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1386 Ministérios da Agricultura, Pescas e Alimentacio, da Indistria e Comércio e das Obras Publicas, Transportes e Comunicagdes Portaria n.° 287/87: Publica a lista das mercadorias que, para efeitos do Aisposto no Decreto-Lei n° 34/87, sdo consideradas fssencials ao abastecimento do Pais de acordo com, 4sua clasificacto peut! ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lei ns t4/87 oY de Abit Lei de Bases do Ambiente 07 A Assembleia da Repsiblica dacrota, nog terms dos. artigos 164.°, alinea d), 168°, n° 1, alfnea @, 2 169°, n2 2, da Constituigéo, 0 seguinte: CAPITULO T Principios ¢ objectives Artigo 1" Ambito A presente lei define as bases da politica de am- biente, em cumprimento do disposto nos artigos 9.° € 66° da Constituigao da Republica. Antigo 2° Prinefplo geral 1 — Todos os cidadios tém direito a um ambiente humano e ecologicamente equilibrado ¢ 0 dever de o defender, incumbindo 20 Estado, nismos préprios e por apelo a iniciativas por meio de orga Populares € comunitérias, promover a melhoria da qualidade de ‘dual, quer colecti —A politica de ambiente te © garantir a continuidade di naturais, qualitativa e quanti suposto basi Artigo 3° Prineipios especticos por fim optimizar izago dos recursos ivamente, como pres- de um desenvolvimento autosustentado © prinefpio geral constante do artigo anterior im- ‘a @ observancia dos seguintes princfpios espect- @) Da prevengéo: as actuagées com efeitos ime- diatos ou a prazo no ambiente devem ser con- sideradas de forma antecipativa, reduzindo ou climinando as causas, prioritariamente & cor- receo dos efeitos dessas acgdes ou actividades suscepttveis de alterarem a qualidade do am- biente, sendo © poluidor obtigado a corrigir ‘ou recuperar o ambiente, suportando os en- 1 SERIE—N 81 —7-4-1987 Ministério das Obras Pablicas, Transportes e Comunicagées Portaria n.* 288/87: Fina os valores especificos de custos © presos para vigorarem nas ‘Repides AutGnomes. dos “Ave tes e da Madeira no Ambito de programas de habi tagdo socal 1407 cargos dai resultantes, nfo Ihe sendo permi- tido continuar a acco poluente; +4) Do-aquilibrio: devem criar-se: 0s melee ade ude araitisgrar a ntgrasé dis pelt Soon ce Nance Se a8, , tendo como * dad o descavolviment fategrado, harménico +. gi auptentdvels De pertcineg 03 diferentes grupos sociais event intervir na formulagio © execugo politica de ambiente ¢ ordenamento do ter t6rio, através dos Grgios competentes de ad- ‘ministracao central, regional ¢ local e de ou- tras pessoas colectivas de direito piiblico ou de pessoas © entidades privadas; @) Da unidade de gestio ¢ acco: deve existir ‘um 6rgG0 nacional responsdvel pela politica de ambiente e ordenamento do tertitério, que normalize ¢ informe a actividade dos agentes Piiblicos ou privados interventores, como forma de garantir a integragao da problenis. fica do ambiente, do ordenamento do territé. tio e do planeamento econémico, quer a0 nfvel global, quer sectorial, ¢ intervenha com vista a atingir esses objectives na falta ou e substituigao de entidades jf existentes; €) Da cooperagao internacional: determina a pro- cura de solugées concertadas com outros paf- ses ou organizagées intemnacionais para’ 08 problemas de ambiente e de gestio ‘dos re ‘cursos naturais; A) Da procura do nivel mais adequado de acco: implica que a execugao das medidas de polf- fica de ambiente tenha em consideracdo 0 nivel mais adequado de acgio, seia ele de Ambito intemacional, nacional, regional, local ou sectorial; 8) De recuperagdo: devem ser tomadas medidas lurgentes para limitar os processos degrada- tivos nas reas onde actualmente ocorrem ¢ Promover a recuperaglo dessas dreas, tendo fem conta os equilfbrios a estabelecer com as reas limitrofes; ‘h) Da responsabilizagéo: sponta para a assun- do pelos agentes das consequéncias, para terceiros, da sua acgio, directa ou indirecta, sobre os recursos naturas, ‘Artigo 42° Objectives € medidas A existéncia de um ambiente propicio & sade e ar das pessoas e 20 desenvolvimento social e 1 SERIE —N2 81 — 7-4-1987 cultural das comunidades, bem como & melhoria da qualidade de vida, pressupde adopgio de medidas que visem, designadamente: a) O desenvolvimento econémico ¢ social auto- sustentado © a expansio correcta das érens urbanas, através do ordenamento do territé- de uma correcta instalagdo em termos territo- ‘das actividades produtivas; d) A manutengao dos ecossistemas que supor- tam a vida, 2 utilizago racional dos recursos vivos e a preservagao do patriménio