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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA

[XXXXX]

NOME DA IMPETRANTE, qualificação, vem, por seu procurador in-fine,


com fundamento no art. 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e art. 1º, da lei nº.
1.533/51, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA contra atos do Sr. REITOR DA
UNIVERSIDADE, Presidente do Conselho Universitário e do Presidente da
Comissão Permanente do Vestibular encontrados no Campus Universitário [XXXXX],
qualificação, pelos seguintes fatos e fundamentos:
I- DOS FATOS:

Conforme atesta a documentação anexa, o impetrante inscreveu-se para prestar o


vestibular da [XXXXX], ao curso de [XXXXX], que foi realizado nos dias [XXXXX].
Consta da resolução nº. [XXXXX], a relação da quantidade de vagas disponíveis a
todos os cursos oferecidos por aquela instituição de ensino, do qual se depreende a
existência de 40 (quarenta) vagas para o curso em que o impetrante se inscreveu.
Ocorre que o Edital [XXXXX] informa que, nos termos da Resolução Normativa nº.
[XXXXX], haverá uma distribuição de vagas na seguinte forma:
I- 20% (vinte por cento) das vagas de cada curso serão
destinadas para candidatos que tenham cursado integralmente o ensino
fundamental e médio em instituições públicas de ensino;
II- 10% (dez por cento) das vagas de cada curso serão destinadas
para candidatos autodeclarados negros, que tenham cursado integralmente o
ensino fundamental e médio em instituições públicas de ensino;
III- 6 (seis) vagas serão destinadas para candidatos autodeclarados
indígenas.
Assim, para o curso de [XXXXX], tem-se que 20 (vinte) vagas serão destinadas a
“candidatos provenientes das instituições públicas de ensino” e 10 (dez) vagas serão
destinadas aos autodeclarados “negros”, restando apenas 70 (setenta) vagas para os
demais candidatos excluídos do sistema de cotas (brancos, pardos, ruivos, orientais, etc,
e até mesmo “negros”, provenientes de escolas particulares), por não se enquadrarem
nas chamadas “ações afirmativas de acesso aos cursos de graduação”, entre os quais se
inclui o impetrante.
Ainda, esta reserva de vagas pelo sistema de cotas apresenta-se maculada por vícios
também pelo fato de que os candidatos não-negros, que estão sendo culpados por não
serem “negros”, e ainda discriminados por haverem optado, com sacrifício próprio ou
de seus pais, por realizar seus estudos em escolas particulares, o que, em absoluto
implica em não possuírem a condição de carentes, em que pese hajam realizados seus
estudos em escolas pagas.
Em vista disso, as disposições previstas para o vestibular [XXXXX], além de
representarem uma “aberração jurídica”, ferem integralmente o direito líquido e certo do
impetrante, como se verá pela fundamentação a seguir exposta.

II- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Para os efeitos do presente mandamus, o Edital [XXX], tem como autoridade


coatora, o Presidente da Comissão Permanente do Vestibular; a Resolução Normativa
nº. [XXX], que cria o “programa de ações afirmativas” da universidade, tem como
autoridade coatora o Presidente do Conselho Universitário e; o Reitor da por ser ele a
autoridade máxima responsável da instituição que chancelou e aplicou estas normas
afrontadoras aos princípios constitucionais vigentes.
Tais atos são concretamente os responsáveis pelo ato de coação a que se refere o Art.
1º Lei nº 1.533/51 e o Inciso LXIX do artigo 5º, da Constituição Federal.
Ademais, reza o artigo 5º da Constituição Federal :
que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
prosperidade, nos termos seguintes: (...)(grifos nossos).

