Você está na página 1de 1

Ah quanta melancolia!

Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!

Que angústia desesperada!


Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada —
Deixai-os, que é tudo assim.

Sem sossego, sem sossego,


Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego —
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.

_______________________________________________________________________________________________

As coisas que errei na vida

As coisas que errei na vida


São as que acharei na morte,
Porque a vida é dividida
Entre quem sou e a sorte.

As coisas que a Sorte deu


Levou-as ela consigo,
Mas as coisas que sou eu
Guardei-as todas comigo.

E por isso os erros meus,


Sendo a má sorte que tive,
Terei que os buscar nos céus
Quando a morte tire os véus
À inconsciência em que estive.

Você também pode gostar