Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5. CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que os indígenas da comunidade de Iauaretê conhecem os
principais métodos contraceptivos disponíveis, no entanto, a grande maioria não faz o seu
uso e os que utilizam optam por métodos de baixa a moderada eficácia. A maioria os
participantes confundem indicações e contraindicações dos métodos contraceptivos com as
reações adversas e demonstram a necessidade de se aprofundar o conhecimento nessa
temática. Os dados obtidos indicam que também seria relevante realizar pesquisas com
mulheres indígenas de outras etnias, a fim de identificar se as diferenças culturais
influenciam no comportamento sexual e reprodutivo.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS:
1. Joya X, Garcia-Algar O, Salat-Batlle J et al. Advances in the Development of Novel Antioxidant
Therapies as an Approach for Fetal Alcohol Syndrome Prevention. Willey Periodicals. 2014; 103:163-77.
2. Ramadoss J, Magness RR. Vascular effects of maternal alcohol consumption. Am J Physiol Heart Circ
Physiol. 2012; 303(4):H414-21.
3. Heller M, Burd L. Review of ethanol dispersion, distribution, and elimination from the fetal
compartment. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2014; 100(4):277-83.
4. Momino W, Sanseverino MT, Schüler-Faccini L. Prenatal alcohol exposure as a risk factor for
dysfunctional behaviors: the role of the pediatrician. J Pediatr (Rio J). 2008; 84(4 Suppl):S76-9.
5. Jones KL, Smith DW, Ulleland CN et al. Pattern of malformation in offspring of chronic alcoholic
mothers. Lancet. 1973; 1(7815):1267-71.
6. Memo L, Gnoato E, Caminiti S et al. Fetal alcohol spectrum disorders and fetal alcohol syndrome: the
state of the art and new diagnostic tools. Early Hum Dev. 2013; 89(Suppl 1):S40-3.
7. May PA, Baete A, Russo J et al. Prevalence and characteristics of fetal alcohol spectrum disorders.
Pediatrics. 2014 ; 134(5):855-66.
8. Sokol RJ, Martier SS, Ager JW. The T-ACE questions: practical prenatal detection of risk-drinking. Am J
Obstet Gynecol. 1989;160(4):863-8.
9. Fabbri CE, Furtado EF, Laprega MR. Consumo de álcool na gestação: desempenho da versão brasileira
do questionário T-ACE. Revista de Saúde Pública. 2007; 41(5):979-84.
10. Chang G. Screening for alcohol and drug use during pregnancy. Obstet Gynecol Clin North Am. 2014;
41(2):205-12.
11. Freire TM, Machado JC, Melo EV et al. Efeitos do consumo de bebida alcoólica sobre o feto. Rev. Bras.
Ginecol. Obstet. 2005; 27(7):376-81.
12. Oliveira TR, Simões SMF. O consumo de bebida alcoólica por gestantes: estudo exploratório. Esc Anna
Nery Rev Enferm 2007; 11 (4): 632-38.
13. Mesquita, MA, Segre, CAM. Frequência dos efeitos do álcool no feto e padrão de consumo de bebidas
alcoólicas pelas gestantes de maternidade pública da cidade de São Paulo. Rev Bras Crescimento
Desenvolvimento Hum. 2009; 19 (1): 63-7.
14. Moraes CL, Reichenheim ME. Screening for alcohol use by pregnant women of public health care in Rio
de Janeiro, Brazil. Rev Saude Publica. 2007; 41(5):695-703.
15. WHO. World Health Organization. Global Status Report on Alcohol 2004. Geneva; 2004.
16. Betran AP, Torloni MR, Zhang J et al. What is the optimal rate of caesarean section at population level?
A systematic review of ecologic studies.Reprodutive Health. 2015; 12: 57.
17. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao
pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318p. Disponível em
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf. Acessado em 15 de janeiro em
2016.
18. Paintner BAA, Williams AD, Burd L. Fetal Alcohol Spectrum Disorders-Implications for Child
Neurology Part 2: Diagnosis and Management. Journal of Child Neurology. 2011; 27(3) 355-62.
APOIO: FAPESP, por meio do processo 2015/08279-0; e CAPES, por meio do Programa
Jovens Talentos para Ciência 2015.
