A Antropologia Evolucionista foi fundamentada na teoria de evolução das
espécies de Darwin, ou seja, os pensadores dessa corrente defendiam que a sociedade estaria gradativamente mudando e evoluindo. Ademais, eles acreditavam que existia apenas uma espécie humana, porém, que também existiam vários povos e, entre essas nações, algumas seriam mais "evoluídas” e outras mais “selvagens”. Nesse sentindo, o racialismo se destacava na época e os estudiosos buscavam ao máximo comprovar suas ideias empiricamente, eles se utilizavam bastante das ciências naturais, na observação e comparação de característicasfenotípicas para justificar as diferenças dos povos “primitivos” com os “civilizados” a fim de comprovar essas evoluções. Franz Boas se contrapõe às ideias desses pensadores, pois não acreditava na visão etnocêntrica que existia apenas uma cultura “civilizada”. Ele defendeu que cada cultura teria sua característica própria, que existia uma diferença cultural entre elas e que não necessariamente essas culturas mudariam até se assemelharem com as ditas “civilizadas”, como pode- se observar no seguinte trecho “o tipoanatômico a língua e a cultura não têm necessariamente o mesmo destino; que um povo pode permanecer constante no tipo e mudar de cultura; que povo pode permanecer constante no tipo, mas mudar de língua; ou permanecer constante nalíngua e mudar de tipo e de cultura” (BOAS, 1911, p.108). Soma-se a isso o fato de ele ter se oposto do método comparativo, ele defendeu que a mente humana é divergente e complexa, assim como tudo que é concebido por ela. Portanto, não se pode comparar, por exemplo, tribos com culturas amplamente diferentes e pressupor que uma “evoluiu” da outra. Assim, Boas acreditaria que, antes de tudo, devia ser analisado se os traços culturais teriam se derivado a partir de relações sociais de uma tribo com a outra ou de maneira independente. Sintetizando sua ideia, o autor dizia que as culturas deveriam ser estudadas de forma individual e depois total, para só, consequentemente, ser analisado buscando “respostas” para a sociedade.