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Departamento de Língua Portuguesa

Documento do Departamento de Língua Portuguesa da Direcção-Geral da Tradução da


Comissão Europeia — 1.ª edição: Novembro de 2009.

Redacção e paginação: equipa de coordenação e apoio linguístico do departamento

Edição impressa: oficinas gráficas do Serviço de Infra-Estruturas e Logística — Bruxelas

Edição em linha: sítio DGT-Europa

Contacto: DGT-PT-LINGUISTIC-TEAM@ec.europa.eu

Os textos contidos nesta publicação podem ser reproduzidos mediante indicação da fonte.
PREFÁCIO

Os tradutores do Departamento de Língua Portuguesa da Direcção-Geral da Tradução


elaboram textos que são lidos por um grande número de pessoas, quer devido ao seu
carácter jurídico vinculativo (legislação publicada no Jornal Oficial da União
Europeia) quer por se tratar de outros documentos relacionados com as múltiplas
actividades da Comissão Europeia, neles se incluindo obras de divulgação destinadas
ao público em geral.

Uma vez que várias pessoas intervêm no processo de tradução dos textos das
instituições comunitárias, afigura-se essencial estabelecer um conjunto de regras e
orientações que permitam obter uma maior coerência entre estes textos.

Assim, o Guia do Tradutor, ao mesmo tempo que constitui um instrumento de apoio


para responder a questões de ordem prática que se colocam ao tradutor, pretende
também conseguir uma maior harmonização das práticas no Departamento de Língua
Portuguesa. É neste contexto que nele se insere um capítulo sobre o novo Acordo
Ortográfico, o qual não deixará de ser útil a partir da entrada em vigor deste Acordo.

O Guia do Tradutor, que adapta e desenvolve as regras constantes do Código de


Redacção Interinstitucional, nasceu das acções de política de qualidade que têm vindo
a ser aplicadas na Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia e foi elaborado
pela equipa linguística do departamento num curto espaço de tempo. Esta edição
constitui um primeiro conjunto de orientações que deverão, pouco a pouco, ser
melhoradas e completadas. Nesta perspectiva, o Guia não se resume a uma obra feita
para os tradutores, mas conta com a colaboração destes para compilar e consolidar
regras e orientações que permitam melhorar a qualidade dos textos produzidos no
Departamento de Língua Portuguesa. A inserção do Guia na página wiki de língua
portuguesa deverá permitir uma interacção permanente com os tradutores, pelo que
deixo aqui o convite para que contribuam com comentários ou sugestões sobre o Guia
por forma a melhorá-lo constantemente e, desse modo, os serviços que prestamos à
comunidade de língua portuguesa.

Manuel de Oliveira Barata


Chefe do Departamento de Língua Portuguesa
Direcção-Geral da Tradução
Comissão Europeia
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1
1. REDIGIR EM PORTUGUÊS ................................................................................................ 3
1.0. Nota prévia ...................................................................................................................... 3
1.1. Acentuação gráfica.......................................................................................................... 4
1.1.1. Função dos acentos................................................................................................... 5
1.1.2. Regras de acentuação ............................................................................................... 5
1.1.3. Formas verbais ......................................................................................................... 7
1.1.4. Outras regras ............................................................................................................ 9
1.2. Divisão silábica ............................................................................................................. 10
1.3. Substantivos e adjetivos ................................................................................................ 10
1.4. Pontuação ...................................................................................................................... 10
1.4.1. Ponto ( . )................................................................................................................ 11
1.4.2. Vírgula ( , ) ............................................................................................................. 11
1.4.3. Ponto e vírgula ( ; )................................................................................................. 13
1.4.4. Dois pontos ( : )...................................................................................................... 13
1.4.5. Ponto de interrogação ( ? ) ..................................................................................... 14
1.4.6. Ponto de exclamação ou de admiração ( ! ) ........................................................... 14
1.4.7. Reticências ( ... )..................................................................................................... 15
1.4.8. Travessão ( — ) ...................................................................................................... 16
1.4.9. Parênteses [ ( ) ]...................................................................................................... 17
1.4.10. Aspas ( « » ) ......................................................................................................... 18
1.4.11. Barra (oblíqua) ( / )............................................................................................... 20
1.5. Hífen ou traço de união ( - ) .......................................................................................... 20
1.5.1. O hífen nos vocábulos formados por prefixação.................................................... 21
1.5.2. O hífen nos vocábulos com outros tipos de formação ........................................... 23
1.5.3. Guia prático para o uso do hífen ............................................................................ 26
1.6. Preposições.................................................................................................................... 30
1.7. Maiúsculas e minúsculas............................................................................................... 30
1.7.1. Maiúsculas.............................................................................................................. 30
1.7.1.1. Nos nomes próprios......................................................................................... 30
1.7.1.2. Na pontuação................................................................................................... 36
1.7.2. Minúsculas iniciais................................................................................................. 38
1.7.2.1. Nos nomes próprios......................................................................................... 38
1.7.2.2. Na pontuação................................................................................................... 41
1.8. Particularidades da linguagem ...................................................................................... 41
1.9. Nomes numerais (números) .......................................................................................... 41
1.10. Abreviaturas ................................................................................................................ 41
1.11. Siglas e acrónimos....................................................................................................... 41
2. TRADUZIR NA COMISSÃO EUROPEIA ........................................................................ 42
2.1. Actos legislativos .......................................................................................................... 42
2.1.1. Página de rosto e alteração da língua do documento ............................................. 43
2.1.2. Proposta/Projecto ................................................................................................... 44
2.1.3. Título ...................................................................................................................... 44
2.1.4. Título abreviado ..................................................................................................... 45
2.1.5. Epígrafe .................................................................................................................. 47
2.1.6. Vírgulas na citação da epígrafe .............................................................................. 47
2.1.7. Considerandos ........................................................................................................ 48
2.1.8. Dispositivo ............................................................................................................. 48
2.1.8.1. Tempo dos verbos na parte normativa ............................................................ 48
2.1.8.2. Divisão da parte normativa ............................................................................. 49
2.1.8.3. Numeração dos artigos .................................................................................... 50
2.1.8.4. Título dos artigos............................................................................................. 50
2.1.8.5. Artigos aditados............................................................................................... 50
2.1.8.6. Subdivisões do artigo ...................................................................................... 52
2.1.8.7. Definições........................................................................................................ 54
2.1.8.8. Enumerações ................................................................................................... 55
2.1.8.9. Enumerações de actos ..................................................................................... 56
2.1.8.10. Indicação do início de validade de um acto .................................................. 57
2.1.8.11. Indicação do fim de validade de um acto...................................................... 59
2.1.9. Numeração dos anexos........................................................................................... 59
2.1.10. Regulamentos ....................................................................................................... 60
2.1.11. Decisões/Decisões sui generis ............................................................................. 64
2.1.12. Directivas ............................................................................................................. 72
2.1.13. Recomendações, pareceres e comunicações ........................................................ 81
2.1.14. Comitologia.......................................................................................................... 88
2.1.14.1. Procedimentos de comitologia ...................................................................... 88
2.1.14.2. Correcções efectuadas pelos peritos nacionais.............................................. 93
2.1.15. Alteração de actos legislativos ............................................................................. 94
2.1.16. Consolidação/codificação/reformulação/alteração e actualização simultâneas ... 96
2.1.17. Outras fórmulas frequentes nos actos legislativos comunitários ....................... 100
2.1.18. Processo de co-decisão....................................................................................... 101
2.2. Regras e convenções gerais......................................................................................... 102
2.2.1. Ordem de citação dos Estados-Membros ............................................................. 102
2.2.2. Ordem de citação das línguas dos Estados-Membros .......................................... 103
2.2.3. Línguas dos países candidatos à adesão............................................................... 104
2.2.4. Ordem das versões linguísticas ............................................................................ 104
2.2.5. Euro e cent............................................................................................................ 105
2.2.5.1. Forma de escrever euro e cent....................................................................... 105
2.2.5.2. Abreviatura de euro (código ISO)................................................................. 107
2.2.5.3. Euro/EUR: uso da forma extensa ou abreviada ............................................ 107
2.2.5.4. Abreviatura de cent ....................................................................................... 108
2.2.6. Outras moedas dos Estados-Membros ................................................................. 108
2.2.7. Antigas moedas dos países que participam na moeda única................................ 109
2.2.8. Área do euro ......................................................................................................... 109
2.2.9. Indicação das unidades monetárias nos quadros .................................................. 109
2.2.10. Forma de escrever os numerais .......................................................................... 110
2.2.11. Números, símbolos e espaços............................................................................. 113
2.2.12. Múltiplos de dez ................................................................................................. 114
2.2.13. Concordância em caso de percentagem ............................................................. 115
2.2.14. Abreviaturas ....................................................................................................... 116
2.2.14.1. Abreviatura de número................................................................................ 116
2.2.14.2. Abreviatura de Excelência .......................................................................... 116
2.2.15. Datas................................................................................................................... 117
2.2.16. Notas de pé de página ou de rodapé................................................................... 117
2.2.17. Referências ao Jornal Oficial ............................................................................. 117
2.2.18. Acórdãos do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Primeira Instância............... 118
2.2.18.1. Subdivisão dos acórdãos ............................................................................. 118
2.2.18.2. Referência aos acórdãos .............................................................................. 118
2.2.19. Aspas .................................................................................................................. 119
2.2.20. Correspondência................................................................................................. 120
2.2.20.1. Ofícios dirigidos ao Representante Permanente de Portugal junto da União
Europeia ..................................................................................................................... 120
2.2.20.2. Outros exemplos de endereços e fórmulas de cortesia................................ 122
2.2.20.3. Carta/ofício.................................................................................................. 124
2.2.20.4. Rodapé na correspondência da Comissão Europeia.................................... 124
2.2.21. Livros verdes/Livros brancos ............................................................................. 125
2.2.22. Textos confidenciais........................................................................................... 126
2.2.23. Serviço das Publicações da União Europeia ...................................................... 127
ANEXO I — Quadro de síntese da utilização do hífen na prefixação ................................... 127
ANEXO II — Múltiplos e submúltiplos .................................................................................. 130
INTRODUÇÃO

O Guia do Tradutor é uma publicação elaborada pela equipa de coordenação e apoio


linguístico (equipa linguística) do Departamento de Língua Portuguesa da
Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia com a colaboração dos colegas do
departamento. O Guia pretende fornecer soluções práticas para problemas concretos
que surgem durante o processo de tradução e ser um documento de referência e
normalização ao serviço dos tradutores, assistentes e freelances.

O Guia articula-se com os seguintes documentos de harmonização/normalização em


uso nas instituições comunitárias:

• Código de Redacção Interinstitucional


• Guia Prático Comum para a redacção de textos legislativos nas instituições
comunitárias

O Guia do Tradutor procura completar estas publicações de referência, colmatando


lacunas, desenvolvendo aspectos que aí apenas são abordados de uma forma geral e
procurando contribuir, quando possível, para a sua evolução e aperfeiçoamento.

O Guia reúne material anteriormente disperso em notas e artigos publicados pelos


membros da equipa linguística no sítio intranet do departamento e no boletim «a
folha» e acrescenta novos conteúdos expressamente criados para o efeito. Na
elaboração do Guia, foram também tidos em conta documentos equivalentes de outros
departamentos linguísticos da Direcção-Geral da Tradução e de instituições
portuguesas.

O Guia é, por natureza, um instrumento sujeito a permanente actualização em função


das necessidades expressas pelos tradutores e das suas colaborações. A revisão regular
do conteúdo do Guia é assegurada pela equipa linguística e resulta de um trabalho
conjunto que conta com a participação de todo o departamento — tradutores,
revisores, chefes de unidade, assim como gestores de conteúdos das bases
terminológicas, memórias de tradução e dicionários de tradução automática.

Estrutura

No seu formato actual, o Guia do Tradutor divide-se em três grandes capítulos:


«1. Redigir em Português»; «2. Traduzir na Comissão Europeia»; «3. Instrumentos de
Trabalho — Conselhos Práticos».

O capítulo Redigir em Português destina-se essencialmente a completar o disposto no


capítulo 10 do Código de Redacção Interinstitucional (apresentação formal do texto).
Porém, numa fase transitória de preparação para a aplicação do Acordo Ortográfico de
1990 nas instituições comunitárias, e a título meramente informativo, inclui

1
igualmente uma proposta de reformulação dos subcapítulos mais directamente
abrangidos pelas alterações das regras da ortografia da norma europeia do português.

O capítulo Traduzir na Comissão Europeia retoma as regras de base a respeitar na


tradução de textos que se destinam a ser publicados no Jornal Oficial da União
Europeia, assim como regras de carácter geral, no intuito de prestar um apoio
permanente ao tradutor e, ao mesmo tempo, estabelecer uma série de convenções que
contribuam para a harmonização e normalização dos textos traduzidos no
departamento de língua portuguesa.

O capítulo Instrumentos de Trabalho — Conselhos Práticos destina-se a dar


resposta a questões muito simples, mas recorrentes, ligadas à utilização das várias
ferramentas de trabalho postas à disposição de tradutores e assistentes no ambiente
informático da DGT.

Publicação

Ao nível das instituições comunitárias, o Guia pode ser consultado no wiki de língua
portuguesa, interface em actualização permanente destinada a recolher em primeira
mão as contribuições dos utilizadores directos do Guia. A consolidação das
contribuições é reflectida em actualizações regulares da edição publicada em papel e
na intranet da Comissão Europeia.

No servidor Europa, na Internet, está disponível uma versão mais reduzida, composta
apenas pelos capítulos «Redigir em Português» e «Traduzir na Comissão Europeia».

Contactos

Os comentários e sugestões podem ser enviados para:


DGT-PT-LINGUISTIC-TEAM@ec.europa.eu

2
1. REDIGIR EM PORTUGUÊS

1.0. Nota prévia

O capítulo «Redigir em Português» do Guia do Tradutor segue de perto o disposto no


capítulo 10 do Código de Redacção Interinstitucional (apresentação formal do texto) e
destina-se essencialmente a complementá-lo, esclarecendo, sempre que necessário,
casos concretos que costumam suscitar dúvidas de interpretação e/ou de aplicação.
Adoptou-se uma estrutura de organização dos subcapítulos o mais paralela possível à
do Código de Redacção Interinstitucional.

Numa fase transitória de preparação para a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990


nas instituições comunitárias, e a título meramente informativo, apresenta-se
igualmente uma proposta de reformulação dos subcapítulos do Código de Redacção
Interinstitucional abrangidos pelas alterações das regras da ortografia da norma
europeia do português. A menção «Acordo Ortográfico de 1990» foi acrescentada às
páginas escritas com a nova ortografia unificada.

Em linhas gerais, além da supressão das consoantes mudas ou não articuladas em


determinadas sequências consonânticas, o novo Acordo Ortográfico de 1990 elimina
alguns acentos gráficos, simplifica e reformula as regras do uso do hífen e alarga o
emprego da inicial minúscula. Nos casos em que o novo Acordo Ortográfico prevê
usos opcionais, mantém-se o anteriormente estabelecido no Código de Redacção
Interinstitucional.

No caso de dúvidas relacionadas com a nova ortografia, deve ser consultado o texto
original do Acordo Ortográfico de 1990 e os vocabulários ortográficos já disponíveis.

N.B.: O capítulo «Redigir em português» do Guia do Tradutor deve ser considerado um


trabalho preparatório decorrente da eventual necessidade de aplicação, a breve trecho, das
regras do Acordo Ortográfico de 1990 nos serviços de tradução das instituições comunitárias.
O início da aplicação dessas regras está dependente da data decidida pelas autoridades
portuguesas competentes para o Diário da República e outras publicações oficiais da
República Portuguesa. Até à data de início da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nas
instituições comunitárias, mantém-se em vigor o conteúdo do capítulo 10 do Código de
Redacção Interinstitucional disponível em linha.

3
1.1. Acentuação gráfica

N.B.: Até ser decidida a data de início da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nas
instituições comunitárias, consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.1.

A acentuação é como uma anotação musical que determina graficamente o ritmo do


vocábulo e o timbre da vogal — vómito, vomito; pé, pê — impondo-se o seu emprego
como auxiliar da leitura, visto que da acentuação depende, por vezes, o sentido da
palavra e da frase.

As palavras podem ter uma ou mais sílabas, denominando-se, respetivamente,


monossílabos ou polissílabos. No último caso, há uma sílaba na qual a voz é emitida
com mais força ou intensidade; essa intensidade com que se pronuncia uma vogal
chama-se acento tónico.

A sílaba em que se encontra essa vogal denomina-se sílaba tónica. Os vocábulos


podem ter mais de uma sílaba pronunciada fortemente, mas há sempre uma que
predomina e é nessa que existe o acento tónico principal; as outras possuem apenas
acentos secundários:

molhada (mó), pegada (pé), etc.

As palavras não acentuadas chamam-se átonas:

o, da, mas, sem, pela, porque, etc.

Segundo o acento tónico, as palavras classificam-se em:

— palavras agudas, quando têm o acento tónico na última sílaba:

café, libré, pagão, paletó, etc.;

— palavras graves, quando têm o acento tónico na penúltima sílaba:

fácil, hino, íbis, ónus, etc.;

— palavras esdrúxulas, quando têm o acento tónico na antepenúltima sílaba:

hálito, lágrima, pífaro, etc.

Em português existem quatro acentos gráficos:

— o acento agudo (á),


— o acento grave (à),
— o acento circunflexo (â),
— o til (ã).

4
1.1.1. Função dos acentos

Acento agudo — Indica uma vogal tónica aberta e emprega-se no «a», «e», «o»
(abertos), «i» ou «u» ou para desfazer ditongos:

bebé, café, fácil, útil, caía, baú; etc.

Acento grave — Emprega-se apenas para distinguir homógrafos com vogal átona
aberta, resultantes de contração de preposição com artigos definidos ou pronomes
demonstrativos:

à (a + a), àquele (a + aquele), etc.

Acento circunflexo — Indica vogal tónica fechada e emprega-se sobre a vogal dominante da
sílaba:

âmbar, cânhamo, mercê, recôndito, etc.

Til — Indica vogal nasal, tónica ou não; usa-se nas vogais e ditongos nasais e
representa acento tónico se não houver outro marcado na palavra:

avelã, bordão, guardiões, irmã, vãmente, etc.

1.1.2. Regras de acentuação

Palavras agudas

Acentuam-se as palavras agudas (oxítonas) quando terminam em «a», «e» ou «o»,


seguidas ou não de «s»: se abertas, com acento agudo, se fechadas, com acento
circunflexo:

bisavó(s), cá, dossiê, irmã(s), maré(s), papá(s), trenó(s), pôs, você, etc.

Levam acento agudo os polissílabos agudos terminados em «em» e «ens»:

alguém, armazém, parabéns, Santarém, vaivéns, vintém, etc.

Palavras graves

Acentuam-se as palavras graves terminadas em «i», «u», vogal nasal ou ditongo oral
ou nasal (seguidos ou não de «s») ou em «l», «n», «r» ou «x»:

a) com acento agudo, se a vogal da sílaba predominante for «i» ou «u» (pura ou
acompanhada de qualquer letra), «a», «e» ou «o» abertos:

abdómen, acórdão, álbum, almíscar, bónus, cútis, dócil, fénix, férteis, íris, solúvel, tórax,
túnel, Vénus, etc.

5
b) com acento circunflexo, se a vogal da sílaba tónica for «a», «e» ou «o» fechada:

âmbar, bênção, cânon, lêsseis, têxtil, etc.

As palavras graves terminadas em «em» e «ens» não são acentuadas:

desordem, imagem, jovens, origem, penugens, etc.

Palavras esdrúxulas

Acentuam-se graficamente todas as palavras esdrúxulas:

a) com acento agudo as vogais:

— «i» e «u» puras ou acompanhadas de qualquer letra:

áspero, ídolo, síndico, úbere, úmero, etc.

— «a», «e» e «o», abertas ou seguidas de sílaba iniciada por «m» ou «n», se o seu
timbre não for invariável:

áulico, cómodo, ébano, efémero, etc.

N.B.: Neste preceito encontram-se incluídos os vocábulos terminados em ditongos


crescentes: côdea, idóneo, boémia, insónia, espécie, calvície, Eugénio, António, mágoa,
amêndoa, água, légua, assíduo, etc. Alguns gramáticos consideram esdrúxulas estas palavras,
outros afirmam que são graves. Todavia, precisam sempre de acento, para evitar uma leitura
errada.

b) com acento circunflexo as vogais «a», «e» e «o» invariavelmente fechadas:

ângulo, câmara, côvado, estômago, êxodo, pêssego, etc.

c) certas formas verbais:

éramos, fôssemos, fôramos, amávamos, deveríamos, devêssemos, partíamos, partíramos

Passam, erradamente, por esdrúxulos, os seguintes vocábulos:

abside, alvedrio, carateres, celtibero, decano, difteria, epifania, hemopatia, juniores, leucemia,
policromo, rubrica, seniores, septicemia, uremia, etc.

6
Homógrafos

Empregam-se os acentos agudo ou circunflexo em algumas palavras que têm vogal


tónica aberta ou fechada e são homógrafas de vocábulos sem acento próprio:

ás (substantivo) as (artigo ou pronome)


pôr (verbo) por (preposição)
porquê (substantivo ou advérbio) porque (conjunção ou advérbio)

Não se empregam os acentos agudo ou circunflexo na maioria das palavras que têm
vogal tónica aberta ou fechada e são homógrafas de vocábulos sem acento próprio:

para (preposição) para (verbo)


pela (por + a) pela (verbo e substantivo)
pelo (por + o) pelo (substantivo)
pera (preposição) pera (substantivo)
pero (por + isto) pero (substantivo)
pode (verbo) pode (verbo)
polo (por + o) polo (substantivo)

1.1.3. Formas verbais

Acento agudo

Emprega-se o acento agudo na penúltima sílaba da 1.ª pessoa do plural do pretérito


perfeito do indicativo dos verbos regulares da 1.ª conjugação (ámos) para se
diferenciar da sua homografia do presente do indicativo dos verbos (amos):

amámos amamos
cantámos cantamos
jogámos jogamos

O uso do acento agudo nos tempos dos verbos em «air» e «uir» tem importância e, por
isso, vejamos como se conjugam esses verbos, tomando como exemplo cair e afluir:

presente: caímos, caís


afluímos, afluís

imperfeito: caía, caías, caía, caíamos, caíeis, caíam


afluía, afluías, afluía, afluíamos, afluíeis, afluíam

perfeito: caí, caíste, caiu, caímos, caístes, caíram


afluí, afluíste, afluiu, afluímos, afluístes, afluíram

mais-que-perfeito: caíra, caíras, etc.


afluíra, afluíras, etc.

presente do conjuntivo: caia, caias, etc.


afluia, afluias, etc.

7
imperfeito do conjuntivo: caísse, caísses, etc.
afluísse, afluísses, etc.

imperativo: cai, caí


aflui, afluí

particípio passado: caído


afluído

Não se acentua o «i» nas formas do futuro do indicativo e do condicional:

cairei, cairás/afluirei, afluirás e cairia, cairias/afluiria, afluirias, etc.

Os infinitos em «air» e «uir» nas suas formas reduzidas são acentuados:

contraí-lo, distribuí-lo-ei, etc.

Certas formas verbais são esdrúxulas:

éramos, fôssemos, fôramos, amávamos, deveríamos, devêssemos, partíamos, partíramos

Acento circunflexo

Levam acento circunflexo os homógrafos verbais das terceiras pessoas do presente do


conjuntivo das seguintes formas:

dêmos (presente do conjuntivo) e demos (pretérito perfeito), do verbo dar


pôde e pode, do verbo poder

Levam acento circunflexo as formas da terceira pessoa do plural do presente do


indicativo dos verbos ter, vir e seus compostos, para as diferenciar das formas do
singular:

tem têm
vem vêm
contém contêm
provém provêm

Não se acentuam com acento circunflexo as terceiras pessoas do plural dos verbos
crer, dar, ler e ver, quando possuem também acento na mesma pessoa do singular:

crê creem
dê deem
lê leem
vê veem

Não levam acento circunflexo:

abençoo, condoo-me, enjoo, moo, remoo, etc.

8
Não são acentuados com acento circunflexo os derivados do verbo pôr:

apor, compor, depor, repor, etc.

