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A luz é um dos principais fenômenos da natureza. A busca de compreender a sua natureza e o seu
comportamento atravessou séculos e séculos, gerando inúmeros debates entre os cientistas. Uma das páginas
mais importantes da história da Física foi a polêmica para descobrir se a luz é uma onda ou um corpúsculo.
Atualmente, a Física Quântica explica a luz a partir de uma dualidade: a luz é constituída de fótons,
partículas cujo comportamento tem natureza ondulatória. A luz é uma onda eletromagnética que se propaga
no vácuo com velocidade aproximada de 300.000 km/s.
Para o estudo da Óptica Geométrica, é suficiente admitir que a luz é uma propagação ondulatória, com
todas as características desse fenômeno. Neste capítulo, a propagação da luz será representada graficamente
através do raio de luz.
FONTES DE LUZ
Classificamos em dois tipos as fontes de luz. Todos os corpos que emitem luz própria ou que produzem
a luz que emitem são denominados corpos luminosos ou fontes primárias de luz. Exemplos: Sol, estrelas,
chama de uma vela, lâmpadas elétricas. Os corpos que não emitem luz própria e apenas refletem a luz de outros
são denominados corpos iluminados ou fontes secundárias de luz. Nesse caso são incluídos a lua, o quadro-
negro, o livro, a parede, etc.
Podemos classificar os objetos em relação ao seu comportamento diante da propagação da luz. Meios
transparentes são aqueles que permitem a passagem regular da luz. A luz atravessa esses corpos descrevendo
trajetórias bem definidas e regulares. Meios translúcidos são os que permitem a passagem irregular da luz. Há
uma difusão (espalhamento aleatório) da luz provocada pelas partículas desses meios. E meios opacos não
permitem a propagação da luz. Ao incidir em um meio opaco, a luz é parcialmente absorvida e parcialmente
refletida por ele. Não o atravessa.
Exemplos:
MEIOS TRANSPARENTES MEIOS TRANSLÚCIDOS MEIOS OPACOS
Ar atmosférico Papel vegetal Madeira
Água pura Cortina Metais
Vidro hialino Vidro leitoso Papelão
1) REFLEXÃO DA LUZ
O fenômeno da reflexão ocorre quando um raio, ao atingir uma superfície de separação, retorna ao meio
de origem. A reflexão da luz pode ser: difusa ou regular. A difusão da luz é o fenômeno que permite a
visualização de qualquer corpo. A cor que enxergamos de um objeto é a cor (freqüência) da luz refletida por
este objeto.
2) REFRAÇÃO DA LUZ
O fenômeno da refração da luz ocorre quando a luz passa de um meio de propagação para outro. Ao
ocorrer este fenômeno, a velocidade da luz muda, alterando a direção de propagação.
3) ABSORÇÃO DA LUZ
Quando um feixe de luz incide sobre uma superfície, uma parte de sua energia será absorvida,
transformando-se em outro tipo de energia (energia térmica). Este fenômeno é denominado absorção da luz.
PONTO-OBJETO E PONTO-IMAGEM
· Ponto objeto REAL é o ponto de encontro dos raios que incidem em um sistema.
· Ponto objeto VIRTUAL é o ponto de encontro dos prolongamentos dos raios que incidem em um sistema.
· Ponto objeto IMPRÓPRIO é quando os raios que incidem em um sistema são paralelos, tendo seu ponto
de encontro no infinito.
· Ponto imagem REAL é o ponto de encontro dos raios que emergem (saem) de um sistema.
· Ponto imagem VIRTUAL é o ponto de encontro dos prolongamentos dos raios que emergem de um
sistema.
· Ponto imagem IMPRÓPRIO é quando os raios que emergem de um sistema são paralelos, encontrando-se
apenas no infinito.
Exemplos:
3. A luz solar se propaga e atravessa um meio translúcido. Qual das alternativas abaixo representa o que
acontece com a propagação dos raios de luz?
4. Duas fontes de luz emitem feixes que se interceptam. Após o cruzamento dos feixes:
a. ( ) há reflexão do feixe menos intenso.
b. ( ) há reflexão do feixe mais intenso.
c. ( ) há refração do feixe mais intenso.
d. ( ) há refração do feixe menos intenso.
e. ( ) os feixes continuam sua propagação como se nada tivesse acontecido.
7. Duas bolas, quando iluminadas pela luz solar, apresentam-se branca e amarela. Essas bolas são levadas para
uma sala que não recebe luz externa, sendo então iluminadas com luz monocromática verde. Quais passarão a
ser as cores das bolas nessas condições?
d) luz branca.
