Ao longo dos anos, a prevenção de acidentes vem evoluindo nas áreas da aviação.
Contudo no Brasil, o fator humano, um importante fator contribuinte na causa de
acidentes, ainda não recebe a devida atenção. Entre 1977 e 1984, foi realizado pela BOEING (PIANOWVISKI, 2006) um estudo que analisou 126 grandes acidentes, dentre os quais, em aproximadamente 74% foram identificados como considerável fator contribuintes o fator humano. Dentre as falhas englobadas pelo fator humano nos acidentes/incidentes aeronáuticos, os procedimentos computam 11%, o processo psicomotor 37%, e o erro de decisão 52% (RUFINO, 2008). Procedimento Psicomotor Erro de Decisão * dados do período 87, 88, 89 nos EUA, englobando Aviação Geral, Comercial e Militar Tendo em vista esses números, as propostas atuais buscam um modo de reduzir o erro no fator humano, mas, em sua maioria, enfatizam a competência técnica e 4 proficiência (CHIDESTER, HELMREICH, GREGORICH, & GEIS, 1991. apud FITZGIBBONS & DAVIS, 2000). Outros enfoques para a melhora da segurança de vôo recaem sobre aspectos interpessoais da coordenação da tripulação (ORLADY & FOUSHEE, 1987, apud FITZGIBBONS & DAVIS, 2000) na forma de treinamento de gerenciamento de recursos na cabine de comando ou CRM (Cockpit Resource Management). Porém, não se tem muitos estudos ou programas de prevenção de acidentes baseados nas características de personalidade que possam influenciar o desempenho da tripulação e o erro de gerenciamento (FITZGIBBONS & DAVIS, 2000). Os traços de personalidade determinam como um indivíduo reage a diferentes eventos e situações e no que se refere à personalidade dos pilotos, descrições a respeito são oferecidas desde o nascimento da aviação no inicio do século XX (DOCKERY & ISAACS, 1921; RIPPON & MANUEL, 1918, apud GRICE & KATZ, 2006). Sabe-se que a personalidade do piloto influencia no desempenho de vôo, gerando uma relação significativa com a segurança de vôo. Até mesmo a cultura na qual o piloto está inserido exerce grande influência sobre sua performance.