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Redes: Quais as diferenças entre o

Protocolo TCP e UDP


Pedro Pinto · 08 Fev 2018 · Networking 20 Comentários

Em 2009 escrevemos aqui um artigo sobre as diferenças de usar o protocolo TCP e


UDP. Agora recordamos este tema uma vez que teve um sucesso muito interessante na
altura.

Certamente que já ouviu falar no protocolo TCP e UDP mas sabe quais as diferenças
entre um e outro? Hoje vamos a explicar.

Certamente que já ouviram falar em serviços/aplicações que usam como protocolo de


transporte TCP ( Transmission Control Protocol) ou o UDP (User Datagram Protocol ).

Numa referência ao modelo OSI, estes protocolos pertencem à camada 4 (camada de


transporte). Já no modelo TCP/IP, estes protocolos encontra-se igualmente na camada
de transporte mas que corresponde à camada 3.
Numa máquina existem (teoricamente) 65.536 portos lógicos TCP que podem ser
usados pelas mais diversas aplicações/serviços, o que (teoricamente) poderíamos ter
65.536 aplicações/serviços distintos a correr em simultâneo na nossa máquina.
Relembrando o que foi referido em artigos anteriores: o endereço IP identifica a
máquina e o porto lógico identifica a aplicação/serviço. Além dos portas TCP temos
também 65.536 portas UDP (teoricamente).

Protocolo TCP VS Protocolo UDP

TCP

O TCP é o protocolo mais usado isto porque fornece garantia na entrega de todos os
pacotes entre um PC emissor e um PC recetor. No estabelecimento de ligação entre
emissor e recetor existe um “pré-acordo” denominado de Three Way Handshake (SYN,
SYN-ACK, ACK).

 A sessão entre um cliente e um servidor é sempre iniciada pelo cliente, que envia um
pedido de ligação pacote com a flag SYN ativada;
 O cliente envia também um número sequencial aleatório;
 O servidor responde com um pacote SYN,ACK com o seu próprio número sequencial
aleatório e um número de confirmação (igual ao número sequencial do cliente +1);
 Para finalizar o cliente responde com um pacote ACK com o número de confirmação
(igual ao número de sequência do servidor +1).
Para saber mais sobre o Three Way Handshake aceda aqui.

Exemplo

Considerem por exemplo que querem transmitir um filme ou um ficheiro com um jogo
que ocupa 800 MB. Esse ficheiro terá de ser partido em partes mais pequenas
(fragmentação), para que seja viável a sua transferência para outro PC. Recorrendo ao
protocolo TCP existe a garantia que todos os pacotes serão entregues e ordenados
do outro lado (uma vez que podem seguir caminhos diferentes). Além disso, por cada
pacote ou conjunto de pacotes (previamente definido), a máquina de destino confirma
que recebeu essa informação ao emissor e, no caso de falha de algum pacote, a máquina
de destino procede ao emissor o pedido de retransmissão do(s) pacote(s) em falta.

Já pensaram se na transmissão do ficheiro do filme ou jogo de (800 MB) faltassem por


exemplo apenas 2 k???? … o recetor simplesmente não iria conseguir abrir esse ficheiro
recebendo provavelmente a mensagem “ficheiro corrompido”.
UDP

O UDP é um protocolo mais simples e por si só não fornece garantia na entrega dos
pacotes. No entanto, esse processo de garantia de dados pode ser simplesmente
realizado pela aplicação em si (que usa o protocolo UDP) e não pelo protocolo.
Basicamente, usando o protocolo UDP, uma máquina emissor envia uma determinada
informação e a máquina recetor recebe essa informação, não existindo qualquer
confirmação dos pacotes recebidos. Se um pacote se perder não existe normalmente
solicitação de reenvio, simplesmente deixa de existir para o destinatário.

Exemplo

Vamos a um exemplo comum. Imaginem que vão usar streaming de vídeo e áudio
através da Internet e usam o Skype como aplicação. Se estabelecerem uma ligação com
um amigo vosso, vão notar que existem muitos pacotes na transmissão que se perdem…
ouvem aquele barulho normal aquando das transmissões…”bluuup” ou a perda/bloqueio
de imagem por alguns ms (milisegundos), o que é perfeitamente aceitável.

