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AFRFB 2012

DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 0

Olá, caríssimos concurseiros! Esta é a hora de estudar para o cargo


de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)!

Como já é de conhecimento geral, o edital de 2012 foi


publicado há poucos dias (9/7/2012)! Serão 200 vagas para
AFRFB, mais as eventuais vagas que surgirem, nos termos do respectivo
edital:

1.1 - O concurso público, com classificação em âmbito nacional,


visa ao provimento do número de vagas estabelecido no subitem
1.2, ressalvada a possibilidade de acréscimo prevista no art. 11
do Decreto n. 6.944, de 21/8/2009 (...):
1.2 - A escolaridade, a taxa de inscrição e o número de vagas são
os estabelecidos no quadro a seguir:

Vejamos agora o que diz o art. 11 do Decreto 6.944/2009:

Art. 11. Durante o período de validade do concurso público, o Ministério


do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá autorizar, mediante
motivação expressa, a nomeação de candidatos aprovados e não
convocados, podendo ultrapassar em até cinquenta por cento o
quantitativo original de vagas.

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Ou seja, provavelmente, serão nomeados até 300 novos


Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil!

MEUS AMIGOS! É UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE PARA


INGRESSAR NA CARREIRA DA AUDITORIA FEDERAL!

O edital já pode ser visualizado no site da gloriosa banca, a Escola


de Administração Fazendária (Esaf):

www.esaf.fazenda.gov.br

Todos nós sabemos que a Receita Federal é um ótimo lugar para


trabalhar, Além disso, o subsídio inicial de Auditor Fiscal não é de se
jogar fora, certo? Confiram vocês mesmos:

CARGO CLASSE PADRÃO SUBSÍDIO (R$)


IV 19.451,00
III 18.910,61
Especial
II 18.576,24
I 18.247,78
IV 17.545,94
III 17.201,90
B
AFRFB II 16.864,61
I 16.533,93
V 15.898,01
IV 15.586,28
A III 15.280,67
II 14.981,05
I 13.600,00

Muito bem, vamos agora à apresentação deste que lhes fala!

Meu nome é Luciano Oliveira. Muito prazer! Sou Consultor


Legislativo do Senado Federal. Já exerci os cargos de Auditor Federal
de Controle Externo do TCU e Analista de Finanças e Controle do Tesouro
Nacional. Em 2006, fiz o curso de formação de AFRFB, após obter a 2.ª
colocação no concurso (Unidades Centrais), mas, por razões pessoais,
acabei optando, na época, pelo cargo de Auditor Federal do TCU. Antes
disso, fui Oficial da Marinha por sete anos (sou Capitão-Tenente da

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reserva). Ministro aulas de Direito Administrativo e de resolução de


questões discursivas em todo o Brasil.

Bem, posso dizer que sou um concurseiro de carteirinha! Estou


sempre fazendo algum concurso, para não perder o costume! (esse aí só
pode ser maluco...). Mas é isso mesmo! Professor de cursinho tem que
saber o que está acontecendo nesse meio, de preferência, sentindo na
própria pele o que os concurseiros estão vivendo! Saibam que
vocês terão aqui não apenas um professor da matéria, mas um
conselheiro na área de concursos. Fiquem à vontade para tirar suas
dúvidas e fazer perguntas sobre Direito Administrativo, dicas para fazer a
prova etc.

Além disso, sou autor dos livros Direito Administrativo:


Cespe/UnB, publicado pela Editora Ferreira, Direito Administrativo:
Questões Discursivas Comentadas, pela Editora Impetus, e A Lei
8.112/1990 para Concursos, pela Editora Método. Mantenho também
um pequeno blog na internet sobre Direito Administrativo
(www.diretoriojuridico.blogspot.com.br), onde podem ser
encontradas dicas valiosas sobre concursos públicos, inclusive sobre
questões discursivas.

Por fim, sou ex-presidente da Associação Nacional dos


Concurseiros (Andacon) (www.andacon.org.br), que sempre
acompanha de perto os principais concursos públicos realizados, a fim de
verificar a eventual ocorrência de irregularidades e fazer o que for
possível para saná-las.

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Desta vez, minha missão é ensinar a vocês a disciplina Direito


Administrativo para o concurso de AFRFB. Aqui deixo um aviso: quem
quiser estudar também o Direito Comercial para esse concurso, é só
comprar o meu curso dessa matéria, que escrevo com o professor Cadu
Carillho, aqui mesmo, no Ponto.

Muito bem! Lembrem-se de que o Direito Administrativo é uma das


matérias de maior peso nesses concursos, cobrada inclusive nas
discursivas, por isso, não vacilem. Deixar de lado essa disciplina pode
significar a perda da vaga. Por isso, eu estou aqui para ajudar vocês!

Falando em discursivas, vale a pena conferir meu curso de


discursivas para AFRFB, que ministro em parceria com o prof. Luiz
Henrique Lima, aqui no Ponto.

Vejamos agora qual é peso do Direito Administrativo no concurso


deste ano para AFRFB:

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AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL 2012

Pontuação total da objetiva: 360


Pontuação de Direito Administrativo: 20
Peso percentual na objetiva: 20 / 360 = 5,56%

A banca examinadora desses concursos, como já foi dito, é a nossa


gloriosa Escola de Administração Fazendária (Esaf)! Assim,
comentaremos exercícios anteriores dessa banca, para que vocês se
especializem no estilo dos enunciados que ela cobra. Abordaremos o
programa de Direito Administrativo nos exatos termos em que figurou
nos últimos editais, de modo que vocês sejam capazes de “matar” todas
as questões dessa matéria no dia da prova!

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Vejamos agora como nosso curso está organizado (aulas às


terças e sextas-feiras):

Aula 0 (17/7/2012): Conceito de administração pública sob


os aspectos orgânico, formal e material. Fontes do Direito
Administrativo: doutrina e jurisprudência, lei formal,
regulamentos administrativos, estatutos e regimentos,
instruções, tratados internacionais, costumes.

Aula 1 (24/7/2012): Princípios da administração pública.

Aula 2 (27/7/2012): Administração pública direta e


indireta. Órgãos e entidades. Centralização e descentralização da
atividade administrativa do Estado. Empresas públicas e
sociedades de economia mista. Subsidiárias. Participação do
Estado no capital de empresas privadas. Autarquias e fundações
públicas. Consórcios públicos. Terceiro Setor.

Aula 3 (31/7/2012): Poderes Administrativos.

Aula 4 (3/8/2012): Atos administrativos. Requisitos de


validade. Atributos. Classificações. Convalidação. Extinção. Atos
privados praticados pela administração pública. Fatos
administrativos.

Aula 5 (7/8/2012): Agentes públicos. Servidores públicos


em sentido amplo e em sentido restrito. Servidores públicos
temporários. Servidores públicos federais estatutários.
Empregados públicos. Disciplina constitucional dos agentes
públicos.

