os episódios relatados) devem
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um es­tar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duas
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); dessas características não é uma narração.
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
competência para fazer algo); Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto narrativo:
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou 1 - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); aconteceu, quando e onde.
- uma em que se constata que uma transformação se deu e 2 - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens personagens.
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os 3 - Desenvolvimento: detalhes do fato.
maus). 4 - Conclusão: consequências do fato.

Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se Caracterização Formal:
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a
narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade,
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua‑se
porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função da
porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazê‑la. Tomemos,
individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do enfoque
por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim é de grande
escritura, reali­za‑se o ato de compra; para isso, é necessário po­der importância saber se o relato é feito em primeira ­pessoa ou terceira
(ter dinheiro) e querer ou dever comprar (res­pectivamente, querer pessoa. No primeiro caso, há a participação do narrador; segundo,
deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido há uma inferência do último através da onipresença e onisciência.
despejado, por exemplo). Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos
Algumas mudanças são necessárias para que outras se dêem. acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo o
Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambu aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”. O
ou outro instrumento para derrubá‑la. Para ter um carro, é preciso narrador que usa essa técnica (característica comum no cinema
antes conseguir o dinheiro. moderno) demonstra maior criatividade e originalidade, podendo
observar as ações ziguezagueando no tempo e no espaço.

Didatismo e Conhecimento 100


PORTUGUÊS
Exemplo - Personagens A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para demonstrar seu
Amâncio não viu a mulher chegar. desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca. A tartaruga
‑ Não quer que se carpa o quintal, moço? continuou avançando, com muita perseverança. Quando a lebre
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face acordou, viu-a já pertinho do ponto final e não teve tempo de correr,
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do para chegar primeiro.
passado, os olhos).” Moral: Com perseverança, tudo se alcança.
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Comentário:
Mercado Aberto, p. 5O) - o texto mostra, através de um relato de experiência vivida,
Exemplo - Espaço cenas da memória do famoso navegador brasileiro - Amir Klink,
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza autor de vários livros sobre suas viagens;
escura e unifor­me dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não - o texto 2 conta uma história de animais - fábula - que ilustra
havia, em todo o caso, como negar‑lhe a insipidez.” um comportamento humano e cuja finalidade é dar um ensinamento
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto a respeito de certas atitudes das pessoas.
Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
Podemos afirmar que os dois textos têm em comum os seguintes
Exemplo - Tempo aspectos:
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra‑se: a - acontecimento, fato, situação (ou “o que aconteceu” e “como
mulher lhe pediu que a chamasse cedo.” aconteceu”)
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4) - personagem (ou “com quem aconteceu”)
- espaço, tempo (ou o “onde” e “quando aconteceu”)
Ao longo da nossa vida, vivemos em meio a muitas narrativas. - narrador (ou “quem está contando”)
Desde muito cedo, ouvimos histórias de nossas famílias, de como
era a cidade ou o bairro há muito tempo atrás; como eram nossos Ambos os textos são narrativas, mas com uma diferença: o
parentes quando mais novos. Ouvimos também histórias de medos,
primeiro é uma narrativa não ficcional, porque traz uma história
de personagens fantásticos, de sonhos. Enfim, ouvimos, contamos,
vivida e relatada por uma pessoa. O segundo é uma narrativa
lemos, assistimos, imaginamos histórias.
ficcional, em que um autor cria no mundo da imaginação, uma
história narrada por um narrador e vivida por seus personagens.
Texto 1
Para a distinção entre narrativa ficcional e não ficcional ficar
“Noite escura, sem céu nem estrelas. Uma noite de ardentia.
mais clara, é bom lembrar, por exemplo, que a notícia de jornal é
Estava tremendo. O que seria desta vez? A resposta veio do
fundo. Uma enorme baleia, com o corpo todo iluminado, passava também uma narrativa de não ficção, pois relata fatos da realidade
exatamente sob o barco, quase tocando-lhe o fundo. Podia ser sua que mereçam ser divulgados.
descomunal cauda, de envergadura talvez igual ao comprimento
do meu barco, passando por baixo, de um lado, enquanto do Tipologia da Narrativa Ficcional:
outro, seguiam o corpo e a cabeça. Com o seu movimento verde - Romance
fosforescente iluminando a noite, nem me tocou, e iluminada - Conto
seguiu em frente. Com as mãos agarradas na borda, estava - Crônica
completamente paralisado por tão impressionante espetáculo— - Fábula
belo e assustador ao mesmo tempo. Acompanhava com os olhos e - Lenda
a respiração seu caminho sob a superfície. Manobrou e voltou-se - Parábola
de novo, e, mesmo maravilhado com o que via, não tive a menor - Anedota
dúvida: voei para dentro, fechei a porta e todos os respiros, e fiquei - Poema Épico
aguardando, deitado, com as mãos no teto, pronto para o golpe.
Suavemente tocou o leme e passou a empurrar o barco, que ficou Tipologia da Narrativa Não‑Ficcional:
atravessado a sua frente. Eu procurava imaginar o que ela queria. - Memorialismo
(Klink, Amir. “Cem dias entre céu e mar”. Rio de - Notícias
Janeiro: José Olympio, 1986) - Relatos
- História da Civilização
Texto 2
Apresentação da Narrativa:
A lebre e a tartaruga - visual: texto escrito; legendas + desenhos (= história em
A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os quadrinhos) e desenhos.
outros animais: “Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos.
tomarem parte numa corrida comigo.” - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
“Aceito o desafio!”, disse a tartaruga calmamente. “Isto parece
brincadeira. Poderia dançar à sua volta, por todo o caminho”, Exemplos de Textos Narrativos:
respondeu a lebre. Conto: é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no
“Guarde sua presunção até ver quem ganha”, recomendou a sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características,
tartaruga. estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou

Didatismo e Conhecimento 101


PORTUGUÊS
impressão total: o conto precisa causar um efeito singular no leitor; Crônica: é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo
muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários
de contista. Exemplo: literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas
de um jornal. Exemplo:
A noite em que os hotéis estavam cheios
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da Escuta
viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lu- “Já que está se falando tanto em aparelhos de escuta, imagine
gar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, se existisse um aparelho capaz de captar do ar tudo que já foi
desde que não fosse muito caro. dito pela raça humana desde os seus primeiros grunhidos. Nossas
Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro ho- palavras provocam ondas sonoras que se alastram e quem nos
tel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não assegura que elas não continuam no ar, dando voltas ao mundo,
havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com junto com as palavras dos outros, para sempre? Como não parece
desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse existir fronteiras para a técnica moderna, o aparelho certamente
que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos. se sofisticaria em pouco tempo e logo poderíamos captar a época
— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, que quiséssemos e isolar palavras, frases, discursos inteiros,
se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se inclusive identificando o seu lugar de origem. Sintonizar o Globe
o senhor vai pagar a conta ou não! Theater de Londres e ouvir as palavras de Shakespeare ditas
O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e se- por atores da época elizabetana, com intervenções do ponto e
guiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto comentários da platéia, por exemplo. Ouvir, talvez, o próprio
— que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono Shakespeare falando. Ou tossindo, já que todos os sons que
desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava emitimos? espirros, gemidos, puns também continuariam no
lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa: ar para serem ouvidos. O grito do Ipiranga. Discursos do Rui
— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão Barbosa. O silêncio do Maracanã quando o Uruguai marcou o
para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Pode- segundo gol. As grandes frases da humanidade, na voz do próprio
ria até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui
autor! Descobriríamos que Alexandre, o Grande, tinha voz fina,
nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece
que Napoleão era linguinha, que a primeira coisa que Cabral
ninguém nas altas esferas?
disse ao chegar ao Brasil foi “Diabos, enxarquei as botas”...
O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conheces-
As pessoas se reuniriam para sintonizar o passado, à procura de
se alguém nas altas esferas.
vozes conhecidas e frases famosas.
— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse
“Se for para o bem de todos e a felicidade geral da nação,
seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o
diga ao povo que...”? Isso não interessa. Muda. “Gugu”? Espera!
senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe,
Essa voz não me é estranha... “Dadá”? Sou eu, quando era bebê!
com banho e tudo.
O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema Aumenta, aumenta! É verdade que não haveria como identificar
fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi vozes famosas, dizendo coisas banais. Aquela frase, captada numa
adiante. rua de Atenas? “Aparece lá em casa, e leva a patroa”? pode muito
No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava es- bem ter sido dita por Péricles. Aquela outra “Um pouquinho mais
perando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. para cima... Aí, aí! agora coça!” pode ter sido dita por Madame
Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes Currie para o marido. Ou por Max para Engels. E não se deve
que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ain- esquecer que algumas das coisas mais bonitas ditas pelo homem
da fez um elogio. através da História foram ditas baixinho, no ouvido de alguém,
— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o via- e não causaram ondas. Da próxima vez que disser alguma coisa
jante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. que valha a pena no ouvido de alguém, portanto, grite. Você pode
Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. estar rompendo um caso de amor, e talvez um tímpano, mas estará
O gerente aí percebeu o engano: falando para a posteridade.
— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um [...]”
quarto vago, mas parece que já foi ocupado. (Veríssimo, Luís Fernando.
O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia Jornal do Brasil, 27/O9/98, p. 11)
vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma
manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito Fábula: é uma narrativa figurada, na qual são animais que
confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para sur- ganham características humanas. Sempre contém um moral por
presa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu. Saíram. sustentação, constatada no final da história. É um gênero muito
Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, pergun- versátil, pois permite diversas maneiras de se abordar determinado
tando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou assunto. É muito interessante para crianças, pois permite que elas
a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já sejam ensinadas dentro de preceitos morais sem que percebam.
chegados a Belém de Nazaré. Exemplo:
(“A Massagista Japonesa”, “Contos para um Natal brasi-
leiro”, Editora Relume: IBASE — Rio de Janeiro, 1996, pág.
09.

Didatismo e Conhecimento 102


PORTUGUÊS
O Lobo e o Cordeiro Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas pena-
A razão do mais forte é a que vence no final (nem sempre o das, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem
Bem derrota o Mal). que ele protege as matas contra incêndios.
A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo,
Um cordeiro a sede matava que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas
nas águas limpas de um regato. e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe pare-
Eis que se avista um lobo que por lá passava cem grandes tochas em movimento.
em forçado jejum, aventureiro inato,
e lhe diz irritado: - “Que ousadia Parábola: narrativa curta ou apólogo, muitas vezes
a tua, de turvar, em pleno dia, erroneamente definida também como fábula. Sua característica é
a água que bebo! Hei de castigar-te!” ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão
- “Majestade, permiti-me um aparte” - moral que pode ser tanto implícita como explícita. Ao longo dos
diz o cordeiro. - “Vede tempos vem sendo utilizada para ilustrar lições de ética por vias
que estou matando a sede simbólicas ou indiretas. Narração figurativa na qual, por meio de
água a jusante, comparação, o conjunto dos elementos evoca outras realidades,
bem uns vinte passos adiante tanto fantásticas, quanto reais. Exemplo:
de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,
para mim seria impossível O Filho Pródigo
cometer tão grosseiro acinte.”
- “Mas turvas, e ainda mais horrível “Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles
foi que falaste mal de mim no ano passado. disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E
- “Mas como poderia” - pergunta assustado ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho
o cordeiro -, “se eu não era nascido?” mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali
- “Ah, não? Então deve ter sido desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, havendo ele
teu irmão.” - “Peço-vos perdão gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a
mais uma vez, mas deve ser engano, padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela
pois eu não tenho mano.” terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
- “Então, algum parente: teus tios, teus pais. . . E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos
Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais; comiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos
por isso, hei de vingar-me” - e o leva até o recesso trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço
da mata, onde o esquarteja e come sem processo.
de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai,
La Fontaine
pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado
teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-
Lenda: é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição
se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai,
oral através dos tempos. De caráter fantástico e/ou fictício, as lendas
e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao
combinam fatos reais e históricos com fatos irreais que são mera-
pescoço, e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu
mente produto da imaginação aventuresca humana. Com exemplos
bem definidos em todos os países do mundo, as lendas geralmente e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o
fornecem explicações plausíveis, e até certo ponto aceitáveis, para pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-
coisas que não têm explicações científicas comprovadas, como lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o
acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Podemos entender bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este
que lenda é uma degeneração do Mito. Como diz o dito popular meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E
“Quem conta um conto aumenta um ponto”, as lendas, pelo fato de começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava no campo;
serem repassadas oralmente de geração a geração, sofrem alterações e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
à medida que vão sendo recontadas. Exemplo: E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele
lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque
Boi Tatá o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar.
E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao
É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu
cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os
cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua
terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe
seus olhos cresceram. disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são
Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este
Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flame- teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”
jantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. (Evangelho Lucas 15:11-32)
Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de
um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de
“Cumadre Fulôzinha”. Para os índios ele é “Mbaê-Tata”, ou Coisa
de Fogo, e mora no fundo dos rios.

Didatismo e Conhecimento 103


PORTUGUÊS
DESCRIÇÃO - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
correríamos o risco de alterar nenhuma re­lação cronológica ‑
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares e ler o texto do fim para o começo: 0 mestre era mais severo com
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em antes...
imagens.
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica,
é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos são
observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa descritos produz determinados efeitos de sentido.
forma, o que será importante ser analisado para um, não será para Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos
outro. fazer certas modificações no texto, pois este contém anafóricos
A vivência de quem descreve também influencia na hora
(palavras que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele,
de transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
etc. ou catafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito,
pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
como este, etc.), que podem perder sua função e assim não ser
compreendidos. Se tomarmos uma descrição como As flores
Exemplos:
manifestavam todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar,
(I) “De longe via a aléia onde a tarde era clara e redonda. Mas
a penumbra dos ramos cobria o atalho. ao invertermos a ordem das frases, precisamos fazer algumas
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas alterações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol fazia
surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instantes já as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu esplendor.
mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual Como, na versão original, o pronome oblíquo as é um anafórico
estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era que retoma flores, se alterarmos a ordem das frases ele perderá
estranho, suave demais, grande demais.” o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra flores para a
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda.
Lispector) Por todas essas características, diz‑se que o fragmento do
conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que
(II) Chamava‑se Raimundo este pequeno, e era mole, se expõem ca­racterísticas de seres concretos (pessoas, objetos,
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter ­situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de
aquilo que a outros levava apenas trin­ta ou cinquenta minutos; posterioridade.
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro.
Reunia a isso gran­de medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, Características:
cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola de­pois do - Ao fazer a descrição enumeramos características,
pai e retirava‑se antes. 0 mestre era mais severo com ele do que comparações e inúmeros elementos sensoriais;
conosco. - As personagens podem ser caracterizadas física e
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São psicologicamente, ou pelas ações;
Paulo, Ática, 1974, págs. 31‑32.) - A descrição pode ser considerada um dos elementos
constitutivos da dissertação e da argumentação;
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da - é impossível separar narração de descrição;
escola que o escritor frequentava. - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim
Deve‑se notar: a capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza.
- que todas as frases expõem ocorrências simul­tâneas (ao - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea
grande medo ao pai); e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada parecem conformados expressamente para esposas da multidão
cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (no (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologi­camente - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não
anterior a retirar‑se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus
duas ocorrên­cias é indiferente: o que o escritor quer é ex­plicitar enunciados.
uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas - Devem‑se evitar os verbos e, se isso não for possível,
ações); que se usem então as formas nominais, o presente e o pretério
- ainda que se fale de ações (como entrava, reti­rava‑se), todas imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos
elas estão no pretérito imperfei­to, que indica concomitância em que indiquem estado ou fenômeno.
relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
1840, em que o escritor frequentava a escola da rua da Costa) e, adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
portanto, não denota nenhuma transformação de estado;

Didatismo e Conhecimento 104


PORTUGUÊS
A característica fundamental de um texto descritivo é essa Recursos:
inexistência de progressão temporal. Pode‑se apresentar, numa - Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.
descri­ção, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação - Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas,
anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu sereno,
linguísti­cas da descrição é o predomínio de verbos no presente uma pureza de cristal.
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa - As sensações de movimento e cor embelezam o poder da
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente que
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
Para transformar uma descrição numa narra­ção, bastaria - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto.
introduzir um enunciado que indi­casse a passagem de um estado Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito
anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, para crente.
transformá­-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande
medo do pai. Mais tarde, Iibertou‑se desse medo... A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
Características Linguísticas:
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a
O enunciado narrativo, por ter a representação de um aconte-
passagem são apresentadas como realmente são, concretamente.
cimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na
Ex: “Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética,
relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado
descritivo, não tendo transformação, é atemporal. ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-se- negros e lisos”.
mânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: “
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central que se
de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina
presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de uma
existir, ficar). estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro
- Enfâse na adjetivação para melhor caracterizar o que é des- águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de
crito; Exemplo: Fora, provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado,
capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho
“Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entala- Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre
do num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargan- a qual ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramente
do até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú de Ossos)
os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da
nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emo-
calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos ção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfi-
cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. gurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expres-
Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despe- sar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é que se podia
gadas do crânio.” tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio) peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo
era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
sinestesias). Exemplo: “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
“Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-
gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu
frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei,
corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que
de sobregoverno.” (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhi-
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
nhos de azougue.”
descritivos:
(José de Alencar - Senhora)

- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, uma
“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa vez que eles indicam propriedades ou características que ocorrem
casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entrava si­multaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto de
tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ou
uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um vice‑versa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria
corredor comprido de onde saíam três portas; no final do corredor efeitos de sentido distintos.
tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...” Bocage:
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)

Didatismo e Conhecimento 105


PORTUGUÊS
Magro, de olhos azuis, carão moreno, 3 - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação
bem servido de pés, meão de altura, a objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros,
triste de facha, o mesmo de figura, esculturas ou quaisquer outros objetos.
nariz alto no meio, e não pequeno. 4 - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente.
Incapaz de assistir num só terreno,
mais propenso ao furor do que à ternura; Descrição de paisagens:
bebendo em níveas mãos por taça escura 1 - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer
de zelos infernais letal veneno. outra referência de caráter geral.
2 - Desenvolvimento: observação do plano de fundo
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, (explicação do que se vê ao longe).
1968, pág. 497. 3 - Desenvolvimento: observação dos elementos mais
próximos do observador ‑ explicação detalhada dos elementos
O poeta descreve‑se das características físicas para as que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem.
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o 4 - Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo
mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo. acerca da impressão que a paisagem causa em quem a contempla.

O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar Descrição de pessoas (I):
uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto, lugar, 1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmente
qualquer aspecto de caráter geral.
identificáveis (descrição objetiva), ou suas características
2 - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor
psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva).
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,
3 - Desenvolvimento: características psicológicas
também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado
(personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações,
desta técnica, sugere‑se que o concursando, após escrever seu
postura, objetivos).
texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou
4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva.
geral.
Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
1 – Introdução: observações de caráter geral referentes à
procedência ou localização do objeto descrito. Descrição de pessoas (II):
2 - Desenvolvimento: detalhes (lª parte) ‑ formato (comparação 1 - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões qualquer aspecto de caráter geral.
(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) 2 - Desenvolvimento: análise das características físicas,
3 - Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) ‑ material, peso, cor/ associadas às características psicológicas (1ª parte).
brilho, textura. 3 - Desenvolvimento: análise das características físicas,
4 - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua associadas às características psicológicas (2ª parte).
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto 4 - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
como um todo. geral.

Descrição de objetos constituídos por várias partes: A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma
1 - Introdução: observações de caráter geral referentes à estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam.
procedência ou localização do objeto descrito. Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensão
2 - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa
partes que compõem o objeto, associados à explicação de como as possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta
partes se agrupam para formar o todo. o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma
3 - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua
(externamente) ‑ formato, dimensões, material, peso, textura, cor sensibilidade.
e brilho. Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-
4 - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior
utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular.
sua totalidade. Por ser objetiva, há predominância da denotação.

Descrição de ambientes: Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é


1 - Introdução: comentário de caráter geral. um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma
2 - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para
do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
aroma (se houver). compõem, para descrever experiências, processos, etc.

Didatismo e Conhecimento 106


PORTUGUÊS
Exemplo: “A manhã me viu de pé, no banheiro, contemplando no vaso a curiosa
Folheto de propaganda de carro entidade que eu tinha produzido: um objeto cilíndrico, bem formado, de
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir cor saudável, textura fina, superfície lisa, quase acetinada. E tinha, à guisa
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando de olhos, dois grãos de milho.
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Flutuava displicentemente, a graciosa criatura. A descarga vazava; a
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de elevada corrente que fluía marulhando orientava‑a ora para o norte, ora para o nor­
capacidade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente. deste, ora para o sul. De repente virou‑se e ficou boiando de costas. Estava
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade tão bem ali, que vacilei em dar a descarga. Mas não podia deixar sujeira
de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o no vaso: apertei o botão.”
encosto do banco traseiro rebaixado. (Scliar, Moacyr. O ciclo das águas)
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para Exemplos de descrições segundo o objeto:
evitar a deformação em caso de colisão.
Descrição de Ambiente
Textos descritivos literários: Na descrição literária “Ali naquela casa de muitas janelas e bandeiras coloridas vivia
predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de Rosali­na. Casa de gente de casta, segundo eles antigamente. Ainda
associações conotativas que podem ser exploradas a partir de conserva a im­ponência e o porte senhorial, o ar solarengo que o tempo de
descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; todo não co­meu. As cores das janelas e das portas estão lavadas de velhas,
situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também o reboco caído em alguns trechos como grandes placas de ferida, mostra
podem ocorrer tanto em prosa como em verso. mesmo as pedras e os tijolos e as taipas de sua carne e ossos, feitos para
durar toda a vida; vi­dros quebrados nas vidraças, resultado do ataque da
meninada nos dias de reinação, quando vinham provocar Rosalina (não
Exemplos de descrições segundo a época:
de propósito e ruindade, mas sem‑que‑fazer de menino), escondida detrás
das cortinas e reposteiros: nos peitoris das sacadas de ferro rendilhado,
Descrição Romântica
formando flores estilizadas, se­tas, volutas, esses e gregas, faltam muitas
“Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre,
das pinhas de cristal faceitado cor‑de‑vinho que arrematavam nas
brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes,
cantoneiras a leveza daqueles balcões.”
a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para
(Dourado, Autran. Ópera dos mortos. Rio de Janeiro:
a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem Civilização Brasilei­ra, 1975, p. 1‑2.)
modelada e guarnecida e dentes alvos, davam ao rosto pouco oval
a beleza inculta da graça, da força e da inteligência. Descrição de Tipo
“Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, a qual se prendiam o so­brado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de
ao lado esquerdo duas plumas matizadas que, descrevendo uma velho, re­servado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência
longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela
flexível. grossa cor­rente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na
(...) cidade ‑brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento ‑
Ali, por entre a folhagem, distinguiam‑se as ondulações então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o
felinas de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vinco perfei­to. Dava gosto ver.
vezes viam-se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que O passo vagaroso de quem não tem pressa ‑ o mundo podia esperar
semelhavam os reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz pausada e grave,
pela luz do sol.” des­cia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente, nobremente,
(Alencar, José de. O guarani) os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só
para vê‑lo­passar.
Descrição Realista Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro, descarnado
“Imaginem um homem de trinta e oito a quarenta anos, alto, como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assim tão descomunal,
magro e pálido. As roupas, salvo o feitio, pareciam ter escapado podia ser desajeitado: não era, dava sempre a impressão de uma grande
ao cativeiro de Babi­lônia; o chapéu era contemporâneo do de e ponde­rada figura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia
Gessler. Imaginem agora uma so­brecasaca, mais larga do que abertas, esticava‑as feito medisse os passos, quebrando os joelhos em reto.
pediam as carnes, ‑ ou, literalmente, os ossos da pessoa; a cor preta Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina, no
ia cedendo o passo a um amarelo sem brilho; o pêlo desaparecia cava­lo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então sim era a
aos poucos; dos oito primitivos botões restavam três. As calças, grande imponente figura, que enchia as vistas. Parecia um daqueles
de brim pardo, tinham duas fortes joelheiras, enquanto as bainhas cavaleiros anti­gos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Palmeirim, quando
eram roí­das pelo tacão de um botim sem misericórdia nem graxa. iam para a guer­ra armados cavaleiros.”
Ao pescoço flutua­vam as pontas de uma gravata de duas cores, (Dourado, Autran. Ópera dos Mortos. Rio de Janei­ro:
ambas desmaiadas, apertando um colarinho de oito dias. Creio que Civilização Brasileira, 1975, p. 9‑1O)
trazia também colete, um colete de seda escura, roto a espaços, a Descrever é fazer viver os pormenores, situações ou pessoas.
desabotoado.” Evocar o que se vê e o que se sente. É criar o que não se vê, mas se
(Assis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas) percebe ou imagina. Não copiar friamente, mas deixar rica uma imagem
Descrição Modernista transmitindo sensações fortes.

Didatismo e Conhecimento 107


ADMINIATRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: funções e empregos públicos da administração direta, autárquica
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
DISPOSIÇÕES GERAIS (CONSTITUIÇÃO
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
FEDERAL, TÍTULO III, de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
CAPÍTULO VII). pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
CAPÍTULO VII limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
Seção I no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores
DISPOSIÇÕES GERAIS do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro-
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, curadores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Re- Constitucional nº 41, 19.12.2003)
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as- Executivo;
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e de 1998)
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para blico não serão computados nem acumulados para fins de conces-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- são de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Consti-
ração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tucional nº 19, de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos
anos, prorrogável uma vez, por igual período; e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III,
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con- de 1998)
cursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emen-
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições da Constitucional nº 19, de 1998)
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as- co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
sociação sindical; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu- da Constitucional nº 34, de 2001)
cional nº 19, de 1998) XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi- ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controla-
de sua admissão; das, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
interesse público; terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela
1998) (Regulamento) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 1
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- I - o prazo de duração do contrato;
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as III - a remuneração do pessoal.”
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que rece-
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga- berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali- em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
mento das obrigações. (Regulamento) sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remu-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do neração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- gos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convê- ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas
nio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) de caráter indenizatório previstas em lei.  (Incluído pela Emenda
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- Constitucional nº 47, de 2005)
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-   § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, sím- artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
bolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autorida- seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
des ou servidores públicos. Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli- dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Mi-
termos da lei. nistros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
administração pública direta e indireta, regulando especialmen- e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
te: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 2005)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui-
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- nº 19, de 1998)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração públi- emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ração;
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo- lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada- ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exer-
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos cício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o tivesse.
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante Seção II
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi- DOS SERVIDORES PÚBLICOS
bilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
Constitucional nº 19, de 1998) 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór-
gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser am- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
pliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico
o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desem- único e planos de carreira para os servidores da administração pú-
penho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (In- blica direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nº 2.135-4)

Didatismo e Conhecimento 2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
pios instituirão conselho de política de administração e remunera- rial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-
ção de pessoal, integrado por servidores designados pelos respec- tucional nº 41, 19.12.2003)
tivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus pro-
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com- ventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Re-
ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela dação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
Constitucional nº 19, de 1998) incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitu-
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda cional nº 41, 19.12.2003)
Constitucional nº 19, de 1998) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tem-
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda po de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75
Constitucional nº 19, de 1998) (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi- dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos
sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
de convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nº 20, de 15/12/98)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribui-
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisi- ção, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
tos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exi- 20, de 15/12/98)
gir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
de 15/12/98)
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por oca-
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
sião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In-
respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentado-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Re-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re- dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações
19, de 1998) utilizadas como base para as contribuições do servidor aos re-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão gimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 19.12.2003)
de 1998) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime
nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove- de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar- leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitu-
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço públi- cional nº 47, de 2005)
co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtivida- II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda
de. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 47, de 2005)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emen- que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela
da Constitucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição se-
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, rão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas «a», para o professor que comprove exclusivamente tempo de
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de ca- efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Didatismo e Conhecimento 3
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos § 15. O regime de previdência complementar de que trata o
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
nº 20, de 15/12/98) complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respecti-
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por vos participantes planos de benefícios somente na modalidade de
morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003) nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci- § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen- instituição do correspondente regime de previdência complemen-
tado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
41, 19.12.2003) § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no car- cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
go efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo esta- dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
belecido para os benefícios do regime geral de previdência social 19.12.2003)
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluí- dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo
do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
nº 41, 19.12.2003) 19.12.2003)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor- as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º,
respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono
Constitucional nº 20, de 15/12/98) de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previ-
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con- denciária até completar as exigências para aposentadoria compul-
tagem de tempo de contribuição fictício.  (Incluído pela Emenda sória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional
Constitucional nº 20, de 15/12/98) nº 41, 19.12.2003)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de ou- vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
tras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de pre- cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (In-
vidência social, e ao montante resultante da adição de proventos cluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pen-
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda são que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
Constitucional nº 20, de 15/12/98) benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdên- art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da
cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de Constitucional nº 47, de 2005)
previdência social.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 15/12/98) Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se nº 19, de 1998)
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Cons- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação
titucional nº 20, de 15/12/98) dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (In-
desde que instituam regime de previdência complementar para os cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi- II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido de 1998)
para os benefícios do regime geral de previdência social de que III - mediante procedimento de avaliação periódica de de-
trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defe-
15/12/98) sa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 4
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Servidores Públicos Militares
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- São aqueles que integram as carreiras militares dos Estados,
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, do Distrito Federal e Territórios e das Forças Armadas (art. 42, CF;
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- art. 142, § 3°, CF).
muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Estados / DFT Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Forças Armadas Exército, Marinha e Aeronáutica
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- Empregados Públicos
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em São aqueles ocupantes de emprego público, remunerados por
outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de salários e sujeitos às regras da Consolidação das Leis do Trabalho
1998) (CLT). Em regra, são os vinculados às Empresas Estatais (Empre-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- sas Públicas e Sociedade de Economia Mista).
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, Servidores Temporários
de 1998) São aqueles contratados para atender a situações transitórias e
excepcionais (art. 37, IX, CF).
CF/88

2. AGENTE PÚBLICO: Art. 37. (...)


FUNÇÃO PÚBLICA, ATENDIMENTO IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
AO CIDADÃO. terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
Lei n° 8.745/93
Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para aten-
der a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Para este tópico traremos os ensinamentos do professor Marco Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
Antonio Praxedes de Moraes Filho, no qual conceitua agente pú-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as-
blico como sendo: é uma terminologia genérica que representa a
sim como aos estrangeiros na forma da lei (art. 37, I, CF).
existência de um vínculo jurídico-profissional entre qualquer pes-
A investidura em cargos ou empregos públicos depende de
soa física e o Poder Público. Desta forma, toda pessoa física que,
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
a qualquer título, exerça funções públicas é considerada agente
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
público.
emprego. Excepcionalmente, as nomeações para cargo em comis-
são declarado em lei de livre nomeação e exoneração, não exige
Agentes Políticos
São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, aprovação em concurso público (art. 37, II, CF, com redação dada
investidos de cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomea- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
ção, eleição, designação ou delegação para o exercício das atribui- CF/88
ções constitucionais.
São eles: Art. 37.(...)
- Chefes do Executivo (Presidente da República, Governador II -a investidura em cargo ou emprego público depende de
dos Estados e Distrito Federal e Prefeitos Municipais), seus auxi- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
liares diretos (Ministros de Estado, Secretários de Estado e Secre- títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
tários Municipais); emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
- Membros do Poder Legislativo (Senadores da República, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
Deputados Federais, Deputados Estaduais, Deputados Distritais e ração;
Vereadores); O prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
- Membros do Poder Judiciário (Magistrados); prorrogáveis uma vez, por igual período (art. 37, III, CF). A pror-
- Membros do Ministério Público (Procuradores da Repúbli- rogação da validade do concurso é um ato discricionário da Admi-
ca, Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça); nistração Pública.
- Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselhei- As nomeações observarão a ordem de classificação (art. 37,
ros); IV, CF). Regra geral, o aprovado em concurso público tem apenas
- Representantes Diplomáticos. expectativa de direito quanto a investidura no cargo, ficando a cri-
tério da Administração Pública realizar as nomeações. Porém, há
Servidores Públicos Civis diversos julgamentos do STF relatando certas situações ocorridas
São aqueles incumbidos do exercício da função administrativa no mundo dos fatos concedendo direito adquirido aos aprovados
civil (não militar), regidos pelas normas do art. 39 da Constituição em concurso público. Ex. aprovado dentro do número de vagas.
Federal, sujeitos ao regime estatutário. A necessidade da realização de exame psicotécnico em con-
cursos públicos precisa estar previamente estabelecida e lei e de-
verá ser pautada e critérios objetivos.

Didatismo e Conhecimento 5
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Súmula 686, STF dano decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação no exercício do cargo; sofrido no percurso da residência para o
de candidato a cargo público. trabalho e vice-versa.
A lei deverá reservar percentual dos cargos e empregos públi- Outra modalidade de aposentadoria é a compulsória, com pro-
cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios ventos proporcionais ao tempo de serviço, quando o servidor com-
de sua admissão (art. 37, VIII, CF). Ex. O art. 5° da Lei n° 8.112/90 pletar setenta anos de idade, “proventos estes que, não obstante,
reserva em até 20% das vagas para portadores de deficiência. poderá atingir aritmeticamente a remuneração integral da ativa se
já houver atingido o servidor o referido tempo máximo de contri-
Acumulações buição.” (ARAÚJO, 2010, p. 329)
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos (art. Alexandre de Moraes (2011, p.395) destaca que “o Supremo
37, XVI, CF). Tribunal Federal alterou seu posicionamento anterior, pacifican-
- REGRA do a inaplicabilidade das regras da aposentadoria compulsória em
Acumulação Proibida virtude de idade aos notários referidos no art. 236 da Constituição
- EXCEÇÃO Federal.”
Por fim, a aposentadoria voluntária, desde que cumprido tem-
Estabilidade po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
Para os agentes públicos em geral, são estáveis após três anos cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, ob-
de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provi- servadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta
mento efetivo em virtude de concurso público (art. 41, caput, CF). e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
Todavia, para os Magistrados e Membros do Ministério Pú- idade e trinta de contribuição, se mulher. Os requisitos de idade e
blico a estabilidade recebe o nome especial de vitaliciedade, sendo de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, para o
adquirida após dois anos de exercício (art. 95, I, CF; art. 128, § professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercí-
1°, I,CF). cio das funções de magistério na educação infantil e no ensino fun-
damental e médio; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e
Responsabilidade sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
A prática de ato ilícito pelo agente público no exercício de tempo de contribuição.
suas funções pode ensejar a responsabilidade civil, criminal e ad- Por sua vez, Alexandre Mazza (2011, p.450) adverte que “em
ministrativa. relação aos servidores que cumpriram todos os requisitos até a data
A regra é a independência/autonomia entre as três esferas. To- de promulgação da Emenda nº 42/2003, a aposentadoria será cal-
davia, se o agente público for absolvido criminalmente por duas si- culada, integral e proporcionalmente, de acordo com a legislação
tuações especiais também deverá ser absolvido nas demais esferas. vigente antes da emenda. Entretanto, quanto aos demais servidores
Conforme artigo científico de Hálisson Rodrigo Lopes três públicos, não há mais possibilidade de aposentadoria com proven-
são as modalidades de aposentadoria, conforme disposto nos inci- tos integrais, passando seu valor a sujeitar-se aos patamares do
sos I a III, do art. 40 da Constituição Federal, abaixo explicitadas: regime geral de previdência”.
Aposentadoria por invalidez permanente, sendo os proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de Cargo, Emprego e Função Pública
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con- Doutrinadores conceituam quadro funcional como sendo o
tagiosa ou incurável, na forma da lei. Tais condições decorrem de conjunto de carreiras, cargos isolados e funções públicas de uma
fato mórbido que impede o servidor de desempenhar as funções mesma pessoa jurídica. Desta forma podemos afirmar que Cargo
previstas para o cargo provido. é uma pequena parte da organização funcional da Administração,
No caso das exceções acima, “os proventos serão integrais, o menor centro de competência, ocupada por servidor público es-
sendo absolutamente irrelevante a idade do servidor e o seu tempo tatutário, ao qual é atribuído um conjunto de atribuições previstas
de contribuição.” (GASPARINI, 2008, p. 206) em lei, que constituirá a sua competência (cf. definição, ligeira-
A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro 1990, que dispõe sobre o mente diferente, da Lei n. 8.112/90, art. 2º).
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autar- O professor Aragão afirma que: um dos elementos mais im-
quias e das fundações públicas federais, informa no art. 186, § 1º, portantes dos quadros funcionais são as carreiras: carreira é o con-
quais as doenças que justificam a invalidez permanente, visando à junto de classes funcionais, por sua vez composta de cargos, cujos
aposentadoria, senão vejamos: tuberculose ativa, alienação men- ocupantes têm a possibilidade de ir galgando de uma classe para
tal, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao a outra, o que constitui a progressão funcional (ex.: na carreira há
ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença três classes, cada uma delas com um número de cargos. A nomea-
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloar- ção do concursado se dá na 3ª classe e, atendendo a determinadas
trose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal condições, ele vai sendo promovido para os cargos de 2ª e de 1ª
de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Ad- classes sucessivamente).
quirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina Para ele; os cargos que integram classes funcionais são chama-
especializada. dos sucessivamente cargos de carreira. Mas há também os chama-
Já no art. 212, da legislação supracitada, salienta que:  con- dos cargos isolados que, apesar de integrarem o quadro funcional
figura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo geral do ente, não pertencem a qualquer carreira, não ensejando,
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atri- consequentemente, progressão funcional. São cargos de natureza
buições do cargo exercido, equiparando ao acidente em serviço o estanque (ex.: Ministro do TCU).

Didatismo e Conhecimento 6
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Desta forma todo cargo é composto de funções próprias, mas Até a Reforma Administrativa, da EC n. 19/1998, o prazo para
nem toda função pública pressupõe a existência de um cargo na a aquisição de estabilidade era o mesmo da vitaliciedade – dois anos.
qual deva estar alocada. Nos ensina o auto que: há funções pú- As causas taxativamente previstas na CF como ensejadoras da
blicas sem cargo: as funções gratificadas, pelas quais o servidor perda do cargo pelo servidor estável são as seguintes:
com vínculo permanente percebe remuneração pelo desempenho (a) Decisão judicial transitada em julgado, prevista no art. 41,
da atividade (art. 37, V); e as funções temporárias (art. 37, IX). Os §1º, I (única hipótese, como vimos acima, que também é de perda do
empregados públicos também exercem função pública sem ocu- cargo vitalício);
par cargos, possuindo emprego público, que é a relação jurídica (b) Decisão em processo administrativo com ampla defesa e
trabalhista estabelecida com o Estado, pela qual se incumbe e se contraditório (art. 41, §1º, II);
habilita ao exercício de determinadas funções, mas, como não têm (c) Avaliação periódica de desempenho, conforme previsto em
uma relação estatutária, não ocupam cargos. lei complementar de cada ente e assegurado o contraditório. O art.
Utilizaremos a classificação do referido autor para a explica- 41, §1º, III, que prevê essa hipótese de perda do cargo pelo servidor
ção e diferenciação de cargo, emprego e função pública, conforme estável, é, portanto, norma de eficácia limitada, ou seja, cuja eficácia
segue: está condicionada à edição da lei complementar nela referida. CEL-
Classificação dos cargos públicos SO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO sustenta que esta hipótese
Tendo em vista a situação dos cargos diante do quadro funcio- deve ser entendida como apenas os casos em que a insuficiência já
nal, já vimos no tópico anterior que há os cargos de carreira e os seria de tal monta que de qualquer forma já ensejaria a demissão pre-
cargos isolados. vista no inciso II;
Sob o prisma das garantias de permanência nos cargos, eles (d) Necessidade de redução de despesas para cumprimento
podem agrupar-se em três categorias: 1) vitalícios; 2) efetivos; e do percentual de 60% da receita corrente líquida com despesas de
3) em comissão. pessoal, na forma do art. 169 c/c o art. 247, CF, art. 33 da Emenda
1) Cargos vitalícios Constitucional n. 19/98, regulamentado pelos arts. 18 e 20 da Lei de
São os cargos que oferecem maior garantia de permanência Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/00) e pela Lei n.
aos seus ocupantes, já que, após adquirida a vitaliciedade, só po- 9.801/99.
dem perder o cargo mediante decisão judicial transitada em julga- O servidor estável que perder o cargo por essa razão, de cunho
financeiro-orçamentário, terá direito a indenização na forma do § 5º
do. Dirige-se a servidores públicos previstos constitucionalmente
do art. 169, CF (um mês de remuneração por ano de serviço). O seu
que exercem elevadas funções de controle, e que, por isso, devem
cargo é definitivamente extinto, e ele nem ficará em disponibilidade
ter garantida de forma reforçada a sua independência.
(ver conceito adiante), desligando-se, outrossim, definitivamente do
A vitaliciedade é de previsão constitucional expressa. Na vi-
serviço público (169, § 6º).
gente ordem constitucional, são vitalícios os cargos dos magistra-
Quanto à diferença entre a vitaliciedade e estabilidade, diz HELY
dos (art. 95, I), dos membros do Ministério Público (art. 128, § 5º,
LOPES MEIRELLES que a vitaliciedade é no cargo e a estabilida-
I, a) e dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º). de, no serviço público. CARMEN LÚCIA ANTUNES DA ROCHA
Via de regra, a vitaliciedade é adquirida após dois anos de entende que esta distinção, apesar de tradicionalmente repetida, não
exercício do cargo, mas, nos casos em que a nomeação não se dá é procedente, já que não há vínculo genérico com o serviço público,
por concurso, é adquirida desde o início do exercício (ex.: Minis- mas sim com determinado cargo. Neste sentido, caracteriza a vitali-
tros do STF e do TCU). ciedade simplesmente como uma “estabilidade especial”, mais fácil
2) Cargos efetivos (dois em vez de três anos) de ser adquirida e revestida de maiores
São os cargos que possuem caráter de permanência, mas um proteções (perda só com decisão transitada em julgado).
pouco menos forte que a existente nos cargos vitalícios. São a Como a Constituição Federal, ao tratar da estabilidade (art. 41),
grande maioria dos cargos dos quadros funcionais. refere-se apenas à nomeação (não a contratação) e a cargos (não a
Os ocupantes de tais cargos, após três anos de efetivo exer- empregos), não há de se falar da estabilidade para os servidores tra-
cício, adquirem estabilidade, em razão da qual só poderão perder balhistas, ressalvadas algumas restrições à sua dispensa, já que o fato
o cargo pelas causas taxativamente previstas na Constituição. A de os empregados públicos não terem estabilidade não quer dizer que
estabilidade é o direito de o servidor estatutário, investido em car- a sua dispensa possa ser arbitrária, desmotivada ou desrespeitosa dos
go efetivo, permanecer no serviço público após três anos de efeti- princípios da Administração Pública. Não que seja admissível apenas
vo exercício e desempenho avaliado positivamente por Comissão a sua dispensa com justa causa, mas devem ser adotados critérios
(art. 41), ou seja, não basta o decurso do tempo, devendo haver motivados, razoáveis e igualitários na definição de quais empregados
também o juízo positivo expresso da comissão de avaliação do serão dispensados e quais não o serão. O art. 3º da Lei n. 9.962/00
estágio probatório. adotou esta doutrina.
Mas, mesmo durante o estágio probatório, o servidor não pode 3) Cargos em comissão
ser exonerado ou demitido sem inquérito ou sem as formalidades Os cargos em comissão, também chamados de cargos de con-
legais de apuração de suas capacidades, inclusive com ampla defe- fiança, ao contrário dos anteriores, não possuem qualquer caráter de
sa (Súmula n. 21, STF, e art. 5º, IV, CF). permanência, sendo de livre nomeação (independem de concurso pú-
Apesar de terem muitas conexões, o instituto da efetividade blico) e exoneração (despida de qualquer formalidade ou condição)
não se confunde com o da estabilidade. O empossado em cargo – art. 37, II, in fine.
efetivo de pronto já tem efetividade, que é concernente à natureza O art. 37, V, tratou de forma distinta as funções de confiança e os
do cargo que ocupa, mas só terá estabilidade após três anos. A efe- cargos de confiança: aquelas só podem ser exercidas por ocupantes
tividade do cargo é um dos principais requisitos para a obtenção de cargo efetivo; e os cargos de confiança podem ser exercidos por
da estabilidade. pessoas “extraquadros”, respeitados apenas os percentuais míni-

Didatismo e Conhecimento 7
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
mos previstos em lei destinados obrigatoriamente a servidores efe- Por fim, dentro da espécie dos cargos de confiança, podería-
tivos. Em outras palavras, “os cargos em comissão representam as mos também incluir os cargos de provimento por prazo determina-
mais elevadas responsabilidades a serem exercidas sob a fidúcia da do, vedada a exoneração ad nutum (ex.: os dirigentes das agências
autoridade nomeante e, em linha de princípio, podem recair sobre reguladoras, Chefes dos Ministérios Públicos e os reitores de uni-
quaisquer destinatários, servidores ou não, desde que preencham versidades públicas). ODETE MEDAUAR os denomina de “car-
as condições legais ou regulamentares preestabelecidas pelo Po- gos ocupados por mandato”. Pelo entendimento do STF (ADI n.
der Público. Por outro lado, a legislação infraconstitucional deverá 1.949), não há propriamente uma “estabilidade temporária”, mas
contemplar uma reserva de tais cargos para os servidores organi- sim uma limitação legal do poder de exoneração às hipóteses de
zados em carreira (CF/88, art. 37, V). As funções de confiança, falta grave, após prévio contraditório. Não se exige, naturalmente,
de outra banda, aparecem na estrutura administrativa escalonadas fatos da mesma gravidade que os necessários para demitir servi-
imediatamente abaixo dos cargos em comissão e são exclusivas dores estáveis. O vínculo não é tão forte, e, por exemplo, a de-
dos servidores ocupantes de cargos efetivos de qualquer esfera go- monstração objetiva da ineficiência do servidor ocupante de cargo
vernamental”. Inerente às funções de confiança e aos cargos em em comissão por prazo determinado seria suficiente para levar à
comissão está o grau de fidúcia esperado de ocupante de ambos, sua exoneração.
sendo necessária uma relação de confiança qualificada, superior A criação é a formação de novos cargos, empregos ou fun-
àquela ordinariamente já exigida. ções públicas no quadro funcional. Na extinção, eles são suprimi-
Com efeito, há de existir na criação de cargos em comissão dos, não precisando ser feita diretamente pela lei, mas pelo Chefe
uma fidúcia pessoal diferente daquela que é exigível de todo indi- do Poder Executivo desde que o cargo esteja vago (art. 84, VI).
víduo que ocupe uma posição no organograma da Administração, Já pela transformação, dá-se a extinção e criação concomi-
seja por determinação do regime estatutário que lhe seja aplicável, tante de cargos, funções ou empregos públicos. Uma posição de-
seja pelas normas da legislação trabalhista que determinam ao em- saparece para dar lugar a outra(s) posição(s) nova(s).
pregado agir de forma leal com o empregador. Como o art. 61, § 1º, II, a, se refere à lei de iniciativa do Che-
O art. 37, V, in fine, reafirmando posição doutrinária já exis- fe do Poder Executivo apenas para a criação de cargos, funções
tente, dispõe que não é qualquer cargo que a Lei pode considerar e empregos públicos na Administração Direta e nas autarquias,
de confiança, mas apenas os de direção, chefia e assessoramento. não se referindo às entidades de direito privado da Administração
Para EDMIR NETTO DE ARAUJO, a elas deveriam ser acres- Indireta, os empregos nessas entidades podem ser criados sem lei,
centadas as funções de “consultoria e assistência”, que não foram atendidas as normas de supervisão ministerial e os seus orçamen-
contempladas, ou por uma omissão do Constituinte, ou ainda por tos.
poderem ser implicitamente retiradas da terminologia “assessora- Assim, a ausência de menção às estatais no referido dispositi-
vo constitucional demonstra que o Constituinte, atento à natureza
mento”, o que, entretanto, não seria tecnicamente preciso.
empresarial dessas entidades, dispensou-as da necessidade de lei
A exigência constitucional de que os cargos comissionados
para criação e extinção de empregos públicos.
sejam reservados a situações de direção, chefia e assessoramento
Para SÉRGIO DE ANDRÉA FERREIRA, “se, para a admi-
demonstra que somente posições com uma carga de responsabili-
nistração pública direta e autárquica, há necessidade de lei, para a
dade e fidúcia reforçadas justificam a exceção ao dever de realizar
caracterização dos cargos em comissão ou empregos de confian-
concurso público para o preenchimento de vagas na Administração
ça, o mesmo não ocorre com as entidades administrativas de direi-
Pública. to privado, nas quais isto se faz, ora por decreto, no caso de certas
Vale nesse sentido comentar uma importante decisão do STF fundações públicas; ou por atos internos dos próprios entes”.
sobre a criação de cargos em comissão, matéria que, embora per- O Tribunal de Contas da União firmou entendimento neste
meadas por alto grau de discricionariedade legislativa, foi sindi- sentido a partir da Decisão n.158/02, em caso referente ao Banco
cada pelo Poder Judiciário: na ADI n. 3.233, o Pleno declarou a do Brasil S/A: “Ora, a criação de empregos públicos em Socieda-
inconstitucionalidade, por violação ao art. 37, II, da Constitui- des de Economia Mista que desenvolvem atividades econômicas
ção Federal, do art. 1º, caput e incisos I e II, da Lei n.6.600/98; não necessita ser realizada por intermédio de lei. É indiscutível,
do art. 5º da Lei Complementar n. 57/03 e das Leis n. 7.679/04 também, que o regime jurídico das pessoas estatais que desenvol-
e n. 7.696/04, todas do Estado da Paraíba, que criaram funções vem tais atividades é o privado – onde vigora a livre criação de
de confiança denominadas “agente judiciário de vigilância”, pos- empregos –, apenas derrogado excepcionalmente pela Carta Mag-
teriormente denominadas “assessor de segurança”. Entendeu que na. Ante isto, seria um contrassenso imaginar que o Legislador
referidas funções não exigiam habilidade profissional específica, decidiu que a criação de cargos em comissão em Sociedades de
também não sendo funções dotadas de poder de comando, e, por- Economia Mista que desempenham atividades econômicas só é
tanto, não poderiam ser consideradas, ainda que por Lei “funções cabível por meio de lei e, ao mesmo tempo, nestas mesmas Socie-
de confiança”, a serem preenchidas sob a forma de cargos em co- dades, houve por bem não submeter à lei a criação de empregos
missão, e, por conseguinte, sem concurso público. públicos (...).”
Apesar de a expressão “função de confiança” ser realmente Fora do Poder Executivo, possuem iniciativa legislativa pri-
um conceito jurídico indeterminado, é possível a sua sindicabilida- vativa para criar posições funcionais no âmbito de suas respec-
de à luz das normas constitucionais, sobretudo em hipóteses como tivas estruturas funcionais o Poder Judiciário (art. 96, II, b), os
a acima aventada, que claramente não se enquadrava no referido Tribunais de Contas e o Ministério Público (art. 127, § 2º).
conceito – ou seja, encontrava-se na zona de certeza negativa do No que concerne ao próprio Poder Legislativo, a matéria não
conceito, que “destina-se apenas às atribuições de direção, chefia é regulamentada por lei, o que exigiria a sanção presidencial, ate-
e assessoramento” (art. 37, V, CF). Não basta obviamente a lei nuando sua própria autonomia de maneira que os seus cargos po-
apenas dar o nome de “assessor”. dem ser criados, transformados ou extintos por Resolução Legis-

Didatismo e Conhecimento 8
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
lativa (arts. 51, IV, e 52, XIII). Apenas a fixação da remuneração é III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
que, após a Emenda Constitucional n. 19/98, ficou dependendo de IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
lei, de iniciativa privativa da Câmara ou do Senado, dependendo V - a idade mínima de dezoito anos;
do quadro funcional respectivo. VI - aptidão física e mental.
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
outros requisitos estabelecidos em lei.
3. REGIME JURÍDICO § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS reito de se inscrever em concurso público para provimento de car-
FEDERAIS – DIREITOS, DEVERES, go cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
PROIBIÇÕES E RESPONSABILIDADES. são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte
(LEI Nº 8.112, DE 11/12/1990). por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis
ato da autoridade competente de cada Poder.
da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
DE DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13
DA LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. Art. 8o São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- II - promoção;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Título I V - readaptação;
Capítulo Único VI - reversão;
Das Disposições Preliminares VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores IX - recondução.
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime
especial, e das fundações públicas federais. Seção II
Da Nomeação
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen-
te investida em cargo público. Art. 9o A nomeação far-se-á:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e respon- provimento efetivo ou de carreira;
sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser II - em comissão, inclusive na condição de interino, para
cometidas a um servidor. cargos de confiança vagos.  (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os 10.12.97)
brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e ven- Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão
cimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in-
efetivo ou em comissão.
terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar
Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
pela remuneração de um deles durante o período da interinida-
casos previstos em lei.
Título II de. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado
Capítulo I de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso
Do Provimento público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
Seção I classificação e o prazo de sua validade.
Disposições Gerais Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo pú- estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira
blico: na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação
I - a nacionalidade brasileira; dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - o gozo dos direitos políticos;

Didatismo e Conhecimento 9
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção III § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
Do Concurso Público for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercí-
cio. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po- § 4o O início do exercício de função de confiança coincidi-
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o rá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri- servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publica-
nele expressamente previstas.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de ção. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
10.12.97) (Regulamento)
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua rea- ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento
lização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial individual.
da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
publicação do ato que promover o servidor. (Redação dada pela Lei
Seção IV nº 9.527, de 10.12.97)
Da Posse e do Exercício
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou
qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser altera- trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada
dos unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse pra-
ofício previstos em lei. zo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. (Re-
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu- dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
blicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afas-
10.12.97) tado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e altera-
do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, § 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
“b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do térmi- no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
no do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por no- razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada
meação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observa-
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens dos os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,
e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exer- respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
cício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado
ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
interesse da Administração.  (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção 10.12.97)
médica oficial. § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba-
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julga- lho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de
do apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 17.12.91)

Art.  15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período
9.527, de 10.12.97) de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capaci-
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em car- dade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, obser-
go público entrar em exercício, contados da data da posse. (Redação vados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - assiduidade;
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem II - disciplina;
efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não en- III - capacidade de iniciativa;
trar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o IV - produtividade;
disposto no art. 18.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V- responsabilidade.

Didatismo e Conhecimento 10
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro- Seção VIII
batório, será submetida à homologação da autoridade competente Da Reversão
a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão (Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da Art.  25. Reversão é o retorno à atividade de servidor apo-
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a sentado:  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 4.9.2001)
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exo- I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub-
nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa- sistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida
do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quais- II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so- a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisó-
mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar ria nº 2.225-45, de 4.9.2001)
cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Me-
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis dida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
6, 5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provi-
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser sória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para 4.9.2001)
outro cargo na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei e)  haja cargo vago.  (Incluído pela Medida Provisória nº
nº 9.527, de 10.12.97) 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resul-
os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim tante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado 2.225-45, de 4.9.2001)
a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será con-
de 10.12.97) siderado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção V § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo,
Da Estabilidade o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor-
rência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos- 4.9.2001)
sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no ser- § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
viço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (pra-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen-
zo 3 anos - vide EMC nº 19)
tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
4.9.2001)
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os pro-
ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo
Seção VI
Da Transferência menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste ar-
tigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção VII
Da Readaptação Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em tado 70 (setenta) anos de idade.
inspeção médica.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando Seção IX
será aposentado. Da Reintegração
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equi- Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
valência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad-
ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Didatismo e Conhecimento 11
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante 10.12.97)
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou I - a juízo da autoridade competente;
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. II - a pedido do próprio servidor.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção X
Da Recondução Capítulo III
Da Remoção e da Redistribuição
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de: Seção I
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; Da Remoção
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
30. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Seção XI 10.12.97)
Da Disponibilidade e do Aproveitamento I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui- 9.527, de 10.12.97)
ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. III - a pedido, para outra localidade, independentemente do in-
teresse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi- a)  para acompanhar cônjuge ou companheiro, também ser-
nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União,
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo-
Pública Federal. cado no interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de
Parágrafo  único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o 10.12.97)
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon- b)  por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro
sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi- ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assen-
nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em tamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
10.12.97) c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
que o número de interessados for superior ao número de vagas, de
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
Capítulo II Seção II
Da Vacância Da Redistribuição

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: Art.  37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi-
I - exoneração; mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-
II - demissão; soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
III - promoção; apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VI - readaptação; 10.12.97)
VII - aposentadoria; II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527,
VIII - posse em outro cargo inacumulável; de 10.12.97)
IX - falecimento. III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluí-
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple-
servidor, ou de ofício. xidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as fina-
exercício no prazo estabelecido. lidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 12
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu- de caráter permanente, é irredutível.
sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos
entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará me- servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter
diante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
e entidades da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salá-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) rio mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti-
dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado título de remuneração, importância superior à soma dos valores
em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em dispo- membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribu-
nibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central nal Federal.
do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as van-
até seu adequado aproveitamento.  (Incluído pela Lei nº 9.527, de
tagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
10.12.97)
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nº
Capítulo IV
9.624, de 2.4.98)
Da Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire- Art. 44. O servidor perderá:


ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entida- II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atra-
de. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata
§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação
prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de di- de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabe-
reção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impe- lecida pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
dimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, 10.12.97)
hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante Parágrafo  único. As faltas justificadas decorrentes de caso
o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercí-
ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos cio. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superio-
res a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
substituição, que excederem o referido período. (Redação dada pela nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide
Lei nº 9.527, de 10.12.97) Decreto nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide
Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento) (Regulamento)
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de § 1o Mediante autorização do servidor, poderá haver consig-
unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. nação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da
administração e com reposição de custos, na forma definida em
Título III regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
Dos Direitos e Vantagens
§ 2o O total de consignações facultativas de que trata o §
Capítulo I
1o não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) da remuneração
Do Vencimento e da Remuneração
mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados exclusivamente
para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
cargo público, com valor fixado em lei. I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, de crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008) II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão
de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acresci-
do das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servi-
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. dor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-
ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de ressado.  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93. 4.9.2001)

Didatismo e Conhecimento 13
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao cor- Subseção I
respondente a dez por cento da remuneração, provento ou pen- Da Ajuda de Custo
são.  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001) Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime- ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em ca-
diatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida ráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete-
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum- nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma
primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a § 1o Correm por conta da administração as despesas de trans-
data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225- porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba-
45, de 4.9.2001) gagem e bens pessoais.
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medi-
da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art.  54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
tação de alimentos resultante de decisão judicial. Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Capítulo II
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
Das Vantagens
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-
dança de domicílio.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art.
as seguintes vantagens: 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando ca-
I - indenizações; bível.
II - gratificações;
III - adicionais. Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-
provento para qualquer efeito. zo de 30 (trinta) dias.
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci-
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. Subseção II
Das Diárias
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés- Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em ca-
cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun- ráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacio-
damento. nal ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas
a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada,
Seção I alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regula-
Das Indenizações mento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
I - ajuda de custo; fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as des-
II - diárias; pesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei
III - transporte. nº 9.527, de 10.12.97)
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) § 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslo-
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos
car dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana
I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão,
ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regu-
serão estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº
larmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas
11.355, de 2006) com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos,

Didatismo e Conhecimento 14
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração
houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº
serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território 11.355, de 2006)
nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de
2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comis-
prazo de 5 (cinco) dias. são relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25%
Subseção III (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função co-
Da Indenização de Transporte missionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela
Lei nº 11.784, de 2008
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vin-
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- te e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (In-
ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições cluído pela Lei nº 11.784, de 2008
próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. § 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os
Subseção IV requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oito-
Do Auxílio-Moradia centos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel,
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.  (Incluído
de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre- pela Lei nº 11.355, de 2006)
sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa
Seção II
pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Das Gratificações e Adicionais
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratifi-
2006)
cações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo ser-
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
vidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel II - gratificação natalina;
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou 4.9.2001)
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro- IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo-
mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o sas ou penosas;
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de cons- V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
trução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluí- VI - adicional noturno;
do pela Lei nº 11.355, de 2006) VII - adicional de férias;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para pela Lei nº 11.314 de 2006)
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Di-
reção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Na- Subseção I
tureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Che-
pela Lei nº 11.355, de 2006) fia e Assessoramento 
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o,
em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;  (In- Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
cluído pela Lei nº 11.355, de 2006) função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o. (Reda-
nº 11.355, de 2006) ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 15
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 62-A.  Fica transformada em Vantagem Pessoal Nomi- Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas,
nalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situa-
exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de ções estabelecidas em legislação específica.
provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem
os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisó- dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
ria nº 2.225-45, de 4.9.2001) condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo fixados em regulamento.
somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos ser-
vidores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com
2.225-45, de 4.9.2001) Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle
permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
Subseção II
passem o nível máximo previsto na legislação própria.
Da Gratificação Natalina
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo se-
rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
bro, por mês de exercício no respectivo ano. Subseção V
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias Do Adicional por Serviço Extraordinário
será considerada como mês integral.
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de
dezembro de cada ano. trabalho.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata- atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a máximo de 2 (duas) horas por jornada.
remuneração do mês da exoneração.
Subseção VI
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál- Do Adicional Noturno
culo de qualquer vantagem pecuniária.
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen-
Subseção III dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do
Do Adicional por Tempo de Serviço dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de e trinta segundos.
2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999) Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário,
o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
Subseção IV prevista no art. 73.
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi-
dades Penosas Subseção VII
Do Adicional de Férias
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó-
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi-
xicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um
sobre o vencimento do cargo efetivo.
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e terço) da remuneração do período das férias.
de periculosidade deverá optar por um deles. Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão,
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
causa a sua concessão. que trata este artigo.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido- Subseção VIII


res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
perigosos. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei nº
e em serviço não penoso e não perigoso. 11.314 de 2006) (Regulamento)

Didatismo e Conhecimento 16
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvi- § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigi-
mento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da ad- dos 12 (doze) meses de exercício.
ministração pública federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) § 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa- § 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur- que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314
de 2006) Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
III - participar da logística de preparação e de realização de até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observan-
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coor- do-se o disposto no § 1o deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
denação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando § 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela
atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) Lei nº 8.216, de 13.8.91)
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de § 4o A indenização será calculada com base na remuneração
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os do mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei
seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) nº 8.216, de 13.8.91)
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
a natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Fede-
Lei nº 11.314 de 2006) ral quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 9.525, de 10.12.97)
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de
excepcionalidade, devidamente justificada e previamente apro- Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com
vada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu-
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
qualquer hipótese a acumulação.
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico
da administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
2006)
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tra-
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço
tando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste arti-
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.(Redação
go; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratan-
do de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste arti- Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-
go. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somen- Lei nº 9.527, de 10.12.97)
te será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste
artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de Capítulo IV
que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de Das Licenças
carga horária quando desempenhadas durante a jornada de traba-
lho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº Seção I
11.314 de 2006) Disposições Gerais
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei- Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer I - por motivo de doença em pessoa da família;
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
Capítulo III V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Das Férias 10.12.97)
VI - para tratar de interesses particulares;
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem VII - para desempenho de mandato classista.
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces- § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
específica.  (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
Lei nº 9.525, de 1997) Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 17
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Seção IV
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o Da Licença para o Serviço Militar
período da licença prevista no inciso I deste artigo.
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do concedida licença, na forma e condições previstas na legislação
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- específica.
rogação. Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício
Seção II do cargo.
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Seção V
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo Da Licença para Atividade Política
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com- durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
provação por perícia médica oficial.  (Redação dada pela Lei nº partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
11.907, de 2009) de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde
do servidor for indispensável e não puder ser prestada simulta- desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
neamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44.  (Redação partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três me-
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) ses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu-
neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Seção VI
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a Da Licença para Capacitação
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (In- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servi-
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em dor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três me-
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e ses, para participar de curso de capacitação profissional. (Redação
II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
Seção III o caput não são acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge 10.12.97)

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom- Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-
to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remune- Art. 90. (VETADO).
ração.
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou compa- Seção VII
nheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas
da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, des- ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es-
de que para o exercício de atividade compatível com o seu car- tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
go. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qual-
quer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Re-
dação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Didatismo e Conhecimento 18
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção VIII § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou ser-
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista vidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste arti-
go. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re- § 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de so-
muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe- ciedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacio-
deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre- nal para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de
sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade §§ 1º e 2º  deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja-
a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo
art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de
os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) (Re- 25.6.2002)
gulamento) § 7°  O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) com a finalidade de promover a composição da força de trabalho
servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trin- determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, in-
ta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº dependentemente da observância do constante no inciso I e nos §§
12.998, de 2014) 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) (Vide
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 Decreto nº 5.375, de 2005)
(oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para Seção II
cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des- Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
de que cadastradas no órgão competente. (Redação dada pela Lei nº
12.998, de 2014) Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se
§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser reno- as seguintes disposições:
vada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
afastado do cargo;
Capítulo V II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
Dos Afastamentos sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de vereador:
Seção I a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela para a seguridade social como se em exercício estivesse.
Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
3.12.2002) (Regulamento) poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confian- versa daquela onde exerce o mandato.
ça; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada pela Lei Seção III
nº 8.270, de 17.12.91) Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou enti-
dades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo
remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Pre-
para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de sidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
17.12.91) Tribunal Federal.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou socie- § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis-
dade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova
remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo ausência.
acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entida- § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será
de cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular
ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006) antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Ofi- hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
cial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da República, carreira diplomática.
o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da § 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de
Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pes- que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do
soal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº servidor, serão disciplinadas em regulamento.  (Incluído pela Lei
8.270, de 17.12.91) nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 19
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo Capítulo VI
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á Das Concessões
com perda total da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)
Art.  97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-
Seção IV se do serviço: (Redação dada pela Medida provisória nº 632, de
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) 2013)
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós- I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
Graduação Stricto Sensu no País II - pelo período comprovadamente necessário para alista-
mento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar- a) casamento;
se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu  em padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907,
de 2009) Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudan-
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, te, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar
em conformidade com a legislação vigente, os programas de ca- e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
pacitação e os critérios para participação em programas de pós- § 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res-
graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
peitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e
avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestra-
portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por
do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares
junta médica oficial, independentemente de compensação de ho-
de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
rário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in-
§ 3o As disposições constantes do § 2o são extensivas ao ser-
cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado
vidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Re-
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licen-
dação dada pela Lei nº 13.370, de 2016)
ça capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado
anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um)
nº 11.907, de 2009) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós- I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de 11.501, de 2007)
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares da administração é assegurada, na localidade da nova residência
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, em qualquer época, independentemente de vaga.
de 2010) Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônju-
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos ge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam
nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com
suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afasta- autorização judicial.
mento concedido.(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo Capítulo VII
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência Do Tempo de Serviço
previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade,
na forma do art. 47 da Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
de 2009)
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justifi- Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
cou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen-
§ 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou tos e sessenta e cinco dias.
de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou enti- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97,
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em
nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) virtude de:

Didatismo e Conhecimento 20
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - férias; § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será con-
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em ór- tado apenas para nova aposentadoria.
gão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Distrito Federal; Forças Armadas em operações de guerra.
III - exercício de cargo ou função de governo ou administra- § 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
Presidente da República; órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
IV - participação em programa de treinamento regularmen- e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
te instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no mista e empresa pública.
País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
11.907, de 2009) Capítulo VIII
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, mu- Do Direito de Petição
nicipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci-
mento; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-
tamento, conforme dispuser o regulamento;  (Redação dada pela Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
Lei nº 9.527, de 10.12.97) tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
VIII - licença: estiver imediatamente subordinado o requerente.
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden-
prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada do ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsidera-
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para
efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
11.094, de 2005)
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpos-
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Re-
tos.
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
f) por convocação para o serviço militar;
rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
mente, em escala ascendente, às demais autoridades.
X - participação em competição desportiva nacional ou con-
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autorida-
vocação para integrar representação desportiva nacional, no País
de a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
XI - afastamento para servir em organismo internacional de
que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconside-
9.527, de 10.12.97) ração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação
ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e 12.300, de 2010)
disponibilidade:
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí- Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi-
pios e Distrito Federal; vo, a juízo da autoridade competente.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon-
do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de ato impugnado.
2010)
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; Art. 110. O direito de requerer prescreve:
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
no serviço público federal; patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan-
Previdência Social; do outro prazo for fixado em lei.
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interes-
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. sado, quando o ato não for publicado.
102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 21
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca- III - recusar fé a documentos públicos;
bíveis, interrompem a prescrição. IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-
to e processo ou execução de serviço;
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser rele- V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
vada pela administração. da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
Art.  113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res-
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a pro- ponsabilidade ou de seu subordinado;
curador por ele constituído. VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se
a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
tempo, quando eivados de ilegalidade. confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
civil;
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
neste Capítulo, salvo motivo de força maior. trem, em detrimento da dignidade da função pública;
X - participar de gerência ou administração de sociedade pri-
Título IV vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, ex-
Do Regime Disciplinar ceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação
Capítulo I dada pela Lei nº 11.784, de 2008
Dos Deveres XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
Art. 116. São deveres do servidor:
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
companheiro;
II - ser leal às instituições a que servir;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
mente ilegais; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
V - atender com presteza: geiro;
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XV - proceder de forma desidiosa;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
esclarecimento de situações de interesse pessoal; serviços ou atividades particulares;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao car-
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do go que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autorida- com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
de competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, de XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
2011) licitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri- Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
mônio público; caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; Lei nº 11.784, de 2008
IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis- I - participação nos conselhos de administração e fiscal de
trativa; empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
X - ser assíduo e pontual ao serviço; mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
XI - tratar com urbanidade as pessoas; constituída para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Lei nº 11.784, de 2008
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade supe- forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de
rior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao represen-
interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
tando ampla defesa.
Capítulo III
Capítulo II
Da Acumulação
Das Proibições

Art.  117. Ao servidor é proibido:  (Vide Medida Provisória nº Art.  118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é
2.225-45, de 4.9.2001) vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
torização do chefe imediato; e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
II  -  retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
qualquer documento ou objeto da repartição; Estados, dos Territórios e dos Municípios.

Didatismo e Conhecimento 22
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio- Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
nada à comprovação da compatibilidade de horários. vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da autoridade competente para apuração de informação concernente à
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu- prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-
nerações forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
9.527, de 10.12.97) pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em Capítulo V


comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, Das Penalidades
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 127. São penalidades disciplinares:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu- I - advertência;
neração devida pela participação em conselhos de administração II - suspensão;
e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, III - demissão;
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par- V - destituição de cargo em comissão;
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser VI - destituição de função comissionada.
legislação específica.  (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001) Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo
atenuantes e os antecedentes funcionais.
de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade men-
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de ho-
cionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção discipli-
rário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.(Redação dada nar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
Capítulo IV violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX,
Das Responsabilidades e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamen-
tação ou norma interna, que não justifique imposição de penali-
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa- dade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou das faltas punidas com advertência e de violação das demais proi-
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-
ou a terceiros. são, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a ins-
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. peção médica determinada pela autoridade competente, cessando
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalida-
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança re- (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, fi-
cebida. cando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con- Art.  131. As penalidades de advertência e de suspensão te-
travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. rão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cin-
co) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de
houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
função.
efeitos retroativos.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será II - abandono de cargo;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do III - inassiduidade habitual;
fato ou sua autoria. IV - improbidade administrativa;

Didatismo e Conhecimento 23
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repar- § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
tição; aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo-
VI - insubordinação grave em serviço; sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (In-
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do § 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo
cargo; disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias,
X  -  lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
nacional; admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circuns-
XI - corrupção; tâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú- § 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
blicas; artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente,
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere
do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com
o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime-
a demissão.
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas se- sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
guintes fases:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- go, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea- destituição de cargo em comissão.
mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da
apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indis-
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ação penal cabível.
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumula- por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
ção ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurí- prazo de 5 (cinco) anos.
dico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como pro-
moverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei
viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
nº 9.527, de 10.12.97)
durante o período de doze meses.
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con-
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada
e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamen- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
to. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- nº 9.527, de 10.12.97)
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela Lei do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior
nº 9.527, de 10.12.97) a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá au- de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
tomaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 24
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re- Art.  144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do de-
servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará nunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente
de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por
a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para falta de objeto.
julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: I - arquivamento do processo;
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador- 30 (trinta) dias;
Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de III - instauração de processo disciplinar.
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respec- Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex-
tivo Poder, órgão, ou entidade; cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- critério da autoridade superior.
mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se
tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de
dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de adver- demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destitui-
tência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; ção de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se disciplinar.
tratar de destituição de cargo em comissão.
Capítulo II
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Do Afastamento Preventivo
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de-
missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
de cargo em comissão; venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instaura-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; dora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o da remuneração.
fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído
às infrações disciplinares capituladas também como crime.
o processo.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
Capítulo III
por autoridade competente.
Do Processo Disciplinar
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apu-
Título V rar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de
Do Processo Administrativo Disciplinar suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em
Capítulo I que se encontre investido.
Disposições Gerais
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no composta de três servidores estáveis designados pela autoridade com-
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, petente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo supe-
gurada ao acusado ampla defesa. rior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) § 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da au- seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
toridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de in-
órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irre- quérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo
gularidade, mediante competência específica para tal finalidade, ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da
República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independên-
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âm- cia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do
bito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as com- fato ou exigido pelo interesse da administração.
petências para o julgamento que se seguir à apuração.  (Incluído Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) terão caráter reservado.

Didatismo e Conhecimento 25
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
fases: termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- § 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
missão; § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, de- infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
fesa e relatório;
III - julgamento. Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não mentos previstos nos arts. 157 e 158.
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas decla-
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. rações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in- entre eles.
tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do § 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interroga-
ponto, até a entrega do relatório final. tório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado
§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que interferir nas perguntas e respostas, facultando-se lhe, porém, rein-
quiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
deverão detalhar as deliberações adotadas.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
Seção I
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
Do Inquérito
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
menos um médico psiquiatra.
Art.  153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será pro-
do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utili- cessado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a
zação dos meios e recursos admitidos em direito. expedição do laudo pericial.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disci- Art.  161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
plinar, como peça informativa da instrução. indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputa-
Parágrafo  único. Na hipótese de o relatório da sindicância dos e das respectivas provas.
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a au- § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo pre-
toridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério sidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
Público, independentemente da imediata instauração do processo 10 (dez) dias, assegurando-se-lhes vista do processo na repartição.
disciplinar. § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
de 20 (vinte) dias.
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma- § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
da de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabí- diligências reputadas indispensáveis.
veis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessá- § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia
rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
dos fatos. termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
assinatura de (2) duas testemunhas.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos con-
do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
interesse para o esclarecimento dos fatos.
conhecido, para apresentar defesa.
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
comprovação do fato independer de conhecimento especial de pe- será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
rito.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante citado, não apresentar defesa no prazo legal.
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do proces-
da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. so e devolverá o prazo para a defesa.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex- § 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instaurado-
pedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da ra do processo designará um servidor como defensor dativo, que
repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
para inquirição. ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Re-
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 26
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só
minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e men- poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente,
cionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou so aplicada.
à responsabilidade do servidor. Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-
§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comis- grafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão,
são indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem se for o caso.
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou
julgamento. indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
Seção II gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de
Do Julgamento missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimen- Seção III


to do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Da Revisão do Processo
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori-
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
competente, que decidirá em igual prazo. tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da inadequação da penalidade aplicada.
pena mais grave. § 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori- do processo.
dades de que trata o inciso I do art. 141. § 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au- será requerida pelo respectivo curador.
toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen-
to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. (Incluído Art.  175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
requerente.
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
quando contrário às provas dos autos. ainda não apreciados no processo originário.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar
responsabilidade. a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
onde se originou o processo disciplinar.
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori- Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
dade que determinou a instauração do processo ou outra de hierar- providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.
quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
de novo processo.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
do processo. arrolar.
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
IV do Título IV. conclusão dos trabalhos.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi- que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
duais do servidor. processo disciplinar.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para nalidade, nos termos do art. 141.
instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição. Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a
autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Didatismo e Conhecimento 27
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem d) licença para tratamento de saúde;
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que f) licença por acidente em serviço;
será convertida em exoneração. g) assistência à saúde;
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
agravamento de penalidade. satisfatórias;
II - quanto ao dependente:
Título VI a) pensão vitalícia e temporária;
Da Seguridade Social do Servidor b) auxílio-funeral;
Capítulo I c) auxílio-reclusão;
Disposições Gerais d) assistência à saúde.
§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os ser-
servidor e sua família. vidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, § 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi- dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem
nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito prejuízo da ação penal cabível.
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da as-
sistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) Capítulo II
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem Dos Benefícios
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual Seção I
coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no Da Aposentadoria
exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se-
guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Consti-
ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do tuição)
mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei nº 10.667, I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
de 14.5.2003) quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e propor-
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de cionais nos demais casos;
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pe- tos proporcionais ao tempo de serviço;
los servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do III - voluntariamente:
cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei (trinta) se mulher, com proventos integrais;
nº 10.667, de 14.5.2003) b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proven-
o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos tos integrais;
servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos serviço.
riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um § 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis,
conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades: a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in- mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao
validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de
reclusão; Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose an-
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; quilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (os-
III - assistência à saúde. teíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS,
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições § 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insa-
desta Lei. lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a
aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o disposto
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser- em lei específica.
vidor compreendem: § 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta
I - quanto ao servidor: médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a inca-
a) aposentadoria; pacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a impossi-
b) auxílio-natalidade; bilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei nº
c) salário-família; 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 28
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de- Seção II
clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em Do Auxílio-Natalidade
que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço
ativo. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo
de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci-
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
a partir da data da publicação do respectivo ato. § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença 50% (cinquenta por cento), por nascituro.
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
quatro) meses. público, quando a parturiente não for servidora.
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em condi-
ções de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será Seção III
aposentado. Do Salário-Família
§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao
de prorrogação da licença. inativo, por dependente econômico.
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão consi- Parágrafo  único. Consideram-se dependentes econômicos
deradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejado- para efeito de percepção do salário-família:
ra da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei nº I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os entea-
11.907, de 2009) dos até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con- II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-
vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº inativo;
11.907, de 2009) III - a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob-
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando
servância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e
o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho
proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da apo-
em atividade.
sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be-
nefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-
em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou
verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional dos dependentes.
ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias es- Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
pecificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber
provento integral, calculado com base no fundamento legal de Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
concessão da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
de 2009) Previdência Social.

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven- Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade. não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.

Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Seção IV


Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na- de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao prejuízo da remuneração a que fizer jus.
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será con-
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa- cedida com base em perícia oficial.  (Redação dada pela Lei nº
do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos 11.907, de 2009)
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada
aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
de serviço efetivo. encontrar internado.

Didatismo e Conhecimento 29
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. § 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início
230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação a partir do parto.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produ- to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
zirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos hu- reassumirá o exercício.
manos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servido-
de 2009) ra terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte)
dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata o Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hi- balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
póteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. (In- períodos de meia hora.
cluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art.  210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa)
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí- dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
cia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Parágrafo  único. No caso de adoção ou guarda judicial de
Lei nº 11.907, de 2009) criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
artigo será de 30 (trinta) dias.
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões
Seção VI
produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual-
Da Licença por Acidente em Serviço
quer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servi-
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni-
dor acidentado em serviço.
cas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou men-
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos pe-
riódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (In- tal sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
cluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento). mente, com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
Lei nº 12.998, de 2014) dor no exercício do cargo;
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo ór- II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
gão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído versa.
pela Lei nº 12.998, de 2014)
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parce- Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de
ria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autar- tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada,
quias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) à conta de recursos públicos.
III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistên- Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi-
cia à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que pos- ca oficial constitui medida de exceção e somente será admissível
suam autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pú-
do art. 230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) blica.
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato
administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Incluído pela Lei nº dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
12.998, de 2014)
Seção VII
Seção V Da Pensão
Da Licença à Gestante, à Adotante e da
Licença-Paternidade Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses
legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por limite estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Constitui-
120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remunera- ção Federal e no art. 2o da Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004.
ção. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 30
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014) Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada
(Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.135, de 2015)
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela
Art. 217. São beneficiários das pensões:  prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do
I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se compro-
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) vada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na
c) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defe-
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de sa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicial-
mente; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presu-
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) mida do servidor, nos seguintes casos:
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) I  -  declaração de ausência, pela autoridade judiciária com-
c) Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) petente;
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio
III - o companheiro ou companheira que comprove união está- ou acidente não caracterizado como em serviço;
vel como entidade familiar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) III - desaparecimento no desempenho das atribuições do car-
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguin- go ou em missão de segurança.
tes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
13.135, de 2015) de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.
c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regu- Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
lamento; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) I - o seu falecimento;
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após
servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) a concessão da pensão ao cônjuge;
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inválido, o afastamento da deficiência, em se tratando de bene-
inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) ficiário com deficiência, ou o levantamento da interdição, em se
§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os tratando de beneficiário com deficiência intelectual ou mental que
incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os períodos
V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso
§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI. (Re- IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho
dação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me- V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº 13.135,
diante declaração do servidor e desde que comprovada dependên-
de 2015)
cia econômica, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I
pela Lei nº 13.135, de 2015)
a III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão,
o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se
o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários
o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos
habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
13.135, de 2015)
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de
vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois)
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, anos após o início do casamento ou da união estável:  (Incluído
prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 pela Lei nº 13.135, de 2015)
(cinco) anos. 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de ida-
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste- de; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos
redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
oferecida. 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove)
anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 31
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será in-
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) denizado, observado o disposto no artigo anterior.
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e
três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de ida- do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de trans-
de. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) porte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
§ 1o A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja fundação pública.
preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por
deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para avalia- Seção IX
ção das referidas condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Do Auxílio-Reclusão
§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no in-
ciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-
do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer são, nos seguintes valores:
natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independente- I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo
mente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade
comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (In- competente, enquanto perdurar a prisão;
cluído pela Lei nº 13.135, de 2015) II - metade da remuneração, durante o afastamento, em vir-
§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que tude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não deter-
nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro mine a perda de cargo.
na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à ex- § 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor
pectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.
fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins previstos na § 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de Estado do imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda
Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na compa- que condicional.
ração com as idades anteriores ao referido incremento. (Incluído pela § 3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão
será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos de-
Lei nº 13.135, de 2015)
pendentes do segurado recolhido à prisão. (Incluído pela Lei nº
§ 4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência
13.135, de 2015)
Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
Capítulo III
será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições men-
Da Assistência à Saúde
sais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (Incluído
pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo,
e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odon-
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a res- tológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o
pectiva cota reverterá para os cobeneficiários.  (Redação dada pela implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da
Lei nº 13.135, de 2015) saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta-
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor,
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mes- ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou
ma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189. regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou
cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou compa- junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade
nheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. (Redação dada celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendi-
pela Lei nº 13.135, de 2015) mento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos
declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do
Seção VIII Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Do Auxílio-Funeral § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplica-
ção do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade pro-
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor fale- moverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídi-
cido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da ca, que constituirá junta médica especificamente para esses fins,
remuneração ou provento. indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a
§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago comprovação de suas habilitações e de que não estejam responden-
somente em razão do cargo de maior remuneração. do a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profis-
§ 2o (VETADO). são. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a
por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que hou- União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas
ver custeado o funeral. a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

Didatismo e Conhecimento 32
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser- Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven-
ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos cimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas prazo vencido em dia em que não haja expediente.
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce-
lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de auto- eximir-se do cumprimento de seus deveres.
gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os
2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de tuto processual;
assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após
órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) o final do mandato, exceto se a pedido;
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendi- em assembléia geral da categoria.
do pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV Art.  241. Consideram-se da família do servidor, além do


Do Custeio cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e
constem do seu assentamento individual.
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99) Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.
Título VII
Capítulo Único Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município
Da Contratação Temporária de Excepcional onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercí-
cio, em caráter permanente.
nteresse Público
Título IX
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Capítulo Único
Das Disposições Transitórias e Finais
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos
Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº
1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Pú-
Título VIII blicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho,
Capítulo Único aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto
Das Disposições Gerais os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão
ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação.
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte § 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re-
e oito de outubro. gime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na
data de sua publicação.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe- § 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não in-
cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcio- tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira: exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou en-
que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos tidades na forma da lei.
operacionais; § 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exerci-
II  -  concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, das por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam
condecoração e elogio. extintas na data da vigência desta Lei.
§ 4o (VETADO).

Didatismo e Conhecimento 33
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber. 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabili- disposições em contrário.
dade no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade
brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o  da Independência e
órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos 102  da República.
o

de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos. FERNANDO COLLOR


§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, Jarbas Passarinho
não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucio- Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.12.1990 e
nais Transitórias, poderão, no interesse da Administração e con- republicado em 18.3.1998
forme critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados me-  
diante indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
exercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei n.° 8.112,
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações de 11 de dezembro de 1990, que “dispõe sobre o Regime Jurídico dos
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações
no parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) públicas federais”.
§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto
no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando consi- O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:
derados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu,
MAURO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos do § 7° do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes partes da
aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990:
anuênio. “
Art. 87 ...........................................................................................
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei ..................................
nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada § 1° ...............................................................................................
em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 ...................................
a 90. § 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não gozados
pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em pecúnia, em
Art. 246. (VETADO). favor de seus beneficiários da pensão.

Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para aposenta-


Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, ha-
doria com provento integral será aposentado:
verá ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao
I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente supe-
período de contribuição por parte dos servidores celetistas abran-
rior àquela em que se encontra posicionado;
gidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91) 
II - quando ocupante da última classe da carreira, com a remu-
neração do padrão correspondente, acrescida da diferença entre esse
Art.  248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
e o padrão da classe imediatamente anterior.
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
do servidor. Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, chefia,
assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por período de 5 (cin-
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os co) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos interpolados, poderá aposentar-se
servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per- com a gratificação da função ou remuneração do cargo em comissão, de
centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União maior valor, desde que exercido por um período mínimo de 2 (dois) anos.
conforme regulamento próprio. § 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de
maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será incor-
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, porada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em comis-
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposenta- são imediatamente inferior dentre os exercidos.
doria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos § 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de ou- previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata o art. 62,
tubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele ressalvado o direito de opção.
dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)
Art. 231. ........................................................................................
Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ...................................
§ 1° ...............................................................................................
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ...................................
com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subse- § 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral
quente. do Tesouro Nacional.

Didatismo e Conhecimento 34
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 240. ................................................................................. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será
.......................................... comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência
a) ........................................................................................... da República, com a indicação dos respectivos membros titulares
.......................................... e suplentes.
b) ...........................................................................................
.......................................... Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
c) ...........................................................................................
.......................................... Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106°
d) de negociação coletiva; da República.
e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justi- ITAMAR FRANCO
ça do Trabalho, nos termos da Constituição Federal. Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposenta- ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
doria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos
Poder Executivo Federal
Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de ou-
tubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
CAPÍTULO I
dispositivo.”
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência Seção I
e 103° da República. Das Regras Deontológicas
MAURO BENEVIDES I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.4.1991 princípios morais são primados maiores que devem nortear o servi-
dor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
4. ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
PÚBLICA FEDERAL vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
(DECRETO Nº 1.171, DE 22/06/1994) II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
E SANÇÕES APLICÁVEIS AOS ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
AGENTES PÚBLICOS NOS CASOS DE legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da
(LEI Nº. 8.429, DE 02/06/1992). Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar
a moralidade do ato administrativo.
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
Civil do Poder Executivo Federal. tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o
fator de legalidade.
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
DECRETA: desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Ser- e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
vidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
baixa. vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Fede- VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações
ral direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providên- policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pú-
cias necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive blica, a serem preservados em processo previamente declarado
mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, inte- sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato adminis-
grada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo trativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua
ou emprego permanente. omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável
a quem a negar.

Didatismo e Conhecimento 35
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res-
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá-
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes- político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. dano moral;
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente em que se funda o Poder Estatal;
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es-
esperanças e seus esforços para construí-los. pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per- ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de mente em todo o sistema;
atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude con- m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-
dências cabíveis;
moral aos usuários dos serviços públicos.
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens le-
guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
gais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimen-
ção;
to, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem
descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da realização do bem comum;
função pública. p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de exercício da função;
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
sempre conduz à desordem nas relações humanas. viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, co- ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto
labora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrande- em boa ordem.
cimento da Nação. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
de direito;
Seção II t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
Dos Principais Deveres do Servidor Público que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos ju-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: risdicionados administrativos;
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
emprego público de que seja titular; ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações violação expressa à lei;
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; cumprimento.
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
Seção III
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
Das Vedações ao Servidor Público
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
XV - E vedado ao servidor público;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si
seu cargo; ou para outrem;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
do o processo de comunicação e contato com o público; res ou de cidadãos que deles dependam;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
blicos; de sua profissão;

Didatismo e Conhecimento 36
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou 5. ESTATUTO E REGIMENTO
material;
GERAL DA UFBA,
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie- Título I
rarquicamente superiores ou inferiores; Da Instituição
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van- Capítulo I
tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, DA NATUREZA JURÍDICA
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor
para o mesmo fim; Art. 1° A Universidade Federal da Bahia – criada pela Carta
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami- Régia de fundação do Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia, firma-
nhar para providências; da pelo Príncipe Regente D. João, em 18 de fevereiro de 1808;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten- instituída pelo Decreto-Lei n. 9.155, de 8 de abril de 1946; rees-
dimento em serviços públicos; truturada pelo Decreto n. 62.241, de 8 de fevereiro de 1968 – é
j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti- uma autarquia com autonomia didático-científica, administrativa,
cular; patrimonial e financeira, nos termos da lei e do presente Estatuto.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio Capítulo II
público; DOS OBJETIVOS INSTITUCIONAIS
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos Art. 2° São objetivos institucionais da Universidade:
ou de terceiros; I - educar para a responsabilidade social e ambiental, contri-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- buindo para o desenvolvimento humano com ética, sustentabili-
mente; dade e justiça;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a II - gerar e propagar conhecimentos, saberes e práticas no
moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; campo das ciências, das artes, das culturas e das tecnologias;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a III - propiciar formação, educação continuada e habilitação
empreendimentos de cunho duvidoso. nas diferentes áreas de conhecimento e atuação, visando ao exer-
cício de atividades profissionais e à participação no desenvolvi-
CAPÍTULO II mento da sociedade;
DAS COMISSÕES DE ÉTICA IV - exercitar a excelência acadêmica, mediante o desenvol-
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú- vimento das ciências, das artes e das humanidades, fomentando
blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual- o pensamento crítico-reflexivo nos diversos campos de saberes
quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder e práticas;
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de V - promover a extensão universitária, visando à difusão de
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no trata- avanços, conquistas e benefícios resultantes da criação cultural
mento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe e artística e da pesquisa científica e tecnológica geradas na Ins-
conhecer concretamente de imputação ou de procedimento suscep- tituição;
tível de censura. VI - contribuir para o processo de desenvolvimento local, re-
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos gional, nacional e global, realizando estudo sistemático de seus
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os problemas e formando quadros científicos, artísticos e técnicos de
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda- acordo com suas necessidades;
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios VII - promover a equidade na sociedade, combatendo todas
da carreira do servidor público. as formas de intolerância e discriminação decorrentes de diferen-
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de ças sociais, raciais, étnicas, religiosas, de gênero e de orientação
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo pa- sexual;
recer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. VIII - fomentar a paz, a solidariedade e a aproximação entre
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en- nações, povos e culturas, mediante cooperação internacional e de
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, con- intercâmbio científico, artístico e tecnológico, com especial foco
trato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza perma- nos países de língua oficial portuguesa e nos países latino-ameri-
nente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição finan-
canos;
ceira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
IX - manter a Universidade aberta à participação da popula-
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entida-
ção, promovendo amplo e diversificado intercâmbio com institui-
des paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia
ções, organizações e movimentos da sociedade;
mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Didatismo e Conhecimento 37
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
X - implementar e cultivar princípios éticos na formulação e IV - deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão
implementação de políticas, planos, programas e iniciativas que de estudantes;
concretizem suas atividades-fim. V - fixar o número de vagas de ingresso nos seus cursos, de
Parágrafo único. A Universidade poderá exercer outras ativi- acordo com a sua capacidade institucional e as exigências do seu
dades no interesse da sociedade, desde que em acordo com o esta- meio;
belecido neste artigo. VI - conferir graus, diplomas, certificados, títulos e dignida-
des universitárias.
Capítulo III
DA COMPOSIÇÃO Art. 8° A autonomia patrimonial e financeira consiste em:
I - aprovar e executar planos, programas e projetos de inves-
Art. 3º A Universidade compõe-se de: timentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem
I - corpo docente; como administrar rendimentos, conforme dispositivos institucio-
II - corpo discente; nais;
III -corpo técnico-administrativo. II - elaborar e executar seus orçamentos anuais e plurianuais;
Parágrafo único. Os regimes funcional e disciplinar a que III - adotar as providências de ordem orçamentária, financeira
estarão sujeitos os membros dos corpos docente, técnico-admi- e patrimonial necessárias à gestão contábil e financeira;
nistrativo e discente serão estabelecidos no Regimento Geral da IV - receber e gerir subvenções, doações, heranças e legados;
Universidade. V - celebrar convênios, contratos e ajustes, inclusive de coo-
peração financeira, com entidades públicas e privadas, bem assim
Art. 4º A responsabilidade pelas atividades letivas é privativa contrair empréstimos para atender as suas necessidades;
do corpo docente, constituído por professores com atividade regu- VI - adotar regime contábil e financeiro que atenda às suas
lar de ensino, pesquisa, extensão ou administração universitária. peculiaridades de organização e funcionamento;
VII - administrar e dispor do seu patrimônio.
Parágrafo único. O estabelecimento de categorias, formas de
provimento, exercício, movimentação, regime de trabalho, deve- Art. 9° A autonomia administrativa consiste em:
res, direitos e vantagens dos membros do corpo docente obedece- I - elaborar e reformar seu Estatuto e Regimento Geral;
rão ao disposto no Regimento Geral da Universidade, vinculados II - realizar os processos de escolha de Reitor, Vice-Reitor,
ao regime próprio do servidor público federal e ao respectivo Pla- Diretores e Vice-Diretores de Unidades Universitárias, de acordo
no de Carreira. com a legislação em vigor;
III - firmar contratos, acordos, convênios e instrumentos si-
Art. 5º Constituem o corpo discente os estudantes regular- milares;
mente matriculados nos diversos cursos de graduação e pós-gra- IV - dispor sobre política de pessoal docente e técnico-admi-
duação stricto sensu mantidos pela Universidade. nistrativo;
§ 1º O corpo discente será representado por entidades de orga- V - estabelecer critérios e normas a serem observados pelos
nização estudantil; no nível superior da administração, pelo Dire- corpos docente, discente, técnico administrativo, bem como defi-
tório Central dos Estudantes e, no nível dos cursos, por Centros e nir as sanções a que estão sujeitos os seus membros.
Diretórios Acadêmicos.
§ 2º Cada órgão deliberativo da Universidade terá representa- Título II
ção dos estudantes, escolhida em processo conduzido pelas enti- Do Patrimonio e Das Finanças
dades de organização estudantil, nos respectivos níveis de gestão.
Capítulo I
Art. 6º O corpo técnico-administrativo da Universidade com- DO PATRIMÔNIO
preende os servidores que exercem atividades de suporte ao desen-
volvimento do ensino, pesquisa e extensão, necessárias ao cumpri- Art. 10. Constituem patrimônio da Universidade:
mento dos objetivos institucionais, vinculados ao regime próprio I - bens e direitos adquiridos ou que venha a adquirir;
do servidor público federal e ao respectivo Plano de Carreira. II - doações, legados e heranças regularmente aceitos, com ou
sem encargo;
Capítulo IV III - saldos dos exercícios financeiros transferidos para a conta
DA AUTONOMIA patrimonial.
§ 1º A Universidade poderá alienar, permutar e adquirir bens,
Art. 7° A autonomia didático-científica consiste em: visando à valorização do seu patrimônio, assim como criar e pro-
I - cumprir seus objetivos institucionais, levando em conta as mover inversões de fundos para obtenção de rendas.
necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais da socie- § 2º Os recursos destinados aos fundos especiais somente po-
dade; derão ser aplicados na realização dos objetivos que justificaram
II - criar, organizar, modificar e extinguir cursos e programas sua criação, sob pena de extinção e transferência dos seus recursos
no âmbito de sua atuação; à receita geral da Universidade.
III - estabelecer os regimes didático e científico dos diferentes § 3º A efetivação do disposto neste artigo, em todos os casos,
cursos, bem como os programas de pesquisa e de extensão; dependerá de aprovação do Conselho Universitário, ouvido o Con-
selho de Curadores.

Didatismo e Conhecimento 38
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Capítulo II Art. 14. A Universidade contará, ainda, com Órgãos Consulti-
DAS FINANÇAS vos, de caráter avaliativo e de acompanhamento, destinados a as-
sessorar e apoiar os Conselhos Superiores, a Reitoria, as Unidades
Art. 11. Os recursos financeiros da Universidade serão prove- Universitárias e outras instâncias de gestão no encaminhamento de
nientes de: questões referentes à vida acadêmica e ao desenvolvimento insti-
I - dotações que, a qualquer título, lhe sejam destinadas nos tucional da Universidade Federal da Bahia.
orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios; Parágrafo único. A enumeração, estrutura, composição, com-
II - doações; petências e funcionamento desses órgãos serão estabelecidos no
III - renda de aplicação de bens e valores patrimoniais; Regimento Geral da Universidade.
IV - rendimentos provenientes da retribuição de serviços co-
brados pela Universidade; Capítulo II
V - rendas provenientes de patentes, marcas, direitos autorais DOS ÓRGÃOS SUPERIORES DE DELIBERAÇÃO
e outros previstos em lei;
VI - recursos oriundos de fundações e outros organismos de Seção I
apoio e amparo à pesquisa e extensão; Do Conselho Universitário
VII - rendas eventuais e recursos de fontes diversas, aprova-
dos pelas instâncias competentes da Universidade. Art. 15. O Conselho Universitário (CONSUNI) terá a seguinte
composição:
Art. 12. O Regimento Geral da Universidade estabelecerá nor- I - Reitor, seu Presidente;
mas para elaboração e execução orçamentárias. II - Vice-Reitor;
§ 1º A proposta orçamentária, instruída por parecer do Con- III - pró-reitores de áreas administrativas;
selho de Curadores, aprovada pelo Conselho Universitário, será IV - diretores das Unidades Universitárias;
remetida ao órgão central responsável pela elaboração do projeto V - presidentes dos Conselhos Acadêmicos;
de orçamento da União. VI - 02 (dois) representantes do corpo docente;
§ 2º No decorrer do exercício financeiro, poderão ser abertos VII - 04 (quatro) representantes do corpo técnico-administra-
créditos adicionais, mediante proposta do órgão interessado, sub- tivo;
metida ao Conselho de Curadores pelo Reitor e, após, à aprovação VIII - 02 (dois) representantes da comunidade;
do Conselho Universitário, obedecidos os preceitos da legislação IX - representação do corpo discente, na forma da lei.
e regulamentos específicos. § 1° Cada membro do Conselho Universitário terá um suplen-
§ 3º Anualmente, o Reitor submeterá ao Conselho Universitário te para substituí-lo em suas ausências e impedimentos.
a Prestação de Contas, acompanhada de parecer do Conselho de § 2º Os representantes mencionados nos incisos VI e VII do
Curadores. caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzi-
§ 4º Os saldos do exercício financeiro, desde que não vincula- do pelas respectivas entidades de representação, para mandato de
dos, serão incorporados ao patrimônio da Universidade. dois anos, com direito a uma recondução.
§ 3º Os representantes mencionados no inciso VIII serão elei-
Título III tos pelo Conselho Universitário, para mandato de dois anos, sem
Da Estrutura direito a recondução.

Capítulo I Art. 16. Compete ao Conselho Universitário:


DOS ÓRGÃOS EM GERAL I - deliberar sobre:
a ) políticas gerais e planos globais de ensino, pesquisa, cria-
Art. 13. A estrutura da Universidade é composta por Órgãos ção, inovação e extensão da Universidade;
Superiores de Deliberação, de Administração Central, de Órgãos b ) planejamento anual, diretrizes orçamentárias, proposta or-
de Ensino, Pesquisa e Extensão, de Controle e de Fiscalização e çamentária e prestação de contas da Universidade;
Supervisão. c ) criação, modificação e extinção de Unidades Universitá-
§ 1º São Órgãos Superiores de Deliberação: rias e demais órgãos;
I - Conselho Universitário; d ) política patrimonial e urbanística dos campi, aprovando a
II - Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão; variação patrimonial: aquisição, construção e alienação de bens
III - Conselhos Acadêmicos; imóveis;
IV - Assembleia Universitária. e ) diretrizes relativas à retribuição de serviços cobrados pela
§ 2º São Órgãos da Administração Central: Universidade;
I - Reitoria; f ) quadro de pessoal técnico-administrativo e de pessoal do-
II - Órgãos Estruturantes, vinculados à Reitoria. cente, estabelecendo a distribuição dos cargos de Magistério Su-
§ 3º São Órgãos de Ensino, Pesquisa e Extensão: perior da Universidade;
I - Unidades Universitárias; g ) recrutamento, seleção, admissão, regime de trabalho e dis-
II - Órgãos Complementares, vinculados às Unidades Univer- pensa de pessoal docente;
sitárias. h ) normas gerais a que se devam submeter as Unidades Uni-
§ 4º Atuará como Órgão Superior de Controle, Fiscalização e versitárias e demais órgãos, ressalvadas as de competência do
Supervisão o Conselho de Curadores, que contará com o auxilio da Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão;
Coordenadoria de Controle Interno. i ) concessão de títulos e dignidades universitárias.

Didatismo e Conhecimento 39
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II - eleger: Art. 18. Compete ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa
a ) o substituto eventual do Vice-Reitor, dentre os diretores de e Extensão:
Unidades Universitárias; I - estabelecer, anualmente, o Calendário Acadêmico da Uni-
b ) os representantes da comunidade nos Conselhos Superiores, versidade;
com os respectivos suplentes; II - fixar normas e deliberar sobre políticas de integração entre
c ) os representantes no Conselho de Curadores, dentre os ensino, pesquisa e extensão na Universidade;
seus membros. III apreciar propostas relativas a programas estratégicos que
III - Supervisionar o desempenho em geral das Unidades Uni- articulem ensino, pesquisa e extensão;
versitárias e dos demais órgãos e serviços da Instituição, compon- IV - regulamentar aspectos inerentes às interfaces entre as
do, se necessário, Comissão de Avaliação com esse fim. distintas éticas acadêmica, pedagógica, profissional e de pesquisa;
IV - julgar os recursos interpostos das decisões em primeira V - julgar, em grau último de recurso, processos referentes
instância das Congregações e do Reitor, salvo quando se tratar de a decisões em primeira instância dos Conselhos Acadêmicos que
matéria de competência do Conselho Superior de Ensino, Pesqui- não tenham sido aprovadas por 3/5 do seu quorum efetivo;
sa e Extensão; VI - elaborar, modificar e aprovar seu próprio Regimento.
V - aprovar o Regimento Geral da Universidade, o seu próprio § 1° O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão reu-
Regimento Interno e propostas de regimento interno das Unidades nir-se-á, ordinariamente, pelo menos uma vez a cada dois meses ou,
Universitárias, dos órgãos estruturantes e dos órgãos complemen- extraordinariamente, convocado pelo seu Presidente ou a requeri-
tares. mento da maioria dos membros.
VI - decidir sobre matéria omissa neste Estatuto e no Regi- § 2° Em nenhuma hipótese, o Conselho Superior de Ensino,
mento Geral da Universidade. Pesquisa e Extensão atuará como instância recursal dos órgãos co-
§ 1° O Conselho Universitário reunir-se-á, ordinariamente, legiados das Unidades Universitárias.
com periodicidade mensal ou, extraordinariamente, quando con-
vocado por seu Presidente ou por requerimento da maioria absolu- Seção III
ta dos seus membros. Dos Conselhos Acadêmicos
§ 2° O Conselho Universitário delibera por seu pleno e por suas
Comissões, conforme estabelecido no Regimento Geral da Univer- Art. 19. Os Conselhos Acadêmicos são: I - Conselho Acadê-
sidade Federal da Bahia. mico de Ensino;
§ 3° Os representantes do corpo discente e do corpo técnico- II -Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão.
§ 1° Cada Conselho Acadêmico terá um presidente eleito en-
-administrativo não terão voto em matéria referente a concurso
tre os membros representantes de Unidades Universitárias, não po-
público para o Magistério Superior.
dendo a escolha recair em pró-reitores ou nos representantes dos
corpos discente e técnico- administrativo.
Seção II
Do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão § 2º Os Conselhos Acadêmicos reunir-se-ão, ordinariamente,
com frequência quinzenal ou, extraordinariamente, por convocação
de seu Presidente ou da maioria absoluta dos seus membros.
Art. 17. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão
(CONSEPE) terá a seguinte composição: Art. 20. Compõem o Conselho Acadêmico de Ensino:
I - Reitor, seu Presidente;
I - pró-reitores das áreas de ensino;
II - Vice-Reitor;
II - um membro docente representante de cada Unidade Uni-
III - pró-reitores das áreas de atividades-fim da Universidade;
versitária, eleito pela respectiva Congregação;
IV - um membro docente representante de cada Unidade Uni- III - um representante do corpo técnico-administrativo, com
versitária, escolhido pela respectiva Congregação dentre os eleitos nível superior, atuante em programas ou cursos de graduação e
para compor os Conselhos Acadêmicos; de pós- graduação stricto sensu, eleito por seus pares, em pleito
V - 02 (dois) representantes do corpo técnico-administrativo, conduzido pela respectiva entidade de representação;
membros dos Conselhos Acadêmicos; IV - um representante da comunidade, eleito pelo Conselho
VI - 02 (dois) representantes da comunidade, membros dos Universitário, para mandato de dois anos, sem direito a recondu-
Conselhos Acadêmicos; ção;
VII - representação do corpo discente, na forma da lei. V - representação do corpo discente, na forma da lei.
§ 1° O mandato dos membros docentes será de 2 (dois) anos, Parágrafo único. Os representantes mencionados nos incisos
sendo permitida uma recondução. II e III do caput deste artigo terão mandato de dois anos, permitida
§ 2º Cada membro do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa uma recondução.
e Extensão terá um suplente para substituí-lo em suas ausências e
impedimentos. Art. 21. Ao Conselho Acadêmico de Ensino compete:
§ 3º A suplência do membro docente referido no inciso IV I - supervisionar as atividades acadêmicas do ensino de gra-
será exercida pelo representante da Unidade Universitária no outro duação e de pós-graduação;
Conselho Acadêmico. II - fixar normas e deliberar sobre:
a ) regime didático da Universidade, no que se refere ao ensi-
no de graduação e de pós-graduação;
b ) criação, instalação, funcionamento, modificação e extinção
de cursos de graduação e sequenciais;

Didatismo e Conhecimento 40
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
c ) criação, instalação, funcionamento, modificação e extinção Seção IV
de cursos de pós-graduação, incluindo programas permanentes de Da Assembleia Universitária
especialização sob a forma de Residência e de outras modalidades
de ensino; Art. 24. A Assembleia Universitária terá a seguinte composi-
d ) fixação, ampliação e diminuição de vagas nos cursos de gra- ção:
duação e de pós-graduação; I - Reitor, seu Presidente;
e ) recrutamento, seleção, admissão e habilitação de alunos de II - Vice-Reitor;
graduação e de pós-graduação; III - delegados do corpo docente, na proporção de 1 para cada
f ) reconhecimento de graus e títulos acadêmicos de gradua- 20 professores por Unidade Universitária, desprezadas as frações;
ção e de pós-graduação; IV - delegados do corpo técnico-administrativo, na proporção
III - acompanhar a execução dos planos e programas dos cur- de um décimo do total de membros da Assembleia;
sos de graduação e de pós-graduação, submetendo-os a contínua V - delegados do corpo discente, na forma da lei.
avaliação; Parágrafo único. Os delegados citados nos itens III a V terão
IV - regulamentar aspectos inerentes à ética acadêmica nas mandato de dois anos e serão escolhidos por seus pares em processo
relações de ensino, no nível de graduação e de pós-graduação. de eleição direta, conduzido pelas respectivas entidades de represen-
tação, em prazo não inferior a 60 (sessenta) dias que antecedam a
Art. 22. Compõem o Conselho Acadêmico de Pesquisa e Ex- data da Assembleia.
tensão:
I - pró-reitores das áreas de pesquisa, criação e inovação e de Art. 25. À Assembleia Universitária compete:
extensão universitária; I - avaliar o cumprimento dos objetivos institucionais da Uni-
II - um membro docente representante de cada Unidade Uni- versidade, levando em conta as necessidades econômicas, políticas
versitária, eleito pela respectiva Congregação; e culturais da sociedade;
III - um representante do corpo técnico-administrativo, com ní- II - aprovar moções, recomendações e proposições a serem enca-
vel superior, atuante em programas ou cursos de graduação e de pós- minhadas aos Conselhos Superiores;
graduação stricto sensu, eleito por seus pares, em pleito conduzido III - apreciar assuntos de alta relevância, quando convocada es-
pela respectiva entidade de representação; pecialmente para esse fim.
IV - um representante da comunidade, eleito pelo Conselho § 1º A Assembleia Universitária reunir-se-á, ordinariamente,
Universitário, para mandato de dois anos, sem direito a recondução; a cada dois anos ou, extraordinariamente, convocada pelo Reitor
V - representação do corpo discente, na forma da lei. ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho Univer-
Parágrafo único. Os representantes mencionados nos incisos II sitário.
e III do caput deste artigo terão mandato de dois anos, permitida § 2º Os Conselhos citados no inciso II do caput deste artigo
uma recondução. deverão elaborar e divulgar relatórios, aprovados pelos respectivos
plenários, prestando contas da apreciação dos encaminhamentos
Art. 23. Ao Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão com- da Assembleia Universitária.
pete:
I - supervisionar as atividades acadêmicas de pesquisa, criação e Capítulo III
inovação e de extensão universitária; DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE,
II - apreciar planos, programas e projetos institucionais de pes- FISCALIZAÇÃO E SUPERVISÃO
quisa, criação e inovação, submetendo-os a contínua avaliação;
III - apreciar propostas relativas a programas interdisciplinares Seção I
e estratégicos de extensão, de educação permanente e de serviços, Do Conselho de Curadores
incluindo cursos de especialização na modalidade extensão;
IV - fixar normas e deliberar sobre formação profissional e edu- Art. 26. Compõem o Conselho de Curadores:
cação permanente; I - três representantes do Conselho Universitário, escolhidos
V - dispor sobre regras gerais relativas a consultorias, prestação dentre os membros dirigentes de Unidades Universitárias, com
de serviços e outras atividades nas interfaces entre Universidade, mandato de dois anos, permitida uma recondução;
governos e sociedade. II - três representantes do Conselho Superior de Ensino, Pes-
VI - deliberar sobre questões relativas à propriedade intelectual, quisa e Extensão, escolhidos dentre os membros docentes, excluí-
direitos autorais, registros, patentes, royalties e rendimentos auferi- dos os pró- reitores, com mandato de dois anos, permitida uma
dos do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e artístico e recondução;
das atividades de extensão, educação permanente e serviços; III - dois representantes do corpo docente;
VII - regulamentar aspectos inerentes à ética acadêmica e pro- IV - dois representantes do corpo técnico-administrativo;
fissional e à integridade científica, cultural e estética, na sua área de V - dois representantes da comunidade;
competência. VI - representação do corpo discente, na forma da lei.
§ 1º O Conselho de Curadores elegerá seu Presidente dentre
os representantes do Conselho Universitário.
§ 2º Cada membro do Conselho de Curadores terá um suplen-
te para substituí-lo em suas ausências e impedimentos.