Não teria muita lógica que a meio dessa transmissão a vossa aplicação parasse o
streaming e fosse solicitar ao recetor pacotes perdidos, simplesmente começávamos
uma conversa e a meio iríamos receber informações provavelmente daquilo que falamos
no início.

Não é muito normal encontrar aplicações que usem exclusivamente o protocolo UDP,
usando o exemplo do streaming existe sempre o recurso ao TCP para trocar informações
de controlo, libertando o UDP apenas para o envio da informação.

Quais as unidades nesta camada?

Erradamente é normal chamar-se “pacotes” a tudo. O pacote é a unidade (PDU –


Protocol Data unit) da camada 3 do modelo OSI, que corresponde à camada de rede. No
caso do modelo TCP/IP, corresponde à camada 2.

Quando falamos na camada de transporte, usamos segmento para designar a unidade


quando usámos o protocolo TCP ou datagrama quando fazemos uso do protocolo
UDP.
Redes: Afinal o que é o endereço MAC
(Mac address)?
Pedro Pinto · 14 Fev 2018 · Networking 9 Comentários

Na área das redes informáticas existem muitas tecnologias, termos e conceitos. Ao


longo de vários artigos o Pplware tem vindo a disponibilizar alguma informação nesta
área de modo a que os nossos seguidores possam dominar alguns conceitos.

Hoje o nosso desafio é explicar o que é um endereço MAC (Mac address).

Afinal o que é o Mac address

Quando falamos em endereço físico estamo-nos a referir ao endereço MAC (Media


Access Control) que é composto por 48 bits (12 caracteres hexadecimais). Numa LAN,
uma vez que o meio físico é partilhado por todas as máquinas e estas trocam tramas
(PDU da camada 2 do modelo OSI) entre si, o endereço MAC é que identifica a
máquina de destino.

Formato de um endereço físico


 I/G (Individual/Group) – corresponde ao bit que indica que se trata de um
endereço MAC individual, se o valor for 0, ou a um endereço broadcast ou
multicast se o valor for 1.
 G/L (Global/Local) – corresponde ao bit que indica que se trata de um endereço
MAC de âmbito global (ex. administrado pelo IEEE) ou localmente (ex.
DECnet);
 OUI – Identificador unívoco, atribuído pelo IEEE a cada fabricante.
 Identificador – identificador da interface em si.

O endereço MAC é único no mundo para cada placa de rede (apesar de existirem
ferramentas que possibilitam a alteração do mesmo), e é mantido na memória ROM ,
sendo posteriormente essa informação copiada para a memória RAM aquando da
inicialização da placa. Há várias formas de representar um endereço MAC:

 00-22-18-FB-7A-12
 0022.18FB.7A12
 00:22:18:FB:7A:12

Onde o endereço MAC é usado?

 Vamos considerar que o PC-A com o endereço IP: 192.168.0.1 quer comunicar
com o PC-B que tem o endereço IP: 192.168.0.3 (os PCs estão na mesma rede).
 O PC-A verifica a sua tabela ARP (podem ver esta informação através do
comando arp –a) para saber se já existe alguma informação relativamente ao
endereço físico do PC-B. Caso exista, esse endereço é usado na trama para
chegar ao PC de destino.
 Caso o PC-A não tenha qualquer informação na tabela ARP do PC-B, o
protocolo ARP envia uma mensagem de broadcast (para o endereço
FF:FF:FF:FF:FF:FF) a “questionar” (ARP Request) a quem pertence o endereço
IP (neste caso o endereço IP do PC-B).
 OPC-B responderá à mensagem ARP enviada pelo PC-A, enviando o seu
endereço físico. O PC-A guardará essa informação na sua tabela ARP (que fica
guardada na memória RAM do PC). Assim, quando quiser voltar a contatar o
PC-B, uma vez que já sabe o seu endereço físico, já pode comunicar “direto”
com este. No caso da presença de um switch na rede, este também terá uma
tablela com os endereços MAC dos equipamentos e indicação da porta onde
estão ligados (mostraremos num próximo artigo).
Esperamos que tenham percebido a utilidade dos endereços físicos MAC que são
diferentes dos endereços lógicos IP. Caso tenham alguma dúvida ou complemento para
o artigo, deixem nos comentários.
Dica: Como saber o endereço MAC da
sua placa de rede?
Quando falamos em endereço físico estamo-nos a referir ao endereço MAC (Media
Access Control) que é composto por 48 bits (12 caracteres hexadecimais). Numa LAN,
uma vez que o meio físico é partilhado por todas as máquinas e estas trocam tramas
(PDU da camada 2 do modelo OSI) entre si, o endereço MAC é que identifica a
máquina de destino.

