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NAVEGAÇÃO
5 ESTIMADA
Figura 5.5 -
. Mau governo (efeito das guinadas que o timoneiro faz para manter o rumo);
. Pequenas diferenças de RPM entre os eixos (para navios de mais de um eixo);
. Pequenas diferenças de velocidade;
. Banda e trim; e
. Desvio da agulha não detectado ou mal determinado.
Na prática, chamamos de corrente à resultante de todos estes fatores sobre o movimen-
to do navio (Figura 5.6).
Posição estimada – posição obtida pela aplicação, a partir de uma posição observada, de
vetores definidos pelo rumo do navio e a distância em relação à superfície.
Posição estimada corrigida – posição obtida pela aplicação, a partir de uma posição obser-
vada, de vetores definidos pelo rumo no fundo e distância percorrida em relação ao fundo.
Posição carteada – é a posição que se prevê que o navio ocupará em horas futuras. Dependen-
do da navegação em curso, poderá tomar como base uma posição observada, estimada ou
estimada corrigida. Para ser plotada, poderá ser considerada ou não a corrente, dependendo
dos elementos que o navegante dispuser. Se a corrente foi determinada com critério, o navegante
não deverá omití-la na carteação dos próximos pontos, adotando, então, a premissa de que o
navio irá se deslocar com o rumo e a veloc em relação ao fundo. A posição carteada é bastante
útil como antecipação dos eventos que deverão ocorrer nas próximas horas, para alertar o
pessoal de serviço (faróis que irão “boiar”, variações sensíveis nas isobatimétricas,
proximinadades de perigo, etc.). É representada por um pequeno traço cortando o rumo, com
a indicação da hora.
Figura 5.11 -
Investindo a barra do Rio de Janeiro, vindo de SW, sua posição observada de 0300 é
Lat 23º 05.0’S Long 043º 19.0’W. O rumo verdadeiro é RN = 055º, velocidade velN = 9.0 nós. Às
0400, a posição é novamente determinada, obtendo-se Lat 23º 00.0’S Long 043º 10.0’W. Deter-
minar os elementos da corrente (Rcor e vel cor), o rumo no fundo (Rfd) e a velocidade no
fundo (velfd).
Solução:
Solução:
1. Plota-se a posição de 1300 e traça-se o rumo verdadeiro RN = 315º. Sobre o rumo traçado,
marca-se a velocidade na superfície (velN = 8 nós).
2. Da extremidade deste vetor, traça-se o vetor corrente (Rcor = 270º, velcor = 1nó).
3. Unindo-se a posição de 1300 ao ponto assim obtido, determinam-se o Rfd= 270º, velfd = 8,7 nós.
As informações sobre a corrente poderão tercido determinadas pelo próprio navio, no
período imediatamente anterior, ou, então, serem oriundas de cartas piloto ou outros docu-
mentos Náuticos
A necessidade de previsão do Rfd e Velfd é bastante encontrada na prática, pois é
rotineiro os navios informarem com antecedência o seu ETA (“estimated time of arrival” ou
hora estimada de chegada), baseado no qual as autoridades do porto de destino tomarão uma
série de providências, como prático, rebocadores para as manobras de atracação, cais, etc.
Poucas situações são mais constrangedoras a um navegante do que estar a várias milhas do
porto de destino na hora em que estabeleceu o seu ETA, sabendo que diversas providências já
foram tomadas, confiando na precisão de seus cálculos.
c. Determinação do rumo e velocidade na superfície, conhecendo-se os elementos
da corrente e o rumo e a velocidade no fundo desejados.
Exemplo (Figura 5.11):
A posição observada do navio às 1500 é Lat. 23º 05.0’S Long. 043º 02.0’W. O navio
deseja estar na posição Lat. 22º 59.0’S Long. 043º 10.0’W, onde receberá o prático, exatamen-
te às 1600. Sabendo-se que existe na área uma corrente cujos elementos são Rcor = 270º, velcor
= 1,0 nó, determinar o rumo verdadeiro (RN) e a velocidade (vel N) que o navio deve assu-
mir.
Solução:
1. Plotam-se na Carta Náutica a posição observada de 1500 e a posição que se deseja
alcançar às 1600. Determina-se, graficamente, que, para chegar ao ponto desejado às 1600,
o rumo no fundo e a velocidade no fundo devem ser, respectivamente, Rfd = 270º, velfd
= 9.6 nós.
