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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Encontro sobre Abelhas : Biodiversidade e Uso Sustentado de Abelhas


(8. : 2008 : Ribeirão Preto, SP)
VIII Encontro sobre Abelhas : Biodiversidade e Uso Sustentado de Abelhas /
[editores David De Jong, Tiago Mauricio Francoy, Weyder Cristiano Santana]. --
Ribeirão Preto, SP : FUNPEC Editora, 2008.
Vários organizadores.

1. Abelhas - Congressos I. De Jong, David.


II. Francoy, Tiago Mauricio. III. Santana, Weyder Cristiano.

08-07799 CDD-595.79906

Índices para catálogo sistemático:


1. Congressos : Abelhas : Zoologia 595.79906

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas. Ribeirão Preto. 2008.


De Jong, D.; Francoy, T.M.; Santana, W.C., editores.
lxiii + 749 p.:il.; CD-ROM
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ANAIS DO VIII ENCONTRO SOBRE ABELHAS


RIBEIRÃO PRETO

23 a 26 de julho de 2008
Hotel JP, Ribeirão Preto

Comissão Organizadora

Vera Lucia Imperatriz Fonseca - Presidente


Tiago Mauricio Francoy – 1º Vice-Presidente
Lionel Segui Gonçalves – 2º Vice-Presidente
Zilá Luz Paulino Simões – 1º Secretário
Márcia Maria Gentile Bitondi – 2º Secretário
Evandro Camillo – 1º Tesoureiro
Carlos Alberto Garófalo – 2º Tesoureiro
David De Jong – Comissão Científica
Klaus Hartmann Hartfelder – Relações Exteriores

Editores

David De Jong
Tiago Mauricio Francoy
Weyder Cristiano Santana

Comissão Científica

David De Jong
Ademilson Espencer Egea Soares
Alexandre dos Santos Cristino
Anete Pedro Lourenço
Camila Maia da Silva
Daiana Almeida de Souza
Francis de Morais Franco Nunes
Geusa Simone de Freitas
Ivan Paulo Akatsu
Marcia Regina Cavichio Issa
Marina Lopes Grassi
Matheus de Oliveira Bazoni
Michelle Manfrini Morais
Michelle Prioli
iv

Moysés Elias Neto


Mônica Mazzei Florecki
Rodrigo Pires Dallacqua
Rogério Aparecido Pereira
Vanessa de Andrade Bugalho
Weyder Cristiano Santana

Assessoria

Aline Mackert dos Santos


Amanda Freire de Assis
Ana Durvalina Bomtorin
Ana Rita Tavares de Oliveira Baptistella
Camila Calixto Moreira Dias
Cristiano Menezes
Fernanda Carvalho Humann
Gisele de Carvalho Pinto Cabral
Liliane M. Fróes de Macedo
Mauro Prato
Mipsi Cristina Mori
Omar Martinés
Patrícia Nunes Silva
Paulo Emilio F. de Alvarenga
Rosana Almeida
Vera Lucia Castelo Figueiredo

Patrocinadores

CNPq
CAPES
FAPESP
Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Universidade de São Paulo (USP)
Pró-Reitoria de Pós-Graduação-USP
Pós-Graduação em Entomologia, FFCLRP-USP
Pós-Graduação em Genética, FMRP-USP
Pós-Graduação em Biologia Comparada, FFCLRP-USP Apis Flora
6-P Marketing & Propaganda
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Prefácio

O Encontro Sobre Abelhas, evento científico realizado a cada dois anos em Ribeirão Preto,
para discussão de temas nas amplas áreas da biologia, genética e comportamento de abelhas em
geral e tecnologias vinculadas a essas áreas, tem crescido cada vez mais, servindo como uma
vitrine da pesquisa Brasileira sobre abelhas.

Para o VIII Encontro são previstos sete conferências plenárias, 17 simpósios com 72
palestrantes, e 326 trabalhos científicos em forma de posters (painéis) sobre Avanços em criação
de abelhas, Avanços em genética e fisiologia de abelhas, Biologia da polinização, Biologia e
manejo de abelhas africanizadas, Comportamento de abelhas, Conservação da biodiversidade de
abelhas tropicais, Ecologia de abelhas nativas, Morfologia de abelhas, Ninhos de abelhas, Pragas,
parasitas e doenças de abelhas tropicais, Produtos das abelhas, Sistemática e biogeografia de
abelhas e Uso sustentável de abelhas.

O tema principal do VIII Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto é “Biodiversidade e Uso
Sustentável de Abelhas” . Neste ano de 2008 comemoramos 10 anos do International Workshop on
the Conservation and Sustainable Use of Pollinators in Agriculture, with Emphasis on Bees, que
deu origem à Declaração de São Paulo sobre a conservação e uso sustentado dos polinizadores.
Esta Declaração foi o documento apresentado à Convenção da Diversidade Biológica para a
criação de um programa relacionado à conservação e uso sustentado de polinizadores, concretizada
na Conferência das Partes 5, ocorrida em Nairóbi no ano de 2000.

Desde então, o tema tem sido trabalhado nos Encontros Sobre Abelhas de Ribeirão Preto,
que congregam os pesquisadores brasileiros da área, em números expressivos. Cada vez mais este
é um fórum de debates de idéias e de apresentação de panoramas globais sobre as pesquisas que
se destacam no momento nas diversas áreas que usam as abelhas como objeto de estudo.

Neste ano temos destaques importantes. O Catálogo de Abelhas Neotropicais é um dos


pontos expressivos da atividade da pesquisa taxonômica do Brasil. Baseado na obra do Padre
Moure, o Catálogo conta ainda com importante capítulo sobre os Meliponini neotropicais,
de autoria de João Maria F. de Camargo e Silvia Regina de Menezes Pedro, onde a literatura
existente foi revista e atualizada até 2005. Além de ter uma versão impressa de 2007, o
catálogo será disponibilizado online, certamente com grande impacto e possibilidade de
consultas por todos. A plenária de Gabriel A. R. Melo vai tratar deste tema com detalhes.
Discussões sobre a Tecnologia da Informação e a disponibilização de informação online
serão feitas em simpósios especializados.
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Temos muitos palestrantes ilustres em toda a programação, do Brasil e do exterior. Entre


as palestras selecionadas, vamos falar também da organização social das abelhas, com plenárias
de Robert Page Jr., Mandian Srinivasan , Charles Claudianos, além de inúmeras apresentações
orais. Com relação ao uso sustentado das abelhas, as plenárias são de Claire Kremen, Juliet
Osborne, e Braulio S. F. Dias.

Reunimos aqui no VIII Encontro Sobre Abelhas de Ribeirão Preto pesquisadores de quatro
países da América Latina (México, Colômbia, Argentina, Brasil), Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, Espanha, Inglaterra, Polônia, Suécia e Austrália. Pesquisadores do Brasil todo estarão
presentes, de Norte ao Sul do País.

Agradecemos o apoio financeiro recebido das agências de apoio à pesquisa científica:


FAPESP, CAPES, CNPQ, e da Universidade de São Paulo, através da pró-Reitoria de Pós-
Graduação. O empenho da comissão organizadora deste evento foi no sentido de mostrarmos o
panorama geral de pesquisas com abelhas no Brasil e no mundo, neste ano em que comemoramos
os 10 anos da Declaração de São Paulo sobre a conservação e uso sustentado dos polinizadores,
uma iniciativa brasileira de impacto internacional.

Vera Lucia Imperatriz Fonseca


Presidente do VIII Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto
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Paulo Nogueira-Neto, o nosso homenageado

Paulo Nogueira Neto é um nome importante quando falamos do estudo das abelhas indígenas
sem ferrão no Brasil e no mundo. Durante muitos anos tem atuado incansavelmente para o maior
conhecimento e preservação destas abelhas. Como preservá-las, o que comem, onde vivem, como
criá-las em pequenas populações e como utilizá-las na polinização, são alguns dos pontos de
interesse de suas pesquisas.

Dr. Paulo é uma pessoa extraordinária, generosa nas suas ações e ao mesmo tempo rígida
em relação aos seus princípios inabaláveis. Sempre apoiou o desenvolvimento de seus alunos e
colegas de trabalho; é um conciliador, com sabedoria.

As honrarias que tem recebido geralmente se referem ao trabalho incansável realizado em


prol do meio ambiente e do desenvolvimento sustentado. Podemos destacar aqui a criação e
estruturação da Secretaria Especial do Meio Ambiente do Ministério do Interior, embrião do
Ministério do Meio Ambiente; sua atuação na construção das leis ambientais do Brasil; seu trabalho
contínuo em conselhos de organizações não governamentais e governamentais; sua atuação na
Comissão Brundtland, que cunhou o termo desenvolvimento sustentado no seu relatório final,
denominado Nosso Futuro Comum; sua atuação no CONAMA desde a sua criação.

Dr Paulo foi reconhecido através de inúmeros prêmios, no exterior (por exemplo,


Prêmio Paul Getty, Prêmio Duke of Edinburg, Comanda da Arca Dourada dos Países Baixos)
e no Brasil (Ordem Rio Branco, Prêmio Moinho Santista, Troféu Guerreiro da Educação,
entre muitos outros).

A ele rendemos nossas homenagens especiais como destaque na contribuição científica


para as abelhas sem ferrão, neste ano em que o VIII Encontro Sobre Abelhas de Ribeirão Preto
tem como tema Biodiversidade e uso sustentado de abelhas. Receba o nosso respeito, a nossa
estima, o nosso agradecimento singelo pela contribuição importante e consistente, pelo exemplo
de integridade e amor pelas abelhas.

Vera Lucia Imperatriz Fonseca


Presidente do VIII Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto
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Warwick Estevam Kerr, Paulo Nogueira Neto


e Padre Jesus Moure em 1951

Dr. Paulo em uma visita ao


meliponário da FFCLRP em
março de 2008, foto de
Cristiano Menzes.
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INDICE

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
x

C o n f e r ê n cia s

Developmental evolution of division of labor 02


Robert Page Jr.

More than a honey machine: Vision, navigation and


cognitive capacity of honey bees 03
Mandyam Srinivasan

Molecular makings of memory: neurexin and


neuroligin in the honey bee 04
Charles Claudianos, Sunita Biswas, Judith Reinhard, John Oakeshott,
Robyn Russell, Alexandre dos Santos Cristino, Mandyam V. Srinivasan

Honey bee pollination “crisis”:


Can native bees take up the slack? 05
Claire Kremen

s i mpó sio S

Simpósio 1
A Tecnologia da Informação e os Polinizadores
Coordenador: Antonio Mauro Saraiva

Interoperability within the International


Pollinator Initiative 08
Michael Ruggiero

Rede brasileira de coleções de insetos polinizadores 09


Vanderlei Peres Canhos

A Rede Temática de Polinizadores da IABN 10


Antonio Mauro Saraiva

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xi

Redes de controle e redes de sensores sem fio


aplicadas às pesquisas com meliponíneos 11
Carlos Eduardo Cugnasca

Instrumentação virtual para pesquisas


com áudio e vídeo em meliponíneos 12
André Riyuiti Hirakawa

Monitoramento de colônias de abelhas africanizadas


nas atividades de enxameação e forrageamento 13
Lionel Segui Gonçalves, David De Jong, Gesline F. Almeida,
Pedro R. Prado (Apilab-USP, Ribeirão Preto-SP

Simpósio 2
How to find a Flower –
Small Brains Resolving Complex Tasks
Coordenador: Michael Hrncir

Finding a flower – a complex task at the


individual and the colony level 15
Michael Hrncir

Visually guided navigation in honey bees 16


Mandyan Veerambudi Srinivasan

How honey bees learn and process complex floral scents 19


Judith Reinhard, Michael Sinclair, Charles Claudianos, Mandyam V. Srinivasan

Early olfactory experiences within the honey bee hive:


ecological implications from behavioral and
physiological approaches 20
Walter M. Farina, Andrés Arenas, Vanesa Fernández

Individual and social learning in the stingless bee


Melipona quadrifasciata 22
Sofia Inés Mc Cabe, Klaus Hartfelder, Walter M. Farina

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Olfactory information use and guidance of


nestmates to food in stingless bees 24
Stefan Jarau

Simpósio 3
Patologia de Abelhas
Coordenadores: David De Jong, Dejair Message

Periodical honey bee colony losses in Germany:


Results from a 4 year monitoring project 27
Peter Rosenkranz

Metagenomic analysis of microorganisms in


honey bees from Brazil 34
Erica Weinstein Teixeira, Dejair Message, Yanping Chen, Jeffery Pettis, Jay D. Evans

Efeitos provocados por agrotóxicos em abelhas no Brasil 41


Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza, Elaine Cristina M. da Silva Zacarin,
Aline da Silva Cruz, Daiane de Jesus

Doenças de abelhas no sul do Brasil 49


Aroni Sattler

New and exotic disease threats for Brazilian bees 50


David De Jong, Dejair Message

Simpósio 4
Genomics, proteomics and molecular evolution
Coordenador: Zilá Luz Paulino Simões

Natural experiments in developmental biology:


The case of honey bee polyphenism 54
Angel Roberto Barchuk

Odorant receptor expression in honeybees:


a case for environmentally driven plasticity? 56
Charles Claudianos, Judith Reinhard, Julie Lim, Michael Sinclair, Mandyam V. Srinivasan

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Simpósio 5
Polinização na Agricultura:
uma abordagem ecossistêmica
Coordenador: Breno Magalhães Freitas

Visitantes florais e polinização da castanha do


Brasil (Bertholletia excelsa) em cultivo
comercial na Floresta Amazônica 58
Breno Magalhães Freitas, Marcelo Casimiro Cavalcante

Risk assessment of GM cotton to flower visitors in Brazil 65


Carmen Pires, Carolina F. Cardoso, Maria A. Lima, Fernando A. Silveira,
Lúcio A. O. Campos, Paulo A. V. Barroso, Edison Sujii, Eliana Fontes

Restoring and monitoring pollinator communities and


function in California’s central valley 71
Claire Kremen, Katharina Ullman, Mace Vaughan

A polinização de culturas oleaginosas com potencial


para produção de biodiesel: um estudo de caso com a
mamona (Ricinus communis L.) 72
Rômulo Augusto Guedes Rizzardo, Breno Magalhães Freitas,
Marcelo de Oliveira Milfont, Eva Mônica Sarmento da Silva

Simpósio 6
Apresentações Orais dos Pós Graduandos do
Programa de Entomologia - FFCLRP-USP
Coordenadores: Aline Mackert dos Santos, Cristiano Menezes

Reconhecimento em abelha sem ferrão:


uma abordagem química e comportamental 81
Túlio Marcos Nunes, Izabel Cristina Casanova Turatti, Norberto Peporine Lopes, Ronaldo Zucchi

Utilização de ninhos-armadilha de diferentes comprimentos


por fêmeas de Centris (Heterocentris) analis (Fabricius, 1804)
(Hymenoptera, Apidae: Centridini) 87
Juliana Duarte de Souza Alonso, Carlos Alberto Garófalo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xiv

Enxameação e crescimento inicial de colônias de abelhas


sem ferrão: o caso de Plebeia remota 95
Patrícia Nunes-Silva, Sergio Dias Hilário, Denise de Araujo Alves,
Pérsio de Souza Santos Filho, Vera Lucia Imperatriz Fonseca

Multiplicação de colônias de Nannotrigona


testaceicornis (Hymenoptera, Apidae)
utilizando rainhas produzidas in vitro 103
Cristiano Menezes, Vera Lucia Imperatriz Fonseca

The efficiency in detecting, uncapping and


removing dead brood in Africanized honey bees 108
Michelle Manfrini Morais, Rogério Aparecido Pereira, Tiago Mauricio Francoy,
Kátia Peres Gramacho, David De Jong, Lionel Segui Gonçalves

Simpósio 7
Biologia e Genética de Abelhas sem Ferrão
Coordenador: Ana Maria Bonetti

Sex and caste in Amazonian Melipona bees 116


Carlos Gustavo Nunes-Silva, Spartaco Astolfi-Filho, Gislene Almeida Carvalho-Zilse

Adaptações das abelhas sem ferrão ao clima


temperado do sul do Brasil 121
Betina Blochtein, Sidia Witter, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca

Programa e seleção de colônias de Melipona scutellaris


visando o aumento da produção de mel no Estado da Bahia 131
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho, Rogério Marcos de Oliveira Alves,
Gislene Almeida Carvalho-Zilse

Ninhos de meliponíneos em um remanescente de


mata com Araucária no Rio Grande do Sul 132
Sidia Witter, Letícia Azambuja Lopes, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca,
Betina Blochtein, Bruno Brito Lisboa, Cláudio Mondin

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Simpósio 8
Meliponicultura Sustentável
Coordenadores: Betina Blochtein, Giorgio Cristino Venturieri

Sobre sexo e castas das abelhas Melipona 140


Paulo Nogueira Neto

Stingless bees in México: present status and


perspectives for the future 142
José Javier G. Quezada-Euán, Jorge A. Gonzalez-Acereto, Luis A. Medina-Medina

Revisão das relações entre forídeos (Diptera,


Phoridae) e abelhas indígenas sem ferrão
(Apidae, Meliponini) e técnicas de controle 146
Felipe Andrés León Contrera, Giorgio Cristino Venturieri

Potencial nectarífero do açaízeiro


(Euterpe oleracea Mart. – Arecaceae)
na Amazonia Oriental 154
Giorgio C. Venturieri, Milene S. Souza, Charles A. B. Pereira, Silvane T. Rodrigues

O valor dos substratos de nidificação para as


abelhas sem ferrão (Meliponini) no cerrado
(Maranhão, Brasil) e a meliponicultura como
ferramenta de sustentabilidade e conservação 159
Rêgo, M.M.C., Albuquerque, P.M.C. de, Venturieri, G.

Simpósio 9
Ninhos Armadilha
Coordenadores: Carlos Alberto Garófalo, Isabel Alves dos Santos

A utilização de ninhos-armadilha no estudo da


estrutura sociogenética de ninhos de
Euglossini (Hymenoptera: Apidae) 168
Rogério Oliveira Souza, Marco Antonio Del Lama

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xvi

Trap-nesting as a methodology for the study


of solitary bee ecology and behavior 175
Jordi Bosch, Sergio Osorio

A orientação e o sombreamento dos ninhos-armadilha


influenciam as taxas de captura? 186
Roberta P. Ferreira, Celso F. Martins

Biologia da nidificação em Hylaeus (Colletidae) 192


Guaraci Duran Cordeiro, Isabel Alves dos Santos

O uso de ninhos-armadilha em estudos realizados no


Parque Municipal das Araucárias, Guarapuava (PR) 198
Maria Luisa Tunes Buschini, Jesiani Rigon, Juliano Cordeiro, Mary Ellen Reis Diniz

Abelhas (Hymenoptera, Apoidea) nidificando em ninhos-


armadilha na Estação Ecológica de Caetetus, Gália, SP 208
Carlos Alberto Garófalo

Simpósio 10
Causas, conseqüências e controle de
enxameações em Apis mellifera
Coordenador: Lionel Segui Gonçalves

Main factors related to swarming, absconding and


migration of honey bees and how to control them 218
Zbigniew Lipiński

Enxameação induzida por aumento de


temperatura em abelhas africanizadas 221
Gesline Fernandes de Almeida, Lionel Segui Gonçalves

Communication signals used in queen replacement and


colony relocation decisions in honey bees 222
Stanley Scott Schneider

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xvii

Como os comportamentos de migração e


abandono das abelhas africanizadas tornaram
possível a apicultura no nordeste do Brasil 224
Breno Magalhães Freitas, Raimundo Maciel Sousa, Isac Gabriel Abrahão Bomfim

Simpósio 11
Comportamento de abelhas sem ferrão
Coordenadores: Sidnei Mateus, Fabio Santos do Nascimento

Biologia Comportamental de Trigona pellucida Cockerell,


1912, (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). 233
Sidnei Mateus, Ronaldo Zucchi

The laying of functional eggs by Melipona


bicolor (Hymenoptera, Meliponini) workers
and their cell-sealing performance 241
Dirk Koedam, Vera L. Imperatriz-Fonseca

The role of leks in the reproduction of stingless bees 244


Elizabeth Engels, Wolf Engels

Conflito entre rainha e operárias na produção de machos


em colônias de Melipona scutellaris (Apidae: Meliponini) 245
Denise A. Alves, Tom Wenseleers, Tiago Mauricio Francoy,
Vera L. Imperatriz-Fonseca, Paulo Nogueira-Neto, Pérsio S. Santos-Filho

The behavioral role of cuticular hydrocarbons in


eusocial bees: are they they the same in stingless bees? 247
Fábio S. Nascimento, Ivelize C. Tannure-Nascimento, Ronaldo Zucchi

Simpósio 12
Ferramentas para avaliação da
biodiversidade em abelhas
Coordenador: Tiago Mauricio Francoy

A morfometria geométrica de asas e a


identificação dos Meliponini 252
Tiago Mauricio Francoy, Lionel Segui Gonçalves, Vera Lucia Imperatriz Fonseca

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Molecular Ecology of the stingless bee


Nannotrigona testaceicornis 255
Oliveira EJF, Freitas GS, Soares AEE, Contel EPB

Revisão das análises de hidrocarbonetos


cuticulares em abelhas sem ferrão 262
Túlio Marcos Nunes

Biodiversidade de Meliponineos:
Contribuição da Biologia Molecular 268
Rute Magalhães Brito, Flavio de Oliveira Francisco, Geraldo Moretto, Maria Cristina Arias*

Barcoding the bees of the world 276


Laurence Packer, Jason Gibbs, Cory Sheffield, Peter Kevan

Simpósio 13
Biologia de Abelhas Solitárias
Coordenadores: Celso Feitosa Martins, Maria Cristina Gaglianone

Dinâmica temporal e espacial de abelhas solitárias no


semi-árido do Nordeste do Brasil 284
Fernando César Vieira Zanella

Utilização de recursos florais por Euglossa


annectans (Hymenoptera, Apidae, Euglossini) 292
Marilda Cortopassi-Laurino, Lívia Leal Dornelles, Anne Zillikens, Josefina Steiner

Biologia de nidificação e aspectos


comportamentais de Xylocopa ordinaria e
Xylocopa frontalis no Norte Fluminense 299
André Sarlo Bernardino, Maria Cristina Gaglianone

Biologia de nidificação da hospedeira Monoeca


haemorrhoidalis (Smith, 1854) e interações com abelhas,
vespas e besouros parasitas (Hymenoptera: Apidae,
Mutillidae; Coleoptera: Meloidae) 305
Léo Correia da Rocha-Filho, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Características comportamentais das espécies de


Euglossa Latreille (Hymenoptera, Apidae) e a
origem de eussocialidade nas abelhas 310
Solange C. Augusto, Carlos Alberto Garófalo

Simpósio 14
Biogeografia de abelhas em áreas
abertas na América do Sul
Coordenador: Fernando Amaral da Silveira

Biogeografia de Abelhas de Áreas Abertas na


América do Sul: Uma retrospectiva 317
Fernando Amaral da Silveira

Biogeografia de áreas abertas da América do Sul


com ênfase em abelhas da tribo Tapinotaspidini 322
Antônio J.C. Aguiar, Gabriel A. R. Melo

Biogeografia Histórica de Exomalopsis (Phanomalopsis)


Michener & Moure, 1957 (Apidae: Exomalopsini) 327
Eduardo A. B. Almeida, Fernando A. Silveira

Biogeography of the Xeromelissinae


(Hymenoptera: Colletidae) 332
Laurence Packer, Eduardo A.B. Almeida

Simpósio 15
Apresentações orais dos Pós Graduandos
do Laboratório de Biologia do
Desenvolvimento de Abelhas - LBDA - USP
Coordenador: Aline Mackert dos Santos

Exoesqueleto de Apis mellifera:


modelo ontogenético na investigação da
maturação cuticular em abelhas corbiculadas 339
Moysés Elias-Neto, Márcia Maria Gentile Bitondi

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Genes codificadores de proteínas cuticulares em


abelhas Apis mellifera: expressão diferencial e
regulação durante a formação do exoesqueleto 346
Michelle Prioli Miranda Soares, Moysés Elias Neto, Márcia Maria Gentile Bitondi

Expressão de caderinas em gônadas de Apis mellifera 354


Mônica M. Florecki, Klaus Hartfelder

A via de sinalização de insulina em Apis mellifera 365


Sergio Vicente de Azevedo, Klaus Hartfelder

O status nutricional e a dinâmica do metabolismo do


hormônio juvenil na vida adulta de Apis mellifera 375
Aline Mackert, Gustavo Conrado Couto Rosa, Ana Durvalina Bomtorin,
Marcela A. F. Bezerra Laure, Márcia Maria Gentile Bitondi, Zilá Luz Paulino Simões

Simpósio 16
Avanços obtidos após 10 anos da
Declaração de São Paulo sobre Polinizadores
Coordenadores: Vera L.I. Fonseca, Marina C. P. P. Landeiro

Os cursos internacionais sobre Polinização no Brasil 385


Blandina Felipe Viana

Simpósio 17
Desvendando a própolis: da abelha ao homem
Coordenador: Ademilson E.E. Soares

Uso de resinas pelas abelhas e fatores que


alteram a produção de própolis 387
Ademilson Espencer Egea Soares

Estudo das fontes vegetais de própolis


brasileira por espectrometria de massas 393
Alexandra Christine Helena Frankland Sawaya

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxi

Phenolic composition, antimicrobial and in vitro


antioxidant activities of Brazilian red propolis 401
T.L.C. Oldoni, I.S.R. Cabral, P.L. Rosalen, M. Ikegaki, S.M. Alencar

Determinação de origem geográfica da


própolis verde e parâmetros biológicos associados 408
Esther Margarida Bastos

RESU MOS
Avanços em criação de abelhas 410

WEBLABS DE SERVIÇOS AMBIENTAIS - UM ESTUDO DE CASO EM


COLÔNIAS DE Melipona quadrifasciata 411
Marcelo Succi de Jesus Ferreira, Pedro Luiz Pizigatti Côrrea, Antônio Mauro Saraiva

PRODUÇÃO DE RAINHAS EM Plebeia lucii


MOURE (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA) 412
Lila Vianna Teixeira, Mara Garcia Tavares, Lucio Antonio de Oliveira Campos

MONITORAMENTO DE APIÁRIO ATRAVÉS DE REDES DE AUTOMAÇÃO 413


Miguel dos Santos Alves Filho, Carlos Eduardo Cugnasca, Rafael de Aquino Cunha,
Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Antonio Mauro Saraiva

AQUECEDORES DE BAIXO CUSTO PARA MELIPONICULTURA 414


Ayrton Vollet Neto, Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Cristiano Menezes

EMERGÊNCIA E MANUTENÇÃO DE Apis mellifera


(Hymenoptera: Apidae) EM CÂMARAS CLIMATIZADAS 415
Deodoro Magno Brighenti, César Freire de Carvalho,
Carla Regina Guimarães Brighenti, Stephan Malfitano Carvalho

Bombus atratus REARING FOR POLLINATION


MANAGEMENT IN COLOMBIA 416
Maria Teresa Almanza, José Ricardo Cure, Dieter Wittmann

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxii

PRODUÇÃO IN VITRO DE RAINHAS EM Tetragonisca angustula


LATREILLE 1811 (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI) 417
Mauro Prato, Ademilson Espencer Egea Soares

ALIMENTAÇÃO COM DIFERENTES TIPOS DE PÓLEN EM


COLÔNIAS DE Scaptotrigona depilis E Melipona
quadrifasciata (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI) 418
Maíra Martins Franco, Fernando Mendes Barbosa, Vera Lucia Imperatriz Fonseca,
Fernanda Helena Nogueira-Ferreira, Cristiano Menezes

CUPINZEIROS (CUPIM DE MONTÍCULO) COMO COLMÉIA ARTIFICIAL


PARA ABELHAS SEM FERRÃO COM NIDIFICAÇÃO SUBTERRÂNEA 419
Robson Mendes, Pedro Jovchelevich, Dirk Koedam

RAINHAS DE Nannotrigona testaceicornis


PRODUZIDAS in vitro SÃO VIÁVEIS 420
Cristiano Menezes, Vera Lucia Imperatriz Fonseca

RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE, TEMPERATURA E UMIDADE


NA PRODUÇÃO DE MACHOS EM Scaptotrigona postica
(HYMENOPTERA, MELIPONINI) 421
Naiara Rabelo Valle, David Barros Muniz, Lenira de Mello Lacerda

Avanços em genética e fisiologia de abelhas 422

ACID PHOSPHATASE PATTERNS ON NARCOTIZED HONEYBEE QUEENS 423


Bruno Berger, Carminda da Cruz-Landim

PROTEÍNAS DE ESTOCAGEM E IMUNIDADE EM ABELHAS Apis


mellifera: UMA RELAÇÃO DEPENDENTE DA DIETA 424
Anete Pedro Lourenço¹*, Juliana Ramos Martins¹, Karina Rosa Guidugli-Lazzarini², Márcia
Maria Gentile Bitondi², Zilá Luz Paulino Simões²

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DA REGIÃO CITOCROMO OXIDASE I/


CITOCROMO OXIDASE II PARA ESTUDOS DE VARIABILIDADE
GENÉTICA POPULACIONAL EM Xylocopa frontalis 425
Cândida Maria Lima Aguiar, Gilberto Marcos de Mendonça Santos, Marco Antonio Costa

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxiii

PERFIL RFLP DA REGIÃO CITOCROMO OXIDASE


I/CITOCROMO OXIDASE II DE Xylocopa frontalis 426
Gilberto Marcos de Mendonça Santos, Cândida Maria Lima Aguiar, Marco Antonio Costa

EFEITO DA DIETA PROTÉICA SOBRE A EXPRESSÃO DE vg,


TÍTULO DE VG E HJ NA HEMOLINFA DE OPERÁRIAS DE
Melipona quadrifasciata (APIDAE: MELIPONINI) 427
Weyder Cristiano Santana, Erica Tanaka, Karina Rosa Guidugli Lazzarini, Klaus Hartfelder

EMPREGO DAS PROTEÍNAS PRINCIPAIS DA GELÉIA REAL (MRJPs)


COMO MARCADORES MOLECULARES PARA PRODUÇÃO DE GELÉIA
REAL EM Apis mellifera AFRICANIZADA 428
Tatiane Vicente Baitala, Patricia Faquinello, Maria Claudia Colla Ruvolo-Takasusuki,
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo

VARIABILIDADE GENÉTICA DOS LOCOS DAS PROTEÍNAS


PRINCIPAIS DA GELÉIA REAL (MRJPs) EM Apis mellifera
AFRICANIZADAS PRODUTORAS DE GELÉIA REAL 429
Tatiane Vicente Baitala, Patricia Faquinello, Ana Lucia Stuchi,
Maria Claudia Colla Ruvolo-Takasusuki, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo

ESTRUTURA SOCIOGENÉTICA INTRANIDAL DE Centris


tarsata (HYMENOPTERA: APINAE) DETERMINADA
POR MARCADORES ALOZÍMICOS 430
Camilla Helena da Silva, Marco Antônio Del Lama

A SEQÜÊNCIA DE cDNA E O PERFIL DE EXPRESSÃO DO


RECEPTOR DE ECDISONA (EcR) EM Apis mellifera
E SUA POSSÍVEL FUNÇÃO NA DETERMINAÇÃO DE CASTAS 431
Aline Carolina Aleixo Silva Teles, Angel Roberto Barchuk, Zilá Luz Paulino Simões

EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE GENES RELACIONADOS AO


PROCESSO REPRODUTIVO EM OPERÁRIAS DE Apis mellifera 432
Liliane M. F. de Macedo, Karina R. Guidugli-Lazzarini,
Marcela A. F. Bezerra Laure, Zilá Luz Paulino Simões

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxiv

CONSEQÜÊNCIAS DO SILENCIAMENTO DO GENE


CODIFICADOR DE VITELOGENINA NO DESENVOLVIMENTO
PÓS-EMBRIONÁRIO DE RAINHAS DE Apis mellifera 433
Francis Morais Franco Nunes, Luiz Roberto Aguiar, Vera Lúcia Castelo Figueiredo,
Klaus Hartfelder, Zilá Luz Paulino Simões

ANÁLISE DE LIGAÇÃO GENÉTICA PARA ESTUDO DE


HOMOLOGIA DE GENES ESTERÁSICOS DE Apis mellifera 434
Keize Nagamati Junior, Kátia Maria Ferreira,
Érika de Simone Molina, Marco Antônio Del Lama

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL OVARIANA DE ABELHAS


SEM FERRÃO Melipona quadrifasciata 435
Érica Donato Tanaka, Weyder Cristiano Santana, Klaus Hartfelder

CARACTERIZAÇÃO DO GENE CODIFICADOR DA


PROTEÍNA HP19 EM Apis mellifera 436
Guaracini Aparecida Loterio, Juliana Ramos Martins, Márcia Maria Gentile Bitondi

MÉTODO NÃO-LETAL DE AMOSTRAGEM DE DNA EM ABELHAS


EUGLOSSINI (HYMENOPTERA: APIDAE) 437
Cíntia Akemi Oi, Marco Antônio Del Lama

INFLUÊNCIA DA DIETA ALIMENTAR SOBRE O


DESENVOLVIMENTO LARVAL DE OPERÁRIAS Apis mellifera 438
Juliana Ramos Martins, Rodrigo Pires Dallacqua, Luis Roberto Aguiar,
Márcia Maria Gentile Bitondi

HETEROCRONIA DA MATURAÇÃO DO EXOESQUELETO


ENTRE CASTAS E SEXOS DE Apis mellifera 439
Moysés Elias Neto, Márcia Maria Gentile Bitondi

CARACTERIZAÇÃO DO GENE AmelGrp, CODIFICADOR DE UMA


PROTEÍNA CUTICULAR RICA EM GLICINA 440
Michelle Prioli Miranda Soares, Márcia Maria Gentile Bitondi

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxv

EFEITOS DOS ECDISTERÓIDES NA EXPRESSÃO DE ftz-f1 – UM


POSSÍVEL REGULADOR DA TRANSCRIÇÃO DE vitelogenina – NO
TEGUMENTO E NO CORPO INTEIRO DE PUPAS DE Apis mellifera 441
Tathyana Rachel Palo Mello, Angel Roberto Barchuk, Aline C. A. S. Teles,
Michelle Prioli M. Soares, Márcia M. Gentile Bitondi, Zilá Luz Paulino Simões

A VIA DE SINALIZAÇÃO INSULÍNICA EM ABELHAS Apis mellifera:


EXPRESSÃO DIFERENCIAL DOS PEPTÍDEOS INSULÍNICOS E DOS
RECEPTORES DE INSULINA EM LARVAS DE RAINHAS E OPERÁRIAS 442
Sergio Vicente de Azevedo, Klaus Hartfelder

O PADRÃO DE DISPERSÃO É SEXO-ASSIMÉTRICO NOS


EUGLOSSÍNEOS (HYMENOPTERA: APIDAE: EUGLOSSINI)?
UM ESTUDO DE CASO: Euglossa cordata 443
Natália de Campos Muradas Cerântola, Marco Antônio Del Lama

CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DAS ESTERASE DE


Tetragonisca angustula COM A UTILIZAÇÃO DE pCMB 444
Ana Lúcia Paz Barateiro Stuchi, Tatiane Vicente Baitala,
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki

PERFIL DE EXPRESSÃO E ANÁLISE DOS PROMOTORES DE


GENES POTENCIALMENTE ENVOLVIDOS EM VIAS DE
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL SOMÁTICA EM Apis mellifera 445
Flávia Cristina de Paula Freitas, Alexandre dos Santos Cristino, Zilá Luz Paulino Simões

DESENVOLVIMENTO CASTA-ESPECÍFICO DAS


PERNAS POSTERIORES DE Apis mellifera 446
Ana D. Bomtorin, Marcela A. F. B. Laure, Angel R. Barchuk, Zilá L. P. Simões

INFLUÊNCIA DO PARASITA Varroa destructor NA RESPOSTA


IMUNE DE OPERÁRIAS E ZANGÕES DE Apis mellifera 447
Patrick Almásy Zanello, Anete Pedro Lourenço, Zilá Paulino Simões

QUANTIFICAÇÃO DO CONTEÚDO GENÔMICO DE TRÊS


ESPÉCIES DE ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA,
MELIPONINAE) POR CITOMETRIA DE FLUXO 448
Denilce Meneses Lopes, Carlos Roberto de Carvalho, Wellington Ronildo Clarindo,
Milene Miranda França, Mara Garcia Tavares

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxvi

EXPRESSÃO DE LOCALIZAÇÃO DE CADERINAS EM OVÁRIOS DE


RAINHAS E TESTÍCULOS DE LARVAS DE Apis mellifera 449
Mônica Mazzei Florecki, Klaus Hartfelder

A COLONIZAÇÃO DE UMA ÁREA POR ESPÉCIES DE ABELHAS SEM


FERRÃO - UM ESTUDO DE CASO: Partamona helleri (FRIESE, 1990)
(HYMENOPTERA: APIDAE: MELIPONINI) 450
Kátia Maria Ferreira, Marco Antonio Del Lama

IDENTIFICAÇÃO DO GENE DA ENZIMA METIL


FARNESOATO EPOXIDASE DE Apis meLlifera E
SUA RELAÇÃO COM O STATUS NUTRICIONAL 451
Gustavo Conrado Couto Rosa, Zilá Luz Paulino Simões, Aline Mackert

MITOCHONDRIAL GENE ORDER AND THE EVOLUTION OF


BEES (HYMENOPTERA, APIDAE) 452
Maria Cristina Arias, Daniela Silvestre

INFLUÊNCIA DA DISTÂNCIA GEOGRÁFICA SOBRE A SIMILARIDADE


GENÉTICA DE ABELHAS Melipona quinquefasciata POR
INTERMÉDIO DO TESTE DE MANTEL, USANDO A
REGIÃO ITS-1 PARCIAL DO DNA RIBOSSÔMICO NUCLEAR.) 453
Júlio Otávio Portela Pereira, Darci de Oliveira Cruz, Daniel Macedo de Melo Jorge, Davi Coe
Torres, Carlos Eduardo Alves Soares, Breno Magalhães Freitas, Thalles Barbosa Grangeiro

Biologia da polinização 454

IDENTIFICATION OF CALMODULIN-BINDING
PROTEINS IN BRAIN OF WORKER HONEYBEES 455
Luciana Karen Calábria, Liudy Garcia Hernandez, Renata Roland Teixeira,
Marcelo Valle de Sousa, Foued Salmen Espindola

ALTERAÇÕES NEUROFISIOLÓGICAS CAUSADAS PELO


FORRAGEAMENTO EM OPERÁRIAS DE Apis mellifera 456
Cynthia Renata de Oliveira Jacob, Hellen Maria Soares, Lilian M. M. Cesar Tognoli,
Roberta C. F. Nocelli, Osmar Malaspina, Mario Sergio Palma

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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ESTIMATES OF GENETIC AND PHENOTYPIC PARAMETERS


FOR WEIGHT AND THORAX MORPHOMETRIC MEASUREMENTS
IN Apis mellifera AFRICANIZED QUEENS 457
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Fabiana Martins Costa-Maia, Elias Nunes Martins,
Patrícia Faquinello, Alexandre Leseur dos Santos, Maria Josiane Sereia

PERFIS DE HIDROCARBONETOS CUTICULARES DA ABELHA Apis


mellifera E SUA RELAÇÃO COM O EIXO IDADE-FUNÇÃO 458
Carlos H. Lobo, Michelle Manfrini, Rogério A. Pereira, Marcela A. B. Lauri, Luis Aguiar,
Zilá L. P. Simões, Jürgen Heinze, Klaus Hartfelder

FORRAGEAMENTO E POTENCIAL POLINIZADOR DE Scaptotrigona


bipunctata (MELIPONINI) EM INFLORESCÊNCIAS DE Cupania
vernalis (SAPINDACEAE) EM TRÊS COROAS, RS, BRASIL 459
Daniela Loose Ferreira, Annelise de Souza Rosa, Irving Bolzan,
Diego Kwecko Lima, Betina Blochtein

LEVANTAMENTO DE ABELHAS E ATUAÇÃO NA


POLINIZAÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS EM
REMANESCENTE DE CERRADO, CAMPO GRANDE, MS 460
Jennifer Elaine Maier, Márcia Rocha Vicente, Renato Gatti Fernades,
Paulo Alexandre Bogiani, Maria Rosângela Sigrist

ABELHAS VISITANTES DE Davilla kunthii (DILLENIACEAE) NA


AMAZÔNIA CENTRAL, ASPECTOS ECOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS 461
André Rodrigo Rech, Maria Lucia Absy, Fatima Cristina Manente Balestieri,
José Benedito Perrella Balestieri, Carlos D`Apolito Junior

ABELHAS E VESPAS COMO POLINIZADORES DE


Ipomoea pescaprae (CONVOLVULACEAE) 462
Eliana de Medeiros Oliveira, Anne Zillikens, Josefina Steiner

DB EXPERTS - BANCO DE DADOS DE ESPECIALISTAS


EM ESPÉCIES POLINIZADORAS 463
Diogo Borges Krobath, Prof. Dr. Antonio Mauro Saraiva, Prof. Dr. Pedro Luiz Pizzigatti Correa,
Etienne Américo Cartolano Júnior, Elizabeth Sellers

COMPORTAMENTO DE VISITA DE ABELHAS SILVESTRES EM


FLORES DE BERINJELA (Solanum melongena L.) 464
Elizandra Goldoni Gomig, Maria José de Oliveira Campos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxviii

BEE-VISITING FAUNA OF NASTURTIUM (Tropaeolum majus) 465


Carlos D`Apolito Júnior, André Rodrigo Rech, Alcides Moraes Neto,
Fatima Cristina de Lazari Manente Balestieri, José Benedito Perrella Balestieri

A DEPENDÊNCIA MÚTUA ENTRE Cordia


leucocephala (CORDIACEAE) E Ceblurgus
longipalpis (ROPHITINAE: HALICTIDAE) 466
Paulo Milet-Pinheiro, Clemens Schlindwein

AGENTES POLINIZADORES NA CULTURA DE ABÓBORA CAIPIRA 467


Guilherme dos Reis Vasconcelos, André Luiz Halak, Flávio Augusto Santos Silva,
Ana Paula Roncolato, Darclet Teresinha Malerbo-Souza

AGENTES POLINIZADORES E PRODUÇÃO DE


SEMENTES EM CULTURA DE GIRASSOL 468
Guilherme dos Reis Vasconcelos, André Luiz Halak, Flávio Augusto Santos Silva,
Ana Paula Roncolato, Darclet Teresinha Malerbo-Souza

COMPORTAMENTO DE FORRAGEAMENTO DE ABELHAS EM


FLORES DE Gossypium barbadense (MALVACEAE)
NO DISTRITO FEDERAL – BRASIL 469
Viviane Cardoso Pires, Aline Costa Botelho, Glauce Cristina P. C. Gonçalves, Pablo Bernardo C.
das Chagas, Fernando A. Silveira, Edison R. Sujii, Eliana Fontes, Carmem S. S. Pires

VISITANTES FLORAIS DE Couepia uiti (MART. & ZUCC.) BENTH.


EX HOOK. F. (CHRYSOBALANACEAE), NO PANTANAL DO MIRANDA
ABOBRAL, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL 470
Samuel Boff, Morgana Sazan, Andréa Cardoso Araújo, Arnildo Pott

BIOLOGIA FLORAL DO URUCUZEIRO Bixa orellana


CULTIVADOS NA REGIÃO DE CAUCAIA NO ESTADO DO CEARÁ 471
Francisca Ligia Aurelio Mesquita, Thiago Mahlmann Vitoriano Lopes Muniz,
Marcelo de Oliveira Milfont, Breno Magalhães Freitas, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo

VISITANTES FLORAIS DO BAMBURRAL (Hyptis suaveolens) E


POTENCIAIS POLINIZADORES, NA CHAPADA DO APODI, MUNICÍPIO
DE LIMOEIRO DO NORTE, ESTADO DO CEARÁ, NO ANO DE 2008 472
Júlio Otávio Portela Pereira, Roberto Henrique Dias da Silva, Társio Thiago Lopes Alves,
João Paulo de Holanda Neto, Crisanto Alves de Araújo, Daniel Santiago Pereira

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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VISITANTES FLORAIS EM CULTURA DE MANGA


(Mangifera indica) 473
André Luiz Halak, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, Flávio Augusto Santos Silva,
Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos

VISITANTES FLORAIS DE Butia capitata (MART.)


BECC. EM ARAMBARÉ, RIO GRANDE DO SUL 474
Juliana Stephanie Galaschi Teixeira, Sidia Witter, Letícia Azambuja Lopes,
Bruno Brito Lisboa, Gilson Schlindwein, Adilson Tonietto

PRODUÇÃO DE FRUTOS EM CULTIVOS DE MELÃO (Cucumis melo)


EM FUNÇÃO DA DISTÂNCIA DE INSTALAÇÃO DAS COLMEIAS 475
José Hugo de Oliveira Filho, Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar,
Antonio Abreu da Silveira Neto, Crisanto Alves Araújo

INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DE PASTEJO DAS ABELHAS


MELÍFERAS Apis melLifera NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS
FRUTOS EM CULTIVOS DE MELÃO Cucumis melo 476
Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar, Antonio Abreu da Silveira Neto,
Crisanto Alves Araújo, Breno Magalhães Freitas

FIDELIDADE DE Apis mellifera A FLORES DE Brassica


napus (CV. HYOLA 432) NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL 477
Annelise de Souza Rosa, Diego Kwecko Lima, Andressa Paladini, Sídia Witter, Betina Blochtein

EFICIÊNCIA DE POLINIZAÇÃO POR BEIJA-FLORES E


ABELHAS EM Aechmea lindenii (BROMELIACEAE) 478
Livia Leal Dorneles, Anne Zillikens & Josefina Steiner

ASSOCIAÇÃO OBRIGATÓRIA ENTRE UMA ABELHA E UMA PLANTA


AQUÁTICA EM ALAGADOS EFÊMEROS DE CAATINGA 479
Airton Torres Carvalho, Clemens Schlindwein

ABELHAS GENERALISTAS COMO POLINIZADORES DE


PORTULACÁCEAS EFÊMERAS NO NORDESTE DO BRASIL 480
Carlos Eduardo Pinto, Clemens Schlindwein

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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COLETA DE RESINA POR ABELHAS (HYMENOPTERA: APIDAE)


EM Clusia nemorosa G. MAY. (CLUSIACEAE) E Dalechampia
scandens L. (EUPHORBIACEAE) EM ÁREA DE RESTINGA 481
Orleans Silva, Márcia Maria Corrêa Rêgo, Patrícia Maia Albuquerque

PADRÃO DE ATIVIDADE DIÁRIA DO GÊNERO Xylocopa


NAS FLORES DE Caesalpinia pyramidalis (
LEGUMINOSAE, CAESALPINIOIDEAE) 482
Murilo Dantas de Miranda, Miriam Gimenes, Patrícia Oliveira-Rebouças

ASSOCIAÇÃO DE FLORES DE TURNERACEAE COM ABELHAS


OLIGOLÉTICAS E POLILÉTICAS NO PARQUE NACIONAL
DO CATIMBAU, PERNAMBUCO 483
Diana Corrêa de A. Penante, Paulo Milet-Pinheiro, Clemens Schlindwein

POLINIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE DO CAJUEIRO


Anacardium occidentale NO NORDESTE BRASILEIRO 484
João Paulo de Holanda Neto, Raimundo Maciel Sousa, Robert Paxton,
Breno Magalhães Freitas, Tarsio Thiago Lopes Alves, Crisanto Alves Araújo

COMPORTAMENTO DE PASTEJO DO Anthiudium sp. NAS


FLORES DO BAMBURRAL (Hyptis Suaveolens) 485
Crisanto Alves Araújo, João Paulo de Holanda Neto, Júlio Otavio Portela Pereira,
Daniel Santiago Pereira, Roberto Henrique Dias da Silva, Tarsio Thiago Lopes Alves

AVALIÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO NÉCTAR DO


BAMBURRAL Hyptis suaveolens NA CHAPADA DO APODI 486
Crisanto Alves Araújo, João Paulo de Holanda Neto, Tarsio Thiago Lopes Alves,
Roberto Henrique Dias da Silva, Daniel Santiago Pereira, Júlio Otavio Portela Pereira

AGENTES POLINIZADORES NA CULTURA DE BERINJELA


(Solanum melongena L.) 487
André Luiz Halak, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, Flávio Augusto Santos Silva,
Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos

BIOLOGIA FLORAL E POLINIZAÇÃO DE Cucurbita moschata


DUSCHENE (CURCUBITACEAE) NA REGIÃO DE DOURADOS-MS 488
Sedilei Pereira Da Silva, José Benedito Perrella Balestieri, Mônica Maria Bueno de Moraes,
Fátima Cristina De-Lazari Manente-Balestieri

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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VISITANTES FLORAIS E SUCESSO DA POLINIZAÇÃO NATURAL


EM UMA POPULAÇÃO DE Qualea parviflora (VOCHYSIACEAE)
NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DE CALDAS NOVAS, GO 489
Alice Maria Guimarães Fernandes Vilhena, Solange Cristina Augusto,
Paulo Eugênio Alves Macedo de Oliveira

ENTOMOFAUNA VISITANTE DE Senna macranthera


(COLLAD.) IRWIN & BARNEBY, NA REGIÃO DE
DOURADOS- MS, DURANTE SEU PERÍODO DE FLORAÇÃO 490
Maria Lúcia Rossi Rigoni, José Benedito Perrella Baletieri,
Monica Maria Bueno de Moraes, Fátima Cristina De Lazari Manente-Balestieri

DIVERSITY, FORAGING BEHAVIOUR, AND DIEL PATTERN OF BEES


VISITING FLOWERS OF Aechmea nudicaulis (BROMELIACEAE)
ON SANTA CATARINA ISLAND, SOUTHERN BRAZIL 491
Simone Grohme, Anne Zillikens, Josefina Steiner

CARACTERIZAÇÃO POLÍNICA DE PLANTAS


APÍCOLAS DE ÁREA URBANA NA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO, CAMPUS RIBEIRÃO PRETO, SP 492
Natália de Paula Sá, Ademilson Espencer Egea Soares, Marilda Cortopassi-Laurino

ABELHAS DAS ORQUÍDEAS: EVIDÊNCIA DE INTERAÇÕES


ATRAVÉS DA PRESENÇA DE POLÍNEAS ADERIDAS 493
Mariana Taniguchi, Isabel Alves-dos-Santos, Rodrigo B. Singer

RELAÇÃO ENTRE Melipona capixaba E


ORQUÍDEAS DA SUBTRIBO MAXILLARIINAE 494
Helder Canto Resende, Fábio de Barros, Lúcio Antônio de Oliveira Campos,
Mara Garcia Tavares, Tânia Maria Fernandes Salomão

INTERAÇÕES ENTRE ABELHAS COLETORAS DE ÓLEO E FLORES


de Angelonia (PLANTAGINAECEAE) EM DIFERENTES ÁREAS DE
VEGETAÇÃO ABERTA DO BRASIL 495
Aline Cristina Martins, Antonio José Camillo de Aguiar, Isabel Alves dos Santos

ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO DE
Lycopersicon esculentum (SOLANACEAE) 496
Thálita Gianini Brito Franco, Fátima Cristina De Lazari Manente Balestieri,
José Benedito Perrella Balestieri

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxii

INFLUÊNCIA DA FASE DE FLORESCIMENTO NO


VINGAMENTO E QUALIDADE DOS FRUTOS EM
CULTIVOS DE MELÃO (Cucumis melo) 497
José Hugo de Oliveira Filho, Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar,
Antonio Abreu da Silveira Neto, Crisanto Alves Araújo

INSETOS VISITANTES NAS FLORES EM CULTURA DE CAFÉ


(Coffea arabica) NO MUNICÍPIO DE ALTINÓPOLIS - SP 498
Ana Paula Roncolato; André Palma Ribeiro; Guilherme dos Reis Vasconcelos;
André Luiz Halak; Flávio Augusto Santos Silva; Darclet Teresinha Malerbo-Souza

INVENTÁRIO E FENOLOGIA DA FLORA APÍCOLA DA


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CAMPUS RIBEIRÃO PRETO, SP 499
Natália de Paula Sá, Ademilson Espencer Egea Soares, Marilda Cortopassi-Laurino

Biologia e manejo de abelhas africanizadas 500

COLETA DE PÓLEN POR PASTEJO INDUZIDO EM ABELHAS MELÍFERAS


Apis melifera NA CULTURA DO MELÃO Cucumis melo 501
Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar, Antonio Abreu da Silveira Neto, Crisanto Alves Araújo

ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS HIGIÊNICO E


DEFENSIVO COMO ÍNDICES DE SELEÇÃO EM PROGRAMAS
DE MELHORAMENTO GENÉTICO EM COLÔNIAS DE ABELHAS
AFRICANIZADAS, Apis mellifera L. 502
Daiana Almeida De Souza, Katia Peres Gramacho

SELEÇÃO DE COLMEIAS PARA O PROGRAMA DE MELHORAMENTO


GENÉTICO EM ABELHAS Apis melLifera DO ESTADO DO CEARÁ 503
João Paulo de Holanda Neto, Raimundo Maciel Sousa, Roberto Henrique Dias da Silva,
Tarsio Thiago Lopes Alves, Crisanto Alves Araújo

INFLUÊNCIA DO DIÓXIDO DE CARBONO NA MORTALIDADE


DE Apis mellifera (HYMENOPTERA: APIDAE) 504
Deodoro Magno Brighenti, César Freire de Carvalho,
Carla Regina Guimarães Brighenti, Stephan Malfitano Carvalho

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxiii

VISITAÇÃO DE ABELHAS Apis mellifera EM POPULAÇÕES DE


Baccharis dracunculifolia PARA COLETA DE RESINA 505
Paula São-Thiago, Rânia Mara Santana, André Gabriel Ferreira Calaça da Costa,
Esther Margarida A. F. Bastos

RAÇÃO ARTIFICIAL COMO FONTE ALTERNATIVA DE


ALIMENTO PARA ABELHAS MELÍFERAS (Apis melLifera L.) 506
Dayana Francys Pessoa Monteiro, Breno Magalhães Freitas,
Marcelo de Oliveira Milfont, Alessandra Pinto de Oliveira, Ellen Pereira Borges

RELAÇÃO DO COMPORTAMENTO HIGIÊNICO E GANHO


DE PESO SEMANAL DE COLMÉIAS EM PROCESSO DE
SELEÇÃO MASSAL PARA PRODUÇÃO DE MEL 507
Izabel Christina da Silva, Dejair Message, Geraldo Neri Ferreira, Cosme Damião Cruz

Comportamento de abelhas 508

ESTUDO DAS ATIVIDADES DIÁRIAS DOS MACHOS DE


Eulaema nigrita (EUGLOSSINA, APIDAE), NA ISCA
DE VANILINA EM UM FRAGMENTO DE MATA URBANA
EM SALVADOR (BA), EM DIFERENTES MESES DO ANO 509
Miriam Gimenes, Pedro Nascimento Melo

ATIVIDADE EXTERNA DA ABELHA JANDAÍRA


Melipona subnitida EM TERESINA, PI 510
Levi Saimon Monteiro Lopes Neves, Maria Teresa do Rego Lopes,
Fábia de Mello Pereira Ricardo Costa Rodrigues de Camargo, Márdyla de Sousa Marques

ABELHAS (HYMENOPTERA, APIDAE) REGISTRADAS


EM PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA, MG 511
Lívia Cabral de Castro, Fábio Prezoto

EFEITO DA DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL


SOBRE O POP DE Scaptotrigona postica
(HYMENOPTERA, MELIPONINA) 512
Genilson Rodrigues Ferreira Lima, Lenira de Melo Lacerda,
Gisele Garcia Azevedo, R, Sidnei Mateus

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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SALIVA SERVING AS PHEROMONE - CARRIER, SIGNALLING


RESOURCE LOCATIONS IN TRIGONA BEES 513
Dirk Louis P. Schorkopf, Stefan Jarau, Wittko Francke, Robert Twele, Ronaldo Zucchi

COMO Scaura longula (APIDAE, MELIPONINI) PROTEGE SEU


NINHO ATRAINDO VESPAS OPORTUNÍSTICAS Polybia emaciata 514
Marilda Cortopassi-Laurino, Mariana Taniguchi, Paulo Nogueira-Neto

RESULTADOS PRELIMINARES SOBRE A ATIVIDADE EXTERNA DE


Melipona paraensis (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA) EM
UM MELIPONÁRIO NO DISTRITO DE FAZENDINHA, AMAPÁ, BRASIL 515
Patrícia dos Santos Vilhena, Richardson Ferreira Frazão, Arley José Silveira da Costa

COLÔNIA MISTA DE Nannotrigona testaceicornis E


Scaptotrigona aff. depilis (APIDAE: MELIPONINI)
E INDIVÍDUOS PRODUZIDOS 516
Kátia Paula Aleixo, Cristiano Menezes, Vera Lúcia Imperatriz Fonseca

POLIETISMO ETÁRIO ENTRE AS OPERÁRIAS DE Trigona


pallens (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI) 517
Filipi Rogério Silva, Sidnei Mateus, Ronaldo Zucchi

VISITANTES FLORAIS EM CULTURA DE CAFÉ (Coffea arábica)


NO MUNICÍPIO DE CARMO DO PARANAÍBA - MG 518
Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos, André Luiz Halak,
Flávio Augusto Santos Silva, Darclet Teresinha Malerbo-Souza

COMPORTAMENTO DE COLETA DE PÓLEN POR


OPERÁRIAS DE Melipona flavolineata (Apidae:
Meliponina) EM UM FRAGMENTO DE CERRADO NO
MUNICÍPIO DE URBANO SANTO – MA, BRASIL 519
Cícero Alves Lima Jr., Gisele Garcia Azevedo, Márcio Romero Marques Carvalho,
Lenira de Melo Lacerda, Sidnei Mateus

COMPORTAMENTO DA ABELHA Euglossa sp. EM


CULTURA DO URUCUM (Bixa orellana) PRESENTE
NO MUNICÍPIO DE CAUCAIA, ESTADO DO CEARÁ 520
Francisca Ligia Aurelio Mesquita, Thiago Mahlmann Vitoriano Lopes Muniz,
Breno Magalhães Freitas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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INTERAÇÕES ENTRE Oxytrigona tataira SMITH, 1863


(HYMENOPTERA, APOIDEA, MELIPONINA) E HOMÓPTEROS
EM UMA ÁREA URBANA DE ARACAJU-SE 521
Larissa Batista Lima, Kamila F.A. Santana, Maxwell Souza Silveira

INFLUÊNCIA DO FLUXO ALIMENTAR NOS SINAIS DE RECRUTAMENTO


(DANÇA E VIBRAÇÕES TORÁCICAS) EM Apis mellifera 522
Camila Maia - Silva, Michael Hrncir, Walter Marcelo Farina

VISITAÇÃO DE Apis mellifera NA CARAMBOLA


(Averrhoa carambola L.) 523
Danielle de Abreu Silva, Michelle de Oliveira Guimarães, Weverton Filgueira Pacheco,
Rômulo Augusto Guedes Rizzardo, Breno Magalhães Freitas

EFEITO DA PRESENÇA DE ABELHAS FORRAGEADORAS DURANTE O


PERÍODO DIURNO E NOTURNO NO COMPORTAMENTO HIGIÊNICO
REALIZADO PELAS ABELHAS AFRICANIZADAS Apis mellifera L. 524
Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Maurício Francoy, Lionel Segui Gonçalves

COMPARAÇÃO DE ALGUNS PARÂMETROS TEMPORAIS RELACIONADOS


À DIVISÃO DE TRABALHO DENTRO DE COLMÉIAS HIGIÊNICAS E NÃO
HIGIÊNICAS DE ABELHAS AFRICANIZADAS Apis mellifera 525
Michelle Manfrini Morais, Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Maurício Francoy,
Rogério Ap. Pereira, Lionel Segui Gonçalves

UTILIZAÇÃO DE PORTA-ISCA PARA OBSERVAÇÃO DA ATIVIDADE DE


VÔO DOS MACHOS DE EUGLOSSINA (HYMENOPTERA, APIDAE) 526
Pedro Nascimento Melo, Miriam Gimenes

MACHOS DE Ceblurgus longipalpis (ROPHITINAE:


HALICTIDAE) GUARDAM ALIMENTO/RECURSO PARA COPULAR 527
Paulo Milet-Pinheiro, Airton Torres Carvalho, Reisla Oliveira, Clemens Schlindwein

RAIO DE VÔO DE Frieseomelitta varia


(APIDAE: APINAE: MELIPONINI) 528
Ana Rita Tavares de Oliveira Baptistella, Camila Calixto Moreira de Souza,
Ivan Paulo Akatsu, Ademilson Espencer Egea Soares

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxvi

ATIVIDADE DE COLETA DA ABELHA Apis


mellifera NO DECORRER DO ANO 529
Flavio Augusto Santos Silva, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, André Luis Santos Silva,
André Luiz Halak, Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos

NOTA SOBRE ALGUMAS ABELHAS-SEM-FERRÃO (MELIPONINI)


DA AMAZÔNIA CENTRAL E SUAS ESTRATÉGIAS PARA A COLETA
DE PÓLEN: OPORTUNISMO E ROUBO 530
Charles Fernando dos Santos, Maria Lúcia Absy

VISITANTES FLORAIS DO ALGODOEIRO Gossypium hirsutum


EM QUIXERAMOBIM E QUIXERÉ NO ESTADO DO CEARÁ 531
Eva Monica Sarmento da Silva, Breno Magalhães Freitas, Márcia de Fátima Ribeiro,
Thiago Mahlmann Lopes, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo

COMPORTAMENTO DE Bombus morio NAS FLORES DE URUCUM 532


Sheila Alves Abreu, Rita de Cássia de Souza Carvalho,
Ricardo Moreira Santos, Raquel Pérez-Maluf

RELAÇÃO ENTRE A ÁREA DA CORBÍCULA, QUANTIDADE DE PÓLEN


TRANSPORTADO E O PESO DA OPERÁRIA DE Apis mellifera 533
Daniel Comiran Dallasta, Angelair Rodrigues Balbino, Valter Vieira Alves Júnior,
Anna Kátia Brizola Bonacina, Matheus Comiran Dallasta

COMPORTAMENTO DE PASTEJO DA ABELHA Apis


mellifera NAS FLORES DE GERGELIM (Sesamum indicus) 534
Patrícia Barreto de Andrade, Eva Mônica Sarmento da Silva, Breno Magalhães Freitas

COMPARAÇÃO DO COMPORTAMENTO HIGIÊNICO DE ABELHAS


AFRICANIZADAS Apis mellifera EM PERÍODOS DIURNO E
NOTURNO EM TRÊS TIPOS DE FAVOS 535
Rogério Aparecido Pereira, Michele Manfrini Morais,
Tiago Mauricio Francoy, Lionel Segui Gonçalves

BIOLOGIA DE NIDIFICAÇÃO DE Xylocopa


(Neoxylocopa) frontalis (OLIVIER) (HYMENOPTERA,
APIDAE, XYLOCOPINI) EM MORRETES, PR, BRASIL 536
Paola Marchi, Gabriel A. R. Melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxvii

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO E


APROVISIONAMENTO DE CÉLULAS DE CRIA (POP) DE
Melipona (Michmelia) flavolineata Friese, 1900
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA EM COLÔNIAS
COM DIFERENTES TAMANHOS POPULACIONAIS 537
Marcos Henrique Rodrigues Carvalho, Gisele Garcia Azevedo,
Lenira de Melo Lacerda, Alexandre Santana Azevedo

COMPORTAMENTO DE PASTEJO DE ABELHA CANUDO


(Scaptotrigona sp.) EM MAMONEIRA (Ricinus communis L.) 538
Rômulo Augusto Guedes Rizzardo, Breno Magalhães Freitas,
Marcelo de Oliveira Milfont, Eva Mônica Sarmento da Silva

NIDIFICAÇÃO DE Xylocopa (Monoxylocopa) sp (HYMENOPTERA,


APIDAE) NUMA PORÇÃO DE HÁBITAT DO SEMI-ÁRIDOZ 539
Maise Silva Santana dos Santos, Clemens Schlindwein, Mauro Ramalho

PREFERÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE NINHOS-ARMADILHA


POR FÊMEAS DE Tetrapedia diversipes (Klug, 1810)
(HYMENOPTERA, APIDAE, ANTHOPHORIDAE) 540
Janaina Fernandes da Silva, Carlos Alberto Garófalo

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE FUNGOS SAPROFÍTICOS


COLETADOS POR ABELHAS AFRICANIZADAS NO BRASIL 541
Anna Frida Hatsue Modro, Izabel Christina da Silva, Dejair Message,
Cynthia Fernandes Pinto da Luz

DIVISÃO ETÁRIA DE TRABALHO ENTRE OPERÁRIAS


DE Melipona quadrifasciata quadrifasciata 542
Priscilla Morgana Ferreira Guimarães de Figueiredo, Lucas Amaral Oliveira,
José Oliveira Dantas, Fábio Santos do Nascimento

ESTUDO PRELIMINAR DO COMPORTAMENTO DE


COLETA DE NÉCTAR EM Melipona (Michmelia)
flavolineata (HYMENOPTERA, APINAE, MELIPONINA) 543
Rafael Cabral Borges, João Marcelo Silva Abreu

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxviii

USO DE VÍDEO PARA MONITORAÇÃO EM TEMPO


REAL DE COLMÉIA DE ABELHAS SEM FERRÃO 544
Eurípedes Laurindo Lopes Júnior, Antonio Mauro Saraiva, João Eduardo Kogler Jr.,
Sérgio Dias Hilário, Vera Lucia Imperatriz Fonseca

OCUPAÇÃO DE DORMITÓRIO POR Pereirapis sp. (HALICTIDAE,


AUGOCHLORINI): MACHOS PREFEREM CHEGAR À PENUMBRA 545
Carlos Eduardo Pinto, Airton Torres Carvalho, Clemens Schlindwein

STINGLESS BEES (Melipona scutellaris)


LEARN TO ASSOCIATE THEIR 546
André Vieira Rodrigues, Ana Carolina Roselino, Michael Hrncir

CRONOGRAMA DE ABELHAS MANDAÇAIA, Melipona


quadrifasciata LEPELETIER, 1836, EM COLÔNIA
ARTIFICIAL NO CAMPUS DE SOROCABA DA UFSCAR 547
Natasha Marcili Laganaro, Sérgio Rodrigues Morbiolo, Fábio Camargo Abdalla

EFEITO DO TAMANHO COLONIAL NA PRODUÇÃO DE


RAINHAS EM Melipona (Michmelia) flavolineata
Friese, 1900 (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA) 548
Alexandre Santana Azevedo, Gisele Garcia Azevedo

ÍNDICE DE MORTALIDADE DE Apis mellifera APÓS


VISITAS A FLORES DE NEEM INDIANO (Azadirachta indica)
EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO 549
José Everton Alves, Breno Magalhães Freitas, José Ribeiro do Nascimento,
Antônio Alves de Oliveira Júnior

TREINO DISCRIMINATIVO UTILIZANDO RESPOSTAS


DIFERENCIADAS EM ABELHAS Melipona quadrifasciata 550
Antonio Mauricio Moreno, Gerson Yukio Tomanari, Deisy das Graças de Souza

PERFIL DE HIDROCARBONETOS CUTICULARES DE RAINHAS


FISOGÁSTRICAS DE Melipona marginata E SUA RELAÇÃO
COM O SUCESSO NA TROCA DE RAINHAS ENTRE COLÔNIAS 551
Maria Juliana F. Caliman, Izabel Cristina C. Turatti, Ronaldo Zucchi

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xxxix

Conservação da biodiversidade de abelhas tropicais 552

COMUNIDADES DE ABELHAS DA FLONA DA


RESTINGA DE CABEDELO, PARAÍBA, BRASIL 553
Maria Cristina Madeira da Silva

DIVERSIDADE DE ABELHAS E RECURSOS FLORAIS


NA FLORESTA NACIONAL CONTENDAS DO SINCORÁ, BA 554
Rita de Cássia de Souza Carvalho, Ricardo Moreira Santos, Sheila Alves Abreu,
Raquel Pérez-Maluf, Avaldo de Oliveira Soares Filho

VARIÁVEIS QUE AFETAM A MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:


UM ESTUDO EM Centris trigonoides (CENTRIDINI, APIDAE) 555
Tereza Cristina Giannini, Isabel Alves-dos-Santos, Antonio Mauro Saraiva

PROPOSTA DE EXTENSÃO DO ESQUEMA DARWIN CORE PARA


SUPORTAR DADOS DE POLINIZAÇÃO POR ABELHAS 556
Etienne Américo Cartolano Júnior, Tereza Cristina Giannini, Renato De Giovanni,
Pedro Luiz Pizzigatti Correa, Antonio Mauro Saraiva

MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE


POLINIZADORES POR MEIO DO OPENMODELLER 557
Antonio Mauro Saraiva, Tereza Cristina Giannini, Isabel Alves-dos-Santos

UMA FERRAMENTA DE ENTRADA E PUBLICAÇÃO DE


DADOS DE RELACIONAMENTO DE POLINIZADORES 558
Etienne Américo Cartolano Júnior, Antonio Mauro Saraiva, Pedro Luiz Pizzigatti Correa

O PORTAL DO PROJETO BIOTA (BIOABELHA) 559


Julyana Mayumi Kudo, Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, Antonio Mauro Saraiva,
Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Tereza Cristina Giannini

UTILIZANDO O SOFTWARE SPECIFY PARA


CATÁLOGO DE ESPÉCIES E ESPÉCIMES 560
Leandro Halle Najm, Pedro Luis Pizzigatti Correa, Julyana Mayumi, Antonio Mauro Saraiva

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xl

PROVEDORES DE DADOS DE POLINIZADORES


PARA PORTAIS DE BIODIVERSIDADE 561
Pablo Salvanha, Pedro Luiz Pizzigatti Correa, Antonio Mauro Saraiva, Paulo Venancio Lopes

PORTAL DE BUSCA DE RELACIONAMENTO PARA POLINIZADORES 562


Paulo Venâncio Lopes, Antonio Mauro Saraiva, Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, Pablo Salvanha

DIVERSIDADE DE ABELHAS E FENOLOGIA DA FLORAÇÃO DAS


PLANTAS MELÍFERAS EM FRAGMENTOS DA MATA ATLANTICA NO
MUNICÍPIO DE IÇARA, SANTA CATARINA 563
Bruna de Costa Alberton, Beatriz Wessler, Mainara Figueiredo Cascaes,
Jaqueline Bonazza Rodrigues, Birgit Harter-Marques

EXTINÇÃO DE Bombus bellicosus NA


PORÇÃO NORTE DE SUA DISTRIBUIÇÃO 564
Aline Cristina Martins, Gabriel A. R. Melo, Francisco C. C. Barreto

DIVERSIDADE GENÉTICA DE Eulaema nigrita (APIDAE:


EUGLOSSINI) DE QUATRO RESERVAS LEGAIS E UMA RESERVA
GOVERNAMENTAL NO SUL DO BRASIL 565
Gabriele Antico Freiria, Amália Nelci Teresita Pascual, Natasha Verdasca Meliciano,
Douglas Caldeira Giangarelli, Silvia Helena Sofia

FAUNA DE ABELHAS DA RESERVA NATURAL


DE RIO CACHOEIRA, ANTONINA, PARANÁ, BRASIL 566
Claudivã Matos Maia, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo

UMA ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS PARA


COMPARTILHAMENTO DE DADOS ENTRE WEBLABS 567
Leonardo Nicacio Bessa, Prof. Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa,
Marcelo Succi de Jesus Ferreira, Cris Gianini, Prof. Antonio Mauro Saraiva

POPULATION ANALYSIS OF Partamona mulata AND Partamona


helleri (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI) IN BRAZIL 568
Maria Cristina Arias, Rute Magalhães Brito

DIFERENCIAÇÃO DE SEXOS EM QUATRO ESPÉCIES DE ABELHAS SEM


FERRÃO BASEADO EM MORFOMETRIA GEOMÉTRICA DAS ASAS 569
Raphael Antonio de Oliveira Silva, Tiago Mauricio Francoy, Vera Lucia Imperatriz-Fonseca

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xli

ABUNDÂNCIA DE Eulaema nigrita LEPELETIER, 1841


(APIDAE, EUGLOSSINA) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS
URBANOS E RURAIS NA REGIÃO DE RIO BRANCO, ACRE 570
Danielle Storck-Tonon, Elder Ferreira Morato

EVOLUTIONARY AND ECOLOGICAL EVENTS THAT INFLUENCED


THE POPULATION STRUCTURE IN Plebeia remota,
A STINGLESS BEE FROM BRAZIL 571
Flávio de Oliveira Francisco, Maria Cristina Arias

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE ÁREAS AGRÍCOLAS


COMO HABITAT DE ABELHAS POLINIZADORAS 572
Gleiciani Bürger Patricio, Maria José de Oliveira Campos, Eduardo Magalhães Borges Prata,
Elizandra Goldoni Gomig, Bruno Ferreira, Jerônimo Kahn Villas-Bôas

ESTUDO PRELIMINAR DAS RELAÇÕES ENTRE ABELHAS


(HYMENOPTERA, APOIDEA) NA EXPLORAÇÃO DE
RECURSOS NATURAIS NO CERRADO EM DOURADOS (MS) 573
Anna Kátia Brizola-Bonacina, José Chaud-Netto, Valter Vieira Alves-Júnior,
Adan Rider Aristimunho Torres, Filipe Ruiz Zambão, Valeska Marques Arruda, Erico Nomura

UTILIZAÇÃO E ESTUDO COMPARATIVO DO USO


DE NINHOS ARMADILHA PARA ABELHAS SEM
FERRÃO (HYMENOPTERA, APIDAE) 574
Ricardo Caliari Oliveira, Cristiano Menezes, Raphael Antônio de Oliveira Silva,
Ademilson Espencer Egea Soares, Vera Lúcia Imperatriz Fonseca

ESTUDO DA OCORRÊNCIA E COMPETIÇÃO ENTRE


ESPÉCIES DE MELIPONÍNEOS E ABELHAS AFRICANIZADAS
(HYMENOPTERA: APIDAE), EM FRAGMENTOS FLORESTAIS
DA FAZENDA MONTE ALEGRE, KLABIN S.A. – PR 575
Edson Aparecido Proni, Oilton José Dias Macieira

RECURSOS ALIMENTARES UTILIZADOS POR ABELHAS DO


GÊNERO Xylocopa EM FRAGMENTOS DE CERRADO
NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO 576
Cláudia Inês da Silva, Paulo Eugênio Alves Macedo de Oliveira

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlii

DISPERSÃO DE ABELHAS EUGLOSSINA (HYMENOPTERA:


APIDAE) EM MATRIZES DE CANA-DE-AÇÚCAR E PASTAGEM
NO NORTTE FLUMINENSE 577
Willian Moura de Aguiar, Maria Cristina Gaglianone

ABELHAS (HYMENOPTERA: APIDAE) DE UMA ÁREA DE DUNAS


MARGINAIS (PRAIA DE PANAQUATIRA, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA,
BRASIL): ABUNDÂNCIA, DIVERSIDADE E SAZONALIDADE 578
Fabiana dos Santos Oliveira, Márcio Wesley Alves Mendonça, Márcia Cristina Silva Vidigal,
Márcia Maria Corrêa Rêgo, Patrícia Maia Correia de Albuquerque

ESTRUTURA GENÉTICA DE Euglossa pleosticta


(HYMENOPTERA: APIDAE) DE DOIS REMANESCENTES
DE MATA ATLÂNTICA NO SUL DO BRASIL 579
Francielly Medeiros de Oliveira, Alessandra Novaga Alves, Gabriele Antico Freiria,
Douglas Caldeira Giangarelli, Silvia Helena Sofia

ANÁLISE GENÉTICA DE Euglossa pleosticta (HYMENOPTERA,


APIDAE, EUGLOSSINI) DE DOIS FRAGMENTOS
FLORESTAIS MANTIDOS COMO RESERVAS LEGAIS 580
Alessandra Novaga Alves, Gabriele Antico Freiria, Francielly Medeiros de Oliveira,
Douglas Caldeira Giangarelli, Silvia Helena Sofia

ESTRUTURA GENÉTICA DE Euglossa cordata (HYMENOPTERA,


APIDAE, EUGLOSSINI) DE DUAS ÁREAS URBANAS 581
Leandro Nunes de Andrade, Olavo Pinhatti Colatreli, Karen Mayumi Suzuki, Silvia Helena Sofia

DISTRIBUIÇÃO E DIVERSIDADE DE ABELHAS EUGLOSSINAS


(HYMENOPTERA, APIDAE) NUM GRADIENTE DE
FITOFISIONOMIAS DO BIOMA CERRADO NA REGIÃO
DE VAZANTE E PARACATU, MINAS GERAIS 582
Gabriel Caixêta Martins, Valéria Lopes de Castro, Edilene Aparecida Leonel,
Jefferson Luiz Antunes Santos, Maíta Vasconcelos Santos, Guilherme Pereira Cruz,
Melinda Rodrigues de Souza, Cláudia Inês da Silva

LOCOS MICROSSATÉLITES PARA Melipona


rufiventris (HYMENOPTERA: APIDAE) 583
Denilce Meneses Lopes, Filipe Oliveira Silva, Tania Maria Fernandes Salomao,
Lucio Antonio de Oliveira Campos, Mara Garcia Tavares

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xliii

RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA DO HABITAT E


OCORRÊNCIA DE ABELHAS E VESPAS SOLITÁRIAS 584
Bruno Ferreira, José Eduardo de Oliveira, Maria José de Oliveira Campos

GENETIC VARIABILITY OF A SMALL POPULATION OF


Frieseomelitta varia (HYMENOPTERA, APIDAE,
MELIPONINI) THROUGH RFLP OF MITOCHONDRIAL DNA 585
Paulo Henrique Pereira Gonçalves, Maria Cristina Arias

MICROSATELLITE LOCI ANALYSIS IN


POPULATION OF Melipona marginata 586
Alisson Roberto Campos Moresco, Maria Cristina Arias

INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE NA CONECTÂNCIA DE UMA


REDE DE INTERAÇÃO MUTUALÍSTICA ENTRE PLANTAS E VISITANTES
FLORAIS, EM UMA REGIÃO DE CERRADO, ITIRAPINA, SP 587
Maria Rodrigues Vianna, Astrid de Matos Peixoto Kleinert

A POLINIZAÇÃO COMO UM SERVIÇO DO ECOSSISTEMA:


UMA ESTRATÉGIA ECONÔMICA PARA A CONSERVAÇÃO 588
Flávia Monteiro Coelho Ferreira, Paulo De Marco Junior

DIVERSIDADE DA FAUNA DE ABELHAS DA SUBTRIBO


EUGLOSSINA (HYMENOPTERA; APOIDEA; APIDAE)
NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁGUA LIMPA, CATAGUASES-MG 589
Guilherme do Carmo Silveira, Alice Alves Rodrigues, Georgina Maria de Faria Mucci

ESPECTRO POLÍNICO DE AMOSTRAS DE PÓLEN COLETADOS


NAS CORBÍCULAS DE Tetragonisca angustula LATREILLE
(APIDAE: MELIPONINA) NA ILHA GRANDE, RIO DE JANEIRO 590
Leila Nunes Morgado, Rodrigo Morais Nunes, Maria Cristina A. Lorenzon,
Vânia Gonçalves-Esteves

ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA,


APIDAE, MELIPONINA) DA ILHA DE SANTANA-AP 591
Lorena Oliveira de Souza, Richardson Ferreira Frazão, Arley José Silveira da Costa

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xliv

A COMUNIDADE DE ABELHAS EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA,


NO MUNICÍPIO DE MARACAJÁ, SUL DE SANTA CATARINA 592
Mainara Figueiredo Cascaes, Bruna de Costa Alberton, Beatriz Wessler,
Jaqueline Bonazza Rodrigues, Birgit Harter-Marques

FLORA VISITADA E UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS FLORAIS


POR ABELHAS SILVESTRES (HYMENOPTERA, APIDAE) EM
UMA ÁREA DE DUNAS NA PRAIA DE PANAQUATIRA,
MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR, MA, BRASIL 593
Márcia Cristina Silva Vidigal, Fabiana dos Santos Oliveira, Márcio Wesley Mendonça,
Márcia Maria Corrêa Rego, Patrícia Maia Correia Albuquerque

POLLINATION NETWORK OF A MELITTOPHILOUS COMMUNITY


IN THE BRAZILIAN CERRADO: ECOLOGICAL PARAMETERS GIVE
INSIGHTS INTO NETWORK STRUCTURE 594
Simone Caroline Cappellari, Rosana Tidon, John L. Neff, Beryl B. Simpson

QUANTO TEMPO AINDA SOBREVIVERÁ A


RESTRITÍSSIMA Melipona capixaba? 595
Helder Canto Resende, Tânia Maria Fernandes Salomão,
Mara Garcia Tavares, Lúcio Antônio de Oliveira Campos

APIFAUNA ATRAÍDA POR ARMADILHA MOERICKE EM ÁREA


AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE RIOS CLARO, SP 596
Luceli de Souza, Maria José de Oliveira Campos

ESTRUTURA GENÉTICA DE Melipona mandacaia SMITH, 1863


(HYMENOPTERA, APOIDEA) NO ESTADO DA BAHIA 597
Margarete do Valle Werneck, Lucio Antônio de Oliveira Campos, Ana Maria Waldschmidt,
Rogério Marcos Alves, Henrique Batalha Filho, Carolina Gonçalves dos Santos

COMUNIDADE DE ABELHAS EM FRAGMENTOS


DA MATA ATLÂNTICA EM PERNAMBUCO 598
Poliana Yumi Ojima, Clemens Peter Schlindwein

AS ABELHAS DO GÊNERO Centris DAS DUNAS DE SANTO ANTÔNIO


(BA): DIVERSIDADE E USO DOS RECURSOS FLORAIS 599
Patrícia Oliveira-Rebouças, Miriam Gimenes, Hosana Amorim, Vinina Ferreira, Murilo Dantas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlv

VARIABILIDADE GENÉTICA DO LOCO csd EM


Melipona compressipes manaosensis
(HYMENOPTERA, APIDAE) EM POPULAÇÃO DE CATIVEIRO 600
Izaura Bezerra-Francini, Klilton Barbosa da Costa, Gislene Almeida Carvalho-Zilse

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL, RIQUEZA DE ABELHAS E POLINIZAÇÃO


DO MARACUJÁ-AMARELO NO TRIÂNGULO MINEIRO 601
Marcela Yamamoto, Ana Angélica Almeida Barbosa, Paulo Eugênio Oliveira

Ecologia de abelhas nativas 602

VARIAÇÃO SAZONAL E DIVERSIDADE DE MACHOS


EUGLOSSINI (HYMENOPTERA, APIDAE) EM FRAGMENTOS DE
FLORESTA NO SUL DE MINAS GERAIS, BRASIL 603
José Carlos Simão Cardoso Junior, Maria José de Oliveira Campos

EUGLOSSINI (HYMENOPTERA: APIDAE) DE QUATRO


FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO 604
Guaraci Duran Cordeiro, Heber Couto Cavalheiro, Isabel Alves-dos-Santos

OLIGOLETIA EM ALAGADOS SAZONAIS NA CAATINGA: Protodiscelis


(PARACOLLETINAE) E MONOCOTILEDÔNEAS BASAIS 605
Airton Torres Carvalho, Clemens Schlindwein

ESTUDO POPULACIONAL DE Nannotrigona


testaceicornis (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA)
ATRAVÉS DE MARCADORES MICROSSATÉLITES E mtDNA 606
Amanda Freire de Assis, Eddy José Francisco Oliveira, Geusa Simone de Freitas,
Ademilson Espencer Egea Soares

FONTES DE ALIMENTO UTILIZADAS POR DUAS ESPÉCIES


DE ABELHAS SEM FERRÃO EM UM REMANESCENTE FLORESTAL
NO MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS, SANTA CATARINA 607
Jaqueline Bonazza Rodrigues, Mainara Figueiredo Cascaes, Bruna de Costa Alberton,
Beatriz Wessler, Birgit Harter-Marques

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlvi

VARIAÇÃO NO TAMANHO CORPORAL DE MACHOS DE


Eufriesea nigrohirta EM AMBIENTES COM
FITOFISIONOMIAS DISTINTAS EM OURO PRETO, MG 608
Cristiane Martins, Ríudo P. Ferreira, Marina C. Dutra, Caio B. Mentone, Yasmine Antonini

ESTRUTURA ETÁRIA DAS POPULAÇÕES DE Eulaema


cingulata (APIDAE: EUGLOSSINA) EM FRAGMENTOS
DA REGIÃO DE OURO PRETO, MG 609
Marina C. Dutra, Ríudo P. Ferreira, Cristiane Martins, Caio B. Mentone, Yasmine Antonini

ABELHAS GENERALISTAS (MELIPONINA) E SUCESSO REPRODUTIVO


DE ÁRVORES COM FLORADA EM MASSA DE Stryphnodendron
pulcherrimum (WILLD.) HOCHR., NA MATA ATLÂNTICA (BAHIA) 610
Daniela Monteiro, Mauro Ramalho, Ciro Tavares Florence, Jaqueline Figueredo Rosa,
Marília Dantas e Silva, Marli Emilia Almeida

HETEROGENEIDADE NA ABUNDÂNCIA DE EUGLOSSINI


(HYMENOPTERA: APIDAE) EM ÁREA DE CERRADO DO
PARQUE ESTADUAL SERRA DE CALDAS NOVAS, GO 611
Rafael Fosca de Freitas, Solange Cristina Augusto

BIONOMIA DA ESPÉCIE CLEPTOPARASITA Protosiris


gigas MELO, 2006 E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ABELHA
HOSPEDEIRA Monoeca haemorrhoidalis (SMITH, 1854)
(APIDAE: OSIRINI, TAPINOTASPIDINI) 612
Léo Correia da Rocha-Filho, Gabriel A. R. Melo

BAIXA PRODUÇÃO DE RAINHAS EM Nannotrigona testaceicornis


DURANTE A PRIMAVERA E VERÃO (APIDAE, MELIPONINAE) 613
Gisele de Carvalho Pinto Cabral, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca

ESTRUTURA DE COMUNIDADES DE ABELHAS EUGLOSSINA


EM FRAGMENTOS DA REGIÃO DE OURO PRETO, MG 614
Ri­udo P. Ferreira, Cristiane Martins, Marina C. Dutra, Caio B. Mentone, Yasmine Antonini

RECURSOS LIMITANTES DA DENSIDADE DE NINHOS NATURAIS DE


MELIPONÍNEOS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL 615
Paulo Emílio Ferreira e Alvarenga, Ivan Paulo Akatsu, Ademilson Espencer Egea Soares

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlvii

ALGUMAS PLANTAS VSITADAS PARA OBTENÇÃO DE PÓLEN


POR OPERÁRIAS DE Melipona fasciculta Smith, 1858 EM
ANAJATUBA, REGIÃO DA BAIXADA MARANHENSE 616
Márcia Cristina Silva Vidigal, Fabiana dos Santos Oliveira, Gracy Chrisley Alencar Carvalho,
Ana Carolina Alves Malheiros Araújo, Monique Hellen Martins Ribeiro,
Márcia Maria Corrêa Rego, Patrícia Maia Correia Albuquerque

PROJETO MELIPONÁRIOS DIDÁTICOS (JOÃO PESSOA, PB) 617


Jerônimo Kahn Villas-Bôas, Celso Feitosa Martins

FAUNA DE ABELHAS DA RESERVA NATURAL DO


RIO CACHOEIRA, ANTONINA, PARANÁ, BRASIL 618
Claudivã Matos Maia, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo

ABELHAS E VESPAS VISITANTES DE FLORES


EM CAPÕES NO PANTANAL SUL 619
Samuel Boff, Andrea Cardoso Araujo, Arnildo Pott

Megalopta (HYMENOPTERA: HALICTIDAE) COLETADAS


COM ISCAS AROMÁTICAS NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO
ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL 620
Fátima do Rosário Naschenveng Knoll, Leandro Mattos Santos

NATIVE BEE’S ASSEMBLAGE AS POLLINATORS OF


TIMBER TREES IN THE AMAZON FOREST CANOPY:
SPECIALIZED AND GENERALIZED SYSTEMS 621
Márcia Motta Maués, Paulo Eugênio A. M. de Oliveira

ANÁLISE FAUNÍSTICA DE ABELHAS EM ÁREAS DO PARQUE FLORESTAL


DE PATROCÍNIO E NOVA PONTE – CAXUANA S/A REFLORESTAMENTO 622
José Eustáquio dos Santos Júnior, Sebastião Ferreira Lima, Rosinalva da Cunha dos Santos

INFLUÊNCIA DA IDADE DA RAINHA SOBRE O POP DE


Scaptotrigona postica (HYMENOPTERA, MELIPONINA) 623
Genilson Rodrigues Ferreira Lima, Alexandre Santana Azevedo,
Marcos Henrique Rodrigues Carvalho

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlviii

OCORRÊNCIA SAZONAL DE OPERÁRIAS, RAINHAS E MACHOS EM


FAVOS MADUROS DE Melipona bicolor schencki (APIDAE;
MELIPONINI), EM AMBIENTE NATURAL DE CLIMA SUBTROPICAL,
EM SÃO FRANCISCO DE PAULA, RS, BRASIL 624
Ney Telles Ferreira Junior, Betina Blochtein

PROPORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE OPERÁRIAS,


RAINHAS E MACHOS EM FAVOS DE Melipona bicolor
schencki GRIBODO, 1893 (APIDAE; MELIPONINI) EM
AMBIENTE NATURAL, NO SUL DO BRASIL 625
Ney Telles Ferreira Junior, Betina Blochtein

CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA ÀS VARIAÇÕES DE


TEMPERATURA EM OPERÁRIAS DE Trigona spinipes
(FABRICIUS, 1973) (HYMENOPTERA:APIDAE) DURANTE
OS PERÍODOS DE VERÃO E INVERNO 626
Oilton José Dias Macieira, Edson Aparecido Proni

COMUNIDADE DE ABELHAS (INSECTA: HYMENOPTERA)


E PRINCIPAIS FONTES DE RECURSOS FLORAIS NO
campus DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE, CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 627
João Manoel da Silva Neto, Maria Cristina Gaglianone

REDE DE INTERAÇÃO ENTRE ABELHAS E PLANTAS EM FLORESTA


OMBRÓFILA MISTA, PORTO UNIÃO, SANTA CATARINA 628
Cristiane Krug, Isabel Alves-dos-Santos, Vanilde Citadini-Zanette

ESTRUTURA DE UMA COMUNIDADE DE ABELHAS EM AREA DE FLORESTA


OMBRÓFILA DENSA MONTANA EM SÃO BENTO DO SUL, SC 629
Denise Monique Dubet da Silva Mouga, Cristiane Krug

COMUNIDADE DE EUGLOSSINI (HYMENOPTERA, APIDAE)


DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DOS CAETETUS, GÁLIA, SP 630
José Carlos Serrano, Carlos Alberto Garófalo

CONHECENDO A DIVERSIDADE DE ABELHAS DAS


ORQUÍDEAS (APIDAE: EUGLOSSINI) DA AMAZÔNIA 631
Ana Cláudia Oliveira Araújo, Marcio Luiz de Oliveira

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
xlix

MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA


POR MEIO DO OPENMODELLER: ESTUDO DE
CASO DE PLANTAS E POLINIZADORES 632
Tereza Cristina Giannini, Antonio Mauro Saraiva, Isabel Alves-dos-Santos

NESTING OF Trigona C.F. spinipes IN THREE


PHYTOPHYSIOGNOMIES OF CERRADO IN ITIRAPINA, SÃO PAULO 633
Fabiana C. Pioker, Astrid de Matos Peixoto Kleinert

VARIAÇÃO DA DIVERSIDADE DE MELIPONINA (APIDAE;


MELIPONINA) EM FRAGMENTOS DE HÁBITATS
FLORESTADOS DE MATA ATLÂNTICA NA BAHIA 634
Marília Dantas e Silva, Mauro Ramalho, Ciro Tavares Florence,
Paulo César Gouvêa Leão, João Paulo Loyola Oliveira, Daniela Monteiro,
Jaqueline Figueredo Rosa, Zafira Evelma Gurgel, Marli Emília Almeida

ATIVIDADE DE COLETA DA ABELHA Tetragonisca


angustula NO DECORRER DO ANO 635
Flávio Augusto Santos Silva, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, André Luís Santos Silva,
André Luiz Halak, Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos

ANÁLISE PROTÉICA E DE AMINOÁCIDOS DO ALIMENTO


LARVAL DE Tetragonisca angustula LATREILLE 1811
(APIDAE, MELIPONINI) 636
Mauro Prato, Ademilson Espencer Egea Soares

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO PERFIL QUÍMICO EM


COLÔNIAS ÓRFÃS DE ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINI) 637
Lucas Garcia von Zuben, Túlio Marques Nunes, Izabel Cristina Casanova Turatti,
Norberto Peporine Lopes, Ronaldo Zucchi

COMPOSTOS VOLÁTEIS LIBERADOS POR RAINHAS VIRGENS DE


Melipona quadrifasciata (APIDAE: MELIPONINI) 638
Adriana Pianaro, Cristiano Menezes, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, Anita Jocelyne Marsaioli

FLORA APÍCOLA DA CAATINGA CEARENSE DE IMPORTÂNCIA


PARA AS ABELHAS JANDAÍRAS (Melipona subnitida) 639
José Everton Alves, Breno Magalhães Freitas, Celso Braga Magalhães,
Emanuelle Bruna Rodrigues Carneiro, Fábio Carreiro Chaves de Melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
l

ABELHAS SOLITÁRIAS (HYMENOPTERA, APOIDEA) NIDIFICANDO


EM CAVIDADES PREEXISTENTES NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE
RIBEIRÃO PRETO, MATA SANTA TERESA, RIBEIRÃO PRETO, SP 640
Janaina Fernandes Silva, Carlos Alberto Garófalo

GROUP FORAGING IS BENEFICIAL FOR STINGLESS BEES 641


Elinor M. Lichtenberg, Vera L. Imperatriz-Fonseca, James C. Nieh

A COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA, APIDAE)


E SUAS FONTES FLORAIS NO PARQUE NACIONAL DA
SERRA DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA, BRASIL 642
David Richard da Luz, Gustavo Valadares Barroso

PRODUÇÃO DE OPERÁRIAS, MACHOS E RAINHAS EM


COLÔNIAS DE Plebeia emerina (FRIESE, 1900)
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI) 643
Juliana Stephanie Galaschi Teixeira, Betina Blochtein

FORMAÇÃO DE NOVAS COLÔNIAS DE Plebeia


remota (APIDAE, MELIPONINI) 644
Tarsila Amorim Coelho, Denise de Araújo Alves, Isabel Alves dos Santos

ESTUDO PRELIMINAR DA COMUNIDADE DE ABELHAS


(HYMENOPTERA, APOIDEA, APIFORMES) EM UMA
LOCALIDADE URBANA DE ARACAJU – SE 645
Berla Santos Cruz, Anderson Barbosa, Maxwell Souza Silveira

ANÁLISE DO CUSTO DA PRODUÇÃO DE MACHOS EM Melipona


(Michmelia) flavolineata FRIESE, 1900 (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINA) EM COLÔNIAS SOBRE DIFERENTES
TAMANHOS POPULACIONAIS 646
Alexandre Santana Azevedo, Gisele Garcia Azevedo, Marcos Henrique Rodrigues Carvalho,
Genilson Rodrigues Ferreira Lima

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
li

Morfologia de abelhas 647

INTERFACE DE AUTOMAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS MANUAIS NA


IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO E PADRONIZAÇÃO DA
TROCA DE DADOS USANDO MORFOMETRIA GEOMÉTRICA 648
Jésus Franco Bueno, Tiago Maurício Francoy, Vera Lucia Imperatriz-Fonseca,
Antonio Mauro Saraiva

MORFOMETRIA DE MACHOS E FÊMEAS DE Euglossa annectans


DRESLER 1982 (HYMENOPTERA, APIDAE, EUGLOSSINI) 649
Márcia de F. Ribeiro, Sérgio Dias Hilário, Marilda Cortopassi-Laurino

AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DO APARELHO


FERROADOR DE OPERÁRIAS DE Apis mellifera
(HYM.: APIDAE) AFRICANIZADAS, EM RELAÇÃO AO
TAMANHO DA GLÂNDULA ÁCIDA 650
Anna Kátia Brizola-Bonacina, Emi Nasu, Valter Vieira Alves Júnior

FLIGHT MUSCLE DIFFERENTIAL DEVELOPMENT IN


WORKERS, QUEENS AND MALES OF Apis mellifera AND
Scaptotrigona postica (HYMENOPTERA: APIDAE) 651
Fernanda Fernandez-Winckler, Carminda Cruz-Landim

DESENVOLVIMENTO DAS PAPILAS RETAIS EM Melipona


quadrifasciata anthidioides E Melipona scutellaris 652
Carolina Gonçalves Santos, José Eduardo Serrão

HISTOQUÍMICA DA VÁLVULA CARDÍACA E DA PORÇÃO


ANTERIOR DO VENTRÍCULO EM ABELHAS (APIDAE) 653
Stéphanie A.M.V. Teixeira, José Eduardo Serrão

ESTUDOS MORFOLOGICOS DA GLANDULA


INTRA-MANDIBULAR de Melipona scutellaris 654
Douglas Elias Santos, Edmilson Amaral de Souza: José Eduardo Serrão

HISTOLOGIA DE Apis mellifera INFECTADA


POR Nosema ceranae 655
Débora Linhares Lino de Souza, José Eduardo Serrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lii

IMMUNOCYTOCHEMICAL LABELING OF CELL DEATH AND


CELLULAR STRESS PROTEINS AS A TOOL FOR TOXICOLOGICAL
STUDIES OF HONEY BEES 656
Elaine Cristina Mathias da Silva-Zacarin, Ales Gregorc, Daiane de Jesus, Osmar Malaspina

ULTRASTRUCTURE OF THE CEPHALIC SALIVARY GLANDS


OF WORKERS AND QUEENS OF Apis mellifera AND
Scaptotrigona postica (HYMENOPTERA, APIDAE)
IN DIFFERENT PHASES OF LIFE 657
Silvana Beani Poiani, Carminda da Cruz-Landim

DIFFERENTIAL CELL DEATH DURING MUSHROOM BODIES


DEVELOPMENT OF WORKERS, QUEENS AND MALES OF Apis
mellifera (HYMENOPTERA: APIDAE) 658
Thaisa Cristina Roat, Carminda da Cruz-Landim

SCANNING ELECTRONIC MICROSCOPY (S.E.M.) OF


MORPHOLOGICAL TRAITS OF TAXONOMIC INTEREST
OF SOME MELIPONINI BEES (HYMENOPTERA: APIDAE) 659
Eda Flavia Lotufo Rodrigues Alves Patricio

RELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DOS ESPERMATOZÓIDES


DAS ABELHAS CORBICULADAS E OS DIFERENTES
NÍVEIS DE SOCIABILIDADE 660
Samira Ravaiano, Ríudo Paiva Ferreira, Yasmine Antonini, Uyrá Zama

Ninhos de abelhas 661

POSTURA DA RAINHA DA ABELHA CANUDO


Scaptotrigona polysticta MOURE, 1950, EM CAIXA
PADRONIZADA, NA AMAZÔNIA 662
Klilton Barbosa-Costa, Aramis da Cruz Noronha, Gislene Almeida Carvalho-Zilse

ABELHAS SEM FERRÃO (MELIPONINI) E SEUS


NINHOS NO CERRADO DE BALSAS, MA, BRASIL 663
Márcia Maria Corrêa Rêgo, Patrícia Maia Correia de Albuquerque

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
liii

TRAP NEST SCOUTER: UM SOFTWARE PARA COMPUTADOR


DE MÃO DESTINADO A AUXILIAR EM PESQUISAS COM
NINHOS-ARMADILHA USADOS NA OBTENÇÃO DE
ENXAMES DE ABELHAS MELIPONINI 664
Eduardo Matheus Marion Jorge, Antonio Mauro Saraiva

DIVERSIDADE DE NINHOS DE MELIPONINA (APIDAE)


NA ESCALA DA PAISAGEM EM MOSAICO NO CORREDOR
CENTRAL DA MATA ATLÂNTICA (BA) 665
Marília Dantas e Silva, Mauro Ramalho, Zafira Evelma da Rocha Gurgel,
Ciro Tavares Florence, Paulo César Gouvêa Leão, João Paulo Loyola Oliveira,
Daniela Monteiro, Jaqueline Figueredo Rosa, Marli Emília Almeida

DIVERSIDADE E SAZONALIDADE DE ABELHAS E


VESPAS SOLITÁRIAS (HYMENOPTERA: APOIDEA)
EM NINHOS-ARMADILHA NA REGIÃO DE OURO PRETO, MG 666
William de Oliveira Sabino, Yasmine Antonini

LONGEVIDADE E TAMANHO DE NINHO GREGÁRIO


DE Euglossa annectans EM ÁREA URBANA 667
Marilda Cortopassi-Laurino, Sergio Dias Hilário, Márcia de Fátima Ribeiro, Paulo Nogueira-Neto

ATRATIVIDADE DE ABELHAS SOLITÁRIAS


(HYMENOPTERA, APOIDEA) ÀS CORES E MATERIAIS 668
Carina de Oliveira, Maria Cristina Lorenzon

INFLUÊNCIA DO COMPRIMENTO E DIÂMETRO DOS


NINHOS-ARMADILHA NO COMPORTAMENTO DE NIDIFICAÇÃO
DE Centris (Heterocentris ) analis (FABRICIUS) 669
Carina de Oliveira, Guaraci Duran Cordeiro, Maria Cristina Affonso Lorenzon

NOTAS SOBRE A BIOLOGIA DE Euglossa (Euglossa)


anodorhynchi NEMÉSIO (APIDAE, EUGLOSSINA):
ESTRUTURA DO NINHO E ESPÉCIES PARASITAS ASSOCIADAS 670
Paola Marchi, Luiz R. R. Faria Jr., Gabriel A. R. Melo

EFEITO DO COMPRIMENTO DO NINHO-ARMADILHA NA RAZÃO


SEXUAL DA PROGÊNIE DE Centris (Heterocentris) analis
(FABRICIUS, 1804) (HYMENOPTERA, APIDAE, CENTRIDINI) 671
Juliana Duarte de Souza Alonso, Carlos Alberto Garófalo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
liv

BIOLOGIA DE NIDIFICAÇÃO DE Megachile (Chrysosarus)


affabilis (HYMENOPTERA: MEGACHILIDAE) EM NINHOS-ARMADILHA
EM UMA ÁREA ANTRÓPICA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 672
José Luiz Pontes da Silva Júnior, Maria Cristina Gaglianone

ABELHAS QUE NIDIFICAM EM NINHOS-ARMADILHA (HYMENOPTERA,


ACULEATA) EM UMA ÁREA DE MATA PRÉ-AMAZÔNICA DA RESERVA
BIOLÓGICA DA MERCK, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR/MA 673
David Barros Muniz, Gisele Gárcia Azevedo, Lenira M. Lacerda

RECURSOS ALIMENTARES UTILIZADOS POR ABELHAS


COLETORAS DE ÓLEO EM ÁREAS DE CERRADO DO
TRIÂNGULO MINEIRO-MG 674
Laíce Souza Rabelo, Alice Maria Guimarães Fernades Vilhena, Thatiana Martins dos Santos
Mesquita, Esther Margarida Alves Ferreira Bastos, Solange Cristina Augusto

OCUPAÇÃO DE NINHOS ARMADILHA POR ABELHAS E


VESPAS (HYMENOPTERA) EM TRÊS FISIONOMIAS DE
MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 675
Frederico Machado Teixeira, Maria Cristina Gaglianone

NESTING OF Apis mellifera INSIDE AN EMPTIED NEST OF Trigona


C.F. spinipes IN THE CERRADO OF ITIRAPINA, SÃO PAULO 676
Fabiana Curtopassi Pioker, Astrid de Matos Peixoto Kleinert

DISTRIBUIÇÃO DE NINHOS DE ABELHAS SEM FERRÃO


NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO PANGA (UBERLÂNDIA, MG) 677
Estefane Leoncini Siqueira, Fernanda Helena Nogueira-Ferreira

A FAUNA URBANA DE ABELHAS INDÍGENAS


SEM-FERRÃO (HYMENOPTERA; APOIDEA;
APIDAE) NA ÁREA URBANA DE CATAGUASES, MG 678
Talitta Guimarães, Paula Netto, Matheus Campista Carvalho,
Georgina Maria de Faria Mucci, Lúcio Antônio de Oliveira Campos

ABELHAS SOLITÁRIAS OCUPANTES DE NINHOS-ARMADILHA


EM QUATRO LOCALIDADES NO ESTADO DE SÃO PAULO 679
Heber Couto Cavalheiro, Guaraci Duran Cordeiro, Isabel Alves-dos-Santos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lv

OCORRÊNCIA DE NINHOS DE ABELHAS SEM-FERRÃO


(HYMENOPTERA, MELIPONINA) EM DIFERENTES SUBSTRATOS
NA FAZENDA PITANGUEIRAS, PARQUE NACIONAL DA SERRA DA
BODOQUENA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL 680
Felipe Varussa de Oliveira Lima, José Benedito Perrella Balestieri

OCUPAÇÃO DE NINHOS-ARMADILHA POR ABELHAS


SOLITÁRIAS NA MATA ATLÂNTICA DE PERNAMBUCO –
INTERIOR DE MATA, BORDA E CANAVIAL 681
Adauto Alex dos Santos, Clemens Schlindwein

EFEITO DO TAMANHO DO FRAGMENTO SOBRE A


NIDIFICAÇÃO DE ABELHAS SOLITÁRIAS EM ÁREA DE
MATA ATLÂNTICA DE PERNAMBUCO 682
Adauto Alex dos Santos, Clemens Schlindwein

NIDIFICAÇÃO DE Xylocopa spp. EM ÁREAS


DE CERRADO DO TRIÂNGULO MINEIRO 683
Talles Marques Chaves-Alves, Camila Nonato Junqueira,
Paulo Eugênio Alves Macedo de Oliveira & Solange Cristina Augusto

DIVERSIDADE DE ABELHAS SOLITÁRIAS E OCUPAÇÃO


DE NINHOS-ARMADILHA EM ÁREA DE CERRADO 684
Thatiana Martins dos Santos Mesquita, Solange Cristina Augusto

DISTRIBUIÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS SOCIAIS EM


DUAS RESERVAS DE CERRADO, UMA EM TRÊS LAGOAS/MS
E OUTRA EM ANDRADINA/SP 685
Maria Elisa Rebustini, Laila Cristine Moreira Prado, Maicon Ricardo Zieberg Passini,
Patrícia de Carvalho de Oliveira, Tatiele Cristina da Silva Pina

NESTING BIOLOGY OF Monoeca SPEC. NOV. ON


SANTA CATARINA ISLAND 686
Anne Zillikens, Josefina Steiner

LEVANTAMENTO DAS ABELHAS SOLITÁRIAS QUE NIDIFICAM


EM CAVIDADES PREEXISTENTES EM ÁREA DE
MATA ATLÂNTICA (SETE BARRAS, SP, BRASIL) 687
Paola Marchi, Gabriel A. R. Melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lvi

ARQUITETURA DE NINHOS DE ABELHAS E VESPAS SOLITÁRIAS


(INSECTA, HYMENOPTERA) EM REMANESCENTES DE MATA DE
TABULEIRO NO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 688
Marcelita França Marques, Maria Cristina Gaglianone

NIDIFICAÇÃO SIMULTÂNEA EM UMA CAVIDADE PELAS


ESPÉCIES Trigona hypogea E Cephalotrigona
capitata (HYMENOTPTERA: APIDAE: MELIPONINI) 689
Victor Gardim Rodrigues, Filipi Rogério Silva, Lucas José Bevilaqua,
Sidnei Mateus, Ronaldo Zucchi

Pragas, parasitas e doenças de abelhas tropicais 690

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO ÁCARO Varroa destructor


PELA TÉCNICA RAPD EM COLÔNIAS DE Apis mellifera NO
ESTADO DE SANTA CATARINA E FERNANDO DE NORONHA-PE 691
Francisco Estevão Carneiro, Roger Strapazzon, Sabrina Alejandra Ramirez,
José Carlos Vieira Guerra Jr, Geraldo Moretto

DETERMINAÇÃO DA VARIABILIDADE GENÉTICA DO ÁCARO


Varroa destructor EM COLÔNIAS DE ABELHAS Apis
mellifera DO ESTADO DE SANTA CATARINA ATRAVÉS
MARCADORES MICROSSATÉLITES 692
Roger Strapazzon, Francisco Estevão Carneiro, Sabrina Alejandra Ramirez, Geraldo Moretto

MENOR INFESTAÇÃO E REPRODUÇÃO DO


ÁCARO Varroa destructor EM COLMÉIAS DE
ABELHAS AFRICANIZADAS (Apis mellifera L.)
COM ALTO GRAU DE COMPORTAMENTO HIGIÊNICO 693
Marcia R. C. Issa, Michelle M. Morais, Rogério A. Pereira, David De Jong, Lionel S. Gonçalves

EFEITO TÓXICO DO INSETICIDA FIPRONIL


PARA ABELHAS Apis mellifera 694
Tiago Favaro de Souza, Osmar Malaspina

DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR PÓLEN EM CASOS DE CRIA


ENSACADA BRASILEIRA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 695
Marta Rodrigues Pacheco, Ortrud Monika Barth, Maria Cristina Affonso Lorenzon

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lvii

PARASITISMO POR Physocephala (DIPTERA: CONOPIDAE):


UM IMPORTANTE FATOR DE MORTALIDADE PARA FÊMEAS E MACHOS
DE Centris (Heterocentris) analis (HYMENOPTERA, APIDAE) 696
Lucas Tadeu Pelogia Caldano, José Carlos Serrano, Carlos Alberto Garófalo

OCORRÊNCIA DE FORMIGAS DO GÊNERO Ectatoma


SMITH PREDANDO MOSCAS SARCOPHAGIDAE QUANDO
EM ATAQUE ÀS ABELHAS Melipona quinquefasciata
LEPELETIER (APIDAE, MELIPONINAE) 697
Thiago Mahlmann, Favízia Freitas de Oliveira

AVALIAÇÃO DO INDICE DE INFESTAÇÃO DO ÁCARO


Varroa destructor EM COLÔNIAS DE Apis
mellifera NA REGIÃO DE BLUMENAU – SANTA CATARINA 698
Francisco Estevão Carneiro, Roger Strapazzon, Geraldo Moretto

INFESTATION LEVELS OF MITE Varroa destructor


IN AFRICANIZED COLONIES SUBMITTED FOR ROYAL
JELLY AND QUEEN PRODUCTION 699
Priscila Wielewski, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Patrícia Faquinello, Fabiana Martins
Costa-Maia, Elias Nunes Martins, Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki

NEW CLEPTOPARASITES AND LIFE HISTORY


DATA FROM TWO SPECIES OF Eufriesea 700
Rafael Kamke, Anne Zillikens, Josefina Steiner

EFEITO DE Lantana camara (VERBENACEAE) NA SOBREVIVÊNCIA


DE OPERÁRIAS DE Apis mellifera (HYMENOPTERA, APIDAE) 701
Andrigo Monroe Pereira, José Chaud-Netto

ATIVIDADE TÓXICA DO ÓLEO LIMONENO,


POR INGESTÃO, EM OPERÁRIAS DE ABELHAS
Apis mellifera E Scaptotrigona postica 702
Íris Martins Diamantino, Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza

TOXICIDADE DE EXTRATOS BOTÂNICOS À


ABELHA Apis mellifera 703
Vânia Maria Xavier, Dejair Message, Marcelo Coutinho Picanço, Izabel Christina da Silva,
Gerson Adriano Silva, Jander Fagundes Rosado, Emerson Cristi de Barros

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lviii

EFEITO TÓXICO DO IMIDACLOPRIDE PARA


OPERÁRIAS DE Apis mellifera AFRICANIZADA 704
Caroline de Almeida Rossi, Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza

OCORRÊNCIA DE PARASITISMO EM Exomalopsis


aureopilosa SPINOLA, 1853 (HYMENOPTERA, APIDAE) POR
Horcomutilla sp. CASAL, 1962 (HYMENOPTERA, MUTILLIDAE) 705
Felipe Varussa de Oliveira Lima, Rogério Silvestre, Rodrigo Aranda,
José Benedito Perrella Balestieri

EFEITO DO MEL DA MAMONEIRA (Ricinus communis)


NA LONGEVIDADE DE ABELHAS
Apis melLifera L. SOB CONFINAMENTO 706
Marcelo de Oliveira Milfont, Breno Magalhães Freitas, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo, Isac
Gabriel Abrahão Bomfim, Marcelo Casimiro Cavalcante

Produtos das abelhas 707

FLORA DE IMPORTÂNCIA POLINÍFERA PARA


Apis mellifera (L.) NA REGIÃO DE VIÇOSA, MG 708
Anna Frida Hatsue Modro, Dejair Message, Cynthia Fernandes Pinto da Luz,
João Augusto Alves Meira Neto

VARIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICO DO MEL ARMAZENADO


NAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO ESTADO DO CEARÁ 709
Fernanda Farias Martins, Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar,
Maria Silvia Frota, Crisanto Alves Araújo

ASPÉCTOS QUALITATIVOS DE MÉIS PRODUZIDOS


NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO CEARÁ 710
Fernanda Farias Martins, Raimundo Maciel Sousa, Odaci de Sousa Aguiar,
Maria Silvia Frota, Crisanto Alves Araújo

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, ORGANOLÉPTICAS E MICROBIOLÓGICAS


DO MEL DE Melipona fasciculata Smith ESTOCADO EM
DIFERENTES CONDIÇÕES DE LUMINOSIDADE E TEMPERATURA 711
Nadia Sleiman Mattar, Maria José Abigail Mendes Araújo, Gisele Garcia Azevedo, Rosane Nassar
Meireles Guerra, Murilo Sérgio Drummond, Flávia Raquel Fernandes do Nascimento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lix

PRODUÇÃO DE PRÓPOLIS EM REGIÃO DE TRANSIÇÃO


CAATINGA-CERRADO DO ESTADO DO PIAUÍ 712
Maria Teresa do Rego Lopes, Fábia de Mello Pereira, Ricardo Costa Rodrigues de Camargo,
José Maria Vieira Neto, Valdenir Queiroz Ribeiro

TIPIFICAÇÃO DO MEL PRODUZIDO POR Apis mellifera L. EM


PLANTIO COMERCIAL DE MAMONEIRA Ricinus communis L. 713
Marcelo de Oliveira Milfont, Breno Magalhães Freitas, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo,
Camila Queiroz Lemos, Michelle de Oliveira Guimarães, Favízia Freitas de Oliveira

ESPECTRO POLÍNICO DO MEL DA TIÚBA (Melipona


fasciculata SMITH, 1854, HYMENOPTERA, APIDAE) 714
Adriana Cecília Lima Martins, Léa Maria Medeiros Carreira, Claucyanne Mendes Vieira,
Márcia Maria Corrêa Rêgo, Patrícia Maia Correia de Albuquerque

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DOS MÉIS DE Melipona


fasciculata SMITH DA REGIÃO DO CERRADO MARANHENSE 715
Carlos Alexandre Holanda, Maria Célia Pires Costa

ESTUDO TOXICOLÓGICO PRÉ-CLINICO AGUDO COM O EXTRATO


HIDROALCOÓLICO DA PRÓPOLIS DE Scaptotrigona sp. 716
Maria José Abigail Mendes Araújo, Nadia Sleiman Mattar, Aramys Silva Reis, Márcia Cristina
Gonçalves Maciel, Izabel Cristina Portela Bogéa Serra, Maria Nilce de Sousa Ribeiro,
Adelson de Souza Lopes, Flávia Raquel Fernandes do Nascimento

POTENCIAL ANTIMICROBIANO DE PRÓPOLIS


BRASILEIRA VERDE, PRETA E VERMELHA 717
Denise de Oliveira Scoaris, Tatiana Kelly Silva, Ana Carolina Peixoto Moreira,
Esther Margarida Alves Ferreira Bastos

ESTUDO IN VITRO DA VIABILIDADE DE ESPOROS DE


Paenibacillus larvae EXPOSTOS A DOSAGENS
SUCESSIVAS DE EXTRATO DE PRÓPOLIS VERDE 718
Esther Margarida Alves Ferreira Bastos, Ademilson Espencer Egea Soares,
Denise de Oliveira Scoaris, Marla Spivak

PRODUÇÃO DE GELÉIA REAL EM COLÔNIAS RECRIAS


DE ABELHAS AFRICANIZADAS SUPLEMENTADAS COM
RAÇÕES ELABORADAS COM ÓLEO DE LINHAÇA E PALMA 719
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria Josiane Sereia, Patrícia Faquinello,
Fabiana Martins Costa-Maia, Ana Lúcia Paz Barateiro Stuchi, Antônio Cláudio Furlan

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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lx

ANÁLISE MELISSOPALINOLÓGICA DE AMOSTRAS DE MEL DE Apis


mellifera ORIUNDAS DA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO PIAUÍ 720
Ricardo Costa Rodrigues Camargo, Alyne Freire de Melo,
Leudimar Aires Pereira, Fábia de Mello Pereira, Maria Teresa do Rêgo Lopes

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E MICROBIOLÓGICOS


DO MEL DE Scaptotrigona (HYMENOPTERA, APIDAE, APINAE) DO
MUNICÍPIO DE LUIZ ANTÔNIO, SÃO PAULO, BRASIL 721
Daniela Yumi Yamamoto, Ivan Paulo Akatsu,
Osmar Malaspina, Ademilson Espencer Egea Soares

ADULTERAÇÃO DE MEL VENDIDOS NAS


FEIRAS LIVRES DE BOA VISTA, RORAIMA 722
Silvio José Reis Da Silva, Fabiola Cristina Gibson Alves,
Juliana Patrícia Ribeiro Pereira, Rosiclede Lôbo

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E QUÍMICOS


DE PRÓPOLIS DE Scaptotrigona sp. (TUBI) 723
Alexandre Michel Costa Nogueira, Richard Pereira Dutra, Bruno Vinícius de Barros Abreu,
Marisa Cristina Aranha Batista, Maria José Abigail Mendes Araújo, Maria Célia Pires Costa,
Maria Nilce de Sousa Ribeiro

EFEITO ANTIBACTERIANO DO EXTRATO ETANÓLICO DA


PRÓPOLIS SOBRE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS DE PEIXE 724
Eva Mônica Sarmento da Silva, Nara Patrícia Cavalcanti Andrade,
Ana Paula Soares dos Santos, Claudia Luiza Paes Barretto Villaça,
Cristina Crewer da Costa, Mateus Matiuzzi da Costa

IDENTIFICAÇÃO DA FLORA DOS MEÍS ORIGINÁRIOS


DAS ILHAS FLORESTA E LARANJEIRA, MUNICÍPIO DE
QUERÊNCIA DO NORTE, PARANÁ, BRASIL 724
Eloi Machado Alves, Cássia Mônica Sakuragui, Emi Rainildes Lorenzetti,
Alethéia Alves da Silva, Carolina Antunes Neves, Vagner Alencar Arnaut de Toledo,
Augusta Carolina de C. C. Moreti, Luis Carlos Marchini

DESEMPENHO DE COLMÉIAS DE Apis meLlifera ALIMENTADAS


COM DIETAS ARTIFICIAIS PARA PRODUÇÃO DE GELÉIA REAL 726
Regina Helena Nogueira Couto, Leomam Almeida Couto, Daniel Nicodemo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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lxi

ANÁLISE SENSORIAL E INTENÇÃO DE COMPRA DE LEITE


DE CABRA FERMENTADO COM Lactobacillus
acidophilus ENRIQUECIDO COM PÓLEN E MEL DE
ABELHAS AFRICANIZADAS, MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE 727
João Nelson Melo Vasconcelos, Júlio Otávio Portela Pereira, Masu Capistrano Camurça Portela,
Raimundo Sousa Maciel, Antonia Daiana Andrade Araújo, Paulo Roberto Costa Oliveira,
Wycisláudia Brandão Silva, Ana Roberta Araújo Silva

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE LEITE DE CABRA FERMENTADO COM


Lactobacillus acidophilus ENRIQUECIDO COM PÓLEN E MEL DE
ABELHAS AFRICANIZADAS, MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE 728
João Nelson Melo Vasconcelos, Júlio Otávio Portela Pereira, Masu Capistrano Camurça Portela,
Raimundo Sousa Maciel, Antonia Daiana Andrade Araújo, Clara Mítia de Paula,
Márcia Meneses Portela, Rafael Ricardo Dutra

ETNOCONHECIMENTO SOBRE A IDENTIFICAÇÃO


DO MEL DE ABELHA PELOS MORADORES DO
BAIRRO DO LAGUINHO, MACAPÁ, AP, BRASIL 729
Eliane Rocha Rodrigues, Daniel de Sá Cavalcante,
Lorena Oliveira de Souza, Arley José Silveira da Costa

ANÁLISE MELISSOPALINOLÓGICA DE AMOSTRAS DE


MEL DE ABELHAS NATIVAS DE UMA PROPRIEDADE
LOCALIZADA NA ZONA RURAL DE TERESINA-PI 730
Alyne Freire de Melo, Ricardo Costa Rodrigues Camargo, Fábia de Mello Pereira,
Maria Teresa do Rêgo Lopes, Leudimar Aires Pereira

Sistemática e biogeografia de abelhas 731

ABELHAS DE RORAIMA. POR QUE TANTAS


ESPÉCIES EM TÃO POUCO ESPAÇO? 732
Marcio Luiz de Oliveira, Sílvio José dos Reis Silva, Marcone C. Silva,
Ana Cláudia O. Araújo, Maria Ivonei Albuquerque, Sheila F. Tavares.

AVANÇOS RECENTES NA SISTEMÁTICA E TAXONOMIA


DE AUGOCHLORINI (HALICTINAE) 733
Rodrigo B. Gonçalves

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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lxii

COMPARAÇÃO GENÉTICA ENTRE DIFERENTES ESPÉCIES DE


Euglossa (HYMENOPTERA: APIDAE: EUGLOSSINI)
BASEADA EM MARCADORES MOLECULARES 734
Giangarelli, D.C., Freiria, G.A., Colatrelli, O.P., Suzuki, K.M., S.C. Augusto., Sofia, S.H.

A APIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI,


OURO PRETO, MG 735
William de Oliveira Sabino, Ríudo de Paiva Ferreira, Yasmine Antonini.

ABELHAS MELIPONINA (HYMENOPTERA, APIDAE)


DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO AMAPÁ 736
Richardson Ferreira Frazão, Arley José Silveira da Costa

REVISÃO DAS ESPÉCIES DE Hylaeus FABRICIUS,


1793 (HYMENOPTERA, COLLETIDAE) PRESENTES
NO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL 737
Rodolfo César Costa Arantes, Fernando Amaral da Silveira

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS


DO GÊNERO Megalopta SMITH 1853 (APIDAE: HALICTINAE) 738
Leandro Mattos Santos, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Fernando A. Silveira

FILOGENIA E EVOLUÇÃO DO POLIMORFISMO CEFÁLICO EM


Rhinocorynura SCHROTTKY (HALICTINAE, AUGOCHLORINI) 739
Rodrigo B. Gonçalves, Gabriel A. R. Melo

PHYLOGENETIC RELATIONSHIPS AMONG SPECIES


OF GENUS Scaura (HYMENOPTERA: MELIPONINI)
INFERRED FROM MTDNA SEQUENCES 740
Alayne Magalhães Trindade Domingues, Sidnei Mateus, Maria Cristina Arias

FIRST RECORD OF OBLIGATORY CLEPTOPARASITISM


IN ANDRENINE BEES (HYMENOPTERA, APIDAE) 741
Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Kelli dos Santos Ramos

DIFERENCIAÇÃO DE 24 SUBESPÉCIES DE Apis mellifera


POR TÉCNICA DE MORFOMETRIA GEOMÉTRICA 742
Marina Lopes Grassi, Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Mauricio Francoy, Lionel Segui Gonçalves

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
lxiii

NOTES ON THE BEE GENUS Centris: TAXONOMY, DIAGNOSIS AND


GEOGRAPHIC DISTRIBUTION OF THE SPECIES OF THE GROUP
“hyptidis” (HYMENOPTERA: APIDAE: CENTRIDINI) 743
Felipe Rodrigo Vivallo Martínez-, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo

Uso sustentável de abelhas 744

MELIPONICULTURA E GERAÇÃO DE RENDA


EM BOA VISTA DO RAMOS – AM 745
Ana Laura B. Mantovani, Jerônimo K. Villas-Bôas

ENSINO DE BIOLOGIA: UMA PROPOSTA DE VISITA


MONITORADA SOBRE O TEMA ABELHAS MELIPONÍNEAS,
NO CAMPUS DA FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ 746
Natália Brianezi de Almeida, Márcia Zorello Laporta

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO DAS FAMÍLIAS


MELIPONICULTORAS DE BOA VISTA DO RAMOS – AM 747
Ana Laura B. Mantovani, Jerônimo K. Villas-Bôas

USO DO MEL DE ABELHA POR MORADORES DO BAIRRO DO


LAGUINHO, MACAPÁ-AP: UM ESTUDO ETNOCIENTÍFICO 748
Eliane Rocha Rodrigues, Lorena Oliveira de Souza,
Daniel de Sá Cavalcante, Arley José Silveira da Costa

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E


CICATRIZANTE DE GÉIS CONTENDO EXTRATO
PADRONIZADO DE PRÓPOLIS –
EFICÁCIA PRÉ-CLÍNICA E CLÍNICA 749
Andresa A. Berretta; Juliana Maldonado Marchetti

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
1

CO N F E RÊ NCIAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
2

Developmental Evolution of Division of Labor


Robert E. Page, Jr.,
School of Life Sciences,
Arizona State University, Tempe, AZ

How does complex social behavior evolve? What are the developmental building blocks of
division and labor and specialization, the hallmarks of insect societies? Recent behavioral, ge-
netic, and genomic studies have revealed the developmental origins in the evolution of division of
labor and specialization in foraging worker honey bees, the hallmarks of complex insect societies.
Selective breeding for a single social trait, the amount of surplus pollen stored in the nest (pollen
hoarding) revealed a phenotypic architecture of correlated traits at multiple levels of biological
organization in facultatively-sterile female worker honey bees. Genetic mapping has demonstrated
that the phenotypic architecture is a consequence of a genetic architecture rich in pleiotropy and
epistasis possibly affecting a reproductive signaling pathway. Gene knockdown of a single hor-
mone involved in reproductive signaling affects the entire phenotypic architecture and provides
strong support for our hypothesis that division of labor and foraging specialization are derived from
the reproductive cycle of solitary insects.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
3

More Than a Honey Machine:


Vision, Navigation, and Cognitive
Capacity in Honey Bees
Mandyam V. Srinivasan
Queensland Brain Institute,
University of Queensland and ARC Centre of Excellence for
Vision Science St. Lucia, Queensland 4072, Australia
E-mail: M.Srinivasan@uq.edu.au

Insects, in general, and honeybees, in particular, perform remarkably well at seeing and per-
ceiving the world and navigating effectively in it, despite possessing a brain that weighs less than a
milligram and carries fewer than 0.01% as many neurons as ours does. Although most insects lack
stereo vision, they use a number of ingenious strategies for perceiving their world in three dimensions
and navigating successfully in it.
Our studies of honeybee vision reveal that flying insects perceive the world in three di-
mensions and navigate safely in it by using cues derived from image motion, rather than com-
plex stereo mechanisms. The talk will describe the visual cues that insects use to regulate flight
speed, compensate for headwinds and crosswinds, negotiate narrow gaps, estimate distance
flown, and execute smooth landings.
Our research on honeybee perception and cognition is also beginning to reveal that these insects
may not be the simple, reflexive creatures that they were once assumed to be. For example, bees can
learn rather general features of flowers and landmarks, such as colour, orientation and symmetry,
and apply them to distinguish between objects that they have never previously encountered. Bees
exhibit “top-down” processing: that is, they are capable of using prior knowledge to detect poorly
visible or camouflaged objects. They can navigate through labyrinths by learning path regularities,
and by using symbolic signposts. They can learn to form complex associations and to acquire abstract
concepts such as “sameness” and “difference”. Bees are also capable of associative recall: that is, a
familiar scent can trigger recall of an associated colour, or even of a navigational route to a food loca-
tion. Recent work suggests that honeybees are capable of counting landmarks that are encountered
sequentially on the way to a food source. And, like humans and a range of other animals, bees display
left-right asymmetries in brain function, learning sights and smells better with their right eye and right
antenna, respectively.
All of these observations suggest that there is no hard dichotomy between invertebrates and
vertebrates in the context of perception, learning and “cognition”; and that brain size is not necessar-
ily a reliable predictor of perceptual capacity.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
4

Molecular Makings of Memory:


Neurexin and Neuroligin in The Honey Bee
Charles Claudianos1, Sunita Biswas2,3, Judith Reinhard1,
John Oakeshott2, Robyn Russell2, Alexandre dos Santos Cristino4, and Mandyam V. Srinivasan1
1
The Queensland Brain Institute,
The University of Queensland, St Lucia QLD 4072,
Australia, c.claudianos@uq.edu.au
2
CSIRO Entomology, Black Mountain, Canberra ACT Australia
3
Research School of Biological Sciences,
The Australian National University, Canberra ACT Australia
4
Instituto de Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil

Several vertebrate studies highlight neuroligins and neurexins (cell adhesion binding partners)
as critical to synapse development and function in the central nervous system. Our genome analysis
concerning enzyme families associated with environmental response provided the first comprehen-
sive look at these molecules in invertebrates. We isolated and characterised five neuroligins and one
neurological neurexin from the honeybee, and examined localisation and developmental expression
of these molecules. Neuroligins and neurexin I were found to be highly expressed throughout the
adult honeybee brain including the higher order processing centre, the mushroom bodies. This sug-
gests that the neuroligin/neurexin system has a broadly similar role in synaptogenesis in insects as in
vertebrates, with the scope to generate substantial functional diversity through alternative splicing. To
investigate the role of neuroligins and neurexin I in the adult honeybee brain, we conducted a quan-
titative expression analysis using three different experimental paradigms: environmental deprivation,
associative learning, and unilateral or bilateral amputation of the antennae. Neuroligin 1 and neurexin
I expression was clearly correlated with sensory input, learning and memory. Our results establish the
honeybee as a model for investigating neurological disease, as aberrations to the neuroligin/neurexin
complex have been associated with a number of neuro-psychiatric disorders such as autism, Asperg-
ers and schizophrenia in humans.

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Honey Bee Pollination ‘Crisis’:


Can Native Bees Take Up The Slack?
Claire Kremen
Department of Environmental Science,
Policy and Management
College of Natural Sciences
University of California, Berkeley
ckremen@nature.berkeley.edu

Honey bees have become an essential farming input for modern intensive cultivation of numer-
ous crops – yet the number of managed colonies has been in decline for decades. Recent sudden and
mysterious declines (Colony Collapse Disorder) compounded this problem and left bee-keepers and
growers in the United States in a panic last year. Can native bee communities fill the gap? I will
explore two farming landscapes – one in New Jersey/Pennsylvania and one in California – to ask
under what conditions native bees can meet demands for pollination services and/or alleviate our sole
dependence on honey bees.
More specifically, in California, only farms near natural habitat had bee communities sufficient-
ly diverse and abundant to provide complete pollination services to watermelon, a highly pollinator-
dependent crop. In contrast, most farms in a New Jersey landscape had diverse bee communities
capable of providing complete pollination. I argue that both proximity to natural habitat and habitat
heterogeneity within the vicinity of the farm determine the characteristics of bee communities and
thus of the pollination services they provide. In New Jersey, agricultural landscapes are a heteroge-
neous mix of natural habitat patches, old fields, organic and conventional farms.  Thus, in New Jersey,
whether bees are nesting on a farm, in natural habitat patches or in old fields, smaller farm sizes and
heterogeneous landscapes lessen the distance between nesting and feeding sites, so that bees can find
ample forage resources within foraging range of the nest anywhere in the landscape.   In contrast, in
California, where the landscape is dominated by large, intensively-managed farms that contain few
floral resources, floral resource distribution may limit nest site selection and hence bee distributions.
Bee species may not find enough forage resources in the intensively managed landscape to nest there,
accounting for the low diversity communities found in such landscapes. Abundant, high diversity
communities may therefore be limited to natural areas or farms bordering natural areas.

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SI MPÓS IOS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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SI MPÓSIO 1

A TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO E OS POLINIZADORES

Coordenador: Antonio Mauro Saraiva

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Interoperability Within the International


Pollinator Initiative
Michael Ruggiero
Smithsonian Institution, Washington, DC, USA

The International Pollinator Initiative (IPI) is an important element of the Convention on Bio-
logical Diversity’s work program for agricultural biodiversity. There are four major components of
the IPI: assessment, adaptive management, capacity building, and mainstreaming. Several interna-
tional activities have begun that support these components, including the North American pollinator
Protection Campaign, IABIN Pollinator Thematic Network, GBIF Global Pollinator Species Cam-
paign, FAO Conservation and Management of Pollinators for Sustainable Agriculture through an
Ecosystem Approach, and other regional efforts. It is important that all of these activities cooperate
so that the data collected and knowledge developed are not lost and time and money are not wasted.
One way of achieving cooperation is through the common use of data standards and exchange proto-
cols. The standards and protocols that have been developed and adopted are reviewed.

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Rede Brasileira de Coleções


de Insetos Polinizadores
Vanderlei Perez Canhos
Centro de Referência em Informação Ambiental- CRIA

Recentes avanços associados à implementação de iniciativas globais, regionais e locais es-


tão catalisando esforços coordenados de digitalização e disponibilização de dados sobre meio am-
biente, clima e biodiversidade na Internet. A infra-estrutura compartilhada de dados on-line resul-
tante destes esforços está ampliando o acesso dinâmico a dados e informações. A rede speciesLink
(http://splink.cria.org.br/) é um sistema distribuído de informação voltado à integração dinâmica
de dados primários de espécimes armazenados em coleções biológicas distribuídas. Utiliza avan-
ços correntes em protocolos de comunicação e gerenciamento de bancos de dados, software livre
e de código aberto, e técnicas de espelhamento de dados em nós regionais conectados via Internet.
Este sistema de informação disponibiliza também ferramentas de apoio para a correção e visual-
ização de dados e indicadores das coleções associadas à rede. A rede speciesLink implementada
com o apoio da Fapesp (2001-2005) vem sendo ampliada graças o apoio de outras fontes de finan-
ciamento, incluindo a JRS Biodiversity Foundation, o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT)
e a Infraestrutura Global de Informação sobre Biodiversidade (Global Biodiversity Information
Facility – GBIF ). No momento a rede speciesLink integra cerca de 2,5 milhões de registros de
mais de 130 de coleções e sub-coleções distribuídas. A Rede de Insetos Polinizadores está sendo
desenvolvido para atender a demanda de programas associados à Convenção sobre a Diversidade
Biológica. A apresentação será focada na metodologia e arquitetura adotada e nos esforços vol-
tados à ampliação da rede e melhoria da qualidade dos dados, e na integração deste sistema com
outras redes internacionais e com catálogos de espécies.

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A Rede Temática de Polinizadores da Iabin


Antonio Mauro Saraiva
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Laboratório de Automação Agrícola

Desde 1999 diversas atividades e projetos vêm sendo realizados em parceria pelo Labo-
ratório de Automação Agrícola (Poli-USP) e o Laboratório de Abelhas (IB-USP) visando aplicar
as tecnologias da informação no desenvolvimento de ferramenta de apoio às pesquisas e à dis-
seminação da informação sobre polinizadores, com foco em abelhas meliponini. Essas iniciati-
vas cresceram em importância com a confirmação do declínio dos polinizadores e das mudanças
globais e a conseqüente urgência de se estudar esses polinizadores visando a sua preservação e uso
sustentado. Sistemas de instrumentação são fundamentais para melhorar a qualidade e aumentar a
quantidade dos dados coletados em experimentos. Para atender essa demanda estão em desenvol-
vimento redes de sensores para variáveis ambientais e para atividade de vôo em colônias, sistemas
de aquisição de dados de áudio e vídeo em tempo-real, via Internet, com software de gravação e
análise dos sinais (www.ib.usp.br/vinces). O uso de computadores de mão como ferramenta para
coleta de dados em campo, também foi explorado, gerando os softwares Etholog (para estudos
comportamentais) e TrapNestScouter (para ensaios com ninhos armadilha). Para a organização e
a disponibilização dos dados coletados e das informações processadas é necessário dispor-se de
sistemas de informação adequados que prioritariamente devem ser acessáveis via Internet. Ex-
emplos desses sistemas a WebBee (www.webbee.org.br) e, mais recentemente, a Rede Temática
de Polinizadores (pollinators.iabin.net) da Rede Interamericana de Informações sobre Biodiver-
sidade, IABIN, em parceria com o CoEvolution Institute, Smithsonian Institution e NBII, dos
EUA. A evolução dos sistemas acompanha a evolução da tecnologia, com a adoção de modelos
distribuídos para esses sistemas, baseados em portais e provedores de dados que se comunicam
segundo protocolos e padrões de dados aceitos internacionalmente.

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Redes de Controle e Redes de Sensores Sem Fio


Aplicadas ás Pesquisas com Meliponíneos
Carlos Eduardo Cugnasca
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Laboratório de Automação Agrícola

Atualmente os modernos sistemas de monitoramento e atuação vêm sendo desenvolvidos com


redes de controle, que se caracterizam por distribuir as atividades de aquisição de dados, atuação
e controle em diversos módulos (ou nós). Essa alternativa é fruto de diversas evoluções: da mi-
croeletrônica, que viabilizou processadores e dispositivos eletrônicos de tamanho reduzido, baixo
custo, apesar da alta capacidade de processamento e armazenamento, e da tecnologia de redes, com
o desenvolvimento de protocolos específicos para atender às necessidades de automação e controle,
muitos deles padronizados e abertos. Dessa maneira, os sistemas com arquitetura centralizada vêm
sendo substituídos pelos de arquitetura distribuída, tendo-se como principais vantagens a interopera-
bilidade, o uso de múltiplos meios de comunicação (com ou sem fio), o crescimento incremental e
a maior facilidade de se elaborar alterações, importante em sistemas destinados à pesquisa. Assim,
vêm sendo desenvolvido e avaliado um sistema de monitoramento e controle, baseado em redes de
controle, para colônias de meliponíneos instaladas em um laboratório de pesquisa. Utilizou-se Lon-
Works (ANSI / EIA 709.1), uma das principais tecnologias empregadas atualmente em sistemas de
automação distribuídos. Ela implementa os seis primeiros níveis do modelo OSI do protocolo da rede
de controle, restando o desenvolvimento do nível de aplicação de cada nó da rede. Desenvolveu-se
um nó básico para o monitoramento de cada colônia, para a medição de temperatura e umidade in-
ternas, contagem da entrada e saída de abelhas, controle da temperatura e um microfone para captura
dos sons gerados pelas abelhas. Externamente as grandezas do ambiente são medidas por uma estação
meteorológica. Esses nós foram industrializados por uma empresa nacional. Para o monitoramento
de colônias externas está-se desenvolvendo um sistema baseado em módulos funcionalmente simi-
lares, porém de consumo muito baixo, operando com baterias, e com comunicação sem fio de baixo
alcance, com capacidade de estabelecer redes ad hoc, na qual as informações vão sendo transferidas
de nó para nó, até chegarem ao computador de coleta de dados.

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Instrumentação Virtual para Pesquisas com


Áudio e Vídeo em Meliponíneos
André Riyuiti Hirakawa
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Laboratório de Automação Agrícola

A disseminação do uso da Tecnologia da Informação (TI) pode ser notada nos mais diversos
setores do conhecimento, produção e de serviços.
Com a TI é possível implementar desde um simples sistema de informação para auxílio nas
atividades até a criação de novas ferramentas e processos. Mais recentemente, e com a disseminação
das redes de computadores mundial, a Internet, novas possibilidades foram lançadas como a utiliza-
ção da Internet para a monitoração e controle de processos à distância.
Nasce assim o conceito dos laboratórios à distância por meio da Web, ou o WebLab, que per-
mite realizar experimentos à distância utilizando os recursos e os serviços da Internet, originando
então a instrumentação virtual.
Nesse contexto, o projeto Vinces (FAPESP/KyaTera) tem como um dos objetivos a pesquisa e o
desenvolvimento de uma infra-estrutura, que inclui uma rede de computadores de alta velocidade, fer-
ramentas de software e serviços da Web, para auxílio nas atividades de pesquisa em meliponíneos.
Por meio do uso de equipamentos (sistema de captação de áudio e vídeo e instrumentos
diversos) instalados em computadores conectados à rede de alta velocidade, utilizando-se tam-
bém de ferramentas de software, é possível disponibilizar informações dos experimentos em
colméias de meliponíneos.
As informações dos experimentos compõem a gama de instrumentos virtuais, e que, para o
projeto Vinces, inclui: a aquisição do som emitido pelas abelhas; o vídeo da colméia em tempo-real;
variáveis ambientais na colméia de temperatura e umidade; e a contagem de abelhas.
As informações dos instrumentos virtuais são transmitidas por meio da Internet e podem ser
acessadas pelo uso de um Browser (navegador) típico.
Apesar da aparente virtualização, as informações provenientes dos experimentos refletem estri-
tamente (no tempo e espaço) o que ocorre fisicamente na colméia. As vantagens do uso de WebLab
são: o grande poder de disseminação e a capilaridade elevada aliada ao baixo custo envolvido.

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Monitoramento de Colônias de Abelhas


Africanizadas nas Atividades de
Enxameação e Forrageamento.
Lionel Segui Gonçalves, David De Jong, Gesline F.Almeida, Pedro R. Prado
(Apilab-USP, Ribeirão Preto-SP)

As atividades de enxameação e forrageamento de abelhas Africanizadas Apis mellifera L. tem


sido cada vez mais pesquisadas em programas de melhoramento de abelhas. A enxameação pode
ser reprodutiva (durante a época de reprodução) e por abandono (quando as condições não são fa-
voráveis). O Forrageamento corresponde a atividade de coleta de alimento (pólen, néctar e água).
Vários são os fatores que podem influenciar no mau funcionamento de uma colônia ( ex: falta de
água, falta de alimento,stress, temperatura, umidade etc) As abelhas africanizadas apresentam uma
alta tendência para enxamear.No nordeste brasileiro as enxameações por abandono chegam a atin-
gir taxas de mais de 50% ao ano, o que representa um grande prejuízo para os apicultores. Para se
analisar com detalhes as atividades de enxameação e forrageamento é necessário um monitoramento
das atividades das abelhas, havendo a necessidade de mecanização dos registros de entrada e saída
individual das abelhas mediante a instalação de sensores ou foto-células (apidômetros) nas entradas
das respectivas colméias e do registro desses dados em computador. Com o objetivo de se estudar
as causas das enxameações e a capacidade de produção (forrageamento) das abelhas africanizadas
foram construidas câmaras climáticas dotadas de sensores de temperatura, umidade e apidômetros,
bem como instalação de 10 colmeias sobre balanças eletrônicas especiais dotadas de sensores para
registros peso em tempo real bem como de dados cumulativos de cada colmeia em computadores. As
pesquisas estão sendo realizadas no Campus da USP de Ribeirão Preto e da UFERSA de Mossoró-
RN. Para os estudos de forrageamento no Apilab, em Ribeirão Preto-SP já foi testado todo o equi-
pamento. Já temos registros em gráficos de ganho de peso diário de cada colmeia, bem como dados
de monitoramento de mais de 60 dias e em breve iniciaremos os trabalhos sobre dietas alimentares.
Quanto a enxameagem foram instaladas dentro das Câmaras Climáticas duas colméias experimentais
contendo abelhas e uma sem abelhas como controle, além de outro controle. Uma colônia de abelhas
Apis mellifera mantém normalmente a temperatura interna de 34,5º.C.Foram induzidas enxameações
artificiais por abandono mediante aumento da temperatura interna, de 28 a 50º. e monitoradas as
atividades das abelhas durante 24 horas por dia, do início da indução até o final das enxameações.
Foram obtidas várias enxameações por abandono ao se atingir a temperatura de 41º.C no interior das
colméias. Comprovou-se que tanto a temperatura interna como a umidade relativa e falta de água são
fatores que interferem diretamente no comportamento enxameatório das abelhas. Esses resultados
simulam o ambiente natural das abelhas no nordeste brasileiro, nos levando a recomendar aos apicul-
tores a colocarem suas colméias à sombra ou meia sombra e com disponibilidade de água para evitar
as enxameações. (Auxílio BIOTA FAPESP, SEBRAE).-

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SI MPÓS IO 2

HOW TO FIND A FLOWER – SMALL BRAINS


RESOLVING COMPLEX TASKS

Coordenador: Michael Hrncir

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Finding a Flower - A Complex Task at the


Individual and the Colony Level
Michael Hrncir
Universidade de São Paulo, FFCLRP -
Departamento de Biologia, Avenida Bandeirantes 3900,
Ribeirão Preto - SP, 14040-901, Brazil
E-mail: michael.hrncir@gmx.at, Tel: +551636024684, Fax: +551636024684

Colonies of highly eusocial bees (honey bees and stingless bees) often comprise several hun-
dred to several thousand individuals. The survival of the colonies greatly depends on the success of
foraging individuals in finding and in collecting carbohydrates (usually nectar) and proteins (usually
pollen). Both are stored within the nest to guarantee a permanent food supply. Thus, the foragers’
ability to find and exploit profitable food sources is a crucial pre-requisite to ensure the survival of the
colony during possible events of resource scarcity.
How do bees find a flower? Although this question appears to be childish at first sight, it inte-
grates different sophisticated problems: Do “naïve” foragers have any innate preferences to approach
a certain food source? Do foraging bees have any information about a food source prior to leaving the
nest? How do bees find the food source? What kind of information do bees gather on their foraging
trip? Do foraging bees pass on the gathered information and how does this information spread among
the members of the colony? Hence, the “simple” act of finding a flower actually comprises a variety
of sensory challenges for bees both at the individual level and at colony level.
Insects have traditionally been considered small and simple reflex machines. Studies in honey-
bees, however, revealed that these insects, besides the small size of their brain, are capable to provide
solutions to a wide range of ecologically relevant problems. The present symposium intends to give
an insight into these fascinating capacities and abilities of bees using the example of how foraging
individuals cope with the challenge to “find a flower”.

Financially supported by FAPESP P06/50809-7 and P06/53839-4

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Visually Guided Navigation in Honey Bees


Mandyam V. Srinivasan
Queensland Brain Institute, University of Queensland and ARC Centre of Excellence for Vision Sci-
ence, St. Lucia, Queensland 4072, Australia
E-mail: M.Srinivasan@uq.edu.au

Although most insects lack stereo vision, they use a number of ingenious strategies for perceiv-
ing their world in three dimensions and navigating successfully in it. Our studies reveal that flying
insects perceive the world in three dimensions and navigate safely in it by using cues derived from
image motion, rather than complex stereo mechanisms. For example, distances to objects are gauged
in terms of the apparent speeds of motion of the objects’ images, rather than by using complex stereo
mechanisms (Lehrer et al., 1988; Srinivasan et al., 1989). Objects are distinguished from backgrounds
by sensing the apparent relative motion at the boundary (Srinivasan et al., 1990). Collisions with ob-
jects or surfaces are avoided by turning away from areas in the visual field that produce high speeds of
image translation (Srinivasan and Zhang 1997) or high rates of image expansion (Tammero and Dick-
inson 2002). Narrow gaps are negotiated safely by balancing the apparent speeds of the images in the
two eyes (Kirchner and Srinivasan 1989; Srinivasan et al., 1991). The speed of flight is regulated by
holding constant the average image velocity as seen by both eyes (David, 1982; Srinivasan et al., 1996;
Baird et al., 2005). This ensures that flight speed is automatically lowered in cluttered environments,
and that thrust is appropriately adjusted to compensate for headwinds and tail winds. Visual cues are
also used to compensate for crosswinds. Bees landing on a horizontal surface hold constant the image
velocity of the surface as they approach it, thus automatically ensuring that flight speed is close to zero
at touchdown (Srinivasan et al., 2000). Bees approaching a vertical surface hold the rate of expansion
of the image of the surface constant during the approach, again ensuring smooth docking. Foraging
bees gauge distance flown by integrating optic flow: they possess a visually-driven “odometer” that is
robust to variations in wind, body weight, energy expenditure, and the properties of the visual environ-
ment (Esch and Burns, 1995; Srinivasan et al., 2000; Esch et al., 2001; Dacke and Srinivasan, 2007).
Some of these principles are offering novel, computationally elegant solutions to persistent
problems in machine vision and robot navigation (Horridge, 1987; Franceschini et al., 1992; Duchon
and Warren, 1994; Sobey, 1994; Santos-Victor et al., 1995; Chahl and Srinivasan, 1997; Weber et al.,
1997; Chahl and Srinivasan, 2000; Lambrinos et al., 2000; Chahl et al., 2003; Corke, 2004; Ruffier and
Franceschini, 2004; Srinivasan et al., 2004; Beyeler et al., 2006; Srinivasan et al., 2006; Zufferey and
Floreano, 2006; . The talk will also describe the use of insect-based strategies to design, implement and
test biologically-inspired algorithms for the guidance of autonomous terrestrial and aerial vehicles.

References

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How Honey Bees Learn and


Process Complex Floral Scents
Judith Reinhard, Michael Sinclair, Charles Claudianos, Mandyam V. Srinivasan
The University of Queensland, Queensland Brain Institute, Brisbane QLD 4072 - Australia
E-mail: j.reinhard@uq.edu.au, Tel: +61733466321, Fax: +61733466301

Key words: honey bee, olfaction, learning

Honeybees (Apis mellifera L.) are exposed to countless floral scents in their natural foraging envi-
ronment, most of which are complex chemical mixtures (Chen et al., 2003; Knudsen et al., 2006). While
processing of single odorants has been well studied in honeybees, it is still unclear how bees learn and
process scent mixtures - even though complex scents play a crucial role in finding the right flowers.
Using the well-known Proboscis-Extension-Reflex Assay (Kuwabara, 1957), we investigated
olfactory learning of floral scent mixtures. In this assay bees were first trained to associate a mixture
of 14 odorants with a sugar reward, until they responded by extending their probsocis every time they
smelled the scent mixture. The thus trained bees were then tested with the single odorants: A positive
response, i.e. extension of the proboscis, to smelling a single odorant meant that bees “recognized”
the single odorant as representative of the previously learnt scent mixture. As scents we used experi-
mental mixtures of commonly occurring floral odorants, that are found in at least 50% of all the plants
investigated so far, including limonene, (E)-Ocimene, Myrcene, Linalool, α-Pinene, β-Pinene, Ben-
zaldehyde, Benzyl alcohol, Methyl-2-hydroxybenzoate, 2-Phenylethanol, and 6-Methyl-5-hepten-2-
one (Knudsen et al., 2006).
Our results show that honeybees only learn a selection of key compounds as representative of
the entire mixture. The number and type of key compounds learnt is not fixed but depends on the
composition of the scent mixture. We will discuss the potential neural mechanisms underlying this
process. Together with the bees’ well-known ability to generalize, the strategy of key compound
learning keeps flower recognition flexible: Bees are able to find and return to rewarding flowers
within the constantly varying scent environment presented by flowering plants.

Funded by CSIRO Food Futures Flagship.

References

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Kuwabara M (1957). Bildung des bedingten Reflexes von Pavlovs Typus bei der Honigbiene, Apis
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Early Olfactory Experiences Within the


Honey Bee Hive: Ecological Implications From
Behavioral and Physiological Approaches
Walter M. Farina, Andrés Arenas, Vanesa Fernández
Grupo de Estudio de Insectos Sociales.
Departamento de Biodiversidad y Biología
Experimental, IFIBYNE-CONICET,
Facultad de Ciencias Exactas y Naturales,
Universidad de Buenos Aires, Argentina
E-mail: walter@fbmc.fcen.uba.ar, Tel: +541145763445

Early appetitive experiences have important consequences on odor-mediated behavior in in-


sects. Due to the changing behavioral contexts to which honeybees and other social insects are
exposed during the adult lifespan, they are ideal models to analyze the effect of particular sensory
stimuli perceived during early adulthood on later behavior. Because of the division of labor based
in polyethism, activities like nectar collection and its processing are highly coordinated within these
colonies. When scented nectar spreads into a beehive, food is transferred from the active foragers
(often the oldest workers) to middle-aged food processors, and then it is distributed to the youngest
bees (Grüter et al., 2006, Grüter and Farina, 2007). This passage of food occurs through mouth-to-
mouth trophallactic interactions and leads to the establishment of long-term associative memories in
the food-recipient partners. These memories can be evoked even days after they are formed inside
the colony (Farina et al., 2005, Arenas et al., 2008). This opens the possibility that those young hive
bees that can establish memories of rewarded odors could use them later on when they reach their
foraging age. The putative information networks formed during the nectar circulation would be
functional not only when a new resource is discovered, but also when it re-appears within the hive’s
surroundings. Specifically, our goal is to understand how early influences can later on affect hon-
eybee’s foraging behavior. We established olfactory memories in young worker bees reared under
different experimental conditions and then performed behavioral and physiological recordings of the
bees at an age in which they normally initiate foraging task. Landing responses of free-flying bees,
laboratory behavioral assays and brain activity patterns show that early appetitive experiences have
important consequences on the odor-mediated responses of foraging-age bees.

Financially supported by CONICET, ANPCYT and UBACYT

References
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Proc. R. Soc. B 273:1923-1928.
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Individual and Social Learning in the Stingless


Bee Melipona quadrifasciata
Sofía I. Mc Cabe1, Klaus Hartfelder2, Walter M. Farina1
1
Grupo de Estudio de Insectos Sociales. Departamento de
Biodiversidad y Biología Experimental, IFIBYNE-CONICET,
Facultad de Ciencias Exactas y Naturales, Universidad de Buenos Aires Argentina
E-mail: mccabe@bg.fcen.uba.ar, Tel: +541145763445
2
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil

Floral scents guide insect pollinators during their final approach to flowers (Menzel, 1999).
In eusocial insects this cue can be learned during foraging in the field (Gerber et al., 1996), but also
within the nest (Farina et al., 2005; Arenas et al., 2007). We assessed the Brazilian stingless bee Me-
lipona quadrifasciata for individual olfactory learning abilities and evaluated the possibility that the
food scent could be learned during social interactions occurring within the nest.
We performed a differential classical conditioning assay using the Proboscis extension response
(PER) paradigm (Takeda, 1961; Bitterman et al., 1983), which is a powerful tool to study associative learn-
ing in honeybees. First, we olfactory-conditioned M. quadrifasciata workers in the PER protocol that until
now had not been successfully established for a stingless bee species (Mc Cabe et al., 2007; Figure 1).
Figure 1. Example of naïve Meli-
pona quadrifasciata bees’ performance
during a differential PER condition-
ing using Phenylacetaldeyde (PHE) or
Linalool (LIO) alternatively as rewarded
(CS+) or non-rewarded (CS-) odors. Per-
centage of bees that extended the pro-
boscis (% PER) during five pairs of tri-
als (Training, left panels), and bees that
responded during a testing period 15 min
after training (Test, right panels). * Dis-
crimination index (CS+-CS-) different
from zero (Hypothesis testing, p<0.05).
** p<0.01, Fisher’s exact test. (Modified
from Mc Cabe et.al., 2007)
After verifying that they perform
satisfactorily in this task, we evaluated
the influence of prior food-odor experi-
ences within the colony over their lean-
ing performance. Previous exposure
to scented sucrose solution inside the
nest increased the learning performance
compared to bees fed with unscented so-

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lution. Focusing on the recruitment behavior we trained bees to collect scented sucrose solution and
then captured the recruits before contacting the solution at the feeder. In this way, any interaction with
the food odor must have occurred inside the hive. Recruits were able to discriminate better than those
recruited to unscented food. This implies that M. quadrifasciata bees are able to learn the association
food - odor inside their colonies during social interactions with nestmates.

Financially Supported by CONICET, ANPCYT, CAPES-SECYT

References

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Olfactory Information Use and Guidance of


Nestmates To Food in Stingless Bees
Stefan Jarau
Institute for Experimental Ecology, University of Ulm,
Albert-Einstein-Allee 11, 89081 Ulm, Germany
E-mail: stefan.jarau@uni-ulm.de, Tel: +497315022665, Fax: +497315022683

Chemical compounds play an outstanding role in a vast number of communication systems of


living organisms. The information carrying molecules, which are known as semiochemicals, have
been classified into several groups depending on the identity of sender and receiver and on who
benefits from the transmitted information (reviewed, e.g., in Wyatt, 2003). In short, intraspecific
chemical signals are termed pheromones, which can release a specific behavior (releaser phero-
mones) or developmental process (primer pheromones) in its receiver, whereas semiochemicals
acting between individuals belonging to different species are called allelochemicals. These can
either benefit the receiver at the cost of the sender (kairomones), benefit the sender at the receiver’s
cost (allomones), or benefit sender and receiver alike (synomones). In addition to pheromones and
allelochemicals chemical cues – substances not primarily emitted for the purpose of communica-
tion – often can act as a source of information for animals. Social insects are one, if not the, ex-
ample for organisms whose daily life heavily depends on chemical communication. For example,
Wilson (1990) estimated that for the vast majority, or maybe all, species of social insects at least
90% of the communication is mediated principally by chemicals.
During the food exploitation and recruitment process of the advanced eusocial stingless
bees a variety of chemical cues and signals that inform the foragers and their recruited nest-
mates about the existence and/or the location of a particular resource indeed play a dominant
role. Flower odours clinging to a bee’s body can serve as a source of information about the food’s
quality, and help the searching bees to find it in the field. In addition, odours incidentally left by forag-
ers when sitting on a food source can either attract or repel other bees – depending on their prior expe-
rience with that type of resource. Apart
from such chemical cues true phero-
mone signals deposited by foragers of
certain species as spots at and around a
food source as well as along a certain
distance from the feeding site towards
the nest most effectively and accurate-
ly guide recruits towards the food find
(Lindauer and Kerr, 1960).
Figure 1. A forager of the sting-
less bee Trigona recursa deposits a trail
pheromone mark on her way back from
a food source towards her nest. The
emitted volatiles are subsequently used

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by recruited nestmates to orient towards the feeding site. The arrow points to the extended glossa of
the bee, which is rubbed over the surface while the labial glands’ secretion containing the pheromone
is released. (Photograph by Stefan Jarau)
Whereas the importance of cues for stingless bee foraging behaviour and their chemical nature
is only little explored, trail pheromones have received more attention by researchers. However, only
recently have the glands that produce them as well as the chemical structure of some pheromone
compounds unequivocally been elucidated for a few species. All compounds identified so far belong
to the chemical class of esters and are secreted from the bees’ labial glands (Figure 1) (Jarau et al.,
2004, 2006; Schorkopf et al., 2007; reviewed in Barth et al., 2008), which disproves the formerly
prevailing “mandibular gland paradigm”. Experiments with both natural gland extracts and synthetic
compounds have further revealed that the chemical composition of trail pheromones (relative propor-
tions of single compounds) is nest specific in Trigona corvina, Scaptotrigona pectoralis (Dambacher
and Jarau; Hemmeter and Jarau; unpublished data). The effect of the pheromones in releasing trail
following behaviour is also nest specific in these two species, but there are interesting differences
between them, which probably can be explained by the different foraging strategies and/or levels of
aggressiveness of T. corvina and S. pectoralis. The demonstrated nest specificity may help to avoid
competition for resources and, at least in the aggressive species, costly combats between foragers
belonging to different colonies that can lead to considerable losses of workers in the involved colo-
nies. Future research should focus on the possible role of nest specific trail pheromones for resource
partitioning between neighbouring conspecific nests in natural habitats using species with different
levels of aggressiveness to test this hypothesis.

References

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(Meliponini). J. Comp. Physiol. A 194: 313-327.
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scent trail communication (Trigona recursa Smith 1863). J. Comp. Physiol. A 190: 233-239.
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Wyatt TD (2003). Pheromones and animal behaviour. Communication by smell and taste. Cambridge
University Press, Cambridge.

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SI MPÓS IO 3

PATOLOGIA DE ABELHAS

Coordenadores: David De Jong, Dejair Message

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Periodical Honey Bee Colony


Losses in Germany:
Results From a Four-Year Monitoring Project
Peter Rosenkranz & the Working Group of the German Apicultural Institutes
(representative of the Working group of German Bee Institutes)
Keywords: Colony losses, CCD, Monitoring, Bee Diseases, Varroa, Pesticides, Beekeeping

Periodical losses of honey bee colonies are a well known and are reported over decades from
different countries phenomenon (Wilson & Menapace 1979, Gnaedinger 1984). In temperate climates
most colony collapses occur over winter. In tropical and subtropical climates, weakening and collapse
of bee colonies can also be observed during the dry season. Some typical factors are suspected to be
responsible for the weakening or dying of colonies: Bee diseases, insufficient nutrition (including
lack of pollen sources), bad weather and pesticides.
During the winter 2002/ 2003 both in Germany and in most other European countries more
than a third of the bee colonies died. However, two aspects complicated the analysis of this di-
saster: First, the data based on reports from the beekeeper organizations and not on independent
surveys. Second, we observed an extremely uneven distribution of the damages: Some beekeeper
did not loose a colony at all, other lost 60 to 100%. Beekeeper in France (Bonmatin et al. 2005)
and in Germany blamed the use of Neonicotinoides for the above average losses. This new gen-
eration of active ingredients (for instance Imidacloprid, Fipronil, Clothianidin) is widely used as
insecticides in plant protection particularly for the dressing of seed in sunflower, maize and oils
seed rape. Most Neonicotinoides are poisoning to bees, even in extremely low concentrations.
Therefore, representatives of the professional beekeeper organizations are afraid that traces of
residues in pollen or nectar may cause death or weakening of bees and brood. Unfortunately, a
clear scientific explanation for the periodical colony losses was lacking and the discussion about
the reasons for the “Bienensterben” became more and more emotional, speculative and political.
The CCD discussion at the United States enforced this discussion (Johnston 2007, Van Engelsdorp
et al. 2007). Therefore, we decided to establish a long-term monitoring project in order (i) to col-
lect exact and independent data on colony losses and (ii) to collect continuously colony data over
several years. Therefore, in the case of extraordinarily colony losses we should be able to analyze
“retrospective” certain factors of the dead colonies.

Structure of the Monitoring Project

A “project board” was established including the German Ministry of Agriculture, 9 German
Apicultural institutes, the beekeeper organizations, the farmer organizations and three companies of
the plant protection industry. The latter participated in financing the project however, without enjoy-
ing any privilege on methods, data and interpretation of results. One meeting of the project board and
a yearly report published in the Net are obligatory. For the project we established cooperation with
125 beekeepers with more than 7.000 colonies distributed all over the country (Fig 1). “Problematic”

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agricultural crops like maize and rape are sufficiently represented around the apiaries. All together,
more than 7,000 colonies are kept by the beekeepers. Ten colonies of each beekeeper are used for
detailed data sampling.

Data Record

The statistics of colony losses and management details like movement of colonies, swarming,
honey yields, treatments etc. are recorded by the beekeeper. All “monitoring beekeepers” are super-
vised by scientists from the institutes. Four times a year, the each beekeeper is visited for exchange
of experience and taking samples of honey, bee bred (collected pollen) and bees. These samples are
analyzed at the laboratories of the institutes for:
- Pollen analysis in order to specify the foraging activities
- Residue analysis of bee bred: a “multi method” based on HPLC-MS-MS was developed to
analyze about 560 active ingredients with detection limits between 1 – 5 (10) ppb (µg per kg).
- Honey bee diseases: . two times a year, Varroa infestation before winter, tracheal mites, Amer-
ican foulbrood (AFB), 4 honey bee viruses before winter (DWV, APV, SBV, KBV).
We developed a special data base system where all data can be registered online by the respon-
sible scientists of each bee institute.

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Statistical Analysis

Two factors were used for statistical analysis: colony mortality over winter (yes or no) and
“quality” of overwintering. For the latter, the colonies were classified in 5 groups according to the
difference in colony strength before and after winter.
Based on the nominal scaling of the colony mortality, a non-parametric Mann-Whitney-U-Test
was used to compare certain factors in survived and collapsed colonies, respectively. Homogeneity
of data was confirmed by Chi-Square-tests and a Bonferroni-Fisher correction was used for the sig-
nificance values.

Results and Discussion

The colony winter mortality within the “monitoring beekeeper” ranged, on average, from 7
to 13% (Fig 2). This represents the “normal” and by the beekeepers accepted loss of colonies over
winter. The somewhat higher loss in the second year may be caused by the extreme cold weather with
about 3 month of continuous frost. However, the losses calculated from surveys (between 2,000 and
4,000 beekeepers) indicated significant higher losses (14 – 26%, Fig 2). Obviously, our “monitor-
ing beekeepers” do reflect a positive selection rather than the standard beekeeper. Some individual
monitoring beekeepers complained exceptional losses; most of them could be explained by the lack
of treatment in late summer. This is also supported by the experience during last winter. The higher
losses during the winter 2007/ 2008 are related to extraordinary high infestation levels which have
already been detected within the project during the summer 2007. Although we recommended an in-
tensive treatment against Varroosis by time, many of the “standard beekeepers” did not perform this
treatment consequently.

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The honey yields during the seasons of the years 2005 – 2007 were good and above average
indicating that the colonies were in a good shape during these periods:

Year No of Apiaries Average Honey Yield per Colony [kg]

2005 110 39.5


2006 112 49.0
2007 106 42.8

In the bee bred from 105 colonies in spring 2005 and 2006 we could detect 42 active ingre-
dients, most of them in traces near the detection limit. Most abundant were Coumaphos (acaricide),
fungicides and herbicides detectable in more than 30 samples each. Insecticides were analyzed only
in few cases, most abundant were Thiaclopride which is used in flowering rape as a non bee toxic
compound. Neonicotinoides (Imidaclopride, Fipronil, Clothianidine) were not found with 1ppp de-
tection limit. For Imidaclopride in rape (Gaucho®) an additional experiment were performed in 2004
revealing no detectable levels of residues in flowers and nectar. In two samples of bee bred (n=48),
residues of 1ppb were measured.
The analysis of honey bee diseases did not reveal tracheal mites at all and only in less than 10%
of the samples low levels of AFB spores (no clinical symptoms). Infestations with were found in 17%
(year 2007) to 45% (year 2006) of the samples. Most infestations were at low or middle level without
clinical symptoms:

No infestation Low infestation Middle infestation Strong infestation

Spring 2005 67 13 12 8
Spring 2006 55 24 13 8
Spring 2007 83 10 5 3

The average Varroa infestation levels of adult bees at the beginning of the winter (most colonies
were brood-free at that time) were about 5% in all years. However, at single apiaries or in individual
colonies infestation levels of 10% and more could be measured. Such apiaries and colonies, respec-
tively, had clearly exceeded the damage threshold.
The levels of Virus infestations varied according to Virus, year and region (Fig 3) with abun-
dances from 6% to 18% in all Viruses except Kashmir Bee Virus (KBV). It should be mentioned that
only the heads of the bees were used for PCR analysis. This results in lower abundances than whole
body analysis but reflects better the clinical situation within the colony.

Correlation analysis:
In total, 3.198 data sets were used for the analysis. We could not detect any correlation between
the locations of the apiaries (i.e. the presence of certain crops) and mortality during winter or quality
of overwintering (p>0.1). The correlation coefficients were:
Oil seed rape: r = 0.173 (2005) / 0,005 (2006)       
Maize: r = 0.063  (2005 – 2007)      
Sunflower: r = 0.324  (2005 – 2007)      
Also the infestation did not show any correlation with colony losses. It should be mentioned

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that in the year 2007 we already had more than . In the positive 2008 samples, we only detected so
far. It seems that currently in Europe is replaced by the (Higes et al. 2006).
Colony losses are highly significant correlated with the infestation level of adult bees before
winter and the presence of Deformed Wing Virus (DWV) in autumn. The infestation with Acute
Bee Paralysis Virus (ABPV) is just not significant due to the Bonferoni correction. Surprisingly,
also the age of the queen has a significant effect on the risk of colony loss (one year old queens
are better than older ones).

Parameter n Average ±SE p

Varroa/ Bee in Oct. Survived: 2246 2,9 ± 0,1 (5,9) 0,00001*


Dead: 240 14,0 ± 1,1 (17,0)
ABPV Survived: 691 0,0418
Dead: 68
DWV Survived: 692 0,00115*
Dead: 68
SBV Survived: 692 0,4996
Dead: 68
Age of the Queen Survived: 2687 0,41 ± 0,57 0,000001*
Dead: 244 0,64 ± 0,61
Colony Strength in October Survived: 2827 12,3 ± 5,1
Dead: 276 10,8 ± 5,2 0,000001*

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As the level of Varroa infestation itself is significantly correlated with the abundance of DWV
(Yue et al. 2007), the Varroa infestation in autumn is the most striking and probably crucial factor for
the mortality of honey bee colonies during winter. The abundance of DWV and the colony strength
in October are also influenced by the level of Varroa infestation (Yue et al. 2007) and may, therefore,
only reflect secondary symptoms of damages due to Varroosis.

Concluding Remarks

Our monitoring project is worldwide unique. An important point is that we only use colonies
and data from beekeepers. Therefore, we really reflect the situation in the field and not the results of
special experimental designs.
From the experience of the first 4 years we can state the following:
- The amount of work has been underestimated, especially for coordination, organization and
control of the data base. Depending on the number of monitoring beekeeper, a 50% position is cov-
ered exclusively with monitoring activities.
- Also the financing of the project was underestimated. About € 750,000 per year would be
necessary to cover the full costs.
- The cooperation with the beekeeper worked and works pretty well. Three are only very few
cases of beekeeper who abandoned the cooperation, most of them because of personal reasons. This
is important for the interpretation of results with the beekeeper organization and with politicians.
- Through the project we have “hard data” on colony mortality at our disposal. This reduces
speculations on the extinction of honey bees.
- Especially the results of our residue analysis facilitate an objective and constructive discus-
sion on the reasons for colony losses.
- We could clearly show that winter mortality is not directly correlated with environmental fac-
tors an. Also the emotionally discussed seed dressing by Imidacloprid did not create significant resi-
dues not did we see any effect on honey bee colonies in the field. However, the current case of damage
and dying of about 12,000 honey bee colonies in the Rhine valley through the drift of Clothianidin
from badly dressed maize seed demonstrates that there remains a risk through insecticides which are
extremely toxic to bees.
- Honey bee colonies rather succumb to a permanent pressure through Varroosis. Even small
inattentiveness during treatment will increase the risk of colony damages. This was also supported by
checking the treatment methods in the apiaries of our beekeepers.
- However, our monitoring project can not finally answer the question whether sublethal or
synergistic effects of several factors (including plant protection) cause a weakening of bees and a
dwindling (Bortolotti et al. 2003, Bonmatin et al. 2005) of bee colonies during the season. To clarify
this, more detailed projects with specific data collections are necessary.
- However, our monitoring project is a crucial tool to detect future problems of honey bee health and
represents an important basis for a constructive dialogue with beekeepers and farmers organizations.

References

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b
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Animal, Viçosa, Minas Gerais, Brazil.
c
USDA-ARS Bee Research Laboratory, Beltsville, MD, USA.

Abstract

Alternative approaches including metagenomic and genetic screening can be extremely useful
and can accelerate important discoveries related with a current phenomenon that is affecting honey
bees around the world (characterized by the depopulation or sudden losses of hives). To determine
possible causes for the decline in honey bee colonies from southeastern Brazil, and in particular to test
the likelihoods of specific predicted causative agent(s) for this condition, a diverse set of analyses was
proposed. These analyses form part of a more extensive Epidemiological Evaluation Program for bees
in southeastern Brazil. Here we present an overview about part of this Program. Three viruses were
identified (Acute bee paralysis virus - ABPV, Black queen cell virus - BQCV, and Deformed wing
virus - DWV) in 1,920 analyzed bees, and a multiplex RT-PCR assay was developed and validated. Al-
though strategy adopted to analyze data in details is still being evaluated and prepared by the authors,
the first results indicated that ca. 26 % of the samples carried Israeli Acute Paralysis Virus (IAPV), and
some isolates for this virus were found. Nosema ceranae, Melissococus pluton, Leptomonas apis, and
Spiroplasma apis were also detected. Pathological, epidemiological, and widespread studies remain to
be conducted once no single pathogen seems overly predominant in declining bee colonies.

Key words: Africanized honey bees; pathogens; RT-PCR; real-time RT-PCR; colony col-
lapse disorder.

Introduction

In a strict sense metagenomic surveys provide data for understanding the genetic com-
ponents of entire ecological communities. Recently, metagenomic efforts have focused on de-
scribing the microbial components of ecosystems ranging from the open ocean, to the human
digestive tract. In the last few years this cultivation-independent approach has produced many
exciting discoveries, and especially the identification of many organisms that are either new
to science or not previously associated with a given ecosystem or biological sample. The fea-
sibility and applicability of modern molecular techniques in identifying organisms is evident
and such techniques are being used widely. A current phenomenon that is affecting honey bees
around the world, characterized by the depopulation or sudden losses of hives, remains without

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a recognizable underlying cause, despite much effort using many analytic strategies. As such,
alternative approaches including metagenomic and genetic screening, can be extremely useful
and can accelerate important discoveries.
Honey bees, like other organisms, face disease agents including viruses, bacteria, fungi, pro-
tozoa, parasitic mites and nematodes (Bailey and Ball, 1991; Ellis and Munn, 2005). One factor in
the success of Africanized honey bees (AHBs, hybrid resulted from crosses between European and
African honey bee subspecies) across the Americas seems to be higher levels of resistance toward
mites and other pathogens (Aumeier, 2001; Guzmán-Novoa et al., 1999; Mondragón et al., 2005;
Moretto and Mello Jr., 1999; Moretto and Mello Jr., 2001; Rosenkranz, 1999; Vandame et al., 2002).
Nevertheless, in the last five years, decreased worker bee populations can be observed in some areas
of southeastern Brazil. These losses tend to occur between March and July, and have in some cases
been correlated with specific brood symptoms and, sometimes, few dead adult bees in front of the
colony. Nevertheless, the defining trait observed by beekeepers is simply the occurrence of significant
and unexpected production losses. Consequently, in Brazil terms like “depopulation” or “decline”
best describe the observed problem. This contrasts somewhat with Colony Collapse Disorder (CCD),
a recent phenomenon observed in the USA, and defined by:
“sudden loss of the colony’s adult population with very few bees found near the dead colo-
nies; several frames with capped brood indicating that colonies were relatively strong shortly
before the loss of adult bees; food reserves that have not been robbed, despite living colonies
in the area, suggesting avoidance of the dead colony by other bees; minimal evidence of wax
moth or small hive beetle damage; a laying queen often present with a small, 100-bees, cluster
of young attendants” (Pettis, 2007).
To determine possible causes for the decline in honey bee colonies from Brazil, and in
particular to test the likelihoods of specific predicted causative agent(s) for this condition, a
diverse set of analyses was proposed. These analyses form part of a more extensive Epidemio-
logical Evaluation Program for bees in southeastern Brazil. All analyses converged to the same
purpose: to evaluate the prevalence of various parasites and pathogens of brood and adults bees,
or other causes (like pesticides and toxic nectar and pollen), which could be involved directly
or indirectly in such losses. Based on the obtained results, the intention is to develop control
methods without the use of chemotherapy, to make sure that the apicultural products in Brazil
will remain viable productive without drugs.
Here we present an overview about part of this Program that is being addressed in collab-
oration among Brazilian and American scientists from USDA, Beltsville, USA. Initially, and
considering the fact that viruses have emerged as one of several candidates for these losses,
we developed a study termed “Virus infections in Brazilian honey bees”. In this study differ-
ent viruses were detected and a multiplex RT-PCR assay was validated (Teixeira et al., 2008).
After that, searching for similarities between the problem that is happening in the USA (CCD)
and the problem that is severely impacting beekeepers in southeastern Brazil we evaluated the
presence of Israeli Acute Paralysis Virus (IAPV) in those samples, since IAPV was detected
in 83% CCD-affected honey bee colonies in the USA, and could be involved in such phenom-
enon maybe like a good marker for that (Cox-Foster et al., 2007). Additionally, the presence of
others microorganisms was evaluated (Nosema apis, Nosema ceranae, Paenibacillus larvae,
Melissococus pluton, Spiroplasma apis and Leptomonas apis), and lastly, applying knowl-
edge about honey bee immune gene expression, we evaluated genes related to antimicrobial,
melanization and recognition processes, as well.

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Material and methods

Africanized adult honey bees were sampled from 200 colonies from 10 apiaries (20 colo-
nies/apiary and 20 bees/colony) located in a representative area (Altinópolis, São Paulo, Brazil)
where the abnormality has been observed in the last five years, during the autumn time in 2007.
Prior to shipment to the United States, to avoid RNA degradation all samples were grounded in
RNAlater® Tissue Collection (RNA stabilization solution, Ambion). After shipment time (~3 days)
at room temperature all samples were stored at -800 C. RNA isolation, cDNA synthesis, primers
designed, amplicon sizes, amplification conditions, sequences, and other details related with virus
identification and multiplex RT-PCR assay are described in Teixeira et al. (2008). Nucleotide se-
quences of the amplified products were determined and confirmed to be the expected species using
BLAST at the US-NIH National Center for Biotechnology Information (www.ncbi.nlm.nih.gov).
In order to address if IAPV nucleic acid was present, PCR primers were the same used in Chen
and Evans (2007; IAPV-F1a: GCGGAGAATATAAGGCTCAG, IAPV-R1: CTTGCAAGATAA-
GAAAGGGGG). Strategy adopted to analyze data in details is still being evaluated and prepared
by the cooperative group (Teixeira et al., unpublished data).
RT-PCR assays were conducted for five additional pathogens (the bacteria Melissococcus plu-
ton and Paenibacillus larvae, the microsporidian Nosema apis and Nosema ceranae, the trypanosoma
Leptomonas apis, and Spiroplasma apis). DNA extraction was performed using 5 µL of the superna-
tant from each collection above in 100 µL of a 5% Chelex-100 (Bio-Rad). The solution was incubated
at 950C for five minutes, performing a total of 192 compound samples, randomly sorted in two 96-well
plates. The DNA concentrations and purity were evaluated by Thermo Scientific NanoDropTM.
Oligonucleotide primer pairs previous designed were used to amplify nucleic acid of two
Nosema species (Chen et al., 2008), Paenibacillus larvae (PLS18, Evans, 2006; F: 5’-TTCACG-
GCTAACAAAATTAAACA-3’, R: 5’-TTCGCAGAAGTTCCGGTTAC-3’), Melissococcus pluton
(F 5’-ACGCCTTAGAGATAAGGTTTC-3’ R 5’-GCTTAGCCTCGCGGTCTTGCGTC-3’), and
Spiroplasma apis (F: 5’-cttttagtttgacggtaccttaccag-3’, R: 5’-aaccgcctacg-
caccctat-3’). For Leptomonas apis we designed a primer pair (TrypITS1 F: 5’-GTCGTTGTTTC-
CGATGATGG-3’, TrypITS1 R: 5’-CCGTTTGCGTTCAAAGATTC-3’) to generate a 120 bp product,
based on a partial rRNA sequence generated in our initial screening (Genbank accession pending).
PCR reaction mixture of 25 μL consisted of a primer concentration of 0.2 μM each, 1 U Taq
with proscribed 1× buffer (Roche Applied Sciences), a final concentrations of 1 mM dNTP mix and 2
μL of DNA template (~ 45.85 ng/ µL). Reactions were carried out with a thermal protocol consisting
of 960 C for 2 min., then 3 cycles of 960 C for 30 sec., 600 C for 30 sec. (-10C/Cycle), 650 C for 1 min.,
followed by 35 cycles of 960 C for 30 sec., 560 C for 30 sec., 650 C for 1 min, and a final extension at
650 C for 2 min. Positive and negative controls were included. PCR products were visualized on a
1.7% (w/v) agarose gel containing ethidium bromide. Nucleotide sequences of the amplified products
were determined and confirmed to be the expected species using BLAST at the National Center for
Biotechnology Information (NCBI).
Conditions described by Evans (2006) were adopted as to develop real-time RT-PCR like an
initial diagnosis for viruses (except for IAPV), as to develop a quantitative-PCR array to measure
transcript levels for 192 compound samples of 10 bees each and a set of four honey bee immune-
genes selected validated previously (Evans, 2006).
The four-set genes’ included in this study comprises different categories of gene function
in bees: immune end product – abaecin F (5’- CAGCATTCGCATACGTACCA - 3’) R (5’- GAC-

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CAGGAAACGTTGGAAAC - 3’), and hymenopt F (5’ - CTCTTCTGTGCCGTTGCATA - 3’) R


(5’- GCGTCTCCTGTAATTCCATT - 3’); pathogen recognition – Bgluc2 F (5’-TTCTTTTCAT-
GACGAATTGTTTT- 3’) R (5’-CCGTTCGAATGTGGTGAAC - 3’; CyP4G11 F (5’-CAAAATG-
GTGTTCTCCTTACCG- 3’) R (5’-ATGGCAACCCATCACTGC- 3’).
As in Evans and Pettis (2005), threshold cycle (Ct) numbers for the immune-peptide gene
abaecin were subtracted from the RPS5 threshold used like honey bee control (housekeeping gene) to
normalize data for each sample prior to statistical analyses (RPS5 F: 5’- AATTATTTGGTCGCTG-
GAATTG-3’, R: 5’-TAACGTCCAGCAGAATGTGGTA-3’).
Bee samples, RNA extraction and cDNA synthesis were the same as used in Teixeira et al.
(2008). Transcript levels were quantified for acute bee paralysis virus (ABPV), black queen cell
virus (BQCV), deformed wing virus (DWV), N. apis, and N. ceranae. To confirm the apparently
low levels or absence of N. apis, we also screened for N. apis using PCR and a gel-based assay as
described in Chen et al., 2008.
Statistical analysis was performed using the SAS JMP software package. We carried out analy-
ses of variance using the CT values as dependent variables since these showed a more normalized
distribution that did the transformed (biological) variables.

Results

While screening for the six more common viruses in adult honey bees from Brazil (Acute bee
paralysis virus - ABPV, Black queen cell virus - BQCV, Deformed wing virus - DWV, Chronic bee
paralysis virus - CBPV, Kashmir bee virus - KBV, and Sacbrood virus – SBV), nucleic acid only of
the three first viruses were identified (ABPV, BQCV, and DWV) in 1,920 analyzed bees (Teixeira
et al., 2008). In order to detect simultaneously these three target viruses (ABPV, BQCV, and DWV)
the authors developed and validated a multiplex RT-PCR assay, which generated unique amplicon
sizes of 700 bp, 500 bp and 129 bp., respectively. Products of the expected size and sequence were
obtained (Genbank accession numbers EU292210, EU292211 and EU292212 for ABPV, BQCV, and
DWV, respectively). In relation to the prevalence of the virus, 52, 71 and 39 samples were positive for
ABPV, BQCV, and DWV, respectively. Forty three samples were co-infected colonies 15 with ABPV
and DWV, 19 with BQCV and DWV, and 21 with ABPV and BQCV, and among them only 6 with all
of three viruses. Among adult bee samples analyzed from brood area, our first results indicated that
ca. 26% carried IAPV.
Transcript abundances of immune-response genes in honey bees in relation to Nosema ceranae,
N. apis, ABPV, BQCV, and DWV are shown in the Figure 1. The colors, ranging from green to red,
corresponding to relatively low levels to high levels of expression, while dark ray cells represent mod-
erate expression levels. N. apis was essentially absent from our analyses (green cells). There is not a
strong trend in terms of immune-gene expression in samples collected from declining versus healthy
colonies. Correlations between the Ct values of pathogens were low (from -0.005 to 0.19), although
significant (P< 0,05) in some cases (ABPVxBQCV, ABPVxDWV, Leptomonas apisxABPV, and Nose-
ma ceranaexDWV). These few cases may indicate synergistic impacts of pathogen species.
In RT-PCR gel assays, no samples were positive for either N. apis or P. larvae. Only two
samples were infected with M. pluton. Leptomonas apis nucleic acid was present in 36/94 samples
that were screened and sequenced. Spiroplasma apis was detected in 68 samples, but these primers
co-amplified other 18S sequences, and so need further analysis. Correlations between the Ct values
of pathogens are shown in Table 1.

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Figure 1. Array diagram showing expression patterns of honey bee immune genes and patho-
gens in relation to sample disease status (S = “sick”, H = “healthy”), and collection site (I = inside
bees, O = outside bees) for colonies collected in 10 apiaries (as in Teixeira et al., unpublished data).
Genes surveyed (vertical names) are the honey bee genes Abaecin, cytochrome P450, hymenoptae-
cin, and B-glucan recognition protein and bee pathogens Nosema apis, Deformed wing virus, N.
ceranae, trypanosome, Black queen cell virus and Acute bee paralysis virus.

Table 1. Correlation matrix of the Ct values of the pathogens

BQCV DWV N. ceranae Leptomonas apis

ABPV 0.146* 0.189* 0.035 -0.160*


BQCV -- 0.072 -0.041 0.097
DWV -- -- 0.002 -0.005
N. ceranae -- -- -- 0.118

* P< 0.05

Discussion

Three different bee viruses, ABPV, BQCV and DWV, were described during a screening of
RNA’s from 1,920 individual adult bees from Brazil and a multiplex RT-PCR assay was developed
and standardized for these target viruses, validated to be precise and sensitive (Teixeira et al., 2008).
The authors demonstrated in this first published assay using molecular techniques in Brazilian bees
that viruses are considerably less prevalent compared to elsewhere, including when compared with a
previous South American evaluation from Uruguay (Antúnez et al., 2006). Previously, Message et al.
(1996), using double-immune diffusion, detected the presence of APV (=ABPV), BQCV, FV (Fila-
mentous Virus), and CWV (Cloud Wing Virus) in Brazil, but not DWV, CBPV, KBV, and SBV.
Although our IAPV data set is still under evaluation, we found at least several isolates for this
virus that are distinct from other discistroviruses. We could observe that IAPV from Brazil seems to
be different in average 2.18 % (by 1.54 % - 3.11 %) from isolates from Israel (Maori et al., 2007)
and differs on average 2.44 % (by 0 % - 4.94 %) from isolates in the U.S. (Chen and Evans, 2007).
Additionally we found an interesting diversity among Brazilian samples (by 0 % to 4.23 %, and
1.8 % in average), considering the total alignment length of 462 base pairs. Leptomonas apis, a try-
panosome parasite of bees, was the microorganism most frequently found in all analyzed adult bee
samples. This species appears not to be strongly tied to disease, either by presence/absence tests or

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quantitative PCR (Figure 1). It is important consider that all insect species are known to harbor a
rich and complex community of microorganisms in their guts and other body regions. This micro-
biota participates in many types of interactions ranging from pathogenesis to obligate mutualism
(Dillon and Dillon, 2004; Dharne et al., 2006).
It is interesting to mention that part of the symptoms described by beekeepers and scientists for
CCD are observed in Brazil when the honey bees collect pollen from Stryphnodendron spp. In this
case strong colonies abandon their hives in a few days leaving strong amounts of brood with Bra-
zilian Sac Brood-like disease and food reserves. Normally the strongest colonies are more affected
because necessity of pollen is higher. On the other hand some of these symptoms are quite different
of CCD because strong brood mortality is observed. The larvae fail to pupate and remain stretched
on their backs, with their heads towards; fluid accumulates between the body of the diseased larvae
and its unshed skin (Carvalho & Message, 2004). Such observation permit us wonder about possible
involvement of toxic nectar or pollen in the actual abnormality.

Conclusion

While the results presented here confirm the presence of diverse microorganisms carried by
AHB samples from Brazil, pathological, epidemiological, and widespread studies remain to be con-
ducted. In addition, no single pathogen seems overly predominant in declining bee colonies.

Acknowledgements
We thank David De Jong for sample help and Dawn Lopez for laboratory assistance. This work
was supported by CNPq, Brazil (EW), and by USDA-NRI grants AG2004-36504-14277 (JDE).

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Efeitos Provocados por


Agrotóxicos em Abelhas no Brasil.
Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza,
Elaine Cristina M. da Silva Zacarin,
Aline da Silva Cruz e Daiane de Jesus.
*Centro de Estudos de Insetos Sociais e Depto de Biologia,
Instituto de Biociências, Unesp, Rio Claro, SP.
email: malaspin@rc.unesp.br

Abstract

Irrational use of insecticides in agroecosystems may provoke the unbalance on bees popula-
tion, causing the disappearance of several species in fields of crops and concerning many researchers
around the world. Most of the scientific papers only mention the effects of acute toxicity to bees and
the effects of sub lethal doses of insecticides are little studied, mainly in Brazil. These studies are im-
portant, because pollinators have great economic value in agriculture, primarily for the conservation
of plant species and allow the reduction of negative effects on apiculture industry. The purpose of
this research was to analyze the assess the presence of insecticides in samples of dead bees, sent from
crops from São Paulo state and morphological changes in bees Apis mellifera after application of
insecticides. Two analytical methods were used to detect residues of groups of pesticides in the bees
and in the honey: technique of gas chromatography (GC / MS) and technique in a liquid phase chro-
matography (LC / MS). The results showed no pesticide residues within the limits of detection setted
(0.01 mg / kg). Already the technique of chromatography liquid phase was done only for the group of
neonicotinoids, the results identicated wastes of insecticides above the permitted limit (0.01 mg / kg)
for samples of bees collected in Boa Esperança do Sul. Although the morphology of the brain has not
presented any apparent structural change, the morphological analysis of the ventricles of larvae and
workers suggest a significant change in cell tissues, after application of fipronil.

Palavras-chave: abelhas, mortalidade, intoxicação, morfologia, fipronil.

Introdução

Os agentes polinizadores e a reprodução vegetal proporcionada por sua ação são elementos cru-
ciais no funcionamento de quase todos os ecossistemas terrestres, incluindo aqueles dominados pela
agricultura (KEVAN, 1999). No entanto, o uso irracional de inseticidas nos agroecossistemas pode
ocasionar o desequilíbrio da população de abelhas que visitam estes locais.
O consumo anual de agrotóxicos no Brasil é superior a 300 mil toneladas de produtos formu-
lados. Expresso em ingredientes ativos, isto representa mais de 130 mil toneladas de consumo anual
destes produtos químicos no país. Nos últimos quarentas anos, o consumo de agrotóxicos aumentou
700%, enquanto a área agrícola aumentos apenas 78% (Spadotto et. al., 2004). Estes dados mostram
a situação alarmante da agricultura, o que pode acarretar em sérios danos ao meio ambiente.

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Essa cultura pode ser uma das possíveis causas do desaparecimento de várias espécies de abel-
has dos campos de cultivo, e isso vem preocupando muitos pesquisadores no mundo todo, o que pode
ser demonstrado pela publicação de artigos na Europa (OSBORNE et al. 1991; WILLIANS, 1988;
PORRINI et al., 2002; CELLI e MACCAGNANI, 2003), Estados Unidos (BATRA, 1995; MAYER,
LUNDEM, 1999), América Central (ROUBIK, 1978) e na América do Sul (AIZEN, FEISINGER,
1994; MORAES et al., 2000, MALASPINA, SILVA-ZACARIN, 2006).
Recentemente, Fletcher e Barnett (2003) realizaram um levantamento sobre os freqüentes aci-
dentes de envenenamento de abelhas com pesticidas nos apiários do Reino Unido. O trabalho foi feito
em conjunto com apicultores e agricultores e os principais componentes encontrados em amostras de
abelhas mortas foram organofosforados (42%) e carbamatos (29%). Os acidentes foram provocados
pelo uso incorreto na aplicação de inseticida (32%) e principalmente pelo uso de inseticidas proibidos
ou não-especificados (48%).
Em 2002, nos apiários franceses, foram realizados monitoramentos em colônias de abelhas Apis
mellifera. Os estudos foram realizados em cinco apiários, distribuídos ao acaso. Para cada apiário,
cinco colônias de abelhas receberam coletores de pólen, que foram visitados quatro vezes por ano.
Nessas visitas, o pólen coletado foi enviado para analises residuais, onde foram encontrados 19 com-
postos de elevada toxicidade para as abelhas, entre estes foram citados, fipronil, imidaclopride, ciper-
metrina, aldicarb, lindane, deltametrina, endosufan, dimetoato e outros (Chauzat et al., 2006).
Além dos efeitos de toxicidade aguda levando a morte das abelhas, os inseticidas podem tam-
bém provocar alterações comportamentais nos indivíduos, que ao longo do tempo acarretará sérios
prejuízos na manutenção da colônia. Segundo para Medrzychi et al. (2003), em algumas circunstân-
cias, o efeito de inseticidas nas abelhas não é imediatamente notado, sendo necessárias avaliações das
doses subletais de seus princípios ativos para que seja possível observar sua influência na sobrevivên-
cia e comportamento destas. Uma das hipóteses para este fato foi sugerida por Bortolotti et al. (2003),
estudando os efeitos das doses subletais de imidaclopride sobre as abelhas, verificou que estes inseti-
cidas atuam sobre o as atividades de comportamento de forrageamento, alterando-as e dificultando o
seu retorno à colônia na província de Bologna, Itália.
Decourtye et al. (2003) verificou redução da movimentação, da mobilidade e diminuição da ca-
pacidade de comunicação das abelhas, interferindo em suas atividades sociais e dificultando retorno
à colônia logo após as coletas, quando submetidas a doses subletais do inseticida “Gaúcho”, cujo
princípio ativo é o imidaclopride. Decourtye et al. (2004, 2005) também verificaram que as abelhas
tratadas com doses subletais de inseticidas imidaclopride, fipronil e deltametrina, apresentam alter-
ações no desempenho de aprendizado e memória durante o processo de forrageamento.
O fipronil, conhecido comercialmente como Regent, é um inseticida fenilpirazólico introduzido
no controle de pragas, mas que afeta outros insetos não-alvo, causando a sua mortalidade. Em doses
subletais, o fipronil pode afetar a percepção gustativa, o aprendizado olfatório e a atividade motora
das abelhas que são funções essenciais no forrageamento destes insetos (HASSANI et al., 2005).
Pesquisas atuais realizadas na Europa revelam que o inseticida fipronil, utilizado nos cultivares
explorados pelas abelhas, provoca a morte de 10 a 65% dos indivíduos depois de 10 dias da aplicação
deste composto químico (COLIN, 2004).
A disseminação do uso de muitos agrotóxicos, porém, não é consenso em países da Europa e Esta-
dos Unidos, haja vista que a França proibiu o inseticida “Gaúcho”, cujo princípio ativo é o imidaclopride,
em 1999, após uma longa batalha judicial. O inseticida Regent foi igualmente proibido naquele país, pois
da mesma forma seu componente químico, o fipronil, mostrou ser altamente tóxico para muitos animais,
especialmente as abelhas, causando baixas de até 40% nos apiários franceses (Godoy, 2005).

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No Brasil, têm ocorrido muitos relatos de apicultores sobre a mortalidade súbita de suas abel-
has, em diversas regiões do país, como Piauí no município de Simplício Mendes, no interior do Rio
Grande do Sul, Minas Gerais e no interior Estado de São Paulo. No Estado de São Paulo os relatos
foram mais presentes na região central, nos municípios de Rio Claro, Pirassununga, Araras, Mogi
Mirim, Piracicaba, Brotas, Boa Esperança do Sul, São Rita do Passa Quatro, São Carlos e Tabatinga.
Em todos os casos foram relatos dos apicultores e a média de número de colméias atingidas e perdidas
foi ao redor de 400 para cada caso. Infelizmente na grande maioria dos casos, não foi possível coletar
amostras das abelhas mortas para análise e comprovação da contaminação.
Inúmeras suspeitas já foram levantadas a fim de encontrar os motivos da intoxicação e morte
das abelhas. Entre alguns motivos estão as mudanças climáticas globais, que alteram o regime de
chuvas de muitas regiões, provocando secas prolongadas, a intoxicação por plantas tóxicas e, princi-
palmente a exposição das abelhas aos agrotóxicos em nossos campos de cultivo.

Objetivos

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a mortalidade de abelhas africanizadas pela apli-
cação de agrotóxicos e verificar seus efeitos na morfologia interna de larvas e operárias.

Materiais e Métodos

Amostras com abelhas mortas foram coletadas em apiários onde ocorreram mortalidade de
grande número de indivíduos e provenientes dos municípios de São Carlos, Tabatinga e Boa Esper-
ança do Sul, localizados nos Estado de São Paulo. Em muitos desses casos foi possível a confirmação
através de relatos pessoais de testemunhas, da aplicação dos agrotóxicos em culturas próximas aos
apiários (50 a 800m) por avião.
Posteriormente, as amostras foram encaminhadas para um laboratório especializado em análises
de resíduos de pesticidas. Foram utilizados dois métodos analíticos para detecção de resíduos de grupos
de pesticidas nas abelhas: técnica em cromatografia em fase gasosa, com detector seletivo de massas
(GC/MS) e pela técnica em cromatografia em fase líquida, com detector seletivo de massas (LC/MS).
Para os estudos dos efeitos na morfologia interna, os experimentos foram realizados em
condições de laboratório e as analises foram feitas através de microscopia de luz e eletrônica de trans-
missão. As análises morfológicas dos órgãos/tecidos foram realizadas após a aplicação do inseticida
fipronil nas larvas e operárias de Apis mellifera. Regiões do intestino e do cérebro, escolhidas para os
estudos foram dissecadas e fixadas em formalina neutra, tamponada em acetona, na proporção 9:1,
durante uma hora e trinta minutos a 4 °C. Posteriormente, o material foi hidratado em quatro banhos,
de cinco minutos cada, em mistura de acetona e fixador em que, gradualmente, a concentração de ac-
etona foi aumentada até obter a condição de acetona pura, quando foram realizados mais três banhos
com duração de cinco minutos cada.
Após o material ser desidratado, foi transferido para a resina de embebição, onde permaneceu
durante mais 24 horas e, posteriormente, incluído em moldes plásticos contendo resina como polim-
erizador. A embebição e inclusão foram efetuadas com resina Leica. Os blocos foram mantidos em
estufa a 37°C e depois de polimerizados, foram colocados em suportes de madeira para a secção (4μm
de espessura) em micrótomo.
As secções foram recolhidas em lâminas de vidro, previamente limpas, e coradas com hematoxili-
na de Harris durante 5 minutos, depois lavadas em água corrente por aproximadamente 5 minutos e, em

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seguida, corado com eosina também por 5 minutos. As lâminas foram novamente lavadas em água corr-
ente para retirar o excesso de corante. Posteriormente foram secas e diafanizadas em xilol, montadas em
Bálsamo do Canadá e cobertas com lamínulas para a observação do microscópio de luz e eletrônico.

Resultados e Discussão

A técnica de cromatografia de fase gasosa foi realizada para identificar compostos químicos dos
grupos dos organoclorados (aldrin, endosulfam, DDT, DDE, dodecaclaro, BHC), organofosforados
(acefato, azinfós, dimetoato, diclorvós, esfenvalerato), piretróides (bifentrina, cipermetrina) e fenil-
pirazólicos (fipronil) em um total de 75 compostos para 4 amostras de abelhas. Para essa técnica, os
resultados obtidos com estas análises não apresentaram resíduos de pesticidas nos limites de detecção
estabelecidos (0,01mg/kg). Já a técnica de cromatografia em fase líquida foi realizada apenas para o
grupo dos neonicotinóides e identificou em seu resultado, resíduos acima do permitido (0,01mg/kg)
por lei. Essa amostra foi coletada em apiário localizado no município de Boa Esperança do Sul, onde
ocorreu a mortalidade de 400 colméias. O apiário estava localizado próximo a uma cultura de citrus
e a aplicação do agrotóxico foi feita por avião.
O inseticida fipronil foi aplicado em doses subletais para operárias recém-emergidas e lar-
vas de Apis mellifera. Dessa maneira, foram realizados bioensaios em que abelhas operárias recém-
emergidas receberam alimento contaminado com com fipronil nas concentrações de 0,1µg/kg. Para
as larvas, o tratamento o fipronil foi adicionado ao alimento nas seguintes concentrações: 0,1 µg/g,
0,4 µg/g e 1 µg/g.
Analisando o ventrículo de abelhas tratadas durante quatro dias das abelhas adultas tratadas
com fipronil e coletadas 48h após a administração oral, observou-se intensificação da liberação de
células mortas para o lúmen (Fig. 2), além de variação quanto ao nível de compactação do núcleo das
células digestivas presentes no epitélio, podendo ser encontrados alguns núcleos com maior compac-
tação cromatínica, nas células com características de autólise, enquanto grande parte das células apre-
senta núcleos com cromatina descompactada e contendo grande quantidade de nucléolos. A secreção
apócrina continuou sendo liberada por várias células digestivas. Quanto às células regenerativas não
foi observada nenhuma alteração morfológica evidente, somente presença, ao seu redor, de células
digestivas com extensa área citoplasmática degradada e com núcleo condensado. O grupo controle
apresentou morfologia típica (Fig. 1).
Quanto aos núcleos, foram observados blebs (borbulhas) e sinuosidades no envoltório nuclear,
também encontradas durante a degeneração das células do intestino de Apis mellifera (GREGORG e
BOWEN, 1996) e em células de glândulas salivares larval em processo de degeneração de Apis mel-
lifera (SILVA-ZACARIN et al., 2007)
Todavia, foram encontradas, no grupo tratado com fipronil, células cujo núcleo apresentava
um halo pericromatínico, diferindo do típico núcleo apoptótico em que a cromatina condensada se
deposita na periferia do núcleo (SILVA-ZACARIN et al., 2007 in press). Todo o grupo experimental
continha células com sinais de alterações citoplasmáticas, mas com o núcleo aparentemente íntegro,
provavelmente entrando em numa fase autofágica, podendo levar posteriormente a morte celular ou
não (LOCKSHIN; ZAKERI, 2004).
No grupo experimental analisado também foram encontradas mitocôndrias alteradas, inchadas
com evidências de perda de cristas ou altamente compactadas. Alterações na mitocôndria também são
encontradas em células dos músculos intersegmentares ventrais de insetos, que são reabsorvidos na pas-
sagem da larva para a pupa (LOCKSHIN; WILLIAMS, 1964; LOCKSHIN; BEAULATON, 1974).

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Para os experimentos com larvas, análise ultraestrutural dos ventrículos evidenciou algumas
alterações morfológicas nas larvas tratadas com 0,1 μg/g de fipronil, tais como pequenos vacúolos na
região apical das células digestivas, retículo endoplasmático rugoso iniciando a formação de futuras
figuras mielínicas e áreas vacuolizadas no citoplasma basal (Fig. 3). Além disso, as mitocôndrias
apresentaram-se muito elétron-densas e os núcleos apresentaram-se picnóticos, contendo um halo
pericromatínico, ou com pronunciadas evaginações do envelope nuclear (Fig. 3). O grupo controle
apresentou morfologia típica (Fig. 4).
Embora, experimentos comportamentais realizados por Hassani et. al. (2005) sugerem que o
inseticida fipronil altera a percepção gustativa, o aprendizado olfatório e a atividade motora das abel-
has, as analises morfológicas realizadas no cérebro destes insetos, após a aplicação tópica de fipronil
com doses subletais e letais (0,1 e 1,0ng/abelha, respectivamente), não apresentaram nenhum tipo de
alteração estrutural ou de morte celular. As regiões analisadas são principalmente aquelas ligadas a
memória e ao aprendizado, situadas nos corpos pedunculados (“mushroom bodies”).

Agradecimentos

FAPESP, CNPq.

Figura 1. Secções histológicas coradas com He- Figura 2. Secções histológicas coradas com
matoxilina-Eosina (H-E). Ventrículo de abelha Hematoxilina-Eosina (H-E). Ventrículo de
do grupo controle, mostrando integridade das abelha tratada com fipronil (0,1ng/abelha), co-
células digestivas (Dc) com secreção apócri- letada após 48 horas da administração do xa-
na (as) típica e ninho de células regenerativas rope contaminado. Nota-se intensa eliminação
(Rc). Aumento: 200x. Dc: célula digestiva; Rc: de células para o lúmen. Aumento: 200x. as:
células regenerativas. secreção apócrina; Dc: célula digestiva; Ec:
célula eliminada para o lúmen; L: lúmen; N:
núcleo; Rc: células regenerativas.

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Figura 3. Fotomicrografia eletrônica de trans-


missão de ultra-secção do ventrículo de larva
de operária de A. mellifera no 4º instar. Larva
tratada com 0,1 μg/g de fipronil, apresentando
evaginações muito pronunciadas no envelope
nuclear (asteriscos). n: núcleo.
Figura 4. Fotomicrografia do ventrículo de lar-
va de operária de A. mellifera no 4º instar cora-
da com Hematoxilina-Eosina (H-E). Larva do
grupo controle apresentando morfologia típica,
com células cúbicas e homogêneas, bordadura
em escova bem característica (bb), membrana
peritrófica bem preservada (pm) – região de ab-
sorção. bb: bordadura em escova; Fb: corpo gor-
duroso; L: lúmen; n: núcleo; p: grão de pólen;
pm: membrana peritrófica.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Doenças de Abelhas no Sul do Brasil


Aroni Sattler
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Agronomia, Departamento de Fitossanidade.
Av. Bento Gonçalves 7712. CEP. 91.540-000 PORTO ALEGRE/RS/BRASIL..
E-mail: aronisattler@yahoo.com.br

A partir de 1989 iniciamos um programa de monitoramento da sanidade dos apiários do Rio


Grande do Sul com o objetivo de localizarmos com a antecedência necessária, possíveis focos de
novas doenças nas nossas abelhas. Em 2001 constatamos pela primeira vez a presença de esporos
da Cria Pútrida Americana (Paenibacillus larvae subsp. larvae) num estabelecimento apícola no Rio
Grande do Sul, mais precisamente em mel e pólen importados, mel em favo de cria e em abelhas que
estavam pilhando restos do entreposto, no entanto ao investigarmos apiários num raio de 10 km do
estabelecimento não constatamos sintomas clínicos da doença. Ao comprovarmos a ocorrência do
primeiro foco de Cria pútrida Americana no estado do Paraná com sintomas clínicos característicos
em colméias a partir de agosto de 2006 o Ministério da Agricultura do Brasil comunicou oficialmente
à OIE (Organização Internacional de Epizotias) sobre o episódio em 24 de novembro de 2006. Desta
forma a apicultura brasileira começa a escrever uma nova página sobre a sanidade dos seus apiários,
cujas conseqüências podem ser minimizadas, caso o monitoramento preventivo das doenças e as me-
didas de controle sejam adotadas com a agilidade necessária. No caso do foco de Cria Pútrida Ameri-
cana no Paraná, apenas as medidas mais urgentes foram adotadas pelo Ministério da Agricultura para
manter a credibilidade junto aos organismos internacionais, mas para defender os interesses diretos
dos apicultores brasileiros, resta muito por ser feito. Este foco de Cria Pútrida Americana no Paraná,
certamente é apenas o primeiro de vários outros que deverão surgir brevemente em outros estados
brasileiros. Simultaneamente, vários relatos nos meios de comunicação internacional, nos dão conta
de perdas expressivas de colméias no continente americano e europeu, cujas causas ainda não foram
totalmente elucidadas. No inverno e primavera de 2006, especialmente no Rio Grande do Sul, as per-
das de colméias foi de aproximadamente 40%, mas não se pode atribuir a esta mortandade as mesmas
causas da CCD. No nosso caso ficou evidente que o inverno prolongado e muito frio aliado com uma
primavera chuvosa e irregular causou uma desnutrição acentuada nas colméias, tornando-as ainda
mais sensíveis ao nível alto de nosemose e varroase. Esta conjuntura mundial de doenças e pragas,
geram uma necessidade de estratégias de controle que não comprometam a qualidade dos produtos
das colméias brasileiras para o mercado interno e externo. O embargo ao mel brasileiro, por parte da
Comunidade Européia, constitui-se num episódio que nos serve de alerta e estímulo para adotarmos
as medidas necessárias com a maior brevidade possível.

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New and Exotic Disease


Threats for Brazilian bees
David De Jong1, Dejair Message2
1
Depto. de Genética, FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP ddjong@fmrp.usp.br
2
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Many of the known diseases and pests of honey bees have not yet become established in Brazil.
Therefore, it is important to maintain vigilance to avoid new problems that could affect bee health,
and consequently colony production, the quality of bee products and the important pollination ser-
vices that the bees provide. Fortunately, till now the Africanized bees in Brazil have been capable of
adapting to the diseases and pests that have been introduced to this country.
Recently, there has been news from the states of Rio Grande do Sul and Parana about bees and
honey contaminated with the bacteria Paenibacillus larvae. These contaminations were associated
with honey illegally imported from other countries. Fortunately, this disease is not yet established in
Brazil, even though it has been present in a neighboring country, Argentina, since at least 1989. This
disease causes concern because it kills affected colonies. In many countries, the colonies are treated
by burning the bees, frames and combs. It is also possible to treat affected colonies with antibiotics,
such as Terramycin; however, this has resulted in problems with resistance and contamination of the
honey (De Jong, 1996; Message and De Jong, 1998).
Chalkbrood disease, caused by the fungus Ascosphaera apis (De Jong, 1976; De Jong and
Morse, 1976), has been found in several states, including Rio Grande do Sul, Minas Gerais and São
Paulo. It began to appear about 10 years ago, but still has not spread to most of Brazil, and it has not
caused serious problems till now. This fungus was probably introduced in imported pollen, because
bee larvae that have died of this disease have been found in imported pollen. Unfortunately, when
importers package the pollen pellets, they find it difficult to market the remaining powdered pollen,
which is not well accepted by consumers. Instead of disposing of this powdered pollen, they often
feed it to the bees. Contaminated pollen can easily transmit chalkbrood (De Jong and Morse, 1976)
and other diseases. Till now, perhaps because of the warm climate and the hygienic capacity of our
bees, chalkbrood has not been as serious a problem as it was in the USA and Europe.
Large-scale losses of honey bees in the USA, which has been named “disappearing disease” or
“colony collapse disease” (CCD), has been associated with a recently described virus, “Israeli Acute
Paralysis Virus” (IAPV) (Cox-Foster et al., 2007). Many samples of bees collected from Brazilian
apiaries who had disease problems were analyzed in 2007 to check for this virus, but it has not bee
found yet in this country. This virus was found in royal jelly imported from China into the USA (Cox-
Foster et al., 2007). Since Brazil also imports royal jelly from China, and knowing that beekeepers
sometimes rear queens using royal jelly that they purchase in the market, the currently policy of al-
lowing importation of this product should be revised.
A pathogen that has been associated with bee mortality and colony loss in this country in recent
years is Nosema. Nosema apis, a protozoan that attacks the intestine (ventriculus) of adult bees, has
been known from Brazil since before the arrival of the African bee in 1956; however, Nosemosis was
not a problem for our bees, as it was considered to be a disease of bees in cold climates. The finding

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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of large quantities of spores of Nosema in colonies with signs of weakening and even colonies losses,
led to an investigation to determine if this pathogen had changed. It was found that a new species,
Nosema ceranae, which was already causing problems with bee mortality in Europe (Paxton et al.
2007), was associated with these losses. It is quite probable that this disease was introduced through
the importation of honey bee queens from Europe or the USA.
The mite Varroa destructor has been found in Brazil since 1978, and has not provoked serious
problems (De Jong 1997); however, a new haplotype of this mite, which is called the Korean/Russian
haplotype of Varroa destructor, has been provoking higher infestations in recent years. Initially, only
the Japanese/Thai type (less virulent) was found (Carneiro et al., 2007). Apparently, our honey bees
initially adapted to a less virulent mite and now were are experiencing an adaptation to this new type
of Varroa. This demonstrates that even diseases and parasites that already exist in our country should
be carefully observed and regulated, because the introduction of new genetic lines from other coun-
tries, to which our bees are not adapted, can be prejudicial.
The small hive beetle, Aethenia tumida, originally from African, has destroyed thousands of
colonies in the USA in recent years; however, this pest has not yet been found in Brazil. As this beetle
is not a parasite, but instead lives on various types of food found in the colony, including pollen, bee
brood and other organic matter, there is great danger of introducing this new pest in bee products or
bee hives. This beetle does not depend on a live host and can live for long periods away from bees
(Hood and Miller, 2005).
Another bee mite, Tropilaelaps clareae, is a very lethal parasite for Apis mellifera in Asia and
parts of Africa. Different from Varroa, which in tropical regions of South America generally does not
kill honey bee colonies, Tropilaelaps clareae is especially mortal in tropical regions, and does not sur-
vive freezing winters. This mite cannot survive for more than a few days without access to honey bee
brood. However, it outcompetes Varroa destructor when the two mite species are in the same Apis
mellifera colonies. It is quite likely that this mite would provoke massive loss of honey bee colonies
if it were to be introduced to South America (De Jong, 1997).
Another pest that is both very dangerous and biologically interesting is a subspecies of Apis
mellifera found in South Africa, Apis mellifera capensis, the Cape bee. This bee has seriously affected
beekeeping in South African and neighboring countries. Though it had already existed on the south-
ern coast of South Africa, the introduction of hundreds of colonies to the interior of the country, well
past the zone of hybridization with Apis mellifera scutellata, has had grave consequences for the latter
subspecies, the same bee that was introduced to Brazil, giving origin to the Africanized bees. A clone
of this parthenogenic bee has invaded and eliminated hundreds of thousands of commercial honey
bee colonies in south Africa. Small groups of workers of Apis mellifera capensis invade colonies of
Apis mellifera scutellata; the capensis workers become “pseudo-queens” with the capacity to produce
diploid worker or queen larvae. The original queen of the colony ends up dying, with great loss of
colonies and production (Beekman and Oldroyd, 2008).
Beekeepers and authorities should know about these exotic pests and diseases and should avoid
the importation of bees, used beekeeping equipment (including hives and combs), and uncontrolled
bee products, especially pollen, honey and royal jelly. It would also be very useful to have illustrated
manuals of both established and exotic diseases and pests so that new introductions can be rapidly
found, identified and controlled.
One important aspect of bee pathology that can no longer be ignored is the action of pesticides.
Although they have always been a problem for bees in Brazil, there have been increasing losses in
recent years that have sometimes been confused with possible bee disease problems. Specifically, a

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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new and extremely deadly group of insecticides, the neo-nicotinoids, including Fipronil and Imida-
cloprid, have been introduced into Brazilian agriculture with deadly consequences. Though they are
extremely toxic for bees, even with normal usage as systemics applied in the soil, they are often being
applied as sprays, both from the ground and the air, killing both honey bees and native stingless bees,
constituting both a menace to beekeeping and an ecological disaster. Some countries, such as France,
have banned these insecticides due to their affects on bees. The amount of active material needed to
kill a bee is so small that it is difficult to detect these pesticides in dead and dying bees. It is also nec-
essary to know before the tests which chemicals have been applied, information that is often hard to
obtain by the beekeeper. Recently, a fully documented case of the loss of over 400 colonies in Brotas,
SP, due to a neonicotinoid, thiametoxam, was reported by Malaspina and de Souza (2008). Both of
us have witnessed considerable honey bee colony mortality due to these insecticides in recent years,
including mortality of colonies of four species of stingless bees and an apiary of 15 colonies of Afri-
canized honey bees in an incident in 2007 in São Simão, SP. Certainly, if we are wish to maintain a vi-
able beekeeping industry and the bees of all species that we need for pollinating cultivated and native
plants, we will need to find ways of controlling the use of these extremely deadly new pesticides.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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SI MPÓS IO 4

GENOMICS, PROTEOMICS AND


MOLECULAR EVOLUTION

Coordenador: Zilá Luz Paulino Simões

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Natural Experiments in Developmental Biology:


The Case of Honey Bee Polyphenism
Angel Roberto Barchuk
Depto. Ciências Biológicas, Universidade Federal de Alfenas. Rua Gabriel Monteiro Silva 714 - Cep
37130-000 Campus Unifal-MG, Alfenas, Minas Gerais, Brazil. Tel. +55 35 3299 1300 Mobile +55 35 9129
8706, emails: barchuk@unifal-mg.edu.br, arbarchuk@yahoo.com

As an experimental scientific area developmental biology needs to test the behavior of the
studied phenomenon in varied and controlled conditions, for example, after disturbing a develop-
mental path, thus allowing the identification of underlying key factors. In addition of doing that,
developmental biologists can also rely on natural experiments. A plethora of these can be found
in nature and many occur in insects. The differential horn and testis development in beetles, head
width in ants, seasonal forms in butterflies, are only some of these examples. In highly eusocial
bees, polyphenism is generally determined by discrete switches during postembryonic develop-
ment, and commences with the differential feeding of female larvae. The nutritional stimuli trigger
an endocrine response that is manifested by an elevated juvenile hormone (JH) titer in queen larvae
when compared to workers. In honeybees, differential feeding of female larvae promotes the oc-
currence of two different phenotypes, the queen and the worker, from a single genotype, through
incremental alterations which affect general growth and character state alterations that result in the
presence or absence of specific structures. Microarray analyses of Apis mellifera ESTs revealed 240
differentially expressed genes between developing queens and workers (Barchuk et al. 2007, BMC
Dev Biol). Many genes recorded as up-regulated in prospective workers appear to be unique to A.
mellifera, suggesting that the worker developmental pathway involves the participation of novel
genes. Workers up-regulate more developmental genes than queens, whereas queens up-regulate a
greater proportion of physiometabolic genes, including genes whose products are known to regu-
late the rate of mass-transforming processes and the general growth of the organism, like tor. Many
differentially expressed genes are likely to be involved in processes favoring the development of
caste-biased systems, like brain, legs and ovaries. Putative gene regulatory networks suggest usp,
crc, RfaBp and actin as key genes in the developmental pathway leading to the worker phenotype.
In addition, key genes in leg development (ultrabithorax and abdominal-A) turned out to be over-
expressed in early pupal stages of workers (Bomtorin et al., poster at this meeting). Silencing these
genes would be particularly advantageous for gaining novel insights into the biological function
of these genes in the context of caste differentiation in honeybees. Preliminary knock-down ex-
periments using usp as target showed that Usp participates in the mechanism that regulates the
progression of pupal development in A. mellifera. Knock down experiments also suggest that the
expression of regulatory genes like ftz-f1 and jhe, a gene encoding a juvenile hormone esterase
(Mackert et al. 2008, Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol), depends on Usp. Vitellogenin
(vg), the gene coding for the main yolk protein in honeybees is differentially expressed between
castes (Barchuk et al. 2002, J Insect Sci; Piulachs et al. 2003, Insect Biochem Mol Biol), and does
not seem to be under Usp regulation, thus suggesting that the previously observed induction of vg
expression by JH during the final stages of pupal development is mediated by yet unknown tran-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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scription factor complexes (Barchuk et al. 2008, J Insect Physiol). Combinations of knock down
experiments to down-regulate genes like usp, EcR, ftz-f1 (Palo Mello et al., poster at this meeting),
RfaBp and ubx during larval and pupal development are currently underway to help unravel the
proximal mechanisms leading to the caste-specific development of honeybee systems.

