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Geriatria

Formação Modular

MANUAL

Velhice – Ciclo Vital e Aspectos Sociais

Formadora: Inês Mendes

Local: Junta de Freguesia


Borba de Godim - Lixa

Novembro, 2011
Associação Empresarial de Felgueiras

“Uma bela velhice é, comummente,


recompensa de uma bela vida”
(Pitágoras)

Formadora: Inês Mendes 2


Associação Empresarial de Felgueiras

Índice

Princípios Fundamentais …………………………………………..…………….…. pág. 4

1) Velhice – Ciclo Vital ……………………………………………………………. pág. 9


 Velhice e tarefas do desenvolvimento psicológico ………………………… pág. 9
 Teorias sobre o envelhecimento psicossocial …………………………….. pág. 10
o Teorias psicossociais de Eric Erickson, R. Peck e Buhler …....… pág. 10
 Do jovem adulto à meia-idade ………………………………………..….… pág. 13
 A meia-idade e as tarefas evolutivas …………………………………...… pág. 15
 Aspectos estruturais e funcionais da Velhice …..……………………...… pág. 16

2) Velhice – Aspectos Sociais ………………………………………………….. pág. 19


 A velhice e a sociedade ………………………………………………….….. pág. 19
o Velhice e envelhecimento: conceitos e análise ………………...…pág. 20
 Mitos da velhice / Atitudes, Mitos e Estereótipos ……………………....... pág. 21
 Representações da morte ……………………………………….………….. pág. 26
 Problemas sociais da velhice ……………………………………………….. pág. 27
 A pessoa idosa no final do Séc XX ……………………………..………….. pág. 30

3) Velhice – Socialização e Papéis Sociais …………………………..….….. pág. 33


 Aspectos sociais da velhice ……………………………………….……….. pág. 33
o Socialização e papéis sociais
o Preparação para a velhice: os papéis para a transição
 O modo de vida das pessoas de idade ………………..……..….….…….. pág. 36
o As condições de vida
o A satisfação de viver
 Processo de envelhecimento / sensibilização à problemática da pessoa idosa /
Pessoa Idosa noutras Civilizações………………………………….…….... pág. 39

Referências Bibliográficas …………………………………………………….… pág. 42

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Princípios Fundamentais

A velhice é um conceito abstracto, uma categoria socialmente construída


que, como escreveu Simone de Beauvoir (1990) é o que serve para referir o
período de vida em que as pessoas ‗ficam velhas‘.
Essa forma de dizer denuncia um olhar holístico que visa propiciar
condições para uma mudança de perspectiva em torno do fenómeno,
sobretudo, porque as diferenças individuais coexistem com a velhice o que
contradita a tendência da sociedade moderna em homogeneizá-la num único
grupo etário normativamente iniciado aos 65 anos de idade.
No mundo contemporâneo, a velhice humana transformou-se numa
questão social e política, rompendo com o estatuto que manteve até ao final da
primeira metade do século XIX, em que era um assunto quase exclusivamente
restrito à esfera privada e familiar. O século XX, sobretudo a partir da década
de 60, institucionalizou o curso de vida (Featherstone e Hepworth, 1996),
sustentando-se na abordagem científica de gerontólogos e geriatras que
apresentam as debilidades físicas, psíquicas e sociais das ‗pessoas de idade‘
como problemas objectiváveis que justificam a concepção de respostas sociais
enquadradas em serviços especializados.
Desde o final do século XIX que o exponencial aumento demográfico, a
maior longevidade humana, as melhores condições de vida, a diversidade de
estilos de vida e a maior exigência no desempenho de cidadania, propõem e
sedimentam uma nova dinâmica social face à velhice, diferente da presenciada
e vivida nos períodos anteriores. A recomposição demográfica que tem por
base o aumento do índice de envelhecimento, associada à maior qualidade de
vida das ‗pessoas de idade‘ (nomeadamente com mais saúde), alterou as
atitudes e os comportamentos face à velhice e ao envelhecer. Foi neste
segmento que se desenvolveu o Estado-Providência e foi também, no final do
século XX, que ele começou a fraquejar. À velhice, como categoria
populacional, é atribuída grande parte da responsabilidade pela crise desse
Estado de Bem-Estar. É nesse sentido que a velhice é um problema social das
sociedades modernas do início do século XX.

