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480 Diário da República, 1.ª série — N.

º 16 — 23 de janeiro de 2014

MINISTÉRIO DA ECONOMIA Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, que esta-


belece o regime jurídico da instalação, exploração e fun-
Decreto-Lei n.º 15/2014 cionamento dos empreendimentos turísticos, no sentido
de diminuir custos de contexto, simplificar e liberalizar
de 23 de janeiro procedimentos.
O Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, aprovou o Artigo 2.º
regime jurídico da instalação, exploração e funcionamento Alteração ao Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março
dos empreendimentos turísticos.
Volvidos mais de cinco anos sobre a publicação do Os artigos 2.º, 3.º, 4.º, 10.º, 12.º, 13.º, 14.º, 15.º, 18.º,
Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo 20.º, 23.º, 26.º, 27.º, 29.º, 30.º, 32.º, 33.º, 35.º, 36.º, 38.º,
Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, considera-se 39.º, 40.º, 41.º, 42.º, 44.º, 46.º, 47.º, 48.º, 49.º, 51.º, 54.º,
necessário proceder a ajustes e alterações que a aplicação 55.º, 56.º, 64.º, 67.º, 69.º, 70.º, 71.º, 73.º, 74.º, 75.º e 78.º
do regime em vigor, face à atual conjuntura económica e do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo
necessidade de imprimir maior eficiência, simplificação, Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, passam a
diminuição de custos de contexto e liberalização de pro- ter a seguinte redação:
cedimentos, demonstra serem necessários.
Assume-se ainda a necessidade de autonomizar a figura «Artigo 2.º
do alojamento local em diploma próprio, na forma de [...]
decreto-lei, com intuito de melhor adaptar à realidade a
ainda recente experiência deste tipo de estabelecimento no 1 — [...].
panorama da oferta de serviços de alojamento temporário. 2 — [...].
Procede-se, ainda à redução e clarificação das condições a) [...];
necessárias à instalação dos empreendimentos turísticos, b) As instalações ou os estabelecimentos que, embora
simplificando, por um lado, e aumentando a margem de destinados a proporcionar alojamento temporário com
escolha própria dos empresários, por outro, em especial fins lucrativos, não reúnam os requisitos para serem
no que se refere aos equipamentos necessários para a ins- considerados empreendimentos turísticos.
talação num empreendimento turístico.
Consagra-se ainda um novo regime no que ao proce- 3 — As instalações e os estabelecimentos referidos
dimento respeitante à instalação dos empreendimentos na alínea b) do número anterior revestem a natureza de
turísticos diz respeito, deixando-se ao critério do promotor alojamento local e são regulados por decreto-lei.
optar pelo pedido de licença, nos casos em que nos termos
do regime da urbanização e da edificação seja a necessária
Artigo 3.º
a comunicação prévia.
Cria-se, ainda no que respeita ao procedimento respei- Noção de alojamento local
tante à utilização do empreendimento turístico, um meca-
1 — [...].
nismo de deferimento tácito consubstanciado na regular
2 — [...].
submissão do requerimento de concessão de autorização
para fins turísticos, que constituirá, por si só, e ultrapassados 3 — Os estabelecimentos de alojamento local que
os prazos definidos para a emissão de alvará de autorização reúnam os requisitos previstos no presente artigo estão
de utilização, para fins turísticos, título bastante de abertura. sujeitos a registo na câmara municipal territorialmente
No processo de classificação, consagra-se a possibili- competente, na sequência de mera comunicação prévia,
dade de os requisitos para a categoria serem dispensados nos termos da portaria referida no número anterior.
não apenas por apreciação da entidade administrativa, mas 4 — Apenas os estabelecimentos de alojamento lo-
também verificados determinados critérios a concretizar cal que tenham realizado a mera comunicação prévia
em portaria. Eliminam-se as taxas devidas pela realização referida no número anterior ou que tenham sido recon-
de auditorias obrigatórias de classificação efetuadas pelo vertidos automaticamente nos termos dos n.os 5 e 7 do
Turismo de Portugal, I. P., assim se reduzindo o peso do artigo 75.º, e não tenham visto o seu registo cancelado
Estado sobre a economia e os privados, eliminando-se, por incumprimento dos demais requisitos aplicáveis,
ainda a Declaração de Interesse para o Turismo. podem ser comercializados para fins turísticos.
Alarga-se, por fim, à Autoridade de Segurança Alimentar 5 — [...].
e Económica, a competência sancionatória relativamente 6 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
aos estabelecimentos de alojamento local. plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões do disposto no número anterior, as câmaras municipais
Autónomas, a Confederação do Turismo Português e a As- devem proceder à comunicação por qualquer outro meio
sociação Nacional de Municípios Portugueses. legalmente admissível, e com uma periodicidade men-
Assim: sal, dos registos efetuados.
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- 7 — [Anterior n.º 6].
tituição, o Governo decreta o seguinte: 8 — Em todos os estabelecimentos de alojamento
local é obrigatória a afixação, no exterior, junto à en-
Artigo 1.º trada principal, de placa identificativa, cujo modelo é
aprovado na portaria referida no n.º 2, e da qual consta
Objeto
o respetivo número de registo na câmara municipal, no
O presente decreto-lei procede à segunda alteração ao prazo máximo de 10 dias após a atribuição do registo
Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo por esta.
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9 — Nos estabelecimentos de alojamento local podem Artigo 14.º


instalar-se estabelecimentos comerciais e de prestação de [...]
serviços, incluindo os de restauração e de bebidas, sem
prejuízo do cumprimento dos requisitos específicos pre- 1 — São apartamentos turísticos os empreendimen-
vistos na legislação aplicável a estes estabelecimentos. tos turísticos constituídos por um conjunto coerente
de unidades de alojamento, do tipo apartamento, en-
Artigo 4.º tendendo-se estas como parte de um edifício à qual
[...]
se acede através de espaços comuns, nomeadamente
átrio, corredor, galeria ou patamar de escada, que se
1 — [...]: destinem a proporcionar alojamento e outros serviços
a) [...]; complementares de apoio a turistas.
b) [...]; 2 — Os apartamentos turísticos podem ocupar a to-
c) [...]; talidade ou parte independente, constituída por pisos
d) [...]; completos, de um ou mais edifícios, desde que os edi-
e) [...]; fícios em causa constituam, entre eles, um conjunto de
f) [...]; espaços contíguos, ou desde que, entre eles, exista uma
g) [...] área de utilização comum.
h) [Revogada]. 3 — [...].

2 — [...]. Artigo 15.º


3 — As tipologias de empreendimentos turísticos [...]
identificados no n.º 1 podem ser reconhecidas como
turismo de natureza ou associadas a uma marca na- 1 — São conjuntos turísticos (resorts) os empreendi-
cional de áreas classificadas, nos termos previstos no mentos turísticos constituídos por núcleos de instalações
artigo 20.º funcionalmente interdependentes, situados em espaços
com continuidade territorial, ainda que atravessados por
Artigo 10.º estradas municipais e caminhos municipais já existentes,
linhas de água e faixas de terreno afetas a funções de
[...] proteção e conservação de recursos naturais, destinados
Nos empreendimentos turísticos podem instalar-se a proporcionar alojamento e serviços complementa-
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, res de apoio a turistas, sujeitos a uma administração
incluindo os de restauração e de bebidas, sem prejuízo comum de serviços partilhados e de equipamentos de
do cumprimento dos requisitos específicos previstos na utilização comum, que integrem pelo menos dois em-
legislação aplicável a estes estabelecimentos. preendimentos turísticos de um dos tipos previstos no
n.º 1 do artigo 4.º, sendo obrigatoriamente um deles um
Artigo 12.º estabelecimento hoteleiro.
2 — [Revogado].
[...] 3 — [Revogado].
1 — [...]. 4 — Sem prejuízo do disposto no artigo 10.º, nos
2 — Os estabelecimentos hoteleiros podem ocupar a conjuntos turísticos (resorts) só podem instalar-se em-
totalidade ou uma parte independente, constituída por preendimentos turísticos, ainda que de diferentes ca-
pisos completos, de um ou mais edifícios, desde que os tegorias.
edifícios em causa constituam, entre eles, um conjunto 5 — [Revogado].
de espaços contíguos, ou desde que, entre eles, exista 6 — [...].
uma área de utilização comum. 7 — [Revogado].
3 — [...].
Artigo 18.º
Artigo 13.º [...]
[...] 1 — São empreendimentos de turismo no espaço
1 — São aldeamentos turísticos os empreendimentos rural os estabelecimentos que se destinam a prestar,
turísticos constituídos por um conjunto de instalações em espaços rurais, serviços de alojamento a turistas,
funcionalmente interdependentes com expressão arqui- preservando, recuperando e valorizando o património
tetónica coerente, com unidades de alojamento, situadas arquitetónico, histórico, natural e paisagístico dos res-
em espaços com continuidade territorial, com vias de petivos locais e regiões onde se situam, através da re-
circulação interna que permitam o trânsito de veículos construção, reabilitação ou ampliação de construções
de emergência, ainda que atravessadas por estradas existentes, de modo a ser assegurada a sua integração
municipais e caminhos municipais já existentes, linhas na envolvente.
de água e faixas de terreno afetas a funções de prote- 2 — [Revogado].
ção e conservação de recursos naturais, destinados a 3 — [...].
proporcionar alojamento e serviços complementares 4 — [...].
de apoio a turistas. 5 — [...].
2 — [...]. 6 — [...].
3 — Os aldeamentos turísticos devem dispor, no mí- 7 — São hotéis rurais os empreendimentos turísticos
nimo, de 10 unidades de alojamento. que cumpram os requisitos de classificação aplicáveis
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aos estabelecimentos hoteleiros, bem como o disposto preende, também, a sua pronúncia nos termos previstos
no n.º 1, podendo instalar-se ainda, em edifícios novos, na legislação aplicável.
construídos de raiz, incluindo não contíguos. 8 — Quando os projetos relativos a empreendimentos
8 — [Revogado]. turísticos sejam submetidos a procedimento de análise
9 — Às obras em empreendimentos referidos no n.º 1 de incidências ambientais e se localizem, total ou par-
aplica-se o princípio da garantia do existente constante cialmente, em áreas incluídas na Reserva Ecológica
do artigo 60.º do regime jurídico da urbanização e da Nacional, a pronúncia da comissão de coordenação
edificação e do artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 307/2009, e desenvolvimento regional competente compreende
de 23 de outubro, alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de também a pronúncia nos termos do regime jurídico da
agosto, que estabelece o regime jurídico da reabilitação Reserva Ecológica Nacional, aprovado pelo Decreto-Lei
urbana em áreas de reabilitação urbana. n.º 166/2008, de 22 de agosto, alterado pelos Decre-
tos-Leis n.os 239/2012, de 1 de novembro, e 96/2013,
Artigo 20.º de 19 de julho.
Artigo 26.º
Turismo de natureza
[...]
1 — [Revogado].
2 — Os empreendimentos turísticos que se destinem 1 — O Turismo de Portugal, I. P., emite parecer, nos
a prestar serviço de alojamento a turistas em áreas classi- termos dos artigos 13.º e 13.º-B do regime jurídico da
ficadas ou noutras áreas com valores naturais, dispondo urbanização e da edificação, relativamente:
para o seu funcionamento de um adequado conjunto de a) Ao pedido de informação prévia, pedido de licen-
instalações, estruturas e equipamentos e serviços com- ciamento e à apresentação da comunicação prévia de
plementares relacionados com a animação ambiental, operações de loteamento de empreendimentos turísticos;
a visitação de áreas naturais, o desporto de natureza b) Ao pedido de informação prévia, pedido de li-
e a interpretação ambiental, podem ser reconhecidos cenciamento e à admissão da comunicação prévia
como turismo de natureza ou associados a uma marca para a realização de obras de edificação referentes aos
nacional de áreas classificadas, pelo Instituto de Con- empreendimentos turísticos previstos nas alíneas a) a d)
servação da Natureza e das Florestas, I. P., de acordo do n.º 1 do artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º
com os critérios definidos por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas da conservação 2 — O parecer referido no número anterior destina-se
da natureza e do turismo. a verificar o cumprimento das normas estabelecidas no
3 — [Revogado]. presente decreto-lei e respetiva regulamentação, desig-
nadamente a adequação do empreendimento turístico
Artigo 23.º previsto ao uso e tipologia pretendidos e implica, quando
aplicável, a apreciação do projeto de arquitetura do em-
[...] preendimento turístico, e a decisão relativa ao pedido
1 — [...]. de dispensa de requisitos a que se referem os n.os 2 a 4
2 — Nos casos em que nos termos do regime jurídico do artigo 39.º, formulado com os pedidos de informa-
da urbanização e da edificação a forma do procedimento ção prévia e licenciamento ou com a apresentação da
de controlo prévio da edificação de empreendimentos comunicação prévia.
turísticos seja a comunicação prévia, pode o promotor 3 — [...].
optar pelo procedimento de licenciamento. 4 — [Revogado].
3 — O pedido de informação prévia, o pedido de 5 — Juntamente com o parecer, são fixadas, em fase
licenciamento e a apresentação da comunicação prévia de projeto, a capacidade máxima do empreendimento e
de operações urbanísticas relativas à instalação dos em- a respetiva classificação de acordo com o projeto apre-
preendimentos turísticos devem ser instruídos nos ter- sentado, a confirmar nos termos previstos no artigo 36.º
mos do regime jurídico da urbanização e da edificação,
e respetiva regulamentação, e ainda com os elementos Artigo 27.º
constantes de portaria dos membros do Governo res- [...]
ponsáveis pelas áreas do turismo e do ordenamento do No caso dos parques de campismo e de caravanismo
território, devendo o interessado indicar a classificação e dos empreendimentos de turismo de habitação e de
pretendida para o empreendimento turístico em determi- turismo no espaço rural, com exceção dos hotéis rurais,
nado tipo e, quando aplicável, o grupo e categoria. a câmara municipal, juntamente com a emissão do al-
4 — [Revogado]. vará de licença ou a admissão expressa da comunicação
5 — [Anterior n.º 3]. prévia para a realização de obras de edificação, fixa a
6 — [Anterior n.º 5]. capacidade máxima e atribui a classificação de acordo
7 — Para os projetos relativos a empreendimentos com o projeto apresentado, a confirmar nos termos pre-
turísticos que sejam submetidos a procedimento de ava- vistos no artigo 36.º
liação de impacte ambiental e que se localizem, total ou
parcialmente, em áreas incluídas na Reserva Ecológica Artigo 29.º
Nacional, estabelecida no Decreto-Lei n.º 166/2008, de
[...]
22 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 239/2012,
de 1 de novembro, e 96/2013, de 19 de julho, a pronún- As obras realizadas nos empreendimentos turísticos
cia da comissão de coordenação e desenvolvimento referidos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 4.º, e
regional competente no âmbito daquela avaliação com- na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º que, nos termos do
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regime jurídico da urbanização e da edificação, estejam fins turísticos, acompanhado do comprovativo do paga-
isentas de controlo prévio, são declaradas ao Turismo de mento da taxa devida, esgotado o prazo fixado no n.º 3
Portugal, I. P., para os efeitos previstos no artigo 38.º, do artigo 30.º, sem que tenha sido proferida decisão
acompanhadas das respetivas peças desenhadas, caso expressa;
existam, mediante formulário a disponibilizar na página c) [Revogada].
na Internet daquela entidade, no prazo de 30 dias após
a sua conclusão, desde que: Artigo 33.º
a) [...]; [...]
b) [...]. 1 — [...]:
Artigo 30.º
a) [...];
[...] b) [Revogada];
1 — Antes de iniciada a utilização do empreendi- c) [...];
mento turístico, e caso tenha havido lugar a obra, uma d) [...].
vez esta terminada, o interessado requer a concessão
de autorização de utilização para fins turísticos, nos 2 — Caducada a autorização de utilização para fins
termos do artigo 62.º e seguintes do regime jurídico da turísticos, o respetivo título válido de abertura é cas-
urbanização e da edificação, com as especificidades sado e apreendido pela câmara municipal, por iniciativa
previstas na presente secção. própria, no caso dos parques de campismo e de carava-
2 — O pedido de concessão de autorização de utiliza- nismo, dos empreendimentos de turismo de habitação
ção para fins turísticos, instruído nos termos do regime e dos empreendimentos de turismo no espaço rural,
jurídico da urbanização e da edificação e respetiva re- com exceção dos hotéis rurais, ou a pedido do Turismo
gulamentação, deve ser submetido à câmara municipal de Portugal, I. P., nos restantes casos, sendo o facto
territorialmente competente, devendo a autarquia dele comunicado à Autoridade de Segurança Alimentar e
dar conhecimento ao Turismo de Portugal, I. P., através Económica (ASAE).
dos meios previstos no artigo 74.º 3 — [...].
3 — O prazo para decisão sobre a concessão de au- 4 — [...].
torização de utilização para fins turísticos e emissão
do respetivo alvará é de 20 dias a contar da data de Artigo 35.º
apresentação do requerimento, salvo quando haja lugar [...]
à vistoria prevista no artigo 65.º do regime jurídico da
urbanização e da edificação, em que o prazo é de 10 dias 1 — Sem prejuízo do disposto n.º 7 do artigo 39.º,
após a realização da vistoria. os empreendimentos turísticos referidos nas alíneas a)
4 — O alvará de autorização de utilização para fins a c) do n.º 1 do artigo 4.º, e na alínea c) do n.º 3 do ar-
turísticos, quando exista, deve conter os elementos re- tigo 18.º, classificam-se nas categorias de uma a cinco
feridos no n.º 5 do artigo 77.º do regime jurídico da estrelas, atendendo à qualidade do serviço e das instala-
urbanização e da edificação e ainda referência expressa à ções, de acordo com os requisitos a definir pela portaria
capacidade máxima e à classificação, determinadas nos prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º
termos do n.º 5 do artigo 26.º, do artigo 27.º, a confirmar 2 — [...].
nos termos previstos no artigo 36.º 3 — [...].
5 — Do alvará referido no número anterior é dado
conhecimento ao Turismo de Portugal, I. P., através dos Artigo 36.º
meios previstos no artigo 74.º [...]
6 — A autorização de utilização para fins turísticos,
única para a totalidade do empreendimento, sem pre- 1 — O Turismo de Portugal, I. P., no caso dos em-
juízo do disposto nos números seguintes, depende do preendimentos turísticos referidos nas alíneas a) a d) do
pagamento prévio pelo requerente da respetiva taxa, n.º 1 do artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, ou
seja a autorização expressa ou tácita. o presidente da câmara municipal, no caso dos parques
7 — [Anterior n.º 6]. de campismo e de caravanismo, dos empreendimentos
8 — [Revogado]. de turismo de habitação e dos empreendimentos de
9 — Fora do caso previsto no n.º 7, cada empreendi- turismo no espaço rural, determina a realização de uma
mento turístico, estabelecimento e equipamento integra- auditoria de classificação do empreendimento turístico
dos em conjuntos turísticos (resorts) devem dispor de no prazo de 60 dias a contar da data da disponibilização
alvará de autorização de utilização próprio, de natureza da informação relativa ao título válido de abertura do
turística ou para outro fim a que se destinem. empreendimento, no balcão previsto no artigo 74.º ou
10 — [Anterior n.º 9]. da data do conhecimento, por qualquer outra forma, da
existência daquele título.
2 — Até à disponibilização do balcão referido no
Artigo 32.º
artigo 74.º deve o interessado comunicar ao Turismo de
[...] Portugal, I. P., a existência de título válido de abertura
[...]: do empreendimento no prazo de 10 dias após a sua
obtenção.
a) [...]; 3 — A auditoria de classificação é realizada pelo
b) Comprovativo de regular submissão do requeri- Turismo de Portugal, I. P., com isenção de taxa, ou pela
mento de concessão de autorização de utilização para câmara municipal, consoante os casos, ou ainda por
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entidade acreditada para o efeito, nos termos a definir n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei
por portaria do membro do Governo responsável pela n.º 117/2009, de 29 de dezembro.
área do turismo. 9 — Do resultado das auditorias de classificação
4 — Nos casos em que as auditorias não se realizem referidas no número anterior é dado conhecimento ao
na data marcada, por motivos que sejam imputáveis ao Turismo de Portugal, I. P., no prazo de 10 dias, através
interessado, uma nova auditoria fica sujeita ao paga- dos meios previstos no artigo 74.º
mento de taxa, nos termos definidos em portaria dos
membros do Governo responsáveis pelas áreas das fi- Artigo 39.º
nanças e do turismo. [...]
5 — Após a realização da auditoria, o Turismo de
Portugal, I. P., ou o presidente da câmara municipal, 1 — A dispensa de requisitos pode ser concedida,
consoante os casos, fixa a classificação do empreendi- em alternativa:
mento turístico. a) Pelo Turismo de Portugal, I. P., no caso dos em-
6 — No caso dos parques de campismo e de carava- preendimentos turísticos referidos nas alíneas a) a d) do
nismo, dos empreendimentos de turismo de habitação n.º 1 do artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º
e dos empreendimentos de turismo no espaço rural, ou pela câmara municipal, nos demais casos, nos termos
com exceção dos hotéis rurais, a classificação é fixada dos n.os 2 a 6;
juntamente com a autorização de utilização para fins b) Pelo Turismo de Portugal, I. P., verificado o cum-
turísticos quando tenha sido realizada vistoria nos ter- primento dos critérios específicos para esse efeito, nos
mos do artigo 65.º do regime jurídico da urbanização termos dos n.os 7 e 8.
e da edificação, caso em que não há lugar a auditoria
de classificação. 2 — Os requisitos exigidos para a atribuição de
7 — Em todos os empreendimentos turísticos é obri- classificação podem ser dispensados, oficiosamente
gatória a afixação no exterior, junto à entrada principal, ou a requerimento, quando a sua estrita observância
da placa identificativa da respetiva classificação, no for suscetível de:
prazo máximo de 10 dias após a notificação ao interes-
sado da classificação atribuída, nos termos do presente a) Afetar as características arquitetónicas ou estru-
artigo. turais dos edifícios que estejam classificados a nível
8 — Os modelos da placa identificativa da classifica- nacional, regional ou local ou que possuam valor his-
ção são aprovados por portaria do membro do Governo tórico, arquitetónico, artístico ou cultural;
responsável pela área do turismo. b) Prejudicar ou impedir a classificação de projetos
inovadores e valorizantes da oferta turística.
Artigo 38.º
3 — No caso dos conjuntos turísticos (resorts), po-
[...]
dem ser dispensados alguns dos requisitos exigidos
1 — A classificação dos empreendimentos turísticos para a atribuição de classificação para as instalações
deve ser oficiosamente revista de cinco em cinco anos. e equipamentos, quando o conjunto turístico (resort)
2 — [Revogado]. integrar um ou mais empreendimentos que disponham
3 — A revisão da classificação prevista no n.º 1 é de tais instalações e equipamentos ou que o próprio
precedida de uma auditoria de classificação efetuada conjunto turístico disponha dos mesmos e desde que
pelo Turismo de Portugal, I. P., pela câmara municipal, possam servir ou ser utilizados pelos utentes de todos
ou por entidade acreditada, consoante os casos. os empreendimentos integrados no conjunto.
4 — A auditoria de classificação referida no número 4 — A dispensa de requisitos requerida com a apre-
anterior, realizada pelo Turismo de Portugal, I. P., está sentação da comunicação prévia de obra é concedida
isenta de qualquer taxa. tacitamente sempre que não haja lugar a rejeição da
5 — A classificação pode, ainda, ser revista a todo o mesma, pela câmara municipal, nem a decisão expressa
tempo, oficiosamente ou a pedido do interessado. especificamente relativa à dispensa de requisitos no
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o prazo legal de reação à comunicação prévia previsto no
Turismo de Portugal, I. P., deve proceder à revisão da artigo 36.º do regime jurídico da urbanização e edifica-
classificação sempre que receba a declaração prevista ção, proferida pela câmara municipal ou pelo Turismo
no artigo 29.º de Portugal, I. P., neste caso no âmbito do parecer a que
7 — Pela realização de auditorias de revisão de clas- se refere o artigo 26.º
sificação efetuadas pelo Turismo de Portugal, I. P., a 5 — A dispensa de requisitos requerida à câmara
pedido do interessado, nos termos do n.º 5, é devida municipal com o pedido de concessão de autorização
uma taxa, nos termos a fixar por portaria dos membros de utilização para fins turísticos é concedida tacitamente
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do sempre que não seja proferida decisão expressa especi-
turismo, destinada exclusivamente a suportar as des- ficamente relativa à dispensa de requisitos, nos prazos
pesas inerentes. referidos no n.º 3 do artigo 30.º
8 — Pode ser cobrada uma taxa pela realização de 6 — Excetuados os pedidos de dispensa referidos no
auditorias de classificação efetuadas pelas câmaras n.º 2 do artigo 26.º no âmbito da instalação dos empreen-
municipais, a afixar em regulamento aprovado pelo dimentos turísticos, as dispensas de requisitos requeridas
órgão deliberativo do respetivo município, nos termos ao Turismo de Portugal, I. P., são tacitamente deferidas
do regime geral das autarquias locais, aprovado pela caso este não determine a realização de auditoria de
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro, alterada pela Lei classificação no prazo referido no n.º 1 do artigo 36.º
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7 — Os requisitos exigidos para a atribuição da ca- Artigo 46.º


