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lém
R A FA E L D A S I LVA NOL E TO
Universidade Federal do Tocantins
Noleto, R. da S.
concursos de quadrilha não são volta- de quadrilha, que julgam uma compe-
dos especificamente para este público, tência coreográfica coletiva, a ênfase
admitindo, portanto, homens e mulhe- dos concursos de miss recai sobre a in-
res heterossexuais como dançarinos. dividualidade das candidatas, cabendo
Com relação aos concursos de miss, é a análise de seus atributos performáti-
necessário dizer que as brincantes estão cos individuais.
subdivididas nas categorias Miss Caipi- Para pesquisadores cuja sensibilidade
ra, Miss Mulata (ou Miss Morena Cheiro- está voltada para as discussões acerca
sa), Miss Simpatia e Miss Gay (ou Miss de gênero e sexualidade, não há como
Mix). Durante trabalho de campo, no- olhar para um concurso de quadrilhas
tei que meus/minhas interlocutores/ sem pensar nas dinâmicas de produção
as operavam com um grande divisor das identidades sexuais e de gênero.
generificado para os concursos de miss: As quadrilhas, com seus pares dividi-
Miss Mulher e Miss Gay (ou Miss Mix). dos entre damas e cavalheiros, encenando
Utilizam a primeira categoria para cortejos heterossexuais com vistas a
se referirem estritamente a mulheres um “namoro” coreografado, eviden-
cisgênero enquanto a segunda cate- ciam de maneira lúdica os ideais de um
goria faz referência a todas as outras modelo de casamento monogâmico,
identidades sexuais e de gênero que heterossexual e vinculado a uma reli-
os quadrilheiros não reconhecem como giosidade católica (Noleto, 2014a). En-
plenamente “femininas”, mas que pro- tretanto, a presença de homossexuais
duzem efeitos de “feminilidade” na e pessoas “trans”5 no contexto junino
quadra junina de Belém4. As “misses”, consiste em um fator que constrange
como são popularmente conhecidas, a pressuposição absoluta de heterosse-
são dançarinas que possuem status dife- xualidade nos enredos coreográficos.
rente dentro de uma quadrilha junina, Os concursos de quadrilhas dividem-se
pois são as principais representantes entre aqueles realizados nas “perife-
destes grupos coreográficos e, por este rias” da cidade (organizados por pro-
motivo, disputam títulos de reconheci- dutores culturais e líderes comunitá-
mento que estão diretamente relacio- rios) e os certames promovidos pelas
nados à avaliação de sua beleza, seu fundações culturais da Prefeitura Mu-
traje e suas habilidades em dança. An- nicipal de Belém e do Governo do Es-
tes de cada quadrilha se apresentar para tado do Pará. Há uma grande dificulda-
um júri especializado, as “misses” que de de mapear registros históricos cujos
a representam dançam e investem na dados pudessem fornecer informações
conquista de um título correspondente mais precisas acerca dos processos de
à sua categoria. Entretanto, a Miss Gay formulação desses certames (especial-
é a única que não dança caracterizada mente aqueles concursos situados nos
como tal junto com sua respectiva qua- bairros “periféricos” da cidade) e das
drilha, mas possui um concurso espe- vozes dos sujeitos que atuam direta-
cífico para sua categoria realizado em mente nas frentes de produção desses
outra data. Ao contrário dos concursos eventos. Entretanto, pesquisas de cará-
ter mais histórico, voltadas para os dis- uma programação específica para eles.
cursos midiáticos construídos a respei- E foi aí que o Paulete, dono de um boi-
to dos festejos juninos, revelam que a -bumbá na [rua] Caraparú, no bairro
quadra junina de Belém possui uma lon- do Guamá, resolveu criar um concurso
ga tradição, oficialmente registrada na de miss gay pra ser o momento especí-
imprensa paraense, pelo menos, desde fico dos homossexuais nos concursos
os anos 1950 (Costa e Gomes, 2011), juninos”. Embora a produtora cultural
embora seja sabido que os folguedos faça referência a um período histórico
juninos de Belém surgiram na segun- e a um personagem específico (Pau-
da metade do século XIX, devido ao lete), produzindo um mito de criação
grande fluxo migratório de populações desses certames em Belém, ela também
nordestinas para a Amazônia (Santos, reconhece que “sempre existiram ho-
1980; Salles, 1985; Gomes, 2011)6. mossexuais na quadra junina, em todas
De lá para cá, os festejos juninos foram as manifestações da cultura popular”,
sendo modificados, ganhando um con- reforçando que há uma quase impos-
troverso protagonismo nas discussões sibilidade de identificar as “origens” da
acerca da ocupação do espaço urbano participação desses sujeitos nos feste-
de Belém (Gomes, 2011), desencade- jos.
