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BENEDICTO SILVA
TAYLOR E FAYOL
CADERNOS DE ADlVIINISTRAÇÃO PÚBLICA
Coleção criada, organizada e dirigida por
BENEDICTO SILVA
Copyright da
Serviço de Publicações da
RIO DE JANEIRO
[ - Cad. Adm. Pública - 44
TAYLOR E FAYOL
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BENEDICTO SILVA
TAYLOR E FAYOL
BENEDICTO SILVA
II
III
BE1'iEDICI'O SILVA
ÍNDICE
Prefácio .............................................. VII
PRIMEIRA PARTE
Os Criadores da Administração Científi(a ........... . 3
C - As Diferenças 102
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PAnTE
183
OS CRIADORES DA ADMINISTRAÇÃO
CIENTíFICA
THE DREAMERS
HERBERT KL1UFlvIAN
- AJJilll :'0 POC!;, ti Na/llreza fala.'
A 1II1111d )J q?le
i
Je l'ão rmd/ip/ictl11do,
CRUZ E SOUZ1
CAPiTULO I
FREDERICK TAYLOR
Ides piJe lbe peSJzmlSt wbo Jees notbing but the defects and
bltmders of manki17d, and I despise the Jcold, whose pleastlre it is
ta (omp!cún Df all tbi17gJ as tbey are.
FREDERICK TAYLOR
OLAVO BILAC
A - TAYLOR, INVENTOR SOCIAL vimento humano tanto quanto
as idéias de Taylor, talvez não
Embora classificado profissio- fôsse exagerado equipará-lo a
nalmente como engenheiro-meta- James Watt, inventor da máqui-
lúrgico, Frederick Winslow Tay- na a vapor (1776), Faraday, in-
lor foi, acima de tudo, e antes
ventor do dínamo (1831), Gra-
de tudo, engenheiro-sociaL Mais
ham Bell, inventor do telefone
do que isso: inventor sociaL A
Administração Científica (Scien- (1876), e Edison, inventor do fo-
titia Management) , cujos prin- nógrafo, da lâmpada elétrica e
cípios descobriu e formulou, par- de mil outras coisas.
tindo da análise do trabalho na As idéias de Taylor afetaram
intimidade das fábricas, repre- de tal maneira os costumes, a
senta uma das grandes inven- produção e distribuição de bens,
ções sociais de todos os tempos. convenções e valores do povo
Com efeito, Taylor emparelha-se americano, que seria impossível
com os maiores inventores que isolar e identificar, em tôda a
se notabilizaram no campo so- extensão e em tôdas as reper-
cial, como Robert Owen, cria- cussões, o volume e a intensi-
dor do cooperativismo, Florence dade de sua influência. Se há
Nightingale, criadora da Cruz nos Estados Unidos de hoje, --
Vermelha, Zamenhof, inventor na agricultura como na indús-
do Esperanto, e outros da mes- tria, nas repartições públicas
ma familia. como nos escritórios, consultó-
Se qUlsessemos buscar, no rios, escolas e outros locais de
campo da Física, da Química e trabalho, - um sentido orien-
da Termodinâmica, figuras cujas tador da busca de eficiência e
invenções influíram no desenvol· uma preocupação dominante com
11 CADERNOS DE ADMIl\'ISTRA(AO P(1BLICA
(1) Lief, Alfred, The Social and Economic Views of Mr. Justice Brandeis
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1(j CADERT\OS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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vraria José Olympio Editôr:l. 10~1), pp_ lG:H:_
lad(7)Jhio
nova pr(l fL;.:;~lO,
COllslIlIinq E';rjillccl'
SystcnJali::in,'l ~7lC\l) í iunrtJJc)JlpntJ
o r,:'~i'.-H' :~(" ".'heJl 'r d(l (1ivid(Tl" ~-,;~té(;~l, d~1 ~':[~;).?t:.'ia rr)ost:'·:~.
