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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Dados do Livro
Rizzardo da Camino
Membro da Academia Brasileira Maçônica de Letras
O Aprendizado
Maçônico
Exemplar nº 0113
Para uso exclusivo de
Paulo Setsuo Nakakogue
Permitida apenas uma única cópia, em arquivo
ou papel, para uso próprio e segurança.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Capa
Dados do Livro
Indice
Indice
Dedicatória
O Profano
A Condição para Ingressar na Maçonaria
A Iniciação Maçônica
A Câmara de Reflexões
A Pedra
O Templo
O que é o Templo
Disposição e Decoração do Templo
O Altar
O Livro Sagrado
O Esquadro
A Hora dos Trabalhos
O que Oferece a Maçonaria
Estar a Coberto
A Bateria
A Exclamação
A Cadeia de União
O Sinal de Socorro
O Surgimento da Egrégora
O Salmo do Amor Fraterno
O Incenso e o Incensamento
O Sagrado e o Profano
As Jóias da Loja
Os Utensílios
O Painel da Loja
Arquitetura
A Música
O Simbolismo das Cores
O Simbolismo da Romã
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Apresentação do Autor
Desejamos esclarecer que não são “repetições” dos trabalhos anteriores, porém
considerações sob um prisma de atualidade.
Não se dão conta que é o homem o principal bem da Natureza e que perdido
como esta, abandonado e em situações as mais críticas coloca a Natureza numa
fronteira muito perigosa.
Não somos contra os bravos batalhadores ecológicos, mas essa luta é uma
conseqüência natural do interesse humano, pois preservando o “habitat”, está se
preservando o ser humano.
Não nos referimos tão somente aos seres humanos que não têm o que comer,
vestir ou onde morar.
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A Maçonaria deve zelar com empenho para que seus filiados se mantenham
no mesmo nível da época em que foram admitidos à Arte Real, ou seja: “limpos e
puros”.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O símbolo, por menor que pareça, é que ocupa o seu lugar dentro do Templo,
aparentemente estático, a cada novo olhar nosso, nos apresenta novas facetas dando
margem a novas interpretações.
Nada é revelado sobre o que o Aprendiz Maçom não possa conhecer; não
estamos adiantando nada de maior e muito menos revelando partes preservadas aos
demais Graus.
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O Autor
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Dedicatória
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Profano
O profano, no conceito maçônico, é o estranho que demonstra inclinação,
interesse e curiosidade de tudo o que se relaciona com a Maçonaria.
As origens, por sua vez, têm grande influência, assim o europeu, o hebreu, o
egípcio, o oriental, o americano e, por fim, o brasileiro, se apresentam com aspectos
diferentes; um Maçom de origem hebraica difere em muito de um de origem européia,
especialmente portuguesa, espanhola ou italiana, povos que se entrosaram com o
africano e o índio para formar, a grosso modo, o brasileiro.
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São os que afirmam “eu sou um eterno Aprendiz”, pois não se acham capazes
de progredir, de evoluir, de crescer e voar em busca de altitudes.
São os que criticam a elitização; não lêem e nada produzem, apenas contribuem
- o que já é suficiente - para somar forças espirituais.
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A personalidade não deve ser aceita como destino fatal e imutável, eis que
contamos com inúmeros meios para transformar o homem. Apenas para citar
exemplos comuns, temos o resultado do trabalho científico exercido por psiquiatras
e psicólogos, por ministros de religiões e até per analistas de uma simples assinatura.
A assinatura revela não só o estado físico da pessoa, mas a sua personalidade. Os
números correspondentes às letras do alfabeto que usa e aprendeu a grafar desde os
bancos escolares em sua alfabetização, a alteração da grafia, a redução ou ampliação
do nome, a parte da grafologia, enfim, os aspectos já conhecidos podem alterar,
sempre, para melhor, uma personalidade.
O homem profano não significa homem vulgar; o homem comum traz consigo
todas as perspectivas de vir a ser um limpo e puro elemento, pois nele foi feita a
preparação para a rotulagem que a Maçonaria exige: ser livre e de bons costumes.
No que diz respeito à instrução, temos o simplesmente alfabetizado, o de cultura
média e o culto. Nem sempre um simples alfabetizado encontra obstáculo para a
Iniciação.
A mente dos que não alcançaram, geralmente por falta de maior oportunidade,
estudos mais avançados, se apresenta virgem e passa a aceitar com extrema facilidade
a orientação que lhe é dada, porque notam que o mesmo está imbuído da melhor boa
vontade e amor fraterno para moldar uma nova personalidade.
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Caso ele satisfaça a sua ansiedade de transpor de forma natural o limite entre
a morte e a vida, então aceitará os princípios maçônicos, sem reservas.
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Porém, esse nome escrito é lido inúmeras vezes; a leitura em voz alta produz
sons; esses sons se expandem, como se fora uma nuvem de gases radioativos; alcança
a todos e são permanentes; ecoam pelo Universo, de forma permanente, eterna,
irreversível.
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Nem todo Maçom conhece este mistério, este fenômeno, esta prática, mas é
chegado o momento para que medite, examine e chegue a uma conclusão. Após a
descoberta conscientizará a relevância destes conhecimentos, e o seu agir será muito
diferente e compreenderá o que significa “amar ao próximo como a si mesmo”,
cultivando o amor fraternal de seu grupo.
Em nosso mundo visível são milhares as Lojas Maçônicas; os sons que formam
o nome de um candidato atingirão a todas as Lojas Maçônicas; portanto, uma grande
assembléia será atingida. O processo de aceitação de um candidato não é mero ato
administrativo de uma Loja.
É o retorno fatal.
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Hoje, pelo menos entre nós, o conceito de liberdade passa a ser simples, e o de
bons costumes, diz respeito a um comportamento normal.
No passado, e não muito distante, o escravo não podia fazer parte da Ordem
Maçônica e, por esse motivo, o conceito de “liberdade” revestia-se de simplicidade:
bastava não ser escravo.
Abolida a escravidão, esse conceito simples foi revisto, surgindo, então a parte
esotérica.
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Nas últimas décadas, no Brasil, esse preconceito foi superado; hoje, os homens
de “cor” têm ingresso na Ordem e fazem parte da Arte Real; lamentavelmente, nos
Estados Unidos da América do Norte, a Maçonaria negra é uma Instituição à parte;
não há confraternização e cada “cor” tem as suas Lojas exclusivas e os seus Corpos
Filosóficos “fechados”; apenas são toleradas as “visitas” chegadas de outros países.
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Que entendimento terá ele a respeito do que seja um “bom costume”, no limiar
do terceiro milênio?
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Medo de encetar uma nova posição que traga sacrifício, trabalho, gastos, e até
ocupação.
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Uma grande parcela de homens está sempre, “ocupada”; não tem tempo para
nada e faz dessa situação a sua fuga.
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Esses dez exemplos consignados acima, dos múltiplos caminhos, nos dão um
panorama geral da dificuldade que o homem enfrenta, no seu sistema difícil e
complexo. Viver traz consigo uma luta permanente.
Um povo livre não é um povo arruaceiro. Daí a grande dificuldade dos homens
viverem em democracia.
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A Maçonaria precisa encontrar para propor, alguém que seja “livre e de bons
costumes”, porque será um “predestinado”.
É por este motivo que os Maçons são em número limitado; uma Instituição
milenar tem poucos “prosélitos”, justamente porque é muito difícil encontrar um
candidato “ideal”.
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A esperança de que, algum dia, possam ser instruídos e que se ajustem, o que
seria, para a Instituição, um beneficio, mas para esses elementos, uma grande
conquista!
Para que alguém se possa considerar “livre” ou que os outros o possam assim
admitir, faz-se necessário o toque espiritual.
Será um sentido, além dos cinco sentidos físicos, orientador para uma espécie
de sobrevivência espiritual.
Sabemos, e qualquer compêndio filosófico nos instrui, que além dos cinco
sentidos físicos, possuímos mais outros cinco materiais, como, por exemplo, citaremos
a “terceira visão”, que não constitui um mistério, mas uma faculdade do homem;
oculta para a grande maioria, mas perfeitamente desenvolvida para os que têm
interesse.
Além desses dez sentidos, obviamente, existem outros, mas não devemos
suscitar confusões; o sentido da busca de Deus é Místico.
“Ser livre”, portanto, passa a constituir um “dom espiritual”, que pode ser
inato ou cultivado.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Certa corrente espírita afirma que o homem virtuoso, assim é porque está em
sua última “reencarnação”.
O caminho mais difícil será para aquele que busca a libertação, como aspiração,
como uma solução dada por alguém, um por um impulso inato.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O primeiro grande passo para a Vida Mística é esse; ninguém poderá usufruir
da potencialidade que o homem possui sem esse primeiro passo.
A auto-análise conduzirá a bons resultados; o homem não está só; ele pode
encontrar um numero enorme de entidades orientadoras; de amigos que
individualmente o podem aconselhar; de bibliografia abundante, experiência de
outrem que já superaram as mesmas dificuldades.
Se o nosso índio nos recebe bem em seu reduto, quando nos apresentamos
trajados, da mesma forma não ocorre conosco se um índio perambulasse pelas
calçadas de uma cidade totalmente despido!
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não seria impossível existirem entre nós, os que possuam misticismo tão
acentuado a ponto de proporcionarem ao seu semelhante, que lhe pede, a real
libertação.
O homem que realmente é “livre” não alardeia essa condição privilegiada; mas
como a luz não pode se esconder, muitos podem perceber essa condição e ,
evidentemente, haverá uma aproximação instintiva, no caso da pessoa tomar a
iniciativa, que constituirá parte da “busca”.
No entanto, surge novo aspecto; quem é “livre” tem por obrigação de doar o
seu dom a terceiros? Há um dever nesse sentido para beneficiar a humanidade?
Haverá um trabalho de proselitismo?
Mesmo para o Maçons, eis que estas palavras são dirigidas a eles, se torna
extremamente delicado, difícil, penoso e um trabalho de altruísmo místico, reunir
aqueles que são “livres” e formar uma plêiade de indivíduos “reformadores” da
Sociedade.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esses costumes, obviamente, devem ter uma característica: serem bons porque
não se aceitaria em Maçonaria algo que não se pautasse por uma moral aceita,
consagrada e já comprovada de ser adotada.
Por que seguir a tradição? Porque constitui uma herança familiar que toda
família preza e conserva transmitida aos descendentes.
A moral não é um freio, nem uma camisa de forca, nem um entrave à liberdade,
porque tudo deve ser considerado como possuindo implicitamente o valor moral.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Classificar os atos sob o ponto de vista moral, se toma muito difícil, porque as
fronteiras são indefinidas; o ato imoral depende de uma série de circunstâncias, de
momentos psicológicos.
A Maçonaria, por mão ser uma religião, Não pratica a absolvição, que é o
perdão dos atos imorais, dispensados por um Sacerdote.
A Maçonaria pode usar o direito natural do perdão, uma vez que um dos seus
Membros faltosos tenha comprovado ter-se regenerado, arrependido ou reabilitado.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
E por que sucedem esses fatos, se todos, antes de ingressar na Ordem foram
considerados “livres e de bons costumes”?
A começar que “os bons costumes” são múltiplos; a “liberdade” é uma só: não
se conhecem várias tonalidades de “liberdade”; ninguém poderá ser “mais ou menos
livre”; podemos fazer uma comparação “sui generis”, com a mulher grávida; nenhuma
mulher poderá ser “mais ou menos grávida”; ou é ou não é.
Talvez, poucos tenham passado; mas certamente, a culpa não cabe ao proposto,
mas sim, ao proponente e ao sindicante e, sobretudo, àqueles que aprovam a admiti-lo.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A INICIAÇÃO!
Já que esses ingressam pela porta da facilidade, os que hão de chegar, sejam
muito mais “livres” e muito mais de “bons costumes” e só assim, a “floresta vicejará”,
como disse o Mahasrisshi Maheshi Yogi: “bastam poucas árvores verdes em uma
floresta para que essa pareça verde”.
Para cada um que ingressar na Ordem com o lastro de ser “livre e de bons
costumes” no sentido estrito do termo, muitos serão beneficiados; vicejarão!