ando embates com o poder disciplinar Raíssa Gorbatchof7, moradora do bair-
do Estado em suas tentativas de con- ro de Fátima (Matinha) e conhecida
trole e higienização do espaço públi- travesti militante de Belém, afirma que
co. Pode-se inferir que, para além da o São João desempenha um importan-
busca pelo direito à cidade, as disputas te papel na produção de visibilidade
pelo espaço público para a realização para gays e pessoas “trans”, projetando
dos folguedos juninos são também imagens positivas desses sujeitos a par-
reivindicações de agentes sociais que tir de concursos juninos organizados
pretendem assumir um protagonismo pelo Estado (Noleto, 2014b). Em sua
na reconfiguração dos sentidos que de- opinião, Raíssa sustenta que são os gays
finem a cultura popular produzida no e as travestis que fazem a quadra junina
contexto urbano. Neste rol de sujeitos, acontecer, contribuindo, especialmen-
os quadrilheiros, incluem-se atualmente te, nas tarefas artísticas relacionadas à
os homossexuais, as travestis e pessoas confecção de trajes juninos e na elabo-
“trans”. Porém, a questão da diversida- ração de coreografias para quadrilhas e
de sexual presente nesse âmbito pare- misses.
ce surgir em Belém, explicitamente, na Acompanhar os ensaios das quadrilhas
década de 1970. De acordo com Tetê de Belém significa entrar em contato
Oliveira, fundadora da Associação de direto com a diversidade sexual e de
Quadrilhas Juninas e Núcleo de Toa- gênero que as cercam. Ao ser questio-
das do Estado do Pará (AQUANTO), nado sobre quem seria gay na quadrilha
“na década de [19]70 muitos homens “Fuzuê Junino” (bairro da Pedreira),
homossexuais se vestiam como mulher um coreógrafo, presente em um dos
na época da quadra junina. Não tinha ensaios onde fiz campo, respondeu
Com relação à categoria Miss Mulata, da mulata traz consigo estigmas histó-
há um debate – motivado pelos regula- ricos que sexualizam excessivamente a
mentos do concurso oficial promovido mulher por via da raça, pois “seu valor
pela Prefeitura de Belém – acerca de é o de exprimir sinteticamente a brasili-
sua nomenclatura. A discussão se refe- dade – nacionalidade – através de uma
re à da adoção do termo Miss Morena sexualidade exacerbada, posto que não
Cheirosa em detrimento da denomina- controlada pelos laços de parentesco
ção Miss Mulata. Em 2012, a Prefeitura no interior da família. Assim, suscita/
de Belém resolveu abandonar a catego- favorece/estimula a comunicação/
ria Miss Mulata e adotar a designação aliança com o Outro, o estrangeiro”
Miss Morena Cheirosa com o intuito de (Giacomini, 1994: 221)9. Por outro
aproximar o qualificador racial “mo- lado, o qualificador “morena cheiro-
rena” da designação usualmente mo- sa” suscita a ideia de que há “more-
bilizada para descrever Belém como nas” que não são cheirosas e, portanto,
cidade morena e cheirosa, referindo- cria uma associação problemática en-
-se, respectivamente, ao caráter “mes- tre raça, odores e fluidos corporais de
tiço” que configura a formação racial modo a produzir avaliações racistas re-
da população da cidade e aos cheiros lativas às noções de impureza e sujeira.