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Hill Book CO., Inc_. 1924), p. XL
(12) Taylor, F.W .• 8cientiJic Managcm"nt, p. 288_
P/,( n (Sistema de Gerente' Mu- tões cientificas (' progressistas
,I icipal), qw' sw'giu em Galves- do Sistell12 Taylor. Aprender a
:on, Est;:ulo do Texas, em ]908, trabalhar -- eis um problema
pos Estados Unidos, c de lú se que as autoridades soviéticas
propagou pJl'a " resto do país, nevem apresentar ao povo em
assim como p".ra outros países tôda a sua extensão. A última
do mundo, palavra do capitalismo a ésse
A essConcia da Administraçtío respeito - o Sistema Taylor ----
Científico, a suma dos princí- como tôdas as medidas progrf's-
pios tayloristas emana da cren- sistas do capitalismo, reflete a
ça de que hú oc'empre um modo refinada crueldade da explora-
melhor' dC' l'ealizal' qualquer ção burguesa, mas ao mesmo
operação ou movimento. O cri- tempo oferece realizações cien-
tério p8ra a determinaçúo da tificas do maior valor, para eli-
superioridade do método adota- minar os movimentos supérfluos
do eomo norma é o critério do e inúteis, determinar os méto-
])] ínimo meio econômico. Uma dos mais corretos de trabalho,
operação executa-se tanto mais os melhores sistemas de conta-
C' ficieni ('mente quanto menores bilidade e contrôle, etc. A pos-
forem, em têl'mos de tC'mpo, ma- sibilidade do socialismo será de-
terial. PSp~lC:O, pensamento e es- terminada pelo nosso êxito em
fôrço físico, os recursos necps- combinar o govêrno e a organi-
5ários pa l'a lp\-ú -la a eft'i to. zação soviéticos com as últimas
Pouros países tcrüo ficado conquistas progressistas do ca-
imunes ao influxo do Tayloris- pitalismo. Devemos introduzir
mo. Ao tratar da administração na Rússia o estudo e o ensino
<1a Rússia, por ('xemplo, em ar- do novo Sistema Taylor, hpm
t igo intitulado "Os Problemas como a sua experimentação f'
Urgentes do Govêrno Soviêtico", adaptação sistemática." (13)
publicano no Pntl'd1 l, a 28 de Stalin, por sua vez, em con-
abril de 19]3, Nicolau Lenin fêz ferência pronunciada na Univer-
a apologia aberta do Taylorismo. sidade de Sverdloff, em abril
"Devemos experimentar - es- de 1924, sôbre os Fundamentos
creveu Lenin --- tôdas as suges- do Leninismo, declarou:
Sciel1iijic 111:;IUglIllCI?/ i.f IlOi :!lly ejji«'lIcy dCI'he, 110/ I' del'ic!:
of (wy ki!ld for Jemring ufliciulCY; !lO}" ir il (111)' bll11cb OI" gl"01lp Df
,fliciclJcy del/iceJ. lt ÍJ no/ (/ IICII' JJl/um of figtll'ing CaJU; il is 110t
ti lIezu JcbclJIC oj ptI)'ing 1IIUI; il ÍJ llO! c/ pieceU'ork s)'Jtem; it is 1I0t
del'iceJ, if !bl:)' tire re,z/!y del'icCJ t!J{z! lIlilke for efficieJl{)'. 1 beliele
in !belll; 1m! tI'bel! l:illl ellljlbdJiziJlg i.r Ihl! IbeJe del'icl:J in UJbole
OI' ill prJl't IIr!: Jlot Jcicnlijic Jllllllizgelllclll; Ihey (ire l/reful ac/jtltlels
HENRI FAYOL
COIIIJJlU bu.lllco!ljl {((/!Ilre.r richeJJI!J eJlcore Íml!i/iJét!J, il y:l !llle
éJlI!rgie cldmilliJ/rtllÍre, rép'lIldlle li l'é1i1t lo/Iellf, CIl qU(!IIlité comidé-
1'c!ble, dclllJ I'bllJllcllú/é fUlIt ellfiere; ce JOllt des forces notlvelles à
dég(lgef, deJ bicnJ ri mel/re eJl l'r!lr:1/f.
IlENRI FAYOL
clusive SUl' l'cnsemble des su- grupo de países, Fayol não teve
bol'donnés, dont chacun a, dans maior rcpercuss50 no repertó-
le domaine qui lui cst assigné, rio técnico brasileiro. Suas idéias
pleins pouvoil's SUl' ccux qui tornaram-se mais ou menos co-
sont sous ses ordres. La base nhecidas no Brasil, porém nào
de cette organisation est donc lograram deitos tangíveis nas
l'unité de commandcmcnt et pr[üica s administrativas.
l'unité dc direction. Lcs opéra· IIoje. como antes, continua-
tions auxquclles dO!1lwnt lieu mos a transgredir calmamcnir',
Ies entreprises peuvent se ré- lIa rlinâmica das repartições pú-
partir el1 cinq gl'oupes: 1," bJic:as e emprêsas privadas, to-
opérations techniriues; 2." opéra- dos os princípios administrati-
tions commerciales; 3.'" opéra· vos de l"ayol. No serviço públi-
tions financicres; 4.° opérations co, por r'xemplo, ninguém pensa
de sécurité; 5.? opérations dc em f'limillar os incapazes e 1'a-
comptabilité." (27) l'ament<, os interêsscs gerais pre-
Viram? Afirma o Laroussc valecem sôbre os lllterf'sscs par-
que, segundo Fayol, as opera- ticulares.
ções ocorrentes nas empresas se Tome-se, ao acaso, qualquer
dividem apenas em cinro gru- dos cat{))'ze princípios de admi-
1'08, os enumerados acima. Omi- nistra~'ão, assim como qualquer
te precisamente o sexto grupo, dos dezesseis deveres adminis-
indicado por Fayol - o das 01)C- trativos de Fayol, e e~(élminc-~(',
,'nções aclminisfmtivCl.') -~- essên-
à luz dêles, o comportamenü, d<-
cia, origem, regra, medida e con- q\1alquer dirctol' executivo no
trôle elo Fayolismo! Dr'asil.
11 O F'A YOLISMO 1\ o BRA:~rL O obsp['vaLlor n:lo titu!Je,ll';'1
em concluir que o FuyoUsnw
Embora até os começos da ;-linda não deitou raízcs nas ins-
Segunda Guerra Mundial o Bra- tituições m!ministrativas bl'élSi-
sil estivesse muito mais sob a leiras.
influência cultural francesa elo Fayol demonstrou, além rk
quc ele qualquer outro país ou qualquer dúvida, que a 111('1110-
'J',mcliJ Ijl/C11I jJoilll de l'IIC tcdmi'f1lc l/1l {bel ilC .!':!1Ii',;i1 :I/!, r
col2tre cCI'l:iilleJ r'\~/fJ él:1blin .r:li2J ,i padre IOlll
(//1 jJOill1 de l/1e {Ii/millil/r.llif i! iill!'!/liúiJ/(!.'! /, I
LUTHER GULICK
JOSEPH CONRAD
Get dir!y, ge! U'c!, get cold, get b!mgry, ge! burt, gct brlrd
bll!, for b!?âl'CII'S s:lkc! get tbillgs dOJl(!.
