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COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS
Muitos anos se passaram desde a criação da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, firmada em 10.12.1948 até a Lei n° 9.455, de 7 de abril de 1997,
que define o crime de tortura no Brasil. Referida Declaração dos Direitos Humanos
prevê em seu art. V, que "ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou
castigo cruel, desumano ou degradante", entretanto não definiu o que seria a
conduta do crime de tortura.
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Ratificado pelo Brasil pelo Decreto n. 40, de 15 de fevereiro DE 1991.
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defini-lo, restringindo sua punição apenas para os casos de tortura contra criança ou
adolescente.
A Lei n. 8.072/90, que define os crimes hediondos, equiparou o crime
de tortura a hediondo, quando em seu art. 2º dispôs:
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
inicialmente em regime fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de
3/5 (três quintos), se reincidente.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Em 07 de abril de 1997, finalmente o legislador cuidou de definir o
crime de tortura através da Lei n°. 9.455, trazendo algumas variações da tortura,
considerando ainda como um crime comum, admitindo a sua prática por qualquer
pessoa, seja particular, seja agente público, este último sendo punido de forma mais
grave, senão vejamos:
Sujeito ativo - o crime pode ser praticado por qualquer pessoa, portanto trata-se de crime
comum. No caso de ser praticado por agente público, a lei dá um tratamento especial no § 4°,
punindo com um aumento de pena de um sexto a um terço, além de que a condenação
acarretar a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada.
A tortura-castigo é crime próprio, pois o sujeito ativo somente poderá ser quem possua
autoridade, guarda ou poder sobre a vítima (pai, tutor, curador, diretor ou funcionário de
hospital, colégio), enquanto que a sujeito passivo, somente pode ser pessoa que esteja sob a
autoridade, vigilância, guarda ou poder do sujeito ativo (filho, tutelado, curatelado, internado)
Comentário: aqui temos outra hipótese de tortura-castigo, praticada por agentes públicos,
pois o dispositivo fala em pessoa submetida à prisão ou sujeita à medida de segurança,
assim, trata-se de crime próprio, pois o sujeito ativo somente poderá ser quem detém a
custódia da vítima submetida à prisão ou medida de segurança. Ressalte-se que o sofrimento
por si só, relacionado à privação da liberdade, não constitui tortura, pois é resultante da
medida legal (prisão ou medida de segurança).
O crime em comento guarda uma semelhança com o crime tipificado na Lei n° 4.898/65
(abuso de autoridade), no seu art. 4°, b, que dispõe: submeter pessoa sob sua guarda ou
custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei, entretanto com ele não se
confunde, pois na tortura, a vítima deve ser submetida a um sofrimento físico ou mental,
intensa dor, enquanto que no crime de abuso de autoridade, basta que a vítima seja
exposta a vexame desnecessário, como por exemplo, exibir presos nus apenas com o fim
de humilhá-los.
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§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Comentários: responde pelo crime de tortura as pessoas que, tendo conhecimento de sua
prática, omitirem-se, deixando de apurá-los ou evitá-los. Na conduta omissiva de apuração, o
responsável será sempre uma autoridade, que seja competente para tanto. Já no caso de se
evitar a tortura, o sujeito ativo poderá ser não só a referida autoridade, bem como qualquer
outro pessoa que, de alguma maneira, teria condições de impedir a consumação do delito e
que se enquadra em uma das hipóteses do art. 13,§ 2°, do CP: "o dever de agir incube a
quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância; b) de outra forma, assumiu
a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco
da ocorrência do resultado".
O crime de omissão tratado no referido dispositivo (§ 2° do art. 1°), não pode se assemelhar a
crime hediondo, pois o legislador cominou pena de detenção, a qual possui o regime semi-
aberto, sendo que o § 7º da Lei de Tortura excepciona o crime de omissão previsto no §2º do
regime inicial fechado.