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O envelhecimento demográfico em Portugal entre 1960 e 2001


caracterizou-se por um decréscimo de 36% na população jovem (0-14 anos) e
um aumento de 140% da população com 65 ou mais anos de idade. Dentro
deste mesmo grupo acentua-se o envelhecimento das pessoas com idade igual
ou superior a 75 anos que em 1960 era de 2,7% e passou em 2001 para 6,7%
do total da população. A população com idade igual ou superior a 85 anos
aumentou de 0,4% para 1,5% entre 1960 e 2001. Os indivíduos com 100 anos
eram cerca de um milhar com maior longevidade nas mulheres. ―Assiste-se
assim, ao fenómeno do envelhecimento da própria população idosa‖ (INE,
2002: 11). A esperança média de vida aumentou, no mesmo período, cerca de
11 anos para os homens e cerca de 13 para as mulheres. O declínio do índice
de dependência de jovens, que desceu de 59 em 1960 para 48 em 2001,
implicará o declínio da própria população em idade activa nos próximos anos.
As preocupações crescentes que o fenómeno de envelhecimento revela
levaram a que a Assembleia Geral das Nações Unidas convoca-se a II
Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, para 2002, no sentido de se
equacionar um plano internacional para o envelhecimento numa perspectiva
estratégica de longo prazo.
A tarefa sociológica de análise de um problema social é a de recensear os
espaços, os tempos e os contextos em que foram elaboradas as políticas que o
suportam, a que estão associadas as características profissionais dos
especialistas e as representações sociais construídas em torno da sua
especialização.
Os primeiros discursos de carácter científico sobre a velhice vêm da
medicina e deram lugar à emergência das disciplinas de gerontologia e
geriatria em que predomina o modelo patológico. Também no domínio da
política social as pesquisas sobre a velhice têm incidido, essencialmente, na
perspectiva do grupo como problema social, encarado em função das suas
possibilidades e direitos providenciados. Assim, conjuntamente, a ciência
médica e a política vieram a categorizar as ‗pessoas de idade‘ como grupo
dependente, separado e diferente do resto da sociedade, ou seja, na
perspectiva funcional do desvio. Neste contexto social, os valores considerados
na temática do envelhecimento, passam a derivar de uma análise sobre a

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existência real que leva a pessoa a confrontar-se com a ambiguidade entre a


ideia de continuidade associada à vida e a ideia de ruptura associada à morte
que surge como o culminar do processo de envelhecimento. Essa dualidade
tem influência na preponderância assumida pela dicotomia da relação entre
dependência e autonomia. A análise da velhice é, assim, orientada pela
premissa enviesada do princípio de que as ‗pessoas de idade‘ têm debilidades
que as tornam dependentes de terceiros. Anne-Marie Guillemard (1988)
sublinha que o Estado, quando dispõe de fraca margem de autonomia e
manobra perante a ordem das relações sociais, inflecte o curso da sua acção a
favor das forças sociais que têm a dominância na sociedade.
O sistema de protecção social foi definido como universal e a
redistribuição de benefícios concretizada na prestação de serviços burocráticos
despersonalizados. Esses benefícios são ‖benevolentemente repressivos‖ e
concebidos para dar resposta à crescente atomização da vida social (Santos,
1999b). A relação estabelecida passa a ser entre os detentores de direitos e os
agentes socialmente mandatados para classificar as pessoas nas categorias
jurídicas que lhes correspondem. Como diz Sara Arber e Jay Ginn (1991), as
‗pessoas de idade‘ são vistas como um grupo de pessoas ‗parasitas‘ do
Estado. Como forma extrema desta imagem sucedeu a relação de desequilíbrio
entre trabalhadores e pensionistas em que os primeiros são vistos como os
únicos que produzem rendimento e pagam impostos para sustentar as
reformas dos pensionistas. Querer atribuir ‗uma‘ identidade às pessoas que a
sociedade moderna categoriza como ‗velhas‘ é violentar a sua inserção social,
construída, reconstruída e protagonizada em trajectórias individuais. As
‗pessoas de idade‘ devem ser olhadas pela sua diversidade. Estamos perante o
que Ruano-Borbalan (1998) designa por ―o paradoxo da identidade‖,
simultaneamente, idêntico e distinto.
Analisar a velhice das pessoas enquanto objecto de estudo implica
perceber a sua concepção e como ela se constituiu em problema social. A
definição de problema social envolve quatro dimensões associadas a um
trabalho de reconhecimento, legitimação, pressão e expressão (Lenoir, 1998).
Ao problema social estão inerentes, também, formas de pressão

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protagonizadas e legitimadas por grupos de interesses que se assumem como


representantes das pessoas que comungam um mesmo problema.