Financial support: FAPESP; Unifal-MG

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
56

Odorant Receptor Expression in the Honeybee:


A Case of Environmentally Driven Plasticity?
Charles Claudianos, Judith Reinhard,
Julie Lim, Michael Sinclair, and Mandyam V. Srinivasan
The University of Queensland, Queensland Brain Institute,
Brisbane QLD 4072, Australia, j.reinhard@uq.edu.au

Honeybees (Apis mellifera L.) are exposed to countless floral scents in their natural foraging
environment. Type and abundance of floral scents vary with geographic location and season. Bees are
known to show preferences for certain scents, but reports on these preferences are inconsistent. Using
the well-known Proboscis-Extension-Reflex Assay (PER), we investigated olfactory learning prefer-
ences of individual floral scent components, and determined expression patterns of olfactory receptor
proteins (OR) potentially involved in floral scent processing using qRT-PCR. Our results demonstrate
that honeybees indeed learn certain floral odorants better than others, however the preferences are in
no correlation to the molecular structure or physico-chemical properties of the tested odorants. Be-
havioural data and OR expression patterns indicate that sensory exposure in the foraging environment
may cause olfactory preferences, suggesting that honeybee olfaction is not entirely hard-wired, but
subject to experience-based modulation at the molecular level.
Funded by CSIRO Food Futures Flagship.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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SI MPÓS IO 5

POLINIZAÇÃO NA AGRICULTURA:
UMA ABORDAGEM ECOSSISTÊMICA

Coordenador: Breno Magalhães Freitas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Visitantes Florais e Polinização da Castanha


do Brasil (Bertholletia excelsa) em
Cultivo Comercial na Floresta Amazônica
Breno Magalhães Freitas1, Marcelo Casimiro Cavalcante2.
1. Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE.
2. Aluno de Mestrado do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE.
Endereço: Av. Mister Hull, s/n C.P. 12168, Campus do Pici 60.021-970
Fortaleza-CE, fone/fax: (85)3366-9701- freitas@ufc.br

Abstract

Floral visitors and pollination of Brazil nut (Bertholletia excelsa) in a commercial cultiva-
tion within the Amazon rainforest
The Brazil nut (Bertholletia excelsa) is an economically important nut crop of Brazil, though
knowledge of its pollination biology is scant and restricted to studies with wild trees. The present
work aimed to investigate some aspects of the Brazil nut tree floral biology and the potential impact
of a cultivation of Brazil nut within the rainforest in the diversity and abundance of floral visitors.
The experiment was carried out in the farm Aruanã, county of Itacotiara, state of Amazonas, Brazil
in a cultivated area of 600 ha of Brazil nut trees. Blooming was monitored throughout the season for
information on floral biology as well as floral visitors. Results suggests that the flowering pattern of
the Brazil nut tree produces an attractive floral display to a variety of visitors, among them 19 bee
species out of which 16 are potential pollinators and the specific frequency and abundance to flowers
vary along the blooming period. It was concluded that commercial cultivation of the Brazil nut tree in
the rainforest keeps the diversity of floral visitors and potential pollinators similar to that of wild trees
and field size probably do not constitute a problem because these large bees usually fly long distances
between different groups of Brazil nut tree within the forest.

Introdução

A castanha-do-Brasil ou castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), uma das riquezas da floresta


Amazônica, representa importante componente na pauta de exportação da região. Sua exploração
desempenha papel fundamental na organização socioeconômica de grandes áreas extrativistas da
floresta Amazônica (Silva, 2002). No ano de 2006 a produção chegou a 28,806 mil toneladas, sendo
mais de 90% destinada para o exterior, atingindo o segundo lugar no ranking mundial de exportações
de castanha (IBGE, 2006).
A proporção de flores que finalmente vingam um fruto é muito baixa: entre 0,28 e 0,40%,
podendo, potencialmente, aumentar com a atividade dos polinizadores. Grande parte desta perda se
deve, provavelmente, a falta e/ou qualidade da polinização, assim como a proporção de aborto de
frutos pode ser importante: frutos abortados são encontrados no solo da floresta durante o período de
maturação (Pinheiro & Albuquerque, 1968; Zuidema, 2003).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Não existem informações sobre os requerimentos de polinização de B. excelsa, assim como há poucas
e localizadas informações de polinizadores potenciais, principalmente em áreas experimentais de universi-
dades ou em estado nativo na mata, havendo assim a necessidade de observações em áreas de cultivo. Na
Amazônia existem algumas iniciativas de cultivo de castanheira visando sua exploração racional. No entan-
to, são escassas as informações sobre a polinização desses indivíduos mesmo em ambientes naturais, apesar
de sua importância para o estabelecimento de plantações e atividades de enriquecimento (Zuidema, 2003).
Nunca se investigou como ocorreria a polinização em áreas de monocultivo de B. excelsa, uma
vez que este constitui um ambiente totalmente artificial e pouco comum na produção dessa espécie.
Porém, áreas cultivadas de castanha-do-Brasil estão se tornando mais comuns e se torna necessário
conhecer o que ocorreria quando ao invés de uma ou poucas árvores de castanheira cercada por mata
nativa, passa-se a ter centenas ou milhares dessas árvores quase que de forma contínua. Esta nova
situação pode interferir de forma decisiva na diversidade, quantidade e eficiência dos visitantes florais
e potenciais polinizadores da castanheira, com consequências diretas na produtividade, rentabilidade
e sustentabilidade do empreendimento.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Aruanã, localizada na Rodovia Manaus-Itacoatia-


ra, km 215, município de Itacoatiara, Estado do Amazonas, com coordenadas geográficas de 3°
0’30.63”S e 58°50’1.50”O. A área total da propriedade compreende 12.000 hectares, sendo destes
3.600 hectares de castanha-do-Brasil em cultivo, com 20 diferentes variedades, sob espaçamento de
20x20m, perfazendo um total de aproximadamente 1.300.000 árvores. Destas, 318.000 são árvores
de castanheira-do-Brasil enxertadas, em fase de início de produção de frutos, e 900.000 árvores para
produção de madeira, além de áreas para reposição florestal conforme normas do IBAMA.
A cada 600 hectares de cultivo de castanha, existem faixas de 500 metros de mata nativa, além
de faixas de aproximadamente 12 metros de mata secundária entre os cultivos de castanheiras.
Foram escolhidas cinco árvores, de três variedades distintas (Abufari, 609 e Desconhecida),
que estivessem no período produtivo e em floração. Montaram-se estruturas de andaimes ao lado das
árvores, permitindo assim o acesso a maior área da copa para captura dos visitantes florais e coleta
de dados referentes à biologia floral da espécie e freqüência e abundância das espécies de abelhas
visitantes florais de B. excelsa.
A coleta de dados referente à freqüência e abundância das espécies de abelhas foi realizada em
três momentos distintos da floração do cultivo. Sendo esses momentos representados por 5, 25 e 50%
das árvores do cultivo em florescimento.

Resultados e Discussão

O período da florada foi de três meses, sendo precedida pela troca total da folhagem da árvore.
As flores são todas hermafroditas e se desenvolvem em panículas retas verticais nas extremidades
dos ramos com um número médio de inflorescências por ramo de 4,01± 0,11 (n=143), uma média
de 27,55±0,68 flores por inflorescência (n=101), e as inflorescências com uma média de 17,39±0,40
cm de comprimento (n=124). A abertura das flores ocorreu da base para o ápice da inflorescência,
com uma média de 0,59±0,04 flores abertas por dia por inflorescência (n=173), variando de zero
a três flores abertas. A antese iniciava ainda na escuridão, às 3:00 horas, sendo que todas as flores
encontravam-se abertas as 4:00 horas da manhã (n=150).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Foi registrado visitando as flores de B. excelsa, himenópteros (abelhas), lepidópteros (borboletas


e mariposas) e aves (beija-flores). Dentre os himenópteros, uma grande variedade de espécies de abe-
lhas foi observada e coletada visitando as flores da castanheira-do-Brasil. Essas abelhas constituíam
19 espécies pertencentes a três Famílias (Anthophoridae, Apidae e Megachilidae), conforme a Tabela
1. Entre elas, 16 foram tidas como potenciais polinizadoras. São elas: Xylocopa frontalis (Xylocopi-
ni); Epicharis (Epicharana) flava, Epicharis (Epicharana) conica, Epicharis (Epicharis) umbracula-
ta, Epicharis (Parepicharis) zonata, Centris (Ptilotopus) denudans, Centris (Ptilotopus) americana,
Centris (Heterocentris) carrikeri, Centris (Xanthemisia) ferruginea, Centris (Ptilotopus) denudans
(Centridini); Eulaema (Eulaema) meriana, Eulaema (Apeulaema) mocsaryi, Eulaema (Apeulaema)
cingulata, Eufrisea purpurata, Eufrisea flaviventris (Euglossina); Bombus (Fervidobombus) trans-
versalis (Bombina); Megachile sp.1 (Megachilidae), conforme ilustrado na Tabela 1.
No primeiro momento da florada, quando apenas 5% das árvores estavam florescendo, obser-
vou-se a presença de sete espécies de abelhas nas flores, das quais a mais abundante relativamente foi
Xylocopa frontalis (72%), seguida da Centris denudans (8%) e da Eulema meriana (7%) (Figura 1A).
No segundo momento (25% da florada) encontrou-se também sete espécies nas árvores, havendo
uma redução da abundância relativa de Xylocopa frontalis (69%), entretanto verificou-se a presença
de novas espécies e ausência de outras que haviam no início do florescimento (Figura 1B). Já no
terceiro momento (50% da florada) verificou-se nove espécies, havendo uma maior homegeneidade
das espécies visitantes, com uma redução da Xylocopa frontalis (28%), fazendo com que Eulaema
mocsaryi fosse a mais abundante (37%), e assim como anteriormente, observou-se novas espécies e
ausência de outras nesse momento da florada das castanheiras (Figura 1C).
Essas 19 espécies foram observadas ao longo de toda a florada, entretanto como a maior disponi-
bilidade de alimento na área provinha de castanheiras, sendo quase que a única fonte de alimento para as
abelhas, isso pode tê-las concentrado no início da florada nas poucas árvores onde havia muitas flores,
provavelmente justificando a alta ocorrência de algumas espécies. Por outro lado, a não ocorrência de
algumas espécies nesse período foi, provavelmente, em função da baixa atratividade deste estágio do
florescimento, para aquelas espécies. À medida que a florada aumentava, a visitação das flores por novas
espécies claramente demonstrou o aumento na atratividade da cultura, enquanto que o desaparecimento
ou redução proporcional da freqüência de outras espécies pode ter sido simplesmente por, não sendo
abundantes, terem se dispersado mais na área com o aumento de opções de locais de pastejo. No entanto,
não se pode descartar a possibilidade de uma redução quantitativa devido a sazonalidade das espécies.
Entretanto, considerando todo o período de floração das árvores estudadas, percebe-se uma
dominância de Xylocopa frontalis (63%) na abundância das espécies de abelhas visitantes da casta-
nheira, seguida por Eulaema mocsaryi (12%) e de forma mais homogênea, Eulema meriana (7%),
Centris denudans (6%), Epicharis conica (4%) e Bombus transversalis (3%), e em menores pro-
porções as demais (Figura 2).
Essa grande riqueza e diversidade de espécies de abelhas na área do estudo são favorecidas pela
vegetação de mata nativa e secundária no entorno da cultura, uma vez que o cultivo se encontra loca-
lizada em área de Floresta Amazônica. Mesmo existindo uma fragmentação do ecossistema natural,
através do plantio de grandes áreas de castanheiras, essas abelhas conseguem voar longas distâncias
em busca dos recursos florais para alimentar suas crias e a si mesmas. Embora, KREMEN et al. (2002;
2007), afirmarem que o desmatamento para a instalação de monoculturas leva à redução do hábitat
natural e à perda da sua conectividade funcional, provocando alterações em larga escala na paisagem
natural e criando um ambiente hostil para os polinizadores ao eliminar as fontes primárias de recur-
sos alimentares e locais de nidificação, o cultivo da castanheira dentro do hábitat natural da espécie e

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cercada por matas ainda intactas parece minimizar esses efeitos, fundamentais para a sua manutenção
e reprodução, considerando a diversidade e quantidade visitantes nas flores desse estudo.
RICKETTS et al. (2007) sintetizando resultados de 23 estudos (com 16 culturas em cinco con-
tinentes) para estimar o padrão geral do relacionamento entre os serviços de polinização e distância
das áreas de habitat natural e semi natural, verificaram uma redução de 50% na riqueza de espécies à
distâncias de 1500m e queda na taxa de visitação de 50% já com distâncias inferiores a 1km do habitat
natural. No entanto, na floresta nativa as castanheiras se encontram em pequenos agrupamentos, mas
dispersos a grandes distâncias de outros agrupamentos, fazendo com que esses polinizadores nativos
tenham que voar longos percursos em busca do pólen e néctar dessas plantas. Assim, provavelmente
o tamanho das áreas cultivadas com a castanheira não seja um problema para seus polinizadores.

Conclusões

Os principais visitantes florais da castanheira-do-Brasil sob cultivo na Floresta amazônica são


21 espécies de Himenópteros, das Famílias Anthophoridae, Apidae e Megachilidae, dos quais 19 po-
dem ser consideradas potenciais polinizadoras da espécie vegetal.
O cultivo da castanheira-do-Brasil na Floresta Amazônica mantém a diversidade de visitantes
florais e polinizadores potenciais similares à de agrupamentos nativos dessa espécie, provavelmente
em função da floresta do entorno que provem ambiente propício para manutenção dos polinizadores
potenciais no período de não florescimento da cultura.
O tamanho das áreas cultivadas com a castanheira-do-Brasil não constituiu dificuldades para
seus polinizadores, uma vez que essas abelhas normalmente voam longas distâncias entre agrupa-
mentos isolados de castanheiras nativas em busca dos seus recursos florais.

Tabela 1: Visitantes florais e potenciais polinizadores da castanheira-do-Brasil (Bertholletia


excelsa) em cultivo, no município de Itacoatiara-AM. 2007.

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Figura 1: Abundância relativa das abelhas coletadas nas flores de uma árvore no A) primeiro
(5%), B) segundo (25%) e C) terceiro (50%) momento da florada da castanheira-do-Brasil (Berthol-
letia excelsa), no município de Itacoatiara (AM) em 2007.

abelhas/ espécie

19 4 7 Xylocopa frontalis
4
20 Centris denudans
19 Eulaema meriana
Centris americana
Bombus transversalis
188 Eufrisea purpurata
Eulaema mocsaryi

abelhas/ espécie

18 5
Xylocopa frontalis

22 Centris denudans
Eulaema meriana
2 Centris americana
5
4 Eulaema mocsaryi
124
Epicharis conica
Epicharis zonata

abelhas/ espécie

2 6 Xylocopa frontalis
2 3 28
3 Centris denudans
Eulaema meriana
Eulaema mocsaryi
Epicharis conica
Epicharis flava
8
37 Megachile sp. 1

11 Eufrisea flaviventris
Centris denudans

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Figura 2: Abundância relativa das abelhas coletadas nas flores durante todo período de floração
da castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa), no município de Itacoatiara (AM) em 2007.

Abundância de abelhas visitando B. excelsa

2 5 32 Xylocopa frontalis

21 6 Centris denudans
66 Eulaema meriana
4
19 Centris americana
6
Bombus transversalis
36 Eufrisea purpurata
340 Eulaema mocsaryi
31
Epicharis conica

Epicharis flava

Epicharis zonata

Megachile sp. 1

Eufrisea flaviventris

Centris denudans

Agradecimentos

À Empresa Agropecuária Aruanã, pelo espaço cedido à execução do trabalho e ao proprietário


Sr. Sergio Vergueiro, pelo incentivo à pesquisa e apóio.
Ao Dr. Warwick Kerr pela indicação da propriedade.
À Dra. Márcia Maués da Embrapa (Cpatu-Belém), pela contribuição na condução dos trabalhos.
À Capes, pela bolsa de estudos que possibilitou a condução do trabalho.
À Universidade Federal do Ceará.

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Risk Assessment of GM Cotton to


Flower Visitors in Brazil.
Carmen Pires1, Carolina F. Cardoso2, Maria A. Lima3,
Fernando A. Silveira2, Lúcio A. O. Campos3,
Paulo A. V. Barroso4, Edison Sujii1 and Eliana Fontes1.
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Distrito Federal.
2
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais.
3
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas.
4
Embrapa Algodão, Campina Grande, Paraíba.

Corresponding author: Carmen Pires, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Caixa


Postal 02372, Brasília, DF, Brasil, 70.849-970, E.mail: cpires@cenargen.embrapa.br, Fone: (61)
34484682, Fax: (61) 34484673

Abstract

Flower visitors are an important ecological group for environmental risk analysis of genetically
modified cotton because of the possible direct effects of the transgene on pollination service and pol-
len transportation and gene flow. Flower visitors were surveyed in three cotton species and five pro-
duction areas in Brazilian Mid-west. Seventy seven species of wild bees were colleted on cultivated
cotton, Gossypium hirsutum latifolium, besides Apis mellifera. The bee faunas were different among
the sampling sites with only two species out of 78 being common to all areas. The large number of
species and the difference on local bee fauna makes the selection of priority species on a regional
scale necessary before analysis of potential impacts of Bt cotton are proceeded. The framework out-
lined by the GMO ERA Project (www.gmo-guidelines.info) was used for species prioritization. From
four species preliminarily selected, Trigona spinipes and A. mellifera were used as model for the
development of bioassay methodology for toxicity tests on larval stages. In addition, we studied, in
the field, the forage behaviour of the most abundant pollinator species on cultivated cotton and G.
barbadense, wild cotton, to evaluate the role of the selected species on pollen transference and what
resource those species carry to the nest (pollen/nectar). The degree of exposure of that species to the
toxin expressed by the plant was accessed throughout this study. These results will support the de-
velopment of strategies to minimize or prevent gene flow among cotton species and to promote the
co-existence between GM and non-GM cotton.

Key words: biossafety, bees, gene flow, Gossypium hirsutum, Gossypium barbadense.

Introduction

Embrapa - Brazilian Enterprise for Agriculture Research supported a network of biosafety re-
search projects with the objective to develop methodologies for the environmental risk assessment of
genetically modified (GM) plants. One project focused on insect resistant GM cotton. This crop raises

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important environmental risk assessment (ERA) issues in Brazil. Cotton is cultivated in small and
large areas and in regions with distinct environmental conditions. A high diversity of arthropods is
found associated with the genus Gossypium and significant variations exist among different regions.
Wild relatives of cotton occur in the country, what raises the possibility of gene flow and possible
reductions of crop genetic diversity.
The analyses of environmental risk of GM plants begin with the identification of important
ecological functions in production systems and natural environments that could be affected by the
introduction of a GM plant. In the case of cotton in Brazil, four ecological groups were selected:
natural enemies, non-target herbivores of the GM plant, pollinators and soil micro-organisms, besides
the issue of transgene flow to wild cotton species. In this context, flower visitors were considered as
an important ecological function for ERA because of the possible direct effects of Bt cotton on pol-
lination service in natural and agroecosystems, and the role of flower visitors on pollen transportation
and consequent gene flow.
With regard to non-target organisms, for assessing the environmental safety of GM cotton resis-
tant to insects it was used the methodology proposed by Hilbeck et al. (2006) to: identify the possible
adverse effects on biodiversity; select functional groups (or ecological functions) for risk assessment;
select species and the ecosystem processes. The first step in implementing this methodology was the
construction of lists of species considering the different production regions and production systems
(Arpaia et al. 2006, Hilbeck et al. 2006). Official lists of endangered species can help in that process,
but publications with faunistic surveys are indispensable. Data from literature on biodiversity associ-
ated with cotton to the Brazilian situation was initially incomplete. In the specific case of pollinators,
even species of bees that does not occur in the neotropical region are erroneously cited in the national
literature as pollinators of cotton in the country (Silveira, 2003).

Flower visitors inventory

Initially, for selecting species of pollinators for the ERA, inventories of flower visitors in Gos-
sypium hirsutum var. latifolium were conducted in different regions of production during the years
2003, 2004, 2005 and 2006 (Cardoso 2008; Pires et al. 2006). Additionally, we collected bees visiting
the wild/ feral species of G. barbadense, G. mustelinum and G. hirsutum var. marie-galante (mocó
cotton) in one location in Paraíba satate in 2003, and in G. barbadense and G. mustelinum in the Fed-
eral District in 2005, 2007 and 2008. The studies on G. hirsutum latifolium were conducted on com-
mercial farms with and without insecticide applications and also on experimental fields. For the wild
species, the samplings were conducted on individuals planted in the experimental fields and also in
backyard plants kept in rural areas. In general, the surrounding landscape in which the sampling areas
were inserted consisted of a mixed of landscape elements including, pasture, other crops, riparian
vegetation and Cerrado vegetation, most of the natural vegetation with high anthropic interference.
Information about diversity and abundance of bees on flowers was obtained.
Bees are the main flower visitors of cultivated and wild/feral species of cotton. Taking in ac-
count the flower visitor sampling of 2003 in Federal District and 2005 in Bahia, Goiás, Mato Grosso
and São Paulo states, from 153 insect species collected on flowers, 47.40% (72 species) are from
three families of bees (Apidae, Halictidae, Megachilidae) and 49.78% (1,630) of the total number of
individuals collected (3,274) are bees (Pires et al. 2006). One species of the genus Exomalopsis is a
new species, not described in the literature. As predicted, more species were collected in areas with-
out insecticide application and in areas nearby natural vegetation.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Seventy seven species of wild bees were colleted on cultivated cotton, G. hirsutum latifolium,
besides Apis mellifera, a domesticated species introduced in the country 163 years ago for commercial
purpose (table 1). In G. hirsutum latifolium, 48 species of bees were collected in the Federal District
(DF), 19 in Bahia (BA), 29 in Mato Grosso (MT), nine in Goiás (GO), five in São Paulo (SP) and
only Apis mellifera in Ceará (CE). The most abundant wild species on flowers of G. hirsutum were:
Geotrigona mombuca (BA), Melissoptila cnecomala (DF), Paratrigona lineata (DF, MT), Partamona
mulata (MT), Trigona spinipes (DF, BA), Tetragonisca angustula (SP), Scaptotrigona depilis (GO) and
Xylocopa hirsutissima (GO). On the wild species of Gossypium, 23 species were collected in the state

Table 1. Absolute and relative abundance of the most abundant species of bees collected on
Gossypium hirsutum latifolium flowers in three Brazilian states from 2003 to 2006.

States and Absolute1 and relative2 Sampling effort 3


year of Abundance (per year, in hours)
sampling

Bahia NTotal = 164


(2005) Apis mellifera: 116 (4.46) 70.73%
Trigona spinipes: 16 (0.62) 60h
Geotrigona mombuca: 8 (0.31)
Examalopsis sp.2: 5 (0.19)
Paratrigona lineata: 3 (0.12)

Federal Distrito NTotal = 1,232


(2003 to 2006) Apis mellifera : 864 (5.78) 70.13% 2003 = 40.5h
Paratrigona lineata: 99 (0.66) 2004 = 43.2h
Melissoptila cnecomala: 77 (0.52) 2005 = 16.3h
Trigona spinipes: 39 (0.26) 2006 = 39.6h
Melissodes nigroaenea: 31 (0.21)

Mato Grosso NTotal = 2,043


(2005) Apis mellifera: 17.11 (1905) 93.25%
Paratrigona lineata: 0.24 (27) 111.30h
Alepidosceles cfr. imitatrix: 0.23 (26)
Partamona mulata: 0.22 (25)
Melissodes nigroaenea: 0.11 (12)

1
Absolute abundance = total number of individuals per species
2
Relative abundance (number in parenthesis) = number of individuals per hour. The relative abun-
dance of each species in the different locals was calculated dividing the total number of individuals
by the sampling effort.
3
The sampling effort in each local, expressed in hours, was calculated multiplying the number of
hours of sampling by the number of collectors.
NTotal = total number of specimens collected per state.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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of Paraíba, 10 in DF and three species in the northwest of Minas Gerais. In the state of Paraíba, Cera-
tina sp.3 and C. chloris were the most abundant species, followed by Melitoma segmentaria, Lithurgus
huberi, Ptilothrix cfr. plumata, T. spinipes and Augochlora sp.2. Other insects were collected in lower
abundance. Apis mellifera was the most abundant species on cultivated cotton in all sampling areas,
however, with very low abundance on the wild species and was not found in G. mustelinum. Only three
specimens of A. mellifera were found on G. barbadense out of total 316 individuals collected in 2007
and 2008 (V. Pires, unpublished data). The bee faunas on cultivated cotton were very different among the
sampling sites with only two species out of 78 being common to all cotton-producing areas. The large
number of flower-visiting species and the difference on local bee fauna make the selection of priority
species on a regional scale necessary before analysis of potential impacts of Bt cotton are proceeded.

Species selection for ERA

Based on the 2003 inventory, a list of possible pollinator species was compiled for Mid-west re-
gion, the largest cotton production area. The framework and criteria outlined by the Arpaia et al (2006)
and Hilbeck et al (2006) were used for species prioritization: a) geographic distribution, b) abundance
in the crop and the surrounding environment, c) association with the crop, d) significance as pollinator
on GM crop, in others crops and in natural areas, e) direct probability of exposure to Cry1Ac protein
insecticide and for establishment of risk hypotheses and planning experiments to test these hypotheses.
Information from literature about life history and ecology of different species was used in the process.
Even with lack of information for the majority of the wild bees, such as significance as pollinator, four
species were preliminarily selected. From those, one of the wild species (Trigona spinipes) and Apis
mellifera were used as model for the development of bioassay methodology for acute toxicity and sub-
lethal effect evaluations on worker larvae (Siqueira, 2008). For T. spinipes the natural food collected in
the nests was used in the bioassays. The concentration of the toxin to be tested was defined, taking into
account the amount of pollen in the larval food and the level of expression of the toxin in the cotton
pollen. The activity of the toxin after incorporation in the natural food of bees was tested in a bioassay
using a target insect. A protocol was developed for worker bees reared from egg to adult (91% of sur-
vivorship in the control). No significant differences among the tested treatments were found in relation
to mortality, corporal size and weight, and developmental time of the larvae (Siqueira, 2008). These
results indicated that the developed methodology is adequate for toxicity tests on T. spinipes larvae and
could easily be adapted to other stingless bee species.

Base line information and ERA

To fill out the gaps in the base line information (see Species Selection Matrix in Arpaia
et al 2006) and proceed with the risk assessment, the forage behaviour of the most abundant
bee species on G. hirsutum latifolium and G. barbadense was studied in the field. These stud-
ies were conducted to evaluate the role of different species on pollen transference and conse-
quent gene flow, and to confirm what resources those species carry from the cultivated cotton
to the nest (pollen and/or nectar). Knowledge about forage behaviour is important to access
the degree of exposure of that species to the GM crop and to the toxin expressed by the plant.
This information also will be useful to support the development of strategies to minimize or
prevent gene flow among cotton species and to promote the co-existence between GM and
conventional cotton fields.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Twelve bee species were common to G. hirsutum latifolium and G. barbadense (V.Pires, un-
published data). The majority of wild bee species, such as Paratrigona lineata, besides A. mellifera,
collected preferentially nectar in the flowers of cultivated cotton, G. hirsutum latifolium (Cardoso,
2008). During the foraging behavior, A. mellifera rarely touchs the stigma, but touchs the anthers
and loads pollen on the body surface, which could be carried to their nests. Although, Melissodes
nigroaenea and Melissoptila cnecomala occur in very low abundance on cultivated cotton flowers,
they collected pollen on approximately 100% of the flower visits. These two wild species were more
common on cotton areas without or with low insecticide application and in cotton areas nearby natu-
ral vegetation, such as experimental fields. This behavior favors the exposure of these species to the
Bt protein contained in the pollen grain.
Experiments of first visit showed that M. nigroaenea, M. cnecomala and A. mellifera are equally
efficient pollinators of cultivated cotton. Melissodes nigroaenea touched the stigma in approximately
100% of the flower visits on cultivated cotton (Cardoso, 2008) and on G. barbadense (V. Pires un-
published data). Apis mellifera, due to the high abundance and distribution on the different cotton
production areas could be considered the major carrier of pollen among flowers of cultivated cotton,
G. hirsutum latifolium. However, because of their almost absence on flowers of G. barbadense, the
chances of A. mellifera to transport pollen from cultivated cotton to this wild cotton species is very
small (V. Pires unpublished data). Additional studies run on field conditions and in different regions
of Brazil are necessary to evaluate the role of bees on natural cross-pollination and consequent gene
flow from cultivated cotton to G. barbadense.
Our experience with visiting bees on cotton shows that, for many crops with potential to be
genetically modified, relevant information needed for the evaluation of the potential risk to non-target
organisms, especially bees, and those needed to support the development of strategies of gene flow
management is not yet available for the Brazilian environmental conditions. Also, we found that
significant resources and time needs to be allocated to raise information that forms the baseline for a
solid, scientifically founded risk assessment.

Acknowledgments

We would like to thank the FINEP, FACUAL, CAPES and CNPq for the financial support.

References

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Organisms: A Case Study of Bt Cotton in Brazil (HILBECK A, ANDOW D, FONTES E, eds.).
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var. latifolium cv. Delta Opal - Malvaceae) no Distrito Federal - contribuição aos estudos de
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Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte.
Hilbeck A, Andow D, Fontes E. (2006). Environmental Risk Assessment of Genetically Modified Or-
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Pires C, Silveira FA, Cardoso CF, Oliveira GM, Pereira FFO, Souza VV, Nakasu EYT, Paes JS de
O, Teles E, Silvie P, Rodrigues S, Miranda J, Scomparini A, Bastos C, Oliveira GS, Oliveira

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JE, Santos JB, Barroso PAV, Sujii E, Fontes E (2006). Visitantes florais em espécies cultivadas
e não cultivadas de algodoeiro (Gossypium spp.), em diferentes regiões do Brasil. Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia (2006). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento no. 148.
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília.
Silveira F. 2003. As abelhas e o algodão Bt no Brasil – Uma avaliação preliminar. In: PIRES, C. S. S. ,
FONTES, E. M. G., SUJII, E. R. (eds). Impacto Ecológico de Plantas Geneticamente Modifica-
das – O Algodão Resistente a Insetos como Estudo de Caso. Brasília, EMBRAPA. p. 195-215
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abelhas indígenas sem ferrão e africanizadas. Doctoral thesis, Departamento de Biologia
Animal, UFV, Viçosa.

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Restoring and Monitoring Pollinator


Communities and Function in
California’s Central Valley
Claire Kremen1, Katharina Ullman2, and Mace Vaughan2
Dept of Environmental Sciences, Policy and Management,
University of California, 137 Mulford Hall, Berkeley,
CA 97520-3114 USA; 2. Xerces Society,
828 SE Hawthorne Blvd., Portland, Oregon 97215 USA

Previous work has shown that bee pollinator communities in the most intensively farmed re-
gions of California’s Central Valley are depauperate and low in abundance relative to less intensively
farmed regions. Although on-farm management is probably partially responsible for some of these
differences, the principal factor appears to be the proximity and proportion of the landscape that con-
tains natural or semi-natural habitat. Is it possible to restore pollinator communities and pollination
function within this intensively farmed region by restoring pollinator habitat? Since 2006, we have
worked with farmers in this region to install pollinator-friendly riparian buffers (20 – 30 m but ex-
tending up to several km in length) along the edges of farm fields, and have monitored pollinator com-
munities before and after restoration on both restored and control sites along 350 m transects using a
beyond-BACI design. We encouraged farmers to utilize buffer plantings of shrubs, forbs and trees
that bloom successively across the flight periods of the most important crop pollinating bees. We
also selected plants that appear to be the most important floral resources for this group of bees, based
on our prior plant-pollinator network studies. Each year, we monitor pollinator communities utiliz-
ing two main techniques standard for sampling these taxa (netting at flowers and pan-trapping with
blue, white and yellow bowls, http://online.sfsu.edu/~beeplot/) three times during the spring-summer
season. We simultaneously monitor floral diversity and abundance, vegetation, and score sites for po-
tential bee nesting suitability. We are also developing a protocol for monitoring pollination function
at replicated sets of potted crop plants (canola, sunflower) at each site. Use of potted plants assures
both that nutrients, water and soil can be controlled, and that we can measure pollination function on
the same crop across all restored and control sites. The measure of function at each site will be the
difference between seed set for flowers exposed to the ambient pollinator community compared to
flowers given supplemental cross-pollen to establish maximum seed set. Finally, we have developed
a protocol for training citizen scientists in collecting observational data on the pollinator fauna. We
will train citizen scientists using this protocol, which classes pollinators into rough categories) and
then test the effectiveness of data collected by citizen scientists in identifying diversity and abundance
trends among sites by comparing it against specimen-based data from netting and pan-traps collected
simultaneously across sites. The talk will primarily explain the study design and methods employed,
given that only the data from before restoration is currently available for analysis.

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A Polinização de Culturas Oleaginosas com


Potencial para Produção de Biodiesel:
Um Estudo De Caso Com A Mamona
(Ricinus communis L.)1
Rômulo Augusto Guedes Rizzardo², Breno Magalhães Freitas²,
Marcelo de Oliveira Milfont², Eva Mônica Sarmento da Silva3
1
Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor. rizzardo.zoot@gmail.com
2
Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias,
Departamento de Zootecnia, Av. Mister Hull, s/n,
Campus do Pici CP 12168 CEP 60021-970. Fortaleza, Ceará,
Brasil. freitas@ufc.br. Home page: www.abelhas.ufc.br.
3
Universidade Federal do Vale do São Francisco,
UNIVASF. Colegiado de Zootecnia, avenida José de Sá Maniçoba, s/n Centro - Petrolina, PE.

Pollination of oil-producing crops with potential to biodiesel production: a case study with
castor bean (Ricinus communis L.)

Abstract

Brazil has a well-succeeded historic in biofuel (alcohol) production and is now investing heav-
ily in biodiesel derived from a variety of crops. However, little is known about pollination system in
most of these crops. The present work aimed to assess the pollination requirements, role of floral visi-
tors and potential yield increment with bee introduction to a castor bean (Ricinus communis L.) crop.
The work was carried out in Núcleo de Produção Comunitária Santa Clara (NPCSC), county of Canto
do Buriti, state of Piauí, Brazil. Results showed that honeybee (Apis mellifera) is the only floral visi-
tor in commercial crops, flowers set fruits by both hand cross-pollination and hand autopollination,
but the latter sets significantly (p<0.05) higher numbers of fruits. Wind is the main pollinating agent,
but areas with honeybees produce significantly (p<0.05) heavier seeds, with more oil content and oil
with higher caloric value. It was concluded that the castor bean plant pollination system is anemoph-
ily with predominance of autopollination, but the action of pollen harvesting by honeybees probably
increases the amount of self pollen in suspension around the panicle affecting the crop productivity
producing heavier fruits and seeds and greater amounts of oil of higher caloric value.

Key words: Apis mellifera, anemophilly, biofuel, pollinator

Introdução

O Brasil possui um histórico bem sucedido e reconhecimento mundial na produção de biocom-


bustíveis com o Programa Nacional do Álcool. Atualmente, vem investindo no programa de produção

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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de biodiesel, combustível com grandes vantagens ecológicas e sociais quando comparado ao com-
bustível tradicional derivado do petróleo, o diesel (Holanda, 2004). O biodiesel pode ser produzido
a partir de uma série de espécies vegetais, como o babaçu (Orbygnia speciosa Mart., Barb. Rodr.),
canola (Brassica napus L. e Brassica rapa L.), dendê (Elaeis guineensis, Jacq.), girassol (Helianthus
annuus L.), mamona (Ricinus communis L.), pinhão manso (Jatropha curcas L.), soja (Glycini max
L., Merril), entre outras, bem como a partir de gordura animal e restos de frituras.
Devido ao elevado teor de óleo nas sementes, tolerância a diversas condições edafoclimáticas
e adaptação ao semi-árido, a mamoneira pode ser considerada uma alternativa para a agricultura fa-
miliar, sendo a mais difundida para a produção de biodiesel no Nordeste Brasileiro. É uma espécie
vegetal oleaginosa de origem africana, que se acredita ter sido introduzida no Brasil pelos escravos
durante a colonização portuguesa. Adaptou-se tão bem às condições brasileiras que hoje é encontrada
em várias regiões, desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas, crescendo de forma subespontânea
em áreas rurais, cuja vegetação nativa original foi removida e também em terrenos não edificados de
áreas urbanas. Atualmente, é cultivada em vários países ao redor do mundo, sendo a Índia, China e
Brasil os maiores produtores. Seu cultivo ainda visa à extração do óleo, mas como principal foco a
produção de biodiesel.
Apesar do potencial produtivo da cultura da mamona, observado em ensaios experimentais
(Severino et al., 2006), com produções acima de 1500 kg/ha para diversas variedades cultivadas no
município de Quixeramobim, sertão cearense, a produtividade média brasileira é baixa, 673kg/ha
(CONAB, 2007). Mesmo com o acentuado acréscimo de produtividade em relação aos 321 kg/ha do
final da década de 90, este valor é bem inferior à China (978kg/ha), Índia (1.221 kg/ha) e a média
mundial (1.014 kg/ha) (Alves et al., 2004).
No entanto, questões relacionadas à produtividades inferiores ao potencial agronômico da cul-
tura não são peculiaridades à exploração comercial da mamona, mas um problema que vem afetando
a maioria dos cultivos mundiais e que têm preocupado produtores e entidades envolvidas com o
sistema agrícola global (FAO, 2004). Mesmo com o crescimento da agricultura mundial a partir de
1960, que transformou pequenos plantios manuais em grandes áreas de produções intensivas e tec-
nificadas, com monoculturas, plantio direto, aplicações maciças de defensivos agrícolas etc., levan-
tamentos têm mostrado um crescente declínio na produtividade de algumas culturas. Quando avali-
adas em pequenos canteiros são de ótima produção, mas em grandes áreas nem sempre atingem os
objetivos previstos. Isto pode ser atribuído a vários fatores, como maior exigência de nutrientes, pH
do solo, requerimento de água e clima, além da perda de polinizadores naturais que são responsáveis
pela polinização de diversas espécies vegetais cultivadas pelo homem. A perda de agentes bióticos
em áreas agrícolas já chegou a situações tão extremas que em culturas como maçã (Malus domestica
Borkh), melão (Cucumis melo L.), maracujá (Passiflora edulis Sims), kiwi (Actinidia deliciosa A.
Chev, C.F. Liang & A.R. Ferguson), melancia (Citrullus lanatus Thunb., Matsun & Nakai), entre
outras, para assegurarem níveis de produtividade competitivos no mercado e que possam gerar algum
lucro, os produtores têm que optar entre alugar abelhas ou pagar pessoas para fazerem à polinização
manual (Free, 1993; Freitas, 1995).
A mamoneira, no entanto, é uma incógnita. Embora existam indicações de que seja polinizada
pelo vento (Távora, 1982; Beltrão e Severino, 2006), não há nas literaturas nacional e internacional
qualquer trabalho consistente que possa fornecer alguma informação sobre os requerimentos de po-
linização desta espécie. Assim sendo, o presente trabalho se propôs a investigar aspectos da biologia
floral, requerimentos de polinização e o papel de agentes polinizadores bióticos na sua polinização.

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Material e Métodos

O trabalho foi realizado em uma área de 3.115ha destinados ao plantio de mamona, predomi-
nantemente da variedade BRS 149 Nordestina, no Núcleo de Produção Comunitária Santa Clara
(NPCSC), situado no município de Canto do Buriti - PI (08°08’32,4”S e 43°27’12,9”W e 441m de
altitude. O clima do município é Semi-Árido Úmido, com temperatura média de 30,2°C e 64,80% de
umidade relativa (Medeiros, 2000).
As avaliações referentes a biologia floral foram feitas através da marcação de flores masculinas
e femininas e acompanhamento desde a antese até a senescência ou vingamento de frutos, aos 15
dias. Quanto ao requerimento de polinização da cultura e eficiência de polinização por Apis mellifera
foram realizados através do método de ensacamento de flores com telas de filó ou sacos de papel, e
com avaliação de áreas com ou sem introdução de colônias de abelhas melíferas, alojadas em colmé-
ias racionais, em cultivo de mamoneira.
A análise estatística foi realizada através da metodologia de Modelos Lineares Generalizados
(Demétrio, 1993; Dobson, 2001). A resposta considerada segue uma distribuição binomial(n,p) e a
função de ligação utilizada foi a logit=log(p/(1-p)), sendo p a proporção de frutos vingados.
Os frutos das áreas com e sem introdução de abelhas foram colhidos e conduzidos aos Labo-
ratórios de Nutrição Animal e Laboratório de Sementes da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza
- CE, para determinações da matéria seca, extrato etéreo, energia bruta do extrato etéreo (Silva e
Queiroz, 2002), e testes referentes à qualidade fisiológica das sementes: Teste de germinação (Brasil,
1992), vigor-primeira contagem de germinação, emergência de plântulas (Nakagawa, 1999), índice
de velocidade de emergência (Maguire, 1962) e peso seco da parte aérea. A comparação das médias
foi realizada através da ANOVA, para p<0,05.

Resultados e Discusão

A mamoneira mostrou-se uma planta monóica com racemos terminais, que na variedade
BRS149 Nordestina é constituído basicamente por flores femininas na região apical e masculinas na
porção basal, com raras flores hermafroditas. A antese ocorreu a qualquer momento do dia ou durante
a noite e, 15 dias após a fecundação, os frutos apresentaram-se desenvolvidos, com os estiletes secos,
ou as flores não fecundadas em senescência.
Devido ao padrão de abertura das flores masculinas e deiscência das anteras, a maior disponibili-
dade de pólen ocorreu entre 6h e 8h da manhã, decrescendo nas horas mais quentes do dia, e apresentando
um leve aumento a partir das 16h com abertura de novas flores (Rizzardo, 2007). Este decréscimo da
disponibilidade de pólen estava atrelado a senescência de grande parte das flores masculinas (Figura 1).
Em plantio comercial, a Apis mellifera foi a única espécie de abelha observada visitando as
flores/nectários da mamoneira, constituindo-se no visitante mais freqüente, tanto para coleta de pólen
quanto de néctar. Por outro lado, em mamoneiras situadas próximas a vegetação nativa, além de for-
migas (Formicidae), vespídeos (Vespidae) e abelhas Apis, a abelha sem ferrão canudo (Scaptotrigona
sp.) também foi observada fazendo visitas.
A abelha melífera visitou a mamoneira durante todo o dia: a coleta de pólen ocorreu princi-
palmente cedo da manhã, as 7h, aumentando progressivamente até as 9h, acompanhando a maior
liberação de pólen pela planta; a coleta de néctar teve início por volta das 7h, estendendo-se por todo
dia, com picos as 9h e 15horas (Rizzardo,2007). Não há na literatura mundial referências ao padrão
de forrageamento de Apis ou qualquer outra espécie de abelha em R. communis.

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75

60 Liberação de pólen
Abscição
50 Curva ajustada à equação
Número de flores m

40
y = -0,2348x4 + 4,0354x3 - 21,833x2 + 35,039x + 30,714
R 2 = 0,9515
30

L
20

10

0
06:00 08:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Horário

Figura 1 – Padrão de disponibilidade de pólen no ambiente e formação da camada de abscisão


de flores masculinas da mamoneira (Ricinus communis var. BRS 149 Nordestina) no Campus do Pici
da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-CE. 2007.

A mamona vingou significativamente (p<0,01) mais frutos quando autopolinizada do que por
meio de polinização manual cruzada (Tabela 1). Embora possa ser polinizada e vingar frutos tanto
por meio do próprio pólen quanto do de outras plantas da mesma espécie, conforme observado por
Gurgel (1945) e Ribeiro Filho (1966), a mamoneira se beneficiou mais da autogamia, uma vez que a
autopolinização manual, ao colocar nos estigmas uma grande e ilimitada quantidade de auto-pólen,
vingou mais de 98% de vingamento, enquanto que o mesmo tratamento realizado com pólen cruzado
levou a apenas 80,49% de vingamento (Tabela 1). Segundo Távora (1982), a mamoneira é uma planta
predominantemente autógama, mas isto não acarreta em problemas de endogamia para a cultura.
O tratamento de polinização restrita com filó apresentou índices de vingamento semelhantes
aos obtidos com a polinização manual cruzada e polinização livre. Isto permite inferir que o vento é o
principal agente polinizador da mamoneira, já que as flores protegidas por filó da visitação de agentes

Tabela 1 – Vingamento de frutos da mamoneira (Ricinus communis L.) sob diversos tratamen-
tos de polinização. Canto do Buriti, PI, 2006.

Tratamentos de Polinização N° de flores por Vingamento (%) p-valor


Tratamento

Autopolinização manual 75 74 98,67 a 0.00806


Livre com introdução de abelhas 47 44 93,62 b 0.08132
Restrita com filó 166 143 86,14 b 0.40714
Livre (Testemunha) 60 49 81,67 b 7.55x10-06
Polinização cruzada manual 82 66 80,49 b 0.85966
Restrita com papel 61 14 22,95 c 2.12x10-09

Médias seguidas por letras diferentes diferem significativamente entre si, (p<0,05).

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bióticos vingaram igualmente àquelas expostas aos visitantes florais (polinização livre testemunha).
Essas observações estão de acordo com outros autores que também relatam anemofilia na mamoneira
(Távora, 1982; Beltrão e Severino, 2006). No entanto, o vento, seja no caso da polinização restrita com
filó ou na polinização livre, promove essencialmente a polinização cruzada entre as plantas, pois seus
índices também não diferem daqueles produzidos pelo tratamento de polinização cruzada. A poliniza-
ção restrita com saco de papel produziu resultados insignificantes já que o pólen cruzado trazido pelo
vento não pôde penetrar nos sacos e também permite concluir que a planta não possui mecanismos de
autopolinização. Provavelmente, a taxa de alogamia na mamoneira seja bem maior do que os 40% pre-
conizados por Gurgel (1945) e Ribeiro Filho (1966). Finalmente, pode-se concluir que para incremen-
tar a produtividade da mamoneira seria necessário aumentar a quantidade de auto-pólen depositada nos
estigmas a níveis similares aos produzidos pelo tratamento de autopolinização manual.
O tratamento livre com introdução de abelhas foi o que alcançou percentuais de vingamento
mais próximos do de autopolinização manual. De fato, a análise estatística mostra significância mar-
ginal (p=0,081) com relação ao vingamento em áreas com e sem introdução de abelhas (93,62% con-
tra 81,67%, respectivamente), sugerindo haver realmente uma diferença no percentual de vingamento
(14,63%) quando as abelhas estão presentes ou ausentes (Rizzardo, 2007). Novos experimentos com
um número de repetições maiores do tratamento de polinização livre com abelhas potencialmente
demonstrariam essas diferenças com maior clareza.
Considerando que a deiscência da antera da mamoneira é explosiva e dispara ao toque (Bian-
chini e Pacini, 1996) e que o pólen da mamoneira é leve e pulverulento, facilmente mantido em sus-
pensão no ar e carregado pelo vento, é possível que devido à maneira pela qual as abelhas melíferas
coletam pólen, rebuscando as anteras com as pernas dianteiras e jogando o pólen sobre o corpo
(Winston, 1987), uma grande quantidade deste seja dispersado no ar, aumentando a proporção de
auto-pólen que atinge os estigmas das flores femininas na mesma panícula. Isto elevaria os índices de
autopolinização, explicando o percentual de vingamento marginalmente superior do tratamento livre
com introdução de abelhas em relação à testemunha (livre, sem introdução de abelhas) e próximo ao
de autopolinização manual. Finalmente, é necessário observar que o tratamento com introdução de
abelhas foi, dentre os tratamentos que podem ocorrer naturalmente no campo, aquele que produziu
os melhores índices de polinização, uma vez que a autopolinização manual seria uma condição ideal,
mas inviável de se praticar em larga escala até o presente momento (Rizzardo et al., submetido).
Comparando-se os resultados obtidos em áreas com e sem introdução de colônias de A. mellif-
era, o peso médio do racemo secundário foi 63,77% superior ao peso daqueles produzidos na área sem
introdução de abelhas (66,67g e 40,71g, respectivamente). O número de frutos por cacho comportou-
se da mesma forma, com acréscimo de 41,35%, aumentando a produção média de 15,84 para 22,39
frutos. Bem como no peso dos frutos, onde o acréscimo foi de 15,15%, elevando-se de 2,31g na área
sem introdução de abelhas para 2,66g para a área com colméias de abelhas melíferas (Tabela 2).
Provavelmente as abelhas contribuíram para aumentar a disponibilidade de auto-pólen nos es-
tigmas, promovendo uma melhor polinização, tanto quantitativamente quanto qualitativamente. A
maior quantidade de grãos de pólen presentes no ar aumenta a possibilidade de que estes cheguem aos
estigmas de forma mais homogênea, em maior quantidade e beneficiando mais flores. Quanto maior
a quantidade de grãos de pólen depositados no estigma, melhor será a competição destes em fecundar
o óvulo, possibilitando que os grãos com maior viabilidade, vigor e velocidade para emissão do tubo
polínico, possam efetuar a fecundação (Free, 1993).
Para as análises físico-químicas, as sementes provenientes da área povoada com colônias de
abelhas melíferas apresentam valores significativamente superiores (p<0,05) em todos os parâmetros

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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analisados. Além do maior peso registrado, as sementes possuem maior teor de óleo (extrato etéreo)
e energia bruta, quando comparadas com as sementes oriundas de área sem introdução de abelhas. Os
pesos de 100 sementes (54,46g com abelhas e 47,32g sem abelhas) estão abaixo daqueles relatados
como padrão, 68g, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Algodão, 2001),
produtora da BRS 149 Nordestina. Porém, Severino et al. (2004), encontraram variação entre 36,0 a
75,0g no peso de sementes da mamoneira BRS 149 Nordestina, mostrando que essa característica é
bastante instável nesta variedade (Tabela 2).

Tabela 2 – Número de frutos, peso médio do racemo secundário, peso do fruto, avaliação do
peso médio (g) de 100 sementes, extrato etéreo e energia bruta do óleo de sementes de mamoneira,
proveniente de áreas com introdução e sem introdução de colméias racionais povoadas com abelhas
melíferas (Apis mellifera). Canto do Buriti, PI, 2006.

Variáveis* Área com Área sem N° de


colméias colméias Repetições

N° frutos por racemo secundário 22,39a 15,84b 101


Peso de racemo secundário (g) 66,67a 40,71b 101
Peso do fruto (g) 2,66a 2,31b 7**
Peso de 100 sementes (g) 54,46a 47,32b 7+
Extrato etéreo (%) 54,48a 49,94b 7+
Energia bruta do óleo (kcal/kg) 9006,81a 8843,29b 7+

Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha diferem significativamente entre si, (p<0,01).
*Dados expressos em matéria natural. ** Cada repetição representa o valor médio de um lote com
100 frutos. + Cada repetição representa o valor médio de um lote de 25 sementes.

O rendimento de óleo nas sementes oriundas da área sem introdução de abelhas, 49,94%, foi
superior ao relatado pela EMBRAPA Algodão (2001), 48,90%. Bem como aos 48,09% por Tambas-
cia e Teixeira (1986), e próximo aos 50,20% encontrados por Severino et al. (2006b). Porém, o teor
de óleo encontrado nas sementes da área com introdução de abelhas, 54,48%, foi 9,1% superior,
(p<0,01), aos obtidos no tratamento sem introdução de abelhas e também aos encontrados na litera-
tura, sugerindo que a abelha melífera, de fato, contribuiu para uma melhoria na qualidade dos frutos,
no que diz respeito ao conteúdo de óleo.
Além das sementes terem apresentado maior peso e maior teor de extrato etéreo, pôde-se per-
ceber que a introdução de abelhas em área de mamona também afetou a qualidade do óleo produzido,
apresentando-se com valor energético significativamente maior (p<0,01) em relação àquela sem in-
trodução de abelhas (Rizzardo, 2007). Costa Neto et al. (2000) encontraram que o óleo da mamoneira
possui 8.913 kcal/kg. Este resultado é superior aos obtidos nas sementes da área sem introdução de
colônias de abelhas, 8.843 kcal/kg, porém, inferiores aos da área com colméias, 9006,81 kcal/kg. De
acordo com Free (1993) e Freitas (1995), a polinização intermediada pelas abelhas pode contribuir
para incrementos na produção de várias culturas por meio da formação de frutos mais pesados, com
maior teor de óleo e melhor conformação.

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Conclusões

O presente estudo permite concluir que a mamoneira é uma espécie vegetal de polinização pre-
dominantemente anemófila, que aceita tanto a autopolinização quanto a polinização cruzada, mas se
beneficia principalmente da autopolinização.
A mamoneira constitui fonte de néctar e pólen para as abelhas Apis mellifera.
A presença de Apis mellifera no cultivo da mamoneira apresenta potencial de aumento na prod-
utividade da cultura, peso de frutos e sementes, teor e energia do óleo das sementes.

Agradecimentos

Ao BNB: ETENE-FUNDECI, pelo apoio financeiro ao projeto. À FUNCAP e CNPq por bolsas
de mestrado para M.O. Milfont e R.A.G. Rizzardo, respectivamente e Produtividade em Pesquisa
para B.M. Freitas. Também a Brasil Ecodiesel, na pessoa da Dr. Francineuma Ponciano de Arruda,
por ceder a área de estudo e incondicional apoio logístico.

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SI MPÓS IO 6

APRESENTAÇÕES ORAIS DOS


PÓS GRADUANDOS DO PROGRAMA DE
ENTOMOLOGIA - FFCLRP-USP

Coordenadores: Aline Mackert dos Santos, Cristiano Menezes

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Reconhecimento em Abelhas Sem Ferrão.


Túlio Marcos Nunes (1), Izabel Cristina Casanova Turatti (2),
Norberto Peporine Lopes (2), Ronaldo Zucchi (1).
(1) Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo.
(2) Departamento de Física e Química, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo.
Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto (SP) 14040-901, Brasil.
* Correponding author: Túlio Marcos Nunes
Tel.: +55-016-3602-3826; fax: +55-016-3602-3694.
E-mail address: tulionunes@usp.br
Present address: Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto (SP) 14040-901, Brazil.
Recognition in stingless bees: combining chemical and behavioral analysis

Abstract

The ability to discriminate among genetic related individuals has a main importance in the
Kin selection Hamilton’s theory. Social insects use odor cues in recognition systems, and the main
used cues are compounds present in their cuticle. These cues may originate from endogenous and
exogenous sources. The exogenous cues may be absorbed from nest materials, food or even from the
queen. There are numerous reports concerning the origin of these cues in ants, termites, honeybees
and solitary bees, although, little is known about the stingless bees. Therefore, the present work aims
at to study the chemical composition of Frieseomelitta varia’s cuticle and the verification of food and
nest materials influence in the constitution of the cues used in recognition systems. A total of 48 com-
pounds were identified in the cuticle of F. varia. The behavioral tests, in agreement with the chemical
analyses, showed that the individuals absorb chemical compounds from the nest material. However,
the results show that food convergence imply neither in the higher acceptance of the individuals, nor
in a chemical convergence.

Palavras chave: reconhecimento, abelhas sem ferrão, hidrocarbonetos cuticulares, Fri-


eseomelitta varia.

Introdução

Os ninhos de insetos sociais apresentam uma grande variação na complexidade de suas estru-
turas, abrigando uma série de recursos indispensáveis à manutenção da estrutura social, tais como:
ovos, larvas, indivíduos jovens, estoques de alimento, entre outros. Nesses casos, a capacidade de
reconhecimento entre companheiros de ninho é de fundamental importância, impedindo possíveis
danos causados por inimigos naturais, representados tanto por indivíduos da mesma espécie quanto
por animais parasitas e cleptobióticos (Wilson, 1971; Hölldobler and Wilson, 1990).
O reconhecimento ocorre através de duas etapas principais: a liberação de uma pista pelo ani-
mal e o reconhecimento dessa pista por um segundo indivíduo (Beecher, 1982; Sherman and Holmes,

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1985). Tanto em invertebrados como vertebrados, o reconhecimento é mediado por pistas olfativas
(revisado por Hepper, 1986). A utilização de sinais olfativos provavelmente decorre do baixo custo
energético, tanto na produção das pistas quanto na recepção e no processamento (Alcock, 1993). Di-
versos estudos químicos e comportamentais confirmam que as pistas utilizadas no reconhecimento
são representadas por compostos químicos associados à cutícula dos insetos, sendo a maior parte dos
compostos identificados hidrocarbonetos, divididos em alcanos, alcenos e alcanos com ramificação.
(Pfennig et al., 1983; Breed and Stiller, 1992; Singer and Espelie, 1992; Gamboa et al., 1996).
A cutícula dos insetos é recoberta por uma camada de ceras impermeáveis, constituídas por
hidrocarbonetos de alto peso molecular, cuja função primária seria a de proteção contra desidratação
(Lockey, 1988). Secundariamente, estes compostos também apresentam funções comunicativas, tais
como reconhecimento de espécies, importantes para a manutenção social e comportamentos relacio-
nados à corte em várias espécies. Nos insetos sociais, esses compostos estão relacionados à discri-
minação entre companheiros e não companheiros de ninho, reconhecimento de castas, além de apre-
sentar pistas específicas para cada tarefa em execução. Além disso, esses compostos podem indicar
dominância e sinalizar fertilidade. Finalmente, uma outra função identificada para tais compostos é a
de feromônio utilizado na marcação de trilhas de forrageamento (Howard, 1993; Clément and Bag-
nères, 1998; Singer et al., 1998; Vander Meer and Morel, 1998; Steinmetz et al. 2003; revisado por
Howard and Blomquist, 2005).
Nos insetos sociais, cada indivíduo na colônia possui seu próprio perfil de compostos cuti-
culares, que constitui uma assinatura química individual. Essas substâncias podem ter origem
endógena, ou seja, ser produzidas pelo próprio indivíduo, caracterizando uma origem genética;
ou apresentar uma origem exógena, sendo adquiridos a partir do meio externo (Carlin, 1989;
revisado por Lorenzi et al., 1996).
A origem desses compostos apresenta uma grande variação nos diversos grupos de insetos
sociais analisados e, embora possa ser encontrada uma extensa literatura a respeito da origem de tais
compostos em formigas, cupins, vespas e abelhas do gênero Apis, pouco se conhece a respeito da
composição e origem de tais compostos nas abelhas sem ferrão (Meliponini).
Até o presente momento, a origem, constituição química e o papel dos compostos cuticulares
nos Meliponini são virtualmente pouco conhecidos em relação a outros grupos de insetos sociais.
Desta forma, uma grande área da biologia das abelhas sociais Neotropicais ainda permanece desco-
nhecida. Este estudo é motivado pela oportunidade de se conhecer melhor os compostos químicos
cuticulares de abelhas sem ferrão e compreender a função desses na mediação do reconhecimento
intra- e inter-colonial em Frieseomelitta varia.

Materiais e Métodos

Análises comportamentais: abordagem geral dos testes de discriminação entre os indivíduos


manipulados experimentalmente.
Para a realização dos testes de reconhecimento foi acoplada uma caixa experimental ao
tubo que conecta a colônia ao meio externo. A caixa experimental apresenta sua porção superior
coberta por vidro, possibilitando a visualização de seu interior. À lateral dessa caixa foi conectado
um tubo de 1 cm de diâmetro e 4 cm de comprimento para a introdução dos indivíduos a serem
testados. Antes da introdução, os indivíduos foram coletados e acondicionados individualmente
em pequenos frascos de vidro (3.5cm x 2.0cm). O frasco era, então, colocado em uma caixa de
isopor com gelo por cerca de dois minutos para a diminuição da atividade locomotora. Após os

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dois minutos, a abelha a ser testada era retirada do frasco e inserida na caixa experimental através
do tubo lateral. As interações apresentadas entre o indivíduo introduzido e os demais indivídu-
os da caixa experimental foram registradas durante cinco minutos. Comportamentos agressivos
apresentados pelos guardas como mordidas nas pernas e asas, imobilização e deposição de resina
foram considerados como rejeição, enquanto que a ausência de tais comportamentos e a entrada
do indivíduo introduzido na colônia foram consideradas como aceitação.

Análises químicas: verificação dos padrões de hidrocarbonetos cuticulares


Para a detecção e identificação das substâncias químicas presentes na cutícula dos indivíduos,
foram extraídos os compostos cuticulares das abelhas, escolhidas de acordo com a manipulação
experimental, por meio de banhos em solvente apolar (hexano a 50-500 μl) por 1 minuto. Todos
os indivíduos coletados foram acondicionados independentemente em pequenos frascos de vidro
(3.5cm x 2.0cm) ou em tubos eppendorf (1,5 ml) e posteriormente congelados. Antes da extração,
as abelhas tiveram o ultimo par de pernas retirado a fim de evitar contaminação com resina, visto
que operárias velhas dessa espécie, em geral, são encontradas com grande quantidade desse mate-
rial. As amostras foram analisadas em um sistema de Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectro-
metria de Massas SHIMADZU, modelo GCMS-QP2010, equipado com coluna capilar de silicone
(DB-5MS) e utilizando hélio como gás carreador a 1 ml/min. Para a correta identificação dos com-
postos foram realizadas comparações dos espectros de massa com a biblioteca Wiley e com dados
de íons diagnósticos presentes na literatura. A quantificação foi baseada nas áreas de pico obtidas
pelos cromatogramas. O protocolo de temperatura utilizado foi: 150°C-280ºC a uma taxa de 3°C/
min (mantido por 15 min). As análises químicas foram todas realizadas com o auxílio do programa
GCMSsolutions for Windows (Shimadzu Corporation).

Caracterização do perfil cuticular de Frieseomelitta varia


Primeiramente foi realizada a caracterização do perfil cuticular da espécie Frieseomelitta varia
buscando analisar a maior diversidade encontrada dentro da espécie. Para tal, foram utilizadas 20
operárias velhas, identificadas pela coloração escura, 20 operárias recém emergidas, identificadas
pela sua coloração clara e pela atividade que desempenhavam na colônia. Foram analisados, também,
sete machos recém emergidos coletados ainda no interior das colônias e oito machos velhos coletados
em uma nuvem de machos formada na entrada de uma das colônias que continha uma rainha virgem.
Além disso, foram analisadas seis rainhas virgens e quatro rainhas fisogástricas.

Manipulações experimentais
Além da caracterização do perfil químico da espécie foram realizados testes de reconheci-
mento e análises químicas buscando avaliar a origem das pistas utilizadas no reconhecimento.
Para essas investigações foram testados a influência do contato (por dez e vinte minutos) de in-
divíduos recém emergidos com os materiais de construção do ninho; e o efeito da convergência
alimentar por um mês.

Resultados

A análise dos compostos cuticulares da espécie Frieseomelitta varia resultou em um total de 48


compostos identificados. A maior parte das substâncias encontradas é representada por hidrocarbone-
tos, divididos entre alcanos saturados, insaturados, alcenos, um alcino e alcadienos. Esses compostos

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apresentam cadeias longas variando de 21 a 31 átomos de carbono. Os alcanos foram os compostos


mais abundantes para todos os grupos e, entre os alcanos, o heptacosano foi o mais abundante para a
maior parte dos grupos, exceto nas rainhas fisogástricas, nas quais o pentacosano foi superior.
Na verificação da aquisição de pistas de reconhecimento a partir dos materiais de construção do
ninho, os testes realizados com dez minutos de contato com o material do ninho da própria colônia ou
com uma segunda colônia mostraram, tanto para as análises comportamentais, quanto para as análises
químicas, que o grupo controle não é separado do grupo teste. No entanto, nas comparações entre os
indivíduos que permaneceram em contato por 20 minutos, as análises químicas e comportamentais
acusaram uma separação significativa entre os grupos controle e teste.
Na verificação de alterações no padrão de reconhecimento através da convergência alimentar,
os testes comportamentais e químicos não acusaram variações ao longo de todo mês avaliado.

Discussão

Os resultados encontrados estão de acordo com a maioria dos estudos com compostos cuticula-
res de insetos sociais encontrados na literatura, os quais apontam essas substâncias como assinaturas
químicas individuais que carregam informações a respeito da casta, idade, sexo e status reprodutivo
dos indivíduos (revisado por Howard and Blomquist, 2005).
A maior parte dos compostos encontrados na análise do perfil cuticular de operárias de F. varia
também foram descritos para as outras espécies de abelhas sem ferrão já analisadas e presentes na li-
teratura (Melipona bicolor: Abdalla et al., 2003; Melipona scutellaris e Melipona rufiventris: Pianaro
et al., 2007; Scaptotrigona bipunctata: Jungnickel et al., 2004; Frieseomelitta varia e Lestrimelitta
limao: Nunes et al., 2008a; Schwarziana quadripunctata: Nunes et al., 2008b). Para todas essas es-
pécies, os compostos foram principalmente hidrocarbonetos de cadeias variando de 19 a 33 átomos
de carbono. As maiores concentrações são encontradas para os compostos de cadeias ímpares. Com
exceção de Melipona bicolor, estudada por Abdalla et al. (2003), todas as demais espécies já estuda-
das apresentaram maiores concentrações de alcanos, principalmente aqueles com cadeias com 27 e
29 átomos de carbono.
Dentro das questões relacionadas ao desenvolvimento ovariano das operárias dos himenópteros
sociais, um problema a longo tempo levantado é o meio através do qual as rainhas mantêm seu status
reprodutivo e reconhecem o status dos demais indivíduos. Embora nas abelhas melíferas tenham sido
identificados feromônios provenientes da glândula mandibular exercendo as funções acima citadas,
muitos estudos recentes indicam que os hidrocarbonetos cuticulares atuam como pistas primárias de
fertilidade em alguns insetos sociais (Monnin et al., 1998; Peeters et al., 1999; revisado por Howard
and Blomquist, 2005). Endler et al. (2004) mostraram que em colônias de formigas da espécie Cam-
ponotus floridanus, a rainha “marca” seus ovos com hidrocarbonetos cuticulares e esses compostos
atuam como indicadores da presença da rainha resultando na não oviposição de operárias. De modo
semelhante, os compostos identificados para as rainhas fisogástricas de F. varia podem atuar como
sinalizadores da presença da rainha, desencadeando toda a gama de comportamento apresentada pelas
operárias com a rainha, tais como corte, alimentação e aqueles relacionados ao processo de aprovi-
sionamento e postura (POP).
Os resultados dos experimentos de reconhecimento e das análises químicas realizados com os
indivíduos que permaneceram em contato com cerume do próprio ninho ou de um segundo ninho
mostram claramente que ocorre uma transferência de pistas utilizadas no reconhecimento através de
um breve contato com o cerume. Na verificação da influência da alimentação nas pistas utilizadas no

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reconhecimento, os resultados mostraram que, em F. varia, a convergência alimentar não resulta em


uma convergência no perfil cuticular dos indivíduos. Consequentemente, essa mudança alimentar não
resulta em alterações nas porcentagens normais de rejeição de indivíduos não companheiros de ninho.
Não são encontrados na literatura estudos relatando a influência da alimentação no reconhecimento em
abelhas eussociais. No entanto, nas formigas Argentinas (Linepithema humile), Liang and Silverman
(2000) relatam que o perfil cuticular dos indivíduos muda de acordo com a sua alimentação. Dife-
rentemente das abelhas, essas formigas se alimentam de outros insetos (no caso específico do estudo,
baratas). Os autores relatam que nesse estudo, as formigas adquiriram alguns compostos cuticulares
dos insetos ingeridos e esses compostos foram importantes no reconhecimento de não companheiros
de ninho. Entretanto, nesse caso, existe a possibilidade da aquisição dos compostos cuticulares ter sido
ocasionada pelo contato dessas formigas com suas presas e não pela ingestão da mesma.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo


(FAPESP) concedido a TMN (Proc. 2007/59058-7) e RZ (Proc.04/09479-8, Programa Equipamentos
Multi-usuários 2).

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Utilização de Ninhos-Armadilha de Diferentes


Comprimentos Por Fêmeas de Centris
(Heterocentris) analis (Fabricius, 1804)
(Hymenoptera, Apidae: Centridini)
Use of trap-nests of different lengths by Centris (Heterocentris) analis (Fabricius, 1804) (Hy-
menoptera, Apidae: Centridini) females

Juliana Duarte de Souza Alonso*, Carlos Alberto Garófalo


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto –
USP, Departamento de Biologia, Área de concentração: Entomologia
Avenida Bandeirantes 3900, CEP 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
Fone: +55-16-3602-3816
e-mail: alonso_juliana@pg.ffclrp.usp.br, garofalo@ffclrp.usp.br

Abstract

The use of trap-nests of different lengths by Centris (Heterocentris) analis (Fabricius, 1804)
(Hymenoptera, Apidae: Centridini) females was studied at three habitats in Ribeirão Preto, SP, Brazil,
from January 2006 to November 2007. The goal of this study was to evaluate the effects of the length
of trap-nests in the selection of the nesting cavities by females of C. analis and in the number of brood
cells constructed per nest. The trap-nests consisted of tubes made with black cardboard, with four
different sizes of trap-nests (6 mm (inside diameter) x 5.5 cm (length), 6 mm x 6.0 cm, 6 mm x 6.5
cm and 6 mm x 7.0 cm). A total of 221 nests and 726 cells were built at three habitats, and the high-
est nesting frequencies occurred during the hot and wet season. The frequency of occupation of the
trap-nests by females ranged among the habitats: on the campus of USP the females used mainly the
smallest traps while in other habitats the different traps were used in similar proportions. Concerning
the number of brood cells constructed per nest, three-celled nests occurred with highest frequency in
the smallest trap-nests; three- and four-celled nests occurred in similar frequencies in trap-nests of 6.0
cm length; in the 6.5 cm and 7.0 cm trap-nests, four-celled nests were the most frequent; furthermore,
five-celled nest occurred only in 7.0 cm trap-nests. With the results here obtained is possible to affirm
that C. analis has potential to be used as pollinator in agricultural fields.

Palavras-chave: ninho-armadilha, Centris, nidificação, abelha solitária

Introdução

Atualmente, é estimado que existam mais de 16.000 espécies de abelhas em todo mundo, com
a maioria delas sendo de espécies solitárias (Michener, 2000). Cerca de 5% do total das espécies de

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abelhas solitárias (Krombein, 1967) apresentam o hábito de nidificar em cavidades preexistentes. Es-
sas cavidades podem ser o interior da medula de plantas, orifícios existentes em árvores, galerias feitas
em madeira por besouros ou outros insetos, em gomos de bambu, em orifícios existentes em paredes
de construções de alvenaria, em ninhos abandonados de outras espécies, etc. As cavidades preexisten-
tes naturais representam um recurso escasso no ambiente, devido a mudanças ambientais tais como
o desmatamento, fragmentação, queimadas e monoculturas, geradas pela expansão e mecanização
da agricultura, o que limita o crescimento das populações de abelhas que as utilizam (Vinson et al.,
1993). Diante disso, a ausência ou um acentuado declínio de polinizadores em determinadas locali-
dades do mundo tem estimulado o uso de ninhos-armadilha para proporcionar locais de nidificação e,
conseqüentemente, com uma adequada técnica de manejo, aumentar as populações e assim garantir a
polinização de diversas culturas (Bosch & Kemp, 2002; Garófalo et al., 2004). As espécies de Centris
são importantes polinizadores de plantas que produzem óleo, como a família Malpighiaceae, sendo
inclusive conhecidas como abelhas coletoras de óleo (Buchmann, 1987; Vogel & Machado, 1991).
Centris analis é uma espécie de abelha solitária bastante comum, ocorrendo desde o México até o Bra-
sil (Moure, 1960). C. analis tem sido a espécie mais abundante nos ninhos-armadilha em estudos feitos
no estado de São Paulo (Camillo et al., 1995; Garófalo, 2000; Gazola, 2003). Essa abundância é uma
característica importante quando buscamos identificar espécies potenciais que possam ser trabalhadas
no sentido de manejá-las adequadamente em programas de polinização controlada. Vieira-de-Jesus
& Garófalo (2000) descreveram o comportamento de nidificação de C. analis em ninhos-armadilha;
Gazola & Garófalo (2003) estudaram o comportamento de ataque de Leucospis cayennensis (Leucos-
pidae) a ninhos de C. analis e Couto & Camillo (2007) estudaram a influência da temperatura na mor-
talidade de imaturos de C. analis. Embora tais trabalhos tenham fornecido informações importantes
sobre a biologia daquela espécie, vários outros aspectos necessitam ainda ser abordados para que seja
possível o desenvolvimento de técnicas de manejo adequadas a uma população de polinizadores. Entre
aqueles aspectos, merecem destaques as abordagens experimentais que relacionam as dimensões das
cavidades usadas para a nidificação e produtividade. Como observado em outras espécies (Stephen &
Osgood, 1965; Torchio & Tepedino, 1980; Vicens & Bosch, 2000; Bosch & Kemp, 2002), tais aspectos
têm forte influência no número de células produzidas por ninho. O objetivo deste estudo foi avaliar os
efeitos do comprimento dos ninhos-armadilha na seleção das cavidades de nidificação pelas fêmeas de
C. analis e no número de células de cria construídas por ninho.

Material e Métodos

O estudo foi desenvolvido em três locais de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: no Campus da
Universidade de São Paulo, de janeiro de 2006 a novembro de 2007, em um ambiente urbano e uma
área rural, de janeiro a novembro de 2007. Seguindo a metodologia apresentada por Serrano & Garó-
falo (1978), os ninhos-armadilha consistiam de tubos confeccionados com cartolina preta, com uma
das extremidades fechada com o mesmo material. Foram usados ninhos-armadilha (=NA) de quatro
tamanhos diferentes: 6,0 mm (diâmetro interno) x 5,5 cm (comprimento), 6 mm x 6,0 cm, 6 mm x
6,5 cm e 6 mm x 7,0 cm. Esses tubos foram inseridos em orifícios feitos em placas de madeira (55
orifícios por placa), que foram colocadas em prateleiras sob coberturas (no Campus da USP e na Área
rural) existentes nos locais de estudo, e suspensa em uma árvore na área urbana. Nas três localidades,
as placas foram colocadas a uma distância de 1,5 m do solo. Um total de 65 ninhos-armadilha de cada
tamanho foi disponibilizado no Campus da USP, 26 na área rural e 13 na área urbana. Durante o pe-
ríodo de estudo, os ninhos-armadilha colocados no Campus da USP e na área rural foram inspeciona-

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dos, diariamente, com o auxílio de um otoscópio. As atividades de nidificação das fêmeas em ambos
os locais foram monitoradas durante o período de estudo. Após serem completados, os ninhos eram
levados para o laboratório e substituídos por NA similares aos retirados. No laboratório, os ninhos
foram introduzidos em tubos de ensaio, de tamanhos apropriados. Quando da emergência dos adultos,
eles eram coletados, marcados e liberados no local de estudo do Campus da USP. Após alguns dias da
última emergência, os ninhos eram abertos e seus conteúdos analisados. De acordo com o Sistema In-
ternacional de Köppen, o clima de Ribeirão Preto é AW: tropical, com uma estação, quente e chuvosa,
estendendo-se de setembro a abril; e uma estação fria e seca, estendendo-se de maio a agosto.

Resultados

Número de ninhos construídos e período de atividades de nidificação


Durante todo o período de estudo foi construído um total de 221 ninhos, sendo 91 no Campus
da USP, 76 na área rural e 54 ninhos na área urbana. A distribuição das nidificações entre as estações
foi de 193 ninhos na quente/úmida e 28 ninhos na fria/seca.

Utilização dos ninhos-armadilha de diferentes comprimentos


No Campus da USP foram construídos 36 ninhos nos NA menores (39,56%), 25 naqueles com
6,0 cm (27,47%), 12 nos NA com 6,5 cm (13,19%) e 18 deles nos NA maiores (19,78%). A análise
estatística revelou haver diferença significante na utilização dos diferentes NA, sendo que aqueles
de menor dimensão foram os mais utilizados (x2 = 14,011, gl = 3; p<0,05). Na área rural foram con-
struídos 19 ninhos nos NA menores (25%), 20 naqueles com 6,0 cm (26,32%), 16 nos NA com 6,5
cm (21,05%) e 21 deles nos maiores (27,63%). Não foi observada diferença significante na utilização
dos diferentes NA (x2 = 0,736, gl = 3; p>0,05). Do total de ninhos construídos na área urbana, 15
deles foram feitos nos NA menores (27,78%), 12 naqueles com 6,0 cm (22,22%), 13 nos NA com 6,5
cm (24,07%) e 14 deles nos maiores (25,93%). A utilização dos diferentes ninhos pelas fêmeas foi
semelhante, não havendo diferença significante (x2 = 0,37, gl = 3; p>0,05) (Figura 1).

Figura 1 - Número total de ninhos construídos por fêmeas de Centris analis de acordo com o
comprimento do ninho, durante o período de janeiro de 2006 a novembro de 2007, nas três locali-
dades de Ribeirão Preto, SP (letras diferentes, em colunas pertencentes a um mesmo local, indicam
diferença estatisticamente significante) (teste do x2).

5,5 cm 6,0 cm 6,5 cm 7,0 cm

40 a
Número total de ninhos

35
30
construídos

b
25 a
b a a
20 a a a
15 c a a
10
5
0
Campus USP Área rural Área urbana
Local de estudo

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Atividades de nidificação
Os ninhos construídos no Campus da USP possuíam um total de 277 células. O número de
ninhos por fêmea variou de um (38 fêmeas) a seis (uma fêmea) e o número de células de uma
(três fêmeas) a 18 (uma fêmea). Cada fêmea construiu, em média, 1,57 ± 0,97 ninhos e 4,7 ±
3,23 células. O tempo máximo em que uma fêmea permaneceu nidificando na área foi 22 dias e
o tempo utilizado por cada fêmea para construir uma célula variou de um a três dias, com maior
freqüência para a construção de uma célula por dia. As fêmeas que ocuparam os NA na área rural
construíram 260 células. O número de ninhos por fêmea variou de um (26 fêmeas) a quatro (duas
fêmeas) (x = 1,65 ± 0,87 ninhos) e o de células de duas (uma fêmea) a 12 (cinco fêmeas) (5,65 ±
2,97 células). O tempo máximo em que uma fêmea permaneceu nidificando na área foi 15 dias.
O tempo utilizado por cada fêmea para construir uma célula variou de um a três dias, com a maior
freqüência sendo uma célula por dia.
Analisando a utilização dos NA por cada fêmea, verificou-se que das 59 fêmeas que nidificaram
no Campus da USP, 38 delas construíram apenas um ninho. Entre as fêmeas que construíram dois
ninhos (n=12), apenas cinco delas (41,67%) fizeram seus ninhos em NA de mesmo comprimento.
Das fêmeas que construíram três ninhos (n=7), duas (28,57%) usaram NA de tamanhos idênticos,
três fêmeas (42,86%) construíram dois dos seus ninhos em NA de dimensões idênticas e duas fêmeas
(28,57%) construíram seus ninhos em NA de diferentes comprimentos. A única fêmea que construiu
quatro ninhos utilizou três NA de comprimentos semelhantes e a fêmea que construiu seis ninhos
utilizou cinco NA de dimensões similares.
Das 46 fêmeas que estiveram em atividades na área rural, 26 fizeram apenas um ninho
e 12 fêmeas construíram dois ninhos, sendo que apenas uma delas (8,33%) estabeleceu seus
ninhos em NA de iguais comprimentos. Das fêmeas restantes, seis fizeram três ninhos, sendo
que duas delas (33,33%) ocuparam dois NA de comprimentos iguais para a construção de
dois dos seus ninhos. As duas fêmeas que construíram quatro ninhos utilizaram apenas dois
NA de dimensões idênticas.

Número de células construídas por ninho


No total de ninhos obtidos (n=221), o número de células construídas por ninho variou de uma
(n= 9) a cinco (n= 8), com aqueles com três células ocorrendo em maior freqüência (46,6%). Nos NA
de menor comprimento ocorreu uma maior freqüência de ninhos com três células (78,6%) enquanto
nos NA de 6,0 cm as maiores freqüências foram de quatro e três células por ninho. Os NA de 6,5 cm
continham principalmente quatro células (n=26) como também observado para os NA maiores (n =
27). A análise estatística revelou que há diferença significante no número de células construídas por
ninho entre os NA de diferentes comprimentos. Nos NA com 6,0, 6,5 e 7,0 cm de comprimento houve
uma maior freqüência de ninhos contendo um maior número de células do que a freqüência observada
em NA de menor comprimento (teste de Kruskal-Wallis e Dunn’s Method, H= 45,95, gl= 3; p<0,001)
(Figura 2), embora o número de células construídas por ninho tenha sido fracamente correlacionado
com o comprimento dos ninhos (r=0,36; p<0,05).

Figura 2 - Número de células construídas por ninho pelas fêmeas de Centris analis, de acordo
com o comprimento do ninho-armadilha, no período de janeiro de 2006 a novembro de 2007. Os
ninhos-armadilha com 6,0, 6,5 e 7,0 cm apresentaram maior número de células por ninho que os
ninhos-armadilha de menor comprimento (letras diferentes indicam haver diferença estatisticamente
significante) (teste de Kruskal-Wallis e Dunn’s Method, H= 45,95, gl= 3; p<0,001).

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uma célula duas células três células quatro células cinco células
b a a a
100%
90%
80%
70%
Porcentagem

60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
5,5 6 6,5 7
Comprimento dos ninhos (cm)

Discussão

Segundo Jesus (1995), Gazola & Garófalo (2003) e Couto (2004), e semelhante ao observado
neste trabalho, C. analis nidificou preferencialmente na estação quente/úmida e esteve ausente ou
em pequena freqüência na estação fria/seca. Esse padrão de nidificação deve estar relacionado com
fatores climáticos, uma vez que eles influenciam a disponibilidade de recursos necessários para a
construção das células e o aprovisionamento dos ninhos. Com isso, pode-se afirmar que C. analis
apresenta uma sazonalidade pronunciada. Este fato deve ser cuidadosamente considerado para o de-
senvolvimento de uma técnica de manejo, pois o serviço de polinização controlada dessa espécie deve
apresentar eficiência em campos agrícolas, em períodos pré determinados.
Diversos trabalhos mostraram certa constância no diâmetro dos NA utilizados pelas fêmeas
de C. analis, baseados na estreita relação entre o diâmetro corporal da fêmea e o da cavidade.
No entanto, os efeitos que diferentes comprimentos poderiam acarretar na utilização de tais
cavidades, não foram abordados em experimentos anteriores. Em Osmia cornuta (Megachili-
dae), contudo, Bosch (1994) disponibilizando NA com três diferentes comprimentos, observou
que os maiores foram os mais atrativos. Em outro trabalho, Bosch (1994b) ofereceu NA de
quatro diferentes comprimentos e verificou que o menor foi o menos aceito e que os demais
foram utilizados de forma semelhante. Visando o incremento populacional de Ancistrocerus
gazella (Eumenidae), Wearing & Harris (1999) verificaram que a disponibilidade de ninhos
com diferentes comprimentos não resultou em uma utilização diferenciada deles. No presente
estudo, os resultados mostraram que a utilização diferencial dos NA ocorreu apenas em um dos
locais de nidificação, pois as fêmeas de C. analis que nidificaram no Campus da USP usaram
principalmente os NA de menor comprimento, enquanto que as fêmeas que fundaram ninhos nas
outras duas localidades usaram os NA de forma similar, independente do comprimento. Esses
resultados mostram que fêmeas de C. analis não apresentaram restrições no uso das cavidades
de diferentes comprimentos disponibilizadas. Isso sugere que cavidades de outros comprimen-

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tos devem ser testadas a fim de se estabelecer o comprimento ideal para aumentar a produção
de indivíduos, por ninho, de C. analis em agroecossistemas.
Considerando as atividades de nidificação das fêmeas, Vieira-de-Jesus & Garófalo (2000) relat-
aram que três e nove foram os maiores valores para o número de ninhos e número de células, respec-
tivamente, que uma fêmea de C. analis produziu e que o tempo máximo que uma fêmea permaneceu
nidificando na área de estudo foi 30 dias. No presente trabalho, o tempo de permanência das fêmeas
nas áreas de nidificação foi menor do que aquele relatado por aqueles autores, embora os valores para
produtividade máxima por fêmea, tanto em relação aos números de ninhos como o de células, tenham
sido maiores. Apesar do tempo utilizado por cada fêmea para completar uma célula variar de um a
três dias, em geral, elas fizeram uma célula por dia, como também reportado por Jesus (1995). No
Campus da USP foi observado um maior número de fêmeas utilizando NA de mesmo comprimento
em comparação com os ninhos construídos pelas fêmeas da área rural. Esse aspecto deverá ser melhor
compreendido em trabalhos futuros para avaliar se ocorre preferência por um tamanho específico de
NA ou se a utilização dos ninhos é aleatória.
Diversos estudos mostram que a dimensão da cavidade pode influenciar o número de células
construídas por ninho pelas fêmeas de abelhas solitárias. Contudo, poucos estudos tiveram o en-
foque direcionado para os efeitos dos diferentes comprimentos de NA no número de células feitas
por ninho. Alguns trabalhos mostraram não haver relação entre o comprimento do NA e o número
de células construídas (Boesi et al., 2005; Mendes & Rêgo, 2007) enquanto outros, como observado
neste trabalho, mostraram que o aumento do comprimento dos NA gerou um aumento no número
de células construídas por ninho (Tepedino & Parker, 1983, 1984; Bosch, 1994b; Wearing & Harris,
1999). O número máximo de células por ninho observado neste trabalho, similar ao encontrado por
Aguiar et al. (2005), não havia sido relatado em trabalhos anteriores com C. analis (Vieira-de-Jesus
& Garófalo, 2000; Gazola & Garófalo, 2003; Couto & Camillo, 2007). Isso decorreu do fato daqueles
autores usarem, praticamente, apenas ninhos similares aos menores aqui disponibilizados.
A necessidade de incrementar a população de C. analis visando sua utilização em progra-
mas de polinização controlada indica que trabalhos futuros deverão testar NA de outros compri-
mentos com o objetivo de identificar o número máximo de células que uma fêmea dessa poderá
aprovisionar por ninho.

Conclusão

Com os resultados aqui obtidos é possível afirmar que C. analis possui potencial para ser uti-
lizada como espécie polinizadora em campos agrícolas, através do desenvolvimento de técnicas ad-
equadas de manejo, uma vez que além de utilizar frequentemente NA, já possui muitos aspectos de
sua ecologia conhecidos.

Agradecimentos

Ao CNPq pelo suporte financeiro

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Enxameação e Crescimento Inicial de


Colônias De Plebeia remota
Patrícia Nunes-Silva1, Sergio Dias Hilário2, Denise de Araujo Alves2,
Pérsio de Souza Santos Filho2 & Vera Lucia Imperatriz Fonseca2.
1
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Univer-
sidade de São Paulo, Ribeirão Preto – SP, Brasil. Av. Bandeirantes, 3900 - Bloco 2 - 14040-901.
Ribeirão Preto - SP – Brasil. Telephone/FAX: 55 16 36023815. E-mail address: pnsilva@usp.br

2
Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP,
Brasil. 05508-900.

Swarming and initial growth in stingless bee colonies: the case of Plebeia remota.

Abstract

In honey bees and stingless bees colony multiplication occurs through swarming. In this study,
we observed the sequence of the colony foundation process and the initial growth of the combs. Four
swarms of this species were observed. These swarms occupied hives that had the storage pots and
building material of the colonies that previously occupied these hives. During the beginning of the
establishment of the new colonies, all swarmed colonies used superseded colonies’ build materials
that were inside the hives they occupied. The period between the starting of occupation and the begin-
ning of queen oviposition was variable and ranged from 4 to 13 days. The colonies did not have the
same initial growth and those with a queen that started ovipositing ealier constructed bigger brood
combs. This species showed periodicity in POP (provisioning and oviposition process). The periods
between each oviposition varied more in the beginning of the queen oviposition than two years after
the swarming, including the number of cells in each POP, but it was not found differences between the
periods of the two moments. This might be a reflex of the varying conditions of the nest, especially
in relation to the food available for provisioning the cells. The presence of resources in the occupied
cavity and the fecundity of the queen are factors that might influence the success of a new colony.

Palavras-chave: enxameação, Plebeia remota, crescimento colonial, abelha sem ferrão.

Introdução

Nos insetos sociais, a reprodução dos indivíduos não é o único tipo de reprodução. Ocorre
também a reprodução das colônias, que nas abelhas Apis e nas abelhas sem ferrão, ocorre por enxa-
meação, ou seja, uma rainha e um grupo de operárias partem da colônia-mãe para fundar uma nova
colônia (Oster & Wilson, 1978; Nogueira-Neto, 1954). Várias diferenças são encontradas entre o
processo enxameatório desses dois grupos de abelhas. Uma diferença marcante é que nas abelhas sem
ferrão, mesmo após a partida da rainha com o grupo de operárias, ainda há ligação entre a colônia mãe
e a colônia filha através de forrageiras que levam recursos (alimento e materiais de construção) para

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a colônia filha. Já nas abelhas Apis, após a partida do enxame, não há mais nenhuma conexão entre as
duas colônias (Nogueira-Neto, 1954; Michener, 1974; Sakagami, 1982; Nogueira-Neto, 1997).
A primeira descrição do processo enxameatório de abelhas sem ferrão foi feita por Noguei-
ra-Neto (1954), baseada em suas observações em várias espécies. Desde então poucos estudos
abordaram o comportamento enxameatório dessas abelhas (ex. Juliani, 1967; Da Silva et al.,
1972; Terada, 1972; Wille & Orozco, 1975; Inoue et al., 1984; Nogueira-Ferreira & Soares, 1998;
van Veen & Sommeijer, 2000).
Em geral, o processo enxameatório consiste nos seguintes passos: encontro de um local
adequado para nidificação; transporte de materiais de construção para esse local, construção de
uma entrada, remoção do lixo e cobertura das paredes com batume; construção de potes de ali-
mento; chegada da rainha virgem com o grupo de operárias; realização do vôo nupcial pela rainha,
construção das células de cria pelas operárias e início da oviposição pela rainha. Ao longo desse
processo, as forrageiras tornam a colônia filha progressivamente mais independente da colônia
mãe (Engels & Imperatriz-Fonseca, 1990).
Existe pouca informação sobre as condições da colônia mãe antes da enxameação, o inves-
timento (operárias e recursos) na colônia filha e a influência dos fatores ambientais neste processo
(Inoue et al., 1984; Roubik, 1989; Engels & Imperatriz-Fonseca, 1990). Além disso, o processo de
escolha do local de nidificação também não está claro. As abelhas devem ser atraídas pelo odor do
cerume ou por outros estímulos presentes em locais que já foram habitados, e os recursos presentes
nele devem significar uma economia em trabalho e material (Nogueira-Neto, 1954).
A periodicidade do processo de aprovisionamento e postura (POP) da colônia filha no início de
seu desenvolvimento nunca foi estudada. Na verdade, nenhum aspecto deste comportamento neste
momento inicial da colônia. O POP de Plebeia remota é caracterizado por uma construção sincrônica
de células, aprovisionamento simultâneo dessas e uma rápida sucessão de oviposição (Sakagami &
Zucchi, 1974; Zucchi et al., 1999). Cada ciclo de construção e oviposição dura de quatro a seis horas
e meia, ocorrendo de quatro a seis ciclos por dia (van Benthem et al., 1995)
Neste trabalho, estudamos a seqüência do processo de fundação da colônia, o crescimento
inicial dos favos e o ritmo do POP durante esta fase, para entender a dinâmica do estabelecimen-
to de um novo ninho. Além disso, discutimos alguns fatores que devem determinar o sucesso de
colônias recém-fundadas.

Material e métodos

Plebeia remota (Holmberg, 1903) nidifica em cavidade em tronco de árvores e a entrada do


ninho é construída com própolis escura, a qual permite a entrada ou a saída de apenas um indivíduo
por vez. Os favos de cria são horizontais e formam uma pilha, mas também são encontrados favos
construídos em espiral. No outono e no inverno há uma parada na construção de células de cria pelas
operárias e na oviposição pela rainha (van Benthem et al., 1995).
Em novembro de 2004, três enxames de P. remota ocuparam três colméias vazias que estavam
localizadas no interior do Laboratório de Abelhas (Instituto de Biociências – USP; 23º33’S, 46º43’O).
Uma delas não sobreviveu e a mesma colméia foi ocupada por outro enxame de P. remota em feve-
reiro de 2005. Estas colméias vazias continham o material de construção das colônias que ocupavam
estas colméias anteriormente.
No primeiro mês de crescimento, as três primeiras colônias que enxamearam foram filmadas e
a quarta foi fotografada diariamente. O número de células construídas a cada 24 horas foi contado e a

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média do número de células construídas por dia por colônia calculada. Essas médias foram compara-
das pelo teste de Kruskal-Wallis. Apenas favos terminados foram considerados na análise.
Cinco parâmetros foram inter correlacionados (correlação de Spearman, n=4): número de dias
entre começo da ocupação e o início da oviposição pela rainha, número máximo e mínimo de células
ovipositadas em um dia e tamanho médio do favo de cria (número de células).
Após aproximadamente dois anos, as condições das três colônias que sobreviveram foram aval-
iadas pelo número total de potes de alimento e células de cria (de favos terminados) em cada colônia.
Não foi considerado o número médio de células de cria por favo porque a colônia 4 possuía favos com
tamanhos muito variáveis. Além disso, as colônias 2, 3 e 4 foram filmadas continuamente por sete
dias e estes filmes usados para avaliar a periodicidade da construção de células e da oviposição pela
rainha (processo de aprovisionamento e postura – POP).
Foi verificado se havia um ritmo, se esse ritmo era estável e se o ritmo do início da construção
de células logo após a enxameação era diferente do ritmo observado dois anos após o estabelecimento
das colônias. Esse ritmo foi analisado através do período entre oviposições. Foi possível analisar 23
seqüências dos filmes do primeiro mês de oviposição, cujas durações variaram entre oito e 24 horas.
Já os filmes de dois anos após a enxameação forneceram sete seqüências de 24 horas.
Tabelas de Buys-Ballot foram construídas para as seqüências e o periodograma de Enright usado
para determinar o período (P) da construção de células e oviposição pela rainha nessas seqüências (Enri-
ght, 1965; Minors & Waterhouse, 1989; Benedito-Silva, 1997). Períodos de duas a oito horas foram tes-
tados para cada seqüência e um teste de significância (Qp) aplicado a eles (Sokolove & Bushell, 1978).
Os períodos usados para representar uma seqüência foram aqueles que tiveram a maior significância.
A moda dos períodos dessas seqüências foi calculada, visto que esta medida indica a concentra-
ção dos dados em um valor (Zar, 1999) e, nesse caso, o período mais repetido na seqüência, ou seja,
o período predominante, e assim, o que é mais representativo.
A proporção freqüência da moda/total de períodos também foi calculada. O teste de Mann-
Whitney foi usado para verificar se os períodos do primeiro e do segundo momento foram iguais. O
primeiro momento da colônia 1 foi comparado com o segundo momento da colônia 4 (que a substi-
tuiu) e o primeiro momento das colônias 2 e 3 foram comparados com seus respectivos segundos mo-
mentos. Nessas análises apenas os períodos significantes foram considerados, no entanto, na análise
da variação, os períodos não significantes também foram considerados.

Resultados

Durante o início do estabelecimento do novo ninho, todas as colônias usaram os materiais de


construção presentes nas colméias que ocuparam. Além disso, não observamos o transporte desses
materiais da(s) colônia(s) mãe(s) para as colônias filha(s). As operárias transformaram o cerume
presente nos pilares de cerume típicos do invólucro de P. remota. A colônia 4, como já mencionado,
enxameou na colméia que tinha sido antes ocupada pela colônia 1, cujo material de construção e
potes de alimento foram deixados na colméia. Dessa maneira, esta colônia também pode ter usado o
alimento que estava presente.
Antes do início da oviposição, novos potes de alimento já existiam no ninho de todas as colô-
nias. O intervalo de tempo entre o começo da ocupação e o início da oviposição variou entre 4 e 13
dias (Colônia 1: 8 dias; Colônia 2: 13 dias; Colônia 3: 6 dias; Colônia 4: 4 dias).
Embora os dados sejam limitados (apenas quatro enxames), é pertinente apontar que a sobrevi-
vência de colônias recém-estabelecidas de P. remota foi de 0,75.

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O número médio de células construídas e operculadas por dia foi diferente em cada colônia (H
= 52.0567; p = 0.0000; Tabela 1) e o tamanho dos favos construídos por essas colônias também foi
diferente (H = 9.8692; p = 0.0197; Tabela 2). A colônia 4 teve o maior número de células construídas
por dia, seguida pelas colônias 3, 2 e 1. Assim como o número médio de células construídas por dia,
o crescimento das colônias medido em número total de células operculadas também foi maior na
colônia 4, seguido pelas colônias 3, 2 e 1. Dessa maneira, é evidente que as colônias não tiveram o
mesmo crescimento inicial.

Tabela 1 - Números mínimo, máximo e médio de células construídas por dia por colônias
recém-enxameadas de Plebeia remota, e respectivos desvios padrões.

Dias de observação Mínimo Máximo Média Desvio padrão


Colônia 1 35 0 61 22,2 16,8
Colônia 2 31 0 92 35,7 25,6
Colônia 3 30 2 126 74,2 31,7
Colônia 4 31 2 149 85,3 42,5

Tabela 2 - Tamanho dos favos (número de células) construídos por colônias recém enxa-
meadas de Plebeia remota. *favos não terminados no final do período de observação não foram
considerados na análise.

Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3 Colônia 4

Favo 1 178 83 89 160


Favo 2 262 200 171 344
Favo 3 280 235 161 463
Favo 4 57* 218 309 429
Favo 5 - 234 334 498
Favo 6 - 139 306 428
Favo 7 - - 325 340
Favo 8 - - 317 13*
Favo 9 - - 215* -

Número médio de células 240,0 ± 54,4 184,8 ± 61,2 251,5 ± 95,5 380,3 ± 113,1
por favo ± desvio padrão

Apenas a correlação entre o número de dias do começo da ocupação até o início da oviposição
pela rainha e o tamanho médio do favo (número de células) foi significativa (rs = -1.000, p = 0.0005, n
= 4). Isto indica que o tamanho médio do favo foi inversamente relacionado com o número de dias até
a rainha começar a ovipositar. Dessa forma, o vigor da rainha deve ser refletido pela sua maturação
precoce e pelos favos grandes produzidos nos ninhos em que elas estão. Duas tendências sugeriram
que as rainhas que começaram a ovipositar precocemente também tiveram maior fecundidade: a
correlação entre o número de dias até começar a ovipositar e o número máximo e mínimo de células
ovipositadas em um dia. No entanto, essas correlações não foram estatisticamente significantes.

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A avaliação do número de potes de alimento e de células de cria presentes nas colônias 2, 3 e


4 após dois anos de existência das colônias mostrou que a colônia 4 apresentava o maior número de
potes de alimento (222) e de células de cria (3299 células em quatro favos). A colônia 3 tinha 160
potes de alimento e 2594 células (em cinco favos) e a colônia 2 apresentou 25 potes de alimento e
1857 células de cria (em cinco favos).
P. remota apresentou periodicidade na construção de células e oviposição. A porcentagem de
períodos significantes no primeiro mês de oviposição foi de 34,8%, 43,5% e 52,2% para as colônias
1, 2 e 3, respectivamente. Dois anos após a enxameação foi de 100,0%, 57,1% e 100,0% para as co-
lônias 2, 3 e 4, respectivamente.
Não houve diferença dos períodos entre as oviposições do primeiro mês de oviposição e de dois
anos após a enxameação (p>0.05). No primeiro momento, o valor dos períodos variou muito. Esta
variação foi expressa pela freqüência da moda em relação ao número total de períodos no momento
(tabela 3). Assim, os períodos entre cada oviposição variaram mais (menor proporção freqüência da
moda/total de períodos) no primeiro mês de oviposição do que dois anos depois da enxameação. A
análise feita também considera o número de células ovipositadas em cada POP. Dessa forma, uma
maior variação ocorreu no número de células ovipositadas por POP no primeiro mês de oviposição.

Tabela 3 - Proporção do número de repetições da moda dos períodos do total de períodos dos
dois momentos (início da postura da rainha e dois anos após a enxameação). * e **: conjunto dos
períodos, considerando também os períodos que não foram significativos (p>0.05). NRm: número de
repetições da moda. ***de cada moda (3 modas). ****da moda de maior repetição.

Colônia 1 Colônia 4 Colônia 2 Colônia 3

Início da NRm/Total de 0,375 - 0,200*** 0,400****


postura da períodos significativos
rainha Moda todos* os 5 - 5 5
períodos (NR)
NRm/Total de 0,304 - 0,217 0,304
períodos**

Dois anos NRm/Total de - 0,714 0,857 0,750


após a períodos significativos
enxameação Moda todos* os - 5 6 5
períodos
(NR)NRm/ Total - 0,714 0,857 0,571
de períodos**

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Discussão

A seqüência observada no processo enxameatório dessas quatro colônias de P. remota foi simi-
lar à seqüência geral observada nas abelhas sem ferrão (Engels & Imperatriz-Fonseca, 1990). Como
van Veen & Sommeijer (2000), também observamos a presença de potes de alimento antes do início
da oviposição pela rainha. No entanto, não observamos o transporte de materiais de construção da co-
lônia mãe para a colônia filha, como visto em muitos outros estudos (Terada, 1972; Wille & Orozco,
1975; Inoue et al., 1984; van Veen & Sommeijer, 2000). Ao invés disso, as novas colônias utilizaram
os recursos que já existiam nas colméias que ocuparam, como também observado por Nogueira-
Neto (1954). Dessa maneira, a intensidade do transporte de recursos da colônia mãe para a colônia
filha deve depender das condições do local de nidificação, como verificado por Inoue e cols. (1984).
Nesses quatro casos de enxameação, havia muito material de construção nas colméias, e no caso da
colônia 4, possivelmente até alimento, o que deve ter provido condições para o desenvolvimento das
colônias sem a necessidade de transporte desses materiais da colônia mãe. Considerando esse fato e
que as colônias não tiveram o mesmo desenvolvimento, hipotetizamos que a colônia 4 teve um cres-
cimento maior porque havia maior quantidade de recursos disponíveis para esta colônia. Isto deve ter
facilitado o crescimento e, dessa forma, esta colônia cresceu mais rapidamente.
Concordamos com Nogueira-Neto (1954) que a presença de cerume no local de nidificação
possa ser um atrativo para as abelhas escoteiras, visto que observamos a ocupação de colméias
com este material, mas raramente observamos a ocupação de colméias vazias e não usadas man-
tidas fora do laboratório.
Embora o número de colônias observadas seja pequeno, a sobrevivência de colônias de P. re-
mota foi similar à relatada por Slaa (2006) para colônias silvestres de Tetragonisca angustula (0,75)
e de outras abelhas sem ferrão em conjunto (0,86).
Muitos fatores afetam a reprodução, o desenvolvimento e a sobrevivência das colônias, como
a disponibilidade de locais de nidificação, de materiais de construção e de alimento (Roubik, 1989) e
o esforço reprodutivo (operárias, recursos e duração da dependência) da colônia mãe na colônia filha
(Inoue et al., 1984). Dessa maneira, a condição inicial da colônia deve ter um impacto no desenvol-
vimento futuro de novas colônias, porque mesmo após dois anos de enxameação, as colônias que
tiveram um maior desenvolvimento inicial ainda são as mais fortes. Além disso, como as rainhas que
começaram a ovipositar mais cedo pertenciam a colônias que apresentaram favos maiores, a fecundi-
dade da rainha que fundou o ninho também deve ser um fator importante para o sucesso do enxame.
Detectamos periodicidade no POP de P. remota. Assumimos que essa periodicidade seja o rit-
mo, visto que, apesar de não terem sido controladas as condições ambientais, já foi detectado ritmo no
POP de outras espécies de abelha sem ferrão, como em Scaptotrigona aff depilis (Giannini, 1999).
O período entre os POP em P. remota varia entre quatro a seis horas e meia (van Benthem et
al., 1995). Neste estudo, períodos de quatro a seis horas foram encontrados, mas os períodos mais
comuns foram os de cinco e seis horas, como no estudo citado. Aqui, o período é o tempo entre um
ciclo de oviposição e o próximo. A duração deste ciclo é característico de cada espécie (Sakagami,
1982; Oda et al., 2007). Dessa forma, é esperado que os períodos encontrados no primeiro mês de
oviposição não difiram dos períodos encontrados dois anos após a enxameação, como verificado.
No entanto, os períodos do primeiro mês de oviposição foram mais variáveis que os de dois anos
após a enxameação, incluindo o número de células ovipositadas por POP. Isto mostra que quando a
oviposição pela rainha tem início, as colônias ainda estão em adaptação e as condições devem variar
muito neste momento. Uma das razões possíveis é que o alimento ainda esteja sendo estocado, possi-

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velmente havendo grande flutuação de alimento disponível para aprovisionar as células. Observamos
abelhas, provavelmente forrageiras, que depositaram suas cargas de pólen diretamente nas células de
cria que foram ovipositadas e operculadas posteriormente, indicando essa possível ausência temporá-
ria de alimento para aprovisionar as células. No entanto, essas oscilações podem ser comuns e não é
possível descartar a influência da temperatura (Velthuis et al., 1999).
Este estudo aponta alguns fatores que podem determinar o desenvolvimento e estabelecimento
dos enxames, que claramente depende, entre outros fatores, dos recursos disponíveis para a nova
colônia, assim como possivelmente a escolha do local de nidificação. Estudos sobre a dinâmica popu-
lacional das abelhas sem ferrão apontam que a disponibilidade de locais de nidificação e de alimento
são importantes fatores para a enxameação (Hubbell & Johnson, 1977; Slaa, 2006). Entretanto, a
enxameação é muito pouco estudada nas abelhas sem ferrão e ainda estamos começando a entender
as regras que comandam a reprodução das colônias.

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq pelo suporte financeiro (proc. no 135074/2005-3 para PNS e no


140169/2000-8 para SDH).

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Multiplicação de Colônias de Nannotrigona


testaceicornis (Hymenoptera, Apidae)
Utilizando Rainhas Produzidas in Vitro
Cristiano Menezes1*; Vera Lucia Imperatriz Fonseca2
1 - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto -
Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto - SP menezes.cristiano@pg.ffclrp.usp.br
2 - Instituto de Biociências - Universidade de São Paulo - São Paulo - SP

Abstract

Colony multiplication of Nannotrigona testaceicornis (Hymenoptera, Apidae) using in


vitro queens

The commercial use of stingless bees is limited by difficulties to produce colonies in a large
scale. The aim of this work is to test a new methodology for colony multiplication, which is based
on the foundation of small colonies with in vitro produced queens. The experiment was performed
based in two strong colonies of Nannotrigona testaceicornis. We produced 21 in vitro queens and
each one was introduced in one small colony. The colonies were kept closed for 18 days to make sure
that the gynes would be mature enough when the colonies were opened to outside. Out of 21 gynes,
eight died before the opening of the hive to outside and two died after it. Six of them made the nuptial
flight, but never came back. Five queens succeeded and founded new colonies. Although the number
of successful colonies was not as big as expected, this method is very promising. This was the first
trial of founding colonies with the new method of in vitro rearing queens in Nannotrigona testacei-
cornis, where the experimental conditions are still being improved. The number of founded colonies
certainly will increase as the experimental conditions progresses.

Introdução

A meliponicultura pode ser considerada uma atividade de desenvolvimento sustentável (Cor-


topassi-Laurino et al., 2006), com concretas possibilidades de aplicação na polinização agrícola (Slaa
et al., 2006), a exemplo do que ocorre em companhias de biotecnologia de criação de polinizadores
em outros países (Velthuis, 2002; Velthuis e Van Doorn, 2006). O papel efetivo das abelhas sem ferrão
na polinização já foi confirmado para pelo menos 18 culturas agrícolas diferentes e sua utilização em
estufas foi bem sucedida com 11 de 13 espécies de abelhas testadas (Heard, 1999; Slaa et al., 2006;
Castro et al., 2006).
A principal limitação para a utilização comercial desses polinizadores é a dificuldade de
produção de colônias em larga escala, o que é prejudicado pelas baixas taxas de reprodução natural
dessas abelhas e restrições das técnicas de manejo disponíveis (Cortopassi-Laurino et al., 2006). At-
ualmente existem vários métodos diferentes que podem ser empregados na multiplicação de colônias,
cada um específico para a pesquisa ou manejo adotado nos trabalhos de meliponicultura (Kerr et al.,

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1996; Nogueira-Neto, 1997; Heard e Dollin, 2000; Quezada-Euán et al., 2001; Cortopassi-Laurino
et al., 2006; Klumpp, 2007). Entretanto, todos os métodos baseiam-se na formação de apenas uma
colônia filha a partir de uma colônia forte. Assim, considerando um período de recuperação de três
meses para a colônia mãe, no máximo quatro colônias filhas podem ser formadas em um ano e nem
sempre todas conseguem sobreviver. Dependendo da espécie e das condições ambientais esse número
pode ser ainda menor.
Os fatores que restringem a multiplicação de colônias para a maioria das espécies são o
número restrito de rainhas (para todos os gêneros e espécies que produzem células reais), o longo
tempo de amadurecimento da nova rainha e o lento crescimento das colônias filhas. É possível
que esse processo seja otimizado com a utilização de rainhas produzidas in vitro, pois permitiria
a obtenção de grandes quantidades de rainhas em curtos períodos de tempo e aceleraria o pro-
cesso de formação de novas colônias. O objetivo do presente trabalho é verificar a viabilidade
de um novo método de multiplicação de colônias de abelhas sem ferrão, baseado na produção de
rainhas in vitro, fundação e crescimento de pequenas colônias, utilizando a espécie Nannotrigo-
na testaceicornis como modelo experimental.

Material e Métodos

Produção de rainhas in vitro


A determinação de castas das abelhas sem ferrão é regulada pela quantidade de alimento in-
gerida pela larva (Camargo, 1972a), com exceção do gênero Melipona e dos casos de rainhas minia-
turas (revisado por Hartfelder et al., 2006). Em Nannotrigona testaceicornis, 100% das larvas fêmeas
geram rainhas quando ingerem maior quantidade de alimento larval (Menezes et al., 2006). O volume
adotado para a criação das rainhas in vitro foi de 50µL. Foi utilizada a técnica descrita por Conceição
Camargo (1972b), com algumas modificações. As larvas e o alimento larval foram retirados de célu-
las de cria de duas colônias fortes de N. testaceicornis. Foram transferidas 100 larvas recém eclodidas
(0-2 dias de vida) para alvéolos artificiais, que são orifícios de uma placa de acrílico com 5mm de
diâmetro e 8mm de profundidade contendo 50µL de alimento larval. A placa de acrílico foi mantida
em estufa B.O.D. com temperatura constante de 28°C (± 1).

Formação e crescimento das mini-colônias


As mini-colônias foram formadas em colméias de observação (10x10x4cm, medidas inter-
nas) com um vidro na parte superior. A partir das mesmas duas colônias fortes utilizadas para a
criação das rainhas, foram formadas 21 mini-colônias no mesmo dia em que suas respectivas rain-
has emergiram. Cada uma recebeu cerca de 40-50 operárias, um favo com cerca de 40-50 pupas
prestes a emergir e um pequeno pedaço de invólucro. Elas foram mantidas fechadas durante 18
dias em estufa B.O.D. (28 °C ± 1) e receberam mel e pólen proveniente de Scaptotrigona depilis
diariamente até o fim do experimento.
Assim que as rainhas emergiram, elas foram introduzidas nas mini-colônias dentro de um tubo
plástico perfurado. Isso impediu que elas fossem atacadas nesse momento e providenciou melhor
aceitação pelas operárias no dia seguinte, quando o tubo plástico foi aberto e a rainha liberada.
No 18º dia, as mini-colônias foram abertas para o ambiente para que as rainhas pudessem re-
alizar o vôo nupcial. Foram mantidas lado a lado, cerca de 60 cm uma da outra. No dia da abertura,
cada colônia recebeu mais um favo com cerca de 40-50 pupas prestes a emergir e cerca de 40-50 op-
erárias. Esse procedimento foi repetido quinzenalmente até que as rainhas iniciaram a postura. Dessa

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forma, a população das mini-colônias foi mantida com cerca de 100-150 operárias até o momento
da postura. Quando a postura foi iniciada as mini-colônias receberam cerca de 80-100 operárias, um
favo com cerca de 80-100 pupas prestes a emergir, dois potes de pólen de N. testaceicornis e a col-
méia foi acrescida com mais uma gaveta simples (10x10x4cm). A evolução da postura das rainhas foi
acompanhada diariamente, por meio de mapeamento de favo.

Resultados

Entre as 100 transferências larvais realizadas, emergiram 21 indivíduos adultos com morfologia
de rainha. Duas das rainhas apresentaram problemas de formação nos tarsos das pernas posteriores.
As 21 rainhas introduzidas em mini-colônias foram aceitas pelas operárias, pois não foram
observadas agressões sérias contra elas. Apesar de terem sido aceitas, nove rainhas (43%) morreram
durante a primeira etapa do experimento, ou seja, enquanto foram mantidas fechadas na estufa.
As 13 mini-colônias que possuíam rainhas vivas foram abertas ao ambiente quando elas possuíam
18 dias de vida. Baseado nos dados existentes para o amadurecimento das rainhas virgens de Scap-
totrigona postica (Engels e Engels, 1988), estima-se que todas as rainhas já estavam maduras no mo-
mento da abertura para o ambiente, assim o vôo nupcial deveria ocorrer imediatamente ou nos próximos
dias. Duas dessas rainhas foram encontradas mortas dentro da colônia; seis realizaram o vôo nupcial e
não retornaram; cinco realizaram vôo nupcial e retornaram, fundando sua mini-colônia com sucesso.
A oviposição iniciou-se, em média, com 55 dias de vida (n = 5, ± 21), mínimo de 43, máximo de
81. Três das rainhas iniciaram postura poucos dias após se tornarem fisogástricas (6 dias, 2 dias e 1 dia,
respectivamente), enquanto as outras duas demoraram muitos dias (22 dias e 27 dias, respectivamente).

Discussão

A técnica de criação de rainhas in vitro desenvolvida por Conceição Camargo (1972b) tem
sido estudada e aprimorada nos últimos anos, o que permitiu aumentar as taxas de sobrevivência nas
transferências larvais, chegando a mais de 90% em alguns casos (Menezes e Imperatriz-Fonseca,
2007). Estes aprimoramentos têm permitido realizar pesquisas básicas e aplicadas que antes eram in-
viáveis para a maioria das espécies de abelhas sem ferrão. A técnica já está sendo usada para estudar
o comportamento das abelhas sem ferrão, aspectos da comunicação química e atuação de feromônios,
pressões seletivas envolvidas na escolha e aceitação das rainhas, determinação de castas, programas
de melhoramento de colônias, entre outros (Flach et al., 2006; Menezes et al., 2006; Pianaro, A, Me-
nezes, C, Imperatriz-Fonseca, VL e Marsaioli, AJ, dados não publicados).
Contudo, a utilização da técnica freqüentemente esbarrava em um obstáculo crucial, a dúvida
sobre a capacidade dessas rainhas de fundar colônias. Conceição Camargo (1972a) foi a primeira a
mostrar que rainhas produzidas in vitro são capazes de fundar colônias normalmente. Essa autora
realizou um experimento com Scaptotrigona postica semelhantemente ao presente trabalho, utili-
zando 5 rainhas. Duas foram mortas pelas operárias, duas voaram e não voltaram e uma conseguiu
fundar uma colônia. Recentemente, Mauro Prato (2008) conseguiu fundar uma colônia de Tetrago-
nisca angustula com uma rainha produzida in vitro, introduzindo-a em uma colônia órfã. O presente
trabalho confirmou que as rainhas de N. testaceicornis produzidas in vitro também são aptas a fundar
colônias e realizar oviposição normalmente. Esses dados representam um avanço muito importante
para futuras pesquisas que dependem de grande número de rainhas em curtos períodos de tempos ou
de condições alimentares controladas e manipuláveis.

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O método de multiplicação apresentado no presente trabalho é, no mínimo, igualável aos méto-


dos tradicionais, pois duas colônias fortes produziram cinco colônias filhas em seis meses. Utilizando
métodos tradicionais, as duas colônias fortes usadas no experimento poderiam formar no máximo
quatro colônias filhas no mesmo período, 6 meses (Kerr et al., 1996; Nogueira-Neto, 1997; Quezada-
Euán et al., 2001; Cortopassi-Laurino et al., 2006; Klumpp, 2007).
Esta foi a primeira tentativa de utilização do método e, portanto, muitas dificuldades encon-
tradas podem ser superadas futuramente mediante pesquisa científica e aprimoramento das técnicas.
Experimentos já estão em andamento para superar os obstáculos encontrados. Dessa forma, o sucesso
do método deverá aumentar na medida em que avancem os estudos sobre sua utilização e sobre os
aspectos relacionados da biologia e manejo das abelhas sem ferrão.
O presente trabalho abre novas possibilidades de pesquisa básica e aplicada nas abelhas sem
ferrão. Representa o início do caminho para conseguir produzir colônias de abelhas sem ferrão em
larga escala. Mas evidencia o sucesso da criação de rainhas em condições experimentais, in vitro.

Agradecimentos

Os autores agradecem à FFCLRP-USP pelo suporte logístico, ao programa de pós-graduação


em Entomologia e à Fapesp pelo suporte financeiro (proc. 04/15801-0 e 07/50218-1).

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The Efficiency in Detecting,


Uncapping and Removing Dead Brood in
Africanized Honey Bees
Michelle Manfrini Morais1*, Rogério Aparecido Pereira1,
Tiago Mauricio Francoy1, Kátia Peres Gramacho3 ,
David De Jong2 and Lionel Segui Gonçalves1
1 – Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo - email: mmanfrini@rge.fmrp.usp.br
2 – Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
3 – Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC, Salvador

Abstract

The hygienic behavior of the honey bees is based in a three steps process including punctuation
of the cell followed by uncapping and removing diseased, dead, damaged or parasited brood inside
the cell. We evaluated in periods of one hour the time that hygienic and non hygienic colonies of Afri-
canized honey bees spend to detect, uncap and remove pin killed brood using “small spinning frames”
placed in observation hives. We found out that hygienic colonies are significantly faster in detecting,
uncapping and removing dead brood in the cells (P < 0.001). Our results indicate that hygienic bees
should have physiological and behavioral differences, what leads to the better performance in this
task. When compared with other data from honey bees of European origin, the Africanized bees were
also more efficient when performing the hygienic behavior.

Introduction

The hygienic behavior of the Apis mellifera bees consists on the detection by workers
of diseased, dead or damaged brood. This detection is normally followed by the uncapping of
the cells and the selective removal of the abnormal brood. This behavior is genetically con-
trolled by two pairs of recessive genes (u=uncapping and r=removal). When in homozygosis
(uu/rr), they allow the bee to detect and to remove the abnormal brood (Rothenbuhler, 1964a,b).
Though other studies suggest different numbers of genes responsible for the control of this be-
havior (Moritz 1998; Gramacho, 1999; Lapidge et al., 2002), the hypothesis of Rothenbuhler is
the only one experimentally proved.
In a colony of A. mellifera, a great intra colonial variability is found due to the great number of
males which mates with the queen (Adams et al., 1977), leading to the existence of several subfami-
lies inside a colony (Page & Robinson, 1991). Thus, all the colonies are able to detect and remove
diseased or dead brood, but in different rates (Gramacho & Spivak, 2003). In addition, the expression
of this behavior can vary in colonial or in individual levels (Spivak et al., 2003). Typically, bees from
a hygienic colony uncap and remove abnormal brood faster than a non hygienic colony.

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However, in spite of being a very important behavior, the mechanisms used by the bees to iden-
tify the dead or diseased brood is not completely clarified yet.
Masterman et al. (2001) demonstrated through proboscis extension reflex that hygienic bees
can discriminate between healthy and diseased brood at lower thresholds than non hygienic bees.
Gramacho and Spivak (2003) also found out that the bees collected while uncapping cells were more
sensitive to odors than those collected while removing the brood.
Gramacho (1995) compared the hygienic behavior of Africanized, Italian, Carniolan and hybrids
and was able to demonstrated that Africanized bees presented a more efficient hygienic behavior than
all other groups (P< 0.05) while Carniolan bees were the least efficient in the removal of dead brood.
In 1999, Gramacho studied with more details in Germany the uncapping and removal time of
dead brood in colonies of A. m. carnica. Palacio et al. (2005) evaluated the time that selected hygienic
and non hygienic colonies of European bees spent to uncap and to remove dead brood in observation
hives and verified that the hygienic colonies were much more efficient than the non hygienic.
It is well known that Africanized bees are resistant to brood diseases and one of the factors that
lead to this resistance is the accentuated hygienic behavior. Thus, the aim of this study is to evaluate
the time of uncapping and removal of dead brood by hygienic and non hygienic colonies of African-
ized honey bees in order to verify the efficiency of these bees in this task.

Material and Methods

Seventy colonies of Africanized honey bees were tested to hygienic behavior using the pin-
killed test (Newton & Ostasiewsk (1986) modified by Gramacho & Gonçalves 1994). These colonies
were classified in three different groups according to the percentage of removed brood after 24 hours.
Those which removed 80% or more of the dead brood were classified as hygienic colonies and those
which removed 40% or less were classified as non hygienic. The colonies which removed values be-
tween 41%and 79% were classified as intermediate and were not used in this study. These percentages
were obtained after three consecutive tests with an interval of 15-20 days between them .
Four hygienic and four non hygienic colonies with the most extreme values were selected and
queens were produced from two colonies of each type. They were instrumentally inseminated with
the semen of about 10 drones, which were produced by the other two colonies and introduced in four-
frames Langstroth nucleus. After 60 days, two hygienic (H) and two non hygienic (NH) observation
hives were mounted using bees from these colonies in order to verify the time of uncapping and re-
moval of the dead brood.
For a better visualization of the hygienic behavior, the observation hives were adapted with the
introduction of a small special fixed “spinning frame” based in the “rotatory comb device” described
by Gramacho (1999). It consists of a small part of comb inserted between two glass pieces of 2.54 cm
x 15 cm x 5 cm with a small wood block in each extreme. These spinning frames were introduced in
normal Langstroth hives in our apiary (21º10’06”S 46º51’36”W). When the brood reached 10 to 14
days old, the spinning frame was removed from the colonies, the brood was pin-killed using number 1
entomological pin and the spinning frame was introduced in the observation hives. The “fixed spinning
frame” allows the observation of the whole process of detecting, uncapping and removal facilitating
the visualization of the contact between adult bees and the dead brood during the hygienic process.
Ten pupae were killed at each of the three tests and the stages of uncapping and removal were
recorded according to the methodology proposed by Palacio et al. (2005). We inspected the stages in
intervals of one hour from 0 hours until the complete removal of the dead brood.

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The following codes were used to analyze the uncapping stages: U0: Only the hole made by the
pin-kill test was detected. No honey bee activity was detected. U1: Less than a half of the cell was
uncapped. U2: Fifty percent of the cell was uncapped. U3: More than half of the cell was uncapped.
U4: The cell was completely uncapped.
The stages of removal were recorded as follow: R0: The worker brood was untouched. R1: The
honey bees began removal but the worker brood was still inside the cell. R2: Less than 50% of the
worker brood was removed. R3: Fifty percent of the worker brood was removed. R4: More than 50%
of the worker brood was removed. R5: Less than 50% of the worker brood remained in the bottom of
the cell. R6: Worker brood was totally removed.
A total of 60 cells were analyzed for each group (hygienic and non hygienic) and the mean
times of detection, uncapping and removal were compared using Mann-Whitney test.

Results

We compared the stages of detection (punctuation of the cell), uncapping and removal of
hygienic (H) and non hygienic (NH) bees. When comparing the time of detection of the dead
brood in the cells, the H bees were significantly more efficient than the NH bees (P < 0.001)
(Table 1). We considered the time of detection the moment when the brood was first uncapped
in any stage. In one hour after the beginning of the test, 43% of the dead brood had already been
detected in H against 25% in NH. After 3 hours 93% of the dead brood had already been detected
in H against 70% in NH. The maximum time that a brood became undetected was 6 hours in H
against 28 hours in NH (Figure 2).

Table 1 - Total time spent by hygienic and non hygienic Africanized bees for detecting, un-
capping and removing the dead brood in hours since the perforation of the brood. Different letters in
the same row indicate significant statistical differences at a P < 0.001.

Hygienic Non Hygienic

Total detection time 0.90 ± 1.13a 2.93 ± 4.87b


Total uncapping time 2.20 ± 1.50a 5.65 ± 5.34b
Total removal time 5.95 ± 3.16a 12.40 ± 5.79b

The total time of uncapping was significantly different in H and NH (P < 0.001) with H being
more efficient (Table 1). After one hour, 43% of the dead brood was completely uncapped in H and
just 7% in NH. The most pronounced difference between two observation times was after two hours
of the perforation, when 67% of the brood in H colonies was already uncapped against 25% in NH
colonies. The maximum time to uncap a cell was 7 hours in H and 29 hours in NH (Figure 3).
As the other two observations, the total time of removal of the dead brood was also significantly
shorter in H colonies than in NH colonies (P < 0.001) (Table 1). NH colonies took 6 hours to remove
completely the first brood. At this moment, 53% of the dead brood had already been removed by H
colonies. The most pronounced difference between the two groups in this task happened 8 hours after
the beginning of the experiments, when 87% of the brood had already been removed in H colonies
and just 32% in the NH colonies (Figure 4). The maximum time to remove a dead brood by the H
colonies was 15 hours while the NH colonies took 35 hours. It is worth to mention that the H colonies

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removed two dead pupae in less than 10 minutes after the beginning of the experiments, demonstrat-
ing the great sensibility of these bees.

Figure 2 - Time of detection of the pin killed brood by hygienic and non hygienic bees in ob-
servation hives.
Hygienic Non Hygienic

100%

80%
% of removed brood

60%

40%

20%

0%
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Hours

Figure 3 - Total time of uncapping of dead brood by hygienic and non hygienic Africanized
bees after the perforation of the cell

Hygienic Non Hygienic


100%

80%
% of uncapped brood

60%

40%

20%

0%
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Hours

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Figure 4: Time of removal of the dead brood by hygienic and non hygienic Africanized bees
after the perforation of the brood.

Hygienic Non Hygienic

100%

80%
% of detected brood

60%

40%

20%

0%
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Hours

Discussion

In spite of hygienic behavior is a very well studied subject, most of the research is focused
on the final efficiency of the colonies and the intermediate steps of this behavior are still not clear.
In this work we analyzed hour per hour the stages of uncapping and removal of the dead brood to
verify if there are differences in these intermediate procedures in two groups of honey bees (H and
NH). As the hygienic colonies were more efficient in detecting the dead brood inside the capped
cell, there may be some physiological differences between the two groups. In fact, differences in
the olfactory discrimination hability between H and NH honey bees were already detected using
proboscis extension reflex (Masterman et al., 2000). Gramacho et al. (2003), despite not showing
significant differences in the number of olfactory structures in the antennas, found out that this
number is slightly higher in the hygienic bees.
The hygienic bees were also more efficient in uncapping and removing the dead brood, in-
dicating that, besides physiological, there is also a behavioral difference between the two groups.
Pereira et al. (in prep) showed that non hygienic bees spend more idle time than the hygienic ones.
This may also help to explain the more effective work of the hygienic bees in uncapping and re-
moving the dead or damaged brood.
Gramacho (1999), studying the time of uncapping and removal of dead brood in A. m. carnica,
found that the bees started to work on the perforated cell after two hours. Palacio et al. (2005) ob-
served that one hour after the pin killing of the brood is already enough time to verify the detection
of the dead brood. In fact, our data show that some dead brood were already uncapped and removed
after 5 to 10 minutes, indicating the great sensibility of the Africanized hygienic bees in this behavior.
The accentuated hygienic behavior are claimed to be one of the most important factors contributing
to the great disease resistance in these bees (Guerra Jr et al., 2000).

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Gramacho (1995) demonstrated that the Africanized bees presented a more efficient hygienic
behavior than the European bees. However the first study that evaluated the intermediate stages of
hygienic behavior was done by Gramacho (1999), with intervals of two hours and using Langstroth
hives and by Palacio et al. (2005) using observation hives. Gramacho (1999) evaluated the uncap-
ping and removal stages until 10 hours after the perforation and Palacio et al. (2005) observed until 6
hours after the perforation. Both studies verify the stages just 24 hours after the perforation once they
checked the maximum time in the initial stages. Gramacho (1999) found removal rates between 1%
and 31.6% of removed brood 6 hours after the pin killing and Palacio et al. (2005) found relative per-
centages of removal of 64% for H colonies and 26% for NH colonies. Our data show that H colonies
removed 58% and NH colonies removed only 8% of the dead brood. Despite both works (Gramacho,
1999; Palacio et al., 2005) are done with honey bees of European origin, a fair comparison is only
possible with the data from Gramacho (1995, 1999), since she uses real percentages while Palacio
et al. (2005) work with relative percentages. Thus, we come to the conclusion that the efficiency of
the hygienic behavior is higher in Africanized bees not only in the final results, but in all the stages
involved in this task.

Acknowledgements

We dedicated this work to Prof. Dr. Warwick Estevam Kerr in the occasion of his 85th birthday.
We are also profoundly in debt with our apiary technician Adelino Penatti. Financial support was
provided by CAPES, CNPq and FAPESP.

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SI MPÓS IO 7

BIOLOGIA E GENÉTICA DE
ABELHAS SEM FERRÃO

Coordenador: Ana Maria Bonetti

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Sex and Caste in Amazonian Melipona Bees


Carlos Gustavo Nunes-Silva1,2, Spartaco Astolfi-Filho2, Gislene Almeida Carvalho-Zilse3
1
Universidade Nilton Lins, Laboratório de Entomologia, Avenida Nilton Lins 3259, 69.058-030, Manaus, Brazil
e-mail: cnunes@niltonlins.br
2
Universidade Federal do Amazonas, UFAM – Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia,
Manaus, Brazil
3
Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA/CPCA) Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,
Manaus, Brazil

Abstract

Social bees are one of the most studied insect groups, due to its popularity, economic and eco-
logical importance. However, some of the biological questions about these animals has constituted a
challenge. One of these questions is the origin of social life. In stingless bees Melipona (Hymenoptera;
Apidae) many studies has been conducted throughout the years and showed important implications
in the caste and sex determination system. A well feed brood can produce ¼ of virgin queens, and the
late larval stages have a crucial role in the caste determination due to the Juvenile Hormone levels
produced. In the other hand sex determination happens according to the csd gene segregation which
seems to be regulated in the first hours of development in Apis honeybees. How does caste and sex de-
termination mechanisms may interact and how does it work to determine the social role in the colony?
This questions can possibly be answered by studies at genomic level, using molecular biology ap-
proaches. Using the RACE (Rapid Amplification of cDNA Ends) technique, a novel gene was cloned,
sequenced and analyzed. The analysis show that this predict gene product have 64% of identity and
75% of similarity with its equivalent feminizer gene (fem) in A.mellifera.

Introduction

Stingless bees
Stingless honeybees (Apidae, Meliponinae) are distributed over the tropical and southern sub-
tropical regions throughout the word (Michener, 2000). The genus Melipona (Apidae, Meliponini)
holds approximately 50 species, occurring along the Neotropical region. At least 40 species exist in
Brazil, most of them in the Amazon basin (Silveira et al., 2002). These native bees have an essential
role in the ecosystem maintenance, mainly due to its pollination service (Kerr et al., 1996). As well,
Melipona bees are the most extensively reared stingless bee in the Brazilian territory (Carvalho-Zilse,
unpublished data). The variability in physiological, ecological and behavioral traits makes Melipona
stingless bees unique among other groups of social hymenoptera.

Sex and caste determination


The haplodiploid sex determination system is probably common to all hymenopterans (bees,
wasp and ants), appearing sporadically in others insects orders (Bull, 1983). In this mechanism males
originate from unfertilized eggs (haploid) and females arise from fertilized eggs (diploid). Females
are always heterozygous for a pair of distinct alleles at the sex-determining locus, whereas males are

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hemizygous. However, males also can originate from fertilized eggs producing the so called diploid
males which are always homozygous. As observed in honeybees and some stingless bees species,
diploid males can be produced by inbreeding (Dzierzon, 1845; Adams et al, 1977; Kerr, 1987; Car-
valho, 2001). In Apis this homozygous males are eaten by workers before they emerge from its brood
cells (Woyke, 1980) . Instead, no contact between larvae and workers occurs in Melipona bees, which
brood cells are sealed by the workers after queen oviposition. In this case diploid males are killed as
they leave the brood cell (Kerr et al., 1996). Therefore, there is a lethality being diploid male and,
this means a selection pressure to increase the number of distinct alleles of the sex determiner gene
(Yokoyama and Nei, 1979; Charlesworth, 2004). Studies estimate to exist around 20 alleles of the sex
determiner gene (designated as csd – complementary sex determiner) in honeybee (Mackensen, 1955;
Laidlaw et al., 1956; Adams et al., 1977; Cook, 1993; Cook and Crozier, 1995; Beye et al., 2003)
and from 16 to 36 in Melipona bees (Kerr and Vencovsky, 1982; Carvalho, 2001) which are among
several estimation of allele number for other species (se recent review in Wilgenburg et al., 2006). In
honeybees, a single queen can be mated many times, therefore the number of distinct alleles is greater
than in single or low mated stingless bees (Contel and Kerr, 1976; Peters et al. 1999; Paxton et al.,
1999b; Palmer et al 2002; Paxton, 2003).
With the cloning of the csd and its molecular analysis (Beye et al., 2003, Beye 2004; Has-
selmann and Beye, 2004; Hasselmann et al., 2008) and, the honeybee genome released (Honeybee
Genome Consortium, 2006), the virtually known csd gene became real and, to understand the sex
determination mechanism in honeybee and other bee species, turned it in a feasible task.
The presence of castes among females and a system of seasonal production of males is essential
to life in society for the high eusocial bees. The sex determination genes appear to be in the beginning
of a regulatory cascade in which originate different phenotypes.
The caste, in bees, is determined by means of biochemical pathways during the development,
regulated by genetic expression capable to generate two alternative phenotypes: worker (sterile fe-
male) and queen (complete female). However, the caste determination systems existing among the
high eusocial bees are yet poorly understood in their genetic basis and seems to be fairly complex
as diverse (Evans and Wheeler, 2000; Hartfelder et al. 2006). There is a known caste determination
mechanism proposed by Kerr (1946, 1948, 1950) to the Melipona genus, in which the quantity of
food versus genetics (genes xa and xb - each one with two alleles) lead the whole downstream events
in caste determination. These genes, when in double heterozygosis, would be activated by the Juve-
nile Hormone (HJ) which limit of production would be determined by a minimum of intake food for
the larvae at the developmental stage (Bonetti, 1984; Nunes-Silva et al., 2006). In adequate feeding
conditions, there is the enough HJ production by the corpora allata glands which would activate
other different feminizing genes bringing to a segregation of three workers to one queen (25% of
queens) (Kerr et al., 1996). The search for morphological markers, experiments with JH and, molecu-
lar genetic markers are the approaches used to tackle such issues, confirming or adjusting the Kerr’s
genetic hypothesis (see extent review in Hartfelter, 2006).

Material and Methods


Samples of Melipona compressipes were collected from colonies at the Bee Research Group
(GPA) – INPA, Manaus, Brazil. Total RNA from immature instars and adults was isolated by using
the TRIzol protocol (Invitrogen), and mRNAs were obtained by using Dynabeads Oligo(dT)25 (Dy-
nal Biotech, Invitrogen). First- and second-strand cDNA was synthesized by following the instruc-
tions of the RevertAid H Minus kit protocol (Fermentas).

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Conserved sets of primers were designed based on sequences of 5’ and 3’RACE (Rapid Amplifica-
tion of cDNA Ends) fragments by following the protocol of the FirstChoice RLM-RACE kit (Ambion).
PCRs were performed under standard conditions (Hasselmann and Beye, 2004) including
proofreading Pwo DNA Polymerase. PCR fragments were cloned into pGEM-T vector (Promega).
Cloned fragments were subjected to sequencing (MWGBiotech, Ebersberg, Germany). Reads were
assembled by using STADEN PACKAGE VERSION 4.6. To verify sequence similarities between
A. mellifera’s fem sequences they were aligned by using the CLUSTALX program (Thompson et al.,
1997). The sequences were manually edited by using the BIOEDIT program. At the present time we
are setting RT-PCR experiments to verify the gene fem expression in all the bee stages of develop-
ment.

Results and Discussion

Using the RACE technique, the gene fem was cloned, sequenced and analyzed.The analysis
show that this predict gene product have 64% of identity and 75% of similarity with its equivalent
(Fem) in A. mellifera, possessing the same protein domains: Arginine-Serine (RS-domain) and Pro-
line (Proline rich domain). Besides that, fem is expressed in all immature instars and adults. It has
been found expressed in males, workers and queens, showing the same pattern of A. mellifera, in
which this gene is also expressed in all developmental stages and in both sex and caste. The gene fem
in M. compressipes as in Apis , lacks the hyper variable region which characterizes its paralogue csd
(Beye et al., 2003; Hasselmann et al. 2008). So far there is no indication of csd presence as it occurs
in the genus Apis, suggesting a distinct way of regulation. Thus, both genes csd and fem, are evidently
paralogues coding for SR-type proteins, which are thought to be involved generally in the regulation
of RNA splicing (Blencowe et al., 1999). Probably, the csd gene is not the universal molecular basis
of complementary sex determination in Melipona bees, suggesting that other unknown molecular
signals are the primary sex determiners in this species (Hasselmann et al., 2008). Therefore, further
analysis are needed to uncover molecular characterization of this primary signal (Evans, et al., 2004)
in stingless bees in order to elucidate population-genetics issues since the haplodiploidy has unique
consequences to the population ecology and social evolution in these insects. In eusocial bees, the
reproductive roles of the colony members would be frequently set by events that occur in the de-
velopment stages (Evans and Wheeler, 1999 and 2000). Among these events, could the fem gene be
involved in caste determination as well?
The sequence generated in this study is available in GenBank under the accession number
EU139305 (M. compressipes fem).

Acknowledgments
We are grateful to CNPq, DAAD, FAPEAM and IBAMA for the grants, financial aid and part-
nership. Also we thank to Profs. Martin Beye and Martin Hasselmann and, as well, their lab team for
the support, ideas, facilities and great research environment.

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Adaptações das Abelhas Sem Ferrão ao Clima


Temperado do Sul do Brasil
Betina Blochtein¹, Sidia Witter², Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca3
¹ Departamento de Biodiversidade e Ecologia, Faculdade de Biociências,
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Av. Ipiranga, 6681, Fone: 5133203545, betinabl@pucrs.br
2
Centro de Meteorologia Aplicada. Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO).
Rua Gonçalves Dias, 570. CEP: 90130-060 Porto Alegre-RS. sidia-witter@fepagro.rs.gov.br
3
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP, Depto. Biologia. Av. Bandeiran-
tes, 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP. CEP: 14040-901. veralif@ffclrp.usp.br

Abstract

Rio Grande do Sul state is the austral limit for stingless bees occurrence in Brazil, and for sur-
vival in its temperate climate stingless bees need special adaptations. Among others, the brood cells
construction stops or diminishes in autumn and winter, and the flight activity of foragers diminishes
as well. Here we analyze the published papers according to the behavioral answers of stingless bees
to the temperate climate conditions. Concerning the brood cells construction, variations are inter
and intraspecific, and 3 patterns occur: obligate reproductive diapause; facultative reproductive
diapause; absence of reproductive diapause. In all studied colonies, the lower brood cell construc-
tion occurred at lower temperature and solar incidence. Nevertheless, during the reproductive dia-
pause flight activity occur when temperature is enough to allow the bee flights. Among the abiotic
conditions, temperature is limiting for flight activity. Nowadays, when climate change occurs, it is
necessary to monitor bee species concerning diapause behavior in order to help management for
their conservation and sustainable use.

Resumo

O Rio Grande do Sul representa o limite austral de distribuição da maioria dos Meliponini no
Brasil e as condições de clima temperado exigem adaptações para a sua sobrevivência. Entre ou-
tras mudanças comportamentais verifica-se a redução ou interrupção das atividades reprodutivas e
a diminuição das atividades de vôo. Este estudo reavalia a questão das respostas comportamentais
de abelhas Meliponini sob condições de clima temperado do Sul do Brasil, a partir da análise de
trabalhos existentes. Quanto ao ritmo de oviposição há variações entre espécies e entre colô-
nias da mesma espécie, nas quais evidenciam-se três padrões: 1.diapausa reprodutiva obrigatória;
2.diapausa reprodutiva facultativa; 3.ausência de diapausa reprodutiva. Em todas as colônias, o
menor ritmo de postura coincidiu com as menores taxas de temperatura e de insolação mensal.
Apesar da redução das atividades no interior das colônias em períodos adversos, quando as con-
dições meteorológicas são favoráveis, há atividade de vôo mesmo durante a diapausa reprodutiva.
Dentre os fatores abióticos que influenciam a atividade de vôo, analisados nas distintas estações
do ano, somente a temperatura é um fator limitante. No atual cenário de mudanças climáticas é

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necessário o monitoramento de espécies para detectar mudanças em padrões comportamentais e


adotar medidas para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

Palavras-chave: Meliponini, diapausa reprodutiva, Rio Grande do Sul, Melipona, Plebeia

Introdução

Os desmatamentos e a fragmentação de habitats têm sido apontados como importantes causas


da diminuição das populações de abelhas nativas, pois a sobrevivência das abelhas depende, entre
outros fatores, de recursos florais para a alimentação e de locais adequados para a nidificação (Mi-
chener, 1974; Roubik, 2006). Fragmentos de florestas conservadas são essenciais para a manutenção
das populações de abelhas sem ferrão, em especial às espécies de Melipona e de Plebeia, as quais são
predominantemente associadas a estes ecossistemas.
Estudos em andamento no nordeste do Rio Grande do Sul (RS) indicam que Melipona bicolor
schencki Gribodo, 1893 é exigente quanto às espécies e ao diâmetro das árvores para alojar seus ni-
nhos (Witter et al., 2006). Os troncos com maior diâmetro possivelmente proporcionam o isolamento
térmico necessário à sobrevivência destas colônias, pois nesta região o inverno é rigoroso (Instituto
de Pesquisas Agronômicas, 1989).
As mudanças climáticas que vêm sendo monitoradas pelo Intergovernmental Panel on
Climate Change, desde 1979, confirmam que a Terra está em processo de aquecimento em
uma velocidade sem precedentes. Neste cenário, as conseqüências destas mudanças para as
diferentes florestas que constituem a Mata Atlântica são distintas e, segundo as previsões, seus
efeitos deletérios serão piores nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, especialmente para a Mata
de Araucárias (Joly, 2007). Neste ecossistema, no RS, três espécies de Melipona são conside-
radas ameaçadas de extinção (Blochtein & Harter, 2003). Esta situação é preocupante porque
as abelhas são importantes agentes polinizadores e, portanto, essenciais para a conservação da
biodiversidade (Gary, 2003) e para o incremento da produtividade de numerosos cultivos (Klein
et al., 2006; Slaa et al., 2006; Ricketts et al., 2008).
O território do RS representa o limite austral de distribuição da maioria das abelhas sem
ferrão ocorrentes no Brasil (Nogueira-Neto, 1997). Sob condições de clima temperado desta
região, com baixas temperaturas (Maluf, 2000) especialmente no outono e inverno, assim como
outros animais, os insetos dependem para a sua sobrevivência de adaptações bioquímicas e fi-
siológicas que resultam em modificações das suas atividades ou metabolismo (Delinger, 1986,
Leather et al. 1993, Nechols et al., 1999). Uma das conseqüências às condições adversas pode
ser a interrupção temporária num determinado estágio de desenvolvimento ou da atividade re-
produtiva (Nechols et al., 1999). Em Apis mellifera, a diapausa reprodutiva manifesta-se com a
ausência de cria (Seeley, 1985).
Entre os Meliponini que se distribuem em regiões com inverno relativamente rigoroso, há espécies
que reduzem suas atividades sob condições climáticas desfavoráveis. No Sudeste e Sul do Brasil a inter-
rupção das atividades de postura de ovos pelas rainhas (diapausa reprodutiva) ocorre em Plebeia julia-
nii Moure, 1962 (Juliani, 1967), P. droryana (Friese, 1900) (Terada, 1980), P. saiqui (Holmberg, 1903)
(Imperatriz-Fonseca & Oliveira, 1976; Pick & Blochtein, 2002a, b), P. emerina Friese 1900, (Kleinert-
Giovannini, 1982; Santos, 2007), P. wittmanni Moure & Camargo, 1989 (Wittmann, 1989; Freitas &
Wittmann, 1997), P. remota (Holmberg, 1903) (Benthem et al., 1995; Ribeiro et al., 2003), P. nigriceps
(Friese 1901) (Witter et al., 2007) e M. marginata obscurior Moure, 1971 (Borges & Blochtein, 2005).

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Durante este período adverso as atividades externas das abelhas também diminuem e é comum a escassez
de floradas. Assim, a reduzida disponibilidade de alimentos e a elevada necessidade de consumo de mel
para a termorregulação das colônias tornam-se fatores críticos à sobrevivência das abelhas.
A adoção de medidas para a conservação e manejo racional das espécies de Meliponini
de regiões de clima temperado depende do conhecimento da ecologia das espécies. Visando
caracterizar sazonalmente as respostas comportamentais das abelhas sob condições de clima
temperado, este trabalho tem como objetivo compilar e analisar comparativamente os conhe-
cimentos sobre meliponíneos do RS, especificamente quanto à produção de crias e ao compor-
tamento no interior dos ninhos.

Material e Métodos

Origem dos dados e locais dos estudos. Os dados utilizados nesta síntese foram obtidos de
Freitas (1994), Pick & Blochtein (2002a,b), Borges & Blochtein (2005, 2006) e Ferreira (2008). As
colônias de Plebeia saiqui (n=4), Melipona marginata obscurior (n=4) e M. bicolor schencki (n=5),
consideradas nestes estudos, são oriundas do nordeste do Rio Grande do Sul, respectivamente dos
municípios vizinhos de São Francisco de Paula, Cambará do Sul e Rolante. Foram realizados em am-
biente natural da região de origem dos ninhos, a qual é marcada pelo encontro de três formações fito-
ecológicas que compreendem as Florestas Ombrófila Mista (Mata com Araucaria) e Ombrófila Densa
(Mata Atlântica senso estrito) e os Campos de Altitude. As colônias foram instaladas no Centro de
Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata da PUCRS (Pró-Mata), em São Francisco de Paula,
RS (29°27’S/29°35’S e 50°08’W/50°15’W), onde a maior extensão da área está na cota altimétrica
de 900m, e a vegetação predominante é a Mata com Araucária. O clima é temperado superúmido com
regime pluviométrico anual de 2.162mm anual (Maluf, 2000).
As colônias de P. wittmanni são (n=3) oriundas de Canguçu, no sul do RS, Brasil, na área de
domínio do bioma Pampa onde predomina a vegetação de Campo. As abelhas foram estudadas em
Porto Alegre, na Depressão Central do Estado, onde o clima é temperado perúmido com precipitação
anual média de 1.309 (Maluf, 2000).

Resultados

Períodos de postura e de diapausa reprodutiva. Considerando-se as espécies estudadas


quanto ao período e duração da diapausa reprodutiva, verifica-se que este fenômeno varia entre
espécies e entre colônias da mesma espécie (Tabela I). As espécies de Plebeia consideradas ces-
saram a oviposição por cerca de 3 a 6 meses. Também em M. marginata obscurior registrou-se
a interrupção de construção de células de cria, à exceção de uma das colônias que não exibiu
diapausa reprodutiva, embora o número de favos e de células tenha se reduzido consideravel-
mente. Nesta espécie, o número de favos nas colônias foi de 2 a 8, apresentando-se em maior
número na primavera e no verão. Na primavera ocorreu o maior número médio de células nos
favos e no verão o maior número de favos. Em M. bicolor schencki as variações do número de
células nas colônias foram semelhantes ao longo das estações. Na primavera e verão os favos
apresentaram maior número de células, embora o número de favos tenha permanecido sem va-
riação significativa nas quatro estações.

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Tabela I - Colônias de Meliponini em diapausa reprodutiva ( ) e em período de postura das


rainhas ( ), em São Francisco de Paula, RS, Brasil. (n) número de colônias monitoradas.

Espécie Verão outono Inverno primavera verão

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Fonte
Plebeia saiqui n=1
Pick & Blochtein, 2002b
n=3
P. wittmanni n=3 Freitas, 1994
Melipona m.
n=1
obscurior
n=1
Borges & Blochtein 2006
n=1
n=1
M. bicolor
n=5 Ferreira 2008
schencki

Entre as espécies que realizam paradas de postura pelas rainhas, respectivamente P. saiqui, P.
wittmanni e M. marginata obscurior a diapausa limita-se a meses de outono e inverno. Acrescenta-se
que neste período as colônias de M. bicolor schencki, apesar de não exibirem diapausa reprodutiva,
reduzem significativamente a quantidade de crias. Comparando-se o ritmo de oviposição sazonal das
colônias, evidenciam-se três padrões:
1. diapausa obrigatória, exibida por P. saiqui e P. wittmanni (diapausa em todas as colônias)
2. diapausa facultativa em M. marginata obscurior (diapausa em parte das colônias)
3. ausência de diapausa, em M. bicolor schencki (diminuição das células de cria nos favos)

Fatores que influenciam no período de diapausa reprodutiva. Comparando-se dados climá-


ticos (Tabela II) na região dos estudos com P. saiqui, M. marginata obscurior e M. bicolor schencki e
a atividade de postura percebe-se relação entre estes fatores. Em junho e julho quando a oviposição
pelas rainhas nas colônias de todas as espécies cessou (Tabela I) ou reduziu-se, verificaram-se as
menores taxas de temperatura e de insolação mensal. Em contrapartida a umidade relativa (Tabela II)
não esteve relacionada ao ritmo de postura.

Tabela II - Elementos climáticos mensais do Rio Grande do Sul dos municípios de (1) São Fran-
cisco de Paula e (2) Vacaria*, RS, Brasil, respectivamente dos períodos de 1931-1960 e 1957-1984.
Fonte: Instituto de Pesquisas Agronômicas (1989). *Devido à ausência de dados de umidade relativa
para São Francisco de Paula usou-se os dados da cidade próxima (Vacaria).

Verão Outono Inverno Primavera Verão


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(1) Temperatura ºC 19,1 18,4 17,6 13,9 12,4 11,3 11,0 12,3 13,3 15,8 17,5 14,4

(1) Umidade relativa (%) 83 85 85 86 85 85 81 79 83 85 82 79

(2) Insolação total mensal


(horas e décimos) 217,5 199,8 195,0 193,8 176,6 141,5 165,6 167,3 173,8 193,6 212,0 237,0

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Longevidade das operárias. Considerando-se os períodos de 2 a 6 meses de diapausa nas dis-


tintas espécies de Meliponini estudadas, e o elevado número de indivíduos que permaneceram nas
colônias até o reinício das atividades reprodutivas, pode-se inferir uma elevada longevidade das
operárias. Esta situação foi ilustrada em P. wittmanni, a partir de operárias marcadas, as quais emer-
giram no período de pré-diapausa e sobreviveram até 274 dias. Nas demais, apesar da prolongada
diapausa (174 dias para P. saiqui e 120 dias para M. marginata obscurior) no final do inverno as
populações mantiveram-se elevadas (observação pessoal).
Comportamento no interior dos ninhos. Nas distintas espécies de Meliponini estudadas, o
comportamento durante o período de postura é característico. As abelhas deslocam-se ativamente
e distribuem-se por todo o ninho, enquanto a rainha encontra-se freqüentemente sobre os favos.
As abelhas reagem rapidamente frente a distúrbios provocados durante o manejo e as construções
são constantes. Em contrapartida, no período de diapausa as atividades ficam muito reduzidas.
As abelhas deslocam-se lentamente e muitas permanecem imóveis e agrupadas cobrindo parte
do assoalho e das paredes das colônias (P. wittmanni). Em P. saiqui as abelhas se ocultam entre
as lâminas de invólucro que cobrem favos de cria remanescentes ou que ocupam todo o ninho,
inclusive recobrindo os potes de alimento.
Atividades de vôo. Os registros das atividades externas das abelhas de três espécies estu-
dadas no RS (Tabela III) evidenciam que vôos ocorrem nas quatro estações do ano. Nos horá-
rios em que as condições climáticas são favoráveis ao vôo, mesmo em diapausa reprodutiva as
abelhas desenvolvem atividades externas (Tabela III). Comparativamente na primavera-verão
e no outono-inverno as abelhas não são mais exigentes quanto aos fatores meteorológicos para
iniciarem suas atividades de vôo (Tabela III). Entretanto, a amplitude diária de atividades ex-
ternas é reduzida em 3, 4 e 6 horas diárias, respectivamente para M. marginata obscurior, P.
saiqui e M. bicolor schencki, quando comparados os períodos de maior e menor atividade ao
longo do ano (Tabela IV).

Tabela III - Valores mínimos e máximos dos fatores meteorológicos registrados durante o
período de vôo de espécies de Meliponini em São Francisco de Paula, RS, Brasil. (POST) período
de postura da rainha, (DIA) período de diapausa reprodutiva, (P-V) primavera-verão, (O-I) outono-
inverno, (-) ausência de dados.

Espécie Ano Período Irrad. solar (W/m²) Temp. (ºC) Umid. (%) Vento (m/s) Fonte

Plebeia saiqui 1998/1999 POST 20-804 11,8-26,7 42-107 0-8,2

DIA 27-531 11-24 37-90 0-9,3 Pick & Blochtein 2002b

Melípona marginata obscurior 2002/2003 P-V 2-1015 14,3-26 55-100 0-10,3


Borges & Blochtein
2005
O-I 303-311 13,7-30,5 - 0-4

Melípona bicolor schencki 2006/2007 POST 2-2620 9,2-38,4 20-98 0-39,8 Ferreira 2008

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Tabela IV - Amplitude diária de atividades de vôo registrada para de espécies de Meliponini


em São Francisco de Paula, RS, Brasil. (POST) período de postura da rainha, (DIA) período de dia-
pausa reprodutiva, (P) primavera, (V) verão, (O) outono, inverno.

Espécie Ano Período Horário Horas/dia Fonte

Plebeia saiqui 1998-1999 POST 6-19 13


Pick & Blochtein (2002b)
DIA 8-17 9

Melipona m. obscurior 2002/2003 P-V 6-18 13

O-I 8-17 10 Borges & Blochtein 2005

M. bicolor schencki 2006/2007 P 6-19 13

V 7-17 10

O 7-16 9 Ferreira 2008

I 9-16 7

As atividades de vôo mais intensas das abelhas também são registradas sob distintas condições
meteorológicas ao longo das estações do ano. Nos períodos adversos as operárias de P. saiqui e M.
marginata obscurior tornam seus vôos mais tardios e necessitam de temperaturas mais elevadas, en-
quanto para M. bicolor schencki não são evidenciados picos de vôo ao longo do dia (Tabela V). Com
relação à irradiação solar e a umidade relativa ao longo do ano (Tabela V), não se verificou correlação
com os picos de atividades de vôo. Dentre os fatores analisados tanto nos períodos de diapausa e
oviposição quanto nas distintas estações do ano, somente a temperatura é diretamente relacionada às
atividades externas das abelhas das três espécies estudadas, em todas as situações (Tabela VI). Quanto
aos demais fatores, em ordem de importância estão à irradiação solar, a umidade relativa e finalmente,
com menor valor o vento (Tabela VI).

Tabela V - Horários e fatores meteorológicos com registros dos picos de atividades de vôo
de espécies de Meliponini em São Francisco de Paula, RS, Brasil. (POST) período de postura da
rainha, (DIA) período de diapausa reprodutiva, (P-V) primavera-verão, (O-I) outono-inverno, (-)
ausência de dados.

Irrad. solar Temp. Umid.


Espécie Ano Hora Fonte
(W/m²) (ºC) (%)
Plebeia saiqui 1998/1999 11-12 (POST) > 300 >19 <79
Pick & Blochtein 2002b
13-14 (DIA) > 300 >21 <69

Melípona marginata obscurior 2002/2003 9-11 (P-V) - >19 81-90


Borges & Blochtein 2005
10-15 (O-I) >300 > 19 -

M. bicolor schencki 2006/2007 7-17 (POST) - 17,7-24,5 48-74 Ferreira 2008

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Tabela VI - Correlação entre fatores abióticos e a atividade de vôo de espécies de Meliponini,


em São Francisco de Paula, RS, Brasil. (+) positiva, (-) negativa, (+/-) positiva em determinados me-
ses, (POST) período de postura da rainha, (DIA) período de diapausa reprodutiva, (P-V) primavera-
verão, (O-I) outono-inverno.

Espécie Ano Estado da colônia Irrad. solar (W/m²) Temp. (ºC) Umid. (%) Vento (m/s) Fonte

Plebeia saiqui 1998/1999 POST + + + - Pick & Blochtein


DIA + + + +/- (2002b)

Melípona marginata
2002/2003 P-V +/- + - - Borges &
obscurior
Blochtein 2005
O-I + + +/- -
Melipona bicolor
2006/2007 POST +/- - - Ferreira 2008
schencki +

Discussão

Embora os estudos sobre os padrões reprodutivos sazonais no Sul do Brasil sejam restritos,
verifica-se que as abelhas de diferentes espécies respondem distintamente às condições climáticas
adversas. A diapausa em P. wittmanni e P. saiqui parece característica das espécies do gênero também
na região Sudeste do Brasil, onde foi constatada em P. julianii (Juliani, 1967), P. droryana (Terada,
1980), P. emerina (Kleinert-Giovannini, 1982; Santos, 2007) e P. remota (Holmberg, 1903) (Benthem
et al., 1995; Ribeiro et al., 2003).
Com relação às espécies de Melipona, Nogueira-Neto (1970) comenta que M. quadrifasciata,
em São Paulo, às vezes paralisa temporariamente a construção de favos de cria no início do inverno
ou mesmo no final do verão. Entretanto não há registros detalhados sobre este comportamento. Até o
momento, o único registro de ocorrência de diapausa reprodutiva para o grupo Melipona reporta ao
RS. Em M. marginata obscurior (Borges & Blochtein, 2005) as colônias exibem diapausa facultativa,
justamente em período coincidente com P. wittmanni e P. saiqui. Em contrapartida, na espécie simpá-
trica M. bicolor schencki (Ferreira, 2008) as rainhas não cessam a postura de ovos.
Levando-se em consideração que a temperatura parece ser um dos fatores diretamente relacio-
nados a diapausa, e as abelhas têm baixa capacidade de termorregulação, sugere-se que o tamanho
das operárias possa estar associado ao fenômeno da diapausa em ambientes com clima temperado, a
exemplo do RS. Esta suposição pode ser reforçada quando se compara o tamanho, progressivamente
maior das espécies de Plebeia (diapausa obrigatória) com M. marginata obscurior (diapausa faculta-
tiva) e M. bicolor schencki (ausência de diapausa).
Diferenças inter e intraespecíficas na duração da diapausa no mesmo local e no mesmo período
são evidentes. Em colônias da mesma espécie e no mesmo local observam-se períodos diferencia-
dos de diapausa, a exemplo de P. saiqui com respectivamente 76, 80, 100 e 169 dias de interrupção
de atividades de postura (Pick & Blochtein, 2002). O mesmo ocorre em P. remota, sobre a qual se
notou uma diferença de 6 semanas no período de diapausa das colônias (Van Benthem et al., 1995).
Fenômeno semelhante também foi constatado em M. marginata obscurior, em que uma colônia não
apresentou diapausa e nas demais este estado de inatividade reprodutiva perdurou por cerca de 1, 3
e cinco meses, respectivamente (Borges & Blochtein, 2006). Além da assincronia da diapausa, tam-
bém verificada em P. remota, colônias comportaram-se distintamente quanto aos períodos de início
e término da diapausa ao longo de três anos (Ribeiro et al, 2003). Possivelmente estas variações es-
tão relacionadas a mecanismos endógenos, associados às condições climáticas originais, bem como

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128

outros fatores a exemplo da oferta de floradas. Este último fator também foi referido por Winston
(2003) que relata que a oferta de recursos florais para abelhas domésticas é um fator que influencia
significativamente na produção da cria.
Velthuis et al. (1999) mencionam que o número de células de cria produzidas é influenciado
pela temperatura no interior da colônia, sendo que em temperaturas baixas a produção é menor. Pos-
sivelmente o investimento energético para a termorregulação e a diminuição das taxas metabólicas
dos insetos em temperaturas baixas (Kitazawa et al., 1963; Danielviskii, 1965; Tauber et al., 1986;
Xu et al., 1995) induzem à redução do investimento das colônias na produção da cria. Uma análise
preliminar realizada por Ribeiro e Imperatriz-Fonseca (2000), relacionando fatores meteorológicos à
diapausa indicou que o número de colônias inativas de P. remota foi maior quando a temperatura foi
menor, sugerindo a temperatura como a variável mais relacionada à diapausa. Ribeiro et al. (2003)
identificaram correlação entre a diapausa e a temperatura, precipitação e comprimento do dia, entre-
tanto somente o último fator foi significativo em todos os casos analisados. No RS percebe-se, nas
distintas espécies de Meliponini, estreita relação entre a redução da postura/diapausa e os períodos
com temperaturas mais baixas e insolação reduzidos. Entretanto, em setembro embora as temperatu-
ras e a insolação ainda estejam relativamente baixas, as atividades de vôo aumentam relativamente e
a postura reinicia ou se eleva. Possivelmente a oferta de floradas da região estimule as atividades de
coleta de alimentos e seu ingresso nos ninhos estimule a produção de crias, pois mesmo em diapau-
sa, quando há condições para vôo, as abelhas visitam flores e coletam néctar e pólen corroborando
com as observações de Kleinert-Giovannini (1982) e Hilário (2000). Dentre os fatores determinantes
para o vôo a temperatura é a variável mais diretamente relacionada a esta atividade e, em M. bicolor
schencki responde por até 32,3% do vôo.
As características climáticas, especialmente a temperatura e a precipitação, também estão dire-
tamente correlacionadas com a distribuição de espécies arbóreas de Mata Atlântica (Salis et al, 1995;
Torres et al, 1997; Scudeller, 2002). Segundo Joly (2007), neste cenário de mudanças climáticas é
necessário o monitoramento de espécies de diversos grupos taxonômicos para ajudar a detectar mu-
danças em padrões e determinar a capacidade de dispersão e/ou migração de espécies. Estas informa-
ções são de fundamental importância para a adoção de políticas que assegurem a conservação e o uso
sustentável da biodiversidade.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Programa e Seleção de Colônias de


Melipona scutellaris Visando o Aumento da
Produção de Mel no Estado da Bahia
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho1;
Rogério Marcos de Oliveira Alves2;
Gislene Almeida Carvalho-Zilse3
1
Grupo de Pesquisa Insecta, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,
Cruz das Almas, Bahia. calfredo@ufrb.edu.br
2
Aluno do Curso de Doutorado em Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia.
3
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas

Melipona scutellaris é a principal espécie de abelha sem ferrão em volume de mel produzido
por colônia na Bahia. Com ampla distribuição na região litorânea e na Chapada Diamantina, as suas
colônias apresentam características que possibilitam a seleção de acessos com características de inte-
resse para a produção de mel. Nesse sentido, iniciou-se em 2006 um programa de seleção de colônias
visando o aumento de produtividade, que se constituiu das seguintes etapas: a) transferência de 60
acessos provenientes de várias regiões da Bahia para o Meliponário da UFRB em Cruz das Almas-
BA; b) aclimatização das colônias e padronização do tipo de caixa; c) mensuração dos parâmetros:
diâmetro dos favos, altura e diâmetro dos potes de mel e de pólen, número e volume dos potes de
mel, peso das rainhas e comprimento da glossa das operárias; d) divisão dos acessos aos 90 dias –
formação das rainhas F1; e) mensuração dos parâmetros das colônias com rainhas F1; f) divisão das
colônias com rainhas F1, após 90 dias da sua formação – formação das rainhas F2; g) mensuração dos
parâmetros das colônias com rainhas F2, após 90 dias da sua formação; h) agrupamento das colônias
em classes de desempenho; i) orfanação das 25% colônias menos produtivas e introdução das rainhas
das 25% colônias mais produtivas; j) mensuração dos parâmetros das colônias que tiveram substi-
tuição de rainhas; k) transferência de dez colônias de cada classe de desempenho (pouco produtiva,
medianamente produtiva e produtiva) para floradas eucalipto; l) avaliação quinzenal da produtividade
em mel das colônias.

Palavras chave: abelhas sem ferrão, urucu, meliponicultura.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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132

Ninhos de Meliponíneos em um Remanescente de


Mata com Araucária no Rio Grande do Sul
Sidia Witter1, Letícia Azambuja Lopes2, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca2,
Betina Blochtein3, Bruno Brito Lisboa1, Cláudio Mondin3
1
Centro de Meteorologia Aplicada e Laboratório de Fitopatologia.
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO). Rua Gonçalves Dias, 570. CEP:
90130-060 Porto Alegre-RS. sidia-witter@fepagro.rs.gov.br ; bruno-lisboa@fepagro.rs.gov.br
2
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP, Depto. Biologia.
Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP. CEP: 14040-901.
leazambuja@pg.ffclrp.usp.br; veralif@ffclrp.usp.br
3
Departamento de Biodiversidade, Faculdade de Biociências,
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Av. Ipiranga, 6681,
Fone: 5133203545, betinablo@pucrs.br ; cmondin@pucrs.br

Introdução

As abelhas sociais destacam-se nos ecossistemas, pois são importantes polinizadores das flores-
tas úmidas (Momose et al., 1998). Dentre as abelhas sociais, a maior parte das espécies de Meliponini
depende de árvores vivas para construção dos ninhos (Nogueira-Neto, 1970; Roubik 1983, 1989,
2006; Vergara et al., 1986), ocupando ocos, tanto nos troncos como nos ramos das árvores.
O tamanho das abelhas sem ferrão bem como a população de seus ninhos varia muito
(Roubik, 1983, 2006), assim como suas necessidades de nidificação, apresentando, portanto,
exigências diferentes com relação à qualidade do habitat (Batista et al. 2003, Antonini & Mar-
tins, 2003). Com a diversidade encontrada nos Meliponini espera-se uma grande variação nos
quesitos relacionados com a nidificação. A literatura sobre ninhos de Meliponini na natureza é
bastante reduzida. Pouco se conhece sobre a distribuição natural destes ninhos e, em especial
sobre gênero neotropical Melipona. De acordo com Silveira et al. (2002) várias espécies de
Melipona têm se mostrado dependentes dos ambientes florestais, não sendo encontradas nos
ambientes abertos, a não ser nas margens das matas.
Os ninhos naturais Melipona bicolor schencki são pouco conhecidos e raramente encontrados.
Além disso, trata-se de uma espécie que se encontra na lista da fauna ameaçada de extinção no Rio
Grande do Sul. Melipona bicolor schencki foi inicialmente descrita como Melipona nigra Lepeletier,
1836 e colocada na sinonímia de Melipona bicolor Lepeletier, 1836 por Moure (1975). Observações
referentes à morfologia de Melipona bicolor mostram que existem diferenças marcantes relacionadas
com a coloração dos pêlos do mesoscuto e metassoma nas populações ao longo de sua distribuição
geográfica (ferrugem ou preto). Melipona bicolor schencki apresenta os pêlos do tórax predominant-
emente negros e as cerdas eretas dos tergos abdominais douradas, enquanto que em Melipona bicolor
bicolor os pêlos do tórax são fulvos e os do abdômen são negros na base e palha para o ápice. Não
está esclarecido ainda se são espécies distintas (Camargo, comunicação pessoal). Segundo Moure et
al. (2007), Melipona bicolor schencki ocorre em Misiones (Argentina), Alto Paraná (Paraguai), Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Plebeia saiqui ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul (Moure et al. 2007). Seus ninhos são encontrados em ocos em árvores, barrancos, ou
outros locais, desde que os ocos sejam de tamanho apropriado e não aquecidos pelo sol em demasia
(Nogueira-Neto, 1970). As entradas dos ninhos são curtas e construídas com própolis e das colônias
são de tamanho médio (Nogueira-Neto, 1970). A construção dos favos de cria é suspensa em períodos
de outono e inverno, característica da diapausa reprodutiva (Pick & Blochtein, 2002).
Nos levantamentos realizados desde 1984 no Rio Grande do Sul, exemplares de Melipona bicolor
schencki foram coletados nas flores nos municípios de Osório, Canela e Cambará do Sul e Plebeia sai-
qui em Osório, Canela, Cambará do Sul, São Francisco de Paula e Planalto (Wittmann & Hoffmann,
1990; Alves-Dos-Santos, 1999). No estado, verifica-se uma predominância de ocorrência natural dessas
espécies na Região Ecoclimática Planalto Superior – Serra do Nordeste com vegetação típica da Flo-
resta com Araucária, Floresta Subtropical e Campos (Maluf & Caiaffo, 2001). O bioma Mata Atlântica,
um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de diversidade biológica do planeta (MMA,
1998), engloba a Floresta com Araucária e Campos de altitude. São os mais altos, frios e úmidos ecos-
sistemas representantes nos trópicos (Lauer, 1989; Por et al, 2005). Entretanto, os desmatamentos, a
fragmentação dos ecossistemas, a introdução da abelha doméstica e a coleta predatória são apontadas
como fatores que comprometeram a sobrevivência dessas abelhas (Blochtein & Harter, 2003).
Este trabalho fornecerá subsídios para programas de conservação e manejo Melipona bicolor
schencki em seu habitat natural, incentivando atitudes conservacionistas, oportunizando ações que
possam gerar benefícios econômicos para as comunidades que interagem em ambiente ecologica-
mente importante como o da Mata de Araucárias. Assim pretende-se responder as seguintes questões:
Quais as espécies de árvores que Melipona bicolor schencki e P. saiqui usam para construção dos seus
ninhos na Mata de Araucária? Qual a altura dos ninhos? Qual o padrão de distribuição destes ninhos,
e qual a densidade dos mesmos na área estudada?

Material e Métodos

Área de Estudo
No nordeste do Rio Grande do Sul predominam as Florestas com Araucária, Subtropical e
Campos (Maluf & Caiaffo, 2001).O trabalho foi realizado em um fragmento conservado de Floresta
Ombrófila Mista de 250 ha, localizado em Cambará do Sul (29°02’S 50º08’W) com altitudes de 980
a 1047m. A região se enquadra no clima Cfb (temperado úmido) de acordo com a classificação de
Koeppen, tendo temperaturas médias oscilando entre 14,4 a 16,8°C, com mínimas de - 5,4 e máximas
de 38,4°C (Vianello & Alves, 1991). As precipitações pluviais anuais variam de 1.412 a 2.162 mm e
a umidade relativa é de 76 a 83% (Maluf & Caiaffo, 2001).

Ninhos
A localização dos ninhos foi realizada em dois anos consecutivos (2006/2007), através de in-
speções em árvores, com auxílio do proprietário da área que é meliponicultor e adota práticas conser-
vacionistas. Para a identificação das espécies de abelhas, indivíduos foram coletados junto às entradas
dos ninhos ou, em colônias estabelecidas no alto dos troncos, as mesmas foram observadas com auxí-
lio de binóculos. As amostras de abelhas coletadas nos ninhos encontram-se depositadas no Museu de
Ciências e Tecnologia da PUCRS.
A altura dos ninhos em relação à base dos troncos foi medida com auxílio de trena. Os dados ob-
tidos das coordenadas geográficas de cada ninho, bem como os limites da propriedade foram plotados

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
134

no programa computacional GTM PRO® , o qual foi utilizado para obter-se a área total de mata a fim de
calcular a densidade dos ninhos, obtida através do número de ninhos (60) por área de floresta (171 ha).
O material botânico foi coletado para preparação de exsicatas e identificado por especialista. O
material foi depositado nos Herbários da PUCRS e da FEPAGRO.

Análise estatística
O índice de dispersão do vizinho mais próximo (R) (Clark & Evans, 1954) foi usado a fim
verificar o padrão de distribuição dos ninhos. O índice de distribuição é a razão entre a distância mé-
dia observada do vizinho mais próximo e a distância média esperada do vizinho mais próximo se os
ninhos forem distribuídos aleatoriamente. Se a distância dos ninhos é aleatória, R aproxima-se de 1.
Se a distribuição for agregada o valor de R aproxima-se de 0.

Resultados

Foram localizados na área de estudo 60 ninhos de Meliponini, 42 de Melipona bicolor schencki


e 18 de Plebeia saiqui. Resultados preliminares indicam 17 espécies de árvores utilizadas por estas
duas espécies de abelhas para nidificação na Floresta com Araucária (Tabela 1). Em Lauraceae foram
encontrados 52% dos ninhos. As espécies arbóreas comuns entre Melipona bicolor schencki e P. sai-
qui utilizadas para construção dos ninhos foram a canela vermelha (Lauraceae), canela (Lauraceae),
bugre (Anacardiaceae), caúna (Aquifoliaceae), camboatá (Sapindaceae) e guaraperê (Cunonaceae).

Tabela 1 - Resultados preliminares dos percentuais e números de ninhos em árvores utilizadas


por Melipona bicolor schencki (Mbs) e P. saiqui (Ps) para nidificação na Mata com Araucária em
Cambará do Sul/RS.

Árvore Família da planta Nº/ninhos % ninhos


(Nome popular) Mbs Ps Mbs Ps

Canela vermelha Lauraceae 14 02 33,33 11,1


Canela Lauraceae 09 06 21,44 33
Bugre Anacardiaceae 08 01 19,05 5,6
Caúna Aquifoliaceae 03 01 7,14 5,6
Aroeira Rutaceae 01 2,38
Ipê amarelo Bignoniaceae 01 2,38
Carne de vaca Clethraceae 01 2,38
Açucara Asteraceae 01 2,38
Guaviroveira Myrtaceae 01 2,38
Guaraperê Cunonaceae 01 01 2,38 5,6
Camboatá Sapindaceae 01 01 2,38 5,6
Curunilha Rhamnaceae 01 2,38
Cambuí Myrtaceae 01 5,6
Murta Myrtaceae 01 5,6
Pessegueiro Myrtaceae 02 11,1
Erva-mate Aquifoliaceae 01 5,6
Conserva Não identificada 01 5,6

Total 17 42 18 100 100

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Segundo informação do meliponicultor, dono da propriedade, os ninhos de P. saiqui podem


posteriormente serem ocupados por M. bicolor schencki, indicando uma provável associação entre as
duas espécies.
Durante os dois anos de monitoramento na área de estudo verificou-se a perda de 3 ninhos de
Melipona bicolor schencki em conseqüência do ataque de tatu (Dasypodidae) um inimigo natural
muito comum na área, e por excesso de umidade.
Melipona bicolor schencki constrói os ninhos tanto na base dos troncos como em alturas su-
periores a 180 cm, faixa que corresponde a 50% dos ninhos estudados. Entretanto, observou-se uma
maior freqüência de ninhos com altura de 25 cm acima da superfície do solo. P. saiqui constrói seus
ninhos em alturas superiores a 50 cm acima da superfície do solo bem como, em alturas superiores
(até 1000 cm), mas a maioria dos ninhos (88,89%) está localizada acima de 100 cm.
Verificou-se que os ninhos de Melipona bicolor schencki e Plebeia saiqui na área estudada
estão distribuídos aleatoriamente (R= 0, 640, n=60) (Figura 1). A densidade de ninhos dessa espécie
no sítio de estudo foi de 0,35/ha.

Discussão

Os resultados indicam que os ninhos naturais de Melipona bicolor schencki e P. saiqui na Mata
de Araucária são preferencialmente encontrados em Lauraceae (51,6% dos ninhos). Kerr (1980) ob-
servou que as abelhas sem ferrão constróem seus ninhos em apenas 12 das mais de 200 espécies de
plantas no cerrado e Antonini & Martins (2003) verificaram especificidade no cerrado entre árvores e
ninhos de abelhas, isto é, Melipona quadrifasciata nidificando em Caryocar brasiliense (95,83% dos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
136

ninhos localizados). De acordo com Martins et al. (2004), as abelhas sem ferrão nidificam em difer-
entes espécies arbóreas na caatinga, entretanto mais de 75% dos ninhos localizam-se em apenas duas
espécies Caesalpinia pyramidalis (41,9% dos ninhos) e Commiphora leptophloeos (33,9%). Metade
dos ninhos de Melipona subnitida foi encontrada em C. leptophloeos enquanto Melipona asilvai nidi-
ficou principalmente em C. pyramidalis. Hubbell & Johnson (1977) estudando os padrões de dispersão
das abelhas Meliponini da Costa Rica e, observaram que as abelhas ocupavam apenas 25 das 74 espé-
cies de árvores disponíveis. Mas algumas das espécies de árvores que não continham ninhos na Costa
Rica apresentavam ninhos em outras regiões, não encontrando especificidades entre árvores e ninhos.
Aparentemente o índice de dispersão dos ninhos das duas espécies de Meliponini, na área de
estudo, é aleatório. Embora o esforço de amostragem não tenha sido igual em toda área, a identifica-
ção de ninhos pelo agricultor ao longo de pelo menos 30 anos de observação confirma que o número
de ninhos de Melipona bicolor schencki represente à totalidade na área estudada. Exceção feita à
área próxima ao Arroio Taimbezinho (Figura 1), excluída da área de estudo, que não foi investigada
pelo produtor por possuir relevo acidentado, havendo probabilidade de encontrar novos ninhos. Já
o número de ninhos de P. saiqui na área precisa ser mais investigado. Acredita-se que numa análise
mais aprofundada a dispersão dos ninhos de meliponíneos na área esteja relacionada com a sucessão
florestal dentro da propriedade (visível empiricamente), assim, avaliações da fitossociologia são fun-
damentais para confirmar a dispersão aleatória dos ninhos de meliponíneos verificada nesse estudo. O
cálculo para o índice de dispersão proposto por Clark & Evans (1954) sugere a inclusão de faixas de
fronteiras ao redor dos ninhos. Nesse trabalho a área utilizada para o cálculo restringe-se aos limites
da floresta delimitada na propriedade rural. Assim em etapa futura pretende-se aprofundar esse estudo
a fim de compatibilizar o cálculo com a metodologia proposta.
A área de estudo é um fragmento bastante conservado de Mata de Araucária protegida há mais
de 70 anos pelos proprietários. Pouco se conhece sobre quais plantas atraem abelhas sem ferrão para
construção dos ninhos. O diâmetro relativamente grande dos troncos onde foram encontrados os
ninhos de Melipona bicolor schencki e a consciência conservacionista do proprietário pode ter con-
tribuído para existência de tantos ninhos naturais dessa espécie na área de estudo, cercada por reflo-
restamento com Pinus. De acordo com Antonini & Martins (2003) a estreita associação encontrada
entre Melipona quadrifasciata e Caryocar brasiliense pode ser devido ao tamanho relativamente
grande dessa árvore, que é protegida naquele bioma, em relação a outras do cerrado. Segundo esses
autores, a descoberta de ninhos naturais dessa espécie de abelha até o momento na área de estudo
deve-se à grande distribuição da espécie arbórea preferencial para nidificação e sua proteção por
regulamentações federais.
O plantio de Pinus no entorno da propriedade estudada acaba reduzindo a pastagem apícola, por
que resulta na substituição de áreas com diversas espécies vegetais por uma única espécie de planta
que não produz flores, portanto sem interesse apícola (Amoroso & Ries, 2005). Além disso, retiram
da região os potenciais locais para construção dos ninhos das abelhas sem ferrão e em especial de
Melipona bicolor schencki, uma espécie ameaçada.
O desaparecimento de espécies de abelhas sem ferrão pelo desmatamento ou extrativismo im-
plica na diminuição de espécies vegetais importantes em nossos ecossistemas, pois as plantas cujas
flores são polinizadas pelas abelhas terão sua capacidade de produzir sementes diminuídas e em breve
desaparecerão. Entretanto, a meliponicultura traz para a região onde é praticada melhores frutos e
maior produção de sementes. O declínio das populações de abelhas pode acarretar na queda da produ-
tividade agrícola. Fica evidente a necessidade de ampliar os conhecimentos sobre ninhos de abelhas
sem ferrão em estado natural, e incentivar o replantio das árvores que servem de abrigo aos ninhos.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
137

Sugerimos a implantação de viveiros com mudas das plantas importantes para nidificação de
abelhas nativas como atividade que gera renda para a propriedade rural, e campanhas para o plantio
destas mudas incluídas em programas de reflorestamento na região.
Agradecimentos
Ao meliponicultor Sélvio de Macedo Carvalho cuja consciência conservacionista possibilitou a
realização desse estudo e trabalhos futuros. Ao Dr. Luciano Kayzer Vargas pelo auxílio com a estatís-
tica. Ao CNPQ, processo 311381/2006-5.

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SI MPÓS IO 8

MELIPONICULTURA SUSTENTÁVEL

Coordenadores: Betina Blochtein, Giorgio Cristino Venturieri

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Sobre Sexo e Castas das Abelhas Melipona


Paulo Nogueira-Neto
Professor Emérito De Ecologia Ib-Usp

Para quem estuda a formação dos sexos e castas das abelhas Meliponini, é necessário, antes
de mais nada, verificar quais os processos vitais que levam a isso. A confusão é enorme, nesse
campo. Warwick E. Kerr (1987, p.83-84 e 1996 tiúba, p. 111) disse ser “cada vez mais evidente
que as interações genéticas para a determinação do sexo se dão em duas etapas, uma no embrião
e outra no larvão pré-defecante” (=prepupa). Trata-se de um evidente equivoco, pois antes da se-
gunda etapa o sexo já está determinado. A segunda etapa trata apenas da determinação das castas
(operárias e rainhas). Assim, é necessário esclarecer primeiro que a formação dos sexos começa
algumas horas após a postura dos ovos. Segundo Warwick E. Kerr (1987 p. 82-92), em 1909 e
1911 Hegner notou que as primeiras células da nova abelha em formação, migram dentro do ovo.
Células haplóides (com apenas uma série de cromossomas) determinam o testículo. Células di-
plóides (com 2 séries de cromossomas, uma do pai e outra da mãe) determinam em conjunto o
ovário. Assim, basicamente, nos insetos Himenópteros os organismos haplóides são masculinos e
os diplóides são femininos, com a exceção dos machos diplóides.
W. E. Kerr e A. B. Cunha (1957) atribuem o sexo principalmente a um interessante balanço
genético entre genes masculinizantes e genes feminilizantes, embora no caso dos machos diplóides
a explicação de Warwick E. Kerr (1987) seja diferente, passando por uma mutação e uma situação
especial, complicada.
A intervenção de um forte estresse é aqui apresentada pela primeira vez, para explicar a existência
de machos diplóides. Seja lá como for, é nas primeiras horas de vida de um embrião de abelhas Melipo-
nini, que se define o sexo da abelha em formação. Conceição A. Camargo (1974) mostrou a existência
de um lócus genético (lugar cromossômico) xo ou XO ocupado por um gene sexual ou por um dos seus
alelos, que depois W. E. Kerr (1987 p. 274) calculou ao todo serem 20, em M. compressipes fasciculata
(tiúba). Mais adiante veremos melhor o que é um gene alelo. Os genes que ocupam os loci xo dão ori-
gem a uma ou mais enzimas que constituem a meu ver a base do hormônio sexual dos Meliponini.
Os machos diplóides praticamente não servem para nada. São verdadeiros parasitas, pois
prejudicam as colônias de Meliponini. A presença desses machos, a meu ver poderia ser explicada
como conseqüência de uma grave situação de estresse, que tornaria não aditivos os genes sexuais
feminilizantes. Isso daria em todas as células de uma abelha diplóide uma pequena vantagem aos
genes masculinizantes, mesmo em se tratando de genes homozigotos. Em outras palavras, os genes
masculinizantes normalmente não são aditivos, ao contrário do que ocorre com os genes femini-
lizantes. Assim, normalmente há uma vantagem dos genes feminilizantes nas abelhas diplóides, o
que determina que estas sejam fêmeas. Mais adiante mostrarei, também, porque as minhas peque-
nas populações de abelhas Meliponini, embora normais são fortemente homozigotas, apesar disso
ser considerado pelo Professor e amigo Warwick Kerr como algo impossível. Para ele, todos os ho-
mozigotos no lócus XO são machos diplóides. Discordo desse ponto de vista, por motivos ligados
à deriva genética (Princípio de Sewal Wright), como explicarei.
Os machos diplóides, a meu ver, são também caracterizados por terem no embrião presu-
mivelmente uma baixa produção do hormônio sexual. Essa baixa produção pode ser causada por

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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uma situação ambiental de estresse, ou porque seus portadores têm uma situação genética que
leva a essa baixa produção. A causa próxima que torna não aditivos os genes feminilizantes se-
ria direta ou indiretamente a presença de uma baixa quantidade de hormônio sexual no embrião.
Contudo, como expliquei acima, tanto o estresse ambiental de causas diversas, como o estresse
fisiológico causado pela baixa quantidade de hormônio sexual, têm o mesmo efeito prático,
ou seja, são fatores responsáveis pela perda da capacidade aditiva dos genes feminilizantes.
O resultado é a formação de machos diplóides, quando essas causas ocorrem em conjunto ou
separadamente. No decorrer deste item do Dicionário vou insistir, repetidamente, nos conceitos
e fatos aqui expostos. Constituem novas explicações para a presença dos machos diplóides na
vida real das colônias de abelhas Meliponini.
NOTA: Este trabalho é parte do Dicionário da Meliponicultura (Criação das Abelhas Indígenas
sem Ferrão), de minha autoria e já em processo de publicação (Paulo Nogueira-Neto, 2008).

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Stingless Bees in México:


Present Status and Perspectives for the Future.
José Javier G. Quezada-Euán; Jorge A. Gonzalez-Acereto; Luis A. Medina-Medina.
Departamento de Apicultura- Campus de Ciencias Biológicas y
Agropecuarias- Universidad Autónoma de Yucatán. E-mail: qeuan@uady.mx

The eusocial stingless bees are amongst the most important pollinators in the subtropics due to
the diversity of species and number of individuals. In México 46 species of stingless bees have been
reported (Ayala 1999) of which a third inhabit the Yucatan Peninsula (Quezada-Euán 2005).
Mexico has a long tradition in the use of native bees that dates back to Prehispanic times
when their honey was subject of intensive commerce. Presently, the Yucatan Peninsula remains as
the main center of stingless bee culture in the country. Stingless beekeeping (meliponiculture) in
this area is based on one species, Melipona beecheii (locally called “Xunan kab” -lady bee) whose
colonies are kept in hollow logs (González-Acereto et al. 2006). The honey and wax of other sting-
less bee species (including M. yucatanica) traditionally have been obtained by harvesting feral
colonies but were not domesticated. In central México (Puebla and Veracruz) meliponiculture is
based on the exploitation of Scaptotrigona mexicana that is kept in clay pots (Quezada-Euán 2005).
In the Yucatan Peninsula, heavy deforestation, extensive live stock production and poor economic
profits, are threatening M. beecheii due to a reduction of places where feral and managed colonies
can feed and nest (González-Acereto et al. 2006).
We are currently developing a program to rescue colonies of M. beecheii considering four main
objectives:

1. Increasing numbers of colonies and improving management techniques.


2. Develop a system to provide colonies to peasant farmers and train them in their use.
3. Propose alternative uses for colonies in addition to honey production.
4. Reforestation and maintenance of diversity.

Increasing numbers of colonies and improving management techniques

The use of traditional hollow logs has many disadvantages in terms of the care and super-
vision that can be provided to colonies (Quezada-Euan et al 2001; Gonzalez Acereto and De
Araujo-Freitas 2005). We have proposed the use of hive boxes as an alternative to hollow logs.
Several types of hive boxes have been successful at keeping stingless bees (Nogueira-Neto
1997). We aimed for a simpler and cheaper model and suggest the use of the called FMVZ/
UADY hinge model. The model consists of a simple box which walls are attached by means
of hinges. This simple system makes the box easy to open from any side and thus division and
transference of colonies is not damaging. Boxes of appropriate sizes have been developed for
M. beecehii and other species based on the natural space occupied by feral colonies in hollow
trees. Techniques for feeding colonies and control of parasitic flies have also been important to
ensure survival of colonies after transferring or dividing them.

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Apart from xunan kab, at least 3 other species are prone to domestication and could be used
either for their good honey or alternative uses, namely: Scaptotrigona pectoralis (kan ts’ak), Trigona
nigra (xiik) and Nannotrigona perilampoides (bol). Cephalotrigona zexmeniae is another honey pro-
ducing species but its nests have proven difficult to keep alive in artificial lodges.

A system to provide colonies to peasant farmers and train them in their use.

The stingless bee colonies at the CCBA are mainly obtained from rural villages after the clear-
ance of forest patches for agriculture, thus rescuing them from dying out. Presently, our stingless bee
yard has ca. 250 colonies of 10 species of which 40% are kept in hive boxes. Our stingless bee yard
is used as a source of biological material to groups of beekeepers and as a teaching center to train
beekeepers in the management and reproductions of stingless bee colonies. Several courses are given
all year round not only at the faculty but also in situ at the communities. This has proven extremely
useful in increasing the interest and promoting the keeping of stingless bees even in areas where they
had been unknown. At least 400 colonies of stingless bees have been incorporated to meliponaries
in the villages where the courses have been held, reflecting the positive effect of the extension work
(Gonzalez-Acereto et al. 2006).
Another positive effect of the extension courses is the creation in 2003 of the so-called Ecologi-
cal Farms. This project is a joint effort of the CCBA/UADY and the agency for Rural Development
of the local government. The objective of these farms is promoting the use of agroecological activities
including stingless bee keeping as part of an integral program of crop and livestock production. To
date there are three of these farms.

Propose alternative uses for colonies in addition to honey production.

At the present time stingless bee products still face the problem of marketing. The small amounts
produced and the lack of characterization prevents the establishment of a secure and large scale mar-
ket. However, some local producers have started selling honey, propolis and pollen and the demand
also seems to be increasing due to the ecological production and attributed medicinal properties
(Quezada-Euán 2005). Efforts to characterize and evaluate such medicinal properties are urgent. The
growing interest in these products abroad and their status as agro ecological products may well gain
them a position in the local and international market provided they are in a continuous supply and
with the required quality.
One major line for the alternative use of stingless bees is the pollination of commercial crops.
There is evidence that stingless bees are efficient pollinators of some neotropical crops like tomato,
pepper, squash and avocado (Meléndez 1997, Slaa et al., 2000; Can-Alonzo et al 2005). Some of the
stingless bee species with potential for pollination in enclosures are: Trigona nigra, Scaptotrigona
pectoralis, Melipona beecheii and Nannotrigona perilampoides.
Our efforts have concentrated on N. perilampoides because it is an adaptable, rustic and widely
distributed species. In a first study we provided evidence that N. perilampoides adapted well to enclo-
sures and efficiently pollinated greenhouse tomatoes in tropical climates and suggested that it could
be used as an alternative to bumble bees (Bombus spp.) (Cauich et al 2004; Cauich et al 2006).
In a second experiment, we evaluated N. perilampoides on large-scale greenhouse pollination
against the imported bumble bee, Bombus impatiens. The results showed that tomato pollinated by N.
perilampoides set less fruit than B. impatiens but that hot pepper pollinated with N. perilampoides set

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more fruit than those visited by B. impatiens . It was also evident that N. perilampoides has the advan-
tage of foraging at higher temperatures. Moreover, the risk of introducing exotic and expensive pollinat-
ing bees could be greatly reduced and this needs to be considered too (Palma et al. 2008 a; 2008b).

Reforestation and maintenance of diversity.

Vast extensions of the Yucatan Peninsula were deprived of their original forests in the XIX –early
XXth centuries for sisal (Agave fourcroydes) cultivation. Nowadays most sisal plantations are aban-
doned; however, many plants in these secondary growth patches have become central as sources of nec-
tar for the important beekeeping industry of the Yucatan Peninsula. But most important, these patches
also provide refuge and nesting places for many stingless bees and solitary bees that act as pollinators
of nearby crops (Quezada-Euán et al. 2008; submitted). Nevertheless, these sites are considered with no
utility and thus are being removed to expand suburban areas and roads. A campaign to preserve these
sites that are the source of the Yucatan honey and many wild pollinators needs to be established.
Recent studies have also shown the existence of ecotypes in local stingless bee species (De la Rua
2007; Quezada-Euán et al. 2007). It is important that these ecotypes are preserved since they may repre-
sent genetic pools better adapted to their regions. The movement of colonies between regions should be
avoided in order to stop loosing locally adapted resources and reducing the genetic diversity.
The study of stingless bees started in Yucatan in the 1980s, since then it has experienced an
increasing interest from farmers, scientists and government. The recent advances in the study of the
biology and management techniques provide a support for the future growth of the activity. We have
organized a project where all these different aspects have been combined with promising results and a
positive perspective for the activity in the future. Similar projects conducted at other states of the Yu-
catan Peninsula and México could guarantee a conservation of stingless bees and provide additional
income to rural families. Nevertheless, there are still major problems to be solved: deforestation is
increasing and the niches for food collection and nesting are rapidly diminishing so regulations for
logging and reforestation need to be urgently applied. A positive factor for the activity is the grow-
ing investment in enclosed crop production. Research needs to be conducted on the management of
colonies for prolonged use under these conditions and on methods to induce growth and production
of colonies in order to avoid decimation of feral populations for pollination.

ACKNOWLEDGEMENTS: We thank Fundación PRODUCE/Yucatán, CONACYT- and the


IFS for funding the research that had allow us to organize this project.

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Revisão das Interações Entre Forídeos


(Diptera: Phoridae) e Abelhas Indígenas
Sem Ferrão (Apidae: Meliponini), e
Técnicas de Controle.
Felipe Andrés León Contrera1,* & Giorgio Cristino Venturieri2
1 – Bolsista de Fixação de Recursos Humanos na Amazônia CNPq/Embrapa Amazônia Oriental –
Laboratório de Botânica. Tv. Dr. Enéas Pinheiro s/n. CP.48, CEP 66095-100, Belém/PA, Brasil.
2 – Pesquisador Embrapa Amazônia Oriental - Laboratório de Botânica.
Tv. Dr. Enéas Pinheiro s/n. CP.48, CEP 66095-100, Belém/PA, Brasil.
* Autor para correspondências: felipe.contrera@pq.cnpq.br, Tel: +55+91+32041197

Revision of the interactions between phorid flies (Diptera: Phoridae) and stingless bees (Api-
dae: Meliponini), and control techniques.

Abstract

Phorid flies are one of the most important plagues of stingless bees. The majority of phorid
flies species (Megaselia scalaris and Pseudohypocera kertezsi) that attack stingless bees invade their
nests to oviposit in the pollen pots, in the cells with exposed larval food and in the garbage area. The
emerging larvae originated from these eggs nourish with the resources from the colony, leading to its
weakening and even to its destruction. Other species, such as from the genus Melaloncha, oviposit
directly in the workers and drones that are outside the nests, leading them to death, what makes them
parasitoids. However, the diversity and biology of phorid flies are poorly known. From the estimated
10,000 species that exist in the Neotropics, just 10% are known. Stingless beekeepers from several
regions from Brazil and from other locations from Americas use several techniques for the control of
phorids, based in its vast majority in traps containing vinegar. In this article are reviewed the main
aspects of phorid flies biology, and the effectiveness of traditional control techniques commonly used
by stingless beekeepers was tested. In colonies of Melipona fasciculata infected by phorid flies, three
phorid-traps were placed, one with red vinegar, the other with white vinegar and other with a mixture
3:1 of water and pollen of M. flavolineata. There was no significant difference between treatments,
but the phorid-traps based on pollen and water were ineffective in protecting the colony, because
phorid flies were able to oviposit in and the larvae were able to survive inside them.

Key-words: Phorid flies, Megeselia scalaris, Pseudohypocera kertezsi, Melaloncha spp., stin-
gless bees, acetic acid

Resumo

Os forídeos são uma das pragas mais importantes das abelhas indígenas sem ferrão. A maioria das
espécies de forídeos (e.g. Megaselia scalaris e Pseudohypocera kertezsi) que atacam abelhas sem ferrão,

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invade seus ninhos para ovipositar dentro dos potes de pólen, nas células de cria com alimento larval ex-
posto e lixeira. As larvas originadas desses ovos então se alimentam dos recursos da colméia, levando ao
seu enfraquecimento e podendo até mesmo levá-lo a sua destruição. Outras espécies, como as do gênero
Melaloncha, ovipositam diretamente nas operárias e zangões que estejam fora dos ninhos, levando-os à
morte, sendo assim parasitóides. Entretanto, a diversidade e biologia dos forídeos são pouco conhecidas.
Do total estimado de 10.000 espécies existentes nos Neotrópicos, apenas 10% é conhecida. Meliponi-
cultores de várias regiões do Brasil e outras partes das Américas utilizam diversas técnicas artesanais de
controle de forídeos, baseados em sua grande maioria em armadilhas contendo vinagre. Neste artigo são
revisados os principais aspectos da biologia dos forídeos, e a eficiência de métodos de controle tradicional-
mente usados pelos meliponicultores foram testados. Em colônias de Melipona fasciculata que continham
forídeos, foram colocadas três caça-forídeos, um com vinagre tinto, outro com vinagre branco e outro com
uma mistura 3:1 de água e pólen de M. flavolineata. Não houve diferença significativa entre os tratamen-
tos, embora os caça-forídeos à base de pólen e água tenham se mostrado pouco eficientes por permitirem
que forídeos adultos ovipositassem neles e que as larvas de forídeos fossem capazes de sobreviver neles.

Palavras-Chave: Forídeos, Megeselia scalaris, Pseudohypocera kertezsi, Melaloncha spp.,


meliponíneos, ácido acético

Introdução

Os forídeos (Diptera, Phoridae) são um dos grupos mais importantes de parasitas e parasitóides das
abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) nos Neotrópicos, causando a morte de muitas colméias e podendo
provocar dessa maneira muitos prejuízos aos meliponicultores (Nogueira-Neto, 1997; Alves et al., 2006).
O grupo ainda é muito pouco conhecido, e somente se conhece aproximadamente 10% do total
de espécies que existam (cerca de 10.000), de acordo com Brown (2005a).
Segundo Nogueira-Neto (1997) diversos gêneros de forídeos podem parasitar ou predar as co-
lônias de abelhas sem ferrão, como Aphiochaeta, Melaloncha, Melitophora Megaselia e Pseudohypo-
cera, além de Apocephalus altaviporous e A. apivorous, que parasitam ninhos de Trigona fulviventris
e T. dorsalis, respectivamente. (Brown, 1996, 1997). Além dessas espécies, Dohrniphora trigonae,
parasita ninhos de T. carbonaria na Austrália (Disney and Bartareau, 1995).
A amplamente distribuída P. kerteszi (foto em http://www.phorid.net/central_american_diptera/
diptera_central_america_image_pseudohypocera.html) é uma das maiores pestes de ninhos de abelhas
sem ferrão nas Américas Central e do Sul, além de também atacar ninhos de Apis mellifera (Robinson,
1981; Nogueira-Neto, 1997). Dentre os forídeos, esta é a espécie de maior ocorrência no Sul do Brasil, e
também na Amazônia (Nogueira-Neto, 1997). Os adultos desta espécie são pequenos, de 2,25 a 3,0 mm
de comprimento (ver revisão da sua morfologia e morfometria em Pereira, 2006). Os machos e fêmeas
são similares em aparência, sendo as fêmeas geralmente maiores (Robinson, 1981; Pereira, 2006).
O acasalamento das moscas adultas ocorre no ar, fora dos ninhos (Portugal-Araújo, 1977), em-
bora Pereira (2006, p. 30) sugira que machos possam entrar nos ninhos para procurar acasalar com as
fêmeas. A cópula também pode ocorrer em laboratório, com o tempo de acasalamento variando de 32
a 90 segundos (Chaud-Netto, 1980). As fêmeas adultas dessa espécie procuram entrar nos ninhos de
meliponíneos para ovipositar. Os adultos não causam danos diretos às colônias, mas as larvas se desen-
volvem se alimentando dos recursos da colméia, principalmente o pólen (Disney and Bartareau, 1995),
e quando alcançam altas densidades, podem matar as larvas das abelhas, para se alimentarem delas,
sendo nesse caso parasitas, embora sejam primariamente cleptoparasitas (Robroek et al., 2003b).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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148

No começo de uma infestação observada em M. beecheii, as fêmeas adultas ovipositavam primei-


ramente nos potes de pólen abertos, na lixeira, e na parede dos potes de pólen fechados. Com o aumento
da população de forídeos, as fêmeas começaram a ovipositar nos favos de cria, sendo que elas faziam bu-
racos na sua superfície, para poderem botar seus ovos dentro destes. A infestação nessa fase se espalhou
ao longo do ninho, sendo observada oviposição até nos depósitos de própolis (Robroek et al., 2003a).
Esse padrão de oviposição é observado em diversas espécies de meliponíneos do gênero Melipona.
O aumento da densidade de larvas Chaud-Netto (1980) encontrou uma média de oviposição de
66,4 ovos por fêmea em condições de laboratório. O tempo de desenvolvimento de ovo até adulto é
variável, com duração aproximada de 13 a 16 dias segundo estudos feitos na Costa Rica e em El Sal-
vador (Robroek et al., 2003b) e de 9 a 11 dias, segundo Perez (1975, apud Nogueira-Neto, 1997). A
razão sexual nessa espécie, assim como em M. scalaris, é diferente em estudos de laboratório e dentro
dos ninhos. Chaud-Netto (1980) e Robroek et al., (2003b) encontraram uma razão sexual aproximada
de 1:1 em condições de laboratório, e em ninhos de M. fasciculata, na região de Belém, foi encontra-
da uma razão sexual enviesada, com predominância quase total de fêmeas (96,8%, Tabela 1), assim
como em M. beecheei (Robroek et al., 2003a).
Infestações de P. kerteszi em ninhos de meliponíneos foram observadas em Cephalotrigona
capitata (Salt, 1929; Prado, 1976; Nogueira-Neto, 1997), M. beecheii (Disney, 1994; Robroek et al.,
2003a; 2003b), M. capixaba (Nogueira-Neto, 1997), M. compressipes manaosensis (Pereira, 2006),
M. fasciculata (neste trabalho e em Pereira, 2006), M. flavolineata (este trabalho), M. interrupta
(Brues, 1928), M. quadrifasciata (Prado, 1976; Nogueira-Neto, 1997; Moretto, 2000), M. seminigra
(Portugal-Araújo, 1977; Pereira, 2006), M. scutellaris (Nogueira-Neto, 1997; Pereira, 2006), Oxytri-
gona tataira (Nogueira-Neto, 1997), Scaptotrigona postica (Nogueira-Neto, 1997), Scaura sp. (Pe-
reira, 2006), Schwarziana quadripunctata (Borgmeier, 1930), Tetragona clavipes (Nogueira-Neto,
1997), Trigona amalthea (Salt, 1929; Prado, 1976) e T. spinipes (Salt, 1929).
A biologia de M. scalaris é semelhante, em muitos aspectos à biologia de P. kertezsi, embora
com algumas diferenças. As larvas de M. scalaris (foto em http://www.phorid.net/phoridae/mscalaris.
html) se alimentam de um grande espectro de material orgânico em decomposição, sendo ampla-
mente generalistas, e dessa maneira suas larvas são fáceis de cultivar em laboratório. As larvas de M.
scalaris podem se tornar facultativamente predadoras, parasitóides ou parasitas, e sua ocorrência foi
observada em vários casos, como em casos forênsicos, como uma peste de culturas de invertebrados
em laboratórios, e em casos de miíases em humanos e animais domésticos (Disney, 2008).
Em condições de laboratório, a razão sexual encontrada foi aproximadamente 1:1 (Macieira et
al., 1983), mas em ninhos de M. fasciculata foram encontradas principalmente fêmeas nas armadilhas
contendo vinagre tinto, vinagre branco, e pólen com água (91,6% de fêmeas, Tabela 1). De acordo
com Kerr (1996), na região da Baixada Maranhense e São Luís, M. scalaris é a única espécie de forí-
deo que ocorre nos ninhos de meliponíneos, particularmente em M. fasciculata.
Assim como em P. kerteszi, as fêmeas adultas de M. scalaris procuram entrar nos ninhos de
meliponíneos para ovipositar e as larvas têm o mesmo comportamento alimentar da P. kerteszi. As
larvas dessa espécie são encontradas principalmente nas lixeiras e em poucas ocasiões nos potes de
pólen de colônias de M. fasciculata (Kerr, 1996). Os adultos dessa espécie são significativamente
menores do que a P. kerteszi.
O gênero Melaloncha (foto em http://www.phorid.net/phoridae/phorselva/melalon.htm) é um
grupo de forídeos exclusivamente Neotropical. Todas suas espécies são parasitóides de abelhas adul-
tas da Família Apidae, especialmente abelhas sem ferrão (Meliponini) e abelhas africanizadas (Apis
mellifera), e há um caso registrado de endoparasitismo (espécie não identificada do subgênero Uda-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
149

mochiras) nas abelhas halictídias Megalopta ecuadoria e M. genalis (Wcislo et al., 2004). O compor-
tamento de ataque registrado para as diferentes espécies de Melaloncha geralmente consiste na mosca
procurando inserir seu ovipositor (mantido curvado) na região da cabeça das abelhas atacadas, para
injetar seus ovos (Brown and Kung, 2006).
Uma revisão recente do grupo aumentou o número conhecido de espécies de 32 a 167, com
uma estimativa que existam de 200 a 300 espécies desse gênero (Gonzalez and Brown, 2004; Brown,
2005a; 2005b; Brown and Kung, 2006; Kung, 2008).
Brown & Kung (2006) fizeram uma revisão das espécies de abelhas sem ferrão atacadas pelas
diferentes espécies de Melaloncha, que são as seguintes: Leurotrigona muelleri, Partamona cupira,
Paratrigona ornaticeps, Plebeia frontalis, Plebeia. aff. jatiformis, Plebeia spp, Tetragona clavipes,
Tetragona sp., Tetragonisca angustula fiebrigi, Trigona corvina, T. fulviventris, T. setentrionalis, T.
silvestriana, Trigonisca atomaria, T. scabiosa e Trigonisca sp.
Neste trabalho foi testada a eficiência de técnicas de controle de forídeos tradicionalmente utilizadas no
Brasil, com dados obtidos em experimentos com a espécie Melipona fasciculata (tiúba ou uruçu-cinzenta).

Materiais e Métodos

Um dos métodos de controle de forídeos mais populares (além do uso de óleos de copaíba e
andiroba (Freire et al., 2006)), é a utilização de armadilhas internas à base de vinagre (ácido acético),
que denominaremos a partir de agora de “caça-forídeos”. Segundo Nogueira-Neto (1997, p. 375), esses
caça-forídeos foram idealizados pela Profa. Dra. Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca por volta de 1994. Eles
consistem em pequenos tubos de vidro que se comunica com o exterior através de um funil de plástico
ou vidro ou através de uma abertura direta numa tampa de plástico. Segundo Nogueira-Neto (1997,
p. 375), o funil parece funcionar melhor que a abertura direta na tampa, embora não existam dados a
respeito da eficiência de cada abertura. A entrada do funil ou o buraco da tampa de plástico devem ser
suficientes para que o forídeo possa entrar, mas não as operárias. O caça-forídeo então é preenchido até a
metade (ou menos) com vinagre, cujo odor ácido parece atrair as moscas, que caem no líquido e morrem
(Nogueira-Neto, 1997). Além dos tubos de vidro, podem ser usados também frascos de exames labora-
toriais, ou frascos de filmes fotográficos vazios, que funcionam tão bem quanto os tubos de vidro.
Tradicionalmente, utiliza-se vinagre tinto para compor o caça-forídeo, pois se acredita que ele
tenha uma maior atratividade que o vinagre branco. Entretanto, não existe nenhum dado que compro-
ve a maior eficiência do vinagre tinto em detrimento do vinagre branco. Alguns meliponicultores da
região Amazônica, por pouco acesso a vinagres e ao custo extra que ele traria à sua prática, preferem
usar uma mistura de pólen da própria colônia com água ao invés do vinagre.
Para avaliar a eficiência de cada tipo de armadilha,foram feitos experimentos (ainda em anda-
mento) com a espécie M. fasciculata no Campus experimental da Embrapa Amazônia Oriental, em
Belém (PA), iniciados em julho de 2007. Caso fosse constatada a presença de forídeos em colônias
da espécie estudada (através de inspeções rotineiras), três caça-forídeos eram colocados nas colônias.
Um dos frascos continha vinagre tinto comercial (acidez volátil 4,4%, conforme fabricante), outro
vinagre branco (acidez volátil 4,0%, conforme fabricante), da mesma marca, e o outro continha uma
mistura 3:1 de água e pólen de M. flavolineata que tínhamos armazenado em refrigerador. As arma-
dilhas foram deixadas dentro das colméias (próximo à tampa) durante 7 dias, pois muitas vezes as
operárias tampavam a entrada do frasco com resina e cerume. Foram usados caça-forídeos com uma
abertura direta na tampa, sem funil nesse experimento. Após o período de coleta, as armadilhas eram
retiradas e o número de forídeos era contado, discriminando entre sexo e espécie.

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150

Resultados

A espécie mais freqüente nos ninhos foi a P. kertezsi, seguida da M. scalaris, com uma pre-
dominância de fêmeas em ambas as espécies (Tabela 1). Não houve diferença significativa entre os
tratamentos tanto para a P. kertezsi (Kruskal-Wallis: H =1,72; G.L.=2; N= 51; P =0,42, Figura 1),
quanto para a M. sacalaris (Kruskal-Wallis, H =2,26; G.L.=2; N= 51; P =0,32, Figura 2) embora os
caça-forídeos à base de pólen e água tenham se mostrado pouco eficientes. Isso se deu porque, embo-
ra elas tenham capturado forídeos adultos, as fêmeas puderam botar seus ovos no líquido, e as larvas
permaneceram vivas dentro do frasco até o momento da sua retirada das colméias. Muitas dessas
armadilhas à base de pólen e água também acabaram propiciando um ambiente para a proliferação de
fungos, devido às condições quentes e úmidas das colônias.

Tabela 1 - Número de fêmeas e machos de Pseudohypocera kertezsi e Megaselia scalaris


capturados em caça-forídeos deixados durante sete dias em colônias de Melipona fasciculata, e que
continham vinagre tinto ou vinagre branco ou uma mistura 3:1 de água e pólen de M. flavolineata.

Tinto Branco Pólen + água Total


♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂
P. kertezsi 121 4 179 5 108 4 408 13
M. scalaris 68 8 59 6 37 1 164 15

Figura 1 - Média de fêmeas de Pseudohypocera kertezsi capturadas dentro de colônias de Melipo-


na fasciculata através de caça-forídeos contendo vinagre tinto ou vinagre branco ou uma mistura 3:1 de
água e pólen de Melipona flavolineata. As letras iguais acima dos eixos indicam não haver diferenças sig-
nificativas entre os caça-forídeos (teste de Kruskal-Wallis). EP = Erro Padrão e DP = Desvio Padrão).

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Figura 2 - Média de fêmeas de Megaselia scalaris capturadas dentro de colônias de Melipona fas-
ciculata através de caça-forídeos contendo vinagre tinto ou vinagre branco ou uma mistura 3:1 de água e
pólen de Melipona flavolineata. As letras iguais acima dos eixos indicam não haver diferenças significa-
tivas entre os caça-forídeos (teste de Kruskal-Wallis). EP = Erro Padrão e DP = Desvio Padrão).

Discussão

Os resultados mostram que não existe diferença significativa entre os caça-forídeos contendo
vinagre tinto ou branco, embora os experimentos ainda estejam em andamento. Também existe a
possibilidade de serem feitos ensaios com ácidos acéticos de diferentes concentrações, mas para o
meliponicultor comum, muitos deles agricultores familiares, com pouco acesso a materiais caros, as
armadilhas à base de vinagre são mais acessíveis e práticas. Os caça-forídeos à base de pólen e água
se revelaram pouco eficientes e é desaconselhável o seu uso, por permitirem a oviposição dos forídeos
e por serem um meio para a proliferação de fungos dentro das colméias.

Agradecimentos
Agradecemos ao Dr. Brian Brown (Natural History Museum of Los Angeles County, EUA) e ao
Dr. Henry Disney (Cambridge University Museum of Zoology, Reino Unido) pela ajuda com a iden-
tificação dos forídeos e pela bibliografia oferecida, e ao CNPq pela bolsa de pesquisa concedida ao
primeiro autor (Processo 553390/2006-6).

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
154

Potencial Nectarífero do Açaízeiro


(Euterpe oleracea Mart. - Arecaceae)
na Amazônia Oriental
Giorgio C. Venturieri, Milene S. Souza, Charles A. B. Pereira, Silvane T. Rodrigues
Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, CEP: 66.095-100, Belém, PA, e-mail: giorgio@
cpatu.embrapa.br, telefone (91) 32041197, fax (91) 32769845.

Abstract

Nectar production potential of the assai tree (Euterpe oleracea Mart. - Arecaceae)
in western Amazon
The assai tree is a typical palm from the Amazon region, important for the diet and economy of
human populations of the Amazon estuaries. In the Amazon region, E. oleracea blossom and fructify
almost during the entire year. However, differently from what happens with the vast majority of the
plants of the region, E. oleracea blossoms more intensely in the raining period of the year, making
it an important source of nectar and pollen for native bees, especially in periods of food shortage.
The present work, performed in Belém, PA, Brazil, evaluated the volume and percentage of sugar
contained in the flowers, the number of female and male flowers produced by inflorescence and the
number of inflorescences produced by year. Volume was measured with microcapillaires, and the
percentage of sugar was measured using a portable refractometer adapted to small samples. The vol-
ume of nectar per male and female flowers was 1.84µl and 1.4µl, respectively. The sugar percentage
in male and female flowers was 46.9% and 53%, respectively. Each stem produces, in average, six
inflorescences by year. In a monoculture plantation of the assai palm, the space between shrubs is 5x5
meters, resulting in 400 shrubs by hectare. In each shrub, there are four stems, totalizing 1,600 stem
and 9,600 inflorescences per hectare. The total volume of nectar produced, by year, in these condi-
tions is 999.11 liters/ha, which for Melipona flavolineata, totalize 763.75 liters of honey by year,
since its honey has 64.1% of sugar. For M. fasciculata, which honey has 73.89% of sugar, we estimate
a production of 662.46 liters of honey by year.

Key-words: meliponiculture, bees, honey production.

Introdução

O açaízeiro é uma típica palmeira do estuário amazônico, muito importante na dieta e econo-
mia das populações tradicionais da região, em especial das populações ribeirinhas. Segundo o IBGE
(2007) o açaizeiro é o mais importante produto florestal não madeireiro do Brasil; somente com seus
frutos (desta planta também se extrai palmito, largamente exportado) foram obtidos R$ 103,2 milhões
em 2006, correspondendo à cerca de 20% de toda economia gerada neste setor.
Na Amazônia Oriental o açaizeiro flora e frutifica quase o ano todo, contudo, ao contrário do
que acontece com a maioria das plantas da região, o açaizeiro floresce mais intensamente no período

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
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de maior intensidade das chuvas, que nas proximidades de Belém corresponde aos meses de março
a junho (Jardim, Kageyama, 1994a; Jardim, Kageyama, 1994b; Oliveira, 2002). Isso faz desta planta
uma importante fonte de néctar e pólen para as abelhas nativas, especialmente em períodos em que
normalmente existe escassez destes recursos.
O açaizeiro é altamente dependente de polinização cruzada, é auto-incompatível e possui flores mas-
culinas e femininas sendo ofertadas em períodos distintos em um mesmo indivíduo (Venturieri 2008).
Nos últimos anos, apoiada por projetos que visam o desenvolvimento sustentável da Amazônia,
a meliponicultura cresceu, sendo hoje praticada em caixas de criação padronizada que facilitam tanto
o manejo como a coleta higiênica e ágil dos produtos da colméia. Contudo, o conhecimento sobre
a flora apícola da região é restrito, se comparado com a diversidade existente na região (Oliveira
2003; Venturieri e Fernandes, 2003). Sem este conhecimento a sustentabilidade da meliponicultura
fica comprometida, impossibilitando um melhor rendimento da atividade e o consórcio com culturas
agrícolas autóctones.
Este trabalho faz uma estimativa da capacidade de produção de mel por duas espécies de abe-
lhas indígenas sem ferrão, Melipona fasciculata e M. flavolineata, introduzidas em um plantio comer-
cial de açaizeiro. O potencial produtivo foi obtido indiretamente com base nos dados quantitativos de
florescimento, volume de néctar e concentração de açucares.