Didatismo e Conhecimento 41
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3º Os representantes mencionados nos incisos III e IV do Capítulo IV
caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzi- DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
do pelas respectivas entidades de representação, para mandato de
dois anos, com direito a uma recondução. Seção I
§ 4º Os representantes mencionados no inciso V do caput des- Da Reitoria
te artigo serão eleitos pelo Conselho Universitário, para mandato
de dois anos, sem direito a recondução, conforme estabelecido no Art. 29. À Reitoria, órgão executivo da administração supe-
Regimento Geral da Universidade Federal da Bahia. rior, incumbe a coordenação, fiscalização e superintendência das
atividades da Universidade, incluindo:
Art. 27. São atribuições do Conselho de Curadores: I - ensino, pesquisa e extensão;
I - exercer a fiscalização econômico-financeira na Universida- II - planejamento e orçamento;
de, mediante: III - gestão de pessoas;
a ) emissão de parecer sobre a proposta orçamentária e as alte- IV - assistência aos estudantes;
rações no orçamento-programa sugeridas pela Reitoria; V - manutenção patrimonial e gerenciamento de obras;
b ) exame, a qualquer tempo, dos documentos da contabilida- VI - segurança e gestão ambiental;
de da Universidade;
VII - administração.
c ) emissão de parecer sobre a prestação de contas do Reitor, a
ser submetida à aprovação do Conselho Universitário; Parágrafo único. As atividades discriminadas neste artigo
d ) emissão de parecer sobre projetos submetidos pela Reito- serão exercidas por Pró-Reitorias e órgãos específicos, que fun-
ria, que envolvam a utilização de fundos patrimoniais, operações cionarão nos termos do Regimento Geral da Universidade e do
de crédito ou a criação de fundos especiais, assim como doações Regimento da Reitoria.
e legados que criarem encargos financeiros para a Universidade;
II - aprovar o Plano Anual de Atividades elaborado pela Coor- Art. 30. A Reitoria será exercida pelo Reitor e, em suas au-
denadoria de Controle Interno; sências e impedimentos, pelo Vice-Reitor, que também exercerá
III - apreciar quaisquer outros assuntos que importem à regu- funções que lhe forem delegadas pelo Reitor.
laridade econômico-financeira da Universidade; § 1° Os mandatos do Reitor e do Vice-Reitor serão de quatro
IV - apreciar, de oficio ou mediante provocação, a qualidade anos, permitida uma única recondução.
do gasto público na Universidade, examinando-o sob o aspecto da § 2° O Reitor e o Vice-Reitor serão escolhidos e nomeados de
legalidade, economicidade, razoabilidade e eficiência, recomen- acordo com a legislação vigente e o previsto no Regimento Geral
dando ao da Universidade.
Conselho Universitário as medidas que se façam necessárias;
V - determinar à Coordenadoria de Controle Interno a rea- Art. 31. Compete ao Reitor:
lização de auditorias para verificação da execução de contratos e, I - representar a Universidade;
eventualmente, a apuração de irregularidades no gasto público; II - convocar e presidir o Conselho Universitário, o Conselho
VI - elaborar, modificar e aprovar seu próprio Regimento in- Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão e a Assembleia Univer-
terno. sitária, sempre com direito a voto, inclusive o de qualidade;
Parágrafo único. O Conselho de Curadores reunir-se-á, ordi- III - nomear e empossar diretores e vice-diretores;
nariamente, pelo menos uma vez a cada dois meses ou, extraordi- IV - escolher, nomear e empossar Pró-Reitores e demais ocu-
nariamente, convocado pelo seu Presidente ou a requerimento da pantes dos cargos da Administração Central da Universidade;
maioria dos seus membros. V - dar cumprimento às decisões dos Órgãos Superiores de
Deliberação da Universidade;
Seção II VI - praticar os atos pertinentes ao provimento e vacância
Da Coordenadoria de Controle Interno dos cargos do quadro de pessoal da Universidade, bem como os
relativos ao pessoal temporário;
Art. 28. A Coordenadoria de Controle Interno (CCI) da Uni- VII - expedir atos de lotação referentes à distribuição dos
versidade Federal da Bahia vincula-se ao Conselho de Curadores e cargos de Magistério da Universidade;
tem como atribuição supervisionar as atividades desenvolvidas na
VIII - supervisionar todos os órgãos, atos e serviços da Uni-
Instituição, especialmente quanto à regularidade da gestão contá-
versidade, para prover acerca de sua regularidade, disciplina, de-
bil, orçamentária, financeira, patrimonial, de sistema e de pessoal.
coro, eficiência e eficácia;
IX - conferir graus, diplomas, títulos e dignidades universi-
Parágrafo único. A CCI terá estrutura, organização, adminis-
tração e funcionamento regulados por Regimento próprio, elabo- tárias, podendo, mediante ato próprio, delegar tais atribuições,
rado pelo Conselho de Curadores e aprovado pelo Conselho Uni- inclusive em caráter permanente, a dirigentes universitários;
versitário. X - submeter ao Conselho Universitário propostas de políti-
cas gerais, planejamento global e diretrizes orçamentárias para a
Universidade;
XI - apresentar, anualmente, ao Conselho Universitário, ouvi-
do o Conselho de Curadores, a proposta orçamentária e a presta-
ção de contas da Universidade;

Didatismo e Conhecimento 42
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XII - encaminhar ao Conselho de Curadores projetos que en- II - Institutos: unidades de ensino, pesquisa e extensão defini-
volvam utilização de fundos patrimoniais, operações de crédito das por sua missão de formação acadêmica em campos científicos
e criação de fundos especiais, assim como doações e legados que gerais ou áreas de conhecimento disciplinares, multidisciplinares e
criarem encargos financeiros para a Universidade; interdisciplinares.
XIII - assinar convênios, contratos, acordos e ajustes, inclu- Parágrafo único. As Unidades Universitárias terão estrutura,
sive os que incluam intervenção ou participação das Unidades organização, administração e funcionamento regulados por Regi-
Universitárias ou Órgãos Estruturantes; mentos próprios, homologados pelo Conselho Universitário.
XIV - delegar poderes ao Vice-Reitor, aos Pró-Reitores e de-
mais autoridades universitárias; Art. 35. Incumbe às Unidades Universitárias:
XV - desempenhar outras atribuições não especificadas neste I - produzir, transmitir e difundir cultura e conhecimentos
Estatuto, que estejam compreendidas na área de coordenação, fis- pertinentes à sua área específica, mediante:
calização e superintendência das atividades universitárias. a ) oferta de cursos de graduação, pós-graduação e sequen-
Parágrafo único. A representação judicial e extrajudicial e a ciais;
assessoria jurídica da Universidade serão exercidas pela Procu- b ) realização de programas de pesquisa integrados com o
radoria Federal, junto à Universidade Federal da Bahia, na forma ensino;
da lei. II - promoção de programas de formação profissional e edu-
cação continuada;
Seção II III - desenvolver atividades culturais e de extensão, incluindo
Dos Órgãos Estruturantes a prestação de serviços e consultorias;
IV - realizar a execução orçamentária e financeira, no que
Art. 32. Os Órgãos Estruturantes compõem sistemas institu- couber.
cionais vinculados à Reitoria, destinados à gestão e execução de
ações específicas da administração acadêmica, que devem preen- Art. 36. São órgãos da estrutura das Unidades Universitárias:
cher os seguintes requisitos essenciais: I - Congregação;
I - desempenhar atividades essenciais e integradoras das fun- II - Diretoria;
ções acadêmicas; III - Colegiados.
II - atender a necessidades gerais da comunidade universi-
Parágrafo único. A estrutura das Unidades Universitárias po-
tária;
derá incluir outros órgãos, como Departamentos, Coordenação
III - atuar dentro dos objetivos institucionais da Universidade.
Acadêmica ou Núcleos, ao quais terão composição, competências
§ 1º Os Órgãos Estruturantes constituem unidades de gestão
e funcionamento definidos nos Regimentos Internos das respecti-
e terão dotação orçamentária específica, cargos e lotação própria
vas Unidades Universitárias, nos termos do Regimento Geral da
de pessoal técnico- administrativo, porém não poderão dispor de
Universidade.
pessoal docente neles lotados.
§ 2º Recursos captados pelos Órgãos Estruturantes de fontes
Art. 37. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estru-
financeiras extra-orçamentárias serão destinados, exclusivamente,
às atividades definidas no caput deste artigo. tura departamental, o Departamento será o órgão de execução das
atividades acadêmicas e de lotação de pessoal docente.
Art. 33. São Órgãos Estruturantes da Universidade Federal § 1º O Departamento compõe-se de professores do quadro
da Bahia: permanente e professores visitantes com responsabilidade docente.
I - Sistema Universitário de Tecnologia da Informação; § 2º A Chefia e a Vice-Chefia do Departamento caberão a pro-
II - Sistema Universitário de Bibliotecas; fessores da carreira do Magistério Superior, de classe igual ou su-
III - Sistema Universitário de Saúde; perior à de Professor Adjunto, em regime de tempo integral, eleitos
IV - Sistema Universitário de Museus; para exercer mandato de dois anos, conforme o Regimento Geral
V - Sistema Universitário Editorial. da Universidade Federal da Bahia e a legislação em vigor.
Parágrafo único. A estrutura e funcionamento desses órgãos § 3° Nos seus impedimentos e ausências, o Chefe do Departa-
serão regulamentados no Regimento Geral da Universidade e nos mento será substituído pelo Vice-Chefe.
respectivos Regimentos Internos.
Art. 38. A Congregação tem a seguinte composição:
Capítulo V I - Diretor, seu Presidente;
DOS ÓRGÃOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO II - Vice-Diretor;
III - representantes da Unidade Universitária nos Conselhos
Seção I Acadêmicos;
Das Unidades Universitárias IV - representação de Colegiado(s) do(s) curso(s) ministra-
do(s) pela Unidade Universitária;
Art. 34. As Unidades Universitárias, órgãos de execução das V - representação de Departamento(s), onde houver;
atividades acadêmicas e de lotação de pessoal docente e técnico- VI - representação do corpo docente, na forma do Regimento
-administrativo, compreendem duas modalidades: Interno de cada Unidade Universitária;
I - Faculdades ou Escolas: unidades de ensino, pesquisa e ex- VII - representação do corpo técnico-administrativo, na forma
tensão definidas por sua missão de formação em carreiras acadê- do Regimento Interno de cada Unidade Universitária;
micas, profissionais, tecnológicas e artísticas; VIII - representação do corpo discente, na forma da lei.

Didatismo e Conhecimento 43
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º Esta composição poderá ser acrescida de outros mem- XVII - julgar, em grau último de recurso, processos referentes
bros, conforme estabelecido no Regimento Interno de cada Uni- a decisões dos Colegiados de cursos vinculados à Unidade Univer-
dade Universitária. sitária, bem como dos órgãos referidos no
§ 2º Os representantes previstos nos incisos VI e VII serão Art. 36, Parágrafo único.
eleitos pelos seus pares, com mandato de dois anos, podendo haver XVIII - elaborar e modificar o Regimento Interno da Unidade
recondução por uma vez. Universitária, submetendo-o à aprovação do Conselho Universi-
§ 3º Os representantes dos corpos discente e técnico-adminis- tário;
trativo não poderão votar em matéria referente a concurso para o XIX - decidir sobre matéria omissa no Regimento Interno da
Magistério Superior. Unidade Universitária.

Art. 39. Compete à Congregação: Art. 40. A Diretoria da Unidade Universitária será exercida
I - apreciar o plano anual da Unidade Universitária; pelo Diretor e, em suas faltas e impedimentos, pelo Vice-Diretor.
II - propor diretrizes para a elaboração do orçamento anual § 1º O Diretor e o Vice-Diretor, escolhidos e nomeados de
da Unidade acordo com a legislação vigente e o previsto no Regimento Ge-
Universitária, fixando as prioridades para a aplicação dos re- ral da Universidade, terão mandato de quatro anos, permitida uma
cursos; única recondução.
III - promover articulação e compatibilização das atividades e § 2º No caso de vacância dos cargos de Diretor e de Vice-Dire-
planos de trabalho acadêmicos dos Colegiados de cursos vincula- tor, as listas serão organizadas em até sessenta dias após a vacância
dos à Unidade Universitária; e o mandato do dirigente que vier a ser nomeado será de quatro
IV - supervisionar a atuação dos Colegiados de cursos vincu- anos.
lados à Unidade Universitária; § 3º O Reitor nomeará Diretor ou Vice-Diretor pro tempore,
V - apreciar propostas, planos, programas e projetos de pes- quando não houver condições para o provimento regular imediato.
quisa, criação e inovação e de extensão, educação permanente e
serviços no âmbito da Unidade Universitária, submetendo-os a Art. 41. Compete ao Diretor:
contínua avaliação, em conformidade com as diretrizes do Conse- I - superintender as atividades, atos e serviços dos órgãos ad-
lho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; ministrativos e acadêmicos da Unidade Universitária, provendo
VI - estabelecer instruções e normas a que se devam submeter acerca de sua regularidade, disciplina, decoro, eficiência e eficácia;
os órgãos de programação e execução das atividades de ensino, II - cumprir e fazer cumprir as determinações contidas no Re-
pesquisa e extensão da Unidade Universitária, em consonância com gimento Geral da Universidade e no Regimento Interno da Uni-
as diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão; dade Universitária, bem como as normas editadas pelos Órgãos
VII - deliberar sobre a realização de concurso para a carreira do Superiores de Deliberação da Universidade e as deliberações da
Magistério Superior, em todas as suas etapas, na forma prevista no Congregação da Unidade Universitária;
Regimento Geral da Universidade; III - elaborar e submeter à Congregação, em consonância com
VIII - avaliar, no âmbito da Unidade Universitária, as polí- as normas estabelecidas pelo Conselho Universitário e pelo Con-
ticas de desenvolvimento de pessoal adotadas pela Universidade selho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, o plano anual da
Federal da Bahia; Unidade Universitária;
IX - pronunciar-se a respeito de pedido de remoção de ocu- IV - propor à Congregação as diretrizes para a elaboração do
pantes de cargos da carreira do Magistério Superior e de pessoal orçamento anual da Unidade Universitária e as prioridades para a
técnico- administrativo; aplicação dos recursos;
X - organizar as listas de nomes para escolha e nomeação, pela V - propor diretrizes e ações sobre assuntos de ordem acadê-
autoridade competente, do Diretor e do Vice-Diretor da Unidade mica;
Universitária; VI - convocar e presidir reuniões da Congregação e do Con-
XI - eleger, na última reunião ordinária do ano, dentre os seus selho Deliberativo de Órgão(s) Complementar(es) vinculado(s) à
membros docentes, o Substituto Eventual do Vice-Diretor; Unidade Universitária, sempre com direito a voto, inclusive o de
XII - escolher, para mandato de dois anos, os representantes qualidade;
e respectivos suplentes da Unidade Universitária junto aos Con- VII - apresentar, anualmente, ao Reitor e à Congregação o Re-
selhos Acadêmicos e, correlativamente, ao Conselho Superior de latório dos trabalhos da Unidade Universitária.
Ensino, Pesquisa e Extensão;
XIII - pronunciar-se, em caráter deliberativo preliminar, a res- Art. 42. O ensino de graduação e de pós-graduação será minis-
peito de proposta de criação de Órgão Complementar a ela vincu- trado pelas Unidades Universitárias, mediante programas ou cursos
lado, a ser submetida, posteriormente, à aprovação do Conselho geridos por Colegiados.
Universitário; § 1° Composição, competências e funcionamento dos Cole-
XIV - instituir prêmios escolares e propor a concessão de títu- giados serão estabelecidos nos Regimentos Internos das respectivas
los e dignidades universitárias; Unidades Universitárias ou em regulamentos próprios, respeitados
XV - manifestar-se sobre qualquer matéria da competência do o Regimento Geral da Universidade Federal da Bahia e as normas
Diretor, quando por ele solicitado; do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão.
XVI - avaliar o desempenho global e aprovar o relatório anual § 2° Dentre os membros docentes de cada Colegiado, será
da Unidade Universitária; eleito um Coordenador e um Vice Coordenador para exercer man-
dato de dois anos, com direito a uma recondução.

Didatismo e Conhecimento 44
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3° Nos seus impedimentos e ausências, o Coordenador do Título V
Colegiado será substituído pelo Vice Coordenador. Das Disposições Gerais e Trsnsitorias
§ 4° Os membros dos Colegiados que, sem justificativa, fal-
tarem a duas reuniões seguidas ou a quatro reuniões no mesmo Art. 47. O presente Estatuto poderá ser modificado mediante
exercício perderão seus mandatos. aprovação da maioria absoluta dos membros do Conselho Univer-
§ 5° A representação estudantil nos Colegiados será escolhida sitário e do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão,
em processo conduzido pelo(s) Diretório(s) ou Centro(s) Acadê- reunidos em sessão especial, conjunta, convocada especialmente
mico(s) da(s) respectiva(s) Unidade(s) Universitária(s). para esse fim.
§ 1º Alterações do presente Estatuto somente poderão ocorrer
Art. 43. Colegiados de cursos ou de programas de natureza in- por proposta da Reitoria ou da maioria absoluta dos membros de
terdisciplinar, envolvendo mais de uma Unidade Universitária ou um dos Órgãos Superiores de Deliberação, acompanhada de expo-
com especificidades de gestão acadêmica, terão Regimento próprio, sição de motivos.
conforme o disposto no Regimento Geral da Universidade. § 2º A sessão especial referida no caput deste artigo será con-
vocada, no mínimo, trinta dias após a apresentação da proposta de
Seção II modificação.
Dos Órgãos Complementares
Art. 48. Na ausência de competência definida estatutária ou
Art. 44. As Unidades Universitárias poderão criar Órgãos Com- regimentalmente, as decisões acadêmicas e administrativas serão
plementares a elas vinculados, para colaborar nas atividades de en- tomadas pela autoridade de menor escala hierárquica, não poden-
sino e/ou conduzir ações, projetos e programas de pesquisa, criação do, no caso, qualquer processo tramitar por mais de três instâncias,
e inovação e de extensão universitária. incluído o dirigente do Órgão ou Colegiado, quando a matéria se
§ 1º Órgãos Complementares não terão lotação própria de pes- relacionar a suas atribuições.
soal docente e técnico-administrativo.
§ 2º A criação de Órgãos Complementares dependerá de apro- Art. 49. Os casos omissos neste Estatuto serão decididos pelo
vação do Conselho Universitário, ouvido o Conselho Superior de Conselho Universitário, mediante deliberação da maioria absoluta
Ensino, Pesquisa e Extensão. dos seus membros.
§ 3º O Regimento Geral da Universidade disciplinará estrutu-
ra, funcionamento e processo de criação desses órgãos. Art. 50. As alterações promovidas por este Estatuto serão im-
plementadas no prazo máximo de 180 dias após sua aprovação.
Título Iv Auditório do Instituto de Ciências da Saúde, 23 de novembro de
Das Atividades – Fim da universidade 2009.

Capítulo I Título I
DAS ATIVIDADES DE ENSINO Introdução e Disposições Gerais

Art. 45. As atividades de ensino na Universidade Federal da Art. 1º. A Universidade Federal da Bahia, cuja estrutura é
Bahia serão realizadas por programas e cursos de graduação e de definida em Estatuto próprio, submete-se ao presente Regimento
pós-graduação. Geral que, observados os preceitos daquele, será complementado
Parágrafo único. Critérios, exigências e requisitos para ingres- por outras normas destinadas a assegurar o seu fiel cumprimento.
so, assim como estrutura, funcionamento e currículos dos progra-
mas e cursos serão fixados pelo Conselho Acadêmico de Ensino, Capítulo I
em conformidade com o disposto no Regimento Geral da Univer- DAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DA UNIVERSIDADE
sidade.
Art. 2º. As atividades essenciais da Universidade, impulsiona-
Capítulo II das pela sua administração institucional e acadêmica, são:
DAS ATIVIDADES DE PESQUISA, CRIAÇÃO I - ensino;
E INOVAÇÃO E DE EXTENSÃO II - pesquisa, criação e inovação;
UNIVERSITÁRIA III - extensão universitária.
§ 1º São consideradas atividades de ensino, além das que vie-
Art. 46. As atividades de extensão universitária e de pesquisa, rem a ser definidas pelo Conselho Acadêmico de Ensino, aquelas
criação e inovação obedecerão às diretrizes traçadas pelo Conse- de caráter formativo e pedagógico, realizadas em programas e cur-
lho Acadêmico de Pesquisa e Extensão, em conformidade com o sos de graduação e pós-graduação, nas seguintes modalidades:
disposto no Regimento Geral da Universidade. I - aula presencial;
Parágrafo único. A Universidade destinará, em seu orçamen- II - orientação de graduação e pós-graduação;
to, recursos específicos para atividades de extensão e de pesquisa, III - supervisão de atividades práticas e estágios curriculares;
criação e inovação, sem prejuízo dos que venha a obter de outras IV - ensino à distância;
fontes. V - preceptoria.

Didatismo e Conhecimento 45
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2º As atividades de pesquisa, criação e inovação compreen- Art. 4º. As reuniões dos Órgãos Colegiados serão públicas e a
dem concepção, participação, realização e coordenação de proje- participação dos seus membros prefere a qualquer atividade univer-
tos e programas geradores de conhecimento filosófico, científico e sitária, sendo obrigatório o comparecimento, respeitada a hierarquia
tecnológico, e de criação artística e cultural, nas seguintes moda- entre esses órgãos.
lidades: § 1º Somente participarão das reuniões dos Órgãos Colegiados
I - estudos filosóficos, teóricos, históricos ou políticos; seus membros efetivos, sendo que, em caráter excepcional, a cri-
II - pesquisas de campo, estudos etnográficos e similares; tério do plenário ou por convocação do seu Dirigente, poderão ser
III - pesquisa-ação, intervenções comunitárias e similares; ouvidos convidados especiais, sempre que necessário para melhor
IV - operação de laboratórios e observatórios; apreciação de matéria específica.
V - desenvolvimento metodológico e instrumental de pesqui- § 2º As reuniões ordinárias dos Órgãos Colegiados serão convo-
sa; cadas por ofício e/ou por meio eletrônico, pelo seu Dirigente, com
VI - pesquisa operacional e de processos institucionais; antecedência mínima de 48 horas, devendo constar da convocação a
VII - estudos de processos de criação científica, tecnológica, respectiva ordem do dia.
artística e cultural; § 3º As reuniões extraordinárias serão convocadas pelo Diri-
VIII - concepção e elaboração de obras de arte e similares; IX gente ou por solicitação da maioria absoluta dos membros do Órgão
- investigação e experimentação em ciências básicas; Colegiado, com a ordem do dia restrita à discussão e deliberação
X - outras atividades de pesquisa, criação e inovação, definidas sobre a pauta que a determinou.
em norma específica pelo Conselho Acadêmico competente.
§ 3º As atividades de extensão integram projetos e programas Art. 5º. Os Órgãos Colegiados reunir-se-ão com a presença
de formação continuada e de integração da Universidade com ins- da maioria absoluta de seus membros, observando-se o critério de
tituições públicas e privadas, organizações não-governamentais, maioria simples para suas decisões, salvo disposição em contrário
empresas e movimentos sociais, nas seguintes modalidades: no Estatuto ou neste Regimento.
I - cursos de extensão, aperfeiçoamento, especialização, capa- § 1º Para efeito de estabelecimento de quorum nas sessões dos
citação e similares; Órgãos Colegiados, somente serão computadas as representações
II - cooperação técnica, inovação tecnológica e similares; III - efetivamente preenchidas, sendo que, nos Colegiados de cursos,
não serão considerados os docentes afastados ou em gozo de férias.
direção artística, produção cultural e similares;
§ 2º Além do seu voto, o presidente de Órgão Colegiado terá,
IV - consultorias e assessorias; V - prestação de serviços;
nos casos de empate, o voto de qualidade.
VI - articulação com saberes não-universitários;
VII - outras atividades de extensão, definidas em norma espe- § 3º Nenhum membro de Órgão Colegiado poderá votar nas de-
cífica pelo Conselho Acadêmico competente. liberações que, direta ou indiretamente, digam respeito a seus inte-
resses particulares, do seu cônjuge, descendentes, ascendentes ou
§ 4º Os planos, programas, projetos e relatórios sobre as ativida-
colaterais, estes até o terceiro grau.
des essenciais da Universidade deverão ser submetidos aos Órgãos
Colegiados competentes e os resultados e produtos serão objeto de Art. 6º. O titular de Órgão Colegiado da Universidade será
registro e acompanhamento nos órgãos próprios. substituído em suas faltas e impedimentos pelo suplente.
Parágrafo único. No caso de vacância do cargo do titular, assu-
Capítulo II
mirá o substituto pelo prazo máximo de sessenta dias, dentro do qual
Dos órgãos colegiados
proceder-se-á a nova eleição ou indicação.
Art. 3º. Definem-se como Órgãos Colegiados todas as instân- Art. 7º. A qualquer membro de Órgão Colegiado é assegurada
cias permanentes de deliberação que se compõem por representação vista dos processos submetidos à sua deliberação, pelo prazo máxi-
e cujas decisões se estendem sobre: mo de cinco dias úteis, sendo o processo objeto do pedido de vista
I - toda a Universidade, a saber, o Conselho Universitário, o incluído na pauta da reunião imediatamente posterior.
Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, os Conselhos § 1º Em caso de novo pedido de vista, este será concedido, simul-
Acadêmicos e o Conselho de Curadores, os quais terão regimentos taneamente, aos que solicitarem.
próprios; § 2º A concessão de pedidos de vista subsequentes deverá ser
II - ou parte dela, isto é, Congregações, Colegiados e Conse- aprovada pelo plenário do Órgão Colegiado.
lhos Deliberativos, cujas competências sejam definidas neste Re-
gimento Geral e nos Regimentos Internos das Unidades Universi- Capítulo III
tárias, dos Órgãos Estruturantes e dos Complementares. DAS REPRESENTAÇÕES NOS ÓRGÃOS
§ 1º Os Órgãos Colegiados poderão dispor de Regulamentos COLEGIADOS
próprios, que se sujeitarão sempre às normas universitárias de hie-
rarquia superior. Art. 8º. As representações dos corpos docente e técnico-admi-
§ 2º Aprovação e modificações do Regimento Geral, dos de- nistrativo nos Órgãos Colegiados serão escolhidas na forma estabe-
mais Regimentos e dos Regulamentos são da competência exclusi- lecida no Estatuto.
va do pleno dos Conselhos Superiores, conforme a matéria. Parágrafo único. As representações mencionadas no caput des-
§ 3º Será assegurada deliberação colegiada democrática a to- te artigo serão compostas por servidores do quadro permanente da
dos os assuntos relativos a metas, planos, programas, normas e Instituição, desde que não exerçam Cargo de Direção (CD), obser-
escolha de dirigentes, bem como a decisões referentes a processos vadas outras disposições contidas no Estatuto ou neste Regimento
institucionais de cunho acadêmico ou administrativo. Geral.

Didatismo e Conhecimento 46
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 9º. A representação do corpo discente em qualquer ór- § 1º O Regimento Interno do Conselho Universitário disci-
gão de deliberação colegiada será composta na proporção de um plinará o seu funcionamento e o de suas Comissões Permanentes.
estudante para cada quatro membros não discentes, desprezada a § 2º Os representantes da comunidade no Conselho Universi-
fração resultante. tário serão escolhidos pelo referido Conselho, em escrutínio secre-
§ 1º Os membros da representação estudantil nos Órgãos Co- to, entre aquelas personalidades da sociedade civil, indicadas pelas
legiados terão mandato de um ano, sendo permitida uma recon- Congregações, que mais se destacaram no apoio às universidades.
dução.
§ 2º A representação estudantil poderá dispor, em cada reu- Art. 13. O Conselho Universitário subdivide-se nas Comissões
nião, de um estudante a mais do previsto no caput deste artigo, Permanentes abaixo nominadas, cujas competências lhes são atribuí-
com direito a voz, a título de assessoramento aos representantes das a seguir:
legais. I - à Comissão de Assuntos Acadêmicos: apreciar propostas
e políticas sobre matéria acadêmica, títulos honoríficos, intercâmbio
Capítulo IV universitário nacional e internacional, além de outros assuntos da
DO PROVIMENTO DOS CARGOS interface acadêmico-administrativa;
II - à Comissão de Orçamento e Finanças: apreciar questões de
orçamento e financiamento da Universidade;
Art. 10. Os cargos de Reitor e Vice-Reitor, bem como os de
III - à Comissão de Patrimônio, Espaço Físico e Meio Ambien-
Diretor e Vice- Diretor de Unidade Universitária, serão exercidos te: apreciar questões referentes ao patrimônio material e imaterial
por docentes integrantes da carreira do Magistério Superior. da Instituição, com especial ênfase nos temas da sustentabilidade
§ 1º Nos impedimentos dos gestores indicados no caput deste ecológica nos campi universitários;
artigo, os cargos serão assumidos, no caso da Reitoria, pelo substi- IV - à Comissão de Gestão de Pessoas: apreciar propostas e
tuto eventual do Vice-Reitor, eleito dentre os diretores de Unidades políticas para o pessoal docente e técnico-administrativo;
Universitárias, membros do CONSUNI e, no caso das Unidades V - à Comissão de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil:
Universitárias, pelo substituto eventual do Vice-Diretor, eleito den- apreciar propostas atinentes às políticas de ações afirmativas e assis-
tre os docentes membros das respectivas Congregações. tência estudantil;
§ 2º Nos impedimentos dos substitutos eventuais indicados no VI - à Comissão de Normas e Recursos: deliberar sobre recursos
parágrafo anterior, os cargos serão assumidos, no caso da Reitoria, e apreciar, preliminarmente, modificações ao Estatuto, ao Regimen-
pelo decano dentre os diretores de Unidades Universitárias e, no to Geral, e aos demais Regimentos e Resoluções da Universidade.
caso das Diretorias, pelo decano dentre os docentes membros da § 1º As Comissões Permanentes terão sua composição definida
respectiva Congregação. na última sessão ordinária de cada ano, de acordo com o Regimento
§ 3º Para efeito de aplicação do disposto no parágrafo anterior, do Conselho Universitário.
considera-se decano o docente que por primeiro ingressou na Insti- § 2º Cada Comissão Permanente será composta de, no mínimo
tuição, independentemente do nivelamento na carreira ou da titu- nove e, no máximo, quinze membros, sendo facultado a cada con-
lação funcional. selheiro integrar até duas comissões, respeitados os limites acima
§ 4º Aplicam-se essas mesmas normas, no que couber, a Cole- fixados.
giados de cursos, Departamentos, Órgãos Estruturantes e Comple- § 3º A deliberação da Comissão de Normas e Recursos sobre
mentares e outras estruturas de gestão da Universidade. matéria de recurso que alcançar aprovação de três quintos dos seus
membros será considerada final.
Art. 11. A escolha do Reitor e Vice-Reitor da Universidade Fe- § 4º Os temas que não se enquadrarem na temática das Co-
deral da Bahia, bem como do Diretor e Vice-Diretor das Unidades missões Permanentes serão apreciados por Comissões Temporárias,
Universitárias e dirigentes dos demais órgãos executivos e colegia- constituídas por membros do Conselho Universitário, especialmente
criadas para o fim que se determine.
dos processar-se-á nos termos da legislação em vigor.
§ 1º A lista tríplice para nomeação do Reitor e do Vice-Reitor
Capítulo II
será organizada por Colegiado composto pelos membros do Conse-
DOS CONSELHOS SUPERIORES ACADÊMICOS
lho Universitário (CONSUNI) e do Conselho Superior de Ensino,
Pesquisa e Extensão (CONSEPE).
Art. 14. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão
§ 2º Cada membro do Colegiado definido no parágrafo ante- (CONSEPE), órgão máximo de deliberação colegiada em matéria
rior terá apenas um voto. estritamente acadêmica, tem composição e competências definidas
nos artigos 17 e 18 do Estatuto.
Título II
Dos Órgãos EM GERAL Art. 15. O Conselho Acadêmico de Ensino tem composição e
competências definidas nos artigos 20 e 21 do Estatuto.
Capítulo I § 1º O Conselho Acadêmico de Ensino elegerá seu Presidente
DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO na última sessão ordinária de cada ano, dentre os representantes de
Unidades Universitárias.
Art. 12. O Conselho Universitário (CONSUNI), órgão de deli- § 2º Além das competências referidas no caput deste artigo,
beração máxima da Universidade, com composição e competências o Conselho Acadêmico de Ensino cuidará da adequação, qualidade,
definidas nos artigos 15 e 16 do Estatuto, delibera por seu pleno e eficácia e compatibilidade dos sistemas de registros acadêmicos e
por suas Comissões. administrativos em relação às atividades de ensino da Universidade.

Didatismo e Conhecimento 47
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 16. O Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão tem § 3º O Coordenador Geral será escolhido entre os servido-
composição e competências definidas nos artigos 22 e 23 do Es- res docentes ou técnico-administrativos do quadro permanente da
tatuto. Universidade, preferencialmente com curso superior em Ciências
§ 1º O Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão elegerá Contábeis, Administração, Economia ou Direito, para mandato de
seu Presidente na última sessão ordinária de cada ano, dentre os dois anos, podendo haver recondução.
representantes de Unidades Universitárias. § 4º Os relatórios técnicos das auditorias e demais atividades
§ 2º Além das competências referidas no caput deste artigo, o realizadas pela Coordenadoria de Controle Interno nas Unidades
Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão cuidará da adequa- Universitárias e demais órgãos da Universidade serão levados ao
ção, qualidade, eficácia e compatibilidade dos sistemas de registros conhecimento do Conselho de Curadores, do dirigente do órgão
operacionais em relação às atividades de pesquisa e extensão da auditado e do Reitor.
Universidade. § 5º Estrutura, organização, competências e funcionamento da
Coordenadoria de Controle Interno serão estabelecidos em Regula-
Capítulo III mento próprio.
DA ASSEMBLEIA UNIVERSITÁRIA
Título III
Art. 17. A Assembleia Universitária tem composição e compe- Da Reitoria
tências definidas nos artigos 24 e 25 do Estatuto da Universidade.
Art. 20. À Reitoria, órgão executivo, incumbe superintender,
Capítulo IV coordenar e fiscalizar as atividades da Universidade, por intermé-
DO CONSELHO DE CURADORES dio das seguintes Pró- Reitorias:
I - Ensino de Graduação;
Art. 18. O Conselho de Curadores, com composição e compe- II - Ensino de Pós-Graduação;
tências definidas nos artigos 26 e 27 do Estatuto, supervisionará as III - Pesquisa, Criação e Inovação;
atividades de fiscalização e controle da administração e da gerência IV - Extensão Universitária;
da Universidade Federal da Bahia, em conformidade com os dispo- V - Planejamento e Orçamento;
sitivos legais que regulamentam a matéria. VI - Administração;
§ 1º O Conselho de Curadores elegerá seu Presidente na últi- VII - Desenvolvimento de Pessoas;
ma sessão ordinária de cada ano, dentre os representantes do Con- VIII - Ações Afirmativas e Assistência Estudantil.
selho Universitário dirigentes de Unidades Universitárias.
§ 2º Além das competências indicadas no caput deste artigo, Art. 21. As Pró-Reitorias serão dirigidas por Pró-Reitores, no-
o Conselho de Curadores cuidará da adequação, qualidade, eficá- meados pelo Reitor, e terão as seguintes atribuições gerais:
cia e compatibilidade dos sistemas de controles administrativos, de I - executar as decisões dos Órgãos Colegiados superiores per-
informações e operacionais utilizados em relação aos objetivos ins- tinentes à sua área de atuação;
titucionais da Universidade. II - supervisionar as atividades dos órgãos responsáveis pela
§ 3º Os representantes da comunidade no Conselho de Cura- execução das atividades de sua área de atuação;
dores serão escolhidos pelo Conselho Universitário, em escrutínio III - formular diagnóstico dos problemas da Instituição e pro-
secreto, dentre as personalidades da sociedade civil, indicadas pe- por políticas de atuação nas áreas específicas de atuação;
las Congregações, que mais se destacaram no apoio às universida- IV - apoiar os Órgãos Colegiados superiores no estabeleci-
des, à ciência, à tecnologia, à cultura e à arte, integrantes, preferen- mento de políticas de atuação correspondentes à sua área especí-
cialmente, do mundo do trabalho, dos negócios, artístico, cultural e fica;
da rede de organizações não-governamentais. V - assessorar os Órgãos Colegiados nos processos de deli-
beração sobre matérias relacionadas aos seus campos de atuação.
Capítulo V § 1º As atribuições específicas de cada Pró-Reitoria serão de-
DA COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO talhadas no Regimento da Reitoria.
§ 2º O Reitor poderá delegar ao Vice-Reitor e aos Pró-Reitores
Art. 19. A Coordenadoria de Controle Interno da Universidade outros encargos eventuais ou permanentes e constituir comissões
Federal da Bahia é um órgão de fiscalização e controle interno de assessoramento superior para atividades específicas.
vinculado ao Conselho de Curadores, conforme estabelecido no
art. 28 do Estatuto. Art. 22. Para a gestão e execução de atividades específicas da
§ 1º A Coordenadoria de Controle Interno da Universidade Fe- administração acadêmica, a Reitoria contará com Órgãos Estruturan-
deral da Bahia gozará de autonomia e independência necessárias tes, definidos e compostos conforme os artigos 32 e 33 do Estatuto.
ao cumprimento das suas atribuições. Parágrafo único. As propostas relativas à reestruturação de
§ 2º A Coordenadoria de Controle Interno da Universidade Órgão Estruturante serão submetidas à apreciação do Conselho
Federal da Bahia será dirigida pelo Coordenador Geral, cuja de- Universitário, acompanhadas de exposição de motivos e estudos
signação, nomeação, exoneração ou dispensa será submetida, pelo técnicos realizados pela Reitoria.
Reitor, à aprovação do Conselho de Curadores e, após, à aprova-
ção da Controladoria Geral da União.

Didatismo e Conhecimento 48
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 23. Os Órgãos Estruturantes da Reitoria compõem os se- Parágrafo único. A Unidade Seccional de Correição contará
guintes sistemas institucionais: com pessoal permanente, constituindo comissões de sindicância e
I - Sistema Universitário de Tecnologia da Informação; processantes, cujas conclusões serão encaminhadas à Consultoria
II - Sistema Universitário de Bibliotecas; Jurídica e com parecer desta à autoridade competente para arqui-
III - Sistema Universitário de Saúde; vamento ou aplicação de penalidades.
IV - Sistema Universitário de Museus;
V - Sistema Universitário Editorial. Art. 27. A Ouvidoria Geral da Universidade Federal da Bahia
§ 1º Cada Sistema Universitário terá um Superintendente, no- estará vinculada administrativamente à Reitoria.
meado pelo Reitor, e um Conselho Deliberativo, cuja composição, § 1º A Ouvidoria Geral da Universidade Federal da Bahia terá
competências e funcionamento estarão definidos em Regimento um Ouvidor, servidor da Universidade, ativo ou inativo, indicado
próprio, aprovado pelo Conselho Universitário. pelo Reitor e aprovado pelo Conselho Universitário, para mandato
§ 2º Os Sistemas Universitários poderão ser compostos por de dois anos, permitida uma recondução.
unidades de gestão e execução, cuja finalidade, estrutura e funcio- § 2º A Ouvidoria Geral da Universidade Federal da Bahia re-
namento estarão definidos nos respectivos Regimentos. ger-se-á pelo Regimento da Reitoria e por Regulamento próprio.

Art. 24. A Reitoria terá Regimento próprio, aprovado pelo Título IV


Conselho Universitário, que disporá sobre: Dos órgãos DE Ensino Pesquisa e Extensão
I - administração das atividades protocolares, de representa-
ção, comunicação, relações internacionais e geração de parcerias; Capítulo I
II - coordenação, assistência e fiscalização das Pró-Reitorias e DAS UNIDADES UNIVERSITÁRIAS
assessorias;
III - coordenação, assistência e acompanhamento das Unida- Seção I
des Universitárias; Da Enumeração e das Disposições Gerais
IV - superintendência dos Órgãos Estruturantes;
V - organização e funcionamento da infraestrutura dos campi Art. 28. São Unidades Universitárias da Universidade Federal
universitários; da Bahia:
VI - gestão das instalações de uso coletivo de ensino, pesquisa I - Escola de Administração;
e extensão sob sua responsabilidade; II - Escola de Belas Artes;
VII - apoio às atividades dos Órgãos Colegiados superiores; III - Escola de Dança;
VIII - administração das atividades de ouvidoria, correição e
IV - Escola de Enfermagem;
controle interno. V - Escola de Medicina Veterinária;
VI - Escola de Música;
Art. 25. A Unidade Seccional de Correição estará vinculada VII - Escola de Nutrição;
diretamente à Reitoria. VIII - Escola de Teatro;
§ 1º A Unidade Seccional de Correição terá um Coordenador, IX - Escola Politécnica;
com mandato de dois anos, devendo ser servidor ocupante de car- X - Faculdade de Arquitetura;
go efetivo de nível superior da Universidade e, preferencialmente, XI - Faculdade de Ciências Contábeis;
com formação em Direito. XII - Faculdade de Ciências Econômicas;
§ 2º No desempenho de suas atividades, a Unidade Seccional XIII - Faculdade de Comunicação;
utilizará como instrumentos:
XIV - Faculdade de Direito;
I - investigação preliminar;
XV - Faculdade de Educação;
II - inspeção;
XVI - Faculdade de Farmácia;
III - sindicância;
IV - processo administrativo geral; XVII - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas;
V - processo administrativo disciplinar. XVIII - Faculdade de Medicina da Bahia;
XIX - Faculdade de Odontologia;
§ 3º Os integrantes da Unidade Seccional de Correição, no
XX - Instituto de Biologia;
desempenho de suas atividades, terão livre acesso a todas as Uni-
XXI - Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento
dades Universitárias e Órgãos da Universidade, sendo os respecti-
vos dirigentes obrigados a prestar informações, quando solicitadas Sustentável;
oficialmente mediante instrumento próprio. XXII - Instituto de Ciência da Informação;
§ 4º A Unidade Seccional de Correição reger-se-á por este Re- XXIII - Instituto de Ciências da Saúde;
gimento Geral e pelo Regimento da Reitoria. XXIV - Instituto de Física;
XXV - Instituto de Geociências;
Art. 26. Todas as sindicâncias e processos administrativos disci- XXVI - Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor
plinares em que figure a Universidade como interessada processar- Milton Santos;
se-ão de forma exclusiva na Unidade Seccional de Correição, que XXVII - Instituto de Letras;
atuará de oficio ou por provocação dos dirigentes dos órgãos da XXVIII - Instituto de Matemática;
Administração Central e das Unidades Universitárias. XXIX - Instituto de Psicologia;

Didatismo e Conhecimento 49
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XXX - Instituto de Química; Art. 34. Compete ao Colegiado:
XXXI - Instituto de Saúde Coletiva; I - eleger, dentre seus membros docentes, o seu Coordenador
XXXII - Instituto Multidisciplinar em Saúde. e o Vice- Coordenador;
Parágrafo único. As Unidades Universitárias que compar- II - fixar diretrizes e orientações didáticas para o respectivo
tilham espaços e instalações poderão, em casos excepcionais, curso ou programa, visando a garantir sua qualidade didático-pe-
constituir estruturas conjuntas de governança e administração de dagógica;
mesmo nível hierárquico que as próprias Unidades Universitárias, III - fixar normas para a coordenação interdisciplinar e pro-
previstas nos respectivos Regimentos Internos e aprovadas pelo mover a integração horizontal e vertical dos componentes curri-
Conselho Universitário. culares;
IV - coordenar e fiscalizar as atividades do curso, incluin-
Art. 29. Propostas de criação, modificação e extinção de Uni- do acompanhamento e avaliação dos componentes curriculares do
dades Universitárias serão submetidas pela Reitoria ao Conselho curso ou programa;
Universitário, acompanhadas de exposição de motivos e estudos V - propor e aprovar, em primeira instância, alterações no
técnicos necessários à decisão do referido Conselho. projeto pedagógico e no currículo do curso, bem como criação e
§ 1º Os documentos mencionados no caput deste artigo serão extinção de componentes curriculares;
divulgados na comunidade universitária, no mínimo, sessenta dias
VI - fixar normas quanto à inscrição em componentes curri-
antes de submetidos à deliberação do plenário do Conselho Uni-
culares e à integralização do curso;
versitário.
VII - responsabilizar-se pelas informações referentes aos sis-
§ 2º As propostas de criação ou extinção de Unidades Univer-
temas oficiais de avaliação;
sitárias somente poderão ser aprovadas por maioria absoluta.
VIII - subsidiar a instância competente no que se refere a
Seção II processos de revalidação de diplomas de cursos de graduação
Das Formas de Organização ou de reconhecimento de diplomas de cursos de pós-graduação
expedidos por estabelecimentos estrangeiros de ensino superior;
Art. 30. As Unidades Universitárias estarão organizadas con- IX - cumprir e fazer cumprir as decisões da Congregação e
forme a seguinte estrutura básica: dos Órgãos Superiores de Deliberação sobre matérias relativas
I - Congregação; ao curso;
II - Diretoria; X - encaminhar à instância competente solicitação de provi-
III - Colegiados; dências que viabilizem o seu funcionamento;
IV - outros órgãos definidos nos seus Regimentos Internos. XI - planejar, semestralmente, a oferta de componentes cur-
riculares e definir o horário dos mesmos, de forma a assegurar o
Art. 31. Além do especificado no art. 38 do Estatuto, a com- cumprimento do turno estabelecido para o curso;
posição da Congregação poderá ser acrescida de outros membros, XII - articular-se com órgãos diversos que possibilitem a im-
vinculados à área acadêmica ou de conhecimento de cada Unidade plementação de ações no campo da pesquisa e da extensão;
Universitária, conforme estabelecido no seu Regimento Interno. XIII - decidir sobre procedimentos referentes aos pedidos de
matrícula, trancamento ou aproveitamento de estudos;
Art. 32. A Diretoria poderá delegar competências a órgãos XIV - deliberar sobre solicitações, recursos ou represen-
executivos encarregados da gestão acadêmica geral e da gerência tações de alunos referentes à vida acadêmica dos mesmos, na
administrativa e financeira, a ela subordinados, conforme estabele- forma definida no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-
cido no Regimento Interno da Unidade Universitária. Graduação.
XV - participar diretamente dos programas de avaliação da
Art. 33. Haverá um Colegiado para cada curso ou programa de Instituição, com vistas à manutenção da boa qualidade de seus
graduação e de pós-graduação. cursos;
§ 1º Quando dois cursos tiverem em comum mais de dois ter-
XVI - apreciar o Relatório Anual de Atividades do curso ela-
ços dos componentes curriculares dos respectivos projetos curricu-
borado pelo Coordenador, encaminhando-o à Congregação;
lares, haverá um só Colegiado.
XVII - deliberar, em grau de recurso, sobre decisões do
§ 2º A composição do Colegiado será definida no Regimento
Coordenador do Colegiado;
Interno da Unidade Universitária, obedecendo aos princípios dis-
postos no Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-Graduação XVIII - exercer as demais atribuições conferidas por lei, no
(REGPGP). Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-Graduação, no Re-
§ 3º Nos casos previstos no art. 43 do Estatuto, o Regimento gimento Interno da Unidade Universitária ou no seu Regimento
próprio do Colegiado deverá: próprio, quando for o caso.
I - definir a Unidade Universitária que o sediará;
II - ser aprovado pelas Congregações das Unidades Universi- Art. 35. São atribuições do Coordenador de Colegiado:
tárias às quais se vincula; I - presidir as reuniões do Colegiado;
III - estabelecer a sua composição, em conformidade com os II - executar as deliberações do Colegiado e gerir as ativida-
princípios dispostos no Regulamento de Ensino de Graduação e des do curso ou programa;
Pós-Graduação. III - representar o Colegiado junto à Congregação, aos de-
mais órgãos da Universidade e a outras instituições;

Didatismo e Conhecimento 50
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IV - assessorar a instância competente quanto ao planejamen- § 1º A proposta de criação de Órgão Complementar, bem como
to semestral das atividades de ensino de graduação e de pós-gra- seu anteprojeto de Regimento Interno serão submetidos à aprovação
duação da Unidade Universitária; da Congregação da Unidade Universitária a que estará vinculado.
V - elaborar o Relatório Anual de Atividades e submetê-lo ao § 2º A criação do Órgão Complementar dar-se-á mediante
plenário do Colegiado; submissão ao Conselho Universitário de proposta fundamentada,
VI - organizar, em consonância com a direção da Unidade na qual a Unidade Universitária justificará, através de exposição
Universitária, procedimentos e ritos referentes a colações de grau. de motivos, a necessidade dessa colaboração para a realização de
atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Art. 36. A Unidade Universitária pode optar pela estrutura de- § 3º A extinção de Órgão Complementar poderá ser proposta ao
partamental, caso fique demonstrado o atendimento aos seguintes Conselho Universitário pela Congregação da Unidade Universitária
critérios: a que estiver vinculado ou pelo seu Conselho Deliberativo, ouvida
I - porte, variedade e complexidade de cursos e programas; a respectiva Congregação, ou pelo próprio Conselho Universitário.
II - diversidade de subáreas do seu campo de atuação; § 4º Na hipótese de Órgão Complementar de caráter inter-
III - operacionalidade das suas atividades acadêmicas e admi- disciplinar ou multidisciplinar, vinculado a mais de uma Unidade
nistrativas. Universitária, a proposta de criação ou de extinção será submetida
Parágrafo único. Nos casos previstos no caput deste artigo, à aprovação da Congregação de cada uma delas.
os Departamentos serão compostos por docentes integrantes da
carreira do Magistério Superior em número não inferior a vinte Art. 40. O Órgão Complementar terá um Conselho Delibe-
Professores-Equivalentes. rativo, cuja composição, competências e funcionamento serão
definidos em Regimento Interno, devendo o Diretor da Unidade
Art. 37. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estru- Universitária proponente ser o seu Presidente.
tura departamental, são competências do Departamento: Parágrafo único. Na hipótese em que o Órgão Complementar
I - eleger, em escrutínio secreto, dentre seus membros perten- seja vinculado a mais de uma Unidade Universitária, os Diretores
centes ao quadro docente permanente, o Chefe e Vice-Chefe, para de todas elas serão membros do seu Conselho Deliberativo e o seu
mandato de dois anos, permitida uma recondução; Presidente será escolhido entre eles, mediante procedimento a ser
II - organizar o Plano Anual de Trabalho, integrando os planos definido no Regimento Interno.
individuais de trabalho dos seus membros;
III - propor admissão, regime de trabalho, relotação ou afasta- Art. 41. O Órgão Complementar terá um Coordenador, neces-
mento de professores; sariamente do quadro permanente da Universidade, escolhido pelo
IV - avaliar, anualmente, a execução de planos, programas e seu Conselho Deliberativo, com mandato definido no seu Regi-
atividades planejadas; mento Interno, não devendo ultrapassar dois anos, admitida uma
V - aprovar o Relatório Anual de Atividades, elaborado pelo recondução.
Chefe do Departamento, encaminhando-o à Congregação da Uni-
dade Universitária; Art. 42. O Órgão Complementar não terá lotação própria de
VI - outras competências, a serem definidas no Regimento In- pessoal docente e técnico-administrativo.
terno da Unidade Universitária.
Art. 43. O Órgão Complementar não se constituirá em unida-
Art. 38. Nas Unidades Universitárias que optarem pela estru- de orçamentária.
tura departamental, são atribuições do Chefe do Departamento: § 1º A manutenção das atividades do Órgão Complementar será
I - superintender as atividades do Departamento; garantida por recursos provenientes de receitas extra-orçamentárias
II - supervisionar a elaboração da proposta orçamentária do De- por ele arrecadadas, geradas por atividades pertinentes ao Órgão e,
partamento e sua execução; excepcionalmente, por receitas orçamentárias da Unidade Univer-
III - coordenar a elaboração dos planos de trabalho, em coope- sitária a que estiver vinculado, conforme deliberação da respectiva
ração com os professores em exercício; Congregação.
IV - elaborar o Relatório Anual de Atividades do Departamento § 2º Na hipótese em que o Órgão Complementar seja vincu-
e submetê-lo ao plenário; lado a mais de uma Unidade Universitária, todas participarão da
V - controlar o cumprimento das atividades acadêmicas do manutenção das atividades do Órgão, considerando-se o grau de
docente, segundo o seu regime de trabalho; envolvimento de cada uma delas.
VI - outras funções, a serem definidas no Regimento Interno § 3º Das receitas geradas por atividades pertinentes ao Órgão
da Unidade Universitária. Complementar, um percentual de repasse à Unidade Universitária
deverá ser definido pela Congregação, salvo nos casos em que haja
Seção III impedimento de natureza legal ou quando os recursos sejam apenas
Dos Órgãos Complementares suficientes ao desenvolvimento das atividades.
§ 4º O repasse a ser definido não deverá ser inferior a dez por
Art. 39. Para melhor desenvolver suas atividades de ensino, cento da receita gerada.
pesquisa e extensão, as Unidades Universitárias poderão constituir § 5º Na hipótese em que o Órgão Complementar seja vincula-
Órgãos Complementares, com a finalidade de colaborar na gestão, do a mais de uma Unidade Universitária, a distribuição do repasse
deliberação e execução dessas atividades, relacionadas, especifica- será definida pelo seu Conselho Deliberativo.
mente, à sua área de atuação.

Didatismo e Conhecimento 51
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 44. Incorpora-se ao patrimônio da Universidade, sob I - Reitor, que o presidirá;
guarda e responsabilidade da Unidade Universitária, todos os bens II - representante das sociedades científicas;
adquiridos com recursos captados pelo Órgão Complementar. III - representante das organizações da indústria e do comércio;
Parágrafo único. Na hipótese de Órgão Complementar vin- IV - representante das organizações dos trabalhadores;
culado a mais de uma Unidade Universitária, a guarda e respon- V - representante das organizações do terceiro setor;
sabilidade pelos bens adquiridos será definida pelo seu Conselho VI - representante dos movimentos sociais organizados;
Deliberativo. VII - representante do Conselho Universitário;
VIII - representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa
Art. 45. O Plano Anual de Trabalho, o Relatório Anual de Ges- e Extensão;
tão e a Prestação de Contas do Órgão Complementar serão subme- IX - representação do corpo docente;
tidos à aprovação do seu Conselho Deliberativo e, posteriormente, X - representação do corpo técnico-administrativo;
à Congregação da Unidade Universitária a que estiver vinculado. XI - representação do corpo discente, na forma da Lei.
Parágrafo único. Na hipótese de Órgão Complementar vincu- § 1º Os membros referidos nos incisos II a VI terão mandato
lado a mais de uma Unidade Universitária, o Plano Anual de Tra- de dois anos e serão escolhidos pelo Conselho Universitário, em
balho, o Relatório Anual de Gestão e a Prestação de Contas serão votação secreta, a partir de indicações em lista tríplice encaminha-
submetidos a todas as Congregações. das pelas entidades representativas dos setores contemplados.
§ 2º Os membros referidos nos incisos VII e VIII terão manda-
Título V to de dois anos e serão eleitos por seus pares, em votação secreta.
DoS ÓRGãoS CoNSULtIVoS § 3º Os membros referidos nos incisos IX e X terão mandato
E DAS CoMISSÕES CENtRAIS de dois anos e serão eleitos por seus pares, dentre os membros do
Conselho Universitário, em votação secreta.
Capítulo I
DOS ÓRGÃOS CONSULTIVOS Seção II
Do Conselho Consultivo de Eméritos,
Aposentados e Ex-alunos
Art. 46. Os Órgãos Consultivos da Universidade, nos termos
do art. 14 do Estatuto, são os seguintes:
I - Conselho Consultivo Social; Art. 49. O Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e
II - Conselho Consultivo de Aposentados, Eméritos e Ex-Alu- Ex-Alunos (CCEX), órgão de caráter consultivo e propositivo em
nos; matéria referente à integração dos segmentos que contribuíram
III - Conselho Social de Vida Universitária; para a história da Universidade Federal da Bahia, tem por fina-
IV - Consultoria Jurídica. lidade:
I - promover ações destinadas a fortalecer os laços entre a co-
Parágrafo único. Os órgãos de que trata o caput deste artigo
munidade universitária e os segmentos de ex-docentes, ex-servi-
terão Regimentos próprios, aprovados pelo Conselho Universitário.
dores técnico- administrativos e ex-alunos;
II - formular propostas de integração de ex-docentes, ex-ser-
Seção I
vidores técnico-administrativos e ex-alunos nas atividades de ensi-
Do Conselho Consultivo Social
no, pesquisa e extensão universitária, visando incorporar a experiên-
cia acumulada pelos egressos da Instituição;
Art. 47. O Conselho Consultivo Social (CCS), órgão de caráter III - assessorar, quando solicitado, os Órgãos Superiores de
consultivo e propositivo em matéria referente à interface Universi- Deliberação, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instân-
dade-sociedade, tem por finalidade: cias acadêmicas da Universidade Federal da Bahia no encaminha-
I - promover relações efetivas de colaboração entre a Uni- mento de questões que interferem no cumprimento de sua missão
versidade e outras instituições, órgãos de Governo, entidades e social;
organizações nos domínios da cultura, da ciência, das artes, das IV - propor, à Reitoria e demais órgãos da Universidade Fede-
tecnologias, do trabalho e da produção; ral da Bahia, apoios e recursos garantidores da expansão qualifica-
II - formular propostas de desenvolvimento institucional em da da Universidade, sempre aliada à busca incessante da excelên-
suas relações com políticas públicas de desenvolvimento susten- cia no cumprimento de seus objetivos institucionais.
tável, nacional, regional ou local;
III - formular propostas visando à otimização de recursos e Art. 50. O Conselho Consultivo de Eméritos, Aposentados e
maximização de resultados no que respeita ao cumprimento de sua Ex-Alunos reunir-se-á anualmente ou, extraordinariamente, con-
missão social; vocado pelo Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do
IV - identificar e propor apoios e recursos garantidores da ex- Conselho Universitário, com a seguinte composição:
pansão da Universidade, sempre aliada à busca incessante da exce- I - Reitor, que o presidirá;
lência no cumprimento de seus objetivos institucionais. II - os ex-reitores;
III - os professores eméritos;
Art. 48. O Conselho Consultivo Social reunir-se-á, ordinaria- IV - dois representantes dos professores aposentados;
mente, a cada dois anos, ou extraordinariamente, convocado pelo V - dois representantes dos ser vidores técnico-administrati-
Reitor ou a requerimento da maioria dos membros do Conselho vos aposentados;
Universitário, com a seguinte composição: VI - representante do Conselho Universitário;

Didatismo e Conhecimento 52
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VII - representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa Seção IV
e Extensão; Da Consultoria Jurídica
VIII - representante do Conselho de Curadores;
IX - representantes dos ex-alunos. Art. 53. A Consultoria Jurídica vincula-se diretamente ao Ga-
§ 1º O segmento dos ex-alunos se fará representar no Conselho binete do Reitor, cabendo-lhe opinar sobre a juridicidade das pro-
Consultivo de Eméritos, Aposentados e Ex-Alunos em proporção postas que lhe forem submetidas, tais como minutas de convênios
equivalente à representação estudantil nos Órgãos Colegiados, pre- e contratos, incluindo-se termos de ajustes, e outros instrumentos
visto no art. 9º deste Regimento. que projetem responsabilidades, encargos ou benefícios.
§ 2º Os membros do Conselho Consultivo de Eméritos, Apo-
sentados e Ex-Alunos referidos nos incisos IV, V e IX terão man- Capítulo II
dato de dois anos e serão escolhidos pelo Conselho Universitário, DAS COMISSÕES CENTRAIS
em votação secreta, a partir de indicações em lista tríplice encami-
nhadas por foros representativos dos setores contemplados. Art. 54. A Universidade disporá das seguintes Comissões
§ 3º Os membros referidos nos incisos VI a VIII terão manda- Centrais:
to de dois anos e serão eleitos por seus pares, dentre os membros I - Comissão Própria de Avaliação;
dos respectivos Órgãos Colegiados, em votação secreta. II - Comissão Central de Ética;
III - Comissão Permanente de Arquivo.
Seção III Parágrafo único. Os órgãos de que trata o caput deste artigo te-
Do Conselho Social de Vida Universitária rão Regimentos próprios, aprovados pelo Conselho Universitário.
Art. 51. O Conselho Social de Vida Universitária (CSVU), ór- Seção I
gão de caráter consultivo e propositivo em matéria referente à inte- Da Comissão Própria de Avaliação
gração dos segmentos que constituem a comunidade universitária,
compõe-se de: Art. 55. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) terá a seguinte
I - Pró-Reitor de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil,
composição:
que será seu Presidente;
I - representante do Reitor, que será o Coordenador;
II - Pró-Reitor de Desenvolvimento de Pessoas, que será seu
II - dois docentes com experiência em avaliação institucional
Vice- Presidente;
e/ou gestão de educação superior, designados pela Administração
III - Pró-Reitor de Ensino de Graduação;
IV - Pró-Reitor de Ensino de Pós-Graduação; Central;
V - Superintendente Acadêmico; III - representante do corpo docente;
IV - representante do corpo técnico-administrativo;
VI - representante do Conselho Universitário;
VII - representante do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa V - membro do Conselho Estadual de Educação, representan-
e Extensão; do a sociedade civil;
VI - representação do corpo discente, na forma da Lei.
VIII - representante do corpo docente;
IX - representante do corpo técnico-administrativo; §1° Os membros referidos nos incisos I a V terão mandato de
X - representação do corpo discente, na forma da Lei. dois anos, admitida uma recondução;
§1° Os membros referidos nos incisos VI e VII do caput deste §2° A representação estudantil terá mandato de um ano, per-
artigo terão mandato de dois anos e serão eleitos por seus pares, mitida uma recondução.
em votação secreta, sendo admitida uma recondução;
§2° Os representantes mencionados nos incisos VIII e IX do Art. 56. A Comissão Própria de Avaliação tem como função:
caput deste artigo serão eleitos por seus pares, em pleito conduzi- I - coordenar processos internos de avaliação, sistematização e
do pelas respectivas entidades de representação, para mandato de análise, em todos os níveis de atividade e áreas de atuação;
dois anos, com direito a uma recondução. II - realizar estudos e pesquisas pertinentes ao desempenho
acadêmico, institucional e de gestão da Universidade Federal da
Art. 52. Ao Conselho Social de Vida Universitária compete: Bahia;
I - propor à Reitoria e demais órgãos da Universidade Federal III - atuar como interface perante o Sistema Nacional de Ava-
da Bahia ações no âmbito da vida universitária que fortaleçam a liação da Educação Superior – SINAES;
integração entre docentes, discentes e servidores técnico-adminis- IV - prestar as informações solicitadas pelo Instituto Nacional
trativos; de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP);
II - supervisionar a execução das políticas de ações afirmativas V - propor à Reitoria e demais órgãos deliberativos ações que
e de assistência estudantil aprovadas pelo Conselho Universitário; promovam uma cultura de avaliação no âmbito da Universidade
III - assessorar, quando solicitado, os Conselhos Superiores da Federal da Bahia e que fortaleçam o desempenho de docentes, dis-
Universidade centes e servidores técnico-administrativos;
Federal da Bahia, a Reitoria, as Unidades Universitárias e ou- VI - zelar pelo cumprimento do Plano de Desenvolvimento
tras instâncias acadêmicas no encaminhamento de questões perti- Institucional;
nentes ao desempenho acadêmico; VII - assessorar, quando solicitada, os Conselhos Superiores
IV - julgar, em grau de recurso, a aplicação das penas discipli- da Universidade Federal da Bahia, a Reitoria, as Unidades Uni-
nares aos alunos assistidos pelos serviços componentes da Assistên- versitárias e outras instâncias acadêmicas no encaminhamento de
cia Estudantil, conforme previsto nos Regulamentos específicos. questões referentes a desempenho acadêmico e institucional.

Didatismo e Conhecimento 53
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção II III - orientar as ações necessárias à preservação de documen-
Da Comissão Central de Ética tos de valor permanente nos respectivos núcleos de arquivamento;
IV - assessorar, quando solicitada, os Conselhos Superiores, a
Art. 57. A Comissão Central de Ética (CCE) da Universidade Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias acadêmi-
Federal da Bahia tem a seguinte composição: cas no encaminhamento de questões referentes a arquivo e gestão
I - representante do Reitor, que será o Coordenador; de documentos.
II - representante das comissões de ética de cada área do co-
nhecimento, escolhidos pela Administração Central; Título Vi
III - representante docente com formação pós-graduada em DAS AtIVIDADES-FIM DA UNIVERSIDADE
Filosofia;
IV - representante docente com formação pós-graduada em Capítulo I
Direito; DO ENSINO
V - representante do corpo técnico-administrativo;
VI - membro do Conselho Estadual de Educação, representan- Art. 61. O ensino será ministrado nas seguintes modalidades
do a sociedade civil; de cursos:
VII - representação do corpo discente, na forma da Lei. I - graduação;
§1° Os membros da Comissão Central de Ética, referidos nos II - sequenciais;
incisos I a VI terão mandato de dois anos, admitida uma recondu- III - pós-graduação stricto sensu.
ção; Parágrafo único. A Universidade poderá instituir cursos nas
§2° A representação estudantil terá mandato de um ano, per- formas presencial, semipresencial e à distância, respeitada a legis-
mitida uma recondução. lação em vigor.

Art. 58. A Comissão Central de Ética tem como função: Art. 62. Regras referentes a planejamento acadêmico, execução
I - supervisionar e zelar pelo cumprimento das normas de con- e avaliação de cursos, bem como seleção, ingresso, matrícula e
duta ética na Universidade; avaliação de alunos serão estabelecidas no Regulamento de Ensino
II - acompanhar as atividades dos Comitês de Ética em Pes- de Graduação e Pós-Graduação (REGPG), aprovado pelo Conse-
quisa (CEPs) em humanos e animais, conforme a legislação per- lho Acadêmico de Ensino.
tinente;
III - promover estudos e pesquisas pertinentes ao tema da ética Art. 63. Os cursos de graduação destinam-se à formação uni-
acadêmica, institucional e de gestão da Universidade Federal da versitária que habilita à obtenção de graus acadêmicos básicos e ao
Bahia; exercício profissional, compreendendo as seguintes modalidades:
IV - propor à Reitoria e demais órgãos deliberativos ações que I - Licenciatura: destina-se à formação de professores para
promovam a ética acadêmica e profissional e a integridade científica atuar na educação básica, conferindo diploma de Licenciado;
na comunidade universitária; II - Bacharelado: destina-se à formação nas diversas profis-
V - elaborar códigos de ética científica, profissional, estudantil sões, carreiras e campos do saber, concedendo o grau de Bacharel;
e de gestão institucional, a serem aprovados pelos Conselhos Su- III - Formação Profissional: destina-se à formação nas diver-
periores da Universidade Federal da Bahia; sas profissões ou carreiras regulamentadas, conferindo diploma
VI - assessorar e apoiar, quando solicitada, os Conselhos Su- com as respectivas denominações;
periores, a Reitoria, as Unidades Universitárias e outras instâncias IV - Superior de Tecnologia: destina-se à formação em áreas
acadêmicas no encaminhamento de questões referentes à ética aca- técnicas específicas, conferindo diploma de Tecnólogo;
dêmica e profissional e à integridade científica e estética. V - Bacharelado Interdisciplinar: destina-se à formação geral
humanística, científica e artística, com currículos flexíveis e arti-
Seção III culados, possibilitando o aprofundamento num dado campo do co-
Da Comissão Permanente de Arquivo nhecimento, conferindo diploma de Bacharel nas áreas de Artes,
Humanidades, Saúde, Ciências e Tecnologias.
Art. 59. A Comissão Permanente de Arquivo terá a seguinte
composição: Art. 64. Os cursos sequenciais por campo de saber, conjunto de
I - representante do Reitor, que será o Coordenador; atividades sistemáticas de formação alternativas ou complementa-
II - três professores indicados pelo Instituto de Ciência da In- res aos cursos de graduação, destinam-se a:
formação; I - egressos do ensino médio que buscam obter complemen-
III - quatro professores indicados pelo Conselho Universitá- tação de estudos;
rio, dentre especialistas na área; II - estudantes de cursos de graduação que desejam ampliar ou
IV - um representante estudantil. diversificar sua formação;
III - egressos de cursos de graduação em busca de atualização
Art. 60. A Comissão Permanente de Arquivo terá como função: profissional.
I - propor, implementar e acompanhar a execução de uma po-
lítica de arquivo para as Unidades Universitárias; Art. 65. Os cursos de pós-graduação stricto sensu têm por
II - estabelecer normas e diretrizes para o funcionamento dos finalidade a formação avançada em programas de mestrado e dou-
arquivos setoriais nas unidades acadêmicas e administrativas; torado.

Didatismo e Conhecimento 54
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. Os cursos definidos no caput deste artigo têm e ) trabalho de conclusão de curso.
por objetivo proporcionar o aprofundamento nos diversos campos II - quanto à natureza:
de saberes e práticas com elevado padrão de competência cientifica, a ) obrigatórios – componentes indispensáveis à integralização
tecnológica e artístico- cultural, capacitando o egresso a produzir, do curso, cujos conteúdos são essenciais à formação pretendida;
promover, utilizar, divulgar e avaliar, criticamente, os processos ge- b ) optativos – componentes complementares cujos conteúdos
radores do conhecimento, além do adquirido no nível de graduação. configuram-se em estreita relação com a formação pretendida, mas
que, individualmente, não são indispensáveis à integralização do
Seção I curso;
Dos Currículos c ) livres – conteúdos programáticos que não guardam, neces-
sariamente, relação direta com a formação pretendida.
Art. 66. Os currículos dos cursos devem contemplar quatro d ) § 2º Os componentes curriculares poderão ser agrupados
princípios básicos: em eixos com denominações específicas, a partir da função no cur-
I - flexibilidade – possibilita aos estudantes escolherem parte do rículo, pertencimento a um dado campo do saber ou compartilha-
seu percurso de aprendizagem; mento de afiliação teórica, metodológica ou prática.
II - autonomia – permite a consolidação da competência dos § 3º A oferta de componentes curriculares deverá, preferencial-
sujeitos para o aprendizado permanente, possibilitando a reflexão mente, ser concentrada num único turno, com exceção dos cursos
sobre teorias, práticas e técnicas do respectivo campo de formação; que prevêem estudos em tempo integral na sua estrutura curricular.
III - articulação – busca o diálogo interdisciplinar entre os di- § 4º A alocação dos componentes curriculares será definida nos
versos campos do saber, superando a visão fragmentada do conhe- Regimentos Internos das Unidades Universitárias.
cimento; § 5° As Atividades Complementares serão coordenadas e ava-
IV - atualização – garante ajustes programáticos periódicos que liadas pelos Colegiados.
incorporem os avanços do conhecimento.
Seção II
Art. 67. Todos os currículos devem estar pautados nos princí- Do Planejamento, Execução e Avaliação do Ensino
pios e objetivos do projeto pedagógico do curso, aprovado pela Con-
gregação da Unidade Universitária, que contemplará: Art. 69. Ementa, programa e plano de ensino de cada compo-
I - objetivos acadêmicos do curso; nente curricular, elaborados de acordo com o projeto pedagógico
II - perfil esperado para o profissional que será graduado ou pós- do curso, deverão ser aprovados pelo Colegiado.
graduado; Parágrafo único. Cada um dos componentes curriculares de-
III - conhecimentos, competências e habilidades básicas a se- verá incluir procedimentos eficientes de avaliação do rendimento
rem trabalhados com os estudantes ao longo do curso. dos estudantes.
Parágrafo único. Os currículos de cursos ou programas de na-
tureza interdisciplinar, envolvendo mais de uma Unidade Univer- Art. 70. A avaliação de aprendizagem realizar-se-á por perío-
sitária ou com especificidades de natureza acadêmica, deverão ser do letivo, semestral ou anual, compreendendo apuração da fre-
aprovados pelas Congregações das Unidades Universitárias que o quência às aulas ou atividades e/ou determinação das notas obtidas
abrigam. pelos estudantes em trabalhos escolares, testes e provas, quando
for o caso.
Art. 68. A estrutura curricular será constituída por componentes Parágrafo único. Estrutura, critérios, processos e instrumentos
curriculares, definidos como as unidades mínimas nas quais se divi- de avaliação de aprendizagem serão estabelecidos no Regulamento
dem os conteúdos ministrados ao longo do curso e exigem atribui- de Ensino de Graduação e Pós-Graduação.
ção de notas ou menções de aprovação/reprovação em frequência e/
ou desempenho. Art. 71. Será considerado aprovado no componente curricular
§1º Os componentes curriculares compreendem: I - quanto à o aluno que obtiver nota final, resultante da média das avaliações
modalidade: parciais, igual ou superior a cinco, sem aproximação de decimais.
a ) disciplina – com alto grau de sistematização no tratamento
dos conteúdos curriculares; Seção III
b ) atividade – flexível, aberta a alterações, que estimule a parti- Da Seleção e do Ingresso
cipação efetiva dos estudantes, tais como oficinas, seminários, ateliês,
exposições, produções técnicas e artísticas, projetos de pesquisa, la- Art. 72. As vagas oferecidas para ingresso em todos os cursos
boratórios integrados, trabalhos de campo, módulos disciplinares e de graduação e de pós-graduação serão determinadas pelo Conse-
outras com características semelhantes; lho Acadêmico de Ensino, divulgadas em edital.
c ) estágio – abrange experiências laborais em instituições, em-
presas e outras entidades, com realização de atividades pertinentes Art. 73. A Universidade propiciará, a cada período letivo, de
ao objetivo do curso; acordo com as normas vigentes e em função das vagas existentes,
d ) atividade complementar – compreende experiências e vivên- outras formas de ingresso de estudantes, tais como: transferência,
cias acadêmicas livremente escolhidas pelos estudantes, que podem readmissão, matrícula de portador de diploma, de aluno ouvinte, de
ser oferecidas pela Universidade Federal da Bahia ou por outras ins- aluno especial e matrícula decorrente de convênio ou intercâmbio.
tituições, com a finalidade de ampliar as possibilidades de aprendi- Parágrafo único. O ingresso de que trata o caput deste artigo
zagem teórica e prática, mediante aproveitamento de estudos extra- não poderá afetar as vagas oferecidas no processo seletivo e só
curriculares, incluindo as demais modalidades descritas neste artigo; ocorrerá com autorização do Conselho Acadêmico de Ensino.

Didatismo e Conhecimento 55
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 74. A Universidade procederá ao aproveitamento de estu- Art. 79. A Universidade expedirá os seguintes certificados:
dos realizados na Universidade Federal da Bahia, em outra insti- I - aprovação em componente curricular ou conjunto de com-
tuição de ensino superior nacional credenciada ou em instituição ponentes curriculares;
estrangeira similar, nos termos da legislação em vigor e do Regu- II - conclusão de cursos sequenciais;
lamento de Ensino de Graduação e Pós-Graduação. III - conclusão de cursos de especialização, aperfeiçoamento,
§ 1º Excetuam-se das exigências do caput deste artigo os apro- atualização e extensão.
veitamentos provenientes de programas de mobilidade estudantil
previstos em convênios e acordos de intercâmbio acadêmico. Art. 80. A emissão de certificados e diplomas e a concessão de
§ 2º O aproveitamento de estudos de que trata o caput deste graus serão regulamentadas por normas específicas aprovadas pelo
artigo, quando realizados em instituições universitárias, nacionais Conselho Acadêmico de Ensino.
e estrangeiras, de reconhecido conceito acadêmico, credenciadas
pelo Conselho Acadêmico de Ensino em processo próprio, será Art. 81. A habilitação à Livre Docência será realizada de acor-
concedido sem necessidade de averiguação de equivalência cur- do com normas estabelecidas em resolução do Conselho Superior
ricular específica. de Ensino, Pesquisa e Extensão, em conformidade com o disposto
na legislação em vigor.
Seção IV Parágrafo único. Cabe à Congregação da Unidade Universitá-
Da Matrícula ria a escolha dos membros da Comissão Examinadora e dos temas
do concurso de Livre Docência e a sua homologação.
Art. 75. A matrícula e as inscrições em componentes curricu-
lares para os recém-ingressos na Universidade serão feitas sob a Art. 82. A Universidade revalidará, reconhecerá e registrará
coordenação e controle do órgão competente da Reitoria, nos pra- graus, títulos e diplomas de cursos de graduação ou de pós-gra-
zos fixados no calendário acadêmico, seguindo normas aprovadas duação expedidos por instituições estrangeiras nas áreas em que
pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. possuir cursos reconhecidos e avaliados na mesma área de conhe-
Parágrafo único Os Colegiados de cursos terão competência cimento e em nível equivalente ou superior, à vista de requerimen-
para realizar inscrições semestrais em componentes curriculares. to do interessado, apreciado pelo Conselho Acadêmico de Ensino,
em processo instruído de acordo com as normas do Regulamento
Art. 76. O trancamento total de matrícula ou de inscrição em de Ensino de Graduação e Pós-Graduação.
componentes curriculares poderá ser concedido ao aluno regular, Parágrafo único. O processo de que trata o caput deste artigo,
nos termos do Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-Gra- no caso de diplomas outorgados por instituições universitárias de
duação. reconhecido conceito acadêmico credenciadas pelo Conselho Supe-
rior de Ensino, Pesquisa e Extensão em processo próprio, será rea-
Seção VI lizado sem necessidade de averiguação de equivalência curricular,
Do Ano Letivo ressalvadas as carreiras submetidas a legislação específica.

Art. 77. O órgão competente da Reitoria e o Conselho Acadê- Capítulo II


mico de Ensino organizarão, anualmente, o Calendário Acadêmico, DA PESQUISA, DA CRIAÇÃO E DA INOVAÇÃO
que será apreciado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e
Extensão. Art. 83. A pesquisa, a criação e a inovação, em articulação com
§ 1º O ano letivo, independente do ano civil, terá duração de, o ensino e a extensão, terão como objetivos a produção de conheci-
no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo. mento, o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias e a ex-
§ 2º Para efeito de programação dos vários componentes cur- ploração de formas originais de expressão artística nos diversos
riculares, a critério do Conselho Acadêmico de Ensino, o ano leti- campos do saber, da arte e da cultura.
vo poderá ser dividido em subperíodos.
Art. 84 A Universidade incentivará a pesquisa, a criação e a
Seção VII inovação, mediante:
Dos Graus, Diplomas e Certificados I - concessão de bolsas em diversas categorias;
II - formação de pessoal em programas de pós-graduação
Art. 78. A Universidade conferirá diplomas, correspondendo stricto sensu próprios ou em instituições nacionais e estrangeiras;
aos seguintes cursos: III - concessão de auxílios para execução de projetos;
I - Graduação: IV - realização de convênios com entidades nacionais, estran-
a ) curso superior de tecnologia; geiras e internacionais;
b ) bacharelado interdisciplinar; V - intercâmbio com instituições científicas e culturais, es-
c ) bacharelado; timulando a cooperação entre pesquisadores e artistas, mediante o
d ) licenciatura; desenvolvimento de projetos conjuntos;
e ) formação profissional em carreiras específicas. VI - divulgação dos resultados dos projetos realizados;
II - Pós-Graduação stricto sensu: VII - promoção de eventos, festivais, congressos, simpósios e
a ) mestrado; seminários, bem como participação em iniciativas semelhantes de
b ) doutorado. outras instituições.

Didatismo e Conhecimento 56
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 85. Os projetos de pesquisa, de criação artística ou de I - cursos – atividades sistematizadas de caráter didático, que
inovação tecnológica serão registrados nas Unidades Universitá- objetivam a disseminação de princípios, conceitos, fundamentos,
rias em que se realizem, obedecendo aos termos dos respectivos métodos e tecnologias para público-alvo definido;
Regimentos Internos. II - eventos – congresso, conferência, seminário, apresentação
ou debate público de conhecimentos, processos ou produtos culturais,
Art. 86 Caberá à Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inova- artísticos, científicos e tecnológicos;
ção, de acordo com orientações e diretrizes do Conselho Acadêmi- III - trabalhos de campo – atividades acadêmicas que visam à
co de Pesquisa e Extensão: produção e socialização de conhecimento, realizadas junto a seg-
I - coordenar programas institucionais de fomento e intercâm- mentos da sociedade, compreendendo diagnóstico, planejamento,
bio científico, artístico e tecnológico, assegurando sua divulgação; treinamento e desenvolvimento de ações de forma participativa;
II - estimular e supervisionar programas amplos, de natureza IV - serviços – ações através das quais habilidades e conheci-
multi e interdisciplinar, que envolvam várias Unidades Universitá- mentos de domínio da Universidade são disponibilizados sob a for-
rias ou Órgãos Estruturantes; ma de atendimento, consulta, exame laboratorial, procedimento es-
III - manter sistemas de informação para acompanhamento, pecializado, consultoria, assessoria, assistência técnica e manutenção
avaliação e divulgação de programas, linhas e projetos de pesqui- de equipamento, realização de estudos, organização de publicação,
sa, criação e inovação desenvolvidos pela Universidade; elaboração e orientação de projetos e atividades similares.
IV - prospectar oportunidades de pesquisa, criação e inovação e
respectivas fontes de financiamento, assegurando sua divulgação. Art. 91. Os cursos de extensão compreendem as seguintes mo-
dalidades:
Art. 87. A participação em programas e projetos de pesquisa, I - programas de educação permanente: destinados a difundir
criação e inovação, bem como seus produtos e resultados, serão de- conhecimentos e técnicas nas várias áreas das ciências, das artes e
vidamente considerados: da cultura, mediante cursos de informação, treinamento e capacitação;
I - na distribuição de encargos e computada para efeito de ava- II - programas de atualização, aperfeiçoamento e especializa-
liação de docentes e técnicos; ção: têm por finalidade desenvolver, aprofundar e diversificar a for-
II - na formação acadêmica dos estudantes e computada na sua mação de portadores de diplomas de graduação.
integralização curricular. Parágrafo único. Caberá às instâncias competentes da Unidade
Universitária, de acordo com a iniciativa dos cursos, estabelecer cri-
Capítulo III térios de seleção dos candidatos para os cursos de extensão, de acordo
DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA com norma própria estabelecida pelo Conselho Acadêmico de Pes-
quisa e Extensão.
Art. 88. A Universidade manterá diálogo permanente com a
sociedade, mediante ações junto ao público em geral, comunidades, Art. 92. A participação em atividades ou programas de extensão
segmentos organizados da sociedade civil, órgãos governamentais e será devidamente considerada:
empresas públicas ou privadas, sob a forma de programas ou ativida- I - na distribuição de encargos e computada para efeito de ava-
des de extensão universitária. liação de docentes e técnicos;
II - na formação acadêmica dos estudantes, sendo computada na
Art. 89. A Universidade incentivará a extensão universitária integralização curricular.
através de:
I - concessão de bolsas em categorias diversas; Art. 93. Constituem instâncias de concepção, elaboração, reali-
II - formação de pessoal em programas de trabalho de campo; zação, acompanhamento e avaliação de ações extensionistas:
III - concessão de auxílios para execução de projetos; I - Unidade Universitária;
IV - realização de convênios com entidades nacionais, estran- II - Órgão Estruturante ou Complementar.
geiras e internacionais;
V - parcerias com instituições cujos objetivos e ações sejam Art. 94 Caberá à Pró-Reitoria de Extensão, de acordo com as
compatíveis com a política de extensão da Universidade; diretrizes do Conselho Acadêmico de Pesquisa e Extensão:
VI - divulgação da produção acadêmica gerada por atividades I - coordenar programas de fomento, intercâmbio, divulgação e
ou programas de extensão; avaliação da extensão, da pós-graduação lato sensu, da educação
VII - promoção de congressos, simpósios e seminários para es- permanente e dos serviços;
tudos e debates sobre a produção acadêmica da extensão universi- II - estimular e super visionar programas amplos, de natureza
tária, bem como participação em iniciativas semelhantes de outras interdisciplinar, que envolvam várias Unidades Universitárias ou
instituições. Órgãos Estruturantes;
III - manter um sistema de informações para registro, acompa-
Art. 90. As ações extensionistas, de caráter eventual ou perma- nhamento e divulgação de programas e atividades de extensão, de
nente, compreenderão cursos, eventos, serviços, trabalhos de campo pós-graduação lato sensu, de educação permanente e de serviços
ou outras formas de atuação compatíveis com a natureza das ativi- desenvolvidos pela Universidade;
dades acadêmicas e com os contextos sócio-culturais focalizados, IV - autorizar a expedição de certificados referentes a ações ex-
conforme as seguintes definições: tensionistas e correlatas.

Didatismo e Conhecimento 57
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Título VIi Art. 102. As atividades de coordenação e supervisão da Univer-
Dos Titulos Honorificos sidade serão exercidas:
I - no âmbito geral:
Art. 95. A Universidade concederá os seguintes títulos honorífi- a ) pelos Conselhos Superiores, de acordo com suas compe-
cos: I - Professor Emérito; tências;
II - Professor Honorário; b ) pela Reitoria.
III - Doutor Honoris Causa; II - no âmbito das Unidades Universitárias:
IV - Benemérito da Universidade. a ) pela Congregação;
b ) pela Direção;
Art. 96 A Universidade concederá a professores, estudantes e fun- c ) por órgãos de gestão, deliberação e execução das atividades
cionários, pelo seu desempenho ou em razão de excepcional mérito de ensino, pesquisa e extensão, previstos nos respectivos Regimentos
individual, as seguintes dignidades universitárias, sob a forma de Internos.
medalhas: III - no âmbito dos Órgãos Estruturantes e Complementares:
I - Mérito Docente; a ) pelo Conselho Deliberativo ou equivalente;
II - Mérito Discente; b ) pelo Diretor ou Coordenador.
III - Mérito Funcional.
Art. 103. A supervisão, em todos os níveis, observadas as com-
Art. 97. O Conselho Universitário regulamentará a concessão petências de cada órgão, terá por finalidade:
dos títulos e dignidades universitárias em resolução específica. I - assegurar a observância às leis e normas que regem a Uni-
versidade;
Título VIII II - acompanhar a execução dos planos e programas, com vistas
Do planejamento, Coordenação E Supervisão ao atendimento dos fins a que a Universidade se propõe;
DAS Atividades Universitárias III - fiscalizar a aplicação de recursos e a utilização de patri-
mônio, bens e valores da Universidade.
Art. 98. As atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem
como as atividades administrativas, técnicas e complementares da Art. 104. As instâncias de gestão acadêmica das Unidades
Universidade, obedecerão a planejamento que vise unificar esforços Universitárias, definidas conforme os respectivos Regimentos
e recursos aplicados e serão objeto de acompanhamento, supervisão Internos, elaborarão Plano Anual de Trabalho (PAT), com a fina-
e avaliação, de acordo com objetivos e metas previamente definidos. lidade de consolidar o conjunto de atividades a serem realizadas
pelo seu corpo docente e equipe de apoio técnico e administrativo.
Art. 99. O desenvolvimento das atividades-fim, técnicas e ad- § 1º O Plano Anual de Trabalho será submetido à aprovação
ministrativas obedecerá a diretrizes, objetivos, metas e programas da Congregação da Unidade Universitária e constituirá referência
fixados no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Uni- para elaboração do planejamento acadêmico, alocação de vagas,
versidade, renovado a prazos de cinco anos, aprovado pelo Conse- avaliação do trabalho docente, alterações de regime de trabalho e
lho Universitário, ouvidos os Conselhos Acadêmicos e o Conselho elaboração dos planos individuais de trabalho docente.
de Curadores. § 2º Os docentes submeterão, anualmente, à instância de
§ 1º A estrutura do PDI compreenderá os seguintes itens: coordenação acadêmica competente um Plano Individual de Tra-
I - Infraestrutura; balho (PIT), destacando as atividades universitárias que demons-
II - financiamento; trarão o cumprimento do seu regime de trabalho.
III - gestão institucional;
IV - desenvolvimento acadêmico. Art. 105. O docente apresentará, anualmente, à instância de
§ 2º Os planos quinquenais de que trata o caput deste artigo coordenação acadêmica competente, Relatório Individual de Tra-
poderão ser desdobrados em planos anuais para efeito de execução. balho (RIT), no qual detalhará as atividades desenvolvidas no
exercício anterior, justificando eventuais modificações em relação
Art. 100. A Reitoria consolidará a proposta orçamentária anual ao PIT.
da Universidade, submetendo-a à apreciação do Conselho Univer-
sitário. Art. 106. As instâncias de coordenação acadêmica encami-
Parágrafo único. As propostas orçamentárias dos Órgãos Estru- nharão, anualmente, à Congregação da Unidade Universitária, o
turantes e Complementares serão aprovadas pelos respectivos Con- Relatório Anual de Trabalho (RAT), para avaliação integrada ao
selhos Deliberativos. planejamento da Unidade Universitária.

Art. 101. O orçamento da Universidade será executado de acor- Art. 107. Os Regimentos dos Conselhos Superiores, da
do com o previsto nos planos anuais e segundo matriz de partição Reitoria, das Unidades Universitárias e dos Órgãos Estruturan-
de recursos entre as unidades orçamentárias da Instituição, aprovada tes e Complementares disciplinarão as atividades enunciadas
pelo Conselho Universitário em resolução específica. neste título.

Didatismo e Conhecimento 58
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Título IX I - Regime TP: 0,5 Professor-Equivalente;
Do Corpo Docente II - Regime TI: 1,0 Professor-Equivalente;
III - Regime DE: 1,55 Professor-Equivalente.
Capítulo I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 113. Atividades de administração universitária que impli-
carem Cargos de Direção ou Funções Gratificadas são atribuições
Art. 108. O corpo docente é constituído por professores com exclusivas de docentes em regimes DE ou TI.
atividade regular de ensino, pesquisa, criação, inovação, extensão Parágrafo único. Os regimes DE ou TI poderão ser concedidos
ou administração universitária. a docentes enquanto durar a investidura em cargos de direção ou
Parágrafo único. As atividades do corpo docente serão espe- funções gratificadas, por portaria do Reitor, precedida da verifica-
cificadas em regulamento próprio, aprovado pelo Conselho Uni- ção de acumulação legal de cargos.
versitário.
Art. 114. O Regime DE destina-se ao atendimento da amplitu-
Capítulo II de de atividades docentes possíveis na Universidade, implicando
DO INGRESSO NA CARREIRA DO MAGISTÉRIO impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública
SUPERIOR ou privada, com as exceções previstas na legislação vigente.

Art. 109 Os cargos da carreira do Magistério Superior com- Art. 115. O docente em Regime DE poderá receber autori-
preendem as seguintes classes: zação para percepção de remuneração adicional em atividades de
I - Professor Titular; ensino, pesquisa e extensão, nas seguintes modalidades:
II - Professor Associado; I - colaboração em atividade esporádica;
III - Professor Adjunto; II - bolsas de ensino, pesquisa e extensão;
IV - Professor Assistente; III - gratificação por cursos e concursos;
V - Professor Auxiliar. IV - remuneração por projetos institucionais.
§ 1° O ingresso na carreira do Magistério Superior ou na classe § 1° A autorização para a percepção remuneratória prevista no
de Professor Titular dar-se-á mediante habilitação em concurso caput deste artigo deverá ser aprovada pela instância de lotação
público de provas e títulos. do docente e será disciplinada em norma específica, nos termos da
legislação vigente.
§ 2° O ingresso na carreira do Magistério Superior ocorrerá no
§ 2º A concessão da autorização para percepção de remunera-
nível 1 das classes referidas nos itens III a V.
ção adicional pressupõe desempenho satisfatório, pelo docente, em
atividades regulares de ensino avaliadas periodicamente, além do
Art. 110. Normas gerais referentes à inscrição, prazos e formas
cumprimento dos demais encargos atinentes à função docente na
de realização de concursos públicos para provimento dos cargos
Universidade e, em hipótese alguma, poderá prejudicar as ativida-
da carreira do Magistério Superior serão estabelecidas em Regu-
des acadêmicas exercidas na Universidade Federal da Bahia.
lamento próprio, aprovado pelo Conselho Universitário, ouvido o § 3º O docente em Regime DE poderá receber remuneração
Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. adicional relacionada a suas atividades acadêmicas (prêmios cien-
tíficos, direitos autorais, patentes ou correlatos, participação em
Capítulo III seminários, congressos, conferências e aulas eventuais), desde que
DO REGIME DE TRABALHO E DA LOTAÇÃO não caracterizem vínculo de emprego ou acumulação de cargos, de
acordo com a legislação vigente.
Seção I § 4º A soma da carga horária total das atividades previstas no
Regimes de trabalho do Magistério Superior inciso I do caput deste artigo não poderá exceder a cento e trinta
e seis horas no ano.
Art. 111. O professor da carreira do Magistério Superior da
Universidade Federal da Bahia será submetido a um dos seguintes Art. 116. É facultado ao docente em Regime DE optar por
regimes de trabalho docente: lotação simultânea em duas Unidades Universitárias portadoras
I - em dedicação exclusiva (Regime DE), compreendendo de afinidade interdisciplinar ou com demonstrada proximidade de
quarenta horas semanais de trabalho, com dedicação exclusiva às campos de formação.
atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária; § 1º A lotação simultânea, em hipótese alguma, poderá pre-
II - em tempo parcial (Regime TP), compreendendo vinte horas judicar o planejamento acadêmico das Unidades Universitárias e,
semanais de trabalho. para sua concessão, dependerá de autorização das respectivas Con-
Parágrafo único. O Regime de Tempo Integral (TI), corres- gregações e, onde couber, dos Departamentos.
pondendo a quarenta horas semanais de trabalho sem dedicação § 2º O beneficiário da lotação simultânea poderá exercer re-
exclusiva, será admitido em condições excepcionais, conforme es- presentações, funções gratificadas e cargos de direção em apenas
tabelecido na legislação e neste Regimento Geral. uma das Unidades Universitárias, designada Unidade Universitá-
ria de lotação principal.
Art. 112. Para efeito de dimensionamento do corpo docente, § 3º Para efeito de composição do banco de docentes, a Uni-
os regimes de trabalho, objetos do artigo anterior, corresponderão dade Universitária receptora retribuirá à Unidade Universitária ce-
à unidade Professor- Equivalente, instituída pela Portaria MEC/ dente, na medida Professor-Equivalente, vagas correspondentes à
MPOG 22 de 2007, na seguinte medida: carga horária transferida pela lotação simultânea do docente.

Didatismo e Conhecimento 59
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4º A lotação simultânea de um docente corresponderá a 1,0 Art. 120. Os docentes em Regime DE que não exerçam ativi-
Professor- Equivalente na Unidade Universitária de lotação prin- dade de pesquisa e/ou extensão, aprovadas pelas instâncias com-
cipal e a 0,55 Professor- Equivalente na Unidade Universitária de petentes, terão carga horária de atividades de ensino de vinte horas
lotação secundária. semanais, sendo, no mínimo, dezesseis horas de aulas presenciais.
§ 5º Desde que prevista no Regimento Interno da Unidade
Universitária, poderá haver lotação simultânea em dois dos seus Art. 121. Aos docentes ocupantes de cargos administrativos,
Departamentos. será admitido regime especial de distribuição de encargos acadê-
micos.
Art. 117. Os Regimes TI e TP destinam-se, essencialmente, § 1º Os docentes ocupantes de Cargos de Direção não terão
a atividades de ensino, salvo quando o Regime TI for concedido, obrigação de outras atividades além daquelas inerentes ao cargo.
especificamente, para o exercício de atividade administrativa, como § 2º Os docentes ocupantes de Funções Gratificadas, tais
previsto no art.113 deste Regimento Geral. como Chefes de Departamentos e Coordenadores de Colegiados,
bem como o Presidente da CPPD e os membros titulares dos Con-
Art. 118. O Regime TI será autorizado pelo Conselho Univer- selhos Superiores, poderão ter sua carga horária semanal de ensino
sitário somente para Unidades Universitárias que apresentem em reduzida a seis horas e a de aulas presenciais a quatro horas.
seu perfil características específicas como:
I - necessidade de vinculação sistemática com o mundo do Art. 122. A não integralização da carga horária correspondente
trabalho, de modo a permitir a renovação de práticas necessárias à ao regime de trabalho determinará compensação no plano de tra-
formação profissional; balho seguinte, de forma a assegurar a correção da carga horária.
II - incorporação acentuada de novas tecnologias, instrumen- § 1º Repetindo-se a não integralização de atividades univer-
tos e métodos de trabalho; sitárias correspondentes ao regime de trabalho do docente, a ins-
III - áreas onde o mercado de trabalho dificulte a absorção, por tância de coordenação acadêmica indicará aos órgãos competentes
parte da Instituição, de docentes em Regime DE; a redução de sua carga horária, mediante alteração do regime de
§ 1º As Unidades Universitárias que se enquadrarem neste per- trabalho do docente.
fil deverão manter nos seus quadros um mínimo de cinquenta por § 2º O período em que a carga horária não corresponder ao
cento de docentes em Regime DE. regime de trabalho do docente não será considerado para fins de
§ 2º O Conselho Universitário avaliará a liberação dessa exi- progressão na carreira docente.
gência, a partir de solicitação fundamentada de Unidades Universi-
tárias cujas particularidades da área de conhecimento assim o jus- Art. 123. O descumprimento das atribuições correspondentes
tifiquem, desde que respeitada a porcentagem geral de cinquenta ao Regime DE, em qualquer caso, incluindo não integralização das
por cento de docentes em Regime DE para toda a Universidade atividades universitárias, determinará a suspensão, temporária ou
Federal da Bahia. definitiva, da autorização para percepção da remuneração adicional
prevista no art. 115 deste Regimento Geral.
Seção II
Integralização da carga horária docente Seção III
Alteração de regime de trabalho
Art. 119. Os docentes deverão integralizar a carga horária de
atividades de ensino, definidas no art. 2º, parágrafo 1º, correspon- Art. 124. Os professores da carreira do Magistério Superior
dente ao seu regime de trabalho, da seguinte forma: poderão ter o regime de trabalho alterado, desde que atendido o cri-
I - em Regime DE (40 horas semanais) ou Regime TP (20 horas tério de proporcionalidade previsto no art. 118 deste Regimento
semanais), mínimo de doze horas semanais de ensino, sendo dez Geral.
horas de aulas presenciais, no mínimo; § 1º Só poderá pleitear a mudança para os Regimes TI e DE o
II - em Regime TI (40 horas semanais), mínimo de vinte horas docente que faltar mais de cinco anos para a aposentadoria.
semanais de atividades de ensino, sendo dezesseis horas de aulas
presenciais, no mínimo. § 2º Mudanças do Regime DE para TP ou TI e de TI para TP
§ 1º Quando mais de um professor participar de um mesmo só serão autorizadas após decurso de prazo, no mínimo, igual ao da
componente curricular, o tempo de trabalho atribuído a cada um liberação do docente para titulação, a partir do seu retorno, quando
será a parcela proporcional à sua contribuição para a integralização for o caso.
de carga horária da atividade.
§ 2º Considerando-se a diversidade de carga horária das disci- Capítulo IV
plinas e as peculiaridades dos diversos cursos, será permitida fle- DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
xibilização no cumprimento da jornada semanal de aulas, podendo
haver compensação de um semestre a outro, a critério do órgão de Art. 125. A progressão funcional na carreira do Magistério
lotação do docente. Superior ocorrerá, exclusivamente, por titulação e desempenho:
§ 3º Assegurados os encargos de ensino, conforme estabeleci- I - de um nível para outro imediatamente superior, dentro da
do no caput deste artigo, docentes em regimes TP ou TI poderão mesma classe;
integralizar sua carga horária com atividades de pesquisa e de ex- II - de uma classe para outra, exceto para a de Professor Ti-
tensão. tular.

Didatismo e Conhecimento 60
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 126. A progressão de um para outro nível dentro da mes- Capítulo V
ma classe dar-se-á, exclusivamente, mediante avaliação do desem- DOS DOCENTES NÃO INTEGRANTES
penho acadêmico. DA CARREIRA
Parágrafo único. O docente somente poderá pleiteá-la após
cumprimento do interstício de dois anos no nível respectivo, ou Art. 130. O corpo docente poderá ser complementado por não
interstício de quatro anos de atividade em outro órgão público. integrantes da carreira, classificados nas seguintes categorias:
I - Professor Visitante;
Art. 127. A progressão funcional de uma classe para outra far- II - Professor Substituto;
se-á: III - Professores Credenciados.
I - da classe de Professor Auxiliar para o nível I da classe de § 1º O Professor Visitante, a ser contratado com recursos da
Professor Universidade Federal da Bahia ou recursos captados mediante
Assistente; convênios, será intelectual, pesquisador ou artista de reconhecimen-
II - da classe de Professor Assistente para o nível I da classe to e renome, admitido após manifestação favorável da Congregação
de Professor da Unidade Universitária, para atender necessidades especiais do
Adjunto; ensino ou para atuar em programa institucional de pesquisa/ cria-
III - do nível IV da classe de Professor Adjunto para o nível I ção/inovação ou extensão universitária.
da classe de Professor Associado. § 2º O Professor Substituto poderá ser contratado, por prazo
§ 1º As progressões mencionadas nos incisos I e II do caput determinado, na forma da legislação em vigor, para substituições
deste artigo dar-se-ão: eventuais de docentes da carreira do Magistério.
I - de qualquer nível da classe de origem, sem interstício, me- § 3º Docentes não integrantes da carreira poderão ser creden-
diante a obtenção do grau de Mestre, para a classe de Professor As- ciados pelos Colegiados de Cursos ou Programas para desempe-
sistente, ou mediante a obtenção do grau de Doutor, para a classe nhar atividades acadêmicas, mediante normas estabelecidas pelo
de Professor Adjunto; Regulamento de Ensino de Graduação e Pós-Graduação.
II - do nível IV da classe de origem mediante avaliação do
desempenho acadêmico do docente, quando não houver obtido a Art. 131. Os docentes não integrantes da carreira poderão par-
titulação necessária, após cumprimento do interstício de dois anos, ticipar, sem direito a voto, dos Órgãos Colegiados da Unidade Uni-
ou interstício de quatro anos de atividade em outro órgão público. versitária, não podendo ser votado para exercício de representação
§ 2º A progressão mencionada no inciso III do caput deste ou cargo.
artigo destina- se a portadores do grau de Doutor e dar-se-á median-
te avaliação do desempenho acadêmico do docente, após cumpri- Título X
mento do interstício de dois anos, ou interstício de quatro anos de Do Corpo técnico Administrativo
atividade em outro órgão público.
§ 3º A avaliação mencionada nos dois parágrafos precedentes Art. 132. O corpo técnico-administrativo da Universidade
deverá ser requerida pelo candidato e aprovada pelo plenário do compreende os servidores que exercem atividades técnicas, admi-
seu órgão de lotação, à vista de justificativa apresentada pelo do- nistrativas, operacionais e de pesquisa e extensão, vinculados ao
cente, no caso referido no inciso II do Regime Jurídico Único do Servidor Público Federal e ao Plano de
§ 1º, e julgada cabível quanto à não obtenção do título perti- Carreira dos Cargos Técnicos e Administrativos.
nente. Parágrafo único O ingresso no quadro de ser vidores técni-
§ 4º O requerimento deverá ser instruído com memorial des- co- administrativos far-se-á no nível inicial da classe, mediante
critivo das atividades desenvolvidas no período intersticial. habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Art. 128. Serão levadas em consideração no processo de ava- Art. 133. A remoção de pessoal técnico-administrativo deverá
liação as atividades de ensino, pesquisa, criação, inovação, exten- ser procedida de ofício ou a pedido, atendido o interesse da Ad-
são, administração e capacitação profissional desenvolvidas pelo ministração, nos termos da política de recursos humanos da Ins-
professor, devidamente avaliadas e aprovadas pelo órgão de lota- tituição.
ção do docente.
Art. 134. A política de recursos humanos da Universidade
Art. 129. A avaliação de desempenho acadêmico ficará a cargo contemplará as atividades de administração de pessoal, de edu-
de uma Comissão instituída pelo plenário do órgão de lotação do cação e aperfeiçoamento, de acompanhamento e avaliação e de
candidato, composta por três docentes de classe superior à do can- assistência aos servidores técnicos- administrativos.
didato, ou de mesma classe e nível superior, sendo um da Unidade
Universitária do docente e os demais pertencentes a outras Unida- Título Xi
des Universitárias da Universidade Federal da Bahia. Do CoRpo DISCENtE
§ 1º Quando na Unidade Universitária não houver docente de
classe superior à do candidato ou de mesma classe e nível superior, Art. 135. Constitui o corpo discente os estudantes regulares
a escolha recairá em docente de outra Unidade Universitária. matriculados em cursos de graduação ou pós-graduação stricto
§ 2º A Comissão elaborará, no prazo de trinta dias, parecer cir- sensu ministrados pela Universidade, nos termos do art. 5º do Es-
cunstanciado e o submeterá ao plenário do órgão que a instituiu. tatuto.