dos frutos e temperos que integram Além disso, a tentativa de afastar dos
os ingredientes da culinária local, tais concursos juninos o caráter “negro”
como a manga (Belém também é con- e “africano” da categoria Miss Mulata,
siderada como cidade das mangueiras) ressaltando o aspecto “amazônico”,
e o tucupi (caldo aromático extraído “caboclo” e “indígena” pretendido
da mandioca e utilizado para receitas para a categoria Miss Morena Cheirosa
como tacacá e arroz paraense). ecoa um longínquo e equivocado senso
De acordo com informações coletadas comum ainda vigente de que “na Ama-
em entrevistas realizadas com Alice zônia, contudo, a contribuição cultural
Miranda e Ruth Botelho (principais do negro é sistematicamente diminuí-
organizadoras dos concursos promo- da, e até negada, no conjunto de seus
vidos pela prefeitura), a categoria Mo- valores constitutivos. O negro, menos
rena Cheirosa sublinha o caráter mais ainda que o branco europeu, vale dizer
“paraense” e “amazônico” pretendido o lusitano, quase nada teria deixado de
para esta categoria de miss, afastando- sua presença na região” (Salles, 2005
-se do caráter mais “negro” e “africa- [1971]: 93).
no”, utilizados em anos anteriores nas Finalmente, as misses da categoria Sim-
coreografias dessas misses e percebi- patia configuram-se como um estágio
dos, pela organização dos concursos inicial para a carreira de miss. Executam
da prefeitura, como não amazônicos. movimentos considerados mais “le-
O fato é que tanto os termos “mula- ves” e menos complexos, devem “en-
ta” quanto “morena cheirosa” contêm cantar” o corpo de jurados que analisa
pressupostos racistas que precisam ser os concursos e tem a missão de empre-
problematizados. Por um lado, a figura ender uma sedução pueril em relação
que lhe conferem uma dignidade supe- nas “periferias” de Belém a partir de
rior sob a forma de jogo, e é através suas atuações no contexto da cultura
desse último que a sociedade exprime popular.
sua interpretação da vida e do mundo” Embora tenha dialogado com a biblio-
(Huizinga 2012 [1938]: 53). grafia antropológica preocupada com
Assim, as atividades de lazer não po- a compreensão de contextos festivos,
dem ser meramente entendidas como ressalto que estabeleci uma relação
uma alternativa de “fuga” ou “des- mais próxima com o arcabouço teóri-
canso” das obrigações da vida social co acerca dos rituais. Isso se justifica
e política experimentada no cotidiano pelo fato de que o São João em Belém
(Dumazedier, 2012 [1962]; Magnani, enfatiza os concursos juninos, estejam
2003). De outro modo, o campo das eles localizados nos bairros “periféri-
festas juninas em Belém suscita con- cos” da cidade ou sejam eles certames
clusões acerca de como o lazer, a festa oficiais promovidos pelos poderes pú-
e o jogo são bons para pensar sobre as blicos. Assim, meu interesse etnográfi-
dinâmicas de produção da vida social co voltou-se para os concursos juninos
porque colocam em relação sujeitos em suas qualidades intrínsecas como
políticos envolvidos em atividades que rituais. A partir dos pontos menciona-
os situam entre a diversão e a dispu- dos até agora, devo reiterar que, pen-
ta. Melhor ainda é dizer que, no caso sando à luz de Tambiah (1985), creio
dos concursos de quadrilhas e de miss, o que os concursos juninos possuem
próprio divertimento dos brincantes e de uma natureza comunicativa (dizem
suas torcidas está justamente condicio- algo a alguém), uma estrutura formal
nado à realização da disputa. que os organiza, pertencem ao domí-
Se aceitamos a ideia de que a festa cria nio dos acontecimentos extraordiná-
um ambiente favorável a uma experi- rios no calendário cultural do estado
mentação humana no campo do pos- do Pará e, mais do que isso, configu-
sível (Perez, 2012: 33-34), entendemos ram-se como rituais que evidenciam
que a festa é produtora e não reprodu- algumas convenções de gênero e de se-
tora da vida social, inventando outras xualidade vigentes no contexto pesqui-
relações dos sujeitos com o mundo e sado. Minha orientação teórica para o
“oferecendo-nos a possibilidade de entendimento do contexto pesquisado
pensar a vida coletiva para além da está vinculada ao uso das teorias antro-
duração e dos determinismos” (Perez, pológicas de ritual para a compreensão
2012: 40)11. Ultrapassando o fato de ser da produção de identidades raciais, de
uma disputa de títulos corresponden- gênero e de sexualidade no contexto
tes às melhores quadrilhas ou misses, a das festas juninas.