Apresentador: Deise Mari da Cruz Endereço: Rodovia Washington Luís, km 235 - SP-310
Faculdade: UFSCar Cidade: São Carlos
Curso: Fisioterapia UF: São Paulo
Ano cursado: 6° ano CEP: 13565-905
Telefone: (11) 96071-8337 Bairro: Monjolinho
E-mail: deyse.mary@hotmail.com
SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DAS MULHERES
INDÍGENAS PANKARARU DA COMUNIDADE REAL PARQUE
MORUMBI, SÃO PAULO, SP.
Cruz, D.M.1; Nascimento, C.A.1; Sena, O.B.1; Almeida, D.T.1; Teixeira, K.C.1,2; Carbol, M.1,2
Rodovalho-Callegari, F.V. 1,2
1PET-Indígenas: Ações em Saúde - UFSCar
2Departamento de Medicina – UFSCar
INTRODUÇÃO: Atualmente, vivem no Brasil cerca de 305 povos indígenas,
falantes de 274 línguas distintas, perfazendo em torno de 818 mil indivíduos
distribuídos em todo o território nacional (BRASIL, 2010). As mulheres representam
metade da população indígena, vivem predominantemente nas áreas urbanas (BRASIL,
2010) e, de um modo geral, estão bastante suscetíveis aos agravos relacionados à saúde
sexual e reprodutiva (BRASIL, 2002; FERREIRA, 2013). Especificamente, observa-se
um aumento na ocorrência das doenças sexualmente transmissíveis, do câncer do colo
uterino, de partos operatórios e, em muitas situações, inadequação na política de
planejamento familiar com imposição de métodos contraceptivos sem aconselhamento
para que a escolha seja consciente (BRASIL, 2004; SOLÉ et al., 2012; MOLITERNO et
al., 2013). Dado o exposto, as mulheres indígenas merecem atenção especial no campo
da saúde sexual e reprodutiva, com ações voltadas para ajudá-las a se apropriarem dos
seus direitos e a ter acesso às informações sobre os métodos contraceptivos disponíveis
(BRASIL, 2006a). Ainda, a literatura sobre essa temática se mostra escassa, o que torna
importante promover estudos para ampliar os conhecimentos sobre a saúde da mulher
indígena, a fim de apoiar as políticas públicas vigentes.
OBJETIVO: Identificar se as mulheres indígenas da etnia Pankararu já tinham
ouvido falar sobre os direitos sexuais e reprodutivos, conheciam os diferentes tipos de
métodos contraceptivos, reconheciam o período fértil e se estavam utilizando algum
método contraceptivo no momento. Adicionalmente, avaliar o impacto de uma ação
educativa quanto ao conhecimento, atitudes e práticas referente a essas temáticas.
METODOLOGIA: A população-alvo foram mulheres em idade reprodutiva da
etnia Pankararu da comunidade do Real Parque, Morumbi, São Paulo. O trabalho foi
desenvolvido no auditório do “Projeto Casulo” e previamente aprovado pela diretoria da
Organização da Sociedade Civil. A participação das mulheres foi voluntária a partir de
convites realizados na comunidade por meio de cartazes e flyers. A execução da
atividade contou com a colaboração do médico e ex-petiano Henrique Ubiratam de
Oliveira. No primeiro momento, as mulheres foram acolhidas e apresentadas ao grupo
PET Indígena: Ações em Saúde, sendo explicados os objetivos do trabalho. A seguir,
elas foram convidadas a responderem um questionário (questionário I) semiestruturado
composto por 12 questões sobre as características sócio-demográficas, conhecimento
sobre direitos sexuais reprodutivos, métodos contraceptivos, período ovulatório, além
das práticas contraceptivas. Na sequência foi realizada uma apresentação em “Power
Point” abordando os direitos sexuais e reprodutivos, tipos de métodos contraceptivos
disponíveis e a fisiologia da concepção e as mulheres foram convidadas a sentarem-se
em círculo e estimuladas a debaterem os temas apresentados. Ao final, foi distribuído
um novo questionário (questionário II), composto por 04 questões para avaliar se a ação
educativa despertou interesse pela utilização de algum método contraceptivo para
àquelas que não utilizavam ou mudança para outro método entre as usuárias.