A Carta Magna dispõe ainda, em seu artigo 206, inciso I, que o ensino será
ministrado com base, entre outros, nos seguintes princípios: I – igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola; (...)
Contrapondo-se o teor das disposições contidas nos artigos 6º a 8º da Resolução
Normativa [XXX] aos dispositivos constitucionais acima transcritos, nítida se mostra a
ofensa ao direito líquido e certo do impetrante de concorrer em igualdade de condições
com todos os demais candidatos, a uma das 40 vagas do curso de DESIGN DE
ANIMAÇÃO oferecido pela [XXX].
Desse modo, não existe qualquer critério objetivo e científico, que permita
identificar alguém como “negro”, muito menos uma auto-declaração pode servir
para atribuição de tal qualidade, haja vista, que o diagnóstico fundado na morfologia
e constituindo corporal sabidamente não autoriza a identificação da raça.
,Nem mesmo a Comissão Institucional prevista na referida Resolução Normativa
(art 8º par. 2º) para “validar a auto-declaração”, tem condições técnicas e científicas
para aferir tal qualidade de forma precisa.
Todavia, ainda que fosse possível a identificação de tal qualidade a uma
determinada pessoa, o fato de alguém ser considerado “negro”, “branco” ou
“amarelo”, não importaria em critério de erradicação das desigualdades sociais, visto
que o fato de alguém ser considerado um ou outro não caracteriza motivo
determinante de inferioridade ou superioridade intelectual ou social.
Portanto, o critério de acesso às vagas, delimitada pelo programa de “ações
afirmativas”, em especial às vagas destinadas aos “negros” (artigo 6º, I da mencionada
Resolução Normativa), afronta o principio constitucional da igualdade,
especificamente, o de igualdade de condições ao acesso e permanência à escola, sem
dizer que impõe uma injustificada discriminação aos demais candidatos, entre os
quais se insere o impetrante.
III- DO PEDIDO:
Constando a palpável arbitrariedade e ilegalidade do ato praticado e os danos
que dele sobrevieram ao Impetrante, REQUER-SE:
1 – A notificação dos impetrados para prestarem informações no prazo legal,
sob as penas da lei;
2 – Que seja concedida a segurança, declarando a
ilegalidade/inconstitucionalidade de forma incidental dos artigos 2º, incisos I e II, artigo
6º, incisos I e II, 7º e 8º, caput e parágrafos e 14 da Resolução normativa XXX],
determinando que a instituição de ensino proceda com o impetrante o mesmo
procedimento adotado para os aprovados no vestibular da [XXX], uma vez ter
alcançado a [XXX]ª posição das 100 disponíveis ao curso de [XXX], sem que se leve
em conta os óbices das ações afirmativas relativas às vagas destinadas a “negros” e
“alunos provenientes do ensino público”;
3- Leve-se ainda em consideração o perigo na demora, bem como seja dada
tramitação prioritária ao feito tendo em vista que as matrículas deverão ser realizadas
em data próxima.
4- A intimação do Ministério Público Federal para apresentar suas
considerações acerca do caso em tela;
Dá-se a causa o valor de R$ 100,00 (cem reais) para efeitos meramente fiscais.

Nestes Termos,
Espera Deferimento.

Local e data
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XXX
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO _____ JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINA GRANDE – PARAÍBA

JOSÉ ROBERTO GUEDES, brasileiro, casado, funcionário público, residente


e domiciliado na rua João Batista de oliveira arruda, nº 90 – Bairro do Ligeiro –
Campina Grande – PB, por sua representante legal (doc. 01), com escritório na Rua
Maciel Pinheiro, 45, Centro, nesta cidade, local onde receberão as intimações, vem, com
fulcro nos incisos X e XXXV do art. 5º da Constituição Federal – CF, incisos VI e VIII
do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor e art. 159 do Código Civil – CC, e
demais dispositivos aplicados à espécie, com respeito e acatamento, perante Vossa
Excelência, propor a presente Ação de Indenização por
DANOS MATERIAS E MORAIS
em face do BANCO DO BRASIL S/A, pessoa jurídica de direito privado, por seu
representante legal e da CREDICARD MASTERCARD, pessoa jurídica de direito
provado, a LOSANGO (FINANCIADORA), pessoa jurídica de direito privado, com
sede em , pro seu representante legal, pelos fatos que expõe para, ao final, requerer:

