Por uma Vida Nao-Fascista
(Coletdnea Michel Foucault Sabotagem)
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Autor: Michel Foucault
Organizador: Coletivo Sabotagem
Titulo: Michel Foucault - Por Uma Vida Naio-Facista
Ano: 2004 i
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tA
Esta obra foi compilada pelo Cofetivo Sabotagem. Ela nto possui direitos autorais pode ¢ deve ser
reproduzida no todo ou em parte, além de ser liberada a sua distribuigo, preservando seu conteiido ¢ 0
nome do autor.XV-O que éa critica?
(Critica e Aufkiarung)”
Henri Gouhier - Senhoras, Senhoritas, Senhores, gostaria, de inicio, de agradecer
a0 Sr. Michel Foucault por ter inscrito esta sessiio no tempo de estudos de um ano muito
atribulado, jé que nds o tomamos, eu nfo diria um dia depois, mas quase dois dias depois
de uma longa viagem ao Tapio. E o que explica que a convocagio enviada para esta
reunitio to lacGnica; mas desse fato a comunicagdo de Michel Foucault ¢ uma surpresa e,
como se pode pensar que é uma boa surpresa, eu no farei esperar mais tempo ao prazer
de ouvi-lo.
Michel Foucault - Eu vos agradego infinitamente por ter me convidado a esta
reunido, frente a esta Soci
dade. Creio jé ter feito uma comunicag2o hé dez anos sobre um.
tema que era O que é wm autor?
Para a questo que gostaria de vos falar hoje, eu nifo dei titulo, O Sr. Gouhier bem
quis dizer a vocés com indulgéncia que é em fungo da minha estada no Japio. Para dizer
a verdade, é uma muito amavel atenuagdo da verdade. Digamos que, efetivamente, até
cesses tiltimos dias, por pouco nio tinha encontrado titulo; ou antes, tinha um que me
perseguia mas que eu nio queria escolher. Voess veriio por que: foi indecente.
Na realidade, a questtio que gostaria de falar a vocés, ¢ que quero sempre vos
falar, ¢: RMWZMEEMEAA Scria preciso tentar manter alguns propésitos em torno desse
projeto que no cessa de se formar, de se prolongar, de renascer nos confins da filosofia,
sempre préximo dela, sempre contra ela, as suas custas, na direglo de uma filosofia por
vir, no lugar talvez de toda filosofia possivel. E parece que entre a alta empreitada
kantiana ¢ as pequenas atividades polémico-profissionais que trazem esse nome de critica,
ime parece que houve no Ocidente modemno (a datar, grosseiramente, empiricamente, nos
séculos XV-XVI) uma certa maneira de pensar, de dizer, de agir igualmente, uma certa
relagdo com 0 que existe, com o que se sabe, o que se faz, uma relagio com a sociedade,
com a cultura, uma relagiio com os outros também, ¢ que se poderia chamar, digamos, de
atitude critica, E claro, vocés ficardio espantados ao ouvir dizer que ha alguma coisa como
Quiesice que le critique? Critique et Auflarung. Bulletin de la Société francatse de philosophie, Vol. 82,
‘n° 2, pp. 35 - 63, avnjuin 1990 (Conferéncia proferida em 27 de maio de 1978). Tradugdo de Gabriela
Lafetd Borges e revisto de Wanderson Plor do Nascimento.
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