Envelhecimento / Distintas Áreas

Geriatria é a especialidade médica que trata de doença de idoso ou de doentes


idosos, mas também se preocupa em prolongar a vida com saúde. Ao longo da vida a
capacidade funcional vai reduzindo e na terceira idade é importante manter a
independência e prevenir incapacidades, assim garantindo uma boa qualidade de vida.
O processo natural do envelhecimento associado as doenças crônicas e a hábitos de
vida inadequados são os responsáveis pela limitação do idoso.
Nesta fase é importante focar sempre na prevenção, pois até o idoso aparentemente
saudável requer cuidados.

Objectivos da Geriatria:

 Manter a saúde em idades avançadas.


 Manter a funcionalidade.
 Prevenir doenças.
 Detectar e tratar precocemente as doenças.
 Manter o máximo grau de independência do idoso.

Prevenção de doenças nos idosos:

 Corrigir os hábitos que agridem a saúde (alimentação não saudável,


inactividade física, obesidades, etc...)
 Adequar o ambiente doméstico, diminuindo assim o risco de acidentes
como quedas e suas consequências.
 Estimular a prática de actividades físicas aeróbias para aumento de
resistência, força e flexibilidade.
 Equilibrar o estado emocional, ampliando a rede de apoio e suporte ao
idoso.

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Gerontologia

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que esta especialidade não


está ligada somente à área da saúde, pelo contrário, está aberta a todas as
áreas.
O profissional desta área está apto a contribuir para que o
envelhecimento seja um processo saudável, bem-sucedido, assistido e
cuidado. Inclusive orientando a família e a sociedade sobre como lidar com o
seu idoso, fazendo intervenções e combatendo preconceitos.

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1) Velhice – Ciclo Vital

Velhice e tarefas do desenvolvimento psicológico

Havighurst (1953), um dos mais notáveis psicólogos do desenvolvimento


humano, insatisfeito com os modelos e teorias do desenvolvimento prevalentes
nos anos quarentas e cinquentas do século XX, realizou só ou em colaboração
com autores de países diversos uma série de pesquisas sobre o que
denominou o ciclo de vida. O ciclo de vida começa com a concepção e termina
com a morte. Ele considerava que as propostas de desenvolvimento então
vigentes ou eram predominantemente alicerçadas nas mudanças biológicas ou
se centravam em aspectos psicológicos específicos (cognitivos, emocionais,
sexuais e morais), não enfocando, com base em pesquisas sólidas, o
desenvolvimento humano como um todo. Além disso, para os modelos
dominantes a tendência era considerar que o desenvolvimento praticamente se
completava na adolescência (às vezes antes dos quinze anos) ou começo da
juventude.
Entende-se por tarefas de desenvolvimento aquelas que a pessoa deve
cumprir para garantir seu desenvolvimento e seu ajustamento psicológico e
social. São tarefas com as quais a pessoa satisfaz ―suas necessidades
pessoais de evolução e para garantir o próprio desenvolvimento e manutenção
de padrões sociais e culturais específicos‖ (Melo, 1981, p.21). Mais, além de
garantir a formação e a actuação do cidadão, devem dar base de sustentação
para o progresso (pessoal e social) e bem-estar humano.
Pfromm Netto (1976) considera que as tarefas de desenvolvimento são
como ―lições‖ que a pessoa deve aprender ao longo de sua existência para se
desenvolver satisfatoriamente e ter êxito na vida. As tarefas não são estanques
em cada etapa embora algumas sejam preferencialmente típicas dessa ou
daquela fase. Em cada fase todas se relacionam entre si e o prejuízo ou déficit
em uma tarefa pode comprometer outras no mesmo período ou em período
futuro.

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Teorias do Envelhecimento Psicossocial

Algumas teorias psicossociais tentam explicar o processo do


envelhecimento. e o impacto social desse novo perfil populacional e a relação
recíproca do impacto desta sociedade no idoso pertencente a ela. São elas:

 Eric Erickson – Teoria do Desenvolvimento

Erikson propõe uma concepção de desenvolvimento em oito estágios


psicossociais, perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem desde
o nascimento até à morte, pertencendo as quatro primeiras ao período de bebê
e de infância, e as três últimas aos anos adultos e à velhice, cada estágio é
atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma
negativa.
Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao
fato ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam
acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este desenvolvimento evolui
em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e
da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.
Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio
epigenético), sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os
atravessar. O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só
durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também
nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.
A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, e o
senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três
estágios. Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos
de cunho biológico, individual e social.
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a
qual se forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático

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está presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida


determinante para resolver na vida futura os conflitos.