Nosso estudo não diz respeito à necessidade de elitizar uma Loja; em absoluto.
Não queremos apenas, “intelectuais”, mas sim, pessoas de “bons hábitos” intelectuais;
pode ser pessoa de cultura modesta; possuir, apenas, o grau de escolaridade mínimo;
não importa, porque o valor está na disposição de somar conhecimentos, para penetrar
em uma “filosofia de vida”, compatível com o ideal maçônico que é o “amar ao próximo
como a si mesmo”.
Por que este progresso? Indubitavelmente, porque há, de parte dos Maçons
“sede e fome” de conhecimentos; é um bom sinal que vem demonstrar a necessidade
de zelarmos, um pouco mais, na seleção dos futuros, nossos Irmãos de Loja.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Conhecemos uma pessoa que não era Maçom, e que tinha cerca de noventa
anos de idade, “curar-se a si próprio”, vencendo todas as dificuldades que se lhe
apresentavam, tendo ao final uma morte serena.
Ele próprio, com suas forças naturais, “fluidificava” a bebida e lhe transmitia
a força interior que possuía, autobeneficiando-se com essa própria força.
Pareceria inacreditável, mas aquele ato singelo e constante, até prosaico, tinha
o condão de vencer a enfermidade.
O senhor Nelson nos disse que em seus momentos de “oração”, contava com
Jesus a quem pedia o auxilio para as suas próprias forças que usava como meio
para prolongar sua vida; certa feita, ao “vislumbrarmos” uma névoa que sentia como
presença de Jesus, ousou lhe perguntar, quanto tempo ainda teria de vida; ouviu
uma voz dizer com simplicidade: “vai vivendo”.
Sim, temos que redescobrir em nós, a “nossa própria força” que é espiritual e
que tudo pode e saber usá-la; o senhor Nelson pedia o fortalecimento dessa força,
para depois, com ela, curar-se.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não queremos aqui, discutir da “força” da prece, que é uma prática maçônico-
religiosa.
Prática que se exercita dentro das Igrejas e das Lojas e que pode ter lugar a
qualquer momento e em qualquer situação.
Muitos se enganam quando julgam que para orar, a pessoa deva ajoelhar-se e
colocar-se dentro de um ambiente propício, se possível esfumaçado por incenso
qualquer, em local silencioso, enfim, em ambiente adequadamente preparado para a
busca de um contrato com o Ser Superior.
E assim é, porque a “força” que nos mantém vivos vem de dentro para fora.
A prece não é, no entanto, o único “bom costume” que devemos ter; outras
atitudes temos para o cultivo da espiritualidade.
Depois, uma vez que sentimos que o nosso Irmão corresponde a mesma ação,
e já sem muita cerimônia, “entramos nele”.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A mente comanda o diálogo sonoro, mas não pode ser afastada a hipótese de
um diálogo “mental”, totalmente diverso das frases comuns que dois Irmãos possam
criar; será um “diálogo silencioso” e esotérico.
O que nos falta é o exercício da mente para que esses fatos se transformem em
ações comuns, própria de dois Irmãos que se querem, porque o ideal lhes é comum.
Quanto à Egrégora, é um “ser” que surge da soma das forças dos presentes.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esse “ser”, invisível para a quase totalidade dos presentes, está envolto em
nuvem de incenso; vem participar da Sessão.
A mística da Egrégora esta no fato de, em cada Sessão, surgir um “novo ser”,
porque, dificilmente, serão os mesmos indivíduos pertencentes ao Quadro da Loja, a
assistir aquela Sessão; se, por acaso, especialmente em uma Loja nova,
sistematicamente, todos os Membros do Quadro forem sempre os mesmos, também
a Egrégora será “outro ser”, porque ela surge do momento místico, criado pelo material
mental da ocasião.
De forma que, “a soma das Egrégoras” das Lojas criará um “ser” diferente,
para cada jornada de trabalho. É a peculiaridade desse “ser” tão místico que a mente
humana, com muita dificuldade, poderá compreender de sua real existência e
formação.
É bom que se saiba que a Egrégora só é formada dentro de uma Loja Maçônica,
porque as mentes criadoras são mentes de Iniciados.
Aqui surge a análise do poder dos Anjos, a primeira escala celestial, que os
pintores da Idade Média tão bem pintaram.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ouvimos, certa feita, de um Guru, dizer que o homem que soubesse usar de
suas forças mentais, poderia ordenar aos anjos que o servissem.
Enfim, são aspectos místicos que, apesar de poderem ser elucidados, exigem
crença, dedicação e o “bom costume” de um exercício espiritual.
A busca não pode ser feita em compêndio, mas dentro de si próprio, pois o
nome Egrégora, por si só, nada expressa; o valor reside no surgimento de um “ser”
criado pela soma das forças dos participantes da Sessão!
Esse Irmão já revelava o “bom costume” da pesquisa, o que lhe vale um ponto
em sua ascensão.
Todo cientista parte de um ponto básico para construir, de início, uma tese,
para, após, encontrar a realidade.
Esse ponto básico, nada mais é que a “viabilidade desse “encontro”; a busca
nem sempre é definida e muito menos definitiva. A “Grande Busca” será sempre a
compreensão de que pode haver uma fusão entre criatura e Criador.
Essa ansiedade nos vem do “bom costume” que trazemos do mundo profano,
porque E comum a todos.
Ser “livre e de bons costumes” não são duas atitudes separadas, mas uma
complementação inseparável; ninguém poderá ser livre se não tiver bons costumes e
ninguém terá bons costumes se não for livre.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
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A Iniciação Maçônica
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Não é isso!
O culto ao amor fraternal diz respeito, exclusivamente, aos que foram Iniciados.
Para realizar o bom social, para amparar o homem sofredor; para melhorar o
relacionamento entre os homens, não há necessidade, alguma, de alguém ser Iniciado!
Ou seja, já não havia interesse em trabalhar para o social, mas sim, visar o
trabalho especulativo, ou seja, mental e espiritual.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Em tempos idos, escolhia-se o candidato e nada lhe era referido sobre dever
ele passar por uma Iniciação; os tempos idos justificavam a precaução.
Hoje, toma-se imperioso informar o candidato de que deverá passar por uma
Iniciação.
A Maçonaria é “grupo” e, como tal, deve reunir homens selecionados sob todos
os pontos de vista.
A seleção deve ser feita no sentido de trazer para o “grupo” uma mesma
harmonia.
É preciso “pinçar” homens que possam ser “nossos Irmãos” e não nossos
Companheiros.
Não interessará ao “grupo” trazer para junto de si alguém que não possa
“afinar”; o candidato deverá ser “aquela pedra bruta”, destinada a construção do
Templo; nenhuma pedra estranha e inadequada poderá ser usada sob pena de
comprometer o conjunto arquitetônico.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não hasta propor um homem livre e de bons costumes; alguém que se destaque
na sociedade; uma pessoa bondosa sem defeitos, culta, honrada e com situação
financeira estável.
Há, porém, os que jamais propuseram alguém; não desejam correr qualquer
risco.
O que é a Iniciação?
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A Câmara das Reflexões deve ser um lugar onde o homem que lá adentra,
morre e renasce.
Há homens que se fecham os olhos, vêm tudo escuro; há outros que vêm tudo
luminoso.
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Para que esses elos possam usar uma “mesma e única linguagem”, a do amor
fraterno, é preciso a Iniciação Individual.
A Iniciação é o caminho para a morte que conduz a uma nova vida, a um novo
nascimento.
Não tem interesse em visitá-la; não quer ir onde, um dia no passado, morrera
para renascer nova criatura.
Os seus pensamentos são conduzidos, para provar que não possui vontade
própria.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esses são os momentos de agonia; o homem cai em si; realmente, ele é criatura
frágil, desamparada e desconhece o que o dia do amanhã lhe reserva.
Medita; passa a limpo a sua vida; reveste-se de esperança porque já tem certeza
de que existe muito mais, dentro de si, a ponto de desprezar a morte e ansiar pelo
novo nascimento.
De uma Iniciação resulta uma nova criatura que os Mestres adotam e cultivam
para que possa haver continuidade no ideal maçônico.
Quem não foi Iniciado não poderá tomar-se, realmente, um verdadeiro Mestre.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Cristão tem uma prática salutar: dizia São Paulo que “todo dia morria no
Senhor”.
Como a luz do Sol, em cada hemisfério, a cada dia ressurge, assim em nós,
a cada dia, a cada momento, a Nova Criatura adquire novas perspectivas, para lançar
aos mundos (material e espiritual) os frutos sazonados e úteis.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
E que devemos nos preocupar em ter uma vida apropriada, para que, ao termos
filhos, lhes transmitíssemos melhores “genes”, visando o aperfeiçoamento da espécie
humana.
O corpo espiritual passa a ser “eterno desconhecido”, para aqueles que não
foram Iniciados; para o homem comum, o corpo espiritual é alguma coisa de
misteriosa, um arcano que não deve ser perturbado.
Para o Iniciado é o essencial; tudo dependerá, no tempo que lhe resta de vida
no globo terrestre, de seu interesse em penetrar nesse mistério; porém a vida do
Iniciado é eterna; ela atinge o Universo e se aproxima de seu Criador.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
“Eu me amo”, porque sou uma criatura de Deus; em última análise, “eu me
amo”, porque “eu sou divino”.
Quando todo amor fraternal for dirigido ao Irmão de fé, as Lojas ficarão
transformadas em “Corte Celestial”!
Palavras sábias.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esses “fluídos” que acompanham os óbolos têm muito mais valor que a vil
moeda; as bênçãos atingem aos que as merecem.
Portanto, o Iniciado não tem o dever de, por si só, solucionar os problemas do
“próximo”.
O Iniciado já não possui bens materiais; tudo o que tem já não lhe pertence;
o dono é o Poder do Alto; nem a vida, nem a morte, nem a saúde, nem a alegria, nem
a felicidade, nem o sofrimento, já pertencem ao Iniciado.
O Iniciado deve ser um instrumento para carrear a Loja, novos Iniciados com
a finalidade de “reforçar” a Cadela de União.
.·.
1 Jesus Cristo
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quando o candidato é conduzido à Câmara das Reflexões não lhe é dito que
deveria “nascer de novo”; isso ele saberá depois, quando o fato estiver consumado;
lhe dirá o Ven.·.- nasceste de novo!
Como Nicodemos, nem todo Neófito percebe o seu retomo ao “ventre materno”;
mas não será por essa ignorância que, realmente, houve um novo nascimento.
Ninguém pode encetar uma “nova vida” partindo do meio para o fim; há de
“reiniciar”, do ponto de partida; esse ponto deve ser “construído”, pois ele não surge
de inóspito.
Em nosso “habitat”, já não notamos a presença do lixo nas ruas e dos mendigos,
pois a isso estamos habituados; os males sociais não nos perturbam porque já não
os enxergamos.
O Maçom, porém, terá seus olhos abertos e não suportará “descobrir” que,
ao seu redor, existe a miséria.
Buscara, então apoio para encetar algum trabalho social, já não como Maçom,
mas como cidadão.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Com a dissolução atual dos costumes, com a “nova moral” existente, o Ma-çom
não será atingido, porque no seio de sua família espiritual, notará a diferença e não
aderirá ao que o seu íntimo repugna.
.·.
A Câmara de Reflexões
Pouco se tem escrito a respeito da Câmara das Reflexões. Os Maçons a têm
como assunto reservado, obviamente sem razão.
Isto porque ele não passa de um símbolo. Ela simboliza a parte interior do
homem. Um dos seus aspectos apenas, porque o homem tem dentro de si todo um
universo a que se denomina de microcosmo.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Na terceira parte de sua constituição temos a vida após a morte. Essa vida
indubitavelmente faz parte da constituição humana.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Porém, o terceiro homem, aquele que ingressa no princípio de sua real vida -
após morte - ainda não está sendo considerado com a importância e valor merecido.
É a tentativa que estamos fazendo, neste livro - buscando o interesse coletivo para
que o Maçom se convença - de que é um ser realmente constituído de materiais
preciosos.