Material e métodos

A contagem das flores e inflorescências e medições do néctar foram tomadas nos campos de
pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, PA, Brasil, utilizando-se indivíduos adultos
com cerca de 10 anos de idade. Avaliou-se a biologia floral com especial referência ao fluxo, volume
e teores de açúcares contidos no néctar. Avaliou-se também o número de flores ♂ e ♀ emitidas por
inflorescência e o número de inflorescências emitidas por ano. As inflorescências, ou ráquilas, foram
isoladas com sacos plásticos microperfurados. Esta prática foi utilizada a fim de proteger as flores da
ação de visitantes em busca de néctar. O volume foi medido com o auxílio de microcapilares de 1µl
e o teor de açúcares (ºBx) com refratômetro portátil Bellingham & Stanley) adaptado para pequenas
amostras. Neste caso eram utilizados microcapilares de 2 µl.
O volume e a concentração de açúcares, em flores ♂, foi avaliada em intervalos de 30 minu-
tos, começando às 9:30 h, quando as flores abriam, até as 12:30 h, quando as flores se desprendiam
das ráquilas. No caso de flores ♀, as medições começaram às 9:00 h e se estenderam até as 14:00
h, intervalo de tempo em que estas flores permaneciam ativas, secretando pequenas quantidades de
néctar. Para a medição do volume individual de cada flor, devido ao pouco néctar disponível, foram
utilizadas diversas flores em um mesmo horário, escolhidas aleatoriamente até completar 2 µl. Para
o cálculo do volume do néctar contido na flor, dividiu-se o volume total obtido pelo número de flores
utilizadas nas amostras.
O comportamento de coleta dos visitantes florais foi observado diretamente. Amostras de abelhas
foram coletadas, identificadas e depositadas na coleção de abelhas da Embrapa Amazônia Oriental.

Resultados e discussão

O número médio de flores ♂ e ♀ por inflorescência foi de 40.973 e 20.486, respectivamente. O


volume total de néctar por flor ♂ e ♀ foi de 1,84 µl e 1,4 µl, respectivamente (Figura 1). Os teores de
açúcares em flores ♂ e flores ♀ foi de 46,9% e 53%, respectivamente.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Figura 1 - Fluxo de néctar ao longo do dia em flores masculinas e femininas de açaizeiro (Eu-
terpe oleracea – Arecaceae).

Segundo Nogueira et al. (2005) cada estipe dá, em média, seis inflorescências por ano, e se-
gundo estes mesmos autores, em um plantio comercial do tipo solteiro, com o espaçamento entre
touceiras de 5 m x 5 m, são cultivadas 400 touceiras por hectare. Se em cada touceira forem deixados
quatro estipes, ter-se-ia 1.600 estipes e 9.600 inflorescências por hectare. O volume total estimado de
néctar produzido por ano, nestas condições, seria de 999,11 litros/ha, o que para méis de Melipona
flavolineata daria um potencial de produção de até 763,75 litros, considerando que seu mel apresenta
64,1% de açucares totais (Venturieri et al. 2007).
Para M. fasciculata, onde o teor de açucares totais em seu mel é de 73,89 % (Venturieri et al.
2007), estima-se uma capacidade de produção de 662,46 litros de mel. Diversos Apoidea foram ob-
servados nas inflorescências coletando néctar e/ou pólen, incluindo M. fasciculata (Figura 2a) e M.
flavolineata (Figura 2b).

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Figura 2. Visitantes florais do açaizeiro (Euterpe oleracea – Arecaceae) coletando néctar e pólen
em Belém, PA. a. uruçu-amarela (Melipona flavolineata); b. uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata).

Desse modo, o açaizeiro tem um grande potencial para a meliponicultura, especialmente para
as espécies M. fasciculata e M. flavolineata, que podem explorar o grande potencial de produção de
néctar desta planta. Diversos outros fatores também indicam seu potencial, como: uma floração mais
intensa nos períodos mais chuvosos do ano, quando outras plantas não floram, além de uma floração
num horário (entre 9:30 h e 14:00 h) quando a intensidade das chuvas é menor na região de Belém.
Desse modo, em programas de produção integrada, o consórcio entre meliponíneos e esta im-
portante fruteira amazônica é uma boa oportunidade para o melhor aproveitamento dos recursos
naturais da região Amazônica.

Agradecimentos

Este trabalho recebeu o apoio financeiro do Global Environment Facility – GEF, Projeto de
Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO/Ministério do
Meio Ambiente – MMA e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
Ao Dr. Felipe Contrera pelas valorosas sugestões.

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O Valor dos Substratos de Nidificação Para as


Abelhas Sem Ferrão (Meliponini) no Cerrado
(Maranhão, Brasil) e a Meliponicultura Como
Ferramenta de Sustentabilidade e Conservação
Rêgo, M.M.C.1; Albuquerque
P.M.C. de1; Venturieri, G.2 (1-Laboratório de Estudos sobre Abelhas - LEA, Departamento de Bio-
logia, Universidade Federal do Maranhão - UFMA, São Luís – MA, e-mail: regommc@uol.com.br,
Telefone: (98) 21098544, Fax: (98) 21098540. 2- EMBRAPA Amazônia Oriental, Belém-PA)

Abstract

The majority of stingless bees nest in hollows of trees, alive or dead. The Meliponini nests were
looked for from July/2006 to November/2007 in a cerrado area at Balsas-MA Brazil (07° 42’ 58.5” S
and 46° 11’ 19.8” W), numbered and mapped with the aid of a GPS receiver. Nest characteristics like its
height above the ground, stem diameters at breast height (DBH) of the trees and or branches diameters
were annotated, as soon as the popular name of floral species, where the nests were found. A total of 110
stingless bee nests of 22 species were located. Among those, Scaptotrigona was the most abundant genus
(36.4% of nests), followed by Frieseomellita (16.4%) and Oxytrigona (12.7%). The bees known as “tubi”
(two belonging to Scaptotrigona genus), “tataíra” (Oxytrigona), “mané-de-abreu” (Frieseomellita flavi-
cornis), “borá” (Tetragona quadrangula) and “jataí” (Tetragonisca angustula) were the most common
species. The nests were found mainly in main trunks and branches of “sucupira-amarela” (Pterodon aff.
polygalaeflorus - Fabaceae), “pequi” (Caryocar brasiliense - Caryocaraceae) and “puçá” (Mouriri gran-
diflora - Melastomataceae). Trees with larger diameter of the main trunk and bigger hollows were pref-
erentially selected by bigger bees, like “uruçu” species (Melipona flavolineata) and “tiúba” (Melipona
fasciculata), both not so abundant in the Maranhao cerrado anymore.The stingless bees from Maranhão
cerrado nest in some tree species with hollows in their trunks, but the enviroment destroyed by human
action has been slowing down the nesting places and threatening these important insects.

Palavras-chave: ninhos, abelhas sem ferrão, Balsas, agricultura familiar

Introdução

O Maranhão abriga uma grande variedade de ecossistemas, como as florestas, cerrados, rest-
ingas e manguezais, com floradas freqüentes e abundantes, que proporcionam uma diversidade de
nichos para as abelhas.
Muitas espécies de plantas nestes ambientes servem de abrigo para as abelhas construírem seus
ninhos. No cerrado, por exemplo, ninhos de abelhas sem ferrão, Meliponini, têm sido localizados,
principalmente, em cavidades pré-existentes de árvores vivas ou mortas (Rêgo & Brito, 1996 a, b;
Rêgo et al, 2007; Rêgo et al, 2008).

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160

Essas abelhas também constroem ninhos expostos, subterrâneos, no interior de ninhos ativos ou
abandonados de outros animais, como cupins, formigas e pássaros; também aproveitam construções
humanas – postes, tubulações, paredes – para instalar seus ninhos (Schwarz, 1948; Kerr et al., 1967;
Camargo, 1970, 1994; Nogueira-Neto, 1970; Wille & Michener, 1973; Wille, 1983; Almeida & La-
roca, 1988; Rêgo & Brito, 1996 a; Barreto & Castro, 2006; Roubik, 2006).
Embora não haja relatos conclusivos que atestem a vulneralidade dos Meliponini à frag-
mentação dos habitats, considerando que a grande maioria, constrói seus ninhos nos troncos das
árvores (Camargo, 1970; Rêgo & Brito, 1996 a; Antonini & Martins, 2003; Martins et al., 2004;
Camargo & Pedro, 2007) esta hipoótese deve ser avaliada. A freqüente extração da madeira quer
seja pelo corte, derrubada ou queima, nas áreas de cerrados já bastante modificadas, impede que as
populações destas espécies se mantenham numerosas. Pequenas áreas de recursos florais também
são insuficientes para a conservação de suas colônias. O processo de desmatamento e a expansão de
fronteiras agrícolas têm reduzido a riqueza e abundância dos Meliponini (Viana & Melo, 1987), o
que contribui para a sua extinção localizada. A endogamia é também outro fator a ser considerado.
Segundo Kerr & Vencovsky (1982) é necessário um número mínimo, de 44 colônias, na área de
reprodução a fim de se evitar o problema. Esses efeitos negativos já são perceptíveis em muitas
localidades pelo rareamento de espécies, em condições naturais, principalmente as do gênero Me-
lipona, em áreas antes, comumente amostradas.
No Maranhão são conhecidas cerca de 57 espécies de abelhas sem ferrão (Rebelo et al., 2006),
mas a grande maioria não produz mel indicado para o consumo humano ou em quantidade suficiente
para o aproveitamento comercial. As espécies criadas para este fim no Estado são a tiúba (Melipona
fasciculata Smith) e a uruçu (Melipona flavolineata Friese). Para a produção de própolis, a tubi
(Scaptotrigona postica (Latreille)). Outras espécies no Brasil são também utilizadas: Melipona sub-
nitida Ducke (no Ceará), M. crinita Moure & Kerr, e M. seminigra Friese (na Amazônia), M. scutel-
laris Latreille (no nordeste até o sul da Bahia) e M. quadrifasciata Lepeletier (Minas Gerais, São
Paulo e Paraná). Os Meliponini estão sendo ultizados também para a polinização de cultivares de
importância econômica, como a Melipona quadrifasciata na polinização do tomate (Del Sarto et al.
2005) e M. subnitida, do pimentão (Cruz et al. 2004).
O uso de abelhas sem ferrão para fins de comercialização de seus produtos é uma atividade já
algum tempo difundida, mas sua criação para fins de repovoamento de espécies pouco abundantes,
conservação e polinização é recente, e em alguns Estados brasileiros ainda muito incipientes. Soma-
se a isto, os efeitos negativos da destruição dos habitats sobre a comunidade de abelhas e seus hospe-
deiros florais, cada vez mais freqüentes e na maioria dos casos irreversíveis. Algumas áreas no Estado
do Maranhão, por exemplo, onde já foram realizados inventários de abelhas estão completamente
destruídas. É o caso dos cerrados no município de Chapadinha (Rêgo, 1998) que revelou uma grande
abundância de abelhas sem ferrão, e áreas de floresta como no município de Buriticupu (Rebelo et al.,
2006) onde foram amostradas inclusive espécies, até então não descritas para o Estado.
Embora seja relatado que as abelhas sem ferrão, especialmente as do gênero Melipona utilizam
determinadas espécies florais para a construção de seus ninhos (Martins & Antonini, 2003; Rêgo &
Brito, 1996 a; Rêgo et al., 2008) e aparentemente, espécies menores de Meliponini sejam consideradas
oportunistas quanto ao local de fundação dos ninhos, dependendo mais da disponibilidade dos recursos
florais e de sua própria capacidade de adaptar-se ao meio, há poucos trabalhos que confirmem ou re-
futem esses comportamentos. Trabalhos sobre inventários e distribuição de ninhos também são escas-
sos, podendo-se citar os estudos de Hubbell & Jonhson (1977); Roubik (1979, 1983), Taura & Laroca
(1991), Oliveira et al. (1995) Rêgo & Brito (1996 a); Barreto & Castro (2006) e Eltz et al. (2006).

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161

Assim sendo, este estudo foi elaborado para responder as seguintes questões: Que espécies de
Meliponini residem no sítio de estudos? As espécies de Meliponini discriminam espécies arbóreas para
a fundação de seus ninhos? As espécies de Melipona selecionam espécies arbóreas com diâmetros mais
espaçosos para nidificar? Os ninhos de Meliponini estariam agregados uns aos outros? A exploração do
mel de abelhas sem ferrão, na área de estudos, estaria afetando a manutenção dos ninhos? O freqüente
manuseio de árvores de troncos mais espaçosos, na área de estudo, estaria afetando a fundação de ninhos,
dessas espécies? As espécies arbóreas onde as abelhas constroem seus ninhos são também suas fontes de
recursos florais? Que espécies de abelhas devem ser selecionadas para criação, na área de estudo?

Material e Métodos

Este trabalho foi conduzido de julho/ 2006 a novembro/ 2007 em uma área de cerrado, no pov-
oado de Santa Luzia, município de Balsas, sul do Maranhão (07° 42’ 58.5” S e 46° 11’ 19.8” W). Esta
área sofre intensa pressão ambiental devido à implantação de grandes projetos agrícolas e florestais,
mas ainda, com atividades extrativistas e a degradação (principalmente o fogo) causada pela popu-
lação circunvizinha que sobrevive dos seus recursos naturais. Fortalecer as comunidades da região é
o primeiro passo no sentido de minimizar as pressões antrópicas neste importante ecossistema. Estas
formações de Cerrado apresentam grande heterogeneidade ambiental e elevada biodiversidade, sendo
consideradas como “áreas de altíssima prioridade para a preservação” (vide “Hotspots da biodiver-
sidade”- Conservação Internacional).
Os ninhos de abelhas foram devidamente numerados e sua localização determinada pelo Sistema
de Posicionamento Global (GPS). Características como altura da entrada do ninho em relação ao solo,
diâmetro do tronco das árvores na altura do peito (DAP) e diâmetro dos galhos com ninhos fundados
foram anotados, assim como o nome popular das espécies florais, hospedeiras dos ninhos.
Os carregamentos polínicos das corbículas e dos potes de armazenamento de pólen de algumas
colônias selecionadas para criação foram submetidos ao processo de acetólise de Erdtman (1966); as
lâminas de pólen estão sendo analisadas por especialistas, com o auxílio da palinoteca referência das
plantas inventariadas na mesma área, e com àquelas do Museu Goeldi.
Para a implantação do Meliponário a metodologia utilizada foi a coleta de ninhos e sua transferência
para caixas racionais, que a princípio ficavam expostas no beiral das casas dos moradores, para finalmente
serem disponibilizadas no Meliponário coletivo, construído no sítio de estudos. Posteriormente foram re-
alizadas algumas divisões de colônias fortemente estabelecidas. As colônias divididas (colônias matrizes)
forneceram elementos (favos, abelhas, potes de pólen e mel, etc.) para a formação das colônias filhas. As
colônias foram alimentadas com xarope de açúcar, para acelerar o crescimento e as caixas (Modelo Em-
brapa) vedadas com fita gomada, após cada revisão. Ninhos de abelhas localizados em locais altos, como
galhos de árvores também foram coletados para compor a lista das espécies que residem na área. Foram
integrados ao Projeto moradores da própria comunidade. Para isto, o Lea - Laboratório de Estudos sobre
Abelhas/UFMA, juntamente com a EMBRAPA Amazônia Oriental ministraram treinamentos: cursos, pal-
estras e aulas práticas de campo que foram efetuadas ao longo do projeto nas dependências da comunidade
em locais com infra-estrutura pronta, que facilitou a execução das atividades.

Resultados

Foram amostrados 110 ninhos de 22 espécies de Meliponini dentre os quais, 39% estavam
agregados a outros ninhos de abelhas sem ferrão; a maioria dos ninhos (61%) encontrava-se isolado.

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Do total de ninhos amostrados, apenas três (2,7%) eram de Melipona, sendo um de tiúba, Melipona
fasciculata e dois de uruçu, Melipona flavolineata (Tabela 1). Esses ninhos foram amostrados em
troncos de jatobá (Hymenaea sp.- Fabaceae), folha larga (Salvertia convallariodora - Vochysiacae) e
capitão do campo (Terminalia sp. - Combretaceae) respectivamente, e estavam isolados dos demais
ninhos de Meliponini, também inventariados.

Tabela 1 - Ninhos inventariados no Cerrado de Balsas-MA, Brasil

2006 2007
Meses jul ago set out jan fev mai nov total
Total 20 18 10 16 7 14 17 8 110
Frieseomellita flavicornis (Fabricius) 1 5 0 4 0 6 1 0 17
Frieseomellita sp. 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Lestrimellita limao (Smith) 0 2 0 0 1 1 0 1 5
Melipona fasciculata Smith 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Melipona flavolineata Friese 0 1 0 0 0 0 0 1 2
Oxytrigona tataíra Smith 4 2 3 1 0 1 3 0 14
Partamona ailyae Camargo 1 0 1 2 0 0 1 0 5
Partamona sp. 1 0 1 0 0 1 2 0 5
Scaptotrigona sp. 8 7 2 7 1 1 6 5 37
Scaptotrigona sp1. 1 1 0 1 0 0 0 0 3
Tetragona quadrangula (Lepeletier) 1 0 1 1 0 1 0 0 4
Tetragona dorsalis (Smith) 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Tetragona sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Tetragona sp1. 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Tetragonisca angustula (Latreille) 0 0 1 0 1 0 0 1 3
Trigona amazonensis (Ducke) 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Trigona fulviventris Guérin 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Trigona pallens (Fabricius) 1 0 0 0 1 1 1 0 4
Trigona spinipes (Fabricius) 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Trigona sp. 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Trigona sp.1 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Trigona sp.2 0 0 0 0 0 0 1 0 1

O gênero Scaptotrigona predominou com 36,4% de ninhos quantificados, seguido de Frieseom-


ellita (16,4%) e Oxytrigona (12,7%).
O número de espécies amostradas foi bastante representativo quando comparado ao de
outras áreas de cerrado já inventariadas no Maranhão (Rêgo & Brito, 1996 a, b; Rêgo, 1989;
Rêgo et al., 2007).

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A sucupira, Pterodon aff. polygalaeflorus e o pequi, Caryocar brasiliense, destacaram-se


dentre as espécies arbóreas, como os substratos mais atrativos para as abelhas sem ferrão, com o
maior número (21% e 20% respectivamente) de ninhos fundados (Figura 1). Diferentemente de
outra área de cerrado, leste do Estado (Rêgo, 1989), onde a maioria dos ninhos (88%) foi encon-
trada em Salvertia convallariodora, uma espécie muito freqüente em fisionomia de cerrado mais
arbórea conhecida como “cerradão”.
Considerando que a sucupira e o pequi são polinizadas por abelhas solitárias e morcegos
respectivamente, e mesmo que ocasionalmente os Meliponini coletem néctar em suas inflo-
rescências, essas abelhas parecem não os utilizarem como fontes de pólen durante seu forragea-
mento. Análises polínicas dos potes de alimento dos ninhos de algumas espécies selecionadas
para a criação estão sendo realizadas para a obtenção de dados mais conclusivos sobre suas
fontes de alimento, naquele cerrado.
O diâmetro (DAP) das espécies arbóreas em que foram encontrados os ninhos de Melipona são
maiores, quando comparado àqueles de outras árvores que abrigaram a maioria das outras espécies de
abelhas sem ferrão, na mesma área, e encontram-se descritos na tabela 2.

Figura 1 - Substratos mais utilizados pelos Meliponini para nidificação, no cerrado de Balsas-
MA, Brasil.

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Tabela 2 - Espécies de abelhas, substratos arbóreos, com ninhos, e suas medidas (Diâmetro na
altura do peito-DAP; e altura) inventariados no cerrado de Balsas, MA.

Espécies Nome popular Substratos arbóreos DAP (m) Altura (m)

Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 0,53 – 1,00 2,18 – 10,0


Frieseomellita flavicornis Mane de abreu Piqui/ Caryocar brasiliensis 0,67 – 2,33 1,06 – 7,00
Catinga de porco/ Terminalia aff. fagifolia 0,69 2,14
Frieseomellita sp. - Aroeira(mourão)/Myracroduon urundeuva - -
Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 1,18 2,00
Lestrimellita limao Limão
Piqui/ Caryocar brasiliensis 1,23 – 1,28 1,12 – 6,00
Melipona fasciculata Tiúba Jatobá/ Hymenaea sp. 1,55 6,00
Folha larga/ Salvertia convallariodora 0,50 1,63
Melipona flavolineata Uruçu
Capitão do campo/ Terminalia sp. 0,73 0,73

Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 1,00 – 1,28 1,28 – 1,50


Piqui/ Caryocar brasiliensis 1,09 – 1,23 3,50
Catinga de porco/ Terminalia aff. fagifolia 1,12 3,00
Pau terra da folha miúda/ Qualea sp 0,70 10,0
Jatobá/ Hymenaea sp. 1,50 – 1,55 3,00 – 5,00
Oxytrigona tataira Tataíra
Puçá/ Mouriri cf. grandiflora 1,30 1,50
Caraíba/ Tabebuia sp. 0,84 2,40
Sambaíba/ Curatella sp. 0,90 1,50
Quina brava/ Ascomium sp. 1,04 1,55
Folha larga/ Salvertia convallariodora 0,80 1,60
Puçá/ Mouriri cf. grandiflora 1,03 – 1,46 3,00 – 4,00
Piqui/ Caryocar brasiliensis 0,94 – 2,60 0,43 – 10,0
Jatobá/ Hymenaea sp. 1,06 – 1,55 1,98 – 8,00
Pau terra/ Qualea parviflora 0,93 2,30
Scaptotrigona flavisetis Tubi brabo Caxamorra/ Sclerolobium paniculatum 1,10 1,50 – 3,25
Folha larga/ Salvertia convallariodora 0,98 2,00
Capitão do campo/ Terminalia sp. 0,79 2,32
Copaíba/ Copaifera aff. langsdorffii 0,68 2,03
Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 0,94 – 1,60 1,00 – 10,0
Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 1,18 – 1,28 8,00 – 8,00
Scaptotrigona sp1. Tubi manso Pau terra/ Qualea parviflora 1,00 0,55
Canudeiro/ Não Identificada 1,90 > 10,0
Tetragona dorsalis Boca de vidro Puçá/ Mouriri cf. grandiflora 1,02 6,00
Puçá/ Mouriri cf. grandiflora 1,34 2,50
Tetragona quadrangula Borá
Piqui/ Caryocar brasiliensis 1,28 – 1,44 0,85 – 4,50
Tetragona sp. - Sucupira/ Pterodon aff. polygalaeflorus 0,82 1,80
Tetragona sp1. Tubi de macaco Copaíba/ Copaifera aff. langsdorffii 0,89 3,00
Aroeira/ Myracroduon urundeuva
Tetragonisca angustula Jataí Catinga de porco/ Terminalia aff. fagifolia 1,44 1,50
Angico/ Piptadenia sp. 0,80 0,06
Trigona spinipes Arapuá Gonçalo Alves/ Astronium fraxinifolium 0,60 5,00
Trigona sp. Boca de sapo Pau-pombo/Hirtella aff. ciliata 0,51 0,30
Trigona sp1. Sanharó Piqui/ Caryocar brasiliensis 1,10 2,00
Trigona sp2. - Caju/ Anarcardium sp. 0,90 1,70

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Os resultados da Análise multivariada/ regressão mútipla realizada entre as espécies de abelhas e o sub-
strato com ninhos fundados, e as medidas: DAP, altura e largura das espécies vegetais, mostraram que há cor-
relação entre as espécies de abelhas e a largura do substrato (R = 0,20; R2 = 0,04; p = 0,04; tolerância < 0,05).
Na área específica de estudos e em áreas adjacentes não havia até então, a criação racional de
abelhas (meliponicultura); quando ocasionalmente eram encontrados ninhos de Melipona (tiúba ou
de uruçu) o mel era retirado de forma predatória, o que ao longo do tempo, contribuiu para a diminu-
ição das populações dessas espécies no sítio de estudos. Outro fator também a ser considerado é o
freqüente corte de madeira na localidade o que impede ou retarda o crescimento das árvores deixan-
do-as pequenas e com os troncos finos, pouco espaçosos (vegetação com aspecto de “cerrado novo”)
e, portanto, não utilizado para a fundação de ninhos por espécies maiores de Meliponini.
Além de tiúba e uruçu, também foram selecionados para criação as espécies de tubi (Scap-
totrigona sp.), jataí (Tetragonisca angustula) e mané de abreu (Frieseomellita flavicornis). Estas
abelhas compõem a coleção (meliponário) e estão sendo utilizadas para fins de pesquisa e exem-
plificação da biodiversidade local. O povoado de Santa Luzia (Balsas-MA) dispõe de um balneário
aberto ao público, às margens do Rio Balsas, que a comunidade utiliza como turismo ecológico; o
meliponário estabelecido integra-se a esta alternativa de sustentabilidade.
Um total de 25 ninhos compõe o Meliponário da comunidade de Santa Luzia, no cerrado, Balsas-
MA. Estes estão sendo desmembrados até atingir um total de 40 ninhos em caixas racionais. A manuten-
ção e a multiplicação do meliponário ficou a cargo da comunidade que recebeu treinamento para tanto.

Agradecimentos

Ao CNPq (processo: 505503/2004/2) pelo apoio financeiro.

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SI MPÓS IO 9

NINHOS ARMADILHA

Coordenadores: Carlos Alberto Garófalo , Isabel Alves dos Santos

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A Utilização de Ninhos-Armadilha no
Estudo da Estrutura Sociogenética de Ninhos
de Euglossini (Hymenoptera: Apidae).
Running title: Estrutura genética de ninhos de Euglossini
Rogério Oliveira Souza e Marco Antonio Del Lama*
Departamento de Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos,
Rodovia Washington Luis km 235, 13565905, São Carlos, SP
* dmdl@power.ufscar.br - (16) 3351.8329 (fone); (16) 3351.8377 (fax)

Abstract

[The use of trap-nests in the study of the sociogenetic structure of Euglossini (Hymenoptera: Ap-
idae) nests]. Adults from Eulaema nigrita (n = 8), Euglossa cordata (n = 11) and Euglossa townsendi
(n = 7) nests had their DNA extracted and analysed for microsatellite loci in order to establish their
sociogenetic structure. The results showed that the El. nigrita nests were founded by one female
and, after that, other unrelated females shared the reproductive activites. Otherwise, most of the Eg.
cordata and Eg. townsendi nets were founded by one female mated with one male; however, it was
observed also one nest where different Eg. townsendi females shared the reproductive efforts. The use
of trap-nests as a tool for nest sampling is discussed.

Keywords: sociogenetic structure, Euglossini, nests, relatedness, sex ratio

Introdução

As abelhas euglossíneas ou abelhas das orquídeas fazem parte do grupo de abelhas corbi-
culadas. Apresentam distribuição tipicamente neotropical (Búrquez, 1997) e uma diversidade
de comportamentos que vai do solitário ao primitivamente social. A observação de que os ma-
chos coletavam fragrâncias em flores de orquídeas levou ao isolamento e utilização dos com-
postos caracterizados para atrair e capturar machos destas espécies. Graças a esta estratégia,
foi possível a descrição de um grande número de novas espécies e o estudo de fatores como
sazonalidade e preferência dos machos pelas fragrâncias, o conhecimento da diversidade de es-
pécies em diferentes ambientes, o estudo da genética de populações e a ocorrência de machos
diplóides, estimativas de tamanho populacional em experimentos de marcação e recaptura,
entre outros temas (Braga, 1976; Janzen, 1981; Powell and Powell, 1987; Roubik and Acker-
man, 1987; Ackerman, 1989; Campos et al., 1989; Wittmann et al., 1989; Roubik et al. 1996;
Takahashi et al., 2001; López-Uribe and Del Lama, 2007; López-Uribe et al., 2008). Embora
o conhecimento da biologia dos machos tenha avançado de uma forma significativa, estudos
sobre o comportamento de fêmeas são esparsos.
Como os euglossíneos constituem um grupo de abelhas que apresentam diferentes
níveis de organização social, estas espécies podem fornecer informações relevantes para
o conhecimento dos mecanismos que atuam no estabelecimento de sistemas sociais nos

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himenópteros. Os ninhos neste grupo são comumente construídos em cavidades de árvores


ou galhos, paredes de construções, segmentos de bambu, ninhos de cupins, folhas fixas, e
uma gama de outros ambientes. Embora mais de 200 espécies de Euglossini já tenham sido
descritas, apenas para 38 delas se conhece a estrutura dos ninhos (Ramirez et al., 2002).
A grande dificuldade de se encontrar os ninhos produzidos pelas fêmeas justifica a pouca
informação sobre a estrutura nidal.
Estudos com ninhos-armadilha ou ninhos naturais mantidos em caixas de observação
têm contribuído sobremaneira para minimizar as dificuldades de se encontrar os ninhos na
natureza. Graças a esta estratégia, tem incrementado de forma expressiva nosso entendimento
sobre as relações entre os indivíduos de um ninho (Sakagami and Michener, 1965; Myers and
Loveless, 1976; Garófalo, 1992; Santos and Garófalo, 1994; Arriaga et al., 1996). Escolhido
o local, a fêmea dá início à coleta de material utilizado na construção das células, seja barro,
excrementos ou resina. Após construir uma célula e tendo aprovisionado-a com alimento,
uma mistura de pólen e néctar, ela deposita o ovo. Em alguns casos, pode ocorrer o compar-
tilhamento do ninho por mais de uma fêmea durante processos de reativação deste (Garófalo,
1985; Augusto and Garófalo, 2004).
Se a biologia da nidificação tem sido crescentemente investigada, não se tem informação sobre
as relações genéticas entre os indivíduos do ninho e, por esta razão, torna-se necessária a realização
de estudos desta natureza.
O objetivo deste trabalho foi averiguar a estrutura sociogenética de ninhos de Eulaema nigrita
(Lepeletier, 1841), Euglossa cordata (Linnaeus, 1758) e Euglossa townsendi (Cockerell, 1904). Espe-
cial atenção foi dada ao parentesco intranidal, de forma a estimar, por meio de locos microssatélites, o
número de fêmeas e machos responsáveis pela cria. Além disso, observações sobre o comportamento
social e de nidificação foram confrontadas com os dados disponíveis na literatura.

Material e Métodos

Foram coletados 8 ninhos (N1 a N8) de Eulaema nigrita na área do Campus da Universidade
Federal de São Carlos, construídos no interior de blocos de concreto. Onze ninhos de Euglossa
cordata (9 em ninhos-armadilha de bambu; um em tronco de Pinus e um em tronco de Bougainvil-
le sp) e 7 ninhos de Euglossa townsendi (todos fundados em ninhos-armadilha de bambu), foram
coletados na área urbana da cidade de São Carlos, na área rural de Rifaina (SP) e nos Campi da
UFSCar de Araras e São Carlos. Os ninhos foram trazidos para o laboratório e mantidos à tempe-
ratura ambiente até à emergência das crias. Os ninhos-armadilha utilizados apresentavam com-
primento e diâmetro variáveis e os ninhos construídos em galhos de Pinus sp ou de Bougainville
sp haviam sido anteriormente ocupados por Xylocopa sp. À emergência, os indivíduos foram se-
xados, pesados e congelados à –20ºC ou mantidos em álcool absoluto. Após a última emergência
natural em cada ninho, aguardou-se um prazo mínimo de dois meses; decorrido este período, as
células fechadas foram abertas para verificação do conteúdo.
O DNA total foi extraído a partir de uma das pernas desses indivíduos utilizando ou extra-
ção salina / álcool para os indivíduos emergidos (Paxton et al., 1996) ou extração por Chelex 100
(Walsh et al., 1991) para as crias mortas. Amplificação por PCR de locos microssatélites foi realizada
utilizando-se primers de El. nigrita e Eg. cordata marcados com fluorescência (Souza et al., 2007).
Os fragmentos gerados foram analisados em seqüenciador MegaBACE – 750 (GE - Applied BioSys-
tems) de acordo com o padrão de picos gerado para cada loco.

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Resultados

Biologia da Nidificação - A entrada dos ninhos de El. nigrita apresentou cerca de 1,5 cm de
diâmetro, sendo revestida de barro, formando um pequeno tubo que se iniciava no interior dos blocos
de construção, prolongando-se por cerca de 2,0 cm para o exterior e não excedendo 5,0 cm de compri-
mento total. O número de células produzidas por ninho variou de 1 a 90. Nos ninhos onde o número
de células formadas foi muito baixo (N6 e N8), a morte ou o abandono do ninho pela(s) fêmea(s) deve
ser a causa mais provável, já que nestes ninhos foi observada uma célula apical aberta.
Em dois dos blocos contendo ninhos de E. nigrita foram coletadas fêmeas mortas em seu inte-
rior (antes da operculação das células). As análises genéticas por microssatélites revelaram que estas
eram as prováveis responsáveis por parte da postura.
A mortalidade da cria em ninhos de El. nigrita oscilou entre 19% e 65%. Esta alta taxa de
mortalidade verificada em um ninho deve ser atribuída à elevada umidade no interior do bloco de
concreto onde o ninho fora construído. Os dados não indicaram mortalidade diferencial entre os sexos
(p<5%) e a mortalidade das crias se deu em diferentes estágios do desenvolvimento (ovo, larva, pupas
e adultos).
Considerando a prole de seis ninhos, uma razão sexual muito desviada para machos foi verifi-
cada em El. nigrita (188 machos : 39 fêmeas – ver Tabela 1).

Tabela 1 - Razão Sexual (RS) observada a partir de ninhos (número entre parênteses) e de in-
divíduos coletados em flores de Thevetia peruviana. O teste de χ2 foi feito para averiguar RS igual a
1:1 (NS = não significativo; * = significativo a nível de 5%).

fêmeas machos χ2
ninhos (6) 39 188
El. nigrita
flores 106 115 0.36NS
ninhos (12) 35 26 1.32NS
Eg. cordata
flores 596 53
ninhos (7) 39 19 6.89*
Eg. townsendi
flores -- --

Em três dos ninhos de Eulaema nigrita, observou-se a presença de células ocupadas por crias
de Exaerete smaragdina (Guérin-Méneville, 1845); geralmente, as células ocupadas situavam-se na
base do ninho (células basais). Em dois ninhos foi observada ainda a presença de Lasioderme sp
(Coleoptera: Amobiidae) em algumas células. Este pequeno coleóptero (2 a 3 mm) é um consumidor
de matéria orgânica, sendo um dos principais problemas para os produtores de charutos. Não foi ob-
servado, contudo, qualquer dano causado aos ninhos de El. nigrita.
O início da construção dos ninhos de E. cordata e E. townsendi foi verificado pela observação da
atividade das fêmeas ingressando nos ninhos-armadilha ou pela presença de parede resinosa no interior
destes. O término das atividades de campo foi estabelecido pela ausência de perfuração da parede de
fechamento por vários dias seguidos, indicando a provável morte da fêmea no interior do ninho.
O número de células construídas por ninho e de indivíduos emergidos variou de 1 a 14 nos ni-
nhos de Eg. cordata e de 1 a 32 emergidos nos ninhos de Eg. townsendi. Nesta espécie, um dos ninhos
apresentou 77 células, das quais emergiram 32 adultos, ou seja, mais da metade da postura ali feita já

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havia emergido quando o ninho foi coletado. A taxa de mortalidade não foi significativamente diferente
entre os sexos nestas espécies. Foi observada uma razão sexual de 35 fêmeas : 26 machos (RS = 1:1) e
39 fêmeas : 19 machos (RS = 2:1) em Eg. cordata e Eg. townsendi, respectivamente (Tabela 1). A mor-
talidade verificada nestas espécies ocorreu igualmente nos diferentes estágios do desenvolvimento.
Reaproveitamento foi evidenciado no ninho do qual emergiram os 32 adultos referidos anterior-
mente. Este reaproveitamento foi presumido a partir da diferença de coloração da resina utilizada e do
estado das células. Nos demais ninhos, por se tratarem de bambus e tocos dispostos há pouco tempo,
não houve indícios de reaproveitamento de células.
Genética Intranidal - A análise genética dos ninhos utilizando os locos microssatélites revelou
a presença de mais de uma fêmea ovipositando nos ninhos de El. nigrita, com exceção de um ninho
que continha apenas duas células produzidas possivelmente pela mesma fêmea.
Considerando o número de alelos e os haplótipos observados nos ninhos, a análise de cada progê-
nie evidenciou a presença de, pelo menos, 3 (N1), 2 (N2), 8 (N3), 6 (N4) e 7 (N5) fêmeas responsáveis
pela postura em cada um dos ninhos analisados. O número de fêmeas foi estimado com base no número
de diferentes alelos apresentados pelos machos para cada um dos locos microssatélites. Para exemplifi-
car, se em um determinado ninho 15 alelos de um certo loco foram observados nos machos, como estes
são produzidos partenogeneticamente pelas fêmeas e estas podem ter, no máximo, dois alelos distintos
por loco, concluiu-se que são necessárias, pelo menos, oito fêmeas para justificar este achado.
Com relação aos adultos de Ex. smaragdina emergidos dos ninhos N2 e N3, estes foram ana-
lisados para os marcadores microssatélites e os resultados indicaram que estas fêmeas poderiam ser
consideradas irmãs completas.
Para os ninhos de E. cordata e E. townsendi, a análise genética revelou que as proles devem
ser resultantes de acasalamento único (monândrico) de uma fêmea em 15 dos 18 ninhos analisados.
Em um ninho de E. cordata e outro de E. townsendi, não foi possível atribuir a maternidade à fêmea
que ocupava o ninho no momento de sua coleta; nestes dois ninhos, o número de células formadas
era igual a dois.
Com relação ao ninho de E. townsendi com 77 células, a disposição destas no bambu era em
pequenos grupos de células, ligeiramente distantes uns dos outros e não de uma forma contínua. Os
fenótipos para os marcadores microssatélites sugerem a existência de fêmeas diferentes ovipositando
em cada um destes grupos de células; contudo, a dificuldade em delimitá-los e de identificar ine-
quivocamente a origem de cada um dos indivíduos emergidos não nos possibilita afirmações mais
conclusivas. Com base no número de alelos detectados nos machos, o número mínimo de fêmeas que
geraram os 32 adultos emergidos foi igual a 3.

Discussão

Os resultados observados sobre a biologia de nidificação (arquitetura dos ninhos) em El. nigrita
são semelhantes aos descritos por Garófalo (1994).
Não foi observada uma causa aparente (exceto a elevada umidade no bloco onde foi encontrado
o ninho N2) que pudesse justificar a alta mortalidade em El. nigrita no estágio de ovo. Nestas células
fechadas, embora os ovos não tenham sido diretamente observados, é de se supor que a postura tenha
sido realizada pois as células estavam aprovisionadas. Uma alta taxa de mortalidade na fase de ovos
foi igualmente relatada por Santos and Garófalo (1994).
A presença de Ex. smaragdina nas primeiras células construídas nos ninhos N1, N2 e N3
indica que as fêmeas desta espécie cleptoparasita aproveitam os momentos iniciais da construção

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do ninho para gerar sua prole, evitando assim, conflitos diretos com as fêmeas de El. nigrita. Estas
iniciam os ninhos de forma solitária, mas podem posteriormente exibir um comportamento comu-
nal (Pereira-Martins, 1991). Entretanto, Garófalo and Rozen (2001) relataram ataques contínuos
de Ex. smaragdina a ninhos de El. nigrita, ovipositando tanto em células basais quanto nas apicais.
Estes autores observaram que as fêmeas de Ex. smaragdina faziam vôos de aproximação, de modo
a sondar a presença de fêmeas da espécie hospedeira. Caso não detectassem a presença de El.
nigrita, elas adentravam o ninho para realizar postura; porém, se alguma fêmea se encontrava no
interior do ninho, rapidamente a fêmea de Ex. smaragdina deixava o ninho para evitar confrontos,
embora o parasitismo tenha sido reportado em ninhos onde até cinco fêmeas de El. nigrita estavam
presentes (Garófalo and Rozen, 2001).
Embora em números absolutos não tenha ocorrido diferença no número de parasitas nos ninhos
N2 e N3 (dois parasitas cada), onde a postura foi realizada por n ≥ 2 e por n ≥ 8 fêmeas de El. nigrita,
respectivamente, o parasitismo foi relativamente menor em N3.
A maior defensividade do ninho contra predadores e parasitas é presumida como mecanismo
de pressão seletiva que pode ter resultado na mudança de um hábito solitário para uma vida comunal.
Esta maior defensividade não foi observada por Santos and Garófalo (1994) envolvendo o besouro da
espécie Meloetyphlus fuscatus, um parasita de ninhos de El. nigrita.
Os ninhos de El. nigrita aqui analisados apresentaram maior defensividade associada ao maior
número de fêmeas no ninho, e o aparente reaproveitamento em N5 (ninho mais antigo) não resultou
em aumento na taxa de parasitismo.
O reaproveitamento de ninhos foi observado também em Eg. cordata (Garófalo, 1985) e Eg.
townsendi (Augusto and Garófalo, 2004), onde um dos aspectos comuns a essas espécies foi a re-
distribuição das tarefas do ninho (postura e forrageamento). Usualmente, a fêmea fundadora desem-
penha ali o papel de dominante (ovipositora) e, após sua morte, tem início a disputa pela função de
ovipositora, geralmente alçada pela fêmea mais antiga do ninho (Augusto and Garófalo, 2004).
Os resultados da análise dos locos microssatélites corroboram os relatos da literatura sobre a
organização social destas espécies. El. nigrita é inicialmente solitária na fundação de seus ninhos
e, posteriormente, novas fêmeas podem se agregar. A diferença aqui observada é que o parentesco
entre as fêmeas não parece ser fator determinante para formação e manutenção a longo prazo desta
estrutura nidal (ninhos novos – N3 e N4 vs. ninhos velhos – N5). Entretanto, são necessárias maiores
informações sobre comportamentos tais como usurpação de células, divisão de trabalho e interações
agonísticas entre as fêmeas no interior dos ninhos para que se possa compreender mais claramente
como estes comportamentos estão relacionados aos níveis de parentesco e os possíveis fatores que
contribuem para a manutenção de um comportamento parasocial nesta espécie.
O acasalamento único parece ser a regra em El. nigrita como observado mais facilmente nos
ninhos pequenos, embora um acompanhamento mais refinado, principalmente envolvendo grandes
posturas, deva ser feito para que tal questão seja totalmente esclarecida. É interessante notar que em
Eg. cordata e Eg. townsendi, o hábito solitário e a monandria são eventos comuns. Contudo, parece
que a segunda espécie se comporta de forma mais flexível, assemelhando-se ao observado em El.
nigrita, ou seja, fêmeas são aparentadas podem compartilhar o ninho.
Em decorrência da grande dificuldade de se localizar os ninhos de Euglossini na natureza, a
estratégia de amostragem a partir dos ninhos-armadilha é a grande ferramenta que se pode dispor para
que estudos da genética nidal possam ser realizados. A obtenção destes ninhos permite ainda compa-
rar dados da biologia destas espécies obtidos por meio de outras estratégias de amostragem. Como
exemplo, pode-se confrontar a razão sexual estimada a partir de ninhos com a amostragem a partir de

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flores (ver Tabela 1). Experimentos de marcação e recaptura de machos e adultos de Eulaema nigrita
e Euglossa cordata ao visitarem flores de Thevetia peruviana (Apocynaceae) para a coleta de néctar
em ambiente urbano revelam razões sexuais muito diferentes (López-Uribe et al., 2008). Achados
desta natureza, por exigirem uma justificativa, contribuem para o conhecimento de características da
biologia destas espécies até o momento não identificadas.
A estrutura sociogenética e o parentesco intranidal, a divisão do trabalho reprodutivo (fêmeas
ovipositoras vs. fêmeas construtoras e forrageadoras), a ocorrência de comportamentos agonísticos
ou cooperativos entre fêmeas, a determinação do sistema de acasalamento das fêmeas (monandria
vs. poliandria) são questões que podem agora ser averiguadas à luz da estrutura genética familial
mediante o uso de marcadores genéticos potentes (microssatélites). Estudos desta natureza permitirão
explorar melhor os modelos já propostos sobre a evolução e a manutenção dos diferentes níveis de
organização social.

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Trap-Nesting as a Methodology For the Study of


Solitary Bee Ecology and Behavior
Jordi Bosch and Sergio Osorio
Ecologia - CREAF, Universitat Autònoma de Barcelona,
Bellaterra, Spain. Jordi.Bosch@uab.es; Sergi.Osorio@uab.es

Abstract

Some solitary bees, notably in the Megachilidae and Hylaeinae, but also in the Apinae, nest in
pre-established cavities, such as old bee or wasp nests, beetle burrows in dead wood, hollow stems, and
vacant snail shells. Because they readily accept artificial nesting materials, these species can be easily
trap-nested. Trap-nesting affords a unique opportunity to examine and manipulate nests without dam-
aging their contents, even while the nest is being constructed. In addition trap-nesting can be used as a
standardized, repeatable sampling method. In this paper, we provide examples of studies that use trap-
nests to investigate various aspects of bee ecology and behavior, namely in the fields nesting behavior,
nest location and recognition, community ecology, parental investment, and crop pollination. Our ob-
jective is to illustrate the versatility of trap-nesting as a methodological tool in bee biology studies.

Key words: nesting behavior, nest recognition, bee communities, food webs, resource alloca-
tion, crop pollination

Introduction

With more than 16,000 species described worldwide (Michener, 2000), bees (Hymenoptera,
Apiformes) display a notable variety of nesting habits (Malyshev 1935; Stephen et al., 1969; Roubik,
1989; O’Toole and Raw, 1991). Bee nesting behavior may be divided in three broad categories: 1) spe-
cies that excavate their nests, usually underground (Andrenidae, Melittidae, Stenotritidae, most Hal-
ictidae, and Colletinae, and many Apinae) but sometimes in wood (Xylocopini, Lithurgini) or in soft-
pith stems (Ceratinini, Allodapini, some Megachilidae); 2) species that build more or les free-standing
nests, usually attached to stone walls, but sometimes to vegetation (some Megachilidae, Apis dorsata);
3) species that use pre-established cavities, including both social species (Apis, Bombus, Meliponini)
that form colonies in large cavities (hollow tree trunks, abandoned rodent nests), and solitary species
that nest in small cavities such as wood borings made by xylophagous beetle larvae or abandoned bee
or wasp nests. The latter group (henceforth cavity nesters) includes most Megachilidae, most Hylaeus,
and some Centridini, Xylocopini, Euglossini and Tetrapediini, as well as a few Anthophora and Col-
letes. Some Megachilidae nest in vacant snail shells, and some Hylaeus in abandoned galls.
Because they readily accept artificial or semi-artificial nesting materials, cavity nesters can be
easily trap-nested (Krombein, 1967). Usually, females nesting in trap-nests build linear series of cells.
Each cell is typically provisioned with a loaf of pollen mixed with nectar, and one egg is laid on each
provision. From a methodological perspective, trap-nests offer a series of advantages that greatly
facilitate the study of cavity nesting species. To begin with, trap-nests are a convenient tool to obtain

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large populations of the target species. Because their design and dimensions can be standardized,
trap-nests constitute a very effective, repeatable sampling method. Trap-nests can be easily trans-
ported and stored, and even relocated, without compromising bee survival. Finally, trap-nests offer a
unique opportunity to examine and manipulate the inside of a nest without destroying it, even while
the nest is being constructed. The objectives of this study are: 1) to provide an overview of trap-nest
designs; 2) to illustrate the versatility of trap-nests as a methodological tool for bee biology studies.
For convenience, we divide these studies into five broad categories: nesting behavior, nest location
and recognition, community ecology, parental investment, and crop pollination. We provide a few
examples of studies in each of these categories. Our aim is not to review the extensive literature of
studies using trap-nests, but to emphasize the methodological advantages of trap-nesting.

Trap-nests

With some variations, most trap-nests conform to one of four types (Torchio, 1982; Bosch and
Kemp, 2001): solid blocks, hollow boxes, grooved boards, and bundles. In any case, it is important
that the nesting cavities have a blind end, as females rarely accept cavities with both ends open. It
is also important to seal any crevices to prevent entry of light, which would result in diminished at-
tractiveness to females.

Blocks
Solid wood blocks with drilled holes closely reproduce conditions found by female cavity nest-
ing bees in abandoned beetle burrows in dead trees. Paper straws can be inserted in each hole, so that
the entire nest can be extracted without damaging its contents. It is advisable to use paraffined paper, as
non-paraffined straws sometimes wick humidity from the pollen-nectar provisions and increase larval
mortality. Plastic straws and paper straws coated with plastic-like materials are usually not suitable, as
they tend to promote condensation and fungal growth within the nest. It is important to waterproof wood
blocks, even inside the nest cavities. Without waterproofing, materials tend to swell with increasing
humidity, causing cavities to shrink. Waterproofing needs to be done well in advance so that the nest-
ing unit is dry when used, because the vapors of many wood finishing materials repel females and may
cause mortality of early immature stages. For a more affordable type of nesting unit, styrene blocks can
be used, but they are not as attractive as wood, and usually yield higher immature mortality.

Boxes
Paper tubes can also be set up in hollow boxes. Empty milk cartons have been extensively
used because they provide a durable, water-proof material. A milk-carton trap-nest consists of a front
wood board with drilled holes, through which paper straws sealed at the back are inserted, encased in
a milk carton. Similar nesting materials can be built using a wood box, paraffin-coated cardboard, or
some other waterproof material that does not trap excess moisture. Trap-nest boxes are inexpensive
and easy to build, but are usually less attractive than wood blocks. Mortality is usually higher than in
wood blocks because they do not provide good insulation against extreme temperatures and because
parasitoids and predators can easily move from one nest to the other.

Grooved boards
Wood boards with semicircular grooves can be stacked to form nesting units that can be easily
disassembled for nest inspection. Grooved boards should be tightly clasped together to prevent crev-

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ices through which light, parasites, and water might access the nesting cavity. Grooved boards can be
used with or without paper or cardboard inserts.

Bundles
Reeds or thick cardboard tubes can be easily bundled together and used as trap-nesting units.
These bundles can be encased in water-proof containers such as milk cartons to provide extra protection
from water and direct sunlight. Reed sections should be cut so that the front of the nesting cavity is open
and the back is sealed by the reed node. Reeds can be easily split length-wise for nest inspection.
Irrespective of the trap-nest type used, it is important to adjust the size (inner diameter and length)
to the preferences of the target species. Preferred inner diameter is highly correlated with female body
size, although sometimes females will accommodate cell construction to cavity size, for example by
building two parallel series of cells in wide cavities. In general, preferred cavity length is also corre-
lated with body size, and females will typically not use all the space available in long cavities.
Trap-nests should be attached to any substrates offering natural nesting cavities. Trunks of both
live and dead trees offer good results. Old buildings, with wood beams, stone crevices or thatched
roofs are also favorable substrates. Good results are also obtained in clay embankments and adobe
walls, which usually host nests of burrowing bees that are occupied by cavity nesters when aban-
doned. For best results, trap-nests should be set up in a horizontal position.

Nesting behavior

Cavity nesters can sometimes be induced to nests in glass or clear acetate tubes, as long as these
are covered with an opaque sleeve to prevent light access. Sleeves can then be removed while the bee is
inside the nest, allowing for the observation of in-nest behavior, including cell construction, nectar and
pollen deposition, egg laying and nest guarding. The use of glass tubes also allows for the observation
of the behavior of cleptoparasites and other nests associates. Gerber and Klostermeyer (1970) used clear
acetate tubes to film egg laying in Megachile rotundata. They described how abdominal contractions
were briefly arrested during ovipositon of female eggs but not of male eggs. They related this pause to
the pumping of sperm from the spermatheca resulting in the fertilization of female eggs. Glass tubes
can also be inserted through the walls of observation booths. Upon entry of a bee inside the nest, the
observer inside the booth can pull the tube out of the wall and place it under a stereomicroscope with
a red light. When the bee is about to leave the nest, the glass tube can be re-inserted with no alteration
of the bee behavior. Torchio (1984) used this method to make detailed observations on the use of the
bilobed proboscis of Hylaeus bisinuatus as a paintbrush to spread the oral secretion used to line the nest
cavity. In other studies (Torchio, 1989a, 1989b), he observed the interactions between Osmia spp. and
their cleptoparasite Stelis montana. Among other findings, Torchio described how S. montana mimics
the ovipositing behavior of its hosts, laying eggs on the surface of the provision when parasitizing O.
lignaria, but burying it in a chamber within the provision when parasitizing O. californica and O. mon-
tana. He also observed females of S. montana entering Osmia nests and removing large bites of provi-
sion. These females then spread the chunks of robbed pollen-nectar on their body surface, presumably
to mask olfactory evidence of their visitation into host nests. Other studies have used clear acetate tubes
associated to an electronic recording balance to record nesting weight changes (corresponding to pollen-
nectar or to nesting material deposition) during nest construction (Phillips and Klostermeyer, 1978).
Once completed, nests offer a wealth of cues related to nesting behavior and life cycle, including
nesting materials used, cell and nest cap architecture, provision shape, pollen specialization, egg location,

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cocoon shape and structure, shape of fecal pellets, overwintering stage and voltinism. Nests built in trap-
nests can be easily dissected without damaging their contents, so that these traits can be scored and used to
trace their evolution. Bosch et al. (2001) defined 29 characters from the nests of 11 Osmia species belong-
ing to three subgenera, O. (Osmia), O. (Helicosmia), and O. (Cephalosmia). As many as 21 of these char-
acters were informative, and thus could be used on their own or combined with other types of characters
(molecular of morphological) to infer phylogenetic relationships. They then used the adults reared from the
nests to build a molecular phylogenetic tree on which they mapped the behavioral / life cycle characters. O.
(Osmia) and O. (Cephalosmia) showed a higher degree of consistency in nest characters than O. (Helicos-
mia). Among other things, Bosch et al. traced the evolution of cocoon structure (with increasing numbers
of silk layers) and the transition from masticated leaf to mud as nest building material.

Nest location and recognition

The visual appearance of trap-nests and their immediate surroundings can be easily modified.
Trap-nests can also be displaced and then relocated without damaging the contents of the nest, includ-
ing the nesting female. Various studies have used these techniques to study nest location in cavity
nesters (e.g., Osgood, 1974; Steinmann and Menzel, 1990; Torchio, 1991; Fauria and Campan, 1998;
Campan and Lehrer, 2002; Guédot et al., 2005). Fauria et al. (2004) studied the role of visual land-
marks in nest location in the leafcutting bee Megachile rotundata. They used a series of trap-nests
blocks inserted in the centre of squared metal sheets (50 x 50 cm), and placed unique constellations
of geometrical shapes around each trap-nest. They trained bees to nest in this situation and then
exchanged the shape constellations and scored the behavior (inspection of other nesting cavities, in-
correct nest choices) of returning bees. These changes resulted in only minor effects on the females,
suggesting that other visual landmarks provided sufficient cues for nest location. Fauria et al. then
conducted several manipulations to modify the edges of the nesting block and the metal sheet. As
edges were displaced further away from the nesting block, returning bees became increasingly disori-
ented. When the edges of the metal sheet were hidden all females bypassed their nesting block, and
inspected neighboring blocks in metal sheets whose edges had not been manipulated. These results
suggested a hierarchical use of edges as visual landmarks related to their distance from the nest. Us-
ing the same species, Guédot et al. (2006a) found that both color patterns and three-dimensional cues
increased the homing performance of returning females. In other studies (Vicens and Bosch 2000),
nesting shelters containing nesting blocks with established females were displaced at night to various
distances. The number of females that performed orientation flights in front of the newly located nest-
ing shelters the following morning and the proportion of females that abandoned the shelter increased
with moving distance, This trend did not change with the addition of visual landmarks in the sur-
roundings of the nesting shelter. At intermediate distances (100-200 m) many of these females were
found at the original nesting site hovering at the exact location of the missing shelter.
Artificial nesting cavities are also a convenient tool for the study of olfactory cues used in nest
marking (e.g., Steinmann, 1976; Gerber and Klostermeyer, 1972; Raw, 1992; Strohm et al.; 2002).
Guédot et al. (2006b) used glass tubes inserted in an observation booth to study individual nest mark-
ing and recognition in Osmia lignaria. It was shown that upon leaving the nest, females often smeared
an abdominal secretion on the walls of the nesting cavity. Guédot et al. then used glass tubes cut in
three sections as nesting material. Once a female had started nesting, and while she was on a foraging
bout, one or two of the sections were replaced by clean sections. They then recorded the behavior of the
female upon returning to the nest. All females exposed to a control treatment (tube sections disassem-

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bled and reassembled) entered the nesting tube without hesitation and all deposited their pollen-nectar
load on the provision. When the outer section was replaced, females stopped at the entrance, which
they inspected with their antennae. Usually, these females checked adjacent nesting holes, and after
several attempts, finally entered their nesting tube and deposited their pollen-nectar load. When the
middle section was replaced, females entered their nesting tube without hesitation, but then abruptly
stopped at the beginning of the middle section. These females checked other nesting cavities and after
several attempts, most of them crossed the middle section of their own nest and deposited their pollen-
nectar load. When both sections were replaced, most females ended up abandoning their nest.

Community and population ecology

Trap-nests represent a convenient, repeatable, standardized sampling method for community


and population ecology studies. By using cavities of different sizes, nests of a range of solitary bee
and solitary wasp species varying in body size can be obtained. Garófalo et al. (2004) list 60 bee
species trap-nested in Brazil, and Tscharntke et al. (1998) found 33 species of bees and 55 species of
wasps in Germany. Cavity-nesting bees and wasps represent small, easy-to-handle communities that
are increasingly being used as bioindicators of habitat quality and quantity (habitat structure, habitat
fragmentation, land uses, landscape pattern) (e.g. Aguiar et al. 2005; Frankie et al., 1998; Tscharn-
tke et al. 2002; Steffan-Dewenter, 2003; Klein et al., 2002; Gathmann et al., 2004; Buschini, 2006;
Makino et al., 2006; Loyola and Martins, 2007; Taki et al., 2008). For example, Tscharntke et al.
(1998) used bundles of reed sections to survey 40 sites in Germany representing a diversity of field
types, including barley fields, clover-grass mixtures, mown and unmown fallows and old orchards.
They found that bee (but not wasp) abundance and species richness was positively correlated with
plant species richness. They also found that fields with old trees had larger cavity nester populations
that fields without trees. Percentage mortality (parasitism and predation) of cavity nesters was posi-
tively related to habitat age, and negatively to fragment isolation. In a study in 24 agroforestry sites
in Indonesia, Klein et al. (2006) found that species richness of both cavity nesting bees and their par-
asites and predators increased with proximity to natural forests and increased light intensity through
increased flower diversity. Tylianakis et al. (2005) incorporated a temporal dimension to the study of
cavity nester communities. They found that intensive agricultural systems in Ecuador housed a high
diversity of cavity nesters in certain months, but species turnover was greater in abandoned coffee
plantations and forests, resulting in a higher overall diversity in these habitats.
Trap-nests are also an appropriate methodology to study the structure of host-parasite, bee-plant,
and wasp-prey interactions. A few recent studies have investigated the effect of habitat modification
on food web structure of cavity nesting bees and wasps and their parasites and predators. Albrecht et
al. (2007) analyzed 49 food webs in restored and intensively managed meadows in Switzerland. They
found a greater diversity of plants in restored meadows, and this was accompanied by increased abun-
dance and species richness of bees, wasps and their natural enemies. Mortality caused by parasites and
predators and the diversity of specific trophic interactions were also higher in restored habitats. In in-
tensively managed meadows at increasing distances from restored areas, they found that interaction di-
versity declined more rapidly than species diversity. Food web structure was clearly different in the two
types of habitat. Linkage density (average number of links per species), interaction diversity, interaction
evenness (a measure of the uniformity of energy flows along different pathways) and compartment
diversity (a measure of diversity of subwebs with no lo links to other subwebs) were higher in restored
meadows, indicating increased ecosystem stability. In a similar study, Tylianakis et al. (2007) analyzed

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48 food webs in 5 habitat types representing a gradient of habitat modification (forests, abandoned cof-
fee agroforests, coffee agroforests, pastures and rice paddies) in Ecuador. Their results show significant
differences in food web structure along the gradient. Rate of parasitism, vulnerability (a measure of the
ratio of host to parasitoid species), and interaction evenness differed significantly among habitats. Inter-
estingly, host and parasite species richness did not vary across habitats, so that differences in food web
structure were mostly explained by habitat modification. Tylianakis et al. conclude that perturbation of
community structure may remain undetected when only conventional community descriptors are used.

Parental investment

By facultatively fertilizing their eggs, solitary bee females have a high degree of control over
both the sex of their offspring. By adjusting the amount of food provisioned in each cell, these fe-
males also have a high degree of control over the size of their offspring, since body size is highly cor-
related to provision size. For these reasons, solitary bees are very appropriate models to study parental
investment strategies. By using trap-nests, nest progression can be monitored, and the inside of the
nest can be manipulated without damaging the progeny. In this way, variables related to parental in-
vestment and sex allocation, such as daily rate of provisioning, amount of food allocated to each sex,
or sequence of male and female production, can be easily measured. Various studies have investigated
parental investment and resource allocation in cavity nesting bees (e.g., Tepedino and Torchio, 1982;
Frohlich and Tepedino 1986; Sugiura and Maeta 1989; Rust 1993; Paini and Bailey, 2002; Goodell,
2003; Bosch and Vicens, 2006; Seidelmann, 2006).
Some of these studies have tested whether parental investment strategies conform to various
theoretical models of parental investment (Conditional Sex Allocation, Optimal Allocation, Fisher’s
theory of equal investment in both sexes). In a two-year study of a wild Osmia cornuta population,
females allocated food resources in perfect agreement with Fisher’s theory (Bosch and Vicens, 2005).
Sex allocation (investment in sons / investment in daughters) was 1 in both years, regardless of the
currency used to measure parental investment (provision weight or foraging time). Despite yearly
differences in weather conditions, offspring sex ratio and body size of either sex did not vary between
years. However, in a later study (Bosch 2008), pollen-nectar availability was manipulated by releas-
ing females in an almond orchard either before or after peak bloom. When exposed to decreased flow-
er availability, females expressed slower provisioning rates, and biased the sex ratio of their progeny
towards males, which require smaller provisions than females. Male offspring body size was similar
to years with abundant resources, but body size of female offspring was smaller. This resulted in in-
creased female mortality and an extremely male-biased secondary sex ratio. Other studies have found
similar results in caged Megachile apicalis when the levels of floral resources were manipulated, and
in free-flying Megachile rotundata when females were forced to fly increasing distances to reach
their food sources (Kim, 1999; Peterson and Roitberg, 2006). Other studies have used a range of cav-
ity sizes to study the effect of nesting cavity diameter and length on progeny sex ratio (e.g., Stephen
and Osgood, 1965; Gerber and Klostermeyer, 1972; Tepedino and Torchio, 1989; Rust 1998; Bosch,
1994). The proportion of female offspring increases with increasing cavity diameter and length.

Crop pollination

Many studies have investigated the use of populations of cavity nesting bees to pollinate
crops. Management of cavity nesters offers a series of advantages compared to management of

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ground nesters. Trap-nests are easily transported and stored, which facilitates the use of cav-
ity nesters as mobile pollinators. Trap-nests can also be exposed to different temperature re-
gimes, allowing for the manipulation of emergence times and facilitating the synchronization
of foraging activity with peak bloom of a diversity of crops differing in blooming time (e.g.,
Bosch and Kemp, 2003). Finally, populations in trap-nests can be easily inspected and nest-
ing materials can be disinfected to control levels of parasites and pathogens. It is not surpris-
ing that only a small proportion of the bees that have been developed as crop pollinators are
ground nesters (Nomia melanderi, Rhophitoides canus; Johansen et al., 1982; Ptacek, 1989;
Cane, 1997), compared to a larger proportion of social species nesting in large cavities (Apis
spp., Bombus spp.; Free, 1993; Velthuis and van Doorn, 2006) or solitary species nesting in
small cavities (Megachile spp., Osmia spp.). The alfalfa leafcutting bee, Megachile rotundata,
which was developed as an alfalfa pollinator in the 1960s is currently the main alfalfa polli-
nator in the USA and Canada, and has been used in several European countries (e.g., Bohart,
1962; Stephen, 1962; Hobbs, 1967; Richards, 1984; Pitts-Singer, 2008). Also in the 1960s, the
mason bee Osmia cornifrons was developed as an orchard pollinator in Japan, and is now the
main apple and plum pollinator in this country (e.g., Yamada et al., 1971; Maeta and Kitamura,
1974; Maeta, 1978). Management systems have also been developed for two closely-related
species Osmia lignaria, and Osmia cornuta, which are increasingly being used in the USA and
Europe, respectively (e.g., Torchio, 1985, 1993; Bosch and Kemp, 2001, 2002; Krunic and Sta-
nisavljevic, 2006). Many other cavity nesting species have been investigated, with promising
results, as potential crop pollinators (see references in Bosch et al., 2008). These studies have
shown that populations of cavity nesting Megachile and Osmia can be sustained and managed
in agricultural ecosystems, resulting in very significant increases in crop production (Bosch
et al., 2006). These studies have adjusted nesting material design to large-scale management,
and have outlined procedures to successfully rear populations. As a result of the establishment
of these species as large-scale crop pollinators, nesting materials that can be used in basic re-
search studies are now commercially available.

Concluding remarks

Bee nests are not easy to locate in natural habitats, and examination of their contents is time
consuming and difficult to accomplish without damaging the bees. Studies similar to those out-
lined in this paper have also been conducted on ground nesting species, but the possibility to use
artificial nesting materials allows for greater manipulation of the nest environment and facilitates
observations, as well as nest analysis and data collection. Trap-nests can be x-rayed (Stephen and
Undurraga, 1976), so that their contents can be assessed without dissecting the nest. Although most
bee species are ground nesters, trap-nests afford the possibility to easily quantify bee populations
of a variety of species in the Megachilidae, Colletidae and Apinae, as well as wasp species in the
Eumenidae, Sphecidae, Crabronidae and Pompilidae. Because bees interact with plants and wasps
with prey, and because nests in trap-nests are attacked by a variety of cleptoparasites, parasitoids
and predators, trap-nests can be used as a standardized and repeatable sampling method for the
study of biological interactions. Not surprisingly, the number of community ecology studies using
trap-nests has rapidly increased over the last few years. We hope that this overview of trap-nesting
studies will stimulate the use of trap-nests and stimulate the application of this methodology to new
areas of the study of bee behavior and ecology.

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A Orientação e o Sombreamento dos


Ninhos-Armadilha Influenciam as Taxas de Captura?
Roberta Pereira Ferreira & Celso Feitosa Martins
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Sistemática e
Ecologia/CCEN, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil, 58059-900, tel: +55
83 32167772, fax: 83 32167025, ferreirarp@gmail.com; cmartins@dse.ufpb.br

English title: The orientation and shading affect trap nesting rates?

Abstract

After the extensive work about bee and wasps caught in trap nests by Krombein, the use of traps
to get solitary Apoidea spread to many parts of the world. In Brazil the first study using the technique
was performed in Ribeirão Preto (southeastern Brazil) by Serrano and Garófalo (1978). Currently
there are people studying the trap nesting species everywhere in Brazil. The technique has been used
to survey the species and to get biological data, most about nest structure and associated parasites.
However, mainly due to the declining of bee populations related to the impact of human activities,
there is a growing need to rear and increase the populations of crop pollinators. The aim of this study
is to standardizing the techniques of rearing the Brazilian solitary bees and build large populations of
them testing if the orientation of trap nests related to cardinal points, insolation and material used to
build the blocks of trap nests have any effect on capture rates of bees and wasps species. Trypoxylon
aurifrons and Centris analis were the most abundant trap nesting species. Preliminary results show
that number of species is higher in shade and number of nests, accordingly to species and study area,
was higher in trap nests oriented to West, South and North. Thus, numbers of nests oriented to East
were lower, which is the main wind direction in the studied areas.

Key words: Centris, Trypoxylon, trap nests, insolation, cardinal points

Introdução

Muitas espécies de Hymenoptera, como vespas e abelhas, utilizam orifícios preexistentes no


ambiente como sítios de nidificação. Tal hábito tornou viável a utilização de ninhos-armadilha, que é
uma metodologia de fácil aplicação, replicação e padronização (Morato, 2000; Martins et al., 2002).
Esta metodologia permite a obtenção de réplicas (espaciais e temporais) padronizadas, através da ex-
posição de igual número e tipos de ninhos-armadilhas, evitando diferenças provenientes de diferentes
esforços amostrais realizados por diferentes coletores utilizando rede entomológica, sendo utilizada
no estudo de estrutura e indicadores de comunidades (Tscharntke et al., 1998).
A amostragem com ninhos-armadilhas coleta somente as espécies que nidificam na área não
amostrando aquelas que estejam apenas transitando no local de estudo (Camillo et al., 1995). Além
de informações sobre a diversidade e abundância de espécies nidificantes em cavidades preexisten-
tes, essa abordagem também possibilita o estudo da biologia das espécies, materiais de construção

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
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utilizados, arquitetura dos ninhos, recursos fornecidos para as larvas e biologia das espécies parasitas
(Garófalo, 2000).
A utilização de ninhos-armadilha para amostrar as abelhas que utilizam cavidades preexisten-
tes foi iniciada por Krombein (1967), nos EUA. No Brasil, a técnica foi utilizada primeiramente por
Serrano & Garófalo (1978), e posteriormente inúmeros estudos foram realizados em diversas regiões
do país (ver revisão em Garófalo et al., 2004; Aguiar et al. 2005).
A ocupação dos ninhos-armadilha é influenciada por diversos fatores, como a disponibilidade
de oferta, diâmetros adequados, distribuição dos ninhos, parasitismo, grau de exposição solar, iso-
lamento térmico, entre outros. Além disso, segundo Vinson et al. (1993), as cavidades preexistentes
apropriadas para nidificação de cada espécie de abelha ou vespa, representam um recurso escasso no
ambiente que limitam o crescimento das populações destas espécies.
As atividades humanas têm causado efeitos diretos e indiretos sobre as comunidades de abelhas
e plantas, devido à expansão de áreas utilizadas na agricultura e pecuária, resultando em fragmen-
tação de matas e isolamento de habitat (Potts et al., 2005). Mais recentemente, tem sido destacado
o declínio mundial de polinizadores, com impacto direto na produtividade agrícola e a necessidade
premente de estudos para avaliar parâmetros populacionais das abelhas (Biesmeijer et al., 2006; Klein
et al., 2007).
Visando definir parâmetros e técnicas para implementar o aumento das populações de poliniza-
dores em áreas agrícolas, o presente projeto tem como objetivos verificar se há 1) influência da orien-
tação dos ninhos-armadilha em relação aos pontos cardeais, 2) do grau de insolação, e 3) da utilização
de diferentes substratos (madeira e cimento-vermiculita), nas taxas de captura das espécies de abelhas
e vespas nidificantes em cavidades preexistentes.
As respostas dessas perguntas propiciarão o aumento da produtividade de culturas polinizadas
por espécies nidificantes em cavidades preexistentes, fornecendo informações para planos de manejo
de polinizadores.

Material e métodos

Para a realização deste estudo foram escolhidas duas áreas agrícolas na mesorregião da Zona
da Mata paraibana, próximas da zona litorânea. A primeira área situa-se na Estação Experimental
de Mangabeira, pertencente à EMEPA (Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba). A
EMEPA é circundada por uma vegetação de tabuleiro com elementos de Restinga e Mata Atlântica,
que se encontra em um estágio inicial de alteração devido à presença de áreas loteadas próximas à
estação. A segunda área de estudo está localizada no Sítio Olho D’água, município de Alhandra, PB.
O município de Alhandra está localizado no litoral sul do estado, e é essencialmente agrícola, sendo
uma das principais áreas produtoras de acerola, inhame, abacaxi, manga e mamão do estado. Desta
forma, não são observadas áreas de mata conservada nas proximidades.
Nos dois locais de estudo, foram escolhidos duas áreas de amostragem com diferentes graus de
sombreamento (ensolarada e sombreada), sendo uma exposta diretamente ao sol e a outra debaixo de
locais sombreados por telhas de argila. Nessas áreas foram instalados ninhos-armadilha, constituídos
por blocos perfurados para a inserção de tubos de cartolina preta. Foram testados dois tipos de blocos:
de madeira (conforme Aguiar & Martins, 2002) e de cimento-vermiculita (baseado em Lorenzon et
al., 2004; e Cordeiro et al., 2006). Em cada tipo de bloco foram inseridos tubos de cartolina com 10
cm de comprimento, sendo 20 tubos de cada um dos diâmetros de 0,5 a 1,0 cm, diferindo em 0,1 cm
entre cada classe. Desse modo, foram disponibilizados 120 ninhos-armadilha (20 de cada um dos 6

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diâmetros) em cada conjunto de blocos de madeira ou cimento-vermiculita. Em cada um dos quatro


pontos cardeais (norte, sul, leste, e oeste) foram instalados dois conjuntos (um de madeira e outro
de cimento-vermiculita) de 120 ninhos-armadilha cada, totalizando 240 ninhos por ponto cardeal, e
960 no total (240 vezes quatro pontos cardeais). Desse modo, foram disponibilizados 960 ninhos-
armadilha na área sombreada e 960 na área ensolarada, perfazendo 1920 ninhos-armadilha em cada
um dos locais de estudo. Os ninhos foram instalados em 02 de agosto de 2007.

Resultados

Neste manuscrito, são apresentados os dados referentes aos ninhos coletados nos meses de
agosto a outubro de 2007. Nos dois locais de estudo, foram coletados 538 ninhos e 810 indivíduos,
sendo a maioria amostrada em Alhandra (89,6% dos ninhos e 83,2% dos indivíduos, Tabela 1). No
total, oito espécies de abelhas, três de Sphecidae e uma de Vespidae nidificaram nos locais estudados
(sendo dez espécies em Alhandra e oito espécies na EMEPA). Centris analis e Trypoxylon aurifrons
foram as espécies mais abundantes, juntas correspondendo a mais de 95% das nidificações.

Tabela 1 - Espécies construtoras de ninhos e indivíduos emergidos, em Alhandra e na EMEPA.

Ninhos Indivíduos
Espécies/Locais Alhandra EMEPA Alhandra EMEPA

Ancistrocerus sp1 2 5
Centris analis 89 18 264 63
Centris tarsata 3 4 5 9
Dicranthidium arenarium 2 10
Epanthidium tigrinum   1 4
Hylaeus sp1 2 4
Megachile sp1 2 1 3 1
Megachile sp2 2 2 3 4
Tetrapedia dentipes   1 4
Trypoxylon albitarse 2 1 1 2
Trypoxylon aurifrons 377 28 378 49
Sphecidae sp1 1 1
Total geral 482 56 674 136

Em ambos locais, a abundância de ninhos das duas espécies mais abundantes foi maior na área
sombreada, embora Centris analis também tenha construído alguns ninhos na área ensolarada em
Alhandra (Figuras 1 e 2).
Em Alhandra, cerca de 70% dos ninhos de Trypoxylon aurifrons foram construídos nos blocos
de cimento-vermiculita e o restante nos blocos de madeira. Por outro lado, na EMEPA houve um
maior número de ninhos em blocos de madeira, todavia, o número de ninhos construído foi bem
menor que em Alhandra (Figura 1). Com relação aos pontos cardeais, observa-se que não houve di-
ferença do número de ninhos de Trypoxylon aurifrons construídos nos blocos de cimento-vermiculita
voltados para cada direção. Entretanto, foi maior o número de ninhos construídos nos blocos de ma-
deira direcionados para o oeste, em Alhandra; e para o sul, na EMEPA (Figura 1a e b).

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Figura 1 - Distribuição do número de ninhos de Trypoxylon aurifrons construídos de acordo


com a orientação em relação aos pontos cardeais, insolação, e o tipo de material utilizado para supor-
te, em Alhandra (a) e na EMEPA (b).

Figura 2 - Distribuição do número de ninhos de Centris analis construídos de acordo com a


orientação em relação aos pontos cardeais, insolação, e o tipo de material utilizado para suporte, em
Alhandra (a) e na EMEPA (b).

Quanto à Centris analis, observa-se em Alhandra que, além de terem sido utilizados principal-
mente os ninhos-armadilha oferecidos em blocos de madeira, e dispostos na área sombreada, estes
foram construídos em maior número nos tubos voltados para as direções sul e oeste (Figura 2a). Na
EMEPA, apesar do menor número de nidificações, os ninhos foram construídos quase exclusivamente
em blocos de madeira, direcionados para o norte, e na área sombreada (Figura 2b).

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190

Discussão

De modo geral, e para as duas espécies predominantes, Trypoxylon aurifrons e Centris analis,
foi observado um maior número de nidificações na área sombreada. No caso de Centris analis, apesar
do maior número de ninhos na área sombreada, também foram construídos ninhos na área ensolarada.
Este fato foi observado por Couto & Camillo (2007), em Ribeirão Preto. Esses autores também veri-
ficaram que não houve diferença nas taxas de mortalidade entre as áreas ensolaradas e sombreadas.
Apesar de Couto & Camillo (2007), terem observado maior taxa de nidificação de Centris analis na
área ensolarada, os mesmos utilizaram um abrigo de telha de amianto para proteger os ninhos-arma-
dilha do sol. Em nosso estudo, os ninhos-armadilha foram expostos diretamente ao sol, o que parece
ter influenciado na menor taxa de nidificação na área ensolarada.
Quanto à riqueza, o número de espécies amostradas nas duas áreas de estudo é próximo aos
valores observados na Reserva Biológica Guaribas (Aguiar & Martins, 2002; Martins et al., 2002),
localizada no litoral norte da Paraíba, considerando que os dados aqui apresentados correspondem a
três meses de coleta.
Quanto ao direcionamento dos ninhos-armadilha, de modo geral foi observado que o número de
nidificações foi muito reduzido na direção leste, apesar da existência de variações entre as espécies.
Considerando que a direção predominante do vento nas áreas estudadas é leste e sudeste, os dados,
apesar de preliminares, sugerem que os ninhos-armadilha sejam voltados em direção oposta aos ven-
tos predominantes, de acordo com a região.
De modo similar, as maiores taxas de nidificação de Centris analis em blocos de madeira,
sugerem a utilização preferencial deste material quando o objetivo for a criação desta espécie
visando a polinização.
Como salientado anteriormente, os dados aqui apresentados ainda são preliminares, de modo
que uma análise mais detalhada será efetuada após completar um ano de coleta, e estudos mais apro-
fundados forem realizados.

Agradecimentos

Aos pesquisadores e administradores da EMEPA, em particular seu Diretor-Presidente, Miguel


Barreiro Neto, o Diretor Técnico, Camilo Flamarion de Oliveira Franco, e o administrador da estação
experimental, Maildon Martins Barbosa, ao proprietário do Sítio Olho D’água, José Adolfo Carniato.
A CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
192

Biologia de Nidificação em Hylaeus (Colletidae)


Guaraci Duran Cordeiro¹ & Isabel Alves-dos-Santos²
¹ Programa de Pós Graduação em Entomologia, FFCLRP/USP
² Lab. de Abelhas, Depto. Ecologia, IB-USP
Rua do Matão 321, trav 14. Cidade Universitária, São Paulo, SP 05508-900
Telefone: 011 30917527 fax 30917533
Email: isabelha@usp.br

Nesting biology of Hylaeus (Colletidae)

Abstract

In this paper we present data on the nesting biology of one Hylaeus species captured in
trap-nests at the University Campus in São Paulo, Brazil. Females construct the nests mainly in
cavities of 3mm diameter. The cells are made of a delicate and transparent membrane. The fe-
male builds opercula in the entrance from the beginnig of the nesting process, which has a small
hole in the middle and allows the passage of the female. The larvae food consists of a liquid mass
and analyses show preference for Myrtaceae and Mimosaceae pollen. Nest architecture is similar
to other species in the group.

Biologia De Nidificação Em Hylaeus (Colletidae)

Guaraci Duran Cordeiro& Isabel Alves-dos-Santos

Introdução

Abelhas solitárias que utilizam cavidades pré-existentes são passíveis de captura através da
oferta artificial de ninhos armadilhas. A técnica foi universalmente difundida a partir dos trabalhos de
Karl V. Krombein, que por 12 anos (1953-1964) coletou abelhas e vespas solitárias em armadilhas em
diferentes regiões dos Estados Unidos e estudou seus ciclos de vida (Krombein 1967). Nesta técnica,
cavidades artificiais de diferentes diâmetros e profundidades são oferecidas na natureza, podendo ser
em gomos de bambu ou blocos de madeira perfurados com o diâmetro desejado.
O uso de ninhos armadilhas permite a obtenção de muitos dados relacionados à biologia da
espécie, como: razão sexual, conteúdo do alimento larval, arquitetura do ninho, parasitas associados,
entre outros (Garófalo 2000, Morato & Campos 2000).
Um sumário das espécies de abelhas que utilizam este tipo de armadilhas no Brasil foi
apresentado por Garófalo et al. (2004). Na lista contendo cerca de 60 espécies predominam
abelhas da família Apidae (Centridini, Euglossini e Tetrapediini) e Megachilidae (Anthidiini
e Megachilini). Além destas duas famílias são raros os casos de abelhas da família Colletidae
capturadas em ninhos armadilhas. No Brasil, Camillo et al (1996) capturaram Colletes rufipes e
Alves dos Santos (2003) registrou duas espécies de Hylaeus em orifícios com 3mm de diâmetro
no campus da USP de São Paulo.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Família Colletidae

A família Colletidae é mais abundante e diversificada nas regiões temperadas da Austrália e


América do Sul. A família é dividida em cinco subfamílias, das quais quatro ocorrem na região Neotro-
pical: Colletinae, Diphaglossinae, Xeromelissinae e Hylaeinae. Todas espécies são solitárias apesar de
algumas nidificarem em agregações. Membros da subfamílias Xeromelissinae e Hylaeinae (que geral-
mente são pequenas e glabras) normalmente nidificam em cavidades pré-existentes, especialmente em
gravetos e ramos secos (Michener 2000). O revestimento das células de cria, formando uma espécie de
celofane, é tido como uma sinapomorfia na família Colletidae (Cane 1983, Rozen 1984). O material é
secretado por glândulas salivares e de Dufour e espalhado pela glossa antes da polimerização (Espelie
et al. 1992). A provisão geralmente é líquida ou semi-líquida. Foi sugerido que a principal fonte pro-
téica seria a levedura da fermentação do alimento líquido (Roberts 1971). Uma revisão sobre a biologia
da nidificação na família Colletidae foi apresentada recentemente por Almeida (2008).
Na subfamília Hylaeinae somente o gênero Hylaeus (cosmopolita) ocorre na região Neotropical
(Griswold et al. 2006). São abelhas pequenas, praticamente glabras, geralmente negras com manchas
amarelas, ferrugíneas ou esbranquiçadas. As fêmeas não possuem escopa e o pólen é transportado no
papo. A biologia da nidificação no gênero Hylaeus é conhecida para algumas espécies do hemisfério
norte como H. asininus, H. bisinuatus, H. mesillae e H. modestus (Krombein 1967, Torchio 1984, Es-
pelie et al. 1992). No Brasil, Sakagami & Zucchi (1978) registraram ninhos de H. tricolor em células
abandonadas de vespas (Mischocyttarus e Trypoxylon) e observaram que mais de uma fêmea utilizava
o mesmo ninho, suspeitando assim de um comportamento parasocial. Várias espécies da Austrália
foram estudadas quanto ao sistema de acasalamento e razão sexual (Alcock & Houston 1996, Paini
& Bailey 2002). Espécies de Hylaeus capturados em NA foram utilizadas para estudar a composição
química do revestimento celular e análise polínica do alimento larval (Cane 1983, Scott 1994).
Hylaeus são abelhas aparentemente de hábitos poliléticos e são freqüentes em flores de Myrta-
ceae, Melastomataceae, Rosaceae, Rubiaceae, Flacourticaceae e Rutaceae. Na Estação Biológica de
Boracéia, município de Salesópolis SP, com vegetação de Mata Atlântica, Wilms (1995) registrou
13 espécies de Hylaeus. No catálogo de abelhas da região Neotropical a subfamília Hylaeinae está
representada por 77 espécies, sendo 19 espécies para o Brasil (Moure et al. 2007), porém este número
certamente será muito maior após a revisão do gênero e subgêneros de Hylaeus.
No presente trabalho apresentamos dados sobre a biologia da nidificação de uma espécie de
Hylaeus obtidos em NA no campus da USP em São Paulo.

Materiais e Métodos

O estudo foi realizado no Laboratório de Abelhas no campus da Universidade de São Paulo


(23°33’S, 46°43’W), na cidade de São Paulo, durante 2 anos.
Os ninhos de Hylaeus foram obtidos em ninhos-armadilha (NA) feitos com tubos de papel e
inseridos em blocos de madeira. Os NA disponibilizados variaram o diâmetro de 3 a 10 mm e com-
primento de 3 a 12 cm.
O local de estudo foi vistoriado periodicamente para observação da atividade das fêmeas e
retirada dos ninhos fundados. Após a retirada, estes foram numerados, individualizados em tubos
de ensaio e mantidos sob observação no laboratório. Os ninhos foram abertos para registro da
arquitetura interna, estágio de desenvolvimento, contagem do número de células, disposição das
mesmas e para obtenção de amostras do alimento larval. Os ninhos eram então fechados novamente

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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para aguardar a emergência dos adultos. Os indivíduos emergidos foram coletados, sacrificados e
preparados para coleção. Após a emergência dos adultos os ninhos foram abertos novamente para
exame final do interior e registro da mortalidade.
Algumas observações externa da atividade das fêmeas foram realizadas para obtenção de dados
da seqüência da construção do ninho, comportamento de parasitas, forma de coleta de alimento e
horários de atividade.
Amostras do alimento larval foram coletadas para análise polínica, em diferentes épocas do
ano. Para análise utilizamos o método de acetólise proposto por Erdtman (1969). Lâminas com os
grãos de pólen foram examinadas em microscópio para estimativa e identificação.
As abelhas foram identificadas até morfoespécies, devido à falta de chave de identificação para
espécies no gênero Hylaeus, bem como material para comparação em coleção. Os dados apresentados
neste trabalho correspondem ao material obtido de uma espécie, que foi a mais freqüente nos ninhos.
As abelhas e todo material examinado encontram-se depositados na coleção CEPANN, do Labo-
ratório de Abelhas do IBUSP em São Paulo.

Resultados

Fêmea de Hylaeus sp fundaram 186 ninhos na área de estudo, ocupando principalmente


cavidades com 3 mm de diâmetro. Neste caso as células estavam dispostas linearmente. Porém,
algumas fêmeas ocuparam cavidades maiores (ex: 7mm) e nestes casos as células foram construí-
das pareadas ou intercaladas, com certa sobreposição. O número de células por ninho variou de 1
a 12 (com média de 4 células, n =50 ninhos). Várias fêmeas construíram seus ninhos em cavidades
anteriormente utilizadas por outras espécies de abelhas ou vespas (ex. Tetrapedia, Trypoxylon) ou
de ninhos da própria espécie.
As fêmeas de Hylaeus iniciam o processo de nidificação revestindo internamente a cavidade
com uma membrana delicada e transparente e logo fazem o fechamento do ninho construindo um
opérculo bastante característico. Este opérculo é formado por várias camadas de fios sedosos presos
nas laterais e soltos no centro, formando um emaranhado de fios. No centro deste opérculo perman-
ece um minúsculo orifício, imperceptível a primeira vista, e que se abre e fecha com a passagem da
fêmea, lembrando o funcionamento de um diafragma fotográfico. A fêmea ao chegar ou ao sair do
ninho força o redemoinho de fios sedosos no centro com a cabeça e consegue passar pela pequena e
estreita abertura que se abre e em seguida a sua passagem se fecha. Além deste opérculo caracterís-
tico, a fêmea espalha uma fina camada de secreção ao redor do orifício de entrada, deixando um aro
esbranquiçado com cerca de 1-1,5cm de diâmetro (em orifícios de 3mm). As partições das células são
feitas com o mesmo material do revestimento lateral, porém em alguns casos reforçadas com pedaços
de fibras vegetais.
Observamos a ação de um parasita (uma espécie de Ichneumonidae) nos ninhos, durante ausên-
cia da fêmea. O parasita não penetra na cavidade do ninho, apenas introduz o aparelho ovipositor
através do opérculo e faz a postura. Após o término do ninho foi observado que o parasita não con-
segue perfurar a película do opérculo. Neste momento a parede de fechamento está enrijecida.
De 50 ninhos retirados no período de estudo e mantidos sob observação, emergiram 58 indi-
víduos, sendo 22 fêmeas e 36 machos, resultando numa razão sexual de 0,6:1. Em 15 ninhos regis-
tramos mortalidade total dos indivíduos e em outros 6 a mortalidade foi parcial, somando 29 indi-
víduos mortos em diferentes fases: 13 adultos pré-emergentes, 1 pupa e 15 larvas maduras. A causa
da mortalidade em sua maioria não foi diagnosticada, porém registramos fungos no alimento larval

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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células de 11 ninhos e observamos a presença de ácaros em alguns ninhos após a emergência. Dez
parasitóides (Ichneumonidae sp.) emergiram de 11 ninhos e outros dois indivíduos deste parasita
foram registrados entre os mortos.
O período para completar o desenvolvimento (de ovo até a emergência do adulto) acompanhado
em 12 células, foi em média 35 dias. Mas, verificamos que há variação ao longo do ano, provavel-
mente de acordo com as condições climáticas. O desenvolvimento acompanhado de três células con-
struídas em meados de maio (ou seja, outono) durou entre 40-72 dias. O período de diapausa, como
em muitas abelhas, é passado na fase de larva madura.
O espectro polínico encontrado em amostras do alimento larval provenientes de 16 ninhos
revelou a predominância de grãos de pólen de Myrtaceae e Mimosaceae, sendo que em dois ninhos
foram registrados 100% pólen de Myrtaceae. Outra família considerada como pólen acessório ou
isolado ocasional foi Sapindaceae (entre 0,3-47% dos grãos das amostras).

Discussão

O revestimento celular com substância secretada pela glândula de Dufour pela fêmea é am-
plamente difundido entre as abelhas. Muitas abelhas combinam secreções da glândula de Dufour
e glândula labial (Duffield et al. 1984), aplicando a mistura com as pecas bucais. Por exemplo, em
Colletinae as secreções da glândula labial devem acelerar a polimerização de lactonas para formar o
revestimento to tipo celofane. O revestimento provavelmente previne a célula do excesso de umidade
e ressecamento e defende contra infecção microbiana.
A complexidade química da secreção da glândula de Dufour sugere que também tenha função
de comunicação, por exemplo, como reconhecimento do ninho, especialmente quando a secreção é
aplicada na entrada do ninho (Hefetz 1987, Guedot et al. 2006). Nos ninhos de Hylaeus sp. analisados
neste trabalho a fêmea espalha com a glossa uma fina camada de secreção ao redor do orifício de en-
trada, deixando um aro esbranquiçado característico. Acreditamos que além de uma possível função
anti-microbiana e hidrofóbico, esta substância sirva como reconhecimento do ninho ao retorno da
fêmea. Porém, análises da composição química de tal substância e biostestes precisam ser feitos.
Como estratégia de defesa a construção de um opérculo na entrada logo no início da fundação
do ninho deve impedir ou inibir o acesso de parasitas. Por exemplo, vespas do gênero Melittobia
que estavam presentes na área de estudo e atacaram todas as outras espécies de abelhas e vespas
ocupantes dos NA, foram raras nos ninhos de Hylaeus sp. Mas, mesmo com aparência protegida,
os ninhos foram parasitados por uma espécie de Ichneumonidae, que introduz o ovipositor através
do opérculo. Nas duas espécies de Hylaeus estudadas por Krombein (1967) nos Estados Unidos (H.
asininus e H. modestus) emergiram os seguintes parasitas: Coelopencyrtus hylaei (Encyrtidae, Chal-
cidoidea) e Anthrax irroratus (Bombylidae).
A arquitetura do ninho de Hylaeus sp. se assemelha em muitos aspectos àquela descrita por
Krombein (1967) para as duas espécies de Hylaeus norte-americanos, com membrana delicada e
transparente revestindo o ninho e células, que são divididas por partições feitas com fibras de ma-
deira. Ambas as espécies fundaram ninhos em cavidades preferencialmente com diâmetro de 3,2mm,
sendo em um caso com cavidade com 4,8mm, as células individuais foram dispostas pareadas.
Krombein (1967) suspeitou de univoltismo para as duas espécies, com período de atividade entre
abril e junho (primavera e verão no hemisfério norte). No caso de Hylaeus sp. acreditamos que seja
uma espécie com mais de uma geração por ano, talvez até multivotina, pois registramos indivíduos
emergindo na primavera, verão e outono. Estes indivíduos certamente estavam prontos para iniciar um

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
196

novo ciclo. Ninhos com ovos e larvas em diferentes fases de desenvolvimento também foram amostra-
dos nas três estações. Mas, durante o inverno, nitidamente a atividade é reduzida ou interrompida.
A análise do pólen revelou a predominância de grãos de pólen de Myrtaceae e Mimosace-
ae. Ambas famílias botânicas possuem espécies melíferas e de grande importância para as abelhas
(Moreti et al. 2000) e estão de acordo com o registro de plantas apresentados por Wilms (1995) para
as espécies de Hylaeus da Mata Atlântica. No campus da USP temos muitas áreas florestadas com
Eucalyptus (Myrtaceae) que provavelmente servem de alimento para estas abelhas.
A riqueza de espécies do gênero Hylaeus na região Neotropical é grande e merece ser estudada
com mais detalhes. Outras duas espécies de Hylaeus fundaram ninhos nas armadilhas da cidade uni-
versitária e recentemente capturamos ninhos de outra espécie no Parque Estadual da Serra da Cantar-
eira. Em todos os casos foram disponibilizados ninhos armadilhas com diâmetro entre 3-4mm, pouco
utilizado em trabalhos semelhantes. Assim, recomendamos a ampliação da oferta de cavidades com
diâmetros variados, para que esta fauna de abelhas seja amostrada e estudada.

Agradecimentos

Ao VIII Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto, pela oportunidade de apresentar este tra-
balho. Aos colegas Marilda Cortopassi Laurino pelo auxílio na análise do pólen e Heber Couto Cav-
alheiro pelo auxílio na abertura dos ninhos. À Fapesp pelo apoio financeiro (Processo: 04/15801-0) e
incentivo aos nossos projetos com as abelhas nativas e pela bolsa de mestrado concedida ao primeiro
autor (Processo: 07/51911-2).

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O Uso de Ninhos-Armadilha em
Estudos Realizados no Parque Municipal
das Araucárias, Guarapuava (PR)
O uso de ninhos-armadilhas em Guarapuava (PR)
Maria Luisa Tunes Buschini1; Jesiani Rigon1; Juliano Cordeiro1; Mary Ellen Reis Diniz1
1- Departamento de Biologia da Universidade Estadual do
Centro-Oeste (UNICENTRO), Guarapuava (PR).
Correspondência: Profa Dra. Maria Luisa Tunes Buschini, Departamento de Biologia –
UNICENTRO, Rua Presidente Zacarias 874, Cep: 85010-990, Guarapuava (PR);
email: isatunes@yahoo.com.br

Use of trap nests in studies that have been done in the Parque Municipal das Araucárias,
Guarapuava (PR).

Abstract

The species diversity and community structure of trap-nesting bees was studied from Decem-
ber 2001 to December 2003. Three different habitats (Araucaria forest, swamp and grassland) were
investigated in terms of abundance, richness, diversity and similarity of bee communities. A total of
120 nests of 11 species were collected. The most abundant species were Centris tarsata, Megachile
(Moureapis) sp. and Rinchocolletes sp. Swamp habitat yielded the greatest abundance and diversity
of bee species. In this paper we also present information on nesting biology of Centris (Hemisiella)
tarsata and Epanthidium nectarinioides and about which plants are used by Megachile (Moureapis)
sp. in provisioning of larvae. A total of 67 nests of Centris tarsata were obtained from wood trap-nests
of different diameters. This species showed a preference for open habitats, since it occurred only in
swamp and grassland areas and has never occurred in araucaria forest. Nesting activity was more pro-
nounced during the hot season, especially in December and January. Epanthidium nectarinioides also
built their nests only in swamp and in grassland areas. Its nesting activity was also more pronounced
in the hot season. A total of 80 pollen grain slides, from 16 nests of Megachile (Moureapis) sp. were
analyzed, corresponding to 53% of the number of founded nests. Of these, 13 were collected in the
swamp and 3 in the grassland. Although 99 flowering plants were collected close to the bee’s nidifica-
tion site, in nest slides, the pollen of Ludwigia peruviana and Ludwigia sericea accounted for 99,6 %
of the total amount of pollen collected.

Palavras chave: comunidade, diversidade, Hymenoptera, ninhos-aramdilhas.

Introdução

O uso natural da terra não apenas resultou na diminuição da cobertura vegetal como também
em uma assimétrica distribuição dos remanescentes, com tamanhos e formas variadas (Didham et

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
199

al., 1996). O desmatamento de florestas provoca, usualmente, a fragmentação da mata contínua,


gerando o aparecimento de verdadeiras ilhas de matas isoladas umas das outras por áreas cobertas
com pastagens ou outro tipo de cultura.
Pesquisas detalhadas vêm sendo realizadas sobre o uso de bioindicadores na detecção e aval-
iação dos efeitos da fragmentação sobre determinados organismos (Devries e Walla, 2001). Embora
nessas avaliações ambientais os pesquisadores venham utilizando, predominantemente, os verteb-
rados, invertebrados como os insetos, que constituem mais da metade de todas as espécies animais,
permitem fazer um diagnóstico imediato a respeito das características dos habitats, devido a grande
riqueza desses animais. Alguns estudos têm inferido a possibilidade de se utilizar vespas e abelhas
solitárias, que nidificam em cavidades pré-existentes, como bioindicadores da qualidade do ambiente
e da diversidade, em programas de conservação ambiental. Esses animais têm capacidade de refletir
mudanças ecológicas, através da avaliação da riqueza de espécies em suas comunidades, e da intera-
ção entre eles, seus predadores e seus inimigos naturais (Steffan-Dewenter, 2002; 2003).
O Bioma Floresta de Araucária sofre, como todos os Biomas brasileiros esse processo de frag-
mentação acentuado, dada a utilização dos espaços em atividades agropecuárias e do avanço cada vez
maior do entorno das cidades. Essa diminuição acentuada na cobertura vegetal desse bioma indica-
o como área de extrema importância biológica, ficando evidente sua prioridade em pesquisas que
tratem do inventariamento de suas espécies.
Um modo de caracterizar uma comunidade é contar ou listar as espécies que estão ali presentes.
Esse processo direto, que possibilita a descrição e comparação de comunidades através de sua riqueza
de espécies, na prática nem sempre é fácil. Algumas espécies são difíceis de serem localizadas, como
é o caso dos ninhos das abelhas solitárias. Por outro lado, como essas abelhas aceitam com facilidade
orifícios artificiais introduzidos pelo homem nos ambientes naturais, ninhos-armadiha têm sido usa-
dos para captura de seus ninhos possibilitando a obtenção de diversos dados sobre elas.
As pesquisas que vêm sendo realizadas no Parque Municipal das Araucárias visam carac-
terizar a estrutura da comunidade de abelhas solitárias que nidificam em ninhos-armadilha em
fragmentos de Floresta Ombrófila Mista e em áreas de Campo e de Várzea. Além disso, vêm
sendo realizados também estudos sobre a biologia de algumas das espécies capturadas e da rela-
ção dessas espécies com a flora local.

Materiais E Métodos

Esses estudos vêm sendo realizados desde dezembro de 2001 no Parque Municipal das
Araucárias, no município de Guarapuava (PR), a 1.120 m de altitude (25º 23’ 36’’ Sul, 51º27’19’’
Oeste). O Parque possui uma área de 104 ha sendo sua vegetação constituída por floresta ombrófila
mista 42,75%, floresta de galeria 10,09%, campos 6,8%, várzeas 7,13% e áreas alteradas 33,23%. De
acordo com a classificação climática de Köeppen, a região de Guarapuava é caracterizada pelo clima
mesotérmico, úmido e superúmido, sem estações secas. Os meses mais quentes apresentam tempera-
turas médias de 22ºC. As geadas são severas e nos meses mais frios a temperatura média é de 12ºC.
Para captura das abelhas foram instalados ninhos armadilhas constituídos por um bloco de
madeira com dimensão de 12 x 3,5 x 2,5 cm, serrado longitudinalmente e com um furo interno de
8 cm, e diâmetros variando de 0,7; 1,0 e 1,3 cm. Esses ninhos foram agrupados em um bloco maior
contendo 12 ninhos armadilhas, sendo 4 de cada diâmetro. Cada bloco foi fixado a 1,5 m de altura em
estaca também de madeira, em áreas de campo, de várzea e de mata com araucárias. Duas áreas fo-
ram estudadas em cada habitat, com 2 transectos por área e 4 estacas por transecto Foram realizadas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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200

observações a cada duas semanas, sendo os ninhos ocupados retirados e substituídos por peças vazias
do mesmo diâmetro. Posteriormente, eles foram transportados para o laboratório e colocados em local
apropriado até a emergência dos adultos, os quais foram pesados, sexados e guardados na coleção
entomológica do Laboratório de Biologia e Ecologia de Vespas e Abelhas da Unicentro.
Para a caracterização da comunidade de abelhas, as suas abundâncias foram agrupadas conforme
Whittaker (1965) (Figura 1) A frequência de ocorrência (FO) e a dominância (D) das espécies foram
calculadas de acordo com Palma (1975). Segundo esse autor, esses dois índices juntos podem ser usados
para agrupar as espécies em 3 categorias: espécies comuns, intermediárias e raras. A diversidade desses
insetos em cada ambiente foi calculada através dos índices de riqueza de Margaleff e de equitabilidade
de Pielou. Com o índice de Shannon-Wiener foi calculada a diversidade alfa para cada ambiente. A pos-
teriori foi realizado o teste de T para testar a hipótese nula de não haver diferença significativa entre os
valores desse índice nos diferentes ambientes (Magurran, 2004). Visando investigar mudanças na com-
posição das espécies entre os ambientes (diversidade beta) suas abundâncias foram agrupadas através do
Coeficiente de Distância da Corda. Posteriormente foi feito o Cluster (UPMA) e construído o drendro-
grama (Ludwig e Reynolds, 1988). A similaridade entre os ambientes, em termos de presença e ausência
de espécies, foi calculada através do índice de Jaccard. Através do índice de Shannon-Wiener calculou-se
a diversidade gama para o Parque Municipal da Araucárias reunindo os dados dos três ambientes.

Nos estudos sobre a biologia de nidificação de Centris tarsata os testes não paramétricos de
Mann-Whitney e de Kruskall-Wallis foram usados para ver se existe diferença significativa entre os
seus tempos de desenvolvimento e entre as larguras de suas cabeças. A razão sexual dessa espécie foi
calculada dividindo-se o número de fêmeas pelo número de machos. Posteriormente, foi aplicado o
teste do qui-quadrado para ver se ela era significativamente diferente de 1:1. Não foi usada nenhuma
análise estatística sobre os dados referentes à biologia de nidificação de Epanthidium nectarinioides
pois o número de informações foi bem reduzido.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
201

Uma parcela dos ninhos fundados por Megachile (Moureapis) sp foi utilizada para retirada de seu
material polínico e confecção de lâminas permanentes pelo método de acetólise (Miranda e Andrade,
1990). Para cada ninho confeccionou-se 5 lâminas de grãos de pólen. Conforme verificado nos dados de
2001 a 2003, Megachile (Moureapis) sp. fundou ninhos apenas em ambiente de várzea e campo. Assim,
a coleta das plantas floridas foi realizada somente nestas áreas entre maio de 2006 a abril de 2007 num
raio de 500 m dos locais aonde os ninhos estavam sendo construídos. Foi retirado pólen de botões florais
e/ou flores de cada planta coletada para confecção de duas lâminas permanentes por planta.

Resultados e Discussão

Comunidade de abelhas
Foram coletadas de dezembro de 2001 a dezembro de 2003 120 ninhos de abelhas solitárias
pertencentes a 11 espécies distribuídas entre as famílias Megachilidae (72.7%), Apidae (18,2%) e
Colletidae (9,1%) (Figua 1). As espécies mais abundantes foram Centris (Hemisiella) tarsata Smith
com 44 ninhos (37%), Megachile (Moureapis) sp1 Raw com 30 ninhos (25,2%) e Rhynchocolletes
sp Moure com 13 ninhos (10,9%). C. tarsata (D = 36.67%; FO = 26,92%), M. (Moureapis)sp1. (D
= 25,00%; FO = 23,08%), Rhynchocolletes sp. (D = 10,83%; FO = 15,39%), Epanthidium nectar-
inioides Schrottky (D = 7,50%; FO = 11,54%), Megachile (Dactylomegachile) sp1 Mitcheell (D =
6.67%; FO = 11,54%), Anthodioctes claudii Urban (D = 4,17%; FO = 9,62%), Megachile sp1 Latreille
(D = 3,33%; FO = 5,77%) e Megachile sp2 (D = 2,5%; FO = 5,77%) foram consideradas espécies
intermediárias. Megachile (Austramegachile) fiebrigi Schrottky (D = 1,67%; FO = 3,85%), Xyloco-
pa (Neoxylocopa) augusti Lepeletier (D = 0,83%; FO = 1,92%) e Megachile (Moureapis) sp2 (D =
0,83%; FO = 1,92%) foram consideradas espécies raras. Anthodioctes claudii e Megachile (Moure-
apis) sp2 foram coletadas apenas em mata de aruacárias, Megachile sp2 apenas na várzea e Xylocopa
augusti apenas no campo. Apenas Megachile sp1 foi encontrada tanto na mata de araucárias quanto no
campo e Megachile (Austramegachile) fiebrigi na mata de Araucárias e várzea.
O número de espécies encontradas na várzea (S = 7) e no campo (S = 7) foi igual e maior do que
aquele encontrado na mata com araucárias (S = 4). O número de espécies estimado para o Parque Munici-
pal das Araucárias, através da distribuição lognormal, foi de 12. Tanto o número de espécies encontrados
nesse parque (n = 11) quanto o estimado pela distribuição lognormal são muito similares ao encontrado
por Morato e Campos (2000) na Amazônia Central (S=14) e maior do que aquele encontrado por Viana
et al. (2001) (S=7) e Aguiar e Martins (2002) (S = 8) na Bahia e na Paraíba, respectivamente. Segundo
Heithaus (1979) diferenças entre a riqueza de espécies de regiões temperadas e tropicais podem resultar
de diferenças tanto no tamanho amostral quanto no tamanho da área amostrada. Independente disto,
pode-se notar que a riqueza de abelhas no Parque apresenta um padrão que vem sendo documentado na
literatura de que esses insetos são mais abundantes em áreas semi-deserticas e temperadas (Silveira et al.,
2002). Na América do Sul a riqueza de abelhas aumenta do cerrado para os campos sulinos no Brasil, e
nas regiões semi-deserticas da Argentina (Michener, 1979). Guarapuava é uma região subtropical e está
localizada a 1.120 m de altitude e é considerada a segunda cidade mais fria do Paraná.
Várias hipóteses vêm sendo propostas para explicar a baixa diversidade de abelhas em regi-
ões tropicais (Silveira et al., 2002). Uma delas foi proposta por Roubik citada por Michener (1979),
segundo a qual essas regiões possuem um número maior de espécies eusociais do que as regiões
temperadas. Cada uma dessas espécies apresenta elevada população de operárias que provocaria uma
exaustão nos recursos alimentares tornando-os pouco disponíveis para as espécies solitárias. Dessa
forma, as espécies sociais provocariam o deslocamento das outras espécies de abelhas para grandes

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
202

latitudes, e consequentemente, uma diminuição na diversidade de abelhas nas regiões tropicais.


A diversidade alfa na várzea foi significativamente maior que na mata com araucárias (t =
4,497; p < 0,001) e que no campo (t = 2.636; p < 0.01). Embora o índice de Shannon-Wiener tenha
sido maior na mata com araucárias do que no campo, não houve diferença significativa entre eles (t =
0.753; 0,5 > p > 0,2). Com relação à equitabibilidade, a mata com araucárias apresentou o maior valor
(J´=0,843) seguida da várzea (J´=0,784) e do campo (J´=0,548). Por outro lado, o campo apresentou
maior valor no índice de riqueza (DMg = 3,59) do que a várzea (DMg = 3,34) e a mata com araucárias
(DMg = 3,00). Quanto à presença e ausência de espécies nos ambientes, a similaridade entre a várzea
e o campo foi maior (J = 0,625) que entre a várzea e a mata com araucárias (J = 0,100) e entre o cam-
po e a mata com araucárias (J = 0,100). A diversidade beta pode ser representada pelo dendrograma
(Figura 2). A maior similaridade em relação à abundância das espécies ocorreu entre a várzea e o
campo sendo a mata com araucárias o ambiente mais dissimilar. Esses resultados indicam que existe
uma diferença significativa entre a diversidade dessa guilda de abelhas na várzea e nos outros dois
ambientes (campo e mata com araucárias). Embora pelo Cluster e pelo índice de Jaccard os ambientes
mais similares em termos de abundância e presença-ausênsia das espécies, respectivamente, tenham
sido a várzea e campo, isto pode ter ocorrido devido à maior similaridade entre esses ambientes com
relação à taxa de luminosidade uma vez que suas temperaturas e umidades relativas do ar não foram
significativamente diferentes pela análise discriminante. Perez-Maluf (1993), Camillo et al. (1995) e
Aguiar e Martins (2002) também registraram alta atividade das abelhas em áreas abertas. Uma outra
similaridade entre a várzea e o campo é provavelmente a grande disponibilidade de flores. Fye (1972)
notou que em áreas alteradas e abertas a atividade dessa guilda de abelhas foi mais pronunciada do
que em florestas contínuas. Segundo esse autor, essas áreas são colonizadas por plantas pioneiras que
representam importantes fontes de alimento para os insetos, causando um aumento em suas popula-
ções. Uma vegetação mais diversa fornece uma quantidade maior de pólen, mantendo, dessa forma,
um maior número de espécies de abelhas (Gathmann et al., 1994). Segundo Tscharntke et al. (1998)
as abelhas necessitam de menos tempo para aprovisionar seus ninhos em um campo mais heterogêneo
do que em um ambiente mais uniforme.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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203

Biologia de nidificação de Centris tarsata


Foram coletados 67 ninhos, sendo mais freqüentes as nidificações no verão, com maior ativi-
dade no mês de Janeiro (Figura 3). Os ninhos foram construídos apenas em áreas de campo (n=48) e
várzea (n=19). Frankie et al. (1988), observaram que as espécies de Centris coletadas por eles foram
mais freqüentes em áreas sombreadas. Segundo eles esses ambientes possuem temperatures mais
favoráveis ao desenvolvimento de Centris pois altas temperatutas (38 oC to 40 oC) são responsáveis
pela elevada mortalidade na fase larval.

Essas abelhas utilizaram ninhos-armadilha de 0,7 cm (n=18), 1,0 cm (n=39) e 1,3cm (n=10)
de diâmetro e constroem ninhos com uma mistura de areia e substâncias oleosas e, provavelmente,
resina. Os ninhos são formados de 1 a 4 células nas armadilhas com 0,7 cm e de 1 a 6 células naqueles
com 1,0 e 1,3 cm de diâmetro. No menor diâmetro as células têm um formato cilíndrico e nos dois
maiores elas são ovaladas e com formato de um barril. Internamente são brilhantes e bem lisas.
Emergiram 62 fêmeas e 42 machos dando uma razão sexual de 1,48 fêmeas para 1 macho, sig-
nificativamente diferente de 1:1 (χ2 = 3.846, df = 1, 0.05 < P < 0.0025). A disposição dos sexos nos
ninhos não é aleatória estando os machos nas células mais externas e as fêmeas nas mais internas.
Elas apresentaram cabeças significativamente mais largas que eles (Buschini e Wolff, 2006). Resulta-
dos semelhantes foram observados por Pereira et al. (1999) em Centris vittata Lepeletier e por Jesus e
Garófalo (2000) em Centris analis Fabricius. Para Pereira et al. (1999) essa disposição dos sexos nos
ninhos facilitaria a emergência, pois os machos emergem antes das fêmeas.
Seus inimigos naturais foram: Bombyliidae, Mesocheira bicolor Fabricius, Coelioxys sp La-
treille. e Meloidae. A porcentagem de parasitoides foi maior nas células mais internas. Esses para-
sitoides também foram encontrados nos ninhos de C. vittata (Pereira et al., 1999), C. analis (Jesus e
Garófalo, 2000) C. dichrootricha Moure (Morato et al. 1999).

Biologia de nidificação de Epanthidium nectarinioides


Foram coletados 12 ninhos sendo mais freqüentes as nidificações no verão, com maior ativi-
dade no mês de Janeiro (n=7) (Figura 4). Os ninhos foram construídos apenas em áreas de campo

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(n=4) e várzea (n=8). Essas abelhas utilizaram apenas ninhos-armadilha de 0,7 cm (n=7) e 1,0 cm
(n=5) de diâmetro. O comprimento médio dos ninhos foi de 4,3 cm para os de 0,7 cm e 3,7 cm para
os de 1,0cm de diâmetro. O número médio de células aprovisionadas foi de 3,1 e 3,6 para os ninhos
com 0,7 e 1,0 cm, respectivamente. Foram observadas células vestibulares em três ninhos, duas em
ninhos de 0,7 cm e uma naqueles com 1,0 cm. Houve uma célula intercalar em apenas um ninho de
0,7 cm de diâmetro. As células dos ninhos de 0,7 cm são arranjadas linearmente. Já nos ninhos com
1,0 cm de diâmetro são dispostas em duas fileiras paralelas, sendo uma na metade inferior e outra
na superior dos ninhos-armadilha. Em cada uma dessas fileiras, as células são dispostas na diagonal.
Todos os ninhos são feitos com resina e folhas mascadas e alguns deles (n=8) com um pouco de areia.
A resina é marrom escura, bem dura e perfumada. Em alguns deles (n=6), além desse tipo de resina,
observou-se a presença de um outro tipo, mais clara e menos rígida, que é encontrada na entrada do
ninho, e está geralmente misturada a um pouco de areia, também clara e muito fina. Ela encontra-
se sob a forma de gotículas ou como uma larga mancha na entrada do ninho. Essas características
também foram observadas por Alves dos Santos (2004) nos ninhos de Anthodioctes megachiloides
Holmberg. A resina reveste também, todo o orifício interno do ninho, modelando as suas células e as
partições entre elas. A utilização de resina na construção do ninho é amplamente difundida entre os
diversos gêneros de Anthidiini (Roubik, 1989). Normalmente o fechamento do ninho aparece com
resina e uma maior quantidade de folhas mascadas. Os casulos tecidos pelas larvas são de cor marrom
claro, finos como papel celofane e ficam aderidos à parede da célula.

Emergiram 12 machos e quatro fêmeas sendo a razão sexual de quatro machos para cada fêmea.
Todas as fêmeas e a maioria dos machos (n=14) entraram em diapausa, com tempo médio de desen-
volvimento de 354 dias. Para as abelhas que não entraram em diapausa esse tempo foi de 77 dias.
A principal causa de mortalidade nessa espécie foi falha no desenvolvimento. Ocorreu parasi-
tismo em quatro células, sendo dois deles não identificados porque morreu ainda na fase de larva, e
os outros dois eram Coelioxys e Bombilidae. Segundo Krombeim (1967) os inimigos naturais das
abelhas da família Megachilidae são vários, entre eles abelhas do gênero Coelioxys.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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205

Levantamento das plantas utilizadas por Megachile (Moureapis) sp.


no aprovisionamento de seus ninhos
Ao todo foram analisadas 80 lâminas de grãos de pólen provenientes de 16 ninhos o correspon-
dente a 53% do número de ninhos fundados. Destes, 13 coletados na várzea e 3 no campo. Apesar de
terem sido coletadas 99 plantas floridas próximas aos locais de nidificação dessa abelha, nas lâminas
provenientes dos ninhos ocorreram somente os tipos polínicos de Ludwigia peruviana e Ludwigia
sericea (Onagraceae).
As duas espécies de Ludwigia possuem porte herbáceo-subarbustivo e ocorreram somente na
várzea. Ludwigia sericea apresentou intensa floração principalmente no mês de fevereiro e Ludwigia
peruviana em março, embora seu período de floração ocorra além desses meses. Esse período corres-
pondeu também ao período de maior atividade de nidificação de Megachile (Moureapis) sp. (Figura 5).
Um fato abordado por Vieira (2002) sobre as espécies de Ludwigia no Sudeste do Brasil, é que todas
as espécies apresentaram flores com duração de um dia, sendo o período de florescimento concentrado
durante o início do período seco quando seus polinizadores, abelhas oligoléticas, estão ativas.

Segundo Laroca (1972) para que uma espécie de abelha seja especialista, é necessário que haja
uma sincronia perfeita entre o florescimento da planta e o seu ciclo reprodutivo. Situação esta que se
torna delicada quando o período de florescimento for curto e imprevisível. Para Robertson citado por
Antonini (1995), alguns fatores que levam a evolução da oligoletia são, além da sincronização entre
o período de florescimento e atividade das abelhas, o esforço para evitar competição, vôos curtos e
nidificação próxima às plantas utilizadas no aprovisionamento.
Como estudos têm demonstrado o gênero Ludwigia é polinizada por abelhas oligoléticas.
Até o momento foram registradas 10 espécies especializadas na coleta de pólen em Ludwigia,
são elas: Panurgillus flavitarsis Schilindwein e Moure (Andrenidae), Diadasina distincta, Dia-
dasina riparia (Ducke), Ptilothrix relata (Holmberg), Melissoptila paraguayensis (Brèthes) (Api-
dae), Tetraglossula anthracina, Tetraglossula bigamica (Strand) (Colletidae) Pseudagapostemon

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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brasiliensis Cure, Pseudagapostemon pruinosus Moure (Halictidae) e Megachile brasiliensis


Dalla Torre (Megachilidae) (Schlindwein, 2004). Sendo Megachile (Moureapis) sp. uma espécie
oligolética a ser acrescentada a esta lista.
Raven (1979) salienta que abelhas que possuem cerdas ventrais rígidas e esparsas são bem
sucedidas na coleta do pólen apresentado por Onagraceae. E, além disso, segundo Borges (1997) o
próprio aspecto estrutural do pólen de Ludwigia facilita a coleta pelos polinizadores especializados.

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Abelhas (Hymenoptera, Apoidea) Nidificando


em Ninhos-Armadilha na
Estação Ecológica dos Caetetus, Gália, SP
Running title: Abelhas nidificando em ninhos-armadilha
Carlos Alberto Garófalo
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil
Autor para correspondência: C.A. Garófalo
e-mail: garofalo@ffclrp.usp.br
Telefone: (16) 3602-3698
Fax: (16) 3602-4886

Abstract

Trap-nesting bees (Hymenoptera, Apoidea) in the Caetetus Ecological Station, Gália, SP. This
paper reports data obtained concerning the occupation of trap-nests by solitary bees in a study carried
out in the Caetetus Ecological Station (22º20’ e 22º30’ S and 49º40’ e 49º45’ W), one of the larg-
est and most important remnants of semideciduous forest in São Paulo state , Brazil. Sampling was
made from June 2006 to December 2007 utilizing bamboo canes and tubes made of black cardboard
as trap-nests. The traps were inspected once a month with an otoscope. A total of 218 nests were
made by nine species belonging to five genera and two families. Tetrapedia diversipes was the most
abundant species while Epanthidium sp. occupied only one trap. Trap-nests were occupied from July
2006 to December 2007 with occupation peaks in October-November/06, February, July-August, and
October/2007, and lowest values from June to September/2006. No significant correlation was found
between the number of nests and temperature and monthly rainfall. Bamboo canes and small tubes
made of black cardboard were the trap-nests preferred by species. The natural enemies associated
with the nests were Mesocheira bicolor, Coelioxoides exulans, Coelioxoides cf. walteriae, and spe-
cies of Coelioxys, Leucospis, Anthrax and Meloidae. Comparing the data obtained with those from
other studied areas in São Paulo state, may be concluded that the Caetetus Ecological Station is one
of the areas poorest in bee species that nest in preexisting cavities.

Key Words: Apoidea, abundance, solitary bees, trap-nests, parasitism

Introdução

A floresta estacional semidecidual, caracterizada pela ausência de coníferas e pela perda parcial
das folhas no inverno, revestia quase todo o interior do estado de São Paulo, parte de Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul e Goiás, oeste do Paraná e Santa Catarina, estendendo-se até o Rio Grande do
Sul, na Bacia do Rio Turvo (Ramos et al., 2007). Esta floresta juntamente com a floresta ombrófila
densa (da encosta atlântica) e a floresta ombrófila mista (mata de araucária) compõem o denominado

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
209

domínio da Mata Atlântica (Ramos et al., 2007), um dos mais ameaçados ecossistemas florestais
brasileiros, apresentando atualmente 8% de sua área original (MMA, 2000). A floresta estacional
semidecidual foi o tipo florestal mais rápida e extensamente devastado em toda sua área de ocorrên-
cia natural. No estado de São Paulo, a devastação dessas florestas ocorreu associada à expansão da
fronteira agrícola, já que ocupavam os solos de maior fertilidade, em regiões com relevo favorável à
agricultura. Dos fragmentos remanescentes, poucos têm área representativa e encontram-se preserva-
dos (Durigan et al., 2000).
Este estudo examina a riqueza de espécies e abundância de abelhas que nidificam em cavidades
preexistentes e que ocorrem na Estação Ecológica dos Caetetus, um dos últimos fragmentos remanes-
centes significativos daquela extensa formação florestal existente no interior do estado de São Paulo.
A presente contribuição é parte de um estudo maior objetivando conhecer as comunidades de abelhas
que nidificam em cavidades preexistentes em fragmentos de floretas do estado de São Paulo, Brasil.

Material e Métodos

Área de estudo
A Estação Ecológica dos Caetetus (=EEC) está localizada entre as coordenadas geográficas
22º20’ e 22º30’ S e 49º40’ e 49º45’ W, no limite norte da bacia hidrográfica do médio Paranapanema.
A Estação possui 2176,10 ha e abrange áreas dos municípios de Gália e Alvinlândia, SP. O clima,
segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa, mesotérmico de inverno seco com temperaturas
inferiores a 18oC no inverno e superiores a 22oC no verão. No mês mais seco o total da precipitação
não passa de 30 mm, atingindo a precipitação anual de 1.100 a 1.700 mm (Tabanez et al., 2005). A
cobertura vegetal apresenta uma alta sazonalidade e uma queda parcial de folhas a partir de algumas
árvores durante a estação fria e seca (abril-setembro)(Ramos et al., 2007). A paisagem ao redor da
Estação é formada por remanescentes de floresta de vegetação nativa, pastagens e plantações de café
e borracha. Os remanescentes nativos são principalmente de floresta semidecídua juntamente com
floresta secundária e algumas áreas de transição entre floresta e cerrado (Nunes e Galetti, 2007).

Metodologia
Conforme descrito por Camillo et al.(1995), os ninhos-armadilha (=NA) usados neste trabalho
foram confeccionados com cartolina preta, na forma de pequenos tubos, com uma das extremidades
fechadas com o mesmo material. Esses tubos eram de dois tamanhos: os menores, denominados de
TP, possuíam 5,8 cm de comprimento e 0,6 de diâmetro, e os maiores, denominados de TG, tinham
8,5 cm de comprimento e 0,8 cm de diâmetro. O outro tipo de NA usado foi gomos de bambu (=GB),
com uma das extremidades fechadas por um nó, de vários diâmetros e comprimentos.
Em maio/06 foram selecionados três sítios para a instalação das estações de amostragens.
Em dois sítios, um localizado próximo à hospedaria e o outro junto à recepção de visitantes, foram
instalados dois suportes contendo os NA perfazendo um total de cinco estações de coletadas iden-
tificadas como: EEC-2; EEC-3, EEC-4, EEC-5 e EEC-6. Em setembro do mesmo ano, outros dois
sítios foram selecionados e cada um deles recebeu uma estação de amostragem, EEC-7 e EEC-8
(Figura 1). Em cada sítio foram disponibilizados 40 TP, 40 TG e 120 GB. Os GB foram amarrados
em conjuntos de 20 unidades e introduzidos em 6 tubos de PVC enquanto os tubos de cartolina
foram introduzidos em orifícios feitos em placas de madeira (cada uma com 40 orifícios). As pla-
cas de madeira e os tubos de PVC foram distribuídos em suportes de ferro instalados nos locais de
amostragens, protegidos de chuva e sol.

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Figura 1 - Estação Ecológica dos Caetetus, Gália e Alvinlândia, SP, com indicações das local-
izações das estações de amostragem.

No período de junho de 2006 a dezembro de 2007, uma vez por mês, os NA foram inspe-
cionados com o auxílio de otoscópios e todos aqueles que tinham sido utilizados e completados
foram retirados do local, levados para o laboratório e deixados à temperatura ambiente. Para
cada ninho coletado um novo NA correspondente era adicionado ao local. No laboratório, os
TP e TG foram introduzidos em tubos de vidro transparente apresentando comprimento com 4
a 6 cm maior que os dos NA e as entradas dos GB foram introduzidas em tubos de polietileno,
de diâmetros apropriados, com comprimento variando de 8-10 cm, fechados em uma das ex-
tremidades com uma rolha de cortiça. Conforme os indivíduos emergiam, eles se dirigiam para
o interior dos tubos de vidro ou tubos de polietileno onde eram coletados. Em seguida, os in-
divíduos eram mortos sob vapor de acetato de etila, alfinetados, etiquetados e depositados na
coleção do Depto. de Biologia de FFCLRP.

Resultados

Riqueza de espécies e Abundância


Nove espécies de abelhas, distribuídas por cinco gêneros, Tetrapedia, Centris, Megachile,
Epanthidium e Anthodioctes, e duas famílias, Apidae e Megachilidae, ocuparam 218 NA. Tetrapedia

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
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diversipes foi a espécie que apresentou maior atividade de nidificação (67,4% do total de ninhos)
seguida por Tetrapedia rugulosa e Centris analis com 9,6% dos ninhos cada uma delas. Epanthidium
sp. e Anthodioctes sp. foram as espécies que usaram os NA uma única vez (Tabela 1). Outros 16 nin-
hos foram estabelecidos nos NA. Nesses casos, contudo, as espécies não puderam ser identificadas
pelo fato dos ninhos terem todos os imaturos mortos ou parasitados. Esses ninhos foram feitos por
fêmeas de Tetrapedia (n = 8), de Centris (n = 7) e de Megachile (n = 1).

Tabela 1 - Espécies de abelhas, tipos de ninhos-armadilha utilizados e total de ninhos


construídos na Estação Ecológica de Caetetus, Gália e Alvinlândia, SP, no período de junho de
2006 a dezembro de 2007.

Tipos de ninhos-armadilha utilizados


Total de ninhos
Espécie Gomos de Tubos Tubos e (%)
bambu pequenos grandes
Tetrapedia diversipes 73 74 147 (67,4%)
Tetrapedia rugulosa 9 7 5 21 (9,6%)
Tetrapedia curvitarsis 5 4 1 10 (4,7%)
Centris (Heterocentris) analis 6 14 1 21 (9,6%)
Centris (Hemisiella) tarsata 4 4 (1,8%)
Centris (Hemisiella) sp. 3 3 (1,4%)
Megachile sp. 1 8 9 (4,1%)
Epanthidium sp. 1 1 (0,5%)
Anthodioctes sp. 2 2 (0,9%)

Além das espécies de abelhas que nidificaram nos NA, indivíduos de pelo menos sete espé-
cies de parasitas foram também criados a partir dos ninhos. Estas espécies pertencem às famílias
Megachilidae e Apidae (Hymenoptera, Apoidea), Leucospidae (Hymenoptera, Chalcidoidea),
Bombyliidae (Diptera) e Meloidae (Coleoptera). Tetrapedia diversipes foi a espécie hospedeira
com maior número de inimigos naturais (Coelioxoides exulans, Coelioxoides cf. waltheriae,
Leucopsis sp., Anthrax sp. e coleópteros), seguida por Centris (Hemisiella) sp. (Mesocheira
bicolor, Coelioxys sp. e Leucospsis sp.), Tetrapedia curvitarsis (Leucospis sp. e coleópteros), T.
rugulosa (C. cf. waltheriae) e Centris tarsata (M. bicolor). As espécies hospedeiras restantes não
sofreram ataques de inimigos naturais.

Utilização dos ninhos-armadilha

Das espécies que utilizaram mais de um tipo de NA, Megachile sp. e C. analis utilizaram os
TP em maior freqüência, enquanto que T. diversipes, T. rugulosa e T. curvitarsis utilizaram em maior
freqüência os GB embora a diferença na utilização em relação aos TP tenha sido apenas de 1 ou 2
ninhos. Das espécies que utilizaram apenas um tipo de NA, com exceção de Anthodioctes sp, que
nidificou em TP, as demais espécies nidificaram apenas em GB (Tabela 1).

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Fenologia
Independente da espécie, os 233 ninhos obtidos foram estabelecidos no período de julho/06 a
dezembro/07 com uma maior freqüência de nidificação ocorrendo em fevereiro/07, com a construção
de 31 ninhos, seguido pelos meses de julho e agosto/07, com 23 ninhos cada um, e pelo mês de outubro,
com 22 ninhos. O período de junho a setembro/06 foi o que apresentou os menores números de ninhos
construídos (Figura 2). O número de ninhos não foi correlacionado com a temperatura média mensal (r
= 0, 27; P = 0,27; n = 19) nem com os valores mensais de precipitação (r = 0,07; P = 0,77; n = 19).

Figura 2 - Número mensal de nidificações em ninhos-armadilha por espécies de abelhas


na Estação Ecológica dos Caetetus, Gália e Alvinlândia, SP, no período de junho de 2006 a
dezembro de 2007.

A espécie mais abundante, T. diversipes, nidificou de outubro de 2006 até dezembro de 2007,
apresentando maior atividade em fevereiro de 2007 (Figura 3). Nenhuma correlação foi também en-
contrada entre as atividades de nidificação e os parâmetros climáticos (r = 0,37; P = 0,12; n = 19, com
relação à temperatura e r = 0,14; P = 0,57; n = 19, em relação à precipitação). As atividades de nidifi-
cação de T. rugulosa ficaram restritas a apenas cinco meses do período estudado: setembro e outubro
de 2006 e julho a setembro de 2007, com maior atividade em agosto/07. Por outro lado, fêmeas de
T. curvitarsis utilizaram os NA apenas nos últimos três meses do período: de outubro a dezembro de
2007, em freqüências muito similares.

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Figura 3 - Número mensal de nidificações por fêmeas de Tetrapedia diversipes, na Estação


Ecológica dos Caetetus, Gália e Alvinlândia, SP, no período de junho de 2006 a dezembro de 2007.

Utilização dos ninhos-armadilha por estação de amostragem


As estações EEC-5 e EEC-6, com 74 e 66 ninhos, respectivamente, foram as que apresentaram
um maior numero de NA ocupados enquanto as estações EEC-2, EEC-7 e EEC-8 foram as menos
produtivas em número de nidificações (Figura 4). Tetrapedia diversipes, a espécie com maior número
de ninhos coletados, nidificou em todas as estações de amostragem, apresentando uma maior ativi-
dade na estação EEC-6 (Figura 4).

Figura 4 - Número total de ninhos e número de ninhos de Tetrapedia diversipes coletados em


cada uma das estações de amostragem instaladas na Estação Ecológica dos Caetetus, Gália e Alvin-
lândia, SP, no período de junho de 2006 a dezembro de 2007.

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Discussão

O padrão de ocupação dos NA pelas espécies de abelhas amostradas nesse trabalho, com a ocor-
rência de um acentuado número de espécies raras (aqui representadas pelo pequeno número de ninhos
construídos) e de poucas abundantes (representadas por numerosos ninhos construídos), foi similar
àquele que tem sido reportado em outros trabalhos feitos no Brasil (Camillo et al., 1995; Garófalo,
2000; Morato e Campos, 2000; Vianna et al., 2001; Aguiar et al., 2005; Buschini, 2006; Gazola e
Garófalo, 2008), mostrando que tal padrão é compartilhado por todas as comunidades. Das espécies
amostradas na EEC, C. analis e C. tarsata ocorreram em todas as outras áreas já estudadas no estado
de São Paulo e das três espécies de Tetrapedia, curvitarsis só não ocorreu na Estação Ecológica de
Paulo de Faria, Paulo de Faria, e rugulosa só não ocorreu em Paulo de Faria e no Parque Estadual
das Furnas do Bom Jesus, Pedregulho. A dominância de T. diversipes observada neste trabalho, foi
também relata por Camillo et al. (1995) para um dos habitats amostrados na Fazenda Santa Carlota e
por Garófalo (2000) para a Serra do Japi.
Das áreas estudadas no estado de São Paulo, a EEC teve um número de espécies ocupando
os NA similar àquele reportado por Gazola e Garófalo (2008) para a Estação Ecológica de Paulo de
Faria. Ambas as Estações só não foram as mais pobres em espécies, no estado, porque no estudo de
Alves-dos-Santos (2003), em uma pequena floresta semidecidual secundária localizada no Campus
da USP na cidade de São Paulo, apenas seis espécies de abelhas foram amostradas. Por outro lado,
embora sendo similar ou mais rica em espécies do que a EEC e sendo amostradas durante 24 meses,
os NA ocupados nas Estações Ecológicas de Jataí, Luis Antônio, e de Paulo de Faria, e no Parque Es-
tadual das Furnas do Bom Jesus e na Serra do Japi, Jundiaí, foram em número inferior àquele obtido
nesse trabalho. Entre os vários fatores influenciando a riqueza de espécies e abundância nas amostra-
gens feitas com NA (Gathmann et al., 1994; Tscharntke et al., 1998; Aguiar e Martins, 2002), a lo-
calização dos sítios de amostragem (Camillo et al., 1995; Aguiar e Martins, 2002), a disponibilidade
de substratos naturais para nidificação (Frankie et al., 1988; Morato e Campos, 2000; Viana et al.,
2001) e o número de sítios de amostragem devem ter um papel significativo naqueles parâmetros. As
amostragens sendo realizadas em vários locais de uma mesma área, como nesse trabalho, aumenta,
certamente, o número de ninhos obtidos e, provavelmente, o número de espécies amostradas. Essa
diferença metodológica poderia explicar, pelo menos em parte, o maior número de ninhos obtidos
nesse trabalho do que aqueles encontrados naquelas outras áreas citadas anteriormente. Por outro
lado, mesmo amostrando vários locais da área, os números aqui apresentados quanto à riqueza de
espécies e a abundância delas são menores do que aqueles obtidos nos estudos realizados na Fazenda
Santa Carlota, Cajuru, por Camillo et al. (1995), a partir de um único local de amostragem para cada
ambiente estudado. Nesses casos, o resultado final deve estar diretamente relacionado com a riqueza
e abundância das espécies ocorrendo na área o que sugere que a Fazenda Santa Carlota era um habitat
muito mais rico e com maior abundância de recursos disponíveis às espécies do que a EEC. Evident-
emente, a confirmação disso só poderia ocorrer a partir de estudos mostrando tais diferenças. Em
relação à localização dos sítios de amostragem, tem sido enfatizado que ambientes antropogênicos
são preferidos por inúmeras espécies (Camillo et al., 1995; Aguiar e Martins, 2002; Gazola, 2003)
o que resulta, em muitos casos, em coletas significantemente abundantes de ninhos e amostragem
de espécies. Esse fato foi observado nesse trabalho ao ser constatado que as maiores freqüências de
nidificação assim como maior diversidade de espécies nidificando ocorreram exatamente nas estações
localizadas ao lado das edificações que servem de alojamentos para pesquisadores (EEC-3e 4) e re-
cepção aos visitantes (EEC-5 e 6). Informações a respeito da disponibilidade de substratos naturais

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para nidificação não são disponíveis para a EEC o que dificulta uma análise desse parâmetro em rela-
ção à freqüência de utilização dos NA.
A utilização de um NA por fêmea de qualquer espécie depende, certamente, pelo menos, do diâmetro
dele. A utilização dos gomos de bambu por quase todas as espécies ocorre por eles apresentarem diâmet-
ros variáveis de forma a preencher os requisitos de escolha de cavidade de fêmeas de várias espécies.
Com exceção de Megachile sp. e C. analis, as quais ocuparam unicamente ou com maior freqüência os
TP, as outras espécies que utilizaram dois ou três tipos de NA nidificaram em freqüências muito similares
em dois deles, não evidenciando uma clara opção por um determinado tipo de cavidade.
Ocorrência de sazonalidade em insetos são características populacionais relacionadas com fa-
tores climáticos e disponibilidade de recursos (Young, 1982; Oertli et al., 2005) e tem sido reportada
por vários autores Frankie et al., 1998; Camillo et al., 1995; Pereira et al., 1999; Viana et al., 2001;
Gazola e Garófalo, 2003; Aguiar e Garófalo, 2004; Aguiar et al., 2005; Thiele, 2005) trabalhando
com NA. No período de desenvolvimento do presente trabalho não foram observadas diferenças
marcantes nas freqüências de nidificações entre as estações fria/seca e quente/úmida como também
nenhuma correlação entre os fatores climáticos com as atividades de nidificação das abelhas. É inter-
essante ressaltar que em ambas as estações ocorreram picos de ocupação dos NA. Na estação quente/
úmida ocorreu um pico no mês de fevereiro/07 enquanto na estação fria/seca os meses de julho e
agosto apresentaram um elevado número de nidificações. Por outro lado, no período compreendido
de outubro/06 a setembro/07, T. diversipes mostrou uma maior atividade de nidificação na estação
quente/úmida (outubro/06-março/07) construindo 66,2% do total de ninhos feitos naquele período.
Embora não significantemente acentuada, esses dados sugerem uma tendência para uma sazonali-
dade. Resultado similar foi reportado por Camillo (2005) para as atividades de T. diversipes no habi-
tat da Fazenda Santa Carlota onde esta espécie foi dominante.
O pouco conhecimento taxonômico sobre as espécies de inimigos naturais que atacaram os
ninhos das abelhas que nidificaram na EEC dificulta uma análise comparativa com as informações já
disponíveis na literatura. Contudo, a ocorrência de espécies de Coelioxoides associadas às espécies
de Tetrapedia tem sido reportada por outros autores (Gazola, 2003; Alves-dos-Santos, 2003; Camillo,
2005; Aguiar et al., 2005) assim como a de Mesocheira bicolor associada com espécies de Centris
(Aguiar e Martins, 2002; Aguiar et al., 2005; Gazola e Garófalo, 2008). Espécies de Leucospis, Coe-
lioxys, Anthrax e coleópteros meloídeos são conhecidos como associados a ninhos de várias espécies
de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes.

Agradecimentos

Ao José Carlos Serrano, pelo auxílio nos trabalhos de campo e no laboratório e pela identifica-
ção da maior parte do material obtido, e Edilson Simão Ribeiro da Silva, pelo auxilio nos trabalhos
de campo. Ao Instituto Florestal de São Paulo pela permissão para o desenvolvimento deste trabalho;
aos funcionários da Estação Ecológica dos Caetetus pelo apoio logístico. A FAPESP pelo apoio ao
desenvolvimento deste trabalho

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
SI MPÓSIO 10

CAUSAS, CONSEQÜÊNCIAS E CONTROLE DE


ENXAMEAÇÕES EM APIS MELLIFERA

Coordenador: Lionel Segui Gonçalves

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
218

Main Factors Related to Swarming, Absconding


and Migration of Honey Bees And
How to Control Them
Zbigniew Lipiński
Janiny Wengris Str. 8, 10-765 Poland., tel.: 0048-604-645-390
e-mail: Lipinski@sprint.com.pl

There are three main types of adaptive phenomenon of nest abandonment by honeybee swarms.
Namely, swarming, absconding and migration (Hepburn and Radloff 1998). The expression of these
behaviours by highly agitated honeybees is usually preceded by expression of a series of characteris-
tic stereotypical behaviours (e.g. engorgement with nectar or honey, worker piping, dances) (Winston
1987). In general most of these behaviours can be classified either as subjective or objective symp-
toms of the emotional nature of the honeybee (Lipinski 2006a)
Considering the common adaptive manner of expression of all types of nest abandonment by hon-
eybee swarms, the whole process governing this phenomenon was called the “adaptive process of nest
abandonment by swarms” (APNAS) by Lipiński (2001). However, due to some repeatable differences in
the repertoire of behaviours performed by bees before nest abandonment, this phenomenon was catego-
rized by this author (2001) into: (1) - swarming process of nest abandonment (SPNAS), (2) - abscond-
ing process of nest abandonment (APNAS) and (3) - migration process of nest abandonment (MPNAS).
Interestingly, despite some intermediate typical and atypical forms of SPNAS, APNAS and MPNAS
(Lipinski 2001), all of these phenomena are often enriched by such adaptive behaviours as: amalgama-
tion of swarms in the air, usurpations of colonies by swarms etc (reviewed by Lipiński 2001).
Significantly for the process of complex adaptation, all types of APNAS are expressed in terms
of ongoing stress (Lipinski 1999, 2001, 2002). This psychobiological phenomenon, well known to
the whole animal kingdom (Solomon et al 1998), includes invertebrates (Stefano 2002). Interestingly
due to the psychophysiological background of stress reactions, the four groups of stimulations, also
called factors, can be identified as being responsible for APNAS. These factors are as follows:

1. the level of genetic (inborn) propensity of a given geographical race of bees to nest aban-
donment in terms of swarming stress (described by Lipinski 2001).
2. the potency of environmental (e.g. lack or surplus of nectar or pollen, lack of water, high air
pressure and temperature, robbing by other bees, strong odours, dark coloration of objects)
and/or social stress (e.g. overgrowing of the nest by bees, social competition, queen loss )
(rev. by Winston 1987, Lipinski 2001).
3. the speed of decay of calming activity of some social (e.g. queen and young brood phero-
mones) and environmental (e.g. propolis) stimulations .(Lipiński 2006b),
4. accuracy in honeybee housing and management (e.g wrong hive ventilation, lack of
space,combs, excessive smoking and hive examination Morse and Hooper 1985, Winston
1987) in terms of their growing up environmental (Morse and Hooper 1985, Winston 1987)
and social stress (Lipinski 2001).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
219

Considering that the emotional nature of the honeybee is strongly supported by it’s individual and
per se colonial genetic make up, not only subspecies or races of bees, but also individual colonies of a
given race can differ between each other in their sensitivity to stress stimulations and ability to fall into
APNAS. As a result of this, highly emotional Africanized honey bees react faster to threatening overstimu-
lation than the quieter European bees. Due to the respectively higher level of metabolism Africanized (A.
m. scutellata) bees have compared to European ones. This is so great, that African workers and queens
not only develop faster into imago than European bees (Abramson 2002), but also are more defensive and
more prone to swarming (Caron 2001). Unfortunately for APNAS control, growing stress makes bees
more resistant to the calming properties of some social (e.g. pheromones of queen substance) and envi-
ronmental (e.g. nectar, propolis ) calming factors (Lipiński 2006b). This is because emotional agitation of
stressed bees and the accompanying disturbance of cognitive processing of information can spark anxiety
and subsequently halt expression of trophallaxis behaviour needed for the efficient spread of the mentioned
calming substances among bees, which is finally manifested by swarm lift off (Lipiński 2001.2006a).
Thus, not only emotional but also affective aspects of cognitive perception of stress stimulations
influence the discussed process of APNAS, especially in the case of SPNAS. To which young, stress
sensitive bees are particularly prone (Lipiński 2001). This is additionally confirmed by the fact that
not only the genetic make up of honeybees, but also the psychobiological value of stress stimulation,
in view of previous experiences and actual environmental and social context strongly influence the
affective aspects of cognitive perception in honeybees (reviewed by Lipinski 2006a). Which means
that emotional agitation of the colony not always means swarm release in the nearest future.
All types of APNAS are some kinds of resultant of complicated psychobiological process of
simultaneous emotional/affective perception of many different external and internal stress stimulations
by the honeybee brain. However, in the case of typical MPNAS (stable migration) perception of lack of
food, as the main environmental stimulation clearly dominates over other factors (Lipinski 2001).
Considering that the stress factors mentioned earlier can evoke SPNAS and APNAS in respec-
tively less emotional European bees, it becomes obvious that the general control of swarming, ab-
sconding and migration of honeybees depends on the effectiveness of their protection from excessive
exposition to the long list of stress stimuli (reviewed by Lipiński 2001) All in connection with control
of their genetic (calm) make up, and proper housing and management as well.
The only problem which is still not fully solved is how to control SPNAS in highly emotional/af-
fective strains of tropical bees Especially crossbreeds of Apis. mellifera. scutellata with European honey
bees, known as Africanized bees (Goncalvez 1974). Nowadays, the limited selection of calm strains of
these bees -in terms of neverlasting natural selection of drones for opposite emotional/affective traits-
makes such an enterprise difficult. Nevertheless, it can be observed that (1) - feeding can delay or even
stop hunger absconding (migration) of A. cerana bees (Olsson 1989), (2) - keeping of Africanised bees
on higher attitudes diminishes their defensiveness (reviewed by Caron 2001, Lipinski 2001) These ob-
servations clearly indicate that control of SPNAS in tropical honeybees also depends on the effective-
ness of their protection from excessive exposition to stress stimuli. Moreover fact that colonies with
African queens mated to European drones are less defensive (Caron 2001) indicates that selection can
facilitate (to some extent) the control of APNAS development in these kind of bees.
Observations made in South Africa in apiaries consisting of feral colonies of Apis mellifera
scutellata (Kolasiński personal info) indicates that is possible to achieve up to a 40% higher honey
harvest in colonies of these bees due to (1) reconstruction of standard hives and (2) - biotechnical
manipulation with queen pheromones. The main purpose of this innovation is to force bees into nec-
tar collecting instead of brood rearing, in terms of more efficient suppression of APNAS. It means

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
220

through the better contact of especially forager and honey processing bees with the calming proper-
ties of pheromones of queen substance - understood as a full blend of its pheromones. Considering
that Africanized worker bees suffer excessive agitation during nectar collecting (Caron 2001).
The other APNAS control method which works well in feral colonies of pure feral Apis mel-
lifera scutellata bees depends on keeping these bees in mentioned reconstructed hives as artificially
created “working colonies” with a supply of brood and worker bees from maternal colonies, under the
protection of an excessively enriched bouquet of queen pheromones.
In summary, the future of control of swarming, absconding and migration behaviours of tropi-
cal honeybees apart from the use of standard control measures, should undergo a more sophisticated
method of selection for less emotional and less effective traits. It seems also that contemporary meth-
ods of investigation of unconditional and conditional learning in honeybees can be useful for this
purpose. Considering lower levels of learning a proboscis conditioning task in African honey bees
(reviewed by Abramson 2002). In the above context the mentioned changes in hive construction
especially in colonies of African and Africanized bees, seems to be very useful.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
221

Enxameação Induzida por Aumento de


Temperatura em Abelhas Africanizadas
Gesline Fernandes de Almeida e Lionel Segui Gonçalves
Depto de Biologia da FFCLRP – USP, Ribeirão Preto – SP.

A atividade de abelhas melíferas está definida como saída ou entrada de abelhas do ninho, com
ou sem material (pólen, néctar, etc). A entrada ou não de materiais está diretamente relacionada com
os fatores bióticos e abióticos, sendo importante uma boa interação entre esses fatores. Através desses
fatores, alguns comportamentos das abelhas podem ser analisados, bem como os comportamentos
enxameatórios. A enxameação tem trazido grandes prejuízos aos apicultores brasileiros e em especial
nordestinos que registram perdas anuais de 50% ou mais por abandono. São vários os fatores que po-
dem influenciar no mau funcionamento da colônia e desencadear uma enxameação, tais como: falta de
água, stress, temperatura, umidade relativa, falta de alimento, etc. Estudos de monitoramento e registro
das atividades diárias, assim como de temperatura e umidade relativa podem auxiliar em estudos com
comportamento enxameatório. Com o intuito de controlar o comportamento enxameatório de aban-
dono das abelhas africanizadas, neste estudo analisamos o comportamento de resposta de colônias de
abelhas africanizadas durante a enxameação induzida por altas temperaturas. Os experimentos foram
realizados no campus da USP de Ribeirão Preto – SP e na Fazenda Experimental da UFERSA em Mos-
soró – RN. Foram utilizadas, para cada repetição, cinco colônias de abelhas africanizadas (Apis mel-
lifera L.) instaladas em núcleos de fecundação tipo Langstroth (3 controle e 2 tratamento). Sensores
de temperatura e umidade relativa interna foram instalados em todas as colônias, na região central da
cria, bem como no ambiente externo. Todas as colônias tiveram suas atividades de vôo monitoradas
por detectores de atividade (Apidômetro), e os dados foram enviados ininterruptamente dor dia para
um software ao longo de 24 horas até a finalização completa da enxameação induzida. Duas colônias
experimentais sofreram indução a enxameação por aumento de temperatura ao mesmo tempo, propor-
cionada por uma câmara climática dotada de sensores de temperatura e apidômetros. Foram realizadas
9 repetições; com as temperaturas de indução variando de 28 a 50º C, das 8:00 às 18:00h. Os resultados
revelam que o aumento de temperatura (41ºC) provoca a saída em massa dos indivíduos da colônia
deixando cria e alimento, e, portanto, indicam abandono. A decisão de grupo para a partida é de grande
importância e a comunicação é intensa, principalmente minutos antes do vôo e na formação da nuvem
de abelhas. A temperatura e umidade relativa têm um efeito direto sobre a atividade de vôo das colônias
de abelhas africanizadas, como demonstrado nos registros dos ciclos.

Agradecimentos

CAPES, CNPq, FAPESP e SEBRAE

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
222

Communication Signals Used in Queen


Replacement and Colony Relocation
Decisions in Honey Bees
Stanley Scott Schneider
Department of Biology, University of North Carolina, Charlotte, NC 28223, USA

Colony reproductive decisions in social insects often require extensive interactions between
sterile workers and reproductive castes. Here we investigate how workers in colonies of African
and European honey bees use two communication signals, the vibration signal and worker piping, to
influence (1) the behavior of the laying queen during swarming and colony relocation to a new nest
site, (2) the rearing and development of virgin queens in queen cells, and (3) the behavior and fighting
interactions of emerged virgin queens during the queen-replacement process.
We investigated worker interactions with laying queens by examining vibration signal and piping
activity in four European observation colonies preparing for reproductive swarming, and then inside
the resulting swarm clusters. Workers performed vibration signals on the laying queens at variable,
but increasing rates throughout the 2-4 weeks preceding swarm departure from the natal nests. Laying
queens respond to the signal with increased locomotion, which in combination with reduced feeding
from workers, may help to gradually prepare her for flight, through increased weight loss and perhaps
increased responsiveness to stimuli that promote leaving the nest. Workers also performed piping on
laying queens during the swarm-preparation period and there was always a pronounced increase in pip-
ing activity during the final 30-60 min before the issue of the primary swarm. Piping may cause queens
to warm their flight muscles in preparation for flight and may be the signal that triggers immediate
departure. When inside the swarm cluster, laying queens receive few interactions from workers and
rarely receives vibration signals. However, during the final 2-3 hours before swarm lift off, the queen
receives increasing piping activity from workers and is increasingly contacted by waggle dancers for
nest sites, some of which pipe her. Thus, worker use a combination of vibration signals and piping
to prepare the queen for flight and trigger departure with the primary swarm, and then use piping to
stimulate queen flight during relocation to the new nest site. In combination, these two signals enable
workers to coordinate queen behavior with colony reproductive and movement decisions.
We observed worker-queen interactions during the queen-replacement process in 9 African and
12 European colonies. Workers often performed vibration signals on queen cells (worker piping on
queen cells has not been observed). Queen cells that are vibrated at higher rates were more likely to
produce emerged VQs, suggesting that the signal may have promoted queen developmental success.
However, the function of vibration signals performed on queen cells is unknown.
Emerged VQs frequently received vibration signals from workers, sometimes at extremely high
rates, but there was tremendous variability in the vibration rates observed among VQs within the
same colony and between different colonies. Much of this variability depended upon whether or not
colonies produced afterswarms. In colonies without afterswarms, the queen replacement process
was completed in 24-48 hours, the first-emerging virgin queen (VQ) typically inherited the natal nest
even if multiple queens emerged, workers performed few vibration signals on emerged queens, and

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
223

all signaling activity was directed toward early emerging VQs. In contrast, if colonies did produce
afterswarms, the queen replacement process required 5-6 days, there was no advantage for first-
emerging queens, vibration rates on emerged queens were 25 times greater, and signaling activity was
directed toward all VQs. Although vibration signal activity was more pronounced in colonies with
afterswarms, the signal was consistently associated with increased VQ survival under all conditions.
These trends were exhibited similarly in the African and European colonies, suggesting that they
have broad applicability to queen-replacement decisions over a range of environmental and racial
conditions. Our results suggest that worker behavior is a major determinant for the outcome of queen
replacement, either through reduced interactions that allow first-emerged queens to rapidly eliminate
rivals, or through increased use of interactions such as the vibration signal, which may allow workers
to influence the ultimate fate of each emerged VQ. These behavior patterns may reflect the roles of
cooperation and conflict between workers and queens in shaping honey bee reproductive decisions.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Como os Comportamentos de Migração e


Abandono das Abelhas Africanizadas Tornaram
Possível a Apicultura no Nordeste do Brasil
Breno Magalhães Freitas1; Raimundo Maciel Sousa2; Isac Gabriel Abrahão Bomfim1
1
Departamento de Zootecnia – CCA, Universidade Federal do Ceará, C.P. 12168,
Fortaleza – CE, Brazil. 60.021-970.
2
Instituto Centro de Ensino Tecnológico – Centec, Sobral – CE, Brazil. 62.040-730.
E-mail: rdomaciel@yahoo.com.br
Autor para correspondência: Breno Magalhães Freitas. E-mail:freitas@ufc.br

Abstract

How absconding and migratory behaviors of feral Africanized honey bee (Apis mellifera l.)
made beekeeping possible in NE Brazil.
We investigated the annual movements of feral Africanized honey bee (Apis mellifera L.) colonies in
the state of Ceará, Brazil aiming to understand seasonal variation in their population. Arrival and abscond-
ing of Africanized honey bee (AHB) colonies in the semiarid county of Canindé and humid city of For-
taleza (120 km apart) were recorded weekly from January 1999 to December 2001, and the data compared
to rainfall records in both areas. Results showed that AHB colonies only nest in the semiarid during the
rainy season and abscond during the dry season, in opposition to observations taken in Fortaleza. Only 5%
colonies remained in the semiarid area for the whole year due to ant (Camponotus sp.) attacks and short-
age of nectar and water during the dry season, most colonies migrating to coastal areas where the weather
is milder and many plant species bloom at that time of the year. Excessive rainfall probably pushes AHB
colonies back to semiarid during the rainy season. We concluded that absconding and migration are strate-
gies that allow AHB colonies to survive in semiarid NE of Brazil, in opposition to European honeybees
that never succeeded in establishing wild colonies in the region.

Palavras-chave: absconding, migration, semiarid, survival strategy.

Introdução

A abelha melífera Apis mellifera L. é uma espécie de abelha exótica às Américas trazidas por colo-
nizadores europeus. No Brasil, acredita-se que a primeira introdução ocorreu em meados do século XIX,
quando abelhas da raça européia A.m. mellifera foram trazidas de Portugal para o Estado do Rio de Janeiro
e dali disseminadas para o Sul e Sudeste do país. Posteriormente outras raças como A. m. ligustica, A.
m. carnica e A. m. caucasica vindas da Europa e/ou Estados Unidos também foram trazidas para o país
(Wiese, 2005). No entanto, nas demais regiões do Brasil, colônias dessas abelhas eram pouco comuns
e geralmente restritas a pequenos criatórios pouco tecnificados. As abelhas melíferas européias (AME)
nunca obtiveram sucesso em estabelecer colônias silvestres no Nordeste do Brasil devido ao clima semi-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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225

árido predominante na maior parte desta região. Por causa deste fato, a apicultura na região restringiu-se a
poucas áreas costeiras e montanhosas, cujas condições ambientais eram toleradas pelas AME. Apenas após
a chegada das abelhas melíferas africanas/africanizadas (AMA) nos anos 60 é que foi estabelecida uma
população silvestre na caatinga e assim a apicultura prosperou (Freitas, 1991).
Caatinga é uma vegetação arbustiva que cobre a maior parte do nordeste brasileiro, com uma área
aproximada de 834.000 km2 (Andrade-Lima, 1981). O clima é semi-árido, com duas estações distintas ao
logo do ano: a estação chuvosa (4-6 meses) e a estação seca (6-8 meses), dependendo do ano. Durante a
estação seca, a luz solar é intensa, as temperaturas chegam a atingir 37°C, a água se torna escassa e a maio-
ria das espécies de plantas perde suas folhas (Araújo-Filho, 1990).
O termo caatinga vem da língua indígena Tupi. De acordo com Andrade-Lima (1981), caatinga de-
riva das palavras caa = vegetação ou floresta e tinga = branca, e significa floresta branca ou pálida. Porém
Lima-Verde (informação pessoal) acredita que o termo é originado das palavras caa e tininga = seca, as-
sim significando floresta ou vegetação seca. Esta última explicação parece mais provável por causa das
condições áridas que prevalecem na área na maior parte do ano.
A vida na caatinga durante a estação seca é difícil para as colônias de abelhas melíferas, devido ao
longo período sem chuva e pouquíssimas floradas. Contudo, as AMA estão hoje em dia entre os habitantes
mais comuns da caatinga. Observações preliminares mostraram que a presença de colônias silvestres de
AMA na caatinga é forte durante a estação chuvosa, mas elas se tornam escassas no período seco (Kerr,
1971; Sousa et al., 2000). O extrativismo predatório de mel tem sido culpado pela forte redução do número
de colônias residindo na caatinga após a estação chuvosa, mas um estudo realizado por Sousa et al. (2000)
no município de Caridade - CE, monitorando 31 colônias silvestres protegidas da ação dos caçadores de
mel, mostrou que apenas 10% dessas colônias não abandonaram ou morreram durante a estação seca. Kerr
(1971) sugeriu que as colônias de AMA poderiam migrar da caatinga para áreas onde as condições ambi-
entais fossem menos severas durante o período mais crítico do ano.
Termos como enxameação, abandono e migração têm sido largamente utilizados na literatura sobre abel-
has e freqüentemente empregados como sinônimos, embora signifiquem eventos distintos. Neste trabalho, o
termo enxameação é utilizado para significar uma divisão de caráter reprodutivo em colônias de AMA, pela
qual parte das operárias deixa o ninho junto com a rainha antiga em busca de um novo local, enquanto que as
outras operárias permanecem na colônia com a nova rainha; abandono quando todas as abelhas adultas deixam
o ninho para não mais retornarem a ele; enquanto que migração significa o movimento de uma colônia de AMA
entre regiões ecologicamente distintas. Comportamentos como abandono e migração tem sido relatados para
outras espécies de abelhas melíferas, como A. dorsata e A. laboriosa, em várias partes do mundo (Seeley, 2006;
Ahmad, 1989a e b; Winston, 2003). Porém pouco é conhecido sobre as estratégias de sobrevivência das abelhas
africanizadas no semi-árido do Brasil, estratégias essas que as permitiram colonizar e prosperar na caatinga, en-
quanto que as AME – apesar de terem sido introduzidas bem antes- falharam em se estabelecer na caatinga.

Material e métodos

Para identificar possíveis padrões migratórios das AMA na região nordeste do Brasil e determi-
nar a importância desses movimentos na habilidade dessas abelhas sobreviverem de modo silvestre nas
condições do semi-árido brasileiro, foram feitas observações nas cidades de Fortaleza (03°43’02’’ S e
38°32’35’’ N) e Canindé (04°21’32’’ S e 39°18’42’’ N). Fortaleza é a capital do Estado do Ceará, está
situada no litoral e cobre uma área de 336 km2. Sua temperatura média é de 23°C, e durante a estação seca
do ano apresenta florescimento de várias espécies vegetais, tais como mangueira (Mangifera indica L.),
cajueiro (Anacardium occidentale L.), coqueiro (Cocos nucifera L.), entre outras. Canindé está situada

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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226

120 km ao sul de Fortaleza, seu clima é semi-árido com uma temperatura média de 27°C, e suas plantas
florescem principalmente durante o período chuvoso (Freitas, 1991; Funceme, 1997).
A chegada e o abandono das colônias de AMA à uma área de 1 km2 em Canindé foram registradas
semanalmente durante três anos; de janeiro de 1999 até dezembro de 2001. As colônias também foram
monitoradas para registrar atividades de vôo e ataques de pagas e predadores. Durante o mesmo período,
todas as chamadas legítimas recebidas pelo corpo de bombeiros em Fortaleza, solicitando a remoção de
enxames de abelhas, foram checadas e registradas. Este método de monitoramento de chegada de enxames
à Fortaleza provou ser muito eficiente, pois normalmente os cidadãos temem as AMA e avisavam a pre-
sença das mesmas aos bombeiros assim que qualquer enxame fosse visto. Dados coletados em Canindé e
Fortaleza foram comparados aos registros pluviométricos em ambas as áreas.

Resultados e discussão

Observações mostraram que a pluviosidade na cidade de Canindé durante o período estudado


foi menor do que a média histórica (35 anos) da área, especialmente no ano de 1999 e 2001 (Tabela
1). Porém, em Fortaleza, a pluviosidade entre 1999 e 2001 foi similar a média histórica (Tabela 2). A
chegada e nidificação de enxames de AMA em Canindé aconteceram apenas durante o período chu-
voso, entre os meses de janeiro e maio (Tabela 3).

Tabela 1 – Pluviosidade (mm) no município de Canindé, Ceará, Brasil, entre 1999 e 2001, e a
média histórica de um período de 35 anos.
Ano Mês Total
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1999 8,8 32,0 152,9 28,4 67,2 17,2 0 0 0 0 18,5 45,0 370,0
2000 124,4 120,9 122,3 154,5 38,5 56,0 45,5 59,2 0 0 0 9,2 730,5
2001 2 3,9 6,4 113,5 220,2 5,0 0 0 0 0 0 0 0 369,0
Média 52,4 53,1 129,5 134,4 36,9 24,4 15,2 19,7 0 0 6,2 18,0 489,8
Média 83,3 146,8 185,6 169,7 89,0 42,5 13,4 5,6 0,3 0,6 3,4 15,9 756,1
histórica

Tabela 2 – Pluviosidade (mm) no município de Fortaleza, Ceará, Brasil, entre 1999 e 2001, e a
média histórica de um período de 35 anos.
Ano Mês Total
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1999 67,8 145,8 231,5 325,6 408,2 26,9 1,8 11,3 44,1 6,4 12,0 63,2 1344,6
2000 233,4 171,4 192,8 507,7 171,5 74,2 164,8 112,3 153,3 1,2 9,3 5,7 1797,6
2001 103,2 89,4 172,4 708,1 80,1 165,6 62,0 2,0 9,3 6,1 13,0 27,0 1438,2
Média 134,8 135,5 198,9 513,8 219,9 88,9 76,2 41,9 68,9 4,6 11,4 32,0 1526,8
Média 116,8 199,6 339,4 349,2 220,4 162,6 82,7 33,6 26,9 12,8 12,3 41,5 1597,8
histórica

Tabela 3 – Estabelecimento de colônias abelhas melíferas africanizadas no município de Can-


indé, Ceará, Brasil durante três anos.
Ano Mês Total
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1999 0 7 21 4 2 0 0 0 0 0 0 0 34
2000 6 9 10 7 0 0 0 0 0 0 0 0 32
2001 4 5 12 9 1 0 0 0 0 0 0 0 31
Média 3,3 7,0 14,3 6,7 1,0 0 0 0 0 0 0 0 32,3

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
227

A densidade de colônias na área estudada teve seu pico entre abril e maio, com valores variando
de 31 a 34 colônias/km2, dependendo do ano. O abandono aconteceu durante a estação seca, princi-
palmente entre julho e outubro (Tabela 4).

Tabela 4 – Abandono de colônias abelhas melíferas africanizadas no município de Canindé,


Ceará, Brasil durante três anos.
Ano Mês Total

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Sep Out Nov Dez

1999 0 0 0 0 0 0 9 11 6 3 2 0 31
2000 0 0 0 0 0 0 0 8 13 6 2 1 30
2001 0 0 0 0 0 0 12 6 7 6 0 0 31
Média 0 0 0 0 0 0 7,0 8,3 8,7 5,0 1,3 0,3 30,7

Em Canindé, a maioria das colônias abandonou seus ninhos tanto devido aos prolongados
ataques de formigas (Camponotus sp.), que foram observados durante várias noites, quanto também à
escassez de néctar e água. Porém, um pequeno número de colônias (média de 5%) situadas em locais
privilegiados (próximos a rios, poços e áreas frescas) permaneceu na área de um ano para o outro.
Essa valor é metade do valor encontrado por Sousa et al. (2000) para o município vizinho de Cari-
dade – CE, mas a pouca pluviosidade sobre estes três anos de estudo provavelmente teve um papel
importante no aumento do abandono das colônias. De fato, os registros pluviométricos mostraram
que a chegada e o abandono das colônias de abelhas africanizadas na caatinga estão fortemente rela-
cionados com a estação do ano (Figura 1).

Figura 1 - Médias da chegada e abandono de colônias de abelhas africanizadas e pluviosidade


(mm) no município de Canindé, Ceará, Brasil entre 1999 e 2001.

Em 1999 e 2001, anos de pouca chuva e com uma curta estação chuvosa, a chegada das colônias
foi atrasada, tímida no início da estação e o abandono começou já em julho e terminou em novembro.
No ano 2000, um ano cuja pluviosidade foi similar à média histórica, as colônias de AMA chegaram
mais cedo e abandonaram mais tarde (Figura 1).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
228

Em Fortaleza, os enxames chegaram o ano todo, mas seus números aumentaram considerav-
elmente durante a estação seca, especialmente entre julho e outubro (Tabela 5; Figura 2), o mesmo
período em que ocorria o maior abandono de colônias em Canindé (Figura 3).

Tabela 5 – Chegada de colônias abelhas melíferas africanizadas no município de Fortaleza,


Ceará, Brasil durante três anos.
Ano Mês Total

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1999 83 102 114 77 79 114 315 368 223 225 223 137 2060
2000 165 153 124 96 103 407 345 351 477 322 208 130 2881
2001 142 124 145 118 139 186 240 204 239 240 174 158 2109
Média 130,0 126,3 127,7 97,0 107,0 325,7 300,0 307,7 313,0 262,3 201,7 141,7 2350

Figura 2 - Médias da chegada e abandono de colônias de abelhas melíferas africanizadas e


pluviosidade (mm) no município de Fortaleza, Ceará, Brasil entre 1999 e 2001.

Figura 3- Médias do abandono de colônias de abelhas melíferas africanizadas no município de


Canindé e chegada no município de Fortaleza, Ceará, Brasil entre 1999 e 2001.

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
229

Esta pesquisa sugere que a abelha africanizada habita o semi-árido nordestino do Brasil
porque ela abandona a caatinga quando as condições se deterioram, migrando para áreas mais fa-
voráveis. Entretanto, não é possível afirmar a partir desta pesquisa que as colônias de AMA aban-
donam Canindé migrando para Fortaleza. Outras localidades litorâneas ou vegetações costeiras
poderiam ser seus destinos, tão bem como áreas montanhosas úmidas situadas a 40 km do local
estudado. A maioria das colônias de Canindé e de outros municípios provavelmente voou para
uma gama de lugares diferentes, uma vez que a densidade de enxames em Fortaleza variou de ap-
enas 6,1 a 8,5 enxames km2, entre 1999 e 2001. O aumento em número de enxames que chega em
Fortaleza quando a enxameação reprodutiva já não está mais acontecendo na caatinga (depois de
junho), mas o abandono chega ao máximo lá, sugere que as colônias de AMA migram para áreas
litorâneas quando as condições ambientais se deterioram na caatinga semi-árida, como relatado
anteriormente por Kerr (1971). Dados obtidos por Sousa et al. (2000) para a cidade de Caridade
também reforçam esta hipótese.
Colônias de AMA em Fortaleza não foram monitoradas porque qualquer enxame ou colônia
encontrado era exterminado pelos bombeiros. Porém, colônias estabelecidas na copa de árvores
altas e topo de construções geralmente passavam despercebidas. A maioria dessas colônias aban-
donou seus ninhos durante a estação chuvosa em Fortaleza, ou porque não estavam adequada-
mente protegidas das chuvas intensas ou por causa da escassez de flores e outras fontes de ali-
mento durante este período do ano. O mesmo pode ocorrer em outras áreas litorâneas do nordeste
brasileiro, onde a maioria das floradas concentra-se na estação seca. Colônias que abandonam
Fortaleza e outras áreas litorâneas durante a estação chuvosa migram de volta para a caatinga
(Figura 1), fechando o ciclo.
Os comportamentos de migração e abandono mostrados pelas abelhas africanizadas, asso-
ciados à sua defensividade, têm sido considerados características indesejáveis para a apicultura
(Seeley, 2006; Winston 2003). Entretanto, foram exatamente o abandono e a migração que per-
mitiram a chegada dessas abelhas ao nordeste do Brasil, vindas da parte sul do país e trazendo
uma nova espécie à área, que mudou suas interações ecológicas (Taylor e Spivak, 1984). Tam-
bém, essas características têm assegurado a sobrevivência das abelhas africanizadas no nordeste
brasileiro por meio dos movimentos das colônias entre diferentes áreas ecológicas quando seus
recursos vitais melhoram ou deterioram, ao contrário da abelha européia, que perece devido à
reduzida mobilidade de sua colônia.
A chegada da AMA ao nordeste brasileiro provavelmente afetou a fauna de abelhas in-
dígenas, embora impactos causados nas abelhas nativas pela introdução dessa abelha no novo
mundo ainda permaneçam controversos (Roubik, 1992). Parece que o abandono e a migração das
colônias de AMA durante o período mais crítico do ano evita competição com outras espécies
de abelhas sociais e solitárias que residem na caatinga, em concordância com o observado por
Roubik et al. (1986).
A presença de colônias silvestres de AMA na caatinga permitiu que pessoas pobres vivendo
no semi-árido nordestino passassem a colher toneladas de mel e cera dos seus ninhos ao final
de cada estação chuvosa, gerando assim uma nova fonte de alimento e renda. A bem sucedida
presença das colônias de abelhas africanizadas na região também estimulou a apicultura entre
fazendeiros, e esta se transformou em uma nova atividade praticada em muitas propriedades
rurais apesar da necessidade de boas práticas de manejo das abelhas e vegetação para manter as
colônias de AMA nas colméias durante a estação seca. O abandono e a migração de colônias sil-
vestres de AMA mostraram potencial para a apicultura migratória que passou a ser praticada pela

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230

maioria dos apicultores profissionais no nordeste do país (Souza, 2004). Entretanto, a movimen-
tação de abelhas realizada pelo homem provavelmente tem pouco impacto na região porque os
apicultores migram para as mesmas regiões e na mesma época do ano que as colônias silvestres,
e não existem áreas livres de colônias de AMA na região.
Conclusão

Os comportamentos de abandono e migração permitiram as colônias de AMA estabelecerem


populações silvestres no semi-árido nordestino, ao contrário das colônias de abelhas melíferas euro-
péias, que nunca conseguiram sobreviver fora de apiários na região.
Os comportamentos de abandono e migração são responsáveis pelos movimentos freqüentes
das colônias de abelhas africanizadas no nordeste do Brasil, e têm provado serem as mais importantes
características das colônias silvestres de AMA na região.
O Abandono e a migração de colônias silvestres de AMA estão fortemente relacionados ao ciclo
anual de chuvas.

Agradecimentos

Nós agradecemos ao Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará, sede Fortaleza, pelos dados
das remoções de colônias e enxames de AMA desta cidade durante o período do presente estudo; A
Fundação Meteorológica do Estado do Ceará (Funceme) pelos dados históricos de pluviosidade nos
municípios de Canindé e Fortaleza; e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecno-
logia – CNPq – pela bolsa de produtividade de B. M. Freitas e pela bolsa de I. G. A. Bomfim.

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SI MPÓSIO 11

COMPORTAMENTO DE ABELHAS SEM FERRÃO

Coordenadores: Sidnei Mateus, Fabio Santos do Nascimento

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Biologia Comportamental de
Trigona pellucida Cockerell, 1912,
(Hymenoptera, Apidae, Meliponini).
Sidnei Mateus e Ronaldo Zucchi
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP, Departamento de Biologia, Av.
Bandeirantes, 3900, CEP-14040-901, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. sidneim@ffclrp.usp.br

Behavioral Biology of Trigona pellucida Cockerell, 1912, (Hymenoptera, Apidae, Meliponini).

Abstract

Behavioral aspects on the stingless bees included in the genus Trigona are quite rare. Present con-
tribution deals with the bionomics of Trigona pellucida of which results were closely compared with
Trigona cilipes cilipes. Because both taxa are morphologically similar, present comparative bionomical
account aims at to contribute towards their separate identity. Two nests of T. pellucida collected in Mato
Grosso were used. All nests were found within inhabited termite nests located in living trees hollow
trunks. Upon their transference to observation hives colonies were used for several bionomic studies
as: division of labor allied to age polyethism, cell provisioning and oviposition (POP) analysis, cyclical
royal cells production, etc. The latter aspect provided an excellent opportunity to analyze the relationships
among royal cell cyclical production, neat occurrence o physogastric queen behavioral alterations signal-
ing close gyne emergence, new gyne acceptance or rejection behaviors, etc. Moreover, undertaken com-
parative analysis shows a set of distinctive bionomical traits between T. pellucida and T. cilipes cilipes.

Palavras chave: Meliponini, Trigona pellucida, divisão de trabalho, célula real, arquitetura de
ninho, rainha virgem.

Introdução

Os meliponíneos durante um longo período de evolução foram gradualmente ocupando nichos


ecológicos existentes em seu ambiente. Se os ocos das árvores fossem suficientes para fazer face à ca-
pacidade de reprodução destas abelhas, estas não deveriam ter se diversificado tanto quanto aos seus
hábitos de construção de ninhos (Kerr et al., 1967). Os ninhos são construídos em ocos de árvores
vivas, de árvores secas, postes de cerca, frestas em parede de alvenaria, alicerces, dentro de ninhos
de outros insetos sociais como vespas, formigas e cupins, algumas espécies constroem ninhos aéreos
e expostos e outras ninhos subterrâneos ocupando cavidades preexistentes no solo. As colônias são
perenes podendo viver vários anos em um mesmo local. As espécies descritas do gênero Trigona
apresentam uma notável diversificação em ocupação de nichos: aéreo e exposto, Trigona spinipes, T.
hyalinata, ocupando cavidades em tronco de árvores, T. truculenta e T. fuscipennis, em cavidade pré
existentes no solo, T. recursa, dentro de ninhos de outros insetos sociais, T. cilipes cilipes, T. fulviven-
tris e T. pallens (Wille & Michener, 1973; Wille, 1983; Michener, 1974, 2000; Roubik, 1989, 2006;

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Rasmussen & Camargo, 2008). Uma das características marcantes em colônias de insetos eusociais
é a divisão de trabalho baseada na idade (Wilson, 1971), característica que contribuiu para o sucesso
ecológico e evolutivo das abelhas sem ferrão (Beshers & Fewell, 2001). Tarefas de manutenção do
ninho, cuidados com a prole, coleta de alimento e defesa são tarefas de grupos etários de operárias,
podendo ser variável dependendo das condições e necessidades da colônia. A plasticidade na aloca-
ção de tarefas é reconhecida como essencial (Sommeijer et al., 1982; Simões & Bego, 1991; Robin-
son, 1992; Kolmes & Sommeijer, 1992; Beshers & Fewell, 2001). O processo de aprovisionamento e
postura (Provisioning and Oviposition Process, POP) nas células para produção de novos indivíduos
é autapomórfico entre os insetos sociais. As interações entre rainha e operárias são complexas, o
aprovisionamento da célula é massal e as células de cria são utilizadas uma única vez, assim, dezenas
de células são construídas diariamente (Sakagami, 1982; Zucchi et al., 1999). Operárias de algumas
espécies de meliponinae desenvolvem ovário em colônias com rainha, dependendo da espécie podem
produzir ovos tróficos e reprodutivos simultaneamente, ou apenas ovos tróficos ou ovos viáveis. Tri-
gona cilipes cilipes desenvolve ovário mas nunca realiza postura (Silva-Matos et al., 2006). Outras
espécies nunca desenvolvem ovário (Boleli et al., 1999, 2000; conf. rev. em Faustino et al., 2002).

Material e Métodos

Foram coletados dois ninhos de Trigona pellucida no município de Ribeirão Cascalheira no Es-
tado do Mato Grosso. Um ninho foi coletado em uma propriedade rural (S12º43’251” W052º04’294”),
localizado no interior do tronco de uma árvore na borda de mata ciliar, e o outro foi coletado em área
de pastagem, localizado no interior de um tronco seco (S12º45’553” W052º04’100”). No campo os
ninhos foram filmados e fotografados e suas estruturas medidas para comparações entre ninhos. No
laboratório, as colônias foram colocadas em caixa de observação e a temperatura mantida a 28oC.
Foram alimentadas regularmente com solução de água e açúcar 50% e pólen. Para o estudo da divisão
de trabalho foram retirados favos em estágio de pupa e acondicionados em uma caixa menor, também
com tampo de vidro conectada à caixa maior com tubo plástico. As abelhas recém emergidas foram
marcadas individualmente no tórax segundo um código de cores com tinta atóxica, nos períodos da
manhã e da tarde. Posteriormente, elas foram devolvidas à colônia. Uma pequena caixa com tampa de
vidro foi conectada ao tubo de entrada, assim foi possível visualizar as saídas e retornos das forrage-
adoras. Foram realizadas sessões diárias de registros em vídeo das diferentes atividades realizadas
pelas operárias dentro da colônia, além de observações diretas. A partir das análises em vídeo e das
observações diretas criou-se um catalogo comportamental das tarefas realizadas pelas operárias, e o
processo de aprovisionamento e postura (POP) foi caracterizado.

Resultados

Os dois ninhos de T. pellucida foram encontrados associados com ninhos de térmitas, local-
izados no interior de tronco de árvore com ausência total de invólucro, usando a energia térmica
originária da colônia do hospedeiro. O tamanho dos ninhos coletados diferiu pouco, sendo de forma
esférica, as estruturas que compõe a arquitetura dos ninhos foram muito semelhantes. O ninho é com-
pacto e com pouco espaço interno não utilizado, as estruturas são muito próximas como os favos e
potes de armazenamento de alimento. O batume externo forma uma carapaça grossa e resistente que
previne a ação dos cupins e protege da umidade excessiva existente no interior dos troncos.

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Descrição do ninho

Tubo de entrada - A entrada do ninho consiste em um pequeno tubo cilíndrico de cerúmen


escuro medindo 2,5 cm de comprimento estreitando na parte apical. Na parte basal o cerúmen é duro
de cor cinza, na parte apical é de cor preta brilhante com pelotas de resina pegajosa de cor variada co-
locada em seu entorno. O diâmetro da entrada na parte apical foi de 8 mm de forma oval, sendo mais
larga na parte basal. A altura do tubo de entrada variou entre 15 a 50 cm em relação ao solo. O canal
de ingresso até a câmera do ninho foi de comprimento e espessura variável entre os ninhos coletados,
sinuosos e revestidos por uma camada de cerúmen.
Batume - O batume feito de cerúmen de cor escura, muito duro envolvia toda a estrutura do
ninho (2 a 4 mm) isolando-o completamente do termiteiro, na superfície externa muito áspera havia
material do termiteiro aderido, a superfície interna era relativamente lisa com pequenos depósitos de
resina. Inúmeros pilares de sustentação dos favos e dos potes de alimento prendiam-se na superfície
interna do batume, sendo os mais externos duros e quebradiços e os mais próximo do favo de cerúmen
flexível, com ausência total de invólucro.
Potes de mel pólen - Os potes de alimento, numerosos circundavam toda superfície interna
do batume e o favo de cria, ligados firmemente uns aos outros e suportados por pilares de diferentes
espessuras. De forma oval medindo entre 8 e 10 mm de diâmetro, 0,9 a 1,1 centímetros de compri-
mento, a cor dos potes de mel e pólen foi semelhante.
Favos de cria - Favos horizontais sustentados por diversos pilares de diâmetro variado presos aos
potes de alimento e no batume. Os favos recém construídos eram de cor marrom escura, havia células em
vários estágios de construção, favos mais velhos com pupas eram de cor marrom. A distância entre dois
favos foi de 3 mm, entre eles havia diversos pilares de sustentação de diâmetro variando entre 0,1 e 0,3
mm. Células reais foram encontradas nos favos novos, e em forma de casulo nos favos mais velhos.
Detritos - O lixo produzido no ninho, como fezes, cadáveres e resto de casulo foi encontrado
em depósitos abaixo dos favos e potes de armazenamento, encontrou se duas áreas próximas, uma
com lixo seco e outra com lixo úmido.
Comportamento - Foi observada a presença de 2-4 abelhas na parte apical do tubo de entrada
manipulando resina fresca, com a aproximação elas voavam ou entravam no tubo, onde ficam 3-4 in-
divíduos. Durante a retirada do ninho diversas abelhas voavam em volta da cavidade e das estruturas
exposta do ninho, não foram agressivas, podendo ser consideradas tímidas. Não houve interação ago-
nistica entre cupins e abelhas, mesmo ocorrendo o contato entre eles durante a retirada dos ninhos.

Divisão de trabalho e POP em operárias de Trigona pellucida.


No período de 02/08 a 20/10/2006 foram realizadas sessões diárias de filmagens e observação
direta de 193 abelhas diferentes em uma colônia. Um catálogo de atos comportamentais foi criado a
partir das analises de vídeo. A vida média das abelhas marcadas e observadas foi de 41,544 ± 18,754,
sendo a idade máxima observada para operárias, 79 dias.

Atos comportamentais realizados pelas operárias


Foram observadas 993 atos de raspar o favo novo (RCF) nesta atividade, a idade média das
operárias foi de 7,51 ± 2,84, idade mínima de 1 e máxima de 18 dias. Raspar cerúmen de casulos
(RCC) foi uma atividade realizada por operárias jovens (n=24), a média de idade foi de 5 ± 1,61,
idade máxima de 9 e mínima de 3 dias. Foram observados 553 atos comportamentais de construção
de células (CC), a média de idade das operárias foi de 7,71 ± 2,05, idade mínima de 3 e máxima de

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15 dias. Operárias jovens sem pigmento foram puxadas pelas asas ou pernas do interior de células em
construção por operárias que estavam realizando esta tarefa, (MOR, n=6), idade média de 5,8 ± 1,788,
idade mínima de 3 e máxima de 7 dias.
Trabalho com o lixo:
Foram observadas 76 operárias macerando o lixo úmido (MLU) com idade média de 17,76 ±
8,68, idade mínima de 6 e máxima de 39 dias. Macerando lixo seco foram observadas 197 operárias
(MLS), a idade média foi de 24,43 ± 4,39, idade máxima de 35 e mínima de 7 dias. A construção de
estruturas utilizando o lixo seco (CPS) foi observada 193 vezes, a idade média das operárias foi de
19,72 ± 5,53, idade máxima de 32 e mínima de 4 dias.
Atividade de coleta:
Foram observadas 89 operárias entrando na colônia com resina na corbícula (RCR), a idade mé-
dia foi de 37,40 ± 8,80, idade máxima de 58 e mínima de 26 dias. A coleta de pólen (CPO) foi realizada
por operárias (n=23) com idade média de 49,69 ± 10,01, idade máxima de 77 e mínima de 37 dias.
Atividades com cerúmen:
Atividades com cerúmen foi amplamente difundido entre as operárias, foram observadas op-
erárias raspando o fundo da caixa, raspando potes de alimento, lamelas próximas do favo e mace-
rando este material para utilização. Foram observadas 198 operárias com idade média de 22,80 ±
6,66, idade máxima de 48 e mínima de 4 dias. Operárias carregando cerúmen ou outro material nas
mandíbulas foi observada nos favos de cria e em diversos locais da colônia, a idade média foi 17,30
± 9,26, e idade máxima de 54 e mínima de 3 dias. Macerar resina (MRE) foi observado por 17 vezes,
a idade média foi de 32,41 ± 9,84, idade máxima de 55 e mínima de 16 dias.
Atos comportamentais relacionados ao POP:
Durante o POP algumas abelhas (n =8) ficaram agitam-se em volta das células sendo tratadas
sem participar do processo (PRP). Foram observadas 10 abelhas e a idade média foi de 7,2 ± 0,42,
idade mínima de 7 e máxima de 8 dias. Nas células em colar (INSC, n=20) e antes da chegada da
rainha, algumas operária faziam rápidas inserções, a idade média foi de 7,4 ± 0,68, idade mínima de
6 de máxima de 8 dias. Durante o aprovisionamento, entre uma e outra descarga de alimento ocorrem
várias inserções de operárias na célula (INSP, n=129) sem depositar alimento, a idade média destas
operárias foi de 9,32 ± 1,18, idade mínima de 6 e máxima de 15 dias. Foram observadas 40 operárias
(RGR) regurgitando alimento larval no interior da célula durante o aprovisionamento, a idade média
das operárias foi de 9,3 ± 1,23, idade mínima de 7 e máxima de 11 dias. Foram observadas (SIP) 39
operárias simulando postura após o aprovisionamento, a idade média destas operárias foi de 8,33 ±
1,77, idade mínima de 6 e máxima de 11 dias. Foram observadas 20 operárias marcadas operculando
célula (OPE), a idade média foi de 8,6 ± 2,66, idade mínima de 5 e máxima de 14 dias.
Processo de aprovisionamento e postura nas células de cria
A construção de células em T. pellucida é do tipo sucessivo (Cy), o aprovisionamento da célula
é sucessivo (Py), ocorre agitação localizada durante o pré-aprovisionamento (lpr), o tratamento das
células é facultativamente grupado (Pc), a operculação é dividida em duas fases, rotação e trabalho
lateral. Durante o aprovisionamento a rainha movimentava-se em frente à célula efetuando vibrações
alares intercaladas com curtas paradas, concomitantemente, ela gira no sentido horário e anti-horário
de forma alternada. Durante o pré-aprovisionamento, a rainha freqüentemente expõe de uma pequena
gota entre as mandíbulas. Durante o pré-aprovisionamento, 4 a 7 operárias ficavam em volta da célula
em colar, o tempo entre a chegada da rainha até a primeira deposição de alimento na célula (n=9) foi
de 3,77 ± 1,23 segundos. A duração para 72 descargas de alimento larval foi de 3,32 ± 0,83 segundos,
sendo as três primeiras mais longas e as últimas mais rápidas, e nestas as operárias giravam no interior

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da célula enquanto regurgitavam. A última operária a inspecionar a célula antes da postura da rainha,
quase sempre simulava uma postura. Antes da postura, a rainha invariavelmente fazia inspeção na
célula ingerindo ou não alimento, a duração média (n=12) foi de 2,87 ± 0,95 segundos. A duração
da postura da rainha (n=12) foi 5,03 ± 0,50 segundos. A duração do tempo entre a saída da rainha da
célula até inicio da operculação foi de (n=12) 3,23 ± 1,14 segundos. A primeira fase da operculação
(rotação) foi de 2,43 ± 0,26 (n=12) segundos, a fase final da operculação (n=12) durou 1,05 ± 0,26
segundos. A simulação de postura feita por operárias variou entre 2 a 5 por célula tratada, sendo a
duração do comportamento menor do que 1 segundo.
Produção de célula real e comportamento da rainha
Neste estudo tivemos a oportunidade de observar a produção periódica (cíclica) de células reais
nas duas colônias. Na colônia (01/06) foram produzidas 13 células de rainhas no intervalo de 143
dias, o intervalo médio foi de 12,90 ± 2,84 dias, sendo o intervalo máximo de 20 e o mínimo de 10
dias. Na colônia (02/06), o fato foi observado em outro período do ano, foram produzidas 12 células
de rainhas no intervalo de 125 dias, nesta colônia o intervalo médio foi de 11,90 ± 6,33, sendo o in-
tervalo máximo de 20 e mínimo de 5 dias.

Discussão

O primeiro relato de Trigona pellucida foi feito por Cockerell 1912. A descrição é sumária.
O local de coleta foi Porto Velho e Rio Madeira, não há relatos sobre a arquitetura do ninho. No
Brasil, T. pellucida ocorre nos estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia (Moure, Urban & Melo,
2007). Segundo Rasmussen e Camargo (2008), T. pellucida faz parte do grupo “cilipes” ocorrendo na
região centro oeste e amazônica. Os ninhos de T. pellucida foram localizados no interior de troncos
de árvores envoltos por ninhos de térmites. Apesar de algumas semelhanças na arquitetura interna
do ninho e da ocorrência na mesma região biogeográfica com T. cilipes cilipes, a entrada do ninho,
local de nidificação, caracteres morfológicos como a forma da tíbia, cor e venação das asas diferem
muito entre estas duas espécies. Diferenças foram observadas entre as duas espécies quanto ao lo-
cal de nidificação. A colônia de Trigona cilipes cilipes (Silva-Matos, 2006) foi coletada em Nova
Xavantina MT. Estava localizado dentro de um ninho abandonado de Brachygastra lecheguana a 5
metros de altura, o tubo de entrada longo e ornamentado. Kerr et al., (1967) descrevem um ninho de
T. cilipes cilipes dentro de um ninho de Azteca a 4 metros de altura, o tubo de entrada longo e bem
ornamentado, e outro ninho desta espécies em um termiteiro, embora com características diferentes.
Rasmussen (2004) descreve um ninho de Trigona cilipes dentro de um ninho ativo de Epipona tatua
a 15 metros de altura no Peru.
Trabalhos sobre o polietismo etário em abelhas do gênero Trigona são raros, faremos compa-
rações com dados da literatura com espécies de outros gêneros, embora com algumas diferenças nos
métodos utilizados por diversos autores. A longevidade média das operárias de T. pellucida foi de
41,54 ± 18,75, sendo a idade máxima observada de 79 dias. Em T. pallens vida média das operárias
foi de 29,4 dias (Silva, 2008), em Trigona (Tetragonula) minangkabau 37 dias, em operárias de
Friesella schrottky 30,1 dias (Camilo-Atique, 1977), em Melipona bicolor 44,0 dias (Bego, 1983),
para Melipona favosa foi 40,0 dias (Sommeijer, 1984), Frieseomelitta languida 33,3 dias (Ribeiro,
1989), e para Melipona compressipes fasciculata 42,5 dias (Giannini, 1997). A seqüência temporal
dos principais atos comportamentais e tarefas realizadas de acordo com a idade das operárias de T.
pellucida foram: trabalhos nos favos com cerume, aprovisionamento das células de cria, construção
de pilares, cerúmen e trabalhos com o lixo, atividades de forrageio. A primeira tarefa realizada por

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operárias foi raspar o favo novo de cria e favos velhos, o excesso de cerúmen retirado foi por elas
utilizado ou repassado para uma abelha construtora. Os resultados para construção de células de cria
são semelhantes ao encontrado em Trigona pallens (Silva, 2008), comparável com Melípona favosa
(Sommeijer, 1984) e difere de Trigona (Tetragonula) minangkabau (Inoue et al., 1996). A demais
atividades com cerúmen são comparáveis com T. pallens (Silva, 2008), Trigona (Tetragonula) mi-
nangkabau (Inoue et al., 1996), Melipona bicolor (Bego, 1983), Nannotrigona (Scaptotrigona) pos-
tica (Simões & Bego, 1991), e Melipona compressipes fasciculata (Giannini, 1997). Diferenças po-
dem ser observadas quanto ao pico das atividades para cada espécie. A faixa etária das operárias que
estiveram ligadas diretamente ao POP foi de 6 a 14 dias, realizando inspeção nas células, regurgitar
alimento larval e opercular célula. Os dados são comparáveis com T. pallens (Silva, 2008), Trigona
(Tetragonula) minangkabau (Inoue et al., 1996), e com Melipona favosa (Sommeijer, 1984), os dados
diferem quanto ao pico de atividade para cada espécie. A simulação de postura em células de cria trat-
adas durante o POP ocorreu entre 6-11 dias, as operárias passavam sobre a célula, faziam uma breve
parada, esfregavam o abdômen na margem da célula, resultados semelhantes forma encontrados em
T. cilipes (Silva-Matos, et al., 2006). O lixo produzido na colônia como fezes, cadáveres e restos de
casulo foi armazenado no fundo da caixa, este material foi macerado, misturado com cerúmen e uti-
lizado na construção de estrutura de sustentação mais periféricas como pilares, estrutura do canal de
ingresso e lamelas. A idade de operárias manipulando lixo é pouco comparável com outras espécies
estudadas, sendo que, esta espécie reutiliza o lixo para construção de estruturas do ninho. A idade das
forrageadoras de resina e de pólen diferiu dos resultados apresentados para T. pallens (Silva, 2008), e
foram comparáveis com Trigona (Tetragonula) minangkabau (Inoue et al., 1996).
Os fatores sócio-reguladores que determinam à produção de célula real nos Trigonini ainda
são pouco conhecidos, porém, possíveis sinais químicos ou comportamentais emitidos por rainhas
virgens na espécie estudada mostraram a relação entre a produção de célula real e a emergência e
eliminação de rainhas virgens na colônia. Nos primeiros dias de vida as rainhas virgens não foram
agredidas por operárias e não foram percebidas “quimicamente” pela rainha. Passado alguns dias,
provavelmente após ocorrer mudanças fisiológicas e hormonais, as rainhas virgens passaram a
ser perseguidas/agredidas pelas operárias e desestabilizar o processo aprovisionamento e postura.
Os sinais químicos (presença) da rainha virgem deixavam a rainha agitada, freqüentemente, esta
deixava o favo de cria e andava por toda colônia. Quando a rainha virgem era pressa e estava sendo
agredida por operárias, a rainha participava ativamente com mordidas, que às vezes era revidado
pela rainha virgem. Após a eliminação das rainhas virgens, o comportamento da rainha voltava ao
normal e retomava as posturas. Foi observado um caso de substituição natural de rainha, onde uma
colônia ficou órfã por 47 dias. Após o desaparecimento da rainha, uma rainha virgem permaneceu
na colônia por 10 dias, foi agredida e eliminada pelas operárias. Em 27/12/06 foi observada outra
rainha virgem, ainda pouco pigmentada, neste período foram observados machos na colônia. A
rainha virgem permaneceu na colônia, passou a revidar agressões das operárias, andava por toda
colônia vibrando as asas, tocando as operárias e fazendo contatos bucais. Em 19 e 20/01, foi até o
tubo de entrada da colônia por várias vezes, sempre muito agitada e com o abdômen inflado. Em
25/01/07, já com o abdômen pouco dilatado subiu em uma célula com alimento e não realizou pos-
tura, em 27/01/07 passou a realizar postura normalmente. Em 29/01/07 foi produzida a primeira
célula real depois do período de orfandade.
O POP observado em T. pellucida foi semelhante ao observado em T. cilipes cilipes (Silva-
Matos et al., 2006). Ocorrendo variações no número de células tratadas por processo, número de op-
erárias simulando a postura. Em colônias normais, operárias de T. pellucida não botam ovos, apenas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
239

simulam a postura. O desenvolvimento ovariano nesta espécie é incipiente, diferente de T. cilipes


cilipes (Silva-Matos et al., 2006). Os resultados referentes ao POP de T. pallens (Silva, 2008), difere
de T. pellucida quanto à duração de alguns componentes, mas apresenta o mesmo padrão.

Agradecimentos

Agradecemos a FAPESP, CNPq e Depto. de Biologia da FFCLRP-USP. Agradecemos as pes-


soas que colaboraram no trabalho de campo: Wanderley M. Vital e família. Lazaro, Lucas e Divina.
Eciele e família (MT), Rodolfo Mariano, Adolfo R. Calor. Na coleta de dados Juliana D. S. Alonso,
Filipi R. Silva e Ana C. Roselino.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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The Laying of Functional Eggs by


Melipona bicolor (Hymenoptera, Meliponini)
Workers and Their Cell-Sealing Performance
Dirk Koedam1, Vera L. Imperatriz-Fonseca2
1
Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UNESP, CP 510, CEP 18618-000, Botucatu, SP
2
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, Av. Bandeirantes, 3900, CEP
14040-901, Ribeirão Preto, SP
Email: dkoedam@usp.br

Many stingless bee species have their typical mass-provisioning and egg-laying processes well
described (Sakagami, 1982; Zucchi, 1993). Shortly after egg deposition by the queen, brood cells
are sealed by workers in a characteristic way, although the durations of the sealing procedure seem
to differ slightly among species (Sakagami & Zucchi, 1974). From each brood cell always a single
individual emerges (Sakagami, 1982).
In many species workers are seen to lay non-functional eggs which serve as food to the
queen, so-called trophic eggs (Sakagami & Zucchi, 1967). However, under certain conditions
workers may lay functional eggs which will render male offspring (Beig, 1972; Velthuis et al.,
2005). The nature of this worker activity becomes evident as they immediately close a cell
after the deposition of such an egg. Not all functional eggs laid by workers hatch successfully
because they can be replaced by an egg of another reproductive worker, or they can, during
development, be eliminated by other offspring present in the same, sealed-off cell (Beig, 1972;
Koedam et al, 2005; Koedam et al., 2007).
We have good reasons to believe that cell sealing in Melipona bicolor for a large part serves to
prevent intra-specific parasitism to happen (Koedam & Imperatriz-Fonseca, in prep.). This does not rule
out that inter-specific parasitism does not play a role. Considering the best protection of exposed eggs in
open cells, there should be a strong selection for workers to seal cells rapidly and efficiently. This means,
for example, that unnecessary interruptions of cell-sealing behaviour should be selected against.
It was already determined that reproductive M. bicolor workers were significantly more involved
in the mass-provisioning of cells than non-reproductive workers (Cepeda, 2006). Reproductive workers
were also seen participating in the sealing of cells which had received exclusively an egg of the queen
(Koedam et al., 1999). Here we tried to find out whether these workers allocate their sealing investment
equally over all cells or that they focus their sealing efforts on those cells having their own egg.
Up till now reproductive workers have been observed to occur in small groups of which each
individual may lay a small but different amount of eggs, varying from one up to eleven (Koedam et
al., 1999; 2005; 2007). We furthermore determined whether individual differences in cell-sealing
performance are linked to these differences in egg-laying capacity.
We used a single queenright M. bicolor colony, with individually-marked workers and three
physogastric queens, and film-recorded the oviposition of 501 cells for 496 hours continuously (Koe-
dam et al., 2007). We quantified the cell-sealing performance of reproductive workers. In order to
evaluate their sealing conduct, we used the performance of non-reproductive workers as a standard.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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The results show that non-reproductive workers fully shut a cell mouth in about two-and-a-
half minutes where after they finalized the sealing procedure by shortly mandibulating the cell apex.
Reproductive workers sealed cells equally fast but when cells were exclusively queen-oviposited,
they began sealing sooner and with a higher frequency than non-reproductives. Still, overall the
former executed the sealing of these cells significantly below average: they interrupted sealing more
frequently, they abandoned the sealing of these cells more often prematurely and, finally, they spent
on average less time in concluding sealing. For cells having their proper egg, they performed sig-
nificantly above average: they occasionally interrupted cell sealing, they hardly ever abandoned
sealing in advance, and they usually spent a large amount of time in finalizing the processes. This
same double standard in cell-sealing performance of individual reproductive workers would become
more distinct when they produced more eggs.
Bad helping behaviour, getting worse with higher egg-laying capacity and therefore potentially,
socially more costly, alone demonstrates why a worker caste should be in the best interest of a sting-
less bee colony when completely sterile or laying non-functional eggs only. This may be one of the
reasons why worker male production in stingless bees is in general much lower than expected on
basis of kin-selection theory (Peters et al., 1999; Tóth et al., 2002).

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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The Role of Leks in the


Reproduction of Stingless Bees
Elisabeth Engels and Wolf Engels,
Zoological Institute, University of Tübingen, Germany, and
Departamento de Genética, USP, Ribeiãro Preto, S P, Brasilien

Dedicated to the memory of Eva Crane (1912 – 2007) who 40 years ago observed with us the
male aggregations in front of Scaptotrigona postica colonies in our meliponary at the Genetics De-
partment on the USP Campus in Ribeirão Preto

Abstract

Stingless bees form male aggregations close to nests containing virgin queens. Numerous males
can sit or fly around for periods of weeks or months, depending on the species-specific seasonal pro-
duction of sexuals. Such male assemblies are leks without individual male mini-territories, instead
stabilized by a male aggregation pheromone. The leks constitute of vagabonding males originating
from many colonies perhaps faraway, however, not from the nests nearby. Migration and aggregation
are essential proximate components of the male premating behaviour. A virgin queen starting for her
nuptial flight is immediately chased by the waiting males. Because of the preceding male migration,
her copulation with a brother participating in the lek is highly improbable. The panmictic effect of
such male mass gathering ensures outbreeding, in particular important in case of monandry. Ulti-
mately the role of leks in the reproductive strategy of stingless bees is contribution to the maintenance
of a diverse genetic structure in local populations.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Conflito Entre Rainha e Operárias na


Produção de Machos em Colônias de
Melipona scutellaris (Apidae: Meliponini)
Denise A. Alves1; Tom Wenseleers2; Tiago Mauricio Francoy3; Vera L. Imperatriz-Fonseca1,3;
Paulo Nogueira-Neto1 & Pérsio S. Santos-Filho1
1
Depto. de Ecologia, IB, Universidade de São Paulo
2
Zoological Institute, University of Leuven
3
Depto. de Biologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo

As colônias de abelhas sem ferrão são boas candidatas para se testar o balanço entre coopera-
ção e conflitos de interesses. Como regra geral, as rainhas são fecundadas por apenas um macho e,
conseqüentemente, as operárias são mais aparentadas aos seus próprios filhos (r=0.50) ou aos seus
sobrinhos (r=0.375) do que aos seus irmãos (r=0.25). Logo, o potencial conflito de quem produz os
machos é esperado. Tal conflito entre as castas pode ser detectado durante o POP (Processo de Apro-
visionamento e Oviposição), em que algumas operárias com ovários ativos colocam ovos reproduti-
vos, geralmente após a oviposição da rainha, que darão origem aos machos. A avaliação desse conflito
pode ser realizada com o uso de marcadores moleculares, como foi o caso do presente trabalho. Para
isso, operárias e machos foram coletados em diferentes ninhos de Melipona scutellaris e as genotipa-
gens foram feitas com auxílio de loci polimórficos de microssatélites. Os resultados obtidos indicam
que uma proporção substancial dos machos eram filhos de operárias, o que corrobora com dados
presentes na literatura para essa e outras espécies de abelhas sem ferrão.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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The Behavioral Roles of


Cuticular Hydrocarbons in Eusocial Bees:
Are They The Same in Stingless Bees?
Fábio S. Nascimento1, Ivelize C. Tannure-Nascimento2 & Ronaldo Zucchi2
=1
Departamento de Biologia, Universidade Federal de Sergipe; fabio.nascimento@pq.cnpq.br;
2
Departamento de Biologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo

Abstract

This mini-review covers selected literature on some of the behavioral aspects involving cuticu-
lar hydrocarbons in social bees. Major topics involve the composition of epicuticular hydrocarbons
and wax comb. Nestmate discrimination, food source marks and caste status may be the principal
roles played by these compounds. In addition, we devoted our discussion comparing the studies made
on honey bees, sweat bees and bumble bees with stingless bees.

Introduction

The studies on the epicuticular lipids have increased since the recent findings reported their
importance in the biology of social insects. This interest is combined with the availability of
methodologies and equipments for the analysis of volatile and semi volatile compounds, and the
relative easiness of identification of the epicuticular components, led to an increase in the num-
ber of papers published on this topic (reviewed in Howard & Blomquist, 2005). In fact, chemical
communication based on cuticular hydrocarbons without glandular origin seems to be common
among eusocial termites, bees, wasps and ants (Breed, 1998; Clément & Bagnères, 1998; Gam-
boa, 1991). Cuticular hydrocarbons are involved in kin recognition at different levels including
species, colony, gender and caste levels.
The waxes present on the surface of insects play an essential role as anti-desiccatory barrier
such as avoiding loss of water and also entry of pathogens. In social insects, the cuticle contains
a mixture of different hydrocarbons that present quantitative variations among individuals. The
best functional analogy of these compounds was provided by Blomquist et al. (1998): “Cuticular
hydrocarbons provide [social] insects with the chemical equivalent of the visually variable col-
ored plumage of birds”. So, these chemicals may be endless sources of studies in every individual,
colony and population of social insect.
Although stingless bees have much more species than Apis, so far few studies have deeply ad-
dressed the chemical composition and importance of cuticular hydrocarbons in these bees. Here we
present a mini-review of the previously reported results on cuticular hydrocarbons in stingless bees
and provide a comparison with honeybees and other eusocial bees.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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248

Composition and function of cuticular lipids

Honeybees
In terms of chemical compositions, cuticular waxes of honey bees are dominated by hydro-
carbons with pronounced amounts of alkanes, alkenes, alkadienes and branched alkanes (Breed &
Stiller, 1992). These chemical compounds have longer chains of carbon and constitute a blend that
provides the cuticular signature. Other important compounds used as discriminatory cues are esters
and alcohols. There are two main sources to acquire cuticular hydrocarbons: exogenous and endog-
enous sources. The exogenous source arises from chemicals acquired directly from the environment
such as floral oils. The endogenous source is derived from physiological processes that are influenced
by both genetic and environmental factors. Therefore, discrimination among subfamilies is expected
in honeybee hives which would produce a detrimental effect for the entire colony because of nepo-
tistic behavior (Arnold et al. 2000). However, mechanisms of transference of hydrocarbons such as
trophallaxis and allogromming prevent distinct chemical segregation within the hives.
Hydrocarbons present in the cuticular waxes of bees are widely assumed to function as cues
(for nestmate and for kin) used in intracolonial and intercolonial recognition. In fact, waxes play im-
portant and various roles in the social life of honeybees, and some studies suggest a chemical contin-
uum between waxes and cuticular surfaces of bees. This explains why younger individuals are likely
to be accepted in non-nestmate colonies (Breed et al. 2004). Newly-emerged workers only acquire
colony odor after few days in contact with nest materials. Wax comb swap between colonies can also
modify the acceptance/rejection behavior of nest guards, showing that colony signature is changeable
according to the non-heritable sources (D’Ettorre et al. 2006; Couvillon et al. 2007).

Bumblebees
Oldham et al. (1994) analyzed cuticular hydrocarbons of several Bombus terrestris and con-
cluded that the blend of hydrocarbons was constant across different body parts, but that B. lapidarius,
B. pascuorum and two B. terrestris subspecies differed in the relative quantities of different com-
pounds. These species also present notable differences in regard to their tarsal extracts. It is known
that bumblebees use hydrocarbons as “scent marks” or cues left on flowers by previous visitors. The
composition of tarsal extracts comprises complex mixtures of long-chain alkanes and alkenes with
between 21 and 29 carbon atoms.
Cuticular hydrocarbons were rich in the extracts of B. hypnorum. Alkanes (linear and branched),
alkenes, alkadienes, terpenes, acids and esters were the most compounds present in both Dufour’s
glands and in cuticular washings (Ayasse et al. 1995). These compounds were significantly distinct
within castes and between workers, suggesting that behavioral dominance and worker functions in
these bees can be reflected by chemicals as well.

Sweat bees
Cuticular hydrocarbons may have important implications for the social behavior of primitively
eusocial sweat bees. In Lasioglossum zephyrum, females are able to discriminate incoming nestmates
from strangers (Greenberg, 1979). High relatedness of nests in aggregations is also a distinct feature
that indicates the ability of recognition (Winston, 1992). Mating biology of the primitively eusocial
sweat bee Lasioglossum (Evylaeus) malachurum is mediated by a female-produced sex pheromone.
In this species, compounds identified as the volatile bouquets consisting of n-alkanes, n-alkenes and
iso-pentenyl esters of unsaturated fatty cuticular constituents of virgin gynes were highly attractive to

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
249

males. Isopentenyl esters of unsaturated fatty acids were the key compounds in inducing male inspec-
tions as well as stimulating pounces and copulatory attempts (Ayasse et al. 1999).

Stingless bees
Studies on Melipona bees showed that epicuticular waxes are mostly composed by high saturat-
ed alkanes, alkenes and methyl-branched alkanes (Abdalla et al. 2003; Nascimento et al., unpublished
data). In Melipona bicolor, quantitative and qualitative differences of chemical compounds were
found between and within castes and genders (Abdalla et al. 2003). Similar results were also found
in Schwarziana quadripunctata (Nunes et al. 2008). Odd long chained hydrocarbons (C19 to C33)
were distinct between colonies, ages and castes. Examination of the cuticular lipids of Scaptotrigona
bipunctata also showed clear differences of the cuticular hydrocarbon profiles between three colonies
(Jungnickel et al., 2004). In this species, the cuticular lipids were a mixture of hydrocarbons (satu-
rated and unsaturated alkanes and alkenes) within the range of C23–C29.
The sources of hydrocarbons in stingless bees are still unknown, but like cuticular hydrocar-
bons, chemicals present in the wax of some Trigona species consist of varying proportions of hydro-
carbons, esters and free acids (Blomquist et al. 1985; Milborrow et al. 1987). However, the waxes of
different stingless bee species are chemically simpler with a higher percentage of hydrocarbons and a
lower percentage of monoesters than the wax of A. mellifera (Koedam et al. 2002).
Hydrocarbons also seem to play a role as food source marks (Nieh, 1998). Recent studies
showed that tendal glands of Melipona seminigra produce substances that are used as scent marks on
flowers, therefore reducing both the time of searching and the time spent with the handling of nonre-
warding flowers (Jarau et al. 2004; 2005). This secretion had 41 compounds that could be identified
in the tendon gland and the tarsal extracts (Jarau et al. 2004).
Recently, nestmate discrimination in stingless bees has been investigated regarding to the role
of cuticular hydrocarbons (Jungnickel et al., 2004; Nunes et al., 2007; Pianaro et al. 2007). In S. bi-
punctata, 9-tricosene, 7-tricosene, 3-methyltricosane, pentacosane, hexacosane, 7-heptacosene and
nonacosane had an important function to separate studied colonies based on recognition experiments.
Friseomelitta varia guards seem to compare the chemical cuticular odors of incoming individuals and
make acceptance decisions according to the similarity of the odors with their natal colony (Nunes et
al. 2008). Linear and branched alkanes were the most important hydrocarbons separating colonies.

Future studies
Continued studies will undoubtedly reveal many new functions for hydrocarbons in social bees.
However, bioassays are necessary test these putative functions in natural systems in order to identify
which compounds are the most important mediator during behavioral contexts. Some progress is be-
ing made in understanding the composition and the function of cuticular hydrocarbons in stingless
bees. However, this knowledge is limited compared with that obtained from honeybees. In all groups
is necessary a broader approach using electrophysiological, biochemical, and molecular methods in
the future studies of cuticular lipids.

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251

SI MPÓSIO 12

FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DA


BIODIVERSIDADE EM ABELHAS

Coordenador: Tiago Mauricio Francoy

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
252

A Morfometria Geométrica de Asas e a


Identificação dos Meliponini
Tiago Mauricio Francoy1 Lionel Segui Gonçalves1 & Vera Lucia Imperatriz Fonseca2
1
Depto de Biologia – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.
2
Depto de Ecologia – Instituto de Biosciências

A biometria ou morfometria de abelhas é uma ferramenta muito importante na avaliação da


biodiversidade em abelhas que vem sendo usada há muito tempo e que ultimamente vem ganhando
muita importância devido ao seu baixo custo e grande eficiência apresentados.
Atualmente, dois novos procedimentos têm se mostrado muito eficientes na identificação de
espécies de abelhas e também no auxílio da determinação do grau de africanização das abelhas Apis
mellifera. O primeiro deles foi criado em meados dos anos 90, quando Schröder et al. (1995) de-
senvolveram um sistema semi-automático de obtenção de medidas, classificação e identificação de
espécies. Neste sistema chamado ABIS (Automated Bee Identification System), os pontos de junção
de nervuras das asas anteriores tinham que ser manualmente marcados e o sistema, através de um
complexo mecanismo de reconhecimento de padrões de imagens identificava as nervuras e extraia
as características de cada uma das asas, criando uma “impressão digital” de cada uma das asas. Para
um reconhecimento e classificação com maior confiabilidade, o sistema precisa primeiro ser treinado
com pelo menos 30 indivíduos por espécie. Uma vez feito esse treinamento, a identificação se torna
extremamente rápida (Steinhage et al., 1997; Schröder et al., 2006).
Uma automatização deste sistema foi publicada em 2001 (Steinhage et al., 2001), com dois
grandes melhoramentos que facilitavam o uso do software e aumentavam a precisão das classifi-
cações. A primeira delas foi a detecção automática dos pontos de junção de nervuras e marcação
automática dos landmarks utilizados na análise. A segunda grande melhora no software foi a
utilização de Análises Discriminantes de Kernel (KDA) ao invés da tradicional Análise Discrimi-
nante Linear (LDA). As KDA se utilizam de funções discriminantes não lineares que se dobram
no espaço, permitindo uma melhor classificação dos grupos estudados e possibilitando uma taxa
de acerto de até 99,8% nas classificações dos indivíduos dentro de suas respectivas espécies,
mesmo quando os grupos utilizados na análise apresentavam grandes similaridades, como no
caso das abelhas do gênero Colletes, Andrena e Bombus.
Drauschke et al., (2007) testaram o sistema com subespécies de Apis mellifera e também ob-
tiveram um resultado muito bom, atingindo 94% de acerto nas taxas de classificação. Se levarmos
em conta que são medidos mais de 40 caracteres de diversas partes do corpo destas abelhas pra uma
identificação precisa da subespécie, o ABIS, por se utilizar somente de características extraídas das
asas anteriores, apresenta resultados muito bons.
A outra metodologia é a morfometria geométrica, que tem se mostrado muito útil em estudos de
identificação de espécies de abelhas.
O teste baseado nos deformações relativas consiste na utilização de marcos anatômicos (Rohlf
& Marcus, 1993). Esses marcos anatômicos são pontos nos quais as estruturas biológicas são anali-
sadas e que permitem identificar as variações de forma entre as mesmas estruturas morfológicas nos
diferentes exemplares em estudo (Rohlf, 1998).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
253

Esta metodologia utiliza uma série de técnicas que visam descrever e representar a geometria
das formas estudadas. Enquanto nas abordagens tradicionais a variação da forma é estudada através
da covariação entre pares de medidas lineares, a morfometria geométrica é capaz de descrever e lo-
calizar mais claramente as regiões de mudanças na forma e, sobretudo de reconstruir e reconstituir
graficamente estas diferenças (Bookstein 1991).
Desta maneira, a metodologia foi testada em alguns grupos de abelhas sem ferrão com o intuito
de se testar a sensibilidade do método na separação dos grupos de abelhas e sua aplicabilidade na
identificação de espécies.
O primeiro trabalho utilizando morfometria geométrica para diferenciação de grupos de abelhas
foi realizado com um grupo de abelhas africanizadas e suas subespécies ancestrais. A análise de de-
formações relativas dos padrões de nervura de asa atingiu uma taxa de 85% de classificações corretas
nas subespécies de Apis mellifera (Francoy et al., 2006). Em abelhas sem ferrão, o primeiro trabalho
realizado com este tipo de análise foi feito por Francisco et al. (2008) demonstrando que duas popu-
lações de Plebeia remota não apresentam fluxo gênico, sendo que até o momento as populações eram
reconhecidas como sendo pertencentes à mesma espécie. Juntamente com outros marcadores, como
DNA mitocondrial e hidrocarbonetos de quitina, tais resultados foram reforçados na proposição de
que as populações se tratam de duas espécies distintas.
Análises preliminares realizadas dentro do gênero Plebeia com seis espécies diferentes mostra-
ram uma grande divergência dentro dos grupos, sendo possível a diferenciação de 93,4% dos indi-
víduos corretamente nos testes de validação cruzada (Silva, 2006). A técnica se mostrou também
muito eficiente na discriminação de indivíduos de diferentes populações de Nannotrigona testacei-
cornis, atingindo um acerto de até 74% na classificação dos indivíduos dentro de seus respectivos
grupos (Mendes et al., 2007), bem como na diferenciação de duas subespécies de Melipona bicolor,
onde foi conseguido um acerto de 86% de classificações corretas (Francoy et al., dados não publica-
dos). Já foram também testadas diferenças entre os padrões de venação de asa de machos e operárias
de Plebeia flavocincta, os quais se apresentaram bem distintos, proporcionando uma discriminação
de 99,5% dos indivíduos (Silva 2006).
Assim, através de exemplos bem simples, conseguimos demonstrar a eficiência, a rapidez e
a facilidade do uso das novas técnicas morfométricas na identificação de abelhas africanizadas e
suas influências, bem como na identificação de outras espécies de abelhas, suas estruturas popu-
lacionais e suas origens geográficas.