Hoje ensinamos como podem saber o endereço MAC da vossa placa de rede em vários
sistemas operativos.

O endereço MAC é único no mundo para cada placa de rede (apesar de existirem
ferramentas que possibilitam a alteração do mesmo), e é mantido na memória ROM ,
sendo posteriormente essa informação copiada para a memória RAM aquando da
inicialização da placa. No caso do vosso PC mais que duas placas de rede (incluindo
virtuais) então cada uma delas tem o seu próprio endereço MAC.

Ver endereço MAC no Windows

A lista de endereços MAC no Windows pode ser vista usado o comando getmac. Para
tal basta aceder à linha de comandos do Windows e inserir o comando. Além do
getmac, podem ainda usar o comando ipconfig /all.
Sabe o que é NAT (Network Address
Translation) ?
Pedro Pinto · 01 Mar 2010 · Networking 19 Comentários

Ao longo de alguns artigos sobre redes, temos feito referência a conceitos e tecnologias
que se encontram na maioria dos equipamentos de rede que possuímos. Aproveitando o
artigo sobre endereços privados e endereços públicos, hoje vamos falar sobre NAT
(Networl Address Translation). O conceito de NAT é sempre alvo de discussões devido
às questões de segurança que advêm da utilização desta técnica mas também, nos
últimos tempos, devido ao “pressing” no uso do IPv6.

Sabendo que os IP’s públicos (IPv4) são um recurso limitado e actualmente escasso, o
NAT tem como objectivo poupar o espaço de endereçamento público, recorrendo a IP’s
privados.

Os endereços públicos são geridos por uma entidade reguladora, são pagos, e permitem
identificar univocamente uma máquina (PC, routers,etc) na Internet.

Por outro lado os endereços privados apenas fazem sentido num domínio local e não
são conhecidos (encaminháveis) na Internet, sendo que uma máquina configurada com
um IP privado terá de sair para a Internet através de um IP público.

A tradução de um endereço privado num endereço público é então definido como NAT
e está definido no RFC 1631.

Existem 3 tipos de NAT:

 NAT Estático – Um endereço privado é traduzido num endereço público.


 NAT Dinâmico – Existe um conjunto de endereços públicos (pool), que as
máquinas que usam endereços privados podem usar.
 NAT Overload (PAT) – Esta é certamente a técnica mais usada. Um exemplo
de PAT é quando temos 1 único endereço público e por ele conseguimos fazer
sair várias máquinas (1:N). Este processo é conseguido, uma vez que o
equipamento que faz PAT utiliza portas que identificam univocamente cada
pedido das máquinas locais (ex: 217.1.10.1:53221, 217.1.10.1:53220, etc) para
o exterior.

O PAT é a técnica presente na maioria dos equipamentos de rede que usamos.


Considerando por exemplo um router WiFi. É possível ligarmos/associarmos vários
clientes a esse equipamento e estes são configurados (ou adquirem) um endereço
privado.

No entanto todos eles podem ter acesso à Internet através de um único endereço
público. Como já referido, tal é possível porque a técnica de NAT, recorre às portas para
distinguir os pedidos das máquinas internas. Na prática existem 65536 portas, no
entanto por norma apenas são usadas as portas dinâmicas (de 49152 a 65535).
Problemas na rede, será DNS?
Pedro Pinto · 03 Nov 2009 · Networking 25 Comentários

Quantas vezes somos confrontados com problemas estranhos que afectam a nossa
ligação e nesse momento pretendemos saber logo qual o motivo? Um dos problemas
mais comuns está associado ao serviço de DNS, sendo que para mim o DNS é o
“coração” de uma rede. Em traços gerais, o serviço DNS é responsável por traduzir
nomes em IP’s e vice-versa, isto é, quando escrevemos www.pplware.com, há uma
consulta ao DNS para saber qual o IP correspondente.

Então e como podemos nós saber se estamos com problemas de DNS?

Para este artigo, vamos considerar que estava tudo a funcionar correctamente, que temos
o IP dos servidores de DNS bem configurados na nossa máquina, e que de um momento
para o outro aconteceu um problema com o servidor de DNS.