SINOPSE FÁTICA

O autor possui um cartão de crédito da Credicard Mastercard, cujo número é


5390 8283 2465 0424. Sendo assim, sempre pagou suas contas em dia inclusive, sua
fatura com vencimento em 28 de janeiro de 2007, no valor de R$ 88,93 (oitenta e oito
reais e noventa e três centavos), a qual foi paga através do caixa Eletrônico do Banco do
Brasil (doc. 02), que é devidamente autorizado pela Credicard a receber seus
pagamentos colocando inclusive a disposição do consumidor os caixas para pagamento
com débito em conta.
Acontece que, após a operação bancária ter sido realizada no caixa, a Credicard
lhe mandou dois avisos de cobrança (docs. 03/04), informando-lhe que sua fatura de
janeiro não tinha sido paga e que o autor estava em atraso.
Como nos dois avisos tinha uma mensagem que informava que em caso de
pagamento deveria ser desconsiderado o aviso, o autor os desconsiderou, porque além
de haver saldo em sua conta no banco para o pagamento, ele possuía também um limite
no cheque especial no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) cujo vencimento só seria em
29.10.2007(doc. 05).
Porém, na fatura do seu cartão do mês de fevereiro de 2007, veio cobrando o
valor da fatura anterior acrescido de juros e encargos (doc. 06). Como o autor trabalha
muito e sempre paga suas contas em um minuto de folga e sempre em bancos para não
perder tempo, não prestou atenção neste detalhe e quitou o débito pagando, inclusive os
juros. (doc. 02).
Lembrando-se depois que já havia feito o pagamento o autor resolveu entender
melhor a história, até porque tinha sido cobrado por duas vezes por uma conta que já
considerava paga e, o que é pior tinha sido obrigado a pagá-la com juros e correção.
Sendo assim, ele foi ao banco e através do extrato de sua conta notou que o banco, sem
motivo algum, não tinha efetuado o pagamento do título referente á fatura do cartão no
mês de janeiro, apesar de ter realizado outro no mesmo dia (doc. 05), mesmo havendo
todo o seu limite do cheque especial a ser utilizado.
Ao perceber, então, a situação o autor se sentiu lesado por ter sido penalizado
injustamente e o que é pior, por ter ficado inadimplente por um mês, recebendo
inclusive cobranças, quando sempre teve o animus de saldar todos os seus débitos em
dia.
Como se vê, não faltam motivos para propor a presente ação.

DO DIREITO

A Constituição Federal vigente, amplamente, em seus incisos V e X do art. 5º,


autoriza àqueles que sofrem alguma espécie de dano a pleitear junto ao Poder Judiciário
indenização.
Não diferente a legislação infraconstitucional – Código Civil, arts. 186, 187 e
927 – também agasalha proteção para àqueles que são prejudicados por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, ainda que o dano seja exclusivamente moral.
Assim, inegável o direito do autor que por culpa das empresas – negligência
pura – foi obrigado a passar por constrangimento desnecessário já que não havia,
motivo para que o Banco do Brasil, como preposto escolhido pela Credicard para
receber seus créditos, não efetuasse o pagamento por débito em conta.
Vejamos que preenchidos foram os requisitos para a Responsabilidade Civil para
ambas as rés:
- conduta culposa (culpa lato sensu): em relação a Credicard esta conduta está na chamada
culpa in eligendo, já que elegeu mal a pessoa responsável pelo recebimento de seus créditos, ou seja,
elegeu uma empresa que não prestou o adequando serviço ao consumidor o fazendo ter prejuízos,
os quais foram cobrados pela própria Credicard como o constrangimento trazido ao consumidor
por ser cobrado quando não havia motivo para se preocupar com tal cobrança já que tinha se
utilizado do banco para fazer o pagamento e, alem disso, em relação ao juros e encargos que o
consumidor teve de pagar. No que diz respeito ao Banco, inegável sua culpa por ter dado um limite
de crédito para o consumidor e quando este precisou utiliza-lo o banco, sem motivos e sem
explicações o negou.
- o dano moral: caracterizou-se pela vergonha passado pelo autor ao ser cobrado por uma
conta que já considerava paga e pelo não cumprimento por parte do banco do contrato já que não
pagou a conta do autor mesmo sabendo que seu limite era de R$ 1.000,00;
- o dano material: por ter sido o autor obrigado a pagar a conta no outro mês acrescida de
juros e correção;
- o nexo de causalidade: não fosse a atitude das rés, tal situação não teria ocorrido.

Nesse sentido, o direito do Autor não está limitado apenas aos arts. 186, 187 e
927, do CC, mas também, deve ser observada a Lei 8.078/90. Em vista disso, a Lei
consumerista em seus incisos VI e VIII, art. 6º, é cristalina não deixando margens para
dúvidas, aquele relativo ao dano moral, este a inversão do ônus da prova, verbis:

“São direitos básicos do consumidor”:


I – omissis;
...
VI – a efetivada prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;
...
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências; ” (grifo nosso).