tegoria são ainda dispensados, no caso dos empreendi- [...]
mentos turísticos referidos nas alíneas a) a c) do n.º 1
do artigo 4.º e alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, sempre [...]:
que verificado o cumprimento dos critérios específicos a) Publicitar os preços de tabela dos serviços de alo-
para esse efeito previstos na portaria referida na alínea a) jamento oferecidos, mantê-los sempre à disposição dos
do n.º 2 do artigo 4.º utentes e, relativamente aos demais serviços, disponi-
8 — O cumprimento dos critérios específicos referi- bilizar aos utentes os respetivos preços;
dos no número anterior é verificado em sede de auditoria b) [...];
de classificação a que se refere o artigo 36.º c) Manter em bom estado de funcionamento todas
as instalações e equipamentos do empreendimento, in-
Artigo 40.º cluindo as unidades de alojamento, efetuando as obras
[...] de conservação ou de melhoramento necessárias, tendo
em vista o cumprimento dos requisitos gerais de ins-
1 — O Turismo de Portugal, I. P., disponibiliza no talação, bem como os requisitos obrigatórios comuns
seu sítio na Internet o Registo Nacional dos Empreen- exigidos para a respetiva classificação em matéria de
dimentos Turísticos (RNET), constituído pela relação segurança, higiene e saúde pública, sem prejuízo do
atualizada dos empreendimentos turísticos com título disposto no título constitutivo de empreendimentos em
de abertura válido, da qual consta o nome, a classifica- propriedade plural quanto à responsabilização pela rea-
ção, a capacidade, a localização do empreendimento, lização de obras em unidades de alojamento;
as respetivas coordenadas geográficas, a morada e os d) Garantir que o empreendimento turístico mantém
períodos de funcionamento, bem como a identificação as condições e requisitos necessários que lhe permitiram
da respetiva entidade exploradora. obter a classificação que possui;
2 — Quaisquer factos que constituam alteração ao e) [Anterior alínea d)].
nome, à morada, aos períodos de funcionamento e à f) [Anterior alínea e)].
identificação da entidade exploradora dos empreendi-
mentos turísticos devem ser comunicados por esta enti- Artigo 47.º
dade ao Turismo de Portugal, I. P., no prazo de 10 dias
sobre a sua verificação, mediante registo efetuado di- [...]
retamente no RNET. 1 — [...].
3 — [...]. 2 — O responsável operacional dos empreendimen-
4 — [Revogado]. tos turísticos de cinco, quatro e três estrelas designa-se
por diretor de hotel.
Artigo 41.º
[...] Artigo 48.º
1 — Os nomes dos empreendimentos turísticos não [...]
podem sugerir uma tipologia, grupo, categoria ou ca- 1 — [...].
racterísticas que os mesmos não possuam. 2 — A entidade exploradora ou o responsável pelo
2 — [...]. empreendimento turístico podem recusar o acesso ao
3 — [...]. mesmo, a quem perturbe o seu funcionamento nor-
mal.
Artigo 42.º 3 — [...].
[...] 4 — [...].
5 — [...].
1 — A publicidade, documentação comercial e mer-
chandising dos empreendimentos turísticos devem indi- Artigo 49.º
car o respetivo nome ou logótipo, não podendo sugerir
[...]
uma tipologia, grupo, categoria ou características que
o empreendimento não possua. 1 — [...].
2 — [Revogado]. 2 — Os empreendimentos turísticos em propriedade
plural podem encerrar por decisão da maioria dos seus
Artigo 44.º proprietários.
[...]
3 — O período de funcionamento dos empreendi-
mentos turísticos deve ser devidamente publicitado e
1 — [...]. afixado em local visível ao público do exterior, exceto
2 — [Revogado]. quando o empreendimento esteja aberto todos os dias
3 — [...]. do ano.
4 — [...].
5 — Caso o empreendimento turístico integre esta- Artigo 51.º
belecimentos comerciais ou de prestação de serviços,
[...]
incluindo os estabelecimentos de restauração ou de
bebidas, as respetivas entidades exploradoras respondem 1 — Os empreendimentos turísticos devem dispor
diretamente pelo cumprimento das disposições legais de livro de reclamações, nos termos e condições esta-
e regulamentares. belecidos na legislação aplicável.
486 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

2 — O original da folha de reclamação deve ser en- exigidos para a respetiva categoria, ou os que venham
viado à ASAE, entidade competente para fiscalizar e a ser definidos na portaria prevista na alínea a) do n.º 2
instruir os processos de contraordenação previstos na do artigo 4.º
legislação referida no número anterior. 5 — [Revogado].
3 — [...]. 6 — Consideram-se instalações, serviços e equi-
pamentos de exploração turística os que são coloca-
Artigo 54.º dos à disposição dos utentes do empreendimento pela
[...]
respetiva entidade exploradora mediante retribuição
específica.
1 — [...]. 7 — [Anterior n.º 6].
2 — [...]. 8 — [Anterior n.º 7].
3 — [...]. 9 — [Anterior n.º 8].
4 — O título constitutivo é elaborado pelo promotor 10 — [Anterior n.º 9].
da operação urbanística relativa à instalação do empreen-
dimento ou pelo titular da autorização de utilização para Artigo 64.º
fins turísticos.
[...]
5 — [Revogado].
6 — O título constitutivo é registado nos serviços do 1 — As normas do presente capítulo não se aplicam
registo predial previamente à celebração de qualquer aos empreendimentos turísticos em propriedade plural
contrato de transmissão ou contrato-promessa de trans- cujo título constitutivo já se encontre aceite em depósito
missão dos lotes ou frações autónomas, após verificação à data de entrada em vigor do presente decreto-lei, sen-
pelo conservador dos requisitos constantes do artigo do-lhes aplicável o disposto no Decreto-Lei n.º 167/97,
seguinte, e é oficiosamente comunicado ao Turismo de 4 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.os 305/99,
de Portugal, I. P. de 6 de agosto, 55/2002, de 11 de março, e 217/2006,
7 — Deve fazer parte integrante dos contratos-pro- de 31 de outubro, e seus regulamentos.
messa de transmissão, bem como dos contratos de trans- 2 — [...].
missão de propriedade de lotes ou frações autónomas 3 — [...].
que integrem o empreendimento turístico em proprie- 4 — [...].
dade plural, uma cópia simples do título constitutivo 5 — O título constitutivo a que se referem os números
devidamente registado, cópia simples do título referido anteriores deve integrar o regulamento de administração
no n.º 3 do artigo 45.º, bem como a indicação do valor e ser registado na conservatória do registo predial nos
da prestação periódica devida pelo titular daqueles lotes termos do disposto no n.º 6 do artigo 54.º
ou frações autónomas no primeiro ano, nos termos do 6 — A entidade exploradora deve enviar a cada um
título constitutivo, sob pena de nulidade do contrato. dos proprietários uma cópia do título constitutivo devi-
8 — [...]. damente registado na conservatória do registo predial.
7 — [...].
Artigo 55.º
[...] Artigo 67.º
1 — [...]. [...]
2 — Do título constitutivo de um conjunto turístico 1 — [...]:
(resort) constam a identificação da entidade adminis-
tradora do conjunto turístico (resort), a identificação e a) A oferta de serviços de alojamento turístico sem
descrição dos vários empreendimentos turísticos, dos título válido de abertura ou, no caso de estabelecimentos
estabelecimentos ou instalações e equipamentos de de alojamento local, sem a realização de mera comuni-
exploração turística que o integram, por forma a que cação prévia para registo ou com o registo cancelado;
fiquem perfeitamente individualizados, o valor relativo b) O não cumprimento pelo estabelecimento de alo-
de cada um desses elementos componentes do conjunto jamento local dos requisitos mínimos previstos no n.º 2
turístico (resort), expresso em percentagem ou permila- do artigo 3.º ou do disposto no n.º 7 do mesmo artigo;
gem do valor total do empreendimento, o fim a que se c) [...];
destina cada um dos referidos empreendimentos turís- d) [...];
ticos, estabelecimentos e instalações ou equipamentos e) [...];
de exploração turística, bem como as menções a que se f) [...];
referem as alíneas d) a l) do número anterior, com as g) [...];
devidas adaptações. h) A não apresentação ou a apresentação fora do
3 — [...]. prazo da declaração referida no artigo 29.º e a falta de
apresentação do requerimento necessário para proce-
Artigo 56.º der à reconversão da classificação previsto no n.º 2 do
artigo 75.º;
[...]
i) A não afixação ou a afixação fora de prazo, no
1 — [...]. exterior, da placa identificativa do estabelecimento de
2 — [...]. alojamento local, ou da placa identificativa da classifi-
3 — [...]. cação do empreendimento turístico, tal como previsto,
4 — Consideram-se equipamentos comuns e serviços respetivamente, no n.º 7 do artigo 3.º e nos n.os 7 e 8 do
de utilização comum do empreendimento os que são artigo 36.º;
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 487