Esquema de Desenvolvimento de Eric Erickson

Durante o primeiro ano de vida a criança é


substancialmente dependente das pessoas que
cuidam dela, requerendo cuidado quanto à
Confiança X Desconfiança alimentação, higiene, locomoção, aprendizado
de palavras e seus significados, bem como
estimulação para perceber que existe um mundo
(até um ano de idade) em movimento ao seu redor. O amadurecimento
ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir
que tem segurança e afeto, adquirindo confiança
nas pessoas e no mundo.

Neste período a criança passa a ter controle de


Autonomia X Vergonha e suas necessidades fisiológicas e responder por
Dúvida sua higiene pessoal, o que dá a ela grande
autonomia, confiança e liberdade para tentar
novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto,
(segundo e terceiro ano) for criticada ou ridicularizada desenvolverá
vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de
ser autônoma, provocando uma volta ao estágio
anterior, ou seja, a dependência.

Durante este período a criança passa a perceber


as diferenças sexuais, os papéis
desempenhados por mulheres e homens na sua
Iniciativa X Culpa cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo
de forma diferente o mundo que a cerca. Se a
sua curiosidade ―sexual‖ e intelectual, natural,
(quarto e quinto ano) for reprimida e castigada poderá desenvolver
sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de
explorar novas situações ou de buscar novos
conhecimentos.

Neste período a criança está sendo alfabetizada


e freqüentando a escola, o que propicia o
Construtividade X Inferioridade convívio com pessoas que não são seus
familiares, o que exigirá maior sociabilização,
trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras
(dos 6 aos 11 anos) habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades
o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a
inferioridade em vez da construtividade.

Identidade X Confusão de
O quinto estágio ganha contornos diferentes
Papéis devido à crise psicossocial que nele acontece, ou
seja, Identidade Versus Confusão. Neste

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(dos 12 aos 18 anos) contexto o termo crise não possui uma acepção
dramática, por tratar-se de a algo pontual e
localizado com pólos positivos e negativos.

Nesse momento o interesse, além de


profissional, gravita em torno da construção de
Intimidade X Isolamento relações profundas e duradouras, podendo
vivenciar momentos de grande intimidade e
(jovem adulto) entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a
tendência será o isolamento temporário ou
duradouro.

Produtividade X Estagnação Pode aparecer uma dedicação à sociedade à


sua volta e realização de valiosas contribuições,
ou grande preocupação com o conforto físico e
(meia idade) material.

Se o envelhecimento ocorre com sentimento de


produtividade e valorização do que foi vivido,
sem arrependimentos e lamentações sobre
Integridade X Desesperança oportunidades perdidas ou erros cometidos
haverá integridade e ganhos, do contrário, um
(velhice) sentimento de tempo perdido e a
impossibilidade de começar de novo trará
tristeza e desesperança.

 Peck – Teoria do Desenvolvimento

Este autor acrescentou dimensões interessantes ao trabalho de Erickson. No


período da meia-idade, as tarefas que ele indicou foram:

 Aprender a valorizar a sabedoria ao invés dos poderes físicos;


 Aprender uma sociabilidade menos sexualizada;
 Desenvolver a capacidade de transferir investimentos emocionais
de uma pessoa para a outra, ou de uma actividade para a outra;
 Manter a flexibilidade psicológica ao invés de desenvolver uma
rigidez mental.

 Buhler – Teoria do Desenvolvimento

Buhler propôs que as pessoas desenvolvem através de sua vida útil, e que o
desenvolvimento idade (amadurecimento) é muito mais significativo do que
psicologicamente "idade mental" ou "quociente de inteligência",

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Segundo ela, essencialmente saudável que as pessoas enfrentam desafios de


forma contínua ao longo da vida. Eles tentam integrar quatro tendências
básicas, que incluem:

o Precisa de uma satisfação (por amor, sexo, ego e


reconhecimento),
o Fazendo auto-limitante adaptações (por encaixar, pertencer, e
permanecendo seguro),
o Movendo em direcção a expansão criativa (através da auto-
expressão e realizações criativas),
o Defender e restaurar a ordem interna (por ser fiel à própria
consciência e valores).

Estabelece, então, a diferença entre as vidas baseadas apenas na


Vitalidade e na Mentalidade.

 Do jovem adulto à meia-idade

O início da idade adulta varia de um indivíduo para o outro e uma


passagem adequada para essa fase depende da resolução satisfatória das
crises da infância e da adolescência. É um período de grandes mudanças, no
qual a pessoa adquire total maturidade e apresenta o máximo em seu potencial
para a satisfação pessoal. A pessoa deve ser capaz de mudar sempre para
atender às exigências das situações.