1.1.4. Outras regras

Emprego do acento agudo

Acentuam-se com acento agudo, quando tónicos, os ditongos «eu», «ei» e «oi», se «e»
e «o» forem abertos:

a) ditongo «éu»:

céu, chapéu, povoléu, réu, véu, etc.

b) ditongo «éi» (no plural dos nomes terminados em «el» como sílaba predominante):

anel/anéis, cordel/cordéis, papel/papéis, etc.

c) ditongo «ói» (no plural dos nomes terminados em «ol»):

caracol/caracóis, espanhol/espanhóis, farol/faróis, sol/sóis, etc.

Assinala-se com acento agudo o «i» ou «u» tónicos, seguidos ou não de «s», quando
não formarem ditongo com a vogal anterior:

aí, balaústre, baú, cafeína, faísca, juízes, peúga, saúde, etc.

Não levam acento agudo:

a) as terminações «eia» e «eico» em que é invariável o som do «e»:

assembleia, ideia, seborreico, etc.

b) os prefixos paroxítonos terminados em «r» (hiper-, super-, inter-) quando ligados


por hífen ao elemento imediato, por serem considerados elementos prefixais sem vida
à parte:

hiper-humano, inter-resistente, super-homem, etc.

c) a vogal tónica «i» quando precedida da vogal «u», que com ela não forma ditongo:

aguista, aquista, linguiça, linguista, etc.

9
d) as vogais tónicas «i» e «u» nos seguintes casos:

— quando, em vocábulos paroxítonos, forem precedidas de ditongo:

baiuca, tauismo, etc.

— quando, precedidas de vogal, forem base dos ditongos «iu» e «ui»:

atraiu, caiu, contribuiu, pauis, etc.

— quando, precedidas de vogal que com elas não formarem ditongo, se encontrem em
sílaba terminada em «l», «m», «n», «r» ou «z» ou forem seguidas de «nh»:

adail, Caim, constituir, raiz, rainha, Raul, ruim, etc.

e) as palavras graves que têm como sílaba tónica o ditongo «oi»:

asteroide, boia, comboio, dezoito, heroico, joia, etc.

f) o «u» tónico precedido de «g» ou «q» e seguido de «e» ou «i»:

averigue, arguis, oblique, etc.

1.2. Divisão silábica

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.2.

1.3. Substantivos e adjetivos

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.3.

1.4. Pontuação

N.B.: Até ser decidida a data de início da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nas
instituições comunitárias, consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.4.

A pontuação serve, antes de mais, para marcar o ritmo de um texto, para dar vida à
palavra numa frase. Dependendo muito de cada indivíduo e do seu estado de espírito
momentâneo, compreende-se que as variações sejam inúmeras, tanto no que respeita à
escrita como à sua interpretação. Apesar de tanta flexibilidade, o emprego dos sinais
de pontuação não pode, nem deve, ser arbitrário, esquecendo aquela que é a real
função desses sinais: auxiliar a leitura e a clareza do discurso escrito.

10
1.4.1. Ponto ( . )

O ponto final emprega-se para indicar o fim de uma frase de sentido completo, o fecho
de um pensamento e a supressão de letra ou letras no meio ou no fim de uma palavra.

N.B.: As notas de pé de página levam sempre ponto final.

Quando as frases se encadeiam, dando expressão contínua a um pensamento, os pontos


sucedem-se uns aos outros na mesma linha. São chamados os pontos simples.

Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o nome de ponto final.

O ponto parágrafo indica uma mudança de linha e, portanto, de ideia.

O ponto emprega-se também nas abreviaturas e, como faz parte do vocábulo que
abrevia, pode ser seguido de qualquer outro sinal de pontuação (com exceção do
ponto), sempre que o texto o exija:

O discurso de S. Ex.a, curto e incisivo, fez pasmar a assembleia.

Usa-se ainda com os algarismos árabes quando estes são utilizados para numerar uma
subdivisão do texto.

1.4.2. Vírgula ( , )

A vírgula indica uma breve pausa na leitura, com ligeira inflexão de voz, variando o
seu emprego de autor para autor. No entanto, podemos considerar as seguintes regras
sancionadas pelas gramáticas.

1. O predicado nunca deve ser separado do sujeito por uma vírgula:

«A graça de Girão não era a das anedotas: era a sua.» (Camilo C. Branco — Cancioneiro
Alegre)

2. Nunca se separa por vírgula o verbo dos seus complementos:

«O dia de Páscoa era uma malhada para os padres.» (Aquilino Ribeiro — Terras do Demo)

3. O vocativo é sempre seguido de vírgula:

«Pai, eu quelo a tua olelha.» (Erico Veríssimo — Olhai os Lírios do Campo)

4. Os apostos ou continuados vão entre vírgulas:

«Aos tombos, apoiando a mão no chão a cada desequilíbrio, teimoso, roçando pelas paredes,
subiu para o meio da vila.» (Manuel da Fonseca — «Névoa», Aldeia Nova)

11
5. As frases começadas por gerúndio ou particípio passado independente separam-se
da oração seguinte por vírgula:

Começando a chover, o passeio não se realizou.


Dada a urgência, o filho foi logo operado.

6. O gerúndio dependente não é precedido de vírgula:

«O enfermo foi melhorando envolto nos olhares cariciosos de Felícia e em papas de linhaça.»
(Camilo Castelo Branco — Eusébio Macário)

7. Separam-se por vírgulas todos os elementos de uma oração com idêntica natureza e
valor funcional, não ligados por conjunção:

«O desordeiro provocou, insultou, maltratou quantos se aproximavam dele.» (Cândido de


Figueiredo — Gramática Sintética da Língua Portuguesa)

8. Colocam-se entre vírgulas as palavras ou frases intercaladas:

«O Kurika, medroso mas deliciado, tremia. De vez em quando saltava nervosamente sobre as
patas da frente, no mesmo lugar, ou escavava a areia.» (Henrique Galvão — Kurika)

9. Os advérbios sim e não são seguidos de vírgula quando começam uma oração e se
referem à anterior:

« — Sim, a isso na minha terra chama-se o raleiro da madrugada.» (Aquilino Ribeiro —


Lápides Partidas).
« — Não, isso não faço eu.» (Aquilino Ribeiro — Lápides Partidas).

10. Antes do relativo que emprega-se a vírgula quando introduz uma oração:

Morreram muitos soldados, que fariam falta para o prosseguimento da luta.

11. Conjunções como embora, mas, etc., seguem a regra anterior:

Sentia os olhos cansados, mas ainda acabou o livro.

12. O pronome quem, acompanhado de preposição, é precedido de vírgula:

«Entre os membros daquela lustrosa companhia distinguia-se por seu porte altivo o conde de
Barcelos, D. João Afonso Telo, tio de D. Leonor, a quem nos diplomas dessa época se dá por
excelência o nome de fiel conselheiro.» (A. Herculano — Lendas e Narrativas)

13. O elemento ora em início de fase é, geralmente, seguido de vírgula:

Ora, as coisas não se passaram bem assim!

12
14. Separam-se, na generalidade, por vírgulas as palavras aliás, contudo, enfim, isto é,
pois, porém, talvez, todavia e outros elementos semelhantes:

«Os acontecimentos posteriores provaram, todavia, mais uma vez, quanto podem falhar as
previsões humanas.» (A. Herculano — O Bobo).

15. A vírgula também serve para separar a designação de uma entidade ou de um


lugar, quando se data um escrito:

Évora, 25 de abril de 1974

16. A vírgula emprega-se também para separar elementos de uma enumeração


introduzidos por travessões ou por pontos:

As ações financiadas repartem-se da seguinte forma (em milhões de euros):


— programas horizontais: 253,
— abertura de programas comunitários: 3,
— Phare «Democracia»: 11.

1.4.3. Ponto e vírgula ( ; )

O ponto e vírgula representa maior pausa do que a marcada pela vírgula e emprega-se:

a) para separar orações coordenadas, quando um tanto longas:

«O presépio estava uma riqueza, tudo sedas, tudo rendas, que as freiras tinham bons dedos e
vagar; as velas que ardiam, nem a luz do sol; era um cheiro a cera que agoniava; todo o mar de
gente se prantara de joelhos.» (Aquilino Ribeiro — Terras do Demo)

b) para separar duas ou mais orações subordinadas dependentes da mesma principal,


substituído pela vírgula se as orações coordenadas forem pouco extensas:

«Dantes o xaile era parte do traje; hoje é um detalhe resultante de intuições de puro gozo
estético.» (Fernando Pessoa — Livro do Desassossego)

c) no fim de uma alínea introduzida por um número ou por uma letra minúscula.

1.4.4. Dois pontos ( : )

Os dois pontos denotam maior pausa que a do ponto e vírgula. Empregam-se:

a) nas citações:

No preâmbulo do acórdão lia-se: «Os proventos auferidos pelo recorrente...»

13
b) nas falas (discurso direto):

«Pilar chamou-o, lá de dentro, com firmeza: — Entre, Jacinto.» (Urbano Tavares Rodrigues
— A Noite Roxa)

c) nas enumerações:

As principais cidades de Portugal são: Lisboa, Porto e Coimbra.

d) para substituir o ponto e vírgula quando a segunda proposição explica ou confirma a


ideia contida na primeira:

«Era isto em setembro: já as noites vinham mais cedo, com uma friagem fina e seca e uma
escuridão aparatosa.» (Eça de Queirós — Contos).

1.4.5. Ponto de interrogação ( ? )

O ponto de interrogação coloca-se depois de frases interrogativas diretas:

«E beber? Sabes se ele bebe muito?» (Camilo Castelo Branco — A Corja)

Seguido do ponto de exclamação serve para tornar exclamativa a frase interrogativa:

«Trinta e cinco dias e trinta e cinco noites sobre o mar. E que mar?!» (Manuel da Fonseca —
«Sete-estrelo», Aldeia Nova)

Entre parênteses denota dúvida na afirmação.

1.4.6. Ponto de exclamação ou de admiração ( ! )

O ponto de exclamação ou de admiração coloca-se no fim das frases que exprimem


comoção súbita, surpresa, sentimento de prazer, dor, etc.:

«Trago-te como um filho nos meus braços!» (Florbela Espanca — Sonetos)


«Mas nesse momento ouvia-se nas outras ruas o som das trombetas portuguesas. — É meu
pai! — bradou D. Lourenço.» (Pinheiro Chagas — A Joia do Vice-Rei)

14
1.4.7. Reticências ( ... )

As reticências (ou pontos de reticência) indicam omissão de uma ou mais palavras:

«Rosa — disse-lhe ele —, o linhar não vale vinte e cinco libras, vale quarenta sem regateio
[...] Por esse preço não vendas, que nem Deus te perdoa... Bem sei, estás com o baraço ao
pescoço. É o dianho!... É o dianho!... E, olha lá, porque não vais ter com o padre?...»
(Aquilino Ribeiro — Terras do Demo)

Quando se omite parte de um texto numa transcrição, as reticências colocam-se entre


parênteses retos:

«Os funcionários públicos regem-se [...] pelo Estatuto do Funcionalismo Público.»

Pontos elípticos

Geralmente são três os pontos de reticência. No entanto, existem casos em que se


podem multiplicar na parte omitida de qualquer citação de trecho que se transcreve.
Empregam-se:

1. Pontos elípticos de três pontos para indicar vocábulo incompleto:

«Morrer! Mo... Mas eu não estou doente!» (Raul Brandão)

2. Pontos elípticos de cinco pontos para indicar parte de texto suprimido de um


período:

«..... não acho texto algum da lei, ou sagrada ou profana, que obrigue as mulheres a serem
tolas e não saberem falar.» (Luís António Verney)

3. Pontos elípticos em toda a linha para indicar supressão de versos ou de linhas de


texto:

«Nesta, cuja memória esquece a Fama,


Feira, que de Santarém vem de ano a ano,
Jazia co’uma freira um franciscano;
Eram de barro os dois, de barro a cama
............................................................
............................................................
Não basta a felpa dos buréis opacos,
Com que a carne rebelde anda ralada?
............................................................
O escandaloso par converte em cacos.»
(M. M. Barbosa du Bocage)

15
N.B.: Em MS Word, sempre que um grupo de três pontos é digitado ele é geralmente
transformado em reticências com um espaçamento diferente. A diferença é mais
notória quando se utilizam pontos elípticos em número não múltiplo de três:

3 pontos ou reticências
...

5 pontos ou reticências + 2 pontos
.....
…..
pontos em toda a linha ou reticências em toda a linha
............................
…………………

Convém desativar, em MS Word, a opção Replace … with … (verificar em Tools /


AutoCorrect Options / AutoCorrect).

1.4.8. Travessão ( — )

O travessão (traço horizontal maior que o hífen) emprega-se:

a) para chamar a atenção para a palavra ou as palavras que se seguem:

Só receava uma coisa — a morte.

b) para indicar, nos diálogos, mudança de interlocutor:

— Não estou de acordo, Francisco.


— Porquê? — perguntou este.

c) quando as falas do diálogo são interrompidas por palavras do escritor:

Sim — disse a Amélia —, vou.

d) no lugar de parênteses:

As condições — ordenado e subvenções — eram boas.

e) para separar vários assuntos que se escrevem seguidos:

Capítulo 3.º — Casas do Povo — Construção de habitações

16
f) nas divisões de um texto (enumerações) depois de letra maiúscula e da numeração
romana (nas subdivisões usar o ponto com os algarismos árabes e as letras minúsculas
com parênteses) (consultar também o Código de Redacção Interinstitucional,
ponto 5.4.1.).

Capítulo I Capítulo I — Evolução das Comunidades


EVOLUÇÃO DAS COMUNIDADES
Secção I — Situação geral Secção I — Situação geral
A — Poderes orçamentais A — Poderes orçamentais

N.B.: Esta alínea f) é aplicável em todas as publicações exceto no Jornal Oficial.

N.B.: O travessão a utilizar corresponde ao travessão quadratim ou risca ( — ) e não


ao hífen ( - ), nem ao travessão meio-quadratim ( – ), os quais estão graficamente ao
mesmo nível do travessão, mas são mais curtos. Comparar:

— Verifica — dir-lhe-ei eu —, vê-se bem a diferença!


– Verifica – dir-lhe-ei eu –, vê-se bem a diferença!
- Verifica - dir-lhe-ei eu -, vê-se bem a diferença!

No entanto, graças aos atalhos de teclado, é sempre possível utilizar em qualquer


circunstância o símbolo exato:

— travessão quadratim ou risca (—): «Ctrl» + «Alt» + «Num - » ou «Alt» + «0151»


— travessão meio-quadratim ou meia-risca (–): «Ctrl» + «Num - »
— hífen ou traço de união (-): -

Em MS Word, estando ativada a opção Replace hyphens (--) with dash (–) (verificar
em Tools / AutoCorrect Options / AutoFormat) quando um hífen (ou dois) é
introduzido, protegido por um espaço de cada lado, entre letras ou números, é
geralmente transformado num travessão meio-quadratim (–). Idêntica automatização é
impossível para o travessão quadratim.

1.4.9. Parênteses [ ( ) ]

Os parênteses servem para separar da frase palavras intercaladas que, não pertencendo
propriamente ao discurso, no entanto esclarecem o assunto:

As casas (todas de granito) estavam degradadas.

Usam-se geralmente dois tipos de parênteses: os curvos e os retos.

As frases dentro de parênteses não devem ser longas, mas devem manter a sua
pontuação própria, para lá da pontuação normal do texto.

17
Utilizam-se os parênteses curvos de fecho com letras minúsculas ou algarismos árabes
quando representam uma subdivisão de um texto ou uma alínea (neste caso a frase
termina com ponto e vírgula):

A enumeração apresenta-se do seguinte modo:


1) algarismos romanos:
a) maiúsculos;

Os parênteses retos empregam-se para intercalar uma frase já dentro de parênteses


(curvos) e para circundar as reticências quando estas substituem a parte do texto que se
omitiu.

Os parênteses retos também se utilizam para evidenciar uma intervenção do autor


num texto que não seja de sua autoria:

«O Conselho queria [quer] tomar certas medidas...»


«A Comissão propôs [propõe] ... um regulamento relativo...»

Antes do parênteses não deve colocar-se qualquer sinal de pontuação, exceto o ponto.
Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve
colocar-se depois do de fecho.

1.4.10. Aspas ( « » )

As aspas, ou comas, utilizam-se:

— para enquadrar as citações de textos originais ou indicar a transcrição rigorosa de


um texto e colocam-se no princípio e no final da mesma transcrição:

«Nenhuma nação do Mundo fez coisas tão grandiosas como Portugal, relativamente à sua
extensão e população.» (Leroy Beaulieu)

— nas palavras e expressões apostas:

os montantes compensatórios «de adesão»

— nos termos a definir:

entende-se por «poluição» qualquer descarga...

— nos termos e textos a acrescentar, a corrigir ou a substituir:

acrescentar o que se segue: «...»

— nas designações abreviadas (as aspas não são retomadas posteriormente no texto):

o Comité Permanente do Emprego (a seguir, «Comité»)

18
Também se chamam vírgulas dobradas ou simples e têm ainda outra utilidade:
colocadas por debaixo de palavras ou de linhas, dizem-nos o mesmo que igual, idem, a
mesma coisa. As vírgulas dobradas e simples usam-se quando se quer introduzir uma
citação numa frase que já tem aspas:

«Os homens devem “ser compreensivos, ‘bons’, e respeitosos” dos seus iguais».

A pontuação coloca-se antes da coma de fecho quando a expressão ou frase fica


inteiramente abrangida pelas aspas. No caso contrário, coloca-se a pontuação a seguir
à coma de fecho:

O chefe disse: «O Albino está despedido!»


O artigo atrás mencionado diz que «as aspas vêm antes do ponto».

N.B.: O primeiro nível de aspas a utilizar corresponde às aspas angulares («»).

Quando necessário, utilizam-se três níveis de aspas devidamente hierarquizadas:

«...» — as aspas angulares,


“...” — as aspas curvas duplas ou vírgulas dobradas,
‘...’ — as aspas curvas simples ou vírgulas simples.

As aspas angulares têm tecla própria nos teclados portugueses. As aspas curvas não
têm tecla própria, mas em MS Word pode ativar-se a opção Replace "straight quotes"
with “smart quotes” (verificar em Tools / AutoCorrect Options / AutoFormat),
utilizando nos teclados os símbolos " e ', transformados em “ ou ‘, se à esquerda de
uma letra, algarismo ou espaço, ou em ” ou ’, se imediatamente à direita de uma letra
ou algarismo. Excel e Outlook têm, porém, possibilidades de correção automática mais
limitadas.

No entanto, é possível utilizar em qualquer circunstância o símbolo exato:

— aspas angulares duplas ou francesas esquerdas («) « ou «Alt» + «174»


— aspas angulares duplas ou francesas direitas (») » ou «Alt» + «175»
— aspas curvas duplas ou inglesas esquerdas (“) «Ctrl» + « ` » ou «Alt» + «0147»
— aspas curvas duplas ou inglesas direitas (”) «Ctrl» + « ' » ou «Alt» + «0148»
— aspas curvas simples esquerdas (‘) «Ctrl» + « ` » ou «Alt» + «0145»
— aspas curvas simples direitas (’) «Ctrl» + « ' » ou «Alt» + «0146»
— aspas retas duplas (") " (* )
— aspas retas simples (') ' (*)

(* ) Utilizar os símbolos de Word ou desativar a correção automática.

Neste Guia, consultar no ponto 2.2.19. Aspas as regras específicas a utilizar em


textos das instituições comunitárias.

19
1.4.11. Barra (oblíqua) ( / )

A barra (oblíqua) emprega-se:

— para separar o fim de números de telefone diferentes:

(351-2) 34 56 78 90/91/92/93

— para separar as diferentes partes num processo judicial e para marcar uma relação:

processo Varta/Bosch; processo Comissão/Bélgica


a relação custo/eficácia

— na enumeração de regulamentos, diretivas, decretos, etc.:

Decisão 97/481/CE; Regulamento (CE) n.º 1025/97 do Conselho


Decreto Regulamentar n.º 12/2009

— em períodos que abarcam uma parte do primeiro ano e outra parte do segundo,
como os anos escolares e as campanhas agrícolas:

a campanha vitivinícola de 1988/1989


o ano académico de 1996/1997

Quando se trata de dois anos completos ou de um período de vários anos usa-se o


hífen:

o programa para 1996-1997 (de 1 de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 1997)


o período de 1993-1996

1.5. Hífen ou traço de união ( - )

N.B.: Até ser decidida a data de início da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nas
instituições comunitárias, consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.4.12. e
ponto 10.5.1.

O hífen serve para ligar, ocasionalmente, as partes de um vocábulo que se completa na


linha seguinte e, fundamentalmente, para ligar vocábulos que, embora mantendo a sua
independência fonética, se justapõem para formação de uma nova palavra.

Coincidindo com a mudança de linha, o hífen repete-se na abertura da linha seguinte


(consultar também o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.2.), para mostrar
que esse elemento faz parte de um composto:

cor-de-//-rosa.

20
N.B.: Em alternativa, pode utilizar-se o hífen não separável (nonbreaking hyphen)
(«Ctrl» + «Shift» + «-» (o sinal menos no teclado alfabético).

As abreviaturas dos compostos mantêm o hífen do composto quando se abrevie com


mais de uma letra:

sarj.-aj., ten.-cor., 2.ª-f., m.-q.-perfeito (mais-que-perfeito).

Os prefixos, antes de uma maiúscula, levam sempre hífen.

1.5.1. O hífen nos vocábulos formados por prefixação

A base XVI do Acordo Ortográfico de 1990 introduz simplificações no uso do hífen


nas formações por prefixação (ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-,
hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) e
também por recomposição, isto é, nas formações com pseudoprefixos de origem grega
ou latina (aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-,
micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.).

Emprega-se o hífen:

a) quando o segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal com
que termina o prefixo ou pseudoprefixo (por exemplo: anti-higiénico,
contra-almirante);

anti-higiénico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmónico, extra-humano, pré-história,


sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro-higrómetro,
geo-história, neo-helénico, pan-helenismo, semi-hospitalar.

anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto-observação,


eletro-ótica, micro-onda, semi-interno.

— Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos des-
e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar,
inábil, inumano, etc. O mesmo se verifica com outros prefixos como re- e trans- (por
exemplo: reaver, transumano).

— Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em geral com o segundo
elemento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, cooperação,
cooperar, coordenar, etc. O mesmo se verifica com os prefixos re- e pre- (por
exemplo: reeleger, preexistir).

b) quando o prefixo ou o falso prefixo termina em m ou n e o segundo elemento


começa por vogal, m, n ou h (por exemplo: circum-murado, pan-africano);

circum-escolar, circum-navegação; pan-helénico, pan-mágico, pan-negritude.

21
— Com o prefixo pan- utiliza-se igualmente hífen quando o segundo elemento
começa por b ou p: pan-brasileiro, pan-psiquismo.

c) nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando combinados com
elementos iniciados por r (por exemplo: hiper-rancoroso);

hiper-requintado, hiper-resistente, hiper-ridículo, hiper-rugoso, inter-racial, inter-radial,


inter-regional, inter-relação, inter-resistente, super-realismo, super-realista, super-requintado,
super-revista.

d) nas formações com os prefixos ex-, sota- e soto-, vice- e vizo-; pós-, pré- e pró-;

ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiro-ministro, ex-rei;


sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei; pós-escrito, pós-graduação,
pós-tónico; pré-escolar, pré-natal; pró-africano, pró-europeu, pró-forma.

e) nas formações com os prefixos ab-, ad-, ob-, sob- e sub-, quando combinados com
elementos iniciados por r (por exemplo: ab-rogar).

ab-reação, ad-renal, ob-reptício, sob-roda, sub-raça.

Não se emprega o hífen:

a) nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por r ou s, estas consoantes dobram-se (por exemplo: antirreligioso,
microssistema);

antissemita, biorritmo, biossatélite, contrarregra, contrassenha, cosseno, eletrossiderurgia,


extrarregular, infrassom, microrradiografia, minissaia.

b) nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e o segundo


elemento começa por vogal diferente daquela, as duas formas aglutinam-se, sem hífen,
como já sucede igualmente no vocabulário científico e técnico (por exemplo:
aeroespacial, antiaéreo).

agroindustrial, autoaprendizagem, autoestrada, coeducação, extraescolar, hidroelétrico,


plurianual, radioativo, termoeletricidade.