Aula 6 (10/8/2012): Legislação federal aplicável aos


agentes públicos. Lei 8.112/1990 (parte 1).

Aula 7 (14/8/2012): Legislação federal aplicável aos


agentes públicos. Lei 8.112/1990 (parte 2).

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Aula 8 (17/8/2012): Serviços públicos. Concessão,


permissão e autorização de serviços públicos. Parcerias público-
privadas.

Aula 9 (21/8/2012): Responsabilidade civil do Estado.

Aula 10 (24/8/2012): Controle da administração pública.


Sistemas administrativos.

Aula 11 (28/8/2012): Licitações públicas. Sistema de


Registro de Preços. Sistema de Cadastramento Unificado de
Fornecedores. Pregão presencial e eletrônico e demais
modalidades de licitação.

Aula 12 (31/8/2012): Contratos administrativos. Contratos


de repasse. Convênios. Termos de cooperação. Acordos, em
sentido amplo, celebrados pela administração pública federal com
órgãos ou entidades públicas ou privadas.

Aula 13 (4/9/2012): O processo administrativo em âmbito


federal.

Aula 14 (7/9/2012): Improbidade administrativa.

Aula 15 (11/9/2012): Bens públicos. Regime jurídico.


Classificações. Uso de bens públicos por particulares. Uso
privativo dos bens públicos.

Aula 16 (13/9/2012): Intervenção do Estado na


propriedade privada.

Obs.: sempre que possível, procurarei soltar as aulas antes do


prazo, para adiantar os estudos de vocês.

Nossas aulas foram ordenadas de modo a se obter uma sequência


mais didática no estudo da disciplina. Em cada aula, apresentarei a
teoria da matéria, ilustrada com exercícios anteriores de concurso,

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para mostrar a forma de pensar da Esaf, e permitir que vocês fiquem


focados nos aspectos mais importantes do programa. A idéia aqui não é
apresentar um Tratado de Direito Administrativo. Temos pouco tempo
pela frente e uma importante missão: fazer vocês passarem na
prova! Esse é o nosso objetivo neste curso, de modo que nós
trabalharemos juntos para chegarmos à vitória!

Muito bem! Iniciemos agora os trabalhos, com a Aula 0.

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1. Direito

Como vocês sabem, o Direito Administrativo é um ramo do Direito.


Mas o que é o Direito? Em linhas gerais, o Direito pode ser definido como
a ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos
homens em sociedade. Objetivamente considerado, é o conjunto de
regras de conduta obrigatoriamente impostas pelo Estado.
Distingue-se da Moral, que não possui a obrigatoriedade como
característica.

2. Funções Estatais

Para bem cumprir sua missão, um Estado desempenha três


funções típicas: a função legislativa, a função administrativa e a
função jurisdicional. Essas funções são consideradas especializações
do poder político. Este é uno e indivisível, mas repartido funcionalmente
nas três atividades citadas. Não custa lembrar que cada uma dessas
funções é atribuída precipuamente a um dos Poderes de Estado:
Legislativo, Executivo e Judiciário.

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Por meio da função legislativa, o Estado cria regras


obrigatórias de conduta para toda a sociedade, regulando os direitos
individuais e coletivos e a forma de exercê-los. Estas regras são
previstas na Constituição e nas leis (atos normativos primários, que
decorrem da Constituição). As leis são criadas por meio do processo
legislativo previsto na Constituição e nos regimentos Internos das Casas
legislativas (Parlamentos).

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São características das leis a generalidade (a norma é destinada


a indivíduos indeterminados, pessoas em geral), a abstração (a lei
regula situações em tese, em abstrato, e não casos concretos,
específicos), a imperatividade (a norma é de cumprimento obrigatório,
é imperativa) e a novidade (a lei cria o direito, constitui novos direitos e
obrigações para seus destinatários).

Por intermédio da função administrativa, o governo utiliza as leis


para gerir o Estado e a sociedade, interpretando-as e aplicando-as aos
casos concretos decorrentes das relações entre o Estado e os
particulares, reconhecendo ou limitando direitos, impondo obrigações ou
decidindo sobre pedidos formulados pelos administrados, sempre tendo
em vista o atendimento ao interesse público. Desse modo, a função
administrativa consiste em aplicar a lei, de ofício, aos casos
concretos.

Uma importante característica da função administrativa é que ela


se desenvolve segundo uma estrutura de hierarquia. Em outras
palavras, os agentes administrativos são subordinados uns aos outros,
agindo conforme as determinações de um superior hierárquico.

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Estrutura hierárquica

Tal característica de hierarquia não está presente nas demais


funções (legislativa e jurisdicional), nas quais os seus respectivos
agentes (parlamentares ou magistrados) atuam com independência
funcional.

Também faz parte da função administrativa a produção de atos


normativos infralegais, de caráter secundário (atos administrativos
normativos), que explicitam as regras contidas nas leis em sentido
estrito. Do mesmo modo que a lei, os atos normativos secundários
também possuem generalidade, abstração e imperatividade, isto é, são
normas destinadas aos administrados em geral, regulam situações em
tese e devem ser obrigatoriamente cumpridos pelos seus destinatários.
Todavia, falta-lhes a novidade, pois não podem criar direitos e
obrigações. Apenas a lei em sentido estrito pode fazer isso, em função do
que dispõe o art. 5.º, II, da CF/88: “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. É o chamado
princípio da legalidade.

As normas produzidas pelo Parlamento, segundo o processo


legislativo (leis stricto sensu), são chamadas de leis em sentido
formal. As normas produzidas pela Administração (atos administrativos
normativos), leis em sentido material. Uma norma que possua
conteúdo de lei (generalidade e abstração) será lei material, seja ou não
produzida pelo Poder Legislativo. Se for elaborada por este, será também
lei formal. Por outro lado, podem ocorrer casos de lei formal que não

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seja lei material, isto é, não possua conteúdo de lei. Um exemplo é a


promoção póstuma (após a morte) de uma autoridade militar (um herói
de guerra, por exemplo), por meio de lei. Neste caso, a lei terá conteúdo
concreto e específico, sendo lei apenas em sentido formal.

Vale destacar ainda que os atos normativos secundários (atos


administrativos normativos) situam-se em posição hierarquicamente
inferior à dos atos normativos primários (leis em sentido estrito).

Muito bem! E se surgirem conflitos de interesses na aplicação da


Constituição, das leis e das normas infralegais, seja entre o Estado e os
particulares, seja entre estes? Aí caberá ao próprio Estado decidir o
assunto definitivamente, por meio do exercício da função jurisdicional.
Essa definitividade da jurisdição (poder de dizer o direito) leva o nome
de coisa julgada, entendida como a decisão judicial da qual não cabe
mais recurso.

