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CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

NORMA ABNT NBR 10.004:2004

Agosto / 2006

Classificação de Resíduos Sólidos - Norma ABNT NBR 10.004:2004 1


NORMAS ABNT PARA CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

¾ NBR 10.004:2004 Resíduos Sólidos – Classificação


¾ NBR 10.005:2004 Procedimento para obtenção de extrato lixiviado
de resíduos sólidos
¾ NBR 10.006:2004 Procedimento para obtenção de extrato solubilizado
de resíduos sólidos
¾ NBR 10.007:2004 Amostragem de resíduos sólidos

Substituem as normas de 1987.


Publicadas em 31-05-2004.
Validade a partir de 30-11-2004.
Nota técnica publicada em 30-09-2006.

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PRINCIPAIS ASPECTOS DA NORMA

QUANTO À APLICAÇÃO

¾ Os resíduos radioativos não são objeto da norma, pois são de competência exclusiva da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN (item 1).
¾ Os resíduos de serviços de saúde deverão ser classificados conforme
ABNT NBR 12.808 (item 4.2.1.5.2).
¾ Os resíduos gerados nas ETE domésticos e os resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se
os originados na assistência à saúde da pessoa ou animal,
não serão classificados segundo os critérios de patogenicidade
(item 4.2.1.5.2).

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PRINCIPAIS ASPECTOS DA NORMA (cont.)

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO

¾ Desvinculação do processo de classificação em relação apenas à disposição final de resíduos


sólidos (item 0.2)
¾ A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação
do processo ou atividade que lhes deu origem,
de seus constituintes e características,
e a comparação destes constituintes com listagens
de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (item 4).
¾ A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser
estabelecida de acordo com
as matérias primas, os insumos
e o processo que lhe deu origem (item 4).
¾ O gerador de resíduos listados nos anexos A e B pode demonstrar por meio de laudo de
classificação que seu resíduo em particular não apresenta nenhuma das características de
periculosidade especificadas nesta norma (item 4.2.1).

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PRINCIPAIS ASPECTOS DA NORMA (cont.)

QUANTO AOS MÉTODOS DE ENSAIO

¾ Para análises químicas deverão ser usados os métodos USEPA - SW 846,


última edição, e, quando disponíveis, os métodos nacionais equivalentes elaborados pela
ABNT (item 5).
¾ Outros métodos analíticos, consagrados em nível internacional,
podem ser exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental, dependendo do tipo e complexidade
do resíduo, com a finalidade de estabelecer seu potencial de risco à saúde humana e ao meio
ambiente (item 4).
¾ Há possibilidade de se classificar os resíduos apenas em função de sua origem (corrente de
geração) e características, sem realizar análises laboratoriais.

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CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
(figura 1 da norma – em representação re-arranjada)

Resíduo

O não
resíduo tem origem
conhecida?
sim Resíduo não perigoso
Consta nos classe II
sim
anexos A ou B?

não
Possui cons-
tituintes que são solubilizados não

Tem em concentrações superiores


características de: ao anexo G?
não
inflamabilidade,corrosividade, reatividade,
toxicidade ou patogeni-
cidade?
sim
sim

Resíduo perigoso Resíduo não-inerte Resíduo inerte


classe I classe II A classe II B

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DEFINIÇÕES (item 3)

3.1 Resíduos sólidos


Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.
3.2 Periculosidade de um resíduo
Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus
índices;
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.
3.3 Toxicidade
Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou menor grau, um
efeito adverso em conseqüência de sua interação com o organismo.
3.4 Agente tóxico
Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha sido
cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico,
teratogênico ou ecotoxicológico).

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DEFINIÇÕES (item 3 - cont.)

3.5 Toxicidade aguda


Propriedade potencial que o agente possui de provocar um efeito adverso grave, ou mesmo
morte, em conseqüência de sua interação com o organismo, após exposição a uma única
dose elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo.
3.6 Agente teratogênico
Qualquer substância, mistura, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando
presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função do
indivíduo dela resultante.
3.7 Agente mutagênico
Qualquer substância, mistura, agente físico ou biológico cuja inalação, ingestão ou absorção
cutânea possa elevar as taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda provocar
ou aumentar a freqüência de defeitos genéticos.
3.8 Agente carcinogênico
Substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja inalação ingestão e absorção
cutânea possa desenvolver câncer ou aumentar sua freqüência. O câncer é o resultado de
processo anormal, não controlado, da diferenciação e proliferação celular, podendo ser
iniciado por alteração mutacional.
3.9 Agente ecotóxico
Substâncias ou misturas que apresentam ou possam apresentar riscos para um ou vários
compartimentos ambientais.

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LAUDO DE CLASSIFICAÇÃO (item 4.1)

¾ O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo


produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B.
¾ Deve constar no laudo de classificação
a indicação da origem do resíduo,
descrição do processo de segregação e
descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados, quando for
o caso, incluindo os
laudos de análises laboratoriais.
¾ Os laudos devem ser elaborados por responsáveis técnicos habilitados.

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CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS (item 4.2)

¾ Resíduos classe I – Perigosos


Aqueles que
apresentam periculosidade, conforme definido em 3.2
(risco à saúde pública ou risco ao meio ambiente),
ou uma das características de:
inflamabilidade
corrosividade
reatividade
toxicidade
patogenicidade
ou constem nos anexos A ou B.
¾ Resíduos classe II A – Não inertes
Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos
classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes.
Os resíduos classe II A – Não Inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.
¾ Resíduos classe II B – Inertes
Quaisquer resíduos que não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G.

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ANEXOS

NORMATIVOS
9 Anexo A – Resíduos perigosos de fontes não específicas
9 Anexo B – Resíduos perigosos de fontes específicas
9 Anexo C – Substâncias que conferem periculosidade aos resíduos
9 Anexo D – Substâncias agudamente tóxicas
9 Anexo E – Substâncias tóxicas
9 Anexo F – Concentração – Limite máximo no extrato obtido no ensaio de lixiviação
9 Anexo G – Padrões para o ensaio de solubilização

INFORMATIVO
9 Anexo H – Codificação de alguns resíduos classificados como não perigosos

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CODIFICAÇÃO (item 0.4.1.1)

Todos os resíduos ou substâncias listados nos anexos A, B, D, E, F, e H


são codificados por uma letra seguida de três dígitos.

¾ Resíduos perigosos classificados pela sua fonte:


fontes não específicas (anexo A) F---
fontes específicas (anexo B) K---
¾ Resíduos perigosos classificados pelas suas características:
inflamabilidade D001 - resíduo inflamável
corrosividade D002 - resíduo corrosivo
reatividade D003 - resíduo reativo
patogenicidade D004 - resíduo patogênico
¾ Resíduos perigosos classificados pela sua característica de toxicidade,
quando conferida pela presença de substâncias:
agudamente tóxicas (anexo D) P--- - resíduos tóxicos
tóxicas (anexo E) U--- - resíduos tóxicos
¾ Resíduos perigosos classificados pela sua característica de toxicidade,
quando resultante do ensaio de lixiviação (NBR-10.005):
conforme substância (anexo F) D005 a D052 - resíduos tóxicos
¾ Resíduos não perigosos (anexo H) A---

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NOTA TÉCNICA (publicada pela ABNT em 30-09-2006)

1.3 Conclusão
[...] conclui-se que a ABNT NBR 10004:2004 não é uma Norma que se objetiva a permitir ou
não a utilização de resíduos sólidos, cabendo a ela tão somente classificá-los como perigosos
ou não perigosos, e assim servir como uma ferramenta aos diversos setores envolvidos com o
gerenciamento de resíduos sólidos.

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