Neste desiderato, pela inversão do ônus da prova deverá – qualquer que seja o
juízo – observar, aquele dispositivo, visto que o fato alegado se mostra verossímil, logo
determinando as Rés, seu dever de provar o contrário.
Também, no que concerne ao tipo de responsabilidade que têm as empresas rés,
neste caso, o CDC ao informar seu caráter objetivo, devendo as empresas responder
mesmo que não agisse com culpa (art. 14, do CDC). Ressalte-se, também o fato de que
a pratica adotada pela empresa é abusiva (art. 39, VII, IX).
Além, disso, o próprio Código de Defesa do Consumidor, prescreve que, no
fornecimento de serviços respondem pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo (art. 20, caput, CDC). Se o serviço fornecido pelo banco foi
defeituoso e se a Credicard é quem credenciou o banco para prestar tal serviço o que
dizer da responsabilidade destas empresas.
Assim, o direito do autor se mostra cristalino restando a ré o dever de indenizar.

DO PEDIDO
Diante dos fatos articulados e fundamentados no direito, pela privacidade
vilipendiada e moral espancada, é que se requer o seguinte:
A citação das Rés, pelo correio, na pessoa de sue representante legal, no
endereço contido em sua qualificação, para contestar, querendo, sob pena de revelia e
serem tidos como verdadeiros os fatos alegados.
A condenação das Rés ao pagamento de uma indenização a título de danos
morais em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência e em danos materiais no valor ao
prejuízo sofrido pelo réu ao pagar os juros e demais encargos financeiros.
Requer-se, ainda, que seja observada a inversão do ônus da prova, por ser
verossímil a prova do Autor.
Por derradeiro, seja a Ré condenada nos honorários de sucumbência, no
percentual de 20 % (vinte por cento) do valor da condenação.
Desde já protesta por todas as provas que o direito permite, principalmente, o
depoimento pessoal das Rés e a oitiva de testemunhas que irão independentes de
intimação.
Dá-se a causa, para efeitos fiscais o valor de R$ 100,00 (cem reais) para efeitos
meramente fiscais.

Nestes termos pede deferimento.


Campina Grande, 18 de julho de 2007.

Maria Helena Diniz


OAB/PB 10.558
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE
SÃO LUIZ GONZAGA - MA

VICENTE ANTÔNIO DOS SANTOS, brasileiro, casado, aposentado,


residente e domiciliado na rua João Pires dos Santos, nº 149, São Luiz Gonzaga - MA,
portador da Carteira de Identidade nº 5144980 e inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas
do Ministério da Fazenda sob o nº 593.215.208-72, por seu advogado que esta
subscreve, vem, com todo respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência,
propor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO, nos termos dos artigos 1.550,
III, 1.556, 1.557, I, do Código Civil c.c. a legislação processual em vigor, em face de
EDVÂNIA MARIA PEREIRA DE MOURA, brasileira, casada, agricultora, portador da
Carteira de Identidade nº 5145880 e inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do
Ministério da Fazenda sob o nº 593.225.210-91, residente e domiciliada na rua Antonio
Pessoa, 548, centro, São Luiz Gonzaga -MA, pelos motivos que passa a expor:

DOS FATOS

Primeiramente, cumpre salientar que o requerente é casado com a


requerida pelo regime de separação de bens, contraído no dia 29 de maio do ano em
curso, conforme se verifica na Certidão de Casamento anexa ( doc.02).
Ocorre que, Emérito Julgador, após o casamento, a ré começou a rejeitar
o requerente e não querer com ele manter relações sexuais, evitando-o sempre que o
mesmo dela se aproximava. Apresentando atitudes contrárias ao período em que apenas
namorava o impetrante, haja vista que nesse momento do relacionamento, a requerida
era bastante carinhosa com o mesmo, dispensando uma atenção característica de quem
está inebriado de paixão e envolvida com a idéia do enlace matrimonial.
Todavia, logo após o ato formal, a demandada expôs com fervor a sua
verdadeira personalidade fazendo com que o requerente não reconhecesse nela a mulher
por quem se apaixonou e fez votos de viver uma união somente vencida pela morte.
Além disso, o autor percebeu que sua esposa tinha amizades bastante anormais com
algumas mulheres que freqüentava a sua casa. Abdicando do convívio com ele para
estar sempre em companhia de tais “amigas”.
Não suportando mais a situação em que se encontrava e devido aos
falatórios dos vizinhos, teve uma conversa séria com sua esposa que confirmou o que o
requerente mais temia ouvir. A requerida afirmou que era homossexual e que este era o
motivo de não demonstrar afeto por seu cônjuge e não suportar manter relações sexuais
com ele.