CAMÕES
A - O HOMEM-MASSA fi: AS MINO- cuantas pobres abstracciones y
RIAS EXCELENTES que, por lo mismo, es identico
en todo el continente" (32).
Dos livros de Ortega y Gasset, O tema central do livro é,
La Rebelión ele las MasGs é o como se vê, a estereotipia de
que mais contribuiu para a in- comportamento do "hombre mul-
ternacionalização do prestígio titudinario", membro irresgatá-
do autor_ Trata-se de uma aná- vel do servum pecus, que pensa,
lise escalpelante daquilo a que reage, chora, ri, indigna-se, co-
Gasset chama "asfixiante mo- move-se, aplaude e condena de
notonia que va tomando la vida acôrdo com os cânones da mas-
en todo el continente" (29), em sa, incapaz de um gesto indi-
uma passagem, e "pavorosa ho- vidual autônomo.
mogeneidad de situaciones en Focaliza-se aí o mesmo fc-
que va cayendo todo el Occi- nómeno -- apenas agigantado
dente" (30), em outra_ O filósofo pela multiplicação das massas
espanhol faz a anatomia do nos tempos modernos -- que Ra-
"hombre-masa", "el hombre hoy belais havi8, satirizado no Pan-
dominante" (31), "tm tipo de tagruel. Um personagem desta
hombre hecho de prisa, monta- novela, Panurgo, ladrão ágil,
do nada mús que sobre unas destituído de qualquer resquício
(:'3) Gasset, J ".-,' 0' ;'-g-:l o'. Ln Rc/lcliúii de las li!asus (Buenos Aires, 1911).
p. 16.
(30) Ibidem, p. 10.
(~I) Gal's'1. !>}.I. I·il., p. 3:'.
(:lJ) Go.","(·t, op. clI., p. ]r.,
CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PtíBLICA
C{3) C(11J]ey, I.... l'ank, Frcdcriclc H'illSlolV Taylur (ll:'ll'pcr & Dl'uthcl's: Ncw
Yurk, 1923), I. p. 23.
TAYLOR E FAYOL 77
(36) Taylor, F, W.. "Tcstimollll bcjorc The Special HOllse Committee", I>z
Bcientijic Managernent (New York: Harper & Brothers, 1947), p, 29-80,
(37) Copley, Frank, Frederick Winslow Taylor, (New York: Harper &
Brothers, 1923), I p, 127
CADER,,,OS DE l\DMIl\'ISTRAC:ÃO PUBLICA
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(-13) \VillJoiô ,I. &: P. P. Vanuxun, 01' cit., pp. 17, 21-15, 67101; H"nri };'ilY()1.
O)l. c;t., IJ. Gl -6J_
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((-j~)) CuTjk:)-~, Yl'il U 1-;. CJ}J. cit., 1. 11 '\01., D. 12G.
102 CADERI\OS DE ADMIl':ISTRAÇAO PÚBLICA
n'o) LI' Ch:_ll.'1i!'l', íl(·ul'y. r_c 'l'oJ/lcu'i.';})lr (Dul1od, Paris, 1928) pl'vf:u:io, p. VIL
(,1) Ut"wicl.;:, L. "Tll" Yllndion of Aclmini:;;tl'nU(lI1" in p(f]JCl':J OH lhe i~(';('nc(>
nf Acl)}l'i1i.'itmiir)ll (NC'w YOl'k, lD37), p, 12:1.
TAYLOR E FAYOL 103
de rendimento. Fayol, que che- Talvez haja sido pela sua ex-
gou muito mais cedo do que Tay- traordinária capacidade de ge-
lor a postos de comando, teve neralizar com lucidez, isto é, de
como ponto de observação o ápi- ver longe, que Fayol formulou
ce da hierarquia administrativa, principios e doutrinas mais am-
o ambiente da chefia executiva. plos do que os de Taylor. 1!:ste
Partindo da unidade mais sim- sustentava que os princípios
ples, o trabalhador, Taylor acer- tayloristas eram suscetíveis de
aplicação proveitosa a tôdas as
ca-se progressivamente dos pro-
blemas mais complexos de orga-
indústrias. Fayol, mais inclusi-
vo, sustentava que a Adminis-
nização e divisão do trabalho e
tração, como a Matemática e a
das relações entre o empregado
Língua Pátria, é conhecimento
e o empregador. Partindo do ex-
essencial e deve ser ensinado
tremo oposto, ou seja, da chefia
executiva, Fayol evoluiu em sen-
em todos os níveis. O sistema
de Taylor conduz à formação de
tido inverso, sem haver contudo
especialistas em administração.
chegado à periferia.