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255

Molecular Ecology of the Stingless Bee


Nannotrigona testaceicornis
Oliveira EJF, Freitas GS, Soares AEE and Contel EPB
Departamento de Genética, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
Brasil. e-mail: eddyfo@rge.fmrp.usp.br

Abstract

The development of cost-effective molecular tools allowing the amplification of minute amounts
of DNA effectively opened the field of molecular ecology for stingless bees. Here we review some
concepts, techniques and also the advances they have provided for the understanding of the popula-
tion structure regarding the conservation of the Meliponini. Vertebrate conservation strategies rou-
tinely consider genetic factors, but their importance for invertebrate populations is poorly understood.
Meliponini are important pollinators, and many species have undergone dramatic declines. As mo-
nandrous, social hymenopterans may be particularly susceptible to inbreeding due to low effective
population sizes. By using microsatellite markers we intend to study population genetic structuring
and gene flow, and also the relationships between genetic diversity, landscape genetics and isolation.
Preliminary results suggest that surviving populations of this insect suffer from inbreeding as result of
geographical isolation. Implications for the conservation of social hymenopterans are discussed. We
also discuss future priorities and point out the main areas where our knowledge is still insufficient.

Key words: Molecular Ecology, Meliponini, Stingless bees, microsatellites

Introduction

Ecology has matured during the past quarter century, with theoretical and quantitative develop-
ments in the description and modeling of populations, communities and ecosystems (Jones and Law-
ton, 1995). In parallel, the development of molecular biology techniques has spawned new ways of
looking at organisms in the environment, assessing biological processes and activities, and studying
population genetics and species distribution.
Molecular ecology concerns the application of molecular techniques to questions in ecology,
evolution, behavior and conservation biology (Carvalho, 1998). The trajectories of the ecological
theory and of the molecular biology techniques development have converged during this decade, and
the application of molecular techniques has begun to provide relevant information to ecological ques-
tions (Zehr and Voytek, 1999).
A major contribution of molecular techniques has been to provide real measures of the
biodiversity of the organisms, at the species, population and community levels, as well as nu-
merous insights into population structure, and mating strategies, among many others (Gómez,
2005). Several technical and methodological developments in molecular biology have facilitated
this approach, among these, refinement in DNA extraction protocols, polymerase chain reaction
(PCR), design of conserved primers which allowed amplification and sequencing of genes of

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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virtually any organism, and, the divulgation of protocols for the development of species-specific
microsatellite primers (Zane et al., 2002).

The stingless bees and molecular ecology


The Meliponini or stingless bees (Hymenoptera: Apidae) are one of the most abundant and
ecologically important social invertebrates in tropical communities due to their keystone role in the
pollination of large numbers of wild plants, as well as crops (Roubik, 1989). Compared to their sis-
ter group, the honeybees (Apini), the 400 known species of pantropical Meliponini have been little
studied, the result being that even the classification of the group is still largely unresolved (Michener,
2000). Moreover, few extensive analyses have been conducted on the population structure of sting-
less bee species (cf. Castanheira and Contel, 2005; Arias et al., 2006). Habitat loss and fragmentation
caused by intensifying the land use in agriculture, wooded land and built up areas have been identified
as the main reason for the decline of biodiversity of the group, all over the world.
The field of stingless bees biology has much to gain from molecular biology, as several themes
have arose much theoretical debate with little suppot from empirical data. Some of these long formu-
lated questions include: How many species have the Meliponini group? What are the patterns of vari-
ation across populations? What is the degree of genetic divergence between populations? How impor-
tant is habitat fragmentation in dispersal and gene flow? How important are dispersal and gene flow
in structuring stingless bees populations? How do land cover, agriculture and geographical patches
influence the species richness of declining, by stabling and increasing stingless bees populations?
Does the landscape composition affect the genetic diversity of local populations and, if so, is this
effect scale-dependent? The molecular ecological approach in Meliponini will provide new insights
into those questions and also will revitalize many areas of stingless bees research.

Technical and methodological advances in molecular ecology


Significant progress had been made in understanding insect diversity and ecology by using
classical genetic principles, for a long time. Common visible phenotypic markers were very use-
ful to study patterns of dispersion, mating behaviour and inheritance of genetic traits. Although the
phenotypic markers could be perceived during all the life span of the organisms and could be readily
used for studies in field conditions, they suffered from many practical limitations. Because of such
difficulties and with the concurrent advancement in biochemical methodologies, protein markers then
became very helpful. They made a significant contribution in the early periods, when DNA technolo-
gies were not so much advanced as it is now (Loxdale and Lushai, 1998).
The electrophoretic pattern of allozymes as detected in polyacrylamide or starch gels were used
to identify different alleles of a given gene. Based on banding patterns, it was possible to determine
the extent of heterogeneity of loci in a population, based on the variant allozymes produced by the in-
dividuals. Banding pattern of isozymes (products of different loci, but with the same function) could
also be used for studying genetic variation within and between populations (Loxdale and Lushai,
1998). As result, labour-intensive studies using allozyme markers in stingless bees have yielded valu-
able data (Contel and Kerr, 1976, Falcão and Contel, 1991; Castanheira and Contel, 1995). However,
with the development of DNA-based marker systems, it was found out that greater levels of poly-
morphism could be obtained by using DNA markers than by using protein markers. This is because
mutations in introns or even in the codons of a gene can potentially provide more variation at the
DNA level than at the protein level. Moreover, DNA samples are more informative than proteins and
they are obtained at overall time of development and in all tissues of the organism, unlike proteins.

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Thus, DNA markers became the most suitable yardsticks for measuring genetic differences between
individuals, or within and between related species or populations (Behura, 2006).
Traditionally, mitochondrial DNA (mtDNA) has been a choice of marker for studying genetic vari-
ation in Meliponini species (Moretto and Arias, 2005; Arias et al., 2006). Mitochondrial gene sequences
have been used for phylogenetic and population genetics studies, to infer about the evolutionary history
of related species. More precisely, these markers have provided invaluable insights into the history and
genetic basis of speciation and phenotypic evolution of recently diverged species (Behura, 2006).
Microsatellites are also used as prevailing markers in insect studies because of the high abun-
dance and highly variable nature of their loci in the genome. Microsatellites or simple sequence
repeats (SSRs) are tandemly repeated motifs of 1-6 bases found in all prokaryotic and eukaryotic
genomes analyzed to date. They are present in both coding and noncoding regions and are usually
characterized by a high degree of length polymorphism (Behura, 2006). Despite their rising popu-
larity in insect research, microsatellites have not yet become a major marker system in entomology.
Recent studies have shown that microsatellite markers can be faithfully extended beyond population
and ecological genetics in stingless bee (Paxton et al., 1999, Toth et al., 2003).
The use of microsatellite markers in ecological studies is preferred as they are highly polymorphic
in nature and are also abundant to generate large numbers of markers compared to other systems. Large
numbers of microsatellites can be isolated by generating a genomic library of small fragments either am-
plified by PCR or generated by partial digestion of genomic DNA (Lunt et al. 1999) and enriched with
simple sequences repeats (Zane et al., 2002). Although the cost involved in the initial setup (genomic
library) is higher than that of the other markers, microsatellites provide several advantages, such as a
higher information content (much more alleles as compared with allozymes); this is an essential feature
in population and ecological studies where more number of genotypes are required for meaningful sta-
tistical analyses. However, recent findings have shown that in some cases microsatellites are not neutral
markers as they are found involved in gene regulation, genetic hitchhiking, and sex-specific differential
selection (Schlotterer 2000), and hence, they may not be useful for evolutionary and phylogenetic stud-
ies. Nevertheless, the development of these molecular markers in stingless bees represents a valuable
resource for further molecular ecological studies in species of the group.
Traditionally, microsatellite loci have been isolated from partial genomic libraries (selected for small
insert size) of the species of interest, by the screening of several thousands of clones through colony hy-
bridization with repeat containing probes. As mentioned above, although relatively simple, especially for
microsatellite rich genomes, this approach can turn out to be extremely tedious and inefficient for species
with low microsatellite frequencies. Microsatellite enrichment has also been developed to increase the
proportion of clones in a given library containing the microsatellite motif of interest (Zane et al., 2002).
Unfortunately, the de novo development of SSRs is a costly and time consuming endeavor
(Zane et al., 2002). Added to this difficulty is the fact that the polymerase chain reaction primers used
to amplify SSRs are frequently species-specific, meaning that markers developed for one taxon can-
not be readily transferred to another. So, in spite of reducing the general utility of preexisting markers,
this lack of transferability also means that interspecific comparisons are often based on disparate sets
of markers, effectively confounding species differences with possible locus-specific effects.

DNA microsatellites from Nannotrigona testaceicornis.


Currently, stingless bees species are endangered because of habitat fragmentation, and an-
thropogenic activities (primarily small agricultural fields and low-intensity suburban development).
Knowledge of the processes that determine population genetic structure is of importance to conserve

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258

and to manage the existing populations of endangered species. To investigate the genetic processes
influencing the survival of a species, suitable molecular markers are required to apply for individual
genotype characterization. Microsatellite markers have been proven to be very efficient for conserva-
tion genetics studies due to their reproducibility, multi-allelic nature, codominant inheritance, relative
abundance and good genome coverage (Schlotterer, 2000).
Iraí, Nannotrigona testaceicornis (Lepeletier 1836), is a eusocial bee, that nests on tree cavities
or cavities of man-made structures (Mendes et al, 2007). The colonies can have from 2,000 to 3,000
bees. These bees are black, very small, and usually have grey hair (Monteiro, 2001). In Brazil, this
species is distributed through the States of Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro
and São Paulo (Silveira et al., 2002). Nevertheless, also occurs in Paraná, Santa Catarina and Rio
Grande do Sul, in the very South of Brazil (Mendes et al, 2007). The species has a large geographic
distribution and occupies different biomes, including urban areas (Souza et al., 2002).
The total DNA was extracted from a single adult of N.testaceicornis thorax preserved in alcohol
using phenol/chloroform (Sambrook et al., 1989). Microsatellite markers were isolated according to the
protocols of Billotte et al. (1999). The genomic DNA was digested with RsaI and the fragments were
ligated to two double-strand adapters (RSA 21 and RSA 25), and then polymerase chain reaction (PCR)
was performed using one strand of the adapter RSA 21 as primer. The PCR products were purified us-
ing the QIAquick gel extraction kit (QIAGEN). Two biotinylated probes (GA)8 and (AC)8 (Promega)
were hybridized to the PCR products. The DNA fragments hybridized to biotinylated probes were
captured using streptavidin-coated magnetic beads. The bound DNA was eluted from the magnetic
spheres, re-amplified using RSA 21, and purified using the QIAquick gel extraction kit (QIAGEN).
The DNA fragments were cloned according to the manufacturer’s protocol using the plasmid
pGEM-T Easy vector (Promega) and transformed into Escherichia coli XlL1 Blue (Invitrogen). Nine-
ty-eight positive clones were recovered through alkaline lysis (Sambrook et al. 1989), and inserts
were sequenced using the BigDye Terminator version 3.1 Cycle Sequencing Kit and the ABI PRISM
377 sequencer. Sixty-tree of these clones (65%) contained microsatellite sequences with more than
six repeat motifs and sufficient flanking sequences for primer design. We designed primer pairs using
the primer 3 software (Rozen and Skaletsky 2000).
We characterized, till now, five polymorphic loci in 100 individuals from a natural population
collected at University of São Paulo (Ribeirão Preto Campus, Brazil). The PCR products were sepa-
rated on a 8% denaturing polyacrylamide gel and visualized by silver-staining as described by Creste
et al. (2001). Product sizes were estimated by comparison with a 10-bp DNA ladder (Promega).
The microsatellite loci will be invaluable tools for conservation genetics surveys in many other
Meliponini taxa, for example, for assessing the effect of landscape fragmentation on historical and
contemporary gene flow, for species delimitation, and for studies on the origin and breakdown of re-
productive barriers among closely related populations and/or species of stingless bees.

General conservation implications

Landscape genetics
Landscape genetics provides information on how landscape and environmental features
influence population genetic structure. It is a new research area that integrates landscape ecology,
spatial statistics and population genetics, and provides a framework for testing the relative influence
on gene flow, genetic discontinuities, admixture of populations and spatial genetic struture (SGS) in
natural populations (Manel et al. 2003; Storfer et al., 2007).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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259

The habitat fragmentation is predicted to restrict gene flow, which can result in the loss of ge-
netic variation and in inbreeding depression. The understanding of the landscape effects on genetic
connectivity provides insight into fundamental biological processes such as: metapopulation dynam-
ics, isolation, speciation, and ultimately, species’ distribution (Storfer et al., 2007).

Conservation

Two goals of any conservation programme should be ensuring the long-term survival of a spe-
cies and maintaining ecological and evolutionary processes. Both goals require the preservation of
genetic diversity (Hamrick and Godt, 1996). The loss of genetic diversity within natural populations
has been observed in Meliponini species, but it is not the reason for the endangered status of the group,
but one of the consequences of the extinction and fragmentation of natural populations. Considering
that most remnant populations are getting smaller as a result of human disturbance, it is quite possible
that the process of habitat fragmentation will lead to a loss of genetic diversity by dramatically increas-
ing mating opportunities between relatives within small populations. Consequently, conservation and
restoration genetics should focus on the maintenance of historically significant processes such as high
levels of outbreeding and gene flow, and also on the large effective population size of the species.
The intensification of agriculture has also propitiated a decline in the ratio of habitats in the
adjacencies of country properties, an increase in the pesticide use, a decrease of floral resources in
country properties, as well as an increase in the size of the cultivations, intensive use of the ground
and of the water, as well as synthetic fertilizer.
Finally, serious considerations regarding the management of a particular landscape or habitat
must include (1) description of what makes up the baseline habitat(s) of conservation concern; (2) de-
scription of the human effects (differentiating between exogenous and endogenous disturbances); (3)
general description of the state of alteration of the landscape from a human perspective, taking into
account the land-use effects related to the degree of destruction and modification; and (4) additional
landscape classification that takes into account the species of stingless bee of concern, in terms of
their patterns and scale of resource use.
Destruction and fragmentation of natural habitats is the major reason for the decreasing bio-
diversity (genetic diversity) in the agricultural landscape. Loss of populations may negatively affect
biotic interactions and ecosystem stability. The habitat conservation is essential to maintain not only
abundant and diverse bee communities, but also plant-pollinator interactions in economically impor-
tant crops and endangered wild species of plants.

Acknowledgements

This research was funded by the FAEPA (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistên-
cia), and BIOTA-FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

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Revisão das Análises de Hidrocarbonetos


Cuticulares em Abelhas Sem Ferrão.
Hidrocarbonetos cuticulares em abelhas sem ferrão.
Túlio Marcos Nunes
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universi-
dade de São Paulo, Avenida Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto (SP) 14040-901, Brasil.
* Correponding author: Túlio Marcos Nunes
Tel.: +55-016-3602-3826; fax: +55-016-3602-3694.
E-mail address: tulionunes@usp.br
Present address: Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Avenida Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto (SP) 14040-901, Brazil.

Cuticle hydrocarbons in stingless bees: a review

Abstract

The epicuticle is a wax layer that recovers the insects’ cuticle. There is a wide range of studies
concerning the composition of this cover and its function in insect behavior. Although there is a great
number of investigations regarding this subject, little is known about this structure and its function
in stingless bees. The aim of the present work is to summarize the knowledge about the variability
of the cuticular hydrocarbons in this group of highly eusocial bees. The available studies showed
differences between species concerning the cuticles chemical composition at different levels. The
investigations also showed that, within a single species, there are differences between nests, and that,
within a single nest, there are differences among individuals. For those individuals that share a single
nest, the cuticle’s chemical composition can carry information concerning the age of the individual,
its gender and its caste. Even though there are only few studies with reference to this topic in stingless
bees, the results found so far show an enormous potential for investigating insect biology.

Palavras chave: Abelhas sem ferrão, hidrocarbonetos cuticulares, Meliponini, casta, sexo, idade.

Introdução

Nos insetos, o tegumento é a camada mais externa que recobre o corpo e é constituído pela epi-
derme e pela cutícula (Guerino and Oliveira, 2002). A cutícula, por sua vez, é recoberta por uma ca-
mada de cera denominada epicuticula. Essas ceras apresentam como função primária a proteção contra
desidratação e regulação da permeabilidade cuticular. Secundariamente, os compostos presentes nessa
camada passaram a atuar como sinais olfativos, desempenhando um papel fundamental na comunicação
dos insetos (Lockey, 1988). Esses compostos apresentam uma atuação muito ampla dentro dos vários
grupos de insetos já estudados e, embora um grande número de estudos já tenha sido realizado, novas
funções de tais compostos e novas possibilidades de utilização dessas pistas na compreensão da bio-
logia dos insetos são constantemente reveladas. As funções já amplamente descritas na literatura para

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essas substâncias incluem a atuação como feromônios sexuais, pistas de reconhecimento para espécie,
feromônios de território, alarme, recrutamento e defesa química, feromônios termo regulatórios e pistas
para parasitas (Howard and Blomquist, 2005). Nos insetos sociais, esses compostos apresentam infor-
mações a respeito da colônia de origem do indivíduo, sua idade, linhagem genética, casta, sexo, status
reprodutivo e sua tarefa na colônia (Arnold et al., 1996; Endler et al., 2004; Howard and Blomquist,
2005; Monnin et al., 2006). Além das funções anteriormente citadas, estudos recentes mostram que
diferentes populações apresentam diferentes perfis químicos e que essa característica pode ser utilizada
em estudos de reconstruções biogeográficas (Dapporto et al., 2004a; Dapporto et al., 2004b).
As substâncias que compõe a epicutícula são basicamente hidrocarbonetos, distribuídos
entre alcanos, alcenos, hidrocarbonetos com ramificações e alcadienos. Alguns outros compos-
tos como alcoóis, ácidos e ésteres também podem ser encontrados, porém, sempre em menores
concentrações (Nunes et al., 2008a).
Embora as análises de hidrocarbonetos cuticulares em insetos sociais e suas funções tenham
recebido grande atenção nos últimos tempos, para o grupo das abelhas sem ferrão, os estudos com
esse enfoque permanecem escassos. O presente trabalho visa organizar as informações já existentes
a respeito de análises de compostos cuticulares em abelhas sem ferrão, mostrando diferenças nessa
composição em diferentes níveis. Posteriormente, abordará também as metodologias utilizadas e pos-
sibilidades de aplicação para diferentes situações.

Variações entre espécies


Alguns estudos, embora não tenham tido como principal foco a comparação entre os per-
fis cuticulares de diferentes espécies de abelhas sem ferrão, mostraram claras diferenças nessa
composição. As diferenças encontradas são, na maior parte das vezes, na concentração relativa
de compostos comuns a duas espécies. No entanto, em alguns casos são encontradas diferenças
qualitativas entre as espécies comparadas (Pianaro et al., 2007; Caliari et al., 2008; Nunes et al.,
2008a). Pianaro et al. (2007) realizaram comparações entre as espécies Melipona scutellaris e
Melipona rufiventris e embora tenham considerado as espécies analisadas como “quimicamente
similares” são encontradas grandes diferenças na abundância relativa dos compostos identifica-
dos na análise das ceras do abdômen das operárias. Segundo os autores, a cera de M. scutellaris
foi composta principalmente de cerca de 25% de alcanos, 42% de alcenos e uma substância ca-
racterística dessa espécie o acetato de triacontanil, enquanto a análise da cera das operárias de
M. rufiventris resultou cerca de 50% de alcanos, 35% alcenos e 7% de alcadienos.
Nunes et al. (2008a) compararam os perfis químicos cuticulares de operárias da espécie Frie-
seomelitta varia e da cleptoparasita Lestrimelitta limao e, da mesma forma, encontraram diferenças
tanto qualitativas quanto quantitativas nos compostos identificados. Os picos com concentrações re-
lativas acima de 10% na espécie F. varia foram o heptacosano e o nonacosano, enquanto para a es-
pécie L. limao, apesar de encontrarmos concentração parecida para o heptacosano, foram observadas
concentrações superiores a 10% para o pentacosano e o nonacoseno.

Variações entre ninhos


Além das diferenças encontradas entre as espécies analisadas, nas comparações entre colônias
da mesma espécie (i. e. F. varia), Nunes et al. (2008a) encontraram variações significativas entre os
perfis cuticulares das operárias. Dentre quatro colônias de F. varia analisadas, os grupos de operárias
foram separados, sendo que apenas na comparação entre duas dessas colônias, os compostos quími-
cos não separaram significativamente os indivíduos.

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Da mesma forma, para a espécie Schwarziana quadripunctata, a análise de duas diferentes co-
lônias mostrou uma clara separação entre os indivíduos amostrados. As variações são encontradas nas
comparações realizadas entre operárias jovens e velhas de cada colônia e também entre as rainhas vir-
gens dessas colônias. Um dado importante mostrado nesse trabalho é que mesmo dentro da mesma es-
pécie, são encontradas, além de diferenças nas concentrações relativas dos compostos entre as colônias,
também diferenças com relação à ausência ou presença de alguns compostos (Nunes et al., 2008b).
Ainda, segundo Jungnickel et al. (2004) nas análises com Scaptotrigona bipunctata, a comparação
dos compostos encontrados para guardas de diferentes colônias resultou em uma completa separação
gráfica na análise dos componentes principais realizada. A análise discriminante apontou que todos os
indivíduos testados foram colocados corretamente dentro do grupo de indivíduos de mesma colônia.

Variações dentro do mesmo ninho


Dentro de uma mesma colônia há uma grande variação nos compostos cuticulares dos indiví-
duos (Abdalla et al., 2003; Nunes, 2008; Nunes et al., 2008b). Nunes et al. (2008b) mostraram dife-
renças entre a idade de operárias de uma mesma colônia de S. quadripunctata, pois nas duas colônias
analisadas, os indivíduos jovens estavam significativamente separados dos velhos através da compo-
sição química da cutícula e, mais uma vez, as diferenças encontradas foram tanto quantitativas quanto
qualitativas. Além da variação entre operárias de diferentes idades, também foram evidenciadas di-
ferenças entre essas operárias e as rainhas virgens analisadas, mostrando que os compostos químicos
associados à cutícula também apresentam variações de acordo com a casta.
Em Melipona bicolor, Abdalla et al. (2003) encontraram diferenças na composição da epicu-
ticula entre os sexos. Assim como mostrado para S. quadripunctata, em M. bicolor são encontradas
variações entre indivíduos de diferentes castas e idades. No entanto, diferentemente dos resultados
encontrados em S. quadripunctata, não foram mostradas variações claras entre indivíduos recém
emergidos e rainhas virgens (Abdalla et al., 2003; Nunes et al., 2008b).
Além das espécies citadas, testes com indivíduos de Frieseomelitta varia confirmaram que o
conjunto de compostos químicos que recobrem a cutícula desses insetos separa as operárias e os ma-
chos de acordo com a idade, além de separar os gêneros (Nunes, 2008). Esses testes mostram, ainda,
claras variações entre rainhas virgens, rainhas fisogástricas e operárias nessa espécie.

Metodologias aplicadas às análises químicas


Embora a forma da coleta do material e a porção analisada tenham variado entre os estudos,
todos os testes foram realizados com a utilização de um sistema de cromatografia gasosa acoplado
a um espectrômetro de massas (CG-EM). O sistema de cromatografia gasosa fornece os dados rela-
cionados às concentrações relativas das substâncias, além de permitir a realização dos cálculos do
índice de retenção das substâncias o qual, quando comparado às informações presentes na literatura,
pode auxiliar na correta identificação das substâncias. A espectrometria de massas permite a identi-
ficação das substâncias, seja pelos cálculos aplicados aos padrões de quebras encontrados, ou ainda
pela comparação com bibliotecas comerciais. Dessa forma, a união dessas duas ferramentas permite
a identificação das substâncias encontradas e a medida das concentrações dessas.

Extração por solvente


A maior parte dos trabalhos encontrados na literatura a respeito da análise de hidrocarbone-
tos cuticulares de insetos realiza a extração das ceras a partir de banhos com solventes orgânicos
apolares (Howard and Blomquist, 2005). Os solventes mais comumente utilizados são o hexano e

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o pentano. O uso de solventes permite uma completa extração das ceras presente na cutícula dos
indivíduos, podendo ser utilizado em comparações quantitativas e qualitativas. No entanto, a uti-
lização de solventes orgânicos apenas pode ser feita em indivíduos mortos, o que impede a análise
do mesmo indivíduo em diferentes situações experimentais, ou a realização de testes comporta-
mentais com o mesmo indivíduo utilizado para as análises químicas. Existe ainda, a possibilidade
de contaminação da amostra pelas secreções glandulares dos indivíduos banhados.

Análise de amostras sólidas


Os resultados obtidos por Abdalla et al. (2003) foram realizados com a análise dos compos-
tos cuticulares presentes nas asas das abelhas testadas. Os testes foram realizados utilizando-se o
injetor em fase sólida descrito por Morgan (1990). Nesse aparato, pequenas amostras de insetos
podem ser analisadas quanto sua composição química sem a utilização de solventes. As amostras
são acondicionadas em pequenos capilares de vidro e fechadas com fogo. Esse capilar é então
inserido no injetor e analisado em um sistema de cromatografia gasosa e espectrometria de mas-
sas. A possibilidade de utilização de pequena quantidade de material facilita a investigação da
composição química de glândulas e permite a análise de apenas partes dos indivíduos, podendo
esses ser utilizados posteriormente para outros testes. A análise das asas das abelhas diminui a
possibilidade de contaminação com secreção de glândulas abdominais e da cabeça.

Absorção dos compostos


Alguns estudos presentes na literatura realizam a técnica de absorção dos compostos cu-
ticulares dos insetos para a análise (Turillazzi et al., 1998; Schmitt et al., 2007). Esses processos
permitem testes consecutivos em um mesmo indivíduo, visto que essa absorção não o prejudica.
Para a absorção, existe a possibilidade da utilização de uma fibra de “micro extração em fase
sólida” (em inglês SPME). Trata-se de uma fibra que pode ter diferentes composições, de acordo
com o tipo de composto a ser absorvido. Após o contato da fibra com o indivíduo, a fibra é anali-
sada diretamente no sistema CG-EM. Como ocorre a absorção dos compostos, a análise dessas
substâncias resulta em uma amostra dos constituintes da cutícula dos insetos, não podendo ser
realizadas comparações quantitativas dessas amostras. Uma outra possibilidade é a utilização
de papel filtro na absorção dos compostos. Nesses estudos, um pequeno pedaço de papel filtro
limpo é esfregado sobre a cutícula do inseto. Posteriormente, esse papel passa por um banho com
solvente e o extrato resultante desse banho é analisado no CG-EM.

Considerações Finais

Embora relativamente pequena, a literatura a respeito das análises da composição


química da cutícula de abelhas sem ferrão mostra um grande potencial na utilização de tais
análises no estudo de diferentes áreas da biologia desses insetos. Os resultados mostrados até
agora evidenciam claras diferenças entre espécies, colônias, castas, sexo e idade; e mesmo
diferenças dentro dessas categorias. Segundo os resultados observados nessas abelhas e com
base na grande literatura presente a respeito de hidrocarbonetos de cutícula em outros grupos
de insetos sociais fica claro o grande potencial dessas técnicas em estudos comportamentais,
evolutivos, fisiológicos e ecológicos.

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Agradecimentos

Agradeço ao Prof. Dr. Ronaldo Zucchi pela leitura do manuscrito e ao Dr. M. Hrncir na ajuda
com o abstract. Esse trabalho teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP Proc. 2007/59058-7).

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
268

Biodiversidade de Meliponíneos:
Contribuição da Biologia Molecular
Biodiversidade molecular de Meliponíneos
Rute Magalhães Brito1, Flavio de Oliveira Francisco1, Geraldo Moretto2, Maria Cristina Arias1*
1
Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências - Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP.
2
Departamento de Ciências Naturais, Fundação Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC.
*Autor para correspondência:
Rua do Matão, 277 – CEP 05508-090 – São Paulo, SP
Tel.: (11) 3091-7587
Fax: (11) 3091-7583
E-mail: mcarias@ib.usp.br

Stingless Bee Biodiversity: Contributions of Molecular Biology

Abstract

The contribution of molecular analyses to characterization of species and its populations has become
unquestionable. The use of molecular markers is one of the best approaches to evaluate genetic variability
in populations and is essential to measure the biodiversity of ecosystems. In Brazil, destruction of Cerrado
and Atlantic forest biomes has reduced bee populations, with negative impacts in pollinization of local
vegetation. Studies aiming at preservation and conservation of these biomes’ biota are urgent and popu-
lation molecular studies are crucial to reach this goal. In this work we utilized mitochondrial DNA and
microsatellites as molecular markers to study genetic variability of natural populations of one species from
Brazilian Cerrado (Partamona mulata) and three species from Brazilian Atlantic forest (Plebeia remota,
Partamona helleri, and Melipona quadrifasciata quadrifasciata). Our data demonstrated that populations
geographically distant are genetically isolated. Some populations may constitute independent evolution-
ary units, and this may be the reason for the detected absence of gene flow, indicating speciation events that
have occurred in the past or are in progress. Paleogeographic and Paleoclimatic events may be associated
to the isolation of populations and to recent speciation process. Recent fragmentation has also influenced
the current population genetic structure.

Palavras-chave: abelhas sem ferrão, biodiversidade, marcadores moleculares

Introdução

As análises moleculares têm contribuído cada vez mais para a caracterização de espécies e de suas
populações. Tal potencial para investigação de questões em ecologia, evolução e taxonomia se deve ao
fato de que a variação genética pode ser quantificada com grande precisão, mais do que outros tipos de
medições ecológicas. Conseqüentemente, esse tipo de análise fornece melhores dados para comparações
estatísticas (Beebee e Rowe, 2004).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
269

Atualmente, vários tipos de marcadores moleculares estão disponíveis para análises de biodi-
versidade. Marcadores moleculares são seções do genoma, geralmente pequenas quando comparadas
ao tamanho total do genoma, escolhidas com intenção de serem representativas de regiões maiores
do DNA. Cada seção é tratada como um único loco o qual pode ser ou não um gene funcional. Tais
marcadores podem ser acessados por meio de diversas técnicas de biologia molecular.
A escolha do marcador molecular, e conseqüentemente a técnica a ser empregada para o acesso à vari-
abilidade genética dos organismos, está relacionada com o tipo de questão a ser investigada. Por exemplo, as
isozimas são empregadas em análises populacionais, pois este é um marcador codominante e a determina-
ção dos alelos é fundamental para a investigação de fluxo gênico entre populações. Entretanto, esta técnica
não é desejável para análises filogenéticas, pois variações presentes no DNA podem não ser refletidas na se-
qüência de aminoácidos das proteínas, devido à degeneração do código genético. Dados do DNA mitocon-
drial (DNAmt) são utilizados para genealogia de genes porque algumas regiões dessa molécula acumulam
mutações mais rapidamente do que o DNA nuclear e, por ser haplóide e de herança materna na maioria das
espécies, tais mutações acumuladas não são perdidas por meio de recombinação (Avise et al., 1987).
O polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição (RFLP) tem sido uma das metodologias
mais aplicadas para a caracterização do DNAmt e para a detecção de variabilidade genética entre popula-
ções ou espécies. A fragmentação do DNA pode ser obtida pelo uso de enzimas capazes de clivar o DNA
em seqüências específicas constituídas por quatro, cinco ou seis pares bases de comprimento. Em estudos
populacionais, diferentes padrões de tamanho de fragmentos de restrição podem ser encontrados entre
diferentes indivíduos. O polimorfismo de tamanho de fragmentos observado resulta de mutações nos
sítios de restrição ou de inserções/deleções (indels), ou rearranjos entre os sítios de clivagem, como trans-
locações e inversões, que alteram a distância entre os sítios de restrição (Ferreira e Grattapaglia, 1998).
A técnica de RFLP, apesar de bastante informativa, pode ser bastante laboriosa quando envolve
etapas de transferência do DNA, separado em gel de agarose, para membrana de nitrocelulose, hi-
bridação e revelação, num processo conhecido como “Southern blot”. A descrição de marcadores
moleculares baseados na PCR (reação em cadeia da polimerase) aumentou a eficiência de detecção
de polimorfismos no DNA, além da redução do tempo de execução dos experimentos, do seu custo e
da sua complexidade (Matioli e Passos-Bueno, 2001).
A combinação da PCR com RFLP consiste na amplificação de regiões do DNA, nuclear ou de or-
ganelas, previamente à digestão com enzimas de restrição. Esse marcador apresenta codominância tal com
o RFLP isoladamente. O uso de “primers” para regiões específicas do genoma faz com que os fragmentos
analisados não sejam anônimos. Desta forma, a comparação das bandas entre indivíduos de uma população
torna-se mais precisa, aumentando a probabilidade de que bandas de mesmo tamanho sejam homólogas.
Outra classe de marcador molecular amplamente utilizada em estudos populacionais é a dos
microssatélites. Estes, compreendem regiões que apresentam um número variável de repetições em
tandem de 1 a 6 bases do DNA (Hancock, 1999), e que podem ser amplificadas via PCR. Os microssa-
télites são úteis em estudos genéticos por serem caracteres mendelianos, codominantes, seletivamente
neutros e altamente polimórficos (Strassmann et al., 1996). Os diferentes alelos são caracterizados
pelo comprimento exato em pares de bases de um fragmento obtido por meio de PCR, usando para
isso “primers” que flanqueiam a região das repetições in tandem. Sendo este um marcador codomi-
nante, é possível realizar a genotipagem dos indivíduos e esses dados podem ser usados para estudos
de estruturação populacional de uma espécie. Com base nesses dados, análises estatísticas podem
então ser realizadas para indicadores de desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW): alteração
nas freqüências alélicas, viés para excesso ou déficit de heterozigotos e desequilíbrio de ligação. Tais
desvios do EHW podem indicar a existência ou não de fluxo gênico entre populações.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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270

Em vista do exposto acima, pode-se concluir que tanto o DNAmt quanto os microssatélites são
ferramentas muito poderosas para se estudar a variabilidade genética de espécies e suas populações.
Tal análise é de fundamental importância para o conhecimento da biodiversidade de um determinado
ecossistema. Entretanto, a devastação da vegetação nativa nos diversos ecossistemas brasileiros, vem
ameaçando de extinção as espécies de abelhas que dependem de substratos como ocos de árvores para
a nidificação. Ainda, de acordo com Viana e Melo (1987), o desmatamento causa o isolamento de
áreas remanescentes de ecossistemas contínuos. Esse isolamento pode representar várias limitações
ao desenvolvimento das populações como a redução na disponibilidade de alimentos e de locais para
nidificação, além de afetar o tamanho das populações. Em Mamirauá (AM), a diminuição do número
de ninhos de abelhas do gênero Melipona, pela ação de meleiros, causou uma redução drástica na
população de macacos uacaris. Isso porque estas abelhas são polinizadoras de árvores frutíferas, e
esses frutos são o principal componente da dieta desses mamíferos (Kerr, 1999).
Além da Amazônia, outros biomas que vêm sofrendo com a perda de grandes áreas de vegeta-
ção nativa são o Cerrado e a Mata Atlântica. A diminuição do tamanho populacional devido à frag-
mentação do habitat pode levar à diminuição da variabilidade genética da população (Beebee e Rowe,
2004), aumentando suas chances de extinção.
Diante dessa situação, torna-se urgente a realização de pesquisas de preservação e conservação
da biota desses biomas. Para atingir esses objetivos, estudos que enfoquem a genética de populações
são de fundamental importância. Com o intuito de conhecer a variabilidade genética em populações
de abelhas sem ferrão, e verificar as possíveis conseqüências da degradação de seus habitats em suas
estruturas genéticas, utilizamos o DNAmt e os microssatélites na análise populacional de três espécies
da Mata Atlântica (Plebeia remota, Partamona helleri e Melipona quadrifasciata quadrifasciata) e
de uma espécie do Cerrado (Partamona mulata).

Material e Métodos

Material Biológico
As espécies estudadas foram Plebeia remota, Partamona mulata, Partamona helleri e Me-
lipona quadrifasciata quadrifasciata. Os locais de coleta e o número de ninhos amostrados estão
apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Locais de coleta e número de ninhos amostrados (entre parênteses) para Plebeia re-
mota, Partamona mulata, Partamona helleri e Melipona quadrifasciata quadrifasciata.
Espécie Local de coleta e número de ninhos amostrados
P. remota Blumenau, SC (12); Curitiba, PR (7);
Prudentópolis, PR (35) e Cunha, SP (19).
P. mulata Cáceres, MT (13); Cuiabá, MT (12);
Poconé, MT (14), Santo Antônio do Leverger,
MT (6) e Campo Grande, MS (13).
P. helleri Blumenau, SC (8); Luiz Alves, SC (2); Biritiba-Mirim,
SP (2); São Paulo, SP (11); Porto Firme, MG (3);
Viçosa, MG (8); São Miguel do Anta, MG (1);
Colatina, ES (9); Ilhéus, BA (1) e Coaraci, BA (2).
M. q. quadrifasciata Blumenau, SC (12); Mafra, SC (8) e Prudentópolis, PR (9).

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271

DNAmt
O RFLP do DNAmt total foi a técnica utilizada para a análise de P. remota. As enzimas de re-
strição utilizadas foram: BamH I, Bcl I, Bgl II, Cfo I, Cla I, EcoR I, EcoR V, Hae III, Hind III, Nde I, Pst
I, Pvu II, Sca I, Xba I and Xho I. Os procedimentos para a extração do DNA, realização das digestões e
visualização dos fragmentos foram realizados de acordo com o descrito por Francisco et al. (2001).
A técnica de PCR-RFLP foi utilizada para as espécies de Partamona e para M. q. quadri-
fasciata. Quatro regiões mitocondriais foram amplificadas (COII, ATPase8-ATPase6, cytB-ND1 e
COIII-ND3) e submetidas à digestão por seis enzimas de restrição (Bcl I, Cla I, Dra I, Hae III, Hind
III e Hinf I) nas amostras de Partamona. Para M. q. quadrifasciata, sete regiões mitocondriais foram
amplificadas (ND2-COI, COI, COII, ATPase 8-ATPase 6-COIII,COIII-ND3,CytB-ND1,16S-12S) e
posteriormente digeridas com 15 enzimas de restrição: Ase I, BamH I, Bcl I, Bgl II, Cfo I, Cla I, Dra I,
EcoR I, EcoR V, Hae III, Hind III, Hinf I, Nde I, Pst I e Ssp I. Detalhes dos procedimentos realizados
para a extração do DNA, amplificação, digestão e visualização dos fragmentos em Partamona e M. q.
quadrifasciata podem ser vistos em Brito (2005) e Moretto e Arias (2005), respectivamente.

Microssatélites
As espécies P. remota, P. mulata e P. helleri também foram analisadas quanto à variação de locos
para microssatélies. O DNA molde para as reações de PCR foi extraído de uma abelha por ninho
pelo método Chelex (Walsh et al., 1991). Os “primers” usados na amplificação dos microssatélites
foram derivados de Melipona bicolor (Peters et al., 1998) e Scaptotrigona postica (Paxton et al.,
1999). Descrições das reações de PCR, “primers” utilizados e visualização dos produtos podem ser
encontrados em Francisco et al. (2006).

Resultados

Plebeia remota
Quinze haplótipos mitocondriais foram encontrados, e apenas dois foram encontrados em mais
de uma população (ambos em Curitiba e Cunha). Além disso, análises estatísticas mostraram que as
quatro populações estão isoladas geneticamente. A análise por microssatélites mostrou que alelos
exclusivos foram encontrados nas populações de Cunha (3 alelos) e Curitiba (1 alelo). No geral, a
diversidade gênica (número médios de alelos por loco e taxa de heterozigose observada) detectada
foi baixa e a análise estatística mostrou não haver diferenciação entre as populações de Blumenau e
Curitiba e entre Curitiba e Cunha.

Partamona mulata
Apenas dois haplótipos mitocondriais foram encontrados. O único haplótipo exclusivo obser-
vado ocorreu em apenas um ninho de Campo Grande. Em relação à análise dos microssatélites, alelos
exclusivos foram encontrados nas amostras de Cáceres e Poconé (1 alelo em cada). Assim com em
P. remota, a diversidade gênica encontrada também foi baixa. Análises estatísticas mostraram isola-
mento genético entre as populações.

Partamona helleri
Foram encontrados 10 haplótipos mitocondriais distintos. Destes, três são encontrados em mais
de uma população (Viçosa/Blumenau, Colatina/São Paulo e Colatina/Viçosa/São Paulo). Para essa
espécie a análise dos microssatélites detectou alelos exclusivos nas populações de São Paulo (2 ale-

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272

los), Viçosa (2 alelos) e Ilhéus (1 alelo). Novamente, os valores de diversidade gênica foram baixos e
as populações mostraram-se isoladas geneticamente.

Melipona quadrifasciata quadrifasciata


Cinco haplótipos mitocondriais distintos foram detectados: dois exclusivos e únicos da popu-
lação de Prudentópolis, um de Mafra e um de Blumenau. O quinto haplótipo foi compartilhado pelas
amostras de Mafra e Blumenau, sendo o mais freqüente, o que sugere fluxo gênico e não diferencia-
ção entre essas duas populações. No entanto, a população de Prudentópolis mostrou isolamento.

Discussão

Eventos Paleobiogeográficos no Cerrado


Partamona mulata ocorre em áreas de cerrado e pantanal, as quais têm sido sistematicamente
modificadas pelo desmatamento para a abertura de áreas de plantio ou de pasto para criação de gado.
Nesses casos, quando o solo não é adequadamente tratado, os termiteiros afloram nas áreas de pasto,
o que incorre em ambiente propício para enxameagem e instalação de abelhas termitófilas como P.
mulata. Áreas como estas foram amostradas durante as coletas, em que ninhos foram encontrados
muito próximos uns dos outros. Seria esperado mesmo que não observássemos diferenças no DNAmt
destes ninhos pois a matrilinhagem provavelmente seria a mesma. Entretanto, amostras coletadas à
distância de 100, 300 e até 600 km apresentaram o mesmo haplótipo.
As mudanças climáticas ocorridas na América do Sul durante os ciclos de glaciações do
Pleistoceno podem ter contribuído para a diminuição da variabilidade genética das populações
de P. mulata. Segundo Ab’Saber (1979), em função da extensão em sentido sul-norte da cor-
rente Falklands-Malvinas, houve condições para filtragem da umidade procedente do Atlântico.
Isso criou uma faixa semi-árida desde o Uruguai e Rio Grande do Sul até o sul ou centro da
Bahia. Isso teria propiciado a expansão de vegetação típica de caatinga, restringindo a cober-
tura vegetal do tipo cerrado e floresta a ilhas de vegetação. Essa contração das áreas de cerrado
pode ter contribuído para extinção de populações de P. mulata e confinamento de outras a essas
ilhas de vegetação. Durante o fim do Terciário inferior, um conjunto de mudanças integradas na
porção central do Brasil como o nível tectônico do território, a instalação de climas tropicais e
subtropicais úmidos ou subúmidos e a instalação de sistemas hidrográficos contribuíram para
circunscrição de uma aplainação chamada de pedeplanície cuiabana ou pediplano cuiabano
(Ab’Saber, 1988). A recolonização da área de distribuição ocupada atualmente por P. mulata
pode ter ocorrido ao final do último período glacial datado de 13 a 20.000 anos, quando a umi-
dade e temperatura permitiram a expansão das coberturas vegetais adaptadas a essas condições.
É possível que populações com variabilidade haplotípica reduzida pela fragmentação das áreas
de cerrado tenham se dispersado a partir do pediplano cuiabano, e colonizado áreas em torno do
Pantanal cuja formação geológica é mais recente, datada do Holoceno.
A baixa diversidade gênica de locos microssatélites encontrada nas populações de P. mulata
sugere que elas passaram por um afunilamento recente. Embora a abertura de áreas de pastagem no
Cerrado possa propiciar o surgimento de novos termiteiros, oferecendo mais substratos de nidificação
para P. mulata, os recursos dos quais essas abelhas se alimentam não estão disponíveis. De fato, a
localização de ninhos nessas áreas foi extremamente difícil, requerendo grande esforço de coleta. Tal
degradação também seria responsável pelo isolamento entre as populações estudadas.

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Efeitos da fragmentação da Mata Atlântica


A distribuição atual dos organismos na Europa é reflexo das mudanças climáticas causadas pe-
las Glaciações. Tais eventos começaram há cerca de 2,5 milhões de anos no final do Plioceno (Hewitt
1996) e foram mais intensas durante o Pleistoceno, com ciclos de 100.000 anos interrompidos por
curtos períodos quentes (Hewitt 1996). As florestas expandiam durante o período quente e úmido e
contraíam-se durante períodos de clima frio e seco.
Os dados obtidos para Plebeia remota, Partamona helleri e M. q. quadrifasciata nos levam a in-
ferir que esses eventos climáticos foram os responsáveis pela diferenciação das populações com base
na distribuição e freqüência dos haplótipos mitocondriais encontrados. Outro fenômeno natural que
teve forte influência na distribuição da vegetação no Sul e Sudeste do Brasil, e que pode ter levado à
contração das florestas nessas regiões foi o soerguimento da Serra do Mar. Este evento começou no
Terciário e perdurou até o Pleistoceno. É importante salientar que Prudentópolis teve duas espécies de
abelhas estudadas: P. remota e M. q. quadrifasciata. Para ambas as espécies, as populações deste lo-
cal se mostraram isoladas das outras. Em P. remota tal isolamento foi tão pronunciado que sugere um
isolamento antigo (Plioceno). Além disso, as abelhas dessa região também são diferentes das abelhas
de Cunha, no que se refere à morfologia (Patrício e Imperatriz-Fonseca, 2004; Francisco et al., 2008),
comportamento (Ribeiro et al., 2003; Hilário, 2005) e química (Patrício e Imperatriz-Fonseca, 2004;
Francisco et al., 2008). Todos esses dados sugerem que as populações das espécies coletadas em Pru-
dentópolis podem constituir unidades evolutivas independentes.
Depois do último período frio e seco no Holoceno as florestas se expandiram ocupando grande
parte do território brasileiro. Esta distribuição foi recentemente alterada pela ocupação humana, o
qual foi mais intensa nos séculos XIX e XX. Atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a 7,5% da
sua distribuição pré-colonização (Myers et al., 2000). É provável que a fragmentação desse bioma nos
dois últimos séculos tenha causado afunilamentos populacionais nas espécies P. remota e P. helleri,
diminuindo sua diversidade gênica, como observado na análise por microssatélites.

Conclusão

Este trabalho mostrou que marcadores moleculares são ferramentas eficazes para a análise da
biodiversidade das espécies de Meliponíneos, permitindo relacionar os eventos Paleogeográficos e Pa-
leoclimáticos com a história evolutiva das espécies aqui estudadas. As análises populacionais, demon-
strando a estruturação de muitas populações são de extrema importância, pois esse conhecimento
poderá servir de subsídio para projetos de conservação e manejo dessas abelhas. Vale ressaltar que as
evidências de que as populações residentes em Prudentópolis, tanto de P. remota quanto M.q. quadri-
fasciata, possam constituir novas espécies, reforçam ainda mais a importância desses estudos.

Agradecimentos

Agradecemos à Susy Coelho pelo auxílio técnico e à FAPESP e CNPq pelo suporte financeiro.

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276

Barcoding the Bees of the World


Laurence Packer1, Jason Gibbs1, Cory Sheffield1 and Peter Kevan2
1
Department of Biology, York University, 4700 Keele St., Toronto, ON, M3J 1P3, Canada
2
Department of Environmental Biology, University of Guelph, Guelph, ON N1G 2W1, Canada
Corresponding Author: Laurence Packer, Department of Biology, York University, 4700 Keele St.,
Toronto, ON., M3J 1P3, Canada, 416 736 2100 ext 66524, laurencepacker@yahoo.com

Abstract

We demonstrate the utility of DNA barcoding as a taxonomic tool for the study of bee diversity
using two approaches. First, we demonstrate that the technique works well for the identification of all
bee species present in a geographically restricted region for which our taxonomic understanding of
bees was considered to be good. Secondly, we use this approach, combined with traditional morpho-
logical analysis, in a study of a taxonomically extremely difficult group of bees, the subgenus Dialictus
(family Halictidae; genus Lasioglossum). Here, DNA barcoding proved essential for the delimita-
tion of numerous species that were morphologically almost indistinguishable. We conclude that DNA
barcoding is efficient at the detection of cryptic species, associating the sexes of dimorphic species, as-
sociating the castes of species with strong queen-worker dimorphism and as a generally useful tool for
basic identification. A global campaign to barcode the bees of the world has been initiated; its inaugural
meeting was held at York University in May, 2008 with Fernando Silveira representing Brazil.

Introduction

Identifying and describing biodiversity has long been the purview of taxonomists able to rec-
ognize subtle morphological differences among species. DNA barcoding is a new method that prom-
ises to speed taxonomic progress and allow accurate identification of species, even by those without
taxonomic expertise (Hebert et al., 2003).
DNA barcoding employs a short strand of a standard gene, the mitochondrial gene COI, to
identify species (Figure 1).

Figure 1. Schematic diagram of animal mitochondrial DNA showing the barcode region.

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277

The principle behind DNA barcoding is that the nucleotide sequence diversity of the
DNA barcode gene fragment is greater between species than within species. This indeed has
been found to be the case in the vast majority of taxa upon which the method has been tested.
Another useful feature is the relatively cheap costs associated with semi-automated identifi-
cations. Currently, it costs approximately $7 to obtain a DNA barcode from a pinned speci-
men, a small amount in comparison to the cost of a taxonomist’s time for a group requiring
careful examination, and perhaps genitalic dissection. Moreover, the costs are expected to
decrease as methods improve.
Accurate delimitation of species is crucial for understanding biodiversity. Especially problem-
atic can be “easily recognized” species that may not be examined in as great detail as other, more
difficult, species but may be a repository for cryptic species (Packer and Taylor, 1997). Integrative
taxonomic approaches that combine morphological, molecular and other types of data are the best
methods for describing biodiversity (Dayrat, 2005; Page et al., 2005), but DNA barcoding is increas-
ing the rate at which new species are being discovered (Hebert et al., 2004) providing useful material
for morphological comparison and description.
The large number of highly diverse genera and subgenera among the bees makes species recog-
nition by traditional difficult even though the task is a crucially important one because of the role of
bees in pollination and their potential for environmental monitoring (Kevan et al., 1997; Zayed and
Packer, 2005; NAS 2007). In addition to the sexual dimorphism that often makes association of the
sexes in rare insects difficult, many bees have the complexity of discrete or continuous caste-based
variation. For example, in the halictine bees, differences between queens and workers of the same
species are often much greater than the differences between sister species. The extreme situation is
exhibited by the Brazilian species Halictus lanei (Moure): the workers are difficult to distinguish
from those of H. hesperus Smith, but queens and workers of each species have non-overlapping
size distributions and allometric variation that results in entirely different morphologies between the
castes (Janjic and Packer, 2001).
We provide information on the current status of DNA barcoding of bees by making special
reference to two detailed studies. One is an analysis of an entire bee fauna (the bees of Nova Scotia,
Canada), a fauna that is considered to be well known taxonomically (Sheffield et al., 2003). The
second is an analysis of a subgenus (Dialictus of the genus Lasioglossum), one that is exceptionally
complex taxonomically because of morphological monotony, large numbers of single sex species
descriptions and caste differences within many of the known species. The results indicate that DNA
barcoding works well at both scales.

Materials and Methods

Bees were collected and pinned, or retained in ethanol or propylene glycol until required for
DNA barcoding. One midleg was removed from each specimen and forwarded to the Biodiversity
Institute of Ontario for sequencing. DNA extraction, PCR and sequencing were done at the Canadian
Centre for DNA Barcoding at Guelph University (Guelph, Ontario) using standard protocols de-
scribed elsewhere (Hebert et al., 2003) and available online at http://www.dnabarcoding.ca/pa/ge/re-
search/protocols. Universal primers for amplifying the DNA barcode sequence for insects (LCO1490
and HCO2198; Folmer et al., 2004 or the variants LEPF and LEPR; Hebert et al., 2004) were used.
All sequences were uploaded to the Barcode of Life Database (BOLD; Ratnasingham and Hebert,
2007) and are available for species identification purposes.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
278

We present the results of both studies using a neighbour-joining (NJ) algorithm implemented
using the analytical tools within BOLD. The NJ trees show the level of divergence among taxa. The
use of such phenetic methods has been criticised, with some justification. Consequently, for the taxo-
nomically intensive study of Dialictus we also show the data as a phylogenetic tree obtained from an
equal weights parsimony analysis using Winclada (Nixon, 2002) and NONA (Goloboff, 1999). For
clarity, only a small subset of the Dialictus species available were included.).

Results

Data for the bees of Nova Scotia indicated that all 150 species could be readily distinguished us-
ing DNA barcoding. Sequence divergence within species was typically less than 1%, instances of larger
differences proving to be misidentifications. Interspecific sequence divergences were mostly an order of
magnitude higher, with only a few instances of divergence of less than 4%. An example of the results
obtained for bees in one particularly difficult genus, Andrena, from Nova Scotia is presented in figure 2.

Figure 2. A neighbour joining phenogram for members of the genus Andrena sampled in Nova
Scotia, Canada. Large sequence divergences between species are clear in this example.
Among other results obtained from this first geographic survey of bees using DNA barcoding
are the discovery of a cryptic species of the genus Ceratina and a synonymy within the genus Sphe-
codes. In the latter, males of one species (known only from males) and the females of another (known
only from females) were shown to have identical barcodes.
For the taxonomically more intensive study, we chose the subgenus Dialictus (Halictidae: Lasio-
glossum): one of the most taxonomically difficult groups amongst the bees. In North America, Dialic-
tus are both speciose (over 270 currently recognized names) and often the most commonly collected
subgenus of bee (MacKay and Knerer, 1979; Grixti and Packer, 2006; Campbell et al., 2007). Dialictus
are also notoriously difficult to identify to species because of their highly monotonous morphology
(Michener, 2007; Wheeler, 1928). In most cases, only extremely subtle differences can be used to dif-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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279

ferentiate closely related species. Very little taxonomic progress has been made on this group in the last
forty years (Mitchell, 1960; Knerer and Atwood, 1966), and there is much work that needs to be done.
An ongoing taxonomic revision of the North American species of Dialictus has revealed new species,
new synonymies and the incorrectness of past synonymies. The eastern North American species of Dialictus
were revised by Mitchell (1960). Four new species from Ontario were described by Knerer and Atwood
(1966) but one of these must be synonymised. An integrative approach that uses DNA barcodes in combina-
tion with morphological comparison has identified an additional eleven new species in the eastern part of
North America (Gibbs, in preparation). Twelve new species have also been found in western Canada but this
area has not been as intensively studied, so this is a minimum estimate. Many species of Dialictus have been
described from a single sex. Over twenty new synonymies have been identified among North American
Dialictus and additional sampling (particularly of males) may allow additional associations. Less frequently,
previous synonymies have been determined to be false. Five cases of these erroneous synonymies have been
identified and in all cases the species can be differentiated by both morphology and DNA barcodes. Figure
3 shows an example of the complexity that can arise when dealing with this difficult group.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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280

Figure 3. A small subset of the over 1500 sequences currently available for bees of the subgenus
Dialictus. Figure 3A shows the results analysed using Neighbour-joining. Figure 3B shows the results of a
parsimony analysis of the same taxa using L. rufitarse (Zetterstedt) as outgroup. In the latter example, only
one individual was included for a species when there were multiple identical sequences. The existence
of a cryptic species allied to L. pictum (Crawford) is shown here (as L. “pictum”). Subsequent study has
revealed subtle diagnostic morphological differences between the two DNA sequence types. This figure
also shows examples of synonymy detected using this method, within what will be known simply as L.
semicaeruleum (Cockerell), two new synonyms for this species have been discovered so far (L. actuarium
(Sandhouse) and L. pruinosiforme (Crawford)) . All other results shown here are typical of the dataset as a
whole: small intraspecific divergences and clearly larger interspecific differentiation.

Overall, the mean intraspecific divergence within Dialictus is less than 1% while the mean
intrasubgeneric divergence is over 7%. Comparatively few species belong to clusters in which the
DNA data and morphological data either separately or in combination, do not result in clear species
boundaries. These amount to perhaps 3% of the total.

Discussion

The ability of DNA barcodes to distinguish between species depends on low levels of
intraspecific variation and relatively high levels of interspecific variation. Within a geographi-
cally delimited survey of a whole community of bees, the minimal species level differentiation
was close to 4% whereas within species variation was rarely more than 1%. The results were
similar for a taxonomically intensive and geographically more extensive survey of Dialictus, a
morphologically highly monotonous group of bees that have been the bane of North American
melittologists for decades.
Dialictus presents a particular challenge for DNA barcoding because the group seems to have
undergone rapid and frequent speciation. Dialictus comprises hundreds of species that likely evolved in
the last 20 million years (Danforth et al., 2004). Such a rapid expansion, in combination with AT-biases
in the third codon position (a common feature of many Hymenoptera), would be expected to cause low
interspecific genetic variation in Dialictus. Nevertheless, in almost all cases there appears to be a distinct
gap between the sequence divergences for within species variation and between species variation.
Even though often criticised for using phenetic methods, DNA barcode data is amenable to
phylogenetic analysis, although this is not advisable for large datasets especially when there are many
identical conspecific sequences. Using both maximum parsimony and Bayesian methods, we have
shown that DNA barcode data are as useful as morphology in studies of Dialictus phylogeny (Gibbs,
in preparation). Moreover, the results were of more than taxonomic interest in that the data show
conclusively that parasitic lifestyles within this genus (these species were previously known under
the generic name Paralictus as a result of their obvious loss of morphological adaptations for nest
construction and pollen gathering) arose twice rather than once as previously supposed.
A global campaign to barcode the bees of the world has been initiated (see the website at: www.
bee-bol.org). Preliminary surveys of numerous museum collections from around the world indicate
that most specimens that were collected less than 15 years ago and kept dry in the interim yield good
quality DNA barcode data. Even material older than that, including samples that had been subjected
to relaxing for genitalic preparation, can provide useful information for species assignment even if
the full length barcode is not attainable (Smith et al., in preparation).

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281

The standard for sampling is to have from 5-10 specimens of each species sequenced. The lo-
cations of the samples should at least straddle the type locality (where known) and involve multiple
sample sites. When cryptic species are discovered, additional samples willl be required, including
some from as close to the type locality as possible. For data to be entered into the database (see http://
www.barcodinglife.org/views/login.php) full identification, identifier, label and repository informa-
tion are required. At least one digital image per species is also expected.
Fernando Silveira is Brazil’s representative on the steering committee for barcoding the bees
of the world.

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SI MPÓSIO 13

BIOLOGIA DE ABELHAS SOLITÁRIAS

Coordenadores: Celso Feitosa Martins, Maria Cristina Gaglianone

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284

Dinâmica Temporal e Espacial de Abelhas


Solitárias no Semi-Árido do Nordeste do Brasil
Temporal and spacial dynamics of solitary bees at the semi-arid region of Northeastern Brazil
Fernando C. V. Zanella
Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas
Universidade Federal de Campina Grande
Campus de Patos, Paraíba, Brasil
Fone: (83) 34239713
fcvzanella@gmail.com

Abstract

Solitary bees can present dormancy as a strategy to overcome unfavorable periods. In the tropi-
cal semi-arid region of Northeastern Brazil the dry season is characterized by a reduced availability
of floral resources and usually stretch for at least six months. The virtually absence of solitary bees
that occur in the dry season in some sites has been interpreted as indicative of dormancy, but few
studies confirmed it. An analysis of studies that recorded adults and nesting activities of species along
the year in areas of caatinga, including original data, was undertaken. It was considered that species
with obligatory diapause must be absent during dry season, as was recently confirmed for Melitomella
murihirta (Cockerell). 25 of 39 analized species were collected during the dry season, and it was as-
sumed that they can present adults reproductively active all year long. Data from trap-nest studies
confirmed this interpretation for some species. It was concluded that a significant fraction of the soli-
tary bee fauna of caatinga is present as adults over the year and that the absence of records during the
dry season at drier sites is the result of its movement to more favorable places.

Key words: Solitary bees, caatinga, tropical dry region, seasonality, phenology, population
dynamics

Introdução

A variação na frequência de insetos em áreas restritas ao longo do ano pode ser resultado de
diferenças no ciclo de vida das espécies, bem como resposta a flutuação na disponibilidade de recursos
e a nos padrões de ocupação do espaço (ver Wolda, 1988). A ocorrência de uma espécie com adultos
ativos ao longo de todo o ano deve indicar a existência de populações reprodutivamente ativas mesmo
nas épocas desfavoráveis em uma região, mesmo que haja picos de abundância em períodos favoráveis.
Mas a ausência de registros durante a estação desfavorável, pode significar a existência de dormência
como estratégia de sobrevivência ou apenas a menor probabilidade de coleta em populações de espé-
cies com população reprodutivamente ativas ao longo do ano devido à diminuição do tamanho popula-
cional e/ou a sua movimentação para áreas onde há melhores condições de sobrevivência.
A região semi-árida no Nordeste do Brasil apresenta um clima fortemente sazonal, com uma esta-
ção seca que dura normalmente seis meses, mas que em anos mais secos pode se estender por onze me-

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285

ses (Nimer, 1972; Barcelos e Paupitz 1992). Nesse período há uma uma forte diminuição na abundância
de espécies de abelhas solitárias, sendo associada à escassez de recursos florais (Martins, 1994; Aguiar
et al., 1997; Zanella e Martins, 2003). Essa diminuição tem sido interpretada como indicativa da ocor-
rência de dormência como estratégia de vida de espécies solitárias (cf. Barrios, 1994/1995; Martins,
2002), mas os registros de dormência por espécie são escassos e não permitem uma apreciação geral
da sua frequência. Os poucos registros publicados de espécies solitárias em atividade na estação seca
envolviam abelhas de tamanho médio a grande de Centris e Xylocopa (Martins, 1994).
Neste trabalho é apresentada uma revisão dos resultados de pesquisas realizadas na região
quanto à variação temporal na abundância de espécies não-eussociais, visando obter uma avaliação
preliminar da frequência de espécies com dormência obrigatória em algum estágio do ciclo de vida
e de como as espécies que mantêm populações reprodutivamente ativas ao longo ao ano ocupam o
espaço nas estações seca e chuvosa.

A região e sua fauna de abelhas

A região semi-árida do Nordeste do Brasil apresenta clima tropical, cujas estações do ano são
determinadas pela ocorrência de chuvas. As temperaturas médias anuais ficam entre 26 e 28°C nas
regiões de menor altitude e variam pouco entre os meses (Nimer, 1972) e a precipitação média anual
varia entre 276 mm no lugar mais seco a 800 mm nas áreas marginais (Reis, 1976). A vegetação
predominante é a caatinga, sendo xerófila e decídua, durante a estação seca encontra-se praticamente
sem folhas e com escassos recursos florais, em forte contraste com da época chuvosa (Figura 1).
Aproximadamente 88% de um total de cerca de duzentas espécies conhecidas para a caatinga
podem ser consideradas solitárias, em sentido amplo (Zanella, 2000). A referência a espécies não-eus-
sociais como solitárias, em sentido amplo, se justifica por poderem apresentar ao menos uma fase da
vida de existência solitária, mesmo que algumas possam formar colônias, como no caso de Bombus.
As abelhas eussociais, que mantém colônias perenes, têm que atravessar o longo período seco com
adultos ativos. As espécies nativas de abelhas sem ferrão, que não tem por comportamento habitual o
abandono dos ninhos (Michener, 1974; Roubik, 2006), precisam garantir a sua sobrevivência com os
recursos armazenados ou com o eventual florescimento de plantas nas áreas próximas.
A abelha africanizada abandona o ninho com facilidade e Freitas et al. (2007), estudando populações
do Ceará, interpretaram que há uma migração sazonal entre as áreas mais secas de caatinga e as áreas úmi-
das do litoral e serras, com as colônias abandonando as caatinga no período seco e retornando para as áreas
secas no momento de maior pluviosidade nas áreas úmidas. Apesar do abandono de ninhos ter sido bem
documentado durante a seca na caatinga e o concomitante aumento de chegada de colônias no litoral, é im-
portante ressaltar que o padrão de movimento deve ser considerado quando muito uma migração nomádica
(Gould e Gould, 2007), pois é provável que o conjunto de colônias de uma área não deve seguir em uma
mesma direção, não deve existir uma orientação espacial e as colônias não devem retornar aos mesmos lo-
cais após cessado o fator que determinou o abandono. Desse modo, não há até o momento nenhum registro
de migração, em sentido estrito, para alguma espécie de abelha ou outro inseto na caatinga.

Metodologia

Foi considerado que espécies com diapausa obrigatória como forma de atravessar o período
desfavorável devem ser ausentes como adultos durante esse período e que o registro durante a época
seca implica que podem manter populações reprodutivamente ativas durante o ano todo.

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Considera-se aqui como dormência um período de inatividade ou interrupção no desenvol-


vimento, seja na forma de uma interrupção programada no desenvolvimento (diapausa) ou como
resposta imediata a fatores adversos (quiescência), conforme Denlinger (1986), mesmo que não seja
possível discriminá-los.
São aqui incluídos dados originais de levantamento da fauna de abelhas da Estação Ecológica
do Seridó, unidade de preservação localizada em Serra Negra do Norte, RN, onde foram amostradas,
com rede entomológica, duas áreas: uma incluindo o entorno de um açude com água durante o ano
todo (área 1) e outra, cerca de 3 km distante, sem local com água livre acumulada na área ou entorno
(área 2) (Figura 2; para detalhes da metodologia de coleta e das áreas, e citação completa das espé-
cies, ver Zanella, 2003). Espécies coletadas em menor número não foram incluídas. Resultados origi-
nais de trabalhos com ninhos-armadilhas na ESEC-Seridó e em outras áreas na região também são
relatados, conforme indicado no texto.

Resultados

A variação temporal na abundância de espécies de abelhas solitárias


Dados de amostragens de abelhas visitantes de flores de áreas restritas de caatinga demonstram
que a ocorrência de espécies solitárias em vôo durante o período de estio é fortemente reduzida em
relação ao período chuvoso (Figura 3). No entanto, são poucos os registros baseados na observação
de ninhos que documentam a ocorrência de dormência. Pick (2007), acompanhando uma área de
nidificação de Melitomella murihirta (Emphorini) na ESEC Seridó, relatou que apresenta apenas uma
geração por ano e atravessa o período seco em diapausa, construindo seus ninhos cerca de três meses
após o início da estação chuvosa. Os registros de coleta dessa espécie em flores na ESEC Seridó con-
cordam com esse padrão temporal (Figura 4).
Outras espécies que apresentaram padrão semelhante incluem: Ancyloscelis sp, Anthidium la-
tum, Dicranthidium arenarium, Centris hytidis, Gaesischia rosadoi, G. hyptidis, Megachile asunci-
cola, M. bernardina, M. paulistana, M. (Dactylomegachile) sp., Acamptopoeum prini, Melissodes
nigroaenea e Psaenythia variabilis. Com exceção destas duas espécies, todas tiveram o primeiro in-
divíduo coletado ao menos um mês após o início das chuvas e, com exceção de A. prini, P. variabilis,
M. asuncicola e M. paulistana, todas foram coletadas nos dois locais.

Figura 1. Área de estudos na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte, RN. a) esta-
ção seca, b) estação chuvosa.

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Figura 2. Imagem de satélite da ESEC Seridó e entorno, Rio Grande do Norte, no período seco
(fonte: Google earth.com). Setas indicam localização das áreas de coleta, azul=área 1 e vermelha=área 2.

Figura 3. Variação temporal na riqueza de espécies de abelhas (excluído Apis e abelhas sem
ferrão) em vôo na área 2 da ESEC-Seridó e precipitação pluviométrica entre 1994-5.

Figura 4. Variação temporal no número de indivíduos coletados de Melitomella murihirta e


precipitação pluviométrica na ESEC Seridó (área 1 em azul e área 2 em vermelho).

Evidentemente que o registro de adultos somente na estação chuvosa não permite concluir que
essas espécies apresentam dormência na estação seca, conforme registrado para M. murihirta, mas as
espécies que apresentam diapausa obrigatória devem ser ausentes nesse período desfavorável, mesmo
nas áreas que apresentem recursos florais o ano todo, como a área 1 do levantamento na ESEC Seridó.
O padrão de ocorrência de espécies não-eussociais ao longo do ano no local 1, foi muito dis-
tinto do observado na área 2, não apresentando uma clara redução no número de espécies registradas
durante o período seco (Figura 5).

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Figura 5. Variação temporal na riqueza de espécies de abelhas coletadas (excluído Apis e abel-
has sem ferrão) na área 1 da ESEC-Seridó e precipitação pluviométrica entre 1994-5.

De modo correspondente, algumas espécies registradas na área 2 somente no período chu-


voso, foram coletadas na área 1 no período seco ou nos dois. Se enquadram nesse caso, Xylocopa
cearensis, X. grisescens, Centris fuscata, C. tarsata, C. trigonoides, Exomalopsis analis, Mega-
chile brethesi, M. dentipes, M. lissotate, Augochlora cf. diafractes e Protomeliturga turnerae. É
interessante notar que, como no caso de X. cearensis (Figura 6), outras espécies também foram
pouco ou não coletadas durante boa parte do período chuvoso. É provável que isso não represente
a ausência de adultos ativos, mas simplesmente a menor probabilidade de captura em virtude da
maior abundância de recursos florais na região e a consequente dispersão das populações.
Essa quase ausência de registros durante o período chuvoso também ocorreu em espécies so-
mente coletadas na área 1, como Pseudaugochlora pandora, Augochloropsis sp. 1 e Diadasina ri-
paria. Também foram registradas nas duas estações: Ancyloscelis apiformis (Figura 7), Ceratina
maculifrons, Augochlora thalia, A. (Oxystoglossella) sp., Augochloropsis callichroa, Dialictus opa-
cus, Diadasina paraensis, Epanthidium maculatum e Eulaema nigrita.
Caenonomada unicalcarata apresentou um grande número de indivíduos coletados no período
chuvoso na área 1 e na área 2, teve um indivíduo coletado no meio da estação seca na área 2. Esse
registro foi considerado duvidoso e precisa ser confirmado.

Figura 6. Variação temporal no número de indivíduos coletados de Xylocopa cearensis e pre-


cipitação pluviométrica na ESEC Seridó (área 1 em azul e área 2 em vermelho).

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Figura 7. Variação temporal no número de indivíduos coletados de Ancyloscelis apiformis na


área 1 da ESEC Seridó e precipitação.

Acompanhamento da nidificação com ninhos-armadilha


Algumas espécies solitárias fazem seus ninhos em cavidades preexistentes e a variação tem-
poral nas nidificações foi acompanhada em áreas de caatinga. Aguiar e Garófalo (2004) registraram
nidificações de Centris tarsata em Ipirá (BA) apenas no período chuvoso, com uma correlação sig-
nificativa com a precipitação pluviométrica mensal. Foram reconhecidas três gerações no ano e para
17 ninhos acompanhados individualmente, quatro apresentaram indícios de diapausa.
Mas em Patos (PB), próximo a um açude e a zona urbana, essa espécie fundou ninhos também
na estação seca e não foi observado indícios de diapausa (Gonçalves e Zanella (2003), o que também
ocorreu com C. analis, Megachile dentipes e Epanthidium tigrinum (Figura 8), além de E. maculatum.
E mesmo para uma espécie de Hylaeus que não apresentou fundações de ninhos no período seco, o
tempo para emergência dos indivíduos foi de menos de um mês, não havendo indícios de diapausa.

Figura 8. Variação no número de ninhos fundados por espécies de abelhas em ninhos-armadilha


em Patos, PB e precipitação pluviométrica de maio de 2001 a abril de 2003 (Gonçalves AF e Zanella
FCV, resultados não publicados).

Discussão

Das 39 espécies relacionadas acima, excetuando-se C. unicalcatata e Hylaeus sp, 25 apresen-


taram registros durante a estação seca, implicando que podem apresentar populações reprodutiva-
mente ativas durante o ano todo. Apesar do número de espécies analisadas corresponder a uma par-

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cela relativamente pequena da diversidade presente na caatinga, é possível reconhecer que as espécies
não-eussociais sem diapausa obrigatória como forma de atravessar o período seco constituem um
componente importante da apifauna regional, de modo distinto ao observado nas regiões temperadas.
O registro de muitas espécies exclusivamente no período chuvoso em certas áreas pode significar
simplesmente que no período seco elas se locomovem para áreas mais propícias, de modo semelhante
ao que deve ocorrer com as populações ferais de Apis mellifera.
Apesar de existirem áreas relativamente extensas que ficam com a vegetação completamente
seca em parte do ano, locais com acúmulo de água livre, como açudes, e com disponibilidade de
recursos florais durante a seca são relativamente frequentes, como ilustrado na figura 1. Também há
enclaves de florestas sempre verde no topo de montanhas e áreas de pé de serra que se beneficiam da
maior umidade no solo e várias espécies de árvores que florescem na estação seca, sem as quais pos-
sivelmente não haveria populações de abelhas sociais sem ferrão na caatinga.
Essas áreas de exceção na paisagem da região semi-árida favorecem a ocorrência de espécies
solitárias que mantêm populações reprodutivamente ativas durante o ano todo. Mas isso não significa
que essas espécies não apresentem diapausa, ao menos de forma ocasional, como sugerido por Aguiar
e Garófalo (2004) para C. tarsata. A ocorrência desse tipo de diapausa e sua importância para a sobre-
vivência das espécies na região precisam ser melhor avaliadas. Por outro lado, a biologia das espécies
registradas somente no período chuvoso precisa ser estudada para se confirmar a obrigatoriedade de
diapausa no ciclo de vida e os fatores que determinam o seu início e término.

Agradecimentos

À FAPESQ/PB e CNPq pelo apoio às pesquisas; ao Dr. Celso F. Martins pelo convite.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
292

Utilização de Recursos Florais por Euglossa


annectans (Hymenoptera, Apidae, Euglossini)
Marilda Cortopassi-Laurino13, Lívia Leal Dornelles3, Anne Zillikens2, Josefina Steiner3
1
Laboratório de Abelhas, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo. Rua do Matão,
nº 321, 05508-900. São Paulo, SP, Brasil
2
Universität Tübingen, Medizinisch-Naturwissenschaftliches-Forschungszentrum,
Ob dem Himmelreich 7, 72074 Tübingen, Germany,
3
Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Santa Catarina, 88.040-900 Florianópolis, SC, Brasil

Floral Resources used by Euglossa annectans (Hymenoptera, Apidae, Euglossini)

Abstract

In order to analyze the pollen resources used by the orchid bee Euglossa annectans samples of
larval provisions from cells under construction were taken from nests built in traps (wooden boxes) on
Santa Catarina Island, southern Brazil. The 43 samples collected between 2002 and 2005 represented
all months except December. Overall, 74 pollen types from 24 families were distinguished. Among
the 26 pollen types that made up more than 10% in monthly means the families Melastomataceae,
Bromeliaceae, Ochnaceae, Fabaceae and Myrtaceae were most frequently represented. The results
characterize E. annectans as a polylectic species. Aechmea lindenii (Bromeliaceae), one of the flow-
ers most visited has the nectar monitored. Foraging behavior of Euglossa annectans is discussed.

Introdução

Euglossa é o maior gênero da tribo Euglossini com 103 espécies descritas e distribuídas desde o
norte do México até o Paraguay e norte da Argentina (Augusto e Garófalo, 2004). Embora muitas espécies
sejam consideradas solitárias, a presença de mais de uma fêmea nos ninhos de algumas espécies como E.
annectans, E. cordata, E. hyacinthina e E. townsendi (Garófalo et al., 1998, Zillikens et al., 2003 [como E.
stellfeldi], Soucy et al., 2003, Augusto e Garófalo, 2004) sugere a ocorrência de algum tipo de organização
social nestes insetos embora nunca tenham sido considerados eussociais (Zucchi et al., 1969).
E. annectans distribui-se em território nacional nos estados de ES, MG, RJ, SC e SP (Moure
et al., 2007), e apresenta plasticidade no uso de cavidades onde nidifica e o reuso dos ninhos
(Garófalo et al. 1998). A utilização destas caixas isca pode ser de longa duração, constatada em
mais de cinco anos no estado de São Paulo.
O fato de certas espécies de euglossíneos nidificarem em caixas iscas favoreceu a ampliação
do conhecimento sobre sua biologia incluindo aqui a dinâmica dos recursos para a sua reprodução
e as plantas que estas abelhas visitam atuando como mantenedoras da biodiversidade. Embora as
abelhas Euglossini tivessem sido primeiramente conhecidas pelos seus machos, que são os únicos
polinizadores de muitas orquídeas, elas visitam muitas outras plantas neotropicais (Ramirez-Arriaga

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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e Martinez-Hernandez, 1998; Roubik e Hanson, 2004). Assim como a maioria das abelhas solitárias,
ambos os sexos visitam flores para obter o néctar, mas as fêmeas visitam ainda as flores para obter
pólen para a cria e resina para a construção de seus ninhos.
Os visitantes de flores das bromélias, pela sua morfologia floral tubular, e outras partes sinaliza-
doras como sépalas coloridas, incluem principalmente beija-flores e algumas espécies de abelhas, com-
pondo perto de 80% dos polinizadores destas plantas. (Varassim, 2002; Mendonça e Anjos 2003). Entre
as abelhas, os gêneros Bombus e Euglossa, que têm línguas relativamente longas apresentam vantagens
na exploração de flores de bromélias, pois estas tendem a ser tubulares e longas (Roubik, 1989).
O objetivo deste trabalho foi identificar, através da analise polínica, as fontes florais do alimen-
to larval ao longo do ano de vários ninhos de E. annectans, assim como os teores de açúcar do néctar
utilizados por estas abelhas quando em visitas na bromélia Aechmea lindenii.

Material e Métodos

Os ninhos estavam instalados em caixas-isca de madeira tipo pinho com 10x10x5cm e com
uma entrada lateral de 1cm de diâmetro. Elas estavam em alturas próximas de dois metros, amarradas
entre os galhos de árvores nas bordas de uma floresta secundária da Ilha de Santa Catarina, na Uni-
dade de Conservação Ambiental Desterro-UCAD (27o31’S; 48o30’W) e numa área particular, mais
antropizada (Miconietum) contínua desta Unidade, de propriedade da Dra. Maike Hering de Queiroz.
A vegetação é de floresta ombrófila densa em vários estágios de regeneração e cortada por trilhas.
A nidificação em agregados de E. annectans possibilitou a coleta do alimento larval, cujo as-
pecto era de uma massa gelatinosa (Figura 1), em uma até dez células de cria contemporâneas em
construção, no período entre janeiro e novembro dos anos 2002-2005. As coletas mensais foram feitas
em um único ou vários ninhos através da imersão de um palito no alimento larval. No laboratório
foram montadas lâminas destes grãos em gelatina glicerina corada com fuccina.

Figura 1. Ninho agregado de E. annectans com células abertas mostrando alimento larval com
aspecto de massa gelatinosa.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Os polens coletados foram identificados por comparações morfológicas e fenológica do mate-


rial de referência disponibilizados no “Calendário de Polens de Plantas Apícolas da Ilha de Santa
Catarina” elaborado pelo LANUFSC (Laboratório de Abelhas Nativas da Universidade Federal de
Santa Catarina), e em bibliografia especializada. Os polens identificados como “tipo” eram de aspecto
ou tamanho semelhante ao gênero ou espécie, não correspondiam à época de florada de acordo com o
Calendário elaborado, ou ainda não constavam da referência para a região estudada.
A análise do néctar foi realizada em Aechmea lindenii, uma espécie de bromélia componente
da floração seqüencial na região e com visitantes florais já identificados (Dorneles 2006). Durante
a floração, nos primeiros dias de outubro de 2005, das 6:00-18:00h o néctar de todas as flores das 3
inflorescências de A lindenii, com 40, 33 e 32 flores, foi medido de 2/2h, perfazendo um mínimo de
96 horas de observação. Entre 1-10 flores por dia foram mensuradas em cada inflorescência. Como a
retirada do néctar era realizada delicadamente, não ocorria dano na flor e ela continuava produzindo
néctar. O néctar foi coletado com capilares de 7,5µL. O conteúdo em açúcares (mg de açúcar/100mg
de solução) foi medido em refratômetro de campo para pequenas quantidades (OPTEC). O valor ener-
gético, das mg de açúcar das flores foi obtido de acordo com metodologia descrita por Dafni (1992).

Resultados

A análise de 13644 grãos de pólen de 43 amostras de células de cria em construção indicou a pre-
sença de 75 tipos diferentes com 24 tipos (32%) sendo representados acima de 10%. Os polens das famí-
lias Melastomataceae, Bromeliaceae e tipo Ouratea (Ochnaceae), tipo Lathyrus (Fabaceae) e Myrtaceae
foram os cinco mais coletados, embora outros, menos representados numericamente, como os de Fabace-
ae, Bignoniaceae, tipo Ocoteia (Lauraceae), Euphorbiaceae, e Solanaceae também foram representativos
(Figura 2). Ao longo do ano, alguns poucos pólen foram coletados durante vários meses (4-7) como os
tipo Lathyrus, Clidemia hirta, Nidularium innocentii, tipo Ourateia, Aechmea ornata e A. lindenii, e tipo
Myrcia rostrata, entretanto, a grande maioria (89,3%) só foi coletada durante curtos períodos.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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295

Figura 2. Espectro e proporção dos tipos polínicos representados acima de 10% nas células de
cria de E. annectans da Ilha de Santa Catarina-SC.

O número de tipos de pólen coletados ao longo dos meses variou entre 9-17 por células, tendo
sido estes valores encontrados no mês de junho e julho respectivamente. Meses com maior número de
amostras, como abril, não apresentaram maior diversidade de tipos de pólen agrupados por famílias
botânicas (Figura 3).

Figura 3. Representação sazonal das principais famílias de plantas (>5%) identificadas através
do pólen do alimento larval de E. annectans na Ilha de Santa Catarina-SC.

A produção do néctar na bromélia A. lindenii ocorreu em todas as 105 flores disponibilizadas


pela planta, mas não apresentou uniformidade no volume diário que variou entre 0,67-82,11µL/flor/
dia, e apresentou um pico entre 10-12:00h . As flores apresentaram todas, um padrão decrescente
de concentração do néctar. A maior concentração, nas primeiras horas da manhã, alcançou o valor
máximo de 35%, enquanto o menor (6%) ocorreu às 18h. O valor energético, das mg de açúcar das
flores ao longo do dia, são decrescente e estão representados na Tabela 1.

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296

Tabela 1. Dinâmica diária do recurso néctar, em mg de açúcar/flor de A. lindeni.


hora média calorias Joules

6:00 2,25 (n=87) 9,0 37,9


8:00 1,68 (n=98) 6,7 28,2
10:00 1,96 (n=101) 7,8 32,9
12:00 1,51 (n=98) 6,0 25,3
14:00 0,94 (n=82) 3,8 15,8
16:00 0,37 (n=50) 1,5 6,2
18:00 0,25 (n=31) 1,0 4,1
total 8,96 36 151

Discussão

A primeira conclusão destas análises é de que E. annectans é uma espécie generalista, pois coleta
pólen em diferentes famílias não relacionadas. A identificação de 75 tipos diferentes de pólen indica uma
grande disponibilidade floral e preferência por parte das abelhas. Indica também que elas são ativas ao lon-
go de todo ano, mesmo nos meses mais frios quando a temperatura média local atinge 16-17oC. No México
(15o05’N; 92o31’W), Euglossa atroveneta apresentou o mesmo comportamento generalista coletando em
71 tipos de pólen ao longo do ano (Ramirez-Arriaga e Martinez-Hernandez, 1998). Estes resultados indi-
cam comportamento semelhante embora muito mais ninhos tenham sido analisados no hemisfério norte.
Das famílias mais representadas, Melastomataceae, Bromeliaceae e Myrtaceae, apresentaram um
padrão sequencial ao longo de todo ano. As Melastomataceae começam com Clidemia/Tibouchina, Mico-
nia/Tibouchina e terminam o ciclo com espécies não identificadas /Leandra/Tibouchina.
Bromeliaceae esteve representada inicialmente por N. innocentii/tipo Neoregelia, A. blumenavii/A.
ornata e terminando com A. lindenii/sp não identificada/e tipos A. blumenavii/V. philippocoburgii. Esta
família é considerada característica da região Neotropical. No Brasil, a Mata Atlântica destaca-se pela
riqueza em espécies bem como por sua alta densidade (Fischer e Araujo, 1996).
Myrtaceae esteve representada por Gomidesia/tipos Myrcia/Sizygium, Eugenia/Sizygium e terminando
com espécies não identificadas/tipo Sizygium/Psidium. Em levantamentos feitos na Mata Atlântica, a família
Myrtaceae foi registrada como a de maior abundância e riqueza em espécies (Mamede et al., 2004).
Um pólen identificado como tipo Lathyrus sp (Fabaceae), que esteve representado ao longo de sete
meses consecutivos, sugere ser uma leguminosa cultivada, e, portanto com longa floração e coleta, ocor-
rida de outubro a maio.
No alimento larval de E. atroveneta, assim como em E. annectans, foram comuns a presença de
várias famílias como Myrtaceae, Melastomataceae, Caesalpiniaceae e Solanaceae. A ausência de bromé-
lias na espécie estudada no México poderia estar associada à metodologia de tratamento dos grãos de pólen
pela acetólise, visto que, mesmo nas nossas amostras sem este tratamento, eles com muita freqüência se
apresentavam rompidos.
Dentre as espécies botânicas mais coletadas destaca-se Dalechampia sp (Euphorbiaceae), que tem
sido observada como sendo polinizada por Euglossa spp. na região do México, Amazônia e São Paulo
(Armbruster e Webster, 1979,1981; Sazima et al., 1985).
Embora o padrão energético diário das flores de A. lindenii seja decrescente, variando entre 38-4
Joules, elas são visitadas por E. annectans ao longo de todo dia (Figura 4). Entretanto, são os machos que

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estão presentes ao longo de todo o dia pelo néctar enquanto as fêmeas predominam pela manhã princi-
palmente pelo pólen e mais raramente pelo néctar, indicando uma dinâmica diferenciada de utilização da
energia por parte destas abelhas nesta espécie de planta.

Figura 4. Visitantes florais de A. lindenii distribuídos ao longo do dia no período entre setem-
bro e novembro de 2005 na região da Ilha de Santa Catarina-SC.

Agradecimentos

Somos especialmente gratas a Maike Hering de Queiroz e Antônio Diomário de Queiroz por
permitirem trabalhar na sua propriedade situada contiguamente a UCAD. Ao Daniel Falkenberg pela
identificação botânica e pela paciência na elucidação das dúvidas sobre as plantas da região, ao Sil-
vânio G. da Costa, administrador da UCAD, por sempre ter-nos oferecido informações locais, e aos
alunos que contribuíram na organização e confecção das lâminas de referência. Ao apoio financeiro
da BMBF (01LB0205), CNPq (690143/01-0), e ao CNPq pela bolsa a primeira autora (39 0270/05-9).
Este estudo faz parte do programa “Importância das bromélias para a manutenção da biodiversidade
da fauna associada na Mata Atlântica”

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
299

Biologia de Nidificação e Aspectos


Comportamentais de Xylocopa ordinaria e
Xylocopa frontalis No Norte Fluminense
André Sarlo Bernardino1 & Maria Cristina Gaglianone2
1,2
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – Campos dos Goytacazes - RJ
1
bernardinoas@pop.com.br; 2mcrisgag@uenf.br

Nest biology and behavior of Xylocopa ordinaria and Xylocopa frontalis in the northern Rio de
Janeiro state.

Abstract

Bees of the genus Xylocopa, also known as carpenter bees, dig their nests on dry and rotten
wooden substrates. They present solitary habits, except for some species that tolerate co-specifics
in the nest. Xylocopa bees are important pollinators of native and cultivated plants, being important
agents for pollinator management programs. The aim of this paper is to present data on the nest biology
and behavior of two species of Xylocopa, X. ordinaria and X. frontalis, in an urban area and in restinga
ecosystems in southeastern Brazil. Data on the host plant, distribution of nests, food resources, as well
as on the behavior in nests were collected. Both species nested in branches of Terminalia sp. and Eu-
caliptus sp. but only X. frontalis nested in bamboo culms, while X. ordinaria nested in branches of Pera
galabrata. In natural areas X. ordinaria was more common than X. frontalis but they presented similar
abundance in the anthropic area. Their nests presented grouped distribution. Substrates characteristics
and nest architecture were significantly related for X. ordinaria. Cissites maculata was the most impor-
tant cleptoparasites in nests of both species. The sexual ratios in nests of these species were biased to
produce more females. X. ordinaria was active throughout the year, being multivoltin, while X. fronta-
lis presented bivoltinism. Two behaviors were conspicuous inside the nests: trofalaxis and guard of the
nest. Both Xylocopa species were generalist but present floral constancy when collecting pollen.

Introdução

As abelhas do gênero Xylocopa, também conhecidas como abelhas carpinteiras, usualmente


escavam seus ninhos em madeira seca e em estágio inicial de apodrecimento (Hurd, 1958). Os ninhos
podem apresentar um único, ou vários canais, sendo esta característica determinada por diferentes
fatores, como: clima, tipo de vegetação, disponibilidade de substratos e número de reutilizações de
um mesmo ninho (Gerling et al., 1989).
Estas espécies geralmente são de hábito solitário, mas algumas podem apresentar sobreposição
de gerações e tolerância à presença de co-específicos no ninho (Velthuis and Gerling, 1983; Gerling et
al., 1989), tendo sido observada a reutilização de ninhos em gerações distintas (Camillo and Garofalo,

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
300

1989). As interações entre indivíduos de um mesmo ninho foram apontadas como de grande importân-
cia à maturação dos indivíduos jovens (Velthuis and Gerling, 1983), bem como na competição entre
fêmeas filhas e mãe para a obtenção da dominância do ninho (Hogendoorn and Velthuis, 1995).
As abelhas do gênero Xylocopa são importantes agentes polinizadores e habitam os mais di-
versos ecossistemas, desde florestas até ambientes antrópicos, tendo sido registradas 50 espécies no
Brasil (Silveira et al. 2002). Estudos sobre polinizadores têm apontado espécies de Xylocopa com im-
portância regional na polinização de plantas nativas e cultivadas, e a escassez destas abelhas em áreas
de cultivo confirma a necessidade do manejo adequado destes polinizadores (Freitas & Oliveira-Filho,
2001). Para tal, o conhecimento das espécies autóctones e da sua biologia de nidificação é essencial.
O objetivo desta palestra é apresentar dados da biologia de nidificação e comportamento de duas
espécies de Xylocopa mais abundantes na região Norte Fluminense. Xylocopa ordinaria Smith foi relat-
ada para os estados da BA, ES, RJ, MS, SP e RS, tendo sido indicada como polinizador efetivo de Pas-
sifloraceae nativas e cultivadas nos estados do RJ e ES (Varassin and Silva, 1999; Hoffmann et al., 2000;
Benevides & Gaglianone, 2006; Gaglianone et al., 2006). Xylocopa frontalis (Olivier) tem distribuição
ampla no Brasil e vários aspectos de sua biologia já foram relatados para outras regiões (Camillo &
Garófalo, 1982, 1989; Freitas & Oliveira Filho, 2001; Pereira, 2002; Oliveira Filho & Freitas, 2003).

Material & Métodos

O estudo foi realizado em três áreas distintas: área antrópica (Rancho de Criação no campus
da Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes), e em dois ambi-
entes naturais (Restinga de Grussai/Iquipari em São João da Barra, RJ e Restinga de Praia das
Neves, Presidente Kennedy, ES).
O clima da região é caracterizado como tropical sub-úmido a semi-árido, com precipitação pluvio-
métrica média anual variando de 800 a 1.200 mm, com as maiores taxas de precipitação nos períodos de
verão (outubro a abril) e as menores nos períodos de inverno (maio a setembro) (Radambrasil, 1983).
Nas áreas naturais, os ninhos foram procurados através de inspeção visual por um observador
sendo sua posição georreferenciada (GPS), medida sua altura em relação ao solo e identificada sua
planta hospedeira, no período entre ago/2003 e ago/2004. Neste mesmo período um inventário da co-
munidade de abelhas foi realizado através de coleta mensal de abelhas visitantes florais com o uso de
redes entomológicas, para uma avaliação das fontes de recurso utilizadas pelas abelhas Xylocopa.
Para estabelecimento do Rancho de Criação, ninhos-matriz foram obtidos nas duas áreas
naturais entre ago/2006 e ago/2007. Os substratos foram dispostos em prateleiras onde os ninhos
permaneciam protegidos da chuva e do sol intenso. Os substratos ofertados junto aos ninhos-matriz
foram colmos de bambu (fechados em uma das extremidades em seus próprios nós, como sugerido
por Pereira, 2002) e peças de madeira de Pera glabrata, Terminalia sp. e Eucaliptus sp., substratos
utilizados por estas espécies (Bernardino & Gaglianone, no prelo; Bernardino, obs. pes.).
Os colmos de bambu oferecidos no Rancho de Criação apresentaram diâmetro interno mínimo
de 1,40 cm e máximo de 2,60 cm (média = 1,99±0,24 cm; n = 70), com a espessura da parede variando
entre 0,22 cm e 0,72 cm (média = 0,41±0,13 cm; n = 70), dispostos em tijolos perfurados e em feixes
inseridos em garrafas do tipo pet, totalizando 70 colmos de bambu oferecidos ao longo do experimento.
As peças de madeira oferecidas apresentaram comprimento e circunferência variando entre os difer-
entes substratos e foram posicionadas horizontal e verticalmente nas prateleiras do Rancho de Criação.
A arquitetura dos ninhos foi avaliada pelo comprimento e circunferência dos substratos utiliza-
dos, bem como através das seguintes medidas: comprimento dos canais, diâmetro e volume interno

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301

das células (v=π.r2.h, onde v=volume interno, π = 3,14, r = raio da maior largura da célula e h = com-
primento da célula (Neves et al. (2006))).
A coleta de dados referentes ao comportamento de nidificação das espécies de Xylocopa foi
realizada no Rancho de Criação na UENF, entre ago/2006 e dez/2007. Neste período, 25 ninhos de X.
ordinaria e 23 ninhos de X. frontalis foram observados por 60 dias (média de 5 dias em cada mês). As
observações foram conduzidas por um observador no período entre 7:00h e 18:00h, sendo também
feitas observações esporádicas com início às 5:00h.
Cinco ninhos de X. ordinaria e cinco ninhos de X. frontalis recém operculados foram abertos e os
imaturos e seu aprovisionamento transferidos para recipientes acrílicos estéreis (com tampas perfuradas)
para observação de possível correlação da distribuição dos sexos com a posição no ninho das diferentes
células de cria. A razão sexual foi determinada calculando-se a proporção do número de machos em
relação ao número de fêmeas em cada ninho e na população de abelhas adultas marcadas nos ninhos.
O conteúdo polínico de massas de aprovisionamento e fezes encontradas em oito e 14 células de
cria dos ninhos abertos de X. frontalis e X. ordinaria, respectivamente, foi coletado e fixado em álcool
70% para análise dos morfotipos polínicos presentes. O material polínico foi preparado em três lâminas
por amostra e montado em gelatina glicerinada (Dafni, 1992). As diferentes formas polínicas foram
fotografadas em câmera digital e 300 grãos de pólen foram contados e identificados em morfotipos
polínicos em campos aleatórios em cada lâmina, totalizando 900 grãos de pólen contados por amostra.

Resultados & Discussão

Em área de restinga, Xylocopa ordinaria foi a espécie mais abundante do gênero, representando
98% das abelhas carpinteiras, enquanto que em área antrópica X. ordinaria e X. frontalis apresen-
taram abundância similar.
Na restinga de Grussai/Iquipari, X. ordinaria nidificou preferencialmente em galhos de Pera
glabrata (Euphorbiaceae) (76%) e Sideroxylon obtusifolium (Sapotaceae) (6%), não sendo encontra-
dos ninhos de X. frontalis (Bernardino & Gaglianone, no prelo). Já na Restinga de Praia das Neves
somente ninhos de X. ordinaria foram encontrados em vegetação nativa (P. glabrata), e ninhos de
X. frontalis e X. ordinaria foram encontrados em Terminalia sp. e em mourões de Eucaliptus sp.,
sendo estas últimas espécies introduzidas na área. Em área antrópica, ambas as espécies utilizaram
Eucaliptus sp e Terminalia sp, mas somente X. frontalis utilizou colmos de bambu enquanto somente
X. ordinaria utilizou galhos de P. glabrata.
Na restinga de Grussai/Iquipari, os ninhos de X. ordinaria distribuem-se de forma agrupada
(Bernardino & Gaglianone, no prelo), apesar da distribuição uniforme dos substratos preferenciais
(Assumpção & Nascimento, 2000), sugerindo o comportamento de filopatria, onde os indivíduos
emergentes tendem a nidificar nas proximidades do ninho materno (Camillo & Garófalo, 1982). Este
comportamento foi também observado no Rancho de Criação, onde a agregação de ninhos apresen-
tou valores maiores que os observados para ambientes naturais, não tendo sido freqüentes as intera-
ções antagônicas entre indivíduos de diferentes ninhos. Desta forma, a viabilidade do manejo destas
abelhas parece ser facilitada, uma vez que ninhos-matriz servem de fonte de indivíduos jovens que
nidificarão nas proximidades dos ninhos maternos.
Não foram observadas preferências quanto à altura da entrada dos ninhos em relação ao solo,
nem quanto às características de comprimento e circunferência do substrato utilizado. Contudo, nin-
hos de X. ordinaria escavados em substratos com maior circunferência apresentaram maior número
de canais escavados (r 2= 0,45; F = 18,58; GL= 1 e 23; p < 0,000), indicando que a circunferência do

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302

substrato influencia na arquitetura de seus ninhos, não sendo essa relação observada em ninhos de
X. frontalis (r2 = 0,36; F = 2,85; GL= 1 e 5; p = 0,152). Outro fator determinante na arquitetura dos
ninhos de X. ordinaria foi a relação positiva entre o número de células de cria e o comprimento dos
canais escavados (r= 0,58; F = 39,4; GL = 1 a 26; p < 0,000).
As células de cria de machos e fêmeas de X. ordinaria e de X. frontalis não apresentaram difer-
enças significativas em relação ao comprimento, largura ou volume, entretanto todas essas variáveis
foram maiores em ninhos de X. frontalis. Embora não haja diferenças estruturais entre células de cria
de machos e fêmeas de uma mesma espécie, a distribuição dos sexos nas diferentes células parece
favorecer a produção de fêmeas nas primeiras células ou em ninhos com menor número de células,
sendo os machos produzidos nas ultimas células de cria ou em ninhos com mais de quatro células.
A razão sexual das populações de X. ordinaria (1♀ : 0,43♂; X2 = 7,72; p < 0,05) e X. frontalis (1♀
: 0,26♂; X2 = 17,16; p < 0,05) apresentou-se desviada à maior produção de fêmeas, fato observado
também para outras espécies de Xylocopa (Watmough, 1983).
O cleptoparasitismo por Cissites maculata (Coleoptera: Meloidae) foi observado nas duas áreas
de estudo, chegando a atingir 20% dos ninhos de X. ordinaria e 14% de X. frontalis. Ninhos de X.
frontalis construídos em área antrópica ainda apresentaram 9% de parasitismo por uma espécie de
Diptera. As fêmeas de X. ordinaria e X. frontalis não apresentaram comportamentos agressivos contra
estes parasitas. Por outro lado, a usurpação de ninhos por co-específicos parece ser um comporta-
mento recorrente em X. ordinaria, uma vez que três observações de usurpação de um mesmo ninho
foram observadas. Discussões relativas à pressão de seleção exercida por parasitas e cleptoparasitas
de Xylocopa podem ser encontrados em Gerling et al. (1989) e Hogendoorn & Velthuis (1995), onde
os autores relatam uma importância secundária destes inimigos naturais.
Os dados indicam que Xylocopa ordinaria é uma espécie multivoltina, com indivíduos jovens
ao longo de todo o ano, e sobreposição de gerações. Já X. frontalis mostrou-se bivoltina, com maior
taxa de nidificação em Dez-Abr. O bivoltinismo de X. frontalis foi observado também por outros au-
tores (Camillo and Garófalo, 1982). Ao longo do dia, as abelhas apresentaram maior atividade até às
15h, quando a freqüência das atividades externas ao ninho diminui.
As interações realizadas por indivíduos de um mesmo ninho relacionaram-se a alimentação
(trofalaxia) e guarda do ninho. No presente estudo, o comportamento de trofalaxia ocorreu após o
retorno da fêmea ao ninho, sendo o comportamento de bloqueio da passagem da fêmea, pré-requisito
à primeira transferência de néctar da mãe para o jovem. A trofalaxia parece ser um comportamento
conservado entre as espécies de Xylocopa, tendo sido relatado para X. frontalis e X. grisescens (Ca-
millo & Garofalo, 1982), X. suspecta (Camillo et al., 1986), dentre outras (Gerling et al., 1989). Em
espécies eussociais, este comportamento parece ter um importante papel na comunicação e integração
da colônia (Michener, 1974), enquanto que em espécies que apresentam menor hierarquia social este
comportamento foi apontado como importante à nutrição dos indivíduos jovens, como observado por
Velthuis & Gerling (1983) para X. pubescens.
O comportamento de guarda do ninho aqui observado apresentou uma seqüência crescente de
agressividade, similar ao observado para X. abreviatta (Ramalho et al., 2004), mas diferiu do ob-
servado para X. frontalis e X. grisescens (Pereira, 2002; Neves et al., 2006). Esta diferença deve-se
ao comportamento de sair em vôo do ninho para perseguir a fêmea “intrusa”, o que não ocorreu no
presente estudo. Entretanto, quando a fêmea já estava em vôo, ela era capaz de expulsar indivíduos
que estivessem próximos ao seu ninho, realizando vôos de perseguição.
Na restinga, Xylocopa ordinaria visitou 28 espécies vegetais, sendo fontes importantes de
pólen Solanum curvispitum, Clusia hilariana, Allagoptera arenaria e Byrsonima sericea, enquanto

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303

que Arrabidaea conjugata, Mandevilla funiformis, Manilkara subsericea, Passiflora alliacea e Cen-
trosema sp. foram as principais fontes de néctar (Bernardino & Gaglianone, no prelo). Apesar do
hábito generalista na coleta de recursos florais, a constância floral foi detectada para X. ordinaria e X.
frontalis, através de análises do conteúdo polínico de células de cria, confirmando a sua importância
na polinização de diversas plantas nestes ambientes. A constância à fonte de pólen, aliada à necessi-
dade de realizar vários vôos de forrageio para o aprovisionamento de uma célula de cria, resulta na
importância destas espécies na polinização de diversas plantas, como indicado por outros autores
(Buchmann, 1983; Buchmann & Nabhan, 1996). Desta forma, evidencia-se a viabilidade de utiliza-
ção destas abelhas em programas de manejo de polinizadores nativos.

Agradecimentos

A FAPERJ (E26/171.622/2002-Abelhas e plantas melitófilas em área de restinga no norte flu-


minense) e PROBIO/MMA/CNPq/BIRD (Convênio 0115-00/04 - Polinizadores do maracujá no norte
fluminense) pelo financiamento. À FAPERJ pela bolsa de mestrado ao primeiro autor. Ao Programa
de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (UENF) e Laboratório de Ciências Ambientais
(LCA-UENF) pelo apoio logístico.

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305

Biologia de Nidificação da Hospedeira


Monoeca haemorrhoidalis (Smith, 1854) e
Interações com Abelhas, Vespas e Besouros
Parasitas (Hymenoptera: Apidae,
Mutillidae; Coleoptera: Meloidae)
Léo Correia da Rocha-Filho1; Gabriel A. R. Melo2
1
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP,
Ribeirão Preto, SP. 2Departamento de Zoologia, Centro Politécnico, Universidade Federal do
Paraná-UFPR, Curitiba, PR.
Corresponding author: Gabriel A. R. Melo, Departamento de Zoologia, Centro Politécnico, Uni-
versidade Federal do Paraná-UFPR, C.p. 19020, 81530-980, Curitiba, PR, Tel.: 55 41 3361-1589,
Fax.: 55 41 3266 2042, garmelo@ufpr.br

Nest biology of host species Monoeca haemorrhoidalis (Smith, 1854) and its interactions with
parasitic bees, wasps and beetles (Hymenoptera: Apidae, Mutillidae; Coleoptera: Meloidae)

Abstract

The bee species Monoeca haemorrhoidalis, the largest one in the genus, occurs in the Atlantic
rainforest of southwestern and southern Brazil. In this study, conducted at the Mananciais da Serra
Reserve, in Piraquara, Brazil, it was studied the nest biology of M. haemorrhoidalis and its interactions
with plants and natural enemies. Four nest aggregation areas were studied between Setember/2005 and
January/2007. The period of nest construction starts on October and ends on February and females
construct its nests on the soil, in dense aggregations, with density values varying from 4 to 27 nests/m2.
Brood cells were attacked by the cleptoparasite species Protosiris gigas (Apidae), Tetraolytta gerardi
e Tetraonyx distincticollis (Meloidae) and by the parasitoid species Pseudomethoca melanocephala
(Mutillidae). Emergence traps allowed investigating the seasonal patterns of M. haemorrhoidalis and
its natural enemies at the nest aggregations. It was detected a succession of these four parasitic species
along of nesting period, with little superposition between them. The nest aggregations under the clep-
toparasitism of P. gigas shows a bimodal emergence pattern of M. haemorrhoidalis, with a marked re-
duction during the emergence peak of P. gigas, characterizing a probable strategy of scheduled escape.

Key words: cleptoparasites, natural enemies, parasitoid, scheduled escape.

Introdução

O gênero Monoeca Lepeletier & Serville, 1828 é composto por espécies de coloração negra,
que podem apresentar faixas vermelhas ou amareladas no metassoma (Roig-Alsina, 1997). Essas

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306

abelhas se distribuem desde o México Central até o extremo sul brasileiro (Michener, 2000). No
Brasil, oito espécies estão presentes, cuja faixa de ocorrência compreende áreas ocupadas por ecos-
sistemas de Cerrado e Mata Atlântica (Silveira and Campos, 1995; Alves-dos-Santos, 1999; Silveira
et al., 2002; Steiner et al., 2006).
Aspectos relacionados à biologia da nidificação das espécies desse gênero foram fornecidos para
Monoeca schrottkyi (Friese, 1902), que foi observada nidificando em uma zona de barranco no estado
de São Paulo por Schrottky (1901); Monoeca lanei (Moure, 1944), que forma densas agregações no
solo e apresenta alta sazonalidade, de maneira que os indivíduos adultos estão ativos durante os meses
de novembro a abril (Rozen, 1984); Monoeca xanthopyga Harter-Marques, Cunha & Moure, 2001,
espécie estudada na região do Planalto das Araucárias, no Rio Grande do Sul, que constrói agregações
em solos argilosos e compactados (Cunha and Blochtein, 2002, 2003) e Monoeca sp., cujo ninho foi
registrado no solo, em meio à vegetação rasteira (Michener and Lange, 1958).
Estudos evidenciam que representantes da tribo Osirini (Apidae) são cleptoparasitas de ninhos
de Tapinotaspidini (Camillo et al., 1993; Rozen, 1984; Rozen et al., 2006). A tribo Osirini é repre-
sentada exclusivamente por espécies cleptoparasitas que se restringem aos neotrópicos, com exceção
apenas do gênero Epeoloides Giraud, 1863, que ocorre nas regiões temperadas da América do Norte
e Europa (Roig-Alsina, 1989; Michener et al., 1994; Michener, 2000).
Estágios imaturos de Osiris sp. foram encontrados em ninhos de Paratetrapedia (Paratetrape-
dia) amplipennis (Smith, 1879) (Camillo et al., 1993) enquanto fêmeas de Parepeolus niger Roig-
Alsina, 1989 estão associadas aos ninhos de Tapinotaspoides serraticornis (Friese, 1899) (Aguiar et
al., 2004; Rozen, 1984). Rozen et al. (2006) registraram invasões dos ninhos de Monoeca haemor-
rhoidalis (Smith, 1854) pela espécie Protosiris gigas Melo, 2006. Neste mesmo trabalho, larvas de
Parepeolus minutus Roig-Alsina, 1989 foram encontradas em ninhos de Lanthanomelissa betinae
Urban, 1995. Há ainda possíveis associações a respeito do cleptoparasitismo de Osirini em ninhos
de Tapinotaspidini, como a espécie Osirinus parvicollis (Ducke, 1911) como provável inimigo natu-
ral de Arhysoceble huberi (Ducke, 1908) (Ducke, 1910) e a cleptoparasita Ecclitodes stuardi (Ruiz,
1935), cujas fêmeas foram observadas sobrevoando os ninhos de Chalepogenus caeruleus (Friese,
1906) (Aguiar et al., 2004; Roig-Alsina, 1989).
Este estudo teve como objetivo Estudar a relação de M. haemorrhoidalis com as espécies de
inimigos naturais, especialmente as abelhas do gênero Protosiris.

Material & Métodos

O estudo foi conduzido na Área de Proteção Ambiental (APA) Mananciais da Serra (25º29’30”S
e 48º59’30”W), localizada no Município de Piraquara/PR, distando aproximadamente 40 km da capi-
tal Curitiba. A reserva dos Mananciais da Serra conta com mais de 2.249 hectares de área e é monito-
rada pela Companhia de Saneamento do Estado (SANEPAR). Sua área está sob os domínios da Mata
Atlântica e a vegetação é composta por um ecótono de Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila
Mista, com a presença de diversas formações secundárias de vegetação natural, resultantes da inter-
ferência antrópica (Itcf, 1987; Lacerda, 1999).
As áreas de nidificação estudadas foram as mesmas que Rozen et al. (2006) encontraram na
reserva dos Mananciais da Serra. Essas agregações localizam-se em áreas abertas e expostas à luz
solar, sendo que a maioria ocorre na estrada vicinal que corta a reserva. Dessas áreas, quatro foram
selecionadas para estudo, sendo duas delas de maior extensão. Esses sítios de nidificação foram de-
limitados com o auxílio de trenas e caracterizados quanto à vegetação.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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Para a obtenção de informações referentes à razão sexual, período de emergência, identificação


de inimigos naturais e taxa de parasitismo e mortalidade, foram utilizadas armadilhas de emergência
nos sítios de nidificação. Essas armadilhas consistem de uma armação construída com hastes de ma-
deira, que apresenta o formato de um tronco de pirâmide, cuja base maior mede 1 m2 e a base menor
tem 0,03 m2 de área. Este arcabouço, de 50 cm de altura, foi revestido com tule negro e, sobre a sua
base menor, foi acoplado um recipiente plástico contendo um pino central aberto que, por sua vez, é
circundado por um foço. Neste espaço, foi vertida uma solução composta por 10 mL de formaldeído
a 10% diluídos em 1 litro de água, cuja reposição ocorria mensalmente. Sobre este vasilhame, foi
encaixada uma forma de plástico, impossibilitando, dessa forma, a fuga dos insetos que emergissem
na área compreendida pela armadilha.
Quatro armadilhas de emergência foram dispostas nas agregações, sendo que as duas áreas
maiores foram guarnecidas com duas armadilhas cada, correspondendo a 4 m2 de área amostral. As
agregações foram subdivididas em parcelas de 1 m x 1 m e as armadilhas foram sorteadas aleatoria-
mente para a sua disposição nos sítios.

Resultados

No primeiro ano de estudo, as armadilhas de emergência permaneceram no campo por 162


dias, entre 24 de setembro de 2005 e 04 de março de 2006. Durante este período, emergiram 1.764
indivíduos, representados por cinco espécies: M. haemorrhoidalis, Tl. gerardi, Pr. gigas, Tn. distinc-
ticollis e Ps. melanocephala. Por sua vez, no segundo ano, as armadilhas foram instaladas em 25 de
setembro de 2006, permanecendo nos sítios de nidificação até 12 de fevereiro de 2007, totalizando
142 dias, de modo que 920 espécimes foram coletados durante esse período. A exemplo do primeiro
ano de estudo, as cinco espécies anteriores também foram coletadas nas armadilhas, correspondendo
à mesma ordem de porcentagem de emergência. Além dessas espécies, também emergiram insetos
das ordens Orthoptera, Coleoptera, Diptera, Lepidoptera e Hymenoptera, os quais não estão relacio-
nados a M. haemorrhoidalis e seus inimigos naturais.
Fêmeas e machos de M. haemorrhoidalis começaram a emergir a partir de 22/10/05, sendo que
o período de emergência dos machos terminou em 03/02/06, ao passo que as fêmeas continuaram
a emergir até 25/02/06. No segundo ano, a emergência dessa espécie foi antecipada, sendo que os
primeiros machos começaram a emergir a partir de 25/09/06. Contudo, o fim do período de emergên-
cia ocorreu antes do que foi registrado no primeiro ano de estudo, de forma que a última fêmea foi
coletada em 05/02/07. De acordo com a soma dos dados obtidos nos dois anos de estudo, as fêmeas
apresentaram maior porcentagem de indivíduos emergentes, com 1.456 exemplares (59,89%), en-
quanto os machos foram representados por 975 indivíduos (40,11%), sendo que a razão sexual da
espécie foi de 1,49 fêmea para 1 macho. Os gráficos de emergência de M. haemorrhoidalis apresen-
taram curvas bimodais, com picos maiores entre 11/11 e 27/11/05 e 30/12/05 e 20/01/06 no primeiro
ano e entre 16 e 30/10/06 e 11/12/06 a 15/01/07 no segundo ano.
O coleóptero Tl. gerardi foi a segunda espécie com maior percentual de emergência, contando com
128 indivíduos (4,77%). Esta cleptoparasita foi a primeira espécie a emergir, de modo que seu período de
emergência se estendeu de 24/09 a 16/12/05 no primeiro ano e no segundo foi compreendido entre 25/09
a 20/11/06. Além de emergir primeiro, as atividades dessa espécie se findaram antes das demais, sendo
que dezembro/2005 e novembro/2006 foram os últimos meses nos quais Tl. gerardi foi observada.
A cleptoparasita Pr. gigas foi representada por 73 indivíduos (2,72%), com 39 fêmeas e 34 ma-
chos emergentes. No primeiro ano, o período de emergência dessa espécie foi de 18/11 a 30/12/05,

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para ambos os sexos, enquanto no segundo foi de 30/10 a 25/12/06. Logo após Pr. gigas, destaca-se
Tn. distincticollis, que teve 40 espécimes emergentes (1,49%), entre 18/11/05 e 20/01/06 no primeiro
ano e entre 02/10/06 e 01/01/07. A espécie Ps. melanocephala foi representada por sete machos
(0,37%). Esse parasitóide emergiu entre 10/02 e 04/03/06 e entre 18/12/06 e 12/02/07. Em ambos os
anos de estudo, essas espécies de inimigos naturais exibiram atividades em períodos distintos, cada
qual apresentando picos de emergência em uma dada época.

Discussão

A abundância de insetos que emergiram nas armadilhas dispostas nas áreas de nidificação elu-
cida a alta prevalência de M. haemorrhoidalis, seguida por Tl. gerardi, Pr. gigas, Tn. distincticollis
e Ps. melanocephala. Em armadilhas colocadas sobre 15 ninhos de M. xanthopyga, foram obtidos
99 insetos, sendo 95,96% (n = 95) de M. xanthopyga e apenas 3,04% (n = 4) da espécie parasitóide
Traumatomutilla sp. (Mutillidae) (Cunha and Blochtein, 2003).
A distribuição bimodal das curvas de emergência de M. haemorrhoidalis indica uma queda
brusca em seu período de atividades, o que evidencia um baixo número de fêmeas nidificantes no
mês de dezembro, considerando-se o primeiro ano de observação e em novembro, de acordo com o
segundo ano. Esta característica pode ser um importante estratagema de M. haemorrhoidalis contra
o ataque da cleptoparasita Pr. gigas, cujos picos de atividades são concomitantes ao decaimento
da época em que sua hospedeira está nidificando. Minchella (1985) cita a alteração no período de
emergência e sazonalidade como uma variação no ciclo de vida da espécie hospedeira, que pode ser
interpretada como um ardil para neutralizar o efeito de sua parasita. Outra hipótese relacionada a
este fato refere-se às condições ambientais desfavoráveis, uma vez que, considerando todo o período
fenológico de M. haemorrhoidalis, foram registrados os menores índices de precipitação e umidade
relativa do ar no mês de dezembro, o que pode ter provocado o ressecamento e drenagem do solo,
tornando-o impróprio para a construção de ninhos. Entretanto, no segundo ano de coleta, a queda no
período de atividades de M. haemorrhoidalis ocorreu em novembro, que apresentou um dos maiores
índices de pluviosidade acumulada, contrastando com os dados obtidos no primeiro ano. Desse modo,
a pressão exercida por Pr. gigas parece ser o fator responsável pelo brusco decréscimo no período de
atividades de sua hospedeira M. haemorrhoidalis.
Não houve sobreposição entre as fenologias das espécies de inimigos naturais, visto que, cada
qual, emergiu em diferentes períodos, destacando-se Tl. gerardi como a primeira espécie emergente,
seguida por Pr. gigas, Tn. distincticollis e Ps. melanocephala, respectivamente. O fato dessas espé-
cies emergirem em épocas distintas poderia estar associado a alguma estratégia para evitar a sobre-
posição fenológica e, consequentemente, a competição por células para o parasitismo.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos taxonomistas John Pinto (University of Illinois) e Roberto Cambra
(Universidad de Panamá) pela identificação das espécies de Meloidae e Mutillidae, respectivamente.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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Características Comportamentais das Espécies de


Euglossa Latreille (Hymenoptera, Apidae) e a
Origem Da Eussocialidade Nas Abelhas
Caracteríticas comportamentais das espécies de Euglossa
Solange Cristina Augusto1 & Carlos Alberto Garófalo2
1
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia, 38400-902, Uberlândia, MG, Brasil.
2
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP,
14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
Autor para correspondência: S.C. Augusto E-mail: scaugusto@umarama.ufu.br
Telefone: (34) 32182243 Fax: (34) 32182243

Behavioral characteristics of Euglossa Latreille (Hymenoptera, Apidae) and origin of euso-


ciality in bees.

Abstract.

The social structure of five species of Euglossa was presented including hypothesis about how the so-
ciality could have arisen in Apidae corbiculate. Solitary foundation, nest reactivation, multi-females colonies
and reproductive division of task were observed among these species studied. The most of females return
to the natal nest after the first fly pos emergence and began to reactivate it. The Euglossa species presented
small colonies with semisocial and eusocial organization. In E. cordata and E. fimbriata colonies one female
becomes the dominant reproductive and the others behave as subordinate females. The subordinate females
provision and oviposit their cells while the dominant female becomes the major guard bee, and oviposits
in cells oviposited in by subordinate females. Oviposition by dominant female is preceded by oophagy.
Agonistic interactions occur among dominant and subordinate females. The oviposition by subordinate, and
later replace their eggs with her own would also be, leads a complete reproductive skew and the behavior
performed by dominant could be a prudent selfish strategy to avoid the group dispersal or lethal fighting, as
predicted by transactional models of reproductive skew. In E. townsendi, E. truncata and probably E. melan-
otricha nests more than one female stay in the nests and performed oophagy in cells oviposited (=egg-laying
females) by forage-egg-laying females. The presence of more than one egg-laying females in these nests
may be associated with the absence of within-group aggression among the females and leads to the occur-
rence of lower skew reproductive It seems to support the predictions by tug-of-war models. The behavior
displayed by dominant female is characteristic of brood parasitism and fits the parental parasitism.

Key words: Euglossa, nesting behavior, brood parasitism, reproductive skew, corbiculate

Introdução

Embora as relações filogenéticas entre os Apidae corbiculados sejam incertas, análises mais
recentes apontam Euglossini como táxon mais basal, grupo irmão de todos os outros taxa (Bombini,

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
311

Meliponini e Apini) ( Roig-Alsina & Michener, 1993, Schultz et al., 1999), sendo também o único
grupo que apresenta espécies com comportamento solitário. Dados sobre a biologia da nidificação de
Euglossa spp., gênero que apresenta maior riqueza de espécies, evidenciam a ocorrência de espécies
com comportamento social, bem como a presença de características bionômicas que podem ser pre-
cursoras do comportamento eussocial nos Apidae corbiculados (Augusto & Garófalo, 2004).
Fundação solitária, nidificação em cavidades preexistentes, reativação dos ninhos por sucessi-
vas gerações, associações de fêmeas adultas, foram verificadas para a maioria das espécies de Euglos-
sa com ninho conhecidos (Zucchi et al., 1969; Garófalo, 1985, 1992; Augusto, 1993, 1999; Augusto
& Garófalo, 2004; Augusto & Garófalo, 2007).
Para essas espécies estudadas mais detalhadamente quanto aos hábitos de nidificação, consta-
tou-se que nas associações formadas, todas as fêmeas adultas são totipotentes. Dessa forma, a divisão
de trabalho que cada fêmea assume depende da condição do ninho quando as fêmeas jovens emer-
gem, como também observado para algumas espécies de halictídeos (Schwarz et al., 2007).
Evidências de reativações e ninhos com mais de uma fêmea, observado na maioria das espécies
de Euglossa com ninhos conhecidos, sugerem que estas características podem ocorrer com maior
freqüência bem como a ocorrência de espécies com comportamento sociais. Até mesmo para as espé-
cies que constroem ninhos aéreos, consideradas inicialmente solitárias (Young, 1985), foi verificado
a ocorrência de ninhos comunais (Soucy et al., 2003). Atualmente, pelo menos dez espécies foram
identificadas quanto ao nível de organização social apresentado (Tabela 1), sendo todas as do sub-
gênero Euglossa consideradas eussociais.

Tabela 1- Nível de organização social apresentado por diferentes espécies de Euglossa.

Espécies Status social Referência

Euglossa (Euglossa) cordata Semi-social/Eussocial Garófalo (1985, 1992);


(Linnaeus, 1758) Augusto (1993)
Euglossa (Euglossa) Semi-social/Eussocial Ramiez-Arriaga
atroveneta Dressler, 1978 et al. (1996)
Euglossa (Euglossa) fimbriata Semi-social/Eussocial Augusto (1999); Augusto
Rebelo & Moure, 1995 & Garófalo, in press.
Euglossa (Euglossa) truncata Semi-social/Eussocial Augusto & Garófalo
Rebelo & Moure, 1995 (2002)
Euglossa (Euglossa) towsendi Semi-social/Eussocial Augusto & Garófalo
Cockerell, 1904 (2004)
Euglossa (Euglossa) Semi-social/Eussocial Augusto et al. não
melanotricha Moure, 1967 publicado
Euglossa (Glossura) imperialis Comunal Roberts & Dodosn
Cockerell 1922 (1967)
Euglossa (Glossura) Comunal Roberts & Dodosn (1967)
ignita (Smith 1954)
Euglossa (Glossura) Comunal Garófalo et al. (1998)
annectans Dressler, 1982
Euglossa (Glossurella) Comunal Soucy et al. (2003)
hyacinthina Dressler, 1982

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
312

Uma análise da divisão reprodutiva de trabalho em colônias de Euglossa cordata, Euglossa fim-
briata, Euglossa townsendi, Euglossa truncata e Euglossa melanotricha, de acordo com os modelos
de “reproductive skew” (Reeve and Keller, 2001), é apresentada. Adicionalmente é discutida a hipó-
tese do parasitismo parental (Charnov, 1978; Stubblefield & Charnov, 1986) como uma alternativa
para explicar a origem do comportamento eussocial em Euglossini.

Estrutura social e origem da eussocialidade no gênero Euglossa

A fundação solitária e em nidificação em cavidade preexistente tem sido o comportamento pre-


dominante nas espécies de Euglossa (Zucchi et al., 1969; Garófalo, 1992). Apenas para E. annectans
foi constatada fundação pleometrótica (Garófalo et al., 1998).
Estudos desenvolvidos com espécies mantidas em caixas de observação e acompanhamento
direto das atividades intranidal de E. cordata e E. townsendi (ver Garófalo, 1985, 1992, Augusto,
1993, Augusto & Garófalo 2004) revelam que a fêmea fundadora, após fechar um número variável de
células (1 a 14), geralmente permanece no ninho até a emergência dos descendentes. As fêmeas filhas,
após a emergência tendem a retornar do primeiro vôo pós-emergência e participar da reativação do
ninho materno, formando pequenas colônias, geralmente, de 2 ou 3 fêmeas. Durante a primeira reati-
vação do ninho, é freqüente o estabelecimento de uma associação matrifilial. Embora todas as fêmeas
sejam fecundadas, desenvolvam ovários e ovipositam frequentemente, a produção de descendentes é
monopolizada por uma das fêmeas associadas, no caso a mãe, que realiza a oofagia, e na seqüência a
oviposição, nas células aprovisionadas e ovipositadas pelas filhas.
As reativações subseqüentes podem ocorrer na presença ou ausência de fêmea(s) da reati-
vação anterior e por fêmea(s) que emerge(m) durante essas reativações. Estabelecem-se assim
associações entre fêmeas de uma mesma geração (geralmente irmãs) ou diferentes gerações.
Nesse último caso, o parentesco entre elas, dependente da função assumida pela fêmea da reati-
vação anterior que permanece na nova reativação. Processos de reativação subseqüente à funda-
ção foram acompanhados também para E. fimbriata (Augusto & Garófalo, in press), E. truncata
(Augusto e Garófalo, 2002) e E. melanotricha (Augusto et al., não publicado). Nessas associa-
ções dois padrões de comportamentos foram observados. Em E. cordata (Garófalo, 1985) e E.
fimbriata (Augusto & Garófalo, 2008), uma das fêmeas assume a dominância reprodutiva do
ninho. Nessas espécies além da oofagia, a dominante exibe comportamentos agonísticos durante
as atividades das fêmeas forrageadoras (Augusto, 1993; Augusto & Garófalo, 1994), as quais
assumem a função de subordinadas. Esses dois comportamentos parecem garantir que toda a
prole produzida seja de uma única fêmea. Nesse caso, a dominante permite a reprodução da sub-
ordinada, mas substitui seus ovos, o que pode ser considerado uma “prudent selfish strategy”,
pois evita a dispersão das fêmeas ou lutas letais entre elas e apenas uma das fêmeas controla
totalmente a reprodução do grupo, como prediz o “transactional model of reproductive skew
(concession model)” (Reeve and Keller, 2001, Langer 2004). A vantagem da fêmea subordinada
seria o ganho genético indireto, ao cuidar da prole produzida pela dominante e a possibilidade
de substituição da dominante, quando essa fêmea morre ou desaparece do ninho durante uma
reativação, conforme constatado em E. cordata e E. fimbriata (Garófalo, 1985, 1987; Augusto,
1993, 1999). Em ambas as espécies, geralmente, a fêmea mais velha torna-se a dominante o que
sugere que a idade é o fator preponderante na divisão de trabalho, conforme mostrado por Au-
gusto (1993) em E. cordata e como também observado para algumas outras espécies de abelhas
e vespas (Schwarz & Woods, 1994; Tsuji & Tsuji, 2005; Bridge & Field, 2007).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
313

Em colônias de E. townsendi, semelhante a E. cordata e E. fimbriata, todas as fêmeas são re-


produtivamente ativas. Observações diretas do comportamento das fêmeas revelam, contudo, que mais
de uma fêmea pode permanecer no ninho e atuar apenas como poedeira, semelhante a uma fêmea
dominante (Augusto & Garófalo, 2004). A presença de mais de uma fêmea poedeira promove a ocor-
rência de múltiplas oofagias e substituição dos ovos em uma mesma célula, enquanto que em E. cor-
data e E. fimbriata, cada célula é aberta uma única vez e o vôo da subordina é substituído pelo ovo da
dominante (Garófalo, 1985, 1987; Augusto, 1993). Em E. truncata (Augusto & Garófalo 2002), du-
rante o acompanhamento de apenas um processo de reativação observou-se uma situação semelhante
à E. townsendi. Na associação formada, uma fêmea atuou como forrageadora e poedeira e outras três
atuaram apenas poedeiras. Não foram observadas interações agonísticas entre as fêmeas, semelhante
a E. townsendi. Mais recentemente, observações das atividades intranidal exibidas por fêmeas em um
ninho de E. melanotricha, mantido em caixa de observação (Augusto et al. n.p), revelaram um estru-
tura semelhante a E. townsendi e E. truncata. Nessa espécie, reativação por mais de uma fêmea, sobre-
posição de gerações, divisão reprodutiva de trabalho ocorrem. Embora ainda não conclusivo, existem
evidências da presença de mais de uma fêmea poedeira, visto que em todas as reativações observadas
(n=5), apenas uma fêmea atuou como forrageadora na presença de até duas fêmeas que permaneciam
no ninho, sem atividade de forrageamento. Interações agonísticas raramente foram observadas.
Por outro lado, embora observações mais detalhadas necessitem ser feitas, em E. townsendi
e E. truncata a presença de mais de uma poedeira tem como conseqüência um baixo “reproductive
skew”, pois a prole parece ser dividida entre as fêmeas poedeiras, como prediz o modelo “tug-of-war
of reprodutive skew”. Um menor “skew reprodutivo” observado em colônias de E. townsendi e E.
truncata, poderia ser explicado pelo a ausência de interações agonísticas entre as fêmeas associadas,
o que difere marcadamente de E. cordata e E. fimbriata.
Os comportamentos apresentados pelas fêmeas dominante ou poedeira das espécies de Euglos-
sa, são característicos de uma fêmea parasita e determinam a divisão reprodutiva de trabalho entre as
fêmeas associadas, um dos principais aspectos envolvidos na transição do comportamento solitário
para o eussocial. Esses comportamentos fortalecem hipótese do parasitismo parental, desenvolvida
por Charnov (1978) e Stubblefield & Charnov (1986), para explicar a origem de comportamento social
os insetos. De acordo com esses autores, a mãe sofre uma forte pressão seletiva para parasitar suas
filhas quando ela tem a oportunidade para fazê-lo. Nas espécies de Euglossa essa oportunidade ocorre
durante uma reativação. O comportamento de oofagia da fêmea dominante proporciona a essa fêmea
um ganho quantitativo e qualitativo de nutrientes que permite um aumento da longevidade e fertilida-
de e assim a explorar as vantagens do parasitismo. De fato as fêmeas que atuam como dominante ou
poedeira tem um maior tempo de permanência no ninho, determinado indiretamente pelo tempo de
permanência no ninho, quando comparado com as fêmeas que atuam como subordinada ou forragea-
dora e poedeira (Augusto, 1993, 1999; Augusto & Garófalo, 2004). As informações disponívies sobre
os comportamentos intranidal apresentado por fêmeas de Euglossa sugerem que o comportamento
social nesse grupo pode ser muito mais frequente do que o comportamento solitário e que a oofagia e
comportamentos agressivos exibidos pela dominante de E. cordata e E. fimbriata são provavelmente
precursores do comportamento das rainha das abelhas corbiculadas altamente eussociais.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
316

SI MPÓSIO 14

BIOGEOGRAFIA DE ABELHAS EM ÁREAS


ABERTAS NA AMÉRICA DO SUL

Coordenador: Fernando Amaral da Silveira

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
317

Biogeografia de Abelhas de Áreas Abertas na


América do Sul — Uma Retrospectiva
Biogeografia de abelhas na América do Sul
Fernando A. Silveira
Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais.
Caixa postal 486, 30123-970 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Tel: 55-31-3409-2902. Fax:
55-31-3409-2899. E-mail: fernando@icb.ufmg.br

Abstract

Biogeography of bees in open areas of South America — a retrospective. South America,


normally praised by its exuberant tropical forests, is also rich in dryer environments covered by open
vegetation. The largest such domains are the semidesertic areas of southern Argentina and Chile, the
Pampas, the Chaco, the Cerrado and the Caatinga. These domains coalesced and were isolated from
each other in alternation many times during the geologic history and there is evidence that this alter-
nation was important in defining regional faunistic composition. Interest on the biogeography of bees
in South American open areas is recent and was initially expressed by the description of diversity
patterns and of the taxonomic composition of their regional faunas. The first phylogeny-based bio-
geographic analises of bee taxa were unable to reveal any detail on the historic relationships among
open-vegetation domains in South America. This was due to the fact that the bees studied (Meliponi-
na) did not occur in temperate regions of the continent and for the lack of resolution in the internal
relationships of one recognized endemism area, which included the Chaco-Cerrado-Caatinga dry
corridor. However, a phylogenetic analysis of Caenonomada indicated two vicariance events in this
dry corridor, separating three endemism areas, each one in the core of one of its component domains.
According to this, the Caatinga was first separated from the Cerrado and the Chaco, which separated
from each other later. Due to the recent development of phylogenetic studies on some different bee
groups inhabiting temperate and/or tropical open areas, it is now possible to make further inferences
on the biogeographic history of these domains.

Keywords: Bees, Diversity, Faunistic composition, Phylogeny, Vicariance

Palavras-chave: Abelhas, Diversidade, Composição faunística, Filogenia, Vicariância

Introdução

A biogeografia tem sido tradicionalmente dividida em dois grandes campos que correspondem,
também, a fases de seu desenvolvimento — Biogeografia Descritiva e Biogeografia Histórica. Na
primeira, descrevem-se os padrões de distribuição dos organismos; na segunda, a evolução desses
padrões ao longo da história geológica da Terra.
Dentro da biogeografia, há, ainda, uma certa disputa entre dois enfoques disciplinares — a
biogeografia estudada dentro da ecologia, que supõe que o conjunto de organismos encontrado em

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
318

uma dada comunidade é fruto meramente das interações entre os organismos na comunidade, e a
biogeografia estudada em conexão com a sistemática (largamente coincidente com a biogeografia
histórica) e que pretende explicar a composição das biotas exclusivamente como fruto da história
geológica da Terra e de seu impacto sobre a evolução dos organismos envolvidos. Embora ainda haja
um certo preconceito com relação à biogeografia descritiva e uma desconfiança mútua entre ecólogos
e sistematas, todas esses enfoques são importantes, cada qual contribuindo com determinadas porções
da informação de que necessitamos para o entendimento dos padrões de distribuição geográfica da
biodiversidade terrestre.
A América do Sul, normalmente exaltada pela exuberância de suas florestas tropicais, é rica
também em ambientes mais secos, dominados por vegetação aberta. Ao longo da história geológica
do continente, essas formações coalesceram e se isolaram alternadamente inúmeras vezes e há evidên-
cias de que isto tenha deixado marcas na composição das faunas dos vários domínios fitogeográficos
envolvidos. O interesse pela biogeografia das abelhas nestas formações abertas é recente e se expres-
sou, inicialmente, pelo reconhecimento de padrões na distribuição da diversidade e na composição
taxonômica das faunas regionais. Atualmente, com o desenvolvimento de estudos sobre a filogenia de
diferentes grupos de abelhas, tem sido possível fazer inferências sobre a história biogeográfica desses
domínios fitogeográficos.
Nesta breve revisão, apresenta-se uma retrospectiva da evolução do conhecimento sobre os
padrões e a história biogeográfica dos grupos de abelhas que ocorrem em áreas de vegetação aberta
na América do Sul, a título de introdução aos demais trabalhos apresentados, neste simpósio, sobre a
biogeografia histórica de táxons específicos de abelhas neste continente.

Biogeografia descritiva — padrões biogeográficos das faunas de abelhas de áreas


abertas da América do Sul
Um marco inicial para se falar de padrões biogeográficos envolvendo as áreas abertas da América
do Sul é o trabalho de Michener (1979), Biogeography of the Bees. Neste trabalho, Michener sugeriu
que houvesse um aumento da diversidade de abelhas do Brasil central em direção ao sul do continente,
com o Cerrado abrigando uma fauna menos rica que os campos sulinos e os semidesertos de Argentina
e Chile. Ele chamou atenção, ainda, para a riqueza extremamente baixa de espécies da Caatinga, com-
parada à dos outros domínios fitogeográficos vizinhos e, principalmente, a de outras áreas xéricas do
planeta, especialmente as regiões semidesérticas temperadas. Outra questão biogeográfica interessante
tratada por Michener (1979) é a disjunção de determinados táxons presentes em regiões semidesérticas
das Américas do Sul e do Norte e largamente ausentes nas regiões mésicas intermediárias, tais como es-
pécies do gênero Anthophorula (Silveira , 1995; González-Vaquero e Roig-Alsina, 2005). Embora tenha
sugerido que as abelhas, no geral, não sejam eficientes na transposição de grandes barreiras geográficas,
as explicações de Michener (1979) para os padrões de distribuição geográfica privilegiavam franca-
mente a dispersão sobre a vicariância como fator causador de disjunções.
Ao longo da década de 1990, vários inventários das faunas locais nos domínios do Cerrado e da
Caatinga vieram a sugerir alguns padrões faunísticos para essas regiões. Sumários dos padrões encontra-
dos foram publicados por Silveira e Campos (1995) para o cerrado e por Zanella (2000) para a Caatinga.
Sobre a fauna de abelhas do cerrado, por exemplo, Silveira e Campos (1995) sugeriram que
seria caracterizada pela grande diversidade de táxons tais como Centridini, Tapinotaspidini, Tetrape-
diini e Meliponina e pela diversidade relativamente baixa de Andrenidae e Halictidae. Eles sugeriram,
ainda, que o Cerrado teria uma fauna de abelhas muito mais diversificada do que o imaginado mas
que esta diversidade seria mascarada pelas densidades populacionais baixas da grande maioria das

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
319

suas espécies. Sugeriram, também, que o número de espécies endêmicas deste domínio seria muito
pequeno e que essas espécies seriam mono ou oligoléticas, estando geograficamente confinadas às
áreas de ocorrência de suas plantas hospedeiras, que seriam, também, endêmicas do Cerrado.
Em contraste, Zanella (2000) caracterizou a Caatinga como relativamente pobre em espécies de
abelhas, pobre nos grupos mais diversificados no cerrado mas com uma diversidade relativamente alta
de espécies de Diadasina, Melitoma e Leiopodus. Ao contrário do que aparentemente ocorre no Cer-
rado, as espécies endêmicas podem chegar a representar cerca de um terço de toda a fauna regional.
A importância de fatores históricos na determinação de padrões de distribuição geográfica foi
reconhecida por Silveira e Cure (1993) em um curto estudo sobre a fauna de abelhas de áreas de
altitude no sudeste brasileiro. Esses autores observaram que uma parte desta fauna era composta
por espécies que ocorriam amplamente nas regiões subtropicais e temperadas do Brasil e países
limítrofes e que, ao norte do Trópico de Capricórnio, estavam limitadas a maciços altitudinais. Eles
postularam que essas populações seriam remanescentes de um período dominado por clima mais
frio (provavelmente no Pleistoceno) em que estas espécies teriam se dispersado desde o sul do país
até esta região. Com o aquecimento climático posterior, elas teriam ficado confinadas às áreas mais
altas, com clima mais ameno.

Biogeografia histórica — áreas de endemismo de abelhas e vicariância de áreas


abertas da América do Sul
Não há dúvida de que, para estudar a história biogeográfica de uma dada região, o ideal seria
termos em mãos as filogenias do maior número possível das linhagens que nela ocorrem. Na falta
dessas filogenias, entretanto, há métodos que nos permitem adiantar hipóteses sobre o relacionamento
entre áreas de endemismo.
Um exemplo destes métodos é a análise de parcimônia de endemismos (PAE), empregada
por Azevedo e Silveira (não publicado) para estudar as relações históricas entre as “ilhas” de
campos de altitude e campos rupestres no centro-leste do Brasil. Neste trabalho, maciços acima de
1000 metros de altitude, isolados uns dos outros por áreas abaixo de 800 m, foram tratados como
“táxons” e as espécies de abelhas endêmicas de altitude na região, tratadas como caracteres. Este
estudo levantou interessantes hipóteses para o relacionamento entre o Planalto Central (represen-
tado pela Chapada dos Veadeiros), a Serra da Canastra (no sudoeste mineiro), os vários maciços
da Cadeia do Espinhaço, a Serra da Mantiqueira, outros maciços menores imersos no domínio da
Floresta Atlântica (Serra do Ibitipoca, Serra do Brigadeiro e Serra do Caparaó) e a região subtrop-
ical-temperada do sul do Brasil e países vizinhos. Os resultados sugerem uma ligação pretérita
entre todas essas áreas, com um primeiro grande evento de vicariância separando duas grandes
regiões, uma a oeste (compreendendo a Serra da Canastra, a Cadeia do Espinhaço e o Planalto
Central) e outra a leste (compreendendo as regiões subtropicais e temperadas e os maciços asso-
ciados à Floresta Atlântica, no sudeste do Brasil). Tanto no ramo ocidental quanto no oriental, os
eventos de vicariância seguintes parecem ter ocorrido de norte para o sul, de forma que, no ramo
oriental, por exemplo, a Serra da Mantiqueira teria estado em contato com o sul do continente
por mais tempo que os maciços mais ao norte, como o Caparaó e a Serra do Brigadeiro. Embora
a região abaixo do Trópico de Capricórnio não tenha sido dividida em áreas de endemismo no
estudo de Azevedo e Silveira, a distribuição geográfica de algumas espécies sugere que suas por-
ções mais a oeste (representadas, por exemplo, pelos enclaves de Cerrado no oeste do estado do
Paraná) poderiam ter tido associação mais recente com as áreas elevadas a oeste (e.g. Planalto
Central e Cadeia do Espinhaço) do que com aquelas a leste (e.g. Serra da Mantiqueira).

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Os primeiros estudos de biogeografia histórica baseados em hipóteses sobre a filogenia de abel-


has neotropicais foram os de Camargo e Moure (1994, 1996), Camargo (1996), Pedro e Camargo
(2003) e Camargo e Pedro (2003), envolvendo linhagens de Meliponina. Os grupos estudados por
esses autores, entretanto, apresentam distribuição tropical, não ocorrendo nas áreas temperadas ab-
ertas do continente. Nestes trabalhos, Camargo e colaboradores identificaram cinco grandes áreas de
endemismo para abelhas na América do Sul. Embora essas áreas sejam congruentes com as encontra-
das para outros grupos animais (e.g. Amorim e Pires, 1996), as relações entre elas ainda não puderam
ser completamente elucidadas. Uma dessas áreas de endemismo coincide, em grande parte, com a
“grande diagonal de áreas de vegetação aberta”, que inclui os domínios do Chaco, do Cerrado e da
Caatinga. Infelizmente, as análises de Camargo e colaboradores não tiveram resolução suficiente para
tratar das relações internas deste componente biogeográfico.
Entretanto, estudos posteriores realizados por Zanella (2002) sobre a filogenia de
Caenonomada,sugeriram a ocorrência de dois grandes eventos de vicariância nesta diagonal de áreas
abertas. O primeiro deles teria separado a Caatinga do Cerrado e do Chaco e o segundo teria separado
estes dois últimos domínios.
A disponibilização de hipóteses robustas para a filogenia de vários grupos distintos de abelhas,
associados total ou parcialmente com as áreas de vegetação aberta na América do Sul, nos permite,
agora, uma análise mais cuidadosa das possíveis relações históricas entre essas áreas. Nas demais
apresentações deste simpósio, Antônio J. C. Aguiar e Gabriel A. R. Melo falarão sobre a biogeografia
de Tapinotaspidini (Apidae, Apinae); Eduardo A. B. Almeida e Fernando A. Silveira apresentarão os
resultados de um trabalho sobre a biogeografia de Exomalopsis (Phanomalopsis) (Apidae, Apinae) e
Laurence Packer e Eduardo A. B. Almeida apresentarão os resultados de análise biogeográfica real-
izada com base na filogenia de Xeromelissinae (Colletidae).

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322

Biogoegrafia das Áreas Abertas da América do Sul,


com Ênfase em Abelhas da Tribo Tapinotaspidini
Biogeografia de Tapinotaspidini
Antonio J. C. Aguiar1,2 e Gabriel A. R. Melo1
1
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná,
Cx. postal 19020, 81531-980, Curitiba, PR, Brasil.
2
Endereço atual: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Av. Nazaré 481, São Paulo, SP.

Abstract

Biogeography of open areas of South America with emphasis on the Tribe Tapinotaspidini. The
open areas of South America involve a diverse range of distinct plant physiognomies, such as the Cerrado,
Pampas, Chaco, Llanos and Caatinga. Here we compile biogeographic patterns of species of the bee tribe
Tapinotaspidini, as well as phylogenetic studies, to investigate the historic relationships between the open
areas of South America. The basal clades in the tribe, represented by the genera Caenonomada, Tapinota-
spoides, Tapinotaspis, Chalepogenus, Arhysoceble, Lanthanomelissa, exhibit many endemic species associ-
ated to the diagonal of open dry formations (Caatinga, Cerrado and Chaco), while the more derived clades,
Trigonopedia, Tropidopedia, Xanthopedia, Lophopedia, Paratetrapedia, occupy mostly forested areas in the
Atlantic coast of Brazil and Amazon basin, with elements in Central America. The biogeographic patterns
exhibited by the Tapinotaspidini indicate a complex history for the open areas of South America. Among the
main areas of endemism, the Chaco behaves as a hybrid component, with a portion more closely related to
the Cerrado and another more related to the Caatinga. Future studies should allow for more refined delimita-
tion of areas of endemism within the main regions covered with open formations in South America.

Keywords: Bees, Biogeography, Neotropical, Open savanas, Cerrado, Abelhas

Palavras chave: Abelhas biogeografia, Neotropical, Savanas abertas, Cerrado, Abelhas

Introdução

As abelhas da tribo Tapinotaspidini representam elementos conspícuos da fauna Neotropical, sendo


comumente coletados tanto em áreas cobertas por florestas, quanto áreas com vegetação aberta. Todos
os gêneros são coletores de óleos florais em diversas famílias de plantas (Cocucci et al., 2002; Aguiar e
Melo, em prep.), sendo somente o gênero Tapinotaspoides coletor de secreções de tricomas extra-florais
(Melo e Gaglianone, 2005).
Os estudos sobre a biogeografia de abelhas da região Neotropical são ainda incipientes,
sendo os mais abrangentes aqueles publicados por Camargo e Moure (1996), Camargo (1996) e Ca-
margo e Pedro (2003), todos focados em clados associados principalmente a florestas úmidas. Poucos
estudos tratam da biogeografia de clados com distribuição centrada nas áreas abertas da América do
Sul (Silveira e Campos, 1995; Zanella, 2000, 2002; Aguiar e Melo, 2007a,b; Ramos e Melo, 2007).

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Material e métodos

O presente estudo envolveu a amostragem dos registros geográficos de material depositado em diver-
sas coleções, trabalhos de campo, revisões taxonômicas e reconstruções filogenéticas entre e dentro dos gêne-
ros da tribo Tapinotaspidini (Aguiar, 2006, em prep.; Aguiar e Melo, 2006, 2007a,b; Melo e Aguiar, 2008). As
hipóteses filogenéticas entre as espécies dos gêneros Caenonomada e Tapinotaspoides foram superpostas aos
padrões de distribuição geográfica, de modo a inferir as relações históricas entre as áreas de endemismo. Para
simplificação, as áreas de endemismo são referidas pelo nome do bioma em que estão inseridas.

Resultados e discussão

A tribo Tapinotaspidini representa um grupo cuja diversificação inicial parece ter ocorrido na porção
temperada da América do Sul. Segundo as hipóteses filogenéticas disponíveis (Roig-Alsina e Michener 1993),
o provável grupo irmão da tribo Tapinotaspidini seria a tribo Emphorini, que também exibe um padrão semel-
hante de diversificação e de associação com áreas cobertas por vegetação aberta e sob clima semi-árido.
Apesar da filogenia da tribo Tapinotaspidini ainda não estar completamente resolvida (Roig-Alsina,
1997; Aguiar e Melo 2006), hipóteses estáveis para os relacionamentos entre as espécies dentro da maioria
dos gêneros estão disponíveis (Zanella 2002; Coccuci et al. 2000; Aguiar, 2006, em prep.; Aguiar e Melo,
2006, 2007a,b; Melo e Aguiar, 2008).
Os gêneros Caenonomada, Tapinotaspoides e Tapinotaspis, que segundo as filogenias disponíveis
ocupam uma posição mais basal dentro da tribo, têm suas distribuições associadas principalmente à di-
agonal de áreas abertas secas (Figuras 1 e 2). Os três gêneros apresentam espécies endêmicas do Chaco,
Caatinga e Cerrado, exceto por Tapinotaspis que não tem ocorrência registrada no Cerrado.
Tapinotaspoides difere dos outros gêneros com distribuição nas áreas abertas da América do Sul por
possuir uma espécie endêmica nas savanas dos Llanos e florestas secas do norte da América do Sul (Melo e
Aguiar, 2008). A posição desta espécie como grupo irmão das demais do gênero (Aguiar e Melo, em prep.)
sugere um antigo intercâmbio entre as áreas abertas da porção sudeste da América do Sul com o Llano e
áreas secas da Colômbia e Venezuela (Figura 1).

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Figura 1. Filogenia para as espécies do gênero Tapinotaspoides superposta às respectivas áreas


de ocorrência.

Figura 2. Filogenia para as espécies do gênero Caenonomada superposta às respectivas áreas


de ocorrência.

O padrão de distribuição de Chalepogenus é mais complexo, com um grande número de espé-


cies com distribuição andina (Coccucci et al., 2000), embora as linhagens basais (parte delas ainda in-
édita; Melo e Aguiar, em prep.) estejam associadas à diagonal de áreas secas, incluindo os Pampas.
Apesar do gênero Monoeca apresentar posição incerta junto aos grupos basais da tribo, ele pos-
sui basicamente dois clados, um relacionado com as áreas florestadas do sudeste brasileiro (Melo in
Rozen et al., 2005) e outro principalmente com áreas abertas do Brasil central. A presença de espécies
endêmicas no México e América Central e ausência na bacia amazônica, incluindo sua porção su-
doeste, sugere a ocorrência de conexões pretéritas entre o sudeste com o noroeste da América do Sul e
América Central, semelhante ao observado para outros grupos de abelhas, incluindo Tapinotaspoides.
O gênero Lanthanomelissa está distribuído predominantemente sobre as áreas de campo e
margens da floresta ombrófila de araucária do sul do Brasil. Arhysoceble apresenta uma condição
especial, com cinco das espécies descritas ocupando a diagonal de áreas abertas, sendo o Cerrado es-
pecialmente diversificado, com três espécies. Xanthopedia apresenta uma condição intermediária na
ocupação de ambientes florestais e abertos, com dois clados, um deles com suas espécies distribuídas
nas áreas abertas e outro nas áreas florestadas.
Os gêneros Trigonopedia, Paratetrapedia, Lophopedia e Tropidopedia são predominantemente
de áreas florestadas, com algumas poucas espécies dos três últimos gêneros no Cerrado e não havendo
nenhum endemismo em áreas xéricas ou frias como o Chaco e a Caatinga. As filogenias disponíveis
para os gêneros sugerem que a ocorrência de endemismos no Cerrado representa uma condição deri-
vada na história desses clados (Aguiar e Melo, 2007b).

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A distribuição geográfica dos gêneros de Tapinotaspidini pode ser explicada, em parte, tam-
bém pela relação com as famílias de plantas fornecedoras de óleos, onde Malpighiaceae representa a
principal fonte nas áreas de floresta e no Cerrado, enquanto as demais famílias fornecedoras de óleo
(Krameriaceae, Scrophulariaceae, Solanaceae, Iridaceae) estão presentes somente nas áreas abertas
secas, como Cerrado, Chaco, Pampa e Caatinga. As espécies fornecedoras de óleo da família Orchi-
daceae também estão relacionadas com os grupos florestados, porém com menor importância que
Malpighiaceae, em função da sua menor abundância no meio.
As análises conduzidas com os padrões exibidos por Tapinotaspidini sugerem que as áreas aber-
tas da América do Sul apresentam uma história complexa, com subáreas diferentemente relacionadas
entre si. Dentre as principais áreas de endemismo, sugere-se que o Chaco seja um componente híbri-
do, contendo um Chaco “seco” mais estreitamente relacionado com a Caatinga e um Chaco “úmido”
diretamente relacionado com o Cerrado, e com eventos de dispersão sobre o Pampa. Estudos adicio-
nais envolvendo a filogenia da tribo deverão permitir um refinamento nos padrões de distribuição e
uma compreensão mais detalhada da evolução e biogeografia da fauna de abelhas da América do Sul,
principalmente aquela associada a áreas abertas. Como um passo adicional nesta direção, pretende-se
buscar reconhecer subáreas de endemismo no Cerrado e na Caatinga.

Agradecimentos

O primeiro autor agradece ao CNPq pela bolsa de pós-doutorado; ao Museum of Comparative Zool-
ogy (Harvard) pela bolsa de estudos que possibilitou visitar coleções entomológicas nos Estados Unidos.

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327

Biogeografia Histórica de Exomalopsis


(Phanomalopsis) Michener & Moure,
1957 (Apidae: Exomalopsini)
“Biogeografia de Exomalopsis (Phanomalopsis)”
Eduardo A. B. Almeida1,2 e Fernando A. Silveira1,3
1
Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas
Gerais. Cx. Postal 486. Belo Horizonte, MG. 30.123-970. Brasil
2
Endereço atual: Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Cx. Postal 19020.
Curitiba, PR. 81.531-980. Brasil. E-mail: eabalmeida@gmail.com
3
E-mail: fernando@icb.ufmg.br

Abstract

Historical Biogeography of Exomalopsis (Phanomalopsis) Michener & Moure, 1957 (Api-


dae: Exomalopsini). Species of Exomalopsis (Phanomalopsis) are distributed from the Argentinean
Patagonia to Texas (USA), with maximum diversity in semidesertic temperate areas in South Ameri-
ca. The historical biogeography of this bee subgenus is investigated through a cladistic biogeographic
approach, using the “Brooks Parsimony Analysis” (BPA). Areas of endemism for the species of E.
(Phanomalopsis) were delimited by contrasting their distribution patterns and areas defined for other
insect taxa, and seeking for congruent patterns. Morrone’s proposal for subdivision of Latin America
into biogeographic regions and provinces proved to be a good description of the distributional pattern
studied here, because they too were highly congruent. According to the results of the BPA, two ances-
tral events of vicariance are important to understand the history of E. (Phanomalopsis): the separation
of two clades, one in southern and one in northern South America, and the separation of an eastern
and a western lineage of species in southern South America.

Keywords: Biogeography, Neotropical Region, Bee, Apoidea

Palavras chave: Biogeografia, Região Neotropical, Abelha, Apoidea

Introdução

Exomalopsini é uma tribo de abelhas restrita às Américas, com diversidade máxima em áreas tem-
peradas desérticas e semidesérticas. As relações filogenéticas de Exomalopsini foram estudadas por Sil-
veira (1995), resultando em uma classificação revisada para os gêneros de Exomalopsini e para os sub-
gêneros de Exomalopsis. Conforme a proposta de Silveira, Exomalopsis passou a ser dividido em quatro
subgêneros: Exomalopsis s.str., E. (Diomalopsis), E. (Phanomalopsis) e E. (Stilbomalopsis). À exceção
de E. (Stilbomalopsis), todos os subgêneros são endêmicos ou mais diversificados na América do Sul.
Silveira (1995) demonstrou que E. (Phanomalopsis), com a remoção de um grupo de espécies
para E. (Stilbomalopsis), é um táxon monofilético. Silveira e Almeida (aceito) realizaram a revisão

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taxonômica de E. (Phanomalopsis) e propuseram uma hipótese filogenética para suas espécies. De


acordo com esse estudo, E. (Phanomalopsis) inclui 12 espécies, a maioria delas com distribuição
nas áreas temperadas e sub-tropicais da América do Sul, a leste dos Andes. De acordo com a análise
cladística, dois grandes grupos de espécies podem ser reconhecidos no subgênero: o grupo de E.
jenseni Friese e o grupo de E. aureosericea Friese. E. (Phanomalopsis) solitaria Brèthes seria o grupo
irmão dessas duas linhagens (Silveira e Almeida, aceito).
Com relação ao tipo de ambiente em que as espécies de E. (Phanomalopsis) ocorrem, as
seguintes informações são evidentes na análise: (1) no grupo auresosericea, o clado composto por
E. aureosericea e E. atlantica Silveira, que ocorrem no domínio da Floresta Atlântica, é o único que
ocorre em ambientes florestais; (2) o clado irmão destas espécies é formado por E. trifasciata Brèthes
e uma espécie nova, e se associa a biomas subtropicais e áreas de cerrado em altitudes mais altas; (3)
E. solitária e o grupo jenseni encontram-se distribuídos principalmente em ambientes semidesérticos
subtropicais ou temperados.
Neste trabalho, realizamos uma análise de biogeografia histórica das espécies de Exomalopsis
(Phanomalopsis).

Material e Métodos

Um dos maiores desafios no estudo da biogeografia histórica reside na delimitação de áreas de


endemismo informativas para o grupo taxonômico a ser investigado. Apesar de ser negligenciado por
vários autores, o tópico é de grande importância, pois dele depende a definição das unidades de cuja
história os métodos analíticos de biogeografia tratarão. Não existe consenso sobre um método de de-
limitação de áreas de endemismo que satisfaça as características de quaisquer grupos de organismos.
Com isso, a resposta dada por biogeógrafos tem sido bastante variada, desde a utilização de áreas defini-
das exclusivamente pela distribuição dos organismos (PAE, panbiogeografia de traços, etc.), o uso de
áreas propostas para outros grupos previamente estudados (e.g. províncias biogeográficas propostas por
Morrone, 2001, 2006), ou de áreas definidas com base em padrões globais de biodiversidade (e.g. ecor-
regiões sensu Olson e Dinerstein, 2002). Para o estudo das espécies de E. (Phanomalopsis) adotamos
uma abordagem híbrida, que incorporasse a distribuição conhecida destas abelhas e que levasse em
consideração os limites de áreas ou regiões de importância demonstrada para a biogeografia de outros
grupos de insetos. Os critérios propostos por Axelius (1991) foram inicialmente adotados para determi-
nar as menores unidades de área potencialmente importantes para as análises históricas (áreas formadas
pela sobreposição de duas espécies foram tratadas como áreas separadas das áreas não sobrepostas).
Morrone (2001, 2006) detalhou uma divisão da América Latina em províncias e regiões biogeográficas,
resultantes da congruência de estudos biogeográficos de diversos grupos de insetos. O padrão encontra-
do para as áreas de distribuição das espécies de E. (Phanomalopsis) foi comparado às regiões propostas
por Morrone (2001, 2006) e ajustado pela subdivisão ou fusão dessas regiões.
A árvore filogenética de consenso encontrada por Silveira e Almeida (aceito) foi adotada para
os procedimentos de biogeografia cladística realizados após a delimitação das áreas. Empregamos a
Análise de Parcimônia de Brooks (Brooks Parsimony Analysis—“BPA”), para as investigar o padrão
de biogeografia histórica de E. (Phanomalopsis). Após a sobreposição dos dados de distribuição das
espécies e as relações de parentesco entre elas (cladograma de táxons e áreas), uma matriz de dados foi
confeccionada para a análise de BPA primária e outra, para a BPA secundária (Brooks, 1981; Brooks et
al., 2001). As análises cladísticas foram realizadas com o PAUP* (Swofford, 2002). As distribuições de
várias espécies apresentam redundâncias, o que traz problemas à análise de BPA primária, que é ainda

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mais dificultada pela presença de espécies amplamente distribuídas, como E. trifasciata ou E. solitaria.
A BPA secundária busca eliminar os artefatos causados por distribuições amplas e redundância de áreas,
permitindo detectar os casos em que a presença atual de táxons em áreas se deve à história de vicar-
iância de seus ancestrais, dos casos em que distribuição atual dos organismos é resultado de eventos
secundários de, por exemplo, dispersão (Brooks ,1990; Brooks et al., 2001).

Resultados

O sistema de divisão da América Latina em províncias, subregiões e regiões, conforme pro-


posta de Morrone (2001, 2006) mostrou-se grandemente congruente com os padrões de distribuição
verificados para as espécies de E. (Phanomalopsis). As áreas de endemismo propostas para as espé-
cies estudadas, aplicando-se os princípios de Axelius (1991), foram congruentes às províncias bio-
geográficas ou consistiam de subdivisões das mesmas. As análises de BPA indicaram uma relação
de grupo irmão entre as áreas que compõem a Subregião Chaquenha (Morrone, 2001, 2006), com
exceção do Cerrado, e as áreas da Subregião Paranaense mais o Cerrado. As áreas localizadas ao norte
da América do Sul, América Central e sul da América do Norte foram posicionadas na base do clado-
grama de áreas, como grupo-irmão das demais. Esses resultados indicam dois eventos de vicariância
importantes para compreender a história das linhagens ancestrais de E. (Phanomalopsis). O primeiro
teria ocorrido entre grupos do norte e do sul da América do Sul e o segundo teria levado à formação
de uma linhagem ocidental e outra oriental dos ancestrais distribuídos no sul da América do Sul.

Discussão

Um grande número de estudos biogeográficos já foi realizado com grupos presentes nas Regiões
Neotemperada (e.g. Morrone, 1993) e Neotropical (e.g. Amorim e Pires, 1996 e referências citadas
nesse artigo), inclusive os realizados por Camargo e colaboradores para abelhas (Apidae, Meliponina)
(Camargo & Moure, 1994, 1996; Camargo, 1996; Camargo & Pedro, 2003). São mais raros, contudo,
os trabalhos que tratem de grupos com distribuição similar à de E. (Phanomalopsis). Isso dificulta a
comparação dos padrões encontrados neste trabalho e padrões mais gerais de relações entre as áreas
de endemismo onde as espécies de E. (Phanomalopsis) se distribuem. A comparação de hipóteses
biogeográficas diferentes permitirá, quando isso for possível, buscar indicações de eventos de vicar-
iância comuns, o que aumenta a confiabilidade das hipóteses biogeográficas.
Por outro lado, foi possível verificar grande congruência entre os padrões de distribuição das
espécies de E. (Phanomalopsis) e das áreas generalizadas resultantes do estudo de muitos táxons
(Morrone, 2001, 2006). Uma exceção a isso foi a indicação de proximidade entre Cerrado e áreas da
Subregião Paranaense, já que, de acordo com Morrone, o Cerrado deveria se mostrar mais proxima-
mente relacionado às demais áreas da Subregião Chaquenha. Cabe ressaltar, contudo, que a espécie
de E. (Phanomalopsis) com ocorrência no cerrado e em áreas do sul do Brasil segue o padrão descrito
por Silveira e Cure (1993) para várias espécies de abelhas. Espécies com distribuição em grande
parte da Região Sul do Brasil e, em alguns casos, de países fronteiriços, não são encontradas em áreas
baixas da Região Sudeste, mas podem se distribuir, disjuntamente, em elevações acima de 1000 m
em Minas Gerais e no Planalto Central Brasileiro. A presença desta espécie exclusivamente em áreas
elevadas é indicativa, por si só, de relação mais próxima à Subregião Paranaense que com as áreas da
Subregião Chaquenha, apesar de sua presença no interior do domínio do Cerrado. É interessante que
o sistema de regionalização biogeográfica proposto por Morrone (2001, 2006) permite comparações

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de congruência com distribuição de táxons, como com resultados de uma análise de biogeografia
cladística, devido à natureza hierárquica desse sistema.
Vanzolini (1974) descreveu como típica a fauna de ambientes de vegetação aberta da grande
diagonal da América do Sul, que vai do noroeste argentino ao Maranhão e engloba os biomas Caat-
inga, Cerrado e Chaco. No caso de E. (Phanomalopsis), as espécies se distribuem em áreas abertas
também, mas não ocorrem na Caatinga e, no Cerrado, apenas por uma espécie restrita a áreas altas,
como discutido acima. Ao invés da diagonal de áreas de vegetação aberta a nordeste do Chaco, dois
eixos geográficos partindo do Chaco descrevem a distribuição das espécies de E. (Phanomalopsis).
O primeiro eixo, a norte, inclui as espécies distribuídas do norte da América do Sul até a América
do Norte. O segundo eixo passa pela Província do Pampa e compreende as províncias da Subregião
Paranaense e estende-se até o Planalto Central Brasileiro. A diferenciação dos grupos de espécies
distribuídos no Chaco e áreas adjacentes, e nesses dois eixos pode ter ocorrido em resposta a eventos
ancestrais de vicariância, conforme os resultados das análises de biogeografia histórica. Hipóteses
referentes às áreas ocupadas pelo ancestral de E. (Phanomalopsis) dependerão de uma compreensão
melhor das relações filogenéticas entre este grupo e os demais subgêneros de Exomalopsis.

Agradecimentos

À Kelli Ramos, ao Gabriel Melo e ao Antonio Aguiar por discussões sobre biogeografia da
Região Neotropical. Ao CNPq pela bolsa de Pós-Doutorado Júnior concedida a E.A.B. Almeida
(Proc. 150626/2007-0).

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Biogeography of the Xeromelissinae


(Hymenoptera: Colletidae)
Biogeography of the Xeromelissinae
Laurence Packer1 e Eduardo A. B. Almeida2
1
Department of Biology, York University, 4700 Keele St. Toronto, ON, M3J 1P3, Canada
2
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Cx. Postal 19020. Curitiba, PR.
81.531-980. Brasil. E-mail: eabalmeida@gmail.com

Abstract

We present the results of a Brooks Parsimony Analysis and Dispersal-Vicariance Analysis of


the historical biogeography of the bee genus Xeromelissa based upon a preliminary phylogenetic
analysis of morphological data. We perform more cursory investigations of the biogeography of other
groups within the subfamily that have yet to receive phylogenetic analysis.

Keywords: Bees, Brooks parsimony analysis, Dispersal-vicariance analysis, Neotropical,


Phylogeny

Introduction

The Xeromelissinae is a subfamily of the bee family Colletidae. It is largely restricted to South
America, with a few species reaching Central America and Mexico (Ascher et al., 2008; Michener,
2007). They are predominantly small bees and most species nest in pithy stems, although some are
known to nest in loose sand (Packer, 2006). There are 122 described species in the subfamily (Ascher
et al., 2008), with at least an additional 65 species awaiting description.
The subfamily is divided into 4 genera: Chilicola, Geodiscelis, Xenochilicola and Xerome-
lissa. Based upon morphological data, the phylogenetic relationships among the genera are: Chili
cola[Xenochilicola[Geodiscelis+Xeromelissa]] (Packer, 2008). However, molecular and combined
morphological and molecular data (albeit with a different sample of taxa), suggest the relationship:
[[Xenochilicola+Chilicola][Geodiscelis+Xeromelissa]] (Almeida et al., 2008).
Two of the genera are small: Geodiscelis has two described species (Packer, 2005), with one
undescribed species known and Xenochilicola has three described species (Genaro and Packer, 2005)
with another two undescribed. Xeromelissa, including the recently subsumed Chilimelissa, is known
from 21 described species with at least another 19 awaiting description (Packer, unpublished data).
This genus is known for the remarkable modifications of the mouthparts and extreme development of
secondary sexual characteristics of males in some species.
The remaining genus, Chilicola, is by far the largest with 96 described species (Ascher et al.,
2008) and approximately 50 undescribed. It is the only xeromelissine genus that has been divided into
subgenera, of which there are 15, the phylogenetic interrelationships among which were studied by
Packer (2008). This genus is also known for elaborate secondary sexual characteristics in the males
in some subgenera.

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Materials and Methods

Phylogenetic analyses are available for the subfamily at the generic level (Packer, 2008;
Almeida et al., 2008), for subgenera of Chilicola (Packer, 2008) and for species of the subgen-
era Chilicola s. str. (Gibbs and Packer, 2006), Chilioediscelis (Willis and Packer, 2007) and
Oroediscelis (Michener, 2002). A preliminary phylogenetic analysis of the genus Xeromelissa,
including the 19 undescribed species, is also available (Packer L, unpublished results) and this
was used for biogeographic analyses of its species. For both the more cursory and the detailed
analyses, we apply the known geographic distributions of taxa to the biogeographic regions and
provinces as outlined by Morrone (2006).
Two analytical methods were used to examine the historical biogeogeography of Xeromelissa:
primary Brooks Parsimony Analysis (BPA) (Brooks, 1990; Brooks et al., 2001) and Dispersal-Vi-
cariance analysis: (DIVA) (Ronquist, 1996, 1997). For these analyses, we used as input information
the phylogenetic and distributional information encoded on the taxon-area cladogram. DIVA allows
reconstruction of ancestral distributions, maximizing vicariant events and minimizing dispersal and
extinction events, but unlike pattern based methods of cladistic biogeography (e.g. BPA), it allows
nonhierarchical area relationships (Ronquist, 1997). To reconstruct the ancestral distribution of clades
of Xeromelissa, we used DIVA 1.1 (Ronquist, 1996). We expect that the application of multiple ana-
lytical approaches may provide evidence of ancestral events of vicariance responsible for present-day
distribution of the lineages of Xeromelissa.
Because most subgenera of Chilicola are both moderately widespread and have yet to receive phy-
logenetic treatment, we provide only superficial comments on the historical biogeography of these bees.

Results

The Xeromelissinae are known from all of Morrone’s biogeographic regions but by far most
species are found in the South American transition zone and the Andean region; ie the western and
southern portions of the continent (Table 1). This is not surprising for a group whose closest relatives
are primarily Gondwanan (Almeida, 2007). Only a few subgenera of Chilicola are found outside of
these two regions. The humid parts of the Neotropical region are inhabited by species in the subgenera
Hylaeosoma, Pseudiscelis, Prosopoides and Oediscelisca and all except perhaps Pseudiscelis seem
more diverse in this region than further west or further south. The more northern Nearctic Region and
Mexican Transition Zone are inhabited only by some species of Anoediscelis and Hylaeosoma.
At a finer scale, the high altitude Puna Biogeographical Province also has large numbers of
Anoediscelis and Hylaeosoma species and the subgenus Oroediscelis seems restricted to this region
and has radiated there to comprise at least 17 species.
Three subgenera are primarily restricted to the Andean region (Chilicola s. str., Chilioediscelis,
Toroediscelis) with several species being found in both southern Argentina (Chubut and/or Santa
Cruz) and Maule biogeographic provinces. Mapping of geography onto the phylogeny for the first
two of these subgenera suggest additional vicariance or dispersal events between these two biogeo-
graphic provinces.
One subgenus (Heteroediscelis) is endemic to Chile, extending from Atacama to Maule prov-
inces, while three subgenera are restricted to Argentina. Two (Unicarinicola and Obesicola) are
found from Central Patagonia to the Prepuna and the other, monospecific subgenus, Capitatiscopa is
known only from the Prepuna.

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A preliminary phylogeny for species of the genus Xeromelissa is provided in figure 1, based
upon 96 morphological characters. It resulted from 2 rounds of successive approximations character
weighting starting from 13 equally most parsimonious trees with a length of 557, CI of 49 and RI of
74. The biogeographic provinces from which the species are known are listed in the figure legend.
Most outgroup and almost half of the species of Xeromelissa are known only, or primarily, from
the Atacama biogeographic province.
Brooks Parsimony Analysis and Dispersal-Vicariance Analysis indicated the biogeographic

Figure 1. Most parsimonious tree resulting from successive approximations character weight-
ing as explained in the text. The biogeographic provinces are shown by numbers after the species
name and are as follows: 1-Coastal Peruvian Desert, 2-Puna, 3-Atacama, 4-Prepuna, 6-Coquimbo,
7-Santiago, 8-Maule, 9-Central Patagonia.

The genera Xenochilicola and Geodiscelis are found primarily in the South American transi-
tional zone and as these are the genera most suitable as outgroups for Xeromelissa, it seems probable
that a transitional zone biogeographic origin for the latter genus can be posited.

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proximity of provinces in central and southern Chile (Santiago, Coquimbo, Maule, and Patagonia,
all comprised in the Andean Region sensu Morrone, 2006). These provinces were separated from the
northern biogeographical provinces (Atacama, Coastal Peruvian Desert, Puna, and Prepuna, com-
prised in the South American transition zone sensu Morrone, 2006) by a series of vicariance events
that occurred prior to the separation of the provinces of the Andean Region.

Discussion

The results of the phylogenetic analysis and biogeographic mapping, suggest an Atacamanian
origin for the genus Xeromelissa. Almost half of the known species occur in this region. One major
clade of the genus is restricted to the eastern side of the Chilean/Argentinean border primarily in the
Puna and Prepuna biogeographical provinces. This clade contains 10 species, only one of which, the
Central Patagonian X. irwini, has been described. As this is a comparatively deep divergence within
the phylogeny, it is possible that its origin represents a vicariance event coinciding with the rapid
uplift of the Andes 10-7 million years ago (Garzione et al., 2006). In addition to this group of species,
three other Xeromelissa are known from Argentina: X. australis (Toro and Moldenke) and an unde-
scribed species related to it and a single specimen that is indistinguishable from X. pedroi. These are
undoubtedly more recent events and may be indicative of dispersals.
Another major clade occurs outside but to the south of the Atacama biogeographical province.
This is the clade encompassing X. machi and X. farellones and it is found primarily in the Santiago
and Maule biogeographic provinces.
Other than these two major groupings, there are few species that occur outside of the Atacama bio-
geographic province or the adjacent Coquimbo province to its south. One undescribed species related to
X. nortina is found near Santiago, and three species are found in Southern portions of the Coastal Peru-
vian Desert, though two of them are likely on the margins of the Atacama biogeographic province.
Among the Xeromelissinae, the only species (other than X. pedroi noted above) that are found on
both sides of the Andean divide are southern (i.e. Patagonian) species. These include C. hahni, lonco,
michelbacheri, vernalis (all in subgenus Oediscelis), C. (Chilicola s.str.) aisenensis and C. (Chilioedis-
celis) mirzamaleae. Finding species on either side of the national border between Chile and Argentina
is not so surprising this far south as the Andes are much lower than they are further north.
Southern South America had a complex history of vicariance in the Cenozoic because of a num-
ber of marine introgressions (Donato et al. 2005). The subdivision of a currently continuous area, such
as Chile, into a number of isolated patches of land has been hypothesized to be responsible for the
concordant biogeographic patterns found in a number of studies in Chile (Soares and Carvalho, 2005
and references therein). This also helps explaining why it is possible to propose a regionalization of
southern South America that is highly congruent for a number of groups of insects (Morrone, 2006).
Additional complexities in the biogeography of the Atacama desert are not as well accounted for
in Morrone’s classification of biogeographic regions of Latin America. In particular, the rapid switch
from winter to summer rainfall as one moves northwards in the Atacama. For example, at Caspana
(220S, 3260m), east of Calama, approximately 90% of the 73 millimetres of mean annual rainfall oc-
curs in the months of January to March whereas at Potrerillos (26.50S, 2850m), only 200km south, only
10% of the annual rainfall occurs in these months with almost all the rest falling between June and
September (Betancourt et al., 2000). Several pairs of related species have one species within the winter
rain and one within the summer rainfall parts of the Atacama: X. sielfeldi+ X.nortina, X. nolanai+X.sp
11, X. xanthorhina+X. wilmattae (in each case the first named member of a pair is the more southern).

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Two additional species are found in areas of both winter and summer rainfall – X. luisa and X. rozeni.
It would be interesting to perform molecular taxonomic studies on these two species.
The Atacama desert is the oldest in the world (Hartley et al., 2005) having been arid for approxi-
mately 150 million years, i.e. since before the origin of bees. This clearly has given the region time for bee
diversification in an arid environment. However, the hyperaridity of the Atacama began only in the mid
Miocene (Latorre et al., 2003). Obtaining some estimates of the relative ages of xeromelissine lineages,
as for example has been done for Halictine bees (Brady et al., 2006) could prove very illuminating for the
biogeographic history of these bees that seem to have diversified in the world’s oldest and driest desert.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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SI MPÓSIO 15

APRESENTAÇÕES ORAIS DOS PÓS GRADUANDOS


DO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO DE ABELHAS - LBDA - USP

Coordenador: Aline Mackert dos Santos

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Exoesqueleto de Apis mellifera:


Modelo Ontogenéticona Investigação da
Maturação Cuticular em Abelhas Corbiculadas
Moysés ELIAS-NETO; Márcia Maria Gentile BITONDI
Departamento de Biologia; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo
Ribeirão Preto, SP, Brasil
meliasneto@pg.ffclrp.usp.br

Apis mellifera exoskeleton as an ontogenetic model in studies on corbiculate bees cuticular


maturation.

Abstract

The evolutionary success of the insects is, to a large extent, due to the structural and mechanical
properties of the integument, which is made up of an outer cuticle layer and the subjacent epidermis.
As an effective interface between the insect soft body and the environment, the integument performs
all the functions of a skin and of an exoskeleton. Building and maturation of the adult exoskeleton
include complex biochemical pathways, which culminate in cuticle pigmentation and sclerotization.
It was our aim to characterize the morphogenesis of exoskeleton in the honey bee as a first step for
an evolutionary approach on cuticular maturation in corbiculate bees. Exoskeleton formation and dif-
ferentiation were investigated using conventional histology, and reverse transcription PCR for char-
acterization of the expression of a molecular marker of cuticle sclerotization, the gene encoding lac-
case, Amlac 2. Our analyses evidenced that Amlac 2 is highly expressed in the integument of pharate
adults in correlation with cuticle synthesis and differentiation. A comparative approach using honey
bee workers, queens and drones also revealed caste- and sex-specific patterns of adult integument
differentiation. We now intend to verify whether the heterochrony of cuticle tanning, or the delay in
adult exoskeleton maturation in eusocial bees, is effectively an evolutionary conserved ontogenetic
phenomenon related to sociality. Such ontogenetic and evolutionary approaches possibly will yield a
comprehensive view of integument differentiation in corbiculate bees.

Key-words: Apis mellifera, exoskeleton, morphogenesis, corbiculate bees

Introdução

O exoesqueleto (cutícula) é considerado um dos grandes responsáveis pelo sucesso evolutivo


dos insetos. Isso se deve não só à proteção e ao suporte que lhes confere, mas também à interface que
representa entre o animal e o meio ambiente. Pode ser dividido em duas camadas: a epicutícula, fina,
de composição extremamente complexa (lipídeos e uma variedade de proteínas), e internamente a
procutícula, espessa, contendo proteínas e o polissacarídeo estrutural quitina (Hepburn, 1985). Toda

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340

essa estrutura é produto de secreção da camada celular epidérmica subjacente, sendo, portanto, fisio-
logicamente indissociável dela. O conjunto formado pela epiderme e a cutícula é denominado tegu-
mento, cenário de grandes modificações durante a metamorfose.
A cutícula apresenta uma série de particularidades inerentes à espécie biológica, à etapa do desen-
volvimento e à localização no corpo do animal. Tamanha variação se relaciona às pressões pelas quais
passam os diferentes organismos ao longo de seus ciclos de vida e de sua diversificação evolutiva.
Ontogeneticamente podem ser distinguidos dois tipos básicos de cutícula: a incolor, flexível
e reativa, e a pigmentada, rígida e estabilizada. O segundo tipo deriva necessariamente do primeiro,
que se diferencia por um processo denominado “tanning” (“curtimento”), caracterizado pelo es-
curecimento (melanização) e pelo enrijecimento (esclerotização). A maturação do exoesqueleto é
uma característica marcante da metamorfose, particularmente no que diz respeito à diferenciação
do adulto. Tal processo, entre outros fatores, é conseqüência da ação de enzimas denominadas
lacases e se relaciona intimamente às oscilações do título de ecdisteróides na hemolinfa.
Nesse contexto, o exoesqueleto de Apis mellifera possui um prolífico potencial em investi-
gações do processo de maturação cuticular. Os diferentes estágios do desenvolvimento pré-ima-
ginal das castas e sexos desta abelha já foram caracterizados (Rembold et al., 1980; Michelette e
Soares, 1993; Nunes-Silva et al., 2006; Tozetto et al., 2007). Também são conhecidos os títulos
de ecdisteróides que regem o último estágio larval das fêmeas (Rachinsky et al., 1990) e o está-
gio pupal de fêmeas e zangões (Feldlaufer et al., 1985; Pinto et al., 2002; Tozetto et al., 2007).
Entretanto, são escassos e relativamente antigos os trabalhos que utilizaram esta espécie como
modelo biológico em estudos da cutícula. Thompson (1978) descreveu, embora sem documen-
tação, a histologia da cutícula durante o desenvolvimento do adulto de Apis mellifera adansonii
(raça africana). Em uma abordagem comparativa, também foram investigadas algumas proprie-
dades químicas e mecânicas da cutícula desta sub-espécie (Thompson e Hepburn, 1978; Ander-
sen et al., 1981).
O objetivo do presente trabalho envolve o estudo da morfogênese do exoesqueleto de Apis
mellifera em um contexto morfológico, fisiológico e genético. Em caráter comparativo, foram con-
trastados tegumentos de sucessivas fases do desenvolvimento e provenientes de diferentes regiões
corporais com distintos graus de maturação, bem como tegumentos de operárias, rainhas e zangões no
âmbito da diferenciação dos sexos e das castas. Tal pesquisa teve como finalidade a construção de um
modelo de investigação a ser utilizado na busca por padrões ontogenéticos e evolutivos do processo
de maturação do exoesqueleto em abelhas corbiculadas.

Materiais e Métodos

Material biológico
Operárias, rainhas e zangões de Apis mellifera africanizada foram coletados no apiário experimen-
tal da Universidade de São Paulo (USP) – Campus Ribeirão Preto. A identificação das diferentes fases
do desenvolvimento se baseou nos trabalhos de Thompson (1978) e de Michelette e Soares (1993).

Dissecção do tegumento
A porção dorsal do tegumento torácico e abdominal de pupas e adultos em desenvolvimento foi
dissecada e submetida a uma lavagem rápida em solução de Ringer (NaCl 0,17M; KCl 0,01M; CaCl2
0,003M), onde foi isolada, o quanto possível, de corpo gorduroso e músculos.

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Histologia do tegumento
Tegumentos torácicos e abdominais de operárias, rainhas e zangões recém-emergidos foram
contrastados por meio de preparações histológicas convencionais para microscopia óptica. O mate-
rial dissecado foi fixado por 24 horas a 4°C em solução de 4% de paraformaldeído em tampão fosfato
(0,1M; pH 7,3). Em seguida, as amostras foram desidratadas em uma série de soluções de concen-
trações crescentes de etanol (70%, 80%, 90% e 95%), permanecendo 30 minutos em cada solução.
Após a desidratação, os tegumentos foram infiltrados por 24 horas em metacrilato e transferidos para
fôrmas apropriadas contendo resina de polimerização (Historesina-Leica), onde permaneceram por
mais 24 horas à temperatura ambiente. Após a secagem completa dos blocos, estes foram retirados
das fôrmas para a realização de cortes histológicos de 5µm com navalhas de vidro. Os cortes foram
montados em lâminas de vidro e deixados em estufa a 50°C por cerca de 2 horas. Após este período,
as lâminas foram coradas com uma solução de azul de metileno e fucsina básica por 3 minutos, la-
vadas rapidamente em água destilada e seladas com lamínula em Entellan. Os cortes de tegumento
foram então examinados e fotografados em microscópio óptico (Axioskop II, Zeiss).

Estudo de expressão do gene codificador da enzima Lacase 2, Amlac 2, por RT-PCR semi-
quantitativa
Tegumentos de pupas e adultos de operárias devidamente dissecados foram colocados ime-
diatamente em Trizol (Invitrogen), com o número estipulado de 6 tegumentos por amostra. O RNA
total foi extraído segundo recomendações do fabricante do Trizol. Após tratamento com DNAse I, a
primeira fita de cDNA foi sintetizada a partir de uma quantidade padronizada de 6 µg de RNA total,
utilizando-se o sistema de síntese da SuperScript TM II (Invitrogen). Para as amplificações por PCR
(Applied Biosystems, geneAmp®, PCR System 9700) foram utilizados os cDNAs sintetizados e prim-
ers específicos para o gene Amlac 2 (GB11321 - http://zulu.fmrp.usp.br/beelab) (F: 5’ GGT ACG
CAC TTC TGG CAC G e R: 5’ CGT CAT GAA ACC GGT GTT G 3’) nas seguintes condições:
desnaturação inicial a 95ºC por 2 minutos; seguida por 30 ciclos (desnaturação/anelamento/exten-
são) de 94ºC, 30 segundos / 58ºC, 45 segundos /72ºC, 50 segundos; e uma extensão final a 72ºC por
10 minutos. O controle da amplificação foi realizado utilizando-se primers específicos para o gene
codificador de actina de Apis mellifera, de expressão constitutiva, Amact (AB023025) (F: 5’ TGC
CAA CAC TGT CCT TTC TG 3’ e R: 5’ AGA ATT GAC CCA CCA ATC CA 3’). Neste caso, as
condições de amplificação seguiram os mesmos padrões das usadas para Amlac 2, com exceção dos
valores específicos para a temperatura de anelamento dos primers (62º C) e do número de ciclos (27).
É importante ressaltar que o número de ciclos das reações de amplificação, tanto de Amlac 2 como de
Amact, foi testado e definido de modo a evitar saturação. Por fim, o cDNA amplificado por PCR foi
analisado em gel de agarose 1% contendo brometo de etídio (0,01µl/ml de gel de agarose) em tampão
1x TBE (0,45M Tris Base; 0,45M Ácido Bórico; 0,5M EDTA, pH 8,0). Após a eletroforese, cada gel
foi visualizado digitalmente com o uso de um foto-documentador KODAK EDAS 290. Um marcador
de peso molecular com intervalo de 100 pares de base foi utilizado em uma das pistas de cada gel.

Resultados

A diferenciação do tegumento adulto de Apis mellifera ocorre essencialmente durante a fase


“farata” de desenvolvimento, condição na qual uma nova forma ontogenética se diferencia ainda
envolvida pela cutícula da forma anterior, ou seja, da pupa. Nesse período são observadas todas as
etapas características do ciclo de muda. Após a apólise, ou desprendimento da cutícula pupal, a epi-

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derme se reorganiza por proliferação celular e pseudo-estratificação e inicia a síntese do exoesqueleto


imaginal. Em seguida, é observado um período de deposição cuticular. Essa etapa é então sucedida
por um período de diferenciação cuticular, marcado pela melanização e pela intensificação da escle-
rotização. Durante este processo, a cutícula que recobre o tórax torna-se mais rígida e escura e se
diferencia mais rapidamente que aquela que recobre o abdome. (Elias-Neto M, Soares MP e Bitondi
MMG, submetido para publicação).
A transcrição do gene Amlac 2 foi analisada no tegumento de pupas e adultos faratos, em op-
erárias, através da avaliação da abundância relativa de transcritos por RT-PCR semi-quantitativa.
Também foram contrastados tegumentos provenientes de diferentes regiões do corpo (tórax e ab-
dome). O perfil transcricional gerado evidenciou correspondência com os processos de diferenciação
do tegumento, bem como com a oscilação do título de ecdisteróides na hemolinfa (Figura 1). Há o

Figura 1: Transcrição diferencial de Amlac 2 no tegumento de operárias de Apis mellifera.Tran-


scritos codificadores de Lacase 2 em amostras de tegumentos do dorso do tórax e do dorso do abdome
em pupas e adultos faratos. O perfil transcricional foi contrastado com a flutuação do título de ecdis-
teróides na hemolinfa (baseado em Pinto et al., 2002) e com as sucessivas etapas de morfogênese do
exoesqueleto características do estágio pupal. RT-PCR semi-quantitativa visualizada em gel de agarose
1% corado com brometo de etídio. A transcrição do gene Amact (codificador de actina em Apis mel-
lifera) foi utilizada como controle da amplificação devido ao seu padrão constitutivo característico.

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predomínio de transcritos no período farato. A transcrição atinge seus níveis mais elevados ainda
durante o período de síntese da cutícula adulta, mantém-se alta na fase de diferenciação cuticular e se
atenua nas vésperas da ecdise. Nota-se ainda um relativo atraso no início da transcrição desse gene
no tegumento abdominal.
Em abordagem comparativa, tegumentos de operárias, rainhas e zangões adultos recém-emer-
gidos foram analisados por meio de preparações histológicas convencionais para microscopia óptica.
A análise revelou um grau de maturação cuticular diferencial entre as castas e sexos. (Figura 2). No
momento da emergência da célula de cria, o exoesqueleto dos machos se apresenta relativamente
mais pigmentado e esclerotizado em comparação ao das fêmeas. Levando-se em consideração as cas-

Figura 2: Análise histológica comparativa do tegumento Cortes sagitais (5 µm) do tegumento


torácico dorsal e do tergito do terceiro segmento abdominal de operárias, rainhas e zangões recém-
emergidos da célula de cria. Os cortes foram corados com solução de azul de metileno e fucsina
básica. ct (cutícula); ep (epiderme).

tas, a cutícula de rainhas se encontra em um estágio de diferenciação levemente atrasado em relação


à de operárias. Ambos os padrões, casta e sexo-específicos, são observados tanto para o tegumento
torácico quanto para o abdominal.

Discussão

Pode-se dividir o período farato do desenvolvimento do adulto em Apis mellifera em duas


fases distintas (uma de síntese e outra de diferenciação cuticular), com base no próprio padrão
de morfogênese do tegumento. Duas ou mais subdivisões de cada um desses períodos podem ou
não ser caracterizadas, dependendo da conveniência, levando-se em consideração a espessura e
gradação de cor da cutícula.

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A análise da transcrição diferencial de Amlac 2 ao longo da morfogênese do tegumento, tanto


no tempo como no espaço, evidenciou fortemente uma relação entre a ação da enzima Lacase 2 e a
diferenciação do exoesqueleto imaginal. Os resultados sugerem ainda uma possível regulação da ex-
pressão desse gene exercida por hormônios ecdisteróides. Padrões de transcrição similares já foram
caracterizados para o gene Mslac 2, do lepidóptero Manduca sexta (Dittmer et al., 2004), e para os
genes Tclac 2 e MaLac 2, dos coleópteros Tribolium castaneum e Monochamus alternatus, respec-
tivamente (Arakane et al., 2005; Niu et al., 2008). Dessa forma, o perfil transcricional de genes codi-
ficadores de Lacase 2 em diferentes espécies pode oportunamente ser utilizado como um marcador
genético relacionado à maturação cuticular.
Os resultados das preparações histológicas do tegumento de operárias, rainhas e zangões são
condizentes com os respectivos perfis cronológicos de desenvolvimento. Sabe-se que o tempo total de
ontogênese dentro da célula de cria, desde a postura do ovo até a emergência do adulto, varia na faixa
de 14-17 dias para rainhas, 16-24 dias para operárias e 20-28 dias para zangões (Winston, 2003). Ainda
que os valores absolutos oscilem em função de uma série de fatores (temperatura do ninho, nutrição
da cria, posição da célula no favo, tipo de raça da abelha, etc), a relação de tempo zangão > operária
> rainha se mantém incondicionalmente em cada colméia. Esse descompasso no desenvolvimento
das castas e sexos é decorrente principalmente de diferenças na duração do período metamórfico (pu-
pação e diferenciação do adulto). Dessa forma, os diferentes graus de maturação do exoesqueleto do
adulto recém-emergido podem ser explicados pelo próprio padrão heterocrônico de desenvolvimento
pré-imaginal, casta e sexo-específico. As rainhas emergem de modo relativamente precoce e apresen-
tam nessa ocasião o exoesqueleto em estado ainda imaturo, enquanto os zangões passam pela ecdise
imaginal mais tardiamente e assim emergem das células de cria num momento em que a cutícula já se
encontra em acentuado grau de diferenciação. As operárias apresentam um cenário intermediário.
Em outras espécies de abelhas corbiculadas, entretanto, o processo de maturação do exoesquele-
to é muito pouco explorado. Apesar de uma série de estudos envolvendo glândulas exócrinas associa-
das ao tegumento (revisão em Cruz-Landim e Abdalla, 2002), a diferenciação cuticular foi abordada
com maiores detalhes apenas em Melipona quadrifasciata (Meliponini) (Oliveira, 1997).
A escassez de trabalhos, no entanto, não é condizente com o grande potencial investigativo
nesse grupo de abelhas. A eussocialidade representa uma interessante oportunidade para o teste de
hipóteses evolutivas relacionadas a mecanismos adaptativos do tegumento ao contexto social. O am-
biente protetor das colônias possivelmente reflete um relaxamento das pressões seletivas sobre a
diferenciação cuticular, permitindo, por exemplo, a emergência de adultos com exoesqueleto relati-
vamente imaturo. A heterocronia da maturação cuticular aparentemente é um fenômeno ontogenético
conservado ao longo da evolução de abelhas altamente sociais, em comparação ao padrão observado
em abelhas solitárias ou primitivamente sociais.
Assim, a utilização de marcadores relacionados à diferenciação do exoesqueleto, sejam mor-
fológicos (melanização e eclerotização da cutícula), fisiológicos (título de ecdisteróides) ou genéticos
(estrutura e expressão de genes codificadores da Lacase 2), representa uma interessante estratégia
para a investigação da evolução da maturação cuticular em abelhas corbiculadas.

Agradecimentos

A Luís R. Aguiar, pelo apoio técnico no apiário experimental.


À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo suporte científico
e financeiro (processos 05/03301-5 e 07/08300-2).

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Genes Codificadores de Proteínas Cuticulares em


Abelhas Apis mellifera: Expressão Diferencial e
Regulação Durante a Formação do Exoesqueleto
Michelle Prioli Miranda Soares1, Moysés Elias Neto2, Márcia Maria Gentile Bitondi3
miprioli@pg.ffclrp.usp.br, 2meliasneto@pg.ffclrp.usp.br, 3mmgbit@usp.br
1

Departamento de Biologia; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto


Universidade de São Paulo
Ribeirão Preto, SP, Brasil

Differential expression and regulation of cuticle protein genes during exoskeleton formation in
the honeybee, Apis mellifera.

Abstract

The insect cuticle (exoskeleton) is composed of proteins and chitin arranged in a way to provide
protection to inner tissues. Insects produce a new cuticle every time they molt, and this requires activation
and repression of specific cuticle protein genes. Studies on these genes in the honeybee are important for
the knowledge of cuticle structure and metamorphosis in social insets in comparison with non-social in-
sects, for which cuticle protein genes have long been studied. In this context, our goal was to characterize
the structure and expression of three cuticle protein genes - AmelCPR14, AmelCPR18 and AmelGRP - in
the honeybee. The corresponding cDNAs were partially sequenced, the genomic sequences were identi-
fied in the published honeybee genome and their respective structures were characterized. To investigate
whether these genes are hormonally regulated, experiments were performed to manipulate the levels of
ecdysteroids in vivo, or in integument pieces incubated in vitro. We verified that the three honeybee cu-
ticle protein genes are extensively transcribed during the pharate adult stage, just when the adult cuticle is
being synthesized. A decrease in AmelCPR18 and AmelGRP gene expression precedes the adult ecdysis,
but a high level of AmelCPR14 transcripts is maintained throughout the adult stage. A pulse of 20E is
required for the increase in expression of AmelCPR14 and AmelGRP, but not of AmelCPR18. Together,
our analyses revealed differences in the structure and expression of these genes, and in their responses to
20E, and strongly suggest that they have a role in adult exoskeleton construction.

Key-words: Cuticle protein genes; Apis mellifera; Ecdysteroids; Integument; Honeybee

Introdução

A cutícula dos insetos funciona como um exoesqueleto, protegendo os tecidos internos e for-
necendo suporte estrutural e mecânico ao organismo. Dentre seus principais componentes destacam-
se filamentos de quitina embebidos em uma matriz de proteínas estruturais distintas – as proteínas
cuticulares – secretadas pela epiderme subjacente. Juntos, esses componentes proporcionam ao ex-
oesqueleto vários graus de flexibilidade, dureza e estabilidade (Willis et al., 2005).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
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O crescimento dos insetos depende da renovação periódica da cutícula, que se desprende e é


digerida enquanto ocorre a biossíntese de uma nova cutícula, substituta. Tal renovação caracteriza
a muda e metamorfose e ocorre às custas da ativação ou repressão de conjuntos de genes. Todo este
processo é coordenado por hormônios, com destaque para os ecdisteróides. De acordo com o modelo
proposto por Ashburner, a ação dos ecdisteróides é mediada pelo receptor de ecdisona (EcR) que acop-
lado à proteína ultraspiracle (Usp) induz a transcrição de um conjunto de genes (early genes), que por
sua vez codificam proteínas transreguladoras, as quais induzem secundariamente a transcrição dos late
genes (Ashburner, 1990). As proteínas cuticulares estruturais são produtos dos late genes, ou genes
codificadores de proteínas cuticulares, ou simplesmente, ‘genes cuticulares’. A transcrição destes genes
geralmente requer ativação por níveis relativamente altos de ecdisteróides (Braquart et al., 1996). No
entanto, a expressão de alguns ‘genes cuticulares’ somente ocorre após o pico de ecdisteróides, quando
o título destes hormônios decai (Hiruma e Riddiford, 1990; Apple e Fristrom, 1991).
O grande avanço nas técnicas moleculares e a conclusão do genoma de alguns insetos têm con-
tribuído para a identificação de várias seqüências codificadoras de proteínas cuticulares. Os dados e in-
formações sobre estas proteínas estão disponíveis no website cuticleDB (http://bioinformatics2.biol.uoa.
gr/cuticleDB/index.jsp) (Magkrioti et al., 2004). A maior família de proteínas cuticulares - a família
CPR - é definida pela presença de um domínio conservado denominado Consenso R&R, primeiramente
identificado por Rebers e Riddiford (1988). A versão estendida deste consenso, Pfam PF00379, foi
subseqüentemente descrita. Esta família de proteínas foi dividida em três classes de acordo com o tipo
de Consenso R&R. A classe de proteínas RR-1 predomina em cutículas flexíveis e hidratadas, enquanto
a classe RR-2 foi identificada em cutículas mais duras e esclerotizadas (Andersen, 1998). O Consenso
RR-3 foi identificado em apenas cinco proteínas da cutícula pós-ecdisial de insetos e em algumas proteí-
nas cuticulares de outras classes de artrópodes (Andersen, 2000). A ligação destes domínios ao polissac-
arídeo estrutural da cutícula, quitina, foi investigada e confirmada experimentalmente (Rebers e Willis,
2001; Hamodrakas et al., 2002; Togawa et al., 2004; Iconomidou et al., 2005).
O seqüenciamento do genoma completo de Apis mellifera (The Honeybee Genome Sequencing
Consortium, 2006), revelou um menor número de ‘genes cuticulares’ quando comparado aos genomas
de Drosophila, Anopheles e Tribolium. Isto foi atribuído, a princípio, ao tipo de organização social das
abelhas, que preserva os imaturos no ambiente protetor das colméias, talvez contribuindo para a evolução
de uma estrutura cuticular menos complexa. No entanto, esta comparação incluiu apenas ‘genes cuticu-
lares’ que codificam proteínas contendo o Consenso R&R. O banco de dados cuticleDB relaciona vinte
e oito proteínas cuticulares de A. mellifera que foram preditas com base na presença deste Consenso, e
outras duas proteínas que não têm este motivo. Recentemente, outros três genes que codificam proteínas
cuticulares destituídas do Consenso R&R foram identificados no genoma desta abelha (Kucharski et
al., 2007). Uma busca ampla por ‘genes cuticulares’ no genoma de A. mellifera, incluindo aqueles cujos
produtos de tradução preditos não têm o Consenso R&R, poderia elucidar se realmente a cutícula deste
inseto social apresenta menor grau de complexidade que a de insetos não-sociais.
O intuito deste trabalho consistiu em caracterizar a estrutura e expressão de três ‘genes cuticu-
lares’ de A. mellifera como um passo inicial para o conhecimento das características e especificidades
do genoma cuticular de um inseto social.

Material e métodos

Operárias A. mellifera foram coletadas de colônias mantidas no Apiário Experimental do De-


partamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
348

Universidade de São Paulo. O RNA total foi extraído do tegumento torácico e abdominal de abelhas
operárias em desenvolvimento (pupas e adultos-faratos) e adultas. A primeira fita de cDNA foi sintetizada
por transcrição reversa e amplificada (RT-PCR semiquantitativa) utilizando-se primers específicos para
três ‘genes cuticulares’, AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP. Os produtos de PCR foram analisados em
gel de agarose 1% contendo brometo de etídio. A expressão do gene codificador de actina foi usada como
controle interno. Eventualmente, os níveis de transcritos foram quantificados por RT-PCR em tempo real.
Os cDNAs obtidos por transcrição reversa foram clonados e seqüenciados para confirmar a identidade
destes genes. As seqüências obtidas foram confrontadas com o banco público de dados GenBank (Na-
tional Center for Biotechnology Information – NCBI - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e com o genoma
de A. mellifera, versão Amel_pre_release2OGS (http://zulu.fmrp.usp.br/beelab) para caracterizar a estru-
tura gênica. O software Artemis Release 7 (The Sanger Institute) foi utilizado para anotação dos genes
estudados. Para verificar se a expressão destes genes é regulada por 20-hidroxiecdisona (20E), pupas
ou o tegumento isolado de pupas foram expostos a diferentes tratamentos realizados in vivo (injeção de
pupas com 1 μg de 20E dissolvido em 1 μl de solução de etanol em salina de Ringer 1:3 v/v), ou in vitro
(incubação de tegumentos torácicos em meio de cultura contendo 1μg de 20E/ml). Em complementação
a estes experimentos de manipulação hormonal, pupas também foram submetidas a um procedimento de
ligadura na região que separa o tórax do abdome, com a finalidade de bloquear a passagem da hemolinfa
e isolar a cutícula abdominal da influência da ecdisona, liberada pelas glândulas protorácicas.

Resultados e discussão

Características dos genes AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP


Os ‘genes cuticulares’ da abelha A. mellifera, AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP, foram par-
cialmente seqüenciados e caracterizados. Em comum com a maioria dos ‘genes cuticulares’ de outras
espécies de insetos, os de A. mellifera codificam proteínas pequenas, constituídas por 145, 134 e 332
aminoácidos, respectivamente. Outra característica marcante dos ‘genes cuticulares’ em geral, também
verificada para estes três genes, é que a maioria não possui mais que dois íntrons (Figura 1), sendo que
geralmente, um dos íntrons interrompe o peptídeo sinal (Willis et al., 2005). As respectivas proteínas,
deduzidas das seqüências nucleotídicas, revelaram características típicas de proteínas cuticulares. Duas
destas, AmelCPR14 e AmelCPR18, apresentam o Consenso RR-1. A proteína predita AmelGRP contém
regiões ricas em glicina (35% do total de aminoácidos), evidenciando uma provável classe de proteínas
cuticulares inédita em abelhas. Motivos GGG(I/L) repetem-se várias vezes em tandem e a maioria dessas
repetições localiza-se nas regiões N- e C-terminais, como observado para algumas proteínas cuticulares
ricas em glicina de outros insetos (Suzuki et al., 2002; Zhong et al., 2006). Aparentemente, estas regiões
ricas em glicina conferem flexibilidade e resistência à cutícula (Zhong et al. 2006).

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349

Figura 1 - Esquema da estrutura dos genes AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP, contendo as


representações de éxons e íntrons em forma de caixas e linhas, respectivamente. Os códons de início
e término estão indicados à esquerda e à direita da figura, respectivamente. O número de nucleotídeos
(nt) assim como a direção da transcrição (flecha) estão indicados. Nesta e nas demais figuras, os dados
referentes ao gene AmelCPR14 também constam da publicação Soares et al., (2007).

Padrão de expressão dos genes cuticulares em relação à muda e metamorfose


A expressão dos genes AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP é modulada, de modo que altos
níveis de transcritos são detectados em alguns estágios, enquanto baixos níveis ou ausência de tran-
scritos ocorrem em outros.
Análises dos perfis de transcritos dos três ‘genes cuticulares’ de A. mellifera no decorrer de todo
o estágio pupal (Figura 2), revelaram maior abundância nos adultos faratos, nos quais a cutícula defini-
tiva está sendo sintetizada em reposta ao pulso de ecdisteróides. A quantidade de RNAm de AmelCPR18
e AmelGRP diminui com a aproximação da ecdise adulta, mas os níveis de RNAm de AmelCPR14, se
mantêm abundantes inclusive no estágio adulto. De maneira semelhante, transcritos do ‘gene cuticular’
ACP-20 de Tenebrio molitor, cuja expressão antecede a ecdise adulta, também foram detectados após a
ecdise. No entanto, a expressão deste gene cessa poucas horas depois (Charles et al., 1992), enquanto
a expressão de AmelCPR14 permanece ao longo do estágio adulto, inclusive em abelhas de 20-30 dias
de idade, indicando que está em contínua atividade, mesmo após a ecdise adulta.

Figura 2 – Perfil de transcritos dos ‘genes cuticulares’ AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP


de abelhas operárias A. mellifera em desenvolvimento, em comparação com a flutuação do título
de ecdisteróides. Utilizou-se o tegumento torácico para análise da expressão gênica por RT-PCR
semiquantitativa. Os produtos de PCR foram analisados em géis de agarose corados com brometo de
etídeo. Pw e Pp correspondem às fases pupais. Pdp, Pb, Pbl, Pbm e Pbd são as sucessivas fases do
desenvolvimento adulto-farato. RE, AC e FG representam abelhas recém-emergidas, alimentadoras
de crias e forrageadoras, respectivamente. O gene codificador de actina foi usado como normalizador.
O título de ecdisteróides foi redesenhado de Pinto et al. (2002) e Hartfelder et al. (2002).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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350

Regulação dos ‘genes cuticulares’ por ecdisteróides


Estudos de eventos do desenvolvimento regulados por ecdisteróides têm demonstrado que a
expressão de certos ‘genes cuticulares’ necessita de um pulso de ecdisteróides, ou seja, da exposição
ao hormônio seguida de sua remoção, para que tenha início a transcrição (Apple e Fristrom, 1991;
Hiruma et al., 1991; Suzuki et al., 2002; Noji et al., 2003). No tegumento de abelhas adultas fara-
tas, o aumento do nível de transcritos dos ‘genes cuticulares’ AmelCPR14, AmelCPR18 e AmelGRP
ocorre quando o título de ecdisteróides na hemolinfa começa a decair (Figura 2). Este padrão de
expressão sugeriu que estes genes poderiam ser regulados por um pulso de ecdisteróides. Diferentes
abordagens experimentais foram então utilizadas para testar esta hipótese. A prevenção do aumento
do título de ecdisteróides no abdômen, proporcionado pela ligadura abdominal, retardou o aumento
dos níveis de transcritos AmelCPR14 e AmelGRP nas abelhas adultas faratas, apesar deste efeito
não ter sido tão evidente em relação aos transcritos de AmelCPR18 (Figura 3).

Figura 3 - Abundância dos transcritos dos genes cuticulares AmelCPR14, AmelGRP e AmelCPR18
no tegumento abdominal de pupas submetidas a ligadura (L) no início do estágio pupal (fase Pw) em
comparação com pupas controles, não ligadas (NL). A expressão foi verificada 1, 2, 4, 5 e 6 dias (d) após
a ligadura abdominal. Pw e Pp são as sucessivas fases pupais e Pb, Pbl e Pbm correspondem às fases do
desenvolvimeto adulto-farato. Produtos de RT-PCR semiquantitativa analisados por eletroforese em gel
de agarose corado com brometo de etídeo. O gene da actina foi usado como normalizador.

Em abordagem experimental complementar, pupas iniciais foram injetadas com 20E para re-
tardar ou evitar o decaimento do título de ecdisteróides, e subseqüentemente a expressão de Amel-
CPR14 foi analisada. Este experimento demonstrou que a manutenção de alto título de ecdisteróides
endógenos impede o aumento dos níveis de transcritos AmelCPR14 nas abelhas adultas-faratas (Figu-
ra 4). Este resultado reforçou a hipótese de que o declínio do título de ecdisteróides é importante para
o aumento da atividade deste gene. Experimentos in vitro foram então realizados com a finalidade de
testar se a exposição do tegumento a uma concentração fisiológica de 20E, seguida de sua remoção,
induziria aumento da transcrição. Os resultados evidenciaram que o pulso de 20E capacita os genes
AmelCPR14 e AmelGRP, mas não o gene AmelCPR18, para alta expressão (Figura 5). Em conjunto,
os perfis temporais de expressão gênica e os resultados obtidos dos experimentos de manipulação
hormonal mostraram que o pulso de ecdisteróides é necessário para o aumento da atividade de Amel-
CPR14 e AmelGRP durante o processo de síntese e diferenciação da cutícula adulta de A. mellifera.

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Figura 4 – Efeito da injeção de 20E sobre a expressão de AmelCPR14 no tegumento torácico: 1μg
de 20E foi injetado em pupas iniciais (Pw) e o nível de transcritos foi analisado após 18 e 48h, em compa-
ração com controles: sem intervenção (C) ou injetados com o solvente de 20E, etanol/Ringer (Et/R). (A)
Produto de RT-PCR analisado por eletroforese em gel de agarose corado com brometo de etídeo. O gene da
actina foi utilizado para controle da RT-PCR; (B) Quantificação do RNAm AmelCPR14 por RT-PCR em
Tempo Real usando três amostras independentes para cada grupo: C, Et/R, e 20E. Os resultados (média e
erro padrão), expressos como 2-ΔΔCT, foram calculados relativamente aos controles. O grupo tratado com
20E apresentou quantidade significativamente menor de transcritos que os grupos Et/R e C (P<0,001).
Et/R não difere de C (P>0,05). (One way ANOVA com comparações post-hoc utilizando-se Holm-Sidak
multiple comparison test. Software Jandel SigmaStat 3.1, Jandel Corporation, San Rafael, CA, USA).

Figura 5 – Níveis de transcritos AmelCPR14 (A), AmelCPR18 (B) e AmelGRP (C) em tegu-
mentos torácicos de pupas Pw incubados in vitro durante 6 h em meio de cultivo contendo 1μg de 20E
(por mL), ou incubados nestas mesmas condições mas em seguida reincubados por 15 ou 24 horas em
ausência de 20E (lavagem). Análise por RT-PCR, seguida de eletroforese em gel de agarose corado
com brometo de etídeo. O gene codificador de actina foi utilizado como normalizador. Note que a re-
moção do hormônio efetivada pela substituição do meio de cultura contendo 20E, por meio de cultura
sem 20E (lavagem), resulta em indução da expressão dos genes AmelCPR14 e AmelGRP.

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352

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354

Expressão de Caderinas em
Gônadas de Apis mellifera
Mônica M. Florecki; Klaus Hartfelder
Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Universidade de São
Paulo – Ribeirão Preto, Brasil
Avenida Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, 14049-900
(16) 3602-4541 zeiflo@yahoo.com.br

Expression of Cadherins in the Honey Bees (Apis mellifera) Gonads

Abstract

The gametogenesis in honeybees initiates with the division of a germline stem cell that generates a
new stem cell and a cystoblast committed to the differentiation process. Each cystoblast undergoes suc-
cessive mitotic divisions to form a cyst of germ cells connected by intercellular bridges. In oogenesis the
germ cells subsequently differentiate into oocyte and nurse cells. Studies in Drosophila ovarioles and
testioles revealed that E-cadherin is important to anchor the germline stem cells at the top of the germa-
rium. Mutants for shotgun, the gene which encodes E-cadherin, fail to maintain the process of oogen-
esis. These results prompted us to study the expression and localization of cadherins in Apis mellifera
gonads. Immunolabeling experiments using pan-cadherin antibodies in immunofluorescence protocols
were performed in ovaries of adult queens and in testes of drone larvae. Cadherins were visualized in
the cytoplasm and in nuclear focal points of germ and somatic cells all across the testioles and ovarioles.
These results evidence that cadherins may have additional roles besides intercellular adhesion such as
signaling between the cell surface and the nucleus. Studies of classic cadherins and protocadherins ex-
pression were performed also. The transcripts of shotgun, starry night, N-cadherin, fat and fat-like genes
were detected in ovaries and testes indicating that not only classic cadherins but also protocadherins
may have a role in Apis mellifera gametogenesis, although we can’t identify which.

Key words: Apis mellifera, cadherin, gonads

Introdução

Ovogênese no Ovário Meroístico Politrófico


O ovário de Apis mellifera é classificado como meroístico politrófico, no qual a ovogênese se inicia
com a divisão assimétrica de uma célula-tronco germinativa localizada no ápice do germário (Figura 1). Essa
divisão origina uma nova célula-tronco e uma outra célula chamada cistoblasto que é comprometida com o
processo de diferenciação (King et al., 1970; Spradling et al., 2001). Esta, por sua vez, passa por sucessivas
divisões mitóticas incompletas, formando uma roseta com cistócitos interconectados por canais em anel
que caracterizam o ovário meroístico (King & Büning, 1985; Bünig, 1994). Esses canais são cobertos por
anéis de actina e preenchidos por uma organela chamada fusoma que se distribui de forma desigual entre os
cistócitos. Após a formação da roseta, uma das células se diferencia em ovócito, localizado posteriormente

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355

no grupo (Gutzeit et al., 1993), enquanto as outras células se diferenciam em células trofocíticas poliplóides.
Superficialmente, a roseta é coberta por células somáticas que formam um epitélio folicular. Durante a fase
pré-vitelogênica de abelhas melíferas, uma constrição aparece entre o ovócito e a câmara trofocítica para
formação de uma abertura central que permite, posteriormente, a passagem do conteúdo citoplasmático
dos trofócitos para o ovócito (Snodgrass, 1956). Mas antes da regressão das células trofocíticas, formam-se
espaços entre as células foliculares para passagem, a partir da hemolinfa, de vitelogenina que será absorvida
pelo ovócito durante a vitelogênese (Fleig et al., 1991). Na última fase da ovogênese o ovócito é recoberto
pelo córion, uma secreção das células foliculares, para posteriormente ser liberado no oviduto.

Figura 1: Desenho esquemático de um ovaríolo de Drosophila (Büning, 2006).

Espermatogênese em Abelhas Melíferas


A espermatogênese se inicia em abelhas melíferas com a divisão de uma célula-tronco germinativa
também chamada de espermatogônia primária que se localiza ao redor da célula somática apical (Figura
2). A divisão origina uma nova célula-tronco e uma espermatogônia secundária, o cistoblasto, compro-
metido com o processo de diferenciação (Cruz-Landim, 2004). Cada cistoblasto é envolvido por uma
célula somática chamada célula cisto e passa por uma série de divisões mitóticas incompletas, originando
cistócitos conectados por pontes citoplasmáticas (Hoage & Kessel, 1968). Em seguida o cisto forma uma
roseta com as pontes citoplasmáticas posicionadas centralmente e preenchidas pelo fusoma (Büning,
1994; Tozetto, 1997). Após o término das divisões mitóticas, os cistócitos entram na prófase da meiose,
originando espermatócitos primários que abortam a primeira divisão da meiose. Ocorre duplicação e con-
densação do DNA, mas no lugar da divisão celular, há eliminação de centríolos supranumerários, após a
qual, os espermatócitos primários passam a ser chamados de espermatócitos secundários (Hoage & Kes-
sel, 1968). Estes, por sua vez, sofrem divisão mitótica que origina espermátides de tamanhos diferentes,
das quais somente a maior forma espermatozóide pelo processo de espermiogênese.

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Figura 2: Desenho esquemático de um testíolo maduro (CRUZ-LANDIM, 2004). Ca -célula


apical, ci - células do cisto, ct - cistócitos, e - espermatozóides, ep - espermátides, ept - espermatóci-
tos, espA - espermatogônia A, espB - espermatogônia B ou cistoblasto, fu – fusoma.

Superfamília de Caderinas
A superfamília de caderinas é composta por glicoproteínas transmembranas responsáveis pela
adesão intercelular mediada por íons Ca+2 (Kemler et al., 1977; Takeichi, 1977; Hyafil et al., 1980;
Hirano et al., 1987). Os membros mais conhecidos pertencem ao grupo de caderinas clássicas como
E-caderina (epitélio) e N-caderina (células neuronais), assim nomeadas em função dos tecidos nos
quais foram encontradas inicialmente (Bertolotti et al, 1980; Nose & Takeichi, 1986). Caderinas clás-
sicas apresentam uma região extracelular, porção transmembrana unipasso em α-hélice e domínio cito-
plasmático conservado. A região extracelular contém cinco repetições às quais se ligam os íons Ca+2
que protegem a proteína da degradação (Takeichi, 1977; Hatta et al., 1988). A adesão intercelular é do
tipo homofílica e mediada, em E-caderinas, pela primeira repetição da região extracelular conforme
observado por Tomschy et al. (1996). Primeiramente é formado um dímero na superfície de uma cé-
lula, para posterior associação de dois dímeros de células adjacentes que originarão um tetrâmero.
Outros grupos que compõem a superfamília de caderinas são as glicopreteínas desmossomais
que interagem com filamentos intermediários, as protocaderinas que apresentam seis repetições ex-
tracelulares, Fat com trinta e quatro repetições extracelulares e Flamingo ou Starry Night com sete
domínios transmembrana e nove repetições extracelulares.

Papel das Caderinas na Organização Estrutural dos Ovaríolos e Testíolos

Em Drosophila, a E-caderina é essencial para o ancoramento de células-tronco germinativas no ger-


mário de ovaríolos e testíolos, estabelecendo, por junções aderentes, o contato entre as mesmas e as células
somáticas do filamento terminal que secretam proteínas responsáveis pelo controle da divisão e diferencia-
ção das células-tronco germinativas (King et al., 2001; Song et al., 2002; Yamashita et al., 2003).
O posicionamento do ovócito no folículo também depende da expressão de caderinas na mem-
brana dos trofócitos e do próprio ovócito (Godt & Tepass, 1998). Na ausência de E-caderina, o ovóci-
to não migra para a extremidade posterior do folículo (Gonzáles-Reyes & St. Johnston, 1998).
Mutações no gene armadillo, codificador de uma proteína com mesmo nome que interage com
o domínio citoplasmático da caderina (Peifer & Wieschaus, 1990), apresentam efeitos similares aos

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observados com mutações no gene shotgun, que codifica E-caderina, como a impossibilidade de mi-
gração do ovócito para a região posterior do folículo (Peifer et al., 1993). Esses estudos mostram a
importância das junções formadas por caderinas na gametogênese de Drosophila, que asssim como
Apis mellifera, apresenta ovário meroístico politrófico.