Didatismo e Conhecimento 61
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 136. O DCE e os Diretórios ou Centros Acadêmicos, ór- § 3º No caso em que a falta cometida tenha se dado em es-
gãos de representação estudantil, possuem autonomia administra- paço ou evento fora da Unidade Universitária, as penalidades de
tiva e política, na forma dos seus Estatutos e atos constitutivos e advertência e suspensão serão aplicadas pelo Pró-Reitor de Ações
da legislação em vigor. Afirmativas e Assistência Estudantil e a de exclusão, pelo Reitor.
§ 1º Os órgãos de representação estudantil funcionarão em
local disponibilizado pela Administração Central e aprovado pelo Título XIII
Conselho Universitário, no caso do Diretório Central dos Estu- DoS RECURSoS
dantes (DCE); e pela Diretoria e aprovado pela Congregação da
respectiva Unidade Universitária, quando se tratar de Diretório ou Art. 141. Nos processos acadêmicos, administrativos e disci-
Centro Acadêmico. plinares, caberá recurso:
§ 2º A Universidade deverá auxiliar, materialmente, os órgãos I - de decisão do dirigente, para o plenário do respectivo Ór-
de representação estudantil, de acordo com sua disponibilidade or- gão Colegiado;
çamentária. II - de decisão de Colegiado, Departamento ou instância equi-
valente e demais órgãos da Unidade Universitária, para a Congre-
Art. 137. A assistência aos estudantes será prestada pela Pró- gação;
-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil, órgão III - de decisão do Diretor, para a Congregação;
competente da Reitoria, de acordo com planos e políticas apro- IV - de decisão em primeira instância da Congregação, para o
vados pelo Conselho Universitário, ouvido o Conselho Social de Conselho Universitário ou Conselho Superior de Ensino, Pesquisa
Vida Universitária. e Extensão, segundo a matéria;
V - de decisão da Comissão de Normas e Recursos, para o
Título XII plenário do Conselho Universitário;
Do REGIME DISCIpLINAR VI - de decisão do Reitor, para o Conselho Universitário ou
para o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, segun-
Art. 138. Os integrantes dos corpos docente, técnico-admi- do matéria e área de competência.
nistrativo e discente da Universidade encontram-se submetidos
ao regime disciplinar estabelecido neste Título, de acordo com a Art. 142. O recurso será interposto pelo interessado no prazo
legislação em vigor, bem como aos Códigos de Ética Universitá- de dez dias, contados da data da ciência da decisão recorrida.
ria referidos no art. 145 das disposições finais e transitórias deste § 1º O recurso será formulado por escrito à autoridade ou ao
Regimento Geral. órgão de cuja decisão se recorre, constando da petição a exposição
dos fatos e as razões do recorrente.
Art. 139. Aplicam-se ao pessoal dos quadros docente e técni- § 2º No prazo de cinco dias úteis, será facultado à autoridade
co- administrativo as penas disciplinares de: ou órgão recorrido reformar sua decisão.
I - advertência; § 3º Caso a autoridade ou órgão de cuja decisão se recorre
II - suspensão; mantenha o despacho ou não se pronuncie no prazo mencionado
III - destituição de Cargo de Direção ou de Função Gratifi- no parágrafo anterior, o recurso será remetido ao órgão competente
cada; para apreciá-lo, nos termos do art. 141.
IV - demissão de ocupante de cargo efetivo; § 4º Os Regimentos dos Conselhos Superiores e das Unidades
V - dispensa de ocupante de emprego, na forma da legislação; Universitárias regulamentarão o processamento de recursos sob
VI - exclusão. sua competência.
§ 1º As penas disciplinares definidas no caput deste artigo se-
rão aplicadas pelo Reitor, podendo as de advertência e suspensão Título XIV
até trinta (30) dias ser aplicadas pelos Diretores de Unidades Uni- DAS DISpoSIçÕES FINAIS E tRANSItÓRIAS
versitárias e dos demais órgãos da Universidade.
§ 2º A aplicação das penas disciplinares será precedida de Art. 143. É vedado, para quaisquer fins, o uso não autorizado
processo administrativo disciplinar, assegurados o contraditório e do nome e dos símbolos da Universidade.
ampla defesa, na forma da legislação vigente. Parágrafo único. A autorização será dada pelo dirigente da
Unidade Universitária ou órgão da Universidade a que estiver vin-
Art. 140 Aplicam-se aos integrantes do corpo discente as pe- culada a atividade.
nas disciplinares de:
I - advertência, aplicada pelo Coordenador do respectivo cur- Art. 144. No prazo de seis meses após a promulgação deste
so; II - suspensão, aplicada pelo Diretor da Unidade Universitária; Regimento Geral, a Reitoria, os Conselhos Superiores, as Unida-
III - exclusão, aplicada pelo Reitor. des Universitárias, os Órgãos Estruturantes e os Complementares
§ 1º A aplicação das penas disciplinares será precedida de pro- deverão ajustar os respectivos Regimentos Internos e submetê-los
cesso administrativo, assegurados o contraditório e ampla defesa. à apreciação dos órgãos competentes.
§ 2º A sindicância que deverá preceder a abertura do processo
administrativo, referido no parágrafo anterior, será realizada por Art. 145. No prazo de seis meses após a promulgação des-
comissão, na qual figurará, pelo menos, um representante do corpo te Regimento Geral, o Conselho Social de Vida Universitária e a
discente ou, na impossibilidade de tal participação, um servidor Comissão Central de Ética deverão elaborar e submeter aos Con-
do quadro da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Es- selhos Superiores propostas de “Códigos de Ética Universitária”,
tudantil. referentes aos seguintes âmbitos:

Didatismo e Conhecimento 62
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - integridade científica da pesquisa e dos pesquisadores;
II - ética profissional e pedagógica dos servidores docentes e 6. PROCESSO ADMINISTRATIVO:
técnico- administrativos;
III - conduta civil e acadêmica do corpo discente.
NORMAS BÁSICAS NO ÂMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.
Art. 146. No prazo de um ano após a instalação da Unidade (LEI Nº 9.784, DE 29/01/1999).
Seccional de Correição e da Ouvidoria da Universidade, seus di-
rigentes deverão submeter ao Conselho Universitário proposta de
“Regulamento Interno de Procedimentos e de Condutas Técnica e
Ética” dos respectivos órgãos, do seu titular e dos seus servidores. LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Art. 147. Nas Unidades Universitárias que optarem pela ma- Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
nutenção da estrutura departamental, os Departamentos poderão Pública Federal.
funcionar fora do limite estabelecido no art. 36 deste Regimento
Geral por até um ano ou, excepcionalmente, por mais um prazo O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
equivalente, autorizados pelo Conselho Universitário a partir de gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
proposta de transição devidamente justificada pela Congregação
da Unidade Universitária. CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 148. Por período não inferior a dois anos, a Universidade
transferirá os recursos anteriormente destinados aos antigos Órgãos Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo
Suplementares, transformados em Órgãos Complementares por for- administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indire-
ça da Resolução 02 de 2008 do Conselho Universitário, para a matriz ta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados
orçamentária da Unidade Universitária que o acolher. e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
Art. 149. O Doutoramento Especial, destinado aos docentes do Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
quadro permanente da Universidade Federal da Bahia admitidos an- de função administrativa.
tes do ano de 1990, será reinstituído pelo prazo de cinco (5) anos, a § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
contar da data de publicação deste Regimento Geral e será regula- I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
mentado pelo Conselho Acadêmico de Ensino. ministração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
Art. 150. No prazo de dois anos após a promulgação deste Re- jurídica;
gimento Geral, o Conselho Universitário reavaliará a integralização III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
da carga horária de atividades de ensino estabelecida no art. 119. de decisão.
Art. 151. O regime de 40 (quarenta) horas (TI) fica assegurado Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos docentes que, à data da vigência do Decreto Presidencial n.º
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
94.664 de 1987, já se encontravam sob esse regime e àqueles já
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segu-
enquadrados nesse regime especial até a data de aprovação deste
rança jurídica, interesse público e eficiência.
Regimento Geral, lotados em Unidades Universitárias que foram
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão obser-
consideradas, com base na Resolução 04 de 1997 do antigo Con-
vados, entre outros, os critérios de:
selho de Coordenação, portadoras de características especificas que
I - atuação conforme a lei e o Direito;
justificam a adoção desse regime excepcional.
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em
Art. 152. O disposto no art. 71 passará a vigorar a partir do
segundo semestre do ano letivo de 2010. lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
Art. 153. Compete ao Conselho Universitário decidir sobre casos a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
omissos neste Regimento Geral e arbitrar conflitos decorrentes de IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
aplicação de normas estatutárias e regimentais. boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
Art. 154. O presente Regimento Geral, aprovado pelo Conse- hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
lho Universitário da Universidade Federal da Bahia, entrará em vi- VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-
gor na data de sua aprovação. gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
mente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que de-
terminarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados;

Didatismo e Conhecimento 63
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- fundamentos;
nistrados; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotiva-
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, da de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva- Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elabo-
das as previstas em lei; rar modelos ou formulários padronizados para assuntos que im-
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem portem pretensões equivalentes.
prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, ve- tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
dada aplicação retroativa de nova interpretação. dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO II CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS DOS INTERESSADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- Art. 9o São legitimados como interessados no processo ad-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: ministrativo:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
suas obrigações; representação;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões pro- III - as organizações e associações representativas, no tocante
feridas; a direitos e interesses coletivos;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão com- quanto a direitos ou interesses difusos.
petente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo,
quando obrigatória a representação, por força de lei. os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato
normativo próprio.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos ór-
I - expor os fatos conforme a verdade; gãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
rar para o esclarecimento dos fatos. não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierar-
CAPÍTULO IV quicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
DO INÍCIO DO PROCESSO circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
a pedido de interessado. delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
conter os seguintes dados:  I - a edição de atos de caráter normativo;
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - a decisão de recursos administrativos;
II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou au-
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- toridade.
municações;

Didatismo e Conhecimento 64
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser pu- § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somen-
blicados no meio oficial. te será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
§ 1o  O ato de delegação especificará as matérias e poderes § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- ser feita pelo órgão administrativo.
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequen-
de exercício da atribuição delegada. cialmente e rubricadas.
§ 2o  O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de- o processo.
legado. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal
os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por moti- procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
vos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão
ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão pu- dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo
blicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, motivo de força maior.
a unidade fundacional competente em matéria de interesse espe- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilata-
cial. do até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial-
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for
grau hierárquico para decidir. o local de realização.
CAPÍTULO VII CAPÍTULO IX
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo
servidor ou autoridade que:
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
de decisão ou a efetivação de diligências.
II - tenha participado ou venha a participar como perito, tes-
§ 1o A intimação deverá conter:
temunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
administrativa;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
II - finalidade da intimação;
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
III - data, hora e local em que deve comparecer;
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de representar;
atuar. V - informação da continuidade do processo independente-
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi- mente do seu comparecimento;
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou ser- úteis quanto à data de comparecimento.
vidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,
dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro
parentes e afins até o terceiro grau. meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
objeto de recurso, sem efeito suspensivo. meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância
CAPÍTULO VIII das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO- pre sua falta ou irregularidade.
CESSO
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. administrado.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garan-
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da tido direito de ampla defesa ao interessado.
autoridade responsável.

Didatismo e Conhecimento 65
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, registrados em documentos existentes na própria Administração
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór-
de outra natureza, de seu interesse. gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se objeto do processo.
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- § 1o  Os elementos probatórios deverão ser considerados na
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações motivação do relatório e da decisão.
probatórias. § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au- damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
tos os dados necessários à decisão do processo. ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessa-
dos devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações
  ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as pro- expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
vas obtidas por meios ilícitos. forma e condições de atendimento.
  Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados
a parte interessada. ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formula-
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulga- do, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
ção pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligên-
cia ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencio-
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por
nando-se data, hora e local de realização.
si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito
de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um ór-
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
gão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de
 
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
maior prazo.
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emi-
blica para debates sobre a matéria do processo.
tido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respec-
  tiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re- § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser
levante, poderão estabelecer outros meios de participação de admi- emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e
nistrados, diretamente ou por meio de organizações e associações ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
legalmente reconhecidas. de quem se omitiu no atendimento.
 
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
outros meios de participação de administrados deverão ser apre- previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e
sentados com a indicação do procedimento adotado. estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a au- gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser
realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo
ata, a ser juntada aos autos. for legalmente fixado.
 
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. prévia manifestação do interessado.

Didatismo e Conhecimento 66
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- § 1o  Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que atinge somente quem a tenha formulado.
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote- § 2o  A desistência ou renúncia do interessado, conforme o
gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Adminis-
tração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para
emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido ini- Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
cial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
autoridade competente.
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XI DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou re- conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
clamações, em matéria de sua competência.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
prorrogação por igual período expressamente motivada. salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
CAPÍTULO XII decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
DA MOTIVAÇÃO § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à va-
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com lidade do ato.
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem le-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; são ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apre-
III - decidam processos administrativos de concurso ou sele- sentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
ção pública; Administração.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo li-
citatório; CAPÍTULO XV
V - decidam recursos administrativos; DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; razões de legalidade e de mérito.
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convali- § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a deci-
dação de ato administrativo. são, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encami-
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po- nhará à autoridade superior.
dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso adminis-
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, trativo independe de caução.
neste caso, serão parte integrante do ato. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa con-
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode traria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prola-
ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das tora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte- de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplica-
ressados. bilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis- pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
escrito. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administra-
DO PROCESSO tivo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, cesso;
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re- II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
nunciar a direitos disponíveis. afetados pela decisão recorrida;

Didatismo e Conhecimento 67
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
III - as organizações e associações representativas, no tocante Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
a direitos e interesses coletivos; ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interes- quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
ses difusos. veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o pra- agravamento da sanção.
zo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. CAPÍTULO XVI
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- DOS PRAZOS
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir
do recebimento dos autos pelo órgão competente. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cien-
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser tificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e in-
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. cluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expedien-
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree- te ou este for encerrado antes da hora normal.
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contí-
nuo.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
tem efeito suspensivo. a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorri-
da ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprova-
efeito suspensivo ao recurso. do, os prazos processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XVII
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
DAS SANÇÕES
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade com-
petente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente; CAPÍTULO XVIII
III - por quem não seja legitimado; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o  Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiaria-
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Adminis- mente os preceitos desta Lei.
tração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida pre-
clusão administrativa. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer ór-
gão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluí-
puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser do pela Lei nº 12.008, de 2009).
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso ex- te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose an-
plicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, quilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radia-
ção, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença gra-
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a recla- ve, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que
mação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído
dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para pela Lei nº 12.008, de 2009).
o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza- prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
Lei nº 11.417, de 2006). Vigência das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

Didatismo e Conhecimento 68
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação consentimento do servidor, inserindo-se entre as hipóteses de autoe-
própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído xecutoriedade dos atos administrativos. Isto não subtrai a medida ao
pela Lei nº 12.008, de 2009). controle judicial, que sempre pode ser exercido mediante provoca-
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). ção do interessado, quer como medida cautelar que suste a decisão
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). administrativa, quer a título de indenização, quando o desconto já se
concretizou.
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Em caso de crime de que resulte prejuízo para a Fazenda Públi-
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o  da Independência e ca ou enriquecimento ilícito do servidor, ele ficará sujeito a sequestro
111o da República. e perdimento de bens, porém com intervenção do Poder Judiciário,
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO na forma do Decreto-lei nº 3.240, de 8-5-41, e Lei nº 8.429, de 2-6-
Renan Calheiros  92 (arts. 16 a 18). Esta última lei dispõe sobre as sanções aplicáveis
Paulo Paiva aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e re- do mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública
tificado em 11.3.1999 Direta, Indireta ou Fundacional. É a chamada lei de improbidade
administrativa, que disciplina o artigo 37, §4º, da Constituição.
Quando se trata de dano causado a terceiros, aplica-se a norma
7. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, em decorrência da qual
ACADÊMICA E FINANCEIRA, o Estado responde objetivamente, ou seja, independentemente de
DE RECURSOS HUMANOS, culpa ou dolo, mas fica com o direito de regresso contra o servidor
DE MATERIAL E PATRIMÔNIO. que causou o dano, desde que este tenha agido com culpa ou dolo.
O servidor responde administrativamente pelos ilícitos admi-
nistrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os
mesmos elementos básicos do ilícito civil: ação ou omissão contrá-
ria à lei, culpa ou dolo e dano.
O servidor público sujeita-se à responsabilidade civil, penal e Nesse caso, a infração será apurada pela própria Administra-
administrativa decorrente do exercício do cargo, emprego ou função ção Pública, que deverá instaurar procedimento adequado a esse
. Por outras palavras, ele pode praticar atos ilícitos no âmbito civil, fim, assegurando ao servidor o contraditório e a ampla defesa, com
penal e administrativo. Isto é o que nos ensina a professora Maria
os meios e recursos a ela inerentes, nos termos do artigo 52, inciso
Sylvia Zanella Di Pietro, conforme segue:
LV, da Constituição.
A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre do
Os meios de apuração previstos nas leis estatutárias são os
artigo 186 do Código Civil, que consagra a regra, aceita universal-
sumários, compreendendo a verdade sabida e a sindicância, e o
mente, segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é obri-
processo administrativo disciplinar, impropriamente denominado
gado a repará-lo.
inquérito administrativo.
Analisando-se aquele dispositivo, verifica-se que, para configu-
rar-se o ilícito civil, exige-se: Comprovada a infração, o servidor fica sujeito a penas disci-
1. ação ou omissão antijurídica; plinares.
2. culpa o u dolo; com relação a este elemento, à s vezes de di- Na esfera federal, a Lei nº 8.112/90 prevê, no artigo 127, as
fícil comprovação, a lei admite alguns casos de responsabilidade ob- penas de advertência, destituição de cargo em comissão, destitui-
jetiva (sem culpa) e também de culpa presumida; uma e outra cons- ção de função comissionada, suspensão, demissão e cassação de
tituem exceções à regra geral de responsabilidade subjetiva, somente aposentadoria; e define, nos artigos subsequentes, as hipóteses de
sendo cabíveis diante de norma legal expressa; cabimento de cada uma delas.
3. relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano ve- Não há, com relação ao ilícito administrativo, a mesma tipici-
rificado; dade que caracteriza o ilícito penal. A maior parte das infrações não
4. ocorrência de um dano material ou moral. é definida com precisão, limitando-se a lei, em regra, a falar em fal-
Quando o dano é causado por servidor público, é necessário dis- ta de cumprimento dos deveres, falta de exação no cumprimento do
tinguir duas hipóteses: dever, insubordinação grave, procedimento irregular, incontinência
1. dano causado ao Estado; pública; poucas são as infrações definidas, como o abandono de
2. dano causado a terceiros. cargo ou os ilícitos que correspondem a crimes ou contravenções.
No primeiro caso, a sua responsabilidade é apurada pela pró- Isso significa que a Administração dispõe de certa margem de
pria Administração, por meio de processo administrativo cercado apreciação no enquadramento da falta dentre os ilícitos previstos
de todas as garantias de defesa do servidor. As leis estatutárias em na lei, o que não significa possibilidade de decisão arbitrária, já que
geral estabelecem procedimentos autoexecutórios (não dependentes são previstos critérios a serem observados obrigatoriamente; é que
de autorização judicial) , pelos quais a Administração desconta dos a lei (artigos 128 da Lei Federal e 256 do Estatuto Paulista) deter-
vencimentos do servidor a importância necessária ao ressarcimento mina que na aplicação das penas disciplinares serão consideradas
dos prejuízos, respeitado o limite mensal fixado em lei, com vistas à a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem
preservação do caráter alimentar dos estipêndios. para o serviço público.
Quando o servidor é contratado pela legislação trabalhista, o ar- É precisamente essa margem de apreciação e ou discricionarie-
tigo 462, § 1º, da CLT s ó permite o desconto com a concordância dade limitada pelos critérios previstos em lei) que exige a precisa
d o empregado ou em caso de dolo. O desconto dos vencimentos, motivação da penalidade imposta, para demonstrar a adequação en-
desde que previsto em lei, é perfeitamente válido e independe do tre a infração e a pena escolhida e impedir o arbítrio da Administra-

Didatismo e Conhecimento 69
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ção. Normalmente essa motivação consta do relatório da comissão As diversas instâncias de responsabilização dos agentes públi-
ou servidor que realizou o procedimento; outras vezes, consta de cos são autônomas, mas, para evitar contradições entre atos estatais,
pareceres proferidos por órgãos jurídicos preopinantes aos quais se são parcialmente inter-relacionadas, já que em tese os agentes públi-
remete a autoridade julgadora; se esta não acatar as manifestações cos estão sujeitos concomitantemente às esferas civil, administrativa
anteriores, deverá expressamente motivar a sua decisão. e penal de responsabilização (ex.: em caso de tortura praticada em
Como medidas preventivas, a Lei nº 8.112/90, no artigo 147, delegacia policial).
estabelece o afastamento preventivo por 60 dias, prorrogáveis por Normalmente a relação se dá entre as esferas civil e adminis-
igual período, quando o afastamento for necessário para que o fun- trativa, de um lado, e a penal, de outro, já que esta, em face da gra-
cionário não venha a influir na apuração da falta cometida. Isto sem vidade de suas potenciais sanções, é a que possui o procedimento
falar no sequestro e perdimento de bens, já referidos. dotado de maior teor garantístico. Diante dela, podemos estar diante
O servidor responde penalmente quando pratica crime ou con- de quatro situações (arg ex art.935, CC):
travenção. Existem, no ilícito penal, os mesmos elementos carac- 1) Condenação penal: leva à culpa também no processo cível e
terizadores dos demais tipos de atos ilícitos, porém com algumas no administrativo;
peculiaridades: 2) Absolvição penal pela negativa do fato ou da autoria: tam-
1. a ação ou omissão deve ser antijurídica e típica, o u seja, cor- bém produz efeitos no cível e no administrativo;
responder ao tipo, ao modelo de conduta definido na lei penal como 3) Absolvição penal por ausência de ilicitude (legítima defesa,
crime ou contravenção; estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e exer-
2. dolo ou culpa, sem possibilidade de haver hipóteses d e res- cício regular de direito): produz efeito no cível e no administrativo
ponsabilidade objetiva; (art. 65, CPP);
3. relação de causalidade; 4) Absolvição penal por ausência de prova: não produz efeitos
4. dano ou perigo de dano: nem sempre é necessário que o dano tanto no cível como no administrativo, já que as provas, nestes,
se concretize; basta haver o risco de dano, como ocorre na tentativa e menos rígidos, podem ser suficientes para configurar o que a Sú-
em determinados tipos de crime que põem em risco a incolumidade mula n. 18 do STF denomina “falta residual”.
pública. Em relação à Responsabilidade Civil do Estado no Direito
Para fins criminais, o conceito de servidor público é amplo, Brasileiro iremos trazer os ensinamentos do professor Alexandre
mais se aproximando do conceito de agente público. O artigo 327 Santos de Aragão que defende que a responsabilidade civil do Es-
do Código Penal, com a redação dada pela Lei nº 9.983, de 13-7-00,
tado: possui contornos próprios e, historicamente, tem evoluído no
considera “funcionário público, para os efeitos penais, quem, em-
sentido da sua maior amplitude e publicização: desde a impossi-
bora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
bilidade de o Estado ser civilmente responsabilizado (the king can
ou função pública”. O § 1 º equipara a funcionário “quem exerce
do no wrong), passando pela responsabilidade por culpa em diver-
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a sas modalidades (ex.: culpa presumida), até a atual responsabili-
execução de atividade típica da Administração Pública”. O sentido dade objetiva (independentemente de culpa ou ilícito), por risco
da expressão entidade paraestatal, nesse dispositivo, tem sido objeto administrativo ou até mesmo por risco integral, casos excepcionais
de divergências doutrinárias, alguns entendendo que só abrange as esses (de risco integral) em que se prescinde até mesmo do nexo de
autarquias, outros incluindo as empresas públicas e sociedades de causalidade entre o dano sofrido pelo particular e o Estado.
economia mista. Razão assiste aos que defendem este último enten- O autor nos ensina que: estágio atual de evolução em nosso
dimento, pois, se o empregado de entidade privada é considerado Direito Positivo é, desde a Constituição de 1946, o da responsabi-
funcionário público, para fins criminais, pelo fato de a mesma prestar lidade objetiva por risco administrativo, decorrência de os danos
atividade típica da Administração Pública, com muito mais razão o causados pelo Estado advirem de atividade do interesse de toda a
empregado das sociedades de economia mista, empresas públicas e coletividade. É o que dispõe o art. 37, §6º, da Constituição Federal:
demais entidades sob controle direto ou indireto do poder público. “O Estado responderá pelos danos que seus agentes, nesta quali-
O fato de o Estado ser primariamente responsável pelos danos dade, causarem a terceiros”, independentemente de dolo ou culpa,
causados pelos seus comportamentos não quer dizer que os agentes os quais somente terão importância para se estabelecer o direito de
públicos que materialmente executaram tais comportamentos tam- regresso do ente contra o seu funcionário ou empregado.
bém não possam sê-lo, mas dessa responsabilidade se exigirá a ili- Para ele o caráter objetivo da responsabilidade pela prestação
citude. Ou seja, os agentes públicos só são responsáveis pelos danos de serviços públicos em sentido estrito (não qualquer atividade ad-
que, nessa qualidade, causarem, se tiverem culpa ou dolo (responsa- ministrativa) pode fundamentar-se, hoje, não apenas no art. 37, §
bilidade subjetiva). 6º, CF, mas também, pelo simples fato de serem serviços, no art.
O direito de regresso pode ser satisfeito através de ação judicial 12 do CDC (responsabilidade pelo fato do produto e do serviço)
ou por acordo. Fora disso, é muito questionável a possibilidade de o e no art. 927, parágrafo único, do Código Civil (responsabilidade
Estado exercer este direito descontando em folha, coativa e unilate- objetiva das atividades de risco).
ralmente, os valores do regresso, já que, sem a autorização do servi- A existência de tantas normas aptas a justificar a indenização
dor, este desconto em folha consistiria em uma autoexecutoriedade fortalece a posição jurídica dos particulares – usuários ou tercei-
de valores pecuniários. ros prejudicados pelo serviço público –, uma vez que, em caso
Por derradeiro, assinalamos que, como se trata de direito patri-
de eventual conflito entre elas, o que, todavia, nos parece difícil
monial, o Estado poderá exercer o direito de regresso contra os su-
de ocorrer diante da semelhança das suas hipóteses de incidência,
cessores do servidor que causou o ilícito que gerou a despesa pública
poderá invocar a que for capaz de melhor embasar a sua pretensão.
de indenização do terceiro lesado.

Didatismo e Conhecimento 70
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O art. 37, § 6º, CF, disciplina a responsabilidade do Estado Outra possível exclusão da aplicação do art. 37, § 6º, CF, às
por qualquer de suas atividades, não apenas pelos seus serviços delegatárias de serviços públicos se deve ao fato de que muitos
públicos em sentido técnico estrito. A única exceção que faríamos dos comportamentos dessas empresas não podem ser considerados
são as atividades econômicas que o Estado explorar em concorrên- oriundos de decisões próprias, mas sim de determinações do Poder
cia com a iniciativa privada, pois, à luz do que vimos no capítulo concedente. Nesses casos, se ocasionarem prejuízos a particulares, a
referente à Organização Administrativa, a responsabilidade obje- responsabilidade do Estado (ou de eventual autarquia reguladora) não
tiva dessas estatais as colocariam em desvantagem diante de seus será meramente subsidiária (apenas em caso de insolvência da presta-
concorrentes privados (art. 173, § 1º, CF). dora privada de serviço público), como é a regra, mas direta e exclu-
A ação ou omissão estatal que gerar prejuízo a terceiros (par- siva.
ticulares ou mesmo outra entidade pública) engendra responsabili- A assertiva se deve ao fato de, em casos tais, o nexo de causali-
dade civil objetiva (independentemente de culpa ou ilicitude, bas- dade existir diretamente entre o prejuízo do particular e a atuação ou
omissão do Poder concedente, não sendo relevante para esse efeito a
tando o nexo causal) dos entes da Federação, das pessoas jurídicas
execução meramente material pelo concessionário das determinações
de direito público da Administração Indireta, das pessoas jurídicas
estatais. O concessionário é, nesses casos, mera longa manus do Poder
de direito privado da Administração Indireta que não exerçam ati-
concedente ou do regulador, sem atitude volitiva própria.
vidades econômicas stricto sensu em concorrência com a inicia- O ponto extremo da responsabilidade civil estatal é a teoria do
tiva privada (art. 173, § 1º, CF) e dos delegatários privados de risco social ou risco integral, em que o Estado é responsável até por
serviços públicos (ex.: concessionários de serviços públicos). danos não imputáveis ao seu comportamento independentemente até
Especificamente em relação à responsabilidade civil das dele- mesmo de nexo de causalidade, sem possibilidade de causas de ex-
gatárias de serviços públicos, em caso de acidente de trânsito, o STF clusão (caso fortuito, força maior, culpa de terceiros, da própria vítima
adotou posição em caso isolado (RE n. 302622/MG), já em vias de etc.). Além da responsabilidade por danos nucleares (art. 21, XXIII,
superação, de que essas entidades são objetivamente responsáveis, d, CF, regulamentado pela Lei n.6.453/77), outro exemplo dessa es-
nos termos do art. 37, § 6º, CF, apenas pelos danos que causarem aos pécie de obrigação pecuniária do Estado, mais de seguridade social
usuários dos serviços públicos delegados, não a terceiros que não os que de responsabilidade civil propriamente dita, é a instituída pela Lei
estejam utilizando (no caso o proprietário do veículo particular com n.10.744, de 09 de outubro de 2003, que, adotando a Teoria do Risco
o qual o ônibus da concessionária colidiu). Integral, propicia à União arcar com os prejuízos que venham a ser
Apesar da grande perplexidade gerada pela decisão, ela tem, causados por atos terroristas.
embora não citada expressamente pelo acórdão, apoio em alguma O entendimento do referido autor segue no sentido de que são
doutrina, como a de FRANCIS-PAUL BÉNOIT, que distingue o condutas geradoras da responsabilidade:
fundamento da responsabilidade da Administração Pública confor- - Ação do Estado
Nesta hipótese, o dano é causado diretamente pelo próprio Esta-
me se trate de usuário do serviço público ou de terceiro. Em relação
do, que terá responsabilidade objetiva, ou seja, independente de culpa
àqueles o seu fundamento seria o direito que possuem ao bom fun-
e da ilicitude do ato.
cionamento do serviço; ao passo que para terceiros o fundamento
Mesmo que o Estado sem culpa e licitamente cause dano a ou-
seria mais genérico, consubstanciado no direito a não sofrer nenhum trem, deverá indenizá-lo com fundamento no princípio da solidarie-
dano anormal por fatos produzidos pela Administração Pública. dade social, conforme vimos ao analisarmos os fundamentos da res-
Pois bem, no Recurso Extraordinário n. 459.749, no qual se ponsabilidade civil do Estado. Não é porque uma conduta do Estado é
discutiu acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco lícita que um indivíduo pode sofrer sem qualquer espécie de proteção
que condenara empresa privada concessionária de serviço público um prejuízo em prol de toda a coletividade, observados os requisitos
de transporte ao pagamento de indenização por dano moral a tercei- do dano que veremos no tópico XIX.
ro não usuário, atropelado por veículo da empresa, os quatro votos A responsabilidade por ato ou fato lícito é um dos dados distinti-
até então proferidos – Ministro Relator JOAQUIM BARBOSA, vos da responsabilidade objetiva em relação à subjetiva ou por culpa.
Ministra CÁRMEN LÚCIA, Ministro RICARDO LEWANDOWS- Se a sociedade teve os proveitos, também deve arcar com os ônus so-
KI e Ministro CARLOS BRITTO – afirmaram a responsabilidade fridos especialmente por um(s) dos seus membros (art. 37, § 6º, CF).
objetiva das prestadoras de serviços públicos também relativamente É lógico que, muitas vezes, o comportamento comissivo lesivo
aos terceiros não usuários de serviços públicos. Em seu voto, o re- será ilícito. Mas este aspecto é irrelevante para a responsabilização do
lator reputou indevido diferenciar a sistemática de responsabilidade Estado, sendo de se considerar apenas a responsabilidade objetiva. Em
aplicável conforme a qualidade da vítima, uma vez que a responsa- outras palavras, mesmo que o ato estatal tenha sido ilícito, o particu-
bilidade objetiva do art. 37, § 6º, da Constituição Federal decorre, lar, para deflagrar a responsabilidade do Estado, não precisa provar
tal ilicitude, bastando demonstrar o nexo de causalidade. Apenas a
tão somente, da natureza da atividade administrativa, não fazendo
responsabilidade pessoal do próprio agente público exige aquela com-
qualquer distinção quanto ao lesado.
provação.
O julgamento em questão havia sido suspenso em virtude de
Resumindo a responsabilidade comissiva do Estado, sempre obje-
pedido de vista formulado pelo Ministro EROS GRAU e constitui tiva, pode se dar tanto nos casos de atos jurídicos lícitos (ex.: proibição
uma esperança de que o entendimento esposado no primeiro caso do trânsito em rua em que até então funcionava um edifício-garagem
acima mencionado seja definitivamente sepultado pela Corte. De- privado, que naturalmente não terá mais como subsistir); atos materiais
veremos, no entanto, aguardar mais um pouco para que isso seja lícitos (ex.: nivelamento de rua, em que as janelas das casas possam
consolidado, já que, segundo o site do STF, as partes chegaram a ficar abaixo do nível da rua); atos jurídicos ilícitos (ex.: apreensão de
um acordo, requerendo a sua homologação e a consequente extinção jornais contrariamente ao direito de livre expressão) e atos materiais
do processo. ilícitos (ex.: espancamento de prisioneiro pelo carcereiro).

Didatismo e Conhecimento 71
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- Omissão do Estado Não é suficiente apenas haver relação entre um dano não evi-
Quanto aos atos comissivos (ação estatal), objeto do subtópico tado com o qual estaríamos adotando a Teoria do Risco Integral
anterior, o ordenamento pátrio claramente adotou a teoria objetiva ou Social (ex.: todos os assaltos seriam indenizáveis pelo Estado),
da responsabilidade, sob a modalidade do risco criado, emergindo exigindo-se também a falha do serviço do Estado.
o dever de indenizar o dano causado pela atividade estatal, seja ela Como expõe CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO,
lícita ou ilícita. deve se ter em vista mais especificamente o padrão “normal” do
Todavia, em relação à responsabilidade do Estado por omis- serviço, conceito subjetivo, mas aferível por elementos como o ní-
são, a doutrina e a jurisprudência dominantes exigem a presença do vel de expectativa comum da sociedade, a atuação do Estado em
elemento culpa, sendo suficiente para caracterizá-la provar que a situações análogas e a expectativa do próprio Estado em relação
situação impunha um dever de agir ao Estado, e esse quedou inerte aos seus serviços, inferida, principalmente, da legislação (ex.: o
por dolo, desídia ou negligência, ainda que anônima do serviço (sem Estado é civilmente responsável pelo assalto que tenha sido rea-
identificação de um servidor concretamente culpado). lizado em frente a uma cabine da Polícia Militar; morte de pessoa
Realmente, a imputação de um dano decorrente de omissão em incêndio em razão de o Estado não possuir escada magirus com
estatal não pode ser realizada de forma imediata, uma vez que a altura suficiente para efetuar o salvamento, apesar de ter licenciado
inércia não é a causa direta do dano, mas sim um fato da natureza, da a construção naquele gabarito; ambulância que demora horas para
própria vítima ou de terceiros, não evitado pelo Estado (ex.: um as- chegar; inundação conjugada com a má manutenção das galerias
salto não evitado; uma enchente que levou à perda total de carros). pluviais; prejuízo causado por um particular a outro por omissão
Como não temos nesses casos uma ação do Estado, logica- do poder de polícia mesmo tendo a ação do Estado sido solicitada
mente não foi ele o autor direto do dano. O dano adveio de força diversas vezes sem nada acontecer; danos advindos de protestos
humana ou natural, mas o Estado será responsável se, naquele caso populares quando fosse razoavelmente possível ao Estado prevê-
concreto, tinha o dever jurídico de evitar o dano. -los etc.).
Advém muitas vezes a responsabilidade civil do Estado por
Sendo assim, a omissão que pode ensejar a responsabilidade
omissão de uma combinação da proteção da confiança legítima
do Estado é sempre ilícita, ao contrário do que se dá com a ação,
dos cidadãos em relação à atuação do Estado com a proteção da
que pode ser lícita ou ilícita para responsabilizar o Estado. A res-
sua dignidade humana e da efetividade de direitos fundamentais,
ponsabilização por omissão terá lugar apenas se o Estado tinha o
inclusive de natureza prestacional, a que façam jus. Se, observados
dever de agir, ou seja, se estava legalmente obrigado a impedir a
os requisitos da teoria dos direitos fundamentais como a reserva do
ocorrência do evento danoso, e se omitiu.
possível e o núcleo essencial, o Estado não atender o cidadão nessa
Esta “culpa” pela omissão a que a doutrina alude, que seria
esfera, estará sujeito, não apenas à imposição judicial da obrigação
mais bem traduzida (faute du service) como “falta”, pode consistir
de fazê-lo, como também a indenizar o cidadão pelo direito funda-
em um não funcionamento do serviço, um funcionamento tardio ou
mental não adimplido.
um funcionamento ineficiente. Não se refere necessariamente a um Eventual incúria do Estado em ajustar-se aos padrões civili-
agente público determinado, mas ao aparato estatal como um todo. zatórios não ilide a sua responsabilidade. Não se pode dizer que o
Em alguns casos, por disposição legal (cf. v.g. presunções probató- serviço é realmente ruim, mas que sempre foi assim e que todos já
rias estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor) ou por sabiam disso. Haverá a responsabilidade do Estado por omissão,
questões práticas concernentes ao ônus da prova (ex.: dificuldade portanto, se descumpriu o dever jurídico de agir, ou se agiu, mas
de prova negativa), poderá haver uma presunção relativa da culpa atuou abaixo dos padrões a que estava obrigado, surgindo assim
do Estado. o necessário nexo de causalidade. Pouco importa se esta culpa é
A tese da responsabilidade subjetiva do Estado para as omis- específica de algum agente individualmente considerado ou se é a
sões decorre também de o art. 43 do Código Civil aplicar-se apenas chamada “culpa” anônima do serviço.
aos atos comissivos e de, no sistema do Código, a responsabilidade - Situação de risco criada pelo Estado
objetiva somente ter lugar quando expressamente prevista (art. 927, Nesses casos, não há ação, ou mesmo omissão culposa, do
parágrafo único), sendo que não haveria norma determinando a res- Estado, que tenha causado o dano, que ocorreu diretamente por
ponsabilidade objetiva estatal em casos de omissão, nem mesmo o força natural ou humana alheia.
art. 37, § 6º, da Constituição Federal, cuja redação pressupõe uma Nos casos objeto do presente subtópico – riscos criados pelo
causalidade comissiva (“causarem a terceiros”). Estado –, como em nosso Direito não é adotada a Teoria do Risco
Em nossa opinião não há como se objetivar uma responsabi- Integral, o Estado só será responsável na hipótese em que, em prol
lidade civil por omissão, na qual inexiste um ato que possa repre- de toda a coletividade, comissivamente constituiu uma situação
sentar o elemento primordial do nexo de causalidade. Se a omissão de risco que propiciou, somado ao fato humano ou da natureza,
do prestador do serviço público fosse objetivamente considerada o dano.
como fato gerador de responsabilidade civil, o Estado seria um se- Com esses aspectos (aspecto comissivo na criação da situação
gurador universal dos membros da coletividade, arcando com todos de risco e igualdade na repartição dos ônus sociais), os danos de-
os prejuízos que não conseguisse evitar. correntes de situações de risco equivalem aos decorrentes da pró-
Portanto, a omissão, quando caracterizar um ilícito adminis- pria ação do Estado, aplicando-se-lhes a responsabilidade objetiva.
trativo e gerar danos – individuais, coletivos ou difusos –, desen- Exemplo: fuga de preso ou de doente mental que causa danos nas
cadeará, além naturalmente do dever de agir para suprir a omissão, imediações do presídio ou do manicômio; raio que cai sobre de-
a responsabilidade civil da pessoa pública que não cumpriu o seu pósito de munições do exército; assassinato de um presidiário por
dever. outro etc.)

Didatismo e Conhecimento 72
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os casos mais comuns são realmente os danos oriundos da ca que reduz o poder aquisitivo da moeda não gera indenização) e
guarda de coisas ou pessoas perigosas, mas há também outras hi- (d) anormal, ou seja, não inerente às próprias condições incômo-
póteses em que o Poder Público tem que em prol da sociedade criar das, mas naturais ao convívio social (ex.: poeira de obra que suja a
situações que coloca terceiros em risco (ex.: acidente decorrente pintura de muro; interdição por poucas horas da rua, fazendo com
de sinal de trânsito quebrado por ter um defeito imprevisível no se- que seus moradores tenham que pôr seus carros em garagem paga,
máforo; bala perdida em confronto da polícia com bandidos etc.). fora da rua, não gera direito a ressarcimento (obra que atrapalha o
Há de se ter uma relação de causalidade direta do dano com o comércio não gera dano indenizável, mas se o interditar totalmente,
risco suscitado pelo Estado. Do contrário, o Estado não será respon- gerará); abordagens policiais normais não causam dano moral etc.).
sável (ex.: não haverá a responsabilidade do Estado por risco criado Constata-se que esses dois últimos requisitos do dano para ge-
se os presidiários foragidos vierem a causar danos longe da fonte de rar a responsabilidade do Estado por atos lícitos identificam-se com
risco que é o presídio; ou por detento que morre no presídio em razão os requisitos da indenizabilidade de certas limitações administrati-
de raio). Nesses casos, não haverá a responsabilidade objetiva por si- vas e da caracterização de determinadas intervenções regulatórias
tuação de risco criada pelo Estado, mas até poderemos ter a responsa- na liberdade econômica e na propriedade como desapropriações
bilidade por faute du service (ex.: se o assalto cometido pelo foragido indiretas. E nada mais natural, pois, na verdade, como concluímos
foi em frente a cabine policial), se os requisitos da responsabilidade nos respectivos capítulos, cuja remissão se faz essencial, essas duas
por omissão estiverem presentes. nada mais são do que exemplos de atos lícitos capazes de gerar a
responsabilidade civil do Estado.
Requisitos da indenizabilidade do dano
Continua nos ensinado Aragão: há duas exigências gerais (dano
Excludentes da Responsabilidade
jurídico e certo) e duas exigências aplicáveis apenas à responsabili-
dade civil do Estado por comportamentos lícitos (danos especiais e De acordo com o referido autor a responsabilidade objetiva do
anormais). Estado não exige a presença de comportamentos ilícitos, contentan-
Em primeiro lugar, portanto, o dano há de sempre ser (a) jurídi- do-se com a relação de causa e efeito entre o comportamento estatal
co. Se a lesão for econômica, mas não for jurídica, isto é, se, apesar e o dano sofrido pelo terceiro.
de haver prejuízo, não houver gravame em um direito, não eclodirá a Ele nos ensina quer: toda excludente da responsabilidade civil
responsabilidade civil. Deve haver lesão a algo que a ordem jurídica do Estado será, substancialmente, então, uma excludente do nexo de
reconhece como garantido em favor do sujeito. causalidade entre o comportamento estatal e o dano, advertindo-se
Não se considera dano em seu sentido jurídico, por exemplo, que uma visão muito ampla de “nexo de causalidade” pode acabar
as limitações administrativas, que apenas definem o conteúdo do levando à Teoria do Risco Integral na responsabilidade civil do Esta-
próprio direito; o fechamento de escola pública que gerará prejuízos do enquanto o art. 37, § 6º, CF, adota a responsabilidade sem culpa,
ao dono da lanchonete em frente a ela etc. Muito relevante para a mas não sem causa.
caracterização do dano como jurídico são as eventuais expectativas Surgiram, ao longo da história, inúmeras teorias que preten-
legítimas criadas pelo Estado para o particular. Assim, se, no exem- diam explicar o que se entende por causa do dano em geral. Entre
plo da lanchonete em frente à escola pública, o Estado incentivou o nós foi o próprio Legislador que se ocupou de solucionar a questão,
particular a instalar uma lanchonete naquele local para atender os atestando, pela primeira vez, no art. 1.060 do Código Civil de 1916,
alunos e deixar a área menos deserta e logo depois fecha a escola, que, “ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas
será cogitável a sua responsabilidade objetiva por ação lícita. e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por
A responsabilidade do Estado pode se dar por um ato lícito, mas efeito dela direto e imediato” – regra mantida, com redação pratica-
este ato tem de retirar algo da esfera jurídica do particular. Substan- mente inalterada, pelo art. 403 do novo Código Civil.
cialmente, trata-se da mesma distinção que vimos entre as limitações No Brasil, portanto, independentemente da espécie de respon-
administrativas ordinárias ou não indenizáveis e as indenizáveis; é sabilidade (contratual ou extracontratual, objetiva ou subjetiva),
uma questão de grau: apesar de ambas poderem gerar diminuição somente são indenizáveis os danos que sejam consequência dire-
no valor do patrimônio das pessoas, esta tem maior intensidade, e ta e imediata da conduta do agente. Tal entendimento assentou-se,
anormalidade, já que, sendo o patrimônio um conceito jurídico, na no acórdão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, no RE n.
verdade toda diminuição patrimonial seria uma diminuição na esfera 130764/PR. Na ocasião, afirmou-se: “(…) Em nosso sistema jurídi-
jurídica do seu titular.
co, como resulta do disposto no art. 1.060 do Código Civil, a teoria
O dano para ser indenizável também tem de ser (b) certo, ainda
adotada quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e
que atual ou futuro (ex.: verba que a vítima terá de despender ainda
imediato, também denominada teoria da interrupção do nexo causal.
por muitos anos com fisioterapia). O dano não pode é ser meramente
eventual (ex.: lucro cessante da empresa que a pessoa teria aberto se Não obstante aquele dispositivo da codificação civil diga respeito à
não tivesse sofrido o acidente). impropriamente denominada responsabilidade contratual, aplica-se
Os caracteres jurídico e certo do dano serão suficientes para fa- ele também à responsabilidade extracontratual, inclusive a objetiva,
zer surgir a responsabilidade do Estado por comportamentos ilícitos, até por ser aquela que, sem quaisquer considerações de ordem subje-
sejam eles comissivos ou omissivos (estes, para poder gerar a res- tiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias existentes: a da
ponsabilidade do Estado, são, segundo nosso entendimento, sempre equivalência das condições e a da causalidade adequada.”
ilícitos, como visto acima). Os vocábulos “direto” e “imediato” devem ser interpretados
Nos casos de responsabilidade do Estado por atos lícitos (só ve- “em conjunto”, conforme leciona GISELA SAMPAIO DA CRUZ.
rificada se por ação ou situação de risco), o dano, além de jurídico A expressão utilizada pela codificação tem, assim, o sentido de ne-
e certo, também deverá ser ainda (c) especial, isto é, não pode ser cessário, isto é, somente são indenizáveis os danos necessariamente
genérico, disseminado em toda a sociedade (ex.: medida econômi- decorrentes da atividade ou do ato ilícito.

Didatismo e Conhecimento 73
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GUSTAVO TEPEDINO salienta que, para explicar a teoria
do “nexo causal direto e imediato”, adotada entre nós, surgiu a 8. LICITAÇÃO: CONCEITO,
“subteoria da necessariedade da causa”, segundo a qual “o dever FINALIDADES, PRINCÍPIOS E
de reparar surge quando o evento danoso é efeito necessário de
OBJETO; OBRIGATORIEDADE,
certa causa”, ou seja, “uma consequência certa do ato ilícito”. Esta
é, conclui, a tendência jurisprudencial brasileira, com esteio no art.
DISPENSA, INEXIGIBILIDADE E
403 do Código Civil e na orientação do Pretório Excelso: a “busca VEDAÇÃO; MODALIDADES E TIPOS,
de um liame de necessariedade entre causa e efeito, de modo que o REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO; SANÇÕES.
resultado danoso seja consequência direta do fato lesivo”. (LEI Nº 8.666, DE 21/06/1993 E
Isto porque o Legislador “se recusou a sujeitar o autor do dano LEI Nº 10.520, DE 17/07/2002).
a todas as nefastas consequências do seu ato, quando já não ligadas
a ele diretamente”, o que possibilita que o nexo causal cumpra
“dupla função” no âmbito da responsabilidade civil: “Por um lado,
permite determinar a quem se deve atribuir um resultado danoso,
por outro, é indispensável na verificação da extensão do dano a se CONCEITO DE LICITAÇÕES PÚBLICAS:
indenizar.”
É evidente, pois, que se excluem do dever de indenizar os cha- Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência
mados danos par ricochet ou reflexos, isto é, os danos decorrentes obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato
de outros danos, infligidos sobre pessoa diversa do lesado. A “re- administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participan-
gra no direito brasileiro é a indenização do dano direto e imediato, tes, deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas
assim entendido o dano derivado necessariamente da conduta do pelos interessados, e com elas travar determinadas relações de
ofensor. Por conta disso, no comum dos casos, é a vítima imediata conteúdo patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos
do dano a pessoa legitimada a pleitear indenização. Exceção a esta mínimos e necessários ao bom cumprimento das obrigações que
regra ocorre, no Brasil, na chamada responsabilidade por dano- forem assumidas perante a Administração Pública.
morte ou por homicídio, em que se indeniza não o falecido, mas as Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa
pessoas atingidas pela morte da vítima, e, portanto, apenas indire- igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a
tamente pelo evento que lhe deu causa. Assim é que os danos in- proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando
diretos, reflexamente causados a terceiros (‘danos por ricochete’), à celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particu-
sem qualquer violação à relação contratual ou extracontratual, não lar vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços,
encontram guarida no ordenamento jurídico brasileiro justamente concessões, permissões, alienações, compras ou locações.
porque não decorrem direta e imediatamente do ato ilícito”. Dai surge então à necessidade de regulamentar a prática licita-
Postos esses limites à noção de nexo de causalidade, teremos tória, atendendo disposição da Constituição Federal, mais precisa-
que verificar se o dano sofrido pela pessoa tem como causa a sua mente no artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe:
própria culpa, de terceiros, ou de fatos da natureza (força maior).
Mais correto tecnicamente nesses casos do que dizer que a “
culpa da vítima, de terceiros ou a força maior excluem a responsa- Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na legisla-
bilidade civil do Estado seria dizer que excluída ela está pela falta ção, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
de nexo causal entre a ação estatal e o dano (ex.: acidente sofrido mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
pelos ditos “surfistas de trem”, usuários que pela emoção preferem condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
viajar sobre o teto dos trens; criança que morre afogada em ilha çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
deserta, onde não se poderia esperar que o Estado dispusesse de proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
um salva-vidas; assalto cometido em zona erma, de madrugada; cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garan-
dano sofrido por uma lavoura ou acidente automobilístico ocorrido tia do cumprimento das obrigações”.
em razão de geada). O nexo de causalidade se dá, outrossim, com
o fato da vítima, de terceiro ou da natureza. Assim, visando à regulamentação do processo de escolha da
O Estado terá, no entanto, responsabilidade parcial (haverá melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a
uma causa de exclusão parcial da sua responsabilidade) se o seu normatização da atividade.
comportamento for causa concorrente do dano, ou seja, se ele se
somar à culpa da vítima, de terceiro, ou à força maior (ex.: se du- PRINCÍPIOS ORIENTADORES DAS LICITAÇÕES:
rante tiroteio em favela o cidadão deliberadamente decide não se
resguardar). O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin-
YUSSEF SAHID CAHALI, louvando-se nas lições de THE- cípios que devem ser observados pela administração pública na
MISTOCLES CAVALCANTI, sustenta que o caso fortuito, ao realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no refe-
contrário da força maior, por ele conectada a eventos da natureza, rido artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade,
não constitui causa de exclusão da responsabilidade civil do Esta- Impessoalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação admi-
do. Isso se deve ao fato de que este, ao contrário da força maior, nistrativa, sem particularidades no tocante a licitações públicas.
é interno, inerente à própria atividade do Estado que ocasionou o Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem
dano (ex.: trem público que, por caso fortuito, descarrilha). as Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim
dispõe:

Didatismo e Conhecimento 74
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do Por tal razão, os atos licitatórios devem ter divulgação oficial
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei,
vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoali- - Principio da Probidade Administrativa: Por tal principio te-
dade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade mos que o agente público no exercício regular de suas funções
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do não pode violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” Grifo nosso. gerais e constitucionais da administração pública, que são: legali-
dade, da impessoalidade, da moralidade, da eficiência, da publici-
Assim temos: dade, além de exigir do agente público atuação leal e de boa-fé nos
procedimentos licitatórios em que atuar.
- Princípio da Legalidade: Para que a administração possa
atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é necessária para - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal
tanto a existência de determinação ou autorização de atuação ad- principio veda a Administração Pública o descumprimento das
ministrativa na lei. normas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual
Assim, a Licitação Pública possui seu embasamento na Cons- deve estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licita-
tituição Federal e na Lei (Lei 8.666/93), devendo todos os seus ção, vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a admi-
procedimentos obedecer o que dispõe a norma legal. nistração que o emitiu.
Importante ainda esclarecer que a administração pública está
obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape- - Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia no cri-
nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princí- tério indicado no edital e nos termos específicos das propostas para
pios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas o seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer dis-
pela própria administração pública. cricionariedade na apreciação das propostas pela administração,
julgando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital,
- Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a de maneira objetiva.
Administração Pública tem que manter uma posição de neutrali-
dade em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar FASES DA LICITAÇÃO:
nem mesmo privilegiar quem quer que seja.
Pelo princípio da impessoalidade, quando aplicável as Lici-
São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação,
tações, a impessoalidade em relação aos licitantes (particulares
a homologação e a adjudicação.
interessados em participar das licitações), não devendo os atos li-
citatórios serem emanados com o objetivo de atender a interesses
Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a adminis-
pessoais do agente público ou de terceiros, devendo ter a finali-
tração torna pública a realização de licitação, sendo o meio utili-
dade exclusivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e
zado por todas as modalidades de licitação, exceto na modalidade
impessoal.
convite.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui
estreita relação com o também principio constitucional da isono- Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda
mia, ou igualdade, sendo dessa forma vedadas perseguições ou a lei interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as
benesses pessoais. regras que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publi-
cadas devem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos
- Princípio da Moralidade: A falta da moral comum impõe, licitantes.
nos atos administrativos e licitatórios a presença coercitiva e obri- Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser
gatória da moral administrativa, que se constitui de um conjunto licitado, os documentos a serem trazidos no momento da habilita-
de regras e normas de conduta impostas ao administrador da coisa ção, o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras
pública. normas que forem pertinentes.
Assim o legislador utilizando-se dos conceitos da Moral e dos A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de
Costumes (fonte subsidiária do Direito Positivo), como forma de antecedência para o recebimento das propostas ou então da rea-
impor à Administração Pública, por meio de juízo de valor, um lização da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça
comportamento obrigatoriamente ético e moral no exercício de necessário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se
suas atribuições administrativas, através do pressuposto da mora- deu seu texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes esta-
lidade. belecido para a apresentação das propostas, exceto quando a alte-
ração não afetar a formulação das propostas.
- Princípio da Publicidade: Por este principio, temos que a ad-
ministração tem o dever de oferecer transparência de todos os atos Habilitação: É a fase em que a Administração Pública pro-
que praticar, e de todas as informações que estejam armazenadas cura averiguar as condições pessoais de cada licitante, efetuando
em seus bancos de dados referentes aos administrados. análise com o objetivo de averiguar a documentação e requisitos
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e pessoais dos licitantes, tendo em vista futura contratação, e verifi-
busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica- cando ainda as condições que o licitante tem de cumprir o objeto
dos devem ser acessíveis aos cidadãos. da futura contratação.

Didatismo e Conhecimento 75
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, fu- Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedimento da
turo vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras licitação, que nada mais é do que a entrega do objeto da licitação
e de idoneidade para cumprirem o objeto contratado por meio de ao vencedor.
licitação. A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri-
É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo
em parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, forneci- que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que,
mento de bens para pronta entrega e ainda leilão. quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto
Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici- licitado, assim o fará com o vencedor.
tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes
da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin-
decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos.
da licitação.
MODALIDADE DE LICITAÇÃO:
Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa as pro-
postas comerciais dos licitantes que já foram habilitados, e poste- Modalidade de Licitação é forma específica de conduzir o
riormente escolhe a melhor proposta que atendem aos interesses procedimento licitatório, a partir de critérios pré definidos em lei.
da administração. O valor estimado para a contratação é o principal fator de escolha
Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li- da modalidade a ser adotada pelo administrador público, exceto
citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de quando se tratar de pregão, que não está limitado a valores.
julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de Alem do leilão e do concurso, as demais modalidades de li-
efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de citação admitidas são exclusivamente: Concorrência, Tomada de
licitação. Preços e Convite.
A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida
em duas fases: Concorrência: De todas as modalidades de licitação existentes
no ordenamento jurídico brasileiro, esta se revela a mais complexa,
- Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a ad- e uma das diferenças entre as demais modalidades é possuir a fase
ministração verifica a conformidade de cada proposta com os re- da habilitação preliminar, logo após a abertura do procedimento.
quisitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados
os preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estive- que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os requi-
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do
rem em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassifi-
objeto da licitação.
cadas.
Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de pro-
dutos, independente do valor a ser contratado, além disso, é a mo-
- Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou
dalidade exigida por lei, com regra, para a compra de imóveis e
seja, que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital,
para a alienação de imóveis públicos, para a concessão de direito
será estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acor-
real de uso, para licitações internacionais, para a celebração de
do com o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que
contrato administrativo de concessão de serviços públicos e para a
melhor atenda aos interesses da coletividade.
contratação de parcerias públicos-privadas.
Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes Tomada de Preço: Modalidade realizada entre interessados
forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições
administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li- exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre- Na modalidade de tomada de preços, a fase da habilitação
gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para corresponde ao próprio cadastramento exigido em lei, é prévia
03 (três) dias úteis. a abertura do procedimento licitatório, e assim, objetivando dar
cumprimento ao princípio da competitividade entre os licitantes,
Homologação: A homologação é a fase da licitação na qual os interessados em participar do certame não cadastrados previa-
todos os seus atos e procedimentos são levados ao conhecimento e mente têm a possibilidade de se inscreverem até o terceiro dia an-
avaliação da autoridade que conduziu a licitação, para a confirma- terior à data do recebimento das propostas, desde que satisfaçam
ção ou não de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não as condições de qualificações exigidas.
de todos os atos praticados no procedimento licitatório, conferindo Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será ado-
a validade do certame licitatório. tada para a celebração de contratos relativos às obras, serviços e
Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento compras de produtos de menor vulto do que é exigido para partici-
licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da lici- par da modalidade de concorrência.
tação, a autoridade competente não homologará o procedimento,
remetendo o processo à comissão de licitação, para a correção das Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de
etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios. que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número
mínimo de três pela Administração.

Didatismo e Conhecimento 76
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:
a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis
interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita me- Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente impos-
diante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão sível. A impossibilidade jurídica de realização de licitação decor-
ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. re da inviabilização de competição, pelo motivo de não existir a
Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da com- pluralidade de potenciais proponentes, e assim inviáveis a disputa
petitividade, é possível a participação de interessados que não te- entre licitantes.
nham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do A lei 8.666/93 dispõe sobre o rol taxativo das situações em
objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licita- que é juridicamente impossível a realização da licitação, consti-
dora. Esses interessados devem solicitar o convite com antecedên- tuindo então a inexigibilidade da licitação, devidamente elencado
cia de até 24 horas da apresentação das propostas. no artigo 25 da referida lei.
Na modalidade de Convite, para que a contratação seja possí-
vel, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO:
atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é sufi-
ciente a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que as três A anulação de um procedimento licitatório segue basicamente
sejam válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir as mesmas regras a anulação dos atos administrativos, com base
o convite e convidar mais um interessado, no mínimo, enquan- no princípio da autotutela, a administração anulará a licitação to-
to existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações, das as vezes que ficar constatada ou então demonstrada à ilegali-
ressalvadas as hipóteses de limitação de mercado ou manifesto dade ou ilegitimidade durante o procedimento.
desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que devem ser Da mesma forma, temos que o Poder Judiciário, este desde
justifica das no processo de licitação. que provocado, também possui competência para apurar a existên-
cia de ilegalidade ou ilegitimidade durante a realização da licita-
Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer inte- ção, e respeitado o devido processo legal, bem como o contradi-
ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, tório e a ampla defesa, anulará a licitação, quando comprovado a
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, existência de vício no certame licitatório.
conforme critérios constantes do edital publicado na imprensa ofi- Quanto à revogação de licitação pública, temos que, do mes-
mo modo que se opera a revogação dos atos administrativos, a
cial com antecedência mínima de 45 dias.
regra é que há a possibilidade de a administração pública, revogar
Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da
seus atos discricionários, após análise da conveniência e oportuni-
modalidade de licitação de Concurso, é a natureza do seu objeto, e
dade da celebração ou não da contratação do objeto licitado. Quan-
não o seu valor contratado.
do a administração pública não tem mais interesse em contratar o
vencedor da licitação, poderá revogá-la.
Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessa-
Entretanto, para que seja possível revogar uma licitação, so-
dos, para a venda, a quem oferecer o maio lance, igual ou superior
mente será possível em duas hipóteses:
ao valor da avaliação de bens móveis e imóveis.
- Por motivo de interesse público decorrente de comprovação
DISPENSA DE LICITAÇÃO: da ocorrência de fato superveniente, desde que seja pertinente e
suficiente para justificar tal medida, por meio de motivação e fun-
Podemos afirma de maneira genérica que, a dispensa de lici- damentação, e;
tação engloba hipóteses que, muito embora exista possibilidade ju-
rídica de competição, a lei autoriza a celebração direta do contrato - A critério da administração, quando o adjudicatário, tendo
ou mesmo determina a não realização do procedimento licitatório. sido por ela convocado para assinar o termo de contrato ou aceitar
Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a realização ou retirar o instrumento equivalente, recusa-se a fazê-lo ou então
de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece que nessas hipó- não comparece.
teses, a competição é viável e possível, entretanto a lei autoriza a
administração pública decidir sobre a sua ocorrência ou não, de Após a assinatura do contrato administrativo, não se pode
acordo com critérios de oportunidade e conveniência, dispensar a mais revogar a licitação, enquanto que a anulação da licitação po-
sua realização. derá ser feita mesmo depois da celebração do contrato entre a ad-
Entretanto, em outras situações, ha própria lei, diretamente ministração e o licitante vencedor, visto que a nulidade da licitação
dispensa compulsoriamente a realização da licitação. Nessas hi- resulta, consequentemente, na nulidade do contrato firmado dela
póteses temos que a lei denominou licitação dispensada. Neste decorrente.
caso não cabe a Administração Pública decidir sobre a realização
ou não da licitação. Não ocorrerá a licitação porque a própria lei
garantiu que, mesmo sendo juridicamente possível a realização da
licitação, fica dispensada.
A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que a li-
citação é dispensável, mais precisamente nos termos do artigo 24
da referida lei.

Didatismo e Conhecimento 77
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 da, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
institui normas para licitações e contratos da Administração Públi- de 1991.
ca e dá outras providências. § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: II - produzidos no País;
Capítulo I III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído
Seção I pela Lei nº 11.196, de 2005)
Dos Princípios V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que aten-
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive dam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído
de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po- pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis
Parágrafo  único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo
dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autar- das propostas, até a respectiva abertura.
quias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indire- § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. gem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
dam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146,
alienações, concessões, permissões e locações da Administração
de 2015)
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamen-
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
te precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
Lei.
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabele-
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
cida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não
qual for a denominação utilizada. superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349,
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con- de 2010)
formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoa- II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e mu-
lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade nicipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Re- IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela
gulamento) Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o É vedado aos agentes públicos: V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (In-
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re-
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo- sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti- § 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de
go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão
dada pela Lei nº 12.349, de 2010) definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer- ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre em- preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluí-
presas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moe- do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

Didatismo e Conhecimento 78
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação
se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos,
ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal-
2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me-
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente
pela Lei nº 12.349, de 2010) publicada.
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores
23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes
2010) preservem o valor.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originá- mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas
rios dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refe-
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de rem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
2011) § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren-
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, ser- tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata
viços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo
competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,
ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648,
ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de com- de 1998)
pensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privi-
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº legiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção Complementar nº 147, de 2014)
e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu- Seção II
tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com Das Definições
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o
processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide De-
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação
creto nº 7.546, de 2011)
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro,
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada uti-
a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos
lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição,
§§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara-
recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349,
ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici-
de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais nor- dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
mas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento dife- III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para forne-
renciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno cimento de uma só vez ou parceladamente;
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a ter-
de 2014) ceiros;
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo
as demais preferências previstas na legislação quando estas forem valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco)  vezes o limite
aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
Lei Complementar nº 147, de 2014) VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimen-
to das obrigações assumidas por empresas em licitações e contra-
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos tos;
órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades
subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele- da Administração, pelos próprios meios;
cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen- VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata
volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe- com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada
dir a realização dos trabalhos. pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei a) empreitada por preço global - quando se contrata a execu-
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual- ção da obra ou do serviço por preço certo e total;
quer esfera da Administração Pública. b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a exe-
cução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determi-
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita- nadas;
ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida- d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos traba-
de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

Didatismo e Conhecimento 79
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendi- XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada
mento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das pela Administração com a função de receber, examinar e julgar
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabili- todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao
dade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições cadastramento de licitantes.
de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufa-
para sua utilização em condições de segurança estrutural e opera- turados, produzidos no território nacional de acordo com o proces-
cional e com as características adequadas às finalidades para que so produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo
foi contratada; Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e su- XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas
ficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, pela Lei nº 12.349, de 2010)
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi- XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação
nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen- estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e co-
to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a municação cuja descontinuidade provoque dano significativo à ad-
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de ministração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
execução, devendo conter os seguintes elementos: requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei
visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti- nº 12.349, de 2010)
tutivos com clareza; XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insu-
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- mos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa cien-
talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou tífica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela
de realização das obras e montagem; instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações Seção III
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, Das Obras e Serviços
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé- Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta-
todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza- ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu-
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua lar, à seguinte sequência:
execução; I - projeto básico;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da II - projeto executivo;
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri- III - execução das obras e serviços.
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em § 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece-
cada caso; dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen- trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe-
tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a
avaliados; execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e Administração.
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas § 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados
pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; quando:
XI - Administração Pública - a administração direta e indire- I  -  houver projeto básico aprovado pela autoridade compe-
ta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, tente e disponível para exame dos interessados em participar do
abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de processo licitatório;
direito privado sob controle do poder público e das fundações por II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
ele instituídas ou mantidas; composição de todos os seus custos unitários;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administra- III - houver previsão de recursos orçamentários que assegu-
tiva pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; rem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Ad- a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo
ministração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, com o respectivo cronograma;
e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons-
1994) tituição Federal, quando for o caso.
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instru- § 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de
mento contratual; recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua
XV  -  Contratado  -  a pessoa física ou jurídica signatária de origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex-
contrato com a Administração Pública; plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es-
pecífica.

Didatismo e Conhecimento 80
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for- projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos
necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto bens e serviços a estes necessários.
básico ou executivo. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens comissão de licitação.
e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe-
cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguin-
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e tes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre- I - execução direta;
visto e discriminado no ato convocatório. II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes a) empreitada por preço global;
tenha dado causa. b) empreitada por preço unitário;
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou servi- c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização d) tarefa;
monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada e) empreitada integral.
período de aferição até a do respectivo pagamento, que será cal- Parágrafo único. (Vetado).  (Redação dada pela Lei nº 8.883,
culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no de 1994)
ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú- Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão
blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quan-
obra executada. do o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, às exigências específicas do empreendimento.
aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras
Art. 8 A execução das obras e dos serviços deve programar-
o e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisi-
tos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e
I - segurança;
considerados os prazos de sua execução.
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe-
III - economia na execução, conservação e operação;
cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tec-
orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financei-
nologia e matérias-primas existentes no local para execução, con-
ra ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em des-
servação e operação;
pacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-
Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) juízo da durabilidade da obra ou do serviço;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da lici- trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens VII - impacto ambiental.
a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou Seção IV
jurídica; Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos
projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de profissionais especializados os trabalhos relativos a:
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-
responsável técnico ou subcontratado; cutivos;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
responsável pela licitação. III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei-
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em- ras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou IV  -  fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções serviços;
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
serviço da Administração interessada. VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra- VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu- VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os
pela Administração. contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe-
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a
neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re-
comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do muneração.

Didatismo e Conhecimento 81
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite
que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite,
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) mem-
que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em proce- bros.
dimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou
inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referi- Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de
dos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso pú-
contrato. blico, à relação de todas as compras feitas pela Administração
Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem
Seção V comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do
Das Compras vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas
por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracteri- licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
zação de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos
pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24.
lhe tiver dado causa. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art.  15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regula- Seção VI
mento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência) Das Alienações
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa-
tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, su-
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica bordinada à existência de interesse público devidamente justifi-
e garantia oferecidas; cado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes nor-
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; mas:
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento seme- I  -  quando imóveis, dependerá de autorização legislativa
lhantes às do setor privado; para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para
fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,
aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
entidades da Administração Pública.
a) dação em pagamento;
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
mercado.
tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para
ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei
orientação da Administração, na imprensa oficial.
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por de- nº 11.952, de 2009)
creto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
condições: tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
I - seleção feita mediante concorrência; d) investidura;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,
preços registrados; de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de
III - validade do registro não superior a um ano. 1994)
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis- f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados
às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferên- no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fun-
cia em igualdade de condições. diária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de
quando possível, deverá ser informatizado. 2007)
§ 6o  Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante inicia-
o preço vigente no mercado. tiva e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indica- 11.196, de 2005)
ção de marca; h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui- direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzen-
será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quan- tos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de pro-
titativas de estimação; gramas de regularização fundiária de interesse social desenvolvi-
III - as condições de guarda e armazenamento que não permi- dos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído
tam a deterioração do material. pela Lei nº 11.481, de 2007)

Didatismo e Conhecimento 82
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a
onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração median-
onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fis- te atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
cais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regulari- II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
zação fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
nº 11.952, de 2009) licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- Lei nº 11.763, de 2008)
ção, dispensada esta nos seguintes casos: III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte- da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alie- 11.196, de 2005)
nação; IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Reda-
des da Administração Pública; ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
servada a legislação específica; remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tor-
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por
ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas fina- cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
lidades; lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons-
quem deles dispõe. truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unida-
deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re- des e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da con-
verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua cessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
alienação pelo beneficiário. § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
§ 2o A Administração também poderá conceder título de pro- constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri-
priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente
2005) justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual- § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne-
quer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula
de 2005) de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos 1994)
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou glo-
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) mó- balmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23,
dulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o
exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Lei nº 11.952, de 2009) § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi- Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase
cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regi- Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui-
me legal e administrativo da destinação e da regularização fundiá- sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa-
ria de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005) gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente,
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração observadas as seguintes regras:
não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras I - avaliação dos bens alienáveis;
públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade
pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

Didatismo e Conhecimento 83
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Capítulo II § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
Da Licitação mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
Seção I alteração não afetar a formulação das propostas.
Das Modalidades, Limites e Dispensa
Art. 22. São modalidades de licitação:
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a I - concorrência;
repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de- II - tomada de preços;
vidamente justificado. III - convite;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- IV - concurso;
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.
V - leilão.
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con-
corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, compro-
embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser vem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edi-
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação tal para execução de seu objeto.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua-
com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Re- lificação.
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administra-
da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito tiva, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento con-
Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) vocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam- especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de
bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in-
ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o
teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994) conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi-
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interes-
informações sobre a licitação. sados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a
realização do evento será: alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
I  -  quarenta e cinco dias para:  (Redação dada pela Lei nº maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada
8.883, de 1994) pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar de 3 (três)  possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no
“melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não
de 1994) convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte-
inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) resse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor
de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias de-
técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
verão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repe-
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não espe-
cificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada tição do convite.
pela Lei nº 8.883, de 1994) § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº a combinação das referidas neste artigo.
8.883, de 1994) § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con- somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos
tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe- previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível
dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei
do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer nº 8.883, de 1994)
mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 84
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in- § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não
cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-
seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a
I - para obras e serviços de engenharia: Redação dada pela Lei ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo
nº 9.648, de 1998) mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); 9.648, de 1998)
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até
nhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
nhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: Art.  24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 2.010) Vigência
a)  convite  -  até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo
b)  tomada de preços  -  até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
quenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
quenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) mente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra- II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante-
técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer- se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação
escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou con- IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
junto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a exe- ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
cução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
1994) e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual- emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena- que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-
ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
admitindo-se neste último caso, observados os limites deste arti- contratos;
go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-
Lei nº 8.883, de 1994) belecidas;
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode- VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. para regular preços ou normalizar o abastecimento;
§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma- VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante- tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especia- VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito públi-
lidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação co interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites es- Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
tabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplica- IX - quando houver possibilidade de comprometimento da
dos exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presi-
operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº dente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Re-
8.883, de 1994) gulamento)

Didatismo e Conhecimento 85
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pes-
mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi- quisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de
dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des- engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea
de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243,
avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de 2016)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou for- XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (In-
as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive cluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
quanto ao preço, devidamente corrigido; XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou so-
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros ciedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas,
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o pra-
preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida re-
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de ser-
gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
viços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; (Redação contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor- Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferên-
do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, cia de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de
para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 2004)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
XVI  -  para a impressão dos diários oficiais, de formulários autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas ofi- cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
ciais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia-
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis,
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pes-
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem
soas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-
catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor ori-
ginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde públi-
for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº ca. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)
8.883, de 1994) XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi-
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas- dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestra- XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
mento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei-
a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-
desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) tante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar- nº 11.783, de 2008).
madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, XXX - na contratação de instituição ou organização, pública
quando houver necessidade de manter a padronização requerida ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi-
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres- ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa
tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluí-
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
do pela Lei nº 8.883, de 1994)
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluí-
XX - na contratação de associação de portadores de deficiên-
cia física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por do pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do dispos-
de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço to nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído 2004, observados os princípios gerais de contratação dela cons-
pela Lei nº 8.883, de 1994) tantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Didatismo e Conhecimento 86
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XXXII - na contratação em que houver transferência de tec- III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-
nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
- SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con- consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por § 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou
ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organi-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lu- zação, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos rela-
crativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali- essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas objeto do contrato.
pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis-
de 2013) pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito públi- pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador
co interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou dis- de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
tribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha sanções legais cabíveis.
por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua
autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inci-
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo so III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas
à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira neces- no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no
sária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados,
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sis- dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publi-
tema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste cação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou
anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber,
compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº
com os seguintes elementos:
13.204, de 2015)
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que jus-
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
tifique a dispensa, quando for o caso;
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi-
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
III - justificativa do preço.
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas,
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais
na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
12.715, de 2012)
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade Seção II
que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII Da Habilitação
do  caput  deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que
produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interes-
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato sados, exclusivamente, documentação relativa a:
da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) I - habilitação jurídica;
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, II - qualificação técnica;
quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce- III - qualificação econômico-financeira;
dimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (In- IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº
cluído pela Lei nº 13.243, de 2016) 12.440, de 2011) (Vigência)
§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da
art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Lei nº 13.243, de 2016)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, confor-
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade me o caso, consistirá em:
de competição, em especial: I - cédula de identidade;
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que II - registro comercial, no caso de empresa individual;
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de-
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne- no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de
cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali- eleição de seus administradores;
zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; acompanhada de prova de diretoria em exercício;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou so-
13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas ciedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente,
de publicidade e divulgação; quando a atividade assim o exigir.

Didatismo e Conhecimento 87
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba- § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através
lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com-
12.440, de 2011) (Vigência) plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou § 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação
no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne-
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
contratual; específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini-
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta- bam a participação na licitação.
dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equi- § 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei-
valente, na forma da lei; ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con-
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação,
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da
situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluí- § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,
do pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limi- sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
tar-se-á a: efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; § 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re-
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou
com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do apare- que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços
lhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a rea- públicos essenciais.
lização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada §  10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de
um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o
trabalhos; inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece- objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais
beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen- de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela
to de todas as informações e das condições locais para o cumpri- administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
mento das obrigações objeto da licitação; § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe-
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
cial, quando for o caso.
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput”
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-
deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços,
financeira limitar-se-á a:
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis-
exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
sionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
Lei nº 8.883, de 1994)
substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante
de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entre- atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
ga da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen- (três) meses da data de apresentação da proposta;
te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac- distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas nial, expedida no domicílio da pessoa física;
de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve- III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) valor estimado do objeto da contratação.
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor signifi- exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de
cativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins- rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de 1994)

Didatismo e Conhecimento 88
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no
execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento § 2  do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a
o

convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa- aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o
trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do produto de financiamento concedido por organismo financeiro
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi- internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estran-
cação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia geira de cooperação, nem nos casos de contratação com em-
ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. presa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido
se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação de aquisição de bens e serviços realizada por unidades adminis-
ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na for- trativas com sede no exterior.
ma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este
oficiais. artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e
assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor
operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído
em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de pela Lei nº 13.243, de 2016)
rotação.
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con-
empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo
I - comprovação do compromisso público ou particular de
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici-
constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente
II -  indicação da empresa responsável pelo consórcio que
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fi-
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação
xadas no edital;
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para
efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser
apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti- de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômi-
cada por cartório competente ou por servidor da administração ou co-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na
publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei proporção de sua respectiva participação, podendo a Adminis-
nº 8.883, de 1994) tração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30%
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual,
poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do lei;
art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, IV - impedimento de participação de empresa consorciada,
quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isola-
de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a decla- damente;
rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos
da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi- execução do contrato.
tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a
desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe- liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, obser-
diência ao disposto nesta Lei. vado o disposto no inciso II deste artigo.
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da
tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio,
exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi- nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos
por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra- Seção III
sil com poderes expressos para receber citação e responder admi- Dos Registros Cadastrais
nistrativa ou judicialmente.
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, Art.  34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes Administração Pública que realizem frequentemente licitações
a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elemen- manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na for-
tos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução ma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regula-
gráfica da documentação fornecida. mento)

Didatismo e Conhecimento 89
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou
e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obri- para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe-
gando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea
anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a “c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamen-
chamamento público para a atualização dos registros existentes e te, com uma audiência pública concedida pela autoridade respon-
para o ingresso de novos interessados. sável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedên-
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra- cia mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos
ção Pública. meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso
e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des- os interessados.
te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces- Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se lici-
sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei. tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização
prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su-
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo- cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital
se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons- término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação
tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre
que atualizarem o registro. Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as- em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a
sumidas será anotada no respectivo registro cadastral. modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi- envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
cadastral. II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu-
Seção IV ção do contrato e para entrega do objeto da licitação;
Do Procedimento e Julgamento III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber- básico;
tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco- V - se há projeto executivo disponível na data da publicação
lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual
rido;
serão juntados oportunamente:
VI - condições para participação na licitação, em conformi-
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma
propostas;
do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâ-
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
metros objetivos;
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-
IV - original das propostas e dos documentos que as instruí-
rem; municação à distância em que serão fornecidos elementos, infor-
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; mações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
dispensa ou inexigibilidade; objeto;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua ho- IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas
mologação; brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global,
respectivas manifestações e decisões; conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda-
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan- dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de
do for o caso, fundamentado circunstanciadamente; variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648,
o caso; de 1998)
XI - outros comprovantes de publicações; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva
XII - demais documentos relativos à licitação. do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou
as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa- do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple-
mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Adminis- mento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 90
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de
para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o
previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili-
XIV - condições de pagamento, prevendo: tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei-
partir da data final do período de adimplemento de cada parce- lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
la; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada
b) cronograma de desembolso máximo por período, em con- pela Lei nº 8.883, de 1994)
formidade com a disponibilidade de recursos financeiros; § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em
desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até julgado da decisão a ela pertinente.
a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi-
1994) to de participar das fases subsequentes.
d)  compensações financeiras e penalizações, por eventuais
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital
e) exigência de seguros, quando for o caso; deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; § 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
XVII  -  outras indicações específicas ou peculiares da licita- em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante bra-
ção. sileiro.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas § 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior
no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia
resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integran- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
te: § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
desenhos, especificações e outros complementos; § 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre-
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre- sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames
ços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
e o licitante vencedor; § 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-
IV - as especificações complementares e as normas de execu- sição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doa-
ção pertinentes à licitação. ção oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou or-
ganismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como
ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de
adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a
acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais apro-
realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem
vados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-
como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja
mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção
vinculada a emissão de documento de cobrança.
da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas
contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para
por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação,
apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela e que também não conflitem com o princípio do julgamento obje-
Lei nº 8.883, de 1994) tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente
8.883, de 1994) superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II  -  a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido mesmo local de destino.
entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento,
desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância
de 1994) dos seguintes procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ina-
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de bilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- havido recurso ou após sua denegação;
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor-
abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição
julgar e responder à impugnação em até 3 (três)  dias úteis, sem de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga-
prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113. mento dos recursos interpostos;

Didatismo e Conhecimento 91
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requi- § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licita-
sitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ção, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº
ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes 8.883, de 1994)
do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente re- I - a de menor preço - quando o critério de seleção da pro-
gistrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das posta mais vantajosa para a Administração determinar que será
propostas desconformes ou incompatíveis; vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
critérios de avaliação constantes do edital; II - a de melhor técnica;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação
III - a de técnica e preço.
e adjudicação do objeto da licitação.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para ha-
bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº
bilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previa-
mente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos 8.883, de 1994)
licitantes presentes e pela Comissão. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos lici- obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação
tantes presentes e pela Comissão. se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer ou-
fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou tro processo.
a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior § 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os
de documento ou informação que deveria constar originariamente da licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela
proposta. ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que cou- empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo ante-
ber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação rior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de
I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especifica-
motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos super- dos em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de
venientes ou só conhecidos após o julgamento.
licitação «técnica e preço», permitido o emprego de outro tipo
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta,
de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executi-
salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela
vo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Comissão.
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em con- previstos neste artigo.
sideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantida-
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator de demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indireta-
mente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não previs- preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
ta no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
licitantes. engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elabora-
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou uni- ção de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e execu-
tários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os tivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação
preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabe- § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado
lecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e ins-
o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento
talações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie
convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração
a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº
se propõe a pagar:
8.883, de 1994)
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propos- I  -  serão abertos os envelopes contendo as propostas téc-
tas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer nicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e
natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo
com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, defi-
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a nidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, or-
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex- ganização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos
clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobiliza-
pelos licitantes e pelos órgãos de controle. das para a sua execução;

Didatismo e Conhecimento 92
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo con-
à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingi- sideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de
do a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas
e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor
classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re- a) média aritmética dos valores das propostas superiores a
presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração,
obtiveram a valorização mínima; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº
idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen- 9.648, de 1998)
tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo ante-
a contratação; rior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici- cento) do menor valor a que se referem as alíneas «a» e «b», será
tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti- exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adi-
verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica. cional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a
§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi- diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor
cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi- da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
mento claramente explicitado no instrumento convocatório: § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de pre- propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos
ços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instru- licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova
mento convocatório; documentação ou de outras propostas escoimadas das causas re-
II  -  a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com feridas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste
a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento
convocatório. Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce-
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes-
artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante se público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica- § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile-
da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco- galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no
nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir parágrafo único do art. 59 desta Lei.
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra-
significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado- § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as-
tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios segurado o contraditório e a ampla defesa.
objetivamente fixados no ato convocatório. § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-
preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários
para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
com total e completo conhecimento do objeto da licitação. cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão
processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de,
Art. 48. Serão desclassificadas: no mínimo, 3 (três)  membros, sendo pelo menos 2 (dois)  deles
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convo- servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
catório da licitação; órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-
aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
de documentação que comprove que os custos dos insumos são formalmente designado pela autoridade competente.
coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi- § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em
dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con- registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada
dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ou aquisição de equipamentos.

Didatismo e Conhecimento 93
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se estabeleçam:
posição individual divergente estiver devidamente fundamentada I - o objeto e seus elementos característicos;
e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
a decisão. III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
seus membros para a mesma comissão no período subsequente. ções e a do efetivo pagamento;
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão,
comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme
reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú- o caso;
blicos ou não. V  -  o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação
da classificação funcional programática e da categoria econômica;
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu-
deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte-
ção, quando exigidas;
ressados no local indicado no edital.
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
§ 1o O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes; des cabíveis e os valores das multas;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; VIII - os casos de rescisão;
III  -  as condições de realização do concurso e os prêmios a IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso
serem concedidos. de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para
Administração a executá-lo quando julgar conveniente. conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis-
Art.  53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-
da legislação pertinente. mente aos casos omissos;
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após exigidas na licitação.
a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata- § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública
do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no
de perder em favor da Administração o valor já recolhido. estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
Lei nº 8.883, de 1994) § 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, princi- bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e
palmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as carac-
8.883, de 1994) terísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
Capítulo III
no 4.320, de 17 de março de 1964.
DOS CONTRATOS
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e
Seção I
desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-
Disposições Preliminares
gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei re- compras.
gulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-
aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos contratos e as disposições de direito privado. I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, deven-
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão do estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de- em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô-
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se micos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação
vinculam. dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida- II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou III  -  fiança bancária.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
e da respectiva proposta. 8.6.94)

Didatismo e Conhecimento 94
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede- § 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indetermi-
rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nado.
nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágra- § 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me-
fo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en- inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze
volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá- meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con- tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
trato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) prerrogativa de:
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti- I  -  modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
tuída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualiza- finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-
da monetariamente. tado;
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no
pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao inciso I do art. 79 desta Lei;
valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou par-
Art.  57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará cial do ajuste;
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
quanto aos relativos: bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorroga- nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-
dos se houver interesse da Administração e desde que isso tenha tese de rescisão do contrato administrativo.
sido previsto no ato convocatório; § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
II - à prestação de serviços a serem executados de forma con- contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
tínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces- concordância do contratado.
sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco-
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda- nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998) mantenha o equilíbrio contratual.
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati-
de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro-
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI duzidos.
do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do
e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
Lei nº 12.349, de 2010) a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida- Seção II
mente autuados em processo: Da Formalização dos Contratos
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi- repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico
ções de execução do contrato; dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- no processo que lhe deu origem.
to, nos limites permitidos por esta Lei; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo- pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
râneo à sua ocorrência; (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra- “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, di-
retamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es- lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
crito e previamente autorizada pela autoridade competente para ce- inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
lebrar o contrato. às cláusulas contratuais.

Didatismo e Conhecimento 95
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de Seção III
contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi- Da Alteração dos Contratos
ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 I - unilateralmente pela Administração:
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites nos limites permitidos por esta Lei;
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em II - por acordo das partes:
que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au- b)  quando necessária a modificação do regime de execução
torização de compra ou ordem de execução de serviço. da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
ato convocatório da licitação. originários;
§ 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au- c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va-
instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
demais normas gerais, no que couber: serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
regido, predominantemente, por norma de direito privado;
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
II - aos contratos em que a Administração for parte como
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
usuária de serviço público.
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a subs-
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem 8.883, de 1994)
obrigações futuras, inclusive assistência técnica. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual- valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor-
quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa- ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta
gamento dos emolumentos devidos. por cento) para os seus acréscimos.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi-
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa- tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela
do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento Lei nº 9.648, de 1998)
equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs- II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con-
tas no art. 81 desta Lei. tratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados pre-
por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans- ços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados median-
curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Adminis- te acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
tração. § 1o deste artigo.
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici- trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas- gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente
sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais,
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro- quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-
postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li- provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão
berados dos compromissos assumidos. destes para mais ou para menos, conforme o caso.

Didatismo e Conhecimento 96
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. § 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar-
§ 7o (VETADO) gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus- Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o
te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com- objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações pela Lei nº 9.032, de 1995)
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, § 2o A Administração Pública responde solidariamente com o
não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Seção IV 
Da Execução dos Contratos
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par- obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso,
tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, pela Administração.
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-
tal ou parcial. Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o e no a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento
inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, durante todo e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes
o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência b)  definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legisla- autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado
ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumpri- comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado
mento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambien- o disposto no art. 69 desta Lei;
tes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da con-
formidade do material com a especificação;
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade
fiscalizada por um representante da Administração especialmente
do material e consequente aceitação.
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e § 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
§ 1o O representante da Administração anotará em registro mediante recibo.
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con- § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res-
trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,
ou defeitos observados. nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe- limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores § 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo
em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcio-
nais, devidamente justificados e previstos no edital.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou
execução do contrato. procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados,
desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias ante-
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, riores à exaustão dos mesmos.
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
seguintes casos:
reções resultantes da execução ou de materiais empregados.
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di- III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso
retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de apare-
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão namento e produtividade.
interessado. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
feito mediante recibo.

Didatismo e Conhecimento 97
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de-
do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne-
exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje- cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em
to do contrato correm por conta do contratado. caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen-
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada
serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato. a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área,
Seção V local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento,
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto;
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu-
rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
ou regulamento. Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal-
mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó-
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: rio e a ampla defesa.
I  -  o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifica- XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27,
ções, projetos ou prazos; sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi- 9.854, de 1999)
ficações, projetos e prazos;
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração,
a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou
nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
do fornecimento, nos prazos estipulados;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne-
processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi-
cimento;
nistração;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem
III - judicial, nos termos da legislação;
justa causa e prévia comunicação à Administração;
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece-
ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe-
parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas tente.
no edital e no contrato; § 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a
VII - o desatendimento das determinações regulares da autori- XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será
dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou-
como as de seus superiores; ver sofrido, tendo ainda direito a:
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano- I - devolução de garantia;
tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência da rescisão;
civil; III - pagamento do custo da desmobilização.
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; § 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da § 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; § 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con-
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida- por igual tempo.
de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante
e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser- acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre-
viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do vistas nesta Lei:
contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad- em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá-
guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza- III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da
ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza- Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de-
ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, vidos;
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; dos prejuízos causados à Administração.

Didatismo e Conhecimento 98
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste Seção II
artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida- Das Sanções Administrativas
de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do con- Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita-
tratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento
atividades de serviços essenciais. convocatório ou no contrato.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido § 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi-
de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretá- nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras
rio Estadual ou Municipal, conforme o caso. sanções previstas nesta Lei.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite § 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo,
à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I será descontada da garantia do respectivo contratado.
deste artigo. § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
Capítulo IV diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada
TUTELA JUDICIAL judicialmente.

Seção I Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi-


Disposições Gerais nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado
as seguintes sanções:
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contra- I - advertência;
to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabe- II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
lecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obri- no contrato;
gação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-
convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a
rior a 2 (dois) anos;
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatá-
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
rio, inclusive quanto ao prazo e preço.
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desa-
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
cordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu
no inciso anterior.
ato ensejar.
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-
sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo. vidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aque- poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a
le que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de
função ou emprego público. 5 (cinco) dias úteis.
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com-
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consi- petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual
deradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de eco- ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado
nomia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
Poder Público. vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão
ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis-
outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público. sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licita- meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
ções e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objeti-
Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de vos da licitação;
economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
seu controle direto ou indireto. Administração em virtude de atos ilícitos praticados.

Didatismo e Conhecimento 99
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção III I - elevando arbitrariamente os preços;
Dos Crimes e das Penas II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi-
ficada ou deteriorada;
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre- III - entregando uma mercadoria por outra;
vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da merca-
dispensa ou à inexigibilidade: doria fornecida;
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo a proposta ou a execução do contrato:
comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
contrato com o Poder Público. Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa
ou profissional declarado inidôneo:
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado
licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta- inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.
gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri-
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro
perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou do inscrito:
à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Poder Judiciário:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei
consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi- em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta-
cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser
Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici- inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por
tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, inexigibilidade de licitação.
observado o disposto no art. 121 desta Lei:(Redação dada pela Lei § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o
nº 8.883, de 1994) caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Seção IV
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten-
Do Processo e do Procedimento Judicial
do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida-
de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú-
modificações ou prorrogações contratuais.
blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos
ato de procedimento licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir-
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em proce- cunstâncias em que se deu a ocorrência.
dimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devas- Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará
sá-lo: a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. duas testemunhas.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio- Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece-
lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de
qualquer tipo: Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro-
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri-
pena correspondente à violência. mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú-
Art.  96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
contrato dela decorrente:

Didatismo e Conhecimento 100


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé-
de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua
data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi- fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a de-
car as demais provas que pretenda produzir. cisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado
do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e § 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de
praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo
juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada estejam com vista franqueada ao interessado.
parte para alegações finais. § 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de
“carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pa-
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro rágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei
de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir nº 8.883, de 1994)
a sentença.
Capítulo VI
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
5 (cinco) dias.
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei,
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e consi-
definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que derar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente
lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de disposto em contrário.
Processo Penal e a Lei de Execução Penal. Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar
ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra-
desta Lei cabem: ção possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima- concurso ou no ajuste para sua elaboração.
ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial
a) habilitação ou inabilitação do licitante; de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di-
b) julgamento das propostas; reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e
c) anulação ou revogação da licitação; elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção,
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza
sua alteração ou cancelamento; e aplicação da obra.
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art.  112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en-
ou de multa; tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intima- e pagamento.
ção da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contra- § 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual,
to, de que não caiba recurso hierárquico; nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra-
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es- dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorcia-
tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na dos. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis § 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da
da intimação do ato. licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107,
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, de 2005)
“b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a advertência
e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a” demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal
e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando
adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de-
aos interessados e lavrada em ata. monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução,
§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle
artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, interno nela previsto.
motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao § 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos. poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan- do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
tes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis. desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

Didatismo e Conhecimento 101


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos
de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime- recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou
diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen-
edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entida- tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati-
des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor
pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-
ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte-
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qua- grantes do respectivo sistema de controle interno.
lificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão
que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualifi- obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui-
cação técnica dos interessados. ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou
mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime- operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública,
diatamente superior. quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta que um mês.
Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo
procedimento e à analise da documentação. anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio
e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de
relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na contas do ajuste.
execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa- § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
das as disposições desta Lei. convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes,
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan-
aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador
imprensa oficial. dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento,
sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão
aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres ou entidade titular dos recursos.
celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados
ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova- pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de
ção de competente plano de trabalho proposto pela organização Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor- esferas administrativas.
mações:
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
II - metas a serem atingidas; entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas
III - etapas ou fases de execução; sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso; Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun-
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim dações públicas e demais entidades controladas direta ou indire-
da conclusão das etapas ou fases programadas; tamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior
VII  -  se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha- editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando
ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar sujeitas às disposições desta Lei.
a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo,
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autori-
descentralizador. dade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na impren-
ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici- sa oficial.
pal respectiva.
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con- Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual-
formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar
a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das no Diário Oficial da União, observando como limite superior a va-
impropriedades ocorrentes: riação geral dos preços do mercado, no período.  (Redação dada
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular pela Lei nº 9.648, de 1998)
aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla-
ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações ins-
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen- tauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência,
tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art.
controle interno da Administração Pública; 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no «caput» do

Didatismo e Conhecimento 102


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem crono- LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
lógica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias con-
tados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações re- Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
lativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô- fundacional e dá outras providências.
nio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-
-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-
relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que CAPÍTULO I
couber. Das Disposições Gerais

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á pro- Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
cedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Bra- público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
sileiro de Aeronáutica. fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen-
locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamenta- ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na
ção específica. forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des-
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para per- ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assun- creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação
to. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
§ 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
serviços com execução prévia de obras em que não foram previs-
contribuição dos cofres públicos.
tos desembolso por parte da Administração Pública concedente.
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei,
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
ção. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883,
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
de 1994)
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, espe-
cialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,
1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-
no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do quer forma direta ou indireta.
disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
Brasília,  21  de junho  de 1993, 172o  da Independência e Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia
105o da República. são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
ITAMAR FRANCO legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
Rubens Ricupero assuntos que lhe são afetos.
Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
e republicado em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994 omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente


público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-


nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé-
rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Didatismo e Conhecimento 103


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarci- ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
mento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
enriquecimento ilícito. ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla-
ração a que esteja obrigado;
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
desta lei até o limite do valor da herança. entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo-
CAPÍTULO II res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
Dos Atos de Improbidade Administrativa no art. 1° desta lei.

Seção I Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan- Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau-
do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri- sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen-
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no
lei, e notadamente: art. 1º desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens,
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
agente público; privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer-
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por veis à espécie;
preço superior ao valor de mercado; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens,
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for- rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
de mercado; legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda- bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre- por preço inferior ao de mercado;
gados ou terceiros contratados por essas entidades; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, VI - realizar operação financeira sem observância das normas
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; nea;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob-
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre espécie;
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
art. 1º desta lei; tivos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- 13.019, de 2014) (Vigência)
to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori-
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren- zadas em lei ou regulamento;
da do agente público; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou ren-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de da, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que público;
tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
a atividade; irregular;

Didatismo e Conhecimento 104


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri- VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
queça ilicitamente; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter-
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí-
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio- serviço.
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscali-
empregados ou terceiros contratados por essas entidades. zação e aprovação de contas de parcerias firmadas pela adminis-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por tração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada 13.019, de 2014) (Vigência)
sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessi-
11.107, de 2005) bilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi- 2015) (Vigência)
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalida-
des previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) CAPÍTULO III
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo- Das Penas
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e ad-
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem ministrativas previstas na legislação específica, está o responsá-
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
pela administração pública a entidade privada mediante celebração ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quan-
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- do houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes
(Vigência) o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com en- Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
tidades privadas sem a observância das formalidades legais ou re- tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
gulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
2014) (Vigência) II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano,
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análi- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
se das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspen-
pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de são dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa
2014) (Vigência) civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) cinco anos;
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
Seção III
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
Contra os Princípios da Administração Pública
três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o
ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
proveito patrimonial obtido pelo agente.
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega-
lidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
CAPÍTULO IV
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
diverso daquele previsto, na regra de competência; Da Declaração de Bens
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam con-
das atribuições e que deva permanecer em segredo; dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
IV - negar publicidade aos atos oficiais; compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no ser-
V - frustrar a licitude de concurso público; viço de pessoal competente.(Regulamento) (Regulamento)

Didatismo e Conhecimento 105


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoven- Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-
tes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e va- posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
lores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a de- que trata o caput.
pendência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
utensílios de uso doméstico. ações necessárias à complementação do ressarcimento do patri-
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na mônio público.
data em que o agente público deixar o exercício do mandato, car- § 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis-
go, emprego ou função. tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
nº 9.366, de 1996)
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo de-
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como
terminado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu-
declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fe- lidade.
deral na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma
para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo . causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisó-
ria nº 2.180-35, de 2001)
CAPÍTULO V § 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial contenham indícios suficientes da existência do ato de improbida-
de ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresen-
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- tação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente,
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e 2001)
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha -la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifes-
conhecimento. tação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e jus-
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
tificações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades esta-
Provisória nº 2.225-45, de 2001)
belecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representa-
ção ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando 2.225-45, de 2001)
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apre-
disciplinares. sentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 2001)
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis- § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im- 2001)
probidade. § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inade-
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse- quação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem
lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
acompanhar o procedimento administrativo. 45, de 2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o,
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria
do Código de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 2.225-45, de 2001)
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações finan- em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais 9. CONTROLE INTERNO E CONTROLE
EXTERNO NA ADMINISTRAÇÃO
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
PÚBLICA: CONCEITO E ABRANGÊNCIA.
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou O servidor público sujeita-se à responsabilidade civil, penal e
à imagem que houver provocado. administrativa decorrente do exercício do cargo, emprego ou fun-
ção . Por outras palavras, ele pode praticar atos ilícitos no âmbito
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos civil, penal e administrativo. Isto é o que nos ensina a professora
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença Maria Sylvia Zanella Di Pietro, conforme segue:
condenatória. A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre do
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa artigo 186 do Código Civil, que consagra a regra, aceita univer-
competente poderá determinar o afastamento do agente público do salmente, segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune- obrigado a repará-lo.
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. Analisando-se aquele dispositivo, verifica-se que, para confi-
gurar-se o ilícito civil, exige-se:
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: 1. ação ou omissão antijurídica;
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo 2. culpa o u dolo; com relação a este elemento, à s vezes de
quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, difícil comprovação, a lei admite alguns casos de responsabilidade
de 2009). objetiva (sem culpa) e também de culpa presumida; uma e outra
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de contro- constituem exceções à regra geral de responsabilidade subjetiva,
le interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. somente sendo cabíveis diante de norma legal expressa;
3. relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi- verificado;
nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi- 4. ocorrência de um dano material ou moral.
nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o Quando o dano é causado por servidor público, é necessário
disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito distinguir duas hipóteses:
policial ou procedimento administrativo. 1. dano causado ao Estado;
2. dano causado a terceiros.
CAPÍTULO VII No primeiro caso, a sua responsabilidade é apurada pela pró-
Da Prescrição pria Administração, por meio de processo administrativo cercado
de todas as garantias de defesa do servidor. As leis estatutárias em
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre- geral estabelecem procedimentos autoexecutórios (não dependen-
vistas nesta lei podem ser propostas: tes de autorização judicial) , pelos quais a Administração desconta
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de dos vencimentos do servidor a importância necessária ao ressarci-
cargo em comissão ou de função de confiança; mento dos prejuízos, respeitado o limite mensal fixado em lei, com
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica vistas à preservação do caráter alimentar dos estipêndios.
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço Quando o servidor é contratado pela legislação trabalhista, o
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. artigo 462, § 1º, da CLT s ó permite o desconto com a concordância
III - até cinco anos da data da apresentação à administração d o empregado ou em caso de dolo. O desconto dos vencimentos,
pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no desde que previsto em lei, é perfeitamente válido e independe do
parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, consentimento do servidor, inserindo-se entre as hipóteses de au-
de 2014) (Vigência) toexecutoriedade dos atos administrativos. Isto não subtrai a me-
dida ao controle judicial, que sempre pode ser exercido mediante
CAPÍTULO VIII provocação do interessado, quer como medida cautelar que suste
Das Disposições Finais a decisão administrativa, quer a título de indenização, quando o
desconto já se concretizou.
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Em caso de crime de que resulte prejuízo para a Fazenda Pú-
blica ou enriquecimento ilícito do servidor, ele ficará sujeito a se-
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de questro e perdimento de bens, porém com intervenção do Poder
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições Judiciário, na forma do Decreto-lei nº 3.240, de 8-5-41, e Lei nº
em contrário. 8.429, de 2-6-92 (arts. 16 a 18). Esta última lei dispõe sobre as san-
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e ções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento
104° da República. ilícito no exercício do mandato, cargo, emprego ou função na Ad-
FERNANDO COLLOR ministração Pública Direta, Indireta ou Fundacional. É a chamada
Célio Borja lei de improbidade administrativa, que disciplina o artigo 37, §4º,
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992 da Constituição.