O de Fayol, à de administrado-
O esfôrço de teorização de res·gerais ou generaZistas de
Fayol foi muito mais bem su- administração. Fayol acreditava
cedido do que o de Taylor. Aliás, ser possível ensinar administra-
a construção teórica de Fayol, ção, desde que houvesse um cor-
apesar de inacabada, tem resis- po de doutrinas pertinentes; e
tido galhardamente a tódas as lilnçou mãos à obra para ela-
tentativas de dissecação. O pró- borar uma doutrina e um com-
prio POSDCORB, vulgarizado pêndio.
por Gulick em 1935, para carac- A preparação de um compên-
terizar e descrever o trabalho dio sôbre a administração cien-
da chefia executiva, nada mais tífica jamais interessaria a
representa do que uma aplica- Taylor. A mentalidade de Tay-
ção da análise funcional de lor era exatamente o oposto da
Fayol. (72) mentalidade acadêmica, que ten-
C,O) Idem.
opor a Tayloi', limitando-se a emprêga na Midvale Steel Ca.,
repetir o que pertencia à sabe- recomeçau, aí também, a sua
doria dos povos. carreira como simples operúrio,
Fôra de esperar-se que Fayol no meia das oficinas, ombrO' a
Il~asse, para refutar o principio ambra cam as demais aperúrios
('O comando funcional IHlíUiplo, braçais.
argumentos igualmente revolu- Tal circunstância deu-lhe, de-
l'ionúl'ias, inspirados par expe- certo, uma compreensão profun-
l'ii'ncia novas. da das inclinações, peculiar'ida-
Esta, aliás, a diferença mais des e pontos de vista da opel't\-
inequívoca das que existem en- rio que aluga a fôrça física e a
l re os dois. Estabeleceu-a a pró- capacidade de trabalho para ga·
pl'ia Fayol, opanda-se aberta- nhar a vida. O Sistema Tay-
mente aO' seu calega americano. lor trazia como um de seus objc'-
Se Fayol tivesse percebido a fe- tivos duas conquistas francamen-
cundidade e a lógica irresistí- te favoráveis ao trabalhador, a
vel da camando funcional múlti- saber; a eliminaçãO' de movi-
1J70, certamente seu mérito coma mentos fatigantes e o aumento
iniciadar de escola seria muito dos salários, embora estivesse
D1aior. também condicionado ao aumen-
1. 1vlenlulidacle patrol/al c mCI/-
to da produtividade, único dis·
falid'Tde operária
tintivo capaz de tornar o sistema
EX:'cminados em suas ações e aceitável por parte dos patrões.
r(',l(;,5~'sprofissianais, Taylor e A circunstância de começar a
Fayul apresentam-se, o primeiro, ganhar a vida coma trabalhador
,mo pertencente à classe 01.w- braçal -- cama subardinado e
),ziria, e o segundo como mem- nãO' subordinante, - em pé de
hro da classe patranal. Apesar igualdade com legítimos repre-
de descender de família abastada sentantes da classe operária, dei-
c rle hilver êle próprío acumu- xou impressa na personalidade
l:tda fartuna razaável, Taylor, de Taylor, inclelevolmente, a
talvez levado par uma inclina- identidade do trabalhador.
çãO' ilTC'sistível, iniciou sua vida Sabemos que Os sindicatos ope-
c')ma siJ1lpks aper{lrio, e depois [;"trios nos Estados Unidas fo-
de haver galgado a pasiciío ele ram os primeiros a se insurgi·
"pc)'::, rio qualificada, élcci tcllldo rem contra o taylorismo, dan-
'J A Y L O R E FA Y OL lO')
ser profeta na própria terra, en- Nothing succeeds like suceS8 ...
quanto vivo, do que FayoL Che-
gando à profissão de engenheiro Contudo, o mérito extraordi-
pela via inortodoxa da autodidá- nário, único, de Taylor, só veio
tica, graças a estudos in absen- a ser reconhecido e proclamado
tia, Taylor nunca logrou o aprê- amplamente, nos Estados Unidos,
ço sem reserva dos engenheiros depois da morte do fundador, no-
acadêmicos_ Mas, os triunfos tadamente a partir de 1921, quan-
espetaculares que obteve no cam- do a Sociedade para o Avanço
po da engenharia-mecânica abri- da Administração Científica foi
ram-lhe as portas da Sociedade transformada em Sociedade Tay-
Americana de Engenheiros-Me- lor, uma das muitas homenagens
cânicos, à qual apresentou, sis- prestadas à memória do grande
temàticamente, sob a forma de engenheiro americano.
comunicações, os resultados de Os sucessos que Fayol obteve
suas experiências, tanto no cam- na França foram muito menos
po da engenharia prôpriamente acentuados. Em nenhuma época,
dita, quanto no campo da enge- durante a sua vida e depois de
nharia humana. Se bem que es- sua morte, o Fayolismo conse·
sas comunicações hajam obtido guiu por parte da elite francesa
apenas modesta repercussão no mais do que um reduzido e dis-
seio da sociedade, Taylor chegou creto aprêço. O Fayolismo triun-
a presidente da mesma em 1906, fou menos na França do que o
conseguindo, assim, senão ore· Taylorismo nos Estados Unidos
conhecimento real de seus pares, - sob todos os aspectos. Na
pelo menos o reconhecimento ofi- repercussão das obras escritas.
cial do órgão de classe. Por ou- Em o número dos prosélitos.
