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Governo do Paraná anuncia

'intervenção' nas empresas de
pedágio
Coronéis da reserva da Polícia Militar vão fiscalizar
irregularidades nos contratos

4.out.2018 às 17h11

   

Estelita Hass Carazzai

CURITIBA A três dias da eleição, o governo do Paraná


anunciou nesta quinta-feira (4) uma “intervenção”
nas concessionárias de pedágio do estado, e irá enviar
coronéis da reserva da Polícia Militar às sedes das
empresas e, eventualmente, às praças de pedágio para
fiscalizar irregularidades nos contratos.

A atual governadora, Cida Borghetti (PP), concorre à


reeleição, e está em segundo lugar nas pesquisas. 

A Procuradoria Regional Eleitoral está analisando o caso,


e vai investigar eventual abuso de poder político. Mas o
governo nega que a medida seja eleitoreira.

 
Cida Borghetti (PP) - 06.AGO.2018/Folhapress

 
Segundo a PGE (Procuradoria-Geral do Estado), a
intervenção foi cogitada após a Justiça conceder acesso
aos autos da última fase da Operação Lava Jato,
deflagrada na semana passada, que investiga suspeitas de
pagamentos de propina milionários e sistemáticos, desde
1999, a servidores do estado.

De acordo com a PGE, a decisão tem fundamento na lei


federal anticorrupção e em dispositivos dos próprios
contratos de pedágio, que autorizam a fiscalização. 

“É uma medida de Estado, amparada pela legislação”,


afirmou o controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo
de Moura.

Para ele, o governo poderia ser responsabilizado por


omissão caso não tomasse medidas imediatas para cessar
os desvios.

Os coronéis passarão a atuar dentro das empresas,


exigindo documentos e respostas às demandas judiciais.
Serão seis oficiais, um em cada concessionária.
O governo afirma estar interessado, em especial, na
aferição do fluxo de veículos nas praças de pedágio, por
meio da instalação de “pedagiômetros”.

Na semana passada, o estado também entrou com uma


ação pedindo a redução de 50% da tarifa, com base nas
investigações.

Cida não estava no evento em que a medida foi


anunciada, nesta quinta –segundo o governo, para evitar
qualquer suspeita de uso eleitoral da intervenção.

“Foi um ato de grandeza”, afirmou o secretário de


Infraestrutura, Abelardo Lupion.

As concessionárias negam irregularidades e afirmam que


estão colaborando com as investigações da Justiça. 

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