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Cálculo
Carmem Suzane Comitre Gimenez
Rubens Starke
2a Edição
Florianópolis, 2010
Governo Federal
Presidência da República
Ministério de Educação
Secretaria de Ensino a Distância
Universidade Aberta do Brasil
Comissão Editorial
Antônio Carlos Gardel Leitão
Albertina Zatelli
Elisa Zunko Toma
Igor Mozolevski
Luiz Augusto Saeger
Roberto Corrêa da Silva
Ruy Coimbra Charão
Laboratório de Novas Tecnologias - LANTEC/CED
Coordenação Pedagógica
Coordenação Geral: Andrea Lapa, Roseli Zen Cerny
Núcleo de Formação: Nilza Godoy Gomes
Núcleo de Pesquisa e Avaliação: Claudia Regina Flores
Ficha Catalográfica
G491i Gimenez, Carmem S. Comitre
Introdução ao Cálculo / Carmem Suzane Comitre Gimenez,
Rubens Starke. – 2. ed. – Florianópolis : UFSC/EAD/CED/CFM,
2010.
261p.
ISBN 978-85-99379-89-9
Apresentação.............................................................................. 9
1. Linguagem de conjuntos.................................................... 11
Introdução.......................................................................................... 13
1.1 Conjuntos e elementos................................................................ 13
1.2 Representação de conjuntos....................................................... 15
1.3 Inclusão – subconjuntos............................................................. 17
Propriedades da inclusão........................................................... 18
1.4 Cardinalidade de um conjunto................................................. 20
1.5 Conjunto das partes de um conjunto....................................... 21
1.6 Operações entre conjuntos......................................................... 23
1.6.1 União..................................................................................... 23
1.6.2 Propriedades da união....................................................... 24
1.6.3 Intersecção........................................................................... 25
1.6.4 Propriedades da intersecção.............................................. 26
1.6.5 Diferença.............................................................................. 27
1.7 Complementar de um conjunto................................................. 31
Propriedades da complementação............................................ 32
1.8 Produto cartesiano...................................................................... 34
1.8.1 Representação gráfica do produto cartesiano................. 36
1.8.2 Igualdade de pares ordenados.......................................... 36
1.8.3 Propriedades do produto cartesiano................................ 37
Resumo............................................................................................... 40
Bibliografia comentada..................................................................... 40
2. Números reais...................................................................... 41
Introdução.......................................................................................... 43
2.1 O conjunto R dos números reais:
racionais e irracionais................................................................. 44
2.2 Operações e propriedades no conjunto R:
a estrutura de corpo................................................................... 50
2.3 Operações com números irracionais........................................ 55
2.4 Relação de ordem em R.............................................................. 58
2.4.1 Propriedades da relação de ordem................................... 62
2.4.2 Intervalos em ................................................................... 67
2.5 Módulo ou valor absoluto de um número real....................... 68
Propriedades do módulo............................................................ 69
2.6 Supremo e ínfimo........................................................................ 73
Resultados sobre supremo e ínfimo.......................................... 79
2.7 Equações e Inequações............................................................... 89
2.7.1 Equações............................................................................... 90
2.7.2 Equações racionais.............................................................. 96
2.7.3 Inequações............................................................................ 98
2.7.4 Equações irracionais..........................................................115
3. Relações............................................................................... 119
Introdução........................................................................................ 121
3.1 Domínio, contradomínio e imagem de uma relação............ 124
3.2 Relação inversa.......................................................................... 124
3.3 Propriedades das relações........................................................ 125
3.4 Relações de equivalência.......................................................... 129
3.5 Classes de equivalência e conjunto quociente.......................131
Propriedades das classes de equivalência...............................132
3.6 Relação de ordem.......................................................................137
Ordem total e ordem parcial.................................................... 139
3.7 Um exemplo especial: relações no plano................................140
Resumo..............................................................................................146
4. Funções................................................................................ 147
Introdução.........................................................................................149
4.1 Exemplos de situações que envolvem
a idéia de função....................................................................... 150
4.2 Igualdade de funções............................................................... 156
4.3 Gráfico de uma função............................................................. 158
4.4 Funções crescentes e funções decrescentes............................160
4.5 Funções injetoras........................................................................162
4.6 Funções sobrejetoras................................................................. 164
4.7 Funções bijetoras....................................................................... 165
4.8 Composição de funções.............................................................166
Propriedades da composição de funções................................168
4.9 Função inversa............................................................................169
Propriedades da função inversa...............................................174
Resumo............................................................................................. 177
5. Funções elementares......................................................... 179
5.1 Funções polinomiais..................................................................181
5.1.1 Função afim.........................................................................181
5.1.2 Funções quadráticas......................................................... 190
5.1.3. Funções polinomiais de modo geral.............................. 204
5.2 Funções racionais...................................................................... 209
5.3 Função-módulo..........................................................................213
5.4 Funções trigonométricas...........................................................216
5.4.1 Função seno e função cosseno......................................... 228
5.4.2 A função tangente............................................................. 250
Resumo............................................................................................. 259
Bibliografia comentada................................................................... 260
Referências............................................................................. 261
Apresentação
A disciplina “Introdução ao Cálculo” trabalha basicamente dois
conteúdos essenciais a todo professor de matemática: Números
reais e Funções. Estes conteúdos estão presentes em todas as sé-
ries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e constituem não
só uma base fundamental para a compreensão de outros conteú-
dos (como Cálculo Diferencial e Integral), mas também da pró-
pria Matemática e de sua presença em nossas vidas.
Introdução
Neste capítulo vamos estudar Conjuntos como uma linguagem
Não se desanime com a
sensação de estar apren- essencial na construção dos conceitos matemáticos. Nosso estudo
dendo coisas que já estu- está inserido numa teoria mais ampla, a Teoria dos Conjuntos,
dou. O objetivo é realmente desenvolvida no final do século XIX e início do século XX. Ao
retomar conhecimentos já
estudados, aprofundá-los longo de seu desenvolvimento, a teoria dos conjuntos manteve
e torná-los mais precisos. um estreito relacionamento com a Filosofia, mais especificamente
Serão trabalhados conhe-
com a Lógica.
cimentos novos, assim você
poderá ampliar seu saber.
Os conceitos que apresentaremos neste capítulo serão utilizados
Você se lembra do que é um
conjunto? Se você já é pro- durante todo o curso, uma vez que constituem ferramentas indis-
fessor, como você introduz pensáveis para a compreensão dos conteúdos de Álgebra, Cálcu-
este assunto? Discuta com
seus colegas, formas de se lo, Geometria Analítica, Análise e outros. Não temos a pretensão
introduzir este assunto e de esgotar o estudo de Conjuntos: estaremos aqui desenvolvendo
como desenvolver a com- apenas o essencial para que você possa se sentir confortável com a
preensão dos seus estu-
dantes. linguagem, a notação e o tipo de raciocínio necessários para acom-
panhar os próximos capítulos e outras disciplinas. Veremos a re-
presentação dos conjuntos, as relações de pertinência e inclusão,
cardinalidade, as operações entre conjuntos e o produto cartesiano.
A = {x ∈ / x é divisível por 6} e
B = {x ∈ / x é divisível por 3}.
A palavra inclusão tem Os exemplos acima nos mostram a ocorrência de uma relação entre
muitos sentidos. Pense
como o sentido social,
dois conjuntos: a relação de inclusão. Quando todo elemento de um
por exemplo, se relaciona, conjunto X é também elemento de um conjunto Y , dizemos que X
ou não, com o sentido está contido em Y e escrevemos X ⊂ Y . Neste caso X é chamado
matemático que estamos
discutindo. Procure os um subconjunto de Y . Nos exemplos temos A ⊂ B e T ⊂ M .
significados dessa palavra
em um bom dicionário.
Outros exemplos:
Observação 9. Há duas inclusões “extremas”: A ⊂ A (pois é cla- Pense bem sobre essa
ro que todo elemento de A pertence a A ) e ∅ ⊂ A . Esta última é justificativa. Você consegue
compreender sua validade?
curiosa: se quiséssemos mostrar que ∅ não está contido em A , terí- Perceba que nem sempre o
amos que obter um objeto x tal que x ∈∅ mas x ∉ A . Como x ∈∅ é conjunto vazio é elemento
impossível, pois ∅ não tem elementos, somos levados a concluir que de um conjunto, mas
sempre é subconjunto
não é possível mostrar que ∅ não está contido em A , ou seja, o con- de qualquer conjunto.
junto vazio é um subconjunto de A . Se B ⊂ A e B é diferente de ∅ e Esta demonstração
segue um padrão muito
do próprio A , dizemos que B é um subconjunto próprio de A . usado. Procure descobrir
que padrão é esse.
Propriedades da inclusão
A relação de inclusão tem algumas propriedades que nos serão
úteis:
A = B se e somente se A ⊂ B e B ⊂ A .
2) Representar os conjuntos:
A = {x ∈ / n = 4 p, p ∈ }; B = {x ∈ / n = 4k , k ∈ }
A1 = ∅ ; A2 = {}
1 ; A3 = {2}; A4 = {3}; A5 = {1, 2};
A6 = {1,3}; A7 = {2,3}; A8 = {1, 2,3}.
• Se A = 0 , teremos um subconjunto, 1 = 20
Exemplos:
1) A = ∅ , P ( A) = {∅}
Exercícios propostos
7) Determine P ( A) para:
a) A = {x ∈ / x 2 = 1}
b) A = {3,{2,5}}
c) A = {∅,{0},{1}}
1.6.1 União
Definição: Dados os conjuntos A e B , a união (ou reunião) de A e
B é o conjunto dos elementos que pertencem a A ou pertencem a B.
A notação para este conjunto é A ∪ B (lê-se “ A união B ”).
Exemplos:
A ∪ B = {x ∈ U / x ∈ A ou x ∈ B}.
Tarefa de pesquisa
Por que estes diagramas têm o nome “Euler-Venn”?
2) Propriedade Comutativa: A ∪ B = B ∪ A
3) Elemento neutro: A ∪ ∅ = A
4) A ⊂ A ∪ B
Decorre diretamente da definição: os elementos de A são tam-
bém elementos da união, uma vez que estão em A .
5) A ∪ B = B se e somente se A ⊂ B .
1.6.3 Intersecção
Definição: Dados os conjuntos A e B , a intersecção de A com B
é o conjunto dos elementos que pertencem a A e também a B . A
notação para este conjunto é A ∩ B (lê-se “ A intersecção B ”).
Exemplos:
A ∩ B = {x ∈ U / x ∈ A e x ∈ B}.
A B
6) Propriedade associativa: A ∩ ( B ∩ C ) = ( A ∩ B ) ∩ C
7) Propriedade comutativa: A ∩ B = B ∩ A
27
8) A ∩ ∅ = ∅
9) A ∩ B = A se e somente se A ⊂ B .
10) A ∩ B ⊂ A
i) A ∩ ( B ∪ C ) = ( A ∩ B ) ∪ ( A ∩ C )
ii) A ∪ ( B ∩ C ) = ( A ∪ B ) ∩ ( A ∪ C )
1.6.5 Diferença
Definição: Dados os conjuntos A e B , a diferença de A e B é o
conjunto dos elementos de A que não pertencem a B . A notação
para este conjunto é A − B e podemos escrever:
A − B = {x / x ∈ A e x ∉ B}.
Exemplos:
Tarefa
É possível encontrar conjuntos A e B de modo que se tenha
A− B = B − A?
Exercícios propostos
9) Determinar os conjuntos:
37
a) {x ∈ / x > 1}∩ −2 < x <
2
c) {x ∈ / 5 ≤ x} ∪ {x ∈ / x ≤ 5}
d) {x ∈ / x < 0} ∪
a) A ∩ B
b) ∩ A ∩ B
c) B ∩
d) A ∩ C
i) A ⊂ B
ii) C ⊂ B
iii) A ∩ C = ∅
20
B = x ∈ * / = n, com n ∈ ,
x
qual o número de elementos de A ∩ B ?
• 210
pessoas compram o produto W;
• 210
pessoas compram o produto X;
• 250
pessoas compram o produto Y;
• 20
pessoas compram os três produtos;
• 100
pessoas não compram nenhum dos três produtos;
• 60
pessoas compram os produtos W e X;
• 70
pessoas compram os produtos W e Y;
• 50
pessoas compram os produtos X e Y.
Pergunta-se:
A∪ B = A + B − A∩ B .
a) A ∪ B ∪ C = {z , x, v, u , t , s, r , p, q}
b) A ∩ B = {r , s}
c) B ∩ C = {s, x}
d) C ∩ A = {s, t}
e) A ∪ C = {p, q, r , s, t , u, v, x}
f) A ∪ B = {p, q, r , s, t , x, z}
a) A − B
b) A ∪ ( A − B )
c) A − ( A − B )
d) B ∩ ( A − B )
31
a) A − B
b) ( A − B) ∪ ( B − A)
c) ( A ∪ B) − ( B ∩ A)
Notações:
Exemplos:
1) A = {x ∈ Z / 2 | x} ⊂ ; Ac = {x ∈ / x é ímpar}
CB A = {2n + 1/ n ∈ e − 3 ≤ n ≤ 19} .
32
Propriedades da complementação
Para A e B subconjuntos de um conjunto U , temos as seguintes
propriedades (continuaremos a numeração a partir das proprie-
dades da intersecção):
12) ( Ac )c = A
13) A − B = A ∩ B c
A ∩ B c = {x / x ∈ A e x ∈ B c } = {x / x ∈ A e x ∉ B} = A − B
14) (i) ( A ∩ B )c = Ac ∪ B c
(ii) ( A ∪ B )c = Ac ∩ B c
x ∈ ( A ∩ B )c ⇔ x ∉ A ∩ B ⇔ x ∉ A ou
x ∉ B ⇔ x ∈ Ac ou x ∈ B c ⇔ x ∈ ( Ac ∪ B c )
c c
15) A ⊂ B se e somente se B ⊂ A .
Deixamos a demonstração como exercício; você pode fazer
separadamente as duas implicações:
A ⊂ B ⇒ B c ⊂ Ac e B c ⊂ Ac ⇒ A ⊂ B .
16) Se A ∩ B = ∅ , então B ⊂ Ac .
Exercícios propostos
25) Desenhe o diagrama de Venn-Euler do complementar de
A em relação a um conjunto universo U .
e) Prove que A B = ( A ∪ B ) − ( A ∩ B ) .