O primeiro “sintoma” acontece normalmente quando abrimos um browser e é-nos


apresentada a mensagem Server not found…can’t find the server at XXXXXXXX.

Nesse momento podemos verificar se existe realmente um problema com o nosso


servidor de nomes (DNS). Para analisar este tipo de problemas temos o comando
nslookup, que é tipo canivete suíço avaliar para problemas deste tipo.

Para começar, vamos até à linha de comandos e escrevemos o comando nslookup.


C:\Users\ppinto>nslookup

Default Server: dns.pplware.com


Address: 192.168.20.254
>

Como resultado imediato podemos saber que o nosso servidor actual de DNS é o
dns.pplware.com e que tem como IP o 192.168.20.254.

Em seguida podemos fazer uma queries (perguntas) ao nosso servidor de DNS para
verificar que ele nos fornece resposta.

C:\Users\ppinto>nslookup
Default Server: dns.pplware.com
Address: 192.168.20.254

> pplware.com

Non-authoritative answer:
Name: pplware.com
Address: 213.13.145.9
Aliases: pplware.com

Como podemos verificar pelo resultado, parece que está tudo ok, pois o servidor
consegue resolver bem o nome pplware.com para o seu IP correspondente:
213.13.145.9

No caso de escrevermos algo que o nosso servidor de DNS não reconheça, recebemos a
seguinte mensagem: can’t find www.aaa.bb: Non-existent domain (exemplo para
www.aaa.bb)

O comando nslookup tem muitas mais opções. Para ver outras opções apenas tem de
escrever “?” ou “help”
Diversas opções podem ser definidas no nslookup.exe ao executar o comando set no
prompt de comando. Uma listagem completa dessas opções é obtida ao digitar set all.

Outro exemplo

Para consultar registos para servidores de mail, introduzimos a seguinte sequência de


comandos (vamos saber informações do servidor de mail da google):

nslookup

set q=mx

gmail.com
O comando nslookup é muito simples de usar e dá bastante jeito numa primeira
instância para análise de problemas a nível de servidor de nomes (DNS). Pelas opções
disponibilizadas podemos “questionar” um servidor de DNS nos diversos registos que
este possui (este é um tema para abordar em outro artigo).

Podemos inclusive assumir outro servidor de DNS através do comando server


<outro_servidor_DNS>

Para quem não gosta da linha de comandos, deixamos aqui um serviço online:
http://www.dnsquery.org/

Dica: Troque o endereço IP por um nome


Pedro Pinto · 03 Ago 2009 · Networking 36 Comentários

Neste “mundo dos computadores” as máquinas são alcançáveis através de um endereço


IP ou de um nome que as identifica univocamente.Tal operação é realizada por um
serviço de DNS, que é muitas das vezes considerado como o coração de uma rede. Uma
das principais funções deste tipo de serviços é a tradução de nomes de máquinas no seu
correspondente endereço IP e vice-versa. Por exemplo o pplware pode ser acedido
através do endereço https://pplware.sapo.pt ou http://62.28.70.69/. Um serviço de DNS
pode ser comparado à agenda de um telemóvel, em que o utilizador não tem de saber
qual o número de telefone de uma determinada pessoa mas sim o nome dessa mesma
pessoa.Já pensou ter de decorar todos os números que possui no seu telemóvel?
No entanto, os serviços de DNS são muita das vezes complexos a nivel de
implemantação e em situações onde possuímos poucos computadores podemos dar a
volta por outro lado para que a tradução de nome vs IP e vice-versa seja realizada.

Para quem nao sabe, antes de uma máquina consultar o servidor de DNS definido na
parte das configurações de rede, consulta um ficheiro designado de hosts.

No Windows 7 esse ficheiro encontra-se em C:\Windows\System32\drivers\etc. Em


termo de exemplo e para que possamos criar um “mini-serviço” de DNS vamos editar o
ficheiro e acrescentar 2 máquinas com os nomes (ratix e obelix com os endereços
192.168.0.1 e 192.168.0.2, respectivamente).

– ficheiro hosts –

# For example: # # 102.54.94.97 rhino.acme.com # source server


# 38.25.63.10 x.acme.com # x client host

# localhost name resolution is handled within DNS itself. # 127.0.0.1 localhost


# ::1 localhost 192.168.0.1 ratix 192.168.0.2 obelix

Feito isto, é só guardar e pode testar através do comando ping, alcançar a máquina ratix.
Para tal, vá a linha de comandos e execute o comando:

ping ratix
Diferenças entre o IPv4 e IPv6

A tabela seguinte sintetiza as principais diferenças entre o protocolo IPv4 e o novo


sucessor.