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Jovem Adulto (de 20 a 40 anos) - PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS

 Saúde física atinge o máximo, depois cai ligeiramente.


 Habilidades cognitivas assumem maior complexidade.
 Decisões sobre relacionamentos íntimos são tomadas.
 A maioria das pessoas se casa; a maioria tem filhos.
 Escolhas profissionais são feitas.

Meia- idade (de 40 a 65 anos) - PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS

 Ocorre certa deterioração da saúde física, e declínio da resistência e


perícia.
 Mulheres entram na menopausa.
 Sabedoria e capacidade de resolução de problemas práticos são
acentuadas; capacidade de resolver novos problemas declina.
 Senso de identidade continua a se desenvolver.
 Dupla responsabilidade de cuidar dos filhos e pais idosos pode causar
stress.
 Partida dos filhos tipicamente deixa o ninho vazio.
 Para alguns, sucesso na carreira e ganhos atingem o máximo; para
outros ocorre um esgotamento profissional.
 Busca do sentido da vida assume importância fundamental.
 Para alguns, pode ocorrer a crise da meia-idade.

Terceira idade (de 65 anos em diante) - PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS

 A maioria das pessoas é saudável e activa, embora a saúde e a


capacidade física declinem um pouco.
 Retardamento do tempo de reacção afecta muitos aspectos do
funcionamento.
 A maioria das pessoas é mentalmente activa. Embora a inteligência e a
memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das
pessoas encontra modos de compensação.
 Aposentadoria pode criar mais tempo para o lazer mas pode diminuir as
rendas.
 As pessoas precisam enfrentar perdas em muitas áreas (perdas de suas
próprias faculdades, perda de afectos) e a iminência de sua própria
morte.

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o Casamento e seus ajustamentos: O relacionamento conjugal está


associado à saúde e à qualidade de vida, principalmente nos anos de
maturidade e velhice, embora o facto de um casamento durar não
significa necessariamente que o mesmo é satisfatório para os
conjugues.

o Carreira profissional e seus ajustamentos: há um declínio após os 65


anos de idade, pois envolve as tarefas de desaceleração, planeamento
para a reforma e a criação de um novo modo de vida na condição de
reformado.

o Família e seus ajustamentos: na sociedade contemporânea,


desconsiderando, os casos verdadeiros de negligência, considera-se
que a família tem poucas condições de dar conta da situação complexa
da velhice, pelos seguintes motivos;
 O seu tamanho diminui consideravelmente e, assim, as suas
funções/capacidade também;
 O grande número de filhos e netos servia de garantia e amparo aos
mais velhos no futuro;
 Parte da responsabilidade pelo idoso foi transferida ao Estado;
 Os avanços tecnológicos a nível da medicina (saúde), levou a que
somente pudesse ser operada em locais próprios e por especialistas e
não em ambiente familiar.

 A meia-idade e as tarefas evolutivas

A meia-idade é uma fase do ciclo vital que se estende,


aproximadamente, dos 40 aos 60 anos. A princípio, a meia-idade é um período
caracterizado por um movimento interno da pessoa para resumir e reavaliar a
própria vida. Mesmo que esses ―movimentos‖ não conduzam a qualquer
mudança efetiva. Essa auto-avaliação não se refere apenas à busca por metas,
mas também às satisfações interiores. Considerações em torno do que a
pessoa conseguiu,e se essas conquistas estão de acordo com os sonhos e as
idéias anteriormente alimentadas tornam-se, então, ponto principal nessa
etapa da vida.

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As décadas que constituem a meia-idade podem vir a confirmar, ou não,


os progressos profissionais, a estabilização das relações afetivas de modo
geral e especialmente a conjugal. Similarmente, o indivíduo é levado a fazer
considerações a respeito das conquistas impetradas na esfera cívica e
socioeconômica da vida.

Por tudo isso é que pode-se dizer que é a:

 Aceitação do corpo que envelhece;


 Aceitação da limitação do tempo e da morte pessoal;
 Manutenção da intimidade;
 Reavaliação dos relacionamentos;
 Relacionamentos com os filhos: deixar ir, atingir igualdade, integrar
novos membros;
 Relação com seus pais: inversão de papéis, morte e individuação;
 Exercício do poder e posição: trabalho e papel de instrutor;
 Preparação para a velhice.