RESULTADOS: Participaram deste trabalho 17 mulheres com idade média de
35 anos. Dessas, 06 (35%) cursaram ensino fundamental, 06 (35%) ensino médio, 02
(12%) ensino superior e 03 (18%) não declararam a escolaridade. Quanto à ocupação,
09 (53%) delas eram “do lar”, 05 (29%) trabalhavam em serviços gerais, 01 (6%)
vendedora, 01 (6%) assistente social e 01 (6%) desempregadas, sendo a renda em média
de 09 delas (53%) inferior a 03 salários mínimos, de 01 (6%) maior que 03 salários e 07
(41%) não responderam esta questão. A maioria delas era casada (53%), com média de
idade da primeira gravidez de 21,4 anos e tinham 1,7 filhos em média. Apenas uma
mulher do tinha 07 filhos (0,5%). Em relação à religião 13 (76%) eram católicas, 03
(18%) evangélicas e 01 (6%) não respondeu. Ao que se refere aos direitos sexuais e
reprodutivos, 10 (58%) nunca tinham ouvido falar sobre o tema. Os métodos
contraceptivos mais conhecidos foram camisinha (70%), pílula (53%),
anticoncepcionais injetáveis (42%), seguidos pelo DIU (35%) e laqueadura tubária
(18%). O período fértil foi reconhecido por 47% delas, enquanto 17% acreditavam que
a maior probabilidade de engravidar é poucos dias antes da menstruação. Quanto ao uso
de métodos contraceptivos, 09 (53%) mulheres indígenas utilizavam algum tipo de
método. Após a intervenção, 01 (6%) mulher não respondeu ao questionário. Das 09
mulheres (53%) que utilizavam algum método, 03 (18%) declararam interesse em
mudar para o DIU, 01 (6%) mudaria para DIU ou laqueadura tubária, 01 (6%) se
interessou por mudar para algum outro método, porém não especificou qual deles, 03
(18%) não mudariam o método em uso e 01 (6%) delas não respondeu esta questão.
Entre as 07 mulheres (41%) que não utilizavam método contraceptivo, 03 (18%)
demonstraram interesse pelo DIU, 03 (18%) não responderam a questão e 01 (6%)
manifestou interesse em usar algum método.
DISCUSSÃO: Assim como o direito à vida, à igualdade, à liberdade e à
segurança, entre outros, os direitos sexuais e reprodutivos são direitos fundamentais da
pessoa humana e são protegidos pela constituição brasileira. Garantir que sejam
respeitados é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, justa
e livre de preconceitos. Somente com a conscientização dos seus direitos as pessoas
poderão lutar contra qualquer forma de discriminação e violência na esfera sexual e
reprodutiva e exigir que sejam disponibilizados na rede pública e privada de saúde
serviços qualificados para orientação contraceptiva, acompanhamento pré-natal,
assistência ao parto, controle das doenças sexualmente transmissíveis, do câncer do colo
do útero e mama, dentre outros (BRASIL, 2013). No entanto, a maioria da população
ainda desconhece seus direitos, em virtude da dificuldade de acesso às informações, o
que traz prejuízos de ordem física, mental e social, constituindo um problema de saúde
pública (BRASIL, 2006b; 2013). Este estudo mostrou que essa realidade não é diferente
para as mulheres indígenas Pankararu, o que pode ser explicado não só pela dificuldade
de acesso às informações, mas também pela falta de políticas públicas efetivas e
diferenciadas, que considerem as especificidades étnicas e socioculturais dessa parcela
da população brasileira.
Nesse estudo foi observado que as mulheres indígenas Pankararu conhecem os
métodos contraceptivos modernos mais comumente utilizados como camisinha, pílula,
anticoncepcionais injetáveis, DIU e laqueadura tubária. Em 2014, Silva estudou
mulheres da etnia Kambiwá do estado de Pernambuco e essas conheciam vários tipos de
métodos contraceptivos, incluindo os contraceptivos modernos. Também observou uma
relação entre o conhecimento dos métodos e a idade das mulheres. As mais velhas
conheciam e utilizavam métodos tradicionais como por exemplo, a amamentação, “água
do pote”, água de sal para beber e se banhar após as relações sexuais, enquanto as
mulheres abaixo de 40 anos de idade, devido a dificuldade de difusão do conhecimento
tradicional e maior proximidade com os serviços de saúde apresentavam mais
intimidade com as técnicas contraceptivas modernas. Isso vai de encontro aos dados do
nosso estudo, em que a média de idade das mulheres era de 35 anos e conhecedoras dos
métodos contraceptivos modernos.
Nota-se que as mulheres indígenas Pankararu têm consciência sobre período de
maior chance para engravidar. Esse achado corrobora com o estudo de Azevedo (2009),
que ao analisar a saúde reprodutiva das mulheres indígenas do alto Rio Negros
observaram que as mesmas possuem conhecimento minucioso sobre o aparelho
reprodutor feminino, a relação da menarca com o início do período reprodutivo e sobre
a fase de concepção.