Comentários: São os casos de tortura qualificada pelo resultado (preterdolosa). Aqui, a lesão
corporal e a morte são conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que
age com dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal grave ou
gravíssima ou morte, resultados não pretendidos).
Assim, ocorrendo os resultados acima descritos, faz necessário demonstrar que o autor não
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. Caso contrário, responderá por tortura
simples e lesão corporal grave ou gravíssima, em concurso formal, ou por homicídio
qualificado pela tortura, art. 121, §2°, III, do CP, conforme a hipótese.
Comentários: No inciso I, a Lei refere-se a "agente público", sem defini-lo, portanto, a melhor
solução é considerar a disposição do art. 5° da lei n° 4.898/65, equiparando o conceito de
autoridade como agente público, ou seja aquele que exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
No caso dos crimes próprios que exigem qualidade especial do sujeito ativo, como sendo
agente público (art. 1°, § 1°), essa causa de aumento não deve incidir, sob pena de violação
ao princípio do ne bis in idem.
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No inciso II, temos uma causa de aumento de pena idêntica às circunstâncias agravantes,
previstas no art. 61, inc. III, "h" do Código Penal: contra criança, maior de 60 (sessenta) anos,
enfermo ou mulher grávida. Por se tratar de norma especial, quando da fixação da pena, o
juiz deverá abster de considerar tais circunstâncias como agravante e utilizá-las na terceira
fase da dosimetria da pena como causa de aumento de pena, atendendo o comando do art.
61, caput, que dispõe: são circunstância que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime.
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
No caso do inciso III, crime cometido mediante seqüestro, deve ser considerado o seqüestro
prolongado, uma vez que o arrebatamento da vítima por uma duração estritamente
necessária para a prática da tortura, ficará absorvida pela tortura.
Comentário: O Código Penal, no seu artigo 92, prevê os efeitos da condenação, entre eles,
a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo nos crimes praticados com abuso de
poder ou violação de dever para com a Administração Pública, exigindo-se declaração
expressa e motivada do juiz, a aplicação deste efeito. Já a perda do cargo, função ou
emprego público, bem como a interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada por condenação ao crime de tortura, não depende de declaração expressa, é
efeito automático da condenação. O STJ neste sentido se manifestou:
STJ RESP 700.468 [...] 4. A condenação por delito previsto na Lei n° 9.455/97
acarreta, como efeito extrapenal automático da sentença condenatória, a perda
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada. 5. Recurso conhecido, em parte, e improvido.
(REsp 799.468/AP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado
em 21.09.2006, DJ 09.04.2007 p. 290)
Assim, definimos graça como sendo um benefício individual concedido mediante provocação
da parte interessada, enquanto o indulto é de caráter coletivo e concedido espontaneamente.
Ambos os institutos são concedidos pelo Presidente da República (art. 84, XII da CF), que
podem ser delegados aos ministros de Estado ou ao Procurador-geral da República e
Advogado-Geral da União (Art. 84, par. único., CF). A CF/88, no art. 84, XII da CF, só tratou
do indulto, entretanto no art. 5° XLIII, menciona a anistia e a graça, sendo que a LEP, ao
tratar da graça, o faz como indulto individual (art. 188).
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
Em virtude do crime de tortura ser equiparado aos crimes hediondos, faz-se
necessário a combinação do § 7° do art.1° da Lei 9.455/97, com o § 2° do art. 2° da
Lei N° 8.072/90, para a definição do regime prisional aos condenados por crime de
tortura, cujo regime inicial será o fechado e os requisitos para progressão de regime
serão os mesmos dos crimes hediondos, ou seja, após o cumprimento de 2/5 (dois
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente,
além do bom comportamento carcerário, exigido pela Lei n° 7.210/84.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local
sob jurisdição brasileira.
Na segunda hipótese, em que o agente encontrar-se em local sob jurisdição brasileira, aplica-
se o princípio da jurisdição universal ou cosmopolita, pois o crime de tortura é reconhecido
pela comunidade internacional, ou seja, o bem jurídico tutelado é reconhecido como um bem
de natureza internacional, onde os interesses nacionais cedem diante do direito universal.