27) Dados os conjuntos A = {1, 2,3, 4}, B = {2, 4, 6,8}, C = {3, 4,5, 6}
num universo U = {x ∈ / 0 < x < 10}, calcule:
a) ( A − B)c
b) ( A ∩ C )c
c) ( A ∪ B )c
d) ( BC )c
a) A ∩ B
b) A ∪ B
c) B − A
34
a) A ∩ B = {2}
b) B ∩ C = {{}
1}
c) B − C = A ∩ B
d) B ⊂ A
Mais exemplos:
A × B = {(x, 2n ) / x = a, x = b ou x = c e n ∈ }
L = {(1, 0 ), (1,1), (1, 2 ), (1,3), (1, 4 ), (1,5 ), (1, 6 ), (2, 0 ), (2, 2 ), (2, 4 ), (2, 6 ), (3, 0 ), (3,3), (3
1, 2 ), (1,3), (1, 4 ), (1,5 ), (1, 6 ), (2, 0 ), (2, 2 ), (2, 4 ), (2, 6 ), (3, 0 ), (3,3), (3, 6 ), (4, 0 ), (4, 4 ), (5, 0 ), (5,5), (6, 0 ), (6, 6 )}
Exemplo:
S = {( x , x 2 − 4) / x ∈ } .
2) A × ( B ∪ C ) = ( A × B) ∪ ( A × C )
A × (B ∪ C)
A
{
{
C
B
A
(A × B) ∪ (A × C)
B {
{
C A×C
B A×B
Exercícios
32) Dados A = {3, 4,5} e B = {1, 2,3, 4} escreva os conjuntos:
a) A × B
b) B × A
c) ( A × A) ∪ ( B × B )
d) ( A × B ) ∪ ( B × A)
e) ( A × B ) ∩ ( B × A)
f) ( A × A) ∩ ( B × B )
a) (2 x − 1,5) e ( x, y + 1)
b) ( x + y,1) e (3, x − y )
c) ( y − 2, 2 x + 1) e ( x − 1, y + 2)
A × B × C = {(a, b, c) / a ∈ A, b ∈ B e c ∈ C}
O conjunto A × B × C é o conjunto das ternas ordenadas (a, b, c )
com a ∈ A , b ∈ B e c ∈ C . Um exemplo de conjunto desta natu-
reza é o espaço tridimensional × × , onde cada coordena-
da representa uma dimensão: comprimento, largura e altura.
Tarefa de pesquisa
1) Você já sabe que produtos cartesianos são úteis para descrever
posições de objetos. Em geografia você aprendeu que a locali-
zação de pontos na Terra é feita através de duas coordenadas:
latitude e longitude. Produza um texto explicando detalhada-
mente o que é latitude e o que é longitude. Dê as coordenadas
de sua cidade natal e de mais quatro cidades de sua escolha.
Resumo
Neste capítulo você estudou Conjuntos, a linguagem universal da
Matemática. Os tópicos trabalhados foram:
Bibliografia comentada
LIMA, E. L.; CARVALHO, P. C. P.; MORGADO, A. C. A matemática
do ensino médio. Rio de Janeiro: SBM, 1996. (Coleção do Professor de
Matemática)
Introdução
No estudo do conjunto dos números reais continuamos uma
caminhada que começou na disciplina de Fundamentos de Ma-
temática I com os conjuntos , e . Os conjuntos numéricos
estão presentes em todos os conteúdos do Ensino Fundamental
e do Ensino Médio: nas primeiras séries do Ensino Fundamen-
tal são estudadas as operações em e + ; nas séries iniciais
do segundo ciclo do Ensino Fundamental introduz-se e - e
em seguida . A partir daí as “ferramentas” de trabalho são os
números.
1456
1) 1, 456 =
1000
34 232
2) 2,343434... = 2 + =
99 99
2 45 243
3) 0, 2454545... = 0, 2 + 0, 0454545... = + =
10 990 990
Tendo em conta que um número irracional é aquele que não é ra-
cional, ele pode então ser caracterizado como aquele que possui
uma representação decimal infinita não-periódica, ou seja, os al-
garismos após a vírgula não se apresentam como blocos repetidos,
sucedendo-se uma infinidade de casas decimais, como por exem-
plo, 0,1010010001000010000001... Os exemplos a seguir mostram
números irracionais conhecidos em sua representação infinita não-
periódica:
4) p = 3,1415926535...
5) e = 2,7182818284...
6) 2 = 1, 4142135623...
Atividade de pesquisa
1) Dê exemplos de quatro tipos de aproximações de p feitas an-
tes do século XX. Explique cada uma delas.
3
Inicialmente observamos que 1 < 2 < , uma vez que
2
9
12 < 2 < = 2, 25 .
4
3
Tomamos como ponto de partida a média aritmética entre 1 e ,
2
3
que na reta significa o ponto médio entre entre 1 e ; esta média
2
aritmética será nossa
3
1+
• 1a aproximação: 2 = 5 = 1, 25
2 4
2
5 25 5 3
Como = = 1,56 < 2, concluímos que < 2 < .
4 16 4 2
Na reta:
1 5 √2 3 2
4 2
5
= 1, 25 é uma aproximação “por falta”, uma vez que é menor do
4
que 2 .
Figura 2.1.1
Posso chegar ainda mais próximo de 2 por valores racionais? Para
chegarmos mais “perto”, lembramos que estamos procurando núme-
ros racionais próximos de um número x cujo quadrado é 2 , ou seja,
5 8
x 2 = x.x = 2 . Fazendo x. = 2 , obtemos x = e tomando a média
4 5
5 8
aritmética (ou o ponto médio) entre e , obtemos nossa
4 5
5 8
+
• 2 aproximação:
a 4 5 = 25 + 32 = 57 = 1, 425
2 20 ⋅ 2 40
1 5 √2 3 8 2
4 25
1 5 80 √2 57 2
4 57 40
80 57
+
6449
• 3 a aproximação: 57 40 = ≅ 1, 41425...
2 4560
5 57 6449
meros racionais , , ... que se aproximam cada vez mais
4 40 4560
de 2.
49
5 0,16421356237
1,41421356237... = 1, 25
4 (erro na 1ª casa decimal)
57 0,01078643763
= 1, 425
40 (erro na 2ª casa decimal)
6449 0,00003643763
= 1, 41425...
4560 (erro na 5ª casa decimal)
Exercícios propostos
1) Utilizando o procedimento anterior, encontre a 4ª aproxima-
ção de 30 , começando as aproximações com 5 (1ª aproxi-
mação). Comparando com o resultado da calculadora, em qual
casa decimal está o erro?
A1) x + ( y + z ) = ( x + y ) + z (Associativa)
A2) x + y = y + x (Comutativa)
D) x.( y + z ) = x. y + x.z .
(Distributiva)
Por M2, também vale ( x + y ).z = x.z + y.z
Propriedades Propriedades da
Conjunto numérico Dist.
da Adição Multiplicação
Propriedades
Decorrem dos axiomas as seguintes propriedades em :
y + (x + y ) = y + (x + z )
( y + x ) + y = ( y + x ) + z (Associativa, A1)
Poderíamos também somar
0+ y = 0+ z (Existência do oposto, A4 e comutativa, A2) z, o “outro” oposto de x
e chegaríamos à mesma
y = z (Existência do elemento neutro) conclusão).
■
53
x + z = y + z ⇒ x = y, ∀x, y, z ∈R
xz = yz e z ≠ 0 ⇒ x = y, ∀x, y, z ∈ R
P7) x ⋅ 0 = 0, ∀x ∈
x ⋅ 0 + x ⋅ 0 = x ⋅ 0 (Distributiva)
x⋅0 + x⋅0 = x⋅0 + 0 (Existência do elemento neutro)
P8) x ⋅ y = 0 ⇒ x = 0 ou y = 0 , ∀x, y ∈
Hipótese. x ⋅ y = 0
Tese. x = 0 ou y = 0
Como temos que provar uma afirmação com “ou” (no sentido de
alternativa), vamos supor que uma das alternativas não ocorra, ou
seja, vamos supor x ≠ 0 . Devemos mostrar então que para y só res-
ta a opção de ser 0 . De fato: por hipótese temos x. y = 0 e pela pro-
priedade P7 temos que 0 = x.0 . Podemos então escrever x. y = x.0 .
54
P9) -(- x) = x e ( x -1 ) -1 = x , ∀x ∈ .
P10) -( x + y ) = (- x) + (- y ), ∀x, y ∈ .
x 2 - 3x = 2 x
x = 0 ou x + 0 = 5 (A4, A3 e distributiva)
x = 0 ou x = 5 (A3)
55
5 + (- 5) = 0 ∈ , 1 + 30 ∈ -
7 ⋅ 7 = 7∈, 3⋅ 2 = 6 ∈ -
Proposição 1.
Demonstração.
r + = b ⇒ = b + (-r ) ⇒ = b - r
Exercícios resolvidos
1) Prove que para todo número inteiro primo positivo p , tem se
que p é um número irracional.
p.b 2 = ( p.x) 2
∩ ( - ) = e ∪ ( - ) =
Exercícios propostos
4) Determine a soma, a diferença e o produto dos números
a + b e a - b , com a e b números reais positivos.
i) a = 0 ;
Definição 2. Para a, b ∈ R
, definimos:
Simbolicamente, escrevemos:
• a < b , se e somente se b - a ∈ +
• a > b , se e somente se a - b ∈ +
• a ≤ b , se e somente se a < b ou a = b
• a ≥ b , se e somente se a > b ou a = b
• a < b se e somente se b - a ∈ + ;
• a ≤ b se e somente se b - a ∈ + ∪ {0} .
• b - a = 0 , ou seja, a = b .
Demonstração.
ii) Hip. a ≤ b e b ≤ a
Tese. a = b
(b - a ) + (c - b) = b + (-a ) + c + (-b) =
Propriedades
Demonstração.
Hip. x ≤ y e 0 ≤ z
Tese. xz ≤ yz
Demonstração.
Hip. x ≤ y e z < 0
Tese. yz ≤ xz
(- z )( y - x) = (- z ). y + (- z )(- x) (distributiva D)
(- z )( y - x) = zx - zy (definição de subtração)
y - x = ( y - x) + z + (- z ) = y + (- x) + z + (- z ) =
= ( y + z ) + [-( x + z )] = ( y + z ) - ( x + z ) .
Tarefa
Identifique a propriedade utilizada em cada uma das quatro igual-
dades anteriores.
Demonstração.
Hip. x ≤ y e a ≤ b
Tese. x + a ≤ y + b
= ( y + b) - ( x + a ) ∈ + ∪ {0} e assim x + a ≤ y + b .
■
Demonstração.
x ≤ y ⇔ x + (- x) ≤ y + (- x) ⇔ 0 ≤ y + (- x) ⇔
⇔ (- y ) + 0 ≤ (- y ) + y + (- x) ⇔ - y ≤ - x .
■
(e) e (f) Estes resultados são mais conhecidos como uma “re-
1 1
gra” na forma : se x < y então < . Observe que nem sem-
y x
1 1
pre isto vale, pois temos -2 < 2 e < .
-2 2
Faremos novamente a demonstração de e) e deixamos a demons-
tração de f) como exercício:
Tese. y -1 < x -1
x< y
■
66
x ≤ 0 e y > 0 ⇒ xy ≤ 0
x ≤ 0 e y < 0 ⇒ 0 ≤ xy
( x1 ) 2 + ( x2 ) 2 + ... + ( xn ) 2 ≥ 0
( x1 ) 2 + ( x2 ) 2 + ... + ( xn ) 2 = 0 ,
se e somente se x1 = x2 = ... = xn = 0
Exercícios propostos
6) Demonstre o que foi deixado como exercício.
2.4.2 Intervalos em
Alguns subconjuntos do conjunto de números reais possuem uma
notação especial: os intervalos. Listamos a seguir estes subconjuntos
especiais; estaremos considerando a e b números reais diferentes
com a < b .
1 1
Exemplos: 5 = 5 ; - =
3 3
1º) |a | está definido para todo número real, pois, pelo axioma de
ordem, a > 0 , a < 0 ou a = 0 .
|a−b|
{
a b
Propriedades do módulo
As propriedades que veremos a seguir desempenham um papel
muito importante nos próximos capítulos, no estudo das inequa-
ções. Também serão bastante úteis em disciplinas posteriores. Para
prová-las, usaremos basicamente a definição; para x ∈ considera-
mos sempre as duas possibilidades: x ≥ 0 e x < 0 .
1) | x |= 0 ,se e somente se x = 0 .
- x = -(- x) = x . Logo, x = - x .
x = - x e - x = - x . Assim, x = - x .
3) - x ≤ x ≤ x , para todo x ∈ .
Demonstração.
4) Para todos x, y ∈ , xy = x ⋅ y
5) Para todos x, y ∈ , x + y ≤ x + y
i) para x, y ∈ , x + y ≥ 0 : x + y = x + y
x+ y = x+ y ≤ x + y
-x ≤ x e - y ≤ y
Assim, x + y = -( x + y ) = (- x) + (- y ) ≤ x + y .
■
71
6) Para todos x, y ∈ , x - y ≤ x - y ≤ x + y
Demonstração.
Hip. x ∈ , a ∈ + e x < a .
Tarefa
Mostre que a propriedade 7 continua verdadeira, se substituirmos
< por ≤ .
−3 x 0 x 3
Demonstração.
Hip. x ∈ , a ∈ + e x > a
x −4 0 4 x
Exercícios propostos
10) Faça as demonstrações deixadas como exercício.
1
11) Dados os subconjuntos de , A = (-1,5] , B = , 5 e
C = (3, ∞) , determinar: 2
a) A ∪ B
b) B ∪ C
c) A ∩ B
d) B ∩ C
73
a) x - 1 ≤ 9
b) x > -5
1
c) x + 4 >
2
a1 + a 2 + ... + a n ≤ a1 + a 2 + ... + a n
0 5 m+5 m
2
75
Exemplos:
1) A = {x ∈ / x - 2 ≤ 5} ⊂ ; A é limitado superiormente e um
de seus limites superiores é 7 , uma vez que x - 2 ≤ 5 é equi-
valente a x - 2 + 2 ≤ 5 + 2 que por sua vez é equivalente a x ≤ 7
(lembre das propriedades da relação ≤ ). Assim, os valores de
x tais que x - 2 ≤ 5 correspondem aos valores de x menores
do que ou iguais a 7 . Todos os elementos de A são menores
do que ou iguais a 7 , o que caracteriza 7 como um limite su-
perior. Observe que os números reais maiores do que ou iguais
a 7 são também limites superiores de A , já que satisfazem a
definição. O conjunto A não é limitado inferiormente; logo,
não é um conjunto limitado.