Foi observada neste estudo uma considerável taxa de utilização de métodos
contraceptivos por parte das mulheres indígenas Pankararu. Esse resultado é compatível
ao demonstrado por Dias Junior et al. (2012), os quais verificaram entre a mulheres
Krenak de Minhas Gerais uma elevada taxa de utilização de contraceptivos modernos
como a pílula (52,6%), sendo que a laqueadura tubária e o preservativo masculino são
usados menos frequentemente em 5,6% das vezes, respectivamente.
CONCLUSÕES: Este estudo demonstrou que as mulheres indígenas Pankararu
desconhecem seus direitos sexuais e reprodutivos, porém têm tido acesso a informações
sobre planejamento reprodutivo, uma vez que conhecem a maioria dos métodos
contraceptivos modernos e fazem seu uso. Os dados obtidos indicam que também seria
relevante realizar pesquisas com mulheres indígenas de outras etnias, a fim de
identificar se as diferenças culturais influenciam no comportamento sexual e
reprodutivo.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, M. Saúde Reprodutiva e Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro. Caderno
CRH, Salvador, v. 22, n. 57, p. 463-477, Set./Dez., 2009.
BRASIL. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Ministério da
Saúde, Fundação Nacional da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
_______. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e
diretrizes. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
_______. Política nacional de promoção da saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2006a.
________. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2006b.
________. Características Gerais dos Indígenas. Resultados do Universo. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, 2010.
________. Direitos sexuais e reprodutivos. Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
São Paulo, 2013.
DIAS JÚNIOR, C. S. et al. Fecundidade e uso de métodos contraceptivos entre as
mulheres Krenak, Minas Gerais, Brasil. Centro de Desenvolvimento e Planejamento
Regional da UFMG. Seminários, 2012. Disponível em:
http://web.cedeplar.ufmg.br/cedeplar/seminarios/ecn/ecn-
mineira/2012/arquivos/Fecundidade%20e%20usos%20de%20métodos%20contraceptiv
os%20entre%20as%20mulheres%20Krenak.pdf. Acesso: 13 de abril de 2016.
FEREREIRA, L. O. Saúde e relações de gênero: uma reflexão sobre os desafios para a
implantação de políticas públicas de atenção à saúde da mulher indígena. Ciênc. Saúde
Coletiva, v.18, n. 4. Rio de Janeiro Apr., 2013
MOLITERNO, A. C. M. et al. Processo de Gestar e Parir entre as Mulheres Kaingang.
Texto & Contexto Enfermagem, v. 22, n. 2, 2013.
SILVA, L. S. Práticas e cuidados em saúde reprodutiva de mulheres da etnia Kambiwá.
2014. 98 p. Dissertação (mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2014.
SOLÉ PLA, M. A. et al. Análise descritiva do perfil dos exames citopatológicos do colo
do útero realizados em mulheres indígenas e não indígenas no Brasil, 2008-2011. Rev.
Bras. Cancerol, p. 461-469, 2012.
Nome do Apresentador: Letícia Vecchi Leis Endereço: R. Bernardino Fernandes Nunes, 595
Faculdade: Universidade Federal de São Carlos Cidade: São Carlos
Curso: Medicina UF: SP
Ano cursado: 2016/ 6º ano CEP: 13566- 490
Telefone: 11 997400196 Bairro: Cidade Jardim
E-mail: leticiavleis@hotmail.com
1
Sedentário utilizavam IECA (Inibidor da enzima conversora da angiotensina I), sem diferença
estatística (p=0,110); 18 (90%) pacientes do grupo Sedentário e 17 (85%) do grupo Não
Sedentário utilizavam beta-bloqueador, sem diferença estatística (p=0,316); sete (35%) pacientes
do grupo Sedentário e nove (45%) do grupo Não Sedentário utilizavam ARA II (Antagonista do
receptor da angiotensina II), sem diferença estatística (p=0,519).
Em relação ao uso de medicamentos sintomáticos, o uso de diurético não teve diferença
entre os grupos (p=0,752), sendo que onze (55%) pacientes do grupo Sedentário e dez (50%) do
grupo Não Sedentário faziam uso dessa droga. Já o uso de digitálico foi maior no grupo
Sedentário, sete (35%) pacientes, com relevância estatística (p=0,018), quando comparado com o
grupo Não Sedentário, um (5%) paciente apenas.