Didatismo e Conhecimento 107


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Quando se trata de dano causado a terceiros, aplica-se a norma 1. a ação ou omissão deve ser antijurídica e típica, o u seja,
do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, em decorrência da qual corresponder ao tipo, ao modelo de conduta definido na lei penal
o Estado responde objetivamente, ou seja, independentemente de como crime ou contravenção;
culpa ou dolo, mas fica com o direito de regresso contra o servidor 2. dolo ou culpa, sem possibilidade de haver hipóteses d e
que causou o dano, desde que este tenha agido com culpa ou dolo. responsabilidade objetiva;
O servidor responde administrativamente pelos ilícitos admi- 3. relação de causalidade;
nistrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os 4. dano ou perigo de dano: nem sempre é necessário que o
mesmos elementos básicos do ilícito civil: ação ou omissão con- dano se concretize; basta haver o risco de dano, como ocorre na
trária à lei, culpa ou dolo e dano. tentativa e em determinados tipos de crime que põem em risco a
Nesse caso, a infração será apurada pela própria Administra- incolumidade pública.
ção Pública, que deverá instaurar procedimento adequado a esse
Para fins criminais, o conceito de servidor público é amplo,
fim, assegurando ao servidor o contraditório e a ampla defesa, com
mais se aproximando do conceito de agente público. O artigo 327
os meios e recursos a ela inerentes, nos termos do artigo 52, inciso
LV, da Constituição. do Código Penal, com a redação dada pela Lei nº 9.983, de 13-7-00,
Os meios de apuração previstos nas leis estatutárias são os considera “funcionário público, para os efeitos penais, quem, em-
sumários, compreendendo a verdade sabida e a sindicância, e o bora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
processo administrativo disciplinar, impropriamente denominado ou função pública”. O § 1 º equipara a funcionário “quem exerce
inquérito administrativo. cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem traba-
Comprovada a infração, o servidor fica sujeito a penas disci- lha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
plinares. para a execução de atividade típica da Administração Pública”. O
Na esfera federal, a Lei nº 8.112/90 prevê, no artigo 127, as sentido da expressão entidade paraestatal, nesse dispositivo, tem
penas de advertência, destituição de cargo em comissão, destitui- sido objeto de divergências doutrinárias, alguns entendendo que
ção de função comissionada, suspensão, demissão e cassação de só abrange as autarquias, outros incluindo as empresas públicas
aposentadoria; e define, nos artigos subsequentes, as hipóteses de e sociedades de economia mista. Razão assiste aos que defendem
cabimento de cada uma delas. este último entendimento, pois, se o empregado de entidade pri-
Não há, com relação ao ilícito administrativo, a mesma tipi- vada é considerado funcionário público, para fins criminais, pelo
cidade que caracteriza o ilícito penal. A maior parte das infrações fato de a mesma prestar atividade típica da Administração Pública,
não é definida com precisão, limitando-se a lei, em regra, a falar com muito mais razão o empregado das sociedades de economia
em falta de cumprimento dos deveres, falta de exação no cum- mista, empresas públicas e demais entidades sob controle direto ou
primento do dever, insubordinação grave, procedimento irregular,
indireto do poder público.
incontinência pública; poucas são as infrações definidas, como o
O fato de o Estado ser primariamente responsável pelos danos
abandono de cargo ou os ilícitos que correspondem a crimes ou
contravenções. causados pelos seus comportamentos não quer dizer que os agen-
Isso significa que a Administração dispõe de certa margem de tes públicos que materialmente executaram tais comportamentos
apreciação no enquadramento da falta dentre os ilícitos previstos também não possam sê-lo, mas dessa responsabilidade se exigirá
na lei, o que não significa possibilidade de decisão arbitrária, já a ilicitude. Ou seja, os agentes públicos só são responsáveis pelos
que são previstos critérios a serem observados obrigatoriamente; danos que, nessa qualidade, causarem, se tiverem culpa ou dolo
é que a lei (artigos 128 da Lei Federal e 256 do Estatuto Paulista) (responsabilidade subjetiva).
determina que na aplicação das penas disciplinares serão consi- O direito de regresso pode ser satisfeito através de ação judi-
deradas a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela cial ou por acordo. Fora disso, é muito questionável a possibilida-
provierem para o serviço público. de de o Estado exercer este direito descontando em folha, coativa
É precisamente essa margem de apreciação e ou discriciona- e unilateralmente, os valores do regresso, já que, sem a autorização
riedade limitada pelos critérios previstos em lei) que exige a preci- do servidor, este desconto em folha consistiria em uma autoexecu-
sa motivação da penalidade imposta, para demonstrar a adequação toriedade de valores pecuniários.
entre a infração e a pena escolhida e impedir o arbítrio da Ad- Por derradeiro, assinalamos que, como se trata de direito pa-
ministração. Normalmente essa motivação consta do relatório da trimonial, o Estado poderá exercer o direito de regresso contra os
comissão ou servidor que realizou o procedimento; outras vezes, sucessores do servidor que causou o ilícito que gerou a despesa
consta de pareceres proferidos por órgãos jurídicos preopinantes pública de indenização do terceiro lesado.
aos quais se remete a autoridade julgadora; se esta não acatar as
As diversas instâncias de responsabilização dos agentes públi-
manifestações anteriores, deverá expressamente motivar a sua de-
cos são autônomas, mas, para evitar contradições entre atos esta-
cisão.
Como medidas preventivas, a Lei nº 8.112/90, no artigo 147, tais, são parcialmente inter-relacionadas, já que em tese os agentes
estabelece o afastamento preventivo por 60 dias, prorrogáveis por públicos estão sujeitos concomitantemente às esferas civil, admi-
igual período, quando o afastamento for necessário para que o fun- nistrativa e penal de responsabilização (ex.: em caso de tortura pra-
cionário não venha a influir na apuração da falta cometida. Isto ticada em delegacia policial).
sem falar no sequestro e perdimento de bens, já referidos. Normalmente a relação se dá entre as esferas civil e admi-
O servidor responde penalmente quando pratica crime ou con- nistrativa, de um lado, e a penal, de outro, já que esta, em face
travenção. Existem, no ilícito penal, os mesmos elementos carac- da gravidade de suas potenciais sanções, é a que possui o proce-
terizadores dos demais tipos de atos ilícitos, porém com algumas dimento dotado de maior teor garantístico. Diante dela, podemos
peculiaridades: estar diante de quatro situações (arg ex art.935, CC):

Didatismo e Conhecimento 108


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1) Condenação penal: leva à culpa também no processo cível de direito privado da Administração Indireta que não exerçam
e no administrativo; atividades econômicas stricto sensu em concorrência com a ini-
2) Absolvição penal pela negativa do fato ou da autoria: tam- ciativa privada (art. 173, § 1º, CF) e dos delegatários privados de
bém produz efeitos no cível e no administrativo; serviços públicos (ex.: concessionários de serviços públicos).
3) Absolvição penal por ausência de ilicitude (legítima defesa, Especificamente em relação à responsabilidade civil das dele-
estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e exer- gatárias de serviços públicos, em caso de acidente de trânsito, o STF
cício regular de direito): produz efeito no cível e no administrativo adotou posição em caso isolado (RE n. 302622/MG), já em vias de
(art. 65, CPP); superação, de que essas entidades são objetivamente responsáveis,
4) Absolvição penal por ausência de prova: não produz efeitos nos termos do art. 37, § 6º, CF, apenas pelos danos que causarem aos
tanto no cível como no administrativo, já que as provas, nestes, usuários dos serviços públicos delegados, não a terceiros que não os
menos rígidos, podem ser suficientes para configurar o que a Sú- estejam utilizando (no caso o proprietário do veículo particular com
mula n. 18 do STF denomina “falta residual”. o qual o ônibus da concessionária colidiu).
Em relação à Responsabilidade Civil do Estado no Direito Apesar da grande perplexidade gerada pela decisão, ela tem,
Brasileiro iremos trazer os ensinamentos do professor Alexandre embora não citada expressamente pelo acórdão, apoio em alguma
Santos de Aragão que defende que a responsabilidade civil do Es- doutrina, como a de FRANCIS-PAUL BÉNOIT, que distingue o
tado: possui contornos próprios e, historicamente, tem evoluído no fundamento da responsabilidade da Administração Pública confor-
sentido da sua maior amplitude e publicização: desde a impossi- me se trate de usuário do serviço público ou de terceiro. Em relação
bilidade de o Estado ser civilmente responsabilizado (the king can àqueles o seu fundamento seria o direito que possuem ao bom fun-
do no wrong), passando pela responsabilidade por culpa em diver- cionamento do serviço; ao passo que para terceiros o fundamento
sas modalidades (ex.: culpa presumida), até a atual responsabili- seria mais genérico, consubstanciado no direito a não sofrer nenhum
dade objetiva (independentemente de culpa ou ilícito), por risco dano anormal por fatos produzidos pela Administração Pública.
administrativo ou até mesmo por risco integral, casos excepcionais Pois bem, no Recurso Extraordinário n. 459.749, no qual se
esses (de risco integral) em que se prescinde até mesmo do nexo de discutiu acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
causalidade entre o dano sofrido pelo particular e o Estado. que condenara empresa privada concessionária de serviço público
O autor nos ensina que: estágio atual de evolução em nosso de transporte ao pagamento de indenização por dano moral a tercei-
Direito Positivo é, desde a Constituição de 1946, o da responsabi- ro não usuário, atropelado por veículo da empresa, os quatro votos
lidade objetiva por risco administrativo, decorrência de os danos até então proferidos – Ministro Relator JOAQUIM BARBOSA,
causados pelo Estado advirem de atividade do interesse de toda a Ministra CÁRMEN LÚCIA, Ministro RICARDO LEWANDOWS-
coletividade. É o que dispõe o art. 37, §6º, da Constituição Federal: KI e Ministro CARLOS BRITTO – afirmaram a responsabilidade
“O Estado responderá pelos danos que seus agentes, nesta quali- objetiva das prestadoras de serviços públicos também relativamente
dade, causarem a terceiros”, independentemente de dolo ou culpa, aos terceiros não usuários de serviços públicos. Em seu voto, o re-
os quais somente terão importância para se estabelecer o direito de lator reputou indevido diferenciar a sistemática de responsabilidade
regresso do ente contra o seu funcionário ou empregado. aplicável conforme a qualidade da vítima, uma vez que a responsa-
Para ele o caráter objetivo da responsabilidade pela prestação bilidade objetiva do art. 37, § 6º, da Constituição Federal decorre,
de serviços públicos em sentido estrito (não qualquer atividade ad- tão somente, da natureza da atividade administrativa, não fazendo
ministrativa) pode fundamentar-se, hoje, não apenas no art. 37, § qualquer distinção quanto ao lesado.
6º, CF, mas também, pelo simples fato de serem serviços, no art. O julgamento em questão havia sido suspenso em virtude de
12 do CDC (responsabilidade pelo fato do produto e do serviço) pedido de vista formulado pelo Ministro EROS GRAU e constitui
e no art. 927, parágrafo único, do Código Civil (responsabilidade uma esperança de que o entendimento esposado no primeiro caso
objetiva das atividades de risco). acima mencionado seja definitivamente sepultado pela Corte. De-
A existência de tantas normas aptas a justificar a indenização veremos, no entanto, aguardar mais um pouco para que isso seja
fortalece a posição jurídica dos particulares – usuários ou tercei- consolidado, já que, segundo o site do STF, as partes chegaram a um
ros prejudicados pelo serviço público –, uma vez que, em caso acordo, requerendo a sua homologação e a consequente extinção do
de eventual conflito entre elas, o que, todavia, nos parece difícil processo.
de ocorrer diante da semelhança das suas hipóteses de incidência, Outra possível exclusão da aplicação do art. 37, § 6º, CF, às
poderá invocar a que for capaz de melhor embasar a sua pretensão. delegatárias de serviços públicos se deve ao fato de que muitos
O art. 37, § 6º, CF, disciplina a responsabilidade do Estado dos comportamentos dessas empresas não podem ser considerados
por qualquer de suas atividades, não apenas pelos seus serviços oriundos de decisões próprias, mas sim de determinações do Poder
públicos em sentido técnico estrito. A única exceção que faríamos concedente. Nesses casos, se ocasionarem prejuízos a particulares,
são as atividades econômicas que o Estado explorar em concorrên- a responsabilidade do Estado (ou de eventual autarquia reguladora)
cia com a iniciativa privada, pois, à luz do que vimos no capítulo não será meramente subsidiária (apenas em caso de insolvência da
referente à Organização Administrativa, a responsabilidade obje- prestadora privada de serviço público), como é a regra, mas direta
tiva dessas estatais as colocariam em desvantagem diante de seus e exclusiva.
concorrentes privados (art. 173, § 1º, CF). A assertiva se deve ao fato de, em casos tais, o nexo de causali-
A ação ou omissão estatal que gerar prejuízo a terceiros (par- dade existir diretamente entre o prejuízo do particular e a atuação ou
ticulares ou mesmo outra entidade pública) engendra responsabili- omissão do Poder concedente, não sendo relevante para esse efeito
dade civil objetiva (independentemente de culpa ou ilicitude, bas- a execução meramente material pelo concessionário das determina-
tando o nexo causal) dos entes da Federação, das pessoas jurídicas ções estatais. O concessionário é, nesses casos, mera longa manus
de direito público da Administração Indireta, das pessoas jurídicas do Poder concedente ou do regulador, sem atitude volitiva própria.

Didatismo e Conhecimento 109


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O ponto extremo da responsabilidade civil estatal é a teoria do Realmente, a imputação de um dano decorrente de omissão
risco social ou risco integral, em que o Estado é responsável até por estatal não pode ser realizada de forma imediata, uma vez que a
danos não imputáveis ao seu comportamento independentemente inércia não é a causa direta do dano, mas sim um fato da natureza,
até mesmo de nexo de causalidade, sem possibilidade de causas da própria vítima ou de terceiros, não evitado pelo Estado (ex.:
de exclusão (caso fortuito, força maior, culpa de terceiros, da pró- um assalto não evitado; uma enchente que levou à perda total de
pria vítima etc.). Além da responsabilidade por danos nucleares carros).
(art. 21, XXIII, d, CF, regulamentado pela Lei n.6.453/77), outro Como não temos nesses casos uma ação do Estado, logica-
exemplo dessa espécie de obrigação pecuniária do Estado, mais de mente não foi ele o autor direto do dano. O dano adveio de força
seguridade social que de responsabilidade civil propriamente dita, humana ou natural, mas o Estado será responsável se, naquele caso
é a instituída pela Lei n.10.744, de 09 de outubro de 2003, que, concreto, tinha o dever jurídico de evitar o dano.
adotando a Teoria do Risco Integral, propicia à União arcar com os Sendo assim, a omissão que pode ensejar a responsabilidade
prejuízos que venham a ser causados por atos terroristas. do Estado é sempre ilícita, ao contrário do que se dá com a ação,
O entendimento do referido autor segue no sentido de que são que pode ser lícita ou ilícita para responsabilizar o Estado. A res-
condutas geradoras da responsabilidade: ponsabilização por omissão terá lugar apenas se o Estado tinha o
- Ação do Estado dever de agir, ou seja, se estava legalmente obrigado a impedir a
Nesta hipótese, o dano é causado diretamente pelo próprio Es- ocorrência do evento danoso, e se omitiu.
tado, que terá responsabilidade objetiva, ou seja, independente de Esta “culpa” pela omissão a que a doutrina alude, que seria
culpa e da ilicitude do ato. mais bem traduzida (faute du service) como “falta”, pode consistir
Mesmo que o Estado sem culpa e licitamente cause dano a em um não funcionamento do serviço, um funcionamento tardio
outrem, deverá indenizá-lo com fundamento no princípio da soli- ou um funcionamento ineficiente. Não se refere necessariamente a
dariedade social, conforme vimos ao analisarmos os fundamentos um agente público determinado, mas ao aparato estatal como um
da responsabilidade civil do Estado. Não é porque uma conduta do todo. Em alguns casos, por disposição legal (cf. v.g. presunções
Estado é lícita que um indivíduo pode sofrer sem qualquer espécie probatórias estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor)
de proteção um prejuízo em prol de toda a coletividade, observa- ou por questões práticas concernentes ao ônus da prova (ex.: difi-
dos os requisitos do dano que veremos no tópico XIX. culdade de prova negativa), poderá haver uma presunção relativa
A responsabilidade por ato ou fato lícito é um dos dados dis- da culpa do Estado.
tintivos da responsabilidade objetiva em relação à subjetiva ou por A tese da responsabilidade subjetiva do Estado para as omis-
culpa. Se a sociedade teve os proveitos, também deve arcar com sões decorre também de o art. 43 do Código Civil aplicar-se apenas
os ônus sofridos especialmente por um(s) dos seus membros (art. aos atos comissivos e de, no sistema do Código, a responsabilida-
37, § 6º, CF). de objetiva somente ter lugar quando expressamente prevista (art.
É lógico que, muitas vezes, o comportamento comissivo lesi- 927, parágrafo único), sendo que não haveria norma determinando
vo será ilícito. Mas este aspecto é irrelevante para a responsabili- a responsabilidade objetiva estatal em casos de omissão, nem mes-
zação do Estado, sendo de se considerar apenas a responsabilidade mo o art. 37, § 6º, da Constituição Federal, cuja redação pressupõe
objetiva. Em outras palavras, mesmo que o ato estatal tenha sido uma causalidade comissiva (“causarem a terceiros”).
ilícito, o particular, para deflagrar a responsabilidade do Estado, Em nossa opinião não há como se objetivar uma responsabi-
não precisa provar tal ilicitude, bastando demonstrar o nexo de lidade civil por omissão, na qual inexiste um ato que possa repre-
causalidade. Apenas a responsabilidade pessoal do próprio agente sentar o elemento primordial do nexo de causalidade. Se a omissão
público exige aquela comprovação. do prestador do serviço público fosse objetivamente considerada
Resumindo a responsabilidade comissiva do Estado, sem- como fato gerador de responsabilidade civil, o Estado seria um
pre objetiva, pode se dar tanto nos casos de atos jurídicos lícitos segurador universal dos membros da coletividade, arcando com
(ex.: proibição do trânsito em rua em que até então funcionava um todos os prejuízos que não conseguisse evitar.
edifício-garagem privado, que naturalmente não terá mais como Portanto, a omissão, quando caracterizar um ilícito adminis-
subsistir); atos materiais lícitos (ex.: nivelamento de rua, em que trativo e gerar danos – individuais, coletivos ou difusos –, desen-
as janelas das casas possam ficar abaixo do nível da rua); atos ju- cadeará, além naturalmente do dever de agir para suprir a omissão,
rídicos ilícitos (ex.: apreensão de jornais contrariamente ao direito a responsabilidade civil da pessoa pública que não cumpriu o seu
de livre expressão) e atos materiais ilícitos (ex.: espancamento de dever.
prisioneiro pelo carcereiro). Não é suficiente apenas haver relação entre um dano não evi-
- Omissão do Estado tado com o qual estaríamos adotando a Teoria do Risco Integral
Quanto aos atos comissivos (ação estatal), objeto do subtópico ou Social (ex.: todos os assaltos seriam indenizáveis pelo Estado),
anterior, o ordenamento pátrio claramente adotou a teoria objetiva exigindo-se também a falha do serviço do Estado.
da responsabilidade, sob a modalidade do risco criado, emergindo Como expõe CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO,
o dever de indenizar o dano causado pela atividade estatal, seja ela deve se ter em vista mais especificamente o padrão “normal” do
lícita ou ilícita. serviço, conceito subjetivo, mas aferível por elementos como o
Todavia, em relação à responsabilidade do Estado por omis- nível de expectativa comum da sociedade, a atuação do Estado em
são, a doutrina e a jurisprudência dominantes exigem a presença situações análogas e a expectativa do próprio Estado em relação
do elemento culpa, sendo suficiente para caracterizá-la provar que aos seus serviços, inferida, principalmente, da legislação (ex.: o
a situação impunha um dever de agir ao Estado, e esse quedou Estado é civilmente responsável pelo assalto que tenha sido reali-
inerte por dolo, desídia ou negligência, ainda que anônima do ser- zado em frente a uma cabine da Polícia Militar; morte de pessoa
viço (sem identificação de um servidor concretamente culpado). em incêndio em razão de o Estado não possuir escada magirus com

Didatismo e Conhecimento 110


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
altura suficiente para efetuar o salvamento, apesar de ter licenciado Requisitos da indenizabilidade do dano
a construção naquele gabarito; ambulância que demora horas para Continua nos ensinado Aragão: há duas exigências gerais
chegar; inundação conjugada com a má manutenção das galerias (dano jurídico e certo) e duas exigências aplicáveis apenas à res-
pluviais; prejuízo causado por um particular a outro por omissão ponsabilidade civil do Estado por comportamentos lícitos (danos
do poder de polícia mesmo tendo a ação do Estado sido solicitada especiais e anormais).
diversas vezes sem nada acontecer; danos advindos de protestos Em primeiro lugar, portanto, o dano há de sempre ser (a) ju-
populares quando fosse razoavelmente possível ao Estado prevê- rídico. Se a lesão for econômica, mas não for jurídica, isto é, se,
-los etc.). apesar de haver prejuízo, não houver gravame em um direito, não
Advém muitas vezes a responsabilidade civil do Estado por eclodirá a responsabilidade civil. Deve haver lesão a algo que a
omissão de uma combinação da proteção da confiança legítima dos ordem jurídica reconhece como garantido em favor do sujeito.
cidadãos em relação à atuação do Estado com a proteção da sua Não se considera dano em seu sentido jurídico, por exemplo,
dignidade humana e da efetividade de direitos fundamentais, in- as limitações administrativas, que apenas definem o conteúdo do
clusive de natureza prestacional, a que façam jus. Se, observados próprio direito; o fechamento de escola pública que gerará pre-
os requisitos da teoria dos direitos fundamentais como a reserva do juízos ao dono da lanchonete em frente a ela etc. Muito relevante
possível e o núcleo essencial, o Estado não atender o cidadão nessa
para a caracterização do dano como jurídico são as eventuais ex-
esfera, estará sujeito, não apenas à imposição judicial da obrigação
pectativas legítimas criadas pelo Estado para o particular. Assim,
de fazê-lo, como também a indenizar o cidadão pelo direito funda-
se, no exemplo da lanchonete em frente à escola pública, o Estado
mental não adimplido.
Eventual incúria do Estado em ajustar-se aos padrões civili- incentivou o particular a instalar uma lanchonete naquele local
zatórios não ilide a sua responsabilidade. Não se pode dizer que o para atender os alunos e deixar a área menos deserta e logo depois
serviço é realmente ruim, mas que sempre foi assim e que todos já fecha a escola, será cogitável a sua responsabilidade objetiva por
sabiam disso. Haverá a responsabilidade do Estado por omissão, ação lícita.
portanto, se descumpriu o dever jurídico de agir, ou se agiu, mas A responsabilidade do Estado pode se dar por um ato lícito,
atuou abaixo dos padrões a que estava obrigado, surgindo assim mas este ato tem de retirar algo da esfera jurídica do particular.
o necessário nexo de causalidade. Pouco importa se esta culpa é Substancialmente, trata-se da mesma distinção que vimos entre
específica de algum agente individualmente considerado ou se é a as limitações administrativas ordinárias ou não indenizáveis e as
chamada “culpa” anônima do serviço. indenizáveis; é uma questão de grau: apesar de ambas poderem
- Situação de risco criada pelo Estado gerar diminuição no valor do patrimônio das pessoas, esta tem
Nesses casos, não há ação, ou mesmo omissão culposa, do Es- maior intensidade, e anormalidade, já que, sendo o patrimônio um
tado, que tenha causado o dano, que ocorreu diretamente por força conceito jurídico, na verdade toda diminuição patrimonial seria
natural ou humana alheia. uma diminuição na esfera jurídica do seu titular.
Nos casos objeto do presente subtópico – riscos criados pelo O dano para ser indenizável também tem de ser (b) certo, ain-
Estado –, como em nosso Direito não é adotada a Teoria do Risco da que atual ou futuro (ex.: verba que a vítima terá de despender
Integral, o Estado só será responsável na hipótese em que, em prol ainda por muitos anos com fisioterapia). O dano não pode é ser
de toda a coletividade, comissivamente constituiu uma situação de meramente eventual (ex.: lucro cessante da empresa que a pessoa
risco que propiciou, somado ao fato humano ou da natureza, o dano. teria aberto se não tivesse sofrido o acidente).
Com esses aspectos (aspecto comissivo na criação da situação Os caracteres jurídico e certo do dano serão suficientes para
de risco e igualdade na repartição dos ônus sociais), os danos de- fazer surgir a responsabilidade do Estado por comportamentos ilí-
correntes de situações de risco equivalem aos decorrentes da pró- citos, sejam eles comissivos ou omissivos (estes, para poder gerar
pria ação do Estado, aplicando-se-lhes a responsabilidade objetiva. a responsabilidade do Estado, são, segundo nosso entendimento,
Exemplo: fuga de preso ou de doente mental que causa danos nas sempre ilícitos, como visto acima).
imediações do presídio ou do manicômio; raio que cai sobre de- Nos casos de responsabilidade do Estado por atos lícitos (só
pósito de munições do exército; assassinato de um presidiário por
verificada se por ação ou situação de risco), o dano, além de ju-
outro etc.)
rídico e certo, também deverá ser ainda (c) especial, isto é, não
Os casos mais comuns são realmente os danos oriundos da
pode ser genérico, disseminado em toda a sociedade (ex.: medida
guarda de coisas ou pessoas perigosas, mas há também outras hi-
póteses em que o Poder Público tem que em prol da sociedade criar econômica que reduz o poder aquisitivo da moeda não gera inde-
situações que coloca terceiros em risco (ex.: acidente decorrente nização) e (d) anormal, ou seja, não inerente às próprias condi-
de sinal de trânsito quebrado por ter um defeito imprevisível no ções incômodas, mas naturais ao convívio social (ex.: poeira de
semáforo; bala perdida em confronto da polícia com bandidos etc.). obra que suja a pintura de muro; interdição por poucas horas da
Há de se ter uma relação de causalidade direta do dano com o rua, fazendo com que seus moradores tenham que pôr seus carros
risco suscitado pelo Estado. Do contrário, o Estado não será respon- em garagem paga, fora da rua, não gera direito a ressarcimento
sável (ex.: não haverá a responsabilidade do Estado por risco criado (obra que atrapalha o comércio não gera dano indenizável, mas se
se os presidiários foragidos vierem a causar danos longe da fonte o interditar totalmente, gerará); abordagens policiais normais não
de risco que é o presídio; ou por detento que morre no presídio em causam dano moral etc.).
razão de raio). Nesses casos, não haverá a responsabilidade objeti- Constata-se que esses dois últimos requisitos do dano para
va por situação de risco criada pelo Estado, mas até poderemos ter gerar a responsabilidade do Estado por atos lícitos identificam-
a responsabilidade por faute du service (ex.: se o assalto cometido se com os requisitos da indenizabilidade de certas limitações ad-
pelo foragido foi em frente a cabine policial), se os requisitos da ministrativas e da caracterização de determinadas intervenções
responsabilidade por omissão estiverem presentes. regulatórias na liberdade econômica e na propriedade como de-

Didatismo e Conhecimento 111


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sapropriações indiretas. E nada mais natural, pois, na verdade, permite determinar a quem se deve atribuir um resultado danoso,
como concluímos nos respectivos capítulos, cuja remissão se faz por outro, é indispensável na verificação da extensão do dano a se
essencial, essas duas nada mais são do que exemplos de atos lícitos indenizar.”
capazes de gerar a responsabilidade civil do Estado. É evidente, pois, que se excluem do dever de indenizar os cha-
mados danos par ricochet ou reflexos, isto é, os danos decorrentes
Excludentes da Responsabilidade de outros danos, infligidos sobre pessoa diversa do lesado. A “re-
De acordo com o referido autor a responsabilidade objetiva do gra no direito brasileiro é a indenização do dano direto e imediato,
Estado não exige a presença de comportamentos ilícitos, conten- assim entendido o dano derivado necessariamente da conduta do
tando-se com a relação de causa e efeito entre o comportamento ofensor. Por conta disso, no comum dos casos, é a vítima imediata
estatal e o dano sofrido pelo terceiro. do dano a pessoa legitimada a pleitear indenização. Exceção a esta
Ele nos ensina quer: toda excludente da responsabilidade civil regra ocorre, no Brasil, na chamada responsabilidade por dano-
do Estado será, substancialmente, então, uma excludente do nexo morte ou por homicídio, em que se indeniza não o falecido, mas as
de causalidade entre o comportamento estatal e o dano, advertin- pessoas atingidas pela morte da vítima, e, portanto, apenas indire-
do-se que uma visão muito ampla de “nexo de causalidade” pode tamente pelo evento que lhe deu causa. Assim é que os danos in-
acabar levando à Teoria do Risco Integral na responsabilidade civil diretos, reflexamente causados a terceiros (‘danos por ricochete’),
do Estado enquanto o art. 37, § 6º, CF, adota a responsabilidade sem qualquer violação à relação contratual ou extracontratual, não
sem culpa, mas não sem causa. encontram guarida no ordenamento jurídico brasileiro justamente
Surgiram, ao longo da história, inúmeras teorias que preten- porque não decorrem direta e imediatamente do ato ilícito”.
diam explicar o que se entende por causa do dano em geral. Entre Postos esses limites à noção de nexo de causalidade, teremos
nós foi o próprio Legislador que se ocupou de solucionar a ques- que verificar se o dano sofrido pela pessoa tem como causa a sua
tão, atestando, pela primeira vez, no art. 1.060 do Código Civil de própria culpa, de terceiros, ou de fatos da natureza (força maior).
1916, que, “ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as Mais correto tecnicamente nesses casos do que dizer que a
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessan- culpa da vítima, de terceiros ou a força maior excluem a responsa-
tes por efeito dela direto e imediato” – regra mantida, com redação bilidade civil do Estado seria dizer que excluída ela está pela falta
praticamente inalterada, pelo art. 403 do novo Código Civil. de nexo causal entre a ação estatal e o dano (ex.: acidente sofrido
No Brasil, portanto, independentemente da espécie de respon- pelos ditos “surfistas de trem”, usuários que pela emoção preferem
sabilidade (contratual ou extracontratual, objetiva ou subjetiva), viajar sobre o teto dos trens; criança que morre afogada em ilha
somente são indenizáveis os danos que sejam consequência direta deserta, onde não se poderia esperar que o Estado dispusesse de
e imediata da conduta do agente. Tal entendimento assentou-se, um salva-vidas; assalto cometido em zona erma, de madrugada;
no acórdão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, no RE n. dano sofrido por uma lavoura ou acidente automobilístico ocorrido
130764/PR. Na ocasião, afirmou-se: “(…) Em nosso sistema ju- em razão de geada). O nexo de causalidade se dá, outrossim, com
rídico, como resulta do disposto no art. 1.060 do Código Civil, a o fato da vítima, de terceiro ou da natureza.
teoria adotada quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano O Estado terá, no entanto, responsabilidade parcial (haverá
direto e imediato, também denominada teoria da interrupção do uma causa de exclusão parcial da sua responsabilidade) se o seu
nexo causal. Não obstante aquele dispositivo da codificação civil comportamento for causa concorrente do dano, ou seja, se ele se
diga respeito à impropriamente denominada responsabilidade con- somar à culpa da vítima, de terceiro, ou à força maior (ex.: se du-
tratual, aplica-se ele também à responsabilidade extracontratual, rante tiroteio em favela o cidadão deliberadamente decide não se
inclusive a objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer consi- resguardar).
derações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes das outras YUSSEF SAHID CAHALI, louvando-se nas lições de THE-
duas teorias existentes: a da equivalência das condições e a da cau- MISTOCLES CAVALCANTI, sustenta que o caso fortuito, ao
salidade adequada.” contrário da força maior, por ele conectada a eventos da natureza,
Os vocábulos “direto” e “imediato” devem ser interpretados não constitui causa de exclusão da responsabilidade civil do Esta-
“em conjunto”, conforme leciona GISELA SAMPAIO DA CRUZ. do. Isso se deve ao fato de que este, ao contrário da força maior,
A expressão utilizada pela codificação tem, assim, o sentido de é interno, inerente à própria atividade do Estado que ocasionou o
necessário, isto é, somente são indenizáveis os danos necessaria- dano (ex.: trem público que, por caso fortuito, descarrilha).
mente decorrentes da atividade ou do ato ilícito.
GUSTAVO TEPEDINO salienta que, para explicar a teoria
do “nexo causal direto e imediato”, adotada entre nós, surgiu a
“subteoria da necessariedade da causa”, segundo a qual “o dever
de reparar surge quando o evento danoso é efeito necessário de
certa causa”, ou seja, “uma consequência certa do ato ilícito”. Esta
é, conclui, a tendência jurisprudencial brasileira, com esteio no art.
403 do Código Civil e na orientação do Pretório Excelso: a “busca
de um liame de necessariedade entre causa e efeito, de modo que o
resultado danoso seja consequência direta do fato lesivo”.
Isto porque o Legislador “se recusou a sujeitar o autor do dano
a todas as nefastas consequências do seu ato, quando já não ligadas
a ele diretamente”, o que possibilita que o nexo causal cumpra
“dupla função” no âmbito da responsabilidade civil: “Por um lado,

Didatismo e Conhecimento 112


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 4o  Para os efeitos desta Lei, considera-se: 
10. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO I - informação: dados, processados ou não, que podem ser
utilizados para produção e transmissão de conhecimento, conti-
(LEI Nº 12.527/2011 E
dos em qualquer meio, suporte ou formato; 
DECRETO Nº 7.724/2012). II - documento: unidade de registro de informações, qual-
quer que seja o suporte ou formato; 
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilida-
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. de para a segurança da sociedade e do Estado; 
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do identificada ou identificável; 
art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Cons- V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes
tituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodu-
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei ção, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, arma-
no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. zenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da
informação; 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas
autorizados; 
CAPÍTULO I
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
DISPOSIÇÕES GERAIS
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser- divíduo, equipamento ou sistema; 
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim VIII - integridade: qualidade da informação não modificada,
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. inclusive quanto à origem, trânsito e destino; 
5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fon-
Federal.  te, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. 
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei: 
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Art. 5o  É dever do Estado garantir o direito de acesso à in-
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju- formação, que será franqueada, mediante procedimentos objeti-
diciário e do Ministério Público;  vos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as compreensão. 
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta
ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.  CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVUL-
Art. 2o  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às GAÇÃO
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização
de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do or- Art. 6o  Cabe aos órgãos e entidades do poder público, ob-
çamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo servadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, as-
de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos con- segurar a: 
gêneres.  I - gestão transparente da informação, propiciando amplo
Parágrafo único.  A publicidade a que estão submetidas as en- acesso a ela e sua divulgação; 
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilida-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a de, autenticidade e integridade; e 
que estejam legalmente obrigadas. 
III - proteção da informação sigilosa e da informação pes-
soal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade
Art. 3o  Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
e eventual restrição de acesso. 
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
tração pública e com as seguintes diretrizes:  Art. 7o  O acesso à informação de que trata esta Lei com-
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo preende, entre outros, os direitos de obter: 
como exceção;  I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
II - divulgação de informações de interesse público, independen- acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
temente de solicitações;  obtida a informação almejada; 
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- II - informação contida em registros ou documentos, produ-
nologia da informação;  zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na não a arquivos públicos; 
administração pública;  III - informação produzida ou custodiada por pessoa física
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus
blica.  órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; 

Didatismo e Conhecimento 113


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;  § 3o  Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regula-
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti- mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: 
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;  I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú- acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos admi- linguagem de fácil compreensão; 
nistrativos; e  II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
VII - informação relativa:  eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro- lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; 
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
como metas e indicadores propostos;  em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; 
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutu-
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo,
ração da informação; 
incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações
§ 1o  O acesso à informação previsto no caput não compreen-
de as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvi- disponíveis para acesso; 
mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à VI - manter atualizadas as informações disponíveis para aces-
segurança da sociedade e do Estado.  so; 
§ 2o  Quando não for autorizado acesso integral à informação VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou en-
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da tidade detentora do sítio; e 
parte sob sigilo.  VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
§ 3o  O direito de acesso aos documentos ou às informações dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art.
neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da
e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprova-
sório respectivo.  da pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008. 
§ 4o  A negativa de acesso às informações objeto de pedido § 4o  Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil)
formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação,
termos do art. 32 desta Lei.  em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária
§ 5o  Informado do extravio da informação solicitada, poderá
e financeira, nos critérios e prazos previstos no  art. 73-B da Lei
o interessado requerer à autoridade competente a imediata aber-
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabi-
tura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva
lidade Fiscal). 
documentação. 
§ 6o  Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o res-
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo Art. 9o  O acesso a informações públicas será assegurado me-
de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que com- diante: 
provem sua alegação.  I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos
e entidades do poder público, em local com condições apropriadas
Art. 8o  É dever dos órgãos e entidades públicas promover, para: 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de ções; 
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.  b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
§ 1o  Na divulgação das informações a que se refere o caput, pectivas unidades; 
deverão constar, no mínimo:  c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a in-
I - registro das competências e estrutura organizacional, en- formações; e 
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi- II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
mento ao público;  participação popular ou a outras formas de divulgação. 
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
sos financeiros; 
CAPÍTULO III
III - registros das despesas; 
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios,
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
contratos celebrados;  Seção I
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, Do Pedido de Acesso
ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.  Art. 10.  Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
§ 2o  Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art.
entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido con-
legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em ter a identificação do requerente e a especificação da informação
sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).  requerida. 

Didatismo e Conhecimento 114


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o  Para o acesso a informações de interesse público, a iden- Parágrafo único.  Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
tificação do requerente não pode conter exigências que inviabili- interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
zem a solicitação.  de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
§ 2o  Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar ponha em risco a conservação do documento original. 
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
seus sítios oficiais na internet.  Art. 14.  É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
§ 3o  São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de negativa de acesso, por certidão ou cópia. 
determinantes da solicitação de informações de interesse público. 
Seção II
Art. 11.  O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou con- Dos Recursos
ceder o acesso imediato à informação disponível. 
§ 1o  Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma Art. 15.  No caso de indeferimento de acesso a informações ou
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve- às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recur-
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:  so contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. 
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, Parágrafo único.  O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
efetuar a reprodução ou obter a certidão;  camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. 
parcial, do acesso pretendido; ou 
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do Art. 16.  Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
interessado da remessa de seu pedido de informação.  dias se: 
§ 2o  O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for
10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cienti- negado; 
ficado o requerente.  II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
§ 3o  Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade clas-
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po- sificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar pedido de acesso ou desclassificação; 
a informação de que necessitar.  III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
§ 4o  Quando não for autorizado o acesso por se tratar de in- estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e 
formação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições mentos previstos nesta Lei. 
para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida- § 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido
de competente para sua apreciação.  à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação
§ 5o  A informação armazenada em formato digital será forne- de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela
cida nesse formato, caso haja anuência do requerente.  que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cin-
§ 6o  Caso a informação solicitada esteja disponível ao público co) dias. 
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de § 2o  Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão Lei. 
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo § 3o  Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reava-
mesmo tais procedimentos.  liação de Informações, a que se refere o art. 35. 

Art. 12.  O serviço de busca e fornecimento da informação é Art. 17.  No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo ção de informação protocolado em órgão da administração pública
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área,
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação
custo dos serviços e dos materiais utilizados.  de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. 
Parágrafo único.  Estará isento de ressarcir os custos previstos § 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade
termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983.  que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao
respectivo Comando. 
Art. 13.  Quando se tratar de acesso à informação contida em § 2o  Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
confere com o original.  prevista no art. 35. 

Didatismo e Conhecimento 115


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 18.  Os procedimentos de revisão de decisões denegató- VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas auto-
rias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de clas- ridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou 
sificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de
própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Pú- investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a
blico, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em prevenção ou repressão de infrações. 
qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de
seu pedido.  Art. 24.  A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
Art. 19.  (VETADO).  segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
§ 1o  (VETADO).  ultrassecreta, secreta ou reservada. 
§ 2o  Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público in- § 1o  Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
formarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional conforme a classificação prevista no  caput, vigoram a partir da
do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau data de sua produção e são os seguintes: 
de recurso, negarem acesso a informações de interesse público.  I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
Art. 20.  Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei III - reservada: 5 (cinco) anos. 
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata § 2o  As informações que puderem colocar em risco a segu-
este Capítulo.  rança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos
cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão
CAPÍTULO IV sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO mandato, em caso de reeleição. 
§ 3o  Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser
Seção I estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência
Disposições Gerais de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso
do prazo máximo de classificação. 
Art. 21.  Não poderá ser negado acesso à informação neces- § 4o  Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
sária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.  evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
Parágrafo único.  As informações ou documentos que versem tomaticamente, de acesso público. 
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos pra-
§ 5o  Para a classificação da informação em determinado grau
ticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
não poderão ser objeto de restrição de acesso. 
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: 
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e
Art. 22.  O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
do Estado; e 
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica
defina seu termo final. 
pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
qualquer vínculo com o poder público. 
Seção III
Seção II Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
Da Classificação da Informação quanto ao
Grau e Prazos de Sigilo Art. 25.  É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
Art. 23.  São consideradas imprescindíveis à segurança da assegurando a sua proteção. (Regulamento)
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as § 1o  O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:  classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integri- necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas
dade do território nacional;  na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou públicos autorizados por lei. 
as relações internacionais do País, ou as que tenham sido forneci- § 2o  O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
das em caráter sigiloso por outros Estados e organismos interna- obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. 
cionais;  § 3o  Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;  serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômi- a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão
ca ou monetária do País;  e divulgação não autorizados. 
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
cos das Forças Armadas;  Art. 26.  As autoridades públicas adotarão as providências ne-
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e de- cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
senvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;  rança para tratamento de informações sigilosas. 

Didatismo e Conhecimento 116


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único.  A pessoa física ou entidade privada que, em § 1o  O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar ativida- as peculiaridades das informações produzidas no exterior por au-
des de tratamento de informações sigilosas adotará as providências toridades ou agentes públicos. 
necessárias para que seus empregados, prepostos ou representan- § 2o  Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser
tes observem as medidas e procedimentos de segurança das infor- examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibili-
mações resultantes da aplicação desta Lei.  dade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da infor-
mação. 
Seção IV § 3o  Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informa-
Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Des- ção, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data
classificação da sua produção. 
Art. 27.  A classificação do sigilo de informações no âmbito da Art. 30.  A autoridade máxima de cada órgão ou entidade
administração pública federal é de competência:  (Regulamento) publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e desti-
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 
nado à veiculação de dados e informações administrativas, nos
a) Presidente da República; 
termos de regulamento: 
b) Vice-Presidente da República; 
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerroga-
tivas;  últimos 12 (doze) meses; 
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e  II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo,
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes com identificação para referência futura; 
no exterior;  III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como in-
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades formações genéricas sobre os solicitantes. 
de economia mista; e  § 1o  Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da pu-
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I blicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. 
e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível § 2o  Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista
DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Supe- de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de
riores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação sigilo e dos fundamentos da classificação. 
específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. 
§ 1o  A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere Seção V
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela Das Informações Pessoais
autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no ex-
terior, vedada a subdelegação.  Art. 31.  O tratamento das informações pessoais deve ser
§ 2o  A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida
pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e
ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em garantias individuais. 
regulamento.  § 1o  As informações pessoais, a que se refere este artigo,
§ 3o  A autoridade ou outro agente público que classificar infor- relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: 
mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifi-
o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se cação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar
refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.  da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autori-
zados e à pessoa a que elas se referirem; e 
Art. 28.  A classificação de informação em qualquer grau de si-
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por ter-
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
ceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da
seguintes elementos: 
I - assunto sobre o qual versa a informação;  pessoa a que elas se referirem. 
II - fundamento da classificação, observados os critérios estabe- § 2o  Aquele que obtiver acesso às informações de que trata
lecidos no art. 24;  este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou § 3o  O consentimento referido no inciso II do § 1o não será
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites pre- exigido quando as informações forem necessárias: 
vistos no art. 24; e  I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa esti-
IV - identificação da autoridade que a classificou.  ver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclu-
Parágrafo único.  A decisão referida no caput será mantida no sivamente para o tratamento médico; 
mesmo grau de sigilo da informação classificada.  II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada
Art. 29.  A classificação das informações será reavaliada pela au- a identificação da pessoa a que as informações se referirem; 
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, III - ao cumprimento de ordem judicial; 
mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em IV - à defesa de direitos humanos; ou 
regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do V - à proteção do interesse público e geral preponderante. 
prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.  (Regulamento)

Didatismo e Conhecimento 117


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4o  A restrição de acesso à informação relativa à vida pri- IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
vada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com dimento de contratar com a administração pública por prazo não
o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades superior a 2 (dois) anos; e 
em que o titular das informações estiver envolvido, bem como V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior a administração pública, até que seja promovida a reabilitação pe-
relevância.  rante a própria autoridade que aplicou a penalidade. 
§ 5o  Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata- § 1o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser
mento de informação pessoal.  aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
CAPÍTULO V dias. 
DAS RESPONSABILIDADES § 2o  A reabilitação referida no inciso V será autorizada so-
mente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou
Art. 32.  Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabi- entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da san-
lidade do agente público ou militar:  ção aplicada com base no inciso IV. 
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- § 3o  A aplicação da sanção prevista no inciso V é de compe-
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la tência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pú-
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;  blica, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu- prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. 
tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, infor-
mação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou Art. 34.  Os órgãos e entidades públicas respondem direta-
conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, em- mente pelos danos causados em decorrência da divulgação não
prego ou função pública;  autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou in-
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de formações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade fun-
acesso à informação;  cional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito
de regresso. 
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se à pessoa
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; 
física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou
natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigi-
de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si
losa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. 
ou por outrem; 
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
CAPÍTULO VI
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
de terceiros; e 
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- Art. 35.  (VETADO). 
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de § 1o  É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
agentes do Estado.  mações, que decidirá, no âmbito da administração pública federal,
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá
e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão competência para: 
consideradas:  I - requisitar da autoridade que classificar informação como
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Arma- ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou in-
das, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios tegral da informação; 
neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
ou contravenção penal; ou  cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de observado o disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e 
1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada
apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
estabelecidos.  acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
§ 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
agente público responder, também, por improbidade administrati- relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §
va, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, 1o do art. 24. 
e 8.429, de 2 de junho de 1992.  § 2o  O prazo referido no inciso III é limitado a uma única
renovação. 
Art. 33.  A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- § 3o  A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1o de-
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder verá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
seguintes sanções:  ou secretos. 
I - advertência;  § 4o  A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista
II - multa;  de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o impli-
III - rescisão do vínculo com o poder público;  cará a desclassificação automática das informações. 

Didatismo e Conhecimento 118


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 5o  Regulamento disporá sobre a composição, organização III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e
e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informa- ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao cor-
ções, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes reto cumprimento do disposto nesta Lei; e 
e demais disposições desta Lei.  (Regulamento) IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. 
Art. 36.  O tratamento de informação sigilosa resultante de
tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- Art. 41.  O Poder Executivo Federal designará órgão da admi-
mendações constantes desses instrumentos.  nistração pública federal responsável: 
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de
Art. 37.  É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti- fomento à cultura da transparência na administração pública e
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre- conscientização do direito fundamental de acesso à informação; 
denciamento (NSC), que tem por objetivos:  (Regulamento) II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na
segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para trata- administração pública; 
mento de informações sigilosas; e  III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aque- administração pública federal, concentrando e consolidando a pu-
las provenientes de países ou organizações internacionais com os blicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; 
quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relató-
contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atri- rio anual com informações atinentes à implementação desta Lei. 
buições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos
competentes.  Art. 42.  O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta
Parágrafo único.  Regulamento disporá sobre a composição, or- Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua
ganização e funcionamento do NSC.  publicação. 

Art. 43.  O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de


Art. 38.  Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de no-
dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: 
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídi-
ca, constante de registro ou banco de dados de entidades governamen-
“Art. 116.  ...................................................................
tais ou de caráter público. 
............................................................................................ 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
Art. 39.  Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigên-
dade competente para apuração;
cia desta Lei. 
.................................................................................” (NR) 
§ 1o  A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação
prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos Art. 44.  O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990,
nesta Lei.  passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: 
§ 2o  No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comis- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado
são Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade
Lei. superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a ou-
§ 3o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto tra autoridade competente para apuração de informação concer-
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da nente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conheci-
legislação precedente.  mento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
§ 4o  As informações classificadas como secretas e ultrassecretas ou função pública.” 
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, auto-
maticamente, de acesso público.  Art. 45.  Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabe-
Art. 40.  No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência lecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da adminis- ao disposto no art. 9o e na Seção II do Capítulo III. 
tração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe
seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou Art. 46.  Revogam-se: 
entidade, exercer as seguintes atribuições:  I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e 
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991. 
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; 
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar
relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; 

Didatismo e Conhecimento 119


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 47.  Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias III - documento - unidade de registro de informações, qualquer
após a data de sua publicação.   que seja o suporte ou formato;
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e IV - informação sigilosa - informação submetida temporariamente
123  da República.  
o à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a
DILMA ROUSSEFF segurança da sociedade e do Estado, e aquelas abrangidas pelas demais
José Eduardo Cardoso hipóteses legais de sigilo;
Celso Luiz Nunes Amorim V - informação pessoal - informação relacionada à pessoa natural
Antonio de Aguiar Patriota identificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada, honra
Miriam Belchior e imagem;
Paulo Bernardo Silva VI  -  tratamento da informação - conjunto de ações referentes à
Gleisi Hoffmann produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, trans-
José Elito Carvalho Siqueira porte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, elimi-
nação, avaliação, destinação ou controle da informação;
Helena Chagas
VII - disponibilidade - qualidade da informação que pode ser conhe-
Luís Inácio Lucena Adams
cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
Jorge Hage Sobrinho
VIII - autenticidade - qualidade da informação que tenha sido pro-
Maria do Rosário Nunes
duzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo,
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.11.2011 - equipamento ou sistema;
Edição extra IX - integridade - qualidade da informação não modificada, inclusi-
ve quanto à origem, trânsito e destino;
DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012 X - primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, com
o máximo de detalhamento possível, sem modificações;
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, XI - informação atualizada - informação que reúne os dados mais
que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII recentes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os prazos pre-
do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. vistos em normas específicas ou conforme a periodicidade estabelecida
216 da Constituição. nos sistemas informatizados que a organizam; e
XII - documento preparatório - documento formal utilizado como
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições fundamento da tomada de decisão ou de ato administrativo, a exemplo
que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Cons- de pareceres e notas técnicas.
tituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 12.527, de 18 de no-
vembro de 2011,  Art. 4o  A busca e o fornecimento da informação são gratuitos, res-
salvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos mate-
DECRETA:  riais utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias digitais e
postagem.
CAPÍTULO I Parágrafo único.  Está isento de ressarcir os custos dos serviços e
DISPOSIÇÕES GERAIS dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não lhe permita
fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos
Art. 1o  Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder Executi- termos da Lei no7.115, de 29 de agosto de 1983.
vo federal, os procedimentos para a garantia do acesso à informação
e para a classificação de informações sob restrição de acesso, obser- CAPÍTULO II
vados grau e prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei no 12.527, DA ABRANGÊNCIA
de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informa-
ções previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § Art. 5o  Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da ad-
3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.  ministração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades con-
Art. 2o  Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal troladas direta ou indiretamente pela União.
assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o direito de acesso à § 1o A divulgação de informações de empresas públicas, socieda-
informação, que será proporcionado mediante procedimentos obje- de de economia mista e demais entidades controladas pela União que
tivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da
compreensão, observados os princípios da administração pública e Constituição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de
as diretrizes previstas na Lei no 12.527, de 2011. Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança
           corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários.
Art. 3o  Para os efeitos deste Decreto, considera-se: § 2o  Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as informações
I -  informação - dados, processados ou não, que podem ser relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de di-
utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos reito privado obtidas pelo Banco Central do Brasil, pelas agências re-
em qualquer meio, suporte ou formato; guladoras ou por outros órgãos ou entidades no exercício de atividade
II - dados processados - dados submetidos a qualquer operação de controle, regulação e supervisão da atividade econômica cuja di-
ou tratamento por meio de processamento eletrônico ou por meio vulgação possa representar vantagem competitiva a outros agentes
automatizado com o emprego de tecnologia da informação; econômicos.

Didatismo e Conhecimento 120


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 6o O acesso à informação disciplinado neste Decreto não § 5o  No caso das empresas públicas, sociedades de economia
se aplica: mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regi-
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, me de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição,
bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comer- aplica-se o disposto no § 1o do art. 5o.
cial, profissional, industrial e segredo de justiça; e § 6o O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente in-
II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desenvol- formações relativas às operações de crédito praticadas pelas insti-
vimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível tuições financeiras, inclusive as taxas de juros mínima, máxima e
à segurança da sociedade e do Estado, na forma do §1o do art. 7o da média e as respectivas tarifas bancárias.
Lei no 12.527, de 2011. § 7o A divulgação das informações previstas no § 3o não exclui
outras hipóteses de publicação e divulgação de informações previs-
CAPÍTULO III tas na legislação.
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA § 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Controladoria-
Geral da União, do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Tra-
Art. 7o  É dever dos órgãos e entidades promover, independente balho e Emprego disporá sobre a divulgação dos programas de
de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informa- que trata o inciso IX do § 3º, que será feita, observado o disposto
ções de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodia- no Capítulo VII:           (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
das, observado o disposto nos arts. 7o e 8o da Lei no 12.527, de 2011. I - de maneira individualizada;           (Incluído pelo Decreto
§ 1o  Os órgãos e entidades deverão implementar em seus sítios nº 8.408, de 2015)
na Internet seção específica para a divulgação das informações de II - por meio de informações consolidadas disponibilizadas no
que trata o caput. sítio na Internet do Ministério do Trabalho e Emprego; e         (In-
§ 2o  Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos órgãos e cluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
entidades, conforme padrão estabelecido pela Secretaria de Comu- III - por meio de disponibilização de variáveis das bases de
nicação Social da Presidência da República: dados para execução de cruzamentos, para fins de estudos e pes-
I - banner na página inicial, que dará acesso à seção específica quisas, observado o disposto no art. 13.           (Incluído pelo De-
creto nº 8.408, de 2015)
de que trata o § 1o; e
II - barra de identidade do Governo federal, contendo ferramen-
Art. 8o  Os sítios na Internet dos órgãos e entidades deverão,
ta de redirecionamento de página para o Portal Brasil e para o sítio
em cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério do Pla-
principal sobre a Lei no 12.527, de 2011.
nejamento, Orçamento e Gestão, atender aos seguintes requisitos,
§ 3o  Deverão ser divulgadas, na seção específica de que trata o
entre outros: 
§ 1o, informações sobre:
I - conter formulário para pedido de acesso à informação;
I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável,
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unida-
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em lin-
des, horários de atendimento ao público; guagem de fácil compreensão; 
II -  programas, projetos, ações, obras e atividades, com indica- III  -  possibilitar gravação de relatórios em diversos formatos
ção da unidade responsável, principais metas e resultados e, quando eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
existentes, indicadores de resultado e impacto; lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; 
III - repasses ou transferências de recursos financeiros; IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos em
IV - execução orçamentária e financeira detalhada; formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
V - licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
e resultados, além dos contratos firmados e notas de empenho emi- ção da informação; 
tidas;  VI - garantir autenticidade e integridade das informações dis-
VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, poníveis para acesso; 
posto, graduação, função e emprego público, incluindo auxílios, VII - indicar instruções que permitam ao requerente comunicar-
ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade; e 
bem como proventos de aposentadoria e pensões daqueles que VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com
estiverem na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do deficiência. 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
VII - respostas a perguntas mais frequentes da socieda- CAPÍTULO IV
de;          (Redação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015) DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
VIII - contato da autoridade de monitoramento, designada nos
termos do art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011, e telefone e correio ele- Seção I
trônico do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC; e           (Re- Do Serviço de Informação ao Cidadão
dação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Traba- Art. 9o  Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de Informa-
lhador - FAT.           (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015) ções ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
§ 4o  As informações poderão ser disponibilizadas por meio de I - atender e orientar o público quanto ao acesso à informação; 
ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando esti- II - informar sobre a tramitação de documentos nas unidades; e 
verem disponíveis em outros sítios governamentais. III - receber e registrar pedidos de acesso à informação.

Didatismo e Conhecimento 121


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único.  Compete ao SIC:  Seção III
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, o Do Procedimento de Acesso à Informação
fornecimento imediato da informação;
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico es- Art. 15.  Recebido o pedido e estando a informação disponível, o
pecífico e a entrega de número do protocolo, que conterá a data de acesso será imediato.
apresentação do pedido; e § 1o  Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou entidade
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à uni- deverá, no prazo de até vinte dias:
dade responsável pelo fornecimento da informação, quando couber.  I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico informado;
II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à informa-
Art. 10.  O SIC será instalado em unidade física identificada, de ção, efetuar reprodução ou obter certidão relativa à informação;
fácil acesso e aberta ao público.  III - comunicar que não possui a informação ou que não tem conhe-
§ 1o  Nas unidades descentralizadas em que não houver SIC cimento de sua existência;
será oferecido serviço de recebimento e registro dos pedidos de IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade respon-
acesso à informação.  sável pela informação ou que a detenha; ou
§ 2o  Se a unidade descentralizada não detiver a informação, V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso.
o pedido será encaminhado ao SIC do órgão ou entidade central, § 2o  Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar manuseio
que comunicará ao requerente o número do protocolo e a data de de grande volume de documentos, ou a movimentação do documento pu-
recebimento do pedido, a partir da qual se inicia o prazo de resposta.  der comprometer sua regular tramitação, será adotada a medida prevista
no inciso II do § 1o.
Seção II § 3o  Quando a manipulação puder prejudicar a integridade da infor-
Do Pedido de Acesso à Informação mação ou do documento, o órgão ou entidade deverá indicar data, local
e modo para consulta, ou disponibilizar cópia, com certificação de que
Art. 11.  Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá formular confere com o original.
pedido de acesso à informação.  § 4o  Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o § 3o,
o requerente poderá solicitar que, às suas expensas e sob supervisão de
§ 1o  O pedido será apresentado em formulário padrão, dispo-
servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha
nibilizado em meio eletrônico e físico, no sítio na Internet e no SIC
em risco a integridade do documento original.
dos órgãos e entidades.  
§ 2o  O prazo de resposta será contado a partir da data de apre-
Art. 16.  O prazo para resposta do pedido poderá ser prorrogado por
sentação do pedido ao SIC. 
dez dias, mediante justificativa encaminhada ao requerente antes do tér-
§ 3o  É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de pedi-
mino do prazo inicial de vinte dias.
dos de acesso à informação por qualquer outro meio legítimo, como
contato telefônico, correspondência eletrônica ou física, desde que Art. 17.  Caso a informação esteja disponível ao público em formato
atendidos os requisitos do art. 12. impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o órgão ou en-
§ 4o  Na hipótese do § 3o, será enviada ao requerente comunica- tidade deverá orientar o requerente quanto ao local e modo para consultar,
ção com o número de protocolo e a data do recebimento do pedido obter ou reproduzir a informação.
pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo de resposta.  Parágrafo único.  Na hipótese do caput o órgão ou entidade desobri-
ga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o requerente decla-
Art. 12.  O pedido de acesso à informação deverá conter: rar não dispor de meios para consultar, obter ou reproduzir a informação.
I - nome do requerente;
II - número de documento de identificação válido; Art. 18.  Quando o fornecimento da informação implicar reprodu-
III - especificação, de forma clara e precisa, da informação re- ção de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de respos-
querida; e ta ao pedido, disponibilizará ao requerente Guia de Recolhimento da
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebi- União - GRU ou documento equivalente, para pagamento dos custos dos
mento de comunicações ou da informação requerida.  serviços e dos materiais utilizados.
Parágrafo único.  A reprodução de documentos ocorrerá no prazo
Art. 13.  Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: de dez dias, contado da comprovação do pagamento pelo requerente ou
I - genéricos; da entrega de declaração de pobreza por ele firmada, nos termos da Lei
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou no 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas em que, devido ao
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação volume ou ao estado dos documentos, a reprodução demande prazo su-
ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção perior.
ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou
entidade. Art. 19.  Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao
Parágrafo único.  Na hipótese do inciso III do caput, o órgão requerente, no prazo de resposta, comunicação com:
ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal;
se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade
realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. que o apreciará; e
III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassifica-
Art. 14.  São vedadas exigências relativas aos motivos do pedi- ção da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade
do de acesso à informação. classificadora que o apreciará.

Didatismo e Conhecimento 122


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§1o  As razões de negativa de acesso a informação classificada CAPÍTULO V
indicarão o fundamento legal da classificação, a autoridade que a DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE
classificou e o código de indexação do documento classificado. SIGILO
§ 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário padrão
para apresentação de recurso e de pedido de desclassificação. Seção I
Da Classificação de Informações quanto ao Grau e Prazos
Art.  20.   O acesso a documento preparatório ou informação de Sigilo
nele contida, utilizados como fundamento de tomada de decisão ou
de ato administrativo, será assegurado a partir da edição do ato ou Art. 25.  São passíveis de classificação as informações conside-
decisão. radas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do divulgação ou acesso irrestrito possam:
Brasil classificarão os documentos que embasarem decisões de polí- I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
tica econômica, tais como fiscal, tributária, monetária e regulatória. de do território nacional; 
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as
Seção IV relações internacionais do País;
Dos Recursos III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em ca-
ráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; 
Art. 21.  No caso de negativa de acesso à informação ou de IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; 
não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o re- V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
querente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ou monetária do País; 
ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, cos das Forças Armadas;
contado da sua apresentação. VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, con- instalações ou áreas de interesse estratégico nacional, observado o
tado da ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou enti- disposto no inciso II do caput do art. 6o; 
dade, que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebi- VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas auto-
mento do recurso. ridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
IX  -  comprometer atividades de inteligência, de investigação
Art. 22.  No caso de omissão de resposta ao pedido de acesso ou de fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou
à informação, o requerente poderá apresentar reclamação no prazo repressão de infrações. 
de dez dias à autoridade de monitoramento de que trata o art. 40 da
Lei no 12.527, de 2011, que deverá se manifestar no prazo de cinco Art. 26.  A informação em poder dos órgãos e entidades, obser-
dias, contado do recebimento da reclamação. vado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança
§ 1o  O prazo para apresentar reclamação começará trinta dias da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrasse-
após a apresentação do pedido. creto, secreto ou reservado. 
§ 2o  A autoridade máxima do órgão ou entidade poderá desig-
nar outra autoridade que lhe seja diretamente subordinada como Art. 27.  Para a classificação da informação em grau de sigilo,
responsável pelo recebimento e apreciação da reclamação. deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado
o critério menos restritivo possível, considerados: 
Art. 23.  Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá Estado; e 
o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da II  -  o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o
ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá evento que defina seu termo final.
se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do
recurso. Art. 28.  Os prazos máximos de classificação são os seguintes:
§ 1o  A Controladoria-Geral da União poderá determinar que o I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos; 
órgão ou entidade preste esclarecimentos. II - grau secreto: quinze anos; e
§ 2o  Provido o recurso, a Controladoria-Geral da União fixará III - grau reservado: cinco anos. 
prazo para o cumprimento da decisão pelo órgão ou entidade. Parágrafo único.  Poderá ser estabelecida como termo final de
restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, observados
os prazos máximos de classificação.
Art. 24.  No caso de negativa de acesso à informação, ou às
razões da negativa do acesso de que trata o caput do art. 21, des-
Art. 29.  As informações que puderem colocar em risco a segu-
provido o recurso pela Controladoria-Geral da União, o requerente
rança do Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônjuges
poderá apresentar, no prazo de dez dias, contado da ciência da de-
e filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até
cisão, recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso
observados os procedimentos previstos no Capítulo VI.
de reeleição.

Didatismo e Conhecimento 123


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 30.  A classificação de informação é de competência:  Art. 32.  A autoridade ou outro agente público que classificar in-
I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:  formação no grau ultrassecreto ou secreto deverá encaminhar cópia
a) Presidente da República;  do TCI à Comissão Mista de Reavaliação de Informações no prazo
b) Vice-Presidente da República;  de trinta dias, contado da decisão de classificação ou de ratificação.
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
gativas;  Art. 33.  Na hipótese de documento que contenha informações
d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e classificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao docu-
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes mento tratamento do grau de sigilo mais elevado, ficando assegura-
no exterior;  do o acesso às partes não classificadas por meio de certidão, extrato
II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo.
do caput, dos titulares de autarquias, fundações, empresas públicas
e sociedades de economia mista; e  Art.  34.   Os órgãos e entidades poderão constituir Comissão
III - no grau reservado, das autoridades referidas nos incisos I Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos - CPADS, com
e II do caput e das que exerçam funções de direção, comando ou as seguintes atribuições:
chefia do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atua-
DAS 101.5 ou superior, e seus equivalentes. ção para fins de classificação em qualquer grau de sigilo;
§ 1o  É vedada a delegação da competência de classificação nos II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hie-
graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. rarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação ou
§ 2o  O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá delegar reavaliação de informação classificada em qualquer grau de sigilo;
a competência para classificação no grau reservado a agente público III  -  propor o destino final das informações desclassificadas,
que exerça função de direção, comando ou chefia. indicando os documentos para guarda permanente, observado o dis-
§ 3o  É vedada a subdelegação da competência de que trata o posto na Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
§2.o
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclas-
§ 4o   Os agentes públicos referidos no § 2o deverão dar ciência sificadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser
do ato de classificação à autoridade delegante, no prazo de noventa disponibilizado na Internet.
dias.
§ 5o  A classificação de informação no grau ultrassecreto pelas Seção III
autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I do caput de-
Da Desclassificação e Reavaliação da Informação Classifi-
verá ser ratificada pelo Ministro de Estado, no prazo de trinta dias.
cada em Grau de Sigilo
§ 6o  Enquanto não ratificada, a classificação de que trata o §
5  considera-se válida, para todos os efeitos legais.
o
Art. 35.  A classificação das informações será reavaliada pela
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente su-
Seção II
perior, mediante provocação ou de ofício, para desclassificação ou
Dos Procedimentos para Classificação de Informação
redução do prazo de sigilo.
Parágrafo único.  Para o cumprimento do disposto no caput,
Art. 31.  A decisão que classificar a informação em qualquer
grau de sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação de além do disposto no art. 27, deverá ser observado:
Informação - TCI, conforme modelo contido no Anexo, e conterá o I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação, pre-
seguinte:  visto no art. 28;
I - código de indexação de documento; II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de ofício das
II - grau de sigilo; informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto, previsto
III - categoria na qual se enquadra a informação; no inciso I do caput do art. 47;
IV - tipo de documento;  III - a permanência das razões da classificação;
V - data da produção do documento; IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulga-
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a classifi- ção ou acesso irrestrito da informação; e
cação;  V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por
VII - razões da classificação, observados os critérios estabele- autoridades ou agentes públicos.
cidos no art. 27;
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses Art. 36.  O pedido de desclassificação ou de reavaliação da clas-
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, observados os sificação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades independen-
limites previstos no art. 28; te de existir prévio pedido de acesso à informação.
IX - data da classificação; e Parágrafo único.  O pedido de que trata o caput será endereça-
X - identificação da autoridade que classificou a informação. do à autoridade classificadora, que decidirá no prazo de trinta dias.
§ 1o  O TCI seguirá anexo à informação.
§ 2o  As informações previstas no inciso VII do caput deverão Art. 37.  Negado o pedido de desclassificação ou de reavalia-
ser mantidas no mesmo grau de sigilo que a informação classificada. ção pela autoridade classificadora, o requerente poderá apresentar
§ 3o  A ratificação da classificação de que trata o § 5o do art. 30 recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da negativa, ao
deverá ser registrada no TCI.  Ministro de Estado ou à autoridade com as mesmas prerrogativas,
que decidirá no prazo de trinta dias.

Didatismo e Conhecimento 124


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1o  Nos casos em que a autoridade classificadora esteja vin- Parágrafo único.  A pessoa natural ou entidade privada que, em
culada a autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de eco- razão de qualquer vínculo com o Poder Público, executar atividades
nomia mista, o recurso será apresentado ao dirigente máximo da de tratamento de informações classificadas, adotará as providências
entidade. necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
§ 2o  No caso das Forças Armadas, o recurso será apresentado observem as medidas e procedimentos de segurança das informações.
primeiramente perante o respectivo Comandante, e, em caso de ne-
gativa, ao Ministro de Estado da Defesa. Art. 45.  A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publica-
§ 3o  No caso de informações produzidas por autoridades ou rá anualmente, até o dia 1° de junho, em sítio na Internet:
agentes públicos no exterior, o requerimento de desclassificação e I - rol das informações desclassificadas nos últimos doze meses;
reavaliação será apreciado pela autoridade hierarquicamente supe- II - rol das informações classificadas em cada grau de sigilo, que
rior que estiver em território brasileiro. deverá conter:
§ 4o  Desprovido o recurso de que tratam o caput e os §§1o a 3o, a) código de indexação de documento;
poderá o requerente apresentar recurso à Comissão Mista de Rea- b) categoria na qual se enquadra a informação;
valiação de Informações, no prazo de dez dias, contado da ciência c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação; e
da decisão. d) data da produção, data da classificação e prazo da classificação;
III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos de acesso à
Art. 38.  A decisão da desclassificação, reclassificação ou redu- informação recebidos, atendidos e indeferidos; e
ção do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes.
das capas dos processos, se houver, e de campo apropriado no TCI.  Parágrafo único.  Os órgãos e entidades deverão manter em meio
físico as informações previstas no caput,  para consulta pública em
Seção IV suas sedes.
Disposições Gerais
CAPÍTULO VI
Art.  39.   As informações classificadas no grau ultrassecreto DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFOR-
ou secreto serão definitivamente preservadas, nos termos da  Lei MAÇÕES CLASSIFICADAS
no 8.159, de 1991, observados os procedimentos de restrição de
acesso enquanto vigorar o prazo da classificação. Art. 46.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, ins-
tituída nos termos do § 1o do art. 35 da Lei no 12.527, de 2011, será
Art.  40.  As informações classificadas como documentos de integrada pelos titulares dos seguintes órgãos:
guarda permanente que forem objeto de desclassificação serão en- I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá;
caminhadas ao Arquivo Nacional, ao arquivo permanente do órgão II - Ministério da Justiça;
público, da entidade pública ou da instituição de caráter público, III - Ministério das Relações Exteriores;
para fins de organização, preservação e acesso. IV - Ministério da Defesa;
V - Ministério da Fazenda;
Art. 41.  As informações sobre condutas que impliquem viola- VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
ção dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando VII  -  Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repú-
de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação em blica;
qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado. VIII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re-
pública;
Art. 42.  Não poderá ser negado acesso às informações neces- IX - Advocacia-Geral da União; e
sárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. X -  Controladoria Geral da União.
Parágrafo único.  O requerente deverá apresentar razões que Parágrafo único.  Cada integrante indicará suplente a ser designa-
demonstrem a existência de nexo entre as informações requeridas e do por ato do Presidente da Comissão.
o direito que se pretende proteger.
Art. 47.  Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
Art. 43.  O acesso, a divulgação e o tratamento de informação ções:
classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação de in-
que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam credenciadas formação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, no má-
segundo as normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Credencia- ximo a cada quatro anos;
mento, instituído no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional II - requisitar da autoridade que classificar informação no grau ul-
da Presidência da República, sem prejuízo das atribuições de agen- trassecreto ou secreto esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral,
tes públicos autorizados por lei. da informação, quando as informações constantes do TCI não forem
suficientes para a revisão da classificação;
Art. 44.  As autoridades do Poder Executivo federal adotarão III - decidir recursos apresentados contra decisão proferida:
as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal, pedido
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de se- de acesso à informação ou de abertura de base de dados, ou às razões
gurança para tratamento de informações classificadas em qualquer da negativa de acesso à informação ou de abertura de base de da-
grau de sigilo. dos; ou           (Redação dada pelo Decreto nº 8.777, de 2016)

Didatismo e Conhecimento 125


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma prerro- Parágrafo único.  O regimento interno deverá ser publicado no
gativa, em grau recursal, a pedido de desclassificação ou reavaliação Diário Oficial da União no prazo de noventa dias após a instalação
de informação classificada; da Comissão.
IV - prorrogar por uma única vez, e por período determinado
não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de informação CAPÍTULO VII
classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulga- DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
ção puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional, à integri-
dade do território nacional ou grave risco às relações internacionais Art. 55.  As informações pessoais relativas à intimidade, vida
do País, limitado ao máximo de cinquenta anos o prazo total da clas- privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades:
sificação; e I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autoriza-
V -  estabelecer orientações normativas de caráter geral a fim dos e a pessoa a que se referirem, independentemente de classifica-
de suprir eventuais lacunas na aplicação da Lei no 12.527, de 2011. ção de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data de
Parágrafo único.  A não deliberação sobre a revisão de ofício sua produção; e
no prazo previsto no inciso I do caput implicará a desclassificação II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autoriza-
automática das informações. dos por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que
se referirem.
Art. 48.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações se Parágrafo único.  Caso o titular das informações pessoais esteja
reunirá, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao
sempre que convocada por seu Presidente. cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes, confor-
Parágrafo único.  As reuniões serão realizadas com a presença me o disposto no parágrafo único do art. 20 da Lei no 10.406, de 10
de no mínimo seis integrantes. de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, de 10 de maio de 1996.

Art. 49.  Os requerimentos de prorrogação do prazo de classifi- Art. 56.  O tratamento das informações pessoais deve ser feito
cação de informação no grau ultrassecreto, a que se refere o inciso de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
IV do caput do art. 47, deverão ser encaminhados à Comissão Mista honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
de Reavaliação de Informações em até um ano antes do vencimento individuais.
do termo final de restrição de acesso.
Parágrafo único.  O requerimento de prorrogação do prazo de Art. 57.  O consentimento referido no inciso II do caput do art.
sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser 55 não será exigido quando o acesso à informação pessoal for ne-
apreciado, impreterivelmente, em até três sessões subsequentes à cessário:
data de sua autuação, ficando sobrestadas, até que se ultime a vota-
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
ção, todas as demais deliberações da Comissão.
física ou legalmente incapaz, e para utilização exclusivamente para
o tratamento médico;
Art. 50.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informações de-
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de eviden-
verá apreciar os recursos previstos no inciso III do caput do art.
te interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a identificação
47, impreterivelmente, até a terceira reunião ordinária subsequente
da pessoa a que a informação se referir;
à data de sua autuação.
III - ao cumprimento de decisão judicial;
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou
Art. 51.  A revisão de ofício da informação classificada no grau
ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anteriores V - à proteção do interesse público geral e preponderante.
à data de sua desclassificação automática.
Art. 58.  A restrição de acesso a informações pessoais de que
Art. 52.  As deliberações da Comissão Mista de Reavaliação de trata o art. 55 não poderá ser invocada:
Informações serão tomadas: I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregu-
I - por maioria absoluta, quando envolverem as competências laridades, conduzido pelo Poder Público, em que o titular das infor-
previstas nos incisos I e IV do caput do art.47; e mações for parte ou interessado; ou
II - por maioria simples dos votos, nos demais casos. II - quando as informações pessoais não classificadas estiverem
Parágrafo  único.  A Casa Civil da Presidência da República contidas em conjuntos de documentos necessários à recuperação de
poderá exercer, além do voto ordinário, o voto de qualidade para fatos históricos de maior relevância.
desempate.
Art. 59.  O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá, de
Art. 53.  A Casa Civil da Presidência da República exercerá as ofício ou mediante provocação, reconhecer a incidência da hipóte-
funções de Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação se do inciso II do caput do art. 58, de forma fundamentada, sobre
de Informações, cujas competências serão definidas em regimento documentos que tenha produzido ou acumulado, e que estejam sob
interno. sua guarda.
§ 1o  Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata
Art. 54.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informa- o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a universidades, insti-
ções aprovará, por maioria absoluta, regimento interno que disporá tuições de pesquisa ou outras entidades com notória experiência em
sobre sua organização e funcionamento. pesquisa historiográfica a emissão de parecer sobre a questão.

Didatismo e Conhecimento 126


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2o  A decisão de reconhecimento de que trata o caput será § 1o  As informações de que trata o caput serão divulgadas em
precedida de publicação de extrato da informação, com descrição sítio na Internet da entidade privada e em quadro de avisos de amplo
resumida do assunto, origem e período do conjunto de documentos acesso público em sua sede.
a serem considerados de acesso irrestrito, com antecedência de no § 2o  A divulgação em sítio na Internet referida no §1o poderá
mínimo trinta dias. ser dispensada, por decisão do órgão ou entidade pública, e median-
§ 3o  Após a decisão de reconhecimento de que trata o § 2o, os te expressa justificação da entidade, nos casos de entidades privadas
documentos serão considerados de acesso irrestrito ao público. sem fins lucrativos que não disponham de meios para realizá-la.
§ 4o   Na hipótese de documentos de elevado valor histórico § 3o  As informações de que trata o caput deverão ser publica-
destinados à guarda permanente, caberá ao dirigente máximo do Ar- das a partir da celebração do convênio, contrato, termo de parceria,
quivo Nacional, ou à autoridade responsável pelo arquivo do órgão acordo, ajuste ou instrumento congênere, serão atualizadas periodi-
ou entidade pública que os receber, decidir, após seu recolhimento, camente e ficarão disponíveis até cento e oitenta dias após a entrega
da prestação de contas final. 
sobre o reconhecimento, observado o procedimento previsto neste
artigo.
Art. 64.  Os pedidos de informação referentes aos convênios,
contratos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos
Art. 60.  O pedido de acesso a informações pessoais observará congêneres previstos no art. 63 deverão ser apresentados diretamen-
os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à te aos órgãos e entidades responsáveis pelo repasse de recursos.
comprovação da identidade do requerente.
Parágrafo único.  O pedido de acesso a informações pessoais CAPÍTULO IX
por terceiros deverá ainda estar acompanhado de: DAS RESPONSABILIDADES
I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inci-
so II do caput do art. 55, por meio de procuração; Art. 65.  Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabi-
II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58; lidade do agente público ou militar: 
III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos his- I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos deste
tóricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos Decreto, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
no art. 59; ou intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; 
IV - demonstração da necessidade do acesso à informação re- II  -  utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfi-
querida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do gurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se
interesse público e geral preponderante. encontre sob sua guarda, a que tenha acesso ou sobre que tenha co-
nhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, empre-
go ou função pública; 
Art. 61.  O acesso à informação pessoal por terceiros será con-
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso
dicionado à assinatura de um termo de responsabilidade, que dispo-
à informação; 
rá sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua autori- IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso
zação, sobre as obrigações a que se submeterá o requerente. indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informa-
§ 1o  A utilização de informação pessoal por terceiros vincula- ção pessoal; 
se à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
acesso, vedada sua utilização de maneira diversa. terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
§ 2o  Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de ter- por outrem; 
ceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei. VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a
Art. 62.  Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de outrem, ou em prejuízo de terceiros; e 
novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
jurídica, constante de registro ou banco de dados de órgãos ou enti- cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
dades governamentais ou de caráter público. agentes do Estado. 
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
CAPÍTULO VIII do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM sideradas:
FINS LUCRATIVOS I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Arma-
das, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios
neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
Art. 63.  As entidades privadas sem fins lucrativos que recebe-
contravenção penal; ou 
rem recursos públicos para realização de ações de interesse público II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro
deverão dar publicidade às seguintes informações: de 1990, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no
I - cópia do estatuto social atualizado da entidade; mínimo, com suspensão, segundo os critérios estabelecidos na re-
II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade; e ferida lei. 
III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parce- § 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
rias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com o agente público responder, também, por improbidade administrati-
Poder Executivo federal, respectivos aditivos, e relatórios finais de va, conforme o disposto nas Leis no 1.079, de 10 de abril de 1950,
prestação de contas, na forma da legislação aplicável. e no 8.429, de 2 de junho de 1992. 

Didatismo e Conhecimento 127


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 66.  A pessoa natural ou entidade privada que detiver infor- Seção II
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o Poder Das Competências Relativas ao Monitoramento
Público e praticar conduta prevista no art. 65, estará sujeita às se-
guintes sanções:  Art. 68.  Compete à Controladoria-Geral da União, observadas
I - advertência;  as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões espe-
II - multa;  cíficas neste Decreto:
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;  I - definir o formulário padrão, disponibilizado em meio físico e
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- eletrônico, que estará à disposição no sítio na Internet e no SIC dos
dimento de contratar com a administração pública por prazo não órgãos e entidades, de acordo com o § 1o do art. 11;
superior a dois anos; e  II - promover campanha de abrangência nacional de fomento à
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a cultura da transparência na administração pública e conscientização
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- sobre o direito fundamental de acesso à informação;
te a autoridade que aplicou a penalidade. III - promover o treinamento dos agentes públicos e, no que
§ 1o  A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as couber, a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no
sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput. que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transpa-
§ 2o  A multa prevista no inciso II do caput será aplicada sem rência na administração pública;
prejuízo da reparação pelos danos e não poderá ser: IV - monitorar a implementação da Lei no 12.527, de 2011, con-
I  -  inferior a R$ 1.000,00 (mil reais)  nem superior a R$ centrando e consolidando a publicação de informações estatísticas
200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa natural; ou relacionadas no art. 45; 
II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem superior a R$ V - preparar relatório anual com informações referentes à im-
600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de entidade privada. plementação da Lei no 12.527, de 2011, a ser encaminhado ao Con-
§ 3o  A reabilitação referida no inciso V do caput será autori- gresso Nacional;
zada somente quando a pessoa natural ou entidade privada efetivar VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especialmente o cum-
o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e primento dos prazos e procedimentos; e
depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Presidência da
IV do caput. República, diretrizes e procedimentos complementares necessários
§ 4o  A aplicação da sanção prevista no inciso V do caput é de à implementação da Lei no 12.527, de 2011.
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade
pública. Art. 69.  Compete à Controladoria-Geral da União e ao Mi-
§ 5o  O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previs- nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão, observadas as com-
tas neste artigo é de dez dias, contado da ciência do ato.  petências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas
neste Decreto, por meio de ato conjunto:
CAPÍTULO X I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de divulgação
DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI de informações ao público, fixando prazo máximo para atuali-
zação; e
Seção I II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estruturação
Da Autoridade de Monitoramento e prestação de informações no âmbito do SIC.

Art. 67.  O dirigente máximo de cada órgão ou entidade desig- Art. 70.  Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da
nará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para exercer Presidência da República, observadas as competências dos demais
as seguintes atribuições: órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso I - estabelecer regras de indexação relacionadas à classificação
à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de informação;
no 12.527, de 2011; II - expedir atos complementares e estabelecer procedimen-
II - avaliar e monitorar a implementação do disposto neste De- tos relativos ao credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e
creto e apresentar ao dirigente máximo de cada órgão ou entidade entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações
relatório anual sobre o seu cumprimento, encaminhando-o à Con- classificadas; e
troladoria-Geral da União; III - promover, por meio do  Núcleo de Credenciamento de
III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e proce- Segurança, o credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e
dimentos necessários à implementação deste Decreto; entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações
IV - orientar as unidades no que se refere ao cumprimento des- classificadas.
te Decreto; e
V - manifestar-se sobre reclamação apresentada contra omis- CAPÍTULO XI
são de autoridade competente, observado o disposto no art. 22. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art.  71.   Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de


gestão da informação, promovendo os ajustes necessários aos pro-
cessos de registro, processamento, trâmite e arquivamento de docu-
mentos e informações.

Didatismo e Conhecimento 128


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 72.  Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto no prazo máximo de dois anos,
contado do termo inicial de vigência da Lei no 12.527, de 2011.
§ 1o  A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos neste
Decreto.
§ 2o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da informação, observados os prazos
e disposições da legislação precedente.
§ 3o  As informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automa-
ticamente, desclassificadas.

Art. 73.  A publicação anual de que trata o art. 45 terá inicio em junho de 2013.

Art. 74.  O tratamento de informação classificada resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomenda-
ções desses instrumentos.

Art. 75.  Aplica-se subsidiariamente a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, aos procedimentos previstos neste Decreto.

Art. 76.  Este Decreto entra em vigor em 16 de maio de 2012.


Brasília, 16  de maio  de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Celso Luiz Nunes Amorim
Antonio de Aguiar Patriota
Guido Mantega
Miriam Belchior
Paulo Bernardo Silva
Marco Antonio Raupp
Alexandre Antonio Tombini
Gleisi Hoffmann
Gilberto Carvalho
José Elito Carvalho Siqueira
Helena Chagas
Luis Inácio Lucena Adams
Jorge Hage Sobrinho
Maria do Rosário Nunes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.5.2012  - Edição extra e retificado em 18.5.2012

Didatismo e Conhecimento 129


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ANEXO 
GRAU DE SIGILO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento) 

TERMO DE CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO


ÓRGÃO/ENTIDADE:

CÓDIGO DE INDEXAÇÃO:

GRAU DE SIGILO:

CATEGORIA:

TIPO DE DOCUMENTO:
 DATA DE PRODUÇÃO:
FUNDAMENTO LEGAL PARA CLASSIFICAÇÃO:

RAZÕES PARA A CLASSIFICAÇÃO:

(idêntico ao grau de sigilo do documento)


PRAZO DA RESTRIÇÃO DE ACESSO:
DATA DE CLASSIFICAÇÃO:
AUTORIDADE CLASSIFICADORA Nome:

Cargo:
AUTORIDADE RATIFICADORA Nome:

(quando aplicável)

Cargo:
Nome:
DESCLASSIFICAÇÃO em ____/____/________
  Cargo:
(quando aplicável)
RECLASSIFICAÇÃO em ____/____/_________ Nome:
  Cargo:
(quando aplicável)
REDUÇÃO DE PRAZO em ____/____/_______ Nome:
  Cargo:
(quando aplicável)
PRORROGAÇÃO DE PRAZO em ___/ ____/_____ Nome:
  Cargo:
(quando aplicável)
 

_____________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE CLASSIFICADORA

Didatismo e Conhecimento 130


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
  

_____________________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE RATIFICADORA (quando aplicável)

________________________________________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por DESCLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)

______________________________________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RECLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)

_______________________________________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por REDUÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)

_______________________________________________________________________________

ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por PRORROGAÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)


 
Questões

1) De acordo com a Lei Geral de Licitações, assinale, dentre as alternativas, aquela que não representa um caso de dispensa de licitação:
a) contratação de uma obra no valor de R$ 12.500,00
b) contratações em caso de guerra ou grave perturbação da ordem
c) contratação de artista consagrado pela opinião pública
d) aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público.

2) O processo através do qual a Administração Pública transfere a titularidade e a execução de determinados serviços através de lei é
denominado:
a) desconcentração administrativa
b) descentralização por serviço
c) descentralização política
d) descentralização por colaboração

3) Constitui uma exceção constitucional ao princípio da organização legal do serviço público:


a) extinção de cargo público vago
b) criação de órgãos públicos
c) extinção de órgãos públicos vagos
d) criação de cargo público

Didatismo e Conhecimento 131


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4) Segundo jurisprudência do STJ, das etapas que constituem 11) Não constitui requisito do serviço público adequado, nos
o ciclo de polícia, poderão ser delegadas a pessoas jurídicas de termos da Lei 8.987/95:
direito privado, integrantes da estrutura da Administração Pública, a) Desconcentração
as seguintes etapas: b) Regularidade
a) ordem e consentimento c) Segurança
b) consentimento e fiscalização d) Modicidade de tarifas
c) fiscalização e sanção
d) ordem e sanção 12) Das formas de provimento, previstas no Estatuto Federal,
nãopossui previsão constitucional:
5) Não constitui exemplo de ato administrativo irrevogável, a) Promoção
segundo doutrina administrativa majoritária: b) Readaptação
a) licença para exercer certa atividade c) Reintegração
b) ato que gera direito adquirido d) Aproveitamento
c) ato pendente
d) ato consumado 13) Sobre os poderes administrativos, julgue os itens abaixo:
I – O poder disciplinar sempre representa uma consequência
6) João, motorista concursado da Caixa Econômica Federal, do poder hierárquico.
colidiu com veículo oficial com um veículo particular, causando, II – O poder regulamentar permite que o chefe do Poder Exe-
consequentemente, danos a este particular. Segundo a jurisprudên- cutivo inove o ordenamento jurídico vigente.
cia, a responsabilidade civil da empresa pública e do João, será, III – As manifestações decorrentes do exercício do poder de
respectivamente: polícia são sempre dotadas de auto executoriedade.
a) objetiva e subjetiva a) somente I é correto
b) objetiva e objetiva b) somente II é correto
c) subjetiva e subjetiva c) somente III é correto
d) subjetiva e objetiva d) todos estão incorretos

7) Segundo a jurisprudência do STF, o dispositivo constitucio- 14) O ato administrativo que concluiu seu ciclo de formação,
nal previsto no art. 37, VII, sobre o direito de greve dos servidores masque possui um de seus requisitos em desacordo com a lei, ape-
públicos, constitui uma norma de: sar de estar produzindo seus efeitos, é classificado como:
a) eficácia plena a) perfeito, válido e eficaz
b) eficácia limitada, dependente de lei ordinária b) imperfeito, inválido e eficaz
c) eficácia limitada, dependente de lei complementar c) perfeito, inválido e eficaz
d) eficácia contida d) perfeito, inválido e consumado

8) Não constitui direito integrante da seguridade social dos 15) O julgamento das contas do Presidente da República, se-
servidores públicos, nos termos da lei 8.112/90: gundo os preceitos constitucionais, compete a(o):
a) licença para tratamento de saúde a) Tribunal de Contas da União
b) licença gestante b) Congresso Nacional
c) licença para tratar de doença em pessoa da família c) Senado Federal
d) licença por acidente de serviço d) Câmara dos Deputados

9) Dentre as modalidades de licitação previstas na Lei 16) De acordo com as normas gerais de processo administra-
8.666/93,aquela que se destaca por exigir habilitação preliminar tivo federal, dispostas na Lei 9.784/99, prescinde de motivação o
dos concorrentes é: a toque:
a) convite a) declare inexigibilidade de licitação
b) pregão b) decida sobre recursos administrativos
c) concorrência c) convalide ato administrativo
d) tomada de preço d) concorde com relatórios oficiais

10) Nos termos da Constituição Federal, constitui acumulação 17) Não pode ser considerada uma diferença entre empresa
ilícita a percepção de proventos da aposentadoria de médico em pública e sociedade de economia mista:
hospital público municipal com a remuneração de: a) forma societária
a) Deputado Federal b) formação do capital
b) Médico em hospital público estadual c) regime de pessoal
c) Secretário Municipal de Saúde d) foro processual
d) Assistente administrativo de hospital federal

Didatismo e Conhecimento 132


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
18) Segundo a melhor doutrina administrativa, não retrata uma lada uma repartição pública é classificado como:
característica dos contratos administrativos a seguinte alternativa: a) bem dominical
a) presença de cláusulas exorbitantes estabelecendo privilé- b) bem de uso comum
gios para as partes c) bem de domínio público
b) natureza intuitu personae d) bem de uso especial
c) natureza de contrato de adesão
d) em regra, são comutativos 25) O conceito orgânico de Administração Pública refere-se:
a)a uma das funções típicas dos três Poderes
19) Assinale a infração punível com a demissão, nos termos b)ao mesmo conceito, no seu sentido material
da Lei 8.112/90: c)ao mesmo conceito, no seu sentido objetivo
a) conduta escandalosa na repartição d)ao conjunto de órgão, agentes e entidades que compõem sua
b) exercer atividade incompatível com o cargo estrutura
c) recursar fé a documento público
d) falta leve em serviço 26) Levando-se em conta as regras do regime disciplinar do
servidor público, analise os itens abaixo:
20) Não constitui característica da concessão de serviço pú- I – A prática de ato administrativo com desvio de poder, uma
blico: das modalidades do abuso de poder, pode constituir-se em uma
a) delegação contratual da execução do serviço. situação de inelegibilidade do servidor autor do ato viciado.
b) necessidade de licitação. II – A responsabilidade administrativa do servidor será afas-
c) responsabilidade subjetiva do concessionário. tada caso a sentença penal absolutória conclua pela ausência de
d) permanecer o Poder Público sempre com a titularidade do tipicidade penal na conduta.
serviço. III – A responsabilidade civil do servidor não prescinde da
ocorrência de dano ou prejuízo.
21) Com relação aos princípios e normas que regem a admi- a)somente I é correto
nistração pública brasileira, assinale a opção correta. b)somente II é correto
a) A investidura em cargo ou emprego público depende de c)somente III é correto
aprovação prévia em concurso de provas ou de provas e títulos, d)há dois itens corretos
de acordo com a sua natureza e complexidade, por brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, sendo vedado aos 27) Sobre os servidores públicos e a disciplina constitucional
estrangeiros na forma da lei. aplicável ao tema, analise os itens abaixo:
b) A proibição constitucional de acumular cargos públicos al- I – O princípio concursivo é aplicável a todos os cargos e
cança os servidores de autarquias e fundações públicas, mas não empregos públicos, integrantes da Administração Pública Direta
os empregados de empresas públicas e sociedades de economia e Indireta.
mista e excepciona tal regra em algumas situações, entre as quais II – Como regra, é proibida a acumulação de cargos, empregos
o exercício de dois cargos de médico, alcançando os demais pro- e funções, no âmbito da Administração Pública, Direta e Indireta,
fissionais da saúde. em nível federal, estadual, distrital e municipal.
c) Existe uma proibição relativa de acumular cargos, empre- III – Não prescinde de aprovação prévia em concurso público
gos e funções públicas. a contratação temporária, em virtude de necessidade excepcional
d) O prazo de validade do concurso público é de dois anos, de interesse público.
podendo ser prorrogado uma única vez por igual período. a)somente I é correto
b)somente II é correto
22) Os atos administrativos eivados de vício de formação pro- c)somente III é correto
duzem efeitos jurídicos até o momento de sua extinção, através da: d)todos estão incorretos
a) anulação
b) cassação 28) Julgue os itens abaixo, de acordo com a Lei 8.429/92:
c) revogação I – A perda da função pública e dos direitos políticos só se
d) convalidação efetivará após sentença com trânsito em julgado.
II - Realizar operação financeira sem observância das normas
23) Nos termos da Lei 8.429/92, o agente público que deixar legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
de praticar ato de ofício, estará sujeito à suspensão dos direitos nea é classificado como ato de improbidade que atenta contra os
políticos pelo prazo de: princípios do Direito Administrativo.
a) 3 a 5 anos III – A referida norma legal estabelece uma lista numerus
b) 5 a 8 anos apertus de hipóteses que são enquadradas como atos de improbi-
c) 8 a 10 anos dade administrativa.
d) 5 a 10 anos a)somente I é correto
b)somente II é correto
c)somente III é correto
d)todos estão incorretos
24) Um prédio público abandonado, onde se encontrava insta-

Didatismo e Conhecimento 133


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
29) Segundo a classificação tradicional, adotada por Hely Lo-
pes Meirelles, podemos classificar o Tribunal de Contas da União
e a Secretaria Estadual de Fazenda, respectivamente, como:
a)Entes: independente e autônomo
b)Órgãos: autônomo e independente
c)Órgãos: independente e superior
d)Órgãos: independente e autônomo

30) O fato de o Direito Administrativo integrar o ramo do Di-


reito Público possui como fundamento básico o princípio da(o):
a)Legalidade
b)Supremacia do interesse público sobre o particular
c)Impessoalidade
d)Autotutela

GABARITO
1-C
2-B
3-A
4-B
5-C
6-A
7-B
8-C
9-C
10-D
11-A
12-B
13-B
14-C
15-B
16-D
17-C
18-A
19-A
20-C
21-C
22-A
23-A
24-A
25-D
26-D
27-B
28-C
29-D
30-B

Didatismo e Conhecimento 134


INFORMÁTICA BÁSICA
INFORMÁTICA BÁSICA
Endereço Eletrônico ou URL
1. CONCEITOS DE INTERNET Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se conhe-
E INTRANET. cer o seu endereço.
Este endereço, que é único, também é considerado sua URL
(Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Univer-
sal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.com.
br
INTERNET Onde:
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto www = protocolo da World Wide Web
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo xxx = domínio
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca- com = comercial
paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores br = brasil
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de
imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.” WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
John P. Barlow
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas- É um serviço disponível na Internet que possui um conjun-
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono. to de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de qualquer um.
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita- Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma
res, em quatro localidades. linguagem especial, chamada HTML.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte
-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia, Domínio
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão
Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan-
onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados.
tidade de equipamentos.
Quanto ao tipo do domínio, existem:
Era necessário criar um modelo padrão e universal para
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço
que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o
.edu = Instituição acadêmica
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras
.gov = Instituição governamental
máquinas fossem inseridas àquela rede.
.mil = Instituição militar norte-americana
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que .net = Provedor de serviços em redes
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede .org = Organização sem fins lucrativos
se torna internacional.
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de Trasfe-
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co- rência em Hipertexto
nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de É um protocolo ou língua específica da internet, responsável
pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de pela comunicação entre computadores.
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode le-
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público. var a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras,
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave- frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva
gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que a outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos,
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a imagens ou sons.
utilizar a rede internacional. Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse,
remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento.
Acesso à Internet
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de Home Page
Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi- Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou site ou web page.
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob- É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
serviço classificam-se em: um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física comunidade virtual.
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re-
des locais; HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de Mar-
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à cação de Hipertexto
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.
à terceiros a partir de suas instalações; Suas principais características são:
• Provedores de Informação: São instituições que disponibili- • Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
zam informação através da Internet. aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);

Didatismo e Conhecimento 1
INFORMÁTICA BÁSICA
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customi- Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
zar” diversos elementos do documento, como o tamanho padrão interface define quais operações primitivas e serviços a camada
da letra, as cores, etc); inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um ta- quantas camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve
manho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão fazer, uma das considerações mais importantes é definir interfaces
através da Internet, evitando longos períodos de espera e limpas entre as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada
congestionamento na rede). desempenhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
das. Além de minimizar a quantidade de informações que deve ser
Browser ou Navegador passada de camada em camada, interfaces bem definidas também
É o programa específico para visualizar as páginas da web. tornam fácil a troca da implementação de uma camada por outra
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML, implementação completamente diferente (por exemplo, trocar to-
apresentando as páginas formatadas para os usuários. das as linhas telefônicas por canais de satélite), pois tudo o que é
exigido da nova implementação é que ela ofereça à camada supe-
ARQUITETURAS DE REDES rior exatamente os mesmos serviços que a implementação antiga
As modernas redes de computadores são projetadas de forma oferecia.
altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura
algum detalhe a técnica de estruturação. de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações
suficientes para que um implementador possa escrever o programa
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes é corretamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de imple-
organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre sua mentação nem a especificação das interfaces são parte da arquite-
predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo e a fun- tura, pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não
ção de cada camada diferem de uma rede para outra. No entanto, são visíveis externamente. Não é nem mesmo necessário que as in-
em todas as redes, o propósito de cada camada é oferecer certos terfaces em todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, des-
serviços às camadas superiores, protegendo essas camadas dos de- de que cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos.
talhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados.
A camada n em uma máquina estabelece uma conversão com O endereço IP
a camada n em outra máquina. As regras e convenções utilizadas Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok,
nesta conversação são chamadas coletivamente de protocolo da você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado
camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo para uma rede no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando você
com sete camadas. As entidades que compõem as camadas cor- quer enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pes-
respondentes em máquinas diferentes são chamadas de processos soa e contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É
parceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que se graças ao endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa
comunicam utilizando o protocolo. a ser presenteada. Também é graças ao seu endereço - único para
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da cama- cada residência ou estabelecimento - que você recebe suas contas
da n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez de água, aquele produto que você comprou em uma loja on-line,
disso, cada camada passa dados e informações de controle para enfim.
a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computa-
alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação, dor seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de com-
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu- putadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu- websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um
nicação física através de linhas sólidas. endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço
IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais,
como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de
8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome
de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por
8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada
octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais
do que isso.

Didatismo e Conhecimento 2
INFORMÁTICA BÁSICA
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais:
rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade, a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a
bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos reservada para aplicações futuras ou experimentais.
de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para
exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127,
alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à
são usados na identificação de computadores. própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a
ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili-
Classes de endereços IP zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser utili- maneira simultânea.
zados tanto para identificar o seu computador dentro de uma rede,
quanto para identificá-lo na internet. Endereços IP privados
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri-
tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet,
pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, es-
e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas, tes:
como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma rede local: -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
nesta, cada dispositivo conectado deve receber um endereço único. -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com
problema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas
destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede. endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um
locais quanto para utilização na internet, contamos com um es- IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um
quema de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Inter- servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba
net Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos
for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará
endereços em três classes principais e mais duas complementares. de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
São elas:
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes, Máscara de sub-rede
cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados; As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça-
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384 mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução
redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina-
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reserva- enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
do. - A: N.H.H.H;
As três primeiras classes são assim divididas para atender às - B: N.N.H.H;
seguintes necessidades: - C: N.N.N.H.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de
máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
- Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per-
necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui- mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os
da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos dispositivos.
conectados (PCs, impressoras, etc); Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara
quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos,
dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende- seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir
reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os mostra um exemplo desta relação:
dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque-
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi-
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.

Didatismo e Conhecimento 3
INFORMÁTICA BÁSICA
tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador receberá,
Identifica- quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen-
Identifica- Máscara de sub-
Classe Endereço IP dor do com- do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de internet
dor da rede -rede
putador trabalham.
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 IP nos sites
Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP.
Você percebe então que podemos ter redes com máscara Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por
255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao
classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde ponto de conseguir encontrá-lo?
há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore (ter-
haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar mo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site www.
uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as más- infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação a um
caras novamente entram em ação. servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor loca-
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na lizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o site
verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta ter-
é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a minação é consultado e assim por diante.
máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000 IPv6
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado
bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à in-
sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, ternet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um serviço
conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras, de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando este
precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1. aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet no
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o núme-
(sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em: ro de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
11111111.11111111.11111111.11100000 aplicações.
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro- A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal,
cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6,
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340.
sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fa- 282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços,
zemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em um número absurdamente alto!
cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar li-
mitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
gado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente
a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação
for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assina-
turas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da
conectar, usará o mesmo IP. quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo:
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda
vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu Finalizando
computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã, lhe Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es-
será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situa- pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até
ção: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usan- deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que
do IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência”

Didatismo e Conhecimento 4
INFORMÁTICA BÁSICA
entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar.
sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas
estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que
você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou preciso?
simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura,
nas duas especificações. que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso. por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi
Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi- procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta
tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir, relação de páginas encontradas.
informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co- A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao
mando é ifconfig. assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor-
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure
como autopeças, e assim sucessivamente.

Barra de endereços

A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá-


ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
Alguns sites interessantes:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
• www.cefetrs.tche.br (Cefet)
Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir • www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
de uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP • www.siapenet.gog.br (contracheque)
que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do • www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
whatsmyip.org.
Identificação de endereços de um site
Provedor Exemplo: http://www.pelotas.com.br
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu-
acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se nicação
com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove- WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
tenham acesso a Internet. .com -> tipo de organização
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra- ......br -> identifica o país
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores fora Tipos de Organizações:
do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em- .com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que .net -> computadores com funções de administrar redes.
estão interligadas nesta avenida. Exemplo: embratel.net
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de .org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito Home Page
um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet. vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
URL - Uniform Resource Locator um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação a busca de informações dentro das Home Pages.
de onde está localizado o computador e quais recursos este com- O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
putador oferece. Por exemplo, a URL: http://www.endereço.com/página.html
http://www.novaconcursos.com.br Por exemplo, a página principal da Pronag:
Será mais bem explicado adiante. http://www.pronag.com.br/index.html

Como descobrir um endereço na Internet?

Didatismo e Conhecimento 5
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PLUG-INS nas de hipertexto, cada um com seu endereço próprio, conhecido
Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar um desses
Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que endereços no campo chamado Endereço no navegador. O software
você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de estabelece a conexão e traz, para a tela, a página correspondente.
uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo O navegador não precisa de nenhuma configuração especial
plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e para exibir uma página da Web, mas é necessário ajustar alguns pa-
endereços sobre plug-ins são encontradas na página: râmetros para que ele seja capaz de enviar e receber algumas men-
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/ sagens de correio eletrônico e acessar grupos de discussão (news).
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/ O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nu-
uma relação de alguns deles: cleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para físicos
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.). da CERN trocar experiências sobre suas pesquisas através da exi-
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
bição de páginas de texto. Ficou claro, desde o início, o imenso
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
potencial que o WWW possuía para diversos tipos de aplicações,
etc.).
inclusive não científicas.
- Negócios e Utilitários
- Apresentações O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, ape-
nas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou
FTP - Transferência de Arquivos força extra com a inserção de um visualizador (também conhecido
Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o como browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas
seu computador. também de exibir gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se
Os programas disponíveis na Internet podem ser: Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti- por Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir
não é considerado “pirataria” a cópia deste programa. browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark An-
• Shareware: Programa demonstração que pode ser uti- dreesen partiu para a criação da Netscape Communications, cria-
lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites, dora do browser Netscape.
para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o
gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros
maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tem- browsers.
pos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros
tipos de shareware têm tempo de uso limitado. Depois de expirado Busca e pesquisa na web
este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste Os sites de busca servem para procurar por um determinado
programa. assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
Navegar nas páginas • www.google.com.br
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um docu- • http://br.altavista.com
mento normal e de links das próprias páginas. • http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/
Como salvar documentos, arquivos e sites Como fazer a pesquisa
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa.
Por exemplo:
Como copiar e colar para um editor de textos
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão www.google.com.br
direito do mouse e escolha a opção Copiar.

Abra o editor de texto clique em colar

Navegadores
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para
o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus, ler Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.
revistas eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas inte-
rativas. As informações na Web são organizadas na forma de pági-

Didatismo e Conhecimento 6
INFORMÁTICA BÁSICA

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem acento.

Opções de pesquisa

Web: pesquisa em todos os sites


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. Exemplo do resultado se uma pesquisa.

Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. Exemplo:

Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por assunto em categorias. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 7
INFORMÁTICA BÁSICA
Como escolher palavra-chave
• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência de termos
que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas que incluam todas as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam antes do sinal de menos são excluídas da pesquisa.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo em um site de pesquisa.

Por exemplo: 3+4


Irá retornar:

O resultado da pesquisa
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma empresa. As intranets ou
Webs corporativas, são redes de comunicação internas baseadas na tecnologia usada na Internet. Como um jornal editado internamente, e
que pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e departamentos, mesclando (com segurança) as suas informações particulares
dentro da estrutura de comunicações da empresa.
O grande sucesso da Internet, é particularmente da World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na evolução da informática
nos últimos anos.
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos interligados através de vínculos, ou links) e a enorme facilidade de se criar, inter-
ligar e disponibilizar documentos multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratizaram o acesso à informação através de redes de
computadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de informática e
de navegação na Internet. Finalmente, surgiram muitas ferramentas de software de custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer organi-
zação ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e colocar informação. O resultado inevitável foi a impressionante
explosão na informação disponível na Internet, que segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, que tem interessado um número cada vez maior de empresas, hospitais, faculda-
des e outras organizações interessadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu advento e disseminação promete operar uma revo-
lução tão profunda para a vida organizacional quanto o aparecimento das primeiras redes locais de computadores, no final da década de 80.

O que é Intranet?
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se referirem ao uso dentro das
empresas privadas de tecnologias projetadas para a comunicação por computador entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consiste
em uma rede privativa de computadores que se baseia nos padrões de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na tecnologia
usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão o
custo de implantação relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos programas de navegação na Web, os browsers.