Lhe é ordenado que retire parte de sua roupa, descalce os pés, e lhe é colocada
uma venda. Abandonado naquele recinto isolado e silencioso, o candidato fica em
expectativa. Nada sabe. Nada ouve. Nada vê. Ignora o que lhe sucederá, qual o próximo
passo, quanto tempo deverá aguardar.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O homem teme, apenas, que seu íntimo possa ser desvendado, que alguém,
especialmente um estranho, possa ler os seus pensamentos, penetrar a sua alma,
descobrir os seus sentimentos; o despojamento causa este desconforto, e a finalidade
daquele lapso de tempo despendido na antecâmara conduz, de forma planejada, ao
estado de consciência nervosa do candidato.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Estas vibrações formam quadros coloridos. Cada cor tem o seu significado e
se o candidato tiver percepção acurada, saberá fazer distinções. A escuridão límpida
difere da escuridão confusa e opaca. O órgão da visão reage à escuridão. Ele passa a
funcionar com maior intensidade, com a vantagem de que não gasta a mesma energia
se os seus olhos estivessem abertos. O candidato de olhos vendados coloca na visão
a sua maior preocupação. Ele busca encontrar uma definição, dentro do seu casulo.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ninguém responde. A Câmara das Reflexões está situada numa parte muito
restrita, oculta, na maioria das vezes, em um porão e cerrada por uma porta robusta,
maciça. O candidato ouve os sons das batidas e sabe que a porta é de madeira
maciça. Já pressente que adentram em alguma parte oculta, segura, quiçá perigosa.
Sem esperar, o guia retira a venda dos olhos do candidato. A luz é escassa,
uma lanterna ou uma vela, colocada sobre uma mesa, um tanto tosca. Pouco a
pouco, o candidato percebe que está em uma masmorra, ou caverna, em suma, em
um local tenebroso. Não vê o guia porque está encapuzado.
Por que este guia é o M.·. CCer.·. e não o Exp.·.? Quem pode passar por uma
porta, batendo ou não, só pode ser um M.·. de CCer.·.. Ninguém mais tem a faculdade
de bater à porta, senão um M.·. de CCer.·.... Ele será o guia do candidato até posterior
ingresso no Templo, quando o entregará a um dos EExp.·....
Ele nota que há uma cadeira, na verdade um banco tosco, e senta. Perscruta
tudo. Paulatinamente, seus olhos descobrem os objetos, Os símbolos, e que se
encontram em um lugar um tanto tenebroso. A curiosidade, o exame acurado e a
observação o afastam abruptamente do misticismo.
Dá-se conta sobre o que lhe foi dito (deve meditar) porque os escritos colocados
nas paredes são curiosos: todos despertando o seu interesse para o além da vida.
Nem sempre um candidato possui bens, e não entende que esse testamento é
apenas mais um símbolo – para que materialize a possibilidade de vir a sucumbir,
deixando para a sua família uma última mensagem.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Porém, o testador, ao tomar parte no ato que reflete os seus últimos desejos,
dispondo do que lhe pertence, aquinhoando mais a quem mais preza, propicia
momentos de grande emoção para todos. Temos assistido a quadros pungentes, com
lágrimas vertidas, porque o testador não se crê próximos dos seus últimos momentos.
São emoções naturais, normais.
Pouco a pouco, reage e nota que está passando por uma prova, e descobre
que, por mais lúgubre que possa ser o recinto onde se encontra enclausurado, jamais
será como a realidade. A meditação se aprofunda e o candidato, descobrindo sua
situação física, nem nu nem vestido, só e abandonado, aspirando um ar mofado,
enxergando pouco, ouvindo apenas o bater do coração, percebe o que possa ser a
passagem da vida para a morte.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Percebe, então, que sua situação tem várias dependências. Deve se preocupar
com a permanente questão sobre a existência ou não de um Deus. A cada questão,
maior é a sua ânsia, o seu desconforto. Um turbilhão de idéias, definições apressadas,
enfim, propósitos que deseja cultivar, contratando com a serenidade da caverna,
com a tranqüilidade da tumba, com a realidade de seu íntimo, transformaram a
curiosidade inicial em um torvelinho de confusões, que cessa comente quando ouve
batidas à porta.
Nem sempre a luz da lanterna ou da vela permanece por muito tempo acesa.
O candidato, ao se ver em total escuridão, passa a outro estado de consciência; o
temor. Nota que a antecâmara da morte é a falta da luz.
.·.
A Pedra
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Toda liturgia maçônica, toda filosofia, todo misticismo, todo esoterismo, envolve
a Pedra.
O vocábulo tem origem latina e grega e vem descrita nos dicionários como
sendo um mineral.
O que somos nós diante de um colosso de pedra em cuja sombra nos perdemos?
É um quadro que nos dá medo e embora pareçam essas pedras sem vida,
sentimos sua presença, recebemos suas vibrações, absorvemos seus fluidos.
Por certo, em todo mundo existem esses gigantes de pedra, seja nas Montanhas
Rochosas nos Estados Unidos da América do Norte, como no Monte Brando na Suíça
ou no Everest na Ásia.
Por certo, há Maçons que se agigantam pela exuberância espiritual que neles
explode e que, ao contemplá-los nos sentimos não só “mínimos Aprendizes”, como
“trememos” diante de sua potencialidade.
Enquanto pescava, absorvido em seu mister, Pedro era Simão, depois de ter
sido “atraído” pelo Divino Mestre, seu nome foi trocado: “de agora em diante te
chamarás Pedro e, sobre ti, fundarei minha Igreja”.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não poderá explicar a contento o que tenha sido aquela “atração” que os
discípulos sentiram pelo Mestre, mas se compreenderá que aquelas “Pedras” eram
necessárias para a construção do Templo.
Porque estão faltando muitas “Pedras”; talvez nos próprios, talvez tu, meu
Irmão Maçom que me lês.
Era a Natureza que burilava pela fricção das águas, aquelas duras pedras
que, inicialmente, deveriam ter sido “brutas”.
Enquanto uma só aresta, por diminuta que seja, for notada, “ferir” a quem a
“tocar”, essa Pedra se manterá “Bruta”.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A “Pedra Bruta” é tão necessária numa construção como uma pedra polida,
esculpida, seja colocada num canto obscuro e “fundo”, na condição de alicerce, como
uma destinada ao supremo orçamento do Altar.
A Pedra bruta não tem, ainda, forma; sobre ela, o ideal Iniciático é convertê-la
em um “Cubo Perfeito”, tão polido que possa espelhar, não só a todos, como “refletir”
a Luz da Divindade.
Para que uma Pedra deixe de ser disforme, nada se lhe há de acrescentar,
mas sim, “retirar”.
Soa como um paradoxo; o Neófito Maçom nada recebe, tão somente perde,
porque lhe são retiradas “as arestas”.
Cada um poderia perguntar: “O que farei com a aresta que retirei da Pedra
Bruta que é meu Irmão?”
Em absoluto.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A Pedra Bruta deixa de ser bruta pela tolerância de todos, pela “magia” do
ambiente que surge, quando da abertura da Sessão; quando da formação da Egrégora;
ela, “momentaneamente”, transforma-se em “Prana” e passa a con-solidar a
“construção interior”.
Para “desbastar” uma Pedra Bruta, são necessários certos instrumentos, como
a “talhadeira”, o “Maço”, o “Buril”, o “Malhete” e, finalmente, o pó abrasivo de uma
pedra ainda mais dura do que aquela que se deseja desbastar, servindo de esmeril.
Contudo, devemos nos lembrar do que está escrito no Livro do Êxodo escrito
por Moisés, no capítulo 20, versículo 25:
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esse altar queria-o, Jeová, de Pedra Bruta! Pedra virgem, como extraída do
solo; imaculada, sem as vibrações de um instrumento; manejada com cuidado e
amor, para que, reunidas umas às outras, pudessem resultar em Altar, sobre o qual
se fariam os sacrifícios, acima do solo, em sinal de respeito.
O Altar Espiritual deve ser construído pelos Iniciados, ainda “virgens”, sem
que as suas arestas tenham sido violentadas e profanatizadas.
Teremos, talvez, uma Pedra Burilada, sem arestas, mas que não irá luzir, nem
refletir a Luz.
A Natureza não dá saltos; é uma máxima muito usual, posto correta; não se
pode apressar a transformação da Pedra Bruta em Pedra Burilada ou Pedra Polida.
O que faríamos com Pedras Polidas, caso a construção não as pudesse, ainda,
aproveitar? Onde as colocaríamos? Não correríamos o risco de inutilizá-las?
Não aprovamos, mas gostamos de ouvir velhos Maçons afirmarem: “Eu sou
um eterno Aprendiz”; não concordamos, porque não pode haver um aprendizado
permanente.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não confundamos Pedra Bruta com o aprendizado; Pedra Bruta poderá ser,
ainda, um mestre antigo, provecto em anos.
Pedro, rocha sobre a qual o Divino Mestre “edificou” a sua Igreja, ao escrever
sua Epístola Primeira, “aos eleitos que são forasteiros da Dispersão, no Ponto,
Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”, pontificou no capítulo 2, versículos 1 a 8:
Pedro denomina a “Pedra Rejeitada”, de “Pedra Preciosa”; não está nos Maçons
definir qual a Pedra mais importante da edificação; a seleção feita pelos “homens”,
posto Mestres Maçons, nem sempre é acertada; mas quando um candidato é dirigido
pela Mão do Grande Arquiteto do Universo, ao seio de uma loja Maçônica, esse
candidato é igual à Pedra Preciosa referida por Pedro.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Do esforço expendido resulta uma grande dor, porque estará “perdendo” parte
de si mesmo.
O Neófito não atina no que está fazendo; mas depois, quando em meditação,
se dá conta de que outros golpes deverá sofrer.
A cada aresta que retira, conscientiza-se de que está lançando fora de si, algo
que lhe é muito caro, porque toda perda resulta em sofrimento.
Porém, quando o Neófito compreende que está forjando uma Pedra Angular,
ou uma Pedra de Adorno destinada à construção de seu próprio Templo, voltará a
sua atenção para Deus, e o seu espírito religioso o auto-orientará, porque estará
recebendo, dentro de si próprio, não só a proteção, mas o objetivo de sua atitude e de
seu comportamento.
Ele não só “edifica” o Templo, como “fornece a matéria-prima” que e ele próprio;
não com sacrifício, mas com “gozo celestial”.
O Neófito é uma Pedra Bruta e seu “ideal Iniciático” será o de formar, com sua
Pedra disforme, um Cubo.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A superfície do Cubo, uma vez desdobrada, formará uma Cruz Latina, ou seja,
de braços iguais; sobre ela o Neófito repousará; e a mística da Pedra Bruta; um
ensinamento essencialmente esotérico.
Não há prazo para isso; na Antigüidade, o Aprendiz levava sete anos para ser
elevado ao companheirismo; hoje, os regulamentos fixam o prazo mínimo de um
ano; trata-se de um prazo meramente regulamentar e simbólico; não há um prazo
máximo, pois o Aprendiz pode dilatar espontaneamente o dia de sua elevação e até,
permanecer como “Aprendiz permanente”.
Somos de opinião que a Pedra Maçônica se altera a cada um dos três Graus
Simbólicos; para os Graus Filosóficos, a Pedra assume outras dimensões.
Surgem muitas confusões sobre a Pedra Polida e a Pedra Burilada; elas não
são “a mesma coisa”; a Pedra Burilada, como a expressão define, é a trabalhada com
o Buril.
A Pedra Bruta não tem forma definida mesmo que na aparência sugira tratar-
se de um “quadrado” ou “cubo”; há muito para ser retirado com a finalidade de ser-
lhe dada uma forma; não serão, simples arestas, a serem talhadas, mas até “pedaços
grandes”.
O principal trabalho para que um Aprendiz tenha sua Pedra burilada será dos
Mestres e não dos Companheiros.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Não estamos preparados para essa nova “simbologia”, pois a Maçonaria poderia,
perfeitamente, dispensar a presença da Pedra Bruta.
No entanto, temos certa preocupação para com os vetustos Mestres que “não
se encontram preparados” para enfrentar essa evolução espiritual!