Esperamos brevemente apresentar aqui mais artigos sobre o endereçamento IPv6.

Deixo no entanto o desafio para que coloquem dúvidas sobre este tema, assim
poderemos explicar e abrir mais o leque de informação.
Endereços Públicos e Privados
Pedro Pinto · 20 Out 2009 · Networking 67 Comentários

Ontem durante uma conversa, uns amigos fizeram-me as seguintes questões: “Qual a
diferença entre um IP Privado e um IP Público?” Quando é que se usa um e quando é
que se usa outro?

Bem, isto em conversa é certamente muito mais fácil de explicar, já escrever… vamos
lá ver como sai!

Basicamente as máquina quando estão ligadas em rede possuem um endereço IP


configurado (seja ele IPv4 (normalmente) ou IPv6), de forma a poderem ser alcançadas
por outras máquinas.

Relativamente a endereços IP existem os endereços públicos e os endereços privados. A


maioria dos endereços IP são públicos, permitindo assim que as nossas redes (ou pelo
menos o nosso router que faz fronteira entre a nossa rede e a Internet) estejam acessíveis
publicamente através da Internet, a partir de qualquer lado.
Quanto a endereços privados, estes não nos permitem acesso directo à Internet, no
entanto esse acesso é possível mas é necessário recorrer a mecanismos de NAT
(Network Address Translation) que traduzem o nosso endereço privado num endereço
público.

Os intervalos de endereços privados são:

 de 10.0.0.0 a 10.255.255.255 (10.0.0.0 /8)


 de 172.16.0.0 a 172.31.255.255 (172.16.0.0 /12)
 de 192.168.0.0 a 192.168.255.255 (192.168.0.0 /16)

Daí os endereços que usamos com frequência 192.168.x.x

Fazendo uma analogia com o sistema telefónico podemos comparar um endereço


público ao número de um telefone/telemóvel. Esse número é público, reservado, único
e identifica de forma unívoca o vosso telefone.

Agora imaginem por exemplo uma empresa que possui uma central telefónica. Vocês
atribuem as extensões (privadas ex: 101, 302, 45) que quiserem aos telefones mas
quanto alguém dessas extensões quer ligar para o exterior ou liga para a telefonista para
estabelecer a chamada para o exterior (a partir de um número público) ou marcam um
prefixo para que a vossa central proceda ao mecanismo de NAT fazendo assim que a
vossa chamada saia por um número público.

No entanto, imaginando que um amigo vos quer contactar do exterior, este não o poderá
fazer directamente e nesse caso, terá de ligar para a telefonista para esta reencaminhar a
chamada. O endereçamento privado que eu tenho na minha central telefónica pode ser o
mesmo de outras empresas. No entanto o(s) números(s) telefónicos públicos
(ex:232234567) que identificam a minha empresa são únicos.

Passando novamente para as redes podemos dizer que máquinas em redes diferentes
podem usar os mesmo endereços privados e não existe qualquer entidade reguladora
para controlar a atribuição, isso é definido internamente.

Para permitir que vários computadores na rede doméstica ou de


empresas comunicassem na Internet, cada computador devia ter assim o seu próprio
endereço público. Esse requisito impõe grandes exigências sobre o pool de endereços
públicos disponíveis tendo sido criados os mecanismos de NAT como referido
anteriormente.

Os endereços públicos são geridos por uma entidade reguladora, muita das vezes são
pagos e permitem identificar univocamente uma máquina (PC, routers,etc) na Internet.
O organismo que gere o espaço de endereçamento público (endereços IP
“encaminháveis”) é a Internet Assigned Number Authority (IANA).
Obviamente poderíamos ter explanado mais um assunto que por norma tem alguma
complexidade. Mas, desta forma simples, perceberão também a utilidade do NAT,
endereços públicos e privados e, caso precisem, podem ver no vosso router a área onde
a magia acontece.

Caso precisem de mais esclarecimentos, poderão deixar nos comentários a vossa dúvida
e caso a caso responderei tentando acrescentar detalhes ao assunto.

169.254.0.0/16 – Vamos lá explicar!