Didatismo e Conhecimento 8
INFORMÁTICA BÁSICA
Objetivo de construir uma Intranet Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repositório das
Organizações constroem uma intranet porque ela é uma ferra- informações contidas na intranet. É lá que os clientes vão buscar
menta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente para economizar as páginas HTML, mensagens de e-mail ou qualquer outro tipo de
tempo, diminuir as desvantagens da distância e alavancar sobre o arquivo.
seu maior patrimônio de capital-funcionários com conhecimentos
das operações e produtos da empresa. Protocolos - São os diferentes idiomas de comunicação uti-
lizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. O primeiro é
Aplicações da Intranet o HTTP, responsável pela comunicação do browser com o servi-
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comunicações dor, em seguida vem o SMTP ligado ao envio de mensagens pelo
corporativas em uma intranet dá para simplificar o trabalho, pois e-mail, e o FTP usado na transferência de arquivos. Independen-
estamos virtualmente todos na mesma sala. De qualquer modo, é temente das aplicações utilizadas na intranet, todas as máquinas
cedo para se afirmar onde a intranet vai ser mais efetiva para unir nela ligadas devem falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo
(no sentido operacional) os diversos profissionais de uma empresa. da Internet.
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
• Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, listas Identificação do Servidor e das Estações - Depois de definidos
de preços, promoções, planejamento de eventos; os protocolos, o sistema já sabe onde achar as informações e como
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Tra- requisitá-las. Falta apenas saber o nome de quem pede e de quem
balho), planejamentos, listas de responsabilidades de membros das solicita. Para isso existem dois programas: o DNS que identifica
equipes, situações de projetos; o servidor e o DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol) que
• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sistemas atribui nome às estações clientes.
de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais de quali- Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcionários aces-
dade; sam as informações colocadas à sua disposição no servidor. Para
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, isso usam o Web browser, software que permite folhear os docu-
políticas da companhia, organograma, oportunidades de trabalho, mentos.
programas de desenvolvimento pessoal, benefícios.
Para acessar as informações disponíveis na Web corporativa, Comparando Intranet com Internet
o funcionário praticamente não precisa ser treinado. Afinal, o es- Na verdade as diferenças entre uma intranet e a Internet, é
forço de operação desses programas se resume quase somente em uma questão de semântica e de escala. Ambas utilizam as mesmas
clicar nos links que remetem às novas páginas. No entanto, a sim- técnicas e ferramentas, os mesmos protocolos de rede e os mesmos
plicidade de uma intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede produtos servidores. O conteúdo na Internet, por definição, fica
desse tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de profissio- disponível em escala mundial e inclui tudo, desde uma home-page
nais especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da de alguém com seis anos de idade até as previsões do tempo. A
intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de informações maior parte dos dados de uma empresa não se destina ao consumo
nela armazenadas. externo, na verdade, alguns dados, tais como as cifras das ven-
A intranet é baseada em quatro conceitos: das, clientes e correspondências legais, devem ser protegidos com
• Conectividade - A base de conexão dos computadores li- cuidado. E, do ponto de vista da escala, a Internet é global, uma
gados através de uma rede, e que podem transferir qualquer tipo de intranet está contida dentro de um pequeno grupo, departamento
informação digital entre si; ou organização corporativa. No extremo, há uma intranet global,
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computadores e mas ela ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
sistemas operacionais podem ser conectados de forma transparen- A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, por
te; serem uma mistura caótica de informações úteis e irrelevantes, o
• Navegação - É possível passar de um documento a outro meteórico aumento da popularidade de sites da Web dedicados a
através de referências ou vínculos de hipertexto, que facilitam o índices e mecanismos de busca é uma medida da necessidade de
acesso não linear aos documentos; uma abordagem organizada. Uma intranet aproveita a utilidade da
• Execução Distribuída - Determinadas tarefas de acesso Internet e da Web num ambiente controlado e seguro.
ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à execução de
programas aplicativos, que podem estar no servidor, ou nos micro- Vantagens e Desvantagens da Intranet
computadores que acessam a rede (também chamados de clientes, Alguns dos benefícios são:
daí surgiu à expressão que caracteriza a arquitetura da intranet: • Redução de custos de impressão, papel, distribuição de soft-
cliente-servidor). A vantagem da intranet é que esses programas ware, e-mail e processamento de pedidos;
são ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade. • Redução de despesas com telefonemas e pessoal no suporte
Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande impor- telefônico;
tância no desenvolvimento de softwares aplicativos que obedeçam • Maior facilidade e rapidez no acesso as informações técnicas
aos três conceitos anteriores. e de marketing;
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações remotas;
Como montar uma Intranet • Incrementando o acesso a informações da concorrência;
Basicamente a montagem de uma intranet consiste em usar as • Uma base de pesquisa mais compreensiva;
estruturas de redes locais existentes na maioria das empresas, e em • Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e parceiros
instalar um servidor Web. (revendas);

Didatismo e Conhecimento 9
INFORMÁTICA BÁSICA
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso à infor- Autenticação - É o processo que consiste em verificar se um
mação; usuário é realmente quem alega ser. Os documentos e dados podem
• Uma única interface amigável e consistente para aprender ser protegidos através da solicitação de uma combinação de nome
e usar; do usuário/senha, ou da verificação do endereço IP do solicitante,
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); ou de ambas. Os usuários autenticados têm o acesso autorizado ou
• As informações disponíveis são visualizadas com clareza; negado a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
• Redução de tempo na pesquisa a informações; ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e informa-
ção; Criptografia - É a conversão dos dados para um formato que
• Redução no tempo de configuração e atualização dos siste- pode ser lido por alguém que tenha uma chave secreta de descrip-
mas; tografia. Um método de criptografia amplamente utilizado para a
• Simplificação e/ou redução das licenças de software e ou- segurança de transações Web é a tecnologia de chave pública, que
tros;
constitui a base do HTTPS - um protocolo Web seguro;
• Redução de custos de documentação;
• Redução de custos de suporte;
Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação segura
• Redução de redundância na criação e manutenção de pági-
nas; entre uma intranet e a Internet através de servidores proxy, que são
• Redução de custos de arquivamento; programas que residem no firewall e permitem (ou não) a trans-
• Compartilhamento de recursos e habilidade. missão de pacotes com base no serviço que está sendo solicitado.
Um proxy HTTP, por exemplo, pode permitir que navegadores
Webs internos da empresa acessem servidores Web externos, mas
Alguns dos empecilhos são: não o contrário.
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de colaboração, Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
não são tão poderosos quanto os oferecidos pelos programas para Os dispositivos para a realização de cópias de segurança do(s)
grupos de trabalho tradicionais. É necessário configurar e manter servidor(es) constituem uma das peças de especial importância.
aplicativos separados, como e-mail e servidores Web, em vez de Por exemplo, unidades de disco amovíveis com grande capacidade
usar um sistema unificado, como faria com um pacote de software de armazenamento, tapes...
para grupo de trabalho; Queremos ainda referir que para o funcionamento de uma
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número limitado rede existem outros conceitos como topologias/configurações
de ferramentas para conectar um servidor Web a bancos de da- (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede em árvore, rede
dos ou outros aplicativos back-end. As intranets exigem uma rede em malha …), métodos de acesso, tipos de cabos, protocolos de
TCP/IP, ao contrário de outras soluções de software para grupo de comunicação, velocidade de transmissão …
trabalho que funcionam com os protocolos de transmissão de redes
local existentes; EXTRANET
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não apre- A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de compu-
sentam nenhuma replicação embutida para usuários remotos. A tadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte
HMTL não é poderosa o suficiente para desenvolver aplicativos do seu sistema de informação.
cliente/servidor. A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de compu-
Como a Intranet é ligada à Internet tadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte
do seu sistema de informação.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o conceito con-
funde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser vista como
uma parte da empresa que é estendida a usuários externos (“rede
extra-empresa”), tais como representantes e clientes. Outro uso co-
mum do termo Extranet ocorre na designação da “parte privada”
de um site, onde somente “usuários registrados” podem navegar,
previamente autenticados por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um Portal (in-
ternet) estabelecido na web de forma que pessoas e funcionários
de uma empresa consigam ter acesso à intranet através de redes
externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via Web
por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet é uma
rede restrita à empresa que utiliza as mesmas tecnologias presentes
Segurança da Intranet na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc.
Três tecnologias fornecem segurança ao armazenamento e à A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os
troca de dados em uma rede: autenticação, controle de acesso e funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhe-
criptografia. cimento que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções.

Didatismo e Conhecimento 10
INFORMÁTICA BÁSICA
Exemplificando uma rede de conexões privadas, baseada na MAINFRAMES
Internet, utilizada entre departamentos de uma empresa ou parcei-
ros externos, na cadeia de abastecimento, trocando informações
sobre compras, vendas, fabricação, distribuição, contabilidade en-
tre outros.

2. CONCEITOS E MODOS DE
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS,
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E
PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA.

HISTÓRICO

Os primeiros computadores construídos pelo homem foram


idealizados como máquinas para processar números (o que conhe-
cemos hoje como calculadoras), porém, tudo era feito fisicamente. Os computadores podem ser classificados pelo porte. Basica-
Existia ainda um problema, porque as máquinas processavam mente, existem os de grande porte ― mainframes ― e os de pe-
os números, faziam operações aritméticas, mas depois não sabiam queno porte ― microcomputadores ― sendo estes últimos dividi-
o que fazer com o resultado, ou seja, eram simplesmente máquinas dos em duas categorias: desktops ou torres e portáteis (notebooks,
de calcular, não recebiam instruções diferentes e nem possuíam laptops, handhelds e smartphones).
uma memória. Até então, os computadores eram utilizados para Conceitualmente, todos eles realizam funções internas idênti-
pouquíssimas funções, como calcular impostos e outras operações. cas, mas em escalas diferentes.
Os computadores de uso mais abrangente apareceram logo depois Os mainframes se destacam por ter alto poder de processa-
da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desenvolveram ― secre- mento, muita capacidade de memória e por controlar atividades
tamente, durante o período ― o primeiro grande computador que com grande volume de dados. Seu custo é bastante elevado. São
calculava trajetórias balísticas. A partir daí, o computador come- encontrados, geralmente, em bancos, grandes empresas e centros
çou a evoluir num ritmo cada vez mais acelerado, até chegar aos de pesquisa.
dias de hoje.
CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
Código Binário, Bit e Byte
A classificação de um computador pode ser feita de diversas
O sistema binário (ou código binário) é uma representação nu- maneiras. Podem ser avaliados:
mérica na qual qualquer unidade pode ser demonstrada usando-se • Capacidade de processamento;
apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é a única linguagem que os compu- • Velocidade de processamento;
tadores entendem. Cada um dos dígitos utilizados no sistema biná- • Capacidade de armazenamento das informações;
rio é chamado de Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e • Sofisticação do software disponível e compatibilidade;
representa a menor unidade de informação do computador. • Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Processing
Os computadores geralmente operam com grupos de bits. Um Uni), Unidade Central de Processamento.
grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode ser usado na re-
presentação de caracteres, como uma letra (A-Z), um número (0-9) TIPOS DE MICROCOMPUTADORES
ou outro símbolo qualquer (#, %, *,?, @), entre outros.
Assim como podemos medir distâncias, quilos, tamanhos etc., Os microcomputadores atendem a uma infinidade de aplica-
também podemos medir o tamanho das informações e a velocidade ções. São divididos em duas plataformas: PC (computadores pes-
de processamento dos computadores. A medida padrão utilizada é soais) e Macintosh (Apple).
o byte e seus múltiplos, conforme demonstramos na tabela abaixo: Os dois padrões têm diversos modelos, configurações e op-
cionais. Além disso, podemos dividir os microcomputadores em
desktops, que são os computadores de mesa, com uma torre, tecla-
do, mouse e monitor e portáteis, que podem ser levados a qualquer
lugar.

DESKTOPS
São os computadores mais comuns. Geralmente dispõem de
teclado, mouse, monitor e gabinete separados fisicamente e não
são movidos de lugar frequentemente, uma vez que têm todos os
componentes ligados por cabos.

Didatismo e Conhecimento 11
INFORMÁTICA BÁSICA
São compostos por: Para que um sistema de processamento de dados funcione ao
• Monitor (vídeo) contento, faz-se necessário que três elementos funcionem em per-
• Teclado feita harmonia, são eles:
• Mouse
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memórias, dri- Hardware
ves, disco rígido (HD), modem, portas USB etc.
Hardware é toda a parte física que compõe o sistema de pro-
PORTÁTEIS cessamento de dados: equipamentos e suprimentos tais como:
CPU, disquetes, formulários, impressoras.
Os computadores portáteis possuem todas as partes integradas
num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e gabinete em uma úni- Software
ca peça. Os computadores portáteis começaram a aparecer no iní-
cio dos anos 80, nos Estados Unidos e hoje podem ser encontrados É toda a parte lógica do sistema de processamento de dados.
nos mais diferentes formatos e tamanhos, destinados a diferentes Desde os dados que armazenamos no hardware, até os programas
tipos de operações. que os processam.
LAPTOPS Peopleware

Também chamados de notebooks, são computadores portáteis, Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles que usam
leves e produzidos para serem transportados facilmente. Os lap- a informática como um meio para a sua atividade fim), progra-
tops possuem tela, geralmente de Liquid Crystal Display (LCD), madores e analistas de sistemas (aqueles que usam a informática
teclado, mouse (touchpad), disco rígido, drive de CD/DVD e por- como uma atividade fim).
tas de conexão. Seu nome vem da junção das palavras em inglês Embora não pareça, a parte mais complexa de um sistema
lap (colo) e top (em cima), significando “computador que cabe no de processamento de dados é, sem dúvida o Peopleware, pois por
colo de qualquer pessoa”. mais moderna que sejam os equipamentos, por mais fartos que se-
jam os suprimentos, e por mais inteligente que se apresente o soft-
NETBOOKS ware, de nada adiantará se as pessoas (peopleware) não estiverem
devidamente treinadas a fazer e usar a informática.
São computadores portáteis muito parecidos com o notebook, O alto e acelerado crescimento tecnológico vem aprimoran-
porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais baratos e não pos- do o hardware, seguido de perto pelo software. Equipamentos que
suem drives de CD/ DVD.
cabem na palma da mão, softwares que transformam fantasia em
realidade virtual não são mais novidades. Entretanto ainda temos
PDA
em nossas empresas pessoas que sequer tocaram algum dia em um
teclado de computador.
É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e também
Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relacionamento
são conhecidos como palmtops. São computadores pequenos e,
entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente processamento
geralmente, não possuem teclado. Para a entrada de dados, sua tela
é sensível ao toque. É um assistente pessoal com boa quantidade da informação, sucateando e subutilizando equipamentos e softwa-
de memória e diversos programas para uso específico. res. Isto pode ser vislumbrado, sobretudo nas instituições públicas.

SMARTPHONES POR DENTRO DO GABINETE

São telefones celulares de última geração. Possuem alta ca-


pacidade de processamento, grande potencial de armazenamento,
acesso à Internet, reproduzem músicas, vídeos e têm outras fun-
cionalidades.

Sistema de Processamento de Dados

Quando falamos em “Processamento de Dados” tratamos de


uma grande variedade de atividades que ocorre tanto nas organi-
zações industriais e comerciais, quanto na vida diária de cada um
de nós.
Para tentarmos definir o que seja processamento de dados te-
mos de ver o que existe em comum em todas estas atividades. Ao Identificaremos as partes internas do computador, localizadas
analisarmos, podemos perceber que em todas elas são dadas certas no gabinete ou torre:
informações iniciais, as quais chamamos de dados.
E que estes dados foram sujeitos a certas transformações, com • Motherboard (placa-mãe)
as quais foram obtidas as informações. • Processador
O processamento de dados sempre envolve três fases essen- • Memórias
ciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da Informação. • Fonte de Energia

Didatismo e Conhecimento 12
INFORMÁTICA BÁSICA
• Cabos
• Drivers
• Portas de Entrada/Saída

MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)

É uma das partes mais importantes do computador. A mo- O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo EPROM
therboard é uma placa de circuitos integrados que serve de suporte (Erased Programmable Read Only Memory). É um tipo de memória
para todas as partes do computador. “não volátil”, isto é, desligando o computador não há a perda das
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de alguma ma- informações (programas) nela contida. O BIOS é contem 2 progra-
neira, seja por cabos ou por meio de barramentos. mas: POST (Power On Self Test) e SETUP para teste do sistema
A placa mãe é desenvolvida para atender às características e configuração dos parâmetros de inicialização, respectivamente, e
especificas de famílias de processadores, incluindo até a possibi- de funções básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo
lidade de uso de processadores ainda não lançados, mas que apre- Sistema Operacional.
Quando inicializamos o sistema, um programa chamado POST
sentem as mesmas características previstas na placa.
conta a memória disponível, identifica dispositivos plug-and-play e
A placa mãe é determinante quanto aos componentes que po-
realiza uma checagem geral dos componentes instalados, verifican-
dem ser utilizados no micro e sobre as possibilidades de upgrade,
do se existe algo de errado com algum componente. Após o término
influenciando diretamente na performance do micro.
desses testes, é emitido um relatório com várias informações sobre
o hardware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil e
Diversos componentes integram a placa-mãe, como:
rápida de verificar a configuração de um computador. Para paralisar
• Chipset a imagem tempo suficiente para conseguir ler as informações, basta
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao microcomputa- pressionar a tecla “pause/break” do teclado.
dor que gerenciam praticamente todo o funcionamento da placa- Caso seja constatado algum problema durante o POST, serão
mãe (controle de memória cache, DRAM, controle do buffer de emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro encontrado. Por
dados, interface com a CPU, etc.). isso, é fundamental a existência de um alto-falante conectado à pla-
O chipset é composto internamente de vários outros peque- ca mãe.
nos chips, um para cada função que ele executa. Há um chip con- Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de memó-
trolador das interfaces IDE, outro controlador das memórias, etc. ria com tecnologia flash. Memórias que podem ser atualizadas por
Existem diversos modelos de chipsets, cada um com recursos bem software e também não perdem seus dados quando o computador é
diferentes. desligado, sem necessidade de alimentação permanente.
Devido à complexidade das motherboards, da sofisticação dos As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix. 50%
sistemas operacionais e do crescente aumento do clock, o chipset é dos micros utilizam BIOS AMI.
o conjunto de CIs (circuitos integrados) mais importante do micro-
computador. Fazendo uma analogia com uma orquestra, enquanto • Memória CMOS
o processador é o maestro, o chipset seria o resto!
CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) é uma
• BIOS memória formada por circuitos integrados de baixíssimo consumo
de energia, onde ficam armazenadas as informações do sistema (se-
O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico de tup), acessados no momento do BOOT. Estes dados são atribuídos
entrada e saída, é a primeira camada de software do micro, um pe- na montagem do microcomputador refletindo sua configuração (tipo
queno programa que tem a função de “iniciar” o microcomputador. de winchester, números e tipo de drives, data e hora, configurações
Durante o processo de inicialização, o BIOS é o responsável pelo gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo armazenados na
reconhecimento dos componentes de hardware instalados, dar o CMOS enquanto houver alimentação da bateria interna. Algumas
boot, e prover informações básicas para o funcionamento do sis- alterações no hardware (troca e/ou inclusão de novos componentes)
tema. podem implicar na alteração de alguns desses parâmetros.
O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a uti- Muitos desses itens estão diretamente relacionados com o pro-
lização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, Hurd, cessador e seu chipset e portanto é recomendável usar os valores
BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS que estão default sugerido pelo fabricante da BIOS. Mudanças nesses parâ-
descritos os elementos necessários para operacionalizar o Hardwa- metros pode ocasionar o travamento da máquina, intermitência na
re, possibilitando aos diversos S.O. acesso aos recursos independe operação, mau funcionamento dos drives e até perda de dados do
de suas características específicas. HD.

Didatismo e Conhecimento 13
INFORMÁTICA BÁSICA
• Slots para módulos de memória Assim como a velocidade de clock, a arquitetura interna de
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória eram um microprocessador tem influência na sua performance. Dessa
encaixados (ou até soldados) diretamente na placa mãe, um a um. forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de clock não necessa-
O agrupamento dos chips de memória em módulos (pentes), ini- riamente trabalham igualmente. Enquanto um processador Intel
cialmente de 30 vias, e depois com 72 e 168 vias, permitiu maior 80286 requer 20 ciclos para multiplicar 2 números, um Intel 80486
versatilidade na composição dos bancos de memória de acordo (ou superior) pode fazer o mesmo cálculo em um simples ciclo.
com as necessidades das aplicações e dos recursos financeiros dis- Por essa razão, estes novos processadores poderiam ser 20 vezes
poníveis. mais rápido que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
Durante o período de transição para uma nova tecnologia é mesma. Além disso, alguns microprocessadores são superescalar,
comum encontrar placas mãe com slots para mais de um modelo. o que significa que eles podem executar mais de uma instrução
Atualmente as placas estão sendo produzidas apenas com módulos por ciclo.
de 168 vias, mas algumas comportam memórias de mais de um Como as CPUs, os barramentos de expansão também têm a
tipo (não simultaneamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocidades de clock da
• Clock CPU e dos barramentos fossem a mesma para que um componente
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que gera um não deixe o outro mais lento. Na prática, a velocidade de clock dos
pulso elétrico. A função do clock é sincronizar todos os circuitos barramentos é mais lenta que a velocidade da CPU.
da placa mãe e também os circuitos internos do processador para • Overclock
que o sistema trabalhe harmonicamente. Overclock é o aumento da frequência do processador para que
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são medidos ele trabalhe mais rapidamente.
pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz (Hz). 1 MHz é A frequência de operação dos computadores domésticos é de-
igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Normalmente os proces- terminada por dois fatores:
sadores são referenciados pelo clock ou frequência de operação: • A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida também
Pentium IV 2.8 MHz. como velocidade de barramento, que nos computadores Pentium
pode ser de 50, 60 e 66 MHz.
PROCESSADOR • Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 que
permite ao processador trabalhar internamente a uma velocidade
maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os outros periféricos
do computador (memória RAM, cache L2, placa de vídeo, etc.)
continuam trabalhando na velocidade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha com
velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador de 2,5x. Fa-
zendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o processador trabalha a
166 MHz, mas se comunica com os demais componentes do micro
a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exemplo aci-
ma), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simplesmente aumen-
tando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x. Caso a placa-mãe
permita, pode-se usar um barramento de 75 ou até mesmo 83 MHz
O microprocessador, também conhecido como processador, (algumas placas mais modernas suportam essa velocidade de bar-
consiste num circuito integrado construído para realizar cálculos ramento). Neste caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x,
e operações. Ele é a parte principal do computador, mas está longe o Pentium 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208
de ser uma máquina completa por si só: para interagir com o usuá- MHz (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
rio é necessário memória, dispositivos de entrada e saída, conver- podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de configu-
sores de sinais, entre outros. ração da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mesma.
É o processador quem determina a velocidade de processa- O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe pode criar
mento dos dados na máquina. Os primeiros modelos comerciais problemas caso algum periférico (como memória RAM, cache L2,
começaram a surgir no início dos anos 80. etc.) não suporte essa velocidade.
• Clock Speed ou Clock Rate Quando se faz um overclock, o processador passa a trabalhar
É a velocidade pela qual um microprocessador executa instru- a uma velocidade maior do que ele foi projetado, fazendo com que
ções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções uma CPU pode haja um maior aquecimento do mesmo. Com isto, reduz-se a vida
executar por segundo. útil do processador de cerca de 20 para 10 anos (o que não chega
Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do pro- a ser um problema já que os processadores rapidamente se tornam
cessador. Porém, alguns computadores têm uma “chave” que per- obsoletos). Esse aquecimento excessivo pode causar também fre-
mite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. Isto é útil porque quentes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante o
programas desenvolvidos para trabalhar em uma máquina com alta seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
velocidade de clock podem não trabalhar corretamente em uma Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um coo-
máquina com velocidade de clock mais lenta, e vice versa. Além ler (ventilador que fica sobre o processador para reduzir seu aque-
disso, alguns componentes de expansão podem não ser capazes de cimento) de qualidade e, em alguns casos, uma pasta térmica espe-
trabalhar a alta velocidade de clock. cial que é passada diretamente sobre a superfície do processador.

Didatismo e Conhecimento 14
INFORMÁTICA BÁSICA
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou quad, É um aparelho que transforma a corrente de eletricidade alter-
essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do processador, nada (que vem da rua), em corrente contínua, para ser usada nos
onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). Nos modelos computadores. Sua função é alimentar todas as partes do com-
DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que proporciona uma putador com energia elétrica apropriada para seu funcionamento.
execução de duas instruções efetivamente ao mesmo tempo, em- Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por meio de
bora isto não aconteça o tempo todo. Basta uma instrução precisar cabos coloridos com conectores nas pontas.
de um dado gerado por sua “concorrente” que a execução paralela CABOS
torna-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo término
da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadru-
plicado.
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, empresa
que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos também alguns con-
correntes famosos dessa marca, tais como NEC, Cyrix e AMD;
sendo que atualmente apenas essa última marca mantém-se fazen-
do frente aos lançamentos da INTEL no mercado. Por exemplo,
um modelo muito popular de 386 foi o de 40 MHz, que nunca
foi feito pela INTEL, cujo 386 mais veloz era de 33 MHz, esse
processador foi obra da AMD. Desde o lançamento da linha Pen- Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro do gabi-
tium, a AMD foi obrigada a criar também novas denominações nete: podem ser de energia ou de dados e conectam dispositivos,
para seus processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2, como discos rígidos, drives de CDs e DVDs, LEDs (luzes), botão
K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron) e os liga/desliga, entre outros, à placa-mãe.
mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom. Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, SATA,
SATA2, energia e som.
MEMÓRIAS
DRIVERS

Vamos chamar de memória o que muitos autores denominam


memória primária, que é a memória interna do computador, sem a São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou removíveis
qual ele não funciona. - de armazenamento de dados, nos quais a informação é gravada
A memória é formada, geralmente, por chips e é utilizada para por meio digital, ótico, magnético ou mecânico.
guardar a informação para o processador num determinado mo- Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD, os dri-
mento, por exemplo, quando um programa está sendo executado. ves de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais antigos
As memórias ROM (Read Only Memory - Memória Somen- ainda apresentam drives de disquetes, que são bem pouco usados
te de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Memória de devido à baixa capacidade de armazenamento. Todos os drives são
Acesso Randômico) ficam localizadas junto à placa-mãe. A ROM ligados ao computador por meio de cabos.
são chips soldados à placa-mãe, enquanto a RAM são “pentes” de
memória. PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA

FONTE DE ENERGIA

Didatismo e Conhecimento 15
INFORMÁTICA BÁSICA
São as portas do computador nas quais se conectam todos os • Programmable Read-Only Memory (Prom)
periféricos. São utilizadas para entrada e saída de dados. Os com- É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sendo pro-
putadores de hoje apresentam normalmente as portas USB, VGA, gramada posteriormente. Uma vez gravados os dados, eles não
FireWire, HDMI, Ethernet e Modem. podem ser alterados. Este tipo de memória é usado em vários dis-
positivos, assim como em placas-mãe antigas.
Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao computador
por meio dessas Portas: modem, monitor, pen drive, HD externo, Memoria RAM
scanner, impressora, microfone, Caixas de som, mouse, teclado
etc.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante usadas,


como as portas paralelas (impressoras e scanners) e as portas
PS/2(mouses e teclados).

MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DE ARMAZENAMENTO

Memórias
Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso alea-
Memória ROM tório onde são armazenados dados em tempo de processamento,
isto é, enquanto o computador está ligado e, também, todas as in-
formações que estiverem sendo executadas, pois essa memória é
mantida por pulsos elétricos. Todo conteúdo dela é apagado ao
desligar-se a máquina, por isso é chamada também de volátil.
O módulo de memória é um componente adicionado à placa-
mãe. É composto de uma série de pequenos circuitos integrados,
chamados chip de RAM. A memória pode ser aumentada, de acor-
do com o tipo de equipamento ou das necessidades do usuário. O
local onde os chips de memória são instalados chama-se SLOT de
No microcomputador também se encontram as memórias de- memória.
finidas como dispositivos eletrônicos responsáveis pelo armaze- A memória ganhou melhor desempenho com versões mais po-
namento de informações e instruções utilizadas pelo computador. derosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâmica), EDO
(Extended Data Out - Saída Estendida Dados), entre outras, que
Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em que proporcionam um aumento no desempenho de 10% a 30% em
os dados não se perdem quando o computador é desligado. Este comparação à RAM tradicional. Hoje, as memórias mais utilizadas
tipo de memória é ideal para guardar dados da BIOS (Basic Input/ são do tipo DDR2 e DDR3.
Output System - Sistema Básico de Entrada/Saída) da placa-mãe
e outros dispositivos. Memória Cache

Os tipos de ROM usados atualmente são:

• Electrically-Erasable Programmable Read-Only Me-


mory (Eeprom)
É um tipo de PROM que pode ser apagada simplesmente com
uma carga elétrica, podendo ser, posteriormente, gravada com no-
vos dados. Depois da NVRAM é o tipo de memória ROM mais
utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)


Também conhecida como flash RAM ou memória flash, a
NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os dados
quando desligada. Este tipo de memória é o mais usado atualmen-
te para armazenar os dados da BIOS, não só da placa-mãe, mas A memória cache é um tipo de memória de acesso rápido uti-
de vários outros dispositivos, como modems, gravadores de CD lizada, exclusivamente, para armazenamento de dados que prova-
-ROM etc. velmente serão usados novamente.
É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado em Quando executamos algum programa, por exemplo, parte das
memória flash que permite realizarmos upgrades de BIOS. Na instruções fica guardada nesta memória para que, caso posterior-
verdade essa não é exatamente uma memória ROM, já que pode mente seja necessário abrir o programa novamente, sua execução
ser reescrita, mas a substitui com vantagens. seja mais rápida.

Didatismo e Conhecimento 16
INFORMÁTICA BÁSICA
Atualmente, a memória cache já é estendida a outros dispo- CD, CD-R e CD-RW
sitivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos dados. Os pro- O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de 80
cessadores e os HDs, por exemplo, já utilizam este tipo de arma- e é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados digi-
zenamento. talmente.
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
• Uma camada de policarbonato (espécie de plástico),
Disco Rígido (HD) onde ficam armazenados os dados
• Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de re-
fletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos

Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem


um relevo de partes planas e partes baixas que representam os bits.
Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação. Temos
hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:

1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)

2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)

3. CD-RW
O disco rígido é popularmente conhecido como HD (Hard (que pode ter seus dados apagados e regravados)
Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, de memó- Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de 700
ria, mas ao contrário da memória RAM, quando o computador é MB ou 80 minutos de música.
desligado, não perde as informações.
O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para armaze- DVD, DVD-R e DVD-RW
namento de informações indispensável ao funcionamento do com-
putador. É nele que ficam guardados todos os dados e arquivos, O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é hoje
incluindo o sistema operacional. Geralmente é ligado à placa-mãe o formato mais comum para armazenamento de vídeo digital. Foi
por meio de um cabo, que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2. inventado no final dos anos 90, mas só se popularizou depois do
ano 2000. Assim como o CD, é composto por quatro camadas,
HD Externo com a diferença de que o feixe de laser que lê e grava as informa-
ções é menor, possibilitando uma espiral maior no disco, o que
proporciona maior capacidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R de
gravação única e RW que possibilita a regravação de dados. A
capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB de
dados, existindo ainda um tipo de DVD chamado Dual Layer, que
contém duas camadas de gravação, cuja capacidade de armazena-
mento chega a 8,5 GB.
Blu-Ray

O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia entre


25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas de
gravação.
Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capa- Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD
cidade de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Tera- comuns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitu-
bytes. Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer entrada ra é ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem
USB do computador. maior de dados no disco.
O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico
As grandes vantagens destes dispositivos são: que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta
• Alta capacidade de armazenamento; azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por
• Facilidade de instalação; fins jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre
• Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lugar comercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido
sem necessidade de abrir o computador. no mercado no ano de 2006.

Didatismo e Conhecimento 17
INFORMÁTICA BÁSICA
Pen Drive Entrada

São dispositivos que possuem a função de inserir dados ao


computador, por exemplo: teclado, scanner, caneta óptica, leitor
de código de barras, mesa digitalizadora, mouse, microfone, joys-
tick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera fotográfica digital, câmera de
vídeo, webcam etc.

Mouse

É um dispositivo de armazenamento de dados em memória


flash e conecta-se ao computador por uma porta USB. Ele com-
bina diversas tecnologias antigas com baixo custo, baixo consumo
de energia e tamanho reduzido, graças aos avanços nos micro-
processadores. Funciona, basicamente, como um HD externo e
quando conectado ao computador pode ser visualizado como um
drive. O pen drive também é conhecido como thumbdrive (por ter
o tamanho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdrive É utilizado para selecionar operações dentro de uma tela apre-
(por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível. sentada. Seu movimento controla a posição do cursor na tela e
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos CDs, ou apenas clicando (pressionando) um dos botões sobre o que você
seja, armazenar dados para serem transportados, porém, com uma precisa, rapidamente a operação estará definida.
capacidade maior, chegando a 256 GB. O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias Macin-
tosh e Windows, tornando-se indispensável para a utilização do
Cartão de Memória microcomputador.

Touchpad

Assim como o pen drive, o cartão de memória é um tipo de


dispositivo de armazenamento de dados com memória flash, muito
encontrado em máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares
smartphones.
Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas e nos
telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, ringtones, en- Existem alguns modelos diferentes de mouse para notebooks,
dereços, números de telefone etc. como o touchpad, que é um item de fábrica na maioria deles.
O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri- É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a mesma
ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo funcionalidade do mouse. Para movimentar o cursor na tela, pas-
e é bem mais compacto. sa-se o dedo levemente sobre a área do touchpad.
Os formatos mais conhecidos são:
• Memory Stick Duo Teclado
• SD (Secure Digital Card)
• Mini SD
• Micro SD

OS PERIFÉRICOS

Os periféricos são partes extremamente importantes dos com-


putadores. São eles que, muitas vezes, definem sua aplicação.

Didatismo e Conhecimento 18
INFORMÁTICA BÁSICA
É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada de da-
dos no computador.
Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi pouco
alterado. Possui teclas representando letras, números e símbolos,
bem como teclas com funções específicas (F1... F12, ESC etc.).

Câmera Digital

Scanner

Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes foto-


gráficos. As imagens são capturadas e gravadas numa memória
interna ou, ainda, mais comumente, em cartões de memória.
O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos é o
JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao computador por meio
de um cabo ou, nos computadores mais modernos, colocando-se o
cartão de memória diretamente no leitor.
É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à memória
Câmeras de Vídeo do computador uma imagem desenhada, pintada ou fotografada.
Ele é formado por minúsculos sensores fotoelétricos, geralmente
distribuídos de forma linear. Cada linha da imagem é percorrida
por um feixe de luz. Ao mesmo tempo, os sensores varrem (per-
correm) esse espaço e armazenam a quantidade de luz refletida por
cada um dos pontos da linha.
A princípio, essas informações são convertidas em cargas elé-
tricas que, depois, ainda no scanner, são transformadas em valores
numéricos. O computador decodifica esses números, armazena-os
e pode transformá-los novamente em imagem. Após a imagem ser
As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são também convertida para a tela, pode ser gravada e impressa como qualquer
aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras de vídeo digitais outro arquivo.
ligam-se ao microcomputador por meio de cabos de conexão e per- Existem scanners que funcionam apenas em preto e branco e
mitem levar a ele as imagens em movimento e alterá-las utilizando outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, os sensores pas-
um programa de edição de imagens. Existe, ainda, a possibilidade sam apenas uma vez por cada ponto da imagem. Os aparelhos de
de transmitir as imagens por meio de placas de captura de vídeo, fax possuem um scanner desse tipo para captar o documento. Para
que podem funcionar interna ou externamente no computador. capturar as cores é preciso varrer a imagem três vezes: uma regis-
tra o verde, outra o vermelho e outra o azul.
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou menor
definição. Isso é determinado pelo número de pontos por polega-
da (ppp) que os sensores fotoelétricos podem ler. As capacidades
variam de 300 a 4800 ppp. Alguns modelos contam, ainda, com
softwares de reconhecimento de escrita, denominados OCR.
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para os
scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de supermer-
cados, para ler os códigos de barras dos produtos vendidos.

Didatismo e Conhecimento 19
INFORMÁTICA BÁSICA
Webcam A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por minúsculos
cristais líquidos na formação dos feixes de luz até a montagem dos
pixels. Com este recurso, pode-se aumentar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade da
imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo campo de
visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos movimen-
tos de vídeo
Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ganhando
força no mercado, o LED. A principal diferença entre LED x LCD
está diretamente ligado à tela. Em vez de células de cristal líquido,
os LED possuem diodos emissores de luz (Light Emitting Diode)
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as transfere ins- que fornecem o conjunto de luzes básicas (verde, vermelho e azul).
tantaneamente para o computador. A maioria delas não tem alta Eles não aquecem para emitir luz e não precisam de uma luz bran-
resolução, já que as imagens têm a finalidade de serem transmi- ca por trás, o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
tidas a outro computador via Internet, ou seja, não podem gerar tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
um arquivo muito grande, para que possam ser transmitidas mais A definição de cores também é superior, principalmente do
rapidamente. preto, que possui fidelidade não encontrada em nenhuma das de-
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate-papo) mais tecnologias disponíveis no mercado.
com suporte para webcam. Os participantes podem conversar e Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED tam-
visualizar a imagem um do outro enquanto conversam. Nos lap- bém pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma polegada de
tops e notebooks mais modernos, a câmera já vem integrada ao espessura. Isso resultado num monitor de design mais agradável e
computador. bem mais leve.
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam o
Saída tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não deram
São dispositivos utilizados para saída de dados do computa- continuidade à produção dos equipamentos com tubo de imagem.
dor, por exemplo: monitor, impressora, projetor, caixa de som etc. Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geralmente,
13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando com imagens,
Monitor cores, movimentos e animações multimídia, sentiu-se a necessida-
É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão) que tem de de produzir telas maiores.
a função de exibir a saída de dados. Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes formatos
A qualidade do que é mostrado na tela depende da resolução e tamanhos. As televisões mais modernas apresentam uma entrada
do monitor, designada pelos pontos (pixels - Picture Elements), VGA ou HDMI, para que computadores sejam conectados a elas.
que podem ser representados na sua superfície.
Todas as imagens que você vê na tela são compostas de cen- Impressora Jato de Tinta
tenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Quanto mais
pixels, maior a resolução e mais detalhada será a imagem na tela.
Uma resolução de 640 x 480 significa 640 pixels por linha e 480
linhas na tela, resultando em 307.200 pixels.
A placa gráfica permite que as informações saiam do compu-
tador e sejam apresentadas no monitor. A placa determina quantas
cores você verá e qual a qualidade dos gráficos e imagens apre-
sentadas.
Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou seja, apre-
sentavam apenas uma cor e suas tonalidades, mostrando os textos
em branco ou verde sobre um fundo preto. Depois, surgiram os Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet (como
policromáticos, trabalhando com várias cores e suas tonalidades. também são chamadas), são as mais populares do mercado. Silen-
A tecnologia utilizada nos monitores também tem acompa- ciosas, elas oferecem qualidade de impressão e eficiência.
nhado o mercado de informática. Procurou-se reduzir o consumo A impressora jato de tinta forma imagens lançando a tinta di-
de energia e a emissão de radiação eletromagnética. Outras ino- retamente sobre o papel, produzindo os caracteres como se fossem
vações, como controles digitais, tela plana e recursos multimídia contínuos. Imprime sobre papéis especiais e transparências e são
contribuíram nas mudanças. bastante versáteis. Possuem fontes (tipos de letras) internas e acei-
Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays Tube tam fontes via software. Também preparam documentos em preto
(CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo princípio da TV), e branco e possuem cartuchos de tinta independentes, um preto e
em que um canhão dispara por trás o feixe de luz e a imagem é outro colorido.
mostrada no vídeo. Uma grande evolução foi o surgimento de
uma tela especial, a Liquid Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal
Líquido.

Didatismo e Conhecimento 20
INFORMÁTICA BÁSICA
Impressora Laser Projetor

É um equipamento muito utilizado em apresentações multi-


mídia.
Antigamente, as informações de uma apresentação eram im-
pressas em transparências e ampliadas num retroprojetor, mas,
com o avanço tecnológico, os projetores têm auxiliado muito nesta
área.
Quando conectados ao computador, esses equipamentos re-
produzem o que está na tela do computador em dimensões amplia-
das, para que várias pessoas vejam ao mesmo tempo.

Entrada/Saída
As impressoras a laser apresentam elevada qualidade de im- São dispositivos que possuem tanto a função de inserir dados,
pressão, aliada a uma velocidade muito superior. Utilizam folhas quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen drive, modem,
avulsas e são bastante silenciosas. CD-RW, DVD-RW, tela sensível ao toque, impressora multifun-
Possuem fontes internas e também aceitam fontes via software cional, etc.
(dependendo da quantidade de memória). Algumas possuem um IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser clas-
recurso que ajusta automaticamente as configurações de cor, elimi- sificada como periférico de Entrada/Saída, pois sua principal ca-
nando a falta de precisão na impressão colorida, podendo atingir racterística é a de realizar os papeis de impressora (Saída) e scan-
uma resolução de 1.200 dpi (dots per inch - pontos por polegada). ner (Entrada) no mesmo dispositivo.

Impressora a Cera BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS

Categoria de impressora criada para ter cor no impresso com Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são con-
qualidade de laser, porém o custo elevado de manutenção aliado ao juntos de fios que normalmente estão presentes em todas as placas
surgimento da laser colorida fizeram essa tecnologia ser esquecida. do computador.
A ideia aqui é usar uma sublimação de cera (aquela do lápis de Na verdade existe barramento em todas as placas de produtos
cera) para fazer impressão. eletrônicos, porém em outros aparelhos os técnicos referem-se aos
barramentos simplesmente como o “impresso da placa”.
Plotters Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem a comu-
nicação entre todos os dispositivos do computador: UCP, memó-
ria, dispositivos de entrada e saída e outros. Os sinais típicos en-
contrados no barramento são: dados, clock, endereços e controle.
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade de se-
rem levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localização para
onde os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como síncronos,
pois os dispositivos são obrigados a seguir uma sincronia de tempo
para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos envolvidos
na transmissão do barramento se a operação em curso é de escrita,
leitura, reset ou outra qualquer. Alguns sinais de controle são bas-
tante comuns:
Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter, que é • Memory Write - Causa a escrita de dados do barramento de
uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimen- dados no endereço especificado no barramento de endereços.
sões, com elevada qualidade e rigor, como plantas arquitetônicas, • Memory Read - Causa dados de um dado endereço especi-
mapas cartográficos, projetos de engenharia e grafismo, ou seja, a ficado pelo barramento de endereço a ser posto no barramento de
impressora plotter é destinada às artes gráficas, editoração eletrô- dados.
nica e áreas de CAD/CAM. • I/O Write - Causa dados no barramento de dados serem en-
Vários modelos de impressora plotter têm resolução de 300 viados para uma porta de saída (dispositivo de I/O).
dpi, mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por polegada, per- • I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo de I/O,
mitindo imprimir, aproximadamente, 20 páginas por minuto (no os quais serão colocados no barramento de dados.
padrão de papel utilizado em impressoras a laser). • Bus request - Indica que um módulo pede controle do barra-
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com largura mento do sistema.
de até três metros (são usadas em empresas que imprimem grandes • Reset - Inicializa todos os módulos
volumes e utilizam vários formatos de papel).

Didatismo e Conhecimento 21
INFORMÁTICA BÁSICA
Todo barramento é implementado seguindo um conjunto de PCI – Peripheral Components Interconnect
regras de comunicação entre dispositivos conhecido como BUS
STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO DE BARRAMEN-
TO, que vem a ser um padrão que qualquer dispositivo que queira
ser compatível com este barramento deva compreender e respeitar.
Mas um ponto sempre é certeza: todo dispositivo deve ser único
no acesso ao barramento, porque os dados trafegam por toda a
extensão da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura
de dados seria o caos para o funcionamento do computador.

Os barramentos têm como principais vantagens o fato de ser


o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os periféricos,
o que barateia o projeto do computador. Outro ponto positivo é a
versatilidade, tendo em vista que toda placa sempre tem alguns
slots livres para a conexão de novas placas que expandem as pos-
sibilidades do sistema.
A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de engarra-
famentos pelo uso da mesma via por muitos periféricos, o que vem PCI é um barramento síncrono de alta performance, indicado
a prejudicar a vazão de dados (troughput). como mecanismo entre controladores altamente integrados, plug
Dispositivos conectados ao barramento -in placas, sistemas de processadores/memória.
Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plug-and
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o acesso ao -play.
barramento para leitura ou escrita de dados Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o processador
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente obe- PENTIUM da Intel. Assim o novo processador realmente foi re-
decem à requisição do mestre. volucionário, pois chegou com uma série de inovações e um novo
Exemplo: barramento. O PCI foi definido com o objetivo primário de estabe-
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escreva um lecer um padrão da indústria e uma arquitetura de barramento que
bloco de dados. ofereça baixo custo e permita diferenciações na implementação.
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo.
Componente PCI ou PCI master
Barramentos Comerciais Funciona como uma ponte entre processador e barramento
PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI estão conec-
Serão listados aqui alguns barramentos que foram e alguns tados.
que ainda são bastante usados comercialmente. - Add-in cards interface
Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São geren-
ISA – Industry Standard Architeture ciados pelo PCI master e são totalmente programáveis.

AGP – Advanced Graphics Port

Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo PC-AT.


Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-compatíveis. Era
um barramento único para todos os componentes do computador,
operando com largura de 16 bits e com clock de 8 MHz.

Esse barramento permite que uma placa controladora gráfica


AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O Chip con-
trolador AGP substitui o controlador de E/S do barramento PCI.
O novo conjunto AGP continua com funções herdadas do PCI. O
conjunto faz a transferência de dados entre memória, o processa-
dor e o controlador ISA, tudo, simultaneamente.

Didatismo e Conhecimento 22
INFORMÁTICA BÁSICA
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta grá- AGP PCI Express
fica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminando a
necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa para AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura. segundo segundo
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe que AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi o primei- segundo segundo
ro a ter suporte ao AGP. A principal vantagem desse barramento é AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento segundo segundo
de texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade
no acesso a essas texturas para aplicação na tela. PCI Express 16X: 4000 MB por
 
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcio- segundo
na uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além disso, sua taxa
de transferência chegava a 266 MB por segundo quando operando É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado e,
no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X de PCI
velocidade 2X. Existem também as versões 4X, 8X e 16X. Geral- Express 1X.
mente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, visto que o Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
AGP só interessa às placas de vídeo. bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tecnoló-
PCI Express gicas.
No início de 2001, em um evento próprio, a empresa mostrou
a necessidade de criação de uma tecnologia capaz de substituir o
padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Generation I/O – 3ª gera-
ção de Entrada e Saída). Em agosto desse mesmo ano, um grupo
de empresas chamado de
PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e Mi-
crosoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão os
que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilidade de uso
de mais de uma lane, suporte a outros tipos de conexão de plata-
formas, melhor gerenciamento de energia, melhor proteção contra
erros, entre outros.

Esse barramento é fortemente voltado para uso em subsiste-


Na busca de uma solução para algumas limitações dos bar- mas de vídeo.
ramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha no barra-
mento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Trata-se de um Interfaces – Barramentos Externos
padrão que proporciona altas taxas de transferência de dados entre
o computador em si e um dispositivo, por exemplo, entre a placa- Os barramentos circulam dentro do computador, cobrem toda
mãe e uma placa de vídeo 3D. a extensão da placa-mãe e servem para conectar as placas meno-
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que permite res especializadas em determinadas tarefas do computador. Mas
o uso de uma ou mais conexões seriais, também chamados de la- os dispositivos periféricos precisam comunicarem-se com a UCP,
nes para transferência de dados. Se um determinado dispositivo para isso, historicamente foram desenvolvidas algumas soluções
usa um caminho, então diz-se que esse utiliza o barramento PCI de conexão tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passan-
Express 1X; se utiliza 4 lanes , sua denominação é PCI Express 4X do ainda por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente
e assim por diante. Cada lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe funcionavam com determinado periférico e de determinado fabri-
e envia dados. Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8 cante.
bits por vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express 1X Interface Serial
consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo, um valor Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta interface
bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse barramento traba- no passado já conectou até impressoras. Sua característica fun-
lha com até 16X, o equivalente a 4000 MB por segundo. A tabela damental é que os bits trafegam em fila, um por vez, isso torna
abaixo mostra os valores das taxas do PCI Express comparadas às a comunicação mais lenta, porém o cabo do dispositivo pode ser
taxas do padrão AGP: mais longo, alguns chegam até a 10 metros de comprimento. Isso
é útil para usar uma barulhenta impressora matricial em uma sala
separada daquela onde o trabalho acontece.
As velocidades de comunicação dessa interface variam de 25
bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na parte externa do
gabinete, essas interfaces são representadas por conectores DB-9
ou DB-25 machos.

Didatismo e Conhecimento 23
INFORMÁTICA BÁSICA
digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não po-
deria ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número
cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro de
2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda que está
por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWi-
re ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB 3.0 tem como
principal característica a capacidade de oferecer taxas de transfe-
rência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não
é só isso...

O que é USB 3.0?

Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque o


Interface Paralela padrão precisou evoluir para atender novas necessidades. Mas, no
que consiste exatamente esta evolução? O que o USB 3.0 tem de
Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa inter- diferente do USB 2.0? A principal característica você já sabe: a
face transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits em paralelo velocidade de até 4,8 Gb/s (5 Gb/s, arredondando), que correspon-
existe um RISCo de interferência na corrente elétrica dos conduto- de a cerca de 600 megabytes por segundo, dez vezes mais que a
res que formam o cabo. Por esse motivo os cabos de comunicação velocidade do USB 2.0. Nada mal, não?
desta interface são mais curtos, normalmente funcionam muito
bem até a distância de 1,5 metro, embora exista no mercado cabos
paralelos de até 3 metros de comprimento. A velocidade de trans-
missão desta porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encontrada na
forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impressoras, normalmen-
te, os conectores paralelos são conhecidos como interface centro-
nics. Símbolo para dispositivos USB 3.0

Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimentação


elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, enquanto que o
novo padrão pode suportar 900 miliampéres. Isso significa que as
portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos que consomem mais
energia (como determinados HDs externos, por exemplo, cenário
quase impossível com o USB 2.0).
É claro que o USB 3.0 também possui as características que
fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como  Plug and
Play (plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de um dis-
positivo na mesma porta, hot-swappable (capacidade de conectar e
desconectar dispositivos sem a necessidade de desligá-los) e com-
patibilidade com dispositivos nos padrões anteriores.
USB – Universal Serial Bus
Conectores USB 3.0
A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então, foi
passando por várias revisões. As mais populares são as versões Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz res-
1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é peito ao conector. Os conectores de ambos são bastante parecidos,
capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s mas não são iguais.
(megabits por segundo), enquanto que a segunda pode oferecer
até 480 Mb/s. Conector USB 3.0 A
Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido, afinal,
480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por segundo. No Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia USB
entanto, acredite, a evolução da tecnologia acaba fazendo com que 3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os cabos USB 2.0
velocidades muito maiores sejam necessárias. utilizam apenas 4. Isso acontece para que o padrão novo possa
Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à in- suportar maiores taxas de transmissão de dados. Assim, os conec-
ternet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz com que as tores do USB 3.0 possuem contatos para estes fios adicionais na
pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos, músicas, fotos e parte do fundo. Caso um dispositivo USB 2.0 seja utilizado, este
jogos em alta definição. Some a isso ao fato de ser cada vez mais usará apenas os contatos da parte frontal do conector. As imagens
comum o surgimento de dispositivos como smartphones e câmeras a seguir mostram um conector USB 3.0 do tipo A:

Didatismo e Conhecimento 24
INFORMÁTICA BÁSICA
Micro-USB 3.0

O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por exem-


plo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0 - com nome
de micro-USB B -, passou a contar com uma área de contatos adi-
cional na lateral, o que de certa forma diminui a sua praticidade,
mas foi a solução encontrada para dar conta dos contatos adicio-
nais:

Estrutura interna de um conector USB 3.0 A

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org

Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotando a cor


azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e, algumas vezes,
nos cabos destes. Note, no entanto, que é essa não é uma regra
obrigatória, portanto, é sempre conveniente prestar atenção nas es-
pecificações do produto antes de adquiri-lo.
Conector USB 3.0 A
Sobre o funcionamento do USB 3.0
Você deve ter percebido que é possível conectar dispositivos
USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é compatível com Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9 fios, en-
as versões anteriores. Fabricantes também podem fazer dispositi- quanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), D+, D- e
vos USB 3.0 compatíveis com o padrão 2.0, mas neste caso a ve- GND. O primeiro é o responsável pela alimentação elétrica, o se-
locidade será a deste último. E é claro: se você quer interconectar gundo e o terceiro são utilizados na transmissão de dados, enquan-
dois dispositivos por USB 3.0 e aproveitar a sua alta velocidade, o to que o quarto atua como “fio terra”.
cabo precisa ser deste padrão. No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de dados
em alta velocidade fez com que, no início, fosse considerado o uso
Conector USB 3.0 B de fibra óptica para este fim, mas tal característica tornaria a tec-
nologia cara e de fabricação mais complexa. A solução encontrada
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 também con- para dar viabilidade ao padrão foi a adoção de mais fios. Além
ta com conectores diferenciados para se adequar a determinados daqueles utilizados no USB 2.0, há também os seguintes: StdA_
dispositivos. Um deles é o conector do tipo B, utilizado em apare- SSRX- e StdA_SSRX+ para recebimento de dados, StdA_SSTX-
lhos de porte maior, como impressoras ou scanners, por exemplo. e StdA_SSTX+ para envio, e GND_DRAIN como “fio terra” para
Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB 3.0 o sinal.
possui uma área de contatos adicional na parte superior. Isso sig- O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma variação
nifica que nela podem ser conectados tantos dispositivos USB 2.0 (USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para alimen-
(que aproveitam só a parte inferior) quanto USB 3.0. No entanto, tação elétrica e outro associado a este que serve como “fio terra”,
dispositivos 3.0 não poderão ser conectados em portas B 2.0: permitindo o fornecimento de até 1000 miliampéres a um dispo-
sitivo.
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite definido,
no entanto, testes efetuados por algumas entidades especialistas
(como a empresa Cable Wholesale) recomendam, no máximo, até
3 metros para total aproveitamento da tecnologia, mas esta medida
pode variar de acordo com as técnicas empregadas na fabricação.
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB 3.0 faz
esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre dispositivos
conectados, é possível o envio e o recebimento simultâneo de da-
dos. No USB 2.0, é possível apenas um tipo de atividade por vez.
Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle

Didatismo e Conhecimento 25
INFORMÁTICA BÁSICA
do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou pen-
os dispositivos são conectados, se comunica com os aparelhos de drive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e somente
maneira assíncrona, aguardando estes indicarem a necessidade de então percebe que o conectou incorretamente? Com o novo co-
transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa nector, este problema será coisa do passado: qualquer lado fará o
contínua”, onde o host necessita enviar sinais constantemente para dispositivo funcionar.
saber qual deles necessita trafegar informações. Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante aos
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto o host conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal como
quanto os dispositivos conectados podem entrar em um estado de estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões reduzidas,
economia em momentos de ociosidade. Além disso, no USB 2.0, o que facilitará a sua adoção em smartphones, tablets e outros dis-
os dados transmitidos acabam indo do host para todos os disposi- positivos móveis.
tivos conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre somente Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
com o dispositivo de destino. compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo uso
de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será pos-
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 sível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
A USB.org promete liberar mais informações sobre esta novi-
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, é co- dade em meados de 2014.
mum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma USB 3.0.
Quando não houver nenhuma descrição identificando-as, como sa- Firewire
ber qual é qual? Pela cor existente no conector.
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte dos O barramento firewire, também conhecido como IEEE 1394
fabricantes segue a recomendação de identificar os conectores ou como i.Link, é um barramento de grande volume de transfe-
USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como informado rência de dados entre computadores, periféricos e alguns produtos
anteriormente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os conectores são eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido inicialmente pela Apple
pretos ou, menos frequentemente, brancos. como um barramento serial de alta velocidade, mas eles estavam
muito à frente da realidade, ainda mais com, na época, a alternati-
USB 3.1: até 10 Gb/s va do barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple, mesmo
incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por algum tempo,
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especificações fi-
a realidade “de fato”, era a não existência de utilidade para elas
nais do USB 3.1 (também chamado deSuperSpeed USB 10 Gbps),
devido à falta de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvi-
uma variação do USB 3.0 que se propõe a oferecer taxas de trans-
mento continuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo,
ferência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, o dobro).
que poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar
oferecia.
taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal,
há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso de Suas principais vantagens:
monitores de vídeo que são conectados ao computador via porta • São similares ao padrão USB;
USB, por exemplo. • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do micro
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso de (hot-plugable);
nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essencial- • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por por-
mente, está no uso de um método de codificação de dados mais ta);
eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia signifi- • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
cantemente mais cara. • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores e vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo, etc;
cabos das especificações anteriores, assim como com dispositivos • Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores analó-
baseados nestas versões. gico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica: • Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível,
o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de barato e simples;
energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser ali- • Como é um barramento serial, permite conexão bem facilita-
mentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs externos da, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessidade de conexão
são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo destes ao micro (somente uma ponta é conectada no micro).
dispositivos?
A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros equi- A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de haver
pamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao mercado distorções no sinal, porém, restringindo a velocidade do barramen-
no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados. to podem-se alcançar maiores distâncias de cabo (até 14 metros).
Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados Lembrando que esses valores são para distâncias “ENTRE PERI-
Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novidade FÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO DE TRANSCEIVERS (com
para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até agora, transceivers a previsão é chegar a até 70 metros usando fibra ótica).
pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte um cabo à O barramento firewire permite a utilização de dispositivos de
entrada a partir de qualquer lado. diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200 Mb/s) no mesmo
barramento.

Didatismo e Conhecimento 26
INFORMÁTICA BÁSICA
O suporte a esse barramento está nativamente em Macs, e em Conector DVI (Digital Video Interface)
PCs através de placas de expansão específicas ou integradas com
placas de captura de vídeo ou de som. Os conectores  DVI  são bem mais recentes e proporcionam
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa inter- qualidade de imagem superior, portanto, são considerados subs-
face, devido às características listadas, são na área de multimídia, titutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, conforme indica seu
especialmente na conexão de dispositivos de vídeo (placas de cap- nome, as informações das imagens podem ser tratadas de maneira
tura, câmeras, TVs digitais, setup boxes, home theather, etc). totalmente digital, o que não ocorre com o padrão VGA.

INTERFACE DE VIDEO

Conector VGA (Video Graphics Array)

Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão pre-


sentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monitores CRT (Ca- Conector DVI-D
thode Ray Tube) e também em alguns modelos que usam a tec-
nologia LCD, além de não ser raro encontrá-los em placas de ví- Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com conec-
deos (como não poderia deixar de ser). O conector desse padrão, tores VGA, precisa converter o sinal que recebe para digital. Esse
cujo nome é D-Sub, é composto por três “fileiras” de cinco pinos. processo faz com que a qualidade da imagem diminua. Como o
Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios transmitem, de DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não é necessário fa-
maneira independente, informações sobre as cores vermelha (red), zer a conversão, portanto, a qualidade da imagem é mantida. Por
verde (green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e essa razão, a saída DVI é ótima para ser usada em monitores LCD,
sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a estes úl- DVDs, TVs de plasma, entre outros.
timos aspectos: frequência horizontal consiste no número de linhas É necessário frisar que existe mais de um tipo de conector
da tela que o monitor consegue “preencher” por segundo. Assim, DVI:
se um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dizemos que sua DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém oferece
frequência horizontal é de 60 KHz. Frequência vertical, por sua qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
vez, consiste no tempo em que o monitor leva para ir do canto DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digital.
superior esquerdo da tela para o canto inferior direito. Assim, se a É também mais comum que seu similar, justamente por ser usado
frequência horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão em placas de vídeo;
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical indica a DVI-I:  esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A
quantidade de vezes que a tela toda é percorrida por segundo. Se como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
é percorrida, por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifica-
frequência vertical do monitor é de 56 Hz. ções Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, em ambos
faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conectores VGA os casos usando uma frequência de 60 Hz.
utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados. O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é com-
posto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um
par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o
sincronismo. Os conectores, por sua vez, variam conforme o tipo
do DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a se-
guir:

Conector e placa de vídeo com conexão VGA

Didatismo e Conhecimento 27
INFORMÁTICA BÁSICA
Atualmente, praticamente todas as placas de vídeo e moni- Component Video (Vídeo Componente)
tores são compatíveis com DVI. A tendência é a de que o padrão O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado em
VGA caia, cada vez mais, em desuso. computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, para ati-
vidades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em aparelhos
Conector S-Video (Separated Video) de DVD e em televisores de alta definição (HDTV - High-Defini-
tion Television), sendo um dos preferidos para sistemas de home
theater. Isso ocorre justamente pelo fato de o Vídeo Componente
oferecer excelente qualidade de imagem.

Component Video

A conexão do Component Video é feita através de um cabo


Padrão S-Video com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado pela cor verde,
outro é indicado pela cor azul e o terceiro é indicado pela cor ver-
Para entender o  S-Video, é melhor compreender, primeira- melha, em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O
mente, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Ví- primeiro (de cor verde), é responsável pela transmissão do vídeo
deo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA e é comu- em preto e branco, isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais
mente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre conectores trabalham com os dados das cores e com o sincronis-
outros. mo.
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez mais
de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direi- comum em placas de vídeo. No entanto, alguns modelos são tam-
to) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmente faz parte bém compatíveis com Vídeo Componente. Nestes casos, o encaixe
do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um para a trans- que fica na placa pode ser do tipo que aceita sete pinos (pode haver
missão da imagem e outro que atua como “terra”. mais). Mas, para ter certeza dessa compatibilidade, é necessário
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três fios: consultar o manual do dispositivo.
um transmite imagem em preto e branco; outro transmite imagens Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando
em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção que faz com o Component Video, é necessário utilizar um cabo especial (geral-
que o S-Video receba essa denominação, assim como é essa uma mente disponível em lojas especializadas): uma de suas extremi-
das características que faz esse padrão ser melhor que o Vídeo dades contém os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possui um
Composto. encaixe único, que deve ser inserido na placa de vídeo.
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhecido
como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado em mou- MONITOR DE VÍDEO
ses do tipo PS/2). Também é possível encontrar conexões S-Video O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja fun-
de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar ção é transmitir informação ao utilizador através da imagem.
com Vídeo Componente (visto adiante). Os monitores são classificados de acordo com a tecnolo-
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI com gia de amostragem de vídeo utilizada na formação da  imagem.
S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os três tipos Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plasma. À
na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV um vídeo superfície do monitor sobre a qual se projecta a imagem chama-
armazenado em seu computador, basta usar a conexão S-Video, mos tela, ecrã ou écran.
desde que a televisão seja compatível com esse conector, é claro.
Tecnologias
CRT

Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA Monitor CRT da marca LG.

Didatismo e Conhecimento 28
INFORMÁTICA BÁSICA
CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de raios • o fato de que, ao trabalhar em uma resolução diferente
catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é repetidamente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD utiliza vários
atingida por um feixe de elétrons, que atuam no material fosfores- artifícios de composição de imagem que acabam degradando a
cente que a reveste, assim formando as imagens. qualidade final da mesma; e
• o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que con-
Este tipo de monitor tem como principais vantagens: fere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não apresentan-
• longa vida útil; do desta forma um preto real similar aos oferecidos nos monitores
• baixo custo de fabricação; CRTs;
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e • o contraste não é muito bom como nos monitores CRT
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar em ou de Plasma, assim a imagem fica com menos definição, este as-
diversas resoluções, sem que ocorram grandes distorções na ima- pecto vem sendo atenuado com os novos paineis com iluminação
gem). por leds e a fidelidade de cores nos monitores que usam paineis
do tipo TN (monitores comuns) são bem ruins, os monitores com
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: paineis IPS, mais raros e bem mais caros, tem melhor fidelidade de
• suas dimensões (um monitor CRT de 20 polegadas pode cores, chegando mais proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de 20 kg); • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal lí-
• o consumo elevado de energia; quido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao ar, pode
• seu efeito de cintilação (flicker); e emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido de zinco e o
• a possibilidade de emitir radiação que está fora do espec- sulfeto de zinco; este será um problema quando alguns dos mo-
tro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de longos períodos nitores fabricados hoje em dia chegarem ao fim de sua vida útil
de exposição. Este último problema é mais frequentemente cons- (estimada em 20 anos).
tatado em monitores e televisores antigos e desregulados, já que • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, diferente
atualmente a composição do vidro que reveste a tela dos monitores de um monitor CRT, apresenta limitação com relação ao ângulo
detém a emissão dessas radiações. em que a imagem pode ser vista sem distorção. Isto era mais sen-
• Distorção geométrica. sível tempos atrás quando os monitores LCDs eram de tecnologia
passiva, mas atualmente apresentam valores melhores em torno
LCD de 160º.
Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda de mo-
nitores e televisores LCD vem crescendo bastante.

Principais características técnicas


Para a especificação de um monitor de vídeo, as característi-
cas técnicas mais relevantes são:
• Luminância;
• Tamanho da tela;
• Tamanho do ponto;
• Temperatura da cor;
• Relação de contraste;
• Interface (DVI ou VGA, usualmente);
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical;
• Tempo de resposta; e
Um monitor de cristal líquido. • Frequência de atualização da imagem

LCD (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de cristal LED


líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a tela é com- Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o mes-
posta por cristais que são polarizados para gerar as cores. mo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação LED. Ao
invés de uma única luz branca que incide sobre toda a superfície
Tem como vantagens: da tela, encontra-se um painel com milhares de pequenas luzes co-
• O baixo consumo de energia; loridas que acendem de forma independente. Em outras palavras,
• As dimensões e peso reduzidas; aplica-se uma tecnologia similar ao plasma a uma tela de LCD.
• A não-emissão de radiações nocivas;
• A capacidade de formar uma imagem praticamente per- KIT MULTIMÍDIA
feita, estável, sem cintilação, que cansa menos a visão - desde que Multimídia nada mais é do que a combinação de textos, sons
esteja operando na resolução nativa; e vídeos utilizados para apresentar informações de maneira que,
As maiores desvantagens são: antes somente imaginávamos, praticamente dando vida às suas
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tenderá a im- apresentação comerciais e pessoais. A multimídia mudou comple-
pactar cada vez menos no custo final do produto, à medida que o tamente a maneira como as pessoas utilizam seus computadores.
mesmo se for popularizando);

Didatismo e Conhecimento 29
INFORMÁTICA BÁSICA
Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que compõem a Porta Série
parte física (hardwares) do computador relacionados a áudio e som A saída série de um computador geralmente está localizada
do sistema operacional. na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins como, por
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma pla- exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um rato série, uma
ca de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par de caixas plotter, uma impressora e outros periféricos. As portas cujas fichas
acústicas. têm 9 ou 25 pinos são também designadas de COM1 e COM2. As
motherboards possuem uma ou duas portas deste tipo.

Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas pa-
ralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como tal, tem
um desempenho superior em relação às portas série. No caso desta
norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que faz com que a sua ca-
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em pacidade de transmisssão atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada
termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são para ligar impressoras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às
quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc- Porta USB (Universal Serial Bus)
tamente ligados à motherboard . Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel,
Estas portas ou canais de comunicação podem ser: Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe-
* Porta Dim riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade de
* Porta PS/2 instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores equipados
* Porta série com USB vão permitir que os periféricos sejam automaticamente
* Porta Paralela configurados assim que estejam conectados fisicamente, sem a ne-
* Porta USB cessidade de reboot ou programas de setup. O número de acessó-
* Porta FireWire rios ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso um
periférico de expansão.
Porta DIM A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o computador
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados os ligado. O barramento USB promete acabar com os problemas de
teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por exem- IRQs e DMAs.
plo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia só O padrão suportará acessórios como controles de monitor,
uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais re- acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mouses, drives
centes, os teclados são ligados às portas PS/2. de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes, acessórios de
imagem como scanners e impressoras. A taxa de dados de 12 me-
gabits/s da USB vai acomodar uma série de periféricos avançados,
incluindo produtos baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e
interfaces de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital
Network) e PBXs digital.

Porta PS/2
Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
através destes conectores. Nas motherboards actuais existem duas
portas deste tipo.

Didatismo e Conhecimento 30
INFORMÁTICA BÁSICA
Porta FireWire Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de progra-
A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo nome, mas, dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira que
que representa um padrão de comunicações recente e que tem vá- um sistema operacional organiza as informações em arquivos é
rias características em comum como o USB, mas traz a vantagem chamada sistema de arquivos.
de ser muito mais rápido, permitindo transferências a 400 Mbps A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de arqui-
e, pela norma IEEE 1394b, irá permitir a transferência de dados a vo hierárquico em que os arquivos são organizados em diretórios
velocidades a partir de 800 Mbps. sob a estrutura de uma árvore. O início do sistema de diretório é
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos amoví- chamado diretório raiz.
veis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, televisões, im-
pressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . Funções do Sistema Operacional
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire podem
ser conectados e desconectados com o computador ligado. Não importa o tamanho ou a complexidade do computador:
todos os sistemas operacionais executam as mesmas funções bá-
FAX/MODEM sicas.
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sistema
operacional cria uma estrutura de arquivos no disco rígido (hard
disk), de forma que os dados dos usuários possam ser armazena-
dos e recuperados. Quando um arquivo é armazenado, o sistema
operacional o salva, atribuindo a ele um nome e local, para usá-lo
no futuro.
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisita um
programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o e o carrega
na memória RAM.
Placa utilizada para conecção internet pela linha discada Quando muitos programas são carregados, é trabalho do sis-
(DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de trans- tema operacional alocar recursos do computador e gerenciar a me-
missão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 bits).Usa mória.
interface PCI.
Programas Utilitários do Sistema Operacional
O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
Suporte para programas internos (vulto-in): os programas uti-
WARES
litários são os programas que o sistema operacional usa para se
manter e se reparar. Estes programas ajudam a identificar proble-
Um sistema operacional (SO) é um programa (software) que
mas, encontram arquivos perdidos, reparam arquivos danificados
controla milhares de operações, faz a interface entre o usuário e o e criam cópias de segurança (backup).
computador e executa aplicações. Controle do hardware: o sistema operacional está situado en-
Basicamente, o sistema operacional é executado quando liga- tre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System - Sistema
mos o computador. Atualmente, os computadores já são vendidos Básico de Entrada/Saída).
com o SO pré-instalado. O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os programas
Os computadores destinados aos usuários individuais, chama- que necessitam de recursos do hardware devem, primeiramente,
dos de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema operacional passar pelo sistema operacional que, por sua vez, pode alcançar o
projetado para pequenos trabalhos. Um SO é projetado para con- hardware por meio do BIOS ou dos drivers de dispositivos.
trolar as operações dos programas, como navegadores, processa- Todos os programas são escritos para um sistema operacional
dores de texto e programas de e-mail. específico, o que os torna únicos para cada um. Explicando: um
Com o desenvolvimento dos processadores, os computado- programa feito para funcionar no Windows não funcionará no Li-
res tornaram-se capazes de executar mais e mais instruções por nux e vice-versa.
segundo. Estes avanços possibilitaram aos sistemas operacionais
executar várias tarefas ao mesmo tempo. Quando um computador Termos Básicos
necessita permitir usuários simultâneos e trabalhos múltiplos, os
profissionais da tecnologia de informação (TI) procuram utilizar Para compreender do que um sistema operacional é capaz, é
computadores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais importante conhecer alguns termos básicos. Os termos abai-
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários comuns xo são usados frequentemente ao comparar ou descrever sistemas
usam. operacionais:
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando pro-
Os Arquivos gramas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositivos, como
a impressora.
O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo sistema • Multitarefa: capacidade do sistema operacional em exe-
operacional para organizar e controlar os arquivos. Um arquivo cutar mais de um programa ao mesmo tempo.
é uma coleção de dados gravados com um nome lógico chamado • Multiprocessamento: permite que um computador te-
“nomedoarquivo” (filename). Toda informação que o computador nha duas ou mais unidades centrais de processamento (CPU) que
armazena está na forma de arquivos. compartilhem programas.

Didatismo e Conhecimento 31
INFORMÁTICA BÁSICA
• Multithreading: capacidade de um programa ser quebrado em pequenas partes podendo ser carregadas conforme necessi-
dade do sistema operacional. Multithreading permite que os programas individuais sejam multitarefa.

Tipos de Sistemas Operacionais

Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os mais utilizados são
o Microsoft Windows, Mac OSX e o Linux.
O Windows é hoje o sistema operacional mais popular que existe e é projetado para funcionar em PCs e para ser usado em CPUs com-
patíveis com processadores Intel e AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados ao consumidor doméstico utilizam interfaces
gráficas para realizar a ponte máquina-homem.
As primeiras versões dos sistemas operacionais foram construídas para serem utilizadas por somente uma pessoa em um único
computador. Com o decorrer do tempo, os fabricantes atenderam às necessidades dos usuários e permitiram que seus softwares operassem
múltiplas funções com (e para) múltiplos usuários.

Sistemas Proprietários e Sistemas Livres

O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas operacionais proprietários. Isto significa que é necessário comprá-los ou
pagar uma taxa por seu uso às companhias que registraram o produto em seu nome e cobram pelo seu uso.
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e tem grande aceitação por parte dos profissionais da área, uma vez que,
por possuir o código aberto, qualquer pessoa que entenda de programação pode contribuir com o processo de melhoria dele.
Sistemas operacionais estão em constante evolução e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são usados em PDAs,
celulares, laptops etc.

3. CONCEITOS E MODOS DE
UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E
APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A
SUÍTE DE ESCRITÓRIO
MICROSOFT OFFICE.

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e Open Office.

Interface
No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento ,
que como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que
permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando no menu de contexto
(flecha para baixo) à direita dela.
Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar o documento
(permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos utilizar alguns destes recursos no
andamento de nosso curso.

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os grupos de ferra-
mentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os usuários os principais comandos,
para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

Didatismo e Conhecimento 32
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por exemplo, ao sele-
cionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemento selecionado.

Trabalhando com documentos


Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que é sua área de edição de texto. Vamos digitar um pequeno texto conforme
abaixo:

Didatismo e Conhecimento 33
INFORMÁTICA BÁSICA
Salvando Arquivos Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra
É importante ao terminar um documento, ou durante a digita- de títulos.
ção do mesmo, quando o documento a ser criado é longo, salvar
seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento em for- Abrindo um arquivo do Word
ma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro dispositivo
de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.
salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde você poderá defi-
nir o nome, local e formato de seu arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de


novo, observe também que ele mostra uma relação de documen-
tos recentes, nessa área serão mostrados os últimos documentos
abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será
Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.
arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar o local
do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo
nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do
documento, como o documento não possui um título, ele pega os
primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável co-
locar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto.
“Em Tipo a maior mudança, até versão 2003, os documentos eram
salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos
são salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele
compatível com versões anteriores do Word, clique na direita des-
sa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro lo-


cal ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento.


No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. Anterior a
este controle de zoom temos os botões de forma de visualização
de seu documento, que podem também ser acessados
pela Aba Exibição.

Didatismo e Conhecimento 34
INFORMÁTICA BÁSICA
para documentações, então é comum escutar “o documento tem
que estar dentro das normas”, não vou me atentar a nenhuma das
normas especificas, porém vou ensinar como e onde estão as op-
ções de configuração de um documento.
Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos em mi- No Word 2010 a ABA que permite configurar sua página é a
niaturas no rodapé. ABA Layout da Página.
• Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é
o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
• Leitura em Tela Inteira: Ele oculta as barras de seu do-
cumento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do
documento à direita, ele possui uma flecha apontado para a próxi-
ma página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão
fechar no topo à direita da tela.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização
na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam tex-
tos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu documento
em tópicos, o formato terá melhor compreensão quando trabalhar-
mos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar diversos
recursos de produção de texto, porém não visualiza como impres-
são nem outro tipo de meio.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite tra-
balhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom o Word
apresenta a seguinte janela: O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de
seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos, como
também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens su-
perior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da página,
se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como
normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela temos a guia
Papel.

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou co-


locarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar o documen-
to em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de
exibir os documentos aberto em uma mesma seção do Word.

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de alimen-


tação do papel.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus docu-


mentos é em relação à configuração da página. A ABNT (Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas) possui um manual de regras

Didatismo e Conhecimento 35
INFORMÁTICA BÁSICA
Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as suas
colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-definidas, mas
você pode colocar em um número maior de colunas, adicionar li-
nha entre as colunas, definir a largura e o espaçamento entre as
colunas. Observe que se você pretende utilizar larguras de colunas
diferentes é preciso desmarcar a opção “Colunas de mesma largu-
ra”. Atente também que se preciso adicionar colunas a somente
uma parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primeira


opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como será uma
nova seção do documento, vamos aprender mais frente como tra-
balhar com seções. Números de Linha
Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos utilizar
cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares e ímpares, e se É bastante comum em documentos acrescentar numeração nas
quero ocultar as informações de cabeçalho e rodapé da primeira páginas dos documentos, o Word permite que você possa fazer fa-
página. Em Página, pode-se definir o alinhamento do conteúdo do cilmente, clicando no botão “Números de Linhas”.
texto na página. O padrão é o alinhamento superior, mesmo que
fique um bom espaço em branco abaixo do que está editado. Ao es-
colher a opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical.
A opção números de linha permite adicionar numeração as linhas
do documento.

Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”, abre-se a


janela que vimos em Layout.

Plano de Fundo da Página

Colunas

Podemos adicionar as páginas do documento, marcas d’água,


cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página possui três bo-
tões para modificar o documento.

Didatismo e Conhecimento 36
INFORMÁTICA BÁSICA
Clique no botão Marca d’água.

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funcionamento


ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos

Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indis-


pensável para ganho de tempo na edição de seu texto. Através da
seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte,
etc.

Selecionando pelo Mouse

Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor


aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos o item Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arras-
Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção. tar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o mouse for
solto antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressio-
nar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da seleção desejada.
Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla
SHIFT e clicar onde termina a seleção. É possível selecionar pala-
vras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá
selecionando as partes do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qual-
quer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho CTRL+C
(copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro
grupo na ABA Inicio.

Nesta janela podemos definir uma imagem como marca


d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a imagem Este é um processo comum, porém um cuidado importante é
e depois definir a dimensão e se a imagem ficará mais fraca (des- quando se copia texto de outro tipo de meio como, por exemplo,
botar) e clicar em OK. Como também é possível definir um texto da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões de-
como marca d’água. O segundo botão permite colocar uma cor de ferentes dos editores de texto. Ao copiar um texto da Internet, se
fundo em seu texto, um recurso interessante é que o Word verifica você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar
a cor aplicada e automaticamente ele muda a cor do texto. em colar, é necessário clicar na setinha apontando para baixo no
botão Colar, escolher Colar Especial.

Didatismo e Conhecimento 37
INFORMÁTICA BÁSICA
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibi-
lidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA responsável
pela formatação é a Inicio e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho
de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar uma
palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é neces-
sário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra tam-
bém é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível
o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fon-
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. te, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo, mar- lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao clicar
que a opção Texto não formatado e clique em OK. nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

Localizar e Substituir
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela te-
mos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Subs-
tituir.

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e


Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que
seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobrescrito
uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma única e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela
mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita em
maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pes-
quisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não par-
te de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que
você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão
o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão. Este botão permite alterar a colocação de letras maiúsculas e
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonori- minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o de realce – que
dade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em permite colocar uma cor de fundo para realçar o texto e o botão de
inglês. cor do texto.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da
palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e
semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especifi-
cado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar.
A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Didatismo e Conhecimento 38
INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento entre os
caracteres que pode ser condensado ou comprimido, a posição é
referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo que se faça algo
como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras, pois al-


gumas vezes acontece de as letras ficaram com espaçamento entre
elas de forma diferente. Uma ferramenta interessante do Word é a
ferramenta pincel, pois com ela você pode copiar toda a formata-
ção de um texto e aplicar em outro.

Formatação de parágrafos

A principal regra da formatação de parágrafos é que indepen-


dente de onde estiver o cursor a formatação será aplicada em todo
Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. o parágrafo, tendo ele uma linha ou mais. Quando se trata de dois
ou mais parágrafos será necessárioselecionar os parágrafos a se-
rem formatados. A formatação de parágrafos pode ser localizada
na ABA Inicio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcadores (bul-


lets e numeração e listas de vários níveis), diminuir e aumentar
recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na segunda linha temos
os botões de alinhamentos: esquerda, centralizado, direita e justifi-
cado, espaçamento entre linhas, observe que o espaçamento entre
linhas possui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir
A janela fonte contém os principais comandos de formatação qual o espaçamento a ser utilizado.
e permite que você possa observar as alterações antes de aplica.
Ainda nessa janela temos a opção Avançado.

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

Didatismo e Conhecimento 39
INFORMÁTICA BÁSICA
Bordas no parágrafo.

As opções disponíveis são praticamente as mesmas disponí-


veis pelo grupo.

Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas réguas


superiores.

Marcadores e Numeração
Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos apenas
os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao clicar na Faixa Os marcadores e numeração fazem parte do grupo parágrafos,
do grupo Parágrafos, será aberta a janela de Formatação de Pará- mas devido a sua importância, merecem um destaque. Existem
grafos. dois tipos de marcadores: Símbolos e Numeração.

Didatismo e Conhecimento 40
INFORMÁTICA BÁSICA
A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto tenha Bordas e Sombreamento
níveis de marcação como, por exemplo, contratos e petições. Os
marcadores do tipo Símbolos como o nome já diz permite adicio- Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso texto.
nar símbolos a frente de seus parágrafos. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e parágrafos. Bordas
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar antes na página como vimos quando estudamos a ABA Layout da Página
do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressionar a tecla TAB e sombreamentos. Selecione o texto ou o parágrafo a ser aplicado
no teclado. à borda e ao clicar no botão de bordas do grupo Parágrafo, você
pode escolher uma borda pré-definida ou então clicar na última
opção Bordas e Sombreamento.

Você pode observar que o Word automaticamente adicionou


outros símbolos ao marcador, você pode alterar os símbolos dos
marcadores, clicando na seta ao lado do botão Marcadores e esco-
lhendo a opção Definir Novo Marcador.

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa,


sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma das bordas
Onde você poderá escolher a Fonte (No caso aconselha-se a na direita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela es-
utilizar fontes de símbolos como a Winddings, Webdings), e de- pecificar cor e largura da linha da borda. A Guia Sombreamento
pois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você poderá utilizar uma permite atribuir um preenchimento de fundo ao texto selecionado.
imagem do Office, e ao clicar no botão importar, poderá utilizar Você pode escolher uma cor base, e depois aplicar uma textura
uma imagem externa. junto dessa cor.

Didatismo e Conhecimento 41
INFORMÁTICA BÁSICA
Cabeçalho e Rodapé
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeça-
lho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique
na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número


de Página.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu ca-


beçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cui-
dado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele
aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar
cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta
que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado
é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular
ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho,
apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções


de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Edi-
tar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior Data e Hora
passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data
e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos
o botão Data e Hora.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o


restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inse-
rido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção
se você definiu seções diferentes nas páginas.

Didatismo e Conhecimento 42
INFORMÁTICA BÁSICA
Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se
precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção
Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos


O Word permite que se insira em seus documentos arquivos
gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções de inser-
ção estão disponíveis na ABA Inserir.

Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem


em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover
Imagens uma cor da imagem. Este recurso permite definir uma imagem
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite dei-
Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no xar sua imagem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o opção o Word mostra a seguinte janela:
arquivo de imagem em seu computador.

Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a


todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da ima-
gem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado
inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo
A imagem será inserida no local onde estava seu cursor. chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar
O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os uma sombra a imagem que foi inserida.
elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos.
Ao inserir a imagem é possível observar que a mesma enquan-
to selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para
mover a imagem de local, basta clicar sobre ela e arrastar para o
local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar
em um dos pequenos quadrados em suas extremidades, que são
chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção
da imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do texto. No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas
Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao
de manipulação da imagem. lado deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio a
opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é possí-
vel definir a posição da imagem em relação ao texto.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e


Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar
ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.

Didatismo e Conhecimento 43
INFORMÁTICA BÁSICA
O primeiro dos botões é a Posição, ela permite definir em qual
posição a imagem deverá ficar em relação ao texto.

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a jane-


la Layout Avançado que permite trabalhar a disposição da ima- O último grupo é referente às dimensões da imagem.
gem em relação ao bloco de texto no qual ela esta inserida. Essas
mesmas opções estão disponíveis na opção Quebra Automática
de Texto nesse mesmo grupo. Ao colocar a sua imagem em uma
disposição com o texto, é habilitado alguns recursos da barra de
imagens. Como bordas

Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar


a imagem definindo Largura e Altura.

Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis da


seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC – ver-
são compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento em
Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua ima- .DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem algu-
gem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer para mas alterações na barra de imagens.
Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer para
Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, são uti-
lizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa mu-
dar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens. No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao clicar no
item Cor. Em estilos de imagem podemos definir bordas e som-
breamentos para a imagem.

Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem

Didatismo e Conhecimento 44
INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do tex-
to

Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte


do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de con-
sulta aos clip-Art.

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar


na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir as suas
dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as proprie-
dade para modificar a forma.

O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui a fer-


ramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a ferramenta Editar
Forma essa ferramenta permite trabalhar os nós da forma – Algu-
mas formas bloqueiam a utilização dessa ferramenta. Abaixo dela
temos a ferramenta de caixa de texto, que permite adicionar uma
caixa de texto ao seu documento. Estando com uma forma fecha-
da, podemos transformar essa forma em uma caixa de texto. Ao
lado temos o Grupo Estilos de Forma.

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto com o


botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em seu texto
onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em Colar (CTRL+V) Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma.
As configurações de manipulação do clip-art são as mesmas das
imagens.
Formas

Didatismo e Conhecimento 45
INFORMÁTICA BÁSICA

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as cores,


contorno e alterar a forma.

Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar a


forma como será o preenchimento do gradiente.

A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A


opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.

Didatismo e Conhecimento 46
INFORMÁTICA BÁSICA
Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
Pré-definidas. preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada, mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên- los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.
cia do gradiente e como será o sombreamento.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor 1 e cor


2, o nível de transparência e o sombreamento.

Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas formas.


Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor do 3D, alterar a
profundidade, a direção, luminosidade e superfície. As demais op-
ções da Forma são idênticas as das imagens.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu


documento. Se você estiver usando o Office 2003 ou seu docu-
mento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse botão, ele habilita a
seguinte janela:

Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas cores de


preenchimento prontas.

Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e cli-


que em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX, a
janela a ser mostrada será:

Didatismo e Conhecimento 47
INFORMÁTICA BÁSICA
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar
as cores e o estilo do organograma.

Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e clique


em OK.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo


os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele ainda
mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo
Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt Selecione um for-
mato de WordArt e clique sobre ele.

Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar no topo


em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as opções de alteração
do objeto.

O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta clicar em


um botão do mesmo nível do que será criado e clicar neste botão.
Outra forma de se criar novas caixas dentro de um mesmo nível é
ao terminar de digitar o texto pressionar ENTER. Ainda no grupo
Criar Gráfico temos os botões de Elevar / Rebaixar que permite
mudar o nível hierárquico de nosso organograma. Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu
texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt
No grupo Layout podemos mudar a disposição de nosso or-
ganograma.

Didatismo e Conhecimento 48
INFORMÁTICA BÁSICA

O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo Estilos de
WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.
Tabelas
As tabelas são com certeza um dos elementos mais importantes para colocar dados em seu documento.
Use tabelas para organizar informações e criar formas de páginas interessantes e disponibilizar seus dados.

Para inserir uma tabela, na ABA Inserir clique no botão Tabela.

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar a
Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente necessário
alterar o conteúdo.

Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número variável
de colunas por linha semelhante à maneira como você usa uma caneta para desenhar uma tabela.

Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode utilizar o topo

Ferramentas de Tabela.

Didatismo e Conhecimento 49
INFORMÁTICA BÁSICA

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar uma
formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela transforma
seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.

Você pode observar também que ao estar com alguma célula da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, chamada
Layout, clique sobre essa ABA.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela, apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com as propriedades da janela.

Nesta janela existem quatro Guias.


A primeira é relativa à tabela, pode-se definir a largura da tabela, o alinhamento e a quebra do texto na tabela. Ao clicar no botão Bordas
e Sombreamento abre-se a janela de bordas e sombreamento estudada anteriormente. Ao clicar em Opções é possível definir as margens das
células e o espaçamento entre as células.

Didatismo e Conhecimento 50
INFORMÁTICA BÁSICA

A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da célula


que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tamanho da Célula
permite definir a largura e altura da célula. A opção AutoAjuste
tem a função de ajustar sua célula de acordo com o conteúdo den-
tro dela.

O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e


remover linhas e colunas de sua tabela.

O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do con-


teúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a direção
de seu texto. A opção Margens da Célula, permite alterar as mar-
gens das células como vimos anteriormente.

Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é


possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo
é referente à divisão e mesclagem de células.

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua


tabela.

A opção classificar como o próprio nome diz permite classifi-


car os dados de sua tabela.
A opção Mesclar Células, somente estará disponível se você
selecionar duas ou mais células. Esse comando permite fazer com
que as células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar


nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em
quantas linhas e colunas a célula será dividida.

Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a


linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como crité-
rios de classificação.

Didatismo e Conhecimento 51
INFORMÁTICA BÁSICA
O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos na tabela.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros.

Os de ortografia ele marca em vermelho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para veri-
ficação na impressão sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:

• Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.



• Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.

• Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela não será
grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte do Word.

• Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a corrigiu no
quadro superior.

• Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.

Impressão

Para imprimir seu documento o processo é muito simples. Clique no botão

Office e ao posicionar o mouse em Imprimir ele abre algumas opções.

Didatismo e Conhecimento 52
INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos também se necessário criarmos nossos próprios esti-
los. Clique na Faixa do grupo Estilo.

Estilos

Os estilos podem ser considerados formatações prontas a se-


rem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibiliza uma
grande quantidade de estilos através do grupo estilos.

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em


seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo existente, ele
aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver
selecionado o estilo será aplicado somente ao que foi selecionado.

Será mostrado todos os estilos presentes no documento em


uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três bo-
tões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2


em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado somente no
texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto
foi selecionado, então a aplicação do estilo foi somente no que
estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível
acessar a diversas definições de estilos através da opção Conjunto
de Estilos.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que


ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação dele foi o
estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o
próximo será também corpo.

Didatismo e Conhecimento 53
INFORMÁTICA BÁSICA
Abaixo definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na par-
te de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que
o mesmo está disponível somente a este documento. Ao finalizar
clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

Índices

Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normal-
mente aparece no inicio de documentos. A principal regra é que
todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a
um estilo. Clique no local onde você precisa que fique seu índice
e clique no botão Sumário. Serão mostrados alguns modelos de
sumário, clique em Inserir Sumário.

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos


presentes no documento, então é nela que você define quais estilos
farão parte de seu índice.

No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o


nível 2 ao Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão
suas entradas de índice clique em OK.

Retorna-se a janela anterior, onde você pode definir qual será


o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo nú-
mero de página e na parte mais abaixo, você pode definir o Forma-
to de seu índice e quantos níveis farão parte do índice.

Ao clicar em Ok, seu índice será criado.

Quando houver necessidade de atualizar o índice, basta clicar


com o botão direito do mouse em qualquer parte do índice e esco-
lher Atualizar Campo.

Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Cli-


que no botão Opções. Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.

Didatismo e Conhecimento 54
INFORMÁTICA BÁSICA
MS EXCEL Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova planilha,
O Excel é uma das melhores planilhas existentes no mercado. excluir uma planilha existente, renomear uma planilha, mover ou
As planilhas eletrônicas são programas que se assemelham a uma copiar essa planilha, etc...
folha de trabalho, na qual podemos colocar dados ou valores em
forma de tabela e aproveitar a grande capacidade de cálculo e Movimentação na planilha
armazenamento do computador para conseguir efetuar trabalhos Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimen-
que, normalmente, seriam resolvidos com uma calculadora, lápis tar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A mo-
e papel. A tela do computador se transforma numa folha onde vimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
podemos observar uma série de linhas (números) e colunas Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
(letras). A cada encontro de uma linha com uma coluna temos uma em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
célula onde podemos armazenar um texto, um valor, funções ou como referência na barra de fórmulas.
fórmula para os cálculos. O Excel oferece, inicialmente, em uma
única pasta de trabalho três planilhas, mas é claro que você poderá
inserir mais planilhas conforma sua necessidade.

Interface
A interface do Excel segue o padrão dos aplicativos Office,
com ABAS, Botão Office, controle de Zoom na direita. O que
muda são alguns grupos e botões exclusivos do Excel e as guias de
planilha no rodapé à esquerda:

Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter


pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em sequên-
cia.

Guias de Planilha

Se precisar selecionar células alternadamente, clique sobre a


Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha, primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e vá clicando
estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar nas que você quer selecionar.
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas,
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
uma planilha existente para manipular as planilhas.

Podemos também nos movimentar com o teclado, neste caso


usamos a combinação das setas do teclado com a tecla SHIFT.

Didatismo e Conhecimento 55
INFORMÁTICA BÁSICA

Entrada de textos e números

Na área de trabalho do Excel podem ser digitados caracteres,


números e fórmulas. Ao finalizar a digitação de seus dados, você
pode pressionar a tecla ENTER, ou com as setas mudar de célula,
esse recurso somente não será válido quando estiver efetuando um
cálculo. Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem preci- Operadores e Funções
sar redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça
sua alteração e pressione ENTER em seu teclado. A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido
a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos
Salvando e Abrindo Arquivos e vários valores.
Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e
Para salvar uma planilha o processo é igual ao feito no Word, estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o
clique no botão Office e clique me Salvar. mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que
com a função o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme
o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um
cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de
células (A1) e não somente valores.

A quantidade de argumentos empregados em uma função de-


pende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem ser
números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores

Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer


cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

Dê um nome ao seu arquivo, defina o local onde ele deverá ser


salvo e clique em Salvar, o formato padrão das planilhas do Excel
2010 é o xlsx, se precisar salvar em xls para manter compatibilida-
de com as versões anteriores é preciso em tipo definir como Pasta
de Trabalho do Excel 97 – 2003.
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Office e de-
pois no botão Abrir, localize seu arquivo e clique sobre ele e depois
em abrir.

Didatismo e Conhecimento 56
INFORMÁTICA BÁSICA
Vamos montar uma planilha simples. Poderíamos fazer o seguinte cálculo =1*20 que me traria o re-
sultado, porém bastaria alterar o valor da quantidade ou o V. unitá-
rio que eu precisaria fazer novamente o cálculo. O correto é então
é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico referenciando as células,
independente do conteúdo dela, ele fará a multiplicação, desde que
ali se tenha um número.

Observe que o conteúdo de algumas células é maior que a sua


largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posiciono o
mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato de uma flecha
de duas pontas, posso arrastar para definir a nova largura, ou posso Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na barra
dar um duplo clique que fará com que a largura da coluna acerte- de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao clicar sobre a
se com o conteúdo. Posso também clicar com o botão direito do célula onde está o resultado, você poderá ver como se chegou ao
mouse e escolher Largura da Coluna. resultado pela barra de fórmulas.

Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da


segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então
que a coluna representada pela letra não muda, muda-se somente
o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma
grande quantidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e
com certeza sujeita a erros. Quando temos uma sequência de cál-
culos como a nossa planilha o Excel permite que se faça um único
cálculo e ao posicionar o cursor do mouse no canto inferior direito
O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de cada da célula o cursor se transforma em uma cruz (não confundir com
produto (quantidade multiplicado por valor unitário) e depois o a seta branca que permite mover o conteúdo da célula e ao pres-
total de todos os produtos. sionar o mouse e arrastar ele copia a fórmula poupando tempo).
Para o total de cada produto precisamos utilizar o operador de Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo
multiplicação (*), no caso do Mouse temos que a quantidade está D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em plani-
na célula A4 e o valor unitário está na célula C4, o nosso caçulo lhas maiores. Quando tenho sequências de cálculos o Excel per-
será feito na célula D4. mite a utilização de funções.

Didatismo e Conhecimento 57
INFORMÁTICA BÁSICA
No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua estrutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal de igual (=),
escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses, clica-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula a ser somada, este
intervalo é representado pelo sinal de dois pontos (:), e fecham-se os parênteses.

Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel possui um assistente de função que facilita e muito a utilização das mesmas
em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo Edição existe o botão de função.

A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e clique no botão de função.

Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.

Formatação de células
A formatação de células é muito semelhante a que vimos para formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será aplicada
a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar mais de uma célula, basta selecioná-las.
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.

Didatismo e Conhecimento 58
INFORMÁTICA BÁSICA
A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do conteú-
do da célula na horizontal e vertical, além do controle do texto.

A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, em-


bora a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identi-
ficação de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais
destaque.

A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da le-


tra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos
recursos de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas
células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele
possui exemplos de utilização e algumas personalizações como,
por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o sím-
bolo a ser usado e o número de casas decimais.

A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-


mento às suas células.

Didatismo e Conhecimento 59
INFORMÁTICA BÁSICA
Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente selecione O botão estilo de Célula permite que se utilize um estilo de
todas as células de valores em moeda. Você pode utilizar a janela cor para sua planilha.
de formatação como vimos antes, como pode também no grupo
Número clicar sobre o botão moeda.

Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto


etc... em negrito e centralizado. A segunda opção Formatar como Tabela permite também apli-
car uma formatação a sua planilha, porém ele já começa a trabalhar
com Dados.
O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se es-
tiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione desde
a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar e Cen-
tralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de bor-


das, selecione uma borda externa.

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de colu-


nas e abre uma nova ABA chamada Design

Estilos No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção Li-


Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um for- nhas de Cabeçalho.
mato pré-definido a uma planilha selecionada. Para poder manipular também os dados de sua planilha é ne-
cessário selecionar as células que pretende manipular como pla-
nilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em In-
tervalo.

Didatismo e Conhecimento 60
INFORMÁTICA BÁSICA

Auto Preenchimento das Células


Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma fórmula que o Excel entende que ali temos uma fórmula e faz a cópia. Podemos
usar este recurso em outras situações, se eu tiver um texto comum ou um número único, e aplicar este recurso, ele copia sem alterar o que
será copiado, mas posso utilizar este recurso para ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na célula A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao selecionar ambos, o Excel
entende que preciso copiar uma sequência.
Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2 o número 3, ele entende que agora a sequência é de dois em dois.

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da semana, horas, etc...

Inserção de linhas e colunas


Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em uma linha
e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para excluir uma linha
ou uma coluna, basta clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída.

Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que está na ABA inicio.

Através da opção Formatar podemos também definir a largura das linhas e colunas.

Didatismo e Conhecimento 61
INFORMÁTICA BÁSICA

Congelar Painéis

Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim a digita-
ção de valores em locais errados. Esse recurso chama-se congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a primeira linha
ficará estática.

Didatismo e Conhecimento 62
INFORMÁTICA BÁSICA
Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova janela da
planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, podemos organizar
as janelas abertas clicando no botão Organizar Tudo,

O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e depois


bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas
casas decimais.

Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas de gra-


de, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra de formulas.

Trabalhando com Referências


Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são
alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total
Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula
E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula fica-
rá =D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9,
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso
copiar a fórmula, pelo menos não como está.
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma pla-
nilha é ganhar-se tempo.

Didatismo e Conhecimento 63
INFORMÁTICA BÁSICA
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é tam- D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
bém chamado de valor constante. coluna.
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a Algumas outras funções
referência da célula D9. Vamos inicialmente montar a seguinte planilha

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adicionado


o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do número 9. $D$9. Em nosso controle de atletas vamos através de algumas outras
funções saber algumas outras informações de nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer mais so-
bre elas através do assistente de função.

Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua célula.

No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem


casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
será necessário travar somente a coluna.
As combinações então ficariam (tomando como base a célula
D9) Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir
D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber
$D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora
linha. etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas
todas as funções relativas a essa categoria.

Didatismo e Conhecimento 64
INFORMÁTICA BÁSICA
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
link Ajuda sobre esta função.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura o pro-


cesso é o mesmo.

Média

Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.


Máximo Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
valores médios nas características de nossos atletas.
Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células. Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
Em nossa planilha vamos utilizar essa função para saber é a na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte função =ME-
maior idade, maior peso e a maior altura. DIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
na linha de valores máximos E15 e monte a seguinte função =MA-
XIMO(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo


Vamos utilizar essa função em nossa planilha de controle de
atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios da planilha,
deixaremos com duas casas decimais.

Vamos repetir o processo para os valores máximos do peso e Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos um re-
da altura. curso muito interessante do Excel que é o aninhamento de funções,
ou seja, uma função fazendo parte de outra.
MIN A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13)
Mostra o valor mínimo de uma seleção de células. clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de
Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os fórmulas.
valores mínimos nas características de nossos atletas.

Didatismo e Conhecimento 65
INFORMÁTICA BÁSICA
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira =SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero.

Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos


parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênte-
ses é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o
cálculo.

Explicando a função.
Função SE =SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Ex- se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
cel e provavelmente uma das mais complexas para quem está ini- “Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
ciando. “Profissional”: Valor a ser apresentado como falso.
)
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite ava- Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
liar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro ou criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18
um valor falso. anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profis-
sional e acima dos 30 anos será considerado Master.
Sua sintaxe é =SE (TESTELÓGICO;VALOR
VERDADEIRO;VALOR FALSO). Nossa planilha ficará da seguinte forma.
=SE - Atribuição de inicio da função;

TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;


VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na célula
quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra célula, um
caçulo, um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
texto deverá estar entre aspas.
VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quando o
teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo, um número
ou um texto, apenas lembrando que se for um texto deverá estar
entre aspas.
Para exemplificar o funcionamento da função vamos acres-
centar em nossa planilha de controle de atletas uma coluna cha- Temos então agora na coluna J a referência de idade, e na
mada categoria. coluna K a categoria.

Então agora preciso verificar a idade de acordo com o valor na


coluna J e retornar com valores verdadeiros e falsos o conteúdo da
coluna K. A função então ficará da seguinte forma:

=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6))
Temos então:
Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que =SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde
18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis- verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o
sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta valor que consta na célula J4.
for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes-
que 18 ele será Profissional. te lógico, no caso o texto “Juvenil”.

Didatismo e Conhecimento 66
INFORMÁTICA BÁSICA
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor =AGORA( ) Retorna a data e à hora
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente número
será utilizado se o primeiro teste der como falso. =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo data inicial e uma data final.
teste lógico estiver correto. Para exemplificar monte a seguinte planilha.
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de-
rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas

Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram trabalhadas


durante cada dia.
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos pela
data de entrada de manhã, com isso sabemos quantas horas foram
trabalhadas pela manhã na mesma função faço a subtração da saída
no período da tarde pela entrada do período da tarde e somo os dois
períodos.

Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em nossa


planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Repita o processo para todos os demais dias da semana, so-


mente no sábado é preciso apenas calcular a parte da manhã, ou
seja, não precisa ser feito o cálculo do período da tarde.

A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)


onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é o
resultado calculado pela função
SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de atle-
tas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo mudando-se
somente a categoria que está sendo buscada.
Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe coloque
Funções de Data e Hora um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato Moeda. Va-
Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na mos agora então calcular quanto ele ganhou por dia, pois temos
data e hora de seu computador. As principais funções de data e quantas horas ele trabalhou durante o dia e sabemos o valor da
hora são: hora. Como temos dois formatos de números precisamos durante
=HOJE( ) Retorna a data atual. o cálculo fazer a conversão.
=MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=ANO(HOJE()) Retorna o ano atual =HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60.
=HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
=MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
=SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual

Didatismo e Conhecimento 67
INFORMÁTICA BÁSICA
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re-
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora
o dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda.

Planilhas 3D

O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel na versão


5 do programa, ele é chamado dessa forma pois permite que se
façam referências de uma planilha em outra.

Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos os dias Posso por exemplo fazer uma soma de valores que estejam em
então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa ser copiado, o outra planilha, ou seja quando na planilha matriz algum valor seja
número 60 por ser um número não é muda. alterado na planilha que possui referência com ela também muda.

=HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60 Vamos a um exemplo


Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou na sema-
na, faça a soma de todos os dias trabalhados.

Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra 20:40, Faremos uma planilha para conversão de valores, então na
porém nessa semana o funcionário trabalhou mais de 40 horas, planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque o valore em
isso ocorre pois o cálculo de horas zera ao chegar em 23:59:59, real e automaticamente ele fará a conversão para outras moedas,
então preciso fazer com que o Excel entenda que ele precisa con- monte a seguinte planilha.
tinuar a contagem. Clique na faixa do grupo número na ABA
Inicio, na janela que se abre clique na categoria Hora e escolha o Vamos renomear a planilha para resultado.
formato 37:30:55 esse formato faz com que a contagem continue.

Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Plan1 e


digite o novo nome.

Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a seguinte


planilha

Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber


e faça a soma dos valores totais.

Didatismo e Conhecimento 68
INFORMÁTICA BÁSICA
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário pos-
sa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para a
conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.

Renomeie essa planilha para valores

Retorne a planilha resultado e coloque um valor qualquer no


campo onde será digitado valor.

Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no


botão Proteger Planilha.

Clique agora no campo onde será colocado o valor de compra


do dólar na célula B4 e clique na célula onde está o valor que aca-
bou de digitar célula B2, adicione o sinal de divisão (/) e depois cli-
que na planilha valores ele vai colocar o nome da planilha seguido
de um ponto de exclamação (!) e clique onde está o valor de com- Será mostrada mais uma janela coloque uma senha (recomen-
pra do dólar. A função ficará da seguinte forma =B2/valores!B2. dável)

Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o valor do


dólar, ele atualiza na planilha resultado.
Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a função fica-
rá da seguinte forma: =B2/valores!C2.

Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a


célula B2 que é referente ao valor em real.

Didatismo e Conhecimento 69
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o seguinte aviso

Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na ABA Inserir.

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.

Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar vamos focar em Gráficos.

Gráficos

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar resultados.
As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA Inserir do Excel

Didatismo e Conhecimento 70
INFORMÁTICA BÁSICA
Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para criarmos
nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atletas x peso.

Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e selecione os valores do peso.

Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo cliquei
no estilo de gráfico de colunas.

Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico será criado.

Didatismo e Conhecimento 71
INFORMÁTICA BÁSICA
Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pressionado
e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima dela Ferramentas de Gráfico).

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no botão Alterar Linha/Coluna.

Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribuição dos elementos do Gráfico.

Didatismo e Conhecimento 72
INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico através do grupo Estilos de Gráfico

Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Dados
O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite importar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de uma planilha do Excel

Didatismo e Conhecimento 73
INFORMÁTICA BÁSICA
Classificação

Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados criados no Excel.


Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este recurso pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na ABA Inicio, ou pelo grupo
Classificar e Filtrar na ABA Dados.

Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão classificados.

Clique no botão Classificar.

Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão Adicionar Nível e coloque Modalidade.

Didatismo e Conhecimento 74
INFORMÁTICA BÁSICA
Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títulos em nossa
planilha e clique em OK.

Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for necessário, basta clicar no botão de Classificar.

Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus dados sele-
cionados clique no botão Filtro e observe que será adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.

Estas setas permite visualizar somente os dados que te interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas do sexo
feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão ocultos.

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profissional,
eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Didatismo e Conhecimento 75
INFORMÁTICA BÁSICA

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um ícone em forma de funil no lugar da seta.

Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for um
número).

Didatismo e Conhecimento 76
INFORMÁTICA BÁSICA

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de visuali-


zação dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência do sexo
dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos.

Subtotais Impressão
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos O processo de impressão no Excel é muito parecido com o que
inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas rela- fizemos no Word.
cionado com a idade. Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha Visua-
lizar Impressão.

Depois clique no botão Subtotal.


Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subto-
tal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.

No caso escolhi a planilha atletas, podemos observar que a


mesma não cabe em uma única página. Clique no botão Configurar
Página.