22
1.5.2. O hífen nos vocábulos com outros tipos de formação

Emprega-se o hífen:

a) nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos
elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade
sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o
primeiro elemento estar reduzido:

ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia,


tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto;

alcaide-mor, amor-perfeito, estado-maior, gato-pingado, guarda-noturno, todo-poderoso;

cabo-verdiano, mato-grossense, norte-americano, pele-vermelha, porto-alegrense,


sul-africano, vila-realense;

belas-artes, livre-câmbio, má-criação;

afro-asiático, afro-luso-brasileiro, luso-brasileiro;

azul-escuro, verde-claro;

económico-social;

primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira;

matéria-prima;

conta-gotas, corta-mato, finca-pé, guarda-chuva, mata-borrão, troca-tintas;

deve-haver, esconde-esconde, puxa-puxa, ruge-ruge, tem-tem;

abaixo-assinado, a-propósito, bota-fora, joão-ninguém, sol-pôr;

— Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de


composição, grafam-se aglutinadamente:

girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.

N.B.: paraquedas, mas para-choques.

— Deve utilizar-se o hífen em palavras formadas por justaposição, como:


afro-americano, euro-mediterrânico, ibero-americano, luso-asiático. No entanto, não
se emprega hífen em palavras formadas por prefixação: eurocético, eurodeputado,
lusófono.

23
b) nos topónimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal
ou cujos elementos estejam ligados por artigo:

Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes,


Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios,
Idanha-a-Nova, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.

— Os outros topónimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem


hífen:

A dos Francos, América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de
Espada à Cinta, etc.

N.B.: Os topónimos Guiné-Bissau e Timor-Leste são, contudo, exceções


consagradas pelo uso.

c) nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou


não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento:

abóbora-menina, couve-flor, erva-doce, feijão-verde; bênção-de-deus, erva-do-chá,


ervilha-de-cheiro, fava-de-santo-inácio; bem-me-quer; andorinha-grande, cobra-capelo,
formiga-branca; andorinha-do-mar, lesma-de-conchinha; bem-te-vi.

N.B.: Esta regra deve aplicar-se sempre que se refiram quaisquer seres vivos,
incluindo fungos, como:

amanita-dos-césares, boleto-das-vinhas, tricoloma-de-são-jorge.

d) nos compostos com os advérbios bem e mal, quando estes formam com o elemento
que se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento começa por
vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar
com palavras começadas por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações:

bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado;


bem-criado (cf. malcriado), bem-ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante),
bem-mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido), bem-soante (cf. malsoante),
bem-visto (cf. malvisto).

N.B.: Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglutinado com o


segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte:

benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.

e) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem:

além-Atlântico, além-fronteiras; além-mar, aquém-mar, aquém-Pirenéus, aquém-Tejo;


recém-casado, recém-criado, recém-nascido; sem-cerimónia, sem-número, sem-vergonha.

24
f) para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não
propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares e combinações históricas ou
ocasionais de topónimos:

a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso


Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola-Moçambique, Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena,
Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, o desafio Chaves-Académica, etc.

g) na ênclise e na tmese:

amá-lo, dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei, enviar-lhe-emos.

— Usa-se também o hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio


eis (eis-me, ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do tipo no-lo,
vo-las, quando em próclise (por exemplo: esperamos que no-lo comprem).

Não se emprega o hífen:

a) nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo


do verbo haver:

hei de, hás de, há de, heis de, hão de.

b) salvo em casos consagrados pelo uso, nas locuções de qualquer tipo, sejam elas
substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais:

— Substantivas:

cabeça de motim, cão de guarda, criado de quarto, fim de semana, moço de recados, sala de
jantar, sala de visitas;

N.B.: fim de semana, mas caminho-de-ferro, água-de-colónia, pé-de-meia.

— Adjetivas:

cor de açafrão, cor de café com leite, cor de laranja, cor de tijolo, cor de vinho;

N.B.: cor de laranja, mas cor-de-rosa («cor-de-rosa» não representa uma locução, mas um
verdadeiro composto, por se haver tornado unidade semântica), do arco-da-velha,
mais-que-perfeito.

— Pronominais:

cada um, ele próprio, nós mesmos, nós outros, quem quer que seja;

25
— Adverbiais:

à parte (note-se o substantivo aparte), à vontade (note-se o substantivo à-vontade), de mais


(note-se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em cima, por isso;

N.B.: mas ao deus-dará, à queima-roupa.

— Prepositivas:

abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo
de, enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;

— Conjuncionais:

a fim de que, ao passo que, contanto que, logo que, por conseguinte, visto que.

1.5.3. Guia prático para o uso do hífen

Sendo difícil estabelecer uma lista completa de todas as partículas antepositivas


utilizadas, apresenta-se aqui uma resenha das mais comuns com o único intuito de
facilitar e promover uma melhor uniformização nos textos. Assinala-se, sempre que
necessário, casos em que se abandonou o uso do hífen.

Resumidamente, eis algumas das condições para o uso do hífen:

ab — quando o segundo elemento começa por um r que não se liga foneticamente ao b


anterior: ab-rogar;
ad — quando o segundo elemento começa por um r que não se liga foneticamente ao d
anterior: ad-renal;
aero — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
aero-hidroterapia;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: aeroespacial, aerossinusite,
aerossondagem;
além — por possuir acento gráfico: além-Atlântico, além-fronteiras, além-mar;
agro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
agro-hidrológico;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: agroalimentar, agroindústria,
agropecuário;
ante — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por e ou h:
ante-histórico, ante-hostilidade;
anti — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou i:
anti-herói, anti-inflamatório;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: antiaéreo, antirroubo, antissocial;
aquém — por possuir acento gráfico: aquém-Douro, aquém-fronteiras, aquém-mar,
aquém-Pirenéus;
arqui — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou i:
arqui-hipérbole, arqui-irmandade;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: arquioligarca, arquirrival, arquissecular;

26
auto — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
auto-hipnose, auto-observação;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: autoajuda, autoestrada, autorretrato,
autossatisfação;
bem — quando o segundo elemento começa por vogal ou h, ou, quando começa por
consoante, mas está em perfeita evidência de sentido: bem-aventurado, bem-estar,
bem-humorado, bem-criado, bem-ditoso, bem-falante, bem-mandado, bem-nascido,
bem-soante, bem-visto;
N.B.: em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento,
quer este tenha ou não vida autónoma: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença;
bio — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
bio-historiador;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: bioacústica, biorritmo, biossíntese;
ciber — quando o segundo elemento começa por h ou por um r que não se liga
foneticamente ao r anterior: ciber-humano;
circum — quando o segundo elemento começa por vogal, h, m ou n: circum-escolar,
circum-hospitalar, circum-murado, circum-navegação;
cis — quando o segundo elemento começa por h: cis-himalaico;
co — quando o sentido é «a par» e o segundo elemento tem vida autónoma e começa
por h: co-herdeiro;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: coautor, codiretor, coocupante,
coorganizar, correndeiro, corréu, copresidente;
com — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por vogal ou h:
com-aluno, com-irmão, com-hospedado;
contra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
contra-almirante, contra-haste;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: contrainformação, contraordenação,
contrarregra, contrassenha;
eletro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
eletro-hidráulico, eletro-ótica;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: eletroíman, eletrorresistividade,
eletrossíntese;
entre — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por e ou h:
entre-eixo, entre-hostil;
euro — nos casos de justaposição, como euro-africano, euro-americano,
euro-mediterrânico, ou quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por
h ou o: euro-obrigação;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: eurocético, eurodeputado, euromercado;
ex — quando este tem o sentido de estado anterior ou de cessamento: ex-almirante,
ex-diretor, ex-presidente, ex-primeiro-ministro, ex-rei;
extra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
extra-axilar, extra-hospitalar;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: extraeuropeu, extrarregimental,
extrassecular;
geo — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
geo-hidrografia;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: geoecologia, georreferenciação,
geossinclinal;

27
hidro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
hidro-haloisite, hidro-oligocitemia;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: hidroavião, hidrorrepelente,
hidrossemeadura;
hiper — quando o segundo elemento começa por h ou por um r que não se liga
foneticamente ao r anterior: hiper-humano, hiper-requintado, hiper-resistente;
infra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
infra-axilar, infra-hepático;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: infraestrutura, infraoitava, infrarrenal,
infrassom;
inter — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou por um r
que não se liga foneticamente ao r anterior: inter-humano, inter-resistente;
intra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
intra-auricular, intra-hepático;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: intraespecífico, intraocular,
intrarraquidiano, intrassociedade, intrauterino;
mal — quando o segundo elemento começa por vogal, h ou l: mal-afortunado,
mal-aventurado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo;
macro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
macro-hibridez;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: macroadenoma, macroeconómico,
macroinstrução, macrorregião, macrossomático;
maxi — quando o segundo elemento começa por h ou i: maxi-harpa;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: maxissaia;
mega — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
mega-análise, mega-hipnose;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: megaoperação, megassismo;
micro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
micro-habitat, micro-onda;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: microempresa, microrregional,
microssegundo;
mini — quando o segundo elemento começa por h ou i: mini-harpa, mini-hídrica;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: miniaventura, minirretrospetiva,
minissérie;
multi — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou i:
multi-idiomático;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: multirracial, multissecular, multiusos;
neo — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
neo-helénico, neo-ortodoxo;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: neoescolástico, neoimpressionismo,
neorromântico, neossocialista;
ob — quando o segundo elemento começa por um r que não se liga foneticamente ao b
anterior: ob-reptício;
pan — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por vogal, b, h, m,
n ou p: pan-asiático, pan-brasileiro, pan-hispânico, pan-mágico, pan-negritude,
pan-psiquismo;
para — quando este exprime a noção de proteção: para-águas, para-brisas,
para-lamas, para-vento;
N.B.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu a noção de composição, grafam-se
aglutinadamente: paraquedas, paraquedista;

28
para — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
para-apendicite;
pluri — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou i:
pluri-humoso, pluri-ideal;
pós — por ter acento gráfico: pós-escolar, pós-graduação, pós-guerra, pós-romano,
pós-terciário;
pré — por ter acento gráfico: pré-aviso, pré-escolar, pré-helénico, pré-natal,
pré-romano, pré-santificado;
pró — por ter acento gráfico: pró-africano, pró-botânico, pró-europeu,
pró-germânico, pró-profilaxia;
proto — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
proto-história, proto-organismo;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: protoevangelho, protorromântico,
protossulfureto;
pseudo — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
pseudo-herança, pseudo-occipital;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: pseudoapendicite, pseudorrevelação,
pseudossábio;
recém — por ter acento gráfico: recém-casado, recém-chegado, recém-licenciado,
recém-nascido;
retro — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou o:
retro-operar;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: retroalimentar, retrorreflexão,
retrosseguir;
sem — quando este mantém a pronúncia própria e o segundo elemento tem vida
autónoma: sem-cerimónia, sem-número, sem-razão, sem-sal, sem-vergonha;
semi — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou i:
semi-hospitalar, semi-inconsciente;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: semiaberto, semioficial, semirreta,
semissábio;
sob — quando o segundo elemento começa por b, h ou por um r que não se liga
foneticamente ao b anterior: sob-barba, sob-roda, sob-rojar;
sobre — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por e ou h:
sobre-exploração, sobre-humano;
soto (ou sota) — quando o segundo elemento tem vida autónoma: soto-capitão,
soto-piloto;
sub — quando o segundo elemento começa por b, h ou por um r que não se liga
foneticamente ao b anterior: sub-bibliotecário, sub-hepático, sub-raça, sub-região,
sub-rogar;
super — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por h ou por um r
que não se liga foneticamente ao r anterior: super-homem, super-requintado;
supra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
supra-axilar, supra-hepático;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: supraestrutura, supraorbital,
suprarrenal, suprassumo;
tele — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por e ou h:
tele-educação;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: teleimpressão, telerradar, telerrecetor,
telessismo, telessonda;
trans — quando o segundo elemento começa por h: trans-himalaico;

29
ultra — quando o segundo elemento tem vida autónoma e começa por a ou h:
ultra-aquecido, ultra-humano;
N.B.: não se emprega, pois, hífen em casos como: ultraesdrúxulo, ultraortodoxo,
ultrarradical, ultrassom;
vice (ou vizo) — quando o segundo elemento tem vida autónoma: vice-cônsul,
vice-presidente, vice-reitor.

Ver no ANEXO I — Quadro de síntese da utilização do hífen na prefixação um


quadro de síntese das regras de utilização do hífen e no ANEXO II — Múltiplos
e submúltiplos as mesmas regras para as partículas antepositivas expressando a
ideia de múltiplo e submúltiplo.

1.6. Preposições

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.6.

1.7. Maiúsculas e minúsculas

N.B.: Até ser decidida a data de início da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 nas
instituições comunitárias, consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.7.

1.7.1. Maiúsculas

1.7.1.1. Nos nomes próprios

A letra maiúscula inicial é usada:

a) nos antropónimos, reais ou fictícios:

António da Silva, Branca de Neve, Francisco, Pedro Marques, D. Quixote;

— Nos nomes de raças, povos, tribos, castas, bem como habitantes ou naturais de
planetas, continentes, regiões, estados, províncias e aglomerações considerados na sua
totalidade (etnónimos):

Brasileiros, Escandinavos, Marcianos, Peles-Vermelhas, Portuenses, Trasmontanos;

N.B.: No entanto, emprega-se a inicial minúscula quando não se faz referência


à totalidade, ou quando se trata de correspondentes comuns dos nomes étnicos:

os portugueses residentes no Luxemburgo,


os angolanos venceram os camaroneses em jogo de futebol;

30
— Em senhor e senhora, quando substituem nomes de pessoas:

Foi convidado o Senhor (Mário);

N.B.: No entanto, grafam-se com minúscula quando sinónimos de indivíduo,


tipo, ou com valor pronominal.

— Nos antropónimos, quando são usados como apelativos e indicam uma classe de
indivíduos semelhantes aos designados por aqueles nomes:

os Virgílios, os Camões, os Albuquerques;

— Igualmente, nos nomes que designam uma filiação ou uma linhagem, de sangue ou
adoção ou nos cognomes ou apodos (nomes qualificativos):

Afonsinos (descendentes de Afonso), Almorávidas (dinastia muçulmana), Antoninos


(imperadores de Roma);
o Africano (D. Afonso V), o Conquistador (D. Afonso Henriques), o Lavrador (D. Dinis);
o Espadeiro (Lourenço Viegas), os Reis Católicos;

— Nos substantivos em que um sentido se exprime por excelência:

o Épico (Camões);

— Nos adjetivos que, designando nacionalidade, naturalidade ou ideias afins, se


juntam a nomes próprios:

Amato Lusitano, Júpiter Olímpico;

— Nas formas pronominais e adjetivas que se refiram a entidades sagradas, ou a


pessoas de alta hierarquia política, sempre que se deseje dar-lhes realce especial:

Ele é o amparo de todos nós (Ele = Deus), estamos sempre a invocá-Lo (Lo = Jesus Cristo);
tenhamos fé n’Ela (Ela = a Mãe de Deus), dedico-Lhe grande culto (a Maria Santíssima);
... por Nossa autoridade, ... Nós, ... apraz-Nos;
alegra-Nos enviar a Nossa bênção;

—Nos nomes de ideias personificadas:

Calúnia, Cobiça, Ira, Medo;

— Nos nomes próprios de animais ou objetos, quando personificados:

Durindana (espada), Fiel (cão), Mimosa (gata);


— Senhor Corvo, disse a Raposa.

31
b) nos topónimos, reais ou fictícios:

Chaves, Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro;


África, Atlântida, Beira Alta, Hespéria;
Estrela, Mondego, Pirenéus;

— Nos nomes comuns que acompanham os nomes geográficos quando constituem


locuções onomásticas:

Império Romano, República Federativa do Brasil, República Portuguesa;

N.B.: No entanto, é usada minúscula inicial nos nomes comuns que


acompanham os nomes geográficos:

distrito de Beja, estado do Maranhão, província do Minho;


o império de Carlos Magno, a nação dos Tabajaras, o país das Amazonas, a república de
Veneza;
cabo da Roca, mar Mediterrâneo, península de Malaca;

— Nos nomes astronómicos:

a Lua (planeta) tem quatro fases, a Terra (planeta) gira em volta do Sol (astro), a Ursa Maior,
a Via Láctea;

N.B.: No entanto, é usada minúscula inicial nos nomes astronómicos que


também têm formas de substantivo comum:

lua (luz da Lua, luar): a lua entra-lhe pela janela;


sol (luz ou calor do Sol): hoje não há sol;
terra (solo): a terra está seca;

— Nos substantivos em que um sentido se exprime por excelência:

a Cidade (Roma);
o Poema (Os Lusíadas).

c) nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos:

Adamastor; Neptuno;
Diana, Dionísio, Mercúrio;
Alá, o Criador, Inferno, Jeová, o Padre Eterno, Providência.

d) nos nomes que designam instituições:

Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social;


Faculdade de Medicina, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Universidade de Coimbra;
Escola Industrial Afonso Domingues, Liceu Pedro Nunes, Presidência da República;
Companhia Geral de Exportação, Direção-Geral da Fazenda Pública;

— Nos substantivos que exprimem elevados conceitos religiosos, políticos ou


nacionais, quando empregados sem qualificativos, ou seja, quando apresentam só por

32
si, com relação a uma comunidade política, nacional ou religiosa, o mesmo sentido que
teriam em conjunto com uma forma adjetiva ou adjetivo-pronominal.

a Administração (a administração pública), a Igreja (a igreja católica), a Nação (a nossa


nação);
Defendeu a Nação, serviu o Estado e divulgou a Fé (a fé cristã);
o Socialismo, a República, a Igreja Ortodoxa.

e) nos nomes de festas e festividades:

Natal, Páscoa, Ramadão, Todos-os-Santos;


Carnaval, Dionísias, Domingo Gordo, Saturnais, Sexta-Feira Santa;

— Nos nomes que pertencem aos calendários ou se relacionam com eras históricas e
épocas célebres tradicionais:

Idade Média, Renascença;

N.B.: No entanto, utiliza-se minúscula inicial nos nomes dos dias, meses e
estações do ano:
segunda-feira; outubro; primavera, estio;

— Nas designações de factos históricos ou acontecimentos importantes e de atos ou


empreendimentos públicos:

Guerra Peninsular, Reforma, Restauração;

f) nos títulos de publicações periódicas e bibliónimos, que retêm o itálico:

Usam-se carateres itálicos num texto em romano (e, ao contrário, carateres romanos
num texto em itálico) nos títulos de obras literárias, jornais, revistas e outras
publicações similares desde que seja citado o seu nome completo:

Diário da República, Jornal Oficial da União Europeia;


A Bola, Diário de Notícias, O Estado de São Paulo, Jornal de Notícias, Jours de France, O
Primeiro de Janeiro, a revista Pública, Público, o Times;
Árvore e Tambor, Castigador de Si Mesmo, O Homem Que Ri, Lendas e Narrativas, Os
Lusíadas, Menino de Engenho, Prática de Oito Figuras, O Romance de Um Rapaz Pobre,
Senhor do Paço de Ninães, O As Três Irmãs.

N.B.: Quando se cita conjuntamente o título de um artigo e o título da revista,


da coletânea, etc., no qual o artigo é publicado, o título do artigo mantém-se em
romano, entre aspas, ficando em itálico o título da obra.

N.B.: Há elementos que se empregam sempre com maiúscula inicial, tais como
«se», «si», «que» e os «numerais», embora esta regra tenda a cair em desuso:

Quando Se Amava Assim, O Homem Que Ri, Prática de Oito Figuras, Castigador de Si
Mesmo.

33
— A forma curta e a forma abreviada de títulos de publicações periódicas não retêm o
itálico:

Jornal Oficial, JO;


DR, DN, JN.

— Igualmente em subtítulos de livros e de publicações periódicas mantêm-se as


maiúsculas:

Leonor Teles — Flor de Altura, Portucale — Revista de Cultura.

— Igualmente nos títulos de produções artísticas de qualquer género, que retêm o


itálico:

O Desterrado (estátua de Soares dos Reis), O Fado (quadro de José Malhoa), Lohengrin
(ópera de Wagner), Pôr-do-Sol (quadro a pastel do Rei D. Carlos), A Portuguesa (hino
nacional português).

— Nas palavras que exprimem atos das autoridades dos Estados quando entram
designações de diplomas ou documentos oficiais:

Lei de Meios para 1970,


Portaria de 1 de setembro de 1911,
Decreto-Lei n.º 146/2009.

N.B.: Quando qualquer destas palavras é citada sem ser seguida de data ou do
número, usa-se a inicial minúscula. Escrevem-se com inicial maiúscula as
palavras «regulamento», «código», «diretiva», «decisão» quando de referem a
um documento identificado no texto.

N.B.: Opcionalmente no nome de programas e ações comunitários após o


primeiro elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos podem ser
escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele contidos.

g) nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente, e nas


suas abreviaturas:

Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países; Nordeste, por nordeste do Brasil; Norte, por
norte de Portugal; Ocidente, por ocidente europeu; Oriente, por oriente asiático;
SW; NE;

h) em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas


com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas:

FAO, NATO, ONU, CEE, COST, FEDER;


EUR, CVE, USD;
H2O;
Sr., V. Ex.ª, S. M., Ex.ma Sr.ª, D.; Fr., S., S. Ex.ª Rev.ma, Dr., Dr.a, Drs., Dr.as

N.B.: Exceções: sida.

34
N.B.: A partir de seis letras (inclusive), as siglas e acrónimos (incluindo nomes
de programas) escrevem-se apenas com maiúscula inicial, sem pontos nem
acentos, salvo exceções, embora esta regra tenda a cair em desuso:

Cnuced, Esprit, Unesco,


CCAMLR.

— Os símbolos das unidades e dos seus múltiplos e submúltiplos são impressos em


carateres romanos direitos e em geral minúsculos. Contudo, se o nome da unidade
deriva de um nome próprio, a primeira letra do símbolo é maiúscula. O mesmo se
passa para fatores iguais ou superiores a um milhão (106), em que o múltiplo é
expresso por uma maiúscula.

mega (M) equivale a um milhão (106), megawatt (MW);


giga (G) equivale a mil milhões (109), gigapascal (GPa);
tera (T) equivale a um bilião (1012), tera-hertz (THz).

Ver ANEXO II — Múltiplos e submúltiplos.

i) em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em


início de versos ou em categorizações de:

— logradouros públicos:

Avenida João XXI, a Baixa portuense, Campo Grande, Estrada da Circunvalação, Largo do
Bonfim, Largo dos Leões, Pátio do Tijolo, Rotunda da Boavista, Rua do Bonjardim, Rua
Direita, Rua da Liberdade, Travessa das Cebolas.

— templos:

Igreja do Bonfim, Templo do Apostolado Positivista.

— edifícios:

Basílica da Estrela, Capelas Imperfeitas, Convento dos Capuchos, Edifício Azevedo Cunha,
Palácio da Cultura.

j) e ainda:

— nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas:

Línguas e Literaturas Modernas, Matemática, Português;


leciona Álgebra, frequenta Anatomia, formado em História, doutorado em Medicina;
cursou Direito, 1.º ano de Economia, cadeira de Latim, doutor em Letras;
sempre teve muito boas notas em Português.

a Arte, a Ciência, o Direito, a Justiça.

35
— em nomes de relevo ou de especial deferência:

Bispo, Cardeal, Embaixador, Papa, Presidente da República.

— na assinatura de documentos por altas personalidades e por deferência entre


personalidades:

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral;


Ao Magnífico Reitor da Universidade.

— nos nomes compostos ligados por hífen, a maiúscula no primeiro elemento obriga à
maiúscula no segundo:

Ex.mo Sr. Contra-Almirante, o Demónio do Meio-Dia, Diretor-Geral, Estados-Membros.

— quando o nome próprio tiver valor predominante num composto, escreve-se com
maiúscula; e com minúscula quando não for predominante:

água-de-colónia,
além-Atlântico,
aquém-Tejo,
folha de flandres,
rainha-cláudia,
os sem-Deus.

N.B.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que
obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ou normalizações
específicas (terminologias antropológica, bibliológica, botânica, geológica, química,
zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras reconhecidas
internacionalmente.

1.7.1.2. Na pontuação

A letra maiúscula inicial é usada:

1. no começo de um período:

«Cada concelho pagava em virtude de um contrato especial — a sua carta de foro.»