j) A não comunicação da alteração dos elementos aos empreendimentos reconhecidos como turismo de
constantes do registo no prazo de 10 dias após a sua natureza ou associados a uma marca nacional de áreas
verificação, nos termos do n.º 2 do artigo 40.º; classificadas compete, respetivamente, à ASAE, se estes
k) [Anterior alínea j).] empreendimentos adotarem qualquer das tipologias
l) A adoção de classificação ou de características que previstas nas alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 4.º, e às
o empreendimento não possua na respetiva publicidade, câmaras municipais, se os referidos empreendimentos
documentação comercial e merchandising, tal como adotarem a tipologia prevista na alínea g) do n.º 1 do
previsto no artigo 42.º; artigo 4.º
m) [...];
n) [...]; Artigo 71.º
o) [...];
[...]
p) A violação pela entidade exploradora dos deveres
previstos nas alíneas a) a c), e e) e f) do artigo 46.º; 1 — [...].
q) [Revogada]; 2 — O produto das coimas aplicadas pela ASAE
r) [...]; reverte:
s) [...];
t) O encerramento de um empreendimento turístico a) [...];
em propriedade plural, sem o consentimento da maioria b) 40 % para a ASAE;
dos seus proprietários; c) [Revogada].
u) [...];
v) [...]; Artigo 73.º
x) [...]; [...]
z) [...];
aa) [...]; A ASAE é competente para determinar a interdição
bb) [...]; temporária do funcionamento dos empreendimentos
cc) [...]; turísticos e dos estabelecimentos de alojamento local,
dd) [...]. na sua totalidade ou em parte, quando a falta de cumpri-
mento das disposições legais aplicáveis puser em causa
a segurança dos utilizadores ou a saúde pública, sem
2 — As contraordenações previstas nas alíneas d), e),
prejuízo das competências atribuídas por lei a outras
i), j), m), s), u), v) e dd) do número anterior são punidas
entidades.
com coima de € 25 a € 750, no caso de pessoa singular,
e de € 250 a € 7 500, no caso de pessoa coletiva.
3 — As contraordenações previstas nas alíneas f), g), Artigo 74.º
h), k), l), r), t) e x) do n.º 1 são punidas com coima de [...]
€ 125 a € 3 250, no caso de pessoa singular, e de € 1 250
a € 32 500, no caso de pessoa coletiva. 1 — A tramitação dos procedimentos previstos no
4 — As contraordenações previstas nas alíneas b), presente decreto-lei é realizada informaticamente com
c), n), o), p), z), aa), bb) e cc) do n.º 1 são punidas com recurso ao balcão único eletrónico dos serviços pre-
coima de € 1 000 a € 3 740,98, no caso de pessoa sin- visto nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
gular, e de € 10 000 a € 44 891, 82, no caso de pessoa de 26 de julho, acessível através do Portal da Empresa
coletiva. ou do sítio na Internet do Turismo de Portugal, I. P.,
5 — A contraordenação prevista na alínea a) do n.º 1 e das câmaras municipais, articulado com o sistema
é punida com coima de € 2 500 a € 3 740,98, no caso de informático previsto no artigo 8.º-A do regime jurídico
pessoa singular, e de € 25 000 a € 44 891,82, no caso da urbanização e da edificação, nos termos a definir
de pessoa coletiva. por portaria dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da modernização administrativa, da ad-
ministração local, do ordenamento do território e do
Artigo 69.º
turismo.
Negligência e tentativa 2 — Para o efeito previsto no número anterior, o
1 — A negligência é punível, sendo os limites mí- Turismo de Portugal, I. P., tem acesso permanente a
nimos e máximos das coimas reduzidos para metade. toda a informação relativa a empreendimentos turísticos
2 — A tentativa é punível com a coima aplicável à constante do sistema informático previsto no regime
contraordenação consumada, especialmente atenuada. jurídico da urbanização e da edificação, independente-
mente da sujeição a parecer àquele instituto.
3 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
Artigo 70.º
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
[...] do disposto no n.º 1, pode ser utilizado qualquer outro
1 — [...]: meio legalmente admissível.

a) À ASAE relativamente aos empreendimentos tu- Artigo 75.º


rísticos referidos nas alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 4.º
[...]
e aos estabelecimentos de alojamento local;
b) [...]. 1 — [...].
2 — [...].
2 — A aplicação das coimas e das sanções aces- 3 — A reconversão da classificação prevista no nú-
sórias previstas no presente decreto-lei relativamente mero anterior é atribuída pelo Turismo de Portugal, I. P.,
488 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

após realização de auditoria de classificação, a pedido setembro, passa a designar-se «Empreendimentos turísticos
do interessado, podendo ser dispensados os requisi- e alojamento local».
tos exigidos para a atribuição da classificação, sempre 2 — A secção II do capítulo II do Decreto-Lei n.º 39/2008,
que determinem a realização de obras que se revelem de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de
materialmente impossíveis ou que comprometam a ren- 14 de setembro, passa a designar-se «Requisitos comuns
dibilidade do empreendimento, como tal reconhecidas dos empreendimentos turísticos».
pela entidade competente para a aprovação da classi- 3 — A secção X do capítulo II do Decreto-Lei n.º 39/2008,
ficação ou, no caso de empreendimentos turísticos em de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de
propriedade plural, quando os respetivos títulos cons- 14 de setembro, passa a designar-se «Turismo de natureza».
titutivos estiverem aceites em depósito ou que estejam 4 — A secção IV do capítulo IV do Decreto-Lei n.º 39/2008,
autorizados a comercializar direitos reais de habitação de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de
periódica ou direitos de habitação turística devidamente 14 de setembro, passa a designar-se «Obras isentas de con-
autorizados. trolo prévio».
4 — Caso os empreendimentos referidos no n.º 2 não
possam manter ou obter a classificação como empreen- Artigo 5.º
dimento turístico, nos termos do presente decreto-lei, Norma transitória
são reconvertidos, mediante mera comunicação prévia,
em modalidades de alojamento local. 1 — O presente decreto-lei aplica-se aos processos pen-
5 — As moradias turísticas existentes à data da en- dentes, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 76.º
trada em vigor do presente decreto-lei, licenciadas como do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo
tal ao abrigo de lei anterior a essa data, convertem-se Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, na redação
automaticamente em moradias de alojamento local. dada pelo presente decreto-lei, excetuados os processos
6 — [Revogado]. de contraordenação.
7 — [...]. 2 — Até à entrada em vigor do diploma previsto
8 — [...]. no n.º 3 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7
9 — [...]. de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de
10 — Aos títulos válidos de abertura referidos no 14 de setembro, na redação dada pelo presente decreto-lei,
número anterior aplica-se o disposto no artigo 33.º, com aplica-se ao alojamento local o regime constante do pre-
as necessárias adaptações. sente diploma.
11 — [Anterior n.º 10]. 3 — Sem prejuízo do regime aplicável às obras sujeitas
12 — [Anterior n.º 11]. a controlo prévio, os estabelecimentos de alojamento local
existentes à data da entrada em vigor do presente diploma
Artigo 78.º que pretendam ser classificados como empreendimento
turístico, incluindo nos termos do n.º 7 do artigo 39.º do
[...]
Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo
1 — [Anterior corpo do artigo]. Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, na redação
2 — O produto das coimas cobradas nas Regiões Au- dada pelo presente decreto-lei, devem requerer a respetiva
tónomas no âmbito da aplicação do presente decreto-lei, concessão de autorização de utilização para fins turísticos
na percentagem correspondente ao Estado, constitui nos termos daquele diploma.
receita própria das Regiões Autónomas.» 4 — Os empreendimentos turísticos que à data de en-
trada em vigor do presente decreto-lei tenham obtido
Artigo 3.º a revisão periódica da classificação, nos termos do ar-
tigo 38.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, al-
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março
terado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro,
É aditado ao Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, beneficiam do prazo de cinco anos previsto no artigo 38.º
alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo
o artigo 69.º-A, com a seguinte redação: Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, na redação
dada pelo presente diploma, devendo substituir a res-
«Artigo 69.º-A petiva placa de identificação da classificação no prazo
máximo de 30 dias, sob pena de prática da contraor-
Regime subsidiário
denação referida na alínea i) do n.º 1 do artigo 67.º do
Às contraordenações previstas no presente decreto-lei mesmo diploma.
aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação 5 — Os processos relativos à declaração de interesse
social, constante do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de para o turismo pendentes à data de entrada em vigor do
outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de presente decreto-lei extinguem-se sem necessidade de
17 de outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, qualquer outro formalismo.
de 17 de dezembro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de 6 — No caso em que instrumento de gestão territorial
dezembro.» ou operação de loteamento, válidos à data de entrada em
vigor do presente decreto-lei, o prevejam expressamente,
Artigo 4.º podem ser instalados conjuntos turísticos atravessados por
linhas ferroviárias secundárias.
Alteração sistemática
7 — Podem instalar-se em conjuntos turísticos (resorts),
1 — O capítulo II do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de desde que admitidos pelos instrumentos de gestão territo-
março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de rial ou operação de loteamento, vigente à data de entrada
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 489

em vigor do presente decreto-lei, edifícios autónomos, de ANEXO


carácter unifamiliar, desde que:
(a que se refere o artigo 7.º)
a) A exploração turística dessas unidades de alojamento
seja assegurada pela entidade exploradora de um dos em- Republicação do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março
preendimentos turísticos do conjunto turístico;
b) Sejam cumpridos os requisitos de instalação e de ser-
viços obrigatórios exigidos para as unidades de alojamento CAPÍTULO I
dos aldeamentos turísticos com a categoria equivalente à
do empreendimento turístico que assegura a exploração Disposições gerais
destes edifícios autónomos;
c) As unidades de alojamento integrem o título cons- Artigo 1.º
titutivo do conjunto turístico (resort), ficando sujeitas ao Objeto
pagamento da prestação periódica, fixada de acordo com
o critério determinado no título constitutivo. O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico da
instalação, exploração e funcionamento dos empreendi-
8 — A concessão de autorização de utilização para fins mentos turísticos.
turísticos e a emissão do respetivo alvará aos edifícios
autónomos de carácter unifamiliar depende de prévia con-
cessão de autorização de utilização para fins turísticos a CAPÍTULO II
um dos empreendimentos turísticos do conjunto turístico,
que assegura a sua exploração. Empreendimentos turísticos e alojamento local
9 — Do título constitutivo de um conjunto turístico
(resort) que integre edifícios autónomos de carácter uni- SECÇÃO I
familiar, para além das menções constantes do artigo 55.º
do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelo Noção e tipologias
Decreto-Lei n.º 228/2009, de 14 de setembro, deve ainda
constar a identificação e descrição desses edifícios. Artigo 2.º
Noção de empreendimentos turísticos
Artigo 6.º
1 — Consideram-se empreendimentos turísticos os
Norma revogatória estabelecimentos que se destinam a prestar serviços de
São revogados a alínea h) do n.º 1 do artigo 4.º, os n.os 2, alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu
3, 5 e 7 do artigo 15.º, o n.º 2 do artigo 17.º, os n.os 2 e 8 do funcionamento, de um adequado conjunto de estruturas,
artigo 18.º, os n.os 1 e 3 do artigo 20.º, o n.º 4 do artigo 23.º, equipamentos e serviços complementares.
o artigo 24.º, o n.º 4 do artigo 26.º, o n.º 8 do artigo 30.º, o 2 — Não se consideram empreendimentos turísticos
artigo 31.º, a alínea c) do artigo 32.º, a alínea b) do n.º 1 para efeitos do presente decreto-lei:
do artigo 33.º, o artigo 37.º, o n.º 2 do artigo 38.º, o n.º 4
do artigo 40.º, o n.º 2 do artigo 42.º, o n.º 2 do artigo 44.º, a) As instalações ou os estabelecimentos que, embora
o n.º 5 do artigo 54.º, o n.º 5 do artigo 56.º, o artigo 65.º, a destinados a proporcionar alojamento, sejam explorados
alínea q) do n.º 1 do artigo 67.º, a alínea c) do n.º 2 do ar- sem intuito lucrativo ou para fins exclusivamente de so-
tigo 71.º, e o n.º 6 do artigo 75.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, lidariedade social e cuja frequência seja restrita a grupos
de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 228/2009, de limitados;
14 de setembro. b) As instalações ou os estabelecimentos que, embora
destinados a proporcionar alojamento temporário com fins
Artigo 7.º
lucrativos, não reúnam os requisitos para serem conside-
Republicação rados empreendimentos turísticos.
1 — É republicado, no anexo ao presente decreto-lei,
do qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 39/2008, de 3 — As instalações e os estabelecimentos referidos na
7 de março, com a redação atual. alínea b) do número anterior revestem a natureza de alo-
2 — Para efeitos de republicação onde se lê «portaria jamento local e são regulados por decreto-lei.
conjunta» deve ler-se «portaria».
Artigo 3.º
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 21 de
novembro de 2013. — Pedro Passos Coelho — Maria Noção de alojamento local
Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque — Paula 1 — Consideram-se estabelecimentos de alojamento
Maria von Hafe Teixeira da Cruz — Pedro Alexandre Vi- local as moradias, apartamentos e estabelecimentos de
cente de Araújo Lomba — António de Magalhães Pires de hospedagem que, dispondo de autorização de utilização,
Lima — Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva — Maria prestem serviços de alojamento temporário, mediante
de Assunção Oliveira Cristas Machado da Graça. remuneração, mas não reúnam os requisitos para serem
Promulgado em 14 de janeiro de 2014. considerados empreendimentos turísticos.
2 — Os estabelecimentos de alojamento local devem
Publique-se. respeitar os requisitos mínimos de segurança e higiene de-
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. finidos por portaria dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas do turismo e da administração local.
Referendado em 16 de janeiro de 2014.
3 — Os estabelecimentos de alojamento local que reú-
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. nam os requisitos previstos no presente artigo estão sujeitos
490 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