Didatismo e Conhecimento 77
INFORMÁTICA BÁSICA
Marque a opção Paisagem e clique em OK. CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inserir cé-
lulas, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés de clicar com
o mouse no número da linha ou na letra da coluna, basta pressionar
esse comando.
*Utilize o sinal de adição do teclado numérico ou a combina-
ção CTRL + SHIFT + Sinal de adição que fica à esquerda da tecla
backspace, pois ela tem o mesmo efeito.

CTRL + Sinal de subtração (-): para excluir células, linhas


ou colunas inteiras, pressione essas teclas. Esse comando funciona
tanto no teclado normal quanto no teclado numérico.

CTRL + D: você pode precisar que todas as células de deter-


minada coluna tenham o mesmo valor. Apertando CTRL + D, você
fará com que a célula ativa seja preenchida com o mesmo valor da
célula que está acima dela. Por exemplo: você digitou o número
Teclas de atalho do Excel
5432 na célula A1 e quer que ele se repita até a linha 30. Selecione
da célula A1 até a A30 e pressione o comando. Veja que todas as
CTRL + !: quando se está trabalhando com planilhas grandes, células serão preenchidas com o valor 5432.
quando os dados precisam ser apresentados a um gerente, ou mes-
mo só para facilitar sua vida, a melhor maneira de destacar certas CTRL + R: funciona da mesma forma que o comando acima,
informações é formatar a célula, de modo que a fonte, a cor do tex- mas para preenchimento de colunas. Exemplo: selecione da célula
to, as bordas e várias outras configurações de formatação. Mas ter A1 até a E1 e pressione CTRL + R. Todas as células selecionadas
que usar o mouse para encontrar as opções de formatação faz você terão o mesmo valor da A1.
perder muito tempo. Portanto, pressionando CTRL + !, você fará
com que a janela de opções de formatação da célula seja exibida. CTRL + ALT + V: você já deve ter cometido o erro de copiar
Lembre-se que você pode selecionar várias células para aplicar a uma célula e colar em outro local, acabando com a formatação que
formatação de uma só vez. tinha definido anteriormente, pois as células de origem eram azuis
e as de destino eram verdes. Ou seja, você agora tem células azuis
CTRL + (: muitas vezes você precisa visualizar dados que não onde tudo deveria ser verde. Para que isso não aconteça, você pode
estão próximos uns dos outros. Para isso o Excel fornece a opção utilizar o comando “colar valores”, que fará com que somente os
de ocultar células e colunas. Pressionando CTRL + (, você fará valores das células copiadas apareçam, sem qualquer formatação.
com que as linhas correspondentes à seleção sejam ocultadas. Se Para não precisar usar o mouse, copie as células desejadas e na
houver somente uma célula ativa, só será ocultada a linha corres- hora de colar utilize as teclas CTRL + ALT + V.
pondente. Por exemplo: se você selecionar células que estão nas
linhas 1, 2, 3 e 4 e pressionar as teclas mencionadas, essas quatro CTRL + PAGE DOWN: não há como ser rápido utilizando
linhas serão ocultadas. o mouse para alternar entre as planilhas de um mesmo arquivo.
Para reexibir aquilo que você ocultou, selecione uma célula Utilize esse comando para mudar para a próxima planilha da sua
da linha anterior e uma da próxima, depois utilize as teclas CTRL pasta de trabalho.
+ SHIFT + (. Por exemplo: se você ocultou a linha 14 e precisa
reexibi-la, selecione uma célula da linha 13, uma da linha 15 e CTRL + PAGE UP: similar ao comando anterior. Porém, exe-
cutando-o você muda para a planilha anterior.
pressione as teclas de atalho.
*É possível selecionar as planilhas que estão antes ou depois
da atual, pressionando também o SHIFT nos dois comando acima.
CTRL + ): esse atalho funciona exatamente como o anterior,
Teclas de função
porém, ele não oculta linhas, mas sim COLUNAS. Para reexibir as Poucas pessoas conhecem todo o potencial das teclas que fi-
colunas que você ocultou, utilize as teclas CTRL + SHIFT + ). Por cam na mesma linha do “Esc”. Assim como o CTRL, as teclas de
exemplo: você ocultou a coluna C e quer reexibi-la. Selecione uma função podem ser utilizadas em combinação com outras, para pro-
célula da coluna B e uma da célula D, depois pressione as teclas duzir comandos diferentes do padrão atribuído a elas. Veja alguns
mencionadas. deles abaixo.

CTRL + SHIFT + $: quando estiver trabalhando com valores F2: se você cometer algum erro enquanto está inserindo fór-
monetários, você pode aplicar o formato de moeda utilizando esse mulas em uma célula, pressione o F2 para poder mover o cursor do
atalho. Ele coloca o símbolo R$ no número e duas casas decimais. teclado dentro da célula, usando as setas para a direita e esquerda.
Valores negativos são colocados entre parênteses. Caso você pressione uma da setas sem usar o F2, o cursor será
movido para outra célula.
CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extremamen-
te útil quando você precisa selecionar os dados que estão envolta ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um ar-
da célula atualmente ativa. Caso existam células vazias no meio quivo do Excel também exige vários cliques com o mouse, mas
dos dados, elas também serão selecionadas. Veja na imagem abai- você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para ganhar algum
xo um exemplo. A célula selecionada era a D6. tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o mesmo efeito.

Didatismo e Conhecimento 78
INFORMÁTICA BÁSICA
F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de seleção Uma imagem do PowerPoint 2010 no modo Normal que pos-
estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que o SHIFT. Po- sui vários elementos rotulados.
rém, ele só será desativado quando for pressionado novamente, 1 No painel Slide, você pode trabalhar em slides individuais.
diferente do SHIFT, que precisa ser mantido pressionado para que 2 As bordas pontilhadas identificam os espaços reservados,
você possa selecionar várias células da planilha. onde você pode digitar texto ou inserir imagens, gráficos e outros
objetos.
Veja abaixo outros comandos úteis: 3 A guia Slides mostra uma versão em miniatura de cada slide
inteiro mostrado no painel Slide. Depois de adicionar outros slides,
CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última célula você poderá clicar em uma miniatura na guia Slides para fazer com
preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, o cursor será que o slide apareça no painel Slide ou poderá arrastar miniaturas
movido para a última célula preenchida que estiver antes da vazia. para reorganizar os slides na apresentação. Também é possível adi-
END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou desativar o cionar ou excluir slides na guia Slides.
“Modo de Término”. Sua função é parecida com o comando ante- 4 No painel Anotações, você pode digitar observações sobre o
rior. Pressiona uma vez para ativar e depois pressione uma tecla de slide atual. Também pode distribuir suas anotações para a audiên-
direção para mover o cursor para a última célula preenchida. cia ou consultá-las no Modo de Exibição do Apresentador durante
*Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END fará a apresentação.
com que o cursor seja movido para a célula que estiver visível no
canto inferior direito da janela. Etapa 2: Começar com uma apresentação em branco
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você Por padrão, o PowerPoint 2010 aplica o modelo Apresentação
quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor. em Branco, mostrado na ilustração anterior, às novas apresenta-
SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando ções. Apresentação em Branco é o mais simples e o mais genérico
acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor. dos modelos no PowerPoint 2010 e será um bom modelo a ser
usado quando você começar a trabalhar com o PowerPoint.
MS POWERPOINT 2010 Para criar uma nova apresentação baseada no modelo Apre-
sentação em Branco, faça o seguinte:
O PowerPoint 2010 é um aplicativo visual e gráfico, usado 1. Clique na guia Arquivo.
principalmente para criar apresentações. Com ele, você pode criar, 2. Aponte para Novo e, em Modelos e Temas Disponíveis,
visualizar e mostrar apresentações de slides que combinam tex- selecione Apresentação em Branco.
to, formas, imagens, gráficos, animações, tabelas, vídeos e muito 3. Clique em Criar.
mais.
Etapa 3: Ajustar o tamanho do painel de anotações
Familiarizar-se com o espaço de trabalho do PowerPoint Depois que você abre o modelo Apresentação em Branco, so-
O espaço de trabalho, ou modo de exibição Normal, foi desen- mente uma pequena parte do painel Anotações fica visível. Para
volvido para ajudá-lo a encontrar e usar facilmente os recursos do ver uma parte maior desse painel e ter mais espaço para digitar,
Microsoft PowerPoint 2010. faça o seguinte:
Este artigo contém instruções passo a passo para ajudá-lo a se 1. Aponte para a borda superior do painel Anotações.
preparar para criar apresentações com o PowerPoint 2010 2. Quando o ponteiro se transformar em uma , arraste a
borda para cima a fim de criar mais espaço para as anotações do
Etapa 1: Abrir o PowerPoint apresentador, como mostrado na ilustração a seguir.
Quando você inicia o PowerPoint, ele é aberto no modo de
exibição chamado Normal, onde você cria e trabalha em slides.

Observe que o slide no painel Slide se redimensiona automa-


ticamente para se ajustar ao espaço disponível.

Etapa 4: Criar a apresentação


Agora que preparou o espaço de trabalho para ser usado, você
está pronto para começar a adicionar texto, formas, imagens, ani-
mações (e outros slides também) à apresentação. Próximo à parte
superior da tela, há três botões que podem ser úteis quando você
iniciar o trabalho:

Didatismo e Conhecimento 79
INFORMÁTICA BÁSICA
• Desfazer , que desfaz sua última alteração (para Outros elementos que podem ser exibidos na Faixa de Opções
ver uma dica de tela sobre qual ação será desfeita, coloque o pon- são as guias contextuais, as galerias e os iniciadores de caixa de
teiro sobre o botão. Para ver um menu de outras alterações recentes diálogo.
que também podem ser desfeitas, clique na seta à direita de Des-
fazer ).  Uma galeria, neste caso a galeria de formas no grupo Dese-
• Você também pode desfazer uma alteração pressionando nho. As galerias são janelas ou menus retangulares que apresentam
CTRL+Z. uma gama de opções visuais relacionadas.
• Refazer ou Repetir , que repete ou refaz sua úl-   Uma guia contextual, neste caso a guia Ferramentas
tima alteração, dependendo da ação feita anteriormente (para ver de Imagem. Para diminuir a poluição visual, algumas guias são
uma dica de tela sobre qual ação será repetida ou refeita, coloque o mostradas somente quando necessárias. Por exemplo, a guia Fer-
ponteiro sobre o botão). Você também pode repetir ou refazer uma ramentas de Imagem será mostrada somente se você inserir uma
alteração pressionando CTRL+Y. imagem a um slide e a selecionar.
• A Ajuda do Microsoft Office PowerPoint , que abre  Um Iniciador da Caixa de Diálogo, neste caso, um que
o painel Ajuda do PowerPoint. Você também pode abrir a Ajuda inicia a caixa de diálogo Formatar Forma.
pressionando F1.
Localização dos comandos conhecidos na Faixa de Opções
Familiarizar-se com a Faixa de Opções do PowerPoint Para encontrar a localização de comandos específicos em
2010 guias e grupos, consulte os diagramas a seguir.
Ao iniciar o Microsoft PowerPoint 2010 pela primeira vez,
você perceberá que os menus e as barras de ferramentas do Power- A guia Arquivo
Point 2003 e das versões anteriores foram substituídos pela Faixa
de Opções.

O que é a Faixa de Opções?


A Faixa de Opções contém os comandos e os outros itens de
menu presentes nos menus e barras de ferramentas do PowerPoint
2003 e de versões anteriores. A Faixa de Opções foi projetada para
ajudá-lo a localizar rapidamente os comandos necessários para
concluir uma tarefa.

Principais recursos da Faixa de Opções

A Faixa de Opções exibida no lado esquerdo da guia Página


Inicial do PowerPoint 2010.
1  Uma guia da Faixa de Opções, neste caso a guia Página
Inicial. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade, como
inserir mídia ou aplicar animações a objetos.
2 Um grupo na guia Página Inicial, neste caso o grupo Fonte. A guia Arquivo é o local onde é possível criar um novo arqui-
Os comandos são organizados em grupos lógicos e reunidos nas vo, abrir ou salvar um existente e imprimir sua apresentação.
guias. 1 Salvar como
3  Um botão ou comando individual no grupo Slides, neste 2 Abrir
caso o botão Novo Slide. 3 Novo
4 Imprimir
Outros recursos da Faixa de Opções
A guia Página Inicial

A guia Página Inicial é o local onde é possível inserir novos


slides, agrupar objetos e formatar texto no slide.

Didatismo e Conhecimento 80
INFORMÁTICA BÁSICA
1 Se você clicar na seta ao lado de Novo Slide, poderá escolher entre vários layouts de slide.
2 O grupo Fonte inclui os botões Fonte, Negrito, Itálico e Tamanho da Fonte.
3 O grupo Parágrafo inclui Alinhar Texto à Direita, Alinhar Texto à Esquerda, Justificar e Centralizar.
4 Para localizar o comando Agrupar, clique em Organizar e, em Agrupar Objetos, selecione Agrupar.

Guia Inserir

A guia Inserir é o local onde é possível inserir tabelas, formas, gráficos, cabeçalhos ou rodapés em sua apresentação.

1 Tabela
2 Formas
3 Gráfico
4 Cabeçalho e Rodapé
Guia Design

A guia Design é o local onde é possível personalizar o plano de fundo, o design e as cores do tema ou a configuração de página na
apresentação.
1 Clique em Configurar Página para iniciar a caixa de diálogo Configurar Página.
2 No grupo Temas, clique em um tema para aplicá-lo à sua apresentação.
3 Clique em Estilos de Plano de Fundo para selecionar uma cor e design de plano de fundo para sua apresentação.

Guia Transições

A guia Transições é o local onde é possível aplicar, alterar ou remover transições no slide atual.
1 No grupo Transições para este Slide, clique em uma transição para aplicá-la ao slide atual.
2 Na lista Som, você pode selecionar entre vários sons que serão executados durante a transição.
3 Em Avançar Slide, você pode selecionar Ao Clicar com o Mouse para fazer com que a transição ocorra ao clicar.

Guia Animações

A guia Animações é o local onde é possível aplicar, alterar ou remover animações em objetos do slide.
1 Clique em Adicionar Animação e selecione uma animação que será aplicada ao objeto selecionado.

Didatismo e Conhecimento 81
INFORMÁTICA BÁSICA
2 Clique em Painel de Animação para iniciar o painel de tarefas Painel de Animação.
3 O grupo Intervalo inclui áreas para definir o Página Inicial e a Duração.

Guia Apresentação de Slides

A guia Apresentação de Slides é o local onde é possível iniciar uma apresentação de slides, personalizar as configurações da apresenta-
ção de slides e ocultar slides individuais.
1 O grupo Iniciar Apresentação de Slides, que inclui Do Começo e Do Slide Atual.
2 Clique em Configurar Apresentação de Slides para iniciar a caixa de diálogo Configurar Apresentação.
3 Ocultar Slide

Guia Revisão

A guia Revisão é o local onde é possível verificar a ortografia, alterar o idioma da apresentação ou comparar alterações na apresentação
atual com outra.
1 Ortografia, para iniciar o verificador ortográfico.
2 O grupo Idioma, que inclui Editando Idiomas, onde é possível selecionar o idioma.
3 Comparar, onde é possível comparar as alterações na apresentação atual com outra.

Guia Exibir

A guia Exibir é o local onde é possível exibir o slide mestre, as anotações mestras, a classificação de slides. Você também pode ativar
ou desativar a régua, as linhas de grade e as guias de desenho.
1 Classificação de Slides
2 Slide Mestre
3 O grupo Mostrar, que inclui Régua e Linhas de Grade.

Eu não vejo o comando de que preciso!    


Alguns comandos, como Recortar ou Compactar, são guias contextuais.
Para exibir uma guia contextual, primeiramente selecione o objeto que será trabalhado e verifique se uma guia contextual é exibida na
Faixa de Opções.

Localizar e aplicar um modelo


O PowerPoint 2010 permite aplicar modelos internos ou os seus próprios modelos personalizados e pesquisar vários modelos dispo-
níveis no Office.com. O Office.com fornece uma ampla seleção de modelos do PowerPoint populares, incluindo apresentações e slides de
design.
Para localizar um modelo no PowerPoint 2010, siga este procedimento:
Na guia Arquivo, clique em Novo.
Em Modelos e Temas Disponíveis, siga um destes procedimentos:
• Para reutilizar um modelo usado recentemente, clique em Modelos Recentes, clique no modelo desejado e depois em Criar.
• Para utilizar um modelo já instalado, clique em Meus Modelos, selecione o modelo desejado e clique em OK.

Didatismo e Conhecimento 82
INFORMÁTICA BÁSICA
• Para utilizar um dos modelos internos instalados com o
PowerPoint, clique em Modelos de Exemplo, clique no modelo
desejado e depois em Criar.
• Para localizar um modelo no Office.com, em Modelos do
Office.com, clique em uma categoria de modelo, selecione o mo-
delo desejado e clique em Baixar para baixar o modelo do Office.
com para o computador.

Salvar uma apresentação

Observação- Você também pode pesquisar modelos no Office.


com de dentro do PowerPoint. Na caixa Pesquisar modelos no Of-
fice.com, digite um ou mais termos de pesquisa e clique no botão
de seta para pesquisar.

Criar uma apresentação


1. Clique na guia Arquivo e clique em Novo. Como com qualquer programa de software, é uma boa ideia
2. Siga um destes procedimentos: nomear e salvar a apresentação imediatamente e salvar suas altera-
• Clique em Apresentação em Branco e em Criar. ções com frequência enquanto você trabalha:
• Aplique um modelo ou tema, seja interno fornecido com 1. Clique na guia Arquivo.
o PowerPoint 2010 ou baixado do Office.com. 2. Clique em Salvar como e siga um destes procedimentos:
• Para que uma apresentação só possa ser aberta no Po-
Abrir uma apresentação werPoint 2010 ou no PowerPoint 2007, na lista Salvar como tipo,
selecione Apresentação do PowerPoint (*.pptx).
1. Clique na guia Arquivo e em Abrir. • Para uma apresentação que possa ser aberta no Power-
2. No painel esquerdo da caixa de diálogo Abrir, clique na Point 2010 ou em versões anteriores do PowerPoint, selecione
unidade ou pasta que contém a apresentação desejada. Apresentação do PowerPoint 97-2003 (*.ppt).
3. No painel direito da caixa de diálogo Abrir, abra a pasta 3. No painel esquerdo da caixa de diálogo Salvar como, cli-
que contém a apresentação. que na pasta ou em outro local onde você queira salvar sua apre-
4. Clique na apresentação e clique em Abrir. sentação.
 Observação   Por padrão, o PowerPoint 2010 mostra somente 4. Na caixa Nome de arquivo, digite um nome para a apre-
apresentações do PowerPoint na caixa de diálogo Abrir. Para exi- sentação ou aceite o nome padrão e clique em Salvar.
bir outros tipos de arquivos, clique em Todas as Apresentações do De agora em diante, você pode pressionar CTRL+S ou pode
PowerPoint e selecione o tipo de arquivo que deseja exibir. clicar em Salvar, próximo à parte superior da tela, para salvar rapi-
damente a apresentação, a qualquer momento.
Observação: Para salvar a apresentação em um formato di-
ferente de .pptx, clique na lista Salvar como tipo e selecione o
formato de arquivo desejado.
O Microsoft PowerPoint 2010 oferece uma série de tipos
de arquivo que você pode usar para salvar; por exemplo, JPEGs
(.jpg), arquivos Portable Document Format (.pdf), páginas da Web
(.html), Apresentação OpenDocument (.odp), inclusive como ví-
deo ou filme etc.

Didatismo e Conhecimento 83
INFORMÁTICA BÁSICA
Também é possível abrir vários formatos de arquivo diferen- O novo slide agora aparece na guia Slides, onde está realçado
tes com o PowerPoint 2010, como Apresentações OpenDocument, como o slide atual, e também como o grande slide à direita no
páginas da Web e outros tipos de arquivos. painel Slide. Repita esse procedimento para cada novo slide que
você deseja adicionar.
Adicionar, reorganizar e excluir slides
O único slide que é exibido automaticamente ao abrir o Po- Determinar quantos slides são necessários
werPoint tem dois espaços reservados, sendo um formatado para Para calcular o número de slides necessários, faça um rascu-
um título e o outro formatado para um subtítulo. A organização dos nho do material que você planeja abordar e, em seguida, divida
espaços reservados em um slide é chamada layout. O Microsoft o material em slides individuais. Você provavelmente deseja pelo
PowerPoint 2010 também oferece outros tipos de espaços reserva- menos:
dos, como aqueles de imagens e elementos gráficos de SmartArt. • Um slide de título principal
Ao adicionar um slide à sua apresentação, siga este procedi- • Um slide introdutório que lista os pontos principais ou
mento para escolher um layout para o novo slide ao mesmo tempo: áreas da sua apresentação
1. No modo de exibição Normal, no painel que contém as • Um slide para cada ponto ou área que esteja listada no
guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides e clique abaixo do slide introdutório
único slide exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint. • Um slide de resumo que repete a lista de pontos ou áreas
2. Na guia Página Inicial, no grupo Slides, clique na seta principais da sua apresentação
ao lado de Novo Slide. Ou então, para que o novo slide tenha o Usando essa estrutura básica, se você possui três pontos ou
mesmo layout do slide anterior, basta clicar em Novo Slide em vez áreas principais para apresentar, planeje ter um mínimo de seis: um
de clicar na seta ao lado dele. slide de título, um slide introdutório, um slide para cada um dos
três pontos ou áreas principais e um slide de resumo.

Será exibida uma galeria que mostra as miniaturas dos vários


layouts de slide disponíveis.
• O nome identifica o conteúdo para o qual cada slide foi
criado.
• Os espaços reservados que exibem ícones coloridos po-
dem conter texto, mas você também pode clicar nos ícones para
inserir objetos automaticamente, incluindo elementos gráficos
SmartArt e clip-art.
3. Clique no layout desejado para o novo slide.

Se houver uma grande quantidade de material para apresen-


tar sobre qualquer um dos pontos ou áreas principais, talvez você
queira criar um subagrupamento de slides para esse material, usan-
do a mesma estrutura de tópicos básica.
Dica: Pense em quanto tempo cada slide deve ficar visível na
tela durante a sua apresentação. Uma boa estimativa padrão é de
dois a cinco minutos por slide.
Aplicar um novo layout a um slide
Para alterar o layout de um slide existente, faça o seguinte:
• No modo de exibição Normal, no painel que contém as
guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides e clique no slide ao
qual deseja aplicar um novo layout.
• Na guia Página Inicial, no grupo Slides, clique em La-
yout e, em seguida, clique no novo layout desejado.
 Observação   Se você aplicar um layout que não possua tipos
de espaços reservados suficientes para o conteúdo que já existe no
slide, serão criados espaços reservados adicionais automaticamen-
te para armazenar esse conteúdo.

Didatismo e Conhecimento 84
INFORMÁTICA BÁSICA
Copiar um slide
Se você deseja criar dois ou mais slides que tenham conteúdo e layout semelhantes, salve o seu trabalho criando um slide que tenha
toda a formatação e o conteúdo que será compartilhado por ambos os slides, fazendo uma cópia desse slide antes dos retoques finais em
cada um deles.
1. No modo de exibição Normal, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides, clique com o botão direito do
mouse no slide que deseja copiar e clique em Copiar.
2. Na guia Slides, clique com o botão direito do mouse onde você deseja adicionar a nova cópia do slide e clique em Colar.
Você também pode usar esse procedimento para inserir uma cópia de um slide de uma apresentação para outra.

Reorganizar a ordem dos slides


No modo de exibição Normal, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides, clique no slide que deseja mover
e arraste-o para o local desejado.
Para selecionar vários slides, clique em um slide que deseja mover, pressione e mantenha pressionada a tecla CTRL enquanto clica em
cada um dos outros slides que deseja mover.

Excluir um slide
No modo de exibição Normal, no painel que contém as guias Tópicos e Slides, clique na guia Slides, clique com o botão direito do
mouse no slide que deseja excluir e clique em Excluir Slide.

Adicionar formas ao slide


1. Na guia Início, no grupo Desenho, clique em Formas.

2. Clique na forma desejada, clique em qualquer parte do slide e arraste para colocar a forma.
Para criar um quadrado ou círculo perfeito (ou restringir as dimensões de outras formas), pressione e mantenha a tecla SHIFT pressio-
nada ao arrastar.

Exibir uma apresentação de slides

Para exibir a apresentação no modo de exibição Apresentação de Slides a partir do primeiro slide, siga este procedimento:

Na guia Apresentação de Slides, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, clique em Do Começo (ou pressione F5).

Para exibir a apresentação no modo de exibição Apresentação de Slides a partir do slide atual, siga este procedimento(ou pressione
Shift+F5):
Na guia Apresentação de Slides, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, clique em Do Slide Atual.

Didatismo e Conhecimento 85
INFORMÁTICA BÁSICA
Imprimir uma apresentação
1. Clique na guia Arquivo e clique em Imprimir.
2. Em Imprimir, siga um destes procedimentos:
• Para imprimir todos os slides, clique em Tudo.
• Para imprimir somente o slide exibido no momento, clique em Slide Atual.
• Para imprimir slides específicos por número, clique em Intervalo Personalizado de Slides e digite uma lista de slides individuais,
um intervalo, ou ambos.
Observação   Use vírgulas para separar os números, sem espaços. Por exemplo: 1,3,5-12.
3. Em Outras Configurações, clique na lista Cor e selecione a configuração desejada.
4. Ao concluir as seleções, clique em Imprimir.

• Criar e imprimir folhetos


Você pode imprimir as apresentações na forma de folhetos, com até nove slides em uma página, que podem ser utilizados pelo público
para acompanhar a apresentação ou para referência futura.
O folheto com três slides por página possui espaços entre as linhas para anotações.
Você pode selecionar um layout para os folhetos em visualização de impressão (um modo de exibição de um documento da maneira
como ele aparecerá ao ser impresso).
Organizar conteúdo em um folheto:
Na visualização de impressão é possível organizar o conteúdo no folheto e visualizá-lo para saber como ele será impresso. Você pode
especificar a orientação da página como paisagem ou retrato e o número de slides que deseja exibir por página.
Você pode adicionar visualizar e editar cabeçalhos e rodapés, como os números das páginas. No layout com um slide por página, você
só poderá aplicar cabeçalhos e rodapés ao folheto e não aos slides, se não desejar exibir texto, data ou numeração no cabeçalho ou no rodapé
dos slides.

Aplicar conteúdo e formatação em todos os folhetos:


Se desejar alterar a aparência, a posição e o tamanho da numeração, da data ou do texto do cabeçalho e do rodapé em todos os folhetos,
faça as alterações no folheto mestre. Para incluir um nome ou logotipo em todas as páginas do folheto, basta adicioná-lo ao mestre. As
alterações feitas no folheto mestre também são exibidas na impressão da estrutura de tópicos.
Imprimir folhetos:
1. Abrir a apresentação em que deseja imprimir os folhetos.
2. Clicar na aba Arquivo, clicar na seleção de layout de slides para impressão na seção ‘Configurações’ e escolher o modo de impres-
são(aqui também podemos selecionar os modos ‘Anotações’ e ‘Estrutura de tópicos’)

Didatismo e Conhecimento 86
INFORMÁTICA BÁSICA

O formato Folhetos (3 Slides por Página) possui linhas para anotações do público.

Para especificar a orientação da página, clicar na seta em Orientação e, em seguida, clicar em Paisagem ou Retrato.
Clicar em Imprimir.

Inserir texto

Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do mouse no retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar o ponto
de inserção (cursor será exibido).
Então basta começar a digitar.

Didatismo e Conhecimento 87
INFORMÁTICA BÁSICA

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o boto esquerdo sobre
o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão esquerdo.

1 – Fonte
Altera o tipo de fonte
2 – Tamanho da fonte
Altera o tamanho da fonte
3 – Negrito
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
4 – Itálico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
5 – Sublinhado
Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
6 – Tachado
Desenha uma linha no meio do texto selecionado.

Didatismo e Conhecimento 88
INFORMÁTICA BÁSICA
7 – Sombra de Texto Marcadores e numeração
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para desta- Com a guia Início acionada, clicar no botão , para criar
cá-lo no slide. parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador cli-
8 – Espaçamento entre Caracteres car na seta.
Ajusta o espaçamento entre caracteres.
9 – Maiúsculas e Minúsculas
Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minús-
culas, ou outros usos comuns de maiúsculas/minúsculas.
10 – Cor da Fonte
Altera a cor da fonte.
11 – Alinhar Texto à Esquerda
Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+Q.
12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do co-
mando Ctrl+E.
13 – Alinhar Texto à Direita
Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+G.
14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando es-
paço extra entre as palavras conforme o necessário, promovendo
uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página. Com a guia Início acionada, clicar no botão , para iniciar uma
15 – Colunas lista numerada. Para escolher diferentes formatos de numeração
Divide o texto em duas ou mais colunas. clicar na seta.

Limpar formatação
Para limpar toda a formatação de um texto basta selecioná-lo
e clicar no botão , localizado na guia Início.

Inserir símbolos especiais


Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inse-
rir no slide vários caracteres e símbolos especiais.
1. Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o símbolo.
2. Acionar a guia Inserir.

3. Clicar no botão Símbolo.


4. Selecionar o símbolo.

Inserir figuras

Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar


em um desses botões:
• Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
• Clip-art: é possível escolher entre várias figuras que acompa-
nham o Microsoft Office.
• Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos,
5. Clicar em Inserir e em seguida Fechar. setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.

Didatismo e Conhecimento 89
INFORMÁTICA BÁSICA
• SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comu- esquerda e símbolos de fácil compreensão referentes às ações de
nicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam ir para o próximo, anterior, primeiro e último slide, além de exe-
desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais cutarem filmes ou sons. Eles são mais comumente usados para
complexos, como diagramas de Venn e organogramas. apresentações autoexecutáveis — por exemplo, apresentações que
• Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados. são exibidas várias vezes em uma cabine ou quiosque (um compu-
• WordArt: insere um texto com efeitos especiais. tador e monitor, geralmente localizados em uma área frequentada
por muitas pessoas, que pode incluir tela sensível ao toque, som
Alterar plano de fundo ou vídeo.
Para alterar o plano de fundo de um slide, basta clicar com o Os quiosques podem ser configurados para executar apresen-
botão direito do mouse sobre ele, e em seguida clicar em Formatar tações do PowerPoint de forma automática, contínua ou ambas).
Plano de Fundo.
1. Na guia Inserir, no grupo Ilustrações, clicar na seta abaixo
de Formas e, em seguida, clique no botão Mais .
2. Em Botões de Ação, clicar no botão que se deseja adicio-
nar.
3. Clicar sobre um local do slide e arrastar para desenhar a
forma para o botão.
4. Na caixa Configurar Ação, seguir um destes procedimen-
tos:
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando
você clicar nele, clicar na guia Selecionar com o Mouse.
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando
você mover o ponteiro sobre ele, clicar na guia Selecionar sem o
Mouse.
5. Para escolher o que acontece quando você clica ou move
o ponteiro sobre o botão de ação, siga um destes procedimentos:
Depois escolher entre as opções clicar Aplicar a tudo para • Se você não quiser que nada aconteça, clicar em Nenhuma.
aplicar a mudança a todos os slides, se for alterar apenas o slide • Para criar um hiperlink, clicar em Hiperlink para e selecionar
atual clicar em fechar. o destino para o hiperlink.
• Para executar um programa, clicar em Executar programa
e, em seguida, clicar em Procurar e localizar o programa que você
deseja executar.
• Para executar um macro (uma ação ou um conjunto de ações
que você pode usar para automatizar tarefas. Os macros são grava-
dos na linguagem de programação Visual Basic for Applications),
clicar em Executar macro e selecionar a macro que você deseja
executar.
As configurações de Executar macro estarão disponíveis so-
mente se a sua apresentação contiver um macro.
• Se você deseja que a forma escolhida como um botão de
ação execute uma ação, clicar em Ação do objeto e selecionar a
ação que você deseja que ele execute.
As configurações de Ação do objeto estarão disponíveis so-
mente se a sua apresentação contiver um objeto OLE (uma tecno-
logia de integração de programa que pode ser usada para compar-
tilhamento de informações entre programas. Todos os programas
do Office oferecem suporte para OLE; por isso, você pode compar-
tilhar informações por meio de objetos vinculados e incorporados).
Animar textos e objetos • Para tocar um som, marcar a caixa de seleção Tocar som e
Para animar um texto ou objeto, selecionar o texto ou objeto, selecionar o som desejado.
clicar na guia Animações, e depois em Animações Personalizadas,
abrirá um painel à direita, clicar em Adicionar efeito. Nele se en- Criar apresentação personalizada
contram várias opções de animação de entrada, ênfase, saída e tra- Existem dois tipos de apresentações personalizadas: básica e
jetórias de animação. com hiperlinks.
Uma apresentação personalizada básica é uma apresentação
Inserir botão de ação separada ou uma apresentação que inclui alguns slides originais.
Um botão de ação consiste em um botão já existente que pode Uma apresentação personalizada com hiperlinks é uma forma
ser inserido na apresentação e para o qual pode definir hiperlinks. rápida de navegar para uma ou mais apresentações separadas.
Os botões de ação contêm formas, como setas para direita e para 1 – Apresentação Personalizada Básica

Didatismo e Conhecimento 90
INFORMÁTICA BÁSICA
Utilizar uma apresentação personalizada básica para fornecer
apresentações separadas para diferentes grupos da sua organiza-
ção. Por exemplo, se sua apresentação contém um total de cinco
slides, é possível criar uma apresentação personalizada chamada
“Site 1” que inclui apenas os slides 1, 3 e 5. É possível criar uma
segunda apresentação personalizada chamada “Site 2” que inclui
os slides 1, 2, 4 e 5. Quando você criar uma apresentação perso-
nalizada a partir de outra apresentação, é possível executá-la, na
íntegra, em sua sequência original.
1. Na guia Apresentações, no grupo Iniciar Apresentação de
Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides Personali-
zada e, em seguida, clicar em Apresentações Personalizadas.
2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar
em Novo.
3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você de-
seja incluir na apresentação personalizada principal e, em seguida,
clicar em Adicionar.
Para selecionar diversos slides sequenciais, clicar no primeiro
slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto
clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver-
sos slides não sequenciais, manter pressionada a tecla CTRL en-
quanto clica em cada slide que queira selecionar.
4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em
Slides na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em
seguida, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou
para baixo na lista.
1. Na guia Apresentações de Slides, no grupo Iniciar Apre- 5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides
sentação de Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais
Personalizada e, em seguida, clicar em Apresentações Personali- com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1
zadas. a 5.
2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar 6. Para criar um hiperlink da apresentação principal para uma
em Novo. apresentação de suporte, selecionar o texto ou objeto que você de-
3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você de- seja para representar o hiperlink.
seja incluir na apresentação personalizada e, em seguida, clicar em 7. Na guia Inserir, no grupo Vínculos, clicar na seta abaixo
Adicionar. de Hiperlink.
Para selecionar diversos slides sequenciais, clicar no primeiro 8. Em Vincular para, clicar em Colocar Neste Documento.
slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto 9. Seguir um destes procedimentos:
clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver- • Para se vincular a uma apresentação personalizada, na lista
sos slides não sequenciais, manter pressionada a tecla CTRL en- Selecionar um local neste documento, selecionar a apresentação
quanto clica em cada slide que queira selecionar. personalizada para a qual deseja ir e marcar a caixa de seleção
4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em Mostrar e retornar.
Slides na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em • Para se vincular a um local na apresentação atual, na lista
seguida, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou Selecione um local neste documento, selecionar o slide para o qual
para baixo na lista. você deseja ir.
5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no
e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona-
com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1 lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar.
a 5.
Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no Transição de slides
nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona- As transições de slide são os efeitos semelhantes à animação
lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar. que ocorrem no modo de exibição Apresentação de Slides quando
2 – Apresentação Personalizada com Hiperlink você move de um slide para o próximo.
Utilizar uma apresentação personalizada com hiperlinks para É possível controlar a velocidade de cada efeito de transição
organizar o conteúdo de uma apresentação. Por exemplo, se você de slides e também adicionar som.
cria uma apresentação personalizada principal sobre a nova orga- O Microsoft Office PowerPoint 2010 inclui vários tipos dife-
nização geral da sua empresa, é possível criar uma apresentação rentes de transições de slides, incluindo (mas não se limitando) as
personalizada para cada departamento da sua organização e vincu- seguintes:
lá-los a essas exibições da apresentação principal.

Didatismo e Conhecimento 91
INFORMÁTICA BÁSICA
Configurar apresentação de slides
• Tipo de apresentação
Usar as opções na seção Tipo de apresentação para especificar
como você deseja mostrar a apresentação para sua audiência.
o Para fazer sua apresentação diante de uma audiência ao
vivo, clicar em Exibida por um orador (tela inteira).
1. Sem transição o Para permitir que a audiência exiba sua apresentação a partir
2. Persiana Horizontal de um disco rígido ou CD em um computador ou na Internet, clicar
3. Persiana Vertical em Apresentada por uma pessoa (janela).
4. Quadro Fechar o Para permitir que a audiência role por sua apresentação de
5. Quadro Abrir auto execução a partir de um computador autônomo, marcar a cai-
6. Quadriculado na Horizontal xa de seleção Mostrar barra de rolagem.
7. Quadriculado na Vertical o Para entregar uma apresentação de auto execução execu-
8. Pente Horizontal tada em um quiosque (um computador e monitor, geralmente lo-
9. Pente Vertical calizados em uma área frequentada por muitas pessoas, que pode
Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápi- incluir tela sensível ao toque, som ou vídeo. Os quiosques podem
dos, clicar no botão Mais, conforme mostrado no diagrama acima. ser configurados para executar apresentações do PowerPoint de
• Adicionar a mesma transição de slides a todos os slides em forma automática, contínua ou ambas), clicar em Apresentada em
sua apresentação: um quiosque (tela inteira).
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na • Mostrar slides
guia Slides. Usar as opções na seção Mostrar slides para especificar quais
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. slides estão disponíveis em uma apresentação ou para criar uma
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, apresentação personalizada (uma apresentação dentro de uma
clicar em um efeito de transição de slides. apresentação na qual você agrupa slides em uma apresentação
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos existente para poder mostrar essa seção da apresentação para um
Rápidos, clicar no botão Mais. público em particular).
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo o Para mostrar todos os slides em sua apresentação, clicar em
Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da Tudo.
Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada. o Para mostrar um grupo específico de slides de sua apresen-
6. No grupo Transição para Este Slide, clicar em Aplicar a tação, digitar o número do primeiro slide que você deseja mostrar
Tudo.
na caixa De e digitar o número do último slide que você deseja
• Adicionar diferentes transições de slides aos slides em sua
mostrar na caixa Até.
apresentação
o Para iniciar uma apresentação de slides personalizada que
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na
seja derivada de outra apresentação do PowerPoint, clicar em
guia Slides.
Apresentação personalizada e, em seguida, clicar na apresenta-
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide.
ção que você deseja exibir como uma apresentação personalizada
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide,
clicar no efeito de transição de slides que você deseja para esse (uma apresentação dentro de uma apresentação na qual você agru-
slide. pa slides em uma apresentação existente para poder mostrar essa
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos seção da apresentação para um público em particular).
Rápidos, clicar no botão Mais. • Opções da apresentação
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo Usar as opções na seção Opções da apresentação para especi-
Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da ficar como você deseja que arquivos de som, narrações ou anima-
Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada. ções sejam executados em sua apresentação.
6. Para adicionar uma transição de slides diferente a outro o Para executar um arquivo de som ou animação continua-
slide em sua apresentação, repetir as etapas 2 a 4. mente, marcar a caixa de opções Repetir até ‘Esc’ ser pressionada.
• Adicionar som a transições de slides o Para mostrar uma apresentação sem executar uma narração
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem narra-
guia Slides. ção.
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. o Para mostrar uma apresentação sem executar uma animação
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem anima-
clicar na seta ao lado de Som de Transição e, em seguida, seguir ção.
um destes procedimentos: o Ao fazer sua apresentação diante de uma audiência ao vivo,
• Para adicionar um som a partir da lista, selecionar o som é possível escrever nos slides. Para especificar uma cor de tinta, na
desejado. lista Cor da caneta, selecionar uma cor de tinta.
• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecionar
Outro Som, localizar o arquivo de som que você deseja adicionar A lista Cor da caneta estará disponível apenas se Exibida por
e, em seguida, clicar em OK. um orador (tela inteira) (na seção Tipo de apresentação) estiver
4. Para adicionar som a uma transição de slides diferente, selecionada.
repetir as etapas 2 e 3. • Avançar slides

Didatismo e Conhecimento 92
INFORMÁTICA BÁSICA
Usar as opções na seção Avançar slides para especificar como
mover de um slide para outro.
o Para avançar para cada slide manualmente durante a apre-
sentação, clicar em Manualmente.
o Para usar intervalos de slide para avançar para cada slide
automaticamente durante a apresentação, clicar em Usar interva-
los, se houver.
• Vários Monitores

É possível executar sua apresentação do Microsoft Office Po-


werPoint 2010 de um monitor (por exemplo, em um pódio) en-
quanto o público a vê em um segundo monitor.
Usando dois monitores, é possível executar outros programas
que não são vistos pelo público e acessar o modo de exibição Apre-
sentador. Este modo de exibição oferece as seguintes ferramentas
para facilitar a apresentação de informação:
o É possível utilizar miniaturas para selecionar os slides de
uma sequência e criar uma apresentação personalizada para o seu
público.
o A visualização de texto mostra aquilo que o seu próximo cli-
que adicionará à tela, como um slide novo ou o próximo marcador Miniaturas dos slides que você pode clicar para pular um slide
de uma lista. ou retornar para um slide já apresentado.
o As anotações do orador são mostradas em letras grandes e O slide que você está exibindo no momento para o público.
claras, para que você possa utilizá-las como um script para a sua O botão Finalizar Apresentação, que você pode clicar a qual-
apresentação. quer momento para finalizar a sua apresentação.
o É possível escurecer a tela durante sua apresentação e, de- O botão Escurecer, que você pode clicar para escurecer a tela
pois, prosseguir do ponto em que você parou. Por exemplo, talvez do público temporariamente e, em seguida, clicar de novo para
você não queira exibir o conteúdo do slide durante um intervalo ou exibir o slide atual.
uma seção de perguntas e respostas. Avançar para cima, que indica o slide que o seu público verá
em seguida.
Botões que você pode selecionar para mover para frente ou
para trás na sua apresentação.
O Número do slide (por exemplo, Slide 7 de 12)
O tempo decorrido, em horas e minutos, desde o início da sua
apresentação.
As anotações do orador, que você pode usar como um script
para a sua apresentação.
Requisitos para o uso do modo de exibição Apresentador:
Para utilizar o modo de exibição Apresentador, faça o seguin-
te:
o Certifique-se que o computador usado para a apresentação
tem capacidade para vários monitores.
o Ativar o suporte a vários monitores
o Ativar o modo de exibição Apresentador.

Ativar o suporte a vários monitores:


No modo de exibição do Apresentador, os ícones e botões são Embora os computadores possam oferecer suporte a mais de
grandes o suficiente para uma fácil navegação, mesmo quando dois monitores, o PowerPoint oferece suporte para o uso de até
você está usando um teclado ou mouse desconhecido. A seguin- dois monitores para uma apresentação. Para desativar o suporte
te ilustração mostra as várias ferramentas disponibilizadas pelo a vários monitores, selecionar o segundo monitor e desmarcar a
modo de exibição Apresentador. caixa de seleção Estender a área de trabalho do Windows a este
monitor.

1. Na guia Apresentação de Slides, no grupo Monitores, clicar


em Mostrar Modo de Exibição do Apresentador.
2. Na caixa de diálogo Propriedades de Vídeo, na guia Con-
figurações, clicar no ícone do monitor para o monitor do apresen-
tador e desmarcar a caixa de seleção Usar este dispositivo como
monitor primário.

Didatismo e Conhecimento 93
INFORMÁTICA BÁSICA
Se a caixa de seleção Usar este dispositivo como monitor pri- Uma janela é uma área visual contendo algum tipo de inter-
mário estiver marcada e não disponível, o monitor foi designado face do utilizador, exibindo a saída do sistema ou permitindo a
como o monitor primário. Somente é possível selecionar um mo- entrada de dados. Uma interface gráfica do utilizador que use jane-
nitor primário por vez. Se você clicar em um ícone de monitor las como uma de suas principais metáforas é chamada sistema de
diferente, a caixa de seleção Usar este dispositivo como monitor janelas, como um gerenciador de janela.
primário é desmarcada e torna-se disponível novamente. As janelas são geralmente apresentadas como objetos bidi-
É possível mostrar o modo de exibição Apresentador e execu- mensionais e retangulares, organizados em uma área de trabalho.
tar a apresentação de apenas um monitor — geralmente, o monitor Normalmente um programa de computador assume a forma de
1. uma janela para facilitar a assimilação pelo utilizador. Entretanto,
3. Clicar no ícone do monitor para o monitor do público e o programa pode ser apresentado em mais de uma janela, ou até
marcar a caixa de seleção Estender a área de trabalho do Windows mesmo sem uma respectiva janela.
a este monitor. O Windows apresenta diversas versões através dos anos e di-
Executar uma apresentação em dois monitores usando o modo ferentes opções para o lar, empresa, dispositivos móveis e de acor-
de exibição do Apresentador: do com a variação no processador.
Após configurar seus monitores, abrir a apresentação que dese-
ja executar e fazer o seguinte: Windows 7
1. Na guia Apresentação de Slides, no grupo Configuração, O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de julho de
clicar em Configurar a Apresentação de Slides. 2009, e começou a ser vendido livremente para usuários comuns
2. Na caixa de diálogo Configurar Apresentação, escolher as dia 22 de outubro de 2009.
opções desejadas e clicar em OK. Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas novida-
3. Para começar a entrega da apresentação, na guia Exibir, no des, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e direcionada
grupo Modos de Exibição de Apresentação, clicar em Apresentação para a linha Windows, tem a intenção de torná-lo totalmente com-
de Slides. patível com aplicações e hardwares com os quais o Windows Vista
• Desempenho já era compatível.
Usar as opções na seção Desempenho para especificar o nível
Apresentações dadas pela companhia no começo de 2008
de clareza visual da apresentação.
mostraram que o Windows 7 apresenta algumas variações como
o Para acelerar o desenho de elementos gráficos na apresenta-
uma barra de tarefas diferente, um sistema de “network” chamada
ção, selecionar Usar aceleração de elementos gráficos do hardware.
de “HomeGroup”, e aumento na performance.
o Na lista Resolução da apresentação de slides, clicar na reso-
· Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tarefas e
lução, ou número de pixels por polegada, que você deseja. Quanto
suporte para
mais pixels, mais nítida será a imagem, contudo mais lento será o
telas touch screen e multi-táctil (multi-touch)
desempenho do computador. Por exemplo, uma tela de 640 x 480
pixels é capaz de exibir 640 pontos distintos em cada uma das 480 · Internet Explorer 8;
linhas, ou aproximadamente 300.000 pixels. Essa é a resolução · Novo menu Iniciar;
com desempenho mais rápido, contudo fornece a menor qualidade. · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
Em contraste, uma tela com 1280 x 1024 pixels fornece as imagens · Comando de voz (inglês);
mais nítidas, mas com desempenho mais lento. · Gadgets sobre o desktop;
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
· Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Me-
4. CONCEITOS E MODOS DE dia Player,
UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS integrado ao Windows Explorer;
· Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10.
· Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows
(Paint e
WordPad, por exemplo), como no Office 2007;
AMBIENTE WINDOWS · Aceleradores no Internet Explorer 8;
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM;
O Windows é o sistema operacional para computadores pes- · Home Groups;
soais mais usado no mundo. Com certeza, se você não o está usan- · Melhor desempenho;
do agora, já o usou em algum momento. Embora nos últimos anos, · Windows Media Player 12;
o Windows venha perdendo espaço para o Linux e para o Mac OS · Nova versão do Windows Media Center;
X, esse sistema operacional ainda possui grande fatia do mercado · Gerenciador de Credenciais;
de computadores no mundo. · Instalação do sistema em VHDs;
É um sistema operacional, isto é, um conjunto de programas · Nova Calculadora, com interface aprimorada e com mais
(softwares) que permite administrar os recursos de um computador. funções;
A principal novidade que o Windows trouxe desde as suas ori- · Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Gamão
gens foi o seu atrativo visual e a sua facilidade de utilização. Aliás, Internet e
o seu nome (traduzido da língua inglesa como “janelas”) deve-se Internet Damas;
precisamente à forma sob a qual o sistema apresenta ao utilizador · Windows XP Mode;
os recursos do seu computador, o que facilita as tarefas diárias. · Aero Shake;

Didatismo e Conhecimento 94
INFORMÁTICA BÁSICA
Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos o número Tela sensível ao toque
de capacidades e certos programas que faziam parte do Windows O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível ao
Vista não estão mais presentes ou mudaram, resultando na remo- toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo iPhone.
ção de certas funcionalidades. Mesmo assim, devido ao fato de O recurso multitoque percebe o toque em diversos pontos da
ainda ser um sistema operacional em desenvolvimento, nem todos tela ao mesmo tempo, assim tornando possível dimensionar uma
os recursos podem ser definitivamente considerados excluídos. imagem arrastando simultaneamente duas pontas da imagem na
Fixar navegador de internet e cliente de e-mail padrão no tela.
menu Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de aplicativos e
manualmente). jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Collage é um aplica-
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Windows tivo para organizar e redimensionar fotos. Nele é possível montar
Mail e Windows slide show de fotos e criar papeis de parede personalizados. Essas
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas contrapar- funções não são novidades, mas por serem feitas para usar uma
tes do Windows Live, com a perda de algumas funcionalidades. tela sensível a múltiplos toques as tornam novidades.
O Windows 7, assim como o Windows Vista, estará disponível
em cinco diferentes edições, porém apenas o Home Premium, Pro-
fessional e Ultimate serão vendidos na maioria dos países, restando
outras duas edições que se concentram em outros mercados, como
mercados de empresas ou só para países em desenvolvimento.
Cada edição inclui recursos e limitações, sendo que só o Ultimate
não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft, os recursos para
todas as edições do Windows 7 são armazenadas no computador.
Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo Win-
dows é proporcionar uma melhor interação e integração do siste-
ma com o usuário, tendo uma maior otimização dos recursos do
Windows 7, como maior autonomia e menor consumo de energia,
voltado a profissionais ou usuários de internet que precisam in-
teragir com clientes e familiares com facilidade, sincronizando e
compartilhando facilmente arquivos e diretórios. Microsoft Surface Collage,
Recursos desenvolvido para usar tela sensível ao toque.
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos encontrados
no Windows 7 são fruto das novas necessidades encontradas pe- Lista de Atalhos
los usuários. Muitos vêm de seu antecessor, Windows Vista, mas Novidade desta nova versão, agora você pode abrir diretamen-
existem novas funcionalidades exclusivas, feitas para facilitar a te um arquivo recente, sem nem ao menos abrir o programa que
utilização e melhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional) você utilizou. Digamos que você estava editando um relatório em
no computador. seu editor de texto e precisou fechá-lo por algum motivo. Quando
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras versões quiser voltar a trabalhar nele, basta clicar com o botão direito sob
do Windows, não terá que jogar todo o conhecimento fora. Ape- o ícone do editor e o arquivo estará entre os recentes.
nas vai se adaptar aos novos caminhos e aprender “novos truques” Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se preocu-
enquanto isso. par em procurar o arquivo, você pula uma etapa e vai diretamente
para a informação, ganhando tempo.
Tarefas Cotidianas
Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia se tornou
comum. Não precisamos mais estar em alguma empresa enorme
para precisar sempre de um computador perto de nós. O Windows
7 vem com ferramentas e funções para te ajudar em tarefas comuns
do cotidiano.

Grupo Doméstico
Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais compu-
tadores em sua casa. Permitir a comunicação entre várias estações
vai te poupar de ter que ir fisicamente aonde a outra máquina está
para recuperar uma foto digital armazenada apenas nele.
Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica simplificada
e segura. Você decide o que compartilhar e qual os privilégios que
os outros terão ao acessar a informação, se é apenas de visualiza-
ção, de edição e etc.

Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Didatismo e Conhecimento 95
INFORMÁTICA BÁSICA
Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan-
te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale a
pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
modifica conforme você abre e fecha novos documentos.

Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum ver vá-
rias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recurso de Snap, você
pode posicioná-las de um jeito prático e divertido. Basta apenas
clicar e arrastá-las pelas bordas da tela para obter diferentes posi-
cionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compara-
ção de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a outra
na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o espaço
pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo.

Windows Search
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e estendido.
Podemos fazer buscas mais simples e específicas diretamente do
menu iniciar, mas foi mantida e melhorada a busca enquanto você
navega pelas pastas.

Menu iniciar
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu
iniciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo
atalho de inicialização de algum programa ou arquivo de modo
rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do Windo- Ao digitar “pai” temos os itens que
ws Search, a pesquisa do menu início não olha apenas aos nomes contêm essas letras em seu nome.
de pastas e arquivos. Windows Explorer
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades tam- O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena parte
bém” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770). do total disponível.
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são divi- Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acionado
didos em categorias, para facilitar sua visualização. automaticamente quando você navega pelas pastas do seu compu-
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca pode tador – você encontrará uma busca mais abrangente.
ser dividido. Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de se
· Programas fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de busca. No 7,
· Painel de Controle precisamos apenas digitar os termos na caixa de busca, que fica no
· Documentos canto superior direito.
· Música
· Arquivos

Windows Explorer com a caixa de busca


(Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 774).

A busca não se limita a digitação de palavras. Você pode apli-


car filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas, todas as can-
ções do gênero Rock. Existem outros, como data, tamanho e tipo.
Dependendo do arquivo que você procura, podem existir outras
classificações disponíveis.

Didatismo e Conhecimento 96
INFORMÁTICA BÁSICA
Imagine que todo arquivo de texto sem seu computador possui Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão na pági-
um autor. Se você está buscando por arquivos de texto, pode ter a na de Personalização1, que pode ser acessada por um clique com o
opção de filtrar por autores. botão direito na área de trabalho e em seguida um clique em Perso-
nalizar.
Controle dos pais É importante notar que algumas configurações podem deixar
Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que visuali- seu computador mais lento, especialmente efeitos de transparência.
zam por meio do computador. O Windows 7 ajuda a limitar o que Abaixo estão algumas das opções de personalização mais interes-
pode ser visualizado ou não. Para que essa funcionalidade fique santes.
disponível, é importante que o computador tenha uma conta de ad-
ministrador, protegida por senha, registrada. Além disso, o usuário Papéis de Parede
que se deseja restringir deve ter sua própria conta. Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou pratica-
As restrições básicas que o 7 disponibiliza: mente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos de ídolos, pai-
· Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do dia que sagens ou qualquer outra figura que as agrade. Uma das novidades
fica por conta das fotos que você encontra no próprio SO. Variam de
o PC pode ser utilizado.
uma foto focando uma única folha numa floresta até uma montanha.
· Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo horário
A outra é a possibilidade de criar um slide show com várias
e também pela classificação do jogo. Vale notar que a classificação
fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a impressão que
já vem com o próprio game. sua área de trabalho está mais viva.
· Bloquear programas: É possível selecionar quais aplicativos
estão autorizados a serem executados. Gadgets
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a quanti- As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, mas
dade de restrições, como controlar as páginas que são acessadas, e eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar em qualquer
até mesmo manter um histórico das atividades online do usuário. local do desktop.
Servem para deixar sua área de trabalho com elementos sor-
Central de ações tidos, desde coisas úteis – como uma pequena agenda – até as de
A central de ações consolida todas as mensagens de segurança gosto mais duvidosas – como uma que mostra o símbolo do Corin-
e manutenção do Windows. Elas são classificadas em vermelho thians. Fica a critério do usuário o que e como utilizar.
(importante – deve ser resolvido rapidamente) e amarelas (tarefas O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir necessi-
recomendadas). dade, pode baixar ainda mais opções da internet.
O painel também é útil caso você sinta algo de estranho no
computador. Basta checar o painel e ver se o Windows detectou
algo de errado.

Gadgets de calendário e relógio.

Temas
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar todas as
configurações exatamente do seu gosto, o Windows 7 disponibiliza
A central de ações e suas opções. temas, que mudam consideravelmente os aspectos gráficos, como
em papéis de parede e cores.
- Do seu jeito
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para nossa qua- ClearType
lidade de vida quanto para o desempenho no trabalho. O compu- “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes parecerem mais
tador é uma extensão desse ambiente. O Windows 7 permite uma claras e suaves no monitor. É particularmente efetivo para monito-
alta personalização de ícones, cores e muitas outras opções, dei- res LCD, mas também tem algum efeito nos antigos modelos CR-
xando um ambiente mais confortável, não importa se utilizado no T(monitores de tubo). O Windows 7 dá suporte a esta tecnologia”
ambiente profissional ou no doméstico. (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 163, tradução nossa).

Didatismo e Conhecimento 97
INFORMÁTICA BÁSICA
Novas possibilidades Outro recurso de personalização é colocar imagem de conta
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, novas pos- de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um computador.
sibilidades de configuração, maior facilidade na navega, dentre A imagem é exibida na tela de boas vindas e no menu Iniciar. Você
outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram diretamente pode alterar a imagem da sua conta de usuário para uma das ima-
aplicadas no computador em uso, mas no 7 podemos também inte- gens incluídas no Windows ou usar sua própria imagem.
ragir com outros dispositivos. E para finalizar você pode adicionar “gadgets” de área de tra-
balho, que são miniprogramas personalizáveis que podem exibir
Reproduzir em continuamente informações atualizadas como a apresentação de
Permitindo acessando de outros equipamentos a um computa- slides de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
dor com o Windows 7, é possível que eles se comuniquem e seja nova janela.
possível tocar, por exemplo, num aparelho de som as músicas que
você tem no HD de seu computador. Aplicativos novos
É apenas necessário que o aparelho seja compatível com o Uma das principais características do mundo Linux é suas
Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo “Compatível versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário não precisa
com o Windows 7». ficar baixando arquivos após instalar o sistema, o que não ocorre
com as versões Windows.
Streaming de mídia remoto O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora existe uma
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do compu- serie de aplicativos juntos com o Windows 7, para que o usuário
tador para outros lugares da casa. Se quiser levar para fora dela, não precisa baixar programas para atividades básicas.
uma opção é o Streaming de mídia remoto. Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desktop e
Com este novo recurso, dois computadores rodando Windows também suportar entrada por caneta e toque.
7 podem compartilhar músicas através do Windows Media Player No Math Input Center, utilizando recursos multitoque, equa-
12. É necessário que ambos estejam associados com um ID online, ções matemáticas escritas na tela são convertidas em texto, para
como a do Windows Live. poder adicioná-la em um processador de texto.
O print screen agora tem um aplicativo que permite capturar
Personalização de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela inteira, partes
Você pode adicionar recursos ao seu computador alterando o ou áreas desenhadas da tela com o mouse.
tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de trabalho, a pro-
teção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da conta de usuário.
Você pode também selecionar “gadgets” específicos para sua área
de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área de
trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela sons e, às
vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é um vi-
sual premium dessa versão do Windows, apresentando um design
como o vidro transparente com animações de janela, um novo
menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e novas cores de borda
de janela.
Use o tema inteiro ou crie seu próprio tema personalizado al-
terando as imagens, cores e sons individualmente. Você também
pode localizar mais temas online no site do Windows. Você tam-
bém pode alterar os sons emitidos pelo computador quando, por
exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o
computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel de
parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho que cria Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher uma imagem
para ser seu plano de fundo de área de trabalho ou pode exibir uma O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferramentas
apresentação de slides de imagens. Também pode ser usada uma e design melhorado, ganhou menus e ferramentas que parecem do
proteção de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua Office 2007.
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado
período de tempo. Você pode escolher uma variedade de proteções
de tela do Windows.
Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os
ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir
o tamanho do texto e outros itens na tela para que caibam mais
informações na tela.

Didatismo e Conhecimento 98
INFORMÁTICA BÁSICA

Paint com novos recursos. WordPad remodelado

O WordPad também foi reformulado, recebeu novo visual Requisitos


mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas ferramentas, Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve em
assim se tornando um bom editor para quem não tem o Word 2007. relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de hardware
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta com 2 (peças) relativamente boa, para que seja utilizado sem problemas
novos modos, programador e estatístico. No modo programador de desempenho.
ela faz cálculos binários e tem opção de álgebra booleana. A esta- Esta é a configuração mínima:
tística tem funções de cálculos básicos. · Processador de 1 GHz (32-bit)
Também foi adicionado recurso de conversão de unidades · Memória (RAM) de 1 GB
como de pés para metros. · Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
memória (sem
Windows Aero)
· Espaço requerido de 16GB
· DVD-ROM
· Saída de Áudio
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de lentidão
e ainda usufruir de recursos como o Aero, o recomendado é a se-
guinte configuração.
Configuração Recomendada:
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
· Memória (RAM) de 2 GB
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos DirectX 9
com 256 MB
de memória (para habilitar o tema do Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)
Calculadora: 2 novos modos.
Atualizar de um SO antigo
O melhor cenário possível para a instalação do Windows 7 é
com uma máquina nova, com os requisitos apropriados. Entretan-
to, é possível utilizá-lo num computador antigo, desde que atenda
as especificações mínimas.
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista instala-
do, você terá a opção de atualizar o sistema operacional. Caso sua
máquina utilize Windows XP, você deverá fazer a re-instalação do
sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito provavelmen-
te seu computador não atende aos requisitos mínimos. Entretanto,
nada impede que você tente fazer a reinstalação.

Didatismo e Conhecimento 99
INFORMÁTICA BÁSICA
Atualização PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows 7 em Windows 7 Starter
seu computador, pois mantém os arquivos, as configurações e os Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows
programas do Windows Vista no lugar” (Site da Microsoft, http:// é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi comple-
windows.microsoft.com/pt- tamente redesenhada e não possui suporte ao famoso Aero Glass.
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to-win- Uma limitação da versão é que o usuário não pode abrir mais do
dows-7). que três aplicativos ao mesmo tempo.
É o método mais adequado, se o usuário não possui conheci- Esta versão será instalada em computadores novo apenas nos
mento ou tempo para fazer uma instalação do método tradicional. países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Disponí-
Optando por essa opção, ainda devesse tomar cuidado com a com- vel apenas na versão de 32 bits.
patibilidade dos programas, o que funciona no Vista nem sempre
funcionará no 7. Windows 7 Home Basic
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e
Instalação Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também a
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser efetuada, versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três aplicativos
a instalação completa se torna a opção mais viável. ao mesmo tempo.
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se deseja Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass
utilizar, como drivers e documentos de texto, pois todas as infor- nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pouco
mações no computador serão perdidas. Quando iniciar o Windows da principal novidade do Windows 7. Computadores novos pode-
7, ele vai estar sem os programas que você havia instalado e com rão contar também com a instalação desta edição, mas sua venda
as configurações padrão. será proibida nos Estados Unidos.

Desempenho Windows 7 Home Premium


De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 se ele Edição que os usuários domésticos podem chamar de “com-
mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida por seu anteces- pleta”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades das
sor. Testes indicam que a nova versão tem ganhou alguns pontos edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao pacote.
na velocidade. Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à
O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho: “Seu sis- interface Aero Glass e também aos recursos Touch Windows (tela
tema operacional toma conta do gerenciamento do processador e sensível ao toque) e Aero Background, que troca seu papel de pa-
memória para você” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 1041, tra- rede automaticamente no intervalo de tempo determinado. Haverá
dução nossa). ainda um aplicativo nativo para auxiliar no gerenciamento de redes
Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de não wireless, conhecido como Mobility Center.
ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prioriza o que o
usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois são
naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da visão” do
usuário, dando a impressão que o computador não está lento.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma lenti-
dão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada vez mais
recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o sistema operacio-
nal se torne um forte consumidor de memória e processamento. O
7 disponibiliza vários recursos de ponta e mantêm uma performan-
ce satisfatória.
Monitor de desempenho
Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma ferramenta
poderosa para verificar como o sistema está se portando. Podem- Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e tam-
se adicionar contadores (além do que já existe) para colher ainda bém poderá ser encontrada em computadores novos.
mais informações e gerar relatórios.
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas
Monitor de recursos Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Professio-
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra infor- nal do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam facilitar
mações sobre o uso do processador, da memória, disco e conexão a comunicação entre computadores e até mesmo impressoras de
à rede. uma rede corporativa.
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain
Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem”
e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, por sua
vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o compartilhamen-
to de impressoras.

Didatismo e Conhecimento 100


INFORMÁTICA BÁSICA
Como empresas sempre estão procurando maneiras para se Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de seleção Me-
proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting lhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda online (recomen-
File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão também dado) e clique em OK. Quando você estiver conectado, as pala-
será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos. vras Ajuda Online serão exibidas no canto inferior direito da janela
Ajuda e Suporte.
Windows 7 Enterprise, apenas para vários Pesquisar na Ajuda
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma ou duas
mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para obter informa-
ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula ções sobre rede sem fio, digite rede sem fio e pressione Enter. Será
todas as funcionalidades citadas na edição Professional e possui exibida uma lista de resultados, com os mais úteis na parte supe-
recursos mais sofisticados de segurança. rior. Clique em um dos resultados para ler o tópico.
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela
criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de
programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache,
para turbinar transferência de arquivos grandes e também o Di-
rectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes
corporativas.
A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows
Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois Pesquisar Ajuda
contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais al- Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Clique no
gumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o Mi- botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em um item na lista
crosoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão do de títulos de assuntos que será exibida. Esses títulos podem conter
sistema. tópicos da Ajuda ou outros títulos de assuntos. Clique em um tópi-
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes co da Ajuda para abri-lo ou clique em outro título para investigar
mais a fundo a lista de assuntos.
na Ultimate são dedicados às corporações, não interessando muito
aos usuários comuns.

Usando a Ajuda e Suporte do Windows


A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda in-
terno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas a dú-
vidas comuns, sugestões para solução de problemas e instruções
sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de ajuda com relação
a um programa que não faz parte do Windows, consulte a Ajuda
desse programa (consulte “Obtendo ajuda sobre um programa”, a Navegando em tópicos da Ajuda por assunto
seguir).
Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no botão Ini- Windows 10
ciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte. Windows 10 é a mais recente versão do sistema operacional
Obter o conteúdo mais recente da Ajuda da Microsoft. Multiplataforma, o download do software pode ser
Se você estiver conectado à Internet, verifique se o Centro de instalado em PCs (via ISO ou Windows Update) e dispositivos
Ajuda e Suporte do Windows está configurado como Ajuda Onli- móveis (Windows 10 mobile) como smartphones e tablets. A ver-
ne. A Ajuda Online inclui novos tópicos da Ajuda e as versões mais são liberada para computadores (Windows 10 e Windows 10 Pro)
recentes dos tópicos existentes. une a interface clássica do Windows 7 com o design renovado do
Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte. Windows 8 e 8.1, criando um ambiente versátil capaz de se adap-
Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows, clique tar a telas de todos os tamanhos e perfeito para uso com teclado e
em Opções e em Configurações. mouse, como o tradicional desktop.

Didatismo e Conhecimento 101


INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos citar, dentre outras, as seguintes novidades: O novo navegador foi desenvolvido como um app Universal e
receberá novas atualizações através da Windows Store. Ele utiliza
Menu Iniciar um novo mecanismo de renderização de páginas conhecido tam-
O Windows 8 introduziu uma tela inicial que ocupava toda bém pelo nome Edge, inclui suporte para HTML5, Dolby Audio e
a área do monitor. Muitos usuários não conseguiram se adaptar sua interface se ajusta melhor a diferentes tamanhos de tela.
muito bem e isto fez com que a Microsoft trouxesse o menu Iniciar Com ele os usuários também poderão fazer anotações em sites
de volta no Windows 10. da Web (imagem abaixo) e até mesmo usar a Cortana. Basicamen-
Nesta nova versão do menu Iniciar, os usuários podem fixar te a ideia é permitir que a Cortana navegue na Web com você e
tanto os aplicativos tradicionais como os aplicativos disponibiliza- assim encontre informações úteis que podem te ajudar.
dos através da Windows Store.
O menu também pode ser expandido automaticamente no
modo Tablet para se comportar como a tela inicial do Windows
8 e 8.1.

Por exemplo, se você visita o site de um restaurante, a Cortana


encontrará informações como horários de funcionamento, telefo-
ne, endereço e até mesmo reviews.
Você também poderá fazer perguntas para a Cortana durante
a navegação.
Cortana
A assistente pessoal Cortana foi introduzida pela Microsoft Áreas de trabalho virtuais
no Windows Phone 8.1. Com o Windows 10, ela também estará O suporte para áreas de trabalho virtuais é uma das 10 novi-
presente nos PCs. dades no Windows 10 listadas neste artigo. Com este recurso, os
A Cortana permitirá que os usuários façam chamadas no usuários podem manter múltiplas áreas de trabalho com programas
Skype, verifiquem o calendário, agendem e verifiquem compro- específicos abertos em cada uma delas. Por exemplo, você pode
missos agendados, definam lembretes, configurem o alarme, to- deixar uma janela do Internet Explorer visível em uma área de
mem notas e muito mais. trabalho enquanto trabalha no Word em outra.
Infelizmente, sua disponibilidade no lançamento do Windows Vale lembrar que este recurso já foi oferecido no Windows XP
10 em 29 de julho de 2015 deve variar dependendo da região. através de um Power Toy chamado Virtual Desktop Manager. Um
detalhe é que este PowerToy suporta no máximo de quatro áreas
de trabalho virtuais, enquanto que no Windows 10 é possível criar
muitas (20+).

Continuum
O modo Continuum foi criado para uso em aparelhos híbridos
que combinam tablet e notebook. Com este modo o usuário pode
alternar facilmente entre o uso do híbrido como tablet e como no-
tebook, basicamente combinando a simplicidade do tablet com a
experiência de uso tradicional.

Microsoft Edge
A terceira das 10 novidades no Windows 10 listadas neste
artigo é o navegador Microsoft Edge. O navegador substituirá o
Internet Explorer como o navegador padrão do Windows.

Didatismo e Conhecimento 102


INFORMÁTICA BÁSICA
Quando o usuário usa um híbrido como o HP Pavillion x360
ou o Lenovo YOGA, por exemplo, o Windows 10 pode ser confi-
gurado para que entre no modo Tablet automaticamente. Com isso
não é necessário perder tempo mexendo nas configurações quando
for necessário usar o híbrido como tablet ou como notebook.
O modo Continuum também estará presente no Windows 10
Mobile, a versão do novo sistema operacional da Microsoft para
smartphones e tablets pequenos.
Durante uma demonstração em abril, a Microsoft conectou
um smartphone Lumia a um monitor e a um teclado Bluetooth
para usar o aparelho em um modo que oferece mais produtividade.
Com isso o smartphone basicamente se transformou em um PC
com área de trabalho e tudo.

Nova Windows Store


Além de oferecer aplicativos Universais e jogos, a nova Win-
dows Store inclui a nova seção Filmes & TV. A Microsoft também
já confirmou que ela também oferecerá aplicativos Win32 tradi- Já o app Calendário ganhou uma interface bem mais intuitiva
cionais. que a da versão para Windows 8.1, permitindo que o usuário crie
Outra novidade é a nova “Windows Store for Business”, que compromissos e alterne entre modos dia/semana/mês mais facil-
oferecerá aplicativos para usuários finais e aplicativos privados mente.
voltados para ambientes corporativos e organizações.
Por exemplo, uma escola poderá definir um conjunto específi-
co de aplicativos que serão instalados nos computadores disponí-
veis para os alunos.
08 – Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Win-
dows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações do
Windows Phone 8.1 e também oferece acesso rápido a recursos
como modo Tablet, Bloqueio de Rotação e VPN.

Novo Painel de Controle moderno


A última das 10 novidades no Windows 10 listadas neste arti-
go é o novo Painel de Controle moderno do sistema operacional.
Ele oferece bem mais opções que a versão moderna presente no
Windows 8.1, o que é uma boa notícia para os usuários.

Novos aplicativos Email e Calendário


Os novos aplicativos Email e Calendário trazem uma interface
melhorada e oferecem mais recursos do que as atuais versões para
Windows 8.1.
No caso do aplicativo Email, ele conta com um editor de texto
mais rico baseado no app Universal do Word para Windows 10 e
também permite que o usuário utilize um plano de fundo persona-
lizado para o app.

Fonte: http://www.baboo.com.br/windows/10-novidades-no-win-
dows-10/

Didatismo e Conhecimento 103


INFORMÁTICA BÁSICA
OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS Pressione......BACKSPACE
COM O WINDOWS •Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai
Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar”
Teclas Gerais do Windows Somente para o Windows Explorer
•Ir Para
Para Pressione......CTRL+G
•Alternar entre os painéis esquerdo e direito
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa de diá- Pressione......F6
logo •Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada
Pressione......F1 Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado nu-
•Fechar um programa. mérico)
Pressione......ALT+F4 •Expandir a pasta selecionada
•Exibir o menu de atalhos para o item selecionado Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no tecla-
Pressione......ESHIFT+F10 do numérico)
•Exibir o menu Iniciar •Ocultar a pasta selecionada.
Pressione......CTRL+ESC Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no te-
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a próxima clado numérico)
janela mantendo pressionada a •Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso contrário, se-
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente lecionar a primeira subpasta
Pressione......ALT+TAB Pressione......SETA À DIREITA
•Recortar. •Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso contrário,
Pressione......CTRL+X selecionar a pasta pai
•Copiar Pressione......SETA À ESQUERDA
Pressione......CTRL+C
•Colar Para caixas de diálogo de propriedades
Pressione......CTRL+V
•Excluir Para
Pressione......DEL •Mover-se entre as opções, para frente
•Desfazer Pressione......TAB
Pressione......CTRL+Z •Mover-se entre as opções, para trás
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD Pressione......SHIFT+TAB
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM •Mover-se entre as guias, para frente
Pressione......CTRL+TAB
Para a área de trabalho, Meu Computador e Windows Ex- •Mover-se entre as guias, para trás
plorer Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
Quando um item está selecionado, você pode usar as seguintes Para
teclas de atalho. •Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Pressione......F4
Para •Atualizar
•Renomear um item. Pressione......F5
Pressione......F2 •Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta selecio-
•Localizar uma pasta ou arquivo nada
Pressione......F3 Pressione......BACKSPACE
•Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
Pressione......SHIFT+DEL Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade
•Exibir as propriedades do item
Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade, as
•Copiar um arquivo teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores informações
Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no Índice da Ajuda.
•Criar atalho
Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo Para
Meu Computador •Ativar e desativar as Teclas de Aderência
Para Pressione......SHIFT 5 vezes
•Selecionar tudo •Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
Pressione......CTRL+A Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
•Atualizar uma janela. •Ativar e desativar as Teclas de Alternação
Pressione......F5 Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
•Exibir a pasta um nível •Ativar e desativar as Teclas do Mouse

Didatismo e Conhecimento 104


INFORMÁTICA BÁSICA
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +NUMLOCK
•Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA + PRINTSCREEN

5. NOÇÕES DE FERRAMENTAS
E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E
CORREIO ELETRÔNICO.

INTERNET EXPLORER

O Windows Internet Explorer possui uma aparência simplificada e muitos recursos novos que aceleram a sua experiência de navegação
na Web.
Os novos recursos gráficos e o melhor desempenho do Internet Explorer possibilitam experiências ricas e intensas. Texto, vídeo e
elementos gráficos acelerados por hardware significam que seus sites têm um desempenho semelhante ao dos programas instalados no seu
computador. Os vídeos de alta definição são perfeitos, os elementos gráficos são nítidos e respondem positivamente, as cores são fieis e os
sites são interativos como jamais foram. Com os aperfeiçoamentos como Chakra, o novo mecanismo JavaScript, os sites e aplicativos são
carregados mais rapidamente e respondem melhor. Combine o Internet Explorer com os eficientes recursos gráficos que o Windows 7 tem a
oferecer, e você terá a melhor experiência da Web no Windows até o momento.
A instalação mais curta e simplificada do Internet Explorer é mais rápida do que nas versões anteriores. Ela requer menos decisões de
sua parte, leva menos tempo para carregar páginas e não exige que você instale atualizações separadamente. Uma vez concluída a instalação,
você já pode começar a navegar.

Interface
A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do seu cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado
com suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra de dúvida começa a tomar A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do
seu cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado com suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra
de dúvida começa a tomar uma forma competitiva.

1-Ícones de Voltar/ Avançar página


2-Ícones de manipulação da URL
3-Abas de conteúdo
4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial
5-Ícone para inserir novas aplicações
6-Ícone de aplicação instalada.

1-Ícones de Voltar/ Avançar página


Uma das mudanças vistas em mais de um navegador, é o destaque dado ao botão de “Voltar Página”, muito mais utilizado que o “Avan-
çar, o destaque dado, foi merecido, assim evita-se possíveis erros e distrações”. Depois de ter feito alguma transição de página, o botão voltar
assume uma cor azul marinho, ganhando ainda mais destaque.

2-Ícones de manipulação da URL


Os ícones de manipulação, são aqueles que permitem o usuário “Favoritos”, “Cancelar” ou “Atualizar” uma página. No caso do I.E 9,
eles foram separados, o “Favoritos” está junto dos ícones de funcionalidade geral (página inicial e opções) enquanto o “Atualizar” e “Fe-
char” foram posicionados dentro da barra de URL, o que pode dificultar o seu uso, o “Atualizar” especialmente é bastante utilizado (apesar
da tecla de atalho F5) e nesta nova versão ele perdeu seu destaque e sua facilidade de clique, ficando posicionado entre dois ícones.

Didatismo e Conhecimento 105


INFORMÁTICA BÁSICA
Foi inserido nessa mesma área, o ícone de “Compatibilidade”, permitindo que determinadas páginas sejam visualizadas com a tecno-
logia das versões anteriores do I.E.

3-Abas de conteúdo
O posicionamento das abas de conteúdo dentro do cabeçalho do I.E 9 foi mal escolhido, as abas tem que disputar espaço com o campo
de URL. Consegui manter aberto no máximo 4 abas sem que prejudique demais a leitura dos títulos das abas, depois disso a visualização e
a navegação entre as abas fica difícil e desanimador.

4 abas.

Múltiplas abas.

4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial

“Pagina Inicial”, “Favoritos” e “Opções” foram agrupados no canto direito da tela, mas sem um objetivo claro, pois os dois primeiros
itens citados são elementos que quando utilizados interagem ou alteram os dados inseridos no campo de URL. “Opções” por sua vez, se
refere a opções de internet, privacidade e etc.…

5-Ícone para inserir novas aplicações

Uma das novidades mais bacanas dos novos navegadores é possibilidade de adquirir aplicativos e plug-ins, permitindo ao usuário a
customizar o seu navegador e criar um fluxo de utilização diferenciado de navegador para navegador.
Porém, esta nova possibilidade foi mal comunicada, ela é representada por símbolo de mais, muito semelhante ao utilizado em nave-
gadores como Firefox, para adicionar novas abas. Fica claro no I.E 9, que o símbolo de “+” serve para adicionar algo ao navegador, mas o
que? Existe espaço suficiente na área para trabalhar com uma ancora textual, ao menos até os usuários criarem um hábito.

6-Ícone de aplicação/plug-in instalado


As aplicações depois de instaladas são alinhadas de forma horizontal no espaço que em versões anteriores pertencia às abas.

Usar os novos controles do navegador

A primeira coisa que você notará ao abrir o Internet Explorer 9 será seu design simplificado.

Didatismo e Conhecimento 106


INFORMÁTICA BÁSICA
A maioria das funções da barra de comandos, como Imprimir Para remover um site fixo da barra de tarefas
ou Zoom, pode ser encontrada ao clicar no botão Ferramentas , • Clique com o botão direito do mouse no ícone do site,
e os seus favoritos e os feeds são exibidos ao clicar no botão Centro na barra de tarefas, e clique em Desafixar esse programa da barra
de Favoritos . de tarefas.

Pesquisar na Barra de endereços


Agora, você pode fazer buscas diretamente na Barra de ende-
reços. Se você inserir o endereço de um site, você irá diretamente
a um site da web. Se você inserir um termo de pesquisa ou um
endereço incompleto, aparecerá uma pesquisa, usando o mecanis-
mo de pesquisa selecionado. Clique na barra de endereços para
selecionar o mecanismo de pesquisa a partir dos ícones listados ou
para adicionar novos mecanismos.

As guias são exibidas automaticamente à direita da Barra de en-


dereços, mas é possível movê-las para que sejam exibidas abaixo da
Barra de endereço, da mesma maneira que em versões anteriores do
Internet Explorer. Você pode exibir as Barras de Favoritos, Coman-
dos, Status e Menus clicando com o botão direito do mouse no botão
Ferramentas e selecionando-as em um menu.

Mostrar ou ocultar as Barras de Favoritos, Comandos e Sta-


tus
Clique com o botão direito do mouse em um espaço livre à direi- Ao fazer pesquisas na Barra de endereços, você tem a opção
ta do botão Nova Guia e selecione uma barra: de abrir uma página de resultados da pesquisa ou o principal re-
• Barra de Favoritos sultado da pesquisa (se o provedor de pesquisa selecionado ofere-
• Barra de Comandos cer suporte a esse recurso). Você também pode ativar sugestões de
• Barra de Status pesquisa opcionais na Barra de endereços.
Fixar um site da web na barra de tarefas Usar o Gerenciador de Download
Para ter um acesso rápido, você pode fixar um site visitado com O Gerenciador de Download mantém uma lista dos arquivos
frequência à barra de tarefas, na área de trabalho do Windows 7, da baixados por você e o notifica quando um arquivo pode ser um
mesma maneira que você faria com um programa. malware (software mal-intencionado). Ele também permite que
você pause e reinicie um download, além de lhe mostrar onde en-
contrar os arquivos baixados em seu computador.

Para fixar um site da web


• Clique na guia da página da Web e arraste-a até a barra de
tarefas.
Ao lado do endereço da página, há um pequeno ícone com o
símbolo do site. Ao arrastá-lo, ele automaticamente se transforma em
uma espécie de botão. Então só é preciso que você o envie para a
Barra de tarefas do Windows 7 para que ele vire um rápido atalho.

Didatismo e Conhecimento 107


INFORMÁTICA BÁSICA
Abrir o Gerenciador de Downloads Guias destacáveis

1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar


. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tados, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Ferramentas e em Exibir downloads.

Trabalhar com guias

Você pode abrir uma guia clicando no botão Nova Guia à di-
reita da guia aberta mais recentemente.

Use a navegação com guias para abrir várias páginas da Web As guias destacáveis tornam a interação com vários sites rá-
em uma única janela. pida e intuitiva. É possível reorganizar as guias no Internet  Ex-
plorer 9 — da mesma forma que você reorganiza ícones na barra
Para visualizar duas páginas com guias ao mesmo tempo, cli- de tarefas no Windows 7 — ou abrir qualquer guia em uma nova
que em um guia e, em seguida, arraste-a para fora da janela do janela do navegador arrastando a guia para a área de trabalho. Se
Internet Explorer para abrir a página da Web da guia em uma nova precisar exibir mais de uma página da Web ao mesmo tempo para
janela. realizar uma tarefa, use as guias destacáveis junto com o Ajuste.
É uma ótima forma de mostrar várias páginas da Web lado a lado
na tela.

Facilite o acesso aos seus sites favoritos. Arraste uma guia e


fixe-a diretamente na barra de tarefas ou no menu Iniciar. Ou ar-
raste uma guia para a barra Favoritos. Independentemente do que
escolher, seus sites favoritos estarão ao seu alcance.

Guias codificadas por cores

Ao abrir uma nova guia no Windows Internet Explorer 9, você


pode:
• Para abrir uma nova página da Web, digite ou cole um
endereço na Barra de endereços.
• Para ir para um dos dez sites mais utilizados por você,
clique em um link na página.
• Para ocultar informações sobre os dez sites mais utiliza-
dos por você, clique Ocultar sites. Para restaurar as informações, Ter várias guias abertas ao mesmo tempo pode ser um pro-
clique em Mostrar sites. cesso complicado e demorado, principalmente quando você tenta
• Para ativar a Navegação InPrivate, clique em Navegação voltar e localizar os sites que abriu. Com o Internet  Explorer  9,
InPrivate. as guias relacionadas são codificadas por cores, o que facilita sua
• Para abrir novamente as guias que acabou de fechar, cli- organização ao navegar por várias páginas da Web.
que em Reabrir guias fechadas. Você consegue ver as guias relacionadas instantaneamente.
• Para reabrir as guias de sua última sessão de navegação, Quando você abre uma nova guia a partir de outra, a nova guia
clique em Reabrir última sessão. é posicionada ao lado da primeira guia e é codificada com a cor
• Para abrir Sites Sugeridos em uma página da Web, clique correspondente. E quando uma guia que faz parte de um grupo é
em Descobrir outros sites dos quais você pode gostar. fechada, outra guia desse grupo é exibida, para que você não fique
olhando para uma guia não relacionada.
Guias avançadas Se quiser fechar uma guia ou o grupo inteiro de guias, ou re-
mover uma guia de um grupo, clique com o botão direito do mouse
Por padrão, as guias são mostradas à direita da Barra de ende- na guia ou no grupo de guias e escolha o que deseja fazer. Nesse
reços. Para fazer com que as guias sejam mostradas em sua própria local também é possível atualizar uma ou todas as guias, criar uma
linha abaixo da Barra de endereços, clique com o botão direito do guia duplicada, abrir uma nova guia, reabrir a última guia fechada
mouse na área aberta à direita do botão Nova guia e clique em ou ver uma lista de todas as guias fechadas recentemente e reabrir
Mostrar guias abaixo da Barra de endereços. qualquer uma ou todas elas.

Didatismo e Conhecimento 108


INFORMÁTICA BÁSICA
Como usar os Sites Sugeridos no Internet Explorer 9 • Filtro Cross site scripting (XSS), que pode ajudar a evitar
O recurso Sites Sugeridos é um serviço online usado pelo ataques de sites fraudulentos que podem tentar roubar suas infor-
Windows Internet Explorer 9 que recomenda sites que você talvez mações pessoais e financeiras.
goste com base nos sites que você visita com frequência. • Uma conexão SSL (Secure Sockets Layer) de 128 bits
Para ativar os Sites Sugeridos e exibi-los em uma página da para usar sites seguros. Isso ajuda o Internet Explorer a criar uma
Web conexão criptografada com sites de bancos, lojas online, sites mé-
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar dicos ou outras organizações que lidam com as suas informações
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul- pessoais.
tados, clique em Internet Explorer. • Notificações que o avisam se as configurações de segu-
2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Centro rança estiverem abaixo dos níveis recomendados.
de Favoritos, clique em Ativar Sites Sugeridos. • Proteção contra Rastreamento, que limita a comunicação
3. Na caixa de diálogo Sites Sugeridos, clique em Sim. do navegador com determinados sites - definidos por uma Lista
Observação: Para desativar os Sites Sugeridos, clique no bo- de Proteção contra Rastreamento - a fim de ajudar a manter suas
tão Ferramentas , aponte para Arquivo e desmarque a opção Si- informações confidenciais.
tes Sugeridos. • Navegação InPrivate, que você pode usar para navegar
na Web sem salvar dados relacionados, como cookies e arquivos
Para adicionar o Web Slice de Sites Sugeridos de Internet temporários.
Depois de ativar os Sites Sugeridos, você pode clicar no Web • Configurações de privacidade que especificam como o
Slice de Sites Sugeridos na Barra de favoritos para verificar suges- computador lida com cookies.
tões de sites com base na página da Web na guia atual.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar Navegação InPrivate
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul- A Navegação InPrivate impede que o Windows Internet Ex-
tados, clique em Internet Explorer. plorer 9 armazene dados de sua sessão de navegação, além de aju-
2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Cen- dar a impedir que qualquer pessoa que utilize o seu computador
veja as páginas da Web que você visitou e o conteúdo que visua-
tro de Favoritos, clique em Exibir Sites Sugeridos.
lizou.
Observação: Se não tiver ativado os Sites Sugeridos, você de-
verá clicar em Ativar Sites Sugeridos e em Sim.
Para ativar a Navegação InPrivate:
1. Na página da Web Sites Sugeridos, role até a parte infe-
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
rior e clique em Adicionar Sites Sugeridos à sua Barra de Favori-
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tos.
tados, clique em Internet Explorer.
2. Na caixa de diálogo do Internet Explorer, clique em Adi-
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança
cionar à Barra de Favoritos. e clique em Navegação InPrivate.
Observação: Quando você habilita o recurso Sites Sugeridos,
o seu histórico de navegação na Web é enviado à Microsoft, onde O que faz a Navegação InPrivate:
ele é salvo e comparado com uma lista de sites relacionados atua- Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Ex-
lizada com frequência. Você pode optar por interromper o envio plorer abre uma nova janela do navegador. A proteção oferecida
de seu histórico de navegação na Web pelo Internet Explorer para pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o tempo que
a Microsoft a qualquer momento. Também é possível excluir en- você usar essa janela. Você pode abrir quantas guias desejar nessa
tradas individuais do seu histórico a qualquer momento. As entra- janela e todas elas estarão protegidas pela Navegação InPrivate.
das excluídas não serão usadas para fornecer sugestões de outros Entretanto, se você abrir uma segunda janela do navegador, ela não
sites, embora elas sejam mantidas pela Microsoft por um período estará protegida pela Navegação InPrivate. Para finalizar a sessão
para ajudar a melhorar nossos produtos e serviços, incluindo este de Navegação InPrivate, feche a janela do navegador.
recurso. Quando você navega usando a Navegação InPrivate, o Inter-
Recursos de segurança e privacidade no Internet Explo- net Explorer armazena algumas informações, como cookies e ar-
rer 9 quivos de Internet temporários, de forma que as páginas da Web
O Internet Explorer 9 inclui os seguintes recursos de seguran- visitadas funcionem corretamente. Entretanto, no final de sua ses-
ça e privacidade: são de Navegação InPrivate, essas informações são descartadas.
• Filtragem ActiveX, que bloqueia os controles ActiveX de O que a Navegação InPrivate não faz:
todos os sites e permite que você posteriormente os ative nova- • Ela não impede que alguém em sua rede, como um admi-
mente apenas para os sites nos quais confia. nistrador de rede ou um hacker, veja as páginas que você visitou.
• Realce de domínio, que mostra claramente a você o ver- • Ela não necessariamente proporciona anonimato na In-
dadeiro endereço Web do site que está visitando. Isso ajuda você a ternet. Os sites talvez sejam capazes de identificá-lo por meio de
evitar sites que usam endereços Web falsos para enganá-lo, como seu endereço Web e qualquer coisa que você fizer ou inserir em um
sites de phishing. O verdadeiro domínio que você está visitando é site poderá ser gravado por ele.
realçado na barra de endereços. • Ela não remove nenhum favorito ou feed adicionado por
• Filtro SmartScreen, que pode ajudar a protegê-lo contra você quando a sessão de Navegação InPrivate é fechada. As alte-
ataques de phishing online, fraudes e sites falsos ou mal-intencio- rações nas configurações do Internet Explorer, como a adição de
nados. Ele também pode verificar downloads e alertá-lo sobre pos- uma nova home page, também são mantidas após o encerramento
sível malware (software mal-intencionado). da sessão de Navegação InPrivate.

Didatismo e Conhecimento 109


INFORMÁTICA BÁSICA
Como usar a Proteção contra Rastreamento e a Filtragem
ActiveX no Internet Explorer 9
Você pode ativar a Proteção contra Rastreamento no Windows
Internet Explorer 9 para ajudar a evitar que sites coletem infor-
mações sobre sua navegação na Web. Você também pode ativar a
Filtragem ActiveX para ajudar a evitar que programas acessem o
seu computador sem o seu consentimento.
Depois de ativar qualquer um desses recursos, você pode de-
sativá-lo apenas para sites específicos.
Modo de Exibição de Compatibilidade
Usar a Proteção contra Rastreamento para bloquear conteú-
do de sites desconhecidos Há ocasiões em que o site que você está visitando não tem a
Quando você visita um site, alguns conteúdos podem ser for- aparência correta. Ele é mostrado como um emaranhado de menus,
necidos por um site diferente. Esse conteúdo pode ser usado para imagens e caixas de texto fora de ordem. Por que isso acontece?
coletar informações sobre as páginas que você visita na Internet. Uma explicação possível: o site pode ter sido desenvolvido para
A Proteção contra Rastreamento bloqueia esse conteúdo de uma versão anterior do Internet Explorer. O que fazer? Experimen-
sites que estão em Listas de Proteção contra Rastreamento. Existe te clicar no botão Modo de Exibição de Compatibilidade.
uma Lista de Proteção contra Rastreamento Personalizada incluída
no Internet Explorer que é gerada automaticamente com base nos
sites visitados por você. Também é possível baixar Listas de Pro-
teção contra Rastreamento e, dessa maneira, o Internet Explorer
verificará periodicamente se há atualizações para as listas. O botão do Modo de Exibição de Compatibilidade

Para ativar a Proteção contra Rastreamento No Modo de Exibição de Compatibilidade, os sites aparece-
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar rão como se fossem exibidos em uma versão anterior do Inter-
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul- net Explorer, o que geralmente corrige os problemas de exibição.
tados, clique em Internet Explorer. Você não precisa clicar no botão para exibir um site depois de já
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança ter feito isso — na próxima vez que você visitar o site, o Inter-
e clique em Proteção contra Rastreamento. net Explorer 9 automaticamente o mostrará no Modo de Exibição
3. Na caixa de diálogo Gerenciar Complemento, clique em de Compatibilidade. (Se você um dia quiser voltar a navegar nesse
uma Lista de Proteção contra Rastreamento e clique em Habilitar. site usando o Internet Explorer 9, basta clicar no botão Modo de
Exibição de Compatibilidade novamente.)
Usar a Filtragem ActiveX para bloquear controles ActiveX
Controles ActiveX e complementos do navegador da Web são Menu Favoritos
pequenos programas que permitem que os sites forneçam con-
teúdos como vídeos. Eles também podem ser usados para cole- Adicionar endereços no Menu Favoritos
tar informações, danificar informações e instalar software em seu
computador sem o seu consentimento ou permitir que outra pessoa Clique no menu Favoritos e em Adicionar Favoritos(CTR-
controle o computador remotamente. L+D).
A Filtragem ActiveX impede que sites instalem e utilizem es-
ses programas.

Ativar a Filtragem ActiveX


1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tados, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança
e clique em Filtragem ActiveX.

Definir exceções para sites confiáveis


Você pode desativar a Proteção contra Rastreamento ou a Fil-
tragem ActiveX para exibir o conteúdo de sites específicos em que
você confia. Menu Ferramentas

Informações que não causam lentidão Opções da Internet


A nova Barra de notificação exibida na parte inferior do In-
ternet Explorer fornece importantes informações de status quando No menu Ferramentas, na opção opções da internet, na aba
você precisa delas, mas ela não o força a clicar em uma série de geral podemos excluir os arquivos temporários e o histórico. Além
mensagens para continuar navegando. disso, podemos definir a página inicial.

Didatismo e Conhecimento 110


INFORMÁTICA BÁSICA
Principais características

· Navegação em abas;
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo os
links em segundo plano

Eles já estarão carregados quando você for ler;


· Bloqueador de popups:
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de popups;
· Pesquisa inteligente;
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na barra de
ferramentas e abre direto a página com os resultados, poupando o
tempo de acesso à página de pesquisa antes de ter que digitar as
palavras chaves. O novo localizador de palavras na página busca
pelo texto na medida em que você as digita, agilizando a busca;
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você fique sa-
bendo das atualizações e últimas notícias dos seus sites preferidos
cadastrados. Essa função é disponibilizada a partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
· Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na área
de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrupções signifi-
cam downloads mais rápidos. Claro, essa função pode ser persona-
lizada sem problemas;
· Você decide como deve ser seu navegador;
· O Firefox é o navegador mais personalizável que existe.
Coloque novos botões nas barras de ferramentas, instale exten-
sões que adiciona novas funções, adicione temas que modificam
o visual do Firefox e coloque mais mecanismos nos campos de
pesquisa.

O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado para a


sua necessidade:

· Fácil utilização;

O QUE É O FIREFOX? · Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox tem


todas as funções que você está acostumado - favoritos, histórico,
Firefox (inicialmente conhecido como Phoenix e, posterior- tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas mais fáceis de ler,
mente, como Mozilla Firebird) é um navegador de código aberto e diversas outras funcionalidades intuitivas;
rápido, seguro e eficiente. Desenvolvido pela Mozilla Foundation
com ajuda de centenas de colaboradores, está sendo usado em di- · Compacto;
versas plataformas. · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB. Você
Como não é software completamente livre (é distribuído pela leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o seu com-
licença Mozilla), alguns dos seus componentes (como ícones e o putador em uma conexão discada e segunda em uma conexão ban-
próprio nome, que é marca registrada) são propriedades protegi- da larga. A configuração é simples e intuitiva. Logo você estará
das. navegando com essa ferramenta.
O nome “Firefox”, em inglês, refere-se ao Panda vermelho.
Foi escolhido por ser parecido com “Firebird” e também por ser Abas
único na indústria da computação. A fim de evitar uma futura mu- Para abrir uma nova aba, clique no menu ‘Arquivo’ e depois
dança de nome, a Mozilla Foundation deu início ao processo de re- em ‘Nova Aba’, ou simplesmente <Ctrl + T> (segure a tecla Con-
gistro do nome Firefox como marca registrada no Gabinete Ame- trol e tecle T). Você verá que agora você tem duas abas na parte de
ricano de Marcas e Patentes. Apesar de “Firefox” não se referir a cima do seu Firefox, como na figura abaixo:
uma raposa, a identidade visual do Firefox é uma raposa estilizada.
O objetivo do Firefox é ser um navegador que inclua as op-
ções mais usadas pela maioria dos usuários.
Outras funções não incluídas originalmente encontram-se dis-
poníveis através de extensões e plug-ins.

Didatismo e Conhecimento 111


INFORMÁTICA BÁSICA
Digite o endereço que você quiser no campo de endereço, Quando clicamos em um link de download de um arquivo,
pressione Enter, e assim a sua nova aba mostrará essa nova página. aparecerá uma tela perguntando se queremos salvar o arquivo ou
Para visualizar páginas que estão abertas em outras abas, ape- simplesmente abri-lo. No último caso, devemos também informar
nas clique na aba desejada, que a mesma ficará ativa. com qual programa queremos abrir o arquivo:
Clicando com o botão direito do mouse nas abas, aparece um
pequeno menu com várias opções de gerenciamento das abas:

Se você quiser abrir um link, mas quer que ele apareça em


uma nova aba, clique no link com o botão direito do mouse e es-
colha a opção ‘Abrir em uma nova aba’, ou simplesmente segure a
tecla ‘Ctrl’ enquanto clica no link.

Para salvar o arquivo no seu computador, marque a caixa ‘Sal-


var’ e clique no botão ‘OK’. O download iniciará e a tela do geren-
ciador de downloads mostrará o progresso informando o tamanho
do arquivo, quanto já foi baixado, a velocidade do download e o
tempo restante estimado.
Por padrão, o Firefox vem configurado para armazenar os do-
wnloads na área de trabalho quando solicitado para salvar o arqui-
vo. Isso pode ser alterado na configuração de “Downloads” em
“Editar >> Preferências”.
Você pode fazer vários downloads ao mesmo tempo, se clicar
em vários links de download. Assim, o gerenciador de download
irá mostrar o progresso individual de cada download, e no título do
gerenciador ficará a porcentagem total do que já foi concluído de
Gerenciador de Downloads todos os downloads.
Um gerenciador de Download é uma ferramenta que contro- Quando você tiver terminado algum download, os mesmos
la e lista os downloads solicitados pelo usuário. O Firefox conta serão listados:
com um exclusivo gerenciador de downloads, uma ferramenta útil
e com uma interface amigável. Clique no menu ‘Ferramentas’ e
depois em ‘Downloads’, ou <Ctrl + Y> para abrir a lista atual de
downloads.

Didatismo e Conhecimento 112


INFORMÁTICA BÁSICA
Podemos ver algumas das funções que esse gerenciador ofere- Clique no menu ‘Favoritos’ e uma lista com as nossas páginas
ce. Se clicarmos na pasta que aparece depois de ‘Baixar arquivos favoritas será mostrada. Se você não tiver adicionado nenhuma
em: ‘, a mesma será aberta. Se clicarmos em ‘Limpar Lista’, toda página aos Favoritos, você verá algo como:
a lista dos downloads será apagada (perceba que só a lista será
apagada, os arquivos continuarão existindo). Para excluir apenas
certo arquivo da lista, clique no link ‘Excluir da lista’ correspon-
dente ao arquivo que se deseja excluir. Para abrir um arquivo cujo
download já foi concluído, clique no link ‘Abrir’.
Tome cuidado ao sair do Firefox. Por padrão, os downloads
não terminados serão cancelados.

Histórico
O Histórico nos permite ver quais páginas acessamos nos úl-
timos dias. É uma ferramenta que facilita muito a vida do usuário.
Para abrir o Histórico, clique no menu ‘Ir’ e depois em ‘His-
tórico’, ou tecle <Ctrl + H>. Uma janela semelhante a essa irá Adicione uma página aos Favoritos para ver o que acontece.
aparece do lado esquerdo do seu Firefox: Primeiramente, entre numa página que você acessa com muita
frequência. Clique no menu ‘Favoritos’ e depois em ‘Adicionar
página’, ou simplesmente <Ctrl + D>. A seguinte tela lhe será mos-
trada:

Digite um nome que define essa página, escolha uma pasta


para essa página (a pasta ‘Favoritos do Firefox’ é a pasta padrão)
e clique em ‘Adicionar’. Agora clique novamente no menu ‘Fa-
voritos’ para ver o que mudou. Agora aparece a página que você
acabou de adicionar aparecerá na área de Favoritos!
Para organizar melhor os Favoritos, podemos usar pastas. Di-
gamos que você possua os seguintes favoritos:
· http://cursos.cdtc.org.br
· http://comunidade.cdtc.org.br
· http://www.google.com
· http://www.mozilla.org
Todas as páginas que acessamos desde a última vez que lim-
pamos o Histórico estão divididas de acordo com o dia em que Clique no menu ‘Favoritos’ e depois em ‘Organizar...’. A se-
foram acessadas. Para ver as páginas que acessamos em certo dia, guinte tela de gerenciamento de Favoritos aparecerá:
clique na caixa com um sinal de ‘+’ do lado esquerdo desse dia.

Por padrão, as páginas ficam ordenadas pela data. Se você qui-


ser ordená-las de outro jeito, clique em ‘Ordenar’, e escolha uma
das opções que aparecem.

Para procurar por certa página, digite uma palavra no cam-


po ‘Localizar’, e somente serão mostradas as páginas que contém
essa palavra no seu título.

Favoritos
O Favoritos é uma funcionalidade que nos ajuda a entrar em
páginas que acessamos com muita frequência, economizando tem-
po.

Didatismo e Conhecimento 113


INFORMÁTICA BÁSICA
Clique no botão ‘Nova pasta...’, escolha um nome e uma des- Na aba ‘Geral’, é possível alterar algumas opções de impres-
crição para essa pasta e clique em ‘OK’. são, como a orientação (retrato ou paisagem), a porcentagem que a
Agora a nova pasta também aparece, junto dos Favoritos e página vai ocupar no papel e se deseja imprimir o plano de fundo.
das outras pastas. Mova as páginas cursos.cdtc.org.br e www.cdtc. Na aba ‘Margens’, pode-se modificar o tamanho das margens
org.br para essa pasta. Para isso, clique nessas páginas, depois no e colocar cabeçalhos ou rodapés (podemos configurar para que no
botão ‘Mover’, e escolha a pasta que você criou. Opcionalmente, cabeçalho apareça o número da página e no rodapé apareça a data
você pode simplesmente arrastar as páginas para as respectivas e a hora, por exemplo).
pastas na tela de gerenciamento de Favoritos. Quando você clica em ‘Visualizar impressão’, verá como vai
Assim, quando você clicar no menu ‘Favoritos’, e colocar o ficar a nossa impressão. Na parte de cima, podemos ver uma barra
cursor do mouse em cima da pasta criada, aparecem as duas pá- de navegação pelas páginas.
ginas que você moveu para lá. Se você clicar em ‘Abrir tudo em
abas’, cada página será aberta em uma aba. Clicando em ‘Imprimir..’, uma tela semelhante a seguinte apa-
rece:
Localizar

Usamos a ferramenta Localizar para achar todas as vezes que


um determinado texto aparece na tela.

É uma ferramenta que nos ajuda muito em várias tarefas,


como fazer pesquisas na Internet.

Clique no menu ‘Editar’, e depois em ‘Localizar nessa pági-


na’. O atalho do teclado para isso é <Ctrl + F>.

Note a barra que apareceu na parte inferior do Firefox:

Imprimindo páginas

Muitas vezes, queremos imprimir uma página web. Para isso,


o Firefox conta as opções ‘Configurar página’, ‘Visualizar Impres- Temas
são’ e ‘Imprimir...’.
Temas são conjuntos de padrões, como ícones, cores e fon-
Clique em ‘Configurar página’. A seguinte tela irá aparecer tes. Eles controlam o visual do seu navegador. Você pode mudar o
para você. tema do Firefox ajustando-o ao seu gosto.

Temas são considerados como Add-ons, que são funcionali-


dades extras que podem ser adicionadas ao Firefox. Mais informa-
ções sobre Add-ons serão tratadas mais adiante.

Clique no menu ‘Ferramentas’ e depois em ‘Temas’. Uma tela


semelhante a seguir irá aparecer:

Didatismo e Conhecimento 114


INFORMÁTICA BÁSICA
Pode-se ver que somente o tema padrão (que vem com o Fi- Para Iniciantes
refox) está instalado. Clicando no link ‘Baixar mais temas’, uma
nova aba será criada com a seção de downloads de temas do site Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvidas
https://addons.mozilla.org/firefox/ básicas sobre essa categoria de programas, continue lendo este pa-
rágrafo. Do contrário, pule para o próximo e poupe seu tempo.
GOOGLE CHROME Aqui falaremos um pouco mais sobre os conceitos e ações mais
O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e já con- básicas do programa.
quistou legiões de adeptos no mundo todo. O programa apresenta Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma forma
excelente qualidade em seu desenvolvimento, como quase tudo o que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar o progra-
que leva a marca Google. O browser não deve nada para os gigan- ma, tudo o que você precisa fazer é digitar o endereço do local que
tes Firefox e Internet Explorer e mostra que não está de brincadeira quer visitar. Para acessar o portal Baixaki, por exemplo, basta es-
no mundo dos softwares. Confira nas linhas abaixo um pouco mais crever baixaki.com.br (hoje é possível dispensar o famoso “www”,
sobre o ótimo Google Chrome. inserido automaticamente pelo programa.)
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que que-
Funções visíveis remos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras-chave do
que você procura na mesma lacuna. Desta forma o Chrome acessa
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complicados do o site de buscas do Google e exibe os resultados rapidamente. No
navegador, vamos conferir todas as funções disponíveis logo em exemplo utilizamos apenas a palavra “Baixaki”.
sua janela inicial. Observe a numeração na imagem abaixo e acom-
panhe sua explicação logo em seguida:

1. As setas são ferramentas bem conhecidas por todos que já


utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou voltar nas pá-
ginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao manter o botão pres- Abas
sionado sobre elas, você fará com que o histórico inteiro apareça A segunda tarefa importante para quem quer usar o Chrome é
na janela. lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito úteis e facilitam a
navegação. Como citado anteriormente, basta clicar no botão com
2. Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. Todos são um “+” para abrir uma nova guia.
sinônimos desta função, ideal para conferir novamente o link em Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao pressionar
que você se encontra, o que serve para situações bem específicas a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda mais rápido. Também
– links de download perdidos, imagens que não abriram, erros na é possível utilizar o botão direito sobre o novo endereço e escolher
diagramação da página. a opção “Abrir link em uma nova guia”.
3. O ícone remete à palavra home (casa) e leva o navegador à
página inicial do programa. Mais tarde ensinaremos você a modifi- Liberdade
car esta página para qualquer endereço de sua preferência. É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É possí-
4. A estrela adiciona a página em exibição aos favoritos, que vel arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar a aba da janela
nada mais são do que sites que você quer ter a disposição de um e desta forma abrir outra independente. Basta segurar a aba com
modo mais rápido e fácil de encontrar. o botão esquerdo do mouse para testar suas funções. Clicar nelas
com a rodinha do mouse faz com que fechem automaticamente.
5. Abre uma nova aba de navegação, o que permite visitar
outros sites sem precisar de duas janelas diferentes.
6. A barra de endereços é o local em que se encontra o link
da página visitada. A função adicional dessa parte no Chrome é
que ao digitar palavras-chave na lacuna, o mecanismo de busca
do Google é automaticamente ativado e exibe os resultados em
questão de poucos segundos.
7. Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna à es-
querda.
8. Abre as opções especiais para a página aberta no navegador.
Falaremos um pouco mais sobre elas em seguida.
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão melhor de-
talhadas nos próximos parágrafos.