Quanto à presença de sintomas verificados nos grupos dentre os pacientes do grupo
Sedentário, 16 (80%) apresentaram dispneia e, dentre os pacientes do grupo Não sedentário,
apenas seis (30%) apresentaram dispneia, com diferença estatística (p=0,0,001). Quanto aos
demais sintomas, quatro (20%) dos pacientes do grupo Sedentário e três (15%) do grupo Não
Sedentário referiram precordialgia, sem diferença estatística (p=0,677) e um (5%) paciente do
grupo Sedentário e dois (10%) do grupo Não Sedentário apresentaram síncope como sintoma,
sem diferença estatística (p=0,517).
A classificação dos sujeitos da amostra segundo os critérios da New York Heart
Association: quatro (20%) pacientes do grupo Sedentário e sete (35%) do grupo Não sedentário
foram classificados como NYHA I; seis (30%) pacientes do grupo Sedentário e dez (50%) do
grupo Não Sedentário como NYHA II e dez (50%) pacientes do grupo Sedentário e três (15%) do
grupo Não Sedentário são NYHA III, sendo que essa diferença teve um p de 0,061.
Quanto aos resultados encontrados a partir da aplicação do SF-36, questionário de
qualidade de vida: O quesito “Capacidade Funcional” apresentou média e desvio padrão de
38,000 ± 22,618 no grupo Sedentário e 62,250 ± 19,431 no grupo Não Sedentário, com diferença
estatística, p= 0,001. O quesito “Limitação por aspectos físicos” teve média e desvio-padrão de
40, 250 ± 32,464 no grupo Sedentário e de 59,750 ± 30,196 no grupo Não Sedentário, com p=
0,057; o quesito “Dor” foi 71,300 ± 26,699 no grupo Sedentário e de 62,275 ± 27,248 no grupo
Não Sedentário, com p=0,297; o quesito “Estado Geral de Saúde” foi 56,250 ± 17,204 no grupo
Sedentário e de 63,250 ± 17,642 no grupo Não Sedentário, com p=0,212; o quesito “Vitalidade”
foi de 60,250 ± 19,767 no grupo Sedentário e de 62,500 ± 21,368 no grupo Não Sedentário, com
p=0,731; o quesito “Aspectos Sociais” foi de 74,750 ± 24,933 no grupo Sedentário e de 74,500 ±
23,065 no grupo Não Sedentário, com p=0,974; o quesito “Limitação por Aspectos Emocionais
foi de 79,130 ± 23,687 no grupo Sedentário e de 64,300 ± 29,974 no grupo Não Sedentário, com
p=0,092; o quesito “Saúde Mental” foi de 64,500 ± 17,757 no grupo Sedentário e de 63,900 ±
20,099 no grupo Não Sedentário, com p=0,921.
Quando dento do grupo Sedentário (n=20), separamos os pacientes entre dois grupos, Sem
Dispneia (n=4) e Com Dispneia (n=16), verificamos que a média e o desvio padrão do quesito
“Capacidade Funcional” foi de 57,500 ± 9,574 no grupo Sem Dispneia e de 63,438 ± 21,270 no
grupo Com dispneia, sendo o p=0,424; e o quesito “Limitação por Aspectos Físicos” foi de
50,000 ± 37,417 no grupo Sem Dispneia e de 62,188 ± 20,038 no grupo Com Dispneia, com
p=0,577.
Discussão. A partir da análise dos dados é possível visualizar a homogeneidade entre os
sujeitos que compõem os grupos, Sedentário e Não Sedentário. Não há diferença estatística
significativa em nenhum dos quesitos relacionados a características basais e variáveis clínicas dos
grupos.
O grupo Não Sedentário tem tendência a apresentar menor faixa de frequência cardíaca do
que o grupo Sedentário (p=0,09), revelando melhor controle da frequência dos batimentos
cardíacos nesses pacientes. Este achado é importante uma vez que a menor frequência cardíaca,
2
que é parte da terapia dos pacientes com insuficiência cardíaca, pode ser consequência da prática
de atividade física por esses pacientes.
