A experiencia humana tem atestado universalmente a realidade
do mal. A face sombria da realidade mostra-se concretamente por meio da dor, da morte, da angustia e da injustica. Epidemias, fome, guerras, opressao politica, morte de inocentes sao algumas das manifestacoes especificas do que e normalmente chamado mal. A pergunta inescapavel diante desse quadro e: “Por que existe o mal”? Para abordar adequadamente a questao, cremos ser util esbocar a divisao entre dois tipos basicos de mal: mal moral e mal físico. O primeiro diz respeito a injustica e o segundo ao sofrimento. Todavia, uma definicao mais abrangente de mal deve ir alem da especificacao de seus tipos basicos. Conforme observou Paul Siwek, a nocao do mal e tambem marcada essencialmente pela ideia de contrariedade (Siwek, 14), sendo, do ponto de vista do bem-estar humano, aquilo que nao deveria existir. Ha uma consternacao diante do mal. Ha um sentimento de estranheza! A decepcao e dor que causa parecem pedir a sua nao-existencia. Os mitos dos mais diversos povos e culturas tem mostrado a maneira peculiar com a qual cada um deles tem lidado com a questao do mal. Normalmente, esses mitos apontam a principio para a percepcao do problema, depois para o conflito e, por fim, para a tentativa de solucao do mesmo. Todavia, o que e o mal? Como entende-lo? Por que o mal e um problema? Para lidarmos com essas perguntas, em primeiro lugar, e importante levar em conta que nem sempre ha um consenso com respeito a definicao de mal. Se a questao do mal considerado enquanto justica permite