(A. Herculano)

2. sempre depois de ponto.

3. depois de dois pontos:

a) em começo de citação, que se deve escrever entre aspas:

«Quando sentiu inevitável a catástrofe pela alucinação de el-rei D. Sebastião, volta-se para ver
João da Silva gritando: “Por que não havemos nós de prender este homem?”» (Conde de
Sabugosa)

36
b) no início de falas de interlocutores, que obrigam sempre a uma abertura de
parágrafo:

«— De que gostas mais? — perguntou-lhe o pai.


O menino sorriu levemente, confessou:
— De tudo, de tudo, gostei mais foi do homem de anelão falso, o que sabia contar histórias...»
(Jorge Amado)

c) no início de enumeração ou de alíneas com redação independente.

N.B.: Abrem-se por minúscula as enumerações ou alíneas que completam ou continuam a


frase interrompida por dois pontos. Esta regra não se aplica, porém, a enumerações no
dispositivo de atos destinados a publicação no Jornal Oficial da União Europeia — ver, neste
Guia, o ponto 2.1.8.8. Enumerações.

4. depois de pontos de interrogação e de exclamação, exceto nas interrogações e


exclamações coordenadas:

«Mas já consideraste no que ides fazer? Já? Comeis-me e depois?» (Aquilino Ribeiro)
«Ó quimera de Vida! pois a Vida é isto? estes apertos de mão, esta mentira, este monólogo
entrecortado de risos, de lágrimas e de infâmias? este sonho e esta lama? esta inveja e esta
vaidade?» (Raul Brandão)

5. depois do travessão que abre as falas dos interlocutores:

«— Onde é que este homem vai parar? — diziam os principais da terra. — Ah! se nós
tivéssemos apoiado os canjicas...» (Machado de Assis)

6. depois das reticências, exceto quando o vocábulo seguinte completar ou continuar a


expressão interrompida:

«Eu, se fosse comigo... Mas, enfim, é irmão do meu compadre... não devo dizer nada.» (A.
Garrett)

37
1.7.2. Minúsculas iniciais

1.7.2.1. Nos nomes próprios

A letra minúscula inicial é usada:

a) nos nomes dos dias, meses, estações do ano:

segunda-feira; outubro; primavera;

N.B.: Utiliza-se maiúscula para os dias da semana, se formarem uma locução e


o segundo elemento for um adjetivo:

Domingo Gordo, Sexta-Feira Santa.

N.B.: Porém, se o segundo elemento for um substantivo, mantêm a minúscula:

domingo de Páscoa, quinta-feira de Ascensão.

b) nos usos de fulano, sicrano, beltrano:

Sempre há cada fulano!


Não compreendo o que a senhora (a fulana) quer.

c) nos pontos cardeais ou equivalentes (mas não nas suas abreviaturas):

norte (mas: N), sul (mas: S);


sudoeste (mas: SW);
oés-noroeste (mas: WNW), lés-nordeste (mas: ENE).

N.B.: Utiliza-se igualmente minúscula inicial nos nomes dos pontos cardeais
ou colaterais se indicam direções ou limites geográficos:

Dirijam-se para norte;


limitado ao sul pelo Mediterrâneo;
povoação situada a oeste;
vento norte, latitude sul.

d) nos axiónimos:

senhor, senhora;
doutor, doutora;
bacharel Mário Abrantes, o cardeal Bembo, senhor doutor Joaquim da Silva.

N.B.: Emprega-se, porém, maiúscula inicial nos substantivos, adjetivos,


pronomes e expressões que representem tratamento cortês ou de reverência
quando vêm acompanhados de outra palavra a que se ligam diretamente, ou
quando estão diretamente ligados a um ou mais nomes próprios ou a
designativos de categoria, função ou qualidade:

38
D. (Dom ou Dona), Excelência (Ex.ª), Ex.ma Sr.ª, Senhor (Sr.), Sua Majestade (S. M.);
Fr. (Frei), S. (São, Santo ou Santa), S. Ex.ª Rev.ma (Sua Excelência Reverendíssima).

N.B.: Emprega-se, igualmente, maiúscula inicial nos títulos universitários


(bacharel, doutor, licenciado), quando abreviados e antepostos a nomes de
pessoas (estas formas podem ser escritas por extenso, se houver motivo de
particular deferência):

o B.el José Lino de Sousa, o Dr. António Pimentel de Castro, a Dr.a Maria de Lurdes Almeida,
as Dr.as …, os Drs. …, a Lic. Elvira do Carmo Barreto, o Lic. Gustavo Resende, os Lic. …

N.B.: Escrevem-se, porém, com minúscula inicial as palavras que se interpõem


entre uma expressão de reverência e o termo a que ela se liga:

o meu Ex.mo e prezado Colega; meu caro Doutor.

— Emprega-se, igualmente, minúscula inicial nos nomes de cargos, postos ou


dignidades hierárquicas, sejam quais forem os respetivos graus, bem como nos
vocábulos que designam títulos, qualquer que seja a importância destes:

o presidente da República partiu para Coimbra;


diretor-geral do Ensino;
marechal Saldanha;
entre a assistência via-se o rei D. Manuel II.

e) e ainda:

— nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas, se forem


empregados em sentido geral ou indeterminado:

a anatomia exige muito estudo;


a música, linguagem inconfundível, é sempre compreendida pelas almas sensíveis;
os homens cultos detestam a retórica balofa de certos oradores.

— nos nomes (antropónimos) comuns que, reproduzindo nomes próprios de


indivíduos reais ou fabulosos, indicam, figuradamente, pessoas com qualidades ou
características desses mesmos indivíduos:

um apolo (de Apolo);


um hércules (de Hércules).

— nos substantivos que significam acidentes geográficos, seguidos ou não das


designações que os especificam toponimicamente:

arquipélago (dos Açores);


ilha (de Porto Santo);
mar (das Caraíbas);
rio (Mondego);
serra (do Marão);
vale (da Vilariça).

39
N.B.: Só em casos particulares, regulados por normas já expostas (ver ponto
1.7.1. Maiúsculas), é que as palavras relativas a acidentes geográficos e
seguidas de designações toponímicas se escrevem com maiúsculas iniciais:

Rua da Ilha do Faial;


Uma Noite no Monte Calvo

— nos nomes étnicos, se não se faz referência à totalidade e se se trata de


correspondentes comuns:

os portugueses residentes no Luxemburgo;


os angolanos venceram os camaroneses em jogo de futebol.

— em certos nomes astronómicos que também têm formas de substantivo comum:

lua, terra, sol.

— nos substantivos que designam organização política ou social ou que designam


organização administrativa ou político-administrativa, mesmo seguidos de
complementos toponímicos:

condado, domínio, ducado, grão-ducado, reino, república;


cantão (de Berna);
cidade (de Évora);
concelho (de Amares);
distrito (de Santarém);
estado (de Nova Iorque);
freguesia (de Paranhos);
província (do Minho).

— nas palavras «capela» e «igreja», quando seguidas do nome do patrono:

capela das Almas, igreja da Amadora.

— nas formas onomásticas (portuguesas ou aportuguesadas) que entram em palavras


compostas de nomes próprios cujo valor não é predominante (ver ponto 1.7.1.
Maiúsculas):

água-de-colónia;
folha de flandres;
tinta da china;
vinho do porto.

40
1.7.2.2. Na pontuação

A letra minúscula inicial é usada:

nas enumerações simples ou alíneas que completam ou continuam a frase interrompida


por dois pontos (estas subdivisões das enumerações são separadas por ponto e vírgula,
englobando subalíneas separadas por vírgulas).

N.B.: Exceções notáveis:


— enumerações em que a complexidade dos elementos não permite o uso de minúsculas (ver
Código de Redacção Interinstitucional, ponto 5.4.2.);
— enumerações em que se aplicam as regras específicas do Jornal Oficial (ver ponto 2.1.8.8.
Enumerações e Código de Redacção Interinstitucional, ponto 3.4.9.).

1.8. Particularidades da linguagem

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.8.

1.9. Nomes numerais (números)

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.9.

Neste Guia, ver ANEXO II — Múltiplos e submúltiplos e consultar nos pontos


2.2.10. Forma de escrever os numerais, 2.2.11. Números, símbolos e espaços e
2.2.12. Múltiplos de dez as regras específicas a utilizar em textos das
instituições comunitárias.

1.10. Abreviaturas

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.10.

Neste Guia, consultar no ponto 2.2.14. Abreviaturas as regras específicas a


utilizar em textos das instituições comunitárias.

1.11. Siglas e acrónimos

N.B.: Consultar o Código de Redacção Interinstitucional, ponto 10.11.

41
2. TRADUZIR NA COMISSÃO EUROPEIA

2.1. Actos legislativos

Devido à sua posição no processo legislativo, cabe à Comissão elaborar as propostas


legislativas. Uma vez que grande parte da terminologia é fixada nesta fase inicial do
processo, os tradutores devem assegurar o rigor, a precisão e a clareza da terminologia
escolhida, bem como a sua coerência com a legislação anterior. Além disso, devem
atender aos aspectos formais impostos pela prática legislativa na Comissão. Para esse
efeito, devem consultar o Código de Redacção Interinstitucional e o Guia Prático
Comum para a redacção de textos legislativos nas instituições comunitárias. Por outro
lado, devem assegurar uma harmonização/normalização das práticas de tradução, por
forma a evitar que uma mesma expressão seja, injustificadamente, traduzida de formas
diversas.

A presente secção pretende prestar um apoio suplementar aos tradutores no que se


refere aos aspectos formais a respeitar na tradução de actos legislativos, assim como à
harmonização das práticas, dando especial relevo às situações encontradas com mais
frequência na tradução deste tipo de actos.

Liminarmente, recordam-se dois princípios essenciais a respeitar na redacção/tradução


de actos legislativos, enunciados no Guia Prático Comum:

O redactor deve utilizar, na medida do possível, palavras da linguagem


corrente, privilegiando a clareza do enunciado e não a beleza do estilo.
Deve, por exemplo, evitar utilizar sinónimos e frases diferentes para
exprimir uma mesma ideia.

A terminologia utilizada deve ser coerente tanto entre disposições de um


mesmo acto como entre esse acto e os actos já em vigor, especialmente na
mesma matéria.

42
2.1.1. Página de rosto e alteração da língua do documento

Quando o tradutor trabalha por cima de um original, a prática legiswrite requer que
seja alterada a língua do documento. Esta operação é feita através do menu legiswrite.
Contudo, quando, na página de rosto, aparece a indicação da língua por baixo do
título do acto, esta não deve ser alterada. Com efeito, na margem esquerda do
documento, as indicações legiswrite especificam que deve aqui ser mencionada a
língua original do documento e não a língua do documento em si. Assim, no caso de a
tradução ser feita a partir de um original inglês, será mantida a abreviatura «EN».

Exemplo:

Nos casos em que o tradutor recorre ao TWB, a língua do documento deve, de


preferência, ser alterada no final da tradução (a fim de evitar que o original contenha
partes em PT antes de passar o TWB pelo texto), mas pode sê-lo antes da limpeza dos
códigos. No Word, abrir o menu legiswrite, utilities, change language, PT.

43
2.1.2. Proposta/Projecto

No início das propostas de actos legislativos, deve ser utilizada a expressão «Proposta
de», em conformidade com os modelos legiswrite. Do mesmo modo, tratando-se de
um projecto, deve ser utilizada a expressão «Projecto de».

2.1.3. Título

O título dos actos legislativos inclui, regra geral:

— a natureza do acto,
— no caso dos regulamentos e directivas, assim como das decisões abrangidas pelo
artigo 251.º do Tratado CE, um número e a indicação da sigla da Comunidade
respectiva (no caso dos regulamentos, a sigla da Comunidade em causa é indicada
entre parênteses),
— o nome da instituição autora do acto,
— a data de adopção do acto,
— a epígrafe, que informa sobre o objecto do texto.

Exemplo:

Regulamento (CE) n.º 26/2009 da Comissão, de 15 de Janeiro de 2009, que estabelece os


valores forfetários de importação para a determinação do preço de entrada de certos frutos e
produtos hortícolas

Se o acto tiver interesse para o EEE (Espaço Económico Europeu), é aposta, a seguir
ao título, entre parênteses, a indicação:

(Texto relevante para efeitos do EEE)

No caso das decisões, dos pareceres e das recomendações, se o acto não fizer fé em
todas as línguas comunitárias, é aposta, a seguir ao título, mas antes da referência à
relevância para o EEE, entre parênteses, a indicação:

(Apenas faz fé o texto em língua...)


(Apenas fazem fé os textos nas línguas...)

As línguas são citadas por ordem alfabética das designações das línguas em português
(ver ponto 2.2. Regras e convenções gerais).

44
2.1.4. Título abreviado

Em certos actos, é mencionado um título abreviado após o título do acto.

Exemplo:

Directiva 2008/56/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Junho de 2008, que


estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política para o meio marinho
(Directiva-Quadro Estratégia Marinha)

Acontece igualmente que, embora não seja mencionado no título do acto, o título
abreviado seja criado posteriormente, de modo mais ou menos informal, noutros actos
ou documentos da Comissão.
O título abreviado contém, por regra, a indicação da natureza do acto, assim como
elementos que identificam o acto o mais resumidamente possível.

Para a tradução do título abreviado, devem ser aplicados três critérios, baseados no
Código de Redacção Interinstitucional, no uso (DGT e outros serviços) e no Guia
Prático Comum para a redacção de textos legislativos nas instituições comunitárias.
Assim:

• de acordo com o Código de Redacção Interinstitucional, tratando-se de actos


legislativos definidos, o tipo de acto nos respectivos títulos deve ser grafado com
maiúscula inicial;
• o uso na DGT, e também em Portugal para os títulos abreviados de actos
comunitários, consagra a omissão da preposição, contrariamente à tradição na
legislação portuguesa;
• de acordo com o Guia Prático Comum, e contrariamente à «escola francesa», não é
necessário o uso de aspas para identificação da epígrafe; essa identificação é feita pelo
uso de maiúsculas iniciais.

45
Exemplos de títulos abreviados normalizados

Títulos abreviados normalizados N.º CELEX N.º IATE


Directiva Arquitectos 01985L0384 2250621
Directiva Aves 01979L0409 1225260
Directiva Habitats 01992L0043 132565
Directiva Interligação 01997L0033 1858796
Directiva IPPC 01996L0061 1270661
Directiva Mercados de Instrumentos 02004L0039 2207845
Financeiros
Directiva Nitratos 01991L0676 1231056
Directiva Privacidade Electrónica 02002L0058 160609
Directiva-Quadro Estratégia Marinha 32008L0056 2245378
Directiva Regresso 52005PC0391 2249858
Directiva Seveso I 31982L0501 1085546
Directiva Seveso II 01996L0082 1874179
Directiva Telefonia Vocal 01998L0010 1858797
Directiva Televisão sem Fronteiras 31989L0552 1226552
Directiva Timeshare 31994L0047 384457
Directiva Veículos a Motor 01970L0156 2250617
Regulamento Bruxelas I 02001R0044 928323
Regulamento Bruxelas II 02000R1347 919561
Regulamento Bruxelas II A 02003R2201 933845
Regulamento Concentrações 01989R4064 146920

Ver artigo de Paulo Correia, Actos legislativos — títulos abreviados, em a


folha, n.º 27, Verão de 2008, p. 1.

46
2.1.5. Epígrafe

As epígrafes informam sobre o conteúdo do acto e distinguem-no dos outros actos.


Quando uma epígrafe informa sobre o conteúdo de um acto recorrendo a mais do que
um verbo, preconiza-se, com uma preocupação de clareza, a repetição do pronome
relativo «que».

Exemplo:
Regulamento (CE) n.º 302/2009 do Conselho, de 6 de Abril de 2009, que estabelece um plano
plurianual de recuperação do atum rabilho no Atlântico Este e no Mediterrâneo, que altera o
Regulamento (CE) n.º 43/2009 e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1559/2007

2.1.6. Vírgulas na citação da epígrafe

Nos casos em que um acto legislativo é citado com a sua epígrafe, os modelos
legiswrite nada indicam quanto à utilização de vírgulas.

Contudo, o Código de Redacção Interinstitucional especifica que não só a data do acto


como também os elementos com valor explicativo (epígrafe) devem ser colocados
entre vírgulas. Esta prática permite, nomeadamente, contemplar os casos em que o
título é muito longo ou contém segmentos entre vírgulas, requerendo uma vírgula no
fim da epígrafe.

Exemplos:

Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 881/2002 do Conselho, que institui certas medidas
restritivas específicas contra determinadas pessoas e entidades associadas a Osama Bin Laden,
à rede Al-Qaida e aos talibã e que revoga o Regulamento (CE) n.º 467/2001 do Conselho, que
proíbe a exportação de certas mercadorias e de certos serviços para o Afeganistão, reforça a
proibição de voos e prorroga o congelamento de fundos e de outros recursos financeiros
aplicável aos talibã do Afeganistão, e, nomeadamente, o n.º 1, primeiro travessão, do seu
artigo 7.º,

Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 907/2008 da Comissão, de 18 de Setembro de 2008,


que estabelece os valores forfetários de importação para a determinação do preço de entrada
de certos frutos e produtos hortícolas, e, nomeadamente, o seu artigo 1.º,

De observar, porém, que, nos casos em que não é indicada a data do acto legislativo e
a frase ou o segmento de frase termina após a epígrafe do acto, não deve ser colocada
uma vírgula antes da epígrafe.

Exemplo:

....por força do artigo 4.º, n.os 4 e 5, e do artigo 6.º, n.os 1 e 2, da Directiva 92/43/CEE relativa à
preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens.

47
2.1.7. Considerandos

Os considerandos são introduzidos pela fórmula «Considerando o seguinte:».

Os considerandos começam sempre com uma maiúscula.

Quando o acto contém um considerando único, este termina com uma vírgula e não é
numerado.

Quando o acto contém vários considerandos, estes são antecedidos por um número de
ordem em algarismos árabes, indicado entre parênteses. Nesse caso, os considerandos
terminam com um ponto final, com excepção do último considerando, que termina
com uma vírgula.

Os considerandos são citados do seguinte modo:

EN FR PT
recital 1 considérant 1 considerando 1
recital 2 considérant 2 considerando 2

Exemplo:

Nos termos do considerando 67 do Regulamento (CE) n.º 1338/2002 e do considerando 46 do


Regulamento (CE) n.º 1339/2002, considera-se adequado que a taxa do direito de
compensação definitivo seja fixada em 7,1 % ad valorem.

2.1.8. Dispositivo

O dispositivo constitui a parte normativa do acto, ou seja, a parte pela qual o legislador
estabelece regras novas. O dispositivo contém, além disso, um certo número de
disposições destinadas a conferir eventuais competências de execução, assegurar a
concordância das regras novas com a regulamentação em vigor e fixar o momento da
entrada em vigor ou, se for caso disso, da produção de efeitos do acto.

2.1.8.1. Tempo dos verbos na parte normativa

De modo geral, quando os verbos exprimem disposições imperativas, as versões


inglesas dos actos utilizam a fórmula shall seguida do infinitivo. Porém, nas versões
portuguesas dos actos, usa-se o presente do indicativo, recorrendo, se for caso disso, a
verbos auxiliares modais (dever, poder). Deve evitar-se o recurso ao futuro para
exprimir disposições imperativas. Esta prática adere aos princípios enunciados na
Resolução do Conselho de Ministros n.º 64/2006 relativa às regras portuguesas de
legística.

48
2.1.8.2. Divisão da parte normativa

O artigo constitui a divisão de base da parte normativa dos actos coercivos. Se for
simples e não se prestar a ser subdividido em vários artigos, o dispositivo contém um
«artigo único». Caso contrário, os artigos são numerados.

Os artigos podem ser agrupados em capítulos, que podem ser divididos em secções. Os
capítulos podem ser agrupados em títulos, que, por sua vez, podem ser agrupados em
partes.

Ou seja, por ordem:

Parte
Título
Capítulo
Secção
Artigo

Quadro de correspondência

EN PT
Part I Parte I
in Part I na parte I
in Part One na primeira parte
Title I Título I
in Title I no título I
Chapter I (or 1) Capítulo I (ou 1)
in Chapter I (or 1) no capítulo I (ou 1)
Section 1 Secção 1
in Section 1 na secção 1
Sole article Artigo único
in the sole article no artigo único
Article 1 Artigo 1.º
in article 1 no artigo 1.º
Article 1a Artigo 1.º-A
in article 1a no artigo 1.º-A

Certas recomendações, resoluções, declarações têm por divisão de base o ponto.

EN PT
Point I (or A) (or 1) ponto I (ou A) (ou 1)
in point I (or A) (or 1) no ponto I (ou A) (ou 1)

49
2.1.8.3. Numeração dos artigos

A numeração dos artigos dos actos legislativos é feita em itálico e centrada. Os artigos
são numerados com um ponto abreviativo.

Exemplo:

Artigo 1.º

2.1.8.4. Título dos artigos

Quando é dado um título a um artigo, este é centrado por baixo do número do artigo e
escrito em negrito.

Exemplo:

Artigo 1.º
Objecto e âmbito de aplicação

2.1.8.5. Artigos aditados

Quando são posteriormente inseridos artigos no dispositivo de um acto (alteração de


um acto), estes são numerados acrescentando uma letra maiúscula, antecedida de um
traço de união:

Exemplo:

Artigo 1.º-A

50
Quadro de correspondência dos artigos aditados

EN FR PT
Article 1 a Article 1 bis Artigo 1.º-A
Article 1 b Article 1 ter Artigo 1.º-B
Article 1 c Article 1 quater Artigo 1.º-C
Article 1 d Article 1 quinquies/quinto Artigo 1.º-D
Article 1 e Article 1 sexies/sexto Artigo 1.º-E
Article 1 f Article 1 septies/septimo Artigo 1.º-F
Article 1 g Article 1 octies Artigo 1.º-G
Article 1 h Article 1 nonies Artigo 1.º-H
Article 1 i Article 1 decies Artigo 1.º-I
Article 1 j Article 1 undecies Artigo 1.º-J
Article 1 k Article 1 duodecies Artigo 1.º-K
Article 1 l Article 1 terdecies Artigo 1.º-L
Article 1 m Article 1 quaterdecies Artigo 1.º-M
Article 1 n Article 1 quidecies Artigo 1.º-N
Article 1 o Article 1 sexdecies Artigo 1.º-O
Article 1 p Article 1 septdecies Artigo 1.º-P
Article 1 q Article 1 octodecies Artigo 1.º-Q
Article 1 r Article 1 novodecies Artigo 1.º-R
Article 1 s Article 1 vicies Artigo 1.º-S
Article 1 t Article 1 unvicies Artigo 1.º-T
Article 1 u Article 1 duovicies Artigo 1.º-U
Article 1 v Article 1 tervicies Artigo 1.º-V
Article 1 w Article 1 quatervicies Artigo 1.º-W
Article 1 x Article 1 quinvicies Artigo 1.º-X
Article 1 y Article 1 sexvicies Artigo 1.º-Y
Article 1 z Article 1 septvicies Artigo 1.º- Z
Article 1 aa Article 1 bis bis Artigo 1.º-AA
Article 1 ab Article 1 bis ter Artigo 1.º-AB
Article 1 ac Article 1 bis quater Artigo 1.º-AC
Article 1 al Article 1 bis terdecies Artigo 1.º-AL
Article 34 ba Article 34 ter bis Artigo 34.º-BA
Article 34 bb Article 34 ter ter Artigo 34.º-BB
Article 34 bg Article 34 ter octies Artigo 34.º-BG
Article 17 co Article 17 quater sexdecies Artigo 17.º-CO
Article 125 ec Article 125 sexies quater Artigo 125.º-EC
Article 37 nh Article 37 quidecies nonies Artigo 37.º-NH

51
2.1.8.6. Subdivisões do artigo

As subdivisões do artigo são citadas por ordem decrescente e separadas por uma
vírgula. Se a frase não terminar no último elemento da citação, este é seguido de uma
vírgula.

Exemplos:

O artigo 1.º, n.º 1, alínea a), do Regulamento [...]