Um ponto importante na análise dos dados é o fato de que ambos os grupos apresentam
terapia medicamentosa otimizada, ou seja, não há diferença estatística quando comparado o uso
de drogas modificadoras da doença entre os grupos. Além disso, o uso de diurético também não é
diferente entre os grupos analisados. Porém, quando comparado o uso de digitálico, o grupo
Sedentário tem maior número de indivíduos em uso desse medicamento do que o grupo Não
Sedentário (p=0,018), sendo que 35% dos sujeitos do grupo Sedentário fazem uso desse
medicamento contra 15% do grupo Não Sedentário. Esse achado pode estar bem relacionado com
o fato de o grupo Sedentário apresentar mais queixa de dispneia do que os indivíduos do grupo
Não Sedentário (p=0,001): 80% dos pacientes pertencentes ao grupo Sedentário queixam-se de
dispneia enquanto apenas 30% do grupo Não Sedentário também o fazem. Portanto, a prática de
exercício físico pode ser importante fator de proteção para o sintoma de dispneia em indivíduos
com insuficiência cardíaca.
Corrobora para a análise acima o fato de que os pacientes do grupo Sedentário apresentam
tendência a ter pior classe funcional segundo o NYHA do que os pacientes do grupo Não
Sedentário (p=0,061): 50% do grupo NS é NYHA III e apenas 15% do grupo NS está também
nessa classe.
A análise das notas do questionário de qualidade de vida revela que os pacientes do grupo
Não Sedentário apresentam maior média no quesito “Capacidade Funcional” (p=0,001) e também
apresentam uma tendência a ter maior média no quesito “Limitação por Aspectos Físicos”
(p=0,057). Ambos os achados podem estar relacionados apenas com a prática de atividade física
por esses indivíduos, uma vez que a presença de dispneia no grupo Sedentário não tem relação
com a pior média desses quesitos no grupo citado.
Cabe expor que estes achados foram possíveis mesmo sem a presença de um programa
regular de atividade física para esses pacientes, ou seja, encontramos resultados positivos para a
prática de atividade física mesmo que essa seja realizada de maneira “informal” pelos pacientes.
Conclusão. Pacientes em prática de atividade física têm menos queixa de dispneia e menor
necessidade de uso de digitálico, o que corrobora para a inclusão da realização de atividade física
como medida terapêutica não medicamentosa importante no tratamento dos pacientes com IC.
Esses pacientes, também tiveram tendência a apresentar melhor classe funcional, segundo o
NYHA, do que aqueles que não praticam atividade física, mostrando mais uma vez a importância
do exercício físico como parte do tratamento.
Além disso, os pacientes ativos têm um incremento na qualidade de vida como
consequência da prática de atividade física, o que é demonstrado pela melhor média de
“Capacidade Funcional” e tendência a melhor média de “Limitação por Aspectos Físicos” desses
pacientes. Conclui-se, portanto, que a prática de atividade física, mesmo de maneira informal,
deve ser estimulada e incluída como parte do tratamento dos pacientes com IC.
Bibliografia.
1. Bocchi EA, Braga AGM, Ferreira SMA, Rohde LEP et al. III Diretriz Brasileira de
Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol 2009; 93(1 supl.1): 1-71.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Datasus. Banco de Dados dos
Sistemas de informação sobre Mortalidade (SIM) e Nascidos Vivos (Sinasc): 1998 a 2006.
Brasília; 2007 (Acesso em 21/05/2013). Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS.
3. Pereira GMAC, Pereira TMCB, Oliveira MB, Manhães MA, Barros LSN, Ferreira FRA,
Sgaraglia SF, Camandaroba PJP, Oliveira LB, Martins WA. Segurança e exequibilidade do
teste ergométrico em pacientes com insuficiência cardíaca. Insuf Card 2012: (Vol 7) 2:51-
3
55.
4. Givertz MM, Colucci WS, Braunwald E. Clinical aspects of heart failure, pulmonary
edema, high-output failure. Elsevier Inc 2005; 539-68.
5. Zile MR, Brutsaert DL. New concepts in diastolic dysfunction and diastolic heart failure.
Circulation 2002; 1503-505.
6. Lester SJ, Tajik J, Nishimura RA, Oh JK, Khandheria BK, Seward JB. Unlocking the
mysteries of diastolic function. J Am Coll Cardiol. 2008; 51: 679-89.
7. Camarozano A, Rabischoffsky A, Maciel BC, Brindeiro Filho D, Horowitz ES, Pena JLB,
et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes das indicações da ecocardiografia.
Arq Bras Cardiol 2009; 93(6 supl.3): e265-e302.
8. Shamin W, Yousufuddin M, Cicoria M, Gibson DG, Coats AJS, Henein MY. Incremental
changes in QRS duration in serial ECG over time identify high risk elderly patients with
heart failure. Heart 2002; 88:47-52.