a registo na câmara municipal territorialmente competente, SECÇÃO II


na sequência de mera comunicação prévia, nos termos da
Requisitos comuns dos empreendimentos turísticos
portaria referida no número anterior.
4 — Apenas os estabelecimentos de alojamento local
Artigo 5.º
que tenham realizado a mera comunicação prévia referida
no número anterior ou que tenham sido reconvertidos auto- Requisitos gerais de instalação
maticamente nos termos dos n.os 5 e 7 do artigo 75.º, e não
1 — A instalação de empreendimentos turísticos que
tenham visto o seu registo cancelado por incumprimento
envolvam a realização de operações urbanísticas conforme
dos demais requisitos aplicáveis, podem ser comerciali-
definidas no regime jurídico da urbanização e da edifica-
zados para fins turísticos.
ção deve cumprir as normas constantes daquele regime,
5 — As câmaras municipais devem facultar ao Turismo
bem como as normas técnicas de construção aplicáveis às
de Portugal, I. P., o acesso informático ao registo do alo-
jamento local. edificações em geral, designadamente em matéria de se-
6 — Quando, por motivos de indisponibilidade das gurança contra incêndio, saúde, higiene, ruído e eficiência
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento energética, sem prejuízo do disposto no presente decreto-lei
do disposto no número anterior, as câmaras municipais e respetiva regulamentação.
devem proceder à comunicação por qualquer outro meio 2 — O local escolhido para a instalação de empreendi-
legalmente admissível, e com uma periodicidade mensal, mentos turísticos deve obrigatoriamente ter em conta as
dos registos efetuados. restrições de localização legalmente definidas, com vista
7 — Os estabelecimentos referidos no presente artigo a acautelar a segurança de pessoas e bens face a possíveis
devem identificar-se como alojamento local, não podendo, riscos naturais e tecnológicos.
em caso algum, utilizar a qualificação turismo e ou turís- 3 — Os empreendimentos turísticos devem possuir uma
tico, nem qualquer sistema de classificação. rede interna de esgotos e respetiva ligação às redes gerais
8 — Em todos os estabelecimentos de alojamento lo- que conduzam as águas residuais a sistemas adequados ao
cal é obrigatória a afixação, no exterior, junto à entrada seu escoamento, nomeadamente através da rede pública, ou
principal, de placa identificativa, cujo modelo é aprovado de um sistema de recolha e tratamento adequado ao volume
na portaria referida no n.º 2, e da qual consta o respetivo e natureza dessas águas, de acordo com a legislação em
número de registo na câmara municipal, no prazo máximo vigor, quando não fizerem parte das águas recebidas pelas
de 10 dias após a atribuição do registo por esta. câmaras municipais.
9 — Nos estabelecimentos de alojamento local podem 4 — Nos locais onde não exista rede pública de abas-
instalar-se estabelecimentos comerciais e de prestação de tecimento de água, os empreendimentos turísticos devem
serviços, incluindo os de restauração e de bebidas, sem pre- estar dotados de um sistema de abastecimento privativo,
juízo do cumprimento dos requisitos específicos previstos com origem devidamente controlada.
na legislação aplicável a estes estabelecimentos. 5 — Para efeitos do disposto no número anterior, a cap-
tação de água deve possuir as adequadas condições de
Artigo 4.º proteção sanitária e o sistema ser dotado dos processos de
tratamentos requeridos para potabilização da água ou para
Tipologias de empreendimentos turísticos manutenção dessa potabilização, de acordo com as normas
1 — Os empreendimentos turísticos podem ser integra- de qualidade da água em vigor, devendo para o efeito ser
dos num dos seguintes tipos: efetuadas análises físico-químicas e ou microbiológicas.
a) Estabelecimentos hoteleiros; Artigo 6.º
b) Aldeamentos turísticos;
c) Apartamentos turísticos; Condições de acessibilidade
d) Conjuntos turísticos (resorts); 1 — As condições de acessibilidade a satisfazer no pro-
e) Empreendimentos de turismo de habitação; jeto e na construção dos empreendimentos turísticos de-
f) Empreendimentos de turismo no espaço rural; vem cumprir as normas técnicas previstas no Decreto-Lei
g) Parques de campismo e de caravanismo; n.º 163/2006, de 8 de agosto.
h) [Revogada]. 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, todos
os empreendimentos turísticos, com exceção dos previstos
2 — Os requisitos específicos da instalação, classifi- na alínea e) e f) do n.º 1 do artigo 4.º, devem dispor de
cação e funcionamento de cada tipo de empreendimento instalações, equipamentos e, pelo menos, de uma unidade
turístico referido no número anterior são definidos: de alojamento, que permitam a sua utilização por utentes
a) Por portaria dos membros do Governo responsáveis com mobilidade condicionada.
pelas áreas do turismo e do ordenamento do território, nos
casos das alíneas a) a d); Artigo 7.º
b) Por portaria dos membros do Governo responsáveis Unidades de alojamento
pelas áreas do turismo, da administração local e da agricul-
tura e do desenvolvimento rural, no caso das alíneas e) a g). 1 — Unidade de alojamento é o espaço delimitado des-
tinado ao uso exclusivo e privativo do utente do empreen-
3 — As tipologias de empreendimentos turísticos iden- dimento turístico.
tificados no n.º 1 podem ser reconhecidas como turismo 2 — As unidades de alojamento podem ser quartos,
de natureza ou associadas a uma marca nacional de áreas suites, apartamentos ou moradias, consoante o tipo de
classificadas, nos termos previstos no artigo 20.º empreendimento turístico.
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 491

3 — Todas as unidades de alojamento devem ser identi- cessão de exploração, e instalados em imóveis classificados
ficadas no exterior da respetiva porta de entrada em local como monumentos nacionais, de interesse público, de
bem visível. interesse regional ou municipal, ou em edifícios que, pela
4 — As portas de entrada das unidades de alojamento sua antiguidade, valor arquitetónico e histórico, sejam
devem possuir um sistema de segurança que apenas permita representativos de uma determinada época.
o acesso ao utente e ao pessoal do estabelecimento.
5 — As unidades de alojamento devem ser insonori- Artigo 12.º
zadas e devem ter janelas ou portadas em comunicação
Condições de instalação
direta com o exterior.
1 — Os estabelecimentos hoteleiros devem dispor, no
Artigo 8.º mínimo, de 10 unidades de alojamento.
Capacidade
2 — Os estabelecimentos hoteleiros podem ocupar a
totalidade ou uma parte independente, constituída por pisos
1 — Para o único efeito da exploração turística, e com completos, de um ou mais edifícios, desde que os edifícios
exceção do disposto no n.º 4, a capacidade dos empreen- em causa constituam, entre eles, um conjunto de espaços
dimentos turísticos é determinada pelo correspondente contíguos, ou desde que, entre eles, exista uma área de
número de camas fixas instaladas nas unidades de alo- utilização comum.
jamento. 3 — Num mesmo edifício podem ser instalados estabe-
2 — Nas unidades de alojamento podem ser instaladas lecimentos hoteleiros de diferentes grupos ou categorias.
camas convertíveis desde que não excedam o número das
camas fixas.
3 — Nas unidades de alojamento podem ser instaladas SECÇÃO IV
camas suplementares amovíveis. Aldeamentos turísticos
4 — A capacidade dos parques de campismo e de ca-
ravanismo é determinada pela área útil destinada a cada Artigo 13.º
utilizador, de acordo com o estabelecido na portaria pre-
vista na alínea b) do n.º 2 do artigo 4.º Noção de aldeamento turístico
1 — São aldeamentos turísticos os empreendimentos
Artigo 9.º turísticos constituídos por um conjunto de instalações fun-
Equipamentos de uso comum cionalmente interdependentes com expressão arquitetónica
coerente, com unidades de alojamento, situadas em espaços
Os requisitos dos equipamentos de uso comum que com continuidade territorial, com vias de circulação in-
integram os empreendimentos turísticos, com exceção terna que permitam o trânsito de veículos de emergência,
dos requisitos de segurança, são definidos por portaria do ainda que atravessadas por estradas municipais e caminhos
membro do Governo responsável pela área do turismo. municipais já existentes, linhas de água e faixas de terreno
afetas a funções de proteção e conservação de recursos
Artigo 10.º naturais, destinados a proporcionar alojamento e serviços
Estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços complementares de apoio a turistas.
2 — Os edifícios que integram os aldeamentos turísticos
Nos empreendimentos turísticos podem instalar-se não podem exceder três pisos, incluindo o rés do chão, sem
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, prejuízo do disposto em instrumentos de gestão territorial
incluindo os de restauração e de bebidas, sem prejuízo aplicáveis ou alvarás de loteamento válidos e eficazes nos
do cumprimento dos requisitos específicos previstos na termos da lei, quando estes estipularem número inferior
legislação aplicável a estes estabelecimentos. de pisos.
3 — Os aldeamentos turísticos devem dispor, no mí-
SECÇÃO III nimo, de 10 unidades de alojamento.
Estabelecimentos hoteleiros
SECÇÃO V
Artigo 11.º Apartamentos turísticos
Noção de estabelecimento hoteleiro
Artigo 14.º
1 — São estabelecimentos hoteleiros os empreendi-
mentos turísticos destinados a proporcionar alojamento Noção de apartamento turístico
temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com 1 — São apartamentos turísticos os empreendimentos
ou sem fornecimento de refeições, e vocacionados a uma turísticos constituídos por um conjunto coerente de uni-
locação diária. dades de alojamento, do tipo apartamento, entendendo-se
2 — Os estabelecimentos hoteleiros podem ser classi- estas como parte de um edifício à qual se acede através de
ficados nos seguintes grupos: espaços comuns, nomeadamente átrio, corredor, galeria ou
a) Hotéis; patamar de escada, que se destinem a proporcionar aloja-
b) Hotéis-apartamentos (aparthotéis), quando a maioria mento e outros serviços complementares de apoio a turistas.
das unidades de alojamento é constituída por apartamentos; 2 — Os apartamentos turísticos podem ocupar a tota-
c) Pousadas, quando explorados diretamente pela ENA- lidade ou parte independente, constituída por pisos com-
TUR — Empresa Nacional de Turismo, S. A., ou por ter- pletos, de um ou mais edifícios, desde que os edifícios
ceiros mediante celebração de contratos de franquia ou de em causa constituam, entre eles, um conjunto de espaços
492 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

contíguos, ou desde que, entre eles, exista uma área de veis antigos particulares que, pelo seu valor arquitetónico,
utilização comum. histórico ou artístico, sejam representativos de uma deter-
3 — Os apartamentos turísticos devem dispor, no mí- minada época, nomeadamente palácios e solares, podendo
nimo, de 10 unidades de alojamento. localizar-se em espaços rurais ou urbanos.
2 — [Revogado].
SECÇÃO VI
Conjuntos turísticos (resorts) SECÇÃO VIII
Empreendimentos de turismo no espaço rural
Artigo 15.º
Noção de conjunto turístico (resort) Artigo 18.º
1 — São conjuntos turísticos (resorts) os empreendi- Noção de empreendimentos no espaço rural
mentos turísticos constituídos por núcleos de instalações 1 — São empreendimentos de turismo no espaço rural
funcionalmente interdependentes, situados em espaços com os estabelecimentos que se destinam a prestar, em espa-
continuidade territorial, ainda que atravessados por estra- ços rurais, serviços de alojamento a turistas, preservando,
das municipais e caminhos municipais já existentes, linhas recuperando e valorizando o património arquitetónico,
de água e faixas de terreno afetas a funções de proteção histórico, natural e paisagístico dos respetivos locais e
e conservação de recursos naturais, destinados a propor- regiões onde se situam, através da reconstrução, reabili-
cionar alojamento e serviços complementares de apoio a tação ou ampliação de construções existentes, de modo a
turistas, sujeitos a uma administração comum de serviços ser assegurada a sua integração na envolvente.
partilhados e de equipamentos de utilização comum, que 2 — [Revogado].
integrem pelo menos dois empreendimentos turísticos de 3 — Os empreendimentos de turismo no espaço rural
um dos tipos previstos no n.º 1 do artigo 4.º, sendo obriga- podem ser classificados nos seguintes grupos:
toriamente um deles um estabelecimento hoteleiro.
2 — [Revogado]. a) Casas de campo;
3 — [Revogado]. b) Agro-turismo;
4 — Sem prejuízo do disposto no artigo 10.º, nos con- c) Hotéis rurais.
juntos turísticos (resorts) só podem instalar-se empreendi-
mentos turísticos, ainda que de diferentes categorias. 4 — São casas de campo os imóveis situados em aldeias
5 — [Revogado]. e espaços rurais que se integrem, pela sua traça, materiais
6 — Quando instalados em conjuntos turísticos (re- de construção e demais características, na arquitetura tí-
sorts), os aldeamentos turísticos consideram-se sempre pica local.
situados em espaços com continuidade territorial. 5 — Quando as casas de campo se situem em aldeias e
7 — [Revogado]. sejam exploradas de uma forma integrada, por uma única
entidade, são consideradas como turismo de aldeia.
Artigo 16.º 6 — São empreendimentos de agroturismo os imóveis
Requisitos mínimos dos conjuntos turísticos (resorts)
situados em explorações agrícolas que permitam aos hós-
pedes o acompanhamento e conhecimento da atividade
Os conjuntos turísticos (resorts) devem possuir, no mí- agrícola, ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos,
nimo, e para além dos requisitos gerais de instalação, as de acordo com as regras estabelecidas pelo seu respon-
seguintes infraestruturas e equipamentos: sável.
a) Vias de circulação internas que permitam o trânsito 7 — São hotéis rurais os empreendimentos turísticos
de veículos de emergência; que cumpram os requisitos de classificação aplicáveis aos
b) Vias de circulação internas com uma largura mínima estabelecimentos hoteleiros, bem como o disposto no n.º 1,
de 3 m ou 5 m, conforme sejam de sentido único ou duplo, podendo instalar-se ainda em edifícios novos, construídos
quando seja permitido o trânsito de veículos automóveis, de raiz, incluindo não contíguos.
salvo quando admitidos limites mínimos inferiores em 8 — [Revogado].
plano municipal de ordenamento do território aplicável; 9 — Às obras em empreendimentos referidos no n.º 1
c) Áreas de estacionamento de uso comum; aplica-se o princípio da garantia do existente constante do
d) Espaços e áreas verdes exteriores envolventes para artigo 60.º do regime jurídico da urbanização e da edifica-
uso comum; ção e do artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de
e) Portaria; outubro, alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto,
f) Piscina de utilização comum; que estabelece o regime jurídico da reabilitação urbana
g) Equipamentos de desporto e lazer. em áreas de reabilitação urbana.

SECÇÃO VII SECÇÃO IX

Empreendimentos de turismo de habitação Parques de campismo e de caravanismo

Artigo 17.º Artigo 19.º


Noção de empreendimentos de turismo de habitação Noção de parques de campismo e de caravanismo
1 — São empreendimentos de turismo de habitação os 1 — São parques de campismo e de caravanismo os
estabelecimentos de natureza familiar instalados em imó- empreendimentos instalados em terrenos devidamente
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 493

delimitados e dotados de estruturas destinadas a permitir a c) Fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação
instalação de tendas, reboques, caravanas ou autocaravanas dos empreendimentos turísticos referidos nas alíneas a) a
e demais material e equipamento necessários à prática do d) do n.º 1 do artigo 4.º e dos hotéis rurais.
campismo e do caravanismo.
2 — Os parques de campismo e de caravanismo podem 3 — Ao parecer referido na alínea b) do número anterior
ser públicos ou privativos, consoante se destinem ao pú- aplica-se o disposto no artigo 26.º, com as necessárias
blico em geral ou apenas aos associados ou beneficiários adaptações.
das respetivas entidades proprietárias ou exploradoras. 4 — Para efeitos da instalação de empreendimentos tu-
3 — Os parques de campismo e de caravanismo podem rísticos, os contratos que tenham por objeto a elaboração de
destinar-se exclusivamente à instalação de um dos tipos de um projeto de plano, sua alteração ou revisão, previsto no
equipamento referidos no n.º 1, adotando a correspondente artigo 6.º-A do regime jurídico dos instrumentos de gestão
designação. territorial, podem ser celebrados também com o Turismo
4 — Nos parques de campismo e de caravanismo podem de Portugal, I. P., e com as demais entidades públicas re-
existir instalações de caráter complementar destinadas presentativas de interesses a ponderar no procedimento
a alojamento desde que não ultrapassem 25 % da área relativo ao futuro plano.
total do parque destinada aos campistas, nos termos a
Artigo 22.º
regulamentar na portaria prevista na alínea b) do n.º 2 do
artigo 4.º Competências dos órgãos municipais