Didatismo e Conhecimento 115


INFORMÁTICA BÁSICA
O botão direito abre o menu de contexto da aba, em que é pos- Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba an-
sível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar a guia ou cancelar terior, defina qual será a página inicial do Chrome. Também é
todas as outras. No teclado você pode abrir uma nova aba com o possível escolher se o atalho para a home (aquele em formato de
comando Ctrl + T ou simplesmente apertando o F1. casinha) aparecerá na janela do navegador.
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro, aqui
Fechei sem querer! você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar na lacuna do
programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista de mecanismos.
Quem nunca fechou uma aba importante acidentalmente em Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo como
um momento de distração? Pensando nisso, o Chrome conta com a seu navegador padrão. Se você optar por isso, sempre que algum
função “Reabrir guia fechada” no menu de contexto (botão direito software ou link for executado, o Chrome será automaticamente
do mouse). Basta selecioná-la para que a última página retorne ao utilizado pelo sistema.
navegador.
Coisas pessoais
Senhas: define basicamente se o programa salvará ou não as
senhas que você digitar durante a navegação. A opção “Mostrar
senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o que já foi inserido
por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os formu-
lários da internet (cadastros e aberturas de contas) serão sugeridos
automaticamente após a primeira digitação.
Dados de navegação: durante o uso do computador, o Chro-
me salva os dados da sua navegação para encontrar sites, links e
conteúdos com mais facilidade. O botão “Limpar dados de nave-
gação” apaga esse conteúdo, enquanto a função “Importar dados”
Configuração coleta informações de outros navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do na-
Antes de continuar com as outras funções do Google Chrome vegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique um de sua
é legal deixar o programa com a sua cara. Para isso, vamos às preferência. Para retornar ao normal, selecione “Redefinir para o
configurações. Vá até o canto direito da tela e procure o ícone com tema padrão”.
uma chave de boca. Clique nele e selecione “Opções”.

Configurações avançadas

Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado para


usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade, que
podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com suas prefe-
rências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em “Lo-
cal de download” é possível escolher a pasta em que os arquivos
baixados serão salvos. Você também pode definir que o navegador
pergunte o local para cada novo download.

Downloads

Todos os navegadores mais famosos da atualidade contam


com pequenos gerenciadores de download, o que facilita a vida de
quem baixa várias coisas ao mesmo tempo. Com o Google Chro-
Básicas me não é diferente. Ao clicar em um link de download, muitas ve-
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do nave- zes o programa perguntará se você deseja mesmo baixar o arquivo,
gador. Basta selecionar a melhor opção para você e configurar as como ilustrado abaixo:
páginas que deseja abrir.

Didatismo e Conhecimento 116


INFORMÁTICA BÁSICA

Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo da janela, mostrando o progresso do download. Você pode clicar no canto dela e
conferir algumas funções especiais para a situação. Além disso, ao selecionar a função “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova
aba é exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que você está baixando.

Pesquise dentro dos sites

Outra ferramenta muito prática do navegador é a possibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de alguns sites, como o próprio
portal Baixaki. Depois de usar a busca normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar
o TAB para que a busca desejada seja feita diretamente na lacuna do Chrome.

Navegação anônima

Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros ou históricos de navegação no computador, utilize a navegação anônima. Basta
clicar no menu com o desenho da chave de boca e escolher a função “Nova janela anônima”, que também pode ser aberta com o comando
Ctrl + Shift + N.

Didatismo e Conhecimento 117


INFORMÁTICA BÁSICA
Gerenciador de tarefas
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o botão direito no topo da
página (como indicado na figura) e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.

Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. Ela controla todas as abas e funções executadas pelo navegador. Caso uma das
guias apresente problemas você pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o programa. A função é muito útil e evita diversas
dores de cabeça.

CORREIO ELETRÔNICO

O correio eletrônico1 se parece muito com o correio tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o carteiro
é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem quer mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão
depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos de conexão com a Internet.
Outro fator é a rapidez, enquanto o correio tradicional levaria dias para entregar uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que instanta-
neamente e não utiliza papel. Por último, a mensagem vai direto ao destinatário, não precisa passa de mão-em-mão (funcionário do correio,
carteiro, etc.), fica na sua caixa postal onde somente o dono tem acesso e, apesar de cada pessoa ter seu endereço próprio, você pode acessar
seu e-mail de qualquer computador conectado à Internet.
Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio convencional com a velocidade do telefone, se tornando um dos melhores e mais
utilizado meio de comunicação.

Estrutura e Funcionalidade do e-mail

Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do usuário + @ +
host, onde:
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro.
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o nome do usuário do seu provedor.
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço 24 horas por dia.

Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br

1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronicoewebmail001.asp

Didatismo e Conhecimento 118


INFORMÁTICA BÁSICA
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: WebMail
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas. O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não envia- diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa de
das. correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem aplica-
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que ções para acesso direto na Internet. É grande o número de prove-
foram enviados. dores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não ter- segue uma lista dos mais populares.
minou de redigir. » Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas. » GMail – http://www.gmail.com
» Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br
Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes: » iG Mail – http://www.ig.com.br
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina- » Yahoo – http://www.yahoo.com.br
tário.
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir
mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos
as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o
os destinatários.
tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que au-
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no en-
tanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos. mentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos prove-
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem. dores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (ima- oferecem em média 25 Mb. Além de caixa postal os provedores
gens, programas, música, arquivos de texto, etc.). costumam oferecer serviços de agenda e contatos.
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensa- Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de
gem. cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo,
procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor propa-
Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém ganda possível.
representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem
ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as » Criando seu e-mail
mensagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente simples,
em detalhes, mais à frente. eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste WebMail não tem
Para receber seus e-mails você não precisa estar conectado propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto
à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você você pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou
não estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos ainda qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é
e armazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor. muito simples, basta preencher um formulário e depois você terá
Quando você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line sua conta de e-mail pronta para ser usada. Vamos aos passos:
(diretamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para seu 1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.br) ou
computador através de programas de correio eletrônico. Um pro- qualquer outro de sua preferência.
grama muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais 2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, será aber-
à frente. to um formulário, preencha-o observando todos os campos. Os
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail campos do formulário têm suas particularidades de provedor para
e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensa- provedor, no entanto todos trazem a mesma ideia, colher infor-
gens para você. Também é possível enviar mensagens para várias mações do usuário. Este será a primeira parte do seu e-mail e é
pessoas ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e
igual a este em qualquer cadastro, no exemplo temos “@outlook.
“Cco” descritos acima.
com”. A junção do nome de usuário com o nome do provedor é
Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a maioria das
pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através do nave- que será seu endereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte:
gador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O WebMail é seunome@outlook.com.
responsável pela grande popularização do e-mail, pois mesmo as 3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Criar
pessoas que não tem computador, podem acessar sua caixa postal conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que
endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Exis- muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários,
te quase que uma guerra por usuários. Os provedores, também, neste caso será exibida uma mensagem lhe informando do pro-
disputam quem oferece maior espaço em suas caixas postais. Há blema. Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não
pouco tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não pode ter dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro
era fácil. Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões
30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofereceu 120 como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o
Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo culminando com o que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou
anúncio de que o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A última informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu
campanha do GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado.
postal constantemente, a última vez que acessei estava em 2663
Mb.

Didatismo e Conhecimento 119


INFORMÁTICA BÁSICA
» Entendendo a Interface do WebMail selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, tam-
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que nos bém pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
liga do mundo externo aos comandos do programa. Estes conhe- da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
cimentos vão lhe servir para qualquer WebMail que você tiver e também serve para classificar as mensagens que por padrão estão
também para o Outlook, que é um programa de gerenciamento de classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na
e-mails, vamos ver este programa mais adiante. classificação basta clicar sobre nome dela.
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicio-
de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor. nar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas.
e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, isso
redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades.
novo e-mail do Outlook. 15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus endere- onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar
ços de e-mail são previamente guardados para utilização futura, outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o
nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o geren- nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados
ciamento dos seus contatos. e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer
4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome já uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois pri-
diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas di- meiros links são os mesmos apresentados no item 10.
versas configurações, tais como: mudar senha, definir número de
e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção 6. NOÇÕES DE SEGURANÇA E
com vários tópicos de ajuda. PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS
6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
E DERIVADOS.
você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso
de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu ende-
reço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte utilizada Segurança de Informação
em porcentagem e um pequeno gráfico.
8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no Segurança de Informação está relacionada com a proteção
exemplo a Caixa de Entrada.
existente ou necessária sobre dados que possuem valor para al-
9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens
guém ou uma organização. Possui aspectos básicos como confi-
que estão na tela e também o total da seção selecionada.
dencialidade, integridade e disponibilidade da informação que nos
10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
ajuda a entender as necessidades de sua proteção e que não se apli-
os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
ca ou está restrita a sistemas computacionais, nem a informações
estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
eletrônicas ou qualquer outra forma mecânica de armazenamento.
desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
Ela se aplica a todos os aspectos de proteção e armazenamento de
o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails in-
desejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para con- informações e dados, em qualquer forma. O nível de segurança de
figurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua um sistema operacional de computador pode ser tipificado pela
caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é preciso configuração de seus componentes.
que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP.
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de CONCEITOS DE SEGURANÇA
página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção.
Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”. A Segurança da Informação refere-se à proteção existente
Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte sobre as informações de uma determinada empresa, instituição
inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal. governamental ou pessoa, isto é, aplica-se tanto as informações
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio corporativas quanto as pessoais.
eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo ou dado
Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está que tenha valor para alguma organização ou pessoa. Ela pode estar
normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém guardada para uso restrito ou exposta ao público para consulta ou
quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens aquisição.
que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de fer-
Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio. ramentas) para a definição do nível de segurança existente e, com
13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as isto, serem estabelecidas as bases para análise da melhoria ou piora
mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o da situação de segurança existente.
conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as A segurança de uma determinada informação pode ser afeta-
mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A da por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza dela,
observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal
para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado intencionadas que tem o objetivo de furtar, destruir ou modificar
esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são a informação.

Didatismo e Conhecimento 120


INFORMÁTICA BÁSICA
Antes de proteger, devemos saber: bre os principais problemas encontrados nos aplicativos utilizados,
• O que proteger. através dos sites dos desenvolvedores ou específicos sobre segu-
• De quem proteger. rança da Informação. As principais empresas comerciais desenvol-
• Pontos vulneráveis. vedoras de software e as principais distribuições Linux possuem
• Processos a serem seguidos. boletins periódicos informando sobre as últimas vulnerabilidades
encontradas e suas devidas correções. Alguns sistemas chegam até
MECANISMOS DE SEGURANÇA a possuir o recurso de atualização automática, facilitando ainda
mais o processo.
O suporte para as recomendações de segurança pode ser en-
contrado em: Firewalls
• CONTROLES FÍSICOS: são barreiras que limitam o
contato ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que ga- Definimos o firewall como sendo uma barreira inteligente en-
rante a existência da informação) que a suporta. tre duas redes, geralmente a rede local e a Internet, através da qual
Devemos atentar para ameaças sempre presentes, mas nem só passa tráfego autorizado. Este tráfego é examinado pelo firewall
sempre lembradas; incêndios, desabamentos, relâmpagos, alaga- em tempo real e a seleção é feita de acordo com um conjunto de
mentos, problemas na rede elétrica, acesso indevido de pessoas regras de acesso Ele é tipicamente um roteador (equipamento que
aos servidores ou equipamentos de rede, treinamento inadequado liga as redes com a Internet), um computador rodando filtragens de
de funcionários, etc. pacotes, um software Proxy, um firewall-in-a-box (um hardware
Medidas de proteção física, tais como serviços de guarda, uso proprietário específico para função de firewall), ou um conjunto
de nobreaks, alarmes e fechaduras, circuito interno de televisão e desses sistemas.
sistemas de escuta são realmente uma parte da segurança da infor- Pode-se dizer que firewall é um conceito ao invés de um pro-
mação. As medidas de proteção física são frequentemente citadas duto. Ele é a soma de todas as regras aplicadas a rede. Geralmente,
como “segurança computacional”, visto que têm um importante essas regras são elaboradas considerando as políticas de acesso da
papel também na prevenção dos itens citados no parágrafo acima. organização.
O ponto-chave é que as técnicas de proteção de dados por Podemos observar que o firewall é único ponto de entrada da
mais sofisticadas que sejam, não têm serventia nenhuma se a segu- rede, quando isso acontece o firewall também pode ser designado
rança física não for garantida. como check point.
De acordo com os mecanismos de funcionamentos dos fire-
Instalação e Atualização walls podemos destacar três tipos principais:
• Filtros de pacotes
A maioria dos sistemas operacionais, principalmente as distri- • Stateful Firewalls
buições Linux, vem acompanhada de muitos aplicativos que são • Firewalls em Nível de Aplicação
instalados opcionalmente no processo de instalação do sistema.
Sendo assim, torna-se necessário que vários pontos sejam ob- - Filtros de Pacotes
servados para garantir a segurança desde a instalação do sistema,
dos quais podemos destacar: Esse é o tipo de firewall mais conhecido e utilizado. Ele con-
• Seja minimalista: Instale somente os aplicativos necessários, trola a origem e o destino dos pacotes de mensagens da Internet.
aplicativos com problemas podem facilitar o acesso de um ata- Quando uma informação é recebida, o firewall verifica as informa-
cante; ções sobre o endereço IP de origem e destino do pacote e compara
• Devem ser desativados todos os serviços de sistema que não com uma lista de regras de acesso para determinar se pacote está
serão utilizados: Muitas vezes o sistema inicia automaticamente autorizado ou não a ser repassado através dele.
diversos aplicativos que não são necessários, esses aplicativos Atualmente, a filtragem de pacotes é implementada na maio-
também podem facilitar a vida de um atacante; ria dos roteadores e é transparente aos usuários, porém pode ser fa-
• Deve-se tomar um grande cuidado com as aplicações de cilmente contornada com IP Spoofers. Por isto, o uso de roteadores
rede: problemas nesse tipo de aplicação podem deixar o sistema como única defesa para uma rede corporativa não é aconselhável.
vulnerável a ataques remotos que podem ser realizados através da Mesmo que filtragem de pacotes possa ser feita diretamente
rede ou Internet; no roteador, para uma maior performance e controle, é necessária a
• Use partições diferentes para os diferentes tipos de dados: a utilização de um sistema específico de firewall. Quando um grande
divisão física dos dados facilita a manutenção da segurança; número de regras é aplicado diretamente no roteador, ele acaba
• Remova todas as contas de usuários não utilizadas: Contas perdendo performance. Além disso, Firewall mais avançados po-
de usuários sem senha, ou com a senha original de instalação, po- dem defender a rede contra spoofing e ataques do tipo DoS/DDoS.
dem ser facilmente exploradas para obter-se acesso ao sistema.
Grande parte das invasões na Internet acontece devido a fa- - Stateful Firewalls
lhas conhecidas em aplicações de rede, as quais os administradores
de sistemas não foram capazes de corrigir a tempo. Essa afirmação Outro tipo de firewall é conhecido como Stateful Firewall. Ele
pode ser confirmada facilmente pelo simples fato de que quando utiliza uma técnica chamada Stateful Packet Inspection, que é um
uma nova vulnerabilidade é descoberta, um grande número de ata- tipo avançado de filtragem de pacotes. Esse tipo de firewall exami-
ques é realizado com sucesso. Por isso é extremamente importante na todo o conteúdo de um pacote, não apenas seu cabeçalho, que
que os administradores de sistemas se mantenham atualizados so- contém apenas os endereços de origem e destino da informação.

Didatismo e Conhecimento 121


INFORMÁTICA BÁSICA
Ele é chamado de ‘stateful’ porque examina os conteúdos dos pa- Mecanismos de encriptação
cotes para determinar qual é o estado da conexão, Ex: Ele garante
que o computador destino de uma informação tenha realmente so- A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas palavras
licitado anteriormente a informação através da conexão atual. gregas:
Além de serem mais rigorosos na inspeção dos pacotes, os • CRIPTO = ocultar, esconder.
stateful firewalls podem ainda manter as portas fechadas até que • GRAFIA = escrever
uma conexão para a porta específica seja requisitada. Isso permite Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em códi-
uma maior proteção contra a ameaça de port scanning. gos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma mensagem
incompreensível permitindo apenas que o destinatário que conhe-
- Firewalls em Nível de Aplicação ça a chave de encriptação possa decriptar e ler a mensagem com
Nesse tipo de firewall o controle é executado por aplicações clareza.
específicas, denominadas proxies, para cada tipo de serviço a ser Permitem a transformação reversível da informação de forma
controlado. Essas aplicações interceptam todo o tráfego a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos
recebido e o envia para as aplicações correspondentes; assim, determinados e uma chave secreta para, a partir de um conjunto de
cada aplicação pode controlar o uso de um serviço. dados não encriptados, produzir uma sequência de dados encripta-
Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de perfor- dos. A operação inversa é a desencriptação.
mance, já que ele analisa toda a comunicação utilizando proxies,
ele permite uma maior auditoria sobre o controle no tráfego, já Assinatura digital
que as aplicações específicas podem detalhar melhor os eventos
associados a um dado serviço. Um conjunto de dados encriptados, associados a um docu-
A maior dificuldade na sua implementação é a necessidade de mento do qual são função, garantindo a integridade do documento
instalação e configuração de um proxy para cada aplicação, sen- associado, mas não a sua confidencialidade.
do que algumas aplicações não trabalham corretamente com esses A assinatura digital, portanto, busca resolver dois problemas
mecanismos. não garantidos apenas com uso da criptografia para codificar as
informações: a Integridade e a Procedência.
Considerações sobre o uso de Firewalls Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, tam-
bém conhecida como: compression function, cryptographic check-
Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e são ines- sum, message digest ou fingerprint. Essa função gera uma string
timáveis para segurança da informação, existem alguns ataques única sobre uma informação, se esse valor for o mesmo tanto no
que os firewalls não podem proteger, como a interceptação de trá- remetente quanto destinatário, significa que essa informação não
fego não criptografado, ex: Interceptação de e-mail. Além disso, foi alterada.
embora os firewalls possam prover um único ponto de segurança Mesmo assim isso ainda não garante total integridade, pois
e auditoria, eles também podem se tornar um único ponto de falha a informação pode ter sido alterada no seu envio e um novo hash
– o que quer dizer que os firewalls são a última linha de defesa. pode ter sido calculado.
Significa que se um atacante conseguir quebrar a segurança de um Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia as-
firewall, ele vai ter acesso ao sistema, e pode ter a oportunidade simétrica com a função das chaves num sentido inverso, onde o
de roubar ou destruir informações. Além disso, os firewalls prote- hash é criptografado usando a chave privada do remetente, sendo
gem a rede contra os ataques externos, mas não contra os ataques assim o destinatário de posse da chave pública do remetente po-
internos. No caso de funcionários mal intencionados, os firewalls derá decriptar o hash. Dessa maneira garantimos a procedência,
não garantem muita proteção. Finalmente, como mencionado os pois somente o remetente possui a chave privada para codificar o
firewalls de filtros de pacotes são falhos em alguns pontos. - As hash que será aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a
técnicas de Spoofing podem ser um meio efetivo de anular a sua partir da informação original, protegido pela criptografia, garantirá
proteção. a integridade da informação.
Para uma proteção eficiente contra as ameaças de segurança
existentes, os firewalls devem ser usados em conjunto com diver- Mecanismos de garantia da integridade da informação
sas outras medidas de segurança.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que apoiam Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consistindo
os controles físicos: Portas / trancas / paredes / blindagem / guar- na adição.
das / etc.
Mecanismos de controle de acesso
• CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem ou
limitam o acesso à informação, que está em ambiente controlado, Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões in-
geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a alte- teligentes.
ração não autorizada por elemento mal intencionado. Mecanismos de certificação
Existem mecanismos de segurança que apoiam os controles
lógicos: Atesta a validade de um documento. O Certificado Digital,
também conhecido como Certificado de Identidade Digital associa
a identidade de um titular a um par de chaves eletrônicas (uma
pública e outra privada) que, usadas em conjunto, fornecem a com-

Didatismo e Conhecimento 122


INFORMÁTICA BÁSICA
provação da identidade. É uma versão eletrônica (digital) de algo O Form Signing é uma tecnologia que permite que os usuários
parecido a uma Cédula de Identidade - serve como prova de identi- emitam recibos online com seus certificados digitais. Por exemplo:
dade, reconhecida diante de qualquer situação onde seja necessária o usuário acessa o seu Internet Banking e solicita uma transferên-
a comprovação de identidade. cia de fundos. O sistema do banco, antes de fazer a operação, pede
O Certificado Digital pode ser usado em uma grande varieda- que o usuário assine com seu certificado digital um recibo con-
de de aplicações, como comércio eletrônico, groupware (Intranets firmando a operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco
e Internet) e transferência eletrônica de fundos. para servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter
Dessa forma, um cliente que compre em um shopping virtual, efetuado a transação.
utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certificado de Identi- O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que per-
dade Digital deste Servidor para verificar: a identidade do vende- mitem que um desenvolvedor de programas de computador assine
dor e o conteúdo do Certificado por ele apresentado. Da mesma digitalmente seu software. Assim, ao baixar um software pela In-
forma, o servidor poderá solicitar ao comprador seu Certificado ternet, o usuário tem certeza da identidade do fabricante do pro-
de Identidade Digital, para identificá-lo com segurança e precisão. grama e que o software se manteve íntegro durante o processo de
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado de Iden- download. Os certificados digitais se dividem em basicamente dois
tidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e a comunica- formatos: os certificados de uso geral (que seriam equivalentes a
ção com segurança não será estabelecida. uma carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes a car-
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado por tões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados de uso geral
uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Authority). Para são emitidos diretamente para o usuário final, enquanto que os de
tanto, esta autoridade usa as mais avançadas técnicas de cripto- uso restrito são voltados basicamente para empresas ou governo.
grafia disponíveis e de padrões internacionais (norma ISO X.509
para Certificados Digitais), para a emissão e chancela digital dos Integridade: Medida em que um serviço/informação é genui-
Certificados de Identidade Digital. no, isto é, esta protegido contra a personificação por intrusos.
Podemos destacar três elementos principais:
- Informação de atributo: É a informação sobre o objeto que Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é de-
é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode incluir seu nome, tectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spammer, ou
nacionalidade e endereço e-mail, sua organização e o departamen- de qualquer agente externo estranho ao sistema, enganando-o, fa-
to da organização onde trabalha. zendo-o pensar que esteja de fato explorando uma vulnerabilidade
- Chave de informação pública: É a chave pública da entida- daquele sistema.
de certificada. O certificado atua para associar a chave pública à
informação de atributo, descrita acima. A chave pública pode ser AMEAÇAS À SEGURANÇA
qualquer chave assimétrica, mas usualmente é uma chave RSA.
- Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA as- Ameaça é algo que oferece um risco e tem como foco algum
sina os dois primeiros elementos e, então, adiciona credibilidade ativo. Uma ameaça também pode aproveitar-se de alguma vulne-
ao certificado. Quem recebe o certificado verifica a assinatura e rabilidade do ambiente.
acreditará na informação de atributo e chave pública associadas se Identificar Ameaças de Segurança – Identificar os Tipos de
acreditar na Autoridade em Certificação. Ataques é a base para chegar aos Riscos. Lembre-se que existem
Existem diversos protocolos que usam os certificados digitais as prioridades; essas prioridades são os pontos que podem com-
para comunicações seguras na Internet: prometer o “Negócio da Empresa”, ou seja, o que é crucial para a
• Secure Socket Layer ou SSL; sobrevivência da Empresa é crucial no seu projeto de Segurança.
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME; Abaixo temos um conjunto de ameaças, chamado de FVRD-
• Form Signing; NE:
• Authenticode / Objectsigning.
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os certificados Falsificação
digitais e é usado em praticamente todos os sites que fazem co-
mércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de CD, bancos etc.). O Falsificação de Identidade é quando se usa nome de usuário
SSL teve uma primeira fase de adoção onde apenas os servidores e senha de outra pessoa para acessar recursos ou executar tarefas.
estavam identificados com certificados digitais, e assim tínhamos Seguem dois exemplos:
garantido, além da identidade do servidor, o sigilo na sessão. En- • Falsificar mensagem de e-mail;
tretanto, apenas com a chegada dos certificados para os browsers é • Executar pacotes de autenticação.
que pudemos contar também com a identificação na ponta cliente, Um ataque de Falsificação pode ter início em um PostIt com
eliminando assim a necessidade do uso de senhas e logins. sua senha, grudado no seu monitor.
O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois permi-
te que as mensagens de correio eletrônico trafeguem encriptadas e/ Violação
ou assinadas digitalmente. Desta forma os e-mails não podem ser
lidos ou adulterados por terceiros durante o seu trânsito entre a má- A Violação ocorre quando os dados são alterados:
quina do remetente e a do destinatário. Além disso, o destinatário • Alterar dados durante a transmissão;
tem a garantia da identidade de quem enviou o e-mail. • Alterar dados em arquivos.

Didatismo e Conhecimento 123


INFORMÁTICA BÁSICA
Repudiação É necessário identificar quem pode atacar a minha rede, e qual
A Repudiação talvez seja uma das últimas etapas de um ata- a capacidade e/ou objetivo desta pessoa.
que bem sucedido, pois é o ato de negar algo que foi feito. Isso • Principiante – não tem nenhuma experiência em programa-
pode ser feito apagando as entradas do Log após um acesso inde- ção e usa ferramentas de terceiros. Geralmente não tem noção do
vido. Exemplos: que está fazendo ou das consequências daquele ato.
• Excluir um arquivo crítico e negar que excluiu; • Intermediário – tem algum conhecimento de programação e
• Comprar um produto e mais tarde negar que comprou. utiliza ferramentas usadas por terceiros. Esta pessoa pode querer
algo além de testar um “Programinha Hacker”.
Divulgação • Avançado – Programadores experientes, possuem conheci-
mento de Infraestrutura e Protocolos. Podem realizar ataques es-
A Divulgação das Informações pode ser tão grave e/ou custar truturados. Certamente não estão só testando os seus programas.
tão caro quanto um ataque de “Negação de Serviço”, pois informa- Estas duas primeiras pessoas podem ser funcionários da em-
ções que não podiam ser acessadas por terceiros, agora estão sendo presa, e provavelmente estão se aproveitando de alguma vulnera-
divulgadas ou usadas para obter vantagem em negócios. bilidade do seu ambiente.
Dependendo da informação ela pode ser usada como objeto de
chantagem. Abaixo exemplos de Divulgação: VULNERABILIDADES
• Expor informações em mensagens de erro;
• Expor código em sites. Os ataques com mais chances de dar certo são aqueles que ex-
ploram vulnerabilidades, seja ela uma vulnerabilidade do sistema
Negação de Serviço (DoS) (Denial of Service, DoS) operacional, aplicativos ou políticas internas.
Veja algumas vulnerabilidades:
A forma mais conhecida de ataque que consiste na perturba- • Roubo de senhas – Uso de senhas em branco, senhas pre-
ção de um serviço, devido a danos físicos ou lógicos causados no visíveis ou que não usam requisitos mínimos de complexidade.
sistema que o suportam. Para provocar um DoS, os atacantes dis- Deixar um Postit com a sua senha grudada no monitor é uma vul-
seminam vírus, geram grandes volumes de tráfego de forma artifi- nerabilidade.
cial, ou muitos pedidos aos servidores que causam subcarga e estes • Software sem Patches – Um gerenciamento de Service Packs
últimos ficam impedidos de processar os pedidos normais.
e HotFixes mal feito é uma vulnerabilidade comum. Veja casos
O objetivo deste ataque é parar algum serviço. Exemplo:
como os ataques do Slammer e do Blaster, sendo que suas res-
• “Inundar” uma rede com pacotes SYN (Syn-Flood);
pectivas correções já estavam disponíveis bem antes dos ataques
• “Inundar” uma rede com pacotes ICPM forçados.
serem realizados.
O alvo deste tipo de ataque pode ser um Web Server contendo
• Configuração Incorreta – Aplicativos executados com contas
o site da empresa, ou até mesmo “inundar” o DHCP Server Local
de Sistema Local, e usuários que possuem permissões acima do
com solicitações de IP, fazendo com que nenhuma estação com IP
dinâmico obtenha endereço IP. necessário.
• Engenharia Social – O Administrador pode alterar uma se-
Elevação de Privilégios nha sem verificar a identidade da chamada.
• Segurança fraca no Perímetro – Serviços desnecessários,
Acontece quando o usuário mal-intencionado quer executar portas não seguras. Firewall e Roteadores usados incorretamente.
uma ação da qual não possui privilégios administrativos suficien- • Transporte de Dados sem Criptografia – Pacotes de autenti-
tes: cação usando protocolos de texto simples, dados importantes en-
• Explorar saturações do buffer para obter privilégios do sis- viados em texto simples pela Internet.
tema; Identifique, entenda como explorá-las e mesmo que não seja
• Obter privilégios de administrador de forma ilegítima. possível eliminá-las, monitore e gerencie o risco de suas vulnera-
Este usuário pode aproveitar-se que o Administrador da Rede bilidades.
efetuou logon numa máquina e a deixou desbloqueada, e com isso Nem todos os problemas de segurança possuem uma solução
adicionar a sua própria conta aos grupos Domain Admins, e Re- definitiva, a partir disso inicia-se o Gerenciamento de Risco, anali-
mote Desktop Users. Com isso ele faz o que quiser com a rede da sando e balanceando todas as informações sobre Ativos, Ameaças,
empresa, mesmo que esteja em casa. Vulnerabilidades, probabilidade e impacto.

Quem pode ser uma ameaça? NÍVEL DE SEGURANÇA

Quem ataca a rede/sistema são agentes maliciosos, muitas Depois de identificado o potencial de ataque, as organizações
vezes conhecidos como crackers, (hackers não são agentes mali- têm que decidir o nível de segurança a estabelecer para um rede
ciosos, tentam ajudar a encontrar possíveis falhas). Estas pessoas ou sistema os recursos físicos e lógicos a necessitar de proteção.
são motivadas para fazer esta ilegalidade por vários motivos. Os No nível de segurança devem ser quantificados os custos associa-
principais motivos são: notoriedade, autoestima, vingança e o di- dos aos ataques e os associados à implementação de mecanismos
nheiro. É sabido que mais de 70% dos ataques partem de usuários de proteção para minimizar a probabilidade de ocorrência de um
legítimos de sistemas de informação (Insiders) -- o que motiva ataque .
corporações a investir largamente em controles de segurança para
seus ambientes corporativos (intranet).

Didatismo e Conhecimento 124


INFORMÁTICA BÁSICA
POLÍTICAS DE SEGURANÇA Para contaminarem os computadores, os vírus antigamente
usavam disquetes ou arquivos infectados. Hoje, os vírus podem
De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook), atingir em poucos minutos milhares de computadores em todo
uma política de segurança consiste num conjunto formal de regras mundo. Isso tudo graças à Internet. O método de propagação mais
que devem ser seguidas pelos usuários dos recursos de uma orga- comum é o uso de e-mails, onde o vírus usa um texto que ten-
nização. ta convencer o internauta a clicar no arquivo em anexo. É nesse
As políticas de segurança devem ter implementação realista, anexo que se encontra o vírus. Os meios de convencimento são
e definir claramente as áreas de responsabilidade dos usuários, do muitos e costumam ser bastante criativos. O e-mail (e até o campo
pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção. Deve também assunto da mensagem) costuma ter textos que despertam a curio-
adaptar-se a alterações na organização. As políticas de segurança sidade do internauta. Muitos exploram assuntos eróticos ou abor-
fornecem um enquadramento para a implementação de mecanis- dam questões atuais. Alguns vírus podem até usar um remetente
mos de segurança, definem procedimentos de segurança adequa- falso, fazendo o destinatário do e-mail acreditar que se trata de
dos, processos de auditoria à segurança e estabelecem uma base
uma mensagem verdadeira. Muitos internautas costumam identi-
para procedimentos legais na sequência de ataques.
ficar e-mails de vírus, mas os criadores destas “pragas digitais”
O documento que define a política de segurança deve deixar
de fora todos os aspetos técnicos de implementação dos mecanis- podem usar artifícios inéditos que não poupam nem o usuário mais
mos de segurança, pois essa implementação pode variar ao longo experiente.
do tempo. Deve ser também um documento de fácil leitura e com- O computador (ou, melhor dizendo, o sistema operacional),
preensão, além de resumido. por si só, não tem como detectar a existência deste programinha.
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados em Ele não é referenciado em nenhuma parte dos seus arquivos, nin-
consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre essas nor- guém sabe dele, e ele não costuma se mostrar antes do ataque fatal.
mas estão a BS 7799 (elaborada pela British Standards Institution) Em linhas gerais, um vírus completo (entenda-se por comple-
e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão brasileira desta primeira). to o vírus que usa todas as formas possíveis de contaminar e se
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de se- ocultar) chega até a memória do computador de duas formas.
gurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente permitido é A primeira e a mais simples é a seguinte: em qualquer disco
proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido). (tanto disquete quanto HD) existe um setor que é lido primeiro
Enfim, implantar Segurança em um ambiente não depende pelo sistema operacional quando o computador o acessa. Este se-
só da Tecnologia usada, mas também dos Processos utilizados tor identifica o disco e informa como o sistema operacional (SO)
na sua implementação e da responsabilidade que as Pessoas têm deve agir. O vírus se aloja exatamente neste setor, e espera que o
neste conjunto. Estar atento ao surgimento de novas tecnologias computador o acesse.
não basta, é necessário entender as necessidades do ambiente, e A partir daí ele passa para a memória do computador e entra
implantar políticas que conscientizem as pessoas a trabalhar de na segunda fase da infecção. Mas antes de falarmos da segunda
modo seguro. fase, vamos analisar o segundo método de infecção: o
Seu ambiente nunca estará seguro, não imagine que instalando vírus se agrega a um arquivo executável (fica pendurado mes-
um bom Antivírus você elimina as suas vulnerabilidades ou dimi- mo nesse arquivo). Acessar o disco onde este arquivo está não é o
nui a quantidade de ameaças. É extremamente necessário conhecer suficiente para se contaminar.
o ambiente e fazer um estudo, para depois poder implementar fer- É preciso executar o arquivo contaminado. O vírus se anexa,
ramentas e soluções de segurança. geralmente, em uma parte do arquivo onde não interfira no seu
funcionamento (do arquivo), pois assim o usuário não vai perceber
NOÇÕES BÁSICAS A RESPEITO DE VÍRUS DE COM-
nenhuma alteração e vai continuar usando o programa infectado.
PUTADOR
O vírus, após ter sido executado, fica escondido agora na me-
mória do computador, e imediatamente infecta todos os discos que
DEFINIÇÃO E PROGRAMAS ANTIVÍRUS
estão ligados ao computador, colocando uma cópia de si mesmo
O que são vírus de computador? no tal setor que é lido primeiro (chamado setor de boot), e quando
o disco for transferido para outro computador, este ao acessar o
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuá- disco contaminado (lendo o setor de boot), executará o vírus e o
rios de computador. alocará na sua memória, o que por sua vez irá infectar todos os dis-
Consistem em pequenos programas criados para causar algum cos utilizados neste computador, e assim o vírus vai se alastrando.
dano ao computador infectado, seja apagando dados, seja captu- Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os
rando informações, seja alterando o funcionamento normal da má- arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns às vezes
quina. Os usuários dos sistemas operacionais Windows são vítimas re-contaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande
quase que exclusivas de vírus, já que os sistemas da Microsoft são que passa a ocupar um espaço considerável (que é sempre muito
largamente usados no mundo todo. Existem vírus para sistemas precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem en-
operacionais Mac e os baseados em Unix, mas estes são extrema- tre os espaços do programa original, para não dar a menor pista de
mente raros e costumam ser bastante limitados. Esses “programas sua existência.
maliciosos” receberam o nome vírus porque possuem a caracterís- Cada vírus possui um critério para começar o ataque propria-
tica de se multiplicar facilmente, assim como ocorre com os vírus mente dito, onde os arquivos começam a ser apagados, o micro
reais, ou seja, os vírus biológicos. Eles se disseminam ou agem começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras
por meio de falhas ou limitações de determinados programas, se tragédias. Alguns apenas mostram mensagens chatas, outros mais
espalhando como em uma infecção. elaborados fazem estragos muitos grandes.

Didatismo e Conhecimento 125


INFORMÁTICA BÁSICA
TIPOS isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede
o usuário de mudá-la, exibe propagandas em pop-ups ou janelas
Cavalo-de-Tróia novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impe-
dir acesso a determinados sites (como sites de software antivírus,
A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atri- por exemplo).
buída aos programas que permitem a invasão de um computador Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por
alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são tão
ao famoso artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um perigosas que alguns antivírus podem ser preparados para identifi-
“amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, cá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers, muitas vezes é
que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para
grama atua de forma diferente do que era esperado. combater aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti
classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se reproduz -spywares conseguem “pegar”.
e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo
que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se levar em conside- Hoaxes, o que são?
ração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os
classificam como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclu- São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico,
sivamente, como definição para programas que capturam dados que servem para assustar o usuário de computador. Uma mensa-
sem o conhecimento do usuário. gem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- está circulando na rede e que infectará o micro do destinatário en-
quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar infor- quanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
mações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax nor-
não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina contaminada malmente costuma dizer que a informação partiu de uma empresa
por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as infor- confiável, como IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar
mações contidas no HD visualizadas e capturadas por um intruso a máquina do usuário. Desconsidere a mensagem.
qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já
esteve dentro de um computador alheio sabe as possibilidades ofe- FIREWALL
recidas.
Firewall é um programa que monitora as conexões feitas pelo
Worm seu computador para garantir que nenhum recurso do seu compu-
tador esteja sendo usado indevidamente. São úteis para a preven-
Os worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de ção de worms e trojans.
vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar ANTIVÍRUS
rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja por
meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mer-
maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o compu- cado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre atuali-
tador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inte- zado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus
ligentes é a gama de possibilidades de propagação. O worm pode precisa saber da existência deles para proteger seu sistema opera-
capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços cional.
de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atua-
meio que permita a contaminação de computadores (normalmente lização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus mais co-
milhares) em pouco tempo. nhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Pos-
Spywares, keyloggers e hijackers sui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui ver-
Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes são de teste.
também representam perigo. Spywares são programas que ficam AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra
“espionando” as atividades dos internautas ou capturam informa- gratuita para uso não comercial (com menos funcionalidades).
ções sobre eles. Para contaminar um computador, os spywares po- Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.
dem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- br - Possui versão de teste.
dos automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores pos-
duvidoso. suem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus específicos.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir em- Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigo-
butidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destinados a sos ou com alto grau de propagação.
capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal,
nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que “sequestram” nave-
gadores de Internet, principalmente o Internet Explorer. Quando

Didatismo e Conhecimento 126


INFORMÁTICA BÁSICA
PROTEÇÃO O que acontece se ocorrer uma infecção?
Você ficará à mercê de pessoas inescrupulosas quando estiver
A melhor política com relação à proteção do seu computador conectado à Internet. Elas poderão invadir seu computador e rea-
contra vírus é possuir um bom software antivírus original instalado lizar atividades nocivas desde apenas ler seus arquivos, até causar
e atualizá-lo com frequência, pois surgem vírus novos a cada dia. danos como apagar arquivos, e até mesmo roubar suas senhas, cau-
Portanto, a regra básica com relação a vírus (e outras infecções) é: sando todo o tipo de prejuízos.
Jamais execute programas que não tenham sido obtidos de fontes
absolutamente confiáveis. O tema dos vírus é muito extenso e não Como me proteger?
se pode pretender abordá-lo aqui senão superficialmente, para dar Em primeiro lugar, voltemos a enfatizar a atitude básica de
orientações essenciais. Vamos a algumas recomendações. evitar executar programas desconhecidos ou de origem duvidosa.
Os processos mais comuns de se receber arquivos são como Portanto, mais uma vez, Jamais execute programas que não te-
anexos de mensagens de e-mail, através de programas de FTP, ou nham sido obtidos de fontes absolutamente confiáveis.
por meio de programas de comunicação, como o ICQ, o NetMee- Além disto, há a questão das senhas. Se o seu micro estiver
ting, etc. infectado outras pessoas poderiam acessar as suas senhas. E tro-
Note que: ca-las não seria uma solução definitiva, pois os invasores pode-
Não existem vírus de e-mail. O que existem são vírus escondi- riam entrar no seu micro outra vez e rouba-la novamente. Portan-
dos em programas anexados ao e-mail. Você não infecta seu com- to, como medida extrema de prevenção, o melhor mesmo é NÃO
putador só de ler uma mensagem de correio eletrônico escrita em DEIXAR AS SENHAS NO COMPUTADOR. Isto quer dizer que
formato texto (.txt). Mas evite ler o conteúdo de arquivos anexados você não deve usar, ou deve desabilitar, se já usa, os recursos do
sem antes certificar-se de que eles estão livres de vírus. Salve-os tipo “lembrar senha”. Eles gravam sua senha para evitar a necessi-
em um diretório e passe um programa antivírus atualizado. Só de- dade de digitá-la novamente. Só que, se a sua senha está gravada
pois abra o arquivo. no seu computador, ela pode ser lida por um invasor. Atualmente,
Cuidados que se deve tomar com mensagens de correio eletrô- é altamente recomendável que você prefira digitar a senha a cada
nico – Como já foi falado, simplesmente ler a mensagem não causa vez que faz uma conexão. Abra mão do conforto em favor da sua
qualquer problema. No entanto, se a mensagem contém anexos (ou segurança.
attachments, em Inglês), é preciso cuidado. O anexo pode ser um
arquivo executável (programa) e, portanto, pode estar contamina- Questões Comentadas
do. A não ser que você tenha certeza absoluta da integridade do
arquivo, é melhor ser precavido e suspeitar. Não abra o arquivo 1- Com relação ao sistema operacional Windows, assinale a
sem antes passá-lo por uma análise do antivírus atualizado opção correta.
Mas se o anexo não for um programa, for um arquivo apenas (A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve ser
de texto, é possível relaxar os cuidados? feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, de modo
Não. Infelizmente, os criadores de vírus são muito ativos, e a garantir a correta remoção dos arquivos relacionados ao aplicati-
existem hoje, disseminando-se rapidamente, vírus que contami- vo, sem prejuízo ao sistema operacional.
nam arquivos do MS Word ou do MS Excel. São os chamados (B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e DE-
vírus de macro, que infectam os macros (executáveis) destes ar- LETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos diretó-
quivos. Assim, não abra anexos deste tipo sem prévia verificação. rios de programas instalados na máquina em uso.
É possível clicar no indicador de anexo para ver do que se (C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um
trata? E como fazer em seguida? computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da máquina
Apenas clicar no indicador (que no MS Outlook Express é para se ter acesso às contas dos demais usuários possivelmente
uma imagem de um clip), sim. Mas cuidado para não dar um cli- cadastrados nessa máquina.
que duplo, ou clicar no nome do arquivo, pois se o anexo for um (D) O Windows oferece um conjunto de acessórios disponí-
programa, será executado. Faça assim: veis por meio da instalação do pacote Office, entre eles, calculado-
1- Abra a janela da mensagem (em que o anexo aparece como ra, bloco de notas, WordPad e Paint.
um ícone no rodapé); (E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão Ini-
2- Salve o anexo em um diretório à sua escolha, o que pode ciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windows, dar
ser feito de dois modos: saída no usuário correntemente em uso na máquina e, em seguida,
a) clicar o anexo com o botão direito do mouse e em seguida desligar o computador.
clicar em “Salvar como...”; Comentários: Para desinstalar um programa de forma segura
b) sequência de comandos: Arquivo / Salvar anexos... deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou remover pro-
3- Passe um antivírus atualizado no anexo salvo para se certi- gramas
ficar de que este não está infectado. Resposta – Letra A
Riscos dos “downloads”- Simplesmente baixar o programa
para o seu computador não causa infecção, seja por FTP, ICQ, ou 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as informa-
o que for. Mas de modo algum execute o programa (de qualquer ções estão contidas em arquivos de vários formatos, que são arma-
tipo, joguinhos, utilitários, protetores de tela, etc.) sem antes sub- zenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias removíveis do
metê-lo a um bom antivírus. computador, organizados em:
(A) telas.
(B) pastas.

Didatismo e Conhecimento 127


INFORMÁTICA BÁSICA
(C) janelas.
(D) imagens.
(E) programas.

Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem cla-


ra a organização por meio de PASTAS, que nada mais são do que
compartimentos que ajudam a organizar os arquivos em endereços
específicos, como se fosse um sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B

3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído  


permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionando-se si-
multaneamente as teclas Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para somar
(A) Ctrl + Delete. todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ‘até’), sendo
(B) Shift + End. assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obtendo-se o resultado 448.
(C) Shift + Delete. Resposta: C.
(D) Ctrl + End.
(E) Ctrl + X. 6- “O correio eletrônico é um método que permite compor,
Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente um enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de co-
arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira, bas- municação”. São softwares gerenciadores de email, EXCETO:
ta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete. O A) Mozilla Thunderbird.
Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza que B) Yahoo Messenger.
deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de “Você C) Outlook Express.
tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”. D) IncrediMail.
Resposta: C E) Microsoft Office Outlook 2003.
4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de arquivos, Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e-mail
sem que haja perda de informação? (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos memorizar
(A) Compactação que os sistemas que trabalham o correio eletrônico podem fun-
(B) Deleção cionar por meio de um software instalado em nosso computador
(C) Criptografia local ou por meio de um programa que funciona dentro de um
(D) Minimização navegador, via acesso por Internet. Este programa da Internet, que
(E) Encolhimento adaptativo não precisa ser instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o
software local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica am- Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
plamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem conter • Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está des-
extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de programas conectado da Internet;
compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip, etc. • Permite armazenar as mensagens localmente (no com-
Resposta: A putador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo tempo;
5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel: Maiores Desvantagens:
• Ocupam espaço em disco;
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem sem-
pre são compatíveis).
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook
Microsoft Outlook Express;
Mozilla Thunderbird;
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado IcrediMail
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: Eudora
(A) 7 Pegasus Mail
(B) 56 Apple Mail (Apple)
(C) 448 Kmail (Linux)
(D) 511 Windows Mail
(E) uma mensagem de erro Comentários: temos que D1=SO- A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou
MA(A1:C1). Quando copiamos uma célula que contém uma fór- seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito da
mula e colamos em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à questão.
nova posição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser Resposta: B.
copiada de D1 para D3:

Didatismo e Conhecimento 128


INFORMÁTICA BÁSICA
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio ele- (D) O menu Exibir permite a visualização do documento aber-
trônico, analise: to correntemente, por exemplo, no formato do MS Word para ser
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos navega- aberto no MS PowerPoint.
dores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chrome) para (E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a elabora-
localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo: http://www. ção de apresentações de slides que utilizem conteúdo e imagens de
google.com.br). maneira estruturada e organizada.
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transferência
de dados de um servidor ou computador remoto para um compu- Comentários: O menu editar geralmente contém os comandos
tador local. universais dos programas da Microsoft como é o caso dos atalhos
III. Upload é a transferência de dados de um computador local CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do localizar.
para um servidor ou computador remoto. Em relação às outras letras:
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa mo- Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Excel
vê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um destinatá- e não o Access
rio, com endereço eletrônico. Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia do
Estão corretas apenas as afirmativas: arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga.
A) I, II, III, IV Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de exibi-
B) I, II ção do documento dentro do contexto de cada programa e não de
C) I, II, III um programa para o outro como é o caso da afirmativa.
D) I, II, IV Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de
E) I, III, IV slides e sim o Ms Power Point.
Resposta: B
Comentários: O URL é o endereço (único) de um recurso na 9- Com relação a conceitos de Internet e  intranet, assinale a
Internet. A questão parece diferenciar um recurso de página, mas opção correta.
na verdade uma página é um recurso (o mais conhecido, creio) da (A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla a en-
Web. Item verdadeiro. trada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre na Internet.
É comum confundir os itens II e III, por isso memorize: down (B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Internet
= baixar que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra de endere-
o = baixar para sua máquina, descarregar. II e III são verda- ços do navegador: http://intranet.com.
deiros. (C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma rede
local, pois sua função é conectar um computador à rede de tele-
fonia fixa.
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina denomi-
nada cliente requisita serviços a outra, denominada servidor, ainda
é o atual paradigma de acesso à Internet.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que armazena
os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a uma
quantidade restrita de páginas da Internet.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado em ter-
mos de internet pois não é tão robusto quanto redes P2P pois, en-
quanto no primeiro modelo uma queda do servidor central impede
No item IV encontramos o item falso da questão, o que nos o acesso aos usuários clientes, no segundo mesmo que um servidor
leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensagem de “caia” outros servidores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo
e-mail significa copiar e não mover! permitindo que o download continue. Ex: programas torrent, Emu-
Resposta: C. le, Limeware, etc.
Em relação às outras letras:
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do am- letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para loca-
biente MS Office, assinale a opção correta. lizar e identificar conjuntos de computadores na Internet e corres-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com a ponde ao endereço que digitamos no navegador.
extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa o MS letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma forma
Access para a abertura do documento em tela. que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é restrito a
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao se uma rede local e não a internet como um todo.
acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + V,respecti- letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o computador
vamente, estão disponíveis no menu Editar de todos os aplicativos a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma forma só que
da suíte MS Office. de maneira local, o acesso via ADSL pode sim acessar redes locais.
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplicações letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de computação
do MS Office, permite que o usuário salve o documento corren- que fornece serviços a uma rede de computadores. E não necessa-
temente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão antiga do riamente armazena nomes de usuários e/ou restringe acessos.
documento é apagada e só a nova versão permanece armazenada Resposta: D
no computador.

Didatismo e Conhecimento 129


INFORMÁTICA BÁSICA
10- Com relação à Internet, assinale a opção correta. Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão ser
(A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Internet, verificados para que não contenham erros. Alguns artigos digita-
pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde está localizada dos deverão conter a imagem dos resultados obtidos em planilhas
tal máquina. eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais.
(B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se co- Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados devem
nectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como no caso ser tomados para a recuperação em caso de perda e também para
de salas de bate-papo. evitar o acesso por pessoas não autorizadas às informações guar-
(C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebimento dadas.
de arquivos na Internet. Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na in-
(D) Quando se digita o endereço de uma página web, o termo ternet visando o atendimento do nível de qualidade da informação
http significa o protocolo de acesso a páginas em formato HTML, prestada à sociedade, pelo órgão.
por exemplo. O ambiente operacional de computação disponível para rea-
(E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de correio lizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS-Offi-
eletrônico envia uma mensagem com anexo para outro destinatário ce, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrônico, em
de correio eletrônico. português e em suas versões padrões mais utilizadas atualmente.
Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão rela- Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, CD’s
cionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os protocolos mais e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada em por-
comuns: tas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes.
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carrega-
mento de páginas de Hipertexto –  HTML - IP (Internet Protocol) 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha eletrô-
– Identificação lógica de uma máquina na rede- POP (Post Office nica,
Protocol) – Protocolo de recebimento de emails direto no PC via (A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão resul-
gerenciador de emails - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) tados diferentes do original.
– Protocolo padrão de envio de emails - IMAP(Internet Message (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
Access Protocol) – Semelhante ao POP, no entanto, possui mais re- (C) somente podem ser copiadas para o editor de textos dentro
cursos e dá ao usuário a possibilidade de armazenamento e acesso de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas.
a suas mensagens de email direto no servidor. - FTP(File Transfer (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma a uma.
Protocol) – Protocolo para transferência de arquivos (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “coladas”
Resposta: D no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela.
 
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta. Comentários: Sempre que se copia células de uma planilha
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pastas e eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como uma tabe-
arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o Painel de la simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os números são
Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão Iniciar do Win- colados.
dows. Resposta: E
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos em
um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modificação, de- 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do cor-
ve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos de Exibição. reio eletrônico, deve considerar as operações de
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede ofere- (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços eletrô-
ce um histórico de páginas visitadas na Internet para acesso direto nicos dos destinatários no campo “Cco”.
a elas. (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a opção eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
Renomear for acionada no Windows Explorer com o botão direito (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
do mouse,será salva uma nova versão do arquivo e a anterior con- trônicos dos destinatários no campo “Cc”.
tinuará aberta com o nome antigo. (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura de eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca Google, (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de máquinas ligadas trônicos dos destinatários no campo “Para”.
à Internet.  
Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo correio
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos são eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou seja, anexar o
mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e Detalhes. arquivo à mensagem. Quando colocamos os endereços dos desti-
Resposta: B natários no campo Cco, ou seja, no campo “com cópia oculta”, um
destinatário não ficará sabendo quem mais recebeu aquela mensa-
Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13, gem, o que atende a segurança solicitada no enunciado.
considere integralmente o texto abaixo: Resposta: A
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão deverão
ser publicados em rede interna de uso exclusivo do órgão, com
tecnologia semelhante à usada na rede mundial de computadores.

Didatismo e Conhecimento 130


INFORMÁTICA BÁSICA
14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - 17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) Assinale
CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos em a alternativa que contém os nomes dos menus do programa
lotes, também denominados scripts, o shell de comando é um Microsoft Word XP, em sua configuração padrão, que, respec-
programa que fornece comunicação entre o usuário e o sistema tivamente, permitem aos usuários: (I) numerar as páginas do
operacional de forma direta e independente. Nos sistemas ope- documento, (II) contar as palavras de um parágrafo e (III) adi-
racionais Windows XP, esse programa pode ser acessado por cionar um cabeçalho ao texto em edição.
meio de um comando da pasta Acessórios denominado a) Janela, Ferramentas e Inserir.
(A) Prompt de Comando b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
(B) Comandos de Sistema c) Formatar, Editar e Janela.
(C) Agendador de Tarefas d) Arquivo, Exibir e Formatar.
(D) Acesso Independente e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
(E) Acesso Direto Resposta: “B”
Comentário:
• Ação numerar - “INSERIR”
Resposta: “A” • Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
Comentários • Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”
Prompt de Comando é um recurso do Windows que oferece
um ponto de entrada para a digitação de comandos do MSDOS 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
(Microsoft Disk Operating System) e outros comandos do com-
putador. O mais importante é o fato de que, ao digitar comandos,
você pode executar tarefas no computador sem usar a interface
gráfica do Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
apenas por usuários avançados.

15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo


- CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digitado no apli-
cativo Word. Aplicativos para edição de textos. Aplicando-se
a esse texto o efeito de fonte Tachado, o resultado obtido será

a) 3, 0 e 7.
Resposta: “C” b) 5, 0 e 7.
Comentários: c) 5, 1 e 2.
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e. En- d) 7, 5 e 2.
tretanto, temos que observar que na questão os itens d, e, além de e) 8, 3 e 4.
receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O único que re-
cebe apenas o taxada, sem alterar outras formatações foi o item c. Resposta: “C”
Comentário:
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - Expressão =MÉDIA(A1:A3)
CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um arquivo São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é divi-
de textos ou de imagens na internet, entre um servidor e um dido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
cliente, constituem, em relação ao cliente, respectivamente, um Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(A) download e um upload Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número, que
(B) downgrade e um upgrade seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em ordem
(C) downfile e um upfile crescente.
(D) upgrade e um downgrade Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
(E) upload e um download Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número, que
Resposta: “E”. seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em ordem
Comentários: decrescente.
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar;
Upload – Carregar para cima (enviar).
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)

Didatismo e Conhecimento 131


INFORMÁTICA BÁSICA
19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)

a) 1 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No PowerPoint


b) 2 2007, a inserção de um novo comentário pode ser feita na guia
c) 3 a) Geral.
d) 4 b) Inserir.
e) 5 c) Animações.
d) Apresentação de slides.
Resposta: “D” e) Revisão.
Comentário: Resposta: “E”
Passo 1
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbito


das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.zzz.br. O
domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em inglês) utilizado
para classificar o tipo de instituição, no exemplo dado acima,
Passo 2 éo
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 e A3 a) protocolo.
b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.
Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

Click na imagem para melhor visualizar


Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a pro-
pagação, o resultado

Didatismo e Conhecimento 132


INFORMÁTICA BÁSICA
22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Analise a Comentário:
régua horizontal do Microsoft Word, na sua configuração pa-
drão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os indicadores


de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.

Resposta: D

Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais no


lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do documento
não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir Régua no topo
da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no seletor
de tabulação na extremidade esquerda da régua até que ela exiba
o tipo de tabulação que você deseja. Em seguida, clique na régua
no local desejado. Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrincha-
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto à direi- das no exemplo acima (arredondamento, mínimo e somatório) em
ta. Conforme você digita, o texto é movido para a esquerda. uma única questão. A função ARRED é para arredondamento e
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de um pon- pertence a mesma família de INT(parte inteira) e TRUNCAR (par-
to decimal. Independentemente do numero de dígitos, o ponto de- te do valor sem arredondamento). A resposta está no item 2 que in-
cimal ficará na mesma posição. dica a quantidade de casas decimais. Sendo duas casas decimais,
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere uma não poderia ser letra A, C ou D. A função SOMA efetua a soma
barra vertical na posição de tabulação. das três células (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre
o menor entre os dois valores informados (2,66666 - dízima pe-
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Uma riódica - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
planilha do Microsoft Excel, na sua configuração padrão, pos- casas decimais.
sui os seguintes valores nas células: B1=4, B2=1 e B3=3. A fór-
mula =ARRED(MÍNIMO(SOMA (B1:B3)/3;2,7);2) inserida
na célula B5 apresentará o seguinte resultado: Considere a figura que mostra o Windows Explorer do Mi-
(A) 2 crosoft Windows XP, em sua configuração original, e responda
(B) 1,66 às questões de números 24 e 25.
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67
Resposta: E

Didatismo e Conhecimento 133


INFORMÁTICA BÁSICA
Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O arqui-


vo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.
Resposta: E

Comentário: Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/ oculta o


No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas painel PASTAS.
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O pai-
nel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desk-
top (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe
o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao se


clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos, será fe-
chado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Resposta: C

Didatismo e Conhecimento 134


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Direção é a atividade consistente em conduzir e coordenar
1.FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS: PLANE- o pessoal na execução de um plano previamente elaborado. As-
JAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E sim, dirigir uma organização pública ou privada significa dominar
a habilidade de conseguir que os seus subordinados executem as
CONTROLE. tarefas para as quais foram designados por força do cargo (setor
público) ou por força do contrato de trabalho (setor privado).
Os meios normalmente utilizados para o desempenho de uma
direção eficaz são: a) ordens e instruções, b) motivação, c) comu-
ORGANIZAÇÃO nicação e d) liderança, sendo que um bom gestor sabe que os me-
A palavra organização pode assumir vários significados: lhores resultados de gestão surgirão do uso combinado delas.
a) Organização como uma entidade social: Uma organização Ou seja, não basta dar ordens e instruções, é preciso saber
social dirigida para objetivos específicos e deliberadamente estrutu- motivar seus subordinados na execução das tarefas. E isso se faz,
rada. A organização é uma entidade social porque é constituída por por exemplo, através de uma comunicação eficiente entre chefe e
pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para alcançar subordinado. É preciso dizer à equipe o motivo pelo qual aquele
resultados, como gerar lucros, proporcionar satisfação social, etc. determinado trabalho é importante para a organização. Estes con-
É deliberadamente estruturada pelo fato que o trabalho é dividido ceitos, apesar de simples, são comumente esquecidos pelos diri-
e seu desempenho é atribuído aos membros da organização. Nesse gentes de organizações públicas e privadas, trazendo-lhes sérios
sentido, a palavra organização significa qualquer empreendimento prejuízos financeiros e operacionais a curto prazo sem falar na per-
humano moldado intencionalmente par atingir determinados obje- da da credibilidade do trabalho executado pelo gestor perante seus
tivos. Essa definição é aplicável a todos os tipos de organizações, subordinados, pares e superiores.
sejam elas lucrativas ou não, como empresas, bancos, financeiras,  
hospitais, clubes, igrejas etc. Dentro desse ponto de vista, a organi- CONTROLE
zação pode ser visualizada sob dois aspectos distintos: Controlar significa garantir que o planejamento seja bem exe-
• Organização formal: É a organização baseada em uma divi- cutado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados da me-
são de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em de- lhor maneira possível.
terminadas atividades. É, portanto, a organização planejada ou a  A função administrativa de controle está relacionada com a
organização que está definida no organograma, sacramentada pela maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através da
direção e comunicada a todos por meio dos manuais de organiza- atividade das pessoas que compõem a organização. O planejamen-
ção. É a organização formalizada oficialmente. to serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcan-
• Organização Informal: É a organização que emerge espon- çá-los e estabelecer os planos de ação. A organização serve para
tânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na or- estruturar as pessoas e recursos de maneira a trabalhar de forma
ganização formal e a partir dos relacionamentos humanos como organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as
ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade e pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira possível.
do surgimento de grupos informais que não aparecem no organo- Por fim, o controle serve para que todas as coisas funcionem da
grama ou em qualquer outro documento formal. maneira certa e no tempo certo.
b) Organização como função administrativa e parte integrante  O controle verifica se a execução está de acordo com o que foi
do processo administrativo: Nesse sentido, organização significa o planejado: quanto mais completos, definidos e coordenados forem
ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incum- os planos, mais fácil será o controle.
bidos de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as
atribuições de cada um. Trataremos da organização sob o segundo
ponto de vista, ou seja, a organização como a segunda função admi-
nistrativa e que depende do planejamento, da direção e do controle 2. COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL: BAR-
para formar o processo administrativo. Organizar consiste em: REIRAS, USO CONSTRUTIVO, COMUNI-
• Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance
CAÇÃO FORMAL E INFORMAL, TRABA-
dos objetivos planejados (especialização).
• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamen- LHO EM EQUIPE.
talização).
• Designar as atividades às específicas posições e pessoas
(cargos e tarefas).
A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes: O profissional de administração deve estabelecer e manter um
a) Organização ao nível global: É a organização que abrange a sistema contingente de comunicação dentro da organização, de
empresa como uma totalidade. É o chamado desenho organizacio- forma unificadora e esclarecedora, a fim de saber qual é a situação
nal, que pode assumir três tipos: Organização linear, organização de sua organização para poder controlar as atividades e tomar de-
funcional e organização o tipo linha-staff. cisões, visto que nem sempre a informação segue os rumos que a
  organização deseja, transformando-se muitas vezes em boatos que
DIREÇÃO venham a prejudicar a corporação.
Está relacionada com a maneira pela qual os objetivos devem A comunicação administrativa não deve se preocupar com
ser alcançados através da atividade das pessoas e da aplicação dos meios externos e sim com seu fluxo interno de informações. Ela
recursos que compõem a organização. deve ser feita entre e para os membros da organização, o que não

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
impede que algumas informações transmitidas internamente sejam Também são gestos interpretados como forma de demonstrar
difundidas além dos limites da organização. Ela precisa ser vista desinteresse durante a comunicação: ajeitar papéis que se encon-
como uma forma de comunicação social e humana, constituída por trem sobre a mesa, guardar papéis na gaveta, responder perguntas
cinco elementos básicos; um comunicador que transmite uma men- com irritação ou deixar de respondê-las.
sagem para um receptor visando obter um feedback do mesmo. A linguagem é um código utilizado pelos indivíduos para pro-
Seu principal objetivo é unir a situação de todos os setores, cessar pensamentos, idéias e diálogos interiores, ou comunicar-se
e todos os assuntos, interagir entre os membros e garantir a fun- com outros. A linguagem pode ser representada por uma língua ou
cionalidade da empresa. Denominada de comunicação funcional, pela não verbalização.
parte-se do pressuposto de que cada cargo de uma organização É importante observar que algumas palavras assumem dife-
precisa comunicar algo a alguém ou algum setor, de modo a trans- rentes significados para cada pessoa.
mitir as informações necessárias em busca de um trabalho sinér- Palavras como amor, solidariedade, fraternidade, igualdade,
gico, respeitando as individualidades de cada cargo, setor e tam- entre outras, servem de rótulos para experiências universais, mas
bém as pessoais. A comunicação deve ser vista pelo administrador têm significados particulares para cada indivíduo. A realidade
como instrumento descentralizador e de elevação da capacidade subjetiva de cada pessoa é formada pelo seu sistema de valores,
operacional da organização, através da delegação de autoridades pelas suas crenças, pelos seus objetivos pessoais e pela sua visão
e atribuições, contudo sem que o administrador perca o controle e de mundo. Daí a importância de checarmos a linguagem utilizada
a autoridade perante seus subordinados. A descentralização admi- no processo de comunicação e adaptarmos nossa mensagem ao
nistrativa exige, acima de tudo, um sistema eficaz de comunicação vocabulário, aos interesses e às necessidades da pessoa a quem
e controle. É a comunicação horizontal que permitirá ao adminis- transmitimos alguma informação.
trador alcançar sinergia e controle dos mais variados setores que
compõe o corpo da empresa. Barreiras e ruídos
Fica explícito que conforme o tamanho da organização as No atendimento é preciso cuidado para evitar ruídos na comu-
trocas de informação podem sofrer mais empecilhos, contudo são nicação, ou seja, é necessário reconhecer os elementos que podem
nesses casos que a comunicação torna-se mais necessária. Sem um complicar ou impedir o perfeito entendimento das mensagens. Às
plano comunicacional eficaz o trabalho torna-se mais demorado e vezes, uma pessoa fala e a outra não entende exatamente o que foi
desperdiçam-se esforços, já que fica clara a dificuldade de intera- dito. Ou, então, tendo em vista a subjetividade presente na mensa-
ção entre os mais variados setores da organização. Onde se faz ne- gem, muitas vezes, o emissor tem uma compreensão diferente da
cessário o trabalho em grupo há consequentemente a necessidade que foi captada pelo receptor. Alguns exemplos:
de se realizar uma competente comunicação horizontal. Ruídos
Sobrecarga de informações
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Tipos de informações
São elementos do processo de comunicação: Fonte de informações
• emissor – o que emite ou envia a mensagem Localização Física
• receptor – o que recebe a mensagem Defensidade
• mensagem – 0 que se quer comunicar Além dessas dificuldades, existem outras que interferem no
• canal – o meio de comunicação pelo qual se transmite a men- processo de comunicação, entre elas, as barreiras tecnológicas,
sagem psicológicas e de linguagem. Essas barreiras são verdadeiros ruí-
• ruídos –tudo aquilo que pode atrapalhar a comunicação . dos na comunicação.
As barreiras tecnológicas resultam de defeitos ou interferên-
O processo de comunicação é o centro de todas as atividades cias dos canais de comunicação. São de natureza material, ou seja,
humanas. No entanto, além de usar palavras corretas e adequadas resultam de problemas técnicos, como o do telefone com ruído.
ao contexto, o emissor deve transmitir à outra pessoa, o receptor, As barreiras de linguagem podem ocorrer em razão das gírias,
informações, ideias, percepções, intenções, desejos e sentimentos, regionalismos, dificuldades de verbalização, dificuldades ao escre-
ou seja, a mensagem do processo de comunicação. Ao mesmo tem- ver, gagueira, entre outros.
po, para que a comunicação ocorra, não basta transmitir ou receber As barreiras psicológicas provêm das diferenças individuais
bem as mensagens. É preciso, sobretudo, que haja troca de enten- e podem ter origem em aspectos do comportamento humano, tais
dimentos. Para tanto, as palavras são importantes, mas também o como:
são as emoções, as ideias, as informações não verbais. Seletividade: o emissor só ouve o que é do seu interesse ou o
que coincida com a sua opinião;
Comunicação verbal e não verbal Egocentrismo: o emissor ou o receptor não aceita o ponto de
A comunicação verbal realiza-se oralmente ou por meio da vista do outro ou corta a palavra do outro, demonstrando resistên-
escrita. São exemplos de comunicações orais: ordens, pedidos, de- cia para ouvir;
bates, discussões, tanto face-a-face quanto por telefone, rádio, te- Timidez: a inibição de uma pessoa em relação a outra pode
levisão ou outro meio eletrônico. Cartas, jornais, impressos, revis- causar gagueira ou voz baixa, quase inaudível;
tas, cartazes, entre outros, fazem parte das comunicações escritas. Preconceito: a percepção indevida das diferenças sociocultu-
A comunicação não verbal realiza-se por meio de gestos e rais, raciais, religiosas, hierárquicas, entre outras;
expressões faciais e corporais que podem reforçar ou contradizer o Descaso: indiferença às necessidades do outro.
que está sendo dito. Cruzar os braços e as pernas, por exemplo, é
um gesto que pode ser interpretado como posição de defesa. Colo- A comunicação interna e sua importância nas organizações
car a mão no queixo, coçar a cabeça ou espreguiçar-se na cadeira A imagem da empresa é muito importante para a sobrevivência
podem indicar falta de interesse no que a outra pessoa tem a dizer. da mesma. Para ter uma imagem consolidada é necessário transfor-

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
mar seus funcionários em verdadeiros embaixadores da boa vontade A comunicação efetiva só se estabelece em clima de verda-
de sua empresa. Em decorrência disso, tem se discutido a relação de e autenticidade. Caso contrário, só haverá jogos de aparência,
entre empregado/empregador. Assim, este artigo trata da importân- desperdício de tempo e, principalmente uma “anti-comunicação”
cia da comunicação interna para as instituições, as estratégias usadas no que é essencial/necessário. Porém não basta assegurar que a
por ela para o bom relacionamento com seus funcionários, a eficiên- comunicação ocorra. É preciso fazer com que o conteúdo seja efe-
cia da comunicação para com o público interno e a importância do tivamente aprendido para que as pessoas estejam em condições de
profissional de Relações Públicas nesse contexto. usar o que é informado.
Não basta ter uma equipe de grandes talentos altamente mo- Por tanto, o trabalho em equipe precisa ser incentivado com
tivados. uma postura de empatia e cooperação eliminando assim, os afasta-
Se ela não estiver bem informada, se seus integrantes não se mentos e as falhas na comunicação.
comunicarem adequadamente, não será possível potencializar a O envolvimento dos colaboradores em todo o processo or-
força humana da empresa. ganizacional desenvolvendo a capacidade de boa comunicação
A comunicação interna nas organizações, empresas ou enti- interpessoal é condição imprescindível ao bom andamento da or-
dades nem sempre foi valorizada ou reconhecida como de vital ganização.
importância para o desenvolvimento e sobrevivência dessas orga- A falta de cultura do diálogo, de abertura a conversação e a
nizações. troca de ideias, opiniões, impressões e sentimentos, é, sem dúvi-
Na era da informação e em um momento em que a tecnolo- da alguma, o grande problema que prejudica o funcionamento de
gia é disponibilizada, a habilidade no processamento de dados e a organizações e países. A comunicação corporativa é um processo
transformação desses dados em informações prontas para serem diretamente ligado à cultura da empresa, ou seja, aos valores e ao
usadas nas tomadas de decisões, representa uma oportunidade comportamento das suas lideranças e às crenças dos seus colabo-
valiosa na melhoria do processo de comunicação no mundo dos radores.
negócios. Só através de uma comunicação interna eficiente, é que As comunicações administrativas consideradas como fontes
acontece a troca de informações. de comunicação social e humana encontram os seguintes elemen-
É papel do profissional de Relações Públicas fazer com que tos: comunicador, mensagem e destinatário. O processo de comu-
haja interação entre todo o universo organizacional. nicação envolve no mínimo duas pessoas ou grupos: remetente
(fonte) e o destino (recebedor) isto é, o que envia a documentação
OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA e o que recebe.
Os principais objetivos da comunicação interna são: O conteúdo da comunicação é geralmente uma mensagem e o
•Tornar influentes, informados e integrados todos os funcio- seu objetivo é a compreensão por parte de quem recebe. A comu-
nários da empresa; nicação só ocorre quando o destino (quem a recebe) a compreende
ou a interpreta. Se a mensagem não chega ao destino à comunica-
•Possibilitar aos colaboradores de uma empresa o conheci- ção não acontece.
mento das transformações ocorridas no ambiente de trabalho;
FATORES QUE INFLUENCIAM A COMUNICAÇÃO
•Tornar determinante a presença dos colaboradores de uma A qualidade da comunicação é derivada de alguns pontos con-
organização no andamento dos negócios. siderados de suma importância:
•Facilitar a comunicação empresarial, deixando-a clara e obje- •Prioridade à comunicação – qualidade e timing da comuni-
tiva para o público interno. cação assegurando sintonia de energia e recursos de todos com os
objetivos maiores da empresa;
Comunicação interna: porque, como e quando deve acontecer •Abertura da alta direção – disposição da cúpula de abrir in-
Sabemos que a comunicação é o processo de troca de informa- formações essenciais garantindo insumos básicos a todos os cola-
ções entre duas ou mais pessoas. Desde os tempos mais remotos, boradores;
a necessidade de nos comunicar é uma questão de sobrevivência. •Processo de busca – pro-atividade de cada colaborador em
No mundo dos negócios não é diferente. A necessidade de tornar busca das informações que precisa para realizar bem o seu trabalho;
os funcionários influentes, integrados e informados do que acon- •Autenticidade – verdade acima de tudo, ausência de “jogos
tece na empresa, fazendo-os sentir parte dela, fez surgir a comu- de faz de conta” e autenticidade no relacionamento entre os cola-
nicação interna, considerada hoje como algo imprescindível às boradores assegurando eficácia da comunicação e do trabalho em
organizações, merecendo, cada vez mais, maior atenção. Por meio times;
da Comunicação Interna, torna-se possível estabelecer canais que •Foco em aprendizagem – garantia de efetiva aprendizagem
possibilitem o relacionamento ágil e transparente da direção da or- do que é comunicado, otimizando o processo de comunicação;
ganização com o seu público interno e entre os próprios elementos •Individualização – consideração às diferenças individuais
que integram este público. (evitando estereotipo e generalizações) assegurando melhor sinto-
Nesse sentido, entender a importância da Comunicação In- nia e qualidade de relacionamento na empresa;
terna em todos os meios hierárquicos, como um instrumento da •Competências de base – desenvolvimento de competências
administração estratégica é uma exigência para se atingir a eficácia básicas em comunicação (ouvir, expressão oral e escrita, habili-
organizacional. Compreender a importância desse processo de co- dades interpessoais) assegurando qualidade das relações internas;
municação para que flua de forma eficiente, no momento oportuno, •Velocidade – rapidez na comunicação dentro da empresa po-
de forma que seja atingido o objetivo pretendido, é um desafio para tencializando sua qualidade e nível de contribuição aos objetivos
as organizações. maiores;

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
•Adequação tecnológica – equilíbrio entre tecnologia e alto 6. Timbre de voz – podem comunicar confiança, nervosismo
contato humano assegurando evolução da qualidade da comunica- ou entusiasmo.
ção e potencializando a força do grupo. 7. Vestuário, adorno e aparência
Quatro fatores influenciam a eficácia da comunicação nas or- 8. Reflexão – muitos sinais não verbais são ambíguos. Exem-
ganizações: canais formais da comunicação, estrutura de autori- plo: um sorriso indica calor humano, mas, às vezes pode indicar
dade, especialização do trabalho e a propriedade da informação. nervosismo.
Os canais formais da comunicação influenciam a eficácia da
comunicação de duas formas: primeiro, os canais cobrem uma dis- Seja através da comunicação verbal ou não verbal, a informa-
tância cada vez maior à medida que as organizações crescem e se ção é indispensável aos funcionários de uma empresa como base
desenvolvem. Atingir a comunicação eficaz em uma grande orga- para atingir metas. É através da informação que se pode detectar
nização é muito mais difícil do que em uma organização menor. áreas problemáticas capazes de impedir a consecução de objetivos.
Segundo, os canais de comunicação inibem o fluxo livre de É também, por meio dela que são avaliados desempenhos indivi-
informações entre os diversos níveis da organização. Exemplo: um duais e/ou coletivos. E ainda, só através de informações torna-se
trabalhador do almoxarifado de uma empresa comunicará proble- possível fazer ajustamentos necessários para que a eficiência no
mas do seu trabalho a um supervisor e nunca ao gerente. trabalho seja alcançada.
Estrutura de autoridade: verifica-se que as diferenças hierár-
quicas ajudam a determinar quem irá comunicar-se com quem. O CANAIS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
conteúdo e exatidão da comunicação são sempre comprometidos As mensagens, nas organizações passam por diferentes cami-
pela diferença de autoridade. nhos ou canais. Tais canais podem ser formais ou informais. Para
A especialização do trabalho, ou seja, a divisão do trabalho Du Brin (2001) os canais formais de comunicação são os caminhos
em ações pertinentes a cada grupo facilita a comunicação entre oficiais para envio de informações dentro e fora da empresa, tendo
esses grupos. como fonte de informação o Organograma, que indica os canais
que a mensagem deve seguir.
TIPOS DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Além de serem caminhos para a comunicação, os canais tam-
Nas organizações a comunicação apresenta diferentes formas bém são meios de enviar mensagens. Incluem boletins, jornais, re-
que variam de acordo com os elementos, contexto e tipo de comu- uniões, memorandos escritos, correio eletrônico, quadros de aviso
nicação a ser usado. tradicionais e informativos mais elevados.
A comunicação se divide em dois itens: comunicação verbal e As mensagens nas organizações viajam em quatro direções:
comunicação não verbal. para baixo, para cima, horizontal e diagonalmente.
No primeiro item a comunicação envolve participação, trans- A comunicação que viaja para baixo é aquela que parte do
missão e trocas de conhecimento e experiências. A comunicação superior da empresa para os subordinados – envolve os relatórios
verbal pode ser: interna – quando o processo acontece dentro da administrativos, manuais de políticas e procedimentos, jornais in-
empresa e externa – quando o processo ultrapassa os limites da ternos da empresa, cartas e circulares, relatórios escritos sobre de-
empresa, ocorrendo entre esta e funcionários ou instituições de sempenho, manuais de empregados e etc. O tipo de comunicação
fora da empresa. mais adequado aos subordinados é a que presta mais informações;
Quanto à transmissão da mensagem, a comunicação ocorre de não apresenta controvérsias e cujo propósito é mais informativo
duas formas: oral e escrita. que persuasivo.
Para se ter ideia da importância das comunicações orais, basta A comunicação ascendente ocorre para cima, do subordi-
lembrar que elas estão no cerne dos problemas de relacionamento nado para o superior. Envolve: memorandos escritos, relatórios,
entre setores ou na raiz das soluções de integração horizontal/ver- reuniões grupais planejadas, conversas informais com o superior.
tical. Muitas questões pendentes poderiam ser resolvidas por meio Apresenta propósito informativo e auxilia na tomada de decisão.
de uma receita que inclui, necessariamente, contatos, reuniões de Para facilitar este tipo de comunicação as empresas desenvol-
integração, avaliação, análise, controle e feedback. Como se per- vem programas e políticas tais como:
cebe, as comunicações orais merecem atenção. •Políticas de portas abertas – permite a qualquer empregado
Quanto ao tipo de comunicação a ser utilizado, pode ser: for- receber a atenção da alta administração.
mal (realizada através da hierarquia) e informal (realizada fora do •Programas de treinamento – serve para avaliar aspectos da
sistema convencional). empresa – os empregados trazem os problemas da Empresa à tona.
Permite a ela atingir velocidade e simplicidade nas operações.
Comunicação não verbal – O propósito deste tipo de informa- •Programas de reclamações – as reclamações são enviadas
ção é exprimir sentimentos sem usar a palavra. Exemplo: balançar para cima, incluindo aquelas sobre os supervisores, condição de
a cabeça para indicar um “sim”. trabalho, conflitos, assédio sexual, métodos de trabalho, etc.
A comunicação não verbal, de um modo geral pode ser divi- Comunicação Horizontal – trata-se do envio de informações
dida em oito categorias: entre funcionários do mesmo nível organizacional.
1. Ambiente – espaço físico. Comunicação Diagonal – transmissão de mensagem de níveis
2. Posição do corpo organizacionais mais altos ou mais baixos em diferentes departa-
3. Postura – inclinar-se em direção a outra pessoa sugere ser mentos, demonstrando maior dinamismo no que se refere às deci-
favorável em relação à mensagem. sões da comunicação.
4. Gestos das mãos Canais informais de comunicação - representam a rede de co-
5. Expressões e movimentos faciais – aspectos da face e mo- municação, não oficial, que complementa os canais formais. São
vimentos com a cabeça podem indicar aprovação, desaprovação dois importantes canais informais de comunicação: rádio corredor
ou descrença. e os encontros casuais.

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
A rádio corredor é o principal meio de transmissão de boatos Pela facilidade de uso e eficácia, tornou-se um dos serviços
e até pode criar problemas à organização. Boatos falsos podem ser mais populares da internet. Utilizar corretamente esse serviço de
prejudiciais à moral e à produtividade da empresa. Reuniões com e-mail pode auxiliar a ter acesso à informações, gerenciar, manter
empregados para discutir o boato é a melhor forma de evitar que e ampliar sua rede de contatos, agilizar e otimizar o tempo quando
tais boatos comprometam a imagem dos funcionários da Organi- a comunicação se faz necessária.
zação. Assim, é importante compreender como ele funciona e quais
Encontros Casuais - não programados - acontecendo entre os os benefícios de seu uso para poder tirar o máximo de proveito
superiores e empregados podem representar um canal de infor- dessa ferramenta praticamente indispensável nos dias de hoje,
mação eficiente. Além das reuniões formais, muitas informações lembrando-se que, embora esse meio de comunicação traga muita
valiosas podem ser coletadas nesses encontros casuais. A alta di- facilidade, ele ainda é uma forma de comunicação, portanto, exi-
reção, preocupados com a comunicação interna, utilizam desses girá todos os cuidados exigidos na comunicação como vimos na
canais sem preconceito, coletando informações que os ajudam na abordagem acima, ou seja, formalidade, uso correto da linguagem,
tomada de decisões importantes. adequação ao contexto, e principalmente, uso do bom senso, ga-
Muitas vezes, a comunicação não acontece de forma eficaz rantirão um resultado eficaz ao utilizar de mensagens eletrônicas
em virtude da falta de habilidade do emissor e/ou receptor, cons- como forma de se comunicar.
tituindo-se verdadeiras barreiras. Consideram-se barreiras da co-
municação: motivação e interesses baixos, reações emocionais e EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA ORGANI-
desconfianças que podem limitar ou distorcer as comunicações; di- ZACIONAL
ferenças de linguagem, jargão, colaboradores com conhecimentos A alta direção de qualquer organização precisa conhecer e
e experiências diferentes também podem se constituir em barreiras acreditar no poder da comunicação interna, pois, é através dela,
da comunicação numa organização. com uma boa relação com o público interno, de forma eficiente,
que a empresa poderá transmitir a sua imagem ao seu público ex-
USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS – COMUNICAÇÃO terno, pois são eles, os responsáveis por essa imagem.
ELETRÔNICA A qualidade de comunicação nas organizações deve pressupor
A tecnologia tem um dos principais papéis na transformação individualização do processo em função das naturais diferenças
das atividades e no negócio da comunicação social. Além de re- em outro quadro de referência, nível de experiência, amplitude de
presentar para muitos, uma verdadeira revolução cultural, ela sig- interesses, grau de motivação, etc. de pessoa para pessoas. Comu-
nifica investimentos e até a definição de novos objetivos e rumos. nicações feitas para a “média” do público acabam gerando, mais
A internet está se tornando imprescindível nos planos de co- problemas do que benefícios, sem falar no fato da pasteurização
municação das grandes corporações, cujos sites foram criados tornar as mensagens sem impacto.
como centros de informação para consumidores. Em vez de ven- Para que haja eficiência na comunicação interna, é de funda-
das, muitas empresas estabelecem objetivos de comunicação e rea- mental importância conhecer em profundidade o público interno
lizam on-line uma verdadeira estratégia de administração dos seus da empresa. É necessário um contato pessoal em que se estabeleça
contatos e do relacionamento com os diferentes públicos que com uma relação de confiança, que possa transmitir as suas expectati-
elas se relacionam e interagem. vas, ansiedades e interesses entre a organização e o seu público
A vídeo conferência também faz parte dos avanços de tecno- interno. É importante que o emissor tenha acesso aos conhecimen-
logia e, tem tido aceitação cada vez maior no mundo dos negó- tos do receptor sobre o assunto a ser abordado. O seu nível de
cios. Através desse recurso, funcionário de uma organização em linguagem e o seu grau de interesse são itens relevantes para que
diferentes locais mantém um diálogo vendo as imagens na tela da ocorra a sintonia entre eles.
televisão, realizando uma reunião em diversos lugares ao mesmo Destaca-se que os elementos para uma transmissão de men-
tempo. Esta tecnologia traz a vantagem da diminuição de gastos sagem eficiente são: comunicação assertivamente – a mensagem
para a empresa, além do aumento da produtividade, pois os funcio- será mais bem recebida se os funcionários exporem suas ideias
nários precisam ir apenas ao centro de vídeo conferência próximo diretamente; uso de canais múltiplos – uso dos cinco sentidos para
à empresa. recepção; uso da comunicação bidirecional – envolvimento da
Em decorrência disso, a comunicação eletrônica veio para fa- mensagem dos receptores na conversação; apoiar-se- certos tipos
cilitar a vida das organizações, trazendo agilidade, comodidade e de comunicação fazem com que as pessoas se sintam apoiadas, fa-
baixo custo para as empresas. cilitando o processo; ser sensível as diferenças culturais- respeito
A internet cada vez mais se forma como mídia. Suas carac- as diferenças de estilo, sotaque, erros gramaticais, aparência pes-
terísticas mais importantes para a atividade e o negócio da Co- soal; ser sensível as diferenças de gênero – identificar as diferenças
municação Social são: a facilidade operacional, o baixo custo de no estilo de comunicação relacionadas ao gênero.
operação e a interatividade. Nesse sentido, homens e mulheres apesar da tendência à
Como exemplos de canais de comunicação eletrônica, temos igualdade nas organizações, comunicam-se de formas diferentes.
os SMS, redes sociais, e a agora falaremos sobre o e-mail, que é A comunicação interna é uma via de mão dupla, portanto, tão
uma mensagem eletrônica das mais difundidas nesse tipo de co- importante como comunicar é saber escutar. Os 5 “C’s” de uma
municação. comunicação interna eficaz são: clara, consciente, contínua e fre-
Além de ser um dos mais populares serviços da internet, por quente, curta e rápida e completa.
ser uma forma rápida e de baixo custo de manter comunicação,
o fator da distancia não interferir e de liberdade de horário para
utiliza-la também favoreceram essa popularidade.

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
RELAÇÕES INTERPESSOAIS, RELAÇÕES PÚBLICAS E grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras
A COMUNICAÇÃO INTERNA estrangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pro-
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto- núncia parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combi-
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois nações de letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou,
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus às vezes, simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise
diversos públicos (internos, externos e misto). memorizar as exceções e então usá-las regularmente ao conversar.
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- Em chinês, a pronúncia correta exige a memorização de milhares
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os de caracteres. Em alguns idiomas, o significado de uma palavra
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa muda de acordo com a entonação. Se a pessoa não der a devida
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do merca- atenção a esse aspecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
do, reduzindo custos operacionais e apresentando produtos com- Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é
petitivos e de qualidade. A reestruturação das organizações gerou importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam
um público interno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito esse tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da
mais conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às cobranças sílaba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem
das empresas em todos os setores. Diante desse novo modelo or- a essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
ganizacional, é que se propõe como atribuição do profissional de relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
Relações Públicas ser o intermediador, o administrador dos rela- houver muitas exceções às regras, o problema fica mais compli-
cionamentos institucionais e de negócios da empresa com os seus cado. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
públicos. Sendo assim, fica claro que esse profissional tem seu corretamente as palavras.
campo de ação na política de relacionamento da organização. A Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
comunicação interna, portanto, deve ser entendida como um feixe aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa significativa- das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, u, č, ç.
mente maior que um simples programa de comunicação impressa. Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadi-
Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empresas estão a lhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até
exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, treinados, de esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso.
com visões integradas e em permanente estado de alerta para as Tais coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado,
ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. é bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Relações quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, social, co- ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
munitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os objetivos da Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
organização e definir suas políticas gerais de relacionamento. país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Pú- país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os
blicas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de dicionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para deter-
comunicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, minada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
como no nível de persuasão nos negócios. instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
Pronúncia correta das palavras cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
Enfatizar a sílaba certa; No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Dar a devida atenção aos sinais diacríticos familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
Por que é importante? palavras que não usa no cotidiano.
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que pre-
gamos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensa- Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm problemas
gem sem ser distraídos por erros de pronúncia. de pronúncia não se dão conta disso.
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pro- Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público,
núncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utili- consulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver
zam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos prática em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou
árabe, cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não finais, a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbo-
é feita por meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que los fonéticos usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude
podem ser compostos de vários elementos. Esses caracteres geral- a entendê-los. Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias
mente representam uma palavra ou parte de uma palavra. Embora diferentes, dependendo do contexto. Alguns dicionários indicam
os idiomas japonês e coreano usem caracteres chineses, estes po- a pronúncia de letras que têm sons variáveis bem como a sílaba
dem ser pronunciados de maneiras bem diferentes e nem sempre tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes
ter o mesmo significado. em voz alta.
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al-
use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do erros.

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir,
aos bons oradores. procedimentos para a excelência no atendimento telefônico:

Pronúncia de números telefonicos Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta


O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al- de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente
garismo. da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres em tres o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o inter-
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro numeros locutor se sinta importante;
juntos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que atende
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, compro-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. meter-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida.
Veja abaixo os exemplos Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”. Se não
zero, tres for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de-
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres – verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o
quatro, tres número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nove, oito rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
Exceções confirmará a recepção do pedido ou chamada;
110 - cento e dez Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
111 – cento e onze da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
211 – duzentos e onze confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a
118 – cento e dezoito seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
511 – quinhentos e onze contato com o senhor
0001 – mil ao contrario Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,
Atendimento telefonico ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar que
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando feedback,
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utiliza- mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
ção de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófi-
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- ca: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
sam receber bom atendimento ao telefone. Manter o cliente informado: como, nessa forma de comunica-
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para ção, não se estabele o contato visual, é necessário que o atendente,
o atendimento telefônico: se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois, peça
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque poucos
ligação em seguida; segundos podem parecer uma eternidade para quem está do outro
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de lado da linha;
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços;
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a in-
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; formação importante perto de si e ter sempre à mão as informações
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapidez de
“boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga: quem
do cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im- atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve voltar
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição vai
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que retornar a chamada.
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa. Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal atendimento telefônico:
para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que Receptividade - demonstrar paciência e disposição para servir,
o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas deman- como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usuá-
das de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da rios como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes-
língua portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores im- ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas;
portantes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fun- Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer
damental que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a
compromisso e credibilidade. mensagem do interlocutor);

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pronun- Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-previstas.
ciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões
como “meu bem”, “meu querido, entre outras); A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
se fala); constante para todos nós.
Comportamento ético na conversação – o que envolve tam- E essa complexidade aumenta quando não há uma comunicação
bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas. visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único ins-
trumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para um
Atendimento e tratamento receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros primários
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil consecução.
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, modo a atingirmos a excelência, confira:
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.
1 - Profissionalismo:  utilize-se sempre de uma linguagem
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada formal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: seriedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec- fazendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo
nológicos adequados; por conta do profissionalismo demonstrado.
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- 2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
cidos previamente; prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
• segurança – sigilo das informações pessoais; eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
de contato; 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
viços. que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
fale mais alto.
Fatores críticos de sucesso ao telefone: 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não
A voz / respiração / ritmo do discurso cometa o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encon-
A escolha das palavras trar o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
A educação entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro clareza e objetividade.
lado da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
você transmite através da voz o sentimento que está alimentando para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
ao conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem de interpretação por parte do cliente.
ser reveladas, tais como: 6 - Tenha equilíbrio:  se você estiver atendendo um cliente
Interesse ou desinteresse, sem educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o
Confiança ou desconfiança, atentamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo,
Alerta ou cansaço, pois assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista,
Calma ou agressividade, que esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se
Alegria ou tristeza, matam sozinhos.
Descontração ou embaraço, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
Entusiasmo ou desânimo. que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com cria-
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto tividade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
aproximadamente, tornando o discurso mais claro. 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
que não existe entusiasmo da sua parte. 9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é aten-
der o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao demonstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa- a máxima eficiência.
tia. Está relacionada a: 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o
Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando nome da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda,
prontamente a solicitação do usuário; das tradicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso,
Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordiali- quando for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agrade-
dade; cendo e reafirmando o que foi acordado.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece aten-
não está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais ção especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre
peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do aten- simpática e demonstrar interesse em ajudar. 
dente, ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes
de volta à organização. importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você
um dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo
que é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais nas ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às
que foram abordados. penalidades legais. 
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem O que dizer e como dizer
responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra  Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama-
desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da em- das externas:
presa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar uma - Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da
ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esquecimentos. sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender - Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você
o telefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
quem realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os deu corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
problemas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz transfira a ligação.
desinteressado, melancólico e enfadado contribuem para a desmo- Ao transferir as ligações, forneça as informações que já pos-
tivação do cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse sui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o neces-
e iniciativa para que a outra parte se sinta acolhida. sário e evite assuntos pessoais.
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamen- Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
te, sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação,
para a identificação dos problemas existentes e consequentemente mantenha-o ciente dos passos desse atendimento.
para as possíveis soluções que os mesmos exigem. Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi-
para alguma empresa e teve que esperar um longo período de tem- ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem
po para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o
inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não de- cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido
longar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando man- transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse
ter, na medida do possível, sua linha sempre disponível para que o caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações
cliente não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. solicitadas.
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferên-
na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos cia, diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupado. Posso ano-
nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente tar o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- uma linha ocupada com uma pessoa que está apenas esperando a
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentarmos falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação
nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. e dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma cha-
mada urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto (a) pode atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação,
ao atendimento de ligações ou transferências se não, diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafir-
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por me sua possibilidade em auxiliar.
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu Lembre-se :
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for-
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira
para a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e
primeira impressão é a que fica. induz a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas,
seu trabalho: tais como girias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural pos- midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
sível. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
- Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante Equipamento básico
que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta cha- Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
mando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser o bom andamento do seu trabalho:
apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grossei- - Listas telefônicas atualizadas.
ra, você não deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, pro- - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem
cure acalmá-la. alfabética).

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
- Relação dos números de telefones mais chamados. Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um estado
- Tabela de tarifas telefônicas. de nervosismo.
- Lápis e caneta Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
- Bloco para anotações nervoso (a), tente acalmar-se”.
- Livro de registro de defeitos. Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal-
mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo
 O que você precisa saber:
O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu ma- 2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?
terial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemente
deve saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que das circunstâncias.
você usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender
Telefônica, que permite você fazer ligações internas (de ramal para que você não é o alvo.
ramal) e externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS. Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema, parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente,
todas as ligações internas e a maioria das ligações para fora da coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de
empresa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que modo positivo.
entram, passam pela telefonista.
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, 3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa
de saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível.
Informações básicas adicionais Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações alcance para que o problema seja resolvido.
telefônicas. Eles se dividem em: CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fa- Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
zer ligações para fora sem passar pela telefonista EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
*  Ramais semi-privilegiados:  nestes ramais é necessário o Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas
auxilio da telefonista para ligar para fora. com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificati-
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. vas”. Este é um problema da empresa.
-Linha - Tronco: linha telefônica que liga a CPCT à central
Telefônica Pública. 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
-  Número-Chave ou Piloto:  Número que acessa automati- Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer ou,
camente as linhas que estão em busca automática, devendo ser o exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
único número divulgado ao público. Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais o Cliente entenda.
e linhas-tronco. Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a rea- o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
lização de ligações interurbanas. Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran-
queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado. 5ª – Discussão com o Cliente
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você
vão direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto sempre perde!
só é possível em algumas CPCTs do tipo PABX. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou
- Pulso  : Critério de medição de uma chamada por tempo, “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de
distância e horário. forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocio-
- Consultores: empregados da Telems que dão orientação às nal do Cliente, quando esta for negativa. Exemplos:
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
comunicações. O Cliente está... Reaja de forma oposta
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar
assistência às CPCTs. Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos ho- Irritado Mantenha a calma.
rários fora do expediente para determinados ramais. Só é possível Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
em CPCTs do tipo PBX e PABX.
Diga-lhe que é possível resolver o
 
Ameaçando problema sem a necessidade de uma
Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
ação extrema.
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos. Diga-lhe que o compreende, que
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer? oportunidade para ajudá-lo.
Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
Acima de tudo, mantenha-se calmo.

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
6ª – Equilíbrio Emocional 3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
Em uma época em que manter um excelente relacionamento mento;
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien- 4. Falta de um padrão de atendimento;
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos 5. Inexistência do follow up;
os profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
atendimento a Clientes.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que: de pessoas com características opostas ao necessário para atender
For paciente e compreensivo com o Cliente. ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pes-
soais dos problemas da empresa. SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, Observando estas duas condições principais que causam a
sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “pa- vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos se-
ra-raios”. parar a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens:
Não fizer pré julgamentos dos clientes. os serviços e a postura de atendimento.
Entender que cada cliente é diferente do outro. O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações
Entender que para você o problema apresentado pelo cliente é e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é único, Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi-
é o problema dele. ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados
Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível. os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como:
Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan-
de vocês. to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado
Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o com as condições sistêmicas.
futuro da relação do cliente com a empresa. Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento
dispensado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário
POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/ em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes.
Cordialidade) Portanto, está ligado às condições individuais.
A FUGA DOS CLIENTES É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de atendi-
fogem delas por problemas relacionados à postura de atendi- mento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,
mento. como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
Numa escala decrescente de importância, podemos observar dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
os seguintes percentuais: pendência recíproca para terem peso.
68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
tura no atendimento; necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
9% fogem pelo preço; Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de
compreender e atender as necessidades dos clientes, fazer com
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e propor-
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem cioná-lo um ambiente agradável. Este profissional é voltado com-
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- pletamente para a interação com o cliente, estando sempre com as
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em suas antenas ligadas neste, para perceber constantemente as suas
satisfazer plenamente o cliente. necessidades. Para este profissional, não basta apenas conhecer o
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra- produto ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse
tam profissionais com características básicas para atender o públi- em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessida-
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo des dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
com as características individuais e o bom senso de cada um. entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
não sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instan-
a tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupa- te em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
ção. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que a felicidade do outro.
perpassam pela condição individual e por condições sistêmicas.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos
1. Falta de uma política clara de serviços; positivos, para ter atitudes adequadas no momento do atendimen-
2. Indefinição do conceito de serviços; to. Ele sabe que é fundamental separar os problemas particulares

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
do dia a dia do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
antes da chegada do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o
o trabalho com a consciência de que o seu principal papel é o de real sentido dos olhos.
ajudar os clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de aco-
realizar serviços para o cliente. lhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de
vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza
Os requisitos para contratação deste profissional e desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissa-
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos bor pelo atendimento.
são essenciais ao atendente. São eles:
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. nos nossos olhos ? A resposta é simples:
Gostar de lidar com gente. Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
Ser extrovertido. de ajudar o próximo.
Ter humildade. Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
Cultivar um estado de espírito positivo. pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
Satisfazer as necessidades do cliente. o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
Cuidar da aparência. as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.

Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento. Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:
01. Interesse quando:
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os Brilha;
aspectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua to- Tem atenção;
talidade e nossa condição emocional. Vem acompanhado de aceno de cabeça.
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de 02. Desinteresse quando:
POSTURA. São eles: É apático;
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza É imóvel, rígido;
por um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre dis- Não tem expressão.
ponível para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta
POSTURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns senti- O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
mentos positivos nos clientes, como por exemplo: nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar.
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito aber-
to, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhimento; A aproximação - raio de ação.
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclina- A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito
do transmite ao cliente a humildade do atendente; de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, inde-
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito pendente deste ser cliente ou não.
e segurança; Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros de
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade distância do público e de um tempo imediato, ou seja, prontamente.
e calorosidade. Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO COR- interação, a tornam mais eficaz.
PORAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade entre Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
o que dizemos e o que expressamos no nosso corpo. bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e con- de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
fortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos sen- certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
timentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais os seus anseios.
livres do stress, das doenças, dos medos.
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair Alguns exemplos são:
dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
elas traduzem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
sua função social que diz em que condições ocorreu a expressão, para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
seus efeitos sobre o observador e quem a expressa. 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento do pagamento;
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- 03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
ganismo e o seu meio ambiente. carro entrando no posto e faz uma sudação...

O olhar A INVASÃO
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais INVASÃO DE TERRITÓRIO.
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. Vamos entender melhor isso.

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ- Você concorda com ela?
RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este territó- No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a em-
rio não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas presa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão ini-
principalmente num espaço pessoal e social, o que podemos tradu- cial, se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
zir como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação. cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na pri- seus desejos satisfeitos.
vacidade, o que normalmente traz consequências negativas. Po- Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen-
demos exemplificar estas invasões com algumas situações corri- te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as
queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta,
estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase visitas, mas nem sempre são eficazes.
se encostando nele; dar um tapinha nas costas... A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien-
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva- tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca-
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re-
grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas ati- forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
tudes e situações mais comuns: Quando as organizações atentam para essa importância, elas
passam a aplicar instrumentos de medição.
Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem; Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
Seguir o cliente por toda a loja; de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas- a opinião aberta sobre o assunto.
sageiro; Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher
O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos sem as informações reais.
ser solicitado; A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da-
O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto
e tapinhas nas costas; adquiridos da empresa.
O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar. Apresentação pessoal
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio- atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
nal do atendimento. mal cuidadas... ?
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta-
O sorriso to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem universal. confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante rio, também, ter uma boa apresentação pessoal.
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais
caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confian- completo. São eles:
te, diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da fun-
interpretado como um ato de apaziguamento. ção higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, ca-
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava- belos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes. Asseadas, barba feita;
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- 03. Roupas limpas e conservadas;
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente 04. Sapatos limpos;
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma, 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local vi-
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais sível pelo cliente.
diversas emoções no outro.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
Ir ao encontro do cliente questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o atenden- para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
te faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, pois e o atendente.
ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao encontro
do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com ele. Cumprimento caloroso
O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
A primeira impressão meza ?
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRI- Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
MEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA. guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de mão.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, bai- mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios
xa energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos
com o contato. conseguir atende-las.
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machu- A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos
ca a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen-
mal estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e des- timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso
respeito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente.
a mão, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já
demonstra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, ati- falamos antes.
vidade e compromisso com o contato.
É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado Agilidade
ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos, Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a
totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal. qualidade do serviço prestado.
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res-
cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática. peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
Tom de voz em relação à utilização adequada do seu tempo.
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda Quando há agilidade, podemos destacar:
de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as o atendimento personalizado;
palavras, são mais importantes do que as próprias palavras. a atenção ao assunto;
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do o saber escutar o cliente;
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo o
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo seu percurso na empresa.
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
do cliente. O calor no atendimento
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
sobre postura.
do cliente será de compreensão.
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
cada palavra tem a sua vibração especial. Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
Saber escutar atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERANGUE
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? é bastante comum em situações de atendimento, pois ele reflete
Se você respondeu que não, você errou. o nível de satisfação, ou não, do cliente em relação ao atendente.
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro Com este efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, se você aten-
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da de bem, o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
comunicação. Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. O
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa cliente não está na esteira da linha de produção, merecendo ser
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o tratado com diferenciação e apreço.
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
São elas: SERVIR AO PRÓXIMO.
* os nossos PRECONCEITOS; Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
* as DISTRAÇÕES; tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
* as ANTIPATIAS. embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. As-
sim, o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos o cliente FELIZ.
compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
fazendo uma leitura completa da situação. As gafes no atendimento
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recep- Depois de conhecermos a postura correta de atendimento,
tividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
que nos sugere que é preciso escutar mais do que falar. jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um ver-
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa- dadeiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- partes, que são:

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Postura inadequada Impressões finais do cliente
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura físi- Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o
ca ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente-
do cliente. mente, sobre a empresa.
Em relação à postura física, podemos destacar como inade- Duas são as formas de impressões finais mais comuns do
quado, o atendente: cliente:
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto
birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte- (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
raja no raio de ação); 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento; conhecê-las com mais detalhes.
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
devem ser feitas no banheiro); Momentos da verdade
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi-
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
cem lanches ou têm cantina);
organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
* gritar para pedir alguma coisa;
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do
* se coçar na frente do cliente;
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). o momento que separa o grande profissional dos demais.
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por verdade, considerando-o único e fundamental para definir a sa-
exemplo; tisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço; ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços composto de elementos básicos do processo de interação, que são:
na frente do cliente;
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, A ) a pessoa
o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente; A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente.
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do Então, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
cliente; que está na frente e precisa de atenção.
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais; No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen-
* reclamar na frente do cliente; te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades.
* lamentar; Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
* colocar problemas salariais; portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
B ) a hora
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presen-
OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. te, pois somente nele podemos atuar.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o futuro
Usar chavões não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como fonte
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora
de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisa-
aqui, os mais comuns: mos fazer isto da melhor forma.

C ) a tarefa
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPA-
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais impor-
RADO A ESTE ATENDENTE?
tante diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FE-
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRE- LIZ, atendendo as suas necessidades.
SA FAZ PELO SENHOR... Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver-
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcionários
MAIS... de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham poder de
* AÍ VEM ELE DE NOVO... decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia aos seus
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera- subordinados para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade.
ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo Teleimagem
vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM
(pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi- da empresa e dele mesmo.
mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim- TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na
plesmente não volta mais. sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e ,
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical consequentemente, sobre a empresa ( que é representada por
no pensamento e postura do atendente. este atendente).

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humani-
encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa dade, impedindo-a de ser feliz.
é comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa, Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no atendi- do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
mento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é através achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário usá-la para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente. Dessa podemos ajudar.
forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as atitudes, Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos e
como fundamentais na formação da TELEIMAGEM. necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
São eles: tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabe-
atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos mos repartir, não sabemos doar.
ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse. Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir- nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
se assistido, valorizado, respeitado, importante. monização com o outro e passam por cima de tudo.
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABA-
atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expres- LHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDA-
samente PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzi- DE DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER
nho, chuchu, mulherzinha, queridinha, colega... OS SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDADES.