Uma Pedra Bruta será um fardo pesado, enquanto “em trabalho” na jornada
do aperfeiçoamento; deixará de ser fardo, somente quando “colocada” como pedra
angular em alicerce de auto-construção; sobre Pedra, as que foram sobrepostas,
serão buriladas e, finalmente, polidas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Toda construção tem duas partes; externa, que obedece às linhas arquitetônicas
planejadas previamente, e a parte interna, que deve ser “adornada” para adequá-la
ao uso.
Sem dúvida, certamente, fica bem claro, que o Maçom deve apresentar ao
Mundo a sua “fachada” exterior, para que seja “admirada”, mas sobretudo deverá
“embelezar” de forma suave e prática, o seu mundo interior, a sua parte espiritual,
onde efetivamente, exercerá todas as atividades de uma nova vida.
.·.
O Templo
Mas, a partir dessas duas referências, com espaços mais ou menos longos e
indeterminados, a Maçonaria veio burilando essa faceta arquitetônica até atingir a
renascença, onde o belo e as linhas harmônicas se igualaram às construções da
Grécia.
Mas eis que não se conseguiu estabelecer o estilo maçônico, onde se pudesse
vislumbrar em uma construção a origem do arquiteto.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ao seu redor acham-se distribuídas dez colunas que, somadas as duas que se
encontram no vestíbulo totalizam doze. Cada Coluna corresponde a um signo do
zodíaco, e sustentam a abóbada celeste bordada de estrelas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ao vestíbulo do Templo precede a Sala dos Passos Perdidos, onde devem estar
os visitantes antes de se lhes dar ingresso, mobiliada e ornada de quadros com
figuras emblemáticas alegóricas ou retratos.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Porém, todos se põem de acordo em aceitar que uma Loja deva ter a forma de
um paralelogramo, devidamente orientado de Oriente a Ocidente, completamente
isolado e com o teto alto para que se possa construir uma abóbada.
Sempre que possível, o Templo será construído de Leste para Oeste, ou seja,
Oriente, onde se situa o Altar, deverá corresponder ao local onde se assenta o
Venerável.
Seja porque o Sol nasce no Oriente, seja porque assim era construído o Templo
de Salomão, ou por efeito da força magnética que se situa entre o Equador e os Pólos,
será inquestionavelmente a forma correta de situar-se um Templo.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O que é o Templo
Mas o que é o Templo?
Aqui não podemos abrir mão dos Evangelhos. E tampouco omitir a parcela
que o Novo Testamento possui como prova de que Jesus de Nazaré abriu novos
horizontes e novas dimensões à Maçonaria.
Quer se aceite sua origem essênia, quer se aceite sua origem messiânica,
pondo-se de um lado o aspecto dogmático, temos em Jesus de Nazaré e no Cristianismo
um marco sólido do que poderíamos denominar de Maçonaria espiritualista.
Certa feita, ao se aproximar a festa pascal dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém
e entrou no Templo, como era seu hábito; ali encontrou gente a vender bois, ovelhas
e pombos, e cambistas que lá se tinham estabelecido. Fez um azorrague de cordas e
expulsou-os todos do Templo, juntamente com as ovelhas e os bois, arrojou ao chão
o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas. Aos vendedores de pombos
disse: “Tirai daqui essas coisas e não façais a casa de meu Pai de mercado”.
Recordaram-se então os seus discípulos do que diz o Salmo 68: “O zelo pela tua
casa me devora”. Os judeus, porém, protestaram, dizendo-lhe: “Com que feito
poderoso provas que tens autoridade para fazer isto?” Respondeu-lhes Jesus:
“Destruí este Templo, e em três dias o reedificarei”.
“Não sabeis que sois Templo de Deus e que o espírito de Deus habita em
vós? Quem destruir o Templo de Deus será por Deus destruído; porque o Templo
de Deus é santo. E isto sois vós.”
Eis o que é um Templo Maçônico. E será para penetrar nesse Templo que o
candidato é colocado na Câmara das Reflexões.
O teto figura uma abóbada azulada, com estrelas formando grande número
de constelações. Na parede do fundo, no Oriente, em um painel, são pintados ou
bordados os astros do dia e da noite (Sol e Lua), ficando esta ao Sul e aquele ao
Norte, e bem assim a estrela rutilante sobre o triângulo em fundo dourado. Este
painel fica bem em frente à porta de entrada e sob um dossel de damasco azul
celeste com franjas de ouro. Debaixo do dossel está a cadeira do Venerável, sobre um
trono ou estrado ao qual se sobe por três degraus.
Na frente da cadeira fica uma mesa retangular, fechada na frente e nos dois
lados por painéis de madeira, podendo haver no da frente um esquadro entrelaçado
com um compasso. Sobre esta mesa estarão um Candelabro de três luzes, um Malhete,
um exemplar da Constituição do Regulamento Geral da Ordem, do Regimento
particular da Loja, do Ritual e o necessário para escrita e as Espadas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Diante do Altar dos Juramentos, uma almofada azul com Esquadro bordado a
ouro.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Altar
Ainda, por incrível que pareça, existe grande confusão entre Altar e Dossel do
Venerável, que são duas coisas distintas. O Altar é o lugar onde o homem entra em
contato com Deus. É a materialização do espiritual. A posição do Altar varia de
conformidade com os Ritos, mas sempre é colocado em lugar de destaque,
preferivelmente no centro e defronte ao Dossel. Há os que afirmam que sua colocação
deverá obedecer à Constelação Austral, tanto que o Altar também é conhecido com o
nome de Ara.
Nos cantos, três luzes, permanecendo um ângulo vazio ao Norte, onde não há
luz.
Já entre nós é mais usado o Altar triangular, onde são colocados a Bíblia, um
Compasso e um Esquadro.
Mas o seu significado mais coerente diz respeito apenas aos juramentos. Sobre
o Altar somente devem ser colocados o Livro Sagrado; quando aberto, sobre ele o
Esquadro com o Compasso entrelaçado.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Livro Sagrado
Muitos são os Livros Sagrados, dependendo da situação geográfica em que
estiver a Loja. No Brasil, como em toda parte ocidental do mundo, o Livro Sagrado
será a Bíblia. É evidente que poderá surgir uma Loja no Brasil composta de Membros
hindus e que coloquem sobre o Altar o Bhagavad-Gita.
Sem nos preocuparmos com a antigüidade dos Livros Sagrados - pois este
trabalho não é erudito, mas apenas ilustrativo - iniciaremos com o livro que os
israelitas colocam sobre o Ara: o Talmud, livro que contém todo o direito civil e
religioso dos Judeus bem como todos os regulamentos de todas as Cerimônias de
seu culto, os preceitos que devem seguir a seu uso particular.
Divide-se em duas partes, sendo que a primeira serve como texto e é chamado
de Mishná, e a segunda é o comentário do texto e se denomina Gerama.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
1º período:
2º período:
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Esquadro
Também não deixa de ser uma jóia móvel, símbolo de mando que é colocado
no Venerável da Loja.
Encontramos sua origem e uso no culto do Osíris na Sala do Juízo, onde são
julgados os homens que, encontrados com a perfeição necessária, são admitidos a
prosseguir.
Nas mãos do Venerável servirá para julgar e decidir. Era o símbolo do Deus
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Nos três Graus simbólicos o Aprendiz usa o Esquadro como signo de sua
marcha; cada passo forma um Esquadro.
O Aprendiz que segue pelo seu caminho, quer espiritual, quer material, o faz
em linha reta, mas jamais deixará de verificar o que está ao seu lado. Seguindo a
linha longa do Esquadro em frente, acompanhará a linha mais curta em direção
oposta lateral; percorre, assim, o Universo, afastando-se cada vez mais do vértice
para o infinito, abrangendo o que lhe está à direita.
Muitas têm sido as explicações em torno desse horário que abrange doze horas
contínuas de atividade maçônica.
É evidente que, em nossos dias, nenhuma Sessão usa essas dozes horas,
portanto, trata-se de um horário simbólico.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Das vinte horas à meia-noite, temos um espaço de tempo plausível, pois são
quatro horas de atividade.
O Templo é o Universo.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Para que o Maçom possa entregar-se ao seu trabalho, que é diário e permanente,
pois a sua Sessão em Loja semanal é apenas uma recarga de suas energias, deve
posicionar-se como um Iluminado.
E assim será apenas quando o Sol estiver em seu zênite com os seus raios
perpendiculares.
Assim atingido, o Maçom, mesmo por uma fração de segundos, terá o seu
corpo físico neutralizado e não terá sombra.
O Maçom posicionado no zênite não produz sombra e isso significa que seu
corpo físico desaparece para dar lugar ao corpo espiritual e com ele, segundos depois,
encetar o seu trabalho maçônico.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Neutralizado pela incidência dos raios solares no zênite, o Maçom está apto
para o trabalho.
Essas atividades outras, por sua vez, estão dentro de um bloco misterioso,
inatingível.
Não esqueçamos que quando o Sol nos ilumina ao meio-dia, ele estará a pino,
que é sinônimo de Prumo.
O Astro Rei sabe perfeitamente usar esse Prumo, que é o equilíbrio necessário
para que o Maçom possa conduzir a sua vida.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O que é a atração?
Depois, assistir a uma reunião bem conduzida; com o desempenho dos oficiais
impecável, desenvolvendo os trabalhos ritualísticos, de memória, sem a leitura do
Ritual.
Tudo para que o Ir.·., ao retornar para o seu lar, sinta o desejo de, passada a
semana, retornar aquele convívio fraterno.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
1º Estar a coberto
2º A formação da Egrégora
3º A Bateria
4º A exclamação
5º A Cadeia de União
6º O “sinal de socorro”
Estar a Coberto
Será a primeira providência para o início de uma Sessão; o estar a coberto
resulta do primeiro dever do 1º Vig.·. e concretiza-se de um modo material, com o
fechamento da porta interna, zelosamente guardada pelo Guarda do Templo.
O “segredo maçônico” já não conta; não representa interesse maior, eis que o
Maçom nada tem a esconder.
O próprio Maçom não é mais discreto; com facilidade conta aos seus IIr.·., o
que presenciou na Sessão; não tem mais razão alguma, para manter em sigilo,
assuntos corriqueiros e litúrgicos repetitivos.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Essa “abertura” que ocorreu de forma natural, veio, posto pareça um contra-
senso, a “fortalecer” o aspecto esotérico.
Ademais, hoje, já não é obedecida a tradição de, uma vez fechada a porta,
uma vez declarada a Loja se encontrar a coberto, a porta só se abrirá ao final dos
trabalhos para dar escoamento aos IIr.·..
Hoje, e isso não escandaliza mais a ninguém, basta um Ir.·. chegar com atraso,
ou um visitante, ou uma autoridade maçônica, para que a porta se reabra!
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quando crianças, nossa mãe nos informa que cada criança tem ao seu lado
um Anjo: é o Anjo da Guarda.
Não se trata, porém, de mera história da infância; esse Anjo existe e nos
acompanha sempre.
Nem todos têm a faculdade de usar a Terceira Visão, para enxergar a esse
Anjo. Isso não significa que ele não exista.
A História Sagrada já é conhecida por ele; faz parte do conhecimento que ele
herdou de seus antepassados através dos genes de que é formado; ou, segundo a
teoria espírita, através das lições de suas encarnações passadas.
A realidade, porém, é que dentro de uma loja, contamos com a presença desses
seres incriados.
Realmente, temos esse hábito, porque é um livro “guia”; por que prescindirmos
das experiências de homens consagrados que se imortalizaram através da saga
hebraica?
O seu túmulo, talvez o mais antigo de todos os tempos, continua sendo visitado
e venerado por todos; como peregrinos, fomos até Jerusalém e, naquele recinto
sagrado, conseguimos sentir a presença daquele Davi humilde e daquele Davi glorioso.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Aprendiz Maçom surge como um pequeno Davi que pode alcançar as maiores
glórias, não só temporais como espirituais.
Davi “sempre esteve a coberto”, até o momento em que vacilou; como castigo
não pode erigir o Grande Templo.
Oxalá possamos, nós todos, nos encontrar a coberto, não só enquanto dentro
de um Templo Maçônico, mas também, dentro de nosso Templo interior, dentro de
nossos lares, de nossos locais de trabalho, dentro de nosso meio; sempre a coberto
para que o “opositor” não prevaleça contra nós.