SECÇÃO X 1 — No âmbito da instalação dos empreendimentos


turísticos, compete aos órgãos municipais exercer as com-
Turismo de natureza petências atribuídas pelo regime jurídico da urbanização
e da edificação com as especificidades constantes do pre-
Artigo 20.º sente decreto-lei.
Turismo de natureza 2 — Compete ainda à câmara municipal exercer as se-
guintes competências especialmente previstas no presente
1 — [Revogado]. decreto-lei:
2 — Os empreendimentos turísticos que se destinem a
prestar serviço de alojamento a turistas em áreas classi- a) Fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação
dos empreendimentos de turismo de habitação;
ficadas ou noutras áreas com valores naturais, dispondo
b) Fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação
para o seu funcionamento de um adequado conjunto de
dos empreendimentos de turismo no espaço rural, com
instalações, estruturas e equipamentos e serviços com- exceção dos hotéis rurais;
plementares relacionados com a animação ambiental, a c) Fixar a capacidade máxima e atribuir a classificação
visitação de áreas naturais, o desporto de natureza e a inter- dos parques de campismo e de caravanismo;
pretação ambiental, podem ser reconhecidos como turismo d) Efetuar e manter o registo do alojamento local dis-
de natureza ou associados a uma marca nacional de áreas ponível ao público.
classificadas, pelo Instituto de Conservação da Natureza
e das Florestas, I. P., de acordo com os critérios definidos
por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas CAPÍTULO IV
áreas da conservação da natureza e do turismo. Instalação dos empreendimentos turísticos
3 — [Revogado].
SECÇÃO I
CAPÍTULO III
Disposições gerais
Competências
Artigo 23.º
Artigo 21.º Regime aplicável
Competências do Turismo de Portugal, I. P.
1 — O procedimento respeitante à instalação dos empreen-
1 — Compete ao Turismo de Portugal, I. P., exercer dimentos turísticos segue o regime previsto no presente
as competências especialmente previstas no presente de- decreto-lei e está submetido ao regime jurídico da urbani-
creto-lei relativamente aos empreendimentos turísticos zação e da edificação, com as especificidades constantes
referidos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 4.º e na do presente regime e respetiva regulamentação, sempre
alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º que envolva a realização das operações urbanísticas ali
2 — Compete ainda ao Turismo de Portugal, I. P., no previstas.
âmbito das suas atribuições: 2 — Nos casos em que nos termos do regime jurídico
da urbanização e da edificação a forma do procedimento
a) Intervir, nos termos da lei, na elaboração dos instru- de controlo prévio da edificação de empreendimentos tu-
mentos de gestão territorial; rísticos seja a comunicação prévia, pode o promotor optar
b) Emitir parecer sobre as operações de loteamento que pelo procedimento de licenciamento.
contemplem a instalação de empreendimentos turísticos, 3 — O pedido de informação prévia, o pedido de li-
limitado à área destes, exceto quando tais operações se cenciamento e a apresentação da comunicação prévia de
localizem em zona abrangida por plano de pormenor em operações urbanísticas relativas à instalação dos empreen-
que tenha tido intervenção; dimentos turísticos devem ser instruídos nos termos do
494 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

regime jurídico da urbanização e da edificação, e respetiva SECÇÃO III


regulamentação, e ainda com os elementos constantes
Licenciamento ou comunicação prévia
de portaria dos membros do Governo responsáveis pelas de operações urbanísticas
áreas do turismo e do ordenamento do território, devendo
o interessado indicar a classificação pretendida para o
empreendimento turístico em determinado tipo e, quando Artigo 26.º
aplicável, o grupo e categoria. Parecer do Turismo de Portugal, I. P.
4 — [Revogado].
5 — A câmara municipal pode contratualizar com o 1 — O Turismo de Portugal, I. P., emite parecer, nos
Turismo de Portugal, I. P., o acompanhamento do pro- termos dos artigos 13.º e 13.º-B do regime jurídico da
cedimento de instalação dos empreendimentos turísticos urbanização e da edificação, relativamente:
referidos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 4.º e na a) Ao pedido de informação prévia, pedido de licencia-
alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, para efeitos de dinamiza- mento e à apresentação da comunicação prévia de opera-
ção do procedimento, designadamente para promoção de ções de loteamento de empreendimentos turísticos;
reuniões de concertação entre as entidades consultadas ou b) Ao pedido de informação prévia, pedido de licencia-
entre estas, a câmara municipal e o requerente. mento e à admissão da comunicação prévia para a realiza-
6 — Nos casos em que decorra em simultâneo a ava- ção de obras de edificação referentes aos empreendimentos
liação ambiental de instrumento de gestão territorial e a turísticos previstos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 4.º
avaliação de impacte ambiental de projetos de empreendi- e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º
mentos turísticos enquadrados de forma detalhada naquele
instrumento, pode realizar-se uma única consulta pública,
2 — O parecer referido no número anterior destina-se
sem prejuízo de exercício das competências próprias das
entidades intervenientes. a verificar o cumprimento das normas estabelecidas no
7 — Para os projetos relativos a empreendimentos tu- presente decreto-lei e respetiva regulamentação, designa-
rísticos que sejam submetidos a procedimento de ava- damente a adequação do empreendimento turístico previsto
liação de impacte ambiental e que se localizem, total ou ao uso e tipologia pretendidos e implica, quando aplicável,
parcialmente, em áreas incluídas na Reserva Ecológica a apreciação do projeto de arquitetura do empreendimento
Nacional, estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 166/2008, de turístico, e a decisão relativa ao pedido de dispensa de re-
22 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 239/2012, quisitos a que se referem os n.os 2 a 4 do artigo 39.º, formu-
de 1 de novembro e 96/2013, de 19 de julho, a pronúncia lado com os pedidos de informação prévia e licenciamento
da comissão de coordenação e desenvolvimento regional ou com a apresentação da comunicação prévia.
competente no âmbito daquela avaliação compreende, 3 — Quando desfavorável, o parecer do Turismo de
também, a sua pronúncia nos termos previstos na legis- Portugal, I. P., é vinculativo e deve indicar e justificar as
lação aplicável. alterações a introduzir no projeto de arquitetura.
8 — Quando os projetos relativos a empreendimentos 4 — [Revogado].
turísticos sejam submetidos a procedimento de análise de 5 — Juntamente com o parecer, são fixadas, em fase de
incidências ambientais e se localizem, total ou parcial- projeto, a capacidade máxima do empreendimento e a res-
mente, em áreas incluídas na Reserva Ecológica Nacional, petiva classificação de acordo com o projeto apresentado,
a pronúncia da comissão de coordenação e desenvolvi- a confirmar nos termos previstos no artigo 36.º
mento regional competente compreende também a pronún-
cia nos termos do regime jurídico da Reserva Ecológica Artigo 27.º
Nacional, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 166/2008, de
22 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 239/2012, Alvará de licença ou admissão da comunicação prévia
de 1 de novembro, e 96/2013, de 19 de julho. No caso dos parques de campismo e de caravanismo e
dos empreendimentos de turismo de habitação e de turismo
Artigo 24.º no espaço rural, com exceção dos hotéis rurais, a câmara
Estabelecimentos comerciais e de restauração e bebidas municipal, juntamente com a emissão do alvará de licença
ou a admissão expressa da comunicação prévia para a rea-
[Revogado]. lização de obras de edificação, fixa a capacidade máxima e
atribui a classificação de acordo com o projeto apresentado,
SECÇÃO II a confirmar nos termos previstos no artigo 36.º
Informação prévia
Artigo 28.º
Artigo 25.º Instalação de conjuntos turísticos (resorts)
Pedido de informação prévia Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 25.º, a
1 — Qualquer interessado pode requerer à câmara mu- entidade promotora do empreendimento pode optar por
nicipal informação prévia sobre a possibilidade de instalar submeter conjuntamente a licenciamento ou comunicação
um empreendimento turístico e quais as respetivas condi- prévia as operações urbanísticas referentes à instalação
cionantes urbanísticas. da totalidade dos componentes de um conjunto turístico
2 — O pedido de informação prévia relativo à possi- (resort), ou, alternativamente, submeter tais operações
bilidade de instalação de um conjunto turístico (resort) a licenciamento ou comunicação prévia separadamente,
abrange a totalidade dos empreendimentos, estabeleci- relativamente a cada um dos componentes ou a distintas
mentos e equipamentos que o integram. fases de instalação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 495

SECÇÃO IV prévio pelo requerente da respetiva taxa, seja a autorização


Obras isentas de controlo prévio
expressa ou tácita.
7 — Os conjuntos turísticos (resorts) dispõem de um
Artigo 29.º único alvará de autorização de utilização para fins turísticos
quando se tenha optado por submeter conjuntamente a li-
Processo cenciamento ou comunicação prévia as operações urbanís-
As obras realizadas nos empreendimentos turísticos refe- ticas referentes à instalação da totalidade dos componentes
ridos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 4.º, e na alínea c) de um conjunto turístico.
do n.º 3 do artigo 18.º que, nos termos do regime jurídico 8 — [Revogado].
da urbanização e da edificação, estejam isentas de controlo 9 — Fora do caso previsto no n.º 7, cada empreendi-
prévio, são declaradas ao Turismo de Portugal, I. P., para os mento turístico, estabelecimento e equipamento integrados
efeitos previstos no artigo 38.º, acompanhadas das respeti- em conjuntos turísticos (resorts) devem dispor de alvará
vas peças desenhadas, caso existam, mediante formulário de autorização de utilização próprio, de natureza turística
a disponibilizar na página na Internet daquela entidade, no ou para outro fim a que se destinem.
prazo de 30 dias após a sua conclusão, desde que: 10 — A instalação dos empreendimentos turísticos pode
ser autorizada por fases, aplicando-se a cada uma delas o
a) Tenham por efeito a alteração da classificação ou da
disposto na presente secção.
capacidade máxima do empreendimento;
b) Sejam suscetíveis de prejudicar os requisitos míni-
mos exigidos para a classificação do empreendimento, Artigo 31.º
nos termos do presente decreto-lei e da respetiva regula- Comunicação de abertura em caso de ausência de autorização
mentação. de utilização para fins turísticos
[Revogado].
SECÇÃO V
Autorização ou comunicação de utilização
Artigo 32.º
para fins turísticos Título de abertura

Artigo 30.º Constitui título válido de abertura do empreendimento


qualquer dos seguintes documentos:
Autorização de utilização para fins turísticos
e emissão de alvará a) Alvará de autorização de utilização para fins turísticos
do empreendimento;
1 — Antes de iniciada a utilização do empreendimento
b) Comprovativo de regular submissão do requerimento
turístico, e caso tenha havido lugar a obra, uma vez esta
terminada, o interessado requer a concessão de autori- de concessão de autorização de utilização para fins turísti-
zação de utilização para fins turísticos, nos termos do cos, acompanhado do comprovativo do pagamento da taxa
artigo 62.º e seguintes do regime jurídico da urbanização devida, esgotado o prazo fixado no n.º 3 do artigo 30.º, sem
e da edificação, com as especificidades previstas na pre- que tenha sido proferida decisão expressa;
sente secção. c) [Revogada].
2 — O pedido de concessão de autorização de utilização
para fins turísticos, instruído nos termos do regime jurídico Artigo 33.º
da urbanização e da edificação e respetiva regulamentação, Caducidade da autorização de utilização para fins turísticos
deve ser submetido à câmara municipal territorialmente
competente, devendo a autarquia dele dar conhecimento 1 — A autorização de utilização para fins turísticos
ao Turismo de Portugal, I. P., através dos meios previstos caduca:
no artigo 74.º a) Se o empreendimento não iniciar o seu funciona-
3 — O prazo para decisão sobre a concessão de au- mento no prazo de um ano a contar da data da emissão do
torização de utilização para fins turísticos e emissão do alvará de autorização de utilização para fins turísticos ou
respetivo alvará é de 20 dias a contar da data de apresen- do termo do prazo para a sua emissão;
tação do requerimento, salvo quando haja lugar à vistoria
b) [Revogada];
prevista no artigo 65.º do regime jurídico da urbanização
e da edificação, em que o prazo é de 10 dias após a reali- c) Quando seja dada ao empreendimento uma utilização
zação da vistoria. diferente da prevista no respetivo alvará;
4 — O alvará de autorização de utilização para fins tu- d) Quando, por qualquer motivo, o empreendimento
rísticos, quando exista, deve conter os elementos referidos não puder ser classificado ou manter a classificação de
no n.º 5 do artigo 77.º do regime jurídico da urbanização empreendimento turístico.
e da edificação e ainda referência expressa à capacidade
máxima e à classificação, determinadas nos termos do 2 — Caducada a autorização de utilização para fins
n.º 5 do artigo 26.º, do artigo 27.º, a confirmar nos termos turísticos, o respetivo título válido de abertura é cassado e
previstos no artigo 36.º apreendido pela câmara municipal, por iniciativa própria,
5 — Do alvará referido no número anterior é dado co- no caso dos parques de campismo e de caravanismo, dos
nhecimento ao Turismo de Portugal, I. P., através dos meios empreendimentos de turismo de habitação e dos empreen-
previstos no artigo 74.º dimentos de turismo no espaço rural, com exceção dos
6 — A autorização de utilização para fins turísticos, hotéis rurais, ou a pedido do Turismo de Portugal, I. P., nos
única para a totalidade do empreendimento, sem prejuízo restantes casos, sendo o facto comunicado à Autoridade de
do disposto nos números seguintes, depende do pagamento Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
496 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

3 — A caducidade da autorização determina o encerra- mara municipal, consoante os casos, ou ainda por entidade
mento do empreendimento, após notificação da respetiva acreditada para o efeito, nos termos a definir por portaria
entidade exploradora. do membro do Governo responsável pela área do turismo.
4 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, 4 — Nos casos em que as auditorias não se realizem
podem ser adotadas as medidas de tutela de legalidade na data marcada, por motivos que sejam imputáveis ao
urbanística que se mostrem fundadamente adequadas, nos interessado, uma nova auditoria fica sujeita ao pagamento
termos do disposto no regime jurídico da urbanização e de taxa, nos termos definidos em portaria dos membros
da edificação. do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do
turismo.
5 — Após a realização da auditoria, o Turismo de
CAPÍTULO V Portugal, I. P., ou o presidente da câmara municipal, con-
Classificação soante os casos, fixa a classificação do empreendimento
turístico.
Artigo 34.º 6 — No caso dos parques de campismo e de carava-
nismo, dos empreendimentos de turismo de habitação e dos
Noção e natureza empreendimentos de turismo no espaço rural, com exceção
A classificação destina-se a atribuir, confirmar ou alterar dos hotéis rurais, a classificação é fixada juntamente com a
a tipologia e a categoria dos empreendimentos turísticos e autorização de utilização para fins turísticos quando tenha
tem natureza obrigatória. sido realizada vistoria nos termos do artigo 65.º do regime
jurídico da urbanização e da edificação, caso em que não
Artigo 35.º há lugar a auditoria de classificação.
7 — Em todos os empreendimentos turísticos é obriga-
Categorias tória a afixação no exterior, junto à entrada principal, da
1 — Sem prejuízo do disposto n.º 7 do artigo 39.º, os placa identificativa da respetiva classificação, no prazo
empreendimentos turísticos referidos nas alíneas a) a c) máximo de 10 dias após a notificação ao interessado da
do n.º 1 do artigo 4.º, e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, classificação atribuída, nos termos do presente artigo.
classificam-se nas categorias de uma a cinco estrelas, 8 — Os modelos da placa identificativa da classifica-
atendendo à qualidade do serviço e das instalações, de ção são aprovados por portaria do membro do Governo
acordo com os requisitos a definir pela portaria prevista responsável pela área do turismo.
na alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º
2 — Tais requisitos devem incidir sobre: Artigo 37.º
a) Características das instalações e equipamentos; Taxa
b) Serviço de receção e portaria; [Revogado].
c) Serviço de limpeza e lavandaria;
d) Serviço de alimentação e bebidas; Artigo 38.º
e) Serviços complementares.
Revisão da classificação
3 — A portaria a que se refere o n.º 1 distingue entre 1 — A classificação dos empreendimentos turísticos
os requisitos mínimos e os requisitos opcionais, cujo so- deve ser oficiosamente revista de cinco em cinco anos.
matório permite alcançar a pontuação necessária para a 2 — [Revogado].
obtenção de determinada categoria. 3 — A revisão da classificação prevista no n.º 1 é pre-
cedida de uma auditoria de classificação efetuada pelo
Artigo 36.º Turismo de Portugal, I. P., pela câmara municipal, ou por
Processo de classificação
entidade acreditada, consoante os casos.
4 — A auditoria de classificação referida no número
1 — O Turismo de Portugal, I. P., no caso dos empreen- anterior, realizada pelo Turismo de Portugal, I. P., está
dimentos turísticos referidos nas alíneas a) a d) do n.º 1 isenta de qualquer taxa.
do artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, ou o 5 — A classificação pode, ainda, ser revista a todo o
presidente da câmara municipal, no caso dos parques de tempo, oficiosamente ou a pedido do interessado.
campismo e de caravanismo, dos empreendimentos de 6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
turismo de habitação e dos empreendimentos de turismo Turismo de Portugal, I. P., deve proceder à revisão da
no espaço rural, determina a realização de uma auditoria classificação sempre que receba a declaração prevista no
de classificação do empreendimento turístico no prazo de artigo 29.º
60 dias a contar da data da disponibilização da informação 7 — Pela realização de auditorias de revisão de classi-
relativa ao título válido de abertura do empreendimento, no ficação efetuadas pelo Turismo de Portugal, I. P., a pedido
balcão previsto no artigo 74.º ou da data do conhecimento, do interessado, nos termos do n.º 5, é devida uma taxa, nos
por qualquer outra forma, da existência daquele título. termos a fixar por portaria dos membros do Governo res-
2 — Até à disponibilização do balcão referido no ar- ponsáveis pelas áreas das finanças e do turismo, destinada
tigo 74.º deve o interessado comunicar ao Turismo de exclusivamente a suportar as despesas inerentes.
Portugal, I. P., a existência de título válido de abertura 8 — Pode ser cobrada uma taxa pela realização de audi-
do empreendimento no prazo de 10 dias após a sua ob- torias de classificação efetuadas pelas câmaras municipais,
tenção. a afixar em regulamento aprovado pelo órgão deliberativo
3 — A auditoria de classificação é realizada pelo Tu- do respetivo município, nos termos do regime geral das
rismo de Portugal, I. P., com isenção de taxa, ou pela câ- autarquias locais, aprovado pela Lei n.º 53-E/2006, de
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 497