Pedro Pinto · 15 Out 2009 · Networking 39 Comentários

Certamente alguns de vocês já deram conta que às vezes esta é a gama de endereços ao
qual o endereço configurado na vossa placa de rede pertence.

As vezes questionam-se, por exemplo, sobre o porquê de não terem Internet numa
máquina. Uma das primeira perguntas que costuma fazer é qual o endereço IP que a
máquina tem naquele momento, ao que me respondem 169.254.X.X.
Bem, tal endereçamento é assumido pela configuração de rede (normalmente usando
sistemas operativos Windows), quando a vossa máquina não consegue contactar
nenhum servidor de DHCP (servidor que atribui as configurações de rede). Quando uma
máquina não consegue obter dinamicamente as configurações de rede (IP, mascara,
Gateway, DNS..) então adquire um endereço designado de link-local ou seja, a máquina
executa um processo de auto-configuração a nível de rede . Este endereço permite assim
comunicar com outras máquinas da rede sem a necessidade de terem um IP configurado
manualmente ou via servidor de DHCP. A Microsoft designa este processo de
Automatic Private Internet Protocol Addressing (APIPA).

A Internet Assigned Numbers Authority (IANA) reservou o intervalo de endereços


169.254.0.0 – 169.254.255.255 para o endereçamento IP privado automático.
Consequentemente, o APIPA fornece um endereço que, garantidamente, não entra em
conflito com endereços “encaminháveis”.

Para fazerem um teste basta colocarem que definam que a vossa configuração de rede
será obtida DHCP e esperem alguns segundos. De referir que não devem ter nenhum
servidor de DHCP a servir a vossa máquina.
O objectivo dos endereços link-local é facilitar a comunicação entre máquinas, no caso
de não existir qualquer configuração. A auto-configuração é uma das grandes
características do novo protocolo IP (IPv6) e será uma mais valia para rede SOHO
(Small Office Home Office).

Para saber mais sobre este tipo de configuração aconselho a ler: Como utilizar
endereçamento TCP/IP automático sem um servidor de DHCP
Redes – Cabo UTP Categoria 6
Pedro Pinto · 26 Jun 2009 · Networking 77 Comentários

Se está a pensar construir uma rede cablada ou está a pensar modernizar a que já tem,
então saiba que cabo deve utilizar actualmente para equipar a sua rede.

O Cabo Categoria 6, normalmente conhecido como Cat-6, é um cabo padrão do Gigabit


Ethernet, sendo retro compatíveis como a Categoria 3 e 5/5e. A principal diferença entre
o Cat-6 e as anteriores versões é que o Cat-6 utiliza plenamente os quatro pares de fios
existentes no cabo. Deve obedecer às normas técnicas – ISO/IEC 11801:2002; IEC
61156-5; EN 50173-1:2002; EN 50288; TIA/EIA 568-B.2-1 e ser instalado de acordo
com o Manual ITED em vigor.

Este tipo de cabo é mais restrito em relação às especificações do Crosstalk e também ao


ruído. O Cat-6 permite performances acima dos 250MHz e é adequado para 10Base-
T/100Base-TX e 1000BaseT/1000Base-TX (Gigabit Ethernet). O comprimento máximo
mantém-se no 100 metros (assim como o Cat 5e) e suporta uma tensão máxima de 48V.

O cabo contém quatro pares torcidos de cobre, tal como os anteriores cabos de rede e é
normalmente terminado com conectores ISO 8877 (vulgo RJ45). Alguns cabos Cat-6
são muito largos, o que torna difícil anexar os conectores RJ45.
O Cat-6 pode ser terminado com o esquema T568A ou o T568B, tornando-se
indiferente usar um ou outro esquema.

O Crossover é usado em ligações de Hub para Hub, Computador para Computador,


Switch para Switch, ou seja, entre equipamentos da mesma camada (modelo OSI).
Actualmente, todos os equipamentos Gigabit Ethernet e a maior parte dos novos
equipamentos a 10/100Mb, suportam automaticamente cabos Crossover, o que significa
que qualquer cabo Straight-through ou Crossover pode ser usado em qualquer ligação
(MDI-X).

No entanto, os equipamentos antigos continuam a requerer a utilização de um cabo


Straight-thtough para se ligarem a outro equipamento e um cabo Crossover para ligarem
um Switch com um outro Switch ou um computador com outro computador, por
exemplo.