Você já deve ter percebido que às vezes o limite superior (ou infe-
rior) de um conjunto pertence ao conjunto. Nestes casos especiais
eles têm um nome próprio:
Exemplos:
1) S é limite superior de A .
Notação: S = sup A
1) s é limite inferior de A .
Notação: s = inf A
Exemplos:
1
9) A = ∈ / n ∈ * ; sup A = 1 e inf A = 0 . Note que o supre-
n
mo é também máximo. Mais adiante daremos outros detalhes
sobre o ínfimo deste conjunto, que será uma conseqüência da
proposição 3.
78
Exercícios propostos
1) Para cada um dos conjuntos que se seguem, verifique:
A = {x ∈ / x 2 - x - 6 < 0}
B = {x ∈ / x 2 + x + 1 < 0}
C = {x ∈ / x 2 - 2 x + 1 > 0}
D = {x ∈ / ( x - 1)( x - 2)( x - 3) ≥ 0}
n
E = / n ∈
n +1
F = {x ∈ / x - 3 < 1}
G = {cos x / 0 ≤ x ≤ B}
x -1
H = x ∈ / < 0
x+3
I = [-2,3) - (- 2 , 2 2]
J = {57}
K = {q ∈ / q 4 < 9}
2
L = {x / x ∈ e x é divisível por 29}
6833
M = 221 - n / n ∈
2
(-1) n
N = n + / n ∈
n
79
Proposição 3.
α a α+ε
Demonstração.
a) ( ⇒ ) Hip. A ⊂ , A ≠ ∅ , sup A = .
Tese.
i) é limite superior de A
( ⇐ ) Hip. A ⊂ , A ≠ ∅ e
i) é limite superior de A e
Tese. sup A = .
β−ε a β
i) n ≤ S , para todo n ∈ e
Como (ii) vale para todo , vale também para = 1 e para ele existe
um m1 ∈ tal que S - 1 < m1 . Então S < m1 + 1 e como m1 + 1 é um
número natural, isto contradiz o fato de S ser o supremo de (pois
encontramos um elemento do conjunto que é maior do que o su-
premo). Esta contradição veio da nossa suposição de ser limitado
superiormente. Concluímos então que este fato não pode ocorrer, ou
seja, não é limitado superiormente.
■
1
< . Por outro lado, se < 1 (número “muito pequeno”), de-
n
vemos estar mais atentos para a relação entre e n . Vamos fa-
1
zer = . Qual seria o número n neste caso? Queremos
1000000
1 1
< . É suficiente tomar n maior estritamente do que
n 1000000
Lembre que quanto maior 1000000 para que a desigualdade ocorra. De fato, para n = 1000001
o denominador n, menor é
1 1 1
a fração . já temos = < . Qualquer outro valor de n maior
n 1000001 1000000
do que 1000001 também iria satisfazer a desigualdade.
Note que o resultado diz “existe n ”, o que significa que existe pelo
menos um valor de n ; nada impede que existam mais valores satis-
fazendo a desigualdade.
i) 0 é limite inferior de A .
1
De fato: (i) ocorre pois os elementos de A são da forma > 0 , para
n
todo n ∈ *
1
(ii) ocorre pela proposição 5: dado > 0 , existe m ∈ * tal que < .
m
1 1
Este elemento pertence a A e satisfaz < 0 + .
m m
Logo, inf A = 0 .
84
Demonstração
Tese. a = 0
Demonstração
Tese. a = b
Demonstração
Tese. a ≤ b
1
Então a - b > 0 e para = (a - b) > 0 temos por hipótese que
2
1 1
a - b < (a - b) . Isto significa que (a - b) - (a - b) < 0 , ou seja,
2 2
a - b < 0 e conseqüentemente a < b . Isto é uma contradição gerada
pela nossa suposição de a > b . Logo, as opções possíveis para a e b
são a < b ou a = b , o que significa a ≤ b , como queríamos provar.
Observação 30. O resultado nos diz que dados dois números reais
x e y , com y > 0 , é sempre possível encontrar um número n ∈ *
tal que o produto de n por y seja maior do que x .
1) x e y são racionais
1 7
Consideremos y = > 0 e x = . Devemos encontrar n ∈
100 8
1 7
tal que ny > x , ou seja, n ⋅ > (*). Qual o valor de n ? A
100 8
idéia é representar os números racionais x e y com o mesmo
2 176 175
88 ⋅ = > .
200 200 200
(Note que n não é único!)
2) x é racional e y irracional
11
Consideremos x = e y = 2 > 0 . Devemos encontrar n tal
5
11
que n ⋅ 2 > .
5
Neste caso não temos uma representação fracionária para
y ; no entanto, temos representações decimais para x e y :
11
x = = 2,5 e y = 2 = 1, 41421356237...
5
Vemos então que n = 10 satisfaz a desigualdade requerida:
11
10 ⋅ 2 = 10 ⋅1, 41421356237... = 14,1421356237... > 2,5 =
5
87
3) x é irracional e y é racional
1
Consideremos x = 3 e y = > 0 ; devemos encontrar n tal
80
1
que n ⋅ > 3 .
80
Análogo ao caso (2), vamos observar as representações deci-
mais de x e y : x = 1, 73205080757... e y = 0, 0125 . Neste caso
vemos que n = 1000 resolve nosso problema. Vamos conferir:
1
1000 ⋅ = 1000 ⋅ 0, 0125 = 12,5 > 3 = 1, 73205080757... .
80
4) x e y são irracionais
x = 2, 2360679775... e y = 4,12310562562... .
Observação 31. Este resultado nos diz que dados quaisquer nú-
meros reais a e b , com a < b , existe sempre um número racio-
nal entre eles. Já conhecemos este resultado para o caso de a e b
racionais (feito em Fundamentos I): basta tomar a média aritmética
entre a e b . Vamos observar um exemplo com a e b irracionais:
a = 3 e b = 5 . Neste caso tanto a como b possuem uma repre-
sentação decimal: a = 1, 73205080757... e b = 2, 2360679775... Não é
difícil encontrar um número racional entre a e b (temos até mais de
18 18
um!): 1,8 = é um racional e 3 < < 5 . Não esqueça: o que fi-
10 10
zemos foi apenas apresentar um exemplo, não uma demonstração!
Exercícios propostos
1
18) Encontre n ∈ * tal que < , para os seguintes valores de :
n
a) = 3 ⋅10-21
b) = 0, 000039
c) = 5 ⋅108
a) x = 3, 45678 e y = 10
b) x = 19 e y = 20 .
3
a) <r< 2
2
b) 10 < r < 3,16227
(i) a ≤ b, ∀a ∈ A e ∀b ∈ B
(iii) A ∩ B = ∅
a) A + B = {a + b / a ∈ A e b ∈ B}
Mostre que:
destes assuntos: equações do primeiro grau (sexta série), do segun- Para usar uma terminologia
absolutamente precisa
do grau, equações racionais, equações com módulo, inequações do deveríamos chamar estas
primeiro grau, inequações do segundo grau. Neste momento não equações de equações
vamos abordar equações e inequações trigonométricas e logarítmi- polinomiais do primeiro
ou do segundo grau, mas
cas; elas serão tratadas mais tarde, quando estudarmos as funções não é errado utilizar da
elementares. forma como está. Você
observará, que quando
se tratar das funções é
2.7.1 Equações obrigatório o uso do termo
polinomial para referir-se
às funções polinomiais
Alguns livros do ensino fundamental definem uma equação como do segundo grau, ou
funções quadráticas.
“uma igualdade entre duas expressões algébricas”, sem, contudo,
definir o que é uma “expressão algébrica”. As tentativas de definir
as equações (e também os polinômios) sem o suporte do conceito
de função variam de geniais a matematicamente incorretas. Opta-
mos por não definir formalmente, e de modo genérico, o que é uma
equação. Vamos resolvê-las. Mas o que é resolver uma equação?
Nomenclatura:
Procedimento Justificativa
ax + b = 0
Adicionando o mesmo valor aos dois membros, a igualdade se mantém. O
[ax + b]+ (-b ) = 0 + (-b ) valor adicionado é o oposto de b , que sabemos existir por A4.
ax + b + (-b ) = -b À esquerda da igualdade usamos a propriedade associativa da adição (A1); à
direita usamos o fato de 0 ser o elemento neutro da adição (A3).
ax + 0 = -b À esquerda usamos que a soma de um número com seu oposto é zero (A4).
x=
(-b ) À esquerda da igualdade usamos que o produto de um número pelo seu
inverso é 1 (M4), e 1.x = x pois 1 é o elemento neutro da multiplicação
a (M3). À direita usamos a operação de multiplicação de números reais.
-b ± b 2 - 4ac
x=
2a
Mas como esta fórmula foi deduzida? Sua dedução utiliza a Este é um procedimento
de cálculo secular e
idéia de “completar quadrados”. Acompanhe a dedução com
pode ser trabalhado
atenção. com os estudantes já no
ax 2 + bx + c = 0 Ensino Médio; alguns
defendem que até mesmo
1 no Fundamental. O
Primeiro multiplicamos a igualdade por , uma vez que a ≠ 0 , procedimento permite
a que os estudantes não se
b c
obtendo x 2 + x + = 0 . tornem tão dependentes da
a a fórmula, além de poderem
resolver outros problemas
Lembrando que ( p + q ) 2 = p 2 + 2 pq + q 2 e observando os dois e a própria equação de
primeiros termos da igualdade anterior fazemos segundo grau na forma
canônica e não somente na
2
b 2 b b2 forma normal. Procure a
x + = x + x + . Coleção Contando a História
2a a 4a 2 da Matemática, da Editora
Ática. No volume sobre esse
b2 assunto há uma discussão
Então somamos e subtraímos , obtendo:
4a 2 desse método de resolução.
2 b c b 22 b 22
2 x + b x + c + b 22 - b 22 = 0
2 x + ba x + ac + 4ba 2 - 4ba 2 = 0
x + a x +2 a + 4a 2 - 4a 2 = 0
ab 2 a c 4a b 22 4a
x + b 2 + c - b 22 = 0
x + 2ba + ac - 4ba 2 = 0
x + 2a 2 + a - 4a 22 = 0
2ba 2 a4ac 4-ab
x + b 2 + 4ac -2 b 2 = 0
2
2 2
b ∆
x + - =0
2a 2a
b ∆ b ∆
x + + . x + - =0
2a 2a 2a 2a
b ∆ b ∆
x+ - = 0 ou x + + = 0 e então
2a 2a 2a 2a
-b + ∆ -b - ∆
x1 = ou x2 = , que são as soluções da equação.
2a 2a
-5 x = -4 x - x ; 6 = 4 + 2 ;estamos procu-
x2 - 4 x + 4 - x + 2 = 0 rando um quadrado e é “fácil” lembrar que
(x - 2 )
2
= x2 - 4 x + 4
(x - 2 )
2
(x - 2 ) - (x - 2 ) = 0 = x 2 - 4 x + 4 e a propriedade asso-
2
ciativa
x = 2 ou x = 3
Observação 36. Este processo nos indica que, uma vez encontradas as
soluções, é possível expressar a equação na forma (x - 2 ). (x - 3) = 0 .
Um exercício da próxima lista de exercícios generaliza este fato para
as equações de segundo grau.
a) x 2 + 8 x - 9 = 0
95
2
4 2x 4 2
2x x2 2x
4 2x 4
x2 + 8x = 9
8 x = 4.(2 x)
x 2 + 8 x + 4.4 = 9 + 16 = 25 = (x + 4 )
2
b) x 2 - 2 x - 3 = 0
1 1
2 2
1 1
2 2
1
x 2 - 2 x = 3 e 2 x = 4. x .
2
Foram “tirados” do quadrado quatro retângulos de dimensões
1
e x ; conseqüentemente, foram tirados duas vezes os quatro
2
1
quadrados de lado . A figura em cruz tem área x 2 - 2 x = 3 .
2
Para completar o quadrado do meio, acrescentamos os quatro
1 1
pequenos quadrados de lado e teremos: x 2 - 2 x + 4. .
2 4
2 2 2
De x - 2 x = 3 , temos ( x - 1) = 3 + 1 = 4 = 2 .
Observação 38. Você deve ter notado que as duas equações resol-
vidas geometricamente eram do tipo ax 2 + bx + c = 0 , com a = 1 e o
termo independente c < 0 . Pergunta: o processo poderia ser feito
também para equações com c > 0 ?
Exemplos:
1 2
1) Resolver a equação = , x ≠ 2 e x ≠5.
x -2 x -5
Vamos resolvê-la.
1 2
= , x≠2 e x≠5
x -2 x -5
2
Somando o oposto de , temos:
x -5
1 2
- =0
x -2 x -5
Reduzindo ao mesmo denominador (frações equivalentes),
1. (x - 5 ) - 2. (x - 2 )
=0
(x - 2 ). (x - 5)
A fração será igual a zero quando o numerador for igual a zero. Logo,
basta resolver x - 5 - 2 x + 4 = 0 , ou seja, - x = 1 , que resulta x = -1 .
Antes de dar a resposta, devemos verificar se o valor encontrado é
diferente de 2 e diferente de 5 , valores “proibidos” por tornarem
zero o denominador. Como isto acontece, a solução é x = -1 , isto é,
S = {-1} .
97
1 1
2) Resolver a equação 2
- =0.
x - 5x + 6 x - 2
Inicialmente devemos verificar os valores de x que anulam os deno-
minadores, para que possamos excluí-los da solução:
(i) x 2 - 5 x + 6 = 0 quando x = 2 ou x = 3
(ii) x - 2 = 0 quando x = 2
1 - ( x - 3)
=0
( x - 2) ⋅ ( x - 3)
Novamente, uma fração é igual a zero quando seu numerador é
zero:
1 - (x - 3) = 0
1 - x + 3 = 0 , ou seja, x = 4
Exercícios propostos
29) Resolva as equações:
5 3
a) x+ =0.
2 4
-3 2
Resp. S =
4 5
b) 1 1
2
- = 0.
x - 7x - 8 x - 2
{
Resp. S = 4 - 22, 4 + 22 }
30) Mostre que é única a solução da equação ax + b = 0 , com a e
b números reais e a ≠ 0 .
98
a
34) Mostre que todo número racional com a ∈ e b ∈ * é
b
solução de uma equação de primeiro grau com coeficientes
inteiros.