genético © da sua diversidade; @) A conservagio da Natureza, o equilibrio biolé- igico € a estabilidade dos diferentes hubitats, omeadamente através da compartimentacao € diversificagio das paisagens, da consti do de parques © reservas naturals © outras reas protegidas, corredores ecolégicas © es pagos verdes urbanos ¢ suburbanos, de modo a estabelecer um continuum naturale: A promogio de acgies de investigaso quanto 0s factores naturais ¢ a0 estudo do impacte das acgdes humanas sobre o ambiente, v sando impedir no futuro ou minimizar e cor- igir no presente as disfungdes existentes rientar as acgbes a empreender segundo nor- mas ¢ valores que garantam a efectiva cria- a0 de um novo quadro de vida, compativel Com a perenidade dos sistemas naturals; pA adequada delimitagao dos niveis de quali ‘dade dos componentes _ambientai hy A definigao de uma politica energética baseeda ‘no aproveitamento racional ¢ sustentado de todos os recursos naturais renovéveis, na di- versificagio © descentralizagéo das fontes de producdo e na racionalizaglo do_consumo; i) A promogio da participagdo das populagdes nna formulagio e execugao da politica de am- biente e qualidade de vida, bem como 0 es: tabelecimento de fluxos continuos de informa- (Glo entre os érgios da Administragio por ela fesponsiveis ¢ os cidadios a quem se dirige: DO reforco das acgBes e medidas de defesa do ‘consumidor; 1) O reforgo das accdes © medidas de defesa € recuperagao do patriménio cultural, quer ne- tural, quer construs DA inclusdo da componente ambiental ¢ dos valores herdados na educacéo bisica z na for- ‘magdo profissional, bem assim como 0 incen- tivo a sua divulgacdo através dos meios de comunicagio social, devendo Governo pro- duzir_meios didacticos de apoio aos docen- tes (livros, brochuras, ete, ‘m) A prossecugio de uma estratégia nacional de ‘conservacdo; ‘n) A plenitude da vida humana e a permanéncia dda vida selvagem, assim como dos habitats indispenséveis ao ‘seu suporte: (0) A recuperacio das éreas degradadas do terri- ‘6rio nacional. 1387 Artigo 5." Conceitos € defines —A qualidade de vida é resultado da interacgaio de miltiplos factores no funcionamento das sociedades humanas ¢ traduzse na situacio de bem estar fisico, mental e social e na satisfagao ¢ afirmagao culturais, bem como em relagées auténticas entre 0 individu © ‘a comunidade, dependendo da influéncia de factores inter-relacionados, que compreendem, designadamente: a) A capacidade de carga do territério © dos re- ‘cursos; 5) A alimentago, a habitagio, a sade, a edu- ‘cagdo, 0s transportes ¢ a ocupagio das tempos istema social que assegure a posteridade de toda populagao ¢ os consequentes bene ficios da Seguranga Social; d) A integragio da expanso _urbano-industrial ‘na paisagem, funcionando como valorizagéo da mesma, e nio como agente de degradacao. 2—Para efeitos do disposto no presente diploma, considerase que as expresses «ambiente», wordena- mento do territérion, epaisagems, «continuum natu. ale», «qualidade do ambiente» © «conservacio da Natureza» deverdo ser entendidas nas condigSes a s¢- guir indicadas: a) Ambiente € © conjunto dos sistemas fisicos, ‘quimicos, bioldgicos e suas relagdes ¢ dos fac tores econémicos, sociais © culturais com efeito directo ou ‘indirecto, mediato ou ime: diato, sobre os seres vivos © a qualidade de vida do homem; b) Ordenamento do territério & © proceso into- grado da organizagao do espago biofisico, tendo como objectivo 0 uso e a transforma go do territ6rio, de acordo com as suas caps Cidades € vocagées, ¢ a permangncia dos valo- res de equilibrio biolégico ¢ de estabilidade ‘geol6gica, numa perspectiva de aumento Ja sua capacidade de suporte de vida; ©) Paisagem € a unidade geogrética, ecoldgica © estética resuliante da acgio do homem ¢ da reaogio da Natureza, sendo primitiva quando # acca daquele € minima ¢ natural quando @ ‘acgdo humana € determinante, sem deixar de ve verificar © equilibrio bioldgico, a estabili- dade fisica e a dinamica ecoldgicu: Continuum naturale € o sistema continuo de ‘ocorréncias naturais que constituem © supurte da vida silvestre e da manutengao do poten cial genético e que contribui para 0 equilibrio © estabilidade do territérios €) Quatidade do ambiente ¢ a adequabilidade de todos os seus componentes as necessidades do homem; D) Conservagio da Natureza é a gestio da utili ‘zacdo humana da Natureza, de modo @ viabi- lizar de forma perene a méxima rentabili dade compativel com @ manutengao da capa- cidade de regenerago de todos 0s recursos vivos. @) 1388 CAPITULO 11 