9. Shamin W, Francis DP, Yousufuddin M, Varney S, Pieopli MF, Anker SD, Coats AJS.
Intraventricular conduction delay: a prognostic marker in chronic heart failure.
International Journal of Cardiology 1999; 70:171-178.
10. Piotrowicz E, Pencina M, Piotrowicz W.Influence of exercise training on T-wave alternans
assessed during exercise test in heart failure patients. Internal J Cardiol 2014, ahead of
print.
11. Galetta F, Franzoni F, Tocchini L, Camici M, Milanesi D, Belatti F, Speziale G, Rossi M,
Gaudio C, Carpi A, Santoro G. Effect of physical activity on heart rate variability and
carotid intima-media thickness in older people. Intern Emer Med 2013; 8 (1): S27-S29.
12. Petrella RJ, Lattanzio CN, Demeray A, Varallo V, Blore R. Can adoption of regular
exercise later in life prevent metabolic risk for cardiovascular disease? Diabetes Care 2005;
28 (3): 694-701.
13. Warren TY, Barry V, Hooker SP, et al. Sedentary Behaviors Increase Risk of
Cardiovascular Disease Mortality in Men. Med Sci Sports Exerc 2010; 42(5): 879–85.
14. Kitzman DW, Groban L. Exercise intolerance. Heart Fail Clin 2008;4:99–115.
15. Deoke A, Deoke S, Saoji A, Hajare S. Profile of modifiable and non-modifiable risk
factors in stroke in a rural based tertiary care hospital – a case control study. Global
Journal of Health Science 2012; 4: 158-163.
16. Matsudo S, Araujo T, Matsudo V, ET AL. Questionário internacional de atividade física.
Estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Atividade Física e Saúde.
17. Ware Jr Je, Sherbourne Cd. The MOS 36-Item Short Form Health Survey (SF-36). Med
Care. 1992; 30:473–82.
18. Nagueh SF, Appleton CP, Gillebert TC, et al. Recommendations for the evaluation of left
ventricular diastolic function by echocardiography. JASE 2009; 22: 107-33.
4
Nome do apresentador: Matheus Lopes Puls Endereço: Rua América, 615
E-mail: matheuslopespuls@outlook.com
REFERÊNCIAS:
1. Barbosa A. Avaliação da presença das armadilhas extracelulares de neutrófilos em
pacientes com rinossinusite crônica com pólipo nasal. São Paulo. Tese [Doutorado em
Ciências Médicas] - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo; 2014.
2. Von Köckritz-Blickwede, M., & Nizet, V. (2009). Innate immunity turned inside-out:
antimicrobial defense by phagocyte extracellular traps. Journal of Molecular Medicine
(Berlin, Germany), 87(8), 775–783.
3. Stoiber, W., Obermayer, A., Steinbacher, P., & Krautgartner, W.-D. (2015). The Role of
Reactive Oxygen Species (ROS) in the Formation of Extracellular Traps (ETs) in Humans.
Biomolecules, 5(2), 702–723.
4. Brinkmann V, Reichard U., Goosmann C, Fauler B, Uhlemann Y, Weiss DS et al.
(2004). Neutrophil extracellular traps kill bacteria. Science, 303(5663): 1532-5.
5. Manda, A., Pruchniak, M. P., Araźna, M., & Demkow, U. A. (2014). Neutrophil
extracellular traps in physiology and pathology. Central-European Journal of Immunology,
39(1), 116–121.
6. Pruchniak, M. P., Kotuła, I., & Manda-Handzlik, A. (2015). Neutrophil extracellular
traps (Nets) impact upon autoimmune disorders. Central-European Journal of
Immunology, 40(2), 217–224.
7. Fuchs, T. A., Abed, U., Goosmann, C., Hurwitz, R., Schulze, I., Wahn, V., …
Zychlinsky, A. (2007). Novel cell death program leads to neutrophil extracellular traps.
The Journal of Cell Biology, 176(2), 231–241.
8. Halverson, T. W. R., Wilton, M., Poon, K. K. H., Petri, B., & Lewenza, S. (2015). DNA
Is an Antimicrobial Component of Neutrophil Extracellular Traps. PLoS Pathogens, 11(1),
e1004593.
9. Goldmann, O., & Medina, E. (2012). The expanding world of extracellular traps: not
only neutrophils but much more. Frontiers in Immunology, 3, 420.