2.7.3 Inequações
Para resolver inequações, usaremos principalmente as proprie-
Aconselhamos que você
dades da relação de ordem em . Faremos inicialmente as ine- leia este tópico acompa-
quações de primeiro grau, em seguida as inequações de segundo nhado de papel e lápis.
grau e por fim as inequações envolvendo módulo. Para estas úl-
timas usaremos também as propriedades do módulo. A melhor
maneira de aprender a resolver inequações é por meio de exem-
plos; é claro que não podemos fazer todos os exemplos possíveis!
No entanto, selecionamos alguns mais significativos, cujas estra-
tégias são mais gerais. Resolver uma inequação é encontrar todos
os valores de x que satisfaçam uma desigualdade; não podemos
esquecer que isto é diferente de encontrar valores que satisfaçam
uma igualdade.
99
Exemplos:
Procedimento Justificativa
3x - 5 > 2
1
1 1 Multiplicamos ambos os lados por (o inverso de 3 );
.3 x > .7 3
3 3 a desigualdade não se altera pois o número é positivo.
(PO3)
7
x> Efetuamos a multiplicação
3
2) Resolver a inequação 7 - 5x ≥ 8
7 - 5x ≥ 8
-5 x ≥ 8 - 7
5x ≤ 7 - 8
7 -8
x≤ ;
5
7 -8
S = -∞,
5
100
3) Resolver a inequação 2 x + 3 ≤ 5 x + 1
2 x + 3 ≤ 5x + 1
2 x - 5 x ≤ 1 + (-3)
1
-3 x ≤ -2 . -
3
2
x≥
3
2
S = , +∞
3
Observação 39. Como você deve ter percebido, nos dois exemplos
foram utilizadas as propriedades PO3 e PO5; no exemplo 3 tam-
bém foi utilizada a PO4. Veja outra maneira de resolver, utilizan-
do a adição e a lei do cancelamento:
2 x + 3 ≤ 5x + 1
2 x + 2 + 1 ≤ 2 x + 3x + 1
2 ≤ 3x
2
≤x
3
2
S = , +∞
3
Exemplos:
x A @f>
0 3
x !A @f>
-1 0
x A A ŀ A @f>ŀ@f> @f>
0 3
Figura 2.1
A =]3, +∞[ .
x B @f>
0 3
x B @f>
-1 0
x B B ŀ B @f>ŀ@f> @f>
-1 0
Figura 2.2
B =] - ∞, -1[ .
5) Resolver a inequação 2 x 2 + 3 x + 3 ≤ 3
2 x 2 + 3 x + 3 ≤ 3 + (-3)
2 x 2 + 3 x + 3 + (-3) ≤ 3 + (-3)
2 x 2 + 3x ≤ 0
Escrevendo o membro da esquerda como produto (propriedade
distributiva), temos x (2 x + 3) ≤ 0 .
3
i) x ≥ 0 e 2 x + 3 ≤ 0 , ou seja, x ≥ 0 e x ≤ - .
2
Vejamos agora, com o auxílio da reta, quais valores de x satisfa-
zem simultaneamente estas condições:
x≥0
0
3
x ≤−
3 0 2
−
2
Figura 2.3
103
3
ii) x ≤ 0 e 2 x + 3 ≥ 0 , ou seja, x ≤ 0 e x ≥ - .
2
Observando na reta:
x d
xt
d x d ou
Figura 2.4
ax 2 + bx + c ≥ 0, ax 2 + bx + c > 0, ax 2 + bx + c ≤ 0, ax 2 + bx + c < 0 ,
104
ax 2 + bx + c = a( x - u ) ⋅ ( x - v) ,
(x - u )(x - v ) ≤ 0, u < v S = [u , v]
Exemplos:
7 - 2x
6) Resolver a inequação <2
4x +1
Somos tentados a multiplicar a expressão “em cruz”, a fim de obter
uma inequação já conhecida. No entanto, “multiplicar em cruz” signi-
fica formalmente multiplicar ambos os membros da desigualdade por
4 x + 1 , mas devemos lembrar as propriedades da relação de ordem
(PO3 e PO4): quando multiplicamos ambos os membros de uma desi-
gualdade por um número positivo, a desigualdade se mantém. Mas se
o número é negativo, a desigualdade se altera. Como não sabemos se
4 x + 1 é positivo ou negativo (depende do valor de x ), não podemos
multiplicar os membros da desigualdade e conservá-la. Nosso proce-
dimento será outro. Veja:
7 - 2x
< 2 somando (-2) aos dois membros, obtemos
4x +1
7 - 2x
7 - 2 x + (-2 ) < 2 + (-2 )
4 x + 1 + (-2 ) < 2 + (-2 )
74 x- +21x
7 - 2x - 2 < 0
4x +1 - 2 < 0
4x +1
105
1 1
i) -10 x + 5 > 0 e 4 x + 1 < 0 , isto é, x < e x<-
2 4
Na reta:
x A @f>
x A @f>
x A A ŀ A @f>
Figura 2.5
1 1
ii) -10 x + 5 < 0 e 4 x + 1 > 0 , isto é, x > e x>- .
2 4
Na reta:
x B @f>
0
x B @f>
0
x B B ŀ B @f>
0
Figura 2.6
106
1
B = , +∞ .
2
Como pode ocorrer (i) ou (ii), os valores de x do conjunto A ou
os do conjunto B satisfazem a desigualdade. Isto nos sugere que o
conjunto-solução da inequação é a união dos conjuntos A e B :
1 1
S = A ∪ B -∞, - ∪ , +∞ .
4 2
1 3
7) Resolver a inequação ≥
x +1 x - 2
Inicialmente devemos ter x ≠ -1 e x ≠ 2 . Continue resistindo à ten-
tação de “multiplicar em cruz”: este procedimento não funciona com
inequações! Observe a resolução:
1 3 3
≥ somando - nos dois membros, obtemos
x +1 x - 2 x - 2
1 3
- ≥0
x +1 x - 2
Reduzindo ao mesmo denominador:
(x - 2 ) - 3 (x + 1) ≥ 0
(x(-x +2 )1)(
- 3x(-x 2+)1)
- 3x(-x 2+ 1) ≥ 0
(x(-x +2 )1)(
x - 2 - 3x - 3 ) ≥ 0
(x +-1)( x - 2) 0
3xx--23) ≥
(xxx--+221)(
- 3xx--23) ≥ 0
(x +-12)( x -5 ≥ 0
(x +-12)( x -x 5- 2 )) ≥ 0
x-2
(x +-12)( x -x 5- 2 ) ≥ 0
(x + 1)( ≥0
(x + 1)(x - 2 )
Quando um quociente de números reais é maior do que ou igual à
zero? Quando numerador e denominador são ambos positivos ou são
ambos negativos. Além disso, o numerador pode ser nulo (o denomi-
nador não pode!). Note também que não é conveniente realizar as
operações do denominador. Vamos analisar os dois casos, como no
exemplo 4:
107
i) -2 x - 5 ≥ 0 e ( x + 1) ⋅ ( x - 2) > 0
5 5
A solução da primeira inequação é x ≤ - , ou B = -∞, - ; pela
2 2
Obs. 40, a solução da inequação ( x + 1) ⋅ ( x - 2) > 0 é o conjunto
A =] - ∞, -1[∪]2, +∞[ .
A @f> * @f>
B @f
S AŀB @f
Figura 2.7
ii) -2 x - 5 ≤ 0 e ( x + 1) ⋅ ( x - 2) > 0
5 5
x ≥ - , ou B = - , +∞ .
2 2
Pela Obs. 40 a solução da inequação (x + 1)(x - 2 ) < 0 é A =] - 1, 2[ .
A = ]−1, 2[
−1 0 2
B = [− 5 , +∞[
5 0 2
−
2
S2 = A∩B = ]−1, 2[
−1 0 2
Figura 2.8
108
5
O caso (i) nos forneceu o conjunto S1 = -∞, e o caso (ii) nos
2
forneceu o conjunto S 2 =] - 1, 2[ . Então concluímos que o conjunto-
5
solução da inequação será S = S1 ∪ S 2 = -∞, - ∪ ]-1, 2[. Observe
2
que os valores “proibidos” x = -1 e x = 2 não pertencem ao conjun-
to solução.
Primeiro modo:
Logo, a solução é S =] - 6, 2[ .
Segundo modo:
Também neste caso temos uma propriedade que nos auxilia, a PM7:
Exemplo:
1
10) Resolver a inequação x 2 + x - 2 <
2
1 1
Pela Obs. 41 fazemos - < x 2 + x - 2 < , e resolvemos as duas ine-
2 2
quações.
1 1
i) - < x 2 + x - 2 ou x 2 + x - 2 > -
2 2
1 2x2 + 2x - 4 + 1
x2 + x - 2 + >0 ⇒ >0
2 2
110
-1 - 7 -1 + 7
u= e v= ;
2 2
pela Obs. 40, a solução parcial é
-1 - 7 -1 + 7
S1 = -∞, ∪ , +∞ .
2 2
1
ii) x 2 + x - 2 <
2
1
x2 + x - 2 - <0
2
2x2 + 2x - 5 < 0 (veja exemplo 6)
-1 - 11 -1 + 11
u= e v= ;
2 2
a solução parcial é
-1 - 11 -1 + 11
S1 = , .
2 2
-1 - 7 -1 + 7 -1 - 11 -1 + 11
a1 = , a2 = , b1 = , b2 =
2 2 2 2
S
a a
S
b b
S S ŀS
b a a b
Figura 2.9
-1 - 11 -1 - 7 -1 + 7 -1 + 11
S = S1 ∩ S 2 = , ∪ , .
2 2 2 2
111
Tarefa
1
Resolva como exercício: x 2 + 2 x - 8 > .
3
Resposta:
-1 - 28 -1 - 22 -1 + 22 -1 + 28
S = -∞, ∪ , ∪ , +∞
3 3 3 3
Exemplos:
x + 4 se x + 4 ≥ 0
| x + 4 |=
- ( x + 4) se x + 4 < 0
2 x - 6 se 2 x - 6 ≥ 0
2x - 6 =
- (2 x - 6 ) se 2 x - 6 < 0
Ou ainda:
x + 4 se x ≥ -4
| x + 4 |=
- x - 4 se x < -4
2 x - 6 se x ≥ 3
2x - 6 =
-2 x + 6 se x < 3
Observe que temos dois valores que são decisivos em nossa análi-
se: x = -4 e x = 3 ; vamos chamar estes valores de “marcadores”. À
medida que x percorre a reta e passa pelos marcadores, obtemos as
soluções parciais de nossa inequação. Para ilustrar este fato, vamos
colocá-lo em um quadro; a reta superior representa a reta e cada
coluna, a partir da segunda, representa um intervalo entre os mar-
cadores:
112
x x < -4 -4 -4 ≤ x < 3 3 3≤ x
2x - 6 -2 x + 6 -2 x + 6 2x - 6
x + 4 ≤ -2 x + 6
x - 4 ≤ 2x - 6 - x - 4 ≤ -2 x + 6 x + 4 ≤ 2x - 6
2
(resolução) x ≤ 10 x≤ x ≥ 10
3
2
Solução parcial x < -4 e x ≤ 10 -4 ≤ x < 3 e x ≤ x ≥ 3 e x ≥ 10
3
2
Conjunto ] - ∞, -4[ [-4, ] [10, +∞[
3
2 x - 6 = -2 x + 6 e x + 4 = - x - 4 ,
2 x - 6 = -2 x + 6 e x + 4 = x + 4 ;
2
a inequação é x + 4 ≤ -2 x + 6 e sua solução é -4, no intervalo
3
considerado.
2 2
S =] - ∞, -4[∪ -4, ∪ [10, +∞[= -∞, ∪ [10, +∞[ .
3 3
113
i) 5 < x - 2
ii) x - 2 < 10
Exercícios propostos
Resolver as inequações:
6x - 4 4x -1
37) <
5 3
7
Resp. S = - , +∞
2
38) 2 x - 5 ≤ x - 1 ≤ 3 x + 2
3
Resp. S = - , 4
2
39) (5 x - 2) ⋅ (2 x - 8) > 0
2
Resp. S = -∞, ∪]4, +∞[
5
114
40) 3x - 5 ≤ 0
2x +1
1 5
Resp. S = - ,
2 3
41) 2 5
≤
x +1 2x -1
1
Resp. S = [-7, -1[ ∪ , +∞
2
Resp. S =] - 497,503[
43) 9 - 2 x ≥ 4 x
9 3
Resp. S = - ,
2 2
44) 5 1
≥
2x -1 x - 2
1 1 11
Resp. S = -∞, ∪ , ∪ [3, +∞[
2 2 7
45) 2 x - 3 + x + 4 ≤ 3 x
7
Resp. S = -∞, -
2
46) x 2 + 3 x + 3 ≤ 5
-3 - 17 -3 + 17
Resp. S = ,
2 2
47) x + 3 x - 2 ≤ 2 x + 1
3
Resp. S = -∞,
2
115
Exemplos:
1) Resolver a equação x - 1 = x + 11
x - 1 = x + 11
( x - 1) 2 = ( x + 11) 2
x 2 - 2 x + 1 = x + 11
x 2 - 2 x - x + 1 - 11 = 0
x 2 - 3 x - 10 = 0 ; as soluções são x = 5 e x = -2 .
116
1
2) Resolver a equação 1 - = 1- x, x ≠ 0
x
1
As condições iniciais são 1 - ≥ 0 e 1 - x ≥ 0 . Resolvendo as inequa-
x
1
ções 1 - ≥ 0 e 1 - x ≥ 0 , teremos a solução K =] - ∞,1] , o que sig-
x
nifica que os valores encontrados devem pertencer ao conjunto K
(Faça os detalhes desta resolução).
1
1- = 1- x
x
1
- = -x
x
1
=x
x
x 2 = 1 ; logo, as soluções possíveis são x = 1 ou x = -1.
x = 1 ; logo, as soluções possíveis são x = 1 ou x = -1.
2
3) Resolver a equação 5 + 1 + 5x = 3 .
5 + 1 + 5x = 9 + (-5 )
1 + 5x = 4
117
1 + 5 x = 16
5 x == 15;
5x 15 ;logo,
logo,a asolução
soluçãopossível
possível x =3.3.