O artigo 1.º, n.º 1, e o artigo 2.º do Regulamento [...]
O artigo 1.º e o artigo 2.º, n.º 1, do Regulamento [...]
No artigo 1.º, n.º 1, alínea a), segundo travessão, do Regulamento [...]
No artigo 1.º, n.º 1, o primeiro parágrafo passa a ter a seguinte redacção:

Quadro de correspondência

EN FR PT
article article artigo
paragraph (numbered) paragraphe número
in paragraph 1 au paragraphe 1 no n.º 1
in paragraph 1 of this au paragraphe 1 du présent no n.º 1 do presente
article article/ au paragraphe 1 artigo/no n.º 1
subparagraph alinéa parágrafo
in the first subparagraph, au premier alinéa, no primeiro parágrafo,
second subparagraph, last deuxième alinéa, dernier segundo parágrafo, último
subparagraph alinéa parágrafo
in point (a) au point a) na alínea a)
in point (1) au point 1) no ponto 1
in point (i) au point i) na subalínea i)
indent tiret travessão
in the first indent au premier tiret no primeiro travessão
sentence phrase período
in the first sentence à la première phrase no primeiro período
introductory phrase,partie introductive, phrase proémio, parte introdutória,
introductory sentence,liminaire, phrase termos introdutórios
introductory words introductive, texte
liminaire, mots introductifs
in article 1(1) à l'article 1, paragraphe 1 no artigo 1.º, n.º 1
in article 1(a) à l'article 1, point a) no artigo 1.º, alínea a)
in article 1(1)(a) à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alínea
point a) a)
in article 1(1)(a)(i) à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alínea
point a), point i) a), subalínea i)
in article 1(1)(a), 2(a) and à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alínea
2(b) point a), et paragraphe 2, a), e n.º 2, alíneas a) e b)
points a) et b)

52
in article 1(1) to (4) and à l'article 1, paragraphes 1 no artigo 1.º, n.os 1 a 4 e n.º
(5)(a), and article 2(3) to à 4 et paragraphe 5, point 5, alínea a), e no artigo 2.º,
(5) a), et à l'article 2, n.os 3 a 5
paragraphes 3 à 5
in Article 12(1), (2), (4)(a) à l'article 12, paragraphes no artigo 12.º, n.os 1, 2 e 4,
and the second, third and 1, 2 et 4, points a) et b), alíneas a) e alínea b),
fourth indents of (4)(b), deuxième, troisième et segundo, terceiro e quarto
(5), (6), (7) and (9) quatrième tirets, et travessões, e n.os 5, 6, 7 e 9
paragraphes 5, 6, 7 et 9
in the first subparagraph of à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alínea
article 1(1)(a) point a), premier alinéa a), primeiro parágrafo
in the first indent of the à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alínea
first subparagraph of article point a), premier alinéa, a), primeiro parágrafo,
1(1)(a) premier tiret primeiro travessão
Article 1a Article 1 bis Artigo 1.º-A
in article 1a à l'article 1 bis no artigo 1.º-A
in articles 1a to 1g aux articles 1 bis à 1 octies nos artigos 1.º-A a 1.º-G
in Article 1a (1)(a) à l'article 1 bis, paragraphe no artigo 1.º-A, n.º 1,
1, point a), alínea a)
in article 1a(1)(a)(i) à l'article 1 bis, paragraphe no artigo 1.º-A, n.º 1,
1, point a), point i) alínea a), subalínea i)
in article 5a(3)(c), (4)(b) à l'article 5 bis, paragraphe no artigo 5.°-A, n.º 3,
and (4)(e) 3, point c), et paragraphe 4, alínea c), e n.º 4, alíneas b)
points b) et e) e e)
in Article 14(2) and (3), à l'article 14, paragraphes 2 no artigo 14.º, n.os 2 e 3, no
Article 14a(2), (3) and (4), et 3, à l'article 14 bis, artigo 14.º-A, n.os 2, 3 e 4,
Article 14c(a) and Article paragraphes 2, 3 et 4, à no artigo 14.º-C, alínea a),
14e l'article 14 quater, point a), e no artigo 14.º-E
et à l'article 14 sexies
in article 1(1)(a) and (b) à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alíneas
points a) et b) a) e b)
in article 1(1)(a)—(c) à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, alíneas
points a) à c) a) a c)
in article 1(1), first à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1,
subparagraph, point (a) premier alinéa, point a) primeiro parágrafo, alínea
a)
in article 1(1) and (2) à l'article 1, paragraphes 1 no artigo 1.º, n.os 1 e 2
et 2
in article 1, paragraph 1 to à l'article 1, paragraphes 1 no artigo 1.º, n.os 1 a 4
4 à4
in article 1(1) and article 2 à l'article 1, paragraphe 1, no artigo 1.º, n.º 1, e no
et à l'article 2 artigo 2.º
new article 1 nouvel article 1 novo artigo 1.º
former article 1 ancien article 1 antigo artigo 1.º

53
2.1.8.7. Definições

Nos actos legislativos, as definições são introduzidas do seguinte modo:

EN PT
For the purposes of this [....], the Para efeitos do/da presente [....],
following definitions shall apply: entende-se por:
(a) '[….]' means [….]; a) «[….]»: [….];
(b) '[….]' means [….]. b) «[….]»: [….].
For the purposes of this [....]: Para efeitos do/da presente [....],
(a) '[….]' shall mean [….]; entende-se por:
(b) '[….]' shall mean [….]. a) «[….]»: [….];
b) «[….]»: [….].
The following definitions shall also apply: São igualmente aplicáveis as seguintes
definições:

Os termos definidos são colocados entre aspas e seguidos de dois pontos ou de vírgula.

Exemplos:

Artigo 2.º

Para efeitos do presente regulamento, entende-se por:

a) «Amido ou fécula»: o amido ou a fécula de base ou um


produto derivado do amido ou da fécula, constantes do
anexo II;
b) «Produtos aprovados»: qualquer produto enumerado na lista
que consta do anexo I;
c) «Fabricante»: o utilizador do amido ou da fécula no fabrico
de produtos aprovados.

Artigo 2.º

Definições

1. Para efeitos do presente regulamento, são aplicáveis as definições constantes dos


Regulamentos (CE) n.º 178/2002, (CE) n.º 1829/2003 e (CE) n.º 1333/2008.

2. São igualmente aplicáveis as seguintes definições:

a) «Enzima alimentar», um produto obtido de vegetais, animais, microrganismos ou


respectivos produtos, incluindo produtos obtidos por um processo de fermentação que utiliza
microrganismos;

54
2.1.8.8. Enumerações

Os elementos de uma enumeração antecedidos de um algarismo ou letra começam com


uma maiúscula e terminam com um ponto e vírgula.

Exemplo:

As informações devem incluir, nomeadamente:

a) O nome do navio;
b) O número de registo do navio;
c) O Estado de pavilhão do navio.

Os elementos de uma enumeração antecedidos de um travessão começam com uma


minúscula e terminam com uma vírgula.

Exemplo:
Os capitães dos navios de pesca comunitários comunicam:

— os nomes dos navios de pesca que procederão aos


transbordos,
— os nomes dos navios receptores,
— a tonelagem, por espécie, a transbordar,
— o dia e o porto de transbordo.

Os elementos de uma enumeração antecedidos de uma subalínea começam com uma


minúscula e terminam com uma vírgula.

Exemplo:

Caso não possa remover todas as suas artes de pesca da água até ao momento do encerramento
notificado, por motivos relacionados com:

i) a segurança do navio e da tripulação,


ii) limitações que possam decorrer de condições climáticas
adversas,
iii) camadas de gelo no mar, ou
iv) a necessidade de proteger o ambiente marinho antárctico,

o navio notifica a situação ao Estado-Membro em causa.

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 3.4.9.

55
2.1.8.9. Enumerações de actos

2.1.8.9.1. Enumerações de regulamentos

Na enumeração de regulamentos, a natureza do acto (regulamento) é indicada uma


única vez, mas a sigla do ou dos tratados é repetida antes da numeração.

Exemplos:

Para efeitos do presente regulamento, são aplicáveis as definições constantes dos


Regulamentos (CE) n.º 178/2002, (CE) n.º 1829/2003 e (CE) n.º 1333/2008.

Para efeitos do presente regulamento, são aplicáveis as definições constantes dos


Regulamentos (CE) n.º 1342/2008 e (CE) n.º 260/2009 do Conselho e do Regulamento (CE)
n.º 631/2009 da Comissão.

2.1.8.9.2. Enumerações de directivas, decisões, recomendações

Por analogia, na enumeração de directivas, decisões e recomendações, a natureza do


acto é indicada uma única vez, sendo a sigla do ou dos tratados repetida na numeração.

Exemplo:

A rotulagem e a embalagem devem cumprir o disposto no presente regulamento e não o


disposto nas Directivas 67/548/CEE ou 1999/45/CE.

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 3.4.9.

56
2.1.8.10. Indicação do início de validade de um acto

A indicação do início de validade de um acto consta das disposições finais (último


artigo).

EN FR PT
[...] shall enter into force on [...] entre en vigueur le [...] entra em vigor em
[...] shall enter into force on [...] entre en vigueur le [...] entra em vigor no dia da
the day of its publication jour de sa publication sua publicação no Jornal
in the Official Journal of the au Journal officiel de Oficial da União Europeia.
European Union. l’Union européenne.
[...] shall enter into force on [...] entre en vigueur le [...] entra em vigor no dia
the day following its jour suivant celui de sa seguinte ao da sua
publication in the Official publication au Journal publicação no Jornal Oficial
Journal of the European officiel de l’Union da União Europeia.
Union. européenne.
[...] shall enter into force on [...] entre en vigueur le [...] entra em vigor no [n] dia
the [n] day following its [n] jour suivant celui de seguinte ao da sua
publication in the Official sa publication au publicação no Jornal Oficial
Journal of the European Journal officiel de da União Europeia.
Union. l’Union européenne.
It shall apply from [...] Il s’applique à partir du [...] é aplicável a partir de
[...] [...]
(Obs.: em PT, repete-se o sujeito: [O
presente regulamento] [A presente
decisão], etc.)
It shall apply from [...] Il s’applique à compter [...] é aplicável a partir de
du [...] [...]
(Obs.: em PT, repete-se o sujeito: [O
presente regulamento] [A presente
decisão], etc.)

57
Exemplo:

Artigo 97.º
Entrada em vigor

O presente regulamento entra em vigor no dia da sua publicação no Jornal Oficial da


União Europeia.

O presente regulamento é aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Sempre que sejam fixados TAC relativos à Zona da CCAMLR para períodos com
início antes de 1 de Janeiro de 2009, o artigo 40.º é aplicável com efeitos desde o
início dos respectivos períodos de aplicação dos TAC.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente


aplicável em todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 16 de Janeiro de 2009.

Nos casos em que a aplicação é diferida ou retroactiva, são por vezes utilizadas outras
fórmulas num artigo que não o último:

EN FR PT
for the period … to … pendant la période du … durante o período de … a …
au …
from … to … à partir de … et jusqu'au a partir de [com efeitos
… desde] … e até …
with effect from … avec effet au [à partir com efeitos desde [a partir
de] … de] …

58
2.1.8.11. Indicação do fim de validade de um acto

O período de validade de um acto ou de uma sua disposição pode ser limitado no


tempo.

EN FR PT
until jusqu'au até
applicable until the entry applicable jusqu'à l'entrée aplicável até à entrada em
into force of …, but at the en vigueur de ..., mais au vigor de ..., mas, o mais
latest until plus tard jusqu'au tardar, até
from … to … du … au … de … a …
expires on expire le caduca em
shall end on prend fin le termina em
shall be repealed on est abrogé le é revogado em
shall cease to be applicable cesse d'être applicable le deixa de ser aplicável em
on

2.1.9. Numeração dos anexos

Os anexos são numerados com algarismos romanos (I, II), letras (A, B) ou algarismos
árabes (1, 2).

Quando é posteriormente aditado um anexo, é acrescentada uma letra maiúscula


antecedida de um traço de união:

EN FR PT
Annex I a Annexe I bis Anexo I-A
Annex IV c Annexe IV quater Anexo IV-C

Ver ponto 2.1.8.5. Artigos aditados, quadro de correspondência dos artigos


aditados

Quando um mesmo anexo tem várias partes, é, por vezes, acrescentada uma letra à
numeração. Nesse caso, a letra acrescentada não é antecedida de um traço de união.

EN FR PT
Annex I A Annexe I A Anexo I A
Annex I B Annexe I B Anexo I B

59
2.1.10. Regulamentos

Os regulamentos estabelecem normas directamente aplicáveis em todos os


Estados-Membros. Nesse sentido, pode dizer-se que têm o mesmo efeito que uma lei
nacional (aplicabilidade directa), mas a nível comunitário.

Apresentam-se, em seguida, os modelos de:

— Regulamento da Comissão,
— Regulamento do Conselho,
— Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho.

60
Projecto de

REGULAMENTO (CE) N.º …/... DA COMISSÃO

de […]

relativo a […]/que […]

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta […] e, nomeadamente, o(s) seu(s) artigo(s) […],

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) As medidas previstas no presente regulamento estão em conformidade com o parecer


do Comité […],

ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
O presente regulamento entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em


todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em […]

Pela Comissão
[…]
Membro da Comissão

61
Proposta de

REGULAMENTO DO CONSELHO

relativo a […]/que […]

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
O presente regulamento entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em


todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Conselho
O Presidente
[…]

62
Proposta de

REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

relativo a […]/que […]

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo
[…],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 251.º do Tratado,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTARAM O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
O presente regulamento entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em


todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
[…] […]

63
2.1.11. Decisões/Decisões sui generis

Decisões

Contrariamente aos regulamentos, as decisões aplicam-se a um número limitado de


destinatários. As decisões designam um ou vários destinatários no último artigo e são
obrigatórias em todos os seus elementos para os destinatários que designam (artigo
249.º do Tratado CE e artigo 161.º do Tratado EURATOM). Nas decisões, a fórmula
de adopção é a seguinte:

ADOPTOU A PRESENTE DECISÃO:

Decisões sui generis

As decisões sui generis não designam um destinatário no último artigo. Nas decisões
sui generis, a fórmula de adopção é a seguinte:

DECIDE:

As decisões sui generis incluem, nomeadamente, as decisões que autorizam a


Comissão a negociar acordos internacionais, as decisões relativas à celebração de
acordos internacionais, as decisões relativas a Fundos, as decisões que instituem
comités, certas decisões relativas a programas, as decisões de nomeação de pessoas, as
decisões relativas ao pessoal das Comunidades, assim como outros tipos de decisões
de forma mais ou menos livre.

Apresentam-se, em seguida, os modelos de:

— Decisão da Comissão,
— Decisão da Comissão (sui generis),
— Decisão do Conselho,
— Decisão do Conselho (sui generis),
— Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho,
— Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho (sui generis),
— Decisão do Comité Misto do EEE.

64
Projecto de

DECISÃO DA COMISSÃO

de […]

relativa a […]/que […]

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta […] e, nomeadamente, o(s) seu(s) artigo(s) […],

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) As medidas previstas na presente decisão estão em conformidade com o parecer do


Comité […],

ADOPTOU A PRESENTE DECISÃO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente decisão.
Feito em Bruxelas, em […]

Pela Comissão
[…]
Membro da Comissão

65
Projecto de

DECISÃO DA COMISSÃO

de […]

relativa a […]/que […]

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta […] e, nomeadamente, o seu artigo […],

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

DECIDE:

Artigo 1.°
[…]

Artigo […]
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pela Comissão
[…]
Membro da Comissão

66
Proposta de

DECISÃO DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTOU A PRESENTE DECISÃO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente decisão.
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Conselho
O Presidente
[…]

67
Proposta de

DECISÃO DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

DECIDE:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Conselho
O Presidente
[…]

68
Proposta de

DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 251.º do Tratado,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTARAM A PRESENTE DECISÃO:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
A presente decisão entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial
da União Europeia.

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente decisão.
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
[…] […]

69
Proposta de

DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 251.º do Tratado,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

DECIDEM:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
[…] […]

70
Proposta de

DECISÃO DO COMITÉ MISTO DO EEE


N.º […]
de […]
que altera […] do Acordo EEE

O COMITÉ MISTO DO EEE,


Tendo em conta o Acordo sobre o Espaço Económico Europeu, a seguir designado por
«Acordo», e, nomeadamente, o seu artigo […],

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

DECIDE:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]
A presente decisão entra em vigor em […], desde que tenham sido efectuadas ao
Comité Misto do EEE* todas as notificações em conformidade com o artigo 103.º, n.º 1, do
Acordo.

Artigo […]
A presente decisão é publicada na Secção do EEE e no Suplemento do EEE do Jornal Oficial
da União Europeia.
Feito em Bruxelas, em […].

Pelo Comité Misto do EEE


O Presidente
[…]

Os Secretários
do Comité Misto do EEE
[…]

(* ) [Não foram indicados requisitos constitucionais.] [Foram indicados requisitos constitucionais.]

71
2.1.12. Directivas

Nos termos do artigo 249.º do Tratado CE, «a Directiva vincula o Estado-Membro


destinatário quanto ao resultado a alcançar, deixando, no entanto, às instâncias
nacionais a competência quanto à forma e aos meios».

Por conseguinte, as directivas fixam regras que devem ser incluídas pelos
Estados-Membros no direito interno. Este processo é designado por transposição para
o direito interno. Num grande número de casos, os Estados-Membros limitam-se a
copiar na íntegra as directivas.

Apresentam-se, em seguida, os modelos de:

— Directiva da Comissão,
— Directiva do Conselho,
— Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho.

72
Projecto de

DIRECTIVA .../…/CE DA COMISSÃO

de […]

relativa a […]/que […]

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta […] e, nomeadamente, o(s) seu(s) artigo(s) […],

Considerando o seguinte:

(1) [Começar com maiúscula…].

(2) As medidas previstas na presente directiva estão em conformidade com o parecer do


Comité […],

ADOPTOU A PRESENTE DIRECTIVA:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]

Transposição
Modelo A
1. Os Estados-Membros põem em vigor as disposições legislativas, regulamentares e
administrativas necessárias para dar cumprimento à presente directiva o mais tardar
em […]. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o texto dessas
disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas disposições e a
presente directiva.

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

73
* * *
Modelo B (se for essencial que as disposições nacionais se apliquem a partir da mesma data
em todos os Estados-Membros)
1. Os Estados-Membros adoptam e publicam, o mais tardar em […], as disposições
legislativas, regulamentares e administrativas necessárias para dar cumprimento à
presente directiva. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o
texto dessas disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas
disposições e a presente directiva.

Os Estados-Membros aplicam essas disposições a partir de […].

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

Artigo […]
A presente directiva entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente directiva.
Feito em Bruxelas, em […]

Pela Comissão
[…]
Membro da Comissão

74
Proposta de

DIRECTIVA DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTOU A PRESENTE DIRECTIVA:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]

Transposição
Modelo A
1. Os Estados-Membros põem em vigor as disposições legislativas, regulamentares e
administrativas necessárias para dar cumprimento à presente directiva o mais tardar
em […]. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o texto dessas
disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas disposições e a
presente directiva.

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

75
* * *
Modelo B (se for essencial que as disposições nacionais se apliquem a partir da mesma data
em todos os Estados-Membros)
1. Os Estados-Membros adoptam e publicam, o mais tardar em […], as disposições
legislativas, regulamentares e administrativas necessárias para dar cumprimento à
presente directiva. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o
texto dessas disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas
disposições e a presente directiva.

Os Estados-Membros aplicam essas disposições a partir de […].

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

Artigo […]
A presente directiva entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente directiva.
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Conselho
O Presidente
[…]

76
Proposta de

DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seu(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 251.° do Tratado,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

ADOPTARAM A PRESENTE DIRECTIVA:

Artigo 1.º
[…]

Artigo […]

Transposição
Modelo A
1. Os Estados-Membros põem em vigor as disposições legislativas, regulamentares e
administrativas necessárias para dar cumprimento à presente directiva o mais tardar
em […]. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o texto dessas
disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas disposições e a
presente directiva.

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

77
* * *
Modelo B (se for essencial que as disposições nacionais se apliquem a partir da mesma data
em todos os Estados-Membros)
1. Os Estados-Membros adoptam e publicam, o mais tardar em […], as disposições
legislativas, regulamentares e administrativas necessárias para dar cumprimento à
presente directiva. Os Estados-Membros comunicam imediatamente à Comissão o
texto dessas disposições, bem como um quadro de correspondência entre essas
disposições e a presente directiva.

Os Estados-Membros aplicam essas disposições a partir de […].

As disposições adoptadas pelos Estados-Membros devem fazer referência à presente


directiva ou ser acompanhadas dessa referência aquando da sua publicação oficial.
As modalidades dessa referência são adoptadas pelos Estados-Membros.

2. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das principais disposições de


direito interno que adoptarem no domínio abrangido pela presente directiva.

Artigo […]
A presente directiva entra em vigor no […] dia seguinte ao da sua publicação no
Jornal Oficial da União Europeia.

Artigo […]
Os Estados-Membros são os destinatários da presente directiva.
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
[…] […]

78
Fórmulas utilizadas nas directivas

EN PT
RECITALS CONSIDERANDOS

This Directive should be without A presente directiva não deve prejudicar


prejudice to the obligations of the as obrigações dos Estados-Membros
Member States relating to the time-limits relativas aos prazos de transposição para o
for transposition into national law of the direito interno das directivas indicadas no
Directives set out in Annex X, Part B, anexo X, parte B,
The measures provided for in this As medidas previstas na presente directiva
Directive are in conformity with the estão em conformidade com o parecer do
opinion of the Committee […], Comité […],
ENACTING TERMS DISPOSITIVO
Member States shall bring into force the Os Estados-Membros põem em vigor as
laws, regulations and administrative disposições legislativas, regulamentares e
provisions necessary to comply with this administrativas necessárias para dar
Directive by […] at the latest. cumprimento à presente directiva o mais
tardar em […].
Member States shall adopt and publish, by Os Estados-Membros adoptam e
[…] at the latest, the laws, regulations and publicam, o mais tardar em […], as
administrative provisions necessary to disposições legislativas, regulamentares e
comply with this Directive. administrativas necessárias para dar
cumprimento à presente directiva.
They shall forthwith communicate to the Os Estados-Membros comunicam
Commission the text of those provisions imediatamente à Comissão o texto dessas
and a correlation table between those disposições, bem como um quadro de
provisions and this Directive. correspondência entre essas disposições e
a presente directiva.
They shall apply these provisions from Os Estados-Membros aplicam essas
[…] at the latest. disposições a partir de […].
When Member States adopt these As disposições adoptadas pelos
measures, they shall contain a reference to Estados-Membros devem fazer referência
this Directive or shall be accompanied by à presente directiva ou ser acompanhadas
such a reference on the occasion of their dessa referência aquando da sua
official publication. publicação oficial.
Member States shall determine how such As modalidades dessa referência são
a reference is to be made./The methods of adoptadas pelos Estados-Membros.
making such reference shall be laid down
by Member States.
Member States shall communicate to the Os Estados-Membros comunicam à
Commission the text of the main Comissão o texto das principais
provisions of national law which they disposições de direito interno que
adopt in the field covered by this adoptarem no domínio abrangido pela
Directive. presente directiva.
The Commission shall inform the other A Comissão informa do facto os outros
Member States thereof. Estados-Membros.

79
Before […] Member States (, after Os Estados-Membros (,após consulta da
consulting the Commission,) adopt and Comissão,) adoptam e publicam antes de
publish the provisions necessary to […] as disposições necessárias para dar
comply with this directive. They shall cumprimento à presente directiva e
forthwith inform the Commission thereof. informam imediatamente a Comissão
desse facto.
Directive [...] of [...], as amended by the A Directiva [...], de [...], com a redacção
Directives listed in Annex N, Part A, is que lhe foi dada pelas directivas
repealed with effect from [...], without constantes do anexo N, parte A, é
prejudice to the obligations of the revogada com efeitos a partir de [...], sem
Member States relating to the time-limits prejuízo das obrigações dos
for transposition into national law and Estados-Membros relativas aos prazos de
application of the Directives set out in transposição para o direito interno e de
Annex N, Part B. aplicação das referidas directivas,
indicados no anexo N, parte B.
References to the repealed Directive shall As referências à directiva revogada devem
be construed as references to this entender-se como sendo feitas à presente
Directive and shall be read in accordance directiva e devem ser lidas de acordo com
with the correlation table in Annex O. o quadro de correspondência constante do
anexo O.
They shall also include a statement that Tais disposições devem igualmente
references in existing laws, regulations precisar que as referências feitas, nas
and administrative provisions to the disposições legislativas, regulamentares e
directive(s) repealed by this Directive administrativas em vigor, à(s) directiva(s)
shall be construed as references to this revogada(s) pela presente directiva se
Directive. consideram como sendo feitas à presente
directiva.
Member States shall adopt and publish, by Os Estados-Membros adoptam e
[...] at the latest, the laws, regulations and publicam, o mais tardar em [...], as
administrative provisions necessary to disposições legislativas, regulamentares e
comply with Articles 1, 2 and 3 and administrativas necessárias para dar
Annex I. cumprimento aos artigos 1.º, 2.º e 3.º, bem
como ao anexo I .
This Directive is addressed to the Member Os Estados-Membros são os destinatários
States. da presente directiva.