29 de dezembro, alterada pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de turísticos referidos nas alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 4.º
dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 117/2009, de 29 de de- e alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º, sempre que verificado
zembro. o cumprimento dos critérios específicos para esse efeito
9 — Do resultado das auditorias de classificação referi- previstos na portaria referida na alínea a) do n.º 2 do ar-
das no número anterior é dado conhecimento ao Turismo tigo 4.º
de Portugal, I. P., no prazo de 10 dias, através dos meios 8 — O cumprimento dos critérios específicos referidos
previstos no artigo 74.º no número anterior é verificado em sede de auditoria de
classificação a que se refere o artigo 36.º
Artigo 39.º
Dispensa de requisitos CAPÍTULO VI
1 — A dispensa de requisitos pode ser concedida, em Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos
alternativa:
a) Pelo Turismo de Portugal, I. P., no caso dos em- Artigo 40.º
preendimentos turísticos referidos nas alíneas a) a d) do Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos
n.º 1 do artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º ou
pela câmara municipal, nos demais casos, nos termos dos 1 — O Turismo de Portugal, I. P., disponibiliza no seu
n.os 2 a 6; sítio na Internet o Registo Nacional dos Empreendimentos
b) Pelo Turismo de Portugal, I. P., verificado o cum- Turísticos (RNET), constituído pela relação atualizada dos
primento dos critérios específicos para esse efeito, nos empreendimentos turísticos com título de abertura válido,
termos dos n.os 7 e 8. da qual consta o nome, a classificação, a capacidade, a
localização do empreendimento, as respetivas coordenadas
2 — Os requisitos exigidos para a atribuição de classifi- geográficas, a morada e os períodos de funcionamento, bem
cação podem ser dispensados, oficiosamente ou a requeri- como a identificação da respetiva entidade exploradora.
mento, quando a sua estrita observância for suscetível de: 2 — Quaisquer factos que constituam alteração ao nome,
à morada, aos períodos de funcionamento e à identificação
a) Afetar as características arquitetónicas ou estruturais da entidade exploradora dos empreendimentos turísticos
dos edifícios que estejam classificados a nível nacional, devem ser comunicados por esta entidade ao Turismo de
regional ou local ou que possuam valor histórico, arqui- Portugal, I. P., no prazo de 10 dias sobre a sua verificação,
tetónico, artístico ou cultural;
mediante registo efetuado diretamente no RNET.
b) Prejudicar ou impedir a classificação de projetos
3 — A caducidade da autorização de utilização para fins
inovadores e valorizantes da oferta turística.
turísticos nos termos do artigo 33.º determina o cancela-
mento da inscrição do empreendimento turístico no RNET.
3 — No caso dos conjuntos turísticos (resorts), podem
4 — [Revogado].
ser dispensados alguns dos requisitos exigidos para a atri-
buição de classificação para as instalações e equipamentos,
quando o conjunto turístico (resort) integrar um ou mais CAPÍTULO VII
empreendimentos que disponham de tais instalações e
equipamentos ou que o próprio conjunto turístico disponha Exploração e funcionamento
dos mesmos e desde que possam servir ou ser utilizados
pelos utentes de todos os empreendimentos integrados no Artigo 41.º
conjunto. Nomes
4 — A dispensa de requisitos requerida com a apresenta-
ção da comunicação prévia de obra é concedida tacitamente 1 — Os nomes dos empreendimentos turísticos não
sempre que não haja lugar a rejeição da mesma, pela câ- podem sugerir uma tipologia, grupo, categoria ou carac-
mara municipal, nem a decisão expressa especificamente terísticas que os mesmos não possuam.
relativa à dispensa de requisitos no prazo legal de reação 2 — As denominações simples ou compostas que uti-
à comunicação prévia previsto no artigo 36.º do regime lizem o termo «hotel» só podem ser utilizadas pelos em-
jurídico da urbanização e edificação, proferida pela câmara preendimentos turísticos previstos na alínea a) do n.º 1 do
municipal ou pelo Turismo de Portugal, I. P., neste caso no artigo 4.º e na alínea c) do n.º 3 do artigo 18.º
âmbito do parecer a que se refere o artigo 26.º 3 — Os empreendimentos turísticos que disponham
5 — A dispensa de requisitos requerida à câmara muni- das infraestruturas e equipamentos exigidos no artigo 16.º
cipal com o pedido de concessão de autorização de utili- para os conjuntos turísticos (resorts) podem, para fins co-
zação para fins turísticos é concedida tacitamente sempre merciais, usar conjuntamente com o nome a expressão
que não seja proferida decisão expressa especificamente resort.
relativa à dispensa de requisitos, nos prazos referidos no
n.º 3 do artigo 30.º Artigo 42.º
6 — Excetuados os pedidos de dispensa referidos no Publicidade
n.º 2 do artigo 26.º no âmbito da instalação dos empreen-
dimentos turísticos, as dispensas de requisitos requeridas 1 — A publicidade, documentação comercial e mer-
ao Turismo de Portugal, I. P., são tacitamente deferidas chandising dos empreendimentos turísticos devem indicar
caso este não determine a realização de auditoria de clas- o respetivo nome ou logótipo, não podendo sugerir uma
sificação no prazo referido no n.º 1 do artigo 36.º tipologia, grupo, categoria ou características que o empreen-
7 — Os requisitos exigidos para a atribuição da catego- dimento não possua.
ria são ainda dispensados, no caso dos empreendimentos 2 — [Revogado].
498 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

Artigo 43.º gatórios da categoria do empreendimento, os quais estão


Oferta de alojamento turístico
abrangidos pela prestação periódica prevista no artigo 56.º
6 — As unidades de alojamento previstas no n.º 3 não
1 — Com exceção do alojamento local, apenas os em- podem ser exploradas diretamente pelos seus proprietá-
preendimentos turísticos previstos no presente decreto-lei rios, nem podem ser objeto de contratos que comprometam
podem prestar serviços de alojamento turístico. o uso turístico das mesmas, designadamente, contratos
2 — Presume-se existir prestação de serviços de aloja- de arrendamento ou constituição de direitos de uso e ha-
mento turístico quando um imóvel ou fração deste esteja bitação.
mobilado e equipado e sejam oferecidos ao público em
geral, além de dormida, serviços de limpeza e receção, Artigo 46.º
por períodos inferiores a 30 dias.
Deveres da entidade exploradora
Artigo 44.º São deveres da entidade exploradora:
Exploração dos empreendimentos turísticos a) Publicitar os preços de tabela dos serviços de alo-
1 — Cada empreendimento turístico deve ser explorado jamento oferecidos, mantê-los sempre à disposição dos
por uma única entidade, responsável pelo seu integral utentes e, relativamente aos demais serviços, disponibilizar
funcionamento e nível de serviço e pelo cumprimento das aos utentes os respetivos preços;
disposições legais e regulamentares aplicáveis. b) Informar os utentes sobre as condições de prestação
2 — [Revogado]. dos serviços e preços, previamente à respetiva contratação;
3 — Nos conjuntos turísticos (resorts), os empre- c) Manter em bom estado de funcionamento todas as
endimentos turísticos que o integram podem ser ex- instalações e equipamentos do empreendimento, incluindo
plorados por diferentes entidades, que respondem di- as unidades de alojamento, efetuando as obras de conser-
retamente pelo cumprimento das disposições legais e vação ou de melhoramento necessárias, tendo em vista
regulamentares. o cumprimento dos requisitos gerais de instalação, bem
4 — Nos conjuntos turísticos (resorts), o funcionamento como os requisitos obrigatórios comuns exigidos para a
das instalações e equipamentos e os serviços de utilização respetiva classificação em matéria de segurança, higiene
comum obrigatórios, nos termos da classificação atribuída e de saúde pública, sem prejuízo do disposto no título
e do título constitutivo, são da responsabilidade da entidade constitutivo de empreendimentos em propriedade plural
administradora do conjunto turístico (resort). quanto à responsabilização pela realização de obras em
5 — Caso o empreendimento turístico integre esta- unidades de alojamento;
belecimentos comerciais ou de prestação de serviços, d) Garantir que o empreendimento turístico mantém
incluindo os estabelecimentos de restauração ou de be- as condições e requisitos necessários que lhe permitiram
bidas, as respetivas entidades exploradoras respondem obter a classificação que possui;
diretamente pelo cumprimento das disposições legais e e) Facilitar às autoridades competentes o acesso ao em-
regulamentares. preendimento e o exame de documentos, livros e registos
diretamente relacionadas com a atividade turística;
Artigo 45.º f) Cumprir as normas legais, regulamentares e contra-
tuais relativas à exploração e administração do empreen-
Exploração turística das unidades de alojamento dimento turístico.
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 49.º, as uni-
dades de alojamento estão permanentemente em regime Artigo 47.º
de exploração turística, devendo a entidade exploradora Responsabilidade operacional
assumir a exploração continuada da totalidade das mesmas,
ainda que ocupadas pelos respetivos proprietários. 1 — Em todos os empreendimentos turísticos deve
2 — A entidade exploradora deve assegurar que as uni- haver um responsável, nomeado pela entidade explora-
dades de alojamento permanecem a todo o tempo mobi- dora, a quem cabe zelar pelo seu funcionamento e nível
ladas e equipadas em plenas condições de serem locadas de serviço.
para alojamento a turistas e que nelas são prestados os 2 — O responsável operacional dos empreendimentos
serviços obrigatórios da categoria atribuída ao empreen- turísticos de cinco, quatro e três estrelas designa-se por
dimento turístico. diretor de hotel.
3 — Quando a propriedade e a exploração turística não
pertençam à mesma entidade ou quando o empreendimento Artigo 48.º
se encontre em regime de propriedade plural, a entidade Acesso aos empreendimentos turísticos
exploradora deve obter de todos os proprietários um título
1 — É livre o acesso aos empreendimentos turísticos,
jurídico que a habilite à exploração da totalidade das uni-
salvo o disposto nos números seguintes.
dades de alojamento.
2 — A entidade exploradora ou o responsável pelo em-
4 — O título referido no número anterior deve prever os
preendimento turístico podem recusar o acesso ao mesmo,
termos da exploração turística das unidades de alojamento,
a quem perturbe o seu funcionamento normal.
a participação dos proprietários nos resultados da explo-
3 — O disposto no n.º 1 não prejudica, desde que de-
ração da unidade de alojamento, bem como as condições
vidamente publicitadas:
da utilização desta pelo respetivo proprietário.
5 — Os proprietários das unidades de alojamento, a) A possibilidade de afetação total ou parcial dos em-
quando ocupam as mesmas, usufruem dos serviços obri- preendimentos turísticos à utilização exclusiva por asso-
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 499

ciados ou beneficiários das entidades proprietárias ou da 2 — As unidades de alojamento dos empreendimentos


entidade exploradora; turísticos podem constituir-se como frações autónomas
b) A reserva temporária de parte ou da totalidade do nos termos da lei geral.
empreendimento turístico.
Artigo 53.º
4 — A entidade exploradora dos empreendimentos tu-
Regime aplicável
rísticos pode reservar para os utentes neles alojados e
seus acompanhantes o acesso e a utilização dos serviços, Às relações entre os proprietários dos empreendimentos
equipamentos e instalações do empreendimento. turísticos em propriedade plural é aplicável o disposto
5 — As normas de funcionamento e de acesso ao em- no presente decreto-lei e, subsidiariamente, o regime da
preendimento devem ser devidamente publicitadas pela propriedade horizontal.
entidade exploradora.
Artigo 54.º
Artigo 49.º
Título constitutivo
Período de funcionamento
1 — Os empreendimentos turísticos em propriedade
1 — Sem prejuízo de disposição legal ou contratual, plural regem-se por um título constitutivo elaborado e
nomeadamente no tocante à atribuição de utilidade turís- aprovado nos termos do presente decreto-lei.
tica ou de financiamentos públicos, os empreendimentos 2 — O título constitutivo a que se refere o número an-
turísticos podem estabelecer livremente os seus períodos
terior não pode conter disposições incompatíveis com o
de funcionamento.
estabelecido em alvará de loteamento ou título constitutivo
2 — Os empreendimentos turísticos em propriedade
da propriedade horizontal respeitantes aos imóveis que
plural podem encerrar por decisão da maioria dos seus
proprietários. integram o empreendimento turístico.
3 — O período de funcionamento dos empreendimen- 3 — O título constitutivo de empreendimento turístico
tos turísticos deve ser devidamente publicitado e afixado que se encontre instalado em edifício ou edifícios implan-
em local visível ao público do exterior, exceto quando o tados num único lote consubstancia o título constitutivo da
empreendimento esteja aberto todos os dias do ano. propriedade horizontal do empreendimento, quando esta
não tenha sido previamente constituída, desde que conste
Artigo 50.º de escritura pública, de documento particular autenticado
por entidade habilitada a fazê-lo nos termos da lei ou de
Sinais normalizados
outro título de constituição da propriedade horizontal, e
Nas informações de caráter geral relativas aos empreen- abranja todas as frações do edifício ou edifícios onde está
dimentos turísticos e aos serviços que neles são oferecidos instalado o empreendimento turístico, independentemente
devem ser usados os sinais normalizados constantes de do uso a que sejam afetas.
tabela a aprovar por portaria do membro do Governo res- 4 — O título constitutivo é elaborado pelo promotor
ponsável pela área do turismo. da operação urbanística relativa à instalação do empreen-
dimento ou pelo titular da autorização de utilização para
Artigo 51.º fins turísticos.
Livro de reclamações 5 — [Revogado].
6 — O título constitutivo é registado nos serviços do
1 — Os empreendimentos turísticos devem dispor de registo predial previamente à celebração de qualquer con-
livro de reclamações, nos termos e condições estabelecidos trato de transmissão ou contrato-promessa de transmissão
na legislação aplicável. dos lotes ou frações autónomas, após verificação pelo
2 — O original da folha de reclamação deve ser enviado
conservador dos requisitos constantes do artigo seguinte, e
à ASAE, entidade competente para fiscalizar e instruir
é oficiosamente comunicado ao Turismo de Portugal, I. P.
os processos de contraordenação previstos na legislação
referida no número anterior. 7 — Deve fazer parte integrante dos contratos-promessa
3 — A ASAE deve facultar ao Turismo de Portugal, I. P., de transmissão, bem como dos contratos de transmissão de
o acesso às reclamações dos empreendimentos turísticos, propriedade de lotes ou frações autónomas que integrem
nos termos de protocolo a celebrar entre os dois organismos. o empreendimento turístico em propriedade plural, uma
cópia simples do título constitutivo devidamente registado,
cópia simples do título referido no n.º 3 do artigo 45.º,
CAPÍTULO VIII bem como a indicação do valor da prestação periódica
Propriedade plural em empreendimentos devida pelo titular daqueles lotes ou frações autónomas no
turísticos primeiro ano, nos termos do título constitutivo, sob pena
de nulidade do contrato.
Artigo 52.º 8 — O adquirente do direito sobre lote ou de fração
autónoma em empreendimento turístico com base no qual
Noção
tenha sido conferido à entidade exploradora do empreen-
1 — Consideram-se empreendimentos turísticos em dimento o título referido no n.º 3 do artigo 45.º sucede
propriedade plural aqueles que compreendem lotes e ou nos direitos e obrigações do transmitente daquele direito
frações autónomas de um ou mais edifícios. perante a entidade exploradora.
500 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