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Essa é uma tendência quando se trata de crimes que violam direitos humanos, sendo que a
tortura encontra definição no Estatuto de Roma, como crime contra a humanidade.
Ressalte-se que em 2004, através da Emenda Constitucional n° 45, tivemos uma alteração na
Constituição Federal, relacionada à competência para julgamento das causas que envolvem
direitos humanos, visto que foi acrescido ao art. 109, o inciso V-A, dispondo: "as causas
relativas a direitos humanos a que se refere o § 5° deste artigo", são de competência dos
juízes federais (art. 109 caput). E no § 5° dispôs: "Nas hipóteses de grave violação de direitos
humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal". Aqui temos
a Federalização dos crimes que violam os direitos humanos, tornando a Justiça Federal a
competente para julgamento das causas violadoras destes direitos, sendo que o § 5°, foi
apelidado de incidente de deslocamento de competência, o que vem sendo questionado junto
ao STF, pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB, através da ADIn n° 3486,
entretanto o STF, ainda não se manifestou.
Comentário: O crime de tortura praticado contra criança, com a redação da Lei 9.455/97, não
foi abolido, apenas deixou de ser crime pelo Estatuto da Criança e do adolescente, pois o
legislador preferiu unificar o tratamento do crime de tortura, aplicando-se a Lei de Tortura.
Infelizmente, o legislador não atentou para o teor do art. 9° da Lei n° 8.072/90 que pune com
maior rigor os crimes hediondos praticados contra criança, ou seja, a tortura contra criança é
menos grave do que um crime hediondo praticado contra criança, pois no caso da tortura a
Lei n° 9.455/97 prevê no seu art. 1°, § 4°, um aumento de um sexto a um terço.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1) ESCRIVÃO DE POLÍCIA SUBSTITUTO - 2008 - PC/RN - CESPE (questão 89). Em relação aos crimes de
tortura (Lei n.º 9.455/1997) e ao Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Lei n.º 9.807/1999), assinale a
opção correta.
(cód. Q25853)
a) Um delegado da polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está sendo
fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será responsabilizado
criminalmente, pois os delitos previstos na Lei n.º 9.455/1997 não podem ser praticados por omissão.
b) A Lei n.º 9.807/1999 não prevê a concessão de perdão judicial para o acusado que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e o processo criminal, mas apenas a redução de um a dois terços na pena
do réu que tenha contribuído para a localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto
da atividade criminosa.
c) O programa de proteção de que trata a Lei n.º 9.807/1999 é exclusivo para vítimas ou testemunhas
ameaçadas, não podendo ser estendido aos parentes destas, sob pena de grave comprometimento dos recursos
financeiros destinados a custear as despesas específicas de proteção.
d) A pena para a prática do delito de tortura deve ser majorada caso o delito seja cometido por agente público,
ou mediante seqüestro, ou ainda contra vítima maior de 60 anos de idade, criança, adolescente, gestante ou
portadora de deficiência.
e) Se um membro da Defensoria Pública Estado do Rio Grande do Norte, integrante da Comissão Nacional de
Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti -- país que não pune o crime de tortura -- e lá
for vítima de tortura, não haverá como aplicar a Lei n.º 9.455/1997.
2) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 82). Considerando que X, imputável, motivado
por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e
moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos,
queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na
figura típica do crime de tortura discriminatória. (cód. Q21623)
a) Verdadeiro
b) Falso
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3) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/RR - 2008 - CESPE (Penal, Questão 43). Em cada um dos
itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a
contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura.