tro lado, as honrarias profissio- Nos artigos de imprensa e nos
nais que recebeu sob a forma discursos acadêmicos. O próprio
de altos salários e royalties te- govêrno francês, que em 1918,
riam certamente contribuído pela voz do Primeiro-Ministro
para recomendar Taylor ao aprê- Georges Clemenceau, já havia
ço do povo norte-americano, um tomado conhecimento e feito a
dos traços de cuja psicologia é apologia do Taylorismo, só mais
aplaudir os homens que triun- tarde, após ter a Bélgica reve-
fam financeiramente na vida: lado interêsse pelas idéias de
116 Cl\DERl\'OS DE ADMIl\'lSTl\AÇÃO PCBLICA
SOBRE ADMINISTRAÇÃO :
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SOBRE ADMINISTRAÇÃO
Administra/ion ind'llstTielle et générale; prévoyance-oryan;w: iOH c011i1lUlJl{lc1I1Cl1f-
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EM ESPANHOL:
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EM FRANC:t1:S:
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CUEVALIER, Jean, "La doctrine de Fayol", L'organisation d" travail. Paris,
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WILBOIS, J. e P. Vanuxen. Essai sur la conduite des affaires et la direction
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Paris, Payot, 1920,
"FAYOL, Henri", Larollsse du XXe siecle. Paris, Llbr. LarOl,sse, 1930. t. 3e.
SEGUNDA PARTE
INTRODUÇÃO
TAYLOR E O DESPERDlCIO
PAULO AClOLI DE SlÍ
PAULO ACIOLI DE SA
2) FR13DERICK WIKSLOW 'l'nwR, Shop lVIanage1llent (New York, 1911), pp, 96-146,
TAYLOR E fAYOL 149
8IBLJOGRA1!'IA
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'J'AYLOn, FnEDF}HICK 'WIN;or,OW, Shon Mana,rJcment (Nrw York, lDll),
pp. 92 e 99-146_
CAPíTULO IV
3. V desenvolvimento e utiliza-
- veria começar pelos serviços in·
ção das potencialidades do dustriais do Estado, seguindo-se,
fator humano pela sua após, o ciclo das entidades au-
educação sistemática; tárquicas, os serviços públicos
4.. - cooperação estreita e per- municipais e as próprias muni-
manente entre todos os cipalidades.
trabalhadores que inte- Gradativamente, sem precipi-
gram a organização, diri- tações, seriam posteriormente
gentes ou dirigidos". atingidos os diversos órgãos do
A aceitação universal da orga- Estado.
nização científica foi solenemen- Sem maiores sobressaltos, ter-
te proclamada em duas ocasiões se-ia, assim, operado uma legí-
diferentes: - a 1.', quando CLE:- tima racionalização, e o D.A.S.P.
MENCEAU, em 1918, reuniu os prestaria grande serviço à Na-
seus chefes militares e determi- ção se apressasse o movimento
nou-lhes o estudo e a aplicação renovador.
dos seus métodos; a 2.', também Da organização científica de-
em abril de 1918, quando NIKO- correm inúmeras vantagens que
LAI LENIN declarou: "Devemos a justificam, consoante a pró-
introduzir o estudo e o ensino pria doutrina de TAYLOR:
do Sistema Taylor, bem como a
sua experimentação e adaptação a) ampla utilização da pesqui-
sistemática". (2) sa e da experimentação co-
Não é temeridade afirmar que mo única base aceitável
para .a solução dos proble-
a formidável expansão indus-
trial da Rússia moderna muito mas administrativos;
deve à organização científica dos b) estabelecimento de padrões
seus serviços públicos; todos sa- de execução e contrôle do
bemos que o stakanovis1no é trabalho, tornando possíveis
um rebento precioso do Sistema a medição e a coordenação
Taylor adaptado às condições dos resultados;
e~peciais da União Soviética. c) o imperativo da cooperação
No caso brasileiro, a aplica- pelo reconhecimento de que
ção da organização científica de· uma entidade organizada só
(2) EDWARD HUNT, Scientitic Management since Taylor (New York: Me-
graw-HiIl Book Co., 1924), - "Introdução", p. XI.
TAYI.OR E FAYOI. 159
TAYLOR E FAYOL
CLEANTHO DE PAIVA LEITE
(~) H';"RI FAYOL. Lr~ P. '1'. '1'. : "L'Incapacité InuusÜ'ielle de l'Etat", p. 10R
CAPíTULO VI
Engenheiro c industrial.
Cargos exercidos: Diretor do Instituto de Organização e Racionalização
do Trabalho (IDORT),
Cal'gos atuais: Diretor da Associação Comercial de São Paulo, Membro
da Academia de Ciências Econômicas do Instituto de Economia,
Obras publicadas: Hurmonia da Vitb e a GUCl'l'U, O Brasil que nó.
queremos,
1. Graças ao conhecimento ci- titucionais e evolutivos no longo
entífico e tecnológico hodierno, processo de seu desenvolvimen-
é facultado ao investigador es- to até nossos dias. E é então
tudioso traçar e indicar, retros- que a figura singular de FREDE-
pectivamente até às origens re- RrCK V/rNSLow TAYLOR aparece
motas, operações, materiais e magnífica, como um marco in-
processos que finalmente resul- confundível das novas idéias e
taram em dado produto_ Mas, novas técnicas.
para isso, é condição necessária Seu trabalho de semeador pio·
ser o objeto da investigação co- neiro ficou, como o de P ASTEUR,
nhecido e examinado em tôdas inacabado e irreconhecido duran-
as suas particularidades_ Assim, te sua vida, porque muitas se-
enquanto os aliados não apreen- mentes não tiveram tempo, ter-
deram uma bomba-foguete com- reno e clima propícios para ger-
pleta, com seu aparelho de pro- minar e crescer.