9. Se um feixe constituído de raios luminosos paralelos entre si incide sobre uma superfície opaca e não-polida,
como mostra a figura, podemos afirmar que:
a. ( ) se a superfície for metálica, o feixe refletido é constituído de raios luminosos paralelos entre si.
b. ( ) sendo a superfície não-polida, os raios refletidos não serão paralelos entre si.
c. ( ) sendo a superfície opaca, não ocorrerá reflexão.
d. ( ) sendo a superfície não-polida, não haverá feixe refletido.
e. ( ) se a superfície tiver grande poder refletor, os raios luminosos refletidos serão paralelos entre si.
10. Uma estrela emite radiação que percorre a distância de 1 bilhão de anos-luz até chegar à Terra e ser captada
por um telescópio. Isso quer dizer que:
a. ( ) A estrela está a 1 bilhão de quilômetros da Terra.
b. ( ) Daqui a 1 bilhão de anos, a radiação da estrela não será mais observada na Terra.
c. ( ) A radiação recebida hoje na Terra foi emitida pela estrela há 1 bilhão de anos.
d. ( ) Hoje, a estrela está a 1 bilhão de anos-luz da Terra.
e. ( ) Quando a radiação foi emitida pela estrela, ela tinha a idade de 1 bilhão de anos.
11. Na figura abaixo, S1 e S2 são sistemas ópticos e P1 é uma fonte puntiforme de luz:
REFLEXÃO DA LUZ
LEIS DA REFLEXÃO
1ª LEI: “O raio incidente, o raio refletido e a normal estão contidos no mesmo plano”.
Exemplo:
Chama-se espelho plano qualquer superfície plana, polida e com alto poder refletor. A partir das leis da
reflexão, é possível obtermos a construção de imagens em espelhos planos. Para facilitar esta tarefa, não é
necessária a obtenção da imagem de todos os pontos de um objeto extenso. A partir das extremidades do objeto,
são traçados raios de luz em direção ao espelho. No ponto onde se cruzarem os raios refletidos (ou seus
prolongamentos) se formará a imagem.
Quando a imagem é formada pelos prolongamentos dos raios refletidos é denominada virtual. Quando a
imagem é formada pelos próprios raios refletidos é denominada real.
Exemplo:
1. Na figura abaixo, tem-se um ponto luminoso P, um espelho e um observador O. Trace um raio proveniente de
P e que atinja O.
2. Dois pontos luminosos A e B estão diante de um espelho plano E. Qual a distância entre o ponto B e a
imagem do ponto A?
5. Na figura abaixo, representamos uma fonte de luz F, um espelho E e cinco observadores situados nas
posições A, B, C, D e G. Quais desses observadores podem ver a imagem de F?
6. Em uma das paredes de uma sala, há um relógio de ponteiros no qual, em vez de números, há pequenos
traços. Na parede oposta àquela onde está o relógio existe um espelho plano. A figura abaixo mostra a imagem
do relógio nesse espelho.Observe a imagem e responda: que horas são?
7. Na figura abaixo, temos um espelho plano E e um objeto real R. Desenhe a imagem do objeto formada por
esse espelho.
8. Um ponto luminoso está colocado entre dois espelhos planos que formam entre si um ângulo de 45°. Calcule
o número de imagens desse ponto luminoso.
9. A figura F indica um ladrilho colocado perpendicularmente a dois espelhos planos, que formam um
ângulo reto. Assinale a alternativa que corresponde às três imagens formadas pelos espelhos.
ESPELHOS ESFÉRICOS
Denomina-se espelho esférico toda superfície refletora com a forma de uma calota esférica. O espelho
esférico pode ser côncavo (quando a superfície refletora for a parte interna da calota) ou convexo (quando a
superfície refletora for a parte externa da calota). Ao contrário dos espelhos planos, os espelhos esféricos são
sistemas astigmáticos, não formam imagens nítidas dos objetos.
No entanto, dentro de determinadas condições (denominadas condições de Gauss), a falta de nitidez não
é percebida pelo olho humano. São elas:
- O espelho deve ter pequeno ângulo de abertura
- Os raios incidentes devem ser próximos ao eixo principal.
- Os raios incidentes devem ser pouco inclinados em relação ao eixo principal.
Em espelhos esféricos que cumpram as condições de Gauss, o FOCO PRINCIPAL fica situado no
ponto médio entre o centro de curvatura e o vértice do espelho.
