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Aluno: José Luiz da Fonseca Neto

Turma: NP20-0

Questão: O procedimento previsto para o cumprimento de sentença pode ser usado numa ação
autônoma de execução?

Resposta:

Antes de adentrar no mérito da questão, cabe discorrer sobre esses dois sistemas de execução em
sentido lato: cumprimento de sentença e processo de execução. O primeiro acontece quando há um
título executivo judicial, ou seja, houve uma obrigação determinada em decisão definitiva do poder
judiciário, sobre a qual não houve recurso, devendo haver o cumprimento coercitivo dessa obrigação
em sede de cumprimento de sentença. Por sua vez, o processo de execução baseia-se em título
executivo extrajudicial, aquele que prescinde um processo de conhecimento anterior, em que já se
ingressa no judiciário para seu cumprimento forçado.

Visto isso, observa-se a similaridade dos institutos, baseados precipuamente em títulos executivos.
Ademais, é válido salientar que quanto às medidas executivas passíveis de serem adotadas pelo douto
juízo, a diferença é praticamente nenhuma, ambos podem adotar diversas medidas executivas, tais
quais: busca e apreensão, bloqueio de conta corrente, dentre outras.

No entanto, embora sejam institutos devera similares, é nítido que há uma diferenciação entre o
procedimento a ser adotado pelo cumprimento de sentença, em relação à ação autônoma de
execução. Referida conclusão advém da diferente forma de tratamento aos institutos dado pelo Novo
Código de Processo Civil, segundo o qual em se tratando de título executivo judicial, a defesa do
executado se dará por impugnação, diferentemente do processo de execução autônomo, em que a
defesa ocorrerá por Embargos à Execução.

Disso decorrem diversas outras nuances, que diferenciam o procedimento dos institutos, como o
prazo para o oferecimento da Impugnação passa a contar automaticamente após o término do prazo
de 15 dias para pagamento voluntário da obrigação (art. 523, CPC), sendo acrescido ao débito do
executado uma multa de 10% e novos honorários em 10% (§10º, art. 523, CPC). Ademais, na
Impugnação, ou seja, no cumprimento de sentença, o executado está restrito às hipóteses taxativas
do §1º, art. 525, CPC, só podendo alegar matérias não alegadas no processo de conhecimento -
restrição não aplicada aos Embargos à Execução.

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