quadra junina de Belém coloca em jogo Desde o início do estabelecimento da
uma disputa política revestida de ludi- antropologia como um campo discipli-
cidade: a demarcação de um espaço de nar, os rituais foram percebidos como
agência e visibilidade para homossexu- um importante meio de compreensão
ais, travestis, transexuais e transgêneros da vida social de um determinado gru-
direção ao entendimento de que tanto a re- Douglas (2012 [1966]) formula a ideia de
ligião quanto a magia consistiam em práti- que o corpo, no contexto ritual, represen-
cas boas para pensar aspectos relevantes da ta, simbolicamente, toda a estrutura social
vida social de um determinado grupo. Des- de um determinado grupo. As contribui-
te período inicial, destaco as reflexões de ções teóricas desses autores deram passos
Mauss e Hubert (2013 [1899]), que analisa- importantes em direção à abordagem dos
ram os rituais de sacrifício como processos rituais como dramas expressivos, à atenção
de mediação entre homens e divindades, dada ao corpo como elemento central nos
portanto, essenciais para a vida social de rituais e, por fim, ao estabelecimento de
determinados grupos, visto que expres- que, no contexto ritual, os discursos não
sam parte de seus valores morais, culturais podem ser dissociados dos atos. Para uma
e espirituais. Destas reflexões pioneiras, é revisão crítica da obra de Leach, ver Nole-
possível depreender que todo e qualquer to (2012).
ritual se insere no âmbito das práticas, isto 13
Vale lembrar que apenas os trabalhos
é, a ação é o ponto de partida para a con-
de Chianca (2006; 2013) e Menezes Neto
figuração de uma prática ritual. Contudo,
(2008; 2015) partem do ponto de vis-
foi o próprio Mauss (1979 [1909]) quem,
ta da antropologia. No caso de Nóbrega
pioneiramente, contribuiu para que a fala
(2010;2012), sua tese parte de uma pers-
também fosse compreendida como ação
pectiva multidisciplinar, que utiliza certos
no contexto ritual, estabelecendo a pre-
modos de análise (e de argumentação) an-
ce religiosa como parâmetro de definição
tropológicos, mas que, apesar disso, cons-
do conceito de ritos orais. Porém, é Van
trói um argumento que está bem mais en-
Gennep (2011 [1909]) quem faz o primeiro
gajado nas discussões filiadas aos autores
movimento em direção ao deslocamento
da corrente disciplinar dos estudos cultu-
da noção de ritual de um contexto estri-
rais.
tamente religioso e/ou mágico. O autor
defendia que “o sagrado, de fato, não é um 14
Pretendo sublinhar que, no período em
valor absoluto, mas um valor que indica que publiquei esse texto, ou seja, antes de
situações respectivas” (Van Gennep, 2011 ter empreendido um trabalho de campo
[1909]: 31). Assim, apontava que todas as contínuo, de longa duração e mais apro-
“passagens” de um estado ou status social fundado (o que se concretizou nos anos
a outro, independente de estarem vincu- subsequentes da pesquisa), minha questão
ladas a um contexto mágico ou religioso, era a problematização do protagonismo
eram ritualizadas. Avançando no tempo, homossexual e travesti. No entanto, após
é Victor Turner (2013 [1969]) quem com- a consolidação de meu trabalho de campo,
preende que os rituais são perpassados por percebi que meus interlocutores e o con-
uma dimensão simbólica relativa a dramas texto pesquisado me apresentaram possi-
sociais. O ritual seria, portanto, uma chave bilidades mais amplas de uma discussão
de acesso à compreensão desses dramas sobre “feminilidades”, compreendendo
sociais expressos em atos, palavras e, prin- sob essa categoria de “feminino” mulheres,
cipalmente, símbolos. Por sua vez, Leach homens homossexuais, travestis, transexu-
(1966: 407) afirma que os rituais são um ais e transgêneros que reivindicam para si
complexo de palavras e atos que estão li- uma identidade “feminina” no contexto
gados inextricavelmente, pois “a fala em si das festas juninas. O que pretendo desta-
é uma forma de ritual” (1966: 404, tradu- car é que, de fato, não há uma etnografia
ção minha). Neste mesmo período, Mary que contemple uma discussão das festas
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