é xé =
Exercícios propostos
Resolva as equações:
48) 2 5 x - 1 = 3 3 x - 2
49) 5x - 6 = 2 + 5x - 3
Introdução
Neste capítulo você vai estudar relações de modo geral e os ti-
pos especiais de relações. Este assunto, assim como Conjuntos
no Capítulo 1, será importante no desenvolvimento de conceitos
matemáticos como funções e estruturas algébricas. No geral, uti-
lizamos as relações para estudar objetos que podem ser números,
conjuntos, funções etc. Vamos estudar dois tipos de relações: as
relações de equivalência e as relações de ordem. Um terceiro tipo
de relação será trabalhado no capítulo seguinte: as funções. Em
particular, as relações de equivalência, classes de equivalência e
conjuntos quociente são generalizações de situações que estamos
habituados a utilizar desde os primeiros anos da educação bá-
sica. Também a relação de ordem generaliza a idéia de “ ≤ ” nos
conjuntos numéricos para conjuntos quaisquer. O estudo das re-
lações no plano prepara o caminho para o estudo do próximo
capítulo. Não se assuste se este for um capítulo muito “algébrico”:
os conceitos estudados aqui serão ferramentas úteis em diversas
disciplinas do curso.
O conceito de relação
Utilizamos muito a idéia de relação no cotidiano:...é menor do
que..., ...é paralela a..., ...é divisor de..., ...é irmão de... etc. Podemos
começar estabelecendo que uma relação é uma associação entre
dois objetos (como já dissemos, podem ser números, conjuntos,
matrizes, etc.). Esta associação pode estar definida por uma lei
(regra) ou não. Quando a associação é estabelecida por uma lei é
fácil verificar se dois objetos estão ou não estão relacionados. Por
122
R1 = {(1, 4), (21,87), (55,12)} e R2 = {(0,1), (1,3), (2,5), (3, 7), (4,9)}
Exemplos:
{(=a,{b()a/,aba)é/émúltiplo
1) R ⊂R⊂× ,×R=, R amúltiplo
é múltiplo } bb} ; elementos relacio-
bde
de de
nados: 23R1 , 18 R3 , 18 R9 , entre outros. Neste caso o conjunto
R possui uma infinidade de elementos.
Exemplos:
Exemplo:
Exercícios propostos
1) Explicite a relação R de A em B , nos casos:
R = {(a, b )∈ A × B / b é divisor de a}
Exemplos:
Exemplo:
Exemplos:
13) Considere a relação R = {(1,1), (2, 2), (3,3), (2,3), (3, 2), (1,3), (1, 2)}
no conjunto A = {1, 2,3} . Apesar de não termos explícita a “lei”
que define a relação, conhecemos todos os seus pares e pode-
mos decidir se R goza das propriedades. Podemos notar que
R é reflexiva, pois todos os pares da forma (a, a ) estão na rela-
ção: (1,1), (2, 2), (3,3) . Notamos também que R não é simétrica,
pois (1,3) ∈ R e (3,1) ∉ R . Para verificarmos se R é transitiva,
devemos inicialmente listar todos os possíveis pares “encade-
ados” aRb e bRc , e verificar se ocorre aRc . Observemos o se-
guinte:
Com isto concluímos que, sempre que ocorrer aRb e bRc , tam-
bém ocorre aRc . Logo, a relação é transitiva.
15) A = {4, 6}, R = {(4, 4), (6, 6)} . É claro que a relação R é reflexiva.
Ela é também simétrica? Já vimos que uma relação não será
simétrica se existir (a, b) ∈ R e (b, a ) ∉ R . Como vemos, isto não
ocorre com esta relação: para todos os pares (a, b) da relação,
tem-se (b, a ) também na relação. O “simétrico” de (4, 4) é o Estas propriedades são
válidas porque não é
próprio (4, 4) e o mesmo acontece para o (6, 6) . Logo, esta re- possível provar que elas
lação é simétrica. Será ela transitiva? Para verificar isto, deve- não são válidas. Neste
ríamos listar os “pares encadeados” aRb e bRc , e verificar se caso dizemos que as
propriedades valem por
ocorre aRc . Mas onde estão os pares encadeados? Para que vacuidade. É o mesmo
a relação não fosse transitiva, deveríamos encontrar na relação caso do conjunto vazio
ser subconjunto de
pares (a, b) e (b, c) de modo que (a, c) não estivesse na relação.
todos os conjuntos.
Como podemos ver, não é possível encontrar pares para os
quais a propriedade falha. Logo, a relação é transitiva.
Observação 7. Considere a relação R = {(1,1), (1, 2), (2,3), (3,3), (2, 2)} .
Pergunta: R é reflexiva? Para esta pergunta não há resposta defi-
nitiva. Se considerarmos R uma relação no conjunto A = {1, 2,3}, a
resposta é sim. No entanto, se considerarmos R uma relação em ,
a resposta é não. Só podemos definir se uma relação R é reflexiva se
conhecemos o domínio da relação R .
Exercícios propostos
3) Dê exemplo de uma relação no conjunto dos números naturais
que seja reflexiva e transitiva, mas não seja simétrica.
Exemplos:
17) Considere A = {1, 2,3} e a relação R = {(1,1), (2, 2 ), (3,3), (1, 2 ), (2,1)}
R = {(1,1), (2, 2 ), (3,3), (1, 2 ), (2,1)}. R é uma relação de equivalência, pois goza das
propriedades reflexiva, simétrica e transitiva.
Exercícios propostos
7) Verifique se são relações de equivalência:
(⇒ ) Hipótese: aRb
Tese: [a ] = [b]
Hipótese: x ∈ [a ] e y ∈ [a ] .
Tese: [a ] = [b]
Pela P2), para provar que [a ] = [b] , basta mostrarmos que aRb
Exemplo:
Exercícios propostos
8) Explicite o conjunto quociente determinado pela relação de
Exemplos:
27) Considere A = {1, 2,3, 4} e R = {(1,3), (4, 2), (4, 4), (2, 4)} ; R não
é anti-simétrica, pois temos 4 R 2 e 2 R 4 , mas 2 ≠ 4 .
Exemplos:
Exemplos:
Exercícios propostos
14) Verifique se as relações a seguir são relações de ordem:
c) Em , a relação aRb ⇔ b = a + 1
d) Em 4 , a relação [a ]R[b] ⇔ a ≤ b
y (x,y)
0 x �
Figura 3.1
Exemplos:
35) S ⊂ × , S = {( x, y ) ∈ × / y = x − 2}
D( S ) = ; I ( S ) =
Geometricamente:
0 2 x
−2
Figura 3.2
142
D( S ) = ; I ( S ) = D( S ) = ; I ( S ) =
Geometricamente: Geometricamente:
y
y
x=
y
S S
0 x x
y x
Figura 3.3
Figura 3.4
38) S ⊂ × , S = {( x, y ) ∈ × / y ≤ x + 1}
D( S ) = ; I ( S ) =
Geometricamente:
1 S
−1
0
Figura 3.5
143
S = {( x, y ) ∈ × / x ∈ [0,1] e y ∈ [0,1]}
D( S ) = [0,1]; I ( S ) = [0,1]
Geometricamente:
y
1
S
0 1 x
Figura 3.6
40) S = {( x, y ) ∈ × / x 2 + y 2 = 4}
y
2 S
−2 0 2 x
−2
Figura 3.7
144
41) S = {( x, y ) ∈ × / x 2 + y 2 ≥ 1}
Geometricamente:
x
1
S
−1 0 1 y
−1
Figura 3.8
42) S = {( x, y ) ∈ × / ( x − 1) 2 + y 2 < 9}
] − 3,3[ .
Geometricamente:
−2 0 1 4 x
Figura 3.9
145
3
43) S = (x, y )∈ × / − 1 ≤ x < 2 e − < y < 1 .
2
33
) =[−[1,−1,2[2;[I; (I S(S) =) = − −2 ,1,1
DD(S(S) =
2
Geometricamente:
1
S
−1 0 2 x
−3
2
Figura 3.10
2
44) S = (x, y )∈ [−1,3]× [1, 4]/ y = x +
5
Determine o domínio e a imagem como exercício.
Geometricamente:
y
4
S
−1 0 3 x
Figura 3.11
Exercícios propostos
16) Represente geometricamente as seguintes relações no plano
cartesiano:
S = {( x, y ) ∈ × / x ∈ [1, 2] e y ∈ }
S = {( x, y ) ∈ × / x ∈ e y ∈] − 1,1[}
S = {( x, y ) ∈ × / x < 1 e y ∈ }
Resumo
Neste capítulo você estudou relações, um conceito que nos prepara
para o estudo de funções. Os tópicos trabalhados foram:
Introdução
Neste capítulo vamos estudar as funções, um dos conceitos mais
importantes da matemática, que estará presente ao longo de todo
o curso, nas mais variadas disciplinas. Os conceitos trabalhados
nos capítulos 1, 2 e 3 serão amplamente utilizados em nosso es-
tudo das funções. Uma função é uma relação especial entre dois
conjuntos. Estudaremos as funções reais, que estabelecem rela-
ções no conjunto dos números reais.
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
n2 1 4 9 16 25 36 49 64 81 100
2º) da mão-de-obra ( mo );
4º) da administração ( a );
Mais precisamente:
Notações:
Exemplos:
1) f : → , f ( x) = 3 x + 5
De fato:
3x + 5 = y
3x = y − 5
y −5
x=
3
Para este x , tem-se
y −5 y −5
f ( x) = f = 3. +5 = y −5+5 = y .
3 3
2) h : → , h(n) = n 2 + 1
1
3) g ( z ) =
z
g é a função que a cada número real associa o seu inverso.
Como só existem os inversos de números não-nulos, o domí-
nio de g é o “maior” conjunto no qual é possível obter o in-
verso de um número, D( f ) = − {0} = *. A imagem de g é o
conjunto
1
Im( g ) = | z ∈ * .
z
Pergunta: dado um número real y , é possível encontrar um número
real não-nulo z tal que g ( z ) = y ?
1
Análogo ao que foi feito no exemplo 1, se y é tal que = y para
z
1
z ≠ 0 , então y ≠ 0 e z = (basta multiplicar ambos os mem-
y
1 1 1
bros da igualdade = y por zy −1 ). Assim, g ( z ) = g = = y
z y 1
*
e teremos Im( g ) = . y
1 1
4) t ( s ) = +
s + 3 s −1
Para determinar o domínio de t , devemos observar os valores
1 1
reais para os quais é possível encontrar + . Como não
s + 3 s −1
existem números com denominadores zero, devemos excluir
os valores que anulam o denominador: s = −3 e s = 1 . Assim,
D(k ) = − {−3,1} .
1
5) k (t ) = 2
t − 2t − 12
Análogo ao exemplo anterior, para determinar o domínio de
k , devemos observar os valores t para os quais é possível
1
encontrar 2 . Fazendo t 2 − 2t − 15 = 0 , obtemos t = 5
t − 2t − 15
ou t = −3 : estes valores anulam o denominador e devem ser
excluídos. Assim, D(k ) = − {−3,5} .
x + 3 se x ≤ 0
6) f ( x) = 2
x − 4 x + 3 se x > 0
Im( f ) = {x + 3 | x ∈ e x ≤ 0} ∪ {x 2 − 4 x + 3 | x ∈ e x > 0} .
* fatores
Para calcular (n) , usamos a decomposição de n ∈em
primos (teorema fundamental da aritmética):
1 se x ∈
8) h (x ) =
0 se x ∈ −
x 2 − 1 ( x − 1)( x + 1)
= = x −1
x +1 x +1
somente ocorre para x ≠ −1 . Lembre-se também que não basta a lei
para caracterizar uma função.
157
9) a : × → , a ( x, y ) = x + y (operação adição em )
m : × → , m( x, y ) = x + y (operação multiplicação em )
k : M → , k ( A) = det( A)
13) K : ( × ) × ( × ) → ( × )
Exercícios propostos
4x − 3
1) Dada a função f ( x) = , determine:
5x + 6
a) o domínio de f
b) f (2 x) e f (-2 x)
158
c) f (-1)
d) f (2 x + 1)
e) x tal que f ( x) = 9
f) f (2 x) + 1
x 1
a) t ( x) = +
x+2 x
2 1
b) m( x) = 2
+ − 3 x −5
x −3 25 − x 2
3x5 − 2
c) F ( x) = x 2 x 2 − 40 +
2 6 − x2
1+ t 1 1
4) Seja g (t ) = . Determine g e g .
1− t 1+ t 1− t
(x, f (x))
f (x)
0 x x
Simbolicamente:
Gr ( f ) = {( x, y ) ∈ A × B | y = f ( x)} = {( x, f ( x)) | x ∈ A}
Exemplos:
y
x y = f (x) 4
1 0 3
2 1
2
3 2
1
4 3
5 4
0 1 2 3 4 5 x
Figura 4.2
160
5) f :[0,3] → , f ( x) = x − 3
Neste caso não é possível fazer uma tabela para todos os valo-
res de x em [0,3] . Mostraremos mais adiante que esta função
tem um gráfico que é um segmento de reta. Assim, basta co-
nhecer dois de seus pontos.
y
3
2
1
0 1 2 3 x
−1
−3
Figura 4.3
d b
a c 0 e x
Figura 4.4
Definição.
Simbolicamente:
Exemplos:
19) f ( x) = 3 x − 1, D( f ) =
Note que usamos
Para x1 e x2 reais com x1 < x2, temos f ( x1 ) = 3 x − 1 < 3 x2 − 1 = f ( x2 ).
as propriedades da
relação de ordem. Logo, f é crescente em todo seu domínio.
162
20) f ( x) = − x + 4, D( f ) =
f ( x) = − x + 4 > x2 + 4 = f ( x2 ) .
Logo, f é decrescente em todo o seu domínio.
x + 1 se x ≥ 0
21) h( x) = , D( f ) =
− x + 1 se x < 0
No intervalo [0, ∞) , se x1 < x2 , temos que
h( x1 ) = x1 − 1 < x2 − 1 = h( x2 )
22) g ( x) = 7, D( g ) =
Simbolicamente,
f é injetora ⇔ ∀ x1 , x2 ∈ A, se x1 ≠ x2 , então f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) .
Ou, equivalentemente:
Exemplos:
23) f : → , f ( x) = 3 x − 1 .
3 x1 − 1 = 3 x2 − 1
3 x1 = 3 x2
x1 = x2
Assim, f é injetora.
24) h : → , h( x) = x 2 − 1 .
( x1 ) 2 − 1 = ( x2 ) 2 − 1
( x1 ) 2 = ( x2 ) 2
Observação 13. Para mostrar que uma função não é injetora, basta
exibir elementos diferentes do domínio que possuem a mesma ima-
gem: x1 ≠ x2 e f ( x1 ) = f ( x2 ) .
y+9
Se y = 2t − 9 , então t = e g (t ) = y . Assim, todo número real é
2 Alguns autores dizem que
a função é sobrejetiva.
imagem de algum elemento do domínio. A imagem da função é o A propriedade também é
próprio contradomínio e a função é chamada sobrejetora. chamada de sobrejetividade.