43 - Daniel, delegado de polícia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada dos agentes de polícia Irineu
e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que havia sido detida, sob a acusação de porte de arma e de
entorpecentes. O delegado permaneceu em sua sala, elaborando um relatório, antes de lavrar o auto de prisão
em flagrante. Durante esse período, ouviu ruídos de tapas, bem como de gritos, vindos da sala onde se
encontravam os agentes e a pessoa detida, percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele
confessasse quem era o verdadeiro proprietário da droga. Quando foi lavrar a prisão em flagrante, o delegado
notou que o detido apresentava equimoses avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia guardado a droga
para um conhecido traficante da região. O delegado, contudo, mesmo constatando as lesões, resolveu nada
fazer em relação aos seus agentes, uma vez que os considerava excelentes policiais. Nessa situação, o
delegado praticou o crime de tortura, de forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá,
automaticamente, a perda do cargo. (cód. Q11183)
a) Verdadeiro
b) Falso
4) INVESTIGADOR POLICIAL - PCRJ - 2006 - CESGRANRIO (legislação Especial, questão 35). O Delegado de
Polícia responsável por uma delegacia surpreende outros policiais, seus subordinados, praticando crime de
tortura contra um preso. A respeito da situação narrada, assinale a afirmação INCORRETA. (cód. Q05316)
5) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 84). O crime de tortura é crime comum,
podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso
demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. (cód. Q21625)
a) Verdadeiro
b) Falso
6) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPRO - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 09). Sob
o enfoque da Lei 9.455/97, no crime de tortura: (cód. Q09234)
a) Verdadeiro
b) Falso
8) Defensor Público do Estado de São Paulo - SP - 2009 - FCC (Penal, questão 21). Em relação ao crime de
tortura é possível afirmar:
(cód. Q20632)
a) Passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988
que, no art. 5o , inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento desu- mano e
degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
b) É praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa ou em medida
de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que produzam stress, angústia,
como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome etc.
c) É cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal.
d) Os bens jurídicos protegidos pela 'tortura discriminatória' são a dignidade da pessoa humana, a igualdade, a
liberdade política e de crença.
e) É praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação ou de apurar a
responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão levadas a efeito mediante
violência ou grave ameaça.
9) 1º EXAME OAB2009 – MG - OABMG (Penal e Proc. Penal, questão 81). A Lei de tortura tem tipos penais
descritos que visam proteger o seguinte objeto jurídico:
(cód. Q22446)
a) o estado, devido aos abusos dos direitos constitucionais, principalmente os previstos no artigo 5º da
Constituição da República.
b) a administração pública, considerando que tal lei revogou os crimes de abuso de autoridade.
c) a vida, sendo inclusive, julgados pelo Tribunal do Júri.
d) os direitos à integridade física, psicológica e de cidadania da pessoa, inclusive a própria dignidade.
10) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 83). Se um policial civil, para obter a
confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal
injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento
não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime
comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. (cód. Q21624)
a) Verdadeiro
b) Falso
11) DOUTRINA EM GERAL (Penal extravagante). Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
I - Aplicar-se-á o disposto na Lei 9.455/97 (Lei da Tortura) ainda que o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
II - Se o crime de tortura for praticado por agente público, sua condenação acarretará a perda do cargo, função
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
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III - O resultado lesão ou morte deve ser a título de dolo para que fique configurado o crime de prática de tortura
qualificado.
(cód. Q25720)
Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem.
89 Considere que três policiais militares, denunciados por um cidadão por corrupção ativa, sejam excluídos da
corporação, após o devido processo legal. Revoltados com a denúncia, seqüestrem o denunciante e, durante um
breve espaço de tempo, imponham-lhe intenso sofrimento físico e mental, com a finalidade de vingança. Nessa
situação, a conduta dos três agentes caracterizará o crime de tortura, com aumento de pena decorrente da
privação da liberdade da vítima. (cód. Q24352)
a) Verdadeiro
b) Falso
13) DOUTRINA EM GERAL. O condenado a pena de detenção por crime previsto na Lei de Tortura (Lei nº
9.455/97):
(cód. Q25680)
14) DOUTRINA EM GERAL (Penal extravagante). Sobre o crime de Tortura, é INCORRETO dizer:
(cód. Q25714)
15) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/PR -2008 - PRÓPRIA (Penal, Questão 10). Analise as
proposições seguintes e, na seqüência, assinale a opção correta:
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental,
em razão de discriminação racial ou religiosa, configura crime de tortura, delito esse equiparado a hediondo.