Objetivos

- Imunolocalização de caderinas em ovários e testículos para análise de sua distribuição nas


gônadas e conclusões sobre seu possível papel na gametogênese de Apis mellifera.
- Identificar a expressão de alguns membros da superfamília de caderinas nas gônadas.

Materiais e Métodos

Abelhas
Neste trabalho foram utilizadas abelhas rainhas adultas, virgens e acasaladas, após confinamen-
to em colméias tipo recria entre 3 e 25 dias e larvas de zangão na fase L5F3 (peso entre 270 e 400mg)
da espécie Apis mellifera do Apiário Experimental do Departamento de Genética da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

Imunofluorescência
As gônadas foram removidas em Ringer e posteriormente fixadas em paraformaldeído 4% di-
luído em PBS(100mM; pH 7.4) por uma hora a temperatura ambiente. A permeabilização das mem-
branas foi feita com PBST (Triton X-100 2%) e o bloqueio dos sítios inespecíficos foi realizado por
imersão de 1 hora em BSA (1%) e 1 hora em PBSBT (BSA 0.1%; soro não-imune de cabra 10%).
Para imunofluorescência foi utilizado anticorpo primário policlonal anti-pan-caderina produzido
em coelho. No primeiro experimento o anticorpo foi diluído a 1:100 em PBST-BSA (0.1%) e no segun-
do a 1:25 em PBST-BSA (0.1%). A incubação em anticorpo primário foi feita durante 24 horas a 4°C.
Após as lavagens com PBS e PBST foi feita a incubação em anticorpo secundário por 3 hor-
as a temperatura ambiente. O anticorpo secundário era fragmento F(ab’) de anticorpo policlonal
anti-IgG de coelho, produzido em ovelha e conjugado à Cy3 (Sigma). A diluição do anticorpo
secundário foi de 1:1000 em PBST-BSA (0.1%) no primeiro experimento e 1:300 no segundo.
Para marcação nuclear no segundo experimento,as gônadas foram incubadas durante 30 minu-
tos com Hoechst (0.05μg/ml) em PBST e as lâminas foram montadas em glicerol e n-propilgalato
(glicerol 90%; n-propilgalato 3%; PBS 0.1M). As análises foram realizadas por microscopia laser
confocal - Sistema Leica TCS-SP5 e TCS-SP2, respectivamente (Departamento de Biologia Celular
e Molecular e Bioagentes Pategênicos, FMRP-USP).

RT-PCR Para Análise da Expressão de Caderinas


Testículos e ovários foram homogeneizados em TRIzol (Invitrogen) cada um e estocados
para extração do RNA conforme protocolo sugerido pelo fabricante. Antes da leitura em espec-
trofotômetro, as amostras foram tratadas com DNAse (livre de RNase) diluída em água DEPC,
durante 40 minutos, a 37°C em banho seco. A inativação da DNAse foi feita em banho seco, du-
rante 15 minutos, a 70°C. Para quantificação, o RNA foi diluído em água com DEPC. A leitura
a 260 e 280 nm foi feita em sistema Genequant (Amersham).As primeiras fitas cDNAs foram
obtidas a partir de 2µg de RNA. Oligo(dt) (Invitrogen) foi utilizado como primer para síntese

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
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da primeira fita e a enzima SuperScriptTM (Invitrogen) foi utilizada segundo as instruções do


fabricante. O volume final da reação foi 20μl.
As amplificações dos genes específicos foram realizadas com a enzima Platinum Taq DNA
Polimerase (Invitrogen) ou com PCR Master Mix (Eppendorf), utilizando-se primers desenhados a
partir de seqüências preditas para caderinas de Apis mellifera .

Resultados

Imunofluorescência
No primeiro experimento foi possível observar marcação para caderinas em células do filamento
terminal, consideradas como possíveis células-tronco da linhagem germinativa (Tanaka, 2002; Tanaka &
Hartfelder, 2004). São células que se encontram intercaladas entre as células somáticas e apresentam con-
teúdo citoplasmático reduzido, em contraste com os núcleos grandes (Tanaka, 2002). A imunomarcação
perinuclear para caderinas evidencia o aspecto arredondado dessas células (Figura 3A), ao contrário das
células somáticas que são achatadas. Um foco nuclear de caderinas também foi detectado, provavelmente
co-localizado com o nucléolo das células (Figura 3A). No início da formação dos folículos pré-vitelogêni-
cos as células trofocíticas e os ovócitos apresentam marcação distribuída por todo o citoplasma, (Figura
3B), assim como alguns pontos de concentração de caderinas nos núcleos das células trofocíticas.
Folículos pré-vitelogênicos mais adiantados, com células foliculares rodeando os ovócitos, também
possuem marcação citoplasmática ao redor dos núcleos tanto nas células germinativas quanto nas somáti-
cas (Figura 3C) e esse padrão se mantém ao longo do ovaríolo, mesmo após a separação entre a câmara do
ovócito e a câmara trofocítica e o total envolvimento do ovócito pelas células foliculares (Figura 3D).

Figura 3: Localização de caderinas por imunofluorescência em ovaríolos de rainhas adultas. (A)


Filamento terminal com supostas células germinativas marcadas perinuclearmente (seta) e pontualmente
no núcleo (cabeça de seta). (B) Células trofocíticas (seta) e ovócitos (estrela) de folículos pré-vitelogêni-
cos, em início de formação no germário, apresentam marcação distribuída pelo citoplasma. Focos pontu-
ais de caderinas podem ser observados nos núcleos das células trofocíticas (cabeça de seta). (C) Folículo
pré-vitelogênico com células foliculares situadas ao redor do ovócito marcadas perinuclearmente (seta)
e pontualmente no núcleo (cabeça de seta). (D) A distribuição das caderinas pelo citoplasma do ovócito
(seta) e dos trofócitos (cabeça de seta) é mantida mesmo após a separação das respectivas câmaras.

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No segundo experimento, as células somáticas do filamento terminal foram analisadas e notou-


se que as caderinas estão distribuídas pelo citoplasma reduzido ao redor do núcleo (Figura 4A). Mar-
cações pontuais nos núcleos também estão presentes, conforme observado nas putativas células-tronco
germinativas. No início da formação das rosetas, localizadas no germário, a imunomarcação pode ser
visualizada no citoplasma dos cistócitos (Figura 4B), porém, não é possível observar concentração
pontual de caderinas nos núcleos, talvez devido ao menor aumento da imagem. O mesmo padrão per-
manece posteriormente na região do germário (Figura 4C), na qual as rosetas estão mais distanciadas
entre si e apresentam número maior de cistócitos (Tanaka, 2002). Quando os folículos pré-vitelogêni-
cos começam a se formar, a localização citoplasmática das caderinas fica mais evidente nas células
germinativas (Figura 4D e 4E) com distribuição uniforme, sem evidências de acúmulo na membrana
plasmática ou em pontos de adesão intercelular. Em células trofocíticas estão presentes os pontos
nucleares de concentração das caderinas. Após a separação entre a câmara trofocítica e a câmara do
ovócito, todas as células germinativas permanecem com marcação distribuída pelo citoplasma (Figura
5A e 5B). Os pontos focais de caderinas nos núcleos dos trofócitos aumentam em número e diminuem
em tamanho, acompanhando o processo de poliploidização das células. Folículos vitelogênicos apre-
sentam caderinas dispersas pelo citoplasma das células foliculares e germinativas (Figuras 5C e 5D).

Figura 4: Localização de caderinas por imunofluorescência em ovaríolos de rainhas adultas.


(A) Células somáticas do filamento terminal com caderinas distribuídas pelo citoplasma ao redor
do núcleo (seta) e concentradas pontualmente no núcleo (cabeça de seta). (B) Início da formação
das rosetas com cistócitos marcados no citoplasma (seta). (C) Região do germário com rosetas mais
afastadas, nas quais os cistócitos apresentam o mesmo padrão de imunolocalização observado na
figura C (seta). (D) Folículo pré-vitelogênico com marcação no citoplasma do ovócito (asterisco) e
dos trofócitos (seta) que também apresentam pontos focais de caderinas no núcleo (cabeça de seta).
(E) Folículo pré-vitelogênico com marcação no citoplasma (seta) e pontualmente no núcleo (cabeça
de seta) dos trofócitos

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Figura 5: Localização de caderinas por imunofluorescência em ovaríolos de rainhas adultas. (A)


Após a separação entre as câmaras dos trofócitos e do ovócito, as caderinas permanecem dispersas por
todo o citoplasma das células trofocíticas (cabeça de seta) e o número de pontos focais nos núcleos aumen-
ta (seta). (B) O ovócito (asterisco) e as células foliculares (seta), localizados na câmara ovocítica, também
apresentam marcação citoplasmática. Concentracão pontual de caderinas pode ser observada nos núcleos
das células foliculares (cabeça de seta). (C) Células trofocíticas de folículo vitelogênico com marcações no
citoplasma (seta) e marcações na região do núcleo (cabeça de seta). (D) Ovócito de folículo vitelogênico
com caderinas dispersas pelo citoplasma (asterisco) e núcleos acessórios marcados com Hoechst (seta).

Testíolos de larvas de zangão na fase L5F3 também foram preparados para o primeiro experi-
mento e apresentaram marcação ao longo dos túbulos (Figura 6A). O padrão observado para localiza-
ção das caderinas não permite distinguir as células ou identificá-las (Figura 6B), mas a imunomarca-
ção provavelmente está distribuída no citoplasma das células germinativas e somáticas e concentrada
em alguns pontos nucleares ao longo dos testíolos (Figura 6B).
Testíolos também foram analisados no segundo experimento. Na região do germário, as ca-
derinas são visualizadas de forma nitidamente agregada por todo o citoplasma das espermatogônias
(Figura 6C). Nos núcleos, são observados alguns focos de marcação mais intensa, mas analisando
a imagem não se pode saber se estão localizados dentro ou ao redor dos núcleos. Prosseguindo em
direção à região posterior dos túbulos, o padrão de marcação citoplasmática permanece o mesmo,
distinção das células somáticas e germinativas (Figura 6D).

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Figura 6: Localização de caderinas por imunofluorescência em testíolos de larvas de zangão na


fase L5F3. (A) Testíolo com caderinas localizadas ao longo do túbulo. (B) Marcação citoplasmática nas
células germinativas e somáticas (seta), sem possibilidade de identificação das mesmas. Alguns pontos
com marcação mais intensa podem ser observados ao longo dos túbulos (cabeça de seta). (C) Espermato-
gônias, localizadas no germário dos testíolos, apresentam caderinas distribuídas de forma agregada pelo
citoplasma (seta) e alguns focos mais intensos na região dos núcleos (cabeça de seta). (D) Pontos de con-
centração de caderinas (cabeça de seta) são observados nos testíolos enquanto marcação menos intensa,
provavelmente no citoplasma das células germinativas e somáticas, é distribuída pelos túbulos (seta).

Análise de Expressão por RT-PCR


Como a região citoplasmática da N-caderina de galinha é utilizada para a síntese dos anticorpos
primários, o gene predito para codificação dessa proteína, em Apis mellifera, foi um dos primeiros es-
colhidos para amplificação por PCR convencional. O gene shotgun, que codifica a E-caderina, também
foi selecionado devido à alta similaridade entre os domínios citoplasmáticos de caderinas clássicas, en-
quanto o gene que codifica Starry Night foi escolhido pelo fato de ser a protocaderina mais próxima das
caderinas clássicas. Os três genes preditos foram identificados em Apis mellifera, por similaridade com os
ortólogos de Drosophila. Com base em imunomarcações de Fat1 humana, obtidas em núcleos de células
HeLa e HEK293 (Magg et al., 2005), os primers foram desenhados a partir do ortólogo de Drosophila.
Entretanto, o verdadeiro gene ortólogo de fat1 humano, em Drosophila, é o gene fat-like ou fat2 (Castille-
jo-López et al., 2004) que teve seu predito identificado para elaboração dos primers.
Para análise de expressão de cada gene, dois pares de primers foram desenhados. Nas respec-
tivas RT-PCRs, detectamos a presença de transcritos de todos estes genes preditos, tanto em ovários
de rainha acasalada, quanto em testículos de larva de zangão na fase L5F3. Para N-caderina foram
desenhados quatro pares de primers, pois amplificações realizadas com os dois primeiros pares, em
ovários de rainha, resultaram em duas bandas (Figura 7), provavelmente representando isoformas de
N-caderina, conforme já detectado em Drosophila (Zhu & Luo, 2004).

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Figura 7: Detecção por PCR convencional dos transcritos de shotgun, starry night, N-caderina,
fat e fat-like em ovários de rainhas adultas e testículos de zangões na fase larval L5 F3. Os números
abaixo das bandas representam os pares de primers utilizados, cuja numeração segue a seqüência
presente em Materiais e Métodos.

Discussão

Poucos trabalhos foram publicados a respeito da localização e do papel das caderinas em inver-
tebrados para que possamos estabelecer uma comparação com os resultados obtidos. A espécie mais
estudada certamente é Drosophila melanogaster na qual a importância das caderinas foi observada em
diversos processos, entre eles, a ovogênese. Entretanto, os estudos mostram a localização de caderinas
na superfície celular e os efeitos decorrentes da perda de adesão entre as células, diferindo de nossas aná-
lises que evidenciam localização diferenciada de caderinas em gônadas de Apis mellifera. Como nossos
experimentos foram realizados com anticorpos policlonais pan-caderina, não surpreende que o padrão
apresentado seja diferente do de Drosophila. Raras são as imunomarcações específicas para E-caderina
que demonstrem a dispersão da proteína por todo o citoplasma. Um exemplo é o embrião humano, cujas
células, até o quarto dia de desenvolvimento, apresentam marcação citoplasmática (Alikani, 2005). No
quarto dia, a marcação é deslocada para áreas de contato intercelular, um passo considerado fundamental
para que ocorra a compactação do embrião (Alikani, 2005). Outro exemplo é a aranha marrom, Loxo-
sceles intermedia, cujos ovócitos nos estágios iniciais apresentam caderinas localizadas ao redor dos
núcleos e posteriormente, nos estágios mais avançados, distribuídas por todo o citoplasma (Morishita,
2003). A autora sugere que as caderinas têm função de “pool” materno a ser utilizado no início da ovogê-
nese. O mesmo poderia ser sugerido para Apis mellifera, porém, o padrão de localização citoplasmática
das caderinas é observado tanto nos ovaríolos quanto nos testíolos analisados e não somente em células
germinativas, mas também em células somáticas, como as situadas na bainha peritoneal. O padrão de
distribuição parece ser o mesmo independente do tipo celular ou do sexo.Uma hipótese seria a de que
caderinas apresentam alguma outra função nas células além da adesão intercelular, embora não possamos
dizer qual. A detecção de caderinas nos núcleos das células parece confirmar essa hipótese.
Outra possibilidade é que as caderinas reconhecidas não sejam proteínas inteiras, mas talvez apenas
a porção citoplasmática, conforme observado em imunomarcações para Fat1 humana em células HeLa e
HEK293 que demonstraram a presença do domínio citoplasmático da proteína endógena no nucleoplasma
das células, enquanto uma proteína quimérica com o mesmo domínio citoplasmático, fusionado a GFP, foi
detectada nos nucléolos e em estruturas nucleares pontuais que lembram “speckles” (Magg et al., 2005).
Os resultados obtidos são corroborados pela presença de um motivo encontrado perto da região N-terminal
do domínio citoplasmático e cuja seqüência parece determinar localização nuclear. Uma possível explica-
ção para a localização de Fat1 seria o envolvimento da proteína em uma via de sinalização entre o núcleo
e a membrana plasmática, assim como para a localização de caderinas em gônadas de Apis mellifera.
No filamento terminal de rainhas virgens de Apis mellifera, actina foi visualizada pontualmente
nos núcleos de algumas células, aparentemente co-localizada com os nucléolos (Tanaka & Hartfelder,
2004). Imunolocalização para β-tubulina, ao contrário, apresenta um padrão mais próximo ao obser-
vado para caderinas, com marcações no citoplasma perinuclear e nos núcleos tanto das células ger-
minativas quanto das somáticas observadas ao longo dos ovaríolos (Tanaka & Hartfelder, 2004). Os
resultados indicam funções alternativas, além da adesão intercelular, para proteínas do citoesqueleto
nos núcleos de diferentes tipos celulares em Apis mellifera.

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363

Algumas diferenças entre as marcações nucleares podem ser notadas entre os experimentos de
imunofluorescência. No primeiro experimento os pontos focais nucleares são claramente visualizados
nas células dos testíolos, conforme observado em imunodetecção por peroxidase, enquanto no segundo
experimento as marcações parecem ser mais escassas ao longo dos túbulos. Provavelmente as diferenças
entre os resultados obtidos são conseqüência da afinidade ente cada anticorpo primário e caderinas.

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A Via de Sinalização de Insulina em Apis mellifera


Sergio Vicente de Azevedo1, Klaus Hartfelder2
Universidade de São Paulo-Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 1Departamento de Genética,
2
Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Avenida Bandeirantes
3900, 14049-900 Ribeirão Preto, SP Brasil.
E-mail adress: 1svazevedo@rge.fmrp.usp.br (Azevedo, S.V), 2Klaus@fmrp.usp.br (K.Hartfelder)

The insulin signaling pathway in honeybee Apis mellifera

Abstract

The insulin/insulin-like signaling (IIS) pathway is an evolutionarily conserved module in the con-
trol of body size and correlated organ growth in metazoans. In the highly eusocial bees, the caste pheno-
types differ not only in size and several structural features but also in individual fitness and life history.
We investigated the developmental expression profiles of genes encoding the two insulin-like peptides
(AmILP-1 and AmILP-2) and two insulin receptors (AmInR-1 and AmInR-2) predicted in the honeybee
genome. Quantitative PCR analysis for queen and worker larvae in critical stages of caste development
showed that AmILP-2 is the predominantly transcribed ILP in both castes, with higher expression in
worker than in queens. Expression of both InR genes sharply declined in fourth instar queen larvae,
but showed little modulation in workers. On first sight, these findings are non-intuitive, considering the
higher growth rates of queens, but they can be interpreted as possibly antagonistic crosstalk between
the IIS module and juvenile hormone. Analyzing AmInR-1 and AmInR-2 expression in ovaries of queen
and worker larvae revealed low transcript levels in queens and a sharp drop in AmInR-2 expression in
fifth instar worker larvae, indicating relative independence in tissue-specific versus overall IIS pathway
activity.

Introdução

Em uma colméia de Apis mellifera encontram-se duas castas fêmeas, operárias e rain-
has, que são distintas quanto a morfologia, anatomia, fisiologia, longevidade e comportamento
(Page and Peng, 2001) oque pode garantir uma maior eficiência na execução das suas respectivas
tarefas: reprodutivas (rainha) e manutenção da colônia (operárias). As diferenças morfológicas e
fisiológicas são definidas durante os primeiros três dias e meio de vida larval por fatores externos,
especialmente a nutrição (Rembold and Hanser, 1964; Weaver, 1975). A alimentação diferencia-
da em qualidade e quantidade das larvas de operárias e rainhas gera ambientes distintos dentro
dos organismos de cada casta oque causa respostas diferenciais neuroendócrinas (Wilde, 1976),
endócrinas (Hartfelder and Engels, 1998) e transcricionais (Evans and Wheeler, 2000; Cristino et
al., 2006) que levam ao desenvolvimento de dois fenótipos distintos nas fêmeas adultas.
Conforme os modelos estudados até agora, a expressão de fenótipos alternativos em insetos
é, na sua maioria, dependente de fatores ambientais que são traduzidos em respostas específicas do
sistema endócrino, principalmente nos títulos de HJ e de ecdisteróides (Ecd) (para revisão ver: Dingle

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and Winchell, 1997; Hartfelder, 2000a; Hartfelder, 2000b; Hartfelder and Emlen, 2005). No entanto,
nem todas as respostas observadas podem ser explicadas com relação a esses dois hormônios as quais
deixam lacunas quanto a integração dos sinais extrínsecos (alimentação) com as respostas intrínsecas
(neuroendócrinas, endócrinas e transcricionais).
O módulo de sinalização insulina-receptor de insulina (IIS) representa um dos mais antigos e
evolutivamente conservados sistemas de sinalização no controle do crescimento de metazoários e
está relacionado a diferentes processos como: crescimento e proliferação celular, regulação do en-
velhecimento, metabolismo energético e fertilidade (Brogiolo et al., 2001; Oldham and Hafen, 2003;
Stern, 2003). De um modo geral, o módulo IIS reage a alterações em concentrações de nutrientes,
principalmente açucares, e as traduzem em respostas adequadas de acordo com o tecido e a fase da
vida do organismo.
Estudos em insetos mostraram que a insulina e peptídeos similares à insulina são produzidos
por células neurosecretoras do cérebro em resposta a alimentação (Wu and Brown, 2006). A via de
sinalização IIS participa de eventos como crescimento e proliferação celular, regulação do envel-
hecimento, metabolismo energético e fertilidade os quais são sabidamente distintos entre as castas
de Apis mellifera oque intuitivamente leva à suspeita do papel da via IIS como um dos componentes
de sinalização chave envolvidos na integração do estímulo ambiental com as respostas intrínsecas
características de cada casta.
Nos últimos dois anos, tal suspeita vem se demonstrando realidade e o papel da via IIS no
processo de diferenciação de castas está sendo colocado à tona. Wheeler e colaboradores (2006)
analisando por qPCR os genes codificadores para o peptídeo insulínico 1 (AmILP-1, GB17332), para
o peptídeo insulínico 2 (AmILP-2, GB10174) e para o receptor de insulina-2 (AmInR-2, GB 18331)
durante o segundo, terceiro e quarto instars larvais em amostras de operárias e rainhas submetidas
a transferências recíprocas, as influências de cada tipo de nutrição na transcrição dos componentes
da via IIS. Wheeler e colaboradores (2006) observaram que os níveis de transcrição dos mRNAs
dos genes AmILP-1, AmILP-2 e AmInR-2 variavam de acordo que o meio onde as larvas eram pos-
tas. Corona e colaboradores (2007) demonstraram diferenças na expressão de AmILP-1 na cabeça
de operárias e rainhas de diferentes idades e verificaram que em rainha ocorre uma diminuição na
sinalização IIS no sentido de aumentar o tempo de vida, enquanto que em operárias foi observado o
contrário, pois a expressão de AmILP-1 aumentou cerca de dez vezes nas operárias de um mês. Patel
e colaboradores (2007) verificaram após tratamento de larvas de abelhas com RNAi e com o farmaco
rapamicina (o inibidor de TOR) que a elevada atividade do gene TOR está relacionada com o destino
das larvas em se tornarem rainhas.
No presente estudo investigamos de maneira mais aprofundada os níveis de transcritos dos
genes codificadores dos peptídeos de sinalização insulínicos (AmILP-1 e AmILP-2) e dos receptores
(AmInR-1, GB15492, e AmInR-2) em larvas de rainhas e operárias, focando principalmente nos quar-
tos e quintos intars larvais onde ocorrem os maiores períodos de crescimento e a entrada na metamor-
fose. Adicionalmente, verificamos a transcrição dos componentes da via IIS em amostas de ovários e
as comparamos com as amostras de corpo inteiro.

Material e Métodos

Utilizamos nesse trabalhos larvas de operárias e rainhas de abelhas Apis mellifera afri-
canizadas mantidas em nosso apiário mantido junto ao departamento de genética da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto-USP. As larvas de operárias, coletadas diretamente dos quadros

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das colméias, e as rainhas, obtidas por transfêrencias de larvas no primeiro instar, foram clas-
sificadas de acordo com o peso e tamanho do diâmetro da cápsula celálica seguindo critério de
Michelette e Soares (1993) estabelecido para abelhas africanizadas. Os larvas pós tecelagem
do cásulo e pré-pupas foram classificados de acordo com critérios morfológicos definidos por
Rachinsky e colaboradores (1990) e as pupas foram classificadas de acordo com a coloração
dos olhos e pigmentação do corpo (Rembold et al.,1980). As amostras foram homogeneiza-
das em TRIzol (Invitrogen) e a extração seguiu-se de acordo com o protocolo para extração
de RNA total indicado pelo fabricante. Os RNAs obtidos foram tratados com DNAse para
remover possíveis contaminações e a síntese da primeira fita de cDNA ocorreu a partir de
2,5µg de RNA para as amostras de corpo inteiro e 0,9µg de RNA para as amostras de ovários
as quais foram incubadas com a enzima transcriptase reversa SuperscriptII (Invitrogen) e com
primers Oligo(dT)12-18. Os produtos da reação (o perfil genômico de cDNA) foram utilizados
para as amplificações por qPCR. Os primers utilizados para os genes codificados dos peptídeos
insulínicos AmILP-1 e AmILP-2 e AmInR-2 foram previamente validados por Wheeler e co-
laboradores (2006) e o par de primers do gene codificador do receptor de insulina 1 (AmILP1)
validado por (Azevedo and Hartfelder, 2008). Como controle endógeno utilizamos o gene da
proteína ribossomal 49, já validado por Lourenço e colaboradores (2008). Os estudos de PCR
quantitativa (Real Time) foram perfomados usando-se a metodologia SYBR Green (Applied
Biosystems) no sistema Real Time PCR 7500 (Applied Biosystems). A específicidade dos
produtos foram checadas por curva de melting e a verificação do tamanho do fragmento em gel
de Agarose 1,2%. A eficiência dos primers foram verificadas através de PCRs com diluíções
seriais de 1:10 de amostras de cDNA e considerados satisfatórios apenas os pares de primers
que com um coeficiente r>0,95 e valores E próximo de 2. Todas as reações foram realizadas em
triplicatas. Para obtenção dos valores de ΔC T (quantificação relativa) utilizados na confecção
dos gráficos seguimos a metodologia Pfaffl (2001). Para validar os dados estatísticamente uti-
lizamos do teste ANOVA two-ways seguida da correção de Bonferroni.

Resultados

Transcrição dos genes codificadores dos peptídeos insulínicos


Em ambas as castas o peptídeo insulínico AmILP-2 foi mais transcrito do que AmILP-1 (figura
1A). A transcrição dos genes codificadores de ILP, especialmente o AmILP-2, aumentou gradual-
mente durante os estágios de alimentação do último instar larval (L5F1-F3). Esse padrão foi observado
em ambas as castas, ainda que em larvas de operárias o aumento dos transcritos de AmILP-2 ocorreu
mais cedo.
Mudando a perspectiva e olhando separadamente os padrões de transcrição dos ILPs entre
as castas (Figura 1B), a diferença na regulação do tempo entre as larvas de rainhas e operárias
tornou-se mais evidente. Em rainhas a transcrição do AmILP-1 alcançou seu pico nos estágios
L5F1-L5F2 quando o crescimento das larvas de rainhas é maior do que o crescimento das larvas de
operárias. Para o peptídeo do gene AmILP-2, o ILP predominantemente transcrito, foi observado
uma relação invertida com as larvas de operárias apresentando o nível de transcrição mais pro-
nunciado e com a maior diferença em relação aos de rainha em L5F3. A diferença na transcrição
do gene AmILP-2 ainda se mantem em L5S1, após tecelagem do cásulo, enquanto que para o gene
AmILP-1 os níveis de transcrição cairam em níveis basais ao término da fase de alimentação e
ingresso no programa de metamorfose.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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368

Fig. 1. Análise por PCR quantitavia dos genes codificadores dos peptídeos insulínicos:
AmILP-1 e AmILP-2 no desenvolvimento de castas em abelhas. O período estudado cobre do
terceiro instar até o final do estágio de alimentação no quinto instar larval de rainhas e operárias.
O painel à esquerda (A) compara os níveis de transcrição de AmILP-1 e AmILP-2 separadamente
para cada casta. O painel à direita (B) compara a modulação dos níveis de transcrição de cada gene
codificador de ILP entre as castas. Foram analisadas três amostras independents em cada estágio
do desenvolvimento em triplicatas e normalizadas para a proteína ribossomal RP49. Representan-
do as médias ± SEM das amostras. As diferenças estatisticamente significativas foram indicadas
por asterisco (ANOVA, Bonferroni post hoc test, * P < 0.05, ** P < 0.01, *** P < 0.001).

Transcrição dos genes codificadores dos receptores de insulina


Quando comparamos os níveis de transcrição dos dois genes codificadores para os recep-
tores de insulina em ambas as castas separadamente, verificamos um padrão temporal semelhante
para ambos os receptores dentro de cada casta e, embora não haja uma diferença significativa,
os níveis dos transcritos AmInR-2 foram maiores quando comparados aos níveis dos transcritos
AmInR-1 (Figura 2A).Olhando do ponto de vista entre as castas, verificamos uma variação sig-
nificante entre os transcritos AmInR-1 e AmInR-2, especialmente no terceiro instar larval (Figura
2B). No estágio de desenvolvimente L3, os níveis de AmInR-1 em rainhas foi cerca de 30 vezes
mais alto do que o observado em operárias, enquanto que para os transcritos do gene AmInR-2
essa diferença foi de uma vez e meia.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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369

Fig. 2 Análise por PCR quantitiativa dos genes codificadores dos receptores de insulina:
AmInR-1 e AmInR-2 no desenvolvimento de castas em abelhas. O período estudado cobre o terceiro
instar até o final do estágio de alimentação no quinto instar larval de rainhas e operárias. O painel
à esquerda (A) compara os níveis de transcrição dos AmInR-1 e AmInR-2 separadamente para cada
casta. O painel à direita (B) compara a modulação dos níveis dos transcritos de cada gene InR entre as
castas. Foram analisadas três amostras independents em cada estágio do desenvolvimento em triplica-
tas e normalizadas para a proteína ribossomal RP49. Representando as médias ± SEM das amostras.
As diferenças estatisticamente significativas foram indicadas por asterisco (ANOVA, Bonferroni post
hoc test, * P < 0.05, ** P < 0.01, *** P < 0.001).

Transcrição dos genes codificadores dos receptores de insulina em ovários de operárias e rainhas
Uma vez que o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos é um fator crucial na divisão de tra-
balho entre rainhas e operárias de insetos sociais, nós investigamos a trascrição dos dois receptores
de insulina (AmInR-1 e AmInR-2) nos ovários de larvas. Iniciamos nossas análises no quarto instar
larval e estendemos até o final do desenvolvimento pré-pupal, uma vez que é nesse período de tempo
que o número de ovaríolos primordiais é reduzido pelo programa de morte celular (Schmidt-Capella
and Hartfelder, 1998). Uma vez que essas análises foram realizadas com um pool de ovários de or-
ganismos no mesmo estágio em uma única amostra, não realizamos análises estatísticas.
As análises dos transcritos para os receptores de insulina em ovários demonstraram que ambos
receptores diferem drasticamente em seus padrões (Figura 3). Os níveis de AmInR-1 em ambas as
castas demonstraram um aumento durante a fase prépupal, sendo que esse aumento foi mais gradual

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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370

em ovários de operárias do que no de rainhas. Uma paisagem completamente diferente foi obser-
vada para os transcritos de AmInR-2. Para esse receptor, o nível de transcrição em ovários de rainhas
variou muito pouco ao longo das fases analisadas, já o padrão de transcrição observado para ovários
de operárias apresentou uma alta transcrição durante o quarto instar, seguida de um drástica redução
em L5F3. Embora pouco conclusivas essas diferenças estímulam estudos mais aprofundados sobre a
regulação tecido específica da via IIS ao longo desses estágios de desenvolvimento.

Fig. 3 Análise por PCR quantitiativa dos genes codificadores dos receptores de insulina:
AmInR-1 e AmInR-2 em ovários de operárias e rainhas. (A) níveis de transcrição relativa para o gene
AmInR-1 e (B) níveis de transcrição relativa para o gene AmInR-2. As amostras análisadas incluem
o quarto instar larval e o final do período pré-pupal. As barras representam os valores da expressão
relativa de simples amostras por estágio do desenvolvimento, consistindo cada amostra de um pool
de cDNA preparado a partir de 8-12 pares de ovários de rainhas e operárias.

Discussão

Fazendo uso de predições dos genes relacioanados à via IIS obtidos a partir do sequenciamento
do genoma de abelhas (The Honey Bee Genome Sequencing Consortium 2006), nós analisamos nesse
trabalho os perfis de transcrição temporal de quatro genes relacionados à via IIS durante os estágios
de desenvolvimento pós-embrionário de rainhas e operárias. Nosso estudo estende os dados obtidos
por Wheeler e colaboradores (2006) sobre os perfís de transcrição de dois genes codificadores para os
peptídeos insulínicos (ILPs) e do gene codificador do receptor de insulina 2 (AmInR-2). Em adição, nós

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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incluimos o gene codificador do receptor de insulina 1 (AmInR-1). Enquanto Wheeler e colaboradores


observaram em larvas entre 16 e 88h do desenvolvimento, final do primeiro instar larval até o quarto in-
star larval, os efeitos das variações nutricionais via transferências recíprocas de um tipo de alimentação
para outro, rainha para operária e vice versa, nós estendemos as análises até a fase de inicio da metamor-
fose oque nos deu uma paisagem que permite relacionar os perfís dos peptídeos constituintes da via IIS
com outros perfís conhecidos, como por exemplo os títulos dos hormônios morfogenéticos (HJ e Ecd).
De maneira semelhante ao observado por Wheeler e colaboradores (2006) nos estágios iniciais,
verificamos que o peptídeo insulínico AmILP-2 foi mais transcrito em operárias do que em rainhas
também nos estágios larvais tardios e, além disso, nossos resultados demonstraram que o peptídeo
insulínico 2 foi predominante em ambas as castas, atingindo seus maiores níveis especialmente du-
rante a fase de maior crescimento no quinto instar larval. É nesse instar que a rainha ganha cerca de
95% de seu peso e as operárias 85% antes de entrarem em metamorfose (Wang, 1965; Rembold et
al., 1980). Uma observação importante é que em rainhas a expressão de ambos os receptores de insu-
lina, inicialmente em altos níveis, apresentaram um rápido declinio após o terceiro instar larval e se
recuperando levemente na segunda metade do estágio de alimentação no quinto instar larval. Essas
observações apresentam uma relação potencialmente interessante com as curvas de crescimento geral
de larvas de operárias e rainhas e também com os títulos do hormônio juvenil medidos durante esses
estágios (Rembold, 1987; Rachinsky et al., 1990). Larvas de operárias apresentam uma alta taxa de
crescimento durante os estágios larvais iniciais sendo superado pelo crescimento das rainhas apenas
no final do quarto instar larval onde a curva de crescimento de rainhas é mais acentuado (Wang, 1965;
Rembold et al., 1980). Essa inversão na dinâmica de crescimento ocorre em um período quando as
larvas de operárias tem sua dieta alterada de uma dieta de secreções glandulares para uma dieta modi-
ficada consistindo de secreção glandular suplementada com pólem e mel (Haydak, 1970).
Essa relação entre taxas de crescimento e tipos de dietas dão origem a interessantes questões:
Por que o nível de transcritos de AmILP-2 é maior em larvas de operárias e por que a transcrição
de AmInRs decaem de maneira dramática em larvas de rainhas mesmo que elas sejam alimentadas,
com geléia real, mais frequentemente durante a fase de crescimento? De maneira similar surge outra
questão, por que os níveis de AmILP-2 aumentam em larvas de operária após a troca nutricional e
por que os níveis de ambos os transcritos para os receptores de insulina apresentam baixa modulação
aparente em relação a essa troca? Se operárias são simplesmente uma versão pouco nutrida de rain-
has, pode-se esperar que a via IIS seja menos ativa durante os crescimentos larvais de operárias que é
o que ocorre para a sinalização TOR onde os níveis mais altos de transcrição para o gene AmTOR são
encontrado em rainhas e, adicionalmente, a interferência na via TOR pelo farmacológico rapamicina
ou por RNAi fez com que as larvas destinadas a se tornarem rainhas apresentassem características
de operárias (Patel et al., 2007). Embora AmTOR seja mais transcrito nos níveis iniciais em rainhas
do que em operárias seus níveis são semelhantes para as duas castas na fase de tecelagem, mesmo
estágio onde os níveis de transcrição do peptídeo insulínico 2 foram altos podendo estar relacionado
a um mecanismo de compensação no decaimento da sinalização via TOR. Alternativamente, os níveis
de transcrição dos receptores de insulina pode não necessariamente refletir o estado de atividadeda
via IIS, uma vez que Puig e colaboradores (2003) demonstraram que o estatus nutricional de moscas,
refletido em seus níveis de secreções de ILP, pode levar a uma up-regulação ou down-regulação da
transcrição de InR via um mecanismo de feedback envolvendo o fator de transcrição FOXO.
Nossa análise da transcrição dos receptores de insulina nas amostras de ovários demonstrou um
resultado não intuitivo, pois de maneira geral os níveis dos transcritos foram maiores em operárias
do que em rainha– tinhamos esperado uma maior transcrição para os ovários de rainhas onde a ativi-

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dade predominante é o crescimento celular (Schmidt-Capella and Hartfelder, 1998). Além do mais,
ficou claro que o padrão de transcrição para os receptores de insulina apresenta características tecido
específica quando comparada ao perfil de transcrição das amostras de corpo inteiro. Tal característica
evidencia de maneira adicional a complexidade no controle do tamanho dos órgãos durante o desen-
volvimento de castas em Apis mellifera. De maneira interessante, um estudo recente dos níveis de tran-
scritos do receptor de insulina em operárias adultas (Ament et al., 2008) revelou também um padrão de
transcrição tecido específico quando comparadas amostras do cérebro e abdomen de nutridoras com o
de forrageiras, refletindo que há um status nutricional diferente nos dois estágios de vida.
Em conclusão, os resultados obtidos por qRT-PCR revelaram diferenças não intuitivas nos níveis
dos transcritos dos dois peptídeos insulínicos e dos dois receptores de insulina nos estágios de maior
crescimento do corpo de larvas de rainhas e operárias. Nós esperavamos uma relação positiva entre os
componentes da via IIS e o crescimento acentuado em larvas de rainha, como sugerido para a via TOR
(Patel et al., 2007). A observação da diminuição na transcrição dos receptores de insuilna abre espaço
para novas considerações das possiveis interações existentes na via IIS, como o feedback via FOXO
(Puig et al., 2003), assim como as relações entre a via IIS e os hormônios morfogenéticos, particular-
mente em insetos que exibem plasticidade fenotípica, como as castas em insetos sociais. Tais considera-
ções vêm emergindo a partir de estudos do crescimento em Drosophilas mutantes para genes da via IIS
na glândula protorácica (Colombani et al., 2005). Conexões entre o hormônio juvenil e a via IIS vem
sendo estabelecidas, principalmente, no campo da reprodução e envelhecimento em D. Melanogaster
(Flatt et al., 2005; Tu et al., 2005). Em abelhas tais conexões estão sendo agora direcionadas para o
contexto de diferenças quanto a reprodução e envelhecimento entre operárias e rainhas (Corona et al.,
2007; Grozinger et al.,2007; Page & Amdam, 2007) e principalmente, evidências para uma atípica
regulação da sinalização via IIS nos insetos sociais estão emergindo a partir de estudos de transcrição
por qRT-PCR de genes codificadores dos peptídeos insulínicos e dos receptores de insulina em operárias
nutridoras e forrageiras em relação à estação do ano e seu status nutricional (Ament et al., 2008).

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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375

O Status Nutricional e a Dinâmica do


Metabolismo do Hormônio Juvenil na
Vida Adulta de Apis mellifera
Aline Mackert1,*, Gustavo Conrado Couto Rosa2, Ana Durvalina Bomtorin1,
Marcela A. F. Bezerra Laure1, Márcia Maria Gentile Bitondi2 and Zilá Luz Paulino Simões2
1
Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil
2
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil
*Corresponding author: Aline Mackert
Departamento de Genética, FMRP, Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes, 3900, 14040-900, Ribeirão Preto, SP, Brazil
Tel.: +1-55-16-3602-3153; Fax: +1-55-16-3633-0069 E-mail address: mackert@rge.fmrp.usp.br

Juvenile hormone metabolism dynamics in adult Honey bee, Apis mellifera, is influ-
enced by nutritional status

Abstract

As an attempt to study nutrition effects over juvenile hormone (JH) regulation we identified genes
involved in CA synthesis using Drosophila melanogaster and Anopheles gambiae sequences as queries in
BLASTP analysis over sequences from Honey bee genome. We identified the cDNAs of enzymes involved
in the mevalonate pathway portion, juvenile hormone specific steps, basal mitochondrial metabolism and also
involved in the methyl transfer portion. There is a single gene encoding each enzyme of this pathway, with the
exception of farnesyl diphosphate synthase (FPPS), for which we identified seven homologs, but only four of
these enzymes are expressed in the corpora allata (CA), as indicated by quantitative RT-PCR analyses. Two
enzymes isoform for adenosylhomocysteinase and mitochondrial citrate transport protein were found. For
investigate the rule of nutrition into the JH metabolism, we kept newly-emerged workers during seven days
and fed them with two different diets. The sugar-rich diet was able to increase CA levels of methyl farnesoate
epoxidase gene (mfe) and also decrease the amounts of two JH degradation enzymes in fat body and hemo-
lymph: JH esterase and JH epoxide hydrolase, respectively. Just the opposite was observed for a protein-lipid-
rich diet. Our data suggest that the sugar-rich offered to workers created an environment corroborating to JH
increase and probably leads to the forager behavior observed in adult workers.

Introdução

A modulação dos níveis de hormônio juvenil é controlada precisamente por vários processos fisi-
ológicos e bioquímicos, sendo eles: síntese, degradação, ligação a proteínas específicas na hemolinfa e
secreção. Destes, a regulação da síntese tem sido considerada de extrema importância e um grande número
de evidências tem se acumulado a respeito do controle estimulatório (alatotrópico) e inibitório (alatostáti-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
376

co) feito pelo sistema nervoso sobre os corpora allata (CA), um par de glândulas onde o HJ é sintetizado
(Gilbert et al., 2000). A quantidade de HJ na hemolinfa está diretamente relacionada à sua produção pelos
CA, uma vez que não são conhecidas informações sobre estocagem neste órgão.
A regulação dos passos finais da produção do HJ, nas castas e estágios específicos, pode contribuir
para diferenças observadas nos títulos de HJ (Rachinsky et al., 2000). Segundo Tobe & Stay (1985), os
dois passos finais na produção de JH III, geralmente são: (1) a metilação do ácido farnesóico (AF) para
metil farnesoato (MF) catalisado pela enzima o-metil transferase (FAMET); e (2) uma epoxidação do MF
para JH III pela enzima metil farnesoato epoxidase (MFE).
Além da diminuição da síntese do hormônio juvenil, uma intensa atividade hidrolítica retira o
hormônio juvenil de circulação em momentos críticos do desenvolvimento (Hinton & Hammock, 2001).
Duas enzimas foram identificadas desempenhando o papel de degradação, a esterase do HJ (JHE) que está
presente na hemolinfa e tecidos, e a epóxido hidrolase do HJ (JHEH) a qual está ligada a tecidos especí-
ficos e primariamente associada à fração microssomal (de Kort & Granger, 1996). O catabolismo destas
duas enzimas produz três metabólitos (HJ-ácido – pela JHE; HJ-diol – pela JHEH e HJ-ácido-diol, por
ambas) (Hammock, 1985). Embora ao HJ-ácido seja atribuída atividade metabólica (Ismail et al., 1998), a
retirada do HJ de circulação é essencial para o desenvolvimento dos insetos.
O estudo da modulação do HJ é de grande interesse em A. mellifera, principalmente devido à seu papel du-
rante a diferenciação de castas e no polietismo etário. O recente sequenciamento do genoma de A. mellifera pelo
Baylor Humam Genome Center e a viabilidade de obtenção das seqüências oferecem uma grande oportunidade
de conhecimento dos genes da via de síntese do HJ e consequentemente uma análise detalhada da sua regulação.

Materiais e métodos

Análise de genes da via de síntese do hormônio juvenil


Os genes da via de síntese do hormônio juvenil foram preditos utilizando a base de dados proveniente
das anotações do genoma de A. mellifera (Glen Official Set). Para tanto foram utilizadas as seqüências de-
scritas para Anopheles gambiae e Drosophila melanogaster como fonte para as buscas, estas seqüências
foram obtidas a partir de Noriega et al. (2006).

Obtenção do RNA total, confecção de cDNA e RT-PCR quantitativa em tempo real


A extração de RNA foi utilizando-se reagente TRIzol para estudos de quantificação em diferentes
tecidos ou Kit GenElute™ Mammalian Total RNA Kit (Sigma) para extração de RNA de CA. O RNA
foi tratado com DNase (RQ1 Rnase-Free Dnase, Promega). A síntese de cDNA foi feita utilizando-se o
sistema de síntese Superscript II (Invitrogen).
Os experimentos para quantificação relativa por RT-PCR em tempo real (qRT-PCR) foram realiza-
dos utilizando-se metodologia SYBR® Green em um aparelho de PCR em tempo real (7500 Real Time
PCR, Applied Biosystems). Os valores de Ct foram transformados em valores de quantificação usando o
método comparativo de Ct de acordo com Applied Biosystems (user bulletin #2).

Western Blot
50 µg de proteína total foram separadas por SDS-PAGE. As proteínas foram transferidas para mem-
brana de PVDF. A detecção dos antígenos imobilizados na membrana foi realizada utilizando-se o Kit
ECL Western Blotting Detection Reagents and Analysis System (Amersham Biosciences). Os anticorpos
utilizados foram produzidos em coelhos a partir de seqüências parciais das proteínas JHE e JHEH de A.
mellifera. A diluição utilizada foi 1:100 e 1:500 para JHE e JHEH, respectivamente.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
377

Experimento de manipulação do alimento em abelhas adultas


Operárias recém-emergidas foram coletadas das colônias e confinadas em caixas de Madeira de 8
x 11 x 13 cm providas com alimento em duas diferentes condições: abelhas alimentadas com uma dieta
a base de açúcar (xarope 50% - 50% de açúcar em água) e abelhas alimentadas com açúcar e pólen (30%
beebread – pólen fermentado coletado diretamente nos favos - em xarope 50%). Todas as abelhas rece-
beram alimento e água ad libitum. As abelhas foram mantidas durante sete dias em uma estufa regulada à
34ºC e 80% de umidade relativa.

Resultados

Foram selecionados genes putativos para enzimas da via de síntese do HJ (Tabela I). As análises de
quantificação gênica tiveram o objetivo de selecionar genes que tivessem níveis de transcritos mais altos
nos CA quando comparados a outros tecidos em um momento do ciclo de vida de abelhas cujos títulos de
HJ estão altos, operárias forrageiras. Após análises de quantificação dos níveis de transcrição por RT-PCR
em tempo real foram selecionados sete genes cuja expressão foi acentuada nos CA-CC em relação à outros
tecidos (cérebro, corpo gorduroso e ovário): Os dados gerados mostraram que os genes codificadores de
oito proteínas têm altas taxas de transcrição nos CA: ach, fpps3, hmgs, hmgr, iddi, mt, famet e mfe (Figura
1). Apenas dois genes tiveram transcrição exclusiva nos CA: mfe e mt; estes genes são considerados es-
pecíficos da via de síntese do HJ. Os genes: famet, hmgr, hmgs, iddi, ach1 e fpps3, possuem os mais altos
níveis de transcrição nos CA, mas também são transcritos em outros tecidos. Os únicos genes que apar-
entemente não são transcritos nos CA são: fpps1 e fpps4, genes quase exclusivamente transcritos no CG; e
scd, cuja transcrição se limita à amostra de cérebro. Os demais genes: cs, mctp1, mctp2, atpcl, mat, ahc2,
ak, aat, mk e pmk, possuem expressão em aparentemente todos os tecidos analisados (Figura 1).

Figura 1 – Quantificação relativa dos níveis de genes envolvidos no metabolismo do HJ em


diferentes tecidos de operárias forrageiras de A. mellifera por RT-PCR em tempo real (qRT-PCR).
(CA-CC) corpora allata/corpora cardíaca; (FB) corpo gorduroso; (Brain) cérebro; (ovary) ovário.
Cada barra representa uma amostra formada de pools de 20-25 CA-CC ou pools de CG, Ce ou Ov
de 10 abelhas. A expressão do gene da RP49 foi utilizada para normalização, e o maior valor de ex-
pressão foi corrigido para 1 para cada gene individualmente. Para a sigla dos genes ver tabela I.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
378

Tabela I: Enzimas da via de síntese do hormônio juvenil. A tabela mostra os números de acesso
no GenBank dos ortólogos em Anopheles gambiae e Drosophila melanogaster¸ assim como o gene
predito em A. mellifera e o respectivo e-value fornecido pelas análises.
Enzima Ab. E.C. Anopheles Drosophila Apis e-value
gambiae melanogaster mellifera

Acetoacetil CoA tiolase AAT 2.3.1.9 XP_321828 NP_612094 GB12956 2e-78


Hidroximetilglutaril-CoA sintase HMGS 2.3.3.10 XP_315872 NP_725570 GB12497 e-169
Hidroximetilglutaril-CoA redutase HMGR 1.1.1.34 XP_307890 NP_996271 GB18242 0.0
Mevalonato kinase MK 2.7.1.36 XM_319701 NM_176158 GB14701 1e-30
Fosfomevalonato kinase PMK 2.7.4.2 XP_310779 Q9VIT2 GB11982 6e-40
Isopentenil-difosfato delta-isomerase IDDI 5.3.3.2 XM_321388 NP_650962 GB18308 5e-30
Farnesil difosfato sintase FPPS 2.5.1.1/10 XP_308653 NP_477380 GB12385 4e-76
(preniltransferase) GB12859 4e-69
GB11866 3e-63
GB15337 8e-54
GB10756 2e-51
GB18623 4e-04
Desidrogenase de cadeia curta SCD - XM_556135 NM_132467 GB12522 5e-57
Ácido farnesóico O-metiltransferase FAMeT - XP_318631 NP_611544 GB20002 2e-94
homóloga a crustáceos (FAMeT)
Metiltransferase do HJ-ácido MT - XP_314173 NP_609793 GB10517
(JHAMT) ortólogo à Bombyx mori
Metil farnesoato epoxidase (CYP15) MFE - XP_315675 NP_649151 GB15634 4e-80
Citrato (si)-sintase CS 2.3.3.1 XM_320478 - GB12573 0.0
Proteína de transporte do MCTP - XP_308964 NP_727450 GB17499 e-141
citrato na mitocôndria GB15259 e-120
ATP citrato liase ATPCL 2.3.3.8 XM_319323 - GB10992 0.0
Metionina adenosil transferase MAT 2.5.1.6 XM_307861 M_164362 GB15781 e-132
Adenosilhomocisteinase AHC 3.3.1.1 XM_311257 NM_078609 GB14324 0.0
Adenosil kinase GB15919 e-116
AK 2.7.1.20 XM_307001 NM_168532 GB13063 e-110

Com o objetivo de confirmar o status dos oito genes selecionados previamente sobre a
regulação do HJ, cinco deles foram analisados para quantificação dos níveis de mRNA nos
CA-CC em quatro fases do desenvolvimento de rainhas e operárias: rainhas e operárias na fase
de pupa de olho branco (Pw), quando os níveis de HJ estão basais na hemolinfa e duas fases
cujos títulos de HJ estão altos, operárias forrageiras, ou estão aumentando, rainhas recém-
emergidas, os altos títulos de HJ nestes casos estão envolvidos na atividade de vôo (Robinson
et al., 1991; Giray e Robinson, 1996; Tozetto et al., 1997). Após a quantificação por RT-PCR
em tempo real, os cinco genes analisados mostraram o mesmo perfil (Figura 2A): altos níveis
de transcritos acompanhando altos títulos de HJ, e baixos níveis de mRNA em fases cujos
títulos de HJ são reconhecidamente baixos (Elekonich et al., 2003). Para relacionar os níveis
de transcritos com os níveis de proteína nos CA de um dos genes analisados, foram executa-
das análises por western blot, utilizando-se um anticorpo anti-HMGR de B. germanica. Foram
utilizados extratos protéicos de CA-CC nas mesmas fases utilizadas para as investigações do
número de transcritos. Os resultados revelaram uma única banca de 68KDa correspondente à
HMGR de A. mellifera. Os níveis de proteína mostraram exatamente o mesmo perfil obser-
vado para a expressão do gene hmgr (Figura 2B). Estes resultados levaram a conclusão de que
exista um controle liga-desliga na produção de enzimas participantes da via de síntese do HJ
nos CA durante o ciclo de vida das abelhas.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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379

Figura 2 – (A) Quantificação relativa dos níveis de genes envolvidos no metabolismo do HJ


nos corpora allata/corpora cardiaca (CA-CC) de A. mellifera por RT-PCR em tempo real (qRT-PCR)
em pupas e abelhas adultas. Cada barra é a média de três pools de 8 CA-CC. A expressão do gene
da RP49 foi utilizada para normalização, e o maior valor de expressão foi corrigido para 1 para cada
gene individualmente. Para a sigla dos genes ver tabela I. (B) Perfis de HMGR nos CA-CC, 3 µg de
proteína total foram separados por SDS-PAGE e utilizados para experimentos de western blot. Um
anticorpo anti-HMGR de B. germanica foi utilizado, sendo detectada uma única banda de 68 KDa.

Estudos envolvendo a regulação dos níveis de HJ durante o processo de diferenciação de castas, no


estágio larval de A. mellifera, mostraram que a nutrição tem um papel essencial na regulação deste pro-
cesso (Michener, 1969; Wheeler, 1986; Hartfelder e Engels, 1998). O aumento na quantidade e qualidade
de comida ingerida pelas larvas leva a um aumento nos títulos de HJ na hemolinfa, como é o caso de larvas
que originarão rainhas (Rachinsky e Hartfelder, 1990). Baseada nesta informação, nosso objetivo foi testar
se o status nutricional é capaz de alterar a regulação dos níveis de síntese de HJ (utilizando como indicativo
a expressão de genes envolvidos neste processo) e a degradação do HJ em abelhas adultas. Operárias re-
cém-emergidas foram mantidas durante 7 dias em caixas e alimentadas com dois tipos diferentes de dietas:
uma dieta rica em açúcar (xarope 50%) e uma dieta rica em proteínas (30% beebread em xarope 50%). A
quantificação dos níveis de transcrito de genes envolvidos na síntese de HJ foi feita utilizando amostras de
CA-CC. As análises revelaram que os genes codificadores das enzimas MFE e IDDI são regulados pelo
status nutricional (Figura 3A). A primeira delas, metil farnesoato epoxidase, é o passo final na síntese de
HJ-III em A. mellifera, portanto, um passo específico desta via. A outra enzima, Isopentenil-difosfato delta-
isomerase, é um passo intermediário na síntese de isoprenóides. As alterações observadas para os genes da
via de síntese do HJ foram justamente opostas às alterações observadas para o processo de degradação do

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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380

HJ. Quando as abelhas foram alimentadas com uma dieta baseada em açúcar, o mfe e iddi tiveram os níveis
de transcritos aumentados significativamente nos CA (t-test; P=0,010 e P=0,043, respectivamente – Figura
3A). Ao mesmo tempo, os níveis de transcritos de Amjhe no corpo gorduroso (P=0,005; t-test; Figura
3B), e também os níveis de AmJHE e AmJHEH na hemolinfa e no corpo gorduroso, respectivamente,
diminuíram (resultados por western blot; Figura 3C). Estes resultados sugerem que uma dieta pobre em
proteínas possa ser um mecanismo regulador que cause um aumento nas taxas de síntese de HJ nos CA
(através do aumento de cópias de enzimas da via de síntese) e também a diminuição da degradação deste
hormônio na hemolinfa e tecidos. Este resultado é uma forte evidência que não apenas a síntese de HJ, mas
também o controle de sua degradação sejam mecanismos essenciais para a manutenção dos títulos de HJ.

Figura 3 – (A) Quantificação relativa dos níveis de genes envolvidos no metabolismo do HJ nos
corpora allata/corpora cardiaca (CA-CC) de A. mellifera por RT-PCR em tempo real (qRT-PCR) após
a manipulação da dieta em abelhas operárias adultas. Operárias recém-emergidas foram mantidas por
7 dias em caixas e alimentadas com duas diferentes dietas consistindo em xarope 50% ou 30% de bee-
bread em 50% de xarope. Cada barra é a média de três pools de 8 CA-CC. A expressão do gene da RP49
foi utilizada para normalização, e o maior valor de expressão foi corrigido para 1 para cada gene individ-
ualmente. Para a sigla dos genes ver tabela I. (B) Expressão normalizada dos genes jhe e jheh de A. mel-
lifera no corpo gorduroso por RT-PCR semiquantitativa (SqRT-PCR). As barras representam a média de
três amostras constituídas de pools de cinco indivíduos. A expressão do gene da RP49 foi utilizada para
normalização, e o maior valor de expressão foi corrigido para 1 para cada gene individualmente. (C)
Perfis de JHE e JHEH na hemolinfa e corpo gorduroso, respectivamente. As análises foram feitas por
western blot, 50 µg de proteína total foram separados por SDS-PAGE e utilizados para os experimentos.
Os asteriscos representam diferenças estatisticamente significativas nos tratamentos (t-test).

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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381

Discussão

Na tentativa de identificar o complexo transcriptoma dos CA de insetos, vários trabalhos foram


realizados utilizando differential display e análises de ESTs nesta glândula (Shinoda e Itoyama 2003,
Noriega et al. 2006, Helvig et al. 2004), como resultado uma lista de genes envolvidos na via de sín-
tese do HJ está disponível. A disponibilidade do genoma de A. mellifera e as seqüências de genes da
via de síntese do HJ geradas abriram a possibilidade de identificar ortólogos putativos para os genes
envolvidos na produção de HJ pelos CA.
Em relação ao penúltimo passo da via de síntese de HJ que envolve uma metiltransferase, foram
analisados dois genes. O primeiro deles é o ortólogo à ácido farnesóico O-metiltransferase (FAMeT)
de crustáceos e o segundo o ortólogo à HJ-ácido metiltransferase (JHAMT) de B. mori. A FAMet foi
estudada na abelha Melipona scutellaris (Vieira et al., 2008), os autores encontraram diferenças quanto
à expressão deste gene entre castas, no entanto, não está claro se a FAMeT participa ou não da via de sín-
tese do HJ. Um estudo recente sobre a FAMeT em D. melanogaster descartou a participação desta en-
zima na via de síntese do HJ (Burtenshaw et al., 2008). A FAMeT de D. melanogaster foi isolada e uma
FAMeT recombinante (rFAMeT) clonada, expressada e um anticorpo específico produzido. A rFAMeT
foi testada para atividade enzimática em ensaio radioquímico, mas nenhuma atividade foi detectada. O
anticorpo gerado confirmou a presença da FAMeT nos CA, mas os autores concluíram que a FAMeT
de D. melanogaster não tem nenhuma ação sobre a via de síntese de sesquiterpenóides. A FAMeT de A.
mellifera não apresenta nenhum domínio de metiltransferase segundo análises de busca pelo NCBI Con-
served Domain. Apesar da existência do transcrito correspondendo à FAMeT ter sido encontrado nos
CA, o gene da metiltransferase ortóloga à JHAMT de B. mori parece reter a função de metiltransferase
da via de síntese do HJ em A. mellifera, pois, esta enzima possui um domínio metiltransferase SAM-
dependente, e tem os níveis de transcritos muito altos nos CA quando comparados a outros tecidos.
Análises por micro-arranjos de DNA em camundongos recebendo diferentes dietas à base de
colesterol revelaram que apenas um conjunto de genes de enzimas da via dos isoprenóides são afe-
tados significativamente em seus níveis de transcritos, sendo eles os genes codificadores da HMGS,
IPP isomerase e FPPS (Soccio et al., 2002). De maneira similar, análises por micro-arranjos de DNA
mostraram que a mevalonato kinase é a enzima mais afetada por proteínas de ligação a um elemento
de resposta ao esterol (Horton et al., 2003). Em nossos experimentos, nós mostramos que apenas dois
genes, sofrem alterações transcricionais em resposta ao status nutricional, sendo eles: mfe e iddi.
Geralmente, os dados têm mostrado que os níveis de HJ podem ser melhor compreendidos em
termos de regulação coordenada de enzimas de sua síntese e controle do metabolismo (Gibbons, 2003;
Keeling et al., 2004), do que em termos de um passo regulatório. Contudo, Rachinsky et al. (2000)
mostrou que no início do quinto instar larval, quando os CA sintetizam menos HJ naturalmente, que
uma produção limitada dos precursores de HJ pode ser observada juntamente com um bloqueio casta
e estágio específico do passo final da via de síntese do HJ, que envolve a MFE.
Neste trabalho nos mostramos que os perfis de expressão de alguns genes da via de síntese são co-
ordenados e que o padrão de expressão acompanha os títulos de HJ. No entanto, em relação aos efeitos da
dieta sobre os níveis de transcrição de genes da síntese do HJ apenas dois genes são afetados. Os nossos
dados aliados aos dados proporciados por Rachisnky et al. (2000) indicam a MFE como uma possível
enzima limitante da síntese do HJ, mas que a maioria dos passos da via de síntese do HJ são ligados ou
desligados em momentos específicos, provavelmente como uma resposta nos CA como um todo.
Nossas observações sugerem que uma mudança na alimentação de operárias adultas, que pas-
sam a receber uma dieta exclusiva de carboidratos, não só é capaz de aumentar a transcrição do

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382

passo final da via de síntese do HJ-III, como também altera os níveis de JHE e JHEH. Culminando
num momento biológico propício para o aumento dos níveis de HJ na hemolinfa. Nossa hipótese, é
que a alimentação com açúcar mimetize os momentos que antecedem a atividade de forrageamento.
Durante o desenvolvimento normal este é o momento em que a operária muda de dieta e passa a
alimentar-se com uma dieta rica em açúcar (Haydak, 1970). Até o momento as evidências sugerem
para a nutrição como um fator de importância na regulação dos CA no estágio adulto. Tal processo já
é bem entendido durante o desenvolvimento larval de fêmeas que leva à formação de dois fenótipos
completamente distintos: rainhas e operárias. No entanto, este trabalho mostra evidências que apon-
tam a nutrição como mecanismo regulatório para a atividade dos CA e da atividade de degradação do
HJ no processo de polietismo etário.

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384

SI MPÓSIO 16

AVANÇOS OBTIDOS APÓS 10 ANOS DA


DECLARAÇÃO DE SÃO PAULO
SOBRE POLINIZADORES

Coordenadores: Vera L.I. Fonseca, Marina C. P. P. Landeiro

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Cursos Internacionais Sobre


Polinização no Brasil
Blandina Felipe Viana
Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia
Avenida Ademar de Barros s/n, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia 40190-170
blandefv@ufba.br

Para implementar as ações do Programa Brasileiro para conservação e uso sustentável dos
polinizadores (IBP) é essencial investir na formação de profissionais para atuarem no manejo e con-
servação dos polinizadores autóctones. Nesse contexto, iniciativas que visam o desenvolvimento de
estratégias pedagógicas inovadoras, que logrem bons resultados em curto espaço de tempo devem
ser incentivadas no âmbito desse programa. Os cursos internacionais sobre polinização é uma dessas
iniciativas. O formato original desses cursos foi concebido e desenvolvido pelo Prof. Dr. Peter Kevan,
da Universidade de Guelph no Canadá. No Brasil já foram realizadas quatro edições desses cursos,
sendo 03 na Bahia (Chapada Diamantina) e uma no Ceará (Limoeiro do Norte). O curso é teórico
– pratico e tem a duração de duas semanas,. Na primeira semana é ministrada a maioria das aulas
teóricas e realizados exercícios e demonstrações em campo e em laboratório, Ao final dessa semana
os participantes deverão elaborar propostas de mini-projetos, em grupos, que serão, em uma primeira
etapa, apresentados e debatidos com o conjunto de professores e, posteriormente, compartilhados
com os demais membros do curso. Na segunda semana estão previstas a execução dos mini-projetos
e a apresentação dos resultados, onde se espera que os alunos estabeleçam uma conexão entre os con-
teúdos teóricos específicos, a geração de hipóteses, o planejamento da coleta de dados e a discussão
dos resultados. As criticas e sugestões serão incorporadas para a formatação do trabalho escrito, que
deverão ser entregues posteriormente. A nossa experiência nos leva a crer que uma estratégia ped-
agógica bem planejada e estruturada, como esses cursos de campo sobre polinização, que alie infor-
mações teóricas consistentes e bem argumentadas com atividades práticas participativas pode causar
um grande impacto na formação de profissionais que repercutirão em ações afirmativas voltadas para
a conservação e manejo dos polinizadores. Apoio: PNUD/MMA; FAPESB, UFBA, UFC, Bando do
Nordeste, UNIMED, Associação de Produtores, REPOL.

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386

SI MPÓSIO 17

DESVENDANDO A PRÓPOLIS:
DA ABELHA AO HOMEM.

Coordenador: Ademilson E.E. Soares

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387

Uso de Resinas Pelas Abelhas e Fatores


Que Alteram a Produção de Própolis.
Ademilson Espencer Egea Soares
Depto. de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP.
Av. Bandeirantes, 3900
14.049-900 Ribeirão Preto, SP
e-mail: aesoares@fmrp.usp.br

Um dos maiores custos para evolução da sociabilidade foi a sua exposição aos patógenos.
(Møller et al. 1993; Schmid-Hempel 1998; Nunn et al. 2000; Tella 2002). Notadamente nos inse-
tos eussociais (Ho¨lldobler & Wilson 1990) e em particular nas abelhas, que vivem geralmente em
colônias com divisões de trabalho e onde o contacto com o meio externo é fundamental para a sua
sobrevivência, elas se expõem continuamente aos patógenos que podem ingressar nas colônias pelas
operárias forrageadoras. O ambiente interno da colônia é propício ao desenvolvimento de fungos,
leveduras e bactérias, que muitas vezes estão associados a própria integridade da colônia, como na
fermentação do pólen utilizado na alimentação das larvas.
Assim, entre os insetos sociais surgiram diferentes mecanismos fisiológicos e comportamentais,
que puderam minimizar os efeitos dessa convivência, incluindo simbiontes produtores de antibióticos,
(Currie et al 1999), alo e alto grooming (Rosengaus et al. 1998, Gramacho, 1999), secreções com funções
antibióticas (Rosengaus et al. 2000; Poulsen et al. 2002), remoção de lixos e restos de corpos estranhos
(Hart & Ratnieks 2001) e defesas imunológicas (Moret & Schmid-Hempel 2000; Traniello et al. 2002).
Um outro potencial mecanismo de defesa pode ser atribuído ao uso de resinas de plantas que
apresentam propriedades antimicrobianas.
Evidencias fósseis encontradas no âmbar Dominicano provenientes das minas localiza-
das na Cordilheira Setentrional e datadas do Euceno Superior (24-40 milhões de anos atrás)
indicam dois usos de resinas por abelhas e seus predadores (Poinar Jr, 1992). A Proplebeia do-
minicana (Meliponinae: Apidae) encontrada apresentava resinas em suas corbículas e pouquís-
simos grãos de pólen, sugerindo que isto poderia estar associado a construção do seu ninho
(Willie & Chandler, 1964). Os insetos Reduviidae, conhecidos como percevejos assassinos,
são particularmente predadores de abelhas do gênero Trigona (Johnson, 1983a) e utilizam
as resinas para imobilizar as suas presas. As abelhas do gênero Apis, normalmente coletam
resinas, exsudatos e restos de fragmentos vegetais, que são manipulados, acrescidos de cera,
secreções glandulares, constituindo a própolis que é usada principalmente para vedação de
frestas, soldagem dos favos, revestimento interno dos ninhos e de grande importância para
isolar pequenos animais em decomposição.
As abelhas Meliponina (Trigonini e Meliponini) utilizam as resinas vegetais associadas com cera,
formando o cerume normalmente de consistência sólida, que é utilizado na construção dos potes de ali-
mento, invólucros e favos de cria. Entretanto, algumas abelhas com a Tetragonisca angustula Latreille,
1811 e Plebeia sp (Apidae, Meliponinae) a resina é depositada no interior da colônia em pontos estra-
géticos e apresenta uma consistência mole e pegajosa, que é utilizada por essas abelhas como defesa.
Durante um ataque as abelhas se movimentam rapidamente para estes depósitos que são mais freqüentes

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nas proximidades da entrada do ninho e depositam pequenas bolotas no invasor, dificultando a sua mo-
bilidade. (Santos, 2007). Verificou também que essas bolotas de resinas variavam numericamente ao
longo do ano e a atividade de elaboração e manejo dessa resina pegajosa era feita pelas operárias com
mais de 20 dias de idade e que tinham as glândulas salivares da cabeça mais desenvolvidas.
As abelhas Meliponina, também pode confeccionar o batume, que é uma mistura de cerume
e/ou própolis com barro ou argila, que são utilizados normalmente para vedação de frestas e de-
limitar o envoltório onde o ninho está sendo construído.
Embora a relação de coleta de resinas pelas abelhas tenha se estabelecido há milhares de
anos, somente nos meados do século XX é que se iniciaram os trabalhos associando as possíveis
origens botânicas das resinas coletadas e o seu papel na construção e defesa dos ninhos contra
eventuais patógenos. Já era bastante conhecido que as abelhas do gênero Trigona eram exímias
coletoras de resinas, quando Johnson (1983b) determinou na América Central que a Trigona ful-
viventris fulviventris Guerin, coletava resina de Bursera, Bombacopsis, Hymenaea e Machaerium
para a construção de seus ninhos.
Absy e Kerr (1977) trabalhando na Amazônia Brasileira verificaram que a abelha Melipona sem-
inigra merrilae Cockerell, 1919 (Apidae: Meliponinae) utiliza sementes e látex dos frutos de Vismia sp
(Clusiaceae), misturadas com barro e resinas, para confeccionar o batume usado em seus ninhos.
Roubik (1989) verificou que a Melipona fuliginosa Lepeletier, 1836 (Apidae, Meliponinae) do
Panamá e Amazônia, utilizam na confecção de seus ninhos sementes misturadas com resinas alaranjadas
provenientes dos frutos de Vismia sp. Porém na Amazônia Central essa mesma abelha e alguns outros me-
liponíneos utilizam, sementes de Coussapoa asperifolia magnifolia (Cecropiaceae), (Garcia et al, 1992).
Martinez, et al (1966) testaram em Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Escherichia coli,
Pseudomonas aeruginosa e em Candida albicans a atividade antimicrobiana de 23 extratos de 12 espécies
de plantas de Cuba usadas tradicionalmente na medicina popular. A bactéria mais suscetível foi Staphylo-
coccus aureus e a planta com melhor atividade antibacteriana foi Schinus terebenthifolius, (Anacardiace-
ae) que é uma fonte importante de resina para as abelhas Tetragonisca angustula (jataí) e apresenta entre
seus óleos essenciais o ácido linoléico como composto majoritário (Noneam & Ghoneim, 1986).
O pólen e o néctar secretado pelas plantas são os principais recursos florais, oferecidos como
recompensa aos polinizadores. Entretanto, Vogel (1969 apud Pianaro, 2007) descreve a “síndrome
floral” em cinco famílias de plantas (Iridaceae, Krameriaceae, Malpighiaceae, Orchidaceae e Scro-
phulariaceae) relacionando a secreção de óleos florais produzidos pelas elaióforos. Buchmann (1987)
realizou um amplo levantamento e determinou que aproximadamente 2.402 espécies de plantas per-
tencentes a 8 ordens, 10 famílias e 79 gêneros, produzem óleos florais e/ou néctar e pólen. Ele obser-
vou coleta de óleos florais em Malpighiaceae, Gesneriaceae e Melastomataceae, por três espécies do
gênero Trigona (Apidae: Meliponinae) e uma espécie do gênero Melipona (Apidae: Meliponinae).
Os óleos florais coletados pelas abelhas, nem sempre estão associados com a obtenção de en-
ergia e alimento larval como, por exemplo, nos Anthophoridae e Melittidae, mas podem ser usados
também na construção dos ninhos, como tem sido aventado por Roubik (1989), para as abelhas Tet-
ragona dorsalis (Smith, 1854), Trigona spinipes (Fabricius, 1793). Trigona pallens (Fabricius, 1798)
e Trigona cilipes (Fabricius, 1804) (Apidae:Meliponinae).
Os óleos essenciais obtidos de plantas nativas de Baccharis dracunculifolia e Baccharis uncinel-
la, também conhecido como óleo-de-vassoura, é utilizado em perfumaria, proporcionando um aroma
exótico a diversos perfumes. Eles apresentam também diferentes atividadades alelopáticas, antioxi-
dante, antimicrobiana, citotóxica e antiinflamatórios. Os processos de extração e a região geográfica
influenciam na concentração de compostos oxigenados, principalmente o nerolidol e o espatulenol.

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
389

Ferronato, et al (2007) investigaram a ação desses óleos em 4 cepas de E. coli, Staphylococcus


aureus e Pseudomonas aeruginosa e verificaram que eles apresentam atividades antimicrobianas
contra esses patógenos.
A atividade antibacteriana dos óleos essenciais liberados a partir da própolis, tem sido usada
para reduzir a incidência de bactérias patogênicas em baias de animais confinados e em escolas. (Bev-
ilaqua, et al 1977,
Pianaro, (2007) analisando estruturas abdominais de Tetragonisca angustula Latreille, 1811
(Apidae, Meliponinae), constatou que essas abelhas estavam coletando óleos florais, provenientes
particularmente da Lophanthera lactescens Ducke (Malpighiaceae). Embora não tenha ficado claro
a utilização desse óleo pela abelha, foi detectado que ele apresenta como componente majoritário o
ácido 3-acetoxi-octadecanóico. Trata-se do primeiro relato sobre a coleta de óleos pela abelha jataí.
Um dos trabalhos pioneiros com a própolis no Brasil foi realizado por Breyer, (1980), que
editou o livro Abelhas e Saúde, onde relata os efeitos da Propolina. Mas foi nos anos 90 que as pes-
quisas com própolis passaram a tomar novos rumos e vários grupos de pesquisas se preocuparam em
caracterizar as propriedades físico-químicas das própolis oriundas de diferentes regiões, bem como
as suas atividades antimicrobianas, inibidores de tumores, regeneração de tecidos, ação cicatrizante,
atividade anti-cariogênica, antiinflamatória, anti-oxidante, hepatoprotetora, analgésica, atividade es-
trogênica, antiangiogênica e regenerativa de cartilagens (Menezes, 2005, Adelmann, 2005).
A própolis brasileira produzida no cerrado, rica em derivados prenilados do ácido-p-cumárico
(Bankova; Marcucci, 1999), é conhecida internacionalmente como própolis verde, “green propolis”,
a qual tem como principal fonte vegetal à espécie de Baccharis dracunculifolia D.C., (Bastos, 2000,
2001, Bastos et al 2000) possuindo uma coloração característica que é utilizada pelos japoneses para
sua rápida identificação no processo de comercialização (Park et al., 2004). A própolis verde é am-
plamente consumida no Japão como suplemento alimentar na profilaxia de doenças devido as suas
ótimas características organolépticas e também em razão do menor teor de poluentes ambientais,
bem como a sua atividade antitumoral, que está relacionada principalmente com os ácidos fenólicos:
drupamina, artepelinC e bacarina, que podem varias de acordo com a região e a época do ano. Os
diprinilados encontrados nessa própolis são agentes antioxidantes importantíssimos, capturando elé-
trons livres da cadeia respiratória e prevenindo os danos na molécula de DNA.
O preço da própolis verde no auge da exportação para o Japão, chegou a ser cotado até $200/
kg. Com o passar do tempo houve uma possível saturação do mercado internacional e o preço caiu. O
preço médio de própolis verde em janeiro de 2007 estava cotado a US$ 83/kg, e em janeiro de 2008,
ele atingiu o preço de US$ 97/kg.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de própolis atrás da Rússia e China, com uma produção
de 42 toneladas/ano. Minas Gerais lidera a produção nacional com aproximadamente 29 toneladas/ano,
Recentemente um novo tipo: a própolis vermelha oriunda dos manquezais e de rios dos estados
da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, passou a ter repercussão internacional. Ela é pro-
duzida a partir de um exsudato resinoso vermelho secretado pela Dalbergia ecastophyllum (L.) Taub.
(Verônica branca, Rabo-de-bugio) uma leguminosa pertencente a família Fabaceae, como resposta as
lesões provocadas por insetos. (Silva, et al 2007, Daugsch, et al 2007).
Li et al (2007) associam a inibição de tumores de próstata, hepatites e tumores virais, a
alguns flavonóides na própolis vermelha como isoliquiritigenina, daidzeina, dalbergina, for-
mononetina e biochamina A.
A própolis vermelha produzida no Brasil está como preço oscilando no mercado internacional entre
$200 a $250/Kg e a nossa produção ainda é insuficiente para atender a demanda. Atualmente os USA

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são os principais compradores. A produtividade pode ser evidentemente aumentada pela adequação e uso
correto de coletores, localização dos apiários, manejo, sazonalidade, flora disponível e sobretudo, pelo
uso de rainhas geneticamente melhoradas. (Lima, 2005; Manrique, 2001; Manrique e Soares, 2002ab)
Embora as resinas e as própolis já tenham sido demonstradas como potenciais fornecedores de
matéria prima para a indústria farmacêutica, um dos grandes desafios é compreender o verdadeiro
papel dessas resinas no interior das colméias como eventuais controladores de doenças e como as
abelhas detectam a necessidade de coletar e como encontrar a resina adequada.
Bastos, et al (2008) constatou a eficiência da própolis verde no controle in vitro do Paeniba-
cillus larvae, agente causal da cria pútrida americana e isto é extremamente relevante no cenário
internacional, pois abre a possibilidade de um controle natural evitando o uso indiscriminado de an-
tibióticos e extermínios de colméias contaminadas.
A grande diversidade florística e o amplo espectro das nossas própolis, associado à capacidade
coletora das abelhas africanizadas, poderá assegurar ao Brasil a obtenção de produtos “orgânicos”
altamente diferenciados e aceitos no mercado internacional.

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Estudo das Fontes Vegetais de Própolis


Brasileira por Espectrometria de Massas.
Alexandra Christine Helena Frankland Sawaya
Universidade Bandeirante de São Paulo, UNIBAN, Mestrado em Farmácia, Rua Maria Cândida
1813, Vila Guilherme, CEP 02071-013, São Paulo, 011-29679147, franksawaya@terra.com.br

Resumo

A própolis é uma resina obtida de plantas que as abelhas utilizam, acrescida de cera, para prote-
ger sua colméia contra a entrada de correntes de ar, de predadores e de microrganismos. A composição
química e fontes vegetais de própolis obtida das abelhas Apis mellifera de regiões de clima temperado
como Europa e América do Norte, já foi estudada, constando da literatura pesquisada. Com o objetivo
de determinar a composição química e fontes vegetais de própolis brasileira, foram feitos vários estu-
dos, utilizando a espectrometria de massas com ionização por eletrospray (ESI-MS). Foram analisadas
amostras de própolis de Apis mellifera provenientes de todas as regiões do Brasil e da Bulgária, Ingla-
terra, Finlândia, América do Norte e Moçambique. Também foram extratos de plantas sugeridas como
fontes vegetais de própolis destas regiões. Inicialmente, amostras e própolis da abelha nativa brasileira
(Tetragonisca angustula) proveniente do sul, sudeste e nordeste do Brasil foram comparados entre si
e com extratos de plantas visitadas por estas abelhas, permitindo a identificação da fonte vegetal desta
própolis. Depois, própolis diversas abelhas nativas sem ferrão de cinco regiões do Brasil foram com-
paradas entre si e com de extratos de plantas e própolis de A. mellifera das mesmas regiões, determi-
nando padrões na composição de própolis de abelhas nativas. Os resultados obtidos contribuíram para
um melhor conhecimento da variável composição química de própolis brasileira.

Palavras chave: própolis, fontes vegetais, resinas, espectrometria de massas, abelhas nativas
sem ferrão, Apis mellifera.

Study of the plant origins of Brazilian propolis by mass spectrometry.

Abstract

Propolis is a resin, collected from plants, which bees mix with wax and use to protect their
hives against air currents, predators and microorganisms. The chemical composition and plant ori-
gins of propolis obtained from Apis mellifera bees from temperate regions such as Europe and North
America, have already been studied and can be found in literature. With the objective of determining
the chemical composition and plant origins of Brazilian propolis, several studies were carried out,
using electrospray ionization mass spectrometry (ESI-MS). Samples of propolis from all regions of
Brazil from Bulgaria, England, Finland, North America and Mozambique, were analyzed by direct
insertion ESI-MS. Extracts of plants that were previously indicated as plant sources of propolis from
those regions. Initially propolis samples of the native bee (Tetragonisca angustula) from the south,
southeast and northeast of Brazil were compared with each other and with extracts of plants visited

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
394

by T. angustula, allowing us to identify the main plant source of this type of propolis. Next, propolis
of several species of native stingless bees from five regions in Brazil were also compared with plant
extracts and propolis of A. mellifera from the same regions, identifying patterns in the composition of
propolis from native Brazilian stingless bees. The results obtained contributed to a grater understand-
ing of the variable composition of Brazilian propolis and its plant sources.

Key words: propolis, plant sources, resins, mass spectrometry, native stingless bees, Apis mellifera.

Introdução

A própolis é uma resina obtida de plantas que as abelhas utilizam, acrescida de cera, para prote-
ger sua colméia contra a entrada de correntes de ar, de predadores e de microrganismos. Devido a suas
propriedades antimicrobianas vem sendo usada desde o antigo Egito. Sendo utilizada empiricamente
como remédio tradicional na Europa, os primeiros paises a estudar a própolis foram os do bloco
comunista da Europa oriental, portanto a composição química da própolis de regiões de clima tem-
perado como Europa e América do Norte foi a primeira a ser estudada. Sabe-se que as abelhas Apis
mellifera, nativas da Europa, visitam preferencialmente as árvores do gênero Populus e os principais
compostos encontrados na própolis européia são flavonóides. (Cizmarik e Matel, 1970; Bankova et
al., 1988; Greenaway et al. 1990).
Em regiões onde árvores do gênero Populus não são nativas, como na América do Sul, as
abelhas procuram resinas de outras plantas para fabricar a própolis. Na própolis da Venezuela foram
encontradas benzofenonas preniladas, que levou os autores do estudo (Tomás-Barberán et al.1993) a
crer que resinas comuns a todas estas amostras partiram de plantas do gênero Clusia, típicas de clima
tropical. Os primeiros estudos da composição da própolis brasileira, obtida de abelhas Apis mellifera,
mostraram que ela é diferente da européia (Aga et al., 1994; Bankova et al., 1995) e que também
varia de acordo com a região geográfica da qual provem (Marcucci et al., 2000). No Brasil encon-
tramos própolis de cores que variam do verde ao vermelho, passando por tons de amarelo e marrom,
indicativas de variação na sua composição. O tipo de própolis brasileira mais estudada (e exportada)
é a própolis verde do sudeste, proveniente de abelhas A. mellifera, que é caracterizada por conter
derivados prenilados do ácido p-cumárico (Marcucci et al., 1998) e deriva de resinas da Baccharis
dracunculifolia ou vassourinha.
Há também crescente interesse na própolis oriunda de abelhas nativas sem ferrão, que são as
polinizadoras naturais da América do Sul. Por serem pouco agressivas, são de fácil manejo e a propa-
gação de suas colônias ajuda a manter a biodiversidade. Apesar disto há um baixo nível de domestica-
ção destas abelhas (Heard, 1999), uma exceção sendo a abelha nativa do Brasil Tetragonisca angus-
tula, conhecida como jataí, encontrada do México até a Argentina (Oliveira et al., 2004). Apicultores
freqüentemente mantêm colônias destas abelhas, pois o seu mel é vendido a preços mais altos que o
mel de abelha comum, além de colônias de abelhas Apis mellifera, porém até recentemente pouco se
sabia sobre as origens vegetais de sua própolis.
Para a análise dos componentes voláteis e semivoláteis da própolis, a cromatografia gasosa
acoplada á espectrometria de massas (GC-MS) foi usada (Bankova et al 1992, Marcucci et al
1998, Pereira et al 2000). Porém, a própolis contém muitos compostos de baixa volatilidade e alta
polaridade que não são adequados para análise por GC-MS (Bankova et al 1982, Marcucci et al.,
2001) mesmo com derivatização (Pereira et al 2000) Muitos desses compostos, como os derivados
prenilados do ácido p-cumárico já citados, têm importante atividade farmacológica. Por este mo-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
395

tivo é importante usar técnicas mais modernas, como espectrometria de massas com ionização por
electrospray (ESI-MS) que são mais adequadas para o estudo destes compostos polares, na análise
da própolis (Sawaya et al., 2004; Sawaya et al., 2006; Sawaya et al., 2007) e na identificação das
fontes vegetais de suas resinas.
A ESI é uma técnica branda que transfere as moléculas ionizadas em solução diretamente para
a fase gasosa. A ESI-MS pode ser usada com inserção direta, obtendo um perfil da amostra, chamado
de fingerprint; ou pode ser acoplada a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC-ESI-MS) para
analisar os compostos isolados. A ESI é conveniente para análise direta de extratos naturais com-
plexos porque a maioria dos compostos que contêm sítios ácidos ou básicos será detectada como um
único íon, na sua forma protonada [M+H]+ ou desprotonada [M-H]-. A espectrometria de massas se-
qüencial (MS/MS) com dissociação induzida por colisão dos [M+H]+ ou [M-H]- pode ser usada para
elucidação estrutural. A espectrometria de massas constitui hoje uma das mais abrangentes e versáteis
técnicas instrumentais em ciência, sendo de fundamental importância para a análise e identificação de
compostos naturais.

Objetivos

Foram realizados vários estudos comparativos de amostras de própolis de abelhas A.mellifera


de abelhas nativas sem ferrão provenientes de várias regiões do Brasil, amostras de própolis de
A.mellifera de outros países e extratos de plantas visitadas pelas abelhas, por ESI-MS visando:
1.Identificar padrões de composição regional da própolis de Apis mellifera.
2.Identificar padrões de composição de própolis de abelhas nativas sem ferrão.
3.Comparar a composição dos tipos de própolis com extratos de plantas que podem ser fontes
vegetais de suas resinas.

Material e métodos

Espectrômetro de massas
Foi usado um espectrômetro de massa Q-TOF (Micromass) híbrido com um quadrupolo e um anal-
isador de massas por tempo de vôo (TOF) com alta resolução. As condições de ESI-MS usadas foram:
capilar +3000 V, cone +40V, temperatura de dessolvatação 100 ºC. Para as análises por ESI-MS com
inserção direta foi usada uma bomba de seringa marca Harvard Apparatus, com fluxo de10 μL/min.

Extração e diluição de amostras


Amostras de própolis de Apis mellifera do Brasil e outros países, bem como amostras de própo-
lis de abelhas nativas foram extraídas por maceração em um “shaker” por 7 dias, à velocidade de 100
opm, à temperatura de 30 oC com etanol e depois filtrados para retirar as partes insolúveis. Estes
extratos foram mantidos em um freezer por 24 horas e novamente filtrados à temperatura de –16 oC
para retirar as ceras. Depois o solvente foi evaporado em banho Maria a 50 oC e obtidos os extratos
secos. Estes foram dissolvidos a uma concentração de aproximadamente 50 ng/mL em uma solução
contendo 70% de metanol grau cromatográfico e 30% de água purificada por Milli-Q. Para análise
em modo negativo as soluções foram acrescidas de 0,5% de hidróxido de amônio e para análise em
modo positivo as soluções foram acrescidas de 0,5% de ácido fórmico.
Foram feitos extratos metanólicos por maceração das partes aéreas de mais de vinte plantas visitadas
por abelhas, incluindo Baccharis dracunculifolia, Araucária angustifolia e Schinus terebenthifolius. Tam-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
396

bém foram feitos extratos superficiais por sonicação de 10 minutos com diclorometano e com metanol,
bem como extratos por maceração de uma semana com diclorometano e com metanol, com as flores, fru-
tos e folhas de Schinus terebenthifolius. Estes extratos foram secos e re-diluídos como os de própolis.

Quimiometria
A quimiometria foi utilizada para correlacionar as amostras estatisticamente. A análise de Com-
ponentes Principais foi executada usando a versão 2.60 do programa Pirouette (Infometrix, Wood-
inville, WA, USA). A idéia principal por trás desta análise é a redução da dimensão dos dados em
uma situação onde há um numero grande de variáveis correlacionadas, facilitando o agrupamento de
amostras.

Resultados e Discussão

Fingerprint de própolis de Apis mellifera por ESI-MS. (Sawaya et al., 2004)


Os extratos de própolis de Apis mellifera do Brasil (estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná,
Mato Grosso do Sul, Bahia e Alagoas), Bulgária, Inglaterra, Finlândia, América do Norte e Moçam-
bique, obtidos e diluídos da maneira descrita acima, foram inseridos diretamente e analisados por ESI-
MS. Foram obtidos espectros na faixa de 100 a 1000 m/z, em modo positivo e negativo das amostras
de própolis, porém, somente os fingerprints obtidos em modo negativo caracterizaram claramente
as amostras. Isto se explica pelo fato que os compostos mais importantes da própolis contém grupos
ácidos e fenólicos, que se ionizam mais facilmente em modo negativo. Deste modo, a comparação
dos fingerprints das amostras permitiu que estas pudessem ser divididas em grupos diretamente rela-
cionados à sua origem geográfica . Como não foram observados íons intensos com m/z acima de 500,
os fingerprints são apresentados de m/z 100 a 650.
As amostras do sudeste do Brasil (de cor predominantemente verde) têm entre si composição
básica muito similar, e formaram o grupo G. Este grupo compreendeu o maior número de amostras
analisadas (5 de SP, 12 de MG e 1 PR) com íons característicos em m/z [M-H]- 231, 299, 363. Um
segundo grupo, de cor marrom esverdeada formou o grupo B2 (6 amostras do PR, 1 de MS), cujo
fingerprint mostra os mesmos íons do grupo G e mais íons em m/z 229, 301, 319, 351 e 361.
No grupo B1 (4 amostras do PR) de própolis marrom observamos a presença dos íons em m/z 253,
255, 301, 319, 351 e 361 nos seus fingerprints e a ausência dos íons característicos em m/z 229, 231 e 299.
Um estudo dos fingerprints das amostras neste grupo mostrou que amostras B2 apresentam uma mistura
dos ions dos grupos B1 e G, acrescida do íon m/z 229, que é característico somente para este grupo.
As amostras do nordeste, de cor avermelhada, apresentaram dois fingerprints diferentes. As
amostras do grupo R1 (2 da BA e 1 de AL) com íons mais intensos em m/z 255, 267, 271, 285, 519
e 601 apresentaram cor vermelho rubi enquanto as amostras do grupo R2 (5 amostras da Bahia) com
íons mais intensos em 255, 281, 311, 325, 339 e 441 apresentaram cor marrom avermelhada.
As amostras de Moçambique apresentaram um fingerprint diferente das brasileiras e das
amostras de países com clima temperado. Os íons mais intensos desta amostra foram m/z 239, 255,
269, 369 e 373.
As duas amostras dos Estados Unidos apresentaram fingerprint similares às amostras de origem
européia, que é coerente com o fato que própolis de países temperados têm sua origem nas resinas
de Populus. Os íons mais intensos observados foram m/z 253, 255, 269, 271 e 313. Os mesmos íons
foram os mais intensos encontrados em uma amostra de própolis européia por Mauri e Pietta (2000)
utilizando ESI-MS em modo negativo.

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Estudo comparativo da composição de própolis proveniente de Apis mellifera e Tetragonisca


angustula (jataí) das mesmas regiões do Brasil por ESI-MS. (Sawaya et al., 2006)
Como a composição da própolis proveniente de abelhas Apis mellifera, que não é nativa do Bra-
sil, varia consideravelmente de acordo com a região da qual provém, avaliamos amostras de própolis
da abelha Tetragonisca angustula (jataí), das mesmas regiões e extraídas seguindo o mesmo procedi-
mento que as amostras de própolis de Apis mellifera. A inspeção visual dos fingerprints mostra que as
amostras de própolis de jataí das regiões nordeste, sudeste e sul apresentam os mesmos íons [M-H]-
principais, indicando que uma planta seja a principal fonte das resinas empregadas na confecção da
própolis.
Seguindo indicações dos apicultores sobre as plantas visitadas por estas abelhas, foram feitos
extratos metanólicos das partes aéreas de mais de vinte plantas e analisadas por ESI-EM em modo
negativo, do mesmo modo que as amostras de própolis. Somente uma planta, Schinus terebenthifo-
lius, apresentou alguns dos componentes encontrados na própolis de jataí. Portanto esta planta, con-
hecida popularmente como aroeira vermelha ou aroeira mansa, foi estudada mais detalhadamente.
Foram feitos extratos com as flores, frutos e folhas desta planta.
Os resultados de estudos da planta S. terebenthifolius, encontrados na literatura demonstrram
que ela contém vários triterpenos (Kaistha and Kier 1962 a b,Campello e Marsaioli, 1974, Campello
e Marsaioli, 1975, Lloyd et al., 1977). Destes, os ácidos masticadienóico e masticadienólico tem pro-
priedades farmacológicas. Eles são inibidores da fosfolipase A2 e podem ser usados para o controle
de processos inflamatórios (Jain et al., 1995). Estes compostos foram encontrados nas flores e frutas
de S. terebenthifolius bem como em própolis de jataí.

Comparação da própolis de Apis mellifera das regiões sul e sudeste do Brasil com extratos de
plantas. (Marcucci et al., 2008)
Foram analisados amostras de própolis provenientes de abelhas A. mellifera do sul e sudeste do
Brasil e extratos de plantas que podem ser as fontes vegetais das resinas de própolis destas regiões.
Foram comparados fingerprints das amostras de própolis verde de São Paulo e Minas Gerais com o
do extrato da planta, Baccharis dracunculifolia, que já foi citada como fonte vegetal deste tipo de
própolis. Observa-se que ambos têm muitos íons principais em comum, confirmando a semelhança
entre a composição dos dois.
Ao comparar o fingerprint de B. dracunculifolia com aquele obtido de uma amostra de
própolis verde do Paraná, verifica-se que também há muita semelhança entre os íons observados
nos fingerprints dos dois. A principal diferença entre própolis verde do sudeste e a verde do
Paraná é a presença do íon de m/z 229 (ácido 2,2-dimetil -2H-1-benzopirano-6-propenóico) en-
contrado na própolis do Paraná, mas somente encontrado ao nível de traços na propolis verde do
sudeste. Este composto está presente também nos extratos de B. dracunculifolia, sugerindo que
esta planta também seja a fonte vegetal da própolis verde do Paraná. Mudanças no metabolismo
da planta, talvez relacionadas ao clima, poderiam levar a um aumento na biossíntese do ácido
2,2-dimetil-2H-1-benzopirano-6-propenóico, resultando na maior concentração deste composto
na própolis verde do Paraná.
Mais ao sul do Brasil (Paraná e Santa Catarina) encontra-se a própolis marrom. O fingerprint
deste tipo de própolis tem muitos íons em comum com as resinas de Araucária angustifólia, uma
planta típica das florestas daquela região. Ao compará-los observam-se vários íons intensos em co-
mum (m/z 301, 319, 333 e 361) que foram identificados como terpenos. Destes, apenas o composto,
ácido E/Z comúnico, fora identificado em amostras de própolis brasileira e em resinas de A. angusti-

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
398

folia (Bankova et al., 1999). Por outro lado, flavonóides encontrados nas amostras de própolis do sul
(crisina e pinocembrina de m/z 253 e 255 respectivamente) não foram encontrados nas resinas de A.
angustifolia, indicando que outra planta fornece parte das resinas da própolis marrom do sul.
No estado do Paraná encontramos ainda um tipo de própolis marrom mista contendo compostos
observados na própolis verde do Paraná e na marrom do sul. Esta própolis é resultante da colheita de
resinas de ambas fontes vegetais (B. dracunculifolia e A. angustifolia). É coerente que as amostras
deste tipo de própolis sejam provenientes do estado do Paraná, onde há a mudança entre a zona tropi-
cal e subtropical, com a superposição da vegetação destes dois climas.

Comparação de própolis de abelhas nativas de diversas regiões. (Sawaya et al., 2007)


Ao longo dos estudos efetuados com própolis de A. mellifera e T. angustula foram coletadas
amostras de outras abelhas nativas sem ferrão. A identificação da espécie de abelha foi feita pelos
apicultores e pesquisadores que forneceram as amostras.
A análise por PCA dos fingerprints das amostras de própolis as divide em três grupos principais
correspondentes a íons característicos observados nos fingerprints. Uma análise detalhada destes íons
nos permitiu identificar as fontes vegetais de dois grupos de amostras. O Grupo 1 é composto de 9
amostras de própolis de abelhas nativas e de A. mellifera do interior da Bahia. Como exemplos típicos
do grupo 1, temos fingerprints de T. angustula de Minas Gerais e de P. droryana de São Paulo. Os
íons de m/z 371, 373, 401, 455, 469 e 471 que são diagnósticos destas amostras, são também car-
acterísticos de própolis de T. angustula em todo o Brasil, e derivados de resinas de S. terebenthifolius,
que é fonte vegetal principal deste grupo.
O Grupo 2 também é composto de 9 amostras de própolis: 7 provenientes de abelhas na-
tivas e de A. mellifera oriundas do Paraná; uma de Melipona favosa de Mato Grosso do Sul
e uma de M. quadrifasciata de São Paulo. Os íons de m/z 301, 315, 317, 319, 333, e 361 são
característicos desta amostras e de amostras de própolis marrom de A.mellifera do sul do Brasil.
Estes íons também foram encontrados em resinas de árvores do gênero Araucária. A maioria das
amostras do Grupo 2 provêem do estado do Paraná, onde estas árvores são comuns e estas resinas
aparentemente são a principal fonte vegetal para própolis de abelhas nativas e A. mellifera. Nos
fingerprints das amostras de própolis do sul do Brasil encontramos também os íons de m/z 253,
255 (crisina e pinocembrina) flavonóides característicos da própolis de A. mellifera do sul do
Brasil, e de própolis européia. Duas amostras de própolis (P. droryana de São Paulo e P. remota
do Paraná) obtiveram suas resinas de ambas as fontes vegetais ; S. terebenthifolius e araucária.
O Grupo 3 é composto de seis amostras de própolis: da Bahia e Amazonas; íon mais caracterís-
tico destas amostras é o de m/z 271. Notamos também o íon de m/z 601, característico de própolis
vermelha do litoral da Bahia é observado com baixa intensidade em várias amostras de própolis de
abelhas nativas desse estado. Também observamos no fingerprint de própolis deste grupo, íons menos
intensos, porém característicos de S. terebenthifolius (m/z 373, 401, 453 e 469), indicando que até na
região norte esta árvore é uma fonte vegetal importante para própolis de abelhas nativas.
A maioria dos fingerprints de própolis de abelhas nativas apresentou íons característi-
cos de S. terebenthifolius, e somente três não apresentaram sequer traços desses íons. Estes
resultados são coerentes com os relatos de diversas abelhas nativas visitando esta árvore. Em
regiões onde outras fontes vegetais estão presentes, as abelhas nativas se adaptam e podem
usar também outras plantas (como araucaria no sul do Brasil), porém em nenhuma amostra
de própolis de abelhas nativas foram observados marcadores de B. dracunculifolia, a princi-
pal fonte vegetal de própolis verde de A. mellifera.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
399

Agradecimentos

Pesquisas financiadas por FAPESP e CNPq.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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401

Phenolic Composition, Antimicrobial and in Vitro


Antioxidant Activities of Brazilian Red Propolis
Phenolic composition and biological activities of Brazilian propolis
Oldoni, T.L.C.1; Cabral, I.S.R.1; Rosalen, P.L.2; Ikegaki, M.3; Alencar, S.M.1*
1
Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição.
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo – Piracicaba/SP.
2
Departamento de Ciências Fisiológicas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Universidade
Estadual de Campinas –Piracicaba/SP.
3
Departamento de Farmácia. Universidade Federal de Alfenas – Alfenas/MG.
* Corresponding author. Tel.:0xx19 3429- 4150; Fax: 0xx19 3429-4288.
E-mail address: alencar@esalq.usp.br

Abstract

Natural products have been a successful source for developing new and effective drugs and
most of the currently commercially available drugs are from or derived from natural products.
Propolis, a nontoxic beehive product, presents anticariogenic, antimicrobial, antiinflammatory
and anticarcinogenic properties, and new drug and patent have been derived from this natural
product. A new type of propolis produced in the northeastern of Brazil, denominated red propolis,
had its raw ethanolic extract (EEP) submitted to partition with unmiscible solvents to generate
a hexanic fraction (H-fr) and a chloroformic fraction (Chlo-fr). Thus, the aim of this study was
to evaluate the chemical composition and biological activity of Brazilian red propolis. The EEP
was analyzed by CG-MS and 20 compounds were identified, 7 having never before been found
in Brazilian propolis samples, among which 4 were isoflavones. The EEP and Chlo-fr presented
antimicrobial activity against S. aureus ATCC 25923 and S. mutans UA159, but the Chlo-fr was
the most active fraction with lower MIC ranging from 25 to 50 µg/mL. The best sequestrating
activity for the free radical DPPH was obtained for the H-fr that presented the highest total fla-
vonoid content (158 mg/g) and lowest total phenolic compound concentration (167 mg/g). As the
fractions were more active than the EEP, these results demonstrated that the biological properties
of this propolis are not the function of a synergism among the various compounds.

Introduction

Natural products have been invaluable as tools for deciphering the logic of biosynthesis
and as plataforms for developing front-line drugs (Newman et al., 2000; 2002). They are still
the major sources of innovative therapeutic agents for infectious diseases, cancer, lipid disorders
and immunomodultation (Clardy and Walsh, 2004). Twenty eight percent of all new approved
drugs by the Food and Drug Administration (FDA) or comparable entities in other countries were
natural products (vs. 33% of totally synthetic drug), and 39% were derived from natural product
(Newman et al., 2003). The value of natural products is clearly recognized and the challenges are
to identify the novel active compounds and to elucidate the mechanisms of action.

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
402

Among these natural products, propolis, a resin collected by bees of the species Apis mellif-
era from various parts of plants, such as shoots, flower buds and resinous exudates (Ghisalberti,
1979), has demonstrated several biological activities, such as antimicrobial, antiinflammatory
(Park et al., 1998; Kujumgiev et al., 1999; Marcucci et al., 2001), anticariogenic (Koo et al.,
2000; Duarte et al., 2006), anticarcinogenic, antioxidant (Chen et al., 2003; Aso et al., 2004;
Kumazawa et al., 2004; Alencar et al. 2007) as well as the possibility of application in the phar-
maceutical and food industries in the form of functional foods (Ackermann, 1991).
At present, a new type of propolis, denominated “red propolis”, because its intense red color,
which demonstrated antioxidant and antimicrobial activities in preliminary in vitro assays in our labo-
ratory, suggesting a detailed study about its biological properties and chemical composition. Thus, the
aim of this study was to assess the phenolic composition and antimicrobial and antioxidant activities
of the raw ethanolic extract of Brazilian red propolis (EEP) and its hexanic (H-fr) and chloroformic
(Chlo-fr) fractions.

Material and methods

Propolis samples and fractionation


The samples of the raw red propolis produced by Apis mellifera bees were collected in the
northeastern region of Brazil, State of Alagoas, on month of March 2005, and classified as a new
type of Brazilian propolis when compared to Park’s classification (Park et al., 2000). The etha-
nolic extract of propolis (EEP) was prepared by the extraction of 100 grams of propolis in 450
mL of 80% ethanol, at 70ºC, for 30 min. A serial partition of the EEP was done with hexane and
chloroform solvents. The hexanic (H-fr) and chloroformic (Chlo-fr) fractions were concentrated
in a rota-evaporator at 70ºC to obtain a yield of 11.1 g and 28.5 g, respectively.

Total polyphenol and flavonoid contents


Total polyphenol contents in EEP, H-fr and Chlo-fr were determined by the Folin-Ciocal-
teau colorimetric method (Singleton et al., 1999). Extract solutions (0.5 mL) were mixed with
2.5 mL of the Folin-Ciocalteau reagent (1:10) and 2.0 mL of 4% Na2CO3, and the absorbance was
measured at 740 nm after 2h incubation at room temperature, in the dark. EEP and its fractions
were evaluated at the final concentration of 90 µg/mL. Total polyphenol contents were expressed
as mg/g (gallic acid equivalents).
Total flavonoid contents in extracts were determined by the Park et al. (1995) method, with
minor modifications. To 0.5 mL of EEP, H-fr or Chlo-fr solution, 4.3 mL of 80% ethanol, 0.1 mL
of 10% Al(NO3)3 and 0.1 mL of 1M potassium acetate was added. After 40 min at room tempera-
ture, the absorbance was measured at 415 nm. EEP, H-fr and Chlo-fr were evaluated at the final
concentration of 2 mg/mL. Total flavonoid contents were calculated as quercetin (mg/g) from a
calibration curve.

Gas Chromatography-Mass Spectrometry (GC-MS)


EEP analyses were performed after methylation of the extracts, as described by Markham
et al. (1996). EEP aliquots of 400 µL (10 mg/mL) were introduced into glass vials. A solution
of CH2N2 was added to each of the sample solutions. Samples of the methylated solutions were
analyzed by GC-MS using a 30 m x 0.25 mm i.d. CBP5 column installed in a GC 17A (Shimadzu
Co.) instrument interfaced with a QP 5000 mass selective detector operated in scanning mode

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403

(m/z 40-400). GC-MS analysis was temperature programmed from 50 °C (0.3 min hold) to 285
°C (15 min hold) at 6 °C min. Samples were injected with a AOC-17 autoinjector using a split-
less injection technique (0.6 µl injection volume). The GC-MS peaks were identified by compari-
son with data from the literature and the profiles from the Wiley 138 and Nist 98 libraries.

Antimicrobial activity
The antimicrobial activity of EEP, H-fr and Chlo-fr was examined by determining the
minimal inhibitory concentration (MIC) and minimal bactericidal concentration (MBC) in ac-
cordance with the National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS) guidelines
and Koo et al. (2000). The bacterial strains used were Staphylococcus aureus ATCC 25923 and
Streptococcus mutans UA159. To determine MIC, the starting inoculum was 1-2×108 CFU/mL,
and the test extract concentrations ranged from 12.5 to 1600 µg/mL. The control vehicle was
ethanol (final ethanol concentration: 0.6%, v/v). MIC was defined as the lowest concentration of
test extracts that inhibited bacterial growth (no visible growth) (Koo et al., 2000) For determin-
ing MBC, an aliquot (50 µL) of all incubated tubes with concentrations higher than MIC was
sub-cultured on BHI agar, supplemented with 5% of defibrinated sheep blood with a Spiral plater
(Whittley Automatic Spiral Plater®). MBC was defined as the lowest concentration that allows
no visible growth on the agar (Koo et al., 2000a). Triplicate of three separate experiments were
conducted for each concentration of the extracts tested.

Free Radical-Scavenging Activity on DPPH


The effect of DPPH radical scavenging was evaluated in accordance with the method of Chen
et al. (2003) with a slight modification. The assay mixture contained 0.5 mL of EEP, H-fr or Chlo-
fr solution, 3.0 mL of ethanol P.A and 0.3 mL of 0.5 mM DPPH ethanolic solution. After 40 min of
incubation at room temperature in the dark, the absorbance was recorded at 517 nm. Results were
expressed as percentage decrease with respect to control values. EEP, H-fr and Chlo-fr samples were
evaluated at final concentration of 90 µg/mL, and α-tocopherol and BHT at the same concentration
were used as the reference samples.

Results and Discussion

In this study, a new type of Brazilian propolis, denominated red propolis, collected from north-
eastern is presented. It has an intense red color and chemical composition different from that of the
12 types of Brazilian propolis classified by Park et al. (2000).
The analysis of the red propolis by GC-MS has enabled the identification of 20 compounds
(Table 1). The following compounds were identified for the first time in Brazilian propolis
samples: methyl o-orsellinate (6), methyl abietate (11), 2,4,6-trimethylphenol (15), homoptero-
carpin (13), medicarpin (14), 4’,7-dimethoxy-2’-isoflavonol (16) and 7,4´-Dihydroxyisofla-
vone (17). The presence of at least 4 isoflavones, never before reported in propolis, could be
observed, and the isoflavones homopterocarpin (13), medicarpin (14) and 4’,7-dimethoxy-2’-
isoflavonol (16) presented as the most abundant compounds by the CG-MS technique. There are
several studies in the literature, showing that these isoflavones have antimicrobial, antifungal,
anticancer and antioxidant action (Soby et al., 1997; Militao et al., 2006). The isoflavones are
typical compounds of the legume family and thus, these compounds may be useful as chemical
markers of this new type of Brazilian propolis.

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Table 1: Chemical compounds assessed by GC-MS of EEP from Brazilian red propolis (RT:
retention time, min)
Peak No RT Compounds

1 9.88 Butanedioic acid, dimethyl ester


2 12.46 hydroxy-butanedioic acid,
dimethyl ester
3 15.31 m-guaiacol
4 16.82 1-methoxy-4-(1-propenyl)-benzene
5 19.67 methyleugenol
6 21.27 methyl o-orsellinate
7 23.14 1,2,3-trimethoxy-5-(2-propenyl)-benzene
8 24.21 methoxyeugenol
9 30.26 hexadecanoic acid,
methyl ester
10 33.38 10-octadecenoic acid,
methyl ester
11 36.40 methyl abietate
12 37.11 benzoic acid
13 40.41 homopterocarpin
14 41.39 medicarpin
15 41.74 2,4,6-trimethylphenol
16 43.79 4’,7-dimethoxy-2’-isoflavonol
17 44.41 7,4´-Dihydroxyisoflavone
18 44.86 2H-1-benzopyran-7-ol
19 45.66 2,2,6-beta-trimethyl-bicyclo(4.3.0)non-9(1)-en-7.alpha.-ol
20 46.37 1,1,2-trimethyl-3,5-bis(1-methylethenyl)-,
(2.alpha., 3.alpha., 5.beta.)-cyclohexane

The total phenolic compound content found in EEP for red propolis (232 mg/g) (Table 2) is
higher than that ever found for Brazilian propolis samples (Kumazawa et al., 2004). These values
are similar to the phenolic compound concentrations present in temperate climate propolis whose
origin is the species Populus sp.,a vegetable producer of a resin rich in polyphenols (Ahn et al.,
2004; Kumazawa et al., 2004). Chlo-fr presented a concentration of 324 mg/g, almost double the
concentration found in H-fr, thus demonstrating the existence of phenolic compounds of differ-
ent polarities (Table 2). The flavonoid contents in EEP and in Chlo-fr were low, values similar to
those normally found for Brazilian green propolis (Kumazawa et al., 2004). But when the results
of H-fr are observed, it is noted that almost all the phenolic compounds present (167 mg/g) are
compounds of the flavonoid class (158 mg/g) (Table 2), as they formed stable complexes with
the aluminum cation and could be determined at 415 nm.

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Table 2: Total polyphenol and flavonoid ofethanolic extract of propolis (EEP) and its fractions
(H-fr and Chlo-fr)
Extract/Fraction Total polyphenol Flavonoid
(mg/g) (mg/g)

EEP 232 ± 22.3 43 ± 1.0


H-fr 167 ± 2.2 158 ± 0.9
Chlo-fr 324 ± 4.2 10 ± 0.6
Each value is the mean ± standard deviation.

This new type of Brazilian propolis also demonstrated a notable antimicrobial activity against
the microorganisms S. aureus ATCC 25923 and S. mutans UA159. The results of MIC and MBC pre-
sented in Table 3 indicate that EEP and Chlo-fr presented antimicrobial activity with good inhibition
potential for the two tested bacteria, in the following order: Chlo-fr > EEP. The H-fr did not present
any activity and the MIC value for the Chlo-fr was between 25 to 50 µg/mL for both microorganisms.
As expected, the bactericide concentration for all the extracts was 4 times higher than MIC. EEP and
Chlo-fr demonstrated pronounced antibacterial activity at lower concentrations than compared with
other samples of Brazilian propolis, recognized as having strong antimicrobial power (Koo et al.,
2000), when MIC values were between 25 to 400 µg/mL.

Table 3: Minimal inhibitory concentration (MIC) and minimal bactericidal concentration


(MBC) values of ethanolic extract of red propolis and its fractions.
Extract/fraction S. aureus ATCC 25923 S. mutans UA159
MIC* MBC* MIC* MBC*

EEP 50-100 200-400 50-100 200-400


H-fr - - - -
Chlo-fr 25-50 100-200 25-50 100-200
(-) = absence of inhibition.
* The MIC and MBC are expressed in µg/mL.

The sequestrating activity of the free radical DPPH of EEP, H-fr and Chlo-fr are presented in figure
1. As presented in figure 1, the H-fr demonstrated strong sequestrating activity of the free radical DPPH
(78%), against 57% and 55% of EEP and Chlo-fr, respectively. The H-fr fraction was the one that pre-
sented the highest flavonoid contents, compounds recognized as having free radical sequestrating action
(Furusawa et al., 2005). These results demonstrated that different phenolic compounds of this propolis are
responsible for the sequestration of the radical DPPH. Kumazawa et al. (2004) verified the low seques-
trating capacity of Brazilian propolis from the southeast of Brazil (around 40%), however, the sequestrat-
ing activity of a pure compound isolated from this propolis (artepillin C), was around 80%.
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EEP

H-fr

Chlo-fr

-tocopherol

BHT

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

DPPH free radical scavenging activity (%)

Figure 1. DPPH radical-scavenging activity of ethanolic extract of red propolis and its frac-
tions. EEP, H-fr, Chlo-fr and reference samples (BHT and α-tocopherol) were used for the assay at
a final concentration of 90 mg/ml. Measurements were carried out in triplicate. Means and standard
deviations are indicated.

Brazilian red propolis may be the beginning of studies with new classes of biologically ac-
tive compounds that have never before been reported in propolis. As the fractions were more ac-
tive than the EEP, these results demonstrated that the biological properties of this propolis are not
the function of a synergism among the various compounds, and thus isolation and identification
of the various bioactive compounds responsible for the antioxidant, antimicrobial and anticancer
activities are required.

Acknowledgments

The authors thank FAPESP (Proc. No. 04/08635-6), and SEBRAE/AL and beekeepers for pro-
viding the propolis samples.

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Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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408

Determinação de Origem Geográfica da


Própolis Verde e
Parâmetros Biológicos Associados.
Esther Margarida Bastos
Diretoria de Pesquisa/ Fundação Ezequiel Dias/ Belo Horizonte/ Minas Gerais
embastos@funed.mg.gov.br

A propólis é substância resinosa processada por abelhas Apis mellifera, a partir de resinas veg-
etais e ou óleo essenciais, pólen, cera e pequenas concentrações de açúcares.
A origem botânica da própolis tem sido enfatizada por KONIG (1985) e CRANE (1990), am-
bos autores mencionaram ser as gemas, cascas de árvores e arbustos as principais fontes de resina
coletadas pelas abelhas na Europa, América do Sul, Oeste da Ásia e Norte da África. No Brasil as
plantas fornecedoras de resinas para as abelhas ainda estão sendo estudadas.
As resinas são misturas complexas de flavonóides, terpenos e substâncias gordurosas e sua
produção está ligada ao crescimento vegetativo das plantas, haja visto que o precursor da biossíntese
de um dos hormônios de crescimento das plantas a “giberelina” é um terpenóide. Indicando assim
que, resinas em grandes quantidades são secretadas pelas plantas durante o crescimento de ápices
vegetativos de folhas, caules ou troncos, sempre antes da floração. Durante a visita às plantas para a
coleta de resinas, as abelhas carregam fragmentos de folhas, tricomas glandulares e tectores, cristais
de oxalato de cálcio, discos secretores e grãos de pólen que podem ser encontrados na própolis e
servem como elementos indicadores das espécies visitadas pelas abelhas.
As própolis verde, marrom e preta, produzida no Estado de Minas Gerais, foram avaliadas
quanto a sua origem botânica, através de observações de campo e observações morfológicas com-
parativas entre as plantas indicadoras e os fragmentos vegetais encontrados na própolis produzida.
Foram encontrados na análise microscópica tricomas glandulares, tectores e fragmentos de epiderme
de Baccharis dracunculifolia (alecrim do campo) na própolis verde, Vernonia polyanthes.
O estudo da origem botânica da própolis verde, foi muito importante para a valorização deste
produto, haja visto que antes destes resultados a própolis produzida no Brasil, era comercializada
como sendo originada de Eucalyptus, o que a colocava em concorrência comercial com a própolis
produzida na Austrália e Nova Zelândia. A indicação de origem geográfica da própolis verde pro-
duzida em Minas Gerais, correlaciona as características do solo, qualidade da água, os teores de fla-
vonóides e fenólicos da própolis e a presença ou ausência de herbívoros que visitam a planta e são os
responsáveis por estimular a produção de resina.
A importância de determinar a origem botânica e geografica das própolis, se deve a: certifi-
cação de um produto genuinamente brasileiro, proteção de origem, agregação de valor, segurança
do produto, evitar falsificações e favorecer a implantação da rastreabilidade da própolis na cadeia
apícola, atendendo os requisitos internacionais para exportação.

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R E SU M OS

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AVANÇOS EM CRIAÇÃO DE ABELHAS

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WEBLABS DE SERVIÇOS AMBIENTAIS -


UM ESTUDO DE CASO EM COLÔNIAS DE
Melipona quadrifasciata
Marcelo Succi de Jesus Ferreira, Pedro Luiz Pizigatti Côrrea, Antônio Mauro Saraiva
Laboratório de Automação Agrícola - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158, sala C2-56 - São Paulo - SP
msucci@terra.com.br

Serviços Ambientais - purificação do ar, estabilização do clima, polinização de culturas,


etc. - são funções fundamentais na sustentação da vida humana e têm sua importância econômica
cada vez mais evidenciada. Para melhor estudar estes Serviços e saber como eles se comportam,
são necessárias novas abordagens para disponibilizar, integrar e compartilhar os dados existentes
sobre eles. O projeto ViNCES (Virtual Network Center of Ecosystem Services) propõe a utiliza-
ção de laboratórios acessíveis via internet - weblabs - com foco em Serviços Ambientais a fim de
promover uma melhor compreensão destes serviços. Uma arquitetura que permite o acesso aos
diversos weblabs do projeto de maneira integrada, disponibilizando os dados de experimentos
realizados a um maior número de pesquisadores é apresentada. Esta arquitetura aproveita outras
pesquisas na área de Ecoinformática, considerando soluções já existentes no projeto SEEK (Sci-
ence Environment for Ecological Knowledge). Desta maneira, adota o padrão de metadados EML
(Ecological Metadata Language) para a transferência e armazenamento de dados dos experimen-
tos, permitindo que os experimentos fiquem disponíveis a outros pesquisadores que utilizem a
infra-estrutura do projeto SEEK. A arquitetura é apresentada e um estudo de caso é mostrado para
um experimento envolvendo uma colônia de abelhas da espécie Melipona quadrifasciata.

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Projeto ViNCES,
processo no. 03/08134-4

Palavras-chaves: weblabs, SEEK, Melipona quadrifasciata

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PRODUÇÃO DE RAINHAS EM
Plebeia lucii MOURE (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINA)
Lila Vianna Teixeira¹*, Mara Garcia Tavares², Lucio Antonio de Oliveira Campos² ¹*
Programa de Pós graduação em Entomologia, Universidade Federal de Viçosa;
²Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa Campus Universitário;
36571.000 - Viçosa - MG - Brasil lv_teixeira@yahoo.com.br

O presente trabalho teve como objetivos estudar o processo pelo qual são construídas as
células reais em colônias normais de Plebeia lucii e verificar se rainhas de emergência são pro-
duzidas em resposta à condição de orfandade da colônia. Nas colônias normais (com rainha), as
células reais são produzidas pela adição de célula auxiliar construída por operárias, adjacente a
células cujas larvas estão terminando de se alimentar e ainda não iniciaram a tecelagem do casulo
nem a eliminação das fezes. A larva estabelece uma conexão entre as duas células através da qual
insere parte do corpo e ingere o alimento contido na célula auxiliar. Essa larva, posteriormente, se
diferencia em uma pupa de rainha. As colônias órfãs de P. lucii responderam à condição de orfan-
dade produzindo células reais pelo mesmo processo que colônias normais. A produção de rainhas
em colônias órfãs é maior que aquela observada em colônias com rainha.

Apoio: Capes, Fapemig, CNPq

Palavras-chaves: rainha de emergência, castas, Plebeia

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MONITORAMENTO DE APIÁRIO ATRAVÉS


DE REDES DE AUTOMAÇÃO
Miguel dos Santos Alves Filho¹, Carlos Eduardo Cugnasca¹, Rafael de Aquino
Cunha¹, Vera Lucia Imperatriz Fonseca², Antonio Mauro Saraiva¹
¹*Escola Politécnica da USP; ²Instituto de Biociências da USP
Avenida Prof. Luciano Gualberto, travessa 3 nº 380 - CEP - 05508-900 - São Paulo - SP
miguel.alves@poli.usp.br

O conhecimento das condições ambientais de cada colméia e outras informações como, sons
emitidos pelas abelhas e atividades de vôo, são importantes para o entendimento do seu comporta-
mento do ponto de vista científico e produtivo. A obtenção desses dados permitirá entender, detectar
padrões de comportamento e condições ambientais inadequadas na colméia, que podem ser consid-
eradas nocivas ao seu desenvolvimento e produtividade. A adoção de dispositivos de monitoramen-
to que utilizem as redes de controle oferece facilidade de instalação nas colméias, economia em ter-
mos de cabeamento e infraestrutura, além da facilidade de modularidade. A tecnologia LonWorks
oferece todas as vantagens comuns às redes de controle, adicionando o conceito de programação
distribuída e acrescentando à instalação o conceito de custo efetivo. Atualmente LonWorks é uma
tecnologia aberta considerada padrão no mercado de automação Europeu e Chinês, e é padroni-
zada por um órgão internacional, chamado LonMark, que garante a interoperabilidade de diversos
produtos mesmo sendo de fabricantes diferentes. Essa padronização faz com que o usuário, possa
escolher livremente de qual fabricante irá adquirir determinado equipamento de controle, além de
continuar livre para mudar de fabricante quando desejar. Hoje, o monitoramento apiário possui dois
equipamentos funcionando em paralelo. Um deles capaz de captar o som e as imagens das abelhas
dentro da colméia para o armazenamento e visualização em tempo real. O outro é um dispositivo de
automação capaz de: contar a movimentação das abelhas na saída e na entrada da colméia; medir os
níveis de temperatura e a umidade dentro da colméia; medir a luminosidade do ambiente; detecção
de movimento perto da colméia; realizar o controle de um sistema de aquecimento ou luminosidade
através de uma saída dimerizada. Essa ferramenta além de auxiliar o pesquisador a ampliar seus
conhecimentos a respeito do mundo das abelhas, o auxilia a aumentar sua produtividade através de
equipamentos voltados a suprir suas dificuldades e de fácil instalação.

Apoio: LAA - Laboratório de Automação Agrícolo (Escola Politécnica-USP)

Palavras-chaves: Monitoramento, Redes de Controle, LonWorks, Apiário, Sensoreamento

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AQUECEDORES DE BAIXO CUSTO


PARA MELIPONICULTURA
Ayrton Vollet Neto, Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Cristiano Menezes
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
ayrtonneto@yahoo.com.br

A meliponicultura se estende por todos os estados brasileiros, incluindo regiões mais frias. No
inverno, algumas espécies entram em diapausa ou diminuem a postura, o que pode causar enfraque-
cimento e morte das colônias. Os poucos sistemas de aquecimento existentes na literatura são de alto
custo e pouca aplicabilidade à meliponicultura. O presente trabalho tem como objetivo o desenvol-
vimento de aquecedores de baixo custo para colméias racionais de abelhas sem ferrão. O sistema é
constituído de uma caixa de isopor retangular (12x15x7cm), com o lado de cima aberto (sem tampa),
forrada com papel alumínio e com um soquete para lâmpadas internamente. O aquecedor é colocado
sob a colméia. O teste foi feito em estufa B.O.D., onde a temperatura foi variada a cada duas horas
de 2 em 2 graus, entre 0 e 36 ºC. Foi analisada a temperatura em três pontos internos da colméia
vazia (base, 1 andar e 2 andar) e em dois tamanhos de colméias (16x14x14cm e 16x19x19cm), com
lâmpadas de 7 e 15 Watts. Também foi verificada a eficiência em colméias habitadas com Melipona
quadrifasciata, Scaptotrigona depilis e Nannotrigona testaceicornis durante noites frias (mínima de
15 ºC). A temperatura interna das colméias vazias variou, em média, de 5 a 10 ºC acima da tempera-
tura ambiente, de acordo com o tamanho da colméia e da lâmpada utilizada. Quando as colméias
estão habitadas o aumento da temperatura do ninho fica mais constante, em média 5 ºC maior do que
quando o aquecedor não está ligado, independentemente do tamanho das colméias e das espécies de
abelhas testadas. O custo de cada aquecedor ficou em torno de R$7,00 podendo ser utilizados em
diversos tipos de caixas, com diferentes intensidades de lâmpadas, propiciando uma plasticidade para
o meliponicultor adaptar à sua criação e às condições de sua região.

Apoio: Fapesp; CNPq

Palavras-chaves: Aquecedores, Meliponicultura, Abelha sem ferrão, temperatura, colméias


racionais

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415

EMERGÊNCIA E MANUTENÇÃO DE
Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) EM
CÂMARAS CLIMATIZADAS
Deodoro Magno Brighenti¹*, César Freire de Carvalho¹, Carla Regina Guimarães
Brighenti²,Stephan Malfitano Carvalho¹
¹*Departamento de Entomologia - UFLA;
²Campus Avançado do Alto Paraopeba - UFSJ
Campus da UFLA Cx Postal 3037, 37200-000 Lavras, Minas Gerais, Brasil
deodorobrighenti@oi.com.br

Avaliou-se a sobrevivência de adultos de Apis mellifera confinados em laboratório utilizando-se


como alimento o pólen armazenado do favo e mel oriundo da própria colônia de origem. A pesquisa
foi realizada no laboratório de Biologia de Insetos do Departamento de Entomologia da Universidade
Federal de Lavras – UFLA. Os insetos, na fase de pupa, foram obtidos de um quadro de ninho em uma
colméia selecionada do Apiário Central da UFLA, colocado na gaiola de emergência (emergapis) e
mantido em câmara climática a 35 ºC, UR 70 ± 10 % e na ausência de luz, até a emergência dos inse-
tos. Após a emergência os adultos foram transferidos para gaiolas de PVC de 10 x 15 cm e mantidos
em laboratório a 28 ºC, UR 70 ± 10% e 12 horas de fotofase. Os tratamentos utilizados foram: 1. mel,
2. pólen e 3. mel + pólen. Foram utilizadas dez repetições para cada tratamento, cada uma composta
de dez abelhas. Contou-se o número de abelhas sobreviventes a cada 12h até completar 546 horas
ajustando-se a curva de sobrevivência baseada na distribuição Weibull. Estimou-se o tempo médio
de vida e os valores de TL10, TL20, TL50 e para o TL99. Constatou-se que, a utilização de gaiola
de emergência “emergapis” permitiu um controle da idade real dos indivíduos e uma estimativa real
da longevidade. Entre os tratamentos testados, no 2 ocorreu a menor longevidade com média de 2,5
dias. Não houve diferença significativa entre os tratamentos 1 e 3 em que o tempo médio de vida foi
de aproximadamente 11,5 dias. Contudo, os adultos oriundos do tratamento 3, apresentaram compor-
tamento diferenciado, aparentando serem mais ativos.

Apoio: FAPEMIG

Palavras-chaves: sobrevivência, tempo letal, gaiola de emergência, pólen, Weibull

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Bombus atratus REARING FOR POLLINATION


MANAGEMENT IN COLOMBIA
Maria Teresa Almanza¹, José Ricardo Cure¹*, Dieter Wittmann²
¹Facultad de Ciencias - Universidad Militar Nueva Granada (UMNG);
²Institute of Crop Science and Resource Conservation (INRES) University of Bonn
cra 11 N 101-80 Bogota DC -Colombia
jrcure@umng.edu.co

We report the results of the first Neotropical bumblebee species that has been reared in captivity
for pollination purposes. As the result of a cooperation project, we developed a bumblebee rearing tech-
nique for Bombus atratus combining knowledge from INRES at the University of Bonn, Germany and
experiences at UMNG in Colombia. We started by studying the characteristics of wild nests to adapt
rearing conditions to natural nesting conditions. We captured mated gynes in the wild and put them
in a rearing room with controlled ambient temperature and relative humidity. The gynes were fed ad-
libitum with fresh honeybee-collected pollen and a sugar solution every three days. The development
of the colonies was tracked to report mortality of immature stages as well as larvae feeding behavior by
the workers. In Colombia, wild colonies of B. atratus are commonly found at open terrain of pastures
nesting under the grass, and gynes emerge mainly in January and June after the two rainy seasons are
over. In the rearing room, gynes started oviposition after 3 to 10 days without any initiation method.
Big colonies with more than 100 workers were produced and the switch point of 20% of the colonies
was reached. The new gynes mated with drones to produce F1 colonies. The colonies that were used to
pollinate tomato crops under greenhouses developed properly only if high environment temperatures
higher to 30 °C were not reached and relative humidity in the nest was lower than 60%. One of those
colonies reached the switch point and produced 51 gynes with the same size of wild captured ones. The
pollination effect on tomato production was proven to increase 37%. Studies of bumblebee pollination
of native Solanum species are currently being done and preliminary results are also promising. With
these results, we made a first step to build an Integrated Pollination Program in Colombia.

Apoio: Vicerrectoria de Investigaciones UMNG; DAAD German Academic Exchange Service

Palavras-chaves: Bombus atratus, bumblebee rearing, crop pollination, Neotropical bee ecology

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417

PRODUÇÃO IN VITRO DE RAINHAS EM


Tetragonisca angustula LATREILLE 1811
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
Mauro Prato*, Ademilson Espencer Egea Soares
Programa de Pós-graduação em Entomologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Av. Bandeirantes, 3900; Bairro Monte Alegre; Ribeirão Preto - SP
mauroprato@pg.ffclrp.usp.br

A quantidade de alimento recebido pelas larvas é o fator responsável pela determinação das
castas em T. angustula, as larvas de rainhas se desenvolvem em células maiores, chamadas realeiras,
recebendo mais alimento que as larvas de operárias que se desenvolvem em células menores. Visa-
mos estabelecer a produção “in vitro” de rainhas de Tetragonisca angustula, através de alimentação
larval controlada quantitativamente e análise da viabilidade das rainhas produzidas através de sua
fecundação natural, montagem e manutenção de colônias. Utilizamos 6 colônias mantidas no Meli-
ponário do Departamento de Genética da FMRP – USP. Favos com células de cria recém operculadas,
inclusive realeiras, foram utilizados para quantificação do alimento larval por meio de microcap-
ilares graduados. Houve retirada de favos de cria com larvas de operárias/machos em estágio L1 e a
transferência destas para placas de acrílico com pocinhos contendo 50 µL de alimento, previamente
coletado. Estas placas foram acondicionadas em estufa BOD a 28°C e 70% de umidade relativa até as
abelhas emergirem, as quais foram pesadas, marcadas com tinta atóxica no mensonoto e transferidas
para núcleos órfãos. A quantidade de alimento encontrada nas realeiras (53,5 ± 3,7 µL) é maior que
a encontrada em células de cria de operárias/machos (8,0 ± 0,1 µL), o que reflete diretamente sobre
o peso dos indivíduos recém-emergidos. De 15 rainhas produzidas, apenas a introduzida no núcleo
órfão 2 foi fecundada e se tornou funcional, o que pôde ser evidenciado pela construção de células de
cria, postura de ovos e permanência da rainha marcada neste mesmo núcleo. As larvas que se tornam
rainhas recebem 6,62 vezes mais alimento que aquelas que se tornam operárias. O estabelecimento
da fisogastria de uma das rainhas produzidas, torna clara a possibilidade de produção “in vitro” de
rainhas em T. angustula, pelo controle da quantidade de alimento oferecido às larvas.

Apoio: Fapesp 2007/51055-9

Palavras-chaves: Tetragonisca angustula, alimento larval, produção de rainhas, multiplicação


de colônias

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ALIMENTAÇÃO COM DIFERENTES


TIPOS DE PÓLEN EM COLÔNIAS DE
Scaptotrigona depilis E Melipona quadrifasciata
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
Maíra Martins Franco¹*, Fernando Mendes Barbosa², Vera Lucia Imperatriz Fonseca²,
Fernanda Helena Nogueira-Ferreira¹, Cristiano Menezes²
¹Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia;
²Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Rua Ceará, s/n, Bloco 2D, CEP 38400-902, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil
maira.anauat@gmail.com

O pólen é essencial para o desenvolvimento das colônias de abelhas sem ferrão, especialmente
para colônias manejadas para multiplicação. Porém, a alimentação com pólen é ainda muito prob-
lemática, pois muitas vezes as abelhas não o utilizam. O objetivo deste trabalho foi testar a preferência
e aceitação por diferentes tipos de pólen em colônias normais e em colônias experimentais órfãs de
Melipona quadrifasciata e de Scaptotrigona depilis. Foram utilizadas 8 colônias de cada espécie,
sendo que, metade delas eram mantidas confinadas no laboratório e metade no Meliponário. Foram
feitos quatro tratamentos de pólen e fornecidos simultaneamente em potes artificiais. Três dos trata-
mentos foram feitos com pólen de Apis mellifera (acrescido de água até atingir consistência pastosa):
pólen fresco, desidratado e fermentado; e um tratamento com pólen co-específico (dos potes de outras
colônias). A verificação do consumo foi feita diariamente por meio da diferença no peso dos potes arti-
ficiais e o alimento de todos os potes foi renovado quando algum dos potes se esvaziava. Nas colônias
experimentais órfãs constatou-se a existência de preferência pelo pólen fresco, para ambas as espé-
cies, com média de consumo de X=0,52mg e de X=0,23mg, respectivamente. Esse resultado reflete a
preferência das operárias pelo tipo de pólen mais próximo ao encontrado na natureza. Vale ressaltar
que nessas colônias não havia postura, portanto, o pólen era utilizado para nutrição das operárias. Nas
colônias normais, o pote artificial que continha pólen fermentado, para ambas as espécies, foi o que
mais rapidamente se esvaziou (média de consumo para S. depilis de X=0,81mg e para M. quadrifas-
ciata de X=0,39mg). Entretanto, é possível que este estivesse sendo descartado pelas operárias. Em
alguns casos houve rejeição a todos os tipos de pólen. Isso pode estar relacionado ao fato de que as
operárias tinham livre acesso ao campo e estavam suficientemente supridas com o próprio pólen.

Apoio: Fapesp

Palavras-chaves: Abelhas sem ferrão, manejo, Alimentação artificial, Melipona quadrifasciata,


Scaptotrigona depilis

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CUPINZEIROS (CUPIM DE MONTÍCULO)


COMO COLMÉIA ARTIFICIAL
PARA ABELHAS SEM FERRÃO COM
NIDIFICAÇÃO SUBTERRÂNEA
Robson Mendes¹*, Pedro Jovchelevich¹, Dirk Koedam²
¹Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica;
²Departamento de Botânica,
Instituto de Biociências, UNESP
CP 1016, CEP 18603-970, Botucatu, SP, Brazil
rdms22@hotmail.com

Para melhorar o manejo e a reprodução de colônias das espécies de abelhas sem ferrão (Api-
dae) que nidificam no chão foi desenvolvido um sistema simples, barato e durável de nidificação
artificial. Para este fim foram coletados cupinzeiros de cupim de montículo, provavelmente Cor-
nitermes cumulans (Termitidae), no campo. Estes cupinzeiros de barro têm uma parede grossa e
dura, com labirintos que apresentam pequenas câmaras e canais. Antes de ser instalado, a câmara
celulósica foi removida do interior do cupinzeiro para criar um espaço onde a colônia de abelhas
irá permanecer. Para facilitar a manipulação necessária da colônia, a parte superior do montículo
foi retirada de tal maneira que obteve-se uma tampa removível. Depois destes preparos iniciais, o
montículo foi montado numa pequena plataforma de concreto, perto do nível do solo. Com ajuda
de uma furadeira foi feito um pequeno túnel para possibilitar o acesso das abelhas para o exte-
rior. Assim, o montículo recebeu a colônia. As conexões entre a parte principal do montículo, sua
tampa e a plataforma foram feitos com uma mistura de barro e cimento. Até agora duas espécies,
Paratrigona sp e Nannotrigona testaceicornis, foram testadas. A mesma metodologia será testada
com abelhas que constroem ninhos externos, como Trigona spinipes.

Apoio: Associação Biodinâmica

Palavras-chaves: abelhas subterrâneas, ninho artificial, cupim de montículo

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420

RAINHAS DE Nannotrigona testaceicornis


PRODUZIDAS in vitro SÃO VIÁVEIS
Cristiano Menezes, Vera Lucia Imperatriz Fonseca
FFCLRP - USP
Av. Bandeirantes, 3900
menezes.cristiano@gmail.com

Nas abelhas sem ferrão, com exceção do gênero Melipona, as castas são determinadas pela
quantidade de alimento ingerido pela larva. Experimentos com alimentação controlada mostraram
que 100% das larvas fêmeas são capazes de gerar rainhas. Porém, a viabilidade dessas rainhas ainda
não foi devidamente verificada. O presente trabalho tem o objetivo de verificar se rainhas produzi-
das in vitro são capazes de fundar colônias. Foram produzidas 21 rainhas in vitro de Nannotrigona
testaceicornis e introduzidas em mini-colônias compostas por 40-50 operárias e um favo com 40-50
pupas. As mini-colônias foram mantidas fechadas por 18 dias e o comportamento das rainhas foi
filmado diariamente por 40 min. Após esse período, foram abertas ao ambiente, permitindo a realiza-
ção do vôo nupcial. Depois que as rainhas ficaram fisogástricas, cada mini-colônia recebeu 80-100
novas operárias e outro favo com 80-100 pupas. Semanalmente, as mini-colônias com rainhas recém
fisogástrias receberam um favo com cerca de 50 pupas. Das 21 rainhas, 8 morreram antes da abertura
para o ambiente e duas morreram poucos dias após a abertura. As causas das mortes provavelmente
foram fisiológicas, pois não foram observadas agressões por parte das operárias. Onze rainhas re-
alizaram o vôo nupcial; uma delas entrou na colônia errada e foi recolocada na colônia original; 6
delas não voltaram do vôo, provavelmente se perderam ou foram predadas; 5 delas foram fecundadas
com sucesso. O tempo para início da postura variou muito entre as rainhas (mínimo de 34, máximo de
83 dias após a emergência), mas a evolução da taxa de postura foi semelhante para todas as rainhas.
Apesar da alta taxa de mortalidade das rainhas (75%), conclui-se que rainhas produzidas in vitro são
viáveis. É possível que o aperfeiçoamento das técnicas de manejo e formação de mini-colônias pos-
sam futuramente aumentar a taxa de sucesso das rainhas.

Apoio: Fapesp; CNPq

Palavras-chaves: in vitro, rainhas, Nannotrigona, castas, mini-colônias

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421

RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE,


TEMPERATURA E UMIDADE NA
PRODUÇÃO DE MACHOS EM Scaptotrigona
postica (HYMENOPTERA, MELIPONINI)
Naiara Rabelo Valle, David Barros Muniz*, Lenira de Mello Lacerda
Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Maranhão
Campus Universitário do Bacanga; Av. dos Portugueses, S/N; CEP:65085-580. São Luis/Mara-
nhão, Brasil
david_bio@yahoo.com.br

A produção de machos em abelhas Meliponina tem sido estudada em varias espécies, porem
não se tem, ate o momento, conhecimento acerca dos mecanismos que determinam a sua produção,
independentemente destes se originarem de ovos produzidos por rainhas ou operarias. O objetivo
deste trabalho foi verificar se a produção de machos em colônias de S. postica poderia ser influencia-
da pela variação da temperatura e umidade internas e/ou externas. Para isto mediu-se, no período de
abril de 2007 a janeiro de 2008 (duas vezes por semana), a temperatura e umidade externas e internas
de três colônias, que apresentaram, no decorrer do período, variações nas suas condições internas.
As colônias foram instaladas no meliponário do departamento de biologia da UFMA, e as medições
foram feitas com termo-higrômetro digital. Os testes indicaram que a temperatura interna não variou
entre as colônias, e também não diferiu da temperatura externa. A umidade interna das colônias, to-
davia, foi estatisticamente superior á externa. Não foi encontrada correlação entre a porcentagem de
machos produzidos e os dois parâmetros testados.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Temperatura, Umidade, Scaptotrigona postica, produção de machos

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422

AVANÇOS EM GENÉTICA E
FISIOLOGIA DE ABELHAS

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423

ACID PHOSPHATASE PATTERNS ON


NARCOTIZED HONEYBEE QUEENS
Bruno Berger, Carminda da Cruz-Landim
Unesp-Rio Claro
Avenida 24A nº 1515 Bela Vista Rio Claro SP. CEP 13506-900
parameciumsp@yahoo.com.br

Cells present different kinds of phosphatases important in several cellular events. The objec-
tive of this work is to contribute for the knowledge of alterations provoked by the narcosis with CO2
on ovary cells of Apis mellifera, through the study of the activity of the acid phosphatase in those
cells. It was presumed that the narcosis might damage the ovarian cells causing degenerative changes
identifiable by acid phosphatase reaction. The queens were submitted to narcosis at emergence and
when were 3, 5 and 10 days old. Their ovaries were analyzed when they were 5, 10 and 15 days old.
A control group was also made. In all ages was possible observed the phosphatasic activity in cells
of the germ line and in the tunica propria without noticeable differences between the experimental
and control groups. Positive reaction to acid phosphatase was found in the nucleus of cells of the
germ line, located in the nucleoli and in the chromatin. In the nucleoli was observed a considerable
heterogeneicity in the intensity of the reaction, what can reflect differences in nucleolus functional
stage, once in literature, the enzyme is active during the transcription of rRNA. For the positive reac-
tion seen in the nuclear chromatin, the suggestion is that it might be acting in the dephosphorilation
of intracellular kinasis that act in the gene expression. In the tunica propria, the acid phosphatase can
represent a signalizing or controlling factor of the exchanges between the ovary and the hemolymph.
The present results permit conclude that the narcosis did not change the pattern of phosphatasis activ-
ity in the ovaries in the control and experimental group.

Apoio: FAPESP Processo nº05/53999-9

Palavras-chaves: Apis mellifera, Acid phosphatasis, narcosis, honeybee, ovaries

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424

PROTEÍNAS DE ESTOCAGEM E
IMUNIDADE EM ABELHAS Apis mellifera:
UMA RELAÇÃO DEPENDENTE DA DIETA
Anete Pedro Lourenço¹*, Juliana Ramos Martins¹, Karina Rosa Guidugli-Lazzarini², Márcia
Maria Gentile Bitondi², Zilá Luz Paulino Simões²
¹* Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo;
² Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
anete@rge.fmrp.usp.br

As proteínas de estocagem estão envolvidas em diversos processos em insetos, como no me-


tabolismo, na reprodução e na imunidade. No entanto, poucos trabalhos têm mostrado a participação
destas proteínas na resposta imune de abelhas. Assim, neste trabalho avaliamos as proteínas de esto-
cagem Vitelogenina (Vg), Hexamerina 70a (HEX 70a), Lipoforina I (LpI), Lipoforina III (LpIII) e os
receptores de Vitelogenina (VgR) e de Lipoforina (LpR) em abelhas alimentadas com diversos tipos
de dietas e infectadas por bactérias. Para isto, abelhas recém-emergidas foram mantidas em estufa
com três tipos de alimentação: xarope (50% açúcar em água), beebread (30% pólen em 70% xarope)
e geléia real (30% geléia real em 70% xarope). Destas abelhas um grupo recebeu água com a bactéria
Serratia marcescens e o outro somente água. As coletas foram feitas após seis dias, para posterior
quantificação de transcritos por real-time RT-PCR. Em abelhas não infectadas, somente alimenta-
ção com beebread proporcionou um aumento significativo de todas as proteínas de estocagem aqui
estudadas. A infecção com S. marcescens provocou diminuição significativa nos níveis de transcritos
de vg, vgR, hex 70a e lpIII somente em abelhas que apresentavam, antes da infecção, altos níveis de
RNAm destes genes, ou seja, naquelas alimentadas com beebread. Estes resultados mostram que a
alimentação com xarope ou geléia real pode ser restritiva à ativação da resposta imune, e ainda que,
a alimentação rica em proteína (beebread) proporciona maior acúmulo destas proteínas de estocagem
e, por conseqüência, recursos para uma abelha responder a uma infecção com maior eficiência.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Apis mellifera, resposta imune, proteínas de estocagem

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425

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DA REGIÃO


CITOCROMO OXIDASE I/ CITOCROMO
OXIDASE II PARA ESTUDOS DE
VARIABILIDADE GENÉTICA POPULACIONAL
EM Xylocopa frontalis
Cândida Maria Lima Aguiar*¹, Gilberto Marcos de Mendonça Santos¹, Marco Antonio Costa²
¹Universidade Estadual de Feira de Santana; ²Universidade Estadual de Santa Cruz
¹Universidade Estadual de Feira de Santana, DCBIO,
Laboratório de Entomologia, BR 116, km 3, Feira de Santana, BA. 44031-460
candida.aguiar@gmail.com

Apesar da importância dos estudos de variabilidade genética para embasar decisões sobre
manejo e conservação das populações, os aspectos genéticos das populações de Xylocopa ainda não
são conhecidos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a utilidade da região CO I/CO II para estu-
dos de variabilidade genética populacional em X. frontalis, utilizando seqüências de DNA. Amostras
de populações de X. frontalis foram obtidas em oito localidades da Chapada Diamantina BA. O
DNA total foi extraído usando protocolo de fenol-clorofórmio. A amplificação da região CO I/CO
II foi realizada através de PCR, usando primers testados anteriormente em Melipona. DNA de 3 a 5
indivíduos por população foi seqüenciado. As sequências de mtDNA analisadas (500 pb alinhadas)
foram altamente conservadas dentro e entre as populações. A ausência da região intergênica nesta es-
pécie, onde seria esperado encontrar maior variabilidade, combinada ao alto grau de conservação nas
regiões codificadoras deste fragmento, indicam que a região CO I/CO II é inadequada para estudos
de variabilidade populacional em X. frontalis, ao menos na escala geográfica testada neste trabalho.
Outras regiões do DNA nuclear e do DNAmt serão testadas para detecção de variabilidade interpopu-
lacional em X. frontalis através de PCR RFLP.

Apoio: CNPq; MCT PPBIO Semi-árido; FAPESB

Palavras-chaves: polinizadores, conservação, genética de populações, Xylocopa, DNA mito-


condrial

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426

PERFIL RFLP DA REGIÃO CITOCROMO


OXIDASE I/CITOCROMO OXIDASE II DE
Xylocopa frontalis
Gilberto Marcos de Mendonça Santos¹, Cândida Maria Lima Aguiar*¹, Marco Antonio Costa²
¹Universidade Estadual de Feira de Santana; ²Universidade Estadual de Santa Cruz
¹Universidade Estadual de Feira de Santana, DCBIO, Laboratório de Entomologia, BR 116, km 3,
Feira de Santana, BA. 44031-460
candida.aguiar@gmail.com

Este trabalho integra um estudo sobre variabilidade genética em abelhas solitárias com po-
tencial para polinização. Aqui são apresentados os resultados sobre o perfil de restrição da região
CO I/CO II de Xylocopa frontalis. As amostras populacionais foram obtidas em oito localidades da
Chapada Diamantina (Bahia). O DNA total foi extraído usando protocolo de fenol-clorofórmio. A
amplificação da região CO I/CO II foi realizada através de PCR, usando os primers 5’ TCTATACCA-
CGACGTTATTC 3’ e 5’ GATCAATATCATTGATGACC 3’. DNA de 3 a 5 indivíduos por população
foi seqüenciado. A seqüência consenso (500 pb alinhadas) foi submetida ao programa Webcutter 2.0
para o mapeamento dos sítios de restrição. Foram identificados sítios de restrição para 47 enzimas.
Para 10 destas enzimas foram localizados dois (Bsp143I, DpnI, DpnII, Kzo9I, MboI, NdeII, Sau3AI,
SspI) ou três (AcsI, ApoI) sítios de restrição, sendo potencialmente úteis para a detecção de variações
intraespecíficas. Não foi observado polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição nesta
região em nível intraespecífico em Xylocopa frontalis, como registrado para Apis mellifera. O perfil
de restrição de X. frontalis foi distinto do encontrado em X. grisescens, o que indica que a técnica de
RFLP pode ser útil para estudos comparativos entre espécies próximas deste gênero.

Apoio: CNPq; MCT PPBIO Semi-árido; FAPESB

Palavras-chaves: polinizadores, conservação, genética de populações, DNA mitocondrial, Xy-


locopa

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427

EFEITO DA DIETA PROTÉICA SOBRE A


EXPRESSÃO DE vg, TÍTULO DE VG E HJ NA
HEMOLINFA DE OPERÁRIAS DE Melipona
quadrifasciata (APIDAE: MELIPONINI)
Weyder Cristiano Santana¹, Erica Tanaka¹, Karina Rosa Guidugli Lazzarini², Klaus Hartfelder³
¹ Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP;
³Departamento de Biologia Celular, Molecular e Bioagentes Patogênicos - FMRP/USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-900, Ribeirão Preto, SP
wcs@usp.br

A síntese de vitelogenina (Vg) está relacionada com a função de nutridora nas operárias de
Melipona quadrifasciata, representando 40-50% do total de proteína da hemolinfa. Esta proteína é
incorporada dentro dos oócitos em crescimento via endocitose mediada por receptores e é estocada
dentro dos ovos como maior proteína do vitelo. Neste experimento, foram avaliados os efeitos de
dietas com e sem proteína (pólen) sobre os níveis de RNAm de vg e de sua respectiva proteína (Vg),
dos títulos de hormônio juvenil (HJ) e do totais de proteínas (PT) presentes na hemolinfa de operárias
confinadas. Os conteúdos de HJ, Vg e PT na hemolinfa das operárias foram analisadas por RIA, SDS-
PAGE e Bradford, respectivamente. RNA extraído do corpo gorduroso serviu para analisar os níveis
de transcritos de vg por RT-PCR. A dieta sem proteína (dieta 3), constituída por uma solução de 50%
de sacarose (p/v), além de impedir o aumento significativo dos títulos de Vg (P<0,05; Kruskal-Wallis
on Ranks), também promoveu uma diminuição significativa dos níveis de RNAm de vg presentes no
corpo gorduroso (P <0,05; ANOVA One Way). Operárias alimentadas com uma dieta contendo pólen
“natural” (dieta 1) ou por uma dieta protéica manipulada (dieta 2), não apresentaram alterações sig-
nificativas tanto nos níveis do RNAm de vg no corpo gorduroso, bem como nas concentrações de Vg
na hemolinfa destas abelhas. Já a dieta sem proteína (dieta 3) promoveu uma alteração significativa na
quantidade de PT na hemolinfa destas abelhas (P <0,05; ANOVA One Way). Entretanto o título de HJ
na hemolinfa das abelhas não sofreu modificações significativas nos três tratamentos. Portanto, a sín-
tese de vg, a quantidade de PT e Vg, fundamentais a função de abelhas nutridoras, estão diretamente
relacionados com a qualidade da dieta recebida pelas operárias em M. quadrifasciata.

Apoio: CAPES; FAPESP– 02/11729-7

Palavras-chaves: Melipona quadrifasciata, dieta protéica, vitelogenina, hormônio juvenil,


RNAm vg

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428

EMPREGO DAS PROTEÍNAS PRINCIPAIS


DA GELÉIA REAL (MRJPs) COMO
MARCADORES MOLECULARES PARA
PRODUÇÃO DE GELÉIA REAL EM Apis
mellifera AFRICANIZADA
Tatiane Vicente Baitala¹, Patricia Faquinello², Maria Claudia Colla Ruvolo-Takasusuki¹*, Vag-
ner de Alencar Arnaut de Toledo²
¹Departamento de Biologia Celular e Genética, Universidade Estadual de Maringá;
²Departamento de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá
Avenida Colombo, 5790, 87020-900, Maringá-PR, Brasil
mccrtakasusuki@uem.br

O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial das MRJPs como marcador molecular associado
à produção da geléia real (GR) em A. mellifera africanizada. As análises da freqüência alélica dos
locos mrjp3, mrjp5 e mrjp8, e as análises de produção, foram estimadas para 34 mini-recrias produ-
toras. Os valores das freqüências alélicas foram utilizados para fazer as análises de regressão linear
múltipla com valores de DEP (diferença esperada na progênie) das rainhas das mini-recrias. As aná-
lises de variância foram significativas (p< 0,05) somente para o loco mrjp3, e a equação mais ajustada
foi observada em função dos alelos C, D e E. Essas análises indicam que este loco exerce influência
no valor genético para produção de GR. O coeficiente de determinação (R2) calculado para os alelos
significativos do loco mrjp3 indicou que 36,85% da variação da DEP é explicada pela variação dos
alelos C, D e E. Portanto, esses três alelos exercem um forte efeito na variação do valor genético da
produção da GR. A análise de trilhas permitiu observar que estes alelos apresentaram efeitos diretos
positivos sobre a DEP, indicando que a maior produção de GR tem contribuição direta do produto
desses genes. Estes resultados mostram que o loco mrjp3 tem potencial para ser usado como marca-
dor molecular na seleção de rainhas africanizadas para produção de GR.

Apoio:

Palavras-chaves: Apis mellifera, MRJPs, melhoramento, produção de geléia real, marcadores


moleculares

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429

VARIABILIDADE GENÉTICA DOS LOCOS DAS


PROTEÍNAS PRINCIPAIS DA GELÉIA REAL
(MRJPs) EM Apis mellifera AFRICANIZADAS
PRODUTORAS DE GELÉIA REAL
Tatiane Vicente Baitala¹, Patricia Faquinello², Ana Lucia Stuchi¹, Maria Claudia Colla Ruvolo-
Takasusuki¹*, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo²
¹Departamento de Biologia Celular e Genética, Universidade Estadual de Maringá;
²Departamento de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá
Avenida Colombo, 5790, 87020-900, Maringá-PR, Brasil
mccrtakasusuki@uem.br

A variabilidade genética foi avaliada em três locos (mrjp3, mrjp5 e mrjp8) que codificam as
proteínas principais da geléia real em Apis mellifera. As análises moleculares foram realizadas em
nutrizes provenientes de 34 mini-recrias destinadas a ciclos de produção de geléia real. Os três locos
foram polimórficos e produziram um total de 17 alelos. Os valores da heterozigosidade média, para
os ciclos I e II de produção da geléia real, foram de 0,5838 e 0,5819 respectivamente, revelando um
elevado grau de diversidade genética, indicando que estas abelhas possuem potencial de seleção. No
entanto, foi observada uma grande diferença entre a Ho e a He para o loco mrjp3 em ambos os ciclos
de produção, mostrando que está ocorrendo uma redução na heterozigosidade para este loco. O valor
de FIS (0,2025) sugere um excesso de homozigotos, que pode ser explicado neste caso pela seleção
das rainhas de cada mini-recria para produção de geléia real. O baixo valor de FST (0,0068) revela
que as nutrizes dos dois ciclos de produção da geléia real ainda não estão diferenciadas genetica-
mente. O elevado grau de variabilidade alélica observada para os locos analisados, especialmente os
mrjp3 e mrjp5, permite indicar esses locos como marcadores genéticos eficientes para caracterização
de estrutura populacional em A. mellifera africanizada.

Apoio:

Palavras-chaves: Apis mellifera, MRJPs, produção de geléia real, variabilidade genética, mar-
cadores moleculares

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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430

ESTRUTURA SOCIOGENÉTICA
INTRANIDAL DE Centris tarsata
(HYMENOPTERA: APINAE) DETERMINADA
POR MARCADORES ALOZÍMICOS
Camilla Helena da Silva¹*, Marco Antônio Del Lama²
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
silvacamillahelena@gmail.com

A espécie Centris tarsata da tribo Centridini é constituída de abelhas de elevado potencial po-
linizador nos ecossistemas neotropicais. O conhecimento atual da biologia deste grupo de abelhas é
esparso; os estudos realizados referem-se principalmente à biologia da nidificação. Informações sobre
a estrutura genética de ninhos e populações de Centris não são disponíveis. Este trabalho objetiva
determinar a estrutura familial de ninhos de Centris tarsata coletados por meio de ninhos-armadilha,
dispostos no campus da Universidadde Federal de São Carlos em Araras. Ninhos fundados no local
foram retirados e mantidos no laboratório até a emergência dos adultos. Estes tiveram peso e sexo
anotados à emergência e foram estocados a baixas temperaturas até o momento das análises gené-
ticas. A estrutura familial foi estabelecida a partir de fenótipos protéicos determinados por sete locos
polimórficos; a detecção das variantes foi feita após eletroforese em gel de amido e coloração histo-
química. A segregação dos polimorfismos bioquímicos em machos e fêmeas adultos de cada ninho
indicou que a estrutura genética familiar é simples, em que a fêmea acasala-se com um macho. Em-
bora preliminares, os achados indicam que usurpação de ninho é pouco freqüente e que monandria é
a condição usual nos ninhos de Centris tarsata. Estes dados deverão ser corroborados com a inclusão
de um maior número de ninhos coletados.

Apoio: CNPq , FAPESP – 06/60863-9, BIOTA FAPESP 04/15801-0

Palavras-chaves: Centris tarsata, Alozimas, herança sociogenética intranidal

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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431

A SEQÜÊNCIA DE cDNA E O PERFIL DE


EXPRESSÃO DO RECEPTOR DE ECDISONA
(EcR) EM Apis mellifera E SUA POSSÍVEL
FUNÇÃO NA DETERMINAÇÃO DE CASTAS
Aline Carolina Aleixo Silva Teles *¹, Angel Roberto Barchuk², Zilá Luz Paulino Simões³
¹Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP;
²Universidade Federal de Alfenas;
³Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
alinea@usp.br

A ecdisona, juntamente com o hormônio juvenil (HJ), inicia e coordena os processos de muda
e metamorfose em insetos, estimulando cascatas de expressão gênica através de ligação ao seu re-
ceptor. O receptor de ecdisona funcional é, na verdade, um heterodímero composto pelo produto do
gene EcR e pelo produto de um outro gene, o usp (ultraspiracle), um ortólogo do receptor de ácido
retinóico (RXR) de vertebrados. Ambos pertencem à superfamília dos receptores nucleares, fatores
de transcrição que dão origem a proteínas subdivididas em cinco domínios com funções diferentes,
mas complementares. Estes domínios são: o A/B (modulador), o C de união a DNA, o D de conexão,
o E de união a ligante e o F, cuja função é ainda desconhecida. A seqüência de DNA e análises por
Northern Blot, mostraram que EcR de A. mellifera é um gene de cópia única, como na maioria das
espécies já estudadas, mas que não dá origem a diferentes isoformas. Nesta abelha o gene apresenta
a típica estrutura em módulos e possui elevado grau de identidade com EcR de outras espécies de
insetos e artrópodes. Além disso, os perfis de expressão de EcR em rainhas e operárias apresentaram
importantes picos, alguns correspondentes aos picos de ecdisteróides e HJ das duas castas. Mas,
apesar de semelhantes, os perfis de EcR em ambas apresentaram algumas diferenças em relação à
fase e à intensidade em que cada pico de expressão ocorre, sugerindo a diferente fisiologia entre elas
e uma possível função deste gene no desenvolvimento de A. mellifera, principalmente em relação à
determinação de castas.

Apoio: Fapesp; CNPQ

Palavras-chaves: receptor de ecdisona - EcR, castas, expressão gênica

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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432

EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE
GENES RELACIONADOS AO
PROCESSO REPRODUTIVO EM
OPERÁRIAS DE Apis mellifera
Liliane M. F. de Macedo¹*, Karina R. Guidugli-Lazzarini¹, Marcela A. F. Bezerra
Laure², Zilá Luz Paulino Simões¹
*¹Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
lilianefmacedo@yahoo.com.br

A abelha rainha Apis mellifera é a única fêmea, na colônia, com capacidade de acasalar e botar
ovos fecundados. As operárias, facultativamente estéreis, arcam com todos deveres não reprodutivos.
Ambas sintetizam vitelogenina (Vg), principal proteína do ovo, porém, a modulação da expressão
do gene codificador dessa proteína, a regulação, tradução e função exercida por ela, diferem nas cas-
tas. Inúmeros agentes podem estimular ou reprimir a síntese da Vg. O tratamento das rainhas com
dióxido de carbono (CO2) eleva os títulos de Vg na hemolinfa, acelera o desenvolvimento ovariano
e promove postura precoce. Nas operárias, o efeito é antagônico. Nosso objetivo foi analisar como a
expressão de genes, importantes em processos reprodutivos, é afetada pelo tratamento com CO2. Op-
erárias foram tratadas no terceiro e quarto dias após a emergência, no décimo foram extraídos corpo
gorduroso e ovário para análises moleculares. Os genes selecionados para a análise de expressão, por
RT-PCR sq, foram os codificadores de: Vg e seu receptor, Lipoforina (Lp) e seu receptor, Transferrina,
Hexamerina 70a e Buffy. O tratamento promoveu aumento da expressão da Lp e do seu receptor. Nos
demais, a expressão foi maior no grupo controle, cujos ovários apresentaram-se predominantemente
ativados, infere-se que estes genes possam fazer parte da rede que regula a esterilidade funcional em
operárias. Vg e Lp compartilham funções como transporte de lipídios e estocagem, portanto, o au-
mento da expressão de Lp, talvez seja para compensar a diminuição de Vg.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: vitelogenina, tratamento com CO2, reprodução

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433

CONSEQÜÊNCIAS DO SILENCIAMENTO DO
GENE CODIFICADOR DE VITELOGENINA NO
DESENVOLVIMENTO PÓS-EMBRIONÁRIO
DE RAINHAS DE Apis mellifera
Francis Morais Franco Nunes¹*, Luiz Roberto Aguiar¹, Vera Lúcia Castelo Figueiredo², Klaus
Hartfelder¹, Zilá Luz Paulino Simões²
¹ Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo;
²Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
francis@rge.fmrp.usp.br

O sucesso reprodutivo em Apis mellifera é dependente do desenvolvimento de ovários nas rain-


has e, conseqüentemente, da síntese de proteínas vitelogênicas, em especial a vitelogenina (Vg). A
síntese e secreção de grande quantidade dessa proteína e seu transporte até os ovócitos são condições
primárias para que a ovogênese ocorra. Em rainhas, há pequena expressão de Vg na fase larval e alta
nas formas adultas. Induzimos o silenciamento do gene codificador de Vg na fase larval oferecendo
0,5 ou 5,0 µg de RNA de fita dupla (dsRNA) específico para o silenciamento de Vg (dsVg) na dieta
natural de larvas de segundo estágio, e observamos seus efeitos no desenvolvimento. Indivíduos sem
tratamento e tratados com dsRNA para o gene exógeno GFP (dsGFP, green fluorescence protein)
foram usados como controle. Larvas que ingeriram 5,0 µg de dsRNA não atingem a fase adulta, e
somente 30% das que ingeriram 0,5 µg de dsRNA apresentaram operculação das células de cria e
emergência dos indivíduos adultos, mostrando efeitos colaterais dose-dependentes. Não houve alter-
ação nos títulos de hormônio juvenil entre larvas de quinto estágio sem tratamento e as que receberam
0,5 µg de dsVg. Das rainhas que emergiram, houve uma redução média de 70% na abundância de
transcritos de Vg em relação aos controles (ANOVA, F=5,2992, seguido por teste de Bonferroni,
p<0,05). Os dados sugerem que os transcritos de Vg, quando parcialmente silenciados na fase lar-
val permitem o desenvolvimento até a fase adulta, enquanto que o silenciamento próximo a 100%
inviabiliza a metamorfose. Análises do conteúdo protéico da hemolinfa por eletroforese em géis de
poliacrilamida mostram que a maquinaria de tradução de Vg em rainhas adultas é altamente eficiente,
uma vez que, mesmo com redução significante de transcritos, a abundância de sua proteína é alta,
justificando sua importância reprodutiva.

Apoio: FAPESP (proc. # 2005/03926-5) e CNPq (proc. # 142034/2003-7)

Palavras-chaves: RNAi, Apis mellifera, rainha, vitelogenina, desenvolvimento

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434

ANÁLISE DE LIGAÇÃO GENÉTICA PARA


ESTUDO DE HOMOLOGIA DE GENES
ESTERÁSICOS DE Apis mellifera
Keize Nagamati Junior¹*, Kátia Maria Ferreira¹, Érika de Simone Molina¹, Marco Antônio
Del Lama¹
¹*Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235, 13565-905, São Carlos, Brasil
knjr.ufscar@gmail.com

Estudos eletroforéticos em gel de amido permitiram identificar nove regiões de atividade es-
terásica em Apis mellifera, as quais foram preliminarmente caracterizadas bioquímica e genetica-
mente. No entanto, suas respectivas funções ainda não são conhecidas. A partir de similaridades bio-
químicas com esterases bem caracterizadas de outros organismos, possíveis relações de homologia
podem ser estabelecidas. O objetivo deste trabalho foi verificar a homologia entre a esterase-1 de A.
mellifera e a esterase-D humana e entre a esterase-1a de A. mellifera e a esterase-6 de Drosophila
melanogaster. Para tal, procuramos encontrar uma completa associação entre fenótipos esterásicos e
padrões de RFLP das seqüências candidatas em zangões produzidos por uma rainha segregante para
os dois marcadores genéticos. Os resultados preliminares não foram conclusivos para estabelecer a
homologia da esterase-1a com a esterase-6 de D. melanogaster; ao contrário, total associação entre
fenótipo de esterase-1 e padrão de RFLP foi encontrada, corroborando a homologia proposta com a
esterase-D humana. Os resultados demonstram que este delineamento é eficaz para estudos desta na-
tureza. A validação da homologia e identificação do gene da esterase-1 pode contribuir para estudos
funcionais dessa enzima e para estudos sobre a evolução dessa família de enzimas de A. mellifera.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Apis mellifera, esterase, homologia, ligação genética, RFLP

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435

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL
OVARIANA DE ABELHAS SEM FERRÃO
Melipona quadrifasciata
Érica Donato Tanaka¹, Weyder Cristiano Santana¹*, Klaus Hartfelder²
¹* Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Avenida Bandeirantes, 3900, 14040-901, Ribeirão Preto – SP, Brasil
donato@rge.fmrp.usp.br

A condição reprodutiva de Melipona quadrifasciata nos instigou a estudar a ovogênese nestas


abelhas sem-ferrão comparativamente a Apis mellifera em função das muitas diferenças do sistema
reprodutor. Em ambas as castas de Melipona cada ovário contém somente quatro ovaríolos e o de-
senvolvimento de folículos ovarianos ocorre normalmente em rainhas e operárias. Sabemos que em
Apis somente nas operárias em situação de orfandade são encontradas as fases finais da ovogênese
enquanto nas operárias criadas na presença de rainha, os folículos não entram em vitelogênese. Por
outro lado, as operárias de Melipona mantêm seus ovários ativos e podem, mesmo na presença de
rainha, ovipositar dois tipos de ovos: tróficos e reprodutivos. Nós investigamos a organização es-
trutural dos ovários de rainhas e operárias de M. quadrifasciata mantidas em diferentes condições
sociais. Já na emergência, rainhas e operárias apresentaram, no mínimo, um folículo pré-vitelogênico
em seus ovaríolos. As castas mostraram pequena diferença morfológica relacionada ao comprimento
do germário e, consequentemente, ao número inicial de folículos. Entretanto as fases iniciais da
ovogênese acontecem igualmente nas castas de M. quadrifasciata independente do acasalamento e
do tipo de ovos produzidos. Quando comparadas com A. mellifera, o arranjo das células germinati-
vas no início da formação dos folículos em M. quadrifasciata não apresenta a configuração do tipo
cometa observada em Apis, mas a atividade mitótica sincrônica nos ovaríolos, a detecção de F-actina
nos fusomas iniciais e a presença de um segundo tipo celular no filamento terminal são características
compartilhadas entre estas abelhas.

Apoio: FAPESP – 02/11729-7, CAPES

Palavras-chaves: Melipona quadrifasciata, ovogênese, operárias, reprodução, morfologia

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436

CARACTERIZAÇÃO DO
GENE CODIFICADOR DA
PROTEÍNA HP19 EM Apis mellifera
Guaracini Aparecida Loterio¹*, Juliana Ramos Martins², Márcia Maria Gentile Bitondi¹
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
guaracini_loterio@yahoo.com.br

Hexamerinas são proteínas produzidas e estocadas na hemolinfa larval e funcionam como fonte
nutricional que garante o desenvolvimento pupal e adulto de insetos holometábolos. O seqüestro des-
tas proteínas pelas células do corpo gorduroso deve-se à fosforilação de um receptor específico, me-
diada por uma tirosina quinase e pelo hormônio 20-hidroxiecdisona e, em certas etapas do desenvol-
vimento, o seqüestro é inibido pela proteína HP19. Pouco se sabe sobre esta proteína em insetos, não
existindo estudos em Apis mellifera. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o gene codificador de
HP19. Para tal, identificou-se o ortólogo de HP19 de Corcyra cephalonica no genoma de Apis (versão
4.0) para desenho de primers específicos utilizados para isolamento da seqüência alvo e subseqüente
clonagem, seqüenciamento e análises de bioinformática. Um total de 826 nucleotídeos (nt) foram se-
qüenciados, sendo 86 nt e 119 nt relativos às regiões parciais das extremidades 5’ e 3’ não-traduzidas
(UTR), respectivamente. Os demais 621 nt correspondem a região codificadora (CDS) organizada
em 4 éxons. O polipeptídeo de 206 resíduos de aminoácidos (aa) apresenta peso molecular estimado
de 23kDa e ponto isoelétrico de 8,43. Além disso, HP19 é uma proteína rica em leucina (12,6% dos
aa) e lisina (9,2%), estável (índice de instabilidade de 29,01) e hidrofílica (índice de hidropaticidade
de -0,227), com 11 sítios de fosforilação e ausência de região transmembrana. Apresenta domínios
conservados da família GST-like, relacionados ao sistema de defesa frente ao estresse oxidativo,
assim como aos mecanismos de desintoxicação. Os estudos de expressão deste gene ao longo do
desenvolvimento dos morfotipos de A. mellifera corroboram a dinâmica de secreção e seqüestro de
hexamerinas durante a ontogênese desse inseto.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: HP19, Domínio GST-like, Apis mellifera, Seqüenciamento, Hexamerinas

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437

MÉTODO NÃO-LETAL DE AMOSTRAGEM


DE DNA EM ABELHAS EUGLOSSINI
(HYMENOPTERA: APIDAE)
Cíntia Akemi Oi*, Marco Antônio Del Lama
Laboratório de Genética Evolutiva de Himenópteros, Departamento de Genética e Evolução,
Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235 - SP-310, São Carlos-SP, CEP 13565-905,
Laboratório de Genética Evolutiva de Himenópteros, Departamento de Genética e Evolução,
Universidade Federal de São Carlos
cintiaakemioi@gmail.com

Métodos não-letais estão sendo descritos em diversos estudos genéticos. As abelhas Euglossini
são abelhas corbiculadas, importantes polinizadores da região neotropical. Durante experimentos de
marcação-recaptura, foi observado que alguns indivíduos de Euglossa cordata e Eulaema nigrita
apresentavam as antenas danificadas ou mesmo a ausência completa de uma delas, o que sugeriu que
a falta parcial ou completa de uma antena pode não afetar sua sobrevivência. Nesse trabalho, pro-
curou-se estimar taxas diferenciais de sobrevivência entre abelhas capturadas das quais a metade de
uma das antenas foi seccionada e abelhas capturadas cujas antenas não foram alteradas. A marcação e
recaptura dos adultos foi realizada quando as abelhas visitavam flores de Thevetia peruviana (Apoc-
ynaceae) da cidade de São Carlos (SP). As coletas foram realizadas pelo menos uma vez por semana,
entre 7 - 17 horas, nos meses de fevereiro/2006 a março/2007. As antenas foram armazenadas em ep-
pendorf com etanol absoluto e estocadas em freezer (-20ºC) até a extração. O DNA extraído (Paxton
1996) foi amplificado por PCR e os fragmentos produzidos visualizados em géis de poliacrilamida
corados com nitrato de prata. Em Eg. cordata, foram marcados 209 indivíduos (65 recapturados) e
171 indivíduos com antena seccionada (44 recapturados), demonstrando igual chance de recaptura
(X² = 0.926, P = 0.33). Em El. nigrita, foram marcados 66 indivíduos (10 recapturados) e 57 indi-
víduos com antena seccionada (6 recapturados), exibindo igual chance de recaptura (X²= 0.493, P
= 0.48). Estes resultados indicam que a retirada de metade de uma das antenas parece não afetar a
sobrevivência de Eg. cordata e El. nigrita. Considerando que o DNA extraído a partir da antena sec-
cionada permitiu a amplificação via PCR de alguns genes mitocondriais testados, os dados permitem
concluir que a secção parcial de uma antena constitui método não-letal adequado para amostragem de
DNA de adultos de euglossíneos.

Apoio: Fapesp

Palavras-chaves: Eg. cordata, El. nigrita, método não-letal, Antena, PCR

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438

INFLUÊNCIA DA DIETA ALIMENTAR


SOBRE O DESENVOLVIMENTO LARVAL
DE OPERÁRIAS Apis mellifera
Juliana Ramos Martins¹*, Rodrigo Pires Dallacqua², Luis Roberto Aguiar¹,
Márcia Maria Gentile Bitondi²
¹Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP;
²Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Av. Bandeirantes, 3900- Ribeirão Preto-SP
robberbella@gmail.com

O período larval dos insetos é caracterizado pelo acúmulo de reservas nutricionais para a meta-
morfose e desenvolvimento pupal e adulto. Em Apis mellifera, diferenças qualitativas e quantitati-
vas na dieta alimentar oferecida às larvas levam à diferenciação de castas e, em operárias adultas, a
síntese de proteínas de estocagem e a ativação dos ovários são diretamente dependentes das reservas
nutricionais. O objetivo deste trabalho consistiu em investigar se o desenvolvimento das larvas e,
particularmente, de seus ovários, é influenciado pela dieta oferecida às abelhas operárias nutridoras
(que alimentam as larvas). Para investigar esta relação, abelhas operárias foram alimentadas com di-
etas preparadas com diferentes quantidades de pólen (5% e 15%). Ao final de 7, 8 e 9 dias, as larvas
atendidas por estas operárias foram pesadas e dissecadas para análise da expressão do gene hex 70c,
codificador de uma hexamerina (proteína de estocagem) no corpo gorduroso, e dos genes de apoptose
iap1, iap3, bruce, buffy (ativadores) e ark (inibidor) nos ovários. As larvas alimentadas por operárias
que consumiram dieta contendo 15% de pólen apresentaram peso corporal significantemente maior
(P<0,001). No entanto, não houve diferença entre níveis de transcritos de hex 70c entre ambos os
grupos de larvas. O desenvolvimento dos ovários não sofreu alterações significativas, mas foram
observadas pequenas flutuações nos níveis de transcritos dos genes de apoptose. Em conjunto, estes
dados sugerem que o teor de pólen oferecido às operárias nutridoras influencia processos do desen-
volvimento larval, sendo o mais evidente, o peso corporal.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Apis mellifera, desenvolvimento larval, hexamerina, apoptose

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439

HETEROCRONIA DA MATURAÇÃO DO
EXOESQUELETO ENTRE CASTAS
E SEXOS DE Apis mellifera
Moysés Elias Neto*, Márcia Maria Gentile Bitondi
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil
meliasneto@pg.ffclrp.usp.br

O dimorfismo sexual e a diferenciação de castas correspondem a variações fenotípicas in-


traespecíficas e descontínuas denominadas polifenismos, os quais compreendem verdadeiros desvios
no fenótipo potencialmente influenciados pelo ambiente e pelo genótipo. Nesse contexto, o objetivo
do presente trabalho consiste na investigação de uma potencial condição polifênica relacionada à
maturação do exoesqueleto adulto em Apis mellifera. Tegumentos torácicos e abdominais de op-
erárias, rainhas e zangões recém-emergidos foram contrastados por meio de preparações histológicas
convencionais para microscopia óptica. No momento da emergência, o exoesqueleto dos machos se
apresenta relativamente mais pigmentado e esclerotizado em comparação ao das fêmeas. Além disso,
a cutícula de rainhas se encontra em um estágio de diferenciação levemente atrasado em relação à de
operárias. Na tentativa de investigar a origem ontogenética de tal padrão histológico, foi realizada
a análise do perfil transcricional do gene codificador da enzima cuticular Lacase 2, AmLac 2, a qual
tem função preponderante na esclerotização do exoesqueleto. Amostras de RNA total extraído do
tegumento de pupas e adultos faratos de castas e sexos em diferentes fases do desenvolvimento foram
submetidas a RT-PCR. Embora a análise qualitativa da expressão gênica tenha revelado equivalência
entre castas e entre sexos, é provável a existência de diferenças quantitativas, potencialmente ex-
ploráveis por RT-PCR quantitativa. Em um contexto geral, o padrão heterocrônico observado insere-
se num cenário evolutivo no qual o ambiente protetor das colônias possivelmente reflete um relaxa-
mento das pressões seletivas sobre a diferenciação cuticular, permitindo, desse modo, a emergência
de adultos com exoesqueleto relativamente imaturo.

Apoio: CAPES; FAPESP

Palavras-chaves: Apis mellifera, tegumento, exoesqueleto, Lacase 2, polifenismo

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440

CARACTERIZAÇÃO DO GENE AmelGrp,


CODIFICADOR DE UMA PROTEÍNA
CUTICULAR RICA EM GLICINA
Michelle Prioli Miranda Soares, Márcia Maria Gentile Bitondi
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Avenida Bandeirantes, 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, Brasil
miprioli@pg.ffclrp.usp.br

Os insetos são recobertos por uma estrutura extracelular, a cutícula. Dentre seus principais
componentes destacam-se as proteínas cuticulares, as quais são sintetizadas pela epiderme e secre-
tadas em momentos precisos dos ciclos de muda. O presente trabalho se desenvolve dentro de uma
abordagem ampla que visa obter informações sobre estrutura, função e regulação hormonal de genes
codificadores de proteínas integrantes das diferentes cutículas que recobrem a abelha Apis mellifera
em seus estágios larval, pupal e adulto. Neste contexto, foi investigada a expressão de um gene codi-
ficador da proteína cuticular AmelGrp. O RNA foi extraído do tegumento (epiderme e cutícula) dos
diferentes estágios e utilizado em experimentos de RT-PCR semiquantitativa para síntese de cDNA,
amplificação, clonagem e seqüenciamento. A proteína predita apresentou regiões ricas em glicina,
evidenciando uma provável classe de proteínas cuticulares inédita em abelhas. A expressão de Amel-
Grp se restringe a períodos específicos do desenvolvimento e não está sujeita a regulação espacial.
O aumento dos transcritos AmelGrp, tanto no tórax quanto no abdômen, coincide com o declínio do
título de ecdisteróides na hemolinfa. Experimentos in vitro confirmaram que AmelGrp é regulado por
estes hormônios. Western blots mostraram que os níveis da proteína AmelGrp se relacionam positi-
vamente com os níveis do respectivo transcrito nas diferentes fases do desenvolvimento. No presente
momento estamos utilizando o RNA de interferência como ferramenta para investigar a função do
gene AmelGrp.

Apoio: FAPESP, CNPq

Palavras-chaves: gene codificador de proteína cuticular, Apis mellifera, tegumento, ecdis-


teróides

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441

EFEITOS DOS ECDISTERÓIDES NA


EXPRESSÃO DE ftz-f1 – UM POSSÍVEL
REGULADOR DA TRANSCRIÇÃO DE
vitelogenina – NO TEGUMENTO E NO CORPO
INTEIRO DE PUPAS DE Apis mellifera
Tathyana Rachel Palo Mello¹*, Angel Roberto Barchuk², Aline C. A. S. Teles¹, Michelle Prioli M.
Soares¹, Márcia M. Gentile Bitondi¹, Zilá Luz Paulino Simões¹
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Dept.. Ciências Biológicas, Universidade Federal de Alfenas
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
tathybio@gmail.com

FTZ-F1 é membro da superfamília dos receptores nucleares. Em Drosophila melanogaster, ftz-


f1 codifica duas variantes protéicas: a e ß. ßFTZ-F1 atua como fator de competência para a ação dos
ecdisteróides. Em Apis mellifera, o knockdown de vitelogenina (vg), a principal proteína do vitelo
e que também participa na resposta imune e longevidade, resultou na queda da expressão de ftz-f1.
Nossos objetivos foram analisar as características, expressão e funções de ftz-f1 no desenvolvimento
de A. mellifera. O gene predito ftz-f1 possui 15.612 pares de base (pb) e seis exons. Foram seqüen-
ciados 2041pb a partir do cDNA. Os padrões de expressão foram determinados por PCRsq e PCRq e
são similares em rainhas e operárias. O nível mais alto de expressão de ftz-f1 ocorre no último estágio
pupal (Pbd) onde é 9,4 vezes maior em rainhas. Um pico na expressão de vg também ocorre neste
estágio, o qual sugere a participação de FTZ-F1 na regulação da expressão deste gene. Como em
outros insetos, picos de expressão de ftz-f1 ocorrem em períodos de baixos títulos de ecdisteróides –
no final do quinto instar larval (S3) e em pré-pupa (PP3). Análises do cDNA extraído de tegumento
pupal incubado em 1µg de 20-hidroxiecdisona confirmam que este hormônio inibe a transcrição de
ftz-f1. O mesmo ocorreu em corpo inteiro de pupas tratadas com 5µg deste hormônio. Estes resultados
sugerem que, também na abelha, FTZ-F1 pode atuar como fator de competência para ecdisteróides,
já que os níveis de expressão de ftz-f1 são maiores quando os títulos hormonais são baixos e sua ex-
pressão é reprimida por estes hormônios. Para a elucidação dos processos aqui discutidos estão sendo
realizados experimentos de knockdown.

Apoio: FAPESP 06/01901-8

Palavras-chaves: Fator de transcrição, Real-Time PCR, RT-PCR, Apis mellifera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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442

A VIA DE SINALIZAÇÃO INSULÍNICA


EM ABELHAS Apis mellifera: EXPRESSÃO
DIFERENCIAL DOS PEPTÍDEOS INSULÍNICOS
E DOS RECEPTORES DE INSULINA EM
LARVAS DE RAINHAS E OPERÁRIAS
Sergio Vicente de Azevedo*, Klaus Hartfelder
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
svazevedo@rge.fmrp.usp.br

A via de sinalização insulínica (IIS) representa um módulo evolutivamente conservado no con-


trole do tamanho do corpo e, também, está relacionada com o crecimento de órgãos em metazoários.
Nas abelhas altamente eussociais, os fenótipos das castas diferem não apenas no tamanho e caracterís-
ticas morfológicas, mas também no fitness individual e história de vida. Investigamos os perfis de
expressão de genes codificadores de dois peptídeos tipo-insulina (ILP, insulin-like peptide),AmILP-1
e AmILP2, e dois receptores de insulina (AmInR-1 e AmInR-2), todos preditos no genoma de abelha.
Análises por qPCR em larvas de rainhas e operárias, durante estágios críticos no desenvolvimento,
demonstraram que AmILP-2 é o ILP predominantemente transcrito em ambas as castas, com tran-
scrição maior em operárias do que em rainhas. Em rainhas a transcrição de ambos os genes para os
InR declinaram acentuadamente no quarto instar enquanto em operárias foi observado pouca modu-
lação. À primeira vista, esses resultados não são intuitivos, pois em rainhas as taxas de crescimento
são maiores, mas, sob uma análise mais ampla, podem ser interpretados como uma possível relação
antagonista entre a via IIS e o hormônio juvenil. Analisando a transcrição dos genes AmInR-1 e
AmInR-2 em ovários de larvas de rainhas e operárias verificamos baixos níveis de transcritos em rain-
has e uma queda acentuada na transcrição de AmInR-2 no quinto instar larval de operárias, indicando
uma relação independente da transcrição geral dos genes versus transcrição tecido-específica.

Apoio: FAPESP, CNPq

Palavras-chaves: AmInR-1, AmInR-2, AmILP-1, AmILP-2, Apis mellifera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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443

O PADRÃO DE DISPERSÃO É SEXO-


ASSIMÉTRICO NOS EUGLOSSÍNEOS
(HYMENOPTERA: APIDAE: EUGLOSSINI)?
UM ESTUDO DE CASO: Euglossa cordata
Natália de Campos Muradas Cerântola*, Marco Antônio Del Lama
Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Rodovia Washington Luís, km 235 – SP 310, 13565-905, São Carlos, Brasil
nataliacerantola@yahoo.com.br

As abelhas Euglossini são importantes polinizadoras da região neotropical e apresentam grande


capacidade de vôo. Espécies desse grupo têm presença marcante nas cidades, utilizando as flores de
Thevetia peruviana (Apocynaceae) como fonte de néctar. Estudos de marcação-recaptura em São
Carlos/SP demonstraram baixa dispersão da população urbana na coleta de néctar. Além disso, os da-
dos de marcadores moleculares indicaram comportamento filopátrico das fêmeas, em razão da estru-
turação populacional verificada via genes mitocondriais. Considerando a aparente discrepância entre
estes dados e os descritos na literatura, esse trabalho visa determinar por meio de marcadores de her-
ança uniparental (RFLP-mtDNA) e biparental (microsatélites) a estrutura genética de populações de
Euglossa cordata coletadas em T. peruviana em cidades ao longo de um transecto norte/sul do Estado
de São Paulo. Análises alozímicas confirmaram a identificação específica dos indivíduos coletados e
os resultados preliminares indicam que as populações de seis cidades são estruturadas em relação aos
dados de mtDNA; porém, não foi verificada associação entre as distâncias genética e geográfica com
base nos microsatélites. Estes achados indicam filopatria das fêmeas e que os machos constituem o
sexo dispersor, corroborando a hipótese de dispersão sexo-assimétrica nesta espécie.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Euglossini , dispersão , Euglossa cordata, RFLP , microssatélite

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444

CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DAS


ESTERASE DE Tetragonisca angustula COM A
UTILIZAÇÃO DE pCMB
Ana Lúcia Paz Barateiro Stuchi¹*, Tatiane Vicente Baitala¹, Vagner de Alencar Arnaut de
Toledo², Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki¹
¹Universidade Estadual de Maringá – Departamento de Biologia Celular e Genética;
²Departamento de Zootecnia
Avenida Colombo 5790, 87020-900 Maringá, Brasil
analuzoo@yahoo.com.br

T. angustula angustula apresenta 2 esterases (EST-1 e EST-3) e T. angustula fiebrigi 3 esterases


(EST-1, EST-2 e EST-3). A classificação dessas enzimas pode ser baseada na sua funcionalidade, que
está associada ao seu padrão de inibição com paracloromercuriobenzoato (pCMB), sulfato de eserina e
organofosforados. Assim, foi realizada a caracterização funcional das esterases de T. angustula. Foram
analisadas operárias adultas das duas subespécies. Cabeça/tórax foram homogeneizados em solução
de 2-mercaptoetanol e glicerol. Foram utilizados os mesmos indivíduos no gel controle e no gel com
inibidor pCMB em 4 concentrações (0,010g; 0,020g; 0,040g; 0,060g). As amostras foram submetidas
à eletroforese vertical em géis de poliacrilamida a 8%. A coloração para esterase foi feita empregando-
se como substrato o a- e b-naftilacetato juntos. Na concentração de 0,010g não foi observada inibição
para as esterases. Em 0,020g observou-se uma completa inibição da EST-2 de T. a. fiebrigi e 90% de
inibição da EST-3 nas duas subespécies. A partir da concentração de 0,040g foi observada 100% de ini-
bição das duas esterases. Os resultados obtidos ainda não são definitivos, pois foram realizados testes
com pCMB e parcialmente com malathion, permitindo inferir que essas esterases são colinesterases.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: pCMB, inibição, Tetragonisca angustula, colinesterases, esterase

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445

PERFIL DE EXPRESSÃO E ANÁLISE


DOS PROMOTORES DE GENES
POTENCIALMENTE ENVOLVIDOS EM VIAS
DE DIFERENCIAÇÃO SEXUAL SOMÁTICA
EM Apis mellifera
Flávia Cristina de Paula Freitas*, Alexandre dos Santos Cristino, Zilá Luz Paulino Simões
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Genética, USP
Av. dos Bandeirantes, n. 3900 - Ribeirão Preto/SP
flaviacpfreitas@usp.br

Genes envolvidos na determinação do sexo em ,Drosophila melanogaster estão conservados


no genoma de Apis mellifera e algumas evidências indicam que o gene doublesex (dsx) é transcrito
diferencialmente como uma isoforma alternativa de mRNA específico de macho. O gene dsx está en-
tre os genes mais conservados que participam da determinação do sexo em insetos e ocupa a base da
hierarquia reguladora dos genes envolvidos na diferenciação sexual somática. O dsx codifica um fator
de transcrição (DSX) que regula a transcrição sexo-específica de vários genes. Em D. melanogaster,
o pré-mRNA do gene dsx sofre processamento alternativo que determina duas isoformas para o DSX:
DSXF e DSXM, expressos em fêmeas e em machos, respectivamente. A função melhor caracterizada
do DSX é a regulação da expressão de proteínas de estocagem tais como a Proteína do ovo (Yp1) em
D. melanogaster, a Vitelogenina (Vg) em Bombyx mori e a Hexamerina 1.2 (Hex1.2) em Ochlerota-
tus atropalpus. O principal objetivo deste estudo foi a caracterização do perfil de expressão de quatro
genes (dsx, ix, vg e hex110) em operárias, rainhas e zangões nos estágios larval 5 e recém-nascido . O
fato de dsx apresentar-se conservado em metazoários indica que as vias regulatórias e os genes-alvo
controlados por este fator pleiotrópico possam também estar conservados. As análises filogenéticas
e da região promotora dos genes vg e hex110 em insetos indicam ser estes os candidatos a terem
expressão diferencial nos sexos de A. mellifera. Contudo, foi observado que não parece haver um
perfil de expressão específico de sexo ou casta para os genes ix, vg e hex110, mas sim uma expressão
diferencial (em níveis de transcritos) entre os sexos e castas.
Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Diferenciação sexual, doublesex, Apis mellifera, Regulação Gênica

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446

DESENVOLVIMENTO CASTA-ESPECÍFICO
DAS PERNAS POSTERIORES DE Apis mellifera
Ana D. Bomtorin¹*, Marcela A. F. B. Laure¹, Angel R. Barchuk², Zilá L. P. Simões³
¹ Dept.. Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo;
²Dept.. Ciências Biológicas, Universidade Federal de Alfenas;
³Dept.. Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes 3900, Ribeirão Preto, Brasil
ana_durva@rge.fmrp.usp.br

O difenismo em fêmeas adultas de Apis mellifera resulta de alimentação diferencial durante o


desenvolvimento larval. Dentre as diferenças morfológicas encontradas entre as castas encontram-se
estruturas relacionadas à coleta de pólen e própolis nas pernas posteriores de operárias, p.e. a corbícu-
la. Estudos prévios (Barchuk et al., BMC Dev Biol, 2007) utilizando microarrays de cDNA mostra-
ram quatro genes (de um total de 240 diferencialmente expressos) relacionados ao desenvolvimento
das pernas (ataxin-2, cryptocephal, grunge e dachshund). Utilizando PCR quantitativo, analisamos o
perfil de expressão dos genes abdominal-A, ataxin-2, cryptocephal, grunge e ultrabithorax durante o
desenvolvimento das pernas posteriores das fêmeas. ataxin-2, cryptocephal e grunge, genes relacio-
nados à formação de cerdas e elongação dos discos imaginais, não são diferencialmente expressos.
ultrabithorax e abdominal-A são expressos durante o desenvolvimento das pernas posteriores, sendo
mais expressos em operárias no início do estágio pupal. As pernas das ninfas de gafanhotos e grilos
apresentam um padrão de expressão gênica similar ao encontrado em abelhas. Drosophila, durante
os estágios pupais, apresentam maior expressão de ultrabithorax na região das pernas desprovida de
cerdas. Utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura, observamos que as cerdas e as estruturas
coletoras já estão formadas nas pernas de pupas de olho marrom e a corbícula é uma região privada
de cerdas com uma única cerda central, que parece ser sensorial. Nossos resultados sugerem ultra-
bithorax como um elemento chave na formação da corbícula e na diferenciação de castas em Apis
mellifera. O silenciamento gênico de ultrabitohrax por RNAi (em andamento) dar-nos-á mais infor-
mações sobre o desenvolvimento de pernas em abelhas.

Apoio: FAPESP (05/03926-5, 06/05437-4)

Palavras-chaves: polifenismo, corbícula, genes diferencialmente expressos, desenvolvimento

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447

INFLUÊNCIA DO PARASITA Varroa destructor


NA RESPOSTA IMUNE DE OPERÁRIAS E
ZANGÕES DE Apis mellifera
Patrick Almásy Zanello, Anete Pedro Lourenço, Zilá Paulino Simões
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
patrickzanello@hotmail.com

As abelhas Apis mellifera podem apresentar diversos parasitas, como o ácaro Varroa destruc-
tor, conhecido como varroa. Este ácaro age perfurando o tegumento das abelhas para assim se ali-
mentar de sua hemolinfa. A influência do ácaro no sistema imune da abelha é um tópico de grande
importância, uma vez que a varroatose causa grandes problemas em abelhas européias. Outro fato que
pode influenciar no sistema imune é a transmissão do vírus da asa deformada (dwv) pela varroa. Para
o estudo do sistema imune em abelhas africanizadas infestadas pela varroa, foram coletadas pupas de
operárias e zangões parasitadas com números variáveis de varroas. O RNA total das amostras foi pu-
rificado para síntese do cDNA e posterior amplificação por PCR. A PCR com primers específicos de
defensina, um peptídeo antimicrobiano, foi usada para se verificar ativação ou supressão do sistema
imune. A presença do vírus foi observada com uso de primers específicos para dwv. Pela análise do
perfil de expressão de defensina e da grande quantidade de vírus nas amostras coletadas, observamos
que em zangões a varroa é um vetor do vírus dwv. As operárias também apresentaram grande quanti-
dade de transcritos da defensina em abelhas infestadas por varroas. Estes resultados mostram que em
abelhas africanizadas, a infestação por varroas provoca ativação do sistema imune com o aumento
na quantidade de transcritos da defensina. Estes resultados são inéditos e diferenciam-se do que já
foi descrito em abelhas européias, uma vez que o sistema imune destas abelhas é suprimido quando
infestadas por varroa.

Apoio:

Palavras-chaves: Apis mellifera, Varroa destructor, Imunidade, defensina

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448

QUANTIFICAÇÃO DO CONTEÚDO
GENÔMICO DE TRÊS ESPÉCIES DE
ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA,
MELIPONINAE) POR CITOMETRIA DE FLUXO
Denilce Meneses Lopes*, Carlos Roberto de Carvalho, Wellington Ronildo Clarindo, Milene
Miranda França, Mara Garcia Tavares
Universidade Federal de Viçosa
Av. P H Rolfs, s/n , 36.570-000, Viçosa, Minas Gerais, Brasil
denilceml@yahoo.com.br

O conhecimento do tamanho do genoma tem recebido crescente atenção nos últimos anos e a
citometria de fluxo tem sido aplicada para determinar o conteúdo de DNA de vários organismos. O
tamanho do genoma de muitas espécies de abelhas não é conhecido, apesar da importância ecológica
deste grupo de insetos em diversos ecossistemas. Neste trabalho a citometria de fluxo foi utilizada
para medir o conteúdo de DNA de três espécies de abelhas, Melipona mondury, M. rufiventris e Scap-
totrigona xanthotricha, importantes polinizadores das matas brasileiras. A suspensão de núcleos foi
preparada utilizando-se o gânglio cerebral dos indivíduos e tampão OTTO. A análise foi realizada em
citômetro de fluxo Partec PAS®, utilizando-se como controle interno, células do gânglio cerebral de
Drosophila melanogaster e de S. xanthotricha. Os histogramas obtidos demonstraram coeficientes
de variação de 2,87 a 4,14%. As medidas de citometria de fluxo evidenciaram que o conteúdo 2C de
DNA nuclear de M. mondury e M. rufiventris foi equivalente a 1,89 pg e 1,85 pg respectivamente,
enquanto o conteúdo de DNA nuclear de S. xanthotricha foi de C = 0, 42 pg para machos e 2C = 0,
88 pg para as fêmeas. Esta diferença pode ser justificada pela quantidade de heterocromatina em M.
mondury e M. rufiventris comparado ao observado em S. xanthotricha. O valor encontrado para essa
espécie corresponde ao que tem sido visto em outras abelhas estudadas.

Apoio: FAPEMIG; CAPES

Palavras-chaves: Hymenoptera, Citometria de fluxo, Conteúdo de DNA

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449

EXPRESSÃO DE LOCALIZAÇÃO DE
CADERINAS EM OVÁRIOS DE RAINHAS E
TESTÍCULOS DE LARVAS DE Apis mellifera
Mônica Mazzei Florecki, Klaus Hartfelder
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
zeiflo@yahoo.com.br

Caderinas são glicoproteínas transmembranas responsáveis pelo processo de adesão intercelular


que compõem uma superfamília dividida em caderinas clássicas e protocaderinas. As caderinas clás-
sicas são as mais conhecidas e são expressas em diferentes tecidos de vertebrados. Entre os inverteb-
rados, a espécie mais estudada é Drosophila melanogaster, na qual a E-caderina exerce papel impor-
tante durante a gametogênese, pois é fundamental para o ancoramento de células tronco germinativas
no ápice do germário. Para obtermos informações a respeito da expressão de caderinas em gônadas de
Apis mellifera, realizamos experimentos de imunolocalização para microscopia de luz e microscopia
eletrônica de transmissão com anticorpo anti-pan-caderina. Em ovários de rainhas adultas e testículos
de zangão na fase L5F3 as caderinas encontram-se distribuídas pelo citoplasma de células somáticas
e germinativas. Pontos focais nucleares colocalizados com os nuclélolos também foram observados
nos dois tipos celulares. Para que pudéssemos estudar a expressão de possíveis proteínas reconhe-
cidas pelo anticorpo primário, foi realizada RT-PCR para detecção dos transcritos de E-caderina,
N-caderina, Starry Night, Fat e Fat-like, cujas seqüências foram confirmadas por seqüenciamento.
Os resultados indicam possíveis funções alternativas para caderinas durante a gametogênese de Apis
mellifera, evidenciadas pela localização nuclear e expressão de protocaderinas nas gônadas.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Caderina, Ovário, Testículo, Microscopia, Apis mellifera

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450

A COLONIZAÇÃO DE UMA ÁREA


POR ESPÉCIES DE ABELHAS SEM
FERRÃO - UM ESTUDO DE CASO:
Partamona helleri (FRIESE, 1990)
(HYMENOPTERA: APIDAE: MELIPONINI)
Kátia Maria Ferreira, Marco Antonio Del Lama
Laboratório de Genética Evolutiva de Himenópteros, Departamento de Genética e Evolução,
Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, Km 235, CEP 13565-905, São Carlos - São Paulo - Brasil
kamaferre@gmail.com

O desenvolvimento de estratégias de manejo das abelhas, visando sua conservação e utilização


sustentável como polinizadores, requer o conhecimento da biologia reprodutiva e a estrutura popu-
lacional das espécies, assim como dos fatores que tornam bem sucedida a colonização de certa área
pelas espécies de abelha. Com o objetivo de testar a hipótese de que uma área pode ser colonizada
por um número reduzido de fêmeas fundadoras, foram analisados 58 ninhos de Partamona helleri,
sendo 34 distribuídos no Campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), 15 no Campus da
Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-1) e 9 provenientes do Campus da Universidade
de São Paulo em São Paulo (USP-2). O seqüenciamento de um fragmento de 485 pb do gene mito-
condrial citocromo b demonstrou um único haplótipo presente nas 24 colônias analisadas da UFSCar.
A detecção de somente uma linhagem mitocondrial confirma a hipótese deste trabalho de que uma
área é colonizada por um número reduzido de fêmeas. Nos ninhos provenientes da USP-1 e USP-2,
seis haplótipos foram encontrados nas duas amostras. O significado desta diferença deverá merecer
especial atenção a partir da construção da rede haplotípica. A análise de segregação dos alelos dos
locos microssatélites heterólogos Mbi232 e Mbi254 em operárias adultas de 50 ninhos demonstrou
que a fêmea de Partamona helleri se acasala com um único macho (monandria).

Apoio: FAPESP - 05/60893-2

Palavras-chaves: Partamona helleri, colonização, microssatélites, DNA mitocondrial, mono-


andria

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451

IDENTIFICAÇÃO DO GENE DA
ENZIMA METIL FARNESOATO EPOXIDASE
DE Apis mellifera E SUA RELAÇÃO
COM O STATUS NUTRICIONAL
Gustavo Conrado Couto Rosa¹*, Zilá Luz Paulino Simões¹, Aline Mackert²
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
guconrado@hotmail.com

O Hormônio Juvenil (HJ), sintetizado nos corpora allata (CA), é um regulador de processos
fisiológicos em insetos. O estudo da regulação dos títulos de HJ é importante no caso de Apis mel-
lifera, devido a sua atuação na diferenciação de castas, rainhas e operárias. A regulação do último
passo na síntese do HJ-III, único HJ encontrado em Apis mellifera, é a epoxidação do metil farnesoato
para HJ-III, realizada pela enzima metil farnesoato epoxidase (MFE). O gene codificador da MFE
foi descrito em Diploptera punctata. Em A. mellifera nove potenciais parálogos para o gene foram
identificados por ferramentas de bioinformática a partir de seqüências preditas pelo projeto genoma
deste organismo. Apenas a seqüência referente ao GB15634 (Official Gene Set) revelou um perfil de
expressão compatível com a taxa de síntese de HJ. Este gene também foi considerado por análises
de filogenia molecular (Claudianos et al., 2000 – Insect Mol. Biol. 15:615-636.) como o ortólogo do
gene codificador da MFE em Apis mellifera. Os níveis de transcritos do GB15634 são aumentados
em abelhas alimentadas com açúcar em relação àquelas que receberam açúcar e pólen. Os resultados
apontam para o GB15634 como sendo o gene participante da via de síntese do HJ, e ainda, que este
gene pode ser um passo importante na modulação dos títulos deste hormônio, uma vez que o status
nutricional já é conhecido como um importante regulador dos níveis de HJ em abelhas melíferas.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Hormônio Juvenil, Metil farnesoato epoxidase, Apis mellifera, Corpora al-
lata, Status nutricional

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452

MITOCHONDRIAL GENE ORDER


AND THE EVOLUTION OF BEES
(HYMENOPTERA, APIDAE)
Maria Cristina Arias*, Daniela Silvestre
Universidade de São Paulo
Departamento de Genética e Biologia Evolutiva,
rua do Matão, 277 sala 320 05508-090
São Paulo, Brasil
mcarias@ib.usp.br

The classification of bees and their phylogenetic relationships are controversial questions still.
Mitochondrial gene order is cited by several authors as a promising molecular marker to study the
phylogeny of major groups, like Insecta orders. Thus comparative analyses of mtDNA may consti-
tute a good character source to infer the phylogeny among tribes, subfamilies and families of bees.
We selected 13 bee species representing 11 different tribes for mtDNA analysis. Regions comprising
tRNA genes were amplified with primers derived from other insects. All fragments were cloned and
sequenced from both directions. Sequences were analyzed to determine gene order and compared
among species. We verified a large amount of gene rearrangements. Unfortunately, comparing all
species of this work, gene translocations had not generated sufficient data to obtain a phylogenetic
tree. However we could apply our data to a previous phylogenetic tree proposed by Michener (2000)
where subfamilies and families of bees are related, but divided in two groups: short and long-tongued
taxa. It is clear that bees have an accelerated rate of mitochondrial genome evolution, including base
substitution and also gene order rearrangement. Data are congruent to previous studies on wasps.
More investigations on that insect order can lead to a better understanding of molecular evolution.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: bees, evolution, gene order, mitochondrial dna

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453

INFLUÊNCIA DA DISTÂNCIA GEOGRÁFICA


SOBRE A SIMILARIDADE GENÉTICA DE
ABELHAS Melipona quinquefasciata POR
INTERMÉDIO DO TESTE DE MANTEL,
USANDO A REGIÃO ITS-1 PARCIAL DO DNA
RIBOSSÔMICO NUCLEAR.
Júlio Otávio Portela Pereira¹*, Darci de Oliveira Cruz², Daniel Macedo de Melo Jorge², Davi Coe
Torres², Carlos Eduardo Alves Soares², Breno Magalhães Freitas², Thalles Barbosa Grangeiro²
¹ Faculdade de Tecnologia Centec - FATEC Sobral;
²Universidade Federal do Ceará - UFC
Av. Dr. Guarany, 317, Betânia, Sobral-CE. CEP: 62040-730
pereirajop@yahoo.com.br

Recentemente foi relatada a ocorrência da abelha sem ferrão Melipona quinquefasciata no nor-
deste do Brasil, identificada por caracteres morfológicos não totalmente conclusivos. O objetivo deste
estudo foi verificar a influência da distância geográfica sobre a similaridade genética das abelhas en-
contradas no Nordeste e no Centro-Oeste, por intermédio do teste de Mantel. Foram coletadas em nove
colônias, amostras de abelhas, distribuídas nos estados do Ceará, Piauí e Goiás. A região ITS1 foi am-
plificada por PCR a partir de amostras de DNA genômico (extração com reagente CTAB) usando-se os
iniciadores ITS2 e ITS5. Seqüências parciais da extremidade 3’ dos produtos amplificados foram obti-
das usando-se o iniciador ITS2, e analisados no seqüenciador MegaBACE 1000. A matriz de similari-
dade genética foi montada com o auxílio do programa MEGA v3, e da distância geográfica foi calcula-
da por intermédio do programa GPS Trackmaker 11.7, a partir dos pontos amostrais georeferenciados.
Os resultados após o seqüenciamento mostrou elevado grau de similaridade entre as amostras, 0,015
e tamanho de 491 a 572pb. O teste de Mantel revelou que a distância geográfica afetou a similaridade
genética entre as abelhas com 95% de probabilidade. Já que, o H0 formulado pelo programa Mantel,
foi rejeitado, quando o valor g=3,4966 foi superior ao valor crítico gerado 1,645 (p<0,05), existindo
portanto autocorrelação espacial. Conclui-se que, embora se tratando da mesma espécie, o distancia-
mento geográfico afetou, em pequeno grau, a dissimilaridade genética das populações estudadas.

Apoio: CNPq; CAPES; FUNCAP; FATEC Sobral

Palavras-chaves: Melipona quinquefasciata, teste de Mantel, DNA genômico, ITS-1

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454

BIOLOGIA DA POLINIZAÇÃO

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455

IDENTIFICATION OF CALMODULIN-
BINDING PROTEINS IN BRAIN
OF WORKER HONEYBEES
Luciana Karen Calábria¹*, Liudy Garcia Hernandez² ³, Renata Roland Teixeira¹, Marcelo Valle
de Sousa³, Foued Salmen Espindola¹
¹Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia;
²Centro de Aplicaciones Tecnológicas y Desarrollo Nuclear;
³Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade de Brasília
Av Pará s/ número, Campus Umuarama, 38400-902 Uberlândia, Brasil
lkcalabria@yahoo.com.br

Calmodulin is a Ca+2-binding protein important in a variety of cell functions. The Ca+2/ calm-
odulin complex interacts with and regulates various enzymes and target proteins, known as calmodu-
lin-binding proteins (CaMBPs). In this study, we revealed a comparative identification of the CaMBPs
composition in the worker honeybee (Apis mellifera) brain, considering two different honeybee be-
haviors in the colony. To this end, the CaMBPs of forager and nurse workers were purified by affinity
chromatography, separated in 1D gel, digested and submitted to peptide mass fingerprinting (PMF).
In the PMF analysis, 15 different proteins, considered behavior-specific proteins, were identified, one
of them exclusively in forager workers and 10 in nurses. All the proteins were classified in terms of
their function and cell localization, revealing a greater expression of metabolism-related CaMBPs
in both worker subcastes. Protein sequences were then analyzed for the presence of the calmodulin-
binding sites. Therefore, the honeybee brain CaMBPs profiles presented differences between worker
subcastes. This is the first identification of calmodulin-binding proteins in the brain of Apis mellifera
upon nursing and foraging behaviors in the colony and this diversity of target proteins for Ca+ 2/CaM
may be involved in terms of the function of these proteins in the nervous system.

Apoio: CAPES; UFU; TWAS; CNPq; UNB; Apiários Girassol

Palavras-chaves: Apis mellifera, brain, calmodulin, calcium, MALDI-TOF

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
456

ALTERAÇÕES NEUROFISIOLÓGICAS
CAUSADAS PELO FORRAGEAMENTO EM
OPERÁRIAS DE Apis mellifera
Cynthia Renata de Oliveira Jacob*, Hellen Maria Soares, Lilian M. M. Cesar Tognoli,
Roberta C. F. Nocelli, Osmar Malaspina, Mario Sergio Palma
Centro de Estudos de Insetos Sociais - UNESP - Rio Claro
Av: 24A, 1515 - Bela Vista
re_jacob@yahoo.com.br

As operárias de Apis mellifera apresentam estruturas e fisiologia diferentes conforme a idade,


o que as torna aptas ao desempenho de variadas tarefas que se iniciam dentro da colônia e culminam
com a saída para o campo quando a mesma se torna forrageira. Com a saída do ninho, a operária se
expõe a uma série de estímulos externos novos. O gene fos é um gene de expressão imediata presente
em neurônios e sua transcrição ocorre após a ocorrência de uma vasta gama de estímulos, o que o
tornou, nos últimos anos, um importante indicador de alterações dos processos fisiológicos ocorridos
nestas células como resultado destes estímulos. Com o objetivo de verificar quais estruturas do sistema
nervoso são mais sensíveis aos estímulos extra-coloniais, grupos de operárias nas idades recém-emer-
gida, 21, 28 e 35 dias foram coletadas, seus cérebros dissecados, incluídos em parafina e submetidos
à marcação com anticorpo anti c-fos. A marcação positiva para a proteína Fos foi verificada apenas a
partir dos 21 dias de idade, nas regiões dos ocelos e dos olhos compostos. O resultado positivo para
a expressão da proteína Fos nestas regiões está relacionado com a fase, dentro do polietismo etário,
em que estas se encontram, uma vez que passam a realizar a atividade de forrageamento, ou seja, as
abelhas deixam de realizar apenas as tarefas no interior do ninho, e tem os primeiro contatos com o
ambiente externo passando a receber estímulos como variações nas intensidades de ondas luminosas,
contato com substâncias químicas presentes no meio e com predadores.

Apoio: CNPq; FAPESP

Palavras-chaves: abelha, forrageamento, Proteina Fos, cérebro, Apis mellifera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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457

ESTIMATES OF GENETIC AND


PHENOTYPIC PARAMETERS FOR
WEIGHT AND THORAX MORPHOMETRIC
MEASUREMENTS IN Apis mellifera
AFRICANIZED QUEENS
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo¹*, Fabiana Martins Costa-Maia², Elias Nunes Martins¹,
Patrícia Faquinello², Alexandre Leseur dos Santos², Maria Josiane Sereia³
¹ Departamento de Zootecnia – UEM;
²Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UEM;
³Departamento de Engenharia de Alimentos – UTFPR
Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil
vagner_abelha@yahoo.co.uk

This research was carried out to estimate the genetic and phenotypic parameters for Apis mel-
lifera Africanized queens weight and thorax morphometric measurements. At emergence 829 queens
were weighed and measured to determine live queen weight (mg), length, thorax width and height
(mm). Data were submitted to unitraits and multicharacter analyses by Bayesian methods through
the software MTGSAM. The general averages and standard deviation for queen live weight, length,
thorax width and height were 177.22 ± 25.71mg, 4.79 ± 0.39mm, 4.80 ± 0.42mm and 4.90 ± 0.34mm,
respectively. Heritability estimates for live queen weight, length, and thorax width and height were
0.37, 0.50, 0.21 and 0.44 by unitraits analysis and 0.05, 0.65, 0.66 and 0.56 by tetracharacter analysis,
respectively. Heritability estimates for thorax measurements were higher by tricharacter than by uni-
traits analysis. Estimates of genetic and phenotypic parameters for thorax measurements of African-
ized Apis mellifera queens show evidence that there is potential selection in all characteristics. When
combined with thorax measurements, the weight is not a characteristic with potential selection.

Apoio: CAPES; FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA

Palavras-chaves: Bayesian inference, bee breeding, heritability, MTGSAM, queen rearing

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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458

PERFIS DE HIDROCARBONETOS
CUTICULARES DA ABELHA Apis mellifera E
SUA RELAÇÃO COM O EIXO IDADE-FUNÇÃO
Carlos H. Lobo¹*, Michelle Manfrini², Rogério A. Pereira², Marcela A. B. Lauri¹, Luis Aguiar¹,
Zilá L. P. Simões², Jürgen Heinze³, Klaus Hartfelder4
¹Dept. de Genética da FMRP/USP;
²Dept. de Entomologia da FFCLRP/USP;
³Universidade Regensburg/Alemanha;
4
Dept. de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos da FMRP/USP
Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre - Ribeirão Preto - SP - Brasil
chlobo@rge.fmrp.usp.br

Em sistemas complexos como colônias de insetos sociais é essencial a comunicação entre in-
divíduos para garantir uma maior eficiência na divisão de trabalhos, e neste contexto, a comunica-
ção olfativa por feromônios e substâncias voláteis em geral constitui um elemento fundamental da
coesão. Hidrocarbonetos compõem a maior parte das substâncias voláteis. Estes podem ser encon-
trados na cutícula de praticamente todos os insetos. Além de sua função primaria de funcionar como
uma barreira a perda de água, hidrocarbonetos cuticulares também estão envolvidos em comunicação
semioquímica em insetos. Além dos hidrocarbonetos cuticulares, secreções de glândulas cefálicas s
exercem papel fundamental na comunicação entre os indivíduos da colméia. O objetivo deste trabalho
é estudar as associações entre as mudanças de função da glândula hipofaríngea com os respectivos
perfis de hidrocarbonetos. Para tal montou-se uma colônia “Single-cohort” com aproximadamente
3000 abelhas recém-emergidas. Para o estudo dos hidrocarbonetos cefálicos as amostras coletadas
em Ribeirão Preto foram analisadas em cooperação com o grupo da Universidade de Regensburg,
Alemanha. Os testes incluíram um total de 25 amostras. As análises foram feitas com a técnica de
cromatografia gasosa e os resultados analisados com o programa Statistica 6.0. Para as análises es-
tatísticas 29 picos de hidrocarbonetos foram escolhidos. Os resultados mostraram que em sua maioria
os hidrocarbonetos são alcanos e alquenos. A primeira vista pode-se observar uma tendência de sepa-
ração apenas para as abelhas forrageiras novas em comparação aos demais grupos.

Apoio: Fapesp; Capes

Palavras-chaves: Hidrocarbonetos Cuticulares, Apis mellifera, Idade-função, glândula hipo-


faríngea, operárias

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459

FORRAGEAMENTO E POTENCIAL
POLINIZADOR DE Scaptotrigona bipunctata
(MELIPONINI) EM INFLORESCÊNCIAS DE
Cupania vernalis (SAPINDACEAE) EM TRÊS
COROAS, RS, BRASIL
Daniela Loose Ferreira*, Annelise de Souza Rosa, Irving Bolzan, Diego Kwecko Lima,
Betina Blochtein
Faculdade de Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Av. Ipiranga 6681, Porto Alegre, RS
daniloose@gmail.com

Cupania vernalis, conhecida como camboatá-vermelho, é freqüente em formações florestais


distribuídas desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. É indicada na recuperação de áreas degra-
dadas e suas árvores exibem abundantes floradas melitófilas. Estudos preliminares no Rio Grande do
Sul indicam que Scaptotrigona bipunctata é um dos principais visitantes de suas flores. Nesse con-
texto, considerando-se a importância da polinização no sucesso reprodutivo das plantas, questiona-se
a efetividade polinizadora deste inseto antófilo. O estudo foi conduzido em fragmento florestal em
Três Coroas, RS, Brasil. Observou-se o comportamento de S. bipunctata durante 325 visitas a flores
de C. vernalis no período de 25 a 27/04/2008, entre 9h e 15:30h. Em cada observação registraram-
se: (1) recursos coletados, (2) contato com anteras e estigmas, (3) número de flores visitadas/ramo
e o (4) tempo de permanência nas flores. A (5) fidelidade à C. vernalis foi verificada a partir de 30
indivíduos coletados nas flores. Suas cargas polínicas foram retiradas das corbículas e analisadas
com microscópio óptico calculando-se o percentual de pólen da planta-alvo. (1) Durante as visitas
as abelhas coletavam néctar ativamente e tocavam anteras, assim o pólen era obtido passivamente.
(2) Invariavelmente tocavam os estigmas. (3) As abelhas visitaram 1-16 flores/ramo (μo= 2) e o (4)
tempo de permanência/flor variou de 1-25s (μo= 5). (5) As cargas polínicas das abelhas continham
99,% de pólen de camboatá. O transporte de pólen da planta-alvo, o contato com os estigmas, a visita
consecutiva (de curta permanência) às flores e o elevado índice de polens de camboatá aderidos às
abelhas indicam sua elevada ação polinizadora. Sugere-se a execução de testes de polinização para
verificar a contribuição de S. bipunctata, bem como de outros insetos, na produtividade de frutos e
sementes de C. vernalis.

