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FERNANDO CAMPOS SCAFF Dados Enternacinais de Catalogo na Pubicacto (CIP) (Chmara Brasileira do Livro, SP, Brast) ‘Scaff Ferando Campos "Teoria peral do etabelecimento agri f Femando Campos Sef ~ Sto Put: Editor Revist ds Tabu, 2001 ISBN'SS-203.2135-X |. Dirito agro? Direit agrrio-Brait3, Empress aricolas Emre sas agrcolas- Brasil 5, Esabcecimento ascola 6. Estabelecimeno agricola Brasil L Titulo 1.556 cous7253 EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS {dices para catslogo sstemdtio: 1. Estabelecimentoapitio: Ditto aprivio 347.283 12 “TEORIA GERALDO ESTABELECIMENTO AGRARIO 4.1 As espécies de bens materiais, no contexto do estabeleci- mento. agritio. - mae 42. 0 fundo ristico eae 43. 0 fundo aparethado ~ Os instrumentos do estabeleci- Ment ABTA noses if '5. Os bens imateriais, componentes do estabelecimento agrévio SLO estabelecimento agritio, em superagio ao fundo apare- Thado... 52. Os snaisdinimivos do csabelecimento apo. 5.3 As patentes animais ¢ vegetais 6. As qualidades ¢ a protegio do estabelecimento agririo 61 0 iameso,como-guldade presente 0 esubelesimen- to agréio.. 2 62 A natureza juridica do aviamento.. 63. Os tipos de aviament0 ou. 64 © aviamento ¢ a cliente. 65. O exabeleimeno agro ¢ a concorncia 6.6 A circulagdo do estabelecimento agritio 7. Conelusdes BIBLIOGRAFIA na 116 27 139 139 3 133 161 161 16 m4 176 Is 186 191 201 O ESTABELECIMENTO NO CONTEXTO DA EMPRESA AGRARIA SUMARIO: 1.1 © estabelecimento: a projeglo patrimonial da empresa~ 1.2 Oconceito de estabcesimento agrrio 1.3 atu: {0 docmpresirio ~ 14 As finalidades econdmicss. 1.1 Oestabelecimento: a projegio patrimonial da empresa Oestudo sobre o instituto do estabelecimento coloca-se, des- de um primeiro momento, como a reflexio feita em relagio a um. dos elementos da empresa, qual seja aquele: de natureza patrimo- nial © instrumental, por meio do qual a atividade organizada e profissionalmente desenvolvida pelo empresirio poder aleangar ‘0s objetivos propostos. ‘Sobram razdes para que se reconheca como superadas as pers- pectivas que igualavam os conceitos de empresa e de estabeleci- ‘mento, wilizando-as indistintamente como expressdes sindnimas, niio merecedoras de qualquer esforgo desenvolvido no sentido de afirmar as suas evidentes diferenciagdes. Neste ponto, com alguma trangiiilidade indica-se como sen- do 0 marco de tal distingo 0 adventa do Codigo Civil italiano de 1942, na qualidade do diploma que primeira e estruturadamente promovew o reconhecimento legistativo de um insttuto que ji an- tes incentivava, por parte da doutrina, investigag das ¢ auténomas.' © Defato, a doutrins italiana de hé muito reconbecia, maisdo que a valida- de, a efetiva necessidade de que tal distingdo fosse realizada, MARIO 14 “TEORIA GERALDO ESTABELECIMENTO AGRARIO Apesar disso, ainda hoje nlo sao todos 0s ordenamentos jur- dicos que qualificam, de forma adequaca ¢ expressa, a nogo de empresa e, menos ainda, 0 instituto do estabelecimento como um elemento constitutive daquela,! lacuna que ainda se verifica, in- CASANOVA, emtrabatho realizado luz dos Cédig0s Civistalianosde 1865 1882 (Estudios sobre lateoriade a hacienda mercantltradusio, para oespankol por JOSE M. NAVAS, p.167),}imencionava que “como ‘estabelecimento carece de expressa repulagao juridica, as normas acle aplicdveisderivam de prine(pios gerais. Estes se referem regulagio das ‘unides econdmicas em gerale ao valor juridico objetivo que, emcertoas- pecto, hide se reconhecer ao destino econtimico especifico que se atr- tia umbem, quer dizer, nocasodo.stabelecimento ao destino dos bens para formar part dele". A partirde tai inspiagdes, portant, atribuem- ‘eos méritos pela iniciaiva de regulamentagdo da matéria ao legislador 1, 0s qua também foram reconhecidos por OSCAR BARRETO: FILHO (Teoria do extabelecimento comercial, 59). © Longe estamos de no mais sermos testemunhas da confusto de conce- tos que ainda hoje permanece sobre o tema e que