jeção, estavam impossibilitados 3. Como outros gênios da ci-
de reproduzir sua construção e vilização, TAYLOR viveu adianta-
funcionamento. Obtido, porém, do em relação à mentalidade de
o primeiro exemplar inteiro, em sua época, daí haver sido incom-
menos de um mês foi possível preendido, e até combatido, por
conhecer minuciosamente o que seus coevos. Pressentiu clara-
os alemães gastaram anos para mente o grande alcance de seus
estudar e aperfeiçoar. trabalhos mas foi modesto em
2. Anàlogamente, só o conhe- seu próprio prognóstico, talvez
cimento exato e objetivo do esta- pressionado pela resistência con-
do da indústria moderna pode seqüente da inércia intelectual
oferecer o reconhecimento e a dos homens ou pela oposição
avaliação de s'eus fatôres cons· dêl'es, justificada benevolamente
172 CADER~OS DE ADl\flNISTRAÇAO PÚBLICA
(1) HE"É VRIN.\T, L'Effort lndllslriel cf Social anx États-Unis (Paris: AllJin
Michel, Ecl., 1927), p, 12 :
"D'une f,,'~on
généroJe, on divise J'histoire économique des États-Unis
(,n trois périod('~: ler, La périocle de l'artisanat ct de la petite industl'ic
ju,c''lu'à 1830; 2i'mc La pél"iode de grande cxtcnsion indu,~trielle jusqu'en
1880; 3éme La pél'iodc de J'oJ'ganisation méthodiquc des usines de 1900
jusqu'à, nos joUl's."
(2) VICTO;' 3, CL.un, _.. ' Hisiory 01 Mal1l1laclu1'es in tlle Unitcd States - (Nl'w
y,,;'];: l\!('GrDw-Ifill Dook CUllljWny Inc" 1029), Vol. lI, p, 1.
TAYLOP, E FAYOL 173
1.er Pour montrer par une série d'exemples simples, la parte Immense
que le pays tout entier subit chaque jour, dans tous les actes de la vie;
2.eme Pour convaincre le lecteur que le reme de est dans une organisa-
tion systématique et non dans la recherche d'hommes extraordlnalres;
3.eme Pour prouver que la meilleure organisation est une véritable
science basée SUl' des rêgles, des lois et des principes blen définis; que
les principes fondamentaux d'organisation scientifique Bont applicables
à toutes les formes de I'activité humaine, depuls les plus simples de
nos actes individueis, jusqu'aux travaux de nos grandes sociétés qui
exigent la coopération la plus étudiée; que lorsque ces principes Bont
correctement appliqués les résultats obtenus sont remarquables."
(5) Ibid., p. 46 :
"C'était vers la fin de la longue période de dépression qui Buivit
la panlque de 1873 et les affaires étaient si mauvaises, qu'i! étalt Impos-
sible, pour beaucoup d'ateliers, d'obtenir des commandes. Pour cette
raison, il fut obligé de débuter comme simple manoeuvre à la journée
et non comme mécanlclen."
TAYLOR E FAYOL 175
c!fl todo,.; 0<.; ou! l'OS com;- t;lmell!o dl' c:1(1a I raha-
tantes". (17) lhadnr;
A descoberl a, n!llj unia- G." - A divisão das fUl1ç:õps ll(·
com (' direção exncullva. (]-.-sl il-
"f) \H'l'TT, (lns <1('os c10110nli- cilnclose :1quclaS que se
n~l(los elE' corle r;lpic1o, que entrelaçam usualmente,
pcrmitiram exlraordinú- rksdt' as dt> planejam n n1 li
l'los progrc:ósos nas indús- prévio até as da vPrifi·
: rias nwc:J nicas de cons- Cileüo da eX'ecl1(';io dei "r-
t cu('ão de rnúquü:n s; minada;
') " A técl,ica, postc]'icrm:-njc' "." - A ('s('olhil préviil e a pre-
d:'s('n\',)l,-;cl:! p:)1' (~TL
determina(:ão de padrões,
f'f~i:T1{. (la anóUsc ';1 cro-
tanto de iClateriais e pro-
dutos, ('omo (1t' pl'oepssos
I)l('1l1U;3 (' oj)eraç:õ('s ele'- e operaçi)cs 0xecutiv,1S, ,lo
lTlcn1arps dus Opt'r[ll'ios. n que I"('SU!tOll a proc1uç;lO
(,l\(' {ll'cpicioll a elimina- em série com granck b~ i-
(':'to dos atos inúteis; xa de custo;
,\ possibilidade da fixa·
8," Finalmc'nte. a sistemnti-
çüo, di~ modo objl'l ivo 'i.'
zaçiío dos princípios que
.iu~I(). do valor do traba-
regem a ol'ganÍzaçfio rlo
lho (' do respectivo salú-
trabillho, cstimubnr1n ~un
rir). eontribuindo assim
~plie~('flO g,'neralizada il
para melhor entendim('nlo
t ôc1as as il1ividac1es Im-
f'J] t 1'e a direção e a m:w-
manas.
