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OBRAS DO AUTOR Direito Agririo, Reforma Agraria ¢ Colonizagio — 1975 Direito Agrario — Estudos — 1977 Vade Mecum Agrario (co-autor) — 1978 Curso de Legislacio Agraria — 1978 Legislacdo Agraria Vigente — 1984 Direito Agrario — 1995 Rafael Augusto de Mendonga Lima Professor da Faculdade de Direito da UFRJ Professor do Departamento de Ciéncias Juridicas da PUC/RY Direito Agrario 2 edicao, atualizada e ampliada Sey hss AVL 52 Oliveira Matos Advogados BIBLIOTECA AStS" [Sr RENONBRL, 99> Capitulo T Capitulo I Capitulo II Capitulo IV Da distribuigao da terra Secao I itérios Basicos; Secao Il Do imposto territorial rural; Secao III Do rendimento da exploracao agricola € pastoril e das indiis- trias extrativas, vegetal ¢ animal. Da colonizacio Secio1 Da colonizacao oficial; Secio I Da Colonizacao particular; Secio II Da organizagao da colonizagéo. Da assisténcia ¢ protecao a economia rural Secdo1 Da assisténcia técnica; Secio Il Da produgio € distribuicio de sementes € mudas; Secio III Da criacao, venda, distribuicdo de reprodutores € uso da insemi- minacio artificial; Secao IV Da mecanizagao agricola; Secio V__ Do cooperativismo; Secio VI Da assisténcia financeira ¢ credi- ticia; Sedo VII Da assisténcia a comercializagio; Secao VIII Da industrializacao ¢ beneficia- mento dos produtos agricolas; Secio IX Da eletrificagao rural e obras de infra-estrutura; Segio X Do seguro agricola; Do uso ou da posse temporaria da terra SecioI — Normas gerais; Seco II Do arrendamento rural; Secao III Da parceria agricola, pecuétia, agroindustrial e extrativa. 25. Fontes do direito agrario 25.1. Fontes do Direito Agrério positive Entende-se, usualmente, como “fontes do Direito” a | © costume, a jurisprudéncia, os principios gerais do Direito, aanalogia ¢ a eqiiidade. Mas, como ensina San Tiago Dantas”, esta denominagao dada as fontes “é tolerdvel, mas nao é recomendavel”, como ensina também José de Oliveira Ascengao™, ‘A lei € fonte para o juiz, ao dirimir um conflito de inte- resses, mas nao € fonte para a claboracdo de uma norma juridica, A fonte é a causa da lei, da norma, ¢, neste caso, podemos dar duas acepgdes ao vocabulo fonte: uma, a fonte a catisa ou a origem do direito subjetivo; noutra, é a origem do direito positivo, da norma e, neste sentido € que Savigny, citado por San Tiago Dantas”, “sustentou sempre que a ori- ‘comum do direito positivo ra a consciéncia popular (Escola Historica)". ‘No segundo sentido, o costume, a jurisprudéncia, os prin- cipios gerais do Direito, a analogia ¢ a eqiiidade so fontes do direito subjetivo, pois fazem parte da fonte essencial, que €a lei que dela decorrem. Para Roberto de Ruggiero™, fontes “em sentido técnico, entendem-se as formas em que 0 Dircito Positivo se realiza, ‘os modos como as normas de conduta recebem determinagao € carter coativo.” Acrescenta de Ruggiero: “Duas sio as formas em que 0 Direito Positivo se estabelece: ou pela repeticéo de atos semelhantes, realizada de um modo cons- ante e uniforme, pelo povo, € com a convicgio de sua necess dade juridica (costume), ou pela emanagao de um preceito uni- versal de parte dos érgaos do Estado investido da missio legisla- ery Caio Mario da Silva Pereira ensina, no entanto, que: “Nosso direito, como sistema escrito, enxerga doutrinariamente a fonte de dircito na elaboracao legislativa € reconhece ainda a 5 existéncia de outras modalidades de apresentagio do direito objetivo. Perfilhando essa nocio, a Lei de Introdugio ao Cédigo Givil (art 4°) declara que as fontes de dircito sao a lei, a analogia, ‘08 costumes ¢ os principios gerais do direito.” Assim, para o ilustre jurista, Caio Mario, a fonte do dircito assume a acepeio de fonte do dircito