UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

FACULDADE DE DIREITO

Professor: Luiz Alberto G. S. Rocha

Aluna: Cristiane Gonçalves
Disciplina: Direitos Fundamentais
1) Como a igualdade material coloca-se questionadora da liberdade individual sem
no entanto excluí-la?

Os direitos civis e políticos estão no rol de direitos da primeira geração dos Direitos
Fundamentais, também conhecida como geração dos Direitos Burgueses, onde o Estado
era apenas um espectador das relações econômicas. Na primeira geração o indivíduo é o
detentor desses direitos com características econômicas liberais, ou seja, o sujeito pode
agir sem a interferência do Estado, havendo apenas de não ultrapassar a linha traçada pelo
pacto social que limita os direitos naturais dos homens, objetivando evitar conflitos entre
os pactuantes.

Contudo, a eficácia do Direitos Fundamentais da primeira geração não abrange a

todos, uma vez que apesar dos indivíduos possuírem direitos naturais individuais, a
efetivação dos direitos fundamentais era comprometida porque havia desigualdade
econômica. Dessa forma, pela lógica de Ruy Barbosa, quanto a tratar os iguais igualmente
e os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdade, na segunda geração dos
direitos fundamentais a concepção de igualdade formal será enfatizada, tendo o Estado
como um fator ativo na realização da “justiça social”, portanto passa a ter um papel
intervencionista para proteger os desiguais.

A igualdade material questionará a liberdade individual tão ressaltada na geração dos

Direitos Burgueses mas sem subtraí-la, em virtude de colocar o Estado como garantidor
da liberdade, dado que irá fornecer subsídios que compreendem setores como o da
educação, da saúde e do trabalho, para minimizar a demasiada desigualdade entre as
classes menos favorecidas em detrimento da classe que detém do poder econômico, para
que, então, todos possam desenvolver igualmente seus direitos cívicos e políticos, dentre
eles está a liberdade. Assim, os direitos sociais serão acrescentados na segunda geração
dos Direitos Fundamentais.