2. Aplica-se, ao ponto inicial, o vetor corrente, no sentido Rcor = 270º e com grandeza igual
a 1.0 milha (pois a velcor = 1.0 nó e o intervalo de tempo é de 1 hora), e arma-se o triân
gulo da estima (ou triângulo de corrente).
3. Lê-se, então, na Carta o vetor superfície, que interliga a extremidade do vetor corren
te com o ponto desejado, obtendo-se RN = 314º, velN = 8.8 nós.
d. Determinação do rumo na superfície e da velocidade no fundo, conhecidas as
características da corrente, a velocidade na superfície e o rumo no fundo deseja
do.
Esta situação ilustra o caso em que apenas um dos vetores tem os seus dois elemen-
tos conhecidos, enquanto que, dos dois vetores, conhecemos apenas um dos elementos da
cada.
O Transferidor Universal dispõe de uma rosa graduada de 000º a 360º, concêntrica com
uma outra rosa, que tem apenas quatro índices, defasados de 90º entre si.
Para utilizar-se o Transferidor Universal (TU), a Carta (ou folha de plotagem) deve ser
primeiro fixada à mesa de plotagem. A régua é, então, alinhada com um meridiano da Carta
(ou um paralelo) e fixada em posição, pela borboleta interna. Folga-se, então, a borboleta
externa e ajusta-se a rosa graduada de modo que as graduações 0º e 180º (ou 90º e 270º, se a
régua foi alinhada com um paralelo) estejam alinhadas com um índice existente na rosa inter-
na. Fixa-se, então, a borboleta externa (e nela não se mexe mais), mantendo a rosa em posi-
ção. Com esta ajustagem, qualquer posição subsequente da régua é indicada na rosa como
direção verdadeira, sendo, então, possível obter ou plotar Rumos e Marcações verdadei-
ras através do TU, sem necessidade de referências às rosas da Carta.
É óbvio que o uso do instrumento desta maneira requer que os meridianos da carta
sejam linhas retas e paralelas entre si, como numa Carta de Mercator. Numa Carta de Lambert
au Gnomônica, onde os meridianos convergem, o instrumento não pode ser utilizado.
Para que resultados precisos sejam obtidos, a base do instrumento deve ser rigidamen-
te fixada na mesa de plotagem, usualmente no seu canto superior esquerdo. Isto deve ser
verificado de tempos em tempos, pois a base pode ser afrouxada por vibração ou uso continu-
ado. Os pivôs na base do instrumento também devem estar firmes, sem folga. As cintas metá-
licas sem-fim do mecanismo de movimento paralelo devem estar firmes, para preservar a
rigidez do instrumento.
O instrumento deve ser verificado quanto ao seu paralelismo por meio dos meridianos
e paralelos das extremidades opostas de uma Carta de Mercator.
e. Operação do EDE
Para operação do EDE em navegação, coloca-se uma Carta Náutica sob o suporte do
lápis na mesa de plotagem e ajusta-se a escala para um valor igual à escala da carta. O lápis,
então, traçará a derrota estimada do navio sobre a carta.
f. Emprego do EDE
O EDE faz navegação estimada com as mesmas limitações que o processo gráfico-
geométrico na carta, isto é, não leva em consideração o efeito da corrente, visto que os
instrumentos em que se fundamenta só informam o movimento do navio sobre a
água.
A maior utilidade do EDE situa-se na guerra naval, especialmente na guerra anti-
submarino (GAS), uma vez que o posicionamento relativo das forças antagônicas independe
da corrente, por se encontrarem todas as unidades no mesmo referencial, que é a massa líqui-
da do mar (admitida homogênea, em virtude das distâncias normalmente envolvidas).
Assim, basicamente o EDE será empregado para:
. Navegação estimada;
. Plotagem geográfica;
. Plotagem de GAS;
. Apoio de Fogo Naval;
. Homem ao mar (escala de 200 jd/pol);
. Busca e salvamento.
Atualmente, o EDE foi substituído por versões digitais, baseadas nos mesmos princípi-
os, porém muito mais completas e eficazes, uma vez que podem não só receber e integrar
informações de vários equipamentos, como também enviar respostas e manter uma completa
apresentação da situação tática e um registro do desenvolvimento da ações.