Exemplos:
1
25) f : → , f ( x) = x + 1 é sobrejetora.
2
1
De fato: seja y ∈ . Se y = x + 1 , então
2
1
x = 2 y − 2ef ( x) = f (2 y − 2) = (2 y − 2) + 1 = y .
2
Logo, f é sobrejetora.
Por exemplo:
g :[0, ∞) → , g ( x) = 6 x 2 − 5 é injetora.
Por quê?
Por quê?
Dizemos neste caso que g é uma função bijetora ou que é uma bije-
ção do intervalo [0,1] .
Exemplos:
28) h : → , h( x) = 3 x − 1 é bijetora.
166
Exemplos:
30) f : → , f ( x) = 3 x e g : → , g ( x) = 2 x + 1
f g : → , com
( f g )( x) = f ( g ( x)) = f (2 x + 1) = 3 ⋅ (2 x + 1) = 6 x + 3
31) f : → , f ( x) = 2 x e g :[0, ∞) → , g ( x) = x
f g :[0, ∞) → , ( f g )( x) = f ( g ( x)) = f ( x ) = 2 x .
Qual deve ser o domínio da função f para que seja possível definir
g f ?
Como g f só poderá ser definida quando Im( f ) ⊂ D( g ) ,
devemos inicialmente determinar D( g ) dado por
D( g ) = {x ∈ | x − 6 ≥} = [6, ∞) .
temos ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g ( x 2 + 5) = ( x 2 + 5) − 6 = x 2 − 1 .
Exercícios propostos
1
5) Sejam f ( x) = 2
e g ( x) = x 2 + 2 . Determine, se possível, as
3x
funções g f e f g .
x +1
6) Se f ( x) = x 2 − 4 e g ( x) = , determine condições para
| x+5|
que se possa definir g f e f g .
Id ff == ff Id
Logo, Id Id === ff .
i) ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g (3 x − 1) = x
ii) ( f g )( x) = f ( g ( x)) = 3 ⋅ g ( x) − 1 = x
3x − 1 + 1 3x
g (3 x − 1) = = =x
3 3
x +1
A função g : → , g ( x) = é chamada de função inversa da
3
função f e é denotada por f −1 .
i) ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g ( x 2 ) = x
Como sempre existe a relação inversa de uma relação (veja a unidade Lembrando: a relação
“Relações”), a pergunta então é: sob que condições a relação inversa inversa g é dada por
g = {( y, x) ∈ B × A / ( x, y ) ∈ f },
g de B em A é uma função? Em outras palavras, que característica ou seja, ( y, x) ∈ g se e
deve ter a função f para que sua inversa exista? somente se ( x, y ) ∈ f .
Demonstração:
(→ ) Hipótese: f é bijetora
Tese: existe f −1
g = {( x, y ) ∈ A × B | ( x, y ) ∈ f }
(← ) Hipótese: existe f −1
Tese: f é bijetora
172
Exemplo:
Exercícios resolvidos
1) Encontre a inversa da função f : → , f ( x) = 2 x3 − 1 .
Resolução: y = 2 x3 − 1, y = f ( x) ⇔ x = f −1 ( y )
173
y + 1 = 2 x3
y +1
x3 =
2
y +1
x=3 = f −1 ( y )
2
x +1
f −1 : → , f −1 ( x) = 3
2
Note que podemos usar qualquer letra para identificar a variável in-
dependente. Podemos então escrever:
x +1
f −1 : → , f −1 ( x) = 3 ou então
2
t +1
f −1 : → , f −1 (t ) = 3 .
2
f : (−∞, 0] → [5, +∞ ), f (x ) = 3 x 2 + 5 .
Resolução: y = f (x ) ⇔ x = f −1 ( y )
y = 3x 2 + 5
y −5
x2 =
3
y −5
x=±
3
y −5
Como x < 0 , tomamos x = − . A inversa de f será então:
3
x −5
f −1 : (5, +∞) → (−∞, 0], f −1 ( x) = .
3
Demonstração:
i) h f é injetora:
ii) h f é sobrejetora:
Exercícios propostos
7) Verifique a propriedade P3 para as funções
2
f : (0, ∞) → (0, ∞), f ( x) = e g : (0, ∞) → (−3, ∞), g ( x) = 4 x 2 − 3 .
5 x
4x − 5
a) f ( x) =
3x − 1
x −8
b) g ( x) = 2
x − 7x + 6
2x + 5
c) h( x) =
3x + 5
a) f : → , f ( x) = 2 x + 1
176
b) g : → , g ( x) = 1 − x 2
c) h : → + , h( x) =| x − 1|
d) m : → , m( x) = −3 x + 2
e) n : → , n( x) = [ x] (maior inteiro)
1
f) p : * → * , p ( x) =
x
g) q : → , q ( x) = x3
h) r : → , r ( x) =| x | ⋅( x − 1)
Resumo
Neste capítulo estudamos:
1) O conceito de função;
5) Composição de funções;
6) Função inversa.
Capítulo 5
Funções elementares
Capítulo 5
Funções elementares
1) f : → , f ( x) = 3 x + 7 (a = 3 e b = 7)
2) g : → , g ( x) = − x + 1 (a = −1 e b = 1)
1 1
3) h : → , h( x) = x − 23 (a = e b = −23)
2 2
4) k : → , k ( x) = 7 x (a = 7 e b = 0)
5) s : → , s ( x) = 59 (a = 0 e b = 59)
Exemplo:
6) f : → , f ( x) = −3
0 x
−3 G( f)
Figura 5.1
ii) a = 1 e b = 0
f : → , f ( x ) = x
G( f)
45º
0 x
Figura 5.2
iii) b = 0 e a ≠ 0
Exemplos:
x
7) f x
5
y
x y = f (x)
0 0
10
10 -2 x
0
−2
Figura 5.3
184
8) f x 5 x
y
x y = f (x)
5
0 0
5
0 √5 x
Figura 5.4
2
9) f x x
5
y
x y = f (x)
2 0 0
5 2
0 5 x
Figura 5.5
y
y3 S
y2 Q θ B
y1 P α A
0 x1 x2 x3 x
Figura 5.6
BS y3 − y2 AQ BS
Analogamente, temos que = = a . Assim, = .
BQ x3 − x2 AP BQ
E como os ângulos em A e B são retos, segue que os triângulos
PAQ e QBS são semelhantes e assim os ângulos e são iguais.
Conclui-se daí que os pontos P, Q e S estão alinhados. Como P, Q e S
são pontos quaisquer do gráfico, fica provado que o gráfico da fun-
ção afim é uma reta.
■
Exemplos:
y
x y = f (x)
4
0 -5
3 4
0 3 x
−5
Figura 5.7
11) f :[−1, 2] → , f ( x) = 2 x − 4 .
y
x y = f (x)
-1 -6
2 0
−1 0 1 2 x
−6
Figura 5.8
f(x2)
f(x1)
} f(x ) − f(x )
2 1
x2 − x1
}
x1 x2 x
Figura 5.9
187
Exercício resolvido
1) Fazer o gráfico da função definida por:
2 x + 1 se x < 2
h( x ) =
− x + 3 se x ≥ 2
−4 −2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
−2
−4
−6
−8
−10
−12
a) se a > 0, f é crescente;
b) se a < 0, f é decrescente.
Resolução.
f ( x2 ) − f ( x1 )
a=
x2 − x1
188
Exemplo:
x −1
g ( x) =
5
Também se verifica que
f (x ) − 1 5 x + 1 − 1 5 x
g ( f (x )) = = = =x
5 5 5
189
x −1
Assim, g é a função inversa de f e é anotada f −1 : f −1 ( x) =
5
Vamos fazer os gráficos de f e de f −1 no mesmo sistema de eixos.
6
5 f (x)
4
3
2
1 g (x)
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
−1
−2
−3
−4
−5
−6
−7
−8
−9
Exercícios propostos
1) Faça o gráfico das funções:
1 3
a) f (x ) = − x+
13 5
b) h (x ) = 2 x
c) g (x ) = 6
d) k : (−1,1) → , k (x ) = −3 x + 2
x + 1 se x ≥ 0
e) s (x ) =
− x + 1 se x < 0
190
a) f (x ) = −4 x − 1
x −1
b) g (x ) =
8
c) h (x ) = 7 x
45 2 7
4) Para f ( x) = x − , calcule x de modo que f (x ) = .
100 3 5
Exemplos:
13) f ( x) = 5 x 2 − 2 x (a = 5, b = −2, c = 0)
14) g ( x) = px 2 + 1 (a = p, b = 0, c = 1)
1 1
15) h( x) = x 2 + 7 x − a = 1, b = 7 , c = −
2 2
Observação 4. Não confunda a função quadrática com a equação do Você sabe a diferença?
segundo grau! Muitas vezes vemos também a expressão função do se-
gundo grau, que não está correta, uma vez que não há definição do
que seja o grau de uma função.
Observação 6.
−b
• Se ∆ = 0 , temos duas raízes reais e iguais, x1 = x2 = .
2a
eixo de
simetria
F
d1
d1= d2
d2
Figura 5.10
192
Exemplo:
y
x y = f (x)
3 0 -1
1 0
-1 0
x 2 3
−2 −1 0 1 2
−1 -2 3
Figura 5.11
2 b c b 4ac − b 2
2
2
b
A expressão x + é sempre maior do que ou igual a zero e atin-
2a
−b
ge o seu menor valor, que é zero, quando x = .
2a
4ac − b 2
A expressão independe de x , ou seja, é uma constante.
4a 2
Portanto, a expressão entre colchetes atinge o seu menor valor quan-
−b
do x = .
2a
b 4ac − b 2
2
−b
Isto significa que para x = o valor f ( x) é o menor possível, ou
2a
−b −b
ainda, , f é o ponto do gráfico de f que possui a menor
2a 2a
ordenada. Podemos então concluir que a parábola neste caso é cônca-
va para cima, como mostra a figura:
Figura 5.12
b 4ac − b 2
2
−b −b −b
x= , ou seja, , f é o ponto do gráfico de f que possui
2a 2a 2a
maior ordenada. Neste caso, a parábola é côncava para baixo, como
mostra a figura:
194
Figura 5.13
−b −b
O ponto , f é chamado de vértice da parábola. Calculan-
2a 2a
−b −b −∆
do f obtemos o ponto , . Assim, o vértice tem coor-
2a 2a 4a
−b −∆
denadas xv = e yv = .
2a 4a
A reta vertical que passa pelo vértice é o eixo de simetria da parábola.
−b −∆
Note que yv = f = é o menor valor assumido pela função,
2a 4a
se a > 0 , e o maior valor assumido pela função, se a < 0 . Isto nos dá
a informação sobre o conjunto imagem da função f :
i) Se a > 0 , Im f = [ yv , ∞)
−b −∆
d) Vértice (ponto , );
2a 4a
−b
e) Eixo de simetria (reta x = ).
2a
195
Exercício resolvido
3) Esboçar o gráfico da função quadrática f ( x) = −2 x 2 + 7 x + 4
−2 x 2 + 7 x + 4 = 0 é equivalente a 2 x 2 − 7 x − 4 = 0
7 ± 49 + 32 1
Assim, x = e temos as raízes x1 = − e x2 = 4 .
4 2
Logo, os pontos onde o gráfico “corta” o eixo X são
1
− ,0 e (4, 0 ).
2
7 −∆ − (49 + 32 ) −81 81
yv = f = = = =
4 4a 4 ⋅ (−2 ) −8 8
7 81
O vértice é o ponto , .
4 8
Vamos encontrar mais alguns pontos e fazer o gráfico:
196
y
x y = f (x)
81
8 -1 -5
9 1 9
9
7
−1− 1 0 1 7 2 5 3 4 x
2 4 2
eixo de simetria
−5
Figura 5.14
81
Observe que a imagem da função f é o intervalo (−∞, yv ] = −∞, ,
8
que é a projeção ortogonal de seu gráfico no eixo das ordenadas.
Aplicação
A função quadrática serve de modelo para resolução de problemas
de maximização e de minimização. Faremos dois exemplos de pro-
blemas cuja resolução depende da análise e interpretação do gráfico
de uma função quadrática.
Exercícios resolvidos
4) Faça o gráfico e determine o conjunto imagem da função
− x + 5 se x < −2
2
x − 6 se − 2 ≤ x < 3
f (x ) = 9
se 3 ≤ x ≤ 4
2
2 x se x > 4
9
• no intervalo [3, 4] , que é uma função constante;
2
• 2x no intervalo (4, +∞) , que é uma função linear.
10
8
7
9
2
3
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
−2
−5
−6
Figura 5.15
1 2
f ( x) = x 2 , g ( x) = x , h( x ) = 2 x 2 .
2
O que você pode observar quando variamos o coeficiente a ?
200
Resolução:
x y x y x y
0 0 0 0 0 0
1
1 1 1 1 2
2
1
-1 1 -1 -1 2
2
2 4 2 2 2 8
f (x)
y h (x)
g (x)
8
9/2
1
1/2
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 x
Figura 5.16
∀x1 , x2 ∈ A , se x1 ≠ x2 , então f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) .
Ou, equivalentemente:
∀x1 , x2 ∈ A , se x1 = x2 , então f ( x1 ) = f ( x2 ) .
b) Suas raízes não são números reais, pois ∆ = 9 − 32 = −23 < 0 . En-
tão o gráfico não “corta”(ou não intersecta) o eixo X e a parábola
está situada acima do eixo X (por quê?).
3 23
d) O vértice tem coordenadas xv = , yv = . Conseqüentemente, a
4 8
23
imagem da função é , e o eixo de simetria passa pelo ponto
8
3 23
, .
4 8
202
y
x y = f (x)
4 1 3
1
3
2
3 3
23 4
8 2
0 4
2
0 3 1 3 2 3 x
4 2
Figura 5.17
3 3
são os intervalos −∞, e , +∞ . Como o enunciado estabelece
4 4
que o domínio de f é A = {x ∈ / x ≤ k }, ou seja, A = (−∞, k ] , é
Exercícios propostos
5) Estude as funções dadas abaixo, determinando raízes, vértice,
pontos de intersecção com os eixos, eixo de simetria, gráfico e
conjunto imagem:
a) f ( x) = − x 2 − x + 6
b) f ( x) = 5 x 2 − 2 x + 4
c) f ( x) = (3 − x)( x + 1)
d) f ( x) = −2 x 2 − 16 x
e) f ( x) = 4 − x 2
f) f ( x) = −(3 − x) 2
1
g) f ( x) = x 2 − x + 1
2
h) f ( x) = −(4 − 3 x 2 )
1
6) Encontre o valor x de modo que f ( x) = x 2 − 3x + 2 = .
