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(Aas CLAUDIO VICENTINO * Bochare ienciado em Cléncas Soccs pla USP, * Pés-gradvodo em Histria pela Universidade de Bras, + Profesor de Histria com experiénia em cursos pré-vestibulars o de 2° grav. ™ Autor de livros ddticos eparadidaticos de Histriae Geopoltca, GIANPAOLO. DoRIGO. * Bucharel»licendado em Histéria pela USP. * Professor de istria em cursos pré-vesibulares ede 2° grav, editora scipione Eetgto Moria Terase Buco Porto Assistncia alto Maria de Féime dos Neves: Propsrarso Mayo longo Fevieto ‘Ana Pasa Hanes Go Olvekt, ‘isting Yomagamie Siva.Curha Coordenagto de arte Eesontoue Tors ‘Assisiéncta de a0 ‘Macia Viceneide Ribotoe Homan Roche Alves Prooramacto visu de cape @ cio Loree Produgdo Wisvot ustapses de moto ‘Cassano Re Cantgratia io de Ofek Porcano e Maro Yoshida Peequia canopies Edson ose, Lourdes Guimaraes, Luciano Conatho Lina da Pesquisa Sic Lids Fotos de cape Hexoldo Palo Jno pinta rupeste do Parque Nacional do Sate Cidedes — Pi Claus Meyers (ncio Cape Bagi eto Vncecr dere, na opts ‘Doteet; Cafe, de Candide Portineri— tric ths coreesr Soon eo dna 05 Re Jaa in editora scipione Taare Praga Cars Gomes, 46 (1801-040 SioPeute SP ‘wuww'sipene com be DIVULGACAO Pa Fagundes, 121 (01908-080 Sto Paulo SP Tel toxctt}s272411 Ceba Postal 5131 VENDAS. Te (OXK1119277 1788 Expacionte luie eves Seton Gerencls ect Aureo Gonaives Fiko Chota de ravisto Mian de Cavvalha Abo Cootdento gerade ane “isa ke Son plo de oe ier 5-€- Das ce Moraes Cooréengtode produto se atone Fest Garb oe martotrg “ross Rosen Gerd comecel Dorval Peer Seth a1 ISBN 05.262-5202-9 = AL ISN 85-262-2201-0 = PR 1H EDIGAO {5 impresséo) omens. paciact fotos ome norenn (OM. Dados internacionais do Catalogaztona PublicagSo (CIP) {Cimara Brasera do Livro, SP Basil) Vicentine, Clbueéo Histria do Brsil/ Clio Vieentino, ‘Ganpnolo Dorigo. — S80 Paulo: Scipione, 1997. 1. easi— Histor (Ensino médio) | Dorigo, Gienpeol. I. Tul. 974758 ‘e00-981,007| Indices para cattiogo sistematica: 1. Brasi: Historie: Ersino médio 981.007 PREFACIO Ha uma constante que atravessa toda a histéria do Brasil, as miltiplas trans- formagdes que conheceu em seu meio milénio de existéncia. Parafraseando Giuseppe Tomasi di Lampedusa, poder-se-ia apresentar assim esta constante: € preciso que tudo mude para que tudo fique como est, Plus ¢a change, plus c'est la méme chose. De fato, estes quinhentos anos assistiram a transformacées mirabo- antes, mas o que nao tem mudado nestes cinco séculos € que a colénia, depois o pais, funcionaram sempre em favor de uma pequena minoria que esté no topo da sociedade — e de uns anexos de extensio varidvel a volta dessa elite, alidés nunca muito considerdveis — e contra a imensa maioria da populacéo. Isto foi verdade na época da escravidio e de uma sociedade pensada para efetuar exportagbes primérias; € ainda mais verdadeiro hoje em dia, quando a tao propalada “globalizagio” traduz-se, na prética, em concentracao de renda desemprego, que continuardo crescendo aqui como alhures, e no aumento do abismo econdmico e tecnolégico entre os paises ao norte ¢ ao sul do Equador. (Mesmo porque o Brasil atual carece de qualquer politica consistente relativa- menté & educacio ¢ & tecnologia, embora tenha agora uma lei de patentes exata- mente como os pafses de capitalismo avancado queriam que tivéssemos.) En- quanto 08 recursos e capitais continuam tendendo a concentrar-se muito majori- tariamente “acima” daquela linha, podem-se dizer as generalidades ocas que’se quiser acerca das oportunidades pretensamente abertas “a todos” no processo de mundializagao da economia. Para combater um tal otimismo hipécrita, basta ler © que diz 0 casal de profetas da “terceira onda”, os Toffler, acerca do que deverd ocorrer neste planeta no futuro préximo. As razées pelas quais o dizem so as piores possfveis, mas o que afirmam é muito plausivel - e nada animador. Nas‘circunsténcias deste fim de século, as vozes que se levantam contra tal estado de coisas so poucas. Predominam aquelas que afirmam que tudo o que esté acontecendo ¢ inevitavel. O que nfo € novidade: os cientistas sociais conser- vadores sempre tentaram demonstrar que 0 que existe, existe porque € necess4- tio. £ bem-vindo, portanto, um manual destinado ao ensino bisico que deseje contribuir para “um Brasil oposto a este que af esta”, que nao exclua da cidada- nia efetiva a imensa maioria das pessoas, nao exerca uma violéncia diuturna con- tra essa maioria ~ 0 oposto, portanto, de um Brasil oligdrquico, cada vez mais excludente e integrado no anti-humanisno tecnocratico de um capitalismo in- sensivel, Mais insensivel ainda agora que terminou a necessidade que se Ihe im- punha de competir ideologicamente ~ somente por algum tempo, claro, posto que os problemas da modernidade nfo foram, em absoluto, resolvidos.

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