10. Kobayashi, Y. (2015). Neutrophil biology: an update. EXCLI Journal, 14, 220–227.
Nome do apresentador: Cleyton Soares dos Santos Endereço: Rua Francisco Gentil de Guzzi, 629
Faculdade: Universidade Federal de São Carlos Cidade: São Carlos
Curso: Medicina CEP: 13563-360
Ano cursado: 4º ano Bairro: Santa Felícia
Telefone: 19 981271648
E-mail: cleytonsoares00@hotmail.com
REFERÊNCIAS:
1. Turnpenny P, Ellard S. Emery: Genética Médica. 13a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
2. Murff HJ, Greevy RA, Syngal S. The comprehensiveness of family cancer history assessments in primary
care. Community Genet. 2007; 10(3): 174-80.
3. March of Dimes Birth Defects Foundation and World Health Organization. Management of birth defects and
haemoglobin disorders: report of a joint WHO-March of Dimes Meeting, Geneva, Switzerland, 2006, 31p.
4. Cernach MCSP, Silva LRJ, Zanolla TA. Anomalias embriofetais e do recém-nascido. In: Brunoni, D, Perez,
ABA. Genética Médica - Série Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-Unifesp. 1a ed. São
Paulo: Manole, 2013, p. 97-161.
5. Schüller-Faccini L, Leite JCL, Sanseverino MTV, Peres RM. Avaliação de teratógenos potenciais na
população brasileira. Ciênc. saúde coletiva. 2002; 7(1): 65-71.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria no 199, de 30 janeiro 2014. Institui a Política
Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprova as Diretrizes para Atenção Integral às
Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e institui incentivos financeiros de
custeio. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil, Brasília, 12 de fevereiro de 2014.
7. Melo DG, Demarzo MMP, Huber J. Ambulatório de Genética Médica na Apae: Experiência no Ensino
Médico de Graduação. Rev Bras Educ Médica. 2008; 32(3): 396-402.
8. Correia OS, Vitiello P, Cardoso MHCA, Horovitz, DDG. Conhecimento e Atitudes sobre Genética entre
Médicos Residentes. Rev Bras Educ Médica. 2011; 35(2): 193-200.
9. Melo DG, Paula PK, Rodrigues SA, Avó LRS, Germano CMR, Demarzo MMP. Genetics in primary
healthcare and the National Policy on Comprehensive Care for People with Rare Diseases in Brazil:
opportunities and challenges for professional education. Journal of Community Genetics. 2015; 6(3): 231-40.
10. Nhoncanse GC, Germano CMR, Avó LRS, Melo DG. Maternal and perinatal aspects of birth defects: a case-
control study. Revista Paulista de Pediatria. 2014; 32(1): 24-31.
11. Brasil. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) [página na Internet]. IBGE Cidades. Disponível
em http://www.cidades.ibge.gov.br/. Acessado em 13 mar 2016.
12. Schüller-Faccini L, Schvartzman L, Cecchin C. Teratogênese humana e o SIAT. In: Sanseverino MT, Spritzer
D, Schüller-Faccini L, org. Manual de teratogênese. Porto Alegre: Editora da Universidade; 2001; 11-7.
13. Leite, JCL, Comunello, LN, Giugliani, R. Tópicos em Defeitos Congênitos. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2002.
14. Machado TMB. Migration, population structure, types of marriages and genetic diseases. Tese (Doutorado) –
Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2012, 102p.
15. Kiss A, Rosa RFM, Dibi RP, Zen PRG, Pfeil JN, Graziadio C, Paskulin GA. Anormalidades cromossômicas
em casais com história de aborto recorrente. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2009; 31(2): 68-74.
16. Vieira SR, Ferrari LP. Investigação de alterações citogenéticas em abortos espontâneos: um retrospecto de
2006 a 2011. Cadernos da Escola de Saúde, 2011; 2(10): 1-20.
17. Toralles MB, Trindade BMC, Fadul LC, Peixoto Junior CF, Santana MACC, Alves C. A importância do
Serviço de Informações sobre Agentes Teratogênicos, Bahia, Brasil, na prevenção de malformações
congênitas: análise dos quatro primeiros anos de funcionamento. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(1): 105-10.
18. Emery J, Hayflick S. The challenge of integrating genetic medicine into primary care. BMJ. 2001; 322(28):
1027-30.
APOIO: FAPESP, por meio do processo 2015/10309-4; e CAPES, por meio do Programa
Jovens Talentos para Ciência 2015.