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MicroInversorMonofsico PDF
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net/publication/265377200
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Resumo— Neste trabalho é descrito o desenvolvimento de um arranjos fotovoltaicos, o que dificulta a instalação de sistemas em
microinversor monofásico para a geração distribuída de locais onde os módulos estão sujeitos a inclinações, orientações
energia elétrica com módulos fotovoltaicos. O microinversor azimutais ou incidências de sombras distintas.
é constituído de dois estágios eletrônicos de conversão: CC– O principal objetivo deste trabalho é descrever o desenvolvimento de
CC e CC–CA. Resultados de simulações e resultados um microinversor monofásico para sistemas fotovoltaicos modulares.
experimentais são apresentados e comprovam o êxito do O propósito deste inversor é realizar a conexão individual de um
projeto desenvolvido. Especial ênfase é dada à modelagem módulo fotovoltaico à rede elétrica de distribuição de baixa tensão, o
dos estágios de conversão e ao estudo das malhas de controle que permite facilmente a constituição de sistemas fotovoltaicos com
necessárias para realizar a conexão do sistema com a rede qualquer número de módulos e possibilita a maximização da energia
gerada através da individualização do MPPT, entre outras vantagens
elétrica.
dos sistemas modulares.
Palavras chave—Energia fotovoltaica, Conversores de O microinversor é constituído de dois estágios eletrônicos de
potência, Sistemas Fotovoltaicos conversão, sendo o primeiro um conversor CC–CC boost isolado e o
segundo um inversor CC–CA. O conversor CC-CC é responsável
pelo controle da tensão de entrada (tensão nos terminais do módulo
I. INTRODUÇÃO fotovoltaico) e pela injeção de potência no conversor CC-CA o qual,
Sistemas de geração distribuída baseados em módulos fotovoltaicos além de ser o responsável pela transformação da tensão contínua em
são bastante adequados para a instalação em qualquer local onde haja alternada, também é responsável pelo sincronismo com a rede
a incidência de luz solar. Os módulos fotovoltaicos convertem a elétrica. São apresentados resultados de simulação e experimentais do
energia da luz diretamente em eletricidade e são um modo muito funcionamento do microinversor. Especial ênfase é dada à
conveniente para o aproveitamento da energia solar. [1] Esta forma modelagem dos estágios de conversão e ao estudo das malhas de
de geração começou a popularizar-se no Brasil após a publicação da controle necessárias para realizar a conexão do sistema com a rede
resolução No. 482 da ANEEL – Agência Nacional de Eletricidade. elétrica.
Uma vantagem encontrada nos sistemas com módulos fotovoltaicos é
que estes são modulares, o que permite a realização de diversos tipos II. SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA
de arranjos para a adequação aos mais variados tipos de espaços COM CONVERSOR DE DOIS ESTÁGIOS
livres, telhados e fachadas. Todavia, estes módulos ou arranjos
necessitam estar ligados a conversores eletrônicos específicos para a Módulos fotovoltaicos tipicamente geram tensão contínua em uma
potência de cada módulo ou do conjunto de módulos, dependendo do faixa de 15 V a 40 V, dependendo do número de células
arranjo empregado no projeto [2]. fotovoltaicas existentes. Esta tensão não pode ser conectada
diretamente à rede elétrica, necessitando de conversores eletrônicos
Os módulos ou conjuntos de módulos geram energia elétrica em para o seu condicionamento adequado em amplitude, frequência e
tensão contínua, exigindo em seus terminais a presença de um forma. Existem na literatura [3-6] muitas topologias de conversores
conversor eletrônico para converter a tensão e a corrente contínuas utilizados para este fim. Neste trabalho utiliza-se um sistema
(CC) em tensão e corrente alternadas (CA) na frequência do sistema composto de dois estágios, um estágio CC–CC boost isolado com a
de energia elétrica local. As primeiras implantações de módulos
estrutura em ponte completa (full-bridge) para o controle da tensão
fotovoltaicos utilizavam sistemas centralizados de conversores, com
fotovoltaica e elevação da tensão de entrada e um estágio CC–CA
strings de módulos em série para obter uma elevada tensão e vários
strings em paralelo para obter uma elevada potência [3]. Os sistemas composto de uma segunda estrutura FB, que realiza a conversão de
centralizados apresentam problemas como perdas por condução nos tensão e corrente contínuas para alternada e conecta o sistema
cabos de alta tensão que conectam os módulos ao inversor, perdas fotovoltaico à rede elétrica de distribuição. Na Figura 1 apresenta-se
devido à centralização do algoritmo de busca do ponto de máxima o sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica através de um
potência (MPPT) [4] e ausência de flexibilidade na constituição dos conversor de dois estágios semelhante ao adotado neste trabalho.