Apoio: Capes, CNPq

Palavras-chaves: abelha sem ferrão, camboatá-vermelho, polinização, espécie melitófila, Mata


Atlântica

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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460

LEVANTAMENTO DE ABELHAS E
ATUAÇÃO NA POLINIZAÇÃO DE ESPÉCIES
VEGETAIS EM REMANESCENTE DE
CERRADO, CAMPO GRANDE, MS
Jennifer Elaine Maier*, Márcia Rocha Vicente, Renato Gatti Fernades, Paulo Alexandre Bo-
giani, Maria Rosângela Sigrist
Laboratório de Botânica, Departamento de Biologia/CCBS – UFMS
Cidade Universitária s/n, 79070-900 Campo Grande, MS, Brasil
jemaier@gmx.net

As abelhas são reconhecidas como o mais importante grupo de polinizadores dos ecossistemas
tropicais e da flora brasileira, mas geralmente sua atuação na polinização de plantas nativas e cultiva-
das é ignorada, subestimada ou desconhecida. Neste estudo foi realizado o levantamento de abelhas
em flores de espécies de remanescente de cerrado da Universidade de Mato Grosso do Sul, Campo
Grande, de agosto/2007 a março/2008, com intuito de verificar o potencial polinizador destes insetos.
Foram coletados 444 indivíduos de abelhas, distribuídos em 12 gêneros e 23 espécies (quatro inde-
terminadas) pertencentes às famílias Apidae (12 spp., 408 indivíduos) e Halictidae (7 spp., 30). As
abelhas foram coletadas ao longo de todo o período de estudo, principalmente de outubro a dezembro,
e durante todo o dia, com pico entre 08h00-10h00 e 14h00-15h00. Paratrigona lineata foi a espécie
mais abundante (144), seguida de Apis mellifera (137) e Trigona spinipes (52). Paratrigona linea-
tae T. spinipes também visitaram maior número de espécies floridas (7 e 9 spp., respectivamente).
O levantamento das abelhas foi realizado em 59 espécies vegetais, pertencentes a 18 famílias, das
quais foram amostradas espécies de nove famílias, destacando-se Malpighiaceae com sete espécies
amostradas. Byrsonima intermedia e Matayba cf. guianensis destacaram-se pela riqueza e abundân-
cia de abelhas coletadas nas flores (14 spp./158 exemplares e 11 spp./203, respectivamente). Durante
as visitas, as abelhas coletaram pólen (22 spp.), óleo (13 spp.) e/ou néctar (10 spp.). A maioria das
abelhas age com potencial polinizador das espécies vegetais amostradas, embora pelo menos 50% das
abelhas possam também atuar como pilhador de algum tipo de recurso floral.

Apoio: FUNDECT, CNPq

Palavras-chaves: Apoidea, polinização, pilhagem, recurso floral, Malpighiaceae

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461

ABELHAS VISITANTES DE Davilla


kunthii (DILLENIACEAE) NA AMAZÔNIA
CENTRAL, ASPECTOS ECOLÓGICOS E
COMPORTAMENTAIS
André Rodrigo Rech ¹*, Maria Lucia Absy ², Fatima Cristina Manente Balestieri ³, José Benedito
Perrella Balestieri ³, Carlos D`Apolito Junior¹
¹* Pós-graduação em Botânica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia;
²Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, INPA;
³Faculdade de Ciencias Biológicas e Ambientais, FCBA-UFGD
Rua 2, casa 29, Apto 03, Bairro Aleixo, Conjunto Vilar Camara, cep 69083-360
arech2003@yahoo.com.br

Neste trabalho estudou-se a estrutura da comunidade de visitantes florais de Davilla kunthii


A. St. Hil (DILLENIACEAE) em seu período de floração na região de Itacoatiara,AM. As observa-
ções foram realizadas durante o período de 05 a 17.08.07, das 6:00 às 12:00 horas. Foram realizadas
coletas por vinte minutos a cada hora e as abelhas separadas para estudo de freqüência, abundância,
riqueza e constância. Registrou-se 43 espécies de abelhas coletando pólen em D. kunthii. De acordo
com método estabelecido por Bödenheimer, nenhuma espécie foi considerada constante, seis foram
classificadas como acessórias e as demais como acidentais. Concomitante à floração de D. kunthii
ocorreram outras 22 espécies, o que pode estar relacionado à alta riqueza de espécies visitantes com
baixa freqüência nas flores. O horário de maior forrageamento ocorreu entre 8 e 11 horas. O gênero
Trigona spp. foi o mais abundante e freqüente, apresentando o comportamento monopolizador da
fonte alimentar, como também observado em Camargoia camargoi Moure, 1989, ambas interagiram
agonisticamente com Melipona marginata Lepeletier, 1836 e com as abelhas menores, perseguindo-
as e fazendo com que se mantivessem afastadas. Nas flores ocorreram formigas que predavam abel-
has em forrageamento, causando o afastamento das abelhas que as avistavam. Melipona marginata
começou a forragear antes da deiscência das anteras, apresentando então comportamento mordedor
para retirada de pólen. No início da manhã percebeu-se que as abelhas maiores forrageavam nas
plantas de D. kunthii localizadas sobre o dossel, vindo a forragear abaixo de 3 metros entre nove e
dez horas, o que provavelmente esteja relacionado à diminuição da competição com as outras espé-
cies que aí forrageavam até este horário, destacando, dentre essas Trigona spp., cujo forrageamento
concentrou-se nos primeiros horários da manhã.

Apoio: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Palavras-chaves: polinização, inseto-planta, interações, estrutura, comunidade

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462

ABELHAS E VESPAS
COMO POLINIZADORES DE Ipomoea
pescaprae (CONVOLVULACEAE)
Eliana de Medeiros Oliveira¹*, Anne Zillikens², Josefina Steiner¹
¹Laboratório de Abelhas Nativas, Centro de Ciências Biológicas, UFSC;
²Med.-Naturwissenschaftliches-Forschungszentrum, Universität Tübingen, Germany
Predio Fritz Müller - Bloco B - Campus Universitário UFSC, Trindade, 88.040-900
Florianópolis – SC, Brasil
eli_sin80@yahoo.com.br

Ipomoea pes-caprae é uma planta rastejante que coloniza a duna frontal na Restinga e atua como
fixadora de areia. A espécie é autoincompatível, e suas flores dependem das visitas dos insetos para a
polinização. O objetivo deste estudo foi conhecer o espectro de abelhas e vespas visitantes florais para
estabelecer os possíveis polinizadores de I. pes-caprae. Entre dezembro/2006 e março/2007, semanal-
mente 3 a 4 flores foram observadas durante toda antese. Foram registradas a freqüência, o horário e o
comportamento dos visitantes. Em 2-3 individuos por espécie o pólen aderido aos corpos das abelhas
e vespas foi analisado a fim de verificar se elas transportavam pólen de I. pes-caprae. Quinze espécies
de abelhas e 3 de vespas foram registradas. Apis mellifera, Melitoma segmentaria, Augochlora sp. e
Pseudagapostemon hurdi coletaram pólen e néctar, as outras espécies coletaram só néctar. As abelhas
que coletaram principalmente pólen visitaram as flores com maior freqüência entre 6 e 8 h. Visitantes
que só buscavam néctar como as vespas e a abelha cleptoparasita Mesonychium littoreum, mostraram
maior atividade entre 8 e 12 h. Apis mellifera, Melitoma segmentaria, Centris leprieuri, Bombus mo-
rio e a vespa Campsomeris cf hesteriae (Scoliidae) foram considerados os polinizadores devido à alta
freqüência de contato com as estruturas reprodutivas da flor, à presença de pólen de I. pes-caprae no
corpo e ao comportamento de vôo tipo “trap-lining” visitando muitas flores co-específicas.

Apoio: CNPq e BMBF.

Palavras-chaves: Ipomoea pes-caprae, visitantes florais, polinizadores

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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463

DB EXPERTS - BANCO DE
DADOS DE ESPECIALISTAS EM
ESPÉCIES POLINIZADORAS
Diogo Borges Krobath¹, Prof. Dr. Antonio Mauro Saraiva¹ , Prof. Dr. Pedro Luiz Pizzigatti
Correa¹ , Etienne Américo Cartolano Júnior¹, Elizabeth Sellers²
¹Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ²National Biological Information Infrastructure
Laboratório de Automação Agrícola - Escola Politécnica da USP. Av. Prof. Luciano Gualberto,
travessa 3, nº 158, sala C2-56. Edifício de Engenharia Elétrica Cidade Universitária - São Paulo –
SP. CEP 05508-900. Fone: (11) 3091-5366 Fax: (11) 3091-5294
diogo.krobath@usp.br

Um dos componentes da Rede Temática de Polinizadores (PTN), projeto que faz parte da Rede
Inter-Americana de Informações sobre Biodiversidade (IABIN), é um Banco de Dados de Especial-
istas em Espécies Polinizadoras. Trata-se de uma ferramenta que apresenta essencialmente funcio-
nalidades para consulta e inserção de dados relacionados a especialistas em polinizadores e poliniza-
ção. Possui como objetivos suprir necessidades de consulta e armazenamento de informações sobre
especialistas para a comunidade científica e para a sociedade em geral, através de interfaces de fácil
acesso via Web. Este sistema fornece condições ao especialista de modificar quando conveniente as
suas informações pessoais, indicar quais são as suas áreas de especialidade, tanto em relação a regiões
geográficas quanto a grupos taxonômicos, entre outros dados. Essas informações digitalizadas pelos
especialistas são automaticamente disponibilizadas para consulta. O sistema de busca funciona uti-
lizando critérios definidos com relação às necessidades dos próprios usuários de acesso ao sistema.
Tais critérios refinam a quantidade dos registros de especialistas mostrados pela página de resultados
da busca, apresentam a possibilidade de escolha de parâmetros de consulta como região de localidade
e especialidade do especialista, seleção de nomes científicos de especialidade, busca por nome ou
trechos do mesmo, entre outros. A manutenção do sistema é realizada através de usuários adminis-
tradores. Estes são os únicos que possuem permissões para adicionar especialistas e outros usuários.
Utilizou-se para o desenvolvimento desta ferramenta a linguagem de programação PHP, o banco de
dados MySQL e o webserver Apache. O banco pode ser acessado no portal da IABIN-PTN (iabinptn.
pcs.usp.br) ou a partir da página web do projeto IABIN-PTN em pollinators.iabin.net.

Apoio: Inter-American Biodiversity Information Network – IABIN, FAPESP Projeto BioAbelha.

Palavras-chaves: Polinizadores, Especialistas, Biodiversidade, Banco de Dados, Polinização

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464

COMPORTAMENTO DE VISITA DE
ABELHAS SILVESTRES EM FLORES DE
BERINJELA (Solanum melongena L.)
Elizandra Goldoni Gomig*, Maria José de Oliveira Campos
Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Campus Rio Claro/SP
Av.24A, 1515 Bela Vista, 13506-900 Rio Claro-SP, Brasil
eligomig@yahoo.com.br

A agricultura apresentou mudanças profundas nas últimas décadas, afetando os habitats de


plantas não agrícolas e de insetos a elas associados, necessitando atualmente de pesquisas sobre a
biologia da polinização de alguns cultivos comerciais. O objetivo do estudo foi caracterizar a fauna
de abelhas associada às flores de berinjela quanto à composição, freqüência de visitação e comporta-
mento nas flores. As observações foram realizadas em uma propriedade no Município de Rio Claro
– SP, utilizando canteiros de berinjela do cultivar Nápoli, nos meses de março, abril, junho e julho de
2006. Foi feito o reconhecimento da fauna de abelhas visitante, identificação da freqüência de visitas
e descrição do comportamento dessas espécies nas flores de berinjela. A tribo mais representativa em
número de visitas às flores de berinjela foi a Exomalopsini, seguida da tribo Augoclorini, Xylocopini,
Centridini e Bombini. Para as tribos Xylocopini, Centridini e as espécies do gênero Exomalopsis o
pico de visita nas flores de berinjela foi no intervalo das 9:00 as 11:00 horas. A tribo Apini, repre-
sentada pela espécie Apis mellifera, visitou as flores no período das 9:00h as 13:00h. As abelhas do
gênero Bombus e das Tribos Xylocopini e Centridini, ambas com tamanho de corpo médio a grande,
tiveram o comportamento vibrátil de coleta do pólen, com o envolvimento da extremidade do cone
de anteras e do estigma pelo corpo do inseto. As abelhas da família Halictidae, com corpo menor,
frequentemente vibravam as anteras individualmente.

Apoio: UNESP

Palavras-chaves: abelha silvestre, conservação, berinjela

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465

BEE-VISITING FAUNA OF NASTURTIUM


(Tropaeolum majus)
Carlos D`Apolito Júnior¹ , André Rodrigo Rech¹*, Alcides Moraes Neto²,
Fatima Cristina de Lazari Manente Balestieri², José Benedito Perrella Balestieri²
¹Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia;
²Universidade Federal da Grande Dourados Laboratório de Palinologia. Av. André Araújo, 2936,
Aleixo, CEP 69060-001, Manaus - AM
arech2003@yahoo.com.br

The fauna of bees visiting flowers of Nasturtium (Tropaeolum majus) was surveyed in Doura-
dos, MS during the months of August, September and October from 2005 to 2007. The study site was
the medicinal plants garden of the Universidade Federal da Grande Dourados where T. majus has
been raised for pharmaceutical purposes among many other cultivars. Insects which landed on flow-
ers were collected (nest-sweeping method) identified and then behavioral aspects such as resource
choose, visits period and relationships observed (only the bee fauna is presented here). The honey
bee Apis mellifera and the stingless native bee Trigona spinipes were the most abundant and frequent
visitors and also indicate a probable pollination relation as they both may contact anthers and stigmas
when gathering pollen. Moreover, Halictidae bees and Exomalopsis (Exomalopsis) sp. were frequent-
ly observed harvesting pollen but due to their non compatible sizes stigmas were not contacted. Fol-
lowed the frequency sequence Oxaea flavescencs, this bee appeared always as primary robber, most
of the time early in the morning. T. spinipes was a primary robber and interacted agonistically with
A. mellifera keeping it away but still it was seen as a secondary robber. Rare bees were Geotrigona
mombuca, Centris spp., Xylocopa spp. and a Megachilidae, all registered only once.

Apoio: Laboratório de Abelhas Nativas UFGD-MS

Palavras-chaves: Bees, Visitors, Nasturtium, interaction, pollination

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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466

A DEPENDÊNCIA MÚTUA ENTRE Cordia


leucocephala (CORDIACEAE) E Ceblurgus
longipalpis (ROPHITINAE: HALICTIDAE)
Paulo Milet-Pinheiro*, Clemens Schlindwein
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Moraes Rego, s/n, 50670-901 Recife, PE - Brasil
miletpinheiro@hotmail.com

A planta distílica Cordia leucocephala e a abelha Ceblurgus longipalpis são endêmicas da Caat-
inga e apresentam uma estreita relação. Nesse estudo procuramos entender a ecologia da polinização
de Cordia leucocephala e perguntamos: 1) quais caracteres divergem entre os tipos florais brevi e
longistila? 2) Quais são seus polinizadores efetivos? 3) Ceblurgus longipalpis possui aparatos morfo-
comportamentais especiais para a coleta de pólen? e 4) Os parceiros são inter-dependentes? O estudo
foi conduzido na Fazenda Gentio, município de Pedra. A antese foi acompanhada em 50 flores previa-
mente ensacadas da abertura até a abscisão. O sistema reprodutivo da espécie foi determinado a partir
dos experimentos usuais de polinização. Os visitantes florais foram coletados e os polinizadores efeti-
vos determinados a partir da freqüência, comportamento e análise de fidelidade. Cordia leucocephala
é uma espécie xenogâmica inter-morfa e suas flores brevi e longistila divergem em caracteres como
número, tamanho e ornamentação dos grãos de pólen, tamanho do pistilo e dos lóbulos estigmáticos
e quantidade de néctar por flor. Apesar de brancas e vistosas, suas flores tubulares produzem pouco
néctar e de difícil acesso. Machos e fêmeas de Ceblurgus longipalpis são os únicos visitantes e po-
linizadores de Cordia leucocephala, enquanto as flores dessa planta são as únicas fontes de pólen uti-
lizadas por estas abelhas. Ceblurgus longipalpis apresenta adaptações morfo-comportamentais únicas
e adequadas para a exploração dos recursos florais como tamanho do corpo, glossa longa e pilosa e
pilosidade no clípeo e o grande número de frutos formados naturalmente mostra a efetividade des-
sas abelhas como polinizadores. Os machos ainda utilizaram as flores como sítio de acasalamento e
dormitório. Ceblurgus longipalpis é monolética em flores de Cordia leucocephala o que significa que
coleta pólen exclusivamente em suas flores. O estudo mostra que existe uma dependência reprodutiva
mútua entre a planta e a abelha.

Apoio: CNPq-Universal, UFPE

Palavras-chaves: Abelhas solitárias, Caatinga, Heterostilia, Oligoletia, Polinização

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AGENTES POLINIZADORES NA CULTURA


DE ABÓBORA CAIPIRA
Guilherme dos Reis Vasconcelos*, André Luiz Halak, Flávio Augusto Santos Silva,
Ana Paula Roncolato, Darclet Teresinha Malerbo-Souza
Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
grvascon@yahoo.com.br

Os objetivos deste trabalho foram estudar a biodiversidade de polinizadores em uma cultura


de abóbora caipira (Cucurbita mixta), em 2007, quanto aos insetos visitantes nas flores masculinas
e femininas, o tipo de coleta desses insetos e seu comportamento forrageiro, em Ribeirão Preto, SP.
A atratividade das flores masculinas com relação às femininas foi avaliada durante a observação da
freqüência das visitações ao longo do dia. A freqüência das visitações dos insetos e o tipo de coleta
efetuado nas flores (néctar e/ou pólen), no decorrer do dia, foram obtidos por meio de contagem, nos
primeiros 10 minutos de cada horário (das 7h00 às 18h00), percorrendo, aleatoriamente, o local do
experimento, com quatro repetições, anotando-se os insetos presentes nas flores e o que eles estavam
coletando.O comportamento forrageiro de cada espécie de inseto foi avaliado através de observações
visuais, no decorrer do dia, durante todo o período experimental. Observou-se que as flores se abrem
às 6h00, permanecendo abertas até por volta das 12h00, quando murcham, não se abrindo mais. A
partir das 13h00, as flores femininas começam a fechar gradativamente e logo após as masculinas
fecham também, reduzindo a atividade dos agentes polinizadores. O inseto mais freqüente nas flores
da aboboreira foi abelha africanizada Apis mellifera (79,25%) seguida da abelha Trigona spinipes
(irapuá) (20,75%). Foram observadas visitas esporádicas de dípteros, uma espécie de abelha nativa
da família Halictidae, vespas e besouro Diabrotica speciosa (brasileirinho). A abelha A. mellifera
visitou as flores das 7h00 às 12h00 e preferiu coletar néctar nas flores masculinas (36,9%), quando
comparado a pólen nas flores masculinas (33,9%) e néctar nas flores femininas (29,2%). Pelo seu
comportamento e constância a abelha A. mellifera foi considerada agente polinizador da cultura.

Apoio: Centro Universitário Moura Lacerda

Palavras-chaves: Polinização, insetos, abelhas, abóbora caipira, Cucurbita mixta

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
468

AGENTES POLINIZADORES E PRODUÇÃO


DE SEMENTES EM CULTURA DE GIRASSOL
Guilherme dos Reis Vasconcelos*, André Luiz Halak, Flávio Augusto Santos Silva, Ana Paula
Roncolato, Darclet Teresinha Malerbo-Souza
*Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
grvascon@yahoo.com.br

O objetivo do presente estudo foi identificar os insetos visitantes nos capítulos do girassol (He-
lianthus annuus L.), em Ribeirão Preto, SP. Para isso, foram realizadas contagens dos insetos presentes
nos capítulos, nos primeiros 10 minutos de cada horário, das 7h00 às 18h00, com três repetições, em
dias distintos, em março de 2007. Observou-se que os insetos mais freqüentes nos capítulos do giras-
sol foram Apis mellifera (82,06%) seguida de Tetragonisca angustula (7,92%) e Trigona spinipes
(4,22%). As abelhas A. mellifera visitaram as flores das 7h00 às 18h00, sendo mais freqüentes entre
8h00 e 10h00. Essas abelhas foram observadas coletando néctar e pólen, nessas flores. As abelhas T.
angustula foram observadas nos capítulos das 8h00 às 15h00, apresentando vários picos de freqüên-
cia, no decorrer do dia. Essa abelha coletou apenas pólen nos capítulos do girassol. Com a presença
dos insetos, a produção de sementes (aquênios) foi 26,56% maior comparado aos capítulos onde foi
impedida a visita dos insetos. Pelo comportamento e constância, a abelha A. mellifera foi considerada
agente polinizador da cultura.

Apoio: Centro Universitario Moura Lacerda

Palavras-chaves: Polinização, insetos, abelhas, girassol, Helianthus annuus

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
469

COMPORTAMENTO DE FORRAGEAMENTO
DE ABELHAS EM FLORES DE Gossypium
barbadense (MALVACEAE) NO
DISTRITO FEDERAL – BRASIL
Viviane Cardoso Pires¹*, Aline Costa Botelho², Glauce Cristina P. C. Gonçalves², Pablo Bernardo
C. das Chagas², Fernando A. Silveira¹,Edison R. Sujii², Eliana Fontes², Carmem S. S. Pires²
¹ Pós-graduação – Ecologia Conservação e Manejo da Visa Silvestre ICB/UFMG;
²Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia
Rua Cana Verde, nº 261 Apto 201 Jaraguá, Belo Horizonte – Minas Gerais
vica_natmel@yahoo.com.br

A espécie Gossypium barbadense é um algodoeiro silvestre amplamente distribuído pelo Bra-


sil. O objetivo do presente trabalho é analisar o comportamento de diferentes espécies de abelhas nas
flores de G. barbadense, indicando seus prováveis polinizadores. Esses dados servirão para subsidiar
as análises de risco de fluxo gênico dos algodoeiros geneticamente modificados para G. barbadense.
Os dados foram coletados em 16 plantas localizadas em cinco propriedades rurais entre fevereiro
e abril de 2008. Foram observados o local de chegada e saída das abelhas (corola ou estruturas re-
produtivas), o recurso coletado (néctar ou pólen), se os indivíduos tocavam as anteras e o estigma e se
saíam com pólen no corpo. Sempre que possível o tempo de visita era cronometrado e registrado. Ao
final das observações as abelhas foram coletadas para identificação taxonômica. Foram observadas,
até o momento, nove espécies de abelhas distribuídas entre as famílias Apidae (6 espécies, 29 indi-
víduos), Halictidae (2 espécies, 20 indivíduos) e Andrenidae (1 espécie, 2 indivíduos). As espécies
mais freqüentes foram Melissodes cfr. nigroaenea e Augochlora cfr. thalia, com 28% de freqüência
cada. Ambas tocaram estigma e antera durante o forrageamento, o que favorece a polinização. As
demais espécies observadas foram: Melitoma segmentaria (14%); Augochlora cfr. dolichocephala
(12%); Ceratina (Crewella) sp. (8%); Rhophitulus sp (4%); Paratrigona lineata(2%), Ptilothrix plu-
mata(2%); e Apis mellifera(2%). Observações adicionais e experimentos de primeira visita estão
sendo realizados para verificação da eficiência dessas abelhas como polinizadoras de G. barbadense.
Essas informações serão úteis para proposição de medidas de manejo do fluxo de pólen entre os algo-
doeiros cultivados e os silvestres.

Apoio: CNPq; Finep

Palavras-chaves: algodoeiro silvestre, polinização, Melissodes cfr. nigroaenea, Augochlora


cfr. thalia

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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470

VISITANTES FLORAIS DE Couepia uiti


(MART. & ZUCC.) BENTH. EX HOOK. F.
(CHRYSOBALANACEAE), NO PANTANAL
DO MIRANDA-ABOBRAL,
MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
Samuel Boff, Morgana Sazan*, Andréa Cardoso Araújo, Arnildo Pott
*Departamento de Biologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Cidade Universitária 549, 79070-900 Campo Grande, MS - Brasil
mssazan@gmail.com

Os visitantes florais de Couepia uiti (Mart. & Zucc.) Benth. ex Hook. F. (Chrysobalanaceae)
foram estudados na sub-região pantaneira do Miranda-Abobral, Mato Grosso do Sul. Abelhas da
espécie Centris spilopoda Moure foram responsáveis por 74,8% do total de 1122 visitas observadas,
tendo sido consideradas as principais polinizadoras das flores de C. uiti devido à alta freqüência de
visitas nas flores bem como ao seu comportamento de visita. Outros visitantes freqüentes foram
Epicharis xanthogastra Moure e Seabra, Apis mellifera L. e Nannotrigona aff melanocera Schwarz.
Abelhas do gênero Xylocopa sp. e Bombus sp., apesar de menos freqüentes também são polinizadores
efetivos de C. uitidevido ao seu grande porte e ao comportamento de visitas em linhas de captura, que
maximiza as chances de polinização cruzada para esta espécie auto-incompatível. Centris spilopoda
realizou em média 83 visitas às flores de C. uiti em intervalos de 10 minutos a cada hora, ao passo que
para os demais visitantes, foram registradas em média apenas 23,2 visitas. Assim na região de Miran-
da-Abobral C. uiti depende da visita de abelhas, principalmente C. spilopoda, para sua reprodução.

Apoio: Fundect/CAPES, PROPP/UFMS

Palavras-chaves: Abelhas, freqüência de visitas, comportamento, polinizadores, Pantanal

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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471

BIOLOGIA FLORAL DO URUCUZEIRO


Bixa orellana CULTIVADOS NA REGIÃO DE
CAUCAIA NO ESTADO DO CEARÁ
Francisca Ligia Aurelio Mesquita*,Thiago Mahlmann Vitoriano Lopes Muniz,
Marcelo de Oliveira Milfont, Breno Magalhães Freitas, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo
*Universidade Federal do Ceará – UFC
Av. Mister Hull, s/n - Pici - CEP 60455-760 - Fortaleza – CE, Brasil
apisrainha@yahoo.com.br

Neste trabalho pretendeu-se determinar a biologia floral do urucuzeiro de Bixa orellana através
de seu período de florescimento, receptividade do estigma, horário de antese, formato das flores,
cor, cheiro, número de estames, características das anteras e maturidade sexual da flor. O período
de florescimento da cultura foi de março a agosto na região de Caucaia - CE, iniciando a maturação
dos frutos após 60 dias do florescimento. Entre os meses de maio e junho, o ritmo de florescimento
diminuiu, cessando por completo entre os meses de julho e agosto. A receptividade do estigma foi
testada em 290 flores de urucuzeiros, sendo os horários de maior receptividade os horários de 09:00
h. às 12:00h. As flores de urucuzeiros apresentaram antese antes do amanhecer do dia, por volta das
4:00 h da manhã, levando uma hora para completar sua abertura. A flor varia da cor róseo claro à
branca e apresenta odor característico. O formato de todas as flores observadas é do tipo actinomorfa,
são pentâmeras, cíclicas, perfeitas, poliândricas tendo em torno de 378 anteras por flor e apresentam
heterostilia, sendo que em maior freqüência os estigmas encontram-se mais altos que anteras. As
anteras são ditecas, amarelas e de deiscência poricida e o estigma, que apresenta sua porção terminal
alongada quando da antese, gradualmente abre-se ao meio, tornando-se uma superfície em forma de
um disco achatado, ampliando a área de captura de grãos de pólen. As flores persistem por 24 horas e
após as 18:00 h, inicia-se o processo de senescência até tornar-se totalmente murcha.

Apoio:

Palavras-chaves: Bixa orellana,, florescimento, receptividade, heterostilia, senecência

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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472

VISITANTES FLORAIS DO BAMBURRAL


(Hyptis suaveolens) E POTENCIAIS
POLINIZADORES, NA CHAPADA DO APODI,
MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE,
ESTADO DO CEARÁ, NO ANO DE 2008
Júlio Otávio Portela Pereira¹*, Roberto Henrique Dias da Silva¹,Társio Thiago
Lopes Alves¹, João Paulo de Holanda Neto², Crisanto Alves de Araújo², Daniel
Santiago Pereira³
¹ Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC;
²Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará;
³Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Av. Dr. Guarany 317 – Cidao, Sobral, Ceará. CEP 62.040-730
pereirajop@yahoo.com.br

O Bamburral (Hyptis suaveolens) trata-se de uma erva fortemente aromática com 1,5 m de
altura, ramos de secção quadrangular. As folhas são ovaladas com 3-5 cm de comprimento e 2-4 cm
de largura apresentando margem serreada. A superfície inferior lâmina foliar é densamente pilosa. As
flores encontram-se em densos capítulos globosos, axilares, pedunculadas, distribuídas nas pontas dos
ramos, estes com poucas ou pequenas folhas. O cálice apresenta-se com 5mm de tamanho na floração
e 10mm na frutificação. A corola é azulada. Na época de sua florada, diversos visitantes florais podem
ser observados, sendo esta reconhecida como de importância apícola. Neste sentido, foi conduzido
um trabalho sobre seus visitantes florais e potenciais polinizadores, na área experimental do Insti-
tuto CENTEC, no município de Limoeiro do Norte, estado do Ceará (S 5o11’01,0”/O 38o00’42,2”),
durante o mês de maio de 2008. Foram realizadas coletas de toda a entomofauna presente, e com
comportamento de potencial polinizador, durante todo o dia, das 4 às 18 horas. Nessa florada, foram
coletados diversos insetos distribuídos da seguinte forma: 7,7% de Hemipteras, 23,1% de Dipteras (2
espécies de Syrphidae), 7,7% de Coleoptera (Bombiliidae), 30,8% de Hymenoptera (Chalcidoidea),
machos e fêmeas de Anthidium sp., Anthidiini, e Protomeliturga sp. e 30,8% de Lepdoptera (4 espé-
cies). Devido à maior freqüência nas coletas, e comportamento peculiar, sugere-se que as abelhas
Anthidium sp. sejam consideradas a priori os principais polinizadores do bamburral.

Apoio: CENTEC, SDA-CE, Curso Internacional em Ecologia da Polinização – 2008

Palavras-chaves: Anthidium sp., bamburral, análise faunística, polinização, visitantes florais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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473

VISITANTES FLORAIS EM CULTURA DE


MANGA (Mangifera indica)
André Luiz Halak¹*, Darclet Teresinha Malerbo-Souza², Flávio Augusto Santos
Silva, Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos
¹*Graduando em Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda;
²Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
andrehalak@yahoo.com.br

O presente experimento foi conduzido no campus do Centro Universitário Moura Lacerda,


Ribeirão Preto, SP, em 2007, para estudar a freqüência, tipo de coleta (néctar e/ou pólen) e o compor-
tamento dos insetos visitantes nas flores da mangueira (Mangifera indica) e seu efeito na produção
de frutos. A freqüência dos insetos nas flores foi obtida anotando-se os insetos presentes nas flores,
durante os primeiros 10 minutos em cada horário, das 7h00 às 18h00, com quatro repetições, e o tipo
de coleta efetuado por esses insetos (néctar e/ou pólen). O teste de polinização foi realizado utilizan-
do-se dois tratamentos: inflorescências cobertas para impedir a visita dos insetos e inflorescências
descobertas (controle) onde foi permitida a visita dos insetos. Os insetos observados visitando as in-
florescências da mangueira foram mosca das frutas (33,9%), seguida pela abelha Tetragonisca angus-
tula (jataí) 26,1%, Diabrotica speciosa (brasileirinho) 15,6%, Musca sp. (mosca doméstica) 13,2%,
formigas (6,8%) e a abelha africanizada Apis mellifera (4,4%). Os frutos do tratamento descoberto
apresentaram uma porcentagem de frutificação maior comparado ao tratamento coberto.

Apoio: FAPESP (06/58046-2)

Palavras-chaves: Polinização, insetos, abelhas, Mangifera indica, manga

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474

VISITANTES FLORAIS DE Butia capitata


(MART.) BECC. EM ARAMBARÉ,
RIO GRANDE DO SUL
Juliana Stephanie Galaschi Teixeira¹ ²*, Sidia Witter², Letícia Azambuja Lopes³, Bruno Brito
Lisboa², Gilson Schlindwein², Adilson Tonietto²
¹Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Biociências, Laboratório de
Entomologia - Ecologia de Abelhas
²Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, RS.
3
Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ri
Avenida Ipiranga 6681, 90619-900, Porto Alegre/RS, Brasil
julianagalaschi@gmail.com

Butia capitata é uma palmeira nativa, encontrada em áreas abertas de cerrados e solos areno-
sos. É um recurso natural com grande potencial de exploração econômica de forma sustentável. A
polinização é preferencialmente entomófila. As inflorescências são visitadas por uma grande diver-
sidade de insetos, porém as abelhas nativas são consideradas o mais importante grupo de poliniza-
dores. Esse estudo tem por objetivo conhecer a diversidade de visitantes florais a fim de identificar
potenciais polinizadores de butiazeiro. O trabalho foi conduzido em área de aproximadamente 400ha
de butiazais naturais em Arambaré/RS. Os insetos foram coletados diretamente nas flores em área
de 25X100m com 72 plantas, durante o período de floração entre dezembro de 2007 a fevereiro de
2008. As amostragens foram realizadas em períodos de 30 min a cada hora, entre 9h e 14h totali-
zando 26 horas de coleta. Dentre os 204 indivíduos coletados, Hymenoptera foi a ordem com maior
abundância (87,2%), seguida por Diptera (10,3%), Coleoptera (1,5%) e Hemiptera (1%). Entretanto,
as abelhas (Apoidea) constituem o grupo mais representativo, totalizando 116 indivíduos, distribuí-
dos nas famílias Apidae (87,9%), Halictidae (7,8%) e Megachilidae (4,3%). Espécies de Halictidae
foram consideradas principais polinizadores de B. capitata na área de restinga em Santa Catarina. No
entanto em área de restinga no Rio Grande do Sul os resultados mostram que a maior freqüência de
Apis mellifera nas coletas (n=98) indica que a mesma também seja potencial polinizador de flores de
butiazeiro. Sugere-se a investigação de outros fatores para a avaliação da eficiência dessas abelhas,
como fidelidade e freqüência de visitas às flores e seu impacto na produção de frutos.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Butia capitata, visitantes florais, abelhas, restinga, polinização

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
475

PRODUÇÃO DE FRUTOS EM CULTIVOS DE


MELÃO (Cucumis melo) EM
FUNÇÃO DA DISTÂNCIA DE
INSTALAÇÃO DAS COLMEIAS
José Hugo de Oliveira Filho¹, Raimundo Maciel Sousa², Odaci de Sousa Aguiar², Antonio Abreu
da Silveira Neto², Crisanto Alves Araújo³
¹Universidade Federal do Tocantins - UFT;
²Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central – Instituto Centec;
³Emater-CE / Secretaria de Desenvolvimento Agrário
Br 153 Km 112 Cx postal 132. Zona rural Araguaina, Tocantins – Brasil Cep:77804970
jhugo@uft.edu.br

A cultura do melão (Cucumis melo) apresenta-se como uma das atividades agrícolas de explo-
ração intensiva na região Nordeste do Brasil. A produtividade obtida é um fator decisivo para tornar
a atividade rentável e possibilitar sua continuidade. Em função do alto grau de degradação nas áreas
cultivadas e da necessidade de um agente polinizador biótico para polinizar as flores do meloeiro
(Cucumis melo), atualmente torna-se obrigatório a introdução de colméias com abelhas melíferas
(Apis mellifera) nos cultivos. A distância das colméias em relação à cultura influencia a freqüência
de coletoras nas flores, bem como pode comprometer as práticas culturais, visto a defensividade
das abelhas. O presente trabalho teve como objetivo estudar os níveis de freqüência de coletoras,
fecundação das flores e produção de frutos em áreas de cultivo aberto, polinizadas por colméias
instaladas em distâncias variadas: no interior do cultivo, a 50 metros e a 300 metros da cultura. Os
tratamentos com introdução de colméias no interior e a 50 metros da área cultivada apresentaram re-
sultados semelhantes para as variáveis estudadas, diferindo estatisticamente (P<0,05) do tratamento
onde as colméias localizavam-se a 300 m da cultura. É possível concluir que, colméias instaladas nas
proximidades dos cultivos possibilitam a introdução de polinizadores suplementares direcionados à
cultura, ao mesmo tempo em que contribuem para diminuir o risco com acidentes.

Apoio: CNPq; UFT; INSTITUTO CENTEC; EMBRAPA/CNPAT

Palavras-chaves: Polinização, Apis mellifera, Produtividade, Cucumis melo

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
476

INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO
DE PASTEJO DAS ABELHAS MELÍFERAS
Apis mellifera NA PRODUÇÃO E
QUALIDADE DOS FRUTOS EM CULTIVOS
DE MELÃO Cucumis melo
Raimundo Maciel Sousa¹*, Odaci de Sousa Aguiar¹, Antonio Abreu da Silveira Neto¹,
Crisanto Alves Araújo², Breno Magalhães Freitas³
¹*Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central- Instituto Centec;
²Emater-CE / Secretaria de Desenvolvimento Agrário
Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho S/N, 638000-000 Quixeramobim, Brasil
rdomaciel@centec.org.br

A maior parte da produção de melão Cucumis melo tem como objetivo a exportação. Os req-
uisitos de qualidade dificultam a expansão desse mercado. São considerados mais apropriados para
o mercado externo frutos de menor tamanho. O tamanho dos frutos sofre a influência da quantidade
de frutos em desenvolvimento por planta, que está relacionada a presença de polinizadores bióticos,
como as abelhas, o tipo e a intensidade da atividade exercida por elas nas flores da cultura. O presente
trabalho teve como objetivo estudar o efeito da indução ao pastejo para coleta de pólen por abelhas
melíferas Apis mellifera na produção e qualidade dos frutos na cultura do melão Cucumis melo. Col-
meias foram introduzidas em áreas de cultivo no período de florescimento da cultura e receberam os
seguintes tratamentos: oferta de alimentação energética, instalação de coletores de pólen e testemu-
nha. O tratamento no qual foi fornecida alimentação energética para as abelhas obteve os melhores
índices de vingamento de frutos, a maior produção de frutos e a maior proporção de frutos tipo ex-
portação, sendo estatisticamente superior (P<0,05) aos tratamentos com a instalação de coletores de
pólen e testemunha, que não diferiram entre si. Conclui-se que o estímulo à coleta de pólen influencia
positivamente a produção e a qualidade dos frutos, sendo a oferta de alimentação energética a técnica
mais eficiente para este objetivo.

Apoio: CNPq; INSTITUTO CENTEC; UFC; EMBRAPA/CNPAT

Palavras-chaves: Pastejo, Pólen, Apis mellifera, Cucumis melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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477

FIDELIDADE DE Apis mellifera A FLORES


DE Brassica napus (CV. HYOLA 432) NO RIO
GRANDE DO SUL, BRASIL
Annelise de Souza Rosa¹*, Diego Kwecko Lima¹, Andressa Paladini¹, Sídia Witter², Betina Blochtein¹
¹* Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS;
²Fundação Estadual de Pesquisa e Agropecuária - FEPAGRO
Avenida Ipiranga, 6681, 90619-900 Porto Alegre, Brasil
annesouzar@gmail.com

Brassica napus L., popularmente conhecida como canola, é uma planta herbácea anual de cres-
cente interesse econômico, por seu óleo servir como alimento funcional e suas sementes serem ap-
ropriadas à produção de biodiesel. Embora seja considerada uma cultura auto-fértil, estudos indicam
que a polinização realizada por Apis mellifera eleva sua taxa de produtividade. Essas abelhas pos-
suem comportamento peculiar de potenciais polinizadores dessa cultura, pois, na busca por recursos
alimentares visitam poucas flores/planta, despendem pouco tempo em cada uma e tocam suas anteras
e estigmas favorecendo a polinização cruzada. Além desses requisitos, para ser considerado efetivo
polinizador de determinada espécie, é fundamental que o visitante floral transporte predominant-
emente grãos de pólen da espécie-alvo. Neste contexto, objetivou-se avaliar o grau de fidelidade de
A. mellifera a flores de B. napus em lavoura comercial (13ha), em Três de Maio, RS, Brasil. Para isso,
25 operárias com pólen nas corbículas foram coletadas nas flores (25/07, 01/08 e 25/08/2007), com
auxílio de rede entomológica e acondicionadas individualmente. As cargas polínicas foram retiradas
e preparadas em lâminas com gelatina glicerinada/fucsina. A análise de 1000 grãos de pólen de cada
amostra revelou que as cargas polínicas apresentaram exclusivamente pólen de B. napus. A plena
constância de A. mellifera à espécie-alvo pode ser justificada pela abundante oferta néctar e pólen
ao longo do dia. Embora floradas melitófilas, a exemplo de (Raphanus sativus L.), tenham ocorrido
simultaneamente, as abelhas que forrageavam em flores de canola mantiveram-se fiéis a espécie. O
comportamento das abelhas nas flores e a comprovação da fidelidade de A. mellifera em flores de B.
napus permitem considerá-las efetivos polinizadores dessa cultura. Entretanto, o acréscimo de produ-
tividade de grãos com o uso de abelhas deverá ser quantificado através de experimentos nas regiões
de cultivo comercial do Rio Grande do Sul.

Apoio: Cnpq

Palavras-chaves: polinização, canola, abelhas, comportamento, constância

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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478

EFICIÊNCIA DE POLINIZAÇÃO POR


BEIJA-FLORES E ABELHAS EM Aechmea
lindenii (BROMELIACEAE)
Livia Leal Dorneles¹*, Anne Zillikens² & Josefina Steiner¹
¹Universidade Federal de Santa Catarina, CCB,BEG;
²Universidade de Tübingen, Alemanha
Laboratório de Abelhas - Prédio Fritz Muller, Dept. de BEG/ CCB, UFSC, 88.040-900
Florianópolis, SC
d_livia@hotmail.com

A maioria das bromeliáceas é conhecida por apresentar síndrome de polinização ornitófila,


entretanto raras vezes essa ornitofilia foi comprovada através de testes. Este trabalho objetiva testar
a eficiência de polinização por beija-flores e abelhas em uma bromélia endêmica de Santa Catarina,
Aechmea lindenii. Os testes foram realizados em áreas de Floresta Atlântica secundária na Ilha de
Santa Catarina entre agosto e novembro de 2005. Controlou-se o tipo de visitante e o número de visi-
tas por flor de maneira que para cada espécie de visitante floral foram permitidas apenas uma, cinco
ou dez visitas até conseguir 8 flores para cada classe de visitação controlada. Antes e depois dos testes
as flores foram cobertas com filó. Os frutos maduros foram abertos e as sementes contadas. O número
de sementes produzidas variou de zero a 285. O beija-flor Thalurania glaucopis foi o polinizador
mais eficiente, com um média de 176.75 sementes formadas após uma visita, seguido pela abelha
Bombus morio com 64.37 e Xylocopa brasilianorum com 23 sementes. A produção de sementes após
visitas pelas abelhas Euglossa annectans e Plebeia droryana foi baixa, independente da quantidade
de visitas. Os resultados mostraram que algumas abelhas são capazes de polinizar as flores de A.
lindenii, apesar de o beija-flor ser o melhor polinizador desta espécie de bromélia. Essas aves são
conhecidas por serem as polinizadoras de muitas espécies de bromeliáceas. A oferta de néctar por A.
lindenii durante todo o dia provém aos visitantes recursos constantes, reforçando o aprendizado da
posição da planta, o que favorece o comportamento do tipo “trap-line”, observado no beija-flor, em
Bombus, Xylocopa e Euglossa. As abelhas grandes contactavam as partes reprodutivas em todas as
visitas, enquanto Euglossa só as contactava ao coletar pólen. Operárias de P. droryana agiram como
pilhadoras de pólen em todas as visitas, permanecendo sobre a mesma inflorescência até encher as
corbículas. Esses dados relatam polinização mista para esta espécie, efetuada por beija-flores e abel-
has, o que significa que existe redundância neste serviço ambiental. Mesmo que algumas abelhas
tenham baixas taxas de sementes/visita, suas altas freqüências de visitação comparadas ao beija-flor
podem compensar essa mais baixa eficiência.

Apoio: CNPq 590040/2006-5 e BMBF (Alemanha) 01LB0205A1

Palavras-chaves: eficiência de polinização, abelhas, beija-flor, Aechmea lindenii, serviços am-


bientais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
479

ASSOCIAÇÃO OBRIGATÓRIA ENTRE UMA


ABELHA E UMA PLANTA AQUÁTICA EM
ALAGADOS EFÊMEROS DE CAATINGA
Airton Torres Carvalho*, Clemens Schlindwein
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco
Laboratório Plebeia - Ecologia de Abelhas e da Polinização
Av. Prof. Moraes Rego, S/N, CEP:50670-901, Cidade Universitária, Centro de Ciências Biológicas,
Departamento de Botânica
carvalhoairton@yahoo.com.br

Durante a curta e muitas vezes irregular estação de chuvas na região da Caatinga, forma-se
alagados temporários, caracterizados por plantas aquáticas. Hydrocleys martii (Limnocharitaceae)
é um elemento freqüente nesses alagados, e sua condição aquática restringe sua ocorrência a essas
pequenas manchas úmidas e a poucos messes por ano. A abelha de Protodiscelis palpalis (Paracol-
letinae), um dos poucos representantes dos Colletidae do nordeste do Brasil, visita flores de H. martii.
Estudamos essa interação no Brejo dos Cavalos, Caruaru, Pernambuco e amostramos 25 alagados em
oito municípios de cinco estados nordestinos. H. martii é auto-incompatível e depende de poliniza-
dores para formar frutos. Os recursos florais são acessíveis somente a visitantes comportamental-
mente adaptados para acessar a câmara de pólen. Os estaminódios cobrem as anteras férteis e somente
fêmeas e machos de P. palpalis foram capazes de entrar nas flores. Abelhas dessa espécie chegaram
até a câmara de pólen seguindo a espiral formada pelos estaminódios. Esse foi o único polinizador
efetivo da espécie, e na maioria dos alagados amostrados (76%) o único visitante floral de H. martii.
P. palpalis é oligoletica nas flores dessa espécie e machos patrulham as flores, que são os locais de
cópula. Experimentos de polinização aberta na ausência da espécie oligolética resultaram em uma
baixíssima frutificação o que aponta para interdependência reprodutiva. Não sabemos como essas
pequenas abelhas localizam esses alagados efêmeros e se há fluxo gênico entre essas ilhas úmidas.

Apoio: CAPES, CNPq

Palavras-chaves: Protodiscelis, Limnocharitaceae, oligoletia, Hydroceys, Colletidae

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
480

ABELHAS GENERALISTAS COMO


POLINIZADORES DE PORTULACÁCEAS
EFÊMERAS NO NORDESTE DO BRASIL
Carlos Eduardo Pinto¹*, Clemens Schlindwein¹
¹Laboratório Plebeia - ecologia de abelhas e da polinização; Departamento de Botânica;
Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Moraes Rego, s/n, 50670-901 Recife, PE

As espécies de abelhas podem ser classificadas de acordo com a sua relação com as plantas
fontes de pólen. Existem dois grandes grupos abelhas oligoléticas, ou especialistas, que visitam um
grupo restrito de espécies de plantas, e abelhas poliléticas, ou generalistas, que visitam um amplo
espectro de espécies vegetais. Dentre as abelhas generalistas encontram-se as espécies eussociais,
que apresentam uma alta fidelidade floral, tornando-as polinizadores eficientes. No Parque Nacional
do Catimbau ocorrem duas ervas efêmeras, Portulaca hirsutissima Cambess. e P. grandiflora Hook.
(Portulacaceae), que floram após as chuvas durante cerca de seis semanas. Durante fevereiro e março
de 2006 foi estudada a polinização destas duas espécies. As espécies de abelhas mais freqüentes
foram do gênero Ceratina e operárias de Trigona spinipes, que foram considerados polinizadores
efetivos por tocarem e depositarem pólen nos estigmas. Também foram recordados indivíduos de
Halictidade, Plebeia e Ceratinula, mas não foram vistos contatado o estigma. Apesar de indivíduos
de Ceratina serem polinizadores efetivos, as operárias de T. spinipes visitaram as flores de Portulaca
numa freqüência três vezes maior que Ceratina, e demonstraram fidelidade floral. Na maioria dos
estudos de polinização as operárias de T. spinipes são reportadas como ofensivas às plantas, mostran-
do comportamento destrutivo ou agindo como pilhadores de recursos florais. Porém, para as espécies
de Portulaca estudadas, as operárias de T. spinipes foram polinizadores efetivos.

Apoio: IBAMA ;Fundação O Boticário de Proteção à Natureza; PPBIO; CAPES e CNPq.

Palavras-chaves: semi-árido, pilhadores, polinização, abelhas sociais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
481

COLETA DE RESINA POR ABELHAS


(HYMENOPTERA: APIDAE) EM Clusia
nemorosa G. MAY. (CLUSIACEAE) E
Dalechampia scandens L. (EUPHORBIACEAE)
EM ÁREA DE RESTINGA
Orleans Silva1*, Márcia Maria Corrêa Rêgo2, Patrícia Maia Albuquerque2
1
Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação – UFMA.
Endereço: Av. dos Portugueses s/n, Campus do Bacanga – 65085-580, São Luís, MA.
regommc@uol.com.br

A resina é o principal material de construção de ninho para muitas espécies de abelhas, con-
stituindo um recurso essencial para a manutenção de suas populações em restinga. Neste trabalho
foram estudados o comportamento de coleta de resina floral, biologia floral e sistema reprodutivo
de Clusia nemorosa (Clusiaceae) e Dalechampia scandens (Euphorbiaceae) em área de restinga do
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Brasil. O visitante mais abundante em C. nemorosa foi
Trigona fulviventris (103 indivíduos; 44,8%), seguido por Trigona pallens (87 indivíduos; 37,8%) e
Euglossa cordata (40 indivíduos; 17,4%). D. scandens foi visitada exclusivamente por abelhas Eu-
glossina: Euglossa cordata (35 indivíduos; 87,5%) e Eufriesea surinamensis (5 indivíduos; 12,5%).
Registra-se pela primeira vez o fenômeno de pilhagem de pólen por Eg. cordata em D. scandens. A
ocorrência de autocompatibilidade nesta planta sugere que esta possa se reproduzir mesmo em um
cenário de redução de polinizadores, sendo uma estratégia reprodutiva de uma espécie pioneira e que
ocorre principalmente em áreas abertas. Por outro lado, a auto-incompatibilidade de C. nemorosa in-
dica que esta planta depende de vetores de pólen para seu sucesso reprodutivo. As plantas estudadas
constituem importantes fontes de resina para Euglossina e Meliponina.

Apoio: PROBIO/MMA; FAPEMA

Palavras-chaves: resina, Euglossina, restinga, Clusiaceae., Euphorbiaceae

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482

PADRÃO DE ATIVIDADE DIÁRIA DO


GÊNERO Xylocopa NAS FLORES DE
Caesalpinia pyramidalis (LEGUMINOSAE,
CAESALPINIOIDEAE)
Murilo Dantas de Miranda¹*, Miriam Gimenes², Patrícia Oliveira-Rebouças²
1
Graduando em Ciências Biológicas, Laboratório Entomologia, UEFS.
²Dept.. Ciências Biológicas, Laboratório Entomologia, UEFS
Rua A, caminho 1, nº 12 – Feira VI, 44021-000 Feira de Santana – BA/BR
biomurilodantas@gmail.com

Caesalpinia pyramidalis, conhecida por pau-de-rato, é uma espécie endêmica da caatinga. As


flores desta espécie são visitadas por abelhas que vão em busca de recursos como pólen e néctar. O
objetivo desse trabalho foi verificar o padrão de atividade diária do gênero Xylocopa durante a fase
de florescimento de C. pyramidalis em Banzaê (janeiro e fevereiro), área de caatinga na Bahia. A
temperatura média anual da localidade do estudo é de c.a. de 24,3°C e a precipitação de 700 mm.
As observações das atividades diárias das abelhas foram feitas durante três dias consecutivos, das
04:30 h às 18:30 h. A atividade das abelhas nas flores foi entre 04:45h e 17:50h, principalmente entre
08:30h e 10:30h. Os horários correspondentes aos ângulos médios para ambas as abelhas ocorreram
mais cedo em janeiro (07:32h para Xylocopa grisescens e 08:48h para Xylocopa frontalis) do que em
fevereiro (10:55h para X. frontalis e 10:32h para X. grisescens), não havendo diferença significativa .
Não houve diferença significativa entre os horários de maior atividade de ambas as abelhas nos dois
meses. A diferença entre os horários de visita nestes meses provavelmente não está relacionada com
os fatores climáticos, pois não houve diferença suficiente para explicar. Outra possibilidade é que
outras espécies de planta iniciaram seu florescimento no mês de fevereiro, deslocando temporalmente
as abelhas de C. pyramidalis. A partir destes resultados as ambas as espécies de abelhas foram con-
sideradas diurnas e matinais.

Apoio: PROBIC/UEFS

Palavras-chaves: interação abelha-flor, caatinga, horário de visita, Xylocopa, Caesalpinia py-


ramidalis

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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483

ASSOCIAÇÃO DE FLORES DE
TURNERACEAE COM ABELHAS
OLIGOLÉTICAS E POLILÉTICAS NO PARQUE
NACIONAL DO CATIMBAU, PERNAMBUCO
Diana Corrêa de A. Penante, Paulo Milet-Pinheiro, Clemens Schlindwein
Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Moraes Rego, S/N, Centro de Ciências Biológicas, Dept. de Botânica,
Cidade Universitária, Recife - PE
diana_nymph@yahoo.com.br

Turneraceae é uma das 28 famílias heterostílicas de angiospermas, exibindo duas diferentes


morfas: brevistila e longistila. A formação de frutos em espécies heterostílicas depende da poliniza-
ção cruzada inter-morfa que, em geral, é realizada por insetos. Procuramos conhecer os visitantes flo-
rais de espécies de Turneraceae no Parque Nacional do Catimbau, determinando a importância deles
na reprodução das plantas e vice-versa. Foram amostradas cerca de 30 espécies de visitantes em flores
de seis espécies de Turneraceae (Turnera cearensis, T. hermannioides, T. melochioides, T. subulata,
Piriqueta sidifolia e Piriqueta sp.). Todas as flores oferecem como recursos néctar e pólen. Foram
registrados apenas insetos nas flores, entre eles borboletas, besouros e, principalmente, abelhas. Os
principais visitantes incluíram abelhas generalistas, como Apis mellifera, Trigona spinipes, Plebeia
sp., Ceratina sp., Callonychium brasiliensis, entre outros, e abelhas oligoléticas, como Protomelitur-
ga turnerae e P. catimbaui. Esta última foi descrita em 2005 e, até o momento, coletada apenas na
região do Parque Catimbau. As flores de Turneraceae não dependem apenas dos visitantes oligolé-
ticos para a polinização, visto que os generalistas também são polinizadores efetivos. No entanto, as
abelhas Protomeliturga turnerae e P. catimbaui foram encontradas coletando pólen exclusivamente
em flores de Turneraceae e dependem dessas fontes de pólen para alimentar suas larvas. A espécie de
Perditomorpha é oligolética em Sida e Herisantia (Malvaceae), porém, as abelhas também visitaram
as flores de Turnera para coletar néctar e pólen. Aparentemente, na ausência de flores de Malvaceae,
esta abelha utilizou as de Turneraceae como fontes alternativas de pólen.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Abelhas, Heterostilia, Oligoletia, Polinização, Protomeliturga

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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484

POLINIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE DO
CAJUEIRO Anacardium occidentale NO
NORDESTE BRASILEIRO
João Paulo de Holanda Neto¹*, Raimundo Maciel Sousa², Robert Paxton¹, Breno Magalhães
Freitas³, Tarsio Thiago Lopes Alves², Crisanto Alves Araújo4
¹Queen’s University Belfast - UK;
²Instituto Centec – CE;
³Universidade Federal do Ceará;
4
Emater - CE
Rua Dr. José Furtado 1660, 60822-300 Fortaleza, Brasil
calves@ematerce.ce.gov.br

O cajueiro Anacardium occidentale é uma importante fonte de renda para o Nordeste Brasileiro
por causa da produção de castanha de caju, pseudo-fruto e da extração do óleo da casca da castanha
(LCC). Suas flores são geralmente polinizadas por insetos, principalmente por abelhas (Apis mellif-
era) em pomares comerciais, mas o requerimento de polinização desta espécie ainda não foi devida-
mente estudado. O experimento foi realizado seguindo a metodologia da polinização manual contro-
lada (PMC), restrita (PR) e livre (PL), sendo um único clone escolhido como planta mãe (CP-1001
Embrapa – CNPAT). A PMC foi feita com fontes de polens diferentes, uma fonte com auto-pólen
(AP) e outras três fontes de polens cruzados (PC). Na PR as flores ficaram ensacadas para evitar a
visitação de polinizadores e na PL as flores ficaram abertas para visitação dos polinizadores existentes
no pomar do experimento. O tratamento AP apresentou resultados inferiores quando comparados com
o resultado do tratamento PC. Entretanto o tratamento AP não diferiu do tratamento PL. O tratamento
PR não produziu frutos. Com a disponibilidade de grãos de polens, de origem genética diversa, as
abelhas polinizadoras poderão promover o aumento na freqüência de polinização cruzada nestes po-
mares, e consequentemente o aumento da produtividade.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Polinização cruzada, Anacardium occidentale, Apis mellifera, Caju, Castan-


ha de Caju

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485

COMPORTAMENTO DE PASTEJO
DO Anthiudium sp. NAS FLORES DO
BAMBURRAL (Hyptis Suaveolens)
Crisanto Alves Araújo¹*, João Paulo de Holanda Neto², Júlio Otavio Portela Pereira³, Daniel
Santiago Pereira4,Roberto Henrique Dias da Silva3, Tarsio Thiago Lopes Alves³
¹* Emater – CE;
²Queen’s University Belfast - UK;
³Instituto Centec – CE; Emater – CE;
4
UFERSA - RN
Rua Dr. José Furtado 1660, 60822-300 Fortaleza, Brasil
priskawski@hotmail.com

No perímetro irrigado do DNOCS, na chapada do Apodí no Estado do Ceará, foram coletados


dados sobre o comportamento de pastejo do Anthidium sp. nas flores do Bamburral (Hyptis suaveo-
lens. A coleta de dados foi realizada em maio de 2008 na estação experimental do Instituto CEN-
TEC situada no município de Limoeiro do Norte. As abelhas Anthidium sp. são membros da família
Megachilidade de vida solitária, caracterizado não compartilham nenhum tipo de trabalho em todo
seu ciclo de vida com membros de sua família ou de sua espécie. O bamburral é uma planta herbácea
densamente encontrada em áreas abertas ou degradadas na caatinga. Possuidora de um aroma car-
acterístico e de bastante intensidade. O estudo do comportamento de pastejo desta espécie nos fornece
informações sobre como está espécie obtém alimento para suprir suas necessidades individuais e
ainda as necessidades para a criação de sua prole. O número de visitas por planta e o número de visi-
tas por viagem foram observadas no período das 10:00 às 15:00 horas. O comportamento de pastejo
de 38 individuos, entre abelhas machos e fêmeas, foram acompanhados nas flores do bamburral.
Conclui-se que pelo seu comportamento de pastejo esta espécie indica ser de importânca polinizadora
do bamburral.

Apoio: Curso sobre Ecologia da Polinização; com Ênfase em Agricultura 2008; Instituto CEN-
TEC ; Instituto Agropolos do Ceará/SDA

Palavras-chaves: Bamburral , Pastejo, Anthidium sp., Hyptis Suaveolens

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486

AVALIÇÃO DO POTENCIALDE PRODUÇÃO


NÉCTAR DO BAMBURRAL Hyptis suaveolens
NA CHAPADA DO APODI
Crisanto Alves Araújo¹* , João Paulo de Holanda Neto², Tarsio Thiago Lopes Alves³, Roberto
Henrique Dias da Silva³, Daniel Santiago Pereira4, Júlio Otavio Portela Pereira³
¹* Emater – CE;
²Queen’s University Belfast - UK;
³Instituto Centec – CE; 4UFERSA - RN
Rua Dr. José Furtado 1660, 60822-300 Fortaleza, Brasil
calves@ematerce.ce.gov.br

O bamburral (Hyptis suaveolens) é uma espécie com potencial apícola de grande densidade
populacional em áreas abertas e/ou degradas na caatinga. O mel oriundo de suas flores tem cor clara e
sabor apreciado pelo mercado nacional e internacional. O bamburral é uma espécie herbácea que tem
hábito de florescimento no período chuvoso, com flores de cor roxa azulada e de aroma característico,
bastante atrativo para os insetos. A avaliação de produção de néctar foi realizada na Fazenda Experi-
mental do CENTEC, no perímetro irrigado do DNOCS, na Chapada do Apodi, no Estado do Ceará
no mês de maio de 2008. O estudo mostrou que a espécie tem um potencial estimado de produção de
893 flores/planta, apresentando número médio de 47 flores/ramo, 57,23 mg/dia de néctar. e 44,12%
de açúcar. Conclui-se que o bamburral é uma importante fonte de néctar para produção de mel na
caatinga.

Apoio: Curso sobre Ecologia da Polinização com Ênfase em Agricultura; Instituto Centec; In-
stituto Agropolos do Ceará/SDA

Palavras-chaves: Pastejo, Bamburral, Hyptis suaveolens, Apis mellifera

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487

AGENTES POLINIZADORES NA CULTURA


DE BERINJELA (Solanum melongena L.)
André Luiz Halak*, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, Flávio Augusto Santos Silva, Ana Paula
Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos
Centro Universitário Moura Lacerda - CUML
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda 1520, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
andrehalak@yahoo.com.br

Este experimento foi conduzido no Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto SP, em
2006 e 2007, e teve como objetivos estudar a biodiversidade de polinizadores, bem como, a freqüên-
cia, o tipo de coleta e o comportamento desses insetos nas flores da berinjela, Solanum melongena
L. Para isso, observou-se a freqüência dos insetos, nos primeiros 10 minutos em cada horário, das
7h00 às 18h00, com três repetições (dias distintos). Observou-se que as flores da berinjela não têm
um horário de abertura das flores, se abrindo no decorrer do dia, que os estigmas permaneceram
receptivos durante todo o dia e que a viabilidade do pólen foi de 100% em todos os horários observa-
dos (9h00, 12h00 e 15h00), mostrando que as flores enquanto abertas ficam aptas à fecundação. Em
2006, os insetos visitantes das flores foram Exomalopsis sp (29,9%), Pseudaugochloropsis gramínea
(23,9%), Bombus atratus (20,9%), Oxaea flavescens (19,1%) e Trigona spinipes (6,2%). Esses inse-
tos coletaram apenas pólen das flores e apenas T. spinipes não apresentou comportamento vibratório.
Em 2007, novamente, apenas espécies de abelhas visitaram as flores da berinjela. Os insetos visi-
tantes das flores da berinjela, foram B. atratus (38,6%), Pseudaugochloropsis gramínea (25,9%),
Exomalopsis sp (21,3%) e O. flavescens (14,2%). Neste ano não foram observadas abelhas T. spinipes
visitando as flores.

Apoio: FAPESP - 2007/2008

Palavras-chaves: comportamento, forrageiro, polinização, ,Solanum melongena , berinjela

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488

BIOLOGIA FLORAL E POLINIZAÇÃO


DE Cucurbita moschata DUSCHENE
(CURCUBITACEAE) NA REGIÃO DE
DOURADOS-MS
Sedilei Pereira Da Silva¹, José Benedito Perrella Balestieri ²*, Mônica Maria Bueno de Moraes²,
Fátima Cristina De-Lazari Manente-Balestieri²*
¹Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade;
²Professor adjunto da FCBA - UFGD
Rodovia Dourados – Itahum, Km 12, Bloco da FCBA, Cidade Universitária, CEP 79.804-970
Dourados, MS
zezo.perrella@ufgd.edu.br, crisdelazari@yahoo.com.br

A biologia da polinização de Cucurbita moschata Duschene foi estudada na cidade de Doura-


dos, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. As áreas pesquisadas estão localizadas entre as latitudes
22°14’ S e longitude 54°49’ W. Foram obtidos dados de antese floral, os locais de absorção e reflexão
dos raios ultravioleta, características morfológicas, concentração de açúcar no néctar, receptividade
do estigma, localização de glândulas de odor, sistema reprodutivo, bem como freqüência, constância,
diversidade e comportamento dos visitantes florais. A espécie é monóica com flores efêmeras e antese
diurna. Ambos os tipos florais são nectaríferos e a concentração de açúcar no néctar variou entre 30%
(flores femininas) e 35% (flores masculinas). Foi detectada a presença de osmóforos na superfície
interna da corola, absorção de luz ultravioleta e estigma receptivo durante a pré-antese e antese. A
espécie é autocompatível, formando frutos tanto nos tratamentos de xenogamia como nos de geito-
nogamia. O percentual de formação de frutos em condições naturais foi de 66,6%. Apis mellifera Lin-
naeus e Trigona spinipes Fabricius foram considerados como principais polinizadores efetivos dessa
espécie. A presença e eficácia destes polinizadores são fundamentais para que se estabeleça o fluxo de
pólen entre as flores femininas e masculinas.

Apoio:

Palavras-chaves: abelhas, abóbora, polinização, flor

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489

VISITANTES FLORAIS E SUCESSO DA


POLINIZAÇÃO NATURAL EM UMA
POPULAÇÃO DE Qualea parviflora
(VOCHYSIACEAE) NO PARQUE ESTADUAL
DA SERRA DE CALDAS NOVAS, GO
Alice Maria Guimarães Fernandes Vilhena*, Solange Cristina Augusto, Paulo Eugênio Alves
Macedo de Oliveira
Universidade Federal de Uberlândia-UFU
alicefernandes130@hotmail.com
alicefernandes130@hotmail.com

Qualea parviflora é uma das espécies mais representativas do Cerrado. Apresenta um sistema
de reprodução xenogâmico e produz néctar em um cálcar como recompensa aos visitantes. Esse tra-
balho teve como objetivos identificar os polinizadores efetivos de Q. parviflora e analisar a eficiência
da polinização natural na população vegetal estudada. O estudo foi realizado durante os dias 23, 24 e
25 de outubro de 2007 em uma área de Cerrado sensu stricto no Parque Estadual da Serra de Caldas
Novas, GO. As observações foram feitas das 06:00 às 17:00 horas, em intervalos de 20 minutos. Para
verificar a polinização natural, foram coletados 10 pistilos de segundo dia de oito indivíduos, totali-
zando 80 pistilos. Foram registradas 20 espécies de abelhas, sendo Apis mellifera e Bombus atratus
as espécies mais observadas, responsáveis por 43,95% e 10,19% das visitas, respectivamente. Dez-
essete espécies coletaram somente néctar e três coletaram pólen e néctar, como A. mellifera, Euglossa
melanotricha e Exomalopsis sp. Apenas Trigona sp. foi considerada pilhadora de néctar, sendo todas
as outras polinizadoras efetivas ou ocasionais. O período com a maior freqüência de visitas foi entre
13:00 e 16:00, abrangendo aproximadamente 44% das visitas observadas. Mais de 50 tubos polínicos
germinaram em 42,5% dos pistilos, sendo esse valor considerado uma estimativa do sucesso de po-
linizações naturais. As espécies de abelhas visitantes não diferiram marcadamente de outros estudos
realizados com Q. parviflora. A riqueza e o número de visitas registrados podem estar relacionados
com o fato de tal espécie ser adaptada à polinização por abelhas, pois apresenta características que
a incluem na síndrome da melitofilia, como zigomorfia das flores, presença de plataforma de pouso,
corola violácea, presença de guia de néctar e antese diurna. No entanto, foi observado que a poliniza-
ção só é efetivada por abelhas de médio e grande portes.

Apoio: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Minas Gerais- FAPEMIG

Palavras-chaves: abelhas, Cerrado, néctar, polinizador, melitofilia

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490

ENTOMOFAUNA VISITANTE DE Senna


macranthera (COLLAD.) IRWIN & BARNEBY,
NA REGIÃO DE DOURADOS- MS, DURANTE
SEU PERÍODO DE FLORAÇÃO
Maria Lúcia Rossi Rigoni¹, José Benedito Perrella Baletieri²*, Monica Maria Bueno de Moraes²,
Fátima Cristina De Lazari Manente-Balestieri²*
¹ Mestre pelo Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade;
²Professor efetivo da FCBA-UFGD
Rodovia Dourados-Itahum, Km 12; Bloco FCBA; CEP 79.804-970; Cidade Universitária,
Dourados,MS
zezo.perrella@ufgd.edu.br, crisdelazari@yahoo.com.br

Realizaram-se estudos sobre sistemas de reprodução de Senna macranthera (Collad.) Irwin &
Barneby (Leguminosae-Caesalpinoideae) observando-se a diversidade e freqüência dos insetos visi-
tantes em diferentes horários. Os resultados de polinização manual sugerem que S. macranthera é au-
tocompatível, porém, a xenogamia é o sistema de reprodução predominante. As inflorescências foram
visitadas por uma grande quantidade de insetos, havendo predominância de abelhas. O horário de
maior ocorrência dos insetos nas flores de S. macrantherafoi das 7 às 13h e de menor ocorrência das
16 às 18h. Quanto ao comportamento dos insetos em relação a flor de S. macranthera, observou-se
que Bombus atratus Franklin, Centris sp Fabricius, Xylocopa sp Latrielle possuem comportamento e
morfologia adequados aos polinizadores efetivos; Oxaea flavescens Klug foi considerado polinizador
ocasional. Trigona spinipes Fabricius, Trigona hyalinata Lepeletier, Scaptotrigona depilis Moure,
Tetragonisca angustula Latrielle, Halictidae sp Moure e Plebeia sp Schwarz foram considerados pil-
hadores. A polinização por vibração é o método usado pelas abelhas para coleta de pólen.

Apoio:

Palavras-chaves: polinização, abelha, vibração, pólen, flor

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491

DIVERSITY, FORAGING BEHAVIOUR,


AND DIEL PATTERN OF BEES VISITING
FLOWERS OF Aechmea nudicaulis
(BROMELIACEAE) ON SANTA CATARINA
ISLAND, SOUTHERN BRAZIL
Simone Grohme¹ ², Anne Zillikens¹ ², Josefina Steiner²
¹Zoological Institute, University of Tübingen, Germany;
²Dept.. BEG/CCB, UFSC
Ob dem Himmelreich 7, 72074 Tübingen, Germany
simigrohme@hotmail.com

Aechmea nudicaulis is a terrestrially and epiphytically growing bromeliad. Tubular, yellow


flowers and red bracts are signs of an ornithophilous pollination syndrome. However, bees and other
insects can also be observed at the flowers. Therefore, we aimed to systematically record the spec-
trum of flower visitors and to document behavior and resource use. On Santa Catarina Island, 93
inflorescences of A. nudicaulis were observed on 35 days November 2005 through November 2007
during the flowering season between 5:00 ­ 17:00h totalling 352.5 hours of observation. All flower
visitors and their behavior were recorded. Aside from three bird species and 17 other insects, bees
were the most diverse group (32.3% of all taxa). Moreover, they accounted for an even higher propor-
tion (78.3%) of all individual flower visits. 76.15% of the bee visits occurred between 6:00 ­11:00h,
the main period of pollen collection. Thereafter pollen was not available any more but nectar was
collected until 17:00h. Bees with long tongues such as Euglossa annectans and Bombus brasiliensis
were able to collect nectar in addition to pollen while small bees like Plebeia droryana and augochlo-
rine sweat bees could not reach the nectar at the bases of the narrow flower tube; they collected pollen
only. Our data reveals that the flowers of this bromeliad attract a huge variety of bees. Although the
ornithophilous syndrome suggests hummingbirds as the main pollinators, the flowers provide rich
food resources for various bee species.

Apoio: BMBF (01LB0205A1), CNPq (690143/01-0)

Palavras-chaves: Aechmea nudicaulis, bromeliads, bee-plant interactions, flower visitors,


pollination

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492

CARACTERIZAÇÃO POLÍNICA DE
PLANTAS APÍCOLAS DE ÁREA URBANA
NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO,
CAMPUS RIBEIRÃO PRETO, SP
Natália de Paula Sá¹*, Ademilson Espencer Egea Soares², Marilda Cortopassi-Laurino³
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, ³Instituto de Biociências – USP, SP
R:1, 27. Coroado, Manaus-AM. 69082-690
napaulasa@gmail.com

O conhecimento da morfologia do grão de pólen permite a caracterização das espécies vegetais


regionais e das fontes alimentares das abelhas, por meio da identificação do pólen em produtos apíco-
las: cargas corbiculares, mel e própolis. O objetivo deste trabalho é a descrição morfológica dos grãos
de pólen das plantas apícolas arbóreas e arbustivas e a montagem de um laminário de referência com
fotomicrografias dos grãos. A área de coleta foi de 0,282 km2 ao redor do meliponário da FMRP-USP.
Anteras de botões florais foram retiradas das plantas coletadas e lâminas de referência foram mon-
tadas, pelo método da acetólise. Os caracteres utilizados na descrição foram: a forma; o número de
aberturas; a ornamentação da exina e a relação P/E (razão eixo polar pelo diâmetro equatorial). Neste
trabalho foram descritos 57 grãos de pólen de 20 famílias, sendo Fabaceae e Malvaceae as famílias
com maior número de espécies (8 cada). O tamanho dos grãos foi predominantemente pequeno,
variando de 12 a 23 µm, sendo que quanto a sua forma 35% são oblato esferoidais e tricolporados. A
maioria dos grãos apresentou-se como monâdes, exceto a subfamília Fabaceae-Mimosoideae, na qual
foram encontradas ditétrades e a família Onagraceae, cujos grãos estão dispostos em tétrades. Deste
modo, este estudo fornece informações que auxiliarão em pesquisas sobre fonte de recursos vegetais
para as abelhas, análise polínica dos produtos apícolas e incremento do pasto apícola.

Apoio: FAPESP – 2007/51054-2

Palavras-chaves: morfologia, abelhas , acetólise , mel , pólen

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
493

ABELHAS DAS ORQUÍDEAS: EVIDÊNCIA


DE INTERAÇÕES ATRAVÉS DA PRESENÇA
DE POLÍNEAS ADERIDAS
Mariana Taniguchi¹*, Isabel Alves-dos-Santos², Rodrigo B. Singer³
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Instituto de Biociências - USP; ³ Instituto de Biociências - UFRGS
R. Cônego Eugênio Leite, 594, ap. 161, 05414-000, São Paulo, Brasil
marit8@uol.com.br

Flores da família Orchidaceae apresentam o pólen aglutinado em pequenos pacotes denomi-


nados políneas. Essas estruturas possuem porção adesiva e se fixam nos visitantes florais, podendo
ser levadas a outras orquídeas, polinizando-as. Entre os visitantes mais freqüentes estão as abelhas
e vespas (Hymenoptera, 60%). Porém raramente são observadas visitas nessas flores. O presente
trabalho teve como objetivo resgatar as abelhas visitantes das orquídeas em coleções entomológicas,
evidenciadas pela presença de políneas aderidas; identificar tais orquídeas correspondentes e analisar
os dados cruzados desses organismos a fim de obter mais informações sobre as interações. Espécimes
de abelhas foram examinados em três coleções entomológicas: CEPANN/IBUSP, MZUSP e UFMG.
Os exemplares foram fotografados para que as políneas fossem identificadas e um banco de dados foi
construído com as informações sobre a coleta da abelha, identificação da planta, número de políneas
e local de aderência no corpo da abelha. Foram encontradas 118 abelhas pertencentes a 36 espécies,
sendo uma identificada até o nível de morfoespécie, e de 10 tribos: Euglossini, Bombini, Meliponi-
ni, Centridini, Xylocopini, Tetrapediini, Melectini, Tapinotaspidini, Ericrocidini e Augochlorini. As
políneas pertenciam a 20 espécies de orquídeas (subtribos: Spiranthinae, Oncidiinae, Stanhopeinae,
Maxillariinae, Catasetiinae, Laeliinae e Cyrtopodiinae), além de uma espécie da família Apocyn-
aceae e uma espécie indeterminada. Foi encontrado um elevado número de euglossíneos na amostra
(84,75%), comprovando a forte ligação desse grupo com orquidáceas, muitas vezes denominados
“abelhas das orquídeas”.

Apoio: PIBIC/CNPq

Palavras-chaves: Euglossini, Orchidaceae, polinário, visitante floral, acervos entomológicos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
494

RELAÇÃO ENTRE Melipona capixaba


E ORQUÍDEAS DA SUBTRIBO
MAXILLARIINAE
Helder Canto Resende¹*, Fábio de Barros², Lúcio Antônio de Oliveira Campos¹, Mara Garcia
Tavares¹, Tânia Maria Fernandes Salomão¹
¹ Universidade Federal de Viçosa – UFV;
²Instituto de Botânica - IBT
Departamento de Biologia Geral. Campus Universitário. Viçosa/MG. CEP 36570-000
heldercanto@yahoo.com

A abelha sem ferrão Melipona capixaba é uma espécie restrita à Mata Atlântica da região das
montanhas capixabas. Apesar da importância ecológica dos meliponíneos como polinizadores, pou-
cos estudos têm investigado a relação entre M. capixaba e as plantas que lhe fornecem recursos flo-
rais. Este trabalho relata a observação de seis operárias de M. capixaba carregando polinário preso ao
escutelo. As abelhas foram coletadas em colônias diferentes localizadas nos municípios de Conceição
do Castelo e Venda Nova do Imigrante/ES. A identificação dos polinários foi feita com base em sua
morfologia, por comparação com polinários de espécimes previamente conhecidos. Os polinários
encontrados possuem quatro polínias cartilaginosas, em dois pares com tamanhos distintos, obovado-
assimétricas, superpostas, ligeiramente achatadas dorsi-ventralmente, presas a um estipe curto e um
viscídio em forma de meia-lua, o que caracteriza bem alguns representantes da subtribo Maxillariinae
(subfamília Epidendroideae, tribo Cymbidiae), em especial dos gêneros Maxillaria sensu lato e Xy-
lobium. A observação de operárias de diferentes colônias e localidades carregando polinários sugere
uma relação de polinização efetiva de orquídeas por M. capixaba. Durante o forrageamento, mesmo
voltando ao ninho, o polinário ainda se mantém fixo ao escutelo da abelha. Operárias carregando
polinários irão continuar forrageando ao longo do dia havendo, portanto, chances de transferência
da polínia para outras flores e conseqüente polinização cruzada. Estudos estão sendo realizados para
determinar quais são as espécies de orquídeas visitadas por indivíduos de M. capixaba, a efetiva
polinização destas flores por estes insetos e os recursos e mecanismos de atração envolvidos nas
visitas.

Apoio: CNPq - FAPEMIG

Palavras-chaves: Polinização, Melipona capixaba, Orquídea, Maxillaria , Xylobium

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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495

INTERAÇÕES ENTRE ABELHAS


COLETORAS DE ÓLEO E FLORES
DE Angelonia (PLANTAGINAECEAE)
EM DIFERENTES ÁREAS DE
VEGETAÇÃO ABERTA DO BRASIL
Aline Cristina Martins*, Antonio José Camillo de Aguiar, Isabel Alves dos Santos
* Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Rua do Matão trav. 14, n. 321 - 05508-900 - São Paulo - SP - Brasil
aline_cmartins@yahoo.com.br

As interações entre cinco espécies de Angelonia (Plantaginaeceae) e abelhas visitantes vêm


sendo estudadas em diferentes biomas do Brasil: A. integerrima (Campos Sulinos), A. salicariifolia
(Chaco), A. eryostachis, A. goyazensis (Campos Rupestres) e A. cornigera (Caatinga). Angelonia são
plantas que produzem óleos florais coletados por abelhas que os utilizam na nidificação. Sua ocor-
rência abrange as áreas neotropicais abertas. Neste estudo, os principais vistantes foram abelhas do
gênero Centris, corroborando os resultados de outros autores. A. integerrima é visitada por C. (H.)
vulpecola. Compartilhando semelhanças morfológicas com a anterior, A. eryostachis é visitada para
coleta de óleo por C. (X.) bicolor e C. (P.) burgdorfii e Tetrapedia sp, que atua como “pilhador” de
óleo, já que não contata os estames e, eventualmente, explora os elaióforos externamente à flor. A.
salicariifolia e A. goyazensis também compartilham caracterísitcas morfológicas entre si; ambas são
visitadas por Centris, a primeira por C. (P.) hyptidoides e C. (H.) tarsata e a segunda por C. (P.). burg-
dorfii, C. (P.) klugii e C. (C.) aenea. Em Angelonia ocorre protandria, o que evita a auto-polinização.
Todas Centris observadas exploram os elaióforos com as pernas anteriores e, simultaneamente, con-
tatam os estigmas com o mesoscuto ou a fronte, ficando o pólen aderido aos pêlos. Abelhas da tribo
Tapinotaspidini também foram registradas coletando óleo em Angelonia, exceto em A. eryostachis,
sendo algumas potenciais polinizadores destas flores. Em A. cornigera observamos um visitante não
registrado em estudos anteriores, Caenonomada unicalcarata, cuja fonte de óleo permanecia descon-
hecida até então. Dialictus sp, abelhas halictíneas que coletam pólen de Angelonia, podem através
deste comportamento atuar na transferência do pólen entre os indivíduos, promovendo assim a po-
linização. A congruência morfológica entre as flores de Angelonia, o tamanho de Centris e a freqüên-
cia de visitação, permite que estas abelhas atuem como os efetivos polinizadores.

Apoio: FAPESP (Processo Nº 04/00274-4), CNPq (Bolsa de Mestrado)

Palavras-chaves: elaióforos, plantas produtoras de óleo, Angelonia, Centris, polinização

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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496

ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO DE
Lycopersicon esculentum (SOLANACEAE)
Thálita Gianini Brito Franco*, Fátima Cristina De Lazari Manente Balestieri, José Benedito
Perrella Balestieri
Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD
Rua Cuiabá 2750,79800-000 Dourados, Brasil
tha_gianini@hotmail.com

A polinização é um importante evento dentro da dinâmica dos ecossistemas assim como para o
manejo e desenvolvimento de culturas agrícolas. Neste sentido, estudos sobre a biologia da poliniza-
ção se tornam importantes, pois fornecem informações sobre a reprodução da planta estudada; con-
tribuindo para a conservação, manejo sustentado e exploração comercial pelo homem. No presente
trabalho, desenvolvido no Campus da UFGD, observações e coletas dos visitantes foram realizadas
durante a floração de Lycopersicon esculentum (Solanaceae), planta considerada uma das hortaliças
mais importantes por sua ampla adaptação, popularidade e por se constituir em um produto de valor
nutritivo. Foram realizadas 12 horas de observação em dias alternados durante o mês de março de
2008, onde foram coletados os visitantes para posterior identificação. Testes laboratoriais foram feitos
com as flores e os visitantes montados e identificados. L. esculentum possui flores reunidas em grupos
de três ou quatro, estames em número de seis, anteras desenvolvidas e poricidas que se reúnem em
volta do estigma formando um cone. Através do teste com vermelho neutro, foi detectado a presença
de osmóforos nas pétalas e nas anteras. O pólen é psilado e do tipo mônade. Observou-se que suas
flores foram visitadas principalmente por abelhas, sendo os mais freqüentes Halictidae, Paratrigona,
Exomalopsis e Anthophorini.

Apoio: UFGD,CNPQ

Palavras-chaves: polinização, Lycopersicon esculentum, visitantes florais, comportamento,


biologia floral

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497

INFLUÊNCIA DA FASE DE
FLORESCIMENTO NO VINGAMENTO E
QUALIDADE DOS FRUTOS EM CULTIVOS
DE MELÃO (Cucumis melo)
José Hugo de Oliveira Filho¹, Raimundo Maciel Sousa², Odaci de Sousa Aguiar², Antonio Abreu
da Silveira Neto², Crisanto Alves Araújo³
¹Prof. Assistente - Universidade Federal do Tocantins – UFT;
²Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central – Instituto Centec; ³Emater-CE / Secretaria de
Desenvolvimento Agrário
Br 153 Km 112 Cx postal 132. Zona rural Araguaina, Tocantins – Brasil Cep:77804970
jhugo@uft.edu.br

Dentre as atividades agrícolas de exploração intensiva na região Nordeste do Brasil destaca-se


a cultura do melão (Cucumis melo), que concentra a maior parte da produção nacional nos estados do
Rio Grande do Norte e do Ceará. A produtividade e a qualidade dos frutos são fatores que determinam
a viabilidade econômica da atividade, sendo observados comumente casos de perdas por má forma-
ção de frutos e por frutos com padrão de tamanho exagerado. Aspectos ligados a polinização e a fe-
cundação das flores, bem como a fase da cultura em que isso ocorre podem influenciar a produção dos
frutos e suas características. O presente trabalho teve como objetivo estudar os níveis de fecundação,
vingamento de frutos e suas características em flores produzidas nos ramos primários e secundários
do meloeiro (Cucumis melo). Linhas da cultura foram plantadas com uma diferença de dez dias.
Nas plantas mais velhas foi permitido o desenvolvimento de frutos nas primeiras flores perfeitas,
quando as plantas mais jovens começaram a produzir flores perfeitas foi feita a polinização cruzada
manual nas flores perfeitas dos dois grupos de plantas. As flores dos ramos primários apresentaram
níveis superiores de fecundação e desenvolvimento de frutos, diferindo significativamente (P<0,05)
das flores secundárias. Conclui-se que, as primeiras flores perfeitas apresentam maior capacidade de
vingamento e de desenvolvimento de frutos, desde que sejam polinizadas adequadamente.

Apoio: CNPq; INSTITUTO CENTEC; UFT; EMBRAPA/CNPAT

Palavras-chaves: Polinização, Fecundação, Produção de frutos, Cucumis melo

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498

INSETOS VISITANTES NAS FLORES EM


CULTURA DE CAFÉ (Coffea arabica) NO
MUNICÍPIO DE ALTINÓPOLIS - SP
Ana Paula Roncolato¹*; André Palma Ribeiro; Guilherme dos Reis Vasconcelos; André Luiz
Halak; Flávio Augusto Santos Silva; Darclet Teresinha Malerbo-Souza²
¹*Graduando em Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda;
²Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
anap_roncolato@hotmail.com

Os objetivos desta pesquisa foram estudar os insetos visitantes das flores em cultura do café
(Coffea arábica), a fim de verificar os mais freqüentes, bem como o seu comportamento. O experi-
mento foi conduzido em Altinópolis, SP, no mês de setembro de 2007 e a variedade usada foi “Catuaí
Vermelho”. Foram avaliados a freqüência das visitações dos insetos e o tipo de coleta (néctar e/ou
pólen) desses insetos nas flores, no decorrer do dia, por meio de contagem nos primeiros 10 minutos
de cada horário, das 7h00 às 18h00, com três repetições. Os insetos mais freqüentes nas flores foram
abelhas africanizadas Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) (70,30%), seguida das abelhas irapuá
Trigona spinipes (Hymenoptera: Apidae) (17,50%) e abelhas jataí Tetragonisca angustula (Hy-
menoptera: Apidae) (12,2%). As abelhas africanizadas preferiram coletar néctar (54,5%) que pólen
(45,5%) e observou-se que, para néctar, essa abelha visitou as flores das 7h00 às 14h00 diminuindo
sua freqüência no decorrer do dia. Para pólen, essa abelha visitou as flores das 9h00 às 18h00, com
pico de freqüência às 14h00. As abelhas irapuá coletaram tanto néctar (47,2%) quanto pólen (52,8%)
no decorrer do dia. As abelhas jataí coletaram exclusivamente pólen nessas flores visitando as flores
das 7h00 às 16h00, apresentando dois picos de freqüência, entre 7h00 e 8h00 e às 15h00. As abelhas
A. mellifera foi uma espécie constante nas flores, já as abelhas T. spinipes e T. angustula foram espé-
cies acessórias.

Apoio: Centro Universitário Moura Lacerda

Palavras-chaves: Polinização, abelhas, Coffea arábica, Apidae

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499

INVENTÁRIO E FENOLOGIA DA FLORA


APÍCOLA DA UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO, CAMPUS RIBEIRÃO PRETO, SP
Natália de Paula Sá¹*, Ademilson Espencer Egea Soares², Marilda Cortopassi-Laurino³
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; ²Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - USP;
³Instituto de Biociências – USP, SP
Genética Bloco A, FMRP/USP; Av. Bandeirantes, 3900. Monte Alegre, 14049-900 - Ribeirao Preto,
SP - Brasil
napaulasa@gmail.com

Poucos são os estudos relacionados com o período de floração de espécies vegetais e sua po-
tencialidade apícola. O presente trabalho apresenta um estudo florístico e fenológico das espécies
arbóreas e arbustivas localizadas no campus da USP-RP. A área de estudo corresponde a uma área
circular de aproximadamente 0,286 km2 ao redor do meliponário do Departamento de Genética da
FMRP. As coletas e os registros das plantas foram feitos quinzenalmente de março de 2007 a fever-
eiro de 2008, obtendo-se 60 espécies de plantas, sendo 64 % de espécies nativas. As espécies coleta-
das podem ser enquadradas como apícolas, pois oferecem recursos como pólen, néctar ou ambos às
abelhas. As famílias mais representativas foram Fabaceae e Malvaceae ambas com 8 espécies. Cerca
de 20% das espécies apresentaram floração apenas no período úmido, 17% apenas no período seco,
totalizando 37% de plantas que apresentam floração anual. Houve uma relativa predominância de flo-
ração no período úmido, porém a sazonalidade não foi marcante em 63% das espécies. Das espécies
que apresentam floração longa, 47% são cultivadas e ornamentais, proporcionando recursos durante o
ano todo para as abelhas da região. Assim, as informações obtidas visam lançar mais conhecimentos
no manejo da flora apícola de áreas urbanas, possibilitando incrementar o pasto apícola e o atender
maior número de espécies de abelhas.

Apoio: FAPESP – 2007/51054-2

Palavras-chaves: Floração, Pasto apícola, Abelhas, Sazonalidade, Plantas ornamentais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
500

BIOLOGIA E MANEJO DE
ABELHAS AFRICANIZADAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
501

COLETA DE PÓLEN POR PASTEJO


INDUZIDO EM ABELHAS MELÍFERAS
Apis melifera NA CULTURA DO
MELÃO Cucumis melo
Raimundo Maciel Sousa¹*, Odaci de Sousa Aguiar¹, Antonio Abreu da Silveira Neto¹,
Crisanto Alves Araújo²
¹Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central – Instituto Centec; ²Emater-CE /
Secretaria de Desenvolvimento Agrário
Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho S/N, 638000-000 Quixeramobim, Brasil
rdomaciel@centec.org.br

A cultura do melão Cucumis melo que ocupa lugar de destaque na fruticultura brasileira é in-
tensivamente explorada nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, concentrando nessa região
a maior parte da produção nacional. As práticas utilizadas na agricultura moderna reduzem sensivel-
mente os índices de polinização em áreas cultivadas e tornam necessária a introdução de agentes
polinizadores suplementares. Tendo em vista as condições de cultivo comercial de melão na Região
Nordeste do Brasil, bem como a necessidade de aumentar a atividade de coleta de pólen para mel-
horar a eficiência da polinização dirigida, o presente trabalho teve como objetivo estudar o uso de
técnicas de manejo para induzir a coleta de pólen por abelhas melíferas Apis mellifera nas flores do
meloeiro Cucumis melo. Colmeias foram introduzidas em áreas de cultivo no período de floresci-
mento da cultura e receberam os seguintes tratamentos: oferta de alimentação energética, instalação
de coletores de pólen e testemunha. Durante os horários de observação, a oferta do xarope obteve
altas freqüências de coletoras de pólen nas flores e retornando as colmeias, sendo significativamente
superior (P<0,05) aos demais tratamentos. Conclui-se que a oferta de alimentação energética causa
mudanças de comportamento de pastejo em colônias de abelhas melíferas, aumentando a proporção
de coletoras de pólen.

Apoio: CNPq; INSTITUTO CENTEC; UFC; EMBRAPA/CNPAT

Palavras-chaves: Pastejo, Pólen, Apis mellifera, Cucumis melo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
502

ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS


HIGIÊNICO E DEFENSIVO COMO ÍNDICES
DE SELEÇÃO EM PROGRAMAS DE
MELHORAMENTO GENÉTICO EM COLÔNIAS
DE ABELHAS AFRICANIZADAS, Apis mellifera L.
Daiana Almeida De Souza¹,²*, Katia Peres Gramacho²
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; ²Faculdade de Tecnologia e
Ciências-Salvador-BA - Curso de Ciências Biológicas
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
daianasouz@usp.br

A Apicultura brasileira vem ganhando grande destaque na economia nacional e as pesquisas em


torno da sua prospecção vêm se tornando cada vez mais necessárias. Os Programas de Melhoramento
Genético (PMGs), visam à seleção de indivíduos com características biológicas de grande interesse
e a reprodução destas nas gerações seguintes. O comportamento higiênico consiste numa destas car-
acterísticas, já que atua na prevenção e combate a doenças que atacam as colônias. Da mesma forma,
a alta defensividade das colônias consiste num problema à atividade apícola, e o seu controle implica
em maior segurança nas atividades de manejo e manutenção das colônias. Sendo assim, objetivamos
com esse estudo, avaliar a influência destes dois comportamentos (Higiênico e Defensivo) sobre a
produtividade de mel. Para isso foram utilizadas 14 colônias de abelhas africanizadas, Apis mellif-
era, provenientes de coletas na natureza. A avaliação do Comportamento higiênico (CH) baseou-se
no método de perfuração de crias com idade entre 11 a 14 dias das colônias e avaliação da remoção
destas após 24hs. O comportamento defensivo (CD) foi quantificado de acordo com a metodologia
de análise subjetiva de campo, na qual se avaliou a reação das colônias mediante as ações do obser-
vador, classificando-as em categorias, previamente estabelecidas, que variaram de 0 a 4. A produção
de mel (PP) foi mensurada com a pesagem dos quadros de mel maduro colhidos das melgueiras de
cada colônia. A análise de correlação de Pearson identificou ausência de correlações significativas
entre as variáveis CH e PP (p= -0,073) e CH e CD (p= 0,206), ou seja, o a expressão de uma destas
características biológicas não está atrelada ao desempenho da outra. Observou-se ainda uma baixa,
mas não significativa correlação positiva entre CD e PP (p= 0,490). A ausência de ligação entra estas
variáveis analisadas, permite o emprego destas, como índices de seleção em PMGs visando o au-
mento da produtividade de mel.

Apoio: FAPESB

Palavras-chaves: Abelhas africanizadas, Comportamento higiênico, Comportamento defen-


sivo, Produção de mel

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
503

SELEÇÃO DE COLMEIAS PARA O


PROGRAMA DE MELHORAMENTO
GENÉTICO EM ABELHAS Apis mellifera
DO ESTADO DO CEARÁ
João Paulo de Holanda Neto¹*, Raimundo Maciel Sousa², Roberto Henrique Dias da Silva²,
Tarsio Thiago Lopes Alves², Crisanto Alves Araújo³
¹*Queen’s University Belfast - UK;
²Instituto Centec – CE; ³Emater - CE
Rua Dr. José Furtado 1660, 60822-300 Fortaleza, Brasil
calves@ematerce.ce.gov.br

O Programa de Melhoramento Genético em Abelhas Melíferas do Estado do Ceará é uma das


políticas de inovação tecnológica mais importantes, pois tem como objetivo principal o aumento da
produtividade de mel das colméias de apiários fixos. A seleção colméias geneticamente superiores
trata-se de uma fase inicial, porém é determinante para o sucesso do programa de melhoramento
genético para qualquer espécie a ser trabalhada. A partir de uma população de 1826 colmeias, dis-
tribuídas em oito territórios do estado, foram selecionadas 85 colmeias com alta produtividade de
mel para produção de rainhas. O Programa de melhoramento genético consiste de três fases: seleção,
produção e distribuição de rainhas. A produtividade média da população base apresentou o valor de
29,009 kg ± 11,775 e a produtividade média das colméias selecionadas apresentou o valor de 45,202
kg ± 17,684. A diferença na produtividade também foi externada quando comparados com dentre as
colmeias de cada território. Esses resultados mostram uma diferença na produtividade entre os grupos
de 55% demonstrando a existência de variabilidade genética na população, fato que justifica a seleção
de colméias consideradas genéticas superiores.

Apoio: FUNCAP; CAPES; SDA – CE; CENTEC; EMATER - CE

Palavras-chaves: Seleção, Rainhas, Apis mellifera, Apicultura

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
504

INFLUÊNCIA DO DIÓXIDO DE CARBONO


NA MORTALIDADE DE Apis mellifera
(HYMENOPTERA: APIDAE)
Deodoro Magno Brighenti¹*, César Freire de Carvalho¹, Carla Regina Guimarães Brighenti²,
Stephan Malfitano Carvalho¹
¹*Departamento de Entomologia - UFLA; ² Campus Avançado do Alto Paraopeba - UFSJ
Campus da UFLA Cx Postal 3037, 37200-000 Lavras – Minas Gerais, Brasil
deodorobrighenti@oi.com.br

Para se anestesiar as abelhas Apis mellifera visando a realização de experimentos em labo-


ratório, o processo mais comum é a aplicação do dióxido de carbono. No entanto, o efeito desse com-
posto normalmente não é levado em consideração na avaliação da sobrevivência durante o período
de confinamento. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do dióxido de carbono na
mortalidade de abelhas.O ensaio foi conduzido no laboratório de Biologia de Insetos do Departamen-
to de Entomologia – UFLA e as abelhas submetidas a diferentes tempos de exposição ao dióxido de
carbono, mantidas em laboratório até completar 204 horas de experimento. Os tratamentos em tempo
de exposição foram: A. testemunha (sem exposição ao CO2), B. 60 segundos, C. 120 segundos, D.
180 segundos, E. 240 segundos e F. 300 segundos. O CO2 foi aplicado as abelhas confinadas em uma
gaiola de PVC de 10 x 15 cm de altura, utilizando-se um manômetro acoplado a um cilindro com
uma vazão de 10 L/min. Foram utilizadas dez repetições para cada tratamento, cada uma composta
de dez abelhas, alimentadas com mel cristalizado e água ad libitum. Contou-se o número de abelhas
sobreviventes a cada 12 h ajustando-se a curva de sobrevivência baseada na distribuição Weibull. Es-
timou-se o tempo médio de vida e os valores de TL10, TL20, TL50 e para o TL99. Compararam-se os
parâmetros de forma e escala estimados para cada curva através da técnica de identidade de modelos.
Constatou-se que, para exposições de 120 segundos ao CO2 e aquelas superiores não houve diferença
significativa ocorrendo aceleramento da mortalidade em relação à testemunha e ao tratamento com
exposição de 60 segundos, podendo ser aquela indicada para utilização em laboratório. O TL50 no
tratamento testemunha foi de 148,35 horas enquanto que, com o uso de CO2 por 60 segundos foi de
155,23 horas.

Apoio: FAPEMIG

Palavras-chaves: sobrevivência, tempo letal, anestesia , Weibull, regressão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
505

VISITAÇÃO DE ABELHAS Apis mellifera EM


POPULAÇÕES DE Baccharis dracunculifolia
PARA COLETA DE RESINA
Paula São-Thiago¹*, Rânia Mara Santana¹, André Gabriel Ferreira Calaça da Costa²,
Esther Margarida A. F. Bastos¹
¹*Laboratório de Recursos Vegetais, Divisão de Ciências Farmacêuticas, Fundação Ezequiel Dias,
Belo Horizonte, MG;
²ICEX- Departamento de Estatística, Universidade Federal de Minas Gerais
Rua Conde Pereira Carneiro, 80, Gameleira, Belo Horizonte, MG. CEP 3051-010
embastos@funed.mg.gov.br

O objetivo deste trabalho foi estudar a associação Apis mellifera x Baccharis dracunculifolia
natural e cultivado, visando a determinação de sua capacidade produtora de resina. Foram observadas
duas populações de Baccharis dracuculifolia, uma população natural localizada na Fazenda São Judas
Tadeu (FSJT), município de Betim, MG, com 20 indivíduos, destes 10 machos e 10 fêmeas e outra
cultivada, localizada no Horto Experimental da Fundação Ezequiel Dias, composta por 11 indivíduos,
destes quatro machos e sete fêmeas. As observações foram realizadas entre os meses de junho/ 2007
a março/ 2008, semanalmente durante o período mais quente do dia, entre 10h30 e 15h00. Foram
registrados e coletados para identificação todos os visitantes presentes durante o período avaliado.
Na Fazenda São Judas Tadeu, ocorreu visitação de A. mellifera nos ápices vegetativos para coleta
de resina, entre os meses de julho/ 2007 a março/ 2008, sendo que os meses com maior média de
visitação foram, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Na população do Horto, não foi observada
a visitação de A. mellifera coletando resina nos ápices vegetativos. Em ambas as populações, os
insetos mais freqüentemente observados (10-45%), pertencem às ordens Diptera e Hymenoptera; a
ordem Coleoptera apresentou freqüência intermediária (5-10%) e as ordens, Hemiptera, Homoptera,
Lepdoptera, Mantodea, Odonata, Orthoptera, Neuroptera, Thysanopterae e a classe Arachnida apre-
sentaram freqüência < 1%. Galhas causadas pelo psyllídeo Baccharopelma baccharidis estavam pre-
sentes e apresentaram maior abundância nos meses de agosto (25,61) e janeiro (15,39) na FSJT e a
população cultivada no Horto Experimental não desenvolveu estas galhas. Estes resultados sugerem
que a grande diversidade de visitantes, associados a presença de galhas de B. baccharidis podem
ser os estimuladores da produção de metabólitos secundários em B. dracunculifolia em populações
naturais.

Apoio: Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Palavras-chaves: Apis mellifera, Baccharis dracunculifolia, resina

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
506

RAÇÃO ARTIFICIAL COMO FONTE


ALTERNATIVA DE ALIMENTO PARA
ABELHAS MELÍFERAS (Apis mellifera L.)
Dayana Francys Pessoa Monteiro, Breno Magalhães Freitas*, Marcelo de Oliveira Milfont,
Alessandra Pinto de Oliveira, Ellen Pereira Borges
Curso de Zootecnia, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará - UFC
Avenida Humberto Monte, s/n, 60021-970, Fortaleza - Ceará, Brasil
freitas@ufc.br

Apesar do conhecido potencial do Nordeste para o desenvolvimento apícola produtivo e ren-


tável, faz-se necessário em grande parte da região, a utilização de alimentos para suprir a carência
energética e protéica das abelhas Apis mellifera no período da estiagem. Assim, esse trabalho visou
avaliar o efeito de uma ração artificial como substituto da alimentação protéica natural de abelhas
melíferas. A eficiência da ração foi avaliada através da longevidade de abelhas recém emergidas
confinadas em gaiolas de madeira com dimensões de 8 x 11 x 13cm, duas laterais de vidro, piso
telado, tela anti-fuga e dois orifícios superiores para o fornecimento da água e do alimento ener-
gético. Cada gaiola comportou 50 operárias. O experimento constou de três tratamentos com três
repetições, sendo: T1 - ração artificial (67% pó de soja + 33% de mesocarpo de arroz; T2 - 50%
ração artificial + 50% pólen in natura macerado e T3 - somente pólen in natura macerado. O efeito
da ração artificial foi estimado pela mensuração do índice de mortalidade (IM) e do tempo médio
de mortalidade (TMM), onde diariamente eram removidas as abelhas mortas de cada gaiola. Ao
final observou-se que não houve diferença significativa (p>0.05) entre os tratamentos, sendo que as
médias e os erros padrões médios do índice de mortalidade (IM) foram 7,80 ± 1,27 para T1; 5,47 ±
0,27 para T2 e 5,31 ± 0,30 para T3, já o tempo médio de mortalidade (TMM) foi 4,12 ± 1,35; 6,31
± 0,54; 5,70 ± 0,35 dias para os tratamentos T1, T2 e T3, respectivamente. Conclui-se que a ração
formulada pode ser fornecida de forma paliativa para abelhas melíferas em substituição ao pólen
nos períodos de escassez de alimento.

Apoio: UFC e CNPq

Palavras-chaves: abelha, escassez de alimento, ração, operárias, longevidade

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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507

RELAÇÃO DO COMPORTAMENTO
HIGIÊNICO E GANHO DE PESO SEMANAL
DE COLMÉIAS EM PROCESSO DE SELEÇÃO
MASSAL PARA PRODUÇÃO DE MEL
Izabel Christina da Silva, Dejair Message, Geraldo Neri Ferreira, Cosme Damião Cruz
Universidade Federal de Viçosa; Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa , MG, Brasil
icsmel@pg.ffclrp.usp.br

Em função das condições de mercado, com preços baixos e exigências maiores quanto à quali-
dade do mel, torna-se necessário desenvolver programas visando aumento da produtividade de mel
para se obter um melhor retorno econômico para os apicultores e aumentar a resistência das abel-
has aos diferentes patógenos para se evitar o uso de medicamentos nas colméias. O comportamento
higiênico é um dos mecanismos de resistência a diferentes doenças que vem sendo utilizado em várias
partes do mundo. Neste trabalho são avaliados o comportamento higiênico de colméias em processo
de seleção massal para produção de mel utilizando ganho de peso semanal com forrageamento em
alimentadores coletivos e natural.(Método UFV de Seleção Massal).Os resultados obtidos mostram
que o comportamento higiênico de 45 colméias teve uma média de 86,1+/-17,5% de eficiência pelo
método de perfuração. Este comportamento não apresentou correlação significativa com o ganho de
peso semanal em condições artificiais e também em condições naturais. No entanto, cerca de 25% das
colméias apresentaram valores de ganho de peso semanal e comportamento higiênico acima da média
observada, indicando a possibilidade de seleção. O ganho de peso semanal através de forrageamento
em alimentadores coletivos e o ganho de peso em condições naturais apresentaram uma correlação
positiva altamente significativa,mostrando que a seleção massal pode ser realizada avaliando-se o
ganho de peso ao longo de uma semana a partir de alimentação artificial.

Apoio: FAPEMIG, CNPQ

Palavras-chaves: comportamento higiênico, abelhas africanizadas, ganho de peso, seleção


massal

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508

COMPORTAMENTO DE ABELHAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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509

ESTUDO DAS ATIVIDADES DIÁRIAS


DOS MACHOS DE Eulaema nigrita
(EUGLOSSINA, APIDAE), NA ISCA DE
VANILINA EM UM FRAGMENTO DE MATA
URBANA EM SALVADOR (BA),
EM DIFERENTES MESES DO ANO
Miriam Gimenes¹*, Pedro Nascimento Melo²
¹ Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas;
²UCSal - Universidade Católica do Salvador
Campus Universitário, BR 116, Km 03, 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brasil
miriam.gimenes@uol.com.br

Vários estudos foram realizados com abelhas da subtribo Euglossina utilizando-se isca de odor
como atrativo, porém poucos com enfoque nos padrões diários de atividade de visita das abelhas nas
iscas. Este estudo teve como objetivo analisar as atividades diárias dos machos de Eulaema nigrita
e a influência dos fatores climáticos ao longo do dia em diferentes meses do ano, na isca de vanilina,
em uma mata urbana em Salvador. Foram feitas observações das visitas das abelhas à isca de odor,
das 5:00 às 18:00h por 3 dias, bimestralmente em 2006. Fevereiro foi o mês de maior freqüência de
visitas das abelhas na isca e junho o de menor. Os machos chegavam na isca mais cedo em novem-
bro, dezembro e fevereiro (entre 5:00 e 6:00h) e mais tarde em abril e setembro (entre 5:30 e 9:00h).
Em fevereiro e novembro as abelhas apresentaram um padrão de atividade diário bimodal, com um
intervalo de ca. de 3 no meio do dia. Em dezembro o padrão de atividade foi unimodal com o valor
do ângulo médio para as visitas ocorrendo às 9:04h. Os padrões de atividade diária dos machos de
E.nigrita em vanilina podem representar o que ocorre em situação natural em que o horário de maior
número de visitas às flores estaria sincronizado com o horário de maior produção da fragrância. A
temperatura e os demais fatores climáticos pouco influenciaram as atividades das abelhas pois a
variação destes ocorreu dentro de uma faixa permissiva para o vôo das abelhas, tendo a temperatura
durante o estudo variado de 23 a 32ºC, intervalo considerado permissivo para as atividades das abel-
has em áreas tropicais.

Apoio: Programa de Pós-graduação em Ecologia e Biomonitoramento, Instituto de Biologia. Uni-


versidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana

Palavras-chaves: Eulaema nigrita, mata, vanilina, padrão de atividade diária, Nordeste

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510

ATIVIDADE EXTERNA DA ABELHA


JANDAÍRA Melipona subnitida EM TERESINA, PI
Levi Saimon Monteiro Lopes Neves¹, Maria Teresa do Rego Lopes²*, Fábia de Mello Pereira²
Ricardo Costa Rodrigues de Camargo² , Márdyla de Sousa Marques¹
¹Universidade Federal do Piauí; ²Embrapa Meio-Norte
Av. Duque de Caxias, 5650, Bairro Buenos Aires, Teresina, PI. CEP: 64006220
mteresa@cpamn.embrapa.br

O estudo das atividades externas das abelhas sem ferrão é importante para a compreensão
de sua biologia e comportamento em diferentes ambientes. Neste trabalho objetivou-se avaliar o
comportamento de coleta e de limpeza da abelha jandaíra Melipona subnitida em Teresina, Piauí. O
experimento foi conduzido no meliponário da Embrapa Meio-Norte, entre maio e outubro de 2007.
Foram observadas seis colônias de abelhas jandaíra instaladas em colméias racionais, uma vez por
semana, entre 7:00 e 17:30, cinco minutos a cada hora. O número de abelhas que entravam e saíam
foi registrado observando-se a quantidade que entrava na colônia com cargas de pólen, resina e barro,
sem carga na corbícula e saindo da colméia sem carga ou removendo material. A quantidade de néc-
tar foi obtida pela subtração do número de abelhas que entraram na colméia sem carga do número
de abelhas que removiam material. Foram registrados dados de temperatura, umidade relativa do ar,
radiação e velocidade do vento por meio de estação metereológica localizada na área. A atividade
externa de M. subnitida foi maior nos meses de maio, junho e julho, com significativo decréscimo em
agosto e setembro, período de poucas floradas na região. A partir do final de setembro verificou-se au-
mento na atividade externa, o que pode estar relacionado ao período do florescimento do cajueiro. A
coleta de alimento (pólen e néctar) foi a atividade predominante, correspondendo a 73% da atividade
externa. Os horários de maior coleta de néctar foram 9:00 e 17:00, e de pólen foi às 7:00. A coleta
de barro, de resina e a atividade de limpeza foram maiores pela manhã. Houve acentuado aumento
na coleta de barro em setembro e outubro, coincidindo com a implantação de culturas irrigadas em
área próxima ao meliponário. Não houve correlação significativa entre as atividades estudadas e as
condições ambientais no período.

Apoio: FINEP

Palavras-chaves: Abelhas indígenas, Meliponina, Atividade de vôo, coleta, limpeza

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511

ABELHAS (HYMENOPTERA, APIDAE)


REGISTRADAS EM PRAÇAS DO MUNICÍPIO
DE JUIZ DE FORA, MG
Lívia Cabral de Castro*, Fábio Prezoto
Laboratório de Ecologia Comportamental, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas -
Comportamento e Biologia Animal, Universidade Federal de Juiz de Fora, MG
liwinhacabral@yahoo.com.br

O processo de urbanização modifica o ambiente, alterando os locais de nidificação e diminu-


indo as fontes de recursos tróficos de muitas espécies. A presença de áreas verdes remanescentes,
como praças e parques podem oferecer recursos a muitos animais. O objetivo desse trabalho foi veri-
ficar a abundância de abelhas em áreas urbanas. Foram realizadas coletas mensais em três praças em
Juiz de Fora, MG, de outubro/2007 a fevereiro/2008, totalizando 120h de coleta. Em cada coleta três
indivíduos de cada espécie foram fixados, sendo os demais indivíduos presentes registrados através
de contagem. Foram contabilizados 4081 indivíduos: 2126(52,10%) Trigona spinipes; 807(19,77%)
Tetragonisca angustula; 535(13,11%) Nannotrigona testaceicornis; 470(11,52%) Apis mellifera e
143(3,5%) outras espécies. A abundância significativamente maior (p= < 0,0001) de Trigona spin-
ipes se deve ao fato dessa espécie exibir o hábito de coletar materiais como: tecidos florais, resina
e partes do caule para a construção de seus ninhos. Os meses de outubro e fevereiro apresentaram
maior número de abelhas forrageando, possivelmente por ser a época de floração de duas espécies
muito visitadas pelas abelhas, Euphorbia milii e Malvaviscus arboreus. Esses resultados demonstram
a utilização de recursos por poucas espécies abundantes em ambiente urbano.

Apoio: UFJF e CAPES

Palavras-chaves: Ambiente urbano, Abundância, Apini, Praças, Trigona spinipes

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EFEITO DA DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE


POPULACIONAL SOBRE O POP DE
Scaptotrigona postica
(HYMENOPTERA, MELIPONINA)
Genilson Rodrigues Ferreira Lima¹*, Lenira de Melo Lacerda¹, Gisele Garcia Azevedo¹, R,
Sidnei Mateus²
¹ Universidade Federal do Maranhão – UFMA; ² Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ri-
beirão Preto - USP
Rua V 9, Quadra 9, Residencial Água Branca 2, Bloco 1, Apto 002, Parque Shalon
genilsonlima@hotmail.com

A capacidade de auto-regulação das abelhas Meliponina tem sido testada em colônias classifi-
cadas como fracas, intermediárias e fortes. Tal classificação baseia-se, principalmente, na estimativa
do tamanho da população, do número de favos e de potes de alimento. Apesar disto pouco se sabe
sobre o peso, dinâmica e interações entre esses aspectos. O objetivo deste trabalho foi verificar o
efeito da redução da população sobre os comportamentos ligados ao POP. Para isso foram feitas fil-
magens dos processos de postura de uma colônia com população original e com população reduzida.
A maior parte dos resultados obtidos na colônia manipulada foi compatível com outros observados
em colônias fracas. Tais alterações refletiram, principalmente, a influência direta do reduzido número
de operárias em atividade, e do menor numero de células construídas e aprovisionadas. Alguns re-
sultados, no entanto, não seguiram tal tendência. Não houve alteração do número de descargas efetu-
adas nas colônias manipuladas, todavia as operárias ali produzidas apresentaram maior tamanho. Os
resultados preliminares sugerem que a diminuição da população aumentou a quantidade de alimento
disponível na colônia/indivíduo, e esta se refletiu na maior quantidade de alimento contido no papo
das mesmas. Melhor entendimento destes resultados depende de mais estudos e de informações sobre
o fluxo de alimento nos ninhos.

Apoio: CNPq , CNPq/PIBIC

Palavras-chaves: Aprovisionamento, Postura, Scaptotrigona postica, População alterada,


Morfometria

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513

SALIVA SERVING AS PHEROMONE -


CARRIER, SIGNALLING RESOURCE
LOCATIONS IN TRIGONA BEES
Dirk Louis P. Schorkopf¹*, Stefan Jarau², Wittko Francke³, Robert Twele³, Ronaldo Zucchi4
¹Department for Neurobiology and Behavioral Sciences, University of Vienna;
²Department of Experimental Ecology, University of Ulm;
³Institute of Organic Chemistry, University of Hamburg;
4
Department of Biologia FFCLRP-USP
Department for Neurobiology and Behavioral Sciences, University of Vienna, Althanstrasse14, 1090
Vienna AUSTRIA (EUROPE)
Dirk-Louis.Schorkopf@univie.ac.at

We show that the South American meliponine species Trigona spinipes (Fabricius 1793)uses
its saliva to lay scent trails to communicate the location of profitable food sources,thereby affirming
the “labial gland” hypothesis by Jarau et al. (2006). The labial gland hypothesis states that it is the
labial gland (not the mandibular gland) which produces the scent trail pheromones in scent trail lay-
ing meliponines. Cephalic extracts of T. spinipes contain octyl octanoate as a major component and
we found this volatile to be highly attractive to newly recruited bees when offered during recruitment
experiments. Neither the mandibular nor the hypopharyngeal glands of foragers contained any octyl
octanoate. However, the latter was abundant (approx. 74% of the volatile substances) in the saliva
producing labial glands. We performed chemical analysis with conventional GC and GCMS – meth-
ods. We also detected the active ester on substrates previously scent marked by foragers returning
from a highly profitable sugar source (50% weight/weight unscented sugar solution provided via an
artificial feeder) thereby proving that saliva is in fact deposited during scent marking sessions. By
means of artificial scent trail experiments we behaviourally tested the significance of octyl octanoate
as an active compound concluding that this single compound already elicits full trail following behav-
iour. By providing an example of a single compound pheromone in a meliponine bee, we consider-
ably facilitate further insights to the scent trail biology in day flying insects.

Apoio: FWF to F.G.B (P17530) and the German ‘Fonds der Chemischen Industrie’ to W.F

Palavras-chaves: communication, scent trail, flying insect, saliva

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514

COMO Scaura longula


(APIDAE, MELIPONINI) PROTEGE
SEU NINHO ATRAINDO VESPAS
OPORTUNÍSTICAS Polybia emaciata
Marilda Cortopassi-Laurino¹*, Mariana Taniguchi², Paulo Nogueira-Neto¹
¹Laboratório de Abelhas do IBUSP- São Paulo-SP; ²Dept. de Biologia FFCLRP-Ribeirão Preto-SP
Rua do Matão, travessa 14, nº321, 05508-900
mclaurin@usp.br

O comportamento de proteção dos ninhos das abelhas sem ferrão é bastante amplo variando
desde estruturas defensivas, nidificação em agregados ou junto com formigas, cupins e vespas até
comportamento individual de beliscar a pele em locais sensíveis como pálpebras e narinas além de
vibrar nos pêlos e depositar grumos de resina no intruso. Scaura longula (jataí negra), espécie dócil,
nativa na região de Goiás onde foi observada em fevereiro de 2008, apresentou comportamento in-
usitado: ao longo de todo dia, abelhas campeiras que retornavam ao ninho depositavam uma ou duas
gotículas muito densas, provavelmente néctar, nas proximidades da entrada, que eram rapidamente
ingeridas por 1-3 vespas Polybia emaciata. Estas vespas investiam contra as próprias abelhas Scaura
e uma barata que foi observada lambendo os detritos de lixo jogados na porta do ninho. Ao longo
das observações, as vespas chegavam cedo, ao mesmo tempo em que iniciava o movimento externo,
entre 20.7-20.9°C e 84-93% de UR e permaneciam até o final da tarde, quando começava a escurecer.
Havia dominância de coleta destas gotículas por uma das vespas embora entre elas ocorresse trofal-
axis. A maior parte das gotículas (60%, n=109) foi depositada ao redor de 10cm da entrada do ninho e
ao longo do dia aumentou progressivamente até uma hora antes do pico do movimento externo, ocor-
rido as 16:00h, quando elas foram depositadas em até 30cm de distancia. Se este comportamento é
eventual, não é conhecido, mas este período de interação abelha-vespa coincidiu com a ampliação do
comprimento e largura da porta, provavelmente associado com fase de enxameação do ninho como
ocorre em outras abelhas dóceis, quando talvez a vulnerabilidade das abelhas e ninhos aumente. Out-
ra possibilidade, independente do tempo, seria a recompensa do monitoramento pelas vespas porque
esta abelha joga o lixo na porta, e deste lixo armazenado já emergiram pequenos lepidópteros.

Apoio: FAPESP 04/15801-0

Palavras-chaves: Interações, insetos sociais, Scaura longula, Polybia emaciata

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515

RESULTADOS PRELIMINARES SOBRE A


ATIVIDADE EXTERNA DE Melipona paraensis
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA)
EM UM MELIPONÁRIO NO DISTRITO DE
FAZENDINHA, AMAPÁ, BRASIL
Patrícia dos Santos Vilhena*, Richardson Ferreira Frazão, Arley José Silveira da Costa
Núcleo de Estudos Científicos e Tecnológicos sobre Abelhas Regionais (NECTAR/UNIFAP)
UNIFAP, Rod. JK, Km 02, PROPESPG, NECTAR, Bloco I, Bairro Universidade, Macapá-AP,
68902-280
patricia.vilhena@hotmail.com

Na Amazônia, os meliponíneos representam o grupo mais diversificado dentro de Apidae, sen-


do que cada espécie exibe características comportamentais típicas. No Amapá, as comunidades tradi-
cionais desenvolvem a prática da meliponicultura, manejando abelhas como Melipona paraensis,
portanto, é importante identificar os aspectos comportamentais desta espécie, como a atividade de
vôo. O objetivo deste trabalho foi analisar a atividade de vôo em M. paraensis. Neste estudo foram
observadas colméias localizadas no Distrito de Fazendinha em Macapá-AP entre 7:00 h e 18:00 h,
por três dias. O número de abelhas que entraram e saíram das colméias foi registrado manualmente,
com esforço de 5 minutos por colméia a cada hora. A atividade de vôo apresentou uma distribuição
bimodal, com os maiores fluxos ocorrendo entre 7:00 e 9:00 horas e entre 14:00 e 16:00 horas. O pico
da tarde era em geral menor que o da manhã, sendo que os registros de algumas colméias evidencia-
ram um registro unimodal com fluxo principal pela manhã. Este estudo encontra-se em fase inicial
e será ampliado, considerando não apenas os horários, mas também a interferência de outros fatores
ecológicos sobre a atividade de vôo de M. paraensis.

Apoio: UNIFAP

Palavras-chaves: forrageio, abelhas sem ferrão, comportamento, meliponicultura, Amazônia

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516

COLÔNIA MISTA DE Nannotrigona


testaceicornis E Scaptotrigona aff. depilis
(APIDAE: MELIPONINI) E
INDIVÍDUOS PRODUZIDOS
Kátia Paula Aleixo*, Cristiano Menezes, Vera Lúcia Imperatriz Fonseca
*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
katialeixo@yahoo.com.br

As colônias mistas representam um interessante material biológico para estudar as interações


entre os insetos sociais. Podem ser formadas artificialmente, mas também ocorrem casos naturais ou
espontâneos, como foi registrado recentemente entre as espécies Scaptotrigona aff. depilis e Nan-
notrigona testaceicornis. A determinação de castas, bem como a produção de machos, é um dos
fenômenos que podem ser estudados pela formação de colônias mistas, e constitui o objeto principal
do presente trabalho. Uma colônia mista foi preparada utilizando-se um ninho de N. testaceicornis,
onde foi adicionado um favo contendo pupas de operárias de S. aff. depilis. As operárias desta es-
pécie, maiores que as da primeira, conviveram pacificamente com as demais e, inclusive, construíram
células de cria típicas de sua espécie, com volumes de alimento maiores do que as normalmente
construídas pelas operárias de N. testaceicornis. Do total dos 383 indivíduos analisados, as fêmeas
de N. testaceicornis representaram pouco mais de 90%, entre elas 32 rainhas. Os machos obtiveram
uma representação de 7,57%, incluindo os de tamanho normal e gigante. Machos de S. aff. depilis
contribuíram com seis indivíduos, filhos das operárias. A alta representatividade das rainhas de N.
testaceicornis está relacionada à oviposição realizada pela rainha dessa espécie em células construí-
das pelas operárias de S. aff. depilis. A ingestão de maior quantidade de alimento foi a causa dessa
significância, reforçando a hipótese de que as castas são determinadas pela quantidade de alimento
nas abelhas sem ferrão, com exceção do gênero Melipona e das rainhas miniaturas. Para averiguar a
possível ocorrência de operárias gigantes ou intercasta entre as fêmeas, análise por morfometria clás-
sica está em andamento.

Apoio: CNPq; FAPESP

Palavras-chaves: Colônia mista, Determinação de castas, Rainhas, Nannotrigona , Scap-


totrigona

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517

POLIETISMO ETÁRIO ENTRE AS


OPERÁRIAS DE Trigona pallens
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
Filipi Rogério Silva*, Sidnei Mateus, Ronaldo Zucchi
*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
filipirsilva@yahoo.com.br

As abelhas sem ferrão (Meliponini) apresentam duas castas de fêmeas bem diferenciadas com
relação à fisiologia, comportamento e morfologia. A função da rainha é basicamente reprodutiva, ga-
rantindo a continuidade da colônia. As operárias executam diferentes tarefas de acordo com a idade,
como construção de células de cria, limpeza da colônia, cuidado com a prole e coleta de alimento. O
objetivo do trabalho foi analisar a divisão de trabalho em operárias de Trigona pallens, verificando as
idades correspondentes as diferentes tarefas realizadas dentro da colônia. Operárias recém emergidas
foram marcadas (n=320) seguindo uma combinação de cores e devolvidas à colônia. Diariamente
foram realizadas observações diretas e sessões de filmagens (27/04 a 07/07/2007) focando os indi-
víduos marcados e as tarefas por eles executadas, fornecendo dados comportamentais individuais. A
média de vida das operárias foi de 28,3 dias ± 10,9 com idade máxima de 67 dias. Tarefas relacio-
nadas à manutenção da colônia apresentaram as seguintes faixas de idade: retirada de cerume das
células (1-19 dias; 5 dias ± 2,7), manipulação do batume (7-34 dias; 13,8 dias ± 6,3), manipulação do
lixo (6-33 dias; 19,1 dias ± 6,1), construção de pilares (2-25 dias; 13 ± 5,6). Atividades de forrageio
ocorreram dos 19 aos 60 dias (33,9 dias ± 7,7). A participação no POP ocorreu dos 4 aos 11 dias de
idade (6,9 dias ± 1,5), sendo a construção de células feita por operárias de 2 a 15 dias (6,5 dias ± 2,6).
A seqüência de tarefas executadas pelas operárias de T. pallens é semelhante ao de outras abelhas
sem ferrão podendo ocorrer variações entres as espécies e devido às condições interna e externa da
colônia.

Apoio: FAPESP; CNPq

Palavras-chaves: Polietismo etário, Divisão de trabalho, Trigona pallens, Meliponini , Abel-


has sem ferrão

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VISITANTES FLORAIS EM CULTURA DE


CAFÉ (Coffea arábica) NO MUNICÍPIO DE
CARMO DO PARANAÍBA - MG
Ana Paula Roncolato¹*, Guilherme dos Reis Vasconcelos, André Luiz Halak, Flávio Augusto
Santos Silva, Darclet Teresinha Malerbo-Souza²
¹*Graduando em Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda;
²Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510 Ribeirão Preto, Brasil
anap_roncolato@hotmail.com

Os objetivos desta pesquisa foram estudar a biodiversidade entomófila em flores de café (Cof-
fea arábica), a fim de verificar os insetos mais freqüentes, bem como o seu comportamento. O ex-
perimento foi conduzido em Carmo do Paranaíba, MG, no mês de outubro de 2006 e a variedade
usada foi Catuaí Vermelho. Foram avaliados a freqüência das visitações dos insetos e o tipo de coleta
(néctar e/ou pólen) desses insetos nas flores, no decorrer do dia, por meio de contagem nos primeiros
10 minutos de cada horário, das 7h00 às 18h00, com três repetições. Os insetos mais freqüentes nas
flores foram abelhas africanizadas (Apis mellifera) (73,96%), seguida das abelhas irapuá (Trigona
spinipes) (12,8%) e abelhas jataí (Tetragonisca angustula) (6,6%). As abelhas africanizadas prefer-
iram coletar néctar (73,2%) que pólen (26,8%) e observou-se que, para néctar, essa abelha aumentou
sua freqüência entre 9h00 e 10h00 e posteriormente às 14h00. Para pólen, essa abelha visitou as flores
até as 17h00, com pico de freqüência às 13h00 e 16h00.

Apoio: Centro Universitário Moura Lacerda

Palavras-chaves: Polinização, insetos, abelhas, café, Coffea arábica

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COMPORTAMENTO DE COLETA DE PÓLEN


POR OPERÁRIAS DE Melipona flavolineata
(Apidae: Meliponina) EM UM FRAGMENTO
DE CERRADO NO MUNICÍPIO DE
URBANO SANTO – MA, BRASIL
Cícero Alves Lima Jr.¹*, Gisele Garcia Azevedo¹, Márcio Romero Marques Carvalho¹, Lenira de
Melo Lacerda¹,Sidnei Mateus²
¹ Universidade Federal do Maranhão - UFMA;
²Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
AV. dos Portugueses, S/N - CEP 65085-580 São Luís - MA , Brasil
gisabelha@yahoo.com.br

Com o objetivo de caracterizar a atividade de coleta de pólen de Melipona flavolineata, três


colônias instaladas em um fragmento de Cerrado foram observadas mensalmente, de nov./2005 a
out./2006, das 5:30h às 18:30h. A cada hora, campeiras foram capturadas para retirada do pólen das
corbículas. Utilizou-se o método de acetólise de Erdtman (1960) modificado. Os dados foram anali-
sados pelo índice de diversidade de Shannon-Wiener, correlação linear de Pearson e ANOVA. A ativi-
dade de coleta de pólen foi mais intensa das 7:30 às 9:30 e das 16:30-17:30. Do total de 279 abelhas,
31 morfo- espécies foram identificadas, das quais 14 foram exclusivas do período chuvoso, 12 do
período seco e 5 de ambos períodos. 84% das fontes pertenceram a apenas 13 morfo-espécies, sendo
Arecaceae sp1 (19%), Myrtaceae sp2 (13%), Aechmea tocantina (7%), Solanaceae sp2 (10%), Mi-
mosa caesalpinefolia (6%) e Myrtaceae sp1 (6%) as mais freqüentes. A correlação linear de Pearson
mostrou que a diversidade de fontes polínicas aumenta significativamente com o aumento de cam-
peiras com pólen ao longo do dia (p=0,0003), entretanto esse aumento na diversidade correspondeu à
coleta de fontes polínicas ocasionais (n=1 abelha) (Sapindaceae sp1, Stryphnodendron sp1 , Myrsia
sp , Banara sp , Allamanda sp e Malvaceae sp1), sendo que 97% das abelhas de um mesmo horário
coletaram pólen de uma única morfo-espécie, o que sugere um mecanismo de recrutamento semel-
hante ao observado para fontes de néctar. A temperatura (p=0,0011) e a umidade (p=0,0022) foram
correlacionadas significativamente com a atividade das campeiras, mas não foram significativas para
o aumento da diversidade das fontes polínicas coletadas (p=0,06 e p=0,08 respectivamente). A sazon-
alidade não alterou significativamente a atividade diária de coleta de pólen (ANOVA, p= 0,1265) nem
a diversidade de fontes polínicas (p=0,2918). As grandes extensões de eucaliptais e matas ciliares
podem explicar a prevalência das famílias Arecaceae, Myrtaceae, Solanaceae e Leguminosaceae.

Apoio: CNPq (proc. 471353/2004-3); Comercial Agrícola Paineiras

Palavras-chaves: Meliponina, pólen, forrageamento, Cerrado, abelha sem- ferrão

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520

COMPORTAMENTO DA ABELHA Euglossa sp.


EM CULTURA DO URUCUM (Bixa orellana)
PRESENTE NO MUNICÍPIO DE CAUCAIA,
ESTADO DO CEARÁ
Francisca Ligia Aurelio Mesquita*,Thiago Mahlmann Vitoriano Lopes Muniz,
Breno Magalhães Freitas
Universidade Federal do Ceará – UFC
Av. Mister Hull, s/n - Pici - CEP 60455-760 - Fortaleza – CE, Brasil
apisrainha@yahoo.com.br

O urucuzeiro Bixa orellana na sua região de origem, a Amazônia, é uma planta que atrai muitos
insetos e principalmente abelhas. Com base nisso objetivou-se acompanhar o comportamento de
pastejo das abelhas nativas presentes na cultura do urucum na região de Caucaia-CE durante 14 dias
de observações diretas no campo. As observações foram feitas através de caminhadas com interva-
los de uma hora, iniciando às 4:00 h. e finalizando às 15:00 h. Após as observações os insetos eram
sacrificados com acetato de etila e posteriormente montados em alfinetes entomológicos, devida-
mente etiquetados e identificados. Foi encontrado visitando os urucuzeiros espécies de abelhas das
famílias Antophoridae, Halictidae, Andrenidae e Apidae, dentro desta última família foi observado o
comportamento das abelhas Euglossa sp. que aproximavam-se da flor frontalmente e, ao pousarem,
agarravam uma pequena parcela das anteras com suas mandíbulas e pernas e realizavam movimen-
tos vibratórios (buzz-pollination). Ao realizarem a vibração nas anteras o pólen era liberado, caindo
sobre seu corpo. Após a coleta realizavam comportamento de limpeza, pairando no ar no intervalo
entre as visitas, transferindo pólen de seu corpo para a corbícula, com auxílio das pernas anteriores
e medianas, porém, grandes quantidades de grãos de pólen, ainda eram vistos sob seu abdômen. Ha-
bitualmente, um grande número de flores da mesma planta ou de plantas diferentes de Bixa orellana
era visitado seqüencialmente por essa abelha, apesar dessa espécie raramente ter sido vista tocando o
estigma podemos concluir que as abelhas Euglossa sp. coletoras de pólen apresenta comportamento
característico de agente polinizador efetivo do urucum.

Apoio:

Palavras-chaves: Comportamento, abelhas, Euglossa sp., urucuzeiros, pastejo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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521

INTERAÇÕES ENTRE Oxytrigona tataira


SMITH, 1863(HYMENOPTERA, APOIDEA,
MELIPONINA) E HOMÓPTEROS EM UMA
ÁREA URBANA DE ARACAJU-SE
Larissa Batista Lima*, Kamila F.A. Santana, Maxwell Souza Silveira
Universidade Tiradentes/Instituto de Tecnologia e Pesquisa
AV. Murilo Dantas, Bairro Farolândia,49032-490, Aracaju, Sergipe
limablarissa@yahoo.com.br

Os meliponíneos apresentam várias associações com outros grupos de insetos, eg. coleópteros,
formigas e térmitas, destacando-se a coleta de exudato em homópteros. Este estudo teve como obje-
tivo identificar as principais interações, a freqüência de atividade e os padrões comportamentais de
Oxytrigona tataira, durante a coleta de exudato em uma espécie de Homoptera. As interações foram
observadas em uma população de homópteros presente em uma mangueira (Mangifera indica), lo-
calizada no Campus Farolândia da Universidade Tiradentes, em 24, 25 e 30 de maio de 2008, das
6:00 às 17:00h, totalizando dois dias de observações. Foram marcados 6 galhos colonizados, com
altura média de 1,65 m. Ao início de cada dia de observação foi registrado o número de adultos e
ninfas presentes em cada galho observado. A freqüência de visita e os padrões comportamentais das
abelhas foram observados durante 20 minutos, dentro de cada hora de observação. Os dados micro-
climáticos de umidade e temperatura foram registrados em intervalos de 1h com o auxilio de um
termo-higrometro digital. Exemplares dos homópteros foram coletados para identificação. Os galhos
observados apresentaram 846 indivíduos homópteros, sendo 71 adultos e 775 ninfas. Foram registra-
das 3390 visitas de O. tataira. Destas, 637 foram observadas coletando exudato. A maior freqüência
de atividade foi registrada entre 9:00 e 14:00h, com temperatura média de 33ºC. Durante as vistas as
abelhas tocavam os homópteros com as antenas. Foi observado que as abelhas desidratavam o exu-
dato durante as visitas. As abelhas apresentaram comportamento agressivo em relação aproximação
de outros insetos. O comportamento agressivo de O. tataira na presença de outros insetos durante as
visitas pode representar proteção aos homópteros contra predadores, ou evitar competição.

Apoio:

Palavras-chaves: Comportamento, protocooperação, meliponíneos, abelhas sem ferrão, exudato

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INFLUÊNCIA DO FLUXO ALIMENTAR NOS


SINAIS DE RECRUTAMENTO (DANÇA E
VIBRAÇÕES TORÁCICAS) EM Apis mellifera
Camila Maia - Silva¹*, Michael Hrncir ¹, Walter Marcelo Farina²
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Grupo de Estudio de Insectos Sociales, Facultad de Ciencias Exactas y Naturales, Universidad de
Buenos Aires - Argentina
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
mimaiabio@hotmail.com

Colônias de Apis mellifera exploram fontes ricas de néctar e pólen. Sabe-se, que flores com
maior volume de néctar e que oferecem maior ganho de energia são mais exploradas. As informações
(direção, distância e qualidade do recurso) obtidas por uma forrageira são transmitidas para a colônia
através de danças. Um parâmetro importante para a transmissão de tais informações são vibrações
torácicas produzidas durante a dança. Visto que, a lucratividade (energia ganha menos energia gasta
durante a coleta) é um fator importante para a comunicação, o presente trabalho investigou a relação
entre a lucratividade do recurso, a dança e as vibrações torácicas em Apis mellifera. O estudo foi
realizado no Campo Experimental da Universidade de Buenos Aires (Argentina) em março de 2008.
Doze abelhas foram treinadas para forragear em um alimentador (localizado a 180m da colméia)
contendo solução de sacarose de concentração constante (50%) que foi oferecida individualmente
às abelhas em fluxos diferentes (4.5, 9.0 e 17.5µl de solução/min). No alimentador, registramos o
tempo de coleta gasto por cada abelha e calculamos a quantidade de alimento ingerido multiplicando
o tempo gasto pelo fluxo oferecido. No interior da colméia analisamos a probabilidade de dança e as
vibrações torácicas produzidas por cada abelha, em cada fluxo. Observou-se que no fluxo alimentar
de 4,5 µl/min, o tempo gasto pelas abelhas no alimentador (10.6±2.8min) foi maior e a quantidade de
alimento ingerida (47.7µl) foi menor do que nos outros fluxos (9µl/min: 6.7±1.8min, 60.6µl; 17.5µl/
min: 4.0±3.9min, 70.5µl). A probabilidade de dança foi maior nos fluxos 9.0 e 17.5µl/min do que no
fluxo 4.5µl/min (4.5µl/min: 52.0±37.7%; 9µl/min: 80.4±29.0%; 17.5µl/min: 91.9±19.3%). Houve
uma correlação positiva entre o fluxo alimentar e o número de pulsos vibratórios produzidos pelas
abelhas dentro do ninho. Assim, concluímos que a lucratividade do recurso alimentar influencia os
sinais de recrutamento em Apis mellifera.

Apoio: CNPq; FAPESP - 06/50809-7; APNCyT (PICT2006-1155)

Palavras-chaves: Apis mellifera, dança, vibrações torácicas, lucratividade do recurso, fluxo de


alimento

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523

VISITAÇÃO DE Apis mellifera NA


CARAMBOLA (Averrhoa carambola L.)
Danielle de Abreu Silva*, Michelle de Oliveira Guimarães, Weverton Filgueira Pacheco, Rômulo
Augusto Guedes Rizzardo, Breno Magalhães Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
Av. Mister Hull, s/n - Pici - CEP 60455-760 Fortaleza, CE, Brasil
abreudielle@gmail.com

O presente trabalho relata o comportamento da abelha Apis mellifera quando em visita às flores
de carambola (Averrhoa carambola L.). As observações de campo foram realizadas em plantas ex-
istentes no Setor de Horticultura do Departamento de Fitotecnia, pertencente ao Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Ceará, durante o período compreendido entre 30 de janeiro e 07
de março de 2007. Foram realizadas 94 observações de acompanhamento de vôo das abelhas entre as
06:00 e 17:00h, distribuídas em nove dias durante este intervalo. Foram contados o número de flores
e inflorescências visitadas por viagem e cronometrado o tempo gasto nestas. Os resultados sugerem
que as abelhas visitaram as flores da carambola apenas para coleta de néctar, já que não foi observado
a existência de pólen nas corbículas. Os horários com os maiores tempos de visitação às flores e/ou
inflorescências ocorreram entre as 10h e 12h (médias de 20,46 flores em 9,19 inflorescências), 14h
(19,33 flores em 10,89 inflorescências) e 17 horas (20,5 flores em 9,5 inflorescências). Quanto aos
tempos de visitação, ocorreu variação entre 64,75 e 113,75 segundos (às 13:00h e 16:00h, respectiva-
mente). Dessa forma, supõe-se que a carambola é uma fonte de néctar para as abelhas, porém faz-se
necessário um estudo mais detalhado sobre a interação desta abelha com esta planta.

Apoio:

Palavras-chaves: abelha melífera, carambola, néctar

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524

EFEITO DA PRESENÇA DE ABELHAS


FORRAGEADORAS DURANTE O PERÍODO
DIURNO E NOTURNO NO COMPORTAMENTO
HIGIÊNICO REALIZADO PELAS ABELHAS
AFRICANIZADAS Apis mellifera L.
Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Maurício Francoy, Lionel Segui Gonçalves
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; Programa de Pós-Graduação
em Entomologia - Laboratório de Biologia e Genética de Abelhas
Av. Bandeirantes, 3900 - 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
vanessabugalho@usp.br

Dentre as diversas atividades desempenhadas pelas operárias de Apis mellifera, o forrageamen-


to é a última delas. Sabe-se, entretanto que tal polietismo não é uma estrutura rígida, podendo variar
conforme as necessidades da colônia. Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar se as abelhas
forrageadoras influenciam durante a noite (período, no qual existe pouca ou nenhuma coleta de recur-
sos) na realização do comportamento higiênico (CH), comumente realizado por abelhas mais jovens.
Foram escolhidas aleatoriamente seis colônias de abelhas africanizadas. Dois quadros-testes de CH
foram introduzidos em cada colméia, um às 12:00 horas e recolhido às 22 horas, permanecendo, 10
horas na colméia, das quais, 6 horas as campeiras estavam forrageando e 4 horas estavam dentro da
colméia. Um outro teste foi introduzido às 0:00 hora e recolhido às 10 horas, permanecendo, portanto,
em situação inversa. Assim, cada quadro foi trabalhado por populações diferentes em tamanho e tipo
de abelhas (forrageiras, etc). Registradores automáticos de atividades de vôo dotados de foto-células
(Apidômetros) foram instalados nas colônias para confirmar o padrão de atividade de vôo das abelhas
durante os experimentos. Foram feitas duas repetições. A média (%) do CH das seis colônias analisa-
das em cada repetição: das 12:00h às 22:00h e das 0:00h às 10:00h foram respectivamente de 2,8%
e 3,7% no primeiro teste e de 1,4% e 4,8% no segundo. A média entre os dois testes foi de 2,1% e
4,3%. A baixa porcentagem do CH é atribuída ao reduzido tempo de permanência do teste no interior
da colméia, porém mesmo assim é possível ser observado que o maior índice de remoção total foi
encontrado nos quadros-testes que permaneceram por mais tempo no período noturno. Novos testes
são necessários para comprovação dos resultados obtidos e para compreendermos melhor o efeito da
presença de abelhas forrageadoras no comportamento higiênico das abelhas africanizadas.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Polietismo etário, Comportamento higiênico, Forrageamento, Período di-


urno e noturno, Abelhas Africanizadas

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525

COMPARAÇÃO DE ALGUNS PARÂMETROS


TEMPORAIS RELACIONADOS À DIVISÃO
DE TRABALHO DENTRO DE COLMÉIAS
HIGIÊNICAS E NÃO HIGIÊNICAS DE
ABELHAS AFRICANIZADAS Apis mellifera
Michelle Manfrini Morais*, Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Maurício Francoy,
Rogério Ap. Pereira, Lionel Segui Gonçalves
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
mmanfrini@rge.fmrp.usp.br

Em abelhas africanizadas (Apis mellifera), as operárias realizam diferentes tarefas em distintas


épocas de suas vidas. Estas diferentes tarefas são conhecidas por divisão de trabalho. No entanto, tal
divisão entre as operárias das abelhas sociais é temporal e dinâmica e varia com a idade, necessidades
da colônia e condições ambientais. Assim, torna-se objetivo do nosso trabalho observar detalhada-
mente as tarefas realizadas pelas operárias em cada idade dentro de colméias selecionadas higiênica e
não higiênica. Sendo assim, um total de 1000 operárias (500 higiênicas e 500 não higiênicas) recém
nascidas foram marcadas com etiquetas numeradas e coloridas fixadas no tórax para identificação
individual e introduzidas dentro das colméias de observação. Observações diárias foram realizadas
durante os primeiros 28 dias de vida adulta das operárias introduzidas nas colméias. Tais observações
consistiam do acompanhamento individual de 20 operárias (escolhidas ao acaso) por idade sendo que
cada operária era observada por 15 minutos, perfazendo um total de cinco horas diárias. As tarefas
observadas foram anotadas em uma planilha de tarefas e posteriormente transformadas em curvas de
probabilidade relativa de execução de tarefas. Uma análise detalhada dos etogramas confeccionados
para as diferentes linhagens (H e NH), revelou que os períodos de atividades observados e compara-
dos para as linhagens durante a execução das tarefas de atendimento das crias, operculação das cé-
lulas de cria, remoção de escombros e ventilação, foram respectivamente de 2 a 15 dias (H) e 1 a 17
dias (NH), de 4 a 15 dias (H) e 2 a 14 dias (NH), de 6 a 28 dias (H) e de 7 a 28 dias (NH), de 8 a 27
dias (H) e de 10 a 28 dias (NH). Dessa forma, pudemos concluir que mesmo observando a divisão de
trabalho dentro de linhagens selecionadas, as operárias não apresentam diferenças estatísticas signifi-
cativas para os diferentes comportamentos registrados.

Apoio: Capes e Cnpq

Palavras-chaves: Divisão de Trabalho, Abelhas Africanizadas, Higiênica, Não Higiênica

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526

UTILIZAÇÃO DE PORTA-ISCA PARA


OBSERVAÇÃO DA ATIVIDADE DE
VÔO DOS MACHOS DE EUGLOSSINA
(HYMENOPTERA, APIDAE)
Pedro Nascimento Melo¹*, Miriam Gimenes²
¹*UCSal - Universidade Católica do Salvador, Instituto de Ciências Biológicas; ²Universidade Es-
tadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas
Avenida Pinto de Aguiar, Pituaçu, 41740-090, Salvador, Bahia, Brasil
biopedro@uol.com.br

As abelhas da subtribo Euglossina (Hymenoptera, Apidae, Apini) distribuem-se entre cinco


gêneros e apresentam de 175 a 200 espécies. Os machos são especializados em coletar compostos
odoríferos em flores de várias espécies de angiospermas, principalmente nas orquídeas. A utilização
de técnicas de captura e observação dessas abelhas por meio de iscas odoríferas e armadilhas tem
permitido o avanço dos estudos em vários campos da biologia e ecologia desses animais. Durante
um estudo realizado em um fragmento de mata no município de Salvador, Bahia, Brasil, sobre o
ritmo de atividades diárias dos machos de Euglossina, desenvolveu-se um sistema de porta-isca para
atrair essas abelhas. Cada sistema era constituído por um chumaço de algodão com cerca de 2 cm de
diâmetro, embebido em uma das fragrâncias utilizadas no estudo e colocado dentro de um coletor
plástico de cor branca, utilizado em análises clínicas, no qual foram feitas oito perfurações de 3 mm
de diâmetro. Cada recipiente foi preso a um fio de nylon amarrado a um pequeno gancho metálico
preso à tampa plástica, sobre a qual foi fixada uma lâmina de alumínio no ponto de inserção do gan-
cho. A utilização dessa técnica evitou que durante os momentos de chuva as iscas fossem lavadas
pela água, facilitando o estudo de campo, além de ampliar a superfície de pouso dos machos durante
a coleta dos compostos.

Apoio: Programa de Pós-graduação em Ecologia e Biomonitoramento, Instituto de Biologia,


Universidade Federal da Bahia

Palavras-chaves: Iscas químicas, Euglossina, Atividades diárias, Fragmento de mata, Ar-


madilha

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527

MACHOS DE Ceblurgus longipalpis


(ROPHITINAE: HALICTIDAE) GUARDAM
ALIMENTO/RECURSO PARA COPULAR
Paulo Milet-Pinheiro¹*, Airton Torres Carvalho¹, Reisla Oliveira², Clemens Schlindwein¹
¹*Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco.
²Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas, Zoologia, Universidade Federal da Paraíba
Av. Prof. Moraes Rego, s/n, 50670-901 Recife, PE - Brasil
miletpinheiro@hotmail.com

Ceblurgus longipalpis é o único representante de Rophitinae (Halictidae) no Brasil. Fêmeas


da espécie são monoléticas em flores de Cordia leucocephala (Cordiaceae), sendo abelha e planta
endêmicas da Caatinga. Neste estudo acompanhamos machos de C. longipalpis marcados individ-
ualmente e descrevemos as estratégias por eles utilizadas para se acasalar. Os machos de C. longi-
palpis recorreram às flores de C. leucocephala em busca de parceiras e utilizaram duas estratégias de
acasalamento: defesa de territórios e patrulha aleatória sobre flores. Territórios foram estabelecidos
após interações agressivas entre machos, antes da chegada das fêmeas nas flores. Machos territoriais
guardaram de 257 a 443 flores de Cordia, as defendendo contra machos co-específicos e outros in-
setos visitantes florais. Eles patrulharam ativamente em busca de parcerias, percorrendo rotas fixas e
pousando nas mesmas inflorescências, em geral as com maior número de flores do território. Apesar
de fiéis ao sítio do seu território, após a atividade de patrulha, machos dormiram em flores nos arre-
dores. Os machos escolheram apenas flores longistila e seguraram o estilete com suas mandíbulas, o
que evitou a queda das flores. Foram observadas até três cópulas diárias por macho territorial e nen-
huma por machos furtivos. Estes vistoriavam flores de vários territórios e eventualmente expulsaram
seu guardião por meio de mordidas e perseguições em vôo. Durante a cópula, os machos seguraram o
metassoma das fêmeas com suas grandes mandíbulas e com um movimento rápido do abdome intro-
duziram sua genitália. As cópulas duraram no máximo 2 segundos. A patrulha de machos em flores de
plantas-recurso é um fenômeno comum entre as abelhas oligoléticas. Apesar da defesa de territórios
envolver embates contra intrusos e maior risco de predação, a guarda de recursos para fêmeas e suas
crias parece garantir vantagens na corrida por cópulas.

Apoio: CNPq-Universal, UFPE

Palavras-chaves: Abelhas solitárias, Caatinga, Estratégias de acasalamento, Oligoletia, Território

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528

RAIO DE VÔO DE Frieseomelitta varia


(APIDAE: APINAE: MELIPONINI)
Ana Rita Tavares de Oliveira Baptistella¹*, Camila Calixto Moreira de Souza², Ivan Paulo
Akatsu¹, Ademilson Espencer Egea Soares²
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; ²Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
anarbaptistella@yahoo.com.br

As abelhas indígenas Frieseomelitta varia estão amplamente distribuídas na região Pantropical


desempenhando um papel importante na polinização da flora brasileira. Dados sobre o raio de vôo
de operárias desta espécie são importantes para os ecossistemas tropicais, porque podem ser usados
para formular modelos de dinâmica populacional e conservação da biodiversidade em fragmentos flo-
restais. As observações estão sendo realizadas no campus USP Ribeirão Preto, com área de 574,638
ha. A fim de testar o raio de vôo de operárias de Frieseomelitta varia, pontos lineares a cada 100
metros da colônia foram marcados, totalizando 1000 metros de distância. Operárias foram capturadas
na entrada do ninho (n=200) e marcadas no tórax com tinta atóxica de diferentes cores, formando
10 grupos de 20 operárias cada. Os pontos foram posicionados utilizando-se o GPS (Global Position
System) e imediatamente as operárias foram soltas. Os dados foram coletados durante três horas após
a liberação das operárias através do método de soltura - recaptura. Das 200 operárias soltas no trajeto
de 1000 metros, 89 indivíduos retornaram à colônia. Nos quatro primeiros pontos (100, 200, 300 e
400 metros), o sucesso no retorno das abelhas foi superior a 50% (85%, 74%, 68 % e 65%, respec-
tivamente) indicando que possivelmente nestas distâncias a atividade de forrageio seja mais intensa.
Nas distâncias de 500, 600 e 700 metros, as operárias retornam à colônia, no entanto em porcentagens
inferiores a 50% (40%, 45% e 30%). Nos três últimos pontos (800, 900 e 1000 metros) o sucesso no
retorno das operárias foi igual a 15%, mostrando uma maior dificuldade em se orientar quanto à lo-
calidade do ninho, indicando que em distâncias superiores a 1000 metros o raio de vôo das operárias
tende a diminuir. No entanto, para ratificar esta informação, mais alguns dados serão tomados.

Apoio: Capes

Palavras-chaves: Frieseomelitta varia, atividade de vôo, abelhas sem ferão

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529

ATIVIDADE DE COLETA DA ABELHA Apis


mellifera NO DECORRER DO ANO
Flavio Augusto Santos Silva¹*, Darclet Teresinha Malerbo-Souza², André Luis Santos Silva, An-
dré Luiz Halak, Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos
¹*Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP
²Professora do Centro Universitário Moura Lacerda
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510, Ribeirão Preto, Brasil
silvasantos10@yahoo.com.br

Este experimento foi conduzido com o objetivo de estudar a atividade de coleta da abelha afri-
canizada Apis mellifera, no decorrer do ano, em Ribeirão Preto, SP, Brasil. Para isso, foi avaliado o
número de abelhas que entravam na colméia, com pólen ou com néctar, nos primeiros 10 minutos de
cada horário, das 7h00 às 18h00, com 12 repetições, sendo cada repetição em um mês diferente (de
março de 2007 a fevereiro de 2008). Observou-se que as abelhas preferiram coletar néctar (73,8%)
comparado à coleta de pólen (26,2%). Para néctar, foi observado que o pico de coleta aconteceu nos
meses de março de 2007 e fevereiro de 2008, sendo que o mês com menor atividade foi maio de
2007. Entretanto, para pólen, o pico de atividade de coleta ocorreu entre os meses de abril e maio de
2007, sendo que as piores avaliações foram entre setembro e outubro de 2007. No decorrer do dia,
observou-se que essas abelhas preferiram coletar pólen no período da manhã. Para néctar, a atividade
foi registrada durante todo o dia.

Apoio: FAPESP 06/59604-9

Palavras-chaves: Apis mellifera, Atividade de coleta, néctar, pólen

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530

NOTA SOBRE ALGUMAS ABELHAS-SEM-


FERRÃO (MELIPONINI) DA AMAZÔNIA
CENTRAL E SUAS ESTRATÉGIAS PARA A
COLETA DE PÓLEN: OPORTUNISMO E ROUBO
Charles Fernando dos Santos¹*, Maria Lúcia Absy²
¹*Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Pós-Graduação em Biologia Tropical e
Recursos Naturais; ²Laboratório de Palinologia (CPBO/ INPA)
Av. André Araújo, nº 2936, Aleixo, 69060-000, Manaus, Brasil
charles-fs@bol.com.br

Algumas espécies de plantas possuem flores cujas estruturas impedem a coleta de recompensas
por determinadas abelhas. Em castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.: Lecythi-
daceae), por exemplo, suas flores possuem uma estrutura em forma de capuz, denominada lígula, a
qual as abelhas-sem-ferrão (Meliponini) não conseguem manipular. Esse estudo apresenta algumas
observações sobre o comportamento de algumas Meliponini com relação à coleta de pólen em B. ex-
celsa, realizadas adicionalmente, ao trabalho de mestrado do primeiro autor. O cultivo de castanheira
estudado localiza-se na Fazenda Aruanã – Itacoatira/ Amazonas (58º45`W, 3º2`S). Durante o período
de novembro de 2006 a janeiro de 2007, com o auxílio de andaimes, foram feitas observações e co-
letas de visitantes florais em nove indivíduos de B. excelsa. Os registros foram feitos, mensalmente,
em três árvores diferentes, com permanência de três dias consecutivos em cada uma, durante as 05:00
às 11:00 horas. Seis espécies de Meliponini foram observadas não apenas influenciando o forrageio
de duas importantes polinizadoras (Xylocopa frontalis e Eulaema mocsaryi) como, também, tendo
acesso de modo ilegítimo aos grãos de pólen da castanheira: Friseomelitta trichocerata, Tetragona
goettei e Tetragona kaieteurensis (oportunistas) e Trigona branneri, Trigona fuscipennis e Trigona
guianae (ladras). As oportunistas coletavam grãos de pólen que caíam nas folhas devido à atividade
de manipulação floral realizada pelos polinizadores ou entravam em flores semiabertas após saída
repentina do polinizador; saída essa devido a um toque que as oportunistas, discretamente, davam
nos polinizadores quando estes estavam dentro das flores. As ladras atacavam os polinizadores que
portavam carregamentos polínicos e os roubavam. Um agrupamento de T. fuscipennis, inclusive,
perfuravam flores caídas no chão e coletavam pólen. Em abelhas eusociais, a atividade de operárias
campeiras que agem como oportunistas e ladras é uma estratégia que, embora possa interferir no for-
rageio de polinizadores efetivos, beneficia suas colônias, pois ampliam o nicho polínico delas.

Apoio: CNPQ (Bolsa Mestrado); CNPq – Edital Universal (proc. 472563/2006-8); Laboratório
de Abelhas (IB/USP)

Palavras-chaves: forrageio, pólen, meliponini, mansidão, agressividade

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531

VISITANTES FLORAIS DO ALGODOEIRO


Gossypium hirsutum EM QUIXERAMOBIM E
QUIXERÉ NO ESTADO DO CEARÁ
Eva Monica Sarmento da Silva¹*, Breno Magalhães Freitas², Márcia de Fátima Ribeiro³, Thiago
Mahlmann Lopes², Rômulo Augusto Guedes Rizzardo²
¹*UNIVERSIDADE FEDERALDO VALE DO SÃO FRANCISCO- UNIVASF;
²UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ– UFC;
3
EMBRAPA-SEMI-ÀRIDO
Avenida Presidente Tancredo Neves, 100 – Centro – Petrolina, PE, Brasil
evasarmento@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi investigar os visitantes florais em áreas de algodoeiro comercial,
cultivar 187 8H, nos municípios de Quixeramobim e Quixeré, Ceará. O cultivo em Quixeramobim
foi feito em uma área de 15.000 m2, circundada por vegetação nativa. Quando as plantas começaram
a florescer foi utilizado o inseticida de nome comercial Thiodan para combater insetos-praga. As
aplicações foram feitas de forma manual no final da tarde, a cada intervalo de oito dias. Em Quix-
eré, a cultura foi implantada em uma área de 240.000 m2 adjacente a outros plantios com a mesma
cultura. Quando as plantas começaram a florescer foi aplicado o mesmo pesticida usado em Quix-
eramobim. Porém, as aplicações foram realizadas de forma mecânica, e não havia intervalos regu-
lares de aplicação. Além disso, não havia horário estabelecido para as aplicações, em função da di-
sponibilidade de mão-de-obra e equipamentos. Os insetos foram observados, contados e capturados
por meio de caminhadas em zigue-zague entre as fileiras do algodoeiro, nas áreas de Quixeramobim
e Quixeré. Nas duas áreas estudadas, várias espécies de insetos foram coletadas visitando as flores do
algodoeiro:Apis mellifera, Brachygastra lecheguana, Polybia ignobilis, Ancyloscelis sp.1, Ancylos-
celis sp.2, Melissoptila uncicornis, Psaenythia sp., Anthrenoides sp. , sendo as três últimas espécies
novas ocorrências para o estado do Ceará. Todas as espécies observadas visitando as flores do algo-
doeiro em Quixeramobim estavam também presentes nos cultivos de Quixeré, exceto Ancyloscelis
sp. 1. Por outro lado, em Quixeré foram observadas duas outras espécies de abelhas não verificadas
em Quixeramobim (Psaenythia sp. 1 e Andrenoides sp. 1). Observou-se que Quixeramobim (n=314)
o número de visitantes florais foi muito superior ao verificado em Quixeré (n=94), possivelmente
devido às diferenças no uso de defensivos agrícolas, tamanho das áreas e proximidade da mata na-
tiva. Concluiu-se que abelhas e vespas constituem os principais visitantes florais do algodoeiro em
Quixeramobim e Quixeré.

Apoio: CNPq; FACEPE

Palavras-chaves: Visita, Comportamento, Diversidade de visitantes, Algodão, Visitantes florais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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532

COMPORTAMENTO DE Bombus morio


NAS FLORES DE URUCUM
Sheila Alves Abreu*, Rita de Cássia de Souza Carvalho, Ricardo Moreira Santos, Raquel Pérez-Maluf
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Labisa, Dept. de Ciências Naturais, UESB. Estrada do Bem Querer, Km 04. Vitória da Conquista, BA
sheuabreu21@yahoo.com.br

O urucum é uma cultura perene bem adaptada às condições do semi-árido, podendo repre-
sentar uma alternativa econômica importante com a produção de corantes naturais para a indústria
alimentícia. Estudos indicam a predominância da polinização cruzada para o urucum, evidenciando
a necessidade de agentes polinizadores. Abelhas de médio-grande porte são associadas à polinização
do urucum por serem capazes de provocar a vibração das anteras poricidas, liberando os grãos de
pólen. Neste estudo, observou-se o comportamento de Bombus morio nas flores de urucum na florada
de janeiro e fevereiro de 2008. Foram feitas observações ao longo de três intervalos de 20 min, no
período matutino, horário de maior atividade de abelhas nas flores, registrando-se o tempo de for-
rageio e o número de flores visitadas por planta. Ao todo, foram observados 86 indivíduos. O número
médio de flores visitadas por vôo de forrageio foi de 10, 5s, sempre na mesma planta. O tempo médio
de permanência na planta foi de 45,1s e o tempo médio de permanência em cada flor foi estimado
em 4,2s. As abelhas aproximavam-se das flores e vibravam ativamente as anteras, produzindo um
zumbido característico. O comportamento de deslocamento de Bombus morio nas flores favorece a
autopolinização com a transferência de pólen entre flores da mesma planta.

Apoio: UESB; FAPESB; CNPQ

Palavras-chaves: polinização por vibração, Bixa orellana, estratégias reprodutivas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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533

RELAÇÃO ENTRE A ÁREA DA CORBÍCULA,


QUANTIDADE DE PÓLEN TRANSPORTADO
E O PESO DA OPERÁRIA DE Apis mellifera
Daniel Comiran Dallasta¹*, Angelair Rodrigues Balbino², Valter Vieira Alves Júnior², Anna Ká-
tia Brizola Bonacina³, Matheus Comiran Dallasta¹
¹* Faculdade de Ciências Agrárias - Universidade Federal da Grande Dourados;
²Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais - Universidade Federal da Grande Dourados;
³Departamento de Biologia, Instituto de Biociências - UNESP, Rio Claro-SP
Rodovia Dourados/Itahum KM 12 Cx. Postal 322, 79804-970 Dourados, MS, Brasil
dallasta10@yahoo.com.br

As abelhas são polinizadoras primárias e constituem a maior diversidade de visitantes florais


entre os insetos. Elas utilizam as flores para a obtenção de néctar, como fonte de energia e de pólen,
que consiste na fonte protéica para as abelhas. Diversos organismos podem executar a tarefa de
polinização, entretanto, observa-se que para um elevado número de plantas cultivadas, o mais efi-
ciente polinizador é a abelha Apis mellifera, pertencente à família Apidae. Nesta família, as operárias
transportam o pólen em uma estrutura especializada localizada nas pernas posteriores, a corbícula,
que consiste numa expansão côncava da tíbia, ladeada por pêlos longos e fortes. Dessa forma, o ob-
jetivo deste trabalho foi avaliar a quantidade (peso) total de pólen por corbícula transportado pelas
operárias, relacionar a área dessa estrutura com a quantidade de pólen, e o peso do indivíduo com
sua capacidade de transporte. Foram coletadas, de 5 colônias distintas, 30 operárias com pólen nas
corbículas, para avaliação. As bolotas de pólen foram individualizadas secas, pesadas e relacionadas
com a área da corbícula em que se encontrava. Após serem sacrificadas, as abelhas cuja capacidade
de transporte foi avaliada, permaneceram em estufa por 24 horas e o seu peso seco corporal aferido
e relacionado com a carga polínica transportada. Os resultados indicaram que a quantidade de pólen
transportada é equivalente para as duas corbículas; os valores obtidos da análise de Correlação de
Pearson (rs) entre a área de cada corbícula e a quantidade de pólen transportado, foram muito próxi-
mos de zero, sugerindo fraca relação de dependência entre essas variáveis sendo, rs= 0,141961 para
a corbícula direita e rs= 0,075217 para a esquerda. Quanto ao total de pólen transportado e o peso
da operária, encontrou-se um índice de relação de 7,84%, não indicando dependência entre as duas
variáveis, rs= 0,16534.

Apoio:

Palavras-chaves: Transporte de pólen, Corbícula, Abelha

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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534

COMPORTAMENTO DE PASTEJO DA
ABELHA Apis mellifera NAS FLORES DE
GERGELIM (Sesamum indicus)
Patrícia Barreto de Andrade*, Eva Mônica Sarmento da Silva, Breno Magalhães Freitas
Universidade Federal do Ceará - UFC
Av. Mister Hull, s/n - Pici - CEP 60455-760 - Fortaleza - CE, Brasil
patricia-ba@hotmail.com

Neste trabalho pretendeu-se determinar o comportamento de pastejo da abelha Apis mellifera


através da atividade de vôo: número de flores visitadas por abelha, tempo de permanência na flor, tipo
de alimento coletado e horário de visita. O presente trabalho foi realizado no município de Sousa,
Paraíba. Os dados foram coletados nas flores de gergelim (Sesamum indicus) das 7:00h às 17:00h,
em um período de 5 dias. O acompanhamento de vôo foi feito em cada horário. Dentre as abelhas em
atividade nas flores, escolheu-se uma e registrou-se o número de flores que ela visitava com um con-
tador manual, cronometrando o tempo que permanecia nas flores e o tipo de alimento coletado. Esse
monitoramento foi realizado até o momento em que a abelha ia embora ou era perdida de vista. Elas
concentraram as visitas nas flores para coleta de pólen até às 9:00h, com um pico de número de flores
visitadas às 7:00h. As abelhas gastaram em média 35 s em cada visita a uma flor e visitaram em média
3,8 flores. Para a coleta de néctar, as abelhas concentraram as visitas às flores no período da tarde com
a maior freqüência às 14:00h e deram preferência aos nectários extraflorais, não tendo contato com os
órgãos reprodutivos da flor do gergelim. Os valores médios obtidos nas visitas foram de 209,8 s e uma
visita média de 17 flores. Quanto à coleta de néctar nos nectários florais, esta foi realizada através de
orifícios na parte superior das pétalas feitos por abelhas Xylocopa. Uma vez usando esse recurso, as
campeiras de Apis passavam a visitar somente flores perfuradas, com médias de 7,8 flores por viagem
e 82,6 s por visita. Conclui-se que apenas as coletoras de pólen possuem potencial para atuarem como
polnizadoras da cultura, necessitando investigações neste sentido.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Apis mellifera, gergelim, freqüência, néctar extrafloral, pólen

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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535

COMPARAÇÃO DO COMPORTAMENTO
HIGIÊNICO DE ABELHAS AFRICANIZADAS
Apis mellifera EM PERÍODOS DIURNO E
NOTURNO EM TRÊS TIPOS DE FAVOS
Rogério Aparecido Pereira*, Michele Manfrini Morais, Tiago Mauricio Francoy,
Lionel Segui Gonçalves
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida dos Bandeirantes, 3900 - 14040-901 Ribeirão Preto, SP, Brasil
pereiraro@uol.com.br

O presente trabalho, realizado na USP de Ribeirão Preto teve como objetivo, verificar se as
abelhas realizam o comportamento higiênico com a mesma eficiência em períodos diurno e noturno
em três tipos de favos (novos, velhos e congelados). Foram utilizadas duas colméias de observação
(1 higiênica e 1 não higiênica) contendo aproximadamente, cada uma, 3000 abelhas marcadas com
etiquetas coloridas e numeradas fixadas no tórax. Verificou-se que o tempo gasto pelas operárias para
desopercular as células de crias, esteve bem próximos em ambos períodos e em ambas colméias. Na
colméia higiênica, nos favos novos, encontrou-se uma média de 26 e 24 segundos para os períodos di-
urno e noturno respectivamente, nos favos velhos, 45 (período diurno) e 41 (período noturno) segun-
dos e nos favos congelados, 33 e 32 segundos nos períodos diurno e noturno, respectivamente. Já, na
colméia não higiênica, as médias encontradas foram de 26 segundos para os favos novos em ambos
períodos, nos favos velhos 40 segundos no período diurno e 35 segundos no período noturno, e nos
favos congelados uma média de 42 e 32 segundos para os períodos diurno e noturno, respectivamente.
Já para a remoção da cria, os valores médios encontrados foram: favos novos, 8,3 e 7,1 minutos no
período diurno e noturno, respectivamente, favos velhos 7,2 (diurno) e 5,4 (noturno) minutos, e favos
congelados, 4,6 minutos em ambos períodos. Na colméia não higiênica, nos favos novos, a média foi
de 8,3 e 7,7 minutos, em período diurno e noturno, respectivamente, nos favos velhos 6,9 minutos
no período diurno e 10,7 minutos no período noturno, e para os favos congelados uma média de 5,1
e 3,8 minutos, em períodos diurno e noturno, respectivamente. Os resultados obtidos da análise de
variância com relação ao tempo de desoperculação e remoção mostraram haver uma diferença estatis-
ticamente significativa (p = <0.001) quando se compara os três tratamentos, no entanto, esta diferença
esteve mais relacionada ao tipo de favo do que ao período do dia em que foi realizado o teste.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: comportamento higiênico, Apis mellifera, favos novos, favos velhos, favos
congelados

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536

BIOLOGIA DE NIDIFICAÇÃO DE
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (OLIVIER)
(HYMENOPTERA, APIDAE, XYLOCOPINI)
EM MORRETES, PR, BRASIL
Paola Marchi*, Gabriel A. R. Melo
Universidade federal do Paraná - UFPR
Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba-PR, Brasil
paola@ufpr.br

Este estudo acompanhou as atividades de Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789) em


uma agregação de ninhos no município de Morretes, Paraná, onde esta espécie é a principal agente
polinizadora de Passiflora edulis (maracujá azedo), cultivo predominante na região. Foram obser-
vados o ciclo anual das abelhas, a seleção dos substratos e a aceitação de ninhos-armadilha feitos
com quadros de madeira ou de gomos de bambus durante o ano de 2006. Nesta região a espécie X.
frontalis foi univoltina, com maior freqüência de fundação dos ninhos entre outubro e dezembro. As
atividades externas aos ninhos iniciaram-se mais cedo no verão e se restringiram aos horários mais
quentes no inverno, e quando correlacionadas mensalmente com o clima, os valores de temperatura
mínima foram os que mais influenciaram o número de vôos. O número de fundações de ninhos foi
fortemente associado às médias climáticas históricos da região de dois meses adiante às fundações,
sugerindo que as abelhas poderiam prever uma melhor época em relação à precipitação, temperatura
e fotoperíodo para o nascimento da sua próxima geração. Durante o período de floração de P. edulis,
houve sincronia entre as atividades diárias de X. frontalis com o horário de abertura das flores. Os
inimigos naturais foram Cissites maculata Swederus, 1787 (Meloidae) e uma espécie do gênero Leu-
cospis Fabricius, 1775.

Apoio: CNPQ

Palavras-chaves: Atividades externas, mamangavas, ninhos, polinizadores

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537

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
DE CONSTRUÇÃO E APROVISIONAMENTO
DE CÉLULAS DE CRIA (POP) DE
Melipona (Michmelia) flavolineata Friese, 1900
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA
EM COLÔNIAS COM DIFERENTES
TAMANHOS POPULACIONAIS
Marcos Henrique Rodrigues Carvalho, Gisele Garcia Azevedo, Lenira de Melo Lacerda,
Alexandre Santana Azevedo
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Rua Bom Clima, nº 27, Bairro Anil, São Luís - Maranhão, Brasil
marcoshrc@hotmail.com

Na região Nordeste do Maranhão, Melipona (Michmelia) flavolineata é conhecida popular-


mente como uruçu. O estudo do processo de postura e aprovisionamento de células de cria (POP) é
ferramenta importante para a compreensão do ritmo diário e manutenção das colônias. O objetivo
desse trabalho foi caracterizar o POP de Melipona flavolineata em colônias com diferentes condições
de alimento e população. Os resultados mostram que colônias fracas são diferentes quantitativa e
qualitativamente de colônias fortes. Em decorrência do menor número de operárias, o número de
células construídas e aprovisionadas/POP foi menor. As colônias fortes e fracas construíram e aprovi-
sionaram suas células sucessivamente, entretanto, o número de células tratadas/POP ocorreu de forma
facultativamente grupado na colônia forte e exclusivamente unitária na fraca. A duração total do POP
em colônia fraca foi longo, resultante da maior duração dos estágios de pré-aprovisionamento (pr),
aprovisionamento(p), pós-aprovisionamento (ps) e operculação(s). Relacionando número médio de
aprovisionamentos/célula e o tamanho das operárias produzidas em colônias fortes e fracas, obser-
vou-se que em média é realizado maior número de aprovisionamentos em colônias fracas, porém são
produzidos indivíduos menores, sugerindo uma menor quantidade relativa de alimento no papo das
aprovisionadoras. A relação de tais fatores indicou de fato uma real restrição de alimento em colônias
fracas. Portanto, colônias fracas não são apenas colônias pequenas ou menores do que aquelas con-
sideradas fortes.

Apoio: PIBIC/UFMA; PESCO;

Palavras-chaves: Melipona (Michmelia) flavolineata, POP, Uruçu

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538

COMPORTAMENTO DE PASTEJO DE
ABELHA CANUDO (Scaptotrigona sp.)
EM MAMONEIRA (Ricinus communis L.)
Rômulo Augusto Guedes Rizzardo*, Breno Magalhães Freitas, Marcelo de Oliveira Milfont, Eva
Mônica Sarmento da Silva
Universidade Federal do Ceará
Rua Humberto Monte, S/N. Campus do Pici, Fortaleza Ceará
rizzardo.zoot@gmail.com

Objetivou-se verificar o comportamento de pastejo da abelha canudo (Scaptotrigona sp.) na ma-


moneira (Ricinus communis Linnaeus). Foram analisados, em junho de 2006, na Universidade Fed-
eral do Ceará, seis intervalos de pastejo, com duração de 20min a cada duas horas, entre as 4h e 18h.
As visitas da abelha canudo para coleta de pólen tiveram início as 6h (x=36 abelhas), estendendo-se
por todo o dia. A maior freqüência de abelhas forrageando nas flores masculinas ocorreu durante as
primeiras horas da manhã, até as 8h (x=34). Após este horário ocorreu uma queda brusca na freqüên-
cia de abelhas até o meio dia (x=4,5), mantendo-se a partir de então baixa durante o restante do tarde,
com um pequeno pico às 16h (x=9,5). A procura por néctar mostrou-se muito pequena em relação à
de pólen, tendo seu ponto de maior coleta as 16h (x=2,5). Essa baixa freqüência de coletoras de néctar
pode ser explicada devido aos altos teores de açúcares (87,2%) presentes no néctar da mamoneira,
uma vez que os trigonini dão preferência a néctares menos concentrados, que podem estar presentes
em outras fontes. Mesmo sendo época chuvosa, com abundância de alimento, a coleta por pólen na
mamoneira mostrou-se relevante. Conclui-se, portanto, que a mamoneira constitui fonte de pólen
potencial para Scaptotrigona sp., porém seu néctar é pouco atrativo para essa espécie de abelha.

Apoio: ETENE-FUNDECI, Cnpq

Palavras-chaves: Scaptotrigona, Pastejo por abelhas, Mamoneira, Meliponinae

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539

NIDIFICAÇÃO DE Xylocopa (Monoxylocopa) sp.


(HYMENOPTERA, APIDAE) NUMA PORÇÃO
DE HÁBITAT DO SEMI-ÁRIDO
Maise Silva Santana dos Santos¹*, Clemens Schlindwein², Mauro Ramalho³
¹ Universidade Federal da Paraíba*;
²Universidade Federal de Pernambuco;
³Universidade Federal da Bahia
Centro de Ciências e da Natureza (CCEN). Cidade Universitária - João Pessoa - PB - Brasil - CEP
- 58059-900
maisesilva@hotmail.com

Abelhas do gênero Xylocopa (Apidae) são abelhas grandes, robustas e abundantes nas regiões
tropicais e subtropicais. Todas as fêmeas conhecidas nidificam em substrato vegetal. O trabalho apre-
senta dados relativos a biologia de nidificação de Xylocopa (Monoxylocopa) sp. e sua relação com as
flores no semi-árido pernambucano. Também é feita uma análise comparativa com dados publicados
sobre Xylocopa (Monoxylocopa) abbreviata a fim de se detectar possíveis padrões de comportamento
quanto ao hábito de forrageio e nidificação no subgênero, até então considerado monotípico. O estudo
foi desenvolvido no Parque Nacional do Catimbau em Pernambuco onde X. (Monoxylocopa) sp. é
encontrada com relativa facilidade. Foram feitas observações em quatro ninhos, desde a fundação,
durante sete dias consecutivos, mensurando-se o período e duração das atividades de forrageio (de
néctar e pólen), escavação e construção das células de cria. Como X. abbreviata, X. (Monoxylocopa)
sp. também nidifica exclusivamente em hastes de Encholirium spetacbile (Bromeliaceae). O forrageio
de pólen acontece nas primeiras horas da manhã e de néctar a partir das 10h. As fêmeas de Xylocopa
sp. iniciaram ninhos em hastes senescentes – após fazerem a entrada, escavaram uma câmara linear
na parte superior do substrato e, em seguida, iniciaram escavação das células na parte inferior (abaixo
da entrada). Houve variação no número de células construídas e nem todas as fêmeas escavaram em
ambas as direções. As fêmeas realizaram, em média, 18 viagens sucessivas para coleta de pólen e 15
para coleta de néctar e gastaram 60h (3600min) escavando e limpando a cavidade. Mas, em viagens
de coleta de pólen as fêmeas também coletaram néctar. As fêmeas gastam mais tempo no ninho (cerca
de 8300min) do que forrageando (1300min). Cada fêmea fundadora de X. (Monoxylocopa) sp. gastou,
em média, um dia e meio (36h), incluindo tempo de forrageio, desidratação, repouso e limpeza, para
completar uma célula de cria.

Apoio: CAPES; CNPq

Palavras-chaves: Forrageio, Encholirium spectabile, nova espécie, Xylocopa, nidificação

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
540

PREFERÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE NINHOS-


ARMADILHA POR FÊMEAS DE Tetrapedia
diversipes (Klug, 1810) (HYMENOPTERA,
APIDAE, ANTHOPHORIDAE)
Janaina Fernandes da Silva*, Carlos Alberto Garófalo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Av. Bandeirantes, 3900. Ribeirão Preto - SP
janainafernandes_bio@yahoo.com.br

Tetrapedia diversipes é uma espécie de abelha solitária que utiliza cavidades preexistentes para
a construção de seus ninhos. Fêmeas dessa espécie coletam óleo e solo para construírem seus ninhos
e coletam óleo e pólen para aprovisionarem as células de cria. O trabalho foi realizado na Estação
Ecológica de Ribeirão Preto com o objetivo de avaliar a preferência de fêmeas de T. diversipes na
escolha do tipo e tamanho dos ninhos-armadilha (NA). Foram utilizados NA feitos com cartolina
preta, na forma de pequenos tubos, com 5,8 cm (TP) e 8,8 (TG) cm de comprimento e 0,6 cm e 0,8 cm
de diâmetro, respectivamente, e gomos de bambu (GB), de comprimentos e diâmetros variados. Os
GB foram introduzidos em tubos de PVC, de tamanhos apropriados, e os tubos de cartolina em orifí-
cios feitos em duas placas de madeira, cada uma com 55 orifícios, e colocados em suportes de ferro
instalados em 4 sítios de amostragens. As coletas foram feitas mensalmente, de Novembro/2005 a
Outubro/2007. Os ninhos coletados foram levados para o laboratório e conforme os indivíduos emer-
giam eram capturados, mortos sob vapor de acetato de etila e preparados para identificação. Foram
obtidos 45 ninhos de T. diversipes com um total de 343 células e 256 indivíduos produzidos. Destes
ninhos 62,2% eram de GB, 35,5% de TP e 2,2% de TG. As fêmeas construíram de 8 a 15 células em
GB, de 2 a 5 células em TP e 5 células no único ninho em TG. O número de indivíduos produzidos
também foi maior em GB variando de 5 a 13 enquanto, que em TB variou de 1 a 4 e no ninho em TG
foram produzidos 4 indivíduos. Esses resultados sugerem que essas fêmeas possivelmente preferem
ninhos de comprimento maiores, o que resulta em um maior número de células de cria e indivíduos
produzidos por ninho.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: ninhos-armadilha, Tetrapedia diversipes, abelha solitária, cavidades preex-


istentes

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541

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE FUNGOS


SAPROFÍTICOS COLETADOS POR ABELHAS
AFRICANIZADAS NO BRASIL
Anna Frida Hatsue Modro¹*, Izabel Christina da Silva², Dejair Message²,
Cynthia Fernandes Pinto da Luz³
¹*Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ/USP;
²Universidade Federal de Viçosa - UFV;
³Instituto de Botânica – IB/SP
Rua Frei Luiz de Santana 35, 13418-090 Piracicaba, Brasil
afhmodro@esalq.usp.br

O desenvolvimento de fungos sobre pólen de abelhas e a coleta ocasional de seus esporos por
abelhas do gênero Apis em diversas regiões do mundo são bastante conhecidos. O estudo objetivou
analisar a composição nutricional de fungos Cladosporium sp. coletados por abelhas africanizadas. O
experimento foi desenvolvido no município de Paula Cândido, Minas Gerais, Brasil. Foram utilizadas
cinco colméias de Apis mellifera (L.), com um coletor de pólen acoplado na parte superior de cada
colméia. As bolotas de fungos foram separadas das amostras de pólen tendo como parâmetro prin-
cipal sua coloração escura. Os fungos foram identificados no Laboratório de Micologia (UFV – De-
partamento de Fitopatologia) e as amostras foram enviadas ao Laboratório de Nutrição Animal (UFV
– Departamento de Zootecnia), para determinação da porcentagem de umidade, matéria orgânica,
cinzas, proteína bruta, extrato etéreo e carboidratos totais. A ocorrência de bolotas de fungos nas
amostras foi detectada no período entre 10 a 23 de novembro de 2005, período caracterizado pela
alta umidade relativa do ar, escassez de néctar e pólen, e consequentemente, pelo enfraquecimento
das colméias de abelhas na região de estudo. Em sua composição nutricional, as bolotas de fungos
apresentaram 15% de umidade, 97,5% de matéria orgânica, 2,5% de matéria mineral, 28,81% de pro-
teína bruta, 2,5% de extrato etéreo e 66,19% de carboidratos totais. Cladosporium sp. poderia servir
como recurso protéico para larvas e crias, no entanto, por se tratar de um gênero predominantemente
saprófita, algumas espécies podem induzir a ocorrência de doenças nas colméias. Os resultados sug-
erem que, apesar das razões da coleta de fungos saprofíticos por A. mellifera serem desconhecidas,
a interação entre os fatores climáticos (alta umidade), período de escassez de alimento e alto valor
protéico dos fungos, pode tê-las influenciado.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Apis mellifera, Cladosporium sp., pólen, composição nutricional

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
542

DIVISÃO ETÁRIA DE TRABALHO


ENTRE OPERÁRIAS DE Melipona
quadrifasciata quadrifasciata
Priscilla Morgana Ferreira Guimarães de Figueiredo*, Lucas Amaral Oliveira, José Oliveira
Dantas, Fábio Santos do Nascimento
Universidade Federal de Sergipe
Av. Marechal Rondon, s/n, 49100-000, São Cristóvão, Brasil
pri_aju@hotmail.com

Em colônias de meliponíneos, as operárias realizam inúmeras atividades para o bom funciona-


mento da colônia. Para que essas atividades sejam executadas ocorre uma divisão de trabalho entre
essas abelhas. Essas tarefas obedecem a uma seqüência determinada pela idade do indivíduo – po-
lietismo etário – ou de acordo com as necessidades da colônia. O objetivo desse trabalho, ainda em
andamento, é de caracterizar o polietismo etário em Melipona quadrifasciata quadrifasciata. Para
isso foram retirados favos de cria de uma colônia de M. q. quadrifasciata e colocados numa caixa de
tamanho menor que a original. Abelhas jovens foram introduzidas na caixa com o intuito de cuidar
dos favos e abri-los para que as novas abelhas emergissem. Quando estas nasciam, eram marcadas e
colocadas na colônia original. As atividades executadas por essas abelhas foram observadas e anota-
das. Nas abelhas mais novas (1 a 15 dias em média), as atividades mais observadas foram o cuidado
com os favos de cria, reconstrução do invólucro e construção dos potes de alimento. As operárias
mais desenvolvidas (16 a 32 dias) tinham as tarefas de fechar frestas existentes na caixa, receber néc-
tar de outra operária, encher potes de alimento e comunicar-se com outras abelhas. As abelhas mais
velhas (32 a 40 dias) se encarregavam de guardar a colônia. A partir daí as operárias passaram a ex-
ercer atividades fora da colônia, como forrageamento. Os resultados obtidos até o momento servirão
para caracterizar a divisão de trabalho em operárias de M. q. quadrifasciata, como também traçar um
perfil comparativo com outras espécies de meliponíneos.

Apoio: FAPITEC

Palavras-chaves: Melipona quadrifasciata quadrifasciata, Polietismo etário, Divisão de tra-


balho

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
543

ESTUDO PRELIMINAR DO
COMPORTAMENTO DE COLETA DE
NÉCTAR EM Melipona (Michmelia) flavolineata
(HYMENOPTERA, APINAE, MELIPONINA)
Rafael Cabral Borges*, João Marcelo Silva Abreu
PET-Biologia/ UFMA; Universidade Federal do Maranhão – UFMA
AV. DOS PORTUGUESES, S/N - CEP 65085-580
rcabralsan@gmail.com

Com o objetivo de estudar o comportamento de coleta de néctar por Melipona (Michmelia) fla-
volineata, em função da variação da concentração de açúcar ao longo do dia, abelhas que retornavam
à colônia com recursos foram coletadas e sofreram leve pressão no metassoma para que o néctar con-
tido no papo fosse regurgitado diretamente no refratômetro. O estudo foi realizado no Meliponário do
Departamento de Biologia/UFMA, no período de novembro/2007 a janeiro/2008. Foram observadas
107 abelhas retornando com recurso, sendo 69 com néctar, 23 com pólen e 15 com resina. A coleta
de néctar ocorreu mais efetivamente entre 8:30-9:30h da manhã, e a tarde entre 15:30-17:30h. No
pico de coleta da manhã, foram observadas concentrações mais baixas (20-48%) e com maior varia-
ção, sugerindo a exploração de diferentes de fontes de néctar, ao contrário do que ocorreu à tarde,
quando as concentrações foram maiores (52-66%) e com menor variação. A alta concentração do
néctar associado à baixa variação e ao aumento do número de abelhas com néctar concentrado sugere
o recrutamento para essas fontes, que oferecem néctar de melhor qualidade. Os resultados prelimin-
ares obtidos nesse trabalho corroboram aqueles que utilizaram alimentadores artificiais, tendo sido
observado maior número de forrageadoras coletando à tarde e trazendo néctar mais concentrado de
fontes naturais.

Apoio:

Palavras-chaves: Néctar, Melípona, Uruçu, abelha sem-ferão, Meliponina

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
544

USO DE VÍDEO PARA MONITORAÇÃO


EM TEMPO REAL DE COLMÉIA DE
ABELHAS SEM FERRÃO
Eurípedes Laurindo Lopes Júnior¹*, Antonio Mauro Saraiva¹, João Eduardo Kogler Jr.¹, Sérgio
Dias Hilário², Vera Lucia Imperatriz Fonseca²
¹*Escola Politécnica - USP; ²Instituto de Biociências - USP
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo - Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. 3, n. 158, sala
C2-56 CEP 05508-900 - Cidade Universitária – S. Paulo - SPelopes@ib.usp.br
elopes@ib.usp.br

A preocupação com o declínio e possível extinção de muitas espécies de insetos polinizadores


importantes em áreas naturais e agrícolas tem aumentado muito, devido à sua importância para a
preservação e uso dos recursos naturais como para o agro-negócio. Através do trabalho conjunto de
diversas iniciativas regionais visa-se a escolha de metodologias que permitam comparações entre
os resultados obtidos nos diferentes continentes para que desta forma possa ser adotado um plano
de ação para evitar este declínio. Assim, o estudo mais específico sobre a biologia das espécies de
abelhas importantes na polinização permite conhecer mais amplamente quais medidas devem ser
adotadas para sua preservação e possível criação. Entre os aspectos a serem abordados, destacam-se
os comportamentais. Este trabalho visa buscar melhores formas pra se monitorar colônias de abelhas
sem ferrão da espécie Melipona quadrifasciata, popularmente conhecidas como Mandaçaia utili-
zando técnicas de captura, análise e processamento de vídeo em tempo real. Para isto diversos fatores
são analisados, a saber: tipo de colméia, iluminação, câmera, hardware, linguagem de programação
e recursos de redes necessários para que se tenha este ambiente. O ambiente monitorado é composto
por uma colméia PNN com área de recrutamento externa, onde é feita a captura do vídeo com uma
câmera sensível ao infravermelho. As sequências de imagens, obtidas dos vídeos capturados, são pro-
cessadas via software desenvolvido em Labview que faz a segmentação e contagem das abelhas pre-
sentes na área de recrutamento e estima uma medida que caracteriza a agitação das mesmas. Pode-se,
então, relacionar essas informações com as variáveis climáticas umidade, temperatura, luminosidade,
vento, entre outras e, após análise em longo prazo, estimar mudanças nos padrões comportamentais.
A metodologia poderá ser replicada e permitirá comparar dados coletados de outras regiões e climas
para uma visão ampla da espécie sob análise.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Monitoração, Vídeo, Melipona quadrifasciata, Mandaçaia, Comportamento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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545

OCUPAÇÃO DE DORMITÓRIO
POR Pereirapis sp. (HALICTIDAE,
AUGOCHLORINI): MACHOS PREFEREM
CHEGAR À PENUMBRA
Carlos Eduardo Pinto*, Airton Torres Carvalho, Clemens Schlindwein
Laboratório Plebeia “ecologia de abelhas e da polinização”, Departamento de Botânica,
Universidade Federal de Pernambuco
Av. Prof. Moraes Rego, s/n, 50670-901 Recife, PE
eduepronto@gmail.com

Dormitórios comunais ocorrem quando animais de uma ou mais espécies se juntam para descan-
sar, podendo ser classificados como: para diapausa, facultativo ou circadiano. Entre várias espécies
de abelhas solitárias é conhecido que os machos agregam-se em plantas para dormir. Muitas vezes,
voltam repetidamente ao mesmo local de descanso. Encontramos dois dormitórios de Pereirapis sp.
em folhas de Bidens sulphurea (Asteraceae). Em três dias foram mensurados o numero de indivíduos
por intervalo de hora e a incidência luminosa, com auxilio de Luxímetro. Os dormitórios perduraram
por 16 dias. Os primeiros machos chegaram por volta das 16:00h, e agrupavam-se sempre na metade
inferior das mesmas folhas. Ao chegar pousavam na parte adaxial das folhas e quando esta estava
preenchida, os próximos ocupavam a parte abaxial. Os indivíduos de Pereirapis sp. mantiveram-se
sempre a mesma distância uns dos outros, em geral foi o tamanho das antenas, que equivale a 2,4mm.
Não houve incremento de indivíduos a partir das 18:05h. Foram contados, em média, 173 indivíduos
por dormitório. Encontramos uma correlação entre o número de indivíduos pousados e o horário (R=
0.95; p <0,05; g.l=31), sendo o número de abelhas pousadas no dormitório altamente dependente da
intensidade luminosa (R2=0,89; F=237.85; g.l=29; p<0,05) numa relação exponencial. A manutenção
diária do mesmo local de descanso classifica este dormitório como circadiano. A diminuição da luz é
o fator preponderante para o fim das atividades diárias dos machos dessa espécie.

Apoio: Capes; CNPq

Palavras-chaves: abelhas solitárias, agregação de machos, luminosidade, Bidens sulphurea

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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546

STINGLESS BEES (Melipona scutellaris)


LEARN TO ASSOCIATE THEIR
André Vieira Rodrigues, Ana Carolina Roselino, Michael Hrncir
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Av. dos Bandeirantes, 3.900 - Monte Alegre - Ribeirão Preto/SP
xikaum.up@gmail.com

Stingless bees leave “olfactory footprints” on food sources while feeding. These “footprints”
have an attractive affect on bees that forage at artificial food sources, which is probably due to the
fact that the reward is unlimited. In natural flowers, however, the food (nectar) is limited. Thus, in
their natural environment, stingless bees should use their “footprints” as a repulsive factor - indicating
depleted flowers - rather than as an attractant. The present study tried to answer the question whether
stingless bees (Melipona scutellaris) actually learn to associate their “footprints” with rewarding food
sources. In the first phase, the training phase, bees (N=22) were trained to a food-patch consisting of 9
acrylic “flowers”, each of which contained a droplet of unscented sucrose solution (20% w/w). After
a flower had been visited by a bee, we refilled the flower with a droplet of 55% w/w sucrose solution.
After a bee had visited this flower-patch 10 times, 2 clean flowers (without potential footprints) were
offered to the bees (test phase). After the first visit, we recorded whether the bee chose the marked
or the unmarked flower on her second visit. If the bees had learnt during the training phase that their
“footprints” indicate better food, they should choose the marked flower on the second visit in the test
phase. And indeed, 16 out of 22 bees (72.7%) chose the marked flower (X²=4.55; df=1; P=0.03). In a
control experiment, bees (N=22) did not experience a training phase, and were only tested in the same
way as described above (test phase). In this control group, 11 out of 22 (50%) bees chose the marked
flower. Our results demonstrate that stingless bees need to learn the scent-mark - reward context in
order to use their “footprints” as an attractive factor during their search for food.

Apoio: CNPq and FAPESP - 06/50809-7

Palavras-chaves: Stingless bees, footprints, scent-marks, learning, reward context

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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547

CRONOGRAMA DE ABELHAS
MANDAÇAIA, Melipona quadrifasciata
LEPELETIER, 1836, EM COLÔNIA
ARTIFICIAL NO CAMPUS DE
SOROCABA DA UFSCAR
Natasha Marcili Laganaro, Sérgio Rodrigues Morbiolo, Fábio Camargo Abdalla
Faculdade de Biologia - UFSCar - Campus Sorocaba
Rodovia João Leme dos Santos (SP264) km 110, 18052-780 Sorocaba, São Paulo, Brasil
suu.nana@gmail.com

As operárias das abelhas eussociais apresentam uma complexa divisão de trabalho, designa-
da polietismo. Muitas vezes estas funções dependem dos estágios do desenvolvimento da operária,
constituindo-se num polietismo etário. A principal função das operárias jovens é cuidar da prole e
das operárias mais velhas, a atividade de forrageamento. Entendo a biologia de forrageamento das
abelhas sem ferrão, podemos tentar anular a influência dos fatores exógenos para sua conservação, já
que estas estão cada vez mais ameaçadas com as constantes desmatamentos no Brasil. Portanto, tem-
se como objetivo estabelecer um cronograma de forrageamento em Melipona quadrifasciata com a
finalidade de auxiliar futuros trabalhos de pesquisa. Foram realizadas contagens de entrada e saída
das operárias em intervalos regulares durante o período das 8h às 18h de um único dia da semana,
com intervalos de 10 min. a cada hora, totalizando 110 min. por semana. O projeto abrangerá a coleta
de dados no período de um ano. No momento da atividade de campo, outras funções externas, como
patrulha, limpeza e reconstrução da entrada do ninho foram observadas, constituindo, secundari-
amente, alvo de estudos. Foi observado que as operárias têm sua atividade aumentada nas primeiras
horas do amanhecer em dias frios; entre 9 e 11 horas em dias mais quentes e após chuvas fortes. Nesta
última situação, as atividades principais são a reconstrução da entrada do ninho e o descarte de lixo do
interior da colônia. Durante períodos de chuva, ventos fortes e sol intenso (entre 12h e 14h) a ativi-
dade é interrompida ou reduzida. Estes dados são preliminares. Ao término do projeto, uma curva de
atividade será comparada a índices climáticos variados coletados através de dados da estação meteo-
rológica do próprio Campus. Deste modo, será possível modelar os fatores que inibem ou estimulam
as atividades extranidais das operárias de acordo com o clima da região.

Apoio: FAPESP - 2007/54592-5

Palavras-chaves: clima, forrageamento, atividade

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548

EFEITO DO TAMANHO COLONIAL NA


PRODUÇÃO DE RAINHAS EM Melipona
(Michmelia) flavolineata Friese, 1900
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA)
Alexandre Santana Azevedo*, Gisele Garcia Azevedo
Universidade Federal do Maranhão
Rua Marabá, Quadra R, Casa 06, Parque Amazonas
alxazv@hotmail.com

Em Meliponina não há variações nas células que originam operárias e rainhas. Em Trigonina,
células reais são maiores, recebendo mais alimento. No entanto, em Melipona a determinação das
castas sofre influência genotípica. Fêmeas tornam-se rainhas se possuírem genes heterozigotos para
todos os locus determinantes da casta. Em 1949, Kerr fala sobre a influência do alimento na deter-
minação das castas. Diz que não basta a fêmea ser heterozigota, mas deve receber alimento extra.
Kerr & Nielsen (1966) aferiram o alimento indiretamente através do peso larval, expondo a vantagem
disso na produção de rainhas quando há escassez de alimento. Porém isto não seria viável, já que em
Melipona as rainhas são mortas após emergirem. Neste estudo 2 favos de colônias fracas produziram
(10+39) 49 rainhas, colônias médias (3+21) 24, enquanto o único favo de colônia forte não produziu
rainha. Utilizando o tamanho colonial como uma forma de estimar indiretamente a quantidade de
alimento os presentes dados iriam contra a hipótese de Kerr. No entanto não sabemos se colônias
fracas estocam mais alimento nos potes ou investem mais em alimento/célula. Estudos com fluxo de
alimento podem esclarecer esse impasse. Indivíduos heterozigotos se tornarem rainhas quando o ali-
mento é escasso apresenta certa vantagem para a colônia. O ponto seria que, colônias fracas não con-
seguem satisfazer a dieta da rainha e, como esta possui um grande gasto energético devido a constante
produção de ovos, correria um risco muito grande de substituição natural. Evolutivamente, pode ter
ocorrido a seleção de um sistema que favoreça a produção de rainhas na falta de alimento como uma
forma de assegurar substituições naturais mesmo em colônias fracas.

Apoio: CNPq; CNPq-PIBIC; UFMA

Palavras-chaves: Melipona flavolineata, tamanho colonial, determinação de castas, rainhas,


condição colonial

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549

ÍNDICE DE MORTALIDADE DE Apis


mellifera APÓS VISITAS A FLORES DE
NEEM INDIANO (Azadirachta indica) EM
CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
José Everton Alves¹*, Breno Magalhães Freitas², José Ribeiro do Nascimento¹, Antônio Alves de
Oliveira Júnior¹
¹ Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA;
²Universidade Federal do Ceará - UFC
Avenida da Universidade, 850, 62040-370 Sobral, Ceará, Brasil
professoreverton@msn.com

O Brasil está sendo povoado pelo neem indiano (Azadirachta indica). Esta planta possui um
princípio ativo chamado azadirachtina, que afeta por contato ou por ingestão cerca de 30 espécies de
insetos, dentre elas Apis mellifera, reduzindo as atividades de forrageamento e desenvolvimento de
crias. Nenhum trabalho foi encontrado analisando o comportamento de A. mellifera após visitar suas
flores. Objetivou-se neste estudo avaliar a mortalidade de A. mellifera decorrente das visitas às flores
de A. indica. O experimento foi realizado no Lab. de Pesq. Apícolas da UVA em set./2007, usando-se
10 gaiolas, cada uma contendo 10 abelhas de mesma idade, nascidas em estufa. Cada tratamento foi
realizado em 2 gaiolas com 2 repetições. Os tratamentos adotados foram T1: Flores de neem, água e
pólen apícola; T2: Flores do neem, água e mel; T3: Flores de neem e água; T4: Água, mel e pólen apí-
cola; T5: Odor das flores de neem, água, mel e pólen apícola. Após 24 horas, não houve mortalidade
em T1, T2, T4 e T5, porém morreram 35% das abelhas em T3. Após 72 horas, morreram 10% em T1,
0% em T2, 87,5% em T3 e 0% em T4 e em T5. Conclui-se que as abelhas A. mellifera que ingeriram
somente água e o néctar das flores de neem apresentaram uma expressiva mortalidade, provavelmente
devido a algum tipo de toxidade presente nas flores de A. indica.

Apoio: Funcap; IADE; IVA

Palavras-chaves: Azadirachta indica, Neem indiano, Apis mellifera, Azadiractina, Toxidez

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550

TREINO DISCRIMINATIVO UTILIZANDO


RESPOSTAS DIFERENCIADAS EM
ABELHAS Melipona quadrifasciata
Antonio Mauricio Moreno¹*, Gerson Yukio Tomanari², Deisy das Graças de Souza¹
¹* Departamento de Psicologia- Universidade Federal de São Carlos; ² USP
Rua Carlos Botelho 3206, 13569-230 São Carlos-SP, Brasil
mauricio_amm@hotmail.com

Estudos sobre estabelecimento de relações condicionais entre estímulos e emergência de no-


vas relações entre estímulos têm demonstrado resultados positivos com sujeitos humanos, enquanto
são poucos e geralmente controversos os estudos que relatam desempenhos desse tipo em infra-
humanos. Em alguns procedimentos, são ensinadas relações arbitrárias entre estímulos de tal modo
que respostas com topografias diferenciadas são ensinadas no treino de cada relação. Resultados
de alguns estudos sugerem que o uso de respostas diferenciadas facilitam o estabelecimento de
relações condicionais entre estímulos. O objetivo do presente estudo foi estabelecer em Meliponas
discriminações condicionais utilizando respostas diferenciadas. Duas operárias receberam treino
discriminativo com os estímulos “Azul”, “Amarelo”, “Branco” (lâmpadas coloridas) e “Apagado”
(lâmpada apagada). Cada estímulo discriminativo era relacionado a uma resposta diferenciada,
pressionar uma barra ou atravessar uma torre. Uma das abelhas recebeu treino de discriminação
simples do tipo Branco-Torre/ Apagado-Barra. A segunda abelha recebeu dois treinos de discrimi-
nação simples dos tipos Branco-Torre/ Apagado-Barra e Azul-Torre/ Amarelo-Barra e um treino de
discriminação condicional do tipo Branco-Azul-Torre/ Apagado-Amarelo-Barra. A primeira abelha
aprendeu as relações Branco–Torre e Apagado-Barra em 280 tentativas. Com a segunda abelha, o
treino das relações Azul-Torre e Amarelo-Barra foi finalizado após 500 tentativas, com 40 respos-
tas corretas consecutivas. O treino das relações Branco-Torre e Apagado-Barra foi finalizado após
240 tentativas, com 90% de acertos no último bloco de 20 tentativas. Contudo, esse repertório se
deteriorou com o início do treino de discriminações condicionais. Esses resultados mostram que
respostas com topografias diferenciadas podem ser colocadas sob controle de estímulos específicos
em treinos discriminativos com abelhas, embora mostrem que o uso de respostas específicas não
favoreceu o estabelecimento de discriminações condicionais.

Apoio: FAPESP - 04/12998-7

Palavras-chaves: treino discriminativo, respostas diferenciadas, Melipona quadrifasciata,


Meliponina, abelhas

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551

PERFIL DE HIDROCARBONETOS
CUTICULARES DE RAINHAS
FISOGÁSTRICAS DE Melipona marginata
E SUA RELAÇÃO COM O SUCESSO NA
TROCA DE RAINHAS ENTRE COLÔNIAS
Maria Juliana F. Caliman¹*, Izabel Cristina C. Turatti², Ronaldo Zucchi¹
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
jucaliman@pg.ffclrp.usp.br

Os hidrocarbonetos presentes na cutícula dos insetos sociais são responsáveis por várias
funções, principalmente, aquelas relacionadas ao reconhecimento entre companheiras de ninho.
Vários estudos revelam que rainhas virgens e operárias de meliponíneos não são aceitas quando
introduzidas em outra colônia da mesma espécie. O objetivo foi o de investigar as possíveis razões
pelas quais somente as rainhas são introduzidas com sucesso em colônias de Melipona. Amostras
da composição química da cutícula abdominal de 6 rainhas de diferentes colônias de Melipona
marginata provenientes de Cunha-SP (N=4) e Itanhaém-SP (N=2) foram extraídas com fibra de
polidimetilsiloxano e analisadas por Cromatografia Gasosa associada à Espectrometria de Massa.
Após a identificação dos principais hidrocarbonetos foram realizados três testes de aceitação, dois
deles trocando rainhas entre as diferentes populações (Cunha e Itanhaém), além da troca entre
duas rainhas de colônias provenientes de Cunha. Todas as rainhas foram aceitas após a introdução,
retomando a atividade de postura. A análise de variância apontou diferenças significantes na con-
centração de 5 dos 17 hidrocarbonetos encontrados na cutícula das rainhas. Os resultados mostram
que a variação na concentração desses compostos não interfere no processo de aceitação pelas
operárias. Deste modo, a ocorrência de um conjunto característico de hidrocarbonetos pode indicar
a condição de rainha independente da relação de parentesco entre elas (relacionada à procedência
das populações) e as operárias da colônia receptora.

Apoio: CNPq- 134833/2006-6

Palavras-chaves: Hidrocarbonetos cuticulares, Reconhecimento, GC-MS, Meliponini, Rain-


has fisogastricas

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552

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
DE ABELHAS TROPICAIS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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553

COMUNIDADES DE ABELHAS DA
FLONA DA RESTINGA DE CABEDELO,
PARAÍBA, BRASIL
Maria Cristina Madeira da Silva
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
Av. 1º de Maio, 720, Jaguaribe. 58015-430, João Pessoa, Paraíba, Brasil
madeiradasilva@yahoo.com.br

De modo geral, a fauna das restingas carece de informações sobre a composição de suas comu-
nidades nos diferentes pontos da costa brasileira. Estudos tratando da auto-ecologia das espécies da
fauna também são escassos, representando em muitas situações dificuldade no delineamento de es-
tratégias visando à respectiva conservação destas e, por conseguinte, do sistema “restinga” como um
todo. A FLONA - Floresta Nacional - da Restinga de Cabedelo está localizada na planície litorânea
da Paraíba, no Km 11 da BR-230 (7º3’47”S e 34º51’24’’W). A área é composta por uma mata alta
e campo de restinga, manguezal e um rio. A região apresenta clima tropical, quente e úmido, com
chuvas de outono e inverno e média térmica anual de 25°C. O levantamento das abelhas foi feito nos
meses de agosto e setembro de 2002. Foram feitas coletas durante visita às flores e com o uso de fra-
grâncias artificiais para atrair as abelhas Euglossina. Um total de 45 espécies, de quatro famílias de
abelhas foi amostrado. A família Apidae foi a mais diversificada, com 33 espécies, seguida por Mega-
chilidae, com seis espécies e Halictidae, com cinco espécies. A família Andrenidae foi representada
por uma espécie. O gênero Centris apresentou a maior riqueza de espécies. De maneira geral, análises
da fauna de ambientes de restinga, sobretudo de vertebrados, demonstram que estes apresentam uma
baixa diversidade local. Quanto as abelhas, os estudos realizados em áreas de restinga no litoral do
Nordeste do Brasil revelam uma riqueza entre 40 e 60 espécies.

Apoio:

Palavras-chaves: Restinga, FLONA, Abelhas

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554

DIVERSIDADE DE ABELHAS E RECURSOS


FLORAIS NA FLORESTA NACIONAL
CONTENDAS DO SINCORÁ, BA
Rita de Cássia de Souza Carvalho*, Ricardo Moreira Santos, Sheila Alves Abreu,
Raquel Pérez-Maluf, Avaldo de Oliveira Soares Filho
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Labisa, Dept. de Ciências Naturais. UESB. Estrada do Bem Querer, Km 04. Vitória da Conquista, BA
bio.rita@gmail.com

A Floresta Nacional Contendas do Sincorá é a única Unidade de Conservação de caatinga na


Bahia apresentando uma paisagem preservada. O objetivo do estudo foi fazer um levantamento dos
gêneros de abelhas e plantas visitadas por elas na região, ao longo das estações seca e chuvosa. As
coletas foram mensais, de 06/2006 a 04/2008, entre 7 e 11h da manhã, momento em que as abelhas
estão mais ativas nas condições da caatinga. Melipona, Trigona, Xylocopa e Augochloropsis foram
os gêneros mais freqüentes, ocorrendo em mais de 65% das coletas, em períodos seco e chuvoso.
Scaptotrigona, Frieseomelitta e Melitoma tiveram ocorrência sazonal, associada ao período chuvoso.
Gêneros como Bombus e Melissoptila ocorreram em apenas um mês do período chuvoso. O número
de indivíduos coletados variou entre os períodos de seca e chuva, porém o número de gêneros per-
maneceu relativamente constante, evidenciando uma maior atividade no período chuvoso e a per-
manência destas abelhas na região mesmo no período de redução da oferta dos recursos alimentares.
Com relação aos recursos florais, foram encontradas 23 espécies: Caesalpinia pyramidales (Caesal-
pinoidae) esteve presente em todos os meses, e na estação seca, foram as macrófitas Echinodoros sp
(Alistamataceae) e Waltheria sp (Sterculiaceae).

Apoio: UESB; FAPESB; CNPq

Palavras-chaves: interação abelha-flor, caatinga, sazonalidade

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555

VARIÁVEIS QUE AFETAM A MODELAGEM


DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
UM ESTUDO EM Centris trigonoides
(CENTRIDINI, APIDAE)
Tereza Cristina Giannini¹*, Isabel Alves-dos-Santos¹, Antonio Mauro Saraiva²
¹ Instituto de Biociências da USP;
²Escola Politécnica da USP
R. Matão, Trav.14, n.321, São Paulo, SP, 05508-900
giannini@usp.br

A modelagem da distribuição geográfica das espécies vem sendo utilizada como uma ferramen-
ta para determinação de seu nicho ecológico. Os modelos são gerados através de algoritmos que com-
param as variáveis ambientais dos pontos de ocorrência utilizados com as variáveis de outras regiões,
de tal forma a produzir um modelo de áreas potenciais de ocorrência. Para esse estudo foi utilizado
o programa openModeller e pontos de ocorrência da espécie Centris trigonoides com o objetivo de
comparar modelos obtidos através do GARP (Genetic Algorithm for Rule-set Production). Foram
testados três conjuntos de dados com variações nos seguintes parâmetros: 1) quantidade de pontos de
ocorrência utilizados, onde foram sorteadas 3 amostras do total de pontos obtidos; 2) homogeneidade
e heterogeneidade dos pontos de ocorrência, ou seja, foram utilizados pontos de áreas mais próximas
e pontos de áreas mais distantes entre si; 3) camadas ambientais com variáveis diferentes. O melhor
modelo foi escolhido baseado na abrangência da distribuição das áreas potenciais obtidas, levando-se
em consideração dados de literatura, e na acurácia do modelo, que demonstra a capacidade de pre-
ver corretamente a presença dos pontos usados para teste. Os resultados obtidos demonstram que a
heterogeneidade dos pontos é mais importante que a quantidade deles, provavelmente devido ao fato
que as variáveis ambientais de áreas mais diversas apresentam um espectro mais amplo e, portanto,
acarretam um modelo mais abrangente. Para a espécie estudada, o melhor resultado foi obtido com as
camadas de temperatura, precipitação e a Hydro1k que considera elevação e ocorrência de cursos de
água no solo (acurácia do modelo: 96%).

Apoio: BioAbelha-FAPESP

Palavras-chaves: modelagem, nicho ecológico, distribuição geográfica

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556

PROPOSTA DE EXTENSÃO DO ESQUEMA


DARWIN CORE PARA SUPORTAR DADOS
DE POLINIZAÇÃO POR ABELHAS
Etienne Américo Cartolano Júnior ¹, Tereza Cristina Giannini ², Renato De Giovanni ³, Pedro
Luiz Pizzigatti Correa ¹, Antonio Mauro Saraiva ¹
¹ Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; ² Instituto de Biociencias da Universidade de
São Paulo; ³ Centro de Referência em Informação Ambiental
Laboratório de Automação Agrícola - Escola Politécnica da USP. Av. Prof. Luciano Gualberto,
travessa 3, nº 158, sala C2-56. Edifício de Engenharia Elétrica Cidade Universitária - São Paulo –
SP. CEP 05508-900. Fone: (11) 3091-5366 Fax: (11) 3091-5294
cartolano@usp.br

A polinização é considerada um dos processos mais importantes para a conservação da bio-


diversidade. Estudos mostram que a polinização bem conduzida pode melhorar a quantidade e a
qualidade da fecundação das flores e da produção de frutos, incentivando o seu uso em programas
ambientais e nas propostas de agricultura sustentável. No entanto, o sucesso dessas ações está direta-
mente ligado ao conhecimento sobre os agentes polinizadores, a sua preservação e a interação das es-
pécies com o meio ambiente. Novas iniciativas têm surgido para facilitar e incentivar a disseminação
desse conhecimento, entre elas a Inter-American Biodiversity Information Network - IABIN (http://
pollinators.iabin.net) e a WebBee (http://www.webbee.org.br), que publicam informações sobre po-
linizadores e têm entre seus principais serviços a publicação de dados de relacionamento com plantas.
Dada a complexidade do armazenamento e a distribuição dos dados de espécimes, os sistemas de
informação dessas iniciativas compartilham e publicam seus serviços sob uma arquitetura baseada
em provedores e portais, que requerem a utilização de padrões para efetiva comunicação. O Darwin
Core2 v1.4 (DwC) é um conjunto simples de elementos identificados por marcadores, ou “tags”, que
permitem estruturar dados de registros de espécimes ou de observações para serem compartilhados
por sistemas Internet como um documento XML. Ele contém informações sobre a taxonomia do
espécime, da localização geográfica da ocorrência e de elementos de referência, mas que devido a
sua característica generalista, não suportam relacionamentos entre espécimes. Por esta razão, optou-
se por criar uma extensão simples e genérica do esquema DwC e uma outra extensão que detalha o
relacionamento entre polinizadores. Além dos aspectos técnicos é importante avaliar a viabilidade
prática da aceitação do padrão na comunidade, por isso, as extensões propostas foram publicadas no
Biodiversity Information Standards - TDWG (http://www.tdwg.org) para validação da comunidade
científica da área.

Apoio: Inter-American Biodiversity Information Network – IABIN / Organização dos Estados


Americanos- OEA

Palavras-chaves: Polinização, Biodiversidade, XML, Esquemas, Relacionamento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
557

MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA DE POLINIZADORES POR
MEIO DO OPENMODELLER
Antonio Mauro Saraiva¹, Tereza Cristina Giannini²*, Isabel Alves-dos-Santos²
¹ Escola Politécnica da USP;
²Instituto de Biociências da USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, n.158, Butantã, São Paulo, SP 05508-900
giannini@usp.br

A modelagem da distribuição geográfica das espécies representa uma ferramenta importante em


estudos de biogeografia, ecologia e conservação. Entender, modelar e prever a ocorrência de espé-
cies é essencial para os estudos de biodiversidade ou de avaliação de risco ambiental. Os modelos de
distribuição indicam habitats adequados (ou inadequados) para a ocorrência das espécies enfocadas
e apontam para regiões em potencial para a conservação ou reintrodução de espécies raras ou amea-
çadas. O objetivo principal da modelagem é gerar um modelo matemático da distribuição geográfica
potencial da espécie, que possa ser projetado em outras regiões e gerar um mapa da distribuição. O
modelo gerado pode relacionar dados de ocorrência das espécies com características de uma região,
que podem incluir variáveis abióticas (temperatura, umidade, etc.) e bióticas (vegetação predomi-
nante, por exemplo). O openModeller constitui-se em uma ferramenta open source para modelagem
de distribuição geográfica. Um projeto homônimo FAPESP financia atualmente o desenvolvimento
sob a coordenação do CRIA, incluindo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a Escola
Politécnica da USP (Laboratório de Automação Agrícola). O openModeller incorpora e disponibiliza
diversos algoritmos empregados em modelagem, como o GARP – Genetic Algorithm for Rule-set
Production, Climate Space Model, Bioclimatic Envelopes, entre outros. Incorpora também, ferra-
mentas de limpeza de dados que detectam possíveis erros, tais como, pontos fora do padrão esperado
para os parâmetros latitude, longitude e altitude, e facilitam o processo de padronização dos dados. As
etapas da modelagem - pré-modelagem, geração e validação do modelo - são apresentadas tomando
como exemplo a modelagem de distribuição de espécies polinizadoras dentro do projeto BioAbelha-
FAPESP.