No nosso sistema, chamado de jurisdição única ou sistema


inglês, somente o Poder Judiciário pode dirimir os conflitos de interesse
com caráter definitivo (coisa julgada), isto é, somente esse Poder exerce

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jurisdição. Existe, em outros países, o sistema de jurisdição dual,


sistema francês ou, ainda, do contencioso administrativo, em que
não só o Judiciário, mas também os chamados juízes e Tribunais
administrativos (Justiça Administrativa) exercem jurisdição, quando
uma das partes do processo for a Administração Pública. Nesse sistema,
o Judiciário exerce apenas a justiça comum, nos casos em que o conflito
de interesses não envolver a Administração (envolver apenas
particulares).

FUNÇÕES DO ESTADO
FUNÇÃO FUNÇÃO FUNÇÃO
LEGISLATIVA ADMINISTRATIVA JURISDICIONAL
Criar regras Resolver os conflitos
Aplicar a lei, de ofício,
obrigatórias de de interesse com força
aos casos concretos.
conduta. de coisa julgada.

Agora, adivinha de qual das três funções o Direito Administrativo


se ocupa? O nome já diz, não é? É a função administrativa, incluindo
também os sujeitos que a exercem (órgãos, entidades e agentes públicos
administrativos).

3. Direito Público e Privado

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É bom saber que o Direito se divide em público e privado. O


Direito Privado visa a regrar as relações jurídicas entre particulares,
que atuam em pé de igualdade frente ao Direito. Predomina, neste
caso, o interesse particular. Divide-se em Direito Civil e Direito
Empresarial (Comercial).

Já o Direito Público rege as relações entre o Estado e o


particular, onde predomina o interesse público. O particular não atua em
pé de igualdade com o Estado, tendo este supremacia nas relações
jurídicas. Não há dúvida de que o Direito Administrativo pertence a
esse grupo, não é? Outros ramos do Direito Público são o Direito
Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Penal e o Direito Processual.

4. Conceito de Direito Administrativo

4.1. Critério da Administração Pública

OK, o Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público.


Mas qual seu objeto, de que ele trata? Ora, o Direito Administrativo
disciplina as atividades, os órgãos e os agentes da Administração
Pública, interessando-se pelo Estado em seu aspecto dinâmico,
funcional, deixando a parte estática, estrutural, para o Direito
Constitucional.

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Existem vários conceitos para definir o Direito Administrativo. O


critério que predomina hoje é o que diz que ele é ramo do Direito que
regula a administração pública. É o chamado critério da
administração pública. A expressão pode ser entendida em duplo
sentido. Podemos ver a “administração pública” como o conjunto de
órgãos, entidades e agentes que exercem a função administrativa
(sentido subjetivo, orgânico ou formal).

Mas a expressão pode ser entendida também como a própria


função administrativa pública (sentido objetivo, funcional ou
material). A propósito: quando adotada em sentido subjetivo, alguns
autores costumam grafar a expressão com iniciais maiúsculas
(Administração Pública).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SENTIDO SUBJETIVO, SENTIDO OBJETIVO,
ORGÂNICO OU FORMAL FUNCIONAL OU MATERIAL
Órgãos, entidades e agentes que
A própria função administrativa.
exercem a função administrativa.

Como visto acima, o Estado, em sua atuação, desempenha funções


administrativas, legislativas e jurisdicionais. Lembrem que o Direito
Administrativo estuda o funcionamento estatal em relação à função
administrativa, não regendo as demais, certo? A função legislativa é
estudada pelo Direito Constitucional e a função jurisdicional, também

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chamada de atividade contenciosa (porque tem por objeto resolver as


contendas, os conflitos de interesse), pelo Direito Processual.

Agora, importante: isso não significa que o Direito Administrativo


não esteja presente nos três Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e
Judiciário), pois em todos os Poderes há atividade administrativa,
para organização e funcionamento de seus serviços, administração de
seus bens e regência de seu pessoal. Apenas as atividades
especificamente legislativas e judiciais escapam do campo do Direito
Administrativo. Se, por exemplo, o Legislativo fizer um concurso para
admitir servidores efetivos, ele estará exercendo função administrativa.

Desse modo, o Poder Executivo exerce a função administrativa


como sua função típica. Os demais Poderes, como sua função atípica.

Obs.: alguns autores entendem que o Executivo não realiza função jurisdicional, pois
os processos administrativos não fazem coisa julgada.

É bom lembrar que a função administrativa de caráter finalístico


(atividades-fim) engloba as atribuições de serviço público (prestação de
serviços essenciais ou úteis aos membros da sociedade), polícia
administrativa (condicionamento e restrição do exercício dos direitos
fundamentais, a fim de manter a harmonia social e o bem-estar

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coletivo), fomento (incentivo às atividades da iniciativa privada de


interesse público) e intervenção, subdividindo-se esta em intervenção
na propriedade (condicionamento e limitação do uso da propriedade,
assegurando sua função social e o bem-estar da sociedade) e
intervenção no domínio econômico (regulação da iniciativa privada
nas diversas áreas econômicas). As atividades-fim da função
administrativa são normalmente de incumbência do Poder Executivo.

Além disso, as atividades-meio da Administração, como a gestão


do patrimônio público e dos servidores públicos e a contratação de obras
e serviços, também estão no âmbito da função administrativa. Essas são
desempenhadas por todos os Poderes de Estado.

Por fim, a atividade normativa infralegal (Decretos, Portarias,


Decisões Normativas etc.) é considerada também função administrativa.
Já a produção de leis e normas constitucionais, por outro lado,
representam função legislativa.

4.2. Outros Critérios

Muito bem! Voltemos aos conceitos de Direito Administrativo. Além


do critério da administração pública, existem outros para conceituar esse
ramo jurídico. Alguns deles são: o legalista, o do serviço público, o do
Poder Executivo, o negativo, o teleológico e o das relações
jurídicas. Vejamos cada um deles.

O critério legalista, exegético, empírico ou caótico foi o


primeiro que surgiu. Segundo ele, o Direito Administrativo era o ramo do
Direito que tinha por objeto o estudo das leis que tratavam de matéria
administrativa. Esse conceito era insuficiente, pois o Direito não se
resume às leis. Estas são apenas uma das fontes do Direito, que não
prescinde da análise de outras fontes, como os princípios jurídicos, os
costumes e a jurisprudência, necessárias à formação do conhecimento
jurídico harmônico e sistematizado.

O critério (ou escola) do serviço público reza que o Direito


Administrativo é o ramo do Direito que disciplina a prestação de

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serviços públicos. Embora tenha vigorado por vários anos, esse


conceito começou a perder força a partir da metade do Século XX, pois
havia imprecisão na definição da expressão “serviço público”. Para uns,
como Léon Duguit, ela era entendida em sentido amplo, abrangendo
toda a atividade do Estado, inclusive a legislação e a jurisdição; para
outros, como Gaston Jèze, era compreendida em sentido estrito,
referindo-se apenas às atividades de satisfação das necessidades
coletivas (serviços públicos propriamente ditos), com exclusão de outras
funções de natureza administrativa, como o poder de polícia, o fomento
e a intervenção na propriedade privada (ex.: tombamento,
desapropriação).