Componentes ambientais natursis Artigo 6° Componentes amblentals natursis Nos termos da presente lei, siio componentes do am- biente: 4) O solo vivo € 0 subsolo; 2) A flor Artigo Defesa da qualidade dos componentes amblentals naturais Em ordem a assegurar a defesa da qualidade apro- priada dos componentes ambientais naturais referidos hho nimero anterior, poder 0 Estado, através do nistério da tutela competente, proibir ou condicionar io de actividades e desenvolver acgies neces s6rias & prossecugio dos mesmos fins, nomeadamente a adopeao de medidas de contencdo e fiscalizaglo que Jevem em conta, para além do mais, os custos econé- micos, sociais e culturais da degradagio do ambiente fem termos de obrigatoriedade de anilise prévia de custos-beneficios. Artigo 8° Ar 1—O lancamento para a atmosfera de quaisquer substincias, seja qual for o seu estado fisico, suscep- liveis de afectarem de forma nociva a qualidade do ar € 0 equilfbtio ecol6gico ou que impliquem risco, dano ou incémodo grave para as pessoas © bens serd objecto de regulamentacio especial. 2—Todas as instalacdes, méquinas e meios de transporte cuja actividade possa afectar a qualidade da atmosfera devem ser dotados de dispositives ou procestos udequados para reter ou neutralizar as subs- tancias poluidoras. 3—E proibido pér em funcionamento novos em- preendimentos ou desenvolver aqueles jé existentes e que, pela sua actividade, possam constituir fontes de poluigéo do ar sem serem dotados de instalagies © dispositives em estado de funcionamento adequado para roter © neutralizer as substincias poluentes ou sem se terem tomado medidas para respeitar as condi- es de protecgiéo da qualidade do ar estabelecidas or organismos responsdvei Artigo 9: Luz € niveis de luminosidade 1—Todos tém o direito a um nivel de luminosi- dade conveniente & sua saide, bem-estar € conforto tna habitago, no local de trabalho e nos espacos livres Piblicos de recreio, lazer e ciroulaglo. 2—O nivel de luminosidade para qualquer Iugar deve ser o mais consenténeo com vista ao equilibrio ddos coossistemas transformados de que depende a qua- lidade de vida das populagées. 1 SERIE — ° 81—7-4-1987 3— Os antincios luminosos, fixos ou intermitentes, no devem perturbar 0 sossego, a sade e o bemstar dos cidadaos, 4—Nos termos do nimero anterior, ficam condi- cionados: 4) © volume dos edificios a construir que judiquem a qualidade de vida dos cidadaos € a vegetagio, pelo ensombramento, Jos es- acos livres pablicos ¢ privados; 5) O regulamento e as normas especificas respei {antes & construgio de fogos para habitagao, escritérios, fébricas © outros lugares de tra, balho, escolas ¢ restante equipamento soci €) O volume das construgdes a erigit na perife. ia dos espagos verdes existentes ou. 2 cons. truir; ©) Os andincios tuminosos 96 sfo permitidos nas ‘reas urbanas ¢ so condicionadas as suas cor, forma, localizagio © intermiténcia por normas a fixar especificamente. Nos termos dos n* 1, 2 € 3, & proibid: @) A climinacto dos montados de sobro ¢ azinho © outras drvores dispersas nas folhas de cul- tura, com excepgdo dos solos das classes A €.B, nas paisagens de caracterfsticas mediter- rinicas e continental 5) A climinagdo da vegetago nas margens dos cursos de dgua; €) A climinagio da compartimentagio, sebes vivas, tuveiras © muros, para além da dimensio d folha de cultura considerada mfnima regional- mente Artigo 102 Agua 1— As categorias de aguas abrangidas pelo presente diploma sfo as seguintes: 4) Aguas interiores de superficie; ) Aguas interiores subterrinea: ©) Aguas maritimas interiores; d) Aguas maritimas territoriais; ¢) Aguas maritimas da zona econémica exclusiva. 2—Estendese igualmente © presente diploma aos leitos e margens dos cursos de égua de superficie, aos fundos ¢ margens de lagoas, as zonas de infliragdes, a toda a orla costeira © a0s fundos marinhos interiores, Plataforma continental e da zona econémica exclu. siva. 3—De entre as medidas especificas do presente diploma, a regulamentar através de legislagdo apro- riada, sero tidas em conta as que se relacionam com: @) A utilizago racional da gua, com a quali- dade referida para cada. fim, evitandose todos os gastos desnecessétios e’ aumentando- -se 0 grau de reutilizagao; 5) © desenvolvimento coordenado das scqdes necessérias para conservago, ineremento optimizagéo do aproveitamento das guas. de superficie © subterrdneas, tendo por base projectos de conjunto; €) O estabelecimento de uma faiza de proteccdo 20 longo da orla costeira;

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