80
2.1.13. Recomendações, pareceres e comunicações

Apresentam-se, em seguida, os modelos de:

— Recomendação da Comissão,
— Recomendação do Conselho,
— Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho.
— Parecer da Comissão nos termos do artigo 251.º, n.º 2, terceiro parágrafo, alínea c),
do Tratado CE (co-decisão),
— Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu nos termos do artigo 251.º,
n.º 2, segundo parágrafo, do Tratado CE (co-decisão).

81
Projecto de

RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO

de […]

relativa a […]/que […]

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo
[…],
Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…];

(2) [Começar com maiúscula…],

RECOMENDA:
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pela Comissão
[…]
Membro da Comissão

82
Proposta de

RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO

relativa a […]/que […]

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o(s) seus(s)
artigo(s) […],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

RECOMENDA:
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Conselho
O Presidente
[…]

83
Proposta de

RECOMENDAÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

relativa a […]

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,


Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo
[…],

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 251.º do Tratado,

Considerando o seguinte:
(1) [Começar com maiúscula…].

(2) [Começar com maiúscula…],

RECOMENDAM:
[…]
Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho


O Presidente O Presidente
[…] […]

84
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

Bruxelas, […]
COM([…]) […] final

[…]/[…] (COD)

PARECER DA COMISSÃO

nos termos do artigo 251.º, n.º 2, terceiro parágrafo, alínea c), do Tratado CE,
sobre a[s] alteração[ções] do Parlamento Europeu
à posição comum do Conselho respeitante à
proposta de

[…1] DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

[…2]

[QUE ALTERA A PROPOSTA DA COMISSÃO


nos termos do artigo 250.º, n.º 2, do Tratado CE]

(1 ) Precisar o tipo de acto.


(2 ) Indicar o título do acto.

85
PARECER DA COMISSÃO

nos termos do artigo 251.º, n.º 2, terceiro parágrafo, alínea c), do Tratado CE,
sobre a[s] alteração[ções] do Parlamento Europeu
à posição comum do Conselho respeitante à
proposta de

[…1] DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO


[…2]

1. INTRODUÇÃO

Nos termos do artigo 251.º, n.º 2, terceiro parágrafo, alínea c), do Tratado CE, a Comissão
deve emitir parecer sobre as alterações propostas pelo Parlamento Europeu em segunda
leitura. A Comissão emite parecer, como segue, sobre a[s] […] alteração[ções] proposta[s]
pelo Parlamento.

2. ANTECEDENTES

[…]

3. OBJECTO DA PROPOSTA

[…]

4. PARECER DA COMISSÃO SOBRE A[S] ALTERAÇÃO[ÇÕES] DO


PARLAMENTO EUROPEU

[4.1. Alterações aceites pela Comissão]


• […]
[4.2. Alterações não aceites pela Comissão]
• […]
5. CONCLUSÃO

[Nos termos do artigo 250.º, n.º 2, do Tratado CE, a Comissão altera a sua proposta nos
referidos termos.]

[Tendo em conta as considerações precedentes, a Comissão não altera a sua proposta.]

(1 ) Precisar o tipo de acto.


(2 ) Indicar o título do acto.

86
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU

nos termos do artigo 251.º, n.º 2, segundo parágrafo, do Tratado CE


respeitante à posição comum adoptada pelo Conselho tendo em vista a adopção da […]

1. HISTORIAL DO PROCESSO

Data da apresentação da proposta ao PE e ao Conselho : […].


(documento COM([…])[…] final – […]/[…]COD):
Data do parecer do Comité Económico e Social Europeu: […].
Data do parecer do Parlamento Europeu em primeira leitura: […].
Data da transmissão da proposta alterada: […].
Data da adopção da posição comum: […].

2. OBJECTO DA PROPOSTA DA COMISSÃO

[…]

3. COMENTÁRIOS À POSIÇÃO COMUM

[…]

4. CONCLUSÃO

[…]

87
2.1.14. Comitologia

2.1.14.1. Procedimentos de comitologia

O artigo 202.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia prevê que o Conselho
atribua à Comissão a execução das normas por ele estabelecidas. No exercício dessas
competências, a Comissão é frequentemente assistida por um Comité, que age de
acordo com os procedimentos de «comitologia».

Os comités são constituídos por representantes dos Estados-Membros e presididos pela


Comissão. Os comités permitem à Comissão instaurar um diálogo com as
administrações nacionais antes de adoptar medidas de execução.

As regras do exercício das competências de execução atribuídas à Comissão são


fixadas pela Decisão 1999/468/CE do Conselho, que estabelece quatro procedimentos
de comitologia, nomeadamente:

— o procedimento consultivo,
— o procedimento de gestão,
— o procedimento de regulamentação,
— o procedimento de salvaguarda.

Fórmulas utilizadas no procedimento consultivo


EN PT
RECITALS CONSIDERANDOS
In accordance with Article 2 of Council Em conformidade com o artigo 2.º da
Decision 1999/468/EC of 28 June 1999 Decisão 1999/468/CE do Conselho, de 28 de
laying down the procedures for the exercise Junho de 1999, que fixa as regras de
of implementing powers conferred on the exercício das competências de execução
Commission, measures for the atribuídas à Comissão, é conveniente que as
implementation of [this Regulation/ medidas de aplicação [do/ da] presente
Directive/ Decision] should be adopted by [regulamento/ directiva/ decisão] sejam
use of the advisory procedure provided for in adoptadas segundo o procedimento
Article 3 of that Decision. consultivo previsto no artigo 3.º da referida
decisão.
ENACTING TERMS DISPOSITIVO
The Commission shall be assisted by a A Comissão é assistida por um comité
committee, composed of representatives of composto por representantes dos
the Member States and chaired by the Estados-Membros e presidido pelo
representative of the Commission. representante da Comissão.
Where reference is made to this paragraph, Sempre que se faça referência ao presente
the advisory procedure laid down in Article 3 número, é aplicável o procedimento
of Decision 1999/468/EC shall apply, in consultivo previsto no artigo 3.º da
compliance with Article 7 (3) [and Article 8] Decisão 1999/468/CE, na observância do seu
thereof. artigo 7.°, n.º 3, [e do seu artigo 8.°].

88
Fórmulas utilizadas no procedimento de gestão
EN PT
RECITALS CONSIDERANDOS
Since the measures necessary for the Sendo as medidas necessárias à execução [do/
implementation of [this Regulation/ da] presente [regulamento/ directiva/ decisão]
Directive/ Decision] are management medidas de gestão na acepção do artigo 2.º da
measures within the meaning of Article 2 of Decisão 1999/468/CE do Conselho, de 28 de
Council Decision 1999/468/EC of 28 June Junho de 1999, que fixa as regras de exercício
1999 laying down the procedures for the das competências de execução atribuídas à
exercise of implementing powers conferred Comissão, é conveniente que sejam adoptadas
on the Commission, they should be adopted segundo o procedimento de gestão previsto no
by use of the management procedure artigo 4.º da referida decisão.
provided for in Article 4 of that Decision.
ENACTING TERMS DISPOSITIVO
The Commission shall be assisted by a A Comissão é assistida por um comité
committee, composed of representatives of composto por representantes dos Estados
the Member States and chaired by the Membros e presidido pelo representante da
representative of the Commission Comissão.
Where reference is made to this paragraph, Sempre que se faça referência ao presente
the management procedure laid down in número, é aplicável o procedimento de gestão
Article 4 of Decision 1999/468/EC shall previsto no artigo 4.º da Decisão
apply, in compliance with Article 7 (3) [and 1999/468/CE, na observância do seu
Article 8] thereof. artigo 7.°, n.º 3, [e do seu artigo 8.°].
The period provided for in Article 4 (3) of O prazo previsto no artigo 4.º, n.º 3, da
Decision 1999/468/EC shall be […]. Decisão 1999/468/CE é de […].

Fórmulas utilizadas no procedimento de regulamentação


EN PT
RECITALS CONSIDERANDOS
Since the measures necessary for the Sendo as medidas necessárias à execução
implementation of [this Regulation/ Directive/ [do/ da] presente [regulamento/ directiva/
Decision] are measures of general scope decisão] medidas de âmbito geral na acepção
within the meaning of Article 2 of Council do artigo 2.º da Decisão 1999/468/CE do
Decision 1999/468/EC of 28 June 1999 laying Conselho, de 28 de Junho de 1999, que fixa
down the procedures for the exercise of as regras de exercício das competências de
implementing powers conferred on the execução atribuídas à Comissão, é
Commission, they should be adopted by use conveniente que sejam adoptadas segundo o
of the regulatory procedure provided for in procedimento de regulamentação previsto no
Article 5 of that Decision. artigo 5.º da referida decisão.
ENACTING TERMS DISPOSITIVO
The Commission shall be assisted by a A Comissão é assistida por um comité
committee, composed of representatives of composto por representantes dos
the Member States and chaired by the Estados-Membros e presidido pelo
representative of the Commission representante da Comissão.
Where reference is made to this paragraph, Sempre que se faça referência ao presente
the regulatory procedure laid down in Article número, é aplicável o procedimento de
5 of Decision 1999/468/EC shall apply, in regulamentação previsto no artigo 5.º da
compliance with Article 7 (3) [and Article 8] Decisão 1999/468/CE, na observância do seu
thereof. artigo 7.°, n.º 3, [e do seu artigo 8.°].
The period provided for in Article 5(6) of O prazo previsto no artigo 5.º, n.º 6, da
Decision 1999/468/EC shall be […] . Decisão 1999/468/CE é de […].

89
A Decisão 2006/512/CE que altera a Decisão 1999/468/CE estabelece um quinto
procedimento, que confere ao Parlamento Europeu o direito de se opor às medidas
propostas e reforça a transparência dos trabalhos realizados pelos comités,
nomeadamente:

— o procedimento de regulamentação com controlo.

Fórmulas utilizadas no procedimento de regulamentação com controlo


EN PT
RECITALS CONSIDERANDOS
The measures necessary for the As medidas necessárias à execução do(a)
implementation of this […] (instrument in presente […] (designação do acto) devem ser
question) should be adopted in accordance adoptadas nos termos da
with Council Decision 1999/468/EC of 28 Decisão 1999/468/CE do Conselho, de 28 de
June 1999 laying down the procedures for the Junho de 1999, que fixa as regras de
exercise of implementing powers conferred exercício das competências de execução
on the Commission. atribuídas à Comissão.
In particular power should be conferred on Em especial, deve ser atribuída competência
the Commission to establish/adopt/define the à Comissão para estabelecer/adoptar/definir
conditions under which […] /the criteria as condições a que […] /os critérios
necessary for […] (description of the necessários para […] (mencionar as medidas
implementing measures concerned). Since de execução em causa). Atendendo a que têm
those measures are of general scope and are alcance geral e se destinam a alterar/suprimir
designed to amend/delete non-essential elementos não essenciais do(a) presente […]
elements of this … (instrument in question), (designação do acto), [e/ou: a completar o(a)
[and/or: to supplement this […] (instrument presente […] (designação do acto) mediante
in question) by the addition of new non- o aditamento de novos elementos não
essential elements], they must be adopted in essenciais], essas medidas devem ser
accordance with the regulatory procedure adoptadas pelo procedimento de
with scrutiny provided for in Article 5a of regulamentação com controlo previsto no
Decision 1999/468/EC. artigo 5.°-A da Decisão 1999/468/CE.
1. Extension of time-limits 1. Prorrogação de prazos
Because of the complexity of […], the normal Devido à complexidade de […], os prazos
time-limits for the regulatory procedure with normalmente aplicáveis no âmbito do
scrutiny should be extended for the adoption procedimento de regulamentação com
of […]. controlo devem ser prorrogados para a
adopção de […].
2. Curtailment of time-limits 2. Abreviação de prazos
On grounds of efficiency, the normal time- Por razões de eficácia, os prazos
limits for the regulatory procedure with normalmente aplicáveis no âmbito do
scrutiny should be curtailed for the adoption procedimento de regulamentação com
of […] . controlo devem ser abreviados para a
adopção de […].
3. Application of the urgency procedure 3. Aplicação do procedimento de urgência
3.1 Systematic application of the urgency 3.1 Aplicação sistemática do procedimento
procedure for the adoption of a measure de urgência para a adopção de uma medida
On [the] grounds of [the] urgency […] it is Por razões de urgência […], é necessário
necessary to apply the urgency procedure aplicar o procedimento de urgência previsto
provided for in Article 5a(6) of Decision no artigo 5.°-A, n.º 6, da
1999/468/EC for the adoption of […] . Decisão 1999/468/CE, para a adopção de
[…].

90
3.2 Possibility of using the urgency 3.2 Faculdade de recorrer ao procedimento
procedure for the adoption of a measure de urgência para a adopção de uma medida
When, on imperative grounds of urgency, the Quando, por imperativos de urgência, os
normal time-limits for the regulatory prazos normalmente aplicáveis no âmbito do
procedure with scrutiny cannot be complied procedimento de regulamentação com
with, the Commission should be able to use controlo não possam ser cumpridos, a
the urgency procedure provided for in Article Comissão deve poder aplicar o procedimento
5a(6) of Decision 1999/468/EC for the de urgência previsto no artigo 5.°-A, n.º 6, da
adoption of […]. Decisão 1999/468/CE, para a adopção de
[…].
ENACTING TERMS DISPOSITIVO
[Article X [Artigo X
(Normal procedure) (Procedimento normal)
The measures As medidas
designed to amend non-essential que têm por objecto alterar elementos
elements of this […] (instrument in question) não essenciais do presente acto (caso de
(in the case of formal amendments to alterações formais de disposições do texto ou
provisions of the text or of the annexes) dos anexos)
or ou
designed to amend non-essential que têm por objecto alterar elementos
elements of this …(instrument in question), não essenciais do presente acto, completando-
by supplementing it ( in the case of addition o (caso de aditamentos)
of elements)
or ou
designed to amend non-essential que têm por objecto alterar elementos
elements of this …(instrument in question), não essenciais do presente acto,
inter alia by supplementing it (mixed cases) nomeadamente completando-o (casos mistos)
relating to […] shall be adopted in relativas a […] são adoptadas pelo
accordance with the regulatory procedure procedimento de regulamentação com
with scrutiny referred to in Article Y(2). [If controlo a que se refere o artigo Y, n.º 2. [Se
appropriate: On imperative grounds of for caso disso: Por imperativos de urgência, a
urgency, the Commission may use the Comissão pode recorrer ao procedimento de
urgency procedure referred to in Article urgência a que se refere o artigo Y, n.º 5.]
Y(5).]
and/or e/ou
(Extension of time limits) (Prorrogação de prazos)
The measures (designed to amend … one of As medidas (que têm por objecto alterar …
the three options , see normal procedure) uma das três opções, ver procedimento
relating to … shall be adopted in accordance normal) relativas a … são adoptadas pelo
with the regulatory procedure with scrutiny procedimento de regulamentação com
referred to in Article Y(3). [If appropriate: controlo a que se refere o artigo Y, n.º 3. [Se
On imperative grounds of urgency, the for caso disso: Por imperativos de urgência, a
Commission may use the urgency procedure Comissão pode recorrer ao procedimento de
referred to in Article Y(5).] urgência a que se refere o artigo Y, n.º 5.]
and/or e/ou
(Curtailment of time-limits) (Abreviação de prazos)
The measures (designed to amend … one of As medidas (que têm por objecto alterar …
the three options, see normal procedure) uma das três opções, ver procedimento
relating to … shall be adopted in accordance normal) relativas a … são adoptadas pelo
with the regulatory procedure with scrutiny procedimento de regulamentação com
referred to in Article Y(4). [Where controlo a que se refere o artigo Y, n.º 4. [Se
appropriate: On imperative grounds of for caso disso: Por imperativos de urgência, a

91
urgency, the Commission may use the Comissão pode recorrer ao procedimento de
urgency procedure referred to in Article urgência a que se refere o artigo Y, n.º 5.]
Y(5).]
and/or e/ou
(Urgency) (Urgência)
The measures (designed to amend … one of As medidas (que têm por objecto alterar …
the three options, see normal procedure) uma das três opções, ver procedimento
relating to … shall be adopted in accordance normal) relativas a … são aprovadas pelo
with the regulatory procedure with scrutiny procedimento de regulamentação com
referred to in Article Y(5).] controlo a que se refere o artigo Y, n.º 5. ]
Article Y Artigo Y
1. The Commission shall be assisted by a 1. A Comissão é assistida por um [pelo]
[the] committee […(hereinafter referred to as Comité [… (a seguir designado por
“the Committee”)] «Comité»)].
(Normal procedure) (Procedimento normal)
2. Where reference is made to this paragraph, 2. Sempre que se faça referência ao presente
Article 5a(1) to (4), and Article 7 of Decision número, são aplicáveis o artigo 5.°-A, n.os 1 a
1999/468/EC shall apply, having regard to 4, e o artigo 7.° da Decisão 1999/468/CE,
the provisions of Article 8 thereof. tendo-se em conta o disposto no seu artigo
8.°.
and/or e/ou
(Extension of time-limits) (Prorrogação de prazos)
3. Where reference is made to this paragraph, 3. Sempre que se faça referência ao presente
Article 5a(1) to (4) and (5)(a), and Article 7 número, são aplicáveis o artigo 5.°-A, n.os 1 a
of Decision 1999/468/EC shall apply, having 4, e n.º 5, alínea a), e o artigo 7.° da
regard to the provisions of Article 8 thereof. Decisão 1999/468/CE, tendo-se em conta o
disposto no seu artigo 8.°.
The time-limits laid down in Article 5a(3)(c), Os prazos previstos no artigo 5.°-A, n.º 3,
(4)(b) and (4(e) of Decision 1999/468/EC alínea c), n.º 4, alínea b), e n.º 4, alínea e), da
shall be… Decisão 1999/468/CE são de…
and/or e/ou
(Curtailment of time-limits) (Abreviação de prazos)
4. Where reference is made to this paragraph, 4. Sempre que se faça referência ao presente
Article 5a(1) to (4) and (5)(b), and Article 7 número, são aplicáveis o artigo 5°-A, n.os 1 a
of Decision 1999/468/EC shall apply, having 4, e n.º 5, alínea b), e o artigo 7.° da Decisão
regard to the provisions of Article 8 thereof. 1999/468/CE, tendo-se em conta o disposto
no seu artigo 8.°.
The time-limits laid down in Article 5a(3)(c), Os prazos previstos no artigo 5°-A, n.º 3,
(4)(b) and (4(e) of Decision 1999/468/EC alínea c), e n.º 4, alíneas b) e e), da Decisão
shall be… 1999/468/CE são de…
and/or e/ou
(Urgency) (Urgência)
5. Where reference is made to this paragraph, 5. Sempre que se faça referência ao presente
Article 5a(1), (2), (4) and (6), and Article 7 of número, são aplicáveis o artigo 5.°-A, n.os 1,
Decision 1999/468/EC shall apply, having 2, 4 e 6, e o artigo 7.° da Decisão
regard to the provisions of Article 8 thereof. 1999/468/CE, tendo-se em conta o disposto
no seu artigo 8.°.

92
2.1.14.2. Correcções efectuadas pelos peritos nacionais

No âmbito do procedimento de comitologia, acontece que os peritos nacionais se


pronunciem sobre as traduções e proponham correcções.

As correcções devem ser transmitidas pela Direcção-Geral responsável e incluir as


coordenadas dos autores das correcções. Nos casos em que o nome dos peritos
responsáveis pela leitura das traduções já é conhecido antes de ser iniciada a tradução,
a Direcção-Geral interessada deve, numa situação ideal, fornecer as suas coordenadas
simultaneamente com o pedido de tradução, designadamente quando o documento
trata de domínios muito técnicos. Essa indicação não implica, porém, que os peritos
devam ser consultados nem que os seus pareceres devam ser seguidos.

Além de contribuírem para evitar rectificações posteriores e melhorar a qualidade das


traduções, as correcções dos peritos reforçam a participação das administrações
nacionais na elaboração da legislação comunitária. Contudo, a decisão final cabe
sempre à Direcção-Geral da Tradução. Os tradutores devem ter em conta o facto de
certas correcções propostas pelos peritos poderem ser incompatíveis com a
terminologia comunitária existente ou com as normas de técnica legislativa ou se
limitarem a alterações de estilo desnecessárias.

93
2.1.15. Alteração de actos legislativos

Quando um acto altera outro acto no respeitante a uma parte ou um ponto claramente
identificáveis, o objecto da alteração é indicado na epígrafe e introduzido em
português pela expressão «no respeitante a».

Exemplo:

Regulamento (CE) n.º 472/2009 do Conselho, de 25 de Maio de 2009, que altera o


Regulamento (CE) n.º 637/2008 no respeitante aos programas nacionais de reestruturação para
o sector do algodão

Quadro de correspondência das instruções de alteração

EN FR PT
add ajouter aditar
amend modifier alterar
as amended by modifié par com a redacção que lhe foi
dada por
as last amended by modifié en dernier lieu par com a última redacção que
lhe foi dada por
shall be/is amended as est modifié(e) comme suit: é alterado/a do seguinte
follows: modo:
delete supprimer suprimir
insert insérer inserir
replace remplacer substituir
shall be/is replaced by the est remplacé par le/la [...] passa a ter a seguinte
following: suivant(e): redacção:

Fórmulas utilizadas na alteração de actos legislativos

EN PT
Regulation [….] is [hereby] amended as O Regulamento [….] é alterado do
follows: seguinte modo:
Article [….] [Paragraph …] shall be (is) O artigo [….] [O n.º …] é alterado do
amended as follows: seguinte modo:
Regulation/Decision/Directive […] shall O Regulamento/A Decisão/A Directiva
be amended in accordance with the […] é alterado(a) em conformidade com os
following articles [in accordance with artigos que se seguem [em conformidade
this Regulation] com o presente regulamento].
Article 1(1) shall be/is replaced by the O artigo 1.º, n.º 1, passa a ter a seguinte
following: redacção:
In article 1(1), the first subparagraph is No artigo 1.º, n.º 1, o primeiro parágrafo
replaced by the following: passa a ter a seguinte redacção:

94
In Article 1 of Regulation […], No artigo 1.º do Regulamento […], o n.º 1
paragraph 1 [the first subparagraph] shall [o primeiro parágrafo] passa a ter a
be (is) replaced by the following: seguinte redacção:
In Article 1(1) of Regulation […], the No artigo 1.º, n.º 1, do Regulamento […],
introductory phrase [the introductory o proémio [os termos introdutórios]
words] shall be/is replaced by the passa(m) a ter a seguinte redacção:
following:
In Article 1(1) of Regulation […] the No artigo 1.º, n.º 1 do Regulamento […], o
first subparagraph shall be (is) replaced primeiro parágrafo passa a ter a seguinte
by the following [by the following redacção [é substituído pelo parágrafo
subparagraph]: seguinte]:
In […], the sentence [phrase] “…” shall No […], a frase «…» é substituída por
be (is) replaced by the following: “…”. [pela frase] «…».
In […], the word [term] “…” shall be (is) No […], o termo «…» é substituído por
replaced by “……”. [pelo termo «…»].
In […], the date […] shall be (is) No […], a data de […] é substituída pela
replaced by that of […]. data de […].
Annex I to the Regulation […] shall be O anexo I do Regulamento […] é
(is) replaced by the text appearing in the substituído pelo texto que consta do
Annex to this Regulation. anexo do presente regulamento.
In Article 1(1), the terms “…” shall be No artigo 1.º, n.º 1, são suprimidos os
(are) deleted. termos «…».
The following Article shall be (is) No Regulamento […], é inserido o
inserted in Regulation […]: seguinte artigo:
The following paragraph shall be (is) Ao artigo 1.º do Regulamento […], é
added to Article 1.º of Regulation […]: aditado o seguinte número:
The following subparagraph shall be (is) Ao artigo 1.º, n.º 1, é aditado o seguinte
added to Article 1(1): parágrafo:
Article 1 of Regulation […] shall be (is) É suprimido o artigo 1.º do Regulamento
deleted. […].
The first sentence of Article 1 of No artigo 1.º do Regulamento […], é
Regulation […] shall be (is) deleted. suprimido o primeiro período.
The following article shall be added: É aditado o seguinte artigo:
The following subparagraph shall be Ao artigo 1.º, n.º 1, é aditado o seguinte
added to Article 1, paragraph 1: parágrafo:

95
2.1.16. Consolidação/codificação/reformulação/alteração e actualização simultâneas

As alterações sucessivas dos actos jurídicos dificultam a sua compreensão. Por outro
lado, se for complexa e disser respeito a várias disposições de um acto, uma única
alteração pode igualmente complicar a leitura de um acto.