Apoio: FAPESP - projeto BioAbelha e openModeller

Palavras-chaves: modelagem, polinizador, nicho ecológico, abelhas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
558

UMA FERRAMENTA DE ENTRADA


E PUBLICAÇÃO DE DADOS DE
RELACIONAMENTO DE POLINIZADORES
Etienne Américo Cartolano Júnior, Antonio Mauro Saraiva,
Pedro Luiz Pizzigatti Correa
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Laboratório de Automação Agrícola - Escola Politécnica da USP. Av. Prof. Luciano Gualberto,
travessa 3, nº 158, sala C2-56. Edifício de Engenharia Elétrica Cidade Universitária - São Paulo –
SP. CEP 05508-900. Fone: (11) 3091-5366 Fax: (11) 3091-5294
cartolano@usp.br

A Inter-American Biodiversity Information Network (IABIN) é um fórum técnico criado para


promover a colaboração e a coordenação entre os países das Américas na aquisição, compartilhamen-
to e o uso das informações sobre biodiversidade relevantes para a tomada de decisão na gestão e con-
servação de recursos naturais, e para promoção do desenvolvimento sustentado na região. Dentre as
suas seis redes temáticas, a Rede Temática de Polinizadores (IABIN PTN) é a responsável por desen-
volver ferramentas para troca de informações específicas sobre polinizadores, entre eles as abelhas.
O Portal desenvolvido pela IABIN-PTN oferece serviços de busca de ocorrências, informações sobre
especialistas, compartilhamento de dados entre os portais de biodiversidade e em especial, o serviço
de relacionamento entre espécimes de polinizadores. Dada a restrição dos esquemas de dados atuais
para o suporte a este tipo de informação, a IABIN-PTN, (CoE, ITIS, NBII, USP e outros parceiros)
em conjunto com o CRIA, o GBIF e a FAO desenvolveram três esquemas de extensão para o Darwin-
Core2 (DwC), agora em processo de validação, para serem tidos como padrões nos sistemas de infor-
mação para biodiversidade sob a tutela do TDWG. Neste contexto, uma Interface de entrada de dados
de relacionamento foi proposta para o Portal IABIN. Escrita em PHP utilizando o Banco de Dados
Mysql, ela segue uma arquitetura modular, sob arquivos XML, para permitir a plena configuração dos
dados de entrada, sempre seguindo como esqueleto as extensões do DwC propostas pela IABIN-PTN.
A ferramenta, que é gratuita, também conta com um provedor DiGIR embutido, por isso, ela pode ser
utilizada pela comunidade científica como meio de publicação dos seus dados de relacionamento para
outros sistemas de informação para biodiversidade, entre eles o Portal da IABIN-PTN.

Apoio: Inter-American Biodiversity Information Network – IABIN / Organização dos Estados


Americanos- OEA

Palavras-chaves: Polinização, XML, Provedores, PHP, Esquemas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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559

O PORTAL DO PROJETO
BIOTA (BIOABELHA)
Julyana Mayumi Kudo*, Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa , Antonio Mauro Saraiva,
Vera Lucia Imperatriz Fonseca, Tereza Cristina Giannini
Laboratório de Automação Agrícola - Escola Politécnica da USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158 - Cidade Universitária - CEP 05508-900- São
Paulo - SP - Brasil
julyana.kudo@poli.usp.br

As abelhas como polinizadoras têm imensa importância para a economia e para a preservação
do ecossistema do planeta, mas ainda pouco se sabe sobre os seus costumes e práticas. O Projeto
temático da FAPESP: Biodiversidade e uso sustentável dos polinizadores com foco nas abelhas visa
suprir essa lacuna estudando sobre esses importantes polinizadores na agricultura, na segurança ali-
mentar e na conservação de plantas. O Portal BioAbelha é o resultado da necessidade de se ter um
veículo de divulgação desse projeto. A primeira versão do Portal foi elaborada tendo-se como priori-
dade a sua leveza e o seu fácil acesso. Nela encontram-se a descrição geral do projeto temático, as
instituições parceiras e somente os dados básicos de cada projeto integrante como a descrição, os ob-
jetivos e a equipe. Na próxima versão disponibilizaremos as publicações, o estágio em que os projetos
se encontram e as ferramentas de Tecnologia de Informação para pesquisa e extensão em serviços
ambientais sempre com ênfase nas abelhas como polinizadores. Essas ferramentas permitirão a real-
ização do gerenciamento e da divulgação de experimentos com abelhas feitos remotamente.

Apoio: FAPESP - 007/2002

Palavras-chaves: Biota, BioAbelha, Polinizadores

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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560

UTILIZANDO O SOFTWARE SPECIFY PARA


CATÁLOGO DE ESPÉCIES E ESPÉCIMES
Leandro Halle Najm*, Pedro Luis Pizzigatti Correa, Julyana Mayumi, Antonio Mauro Saraiva
Departamento de Eng. de Computação e Sistemas Digitais - USP
Avenida Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, 158, CEP 05508-900 - São Paulo - SP
hallenajm@gmail.com

Os dados sobre abelhas ou outros animais e plantas são de extrema importância para os pesqui-
sadores e seus projetos. Por esta razão é necessário haver um controle e uma padronização em relação
ao cadastro e consulta dessas informações em um banco de dados pra utilização de outras instituições
de pesquisa. Através da utilização e estudo no software gratuito Specify pode-se utiliza-lo para fazer
esse controle, visto que é um sistema desenvolvido especificamente para catalogação de biodiver-
sidade. O estudo foi realizado migrando informações de outros catálogos pessoais, sem padrão ou
em softwares proprietários, sem encontrar maiores dificuldades, inclusive pela possibilidade de al-
teração interna do Specify, como criação de novos campos ou a alteração de campos já existentes. O
Specify trata os espécimes de maneira isolada, não foi desenvolvido para tratar o caso de polinização,
sendo essa uma dificuldade encontrada, já que na polinização é necessário o conhecimento do tipo de
interação realizada entre o polinizador e a planta coletados. Uma forma encontrada de resolver este
problema foi a edição dos formulários do sistema, utilizando o módulo administrativo para acrescen-
tar um campo de referência ao número do código do animal observado dentro do cadastro da planta,
e a alteração do rótulo de um campo texto sem utilização, para o tipo de interação observada. Todos
esses registros são gravados em um banco de dados SQL Server, podendo ser facilmente controlado,
consultado, realizar operações como backup e restore, etc. e com isso podendo ser utilizado como um
sistema padrão de catálogo de espécies e espécimes de fácil adaptação pelos pesquisadores.

Apoio:

Palavras-chaves: Catálogo, Specify, Abelhas, Espécimes, Polinizadores

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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561

PROVEDORES DE DADOS DE
POLINIZADORES PARA PORTAIS
DE BIODIVERSIDADE
Pablo Salvanha, Pedro Luiz Pizzigatti Correa, Antonio Mauro Saraiva,
Paulo Venancio Lopes
USP
www.usp.br
salvanha@usp.br

Na atualidade podemos encontrar diversas soluções para acesso a informações referentes a


biodiversidade, sendo as mesmas presentes em centros de pesquisa e outras através de portais central-
izadores. Tais portais centralizadores foram desenvolvidos com o intuito de unificar informações em
uma única base de dados, através de informações dispersas em diversos pontos diferentes de coleta,
os quais são chamados de provedores de dados. Os provedores de dados são responsáveis pelo for-
necimento de informações aos portais, sendo que os mesmos geralmente são centros de pesquisa e/
ou instituições as quais fazem as coletas e inserem as mesmas em sistemas locais. O armazenamento
torna-se viável a ser compartilhado após a instalação de protocolos específicos (DiGIR / TAPIR) os
quais encapsulam os dados para transferência aos portais. Nem todos os potenciais fornecedores de
dados são provedores dos mesmos, é o caso de fornecedores de dados que não possuem nenhuma
aplicação para interoperabilidade desta informação para com os portais. Concluindo, este trabalho
visa demonstrar o ponto de vista dos provedores de dados, exibindo o seu papel dentro da distribuição
centralizada de dados aos portais, sua identificação e preservação de seus direitos. O estudo de caso
envolve provedores de dados para polinizadores, o que inclui espécimes e suas relações. O relaciona-
mento entre espécimes é um ponto em desenvolvimento, estando em definição de padrões, no entanto
será demonstrado as possíveis soluções a serem implementadas futuramente.

Apoio:

Palavras-chaves: Polinizador, Provedor de Dados, Biodiversidade, Relacionamento de espécimes

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562

PORTAL DE BUSCA DE RELACIONAMENTO


PARA POLINIZADORES
Paulo Venâncio Lopes, Antonio Mauro Saraiva, Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa , Pablo Salvanha
Escola Politêcnica - USP
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo - Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. 3, n. 158, sala
C2-56 CEP 05508-900 - Cidade Universitária
cuikiri@gmail.com

Com o aumento do número de pesquisadores e instituições de pesquisa o número de informa-


ções sobre temas específicos vem crescendo exponencialmente e para que se possa armazenar essas
informações os computadores se tornam a solução ideal para isso. Tanto dentro de um notebook, ou
desktop, ou servidor de algum centro de pesquisa esses dados são armazenados para que possam ser
usados e guardados para o futuro. O desafio agora é disponibilizar esses dados para que todos os pes-
quisadores e leigos possam utilizá-los e com isso abrir a possibilidade de maior interação sobre esses
assuntos. A IABIN-PTN (Inter-American Biological Information Network Pollinator Thematic) vem
se esforçando para tornar este desafio realidade. A IABIN é um fórum para promover a colaboração
e a coordenação técnica entre países das Américas na coleção, na partilha, e no uso da informação da
biodiversidade relevante à tomada de decisão na gerência e na conservação de recursos naturais, e
promover o desenvolvimento sustentável na região. A PTN é uma das diversas redes temáticas que dão
forma a IABIN - outras redes incluem espécies e espécimes, espécie invasora, ecossistemas, e áreas
protegidas. O PTN é o grupo especializado em polinizadores. A solução adotada foi a internet que
hoje em dia é relativamente rápida, barata e segura podendo ser acessada de qualquer lugar do globo
tanto via cabo como via aérea. Dentro da internet a arquitetura SOA (Service Oriented Architecture)
vem sendo expandida para dar flexibilidade de acesso a informações distribuídas. Cada pesquisador
ou centro de pesquisa pode criar um serviço que disponibiliza suas informações pela rede e outros
poderão consumi-los sem nenhum problema, ou ainda ter um portal que centraliza essas informações
e a disponibiliza para o público em geral. Este é o tema deste resumo que apresenta a idéia fundamen-
tal do portal de relacionamento de espécimes e futuramente de espécies para polinizadores.

Apoio:

Palavras-chaves: espécimes, espécies, informática, internet, relacionamento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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563

DIVERSIDADE DE ABELHAS E
FENOLOGIA DA FLORAÇÃO DAS
PLANTAS MELÍFERAS EM FRAGMENTOS
DA MATA ATLANTICA NO MUNICÍPIO
DE IÇARA, SANTA CATARINA
Bruna de Costa Alberton*, Beatriz Wessler, Mainara Figueiredo Cascaes, Jaqueline Bonazza
Rodrigues, Birgit Harter-Marques
*Curso de Ciências Biológica da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Av. Universitária, 1105, Bairro Universitário, 88806-000 Criciúma, SC
brualberton@hotmail.com

Diversos estudos mostram a importância da manutenção da diversidade de polinizadores na


floresta para assegurar a reprodução das espécies vegetais, não ocorrendo declínio ou extinção total
dessas populações. Atualmente, grande parte da biodiversidade das florestas tropicais está se per-
dendo devido à destruição e fragmentação. A fragmentação florestal afeta os processos ecológicos das
populações, modificando ou mesmo interrompendo os processos de polinização e dispersão, dentre
outros. Visando fornecer informações para o manejo de remanescentes florestais no sul do Estado de
Santa Catarina, este trabalho teve como objetivo levantar a apifauna e as plantas melíferas utilizadas
pelas abelhas, além de conhecer o comportamento fenológico da floração das plantas que ocorrem
nestes remanescentes. O estudo foi realizado em duas áreas de entorno ao Aterro Sanitário da Em-
presa SANTEC, município de Içara, entre agosto/2007 e março/2008, onde realizaram-se coletas
quinzenalmente. Foram registradas 112 espécies vegetais em flor com o maior número de espécies
florindo nos meses de outubro a dezembro. A maioria das espécies (76%) apresentou floração curta
de duas a quatro semanas e apenas três espécies mostraram período de floração de cinco a sete meses.
Foram observadas visitas de 17 espécies de abelhas nas flores de 25 espécies vegetais , correspon-
dendo a 22,3% do total das espécies encontradas em flor durante o estudo. Dentre elas, A. mellifera
foi a espécie mais abundante com 55% das visitas registradas. O maior número (27 indivíduos) e a
maior riqueza (11 espécies) de abelhas foram observados em novembro que corresponde ao mês com
maior número de espécies vegetais em flor. Os resultados mostraram que apesar da presença de um
grande número de plantas em flor nos remanescentes florestais estudados, a diversidade de abelhas
foi muito baixa, provavelmente devido à localização da área e suas características, uma vez que os
remanescentes são pequenos e encontram-se descontínuos e isolados.

Apoio: PIBIC/CNPq/UNESC

Palavras-chaves: Fenologia de floração, Apifauna, Fragmentação, Apis mellifera

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564

EXTINÇÃO DE Bombus bellicosus NA


PORÇÃO NORTE DE SUA DISTRIBUIÇÃO
Aline Cristina Martins*, Gabriel A. R. Melo, Francisco C. C. Barreto
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Rua do Matão, Trav. 14, n.321, CEP: 05508-900
aline_cmartins@yahoo.com.br

Seis espécies do gênero Bombus são conhecidas para o Brasil, cinco delas pertencentes ao
subgênero Fervidobombus. Ao contrário das espécies simpátricas do gênero, B. bellicosus possui dis-
tribuição restrita ao sul do país e porções do Uruguai e Argentina. A biologia destas abelhas é muito
pouco conhecida, mas sabe-se que fazem ninhos no chão com detritos vegetais; estes ninhos são
protegidos por uma película de cera, característica presente apenas em Bombus do hemisfério norte.
Levantamentos recentes realizados no Paraná mostraram que esta espécie não é mais encontrada na
região. Muitas causas podem estar envolvidas na extinção local de Bombus bellicosus no Paraná, en-
tre elas: 1. conversão de hábitats e fragmentação 2. poluição e 3. mudanças climáticas causadas pelo
aquecimento global. Foi construída a distribuição potencial de Bombus bellicosus através do programa
MAXENT utilizando-se de dados climáticos atuais e de uma projeção futura de aquecimento global.
Procurando novos dados sobre a espécie, foram feitas coletas em áreas do sul do país. A espécie foi
coletada em São Joaquim (SC) e Cambará do Sul (RS), sendo o primeiro local dominado por áreas
agrícolas. A hipótese 1 torna-se assim questionável. Os resultados da distribuição potencial mostra-
ram pouca diferença entre projeções futuras e atuais. Apesar disso a temperatura média anual foi a
variável que se mostrou mais importante na construção dos modelos. A adequabilidade, ao contrário
do que se previa, aumentou na área norte da distribuição. Outros estudos mostram que a chance de
uma espécie ser extinta é maior nas áreas que limitam sua distribuição, pois as populações são meno-
res nestes locais. As evidências ainda são pequenas para indicar uma causa para o desaparecimento de
B. bellicosus em locais onde antes era abundante. Sugere-se que esta espécie seja incluída nas listas
de fauna ameaçada do Brasil, e que novos estudos sejam realizados visando sua conservação.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: conservação, distribuição potencial, campos naturais, Bombus

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565

DIVERSIDADE GENÉTICA DE Eulaema


nigrita (APIDAE: EUGLOSSINI) DE QUATRO
RESERVAS LEGAIS E UMA RESERVA
GOVERNAMENTAL NO SUL DO BRASIL
Gabriele Antico Freiria¹*, Amália Nelci Teresita Pascual¹, Natasha Verdasca Meliciano²,
Douglas Caldeira Giangarelli¹, Silvia Helena Sofia¹
¹*Universidade Estadual de Londrina - UEL;
²Instututo Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Rodovia Celso Garcia, Cid Pr 445 Km 380, CEP 86051-990, Londrina - PR
gabi_freiria@hotmail.com

Apesar da importância das abelhas Euglossini como polinizadores neotropicais, ainda são escas-
sas as informações sobre as populações destas abelhas em fragmentos florestais no Brasil. Este estudo
investigou a diversidade genética de Eulaema nigrita de quatro fragmentos florestais de tamanhos
diferentes (20 a 200 ha) constituindo reservas legais em propriedades particulares e de uma reserva
florestal governamental (580 ha), localizados na região norte do estado do Paraná. A diversidade
genética foi estimada com base em marcadores moleculares RAPD e marcadores PCR-RFLP, estes
últimos obtidos a partir da análise da região 16S do mtDNA desta espécie euglossina. Foi analisado
um total de 100 machos de E. nigrita, sendo 20 de cada um dos fragmentos estudados. A amplificação
da região 16S do mtDNA originou um fragmento de cerca de 610 pares de bases, o qual foi digerido
com as enzimas de restrição Ase I, Dra I e Ssp I, que produziram, respectivamente, oito, quatro e seis
fragmentos de restrição. Contudo, apenas um haplótipo foi encontrado para as cinco amostras estuda-
das. A proporção de locos polimórficos, estimada a partir de marcadores RAPD, variou de 53,61% a
60,0% entre as amostras de E. nigrita estudadas. As análises mostraram valores de FST variando de
0,0089 a 0,0630, indicando uma baixa diferenciação genética entre as amostras dos cinco fragmentos
florestais estudados. As análises revelaram que a maior parte da diversidade genética encontra-se pre-
sente dentro das amostras. Os resultados obtidos com ambos os tipos de marcadores indicam a ocor-
rência de uma única população de E. nigrita na região estudada. Tal fato poderia ser explicado, em
parte, por uma elevada capacidade de dispersão desta espécie, capaz de transpor áreas desmatadas, a
qual é também comumente encontrada em habitats alterados.

Apoio: FPBN; Fundação Araucária; Klabin; CNPq; CAPES

Palavras-chaves: Euglossini, RAPD, PCR-RFLP, 16S mtDNA, Fragmentos Florestais

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566

FAUNA DE ABELHAS DA RESERVA


NATURAL DE RIO CACHOEIRA,
ANTONINA, PARANÁ, BRASIL
Claudivã Matos Maia*, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, cx. Postal 19020, 81531-98,
Curitiba, PR, Brasil
greenmatos@yahoo.com.br

Foram realizadas coletas sistemáticas de abelhas em uma área de floresta ombrófila da Reserva
Natural do Rio Cachoeira, Antonina, Paraná, Brasil, no período de dezembro de 2006 a dezembro
de 2007. Os resultados foram analisados comparativamente a outros estudos realizados em áreas de
floresta Atlântica do sul e sudeste do Brasil. A amostra é constituída de 1147 espécimes pertencentes
a 119 morfo-espécies de abelhas. Estas morfo-espécies estão distribuídas em 41 gêneros, 14 tribos e
quatro subfamílias. A subfamília Apinae foi a mais abundante e a segunda mais rica, enquanto Hal-
ictinae a mais rica e a segunda mais abundante. Megachilinae e Colletinae foram a terceira e quarta
respectivamente tanto em abundância quanto riqueza. As percentagens das quatro subfamílias em
abundância e riqueza (entre parênteses), excluindo Apis mellifera foram: Apinae 63,5 (35,34); Hal-
ictinae 17,66 (43,10); Megachilinae 18,1 (13,7); Colletinae 3,41 (5,12). Não foi coletado nenhum
representante da subfamília Andreninae. O gênero mais abundante foi Apis com 31,9% do total de
espécimes coletados, seguida por Cephalotrigona (9%) e Bombus (7,2%). Em riqueza os gêneros
Megachile com 16 espécies (13,67%) e Augochlora com 14 espécies (11,96%) foram os mais repre-
sentativos. As plantas visitadas correspondem a 42 espécies, pertencentes a 38 gêneros e 24 famílias.
A família Asteraceae com nove espécies teve a maior abundância de abelhas (46,9%). Comparações
com outros estudos através de análise de correspondência demonstram um agrupamento deste estudo
com outras assembléias em áreas de florestas ombrófilas do sul e sudeste do Brasil.

Apoio: CAPES / Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem - SPVS

Palavras-chaves: Apidae, Levantamento, Floresta Atlântica, Riqueza de espécies, Distribuição


regional

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567

UMA ARQUITETURA ORIENTADA A


SERVIÇOS PARA COMPARTILHAMENTO
DE DADOS ENTRE WEBLABS
Leonardo Nicacio Bessa¹*, Prof. Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa¹, Marcelo Succi de Jesus Ferreira¹,
Cris Gianini², Prof. Antonio Mauro Saraiva¹
¹Escola Politécnica - USP;
²Instituto de Biociências - USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3 nº 380 - CEP - 05508-900 - São Paulo - SP
leonardo.bessa@poli.usp.br

Os WebLabs viabilizam novas possibilidades para o ensino e a pesquisa, pois instrumentos de


um laboratório são compartilhados através da Internet com usuários que, de outra forma, não teriam
acesso a eles. Serviços ambientais são serviços úteis oferecidos pelos ecossistemas, como a regulação
de gases e conservação da biodiversidade. Para melhor estudar estes serviços, são necessárias novas
abordagens para disponibilizar, integrar e compartilhar os dados existentes sobre eles. O presente
trabalho teve como objetivo o projeto e implementação de uma arquitetura de sistema de informação
aberta e distribuída para WebLabs (de serviços ambientais), que possibilite a realização de experi-
mentos remotamente. Um experimento foi realizado em 3 colônias de Melipona scutellaris. A cada
15 dias entre 12h e 14h, eram inseridos 9 tubos graduados com soluções de xarope (água e açúcar)
nas colméias em diferentes concentrações. Após 15 minutos eles eram retirados e fazia-se a leitura de
quantos mililitros haviam sido consumidos pelas abelhas ao longo do tempo. Além disso, foram in-
seridos HOBOS (sensores desconectados) nas colméias e uma estação metereológica para capturar os
valores de temperatura e humidade a cada 15 minutos. Após a aquisição, os dados foram exportados
em formato EML e para serem analisados com uma ferramenta integrada. Os principais resultados
encontrados foram: a importação de dados obtidos de forma automática viabiliza a execução de ex-
perimentos com uma grande massa de dados; a exportação do experimento em formato padronizado
facilita a disseminação dos dados e permite o uso de ferramentas de análise abertas. Estes resultados
mostram que o uso da arquitetura orientada a serviços facilita o desenvolvimento de padrões e a inte-
gração de outros WebLabs de serviços ambientais.
Apoio: PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO DA USP

Palavras-chaves: WebLab, Melipona scutellaris, web-Services, Ecological Metadata Lan-


guage, Termo-Regulação

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568

POPULATION ANALYSIS OF Partamona mulata


AND Partamona helleri (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINI) IN BRAZIL
Maria Cristina Arias*, Rute Magalhães Brito
Universidade de São Paulo
Departamento de Genética e Biologia Evolutiva rua do Matão, 277 sala 320 05508-090 São Paulo,
Brasil
mcarias@ib.usp.br

The Partamona genus comprises 33 species distributed from south Mexico to southern Brazil.
Molecular approaches were developed to characterize populations of two species presenting a distinct
geographic distribution: P. mulata has a small geographic range, found only in central Brazil (savan-
na); and P. helleri, which ranges largely in eastern Brazil (Atlantic forest). Individuals of P. mulata
and P. helleri were collected from 58 and 47 nests, respectively. Both samples were divided into 5
geographic sub-samples or populations following their endemic range. Four PCR amplified mtDNA
regions were analyzed by 6 restriction enzymes, and 9 microsatellite loci were amplified by using
heterospecific primers. P. mulata presented only 2 haplotypes which differed by presence/absence of
one single restriction site. Analyses indicated no differentiation among the populations. Conversely,
P. helleri presented 10 haplotypes, being some exclusive and others shared among populations. The
microsatellite analysis showed low genetic variability in both species and discrete population struc-
turing, not related to the geographic distribution. The data indicates that P. mulata may have passed
through a recent populational bottleneck or recent speciation process. However P. helleri seems to
be an ancient species that have suffered a recent isolation probably due Atlantic Forest fragmenta-
tion during the Pleistocene. In both species, the low nuclear variability is an evidence of migration
of males, since the queens are highly phylopatric; also habitat fragmentation (degradation of savanna
and Atlantic forest areas) should be taken in account to explain the current genetic scenario.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: meliponini, Partamona, population genetics, microsatellites, mtDNA

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569

DIFERENCIAÇÃO DE SEXOS EM
QUATRO ESPÉCIES DE ABELHAS SEM
FERRÃO BASEADO EM MORFOMETRIA
GEOMÉTRICA DAS ASAS
Raphael Antonio de Oliveira Silva, Tiago Mauricio Francoy, Vera Lucia Imperatriz-Fonseca
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP, Instituto de Biociências - USP
Travessa do Rami, 44 - Vila Tiberio- Ribeirão Preto – SP
raphasilva@pg.ffclrp.usp.br

A identificação de espécies já descritas para o grande público é uma preocupação crescente em


programas conservacionistas. As abelhas sem ferrão, apresentam um importante papel ecológico fun-
damental na manutenção dos biomas, uma vez que são polinizadores extremamente eficientes e con-
stituem um grupo chave nestes programas. Como opção de identificação, a análise de dados de morfo-
metria geométrica das posições relativas das junções de nervuras das asas anteriores tem demonstrado
bons resultados para grupos de abelhas. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo testar
a diferenciação de sexos em espécies dentro do grupo Meliponini. Para cada uma das quatro espé-
cies estudadas (Nannotrigona testaceicornis, Frieseomellita varia, Scaptotrigona depilis e Melipona
quadrifasciata) foram coletados em média 100 operárias e 100 machos. As asas anteriores direitas
das operárias foram retiradas com o auxílio de pinças e colocadas entre lâminas de microscopia. As
asas foram fotografadas e marcos anatômicos foram marcados nas junções de nervuras das asas e as
coordenadas cartesianas das mesmas foram obtida através do pacote TPS de softwares de análise. Os
resultados obtidos por meio de Análise de Componente Principal foram extremamente satisfatórios,
obtendo uma excelente separação inter-especifica. Já as espécies de Nannotrigona, Frieseomellita
e Melipona apresentaram uma diferenciação entre os indivíduos de diferentes sexos, corroborando
análises anteriores de outros trabalhos que também diferenciaram os sexos em espécies do gênero
Plebeia. As diferenças nos padrões de venação de asa nos diferentes sexos provavelmente são devidas
às diferenças nas atividades de vôo apresentadas pelos grupos.

Apoio: CNPq, Fapesp

Palavras-chaves: morfometria geométrica, asa, TPS, Meliponini

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
570

ABUNDÂNCIA DE Eulaema nigrita


LEPELETIER, 1841 (APIDAE,
EUGLOSSINA) EM FRAGMENTOS
FLORESTAIS URBANOS E RURAIS NA
REGIÃO DE RIO BRANCO, ACRE
Danielle Storck-Tonon*¹, Elder Ferreira Morato²
¹Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, ²Universidade Federal do Acre
Av. André Araújo, 2936, 69060-000, Manaus, AM
danistorck@inpa.gov.br

As abelhas pertencentes à sub-tribo Euglossina são conhecidas como abelhas das orquídeas e
ocorrem apenas na região Neotropical. De modo geral, áreas com maior cobertura florestal apresen-
tam maior abundância e riqueza dessas abelhas. Contudo, a espécie Eulaema nigrita Lepeletier, 1841
vem sendo considerada como indicadora de áreas abertas ou impactadas. O objetivo deste trabalho
foi investigar a abundância de El. nigrita em fragmentos florestais urbanos e rurais na região do mu-
nicípio de Rio Branco, Acre. As abelhas foram atraídas por substâncias odoríferas e coletadas com
rede entomológica e armadilhas durante 6 dias em 10 fragmentos florestais (5 urbanos e 5 rurais).
Foi amostrada também uma área localizada no centro urbano da sede do município de Rio Branco,
local mais impactado da região. Foram coletados 357 machos de El. nigrita (44% atraídos por escatol
e 31% por vanilina). Desses, 90 (25,2 %) foram coletados em fragmentos rurais, 235 (65,8 %) em
fragmentos urbanos e 32 (9,0 %) no centro urbano do município. A abundância de El. nigrita não foi
influenciada pelo tamanho da área do fragmento, perímetro, conectância, índice de borda e número de
fragmentos vizinhos, mas pela quantidade de cobertura florestal existente dentro de um raio de 3 Km
(r = -0,66; p = 0,026), 4 Km (r = -0,72; p = 0,012) e 5 Km (r = -0,79; p = 0,004) a partir dos pontos
de coleta. No centro urbano foi coletada a maior proporção desta espécie em relação às demais de
Euglossina. Portanto, a quantidade de cobertura de vegetação existente na matriz em que o fragmento
está inserido é a variável mais importante para explicar os efeitos da fragmentação florestal sobre a
espécie.

Apoio: CNPq / UFAC / Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais

Palavras-chaves: Euglossina, Eulaema nigrita, Acre, Fragmentação, Bioindicação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
571

EVOLUTIONARY AND ECOLOGICAL


EVENTS THAT INFLUENCED THE
POPULATION STRUCTURE IN Plebeia
remota, A STINGLESS BEE FROM BRAZIL
Flávio de Oliveira Francisco*, Maria Cristina Arias
Instituto de Biociências - USP
Rua do Matão 277, 05508-090, São Paulo, SP, Brasil
fofrancisco@hotmail.com

Multidisciplinary studies have demonstrated that the stingless bee Plebeia remota have distinct
behavior, morphometry, chemistry, and genetic characteristics according to the geographic distribu-
tion. In order to evaluate which evolutionary and ecological processes may have contributed to this
scenario, the genetic structure of P. remota, from four distinct geographic areas in Brazil, was studied
through mtDNA and microsatellite data. Seventy nests were sampled and mtDNA was analyzed with
15 restriction enzymes. Microsatellite analysis was performed in 72 individuals from 72 nests, by
screening 7 heterospecific loci. Fifteen composite haplotypes were found and a strong mtDNA popu-
lation structure was detected among all populations. Analysis of microsatellite polymorphism indi-
cated that the four populations are characterized by a low genetic diversity. We believe that vegetation
shifts caused by climatic changes and uplift of Brazilian coastal ranges since Tertiary, and also female
philopatry were responsible for population isolation. Recent habitat fragmentation caused by human
occupation may be the reason for the low nuclear genetic diversity. Microsatellite and mtDNA data
showed high genetic distance and isolation between one geographic distinct population and the other
3 ones. Our work and the data already published in literature present evidences that one population
might constitute a new species. This information plus the current habitat fragmentation between the
populations studied constitute relevant data to conservation strategies.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Plebeia remota, stingless bee, mtDNA, microsatellite, Atlantic forest

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
572

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE
ÁREAS AGRÍCOLAS COMO HABITAT DE
ABELHAS POLINIZADORAS
Gleiciani Bürger Patricio¹*, Maria José de Oliveira Campos¹, Eduardo Magalhães Borges
Prata¹, Elizandra Goldoni Gomig¹, Bruno Ferreira¹, Jerônimo Kahn Villas-Bôas¹
¹* Universisade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/ Rio Claro
Avenida 24 A, 1515; 13506-900. Rio Claro, SP, Brasil
gleipatricio@vivax.com.br

O conhecimento das necessidades na disponibilidade de alimentos, sítios de nidificação e tol-


erância às modificações dos habitats naturais é a base para propor práticas de manejo favoráveis
ao estabelecimento de polinizadores nos campos de cultivo. O objetivo deste trabalho foi avaliar
condições para o estabelecimento de uma fauna diversificada de polinizadores, nas regiões de Rio
Claro e Araraquara. Foram estudados três remanescentes de vegetação nativa em diferentes áreas
agrícolas. As plantas foram amostradas, acompanhadas quanto à fenologia e abelhas visitantes foram
coletadas. No remanescente A, foram coletados 146 espécimes. Nos remanescentes B e P, 80 e 86
abelhas. A espécie vegetal mais visitada no ambiente A foi Gochnatia polymorfa (Less.) Cabr. (Com-
positae). Nos remanescentes B e P, Vernonia ferruginea Less. (Compositae) se destacou enquanto
fonte de recursos florais. A família Compositae apresentou maior importância para o forrageamento
da fauna apícola destes ambientes. Foram avaliadas as condições propícias à nidificação de abel-
has. As áreas estudadas apresentaram condições diversas para as espécies de abelhas encontradas.
Muitas têm hábito de nidificação no solo, e estes ambientes devem apresentar uma boa capacidade
de drenagem e, além disso, é importante receberem luz solar direta. A área B se destacou nesse as-
pecto. Nos ambientes de mata ribeirinha das propriedades A e P, o solo é encharcado, o que dificulta
o estabelecimento de ninhos no chão. No entanto, apresentam estrutura arbórea bem desenvolvida,
com indivíduos em diferentes idades, desde plântulas a adultos de grande porte, oferecendo assim,
locais adequados para abelhas que nidificam em troncos de árvores e cavidades pré-existentes. Os
dados confirmaram a importância destes remanescentes no contexto das paisagens agrícolas, as quais
apresentam diferentes condições edáficas, com espécies de plantas de hábitos diversos e diferentes
características fenológicas, oferecendo assim, recursos para o forrageamento e estabelecimento de
sítios de nidificação para a fauna apícola.

Apoio: PROBIO/MMA, CNPq

Palavras-chaves: abelhas, polinizadores, remanescenteS, áreas agrícolas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
573

ESTUDO PRELIMINAR DAS RELAÇÕES


ENTRE ABELHAS (HYMENOPTERA,
APOIDEA) NA EXPLORAÇÃO
DE RECURSOS NATURAIS NO CERRADO
EM DOURADOS (MS)
Anna Kátia Brizola-Bonacina¹*, José Chaud-Netto¹, Valter Vieira Alves-Júnior², Adan Rider
Aristimunho Torres², Filipe Ruiz Zambão², Valeska Marques Arruda¹, Erico Nomura¹
Ciências Biológicas e Ambientais – UFGD, Dourados-MS
Av. 24-A, 1515 - Bela Vista - CEP: 13506-900 - Rio Claro-SP, Brasil
annakatia@bonacina.com.br

Com sua ampla extensão e heterogeneidade de ecossistemas, o Cerrado abriga uma enorme
biodiversidade e abrange cerca de 20% do território nacional. O desenvolvimento de pesquisas bási-
cas sobre a melissofauna do Cerrado possibilita determinar padrões dessas comunidades, bem como
estratégias de utilização racional da fauna apícola e de conservação das espécies da região. Foram
amostradas 22 espécies vegetais (EVs) florescentes entre Julho/2007 e Fevereiro/2008, sendo captur-
ados 312 indivíduos pertencentes a 51 morfoespécies de abelhas. Apidae apresentou o maior número
de morfoespécies (40 ou 78,43%), seguida por Megachilidae (6 ou 11,76%), Halictidae (3 ou 5,88%)
e Andrenidae e Colletidae, ambas com apenas uma morfoespécie (1,96%). A maior porcentagem de
indivíduos capturados (67%) ocorreu no período matutino, entre 8 e 11h. Os apídeos estiveram pre-
sentes em todas as EVs, exceto na EV 21, onde foram capturados apenas halictídeos. Doze das 22
EVs foram visitadas exclusivamente por Apidae. Megachilídeos foram capturados em 5 EVs, porém
sua maior representatividade ocorreu na EV 10 (Andira humilis Mart., Ex Benth). Colletidae (EV 3)
e Andrenidae (EV 6 e EV 17) tiveram apenas um e dois indivíduos capturados, respectivamente. O
Coeficiente de Correlação de Pearson (r) foi aplicado para avaliar a relação entre as variáveis am-
bientais registradas e o número de indivíduos capturados (de cada família). Halictidae apresentou
resultados significativos em relação à Temperatura (r = -0,247; p = 0,03), Velocidade do Vento ( r =
-0,249; p = 0,03) e Horário (r = -0,216; p = 0,05). Entre Apidae e Halictidae (r = 0,359; p = 0,001), a
relação sugere que os indivíduos destas famílias exploram as mesmas plantas ao mesmo tempo. To-
dos os demais coeficientes de correlação obtidos foram não significativos e muito próximos de zero,
o que sugere que a atividade de coleta dos indivíduos capturados não teria sido influenciada pelas
variáveis ambientais.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Cerrado, Melissofauna, Conservação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
574

UTILIZAÇÃO E ESTUDO COMPARATIVO


DO USO DE NINHOS-ARMADILHA
PARA ABELHAS SEM FERRÃO
(HYMENOPTERA, APIDAE)
Ricardo Caliari Oliveira*, Cristiano Menezes, Raphael Antônio de Oliveira Silva, Ademilson
Espencer Egea Soares, Vera Lúcia Imperatriz Fonseca
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universi-
dade de São Paulo
Av. Bandeirantes, 3900 - CEP 14040-901. Ribeirão Preto, São Paulo
ricaliari@hotmail.com

Os Meliponini destacam-se por possuir grande importância ecológica: polinizam até 90% das
Angiospermas em algumas formações vegetais; e econômica: fonte de renda para muitas famílias que
comercializam mel. Há aproximadamente um ano vem sendo desenvolvido o método da utilização
de ninhos-armadilha na obtenção de colônias de Meliponíneos da natureza de maneira inofensiva
ao meio-ambiente e legalmente aceita. Ninhos-armadilha são conjuntos confeccionados de garrafas
plásticas com diferentes volumes (0,5L; 1L; 2L e 3L) banhadas em própolis de diferentes espécies,
com cotovelos de PVC encobertos por cera para serem utilizados como entrada para a colônia. Esses
conjuntos são instalados nas árvores a cerca de 1,50 m do chão. Duas áreas foram utilizadas para os
estudos: O campus da USP – Ribeirão Preto e a fazenda Aretuzina em São Simão, ambas no estado
de SP. No campus foram instalados 200 conjuntos e, na fazenda, 100. Periodicamente os conjuntos
são vistoriados de modo a verificar se houve sucesso na obtenção de enxames ou se foram predados
de alguma forma. Um software foi desenvolvido especialmente para facilitar a coleta dos dados con-
templando grande número de variáveis tais como: incidência de sol; localização; tipo de ocupação;
predação; entre outras. Cerca de um mês após a colônia ocupar a armadilha é feita a transferência
para a colméia e local definitivo da colônia. O método demonstrou eficiência com 38 enxames de
cinco espécies de Meliponíneos na Universidade e, na fazenda, 7 colônias de duas espécies. Há cor-
relação entre a eficácia na obtenção de enxames nas armadilhas e o número de ninhos naturais, assim
como o ambiente no qual estão inseridas (áreas com árvores esparsas ou próximas) e também com
a disponibilidade de outros locais para nidificação. Na fazenda Aretuzina houve concorrência entre
ninhos-armadilha e colméias antigas vazias. Outros tipos de materiais serão utilizados para estudos
comparativos, porém a os ninhos-armadilha parecem cumprir bem a finalidade a qual se propõe.

Apoio: FAPESP e CNPq

Palavras-chaves: Ninhos-armadilha, Meliponini, abelhas sem ferrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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575

ESTUDO DA OCORRÊNCIA E COMPETIÇÃO


ENTRE ESPÉCIES DE MELIPONÍNEOS
E ABELHAS AFRICANIZADAS
(HYMENOPTERA: APIDAE), EM
FRAGMENTOS FLORESTAIS DA FAZENDA
MONTE ALEGRE, KLABIN S.A. – PR
Edson Aparecido Proni¹*, Oilton José Dias Macieira ¹
¹*Universidade Estadual de Londrina
Campus Universitário, 86051990 - Londrina, PR - Brasil - Caixa-Postal: 6001
proni@uel.br

A manutenção da biodiversidade em um ecossistema de floresta é realizada pelo cruzamento


entre as plantas onde as abelhas nativas são parte integrante deste mecanismo aumentando a produtiv-
idade das plantas cultivadas e a fertilidade das mesmas. Dessa forma, o número de espécies de abel-
has nativas encontradas em uma floresta pode ser considerado como um indicador de conservação.
Os objetivos deste trabalho foram determinar a ocorrência e processos de competição entre espécies
de meliponíneos e abelhas africanizadas Apis mellifera nas áreas de floresta nativa, reflorestamento
de Araucaria angustifolia, Eucalipto spp e Pinus spp da Fazenda Monte Alegre Klabin S.A (Telê-
maco Borba - Pr). Com o incremento da apicultura nessa área e no seu entorno, houve um aumento
significativo do número de caixas dessas abelhas. Ocorreram impactos negativos sobre as populações
de abelhas indígenas devido à competição pela flora e invasão de possíveis locais de nidificação, bem
como o aumento de ataques nas áreas de plantio e de preservação, principalmente aos funcionários
e animais confinados no zoológico. Os resultados obtidos mostraram a ocorrência de 12 espécies de
meliponíneos em floresta nativa, 6 em eucalipto, 4 em araucária e 2 em pinus. Considerando-se a
extensão da área estudada e a invasão das africanizadas, a ocorrência de abelhas nativas apresentou
ainda um nível não satisfatório, indicando assim um grau de interferência significativo no processo
de conservação dos ecossistemas de floresta e nas áreas de reflorestamento.

Apoio: KLABIN SA, UEL

Palavras-chaves: Abelhas indígenas, Apis mellifera, biodiversidade, competição, hymenoptera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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576

RECURSOS ALIMENTARES UTILIZADOS


POR ABELHAS DO GÊNERO Xylocopa
EM FRAGMENTOS DE CERRADO NA
REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO
Cláudia Inês da Silva*, Paulo Eugênio Alves Macedo de Oliveira
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia
Rua Ceará, s/n, Bloco 2 D, Umuarama, Uberlândia, MG, Brasil
claudiainess@gmail.com

As abelhas do gênero Xylocopa são consideradas poliléticas. No entanto pouco se sabe so-
bre a relação Xylocopa-planta no cerrado. As fontes alimentares utilizadas pelas abelhas podem ser
identificadas através de observações diretas nas flores ou de análise polínica. Neste estudo, foram
investigadas as fontes alimentares utilizadas por quatro espécies de Xylocopa, em fragmentos de
cerrado, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007, a partir da análise de amostras de grãos
de pólen retirados do corpo e dos ninhos (células e fezes). O estudo detalhado da fenologia de flora-
ção na estratificação vertical, acompanhado da elaboração de uma palinoteca com todas as espécies
floridas (178 sp.) nos fragmentos, permitiu a identificação das plantas utilizadas pelas Xylocopa spp.
com maior precisão. Do total de plantas amostradas nas áreas, Xylocopa spp. visitaram 60,11% delas.
Xylocopa suspecta visitou o maior número de espécies de plantas (70sp.), seguida por Xylocopa
frontalis (68sp.), Xylocopa grisescens (60sp.) e Xylocopa hirsutissima (51sp.). Houve diferença na
composição das amostras de pólen do corpo e de ninhos, mas, de maneira geral, verificou-se uma so-
breposição no uso de recursos alimentares entre as espécies. Entre as flores de pólen, os tipos políni-
cos mais freqüentes foram os de Ouratea spectabilis, Senna sylvestris, Senna rugosa, Senna velutina,
Tipo Senna occidentalis, Eriotheca gracilipes, Rhynchanthera grandiflora e Solanum lycocarpum.
Já entre as flores de néctar, os tipos mais freqüentes foram os de Caryocar brasiliense, Bauhinia
brevipes, Passiflora edulis, Serjania reticulata, Tipo Crotalaria brachystachya e Tipo Citrus. Embora
as Xylocopa spp. correspondam a menos de 5% dos Apoidea no cerrado, essas abelhas contribuem
significativamente para a polinização de espécies de plantas nativas e cultivadas, como por exemplo,
o maracujá-amarelo. Conhecer e preservar espécies de plantas chave no entorno de cultivos podem
auxiliar na manutenção dos polinizadores que desempenhem um papel fundamental no seu sucesso
reprodutivo.

Apoio: FAPEMIG

Palavras-chaves: Conservação, palinologia, recursos florais, abelhas, cerrado

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577

DISPERSÃO DE ABELHAS EUGLOSSINA


(HYMENOPTERA:APIDAE) EM
MATRIZES DE CANA-DE-AÇÚCAR E
PASTAGEM NO NORTTE FLUMINENSE
Willian Moura de Aguiar, Maria Cristina Gaglianone
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Rua Alberto Lamego, 2000. Cep:28015-620
wmag26@yahoo.com.br

Abelhas da subtribo Euglossina podem ser afetadas pela fragmentação do hábitat e pela matriz
ao redor do fragmento florestal. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de matrizes de cana-
de-açúcar e pastagem na estrutura da comunidade de Euglossina em um remanescente de floresta
estacional semidecidual sobre tabuleiros (Mata do Carvão-São Francisco de Itabapoana-RJ), com
1053ha. A leste deste remanescente ocorre o predomínio da monocultura de cana-de-açucar e a oeste,
pastagem. Foram realizadas coletas simultâneas no interior, nas bordas, a 100m e a 1000m a leste e
oeste do fragmento com auxílio de armadilhas contendo iscas aromáticas de eucaliptol, cinamato de
metila, vanilina, acetato de benzila e salicilato de metila. As armadilhas foram instaladas a 1,5m do
solo de 8:00 as 15:00h durante um dia trimestralmente entre abril/07 e março/08. Foram capturados
433 indivíduos. Destes, 61 foram capturados no interior do fragmento, 106 na borda leste, 57 na borda
oeste, 55 a 100m leste, 57 a 100m oeste e 49 e 48 a 1000m leste e oeste, respectivamente. Foram iden-
tificadas oito espécies de três gêneros. Machos de Euglossa cordata L. e Eulaema nigrita Lep. foram
abundantes em todos os pontos de amostragem, porém em menor número no interior do fragmento,
enquanto Eulaema cingulata Fab. só não foi amostrada a 1000m leste e apenas um indivíduo foi cole-
tado a 1000m oeste. Euglossa despecta Moure, E. fimbriata Rebelo & Moure e Exaerete smaragdina
Guérin não ocorreram fora do fragmento e Euglossa pleosticta Dressler não foi amostrada a 100m
leste e 1000m a leste e oeste. Euglossa securigera Dressler só não foi amostrada a 100m leste do frag-
mento. Este estudo demonstra que ambas matrizes influenciam negativamente a riqueza de espécies
de Euglossina e podem ser consideradas barreiras físicas para algumas espécies de Euglossina. Estes
resultados corroboram resultados já encontrados na literatura.

Apoio: Rio-Rural/GEF, BANCO MUNDIAL, FAPERJ/UENF, UENF

Palavras-chaves: Fragmento, Mata de tabuleiro, Iscas aromáticas, Euglossina, Dispersão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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578

ABELHAS (HYMENOPTERA: APIDAE)


DE UMA ÁREA DE DUNAS MARGINAIS
(PRAIA DE PANAQUATIRA, SÃO JOSÉ DE
RIBAMAR-MA, BRASIL): ABUNDÂNCIA,
DIVERSIDADE E SAZONALIDADE
Fabiana dos Santos Oliveira¹*, Márcio Wesley Alves Mendonça¹, Márcia Cristina Silva Vidigal¹,
Márcia Maria Corrêa Rêgo¹, Patrícia Maia Correia de Albuquerque¹
1* Laboratório de Estudos sobre Abelhas, Departamento de Biologia-Universidade Federal do
Maranhão-UFMA
Avenida dos Portugueses s/n, 65085-080 São Luís -MA, Brasil
patemaia@hotmail.com

Quase cinco mil quilômetros (79%) do litoral brasileiro são constituídos de restingas e dunas
que, no Maranhão, mistura-se com as vegetações do cerrado. Como parte desse mosaico, a vegeta-
ção de dunas de praia merece atenção devido à intensa modificação a que está sujeita e ao papel que
desempenha na preservação da morfologia costeira. Foi analisada a estrutura de comunidade de abel-
has de uma área restrita de dunas primárias em São José de Ribamar, Maranhão, Brasil. Amostragens
quinzenais foram realizadas com metodologia padronizada totalizando 24 coletas. As coletas ocor-
reram no período de 12:00 às 18:00 hs no primeiro dia e das 6:00 às 12:00 hs no segundo por dois
coletores. Um total de 3305 indivíduos de 31 espécies, agrupadas em 14 categorias morfo-funcionais,
pertencentes a 4 famílias (Apidae>Halictidae>Megachilidae>Andrenidae) foram coletadas nas flores.
Centris com 14 espécies e 890 indivíduos foi o gênero mais rico e abundante. O padrão de abundância
e riqueza foi bastante semelhante ao de outros habitats de dunas no nordeste brasileiro. Das espécies
amostradas, 61% foram representadas por menos de 36 indivíduos e apenas 5 espécies foram muito
abundantes com mais de 177 indivíduos: Apis mellifera Linnaeus, Centris (Centris) leprieuri Spinola,
Eulaema nigrita Lepeletier, Eufriesea surinamensis Linnaeus e Xylocopa (Neoxylocopa) cearensis
Ducke. As abelhas estiveram presentes durante todo o ano, apresentando picos de abundância no
período de maior precipitação. A atividade diária foi maior entre 06:00 e 11:00 hs, quando a tempera-
tura aumentava e a umidade relativa decrescia.

Apoio: CNPq/PIBIC/UFMA; FAPEMA

Palavras-chaves: Dunas de praia, Diversidade, Abundância, Nordeste brasileiro, Apidae

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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579

ESTRUTURA GENÉTICA DE Euglossa


pleosticta (HYMENOPTERA: APIDAE)
DE DOIS REMANESCENTES DE MATA
ATLÂNTICA NO SUL DO BRASIL
Francielly Medeiros de Oliveira*, Alessandra Novaga Alves, Gabriele Antico Freiria,
Douglas Caldeira Giangarelli, Silvia Helena Sofia
Universidade Estadual de Londrina
Rodovia Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380, Cx. Postal 6001 CEP 86051-990 Londrina, Paraná Brasil
franci_elly1@hotmail.com

A Mata Atlântica constitui a segunda maior formação de floresta tropical da América do Sul,
sendo um bioma com alta biodiversidade e endemismos de espécies. No estado do Paraná, a Mata
Atlântica está representada por fragmentos florestais com diferentes graus de conservação. No en-
tanto, a fragmentação afeta diversos processos ecológicos, comprometendo inúmeras espécies. Con-
siderando-se as abelhas Euglossini um grupo chave na polinização de plantas Neotropicais e diante
da escassez de informações sobre a diversidade genética de euglossinas em áreas fragmentadas, este
trabalho teve como objetivo reunir informações sobre a estrutura genética de Euglossa pleosticta de
dois remanescentes florestais (com 200 e 580 ha) de Mata Atlântica, localizados no norte do Paraná e
distantes cerca de 30 km. Ambos os remanescentes apresentam vegetação nativa conservada. As aná-
lises incluíram 24 machos de E. pleostica do fragmento menor e 23 do remanescente maior. Marca-
dores PCR-RFLP foram obtidos a partir da amplificação das regiões 16S e intergênica COI-COII do
mtDNA, seguida pela digestão simples com as endonucleases ASE I e DRA I. A análise da AMOVA
detectou uma quantidade maior (72,28%) de variação genética dentro das amostras analisadas do que
entre estas (27,72%). As análises revelaram uma diferenciação genética muito alta entre as amostras
de E. pleosticta dos remanescentes, com um valor de FST = 0,28. Detectou-se nove haplótipos-
compostos, destes o haplótipo AAAA mostrou-se o mais freqüente (61%) no remanescente maior
e o haplótipo AAAB no fragmento menor (46%). Quatro haplótipos-compostos foram exclusivos
para as abelhas do fragmento florestal maior e três exclusivos para o fragmento menor. Os resultados
sugerem uma restrição de fluxo gênico entre as abelhas das duas áreas e possíveis efeitos de deriva
genética atuando sobre os indivíduos destas áreas.

Apoio: FBNP, Fundação Araucária, Klabin, CNPq

Palavras-chaves: Euglossini, Euglossa pleosticta , DNA mitocondrial, PCR-RFLP, fragmen-


tos florestais

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580

ANÁLISE GENÉTICA DE Euglossa pleosticta


(HYMENOPTERA, APIDAE, EUGLOSSINI)
DE DOIS FRAGMENTOS FLORESTAIS
MANTIDOS COMO RESERVAS LEGAIS
Alessandra Novaga Alves¹*, Gabriele Antico Freiria², Francielly Medeiros de Oliveira², Douglas
Caldeira Giangarelli², Silvia Helena Sofia²
¹*Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP; ²Universidade Estadual de Londrina - UEL
Rodovia Celso Garcia Cid Pr 445 Km 380 CEP 86051-990 Londrina - PR
alenalves@hotmail.com

A Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, encontra-se hoje represen-
tada por um conjunto de fragmentos florestais, distribuídos em vários estados brasileiros. Inseridas
na paisagem fragmentada deste ameaçado ecossistema, as reservas legais, fragmentos florestais em
propriedades particulares, constituem atualmente potenciais reservatórios da biodiversidade da Mata
Atlântica. Contudo, até o momento, pouco se conhece sobre a diversidade genética de populações de
organismos presentes em tais remanescentes florestais. Neste estudo, marcadores moleculares PCR-
RFLP foram empregados para investigar a diversidade genética de populações da espécie Euglossa
pleosticta , de duas reservas legais, com tamanhos de 117 e 70 ha e separadas por cerca de 7 km,
localizadas no norte do estado do Paraná. Foram analisados 46 machos de E. pleosticta , destes 22
foram coletados na reserva menor e 24 na reserva maior. As análises se basearam nas amplificações
das regiões 16S e intergênica COI-COII do mtDNA da espécie estudada, posteriormente submetidas à
restrição pelas endonucleases Ase I e Dra I. Foram identificados sete haplótipos-compostos, dos quais
dois foram comuns às amostras das duas reservas estudadas. Dos dois haplótipos comuns, um apre-
sentou uma freqüência de ocorrência de 45% em ambas as reservas. Com base na análise da AMOVA
detectou-se que a maior quantidade de variação genética ocorreu dentro dos grupos (98,82%). Um
baixo valor de FST (0,002) foi encontrado, indicando uma baixa diferenciação genética entre as abel-
has das duas amostras. Apesar disto, foi observada a presença de haplótipos-compostos exclusivos
às duas amostras de E. pleosticta , um deles presente em uma freqüência relativamente alta (25%).
Os resultados obtidos sugerem que, apesar das amostras serem bastante semelhantes geneticamente
e da reduzida distância entre as reservas legais, a ocorrência de haplótipos-compostos exclusivos em
freqüências elevadas, pode estar refletindo a incidência de efeitos de endogamia ou mesmo deriva
genética entre as amostras de E. pleosticta destas reservas.

Apoio: FBPN; Fundação Araucária; Klabin; CNPq

Palavras-chaves: Euglossa pleosticta, PCR-RFLP, 16S mtDNA, intergênica COI-COII mtD-


NA, Remanescentes florestais

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581

ESTRUTURA GENÉTICA DE Euglossa cordata


(HYMENOPTERA, APIDAE, EUGLOSSINI)
DE DUAS ÁREAS URBANAS
Leandro Nunes de Andrade*, Olavo Pinhatti Colatreli, Karen Mayumi Suzuki, Silvia Helena Sofia
Universidade estadual de Londrina
Rodovia Celso Garcia Cid Pr 445 Km 380 CEP 86051-990 Londrina - PR
nuneslondrina@hotmail.com

Euglossa cordata é uma espécie de abelha Euglossini que mostra ampla distribuição em ter-
ritório brasileiro, sendo comumente encontrada em ambientes urbanos. Até o momento, pouco se
conhece sobre a estrutura genética de populações de E. cordata presentes em áreas urbanas. Conside-
rando-se que marcadores moleculares constituem ferramentas úteis em análises genéticas populacio-
nais, este trabalho empregou marcadores PCR-RFLP na análise genética de amostras de E. cordata
de dois fragmentos de mata, de tamanhos diferentes, distantes cerca de 5 km entre si, localizados na
cidade de Londrina-PR, são eles: Parque Municipal Arthur Thomas (AT), com 66 ha e fragmento
Água Fresca (AF) de 18,5 ha. Foram analisados 48 machos de E. cordata, 24 indivíduos de cada
fragmento. As análises envolveram a amplificação de três regiões (16S, COI e intergênica COI-COII)
do DNAmt de E. cordata, as quais mostraram, respectivamente, um tamanho aproximado de 615pb,
640pb e 660pb. Três endonucleases (Ase I, Dra I e Ssp I) foram empregadas na obtenção dos frag-
mentos de restrição. Foram identificados dez haplótipos-compostos com freqüências que variaram
de 0,04 a 0,75. O haplótipo AAAA foi o mais freqüente entre as abelhas das duas áreas, mostrando,
contudo, uma freqüência maior (75%) entre os machos de E. cordata do fragmento AF do que entre
os machos do Parque AT (54%). Quatro haplótipos-compostos foram exclusivos para as abelhas do
Parque AT e outros quatro exclusivos para os indivíduos de AF, ocorrendo em freqüências que vari-
aram de 4% a 8%. Tais resultados apontam uma variação no conjunto de haplótipos-compostos das
abelhas das duas áreas de estudo, a qual pode ser decorrente de uma limitação no fluxo gênico entre
as abelhas destas áreas e de possíveis efeitos de deriva genética atuando sobre os indivíduos dos dois
fragmentos urbanos estudados.

Apoio: FBPN; Fundação Araucária; Klabin; CNPq

Palavras-chaves: Euglossini, Euglossa cordata, Área urbana, PCR-RFLP, mtDNA

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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582

DISTRIBUIÇÃO E DIVERSIDADE DE ABELHAS


EUGLOSSINAS (HYMENOPTERA, APIDAE)
NUM GRADIENTE DE FITOFISIONOMIAS DO
BIOMA CERRADO NA REGIÃO DE VAZANTE
E PARACATU, MINAS GERAIS
Gabriel Caixêta Martins¹*, Valéria Lopes de Castro², Edilene Aparecida Leonel², Jefferson Luiz
Antunes Santos¹, Maíta Vasconcelos Santos¹, Guilherme Pereira Cruz ¹, Melinda Rodrigues de
Souza³, Cláudia Inês da Silva³
¹*FINOM; ²TECSOMA; ³Universidade Federal de Uberlândia
Rua: Orlando Ulhôa Batista, 380A, Vila Mariana, Paracatu, MG
gcm_vzt@yahoo.com.br

As abelhas Euglossinas apresentam distribuição exclusivamente neotropical, sendo poucos os


estudos relatando a diversidade dessas abelhas no Bioma Cerrado. Este estudo faz parte do Projeto
“Conhecer é Preservar”, e tem como objetivo estudar a distribuição e diversidade de abelhas Euglos-
sinas num gradiente do Bioma Cerrado. O estudo teve início em abril de 2008, com previsão de tér-
mino da primeira fase em março de 2009. Foram selecionadas áreas de reserva natural de fitofisiono-
mias de mata ciliar, mata mesofítica, cerradão e cerrado sentido restrito. Essas áreas estão localizadas
nas Fazendas Bom Sucesso e Riacho do grupo Votorantim - Unidade Aço-Florestal nos municípios
de Vazante e Paracatu, Minas Gerais. Pouco se conhece sobre a apifauna nessa região, que apresenta
fragmentos isolados nunca antes estudados. Para a coleta dos machos de abelhas Euglossinas, utiliza-
mos quatro iscas odoríferas: eucaliptol, eugenol, salicilato de metila e vanilina. De maneira geral, até
o presente momento, foram coletados 51 espécimes, distribuídos em seis espécies, sendo Eulaema
(Apleulaema) nigrita Lepeletier, 1841, a mais abundante (50,94%), seguida por Euglossa (Glossura)
imperialis Cockerell, 1922 (24,53%), Euglossa (Euglossella) jacquelynae Nemésio, 2007 (16,98%),
Euglossa (Euglossa) fimbriata Rebêlo & Moure, 1995 (3,77%) Euglossa (Euglossa) pleosticta
Dressler, 1982 e Euglossa (Euglossa) townsendi Cockerell, 1904 (1,89%). Eucaliptol e salicilato de
metila foram iscas que atraíram o maior número de espécimes (57,14% e 38,78%, respectivamente).
Nessas iscas foram coletadas quatro das seis espécies identificadas nas fitofisionomias. Considerando
o gradiente do Bioma Cerrado, na mata mesofítica e no cerrado sentido restrito foi encontrada a maior
abundância, apresentando juntas 67,92% do total de indivíduos. Por mais que sejam preliminares,
os dados obtidos até o momento mostram que essas fitofisionomias especificamente estudas nessas
fazendas podem abrigar, devido ao seu alto grau de preservação, uma grande diversidade de abelhas
Euglossinas quando comparadas a outras áreas deste e de outros Biomas no Brasil.

Apoio: VOTORANTIM METAIS; MEDUSA AMBIENTAL; FINOM; FAPEMIG

Palavras-chaves: Conservação, Abelhas, Euglossini, Cerrado

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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583

LOCOS MICROSSATÉLITES PARA Melipona


rufiventris (HYMENOPTERA: APIDAE)
Denilce Meneses Lopes*, Filipe Oliveira Silva, Tania Maria Fernandes Salomao,
Lucio Antonio de Oliveira Campos, Mara Garcia Tavares
Universidade Federal de Viçosa
Avenida PH Rolfs s/n, 36570-000 Vicosa, Brasil
denilceml@yahoo.com.br

Populações da abelha sem ferrão Melipona rufiventris têm sido reduzidas devido a destruição
do seu habitat natural e ação de meleiros, sendo considerada ameaçada de extinção em algumas
regiões do Brasil. Assim, existe um interesse crescente no desenvolvimento de marcadores genéticos
que auxiliem no estudo da diversidade genética desta espécie. Microssatélites são marcadores molec-
ulares muito úteis em estudos populacionais devido ao seu alto grau de polimorfismo,codominância e
multialelismo. Assim, o objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar microssatélites para a espécie
M. rufiventris, a partir de primers ISSR (intersimple sequence repeats). As amplificações foram re-
alizadas utilizando o DNA extraído de um indivíduo de M. rufiventris e os seguintes primers ISSR:
(CA)8G, (GA)8YG, (TG)8RC, (GATA)2(GACA)2 e DVD(TC)7. Posteriormente, fragmentos ISSR
foram purificados e clonados. Após transformação em Escherichia coli DH5, 32 clones positivos
foram seqüenciados. A análise destas seqüências permitiu o desenho de 10 primers microssatélites
que foram testados em 20 indivíduos de M. rufiventris. O número de alelos por loco variou de 2 a
5 (média=3,2) e a diversidade gênica variou de 0,10 a 0,76 (média=0,48). Diversos locos também
foram polimórficos em M. quadrifasciata, M. bicolor, M. mondury e Partamona helleri, o que torna
estes primers microssatélites úteis em estudos populacionais de abelhas sem ferrão.

Apoio: CAPES; PROBIO; CNPq; FAPEMIG

Palavras-chaves: ISSR, Microssatélite, Melipona, Hymenoptera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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584

RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA DO


HABITAT E OCORRÊNCIA DE ABELHAS E
VESPAS SOLITÁRIAS
Bruno Ferreira, José Eduardo de Oliveira*, Maria José de Oliveira Campos
Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro – UNESP/RC
Dept. de Ecologia. Av. 24-A, 1515, 13506-900, Rio Claro/SP, Brasil
zeco@rc.unesp.br

A importância do contexto espacial para o entendimento dos sistemas ecológicos e os efeitos da


configuração das paisagens sobre a estrutura das comunidades biológicas vêm cada vez mais sendo
reconhecidos por estudos em ecologia. Fragmentos de habitat terrestres encontram-se inseridos em
uma matriz de paisagem que geralmente oferecem diferentes tipos de influências sobre a diversidade
biológica. A matriz do entorno de um fragmento de habitat pode aumentar ou diminuir a quantidade
de recursos disponíveis ou recursos adicionais que não ocorrem dentro do fragmento de habitat local,
além de poder influenciar a conectividade estrutural dos fragmentos, possibilitando o aumento ou
decréscimo das densidades populacionais locais e dos riscos de extinção. Este estudo propôs a veri-
ficação dos efeitos de algumas das características do hábitat sobre a ocorrência de abelhas e vespas
que nidificam em ninhos armadilha. A área de estudo compreendeu a região da Bacia do rio Corum-
bataí (interior de São Paulo). A partir de mapas temáticos da classificação do uso e ocupação do solo
foram selecionados fragmentos de cerrado na região, os quais foram analisados dentro de parâmetros
da ecologia da paisagem. Para amostrar a ocorrência de abelhas e vespas simultaneamente nos frag-
mentos selecionados foram utilizados ninhos-armadilhas produzidos a partir de inter-nós de bambu.
Os resultados ilustram que a paisagem pode ser determinante na distribuição dos organismos, mas a
qualidade do habitat também influencia neste parâmetro.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Estrutura de habitat, Ninho-armadilha, Contexto da paisagem, Ecologia da


paisagem, Fragmentação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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585

GENETIC VARIABILITY OF A SMALL


POPULATION OF Frieseomelitta varia
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
THROUGH RFLP OF MITOCHONDRIAL DNA
Paulo Henrique Pereira Gonçalves*, Maria Cristina Arias
*Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Rua do Matão 277, 05508-090, São Paulo, Brasil
php@usp.br

The stingless bees present great ecological importance because they are the main pollinators of
several ecosystems. Some species are threatened due to forest fragmentation and devastation; such
human actions are decreasing directly the bee population in special the ones that nest in hollow of
trees, like Frieseomelitta varia. This species is characterized by the production of honey quite vis-
cous. Its distribution covers the Brazilian states of BA, MG and SP. The objective of this study was to
verify the genetic variability of a small population of F. varia living at the campus of the University
of São Paulo, Ribeirão Preto-SP with subsequent inferences about the colonization of new areas by
this species and also test Kerr and Vencovsky’s hypothesis, which postulates a minimum of 44 nests
per area to prevent the loss of genetic variability in a population. The DNA was extracted from work-
ers collected in 22 nests. Five mitochondrial regions were amplified: [ND2/COI], [COII], [ATPase 8
and 6/COIII], [ND1/16S], [16S/12S], and digested by the following restriction enzymes, EcoR I, Bcl
I, Dra I, Ase I, EcoR V, Bgl II, Hind III, Pst I, Hinf I, Cla I, Ssp I and Bam HI. The results obtained
so far, allow us to delineate mitochondrial regions that have accumulated more replacements of bases
and the enzymes more effective in detecting them. Among the nest sampled only two haplotypes
were identified. This fact indicates that this small population was presumably founded by at least two
colonies, considering that the mtDNA has maternal inheritance.

Apoio: FAPESP; CAPES

Palavras-chaves: MtDNA, Frieseomelitta varia, PCR-RFLP

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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586

MICROSATELLITE LOCI ANALYSIS IN


POPULATION OF Melipona marginata
Alisson Roberto Campos Moresco*, Maria Cristina Arias
Instituto de Biociências - USP
Rua do Matão 277 05508-090 São Paulo, Brasil
alissonbio@usp.br

Melipona marginata is a species of Meliponini found in eight Brazilian states, RS, SC, PR, SP,
RJ, ES, MG, BA. This specie is considered the most ancestral from the genus, and like others species
from this genus, makes nests in tree hollows. Due to the forest devastation, this species is considered
endanger in some states. Also the uncontrolled transportation of colonies mediated by humans can
increase the genetic drift among natural and isolated populations. To study the population structure
of Melipona marginata we collected specimens from 54 colonies along the geographical distribution
of Melipona marginata, and we tested the amplification via PCR of 3 microsatellite loci (Mbi 201,
Mbi 215 and Mbi 278), characterized originally in Melipona bicolor. The loci Mbi 278 and Mbi 201
presented a high number of alleles (6 each) and high level of heterozigozity, however the locus Mbi
215 presented only two alleles, being one of them extremely rare. The use of heterospecific primers
in order to amplify microsatellite loci in Melipona marginata was not so promising. It is necessary a
survey of more loci, including others characterized in Melipona bicolor and Scaptotrigona postica.

Apoio: CNPq; FAPESP

Palavras-chaves: Microsatellite, Melipona, Melipona marginata , PCR

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE NA
CONECTÂNCIA DE UMA REDE DE
INTERAÇÃO MUTUALÍSTICA ENTRE
PLANTAS E VISITANTES FLORAIS, EM
UMA REGIÃO DE CERRADO, ITIRAPINA, SP
Maria Rodrigues Vianna*, Astrid de Matos Peixoto Kleinert
Universidade de São Paulo
Instituto de Biociências, Dept.. de Ecologia
mariavianna@usp.br

Idealmente, todos os componentes em uma determinada teia alimentar coexistem e estão in-
teragindo entre si. No entanto, quando consideramos longos períodos de tempo, a soma de todas as
interações observadas pode se tornar inadequada por que: i) espécies potenciais parceiras podem não
apresentar sobreposição fenológica; ii) espécies com longo tempo de floração podem aparentar ter
mais interações do que em um tempo em particular; e iii) possíveis mudanças sazonais podem ser
negligenciados. O objetivo deste trabalho foi avaliar se existe uma dinâmica de sazonalidade nas
redes de interação plantas-visitantes florais, através de medições da conectância momentânea e cu-
mulativa dessas redes. Este trabalho foi desenvolvido na Estação Ecológica de Itirapina, SP, região
de reconhecida sazonalidade. Foram realizadas três campanhas de coleta (janeiro, março e abril de
2008). A construção das redes de interação segue as metodologias de Jordano (1987). O tamanho total
do sistema observado até o momento é de 18 espécies de plantas, 62 espécies de visitantes florais e
96 interações realizadas. A conectância cumulativa foi de 8,6%, e, para cada mês de coleta, 16,4%,
15,6% e 23,0%, respectivamente. No total, cada visitante utilizou 1,55±1,02 (média±DP) espécies
de plantas e cada planta foi visitada por 5,33±5,21 espécies de mutualistas. Apesar dessa diferença,
a conectância independe do tamanho da rede (F(1,2)=8,041; R2=0,701; p<0,105). Ambientes mais
secos usualmente têm maior conectância, mas o cerrado não segue essa tendência, apresentando,
dentre os biomas brasileiros, a menor conectância.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: redes tróficas, mutualismo, conectância, cerrado, sazonalidade

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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588

A POLINIZAÇÃO COMO UM SERVIÇO


DO ECOSSISTEMA: UMA ESTRATÉGIA
ECONÔMICA PARA A CONSERVAÇÃO
Flávia Monteiro Coelho Ferreira*, Paulo De Marco Junior
Universidade Federal de Minas Gerais
ECMVS, Instituto de Ciências Biológicas, Av. Pres. Antônio Carlos, 6.627 - Pampulha
monteirocoelho@gmail.com

Os serviços do ecossistema têm sido amplamente explorados sob o ponto de vista científico,
entretanto a ecologia dos serviços do ecossistema ainda é pouco conhecida, o que limita nossa ha-
bilidade em entender seu valor e em planejar sua conservação e manejo. A conversão de florestas
e a expansão da agricultura têm transformado a paisagem, resultando na perda de biodiversidade e
conseqüentemente causando danos aos serviços do ecossistema. Esse problema também atinge as
comunidades de abelhas comprometendo a frutificação de muitas plantas nativas e cultivadas. De
maneira geral, a polinização de plantas cultivadas depende do manejo da cultura e da qualidade dos
habitats adjacentes. Nosso objetivo foi identificar quais os fatores determinantes para o aumento de
produtividade de culturas de café, sob o aspecto da polinização, na zona da Mata de Minas Gerais,
em três diferentes escalas: da planta, do sistema de cultivo e da paisagem. Para isso, contamos com
experimentos pareados de polinização em propriedades com sistema de cultivo convencional e agro-
florestal e realizamos uma análise da paisagem com base em imagens de satélite. Os polinizadores
foram responsáveis por um aumento de 5% na produção de frutos tanto nos sistemas convencionais
como nos agroflorestais, que embora floristicamente mais ricos abrigaram uma fauna de abelhas se-
melhante a dos sistemas convencionais. Os fragmentos mais próximos à cultura foram importantes
para o ganho em produção por funcionarem como fonte de polinizadores. Entretanto, quando esta
distância é superior a 250m ocorre uma competição entre fontes de recursos. Abelhas presentes nos
fragmentos provavelmente visitarão a fonte de recurso mais próxima, que pode estar em diferentes
porções da paisagem incluindo outras áreas de plantio de café, gerando assim um efeito negativo so-
bre a produtividade da área analisada.

Apoio: FAPEMIG; UFMG; UFV; CTA

Palavras-chaves: polinização, serviços, produção, paisagem

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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589

DIVERSIDADE DA FAUNA DE
ABELHAS DA SUBTRIBO EUGLOSSINA
(HYMENOPTERA; APOIDEA; APIDAE)
NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁGUA
LIMPA, CATAGUASES-MG
Guilherme do Carmo Silveira¹, Alice Alves Rodrigues², Georgina Maria de Faria Mucci²
¹Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais - UFU;
²Faculdades Integradas de Cataguases-FIC
Universidade Federal de Uberlândia - Instituto de Biologia - Campus Umuarama - Rua Ceará S/N -
Bloco 2D
guisilve@yahoo.com.br

As Euglossina desempenham um importante papel na polinização de diferentes famílias de


plantas, mas principalmente Orchidaceae. Poucos são os estudos realizados sobre a diversidade des-
sas abelhas em florestas Estacionais Semideciduais de Mata Atlântica no Brasil, destacando-se al-
guns trabalhos realizados no Estado de São Paulo e Minas Gerais. O objetivo do presente estudo foi
fornecer informações sobre diversidade e sazonalidade de Euglossina em áreas de Mata Estacional
Semidecidual, além comparar a diversidade obtida nesse estudo com outros trabalhos realizados em
Mata Estacional Semidecidual. O estudo foi desenvolvido na Estação Ecológica de Água Limpa
(E.E.A.L.) (21°22’ S e 42°42’ W), uma área de 70 ha situada na cidade de Cataguases – MG. O
período de realização do trabalho foi de fevereiro a dezembro de 2007. As amostragens ocorreram
a cada quinze dias, das 8:00 às 14:00 horas, com uso de cineol e eugenol como iscas odores. Foram
amostrados 240 indivíduos, pertencentes a treze espécies. Eulaema nigrita foi a espécie mais abun-
dantemente encontrada, sendo o grau de dominância, calculado pelo índice de Berger-Parcker, de
0,48 indicando a importância proporcional desta espécie em relação às outras. O índice de diversi-
dade Shannon-Wiener (H’) foi de 1,47 e o de equidade (J’) foi de 0,57. Tanto o índice de diversidade
quanto o de equidade obtidos no presente estudo foram semelhantes àqueles encontrados em outras
áreas de Mata Estacional Semidecidual já estudadas. O mesmo ocorre quando se considera a riqueza
de espécies. Isto demonstra que, apesar de pequena, a E.E.A.L. abriga uma importante amostra da
fauna de abelhas Euglossina.

Apoio: Faculdades Integradas de Cataguases, Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chaves: Diversidade, Euglossina, Polinização, Mata Estacional Semidecidual

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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590

ESPECTRO POLÍNICO DE AMOSTRAS


DE PÓLEN COLETADOS NAS
CORBÍCULAS DE Tetragonisca angustula
LATREILLE (APIDAE: MELIPONINA) NA
ILHA GRANDE, RIO DE JANEIRO
Leila Nunes Morgado¹*, Rodrigo Morais Nunes¹, Maria Cristina A. Lorenzon¹, Vânia
Gonçalves-Esteves²
¹* Departamento de Produção Animal, Instituto de Zootecnia, UFRuralRJ; ²Laboratório de Palino-
logia, Museu Nacional, UFRJ
UFRRJ, Km 7 Rod 465, Seropédica, Estado do Rio de Janeiro
leilamorgado@uol.com.br

Entre o grupo das abelhas sem ferrão, destaca-se Tetragonisca angustula, com ampla dis-
tribuição nos habitats tropicais e com hábito forrageador generalista. A caracterização polínica das
espécies vegetais da Ilha Grande através do estudo de grãos de pólen de Jataí permite diferenciar as
espécies vegetais da área de forrageamento desta abelha e conhecer suas preferências florais. O tra-
balho objetivou quantificar e avaliar a carga polínica encontrada nas corbículas de T.angustula. As
amostras de pólen foram coletadas na entrada de 5 colônias (em caixas), retiradas das corbículas das
operárias que retornavam do campo, avaliadas por três meses (fevereiro, março, abril) em vegeta-
ção de região insular. A análise quantitativa de tipos polínicos foi realizada no Laboratório Abelha-
Natureza do Instituto de Zootecnia da UFRuralRJ, através da contagem dos tipos e determinação da
freqüência. Encontraram-se 14.399 grãos de pólen, com a presença e freqüência dos seguintes tipos
polínicos: Meliaceae (36,6%), Brassicaceae (21%), Euphorbiaceae (8%), Myrtaceae (tipo Eucalyp-
tus) (7,2%), Piperaceae (tipo Piper) (7%), Cecropia (6,8%), morfotipo (4,7%), Ulmaceae (3,85%),
Areaceae (3,65%), Arecaceae (3,62%), Mimosaceae (0,7%), Poaceae (0,35%) e Asteraceae (0,08%).
Os grãos de pólen de Brassicaceae ocorreram apenas em abril com 45%, seguido de Myrtaceae (tipo
Eucalyptus) (15,6%) e Cecropia (14,7%), o restante obtive um percentual abaixo de 8,3%. O tipo
polínico Poaceae, geralmente agrupa plantas anemófilas, esteve presente em todos os meses do estu-
do, mas abaixo de 1%. Concluiu-se que T. angustula apresenta preferência variada na busca de recur-
sos, com hábito forrageador generalista, apresentando uma variação na composição de tipos polínicos
entre os meses estudados.

Apoio: FAPERJ, CNPq, IEF/RJ

Palavras-chaves: Mata Atlântica, Melissopalinologia, Meliponina, Forrageamento, Campei-


ras

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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591

ABELHAS SEM FERRÃO


(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINA)
DA ILHA DE SANTANA-AP
Lorena Oliveira de Souza¹ ³, Richardson Ferreira Frazão² ³, Arley José Silveira da Costa² ³
¹Bolsista PROBIC, Graduanda de Ciências Biológicas- UNIFAP;
²Mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional- UNIFAP;
³Núcleo de Estudos Científicos e Tecnológicos sobre Abelhas Regionais- NECTAR/UNIFAP
Rodovia Juscelino Kubitschek, KM 2, 68902-280 Macapá, Brasil
lorena_executiva@yahoo.com.br

Abelhas desempenham papel ecológico fundamental, pois são responsáveis pela polinização
e manutenção do fluxo gênico das plantas que visitam, sendo importante conhecer sua diversidade.
O estuário amazônico é extremamente biodiverso, contudo, a Ilha de Santana, como todo Amapá,
apresenta lacunas de estudos relacionados à biodiversidade, principalmente às abelhas. Objetivando
conhecer os meliponíneos das ilhas do estuário amazônico, foram realizadas coletas quinzenais nos
três ambientes da Ilha de Santana, Várzea (predominante), Terra Firme e Savanas (fragmentos), de
08:00h às 16:00h entre agosto de 2007 e julho de 2008. Abelhas foram capturadas com auxílio de rede
entomológica, durante o forrageio em vegetais floridos e em ninhos encontrados com ajuda de mora-
dores da localidade. Espécimes coletados foram sacrificados, montados, identificados e depositados
na coleção do NECTAR/UNIFAP. Identificação até gênero foi realizada por chaves e até espécie por
especialistas. As espécies encontradas foram: Nanotrigona punctata, Leurotrigona pusilla, Melipona
compressipes, Trigona fulviventris, Trigona branneri, Tetragona handlirschii, Melipona cf. ilustris e
Partamona ferreira. A diversidade dos meliponíneos encontrados demonstra a importância de preser-
var os ambientes da Ilha de Santana e conhecer a comunidade das espécies na bacia estuarina do rio
Amazonas.

Apoio: PROBIC - UNIFAP

Palavras-chaves: meliponíneos, Amapá, biodiversidade, Amazônia, diversidade

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
592

A COMUNIDADE DE ABELHAS EM
UM FRAGMENTO DE MATA
ATLÂNTICA, NO MUNICÍPIO DE
MARACAJÁ, SUL DE SANTA CATARINA
Mainara Figueiredo Cascaes¹*, Bruna de Costa Alberton¹, Beatriz Wessler¹, Jaqueline Bonazza
Rodrigues¹, Birgit Harter-Marques²
¹* Curso de Ciências Biológica da Universidade do Extremo Sul Catarinense –
UNESC; ² Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais,
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Av. Universitária, 1105, Bairro Universitário, 88806-000 Criciúma, SC
mainaracascaes@hotmail.com

Originalmente, o sul do Estado de Santa Catarina era coberto em quase toda sua extensão pela
Floresta Ombrófila Densa. Atualmente, esta tipologia florestal encontra-se fragmentada, devido a
atividades agrícolas e pela exploração de carvão. A fragmentação resultou em pequenos remanes-
centes de vegetação nativa que se avizinham a usos agrícolas e a outras formas de uso. No município
de Maracajá, o Parque Ecológico Maracajá representa um dos poucos remanescentes florestais de
Floresta Ombrófila Densa encontrados na microrregião geográfica de Araranguá. Estudos relaciona-
dos com a apifauna no sul do estado de Santa Catarina são raros e não são conhecidas as relações da
fauna do grupo com a flora local. Considerando o estado atual de degradação das florestas na região
e a carência de estudos faunísticos, o presente trabalho objetivou proporcionar informações sobre a
diversidade de abelhas e suas fontes de alimento utilizadas no Parque Ecológico Maracajá com vistas
à conservação e ao monitoramento ambiental deste remanescente. Realizou-se um levantamento das
abelhas e das plantas visitadas por elas de abril/07 a março/08, quinzenalmente, das 8:00 até 12:00
horas ao longo de dois transectos preestabelecidos. Foram coletadas 350 abelhas representadas por
quatro famílias de 45 espécies. Apidae mostrou tanto a maior riqueza como a maior abundância nas
flores (24 espécies, 68,6% das visitas), seguida por Halictidae (13 espécies/22,9%), Megachilidae
(5 espécies/3,1%) e Colletidae (3 espécies/5,4%). Não foram encontrados representantes da família
Andrenidae. Registrou-se a ocorrência de apenas duas espécies de abelhas sociais nativas. As abelhas
foram observadas visitar as flores de 49 espécies das 69 espécies vegetais encontradas com flores. Os
resultados indicam que a vegetação do parque sustenta um baixo número de espécies de abelhas. No
entanto, a ocorrência de um número relativamente grande de espécies de abelhas solitárias mostra
que no remanescente encontram-se espécies vegetais importantes para a manutenção deste grupo de
abelhas.

Apoio: PIC 170 VIII; FAPESC – CON12219/2007-0

Palavras-chaves: Diversidade de abelhas, Fragmentação, Plantas melíferas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
593

FLORA VISITADA E UTILIZAÇÃO DOS


RECURSOS FLORAIS POR ABELHAS
SILVESTRES (HYMENOPTERA, APIDAE)
EM UMA ÁREA DE DUNAS NA PRAIA DE
PANAQUATIRA, MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ
DE RIBAMAR, MA, BRASIL
Márcia Cristina Silva Vidigal*, Fabiana dos Santos Oliveira, Márcio Wesley Mendonça,
Márcia Maria Corrêa Rego, Patrícia Maia Correia Albuquerque
*Laboratório de Estudos sobre Abelhas – Departamento de Biologia – Universidade Federal do
Maranhão.
Avenida dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga, 65040-080, São Luís-MA, Brasil
cynha_10@yahoo.com.br

Este trabalho foi realizado com o objetivo de conhecer a flora utilizada pelas abelhas silvestres
em um ecossistema de dunas no nordeste brasileiro. Entre maio/2005 e junho/2006, duas vezes por
mês, as plantas floridas eram amostradas, registrando-se para cada espécie o período de floração, háb-
ito e características florais como cor, forma e recurso oferecido ao visitante. Um total de 35 espécies
vegetais foi observado, das quais 15 receberam visitas de 3.294 indivíduos pertencentes a 31 espécies
de abelhas. Fabaceae foi a família mais importante com 44% do total de visitas. Canavalia rosea
(Sw.) DC (38%), Turnera odorata Rich. (27%), Passiflora foetida (DC) (14%), Ipomoea asarifolia
(Desr.) Roem & Schult. (12%) e Chamaecrista hispidula (Vahl) H.S. Irwin & Barneby (6%) foram
as espécies vegetais predominantemente visitadas. Xylocopa cearensis (Duke) apresentou o nicho
trófico mais amplo (1,73), visitando 12 espécies de plantas e X. frontalis (Fabricius), o mais estreito
(0,22) em três espécies vegetais. Centris (Melacentris) sp. , Eulaema nigrita (Lepeletier) e Eufriesea
surinamensis (Linnaeus) foram as espécies com maior sobreposição de nichos, concentrando suas
visitas em C. rosea. Os tipos polínicos mais freqüentes foram T21, P. foetida , T12 e Centrosema
brasilianum (L.) Benth, seguidos de T8, T2, Turnera odorata, T28, T23, T32, Diodia sp. e Ipomoea
asarifolia . Os recursos florais estiveram disponíveis durante todo o ano, havendo maior produção de
flores nos meses de maior precipitação.

Apoio: FAPEMA

Palavras-chaves: Análise polínica, interação abelha-flor, dunas litorâneas, Nordeste brasileiro

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
594

POLLINATION NETWORK OF A
MELITTOPHILOUS COMMUNITY IN THE
BRAZILIAN CERRADO: ECOLOGICAL
PARAMETERS GIVE INSIGHTS INTO
NETWORK STRUCTURE
Simone Caroline Cappellari*, Rosana Tidon, John L. Neff, Beryl B. Simpson
The University of Texas at Austin; Universidade de Brasilia; Central Texas Melittological Institute
The University of Texas at Austin, 1 University Station A6700, Austin, TX, 78712, USA.
scappellari@mail.utexas.edu

The conservation of biological diversity, including all components that support ecosystem
services such as native plants and pollinators, is essential to the maintenance of sustainable natu-
ral and agro-ecosystems. In pollination, species-specific characteristics determine the effective-
ness of interactions. Thus, certain species have a more important effect on the fitness of their
partners leading to higher interaction strength between the species involved. Consequently, de-
clines in populations of key partners can generate unstable plant-pollinator communities. In this
study we use ecological parameters relevant to pollination to analyze the pollination network of
a natural Cerrado plant community near Brasilia, DF. During the dry seasons of 2006 and 2007
(May-Aug.), we recorded 52 species of insects interacting with flowers of 50 species of plants,
generating a web of 373 interactions. Using a weighted matrix of interactions, we analyzed this
community regarding the reciprocity of mutualistic interactions, quantifying interaction strength
as well as the role of specialists and generalists in network structure. The unique biotic and abiotic
characteristics of this ecosystem suggest that its plant-pollinator communities may have a differ-
ent structure from other tropical systems analyzed to date.

Apoio: Dorothea Bennett Fellowship, UT Austin; Acknowledgments to S. Pawar and E. Econ-


omo for analyses support.

Palavras-chaves: pollination networks, plant-pollinator interactions, Cerrado, tropical plant


communities, melittophily

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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595

QUANTO TEMPO AINDA SOBREVIVERÁ A


RESTRITÍSSIMA Melipona capixaba?
Helder Canto Resende*, Tânia Maria Fernandes Salomão, Mara Garcia Tavares,
Lúcio Antônio de Oliveira Campos
Universidade Federal de Viçosa - UFV
Departamento de Biologia Geral. Campus Universitário. Viçosa/MG. CEP 36570-000
heldercanto@yahoo.com

Melipona capixaba foi incluída na lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção e está,
por isso, legalmente protegida. No entanto, oficialmente, pouco se tem feito para sua conservação.
O Prof. W.E. Kerr declarou em 2001 que “apenas um programa de criação dessas abelhas residentes,
com trocas de rainhas e divisão racional de colônias, poderá fazer a espécie atingir o ano 2010”. Com
o objetivo de conhecer o atual status de conservação destas abelhas, as áreas de ocorrência da espécie
foram visitadas. Um total de 218 colônias de Melipona capixaba foram encontradas nos municípios
de Afonso Cláudio, Alfredo Chaves, Castelo, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Santa Te-
resa e Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo. Um único meliponicultor possui 94 colônias,
resultado de seu sucesso no manejo e divisão de colônias mantidas em colméias racionais. Apenas
13 colônias foram encontradas em área de mata nativa, sugerindo que a população remanescente da
Melipona capixaba está, em sua maioria, nas mãos de criadores. Na maioria dos casos, as colméias
são mantidas em troncos retirados da mata o que reduz o número de colônias naturais e aumenta o
desmatamento. Muitas vezes as colônias mantidas nesses troncos morrem devido à falta de cuidados
adequados. A criação racional pode ser considerada a ação mais efetiva, e talvez a única, de preserva-
ção dessas abelhas em sua área de ocorrência. Um programa de conservação da Melipona capixaba
deve envolver a conscientização da população sobre a importância da proteção e manutenção des-
sas abelhas em seus locais naturais; a multiplicação de colônias e adoção de práticas adequadas de
manejo nos meliponários já existentes; a reintrodução de colônias em áreas onde a população tenha
sido extinta ou reduzida; e a recuperação do habitat da espécie.

Apoio: CNPq - FAPEMIG

Palavras-chaves: Meliponíneos, Melipona capixaba, Mata Atlântica, Espécie ameaçada, Con-


servação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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596

APIFAUNA ATRAÍDA POR ARMADILHA


MOERICKE EM ÁREA AGRÍCOLA NO
MUNICÍPIO DE RIOS CLARO, SP
Luceli de Souza¹*, Maria José de Oliveira Campos²
¹* Universidade São Francisco - USF; ²Universidade Estadual Paulista - UNESP
Avenida São Francisco de Assis, 218 CEP 12916-900 – Bragança Paulista, SP, Brasil
lucelidesouza@yahoo.com.br

A intensificação da agricultura e a conseqüente simplificação da estrutura das paisagens agrí-


colas têm exercido impacto sobre a riqueza da vegetação e da fauna. Diante da preocupação do
impacto da agricultura sobre as abelhas nativas este trabalho teve por objetivo fazer um diagnóstico
da composição da apifauna em uma área agrícola no município de Rio Claro, SP. O local da coleta,
uma propriedade de 58.08 hectares, caracteriza-se pela produção de grãos, através do sistema de
plantio direto, sendo que 70% da área de entorno é utilizada para o plantio de cana-de-açúcar. Foram
realizadas duas coletas mensais utilizando 17 armadilhas amarelas do tipo Moericke colocadas dire-
tamente sobre o solo. Este tipo de armadilha tem sido utilizada para amostrar insetos fitófagos e de
pragas agrícolas, para levantamento faunístico, monitoramento de populações de insetos em áreas
fragmentadas e no manejo de habitat. Com as amostras obtidas com esta metodologia, pode-se esti-
mar a abundância relativa, a riqueza de espécies e a diversidade. Os exemplares coletados nesta área
agrícola foram triados, identificados e confirmados por especialista. Foram coletadas 456 abelhas dis-
tribuídas em 20 gêneros, pertencentes a três famílias. Halictidae foi mais freqüente (54,4%) seguida
de Apidae (40,8%) e Andrenidae (4,8%). Os gêneros Dialictus e Diadasia foram predominantes nesta
área. Foi registrada a presença de Callonychium pela primeira vez no Estado de São Paulo. A diver-
sidade de espécies avaliadas pelos índices de Shannon e Simpson foram, respectivamente, H’=1,88 e
1/D=4,15. O índice de Equitabilidade foi de 0,61.

Apoio: Pós-graduação - UNESP

Palavras-chaves: diversidade, abelhas nativas, agroecossistema, plantio direto, armadilha de água

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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597

ESTRUTURA GENÉTICA DE Melipona


mandaçaia SMITH, 1863 (HYMENOPTERA,
APOIDEA) NO ESTADO DA BAHIA
Margarete do Valle Werneck¹*, Lucio Antônio de Oliveira Campos¹, Ana Maria Waldschmidt2,
Rogério Marcos Alves3, Henrique Batalha Filho¹, Carolina Gonçalves dos Santos¹*
¹*Universidade Federal de Viçosa - UFV;
²Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Jequié;3Escola Agrotécnica Federal de Catu - BA
Avenida P. H. Rolfs s/n, 36570-000 Viçosa, Brasil
guetewerneck@hotmail.com

Melipona mandacaia é uma espécie de abelha indígena sem ferrão (Tribo Meliponini)
endêmica de regiões do semi-árido do nordeste do Brasil, importante polinizadora das plantas da
caatinga e com grande potencial para meliponicultura. O número de colônias dessa espécie está
diminuindo em conseqüência da destruição de seu habitat. A estrutura genética de populações de
Melipona mandacaia de oito localidades da Bahia foi estudada com o emprego de sete microssaté-
lites, primers heterólogos específicos para Melipona bicolor. O maior número de alelos encontrado
foi seis e três dos marcadores não apresentaram polimorfismo. A população de Uibaí apresentou
um alelo exclusivo. Dois loci, polimórficos nas populações de São Gabriel e Macururé, estão liga-
dos. A análise da variância molecular mostrou que as populações não estão estruturadas. O número
de indivíduos migrantes calculado indica raro fluxo genético entre as localidades. As distâncias
genéticas entre as populações se mostraram muito pequenas e não houve correlação entre distân-
cias genéticas e geográficas. A baixa variabilidade concorda com os dados disponíveis para outros
grupos de Hymenópteros. A ausência de estruturação pode ser explicada pela separação recente da
espécie. O principal impedimento ao fluxo gênico parece ser a fragmentação da vegetação e elimi-
nação dos locais de nidificação para a espécie.

Apoio: UFV, UESB e FAPESB

Palavras-chaves: Estrutura genética de populações, Melipona mandacaia, Marcadores codom-


inantes, Microssatélites, Genética na conservação

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598

COMUNIDADE DE ABELHAS
EM FRAGMENTOS DA MATA
ATLÂNTICA EM PERNAMBUCO
Poliana Yumi Ojima*, Clemens Peter Schlindwein
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Rua General Salgado, 50/302, 51130-320, Recife, Brasil
poliojima@gmail.com

Nas bordas de florestas, em geral, encontra-se uma mistura de espécies de plantas da própria
floresta e de espécies heliófitas, como as de clareiras e as ruderais. Espera-se que a apifauna destes
habitats também seja composta por elementos de vários ambientes. A Mata Atlântica do Nordeste
Brasileiro foi reduzida à pequenos fragmentos, de forma que áreas de borda da mata e plantações
de cana-de-açúcar se tornaram mais extensas que a vegetação original. O objetivo deste estudo foi
conhecer e caracterizar a fauna de abelhas de bordas de uma área restrita da Mata Atlântica em Per-
nambuco. Em coletas mensais de quatro dias consecutivos, durante um ano, abelhas foram coletadas
em flores na borda de quatro fragmentos diferentes. Foram amostrados 2270 indivíduos em flores de
36 famílias de plantas. Abelhas Apidae foram as mais abundantes (1580; 69%), seguida de Halicti-
dae (595; 26%), Megachilidae (80; 3,5%), Colletidae (11; 0,4%) e Andrenidae (4; 0,1%). Cerca da
metade das abelhas amostradas pertecem a tribo Meliponini (1097; 48%) e um quarto Augochlorini
(572; 25%). Operárias de Apis mellifera (Apidae, Apini) foram representadas por apenas 11% dos in-
divíduos. Abelhas comuns na floresta Atlântica, como mamangabas (Xylocopini), abelhas corta-folha
(Megachilini), abelhas das orqúideas (Euglossini) e as Centridini foram pouco frequentes nas bordas
de Mata Atlântica amostradas. Interpretamos a baixa frequência de abelhas destes grupos e de abelhas
oligoléticas como consequência da escassez de recursos florais na matriz canavieira. Nesse ambiente,
a estreita faixa de borda é dominada por abelhas eussociais e/ou poliléticas.

Apoio: CNPq; Usina São José S.A./ Grupo Cavalcanti Petribú

Palavras-chaves: Mata Atlântica, Fragmentação, Polinização, Apifauna, Comunidade de Apoidea

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599

AS ABELHAS DO GÊNERO Centris


DAS DUNAS DE SANTO ANTÔNIO (BA):
DIVERSIDADE E USO DOS
RECURSOS FLORAIS
Patrícia Oliveira-Rebouças¹*, Miriam Gimenes¹, Hosana Amorim¹,
Vinina Ferreira², Murilo Dantas¹
¹*Dept. Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS;
²Programa de Pós-graduação em Zoologia /UESC
Km, 03 BR 116 - Campus Universitário Cx. postal 252-294. Feira de Santana, BA, 44.031-460
plor@bol.com.br

As abelhas do gênero Centris são consideradas importantes polinizadores da flora neotropi-


cal - plantas produtoras de óleos florais, de pólen e de néctar. Esses recursos são utilizados para a
construção de ninhos e na alimentação de imaturos e adultos, sendo essenciais para a manutenção
das populações dessas abelhas. Esse trabalho teve como objetivo conhecer as espécies de abel-
has do gênero Centris e as plantas utilizadas por elas para a obtenção de recursos (óleo, néctar e
pólen). O estudo foi realizado na RPPN Dunas de Santo Antonio-BA (12º27 S e 37º56 W), através
de coletas mensais entre julho de 2005 a maio de 2006, das 6:00 às 17:00 h, seguindo o método de
Sakagami et al (1967). Quatorze espécies de abelhas do gênero Centris foram registradas para essa
localidade. C. leprieuri , C. caxiensis, C. aenea e C. pulchra foram as espécies mais constantes nos
meses de estudo (C > 70%). As abelhas utilizaram 17 espécies de plantas como fonte de recurso
na área estudada. Chamaecrista ramosa, Byrsonima trioptelifolia, Cuphea brachiata e B. sericeae
foram as espécies de plantas mais visitadas. C. leprieuri foi registrada em 82 % das espécies de
plantas, podendo ser considerada como importante visitante floral e polinizador potencial para as
plantas dessa restinga. Outros trabalhos realizados em áreas de dunas e restingas sinalizam para a
relevância dessa espécie de abelha como o principal polinizador da flora dos ambientes costeiros.
Dessa forma a disponibilidade de recursos alimentares e locais de nidificação são fatores essências
para a manutenção das abelhas do gênero Centris na costa baiana.

Apoio: FAPESB (Bolsistas PP3 e AT3); UEFS

Palavras-chaves: Centris leprieuri, Restinga, Centris caxiensis, Centris aenea, Centris pulchra

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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600

VARIABILIDADE GENÉTICA DO LOCO


csd EM Melipona compressipes manaosensis
(HYMENOPTERA, APIDAE) EM
POPULAÇÃO DE CATIVEIRO
Izaura Bezerra-Francini¹, Klilton Barbosa da Costa², Gislene Almeida Carvalho-Zilse³
¹ Conservação e Biologia Evolutiva (GCBEv) do Instituto Nacional e Pesquisas da Amazônia
(INPA); ² Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA/CPCA/INPA); ³ Pesquisadora do GPA/CPCA/INPA
Av. André Araújo, 2936, Bairro Aleixo; 69.083-000 Manaus – AM
ibfrancini@yahoo.com.br

Na ordem Hymenoptera, com aproximadamente 200.000 espécies, a haplodiploidia é o prin-


cipal mecanismo de determinação do sexo. Todavia, além da ploidia, outros mecanismos como a
Determinação Complementar do Sexo (CSD), têm sido confirmados para várias espécies, incluindo
os meliponíneos ou “abelhas sem ferrão”. Em espécies sob CSD, os indivíduos homozigotos para
o loco sexual csd são machos diplóides e os heterozigotos fêmeas. Com o objetivo de conhecer-
mos o mecanismo de determinação do sexo em Melipona compressipes manaosensis Schwarz, 1932,
monitoramos a segregação sexual em 32 colônias órfãs, recém formadas, a partir das existentes no
meliponário GPA/INPA (3º 05.838’ S e 059º 59.103’ W), Manaus, Amazônia. Amostramos 2020
indivíduos, de maio a dezembro de 2007 e registramos, em duas colônias, segregação característica
da produção de machos diplóides (1 macho: 1 fêmea). Nestas, observamos as operárias atacando e
matando os machos logo após emergirem e também a rainha. Estimamos 22 alelos csd de acordo com
a equação de Laidlaw et al. (1956) n = 2M(N+1)/(H+1), (n = número de alelos csd na população, N
= colônias amostradas, H = colônias que produziram machos diplóides e M = machos que insemina-
ram a rainha). Nossos resultados indicam que M. compressipes manaosensis é mais uma “abelha sem
ferrão” sob mecanismo de determinação complementar do sexo. Este conhecimento é um parâmetro
importante a ser observado no manejo desta espécie, em cativeiro e em populações naturais, assim
como, em políticas de conservação da biodiversidade.

Apoio: Banco Real; CNPq; ProVárzea; SUFRAMA; FAPEAM

Palavras-chaves: Macho diplóide, Determinação do sexo, CSD, Melipona compressipes


manaosensis, Abelha sem ferrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
601

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL,
RIQUEZA DE ABELHAS E POLINIZAÇÃO
DO MARACUJÁ-AMARELO NO
TRIÂNGULO MINEIRO
Marcela Yamamoto*, Ana Angélica Almeida Barbosa, Paulo Eugênio Oliveira
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais – Instituto de Biologia
– Universidade Federal de Uberlândia
Rua Ceará, s/n, Caixa Postal 593, 38400-902 Uberlândia, MG, Brasil
yamamotomarcela@yahoo.com.br

A conservação de habitats naturais próximos aos cultivos pode ajudar na manutenção dos
serviços de polinização. Embora estudos tenham verificado a relação entre declínio da polinização
de cultivos e distância das áreas naturais, não se encontrou um padrão nesta relação. Para produzir
frutos, o maracujá-amarelo necessita da polinização cruzada, serviço mantido por abelhas nativas
de grande porte no Triângulo Mineiro, região com apenas 18% de áreas naturais. O objetivo do
estudo foi verificar se a riqueza de polinizadores e a taxa de frutificação natural do maracujá-
amarelo apresentam relação com a proporção das áreas naturais no entorno dos cultivos. O estudo
foi conduzido em plantios comerciais de Araguari e Uberlândia, de janeiro a abril de 2008. Os visi-
tantes florais foram observados de maneira padronizada por censo em transectos. Flores em antese
foram submetidas à polinização cruzada manual e outras observadas quanto à polinização natural.
Os frutos foram acompanhados até próximo da maturação. A proporção das áreas naturais foi cal-
culada em imagens satélite num raio de 2 km a partir das coordenadas do centro de cada cultivo
obtidas por GPS. Até o momento, acompanhamos oito plantios e identificamos onze espécies de
abelhas, sendo oito polinizadoras e as demais, pilhadoras de recursos. A eficiência de frutificação
(frutos PN/ frutos PCM) variou entre zero e 0,64 e a proporção de áreas naturais no entorno variou
entre 11.1% e 48.6%. A quantidade de visitas e a riqueza de polinizadores apresentaram correla-
ção significativa com a frutificação, mas não com os demais parâmetros analisados. Os resultados
sugerem que apenas a proporção de áreas naturais no entorno dos plantios não explica diretamente
a variação na riqueza dos polinizadores e na produtividade natural do maracujá-amarelo. Formas
de manejo, substratos para nidificação e a própria vegetação ruderal resultante do processo de an-
tropização podem influenciar a riqueza e diversidade de polinizadores.

Apoio: FAPEMIG; CAPES; UFU

Palavras-chaves: Passiflora edulis f flavicarpa, Xylocopa spp., cerrado, abelhas grandes

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
602

ECOLOGIA DE ABELHAS NATIVAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
603

VARIAÇÃO SAZONAL E DIVERSIDADE DE


MACHOS EUGLOSSINI (HYMENOPTERA,
APIDAE) EM FRAGMENTOS DE FLORESTA
NO SUL DE MINAS GERAIS, BRASIL
José Carlos Simão Cardoso Junior*, Maria José de Oliveira Campos
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Departamento de Ecologia
Avenida 24A 1515, 13506-900 Rio Claro, Brasil
junior_simao@hotmail.com

A identificação de compostos presentes nas fragrâncias de orquídeas tem permitido a utilização


de inúmeros deles, obtidos sinteticamente, como iscas, em estudos visando à obtenção de dados sobre
diversidade, flutuação sazonal e preferência por compostos de abelhas Euglossini. O objetivo desse
estudo foi fornecer informações sobre a variação sazonal e diversidade de machos de Euglossini em
mata fragmentada no sul de Minas Gerais. A área de estudos localiza-se no município de Jacutinga,
MG, na Serra da Forquilha (22° 17’ 08’’ S e 46° 26’ 45’’ W). Caracteriza-se pela presença de vários
fragmentos de Mata Atlântica, em áreas mais elevadas. Quatro pontos de coleta foram amostrados
mensalmente, de abril de 2007 a março de 2008. Em cada ponto foram colocados 3 chumaços de
algodão amarrados na vegetação a 1,5 metros do solo, em linha reta, distantes 5 metros entre si. Em
cada um utilizou-se um tipo de isca odor: eugenol, eucaliptol e vanilina aleatoriamente distribuídos.
Os machos atraídos para as iscas foram coletados por três horas a cada dia (entre 09:00h e 13:00h)
com rede entomológica, mortos com acetato de etila, separados por tipo de isca e ponto de coleta,
posteriormente identificados e depositados em coleção entomológica de referência. Foram coletados
1777 machos distribuídos entre quatro gêneros e dez espécies. Eulaema nigrita foi a espécie mais
abundante (27% dos machos coletados), seguida por Euglossa annectans (21,2%), Eufriesea violacea
(20,2%), Eg. truncata (20%), Eg. fimbriata (5,2%), Eg. pleosticta (4%), Eg. melanotrichia (1%), Eg.
aff. fimbriata (0,9%), Eg. cordata (0,3%) e Exaerete smaradgina (0,2%). A abundância das abelhas
variou sazonalmente, ocorrendo a freqüência maior na primavera e verão e a menor no fim do outono
e no inverno. Machos de Eg. annectans e Eg. truncata foram coletadas durante o ano todo. Não foram
coletados machos de Eulaema nigrita em junho de 2007.

Apoio:

Palavras-chaves: Euglossini, Iscas-odores, Mata Atlântica, Flutuação sazonal

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
604

EUGLOSSINI (HYMENOPTERA: APIDAE)


DE QUATRO FRAGMENTOS DE MATA
ATLÂNTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Guaraci Duran Cordeiro¹, Heber Couto Cavalheiro², Isabel Alves-dos-Santos²
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP;
²Lab. Abelhas, Dept.. Ecologia, Instituto de Biociências –USP
Rua do Matão, trav. 14, 321, Cidade Universitária, São Paulo
guaradc@usp.br

O objetivo deste trabalho foi analisar a composição, abundância e sazonalidade de machos da


Euglossini atraídos por iscas-odores em quatro fragmentos de Mata Atlântica do Estado de São Paulo.
O estudo foi realizado entre março/07 e março/08. As áreas de estudo foram: Parque Estadual da Il-
habela (IB) em São Sebastião; Parque Estadual da Serra da Cantareira (SC) em São Paulo; Estação
Biológica de Boracéia (EB) em Salesópolis e Parque das Neblinas (PN) em Mogi das Cruzes. As
coletas foram mensais entre às 9:00 e 15:00hs. As iscas-odores utilizadas foram: eucaliptol, vanilina
e eugenol. Foram coletados 1356 machos pertencentes a 18 espécies dos gêneros Euglossa (Eg.),
Eulaema (El.), Eufriesea (Ef.) e Exaerete (Ex.). As espécies coletadas, por ordem decrescente de
abundância foram: Eg. cordata, Eg. sapphirina, El. nigrita, Ef. violacea, Eg. truncata, Eg. iopecila,
Eg. fimbriata, El. cingulata, Eg. pleosticta, Eg. annectans, Eg. stellfeldi, Eg. viridis, Eg. ioprosopa,
Ex. smaragdina, Ef. mussitans, Ef. surinamensis, Ef. smaragdina, Eg. securigera. Do total de indi-
víduos amostrados 75% foram coletados na IB. Das 15 espécies coletadas na IB, Eg. cordata e Eg.
sapphirina foram as mais abundantes (86% dos indivíduos), sendo que Eg sapphirina foi amostrada
exclusivamente nesta localidade. Das 8 espécies coletadas no SC, Ef. violacea e Eg. truncata repre-
sentaram 72% dos indivíduos e Eg. securigera ocorreu somente nesta área. No PN foram coletadas
10 espécies, El. nigrita, Eg. annectans e Ef. violacea somam 78% dos indivíduos, sendo Ef. smarag-
dina exclusiva desta área. Das 7 espécies da Boracéia, El. nigrita contabilizou 61% dos indivíduos.
Eucaliptol atraiu 76% dos indivíduos, porém as espécies de Eufriesea demonstraram certa preferência
por vanilina. Para todas as áreas a abundância foi maior entre novembro e março. No geral as espécies
de Euglossa e Eulaema não apresentaram sazonalidade, porém as espécies de Eufriesea apresentaram
nítida sazonalidade entre outubro e fevereiro.

Apoio: FAPESP/Biota 04/15801-0

Palavras-chaves: abelhas das orquídeas, essências aromáticas, ecologia de comunidade

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
605

OLIGOLETIA EM ALAGADOS
SAZONAIS NA CAATINGA:
Protodiscelis (PARACOLLETINAE) E
MONOCOTILEDÔNEAS BASAIS
Airton Torres Carvalho*, Clemens Schlindwein
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco Labo-
ratório Plebeia - Ecologia de Abelhas e da Polinização
Av. Prof. Moraes Rego, S/N, CEP: 500630-901, Cidade Universitária, Centro de Ciências Biológi-
cas, Departamento de Botânica
carvalhoairton@yahoo.com.br

Alagados temporários em áreas de clima semi-árido são ambientes únicos, comparáveis a ilhas
úmidas na Caatinga. Abrigam uma fauna e flora peculiar, muito diferente do entorno, são relativa-
mente raros e altamente sazonais. Todos os representantes de Paracolletinae até então estudados são
oligoléticos, ou seja, alimentam suas larvas com pólen de uma ou poucas espécies de plantas relacio-
nadas. O gênero Protodiscelis (Colletidae, Paracolletinae), que contém cinco espécies descritas, é um
dos gêneros basais dessa subfamília, e relacionado à Alismataceae e Limonocharitaceae. Essas são
duas famílias de monocotiledôneas basais aparentadas e que ocorrem nesses alagados temporários
na Caatinga, com fenologia regida pela pluviosidade local. Durante o período chuvoso de 2006-2007
coletamos abelhas em flores de Limonocharitaceae e Alismataceae em 40 alagados em nove municí-
pios de cinco estados nordestinos. Foram encontradas as seguintes relações entre as abelhas de Pro-
todiscelis e as plantas: fêmeas de Protodiscelis palpalis foram coletadas exclusivamente em flores de
Hydrocleys martii; fêmeas de uma espécie ainda não descrita do gênero visitaram somente flores de
Limnocharis flava. Em ambos os casos, foram os únicos polinizadores efetivos dessas limnocharitá-
ceas. Abelhas de Protodiscelis alismatis visitaram exclusivamente flores de Echinodorus grandiflorus.
Essa planta foi, adicionalmente, visitada por uma série de visitantes florais generalistas. L. flava, H.
martii e E. grandiflorus e as respectivas espécies de Protodiscelis associados apresentaram fenologia
sincronizada, e a especificidade foi mantida mesmo quando essas espécies ocorreram sintopicamente
(simpatricamente no mesmo alagado). Trabalhos anteriores relacionaram Protodiscelis apenas a Alis-
mataceae. A íntima relação de espécies com gêneros diferentes de Limnocharitaceae e Alismataceae
sugere uma relação antiga, haja vista que os dois grupos são pouco derivados filogenéticamente.

Apoio: CAPES, CNPq

Palavras-chaves: Colletidae, semi-árido, abelhas, Limnocharitaceae, Alismataceae

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
606

ESTUDO POPULACIONAL DE Nannotrigona


testaceicornis (HYMENOPTERA, APIDAE,
MELIPONINA) ATRAVÉS DE MARCADORES
MICROSSATÉLITES E mtDNA
Amanda Freire de Assis*, Eddy José Francisco Oliveira, Geusa Simone de Freitas,
Ademilson Espencer Egea Soares
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
amandafassis@usp.br

Nannotrigona testaceicornis pertence à subtribo Meliponina que compreende as abelhas conhe-


cidas como “abelhas indígenas sem ferrão”. Nesta espécie as abelhas são eussociais e relativamente
mansas sendo seus ninhos largamente encontrados na zona urbana. Os meliponíneos estão entre os
principais polinizadores da flora brasileira. No entanto, muitas espécies estão seriamente ameaça-
das de extinção em conseqüência da perda do hábitat e isolamento, causados principalmente pelo
desmatamento, uso indiscriminado de defensivos agrícolas e grandes queimadas. Este trabalho teve
como objetivos avaliar a diversidade genética em N. testaceicornis, por meio de marcadores DNA
microssatélites, isolados a partir de biblioteca genômica enriquecida e marcadores DNA mitocondrial
e analisar a eficiência de primers heterólogos em amplificar o genoma mitocondrial da espécie. O
estudo abrangeu populações presentes no Campus da USP-Ribeirão Preto e populações localizadas
em áreas urbanas de: Ribeirão Preto, Campinas, Luiz Antônio e Bonfim Paulista, no Estado de São
Paulo. Foram estudados 5 locos polimórficos com riqueza alélica dos microssatélites variando de 2 a
10 alelos. As populações externas ao Campus da USP-RP apresentaram alelos privativos. Em relação
ao mtDNA foi testada uma combinação de 6 pares de primers sendo amplificadas regiões contendo
os seguintes genes: 16S; COI; COII; COIII; ATPase 8 e 6; ND3; cyt B. A partir dos dados obtidos ob-
servamos que os primers, utilizados apresentaram resultados satisfatórios na amplificação de regiões
do mtDNA.. Essas análises permitirão inferências sobre o grau de isolamento, o padrão do fluxo
gênico de N. testaceicornis e comparações com outras espécies de meliponíneos. De forma prática,
contribuirá para um maior entendimento da biologia, da dinâmica de populações e da diversidade
genética das abelhas nativas do Brasil.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Nannotrigona testaceicornis, microssatélites, DNA mitocondrial, meliponí-


neos, genética de populações

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
607

FONTES DE ALIMENTO UTILIZADAS


POR DUAS ESPÉCIES DE ABELHAS
SEM FERRÃO EM UM REMANESCENTE
FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE
SIDERÓPOLIS, SANTA CATARINA
Jaqueline Bonazza Rodrigues*, Mainara Figueiredo Cascaes, Bruna de Costa Alberton, Beatriz
Wessler, Birgit Harter-Marques
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Av. Universitária, 1105, Bairro Universitário, 88806-000 Criciúma, SC
Jackie_1bio@hotmail.com

Os estudos sobre visitas de flores por abelhas eussociais indicam o uso generalizado de recur-
sos florais. No entanto, trabalhos sobre a diversidade de forrageamento mostram também que estas
abelhas utilizam apenas poucos recursos intensivamente durante certa época do ano e diferem na es-
colha dos seus recursos entre si. Em trabalhos que visam estudar a diversidade de abelhas e as plantas
melíferas associadas, o método mais utilizado para a obtenção dos indivíduos consiste na coleta das
abelhas diretamente nas flores. Porém, com esta metodologia as outras espécies de plantas impor-
tantes na dieta destas abelhas permanecem desconhecidas. Por meio de análises polínicas do pólen
armazenado nas colméias, este projeto objetivou investigar quais espécies compõem a assembléia de
plantas exploradas por duas espécies de abelhas sem ferrão em uma propriedade particular, na qual os
proprietários mantêm colméias de Plebeia droryana e Melipona quadrifasciata. As amostras de pólen
foram coletadas mensalmente entre abril/2007 e março/2008 de potes novos de pólen de colméias das
duas espécies de abelhas. No total, as duas espécies coletaram pólen de 40 espécies vegetais perten-
centes a doze famílias e quatro tipos polínicos não identificados. Onze destas espécies vegetais foram
utilizadas por ambas as espécies para a coleta de pólen, mas apenas três destas constituíram fontes
principais para as duas espécies, com representatividade de pólen de mais do que 45% nas amostras.
As operárias de P. droryana visitaram preferencialmente flores de espécies da família Asteraceae
(nove espécies), enquanto as de M. quadrifasciata mostraram preferências para flores de espécies de
Myrtaceae (oito espécies). Os resultados mostram que as duas espécies de abelhas utilizam intensi-
vamente um pequeno número de recursos florais e apresentam diferentes preferências florais durante
o ano, evitando assim competição pelos recursos. Desta forma, as duas espécies conseguem coexistir
em um mesmo local onde a oferta de recursos é limitada.

Apoio: FAPESC – CON12219/2007-0

Palavras-chaves: Análise polínica, plantas melíferas, Melipona quadrifasciata, Plebeia droryana

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
608

VARIAÇÃO NO TAMANHO CORPORAL


DE MACHOS DE Eufriesea nigrohirta EM
AMBIENTES COM FITOFISIONOMIAS
DISTINTAS EM OURO PRETO, MG
Cristiane Martins*, Ríudo P. Ferreira, Marina C. Dutra, Caio B. Mentone,
Yasmine Antonini
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas- UFOP
Campus Morro de Cruzeiro s/n, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
crismartinsmg@yahoo.com.br

O gênero Eufriesea apresenta sazonalidade bem marcada e muitas espécies são encontradas
somente na estação chuvosa. Eufriesea nigrohirta parece ser endêmica de regiões de campo rupestre
ocorrendo em áreas de grandes altitudes. Este estudo teve como principal objetivo descrever alguns
padrões morfométricos para avaliar as influências do ambiente sobre a população de Eufriesea ni-
grohirta. Machos foram coletados com iscas aromáticas, quinzenalmente, em fragmentos de Mata
Estacional Semidecidual (MES), Floresta Urbana (FU) e monocultura de Eucalipto (EU). A distância
intertegular (DI) foi tomada como medida de tamanho corporal. Eufriesea nigrohirta esteve ativa du-
rante a estação chuvosa (outubro a fevereiro) sendo novembro o mês de maior abundância (N=152,
70,37%). Cerca de 60% dos machos amostrados apresentaram valores de DI variando de 7,0 a 7,5mm
(N=217, s²=0,30). O tamanho corporal dos indivíduos apresentou diferenças entre os fragmentos
amostrados (F= 3,70; p<0,05), sendo os maiores indivíduos presentes na FU e os menores nas áreas
de monocultura de Eucalipto. O tamanho corporal afeta várias características associadas ao valor
adaptativo do indivíduo, para machos pode assegurar maior deslocamento para evitar competidores e
melhores oportunidades de reprodução. A qualidade do habitat também pode exercer certas influên-
cias sobre a população de abelhas, principalmente pela oferta de recursos. Assim em áreas pobres em
recursos, as fêmeas podem investir menos energia na produção de manchos, estas diferenças nutricio-
nais podem refletir em machos menores em áreas de poucos recursos, como no caso do Eucaliptal. A
qualidade de habitat parece interferir no tamanho corporal dos indivíduos, contudo para avaliar esta
hipótese maiores investigações devem ser conduzidas dada a sazonalidade da espécie. Como a me-
dida de tamanho de indivíduos é algo complexo, outras características morfométricas podem também
refletir as influências ambientais sobre as populações de Eufriesea nigrohirta.

Apoio: Capes/CNPq

Palavras-chaves: Eufriesea nigrohirta, morfometria, distância intertegular

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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609

ESTRUTURA ETÁRIA DAS POPULAÇÕES


DE Eulaema cingulata (APIDAE:
EUGLOSSINA) EM FRAGMENTOS DA
REGIÃO DE OURO PRETO, MG
Marina C. Dutra*, Ríudo P. Ferreira, Cristiane Martins, Caio B. Mentone,
Yasmine Antonini
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas- UFOP
Campus Morro de Cruzeiro s/n, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
marveider@yahoo.com.br

Eulaema cingulata é uma abelha comum com ampla distribuição geográfica estando ativa du-
rante vários meses do ano. Esta espécie pode tolerar florestas em estágios iniciais de sucessão e
áreas fortemente antropizadas. Trabalhou-se com hipótese de que indivíduos mais jovens são mais
freqüentes em iscas aromáticas. Machos de Eulaema cingulata foram coletados, quinzenalmente,
com o auxílio de iscas-odor, de julho a dezembro de 2007, em fragmentos de floresta semidescídua
localizada na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. As idades dos indivíduos foram inferidas através
do desgaste alar, sendo consideradas quatro categorias: idade 1=sem desgaste alar e idade 4=com
desgaste de mais de 10% da asa. Idades 2 e 3 foram consideradas desgastes intermediários. A estru-
tura etária dos indivíduos de Eulaema cingulata variou entre as estações nos fragmentos amostrados
(x²=22,84 p<0,05). A presença de machos de idade 1 em todas as amostras evidencia a emergência
destes durante todo o período. Na estação chuvosa, coletou-se o maior número de indivíduos de idade
1 (79,60%), estes representam 34,51% de todos os machos coletados neste período. Porém machos de
idade 2 predominam tanto na estação seca (42,19%) quanto na chuvosa (49,56%). Durante a estação
seca, os indivíduos mais velhos (idade 4) representam 90,90% de todos os indivíduos capturados nes-
sa categoria, nessa mesma estação. O maior número de indivíduos com desgaste alar foi observado
durante o período de setembro, fim da estação seca. Esses dados mostram que as fêmeas podem estar
intensificando a construção de ninhos e ovoposição no fim do período de chuvas para que o maior
número de emergências aconteça no verão, quando há maior disponibilidade de alimento.

Apoio: Capes/CNPq

Palavras-chaves: Eulaema cingulata, Estrutura etária, Desgaste alar

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610

ABELHAS GENERALISTAS (MELIPONINA)


E SUCESSO REPRODUTIVO DE
ÁRVORES COM FLORADA EM MASSA
DE Stryphnodendron pulcherrimum (WILLD.)
HOCHR., NA MATA ATLÂNTICA (BAHIA)
Daniela Monteiro, Mauro Ramalho, Ciro Tavares Florence, Jaqueline Figueredo Rosa,
Marília Dantas e Silva*, Marli Emilia Almeida
Universidade Federal da Bahia – Laboratório de Ecologia da Polinização –ECOPOL/IBIO-UFBA
Rua Barão de Jeremoabo, s/n, Campus Universitário de Ondina, CEP:40.170-115, Salvador,
Bahia, Brasil
danielam@ufba.br

Árvores com flores pequenas, de morfologia generalizada, e com floração em massa (MFPG)
estão fortemente associadas a pequenos insetos generalistas, principalmente abelhas sociais Meli-
ponina. Entretanto, é controvertido o papel dessas abelhas na polinização desse grupo de plantas,
muito comuns no dossel da floresta. Para testar a hipótese de associação estreita entre essas abelhas
generalistas e as copas de árvores MFPG e também a premissa de efeitos relevantes sobre a produção
de frutos (sucesso reprodutivo), analisou-se a freqüência de visitas e a riqueza de abelhas Meliponina
nas copas de Stryphnodendron pulcherrimum. Foram amostrados os visitantes florais em 10 indi-
víduos floridos, sorteados aleatoriamente em área de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Foram cole-
tados 554 indivíduos visitando as copas, dos quais 438 eram abelhas (79,4%) e 293 (52%) abelhas
Meliponina. A proporção de abelhas Meliponina em relação aos demais visitantes variou entre 27 e
87% entre as copas. Os gêneros mais abundantes, considerando o conjunto de visitantes, foram: Meli-
pona (11,5%), Paratrigona (9,9%), Scaptotrigona (9,3%), Tetragonisca (5,7%), Schwarziana (5,0%)
e Partamona (4,3%). A hipótese de associação ecológica estreita entre abelhas Meliponina e copas
com floração em massa de S. pulcherrimum ficou sustentata (100% das copas foram visitadas por este
grupo). Porém as associações entre riqueza de espécies e abundância relativa de abelhas Meliponina e
produção de frutos de S. pulcherrimum foram fracas e não sustentam a premissa de que essas abelhas
generalistas atuem diretamente na frutificação dessas copas com floração em massa.

Apoio: CNPq; FAPESB ; MICHELIN

Palavras-chaves: abelhas sem-ferrão, polinização, dossel

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611

HETEROGENEIDADE NA ABUNDÂNCIA DE
EUGLOSSINI (HYMENOPTERA: APIDAE)
EM ÁREA DE CERRADO DO PARQUE
ESTADUAL SERRA DE CALDAS NOVAS, GO
Rafael Fosca de Freitas*, Solange Cristina Augusto
Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Joaquim Cláudio Fernandes 346, 38411-180, Uberlândia, MG, Brasil
rafaff.br@gmail.com

A composição e a abundância de espécies podem variar dentro de uma mesma área, uma vez
que pontos próximos podem possuir características bióticas bem diferentes. O objetivo deste estudo
foi verificar possíveis diferenças na composição e/ou abundância de espécies Euglossini entre dois
diferentes sítios de coleta dentro de uma mesma área. Foram selecionados dois sítios de coleta dentro
do Cerrado do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, eqüidistantes aproximadamente 900m.
Durante três dias consecutivos (23 a 25/10/2007), foram realizadas coletas diárias simultâneas, das
9h às 16h, nos dois sítios. Também foi estimado o número de espécimes arbóreas floridas em um raio
de 100m ao redor dos pontos de coleta. A dominância de espécies foi calculada usando-se o índice de
Berger-Parker. Para captura dos machos foram utilizadas armadilhas e três fragrâncias artificiais: cin-
eol, beta ionona e salicilato de metila. Foi capturado um total de 207 machos, sendo 155 indivíduos
no sítio 1 e 52 no sítio 2. Eulaema nigrita foi a espécie mais abundante (71%), seguida de Euglossa
jacquelynae (14%), Euglossa imperialis (8%) e Euglossa melanotricha (7%). A abundância de indi-
víduos presentes no sítio 1 foi significativamente maior que no sítio 2 (x²=8,51; df=3; a=0,05). No sí-
tio 1 foram encontrados 197 espécimes arbóreas floridas pertencentes às espécies Qualea grandiflora
Mart., Qualea parviflora Mart., Palicourea rigida Kunth e Tocoyena formosa (Cham. & Schlecht.)
K., sendo as três primeiras consideradas fontes de néctar para os Euglossini. No sítio 2 somente um
indivíduo florido de Qualea parviflora foi observado. As variações encontradas corroboram com a
hipótese de que a abundância de machos de Euglossini pode variar entre dois sítios próximos dentro
de um mesmo habitat. Essa variação pode estar relacionada com a ocorrência “hot spots” de fragrân-
cias naturais e néctar, influenciando o estabelecimento temporário dos machos preferencialmente em
um determinado sítio específico.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Euglossini, Cerrado, heterogeneidade, abundância, fragrâncias

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612

BIONOMIA DA ESPÉCIE CLEPTOPARASITA


Protosiris gigas MELO, 2006 E SUA
ASSOCIAÇÃO COM A ABELHA HOSPEDEIRA
Monoeca haemorrhoidalis (SMITH, 1854)
(APIDAE: OSIRINI, TAPINOTASPIDINI)
Léo Correia da Rocha-Filho¹*, Gabriel A. R. Melo²
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP;
²Universidade Federal do Paraná – UFPR
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil
correiadarocha@yahoo.com.br

As abelhas cleptoparasitas caracterizam-se por invadirem os ninhos de hospedeiros solitários e


depositarem os seus ovos em uma ou mais células de cria. Algumas tribos são compostas exclusiva-
mente por espécies cleptoparasitas, como os Osirini, cujos representantes presentes na região Neotro-
pical têm como hospedeiros as abelhas da tribo Tapinotaspidini. Este trabalho descreve aspectos da
biologia da espécie Protosiris gigas e a sua relação com a hospedeira Monoeca haemorrhoidalis. O
estudo foi conduzido na APA Mananciais da Serra, que apresenta um ecótono de Floresta Ombrófila
Densa e Mista. As coletas de dados foram realizadas entre outubro/2005 e fevereiro/2006, período
de atividades de M. haemorrhoidalis. A emergência dos primeiros indivíduos de P. gigas ocorreu a
cerca de um mês após o início das atividades de sua hospedeira e se findou a aproximadamente 40
dias antes do término da ocorrência de M. haemorrhoidalis. Machos de P. gigas, após emergirem,
patrulhavam as áreas de nidificação em busca de fêmeas para copular, ao passo que estas sobrevoa-
vam os ninhos para parasitarem. A cópula ocorria entre fêmeas recém-emergidas e apenas um macho,
embora vários outros pousassem sobre o casal para tentarem copular com a fêmea. Ao parasitarem
os ninhos, fêmeas de M. haemorrhoidalis não expulsavam ou mesmo apresentavam comportamentos
defensivos contra suas parasitas que, por sua vez, interagiam agressivamente entre si. Espécimes de
P. gigas forrageavam em flores de espécies presentes nas imediações das áreas de nidificação, como
Rudgea gardenioides, Coccocypselum condalia (Rubiaceae); Hypochaeris radicata, Erigeron maxi-
mus (Asteraceae) e Verbena lobata (Verbenaceae). Aspectos biológicos de espécies cleptoparasitas
podem fornecer importantes subsídios para o estudo da bionomia das espécies hospedeiras, bem
como para elucidar os fatores relacionados à relação parasita-hospedeiro.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: cleptoparasitismo, Protosiris gigas, relação parasita-hospedeiro

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613

BAIXA PRODUÇÃO DE RAINHAS EM


Nannotrigona testaceicornis DURANTE
A PRIMAVERA E VERÃO (APIDAE,
MELIPONINAE)
Gisele de Carvalho Pinto Cabral¹*, Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca²
¹*Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; ²Instituto de Biociências -
USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
giselecpc@pg.ffclrp.usp.br

Estudar a produção de machos, rainhas e operárias é o primeiro passo para possibilitar a multi-
plicação de colônias em larga escala, viabilizando sua utilização tanto ecológica quanto economica-
mente. É possível perceber que há diferenças no padrão de produção de machos, rainhas e operárias
entre Melípona e outros gêneros. O objetivo deste trabalho é avaliar se há diferenças temporais na
produção de machos, rainhas e operárias da espécie N. testaceicornis entre a primavera e verão. Para
a avaliação do número de sexuados foi utilizada uma técnica não invasiva. A distinção entre os sexos
e as castas foi feita por características morfológicas como tamanho das cabeças, dos olhos compostos,
presença ou ausência de corbícula. Durante os sete meses de coleta de dados, foram abertos 77 favos
de onze colônias de N. testaceicornis, totalizando 15465 células desoperculadas. Dentre elas, 15191
eram ocupadas por operárias, que corresponderam a 98,23% de todos os indivíduos produzidos, 272
machos (1,76%) e duas rainhas miniaturas (0,013%). A produção de operárias foi dada em todos os
meses de estudo e em altas porcentagens. Os machos foram produzidos em apenas quatro meses
(outubro, novembro, fevereiro e março) não havendo diferença significativa entre eles. Merece uma
atenção especial a produção de rainhas, que foi extremamente baixa. Mesmo sabendo que espécies
não pertencentes ao gênero Melipona produzem poucas rainhas, a porcentagem encontrada foi muito
menor se comparado com outras espécies, como Trigona (Lepidotrigona) ventralis, com 0,08% das
fêmeas produzidas e em P. remota, que encontrou 0,11% das fêmeas produzidas. Portanto um estudo
mais amplo e detalhado deve a ser feito nestas colônias. Mas mesmo assim, pode-se concluir que os
fatores internos se pronunciaram mais que os externos às colônias.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: meliponíneos, produção de sexuados, rainhas miniaturas, Nannotrigona tes-


taceicornis

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614

ESTRUTURA DE COMUNIDADES DE
ABELHAS EUGLOSSINA EM FRAGMENTOS
DA REGIÃO DE OURO PRETO, MG
Ri­udo P. Ferreira*, Cristiane Martins*, Marina C. Dutra, Caio B. Mentone, Yasmine Antonini
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas- UFOP
Campus Morro do Cruzeiro s/n, 35400-000, Ouro Preto, MG, Brasil
riudopaiva@gmail.com

As abelhas Euglossina são ideais para os estudos de comunidades não só por permitirem uma
maneira rápida de quantificação da diversidade, mas também por serem mais abundantes nas florestas
tropicais. Este estudo avaliou a estrutura das comunidades de Euglossina em fragmentos amostrados na
região urbana de Ouro Preto (MSS, Horto, Jardim e UFOP) e no Parque Estadual do Itacolomi (PEIT)
de julho de 2007 a fevereiro de 2008. Machos de Euglossina foram capturados com iscas aromáticas.
Foram coletados 957 indiví­duos pertencentes a 14 espécies. Na maior parte dos fragmentos amostrados
Eulaema nigrita e Eulaema cingulata foram as espécies dominantes com abundância relativa superior
a 20%. Nas áreas de monocultura de Eucalipto (UFOP) aquela espécie representou cerca de 67,5%
dos indiví­duos coletados. A menor riqueza foi observada para áreas fortemente antropizadas (MSS,
13 espécies). A maioria das espécies encontradas ocorreu tanto nos fragmentos localizados no PEIT
(Porteira, Forno e Eucaliptal) quanto naqueles amostrados na matriz urbana. As espécies que tiveram
ocorrência mais baixa foram Euglossa pleiosticta, Euglossa annectans e Euglossa crassipunctata. As-
pectos da biologia de Eulaema nigrita associam a ocorrência desta espécie com áreas abertas e pertur-
badas. Por esta espécie apresentar uma ampla distribuição geográfica inclusive para grandes altitudes,
além de ser atraí­da por uma grande variedade de compostos aromáticos, Eulaema nigrita pode ser um
bom indicador de habitats pertubados. A fauna de Euglossina em Ouro Preto apresenta uma riqueza
semelhante àquela encontrada para outras regiões de Mata Atlântica. Isto sugere que fragmentos na
matriz urbana podem ser importantes para a conservação da fauna dessas abelhas.

Apoio: Capes/CNPq.UFOP

Palavras-chaves: Estrutura de Comunidades, Euglossini, Fragmentos de Mata Atlântica

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615

RECURSOS LIMITANTES DA DENSIDADE


DE NINHOS NATURAIS DE MELIPONÍNEOS
EM UM FRAGMENTO FLORESTAL
Paulo Emílio Ferreira e Alvarenga, Ivan Paulo Akatsu, Ademilson Espencer Egea Soares
Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes, 3900, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Gené-
tica, Bloco A, CEP 14049 900, Ribeirão Preto, SP
pauloalva@usp.br

Como a cobertura vegetal nativa restante na Região Sudeste compreende principalmente frag-
mentos vegetais, pequenos na maioria das vezes, as populações de abelhas indígenas sem ferrão estão
basicamente restritas a dois tipos de ambientes: áreas urbanas e fragmentos de vegetação nativa. Por
essa razão, é importante compreender alguns fatores ecológicos relacionados com populações de me-
liponíneos em pequenos fragmentos florestais. Questionamentos sobre a densidade de ninhos naturais
encontrada em um dado ambiente ajudam a compreender melhor a dinâmica dessas populações. O
objetivo do trabalho foi averiguar os possíveis recursos limitantes da densidade de ninhos naturais
de meliponíneos na Estação Ecológica de Ribeirão Preto, Mata Santa Tereza. Neste fragmento foram
testados dois recursos como limitantes da densidade de ninhos: alimento e local de nidificação. Para
testar alimento como recurso limitante foi realizado um experimento, o qual consistia em acompanhar
o desenvolvimento (massa total) de oito colônias de meliponíneos (Tetragonisca angustula, Scap-
totrigona sp.) alocadas no interior da mata e comparar esse desenvolvimento com nove colônias das
mesmas espécies alocadas em uma fazenda (ambiente controle) fronteiriça à mata. Para testar local
de nidificação como recurso limitante foi realizado um experimento com ninhos-armadilha. Os re-
sultados apresentados demonstram que, pelo menos para as espécies testadas, alimento não é recurso
limitante da densidade de ninhos, uma vez que tanto colônias da mata quanto colônias do ambiente
controle se desenvolveram de maneira similar. Já local de nidificação foi considerado um recurso
limitante da densidade de ninhos para as espécies que nidificam em cavidades pré-existentes. Nossos
resultados indicam que em pequenos fragmentos, geralmente em regeneração ou degeneração (efeito
de borda), local de nidificação parece ser o principal limitante da densidade de ninhos naturais de
espécies que utilizam cavidades pré-existentes.

Apoio: Capes

Palavras-chaves: Meliponina, Mata Santa Tereza, Densidade de ninhos, Ninho-armadilha, Re-


curso limitante

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616

ALGUMAS PLANTAS VSITADAS PARA


OBTENÇÃO DE PÓLEN POR OPERÁRIAS DE
Melipona fasciculta Smith, 1858 EM ANAJATUBA,
REGIÃO DA BAIXADA MARANHENSE
Márcia Cristina Silva Vidigal*, Fabiana dos Santos Oliveira, Gracy Chrisley Alencar Carvalho,
Ana Carolina Alves Malheiros Araújo, Monique Hellen Martins Ribeiro, Márcia Maria Corrêa Rego,
Patrícia Maia Correia Albuquerque
*Laboratório de Estudos sobre Abelhas – Departamento de Biologia – Universidade Federal do
Maranhão
Avenida dos Portugueses, S/N, Campus do Bacanga, 65040-080, São Luís-MA, Brasil
cynha_10@yahoo.com.br

Melipona fasciculata, a tiúba, é amplamente cultivada em Anajatuba, desse modo toda informa-
ção adicional sobre a sua biologia é muito importante para a sua exploração econômica. Este estudo
está sendo realizado com o objetivo de identificar as fontes de pólen utilizadas por M. fasciculata na
região, fornecendo subsídios para o manejo e preservação dessa espécie. As coletas são realizadas em
duas caixas racionais, mensalmente, sendo capturadas, a cada hora, duas abelhas ao retornarem para a
colônia com cargas de pólen entre 6:00 e 17:00 hs. Para o reconhecimento da flora apícola presente na
área, está sendo feita uma palinoteca de referência, confeccionada a partir dos botões florais das espé-
cies vegetais encontradas próximas às colônias, além de excicatas, que estão sendo confeciconadas e
enviadas para identificação. As análises polínicas são realizadas conforme o Método de Acetólise de
Erdtman (1960). De Outubro/2007 a Fevereiro/2008 foram identificadas 59 tipos polínicos distribuí-
dos em 13 famílias, sendo que o número de espécies por família variou de 1 a 6. Os tipos polínicos
mais freqüentes foram Solanum jamaicense Mill., T3, Lecythis sp., Japarandiba augusta L., Orbignya
phalerata Mart, Citrullus sp., T12, T26 e T37 estando presentes em todos os meses. Analisando-se a
carga polínica mensal, os tipos polínicos mais representativos foram S. jamaicense que apresentou
um percentual de 48,96% no mês de Janeiro/08 e O. phalerata com 92,5% no mês de Novembro/07
sendo agrupados como polens dominantes. Considerando-se a freqüência total durante os 5 meses,
O. phalerata, Lecythis sp. e S. jamaicense obtiveram frequencia relativa de 35,6%, 23,7% e 17,9%,
respectivamente sendo considerados polens acessórios, enquanto Vernonia sp. (3,98%) e Syzygium
cumini (L.) (9,6%) polens isolados importantes.

Apoio: FAPEMA, EMBRAPA Amazônia Oriental, PIBIC/UFMA/CNPq

Palavras-chaves: Meliponicultura, análise polínica, tiúba, Baixada Maranhense

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PROJETO MELIPONÁRIOS DIDÁTICOS


(JOÃO PESSOA, PB)
Jerônimo Kahn Villas-Bôas¹* , Celso Feitosa Martins²
¹Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Uni-
versidade Federal da Paraíba; ²Departamento de Sistemática e Ecologia – CCEN, Universidade
Federal da Paraíba
PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil, 58059-900
jeronimokvb@gmail.com

A intenção de incentivar a meliponicultura na cidade de João Pessoa decorre da avaliação de


que essa atividade permite compatibilizar de forma positiva aspectos ambientais, culturais e econômi-
cos, fundamentais para assegurar sua sustentabilidade. Nesse sentido, a prefeitura deste município,
representada por sua Secretaria de Meio Ambiente, vem desenvolvendo o projeto “Meliponários
Didáticos”. O elevado grau de arborização urbana da cidade, aliado à presença de enclaves florestais
significativos, como a Mata do Buraquinho e matas ciliares remanescentes de rios e córregos urba-
nos, oferecem condições diferenciadas ao forrageio das abelhas. A meliponicultura é uma atividade
intimamente ligada aos costumes nordestinos, sendo o manejo rústico de abelhas nativas amplamente
realizado no interior da Paraíba e na própria cidade de João Pessoa. A criação de abelhas sem ferrão
integrará atividades relacionadas à Agenda 21 na periferia da cidade, e aspectos ecológicos relacio-
nados às abelhas têm oferecido ótima oportunidade para a educação ambiental. Dois meliponários in-
stalados no Parque Arruda Câmara e no SESC Gravatá mostraram resultados positivos, uma vez que
as atividades previstas para a primeira etapa do projeto ocorreram sem contratempos. As colônias de
abelha Uruçu (Melipona scutellaris) foram instaladas nos ambientes escolhidos, e alojadas no modelo
de caixa racional planejado para abrigá-las. As etapas de montagem dos meliponários, confecção das
caixas, aquisição das colônias, transferência para as novas colméias e fortalecimento dos enxames
foram cumpridas. O investimento mostrou o seu valor ao ilustrar o curso de meliponicultura ofer-
ecido pela Secretaria de Meio Ambiente em outubro de 2007. O curso contou com a participação de
25 alunos, potenciais agentes meliponicultores de suas comunidades e instituições. Meliponicultura
urbana é um tema pouco estudado e merece especial atenção por demonstrar potencial de inserção em
políticas públicas no Brasil, em especial no Nordeste e no estado da Paraíba.

Apoio: Prefeitura Municipal de João Pessoa

Palavras-chaves: Melipona scutellaris, meliponicultura urbana, Agenda 21, Paraíba

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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618

FAUNA DE ABELHAS DA RESERVA


NATURAL DO RIO CACHOEIRA,
ANTONINA, PARANÁ, BRASIL
Claudivã Matos Maia*, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo
Universidade Federal do Paraná
Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, cx. postal 19020, 81531-98,
Curitiba, PR, Brasil
greenmatos@ufpr.br

Foram realizadas coletas sistemáticas de abelhas em uma área de floresta ombrófila da Reserva
Natural do Rio Cachoeira, Antonina, Paraná, Brasil, no período de dezembro de 2006 a dezembro
de 2007. Os resultados foram analisados comparativamente a outros estudos realizados em áreas de
floresta Atlântica do sul e sudeste do Brasil. A amostra é constituída de 1147 espécimes pertencentes
a 117 morfo-espécies de abelhas. Estas morfo-espécies estão distribuídas em 41 gêneros, 14 tribos
e quatro subfamílias. A subfamília Apinae foi a mais abundante e a segunda mais rica, enquanto
Halictinae a mais rica e a segunda mais abundante. Megachilinae e Colletinae foram a terceira e
quarta respectivamente tanto em abundância quanto riqueza. As percentagens das quatro subfamílias
em abundância e riqueza (entre parênteses), excluindo Apis mellifera foram: Apinae, 63,5 (35,34);
Halictinae 17,66 (43,10); Megachilinae 18,1 (13,7); Colletinae 3,41 (5,12). Não foi coletado nenhum
representante da subfamília Andreninae. O gênero mais abundante foi Apis com 31,9% do total de
espécimes coletados, seguida por Cephalotrigona (9%) e Bombus (7,2%). Em riqueza os gêneros
Megachile com 16 espécies (13,67%) e Augochlora 14 espécies (11,96%) foram os mais represen-
tativos. As plantas visitadas correspondem a 42 espécies, pertencentes a 38 gêneros e 24 famílias. A
família Asteraceae com 9 espécies teve a maior abundância de abelhas (46,9%). Comparações com
outros estudos através de análise de correspondência demonstram um agrupamento deste estudo com
outras assembléias em áreas de florestas ombrófilas do sul e sudeste do Brasil.

Apoio: CAPES, SPVS

Palavras-chaves: Apidae, Floresta Atlântica, Levantamento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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619

ABELHAS E VESPAS VISITANTES DE


FLORES EM CAPÕES NO PANTANAL SUL
*Samuel Boff¹, Andrea Cardoso Araujo², Arnildo Pott²
¹ Departamento de Biologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Programa de Pós Graduação
em Biologia Vegetal; ² Departamento de Biologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Rua Cornélio Pires, 326, Cond. Campos de Sto Antonio, Itu-SP
samboff@gmail.com

As abelhas e vespas visitantes de flores foram estudadas ao longo de 12 meses na vegetação de


borda de capões no Pantanal, sub-regiões de Miranda-Abobral, Mato Grosso do Sul. Os visitantes flo-
rais foram coletados no interior de 40 parcelas de 100m² cada, estabelecidas nas bordas de 10 capões.
Todas as espécies em floração no interior das parcelas foram observadas por 10 minutos, sendo os
insetos coletados com auxílio de rede entomológica. Flores de 66 espécies foram visitadas, sendo
principalmente representadas em ordem decrescente por espécies das famílias Asteraceae e Fabaceae,
Malvaceae e Rubiaceae seguidas de, Lamiaceae e Verbenaceae. Hyptis suaveolens (Lamiaceae) foi
visitada pelo maior número de espécies de abelhas e vespas (n=24), sendo as demais visitadas por
número igual ou inferior a 10 espécies. Abelhas de 57 espécies foram observadas em visita às flores,
sendo representadas por: Apidae (ca. 54%), Megachilidae (ca 30%), Halictidae (ca. 15%), além de
Colletidae e Andrenidae com aproximadamente 2% cada. A abelha exótica Apis mellifera visitou o
maior número de espécies de plantas (n=30), seguida por Trigona fuscipennis (n=19), Bombus atratus
(n=15), Ceratina morrensis (n=12) e Tetragonisca angustula (n=7). Entre as vespas, foram identifica-
das 31 morfo-espécies, sendo Polystessp.2 (Vespidae) o visitante mais generalista. Este é o primeiro
levantamento da fauna de abelhas e vespas da região do Pantanal Sul.

Apoio: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Propp (UFMS), Fundect

Palavras-chaves: Capões, visitantes florais, abelhas e vespas, Pantanal, Mato Grosso do Sul

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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620

Megalopta (HYMENOPTERA: HALICTIDAE)


COLETADAS COM ISCAS AROMÁTICAS
NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO
ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL
Fátima do Rosário Naschenveng Knoll¹, Leandro Mattos Santos*²
¹Faculdade de Ciências, UNESP – Campus de Bauru;
²Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná
Caixa Postal 19020, CEP: 81531-980, Curitiba, PR, BRASIL
megalopta@gmail.com

As abelhas noturnas do gênero Megalopta são coletadas na maioria das vezes em fontes artifi-
ciais de luz. Mas, este trabalho propõe uma nova metodologia de coleta, utilizando iscas aromáticas,
semelhantes às usadas para Euglossina. Esta metodologia é proposta devido ao grande número de
abelhas coletadas, entre os anos de 1997 a 2000, em cinco localidades no estado de São Paulo: 1)
Reserva Campo Novo Vargem Limpa - UNESP; 2) Campus da Universidade Estadual Paulista (UNE-
SP-Bauru); 3) Estação Ecológica de Bauru 4) Área de Preservação Permanente da Duratex S.A., em
Agudos; 5) Estação Ecológica dos Caetetus, entre Gália e Alvinlândia. Nas duas primeiras localidades
foram colocadas armadilhas com as seguintes substâncias: escatol, eucaliptol, eugenol, salicilato de
metila e vanilina; nas outras não foi utilizado escatol. Todas as localidades foram amostradas por um
período de dois anos ou mais, com coletas mensais. Do total (n= 918), Megalopta sp. n. (n=653) foi
mais abundante exceto na área de Preservação da Duratex, onde M. amoena (Spinola, 1853)(n=259)
foi encontrada em maior número; M. aegis (Vachal, 1904)(n=6) foi pouco capturada, ocorrendo ap-
enas na Reserva Campo Novo Vargem Limpa e na Estação Ecológica de Bauru. Todos os exemplares
capturados são fêmeas, encontradas em maior número no verão, presentes nos demais meses e com
ocorrência esparsas nos meses mais frios. A substância eugenol foi a mais atrativa, em abundância
quanto em riqueza. Salicilato de metila foi atrativa em relação à abundância de indivíduos coletados;
o eucaliptol e vanilina foram eficazes em relação a diversidade, mas não conseguiram atrair muitos
indivíduos. O escatol foi pouco eficaz e atraiu apenas uma abelha. Este estudo discute a abundância
de Megalopta nos fragmentos florestados e propõe uma nova metodologia que permitirá novos estu-
dos sobre a diversidade e a biologia dessas espécies na região Neotropical.

Apoio: FAPESP, FUNDUNESP, CNPQ

Palavras-chaves: Megalopta, iscas aromáticas, fragmentos florestais, abundância, sazonalidade

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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621

NATIVE BEE’S ASSEMBLAGE AS


POLLINATORS OF TIMBER TREES IN THE
AMAZON FOREST CANOPY: SPECIALIZED
AND GENERALIZED SYSTEMS
Márcia Motta Maués¹*, Paulo Eugênio A. M. de Oliveira²
¹Embrapa Amazônia Oriental; ² UFU
Embrapa Amazônia Oriental, Laboratório de Entomologia, Trav. Enéas Pinheiro s/nº, Belém, PA,
66.017-970
marcia@cpatu.embrapa.br

Bees are key pollinators at the canopy stratum of the Amazon forest. Canopy pollination studies
at the Amazon biome are relatively scarce, due to the difficulties of surveying at the tree top. Here we
present data of melittophilous plants at the Tapajós National Forest, Western Amazon, Brazil, with
specialized and generalized pollination systems. The pollination processes of four climax woody spe-
cies, e.g. Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don (Bignoniaceae), Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (Leg.
Papilionoidae), Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. (Sapotaceae) and Carapa guianensis Aubl. (Me-
liaceae), was studied from 2002 to 2004. The flower visitors were assessed directly on opened flowers
using woody towers up to 45 m, as well as single-rope climbing technique. Reproductive phenology
was monitored weekly in 30-40 plants of each species. J. copaia was effectively pollinated by a restrict
number of medium-bodied bees, namely Euglossa and Centris. Likewise, C. guianensis’ pollinators
were unspecific small-sized bees, mainly Meliponina and small riodinid butterflies. Thus, these two
species showed higher specialization in comparison to D. odorata, which was pollinated by medium
to large-bodied bees (Eulaema, Eufriesea, Centris, Bombus, Epicharis, Xylocopa, Augochloropsis,
Meliponina) plus butterflies, moths, scarab beetles, wasps and hummingbirds. Equally, M. huberi
showed a wide group of pollinators, represented by Meliponina, Anthophorina, hoverflies, butterflies,
moths, wasps and perching birds. Flower morphology, pollen/nectar accessibility and attractants were
significant features on the floral visitor’s preference. The dry season (September to November) con-
centrated the majority of flowering season. J. copaia flowered synchronously each year. D. odorata
and C. guianensis showed an asynchronous pattern, with a few individuals flowering in the end of the
rainy season (March to June), and a larger part from September to December. M. huberi presented a
synchronous supra-annual flowering pattern, with gaps of 3-4 years, displayed on the transition from
rainy to dry season (June to August).

Apoio: Embrapa, DFID (Department for International Development – UK)

Palavras-chaves: Pollination, phenology, melittophily, Euglossina, Meliponina

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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622

ANÁLISE FAUNÍSTICA DE ABELHAS


EM ÁREAS DO PARQUE FLORESTAL DE
PATROCÍNIO E NOVA PONTE – CAXUANA
S/A REFLORESTAMENTO
José Eustáquio dos Santos Júnior¹*, Sebastião Ferreira Lima², Rosinalva da Cunha dos Santos¹
¹*Centro Universitário do Cerrado Patrocínio - UNICERP;
²Professor Doutor do Centro Universitário do Cerrado Patrocínio - UNICERP
Artur Botelho s/n Bairro Dona Diva, 38740-000 Patrocínio, Brasil
jrsantos140782@yahoo.com.br

O levantamento das abelhas foi realizado quinzenalmente, de novembro/2007 a abril/2008, em


duas áreas de cerrado pertencentes à Caxuana S/A Reflorestamento, Estado de Minas Gerais, com o
objetivo de comparar a diversidade de abelhas entre as áreas. A primeira área (Parque Florestal de
Patrocínio) é uma área de proteção ambiental e a segunda (Parque Florestal de Nova Ponte) possui
além da área de proteção ambiental, áreas de cultivo e reflorestamento de Pinus e Eucalipto. Nas
duas áreas foram percorridos transectos, onde os insetos eram coletados com redes entomológicas.
Foram coletadas 799 abelhas, sendo 549 referentes à Patrocínio e 250 a Nova Ponte, identificadas em
18 espécies. O Índice de Similaridade entre as áreas é 83,9%, com 13 espécies comuns. Na primeira
área, obteve-se Índice de Diversidade (Shannon-Wiener) H=1,6 e as espécies predominantes foram
Apis mellifera, Trigona hyalinata Lepeletier, Trigona spinipes Fabricius e Trigonisca sp. Moure, e na
segunda, obteve-se Índice de Diversidade (Shannon-Wiener) H=1,498 e as espécies predominantes
foram Apis mellifera, Trigona spinipes Fabricius, Neocorynura sp. Schrottky e Megachile (Acentron)
sp. Mitchell.

Apoio: Caxuana S/A Reflorestamento; UNICERP

Palavras-chaves: Abelhas, Biodiversidade, Levantamento

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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623

INFLUÊNCIA DA IDADE DA RAINHA


SOBRE O POP DE Scaptotrigona postica
(HYMENOPTERA, MELIPONINA)
Genilson Rodrigues Ferreira Lima*, Alexandre Santana Azevedo,
Marcos Henrique Rodrigues Carvalho
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Rua V 9, Quadra 9, Residencial Água Branca 2, Bloco 1, Apto 002, Parque Shalon
genilsonlima@hotmail.com

O processo de aprovisionamento e postura (POP) envolve estreita relação entre rainha e op-
erárias. O fator idade da rainha influencia significativamente as relações entre as castas. Esse estudo
tem por objetivo acompanhar o desenvolvimento, realizado através de filmagens, de uma rainha recém
fecundada comparando seu comportamento e interações até seu estabelecimento. Os resultados obti-
dos apresentam alterações principalmente nos aspectos ligados ao estágio de pré-aprovisionamento
(pr). Em rainhas recém fecundadas o pr sofre um grande retardamento, pois ao subir no favo para ini-
ciar a postura a rainha não consegue interagir com as operárias, podendo levar horas para influenciá-
las a começarem o estágio de aprovisionamento. As visitas durante o intervalo foram mais demoradas
e com aspectos de inicio de POP, sendo este muitas vezes ignorado pelas operárias, e ao término da
postura a rainha freqüentemente continuava no favo tentando manter as operárias agitadas. Nessas
ocasiões, as operárias costumam agredir a rainha avançando em direção com o primeiro par de patas
elevado. Isso aumenta o grau de agressividade mútua entre rainha e operárias. Os resultados sugerem
que o controle da rainha sobre as operárias é incompleto nos primeiros momentos. Possivelmente isso
está ligado a um controle hormonal ainda não totalmente desenvolvido pela rainha.

Apoio: CNPq , CNPq/PIBIC

Palavras-chaves: Aprovisionamento, Postura, Scaptotrigona postica, Rainha recém fecunda-


da, Controle hormonal

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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624

OCORRÊNCIA SAZONAL DE OPERÁRIAS,


RAINHAS E MACHOS EM FAVOS
MADUROS DE Melipona bicolor schencki
(APIDAE; MELIPONINI), EM AMBIENTE
NATURAL DE CLIMA SUBTROPICAL, EM
SÃO FRANCISCO DE PAULA, RS, BRASIL
Ney Telles Ferreira Junior*, Betina Blochtein
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 - Partenon - Porto Alegre/RS - CEP: 90619-900
tellesferreira@terra.com.br

Melipona bicolor schencki é considerada vulnerável a extinção no sul do Brasil. Dados de


período reprodutivo de colônias desta espécie poderão subsidiar medidas para a sua conservação.
Monitorou-se a produção de sexos e castas nas quatro estações do ano. Operárias, rainhas e machos
foram quantificados com a análise de 1 favo maduro/colônia/mês de cinco colônias poligínicas
entre 11/2006 e 10/2007. O número de operárias foi crescente de novembro (final da primavera) a
abril (inicio do outono), quando ocorreu o pico máximo destes indivíduos. Estes números podem
estar relacionados ao período de abundante oferta de recursos alimentares, logo as abelhas respon-
dem a este estímulo produzindo mais operárias para captarem e acumularem reservas de alimento.
Rainhas foram produzidas em todos os meses, sendo que em março e abril houve maior ocorrência.
Março que corresponde ao final do verão e início do outono na região sul, também foi o mês de
maior ocorrência de machos. Em espécies de Melipona os machos deixam os ninhos com idade
média de 18,6 dias. Considerando-se este fato, os machos de M. b. schencki emergidos em março já
estariam fisiologicamente aptos a copular com as rainhas emergidas em março e abril. Constatada
a emergência de reprodutores em todos os meses do ano e as maiores taxas de adultos reprodutivos
em março e abril, levantam-se as hipóteses: a) reprodução pode ocorrer em qualquer época do ano;
b) há preferência de reprodução no inicio do outono; c) elevadas taxas de reprodutivos no início do
outono, período de condições meteorológicas adversas, atuam como mecanismo de compensação,
elevando as chances de sucesso de cópula.

Apoio: CNPQ

Palavras-chaves: produção de sexos e castas, favos emergentes, clima subtropical, sazonali-


dade, abelhas sem ferrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
625

PROPORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL


DE OPERÁRIAS, RAINHAS E MACHOS
EM FAVOS DE Melipona bicolor schencki
GRIBODO, 1893 (APIDAE; MELIPONINI) EM
AMBIENTE NATURAL, NO SUL DO BRASIL
Ney Telles Ferreira Junior*, Betina Blochtein
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 - Partenon - Porto Alegre/RS - CEP: 90619-900
tellesferreira@terra.com.br

Melipona bicolor schencki ocorre na região Sul do Brasil e em áreas de altitude elevada na
região Sudeste. Atualmente a espécie está restrita e isolada em áreas com remanescentes de mata
nativa, muitas vezes fragmentadas. Objetivou-se a avaliação da proporção e distribuição espacial de
sexos e castas nos favos, no intuito de contribuir para o conhecimento da biologia da espécie e propor-
cionar subsídios para sua conservação. As células de cria dos favos foram abertas, expondo a cabeça
das pupas. Desta forma, indivíduos foram quantificados de acordo com a análise de 1 favo maduro/
colônia/mês de cinco colônias poligínicas, durante 12 meses, para obtenção da proporção de sexos e
castas. Nos mesmos favos considerou-se três áreas concêntricas de igual número de células (porção
central, porção média e borda), analisando-se assim a distribuição espacial dos diferentes indivíduos,
pelo teste de Friedman a 95% de significância. Operárias, rainhas e machos de M. b. schencki com-
preenderam 79,7%, 15,6% e 4,7% da cria, respectivamente. As colônias apresentam proporção es-
tatisticamente semelhante (p>0,05) de operárias, rainhas e machos em cada uma das áreas analisadas.
Estudos realizados com Melipona quadrifasciata demonstraram concentração de machos no centro e
rainhas nas bordas dos favos; em Melipona favosa machos também são dispostos no centro. Consid-
erando-se que a poliginia natural ocorre exclusivamente em M. bicolor, questiona-se se a oviposição
simultânea por mais de uma rainha em colônias desta espécie seja capaz de influenciar na distribuição
espacial das castas e sexos nos favos.

Apoio: CNPQ

Palavras-chaves: proporção de sexos e castas, atividades internas, células de cria, abelha-sem-


ferrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
626

CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA ÀS
VARIAÇÕES DE TEMPERATURA EM
OPERÁRIAS DE Trigona spinipes (FABRICIUS,
1973) (HYMENOPTERA:APIDAE) DURANTE
OS PERÍODOS DE VERÃO E INVERNO
Oilton José Dias Macieira*, Edson Aparecido Proni
Universidade Estadual de Londrina - CCB - BAV
Campus Universitário, 86051990 - Londrina, PR - Brasil - Caixa-Postal: 6001
macieira@uel.br

As abelhas sem ferrão são consideradas por muitos autores de grande importância para o ecos-
sistema devido a sua eficiência como polinizadoras. Os experimentos com Ecologia de Tolerância são
muito importantes para se conhecer os limites dentre os quais a maioria dos organismos sobrevivem.
O presente trabalho estudou a tolerância de operárias de Trigona spinipes a variações extremas de
temperatura, com o objetivo de serem determinados os limites térmicos letais para altas e baixas tem-
peraturas durante o verão e inverno. Os resultados mostraram um intervalo de tolerância entre –3,5°C
e 40°C no verão e de –4,0°C até 39,5°C no inverno a 50% de sobrevivência. Os limites a 100% de
mortalidade ficaram entre –5°C e 41oC no verão e -5°C e 40,5°C no inverno.

Apoio: Klabin S.A., UEL

Palavras-chaves: abelhas sem ferrão, limites de temperatura, temperatura letal, tolerância térmica

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
627

COMUNIDADE DE ABELHAS (INSECTA:


HYMENOPTERA) E PRINCIPAIS
FONTES DE RECURSOS FLORAIS
NO campus DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE,
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ
João Manoel da Silva Neto*, Maria Cristina Gaglianone
Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF
Rua Principal 503, 27985-000 Macaé, Rio de Janeiro, Brasil
manolo_jmsn@hotmail.com

No Brasil, os estudos sobre abelhas em áreas urbanizadas ainda são poucos, embora sejam de
grande relevância para o entendimento e conservação das interações destes insetos com as plantas e
sua conseqüente ação como polinizadores. Este trabalho teve como objetivo o estudo das abelhas em
área antrópica e a identificação de famílias de plantas que servem como recursos para estas abelhas no
campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense. As coletas foram realizadas mensalmente en-
tre 8 e 15h, de janeiro a abril/2008 com auxílio de redes entomológicas, sobre flores ou em vôo. Foram
coletados 354 indivíduos pertencentes a três famílias de abelhas. Da família Apidae foram amostradas
11 espécies. Dentre elas, as espécies eussociais Apis mellifera (24,3% dos indivíduos coletados) e
Trigona spinipes (13,8%), além de Exomalopsis auropilosa (42,8%) foram as mais abundantes. As
outras espécies pertencem às tribos Euglossini (0,56%), Centridini (1,7%), Ceratinini (0,56%), Xy-
locopini (4,8%) e Eucerini (1,13%). Das famílias Megachilidae (3,39% dos indivíduos) e Halictidae
(7,9%) foram amostradas cerca de 5 espécies. Setenta e cinco por cento das abelhas coletadas foram
amostradas em 23 espécies de plantas pertencentes a 12 famílias, sendo que as principais fontes
de pólen foram: Asteraceae, Amarantaceae, Iridaceae, Leguminosae e Malvaceae, enquanto que as
principais fontes de néctar foram: Anacardiaceae, Bignociaceae, Convolvulaceae, Cucurbitaceae, Le-
guminosae, Malvaceae, Moringaceae, Turneraceae e Verbenaceae. Moringaceae, Turneraceae, Legu-
minosae e Asteraceae destacaram-se em número de visitantes totalizando aproximadamente 85%. Os
dados obtidos indicam a presença de espécies de abelhas comuns em áreas antrópicas e várias delas
com conhecido papel na polinização de diversos grupos de plantas.

Apoio: LCA - UENF

Palavras-chaves: estrutura da comunidade, abelhas eussociais e solitárias, área antrópica, fon-


tes de recursos, relação planta-visitante floral

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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628

REDE DE INTERAÇÃO ENTRE ABELHAS


E PLANTAS EM FLORESTA OMBRÓFILA
MISTA, PORTO UNIÃO, SANTA CATARINA
Cristiane Krug¹*, Isabel Alves-dos-Santos², Vanilde Citadini-Zanette³
¹Programa de Pós Graduação em Entomologia, FFCLRP-USP;
²Laboratório Abelhas – IBUSP;
³Herbário Pe Dr Raulino Reitz, UNESC
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
criskrug@usp.br

A comunidade de abelhas e plantas melíferas foi estudada em um fragmento de Floresta Om-


brófila Mista em Porto União, Santa Catarina, entre outubro/2005 e outubro/2006. Mensalmente as
plantas floridas foram amostradas, registrando-se para cada espécie o período de floração e abelhas
visitantes. A representação bipartida de redes mutualistas ilustra explicitamente a reciprocidade en-
volvida na interação animal-planta e ajuda no entendimento dos padrões complexos, que iniciam com
relações mutualistas altamente diversificadas. Uma rede destas interações entre abelhas e plantas foi
construída utilizando o programa Pajek. Foram contabilizadas 95 espécies vegetais visitadas por 1323
abelhas pertencentes a 127 espécies. O maior número de espécies em floração foi encontrado nos me-
ses da primavera e verão. Asteraceae foi a família mais rica, com 32 espécies. Entre as famílias veg-
etais mais visitadas pelas abelhas destacaram-se Asteraceae com 43,5% das visitas, Lamiaceae com
11,5% e Brassicaceae com 7,8%. Asteraceae e Lamiaceae também foram as que receberam maior es-
pectro de visitantes, 74 e 37 espécies de abelhas respectivamente. As abelhas mais generalistas foram
Apis mellifera e Bombus atratus, visitando respectivamente, 55% e 14% das espécies vegetais. A or-
denação decrescente de número de espécies amostradas em cada família de abelha é Halictidae > Api-
dae > Megachilidae > Andrenidae > Colletidae. A apifauna encontrada apresenta diferentes padrões
de atividade mensal ou sazonal. Na rede de inter-relações foram observadas 636 interações entre as
abelhas e as plantas. Embora se trate de uma rede complexa, a proporção das conexões observada de
fato é de apenas 3%, indicando grande especialização e demonstrando ainda o pouco conhecimento
sobre estes tipos de interações.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: apifauna, interação mutualística, Mata com Araucária, polinização, visi-


tantes florais

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
629

ESTRUTURA DE UMA COMUNIDADE


DE ABELHAS EM AREA DE FLORESTA
OMBRÓFILA DENSA MONTANA EM SÃO
BENTO DO SUL, SC
Denise Monique Dubet da Silva Mouga¹*, Cristiane Krug²
¹*Departamento de Ciências Biológicas da Universidade da Região de Joinville-UNIVILLE ;
²Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Departamento de Ciências Biológicas, UNIVILLE, Campus Universitário, s/n, Bairro Bom Retiro,
CP 246, CEP 89201-972, Joinville/SC, Brasil
dmouga@terra.com.br

Numa área de Preservação Ambiental em Floresta Ombrófila Densa Montana (altitude 800 m),
foi empreendido um levantamento sobre as comunidades de abelhas e suas plantas melíferas, visando
conhecer a diversidade local de Apoidea e suas interações florais, para contribuir com o plano de
manejo da área. Foram realizadas 12 amostragens mensais diurnas (6 horas de duração cada), de
abril/2006 a março/2007, em transectos na área, onde foram coletadas abelhas sobre plantas flori-
das, ambas coletadas e preparadas para identificação, material todo depositado na UNIVILLE. Tem-
peratura e umidade relativa foram anotadas. Para avaliar a estrutura da comunidade e a diversidade,
foram calculados os índices de Shannon-Wiener e de Simpson. Foram amostrados 934 indivíduos de
Apoidea de 72 espécies, visitando 44 espécies de plantas de 19 famílias vegetais. A família botânica
mais representativa foi Asteraceae, com metade dos táxons visitados, sendo o mais atrativo Bidens
pilosa (23 espécies de abelhas), seguido por Bidens sulphurea e Vernoanthura twediana (14 espécies
de abelhas cada), predominância esta de escolha floral recorrente no sul do país. Da comunidade de
abelhas, 47% das espécies foi representada por apenas um indivíduo, (singletons), correspondendo
a menos de 4% dos indivíduos. As espécies dominantes perfizeram 15% do total. Com relação às
plantas, apenas 26% foram visitadas por apenas uma espécies de abelha. A construção da curva de
freqüências acumuladas denotou um padrão de riqueza estimada maior. Táxons reportados de ocor-
rência rara foram encontrados: Lonchopria cingulata (Colletidae), Thygater (Nectarodiaeta) tuber-
culata (Apidae). Diversas espécies não assinaladas para Santa Catarina também foram encontradas
(18%). Na análise da variação dos índices, o de Simpson, que atribui maior peso a espécies raras, evi-
denciou uma baixa dominância entre os táxons e de Shannon, que pondera espécies raras e comuns,
mostrou oscilação na diversidade, sugerindo influência sazonal.

Apoio: Pró Reitoria Pesquisa Pós Graduação da UNIVILLE

Palavras-chaves: diversidade, abelhas nativas, FOD Montana, Comunidade, São Bento do


Sul

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
630

COMUNIDADE DE EUGLOSSINI
(HYMENOPTERA, APIDAE) DA ESTAÇÃO
ECOLÓGICA DOS CAETETUS, GÁLIA, SP
José Carlos Serrano, Carlos Alberto Garófalo
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes, 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
garofalo@ffclrp.usp.br

A Estação Ecológica dos Caetetus, com uma área de 2.176,10 ha, está localizada nos municí-
pios de Gália e Alvinlândia (22º20’ - 22º30’ S e 49º40’ - 49º45’ W), SP. A cobertura vegetal é do tipo
Floresta Estacional Semidecidual, um dos mais significativos remanescentes da grande floresta que
revestia todo o interior do estado de São Paulo. O objetivo desse trabalho foi estudar a comunidade
de Euglossini existente na área proporcionando assim novas informações sobre a fauna dessa im-
portante reserva florestal que abriga inúmeras espécies, animais e vegatais, ameaçadas de extinção.
As amostragens foram feitas uma vez por mês, durante 3 horas, no período entre 9:00 e 13:00h, de
Maio de 2006 a Abril de 2007. Foram utilizadas como iscas odores cineol, eugenol e vanilina. Para a
realização das coletas, chumaços de algodão, embebidos a cada hora com as respectivas fragrâncias,
foram pendurados em ramagens da vegetação no local de estudo, a uma altura de 1,5 m e distantes
cerca de 5,0 m entre si. Os machos atraídos foram coletados com redes entomológicas e mortos em
câmaras mortíferas contendo acetato de etila. Dados de temperatura foram obtidos a cada meia hora.
Trezentos e setenta e sete machos pertencentes à nove espécies foram coletados. O gênero Euglossa
foi representado por 6 espécies enquanto os gêneros Eulaema, Eufriesea e Exaerete, por apenas uma
espécie cada. Euglossa pleosticta, com 46,2% dos machos coletados, foi a espécie mais abundante
seguida por Euglossa truncata (19,1%), Eulaema nigrita (12,6%) e Euglossa annectans (11,4%). Ex-
aerete smaragdina, com dois machos coletados, e Euglossa cordata e Eufriesea violacea, ambas com
5 machos coletados, foram as espécies mais pobremente representadas. A abundância de E. pleosticta
reforça a conclusão de outros trabalhos de que tal espécie é a mais representativa nos fragmentos de
matas do interior do estado de São Paulo.

Apoio: CNPq - FAPESP

Palavras-chaves: Euglossini, Apidae, Comunidade, iscas odores, machos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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631

CONHECENDO A DIVERSIDADE DE
ABELHAS DAS ORQUÍDEAS (APIDAE:
EUGLOSSINI) DA AMAZÔNIA
Ana Cláudia Oliveira Araújo¹*, Marcio Luiz de Oliveira¹
¹Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Av. André Araújo 2936, Petrópolis. Cx. Postal 478. Manaus, AM. Brasil 69011-970
anabio@inpa.gov.br

A fauna de abelhas das orquídeas na Amazônia tem sido amostrada de forma padronizada a
fim de possibilitar comparações. Para tanto, têm sido utilizadas grades pertencentes ao Programa de
Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). A grade é uma área de 25 km2 onde estão instaladas 12 trilhas
de 5 km de comprimento, 6 no sentido norte-sul e 6 no sentido leste-oeste. Adjacentes às trilhas que
estão dispostas no sentido leste-oeste, existem parcelas permanentes de 250 m x 40 m, orientadas no
sentido norte-sul e distantes entre si 1 Km, totalizando 30 parcelas por grade. As abelhas foram cole-
tadas por apenas 3 dias em cada UC (de 09 a 11/10/2007 no PARNA de Viruá e de 16 a 18/10/2007
na ESEC de Maracá), em cinco armadilhas com cineol, benzil acetato, salicilato de metila, vanilina
e metil cinamato, respectivamente. Em cada trilha leste-oeste, em frente a cada parcela, foi instalado
um varal de 10 m de comprimento e a 2 metros do solo, onde foram penduradas as armadilhas sepa-
radas entre si por 2 metros, totalizando assim 1 varal por parcela e 5 por trilha. Todas as armadilhas
foram distribuídas nos pontos de coleta até às 8 horas e deixadas no varal por 4 horas, perfazendo-se
uma trilha por dia. Foram amostradas 15 parcelas em cada UC. A ESEC de Maracá apresentou 8 espé-
cies e 56 indivíduos, enquanto o PARNA do Viruá apresentou 21 espécies e 219 indivíduos. Apesar de
distantes cerca de 200 Km e diferentes em termos de vegetação, as UC´s apresentaram 7 espécies em
comum: Eulaema bombiformis (Packard, 1869); Eulaema pseudocingulata Oliveira, 2006; Exaerete
smaragdina (Guérin, 1845); Euglossa imperialis Cockerell, 1922; Euglossa ignita (Smith, 1854);
Euglossa avicula Dressler, 1982 e Euglossa sp. n. Foram registradas ainda duas espécies desconhe-
cidas para o Estado de Roraima, Euglossa prasina Dressler, 1982 e Eufriesea vidua (Moure, 1976)
provenientes do PARNA do Viruá. Trabalho anterior realizado na ESEC Maracá registrou apenas 11
onze espécies, o que sugere que esta UC realmente possua uma baixa riqueza de espécies de abelhas
das orquídeas.

Apoio: Programa de Pesquisas em Biodiversidade - PPBio

Palavras-chaves: Apidae, Euglossini, Amazônia, Diversidade

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632

MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA POR MEIO DO
OPENMODELLER: ESTUDO DE CASO DE
PLANTAS E POLINIZADORES
Tereza Cristina Giannini¹*, Antonio Mauro Saraiva², Isabel Alves-dos-Santos¹
¹ Instituto de Biociências da USP;
²Escola Politécnica da USP
R. Matão, Trav.14, n.321, Butantã, São Paulo, SP, 05508-900
giannini@usp.br

A distribuição geográfica de uma espécie depende de suas interações com o meio, e com outros
indivíduos, sejam da mesma espécie ou de outras espécies. Dentro da abrangência geográfica de uma
espécie apenas os habitats apropriados são ocupados, e estes habitats refletem seu nicho ecológico.
Esse nicho é caracterizado por fatores abióticos como temperatura, umidade, altitude, e também por
fatores bióticos, como vegetação, solo, locais para nidificação e fontes de recursos alimentares. No
caso dos polinizadores, algumas espécies são altamente especializadas na fonte floral e a presença ou
ausência da planta pode ser um fator limitante. A modelagem da distribuição geográfica de espécies
tem sido utilizada levando-se em consideração as interações bióticas e abióticas que caracterizam
o nicho ecológico. O objetivo principal é gerar um modelo matemático da distribuição geográfica
potencial da espécie, que possa ser projetado em outras regiões e gerar um mapa da distribuição. O
openModeller constitui-se em uma ferramenta open source para modelagem de distribuição geográ-
fica e incorpora diversos algoritmos empregados em modelagem, como o GARP (Genetic Algorithm
for Rule-set Production) e tem sido usado em um estudo sobre a distribuição geográfica de plantas e
polinizadores. Foi escolhido um gênero de abelhas solitárias (Peponapis - Eucerini, Apidae) que são
especialistas em flores de Cucurbita (abóboras). O padrão de distribuição das espécies de Peponapis
foi avaliado em relação à presença de espécies de Cucurbita, bem como das variáveis abióticas que
caracterizam seus nichos. Os resultados preliminares têm demonstrado a co-ocorrência dos dois gru-
pos na maioria das áreas estudadas.

Apoio: BioAbelha-FAPESP

Palavras-chaves: polinizadores, Peponapis, Cucurbita, nicho ecológico

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633

NESTING OF Trigona C.F. spinipes


IN THREE PHYTOPHYSIOGNOMIES OF
CERRADO IN ITIRAPINA, SÃO PAULO
Fabiana C. Pioker, Astrid de Matos Peixoto Kleinert
Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências, USP
Rua do Matão, Tr. 14 nº 101, 05508-090 São Paulo, SP, Brasil
fpioker@yahoo.com

Understanding the population dynamics of pollinators is essential to propose efficient conserva-


tion policies. Many animals, from beetles to bats, are responsible for pollination in Cerrado, but bees,
mainly the social ones, are the most representative of them. Trigona spinipes is one of the most col-
lected insects on Cerrado flowers. Considering the aspects above, we studied T. c.f. spinipes nesting
in 19 ha of three Cerrado phytophysiognomies in Itirapina, from August 2007 to February 2008. We
found 16 nests, two in “cerradão” phytophysiognomy, two in “campo cerrado” and twelve in “campo
sujo”. We referred to the species as T. c.f. spinipes because although the bees are morphologically
similar to T. spinipes, there are some differences in nests morphology, including nest entrances. Nests
were found in 11 different plant species, and their height above the ground varied from 0.7 m to 3.5
m. The minimal distance from one nest to other was 143 m, and the density in the studied area was
estimated in 0.54 nests/ha. The species showed plasticity both in plant species choice and in nesting
height. Thus, spacing among colonies should be due to aggressivity or competition, since nest sites
did not appeared to be limitant. This study is still in progress, and “campo sujo” was most intensively
searched than the other two phytophysiognomies. It is still not yet possible to say if there is some
preference for one or another phytophysiognomy. More data and observations on field will help to
clarify these issues.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Cerrado, nest, Trigona spinipes, population dynamic

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634

VARIAÇÃO DA DIVERSIDADE
DE MELIPONINA(APIDAE; MELIPONINA)
EM FRAGMENTOS DE
HÁBITATS FLORESTADOS DE
MATA ATLÂNTICA NA BAHIA
Marília Dantas e Silva, Mauro Ramalho, Ciro Tavares Florence, Paulo César Gouvêa Leão,
João Paulo Loyola Oliveira, Daniela Monteiro, Jaqueline Figueredo Rosa, Zafira Evelma Gurgel,
Marli Emília Almeida
Universidade Federal da Bahia-Laboratório de Ecologia da Polinização-ECOPOL/IBIO-UFBA
Rua Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Universitário de Ondina. CEP:40.170-115 – Salvador-
Bahia, Brasil
zafiragurgel@hotmail.com

As abelhas Meliponina estão associadas especialmente às floradas maciças, e desempenham


papel central na biologia reprodutiva de árvores do dossel na floresta Atlântica. Espécies com ex-
igências por condições de micro-hábitats comuns apenas na floresta em estágio avançado de regen-
eração são mais sensíveis à perturbação antrópica e potencialmente mais susceptíveis aos efeitos da
perda de conectividade. O objetivo do presente trabalho é caracterizar a variação da diversidade de
Meliponina, em fragmentos de hábitats florestados na paisagem em mosaico na Mata Atlântica. A
área de estudo está localizada na porção norte do Corredor Central da Mata Atlântica na Bahia. As
coletas foram realizadas mensalmente entre maio/2006 a março/2007. O delineamento amostral se
fundamentou em três réplicas de Fragmentos Florestados (FF- na escala de dezenas de hectares) e
fragmentos de Mata Primária (MP-na escala de centenas de hectares). Foram distribuídos dois pontos
amostrais ao longo das trilhas preexistentes, e as abelhas foram atraídas por iscas de mel com água
(2:1-H2O:mel). Foram coletados 5726 indivíduos sendo 95% encontrados nas áreas de MP e apenas
5% nos FF. Na MP foram localizadas 21 espécies, distribuídas em 5 gêneros (Plebeia, Tetragonisca,
Partamona, Melipona e Trigona). Nos FF foram encontrados 279 indivíduos distribuídos em 12 es-
pécies e 4 gêneros onde é possível destacar as seguintes espécies: Trigona spinipes e dois morfotipos
de Plebeia. O gênero Melipona, encontrado somente nas áreas de mata primária, nidifica quase que
exclusivamente em cavidades naturais preexistentes e utiliza, sobretudo ocos de árvores. A ausência
deste gênero nos fragmentos pode estar relacionada à falta de árvores com grande porte ou devido
à baixa disponibilidade de cavidades arbóreas. Trigona spinipes que se destacou nas áreas de frag-
mento, representa uma espécie que não depende de cavidades preexistentes para o desenvolvimento
de seus ninhos visto que os mesmos são expostos podendo ser construídos em vários substratos.

Apoio: CNPq; FAPESB e MICHELIN

Palavras-chaves: Fragmentação, Mata Atlântica, Abelhas sem ferrão

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635

ATIVIDADE DE COLETA DA ABELHA


Tetragonisca angustula NO DECORRER DO ANO
Flávio Augusto Santos Silva*, Darclet Teresinha Malerbo-Souza, André Luís Santos Silva, André
Luiz Halak, Ana Paula Roncolato, Guilherme dos Reis Vasconcelos
Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP
Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, 1520, Jd Independência, 14076-510, Ribeirão Preto, Brasil
silvasantos10@yahoo.com.br

Este experimento foi conduzido com o objetivo de estudar a atividade de coleta da abelha Tet-
ragonisca angustula (jataí), no decorrer do ano, em Ribeirão Preto, SP, Brasil. Para isso, foi avaliado
o número de abelhas que entravam no ninho, com pólen ou com néctar, nos primeiros 10 minutos de
cada horário, das 7h00 às 18h00, com 12 repetições, sendo cada repetição em um mês diferente (de
junho de 2007 a abril de 2008). Observou-se que as abelhas preferiram coletar néctar (86,5%) com-
parado à coleta de pólen (13,5%). Para néctar, foi observado que o pico de coleta aconteceu no mês
de março de 2008, sendo que o mês com menos atividade foi junho de 2007. Entretanto, para pólen,
o pico de atividade de coleta ocorreu no mês de março de 2008, sendo que as piores avaliações foram
entre junho e julho de 2007. No decorrer do dia, observou-se que essas abelhas coletaram néctar e
pólen durante todo o dia. Pode-se concluir que a abelha T. angustula apresenta diferenças na atividade
de coleta no decorrer do ano, devido aos fatores climáticos e às fontes florais disponíveis na região,
em cada mês.

Apoio: FAPESP 06/59604-9

Palavras-chaves: Tetragonisca angustula, Atividade de coleta, néctar, pólen

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636

ANÁLISE PROTÉICA E DE AMINOÁCIDOS


DO ALIMENTO LARVAL DE
Tetragonisca angustula LATREILLE 1811
(APIDAE, MELIPONINI)
Mauro Prato*, Ademilson Espencer Egea Soares
Programa de Pós-graduação em Entomologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Av. Bandeirantes, 3900; Bairro Monte Alegre; Ribeirão Preto - S.P.
mauroprato@pg.ffclrp.usp.br

A quantidade de alimento recebido pelas larvas é o fator responsável pela determinação das
castas em T. angustula, as larvas de rainhas se desenvolvem em células maiores, chamadas realeiras,
recebendo mais alimento que as larvas de operárias que se desenvolvem em células menores; não
havendo diferença qualitativa entre o alimento contido em realeiras e células de cria de operárias/
machos. Este trabalho visa a comparação qualitativa entre os alimentos larvais de realeiras e células
de cria de operárias/machos de T. angustula através das análises dos conteúdos protéico e de aminoá-
cidos. Favos de cria recém-operculados foram coletados em 5 colônias racionais, suas células foram
desoperculadas, os ovos foram retirados e o alimento foi coletado com bomba de sucção a vácuo.
Para análise do conteúdo protéico, as amostras de alimento foram centrifugadas a 4ºC e 15.000 RPM
por 10 minutos; o sobrenadante foi convenientemente diluído e as amostras (10 µl cada) submetidas
à eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE 7,5%), posteriormente corado em solução de
Azul de Coomassie R-250. A análise de aminoácidos foi realizada pelo método do PTC-aa em HPLC,
com hidrólise prévia em HCl bidestilado a 6 N. O gel demonstrou que os padrões de bandas protéicas
foram iguais para todas as amostras de alimento, permitindo-nos afirmar que os alimentos contidos
em realeiras e células de cria de operárias/machos possuem a mesma composição protéica. As aná-
lises dos aminoácidos totais, assim como dos aminoácidos livres, demonstraram não haver diferenças
significativas da quantidade e composição dessas moléculas entre os dois tipos de alimentos compara-
dos. Estes resultados demonstram que a composição protéica e de aminoácidos dos alimentos de rea-
leiras e células de cria de operárias/machos são semelhantes, confirmando a hipótese de que as castas
em T. angustula são determinadas exclusivamente pela quantidade de alimento oferecida às larvas.

Apoio: Fapesp 2007/51005-9

Palavras-chaves: alimento larval, Tetragonisca angustula, determinação de castas, realeiras,


células de operárias/machos

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637

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO PERFIL


QUÍMICO EM COLÔNIAS ÓRFÃS DE
ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINI)
Lucas Garcia von Zuben¹, Túlio Marques Nunes¹, Izabel Cristina Casanova Turatti², Norberto
Peporine Lopes², Ronaldo Zucchi¹
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; ²Faculdade de Farmácia de
Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
lucaszuben@yahoo.com.br

Nas abelhas sem ferrão, o mecanismo de produção de rainha varia entre os diversos gêneros.
Os mecanismos pelos quais a produção de células reais se inicia são pouco conhecidos neste grupo.
Sabe-se que, nessas abelhas, as diferentes castas, bem como os machos, apresentam diferenças nos
compostos químicos associados à cutícula, os quais são classificados como “feromônios de super-
fície”, e essas substâncias são as responsáveis por uma grande parte da comunicação intracolonial.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi investigar possíveis alterações químicas nesses feromônios
em colônias órfãs da abelha sem ferrão, Frieseomelitta varia, durante o processo de produção de
células reais. Para verificar possíveis alterações químicas foram utilizadas três colônias de F. varia
pré-estabelecidas. De cada uma dessas colônias foi retirada a rainha e a partir desse dia foram cole-
tadas 10 operárias de 3 em 3 dias até o surgimento de células reais. As amostras foram analisadas em
um sistema de Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas (GC-MS). Os dados dos
perfis químicos obtidos pelo GC-MS foram, então, comparados entre os grupos experimentais pela
análise estatística multivariada. A partir da análise estatística foi possível observar que os grupos de
compostos foram significativamente separados e que, além disso, mostraram uma mudança gradativa
no perfil de compostos químicos ao longo do tempo, até o início da produção da nova rainha. É pos-
sível afirmar, portanto, que a ausência da rainha provoca alterações significativas no perfil químico da
colônia. Essas alterações, possivelmente, estão relacionadas ao início da produção de novas rainhas
em abelhas sem ferrão.

Apoio: Fapesp - 07/55836-5

Palavras-chaves: Frieseomelitta varia, hidrocarbonetos cuticulares, Produção de rainha, Orfandade

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638

COMPOSTOS VOLÁTEIS LIBERADOS


POR RAINHAS VIRGENS DE Melipona
quadrifasciata (APIDAE: MELIPONINI)
Adriana Pianaro¹*, Cristiano Menezes², Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca², Anita Jocelyne Marsaioli¹
¹*Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP;
²Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Instituto de Química, CEP 13083-970, Campinas-SP, Brasil
pianaro@iqm.unicamp.br

Os meliponíneos ou abelhas sem ferrão são abelhas eusociais que ocorrem em regiões tropicais.
O modo de acasalamento das rainhas da tribo Meliponini levanta várias questões que ainda não foram
respondidas, mas sabe-se que as rainhas virgens atrativas inflam seus abdomes e só acasalam durante
vôos nupciais ou em arenas experimentais com machos solitários. As rainhas virgens atrativas de
Melipona quadrifasciata liberam um cheiro característico após inflarem seus abdomes, o qual é per-
ceptível para os humanos. Por isso, este trabalho teve como objetivo identificar os compostos voláteis
responsáveis pelo cheiro das rainhas virgens de M. quadrifasciata através da coleta por headspace
dinâmico dos voláteis de rainhas virgens infladas (2 a 3 dias de idade) e de rainhas virgens normais
(1 dia de idade), além da obtenção de extratos de partes do corpo destas rainhas para identificação
da origem destes voláteis. Todas as amostras foram analisadas por Cromatografia Gasosa acoplada a
Espectrometria de Massas (CG-EM). As análises das amostras de headspace revelaram que as rainhas
virgens infladas de M. quadrifasciata liberam uma mistura de nerol e geraniol, os quais não são libera-
dos pelas rainhas virgens normais. Estes compostos foram observados nos extratos dos abdomes das
rainhas virgens de M. quadrifasciata, o que indica que são produzidos por alguma glândula presente
no abdome. Ensaios biológicos para descobrir como estes compostos agem na seleção das rainhas de
M. quadrifasciata e se atuam como feromônios de alarme ou sexual estão sendo realizados.

Apoio: CAPES; IQ-UNICAMP; CNPq; FAPESP

Palavras-chaves: Melipona quadrifasciata, Meliponini, rainhas, headspace, cromatografia

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639

FLORA APÍCOLA DA CAATINGA CEARENSE


DE IMPORTÂNCIA PARA AS ABELHAS
JANDAÍRAS (Melipona subnitida)
José Everton Alves¹*, Breno Magalhães Freitas², Celso Braga Magalhães¹, Emanuelle Bruna
Rodrigues Carneiro¹, Fábio Carreiro Chaves de Melo¹
¹ Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA; ² Universidade Federal do Ceará – UFC
Avenida da Universidade, 850, 62040-370 Sobral, Ceará, Brasil
professoreverton@msn.com

As abelhas jandaíras (Melipona subnitida) são originadas no nordeste brasileiro, região onde
há uma vegetação que fornece néctar e pólen para os meliponíneos. O conhecimento das plantas
fornecedoras de alimentos para esta espécie de abelha é fundamental para o desenvolvimento de um
programa de meliponicultura visando a produção de mel. Objetivou-se com este trabalho levantar as
espécies fornecedoras de néctar e pólen para M. subnitida ao longo do ano. O experimento foi realiza-
do na Fazenda Experimental Vale do Acaraú da UVA (S3°36’52’’ e W40°18’26’’) entre junho/2005
e maio/2006. Foram disponibilizadas 30 colônias de M. subnitida em uma região de caatinga. A cada
15 dias foram coletados o mel produzido para análise melissopalinológica, e o pólen para análise
polínica. Verificou-se a existência de 30 plantas pertencentes a 14 famílias de importância para M.
subnitida. As famílias com o maior número de representantes foram Euphorbiaceae, Mimosoidae e
Amaranthaceae. Participaram ainda da dieta de M. subnitida plantas das famílias Rubiaceae, Turn-
eraceae, Sterculiaceae, Labiatae, Cactaceae, Caesalpinoidae e Ramnaceae. A maioria das espécies
visitadas por M. subnitida floresce na estação chuvosa do ano. Conclui-se que M. subnitida visita um
número pequeno de plantas, considerando a biodiversidade encontrada na caatinga.

Apoio: Funcap; IADE; IVA

Palavras-chaves: Melipona subnitida, Caatinga, Flora apícola, Néctar, Pólen

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640

ABELHAS SOLITÁRIAS (HYMENOPTERA,


APOIDEA) NIDIFICANDO EM CAVIDADES
PREEXISTENTES NA ESTAÇÃO
ECOLÓGICA DE RIBEIRÃO PRETO, MATA
SANTA TERESA, RIBEIRÃO PRETO, SP
Janaina Fernandes Silva*, Carlos Alberto Garófalo
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Av. Bandeirantes, 3900. 14040-901 Ribeirão Preto - SP
janainafernandes_bio@yahoo.com.br

As abelhas constituem o principal grupo de polinizadores de Angiospermas, sendo responsáveis


pela maior parte do fluxo gênico entre indivíduos e populações adjacentes dessas plantas. Neste grupo
existem mais de 20.000 espécies descritas, dessas 85% são solitárias. O objetivo deste trabalho foi
conhecer a comunidade de abelhas solitárias que nidificam em cavidades preexistentes na Estação
Ecológica de Ribeirão Preto. Foram utilizados ninhos-armadilha (NA) feitos com cartolina preta, na
forma de pequenos tubos, com 5,8 cm e 8,8 cm de comprimento e 0,6 cm e 0,8 cm de diâmetro, re-
spectivamente, e gomos de bambu, de vários comprimentos e diâmetros. Os gomos de bambu foram
introduzidos em tubos de PVC, de tamanhos apropriados, e os tubos de cartolina em orifícios feitos
em duas placas de madeira, cada uma com 55 orifícios. Os NA foram colocados em suportes de ferro
instalados em 4 sítios de amostragens. As coletas foram realizadas mensalmente, de Novembro/2005
a Outubro/2007. Os ninhos coletados foram levados para o laboratório e conforme os indivíduos
emergiam eram capturados e mortos sob vapor de acetato de etila. Foram coletados 64 ninhos de 7
espécies: Centris analis (n=9), Centris tarsata (n=2), Centris sp (n=1), Tetrapedia diversipes (n=45),
Tetrapedia rugulosa (n=3), Epanthidium tigrinum (n=3) e Anthidiini (n=1), sendo que 62.5% dos
ninhos foram coletados na estação quente e chuvosa (setembro a maio).Coelioxoides waltheriae e
indivíduos da ordem Coleoptera foram os inimigos naturais associados aos ninhos de T. diversipes.
Comparando os resultados obtidos com aqueles relatados para outros fragmentos florestais do estado
de São Paulo, pode ser concluído que a Mata Santa Teresa é um dos fragmentos mais pobres em espé-
cies de abelhas que nidificam em cavidades preexistentes.

Apoio: CNPq; FAPESP

Palavras-chaves: abelhas solitárias, cavidades preexistentes, ninhos-armadilha, Hymenoptera

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641

GROUP FORAGING IS BENEFICIAL


FOR STINGLESS BEES
Elinor M. Lichtenberg¹, Vera L. Imperatriz-Fonseca², James C. Nieh¹
¹ Division of Biology, University of California, San Diego; ² Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto, USP
UCSD, MC0116, 9500 Gilman Drive, La Jolla, CA 92093-0116, USA
elichten@ucsd.edu

Social animals are predicted to increase resource dominance by foraging in groups. We tested
the importance of a group foraging strategy for stingless bees (Hymenoptera, Apidae, Meliponini).
Using six Brazilian stingless bee species (group foragers: Scaptotrigona aff. depilis, Trigona hyalinata
and T. spinipes; solitary foragers: Frieseomelitta varia, Melipona quadrifasciata and Nannotrigona
testaceicornis) and an array of artificial “flowers”, we compared species’ dominance and visitation
under unrestricted foraging conditions and during exclusion of group foraging species. Feeders were
generally dominated by one of the group foraging species. Group foragers also limited visitation by
solitary-foraging species. Removal of all group foragers increased feeding opportunities for the other
three species. Thus, group foraging appears to enable stingless bee colonies to improve competitive
ability through dominance of highly rewarding resources.

Apoio: NSF; UCSD

Palavras-chaves: dominance, competition, superorganism, group foraging, stingless bees

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642

A COMUNIDADE DE ABELHAS
(HYMENOPTERA, APIDAE) E SUAS
FONTES FLORAIS NO PARQUE
NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ,
SANTA CATARINA, BRASIL
David Richard da Luz*, Gustavo Valadares Barroso
Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Rua Antônio da Veiga 140, 89012-060 Blumenau, Brasil
drdaluz@gmail.com

A realização de estudos padronizados das comunidades de abelhas tem permitido a abordagem


comparativa entre vários ecossistemas e a investigação da existência de padrões na estruturação des-
sas comunidades na região Neotropical. No estado de Santa Catarina foram realizados poucos estudos
sobre a fauna de abelhas e a flora apícola associada. Este trabalho foi conduzido ao longo de quinze
meses no Parque Nacional da Serra do Itajaí, Sul do Brasil, no domínio Floresta Atlântica. O objetivo
deste estudo foi investigar a composição e as relações de abundância entre as espécies de abelhas, bem
como sua preferência por fontes florais de alimento. As abelhas foram coletadas entre outubro/2006
e dezembro/2007, entre às 8:00h e às 16:00h, totalizando 151h de amostragem em 10 coletas. As
abelhas foram capturadas com rede entomológica, em flores, em vôo, no chão ou forrageando suor
nos coletores. Foram coletados 1616 indivíduos, compreendendo 89 espécies, 46 gêneros, 16 tribos
e cinco subfamílias. Apinae foi a subfamília mais diversificada, com 47 espécies. Os gêneros com
maior número de espécies foram Augochloropsis (9), Ceratina (9) e Dialictus (7). Diferentemente
de outras áreas do Brasil estudadas, Paratetrapedia fervida foi a espécie mais abundante, compreen-
dendo 11,57% dos indivíduos coletados. Foram coletados três indivíduos do macho de Anthrenoides
cyphonandrae, até então desconhecido para a ciência. As plantas visitadas correspondem a 67 espé-
cies, em 52 gêneros e 30 famílias. Asteraceae foi a família mais rica, com 14 espécies. Lythraceae foi
a família que recebeu o maior número de visitantes (41,26%). Foram assinaladas 12 novas espécies
de abelhas para o estado de Santa Catarina. A curva do coletor não chegou a alcançar um ponto de
equilíbrio, indicando que o número de coletas realizadas não foi suficiente para estimar a riqueza de
espécies na área de estudo.

Apoio: PIPe/Artigo 170; DCN/FURB

Palavras-chaves: Apidae, Comunidade, Fauna de abelhas, Floresta Atlântica, Vale do Itajaí

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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643

PRODUÇÃO DE OPERÁRIAS,
MACHOS E RAINHAS EM COLÔNIAS
DE Plebeia emerina (FRIESE, 1900)
(HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINI)
Juliana Stephanie Galaschi Teixeira*, Betina Blochtein
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Biociências, Laboratório de
Entomologia - Ecologia de Abelhas
Avenida Ipiranga 6681, 90619-900, Porto Alegre/RS, Brasil
julianagalaschi@gmail.com

Plebeia emerina, conhecida popularmente por mirim, apresenta distribuição desde o Paraná até
o Rio Grande do Sul, inclusive em áreas urbanas. Visando o manejo dessas abelhas para a meliponi-
cultura dirigida à polinização, são necessários conhecimentos a respeito de aspectos reprodutivos,
especialmente quanto à produção de indivíduos das distintas castas e sexos. Este trabalho objetivou
quantificar a proporção de machos, rainhas e operárias emergentes, em colônias de P. emerina. No
período de outubro de 2007 a janeiro de 2008 foi amostrado um favo/colônia/mês, a partir de quatro
colônias mantidas no campus central da PUCRS, em Porto Alegre, RS, Brasil. Dos 16 favos de cria
analisados, contabilizou-se 6.358 indivíduos, 78,33% dos quais representados por operárias e 21,67%
por machos. Não foi registrada a ocorrência de rainhas. As colônias apresentaram-se estatisticamente
semelhantes quanto aos números de operárias e machos e número de total de indivíduos presentes
nos favos, com exceção da colônia 1, que diferiu significativamente da colônia 3, apresentando maior
número de machos (p= 0,011) e maior número total de indivíduos (p = 0,012). Nas quatro colônias
evidenciou-se relação positiva entre o número total de indivíduos e número de operárias (r² = 0,877),
refletindo a importância das operárias no funcionamento e manutenção do ninho. A relação positiva,
também verificada entre o número total de indivíduos e o número de machos (r² = 0,322), pode ser
explicada pelo investimento em indivíduos, reprodutivos, uma vez que não houve registro de rain-
has. A freqüência de machos e operárias das quatro colônias não diferiu significativamente ao longo
dos meses analisados (p = 0,476). O estudo será prosseguido a fim de acompanhar a emergência dos
indivíduos ao longo de um ano.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: abelhas sem ferrão, Plebeia emerina, produção de machos, produção de operárias

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644

FORMAÇÃO DE NOVAS COLÔNIAS DE


Plebeia remota (APIDAE, MELIPONINI)
Tarsila Amorim Coelho*, Denise de Araújo Alves, Isabel Alves dos Santos
Laboratório de Abelhas, Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências – USP
Rua do Matão, trav. 14, nº 321, Cidade Universitária, São Paulo - SP, CEP: 05508-90, Brasil
tarsila.coelho@usp.br

Os estudos de meliponíneos são de grande importância tendo em vista o importante papel que
esse grupo desempenha na polinização de inúmeras espécies de angiospermas. Neste trabalho nosso
objetivo foi avaliar o desenvolvimento de uma colônia de Plebeia remota em estágio inicial quanto
ao número de células produzidas; produção de machos, rainhas e operárias; e a dinâmica de estoque
de alimento. Simulamos enxameagens formando cinco micro-colônias a partir de outras já estabele-
cidas. Retiramos de colônias-mãe favos com abelhas prontas para emergirem, algumas operárias de
diferentes idades e potes de mel e pólen. Para o estabelecimento da colônia foi necessário que o favo
inserido contivesse uma célula real e a rainha emergisse dentro da nova colônia, já que experiências
de introdução de rainhas virgens aprisionadas não obtiveram sucesso. Mapeamos diariamente a con-
strução dos favos contando o número de células construídas e número aproximado de potes de ali-
mento presentes nas colônias. Registramos a razão sexual em doze favos. Até o momento emergiram
quase na totalidade apenas operárias sendo que, das 2265 células analisadas, apenas quatro continham
rainhas virgens, três delas miniatura, e apenas dois machos foram registrados. A baixa ocorrência de
indivíduos sexuados era esperada, pois em estágio inicial, a colônia ainda não atingiu tamanho ideal
para se reproduzir (enxamear), portanto não deve despender energia na produção intensa destes indi-
víduos e sim de operárias, que são necessárias para a manutenção e crescimento das colônias.

Apoio: PIBIC/CNPq

Palavras-chaves: Plebeia remota, produção de operárias, produção de sexuados, abelhas sem


ferrão, razão sexual

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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645

ESTUDO PRELIMINAR DA COMUNIDADE


DE ABELHAS (HYMENOPTERA, APOIDEA,
APIFORMES) EM UMA LOCALIDADE
URBANA DE ARACAJU – SE
Berla Santos Cruz, Anderson Barbosa, Maxwell Souza Silveira
Universidade Tiradentes/Instituto de Tecnologia e Pesquisa
Av. Murilo Dantas, Bairro Farolândia,49032-490, Aracaju, Sergipe
silveira.m.s@bol.com.br

O processo de urbanização provoca mudanças na estrutura e na composição da vegetação na-


tiva, alterando as condições microclimáticas e oferta os recursos para as espécies de abelhas. Esse
estudo teve como objetivo identificar as espécies de abelhas e suas interações com a flora em uma
localidade urbana de Aracaju. O estudo foi realizado no entorno da Universidade Tiradentes, Campus
Farolândia, em áreas de rua, composta por jardins e terrenos baldios, e um pequeno fragmento de
mata secundária. As coletas foram realizadas entre 07/2007 e 04/2008, em intervalos de aproxima-
damente 30 dias, das 6:00 às 12:00h, com esforço amostral de 3:00h em cada área. O início de cada
evento de coleta foi alternado entre as áreas. As abelhas foram capturadas com o auxilio de redes
entomológicas, durante as visitas às flores. As abelhas coletadas foram montadas em alfinetes en-
tomológicos, secas em estufa e etiquetadas com os dados de campo. Amostras das plantas visitadas
foram coletadas para identificação. Foram coletados 610 indivíduos e identificadas 27 espécies. A
espécie mais abundante foi Trigona spinipes, coletada predominantemente visitando plantas exóticas
utilizadas na ornamentação de jardins residenciais. As espécies vegetais mais visitadas por T. spinipes
foram Euphorbia milii e Ixora cf. coccinea. As abelhas solitárias foram amostradas principalmente
em terrenos baldios, ou na área de mata, visitando plantas ruderais. Dentre os Apidae não corbicula-
dos, Xylocopa cearensis foi a espécie mais abundante. As abelhas da tribo Centridini foram captura-
das coletando óleo floral em um espécime de Byrsonima sericea. Durante o período de amostragem
houve modificações antrópicas na área de mata. A preservação de áreas com vegetação nativa e solos
permeáveis favorece a obtenção de recursos florais e locais para nidificação, sendo importante para a
conservação das espécies de abelhas em áreas urbanas.

Apoio: Universidade Tiradentes/Instituto de Tecnologia e Pesquisa

Palavras-chaves: Urbanização, abelhas, comunidades, diversidade, conservação

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646

ANÁLISE DO CUSTO DA PRODUÇÃO


DE MACHOS EM Melipona (Michmelia)
flavolineata FRIESE, 1900 (HYMENOPTERA,
APIDAE, MELIPONINA) EM
COLÔNIAS SOBRE DIFERENTES
TAMANHOS POPULACIONAIS
Alexandre Santana Azevedo*, Gisele Garcia Azevedo, Marcos Henrique Rodrigues Carvalho,
Genilson Rodrigues Ferreira Lima
Universidade Federal do Maranhão-UFMA
Rua Marabá, Quadra R casa 06 Parque Amazonas
alxazv@hotmail.com

Muitos parâmetros convergem sinergicamente para o controle da produção de machos em Me-


lipona. Dentre os de maior influência destaca-se o tamanho populacional (colonial). Melipona flavo-
lineata é uma abelha típica da região de cerrado com distribuição na AM, MA, PA e TO. O presente
estudo se caracterizou por acompanhar colônias em diferentes condições de tamanho populacional,
marcando os favos espacialmente com contas coloridas para a análise da distribuição espacial do
sexo. Foi analisado o custo da produção de machos através da correlação linear de pearson obtendo-se
um p = 0,0000, altamente significativo. Isso significa, de certa forma, que para cada macho produzido
a colônia deixou de produzir uma operária. Colônias fracas somando-se os dois favos produziram
(0+1) 1 macho, colônias médias somando-se os dois favos produziram (38+101) 139 machos e um
único favo de colônia forte produziu 388 machos. Este último apresentou uma elevada freqüência de
machos (87,191%). Isso revela indícios de um processo sazonal. Em abelhas melíferas é freqüente
o processo de enxameamento, enquanto em Melipona a freqüência é muito rara. Portanto podemos
inferir que investir na produção de machos se tornou uma alternativa mais bem sucedida ao longo do
processo evolutivo para dispersão dos genes em Melipona.

Apoio: CNPq; CNPq-PIBIC; UFMA

Palavras-chaves: Melipona flavolineata, zangão, tamanho populacional, correlação linear, sa-


zonalidade

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647

MORFOLOGIA DE ABELHAS

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648

INTERFACE DE AUTOMAÇÃO
DOS PROCEDIMENTOS MANUAIS
NA IDENTIFICAÇÃO DE ABELHAS
SEM FERRÃO E PADRONIZAÇÃO
DA TROCA DE DADOS USANDO
MORFOMETRIA GEOMÉTRICA
Jésus Franco Bueno, Tiago Maurício Francoy, Vera Lucia Imperatriz-Fonseca,
Antonio Mauro Saraiva
Laboratório de Automação Agrícola – Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas
Digitais – EPUSP; Laboratório de Abelhas - Departamento de Genética da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto - USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. 3 n. 158 CEP 05508-900 São Paulo SP
jesus.bueno@poli.usp.br

A Morfometria Geométrica desenvolvida por Rohlf e Marcus (1993) é um conjunto de técnicas


de análise de formas com aplicação em identificação de espécies. Os espécimes são amostrados pela
colocação de marcos anatômicos ou extração de contornos da estrutura biológica. As variações mor-
fológicas da estrutura possibilitam a diferenciação das espécies. A identificação de abelhas por mor-
fometria tem resultados significativos como 99% de discriminação de espécies (Francoy et al., 2006).
No Laboratório de Abelhas do Departamento de Genética da FMRP a identificação de abelhas é feita
pela execução de procedimentos que usam os pacotes de software de Morfometria Geométrica, Sta-
tistica e SPSS. O pacote de morfometria é formado por três módulos de programas, tpsUtil, tpsDig2 e
tpsRelw, desenvolvidos por James F. Rohlf (http://life.bio.sunysb.edu/morph). Eles produzem como
saída quatro arquivos de dados referentes aos marcos anatômicos, matriz de espécimes alinhadas,
matriz de pesos e a matriz de deformações relativas. Esses arquivos são agrupados em um editor de
texto e planilha eletrônica para gerar um arquivo único. Essa transformação é uma operação manual
que envolve a manipulação de muitos dados, tornando-se uma tarefa monótona e exaustiva. Este
trabalho apresenta um módulo de programa em linguagem Pascal, uma interface (Shell), que automa-
tiza a manipulação dos arquivos e possibilita o estudo do formato-padrão dos dados de morfometria
geométrica. Como resultado, é gerado um arquivo livre de erros de manipulação, adequado para ser
usado na etapa seguinte. Uma nova versão da interface em linguagem Java será disponibilizada.

Apoio: FAPESP – projeto BioAbelha

Palavras-chaves: Morfometria geométrica, Abelhas sem ferrão, Interface de troca de dados

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649

MORFOMETRIA DE MACHOS E FÊMEAS


DE Euglossa annectans DRESLER 1982
(HYMENOPTERA, APIDAE, EUGLOSSINI)
Márcia de F. Ribeiro¹*, Sérgio Dias Hilário², Marilda Cortopassi-Laurino²
¹ EMBRAPA SEMI-ÁRIDO; ² UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
1 BR 428 Km 152 Zona Rural, CEP 56302-970 Petrolina, PE; 2 R. do Matão, Trav. 14, n. 321 CEP
05508-900 São Paulo, SP
marcia.ribeiro@cpatsa.embrapa.br

Foram coletados dados de morfometria de machos e fêmeas de Euglossa annectans em


condições de laboratório, de um grupo de células separado artificialmente, a partir de um ninho
alojado espontaneamente em caixa racional de abelhas sem ferrão. Os dados foram obtidos com
os indivíduos previamente colocados no freezer para diminuir sua mobilidade e, em seguida, co-
locados em um pequeno aparato para medição, sob microscópio estereoscópico com ocular gradu-
ada. Foram obtidas as seguintes medidas: largura da cabeça (LC), distância interorbital (DIO),
distância intertegular (DITEG), comprimento do tórax anterior (CTORAX 1) e comprimento do
tórax posterior (CTORAX 2). Além disso, a largura dos olhos (LO) foi calculada, diminuindo-se
a DIO de LC. Os machos (n= 41) e fêmeas (n=20) apresentaram médias semelhantes para to-
das as variáveis analisadas (p>0.05), exceto para a DIO. Neste caso, machos apresentaram uma
DIO significativamente maior (x=3,0290±0,1006 mm) do que as fêmeas (x=2,9478±0,1184 mm)
(p=0.030). Pode haver um significado biológico para isso, uma vez que, os machos usam a visão
para localizar as fêmeas para o acasalamento, e olhos mais separados poderiam fornecer um maior
campo visual, favorecendo sua acuidade visual

Apoio:

Palavras-chaves: Euglossa annectans, morfometria, Euglossini, macho, fêmea

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650

AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DO
APARELHO FERROADOR DE OPERÁRIAS
DE Apis mellifera (HYM.: APIDAE)
AFRICANIZADAS, EM RELAÇÃO AO
TAMANHO DA GLÂNDULA ÁCIDA
Anna Kátia Brizola-Bonacina1*, Emi Nasu2, Valter Vieira Alves Júnior2
1*Departamento de Biologia, Instituto de Biociências – UNESP, Rio Claro-SP;
2Laboratório de Apicultura (LAPI) - Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais – UFGD,
Dourados-MS
Av. 24-A, 1515 - Bela Vista - CEP: 13506-900 - Rio Claro-SP, Brasil
annakatia@bonacina.com.br

O aparelho ferroador da Apis mellifera é formado por três partes constituídas de quitina:
o estilete e duas lancetas. As lancetas, estruturas finas e alongadas dispostas ao lado do estilete
formando um sistema de válvulas, possuem farpas na sua extremidade com função de prender o
estilete na superfície atacada, dificultando sua retirada. O estilete inicia-se em um bulbo e alonga-se
posteriormente, formando um aguilhão. Assim procurou-se avaliar morfometricamente as estru-
turas do aparelho ferroador de operárias e relacioná-las com a glândula de veneno. A análise dos
resultados mostrou que o comprimento glandular (CG) variou de 10,16mm a 5,28mm e 50% das
colônias apresentaram operárias com ramificação glandular. O comprimento médio das lancetas
(CLD - direita CLE - esquerda) foi de 1,53mm a 1,64mm; o comprimento das abas (CAD e CAE)
variou entre 0,78mm e 0,91mm; o comprimento total da lanceta (CTLD e CTLE), de 2,34mm a
2,53mm; o número de farpas (NFD e NFE) entre 9,6 e 10,7; o comprimento do estilete (CE) de
1,12mm a 1,15mm; o comprimento, largura do bulbo (CB e LB) de 0,84mm a 0,93mm; 0,27mm a
0,29mm, respectivamente, e o comprimento total do estilete (CTE) de 1,94mm a 2,06mm. O Coefi-
ciente de Correlação de Pearson (r) foi aplicado, para se verificar as relações entre o comprimento
glandular e as estruturas morfológicas do aparelho do ferrão; dentre os resultados significativos,
observou-se que entre CG e CTLD (r = 0,312; p = 0,0001), CG e CTLE (r = 0,187; p = 0,022), CG
e CAD (r = 0,255; p = 0,002), CG e CAE (r = 0,192; p = 0,018), CG e CB (r = 0,333; p < 0,0001) e
CG e CTE (r = 0,298; p = 0,0002), o que sugere que essas estruturas morfológicas do aparelho do
ferrão estariam associadas ao comprimento glandular total.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: morfometria, Apis mellifera, abelhas africanizadas, ferrão, aparelho ferroador

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651

FLIGHT MUSCLE DIFFERENTIAL


DEVELOPMENT IN WORKERS, QUEENS AND
MALES OF Apis mellifera AND Scaptotrigona
postica (HYMENOPTERA: APIDAE)
Fernanda Fernandez-Winckler*, Carminda Cruz-Landim
Departamento de Biologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Av. 24A n° 1515, CEP 13506-900 – Rio Claro, SP, Brazil
fernanda-winckler@hotmail.com

The flight muscles of bees consist of two pairs of thoracic asynchronous indirect flight muscles
arranged as dorsal-ventral and anterior-posterior bundled pairs. The flight capability of the adult bees
is intrinsically linked to their colonial functions, such as the nuptial flight for mating in the case of
queens and males, and the exploration of new habitats for nesting and food sources in the case of
workers. Flight is achieved by the contraction of indirect flight muscles which produces changes in
thoracic volume and, therefore, wing movement. The purpose of this work was to examine possible
differences in muscle development that may be associated with the flying activity of colony classes
of individuals in a given life stage considering the behavioral and physiological differences among
the stages and between the two species studied. Measurements of the muscle fibers obtained from
light microscopy preparations of muscle were submitted to statistical analysis in order to detect the
differences at a given moment or throughout the life of the individual. The several classes of adult
individuals present in a colony of eussocial bees have different flight requirements according to age
and to the functions they perform. The workers perform a more diverse set of tasks than the queens
and males, which are almost exclusively dedicated to reproduction, while all functions required for
colony survival are performed by the workers. The results show that muscle morphology is similar in
both species, but in A. mellifera it consists of more numerous and thicker muscular fibers than in S.
postica. Differences in the fiber thickness according to life stage, in all classes of individuals of both
species were detected, specially related to workers labor division.

Apoio: FAPESP -04/15023-7

Palavras-chaves: Apis mellifera, muscle, worker, queen, male

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652

DESENVOLVIMENTO DAS PAPILAS RETAIS


EM Melipona quadrifasciata anthidioides
E Melipona scutellaris
Carolina Gonçalves Santos*, José Eduardo Serrão
Universidade Federal de Viçosa
Avenida Peter Henry Rolfs, s/n Campus Universitário CEP: 36570-000 VIÇOSA - MG
cgsbio@yahoo.com.br

O proctodeu, parte final do sistema digestivo dos insetos, é dividido em piloro, íleo e reto. Nos
Hymenoptera, o piloro é diferenciado numa válvula presente entre o ventrículo e o íleo. O reto é o
órgão responsável pela absorção de água e sais, função realizada por estruturas diferenciadas denomi-
nadas papilas retais. Comumente são encontras seis papilas distribuídas radialmente na região proxi-
mal do reto, sendo estas compostas de dois tipos celulares principais: as células principais, voltadas
para o lúmen, e as células basais. Entre essas camadas há presença de um lúmen intrapapilar. Muitos
estudos descrevem a morfologia e fisiologia do reto, contudo pouca atenção foi dada ao desenvol-
vimento das papilas, sendo os trabalhos encontrado em Apis mellifera e Vespa vulgaris. Contudo os
autores destes divergem quanto à origem desta estrutura sendo propostas origem mesodérmica e ec-
todérmica, e uma origem apenas ectodérmica. O objetivo deste trabalho foi descrever o processo de
formação das papilas retais em Melipona quadrifasciata anthidioides e Melipona scutellaris. Nessas
abelhas a papila retal é formada na pupa de olho branco nos estágios finais do seu desenvolvimento.
Inicialmente a papila é mais alongada e apresenta-se como um espessamento do epitélio. Nesta fase
não é observada a camada de células basais, nem o lúmen intrapapilar. Na pupa de olho rosa ocorre
a formação da camada de células basais, que está completamente formada na pupa de olho marrom.
Nesta fase inicia-se o processo de formação do lúmen intrapapilar e o posicionamento das células
juncionais, que ficam em contato com o epitélio do reto e as células principais. Durante as fases de
desenvolvimento são observadas inúmeras figuras mitóticas em todo o reto, foi detectada também a
ocorrência de morte celular. Conclui-se que a formação das papilas ocorra por remodelação do epité-
lio e não migração celular, sendo esta de origem completamente ectodérmica.