Os cabos Crossover finalizados com uma das pontas com o esquema T568A e a outra
ponta com esquema T568B, em que cada um deles terá dois pares para transmissão
(TX) e dois pares para recepção (RX).
Para quem estiver a começar a construir uma LAN, é recomendado a utilização do CAt-
6, uma vez que suporta velocidades superiores e está menos afecto a problemas de
interferências.
Como fazer um cabo cruzado (crossover)
?
Pedro Pinto · 14 Mar 2009 · Networking 65 Comentários

Sabendo da tendência mas não afastando a realidade, quero hoje apresentar um pequeno
e simples guia que conduzirá o utilizador a a criar um cabo de rede. Queremos com isso
também, esclarecer vários pedidos que nos foram chegando ao longo do tempo.

Para iniciar este tutorial vamos começar por definir a diferença entre um cabo cruzado
(crossover) e um cabo directo (straight–through) ou normal.

Bem, imagine que tem 2 computadores em casa e pretende liga-los em rede. Para este
efeito vamos usar um cabo cruzado (há actualmente algumas placas a gibabit que já
fazem a troca dos pares de fios – MDI-X).

No caso de ter 2 pc’s e por exemplo um Hub ou um Switch, então o cabo a usar é um
cabo directo ou straight-through. Por norma a regra diz que em equipamentos iguais
usamos um cabo crossover e em equipamentos diferentes usamos um cabo directo.

A norma utilizada para fazer cabos directos é a TIA/EIA T568A. Para fazer cabos
cruzados usamos a norma TIA/EIA T568A num dos lados e a norma TIA/EIA T568B
na outra extremidade.
Exemplo de como fazer as extremidade de um cabo cruzado

A principal diferença entre um um cabo cruzado e um cabo directo, é que no cabo


cruzado os fios estão dispostos de forma diferente nas extremidades (troca dos pares 1-2
com os pares 3-6).

Material necessário:

Alicate de Cravamento e corte

Ficha RJ45

Cabo

Tendo esta material podemos começar a construir o nosso cabo cruzado. Vamos a um
exemplo mais prático. Imaginem que comprei 10 m de cabo UTP 5e (actualmente já se
vende Cat 6). Peguem num x–ato e descarnem as extremidades +/- 2 cm. Numa das
extremidades coloquem os fios do cabo na ficha segundo a norma T568A e procedam
ao cravamento com o alicate. Na outra extremidade coloquem os fios segundo a norma
T568B e procedam ao cravamento.

Se tiverem duvidas no processo de cravamento,


deixo aqui um tutorial passo a passo para o efeito. Ver aqui

Depois contem as vossas experiências.


Subnetting sem complicações
Pedro Pinto · 13 Nov 2008 · Internet 14 Comentários

Há uns tempos atrás já aqui escrevi sobre um software (IP Subnet Calculator) que tem
algumas semelhanças com o que vos vou mostrar hoje.

Todos aqueles que andam no mundo das redes e que ainda não encaixaram bem as
contas das subnetting, aqui deixo uma aplicação gratuita que ajuda em muito esse
processo.

O software chama-se TechExams.net – IP Subnet Calculator e permite:

 Cálculo do prefixo, máscara, subredes e hosts válidos para um determinado


endereço IP
 Indica a que classe pertence o IP, rede, endereço de broadcast e range de
endereços válidos
 Mostra os resultados em binário
 etc

Através deste pequeno software, tendo uma determinada rede e querendo fazer
subnetting podem ficar de imediato a saber qual a máscara a usar nas novas redes que
tiveram como origem a rede inicial, range de endereços disponíveis e endereço de
broadcast.

Mas afinal o que é subnetting (subredes)?


Basicamente é o processo de divisão de uma rede em sub-redes mais pequenas que a
original.

Vamos a um exemplo:

Tenho a rede 192.168.10.0 que me permite 254 máquinas nesta rede. O que pretendo:
dividir a rede original (192.168.10.0) em 4 redes, ou seja, ter 4 novas redes distintas.

Rede Original

Endereço de Rede: 192.168.10.0

Range de IP’s da rede original: 192.168.10.1 – 192.168.10.254

Processo de Subnetting – 4 redes derivadas da original


Download: Subnet Calculator 1.0 (640Kb (requer: .NET 2.0 Framework)
Homepage: TechExams.net IP Subnet Calculator for Windows

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