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O conceito de poesia sonora baseia-se no pr�prio termo.

Pensa-se inicialmente que


um poema
�, automaticamente, sonoro, e isso na� est� errado. Quando os vanguardistas
passaram a ultilizar este termo, os mesmos
queriam, justamente, especificar a palavra "sonora", ou seja, neste tipo de poesia
a ideia central
� focar na sonoridade das palavras, ent�o muitas vezes o significado destas pode
n�o ter muito valor,
ou at� mesmo valor nenhum. Segundo Richard Kostelanetz, um termo mais apropriado a
esse material verbal seria :
"voc�bulos", isso mostra que essas palavras tem, antes de um significado, uma
sonoridade.
A poesia sonora pode ser interpretada por um performer, ganhando um sentido �nico
(do momento em que foi recitada),
pois, muito provavelmente, jamais ser� reproduzida novamente da mesma forma. Outro
ponto importante � que,
o sentido tamb�m � dado pelo ouvinte. Nota-se nessa trecho de "O �bvio e o obtuso"
de Barthes:

"Ouvir � um fen�meno fisiol�gico, escutar � um ato psicol�gico.


A escuta s� se pode definir por seu objeto ou sua inten��o (...) O
que se tenta captar pelo ouvido s�o signos. O homem escuta da
mesma maneira que l�, isto �, mediante certos c�digos."

Ent�o, podemos concluir que este tipo de poesia da um grande valor as sonoridades
das palavras. O sentido desses poemas
pode ser dado tanto pelo texto, quanto, como no geral, por quem a escuta. Esta pode
ser interpretada por meio de proje��o
de voz, com t�cnicas vocais, que em muitos momentos podem parecem comuns gritos,
risadas, ou simples vocalizes,
que em repeti��es e distor��es das palavras o sentido verbal passa a ser
inexistente.
A poesia sonora pode ser tamb�m reproduzida por meio de grava��o de voz, passando a
utilizar tamb�m as possibilidades
eletronicas.

O car�ter visual em que se encontra nas nota��es ou partituras tamb�m diz muito
sobre a interpreta��o.
O di�logo existente entre imagem e som � tamb�m uma caracter�stica muito marcante
nessa manifesta��o art�stica,
pois como numa partitura as "exig�ncias" ou possibilidades interpretativas est�o
todas no papel, de tal forma que
o interprete tem uma grande liberdade para se expressar, da mesma maneira que o
poeta tamb�m teve no momento da composi��o,
pois neste tipo de poema som e significado na� est�o necess�riamente atrelados.

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECAP-
76XKTF/disserta__obrendamarquespena_biblioteca.pdf?sequence=1

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