Conversor simulações utilizaram-se dados do modelo matemático do módulo
Conversor CC - CC
CC - CA fotovoltaico KC200GT cujos parâmetros são apresentados em [1].
Para a definição do circuito equivalente real de um módulo
fotovoltaico necessita-se obter os valores das resistências série e
paralela equivalente. Para isto usaram-se os dados obtidos em [1].
C DC
PV TAF
C PV
Figura 1: Sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica com conversor de
dois estágios. Adaptado de [3].
Figura 2: Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica.
de irradiação solar sobre o módulo. A corrente e a tensão elétricas
geradas pelo módulo dependem destes dois parâmetros.
Consequentemente, o ponto de máxima potência do módulo
modifica-se de acordo com as condições de temperatura e irradiação
O circuito da Fig. 2 pode ser representado matematicamente pela solar. Os algoritmos de MPPT [8,9] são necessários para ajustar o
equação (1) a seguir [1], onde a tensão térmica do módulo ( VT ) com funcionamento do inversor e regular o ponto de operação do módulo
N S células associadas em série é dada por (2). fotovoltaico de acordo com as condições de temperatura e
irradiação. Neste trabalho utilizou-se o método de MPPT descrito
em [1].
V Rs.I V Rs.I
I Ipv I 0 exp 1
Vt.a Rp (1)
Id
B. Conversor CC-CC Boost Isolado em Ponte Completa
Neste trabalho foi escolhida para o estágio CC-CC a topologia boost
isolada com ponte completa (full bridge), apresentada na Fig. 5.
N S KT
VT (2) VL
q
L S1 S3
A resistência elétrica série do módulo é representada por RS e a D1 D3
Vi (3) T3 T4
Vo N
2(1 )
T1 T2 T3 T4
A Fig. 6 mostra o conversor CC-CC com variáveis médias e sendo Vdc Ig Vs
IC
Veq VT Vret Vo
-
CC
-
Lg representam, respectivamente, a resistência e a indutância da
linha de distribuição naquele ponto.
1:N
O elo de corrente contínua fica situado na entrada do conversor CC-
Figura 6: Conversor boost alimentado pelo modelo equivalente linear do PV.
CA, constituído fisicamente pelo capacitor de acoplamento entre os
dois estágios, que funciona como como filtro CA para a energia
dVFV V Veq I
FV L (4) (0.1)
proveniente do estágio retificador de saída do conversor CC-CC.
dt Req C Req C C
D. Modelagem do Conversor CC-CA
dI L VFV Vo
2d (5) A modelagem do inversor de frequência conectado à rede elétrica
dt L LN não incorpora a representação da carga local. Além disso, o elo de
corrente contínua foi dividido em duas partes, sendo o ponto central
Considerando Veq como uma perturbação, escreve-se o sistema em a referência virtual do conversor.
espaço de estados: Nas equações a seguir, as tensões Vt1 e Vt 2 representam as tensões
nos terminais do inversor de frequência, enquanto
dVFV 1
1 Vs1 e Vs 2 representam a tensão da rede elétrica de distribuição em
Req C 0
dt C VFV (6a) cada terminal do inversor. A função de transferência do inversor
2V d
dI L 1 IL o CC-CA monofásico, tendo como entrada a tensão terminal Vt1 e a
dt L 0 LN
corrente I inv como saída, pode ser deduzida como:
V
Y 1 0. FV (6b) sL RL
I inv s
Vs
Vt1
(7)
IL 2 2
A partir das equações de estados do conversor foi projetado um
sistema de controle utilizando-se a técnica de realimentação de Nesta função de transferência a tensão terminal do conversor
espaço de estados. O procedimento de projeto é descrito em detalhes aparece apenas como Vt1 , o que implica que apenas um braço do
na referência [10]. inversor de frequência será realmente controlado. O outro braço do
inversor, que possui a tensão terminal Vt 2 , será controlado de forma
C. Conversor CC-CA complementar.
O conversor CC-CA usado neste trabalho consiste em um inversor Sabendo que a potência do inversor é um distúrbio, despreza-se este
em ponte completa ligado a um filtro indutivo na sua saída, distúrbio e aplicando-se a transformada de Laplace encontra-se a
conforme mostrado na Figura 7. Conectado ao inversor tem-se um função de transferência do elo CC:
elo de corrente contínua, representado pela capacitância CDC. A
tensão no elo de corrente contínua fornece a referência de amplitude Vdc ²( s) 2
(8)
de corrente para o controle da corrente de saída do inversor enquanto Pdc ( s) sC
E. Controle do Conversor CC–CA
Vs
Vdc*
Vs/2 Vs/2
Vdc* ² Pref
+ -
+
Cv(s) Ig* +
Gc (s)
U +
m
+
U’ 2
LS Rl
Vdc* - -
Vdc ² Ig 0,5 0,5
165
Vdc E E
Vdc Sen
PLL
Vs
Figura 12: Controle da tensão fotovoltaica (VFV). Figura 16: Potência de entrada e de saída do microinversor.