A Bateria
Bateria é um som de percussão, produzido ou pelas palmas das mãos, ou
pelos Malhetes, ou ainda, pelas lâminas das Espadas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A Bateria, porém, pode ser usada para outros efeitos; por exemplo, se surgirem
durante debates, palavras ásperas e sinais de violência, o Ven.·. ergue-se de seu
Trono, comanda um “de Pé e à Ordem” e uma bateria simples, de três batidas, dentro
duma Sessão simbólica.
As vibrações que cada IIr.·. traz para dentro da Loja nem sempre sintonizam
com a congregação; para uma harmonia adequada, as vibrações deverão ser
uniformes; não pode existir uma vibração negativa ou débil; todas devem refletir o
estado de ânimo espiritual, em consonância com o que a Egrégora passará a emitir.
Não só o som será uma advertência, como uma demonstração que o visitante
veio em missão de Paz; ele estará afastando todo empecilho e será, facilmente, acolhido.
O aplauso através do bater das palmas das mãos, leva ao aplaudido, todo
apoio e carinho; inflama um discurso se interrompido por palmas; gratifica ao final,
o orador, neutralizando qualquer vibração contrária existente.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
É a magia do som.
O som não atinge somente a periferia, mas adentra na parte espiritual e produz
os seus efeitos.
Além da bateria produzida pelo som das palmas das mãos, temos a bateria
feita com os Malhetes.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Numa cerimônia fúnebre, usa-se a “bateria de luto” que consiste no bater com
a palma da mão direita, no antebraço da pessoa enlutada; trata-se de uma bateria
silenciosa; não emite qualquer som que possa ser percebido pelo ouvido humano,
mas as vibrações atingem o tato e penetram na parte interior do ser. É uma bateria
de conforto, de consolação.
A Exclamação
Na abertura e no encerramento dos trabalhos é comandada a exclamação de
uma anulação, ou seja, a repetição tríplice da palavra “HUZZÉ”. Não cabe aqui,
analisar-se a variação dessa exclamação; “Huzzé” ou “Huz-zá”, ou qualquer outra
variação, não tem maior significado.
E por quê?
O grito “Huzzé” que é exclamação ou emulação, cobre toda Loja e faz com que,
o armazenado dentro de cada um, expluda e se perca no ar.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Nas Igrejas, os sons são produzidos por outros instrumentos, como os sinos,
os cânticos, as preces, mas sempre existem esses mágicos sons que contribuem
para a elevação espiritual e a proteção esotérica.
A Cadeia de União
Uma das Cerimônias mais expressivas dentro dos trabalhos maçônicos em
Loja, sem dúvida, é a formação da Cadeia de União.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A união dos pés pelas pontas e pelos calcanhares; a união dos braços cruzando-
os sobre o peito e mãos enlaçadas e a união das mentes, sincronizadas por uma
respiração uniforme; a união esotérica através da transmissão da Palavra Semestral,
são condições que exigem perfeição, conhecimento e realismo.
Existem opiniões extremadas a ponto de negar que essa Corrente tenha origens
maçônicas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
É a melhor benesse que o Maçom recebe de sua Loja, porque nesse Círculo é
que a Egrégora apresenta-se com todo o seu misterioso vigor.
Os que participam apenas porque fazem parte do Quadro da Loja, serão elos
neutralizados, inexistentes; se não prejudicam, nada somam.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Sinal de Socorro
O último dos benefícios que a Maçonaria proporciona aos seus filiados é o
Sinal de Socorro.
O sinal que se aprende, logo após a Cerimônia de Exaltação, não será usado
dentro do Templo, quando em Sessão.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Esse “Sinal de Socorro”, o Mestre conhece mas não faz caso, não o aceita, pois
crê ser supérfluo e sem oportunidade de ser usado!
Portanto, se analisarmos com cuidado tudo o que nos aconteceu e o que nos
poderá acontecer, nos conscientizaremos de que, em muitas ocasiões estivemos
necessitados de socorro?
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A medicação está ao nosso alcance; é oferecida com toda boa vontade, mas se
repudiarmos o que nos é dado com tanto amor, a culpa será nossa se nos advêm as
desgraças!
Sem essa parte misteriosa, mágica, mística, mítica e esotérica, o Maçom não
teria proteção.
Por mais poderoso que seja; por mais forte que se sinta, sempre surge o
momento da necessidade.
Aquele que necessita de socorro, para “todos os seus males”, o peça na forma
adequada; o ensinamento lhe foi dado dentro de um Templo, quando alcançou o
mestrado.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Surgimento da Egrégora
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
É a Egrégora.
É o mistério que faz de cada um, um só ser; todos os Maçons passam a uma
individualização única; é a harmonização dos pensamentos, dos ideais, dos propósitos;
é a aura geral, o esplendor único.
E “ele” esse corpo divino e místico, esotérico e diáfano, faz parte da “cobertura
celestial”.
É a proteção real.
Adiantamos que, nem sempre, ao ser aberto o Livro Sagrado, tem lugar à
formação da Egrégora.
É o Ven.·. Mest.·. que comanda, ainda, o 1º Vig.·. para que cumpra o seu
segundo e último dever:
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Percorre as Colunas e fixa o seu olhar nos olhos dos IIr.·.; ele sabe que todos
pertencem ao Quadro da Loja; os conhece, um a um; todos estão revestidos com o
Avental; todos mantêm a postura adequada, todos se mostram compenetrados.
Mas por que, então, é preciso que o Vig.·. os observe para afirmar, positiva ou
negativamente que se trata de IIr.·. Maçons?
É que ser Maçom não significa ser Membro da Loja; ele precisa estar capacitado
a unir-se aos demais para formar a Egrégora.
O Ir.·. que dirige seus passos para freqüentar sua Loja, já deve proceder a um
exame de consciência; se ele conter em si, malquerenças e desamor, é preferível que
não vá à Loja.
Se, porém, conseguir vencer esses defeitos, então, nos momentos de estada
no Átrio, retornando a si, reveste-se de uma atitude corajosa e máscula passando a
dedicar “amor fraternal” a quem julgava desamar.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
99
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Por todos esses fatores é que a abertura e leitura do Livro Sagrado, no Primeiro
Grau, o do Aprendiz, é feita na parte central do Livro, justamente no Salmo 133.
Todos conhecem esse Salmo. Sistematicamente, ele é lido por ocasião dos
trabalhos maçônicos, por ser um Salmo denominado “do Peregrino”; é a peregrinação
que o Maçom faz para “refrigerar” a sua alma; para alimentar o seu corpo espiritual;
para fortalecer a sua vida.
Quem as ouve, toma parte dessa exclamação; ela é penetrante e soa aos ouvidos,
como um despertamento.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Essa exclamação traduz um som agradável porque, quem a faz, sabe que as
suas vibrações atingem a todos e a Egrégora principia a sua misteriosa formação.
Duas são as exclamações que o tradutor colocou na frase: uma inicial e outra
final; são exclamações que traduzem a grande alegria e satisfação que surgem da
disposição de uma “Vida em comum”; união, aqui, significa a soma e a distribuição
de interesses; é a comunidade que vive dentro de uma única sintonia e que cria a
harmonia de uma vivência feliz; sim, o homem busca sempre, a Felicidade e, naquele
momento litúrgico e esotérico, a encontra e é por esse motivo que o seu coração
exclama: “Como é bom e agradável!”
“O óleo precioso”, deve ser compreendido como o perfume suave obtido pela
infusão das flores no azeite; na época não se conhecia a infusão alcoólica nem as
manipulações químicas.
101
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Arão foi declarado “Grande Pontífice”, funções que passaram aos seus
herdeiros.
Seu nome ficou consagrado pelo fato de ter sido colocado na “Arca da Aliança”,
a sua “vara”.
Por fim, quando Moisés decidiu não entrar na Terra Prometida, entregou a
Arão a tarefa de conduzir o povo hebreu à sua última etapa.
Arão era tido em grande conta, tanto que serve como demonstração do gozo
que advém da união fraterna, porque soube ele unir-se ao povo, como se todos
pertencessem à mesma família.
Quando Arão foi ungido, como descreve o Livro do Gênese, o óleo consagrado
foi derramado em sua cabeça, descendo pelas barbas e pelas suas vestes, significando
que de sua cabeça, de sua mente, de sua parte espiritual, espalhava-se ao “corpo”
que simbolizava a Nação Israelita.
Com a sua consagração, todo o povo recebeu os mesmos efeitos o que constitui
em grande felicidade, porque após quarenta anos de árdua peregrinação, a Terra
Prometida estava à vista e seria a terra abençoada de fartura e paz.
O Salmo menciona “as vestes de Arão”, não apenas, como passagem para o
óleo precioso, mas distinguindo-as porque Arão era, sobretudo, um Sacerdote e suas
vestes, especiais.
102
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Talvez esse fato tão pretérito tenha influenciado na elaboração dos Landmarks,
proibindo o homem aleijado ser recebido Maçom.
O homem, antes de pecar, depois da separação dos sexos, era constituído dos
“éteres divinos” mais puros e era coberto de esplendor e de magnificência. Por outro
lado, a “pele” que reveste o corpo humano foi a sua primeira vestimenta; imaculada,
esplendorosa, refletia cobertura divina e a proteção dos elementos do corpo humano,
o repositório de toda sensibilidade do tato, com as peculiaridades formosas de uma
“escultura” perfeita.
M. Leadbeater, em seu Livro “La Science des Sacrements”, nos faz uma
minuciosa descrição de cada peça desse vestuário.
103
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Cada pedra simbolizava a ligação com essas tribos, que mais tarde, os astrólogos
identificaram com os doze signos do Zodíaco.
Nossa digressão a respeito das vestes de Arão teve como objetivo único
esclarecer a importância das vestes sacerdotais, para a “unificação” do povo He-breu,
resultando dessa “fraternal” união o “bom e agradável” referido no Salmo 133.
Do Hermon, sobem três picos, medindo o mais alto, 2.759 metros sobre o
Mediterrâneo; deles descortina-se desde a cidade de Tiro ao Carmelo; dos Mon-tes
da Galiléia à Samária, do Tiberíades ao Mar Morto.
104
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Sabemos que o nome Israel foi dado por Jeová a Jacó e foi em sua homenagem
que a antiga Sião passou a ser denominada de Israel.
Assim, quando o Salmo 133 diz que “o orvalho do Hermon desce sobre os
montes de Sião”, significa que abrange a todo Israel.
A união dessas duas “bênçãos” faz com que o povo se “una” em amor fraternal,
para que a Vida lhes seja “boa e agradável”.
É evidente que esse exemplo, embora vindo das longínquas terras bíblicas,
pode ser aproveitado por todos e em especial pela Maçonaria que tomou o Salmo 133
como ponto de partida para o “reino da felicidade”.
105
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A condição humana é esta: “ter proteção”; os povos civilizados têm essa proteção
vinda do Estado; na Idade Média, vinha dos Reis e dos Papas; anteriormente, dos
Imperadores e dos Poderosos; enfim, sempre houve a busca incessante de um
“protetor”, de “uma proteção”.
Vida é o milagre.
“o Senhor ordena”.
Esse Salmo foi selecionado dentre os 150 existentes porque constitui uma
preciosidade maçônica.
106
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quando o Oficiante abre o Livro Sagrado e lhe faz a leitura em voz alta, vem a
nós, o “orvalho do Hermon” e com ele, a bênção do Senhor e a Vida, para sempre!
Atrairá, por certo, a “presença” dos IIr.·. que ama e todos terão o orvalho do
Hermon.
Há uma condição prévia para que esse amor fraterno atinja a todos: que haja
realmente esse sentimento fraterno; que não fique esse “amor” encerrado nas paredes
do Templo, mas que seja duradouro; que a fé no ideal maçônico seja real, efetiva e
demonstrada
Para receber o amor fraternal de seu Ir.·. maçônico, é preciso, por sua vez,
“doar”, quantidade igual, seguindo as palavras tão comovedoras de São Francisco de
Assis: “É dando que se recebe!”
O Incenso e o Incensamento
O “incensamento” da Loja não é prática comum e até a grande maioria dos
Maçons a ignora; já tivemos oportunidade de perguntar a “velhos Maçons” a respeito,
e esses jamais assistiram à Cerimônia.
