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42 Aula 5 - Interasio no grupo Até aqui ja discutimos sobre alguns aspectos referentes ao trabalho com grux pos. Nesta Aula 5, focaremos em como um grupo deve estar focado em uma tarefa para alcangar os objetivos coletivos. Abordaremos, em principio, sobre as interagdes interpessoais que so estabe- Iecidas em prol do cumprimento desta tarefa entao definida pelo grupo. Em seguida, sera necessirio apresentar algumas modalidades emocionais que favorecem ou ndo o cumprimento da tarefa. 5.1 0 grupo eas interagées em pro! da tarefa AS interagGes sociais ocorrem em diferentes contextos e situagdes especificas © so regidas por normas culturais. Ha uma dimensdo pessoal, os conhe Imentos, as crengas, os sentimentos da pessoa e uma questo que envolve as habilidades sociais e que dependem da “dimensio situacional” que é o cone texto onde os encontros acontecem ¢ da dimensdo cultural que so os valores e normas do grupo. (DEL PRETTE ¢ DEL PRETTE, 2001). AS pessoas que sto socialmente competentes sto as que mais contribuem para diminuir as perdas e aumentar os ganhos pata si e para aquelas com as quais interagem, O desempenho socialmente competente € aquele baseado na coe- réncia entre os subsistemas afetivo, cognitivo e conativo, ou seja, 0 individuo consegue fazer uma ‘boa leitura’ do ambiente social valorizando as trocas sociais de forma adequada. (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2001). BOxX9 Em termos de efetividade, ¢ possivel atribuir competéncia social aos desem- penhos interpessoais que atendem aos critérios de: a) consecugio dos objet vos da interagdio; b) manutengio ou melhora da autoestima; c) manutengo e/ ‘ou melhora da qualidade da relagao; d) maior equilfbrio de ganhos e perdas entre as parceiras da interagao; e) respeito e ampliagao dos direitos humanos basicos, Embora todos esses critérios ndo sejam usualmente atendidos em uma mesma situacdo, pode-se afirmar que quanto mais deles sio atendidos simultaneamente, maior competéneia social pode ser atribuida ao individuo, Fone: DEL PRETTE, Almic. Psicologia das relates interpessoas vivéocas pra wablbo em grupo Rio de Jans: Voss, 2001, p34 Técnicas e dindmicas de trabalho em grupo Para o processo de interago humana acontecer é necessario que haja comus nicago. O ser humano comunicaese por meio de palavras ou gestos, pos- turas, ete. O fato de estarmos na presenga de alguém jé indica que estamos interagindo e comunicando algo aos demais, seja através de disposigao para conversar, constrangimento, ressentimento, ou qualquer outro sentimento. (MOSCOVICCI, 1998) A interagao humana ocorre no nivel da tarefa e do socioemocional. A tarefa diz respeito as atividades desenvolvidas no dia a dia de acordo com os ob- jetivos comuns do grupo. Jé 0 nivel socioemocional diz respeito agama de sentimentos gerada pela convivéncia didria e das fungdes de manutengdo do proprio grupo. Os papéis que sdo assumidos com mais frequéncia no gru- po caracterizam a atuagdo do individuo no grupo. Portanto, umas pessoas iniciardo as tarefas do grupo enquanto outras irdo dinamizar e estimular os esforgos, e outras irdo apenas observar. Lim relago ao nivel socioemocional, algumas pessoas irdo balizar as tenses enquanto outras irdo mostrar mais solidariedade, Outros apresentardo discordéncia, outros aumentardo a tensao, ete. (MOSCOVICCI, 1998). Um grupo pode apresentar modalidades emocionais de interagdo e que pode- Hio facilitar ou dificultar as interagdes grupais, Vejamos 0 Box seguinte: 0x10 ‘Modaldades de interago grupal Modalidade dependéncia Apelos para orientago ou apoio. Confianga em estrutura definida, procedimento ou tradigao. 3. Dependéncia na autoridade externa, 4, Expressdes de fraqueza ou inadequagao. Modalidade de luta |. Atacar, depreciar o grupo; impaciéncia agressiva com o grupo. 2. Atacar membros individualmente. 3. Bloquear o grupo. 43 e-Tee Brasil 4, Autopromogao a custa dos outros. 5. Projegio de hostilidade. Modalidade fuga 1. Evasao ou envolvimento diminuido. Exemplos: siléncio, rabisear papel, olhar para a jancla, 2. Humor, fantasia riso de alivio de tensa. 3. AfirmagGes inadequadas superintelectualizadas, supergeneralizadas 4, Irrelevaneia total Modalidade unio 1. Expressbes de apoio, calor humano, intimidade 2. Apoio as ideias de outra pessoa 3. Expressdes de apoio, engajamento e calor dirigidas ao grupo como um todo. Fonte MOSCOVICL, Fela. Desewolvineti intepesoa: elnanenio em grupo, Rio de Jano: José Olypo, Os pontos facilitadores estdo localizados, sobretudo na modalidade de unio € de luta. 14 os aspectos que poderdo apresentar-se como dificultadores no processo de cumprimento de uma tarefa podem ser visualizados através da modalidade de dependéncia e fuga. 5.2 Grupos populares e suas tarefas. Agora vamos tentar aprofundar mais ainda a discussdo apresentando a namica de Grupos Populares”, a partir da teoria discutida pelo autor William César Castilho Pereira (1982) Inicialmente, exemplificaremos sobre os grupos populares através de um Grupo de Jovens que tem definido seu papel diante de certa comunidade des- ctita por Pereira (1982): Técnicas e dindmicas de trabalho em grupo

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