II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, configura
crime de tortura, delito esse que admite a progressão de regime de cumprimento de pena.
III - Nos crimes de tortura incide causa de aumento de pena quando o crime é cometido por agente público.
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IV - Aquele que se omite em face das condutas tipificadas como tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incide nas mesmas penas a ele cominadas.
V - Nos crimes de tortura incide exceção ao princípio-regra da territorialidade, pois a Lei Federal nº 9.455/97
expressamente determinou a aplicação de suas disposições mesmo quando o crime não tenha sido
cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
(cód. Q11400)
16) AGENTE DE POLICIA - PCPE - 2006 - IPAD (Legislaçao Especial, questão 42). Após diligências policiais, foi
descoberto que Sérgio, junto com três comparsas, eram os principais suspeitos de fazerem parte de uma
quadrilha de roubo de carros que andava circulando pelo bairro de Santo Amaro. Preso, provisoriamente, ao
chegar à Delegacia, Sérgio foi colocado em um pau-de-arara, levou choque elétrico para que revelasse o nome
dos demais integrantes da quadrilha.
(cód. Q05391)
a) Os agentes da polícia civil praticaram crime de tortura contra Sérgio, não sendo um dos efeitos da
condenação a perda do cargo público de policial.
b) É certo que roubo de carro é crime agravado por si só.
c) Apesar de os agentes terem causado intenso sofrimento físico a Sérgio, aqueles não praticaram o crime de
tortura porque Sérgio efetivamente veio a confessar o nome dos demais integrantes da quadrilha. Ou seja, o
corretivo dado foi necessário e se mostrou eficaz.
d) Independente de qualquer delito que Sérgio e seus comparsas tenham cometido, os agentes da polícia civil
cometeram crime de tortura.
e) O crime de tortura é inafiançável, porém suscetível de graça, anistia e indulto.
17) AGENTE DE POLÍCIA - TIPO A - 2009 - PCDF - FUNIVERSA (questão 76). De acordo a Lei n.º 9.455, de
1997, que define os crimes de tortura, assinale a alternativa correta.
(cód. Q21805)
a) A condenação de agente público no crime de tortura não acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público nem a interdição para seu exercício.
b) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça, mas pode ser anistiado.
c) Se a vítima for brasileira, o disposto nessa lei aplica-se ainda quando o crime tenha sido cometido fora do
território nacional.
d) A pena do crime de tortura não aumenta quando é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de sessenta anos de idade.
e) Não é considerado crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental como forma de aplicar castigo pessoal.
Gabarito
1) R: Alternativa D
2) R: Falso
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3) R: Verdadeiro
4) R: Alternativa C
5) R: Verdadeiro
6) R: Alternativa C
7) R: Verdadeiro
8) R: Alternativa E
9) R: Alternativa D
10) R: Falso
11) R: Alternativa A
12) R: Falso
13) R: Alternativa D
14) R: Alternativa D
15) R: Alternativa C
16) R: Alternativa D
17) R: Alternativa C
Bibliografia:
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. São Paulo: Saraiva, 2010.
BECHARA, Fabio Ramazzini. Legislação penal especial (Coleção curso & concurso/coordenador
Edílson Mougenot Bonfim). São Paulo: Saraiva, 2005.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, Legislação Especial, v.7. São Paulo: Saraiva, 2012.
FRANCO, Alberto Silva; STOCO, Rui. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. São
Paulo: Editora RT, 2002.
LAZARINE NETO, Pedro. Código Penal Comentado e Leis Penais Especiais Comentadas. São
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