107
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quem cuida desses detalhes; quem forma a Loja, é o Arquiteto da Loja, cargo
eletivo ou de mera indicação da Administração, mas indispensável; sempre a
Maçonaria contou com a presença de um arquiteto, pronto a preservar o patrimônio,
a restaurá-lo e cuidar que tudo se encontre no seu devido lugar para a Cerimônia da
abertura dos trabalhos maçônicos.
Deverá ser o M.·. de CCer.·., pois é ato litúrgico por excelência. Com o
“relaxamento” da Liturgia, porém, qualquer Ir.·. executa a tarefa e usa o tablete que
se adquire no comércio, ou o bastão perfumado que as casas especializadas fornecem.
108
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Depois de dar a fórmula “santa”, o Senhor fez uma recomendação muito severa:
“Quem fizer tal como este para cheirar, será eliminado do seu povo”.
O que significa? Que esse Incenso Aromático nada mais é do que uma
substância entorpecente que ao ser cheirado altera a psique e produz malefícios. A
preocupação de Jeová para com o seu povo foi sempre de manter um povo saudável,
higiênico, com alimentação adequada e cuidados minuciosos.
Não se exigirá que a Maçonaria “adote” a mesma fórmula para o seu Incenso;
todavia, constata-se que já naquela época havia o risco de “vício” e que o elemento
alucinógeno existia.
109
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A parte esotérica da qual não podemos nos afastar e que diz respeito à “Liturgia
Interior”, que inclui a “queima do Incenso” no Templo Interior de cada um de nós,
recomenda muito cuidado, pois podemos, com facilidade, “mentalizar” um produto
químico para ser queimado e nos envolver intimamente, pelo seu misterioso
“sfumato”.
O Sagrado e o Profano
O Maçom faz distinção entre “Maçom e profano” e nem sempre, sabe que ele
Maçom, representa o Sagrado.
Após esse batismo por submersão, diferente do batismo comum por “aspersão”,
o Neófito passa a ser denominado de “crente”.
110
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Obviamente os que não forem batizados por imersão, mesmo que pertençam a
outras denominações cristãs, no são reconhecidos como “crentes”.
Essas outras pessoas passam a ser discriminadas; não fazem parte da “corte
celestial”, não são os “escolhidos”, não serão “arrebatados” enfim, não serão “salvos”.
Esse exemplo esclarece a posição do Maçom em relação aos não Maçons que
seriam os “profanos”.
Por esse motivo que dizemos dos que não se conscientizaram dos efeitos de
uma Iniciação maçônica não passam de “profanos de Avental”, sendo o “Avental” a
característica do Maçom em Loja, pois ele sem estar “cingido” pelo “Avental” não
poderá ingressar em Templo.
111
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quando abordamos esse tema em nossas palestras, nos e dito que há muito
“exagero” para essa exigência e que isso, raramente, poderá acontecer.
112
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
E o que fazer, quando o 1º Vig.·. nota que o Ir.·. que observa não se encontra
“espiritualmente” como Maçom?
O Ritual não nos responde; cremos que nunca deparamos com essa situação,
seja porque esse exame nunca é feito, seja porque não nos chegou notícia.
Se esse Ir.·., ao notar a presença de outro Ir.·. com quem tenha qualquer
dúvida, deverá “vencer” os seus sentimentos com a disposição de “esquecer” o que
lhe poderia perturbar e adentrar não como simples Maçom, mas como Iniciado.
Caso porém, não conseguir superar o seu estado de ânimo, melhor será que
peça permissão e se retire.
113
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Cada Maçom tem o dever de colocar a sua destra dentro da sacola para
depositar seu óbolo.
Colocar a mão vazia, tão somente para cumprir com um gesto litúrgico, não
só estará prejudicando o destinatário da beneficência, como estará “apropriando-se
indevidamente, dos fluídos existentes”.
Cada Maçom deposita, “junto” com seu óbolo, a “si próprio”; “dá-se
integralmente para que o seu “amor” preencha as necessidades do beneficiado.
Nós cremos que o valor está na “fluidificação” daquela espécie; é aquele dinheiro
recolhido que trará benefícios a quem o recebe.
É por isso que inicialmente dissemos que a “coleta”, após encerrado giro na
loja, transforma-se em um elemento Sagrado.
O que não podemos aceitar e que dentro de uma Sessão, “chamada” a presença
do Grande Arquiteto do Universo, encontrando-se o templo a coberto; nascida a
Egrégora, invocados os IIr.·. da Fraternidade, alguma coisa, possa se manter “profana”!
114
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A Cruz do Gólgota que abrigou o corpo do Nazareno, antes de ser erguida, não
passava de um simples madeiro.
Como poderá o Maçom amar o seu “próximo”, se antes, não aprender a amar
a si mesmo?
Portanto, cada Maçom é um “Ser Sagrado”; sobre ele foi derramado o óleo que
o purificou; bebeu da Taça Sagrada, da doce e da amarga bebida; apreendeu que a
Iniciação o “transformou”.
E sabemos que Jacó foi o Patriarca que deu origem às doze tribos de Israel e
que seus descendentes povoaram a Terra Prometida.
Todo Maçom deverá sentir-se, dentro de sua Loja, como elemento da mais
pura sacralidade, porque ele está “próximo” ao seu Criador e cultiva o amor fraterno
que e seu trabalho e receberá por esse trabalho, o salário correspondente.
115
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ressurgirá.
Por conseguinte, “profano” é aquele que não está dentro do Templo, porque
não lhe é permitido entrar.
116
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
.·.
As Jóias da Loja
A Jóia é um artefato confeccionado com materiais preciosos, como o ouro, a
platina, a prata e as pedras preciosas, inclusive o diamante.
Maçons de poder aquisitivo alto, ainda hoje, usam as suas jóias maçônicas,
confeccionadas com metais preciosos.
117
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Essas Jóias são usadas pelos Oficiais da Loja: o Ven.·. Mest.·. e os dois VVig.·.;
elas, porem, são fixas, dentro do período de vigência do mandato desses Oficiais e
tornam-se moveis, quando esses Oficiais são substituídos.
Além dessas seis Jóias, temos mais duas: o Esquadro e o Compasso que
repousam no Altar e que são dispostas, de conformidade com o Grau em que a Loja
esteja trabalhando, sobre as páginas abertas do Livro Sagrado.
O Orad.·. tem um “Livro aberto”, pois ele é o defensor da Lei; e não só isso,
mas aquele que vai “abrir o Livro Sagrado”.
118
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
119
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Para que uma Loja possa apresentar trabalho eficiente, todos os seus lugares
deverão ser ocupados; o que mais entristece uma Administração, são os lugares
vazios.
Uma Cadeia de União somente terá força quando todos os elos da loja a
compõem.
Faltando um só, todos se entristecem; a parábola da ovelha extraviada é sempre
recordada; o Pastor deixa as noventa e nove no aprisco, em segurança e vai em
busca daquela que não acompanhou o rebanho e que poderá estar em perigo; a
encontra e a traz consigo; no aconchego de seus braços fortes e a deposita
carinhosamente junto com as demais que estavam em aflição, mas que se rejubilam
porque constatam que têm segurança, o Bom Pastor.
120
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Se alguém ostenta em Loja uma Jóia, ao retirar-se dos trabalhos, não poderá
abrir mão da dádiva que recebeu e, sob o seu “pálio” deverá colaborar para a completa
harmonia entre os seus IIr.·., porque esses IIr.·., esses amigos, esses companheiros,
são como ele, Maçons!
.·.
Os Utensílios
Nas mãos do Ven.·. Mest.·., servirá para julgar e decidir corretamente. Era o
símbolo do deus Ra, o deus-sol, filho de Osíris e de Ísis, que o empunhava na forma
de um “Malhete”, de haste longa e testa em forma de flecha pela composição de dois
Esquadros. Deus descendente e Deus ascendente; quase que um prelúdio da Cruz
Cristã.
121
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Nos três Graus Simbólicos, o Aprendiz usa o Esquadro, como signo de sua
marcha; cada passo, forma um Esquadro.
O Aprendiz que segue pelo seu caminho, quer espiritual, quer material, o faz
por linhas retas, mas jamais deixará de verificar o que está ao seu lado.
O Esquadro, mal usado, levará à morte, como sucedeu com um dos Jubelos,
no episódio épico de Hiram Abiff.
122
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Hoje, é hábito do orador, para que sua palavra não venha a ser monótona,
enxertar no discurso uma “anedota”; o risco desperta e a atenção retorna para que o
orador possa explanar com firmeza e segurança a sua idéia.
Existe uma “ciência dos símbolos”, sem a qual, a inteligência humana não
abre horizontes.
123
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O retorno ao uso intensivo dos símbolos foi o fator favorável às Lojas que
assim puderam selecionar os novos aprendizes que ingressavam, exigindo-lhes
condições excepcionais e aptidões especiais, bem como conhecimentos à altura da
nova missão; assim, um simples Obreiro ufanava-se de possuir o “segredo” da
construção.
Esses símbolos, por sua vez, eram esculpidos durante a Idade Media, nas
próprias construções e quais “hieróglifos”, falavam a linguagem secreta dos “Pedreiros
Livres”, transmitindo as suas mensagens.
Devemos nos ater ao fato de que as construções passadas diferiam muito das
atuais.
Uma Catedral levava dezenas de anos para ser concluída, e, ainda há, como a
Catedral de Notre Dame e a de Colônia, que até hoje não foram acabadas.
O orgulho dos artífices, reside no fato de admitir, com seu esforço, sacrifício e
dedicação, que “ajudaram a construir uma Catedral”!
Quem coloca uma pedra, ou une outras, com argamassa, está desempenhando
uma tarefa indispensável, sem o que, o todo ficaria inacabado.
O ponto de união, o laço, elo que une estes aspectos é o símbolo; como definição
literária, podemos afirmar que esse elo e a Maçonaria.
124
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Destina-se a traçar uma das mais perfeitas figuras geométricas, que é o círculo.
Com seus braços, ou hastes fechados, somente poderá marcar o ponto; esse,
não significa morte ou estagnação, mas e a partida para a grande aventura da vida.
Então, a tangente é o limite para o qual tende a secante quando os dois pontos
de contato se confundem.
É tão complexa a construção através do Compasso que, até para traçar uma
linha reta, não poderá ser dispensado o uso do Compasso; os triângulos, polígonos,
elipses, parábolas, hipérboles, as curvas de erro, etc., são construídos com o
Compasso.
125
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Compasso é a causa e origem de todas as coisas e seu uso na Loja diz mais
do Grau de Mestre que dos dois que lhe precedem.
O homem dentro do Círculo é o ponto; mas esse ponto, onde descansará uma
das hastes do Compasso para traçar sua figura, não é algo que tenha origem
espontânea.
No ponto, nós estamos em Deus e Deus está em nós; não somos deuses em
igual potência, mas limitados pelo Circulo.
Não podemos nos afastar em direção ao Infinito pelas linhas horizontal e vertical
que partem do ponto. O homem somente poderá romper as linhas do círculo em
harmonia com o Grande Arquiteto do Universo.
Nas “posturas”, esses utensílios se fazem presentes, quer com o “sinal gutural”
quer com o “bater das palmas”, teremos, sempre, um Esquadro e um Compasso em
atividade.
126
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
127
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
.·.
O Painel da Loja
Tempos atrás, nas Lojas Maçônicas, o Painel era apresentado, desenhado ou
pintado, ou impresso, sobre uma tela que, ao final dos trabalhos, era “enrolado”
como costumavam ser os pergaminhos e os rolos do Talmud.
Havia uma Cerimônia para a retirada do Painel, enrolado com cuidado para
ser colocado sob o Trono do Veneralato.
A parte central do Painel reproduz o Altar, sobre o qual vê-se o Livro aberto,
firmadas as suas páginas com as jóias. Esquadro e Compasso entrelaçadas.
Dessa superfície, parte uma Escada simples, estilizada, formada por duas
linhas paralelas entremeadas por pequenos traços horizontais, representando os
degraus.
Convencionou-se abrir o Livro Sagrado, onde está inserido o Salmo 133, que
é lido em voz alta, pelo Oficiante.