03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a im- Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
pressão de educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
transferir a ligação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe:
passar a ligação para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“.
isso que não ouviu o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou Isto é empatia.
saudação; dividir a atenção com outras conversas; deixar o telefo-
ne tocar muitas vezes sem atender; dar risadas no telefone. PERCEPÇÃO
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender
Aspectos psicológicos do atendente e captar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. processo de atendimento ao público. Para percebermos melhor,
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. precisamos passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando
Vamos a eles. assim, mais próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar
vazios? É isso mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconcei-
Empatia tos, das nossas antipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios,
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que vamos observar as situações na sua totalidade, para entendermos
significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacida- melhor o que o cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo
de de nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre real: certa vez, em uma loja de carros, entra um senhor de aproxi-
entender as suas necessidades, os seus anseios, os seus senti- madamente 65 anos, usando um chapéu de palha, camiseta rasgada
mentos. Dessa forma, é uma aptidão pessoal fundamental na rela- e calça amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do
ção atendente - cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisa- gerente, que imediatamente se levantou pedindo para ele se retirar,
mos nos despojar dos nossos preconceitos e preferências, evitando pois não era permitido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita
julgar o outro a partir de nossas referências e valores. paciência, retirou de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar- dinheiro e disse: “eu quero comprar aquele carro ali”.
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o
isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações.
outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen- Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é
tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros. muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na harmônico e com ele percebemos a essência dos fatos e situações.
capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a
do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais... PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao qual vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interes-
envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma sa. Esta seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que
atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é convém. Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa
impossível ser empático. condição física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender:
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a
deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís- sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso
mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo. percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar;

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um chei- * sair para tomar café ou lanchar
ro agradável de comida; * conversar com o colega do lado sobre o final de semana,
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte férias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exi-
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo bicionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O clien-
de defesa. te deve ser poupado dele.
Os desafios do profissional de atendimento
O ESTADO INTERIOR Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a situações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
condição interna, o estado de espírito diante das situações. tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as Encantando o cliente
suas atitudes serão mais positivas frente ao cliente. Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
atitudes frente ao cliente. Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne- grande diferença no atendimento.
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão: Atuação extra
* Atitudes preconceituosas; A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que
* Atitudes de exclusão e repulsa; se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabeleci-
* Atitudes de fechamento; das nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima
* Atitudes de rejeição. da expectativa do cliente.
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
Autonomia
clientes e as situações.
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento
do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas,
O ENVOLVIMENTO
nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi-
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
verdadeiro sentido de atender.
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao proces-
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um so de tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o
serviço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende funcionário precise decidir, deve haver autonomia.
de fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
atendente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
com clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessi- sucesso deste tipo de trabalho.
vas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta de lide- Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po-
rança, o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
interação fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio.
permite captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança
em insatisfação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção do chefe.
por parte do atendente. Quando este divide a atenção no atendi-
mento entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, des-
sente-se desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua impressão burocratização, respeito, compromisso, organização.
sobre a empresa é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre. Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro ,
Esta ação traz consequências negativas como: impossibilida- não precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse
de de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu assunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”
tempo, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento. A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade- empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema
quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di- funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, visto
vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que será ge-
normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o rada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao atender,
ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble- o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa
mas desta espécie. uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitudes
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: devem estar em conformidade com a proposta de visão que essa
* atender pessoalmente e interromper com o telefone organização possui, focando sempre em um atendimento efetiva-
* atender o telefone e interromper com o contato direto mente eficaz e de qualidade.

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
TRABALHO EM EQUIPE São características das equipes eficazes:
- Comprometimento dos membros com um propósito comum
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de tra- e significativo;
balho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências - O estabelecimento de metas específicas para a equipe que
sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também ener-
dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julga- gizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunica-
mentos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram ção mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco sobre
para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equi- o obtenção de resultados;
pes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcioná- - Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
rios. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e - Grande habilidade para ouvir;
reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais - Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo com
ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm o grau de maturidade da equipe; de acordo com a contingência;
capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu - Questões comportamentais são discutidas abertamente, prin-
foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes cipalmente as que podem comprometer a imagem da equipe ou
é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação organização
dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação - O nível de confiança entre os membros é elevado;
dos funcionários. - Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe
disposta a aceitar e a se comprometer com as metas e as decisões
Diferença entre Grupo e Equipe do líder;
Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como - Flexibilidade permitindo que os membros da equipe possam
dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se completar as tarefas uns dos outros.
juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele Isso deixa a equipe menos dependente de um único membro;
que interage basicamente para compartilhar informações e tomar - Conflitos são analisados e resolvidos;
decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua área - Há uma preocupação / ação contínua em busca do autode-
senvolvimento.
de responsabilidade.
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportuni-
capacidades individuais de seus membros.
dade de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que
conjunto. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das con-
os membros podem fazer e de quão eficientes eles serão dentro
tribuições individuais de seus membros. Não existe uma sinergia
da equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três
positiva que possa criar um nível geral de desempenho maior do
tipos diferentes de capacidades. Primeiro, ela precisa de pessoas
que a soma das contribuições individuais.
com conhecimentos técnicos. Segundo, pessoas com habilida-
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio
des para solução de problemas e tomada de decisões que sejam
do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um capazes de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
nível de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes
individuais. O quadro abaixo ressalta as diferenças entre grupos de precisam de pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucio-
trabalho e equipes de trabalho. nem conflitos e possuam outras habilidades interpessoais.
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Tra- Tipos de Equipe
balho As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas.
Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos,
Transformando indivíduos em membros de equipe coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões.
- partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de to- Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de equipe, os
dos os processos do grupo; membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos
- respeitam as individualidades e sabem ouvir; e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente, en-
- comunicam-se ativamente; tretanto, estas equipes têm autoridade para implementar unilateral-
- desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos pro- mente suas sugestões.
pósitos definidos; Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes autôno-
- constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas rela- mas, que podem não apenas solucionar os problemas, mas também
ções; implementar as soluções e assumir total responsabilidade pelos re-
- participam do estabelecimento de objetivos comuns; sultados. São grupos de funcionários que realizam trabalhos muito
- desenvolvem a cooperação e a integração entre os membros. relacionados ou interdependentes e assuem muitas das responsabi-
Fatores que interferem no trabalho em equipe lidades que antes eram de seus antigos supervisores.
- Estrelismo; Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de
- Ausência de comunicação e de liderança; trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo
- Posturas autoritárias; sobre o ritmo de trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
- Incapacidade de ouvir; implementação de ações para solucionar problemas. As equipes de
- Falta de treinamento e de objetivos; trabalho totalmente autogerenciadas até escolhem seus membros e
- Não saber “quem é quem” na equipe. avaliam o desempenho uns dos outros.

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro, se a
importância e até podem ser eliminadas. ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma modali-
Equipes multifuncionais: São equipes formadas por funcio- dade de relacionamento diferente daquela em que não há respeito
nários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não são ouvidos,
empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. As equipes de- ou ignorados, quando não há troca de informações. A maneira de
sempenham várias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou lidar com diferenças individuais criam certo clima entre as pessoas
seja, não há especificação para cada membro. O sentido de equipe e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente
é exatamente esse, os membros compensam entre si as competên- nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no
cias e as carências, num aprendizado contínuo. comportamento organizacional e na produtividade.
As equipes multifuncionais representam uma forma eficaz de Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
permitir que pessoas de diferentes áreas de uma empresa (ou até de pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver no- ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
vas ideias e solucionar problemas, bem como coordenar projetos ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
complexos. Evidentemente, não é fácil administrar essas equipes. naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum tempo até que ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Re-
se desenvolva a confiança e o espírito de equipe, especialmente en- fletem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa.
tre pessoas com diferentes históricos, experiências e perspectivas. Quando digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até ago- atitude em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os
ra realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais usam a valores, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três compo-
tecnologia da informática para reunir seus membros, fisicamente nentes: cognitivo, afetivo e comportamental.
dispersos, e permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
permitem que as pessoas colaborem on-line utilizando meios de liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude.
comunicação como redes internas e externas, videoconferências Ela estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
ou correio eletrônico – quando estão separadas apenas por uma componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
parede ou em outro continente. São criadas para durar alguns dias ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de
para a solução de um problema ou mesmo alguns meses para con- João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
clusão de um projeto. Não são muito adequadas para tarefas roti- pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
neiras e cíclicas. portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar de
determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. Então,
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de João
desenvolver relações interpessoais. por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respei- tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
to, amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem,
os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influen-
ciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos 3. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: CON-
positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação CEITO, POLÍTICAS E DIRETRIZES PARA
e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ense- O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL DA
jando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao
afastamento nas atividades, com provável queda de produtividade. (DECRETO Nº 5.707/2006).
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho. DECRETO Nº 5.707, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe- Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos, de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e
crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças de fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei no 8.112, de 11 de
percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação com- dezembro de 1990. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso
partilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório novo: das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea
o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são enca- “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 87 e
radas e tratadas determina a modalidade de relacionamento entre 102, incisos IV e VII, da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subordinados. DECRETA:

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Objeto e Âmbito de Aplicação XI  -  elaborar o plano anual de capacitação da instituição,
Art. 1o Fica instituída a Política Nacional de Desenvolvimen- compreendendo as definições dos temas e as metodologias de ca-
to de Pessoal, a ser implementada pelos órgãos e entidades da ad- pacitação a serem implementadas;
ministração pública federal direta, autárquica e fundacional, com XII  -  promover entre os servidores ampla divulgação das
as seguintes finalidades: oportunidades de capacitação; e
I - melhoria da eficiência, eficácia e qualidade dos serviços XIII  -  priorizar, no caso de eventos externos de aprendiza-
públicos prestados ao cidadão; gem, os cursos ofertados pelas escolas de governo, favorecendo a
II - desenvolvimento permanente do servidor público; articulação entre elas e visando à construção de sistema de escolas
III - adequação das competências requeridas dos servidores de governo da União, a ser coordenado pela Escola Nacional de
aos objetivos das instituições, tendo como referência o plano plu- Administração Pública - ENAP.
rianual; Parágrafo único. As instituições federais de ensino poderão
IV - divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e ofertar cursos de capacitação, previstos neste Decreto, mediante
V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação. convênio com escolas de governo ou desde que reconhecidas, para
Art. 2o Para os fins deste Decreto, entende-se por: tanto, em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento,
I - capacitação: processo permanente e deliberado de apren- Orçamento e Gestão e da Educação.
dizagem, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento
de competências institucionais por meio do desenvolvimento de Escolas de Governo
competências individuais; Art. 4o Para os fins deste Decreto, são consideradas escolas de
II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada governo as instituições destinadas, precipuamente, à formação e
para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilida- ao desenvolvimento de servidores públicos, incluídas na estrutura
des e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servido- da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
res, visando ao alcance dos objetivos da instituição; e Parágrafo único. As escolas de governo contribuirão para a
III  -  eventos de capacitação: cursos presenciais e à distân- identificação das necessidades de capacitação dos órgãos e das
cia, aprendizagem em serviço, grupos formais de estudos, inter-
entidades, que deverão ser consideradas na programação de suas
câmbios, estágios, seminários e congressos, que contribuam para
atividades.
o desenvolvimento do servidor e que atendam aos interesses da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Instrumentos
Art. 5o São instrumentos da Política Nacional de Desenvolvi-
Diretrizes
mento de Pessoal:
Art. 3o São diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimen-
I - plano anual de capacitação;
to de Pessoal:
II - relatório de execução do plano anual de capacitação; e
I - incentivar e apoiar o servidor público em suas iniciativas
de capacitação voltadas para o desenvolvimento das competências III - sistema de gestão por competência.
institucionais e individuais; § 1o Caberá à Secretaria de Gestão do Ministério do Planeja-
II - assegurar o acesso dos servidores a eventos de capacita- mento, Orçamento e Gestão desenvolver e implementar o sistema
ção interna ou externamente ao seu local de trabalho; de gestão por competência.
III - promover a capacitação gerencial do servidor e sua quali- § 2o Compete ao Ministro de Estado do Planejamento, Orça-
ficação para o exercício de atividades de direção e assessoramento; mento e Gestão disciplinar os instrumentos da Política Nacional de
IV - incentivar e apoiar as iniciativas de capacitação promo- Desenvolvimento de Pessoal.
vidas pelas próprias instituições, mediante o aproveitamento de Art. 6o Os órgãos e entidades da administração pública federal
habilidades e conhecimentos de servidores de seu próprio quadro direta, autárquica e fundacional deverão incluir em seus planos de
de pessoal; capacitação ações voltadas à habilitação de seus servidores para
V - estimular a participação do servidor em ações de educa- o exercício de cargos de direção e assessoramento superiores, as
ção continuada, entendida como a oferta regular de cursos para o quais terão, na forma do art. 9o da Lei no 7.834, de 6 de outubro de
aprimoramento profissional, ao longo de sua vida funcional; 1989, prioridade nos programas de desenvolvimento de recursos
VI - incentivar a inclusão das atividades de capacitação como humanos.
requisito para a promoção funcional do servidor nas carreiras da Parágrafo único. Caberá à ENAP promover, elaborar e exe-
administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e cutar ações de capacitação para os fins do disposto no caput, bem
assegurar a ele a participação nessas atividades; assim a coordenação e supervisão dos programas de capacitação
VII - considerar o resultado das ações de capacitação e a men- gerencial de pessoal civil executados pelas demais escolas de go-
suração do desempenho do servidor complementares entre si; verno da administração pública federal direta, autárquica e funda-
VIII - oferecer oportunidades de requalificação aos servidores cional.
redistribuídos;
IX - oferecer e garantir cursos introdutórios ou de formação, Comitê Gestor
respeitadas as normas específicas aplicáveis a cada carreira ou Art. 7o Fica criado o Comitê Gestor da Política Nacional de
cargo, aos servidores que ingressarem no setor público, inclusive Desenvolvimento de Pessoal, com as seguintes competências:
àqueles sem vínculo efetivo com a administração pública; I - avaliar os relatórios anuais dos órgãos e entidades, veri-
X - avaliar permanentemente os resultados das ações de ca- ficando se foram observadas as diretrizes da Política Nacional de
pacitação; Desenvolvimento de Pessoal;

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
II - orientar os órgãos e entidades da administração pública Reserva de Recursos
federal direta, autárquica e fundacional na definição sobre a aloca- Art. 11. Do total de recursos orçamentários aprovados e des-
ção de recursos para fins de capacitação de seus servidores; tinados à capacitação, os órgãos e as entidades devem reservar o
III  -  promover a disseminação da Política Nacional de De- percentual fixado a cada biênio pelo Comitê Gestor para atendi-
senvolvimento de Pessoal entre os dirigentes dos órgãos e das mento aos públicos-alvo e a conteúdos prioritários, ficando o res-
entidades, os titulares das unidades de recursos humanos, os res- tante para atendimento das necessidades específicas.
ponsáveis pela capacitação, os servidores públicos federais e suas
entidades representativas; e Disposição Transitória
IV - zelar pela observância do disposto neste Decreto. Art. 12. Os órgãos e entidades deverão priorizar, nos dois pri-
Parágrafo único. No exercício de suas competências, o Co- meiros anos de vigência deste Decreto, a qualificação das unidades
mitê Gestor deverá observar as orientações e diretrizes para im- de recursos humanos, no intuito de instrumentalizá-las para a exe-
plementação da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, cução das ações de capacitação.
fixadas pela Câmara de Políticas de Gestão Pública, de que trata
o Decreto no 5.383, de 3 de março de 2005. Vigência
Art. 8o O Comitê Gestor da Política Nacional de Desenvol- Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publica-
vimento de Pessoal será composto por representantes dos seguin- ção.
tes órgãos e entidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, designados pelo Ministro de Estado: Revogação
I - Secretaria de Recursos Humanos, que o coordenará; Art. 14. Fica revogado o Decreto no 2.794, de 1o de outubro
II - Secretaria de Gestão; e de 1998.
III - ENAP. Brasília, 23 de fevereiro de 2006; 185o da Independência e
Parágrafo único. Compete à Secretaria de Recursos Humanos 118  da República.
o

do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Paulo Bernardo Silva
I - desenvolver mecanismos de incentivo à atuação de servi-
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.2.2006
dores dos órgãos e das entidades como facilitadores, instrutores e
multiplicadores em ações de capacitação; e
II - prestar apoio técnico e administrativo e os meios necessá-
rios à execução dos trabalhos do Comitê Gestor.
4. LEGISLAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO
Treinamento Regularmente Instituído PÚBLICA: CONSTITUIÇÃO DA
Art.  9o Considera-se treinamento regularmente instituído REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
qualquer ação de capacitação contemplada no art. 2o, inciso III,
DE 1988; REGIME JURÍDICO DOS
deste Decreto.
Parágrafo  único. Somente serão autorizados os afastamen- SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS (LEI
tos para treinamento regularmente instituído quando o horário do Nº 8.112, DE 11/12/90); CÓDIGO DE ÉTICA
evento de capacitação inviabilizar o cumprimento da jornada se- PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO
manal de trabalho do servidor, observados os seguintes prazos: CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
I - até vinte e quatro meses, para mestrado; NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
II - até quarenta e oito meses, para doutorado;
III - até doze meses, para pós-doutorado ou especialização; e
(DECRETO Nº 1.171, DE 22/06/1994);
IV - até seis meses, para estágio. NOÇÕES DE LICITAÇÃO (LEI Nº 8.666, DE
Licença para Capacitação 21/06/93 E LEI NO. 10.520, DE 17/07/2002);
Art. 10. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor PROCESSO ADMINISTRATIVO NO
poderá solicitar ao dirigente máximo do órgão ou da entidade onde ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
se encontrar em exercício licença remunerada, por até três meses,
FEDERAL (LEI Nº 9.784, DE 29/01/99).
para participar de ação de capacitação.
§ 1o A concessão da licença de que trata o caput fica condicio-
nada ao planejamento interno da unidade organizacional, à opor-
tunidade do afastamento e à relevância do curso para a instituição.
§ 2o A licença para capacitação poderá ser parcelada, não po- Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abor-
dendo a menor parcela ser inferior a trinta dias. dado em tópicos anteriores
§ 3o O órgão ou a entidade poderá custear a inscrição do ser-
vidor em ações de capacitação durante a licença a que se refere
o caput deste artigo.
§ 4o A licença para capacitação poderá ser utilizada integral-
mente para a elaboração de dissertação de mestrado ou tese de
doutorado, cujo objeto seja compatível com o plano anual de capa-
citação da instituição.

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
trabalho, bem como o quarto fator, agem no sentido negativo. Se
5. RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: AUTORI- qualquer um desses quatro grandes fatores estiver em desordem,
o desempenho do funcionário será afetado. Vamos examinar cada
DADE E PODER, LIDERANÇA. categoria para entender o que significa.

MOTIVAÇÃO
As várias teorias existentes indicam que a motivação de um
LIDERANÇA, DESEMPENHO E MOTIVAÇÃO indivíduo para o trabalho depende de vários fatores: grau de in-
Muito tem sido falado sobre a relação entre liderança e mo- teresse na função que ele executa, possibilidades de desenvolvi-
tivação. Afirma-se que o líder exerce um papel fundamental, o mento profissional, possibilidade de progresso na carreira, exis-
de manter sua equipe motivada a fim de obter altos níveis de de- tência de metas e objetivos desafiantes, feedback, reconhecimento,
sempenho. Sustenta-se que liderança é a capacidade de inspirar grau de autonomia e de participação nas decisões que afetam seu
e motivar as pessoas a alcançarem suas metas e ultrapassar seus trabalho e outros. A motivação é, igualmente, um fator que atua
limites. Declara-se que o líder é capaz de influenciar as pessoas a positivamente, ou seja, sua presença é indispensável para um de-
atingirem seus próprios objetivos bem como os da organização, e sempenho satisfatório.
que, para isso, é necessário compreender o comportamento huma-
no e o que o motiva, ou seja, é preciso identificar as necessidades CONCEITO DE MOTIVAÇÃO
das pessoas para facilitar o processo motivacional e aumentar a Necessidade, motivo ou motivador é um estado ou condição
produtividade.1 interna que predispõe o indivíduo a agir. Em contrapartida, temos
Embora seja verdade que o comportamento do líder têm, de o que se chama de fator de satisfação, que nada mais é do que
fato, influência sobre a motivação da equipe, a ênfase que inúme- aquilo que satisfaz uma necessidade. Satisfação é, pois, o aten-
ros textos têm colocado nessa relação induz os leitores a pensar dimento ou eliminação de uma necessidade. Em tais condições,
que a única preocupação do líder deve ser com o fator motiva- define-se motivação como uma inclinação para a ação que tem ori-
cional. Essa restrição implica deixar de lado outros elementos, gem em um motivo (necessidade). A motivação, portanto, decorre
igualmente poderosos, que exercem considerável influência sobre das necessidades humanas, razão pela qual uma pessoa não pode
a produtividade e o desempenho dos funcionários. É conveniente, motivar outra. É possível oferecer ou negar às pessoas fatores de
pois, alargar o foco para incluir na discussão essas outras variá- satisfação de necessidades tais como água, vestuário, elogios etc.,
veis. Como consequência, em vez de discutirmos a relação entre mas isto não significa oferecer ou negar motivação. Isto signifi-
liderança e motivação, analisaremos a relação entre liderança e ca simplesmente satisfazer ou não satisfazer as necessidades da
desempenho. Começaremos examinando os fatores que afetam o pessoa. Um fator de satisfação só fará sentido se corresponder a
desempenho e, posteriormente, o papel da liderança na conforma- uma necessidade do indivíduo. As necessidades humanas não são
ção desses fatores. criadas pelo oferecimento ou negação de fatores de satisfação; elas
existem simplesmente em decorrência da natureza humana. Assim,
DESEMPENHO E SEUS FATORES DETERMINANTES definimos Motivação  como  o desejo, a disposição, a vontade de
Uma definição comum para a palavra “Gerente” é: um in- fazer um esforço para satisfazer uma necessidade ou um objetivo
divíduo que dirige o trabalho de outras pessoas e que, portanto, individual.4 Definimos ainda Motivação para o trabalho como o
é responsável pelo trabalho dessas pessoas. Outro conceito para desejo, a disposição, a vontade de fazer um esforço para alcançar
esse termo é o de que Gerente é o profissional que obtém resulta- um objetivo organizacional. Não se deve, portanto, confundir mo-
dos por meio de outras pessoas. Esta definição ressalta o fato de tivação com esforço. Motivação é algo que o indivíduo possui an-
que o gerente contribui para os objetivos da organização fazendo tes de iniciar a ação, ou seja, antes de começar a se esforçar.
com que outras pessoas, e não ele mesmo, executem as tarefas Em decorrência do conceito de motivação exposto acima,
que são necessárias. Essas pessoas, cujo trabalho o gerente dirige, usaremos, a partir de agora, o verbo “motivar” como sinônimo de
são exatamente os indivíduos por meio dos quais o gerente obtém “oferecer o fator de satisfação de uma necessidade”.
resultados. Em tais condições, o gerente torna-se responsável pelo
desempenho das pessoas que ele dirige. Assim, para que um ges- CULTURA ORGANIZACIONAL
tor possa se desincumbir satisfatoriamente dessa responsabilidade, Quando uma organização assume uma vida própria, indepen-
ele precisa conhecer os fatores que influenciam o desempenho dos dente de seus fundadores ou qualquer de seus membros, ela adqui-
indivíduos no trabalho. re a imortalidade. A institucionalização opera para produzir uma
De que fatores depende o desempenho das pessoas em uma compreensão comum, entre os membros da organização sobre o
organização? Há uma infinidade deles mas, de modo geral, pode- que é o comportamento apropriado. Partindo desta noção é que se
se agrupá-los em quatro categorias: compreende a cultura organizacional.
1) qualificação; A cultura organizacional influencia as percepções, os valores
2) motivação; e os sentimentos, tornando os comportamentos das pessoas mais
3)problemas ambientais; e semelhantes entre si.
4) problemas pessoais. Focalizar a empresa na dimensão de sua forma ou configu-
Os dois primeiros fatores descrevem as relações do indivíduo ração organizacional pode ajudar a identificar aspectos de sua
com o que ele faz, isto é, com o conteúdo de seu serviço. São fa- estrutura, da natureza do trabalho executado dentro dela e outras
tores que atuam de modo positivo. O terceiro fator, que descreve particularidades de sua anatomia. Mas, ainda que este enfoque seja
a relação do ser humano com o ambiente em que ele realiza seu da maior importância para a compreensão dos fenômenos organi-

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
zacionais, não devemos esquecer que a organização é constituí- Finalmente, cultura é um mecanismo de controle social. Atra-
da de pessoas que se comportam. E isto altera dramaticamente a vés da cultura – particularmente uma forte e efetiva – a organiza-
abordagem para o seu entendimento. Na verdade, para começar- ção define a realidade com a qual os seus membros irão viver. Estas
mos a compreender uma organização necessitamos, além da sua socializam os novos membros de uma forma peculiar de fazer as
estrutura, estudar também os seus processos psicossociais dentro coisas e periodicamente ressocializa seus membros mais antigos.
do contexto cultural específico onde eles ocorrem. A análise da A maior disfunção – consequência negativa – da cultura orga-
cultura da organização é, portanto, um requisito essencial para a nizacional é a de criar barreiras à mudança. Uma organização de
compreensão do comportamento das pessoas que nela trabalham. cultura forte produz membros com um conjunto de comportamen-
Se estivermos com os nossos olhos e mentes, bem abertos ob- tos explícitos que funcionaram bem no passado.
servaremos na organização certas regularidades de comportamen- Naturalmente, a expectativa é de que estes comportamentos
tos. Podem ser facilmente notadas como, por exemplo, nos modos também serão eficientes no futuro.
de vestir das pessoas, nos adornos e na utilização dos espaços fí- Paradoxalmente, uma cultura forte pode produzir rigidez na
organização, dificultando as necessárias mudanças para as novas
sicos do trabalho, nas maneiras como são tomadas as decisões ou
condições. Outra disfunção da cultura é que ela pode criar con-
nas manifestações de disputa pelo poder entre as gerências. Podem
flitos dentro da própria organização. Como sabemos, subculturas
ser também acontecimentos de comportamentos padronizados
(pequenos grupos altamente coesos) emergem frequentemente nas
pouco perceptíveis, como certas crenças não explicitadas clara-
organizações. Subculturas podem se tornar tão coesas que acabam
mente, mas compartilhadas por muitos membros da organização. desenvolvendo valores suficientemente distintos que separam o
A cultura organizacional, até certo ponto, cega as pessoas para subgrupo do resto da organização. Outro tipo de comportamento
outras realidades ou formas de fazer, parece que tudo aquilo que disfuncional é o de subculturas que se desenvolvem em velocida-
foi pregado é reconhecido como natural e normal. A partir daí, des diferentes de outras unidades da organização. Isto resulta em
qualquer outra maneira de ser parece estranha e até inaceitável. falta de coordenação interna que afeta adversamente as relações
Assim, a organização, como um ente coletivo, tende a consi- externas. Por exemplo, um departamento de Tecnologia da Infor-
derar o próprio modo de fazer como o mais correto. mação pode implantar sistemas computadorizados que estejam
Uma forte cultura organizacional oferece aos funcionários além das habilidades da maioria dos empregados médios. Mesmo
uma compreensão clara da maneira como as coisas são feitas. Ela com treinamento, trabalhadores podem resistir à nova tecnologia
oferece estabilidade à organização. Toda organização tem uma cul- ou vivenciar um longo período de aprendizado. Relacionado com
tura e que, dependendo de sua força, pode ter uma influência sig- isto, subculturas orientadas para a mudança podem vivenciar con-
nificativa sobre o comportamento e as atitudes de seus membros. flitos com subculturas que não valorizam mudanças. Isto os impe-
A cultura funciona assim então como uma espécie de contro- de de explorar novas soluções para os problemas da organização,
le do comportamento individual, tornando-o mais semelhante aos criando uma cultura onde predomina a indecisão.
dos demais membros da organização. A cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcio-
Podemos dizer que a cultura organizacional, num sentido bem nam) e valores (o que é importante) compartilhados (vivenciado
ampliado, é como um conjunto de mecanismos de controle - pla- por todos) e que interagem com (penetrações nos sistemas e sub-
nos, receitas, regras, instruções - para governar o comportamento. sistemas) as pessoas, as estruturas e mecanismos de controle para
Por constituir-se num poderoso mecanismo de controle do produzir (efeitos) as normas de comportamento características da-
comportamento, a cultura organizacional tem forte impacto sobre quela organização (como fazemos as coisas por aqui).
grande parte das dimensões organizacionais tais como produtivi-
dade, comprometimento, rotatividade, autoconfiança, motivação, RELAÇÕES ENTRE CULTURA E CLIMA:
exercício do poder, etc. Entre clima e cultura há uma relação de causalidade. A cultura
Buscar os fatores que tomam parte do processo de aprendiza- sendo a causa e o clima a consequência. Clima e cultura são fenô-
menos intangíveis, apesar de se manifestarem de forma concreta.
gem cultural parece ser, então, um passo importante para o estudo
Apesar disso vemos a cultura se manifestar através de arquiteturas,
da cultura organizacional.
vestuários, comportamentos de colaboradores, Ela irá se tangibilizar
A verdadeira cultura da organização é revelada muito mais pe-
através do relacionamento da empresa com seus parceiros comerciais.
las práticas de tratamento aos empregados, fornecedores e clientes Clima é um fenômeno temporal, refere-se aquele dado mo-
do que pelo discurso dos seus líderes. mento. Já a cultura é decorrente de práticas recorrentes ao longo
Lamentavelmente, o discurso dissociado da prática vem sendo do tempo.
o recurso preferencial de algumas organizações do nosso meio.
Podemos concluir que a cultura organizacional produz com- CLIMA ORGANIZACIONAL:
portamentos funcionais que contribuem para que se alcancem as CONCEITOS DE CLIMA
metas da organização. É também uma fonte de comportamentos O clima é o indicador do grau de satisfação dos membros de
desajustados que produzem efeitos adversos ao sucesso da orga- uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou reali-
nização. dade aparente da organização, tais como políticas de RH, modelo
Uma função importante da cultura organizacional é distinguir de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valoriza-
uma organização de outras e de seu ambiente, proporcionando a ção profissional e identificação com a empresa.
esta uma identidade externa. Ela atua como um filtro de percepção, Clima e cultura são tópicos complementares. Clima refere-se
encorpado com estórias e mitos, os quais ganham significado a aos modos pelos quais as organizações indicam aos seus partici-
partir da rotina, eventos vivenciados frequentemente, assim como pantes, o que é considerado importante para a eficácia organiza-
em situações únicas. cional.

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Em todos os conceitos citados acima 03 elementos se repetem - Avaliar o grau de satisfação dos funcionários, decorrente do
em quase toda definição: impacto de algumas mudanças.
1) Satisfação dos funcionários: que se remete ao grau de sa- - Avaliar o grau de disseminação de determinados valores cul-
tisfação dos trabalhadores em relação ao clima de uma empresa. turais entre os funcionários.
2) Percepção dos funcionários: trata-se da percepção dos co-
laboradores sobre aspectos que podem influenciá-lo positiva ou BENEFÍCIOS DO CLIMA BEM TRABALHADO NAS OR-
negativamente. GANIZAÇÕES
3) Cultura organizacional: cultura e clima, a cultura influen- -Retenção de Talentos
ciando o clima de uma empresa, faces complementares de uma -Diminuição do índice de doenças psicossomáticas
mesma moeda como diz Ricardo Luz. -Treinamentos sintonizados com os objetivos da empresa, ge-
rando resultado
INDICADORES DO CLIMA ORGANIZACIONAL -Maior produtividade
1) Turnover -Melhoria na comunicação interna
2) Absenteísmo -Aumento do comprometimento dos funcionários com a em-
3) Avaliações de desempenho presa
4) Programas de sugestões -Integração
5) Pichações no banheiro -Credibilidade
6) Greves
7) Conflitos interpessoais e interdepartamentais Perguntas do tipo podem surgir: do que adianta pesquisar o
8) Desperdício de material clima da organização se sabemos que o grande problema da orga-
9) Reclamações no serviço de medicina nização é o salário baixo? Sabemos que o salário não é o grande
O indicador só nos alerta de alguns fatores importantes, daí causador de problemas de motivação a motivação está ligada a:
teremos que lançar mão de algumas estratégicas para realmente Desafio
avaliar o clima de uma empresa. A pesquisa é uma estratégia e Perspectiva de desenvolvimento
Reconhecimento
muitas empresas têm ações constantes para monitorar a questão do
Sentido de Utilidade
clima dentro da empresa. Algumas práticas encontradas são:
Segurança
Café da manhã com o presidente
Autonomia
Ombudsman da empresa (ouvidor clientes, fornecedores, co-
Remuneração justa
munidade)
Reuniões constantes com as áreas
Entrevista de desligamento

PARADIGMAS QUE PRECISAM SER MUDADOS


6. SANÇÕES APLICÁVEIS AOS
- O sentimento que os sucessos do passado garantem o suces-
so do futuro AGENTES PÚBLICOS NOS CASOS DE
- Desequilíbrio na valorização das competências técnicas em ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (LEI Nº.
detrimento das competências emocionais e de gestão 8.429 DE 02/06/1992).
- Falta de foco nos resultados da empresa, gestão focada nos
interesse setoriais ou pessoais, falta de visão sistêmica
- Falta de transparência nas comunicações
- Falta de comprometimento com os valores da empresa Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abor-
- Falta de coerência entre o discurso e a ação dado em tópicos anteriores

PESQUISA DE CLIMA
É o mais importante instrumento de apoio para implementa-
ções consistente de processo de melhoria contínua. 7. NOÇÕES DE DOCUMENTAÇÃO
Visa conciliar as aspirações dos empregados com as aspira-
ções do empregador.
E ARQUIVOLOGIA: MÉTODOS DE
É uma ferramenta de gestão onde será analisado o ambiente ARQUIVAMENTO.
interno buscando visualizar os alavancadores e as vulnerabilidades
do planejamento estratégico da empresa.

OBJETIVOS DA PESQUISA A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estuda as


A pesquisa pode ter como objetivos o seguinte: funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem
- Avaliar o grau de satisfação dos funcionários em relação à observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos.
empresa (mais usual); É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informa-
- Determinar o grau de prontidão de uma empresa para a im- ções que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para
plementação de uma mudança. tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta, uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in-
análise, identificação, organização, processamento, desenvolvi- dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
mento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armaze- devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
namento e recuperação de informações.
O arquivista é um profissional de nível superior, com forma- Princípio da Organicidade: As relações administrativas or-
ção em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele gânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade
pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de do- é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura,
cumentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas
etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação, gestão relações internas e externas.
documental, conservação, preservação e disseminação da infor-
mação contida nos documentos. Também tem por função a preser- Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo
vação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter úni-
instituição e, em última instância, da sociedade como um todo. co, em função do contexto em que foram produzidos.
Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da elaboração de
instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivos: Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de
corrente, intermediária e permanente. arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, aliena-
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e ção, destruição não autorizada ou adição indevida.
técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na
elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação
arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e progressiva, natural e orgânica.
organização de atividades culturais que envolvam informação do-
cumental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma gran- Classificação
de dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com A escolha da forma de ordenação depende muito da natureza
seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste dos documentos. Vejam os métodos básicos:
profissional, delegando a outros profissionais as atividades espe- Ordenação Alfabética: disposição dos documentos ou pastas
cíficas do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade de acordo com a sequência das letras do alfabeto. Pode ser classi-
do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela. ficada em enciclopédico e dicionário quando se trata de assuntos.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos Ordenação Cronológica: disposição dos documentos ou pas-
por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena- tas de acordo com a sucessão temporal.
damente como fonte de informação para a execução de suas ati- Ordenação Geográfica: disposição de acordo com as unidades
vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de territoriais (países, estados, municípios, distritos, bairros e outras).
vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de Ordenação Temática: disposição de acordo com temas ou as-
arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici- suntos.
pal), institucionais, comerciais e pessoais. Ordenação Numérica: disposição de acordo com a sequência
Um documento (do latim documentum, derivado de docere numérica atribuída aos documentos. Depende de um índice auxi-
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que liar para busca de dados.
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente Ex.: Na pasta MANUTENÇÃO PRÉDIO você poderá arqui-
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- var os documentos em ordem cronológica, assim sendo teríamos:
batório. primeiro o Memorando pedindo o conserto, depois a resposta do
Documento arquivísticos: Informação registrada, independen- ESTEC solicitando a compra de torneira nova, em seguida a Infor-
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da mação de que já foi adquirida a torneira, e por último a Informação
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con- do ESTEC que o serviço foi concluído.
texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade. É importante no Arquivo que os documentos de uma mesma
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a função sejam guardados juntos, para que se perceba como come-
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão çou a ação e como terminou, formando assim os dossiês de fácil
revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e compreensão para quem pesquisa.
dos desdobramentos práticos da gestão. Arquivamento: guarde os documentos dentro das pastas e das
caixas já contidas no setor ou monte-as de acordo com o plano de
PRINCÍPIOS: classificação.
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da Nesse último caso faça as etiquetas indicando o código da ati-
diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias. vidade correspondente. Não se esqueça de anotar no canto superior
São eles: esquerdo da pasta os códigos da Unidade/Órgão/área respectivos.
Empréstimo de Documentos: para se controlar melhor os do-
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, cumentos que saem do arquivo e para garantir a integridade do
relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos de- mesmo, é interessante que se adote um sistema de controle de em-
vem ser organizados em obediência à competência e às atividades préstimo de documentos.
da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, Você pode criar um formulário de Requisição de Documentos
acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de com os seguintes dados:

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
- a) Identificação do documento. Para aplicar este sistema é necessário elaborar um instrumento
- b) Classificação ou pasta a qual ele pertence. de trabalho que sirva de orientação para a classificação de assun-
- c) O nome do requisitante e o setor. tos nos arquivos e que se designa normalmente por classificador
- d) Assinatura e datas de empréstimo e devolução. ou listagem por assuntos. O classificador deve ser elaborado res-
Lembre-se: “O arquivamento correto e a localização imediata peitando um determinado número de regras, tais como, evitar as
dos documentos, depende, em grande parte, da precisão e cuidado abstrações (por abrangerem matérias demasiado vastas) e afastar a
com que são executadas cada uma dessas operações.”. utilização de palavras com significados análogos, colocando-se na
lista uma remissiva para a palavra-chave que está a ser utilizada.
Classificação Cronológica Para que o nosso trabalho fique completo deve-se submeter à
A classificação cronológica tem por base a possibilidade em listagem a uma cuidadosa avaliação pelos utentes do arquivo, de
agrupar determinado número de documentos de acordo com as di- forma a poder introduzir os melhoramentos necessário que permi-
visões naturais do tempo: anos, meses, semanas, dias e horas. Este tam a recuperação dos documentos arquivados Este instrumento
sistema, como se pode observar, é muito semelhante ao sistema deve ser periodicamente revisto e atualizado, e deve refletir a es-
numérico simples e utiliza-se, muitas das vezes, em combinação trutura interna do organismo.
com outros sistemas classificativos, sobretudo, o alfabético. As principais vantagens atribuídas a este sistema classificativo
A localização de um documento classificado cronologicamen- resultam do fato de se poder ter uma visão global dos assuntos
te requer um conhecimento perfeito da data exata (ano, mês ou dia) que são abordados na documentação, permitir o agrupamento dos
sem a qual não será possível localizá-lo. Este tipo de classificação não documentos de acordo com o seu conteúdo, ser extensível até ao
oferece especiais dificuldades quando se procede a incorporação de infinito e de ser altamente flexível.
novos documentos. Quando se pretende localizar e recuperar os docu- A técnica que se costuma aplicar na divisão dos assuntos é a
mentos é necessário elaborar fichas remissivas alfabéticas, por exem- seguinte:
plo, de assuntos, que possibilitam a indicação da data do documento. Divisão do assunto em capítulos
As conservatórias do Registro Civil, por exemplo, são ser- Divisão de cada capítulo em famílias
viços onde a ordenação e pesquisa de documentos é elaborada Divisão de cada família em grupos, representando assuntos
mediante recurso às datas de nascimento, casamento, morte e de
especializados
outros assuntos. Este tipo de classificação é aplicado em arquivos
Divisão eventual de cada grupo em subgrupos, indicando uma
de documentos de origem contabilística: faturas, pagamentos de
divisão particular
contribuições, ordenados e outros assuntos relacionados com esta
e em Arquivos Históricos e Etnográficos, uma vez que proporciona
Classificação Decimal
a ligação do passado ao presente e nos mostrando-nos a evolução
O sistema de classificação decimal pode ser considerado um
das instituições ao longo da história.
critério classificativo resultante da combinação da classificação
Classificação Geográfica numérica com a ideológica.
Este sistema utiliza um método idêntico ao cronológico com a Este método classificativo foi idealizado pelo bibliotecário
diferença de que os documentos são classificados e agrupados com norte-americano Mevil Dewey que a definia, na essência, como
base nas divisões geográficas/administrativas do globo: países, re- uma classificação de assuntos relacionados a um índice relativo.
giões, províncias, distritos, conselhos, cidades, vilas, aldeias, bair- Não só foi criada para a arrumação dos livros nas prateleiras mas
ros, freguesias, ruas e outros critérios geográficos e de localização. também para indicações nos catálogos, recortes notas, manuscritos
Este sistema é combinado com outros sistemas classificativos, e de um modo geral, todo material literário de qualquer espécie.
como por exemplo; o alfabético, o numérico ou o decimal, com Foi aplicado pela primeira vez a partir de 1851, na biblioteca de
vista a um melhor acondicionamento e localização dos documen- Amhrest College de Massachussets, nos Estado Unidos da Améri-
tos e a sua informação. ca e com bons resultados.
O sistema de classificação geográfica resulta do fato de haver A classificação decimal consiste, essencialmente, na divisão
necessidade de localizar fato ou pessoas num espaço geográfico dos assuntos ou matérias em 10 grupos de primeira ordem ou ca-
determinado, como por exemplo; as coleções ou séries filatélicas tegoria (0 a 9) que por sua vez se podem subdividir em grupos
que normalmente são agrupadas por localidades, países, regiões de segunda ordem e assim sucessivamente. Assim, por exemplo,
e outros critérios relacionados com estes. É muito utilizado em ao grupo de primeira categoria ou principal é atribuída a seguinte
museus etnográficos e de arte popular. numeração:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Classificação Ideológica Sendo as divisões de segunda categoria e derivadas do grupo
A classificação ideológica, também designada como ideo- 5 as seguintes:
gráfica, metódica ou analítica baseia-se, fundamentalmente, na 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59
divisão de assuntos, ideias, conceitos e outras divisões, sendo os Ainda se pode subdividir o grupo de segunda categoria o nº
documentos referentes a um mesmo assunto ou objeto de conheci- 55 noutro de terceira categoria:
mento, ordenados segundo um conceito chave ou ideia de agrupa- 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559
mento, colocando-se a seguir, de forma alfabética. Com este sistema pretendia-se abranger a totalidade dos as-
Este sistema parte da análise de um assunto e divide-o em suntos ou matérias que iriam ser objeto de classificação, baseando-
grupos e subgrupos com características cada vez mais particulares se no principio de que a formação dos números decimais é ilimita-
e restritas exigindo um certo controlo e disciplina devido à grande da e entre dois números decimais, consecutivos da mesma ordem,
variedade de palavras com significados análogo. podem intercalar-se outros dez da ordem imediatamente inferior.

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Exemplo: 0 Generalidades
51. Expediente e arquivo 1 Filosofia. Psicologia
510. Expediente e arquivo em geral 2 Religião. Teologia
511. Arquivo 3 Ciências Sociais
512. Seleção documental 4 Classe atualmente não usada
513. Reprografia 5 Ciências Exatas. Ciências naturais
514. Entrada e saída de correspondência 6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia
5140. Entrada de correspondência 7 Arte. Arquitetura. Recreação e Desporto
5141. Saída de correspondência 8 Linguística. Língua. Literatura
515. Serviços auxiliares 9 Geografia. Biografia. História
5150. Serviços auxiliares em geral
5151. Transportes pelas cantinas Cada classe principal subdivide-se decimalmente em subclas-
516. Telefone ses que por sua vez também se subdividem em áreas cada vez mais
517. Viaturas especializadas.
Apesar deste sistema de classificação ter imensos simpati- As tabelas auxiliares, que representam não assuntos, mas for-
zantes devido à sua aparente simplicidade acontece, porém, que mas de os especificar (por lugar, tempo, forma, língua, etc.), flexi-
enferma de alguns inconvenientes, entre os quais, a rigidez que bilizando muito mais a representação dos conceitos.
impõe na divisão dos vários ramos do conhecimento humano; é Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada conceito cor-
um sistema relativamente moroso, quer na sua construção, quer responde uma notação que serve de guia na consulta da tabela
na sua aplicação à organização espacial do arquivo e posterior principal, para mais fácil e rapidamente se localizar a notação ade-
localização, exigindo pessoal especializado. quada ao assunto que se pretende pesquisar.
Uma das principais vantagens desta classificação reside na sua
Classificação Decimal Universal (CDU) dimensão universal e internacional, dada a sua independência face
A classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema de a todas as expressões idiomáticas, o que facilita enormemente a
classificação uniformizado e normalizado, amplamente usado na- pesquisa e a troca de informação ao nível internacional.
cional e internacionalmente, que visa cobrir e organizar a totali- No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a no-
dade do conhecimento humano. tação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em todas as
Henri Lafontaine e Paul Otlet publicaram, em 1905, a pri- bibliotecas do mundo que adotem este sistema de classificação.
meira edição do que viria a ser a Classificação Decimal Univer- O seu grande inconveniente resulta da sua aplicação que exige
sal. Esta primeira edição do Manuel du Repertoire Bibliografique pessoal altamente especializado dado que é um grande risco classi-
Universal é um desenvolvimento do esquema base utilizado por ficar matérias diferentes com o mesmo número.
Dewey que distribui a totalidade do conhecimento em dez gran-
des classes, que por sua vez, são divididas em dez subclasses que Classificação Automática
se dividem em dez grupos. Cada conceito é traduzido por uma As operações de classificação podem ser objeto de uma auto-
notação numérica ou alfanumérica por exemplo, ao conceito geral matização em moldes parciais, já que a inteligência humana con-
de educação corresponde a notação numérica 37. tinua a ser indispensável para selecionar o assunto principal e de-
A CDU baseia-se em três princípios fundamentais os quais terminar as informações secundárias. Atualmente a sua aplicação é
são: feita a título experimental em algumas bibliotecas.
Classificação: por ser uma classificação no sentido restrito da A classificação automática assenta no seguinte princípio geral:
palavra agrupa ideias nos seus aspectos concordantes. ao caracterizar diversos objetos de uma coleção organizando-os
Universalidade: inclui cada um dos ramos do conhecimento por séries de atributos (data, forma, língua, domínio, e outros), é
humano, encarando-os sob os vários aspectos. possível comparar, agrupando, de dois em dois e contar para cada
Decimalidade: a totalidade do conhecimento humano é divi- par o número de atributos comuns. O resultado conduz à colocação
dida em dez classes, cada uma das quais, por sua vez, se subdivide em conjunto dos objetos que possuem características frequentes,
de novo decimalmente, pela adição de cifras decimais. constituindo classes não à priori mas sim à posteriori.
Este sistema é mais utilizado em bibliotecas e serviços de do- O interesse que desperta a classificação automática situa-se ao
cumentação para a elaboração de ficheiros por assuntos ou maté- nível da pesquisa documental. Ela permanece sem utilidade em or-
rias e posterior catalogação e arrumação do material bibliográfico. ganizações que já possuem a classificação física das obras, sendo
Em Portugal, o uso deste sistema de classificação é generalizado, incapaz de recriar automaticamente um esquema classificatório. A
tanto nas Bibliotecas Universitárias, como nas Bibliotecas Públi- concepção e desenvolvimento de uma linguagem classificatória e
cas e Escolares. a sua aplicação a um determinado fundo documental são de com-
A CDU tem vindo a ser continuamente ampliada e modifi- petência exclusiva do domínio do homem.
cada para fazer face ao surgimento de novos conceitos e conhe- A Associação Internacional para a Classificação situada na
cimentos do saber humano, principalmente, na área da ciência e Alemanha publica sob o patrocínio da FID (Federação Internacio-
tecnologia. nal de Documentação, a revista International Classification onde
A CDU é composta por: se apresentam estudos sobre a teoria dos conceitos, a terminologia
Uma tabela principal de matérias, que enumera hierarquica- sistemática e a organização do saber. Estas organizações e outras
mente o conhecimento, nas referidas 10 classes. As divisões prin- interessam-se pelos métodos matemáticos aplicáveis neste domí-
cipais são: nio.

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Tabela de temporalidade de documentos de arquivo. ao do arquivamento do documento, exceto aqueles que originam
A Tabela de Temporalidade de Documentos é o instrumento despesas, cujo prazo de arquivamento é contado a partir da apro-
resultante da avaliação documental, aprovado por autoridade com- vação das contas pelo Tribunal de Contas; ƒ eliminar as cópias e
petente, que define prazos de guarda e a destinação de cada série vias, quando o documento original estiver no conjunto documental
documental. (dossiê, processo ou pasta); ƒ proceder ao registro dos documen-
A efetiva implementação de tais instrumentos objetiva a sim- tos a serem eliminados; ƒ elaborar listagem dos documentos des-
plificação e racionalização dos procedimentos de gestão dos do- tinados à transferência para o arquivo intermediário do órgão ou
cumentos e das informações, ou seja, permitirá uma considerável entidade, ou para a Divisão de Documentação Intermediária do
redução da massa documental acumulada, eliminando enormes Arquivo Público do Estado;
volumes de documentos rotineiros e desprovidos de valor que jus-
tifique a sua guarda, com consequente otimização do espaço físico OBS. Quando houver processo judicial os prazos de arquiva-
e racionalização de custos, e sobretudo garantirá a preservação dos mento devem ser suspensos até a conclusão do mesmo.
documentos de guarda permanente, de relevante valor informativo
e probatório. PROTOCOLO:
A Tabela de Temporalidade é o registro esquemático do ciclo É conhecimento da grande maioria que os arquivos possuem
de vida dos documentos, determinando os prazos de guarda no ar- hoje uma notoriedade muito melhor do que já se viu há algum
quivo corrente ou setorial, sua transferência para o arquivo inter- tempo. Contudo, esse reconhecimento ainda não é o desejado. Para
mediário ou geral, a eliminação ou recolhimento para a Divisão de que os arquivos alcancem um nível de importância ainda maior,
Documentação Permanente do Arquivo Público do Estado. é necessário que sejam geridos da forma correta, a fim de evitar
A Tabela é um instrumento da gestão documental e passível de o acúmulo de massas documentais desnecessárias, de agilizarem
alterações na medida em que a produção de documentos se altera, ações dentro de uma instituição, enfim, que cumpram a sua função,
devido a mudanças sociais, administrativas e jurídicas. No entanto, seja desde o valor probatório até o cultural.
alterações de qualquer natureza devem partir do órgão regulador Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedi-
da política de arquivos. mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação,
uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, vi-
ASSUNTO/TIPO DOCUMENTAL: Os assuntos/tipos do-
sando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
cumentais relacionados na Tabela correspondem aos documentos
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en-
produzidos pelas atividades-meio dos órgãos. São tipos documen-
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação
tais já consagrados pelo uso e alguns identificados na legislação
dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio nú-
que regula as atividades do setor.
mero de registro dado ao documento; Livro de registro de docu-
mentos recebidos e/ou expedidos.
PRAZO DE ARQUIVAMENTO: O tempo de guarda dos
documentos está relacionado ao seu ciclo de vida. Aos arquivos É de conhecimento comum o grande avanço que a humanida-
setoriais interessa ter acesso aos documentos que estão sujeitos a de teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas
consulta diariamente. O prazo de arquivamento não deve exceder que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuí-
a cinco anos, incorrendo no risco de acumular documentos desne- ram para o aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar
cessários ao uso corrente e dificultar o acesso. que tal aumento teve sua importância para a área da arquivística,
A documentação que cumpriu sua função imediata, mas con- no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arqui-
tém informações de caráter probatório, deve ser transferida para o vos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conheci-
arquivo intermediário do órgão. Documentos com longo período mento, a acumulação de massas documentais desnecessárias foi
de valor probatório poderão ser transferidos à Divisão de Docu- um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabi-
mentação Intermediária do Arquivo Público do Estado. O terceiro lizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para
estágio prevê o recolhimento da documentação produzida pelos tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de
órgãos públicos que tem informações sobre o desempenho de sua um sistema de protocolo.
função junto à sociedade. Esta produção documental de valor per- É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes
manente receberá um tratamento arquivístico que contempla sua podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, dis-
conservação, arranjo e descrição para estar disponível à pesquisa. tribuição, movimentação e expedição de documentos), daí a de-
nominação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.
COMO UTILIZAR A TABELA DE TEMPORALIDADE E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as
A Tabela de Temporalidade de Documentos deve ser utilizada pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem,
no momento de classificação e avaliação da documentação. Proce- ou mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o docu-
der da seguinte forma: mento cumpra a sua função na instituição. Para que este problema
ƒ verificar se os documentos estão classificados de acordo inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de da-
com os assuntos do Código de Classificação de Documentos; ƒ dos, de preferência simples e descentralizado, permitindo que, tão
documentos que se referem a dois ou mais assuntos, deverão ser logo cheguem às instituições, os documentos fossem registrados,
classificados e agrupados ao conjunto documental (dossiê, proces- pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de trabalho seria uma
so ou pasta) que possui maior prazo de arquivamento ou que tenha ótima alternativa. Tal ação diminuiria o montante de documentos
sido destinado à guarda permanente; ƒ o prazo de arquivamento que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer
deve se contar a partir do primeiro dia útil do exercício seguinte tiveram sua tramitação ou destinação registrada.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, práticos da gestão ou a administração de documentos estabeleci-
afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas dos após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns, trata-se de um
que facilmente poderiam ser evitados (como o preenchimento do conceito emergente, alvo de controvérsias e ainda restrito, como
campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das ve- experiência, a poucos países.
zes é feito de forma errônea). Dentre as recomendações de recebi- Segundo o historiador norte americano Lawrence Burnet, a
mento e registro, destaca-se: gestão de documentos é uma operação arquivística “o processo
Receber as correspondências, separando as de caráter oficial de reduzir seletivamente a proporções manipuláveis a massa de
da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus documentos, que é característica da civilização moderna, de forma
destinatários. a conservar permanentemente os que têm um valor cultural futuro
Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a sem menosprezar a integridade substantiva da massa documental
fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser para efeitos de pesquisa”.
distribuídos e classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu Por outro lado, alguns concebem a gestão de documentos
destinatário Para isto, recomenda-se: como a aplicação da administração científica com fins de eficiên-
Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará- cia e economia, sendo os benefícios para os futuros pesquisadores
ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respecti- considerados apenas meros subprodutos. Situando-se entre esses
vos destinatários; dois extremos, a legislação norte americana estabelece a seguinte
Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi- definição:
vo por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, O planejamento, o controle, a direção, a organização, a capa-
se existirem; citação, a promoção e outras atividades gerenciais relacionadas
Classificar o documento de acordo com o método da institui- com a criação de documentos, sua manutenção, uso e eliminação,
ção; carimbando-o em seguida; incluindo o manejo de correspondência, formulários, diretrizes,
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto- informes, documentos informáticos, microformas, recuperação de
colo. informação, fichários, correios, documentos vitais, equipamentos
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a se- e materiais, máquinas reprográficas, técnicas de automação e ela-
gunda via da ficha ao documento; boração de dados, preservação e centros de arquivamento inter-
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os mediários ou outras instalações para armazenagem.
dados das fichas de protocolo; Sob tal perspectiva, a gestão cobre todo o ciclo de existência
dos documentos desde sua produção até serem eliminados ou reco-
Arquivar as fichas de protocolo. lhidos para arquivamento permanente, ou seja, trata-se de todas as
A tramitação de um documento dentro de uma instituição de- atividades inerentes às idades corrente e intermediária.
pende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística,
correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber do Conselho Internacional de Arquivos, a gestão de documentos
sua exata localização, seus dados principais, como data de entrada, diz respeito a uma área da administração geral relacionada com
setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas a busca de economia e eficácia na produção, manutenção, uso e
funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da insti- destinação final dos mesmos.
tuição, acelerando assim, processos que anteriormente encontravam Por meio do Ramp/PGI, a Unesco procurou também abordar
dificuldades, como a não localização de documentos, não se poden- o tema conforme trabalho de James Rhoads. A função da gestão
do assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exemplo. de documentos e arquivos nos sistemas nacionais de informação,
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de- segundo o qual um programa geral de gestão de documentos, para
vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco- alcançar economia e eficácia, envolve as seguintes fases:
lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se Produção: concepção e gestão de formulários, preparação e
importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes, fomen-
do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais con- to de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnologias
fiável, o destino do documento. Dentre as recomendações com modernas a esses processos;
relação a expedição de documentos, destacam-se: Utilização e conservação: criação e melhoramento dos sis-
Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e temas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio
completando dados; e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico,
Separar as cópias, expedindo o original; análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do-
Encaminhar as cópias ao Arquivo. cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem Destinação: a identificação e descrição das séries documen-
como regras, visto que cada instituição possui suas tipologias do- tais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação de
cumentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhi-
diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de ro- mento dos documentos de valor permanente às instituições arqui-
tinas em cada instituição. vísticas.

CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. O código de classificação de documentos de arquivo é um ins-


Desde o desenvolvimento da arquivologia como disciplina, a trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do-
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada a tenha re- cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas
volucionado tanto quanto concepção teórica e os desdobramentos funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos
forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, Pré Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, conse-
arquivísticos é realizado com base no conteúdo do documento, o quentemente, à redução do volume documental e racionalização
qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informa- do espaço físico.
ção nele contida. A classificação define, portanto, a organização A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legis-
física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial lação que regula a prescrição de documentos administrativos, e
básico para sua recuperação. entrevistas com historiadores e servidores responsáveis pela exe-
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e cução das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as in-
tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon- formações relativas aos valores primário e secundário dos docu-
tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e mentos, isto é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e
atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as- de pesquisa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que
suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia restrito à documentação já depositada no arquivo intermediário do
funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos Arquivo Nacional foi constituída, em 1993, uma Comissão Inter-
e subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. na de Avaliação que referendou os prazos de guarda e destinação
A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de propostos.
acordo com as seguintes operações. Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e
verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as referên- Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de traba-
cias cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada é um lho composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secre-
mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se refere a taria, cujos resultados, relativos as atividades-meio, serviriam de
dois ou mais assuntos. subsídio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código corres- os documentos da administração pública federal. A tabela, elabora-
pondente ao assunto de que trata o documento.
da com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos,
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional
ROTINAS CORRESPONDENTES ÀS OPERAÇÕES DE
para aprovação.
CLASSIFICAÇÃO
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Co-
1. Receber o documento para classificação;
narq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s)
Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às
secundário(s) de.
atividades do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a
Acordo com seu conteúdo;
tabela de temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de do-
cumentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário; Nacional/SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também
4. Anotar o código na primeira folha do documento; aos documentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas es-
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se- tadual e municipal, servindo como orientação a todos os órgãos
cundários. participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de para elaboração de tabelas referentes as atividades-meio do ser-
vida documental arquivísticos, na medida em que define quais do- viço público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos
cumentos serão preservados para fins administrativos ou de pes- documentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação
quisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados da tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição
aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o po- arquivística pública na sua específica esfera de competência.
tencial de uso que apresentam para a administração que os gerou A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividades
e para a sociedade. meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos
de documentos no serviço público datam do final do século pas- relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela
sado, em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição
Brasil, a preocupação com a avaliação de documentos públicos arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato
não é recente, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocor- legal que lhe confira legitimidade.
reu efetivamente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico
1991, que em seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documen- resultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de
tos produzidos por instituições públicas e de caráter público será guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso
realizada mediante autorização de instituição arquivística pública, à informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve
na sua específica esfera de competência”. necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os
título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza- final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo
ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalidade. para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam
instrumento: com serviços de arquivamento intermediário:
1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do- Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades orga-
cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos nizacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento cor-
de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins- rente, ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do
tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in- arquivo público, o qual deverá assumir tais funções.
formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos 3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação
documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados estabelecida que possa ser a eliminação, quando o documento
segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o não apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a
referencial para o arquivamento dos documentos. guarda permanente, quando as informações contidas no documen-
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que to são consideradas importantes para fins de prova, informação e
contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para pesquisa.
agilizar a sua localização na tabela. A guarda permanente será sempre nas instituições arquivísti-
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para cas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do
arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos
visando atender exclusivamente às necessidades da administração documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras
que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcio- instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
nalmente, pode ser expresso a partir de uma ação concreta que orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâm-
deverá necessariamente ocorrer em relação a um determinado con- bio de informações sobre os respectivos acervos.
junto documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na defini- 4. Observações: Neste campo são registradas informações
ção da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologa- complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da
ção da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabeleci- tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor-
do para a fase corrente relaciona-se ao período em que o documen- te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
to é frequentemente consultado, exigindo sua permanência junto documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais
às unidades organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao avaliados.
período em que o documento ainda é necessário à administração, A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação
porém com menor frequência de uso, podendo ser transferido para da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar,
depósito em outro local, embora à disposição desta. teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen-
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas de samento, para legá-los às gerações futuras.
concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fases corren- Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do
te e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos (permanentes que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples,
ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de guarda nas fases cor- guardar é arquivar.
rente e intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis: Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver-
I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com servi- dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente,
ços de arquivamento intermediário: por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo
Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua- objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente
dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos, humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do
considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo homem.
total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin- O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita
tes setores arquivísticos: repetição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os
da unidade organizacional); resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se- administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões.
tor de arquivo geral/central da instituição);
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que correspon- Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
de ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subor- arquivos são:
dinado à instituição arquivística pública nas esferas federal, esta-
dual e municipal). Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógico e
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode-se logo ima-
serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nes- ginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execu-
ta variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo ar- ção do trabalho de arquivamento, nem para a procura do documen-
quivamento corrente e o arquivo central funciona como arquivo to desejado, pois a consulta é direta.
intermediário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e
efetuando o recolhimento ao arquivo permanente. Método numérico simples: Consiste em numerar as pastas em
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com ordem da entrada do correspondente ou assunto, sem nenhuma
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida- consideração à ordem alfabética dos mesmos, dispensando assim
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente, qualquer planejamento anterior do arquivo. Para o bom êxito deste
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto método, devemos organizar dois índices em fichas; numas fichas
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
recolhimento ao arquivo permanente. recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são ar-

Didatismo e Conhecimento 31
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quivadas numericamente, de acordo com o numero que recebeu o A fase de identificação pressupõe o reconhecimento de ele-
cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. Este último índice mentos que caracterizam os documentos, seja em fase de produção
pode ser considerado tombo (registro) de pastas ocupadas e, gra- ou de acumulação nos arquivos, em instrumentos de coleta de da-
ças a ele, sabemos qual é o ultimo numero preenchido e assim dos. É uma fase que busca o conhecimento dos procedimentos e
destinaremos o numero seguinte a qualquer novo cliente que seja rotinas de produção de documentos no órgão, cujo resultado final
registrado. é a definição das séries documentais.
Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo seu O estudo do contexto de produção das tipologias identificadas
nome, é um método que procurou reunir as vantagens dos métodos pressupõe o levantamento de elementos, que versem a sua criação,
alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu ob- estrutura e desenvolvimento do órgão, sendo esta a primeira tarefa
jetivo, pois desta combinação resultou um método que apresenta da identificação. A segunda é a identificação do tipo documental, a
ao mesmo tempo a simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no qual está baseada no método diplomático, que é utilizado para ex-
arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de nume- trair e registrar os elementos constitutivos do documento, visando
ralfa e alfanumérico. entender e conhecer o seu processo de criação. O registro desses
elementos nessa fase é imprescindível para a análise realizada na
Método geográfico: Este método é muito aconselhável quando fase da avaliação, função arquivística, que tem por finalidade atri-
desejamos ordenar a documentação de acordo com a divisão geo- buir valores para os documentos, definindo prazos para sua guarda,
gráfica, isto é, de acordo com os países, estados, cidades, municí- objetivando e racionalização dos arquivos como meio de propor-
pios etc. Nos departamentos de vendas, por exemplo, é de especial cionar a eficiência administrativa.
utilidade para agrupar os correspondentes de acordo com as praças Neste sentido, a fase de identificação assume um papel rele-
onde operam ou residem. vante no processo de continuidade do fazer arquivísticos, forne-
cendo dados, que serão utilizados no processo da avaliação.
Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente o méto- O histórico da identificação inicia-se nas primeiras Jornadas
do especifico, representado por palavras dispostas alfabeticamen- de Identificação e Avaliação de Fundos Documentais das Admi-
te, é um dos mais difíceis processos de arquivamento, pois, con- nistrações Públicas, realizadas em 1991, em Madrid na Espanha,
sistindo em agrupar as pastas por assunto, apresenta a dificuldade na qual a identificação foi reconhecida como uma fase da metodo-
de se escolher o melhor termo ou expressão que defina o assunto. logia arquivística.
Temos o vocabulário todo da língua à nossa disposição e justa- Este reconhecimento definiu qual é o momento arquivístico
mente o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a para o desenvolvimento desta fase e como aplicar esta metodolo-
seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal gia. A identificação passa a ser considerada como a primeira fase
do arquivista, nesta seleção. do trabalho arquivístico, e o seu corpo metodológico se divide em
Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema De- três etapas: “identificação do órgão produtor, identificação do ele-
cimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de classi- mento funcional e a identificação do tipo documental”.
ficação para bibliotecas, muito interessante, o qual conseguiu um No Brasil, o Arquivo Nacional a partir de 1981, implantou
grande sucesso; fora publicado em 1876. o Programa de Modernização Institucional-Administrativa, o qual
Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes, as era constituído de vários projetos, sendo que um deles previa a
quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim por identificação e controle dos conjuntos documentais recolhidos. A
diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão, graças à atividade da identificação adquiriu uma importância maior e foi
sua base decimal. definida como uma das metas no tratamento dos conjuntos
Com o término desses trabalhos, foi publicado o manual de
Método simplificado: Este a rigor não deveria ser considerado procedimentos para a identificação de documentos em arquivos
propriamente um método, pois, na realidade, nada mais é do que a públicos e o manual de levantamento da produção documental em
utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de 1985 e 1986, respectivamente.
reunir num só móvel as vantagens de todos eles. Naquele momento, a metodologia da identificação apresenta-
va um enfoque para o tratamento de massas documentais acumu-
Tipologia ladas nos arquivos, e a discussão proposta pelo Arquivo Nacional
Tipologia documental é a denominação que se dá quando reu- não chegou ao nível da identificação da tipologia documental, ou
nimos determinada espécie à função ou atividade que o documen- seja, passou longe da discussão sobre as características do docu-
to irá exercer. Ex.: Declaração de Imposto de Renda, Certidão de mento, focando apenas o nível do fundo.
nascimento. Atualmente, a metodologia de identificação tipológica é reali-
zada no tratamento documental, porém, é parcialmente reconheci-
Exemplo: Espécie e Tipologia documental da na área. Mesmo estando presente na literatura, há uma variação
na designação do termo, este é encontrado como: tarefa, levanta-
Espécie Tipologia mento de dados, diagnóstico de problemas documentais, análise de
produção, análise dos documentos, análise do fluxo documental;
Contrato Contrato de locação do órgão produtor ou da instituição produtora; estudo da estrutura
Alvará Alvará de funcionamento organizacional, entre outros.
Certidão Certidão de nascimento A “fase do tratamento arquivístico consiste na investigação e
sistematização das categorias administrativas em que se sustenta
à estrutura de um fundo”. É considerada a primeira fase da me-

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todologia arquivística, por apresentar um caráter intelectual e in- Martín-Palomino Benito e Torre Merino demonstram um es-
vestigativo, o qual visa o reconhecimento do órgão produtor e das tudo sistematizado, que versa sobre: órgão produtor, organogra-
tipologias documentais existentes, cujo objetivo final é a definição mas e legislação. Neste estudo os autores apresentam vários ele-
das séries que se configuram como conjuntos de tipos documentais mentos, para a elaboração do índice do órgão produtor. Conforme
que tem produção seriada. São nas séries que encontramos a iden- os autores, se deve diagnosticar o nome, a origem, as datas e textos
tidade do órgão produtor, as funções, as competências e a definição normativos que indiquem mudanças na estrutura do órgão, as su-
do tipo documental. bordinações a outros órgãos e os documentos mais produzidos.
Diante da escassa literatura e da ausência de estudos sobre No repertório de organograma, o arquivista deverá partir dos
essa fase metodológica no campo da arquivística, os dicionários dados coletados, que propiciem análises, principalmente, das di-
publicados no país refletem tal problema. versas estruturas que o órgão apresenta. Já no índice legislativo
Vale ressaltar que o Dicionário de Terminologia Arquivísti- serão produzidas fichas, com informações sobre a legislação que
ca publicado pela Associação de Arquivistas Brasileiros em 1996, afeta o órgão, definindo sua data de aprovação e publicação resu-
não apresenta o termo. Entretanto, o Dicionário Brasileiro de mo da norma.
Terminologia Arquivística publicado pelo Arquivo Nacional, em Nota-se que os procedimentos adotados para esta identifica-
2005, faz referência e define a identificação como um “processo ção estarão baseados em coletas de dados. Subentende-se por co-
de reconhecimento, sistematização e registro de informações sobre leta de dados e informações “o registro sistemático do conjunto
arquivos, com vistas ao seu controle físico e/ou intelectual”. de elementos que se associa ao comportamento de um fenômeno,
Definição esta voltada para os arquivos enquanto fundos, mas de um sistema ou de um conjunto desses dois” e para diagnosticar
que pelo menos registra o conceito, sendo uma abertura para o co- tais conjuntos, existem três técnicas: a entrevista, o questionário e
nhecimento da identificação como parte da metodologia, primeira a observação pessoal ou direta, que se elaboradas e aplicadas de
referência à história do conceito da identificação no Brasil. forma imperfeita comprometerá o planejamento final.
Com base na proposta metodológica da fase de identificação A Tipologia também cuida da reunião de documentos de for-
de Martín-Palomino Benito e Torre Merino, que contemplam a ma automatizada. Também cabe ao seu âmbito a preservação, con-
identificação do órgão produtor, enquanto fundo e o tipo docu- servação e restauração de documentos.
mental em seu menor nível, são definidos três momentos para a
realização deste procedimento metodológico: MICROFILMAGEM: é um processo realizado mediante cap-
1) Identificação do órgão produtor; tação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico, tendo como
2) Identificação do elemento funcional e objetivos principais reduzir o tamanho do acervo e preservar os
3) Identificação do tipo documental documentos originais (estima-se que um microfilme preservado
Para os autores a fase de identificação, deve se iniciar pela em condições ambientais adequadas tenha a durabilidade média
identificação do órgão produtor, sendo seguida pela identificação de 500 anos).
do elemento funcional. Entretanto, serão associadas em uma mes- A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o docu-
ma etapa e/ou procedimento, pois são tarefas afins, as quais se mento estará disponível para consulta apenas através do rolo de
complementam em um mesmo estudo, e são realizadas a partir de microfilme, preservando-se, dessa forma, o original. Para que pos-
entrevistas e/ou aplicação de questionário, pelo estudo da legisla- sua valor legal, a microfilmagem só pode ser realizada por cartó-
ção, com especial atenção aos itens que tratam das funções e com- rios ou empresas devidamente registradas e autorizadas pelo Mi-
petências, razão pela qual não há necessidade de separá-las neste nistério da Justiça.
estudo. Nesta perspectiva, podemos afirmar que a fase da identi- Devido ao valor legal do microfilme, existe uma legislação es-
ficação se constitui de dois momentos, e não três: a identificação pecífica que deve ser seguida pelas instituições envolvidas em sua
do órgão produtor, considerando os elementos funcionais que o produção. Nesse sentido, a Lei nº 5.433/68, regulamentada pelo
caracterizam internamente, e a identificação do tipo documental. Decreto nº 1799/66, que disciplina toda produção de microfilme,
Na fase de identificação, a primeira etapa será o levantamen- estabelece que:
to do contexto de produção, que versa sobre o elemento orgânico § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as cer-
e o órgão produtor da documentação gerada como consequência tidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente
do exercício de suas funções. Dessa forma, compreende-se como dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos
órgão produtor toda instituição, empresa e/ou organização de pe- originais em juízo ou fora dele.
queno, médio ou grande porte que exerce atividades e tem como É importante destacar que não são todos os documentos de um
reflexo dessas, a produção de documentos, com o fim de atingir arquivo que devem ser microfilmados.
seus objetivos sociais, comerciais e/ou governamentais. Portanto,
é quem cria o conjunto documental. Então, como fazer essa identi- AUTOMAÇÃO (Digitalização): Quando falamos em auto-
ficação e quais os procedimentos que devem ser realizados? mação de documentos estamos basicamente fazendo referência
Identificar o contexto de produção é conhecer toda vida do à transposição do suporte inicial do documento (papel, fita mag-
órgão, significa investigar a história administrativa, sua origem, nética etc.) para um suporte digital (CD, DVD etc.) por meio de
seu funcionamento, a hierarquia de competências e funções de- computadores. As duas formas mais comuns de automatizar (digi-
sempenhadas. Isso possibilita encontrar as falhas do órgão, que talizar) um documento são:
serão analisadas para se chegar a possíveis soluções e para gerar 1. Através da transferência da informação para um CD ou
eficiência no desenvolvimento das metodologias arquivísticas a mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado pelo pro-
serem aplicadas. cesso de “scanneamento” de um documento em papel;

Didatismo e Conhecimento 33
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2. Gravando as informações de uma fita magnética, disco de A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultu-
vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo. ral consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados
A digitalização de documentos é uma política de arquivo ba- atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição
seada em quatro fundamentos principais: causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos
1. Diminuição do tamanho do acervo; de pragas e de microrganismo. A manutenção, a limpeza periódica
2. Preservação dos documentos; é a base da prevenção.
3. Possibilidade de acesso ao mesmo documento por várias Os acervos das bibliotecas são basicamente constituídos por
pessoas ao mesmo tempo; materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um contínuo pro-
4. Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recuperação cesso de deterioração.
da informação. A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, não pode
simplesmente suspender um processo de degradação, já instalado.
Principais diferenças entre os documentos microfilmados e os Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos, numa
digitalizados: perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo tanto quanto
1. O microfilme possui valor legal. O documento digital não possível deste processo.
possui valor legal. Assim, caso o documento tenha valor jurídico, Sobre todo legado histórico que se traduza como bem cultural,
ele poderá ser eliminado se houver sido microfilmado, mas o mes- na medida em que representa material de valor presente e futuro
mo não poderá ser feito caso ele tenha sido scanneado. para a humanidade, a inexorável possibilidade de degradação atin-
2. Alguns estudos demonstram que o tempo de vida útil (con- ge proporções de extrema responsabilidade.
sidera-se a integridade da informação) de um CD, em condições de É cientificamente provado que o papel degrada-se rapidamen-
armazenamento e ambiente adequados, gira em torno de 200 anos. te se fabricado e, ou acondicionado sob critérios indevidos. Por
O microfilme tem um prazo estipulado em 500 anos. mais de um século tem-se fabricado papel destinado à impressão
3. O CD pode ser guardado em condições ambientais “mais de livro com alto teor de acidez. Sabemos perfeitamente que a aci-
flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à composição quí- dez é uma das maiores causas da degradação dos papéis. Na mes-
mica da fotografia, precisa de cuidados muito mais especiais. ma medida, o acondicionamento de obras em ambientes quente e
úmido gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam
O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e
a nível químico e que geralmente enfraquecem as cadeias molecu-
facilitar o manuseio do material que compõe um acervo ou uma
lares de celulose, fragilizando o papel. Esse fato concorre para que
reserva técnica. Pelo fato de cada instituição possuir uma política
todos os acervos bibliográficos estabeleçam controles ambientais
financeira, uma proposta de tratamento, além de objetos de mate-
próprios dentro de parâmetros precisos.
riais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados,
Há um consenso entre os conservadores, no sentido de que
não há uma receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada
tanto a permanência referente à estabilidade química, ao grau de
caso deve ser analisado isoladamente, para se alcançar o objetivo
resistência de um material à deterioração todo o tempo, mesmo
de proteger o material.
É necessário, então, conhecer profundamente o acervo: quando não está em uso quanto à durabilidade referente à resistên-
• a localização do prédio; cia física, ou seja, à capacidade de resistir à ação mecânica sobre
• o espaço que abriga a reserva técnica; livros e documentos, estão diretamente relacionados com as condi-
• o objeto a ser preservado. ções ambientais em que esses materiais são acondicionados. Esses
A verificação antecipada de todos os pontos, acima relacio- dois fatores estão de tal forma interligados que materiais de origem
nados, é de suma importância para a escolha apropriada para a orgânica quando se deterioram quimicamente perdem também sua
resolução do trabalho a ser realizado, bem como avaliar cuidado- resistência física. Em outras palavras, há uma estreita relação entre
samente cada objeto da reserva técnica ou do acervo é primordial a longevidade dos suportes da escrita, quer sejam em papel, perga-
para a elaboração de uma embalagem, uma vez que cada um desses minho ou outros materiais, e as condições climáticas do ambiente
objetos possui um comportamento específico diante de mudanças onde se encontram.
de temperatura e de umidade, apresentando, portanto, um estado O controle racional e sistemático de condições ambientais não
de conservação diferente. Dessa forma, pensar, antecipadamente, reduz apenas os problemas de degradação, mas também e princi-
em acondicionamento é ser um profissional precavido em relação palmente evita seu agravamento.
a possíveis fatores que possam acelerar o processo de degradação A política moderna de conservação a longo prazo orienta-se
dos documentos, objetos ou das obras que devem ser preservados. pela luta contra as causas de deterioração, na busca do maior pro-
longamento possível da vida útil de livros e documentos. Dentro
CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser pensado desta perspectiva, padrões de conduta devem ser adotados, tais
como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, como:
proteção e manutenção. • Formular um diagnóstico do estado geral de conservação da
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, obra e uma proposta quanto aos métodos e materiais que poderão
etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológi- ser utilizados durante o tratamento;
cos que os atacam. • Documentar todos os registros históricos porventura encon-
O principal objetivo portanto da conservação é o de estender trados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los.
a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. • Aplicar um tratamento de conservação dentro do limite do
Para isso é necessário permanente fiscalização das condições am- necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à integridade estéti-
bientais, manuseio e armazenamento. ca, histórica e material de uma obra;

Didatismo e Conhecimento 34
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• Adotar a princípio de reversibilidade, que é o leitmotiv atual Thysanura (traça)
do desenvolvimento e aplicação do método de conservação em li- Blatta orientalis (barata)
vros e documentos, pois é importante ter sempre em mente que um Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles
procedimento técnico, assim como determinados materiais, são produzem pigmentos que mancham o papel.
sempre alvo de constantes pesquisas e que isto propicia um futuro Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção
técnico-científico mais promissor à segurança de uma obra. contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do
Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tra- total do documento.
tamento químico realizado com compostos químicos ou formula-
ções pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis (no estado de 4. ambientais:
vapor ou gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que
de materiais, objetos e instalações que não possam ser submetidas favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há
à outras formas de tratamento. Essa técnica causa dano ao docu- pouca aeração.
mento, não devendo ser utilizada. Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimen-
to dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença
RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por objeti- de pó.
vo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do ob-
jeto. Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, 5. humanos: O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos
é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na é um outro inimigo dos livros e documentos, embora devêssemos
fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos.
de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte
a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Podemos dizer que é PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas para
melhor: Conservar e preservar para não restaurar. a conservação dos documentos. Essa técnica é proveniente das
Agentes exteriores que danificam os documentos: áreas de Arquivologia, da biblioteconomia e museologia preocu-
pado com a manutenção ou a restauração do acesso a artefatos, do-
1. físicos
cumentos e registros através do estudo, diagnóstico, tratamento e
Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no
prevenção de danos e da deterioração. Deve ser distinguida da con-
processo de degradação dos materiais bibliográficos.
servação, que se refere ao tratamento e reparo de itens individuais
Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que
sob a ação de degradação lenta ou à restauração de sua usabilidade.
as condições de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor
original alterada e se torna frágil e isto se chama envelhecimento
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE
natural.
ARQUIVOS
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos
que a deficiência de água.
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão
2. químicos expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra-
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice çar políticas de conservação para minimizá-los.
de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos
duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas de livros, mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos
temperaturas predominante nos países tropicais e subtropicais e etc., que utilizam, em grande parte, o papel como suporte da infor-
uma variação da umidade relativa, teremos um quadro bastante mação, além de tintas das mais diversas composições.
desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as O papel, por mais variada que possa ser sua com posição, é
causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrín- formado basicamente por fibras de celulose provenientes de dife-
seca e as de origem extrínsecas. rentes origens.
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam oferecer
ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. A po- o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria dos docu-
luição atmosférica é uma das principais causas da degradação quí- mentos, que é o papel.
mica. A degradação da celulose ocorre quando agentes nocivos ata-
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na do- cam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se
cumentação. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos agreguem a elas novos componentes que, uma vez instalados na
e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de molécula, desencadeiam reações químicas que levam ao rompi-
registrar seu avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para mento das cadeias celulósicas.
a criação de registros e para atividades relacionadas aos interesses A acidez e a oxidação são os maiores processos de deteriora-
de vida diária. ção química da celulose. Também há os agentes físicos de deterio-
ração, responsáveis pelos danos mecânicos dos documentos. Os
3. biológicos mais frequentes são os insetos, os roedores e o próprio homem.
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a ar- Por isso, considera-se agentes de deterioração dos acervos de
quivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. bibliotecas e arquivos aqueles que levam os documentos a um es-
Os principais insetos são: tado de instabilidade física ou química, com comprometimento de
Anobiídeos (brocas ou carunchos) sua integridade e existência.

Didatismo e Conhecimento 35
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Embora, com muita frequência, não possamos eliminar total- 1.2 Radiação da luz
mente as causas do processo de deterioração dos documentos, com Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação
certeza podemos diminuir consideravelmente seu ritmo, através de nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos
cuidados com o ambiente, o manuseio, as intervenções e a higiene, através da oxidação.
entre outros. O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido.
Antes de citar os principais fatores de degradação, torna-se As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos
indispensável dizer que existe estreita ligação entre eles, o que faz documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações.
com que o processo de deterioração tome proporções devastado- O componente da luz que mais merece atenção é a radiação
ras. ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo que por pou-
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos acervos co tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível. A luz pode
podemos classificar os agentes de deterioração em Fatores Am- ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas
bientais, Fatores Biológicos, Intervenções Impróprias, Agentes incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio).
Biológicos, Furtos e Vandalismo. Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são
fontes geradoras de UV. A intensidade da luz é medida através de
1. Fatores ambientais um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer-
ambiente físico do acervo: Temperatura, Umidade Relativa do Ar, vos:
Radiação da Luz, Qualidade do Ar. - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas
Num levantamento cuidadoso das condições de conservação que bloqueiem totalmente o sol; essa medida também ajuda no
dos documentos de um acervo, é possível identificar facilmente as controle de temperatura, minimizando a geração de calor durante
consequências desses fatores, quando não controlados dentro de o dia.
uma margem de valores aceitável. - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científicas de fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida limitado).
tais fatores, podemos resumir suas ações da seguinte forma:
- Cuidados especiais devem ser considerados em exposições
de curto, médio e longo tempo:
1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umidade
- não expor um objeto valioso por muito tempo;
contribuem significativamente para a destruição dos documentos,
- manter o nível de luz o mais baixo possível;
principalmente quando em suporte papel. O desequilíbrio de um
- não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração.
- proteger objetos com filtros especiais;
A velocidade de muitas reações químicas, inclusive as de dete-
- certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que
rioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa
não danifiquem os documentos.
alta proporciona as condições necessárias para desencadear inten-
sas reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e
umidade relativa alta são detectadas com a presença de colônias 1.3 Qualidades do ar
de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou O controle da qualidade do ar é essencial num programa de
outros materiais. conservação de acervos. Os poluentes contribuem pesadamente
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa transparece para a deterioração de materiais de bibliotecas e arquivos.
em documentos distorcidos e ressecados. Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas sólidas –
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os
muito mais nocivas do que os índices superiores aos considerados gerados no próprio ambiente.
ideais, desde que estáveis e constantes. Todos os materiais encon- Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxo-
trados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam fre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São
umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos
com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica
Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterio- quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora.
ração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes,
craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de agem como abrasivos e desfiguram os documentos.
revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc.. Agentes poluentes podem ter origem no próprio ambiente do
O mais recomendado é manter a temperatura o mais próximo acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesi-
possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se vos, tintas etc., que podem liberar gases prejudiciais à conservação
de todas as formas as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de de todos os materiais.
umidade relativa.
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qualquer pro- 2. Agentes biológicos
jeto de mudança, é feito através do termo higrômetro (aparelho Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre
medidor da umidade e temperatura simultaneamente). outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun-
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im- gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela- ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os
tiva elevada. documentos.

Didatismo e Conhecimento 36
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Para que atuem sobre os documentos e proliferem, necessitam Alguns conselhos para limpeza de material com fungos:
de conforto ambiental e alimentação. O conforto ambiental para - Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais,
praticamente todos os seres vivos está basicamente na tempera- toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilidade alérgica).
tura e umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de - Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.
higiene etc.
2.2 Roedores
2.1 Fungos A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos
Os fungos representam um grupo grande de organismos. ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as
São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As
ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas
bibliotecas e arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde
nutrientes encontrados nos documentos. que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
Os fungos são organismos que se reproduzem através de es- se nos faz mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade
poros e de forma muito intensa e rápida dentro de determinadas relativa controladas, além de higiene periódica.
condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento
e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos 2.3 Ataques de insetos
papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua tos. A variedade também é grande. O ataque tem características
proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos bem próprias, revelando-se principalmente por perdas de super-
materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umi- fície e manchas de excrementos. As baratas se reproduzem no
dade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento próprio local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não
das colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta sejam combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já menciona-
de higiene. dos: temperatura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando o su- de higiene no ambiente e no acervo.
porte, causam manchas de coloração diversas e intensas de difícil Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez insta-
remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em cir- lada a infestação, devemos buscar a orientação de profissionais.
cunstâncias propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida. Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos
Se as condições, entretanto, forem adversas, esses esporos em acervos, principalmente em livros.
se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando as condições A sua presença se dá principalmente por falta de programa
ambientais se tornam desfavoráveis, como, por exemplo, a umida- de higienização das coleções e do ambiente e ocorre muitas vezes
de relativa do ar com índices baixos. por contato com material contaminado, cujo ingresso no acervo
Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, não não foi objeto de controle. Exigem vigilância constante, devido ao
se reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, porém, tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros e
é reversível; se as condições forem ideais, os esporos revivem e inconfundíveis. Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua
voltam a crescer e agir, mesmo que tenham sido submetidos a con- natureza e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em
gelamento ou secagem. quatro fases: ovos – larva – pupa – adulta.
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em todos os A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se re-
lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em todas as produz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez
pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. instalado, ataca não só o papel e seus derivados, como também a
As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob con- madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base de
trole de infestação de fungos são: celulose.
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais
temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os
o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas; ovos eclodem e o ciclo se repete.
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen- As brocas precisam encontrar condições especiais que, como
tos, com metodologia e técnicas adequadas; todos os outros agentes biológicos, são temperatura e umidade re-
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio lativa elevadas, falta de ar circulante e falta de higienização perió-
dos documentos e regras de higiene do local; dica no local e no acervo.
- manter vigilância constante dos documentos contra aciden- A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em
tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram. contato com o documento.
Observações importantes: Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de cola,
- O uso de fungicidas não é recomendado; os danos causados papel etc. Em geral as brocas vão em busca do adesivo de amido,
superam em muito a eficiência dos produtos sobre os documentos. instalando-se nos papelões das capas, no miolo e no suporte do
- Caso se detecte situação de infestação, chamar profissionais miolo dos livros. As perdas são em forma de orifícios bem redon-
especializados em conservação de acervos. dinhos.
- Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva A higienização metódica é a única forma de se fazer o controle
a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias das condições de conservação dos documentos e, assim, detectar a
de fungos. presença dos insetos. Uma medida que deve ser obedecida sempre
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de as- é a higienização e separação de todo exemplar que for incorporado
pirador. ao acervo, seja ele originário de doação, aquisição ou recolhimento.

Didatismo e Conhecimento 37
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Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso buscar a de conservação dos documentos com que lidam, seja para efeti-
ajuda de um profissional especializado. vamente executá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fa-
A providência a ser tomada é identificar o documento atacado zê-lo, controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação
e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higienização de infestados ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle de infes-
por brocas deve ser feita em lugar distante, devido ao risco de es- tações, higienização do ambiente e dos documentos, melhorando
palhar ovos ou muitas larvas pelo ambiente. as condições do acervo.
Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por mais Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem ser
que se higienize o ambiente e se removam as larvas e resíduos, realizados por aqueles que tenham sido treinados nas técnicas e
corre-se o risco de não eliminar totalmente os ovos. Portanto, após critérios básicos de intervenção.
a higienização, os documentos devem ser revistos de tempos em
tempos. 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por profissio- O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
nais especializados, pois o uso de qualquer produto químico pode dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
acarretar danos intensos aos documentos. O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para sejam elas durante a higienização pelos funcionários da institui-
as coleções como para o prédio em si. ção, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador,
Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-se nas foto reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. O suporte papel
em ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na gran- tem uma resistência determinada pelo seu estado de conservação.
de maioria das vezes, sua presença só é detectada depois de terem Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser formula-
causado grandes danos. dos mediante avaliação do estado de degradação do documento.
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por mais
conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes de portas e que necessitem de limpeza, não podem ser manipulados durante
janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos olhos. um procedimento de higienização, porque o tratamento seria mui-
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes to mais nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc.
preservar, do que a eliminação da sujidade.
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro dos
edifícios das bibliotecas e arquivos.
4.1 Furto e vandalismo
Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na base de
Um volume muito grande de documentos em nossos acervos
árvores ou outros prédios.
é vítima de furtos e vandalismo.
Com muita frequência, quando os cupins atacam o acervo, já
A falta de segurança e nenhuma política de controle são a cau-
estão instalados em todo o prédio. Da mesma forma que os outros
sa desse desastre.
agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em ambientes
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A quantidade
com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência
de boa circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio de documentos mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de dano
dos documentos. que, muitas vezes, só se constata muito tempo depois. É necessário
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar o pro- implantar uma política de proteção, mesmo que seja através de um
blema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um profissional es- sistema de segurança simples.
pecializado na área de conservação de acervos para cuidar dos Durante o período de fechamento das instituições, a melhor
documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar proteção é feita com alarmes e detectores internos. O problema é
do extermínio dos cupins que estão na parte física do prédio. O durante o horário de funcionamento, que é quando os fatos acon-
tratamento recomendado para o extermínio dos cupins ou para pre- tecem.
venção contra novos ataques é feito mediante barreiras químicas O recomendado é que se tenha uma só porta de entrada e saída
adequadamente projetadas. das instalações onde se encontra o acervo, para ser usada tanto
pelos consulentes/pesquisadores quanto pelos funcionários.
3. Intervenções inadequadas nos acervos As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Nas
Chamamos de intervenções inadequadas todos os procedi- áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa ter uma visão
mentos de conservação que realizamos em um conjunto de do- de todas as mesas, permanecendo no local durante todo o horário
cumentos com o objetivo de interromper ou melhorar seu estado de funcionamento. As chaves das salas de acervo e o acesso a elas
de degradação. Muitas vezes, com a boa intenção de protegê-los, devem estar disponíveis apenas a um número restrito de funcio-
fazemos intervenções que resultam em danos ainda maiores. nários.
Nos acervos formados por livros, fotografias, documentos im- Na devolução dos documentos, é preciso que o funcionário
pressos, documentos manuscritos, mapas, plantas de arquitetura, faça uma vistoria geral em cada um.
obras de arte etc., é preciso ver que, segundo sua natureza, cada
um apresenta suportes, tintas, pigmentos, estruturas etc. comple- 5. Fatores de deterioração
tamente diferentes. Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre-
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conheci- versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma po-
mento das características individuais dos documentos e dos mate- lítica de conservação, existem medidas que podemos tomar sem
riais a serem empregados no processo de conservação. Todos os despender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente
profissionais de bibliotecas e arquivos devem ter noções básicas os efeitos desses agentes.

Didatismo e Conhecimento 38
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Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, a co- 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para
meçar por: a conservação de acervos
• treinamento dos profissionais na área da conservação e pre- Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter
servação; conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos
• atualização desses profissionais (a conservação é uma ciên- acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos.
cia em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
materiais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a con- grande importância para a estabilização dos documentos.
servação dos documentos);
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa 8. Higienização
em níveis aceitáveis; A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos; mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
• adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos; ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os
• contato com profissionais experientes que possam assessorar suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
em caso de necessidade. ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
Conservação: critérios de intervenção para a estabilização de razão por que é considerada a conservação preventiva por exce-
documentos lência.
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apresentam Durante a higienização de documentos, procedemos também
um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a de forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas con-
um estado de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se dições de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora
o processo através de intervenções que levam à estabilização do Durante a higienização de documentos, procedemos também de
documento. forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas condi-
Estabilizar um documento é, portanto, interromper um proces- ções de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora
so que esteja deteriorando o suporte e/ou seus agregados, através também de executar os primeiros socorros para que um processo
de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabili- de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo que não
zar por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o possa ser sanado no momento.
processo de deterioração. No capítulo anterior, vimos os fatores de
deterioração e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será 8.1 Processos de higienização
a intervenção nesse processo de deterioração, através de estabili- 8.1.1 Limpeza de superfície
zação dos documentos danificados. O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e arquivos
Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer a cri- se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita
térios de prioridade estabelecidos no tratamento dos acervos: de a seco. A técnica é aplicada com o objetivo de reduzir poeira, par-
coleções gerais ou de obras raras, no caso de bibliotecas, de docu- tículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos
mentos antigos ou mais recentes, no caso de arquivos. ou outros depósitos de superfície. Nesse processo, não se usam
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é se nós solventes. A limpeza de superfície é uma etapa independente de
somos capazes de executá-la. qualquer tratamento mais intenso de conservação; é, porém, sem-
Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. Esse é o pre a primeira etapa a ser realizada.
primeiro critério a seguir.
Caso não nos julguemos com conhecimentos necessários, a 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo • A su-
solução é buscar algum especialista da área ou acondicionar o do- jidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o do ponto
cumento enquanto aguardamos o momento oportuno de intervir. de vista estético.
• As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se ume-
6. Características gerais dos materiais empregados em decem, com a alta umidade relativa ou mesmo por ataque de água,
conservação e penetram rapidamente no papel. A sujeira e outras substâncias
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- dissolvidas se depositam nas margens das áreas molhadas, provo-
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma- cando a formação de manchas. A remoção dessas manchas requer
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres a intervenção de um restaurador.
de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, du- • Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto,
ráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos, al-
aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi- terando seriamente o pH do papel.
lidade e inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação
não podem ser usados, pois apresentam problemas de instabilida- 8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo
de, reagem com o tempo e decompõem-se em outras substâncias Cada objeto deve ser avaliado individualmente para determi-
que vão deteriorar os documentos com os quais estão em contato. nar se a higienização é necessária e se pode ser realizada com se-
Além disso, são de natureza irreversível, ou seja, uma vez aplica- gurança. No caso de termos as condições abaixo, provavelmente o
dos aos documentos não podem ser removidos. tratamento não será possível:
Dentro das especificações positivas, encontramos vários mate- • Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas finas, per-
riais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os adesi- das, rasgos intensos podem estar muito frágeis para limpeza. Áreas
vos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plásticas com manchas e áreas atacadas por fungos podem não resistir à lim-
etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os documentos peza: o suporte torna-se escuro, quebradiço, manchado e, portanto,
como para acondicionamento. muito facilmente danificado.

Didatismo e Conhecimento 39
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Quando o papel se degrada, até mesmo um suave contato com Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para a hi-
o pó de borracha pode provocar a fragmentação do documento. dratação dos couros. Os componentes das diversas fórmulas do
• Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar borra- produto variam muito (óleos, graxas, gorduras) e, se mal aplica-
cha nesses materiais, pois a remoção das partículas residuais com dos, podem causar sérios problemas de conservação ao couro. A
pincel se torna difícil: fórmula do British Museum é a mais usada e recomendada. O uso
- papel japonês; deve ser criterioso e não indiscriminado. Em casos específicos de
- papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos (que de- livros novos de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu
gradam a celulose, consumindo a encolagem); uso como parte integrante de um programa de manutenção.
- papel molhado (que perde a encolagem e, após a secagem, No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de trincha
torna-se frágil). ou aspirador é recomendável, caso sua integridade o permita.
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser utilizado pó
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície de borracha ou diretamente a borracha, caso a integridade do papel
A remoção da sujidade superficial (que está solta sobre o do- e das tintas não fique comprometida com essa ação.
cumento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador e inú- E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), deve-se
meras outras ferramentas que se adaptam à técnica. usar apenas uma flanela seca e bem macia.
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigatória e Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel macio,
sempre se realiza como primeiro tratamento, quaisquer que sejam sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de agredir as tin-
as outras intervenções previstas. tas, o resíduo de borracha é permanente e de difícil remoção. Os
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza resíduos agem como abrasivos e permanecerão em contato com o
mecânica, de diferentes formas, tamanhos, qualidade e tipos de suporte para sempre.
cerdas (podem ser usados com carga estática atritando as cerdas
contra o nylon, material sintético ou lã); 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de higieni-
• Flanela: serve para remover sujidade de encadernações, por zação
exemplo; - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e com potên- macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encaderna-
cia de sucção controlada; ção;
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, espá- - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom-
tula, agulha, cotonete; bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecânica: cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e inten-
- fita-crepe; sa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou
- lápis de borracha; ainda um pedaço de carpete sem uso;
- luvas de látex ou algodão; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa pri-
- máscaras; meira higienização;
- papel mata-borrão; - Oxigenar as folhas várias vezes.
- pesos; Num programa de manutenção, pode-se limpar a encaderna-
- poliéster (mylar); ção, cortes e aproximadamente as primeiras e últimas 15 folhas,
- folhas de papel siliconado; que são as mais sujeitas a receber sujidade, devido à estrutura das
- microscópios; encadernações. Nos livros mais frágeis, deve-se suportar o volume
Os livros, além do suporte papel, exigem também tratamento de em estruturas adequadas durante a operação para evitar danos na
revestimento. Assim, o couro (inclui-se aqui o pergaminho), tecidos manipulação e tratamento.
e plastificados fazem parte dos materiais pertencentes aos livros. Todo o documento que contiver gravuras ou outra técnica de
Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferentes ta- obra de arte no seu interior necessita um cuidado redobrado. Antes
manhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa potência de qualquer intervenção com pincéis, trinchas, flanelas, é necessá-
com proteção de boca, pinças, espátulas de metal, entre outros rio examinar bem o documento, pois, nesse caso, só será recomen-
materiais. dada a limpeza de superfície se não houver nenhum risco de dano.
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utilização No caso dos documentos impressos como os livros, existe
de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. Não se deve uma grande margem de segurança na resistência das tintas em
tratá-lo com óleos e solventes. relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher o pincel de
A encadernação em pergaminho não necessita do mesmo tra- maciez adequada para cada situação. Em relação às obras de arte,
tamento do couro. Como é muito sensível à umidade, o tratamento as técnicas são tão variadas e as tintas de composições tão diversas
aquoso deve ser evitado. Para sua limpeza, apresenta bons resul- que, de modo algum, se deve confiar na sua estabilidade frente à
tados o uso de algodão embebido em solvente de 50% de água ação do pincel ou outro material.
e álcool. O algodão precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre
buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa 8.3 Higienização de documentos de arquivo
limpeza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos mui- Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmente que-
to ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e o documento bradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve prin-
pode desintegrar-se. A estabilização de pergaminhos, nesse caso, cipalmente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de
requer os serviços de especialistas. baixa qualidade. As más condições de armazenamento e o excesso

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de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais. e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério e obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa
cuidado. que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ne-
nhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
8.3.1 Documentos manuscritos Os procedimentos e técnicas para a realização de reparos em
Os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados documentos exigem os seguintes instrumentos:
em relação aos manuscritos. O exame dos documentos, testes de - mesa de trabalho;
estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de - pinça;
limpeza mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidado- - papel mata-borrão;
samente realizados. - entretela sem cola;
As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir um - placa de vidro;
documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuidado é pouco - peso de mármore;
para manusear esses documentos. As espessas tintas encontradas - espátula de metal;
em partituras de música, por exemplo, podem estar soltas ou em - espátula de osso;
estado de pó. - pincel chato;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “borrar”, ao - pincel fino;
mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado para isso é fino e - filme de poliéster.
quebradiço, tornando o manuseio muito arriscado e a limpeza de
superfície desaconselhável. As áreas ilustradas e decorativas dos
manuscritos iluminados são desenhadas com tintas à base de água
que podem estar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nes- 8. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
ses casos, deve ser evitada. PÚBLICA: ACADÊMICA E FINANCEIRA,
DE RECURSOS HUMANOS, DE MATERIAL
8.3.2 Documentos em grande formato
Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral E PATRIMÔNIO.
em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido
em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis-
torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abor-
remoção. dado em tópicos anteriores
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito
frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é Questões
pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es- 1) A opinião do cliente/usuário é necessária para que se possa
pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi- atingir a qualidade do atendimento. O processo de busca da quali-
ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas. dade deve considerar que todas as pessoas que mantenham contato
Os grandes mapas impressos, muitas vezes, têm várias folhas de com a empresa são clientes, tenham elas adquirido ou não algum
papel coladas entre si nas margens, visando permitir uma impres- produto ou serviço. Portanto, deve-se estar atento para evitar fa-
são maior. Ao fazer a limpeza de um documento desses, o cuida- lhas. A seguir, são listadas três orientações importantes no trato
do com as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente, com alguém que busca informação. Assinale a alternativa que,
ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de borracha da correta e respectivamente, traz os corretos complementos a cada
limpeza, gerando degradação. Outros mapas são montados em li- uma delas.
nho ou algodão com cola de amido. O verso desses documentos - Quando conversar com o cliente: _____________
retém muita sujidade. Recomenda-se remover o máximo com as- - Faça perguntas específicas sobre o problema do clien-
pirador de pó (munido das devidas proteções em seu bocal e no te:____________
documento). - Dê sugestões para solucionar a questão: ____________
(A) faça com que ele se sinta ouvido / para demonstrar que
9. Pequenos reparos talvez algo possa ser feito / para demonstrar que há a intenção de
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos ajudá-lo.
executar visando interromper um processo de deterioração em an- (B) reproduza todo o discurso dele com suas palavras para
damento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios confirmar o seu entendimento / para identificar se o que ele quer é
rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o estado mesmo necessário / com base em sua própria experiência – não no
de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam que você acha que o cliente quer ouvir.
obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e muitas (C) faça com que ele se sinta especial / para colher todas as
vezes de caráter irreversível. informações possíveis / de forma que tudo seja feito brevemente e
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- possa-se partir para outro cliente.
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos (D) olhe para ele bem fixamente; isso demonstrará que está
permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma- atento / para descobrir a real origem do problema/ independente-
teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística mente de qualquer situação.

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS / Assistente em Administração
(E) imponha limites / para demonstrar interesse / e garanta que (A) uniformidade.
tudo será resolvido para garantir a total confiança do cliente. (B) ordenamento.
(C) formalidade.
2) Imprimir cópias ou arquivos é uma das tarefas mais corri- (D) impessoalidade.
queiras, sobretudo no departamento administrativo. São procedi- (E) factualidade.
mentos corretos para colocar papel (normal) na impressora:
I. Puxe o receptor de papel. Pressione a pastilha do guia de 5) A conduta ética do servidor é tão ou mais importante do que
margem esquerdo e faça deslizar o guia para que a distância entre qualquer outra profissão regulamentada por lei específica, uma vez
os guias de margem seja ligeiramente maior do que a largura do que as atividades da Administração Pública e do servidor estão re-
papel. guladas nos artigos 37 a 41 da Constituição Federal, valendo des-
II. Folheie uma resma de papel e alinhe-a numa superfície tacar e transcrever o caput do art. 37 que determina: “A adminis-
plana. tração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
III. Coloque a resma de papel no alimentador com a face a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
ser impressa voltada para cima e com a margem direita encostada princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
ao guia de margem direito. Em seguida, faça deslizar o guia de e eficiência.” Resumidamente, a ética é a ciência da moral que es-
margem esquerdo até a margem esquerda do papel. Certifique-se tabelece normas de conduta de um profissional no desempenho de
de que a resma de papel fica por baixo das patilhas existentes nos suas atividades. Assinale, a seguir, uma conduta que não seja ética
guias de margem. por parte do servidor.
Está correto o que se afirma em: (A) Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
(A) I, somente. essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a
(B) II, somente. seu cargo.
(C) III, somente. (B) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por
(D) todos. quem de direito.
(E) nenhum. (C) Ter respeito à hierarquia, com temor de representar con-
tra qualquer comprometimento indevido da estrutura hierárquica
3) O desenvolvimento de uma sociedade e de suas instituições superior.
coloca a capacidade de dialogar como meio eficaz de resolução de (D) Exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcio-
problemas. No atendimento, o diálogo é tudo, abre portas, cativa nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contraria-
clientes e convence. Por isso, uma das habilidades mais valoriza- mente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e
das nos perfis profissionais tem sido a persuasão. Analise as afir- dos jurisdicionados administrativos.
mativas a seguir. (E) Abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
I. O profundo domínio técnico sobre os serviços da empresa ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
ajuda a dar segurança no momento de esclarecer, convencer e in- que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
formar. Um indivíduo persuasivo é argumentativo e focado. violação expressa à lei.
II. O controle emocional é um ingrediente-chave durante o
diálogo. Pessoas que não sabem lidar com suas reações emocio- GABARITO
nais dificilmente conseguirão manter o equilíbrio, correndo o risco 1. A
de deixar a racionalidade de lado. 2. D
III. Para persuadir é imprescindível falar bastante. Na comu- 3. D
nicação interpessoal, deve-se fundamentar a argumentação em evi- 4. D
dências, fatos ou dados. 5. C
Está correto o que se afirma em:
(A) I, somente.
(B) II, somente.
(C) III, somente.
(D) I e II, somente.
(E) todas.

4) O Assistente Administrativo recebe a incumbência de redi-


gir um memorando. Atendendo aos requisitos básicos da redação
oficial, ele deverá redigir o documento de forma concisa, ou seja,
o texto deverá transmitir um máximo de informações com um mí-
nimo de palavras. Outro requisito importante é a clareza, qualidade
básica de todo texto oficial. Claro é aquele texto que possibilita
imediata compreensão pelo leitor. E, além disso, deverá evitar a
duplicidade de interpretações que pode decorrer de um tratamento
personalista dado ao texto. Essa descrição corresponde à caracte-
rística do(a):

Didatismo e Conhecimento 42

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