DO DIREITO

Aos termos apresentados, assim dispõe o Código Civil:

“Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por


vício de vontade, se houver por parte de um dos
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à
pessoa do outro cônjuge”.

“Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a


pessoa do outro cônjuge:
I- O que diz respeito à sua identidade, sua honra
e boa forma, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida
em comum ao cônjuge enganado”.

No caso em apreço, o requerente encaixa-se perfeitamente nos requisitos


que caracterizam o erro autorizador da referida anulação, tendo em vista a requerida,
desde o começo do relacionamento ocultar sua verdadeira identidade, por não ter
exposto ao impetrante sua opção sexual, o que, com toda certeza, seria motivo de
rompimento por parte do mesmo já que sua intenção em contrair matrimônio com uma
mulher tão jovem era a possibilidade de ainda ter filhos com a mesma.
Ademais, o conceito de honra, segundo Clóvis Beviláqua, é a dignidade da
pessoa que vive honestamente, que pauta seu proceder pelos ditames da moral. Já boa
fama é o conceito que a sociedade tem de determinada pessoa, é sua imagem perante a
coletividade. Desse modo, o requerente teme as críticas recebidas pela comunidade que
ele está inserido já que, apesar da evolução das relações afetivas, ainda não é de todo
normal, ou seja, aceitável que um determinado homem se case com uma mulher e ela
tenha relações com outras mulheres na residência do casal. Nesse âmbito,
conseqüentemente o suplicante teria sua imagem arrasada no meio social em que vive e
seria acusado de infringir a moral e os bons costumes.

A jurisprudência pátria também corrobora a presente tese:

“CIVIL. ANULAÇÃO DE CASAMENTO.


ERRO ESSENCIAL. IN PERSONA.

- Há erro essencial quando evidente que o


consentimento foi viciado pelo
desconhecimento de fatos que, se conhecidos
antes do casamento, não se consumaria.

- Unânime.

(Recurso Necessário Cível nº 19080-7/Recife,


Rel. Des. Francisco Sampaio, 4ª Câmara Cível,
ac. un. 11.10.1995, DJ-PE 05.07.2000).

Destarte, tendo de resto comprovada a existência de erro essencial sobre


o cônjuge, seja pela falta de conhecimento acerca da opção sexual da demandada ou
seja da inconteste má fama que lhe recai, tornando-se impossível a convivência
conjugal, somente resta ao requerente às vias judiciais para anular o casamento entre
ambos.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

- A citação da requerida, para, querendo, apresente defesa nos termos do artigo


285 do Código de Processo Civil;
- Seja julgado procedente o pedido, qual seja, determinar a anulação do casamento
celebrado com a requerida na data de 29/05/2007, expedindo-se, no entanto, o
competente mandado ao Escrivão do Cartório de Registro Civil para que
ocorram as averbações necessárias à formalização da anulação do casamento;
- Seja determinado ao feito o prosseguimento nos termos do artigo 155, II, do
CPC, mantendo-se o mais absoluto segredo de justiça;
- A intimação do representante do Ministério Público, nos termos do artigo 82, II,
do CPC;
- Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial
a testemunhal e o depoimento pessoal da requerida.

Dá-se a causa o valor de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais) para fins


meramente fiscais.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Luiz Gonzaga, 17 de Agosto de 2007.

Francisco André Sampaio Diógenes


OAB/MA 17.765

Rol de Testemunhas:

1- Francisca Ana Célia Gonçalves


Sítio Lagoa do Mato
2- Cícera Eulália Gonçalves Tomaz
Sítio Lagoa do Mato
3- Cícera Lenecácia Ferreira Gonçalves
Sítio Lagoa do Mato

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