2
7) Determine o valor b em B = {x ∈ / x ≥ b} de modo que a
função f de em B definida por f ( x) = x 2 − 4 x + 6 seja so-
brejetora.
1
11) Considere os conjuntos A = x ∈ / x ≤ e B = {x ∈ / x ≥ −1}
2
e as funções f : A → definida por f ( x) = 2 x − 1 , g : → +
definida por g ( x) = x 2 e h : + → B definida por h( x) = 4 x − 1 .
Determine a função inversa de h ( g f ) .
f ( x) = an x n + an − 1x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x1 + a0 ,
Exemplos:
78
17) f (x ) = 13x − 4 x +
3 2
11
78
a0 = ; a1 = 0; a2 = −4; a3 = 13 .
11
18) g (t ) = 8t 9 + 4 2t 5 − t + 1
a0 = 1; a1 = −1; a2 = a3 = a4 = 0; a5 = 4 2; a6 = a7 = a8 = 0; a9 = 8
f (x ) = an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x1 + a0
Igualdade de polinômios
Dois polinômios an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x1 + a0 e
bm x m + bm −1 x m −1 + ... + b2 x 2 + b1 x1 + b0 são iguais quando m = n e
an = bm , an −1 = bm −1 ,..., a2 = b2 , a1 = b1 , a0 = b0 . Assim, dois polinômios
são iguais quando têm o mesmo grau e seus termos corresponden-
tes são iguais.
Simbolicamente, para
f ( x) = an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x1 + a0 ,
g ( x) = bm x m + bm −1 x m −1 + ... + b2 x 2 + b1 x1 + b0
f = g se e somente se m = n e
an = bm , an −1 = bm −1 ,..., a2 = b2 , a1 = b1 , a0 = b0 .
f (x ) = an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x1 + a0
Exemplos:
y
x y = f (x)
0 0
-1 -1
8 -2 -8
7 -3 -27
6
5 -10 -1000
4 1 1
3
2 8
2
1 3 27
−2 −1 0 1 2 x 10 1000
−1
−2 -1/2 -1/8
−3 1/2 1/8
−4
−5
−6
−7
−8
Figura 5.18
207
Exemplos:
f ( x) = x 2 + 1 e f (− x) = (− x) 2 + 1 = x 2 + 1 , ou seja, f ( x) = − f (− x) .
0 x
0 x
Exercícios propostos
12) Esboce o gráfico das funções f ( x) = x 3 + 1 e f ( x) = x 3 − 1 . O que
você pode observar?
y
19
8
2
0 x
− 3 −1 1 3 2
2 2
−1
−2
− 35
8
Figura 5.21
209
Exemplos:
x +1
24) f ( x) = ; o domínio de f será pois a função polino-
x2 + 1
mial que aparece no denominador não se anula (não tem raí-
zes reais): D( f ) = .
1
25) g (x ) = ; D (g ) = − {−3}, uma vez que −3 é raiz da fun-
x+3
ção polinomial Q (x ) = x + 3 .
4 x3 − x + 1
26) h (x ) = ; para determinarmos o domínio de h de-
x3 − x
vemos verificar para quais valores de x a função polinomial
Q( x) = x 3 − x se anula, ou seja, devemos calcular as raízes de
Q( x) :
x3 − x = 0
xx((x 22 − 11))= 0 ⇒ x = 0 ou x 2 − 1 = 0 ⇒ x = 0 ou x = 1 ou x = −1
x (x 2 − 1)= 0 ⇒ x = 0 ou x 2 − 1 = 0 ⇒ x = 0 ou x = 1 ou x = −1 .
2
K (x)) =
27) K 4 2
; neste caso não é tão simples determi-
x − x + 5x − 3
nar o domínio. Não sabemos como calcular, através de uma
fórmula, as raízes de uma função polinomial deste tipo. Para
determinar o domínio da função K , devemos usar métodos
mais elaborados de cálculo de raízes através de aproximações.
Você estudará estes métodos após as disciplinas de Cálculo
Diferencial e Integral.
210
Exemplos:
1
29) f ( x) = ; D( f ) = − {0}
x
y
x y = f (x)
1 1
1 -1 -1
1 1
2 2
2
−2 −1 0 1 2 x
−1 1
2 -2 −
−1 2
Figura 5.22
211
1
Note que f ( x) = é uma função ímpar (prove!). Para x > 0 , à medi-
x
da que x se aproxima de zero, o valor da função “aumenta” (quanto
menor o denominador, maior a fração). Por outro lado, à medida que
x > 0 assume valores cada vez maiores, o valor da função se apro-
xima de zero.
Tarefa
O que acontece à esquerda do eixo Y ?
Exemplos:
1
30) f ( x) = ; D( f ) = − {2}
x−2
y
x y = f (x)
1
0 −
2
2
1 -1
3 1
-2
2
0 1 3 25 3 x
5 −1 2 2
2 2
2 −1
1 −2
10
8
1
-10 −
12
Figura 5.23
1
Note a semelhança do gráfico da função f ( x) = com o grá-
x−2
1
fico da função do exemplo anterior. O gráfico de f ( x) =
x−2
pode ser obtido pelo deslocamento horizontal (de duas unida-
1
des) do gráfico de f ( x) = .
x
212
x
31) f ( x) = ; D( f ) = − {2}
x−2
y
x y = f (x)
0 0
1 1/3
3 2 1/2
2 -1 -1
3
2 -3 -3
-4 2
-6 -5 -4 -3 -2 - 3 -1 O 1 1 2 3 4 x -6 3/2
2 2
-1 1/2 1/5
-2 -3/2 -3
-3
Figura 5.24
1
32) f ( x) = 2
; D( f ) = − {2, −2}
x −4
y
x y = f (x)
1
0 −
1 4
3 4
4/9 −
2 5
1/5 1
O 3
-3 -2 - 3 -1 3 2 x
-5 2
1
2
5 3 5
2 -1 2
1
4 -3
5
-1 5 4
2 9
5 4
-2 −
2 9
Figura 5.25
213
Note que este gráfico difere dos anteriores; observe que a fun-
ção que aparece no denominador é uma função quadrática.
Exercícios propostos
14) Dê o domínio e faça o gráfico das funções racionais:
x
a) f ( x) = 2
x −1
x+2
b) g ( x) =
x2 − 4
1
c) h( x) = 1 +
x −3
15) Dê os intervalos de crescimento e decrescimento das funções
do exercício anterior.
5.3 Função-módulo
A função f : → dada por f ( x) =| x | é chamada “função-mó-
x se x 0
dulo”. Lembrando a definição de módulo, x , temos
x se x 0
x se x 0
f x .
x se x 0
O gráfico de f será:
y
x y = f (x)
1 1 3
-1 1 2
2 2 1
-2 2
0 0 -3 -2 -1 O 1 2 3 x
Figura 5.26
33) f ( x) =| 3 x − 6 |
3 x − 6 se 3 x − 6 ≥ 0
f (x ) =
− (3 x − 6 ) se 3 x − 6 < 0
3x − 6 ≥ 0 ⇒ 3x ≥ 6 ⇒ x ≥ 2
3x − 6 se x ≥ 2
f (x ) =
−3 x + 6 se x < 2
O gráfico de f é:
y
x y = f (x)
2 0
1 3
3 3 3
2 4 6
-1 9
1
-4 -3 -2 -1 O 1 2 3 4 x
Figura 5.27
34) g ( x) =| x 2 − 5 |
x − 5 se x − 5 ≥ 0
2 2
g (x ) = 2 2
− x + 5 se x − 5 < 0
215
x 2 5 0 x 5 ou x 5
x 2 5 se x 5 ou x 5
g x 2
x 5 se 5 x 5
O gráfico de g é:
y
5
x y = f (x)
4
0
- 0
3 4
-3 4
-1 4
1 4 -3 -√5 -2 -1 O 1 2 √5 3 x
-5
Figura 5.28
Exercícios propostos
16) Construa os gráficos das seguintes funções:
a) f ( x) =| 4 − 2 x |
b) g ( x) = 1 + x + | x | + | x 2 − 2 |
x
c) h( x) =
| x|
17) Dê o domínio e construa o gráfico da função:
x2 + 2x
− x se x < 0
g (x ) = 2
x − 2 se x > 0
x
A
O
Figura 5.29
Medidas de arcos
Você já se perguntou por São usadas basicamente duas medidas de arcos: o grau, que você
que foi feita a divisão em já conhece e é usado há milênios, e o radiano, que você também
360 partes e não em 100,
por exemplo? A origem conhece, unidade que vamos usar em nosso estudo das funções tri-
dessa escolha é histórica, gonométricas.
pois foi criada inicialmente
pelos babilônios e também
por povos pré-colombianos Grau: uma circunferência é dividida em 360 partes iguais; cada uma
das Américas (Incas, dessas partes é um arco que mede 1 grau. Assim, a circunferência
Maias...), que utilizavam
x
um sistema de numeração toda mede 360 graus e um arco de x graus corresponde a da
com base sexagesimal. 360
Outra explicação é o circunferência (veja a figura 5.30). Denotamos x graus por x o .
estabelecimento de uma
relação com o chamado
movimento de Translação da M
Terra em torno do Sol, que
alguns povos acreditavam 60º
se completar em 360 dias.
A
O
Figura 5.30
O r AB mede 1 rad
r
A
Figura 5.31
218
Exemplos:
B
AB mede 2 rad
O 2 cm A
|AB| = 4 cm
Figura 5.32
AB mede 3 rad
O |AB| = 15 cm
B 5 cm
A
Figura 5.33
Exemplos:
135p 3p
y rad
180 4
p
38) Expresse em graus.
6
Exercício proposto
18) Expresse em radianos:
d) 270° e) 120°
Ângulo central
Figura 5.34
B
D
C
A
Figura 5.35
Exemplo:
B
π rad
3
O 10 cm A
Figura 5.36
O 1 A x
Figura 5.37
�
4
O A x
A
O x
-�
4
p
Figura 5.39 - Arco de rad
4
Exemplo:
p
40) A medida do arco em radianos é ; como o raio é 1, seu com-
4
p
primento é unidades de comprimento. O arco de medida
4
p
tem o mesmo comprimento.
4
y
π
4
A
O x
-π
4
Figura 5.40
Quadrantes
O ciclo trigonométrico tem quatro quadrantes, numerados também
a partir do ponto (1, 0) :
223
o p
Quadrante I: de 0o ou 0 rad a 90 ou rad.
2
o p
Quadrante II: de 90 ou rad a 180o ou p rad.
2
3p
Quadrante III: de 180o ou p rad a 270o ou rad.
2
3p
Quadrante IV: de 270o ou rad a 360o ou 2p rad,
2
fechando o círculo.
Veja a figura:
y
90º ou rad
2
II I
180º A 0º ou
ou rad O 2 rad x
III IV
270º ou 3 rad
2
Figura 5.41
Exercício resolvido
3p
4) Localizar no ciclo trigonométrico o arco de medida rad.
4
3p
Resolução. Note que um arco de medida rad corresponde a 3 ar-
4
p 3p p
cos sucessivos de rad, isto é, 3 . Como a circunferência
4 4 4
p
mede 2p , um arco de corresponde a um oitavo da circunferência:
4
2p p 3p
. Assim, o arco de medida corresponde a três oitavos da
8 4 4
circunferência. Veja a figura:
224
2� y
3� 4
�
4 4
4� O A x
4
5� 7�
4 6� 4
4
Figura 5.42
Exercícios propostos
20) O ciclo trigonométrico foi dividido em oito partes iguais. Lo-
calize sobre ele a extremidade B do arco AB , sendo dada a
medida deste arco:
a) 135º
b) −180º
5p
c) rad
4
p
d) rad
2
3p
e) rad
4
a) 120º
b) 330º
11p
c) rad
6
4p
d) rad
3
7p
e) rad
6
225
Arcos côngruos
Suponha que um ponto móvel (como na definição de arco) deslo-
que-se sobre a circunferência a partir de (1, 0) , sempre no mesmo
p
sentido, até parar em . Temos duas possibilidades: o ponto pára
4
p
em assim que o atinge ou o ponto dá certo número de voltas na
4
p
circunferência antes de parar em . Observe na figura 5.43 que o
4
p p
arco de rad tem a mesma extremidade que os arcos 2 p rad,
4 4
p p p
4 p rad, 6 p rad,... , k p ,... para todo inteiro k . Os valores
4 4 4
negativos de k também produzem arcos de mesma extremidade
p
que , resultantes do movimento em sentido horário (sentido ne-
4
p p p
gativo): 2 p rad, 4 p rad, 6 p rad...
4 4 4
y
�
4
O A x
Figura 5.43
20 p
Como exemplo, vamos encontrar a pdp do arco de medida .
7
Você lembra do Algoritmo
Procuramos o maior múltiplo de 7 menor do que 20 . Como da Divisão, estudado
, este múltiplo é 14 e podemos escrever em Fundamentos I?
20 p 14 6 p 14 p 6 p 6p
2 p .
7 7 7 7 7
6p 20 p 6 p
Como 0 2 p , e os arcos de medidas e diferem de um
7 7 7
20 p 6 p 20 p 6p
múltiplo inteiro 2p (pois 2 p ), a pdp de será .
7 7 7 7
Exercícios resolvidos
47p
7) Encontrar a pdp do arco de medida .
6
47 p 42 5 p 5p
7 p
6 6 6
5p 5p 11p
7 p 6 p p 6 p
6 6 6
47 p 11p
Assim, 6 p , o que significa que os arcos de medi-
6 6
47 p 11p
da e diferem por um múltiplo inteiro de 2p . Também
6 6
11p 11p
0 2 p . A pdp será então . Veja a figura:
6 6
227
3�
4� 6 2�
6 6
5� �
6 6
6�
6
O A x
7� 11�
6 6
8� 10�
6 9� 6
6
Figura 5.44
Resolução. 465 é maior do que 360 ; logo, este arco tem mais de
uma volta.
Como 465 = 1× 360 + 105 , a pdp do arco de medida 465º será 105º .
Veja a figura:
y
105º 90º
O A x
Figura 5.45
Exercícios propostos
21) Determinar a pdp dos arcos cujas medidas são:
17 p
a)
4
228
43p
b)
8
c) 615º
d) −1330º
4p
22) Dê a medida de três arcos cuja pdp é .