Módulo CC-CA
Figura 20: Corrente de saída do inversor, injetada na rede (100 mV/A), e
tensão da rede elétrica.
V. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou o desenvolvimento de um microinversor
Figura 17: Fotografia do microinversor experimental. monofásico para a geração distribuída de energia elétrica utilizando
como fonte primária um módulo fotovoltaico. Foi realizada a
Na Fig. 18 apresentam-se as formas de onda da tensão fotovoltaica modelagem matemática dos conversores CC-CC e CC-CA. A partir
(curva 1) e da corrente injetada na rede elétrica, filtrada com um das funções de transferência desses conversores foi possível projetar
filtro digital do osciloscópio (curva 2) para eliminar as harmônicas os compensadores das malhas de controle, que permitiram o
de alta frequência provocadas pela modulação de largura de pulsos. funcionamento adequado do sistema. Foram obtidos resultados de
Observa-se que a corrente injetada na rede elétrica possui amplitude simulações e resultados experimentais, que comprovaram o devido
maior do que zero, o que significa que o módulo fotovoltaico está funcionamento do sistema desenvolvido para injetar na energia
injetando potência no conversor. Para a medição da corrente elétrica, na forma de corrente alternada, a energia proveniente de um
considera-se a divisão escala de 100 mV/A. módulo fotovoltaico.
VI. REFERÊNCIAS
[1] M. G. Villalva, “Conversor Eletrônico de Potência Trifásico para Sistema
Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica”, Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Tese de Doutorado, Campinas, 2010.
[2] S. Jiang, D. Cao, Y. Li e F. Z. Peng, “Grid-Connected Boost-Half-Bridge
Photovoltaic Microinverter System Using Repetitive Current Control and
Maximum Power Point Tracking”, IEEE TPEL, vol. 27, 2011.
[3] Q. Li e P. Wolfs, “A Review of the Single Phase Photovoltaic Module
Integrated Converter Topologies With Threee Different DC Link
Configurations”, IEEE TPEL, vol. 23, 2008.
[4] H. Ertl, J. W. Kolar e F. C. Zach, “A Novel Multicell DC–AC Converter
Figura 18: Tensão fotovoltaica e corrente elétrica injetada na rede de for Applications in Renewable Energy Systems”, IEEE Transactions on
distribuição (100 mV/A). Industrial Electronics, vol. 49, 2002.
Na Fig. 19 apresenta-se a tensão no elo CC (curva 1) e a corrente de [5] L. Galotto Junior, “Inversores Integrados Monofásicos Aplicados em
saída do inversor (curva 2). Observa-se que a tensão no elo CC Sistemas Fotovoltaicos com Conexão à Rede de Distribuição de Energia”,
permanece constante, mesmo com a injeção de potência do módulo Universidade Estadual Paulista (UNESP). Dissertação de Mestrado, Ilha
Solteira, 2011.
fotovoltaico.
[6] D. Cruz Martins, R. Demonti e I. Barbi, “Usage of the Solar Energy from
the Photovoltaic Panels for the Generation of Electrical Energy”, INTELEC,
Copenhagen, 1999.
[7] J. R. Gazoli, “Microinversor Monofásico para Sistema Solar Fotovoltaico
Conectado à Rede”, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Dissertação de Mestrado, Campinas, 2011.
[8] D. Carrijo Rezende, R. Sousa Ferreira, S. Camargo Guimarães Junior e J.
R. Camacho, “Uma Proposta de Técnica de Rastreamento de Máxima
Potência de um Módulo Fotovoltaico”, XVIII Congresso Brasileiro de
Automática, CBA, 2010.
[9] N. Femia, G. Petrone, G. Spagnuolo e M. Vitelli, “Optimization of Perturb
and Observe Maximum Power Point Tracking Method,” IEEE TPEL, vol. 20,
Figura 19: Formas de onda da tensão do elo CC e da corrente de saída do 2005.
inversor, injetada na rede elétrica (100 mV/A).
[10] L.R. Oliveira, P. S.Nascimento, T. A. S. Barros, M. G. Villalva, E.
Na Fig. 20 apresenta-se a corrente de saída do inversor de (curva 2) Ruppert, “Input Voltage Regulation of an isolated Full-Bridge Boost
e a tensão da rede elétrica (curva 1). Ambos estão em fase, o que Converter Fed By A Photovoltaic Device With The State-Space Feedback
Control Method”, Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência, COBEP,
acarreta em fator de deslocamento unitário e fator de potência 2013.
próximo de um.