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Irã?
16 de agosto de 2018.
Israel irá se unir à coalizão contra o Irã se Teerã tentar bloquear o estreito de Bab el
Mandeb, no mar Vermelho, anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"Certamente, essas declarações foram feitas pela liderança de Israel. [Na região] há uma
confrontação sunita-xiita. Sunitas são liderados pela Arábia Saudita e xiitas pelo Irã […]
Para Israel, o Irã é inimigo, enquanto os aiatolás estão no poder", disse o especialista.
"O problema palestino é uma pedra no caminho entre Israel e o mundo árabe. O Egito
nesse aspecto é muito inflexível a favor dos palestinos. Na Jordânia, há um grande
número de palestinos e organizações palestinas, que, naturalmente, se oporão a essa
solução do problema da Palestina. Se considerarmos a participação hipotética de Israel,
então talvez a condição para isso seja uma solução do problema palestino, para o qual é
improvável que Israel ceda. Isso também é óbvio", disse Dolgov.
A opinião contrária é mantida por Simon Tsipis, que vê perspectivas muito boas
para Israel formar uma aliança contra o Irã com países que poderiam
potencialmente entrar na OTAN "árabe".
"A possibilidade é absolutamente real, porque Israel, Estados Unidos e Arábia Saudita
têm um interesse comum – o confronto com o Irã. […] Os interesses de Israel
coincidem aqui. Israel tem um confronto político muito tenso com o Irã", comentou.
Segundo ele, a República Islâmica do Irã ameaça Israel com destruição e está
desenvolvendo um programa nuclear para isso.
"Além disso, o Irã está cansado da situação entre a Síria e Israel, apoiando grupos de
militantes que lutam ao lado de Assad e tentando construir sua infraestrutura para
futuras agressões contra Israel; e também apoia o grupo Hamas, que realiza
periodicamente confrontos com o exército israelense a partir do território da Faixa de
Gaza", salientou o analista.
O Egito e Israel, como a Jordânia e Israel, têm tratados de paz e entre os países existe
um mundo considerado "frio", por isso a participação desses Estados em uma coalizão é
possível. Esta é uma perspectiva absolutamente realista, relata Tsipis.
"Tanto na Jordânia como no Egito as minorias palestinas podem se opor à essa aliança,
mas elas não representam uma ameaça à segurança nacional do Egito ou da Jordânia. A
questão palestina será relegada ao segundo lugar, e a coalizão da OTAN no Oriente
Médio vem primeiro", comentou.
Tsipis observou que a única condição que pode ser apresentada a Israel por parte dos
países árabes será a solução da questão palestina.
O especialista israelense também notou que os países árabes que participam da possível
coalizão exigirão a remoção do bloqueio terrestre e marítimo da Faixa de Gaza, abrir
postos de controle através dos quais suprimentos humanitários sejam transportados para
a Faixa de Gaza e os quais Israel fechou em resposta a ataques com mísseis.
"Em minha opinião, Israel aceitará tais condições. Primeiro, a participação nessa
coalizão elevará o prestígio de Israel aos olhos de muitos países do mundo muçulmano,
porque ele de fato se tonará um aliado. Em segundo lugar, a questão mais importante
para Israel – o Irã – será resolvida. Se o Irã não for derrotado, o país será
significativamente enfraquecido do ponto de vista militar. Assim, Israel vai querer
garantir que o Irã enfraqueça seu controle na Síria e na Faixa de Gaza", concluiu Tsipis.
Fonte: Sputnik