Pelo critério do Poder Executivo, o Direito Administrativo seria o


ramo do Direito que regula as atividades desempenhadas por esse Poder.
Tal critério é insuficiente, pois todos os Poderes de Estado desempenham
a função administrativa, de forma típica (Executivo) ou atípica
(Legislativo e Judiciário).

O critério negativo ou residual reza que o Direito Administrativo


regula as atividades desenvolvidas pelo Estado, com exceção da
legislação e da jurisdição. O critério se baseia na ideia de que as funções
do Estado são três, de modo que, excluída as duas citadas, sobraria
apenas a função administrativa.

CRITÉRIO
RESIDUAL

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O critério teleológico ou finalístico conceitua o Direito


Administrativo como o sistema de princípios que regulam a atividade do
Estado para o cumprimento de seus fins. Segundo Diogenes Gasparini,
“tal conceito é criticável por oferecer expressões não definidas (atividade
do Estado) e por trazer à baila a discussão dos fins do Estado”. De fato,
todas as atividades do Estado destinam-se ao cumprimento de seus fins:
a legislação estabelece regras abstratas e genéricas de convívio e
harmonia social; a administração aplica a lei aos casos concretos,
resolvendo os problemas do dia-a-dia dos administrados; a jurisdição
pacifica os conflitos de interesses entre os membros da sociedade. Desse
modo, o conceito ou é vago ou amplia demais o objeto do Direito
Administrativo.

Por fim, de acordo com o critério das relações jurídicas, o Direito


Administrativo como o conjunto de normas que disciplinam as relações
entre a Administração e os administrados. Conforme destaca Di Pietro,
tal critério é também inaceitável, porque outros ramos do Direito, como o
Constitucional, o Penal e o Processual, também têm por objeto relações
dessa natureza, e porque ele reduz o objeto do Direito Administrativo,
que abrange ainda a organização interna da Administração Pública, a
atividade que ela exerce e os bens de que se utiliza.

CONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Ramo do Direito que tem por
CRITÉRIO LEGALISTA objeto o estudo das leis
administrativas.
CRITÉRIO DO Ramo do Direito que disciplina a
SERVIÇO PÚBLICO prestação de serviços públicos.
CRITÉRIO DO Ramo do Direito que regula as
PODER EXECUTIVO atividades do Poder Executivo.
Ramo do Direito que regula as
CRITÉRIO RESIDUAL atividades do Estado, exceto a
legislação e a jurisdição.
Ramo do Direito que regula a
CRITÉRIO TELEOLÓGICO
atividade do Estado para o

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cumprimento de seus fins.


Ramo do Direito que disciplina as
CRITÉRIO DAS
relações entre a Administração e os
RELAÇÕES JURÍDICAS
administrados.
CRITÉRIO DA Ramo do Direito que regula a
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA administração pública.

5. Governo e Administração Pública

É preciso diferenciar Governo de Administração Pública. Em sentido


subjetivo, o Governo é o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.
Exerce atividades políticas, funções estatais básicas, como a definição
de políticas públicas, de estratégias governamentais, de definição dos
rumos do Estado. Suas decisões são de alto nível e representam o
exercício da função política. São exemplos de atos políticos: elaboração
do orçamento público, sanção e veto presidencial, declaração de guerra e
celebração de paz, concessão de indulto e celebração de tratados
internacionais.

Já a Administração Pública, em sentido estrito (stricto sensu),


constitui-se dos órgãos que exercem a função administrativa, composta
por as atividades instrumentais do Estado, destinadas a executar as
políticas públicas pelo Governo. Ela exerce, assim, atividades
administrativas, sem o cunho político das ações de governo. A
administração Pública promove o funcionamento do Estado e a satisfação
das necessidades coletivas, exercendo o poder administrativo. São
exemplos de atividades administrativas, conforme já citado: a polícia
administrativa; a prestação de serviços públicos; o fomento de
atividades privadas de interesse público; e a intervenção do Estado na
propriedade privada e no domínio econômico.

Agora, fiquem atentos: É possível utilizar a expressão


“administração pública” em sentido amplo (lato sensu),
compreendendo, em sentido subjetivo, os órgãos políticos ou
governamentais (Governo), de cúpula, que compõem a própria estrutura
do Estado, e os órgãos administrativos (administração pública em
sentido estrito), de natureza instrumental ou de execução; e, em sentido

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objetivo, a função política e a função administrativa. Já em sentido


restrito, a administração pública representa, em sentido subjetivo,
apenas os órgãos, entidades e agentes administrativos; e, em sentido
objetivo, somente a função administrativa.

CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Órgãos, entidades e
Subjetivo agentes governamentais
SENTIDO AMPLO
e administrativos.
(Governo + Administração Pública stricto sensu)
Funções política e
Objetivo
administrativa.
Somente órgãos,
Subjetivo entidades e agentes
SENTIDO RESTRITO
administrativos.
(apenas Administração Pública stricto sensu)
Somente função
Objetivo
administrativa.

6. Fontes do Direito Administrativo

O conceito de fonte do Direito significa o manancial, a origem de


onde vêm as regras e princípios jurídicos. São fontes do Direito
Administrativo a lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes.

A lei, como fonte do Direito Administrativo, é vista em sentido


amplo, englobando a Constituição, as leis em sentido estrito e os
atos normativos infralegais, como decretos, portarias, instruções
normativas etc. Quando possui poder de inovar o Direito, de criar direitos
e obrigações (Constituição e leis), é considerada fonte primária
(principal) do Direito Administrativo, pois estabelece as regras
obrigatórias que regem as relações entre a Administração Pública e os
administrados. A lei consubstancia o chamado direito positivo, isto é,
as normas escritas. As demais fontes (doutrina, jurisprudência e
costumes) são consideradas secundárias.

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Vale destacar que o Direito Administrativo não é codificado.


Como assim, Luciano? É que não existe no Brasil um Código
Administrativo, como existe o Código Civil, o Código Penal etc. Veremos
que nossa matéria encontra-se dispersa em uma série de leis e atos
normativos, que devem ser estudados de forma harmônica e conjunta,
para evitar contradições na interpretação das normas.

Dentro do conceito de lei como fonte do Direito Administrativo,


podemos inserir ainda os tratados internacionais. Estes são acordos
celebrados entre a República Federativa do Brasil e outro(s) Estado(s)
Soberano(s). Uma vez incorporado o respectivo texto ao nosso
ordenamento interno, o tratado internacional pode ter: força de lei
ordinária (regra geral); de emenda à Constituição (tratados
internacionais sobre direitos humanos aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros – art. 5.º, § 3.º, CF/88); ou ainda status de
norma supralegal, isto é, norma situada em um nível intermediário
entre a Constituição e as leis ordinárias (tratados internacionais sobre
direitos humanos não enquadrados no caso anterior – jurisprudência do
STF). Em qualquer caso, o tratado internacional, se versar sobre matéria
administrativa, será considerado fonte do Direito Administrativo.