(!('-( ilra daf: empl'i\;as;
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'TIl(' PriJu'iiJ[e,<.,' oJ ,-"':(";('I/':/i(' jT(u;U,(íCH/('lIl) ;'~('\V Y('I'~': ;1.11(1 L:llH]Ull: 1 IUl'pl'f
(illl~ H]'()liL'" J~,:~,l, 1/11 pp,
1);11·1 . .;: DEIl()(l, 182D, 117 pp.
n, 01(knbfJ{,u;;. Un:3, riG Jlp.
TERCEIRA PARTE
A TEOIUA ADl\IlNlSTRAT1\A
DE FAYOL
(';!q,!O ... t' ('omh~,iíp", t')d'r('Ídl)~: J~l'l'~idcnh: do D('pal'talll('nto Adlllil!l:::,tl":U-
\"u ()'l :--:i'l'\'ic:,) Pl,l)ij "> l' 1_> 1l1;-: .. 1}] ( irn Adrninis!l'ath'o do Presidí'llle da H0pÚ-
ldj,' t. i,'ll!:'::l,-Jf)l' I' }'I'I':::;jdl.l!(\ (j'l dos Servidores Civis da União,
1'-"-:';3ocia(~fio
IJ:ti:-...ada AIlIt'l'i(,<lIl:l,
('ar,t:"o~ atuai",: Pn';;irl"l1t· ti:! Fund:l(:30 Gdúlio Yarbas. Presidente d:1 Cp·,
li';' II di' I'~:·~ud(l~ Pr' ·\dl'1]1]!; tt';l1i\(l.' da I>J'('~id0nria da Hppü.hlj('~ p
\ 1 -}'r,,:-;id( nV' do fn,'(:lil:il !1I11':'1l:tr'Íollal di' Cj/'nC'iaH Artmini:::;tr:lti\'(lH d·'
J;lIIXI·!:"'",
Esta reuniã0 tem por fim 1110 chamada Té'Dl'ia Administra·
@xaltar a obra de HENRI FAYOL. tiVe!. Pcrscrutador atento e in·
A homenagem é merecida e fatigável, adotou e cultivou, du-
oportuna. Merecida, porque a rante 58 anos a fio, com uma
boa geréncia das emprêsas nú· perseverança di fícil de ser igua-
blicas e particulares envolve lada, o hábito ele tomar nota de
grandes interêsses humanos e, todos os fatos que lhe pareciam
como se sabe, a contribuição de constituir ent'raves à boa mar-
Fayol para a criação da Ciên· cha ela emprêsa industrial a que
cia Administrativa não encontra servia, a "Societé Commentry
paralelo na de nenhum outro Fouchambault", famosa na li-
europeu. Oportuna, porque a teratura sôbre a organização
necessidade de substituir, na di· científica do trabalho, justamen-
noção e funcionamento das em· te pela circunstância de ter sido
prêsas, os métodos rotineiros o campo de atuação elo genial
por métodos científicos, e os cnf~enheil'o francês.
critérios sentimentais por crité·
lios in te lec! uais, hoje constitui À medida que pl'ocurava re-
uma preocupação crescente da mover ou contornar cada emba-
cult lna hrasileira. raço surgido, Fayol ia multipli-
cando as experiências no domí-
Em princípio, tôcla análise ou nio técnico c, com especial cui-
clivuigaçüo das idéias de Fayol dado, no s('(or complexo, infini-
concorre para o progresso da 1"-mente mais delicado, da con-
Cipncia da Arlministração. Fayol rh1<,'ão de homé'ns. Como os re-
)1;10 foi apenas um precursor - ~u]ja(los cle suas ohsel'var:ões e
,',;i lall1hhll o arquiteto ele uma c'sjJl'l'it'J1cias se mostrassem ani-
doulJ'Ína completa, por êle mes· madores, pel'sC'verou nessa ati-
1 ('In
I,),)
ncm o con(rúlr das atividacks (' C()Ol'd('ll;1t:ÜO (' () <";)111 rôle, sem os
o "PLANEJAMENTO" NA TEORIA
ADMINISTRATIVA DE FAYOL
ALFREDO NASSER
T,'·enil'o de· AdnÜllL-;t l':lí~iil, (11) Df'J):1.l'tmnrnto Adlninistrativo do SÚl'viç(/
púLlku.
(:a]'1.';os exel'<'Ído!-': D"lHltil.(ln ü antigo.. C5rnara dos DpTltÜados do Est[l(10
rl(' C'li:ís; Diretor do S(,l'vic;o dp DOClnnentar:ão UI) 1))\8 1); Senador Fropr.:ll
pp\o Estalln dI' COhí.d: .1\lc·rnhl'o di I C()ll~('lho Naci(J11al (1(' Ec()nomia.
<"argo aiual: Dt'!>ltLl,lq F','(lc!';l1 })()l' C(d:'l~::, f~lt'itl) soh n !eg('lHln dI) P:...Il'-
t ido Social Pl'ogJ'('ssi;:;la.
o que mais impressiona, no Eu dL,se um lJ[ano, preIeren-
pensamento de HFJNRI FAYOL, ao temente a uma política.
expor êle, inicialmente, a im- Fayol afirma: "o planejamen-
portância do planejamento, como to encontra uma infinidade de
o primeiro dos elementos de ad- formas e de ocasiões para ma-
ministração - não é a máxima nifestar-se: mas o seu instru-
em que recorda que "governar é mento mais eficaz é o progra-
prever", nem quando afirma que ma de ação."
