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O GUARDA-CHUVA VERMELHO

(Rômulo Marvila e Dimas Evangelista)

(A cena se inicia com um encontro no qual Julia não corresponde à descontração de


Marina, que chega efusivamente e assusta aquela, que, irrefletidamente, dá um passo
à frente, a despeito de esta demonstrar, gestualmente, desejo de abrigar-se da chuva
forte no guarda-chuva daquela.)

MARINA – Nossa! Quase que eu levo um tombo com essa chuva. (Ri.) Meus sapatos
decididamente não foram feitos para chuva. Ainda mais esta de hoje que está tão
forte. (Pausa breve.) Gente! (Encabulada.) Você apareceu na melhor hora! Se não
fosse você e seu guarda-chuva eu estaria toda encharcada! (Descontraída.)
JULIA – Nem me fale! Se eu soubesse que a chuva não fosse parar nem sairia de
casa. Só saí porque só tenho hoje para resolver um problema.
MARIANA – Ah! Mas é bom se molhar um pouco né?! (Entusiasmada.)
JULIA – (Incomodada e sem paciência para conversar.) É!
JULIA – Ainda mais nessa cidade que não chovia há 40 dias! (Pausa breve.) Ah! Adoro
as primeiras chuvas! É uma sensação tão gostosa no ar, de um novo ciclo, sei lá! ...
(Percebendo o incômodo de Julia.) Mas... (Pausa breve.) Muito obrigado, tá? Por me
deixar ficar aqui! Meu ônibus já deve chegar, sempre passam muitos dele por aqui...
MARIANA – (Ansiosa.) Tô aqui faz tempão! Já to cansada, tudo que eu quero é ir pra
casa!
JULIA – Onde você mora? Aposto que não é por aqui perto. Passo aqui todos os dias,
nunca te vi!
MARIANA –

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