subjetivo € nao fonte do direito positivo. Alias, das acepgdes de vocibulo “fonte”, mio podemos esquecer as “fontes hist6ricas”, que estudam a origem dos institutos do direito positivo. No Direito Agrario, o estudo das fontes leva-nos ao mestre Vivanco™, que ensina: “Sie fontes do Direito Agririo os modos ¢ as formas por meio {das quais se estabelecem as normas juridicas agrarias, As fontes assim entendidas se dividem em fontes formas ¢ fontes materiais. As primeiras sio constituidas por fatos criadores da norma juridica agraria, isto é, da forma normativa especifiea que necessariamente devem revestirse das valoragdes ou convicgoes vigentes para passar a forma A ordem juridica agriria com 0 ‘cardter de normas juridicas obrigat6rias, AAs fontes materiais, por outro lado, s6 expressam uma tendéncia social a6 ato juridico; mas integram 0 ordenamento juridico agrario, quando assumem forma determinada, através dé um ato ‘ou de uma série de atos que constituem precisamente as chama- ddas fontes formais.” E preciso deixar claro que as fontes materiais nao tém efeitos juridicos, Elas sio a origem das normas, ou das fontes formais, ou leis. Tem-se, assim, também, em Vivanco, a distinc entre fon- tes do direito positive: (fontes materiais) e fontes do direito subjetivo (fontes formais). As fontes do Direito em geral, ¢ do Direito Agrario em especial, desta forma, devem ser estudadas em dois aspectos principais, a saber: a) como origem do dircito positivo; € b) como origem do direito subjetivo. 0 Direito Agririo presta-se muito para o estudo das fontes do dircito positivo agririo, especialmente no Brasil, alias, como todos 0s direitos econdmicos € sociais. = * 2.5.2. Fontes materiais do Direito Positive Agrario [As fontes materiais, ou do direito positive agririo, encon- tram-se principalmente na politica agraria, fe "Ea politica agraria que planeja a agao do Poder Puiblico " € dos particulares na atividade agraria. O Poder Piiblico pode estimular a producao de determinado produto (a cana-de-agit- car, por exemplo) ¢ desestimular, no pais, ou em regides, a jucdo de outros produtos (o café, no Estado do Parana). Além disso, compete ao poder ptiblico estabelecer os fins da politica de reforma (se esta for da sua conveniéncia) € da de desenvolvimento (sempre necessaria) . ‘Apolitica de reforma é um planejamento do Poder Puiblico objetivando a modificacao da estrutura agraria de um pais ou de uma regiio. Para que esse planejamento possa ser execu- tado, ha necessidade de uma acio administrativa € de ins tuigdes que possibilitem a execucio dessa politica. A lei, pois, € claborada para atender as exigencias ou necessidades do Poder Piblico, que Savigny chama de “consciéncia popular”, ‘sendo que, na verdade, essas instituig6es sio, muitas vezes, elaboradas contra essa consciéncia popular. As leis decorrem, portanto, da consciéncia do Poder Piblico, que tem 0 poder politico ¢ representa 0 poder econdmico, ou o “status quo” sécio-ccondmico do pais, nie importando qual o regime po- litico vigente. ‘As fontes materiais do Direito Agrario sto, portanto, os planos do Poder Publico relativos & produgao agraria. Essas fontes materiais geram as fontes formais, ou leis, que imporio— a vontade do Estado, por Ihe darem o poder de sangao ou coercao, no caso de sua inobservancia. Essas fontes formais sio fontes dos direitos subjetivos das pessoas, ptiblicas ou privadas, naturais ou juridicas, segundo 6s interesses do Poder Ptiblico, quer para dirimir os conflitos ‘entre essas pessoas, quer como orientagao de conduta no meio social. Isso fica evidente, no seguinte exemplo: quando alguém diz: tenho dircito de preferéncia a aquisicao do imével rural 7

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