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PROBLEMA DO MAL:

INTRODUÇÃO À TEODICEIA
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1.1 Introdução

A experiencia humana tem atestado universalmente a realidade


do mal. A face sombria da realidade mostra-se concretamente
por meio da dor, da morte, da angustia e da injustica. Epidemias,
fome, guerras, opressao politica, morte de inocentes sao algumas
das manifestacoes especificas do que e normalmente chamado
mal. A pergunta inescapavel diante desse quadro e: “Por que
existe o mal”? Para abordar adequadamente a questao, cremos ser
util esbocar a divisao entre dois tipos basicos de mal: mal moral e
mal físico. O primeiro diz respeito a injustica e o segundo ao sofrimento.
Todavia, uma definicao mais abrangente de mal deve ir
alem da especificacao de seus tipos basicos. Conforme observou
Paul Siwek, a nocao do mal e tambem marcada essencialmente
pela ideia de contrariedade (Siwek, 14), sendo, do ponto de vista
do bem-estar humano, aquilo que nao deveria existir. Ha uma
consternacao diante do mal. Ha um sentimento de estranheza!
A decepcao e dor que causa parecem pedir a sua nao-existencia.
Os mitos dos mais diversos povos e culturas tem mostrado
a maneira peculiar com a qual cada um deles tem lidado com a
questao do mal. Normalmente, esses mitos apontam a principio
para a percepcao do problema, depois para o conflito e, por fim,
para a tentativa de solucao do mesmo. Todavia, o que e o mal?
Como entende-lo? Por que o mal e um problema? Para lidarmos
com essas perguntas, em primeiro lugar, e importante levar em
conta que nem sempre ha um consenso com respeito a definicao
de mal. Se a questao do mal considerado enquanto justica permite

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