Contudo, esse não seria o trecho adequado para a abertura, mas sim no Livro
do Gênesis, capítulo 28, onde vem descrito o sonho de Jacó, eis que o simbolismo
desse sonho está contido no Painel, que seria a “verticalização”, daquele sonho ou
visão.
128
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A impressão colhida por Jacó fora de que os Céus estavam “acima” dele, tanto
que exclamou: “Na verdade Jeová está neste lugar; e eu não o sabia. E temendo,
disse: quão terrível é este lugar! este não é outro lugar senão a casa de Deus,
é também a Porta do Céu”.
Certamente Jacó comunicou seu sonho a todos com quem contatara; a sua
descrição, certamente fora feita com ênfase, com entusiasmo e temor; terá descrito a
Corte Celestial, extasiado pela formosura dos Anjos e o encantamento daquela
“procissão”, do trânsito que perdurou uma madrugada inteira.
Jacó não viu os Anjos descerem pela Escada, mas sim, subirem, portanto, o
episódio da Escada não foi visto em sua inteireza, mas apenas parte dele, ignorando-
se se aqueles Anjos haviam descido de “cima” se haviam percorrido a terra, e se
estavam “retornando” de alguma missão; contudo, havia um “trânsito” porque Jacó
os via, “subindo e descendo”.
Não se poderia afirmar que Jacó ficara perturbado com a visão, pois,
anteriormente já havia sido “visitado” por Anjos.
129
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Um exemplo impressionante é o dos quatro Anjos que visitam Lot, para protegê-
lo, quando saiu da terra de Sodoma e Gomorra.
Mesmo com Jacó, posteriormente ao sonho, talvez alguns anos depois, lhe
surgiu “um homem” que passou a lutar com ele corpo a corpo, sem contudo haver
derrota ou vitória tanto para Jacó como para o Anjo.
Jacó ficara convencido que lutara como próprio Deus, chegando a narrar
posteriormente que vira Deus, “face a face”; foi naquela ocasião que Jacó recebeu o
nome de Israel e o destino do Patriarca, para o surgimento de uma nova descendência
e a formação das doze tribos.
A história de Jacó é comovente; uma das maiores sagas do povo Hebreu, que
havia no Egito se multiplicado a ponto de pôr em risco o Estado o que levou os
egípcios a uma cruenta perseguição, culminando com a “fuga”, liderada por Moisés.
Tudo teve início naquele sonho; portanto, aquele evento, pelo menos para o
povo Hebreu, constitui um marco histórico e, para a Maçonaria, um aspecto relevante,
caso contrário não teríamos no Painel a reprodução do fato.
Jacó afirmava que “aquele local seria a ‘Porta do Céu’’”; o local, hoje
conhecido como Betel, permanece humilde; uma pequena cidade de Israel, onde
alem da tradição nada mais há de maior interesse.
A âncora não é símbolo maçônico; ela aparece tão somente no Painel do Grau
de Aprendiz, e tem o mesmo significado cristão, ou seja: a Esperança.
130
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Painel deve ser estudado, analisado e dele extraídas as grandes lições que
propiciam para que o Maçom possa receber, dentro de sua Loja, os múltiplos aspectos
positivos.
O Painel está “limitado” por uma moldura e, nos quatro cantos, as Borlas, que
estão significando a limitação de nosso conhecimento; a compreensão dos aspectos
esotéricos é medida; não pode o Maçom ir além do que lhe convém pacientemente,
aguardar o progresso em seu estudo para conseguir atingir o significado do mistério.
Uma das interpretações mais usuais, contra a qual lutamos para tirar esse
hábito errôneo, é o de que cada degrau significa o ascenso do Maçom em sua trajetória
hierárquica; assim, quando um Aprendiz passa para o Companheirismo, dizem:
“Atingiu mais um degrau da Escada de Jacó”.
Como o Rito Escocês Antigo e Aceito, o mais usado entre nós, possui, trinta e
três degraus, é tido que cada degrau representa um desses trinta e três Graus,
limitando assim, o número daquela Escada Celestial, tornando-a materializada e
vulgar.
O número de degraus pode não ser infinito mas, conhecê-los, não nos levaria
a coisa alguma; aquele que puder, na sua ascensão espiritual, pelo menos colocar-se
na Escada, já teria garantida a sua subida! E, atingindo essa glória, já não lhe
interessaria o número de degraus a vencer!
Não nos esqueçamos, porem, que “dentro de nosso Templo interior”, também,
há um Painel “vivo”, onde poderemos, em companhia dos Anjos, lado a lado, transitar
pela Escada de Jacó!
Então, não haverá limitações; tudo é revelado mas, como se trata de aspectos
esotéricos, haverá uma restrição severa a qualquer leviana divulgação.
131
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quem possui “dons”, como de vidência e premonição, e com eles fizer comércio,
certamente, os perderá; assim, quem possuir o pleno conhecimento espiritual e o
divulgar, “atirando pérolas aos porcos”, perderá esse conhecimento e tudo não terá
passado de um sonho, permanecendo a esperança de um retorno rápido à condição
almejada; aquele que encontrou a “Palavra Perdida, cuide de não retornar a
extraviá-la”!
A Porta do Céu vem representada por uma Estrela de sete pontas que esparge
múltiplos raios no Infinito; o Sol e a Lua, essa circundada por sete Estrelas,
representam os Luminares Divinos sobre a Terra, ou seja, sobre o homem e,
especificamente, sobre o Maçom.
132
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A Orla Dentada, com suas Borlas, representa a Loja, ou seja, a todos os inscritos
em seu Quadro, presentes ou ausentes.
Uma vez inscritos no Quadro da loja, jamais seu nome será apagado, mesmo
que surja a morte aparente, mesmo que haja desligamento voluntário ou imposto;
uma vez composto o Quadro da loja, esse será imutável.
Por esse motivo, o Iniciado, “sempre estará presente” em sua Loja, mesmo de
forma inconsciente para ele e contrariando a vontade dos remanescentes.
Trata-se de uma condição esotérica que não pode ser revelada; se o Ir.·. alijado,
“mereceu” o castigo, há o perdão. É preciso buscá-lo, porque faz parte da Egrégora
daquela Loja!
133
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Painel do Primeiro Grau apresenta uma terça parte de interior e duas terças
partes de exterior, enquanto o Painel do Segundo Grau, apresenta uma mínima
parte externa; significa que já no Segundo Grau há maior “vida” no mundo interior
que no exterior.
.·.
Arquitetura
Arquitetura é a arte de criar espaços tecnicamente materializados seria, a
definição adequada para o nosso estudo.
A nós choca essa prática, porque não se trata de “diminuir” para economizar
espaço e tempo, mas um “desrespeito”.
Por que “Grande”? Esse adjetivo qualifica a Deus para lhe dar uma proporção
de infinitude, de vastidão e de incomensurável; se o Universo é infinito, não há como
dar-lhe uma medida; grande sugere a concepção alem de qualquer limite.
Por outro lado, esse adjetivo sugere uma distinção com “outros arquitetos”
existentes, como por exemplo, as Potências Celestiais.
“Grande” aqui, define a “Deus”; não como adjetivo, mas substantivo próprio;
será “Deus” na concepção de arquiteto.
134
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Portanto, o uso desses “espaços”, constitui uma arte; mais arte que técnica;
essa prática será denominada de Arquitetura.
O homem não pode afirmar que já conhece tudo. Muito, terá, ainda, que “viajar”
para encontrar o ignoto.
Posteriormente, o homem recebeu o dom de, por sua vez, “criar” manipulando,
contudo, os elementos já criados.
135
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Contudo, por mais perfeita que se apresente uma construção, não se a poderá
comparar com a “Arquitetura do Espírito”, porque os materiais empregados são os
Sagrados.
136
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Realmente, aquela folha deu um sentido artístico aos corpos das criaturas
humanas iniciais.
O Arquiteto, como Maçom, tem essa dupla missão; seu trabalho e paralelo,
sem descurar um, aperfeiçoa o outro.
Contudo, diante de nós está uma “criatura” igual a nós, construída pelo mesmo
Arquiteto.
137
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quem poderá afirmar que “esse” semelhante, possui uma alma desprezível,
ou um espírito deficiente?
Não nos esqueçamos que nosso Deus é o Grande Arquiteto do Universo e que
“universo” significa: “um em diversos”; e que nós os Maçons fazemos parte “desses
diversos”, e que a Unidade é Deus.
Anos atrás, quando a Espanha não era livre e os cidadãos eram controlados,
mormente no período revolucionário, as Lojas Maçônicas foram eliminadas.
Seguindo esses passos, temos a Maçonaria Cubana, que também, retirou dos
seus Rituais a presença do Grande Arquiteto do Universo e do Livro Sagrado.
Essas Lojas, que subsistem todavia, não são Lojas Maçônicas; não importa
que usem o termo maçônico; simplesmente, são instrumento a serviço do ateísmo e
que não aceitam a existência de um Universo interior, no próprio homem.
A Maçonaria é uma Instituição séria; ela é perfeita, porém formada por homens
imperfeitos.
138
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
.·.
A Música
Desde o som abafado por duas pedras que se chocam pelas mãos do homem
primitivo; do silvo do vento entre as canas e folhagens; do cantar dos pássaros; do
sincronizado som produzido pelas águas descendo em cascatas; dos primeiros
instrumentos, como tambor, harpa, flauta; aos carrilhões, às orquestras, os sons
eletrônicos, o laser, e por fim a voz humana, tudo revela arte e provoca sentimentos
no ser humano, e no reino animal.
Como já nos referimos em nosso livro “A Cadeia de União”, para esse ato
litúrgico, faz-se necessário uma iluminação adequada; a queima de um incenso e o
fundo musical.
139
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Essas obras não são difíceis de encontrar no mercado; porém caso surjam
dificuldades, poderão as Lojas solicitar às Lojas da Finlândia, as músicas maçônicas
de Sibelius contidas em um único CD; Haydn e Mozart já são relativamente fáceis,
mas a Maçonaria austríaca por certo colaborará na aquisição.
A nosso ver, Mozart com a sua torrencial cascata de notas musicais e o que
mais influência propicia às Sessões Maçônicas.
Toda nossa pele recebe essas vibrações atuando sobre todos os nossos sistemas;
não se pode ingressar no campo do misticismo sem a companhia dessas vibrações.
Contudo, elas devem ser equacionadas para que surtam o efeito desejado;
assim por ocasião da abertura do Livro Sagrado a música deve elevar nossos
pensamentos possibilitando o encontro com a música das esferas de Platão; todo o
Universo está pleno de sonoridade e para captá-la e necessário que eduquemos nosso
ouvido.
140
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Por mais rústico que seja o ser humano, terá em si sempre um punhado de
melodias para o seu ouvido e a sua mente, saio agradáveis.
A música é um elemento de sua relevância e por esse motivo não pode ser
relegado a uma posição inferior.
141
Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
.·.
Todos sabem que as cores do Arco-Íris são sete, no entanto, em torno das
cores primárias, formam-se as nuanças que desprezamos, mas que existem; são as
diversas “tonalidades” existentes na Natureza; por exemplo, se contemplarmos em
um parque as cores das árvores, dos arbustos, da relva, notaremos um número sem
fim de tonalidades, desde o verde escuro ou verde desbotado, muito claro,
confundindo-se com o amarelo; assim, cada cor terá em torno de si, “vibrações”
múltiplas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Tal prática não passa de uma inovação, posto que inócua, mas condenável.
O negro jamais foi considerado uma cor e sim um campo neutro, aquilo que
não tem cor; ausência da cor.
Essa rudimentar explicação, deve ser bem entendida, porque nós temos o
vício de atribuir ao negro-branco, como cores.
Portanto, o branco é a polarização das cores; todas elas, junto com as suas
nuanças; o negro é a ausência de toda cor.
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Isso significa que na Loja somente a parte mental junto com todos os sentidos,
pois eles se concentram na cabeça é que recebe os benefícios ambientais.
Em Sessões fúnebres, os Maçons “viram o Avental pelo avesso”, eis que esse
“avesso” é negro; portanto, o luto é aparente; não existe; o Maçom, sem o Avental,
não está em Loja; há apenas um “simulacro”, eis que no luto não há trabalho; não
há construção; não há proteção.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quando uma Loja inicia seus trabalhos, “simbolicamente”, inicia sem qualquer
luminosidade; na prática, obviamente, há uma tênue luz que chega através de uma
pequena janela colocada no Setentrião.