 Aspectos estruturais e funcionais da Velhice

As teorias que abrangem o desenvolvimento adulto pressupõem que há


regularidades no ciclo da vida, onde se processam mudanças e que se tratam
de adaptações cumulativas a eventos biológicos, psicológicos e sociais
(ERBOLATO, 2001). Porém, sabemos que as pessoas não envelhecem todas
da mesma maneira. A par dos factores genéticos que determinam muito do
processo, há que realçar que não é igual envelhecer no feminino ou no
masculino, sozinho ou no seio da família, casado, solteiro, viúvo ou divorciado,
com filhos ou sem filhos, no meio urbano ou no meio rural, na faixa do mar ou

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na intelectualidade das profissões culturais, no seu país de origem ou no


estrangeiro, activo ou inactivo (Ministério da Saúde, 1998).
O envelhecimento diferencial envolve preferencialmente os órgãos
efectores e resulta de processos intrínsecos que se manifestam a nível dos
órgãos, tecidos e células:

 Assim, a pele envelhece mais rapidamente que o fígado.


 As complicações vasculares afectarão o sistema cardíaco
principalmente.
 A arteriosclerose acumulada por má alimentação, pelo stress e
contaminação bacteriana, poderá ocorrer mais cedo ou mais tarde, de
acordo com hábitos prevalecentes e resistência orgânica.

Seja qual for o mecanismo e o tempo de envelhecimento celular, este


não atinge simultaneamente todas as células e, consequentemente, todos os
tecidos, órgãos e sistemas. Cada sistema tem o seu tempo de envelhecimento,
mas sem a interferência dos factores ambientais há alterações que se dão mais
cedo e se tornam mais evidentes quando o organismo é agredido pela doença.
Diz Ermida (1999), que a "diminuição de função renal em cerca de 50%
aos 80 anos - condiciona a farmacoterapia dos idosos", "as alterações
orgânicas a nível das mucosas digestivas, são determinante frequente de
problemas nutricionais"; "as alterações a nível de arquitectura dos ossos, a
dismetabolia cálcica, propiciam fracturas frequentes"; a "diminuição da água
intracelular (perda de 10 a 15% aos 80 anos) torna o idoso extremamente
sensível aos desequilíbrios hidroelectrolíticos"; e o "aumento da massa gorda
favorece a obesidade com todo o seu cortejo de consequências".
A nível do sistema nervoso, existe fundamentalmente perda de
neurónios substituídos por tecido glial, a diminuição do débito sanguíneo, com
consequente diminuição da extracção da glicose e do transporte do oxigénio e
a diminuição de neuromodeladores que condicionam processos mentais,
alterações da memória, da atenção, da concentração, da inteligência e
pensamento.
Para além de tudo isto, temos ainda a considerar as diminuições
orgânicas e funcionais, que originam significativas alterações na forma e na
composição corporal com o decorrer dos anos. Talvez as condições mais
relevantes a ter em consideração para a sobrevivência do idoso e para a sua
qualidade de vida sejam, no entanto, a diminuição da sua reserva fisiológica e

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a consequente dificuldade na reposição do seu equilíbrio homeostático quando


alterado.
As modificações fisiológicas que se produzem no decurso do
envelhecimento resultam de interacções complexas entre os vários factores
intrínsecos e extrínsecos e manifestam-se através de mudanças estruturais e
funcionais que se encontram sintetizadas no quadro 1.

Quadro 1 - Modificações fisiológicas do envelhecimento

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS


Sistema cardiovascular
Células e tecidos Sistema respiratório
Composição global do corpo e Sistema renal e urinário
peso corporal
Músculos ossos e articulações Sistema gastrointestinal
Pele e tecidos subcutâneos Sistema nervoso e sensorial
Tegumentos Sistema endócrino e metabólico
Sistema imunitário
Ritmos biológicos e sono

Fonte: Pessoas Idosas: uma abordagem global (Berger e Poirier, 1995).

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2) Velhice – Aspectos Sociais

 A velhice e a sociedade

Em muitas culturas e civilizações, a velhice é vista com respeito e


veneração: representa a experiência, o valioso saber acumulado ao longo dos
anos, a prudência e a reflexão. A sociedade urbana moderna transformou essa
condição, pois a actividade e o ritmo acelerado da vida marginalizam aqueles
que não os acompanham.
Velhice é o último período da evolução natural da vida. Implica um
conjunto de situações -- biológicas e fisiológicas, mas também psicológicas,
sociais, económicas e políticas -- que compõem o quotidiano das pessoas que
vivem nessa fase.

Não há uma idade universalmente aceite como o limiar da velhice.