Artigo 55.º prestação periódica fixada de acordo com o critério deter-


Menções do título constitutivo
minado no título constitutivo.
2 — A prestação periódica destina-se a fazer face às
1 — O título constitutivo deve conter obrigatoriamente despesas de manutenção, conservação e funcionamento do
as seguintes menções: empreendimento, incluindo as das unidades de alojamento,
das instalações e equipamentos comuns e dos serviços de
a) A identificação da entidade exploradora do empreen- utilização comuns do empreendimento, bem como a re-
dimento; munerar a prestação dos serviços de receção permanente,
b) A identificação e descrição física e registral das vá- de segurança e de limpeza das unidades de alojamento e
rias frações autónomas ou lotes, por forma a que fiquem das partes comuns do empreendimento.
perfeitamente individualizadas; 3 — Além do disposto no número anterior, a prestação
c) O valor relativo de cada fração autónoma ou lote periódica destina-se a remunerar os serviços do revisor
expresso em percentagem ou permilagem do valor total oficial de contas e a entidade administradora do empreen-
do empreendimento; dimento, podendo suportar outras despesas desde que pre-
d) O fim a que se destina cada uma das frações autó- vistas no título constitutivo.
nomas ou lotes; 4 — Consideram-se equipamentos comuns e serviços de
e) A identificação e descrição das instalações e equipa- utilização comum do empreendimento os que são exigidos
mentos do empreendimento; para a respetiva categoria, ou os que venham a ser definidos
f) A identificação dos serviços de utilização comum; na portaria prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º
g) A identificação das infraestruturas urbanísticas que 5 — [Revogado].
servem o empreendimento, o regime de titularidade das 6 — Consideram-se instalações, serviços e equipamen-
mesmas e a referência ao contrato de urbanização estabe- tos de exploração turística os que são colocados à disposi-
lecido com a câmara municipal, quando exista; ção dos utentes do empreendimento pela respetiva entidade
h) A menção das diversas fases de construção do em- exploradora mediante retribuição específica.
preendimento, quando for o caso; 7 — Nos conjuntos turísticos (resorts), cada um dos
i) O critério de fixação e atualização da prestação perió- empreendimentos turísticos, estabelecimentos ou instala-
dica devida pelos proprietários e a percentagem desta que ções e equipamentos de exploração turística que integram
se destina a remunerar a entidade responsável pela admi- o empreendimento contribuem para os encargos comuns do
nistração do empreendimento, bem como a enumeração conjunto turístico (resort) na proporção do respetivo valor
dos encargos cobertos por tal prestação periódica; relativo fixado no título constitutivo do empreendimento,
j) Os deveres dos proprietários, designadamente os re- nos termos previstos no n.º 2 do artigo 55.º
lacionados com o tempo, o lugar e a forma de pagamento 8 — Os créditos relativos a prestações periódicas, bem
da prestação periódica; como aos respetivos juros moratórios, gozam do privilégio
l) Os deveres da entidade responsável pela administra- creditório imobiliário sobre a respetiva fração, graduado
ção do empreendimento, nomeadamente em matéria de após os mencionados nos artigos 746.º e 748.º do Código
conservação do empreendimento; Civil e aos demais previstos em legislação especial.
m) Os meios de resolução dos conflitos de interesses. 9 — Uma percentagem não inferior a 4 % da prestação
periódica deve ser afeta à constituição de um fundo de
2 — Do título constitutivo de um conjunto turístico (re- reserva destinado exclusivamente à realização de obras de
sort) constam a identificação da entidade administradora do reparação e conservação das instalações e equipamentos de
conjunto turístico (resort), a identificação e descrição dos uso comum e de outras despesas expressamente previstas
vários empreendimentos turísticos, dos estabelecimentos no título constitutivo.
ou instalações e equipamentos de exploração turística que 10 — Independentemente do critério de fixação da
o integram, por forma a que fiquem perfeitamente indivi- prestação periódica estabelecido no título constitutivo,
dualizados, o valor relativo de cada um desses elementos aquela pode ser alterada por proposta do revisor oficial de
componentes do conjunto turístico (resort), expresso em contas inserida no respetivo parecer, sempre que se revele
percentagem ou permilagem do valor total do empreen- excessiva ou insuficiente relativamente aos encargos a
dimento, o fim a que se destina cada um dos referidos que se destina e desde que a alteração seja aprovada em
empreendimentos turísticos, estabelecimentos e instala- assembleia convocada para o efeito.
ções ou equipamentos de exploração turística, bem como
as menções a que se referem as alíneas d) a l) do número Artigo 57.º
anterior, com as devidas adaptações. Deveres do proprietário
3 — Do título constitutivo deve fazer também parte
integrante um regulamento de administração do empreendi- 1 — Os proprietários de lotes ou frações autónomas
mento, o qual deve reger, designadamente, a conservação, em empreendimentos turísticos em propriedade plural
a fruição e o funcionamento das unidades de alojamento, não podem:
das instalações e equipamentos de utilização comum e dos a) Dar-lhes utilização diversa da prevista no título cons-
serviços de utilização comum. titutivo;
b) Alterar a sua volumetria ou a configuração arquite-
Artigo 56.º tónica exterior;
Prestação periódica
c) Praticar quaisquer atos ou realizar obras, incluindo
pinturas, que afetem a continuidade ou unidade urbanística,
1 — O proprietário de um lote ou fração autónoma de ou paisagística, do empreendimento, ou que prejudiquem o
um empreendimento turístico em propriedade plural deve funcionamento ou utilização de instalações e equipamentos
pagar à entidade administradora do empreendimento a de utilização comum;
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 501

d) Praticar quaisquer atos ou realizar obras que afetem o empreendimento, podendo ser alterado por portaria do
a tipologia ou categoria do empreendimento; membro do Governo responsável pela área do turismo.
e) Impedir a realização de obras de manutenção ou 3 — A caução só pode ser acionada por deliberação da
conservação da respetiva unidade de alojamento, por parte assembleia geral de proprietários.
da entidade exploradora. 4 — A caução deve ser constituída antes da celebração
dos contratos de transmissão da propriedade dos lotes ou
2 — A realização de obras pelos proprietários de lotes ou das frações autónomas que integrem o empreendimento,
frações autónomas, mesmo quando realizadas no interior sob pena de nulidade dos mesmos.
destes, carece de autorização prévia da entidade adminis-
tradora do empreendimento, sob pena de esta poder repor Artigo 60.º
a situação a expensas do respetivo proprietário. Prestação de contas
3 — A entidade exploradora do empreendimento deve
ter acesso às unidades de alojamento do empreendimento, 1 — A entidade administradora do empreendimento
a fim de proceder à respetiva exploração turística, prestar deve organizar anualmente as contas respeitantes à utili-
os serviços de utilização comum e outros previstos no zação das prestações periódicas e submetê-las à apreciação
título constitutivo, proceder às vistorias convenientes para de um revisor oficial de contas.
efeitos de conservação ou de executar obras de conservação 2 — O relatório de gestão e as contas a que se refere o
ou reposição. número anterior são enviados a cada proprietário, junta-
4 — Os créditos resultantes da realização de obras de- mente com a convocatória da assembleia geral ordinária,
acompanhados do parecer do revisor oficial de contas.
correntes do disposto no presente decreto-lei ou no título
3 — Os proprietários têm o direito de consultar os ele-
constitutivo, por parte da entidade exploradora do em-
mentos justificativos das contas e do relatório de gestão a
preendimento, bem como os respetivos juros moratórios, apresentar na assembleia geral.
gozam do privilégio creditório imobiliário sobre o respe- 4 — A entidade administradora deve ainda facultar aos
tivo lote ou fração, graduado após os mencionados nos proprietários, na assembleia geral destinada a aprovar o
artigos 746.º e 748.º do Código Civil e os previstos em relatório de gestão e as contas respeitantes à utilização das
legislação especial. prestações periódicas, a análise das contas de exploração,
bem como dos respetivos elementos justificativos.
Artigo 58.º
Administração Artigo 61.º
1 — A administração dos empreendimentos turísticos Programa de administração
em propriedade plural incumbe à entidade exploradora, 1 — A entidade administradora dos empreendimentos
salvo quando esta seja destituída das suas funções, nos turísticos em propriedade plural deve elaborar um pro-
termos do artigo 62.º grama de administração e de conservação do empreendi-
2 — A administração dos conjuntos turísticos (resorts) mento para cada ano.
incumbe a uma entidade administradora única, designada 2 — O programa deve ser enviado a cada proprietário
no título constitutivo do conjunto turístico (resort). juntamente com a convocatória da assembleia geral or-
3 — A entidade administradora do empreendimento dinária em que se procede à respetiva aprovação para o
exerce as funções que cabem ao administrador do condo- ano seguinte.
mínio, nos termos do regime da propriedade horizontal, e é
responsável pela administração global do empreendimento, Artigo 62.º
incumbindo-lhe, nomeadamente, assegurar o funciona-
Destituição da entidade administradora
mento e a conservação das instalações e equipamentos
de utilização comum e dos serviços de utilização comum 1 — Se a entidade administradora do empreendimento
previstos no título constitutivo, bem como a manutenção não cumprir as obrigações previstas no presente decreto-lei,
e conservação dos espaços verdes de utilização coletiva, a assembleia geral de proprietários pode destituí-la das
das infra-estruturas viárias e das demais instalações e equi- suas funções de administração.
pamentos de utilização coletiva integrantes do empreen- 2 — A destituição só é eficaz se, no mesmo ato, for
dimento, quando tenham natureza privada. nomeada uma nova entidade administradora e se a mesma
vier a prestar a caução prevista no artigo 59.º no prazo de
Artigo 59.º 15 dias.
Caução de boa administração e conservação Artigo 63.º
1 — Nos empreendimentos em propriedade plural, a Assembleia geral de proprietários
entidade administradora do empreendimento deve prestar
caução de boa administração e conservação a favor dos 1 — A assembleia geral de proprietários integra todos
proprietários das frações autónomas ou lotes, através de os proprietários dos lotes ou frações que constituem o
depósito bancário, seguro ou garantia bancária, emitida por empreendimento.
uma entidade seguradora ou financeira da União Europeia, 2 — Compete à assembleia geral:
devendo o respetivo título ser depositado no Turismo de a) Eleger o presidente de entre os seus membros;
Portugal, I. P. b) Aprovar o relatório de gestão e as contas respeitantes
2 — O montante da caução corresponde ao valor anual à utilização das prestações periódicas;
do conjunto das prestações periódicas devidas pelos pro- c) Aprovar o programa de administração e conservação
prietários das frações autónomas ou lotes que integrem do empreendimento;
502 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

d) Aprovar, sob proposta do revisor oficial de contas, 7 — Às alterações aos títulos constitutivos dos empreen-
a alteração da prestação periódica, nos casos previstos no dimentos existentes são aplicáveis as normas do presente
n.º 9 do artigo 56.º; capítulo.
e) Acionar a caução de boa administração;
f) Destituir a entidade administradora do empreendi-
mento, nos casos previstos no artigo 62.º; CAPÍTULO IX
g) Deliberar sobre qualquer outro assunto que lhe seja
Declaração de interesse para o turismo
submetido pela entidade administradora do empreendi-
mento.
Artigo 65.º
3 — A assembleia geral é convocada pela entidade res- Declaração de interesse para o turismo
ponsável pela administração do empreendimento.
4 — A assembleia geral deve ser convocada por carta [Revogado].
registada, enviada pelo menos 30 dias de calendário antes
da data prevista para a reunião, no 1.º trimestre de cada ano. CAPÍTULO X
5 — A assembleia geral pode ser convocada pelo res-
petivo presidente sob proposta de proprietários que repre- Fiscalização e sanções
sentem 10 % dos votos correspondentes ao valor total do
empreendimento. Artigo 66.º
6 — São aplicáveis à assembleia geral as regras sobre
Competência de fiscalização e instrução de processos
quórum deliberativo previstas no regime da propriedade
horizontal. Sem prejuízo das competências das câmaras municipais
7 — As deliberações são tomadas por maioria simples previstas no regime jurídico da urbanização e edificação,
dos votos dos proprietários presentes ou representados, compete à ASAE fiscalizar o cumprimento do disposto
salvo: no presente decreto-lei, bem como instruir os respetivos
a) Quando esteja em causa acionar a caução de boa processos, exceto no que se refere a matéria de publicidade
administração ou destituir a entidade administradora do cuja competência pertence à Direção-Geral do Consumidor.
empreendimento, caso em que a deliberação deve ser to-
mada pela maioria dos votos correspondentes ao valor total Artigo 67.º
do empreendimento; Contraordenações
b) Nos outros casos previstos no regime da propriedade
horizontal. 1 — Constituem contraordenações:

Artigo 64.º a) A oferta de serviços de alojamento turístico sem tí-


tulo válido de abertura ou, no caso de estabelecimentos de
Títulos constitutivos de empreendimentos existentes alojamento local, sem a realização de mera comunicação
1 — As normas do presente capítulo não se aplicam aos prévia para registo ou com o registo cancelado;
empreendimentos turísticos em propriedade plural cujo b) O não cumprimento pelo estabelecimento de aloja-
título constitutivo já se encontre aceite em depósito à data mento local dos requisitos mínimos previstos no n.º 2 do
de entrada em vigor do presente decreto-lei, sendo-lhes artigo 3.º ou do disposto no n.º 7 do mesmo artigo;
aplicável o disposto no Decreto-Lei n.º 167/97, de 4 de c) O não cumprimento dos requisitos gerais de instala-
julho, alterado pelos Decretos-Leis n.os 305/99, de 6 de ção previstos no artigo 5.º;
agosto, 55/2002, de 11 de março, e 217/2006, de 31 de d) O não cumprimento das condições de identificação,
outubro, e seus regulamentos. segurança no acesso, insonorização e comunicação com o
2 — As entidades exploradoras de empreendimentos exterior previstas nos n.os 3, 4 e 5 do artigo 7.º;
turísticos em propriedade plural que se encontram em e) O desrespeito pelo número máximo de camas conver-
funcionamento à data da entrada em vigor do presente tíveis que podem ser instaladas nas unidades de alojamento
decreto-lei, mas que não disponham de título constitutivo, dos empreendimentos turísticos, tal como previsto no n.º 2
devem proceder à respetiva elaboração e promoção da do artigo 8.º;
respetiva aprovação em assembleia geral de proprietários f) O desrespeito da capacidade máxima dos empreen-
até 31 de dezembro de 2010. dimentos turísticos, nos termos previstos nos n.os 1 e 4 do
3 — A assembleia de proprietários é convocada nos artigo 8.º;
termos do artigo anterior, devendo a convocatória ser g) O desrespeito pela área máxima prevista para insta-
acompanhada dos documentos a aprovar.
4 — A assembleia geral pode deliberar desde que este- lações de caráter complementar destinadas a alojamento,
jam presentes proprietários que representem um quarto do tal como estabelecido no n.º 4 do artigo 19.º;
valor total do empreendimento, sendo as deliberações to- h) A não apresentação ou a apresentação fora do prazo da
madas por maioria dos votos dos proprietários presentes. declaração referida no artigo 29.º e a falta de apresentação
5 — O título constitutivo a que se referem os números do requerimento necessário para proceder à reconversão
anteriores deve integrar o regulamento de administração e da classificação previsto no n.º 2 do artigo 75.º;
ser registado na conservatória do registo predial nos termos i) A não afixação ou a afixação fora de prazo, no exterior,
do disposto no n.º 6 do artigo 54.º da placa identificativa do estabelecimento de alojamento
6 — A entidade exploradora deve enviar a cada um dos local, ou da placa identificativa da classificação do empre-
proprietários uma cópia do título constitutivo devidamente endimento turístico, tal como previsto, respetivamente, no
registado na conservatória do registo predial. n.º 7 do artigo 3.º e nos n.os 7 e 8 do artigo 36.º;
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 503