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A doutrina é o conjunto de opiniões e interpretações dos juristas,


que enunciam princípios e criam teorias sobre o Direito Administrativo,
as quais acabam por influenciar a elaboração das próprias leis e a
tomada de decisões judiciais.

A jurisprudência é o conjunto das decisões de nossos tribunais


sobre determinado assunto em um mesmo sentido, influenciando
fortemente a formação do Direito Administrativo. Possui um caráter mais
prático, pois representa a aplicação da lei ao caso concreto.

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Notem que uma única decisão judicial não é jurisprudência. É


preciso um conjunto de decisões semelhantes sobre determinado assunto
para caracterizá-la. Quando a jurisprudência se torna consolidada, os
tribunais costumam formular enunciados que sintetizam a sua posição.
São as súmulas.

A doutrina e a jurisprudência não vinculam o aplicador da lei, salvo,


quanto à jurisprudência, nos casos das súmulas vinculantes,
introduzidas em nosso ordenamento jurídico no final de 2004.

Os costumes consistem na prática reiterada de um


comportamento, com a convicção de seu acerto. São normas não
escritas que preenchem as lacunas da lei. Somente são admitidos
quando não forem contrários às leis. Há três tipos de costumes:

− Secundum legem – de acordo com a lei;


− Praeter legem – suprem as lacunas da lei;
− Contra legem – contrários à lei (inadmissíveis).

Os costumes secundum legem são aqueles que estão previstos na


lei, embora não sejam descritos por ela. Vejam este exemplo do Código
Civil, na parte referente ao contrato de locação de coisas:

Art. 569. O locatário é obrigado:


(...)
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de
ajuste, segundo o costume do lugar; (grifos nossos)

Eis outro exemplo, contido no art. 33 da Lei das Eleições (Lei


9.504/1997), que trata das pesquisas e testes pré-eleitorais:

Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião


pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento
público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça
Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes informações:
(...)

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§ 2.º A Justiça Eleitoral afixará no prazo de vinte e quatro horas, no


local de costume, bem como divulgará em seu sítio na internet, aviso
comunicando o registro das informações a que se refere este artigo,
colocando-as à disposição dos partidos ou coligações com candidatos ao
pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de 30 (trinta) dias.
(grifos nossos)

Um exemplo muito comum de costume são as filas em órgãos


públicos. Embora não esteja escrito em lugar nenhum (costume praeter
legem), todos concordam que é justo que a ordem de atendimento dos
administrados ocorra de acordo com a ordem de chegada à repartição.

Existem dois elementos no costume: o objetivo (prática reiterada


da conduta) e o subjetivo (convicção geral da correção do
comportamento). Um comportamento que possua somente o elemento
objetivo não é costume, mas apenas praxe (ou hábito) administrativa.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


FONTE CONCEITO OBSERVAÇÃO
Constituição, leis, tratados
Norma escrita. Fonte
Lei internacionais e atos
primária.
normativos infralegais.
Fonte secundária. Não
Doutrina Opiniões dos juristas.
vincula.
Fonte secundária. Não
Decisões judiciais em um
Jurisprudência vincula, salvo súmulas
mesmo sentido.
vinculantes.

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Norma não escrita. Fonte


Prática reiterada (elemento
secundária. A mera
objetivo) com a convicção de
Costumes prática, sem a convicção,
seu acerto (elemento
caracteriza apenas praxe
subjetivo).
administrativa.

Muito bem, vista a teoria, vamos aos exercícios! Tentem resolver


as questões antes de ler os comentários. Bons estudos!

7. Exercícios Comentados

1) (Esaf/PGFN/PFN/2003) A distinção entre a lei formal e a lei material


está na presença ou não do seguinte elemento:

a) Generalidade
b) Novidade
c) Imperatividade
d) Abstração
e) Normatividade

As normas produzidas pelo Parlamento, segundo o processo legislativo


(leis stricto sensu), são chamadas de leis em sentido formal. As normas
produzidas pela Administração (atos administrativos normativos), leis em
sentido material. Uma norma que possua conteúdo de lei (generalidade
e abstração) será lei material, seja ou não produzida pelo Poder
Legislativo. Se for elaborada por este, será também lei formal. Por outro
lado, podem ocorrer casos de lei formal que não seja lei material, isto é,
não possua conteúdo de lei. Um exemplo é a autorização específica para
a criação de uma empresa pública, por meio de lei. Neste caso, a lei terá
conteúdo concreto e específico, sendo lei apenas em sentido formal. São
características das leis formais e materiais a generalidade (a norma é
destinada a indivíduos indeterminados, pessoas em geral), a abstração
(a lei regula situações em tese, em abstrato, e não casos concretos,
específicos) e a imperatividade (a norma é de cumprimento
obrigatório, é imperativa). As leis formais possuem ainda o atributo da
novidade ou inovação (a lei cria o direito, constitui novos direitos e
obrigações para seus destinatários). Os atos administrativos normativos

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não inauguram o direito, apenas explicitam o direito criado pelas leis em


sentido estrito. Portanto, o gabarito é a letra B.

2) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) O decreto, com função


normativa, não tem o seguinte atributo:

a) Novidade
b) Privativo do Chefe do Poder Executivo
c) Generalidade
d) Abstração
e) Obrigatoriedade

O Decreto é ato normativo produzido pelo Chefe do Poder Executivo,


para, em regra, detalhar a lei para sua fiel execução. É norma de caráter
secundário, infralegal. Assim, possui Generalidade, Abstração e
Obrigatoriedade (imperatividade), mas não possui novidade, pois só a lei
em sentido estrito é hábil a criar direito novo na sociedade. Gabarito:
letra A.

3) (Esaf/CVM/Analista/2010) Partindo-se do pressuposto de que a


função política ou de governo difere da função administrativa, é correto
afirmar que estão relacionadas(os) à função política, exceto:

a) comando
b) coordenação
c) execução
d) direção
e) planejamento

É preciso diferenciar Governo de Administração Pública. Em sentido


subjetivo, o Governo é o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.
Ele exerce atividades políticas, funções estatais básicas, como a definição
de políticas públicas, de estratégias governamentais, de definição dos
rumos do Estado, enfim, funções de planejamento, comando e direção,
bem como de coordenação da execução dessas políticas públicas. Suas
decisões são de alto nível e representam o exercício da função política.
Já a Administração Pública, em sentido estrito (stricto sensu), constitui-

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se dos órgãos que exercem a função administrativa, composta por as


atividades instrumentais do Estado, destinadas a executar as políticas
públicas definidas pelo Governo. Ela exerce, assim, atividades
administrativas, sem o cunho político das ações de governo. A
administração Pública promove o funcionamento do Estado e a satisfação
das necessidades coletivas, exercendo os poderes administrativos. O
conjunto do Governo e da Administração Pública em sentido estrito é
chamado de Administração Pública em sentido amplo (lato sensu).
Assim, a resposta correta é a letra C.