5
y
P
P2
x
O P1 A x
Figura 5.46
Relação fundamental
Decorre do Teorema de Pitágoras que sen 2 x + cos 2 x = 1 , para todo
x real. De fato, é só considerar o triângulo retângulo OP1 P . Os seg-
mentos OP1 e P1 P que correspondem a cos x e sen x , respectivamen-
te, são os catetos; o segmento OP é a hipotenusa. Veja a figura:
y
P
P2
.
O P1 x
Figura 5.47
sen 0 = 0 cos 0 = 1
p p
sen 1 cos 0
2 2
senp =0 cos p 1
3p 3p
sen 1 cos 0
2 2
M1
Q1
M2
Q2
x4
x3
x2
P3 x1 P4
P2 O P1 x
Q4 M4
Q3
M3
Figura 5.48
y y
Sinal do seno Sinal do cosseno
_
+ + +
_ O _ x
_
O x
+
Figura 5.49
232
7 p 3p
Assim, a pdp do arco de medida é ; isto significa que os ar-
2 2
7 p 3p
cos de medida e têm a mesma extremidade, determinando
2 2
as mesmas coordenadas.
7p 3p 7p 3p
Logo, sen sen 1 e cos cos 0 .
2 2 2 2
90o , então:
α
c a
sen cos b
a
b β
sen cos c
a
Figura 5.50
p
i) Para 45o , ou , temos:
π 4
4
a 2b 22 a 22
b 22bb 2
aa 2
a b 2
aa
bb 22
π p b b 1 2 p
4 sen pp bb bb 11 22 cos p
sen a
sen 44 b 2 2 2 cos p
4
c=b 4 aa bb 22
22 22 cos 44
Figura 5.51
p p
ii) 30o e 60o
6 3
a2
π h 22 a 22 a 22
h 2 a4 a 2
6 h 4 a2
a 42 a 2 3a 22
a 2
h 2 a 2 a 2 3a 2
h h 2 a 2 a4 3a4
h a 4 4
3 4 4
π h 3 a
3 h 23 a
h 2 a
2
.
a
Figura 5.52 Então
3
p h a 3 p
sen 2 cos
3 a a 2 6
a
p 2 1 p
e cos sen
3 a 2 6
Resumindo:
x p p p p 3p
0 p
(em rad) 6 4 3 2 2
3 2 1
cos x 1 0 -1 0
2 2 2
1 2 3
sen x 0 1 0 -1
2 2 2
234
y y
M y M'
y' M'
α
β β α x β
x O x' x β O x' x
y
M
y' M'
α β
O β x x
y M
cos α = x = cos β
sen α = y = −y' = − sen β
Figura 5.53
5p 5p
41) Determinar sen e cos .
6 6
235
5p
Observemos que o arco de medida encontra-se no segun-
6
p 5p p
do quadrante e é um múltiplo de , isto é, 5 . Para
6 6 6
5p p
chegar a é necessário percorrer cinco arcos de .
6 6
Veja a figura:
y y
3π
4π 6 2π
6 6
5π π 1
6 6 5π 2 π
6 6
6π
6 x x
O 2π O
− √3 √3
2 2
7π 11π
6 6
8π 10π
6 9π 6
6
Figura 5.54
5p p 1 5p p 3
sen sen e cos cos
6 6 2 6 6 2
4p 4p
42) Determine sen e cos .
3 3
4p
O arco de medida encontra-se no terceiro quadrante; usan-
3
4p
do a mesma idéia do exemplo anterior, para chegar a , é ne-
3
p
cessário percorrer quatro arcos de . Veja a figura:
3
236
2π π π
3 3 3
√3
2
−1
2π 2
3π O O 1
3 2
− √3
2
4π 5π 4π
3 3 3
Figura 5.55
4p p 3 4p p 1
sen sen e cos cos
3 3 2 3 3 2
7p 7p
43) Determine sen e cos .
4 4
7p
O arco de medida encontra-se no quarto quadrante; ana-
4
logamente aos exemplos anteriores e observando a figura, con-
cluímos que:
y 2π y
4 π π
3π
4 4 √2 4
2
x x
4π O 2π O √2
4 2
− √2
5π 7π 2 7π
4 6π 4 4
4
Figura 5.56
237
7p p 2 7p p 2
sen sen e cos cos
4 4 2 4 4 2
Exercício proposto
24) Determine seno e cosseno dos arcos de medida:
7p 11p
a) b)
6 4
8p 5p
c) d)
3 4
17 p 23p
e) f)
6 3
24 p
g)
16
y
Função seno
− 5π − 2π − 3π −π −π O π π 3π 2π 5π 3π x
2 2 2 2 2 2
−1
Figura 5.57
238
y
Função cosseno
1
x
− 5π − 2π − 3π −π −π O π π 3π 2π 5π 3π
2 2 2 2 2 2
−1
Figura 5.58
0, p, 2 p, 3p,..., p, 2 p, 3p,...
p 3p 5 p 7 p p 3p 5p 7p
, , , ,..., , , , ,...
2 2 2 2 2 2 2 2
2k 1 p p
ou seja, os valores de x dados por x , ou x k p ,
2 2
para todo k .
239
Exercício resolvido
4
9) Encontre o período da função f ( x) = sen x .
5
Resolução: Procuramos o menor número T 0 tal que
f x T f x , para todo x . Isto significa que
4 4 4 4
f x T sen x T sen x T sen x f x .
5 5 5 5
4 10 p 5 p
T 2p T .
5 4 2
5p
Logo, o período de f é . Confira o resultado fazendo o gráfico.
2
B OM = OS
M
OM = QB
OS = QC
x
.
O −x Q A
S C
Figura 5.59
Exemplos:
44) g : , g x x p ,
1 sen x
x
3π 5π
− 3π
π
−2π
2
−π −π O
2
π 2π
2 2 2
−1 sen (x + π)
Figura 5.60
x 0
sen (x + ) 0 -1 0 1 0
Tarefa
Faça o gráfico da função composta
1 cos (2x)
x
−π O π π 2π 5π 3π
− 5π −π
−2π π
2 − 3π 2 4 2
3π
2
2 2
−1 cos x
Figura 5.61
x 0
cos (2x) 1 0 -1 0 1
Tarefa
1) Faça e estude os gráficos das funções compostas cos 3x ,
x x
cos 4x , cos e cos . O que você conclui sobre os perío-
2 4
dos destas funções? E sobre os períodos das funções sen 3x ,
x x
sen 4x , sen e sen ?
2 4
p
2) Para f x 2 x
, faça o gráfico e determine o período da
2
p
função composta cos f x cos f x cos 2 x .
2
Exemplo:
y
2
1+ sen x
1
− 5π − 2π − 3π −π −π O π π 3π 2π 5π 3π x
2 2 2 2 2 2 sen x
−1
Figura 5.62
Observamos que:
Tarefa
Seja v x 2 x . Analise o gráfico da função composta
v cos x v cos x 2 cos x .
Compare com o gráfico de cosx .
Exercícios propostos
25) Dê o período e os zeros das seguintes funções:
p
a) m x 3 cos x
2
p
b) s x 4 sen x
3
a) f x sen 2 x
x
b) g x sen
4
x
c) m x cos
3
y
Função seno
− 5π − 2π − 3π −π −π O π π 3π 2π 5π 3π x
2 2 2 2 2 2
−1
Figura 5.63
p p
No intervalo , a função seno é injetora, e o mesmo ocorre
2 2
p 3p 3p p
nos intervalos , , , , e em uma infinidade de ou-
2 2 2 2
tros. Observe também que nestes intervalos a imagem da função é
1,1 , ou seja, ela também é sobrejetora. Fixando o intervalo
p p
, , consideremos a função
2 2
p p
F : , 1,1
2 2
F x sen x
p p
g : 1,1 ,
2 2
1 p 1 p 2 p
g ; g 0 0; g ; g
.
2 6 2 6 2 4
y
� x arc sen x
2
0 0
�
3 1 1/2 π/6 ≅ 0,52
� /2 π/3 ≅ 1,04
6 π/4 ≅ 0,78
/2
- √3 - 1
-1 2 2 -1/2 -π/6
O 1 √3 1 x - /2 -π/3
2 2
-1 - �
6
-�
3
-�
2
Figura 5.64
y
π arc sen x
2
1 sen x
−π −1 1 π x
2 2
−1
−π
2
bissetriz do 1º quadrante
Figura 5.65
247
y
Função cosseno
1
x
− 5π − 2π − 3π −π −π O π π 3π 2π 5π 3π
2 2 2 2 2 2
−1
Figura 5.66
H x cos x
h : 1,1 0, p
y
x arccos x π
-1 -1
-1/2 2π/3 2π
3
0 π/2 π/
2
1/2 π/3
π
1 0 3
−1 − 1 0 1 1 x
2 2
Figura 5.67
248
arc cos x π
π/2
1
π
−1 O 1 π x
2
bissetriz do 1º
quadrante −1 cos x
Figura 5.68
Exercícios resolvidos
2
10) Calcule sen
arccos .
2
2
Resolução. Queremos calcular o seno do arco cujo cosseno é .
2
2 2
Se y é o arco cujo cosseno é , isto é, cos y , qual o va-
2 2
lor de sen y ? Lembramos que nosso intervalo de trabalho para os
valores do arco y é o intervalo 0, p , a imagem da função arco
cosseno. Assim, existe um único valor de y no intervalo 0, p ,
2 p
tal que cos y . Este valor, como sabemos, é . Assim,
2 4
2 p 2
sen
arccos
sen y sen .
2 4 2
sen 2 y x 2 1
sen 2 y 1 x 2
sen y 1 x 2
3p
12) Determine arcsensen .
2
3p
Resolução. Como sen 1 , o problema consiste em determinar
2
p p
arcsen 1 . O único arco pertencente ao intervalo , cujo
2 2
p 3p p
seno é −1 é . Logo, arcsensen .
2 2 2
Você poderia pensar que, como seno e arco seno são funções inver-
sas, então arcsen(sen x) = x , para qualquer valor x . Mas não pode-
mos esquecer a definição! É preciso estar atento para o domínio e
contradomínio das duas funções.
Exercício proposto
28) Calcule:
1 2
a) sen arcsen b) cos
arccos
2 2
3
c) sen arccos 0 d) cos
arcsen
2
3p 3p
e) arcsensen f) arccos cos
4 2
250
x
O C A x
eixo das
tangentes
Figura 5.69
CD AB sen x tg x
, ou seja, , para valores de x tais que cos x 0 .
OC OA cos x 1
p
Lembrando que cos x 0 quando x k p , k , podemos
2
definir a função tangente como:
p
tg : k p / k
2
sen x
tgx
cos x
B2
π
M1 2
x +
π y
A x
−
M2
3π
2
B1
Figura 5.70
252
B3
B2
π
2
B1
z
y
π x
O A
K3
3π K2
2
K3
Figura 5.71
p
No entanto, quando x assume valores maiores do que e apro-
2
ximando-se cada vez mais deste valor, tg x é um número negativo
assumindo, em módulo, valores infinitamente grandes.
253
3p
Para x , não existe tg x . Estude o que acontece com a tg x quan-
2
3p
do os valores de x se aproximam de .
2
p 2
p p sen 4 2 1 .
Para x , tg
4 4 p 2
cos
4 2
p 1
sen
p p
Para x , tg 6 2 1 3.
6 6 p 3 3 3
cos
6 2
p 3
p p sen 3 2 3.
Para x , tg
3 3 p 1
cos
3 2
Resumindo:
p p p
x 0 p
6 4 3
3
tg x 0 1 3 0
3
Exercício resolvido
22 p
13) Determine o valor de tg .
3
Resolução.
22 p 18 p 4 p 4p 22 p 4p
6 p . Logo, tg = tg .
3 3 3 3 3 3
4p p 3 4p p 1
Como sen sen e cos cos ,
3 3 2 3 3 2
3
22 p 4p
teremos tg tg 2 3.
3 3 1
2
254
cos 2 x 1 0, 04
96
cos 2 x 0,96
100
96 2 6
cos x
100 5
x
0 2π
− 5π −2π − 3π −π π π 3π 5π
2 2 2 2 2 2
Figura 5.72
255
p
4) A função não está definida para os valores x k p , para
2
todo k , ou seja, estes pontos não têm imagem pela função
tangente. Observe o que acontece na vizinhança destes pontos,
lembrando das considerações que fizemos para os valores no-
táveis da tangente.
5) Nos intervalos
5 p 3p 3p p p p p 3p
... , ,
, ,
,
, , ,.. a função tan-
2 2 2 2 2 2 2 2
p p
g : ,
2 2
256
π
2 arc tg x
π
4
x
− π −1 1 π
2 π 2
−
4
−π
2
tg x
Figura 5.73
Exercício resolvido
14) Calcule sen (arctg (− 3)) .
p
que tg 3 ; mas qual arco cuja tangente resulta no oposto deste
3
número? Vamos observar no ciclo trigonométrico:
√3
π
2π 3
3
O A x
−π
3
−√3
Figura 5.74
2 p p
Vemos que, para os arcos de medida e tem-se
3 3
2p p
tg tg 3 . Mas a função arctg tem como imagem o in-
3 3
p p
tervalo , , isto é, tem como imagem arcos no primeiro ou
2 2
2p
quarto quadrantes. O arco de medida está no segundo quadran-
3
p p 3
te. Logo, escolhemos x e sen .
3 3 2
Exercícios propostos
p p p
29) Conhecendo o seno e o cosseno de rad, rad e rad, cal-
6 4 3
cule sen x e cosx para:
a) x 1230o b) x 960o
13p 47 p
c) x rad d) x rad
4 6
258
a) sen 5 b) cos 7, 68
c) sen 13 d) cos 2
x
a) f x tg 2 x b) g x tg
2
x
c) h x 1 cos 3 x d) m x 2 sen
2
3x p
a) g1 x cos b) g 2 x sen x
4 2
px x
c) g3 x 5cos d) g 4 x 8 sen
2 3
x
e) g5 x 1 tg f) g 6 x tg 2 x
2
p
b) sent cos t
2
34) Calcule:
13p
a) tg
3
23p
b) tg
4
259
1
36) Sabendo que sen x e x está no terceiro quadrante, cal-
6
cule cos x e tg x .
Resumo
Neste capítulo estudamos as funções elementares:
Bibliografia comentada
IEZZI, G.; MURAKAMI, C. Fundamentos da matemática elementar.
8. ed. Guarulhos: Atual, 2004. (Fundamentos da Matemática
Elementar, v. 1 conjuntos, funções e v. 3 trigonometria).
Referências
ÁVILA, G. Análise matemática para a licenciatura. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001.