A Luz surge gloriosa, quando o Oficiante abre o Livro Sagrado; esse Livro é
denominado também de “Livro da Lei”, porque o Livro Sagrado contém a Lei Universal;
os “modernos”, especialmente na França, como não conseguiram retirar esse Livro
das Lojas, é que pretenderam trocar-lhe o nome, como se isso retirasse a sua
sacralidade.
O vocábulo “cor”, significa “cobrir”, pois tem sua raiz na palavra latina “ce-lare”
com o significado de “cobrir, esconder, ocultar”.
Retornando ao Arco-Íris, ele possui “sete cores mães” e, cada uma delas, “sete
variantes”, portanto, quarenta e nove nuanças.
Cada cor corresponde a uma “letra do alfabeto”, não no nosso alfabeto latino;
a “linguagem das cores”, possui um alfabeto com cinqüenta e seis letras; cada letra
possui o seu “som especifico”, assim teremos a “sinfonia das cores”, e tudo é absorvido
pelo “raio branco divino”.
É a cor do sistema solar; do nosso sistema, que abrange a Terra, seus Planetas,
Satélites e Astros, regido pelo Sol; um dos milhares de sóis dos Universos.
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A aura do “homem perfeito”, é azul; Jesus não pode ser considerado como
“homem perfeito”, ele está fora dessa dimensão, pois sua área é única: dourada.
Os vegetais fornecem a maioria dessas cores; depois são os minerais que contêm
coloridos os mais diversos.
O azul escuro, cor mística e profunda nos vem de uma planta, a “indigofera
tinctoria”.
Esse azul escuro, que se aproxima ao índigo, é a cor da mente que atinge a
“psique” do Maçom e busca na alma o seu refúgio; as cores tendem a ser destruídas
a esmaecer, sofrendo a influência do raio solar; por esse motivo, sempre buscam
proteção.
O azul tem estreita ligação com Júpiter e seu metal é o estanho; por nota
musical, o “sol”.
Para a meditação, o ambiente deverá ter o colorido azul; e uma cor de repouso;
é diáfana; conduz ao Infinito; o fundo musical deve sintonizar com o azul; são os
sons suaves, as melodias serenas, sem os instrumentos excitantes dos sopros; os
instrumentos de cordas e percussão, são os apropriados.
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Uma rosa, a rainha das flores, nos atrai pela sua cor e pelo seu perfume e
muito mais pelo seu aspecto.
Surge a cor “roxa”, que não é violeta, mas como fusão de duas cores-mães
apresenta-se rústica; o roxo não é agradável ao olhar; não tem a suavidade do azul
nem do violeta.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
As vibrações da cor roxa são céleres; atingem com facilidade o mundo espiritual
interior; exprime elevada aspiração espiritual com a devoção do amor.
A cor vermelha deixou de ter o significado dado pelo Velho Testamento; até
hoje derrama-se o sangue humano para impedir que o homem siga a sua própria
crença; as lutas religiosas, desde os tempos imemoriais, foram sempre, a maior causa
de mortandade; - o homem é ávido por sangue humano!
A cor vermelha para o Maçom, significa vida. A cor roxa, misticismo, e a azul
espiritualidade.
O vinho vermelho, certa vez, por Jesus de Nazaré, foi tornado sagrado, isso
aconteceu nas bodas de Canaã.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Ainda hoje, a Santa Ceia é celebrada com vinho tinto, porque rubro, porque
sangue místico.
As demais cores com suas nuanças, como ornamentação, não oferecem maior
interesse, posto nada haja dentro do Templo que não tenha razão de existir.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Os cortinados nas casas ricas ou nos palácios, têm os seus cordões terminados
em Borlas de todos os tipos, simplesmente como adorno e demonstração de poderio
econômico.
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Em algumas Lojas essas Borlas são transferidas para o teto, na parte que
precede a Abóbada Celeste; são colocadas nos quatro ângulos e são coloridas.
O Triângulo Sagrado onde está a letra “IOD”, atua como triângulo de cristal
que polariza o raio solar.
.·.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
O Simbolismo da Romã
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Desconhece-se a origem das cidades acima referidas, mas tudo leva a crer
que os seus nomes derivaram do grande número de Romãzeiras existentes.
Alguns autores dão a Romãzeira como originária do Egito onde era conhecida
pelo nome de “Anhmen”; fazem, outrossim, certa ligação entre a “Romã”, como o
nome de “Amon Ra”.
Prosseguem dizendo não caber dúvida que foi no Egito que o fruto constituía
um símbolo sagrado, pois os Sacerdotes egípcios, usavam a romã nos atos litúrgicos
iniciáticos.
Platão teria afirmado que dez mil anos antes de Menés já existia a cerimônia
que incluía a Romã como fruto e sua rubra flor.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Sobre os Altares dos deuses Horus, Set, Ísis, Nefertiti e Osíris, este deus
supremo e juiz do além vida, protetor da morte, eram notadas as mais exuberantes
Romãs, emblema dos iniciados nos supremos mistérios como símbolo da Vida.
O rei Tnotemis da XVIII dinastia, morto no ano 59 A.C. teve plantadas em seu
parque funerário, cinco Romãs.
Um hábito curioso diz respeito às pessoas que tinham débitos com o falecido
que eram pagos com Romãs, depositadas sobre o seu túmulo.
No antigo Egito o mês tinha três semanas de dez dias cada uma, e o ano doze
meses ou seja, 360 dias, aos quais, para corrigir a anomalia astronômica, foram
acrescentados cinco dias que eram os correspondentes aos aniversários dos deuses
Osíris, Horus, Set, Ísis e Nefertitis.
Essa origem da Romã ter sido no Egito conflita com as Sagradas Escrituras.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Nesta curta obra, que contém pelo menos quinze referências geográficas,
há muitas expressões encantadoras que descrevem o encanto da feminilidade
e a beleza da natureza.
Os oito capítulos desde livro, que não é fácil de esboçar são compostos
do título e treze cânticos”.
(Fala Sulamita:)
- Beija-me com os beijos de tua boca, porque melhor é o teu amor que o
“vinho”.
- Apressemo-nos.
(Fala Sulamita:)
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(Fala Sulamita:)
(Fala Sulamita:)
- Enquanto o Rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o seu
perfume.
(Salomão responde:)
Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos
são como os das pombas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
(Fala Sulamita:)
(Fala de Salomão:)
(Fala Sulamita:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
(Fala Sulamita:)
- O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre
os lírios.
Antes que refresque o dia, e fujam as sombras, volta, amado meu; faze-
te semelhante ao gamo ou ao filho das gazelas sobre os montes escabrosos. De
noite, no meu leito, busquei o amado de minha alma.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
- Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a coroa com que
sua mãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do jubilo do seu coração.
(Fala Salomão:)
Os teus olhos são como os das pombas, e brilham através do teu véu.
Os teus lábios são como o fio escarlate, e sua boca é formosa; as tuas
faces, como “romã” partida, brilham através do véu.
O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para arsenal; mil escudos
pendem dela, todos broquéis de valorosos.
Os teus dois seios são como duas crias, gêmeas de uma gazela, que se
apascentam entre os lírios.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quanto melhor é o teu amor do que o “vinho” o aroma dos teus ungüentos
do que toda sorte de especiarias!
(Fala Sulamita:)
- Ah! venha o meu amado para o seu jardim e como os seus frutos
excelentes!
(Salomão replica:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
(A esposa conclui:)
- Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que
está ba-tendo:
(A esposa continua:)
O meu amado meteu a mão por uma fresta, o meu coração se comoveu
por amor dele.
Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha
alma se derreteu quando antes ele me falou; busquei-o, e não o achei; chamei-
o, e não me respondeu.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
- Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa
entre as mulheres?
Que é o teu amado mais do que outro amado, que tanto nos conjuras?
(Fala Sulamita:)
Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas,
levados em leite, postos em engaste.
- Para onde foi o teu amado, ó mais formosa entre as mulheres? Que
rumo tomou o teu amado? E o buscaremos contigo.
(A esposa conclui:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, pura
como o sol formidável como um exército com bandeiras?
(Fala Sulamita:)
- Desci ao jardim das nogueiras, para mirar os renovos do vale, para ver
se brotavam as vides; se floresciam as “romãzeiras”.
(Fala Sulamita:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Os meneios dos teus quadris são como colares trabalhados por mãos de
artista.
O teu umbigo é taça redonda a que não falta bebida; o teu ventre é
monte de trigo, cercado de lírios.
(Fala Salomão:)
(Interrompe Sulamita:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Oxalá fosses como meu irmão, que mamou os seios de minha mãe! Quando
te encontrasse na rua, beijar-te-ia, e não me desprezariam! Levar-te-ia e te
introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber
“vinho” aromático e mosto das minhas “romãs” e sua mão esquerda estaria
debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abraçaria. Conjuro-vos, ó filhas
de Jerusalém, que não acordeis nem desperteis o amor, até que este o queira.
(Salomão fala:)
- Debaixo da macieira te despertei, ali esteve tua mãe com dores; ali
esteve com dores aquela que te deu a luz.
Põe-me como selo sobre o teu coração, como seio sobre o teu braço, porque
o amor é forte como a morte, é duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas
são brasas de fogo, são veementes labaredas.
(Sulamita fala:)
Temos uma irmãzinha (recordando o que seu irmão outrora lhe dissera),
que ainda não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que for
pedida? Se ela for um muro, edificaremos sobre ele uma torre de prata; se for
uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro.
(Continua Sulamita:)
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
A vinha que me pertence está ao meu dispor; tu, ó Salomão, terás os mil
ciclos, e os que guardam afoito dela, duzentos.
(Salomão interrompe:)
(Sulamita responde:)
.·.
O rei Salomão reinou sobre Israel unido, durante quarenta anos, portanto,
não se pode afirmar ter sido uma pessoa avelhantada, mas no vigor da idade.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Noticiado esse como sendo o vinho da romã, justifica o seu uso e o valor dado
à bebida, a ponto de fazer da Romã, um símbolo sexual conjugado com os lírios,
símbolo da excelência feminina.
Poder-se-ia, contudo, questionar sobre esse evento: mas quando Salomão tinha
mil mulheres, o Templo já estava construído como as duas respectivas colunas.
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Rizzardo da Camino Aprendizado Maçônico
Talvez uma manifestação profética, uma vez que esses adornos foram
determinados por Davi que os recebera do Senhor.
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.·.
Essa flor é de cor escarlate composta de três pétalas carnosas que, após
desabrochar completamente, dão lugar a uma rosácea de cinco pétalas; curiosamente,
ao formar-se o fruto, surgem mais duas pétalas que se mantém envolvidas pela
coroa, secando paulatinamente até o completo desenvolvimento do fruto.
O interior apresenta duas câmaras: a alta que contém cinco celas onde se
espremem dezenas de grãos; a câmara baixa, apresenta-se da mesma forma; os
grãos têm no centro uma diminuta semente branca e, ao redor, uma parte carnosa e
transparente, nas colorações variadas que partem do rosa pálido ao vermelho rubi.
Essa parte interna lembra os favos de mel; as celas são divididas por uma
espécie de cortina branca e leve.
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.·.
O fisiológico, porque cada grão possui “carne”, “sangue” (o suco) e “ossos” (as
sementes).
Os grãos crescem unidos de tal forma que perdem o formato natural, que
seria redondo; espremidos uns aos outros, são semelhantes a polígonos geométricos,
com várias facetas; são lustrosos e belos, lembrando os favos de uma colméia de
abelhas; as abelhas trabalham sem descanso e assim lutam os Maçons.
O Maçom, como a abelha, colhe nos jardins (lojas) o néctar que deposita em
si, usufruindo das lições que a Natureza dá. A colméia seria o Templo interior de
cada trabalhador que se avoluma para conter o mel precioso.
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Que expressiva diferença após poucos anos! A Terra para Gagarin era azul;
para Toyohiro Akiyama, a Terra perdeu a suavidade colorida!
.·.
.·. .·.
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