As opiniões divergem de acordo com a classe socioeconómica e o nível


cultural, e mesmo entre os estudiosos não há consenso. Para efeitos
estatísticos e administrativos, a idade em que se chega à velhice costuma ser
fixada em 65 anos em diversos países, após o que se encerra a fase
economicamente activa da pessoa, com a reforma. Actualmente, nas nações
mais desenvolvidas, esse limite não parece absolutamente adequado do ponto
de vista biológico, pelo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou-o
para 75 anos.
Para compreender tal transformação, é preciso ter em conta o aumento
progressivo da longevidade -- e, portanto, da expectativa de vida -- que se
produziu nas últimas décadas do século XX, facto sem precedentes na história.
O fenómeno se deve aos avanços na área de saúde pública e da medicina em
geral, e à melhoria das condições de vida em seus mais variados aspectos. Por
isso, é cada vez maior o número de pessoas que ultrapassam a idade de 67
anos de idade e, mais que isso, que atingem essa idades em boas condições
físicas e mentais.

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o Velhice e envelhecimento: conceitos e análise

Desde o nascimento a vida desenvolve-se de tal forma que a idade


cronológica passa a definir-se pelo tempo que avança. E o tempo fica definido
como uma sinonímia para uma eternidade quantificada, ou seja, uma cota.
Desta forma, o homem e o tempo influenciam-se mutuamente, produzindo
profundas mudanças nas subjectividades e diferentes representações que lhe
permitem lidar com a questão temporal (Goldfarb, 1998).
As limitações corporais e a consciência da temporalidade passam a ser
problemáticas fundamentais no processo do envelhecimento humano, e
aparecem de forma reiterada no discurso dos idosos, embora possam adquirir
diferentes mudanças e intensidades dependendo da sua situação social e da
própria estrutura psíquica (Goldfarb, 1998). Corpo e tempo entrecruzam-se no
devir do envelhecimento, e como consequência disso, nascerão as diversas
velhices e suas consequentes múltiplas representações. Entretanto, se cada
pessoa tem a sua velhice singular, as velhices passam a ser incontáveis e a
definição do próprio termo torna-se um impasse.

Afinal, uma pessoa é tão velha, tendo como referencial algum tipo de declínio
orgânico, ou são as maneiras pelas quais as outras pessoas passam a encará-
las que as confinam num reduto denominado Terceira Idade?
E quando uma pessoa se torna velha?
Há uma idade ou um intervalo específico para a Terceira Idade?

Não é preciso ir muito longe para constatar que o que se percebe, então,
é a impossibilidade de se estabelecer uma definição ampla e aceitável em
relação ao envelhecimento (Veras, 1994). Percebe-se actualmente que os
nossos referenciais sobre a terceira idade e tudo o que se supunha saber
é insuficiente para definir o que se actualmente concebe como terceira
idade/envelhecimento/velhice.
A característica principal da velhice é o declínio, geralmente físico, que
leva as alterações sociais e psicológicas. Os teóricos classificam tal declínio de
duas maneiras: a senescência e a senilidade.

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 A senescência é um fenómeno fisiológico e universal, arbitrariamente


identificada pela idade cronológica, pode ser considerada um
envelhecimento sadio, onde o declínio físico e mental é lento, e
compensado, de certa forma, pelo organismo (Pikunas, 1979).
 A senilidade caracteriza-se pelo declínio físico associado à
desorganização mental (Pikunas, 1979). Curiosamente, a senilidade não
é exclusiva da idade avançada, mas pode ocorrer prematuramente, pois,
identifica-se com uma perda considerável do funcionamento físico e
cognitivo, observável pelas alterações na coordenação motora, a alta
irritabilidade, além de uma considerável perda de memória.

 Atitudes, Mitos e Estereótipos ligados à Velhice

Tópicos, ditos, frases feitas, etiquetas verbais


ou adjectivações a respeito de pessoas e grupos,
são alusões que frequentemente encontramos,
quer nas conversas diárias da rua, quer nos meios
de comunicação social. O mundo social e humano,
dificilmente se nos apresenta, em sua crua
realidade objectiva e objectual, sem possuir
adjectivações (frequentemente estereotipadas),
porque o estereótipo é precisamente uma
percepção extremamente simplificada e geralmente com ausência de matrizes.
Na medida em que o conhecimento humano não é capaz de ser sempre
complexo, flexível e crítico podemos dizer que tendemos a cair no estereótipo
(Castro, et al, 1999).
Os estereótipos mais estudados actualmente são os que se referem a
grupos étnicos, no entanto existem estereótipos em todos os domínios da vida

