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A ética: de muitos ontem, de poucos hoje

Mariano Soltys: advogado, filósofo e escritor

O tema da ética nos é mais do que nunca atual. As pessoas quase competem
para ver quem tem mais honestidade, ou usa isso ao seu favor. Mas usar os méritos já
não seria tão ético. Logo, se entraria em algum ciclo vicioso. Muito sutil é a diferença
do ético, e a honestidade é muitas vezes confundida com inocência ou mesmo burrice.
No Brasil as coisas vêm refletindo em cada vez mais uma super-honestidade. Isso não
é apenas o politicamente correto, mas o eticamente correto. E honestidade se é exigida
para uma vida social sustentável e não caótica. A paz nos exige que sejamos éticos.

Continuemos algumas definições sobre ética. Há quem diga que a ética é


interna, já a moral sendo externa. Honestidade é honestidade de qualquer forma.
Mesmo com pouco conhecimento da lei, há quem tenha na honestidade um modo de
vida, de caráter. Assim deveria ser para todos. A busca ideal é uma utopia, mas foi por
sonhos que chegamos a ter uma vida confortável. A ética relacionada aos nossos
pensamentos e já a moral com nossos atos. Para Sócrates a situação se tornou mais
humana. A virtude era ligada ao conhecimento, já o vício era ligado a ignorância. Disso
se conclui que a ética também pode ser ensinada e que a honestidade também vem de
exemplos e de regras. As regras estão em tudo, desde brincadeiras de crianças,
esportes, linguagem ou mesmo na matemática. Sem regras não se sabe como
escrever corretamente ou como se começa uma equação, medição etc. Depois, a
maioria das escolas gregas de moral se manteve alinhada aos ensinos de Sócrates,
com algumas alterações.

A ética nos leva em um caminho traçado pela prudência e liberdade. Mas é


mais, ela nos leva através da fé como uma causa final. Sendo uma ciência da lei, a
ética nos explica o porquê de ser honesto. Deste modo, elegemos uma conduta digna e
justa, para se tornar um bom cidadão. A conduta desse modo se torna íntegra. Então, a
pessoa honesta pode ir contra a maioria, e não se equivocar, pois a maioria pode estar
equivocada, como ensinou o filósofo espanhol José Ramón Ayllón. A ética que era de
muitos de seguidores de Sócrates, hoje é de poucos, que tem vergonha de serem
honestos. A sociedade atual é o triunfo da intranscendência.

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