Um cheiro pútrido e ácido subia a minha narina, me fazendo acordar nauseado e procurar

acostumar meus olhos a escuridão que me cercava. Como eu havia parado nesse lugar
desacordado?

Lembro-me vagamente dos meus passos, era um dia de investigação qualquer, uma cena de
crime qualquer. Até meu supervisor acionar as equipes especializadas em magia.

Tudo ficou mais complicado a partir daí, afinal túmulos são violados diariamente em
Hampshire os motivos são diversos, desde roubo de pertences enterrados a simples
brincadeiras juvenil.

Mas túmulo naquele dia não era comum, era o mortuário de um criminoso condenado pela
nossa sociedade por utilizar sua magia para fins funestos que desafiam os limites entre a vida e
a morte. Tivemos que seguir o roteiro de crimes mágicos, esperei por quase duas horas
sentado próximo ao túmulo até trazerem o medidor de mana e mesmo ele não marcando
nada, foi necessário falar com os caras do Esquadrão de Crimes Mágicos (ECM).

Só de pensar na papelada que vou ter que preencher quando chegar no escritório já me dava
dor de cabeça, não como a que estou agora. Passei a parte da tarde todo preenchendo
formulários de confidencialidade e sendo interrogado por “detetives” do ECM, mas verdade
seja dita, esses caras só sabem seguir pistas se tiverem algum rastro de mana, trabalho de
detetive que é bom eles não sabem fazer.

Então meu chefe teve a brilhante ideia de me colocar no caso, afinal uma cooperação entre as
equipes sempre pega bem para ele e sua carreira. Basicamente, eu tive que fazer todo o
trabalho sujo, pesquisar em livros antigos, a procura de comparsas, possíveis aprendizes ainda
vivos, encontrar eles e passar para equipe do ECM. Sinceramente esse trabalho não vale de
nada se no final quem vai ficar com o crédito são aqueles canalhas.

Mas algo na minha mente falava para não deixar a oportunidade passar, esfregar na cara deles
que eles não são a elite de investigadores, que o meu trabalho e dos meus colegas vale tanto
quanto o deles.