witima, inclusive, auto- rizada doutrina. E 0 que se vé, por exemplo, em textos de lavra de ‘ALBERTO BALLARINMARCIAL (Derechoagrario,p. 486), que bas- ‘cam definiroinstituto da empresa com conceitos que concemem, mais ropriamente, ao estabelecimento,oque olevaautilizay,indistintamen- {e,osdois voedbulos. Comefeito, paraojuristaespantol ao definiracm- presa, es tase encontrava consttufda, antes de tudo, pela terrae demais elementos organizados para a producio: © principal elemento, pois, do cestabelecimento,é a tera, absolutamente indispensavel para que exista ‘stabeleciment.e empresa agra; dado, pois, prévio: de modo que ali onde se leve a cabo uma produgio agricola sem tera, como sucede nos cultivos de laboratéro ou os geopsinicos, al nao se poder dizer quehé ‘empresa agréra; ali onde haja, por exemplo,atividade pecuiria que nfo se apdie em uma fazenda, senio que se realize completamente desconectadade um fundo, tantoemum meio ural como dentro de una cidade por meio de rages natura, artificiais ou composts, ali nio ha- ‘et propriamente falando,atividade agrdria, Ondendohajaterra doh agricultura, segundoderiva da mesma aiz:da palavraagrétio”.Admiteo ‘mesmo autor, ainda, aimportineia de se fixara nogdo de estabelecimen- to, embora nio com a especificdade desejada, a0 reconhecer que “no cabe divida pois, de que no Direito espankolestéreconhecido 0 valor (OESTAMELECIMENTO NO CONTEXTO DAEMPRESAAGRARIA 15 clusive, em nosso sistema? apesar de se prever o fim iminente dessa situagio. ceconimico da organizagio inerente 4 exploragio agricola que inclu o valor do Direitosubjetivo de empresa objeto sobre o que reea, 05 ta- dicionais iurapraediorumcomoas servidoes eas éguas,acasa de raba- Iho outros iméveis destinados ao servigo do estabelecimento, asim como instrumentos produtivos que sejam pertengas dele, os frtos se- parados e toda clase de bens e direitos inerentes dexploragio" (ob. cit, 1p-496), Detoda forma ainda no tocante ao ordenamentoespanbol, pode- se entender que, apesar dessa evidente falta de preciso de conceitos,é possivelterporacolhido oreconhecimentode tal institute maquee siste- ‘ma uridico, Assimafirma ALBERTO GERMANO (L impresaagricola ne diritto spagnolo, p.276) baseando-se, para tanto, em "algumas nor mascodieisticas emis precisamente,noart. 1 532do Cédigo vil espa- rho!) ~oqualdisciplinaahipétese dequem venda‘alzadamente oen globo 2 toalidad decieros derechos, renta.oprodetos'-, oS recondado art. 1.056 do mesmo Cédigo = para o qual o testador pode dispor a individuagdo de uma ‘explotacién agricola, industrial fabri alémdo art. 928 do Cédigo de Coméreio — que prev “trapaso de la empresa” na hip6tese de faléncia da sociedade andnima. A tas artigos poderiam ser acrescentadas outrasdisposigdes, todas as quis dio a idéia de queo di- ora a organizagdo instrumental ao exereicio da atividade ceconsmiea, resultado unitirio do trabalho do empresério ecapaz de wm valorque nin dado peta soma dos valores das componentessingulares, «emais precisamente umaentidade que é por outro dada, experiencia de todos 0s dias conhece ser regularmente transmitida inter vivos emortis causa. Assim confirma, também, ANTONIO D. SOLDEVILLA Y VILLAR (La empresa agraria, p.73), para quem “o certo éque oes belecimento ea empresa io dois conceitos dstintos, ainda que intima- ‘mente relacionacos, pelo que poderiamos dizer, comUNA SERRANO, uc ocestabelecimentoagriio € 0 conjunto de bens com que oempress- rio agricola exereita sua atividade econdmica, que pelo demaisconsiste, precisamente, na organizago desses mesmos bens aos fins de seu apro- ‘eitamentoeexploragio. Neste sentido podria se dito que oestabe mento agrétioéprojeeo patrimonial da empresa agrria. Por stim, arrematando as nossas referéncias aos autores espanhéis, também FEDERICO RODRIGUEZ (Introduccién ena politica social -Ill,No- tas sobre la empresa, p-29) indica que no imbito deste sistema, pressio hacienda corresponde fandamentalmente 30 Direitoitaliano\

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