Com uma coreografia improvisada e frenética, o frevo tem seu
nome derivado da idéia de fervura, ou "frevura", na fala popular: atraída pelo ritmo delirante da música, a multidão cai na folia e começa a "ferver". Frevo é uma música e dança de rua ou de salão, típicas do carnaval pernambucano. Trata-se de uma modalidade da marcha, de ritmo sincopado e impetuoso, com divisão em binário e andamento mais rápido do que o da marchinha carioca. Difere desta por ser essencialmente rítmico, enquanto a marchinha é melódica. Deriva provavelmente da habanera, pelo ritmo, e da polca, pelo andamento, com adaptação da síncopa africana. Divide-se em duas partes e seus motivos se apresentam em diálogos de trombones e pistões com clarinetes e saxofones. A maior singularidade do frevo reside na dança. Entre os passos mais praticados figuram o parafuso, chã-de-barriguinha, corrupio, dobradiça, saca-rolha e tesoura. Os dançarinos, chamados passistas, executam uma coreografia individual, ao som da mesma música. Nos salões é também dançado aos pares, como uma marcha comum. O passo de marcha característico do carnaval de Recife já existia desde o final do século XIX. Entre 1905 e 1915 o frevo ganhou formas definidas e, a partir de 1917, foi introduzido nos salões de Recife. Em 1945 foi apresentado no carnaval carioca, mas seu público permaneceu restrito fora do estado natal.