Você está na página 1de 57
de Servos om Informatica Lida, = Ana glo da Capa: Susan Hlizabeth Boling Roameues da Oretha (Tutti Bae): Mujica «da Capa: Binho's Fotolito 440 @ Acabamento: Book RJ PREFACIO . esente publicagio trata de expresso, canto e musica. Bem sabemos que fn expressa-se das mais dstntas maneiras. Como também s40 distintas a8 ' Bes do que éa msica, ara Rilke, a masica € 6 halite das estatuas; para Scho- ler, a misica ¢ pura vontade. Jé © poeta e her6i nacional cubano José Marti Jamiou que a miisica éa alma do povo. Talvez.essas visGes nio sejam antagOnicas, omplementares, e somadas contribuam nesse nosso delicioso debate filos6fico. ‘calocagées sequer suscitam polémica, pois so verdades undnimes. Uma delas ficontestavel fato do ser humano em qualquer época, em qualquer cultura, gosta miisica, A outra verdade fundamental é que todo cantor é antes de mais nada wm ico, Eu afirmo isso de forma muito serena, pois na minha condigao profissional hiisico instrumentista, participo da guerra eterna entre mtisicos e cantores. Fsta- ‘cereados de apocalipticos por todos os lados, pessoas que anunciam por todos os os a chegada eminente do juizo final. Nesse dia, num grande julgamento univer- Jum gigantesco Nuremberg césmico, Deus resolver definitivamente as querelas, ‘es e gatos, entre corinthianos e palmeirenses e entre cantores ¢ instrumentis- Nés, os instrumentistas, chamamos os cantores de canétios ¢ relaxamos no palco Aidlados pelos nossos instruments. Sim, entre nés e a platéia existe um interme- io, Ja 0 cantor tem o sex proprio corpo como emissor daquilo que 6 considerado 0 into cramatico focal da apresentacao. Melhor dizeitdo, toda a expectativa e toda 1 esto amarradas ao fragil gogo do canério. & principalmente por intermédio do jot que 05 individuos do publico se identificam dentro do processo dialético do Admmeno musical. Ora 0 espectador imagina a si préprio sobre o palco, pois tem a Alasia narcisista de ser o centro da afetividade daquela circunstancia; em outro mo- to esse mesmo espectador adota como sua a poesia da letra cantada, e entdo a voz cantor e do espectador tnificam-se no imaginario. Por isso 0 erro do cantor ofende emogées profundas da platéia, Nao é a toa que os cantores tornam-se famosos € dayandicos e tém uma relagdo agonistica com sua obra; enquanto nés, nuisicos hedo- as, rastejamos pelos cantos ruminando a frustragéo de nosso anonimato, contando ' piadas e maldizendo a midia manipuladora e burra. Certa vez fazendo um joWw com um grupo de misicos amigos, convidamos uma cantora para subir ao pal- {e cantar conosco. Ela prostrou-se maravilhosa em frente ao microfone e entio nds > VONRS TELaKS Sustht FIGAB4tg ial; Tel/Fax (I 8287 toce Anternetsh : ! www.carthago.com. ie ‘Nenhuma parte deste livro pode sere fe ser reproduzida em auterizacio prévia, por escrito, da Editora, Impresso no Brasil — Printed in Brazil Carthago Editorial Ltda, Rua General Jardim, 272 — 2° andar —Conj. 24 0125-010 — SAO PAULO — sp Fones: (011) 214-0664 — Fax: (011) 257-2958 ‘Web Site: http:/ /www.carthago.com br E-mail: carthago@carthago.com.br tun Indo, erramos a harmonia eo ‘ Met vaca, vlna denen conplaiveom un gh ee eee Ganon nase doi eae meno ie ee cee oe Pensou furiosa; "Musicos filhos da Puta, voods querem a parse on os olhos ¢ arriscou sale cantando na mais drida soliv tinge conser arate, fomes encontrando 0 caminho das pedras e If pelo melo da es no Barhoe ae cree @ musica e fomos aplaudidos de maneira con da torneira arrependida de ter saido de casa. ‘ Met! pensamento, como a leitor ja deve Maire agra em ars mn ea sem de cantar investem na sua formagao est lo tara mush Heros So Ba ees, apap ai tne vc Bain on gars epee ae ada meta ep ins sts goede nd we Papp fin Sse ptt cere Sn ener ae DNs cenicoe codeine Wializacio da musica contemporinea Betis Cini, uma cepremio — Pefncoios Bis o ma expressio — Principios Bésicos de Téniea Voeal” do Movie Maron eat Bat €fruto da experiencia de dss cantoras que eres, lca de uma maneira ampla e responsavel construindo uma ligaeke faa Isioloya, 0 canto, passando pela proftain, consciences conga ge nite 8 fin no objeto final do artista que ¢ a expreseao, een! questao essa fundamental na re 4 ‘Sao Paulo, maio de 1999, Guga Strocter APRESENTAGAO te livro 6 a expresso de nosso envolvimento com a musica, ow specificamente, com a arte de cantar. A forma pela qual nés a inter- amos € a colocamos em pratica no nosso dia a dia despertou-nos 0 ode compartilh’-la com outras pessoas que tém o privilégio de lhe sensiveis. Sabemos que essas pessoas s40 muitas, mas poucas co- 1m o fato de que, por detras da beleza do canto, esta todo um rigoro- yplexo, mas fascinante trabalho de educagéo, aprimoramento da ea e preservagao do instrumental basico da voz: as cordas vocais. ‘A idéia deste livro nasceu da necessidade que tivemos de organizar jonalizar o material acumulado em anos de estudo. Também, a expe- que adquirimos como cantoras atuantes em gravacOes e apresen- pliblicas foi essencial & adequagaio do material de que nos servi- para melhor ensinar. O carter didatico desse nosso trabalho tem por base ligdes tiradas ‘com outros profissionais da drea, cantores e instrumentistas Tendo em vista o objetivo maior desse livro, que é 0 de estabelecer relagio mais empatica e agradavel com o aluno de canto, nés 0 es- ‘amos a partir da percepgao de que as dificuldades decorrem, so- ido, do material disponivel. Ou seja, na medida em que o canto s6 le enquanto técnica e aprendizado na érea da misica erudita, o canto Jar, ainda que se beneficiando disso, acaba por limitar-se a uma ati- de marginal, secundaria e sem os rigores dedicados aquela. Ora, demos que na pratica isso nao acontece e que o refinamento da voz, jualquer drea do canto, seja ela erudita ou popular, nao pode prescin- de técnicas que As vezes precisam ser especificas.

Você também pode gostar