Para facilitar a sua compreensão pelos cidadãos e pelos profissionais, os actos


jurídicos podem ser objecto dos seguintes procedimentos:

— consolidação,
— codificação,
— reformulação,
— alteração e actualização simultâneas.

A consolidação consiste em reunir num único texto os fragmentos de um mesmo acto,


por forma a evitar um trabalho de pesquisa e comparação de um número por vezes
elevado de actos. A consolidação tem carácter informal e não produz efeitos jurídicos.
Trata-se de um acto puramente técnico, realizado pelo Serviço das Publicações da
União Europeia (OP).

A codificação constitutiva ou oficial consiste na adopção de um acto novo que


integra num texto único, sem alterar a substância, um acto anterior e as suas sucessivas
alterações. O novo acto jurídico substitui e revoga o acto de base anterior. A
codificação pode ser vertical (o novo acto substitui um único acto anterior) ou
horizontal (o novo acto substitui vários actos anteriores que regem uma mesma
matéria). A codificação resulta de um trabalho de colaboração entre o OP, a DG
interessada e o Serviço Jurídico.

A reformulação consiste em adoptar um novo acto jurídico que integra, num texto
único, as disposições inalteradas de um acto anterior, assim como as alterações de
fundo introduzidas nesse acto. A reformulação pode ser vertical (o novo acto substitui
um único acto anterior) ou horizontal (o novo acto substitui vários actos anteriores que
regem uma mesma matéria). A reformulação é feita pelas Direcções-Gerais
interessadas a partir de uma dada versão linguística com base num texto consolidado
transmitido pelo OP. O acto assim reformulado é, em seguida, transmitido à Direcção-
Geral da Tradução para que os tradutores repercutam nas outras versões linguísticas as
alterações indicadas no texto trabalhado pela Direcção-Geral.

Para trabalhar na reformulação, os tradutores recorrem à barra «codification/refonte»,


acessível no Word a partir de qualquer documento legiswrite. Essa barra permite
identificar claramente no novo texto todas as alterações, supressões e aditamentos.

96
Fórmulas utilizadas na reformulação

EN PT
Commission/Council Directive/Decision A Directiva/Decisão [...] da Comissão/do
[...] of [...] [title] has been substantially Conselho, de [...], [epígrafe], foi por várias
amended several times. vezes alterada de modo substancial.
Commission/Council Regulation [...] of [...] O Regulamento [...] da Comissão/do Conselho,
[title] has been substantially amended de [...], [epígrafe], foi por várias vezes alterado
several times. de modo substancial.
Directive/Regulation [...] of the European A Directiva/O Regulamento [...] do
Parliament and of the Council of [...] [title] Parlamento Europeu e do Conselho, de [...],
has been substantially amended several [epígrafe] foi por várias vezes alterada/alterado
times. de modo substancial.
Since further amendments are to be made, it Devendo ser introduzidas novas alterações, é
should be recast in the interests of clarity. conveniente, com uma preocupação de clareza,
proceder à reformulação da referida
directiva/do referido regulamento/da referida
decisão.
A number of substantial changes are to be A Directiva/Decisão [...] da Comissão/do
made to Commission/Council Conselho, de [...], [epígrafe], deve ser
Directive/Decision [...] of [...] [title]. substancialmente alterada.
A number of substantial changes are to be O Regulamento [...] da Comissão/do Conselho,
made to Commission/Council Regulation de [...], [epígrafe], deve ser substancialmente
[...] of [...] [title]. alterado.
A number of substantial changes are to be A Directiva/O Regulamento [...] do
made to Directive/Regulation [...] of the Parlamento Europeu e do Conselho, de [...],
European Parliament and of the Council of [epígrafe], deve ser substancialmente
[...] [title]. alterada/alterado.
In the interests of clarity, that É conveniente, com uma preocupação de
Directive/Regulation/Decision should be clareza, proceder à reformulação da referida
recast. directiva/do referido regulamento/da referida
decisão.
The obligation to transpose this Directive A obrigação de transpor a presente directiva
into national law should be confined to para o direito interno deve limitar-se às
those provisions which represent a disposições que tenham sofrido alterações de
substantive change as compared with the fundo relativamente à directiva anterior/às
earlier Directive/Directives. directivas anteriores.
The obligation to transpose the provisions A obrigação de transpor as disposições que
which are unchanged arises under the earlier não foram alteradas decorre das directivas
Directives. anteriores.
This Directive should be without prejudice A presente directiva não deve prejudicar as
to the obligations of the Member States obrigações dos Estados-Membros relativas aos
relating to the time-limits for transposition prazos de transposição para o direito interno e
into national law and application of the de aplicação das referidas directivas, indicados
Directives set out in Annex N, Part B. no anexo N, parte B.
TRANSPOSITION TRANSPOSIÇÃO
Member States shall bring into force the Os Estados-Membros põem em vigor as
laws, regulations and administrative disposições legislativas, regulamentares e
provisions necessary to comply with administrativas necessárias para dar
Articles 2, 3 and 4 and Annex I by [...] at the cumprimento aos artigos 2.º, 3.º e 4.º, bem
latest. como ao anexo I, o mais tardar em [...].

97
They shall forthwith communicate to the Os Estados-Membros comunicam
Commission the text of those provisions and imediatamente à Comissão o texto dessas
a correlation table between those provisions disposições, bem como um quadro de
and this Directive. correspondência entre essas disposições e a
presente directiva.
When Member States adopt those As disposições adoptadas pelos
provisions, they shall contain a reference to Estados-Membros devem fazer referência à
this Directive or be accompanied by such a presente directiva ou ser acompanhadas dessa
reference on the occasion of their official referência aquando da sua publicação oficial.
publication.
They shall also include a statement that Tais disposições devem igualmente precisar
references in existing laws, regulations and que as referências feitas, nas disposições
administrative provisions to the directive(s) legislativas, regulamentares e administrativas
repealed by this Directive shall be construed em vigor, à(s) directiva(s) revogada(s) pela
as references to this Directive. presente directiva se consideram como sendo
feitas à presente directiva.
Member States shall determine how such As modalidades dessa referência são adoptadas
reference is to be made and how that pelos Estados-Membros.
statement is to be formulated.
Member States shall communicate to the Os Estados-Membros comunicam à Comissão
Commission the text of the main provisions o texto das principais disposições de direito
of national law which they adopt in the field interno que adoptarem no domínio abrangido
covered by this Directive. pela presente directiva.
Member States shall adopt and publish, by Os Estados-Membros adoptam e publicam, o
[...] at the latest, the laws, regulations and mais tardar em [...], as disposições legislativas,
administrative provisions necessary to regulamentares e administrativas necessárias
comply with Articles 1, 2 and 3 and Annex para dar cumprimento aos artigos 1.º, 2.º e 3.º,
I. bem como ao anexo I .
They shall apply those provisions from [...]. Os Estados-Membros aplicam essas
disposições a partir de [...].
REPEAL REVOGAÇÃO
Directive [...] of [...], as amended by the A Directiva [...], de [...], com a redacção que
Directives listed in Annex N, Part A, is lhe foi dada pelas directivas constantes da
repealed with effect from [...], without parte A do anexo N, é revogada com efeitos a
prejudice to the obligations of the Member partir de [...], sem prejuízo das obrigações dos
States relating to the time-limits for Estados-Membros relativas aos prazos de
transposition into national law and transposição para o direito interno e de
application of the Directives set out in aplicação das referidas directivas, indicados no
Annex N, Part B. anexo N, parte B.
References to the repealed Directive shall be As referências à directiva revogada devem
construed as references to this Directive and entender-se como sendo feitas à presente
shall be read in accordance with the directiva e ser lidas de acordo com o quadro de
correlation table in Annex O. correspondência constante do anexo O.
Regulation/Decision [...] is repealed. O Regulamento/A Decisão [...] é
revogado/revogada.
References to the repealed As referências ao regulamento revogado/à
Regulation/Decision shall be construed as decisão revogada devem entender-se como
references to this Regulation/Decision and sendo feitas ao presente regulamento/à
shall be read in accordance with the presente decisão e ser lidas de acordo com o
correlation table in Annex O. quadro de correspondência constante do anexo
O.

98
A alteração e actualização simultâneas consistem em adoptar um acto que determina
as alterações a introduzir num acto anterior e fornece, no anexo, o texto desse acto
actualizado, ou seja, com as alterações que acabam de ser introduzidas assim como
eventuais alterações anteriores.

Na alteração e actualização simultâneas de um acto, o acto modificador assemelha-se a


qualquer outro acto modificador. As alterações, supressões e aditamentos são
assinalados com a barra «codification/refonte» apenas no anexo, que actualiza o acto
de acordo com as alterações identificadas no acto modificador e com eventuais
alterações anteriores.

99
2.1.17. Outras fórmulas frequentes nos actos legislativos comunitários

O quadro seguinte foi estabelecido pela ordem alfabética das expressões inglesas. Para
detectar mais facilmente a expressão procurada, é aconselhada a utilização da função
Find («Ctrl» + «F»). Este quadro será completado progressivamente, à medida que for
convencionada a tradução de fórmulas frequentes nos actos legislativos.

EN PT
Council Decision authorising the Decisão do Conselho que autoriza a
Commission to negotiate… Comissão a negociar...
duly empowered to this effect com os devidos poderes para o efeito
Executive Summary Resumo
For publication/To be published Para publicação
in order to bind the Community a fim de vincular a Comunidade
In order to ensure that the measures A fim de garantir a eficácia das medidas
provided for in this Regulation are nele previstas, o presente regulamento
effective, this Regulation must enter into deve entrar em vigor imediatamente.
force immediately.
in order to express the consent of the a fim de expressar o consentimento da
[European] Community to be bound Comunidade [Europeia] em ficar
vinculada
Not for publication/Not to be published Não se destina a publicação
Only the […] text is authentic Apenas faz fé o texto em língua [….]
Only the […] texts are authentic Apenas fazem fé os textos nas línguas
[….]
person empowered to sign pessoa com poderes para assinar
Recommendation from the Commission Recomendação da Comissão ao Conselho
to the Council to authorise the no sentido de autorizar a Comissão a
Commission to open negotiations… encetar negociações…
Summary of the Impact Assessment Resumo da Avaliação de Impacto
(Text with EEA relevance) (Texto relevante para efeitos do EEE)
This Regulation/Decision/Directive shall [O/ A] presente regulamento/ decisão/
enter into force of the […] day following directiva entra em vigor no […] dia
its publication in the Official Journal of seguinte ao da sua publicação no Jornal
the European Union. Oficial da União Europeia.
This Regulation/Decision/Directive shall [O/ A] presente regulamento/ decisão/
enter into force on the day of its directiva entra em vigor no dia da sua
publication in the Official Journal of the publicação no Jornal Oficial da União
European Union. Europeia.

100
2.1.18. Processo de co-decisão

O processo de co-decisão, introduzido pelo Tratado de Maastricht e reforçado pelo


Tratado de Amesterdão, tem por objectivo assegurar que a legislação comunitária não
possa ser adoptada sem o acordo comum do Parlamento Europeu e do Conselho. As
disposições relativas ao processo de co-decisão constam do artigo 251.º do Tratado.

A Declaração comum sobre as regras práticas do processo de co-decisão, adoptada


pelas três instituições aquando da entrada em vigor do Tratado de Amesterdão, serve
de quadro de referência prático para cada instituição quanto ao papel que deve
desempenhar nas várias fases do processo.

101
2.2. Regras e convenções gerais

Embora de carácter mais geral, as regras enunciadas na presente secção são igualmente
aplicáveis na tradução de actos legislativos. De observar que, com uma preocupação
de simplificação, foram adoptadas certas regras de publicação a nível interinstitucional
que são independentes das regras aplicadas a nível nacional. Essas regras são
obrigatórias. Em caso de dúvida, há que consultar o Código de Redacção
Interinstitucional ou o presente capítulo.

2.2.1. Ordem de citação dos Estados-Membros

Tanto nos casos em que são mencionados na língua da publicação como nos casos em
que o seu nome é referido na língua original, os Estados-Membros devem ser citados
pela ordem protocolar, ou seja, pela ordem alfabética das designações oficiais dos
nomes geográficos na língua original.

Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, França,
Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia,
Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido

Porém, se forem citados Estados-Membros em combinação com Estados terceiros, é


adoptada a ordem alfabética portuguesa:

Exemplo:

Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, China

Ver Código de Redacção Interinstitucional, pontos 7.1.1 e 7.1.2.

102
2.2.2. Ordem de citação das línguas dos Estados-Membros

Quando é feita referência às línguas dos Estados-Membros, estas são citadas pela
ordem alfabética portuguesa e não pela ordem protocolar como no caso dos
Estados-Membros.

alemão, búlgaro, checo, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, grego,
húngaro, inglês, irlandês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno, sueco

Exemplo:

(Apenas fazem fé os textos nas línguas alemã, eslovaca, espanhola, grega e portuguesa)

Porém, nos textos plurilingues, que reúnem diferentes versões linguísticas, as línguas
são citadas pela ordem alfabética comum das designações oficiais das línguas na sua
grafia original.

Български, español, čeština, dansk, Deutsch, eesti keel, ελληνικά, English, français, Gaeilge, italiano,
latviešu valoda, lietuvių kalba, magyar, Malti, Nederlands, polski, português, română, slovenčina
(slovenský jazyk), slovenščina (slovenski jezik), suomi, svenska

Observação: A língua espanhola é indicada de acordo com a ordem alfabética


correspondente ao termo «castellano».

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 7.2.2.

103
2.2.3. Línguas dos países candidatos à adesão

Designação original Designação PT Código ISO


hrvatski croata hr
македонски macedónio mk
türkçe turco tk

2.2.4. Ordem das versões linguísticas

A ordem de apresentação das versões linguísticas é a ordem alfabética comum das


designações oficiais das línguas na sua grafia original, como indicada no ponto 2.2.2.
Ordem de citação das línguas dos Estados-Membros.

Contudo, no caso dos documentos plurilingues emitidos a nível nacional em


consequência de textos adoptados pelo Conselho, a ordem pode ser determinada num
acto do Conselho e segue, de modo geral, a ordem das línguas mais divulgadas no
Estado-Membro em causa, ou seja:

1) Língua nacional;
2) Inglês;
3) Francês;
4) Outras línguas comunitárias pela ordem alfabética comum das designações oficiais
das línguas na sua grafia original, como indicada no ponto 2.2.2. Ordem de citação das
línguas dos Estados-Membros.

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 7.2.1.

104
2.2.5. Euro e cent

O euro foi adoptado em 16 Estados-Membros da União Europeia:

Bélgica, Alemanha, Grécia, Irlanda, Espanha, França, Itália, Chipre, Luxemburgo,


Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovénia, Eslováquia e Finlândia.

Nos termos do artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 974/98 do Conselho, relativo à
introdução do euro, «cada euro dividir-se-á em cem cents». Porém, no seu segundo
considerando, o mesmo regulamento estabelece que «a definição da designação “cent”
não impede a utilização de variantes deste termo que sejam de uso comum nos
Estados-Membros», permitindo, assim, a utilização de outras designações a nível
nacional. Em Portugal, a Comissão Nacional do Euro adoptou os termos «cêntimo» e
«eurocêntimo» para designar a centésima parte do euro. Estas designações não devem,
contudo, ser utilizadas em actos comunitários. Os tradutores limitam-se a utilizá-las
em textos de divulgação geral, destinados ao público português.

2.2.5.1. Forma de escrever euro e cent

Nos textos das instituições comunitárias, devem ser utilizadas as seguintes formas em
português:

euro
euros
cent
cents
notas de euro
moedas de euro
moedas de cent

105
O quadro que se segue apresenta as formas usadas nos actos legislativos comunitários
nas línguas dos Estados-Membros que adoptaram o euro, nos casos em que não deve
ser utilizado o código ISO EUR (ver ponto 2.2.5.3. Euro/EUR: uso da forma extensa
ou abreviada):

Língua Expresso como montante Com o artigo definido


uma unidade várias unidades singular plural
es euro euros el euro los euros
cent cents el cent los cents
de Euro Euro der Euro die Euro
Cent Cent der Cent die Cent
el ευρώ ευρώ το ευρώ τα ευρώ
λεπτό λεπτά το λεπτό τα λεπτά
en euro euro the euro the euro
cent cent the cent the cent
fr euro euros l'euro les euros
cent cents le cent les cents
ga euro euro an euro na euro
cent cent an cent na cent
it euro euro l’euro gli euro
cent cent il cent i cent
mt euro euro l-euro l-euro
ċenteżmu ċenteżmu Iċ-ċenteżmu Iċ-ċenteżmi
nl euro euro de euro de euro’s
cent cent de cent de centen
pt euro euros o euro os euros
cent cents o cent os cents
sl euro eurov euro euri
cent centov cent centi
sk euro euro euro eurá
cent centov cent centy
fi euro euroa euro eurot
sentti senttiä sentti sentit
sv euro euro euron eurorna
cent cent centen centen

106
2.2.5.2. Abreviatura de euro (código ISO)

EUR
(Código ISO 4217, obrigatório em todas as línguas comunitárias)

2.2.5.3. Euro/EUR: uso da forma extensa ou abreviada

Nos textos das instituições comunitárias, a forma «euro/euros» deve ser utilizada
quando não é antecedida de um número.

Exemplo:

um montante expresso em euros

Quando a unidade monetária é acompanhada de um número, deve ser utilizado o


código ISO «EUR». Em português, esse código é colocado depois do montante e dele
separado por um espaço protegido.

Exemplo:

0,1 EUR
200 EUR
2 milhões de EUR
2 000 000 EUR

De observar que, embora a utilização do código EUR seja obrigatória nos textos
legislativos, nas publicações de carácter geral, que não contenham muitos números,
pode ser utilizada a forma por extenso («2 milhões de euros»).

O símbolo «€» está reservado a representações gráficas ou obras de divulgação. O


símbolo deve ser colocado após o montante e dele separado por um espaço protegido.

Exemplo:

200 €

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 7.3.3.

107
2.2.5.4. Abreviatura de cent

Não existe uma abreviatura oficial para o termo cent.

2.2.6. Outras moedas dos Estados-Membros

No caso das moedas diferentes do euro, deve sempre utilizar-se a forma por extenso na
primeira referência, seguida do código ISO entre parênteses. Em seguida, utiliza-se o
código ISO.

Exemplo:

Perante as informações comunicadas pelo Reino Unido, a Comissão deve tomar uma decisão
sobre o auxílio de 5 397 000 libras esterlinas (GBP) destinado a cobrir perdas especiais de
exploração da Longannet Mine, nomeadamente 2 190 000 GBP para o período compreendido
entre 17 de Abril de 2000 e 31 de Dezembro de 2000 e 3 207 000 GBP para 2001.

Códigos ISO das moedas dos Estados-Membros que não participam no euro

Código ISO moeda plural


DKK coroa dinamarquesa coroas dinamarquesas
GBP libra esterlina libras esterlinas
SEK coroa sueca coroas suecas
CZK coroa checa coroas checas
EEK coroa estónia coroas estónias
HUF forint húngaro forints húngaros
LTL litas lituano litas lituanos
LVL lats letão lats letões
PLN zlóti polaco zlótis polacos
BGN lev búlgaro levs búlgaros
RON leu romeno leus romenos

108
2.2.7. Antigas moedas dos países que participam na moeda única

Moeda Código ISO Taxa


franco belga BEF 40,3399
marco alemão DEM 1,95583
libra irlandesa IEP 0,787564
dracma grego GRD 340,750
peseta espanhola ESP 166,386
franco francês FRF 6,55957
lira italiana ITL 1936,27
libra cipriota CYP 0,585274
franco luxemburguês LUF 40,3399
lira maltesa MTL 0,429300
florim neerlandês NLG 2,20371
xelim austríaco ATS 13,7603
escudo português PTE 200,482
tolar esloveno SIT 239,64
coroa eslovaca SKK 30,1260
markka finlandesa FIM 5,94573

2.2.8. Área do euro

Para designar o conjunto dos países que possuem a moeda única, deve usar-se a
expressão «área do euro» (ponto 7.3.1. do Código de Redacção Interinstitucional,
Banco de Portugal). De observar, porém, que o Tratado de Nice e o Tratado de Lisboa
(Protocolo relativo ao Eurogrupo) se referem à «zona euro», sendo esta também a
expressão mais comummente usada em Portugal.

2.2.9. Indicação das unidades monetárias nos quadros

Nos quadros, as unidades monetárias são indicadas à direita, no canto superior, entre
parênteses e em itálico, através do respectivo código ISO:

(em EUR)
(em milhares de EUR)
(em milhões de EUR)
(em mil milhões de EUR)

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 7.3.3.

109
2.2.10. Forma de escrever os numerais

Nota preliminar: não existem regras específicas em português no respeitante à escrita


de números em algarismos ou por extenso dentro de texto. Porém, no caso das
publicações ou obras em que intervêm muitas pessoas, têm vindo a ser criadas regras
próprias, que, na maior parte dos casos, aconselham a escrita dos números por extenso
até nove ou dez, quando estes se encontram dentro de texto.

A presente secção foi elaborada com base nas orientações enunciadas no Código de
Redacção Interinstitucional e nas Regras de Legística a Observar na Elaboração de
Actos Normativos da Assembleia da República. Pretende ser um simples instrumento
de apoio ao tradutor e diz respeito apenas a documentos das instituições comunitárias.
Em textos de outro tipo, por exemplo em textos literários, a escrita dos numerais será
adaptada à natureza da mensagem que o autor pretende veicular.

Números cardinais

De 1 a 999 999

Com excepção dos casos descritos abaixo em que se usam algarismos, de um a dez
(inclusive), os numerais cardinais são, regra geral, escritos por extenso quando se
encontram dentro de texto. A partir de 11, usam-se algarismos, com excepção de
cem e mil, que são escritos por extenso.

Tratando-se de mil, usa-se a regra básica descrita acima para os números inteiros de
milhares (dois mil, 15 mil, mas 7 500).

Contudo, quando, um mesmo texto contém sequências de vários casos, é conveniente


escrever os numerais todos da mesma forma (em vez de: «Comprei dois mil lápis,
7 500 envelopes e uma embalagem de 15 mil agrafes» poderá escrever-se «Comprei
2 000 lápis, 7 500 envelopes e uma embalagem de 15 000 agrafes»).

Exemplos:

O inquérito deve ser concluído no prazo de nove meses a contar da data de publicação do
presente aviso no Jornal Oficial da União Europeia.
O inquérito deve ser concluído no prazo de 12 meses a contar da data de publicação do
presente aviso no Jornal Oficial da União Europeia.
Em Março de 1957, os seis Estados-Membros fundadores assinaram o Tratado Euratom.
Comprei cem envelopes e cinco mil agrafes.
Comprei 9 cadernos, 15 canetas, 100 envelopes, 150 etiquetas autocolantes e uma embalagem
de 5 000 agrafes
As bancadas do estádio de futebol acolheram cerca de 12 mil espectadores, que comeram
perto de oito mil bifanas. O jogo foi transmitido para mais de 750 mil telespectadores.

110
A lista seguinte resume a forma de grafar os números dentro de texto, nos casos que
não requerem o uso exclusivo de algarismos descritos abaixo:

um, dois, três, quatro..., dez, 11, 12, ..., 50, ..., 99, cem, 101, 102, ..., 150, ..., 200, ..., 999, mil, 1 001,
..., 1 999, dois mil, 2 001, ..., três mil, ..., 7 500, ..., 9 999, dez mil, 10 001, ..., 10 999, 11 mil, 11 001,
..., 12 mil, ..., 17 500, ..., 90 mil, ..., 99 999, cem mil ou 100 000, 100 001, ..., 200 mil ou 200 000, ...,
233 525, ..., 250 mil, ..., 250 050, ..., 750 mil, ..., 999 999.