Apoio: FAPEMIG, CAPES

Palavras-chaves: abelhas, papila retal, desenvolvimento, reto, Hymenoptera

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653

HISTOQUÍMICA DA VÁLVULA CARDÍACA


E DA PORÇÃO ANTERIOR DO
VENTRÍCULO EM ABELHAS (APIDAE)
Stéphanie A.M.V. Teixeira* , José Eduardo Serrão
Universidade Federal de Viçosa
Departamento de Biologia Geral, 36570-000 Viçosa, Brasil
stephanieassef@yahoo.com.br

No trato digestivo das abelhas, a transição do estomodeu para o intestino médio é marcada pela
válvula cardíaca que se mostra como uma dobra do epitélio sendo a porção anterior do ventrículo
caracterizada por um epitélio formado por células finas e altas. Esta região se mostra longa em Me-
liponini e curta em Apini. Este estudo comparou histoquimicamente a válvula cardíaca e a região
anterior do ventrículo em Apis mellifera e Melipona scutellaris contribuindo para a compreensão
da função destas regiões no trato digestivo destas abelhas. Secções histológicas foram submetidas
aos seguintes testes histoquímicos: PAS, Bromofenol, ATPase e Fosfatase Alcalina. Tanto a válvula
cardíaca quanto a porção anterior do ventrículo foram positivas para PAS e Bromofenol em ambas
as espécies, evidenciando carboidratos e proteínas, respectivamente. Entretanto, nos testes para Fos-
fatase Alcalina e ATPase, a região anterior do ventrículo apresentou resultados positivos, enquanto a
válvula cardíaca foi negativa para ambos os testes. Estes resultados sugerem que a porção anterior do
ventrículo pode estar envolvida no transporte ativo de substâncias a partir do lúmen. A presença de
reservas de glicogênio na válvula cardíaca permanece por ter sua função elucidada uma vez que esta
porção do trato digestivo tem como função principal impedir o refluxo de alimento para o papo.

Apoio: CNPq, FAPEMIG

Palavras-chaves: Apis mellifera, Melipona scutellaris, intestino médio, Válvula Cardíaca,Apidae

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654

ESTUDOS MORFOLOGICOS DA GLANDULA


INTRA-MANDIBULAR de Melipona scutellaris
Douglas Elias Santos, Edmilson Amaral de Souza: José Eduardo Serrão
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa ,36570-000, Viçosa, MG, Brasil
av PH rolfs ,36570-000, Viçosa, MG, Brasil
douglaseliassantos@hotmail.com

Melipona scutellaris tem como característica a produção de grande quantidade de rainhas em


seus ninhos. Estas rainhas raramente são fecundadas e a partir de cinco dias de vida estas são mor-
tas pelas operárias. Considerando que as glândulas exócrinas das abelhas têm um papel importante
no reconhecimento dos indivíduos dentro da colônia, este estudo analisou o desenvolvimento das
glândulas intra-mandibulares em rainhas virgens e operárias de M. scutellaris. As mandíbulas foram
analisadas em microscopia eletrônica de varredura, histológica e histoquimicamente. Os resultados
mostraram que a mandíbula de ambas as castas apresentam poros na superfície interna da mandíbula
e presença de dois tipos de glândulas intra-mandibulares: glândulas epiteliais e glândula unicelulares.
O epitélio glandular mostrou-se desenvolvido em rainhas virgens que estavam sendo perseguidas
pelas operárias, enquanto nestas últimas o epitélio é formado por células cúbicas. Em ambas as castas
as células glandulares apresentam depósitos de glicogênio e proteínas indicando alta atividade de
síntese de substâncias. As glândulas unicelulares apresentam-se bem desenvolvidas com acúmulo
de glicogênio e proteínas em ambas as castas. Os resultados sugerem que a glândula epitelial intra-
mandibular de rainhas virgens são mais ativas.

Apoio: CNPq; FAPEMIG

Palavras-chaves: Glândula intra-mandibular, Melipona scutellaris, morfologia

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655

HISTOLOGIA DE Apis mellifera


INFECTADA POR Nosema ceranae
Débora Linhares Lino de Souza* , José Eduardo Serrão
Universidade Federal de Viçosa
Departamento de Biologia Geral, Av.PH.Rolfs, s/n CEP: 36570-000
deb_sbr@yahoo.com

A infecção de Apis mellifera por Nosema ceranae ocorre no intestino médio, pouco depois que
a abelha entra em contato com os esporos do parasita. Estudos recentes têm demonstrado que mi-
crosporídeos podem infectar outras células além daquelas do intestino médio. Abelhas infectadas por
N. ceranae são freqüentemente encontradas rastejando fora do ninho. Neste estudo nós analisamos o
cérebro e as glândulas hipofaríngeas de operárias de Apis mellifera infectadas para avaliar se Nosema
ceranae pode infectar as células destes órgãos, resultando em problemas na orientação das mesmas
bem como a infecção de outras abelhas pelo mecanismo de trofalaxis. A histologia do cérebro, glân-
dulas hipofaríngeas e do intestino médio foi estudada em operárias de Apis mellifera capturadas ras-
tejando próximas aos ninhos. Os resultados mostraram que as abelhas estavam infectadas, uma vez
que microsporídeos emitindo tubos polares foram encontrados no intestino médio de todas as abelhas
analisadas. Entretanto, o cérebro e as glândulas hipofaríngeas não apresentaram sinais de infecção
pelo microsporídeo. Neste sentido os problemas da orientação das operárias não ocorrem por danos
ao cérebro das abelhas nem a transmissão se dá pelo mecanismo de trofalaxis. Novas análises das
glândulas mandibulares e salivares serão realizadas para verificar outros mecanismos de transmissão
intra-colonial do microsporídeo.

Apoio: FAPEMIG/CNPq

Palavras-chaves: Apis mellifera, Nosema ceraneae, Glândulas hipofaríngeas, Cérebro, Intes-


tino Médio

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656

IMMUNOCYTOCHEMICAL LABELING OF
CELL DEATH AND CELLULAR STRESS
PROTEINS AS A TOOL FOR TOXICOLOGICAL
STUDIES OF HONEY BEES
Elaine Cristina Mathias da Silva-Zacarin1*, Ales Gregorc2, Daiane de Jesus3, Osmar
Malaspina3
¹*Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – Campus Sorocaba;
2Agricultural Institute of Slovenia, Ljubljana, Slovenia;
3UNESP – Campus de Rio Claro, IB, Dept..Biologia e CEIS
Rodovia João Leme dos Santos, Km 110 - SP-264, Bairro do Itinga, Sorocaba - São Paulo – Brasil,
CEP 18052-780
elaine@ufscar.br

Honey bees are frequently exposed to insecticides on crops where they forage. Chronic expo-
sure to fipronil can induce sublethal effects in the colonies, which are not easily identified. The aim of
the present work was the immunocytochemical labeling of cell death and HSPs (cellular stress pro-
teins) in the midgut of Apis mellifera treated chronically with low doses of fipronil. Newly-emerged
workers were submitted to bioassays according to the pattern protocol, so that the bees of the control
group received an artificial diet while the experimental group received diet contaminated with fipronil
(1mg/Kg of food). The total mortality of bees happened only on the 15th day of the bioassay. During
the first week of the treatment, most of bees had not showed behavioral signs of intoxication and the
survival rate was similar to the control group. On the 6th day, the bees were collected for dissection
of the midgut. Organs were fixed in buffered 10% formalin and routinely processed for inclusion in
paraffin. The histological sections of the organs were submitted to imunocytochemical detection of
cell death and HSP70. The results indicate that keeping the expression of HSP70 in the digestive cells
between the control and experimental group had not prevented the cell death rate which increased in
these cells observed in the experimental group. On the contrary, the regenerative cells appear nega-
tive to HSP70 in the control group and most of these cells are positive to HSP70 in the experimental
group. The new expression of HSP70 in regenerative cells prevents cell death, as shown by the nega-
tive reaction observed in these cells when the test for cell death detection was applied. The global
analysis of these results indicates a possibility of midgut epithelium renewal by the regenerative cells,
which displayed mechanisms of adaptation to insecticide exposure during the analyzed period.

Apoio: FAPESP, CNPq.

Palavras-chaves: adult worker, apoptosis, Apis mellifera, Heat Shock Protein, toxicology

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ULTRASTRUCTURE OF THE CEPHALIC


SALIVARY GLANDS OF WORKERS AND
QUEENS OF Apis mellifera AND Scaptotrigona
postica (HYMENOPTERA, APIDAE) IN
DIFFERENT PHASES OF LIFE
Silvana Beani Poiani*, Carminda da Cruz-Landim
Departamento de Biologia, Instituto de Biociências de Rio Claro (UNESP/RC)
Av. 24A, no.1515, Bela Vista, CEP 13506-900, Rio Claro, São Paulo, Brazil
spoiani@yahoo.com

In some species from Apinae, a pair of functional salivary glands develops in the head: the
cephalic salivary glands (CSG). These glands consist of alveolar secretory units interconnected by
anastomosing ducts, ending the gland final excretory duct from each gland of the pair in the thoracic
duct crossing the head. A comparative study by transmission electron microscopy (TEM) was done
on the CSG of workers and queens of Apis mellifera and Scaptotrigona postica. The TEM revealed
that the alveolar secretory cells, from both species, are rich in smooth endoplasmic reticulum, mito-
chondria, Golgi and vesicles containing lipid inclusions. In S. postica the secretory cells contain large
amounts of polyribosomes and become flattened as the bee ages, while in A. mellifera they remain
cubic. Modified mitochondria are found associated to vesicles containing secretion. The mitochon-
dria suffer the inner membrane disorganization, lose of the matrix electron-density and might become
deposits of lipid. In both species, the alveolar size increases progressively. The maximum accumula-
tion is attained in forager workers and fecundated laying queens. In A. mellifera secretion is produced
along all lifetime, while in S. postica it seems stop in nurse workers. Therefore, in this last species the
secretion delivery seem occurs only in the foragers, while in A. mellifera there is the possibility of a
secretion early use and re-filling of the alveolus. The data suggest for the workers secretion a function
related with the forager activities and for queens a possible pheromonal function.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: salivary system, labial gland, mitochondria, lipid

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DIFFERENTIAL CELL DEATH DURING


MUSHROOM BODIES DEVELOPMENT OF
WORKERS, QUEENS AND MALES OF Apis
mellifera (HYMENOPTERA: APIDAE)
Thaisa Cristina Roat*, Carminda da Cruz-Landim
Departamento de Biologia, Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, São Paulo, Brazil
Av. 24-A, n. 1515 - Bela Vista, Rio Claro/SP
thaisaroat@yahoo.com.br

In a colony of Apis mellifera, are present three classes of adult individuals with well definite
functions: the queen and the males are reproductive individuals and the workers perform all neces-
sary tasks to maintenance of the colony. Workers, queens and drones present morphological, physi-
ological and behavioral adaptations acquired during the post-embryonic development, mainly during
the metamorphosis, corresponding to their respective functions in the colony. The brain mushroom
bodies size is related to the complexity of behavior shown by insects. The present work analyzed
comparatively the differences in the rates of cell death that occurs during the metamorphosis in the
mushroom bodies of the female castes and males through the TUNEL reaction besides morphological
and statistical analysis. It was verified that the cell deaths are present since 5º instar of larval phase
and continue up to black eyed pupae in all individual classes. In workers and queens the cell deaths
are present only in black eyed pupae, being more numerous in queens and practically inexistent in
males. These results suggest a cell death specific regulation, resulting in differences in the cerebral
structures that are responsible by the functions characteristics of each individual in the colony.

Apoio: FAPESP (Grant 04/03336-0)

Palavras-chaves: apoptosis, mushroom bodies, metamorphosis, post-embryonic, brain

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SCANNING ELECTRONIC MICROSCOPY


(S.E.M.) OF MORPHOLOGICAL TRAITS
OF TAXONOMIC INTEREST OF SOME
MELIPONINI BEES (HYMENOPTERA: APIDAE)
Eda Flavia Lotufo Rodrigues Alves Patricio
Laboratorio de Abelhas, Departamento de Ecologia Geral. Instituto de Biociencias.Universidade
de São Paulo
Rua do Matão. Travessa 14 n. 321 CEP 05508-900 São Paulo SP
edaflap@usp.br

The first and worldwide mean to identify a bee species has been the use of morphological traits.
First observed through naked eyes, then through light microscope, a bee could be described and com-
pared with others and much was inferred from such descriptions, even their place in taxonomic trees.
Most descriptions of our stingless bee species have been based on studies like these. More recently,
the emphasis on Geographic Distribution, DNA and Chemical Analysis and Statistical Treatment
brought fundamental data to better describe a bee species and to correctly identify its taxonomic
position. However, peculiar aspects of stingless bees’ morphology as seen at S.E.M. have been little
studied. In the present work we investigate at S.E.M., some amazing morphological aspects of five
of our Meliponini bee species, in order to better characterize them and to try to establish eventual
relationships between their morphology and function besides hoping to increase the appreciation for
our stingless bees. We have already described in previous works, the pollen sac of the digestive tube
of some Meliponini bee species and the corbiculae of many others. In the present study we emphasize
the morphological aspects of the head structures, of the thorax and abdomen and appendices of adult
bees of Schwarziana quadripunctata, Trigona hyalinata, Friesella schrottky, Frieseomelitta varia
and Lestrimelitta sp.

Apoio: Universidade de São Paulo

Palavras-chaves: Meliponini, S.E.M., morphological traits, workers, queens

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RELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DOS


ESPERMATOZÓIDES DAS ABELHAS
CORBICULADAS E OS DIFERENTES
NÍVEIS DE SOCIABILIDADE
Samira Ravaiano*, Ríudo Paiva Ferreira, Yasmine Antonini, Uyrá Zama
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas- UFOP
Campus Morro de Cruzeiro s/n, 35400-000 Ouro Preto, Brasil
samiraravaiano@hotmail.com

Os Apinae são formados por 19 tribos, sendo quatro corbiculadas, os Apini, Bombini, Euglossini
e Meliponini, cujos comportamentos sociais variam de solitárias (Euglossini), a eussociais avançados
(Apini e Meliponini), passando por níveis intermediários (Bombini). Estudos sugerem que grupos
mais derivados tendem a apresentar espermatozóides maiores (vantagem na competição espermática
intraespecífica). Contudo, acreditamos que nos grupos sociais, seja mais vantajoso ter espermatozóides
menores, porém mais numerosos, para abastecer a espermateca da fêmea em uma única cópula e que
nos solitários, a melhor estratégia seria de espermatozóides maiores (mais eficientes), para garantir
a vantagem em várias cópulas com diferentes fêmeas. Assim, o objetivo deste trabalho foi medir os
espermatozóides nestas tribos e verificar se há relação entre tamanho destas células e as estratégias
reprodutivas adotadas nos diversos níveis de sociabilidade. Os espermatozóides em suspensão foram
obtidos nas vesículas seminais de machos adultos de 18 espécies de Meliponini e de Bombus atratus,
sendo estes fixados em glutaraldeído e medidos em microscópio acoplado à câmera digital Leica. As
medidas de Apini, Euglossini e Bonbini foram obtidas na literatura. Para análise estatística usamos o
teste de Kruskal-Wallis com p<0,05. Os resultados mostram que os espermatozóides nos grupos eus-
sociais avançados medem entre 80μm (Plebeia remota) e 300μm (Frieseomelitta sp) nos Meliponini
e 270μm em Apis mellifera. Nos parasociais variam de 160-230μm (Bombus lucorum e B. lapidarius,
respectivamente, sendo 190μm em B. atratus) e nos solitários, variam de 720μm (Eulaema nigrita)
a 1.500μm (Euglossa mandibulares). Estatisticamnete, o tamanho do espermatozóide difere entre
os solitários, parassociais e eussociais [Euglossini: 1110,00, Bombini: 188,60 Meliponini: 155,00;
Kruskal-Wallis: H (2, N= 12)=6,60; p=0,037]. Assim, concluímos que há uma tendência do tamanho
dos espermatozóides variarem com o nível de sociabilidade apresentado pelo grupo (conforme hipó-
tese), entretanto estamos ampliando o grupo amostral (especialmente em Euglossini) para aumentar
a confiabilidade estatística da análise.

Apoio: PIP/UFOP

Palavras-chaves: abelhas, corbiculadas, morfometria de espermatozóides, sociabilidade

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NINHOS DE ABELHAS

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POSTURA DA RAINHA DA ABELHA


CANUDO Scaptotrigona polysticta
MOURE, 1950, EM CAIXA
PADRONIZADA, NA AMAZÔNIA
Klilton Barbosa-Costa*, Aramis da Cruz Noronha, Gislene Almeida Carvalho-Zilse
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Av. André Araujo 2936 Aleixo, 69.083-000 Manaus
kliltonb@gmail.com

Para conhecer o processo de oviposição em uma colônia da espécie Scaptotrigona polysticta


foram realizadas observações diárias, em um período de dois meses, em área urbana. Após mul-
tiplicação, pelo método “Perturbação Mínima”, em Trigonário localizado no Grupo de Pesquisas
em Abelhas (GPA, Manaus-AM) a colônia-matriz foi alojada em caixa padronizada (caixa Canudo
formada por ninho, sobreninho e tampa, com 10,31L). A colônia-matriz foi mantida sobre ban-
cada, no laboratório do GPA, com uma mangueira plástica conectando a entrada da colônia, por
meio de um furo na parede, com a área externa do laboratório, em frente à floresta. Em semanas
alternadas, a colônia foi alimentada com xarope (mistura de água+açúcar 1:1+20g de pólen),
fornecidos três vezes/semana, em recipientes plásticos (30 mL), no sobreninho da caixa. A obser-
vação deu-se das 08h00min às 17h00min, a cada 30 minutos, de maio a junho de 2007. A postura
diária foi acompanhada, por meio de marcação superior e lateral das células, na borda do disco,
e contabilizada por análise dos registros com máquina digital. Em junho/2007, a colônia-matriz
foi multiplicada e procedeu-se também o monitoramento (de julho a agosto /2007) da postura na
colônia-filha sob as mesmas condições descritas anteriormente. Para a colônia-matriz obtivemos
2.139 ovos, distribuídos em sete discos, com média de 106,95 ovos/dia, em 20 dias. A colônia-
filha produziu 3.034 ovos, distribuídos em oito discos, com média de 108,35 ovos/dia, em 28 dias.
Em colônias de Scaptotrigona postica observou-se a produção de até 1.000 ovos. O uso de caixa
padrão e alimentação artificial é um indicativo que o número de ovos produzidos por dia pode ser
maior, possibilitando o aumento na quantidade de enxames.

Apoio: SUFRAMA, CAPES, ProVarzea, CNPq.

Palavras-chaves: Amazônia, Meliponicultura, Caixa Padronizada, Postura da Rainha, Scap-


totrigona polysticta

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ABELHAS SEM FERRÃO (MELIPONINI)


E SEUS NINHOS NO CERRADO DE
BALSAS, MA, BRASIL
Márcia Maria Corrêa Rêgo, Patrícia Maia Correia de Albuquerque
Laboratório de Estudos sobre Abelhas (LEA) -Departamento de Biologia - Universidade Federal
do Maranhão-UFMA Campus do Bacanga, Av. dos Portuguesess/n 65000 São Luís-MA , Brazil
Av. dos Portugueses s/n Campus do Bacanga
regommc@uol.com.br

As abelhas sem ferrão, Meliponini são notadamente vulneráveis à fragmentação dos habitas,
pois a grande maioria, constrói seus ninhos nos troncos das árvores. Os ninhos de Meliponini foram
diagnosticados de julho/ 2006 a novembro/ 2007 em uma área de cerrado (07° 42’ 58.5”S e 46° 11’
19.8” W) no sul do Maranhão. Os ninhos foram devidamente numerados e sua localização determi-
nada pelo Sistema de Posicionamento Global (GPS). Características como altura do ninho em relação
ao solo, diâmetro na altura do peito (DAP) dos troncos das árvores e ou diâmetro dos galhos foram
anotados, assim como o nome popular das espécies florais, hospedeiras dos ninhos. Foram amostra-
dos 110 ninhos de abelhas. O gênero Scaptotrigona predominou com 36,4% de ninhos quantificados,
seguido de Oxytrigona (15,5%) e Frieseomellita (12,7%). Os ninhos foram encontrados, em maior
proporção, em galhos e troncos ocos de sucupira-amarela (Pterodon aff. polygalaeflorus - Fabaceae
), piqui (Caryocar brasiliense - Caryocaraceae ) e puçá (Mouriri grandiflora - Melastomataceae).
Dentre os ninhos inventariados destacam-se os das espécies conhecidas como tubi (duas do gênero
Scaptotrigona), tataíra (duas do gênero Oxytrigona), mané-de-abreu (Frieseomellita flavicornis),
borá (Tetragona quadrangula) e jataí (Tetragonisca angustula). As árvores com troncos mais espa-
çosos e ocos mais amplos abrigam abelhas maiores, como a uruçu (Melipona flavolineata) e a tiúba
(Melipona fasciculata), ambas já pouco abundantes no cerrado maranhense. Os resultados da Análise
multivariada/ regressão mútipla realizada entre as espécies de abelhas e o substrato com ninhos fun-
dados, e as medidas: DAP, altura e largura das espécies vegetais mostraram que há correlação entre as
espécies de abelhas e a largura do substrato (R = 0,20; R2 = 0,04; p = 0,04; tolerância < 0,05).

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: ninhos, cerrado, abelhas sem ferrão, meliponini

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TRAP NEST SCOUTER: UM SOFTWARE


PARA COMPUTADOR DE MÃO DESTINADO
A AUXILIAR EM PESQUISAS COM NINHOS-
ARMADILHA USADOS NA OBTENÇÃO DE
ENXAMES DE ABELHAS MELIPONINI
Eduardo Matheus Marion Jorge*, Antonio Mauro Saraiva
Escola Politécnica da USP, Laboratório de Automação Agrícola
Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158, sala C2-56 - Edifício de Engenharia Elétrica - Cidade
Universitária - São Paulo, SP
edummjorge@gmail.com

Os polinizadores são fundamentais para a reprodução de certos grupos de plantas e, portanto,


seu estudo é essencial. Em particular na situação atual em que há um declínio dos polinizadores é
necessário aumentar o conhecimento existente sobre eles para possibilitar o seu manejo e uso sus-
tentado. Diversos grupos de pesquisa desenvolvem estudos com abelhas sem ferrão (Meliponini)
no Brasil. Estes estudos são comumente realizados em campo e demandam a coleta de dados em
condições de trabalho difíceis, seja pelo ambiente seja pela intensidade do trabalho. Nesse processo
há grande margem para a introdução de erros de coleta e transcrição e problemas de armazenamento
de dados. O Trap Nest Scouter é um software que foi desenvolvido visando a coleta de dados em
experimentos com ninhos-armadilha utilizados no estudo de diversas espécies de abelhas sem ferrão.
O software se baseia numa plataforma de computador de mão, e otimiza o processo de aquisição de
dados, tornando-o mais rápido, preciso e sistemático. A versão atual apresenta-se estável e está sendo
utilizada por pesquisadores da FFCL-RP e do Laboratório de Abelhas (IB-USP), no âmbito do pro-
jeto BioAbelha-FAPESP. Uma nova versão está sendo finalizada, que possibilita a tomada de fotos
e o registro de dados de posicionamento, graças à existência de câmera fotográfica e receptor GPS
embutidos no computador de mão.

Apoio: FAPESP; CNPQ

Palavras-chaves: Software, Computador de mão, Meliponini, Trap Nest Scouter, Bancos de dados

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DIVERSIDADE DE NINHOS DE
MELIPONINA (APIDAE) NA ESCALA DA
PAISAGEM EM MOSAICO NO CORREDOR
CENTRAL DA MATA ATLÂNTICA (BA)
Marília Dantas e Silva*, Mauro Ramalho, Zafira Evelma da Rocha Gurgel, Ciro Tavares Flor-
ence, Paulo César Gouvêa Leão, João Paulo Loyola Oliveira, Daniela Monteiro, Jaqueline
Figueredo Rosa, Marli Emília Almeida
Universidade Federal da Bahia – Laboratório de Ecologia da Polinização –ECOPOL/IBIO-UFBA
Rua Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Universitário de Ondina. CEP:40.170-115 – Salvador-
Bahia, Brasil
dantasm@ufba.br

As abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponina) são polinizadores numericamente dominantes nas
florestas tropicais pluviais do Brasil, como a Mata Atlântica. Por outro lado, a fauna de meliponíneos
apresenta variações em sua diversidade, mesmo em escala espacial local, associadas a diferenças na
estrutura da vegetação ou à qualidade dos hábitats. O objetivo do presente trabalho foi comparar a
distribuição de ninhos de Meliponina entre pequenos fragmentos e grandes remanescentes floresta-
dos. A área de estudo localiza-se na Fazenda Três Pancadas (13° 50’S e 39° 15’W) –Reserva Par-
ticular do Patrimônio Natural da Michelin/Bahia – que se encontra entre os municípios de Ituberá e
Igrapiúna no baixo sul do Estado. A área de aproximadamente 9000 ha, caracteriza-se pela presença
de fragmentos de Mata Atlântica inseridos na plantação de seringueira (Hevea brasiliensis). Entre
maio a agosto/2007, duas vezes por mês, foram estabelecidas parcelas de 25x25 metros totalizando
3ha em cada porção de habitat: Mata Primária e Fragmento Florestado. Todas as árvores das parcelas
foram observadas, com o auxílio de binóculos, no período da manhã (08:00-12:00). Foram encontra-
dos 27 ninhos distribuídos em sete gêneros de Meliponina. Tetragonisca angustula foi a espécie que
apresentou maior abundância, principalmente nos fragmentos, devido provavelmente essa espécie
utilizar uma diversidade muito grande de substratos para a implantação dos seus ninhos. Já os gêne-
ros Melipona e Scaptotrigona foram encontrados exclusivamente nas áreas mais preservadas de flo-
resta, o que evidencia o caráter especialista desses gêneros, que necessitam de árvores com cavidades
maiores para a nidificação.

Apoio: CNPq; FAPESB; MICHELIN

Palavras-chaves: Fragmentação, Mata Atlântica, Abelhas sem ferrão, Nidificação

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DIVERSIDADE E SAZONALIDADE
DE ABELHAS E VESPAS SOLITÁRIAS
(HYMENOPTERA: APOIDEA) EM
NINHOS-ARMADILHA NA REGIÃO
DE OURO PRETO, MG
William de Oliveira Sabino*, Yasmine Antonini
Universidade Federal de Ouro Preto, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas,
Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Biodiversidade
sabinoufop@yahoo.com.br

A metodologia de ninhos-armadilha é largamente utilizada para se obter dados sobre a riqueza e


nidificação de vespas e abelhas solitárias em hábitats variados. O presente trabalho visou atingir este
objetivo no município de Ouro Preto, MG, utilizando ninhos-armadilha em duas regiões diferentes:
no Parque Estadual do Itacolomi (PEIT) e em uma área de Canga, no campus da UFOP. Para tal, 600
ninhos foram instalados na Canga e 600 no PEIT. As áreas foram vistoriadas mensalmente e os ninhos
completos, levados para o laboratório para análise. Foram obtidos 64 ninhos no PEIT e 2 na Canga.
Essa diferença pode ser explicada pela complexidade do hábitat, pois o PEIT apresenta maior riqueza
de plantas que a Canga. As abelhas foram representadas por uma espécie (Megachile anthidioides)
que somou 86,36% (N=57) dos ninhos coletados. As vespas foram representadas por três espécies:
Trypoxylon (Trypargilum) sp.2 (7 ninhos) e Monobia angulosa (2 ninhos). As maiores coletas foram
registradas nos meses de Agosto e Setembro de 2007, e a sazonalidade não se mostrou significativa
(Q= 21.3415, p= 0.1263), provavelmente devido ao pouco tempo de coleta. A taxa de mortalidade foi
de 23,8% para as abelhas e de 34,6% para as vespas. As principais causas de morte foram ataques de
formigas, fungos e parasitóides. Fica evidente a importância da conservação de abelhas e vespas para
a preservação do ambiente sendo que novos estudos devem ser realizados a fim de se obter um pouco
mais sobre a estrutura de comunidades de vespas e abelhas solitárias.

Apoio: Programa de Incentivo à Pesquisa (PIP/UFOP)

Palavras-chaves: Ninho-armadilha, Abelhas solitárias, Vespas solitárias, PEIT, Sazonalidade

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LONGEVIDADE E TAMANHO DE
NINHO GREGÁRIO DE Euglossa annectans
EM ÁREA URBANA
Marilda Cortopassi-Laurino¹*, Sergio Dias Hilário¹, Márcia de Fátima Ribeiro², Paulo
Nogueira-Neto¹
¹Laboratório de Abelhas da USP-São Paulo, SP; ²EMBRAPA-SEMI ÁRIDO, Petrolina, PE
Rua do Matão, travessa 14, nº 321 CEP 05508-900 São Paulo, SP
mclaurin@usp.br

Observações em um ninho gregário foram feitas em um jardim de casa de bairro arborizado


da cidade de São Paulo instalado em caixa de madeira para ninhos de abelhas sem ferrão a 1.80m
de altura e distante 0.70cm de outro ninho em muro. No verão de 2003, o ninho com pelo menos 27
abelhas se distribuía em duas gavetas com 108 células na parte inferior, junto da entrada, e 31 na
parte superior. Destas células, 10 continham alimento larval. As células (0.87x1.42cm) estavam pri-
mariamente apoiadas num pequeno bloco de madeira estando algumas células na posição horizontal.
Havia muitos ácaros no ninho. Em março de 2003 a parte inferior foi removida e restaram 35 células
sendo 4 com alimento larval. Um mês depois, sem construção, somente três abelhas foram encon-
tradas dentro do ninho e uma fina camada de resina vedava a entrada da porta. Nesta época fria, as
células estavam mais resinosas. No inverno de 2007 o ninho continha cerca de 120 células sendo 6
com alimento larval e pelo menos 17 abelhas. No verão de 2007 o ninho com 259 células, foi atacado
por formigas Camponotus sp. e em março de 2008 ele continuava sem abelhas adultas, mas mostrava
sinais de eclosão de quase todas as células. Atividades externas foram anotadas. As observações
permitem concluir que E. annectans : 1.está bem adaptada para viver em áreas urbanas, 2. constrói
ninhos próximos, 3. faz reuso do ninho por pelo menos 5 anos, 4. é ativa ao longo de todo ano, 5.
distribui a construção das células predominantemente na entrada do ninho, 6. apresenta tendência de
crescimento exponencial das células de cria 7. apresenta 3 vezes mais abelhas adultas do que células
em construção, 8. são bastante ativas aos 18ºC, 9. vespas Melittobia emergiram sincronicamente do
ninho (20-21ºC e 78-81%UR).

Apoio:

Palavras-chaves: Euglossa annectans, ninho gregário, longevidade ninho, tamanho ninho

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ATRATIVIDADE DE ABELHAS
SOLITÁRIAS (HYMENOPTERA,
APOIDEA) ÀS CORES E MATERIAIS
Carina de Oliveira*, Maria Cristina Lorenzon
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
BR 465 - Km 7 Seropédica/ RJ - Cep 13054133
carina_ruralrio@yahoo.com.br

O hábito das abelhas solitárias nidificarem em cavidades preexistentes permite a realização de


estudos em ninhos-armadilhas (NA). O presente trabalho objetivou verificar a influência de cores e
materiais de NA na atratividade de abelhas solitárias. O estudo foi conduzido no Campus da UFRu-
ralRJ durante um ano. Para construção dos NA foram utilizados três materiais: madeira, bambu e
argamassa-cimento-vermiculita (ACV). As entradas dos ninhos foram identificadas em azul, amarelo
e cor dos materiais (testemunha). As armadilhas foram construídas com cartolina, cujos orifícios
variavam em 3 à 10mm de diâmetro e entre 4 à 11 cm de comprimento. As inspeções ocorreram se-
manalmente, os tubos nidificados foram retirados, separados e monitorados. As abelhas emergentes
foram sacrificadas, identificadas e organizadas na Coleção do Instituto de Zootecnia da UFRuralRJ.
Os dados foram analisados através do teste de Kruskal - Wallis. Foram coletados 412 ninhos, sendo
37 de abelhas, 154 de vespas, 15 de moscas, cinco de outros insetos. Observou-se mortalidade em
49% dos ninhos (n=201). Emergiram 58 espécimes de abelhas, 505 vespas, 19 moscas e 11 foram
outros insetos. As espécies de abelhas foram: Dicranthidium luciae, Megachile sp. e Centris (Hetero-
centris) analis, sendo a última a mais representativa em número de ninhos fundados (n=35) e com a
maior abundância relativa (n=56). Observou-se maior nidificação de abelhas entre dezembro e março,
provavelmente por ser um período com maior disponibilidade de alimento. Verificou-se maior procu-
ra das abelhas (n=35) por ninhos com 6mm de diâmentro e 6cm de comprimento. Para o momento os
materiais e cores testados não apresentaram diferenças quanto atratividade (P=0,05), embora outras
características de destaque devam ser consideradas, tais como o custo e facilidade de manejo. Assim,
a argamassa-cimento-vermiculita foi o material mais barato e com maior praticidade, devido ao seu
baixo peso e resistência ao ataque de térmitas.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: ecologia, nidificação, polinização, ninhos-armadilha, comportamento

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INFLUÊNCIA DO COMPRIMENTO E
DIÂMETRO DOS NINHOS-ARMADILHA NO
COMPORTAMENTO DE NIDIFICAÇÃO DE
Centris (Heterocentris ) analis (FABRICIUS)
Carina de Oliveira¹*, Guaraci Duran Cordeiro², Maria Cristina Affonso Lorenzon¹
¹*Instituto de Zootecnia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; ²Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo
BR 465 - Km 7 Seropédica/ RJ - Cep 13054133
carina_ruralrio@yahoo.com.br

Centris (Heterocentris) analis é uma espécie nativa de abelha solitária que possui o hábito
de nidificar em cavidades preexistentes, permitindo estudos em ninhos-armadilha. Para auxiliar a
compreensão da biologia de nidificação desta espécie de abelha, investigou-se a influência do com-
primento e diâmetro dos ninhos-armadilha (NA) no número de células construídas. As observações
foram realizadas durante dois anos (setembro/04 a agosto/05; setembro/06 a agosto/07), no Campus
da UFRRJ e na Embrapa-Agrobiologia, localizados em Seropédica (ERJ). Os NA foram construídos
com cartolina, com uma das extremidades fechada, os diâmetros testados foram: 3, 4, 5, 6, 7, 9 e 10
mm, combinados com os seguintes comprimentos: 4, 5, 6, 10, 11 cm. Os NA foram instalados em
estantes e protegidos por coberturas plásticas. Observaram-se 48 ninhos de C. analis, que tinham
de uma a seis células alongadas, arranjadas em série linear, orientadas horizontalmente. A correla-
ção (Pearson) entre o comprimento do NA e o número de células construídas foi positiva (r=0,287;
p-valor=0,048). Houve também correlação positiva entre o diâmetro do NA e o número de células
construídas (r=0,335; p-valor=0,02). O número de células presentes nos NA variou entre uma a seis
(média=2,23 ± 1,24). O aumento no comprimento e no diâmetro dos NA influenciou a maior ocor-
rência de células construídas por C. analis, assim, recomenda-se a utilização das medidas dos NA
realizadas neste estudo para a região em foco. Este estudo permite auxiliar na disposição de condições
adequadas para estimular a nidificação de C. analis em cavidades pré-existentes.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: abelhas solitárias, centridini, ninhos-armadilha, polinização, ecologia

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
670

NOTAS SOBRE A BIOLOGIA DE Euglossa


(Euglossa) anodorhynchi NEMÉSIO (APIDAE,
EUGLOSSINA): ESTRUTURA DO NINHO E
ESPÉCIES PARASITAS ASSOCIADAS
Paola Marchi, Luiz R. R. Faria Jr.*, Gabriel A. R. Melo
Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera, Departamento de Zoologia,
Universidade Federal do Paraná
Caixa Postal 19.020, 81.531-980, Curitiba, PR, Brasil
nuno@ufpr.br

São conhecidas, aproximadamente, 110 espécies do gênero Euglossa e, destas, pouco mais de
20 apresentam informações relacionadas à biologia da nidificação. Dada a dificuldade de se encontrar
ninhos destas abelhas, a utilização de ninhos-armadilha tem se mostrado eficiente. Euglossa anodo-
rhynchi foi descrita recentemente e dados biológicos e a estrutura dos ninhos desta espécie não eram
conhecidos, embora esta forma talvez represente apenas uma variante de coloração dentro de Euglossa
townsendi Cockerell, que apresenta uma distribuição mais ampla. Quatro ninhos de Euglossa anodo-
rhynchi foram obtidos em ninhos-armadilha instalados em área de Floresta Atlântica no município
de Sete Barras, São Paulo, Brasil. De novembro/ 2004 a dezembro/ 2005 as abelhas estabeleceram
ninhos nos meses de março a junho, em dois tipos de ninhos-armadilha: colmos de bambu e blocos de
madeira. Todos os ninhos foram construídos em ninhos-armadilha com o maior diâmetro disponível
(12 milímetros). As células foram construídas com resina vegetal escura, sendo que algumas partícu-
las de resina foram depositadas no fundo da cavidade e na parede dos ninhos-armadilha, principal-
mente na região de emenda entre as metades dos ninhos-armadilha, possivelmente para melhor vedar
a cavidade. O comprimento dos ninhos variou de 105 a 125 milímetros (distância entre tampão e
fundo). As células, de aproximadamente 10 milímetros de altura, foram construídas em série linear,
levemente inclinadas, ocupando aproximadamente metade do diâmetro do ninho. O número máximo
de células construídas por ninho foi sete. A estrutura dos ninhos foi bastante semelhante à dos ninhos
conhecidos de outras espécies do grupo purpurea. Em dois ninhos houve parasitismo de fêmeas adul-
tas de E. anodorhynchi por Physocephala bipunctata(Macquart, 1843) (Conopidae, Diptera) e um
ninho foi atacado pela vespa Melittobia australica Girault, 1912 (Eulophidae, Hymenoptera).

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Euglossini, Floresta Atlântica, nidificação, parasitismo

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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671

EFEITO DO COMPRIMENTO DO
NINHO-ARMADILHA NA RAZÃO
SEXUAL DA PROGÊNIE DE Centris
(Heterocentris) analis (FABRICIUS, 1804)
(HYMENOPTERA, APIDAE, CENTRIDINI)
Juliana Duarte de Souza Alonso*, Carlos Alberto Garófalo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil
alonso_juliana@pg.ffclrp.usp.br

Trabalhos com espécies de abelhas solitárias que nidificam em cavidades preexistentes mostra-
ram que as dimensões dos ninhos-armadilha influenciam a razão sexual dos indivíduos produzidos. O
presente estudo avaliou o efeito do comprimento dos ninhos-armadilha na razão sexual da progênie
produzida por fêmeas de Centris analis, uma espécie solitária que nidifica em cavidades preexis-
tentes. O trabalho foi conduzido em três localidades do município de Ribeirão Preto, São Paulo, de ja-
neiro de 2006 a novembro de 2007. Foram utilizados ninhos-armadilha confeccionados com cartolina
preta com dimensões de: 5,5; 6,0; 6,5 e 7,0 cm de comprimento e 0,6 cm de diâmetro. Quantidades
iguais de ninhos-armadilha de cada dimensão foram disponibilizadas. Os ninhos foram introduzidos
em orifícios feitos em oito placas de madeira dispostas sob coberturas construídas nos três sítios
de nidificação. Durante o estudo foram construídos 221 ninhos, 31,7% deles nos ninhos-armadilha
menores; 25,8% naqueles com 6,0 cm; 18,5% nos ninhos-armadilha com 6,5 cm e 24% deles nos
ninhos-armadilha maiores. A razão sexual (M/F) da progênie encontrada nos ninhos de 5,5 e 6,0 cm
de comprimento foi desviada para machos (p<0,05), enquanto os ninhos de 6,5 cm e 7,0 cm apresen-
taram razão semelhante a 1 macho : 1 fêmea (p>0,05). Os ninhos de 5,5 e 6,0 cm apresentaram semel-
hança na quantidade de fêmeas produzidas por ninho (x²=0,0011; p>0,05) mas diferiram dos ninhos
de 6,5 e 7,0 cm que, embora similares entre si (x²=1,694; p>0,05), apresentaram um maior produção
de fêmeas por ninho. Considerando que C. analis é um eficiente polinizador de algumas frutíferas
tais como aceroleiras e tamarindeiros, os resultados aqui obtidos indicam que ninhos-armadilha de
comprimentos iguais ou maiores que 6,5 cm, seriam os mais adequados para utilização em técnicas
de manejo visando a criação em massa dessa espécie em campos agrícolas.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Centridini, ninho-armadilha, abelha solitária, razão sexual, dimensão de ninho

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672

BIOLOGIA DE NIDIFICAÇÃO DE Megachile


(Chrysosarus) affabilis (HYMENOPTERA:
MEGACHILIDAE) EM NINHOS-
ARMADILHA EM UMA ÁREA ANTRÓPICA
EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ
José Luiz Pontes da Silva Júnior*, Maria Cristina Gaglianone
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Av. Alberto Lamego, 2000, 28013-600, Campos dos Goytacazes, RJ
juniorpontes21@yahoo.com.br

O subgênero neotropical Megachile (Chrysosarus) apresenta sete espécies no Brasil, sendo


poucas as informações a respeito da biologia destas abelhas. Este trabalho tem como objetivo obter
dados de flutuação sazonal, atividade de nidificação e arquitetura interna de ninhos de Megachile
(C.) affabilis Mitchell, 1930. O estudo foi conduzido no campus da Universidade Estadual do Norte
Fluminense utilizando dois tipos de ninhos-armadilha: gomos de bambu e tubos de cartolina, com
diâmetros de 2 a 23 mm. Foram disponibilizadas 208 cavidades e entre jan/07 e mar/08 M. affabilis
concluiu 22 ninhos (5 em cartolina e 17 em bambu), sendo os tubos de 6 a 8mm os mais utilizados
(32%). Emergiram 58 abelhas e não foi observada a presença de parasitas. Os maiores picos de nidi-
ficação desta espécie (18% dos ninhos concluídos) ocorreram na estação chuvosa (maior precipitação
mensal de 430,1mm), assim como os picos de emergência (33% em dez/07 e 28% em fev/08). Dados
de emergência sugerem mais de uma geração ao ano. O tempo de emergência variou de 22 a 256 dias.
A arquitetura interna dos ninhos revelou células com comprimento similar (x = 1,2 ± 0,14 cm; n = 40),
construídas por finas camadas de pétalas entremeadas com terra, que é o mesmo material que separa
as células de cria e que constitui o tampão de fechamento (x= 0,542 cm; n= 1). Externamente, as cé-
lulas são unidas por um tubo construído de pétalas. O número de células variou de 1 a 13. Os dados
obtidos corroboram os materiais descritos na literatura para espécies deste subgênero.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Megachile affabilis, Ninho-armadilha, Área antrópica, Arquitetura,


Megachilidae

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673

ABELHAS QUE NIDIFICAM EM NINHOS-


ARMADILHA (HYMENOPTERA,
ACULEATA) EM UMA ÁREA DE MATA
PRÉ-AMAZÔNICA DA RESERVA BIOLÓGICA
DA MERCK, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR/MA
David Barros Muniz*, Gisele Gárcia Azevedo, Lenira M. Lacerda
Departamento de Ciências Biológicas - UFMA
Campus Universitário do Bacanga; Av. dos Portugueses, s/n, CEP:65085-580, São Luis/Maranhão,
Brasil
david_bio@yahoo.com.br

Com o objetivo de caracterizar a estrutura de comunidade de abelhas solitárias em dois frag-


mentos de mata amazônica (primária e secundária), ninhos-armadilhas construídos por blocos de
madeira, formados por duas peças de 2,5 x 2,5 x 13 cm e dotados de um orifício central, com
diâmetros variando de 0,8 a 1,6cm, foram distribuídos nas duas áreas. Dois ninhos de cada diâmetro
foram dispostos dentro de caixas impermeáveis, cada caixa contendo 10 ninhos, sendo disponibili-
zados 300 ninhos-armadilhas na área secundária e 200 na primária. As referidas áreas localizam-se
na Reserva Biológica da Merck, localizada no município de São José de Ribamar/MA. Os ninhos
foram inspecionados mensalmente entre março/2007 e março/2008. Foram nidificados 130 ninhos
com uma taxa de 97,69% (127 ninhos) de sucesso, sendo 71 utilizados por espécies de vespas e 56
por espécies de abelhas, dos quais emergiram 122 indivíduos. A maior freqüência de nidificação e
de emergência ocorreu entre outubro/07 a fevereiro/08. As espécies de abelhas amostradas foram:
Centris (Hemisiella) tarsata (12,5%), Centris (Heterocentris) analis (10,7%), Megachile sp1. e sp2
(41%), Tetrapedia diversipes (17,8%), Euglossa avicula (7,4%), Anthodioctes sp. (5,3%), Coe-
lioxys (Acrocoelioxys) sp. (3,5%) e 1,8% não identificada. Os dados preliminares apontam que a
maior riqueza (n= 6) e diversidade ocorreram na área de mata secundária (índice Shannon-Wiener
H’= 0,67) e a maior abundância na mata primária, devido às espécies de Megachilidae que nidifi-
caram (n=23 ninhos/44 indivíduos) somente nesta área. Os ninhos de abelha foram parasitados por
Coelioxys (Acrocoelioxys) sp., Meloidae e Diptera.

Apoio: MERCK

Palavras-chaves: Hymenoptera, ninhos-armadilhas, nidificar, Mata primária, Mata se-


cundária

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674

RECURSOS ALIMENTARES UTILIZADOS


POR ABELHAS COLETORAS DE
ÓLEO EM ÁREAS DE CERRADO DO
TRIÂNGULO MINEIRO-MG
Laíce Souza Rabelo¹*, Alice Maria Guimarães Fernades Vilhena¹, Thatiana Martins dos Santos
Mesquita¹, Esther Margarida Alves Ferreira Bastos², Solange Cristina Augusto¹
¹Instituto de Biologia - UFU;
²Fundação Ezequiel Dias
Instituto de Biologia - UFU, Bloco 2D, Rua Ceará s/nº, Campus Umuarama
laicesr@yahoo.com.br

Algumas espécies de abelhas coletoras de óleo nidificam em cavidades preexistentes, o que fa-
cilita o estudo do comportamento de nidificação e dos recursos utilizados para alimentação das larvas,
aspectos fundamentais para a conservação e manejo dessas espécies. A análise do pólen presente nos
ninhos é uma importante ferramenta para a identificação das espécies vegetais visitadas para a coleta
dos recursos alimentares. Nesse trabalho foram identificados os grãos de pólen presentes no alimento
larval de Centris analis, Centris tarsata e Tetrapedia peckoltii, espécies abundantemente encontradas
em ninhos-armadilha, com o objetivo de determinar a similaridade no uso de recursos, especial-
mente pólen, por essas três espécies de abelhas coletoras de óleo. Ninhos de C. analis, C. tarsata e
T. peckoltii, foram obtidos a partir de ninhos-armadilha dispostos em três coberturas construídas em
duas áreas próximas à Uberlândia-MG: Fazenda Água Limpa (FAL), área com plantio experimental
de diferentes cultivos e com vegetação de Cerrado no entorno; e Reserva Ecológica do Panga (REP),
área com diferentes fitofisionomias de Cerrado. As coletas foram realizadas, semanalmente, no perío-
do de março/2007 e abril/2007. O material coletado foi processado por meio do método de acetólise,
sendo confeccionadas três lâminas de cada amostra coletada (n=9). Foi utilizado o índice de Sörensen
para comparar a similaridade na utilização de recursos pelas espécies em cada área. Solanum lyco-
carpum, Heteropteris spp., foram as principais fontes de pólen de Centris, ressaltando-se que para
C. tarsata, Senna rugosa também foi um recurso abundante. Em relação a T. peckoltii, as principais
fontes de pólen foram Kielmeyera rubriflora e Croton spp.. C. tarsata e C. analis apresentaram maior
similaridade no uso de recurso na EEP (QS =0,42) quando comparada a FAL (QS=O,20). Ninhos
de T. peckoltii só foram obtidos na FAL e a similaridade no uso de recursos com ambas espécies de
Centris foi baixa (QS=0,17).

Apoio: FAPEMIG

Palavras-chaves: Centris analis, Centris tarsata, Tetrapedia peckoltii, pólen, ninhos-armadilha

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675

OCUPAÇÃO DE NINHOS ARMADILHA POR


ABELHAS E VESPAS (HYMENOPTERA) EM
TRÊS FISIONOMIAS DE MATA ATLÂNTICA
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Frederico Machado Teixeira*, Maria Cristina Gaglianone
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Rua Pedro Marins, 347, Ap.203, Campos dos Goytacazes, CEP: 28.015-180
teixeira_fm@yahoo.com.br

A riqueza e composição de abelhas e vespas que utilizam cavidades foram estudadas usando a
técnica de ninhos-armadilha (NA) artificiais, durante um ano, em três microbacias na região norte-no-
roeste do estado do Rio de Janeiro em diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica: floresta ombrófila
montana (FM), floresta estacional semidecidual submontana (FS) e floresta estacional semidecidual
sobre tabuleiros (FT). Foram utilizados dois tipos de NA: bloco de madeira com tubos de cartolina,
com diâmetros diferentes; e gomos de bambu dentro de cortes de garrafa PET. Foram encontradas
três famílias de abelhas: Apidae, Megachilidae e Colletidae e cinco de vespas: Pompilidae, Vespi-
dae, Sphecidae, Chrysididae e Mutillidae. FS apresentou maior quantidade de ninhos operculados
(N=392), com 25 espécies (11 abelhas, 14 vespas); FT (N=295) 8 espécies (1, 7); e FM (N=253) 11
(8, 3). Centris analis e Megachile foram exclusivamente encontrados em FS. Euglossa sp. foi encon-
trada apenas em FM. Em todas as áreas a cartolina teve a maior taxa de ocupação: 88,54% em FM;
85,76% em FT; 64,8% em FS. Embora a maioria dos fragmentos de FS tenham menos de 10ha, a
região apresentou o maior número de espécies de abelhas e vespas registradas. A região de FT, que
apresenta fragmentos florestais até 55ha, incluindo a Estação Ecológica de Guaxindiba (1190ha),
apresentou menor número de espécies.

Apoio: GEF (Fundo Mundial de Meio Ambiente); FAPERJ

Palavras-chaves: Abelhas, Vespas, Ninho-armadilha, Mata Atlântica

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676

NESTING OF Apis mellifera INSIDE AN


EMPTIED NEST OF Trigona C.F. spinipes IN
THE CERRADO OF ITIRAPINA, SÃO PAULO
Fabiana Curtopassi Pioker*, Astrid de Matos Peixoto Kleinert
Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências,
Universidade de São Paulo
Rua do Matão, Tr. 14 nº 101, 05508-090 São Paulo, SP, Brasil
fpioker@yahoo.com

Invasion capacity of the exotic bee Apis mellifera and its consequences to native stingless bees
in Brazilian natural habitats have been discussed for decades. One issue of this discussion is the abil-
ity of Apis to reproduce faster than most stingless bees. The other is its large plasticity to explore
food and nesting resources, including trunk cavities previously occupied by the later ones. Here we
described an abandoned nest of A. mellifera found inside an external nest of T. c.f. spinipes in the
Cerrado of Itirapina. The Trigona nest was oval, with 0.3 m of diameter, 0.35 m tall, built over a small
tree fork 1.2 m above the ground. Original entrance and involucrum were intact except for two holes,
each with 5 cm of diameter: one over the entrance and one at the opposite side. Inside the involucrum
wall, there was an active nest of unidentified ants. Inside the nest there was no remains of the Trigona
combs or honey pots. Instead, there were five vertical abandoned combs of A. mellifera, with some
closed cells that were covered by a layer of fungi. Inside these cells we found larvae, pupae and one
pre-emerged adult, thus allowing the specific identification. We do not know if A. mellifera nesting
occurred after death of Trigona or if they caused it. These observations show that: emptied nests of T.
c.f. spinipes can supply substrate to nesting of other hymenopterans and the ability of A. mellifera to
nest in many kinds of cavities includes external nests of stingless bees. Apis mellifera is very abun-
dant in the studied site, being found on many flowers from August 2007 to February 2008. Perhaps
we can be worried about this wide presence, since we do not know if or in which degree A. mellifera
can affect negatively native bees.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Apis mellifera, Cerrado, Interaction, nest

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677

DISTRIBUIÇÃO DE NINHOS DE ABELHAS


SEM FERRÃO NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA
DO PANGA (UBERLÂNDIA, MG)
Estefane Leoncini Siqueira, Fernanda Helena Nogueira-Ferreira
Universidade Federal de Uberlândia
Rua Ceará, s/n, bloco 2D, Campus Umuarama, CEP 38400-902, Uberlândia-MG, Brasil
este_ bio@yahoo.com.br

Estudos sobre a distribuição de ninhos e sobre os hábitos de nidificação das abelhas sem ferrão
são importantes parâmetros que devem ser conhecidos para se estabelecer estratégias conservacioni-
stas em áreas naturais. Este trabalho teve como objetivos localizar e mapear ninhos de abelhas sem
ferrão e avaliar a riqueza e a abundância dessas espécies. Foi desenvolvido em uma área de Cerrado
e Mata de Galeria, na Estação Ecológica do Panga, em Uberlândia-MG, de agosto de 2007 à abril de
2008. A localização dos ninhos foi feita visualmente, a partir de observações dos possíveis locais de
nidificação, totalizando uma área de 100 hectares. Foi encontrado um total de 31 ninhos, representa-
dos por 15 espécies distintas de abelhas sem ferrão. A maioria dos ninhos (55%) foi encontrada em
cavidades pré-existentes em árvores vivas. Esse resultado reforça a necessidade de se manter os am-
bientes protegidos do desmatamento para a manutenção das espécies de abelhas sem ferrão em áreas
naturais, oferecendo-lhes locais para a nidificação. A comunidade de abelhas apresentou diversidade
mediana (H’= 2,47), com índice de uniformidade (J= 0,73) e de abundância (α= 4,64) que sugerem
uma comunidade que apresenta competição interespecífica intermediária. Dois ninhos Melipona ru-
fiventrisque é uma espécie rara na região, foram amostrados. Pode-se constatar que a área de estudo,
possui um alto potencial para a manutenção das abelhas sem ferrão, pois é composta por fragmentos
de vegetação original, sendo conectados a outros maiores por remanescentes de mata ciliar, o que
pode garantir a variabilidade genética das espécies.

Apoio: Cnpq

Palavras-chaves: Ninhos, Abelhas sem ferrão, Abudância, Diversidade

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678

A FAUNA URBANA DE ABELHAS


INDÍGENAS SEM-FERRÃO
(HYMENOPTERA; APOIDEA; APIDAE) NA
ÁREA URBANA DE CATAGUASES, MG
Talitta Guimarães¹*, Paula Netto¹, Matheus Campista Carvalho¹, Georgina Maria de Faria
Mucci², Lúcio Antônio de Oliveira Campos³
¹*Núcleo de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação das Faculdades Integradas de Cataguases - FIC;
²Departamento de Ciências Biológicas das FIC; ³Universidade Federal de Viçosa - UFV
Rua RomualdoMenezes, 701 – Bairro Menezes Cataguases, Minas Gerais
talitta_fic@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi analisar a diversidade da fauna de meliponini na área urbana do
município de Cataguases, os tipos de substratos utilizados para nidificação e relacionar as espécies
mais abundantes no perímetro urbano. O trabalho foi realizado de fevereiro de 2007 a abril de 2008.
Os ninhos foram encontrados por inspeções feitas na cidade, além de informações obtidas por entre-
vistas com os moradores. Os ninhos foram analisados, catalogados e fotografados. Dados como altura
da entrada do ninho em relação ao solo, tipo de substrato de nidificação, coordenadas geográficas e
a situação do ambiente próximo ao ninho foram também registrados. Foram encontrados 66 ninhos,
pertencentes a cinco gêneros, sendo a grande maioria Tetragonisca angustula (42 ninhos), seguida
de Nannotrigona testaceicornis (12 ninhos), Plebeia sp (nove ninhos), Oxytrigona tataira (dois nin-
hos) e Tetragona clavipes (um ninho). Foram observados cerca de dez tipos de substratos diferentes,
a maioria nidificou em construções de alvenaria. Embora não tenha sido catalogado nenhum ninho
da espécie Trigona spinipes muitos indivíduos foram observados visitando flores na área urbana da
cidade. Considerando o tamanho do perímetro urbano de Cataguases pode-se dizer que a região está
subamostrada. As espécies encontradas são comuns em centros urbanos de diferentes regiões.

Apoio: Núcleo de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação das Faculdades Integradas de Cata-


guases - FIC

Palavras-chaves: Substrato para nidificação, abelhas sem-ferrão, ninhos

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679

ABELHAS SOLITÁRIAS OCUPANTES DE


NINHOS-ARMADILHA EM
QUATRO LOCALIDADES NO
ESTADO DE SÃO PAULO
Heber Couto Cavalheiro¹, Guaraci Duran Cordeiro², Isabel Alves-dos-Santos¹
¹Lab. de Abelhas, Dept.. Ecologia, Instituto de Biociências –USP; ²Faculdade de Filosofia, Ciên-
cias e Letras de Ribeirão Preto – USP
Rua do Matão, trav. 14, n°321, CEP 05508-900
hebercouto@yahoo.com.br

O objetivo principal do trabalho foi estudar abelhas solitárias que nidificam em ninhos-ar-
madilha em quatro áreas florestais do Estado de São Paulo: Estação Biológica de Boracéia(EB) em
Salesópolis, Parque das Neblinas(PN) em Mogi das Cruzes, Parque Estadual da Ilhabela(IB) em São
Sebastião e Parque Estadual da Serra da Cantareira(SC) em São Paulo. Os ninhos-armadilha (NA)
foram feitos com tubos de cartolina (6/58; 6/85 e 8/85mm diâmetro/comprimento) introduzidos em
blocos de madeira, além de gomos de bambu com tamanhos variados. Para cada localidade foram
oferecidas 1000 cavidades/mês, entre janeiro/2007 a março/2008. Os ninhos foram inspecionados
mensalmente e cada ninho fundado foi retirado e reposto por tubo vazio. Os ninhos retirados foram
acompanhados em laboratório até a emergência dos adultos. Foram fundados 1487 ninhos, sendo
771 ninhos na IB, 344 na EB, 249 na SC e 123 no PN. De 406 ninhos emergiram 967 abelhas e de
255 ninhos emergiram 683 vespas. As espécies de abelhas foram: Hylaeus sp, Tetrapedia diversipes,
Tetrapedia sp1, Tetrapedia sp2, Tetrapedia sp3, Centris tarsata, Euglossa truncata, Euglossa anodor-
hynchi, Megachile sp1, Megachile sp2, Megachile sp3, Megachile sp4, Megachile sp5. As espécies
de Tetrapedia predominaram nas fundações com 87,9% dos ninhos, apresentando preferência por NA
com diâmetro 6mm. Centris ocuparam preferencialmente gomos de bambu. Cerca de 20% dos ninhos
foram parasitados por abelhas cleptoparasitas (Coelioxoides, Coelioxys, Mesocheira bicolor, Anthrax
(Diptera) e Meloidae (Coleoptera). A maior taxa de emergência ocorreu nos meses de outubro a janei-
ro com 318 ninhos de Tetrapedia seguido por 34 ninhos de Centris. O aumento da taxa de nidificação
ao longo do estudo parece estar relacionado à intensificação do movimento nos ninhos pelas abelhas
e vespas fundadoras, funcionando como um atrativo para as novas fêmeas.

Apoio: FAPESP/Biota 04/15801-0

Palavras-chaves: Tetrapedia, Centris, nidificação, Mata Atlântica

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680

OCORRÊNCIA DE NINHOS DE ABELHAS


SEM-FERRÃO (HYMENOPTERA,
MELIPONINA) EM DIFERENTES SUBSTRATOS
NA FAZENDA PITANGUEIRAS, PARQUE
NACIONAL DA SERRA DA BODOQUENA,
MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
Felipe Varussa de Oliveira Lima*, José Benedito Perrella Balestieri
Univ. Federal da Grande Dourados, Faculdade Ciências Biológicas e Ambientais (UFGD / FCBA);
Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Rodovia Dourados-Itahum, Km 12 , Bloco FCBA (Cidade Univesitária); C.P. - 322 CEP:
79.825-070 Dourados, MS
felipe_varussabio@yahoo.com.br

A maior diversidade de espécies de abelhas Meliponina está na Região Neotropical, sendo que
a maioria destas nidifica preferencialmente em ocos de árvores, mas podendo nidificar em cavidades
no solo, cupinzeiros, formigueiros, além de outros locais. Esse trabalho objetivou relatar a ocorrência
de algumas espécies de abelhas sem-ferrão, o substrato ou local utilizado e aspectos da parte externa
da entrada dos ninhos de cada um destes na região da área de amortecimento do Parque Nacional da
Serra da Bodoquena, localizada na Fazenda Pitangueiras (S 20º52’22,8’’ e O 056º35’34,6’), Bonito -
MS. Das espécies registradas tiveram: Partamona sp1, um ninho encontrado em térmita de solo/barro
e possuía uma entrada tipo “boca de barro” com uma pequena cavidade; Plebeia sp1 dois ninhos
construídos em árvores, considerando a entrada, um possuía raias com sulcos pequenos com grãos
diferentes tons de marrom provavelmente misturados com resina e o outro possuía raias com sulcos
maiores e a cor branca, porém ambas assemelhando-se ao aspecto e tonalidade do caule; Scaptotrigo-
na depilis um ninho feito em árvore com um tubo externo de resina de coloração escura em forma de
tromba na porção distal com cerca 35 cm de comprimento, além de Tetragonisca angustula fiebrigi
seis ninhos em árvore, um em rocha calcárea e outro em caixa de madeira (entradas múltiplas), tendo
estes entradas com tubo feito de resina amarelada. A altura das entradas variou de 0 m a 3,07 m em T.
a. fiebrigi; 0,78 m a 1,14 m em (Plebeia sp.); 0,70 m (Partamona sp.) e 1, 02 m (S. depilis). Esses re-
sultados reforçam a necessidade e a importância de programas de conservação em áreas de vegetação
nativa como da área estudada devido ao desconhecimento das espécies de abelhas nativas.

Apoio: UFGD/Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade

Palavras-chaves: Nidificação, Microhabitat, Abelhas nativas, Ninhos, Divesidade de abelhas

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
681

OCUPAÇÃO DE NINHOS-ARMADILHA
POR ABELHAS SOLITÁRIAS NA MATA
ATLÂNTICA DE PERNAMBUCO – INTERIOR
DE MATA, BORDA E CANAVIAL
Adauto Alex dos Santos*, Clemens Schlindwein
Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica,
Laboratório Plebeia – Ecologia de Abelhas e da Polinização.
Av. Prof. Moraes Rego, S/N, CEP: 50740-521 Cidade Universitária, Recife, Pernambuco.
adauto_alex_s@yahoo.com.br

O desmatamento e as alterações de habitat são as principais causas da modificação na riqueza,


composição e abundância em comunidades de abelhas. Este estudo teve como objetivo comparar
riqueza e abundância de abelhas solitárias que nidificam em ninhos-armadilha em três ambientes da
região de mata atlântica de Pernambuco: Interior de mata, borda e matriz canavieira. Em cada am-
biente foram instalados 10 blocos de madeira, cada um contendo 28 furos com diâmetros de 4, 6, 8
e 10 mm, totalizando 280 cavidades por ambiente. Os ninhos foram inspecionados mensalmente de
julho de 2007 a março de 2008. Foram coletados 51 ninhos, fundados por seis espécies de abelhas.
Houve maior freqüência de ocupação em dezembro (31%) e fevereiro (27%). Não houve ocupação
dos ninhos-armadilha entre Julho e Setembro. O maior número de ninhos foi encontrado na borda
(51% do total de ninhos fundados), seguido pelo canavial (33%). Na borda foram encontradas 4 espé-
cies, no interior de mata 3 e canavial 2 espécies. Centris (Hemisiella) tarsata Smith foi a espécie mais
abundante coletada no local (n=33) e a única a apresentar atividade reprodutiva nos três ambientes
amostrados. Essa espécie apresenta alta tolerância ecológica, como já demonstrada em outros estu-
dos. Megachile (Sayapis) dentipes ocorreu apenas no canavial (n=6). Em estudos com metodologia
semelhante foi coletado apenas um ninho dessa espécie (Rebio Guaribas, PB), denotando sua raridade
em ninhos-armadilha. No interior de mata foram encontrados Centris (Hemisiella) tarsata, Centris
(Heterocentris) analis e uma espécie ainda não descrita do subgênero Heterocentris. Surpreendent-
emente a ocupação de cavidades nos diferentes blocos dos três ambientes foi muito diferente, difi-
cultando a avaliação dos resultados e sua aplicação em biomonitoramento.

Apoio: CNPq/BMBF

Palavras-chaves: Alterações de habitat, Ninhos-armadilha, Abelhas solitárias, Heterocentris,


Mata atlântica

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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EFEITO DO TAMANHO DO FRAGMENTO


SOBRE A NIDIFICAÇÃO DE ABELHAS
SOLITÁRIAS EM ÁREA DE MATA
ATLÂNTICA DE PERNAMBUCO
Adauto Alex dos Santos*, Clemens Schlindwein
Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica,
Laboratório Plebeia – Ecologia de Abelhas e da Polinização.
Av. Prof. Moraes Rego, S/N, CEP: 50740-521 Cidade Universitária, Recife, Pernambuco.
adauto_alex_s@yahoo.com.br

Em ambientes fragmentados o tamanho do fragmento é um dos fatores mais importantes para a


riqueza e diversidade de animais e plantas. Neste trabalho estudamos a influência do tamanho do frag-
mento florestal sobre a comunidade de abelhas solitárias que nidificam em ninhos-armadilha na Usina
São José, Igarassu, região de floresta Atlântica pernambucana. Foram instalados 10 blocos de madeira
em cada um de seis fragmentos estudados: três grandes (387, 356 e 305 hectares) e três pequenos
(29, 13 e 11 hectares). Cada bloco continha sete furos de diâmetros de 4, 6, 8 e 10 mm. Assim, 28
ninhos foram oferecidos por bloco, 1.680 ao todo. Os ninhos foram inspecionados mensalmente de
Julho 2007 a Março de 2008. Apenas 14 blocos (23,4%) foram ocupados por pelo menos um ninho
de abelha. Foram encontrados 52 ninhos de quatro espécies de abelhas: Centris (Hemisiella) tarsata
(n=23), Centris (Heterocentris) analis (n=18), Centris (Heterocentris) sp.(n=9) e Tetrapedia sp. (n=2).
Novembro (50%) e Fevereiro (29%) foram os meses com maior número de ninhos, enquanto que jul-
ho, agosto e setembro nenhum ninho foi fundado. Ninhos de Centris analis e Centris sp. foram cole-
tados em pelo menos quatro fragmentos estudados e aqueles de Centris (Hemisiella) tarsata, tiveram
sua distribuição restrita a apenas dois fragmentos, um grande e outro pequeno. No menor fragmento
estudado (11,8ha) não foram encontrados ninhos de abelhas, porém em outro fragmento de tamanho
semelhante (13,8ha) a atividade das abelhas nos ninhos-armadilha foi a mais alta entre os remanes-
centes estudados (53,8%). Em geral, houve baixa riqueza e abundância de ninhos coletados no local
estudado. Não encontramos uma relação clara entre tamanho do fragmento e riqueza/abundância de
abelhas nidificantes em ninhos-armadilha.

Apoio: CNPq/BMBF

Palavras-chaves: Ambientes fragmentados, Ninhos-armadilha, Abelhas solitárias, Centris tar-


sata , Mata atlântica

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NIDIFICAÇÃO DE Xylocopa spp. EM ÁREAS


DE CERRADO DO TRIÂNGULO MINEIRO
Talles Marques Chaves-Alves¹, Camila Nonato Junqueira², Paulo Eugênio Alves Macedo de
Oliveira³ & Solange Cristina Augusto³
1- Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais - UFU; 2 -
Graduando do Curso de Ciências Biológicas - UFU; 3 - Instituto de Biologia da Universidade
Federal de Uberlândia – UFU
Universidade Federal de Uberlândia - Instituto de Biologia - Campus Umuarama - Rua Ceará S/N
- Bloco 2D
camilanj@hotmail.com

A grande maioria das espécies de Xylocopa constrói seus ninhos escavando madeira seca como
galhos e troncos mortos. A atração dessas abelhas utilizando-se substratos-armadilha possibilita o
conhecimento dos hábitos de nidificação e, consequentemente, fornece subsídios para conservação
e manejo, visando o incremento das populações desses importantes polinizadores do maracujá-ama-
relo. O objetivo do trabalho foi verificar a taxa de fundação e preferência por substratos-armadilha,
por Xylocopa em áreas de cerrado. O estudo foi conduzido em duas áreas próximas ao município de
Uberlândia no Triângulo Mineiro-MG, Estação Ecológica do Panga e Estação Experimental Água
Limpa. Nessas áreas foram montadas três coberturas (ranchos de madeira) para acondicionamento
de dois tipos de substratos-armadilha: gomos de bambu (n=56), com dimensões (comprimento x
diâmetro) de 25 x 1,00 a 2,40 cm, e troncos de Spathodea campanulata com 20,0 a 80,0 x 30,0 a 50cm
(n=7). Inspeções quinzenais foram realizadas no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007.
Um total de 88 ninhos foi fundado, sendo 50 (56,8%) em gomos de bambus e 38 (43,2%) em troncos
de S. campanulata. Adicionalmente, o reuso de ninhos em bambus (n=26) e troncos de S. campanu-
lata (n=6), foi observado no segundo ano do experimento. Ninhos de Xylocopa frontalis foram os
mais abundantes (52,5%), seguidos por Xylocopa suspecta (19,2%), Xylocopa subcyanea (12,5%),
Xylocopa grisescens (12,5%) e Xylocopa hirsutissima (3,3%). Nos dois anos de estudo, a média de
fundação de ninhos foi de 3,75 ± 3,56 ninhos/mês. A fundação de ninhos foi predominantemente no
verão com picos nos meses de janeiro.

Apoio: FAPEMIG

Palavras-chaves: Xylocopa, ninhos, fundação, substrato-armadilha

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DIVERSIDADE DE ABELHAS SOLITÁRIAS


E OCUPAÇÃO DE NINHOS-ARMADILHA
EM ÁREA DE CERRADO
Thatiana Martins dos Santos Mesquita¹*, Solange Cristina Augusto¹
¹*Universidade Federal de Uberlândia-UFU
Rua Ceara S/N, Bolco 2D, Campus Umuarama 38400-000 Uberlândia, Brasil
thatibio8@yahoo.com.br

Estima-se que 5% das abelhas constroem seus ninhos em cavidades pré-existentes, podendo
nidificar em ninhos artificiais. O estudo desses ninhos pode fornecer informações fundamentais para
a conservação e o manejo dessas espécies. Os objetivos desse estudo foram verificar a diversidade
de abelhas que nidificam em ninhos-armadilha em uma área de Cerrado no Triângulo Mineiro e
a porcentagem de ocupação desses ninhos. O estudo foi realizado na Estação Ecológica do Panga
(19º09’20’’S/48º23’20’’O). Na área foi instalado um rancho experimental, onde foram disponibili-
zados ninhos-armadilha (NA) do tipo gomo de bambu (GB), com diâmetro de 0,5 a 2,2 cm (n=80),
e tubos de cartolina (TC) com dimensões (comprimento x diâmetro) de 10,5 x 0,8 cm (n=90) (tubos
grandes = TG) e com 5,8 x 0,6 cm (n=90) (tubos pequenos =TP). Os NA foram inspecionados quinze-
nalmente, sendo os GB de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2008 e os TC, de outubro de 2007 a março
de 2008. Foram fundados 73 ninhos pertencentes a seis espécies: Tetrapedia peckoltii (45,2%), Cen-
tris (Hemisiella) tarsata (27,4%), Centris (Heterocentris) analis (9,6%), Euglossa sp. (6,8%), Epan-
thidium tigrinum (5,5%), Megachile sp. (4,1%) e Eufriesea cfr. auriceps (1,4%). A porcentagem de
ocupação nos GB foi de 46,3%, nos TG de 26,7% e nos TP 13,3%. Nos GB a espécie mais abundante
foi C. tarsata (54,1%), e nos TC foi T. peckoltii (TG= 95,8% e TP= 41,7%). A maior porcentagem de
ocupação nos GB pode ser devido ao maior período de amostragem utilizando esse tipo de ninho e/
ou maior número de espécies que utilizaram esse substrato.

Apoio: Fapemig

Palavras-chaves: nidificação, cerrado, abelhas solitárias, ninhos-armadilha

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DISTRIBUIÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS


SOCIAIS EM DUAS RESERVAS DE
CERRADO, UMA EM TRÊS LAGOAS/MS
E OUTRA EM ANDRADINA/SP
Maria Elisa Rebustini¹*, Laila Cristine Moreira Prado¹, Maicon Ricardo Zieberg Passini¹, Patrí-
cia de Carvalho de Oliveira¹, Tatiele Cristina da Silva Pina¹
¹* Departamento de Ciências Naturais - CPTL/UFMS
Avenida Ranulpho Marques Leal 3484, 79600-100
merebu@ceul.ufms.br

O Brasil é privilegiado por abrigar uma grande variedade de espécies de abelhas, devido a sua
riqueza de ecossistemas. Esses insetos necessitam de habiat que preencha os seguintes requisitos:
materiais para a construção de ninhos e quantidade suficiente de alimento (Westrich, in Azevedo &
da Silveira, 1996). Em locais com umidade elevada, os ninhos do solo sofrem ação de fungos ou ex-
cesso de água. Para adaptação a esse tipo de ambiente, novos locais de nidificação foram escolhidos
(troncos de árvores e construções antrópicas), como é o caso das Meliponina encontradas no Brasil
(Silveira et al.,2002). Este estudo teve como objetivo verificar e catalogar a diversidade e os locais
de nidificação das abelhas na Unidade II do Câmpus de Três Lagoas-MS da UFMS e no zoológico da
cidade de Andradina-SP. No Câmpus foram delimitadas as áreas: A, área frontal do Câmpus; B, área
do prédio principal; C, área de preservação e D, área de cerradão. Foram catalogados 26 ninhos dos
quais 16 pertenciam a área A, 7 a área B, 3 a área C e nenhum a área D. Os gêneros mais encontrados
foram Trigona, Partamona e Geotrigona correspondendo a 64% do total, e 36% correspondentes a
Tetragonisca, Scaptotrigona, Tetragona e Apis. Quanto ao local de nidificação, Copaifera langsdorffi
Desf. e solo foram os substratos mais utilizados. No zoológico as observações ocorreram de forma
geral e foram encontrados 4 gêneros de abelhas (Apis, Nannotrigona, Tetragonisca e Trigona) totali-
zando 14 ninhos, sendo que 5 pertenciam a Nannotrigona e os outros gêneros possuíam, cada um, 3
ninhos. Gallesia integrifolia foi o substrato mais utilizado para nidificação.

Apoio: UFMS

Palavras-chaves: diversidade, abelhas, nidificação, habitat, árvores

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NESTING BIOLOGY OF Monoeca SPEC.


NOV. ON SANTA CATARINA ISLAND
Anne Zillikens¹*, Josefina Steiner²
¹*Universidade de Tübingen, Med.-Naturwiss.-Forschungszentrum;
²Laboratório de Abelhas Nativas, BEG, CCB, UFSC, Florianópolis, Brasil
Ob dem Himmelreich 7, 72074 Tübingen, Germany
anne.zillikens@uni-tuebingen.de

The genus Monoeca is represented in Brazil by eight species. On Santa Catarina Island we de-
tected a yet undescribed species of Monoeca (Moure, pers. comm.). Here we report some aspects of
its nesting biology, natural enemies and plant resources. Nests were found in dense aggregations of
up to several hundred nests in two restinga sites in the north and south of the island. Nests were exca-
vated in sandy soils void of vegetation or with sparse and low plant cover. Nesting activity extended
from the end of November to mid January. Individuals of the cleptoparasitic bee Protosiris spec. nov.
(Melo, pers. comm.) and of the mutillid wasp Hoplocrates specularis were seen in the nest aggrega-
tion inspecting nest entrances. Monoeca females were observed foraging on flowers of Malpighiaceae
(Tetrapterys or Heteropterys). Pollen obtained from females returning to their nests almost always
consisted of 100% pollen from species of Malpighiaceae. Furthermore, males and female were seen
on Stachytarpheta cayennensis (Verbenaceae), a nectar source. Our results indicate a univoltine life
cycle for Monoeca spec. nov. This species appears to be oligolectic exhibiting a strong preference
for pollen of Malpighiaceae. Parasitation of the brood by a species of Protosiris and by Hoplocrates
specularis is likely; both have been recorded as natural enemies of another species, M. haemorrhoid-
alis in Paraná. Comparison with other studies on Monoeca species suggest that gregarious nesting, a
highly seasonal life cycle and oligolectic foraging behavior are common traits of this bee taxon.

Apoio: Funded by: BMBF (01LB0205A1), CNPq (690143/01-0)

Palavras-chaves: Monoeca, cleptoparasite, Mutillidae, oligolectic, restinga

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LEVANTAMENTO DAS ABELHAS


SOLITÁRIAS QUE NIDIFICAM EM
CAVIDADES PREEXISTENTES EM
ÁREA DE MATA ATLÂNTICA
(SETE BARRAS, SP, BRASIL)
Paola Marchi*, Gabriel A. R. Melo
Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera, Departamento de Zoologia, Universidade
Federal do Paraná
Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba-PR, Brasil
paola@ufpr.br

Para conhecer a diversidade das abelhas solitárias que nidificam em cavidades preexistentes na
região do Vale do Ribeira, utilizaram-se ninhos-armadilha de madeira e de bambu, com diferentes
diâmetros (4 a 12 mm), instalados em ambientes distintos entre dezembro de 2004 e novembro de
2005. Na área aberta foram encontrados 4 ninhos de Anthodioctes megachiloides Holmberg (Anthi-
diini, Megachilinae) nos blocos de madeira, com 4 a 6 mm, entre setembro e novembro; 4 ninhos de
Euglossa anodorhynchi Nemésio, sendo 2 em bambu e 2 em madeira, com 12 mm, de março a junho
e 14 ninhos de Centris (Hemisiella) tarsata Smith (Centridini, Apinae), 11 fundados em madeira e
3 em bambu, com 8, 10 e 12 mm, de novembro a fevereiro. Na área de mata, uma espécie nova de
Megachile (Chrysosarus) Mitchell (Megachilini, Megachilinae) fundou ninhos no estrato superior da
borda da mata, 2 em bambu e 1 em madeira, com 12 mm, de março a abril. Também foram obtidas
duas espécies novas pertencentes ao subgênero Ptilosarus Mitchell: Megachile (Ptilosarus) sp. 1, que
fundou 2 ninhos em madeira, com 4 mm, no estrato inferior do interior da mata, no mês de dezembro
e Megachile (Ptilosarus) sp. 2, que fundou 3 ninhos com 6 mm no estrato inferior da borda da mata,
1 de bambu e 2 de madeira, de março a junho. Os inimigos naturais encontrados foram Melittobia
australica Girault (Eulophidae); Physocephala sp., Physocephala bipunctata (Macquart) (Conopi-
dae, Diptera) e Mesocheira bicolor (Fabricius) (Ericrocidini, Apinae). Apesar do pequeno número de
ninhos obtidos, esta técnica forneceu dados sobre as espécies em relação ao local de nidificação, à
arquitetura dos ninhos e aos parasitas associados.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: ninhos-armadilha, Mata Atlântica, Vale do Ribeira, Apidae

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ARQUITETURA DE NINHOS DE ABELHAS


E VESPAS SOLITÁRIAS (INSECTA,
HYMENOPTERA) EM REMANESCENTES
DE MATA DE TABULEIRO NO NORTE DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Marcelita França Marques*, Maria Cristina Gaglianone
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
Av. Alberto Lamego, 2000, CEP 28013-600 - Campos dos Goytacazes, RJ - Brasil
marcelita_marques@yahoo.com.br

Em ecossistemas terrestres, as abelhas e vespas solitárias possuem um importante papel nas


interações ecológicas e a estrutura de seus ninhos pode ser influenciada por estas interações e por
características ambientais. O objetivo deste trabalho foi descrever comparativamente a arquitetura de
ninhos de vespas e abelhas solitárias, relacionando-a a características ecológicas conhecidas para os
respectivos grupos taxonômicos e a características das áreas de estudo. Foram analisados 174 ninhos
construídos em gomos de bambu e tubos de cartolina entre dez/04 e dez/06 em dois fragmentos de
floresta semidecidual sobre tabuleiro, Mata do Carvão (1.053ha) e Mata do Funil (150ha). Os ninhos
operculados foram levados ao laboratório para identificação taxonômica e mensurações. Vespas dos
gêneros Trypoxylon (2 espécies), Auplopus (2), Pachodynerus (1) e Zethus (1) e abelhas Megachile
(2), Centris (2) e Euglossa (1) ocuparam ninhos-armadilha de 6,8 a 27,0 cm de comprimento e 0,5 a
3,0 cm de diâmetro. Os materiais utilizados para a construção dos ninhos foram resina, óleo, areia,
terra, folhas e raspas de madeira. Espécies pertencentes às famílias Meloidae, Mutillidae e Chrysidi-
dae foram associadas aos ninhos analisados. Ninhos mistos representaram 5,25% do total de ninhos
estudados. Quando comparados número de células dos ninhos e tamanho dos emergentes da mesma
espécie nas duas áreas de estudo, a Mata do Carvão mostrou valores significativamente maiores, o
que pode ter sido influenciado pela melhor qualidade ou quantidade de recursos nesta área.

Apoio: PROBIO/MMA-Polinizadores; LCA/UENF

Palavras-chaves: fragmentação, abelhas e vespas solitárias, ninhos-armadilha, arquitetura de


nidificação, comunidades de Hymenoptera

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NIDIFICAÇÃO SIMULTÂNEA EM
UMA CAVIDADE PELAS ESPÉCIES
Trigona hypogea E Cephalotrigona capitata
(HYMENOTPTERA: APIDAE: MELIPONINI)
Victor Gardim Rodrigues, Filipi Rogério Silva, Lucas José Bevilaqua, Sidnei Mateus, Ronaldo
Zucchi
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
vgrodrigues@usp.br

Abelhas da tribo Meliponini em sua grande maioria constroem seus ninhos em cavidades pre-
existentes de troncos de árvore e galhos. A cavidade interna é limitada por paredes chamadas batume.
Algumas espécies constroem seus ninhos expostos e aéreos, dentro de formigueiros, termiteiros, de
ninhos de vespas sociais e outras espécies ninhos subterrâneos em cavidades preexistentes. A entrada
do ninho é característica marcante de cada gênero, sendo construída de cerume ou de barro, permit-
indo a entrada de um ou vários indivíduos por vez. Ninhos são pontos notáveis de atividade das abel-
has, sejam elas sem ferrão ou melíferas. Geralmente, estes apresentam longevidade potencialmente
igual ao do sítio de nidificação, no caso de uma cavidade, o ninho tende a existir tanto tempo quanto
a árvore no qual está instalado. Deste modo, as cavidades são de importância crucial na biologia das
abelhas, uma vez que lhes fornece proteção contra predadores e extremos de temperatura e umidade.
Casos de ninhos de espécies diferentes dividindo uma mesma cavidade são raramente descritos na
literatura. O presente trabalho apresenta a descrição e a documentação fotográfica de um destes ca-
sos, no qual as espécies Trigona hypogea (Silvestri, 1902) e Cephalotrigona capitata (Smith, 1854)
faziam uso simultâneo de um oco de árvore na área rural no município de Pedregulho-SP. Os ninhos
estavam localizados na base do tronco, dimensões internas da cavidade (altura = 47cm; largura = 40,5
cm; profundidade = 36,5 cm.), o ninho de C. capitata na parte superior (17,5 cm), sendo o batume
(6,3 cm) a divisão entre os ninhos, na metade inferior da cavidade estava o ninho de T. Hypogea (23,2
cm). As medidas de largura e profundidade das três porções são equivalentes às do oco, uma vez que
o ocuparam por completo.

Apoio: FAPESP; CNPq; Departamento de Biologia da FFCLRP-USP.

Palavras-chaves: Trigona hypogea, Cephalotrigona capitata, Nidificação, Meliponini, Abel-


has sem ferrão

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690

PRAGAS, PARASITAS E DOENÇAS


DE ABELHAS TROPICAIS

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CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO
ÁCARO Varroa destructor PELA TÉCNICA
RAPD EM COLÔNIAS DE Apis mellifera
NO ESTADO DE SANTA CATARINA E
FERNANDO DE NORONHA-PE
Francisco Estevão Carneiro, Roger Strapazzon, Sabrina Alejandra Ramirez, José Carlos Vieira
Guerra Jr, Geraldo Moretto
Laboratório de Genética, Departamento de Ciências Naturais, Centro de Ciências Exatas e
Naturais, Universidade Regional de Blumenau (FURB)
Rua Antônio da Veiga, 140 - Victor Konder - 89012-900 - Blumenau - SC
genetica@furb.br

O ácaro Varroa destructor é causador de mortalidade de abelhas Apis mellifera em várias partes
do mundo. Seus principais danos foram relatados nos países da Europa e América do Norte. O im-
pacto do ácaro Varroa está relacionado também às condições climáticas e a raça de abelhas em cada
região onde a praga se estabeleceu. A Varroa causa poucos danos nas colônias de abelhas africaniza-
das no Brasil e os níveis de infestação são relativamente baixos e estáveis. Vários estudos foram feitos
para caracterizar geneticamente as diferenças apresentadas pelos ácaros, relacionando-os com o dano
causado nas abelhas. Pela técnica de RAPD, dois genótipos foram descritos; Russo, encontrado nos
países da Europa e América do Norte e Japonês, no Japão e América do Sul. O objetivo deste trabalho
foi caracterizar geneticamente os ácaros coletados em Santa Catarina e no arquipélago de Fernando de
Noronha – Pernambuco. Foram coletadas 150 fêmeas do ácaro Varroa, sendo 130 do estado de Santa
Catarina e 20 de Fernando de Noronha. Os resultados obtidos através da técnica RAPD mostraram
que o genótipo de todas as varroas coletadas em municípios de Santa Catarina apresentou o padrão de
bandas correspondente ao genótipo Russo. A análise feita nos ácaros de Fernando de Noronha revelou
a presença do genótipo Japonês.

Apoio: PIBIC/FURB

Palavras-chaves: RAPD, Variabilidade genética, Apis mellifera, Varroa destructor, Varroatose

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692

DETERMINAÇÃO DA VARIABILIDADE
GENÉTICA DO ÁCARO Varroa destructor EM
COLÔNIAS DE ABELHAS Apis mellifera DO
ESTADO DE SANTA CATARINA ATRAVÉS
MARCADORES MICROSSATÉLITES
Roger Strapazzon, Francisco Estevão Carneiro, Sabrina Alejandra Ramirez, Geraldo Moretto
Laboratório de Genética, Departamento de Ciências Naturais, Centro de Ciências Exatas e
Naturais, Universidade Regional de Blumenau (FURB)
Rua Antônio da Veiga, 140 - Victor Konder - 89012-900 - Blumenau - SC
genetica@furb.br

O ácaro Varroa destructor é um ectoparasita de abelhas que atualmente atinge principalmente


as colônias de abelhas Apis mellifera. É uma das principais pragas causadoras de prejuízos à apicul-
tura comercial mundial. Entretanto, no Brasil, a varroatose não tem sido diagnosticada como séria
ameaça as populações de abelhas, apesar da sua introdução no país ter ocorrido a partir de 1971.
Entre os diferentes biotipos do ácaro, observa-se diferenças comportamentais, sendo que o genótipo
Coreano (K) caracterizado por maior virulência em relação ao Japonês. O presente trabalho estudou a
ocorrência de alelos específicos para os dois biótipos de Varroa, o Japonês e o Coreano, em colônias
do estado de Santa Catarina. Embora dados comportamentais do ácaro tenham mostrado uma baixa
infestação em abelhas africanizadas, verificamos a predominância (mais de 97%) nos quatros loci
estudados de alelos específicos para o padrão Coreano, descrito como causador de maior danos as
colméias. Esse resultado, em contraste com a atual situação patológica do ácaro, demonstra que out-
ros fatores, como o comportamento higiênico e de grooming, são eficientes nas abelhas africanizadas
e mantém o equilíbrio entre parasita-hospedeiro.

Apoio: FAPESC; FURB; Pipe/Art. 170

Palavras-chaves: Apis mellifera, Varroa destructor, varroatose, microssatélites

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MENOR INFESTAÇÃO E REPRODUÇÃO DO


ÁCARO Varroa destructor EM COLMÉIAS
DE ABELHAS AFRICANIZADAS
(Apis mellifera L.) COM ALTO GRAU DE
COMPORTAMENTO HIGIÊNICO
Marcia R. C. Issa*, Michelle M. Morais, Rogério A. Pereira, David De Jong, Lionel S. Gonçalves
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-900, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
mrcissa@rge.fmrp.usp.br

O comportamento de remoção de cria, ou comportamento higiênico, é tido como um mecanismo


importante para as abelhas permanecerem livres de doenças apícolas, podendo ser, portanto, um dos
fatores que faz com que a abelha africanizada, no Brasil, seja resistente ao ácaro Varroa destructor e a
outras doenças. O grau de comportamento higiênico e os índices de infestação e reprodução do ácaro
foram avaliados em 7 colméias do apiário experimental do Departamento de Genética - Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil), em
agosto de 2006. O final do inverno é o período em que, mesmo as abelhas africanizadas (que sofrem
menos com as várias doenças), apresentam maior debilidade frente a algumas “enfermidades” e onde
encontramos a presença de abelhas com asas deformadas (asas enroladas) em 2005. Geralmente, de-
pois desse período, com a chegada da primavera, as colônias tendem a estabilizar-se. Também foram
observadas a presença de abelhas com asas deformadas e de imagos desoperculados mortos que não
emergiram e que tinham asas deformadas. Os graus de comportamento higiênico foram: 92,5%, 87%
e 60,13% (higiênicas), 22,5%, 20,0%, 6,40% e 9,00% (não-higiênicas). Os índices de infestação
pelo ácaro em crias foram, respectivamente, 10,00%, 13,00%, 14,50%, 15,00%, 17,00%, 21,00% e
36,58%; os de infestação em adultos, respectivamente, 4,07%, 5,84%, 4,19%, 8,29%, 7,06%, 9,62%,
12,75%. As colméias higiênicas apresentaram um maior número de ácaro-fêmeas sem cria (70,00%,
69,23% e 53,30%) do que as não-higiênicas (26,60%, 29,41%, 19,04% e 20,00%). Assim, nas abelhas
higiênicas, no final do inverno, encontramos uma menor porcentagem de infestação e reprodução do
ácaro. Nas abelhas não-higiênicas foram observadas uma maior presença de abelhas com asas defor-
madas e de imagos desoperculados mortos com asas deformadas que não emergiram e uma menor
tendência a se estabizarem rapidamente após o final de inverno.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Comportamento Higiênico, Apis mellifera, Varroa destructor

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
694

EFEITO TÓXICO DO INSETICIDA FIPRONIL


PARA ABELHAS Apis mellifera
Tiago Favaro de Souza*, Osmar Malaspina
CEIS, Dept. de Biolgia, Instituto de Biociências -UNESP
av 24 A 1515, 13506-900 Rio Claro, Brasil
tiagofs@rc.unesp.br

O uso irracional de inseticidas nos agroecossistemas pode ocasionar o desequilíbrio da popu-


lação de abelhas. O desaparecimento de várias espécies dos campos de cultivo vem preocupando
muitos pesquisadores em todo mundo. O fipronil é largamente utilizado como defensivo agrícola no
país em diversas culturas. Muitos trabalhos mencionam apenas os efeitos da toxicidade aguda para as
abelhas e os efeitos de doses subletais dos inseticidas são pouco estudados, principalmente no Brasil.
Esses estudos são importantes, pois os polinizadores possuem grande valor econômico na agricultura,
principalmente para a conservação das espécies de vegetais, além de afetar negativamente a indústria
apícola. Inicialmente, foi necessária estipular quais são as doses subletais. Dessa forma, o objetivo
do trabalho foi o de avaliar a dose letal média (DL50) para operária de abelhas Apis mellifera. Para
isso, foi realizado um teste de aplicação tópica com operárias recém-emergidas. O inseticida foi adi-
cionado a 1mL do solvente acetona e preparada uma solução na concentração inicial de 1µg/abelha
para fipronil. Para cada abelha foi adicionada 1mL da solução correspondente (1µg/µL) na região
do pronoto através de uma micropipeta automática. Utilizaram-se dois controles: um controle sem
solvente (SS) e outro, o controle solvente (S). A mortalidade das abelhas será anotada 4 horas após
aplicação do inseticida e depois disso, durante intervalos de 24 horas, até o período máximo de 96
horas. A mortalidade do controle não pode exceder a taxa de 10%. Os resultados do teste de aplicação
tópica determinaram a concentração mínima em uma dose capaz de causar a mortalidade de 50%
das abelhas, quando administrada por contato (DL50), obedecendo ao limite de confiança de 95%. A
DL50 estipulada foi de 0,157 ng/abelha, com intervalo de segurança entre 0,139 a 0,175 ng/abelha
(slope = 7.229±630, x²=15,884).

Apoio: FAPESP - 2007/01691-6

Palavras-chaves: doses subletais, inseticida, fipronil, abelhas, Apis mellifera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
695

DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO
POR PÓLEN EM CASOS DE CRIA
ENSACADA BRASILEIRA NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Marta Rodrigues Pacheco¹*, Ortrud Monika Barth², Maria Cristina Affonso Lorenzon¹
¹* Departamento de Produção Animal, Instituto de Zootecnia, UFRuralRJ; ² Laboratório de Pal-
inologia - UFRJ/FIOCRUZ
UFRRJ
martarpacheco@hotmail.com

A cria ensacada brasileira (CEB) é causada pelo pólen tóxico de algumas espécies de Stry-
phnodendron, vulgo “barbatimão”. Objetivou-se avaliar a causa da CEB no estado do Rio de Janeiro
através de três etapas para o diagnóstico de intoxicação por pólen em abelhas melíferas. Em primeiro
lugar, quando ocorre uma suspeita de intoxicação por planta, deve-se obter o maior número de in-
formações para o histórico da ocorrência, já que as plantas produzem quadro clínico-patológico car-
acterístico em épocas e regiões determinadas. Em seguida, deve-se verificar se a planta suspeita de
estar causando morte ou doença existe no pasto apícola. Finalmente, confirmar se a planta suspeita
é realmente ingerida pelas abelhas em condições naturais. A primeira etapa foi realizada através de
31 questionários aplicados aos apicultores; a segunda por revisão de literatura e dados do herbário
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro; e a terceira por pesquisa palinológica identificando-se 28
amostras de pólen apícola e sete amostras de pão de abelhas provenientes de sete apiários afetados
pela CEB em três municípios do estado do Rio. A CEB provoca alta mortalidade nas larvas pré-pupas
durante época de fartura de alimento na colméia, principalmente de outubro a março. S. pollyphyl-
lum é a única espécie de “barbatimão” encontrada no estado do Rio de Janeiro. O tipo polínico de
Stryphnodendron não esteve presente em nenhuma das amostras analisadas através da Palinologia e,
portanto, não foi a causa da CEB nos apiários estudados por não ser componente da dieta das larvas
mortas em condições naturais.

Apoio: Apiários FUMEL e LEÃO, CAPES, MAPA, FAPERJ

Palavras-chaves: Sanidade apícola, Pantas tóxicas, Apis mellifera, Apicultura, Flora

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
696

PARASITISMO POR Physocephala (DIPTERA:


CONOPIDAE): UM IMPORTANTE FATOR
DE MORTALIDADE PARA FÊMEAS E
MACHOS DE Centris (Heterocentris) analis
(HYMENOPTERA, APIDAE)
Lucas Tadeu Pelogia Caldano*, José Carlos Serrano, Carlos Alberto Garófalo
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
lucao_biologia@hotmail.com

Espécies de Conopidae são consideradas como os mais importantes dípteros parasitas de fêmeas
e machos de abelhas adultas. As fêmeas dos conopídeos atacam seus hospedeiros enquanto eles estão
visitando flores ou mesmo em pleno vôo, inserindo um ovo no abdômen deles. A larva ao eclodir
consome os tecidos do abdômen do hospedeiro ocasionando a sua morte. Em seguida a larva tece seu
casulo e após alguns dias emerge. No Brasil, apenas a associação de duas espécies de Physocephala,
P. bipunctata e P. inhabilis com Epicharis bicolor e Centris vittata, respectivamente (Vilhena &
Rocha-Filho, 2006) e as observações de Santos & Garófalo (2006) sobre o parasitismo por espécies
de Physocephala em Centris analis, têm sido relatadas. Nesse trabalho são apresentadas novas infor-
mações sobre a ocorrência de conopídeos associados com C. analis. Acompanhando as atividades de
fêmeas de C. analis no período de dezembro de 2007 a maio de 2008, nidificando em ninhos-armadil-
has (NA) no Campus da USP em Ribeirão Preto, foram encontradas 29 fêmeas e 19 machos mortos
no interior de NA vazios. Ao serem encontrados, os indivíduos eram retirados dos NA, levados para
o laboratório, mantidos em frascos individuais, deixados à temperatura ambiente e monitorados diari-
amente para verificar possíveis emergências de parasitóides. Dos indivíduos encontrados, 26 fêmeas
(79,3%) e 19 machos (94,7%) tinham sido parasitados por espécies de Physocephala. Enquanto o
número de fêmeas parasitadas diminuiu mês a mês, o número de machos aumentou gradativamente
até abril. Alta taxa de mortalidade de fêmeas de C. analis, como aqui observado, foi relatado por San-
tos & Garófalo (2006) mas a mortalidade de machos por conopídeos é pela primeira vez relatado. Es-
ses dados, somados àqueles de Santos & Garófalo (2006), mostram os conopídeos como importante
fator de mortalidade entre os adultos de C. analis.

Apoio: *CNPq - IC Processo 110019/2008-3

Palavras-chaves: Conopidae, Physocephala, Centris analis, Parasitismo, Apidae

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
697

OCORRÊNCIA DE FORMIGAS DO GÊNERO


Ectatoma SMITH PREDANDO MOSCAS
SARCOPHAGIDAE QUANDO EM ATAQUE
ÀS ABELHAS Melipona quinquefasciata
LEPELETIER (APIDAE, MELIPONINAE)
Thiago Mahlmann¹, Favízia Freitas de Oliveira*²
¹Universidade Federal do Ceará; ² Universidade Estadual de Feira de Santana
Rua Humberto Monte, S/N. Campus do Pici, Fortaleza Ceará; Av. Universitária S/N, Km 03 – BR
116 (Rodovia Feira de Santana – Serrinha), CEP: 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brasil
favos@bol.com.br

Um dos grandes problemas para a Meliponicultura nacional é a grande vulnerabilidade das


espécies de abelhas “Sem Ferrão” ao ataque de Dípteros, especialmente aqueles conhecidos popular-
mente como Forídeos. Insetos de diferentes famílias dessa ordem são conhecidos inimigos naturais
das abelhas (exemplo: Foridae, Stratiomidae e Sarcophagidae), dizimando em poucos dias colônias
inteiras desses animais. Um dos grandes desafios para a ciência e, consequentemente para a Meliponi-
cultura, é a descoberta e desenvolvimento de técnicas alternativas para controle desses inimigos, a ex-
emplo do controle biológico. O presente trabalho tem como objetivo relatar a ocorrência de formigas
do gênero Ectatoma Smith, 1858 (Formicidae, Ponerinae) observadas predando moscas Sarcophagi-
dae, quando em ataque a uma colônia de Melipona quinquefasciata Lepeletier, 1836 (Apidae, Me-
liponinae), encontrada na cidade de Betânia, Ceará (Floresta Nacional do Araripe). A colônia de M.
quinquefasciata havia sido recentemente explorada por meleiros, que deixaram o ninho semi-aberto,
com restos de pólen e mel, favorecendo o ataque dos dípteros. As formigas apresentavam movimento
erradico ao se locomoverem sobre a entrada do ninho, e ao se chocarem com os dípteros que tenta-
vam adentrar o mesmo, “agarrava-os” levando-os consigo para seu ninho. Embora não seja possível
indicar o uso de formigas Ectatoma para o controle biológico dos dípteros supracitados, ainda porque
não se sabe ao certo se essas formigas também atacam as abelhas, o presente trabalho se refere ao
simples relato do ato de predação dos dípteros pelas formigas, que, de certa forma, favoreceram a
colônia relacionada.

Apoio: UFCE; UEFS

Palavras-chaves: Meliponinae, Melipona quinquefasciata, Formicidae, Ectatoma, Sarcophagi-


dae

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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698

AVALIAÇÃO DO INDICE DE INFESTAÇÃO


DO ÁCARO Varroa destructor EM COLÔNIAS
DE Apis mellifera NA REGIÃO DE
BLUMENAU – SANTA CATARINA
Francisco Estevão Carneiro, Roger Strapazzon, Geraldo Moretto
Laboratório de Genética, Departamento de Ciências Naturais, Centro de Ciências Exatas e
Naturais, Universidade Regional de Blumenau (FURB)
Rua Antônio da Veiga, 140 - Victor Konder - 89012-900 - Blumenau - SC
genetica@furb.br

O ectoparasita Varroa destructor é considerado atualmente a praga que mais causa danos a
apicultura. A dinâmica populacional do ácaro está relacionada com as diferentes subespécies de Apis
mellifera. Em abelhas da raça européia é observado um maior índice de infestação do que nas afri-
canas e seus híbridos. No Brasil, onde a varroa é encontra há mais de 30 anos, sempre foi observado
um baixo nível de infestação em abelhas adultas. Por esta razão o controle químico do ácaro não foi
necessário. Estudos recentes têm demonstrado que a taxa reprodutiva do ácaro tem sido maior do que
na década de 80. Em vista disso o objetivo desse trabalho foi averiguar a sazonalidade no índice de in-
festação do parasita em operárias adultas em apiários localizados na região de Blumenau, SC. O valor
médio alcançando no Verão, Outono, Inverno e Primavera, foi respectivamente 3,23, 3,18, 7,31 e 3,06
varroas a cada 100 abelhas adultas. Estatisticamente verificou-se que o nível de infestação difere entre
as quatro estações do ano (F = 9,3 ; P = 0.000). Pelo teste de Tukey verificou-se que a infestação foi
superior no inverno em relação às demais estações. Tais valores são similares aos encontrados em
outros estudos realizados na década de 80 e 90.

Apoio: PIBIC/FURB

Palavras-chaves: Sazonalidade, Índice de Infestação, Apis mellifera, Varroa destructor, Abel-


ha Africanizada

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
699

INFESTATION LEVELS OF MITE Varroa


destructor IN AFRICANIZED COLONIES
SUBMITTED FOR ROYAL JELLY AND
QUEEN PRODUCTION
Priscila Wielewski*, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Patrícia Faquinello, Fabiana Martins
Costa-Maia, Elias Nunes Martins, Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki
*Universidade Estadual de Maringá – UEM
Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil
priskawski@hotmail.com

This research was carried out to evaluate the infestation level of mite in adult bees, invasion
level in caped brood, total and effective reproduction rates in Africanized honeybee and evaluate if
this levels are different on the colonies that are submitted for royal jelly or queen production. The
invasion on caped brood and reproduction rates was slow and not statistic different between treat-
ments and the average for those parameters were: 1.57; 0.91; and 0.47 respectively. The royal jelly
colonies has bigger infestation (P<0.05) of mite in adult bees in relation on queen colony production.
The invasion and infestation rates were influence by month. The values of this research were low and
agree with that normally found for Africanized honeybees in Brazil.

Apoio: CAPES, CNPq, Fundação Araucária

Palavras-chaves: parasite, Varroatose, caped brood, honeybees

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
700

NEW CLEPTOPARASITES AND


LIFE HISTORY DATA FROM TWO
SPECIES OF Eufriesea
Rafael Kamke¹*, Anne Zillikens², Josefina Steiner¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina;
²Universidade de Tübingen, Alemanha
Campus Universitário, CCB, BEG, Trindade, 88040-900, Florianópolis, SC, Brasil
rafael_kamke@yahoo.com.br

The bee genus Eufriesea (Euglossini) comprises 62 species distributed from Mexico to southern
Brazil. Nests are known for only 10 spp. and studies suggest that these bees are highly seasonal with
only one generation per year. Here we present the life cycle and parasites of E. smaragdina and new
parasites of E. violacea. Nests of E. smaragdina were obtained through trap-nests in secondary forest
on SC Island in March 2003 to 2004, and in restinga forest in Palhoça, from March to September 2005
and in October 2006. Nests of E. violacea were found near houses in SC in summer 2007. From 14
nests and 41 cells of E. smaragdina 17 males and 5 females emerged. Cells, constructed with tree bark
chips glued together with sticky dark resin, are arranged in linear series. In 4 years, initial emergence
of imagines was on 21 November and the latest on 22 December. Parasites of E. smaragdina were
Exaerete dentata (Euglossini) emerged in December, Tetraonyx zonatus (Coleoptera, Meloidae) in
November and Melittobia sp. (Hymenoptera, Eulophidae). For E. violacea 58 males and 47 females,
2 Tetraonyx zonatus and 1 wasp (Sapygidae) emerged from 13 nests. Two cells contained dead speci-
mens of Leucospidae (Hymenoptera). Our results suggest a univoltine life cycle for E. smaragdina as
well as for its cleptoparasite Exaerete dentata. This new parasite/host record confirms the view that
this cleptoparasite may be specialized on Eufriesea hosts. The diapause of Tetraonyx zonatus suggest
an association with highly seasonal and large bees but not a specialization on Eufriesea hosts since
this parasite was also recorded in nests of Epicharis nigrita in Sao Paulo state.

Apoio: CNPq (proc. 690024/2006-1); BMBF (01LB0205A1 - Alemanha)

Palavras-chaves: Eufriesea smaragdina, Eufriesea violacea, Tetraonyx zonatus, Exaerete den-


tata, parasites of bees

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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701

EFEITO DE Lantana camara (VERBENACEAE)


NA SOBREVIVÊNCIA DE OPERÁRIAS DE
Apis mellifera (HYMENOPTERA, APIDAE)
Andrigo Monroe Pereira*, José Chaud-Netto
Instituto de Biociências, Unesp, Rio Claro
Av. 24A, 1515, Bela Vista, CEP 13506 900
andrigo@rc.unesp.br

A toxicidade de uma planta é o efeito deletério que ela pode causar em outras plantas ou em de-
terminados animais, por meio da liberação de substâncias químicas que podem estar uniformemente
distribuídas pela planta ou concentradas em diversas partes.Lantana camara é uma planta arbustiva
com ampla distribuição geográfica, cuja atividade tóxica está relacionada com a intoxicação de ru-
minantes. Seus extratos e óleos essenciais apresentam atividade inseticida, bactericida e repelente.
Avaliou-se a influência do macerado floral incorporado na alimentação e da aplicação tópica de ex-
tratos folhares na sobrevivência de abelhas melíferas. Operárias recém-emergidas de Apis mellifera
foram capturadas, marcadas e transferidas para caixas mantidas em BOD (34º C ± 1º C e 60 ± 5% de
umidade relativa). Os valores mínimos e máximos de sobrevivência e as medianas obtidas para as op-
erárias alimentadas com pasta-cândi contendo macerado floral de L. camara foram, respectivamente,
8, 35 e 15 dias (concentração de 10%), 2, 40 e 19,5 dias (7,5%), 4, 41 e 23 dias (5%). No grupo con-
trole, que recebeu somente pasta-cândi, foram registrados 5, 41 e 23 dias. Diferenças significativas
entre os dois grupos foram obtidas para as concentrações de 10% e 7,5% (p < 0,001). No teste em que
foram aplicados 2 µl de extrato folhar os valores respectivos foram 2, 27 e 12 dias (concentração de
0,08 mg/abelha), 2, 25 e 11 dias (0,04 mg/abelha), 2, 36 e 16 dias (0,02 mg/abelha), enquanto que no
grupo controle, que recebeu 2 µl de metanol, os valores foram 2, 27 e 14,5 dias. No teste com aplica-
ção tópica não houve diferença significativa entre o grupo experimental e o controle. A presença de
substâncias tóxicas somente no macerado floral pode indicar um mecanismo adaptativo para a defesa
das peças folhares contra o ataque de insetos.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Apis mellifera, Lantana camara, toxicidade, sobrevivência

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
702

ATIVIDADE TÓXICA DO ÓLEO LIMONENO,


POR INGESTÃO, EM OPERÁRIAS DE
ABELHAS Apis mellifera E Scaptotrigona postica
Íris Martins Diamantino, Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza
CEIS, Departamento de Biologia - IB/UNESP
Avenida 24 A, 1515, 13506-900, Rio Claro, Brasil
irisdiamantino@yahoo.com.br

A utilização de substâncias secundárias de plantas permite a formulação de inseticidas botâni-


cos, usados como uma alternativa àqueles sintetizados quimicamente, no controle de insetos con-
siderados pragas. Contudo, o uso de bioinseticidas pode afetar também insetos benéficos, como as
abelhas, importantes polinizadores. Um derivado botânico muito utilizado é o óleo limoneno, com
reconhecida ação inseticida e repelente, extraído da casca de frutas cítricas. Nesse sentido, o objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito tóxico da ingestão do óleo limoneno para operárias de abelhas A.
mellifera e S. postica. Para isso, foram realizados bioensaios de ingestão, avaliando o óleo em três
concentrações 20 mg/g, 50 mg/g e 100 mg/g. As dietas utilizadas para os bioensaios foram o cândi
(mistura de mel com açúcar) para A. mellifera e o pólen, extraído da própria colônia, para S. postica.
As abelhas foram acondicionadas em caixas de madeira, sendo 20 abelhas em cada, e foram conduzi-
das à estufa B.O.D. a 32 ± 1°C para A. mellifera e 28 ± 1°C para S. postica e 70% de UR. Diariamente,
observou-se os números de abelhas mortas. Com os resultados obtidos, foram calculadas as taxas de
sobrevivência diária no Software GraphPad Prism 3.0. Posteriormente, foi aplicado o teste não para-
métrico Log Rank Test, na comparação das curvas de sobrevivência. Essas análises permitem sugerir
que o óleo limoneno apresentou atividade tóxica em todas as concentrações para A. mellifera e apenas
na concentração 100mg/g para S. postica (para todos os resultados significativos p<0,05).

Apoio: CNPq/ PIBIC

Palavras-chaves: toxicidade, óleo limoneno, Apis mellifera, Scaptotrigona postica

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
703

TOXICIDADE DE EXTRATOS BOTÂNICOS


À ABELHA Apis mellifera
Vânia Maria Xavier, Dejair Message, Marcelo Coutinho Picanço, Izabel Christina da Silva, Ger-
son Adriano Silva, Jander Fagundes Rosado, Emerson Cristi de Barros
Universidade Federal de Viçosa
Departamento de Biologia Animal, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa,MG
vaniamxavier@yahoo.com.br

A utilização de compostos como inseticidas e acaricidas, podem ocasionar impactos sobre as


espécies polinizadoras. Para minimizar os impactos negativos de pesticidas sobre estes organismos é
necessário o conhecimento e o desenvolvimento de produtos seletivos a esses organismos. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a toxicidade dos inseticidas botânicos Natualho, Natuneem e Rotenat CE à
abelha A. mellifera. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com oito repetições.
A parcela foi constituída de placas de Petri contendo 5 abelhas cada, e para alimentação foi fornecido
cândi (açúcar e mel) e água. Para instalação do experimento folhas de cana-de-açúcar foram imersas
em soluções com as seguintes doses de 30 ml/ 100L, 100 ml/ 20L e 100 ml/ 20L, para os inseticidas
Natualho, Rotenat CE e Natuneem, respectivamente. As médias de mortalidade e respectivos erros-
padrões nos tempos 12, 24 e 48 horas foram respectivamente: testemunha (0.00/0.00; 0.00/0.00 e
17.50/11.81), Natuneem (35.00/9.57; 41.25/7.18 e 47.50/2.50), Natualho (0.00/0.00; 30.00/10.00 e
36.25/8.98), Rotenat CE (0.00/0.00; 25.00/12.58 e 40.00/14.14). Todos inseticidas testados apresen-
taram baixa toxicidade à abelha A. mellifera. A maior toxicidade foi causado pelo inseticida Na-
tuneem com 48 horas de exposição do inseto a esse produto.

Apoio: FAPEMIG, CNPQ, CAPES

Palavras-chaves: Apis mellifera, toxicidade, inseticidas botânicos

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
704

EFEITO TÓXICO DO IMIDACLOPRIDE


PARA OPERÁRIAS DE
Apis mellifera AFRICANIZADA
Caroline de Almeida Rossi*, Osmar Malaspina, Tiago Favaro de Souza
Centro de Insetos Sociais, Departamento de Biologia-IB, UNESP-Rio Claro
carolar@rc.unesp.br
carol_arossi@hotmail.com

Na agricultura muitos inseticidas são utilizados para o controle de insetos-praga. No entanto, o


uso indiscriminado dessas substâncias pode prejudicar as abelhas, que são importantes polinizadores.
Muitos trabalhos mencionam apenas os efeitos da toxicidade aguda para as abelhas, mas o efeito das
doses subletais dos inseticidas podem induzir mudanças no comportamento, diminuição na atividade
de forrageamento ou desorientação, podendo afetar temporariamente toda a colônia. No Brasil, um
defensivo agrícola muito utilizado nas culturas de cana-de-açúcar, citrus e café é o imidaclopride.
Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a dose letal média (DL50) do imidaclo-
pride para operárias Apis mellifera africanizada. Abelhas adultas recém-emergidas foram coletadas
diretamente dos favos, no apiário do Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro. As abelhas
foram acondicionadas em seis caixas de madeira (10 abelhas por caixa), para cada grupo, previa-
mente forradas com papel-filtro. Os experimentos foram conduzidos à estufa B.O.D., com tempera-
tura a 32°C ± 1°C e U.R. de 70%. O pesticida foi adicionado à dieta das abelhas em doses de 1000 µL,
nas concentrações de 80, 82, 85, 90, 95 e 100 ng/abelha, e oferecido às abelhas em tampas plásticas
recobertas por uma tela de arame. Ao grupo controle foi oferecido apenas xarope. O experimento foi
monitorado e as abelhas mortas anotadas em fichas controle, durante 48 horas. Se a mortalidade au-
mentasse (<10%), após as primeiras 24 horas, o teste deveria ser estendido até 96 horas de duração.
As abelhas do controle não poderiam atingir a taxa de 10% de mortalidade para a validação do teste.
Os resultados do teste de ingestão determinaram a concentração mínima em uma dose capaz de causar
a mortalidade de 50% das abelhas, quando administrada oralmente (DL50). A DL50 estipulada foi de
0,1 µg/abelha (slope=2.205 ± 1.918, x²=21.202).

Apoio: CNPq/PIBIC, FAPESP

Palavras-chaves: toxicidade, imidaclopride, Apis mellifera, DL50, dose subletal

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
705

OCORRÊNCIA DE PARASITISMO EM
Exomalopsis aureopilosa SPINOLA, 1853
(HYMENOPTERA, APIDAE) POR
Horcomutilla sp. CASAL, 1962
(HYMENOPTERA, MUTILLIDAE)
Felipe Varussa de Oliveira Lima*, Rogério Silvestre, Rodrigo Aranda,
José Benedito Perrella Balestieri
Univ. Federal da Grande Dourados, Faculdade Ciências Biológicas e Ambientais (UFGD / FCBA);
Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Rodovia Dourados-Itahum, Km 12 , Bloco FCBA (Cidade Univesitária); C.P. - 322 CEP:
79.825-070 Dourados, MS
felipe_varussabio@yahoo.com.br

A família Mutillidae compreende vespas solitárias que na fase larval são parasitóides de estágios
imaturos, principalmente de abelhas e vespas, parasitando também insetos de outras ordens. Neste
trabalho relatamos a ocorrência de parasitismo em um ninho de Exomalopsis aureopilosa Spinola,
1853, por uma espécie de Mutillidae do gênero Horcomutilla (Casal, 1962). Os indivíduos adultos
de E. aureopilosa se mantiveram ativos durante o período de fevereiro a junho de 2005, em área gra-
mada no câmpus da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), caracterizada por um solo
do tipo Latossolo Vermelho Distroférrico, no município de Dourados-MS. Para espécie de abelha
comunal E. aureopilosa, observou-se nidificação em solo, mas não foi notado agregação de ninhos
desta; contudo, sua presença próxima a ninho de E. (Megomalopsis) fulvofasciata já foi relatada na
literatura. Durante o período de observação de atividade externa de E. aureopilosa, relatamos a en-
trada de uma fêmea, em duas ocasiões, e a eclosão de um indivíduo macho, ambos de Horcomutilla
sp.; possibilitando-nos fazer a associação de sexos em Mutillidae com o hospedeiro, situação relatada
como rara na literatura. Na maioria dos casos não se consegue associar ambos os sexos de Mutillidae
com o mesmo hospedeiro, devido aos hábitos diferenciados entre os sexos, este relacionado principal-
mente ao dimorfismo sexual apresentado, presença (machos) ou ausência (fêmeas) de asas. Ressalta-
se ainda que a taxonomia da família Mutillidae é dificultada pela falta de associação com hospedeiro,
assim este registro tem relevante importância para melhor elucidar as interações de parasitismo em
espécies de Exomalopsis e colabora com a elucidação da problemática taxonômica da família Mutil-
lidae e amplia os registros de hospedeiros do gênero Horcomutilla.

Apoio: UFGD

Palavras-chaves: Comportamento Comunal, Parasistismo, Abelhas, Mutillidae, Ninhos

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706

EFEITO DO MEL DA MAMONEIRA (Ricinus


communis) NA LONGEVIDADE DE ABELHAS
Apis mellifera L. SOB CONFINAMENTO
Marcelo de Oliveira Milfont*, Breno Magalhães Freitas, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo,
Isac Gabriel Abrahão Bomfim, Marcelo Casimiro Cavalcante
Universidade Federal do Ceará
Departamento de Zootecnia ; Campus do Pici - Bloco 809 - CEP: 60021-970; Fortaleza- CE
marcelo_m_agro@yahoo.com.br

O cultivo de mamoneira (Ricinus communis L.) vem sendo explorado como matéria-prima para
a obtenção do biodiesel, porém suas sementes apresentam uma substância tóxica, que caso presente
no néctar e seja tóxica a insetos poderá causar prejuízos para apicultura e desequilíbrio ecológico.
Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar uma possível toxidez do mel da mamoneira para abelhas
melíferas (Apis mellifera L.). A existência de efeito tóxico às abelhas foi avaliado através da lon-
gevidade de operárias recém emergidas confinadas em gaiolas de madeira com dimensões de 8 x 11
x 13cm. As gaiolas possuíam as duas laterais mais largas de vidro e eram compostas de piso telado,
tela anti-fuga e dois orifícios superiores para o fornecimento da água e do alimento energético. Cada
gaiola comportou 50 operárias. O experimento constou de dois tratamentos com três repetições, sen-
do: T1: pólen, água e mel de mamoneira; T2: pólen, água e mel silvestre. Os resultados demonstraram
que por volta do sexto dia às abelhas confinadas em ambos os tratamentos apresentaram um aumento
de mortalidade, o que gerou uma brusca declividade na curva de longevidade, porém, as abelhas de
T1 e T2 apresentaram uma longevidade similar (p>0.05), média de 13 dias. Desta forma, conclui-se
que o mel de mamoneira não reduz a longevidade das abelhas confinadas em relação ao mel de flora-
das silvestres, produzido no Nordeste do Brasil.

Apoio: FUNDECI; FUNCAP; BRASIL ECODIESEL

Palavras-chaves: Mamona, Abelha, toxidez, operárias, longevidade

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707

PRODUTOS DAS ABELHAS

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708

FLORA DE IMPORTÂNCIA
POLINÍFERA PARA Apis mellifera (L.)
NA REGIÃO DE VIÇOSA, MG
Anna Frida Hatsue Modro¹*, Dejair Message², Cynthia Fernandes Pinto da Luz³, João Augusto
Alves Meira Neto²
¹Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ/USP;
²Universidade Federal de Viçosa - UFV;
³Instituto de Botânica – IB/SP
Rua Frei Luiz de Santana 35, 13418-090 Piracicaba, Brasil
afhmodro@esalq.usp.br

O conhecimento da disponibilidade da flora polinífera em uma determinada região pode apre-


sentar aos apicultores regionais alternativas de exploração comercial de produtos e direcionar o uso
de substitutos de pólen em período de escassez de recursos protéicos. Este estudo objetivou conhecer
a flora de importância polinífera para Apis mellifera L., na região de Viçosa, em período de entre-
safra de mel. O experimento foi conduzido no período entre 12 de agosto a 13 de dezembro de 2005,
em dois apiários distintos localizados na região de Viçosa, Minas Gerais (Brasil). Em cada apiário
foram selecionadas cinco colméias de abelhas A. mellifera com coletores de pólen tipo intermediário
acoplados em cada uma das caixas. Todas as plantas observadas em floração no entorno destes apiári-
os foram coletadas e identificadas. Foram consideradas plantas poliníferas, aquelas cujo tipo polínico
foi encontrado nas amostras de pólen retidas nos coletores das colméias. Plantas das famílias Aster-
aceae (21), Fabaceae (9), Myrtaceae (6) e Bignoniaceae (5) contribuem com maior diversidade de
tipos polínicos no período de entre-safra do mel. As plantas estiveram localizadas, principalmente,
em jardins (40,9%), pastagem abandonada (23,8%), área de cultivo (14,8%), beira de mata (12,5%),
mata (5,7%) e área úmida (2,3%). As plantas utilizadas pelas abelhas apresentaram hábito arbóreo
(34,1%), herbáceo (29,5%), arbustivo (27,3%) e trepadeira (9,1%). A maioria das espécies de plantas
poliníferas identificadas tem origem regional (62%). Os resultados indicam que as plantas nativas
localizadas em áreas abertas são importantes para o forrageamento de pólen por A. mellifera e que
a diversidade de plantas poliníferas em floração associada a uma maior densidade destas plantas no
período de entre safra de mel podem garantir uma boa produção de pólen apícola neste período, na
região de Viçosa, MG.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Brasil, pólen, recurso proteico, apicultura, abelha

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709

VARIAÇÃO DE PARÂMETROS
FÍSICO-QUÍMICO DO MEL ARMAZENADO
NAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS
DO ESTADO DO CEARÁ
Fernanda Farias Martins¹*, Raimundo Maciel Sousa¹, Odaci de Sousa Aguiar¹, Maria Silvia
Frota¹, Crisanto Alves Araújo²
¹Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central – Instituto Centec; ²Emater-CE / Secretaria de
Desenvolvimento Agrário
Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho S/N, 638000-000 Quixeramobim, Brasil
fer_fa@hotmail.com

Os crescentes aumentos obtidos na produção de mel do estado do Ceará resultaram na instalação


de um parque industrial voltado para a atividade de comércio exterior. A sazonalidade da produção
e a necessidade de manter o mercado regularmente abastecido obrigam o setor a armazenar o mel
por períodos relativamente longos. Nas condições climáticas da região Nordeste algumas caracterís-
ticas físico-químicas do mel podem apresentar uma grande variação, o que gera dificuldades para o
comércio do produto. O presente trabalho teve como objetivo avaliar, quinzenalmente, as variações
físico-químicas do mel armazenado a temperatura ambiente, durante 90 dias. Observou-se um au-
mento nos valores da acidez e uma constante diminuição do pH. Os níveis de HMF apresentaram um
contínuo aumento de acordo com o tempo de armazenamento, sendo a característica que apresentou
a maior variação. O percentual de açúcares redutores registrou aumentos contínuos, ao contrário do
percentual de sacarose que teve comportamento inverso. A cor do mel, tendo como base o registro da
absorbância, apresentou aumentos de acordo com o período de armazenamento. Todas as variáveis
estudadas apresentaram diferença estatística significativa (P<0,05) entre os períodos iniciais e finais
de armazenamento. Conclui-se que, o mel armazenado no estado do Ceará, a temperatura ambiente,
sofre importantes variações na sua composição físico-química, sendo necessária a climatização para
manter o produto com o padrão de acordo com as exigências do mercado.

Apoio: CNPq; INSTITUTO CENTEC; FUNCAP

Palavras-chaves: Mel, HMF, Cor, Açúcares, Comércio

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710

ASPÉCTOS QUALITATIVOS DE MÉIS


PRODUZIDOS NA REGIÃO NORTE
DO ESTADO DO CEARÁ
Fernanda Farias Martins¹*, Raimundo Maciel Sousa¹, Odaci de Sousa Aguiar¹, Maria Silvia
Frota¹, Crisanto Alves Araújo²
¹*Faculdade de Tecnologia Centec Sertão Central – Instituto Centec;
²Emater-CE / Secretaria de Desenvolvimento Agrário
Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho S/N, 638000-000 Quixeramobim, Brasil
fer_fa@hotmail.com

A produção de mel apresenta-se como uma importante atividade econômica para o estado do
Ceará, tendo marcante papel na geração de emprego e renda da população que habita as áreas de
Caatinga. O controle da qualidade do mel é baseado, em parte, nas características físico-químicas e
suas variações dentro da legislação vigente são utilizadas como ferramenta na formação dos preços.
O nível de HMF, a classificação da cor e o percentual de umidade representam os principais fatores
de formação do preço. O presente trabalho teve como objetivo estudar as principais características
físico-químicas do mel produzido em quatro regiões do município de Sobral – CE. O percentual de
umidade apresentou níveis acima dos aceitáveis para o mercado externo em todas as amostras, sendo
superior ao limite para o mercado nacional nas amostras da localidade 4, que apresentou diferença
significativa (P<0,05) com as demais. A coloração apresentou uma grande variação entre as locali-
dades, com classificações do âmbar ao extra âmbar claro. Os níveis de HMF apresentaram grande
variação de limites, com valores de 4,0 mg/kg a 193,7 mg/kg, com a maioria das amostras dentro
dos limites permitidos. Os açúcares apresentaram pequena variação, com exceção da sacarose que
mostrou valores acima do limite permitido em algumas amostras das localidades 1, 2 e 4.Conclui-se
que, o mel produzido na região apresenta coloração considerada de média a escura, percentual de
umidade alto, níveis de HMF e o percentual de sacarose com algumas variações acima do permitido,
o que pode ser corrigido com a aplicação de boas práticas de produção.

Apoio: CNPq; INSTITUTO CENTEC; FUNCAP

Palavras-chaves: Mel, HMF, Cor, Umidade, Sacarose

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711

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS,
ORGANOLÉPTICAS E MICROBIOLÓGICAS
DO MEL DE Melipona fasciculata Smith
ESTOCADO EM DIFERENTES CONDIÇÕES
DE LUMINOSIDADE E TEMPERATURA
Nadia Sleiman Mattar¹²*, Maria José Abigail Mendes Araújo¹², Gisele Garcia Azevedo³, Rosane
Nassar Meireles Guerra², Murilo Sérgio Drummond³, Flávia Raquel Fernandes do Nascimento²
¹ ²Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação; ²Laboratório de Imunofisiolo-
gia; ³Departamento de Biologia – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Avenida dos Portugueses, s/n, Campus do Bacanga, 65080-040, São Luís-MA, Brasil
nadsmat@hotmail.com

Na busca do controle de qualidade para comercialização do mel de Melipona fasciculata (tiú-


ba), avaliou-se a influência da luminosidade, temperatura e tempo de estocagem do mel de tiúba,
sobre suas características físicas, organolépticas e microbiológicas. Amostras de mel de tiúba da
mesma florada foram coletadas em Viana-MA em uma das unidades de produção do Projeto Abelhas
Nativas em dezembro 2006. Após a coleta em condições assépticas, com auxílio de bomba de vácuo,
o mel foi acondicionado em garrafas de vidro de 220 mL. Após dois meses de maturação do mel, as
garrafas foram hermeticamente fechadas e mantidas por 6 meses nas seguintes condições: tempera-
tura ambiente e luminosidade; temperatura ambiente e luminosidade parcial; temperatura ambiente e
ausência de luminosidade; geladeira e ausência de luminosidade. Após o estoque, as características
físicas, organolépticas e microbiológicas foram avaliadas. As amostras de mel estocadas em tem-
peratura ambiente, independente da condição de luminosidade, apresentaram características físicas e
organolépticas similares entre si e também em relação ao mel recém coletado, ou seja, consistência
fluida, cor marrom claro, ausência de opacidade e sabor característico, levemente adocicado. Por
outro lado, as amostras estocadas em geladeira apresentavam consistência pastosa, cor branca e forte
opacidade, mas o sabor se manteve o mesmo. O mel estocado na geladeira não recuperou sua cor e
textura original mesmo após ter sido mantido fora da geladeira por 10 dias. As amostras de mel não
apresentaram nenhum índice de contaminação microbiológica, independente das condições de esto-
cagem. As características do mel estocado em temperatura ambiente se mantiveram similares aquelas
observadas no mel fresco, o que sugere que esta temperatura é a melhor condição de estocagem. A
manutenção das suas características independe da luminosidade a qual o mel é exposto. Não houve
indícios de contaminação microbiológica, reforçando a esterilidade das condições de coleta.

Apoio: UFMA, FAPEMA, CAPES, CNPq

Palavras-chaves: Mel, Melipona fasciculata, Abelhas sem ferrão

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712

PRODUÇÃO DE PRÓPOLIS EM REGIÃO


DE TRANSIÇÃO CAATINGA-CERRADO
DO ESTADO DO PIAUÍ
Maria Teresa do Rego Lopes¹*, Fábia de Mello Pereira¹, Ricardo Costa Rodrigues de Camargo¹,
José Maria Vieira Neto², Valdenir Queiroz Ribeiro¹
¹Embrapa Meio-Norte;
²Universidade Federal do Piauí
Av. Duque de Caxias, 5650, Bairro Buenos Aires, Teresina, PI. CEP: 64006220
mteresa@cpamn.embrapa.br

Apesar do grande potencial apícola da região Nordeste, em particular do Estado do Piauí, pouca
atenção tem sido dispensada à produção de própolis. Nessa região, são escassas as informações sobre
o potencial produtivo em diferentes biomas, quais os melhores métodos de produção e quais as car-
acterísticas da própolis produzida. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou avaliar a produção de
própolis em Castelo do Piauí, região de transição caatinga-cerrado, avaliando métodos e períodos de
produção, e selecionando colméias quanto à capacidade produtiva. Entre dezembro de 2006 e agosto
de 2007, foram avaliadas 10 colônias de Apis mellifera instaladas em colméias Langstroth, sendo
cinco colméias com aberturas laterais de 2,0 cm entre o ninho e a melgueira, e cinco com aberturas
de 2,0 cm na melgueira. Foram realizadas três coletas de própolis nos meses de março, maio e agosto.
Houve produção de própolis em sete colônias que apresentaram média de produção no período de
32,1 ±12,7g. Não foram verificadas diferenças significativas na produção de própolis entre os dois
métodos de coleta pelo teste de Wilcoxon. Verificou-se maior produção no período de março a maio
(125,75 g). Foram selecionadas quatro colônias que apresentaram produção média de 41,5g para
serem utilizadas como matrizes para produção de rainhas.

Apoio: BNB/Fundeci

Palavras-chaves: Apis mellifera, própolis, abelhas, coletores

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713

TIPIFICAÇÃO DO MEL PRODUZIDO POR


Apis mellifera L. EM PLANTIO COMERCIAL
DE MAMONEIRA Ricinus communis L.
Marcelo de Oliveira Milfont¹*, Breno Magalhães Freitas¹, Rômulo Augusto Guedes Rizzardo¹,
Camila Queiroz Lemos¹, Michelle de Oliveira Guimarães¹, Favízia Freitas de Oliveira²
¹Universidade Federal do Ceará; ²Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Zootecnia Campus do Pici - Bloco 809, CEP: 60021-970, Av. Universitária s/n,
Km 3, BR 116, Feira de Santana - Bahia, CEP: 44031-460
marcelo_m_agro@yahoo.com.br

Esse trabalho teve como objetivos avaliar e tipificar 22 amostras de mel de Apis mellifera pro-
venientes de 11 colônias instaladas em uma área de aproximadamente 3200 hectares de mamona Rici-
nus communisL., no município de Canto do Buriti, estado do Piauí. As amostras foram submetidas às
análises melissopalinológicas, físico-químicas e sensoriais. O mel em questão mostrou-se monofloral
de mamona. Em relação aos parâmetros físico-químicos avaliados, estes se encontravam enquadra-
dos nas especificações brasileiras, apresentando-se nos seguintes intervalos: 16,9-17,1% (Umidade);
3,37-3,38 (pH); 19,99-24,16 meq/kg (Acidez); 1-1,5 mL (Prova de Lund); 0,03-0,04% (Sólidos in-
solúveis); 31,38-38,10 mg/kg (HMF); 85,14-85,23% (Açúcares redutores); 0,95-1,46% (Açúcares
não-redutores); 86,18-86,60% (Açúcares totais); presença de diastase. O mel da mamoneira apresen-
tou coloração âmbar-claro de acordo com a escala estabelecida de Pfund. As características analisa-
das (cor, viscosidade, aroma e sabor) demonstraram a boa aceitação do produto por parte de prova-
dores, obtendo média 8, de acordo com uma escala hedônica estruturada de nove pontos (1=desgostei
muitíssimo; 5= nem gostei nem desgostei; 9= gostei muitíssimo). Conclui-se que o mel proveniente
da mamoneira atende as especificações brasileiras, apresenta boa aceitação pelo consumidor e pode
ser comercializado como mel de mesa.

Apoio: FUNDECI, FUNCAP, BRASIL ECODIESEL

Palavras-chaves: Mel de mamoneira, tipificação, abelha, mamona, Apis mellifera

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714

ESPECTRO POLÍNICO DO MEL DA


TIÚBA (Melipona fasciculata SMITH, 1854,
HYMENOPTERA, APIDAE)
Adriana Cecília Lima Martins¹, Léa Maria Medeiros Carreira², Claucyanne Mendes Vieira¹,
Márcia Maria Corrêa Rêgo¹, Patrícia Maia Correia de Albuquerque¹*
¹*Universidade Federal do Maranhão - UFMA;
²Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG/CBO
Avenida dos Portugueses s/n, 65040-080 São Luís-MA, Brasil
patemaia@hotmail.com

O mel de Melipona fasciculata foi analisado com o objetivo de se identificar as espécies veg-
etais utilizadas como fontes de néctar por essa espécie. A identificação das plantas visitadas foi re-
alizada com base na análise dos tipos polínicos encontrados em 12 amostras de mel coletados men-
salmente em uma colônia, localizada no município de Palmeirândia (02º40’47,6S, 44º52’39,8”W),
Baixada Ocidental Maranhense. A identificação dos tipos polínicos foi realizada por comparação com
as lâminas de referência, confeccionadas a partir dos botões florais das espécies vegetais encontradas
no entorno da colônia e por literatura especializada. De cada amostra foram contados 1000 grãos e
os resultados expressos em porcentagem, seguindo a seguinte classificação de classes de freqüên-
cia: pólen dominante (>45%), pólen acessório (16-45%), pólen isolado importante (3-15%) e pólen
isolado ocasional (<3%). Para a caracterização do mel foram considerados monoflorais àqueles que
apresentavam apenas uma espécie dominante; biflorais, quando as espécies presentes no mel consti-
tuíam pólen acessório e heteroflorais quando não havia dominância. Foram identificados nas amostras
de mel de Melipona fasciculata 50 tipos polínicos distribuídos em 42 gêneros e 24 famílias. Fabaceae
(10 espécies) e Myrtaceae (6 espécies) apresentaram maior representatividade quanto ao número
de espécies; Pontederaceae (45%) e Fabaceaes (31%) apresentaram a maior freqüência polínica. As
espécies mais freqüentes foram: Pontederia parviflora (Pontederaceae), espécie freqüente em todo
período de amostragem (37,3%), pólen dominante em Outubro (87%), Junho (85%), Julho (76%),
Agosto (49%) e Setembro (51%) e pólen acessório em Dezembro, Janeiro e Março. Mimosa cae-
salpiniifolia (Fabaceae) foi a segunda espécie mais freqüente (22,7%) sendo pólen dominante em
Novembro (46%), Abril (73%) e Maio (71%). Myrcia eximia (Myrtaceae) e Rhynchospora nervosa
(Cyperaceae) foram consideradas pólen isolados importante. Os méis em sua maioria são monoflorais
(58,3%), havendo também méis biflorais (33%) e heteroflorais (0,08%).

Apoio: FAPEMA; SECTEC

Palavras-chaves: Melissopalinologia, Plantas Nectaríferas, abelhas–sem–ferrão, Melipona


fasciculata , Baixada Maranhense

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715

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE


QUALIDADE DOS MÉIS DE Melipona
fasciculata SMITH DA REGIÃO DO
CERRADO MARANHENSE
Carlos Alexandre Holanda*, Maria Célia Pires Costa
Laboratório de Macromoléculas e Produtos Naturais, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Campus Paulo VI, Bairro Tirirical, 65055-970, São Luís –MA, Brasil
netheruema@yahoo.com.br

A meliponicultura, produção natural de mel de abelha da espécie Melipona fasciculata Smith, é


atualmente uma atividade em potencial no cerrado maranhense. Um dos entraves no desenvolvimento
da atividade é o desconhecimento da qualidade deste produto, haja vista a ausência de uma legisla-
ção específica para abelhas nativas. Este estudo estabelece características físico-químicas do mel de
Melipona com o objetivo de contribuir com informações que forneçam um perfil de qualidade deste
produto. Foram realizadas análises físico-químicas de 14 amostras de méis de tiúba nos municípios de
Barra do Corda, Jenipapo dos Vieiras, Fernando Falcão, Carolina e Riachão, localizados no cerrado
maranhense e comparados com a legislação para a Apis mellifera. Medidas de acidez, sacarose apar-
ente e cinzas apresentaram-se totalmente dentro dos padrões referentes aos valores máximos de 50
meq/kg; 6% e 0,6%, respectivamente. Para HMF e sólidos insolúveis, 93% das amostras estão dentro
da legislação (máximos de 60 mg/kg - HMF e 0,1% - sólidos). Duas amostras apresentaram medidas
de pH inadequadas (padrão: 3,3 – 4,6). Para açúcares redutores (mínimo de 65%) apenas 43% das
amostras estão adequadas à legislação. Tais valores evidenciam um moderado grau de desidratação
do néctar floral. Para os parâmetros de atividade diastásica e umidade, todas as amostras encontram-
se fora do especificado: mínimo de 8 Gothe para diastase e máximo de 20 % para umidade. Um
teor considerável de diastase seria importante para auxiliar na degradação do amido no organismo
humano, e altos índices de umidade refletem em baixas viscosidades deste mel. As caracterizações
físico-químicas do mel de Melipona do cerrado maranhense se apresentaram coerentes com a leg-
islação de Apis. Exceções se fazem para os parâmetros de umidade, açúcares redutores e atividade
diastásica. Isto pode ser contornado a partir da criação de uma legislação mais específica para méis
da espécie Melipona.

Apoio: FAPEMA, UEMA, Banco do Nordeste

Palavras-chaves: Mel, Melípona, Cerrado maranhense

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716

ESTUDO TOXICOLÓGICO
PRÉ-CLINICO AGUDO COM O
EXTRATO HIDROALCOÓLICO DA
PRÓPOLIS DE Scaptotrigona sp.
Maria José Abigail Mendes Araújo¹*, Nadia Sleiman Mattar¹, Aramys Silva Reis¹,
Márcia Cristina Gonçalves Maciel¹, Izabel Cristina Portela Bogéa Serra¹, Maria Nilce de Sousa
Ribeiro², Adelson de Souza Lopes³, Flávia Raquel Fernandes do Nascimento¹
¹*Laboratório de Imunofisiologia;
²Laboratório de Farmacognosia;
³Laboratório de Histologia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Avenida dos Portugueses, s/n, Campus do Bacanga, 65080-040, São Luís-MA, Brasil
abigailaraujo@yahoo.com.br

Própolis de Scaptotrigona sp. (tubi) é usada popularmente na cura de tumores e para cicatrizar
feridas. Avaliou-se a toxicidade aguda pré-clínica do extrato hidroalcoólico de própolis (EHP) de
Scaptotrigona sp. As amostras de própolis foram obtidas no município de Barra do Corda, região
do cerrado maranhense, em março de 2007, submetidas à extração por maceração com álcool etílico
a 70%. Camundongos (Swiss, fêmeas, ± 120 dias, 20-30g) receberam por via oral doses únicas de
solução salina, 0,9% (controle) ou EHP nas doses de 750, 1500 e 3000 mg/kg (n=5/grupo). As alter-
ações fisiológicas e comportamentais dos animais foram observadas durante 14 dias. No 15º dia, os
animais foram sacrificados e submetidos à necropsia, pesagem e análise macroscópica dos órgãos
(coração, pulmão, baço, linfonodo, fígado, estômago, intestino e rins). O EHP não induziu mortes,
mas alterações pontuais de comportamento: reação de fuga, tremores finos, tremor da cauda e menor
motilidade. O tratamento com EHP na dose de 3000 mg/kg revelou diminuição significativa do peso
do baço (20,3%), porém aumento do peso do linfonodo (25,5%) quando comparados com o grupo
controle. Não ocorreram alterações no peso dos outros órgãos. O EHP 750 induziu diminuição do
número de células do baço (50,88%) e da medula óssea (31,7%). A celularidade do peritônio diminuiu
em todos os grupos tratados com EHP (EHP 750: 39,55%; EHP 1500: 49,23%; EHP 3000: 45,8%).
A análise histopatológica revelou um quadro de esteatose hepática nos grupos tratados com as doses
de 1500 e 3000 mg/kg. As alterações comportamentais e fisiológicas encontradas nos animais, não
indicam necessariamente toxicidade, há necessidade dos parâmetros hematológicos e bioquímicos,
que estão sob avaliação e somente o conjunto dos resultados poderão indicar ou não toxicidade.

Apoio: UFMA; CAPES; CNPq; BNB

Palavras-chaves: Toxicidade, Própolis, Scaptotrigona sp., Abelhas sem ferrão

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POTENCIAL ANTIMICROBIANO
DE PRÓPOLIS BRASILEIRA VERDE,
PRETA E VERMELHA
Denise de Oliveira Scoaris¹, Tatiana Kelly Silva¹, Ana Carolina Peixoto Moreira², Esther Marga-
rida Alves Ferreira Bastos¹
¹ Laboratório de Recursos Vegetais e Opoterápicos/ Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento/
Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Minas Gerais; ² Graduanda em Ciências Biológicas,
Faculdade Pitágoras, Belo Horizonte, Minas Gerais
Rua Conde Pereira Carneiro, 80, Bairro Gameleira, CEP 30.510-010, Belo Horizonte, MG, Brasil
denise.scoaris@funed.mg.gov.br

Há hoje no cenário mundial vários fármacos largamente empregados na terapia antimicrobiana.


No entanto, em razão do aumento da resistência microbiana a múltiplas drogas, é crescente a pesquisa
por novas alternativas terapêuticas. A própolis está entre os produtos naturais mais estudados, sendo
reconhecida por suas propriedades antimicrobiana, antioxidante, antiinflamatória, imunomodulatória,
hipotensiva, cicatrizante, anestésica, anticâncer, anti-HIV e anticariogênica. Buscando estudar o po-
tencial antimicrobiano da própolis brasileira, foram analisadas 10 amostras, sendo 5 provenientes do
Estado da Bahia, de coloração vermelha e 5 provenientes do Estado de Minas Gerais, sendo 3 pretas
e 2 verdes. As amostras vermelhas foram testadas frente a duas espécies bacterianas de ocorrência
natural na pele e cavidade oral, Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Streptococcus mutans ATCC
25175 e as demais foram testadas apenas frente a S. aureus, utilizando a técnica de difusão em ágar.
Foram avaliados ainda os indicadores de qualidade: extrato seco, índice de oxidação, compostos
fenólicos e índice de flavonóides. A atividade antibacteriana frente a S. aureus foi positiva para 90%
das amostras testadas, na relação: vermelha < preta < verde. As amostras vermelhas apresentaram
também atividade antibacteriana positiva frente a S. mutans. A avaliação físico-química demonstrou
que todas as amostras com atividade antibacteriana se enquadram dentro dos parâmetros exigidos
pela legislação brasileira. Os resultados obtidos indicam a atividade antibacteriana de amostras de
própolis brasileiras, frente a microrganismos de importância clínica ocorrentes na pele e cavidade
oral. Estas amostras são potenciais matérias-primas para a formulação de novos agentes terapêuticos,
principalmente de uso tópico, de baixo custo e menor toxicidade do que os antimicrobianos emprega-
dos atualmente na dermatologia e odontologia.

Apoio: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG

Palavras-chaves: atividade antimicrobiana, própolis, Apis mellifera

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ESTUDO IN VITRO DA VIABILIDADE


DE ESPOROS DE Paenibacillus larvae
EXPOSTOS A DOSAGENS SUCESSIVAS
DE EXTRATO DE PRÓPOLIS VERDE
Esther Margarida Alves Ferreira Bastos¹*, Ademilson Espencer Egea Soares², Denise de Oliveira
Scoaris¹, Marla Spivak³
¹* Laboratório de Recursos Vegetais e Opoterápicos, Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento,
Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, MG, Brasil;
²Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto
Rua Conde Pereira Carneiro, 80, Bairro Gameleira, CEP 30.510-010, Belo Horizonte, MG, Brasil
embastos@funed.mg.gov.br

As abelhas estão continuamente expostas a vários microrganismos. Entre os patogênicos,


destaque se dá à bactéria esporulada Paenibacillus larvae, causadora da Cria Pútrida Americana. O
Brasil é um dos poucos países onde a doença não se desenvolve. O objetivo deste estudo foi avaliar a
viabilidade in vitro de esporos de Paenibacillus larvae CCT 4443 expostos a dosagens sucessivas de
Extrato Alcóolico de Própolis (EAP) verde, através de técnicas de observação micro e macroscópi-
cas. Foi preparada uma bateria de 9 erlenmeyers, com 3 contendo 48 ml de caldo BHI–T, 1 ml da
suspensão de esporos de P. larvae a 1 x 10E5 UFC/ ml e 1 ml (2% v/v) de EAP. A cada 24 horas,
foram adicionados a estes 1 ml de EAP + 1 ml de BHI-T. Foram utilizados 2 grupos controle, com
3 erlenmeyers/ grupo, contendo 48 ml de caldo BHI–T + 1 ml da suspensão de esporos. Ao controle
positivo, foi adicionado 1 ml de oxitetraciclina (5 mg/ ml) e ao controle negativo, 1 ml de álcool 70%.
Todos os tratamentos foram realizados em triplicata, incubados a 37° C, durante 11 dias e ao abrigo de
luz. Diariamente foram retiradas alíquotas de 1 ml, para avaliação dos aspectos morfotinturiais, pre-
sença de movimento browniano e observação de células viáveis em placas. Nas lâminas preparadas
para observação morfotinturial foi evidenciada ausência completa de formas vegetativas de P. larvae,
desde o primeiro dia de exposição a própolis. O movimento browniano foi observado durante todo
o experimento, com um espessamento gradativo do diâmetro do esporo detectado após o quinto dia
de exposição. O número de colônias viáveis em placas se manteve em 30 UFC/ ml, em média. Estes
resultados sugerem que o efeito bacteriostático da própolis frente a formas esporuladas de P. larvae é
semelhante ao obtido para a oxitetraciclina.

Apoio: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG

Palavras-chaves: Paenibacillus larvae, própolis, Apis mellifera

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
719

PRODUÇÃO DE GELÉIA REAL EM


COLÔNIAS RECRIAS DE ABELHAS
AFRICANIZADAS SUPLEMENTADAS
COM RAÇÕES ELABORADAS COM
ÓLEO DE LINHAÇA E PALMA
Vagner de Alencar Arnaut de Toledo*, Maria Josiane Sereia, Patrícia Faquinello, Fabiana Mar-
tins Costa-Maia, Ana Lúcia Paz Barateiro Stuchi, Antônio Cláudio Furlan
Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Zootecnia
Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil
vagner_abelha@yahoo.co.uk

A geléia real é uma substância rica em carboidratos, lipídeos, proteínas, minerais e vitaminas.
Para sua produção é necessária a suplementação da alimentação natural das abelhas garantindo a
síntese de proteínas e enzimas pelas glândulas mandibulares e hipofaringeanas das operárias jovens.
O objetivo foi avaliar a produção de geléia real em colônias de abelhas Apis mellifera africanizadas
suplementadas com ração formulada com óleo de linhaça e palma. Foram avaliadas 20 colônias
Apis mellifera africanizadas em sistema de recrias no período de janeiro a março de 2008. As fontes
de óleo consistiam na mistura de óleo de linhaça e de palma (RLP), óleo de linhaça (RLI) e outro
óleo de palma (RLP), sendo que no tratamento controle as colônias não consumiram ração. Foram
realizadas 30.000 transferências e 75 observações por tratamento. Houve diferença (P=0,0001) para
aceitação de larvas total, no sarrafo de cima, médio e superior para o tratamento RLP (63,45; 20,11;
21,12 e 22,23%) com relação ao tratamento RL (49,71; 16,56; 17,53 e 17,20%), RP (45,8; 14,91;
15,88 e 15,01%) e controle (49,60; 15,67; 16,63 e 15,61%), respectivamente. O total de geléia real
produzida foi superior (P=0,0001) no tratamento onde as colônias foram suplementadas com a ração
RLP (11,30g/colônia), seguido do tratamento RL (9,31g/colônia) e RP (8,40g/colônia), sendo estes
superiores ao tratamento controle (6,35g/colônia). Estes resultados mostram que a suplementação
com ração elaborada com a mistura de óleo de linhaça e palma aumentou a aceitação e a produção de
geléia real por colônia.

Apoio: CNPQ - 301943/2005-2

Palavras-chaves: Apis mellifera, geléia real, óleo de palma, óleo de linhaça, suplementação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
720

ANÁLISE MELISSOPALINOLÓGICA
DE AMOSTRAS DE MEL DE Apis mellifera
ORIUNDAS DA REGIÃO NORTE
DO ESTADO DO PIAUÍ
Ricardo Costa Rodrigues Camargo¹*, Alyne Freire de Melo², Leudimar Aires Pereira³,
Fábia de Mello Pereira¹, Maria Teresa do Rêgo Lopes¹
¹*Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Meio-Norte;
²Universidade Estadual do Piauí- UESPI;
³Universidade Federal do Piauí - UFPI
Av. Duque de Caxias, 5650, Bairro Buenos Aires, CEP: 64006-220, Teresina-PI
ricardo@ cpamn.embrapa.br

O pólen das flores coletado pelas abelhas é fundamental para o desenvolvimento da colônia, ao
ser utilizado na alimentação das larvas. Na colméia os grãos de pólen aglutinados pelas abelhas são
depositados nos alvéolos, nesse processo alguns grãos acabam impregnando o mel armazenado. De
acordo com Barth a presença de grãos de pólen no mel constitui importante indicador para a sua ori-
gem botânica e geográfica. A análise melissopalinólogica, por meio da análise quantitativa e qualitati-
va dos grãos de pólen encontrados nas amostras de mel pode ser utilizada como ferramenta para agre-
gação do mel in natura fornecendo informações de rotulagem referentes à sua origem botânica. Esse
trabalho teve como objetivo realizar análise melissopalinólogica para determinar a origem botânica
de sete amostras de mel oriundas de diferentes municípios da região norte piauiense (Esperantina, Pi-
racuruca, Pedro II, Lagoa de São Francisco, São João da Fronteira e Brasileira) colhidas em março de
2008. As análises foram realizadas no Laboratório de Controle de Qualidade dos Produtos Apícolas
da Embrapa Meio Norte, Teresina-PI. As lâminas foram confeccionadas em quadruplicata para cada
amostra de mel, de acordo com o método de LOUVEUX e analisadas com auxílio de microscopia
óptica em aumento de 40X, para contagem e identificação dos grãos pólens. Na totalidade foram
quantificados 4074 grãos de pólen, sendo que as famílias mais representadas foram Mimosaceae,
Anacardiaceae, Fabaceae, Euphorbiaceae, Rubiaceae e Caesalpiniaceae, respectivamente. Das sete
amostras analisadas cinco apresentaram a espécie Mimosa caesalpiniaefolia Benth (sabiá ou unha de
gato) como pólen dominante. A amostra do município de Esperantina apresentou o Hytis sp (bambur-
ral) e a do município de Piracuruca a Senna occidentalis (Caesalpiniaceae) como pólens dominantes.
Apesar das amostras terem sido enviadas com identificação de outra florada (marmeleiro), as análises
indicaram outro resultado, demonstrando a importância da técnica para auxiliar na devida identifica-
ção botânica dos méis.

Apoio: FINEP

Palavras-chaves: mel, pólen, melissopalinologia

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721

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICO-


QUÍMICOS E MICROBIOLÓGICOS DO
MEL DE Scaptotrigona (HYMENOPTERA,
APIDAE, APINAE) DO MUNICÍPIO DE LUIZ
ANTÔNIO, SÃO PAULO, BRASIL
Daniela Yumi Yamamoto, Ivan Paulo Akatsu*, Osmar Malaspina, Ademilson Espencer Egea
Soares
¹Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
akatsu@usp.br

Os méis de meliponíneos, abelhas sem ferrão, possuem características que os diferem do tradi-
cional mel de Apis mellifera, conferindo-lhes sabor marcadamente distinto. O objetivo do trabalho
foi realizar análises físico-químicas e microbiológicas de amostras de méis provenientes de colméias
de Scaptotrigona bipunctata e Scaptotrigona aff. depilis para averiguar a possibilidade de consumo
do mel destas espécies. As colméias estavam instaladas na Estação Experimental de Luíz Antônio,
SP. As análises microbiológicas consistiram em examinar a presença/ausência de bactérias e fungos e
leveduras através do método de contagem de placas; e a presença/ausência de coliformes totais e fe-
cais através do método do Número Mais Provável (NMP). Verificou-se ausência de coliformes totais
e fecais, e que a forma mais adequada de coleta do mel foi aquela em que houve o menor contato pos-
sível com o produto. As análises dos parâmetros físico-químicos seguiram a metodologia estabelecida
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, exceto a realização do índice de HMF, que
foi baseada no Official Methods of Analysis (AOAC). As análises físico-químicas indicaram que as
amostras analisadas se assemelham ao mel de Scaptotrigona mexicana e Scaptotrigona pectoralis
(VIT, MEDINA e ENRIQUEZ, 2004), e que estavam dentro dos parâmetros propostos por VILLAS-
BÔAS (2005). Os parâmetros físico-químicos e microbiológicos indicam condições favoráveis para o
consumo de mel de Scaptotrigona aff. depilis e Scaptotrigona bipunctata, obtidos através de manejo
semelhante aos usados no estudo.

Apoio: CNPq, CAPES

Palavras-chaves: Scaptotrigona, Mel, Meliponicultura, Físcio-químico, Microbiologia

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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722

ADULTERAÇÃO DE MEL VENDIDOS NAS


FEIRAS LIVRES DE BOA VISTA, RORAIMA
Silvio José Reis Da Silva*¹, Fabiola Cristina Gibson Alves², Juliana Patrícia Ribeiro Pereira¹,
Rosiclede Lôbo¹
¹*Museu Integrado de Roraima - MIRR / Fundação Estadual do Meio Ambiente Ciência e Tecnologia
de Roraima - FEMACT;
²Universidade Federal de Roraima, Capus do Paricarana
Av. Ville Roy, 4935, São Pedro CEP: 69306-040 - Boa Vista, Roraima, Brasil
silviojosereisdasilva@yahoo.com.br

A adulteração de mel é um dos crimes mais comum contra o consumidor. Muitas são as substan-
cias adicionadas ao mel, mas principalmente açúcares como sacarose e glicose. Em alguns casos a
adulteração é total, isto é, o produto é totalmente artificial, sem adição de mel. Em Roraima a produção
de “mel artificial” é considerável e concorre com o produto natural, principalmente nas feiras livres.
Com o objetivo de verificar o percentual de adulteração de mel de Apis mellifera em feiras livres de
Boa Vista, adquirimos 31 amostras de diversas feiras livres. De cada amostra foram separadas três
frações. Uma fração destinada para análise de Lund, que consiste na precipitação dos albuminóides
presentes no mel pelo ácido tânico. Outra fração foi destinada para a realização de análise polínica e
a terceira fração para análise sensorial. Das 31 amostras analisada 10 (32,2%) deram resultado positi-
vos e 21 (68,8%) deram resultado negativo para a reação de Lund. Na análise sensorial, realizada por
apicultores experientes, somente uma amostra foi considerada indeterminada, as demais resultados
coincidiram com os da reação de Lund. A análise polínica ainda não foi finalizada. Conclusão: Com
quase 70% das amostras de méis analisadas, provenientes de feiras livres de Boa Vista consideradas
adulteradas, fica o alerta para o consumidor e a recomendação para que evite consumir méis de fontes
duvidosas e que estejam colocados em frascos ou garrafas sem identificação. Um percentual tão alto
de adulteração é alarmante e exige providências imediatas por parte dos órgãos fiscalizadores.

Apoio: FEMACT- RR

Palavras-chaves: mel, Apis mellifera, adulteração, Roraima

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723

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
E QUÍMICOS DE PRÓPOLIS
DE Scaptotrigona sp. (TUBI)
Alexandre Michel Costa Nogueira¹, Richard Pereira Dutra¹, Bruno Vinícius de Barros Abreu¹,
Marisa Cristina Aranha Batista¹, Maria José Abigail Mendes Araújo²*, Maria Célia Pires Costa³,
Maria Nilce de Sousa Ribeiro¹
¹Laboratório de Farmacognosia; ²*Laboratório de Imunofisiologia, Universidade Federal do Ma-
ranhão; ³Departamento de Química e Biologia, Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, São
Luís - MA, Brasil
Avenida dos Portugueses, s/n, Campus do Bacanga, 65080-040, São Luís-MA, Brasil
abigailaraujo@yahoo.com.br

Própolis é um material multifuncional utilizado pelas abelhas na construção e na manutenção


de suas colméias, cuja composição química está relacionada à diversidade vegetal visitada pelas
abelhas. O trabalho objetivou analisar as características físico-químicas e químicas de própolis de
Scaptotrigona sp. (tubi), oriundas do município de Barra do Corda, região cerrado maranhense. As
amostras de própolis de Scaptotrigona sp. foram coletadas das colméias oriundas das localidades
de Cerâmica, Trizidela, Araticum e Tamarindo, município de Barra do Corda-MA, nos meses de
julho a outubro de 2007, as quais foram submetidas à análise sensorial e maceradas em etanol 70%
por 24h, à temperatura ambiente. As soluções extrativas concentradas em evaporador rotativo, para
obtenção dos extratos hidroalcoólicos, e submetidos à abordagem fitoquímica (compostos fenólicos,
triterpenos, alcalóides e esteróides), determinação dos teores de compostos fenólicos (reagente Folin-
Ciocalteu) e de flavonóides (cloreto de alumínio), medidos em espectrofotômetro de UV-Vis, usando
como padrão ácido gálico e quercetina respectivamente. Os perfis cromatográficos (cromatografia
em camada delgada) e espectrofotométricos (UV-Vis) foram determinados nos extratos. Os resulta-
dos demonstraram que a maioria das amostras de própolis de tubi apresentou odor resinoso, sabor
amargo e coloração marrom clara. Nos extratos hidroalcoólicos detectamos compostos fenólicos e
triterpênicos, mas ausência de alcalóides e esteróides. Os teores de fenólicos totais encontrados nos
extratos hidroalcoólicos de própolis de tubi foram de 9,40 a 13,53% enquanto os teores de ácidos
fenólicos variaram de 9,03 a 12,95%. Os teores de flavonóides variaram de 0,37 a 0,65%. As aná-
lises cromatográficas dos extratos hidroalcoólicos demonstram composição química equivalentes, e
as análises espectrofotométricas dos extratos hidroalcoólicos revelam que a maioria das substâncias
presente absorve na faixa de comprimento de onda 270 a 300 nm. Os resultados obtidos demonstram
parâmetros para caracterização da qualidade da própolis produzida no município de Barra da Corda-
MA.

Apoio: Banco do Nordeste; Banco da Amazônia; FAPEMA; CAPES

Palavras-chaves: Própolis, Compostos Fenólicos, Flavonóides, Scaptotrigona sp, Tubi

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724

EFEITO ANTIBACTERIANO DO EXTRATO


ETANÓLICO DA PRÓPOLIS SOBRE
BACTÉRIAS PATOGÊNICAS DE PEIXE
Eva Mônica Sarmento da Silva*, Nara Patrícia Cavalcanti Andrade, Ana Paula Soares dos San-
tos, Claudia Luiza Paes Barretto Villaça, Cristina Crewer da Costa, Mateus Matiuzzi da Costa
*Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF
Avenida Presidente Tancredo Neves, 100 – Centro – Petrolina, PE, Brasil
evasarmento@yahoo.com.br

As investigações sobre as propriedades antibióticas da própolis têm demonstrado uma eficiente


atividade bacteriostática e bactericida em relação aos diversos gêneros de bactérias gram positivas e
gram negativas. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito antimicrobiano do extrato etanólico da
própolis sobre 11 isolados patogênicos de peixes, sendo 06 Aeromonas spp, 01 Echerichia coli, 01
Micrococcus spp, 01 Pseudomonas spp, 01 Pleseomonas shigelloides e 01 Staphylococcus aureus.
Os isolados foram semeados em placas de petri, contendo ágar Muller Hinton e levados para estufa
a 37ºC por 24 h, após esse processo, foram colocadas em microtubos contendo 5ml do caldo (Muller
Hinton) e levadas a estufa por 8 h. A turvação do microtubo foi ajustada a escala 0,5 de Mac Farland.
Na seqüência, foi retirado 100µL desta suspensão e colocados em 9,9 ml do caldo, dos quais foi re-
tirado 10µL (5 x 104 UFC) e depositados nos microtubos contendo o caldo com: concentrações de
própolis (15%, 7,5%, 3,75%, 1,88% e 0,94%) e cinco concentrações de álcool etílico numa razão 2.
Os microtubos foram retirados da estufa após 24 h e semeadas novamente em placas de petri contendo
ágar Muller Hinton voltando para a estufa por mais 24 h, para determinação da Concentração Bacte-
ricida Mínima. Nos isolados Micrococcus spp S. aureus, P. shigelloides e 04 isolados de Aeromonas
spp foi verificada a Concentração Bactericida Mínima (CBM) de 0,94% para o extrato etanólico de
propólis. Para E. coli, 02 isolados de Aeromonas spp e Pseudomonas spp foram verificadas as mes-
mas CBM para o extrato etanólico de própolis, e para o controle de álcool, indicando a ausência de
atividade antimicrobiana da própolis para estes microrganismos. Os resultados obtidos demonstraram
o efeito inibitório da própolis, para alguns patógenos de peixes. Esta constatação indica seu potencial
de uso para tratamento e profilaxia de infecções bacterianas nestes animais.

Apoio: CNPq; FACEPE

Palavras-chaves: Própolis, Extrato, Bactérias, Antimicrobiano, Patogênico de peixe

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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725

IDENTIFICAÇÃO DA FLORA DOS MEÍS


ORIGINÁRIOS DAS ILHAS FLORESTA E
LARANJEIRA, MUNICÍPIO DE QUERÊNCIA
DO NORTE, PARANÁ, BRASIL
Eloi Machado Alves¹*, Cássia Mônica Sakuragui², Emi Rainildes Lorenzetti¹, Alethéia Alves da
Silva¹, Carolina Antunes Neves¹, Vagner Alencar Arnaut de Toledo¹, Augusta Carolina de C. C.
Moreti³, Luis Carlos Marchini³
¹Universidade Estadual de Maringá - UEM; ²Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ;
³Universidade de São Paulo - USP/ESALQ
Avenida Colômbo, 5790 UEM - PPZ, 87020-900 Maringá - PR, Brasil
eloi.abelha@gmail.com

O presente trabalho visou o conhecimento da diversidade vegetal nas ilhas Floresta e Laranjeira
contribuindo com o conhecimento da biodiversidade vegetal na área de preservação ambiental do alto
rio Paraná. Então, realizou-se a identificação botânica das espécies e a análise polínica dos méis para
que essas informações sejam utilizadas, principalmente, na determinação da origem floral do mel pro-
duzido nesta região. Realizaram-se coletas mensais no período de agosto de 2005 a agosto de 2006,
o material fértil da flora foi coletado e preparado de acordo com as técnicas usuais de herborização.
Sendo coletado um total de 521 amostras de plantas, destas, relacionamos 132 espécies de plantas,
distribuídas em 96 gêneros e 44 famílias. As famílias mais importantes em número de espécies foram
Asteraceae (19), Rubiaceae (10), Solanaceae (8) e Fabaceae (7). Os gêneros mais diversos foram:
Solanum com seis espécies, Ludwigia com cinco espécies e Vernonia, Mikania, Ipomoea e Croton
com três espécies de cada uma. Verificou-se, por meio da análise polínica do mel produzidos nas ilhas
estudadas, que as famílias Euphorbiaceae, Myrtaceae, Asteraceae, Polygonaceae foram as principais
fontes de néctar exploradas por Apis mellifera africanizada para a produção de mel orgânico. Por-
tanto, o conhecimento das plantas da área e sua participação na produção dos diferentes méis é vital
para o manejo tanto das populações de plantas quanto das abelhas.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Apis mellifera, flora, mel

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726

DESEMPENHO DE COLMÉIAS DE
Apis mellifera ALIMENTADAS COM
DIETAS ARTIFICIAIS PARA PRODUÇÃO
DE GELÉIA REAL
Regina Helena Nogueira Couto, Leomam Almeida Couto, Daniel Nicodemo*
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - UNESP
Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n. 14884-900. Jaboticabal - SP
nicodemo@fcav.unesp.br

As abelhas, para produzir geléia real, necessitam de uma dieta equilibrada que apresente quanti-
dades adequadas de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais. Em regiões de mon-
ocultura e outras com pasto apícola escasso, a produção se torna pequena e, as vezes, inviável devido
a deficiência nutricional das abelhas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho de colméias
alimentadas com dietas artificiais e pólen, no que refere-se a condição interna das colméias, consumo
de ração e aceitação de larvas transferidas para cúpulas. Foram utilizadas 12 colméias que apresenta-
vam coletor de pólen no alvado. Cada grupo de quatro colméias recebeu um tipo de ração. A primeira
ração (T1) era composta de pólen. A segunda (T2) apresentava 15% de farinha de soja texturizada e
85% de farelo de trigo e, a terceira (T3), era constituída de 13,8% de farelo de soja e 86,2% de farelo
de trigo. Em todas se acrescentou mel para que o alimento tivesse forma pastosa. A colocação de cole-
tor de alvado implicou em diminuição da área de cria e alimento das colméias. O consumo de ração
foi de 14,17±3,24; 12,8±3,10 e 14,17±2,84 g, respectivamente para T1, T2 e T3. Não houve diferença
entre os tratamentos no que diz respeito a aceitação das larvas transferidas. O ingrediente farelo de
soja proporcionou melhores resultados quando comparado a farinha de soja texturizada. A utilização
de dietas artificiais com farelos de soja e trigo viabiliza a produção de geléia real em locais nas quais
há falta de alimento para as abelhas.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: geléia real, dietas artificiais, farelo de soja, farelo de trigo, pólen

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
727

ANÁLISE SENSORIAL E INTENÇÃO DE


COMPRA DE LEITE DE
CABRA FERMENTADO COM Lactobacillus
acidophilus ENRIQUECIDO COM PÓLEN
E MEL DE ABELHAS AFRICANIZADAS,
MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE
João Nelson Melo Vasconcelos*, Júlio Otávio Portela Pereira, Masu Capistrano Camurça
Portela, Raimundo Sousa Maciel, Antonia Daiana Andrade Araújo, Paulo Roberto Costa Olivei-
ra, Wycisláudia Brandão Silva, Ana Roberta Araújo Silva
FATEC - Ceará
Avenida Dom José, 2456, Centro, Sobral, CE, 62.010-290
nelson_apis@yahoo.com.br

Os alimentos probióticos, ativam o sistema imunológico e regulam a flora intestinal, pois re-
sistem à passagem do trânsito gastrointestinal (FERREIRA,1998). Esse trabalho teve como objetivos
analisar sensorialmente e intenção de compra do novo produto potencialmente probiótico, de leite de
cabra fermentado com L. acidophilus sabor natural, enriquecido com mel e pólen apícola. As análises
procederam no laboratório de análise sensorial da FATEC Sobral- Ceará, durante o segundo semestre
de 2007. Foram selecionados 44 provadores não treinados, com faixa etária entre 19 e 45 anos de am-
bos os sexos, com hábito de consumir leite. A amostra foi distribuída em copos descartáveis de 50ml
sendo avaliada de acordo com a escala hedônica de 9 pontos (DUTUCOSKI, 1996), sendo analisados
os atributos produto de maneira geral, cor, textura, cheiro e sabor. O atributo cor obteve nota 6,46
(gostei ligeiramente), não havendo uma boa aceitação para este atributo, visto que a nota mínima para
aceitação é 7 (gostei regularmente); Para o cheiro 5,49 (indiferente); 6,25 para textura; e, 5,46 para
o produto de maneira geral. O fator citado como resultante da não aceitação do leite fermentado foi
o sabor amargo o que, segundo JR Notícias (2003) ocorre devido à presença do pólen. No entanto,
ao se analisar a intenção de compra observa-se que 30,23% dos provadores compraria o produto,
25,60% talvez compraria e 44,17% não compraria. Sendo a soma dos percentuais que comprariam o
produto com os que talvez comprassem superior a 55,83%. Conclui-se que: A não aceitabilidade do
leite fermentado pelos provadores deveu-se provavelmente ao hábito alimentar destes, a variação in-
trínseca existente no sabor do pólen, bem como ao desenvolvimento da formulação; O valor agregado
ao produto, pela adição de mel de abelhas e pólen apícola, alimentos reconhecidos com funcionais,
evidenciou a intenção de compra, condicionado a mudança de formulação.

Apoio: FUNCAP/EMBRAPA/IDETAGRO/Escola de Fábrica

Palavras-chaves: Análse Sensorial, Leite Fermentado, Pólen, Mel, Aceitação

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
728

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE LEITE DE


CABRA FERMENTADO COM Lactobacillus
acidophilus ENRIQUECIDO COM PÓLEN
E MEL DE ABELHAS AFRICANIZADAS,
MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE
João Nelson Melo Vasconcelos*, Júlio Otávio Portela Pereira, Masu Capistrano Camurça
Portela, Raimundo Sousa Maciel, Antonia Daiana Andrade Araújo, Clara Mítia de Paula,
Márcia Meneses Portela, Rafael Ricardo Dutra
FATEC - Ceará
Avenida Dom José, 2456, Centro, Sobral, CE, 62.010-290
nelson_apis@yahoo.com.br

Leites fermentados são os produtos resultantes da fermentação do leite pasteurizado ou esteril-


izado, por fermentos lácticos próprios. No caso do leite fermentado exclusivamente com Lactobacil-
lus acidophilus, é chamado de leite acidófilo (Brasil, 2000). A presente pesquisa foi realizada com
o objetivo de analisar as características físico-químicas do leite de cabra acidófilo, com a adição de
mel e pólen apícola. As análises de pH, densidade, acidez, umidade, extrato seco total e gordura
foram realizadas segundo LANARA (1981) e, a de lactose pelo método de Adolfo Lutz (2005). Estas
procederam no Laboratório de Biotecnologia da FATEC Sobral - Ceará, durante o segundo semestre
de 2007. O valor encontrado para o pH foi de 3,66, no entanto, o pH ótimo para sobrevivência do
L. acidophilus é de 3,9 a 5,8 o que mostra a necessidade de correção de pH para maior eficácia do
lactobacilo ao ser ingerido. A acidez foi de 1,1g de ácido láctico/100g estando de acordo com Brasil
(2000), que especifica os valores entre 0,6 a 2g. A umidade foi expressa em 77,7% e extrato seco total
22,3%, valores condizentes com Silveira (2007). Foram encontrados apenas 0,23% de lipídios, sendo
sugerida uma ação lipolítica do bacilo visto que o leite de cabra integral contém 2,88%, esta ação foi
confirmada por Faria et al( 2006), que utilizou o mesmo microrganismo com leite de búfala. E, para
lactose, foi encontrado um percentual de 2,27%, abaixo da média do valor encontrado em leites de
cabras de 4%, podendo ser usado para pacientes com parcial intolerância à lactose (Faria et al, 2006).
Conclui-se que: O leite de cabra fermentado apresentou importante caráter nutricional, com baixos
teores de gordura e lactose, e características probióticas; ii ) O leite fermentado em estudo mostrou-se
classificado como desnatado, o percentual de gordura inferior a 0,5%.

Apoio: FUNCAP/EMBRAPA/IDETAGRO/Escola de Fábrica

Palavras-chaves: Leite Fermentado, Pólen, Mel, Composição, Físico-química

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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729

ETNOCONHECIMENTO SOBRE A
IDENTIFICAÇÃO DO MEL DE ABELHA
PELOS MORADORES DO BAIRRO DO
LAGUINHO, MACAPÁ, AP, BRASIL
Eliane Rocha Rodrigues*¹ ², Daniel de Sá Cavalcante¹ ³, Lorena Oliveira de Souza¹ ³, Arley José
Silveira da Costa¹ ²
¹Núcleo de Estudos Científicos e Tecnológicos sobre Abelhas Regionais da Universidade Federal do
Amapá; ²Mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional; ³ UNIFAP
Rod. J.K., Km 02, UNIFAP, PROPESPG, NECTAR, Bloco I, Macapá-AP, 68902-280
erocharodrigues@yahoo.com.br

Etnonhecimento pode ser importante para a saúde ao difundir métodos de identificação de


produtos de consumo alimentício ou medicamentoso. O mel é um produto caro, mas sua adulteração
é fácil e de baixo custo, o que torna necessária sua identificação. Assim, o objetivo desse trabalho foi
descrever os conhecimentos sobre origem e métodos de identificação do mel entre os moradores do
bairro do Laguinho, Macapá-AP. Foram entrevistados 5 moradores entre 30 e 59 anos. Transcrições
das entrevistas semi-estruturadas foram depositadas no NECTAR/UNIFAP. O conhecimento sobre
mel de abelha é transmitido oralmente nas experiências cotidianas. Consumido por todos entrevista-
dos na forma alimentar, medicinal ou estética, o mel apresenta disponibilidade limitada no mercado e
é adquirido em pontos comerciais, com vendedores que vêm à porta ou sob encomenda, sendo esta a
forma mais comum. O mel de pontos comerciais é considerado caro e as vendas à porta são recusadas
pela crença na adulteração do mel. Os moradores avaliam aparência (cor, espumosidade, cristalização
e viscosidade), aroma e sabor do mel para efetuar a compra, mas desconhecem métodos eficazes de
identificação, assim, buscam assegurar a qualidade do mel adquirindo-o preferencialmente da zona
rural por encomenda antecipada.

Apoio: PROBIC/UNIFAP

Palavras-chaves: adulteração, conhecimento tradicional, morador urbano

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
730

ANÁLISE MELISSOPALINOLÓGICA DE
AMOSTRAS DE MEL DE ABELHAS NATIVAS
DE UMA PROPRIEDADE LOCALIZADA NA
ZONA RURAL DE TERESINA-PI
Alyne Freire de Melo¹, Ricardo Costa Rodrigues Camargo², Fábia de Mello Pereira²,
Maria Teresa do Rêgo Lopes², Leudimar Aires Pereira³
¹* Universidade Estadual do Piauí – UESPI;
²Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Meio-Norte;
³Universidade Federal do Piauí - UFPI
Av. Duque de Caxias, 5650, Bairro Buenos Aires, CEP: 64006-220, Teresina-PI
alynezinha.freire@hotmail.com

As Abelhas são importantes polinizadores das regiões tropicais, executam uma importante
função na perpetuação das florestas e da biodiversidade, como polinizadores e integrantes da ca-
deia alimentar, estando relacionadas diretamente com a manutenção dos diversos ecossistemas por
existir um processo evolutivo associado e dependente entre abelhas e plantas. A presença de grãos
de pólen no mel constitui importante indicador para a sua origem botânica e geográfica. Como fer-
ramenta de agregação do mel in natura pode-se proceder à análise melissopalinólogica por meio da
análise quantitativa e qualitativa dos grãos de pólen encontrados nas amostras de mel objetivo deste
trabalho. Foram realizadas análises melissopalinológicas de quatro amostras de mel de Abelhas do
Gênero Melipona coletadas na Usina Santana na zona rural de Teresina-PI. As lâminas foram con-
feccionadas em quadruplicata para cada amostra de mel, de acordo com o método de LOUVEUX e
analisadas com auxílio de microscopia óptica em aumento de 40X, para contagem e identificação dos
grãos pólens. Na amostra 1 foram quantificados 1401 grãos de pólen representando as famílias Mi-
mosaceae como pólen dominante, Fabaceae e Anacadiaceae como pólen acessório e Caesalpiniaceae
e Turneraceae como pólen ocasional respectivamente. Na amostra 2 foram quantificados 942 grãos de
pólen representando a família Fabaceae como pólen dominante, Anacadiaceae como pólen acessório
e Mimosaceae, Polygonaceae e Caesalpiniaceae como pólen ocasional respectivamente. Na amostra
3 foram quantificados 1283 grãos de pólen representando a família Fabaceae como pólen dominante,
Anacadiaceae Mimosaceae como pólen acessório e Caesalpiniaceae e Turneraceae como pólen oca-
sional respectivamente. Na amostra 4 foram quantificados 587 grãos de pólen representando a família
Mimosaceae como pólen dominante e Caesalpiniaceae, Fabaceae , Anacardiaceae , Turneraceae e
Virtaceae como grãos de pólen ocasionais respectivamente. Constatou-se tratar de mel polifloral, sen-
do que as amostras apresentaram grande riqueza em tipos polínicos de variadas espécies vegetais.
Apoio: Finep

Palavras-chaves: pólen, melissopalinologia, abelha nativa, Melipona, mel

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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731

SISTEMÁTICA E BIOGEOGRAFIA DE ABELHAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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732

ABELHAS DE RORAIMA. POR QUE TANTAS


ESPÉCIES EM TÃO POUCO ESPAÇO?
Marcio Luiz de Oliveira¹*, Sílvio José dos Reis Silva², Marcone C. Silva³, Ana Cláudia O.
Araújo¹, Maria Ivonei Albuquerque¹, Sheila F. Tavares².
¹Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Pesquisas em Entomologia.
mlolivei@inpa.gov.br.
²Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia de Roraima/Museu Integrado de Roraima.
³Secretaria de Educação, Cultura e Desporto
Av. André Araújo 2936. Bairro Petrópolis. Caixa postal 478. Manaus. AM. Brasil 69011-970.
mlolivei@inpa.gov.br

A maioria dos trabalhos desenvolvidos com abelhas na região amazônica tem se concentrado,
em termos geográficos, aos principais rios e arredores das capitais. Ao mesmo tempo, existem coleções
de abelhas em algumas instituições sediadas na região que poderiam melhorar esse quadro, mas que
nem sempre têm sido aproveitadas. Neste trabalho procuramos fazer um levantamento das espécies e
da distribuição geográfica de abelhas sem ferrão (Meliponina) e abelhas das orquídeas (Euglossina)
existentes em Roraima, tendo por base as coleções do Museu Integrado de Roraima (MIRR), em Boa
Vista, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus. Também foram incluí-
dos exemplares coletados mais recentemente pelos autores. Foram registradas 65 espécies de abelhas
das orquídeas, incluindo um novo registro para o Brasil e dois para Roraima, além de 49 espécies
de abelhas sem ferrão, sendo 21 novos registros para o Estado. As espécies do gênero Scaptotrigona
não puderam ser incluídas porque estavam emprestadas para estudos taxonômicos. A explicação para
tamanha riqueza de abelhas em um Estado relativamente pequeno como Roraima talvez possa ser
atribuída ao mosaico de ambientes que o tornam único na Amazônia, podendo ser encontrados desde
florestas amazônicas com sua variantes, até campos e pantanais, além de uma grande variação de
relevo. Os dados obtidos nas duas coleções estudadas revelam que a cobertura geográfica em Ro-
raima ainda é bastante precária, pois, que a maioria das localidades amostradas estão concentradas
em torno dos dois eixos principais que o cortam no sentido norte-sul que são o rio Branco e a rodovia
BR 174. Por outro lado, extensas áreas do Estado ainda continuam sem poder serem amostradas pois
constituem áreas indígenas, as quais apresentam uma série de obstáculos burocráticos e políticos a
essa tarefa.

Apoio: MCT/Inpa/PPI no. 05.51. FEMACT/MIRR.

Palavras-chaves: Apidae, Euglossina, Meliponina, abelhas das orquídeas, abelhas sem ferrão

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
733

AVANÇOS RECENTES NA
SISTEMÁTICA E TAXONOMIA DE
AUGOCHLORINI (HALICTINAE)
Rodrigo B. Gonçalves
Museu de Zoologia da USP
Av. Nazare, 481, CEP 04263-000, Sao Paulo, SP, Brasil
rbg@usp.br

Augochlorini é um grupo monofilético que possui cerca de 520 espécies descritas e tem dis-
tribuição predominantemente Neotropical, com espécies derivadas chegando à região Neártica. Desde
a última revisão genérica um novo gênero foi descrito e sete gêneros foram ou estão sendo revisados,
adicionando ao menos 30 espécies para a tribo. Trabalhos taxonômicos e catalográficos recentes
discordam em parte da última proposição revisionária, sugerindo que a taxonomia do grupo ainda
não está estabilizada. Existem duas hipóteses filogenéticas baseadas em dados morfológicos para o
relacionamento dos táxons em nível de gênero. As topologias dessas hipóteses são parcialmente con-
clusivas e conflitantes (apenas dois grupos de gêneros corroborados). Além disso é notável o elevado
grau de homoplasia nos cladogramas, quando comparado com o grau obtido naqueles de outras tribos
de abelhas, medida dada pelo índice de retenção. Como tema de tese de doutoramento, objetiva-se
testar as duas hipóteses disponíveis através da reanálise dos dados morfológicos já levantados e da
proposição de nova hipótese baseada em dados moleculares. Para a primeira análise, as matrizes dos
dois estudos foram compiladas integralmente e submetidas à busca das árvores mais parcimoniosas
utilizando os parâmetros originais. Na segunda etapa foram modificadas a ordenação e a pesagem dos
caracteres e variados os parâmetros de busca nas matrizes. As topologias resultantes foram as mesmas
ou menos resolvidas do que nos cladogramas originais e o índíce de retenção foi o mesmo em todas
as análises. Isto sugere uma forte estruturação das matrizes originais e um baixo poder explicativo
de hipóteses baseadas em caracteres morfológicos. A segunda análise, em andamento, visa gerar uma
hipótese de relacionamento entre os gêneros de Augochlorini empregando, pela primeira vez, carac-
teres moleculares. Para tanto, três genes nucleares de cópia única serão analisados. Por fim, os dados
moleculares serão também integrados a dados morfológicos em uma análise combinada.

Apoio: FAPESP

Palavras-chaves: Halictidae, Filogenia, Taxonomia, Neotropical, Sistemática

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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734

COMPARAÇÃO GENÉTICA ENTRE


DIFERENTES ESPÉCIES DE
Euglossa (HYMENOPTERA: APIDAE:
EUGLOSSINI) BASEADA EM
MARCADORES MOLECULARES
Giangarelli, D.C., Freiria, G.A., Colatrelli, O.P., Suzuki, K.M., S.C. Augusto., Sofia, S.H.
¹*Departamento de Biologia, CCB.
²Universidade Estadual de Londrina
Rodovia Celso Garcia Cid, Pr 445 km 380, Campus Universitário
dgiangarelli@hotmail.com

Dentre as abelhas Euglossini, Euglossa é o gênero que apresenta a maior diversidade de espécies
(aproximadamente 104), distribuídas em seis subgêneros. Abelhas deste gênero apresentam tamanho
de pequeno a médio e tegumento metálico. Até o presente, ainda são poucos os estudos empregando
marcadores moleculares na investigação das relações genéticas de diferentes espécies e subgêneros
de Euglossa. Neste trabalho, marcadores PCR-RFLP e RAPD foram utilizados na investigação das
relações genéticas de machos de 12 espécies de Euglossa (melanotricha, pleosticta, truncata, corda-
ta, fimbriata, securigera, despecta, analis, cognata, imperialis, annectans e sapphirina), membros de
3 subgêneros e 6 grupos distintos. Operárias de Apis mellifera e Melipona quadrisfaciata e machos de
Eulaema nigrita e Eufriesea violacea foram empregados como grupos externos. Foram utilizados seis
primers de RAPD, que produziram 289 locos. As análises de PCR-RFLP envolveram as regiões 16S,
COI e COI-COII do mtDNA, cortadas com as endonucleases AseI, SspI e DraI, resultando em 99
fragmentos de restrição. Foram identificados 28 haplótipos distintos. Com base nos perfis eletroforé-
ticos, na maioria dos casos, os dois tipos de marcadores foram capazes de discriminar as diferentes
espécies analisadas entre si. A. mellifera e M. quadrifasciata, seguidas por E. nigrita e E. violacea,
apareceram na parte basal dos dendrogramas de similaridade genética. Em um dendrograma gerado
a partir de marcadores RAPD os maiores valores de bootstrap foram detectados entre os seguintes
pares de espécies: 1)E. truncata + E. pleosticta; 2)E. cordata + E. fimbriata; 3)E. melanotricha +
E. despecta; cada par compartilhando do mesmo subgênero e grupo de espécies. Os dados de PCR-
RFLP resultaram em um dendrograma no qual E. cordata aparece como grupo-irmão de E. pleosticta
+ E. truncata; agrupamento este pouco provável, apesar do valor de bootstrap de 70.7%. Análises
futuras envolvendo outras regiões mitocondriais devem contribuir para um maior entendimento das
relações genéticas entre as espécies estudadas.

Apoio: Fundação Araucária, FBPN, CNPq, PROPPG-UEL, Klabin S.A.

Palavras-chaves: Abelhas, Euglossini, Euglossa, PCR-RFLP, RAPD

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735

A APIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL DO


ITACOLOMI, OURO PRETO, MG
William de Oliveira Sabino *, Ríudo de Paiva Ferreira, Yasmine Antonini.
Universidade Federal de Ouro Preto, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Departamento de
Ciências Biológicas, Laboratório de Biodiversidade.
sabinoufop@yahoo.com.br

Aproximadamente 3000 espécies de abelhas são encontradas no Brasil. Com o intuito de con-
hecer um pouco mais sobre essa diversidade, o presente trabalho teve como objetivo principal inven-
tariar a apifauna da região do Parque Estadual do Itacolomi (PEIT), em três paisagens distintas: uma
área de mata fechada, uma área mais aberta e outra de mata de altitude. As coletas foram quinzenais,
sendo que em cada local foi traçado um quadrante de 50X10m. Um total de 407 indivíduos de 54
espécies, 25 gêneros, e 5 famílias foi coletado. 380 indivíduos foram coletados na área mais aberta, 5
indivíduos na área de mata fechada e 22 indivíduos na mata de altitude. Apenas 2 espécies ocorreram
nos três locais, 84,7% apenas na área mais aberta, 1,7% apenas na mata de altitude, e nenhuma foi
exclusiva da área de mata fechada. O baixo número de abelhas registrado neste local provavelmente
deve-se ao elevado porte das árvores, dificultando a metodologia de coleta. As maiores coletas foram
registradas nos meses de Setembro a Novembro, com 46,3% do total de abelhas. Apidae foi a família
mais coletada, correspondendo a 83,0% do total. Bombus atratus, com 66 indivíduos, foi a espécie
mais abundante dentre as nativas. As plantas visitadas correspondem a 29 espécies, perfazendo um
total de 13 famílias, sendo Asteraceae a mais visitada, com um total de 183 abelhas coletadas. O PEIT
apresenta um grande potencial em relação à comunidade de abelhas por apresentar uma grande het-
erogeneidade ambiental oferecendo os recursos necessários para as abelhas construírem seus ninhos
e alimentarem a prole.

Apoio:

Palavras-chaves: Apifauna, Sazonalidade, Inventário, Ouro Preto, PEIT

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736

ABELHAS MELIPONINA
(HYMENOPTERA, APIDAE) DA REGIÃO
CENTRO-OESTE DO AMAPÁ
Richardson Ferreira Frazão*, Arley José Silveira da Costa
Mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional, Universidade Federal do Amapá; Núcleo de
Estudos Científicos e Tecnológicos sobre Abelhas Regionais, Universidade Federal do Amapá.
Rod. Juscelino Kubitschek, KM-02 - Jardim Marco Zero - CEP 68.902-280 - Macapá - AP - Brasil
ric_frazoni@yahoo.com.br

O Amapá possui 72% de sua área em terras indígenas e Unidades de Conservação, mas o cen-
tro-oeste do estado enfrenta pressão de empresas de mineração e madeireiras, assentamentos agríco-
las e pecuária. Comunidades de abelhas, em especial meliponíneos, são importantes na compreensão
da biogeografia e de interferências antrópicas. Objetivo deste trabalho foi identificar a diversidade
dos meliponíneos da região centro-oeste do Amapá. A área de estudo compreende assentamentos
agrícolas no entorno do PARNA Tumucumaque entre os municípios de Pedra Branca do Amaparí
e Serra do Navio. Abelhas foram coletadas aleatoriamente na vegetação à beira de ramais, vicinais,
rodovias e em ninhos encontrados. Coletas ocorreram de 08:00h às 17:00h entre set-dez/2005. Os
espécimes foram coletados e enviados ao NECTAR para identificação e armazenagem. A riqueza foi
dada por Frieseomelitta aff. trichocerata, F. flavicornis; Melipona captiosa; M. compressipes; M.
fuliginosa; M. fulva; M. lateralis; M. parensis; Nanotrigona punctata; Partamona ferreirai; P. vicina;
Ptilotrigona lurida; Scaura gr. latitarsis; Tetragona gr. clavipes; Trigona cilipes; T. dallatorreana;
T. fulviventris; T. pallens e T. williana. O reduzido número de espécies de meliponíneos encontradas,
comparado ao de outros estudos na Amazônia, pode ser um indício do impacto da antropização na
região Centro-Oeste do Amapá.

Apoio: Cooperação Técnica Alemã - GTZ

Palavras-chaves: Meliponíneos, Antropização, Unidades de conservação, Biodiversidade,


Amazônia

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737

REVISÃO DAS ESPÉCIES DE Hylaeus


FABRICIUS, 1793 (HYMENOPTERA,
COLLETIDAE) PRESENTES NO ESTADO DE
MINAS GERAIS, BRASIL
Rodolfo César Costa Arantes*, Fernando Amaral da Silveira
Departamento de Zoologia, Instituto de Ciências Biológicas - UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha - Belo Horizonte - MG
rodolfo2885@yahoo.com.br

O gênero Hylaeus Fabricius, 1793 reúne abelhas pequenas e esguias e é o único gênero da
subfamília Hylaeinae que ocorre em todos os continentes do mundo. Diferentemente da maioria das
abelhas, as fêmeas de Hylaeus não possuem aparato externo para o transporte de pólen, que é levado
para o ninho no papo. No Brasil são reconhecidas 20 espécies, nenhuma das quais foi registrada em
Minas Gerais (MG). Porém, apenas na coleção taxonômica da UFMG existem 93 exemplares coleta-
dos nesse estado. Um trabalho minucioso vem sendo feito para investigar quais espécies de Hylaeus
ocorrem em MG e, para isso, cerca de sessenta caracteres morfológicos vêm sendo analisados, além
da distribuição geográfica destas abelhas. Foram examinados os exemplares do acervo da UFMG e
serão feitos estudos em indivíduos de outras coleções taxonômicas. Vinte e seis morfoespécies foram
reconhecidas até o momento, dezesseis das quais tem se tentado identificar com o auxílio da única
chave taxonômica disponível para as espécies neotropicais do gênero (Moure, J.S. 1960. Bol. Mus.
Par. Emilio Goeldi 27), o restante continua sem nome e será comparado com os holótipos de espécies
descritas, em busca da correta identificação ou da descrição de novas espécies.

Apoio: ProGrad - UFMG

Palavras-chaves: Abelhas, Hylaeus, Colletidae, Taxonomia, Minas Gerais

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738

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS DO
GÊNERO Megalopta SMITH 1853
(APIDAE: HALICTINAE)
Leandro Mattos Santos¹*, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo¹, Fernando A. Silveira²
¹ Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera, Departamento de Zoologia, Universidade
Federal do Paraná;
²Laboratório de Sistemática e Ecologia de Abelhas, Departamento de Zoologia, Universidade Federal
de Minas Gerais
megalopta@gmail.com

O gênero neotropical Megalopta encontra-se distribuído do México até o norte da Argentina,


com 27 espécies descritas, constituindo o grupo mais diverso de abelhas noturnas. A taxonomia do
grupo é considerada confusa por muitos. Portanto, uma revisão das espécies brasileiras encontra-se
em fase inicial e dados preliminares serão apresentados. Novas informações sobre a distribuição
geográfica das espécies brasileiras foram obtidas de material de coleções entomológicas das seguintes
instituições: UFMG, UFPR, UFV, MZUSP e UFRJ. A identificação das espécies foi feita pela com-
paração com os tipos de espécies descritas por Vachal, depositados no Museu de História Natural de
Paris, os de Friese, depositados no Museu de Zoologia da Universidade de Humboldt em Berlim ,
pela redescrição de Megalopta genalis feita por Schwarz e por comparação com espécimens identifi-
cados anteriormente como M. amoena pelo Pe. Moure, depositados na UFPR. Novos registros, tanto
de espécies como de distribuição, aparecem no texto em negrito. Os resultados parciais mostram que
no Brasil, onze espécies de Megalopta estão presentes nos seguintes estados: aegis (Vachal, 1904)
[AL, DF, GO, MG, SP, TO,], aeneicollis Friese, 1926 [MA, MT, PA, RO], amoena (Spinola, 1851)
[AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MT, PA, RJ, RO, RR, SP], cuprea Friese, 1911 [AM],
fornix(Vachal, 1904) [AC, MA, MT, PA, RO], genalis Meade-Waldo, 1916 [AM], lecointei Friese,
1926 [PA], opacicollis Friese, 1926 [AM], purpurata Smith, 1879 [AM], sodalis (Vachal, 1904) [BA,
ES, GO, PR, RJ, SC, SP], sulciventris Friese, 1926 [ES, PI].

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Abelhas noturnas, Megalopta, Halictinae, Taxonomia, Biogeografia

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739

FILOGENIA E EVOLUÇÃO DO
POLIMORFISMO CEFÁLICO EM
Rhinocorynura SCHROTTKY
(HALICTINAE, AUGOCHLORINI)
Rodrigo B. Gonçalves, Gabriel A. R. Melo
Museu de Zoologia da USP; Departamento de Zoologia da UFPR
Av. Nazaré, 481, 04263-000, São Paulo, SP
goncalvesrb@yahoo.com.br

Rhinocorynura é um gênero monofilético restrito à América do Sul. Dentre suas espécies ap-
enas R. inflaticeps foi estudada com mais detalhe, tendo seu ninho descrito e reconhecido o poli-
morfismo cefálico nas fêmeas atrelado ao comportamento parasocial. Este polimorfismo envolve uma
diferenciação no tamanho corporal, nas proporções estruturais da cabeça e na morfologia do clípeo.
Como parte de um estudo mais amplo da filogenia da tribo Augochlorini pelo autor sênior, o gênero
Rhinocorynura está sendo revisado e a morfologia das espécies sendo analisada utilizando técnicas
morfométricas. Até o momento, 345 espécimes foram analisados revelando oito espécies, quatro
delas novas, cujas relações filogenéticas com base em caracteres morfológicos são (R. crotonis ((R.
sp.1 + R. sp.2) ((R. briseis + R. darwini + R. sp.3) (R. inflaticeps + R. sp.4)))). Todas as espécies apre-
sentam variação de tamanho e nas proporções estruturais da cabeça, porém a diferenciação na morfo-
logia do clípeo surgiu na linhagem ancestral originária do clado R. inflaticeps e R. sp.4. Para melhor
compreender essa variação foi utilizada uma análise morfométrica, em que medidas de 11 distâncias
da cabeça, de 16 exemplares de cada espécie, foram submetidas a análise de componentes principais.
Para R. inflaticeps, R. sp.4 e em menor grau R. sp.1, os dois primeiros componentes mostram duas nu-
vens de pontos (representando os indivíduos) indicando um possível dimorfismo, enquanto que para
as demais espécies os pontos apresentam-se mais coesos indicando variação contínua. Ainda é pos-
sível visualizar uma maior dispersão pontual entre as fêmeas maiores do que entre fêmeas menores.
Todas as medidas estão correlacionadas com o primeiro componente indicando uma forte influência
do tamanho. As variáveis mais correlacionadas com o segundo componente foram quilha mandibular,
área supraclipeal, e fronte. Estes dados corroboram a hipótese do surgimento de dimorfismo a partir
de variações polimórficas.

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Palavras-chaves: taxonomia, neotropical, morfometria, polimorfismo, filogenia

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
740

PHYLOGENETIC RELATIONSHIPS
AMONG SPECIES OF GENUS Scaura
(HYMENOPTERA: MELIPONINI)
INFERRED FROM MTDNA SEQUENCES
Alayne Magalhães Trindade Domingues¹*, Sidnei Mateus², Maria Cristina Arias¹
¹Universidade de São Paulo – USP;
²Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
Rua do Matão, Nº 277 / Sala 320, 05508-090, São Paulo, Brasil
alaynedomingues@usp.br

The genus Scaura contains species of stingless bees of small size and dark color pattern. The
group presents variation in the nesting behavior including several types of cavities as tree hollows or
within active termite nests. Currently, four species are recognized: Scaura latitarsis, S. atlantica, S.
longula e S. tenuis. This genus is of particular interest in terms of taxonomy and phylogenetic rela-
tionships. However all the literature are based on morphology and behavior data. The present work
aim at to establish the pattern phylogenetic in the genus Scaura by using molecular approaches as a
new contribution to this bee group. Samples were collected from nests in different regions of Brazil.
Five mitochondrial genes (12S, 16S, CO I, CO II and Cyt b) were amplified and sequenced for Scaura
species and Schwarzula timida and Schwarziana quadripunctata (outgroups). Phylogenetic relation-
ships among the included taxa were inferred using neighbor-joining and maximum parsimony meth-
ods. The results show high A+T content. The tree obtain allowed discrimination of species closely
related, making part the same monophyletic group. Further studies using more molecular techniques
will contribute to a better understanding of the mechanisms involved in the evolution and to contrib-
ute to the correct taxonomic classification of the genus.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Phylogenetic, Scaura, mtDNA, sequences, Meliponini

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Ribeirão Preto - SP, Brasil
741

FIRST RECORD OF OBLIGATORY


CLEPTOPARASITISM IN ANDRENINE BEES
(HYMENOPTERA, APIDAE)
Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Kelli dos Santos Ramos*
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Departamento de Zoologia, Caixa Postal 19020, 81531-980, Curitiba, Brazil
kellisramos@yahoo.com.br

Obligatory cleptoparasitism has evolved several times independently among bees, and only two
large groups lacked known cases, the Andreninae and the Mellitinae. Here we present the first known
case of obligatory cleptoparasitism in the Andreninae. The new species, known from two females
collected in malaise trap in Morretes, Paraná, Brazil, possesses numerous morphological features
associated with obligatory cleptoparasistism, such as complete reduction of the pollen collecting
apparatus, strong and deep integument punctation, mid femur with rounded lower margin, tergum 5
elongate and lacking a pre-pygidial fimbria. The pygidial and basitibial plates, however, are relatively
well developed, indicating that change to obligatory parasitism evolved only recently in the lineage
history. The species also exhibits additional features usually associated with males: labral plate with a
deep emargination along the distal border, simple mandibles, short 1st flagellomere, yellow maculae
on the clypeus and lower parocular area, facial foveae and lateral foveae of tergum 2 reduced, and a
glabrous basitibial plate. Although the placement of the new species in Protandrenini is unproblem-
atic, its position within the tribe remains obscure due to the morphological changes associated with
cleptoparasitism, as well as due to lack of conspecific males. Among the current lineages of Protan-
drenini, proximity with Rhophitulus is supported by the presence of two submarginal cells in the
forewing and possession of a microsculptured hairy metapostnotum. The generic classification of the
tribe, however, is quite precarious, with genera delimited too broadly and likely to represent poly- and
paraphyletic assemblages. Therefore, further studies into the tribe’s phylogeny are required to better
understand the position of this new parasitic lineage.

Apoio: CAPES

Palavras-chaves: Andreninae, Neotropical, New species, Protandrenini, South America

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
742

DIFERENCIAÇÃO DE 24 SUBESPÉCIES
DE Apis mellifera POR TÉCNICA DE
MORFOMETRIA GEOMÉTRICA
Marina Lopes Grassi*, Vanessa de Andrade Bugalho, Tiago Mauricio Francoy, Lionel Segui
Gonçalves
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Avenida Bandeirantes 3900, 14040-901 Ribeirão Preto, Brasil
marinalg@usp.br

Devido a sua ampla distribuição geográfica as abelhas Apis mellifera apresentam inúmeras di-
ferenciações comportamentais e ecológicas, que as possibilitam habitar os mais variados ambientes.
Uma diversificada gama de técnicas já foram desenvolvidas para possibilitar a diferenciação destas
subspécies, porém, muitas são demoradas e dispendiosas. Buscando a melhora neste processo e a
diferenciação das subespécies de Apis mellifera , decidimos aplicar a técnica de morfometria geomé-
trica, mediante a utilização de pacotes de softwares disponiveis na internet, para a análise quanto a
geometria do formato das nervuras das asas. Foram utilizadas 24 subespécies de Apis mellifera que
dispomos para estudo morfométrico foram previamente montadas entre duas lâminas de microscopia,
fotografadas com câmera digital acoplada a um estereomicroscópio e armazenadas de modo digital.
Após a realização das análises discriminantes, das 34 deformações relativas geradas, 32 contribuiram
significantemente (p<0.05) para a discriminação dos grupos (Wilk’s λ = 0,00000001; p = 0,0000001)
com a distinção correta de 94% das amostras dentro do seu respectivo grupo. Os testes de validação
cruzada, de acordo com as equações geradas a partir das análises discriminantes, apresentaram êxito
de 70,7% de acerto na classificação das asas como pertencentes aos seus respectivos grupos, sendo
que a maior parte dos indivíduos foram classificados entre 99% a 100% de probabilidade de classifi-
cação dentro de seus grupos. Com base nos resultados obtidos consideramos ser esta técnica de muita
utilidade nos trabalhos envolvendo morfometria de abelhas pela sua praticidade na identificação e
classificação de abelhas . Por outro lado, trata-se de um método rápido e pouco dispendioso, uma vez
que a morfometria das asas permite, em apenas um dia, a identificação das abelhas de várias colméias,
diferentemente das técnicas tradicionais que requerem muito mais tempo.

Apoio: CAPES e CNPq

Palavras-chaves: Apis mellifera, Asas, Morfometria, subespécies

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


Ribeirão Preto - SP, Brasil
743

NOTES ON THE BEE GENUS Centris: TAXONOMY,


DIAGNOSIS AND GEOGRAPHIC DISTRIBUTION
OF THE SPECIES OF THE GROUP “hyptidis”
(HYMENOPTERA: APIDAE: CENTRIDINI)
Felipe Rodrigo Vivallo Martínez¹-², Gabriel Augusto Rodrigues de Melo²
¹Pontificia Universidad Católica de Valparaíso-Chile;
²Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR UFPR
Área de Concentração em Entomologia, Universidade Federal do Paraná, caixa postal 19020;
CEP 81531-980, Curitiba, Paraná, Brasil fvivallo@yahoo.com

The group “hyptidis” is a small ensemble of bees distributed in relatively dry areas in northeastern
and central Brazil and northeastern Argentina, associated mainly with flowers of Scrophulariaceae as oil
source. This group is formed by the species Centris hyptidis Ducke, distributed in the Brazilian Caatinga
(States of Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Tocantins, Goiás and Minas Gerais),
C. hyptidoides Roig-Alsina in the Chaco (Brazil: Mato Grosso do Sul; Argentina: Formosa), and a previ-
ously unknown species distributed in central Brazil (Goiás). The females of the group “hyptidis” present a
unique morphological character within the genus: the almost complete reduction of the secondary comb of
the elaiospathes of fore basitarsi, which are covered externally with abundant setae of flattened apex, used
to grasp the epithelial elaiophores, especially of flowers of the genus Angelonia. The males have the scape
and 1st flagellomere subequal in length and the long and abundant pilosity in the lateral areas of sternum
5 form a semicircular comb. A basal laminar projection in the fore and mid trochanters is a feature present
in both sexes. These characters suggest that the group is a monophyletic unit, despite the uncertainties as
regards the relationships with other groups of species (or subgenera). In the literature it is possible to find
the group “hyptidis” included in the subgenera Centris s. str., Paracentris, Ptilocentris, Ptilotopus, and
Wagenknechtia. Unfortunately, there is no published study that strongly supports the relationships of the
group with any of the subgenera mentioned above. Some morphological characters, however, suggest that
it belongs to an independent lineage, probably close to Wagenknechtia, with which it shares some morpho-
logical characters, especially of females. The females of Centris hyptidis and C. hyptidoides can be identi-
fied by the secondary posterior giant setae placed beside the primary anterior comb of fore elaiospathes
(present in C. hyptidoides, absent in C. hyptidis), the length of forelegs (elongated in C. hyptidis, normal
in C. hyptidoides) and by the pubescence of tergum 4 (yellow in C. hyptidoides, black in C. hyptidis). The
males of these species are very difficult to distinguish, being the band of yellow pilosity of tergum 1 (inter-
rupted in the middle in C. hyptidis, uninterrupted in C. hyptidoides) and the length of the 1st flagellomere
reliable distinguishing features. On the other hand, the male and the female of the new species are easily
recognized by the bands of orange pilosity of the metasoma, the yellowish pubescence of hind legs and the
triangular black spot on the clypeus present in both sexes.

Apoio: CNPq

Palavras-chaves: Centris hyptidis, Centris hyptidoides, Centridini, Apidae, oil-collecting bees

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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744

USO SUSTENTÁVEL DE ABELHAS

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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745

MELIPONICULTURA E GERAÇÃO DE
RENDA EM BOA VISTA DO RAMOS – AM
Ana Laura B. Mantovani*, Jerônimo K. Villas-Bôas
Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA; Uni-
versidade Federal da Paraíba - UFPB
Caixa Postal 5122 CEP 58051-970 João Pessoa - PB
aninha_eco@yahoo.com.br

A meliponicultura tem sido considerada atividade de grande potencial para a geração de renda
em comunidades rurais na Amazônia. No entanto, são escassos os estudos que descrevam a efetivi-
dade econômica da produção e venda de mel de abelhas sem ferrão. Este trabalho teve como objetivo
avaliar a participação do mel na renda das famílias meliponicultoras integrantes da ACAIÁ – As-
sociação dos Criadores de Abelhas Indígenas da Amazônia, fundada em 2002 em parceria com o
Instituto Iraquara no município de Boa Vista do Ramos (AM). Na ocasião do estudo, a ACAIÁ con-
tava com 98 famílias associadas, distribuídas em 17 comunidades, das quais 47, de 15 comunidades,
foram entrevistadas. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionário semi-estruturado
entre janeiro e fevereiro de 2006, e referem-se à produção obtida na safra de 2005. Aproximadamente
75% das famílias entrevistadas produziram mel, totalizando 1205,1 kg, com uma média de produção
de 34,43 kg/família. O quilo foi vendido a R$ 15,00 e gerou uma renda média anual de R$ 516,45,
proporcional a um acréscimo médio de 10,45% na renda mensal. Foi detectada considerável dis-
paridade nas rendas declaradas - que oscilam entre R$1000,00 e R$50,00, e representam as diversas
condições socioeconômicas das famílias associadas, sendo algumas praticamente sub-existentes e
outras engajadas em formas de produção agropecuárias. A produção de mel por família também oscila
consideravelmente – 257 kg e 1 kg, refletindo na renda média mensal a variação de 150% a 0, 27%.
As disparidades de produção estão relacionadas, além do número de colônias criadas e qualidade de
manejo, com articulações logísticas com a associação. Geralmente, famílias residentes em comuni-
dades distantes da sede do município são prejudicadas pelo auxilio técnico menos eficiente no que
se refere a: fornecimento de materiais, principalmente melgueiras na época de produção; colheita; e
transporte do produto.

Apoio:

Palavras-chaves: meliponicultura, Amazonas, geração de renda

Anais do VIII Encontro sobre Abelhas, 2008


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746

ENSINO DE BIOLOGIA: UMA PROPOSTA


DE VISITA MONITORADA SOBRE O TEMA
ABELHAS MELIPONÍNEAS, NO CAMPUS
DA FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
Natália Brianezi de Almeida*, Márcia Zorello Laporta
Centro Universitário Fundação Santo André
Av. Príncipe de Gales, 821 - Bairro Príncipe de Gales - Santo André - SP - Brasil
na_brianezi@hotmail.com

Plantas e os insetos polinizadores, como os meliponíneos, têm papel fundamental na manuten-


ção da vida no ambiente terrestre. Estudos sobre esses insetos têm grande relevância pois, no Brasil,
muitas espécies estão ameaçadas de extinção em conseqüência das alterações ambientais como uso
indiscriminado de agrotóxicos, busca predatória de mel e desmatamentos. Atividades que possibi-
litem conhecer as abelhas brasileiras e seu papel na manutenção da riquíssima flora nativa podem de-
senvolver atitudes responsáveis perante o meio ambiente. O objetivo foi elaborar um roteiro de visita
monitorada, enfocando as características das abelhas brasileiras presentes no campus do CUFSA,
de forma a possibilitar, a alunos e professores da rede pública, o conhecimento desses insetos e de
sua importância para os ecossistemas. O roteiro incluiu uma trilha monitorada com observação das
colônias e de plantas utilizadas por meliponíneos, e observações em laboratório relativas à morfo-
logia, desenvolvimento e ecologia desses insetos, atividades desenvolvidas com apoio de manuais
elaborados para professores e para monitores. A atividade foi aplicada a alunos da 6a série do E. F.
que fizeram questionamentos, colocaram suas idéias e participaram ativamente sendo considerada
bastante proveitosa pelo professor participante. De uma forma simples e descontraída, os alunos
aprenderam um pouco sobre o mundo das abelhas, a importância da conservação e a diversidade de
plantas existentes no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento de atitudes preservacionistas e
condizentes com os principais conceitos do desenvolvimento sustentado.

Apoio: Centro Universitário Fundação Santo André (Programa de Iniciação Científica)

Palavras-chaves: Meliponíneos, Educação Ambiental, Visita Monitorada

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DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO
DAS FAMÍLIAS MELIPONICULTORAS
DE BOA VISTA DO RAMOS – AM
Ana Laura B. Mantovani*, Jerônimo K. Villas-Bôas
Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA. Uni-
versidade Federal da Paraíba - UFPB
Caixa Postal 5122 CEP 58051-970 - João Pessoa – PB
aninha_eco@yahoo.com.br

A fim de contextualizar as condições de vida dos meliponicultores de Boa Vista do Ramos


(AM) foi realizado com as famílias integrantes da ACAIÁ - Associação de Criadores de Abelhas
Indígenas da Amazônia, um diagnóstico sócio-econômico. Os dados foram coletados entre janeiro e
fevereiro de 2006, por meio de questionário semi-estruturado aplicado a 47 meliponicultores dentre
os 98 cadastrados na associação. Foram incluídos associados residentes na sede do município e em
comunidades do interior. Geralmente de palafita, poucas residências possuem instalações sanitárias
(15,5%) sendo comum a utilização do “banheiro-seco”. A água para uso doméstico é retirada de
poços (70%) chuva, rio ou cacimbas (30%). Mesmo onde há coleta pública, queimar lixo é prática
comum, realizada por 93,6% dos entrevistados. Vidros e latas são enterrados (25,5%) ou jogados na
mata (4,25%). A rede pública de energia atende aos residentes da sede do município (27,6%). No in-
terior, utiliza-se gerador individual (6,4%) ou comunitário (32%), além de lamparinas e velas (34%).
Como combustível doméstico são utilizados lenha (28%), gás de botijão (9%) ou ambos (63%). As
mulheres representaram 23,4% dos meliponicultores abordados. 94% dos entrevistados encontram-se
na faixa etária potencialmente ativa (15-64 anos) com escolaridade restrita ao Ensino Fundamental
incompleto (66%). Mais de 70% dos meliponicultores tem na agricultura, extrativismo e pesca suas
principais ocupações. Destes, 30% dedicam-se exclusivamente à produção de subsistência. Os de-
mais são pecuaristas, aposentados ou funcionários públicos. A renda média mensal de 68% dos ent-
revistados é de até R$400,00, incluindo auxílios governamentais, recebido por 48,9% das famílias. A
criação de abelhas sem ferrão tem proporcionado aos integrantes da ACAIÁ renda extra. A realização
de outros diagnósticos, a intervalos regulares de tempo, permitirá acompanhar os investimentos real-
izados e mudanças na qualidade de vida local.

Apoio: PRODEMA; UFPB

Palavras-chaves: meliponicultura, Amazonas, Diagnóstico sócio-econômico

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USO DO MEL DE ABELHA POR


MORADORES DO BAIRRO DO
LAGUINHO, MACAPÁ-AP:
UM ESTUDO ETNOCIENTÍFICO
Eliane Rocha Rodrigues*¹ ², Lorena Oliveira de Souza¹ ³, Daniel de Sá Cavalcante¹ ³, Arley José
Silveira da Costa¹ ²
¹ Núcleo de Estudos Científicos e Tecnológicos sobre Abelhas Regionais da Universidade Federal
do Amapá; ²Mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional; ³ UNIFAP
Rod. J.K., Km 02, UNIFAP, PROPESPG, NECTAR, Bloco I, Macapá-AP, 68902-280
erocharodrigues@yahoo.com.br

O uso tradicional do mel é comum em diversas localidades e está associado às formas de apreen-
são da realidade pelas comunidades. Assim, este trabalho busca compreender o conhecimento tradi-
cional relativo ao uso do mel de abelha pelos moradores do bairro Laguinho, cuja origem remonta aos
negros transferidos da área central de Macapá-AP. Cinco moradores, sendo quatro mulheres (entre 39
e 58 anos) e um homem (44 anos) foram individualmente entrevistados. As entrevistas semi-estru-
turadas foram gravadas e as transcrições depositadas no NECTAR/UNIFAP. As análises registraram
a maneira como os moradores percebem, usam, aprimoram e transmitem seus conhecimentos sobre
o mel. Conhecimento sobre o mel está presente em todos os entrevistados que relatam um domínio
do gênero feminino sobre a confecção de remédios. O conhecimento a respeito do mel é transmitido
de geração para geração atrelado às atividades cotidianas. Distinguem-se os usos alimentar, estético
e medicinal, sendo este o mais usado. O mel pode ser utilizado desacompanhado como laxativo, com
ovo de galinha como fortificante ou associado com andiroba, copaíba, alho, algodão, urucum, cebola,
jataí (casca) de forma profilática ou curativa para doenças respiratórias.

Apoio: PROBIC/UNIFAP

Palavras-chaves: Conhecimento tradicional, medicina popular, produtos apícolas, morador ur-


bano, etnociência

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIMICROBIANA E CICATRIZANTE
DE GÉIS CONTENDO EXTRATO
PADRONIZADO DE PRÓPOLIS –
EFICÁCIA PRÉ-CLÍNICA E CLÍNICA
Andresa A. Berretta; Juliana Maldonado Marchetti
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, SP, Brasil. labandresa@apisflora.com.br

As lesões por queimaduras são a terceira causa de morte acidental em todas as faixas etárias,
sendo que 75% dessas lesões resultam da ação da vítima e ocorrem no ambiente domiciliar. A própo-
lis, produto elaborado pelas abelhas, apresenta potencial antimicrobiano, cicatrizante, etc. Assim,
foram desenvolvidos géis termorreversíveis contendo extrato padronizado de própolis (EPP-AF) a
1,2%, 2,4% e 3,6%, fornecido pela Apis Flora Ltda (Pedido Patente PI0405483-0). O objetivo foi
avaliar a atividade antimicrobiana in vitro e a redução do tempo de cicatrização in vivo. Avaliou-se
a atividade antimicrobiana através da difusão em agar e a concentração inibitória mínima (CIM) por
microdiluição em microplacas, frente aos microrganismos Staphylococcus aureus, Micrococcus lu-
teus e Pseudomonas aeruginosa. A atividade cicatrizante foi avaliada em incisões cirúrgicas no dorso
de ratos wistar e em áreas doadoras de pacientes queimados (Unidade de Queimados, HC-FMRP-
USP). Os resultados demonstraram que os extratos de própolis, bem como os géis demonstraram
atividade antimicrobiana através das metodologias empregadas, sendo que a CIM foi de 50 e 200 ug/
mL, respectivamente, para S. aureus e P. aeruginosa. Observou-se que a lesão provocada nos animais
não tratados obtém a cicatrização da área em sete dias. Com a aplicação do gel contendo 3,6% de
própolis a recomposição epitelial e a melhor organização das fibras do tecido conjuntivo se deu em
três dias de tratamento. Quanto à pesquisa clínica, observou-se que o tempo de cicatrização com a
nitrofurazona (medicamento referência) foi de 10,18 ± 2,48 dias, enquanto com o gel de própolis foi
de 9,75 ± 2,11. Palavras-chaves: queimaduras, gel

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