"prever significa aí, ao mesmo
tempo, levar em conta o futu- Êste, que é a presença física
ro e prepará-lo", senão quando, do planejamento, constitui ao
sucintamente, diz apenas isto: mesmo tempo, diz o genial en-
"prever é já agir". genheiro, "o fím visado, a linha
De onde se deduz (onde quer de conduta a ser trilhada, as
que as coisas devam suceder etapas a vencer, os meios a em-
bem, no mundo dos negócios pregar; nessa planta do futuro,
públicos ou privados) que o pla- os acontecimentos próximos
nejamento não antecede a ação, aparecem com relativa nitidez,
porque, em si mesmo, êle deve tais como os imaginamos, e os
constituir o início da ação. acontecimentos remotos se es-
É dessa forma que se limita batem cada vez mais vagos. O
a incursão do imprevisto nas os- programa de ação é a marcha
cilaçõés do futuro. Quando o ela emprêsa prevista e prepara-
rsfôrço individual ou coletivo se da para certo período de tempo."
desenvolve segundo um plano, As capacidades são aquelas
isto é, segundo uma política, é l!1csmas a que drlO lugar os seis
óbvio que as possihilidades de ~~j'lIpOS ele o~)erações, com ênfa-
insucesso no empreendimento se ,se fOIte ênfase -- na capaci-
reduzem de muito. dade administrativa.
198 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
vil depende, ma:cinw pars, dos senhores, que andou, sem dú-
dirigent'es a que fôr confiada. vida, acertado quem propôs para
A teoria de Fayol repousa o fayolismo aquela definiçClo
grandemente sôbre êsse princí- que lhe assentou tão bem:
pio. E é por isso, senhoras e éi 1!Jna escola ele chefes.
CAPITULO V
IlENEDICTO SILVA
No tratamento, teórico ou prá- onknaçüo - - rema certamente
tico, desta matéria fascinante --, difícil, acima dos recursos de
a coordenação -- seja faculta- um modesto observador - que
do :lO expositor começar por me refiro, inicialmente, neste
unia referência à clareza de d2sambicioso ensaio, à clareza
p(,Tl.c;amento -- qualidade admi- (](' pensamento. Ao fazer a re-
];\\1ol e rara, característica da fe,'C'ncia, não tenho em mente
,,'(,"l1wleira inteligência, De fato, uma categoria de juízo, um con-
sr' coordenar é ajustar harmo- ccito abstrato -- mas determi-
nÍJ:"rrmente os esforços de qual- l'alIa .:7arez(( de pensamento: a
(juel' grupo de pessoas; se é (le HENRI FAYOL.
illl[\l'imir-Ihes unidade de ação,
A menção dêste nome nos
l!~11 a que se realize o propósito
conduz diretamente ao âma-
comum em que estejam em-
1;0 do assunto, pois que, segun-
penhadas, a clareza de pensa-
elo a teoria fayoliana, um dos
mento na concepção das idéias,
elementos centrais da função
na transmissão das ordens, nas
administrativa é a coordenação.
n']ações entre chefes, interme-
diúrios e subalternos, constitui Se, dentre os filósofos da admi-
condição essencial do intuito co- nistração científica, Fayol ocupa
Ol'c1enador. lugar culminante e singular,
pela sua penetração de pioneiro
Entretanto, não é para es- dnda não sobrepujado e pelo
tudar a importância do pensa- seu papel de fundador da Ciên-
mento claro na dinâmica da co- cia Administrativa,
222 CADERNOS DE AD1vfll'\lSTRACÃO PÚBLICA
(1) Administraci6n Industrial /I Genel'il/ ('l'rad. ('SP,; Buenos Aires, 1940). p. 19,
(2) Op. cit., p. 110.
TAYLOR E FAYOL 223
(9) Citado por Mihail Mal1ullesco, O Século do Corporatil'is)}1(), Rio. 1938, p. 2tl.
(lO) Idem.
TAYI.OR E FAYOL 229
(HJ Eell',dicto Sil\''', "En.'ain ,1" Anúli"c do EslC\,lo Moderllo", lU, Ruislfl
do SUTil,'f) Público .. l'P. 18 ~o.
(15) Ibidem.
TAYLOR E FAYOL 231
000020845
" "1//1111/11111" 11111 111/1 1111/111
ANOTAÇOES
PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO
DIRETOR EXECUTIVO
CONSELHO DIRETOR
VOGAIS: Eugênio Gudin, João Carlos Vital e José Joaquim de Sá Freire Alvim
SUPLENTES: Alberto Sá Souza de Brito Pereira, Jorge Oscar de Mello Flôres e
Rubens D' Almada Horta Pôrto
CONSELHO CURADOR
MEMBROS: Antônio Garcia de Miranda Neto, AntÔnio Ribeiro França Filho, Apolônio Jorge
Faria Salles, Ary Frederico Tôrres, Brasílio Machado Neto, Carlos Alberto Alves de Carvalho
Pinto, Cezar Reis de Cantanhede e Almeida. Celso Timponi. Francisco Montojos, Heitor
Campelo Duarte, Henrique Blanc de Freitas, Henrique Domingos Ribeiro Barbosa, Joaquim
Bertino de Moraes Carvalho, José Nazareth Teixeira Di .. , Jurandir Lodi, Mário Paulo de
Brito, Moacyr R. Alvaro e Paulo de Tarso Leal
*
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Caixa Postal: 4081 Telefone: 46-4010
RIO DE JANEIRO, D. F. BRASIL