Usam-se algarismos nos seguintes casos:

— anos (em 2009),


— datas (3 de Janeiro de 2009, 3.1.2009), com excepção da fórmula final dos acordos
internacionais, em que a data é escrita por extenso,
— endereços e códigos postais,
— pesos e medidas (5 kg, 2 km, 7 kW),
— temperaturas (8 ºC),
— horas (8h00, às 4 horas),
— idades (6 anos),
— população (100 000 habitantes),
— percentagens e permilagens (1 %, 9 ‰),
— graus, minutos e segundos de ângulo (20º50'46"),
— valores monetários (100 EUR, 1 000 GBP),
— quadros e enumerações,
— numeração de anexos, páginas,
— numeração de actos legislativos,
— subdivisões de textos e subdivisões numeradas de actos legislativos (artigo 1.º),
— números com casas decimais (4,34),
— notação matemática (2 x 103),
— fórmulas (GT t ≤ GT 03 - GT a - 0,35 GT 100 + GT s + ∆(GT-TAB)),
— números de telefone.

Porém, no início da frase, os números devem ser escritos por extenso. Se a


explicitação do número por extenso for muito longa (por ex., quatrocentos e cinquenta
e sete mil oitocentos e vinte e nove), procurar-se-á formular a frase por forma a que o
número não se encontre no início da frase.

Exemplos:

Trinta e cinco por cento dos tradutores têm conhecimentos de alemão (mas «A percentagem
de tradutores com conhecimentos de alemão é de 35 %.»).

Vinte e seis pessoas foram vítimas de queimaduras de segundo grau (mas «Sofreram
queimaduras de segundo grau 26 pessoas.»).

O número premiado na lotaria foi o 457 829 (em vez de «Quatrocentos e cinquenta e sete mil
oitocentos e vinte e nove foi o número premiado na lotaria.»).

111
A partir do milhão

No caso dos números superiores ao milhão, pode usar-se uma forma mista, como
exemplificado na lista seguinte:

1 milhão ou um milhão, 1 000 001, 5 milhões ou cinco milhões, 5 000 001, 7 500 000, 9 999 999,
10 milhões ou dez milhões, 10 000 001, 11 milhões, 11 000 001, 50 000 000 ou 50 milhões,
50 000 001, 70 500 000, 99 999 999, 100 milhões ou cem milhões, 100 000 001, 200 milhões,
200 000 001, 250 milhões, 250 000 001, 300 milhões, 300 000 500, 999 999 999, 1 000 milhões ou
mil milhões, 1 000 000 001, 7 000 milhões ou 7 mil milhões, 7 000 000 001, 7 500 milhões,
7 500 000 001...

Exemplos:

7 mil milhões de habitantes


350 milhões de habitantes
7 500 milhões de habitantes

Numerais ordinais

Quando se encontram dentro de texto, os numerais ordinais escrevem-se por extenso


até décimo. A partir de 11.º, escrevem-se em algarismos.

Exemplo:

no primeiro parágrafo
no 11.º parágrafo

Ver também Código de Redacção Interinstitucional, pontos 10.9, 10.9.1 e


10.9.2.

112
2.2.11. Números, símbolos e espaços

As unidades são separadas das décimas por uma vírgula. As casas decimais são
agrupadas num só bloco. Os milhares são separados das centenas por um espaço
(1 500 páginas), com excepção da indicação de anos (2009) e de outros casos
específicos como, por exemplo, os códigos postais. Os grupos sucessivos de três
algarismos são separados por um espaço protegido («Ctrl» + «Shift» + «barra de
espaço»).

Exemplo: 1 234 567,8901

Os sinais (%) e os símbolos das unidades são, de modo geral, separados dos valores
numéricos por um espaço protegido («Ctrl» + «Shift» + «barra de espaço»). De
observar que as regras em matéria de espaços aplicadas nas publicações comunitárias
nem sempre seguem as regras aplicadas a nível nacional. O tradutor deve consultar as
regras em matéria de espaços constantes do Código de Redacção Interinstitucional.

Exemplos:

25 %
125,25 kg
3m

Ver também Código de Redacção Interinstitucional, ponto 6.4.

113
2.2.12. Múltiplos de dez

EN FR PT
103 1 000 thousand mille mil
106 1 000 000 million million milhão
109 1 000 000 000 billion milliard mil milhões
mille millions
1012 1 000 000 000 000 trillion billion bilião
mille milliards
million de millions
1015 1 000 000 000 000 000 quadrillion mille billions mil biliões
million de milliards
1018 1 000 000 000 000 000 000 quintillion trillion trilião
milliard de
milliards
1021 1 000 000 000 000 000 000 000 sextillion mille trillions mil triliões
1024 1 000 000 000 000 000 000 000 000 septillion quatrillion ou quatrilião
quadrillion
million de trillions

114
2.2.13. Concordância em caso de percentagem

No caso das percentagens, o verbo concorda com o termo preposicionado.

Exemplos de percentagens com um termo preposicionado singular:

0,75 % da receita reverte a favor dos membros do clube.


13 % da população está desempregada.
Foi concedido 10 % do crédito solicitado.
90 % do auditório bateu palmas.
1 % da população está desempregada.

Exemplos de percentagens com um termo preposicionado plural:


1 % das alunas estão satisfeitas com as aulas.
50 % das alunas estão satisfeitas com as aulas.
0,50 % dos inquiridos não têm computador.
0 % dos inquiridos responderam negativamente à pergunta.

Quando a percentagem é antecedida do artigo «os», a concordância faz-se no plural:

Os 10 % de desconto não constam da factura.

115
2.2.14. Abreviaturas

As abreviaturas são habitualmente assinaladas com um ponto.

Exemplo:

art. (artigo)
Dr.

Quando o ponto substitui letras a meio da palavra, as últimas letras são, de modo geral,
colocadas em expoente.

Assim, a abreviatura de excelentíssimo é «Ex.mo», a abreviatura de excelentíssimos é


«Ex.mos». Para colocar as letras em expoente, seleccioná-las e carregar nas teclas
«Ctrl» + «+».

De observar, contudo, que as regras em matéria de abreviaturas não são taxativas,


sendo a forma de abreviar igualmente ditada pelo uso. Em caso de dúvida, há que
consultar o Código de Redacção Interinstitucional ou os prontuários.

2.2.14.1. Abreviatura de número

A abreviatura de número é «n.º», a abreviatura de números é «n.os». Para colocar «o» e


«s» em expoente, seleccioná-los e carregar nas teclas «Ctrl» + «+».

2.2.14.2. Abreviatura de Excelência

A abreviatura de Excelência é «Ex.a». Para colocar «a» em expoente, seleccioná-lo e


carregar nas teclas «Ctrl» + «+». No teclado português, usar a tecla correspondente.

A abreviatura de Vossa Excelência é «V. Ex.a».

A utilização do tratamento por extenso ou da forma abreviada depende da posição na


hierarquia do Estado.

Utiliza-se a forma por extenso (Excelência, Vossa Excelência) para os presidentes da


República, presidentes da Assembleia da República, primeiros-ministros, presidentes
do Supremo Tribunal de Justiça e presidentes do Tribunal Constitucional, presidentes
do Supremo Tribunal Administrativo e presidentes do Tribunal de Contas e antigos
presidentes da República.

A forma abreviada aplica-se nos restantes casos.

Ver ponto 2.2.20.1. Ofícios dirigidos ao Representante Permanente de Portugal


junto da União Europeia e artigo de Paulo Correia, Fórmulas protocolares, em
a folha, n.º 29, Primavera de 2009, p. 5.

116
2.2.15. Datas

Nas datas, não deve ser colocado um zero antes dos números de um só dígito:

Exemplo:

EN
OJ L 190, 14.07.1983, p. 25.

PT
JO L 190 de 14.7.1983, p. 25.

2.2.16. Notas de pé de página ou de rodapé

Desde 1 de Setembro de 2008, as notas de rodapé constantes de qualquer texto


comunitário referentes a actos publicados no Jornal Oficial limitam-se à referência de
publicação do acto na sua versão inicial, sem indicação das alterações posteriores.

Exemplo:
JO L 327 de 22.12.2000, p. 74.

Em vez de:

JO L 327 de 22.12.2000, p. 74. Directiva com a última redacção que lhe foi dada pela Decisão
2007/729/CE da Comissão (JO L 294 de 13.11.2007, p. 26).

Se, no original do documento a traduzir, as notas de rodapé contiverem referências às


alterações de um acto, o tradutor deve contactar o responsável pelo texto a fim de
assinalar o problema e pedir uma nova versão.

2.2.17. Referências ao Jornal Oficial

Forma extensa:

Jornal Oficial da União Europeia (itálico)

Forma curta:

Jornal Oficial (dispensa o itálico)

Forma abreviada:

JO

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 3.1.2.

117
2.2.18. Acórdãos do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Primeira Instância

2.2.18.1. Subdivisão dos acórdãos

Os acórdãos do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Primeira Instância subdividem-se


em números.

EN FR PT
point point número
point 1 point 1 n.º 1

Exemplos:

No que toca à lista dos produtos e dos serviços abrangidos pelas classes 9 e 16 reivindicada no
pedido de registo da marca comunitária, reproduzida nos n.os 3 do acórdão recorrido e 8 do
presente acórdão, o Tribunal de Primeira Instância declarou, nesse mesmo n.º 62, que o
domínio em causa no referido pedido de registo da marca comunitária é, quase
exclusivamente, o das telecomunicações sob todas as suas formas.

Ver n.os 113 a 119 do acórdão do Tribunal de Justiça de 15 de Dezembro de 2005 no processo
C-148/04, Unicredito Italiano SpA/Agenzia delle Entrate, Ufficio Genova I, Colectânea 2005,
p. I-11137.

2.2.18.2. Referência aos acórdãos

As referências aos acórdãos do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Primeira Instância


em publicações não pertencentes a estas instituições apresentam-se do seguinte modo:
Antes de 15 de Novembro de 1989:
acórdão de 15 de Janeiro de 1986 no processo 52/84, Comissão/Bélgica, n.º 12,
Colectânea 1986, p. 16.
Após 15 de Novembro de 1989:
acórdão de 22 de Novembro de 2001 no processo C-53/00, Ferring/ACOSS, n.º 17,
Colectânea 2001, p. I-9067.
acórdão de 15 de Janeiro de 2002 no processo C-43/00, Andersen og Jensen
ApS/Skatteministeriet, n.º 34 e seguintes, Colectânea 2002, p. I-00379.

Ver Código de Redacção Interinstitucional, ponto 3.1.2.

118
2.2.19. Aspas

As aspas duplas são utilizadas para assinalar uma citação ou um título, assim como
para realçar ou acentuar um termo ou uma expressão.

Nas versões portuguesas das publicações comunitárias, são utilizadas as aspas


angulares (« »), que são também as tradicionalmente mais usadas em Portugal. As
aspas curvas (“ ”) devem ser utilizadas para assinalar citações internas dentro da
citação, sendo as aspas simples (‘ ’) utilizadas no nível inferior de citação ou de
destaque.

Exemplo:

«Viviam felizes, “sonhando como num ‘jardim de rosas’ encantado”, sem se preocuparem
com o futuro.»

Para os textos que não se destinam a ser publicados no Jornal Oficial da União
Europeia, ver ponto 1.4.10. Aspas ( « » ).

119
2.2.20. Correspondência

2.2.20.1. Ofícios dirigidos ao Representante Permanente de Portugal junto da


União Europeia

Fórmula inicial de cortesia

Senhor Embaixador,

Não existem regras estritas em português em matéria de pontuação a seguir à fórmula


inicial de cortesia, embora o uso da vírgula tenda a generalizar-se, em detrimento, por
exemplo, dos dois pontos ou da ausência de pontuação. Na correspondência
diplomática, é costume utilizar uma vírgula a seguir à fórmula inicial de cortesia.

Tratamento

Venho por este meio agradecer o ofício de V. Ex.a.

Deve ser deixado um espaço entre «V.» e «Ex.ª». Deve ser utilizada a forma abreviada
de «Vossa Excelência».

Fórmula final de cortesia

Exemplo:

Queira aceitar, Senhor Embaixador, os protestos da minha mais elevada


consideração.

Endereço

S. Ex.ª o Representante Permanente de Portugal


junto da União Europeia
Embaixador Manuel Lobo Antunes
Avenue de Cortenbergh 12
1040 Bruxelles

O título «Sua Excelência» por extenso está reservado aos mais elevados cargos na
hierarquia do Estado (Presidente da República, Presidente da Assembleia da República
e, mais recentemente, primeiro-ministro). Para os embaixadores, utiliza-se a forma
abreviada «S. Ex.ª». O endereço que consta do lado esquerdo, no fundo da primeira
lauda, não se destina a ser lido pelos correios, mas resulta de uma tradição segundo a
qual um funcionário verifica a quem é dirigido o ofício. De observar que, de acordo
com as regras dos correios belgas, não deve ser colocada uma vírgula entre o nome da
rua e o número da porta; o termo «avenue» deve ser escrito por extenso.

120
Exemplo de ofício dirigido ao Representante Permanente:

121
2.2.20.2. Outros exemplos de endereços e fórmulas de cortesia

Ministros

Fórmula inicial de cortesia

Senhor Ministro,

Tratamento

Venho por este meio agradecer o ofício de V. Ex.a.

Fórmula final de cortesia

Exemplo:

Queira aceitar, Senhor Ministro, os protestos da minha mais elevada


consideração.

Endereço

Exemplos:

S. Ex.ª o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas


Dr. Jaime Silva
Praça do Comércio
1149–010 Lisboa
PORTUGAL

S. Ex.ª o Ministro dos Negócios Estrangeiros


Dr. Luís Amado
Largo do Rilvas
1399–030 Lisboa
PORTUGAL

122
Directores-gerais

— Generalidade

Fórmula inicial de cortesia

Senhor Director-Geral,

Tratamento

Venho por este meio agradecer o ofício de V. Ex.a.

Fórmula final de cortesia

Exemplo:

Com os melhores cumprimentos.

Endereço

Exemplo:

Ex.mo Senhor Director-Geral dos Arquivos


Dr. Silvestre de Almeida Lacerda
Alameda da Universidade
1649–010 Lisboa
PORTUGAL

— Caso específico dos directores-gerais do Ministério dos Negócios Estrangeiros

Fórmula inicial de cortesia

Senhor Director-Geral,

Tratamento

Venho por este meio agradecer o ofício de V. Ex.a.

Fórmula final de cortesia

Exemplo:

Queira aceitar, Senhor Director-Geral, os protestos da minha mais elevada


consideração.

123
Endereço

A maior parte dos directores-gerais do Ministério dos Negócios Estrangeiros tem o


título de embaixador, devendo portanto a fórmula que antecede o cargo ser «S. Ex.a».

Exemplo:

S. Ex.a o Director-Geral dos Assuntos Europeus


Embaixador José de Freitas Ferraz
Ministério dos Negócios Estrangeiros
Palácio da Cova da Moura
Rua da Cova da Moura, n.º 1
1350-115 Lisboa
PORTUGAL

No caso dos directores-gerais do Ministério dos Negócios Estrangeiros que não


possuem o título de embaixador, utiliza-se também a fórmula «S. Ex.a» antes do cargo,
a fim de não criar uma diferenciação entre directores-gerais.

2.2.20.3. Carta/ofício

As cartas não têm carácter oficial e não dizem respeito a assuntos de interesse público.
Assim, a resposta da Comissão Europeia a uma pergunta colocada por um cidadão
poderá ser feita através de carta.

Os ofícios têm carácter oficial, dizem respeito a assuntos de interesse público e são, de
modo geral, dirigidos a funcionários ou entidades públicas. Nos ofícios, o endereço é
aposto do lado esquerdo, no fundo da primeira lauda.

2.2.20.4. Rodapé na correspondência da Comissão Europeia

Na correspondência da Comissão Europeia, deve utilizar-se o modelo de rodapé


previsto nos modelos disponíveis no menu Eurolook em WORD.

Exemplo:
Commission européenne, B-1049 Bruxelles / Europese Commissie, B-1049 Brussel - Bélgica. Tel.: (32-2) 299 11 11.
Escritório: BERL 05/25. Tel.: linha directa (32-2) 296.93.35. Fax: (32-2) 296.43.35.

124
2.2.21. Livros verdes/Livros brancos

A cor atribuída aos livros verdes e livros brancos nada tem a ver com a capa, mas sim
com o conteúdo dos livros publicados pela Comissão Europeia.

A designação das cores tem origem no Reino Unido em 1967, ano em que o Governo
britânico apresenta um documento com um conjunto de propostas destinadas a ser
debatidas na perspectiva da elaboração de uma política. Na altura, o documento tinha
uma capa verde e, por isso, os jornais o designaram por livro verde. O livro branco
surge um pouco mais tarde para designar o texto resultante dos debates iniciados no
âmbito do livro verde. Estas duas designações tornaram-se termos genéricos, utilizados
por um grande número de países e pela Comissão Europeia para designar estes dois
tipos de documentos.

Livros verdes

Os livros verdes publicados pela Comissão Europeia têm por objectivo apresentar uma
série de ideias com vista a lançar uma consulta à escala europeia e um debate sobre um
tema específico. As partes interessadas são convidadas a transmitir por escrito, antes
de uma data-limite, os seus pontos de vista sobre as propostas formuladas nos livros
verdes. Por vezes, a consulta pode dar origem à edição de um Livro Branco.

Exemplos de livros verdes:

Livro Verde sobre a mão-de-obra da União Europeia no sector da saúde


Livro Verde sobre os serviços financeiros de retalho no Mercado Único
Livro Verde – Para uma rede europeia de energia segura, sustentável e competitiva
Livro Verde – O direito de autor na economia do conhecimento
Livro Verde – Reforma da política comum das pescas
Livro Verde – O crédito hipotecário na UE

Livros brancos

Os livros brancos apresentam um conjunto de propostas de acção comunitária com


vista ao lançamento de uma política europeia concertada num domínio específico.

Exemplos de livros brancos:

Livro Branco sobre uma estratégia para a Europa em matéria de problemas de saúde ligados à
nutrição, ao excesso de peso e à obesidade
Livro Branco sobre o desporto
Livro Branco sobre a integração dos mercados de crédito hipotecário da EU

125
Observação: A utilização de maiúsculas iniciais em «Livro Verde/Branco»
permite a distinção do sentido comum «livro verde/branco» (livro de cor
verde/branca). Na parte restante do título, usam-se minúsculas iniciais. Porém,
se não houver qualquer elemento de ligação entre a designação de «Livro
Verde/Branco» e o seu título, emprega-se o travessão seguido de maiúscula
inicial.

Citação do título dos «Livros Verdes/Brancos»

Na citação do título dos livros verdes/brancos, usa-se o itálico.

Exemplo:

A Comissão adoptou o Livro Verde – Para uma rede europeia de energia segura, sustentável
e competitiva

Ver artigo de Noémie Josse, A referência a títulos de monografias em língua


portuguesa: Livros Verdes/Brancos, em a folha, n.º 20, Outono de 2005, p. 11.

2.2.22. Textos confidenciais

A página de rosto dos textos confidenciais contém uma das seguintes indicações em
francês:

RESTREINT UE
CONFIDENTIEL UE
SECRET UE
TRES SECRET UE/TOP SECRET EU

Estas indicações, que correspondem a graus diferentes de confidencialidade, não


devem ser traduzidas.

126
2.2.23. Serviço das Publicações da União Europeia

Em 1 de Julho de 2009, o «Office des Publications officielles des Communautés


européennes (OPOCE)» passou a ser designado por «Office des publications de
l'Union européenne (OP)». As disposições relativas ao regime aplicável a este serviço
constam da Decisão 2009/496/CE, Euratom relativa à organização e ao funcionamento
do Serviço das Publicações da União Europeia.

Forma extensa:

Serviço das Publicações da União Europeia

Forma curta:

Serviço das Publicações

Forma abreviada:

OP

ANEXO I — Quadro de síntese da utilização do hífen na prefixação

Exemplos:

Ab antes de R
Ad antes de R
Aero antes de H — O
Agro antes de H — O
Além antes de qualquer elemento (por ter acento gráfico)
Ante antes de E — H
Anti antes de H — I
Aquém antes de qualquer elemento (por ter acento gráfico)
Arqui antes de H — I
Auto antes de H — O
Bem antes de qualquer elemento (quando há perfeita evidência de sentido)
Bio antes de H — O
Ciber antes de H — R
Circum antes de vogal — H — M — N
Cis antes de H
Co antes de H
Com antes de vogal — H
Contra antes de A — H

127
Eletro antes de H — O
Entre antes de E — H
Euro antes de H — O ou em palavras formadas por justaposição
Ex antes de qualquer palavra (quando tem o sentido de estado anterior ou de
cessamento)
Extra antes de A — H
Geo antes de H — O
Hidro antes de H — O
Hiper antes de H — R
Infra antes de A — H
Inter antes de H — R
Intra antes de A — H
Macro antes de H — O
Mal antes de vogal — H — L
Maxi antes de H — I
Mega antes de A — H
Micro antes de H — O
Mini antes de H — I
Multi antes de H — I
Neo antes de H — O
Ob antes de R
Pan antes de vogal — B — H — M — N — P
Para antes de qualquer elemento (com o sentido de proteção)
Para antes de A — H
Pluri antes de H — I
Pós antes de qualquer palavra (por ter acento gráfico)
Pré antes de qualquer palavra (por ter acento gráfico)
Pró antes de qualquer palavra (por ter acento gráfico)
Proto antes de H — O
Pseudo antes de H — O
Recém antes de qualquer elemento (por ter acento gráfico)
Retro antes de H — O
Sem quando mantém a pronúncia própria e o segundo elemento tem vida autónoma
Semi antes de H — I
Sob antes de B — H — R
Sobre antes de E — H
Sota antes de qualquer palavra
Soto antes de qualquer palavra
Sub antes de B — H — R
Super antes de H — R
Supra antes de A — H
Tele antes de E — H
Trans antes de H
Ultra antes de A — H
Vice antes de qualquer palavra
Vizo antes de qualquer palavra
ANEXO II — Múltiplos e submúltiplos

O uso do hífen para os prefixos de múltiplos e submúltiplos segue as regras gerais.


Estes prefixos são comuns nas designações de unidades de medida ou de compostos
químicos.

Exemplos:
Prefixo Uso do hífen Exemplos Símbolo Fator
Semi antes de H — I ×0,5
Sesqui antes de H — I sesquissulfureto ×1,5
Di antes de H — I di-hidro ×2
Bi antes de H — I bifenilo ×2
Tri antes de H — I tri-halogenado; trissulfato ×3
Tetra antes de A — H tetra-acetato ×4
Penta antes de A — H pentaclorofenol ×5
Hexa antes de A — H hexa-álcool; hexafluorado; ×6
hexa-hidrato
Hepta antes de A — H heptadieno ×7
Octa antes de A — H octatetraeno ×8
Nona antes de A — H nonanoílo ×9
Deca antes de A — H deca-hidratação ×10
Undeca antes de A — H undecano ×11
Dodeca antes de A — H dodecano ×12

Iocto antes de H — O y ×10-24


Zepto antes de H — O z ×10-21
Ato antes de H — O a ×10-18
Fento antes de H — O f ×10-15
Pico antes de H — O p ×10-12
Nano antes de H — O n ×10-9
Micro antes de H — O µ ×10-6
Mili antes de H — I mili-henry; milissegundo m ×10-3
Centi antes de H — I c ×10-2
Deci antes de H — I d ×10-1

Deca antes de A — H da ×101


Hecto antes de H — O hectolitro (mas hectare) h ×102
Quilo antes de H — O quilo-ohm; quilovolt k ×103
Mega antes de A — H mega-hertz; megabyte; M ×106
megawatt
Giga antes de A — H giga-hertz; gigabyte; G ×109
gigawatt
Tera antes de A — H tera-hertz T ×1012
Peta antes de A — H P ×1015
Exa antes de A — H E ×1018
Zeta antes de A — H Z ×1021
Iota antes de A — H Y ×1024

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