4) (Esaf/CGU/Analista/2006) O Direito Administrativo é considerado


como sendo o conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem o
exercício das funções administrativas estatais e

a) os órgãos inferiores, que as desempenham.


b) os órgãos dos Poderes Públicos.
c) os poderes dos órgãos públicos.
d) as competências dos órgãos públicos.
e) as garantias individuais.

Os órgãos que desempenham a função administrativa são os órgãos


administrativos, de execução, o que exclui os órgãos políticos dos
Poderes de Estado, que exercem funções regidas pelo Direito
Constitucional. Já as garantias individuais também são matéria do Direito
Constitucional. A letra A, assim, é a que melhor responde ao enunciado,
sendo o gabarito.

5) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2003) No conceito de Direito


Administrativo, pode-se entender ser ele um conjunto harmonioso de
normas e princípios, que regem relações entre órgãos públicos, seus
servidores e administrados, no concernente às atividades estatais, mas
não compreendendo

a) a administração do patrimônio público.


b) a regência de atividades contenciosas.
c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada.
d) o regime disciplinar dos servidores públicos.

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e) qualquer atividade de caráter normativo.

A atividade administrativa, objeto do Direito Administrativo, compreende


a administração do patrimônio público, a intervenção na propriedade
privada, a gestão de pessoal, incluindo a aplicação do regime disciplinar
dos servidores públicos, e as atividades normativas infralegais (decretos,
portarias etc.). Já a regência de atividades contenciosas é objeto do
Direito Processual, pois representa exercício da função jurisdicional do
Estado (jurisdição). O gabarito é a letra B.

6) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) A influência do Direito


Administrativo francês no Direito Administrativo brasileiro é notável.
Entre os institutos oriundos do direito francês abaixo, assinale aquele
que não foi introduzido no sistema brasileiro.

a) Regime jurídico de natureza legal para os servidores dos entes de


direito público.
b) Teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público.
c) Natureza judicante da decisão do contencioso administrativo.
d) Cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
e) Inserção da moralidade como princípio da Administração Pública.

Letra A: errada, pois no Brasil vigora o regime jurídico de natureza legal


para os servidores dos entes de direito público. Na esfera federal, esse
regime é materializado pela Lei 8.112/1990, que estudaremos ao longo
do nosso curso.
Letra B: falsa, pois a teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público
(aquela que independe da existência de dolo ou culpa) é aplicável no
Brasil, estando prevista no art. 37, § 6.º, da CF/88. Haverá uma aula
sobre responsabilidade civil do Estado neste curso.
Letra C: correta (gabarito). No Brasil, vigora o sistema inglês de
jurisdição, em que somente o Poder Judiciário pode dirimir os conflitos de
interesse com caráter definitivo (coisa julgada), chamado por isso de
jurisdição única. Existe, em outros países, o sistema de jurisdição dual,
sistema francês ou, ainda, do contencioso administrativo, em que não só
o Judiciário, mas também os chamados juízes e Tribunais administrativos
(Justiça Administrativa) exercem jurisdição, quando uma das partes do

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processo for a Administração Pública. Nesse sistema, o Judiciário exerce


apenas a justiça comum, nos casos em que o conflito de interesses não
envolver a Administração (envolver apenas particulares).
Letra D: incorreta, pois uma das características dos contratos
administrativos em nosso país é justamente a presença de cláusulas
exorbitantes que estabelecem privilégios à Administração, em função do
princípio da supremacia do interesse público (os princípios
administrativos serão estudados em outra aula). Tais cláusulas são
chamadas de exorbitantes porque extrapolam (exorbitam) das regras da
Teoria Geral dos Contratos, vista no Direito Civil, que estabelece como
princípio a igualdade jurídica entre as partes.
Letra E: falsa, pois a moralidade é princípio constitucional da
Administração Pública brasileira, inscrito no art. 37, caput, da
Constituição Federal.

7) (Esaf/SRF/AFRF/2002) “A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este direito, previsto na norma
constitucional, impede que, no Brasil, o seguinte instituto de
Administração Pública, típico para a solução de conflitos, possa expressar
caráter de definitividade em suas decisões:

a) Arbitragem
b) Contencioso administrativo
c) Juizados especiais
d) Mediação
e) Sindicância administrativa

O preceito transcrito no enunciado é previsto no art. 5.º, XXXV, da


CF/88. Ele estabelece o sistema de jurisdição única no Brasil (sistema
inglês). Nesse sistema, o contencioso administrativo (conflitos de
interesses decididos em processos administrativos) não possui caráter de
definitividade (coisa julgada), ao contrário do que ocorre no sistema
francês, representando apenas o exercício da função administrativa do
Estado. As insatisfações do particular no âmbito do processo
administrativo, quanto a eventuais violações de seus direitos pela
Administração, sempre poderão ser levadas à apreciação do Poder
Judiciário. Gabarito: letra B.

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8) (Esaf/MRE/Oficial de Chancelaria/2004) O dispositivo da Constituição


Federal pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito” impede a adoção plena, no Brasil, do seguinte
instituto de Direito Administrativo:

a) controle administrativo
b) contencioso administrativo
c) jurisdição graciosa
d) recursos administrativos com efeito suspensivo
e) preclusão administrativa

Aqui vale o mesmo comentário da questão anterior. Gabarito: letra B.

9) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2006) O sistema adotado, no


ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos
atos da Administração Pública, é

a) o da chamada jurisdição única.


b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

Como visto acima, o sistema de controle judicial da Administração


Pública adotado no Brasil é o da jurisdição única (gabarito: letra A).
Neste caso, toda a atividade administrativa pode ser controlada por meio
de processos judiciais, quando o Poder Judiciário for provocado pela
parte que entende que teve seu direito violado. Não se exige o
exaurimento das instâncias administrativas para o exercício desse
controle jurisdicional, isto é, não é necessário que o administrado,
primeiramente, questione o fato junto à Administração, para que só
depois, caso seu pleito seja indeferido, ele vá ao Poder Judiciário buscar
a satisfação de seu direito. O processo judicial pode ser iniciado ainda
que o administrado não tenha tentado resolver o problema
administrativamente.

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10) (Esaf/SRF/AFRF/2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da


Administração Pública abrange:

a) a atividade administrativa.
b) o poder de polícia administrativa.
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas.
d) o serviço público.
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas.

A expressão “administração pública” pode ser entendida em duplo


sentido. Podemos vê-la como o conjunto de órgãos, entidades e agentes
que exercem a função administrativa (sentido subjetivo, orgânico ou
formal). Mas a expressão pode ser entendida também como a própria
função administrativa pública (sentido objetivo, funcional ou material).
Desse modo, o gabarito é a letra C. A função administrativa
(administração pública em sentido objetivo) de caráter finalístico
(atividades-fim) engloba as atribuições de serviço público, polícia
administrativa, fomento e intervenção do Estado na propriedade e no
domínio econômico.

11) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) A Administração Pública, em


sentido objetivo, no exercício da função administrativa, engloba as
seguintes atividades, exceto:

(a) Polícia administrativa


(b) Serviço público
(c) Elaboração legislativa, com caráter inovador
(d) Fomento a atividades privadas de interesse público
(e) Intervenção no domínio público

A função administrativa (administração pública em sentido objetivo,


material ou funcional) engloba as atribuições de serviço público, polícia
administrativa, fomento e intervenção do Estado na propriedade e no
domínio econômico. Já a elaboração legislativa com caráter inovador é
expressão da função legislativa. Gabarito: letra C.

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12) (Esaf/MRE/Oficial de Chancelaria/2004) A expressão administração


pública admite diversos significados. De acordo com a doutrina, em seu
sentido material ou funcional, Administração Pública, enquanto finalidade
do Estado, não abrange:

a) polícia administrativa.
b) serviços públicos.
c) fomento.
d) finanças públicas.
e) intervenção na atividade econômica.

Aqui vale o mesmo comentário da questão anterior. Gabarito: letra D.

13) (Esaf/PGFN/PFN/1998) Sobre os conceitos de Administração Pública,


é correto afirmar:

a) Em seu sentido material, a Administração Pública manifesta-se


exclusivamente no Poder Executivo.
b) O conjunto de órgãos e entidades integrantes da Administração é
compreendido no conceito funcional de Administração Pública.
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não se manifesta no
Poder Legislativo.
d) No sentido orgânico, Administração Pública confunde-se com a
atividade administrativa.
e) A Administração Pública, materialmente, expressa uma das funções
tripartites do Estado.

Letra A: errada, pois a Administração Pública, seja em sentido formal


(órgãos, agentes e entidades administrativos), seja em sentido material
(função administrativa), está presente em todos os Poderes do Estado
(Legislativo, Executivo e Judiciário), bem como no Ministério Público e
nos Tribunais de Contas. Todos esses órgãos possuem, em seu interior,
órgãos administrativos, que desempenham funções administrativas,
como admissão e gestão de pessoal e realização de licitações e contratos
administrativos.

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Letra B: falsa, pois essa alternativa descreve o sentido orgânico de


administração pública. O conceito funcional de administração pública
refere-se à própria função administrativa.
Letra C: errada. Sentido objetivo ou material de administração pública é
a mesma coisa. Ver comentário à letra A.
Letra D: errada. Ver comentário à letra B.
Letra E: correta, sendo o gabarito. A Administração Pública, em seu
sentido material, representa a função administrativa, uma das três
funções do Estado, ao lado das funções legislativa e jurisdicional.

14) (Esaf/PGFN/PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que não


pode ser considerado como de manifestação da atividade finalística da
Administração Pública, em seu sentido material.

a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo


urbano.
b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar.
c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a
normas de posturas municipais.
d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso
público.
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova
indústria em determinado Estado-federado.

A função administrativa do Estado (administração pública em sentido


material) de caráter finalístico (atividades-fim) engloba as atribuições
de serviço público (prestação de serviços essenciais ou úteis aos
membros da sociedade), polícia administrativa (condicionamento e
restrição do exercício dos direitos fundamentais, a fim de manter a
harmonia social e o bem-estar coletivo), fomento (incentivo às
atividades da iniciativa privada de interesse público) e intervenção,
subdividindo-se esta em intervenção na propriedade (condicionamento e
limitação do uso da propriedade, assegurando sua função social e o bem-
estar da sociedade) e intervenção no domínio econômico (regulação da
iniciativa privada nas diversas áreas econômicas). As atividades-fim da
função administrativa são normalmente de incumbência do Poder
Executivo. Além disso, existem as atividades-meio da Administração,

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como a gestão do patrimônio público e dos servidores públicos e a


contratação de obras e serviços, também estão no âmbito da função
administrativa. Essas são desempenhadas por todos os Poderes de
Estado.

Diante disso, vejamos as alternativas:

Letra A: errada, pois é atividade-fim da administração, caracterizando


serviço público.
Letra B: falsa, porque é atividade-fim da administração, na modalidade
de intervenção na propriedade.
Letra C: incorreta, por representar atividade-fim da administração
(polícia administrativa).
Letra D: verdadeira (gabarito), pois a nomeação de servidor público é
atividade-meio da Administração.
Letra E: errada, pois é atividade-fim da administração, caracterizando
fomento.

15) (Esaf/DF/Procurador/2007) Em relação ao conceito e evolução


histórica do Direito Administrativo e ao conceito e abrangência da
Administração Pública, selecione a opção correta.

a) Na evolução do conceito de Direito Administrativo, surge a Escola do


Serviço Público, que se desenvolveu em torno de duas concepções. Na
concepção de Léon Duguit, o Serviço Público deveria ser entendido em
sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a
regime exorbitante do direito comum, desenvolvida pelo Estado para a
satisfação de necessidades da coletividade.
b) Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o
critério da Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o
Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios
que regem a Administração Pública.
c) A Administração Pública, em sentido objetivo, deve ser compreendida
como o conjunto das pessoas jurídicas e dos órgãos incumbidos do
exercício da função administrativa do Estado.
d) O conceito estrito de Administração Pública abarca os Poderes
estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.

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e) Na evolução histórica do Direito Administrativo, encontramos a Escola


Exegética, que tinha por objeto a interpretação das leis administrativas,
a qual também defendia o postulado da carga normativa dos princípios
aplicáveis à atividade da Administração Pública.

Letra A: errada, pois era Gaston Jèze que entendia a expressão “serviço
público” em sentido estrito.
Letra B: correta, conforme apresentado na teoria. O critério da
Administração Pública é o que predomina na atualidade. É o gabarito.
Letra C: errada, porque expressa o sentido subjetivo da Administração
Pública, não o objetivo, que seria dado pela própria função
administrativa.
Letra D: falsa, pois o conceito de Administração Pública que abarca os
Poderes estruturais do Estado é o amplo, que engloba os órgãos
políticos. O conceito estrito abrange apenas os órgãos administrativos.
Letra E: incorreta, porque a Escola Exegética não defendia os princípios
administrativos, pelo contrário, dizia que o Direito Administrativo é tão
somente o conjunto das leis administrativas.

16) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2006) A primordial fonte formal do


Direito Administrativo no Brasil é

a) a lei.
b) a doutrina.
c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.

A lei é a fonte primária do Direito Administrativo em nosso país. Já a


doutrina, a jurisprudência e os costumes são considerados fontes
secundárias, que não podem contrariar a lei. Gabarito: letra A.

17) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2000) A fonte formal e primordial do


Direito Administrativo é a (o)

a) motivação que a fundamenta


b) povo

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c) parlamento
d) Diário Oficial
e) lei

Aqui vale o mesmo comentário da questão anterior. Gabarito: letra E.

Muito bem, pessoal! Por hoje é só. Espero que tenham gostado
dessa pequena amostra do que vem por aí. Convido-os a ler a nossa
próxima aula, na qual tratarei dos princípios administrativos, assunto que
costuma cair bastante nas provas da Esaf. Espero vocês também no
nosso fórum de dúvidas, onde discutiremos vários assuntos do Direito
Administrativo.

Um grande abraço!

Luciano Oliveira

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) (Esaf/PGFN/PFN/2003) A distinção entre a lei formal e a lei material


está na presença ou não do seguinte elemento:

a) Generalidade
b) Novidade
c) Imperatividade
d) Abstração
e) Normatividade

2) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) O decreto, com função


normativa, não tem o seguinte atributo:

a) Novidade
b) Privativo do Chefe do Poder Executivo
c) Generalidade
d) Abstração
e) Obrigatoriedade

3) (Esaf/CVM/Analista/2010) Partindo-se do pressuposto de que a


função política ou de governo difere da função administrativa, é correto
afirmar que estão relacionadas(os) à função política, exceto:

a) comando
b) coordenação
c) execução
d) direção
e) planejamento

4) (Esaf/CGU/Analista/2006) O Direito Administrativo é considerado


como sendo o conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem o
exercício das funções administrativas estatais e

a) os órgãos inferiores, que as desempenham.


b) os órgãos dos Poderes Públicos.
c) os poderes dos órgãos públicos.

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d) as competências dos órgãos públicos.


e) as garantias individuais.

5) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2003) No conceito de Direito


Administrativo, pode-se entender ser ele um conjunto harmonioso de
normas e princípios, que regem relações entre órgãos públicos, seus
servidores e administrados, no concernente às atividades estatais, mas
não compreendendo

a) a administração do patrimônio público.


b) a regência de atividades contenciosas.
c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada.
d) o regime disciplinar dos servidores públicos.
e) qualquer atividade de caráter normativo.

6) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) A influência do Direito


Administrativo francês no Direito Administrativo brasileiro é notável.
Entre os institutos oriundos do direito francês abaixo, assinale aquele
que não foi introduzido no sistema brasileiro.

a) Regime jurídico de natureza legal para os servidores dos entes de


direito público.
b) Teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público.
c) Natureza judicante da decisão do contencioso administrativo.
d) Cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
e) Inserção da moralidade como princípio da Administração Pública.

7) (Esaf/SRF/AFRF/2002) “A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Este direito, previsto na norma
constitucional, impede que, no Brasil, o seguinte instituto de
Administração Pública, típico para a solução de conflitos, possa expressar
caráter de definitividade em suas decisões:

a) Arbitragem
b) Contencioso administrativo
c) Juizados especiais
d) Mediação

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e) Sindicância administrativa

8) (Esaf/MRE/Oficial de Chancelaria/2004) O dispositivo da Constituição


Federal pelo qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito” impede a adoção plena, no Brasil, do seguinte
instituto de Direito Administrativo:

a) controle administrativo
b) contencioso administrativo
c) jurisdição graciosa
d) recursos administrativos com efeito suspensivo
e) preclusão administrativa

9) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2006) O sistema adotado, no


ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos
atos da Administração Pública, é

a) o da chamada jurisdição única.


b) o do chamado contencioso administrativo.
c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.
d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o
exercício do controle jurisdicional.
e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

10) (Esaf/SRF/AFRF/2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da


Administração Pública abrange:

a) a atividade administrativa.
b) o poder de polícia administrativa.
c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas.
d) o serviço público.
e) a intervenção do Estado nas atividades privadas.

11) (Esaf/AGU/Assistente Jurídico/1999) A Administração Pública, em


sentido objetivo, no exercício da função administrativa, engloba as
seguintes atividades, exceto:

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(a) Polícia administrativa


(b) Serviço público
(c) Elaboração legislativa, com caráter inovador
(d) Fomento a atividades privadas de interesse público
(e) Intervenção no domínio público

12) (Esaf/MRE/Oficial de Chancelaria/2004) A expressão administração


pública admite diversos significados. De acordo com a doutrina, em seu
sentido material ou funcional, Administração Pública, enquanto finalidade
do Estado, não abrange:

a) polícia administrativa.
b) serviços públicos.
c) fomento.
d) finanças públicas.
e) intervenção na atividade econômica.

13) (Esaf/PGFN/PFN/1998) Sobre os conceitos de Administração Pública,


é correto afirmar:

a) Em seu sentido material, a Administração Pública manifesta-se


exclusivamente no Poder Executivo.
b) O conjunto de órgãos e entidades integrantes da Administração é
compreendido no conceito funcional de Administração Pública.
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não se manifesta no
Poder Legislativo.
d) No sentido orgânico, Administração Pública confunde-se com a
atividade administrativa.
e) A Administração Pública, materialmente, expressa uma das funções
tripartites do Estado.

14) (Esaf/PGFN/PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que não


pode ser considerado como de manifestação da atividade finalística da
Administração Pública, em seu sentido material.

a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo


urbano.

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b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar.


c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a
normas de posturas municipais.
d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso
público.
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova
indústria em determinado Estado-federado.

15) (Esaf/DF/Procurador/2007) Em relação ao conceito e evolução


histórica do Direito Administrativo e ao conceito e abrangência da
Administração Pública, selecione a opção correta.

a) Na evolução do conceito de Direito Administrativo, surge a Escola do


Serviço Público, que se desenvolveu em torno de duas concepções. Na
concepção de Léon Duguit, o Serviço Público deveria ser entendido em
sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a
regime exorbitante do direito comum, desenvolvida pelo Estado para a
satisfação de necessidades da coletividade.
b) Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o
critério da Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o
Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios
que regem a Administração Pública.
c) A Administração Pública, em sentido objetivo, deve ser compreendida
como o conjunto das pessoas jurídicas e dos órgãos incumbidos do
exercício da função administrativa do Estado.
d) O conceito estrito de Administração Pública abarca os Poderes
estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.
e) Na evolução histórica do Direito Administrativo, encontramos a Escola
Exegética, que tinha por objeto a interpretação das leis administrativas,
a qual também defendia o postulado da carga normativa dos princípios
aplicáveis à atividade da Administração Pública.

16) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2006) A primordial fonte formal do


Direito Administrativo no Brasil é

a) a lei.
b) a doutrina.

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c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.

17) (Esaf/Receita Federal/Técnico/2000) A fonte formal e primordial do


Direito Administrativo é a (o)

a) motivação que a fundamenta


b) povo
c) parlamento
d) Diário Oficial
e) lei

Gabarito

1b 2a 3c 4a 5b 6c 7b 8b 9a 10c 11c 12d

13e 14d 15b 16a 17e

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