A partir dos conceitos apresentados, podemos identificar o comportamento de alguns raios de luz ao se
refletirem em um espelho esférico:
1. Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal reflete-se passando pelo foco.
2. Todo raio de luz que incide passando pelo foco reflete-se paralelamente ao eixo principal.
3. Todo raio de luz que incide passando pelo centro de curvatura reflete-se sobre si mesmo.
4. Todo raio de luz que incide sobre o vértice do espelho reflete-se simetricamente em relação ao eixo
principal.
Exemplos:
Utilizando as propriedades dos espelhos esféricos, construa as imagens da vela em cada uma das
situações abaixo. Relacione as características da imagem e o tipo de espelho esférico.
A) OBJETO ALÉM DO CENTRO DE CURVATURA – ESPELHO CÔNCAVO
F) ESPELHO CONVEXO
Através de dedução geométrica, podemos definir uma fórmula para a localização da imagem em um
espelho esférico e uma fórmula para o cálculo do aumento dessa imagem em relação ao objeto.
Onde:
p – distância do objeto ao vértice
p’ – distância da imagem ao vértice
f – distância focal
Convenção:
Considerando sempre o objeto real (p > 0), nestas equações temos:
espelho côncavo : f > 0
espelho convexo: f < 0
imagem real: p’ > 0
imagem virtual: p’ < 0
imagem direita: i > 0
imagem invertida: i < 0
Exemplo:
2. Nos espelhos esféricos côncavos, as imagens virtuais de objetos reais são sempre:
a. ( ) direitas e menores que o objeto.
b. ( ) direitas e maiores que o objeto.
c. ( ) invertidas e menores que o objeto.
d. ( ) invertidas e maiores que o objeto.
e. ( ) direitas e do mesmo tamanho que o objeto.
3. Um pequeno prego se encontra diante de um espelho côncavo, perpendicularmente ao eixo principal, entre o
foco e o espelho. A imagem do prego será:
a. ( ) real, invertida e menor que o objeto.
b. ( ) virtual, invertida e menor que o objeto.
c. ( ) real, direita e menor que o objeto.
d. ( ) virtual, direita e maior que o objeto.
e. ( ) real, invertida e maior que o objeto.
4. Um feixe de raios paralelos incide sobre a porção central de um espelho côncavo esférico, de grande raio de
curvatura, convergindo, após a reflexão, para o ponto P. O raio de curvatura do espelho vale, aproximadamente:
a. ( ) VP/4
b. ( ) VP/2
c. ( ) VP
d. ( ) 3VP/2
e. ( ) 2VP
5. Uma menina observa a imagem de seu rosto em um espelho esférico convexo. À medida que ela aproxima o
rosto do espelho, a imagem que ela vê:
a. ( ) aumenta de tamanho, mantendo-se sempre direita.
b. ( ) aumenta de tamanho, mas se inverte a partir de determinada distância do espelho.
c. ( ) diminui de tamanho, mantendo-se sempre direita.
d. ( ) diminui de tamanho, mantendo-se sempre invertida.
e. ( ) aumenta de tamanho, até certa distância do espelho, a partir da qual passa a diminuir.
7. Um objeto real está a 60 cm de um espelho esférico côncavo. A imagem desse objeto é real, invertida e se
localiza na mesma posição do objeto. A distância focal do espelho é:
a. ( ) 10 cm
b. ( ) 12 cm
c. ( ) 15 cm
d. ( ) 30 cm
e. ( ) 60 cm
8. Uma menina está a 20 cm de um espelho esférico côncavo e observa uma imagem direita do seu rosto duas
vezes ampliada.
a) Determine a distância focal do espelho.
b) Represente esquematicamente o espelho côncavo, o objeto e a imagem conjugada.
9. Um espelho côncavo tem um raio de curvatura igual a r, conforme indica a figura abaixo. Para projetar a
imagem de um objeto sobre um anteparo colocado na posição I, em que ponto deve ser colocado o objeto?
a. ( )P
b. ( )Q
c. ( )R
d. ( )S
e. ( )T
10. A figura abaixo representa um objeto O e sua imagem I formada por um espelho côncavo. O eixo do
espelho coincide com o eixo x, que está graduado em centímetros. Se o objeto for deslocado para a posição x =
1 cm, a posição de sua nova imagem será:
a. ( ) – 2 cm
b. ( ) – 1 cm
c. ( ) 0,5 cm
d. ( ) 1 cm
e. ( ) 2 cm