j) A não comunicação da alteração dos elementos cons- 2 — As contraordenações previstas nas alíneas d), e),
tantes do registo no prazo de 10 dias após a sua verificação, i), j), m), s), u), v) e dd) do número anterior são punidas
nos termos do n.º 2 do artigo 40.º; com coima de € 25 a € 750, no caso de pessoa singular, e
k) A violação do disposto no artigo 41.º, em matéria de de € 250 a € 7 500, no caso de pessoa coletiva.
identificação dos empreendimentos turísticos; 3 — As contraordenações previstas nas alíneas f), g),
l) A adoção de classificação ou de características que h), k), l), r), t) e x) do n.º 1 são punidas com coima de
o empreendimento não possua na respetiva publicidade, € 125 a € 3 250, no caso de pessoa singular, e de € 1 250
documentação comercial e merchandising, tal como pre- a € 32 500, no caso de pessoa coletiva.
visto no artigo 42.º; 4 — As contraordenações previstas nas alíneas b), c),
m) O desrespeito pela regra da unidade da exploração n), o), p), z), aa), bb) e cc) do n.º 1 são punidas com coima
prevista no n.º 1 do artigo 44.º; de € 1 000 a € 3 740,98, no caso de pessoa singular, e de
n) O desrespeito pelo regime de exploração turística em € 10 000 a € 44 891,82, no caso de pessoa coletiva.
permanência e de exploração continuada das unidades de 5 — A contraordenação prevista na alínea a) do n.º 1
alojamento do empreendimento turístico, tal como pre- é punida com coima de € 2 500 a € 3 740,98, no caso de
visto nos n.os 1 e 2 do artigo 45.º, e a falta de celebração pessoa singular, e de € 25 000 a € 44 891,82, no caso de
pessoa coletiva.
de contrato de exploração com os proprietários ou a falta
de previsão no referido contrato dos termos da exploração
Artigo 68.º
turística das unidades de alojamento, da participação dos
proprietários nos resultados da exploração das unidades Sanções acessórias
de alojamento e das condições da utilização destas pelos 1 — Em função da gravidade e da reiteração das con-
respetivos proprietários, tal como previsto nos n.os 3 e 4 traordenações previstas no artigo anterior, bem como da
do artigo 45.º; culpa do agente, podem ser aplicadas as seguintes sanções
o) A exploração das unidades de alojamento pelos respe- acessórias:
tivos proprietários ou a celebração de contratos que com-
prometam o uso turístico das mesmas, tal como previsto a) Apreensão do material através do qual se praticou
no n.º 6 do artigo 45.º; a infração;
p) A violação pela entidade exploradora dos deveres b) Suspensão, por um período até dois anos, do exercí-
previstos nas alíneas a) a c) e e) e f) do artigo 46.º; cio da atividade diretamente relacionada com a infração
q) [Revogada]; praticada;
r) A proibição de livre acesso aos empreendimentos c) Encerramento, pelo prazo máximo de dois anos, do
turísticos nos casos não previstos nos n.os 2, 3 e 4 do ar- empreendimento ou das instalações onde estejam a ser
prestados serviços de alojamento turístico sem título válido.
tigo 48.º;
s) A falta de publicitação das regras de funcionamento
2 — Quando for aplicada a sanção acessória de encerra-
e acesso aos empreendimentos turísticos; mento, o alvará, quando exista, é cassado e apreendido pela
t) O encerramento de um empreendimento turístico em câmara municipal, oficiosamente ou a pedido do Turismo
propriedade plural, sem consentimento da maioria dos de Portugal, I. P., ou da ASAE.
seus proprietários;
u) A falta de publicitação do período de funcionamento Artigo 69.º
dos empreendimentos turísticos;
v) A não utilização de sinais normalizados, nos termos Negligência e tentativa
previstos no artigo 50.º; 1 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos
x) O desrespeito pelos proprietários de lotes ou frações e máximos das coimas reduzidos para metade.
autónomas em empreendimentos turísticos do disposto nos 2 — A tentativa é punível com a coima aplicável à con-
n.os 1 e 3 do artigo 57.º; traordenação consumada, especialmente atenuada.
z) A falta de prestação de caução de boa administração
e conservação pela entidade administradora do empreen- Artigo 69.º-A
dimento, no termos previstos no n.º 1 do artigo 59.º;
Regime subsidiário
aa) O não cumprimento dos deveres de prestação de
contas previstos no artigo 60.º; Às contraordenações previstas no presente decreto-lei
bb) O não cumprimento dos deveres relativos à elabo- aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação social,
ração e disponibilização aos proprietários de um programa constante do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro,
de administração e de conservação do empreendimento alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de outubro,
turístico em propriedade plural para cada ano, nos termos 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro,
previstos no artigo 61.º; e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro.
cc) A falta de elaboração e promoção da respetiva
aprovação em assembleia geral de proprietários de título Artigo 70.º
constitutivo para os empreendimentos turísticos em pro- Competência sancionatória
priedade plural já existentes, nos termos previstos no n.º 2
do artigo 64.º; 1 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
dd) A falta de remessa a cada um dos proprietários de previstas no presente decreto-lei compete:
uma cópia do título constitutivo para os empreendimentos a) À ASAE relativamente aos empreendimentos turís-
turísticos em propriedade plural, nos termos previstos no ticos referidos nas alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 4.º e
n.º 6 do artigo 64.º aos estabelecimentos de alojamento local;
504 Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014

b) Às câmaras municipais, relativamente aos empreendi- banização e da edificação, independentemente da sujeição


mentos turísticos referidos na alínea g) do n.º 1 do artigo 4.º a parecer àquele instituto.
e aos estabelecimentos de alojamento local. 3 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
2 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias disposto no n.º 1, pode ser utilizado qualquer outro meio
previstas no presente decreto-lei relativamente aos empreen- legalmente admissível.
dimentos reconhecidos como turismo de natureza ou asso-
ciados a uma marca nacional de áreas classificadas com-
pete, respetivamente, à ASAE, se estes empreendimentos CAPÍTULO XI
adotarem qualquer das tipologias previstas nas alíneas a) Disposições finais e transitórias
a f) do n.º 1 do artigo 4.º, e às câmaras municipais, se os
referidos empreendimentos adotarem a tipologia prevista Artigo 75.º
na alínea g) do n.º 1 do artigo 4.º
Empreendimentos turísticos, empreendimentos de turismo
Artigo 71.º no espaço rural, casas de natureza
e estabelecimentos de hospedagem existentes
Produto das coimas
1 — O presente decreto-lei aplica-se aos empreendimen-
1 — O produto das coimas aplicadas pelas câmaras tos turísticos existentes à data da sua entrada em vigor, sem
municipais constitui receita dos respetivos municípios. prejuízo do disposto nos números seguintes.
2 — O produto das coimas aplicadas pela ASAE reverte: 2 — Os empreendimentos turísticos, os empreendi-
a) 60 % para o Estado; mentos de turismo no espaço rural e as casas de natureza
b) 40 % para a ASAE. existentes devem reconverter-se nas tipologias e catego-
c) [Revogada]. rias estabelecidas no presente decreto-lei e nos diplomas
complementares emitidos ao abrigo do mesmo até 31 de
Artigo 72.º dezembro de 2010.
3 — A reconversão da classificação prevista no número
Embargo e demolição
anterior é atribuída pelo Turismo de Portugal, I. P., após
Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a realização de auditoria de classificação, a pedido do inte-
outras entidades, compete ao presidente da câmara mu- ressado, podendo ser dispensados os requisitos exigidos
nicipal embargar e ordenar a demolição de obras realiza- para a atribuição da classificação, sempre que determinem
das em violação do disposto no presente decreto-lei, por a realização de obras que se revelem materialmente impos-
sua iniciativa ou mediante comunicação do Turismo de síveis ou que comprometam a rendibilidade do empreen-
Portugal, I. P., ou da ASAE. dimento, como tal reconhecidas pela entidade competente
para a aprovação da classificação ou, no caso de empreen-
Artigo 73.º dimentos turísticos em propriedade plural, quando os res-
Interdição de utilização petivos títulos constitutivos estiverem aceites em depósito
ou que estejam autorizados a comercializar direitos reais
A ASAE é competente para determinar a interdição de habitação periódica ou direitos de habitação turística
temporária do funcionamento dos empreendimentos turís- devidamente autorizados.
ticos e dos estabelecimentos de alojamento local, na sua 4 — Caso os empreendimentos referidos no n.º 2 não
totalidade ou em parte, quando a falta de cumprimento das possam manter ou obter a classificação como empreendi-
disposições legais aplicáveis puser em causa a segurança mento turístico, nos termos do presente decreto-lei, são
dos utilizadores ou a saúde pública, sem prejuízo das com- reconvertidos, mediante mera comunicação prévia, em
petências atribuídas por lei a outras entidades. modalidades de alojamento local.
5 — As moradias turísticas existentes à data da entrada
Artigo 74.º
em vigor do presente decreto-lei, licenciadas como tal ao
Sistema informático abrigo de lei anterior a essa data, convertem-se automati-
1 — A tramitação dos procedimentos previstos no camente em moradias de alojamento local.
presente decreto-lei é realizada informaticamente com 6 — [Revogado].
recurso ao balcão único eletrónico dos serviços previsto 7 — Os estabelecimentos de hospedagem licenciados
nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de pelas câmaras municipais ao abrigo dos respetivos regu-
julho, acessível através do Portal da Empresa ou do sítio lamentos convertem-se automaticamente em estabeleci-
na Internet do Turismo de Portugal, I. P., e das câmaras mentos de alojamento local.
municipais, articulado com o sistema informático previsto 8 — O Turismo de Portugal, I. P., deve inscrever no
no artigo 8.º-A do regime jurídico da urbanização e da RNET os empreendimentos turísticos reconvertidos nos
edificação, nos termos a definir por portaria dos membros termos do n.º 2.
do Governo responsáveis pelas áreas da modernização 9 — Os títulos válidos de abertura dos empreendimen-
administrativa, da administração local, do ordenamento tos turísticos, dos empreendimentos de turismo no espaço
do território e do turismo. rural e das casas de natureza existentes à data de entrada
2 — Para o efeito previsto no número anterior, o Tu- em vigor do presente decreto-lei mantêm-se válidos, só
rismo de Portugal, I. P., tem acesso permanente a toda a sendo substituídos pelo alvará de autorização de utilização
informação relativa a empreendimentos turísticos constante para fins turísticos na sequência de obras de ampliação,
do sistema informático previsto no regime jurídico da ur- reconstrução ou alteração.
Diário da República, 1.ª série — N.º 16 — 23 de janeiro de 2014 505

10 — Aos títulos válidos de abertura referidos no nú- f) O Decreto Regulamentar n.º 22/98, de 21 de setembro,
mero anterior aplica-se o disposto no artigo 33.º, com as com as alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar
necessárias adaptações. n.º 1/2002, de 3 de janeiro;
11 — No caso dos empreendimentos turísticos converti- g) O Decreto Regulamentar n.º 20/99, de 13 de setem-
dos em estabelecimentos de alojamento local, os títulos de bro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regula-
abertura existentes à data da entrada em vigor do presente mentar n.º 22/2002, de 2 de abril;
decreto-lei mantêm-se válidos, só sendo substituídos por al- h) O Decreto Regulamentar n.º 2/99, de 17 de fevereiro;
vará de autorização de utilização para fins habitacionais na i) O Decreto Regulamentar n.º 13/2002, de 12 de março,
sequência de obras de ampliação, reconstrução ou alteração, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar
ou em qualquer outro momento, a pedido do interessado. n.º 5/2007, de 14 de fevereiro;
12 — Os empreendimentos turísticos em propriedade j) A Portaria n.º 1063/97, de 21 de outubro;
plural existentes à data da entrada em vigor do presente l) A Portaria n.º 1068/97, de 23 de outubro;
decreto-lei mantêm o regime de exploração turística pre- m) A Portaria n.º 1071/97, de 23 de outubro;
visto na legislação vigente aquando do respetivo licen- n) A Portaria n.º 930/98, de 24 de outubro;
ciamento, salvo se, por decisão unânime de todos os seus o) A Portaria n.º 1229/2001, de 25 de outubro.
proprietários, se optar pelo regime de exploração turística
previsto no presente decreto-lei.
Artigo 78.º
Artigo 76.º Regiões Autónomas
Processos pendentes 1 — O regime previsto no presente decreto-lei é aplicá-
1 — Os processos pendentes regem-se pelas disposições vel às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem
constantes no presente decreto-lei, salvo o disposto no prejuízo das adaptações decorrentes da estrutura própria
número seguinte. da administração regional autónoma.
2 — As entidades promotoras ou exploradoras dos 2 — O produto das coimas cobradas nas Regiões Autó-
empreendimentos turísticos em propriedade plural cujos nomas no âmbito da aplicação do presente decreto-lei, na
processos se encontram pendentes à data da entrada em percentagem correspondente ao Estado, constitui receita
vigor do presente decreto-lei podem optar por aplicar o própria das Regiões Autónomas.
regime constante dos capítulos VII e VIII do presente
decreto-lei ou o regime de exploração aplicável à data do Artigo 79.º
início do procedimento. Entrada em vigor
3 — Para os efeitos previstos no n.º 2 do presente artigo,
consideram-se pendentes os processos relativos a operações O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após a
de loteamento, pedidos de informação prévia e pedidos data da sua publicação.
de licenciamento de operações urbanísticas e pedidos de
classificação definitiva que tenham por objeto a instalação
de empreendimentos turísticos, de empreendimentos de MINISTÉRIO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO
turismo no espaço rural e de casas de natureza.
E SEGURANÇA SOCIAL
Artigo 77.º
Portaria n.º 15/2014
Norma revogatória
de 23 de janeiro
1 — É revogado o Decreto-Lei n.º 167/97, de 4 de julho,
com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 55/2002, Para a realização dos seus fins estatutários a Santa Casa
de 11 de março, e pelo Decreto-Lei n.º 217/2006, de 31 de da Misericórdia de Lisboa, através do seu Departamento de
outubro, bem como o Decreto-Lei n.º 54/2002, de 11 de Jogos, assegura a exploração dos jogos sociais do Estado
março. referidos no artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 56/2006, de 15
2 — Com a entrada em vigor das portarias previstas no de março, em regime de exclusivo e para todo o territó-
presente decreto-lei são revogados: rio nacional, nos termos das disposições conjugadas da
a) O Decreto-Lei n.º 192/82, de 19 de maio; alínea s) do n.º 3 do artigo 4.º e do n.º 1 do artigo 27.º dos
b) O Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de fevereiro, com as respetivos Estatutos, aprovados pelo artigo 1.º do Decreto-
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 56/2002, de -Lei n.º 235/2008, de 3 de dezembro.
11 de março, com exceção das disposições referentes à Nesse âmbito, as normas gerais de funcionamento e de
animação ambiental constantes dos n.os 2 e 3 do artigo 2.º participação nas diversas modalidades de lotarias, de apos-
e dos artigos 8.º, 9.º e 12.º; tas mútuas e demais jogos sociais do Estado organizados
c) O Decreto Regulamentar n.º 33/97, de 25 de setem- e explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
bro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regula- encontram-se consagradas nos respetivos Regulamentos,
mentar n.º 14/2002, de 12 de março; prevendo estes diferentes formas quanto ao modo de pa-
d) O Decreto Regulamentar n.º 34/97, de 25 de setembro, gamento dos prémios.
com as alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar Com a presente Portaria pretende-se uniformizar o mo-
n.º 14/99, de 14 de agosto, e pelo Decreto Regulamentar delo de pagamento de prémios para todos os jogos sociais
n.º 6/2000, de 27 de abril; do Estado, tendo em vista assegurar uma maior comodi-
e) O Decreto Regulamentar n.º 36/97, de 25 de setem- dade no seu recebimento por parte dos jogadores e reforçar
bro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regula- a segurança das transações processadas através dos meios
mentar n.º 16/99, de 18 de agosto; tecnológicos atualmente disponíveis.

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