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Faia Dor Maria Lucia Garcia Pallares-Burke. Gilberto Freyre Um vitoriano dos trépicos [tes Oo 4 © novo paradigma: Freyre e seus interlocutores “cada gio, cada perc ao ie deer = ere no mado clear nay ns de rd salar pps ‘ol cna Shakesfee sn gdp quae no se ‘cot pots do poe ov do lca em peat co que mat spi calenrelrrand, au ea errand ores sscbdes ecto ors de cnn ere, un nsae™ ‘re 520) “A he [Waker Pa ings out wth ret si Rg as amas in hisown thu amer,ith oSspertepoce ‘einai. ve open tinted ‘ensuing ance gr and ihe concn fis” ‘A.C Beso 11, 9.260) [Em seu livro seminal de 1962, The Structure of Scientific Revolution, ‘Thomas Kuhn desenvolveu a idéia de que em ciéncia as grandes inova- {es surgem com dificuldade e sempre enfrentam resistencia, As ano ‘malias que geram crise so toleradas por muito tempo e acabam sendo ‘ocasifo para inventar um novo paradigms, Aré os préprios cientstas Snovadorestexisem &idéia de que o antigo paradigma consagrado no 1 eda ogi deer utero A.C ese, rida por rye oma Moria Licia Garcia Poloes Burke condos vos fat -1s"anomalis"-queconmduem age hava ermal Apne Kuhn eres das Cmgunrosconateaeleorumenais ects a ua esa reso cetiiey ua aap com pos de nolo ie [eal ce fo spre, as abe iar inn precndo ness” par emerge den 20 pare signa i Ku €or de ces. Mao nove prema io mpi deimedi sor cena ue saver cise PO gum temp onium tia com oi mes gue essen temulsemas tora’ Come Ruka eget, do tne natn qucos aris oer casio” pecia rah Died etter una cee mover sen nd dscns Eis viem pompano enc que chegno momento tov que de odo le pre sempre “ines iveta m sore prtgna que novaent den endo agile "manda ds Cone” On, 162, p63, 77-9 psin. ‘etapa ori Fyre desde sched Bay yt revo ctu que eo o rs e193 pare etre eo ngs ent foro a Oran recs ee porguns tos Um purfocom gues eons com o unto, Meso ganda dado 803 ‘ream nese pio como, or exempl, ecelca” da are poser en Mra un nd chara neo Fertgms momentanemtate se eiagu, mas anno mara {een Ue poe pr co do ridings Goto 259), qe Frere fear nen e123, ea queso meso empoem {pec muniplde por anim aoe polo mendlano ste de Groce Soda mbt ea ser epost em ala deine um mendclao mls sods comple, gu, nagele Romeo th dea mena so conf eicertea?© osteo de qu 7 Repti de pr de ro Fern Une eum sho de SEL Arc as que wer open cam “Whats ment he exon row thetan fegeed ewe We the penaneron "meat A? ‘rrr dwt Bacar are he oncom maga cso ue Pyrenartonso ring Nevoporneron ‘Src ae in Bon aaa eso 10, 20 Gilberto Frere Jevaria Freyre a finalmente abandonar seu velho paredigma foi o reco- sshecimeno de que, em consequéncia do préprio desenvolvimento do racismo clentifico, o que antes era considerado soludo para o problema racial -o branqueamento- passavaa ser mais um grande problema racial ser enfrentado, [Nese ponto, uma dificuldade maior deve ser apontada. Se for ver- dade, como argumenta Kuhn, que paraa total rejeigio de um peradigma ‘he necessidade de que exista outro para ocuper-Ihe o lugar, entéo Freyre deve ter-se visto, no final de 1926, diance de uma situaglo ao mesmo ‘tempo desafiadora e inquietante: cer de inventar, ele proprio, um novo paradigms. Ai estava, provavelmente, a causa de seu "Rimbaud mood”. ‘Mas ele tinha muicas das caracteristicas arroladas por Kuhn (1962, .23, 89-90, 151-2, 164-5) como propicias para se tornar 0 proponente de um novo “modelo ou padrio” de pensamento: era jovem, néo estava estabelecido no campo onde iia atuar e no tivera um treinamento aca- -d&mico muito sistemitico ou rigido, A esse respeito, & muito apropria- sda a caracterizacéo de Freyre como um intelectual que, apesar de ver re- ‘eebido formagio académica convencional, impunha-se como “aut 12" (Miceli, 1989, p.102-3).’ Um primeiro passo em direcio a um novo pparadigma fora dado em setembro de 1926 quando ele teve, por assim dizer, 0 insight de que 0 elemento afticano existe em todo brasileiro e vislumbrou, a partir dai, mais do que em qualquer outro momento an- tes, no meu entender, aldéia de que a miestigagem nao s6 é etnicamente ppositiva € bela como é também culturalmente enriquecedora, Mas se ‘esse reconhecimento, que compartilhava com outros, como ele mesmo admitiu, era essencial para ver as coisas “deste delicioso Brasil” com os clos de brasileiro &consruso de um nov paradigina para repensar 0 ares de Meh sre redid des las ~ gu, ain coms Gan, protematnza a dita spa car ede Mees descncvinets humana (. Sack 203 pe, 412}"Agat te poplin tron eting aye cle ‘este god gue oe we bets ates ew ad o's Te Dison of Hanon ti: wher to reeds ha Cerin guabser which an descend tert whch edibles oes pose by cringe ge afeyin hih ‘he pod gules of bth reeds me combied sd te bones elimi ecosaeleniarqu Fee fers Sk Bao eon cai Peo ocr hiserdresguecano ean em scagos rae, 4p 08, aa

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