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social: relativos a ambos os sexos, às ocupações, ao ciclo vital, à família, à


classe social, ao estado civil, aos desvios sociais e a qualquer campo da vida
que desejamos diferenciar.
Estudos recentes sobre o sóciocognitivismo, reafirmam o papel crucial
dos estereótipos na percepção de outros seres humanos, havendo mesmo
quem defenda (Bondehausen y Wyer, 1973) que as pessoas utilizam
prioritariamente os estereótipos para interpretar a informação complexa sobre
indivíduos e grupos, buscando outras interpretações apenas, quando os
estereótipos não oferecem explicações suficientes.
O estereótipo é ―uma representação social sobre os traços típicos de um
grupo, categoria ou classe social (Ayesteran e Pãez, 1987) e caracteriza-se por
ser um modelo lógico para resolver uma contradição da vida quotidiana, e
serve sobretudo para dominar o real. No entanto, também contribui para o não
reconhecimento da unicidade do indivíduo, a não reciprocidade, a não
duplicidade, o despotismo em determinadas situações.
A literatura científica sobre os estereótipos é prolixa, pelo facto de se
tratar de um conceito multi-unívoco – construtor categorial, generalizador,
estável e definidor de um grupo social. Contudo, existem múltiplos defensores
dos quais destacamos Walter
Lippmann (cit. por Castro et al, 1999) que entende os estereótipos como
pré-concepções rígidas, mais ou menos falsas e irracionais.
Socialmente, e no caso dos idosos, a valorização dos estereótipos
projecta sobre a velhice uma representação social gerontofóbica e contribui
para a imagem que estes têm se si próprios, bem como das condições e
circunstâncias que envolvem a velhice, pela perturbação que causam uma vez
que negam o processo de desenvolvimento.
O ―Ancianismo‖ como conceito gerontológico, define-se como o ―processo
de estereotipia e de discriminação sistemática, contra as pessoas porque são
velhas‖ (Staab e Hodges, 1998).
Este problema surge, quando o fenómeno de envelhecer é considerado
prejudicial, de menor utilidade ou associado à incapacidade funcional. A
rejeição e rotulagem de um grupo, em particular de indivíduos, desenvolvesse
porque as características individuais com traços negativos, são atribuídos a

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todos os indivíduos desse grupo. Assim a palavra ‖velhote‖ descreve os


sentimentos ou preconceitos resultantes de micro-concepções e dos ―mitos‖
acerca dos idosos. Os preconceitos envolvem geralmente crenças, de que o
envelhecimento torna as pessoas senis, inactivas, fracas e inúteis (Nogueira,
1996).
No ―mundo civilizado‖ de hoje, a velhice é tida como uma doença
incurável, como um declínio inevitável, que está votado ao fracasso. Esta
postura social atingiu tal dimensão, que Louise Berger (1995) chega mesmo a
afirmar, que abundam hoje ―ideias feitas e preconceitos relativamente à velhice.
Os ―velhos‖ de hoje os ―gastos‖ os ―enrugados‖ cometeram a asneira de
envelhecer numa cultura que deifica a juventude‖.
De facto, as atitudes negativas face aos idosos existem em todos os
níveis sociais: intervenientes, beneficiários, governantes etc. Assim, perante
esta diversidade de conceitos somos levados a questionar o que se entende
por mitos, estereótipos, crenças e atitudes?
No sentido de clarificar e uniformizar estas questões e baseados nos
pressupostos teóricos defendidos por Berger, 1995; Santos, 1995; Nogueira,
1996 e Dinis, 1997; Castro et al, 1999, passaremos a apresentar as seguintes
conceptualizações.
Atitude, é um conjunto de juízos que se desenvolvem a partir das nossas
experiências e da informação que possuímos das pessoas ou grupos. Pode ser
favorável ou desfavorável, e embora não seja uma intenção pode influenciar
comportamentos.
Crença, é um conjunto de informações sobre um assunto ou pessoas,
determinante das nossas intenções e comportamentos, formando-se a partir
das informações que recebemos. Por exemplo: a ―ideia‖ de que todos os idosos
são sensatos e dóceis e nunca se zangam.
Estereótipo, é uma imagem mental muito simplificada de alguma
categoria de pessoas, instituições ou acontecimentos que é partilhada, nas
suas características essenciais por um grande número de pessoas (Castro,
1999); dito de outra forma é um ―chavão‖, uma opinião feita, uma fórmula banal
desprovida de qualquer originalidade, ou seja é uma ―generalização‖ e

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simplificação de crenças acerca de um grupo de pessoas ou de objectos,


podendo ser de natureza positiva ou negativa.
O estereótipo positivo, é aquele em que se atribuem características
positivas a todos os objectos ou pessoas de uma categoria particular, por
exemplo, ―todos os idosos são prudentes‖.
Contrariamente, um estereótipo negativo, atribui características negativas
a todos os objectos ou pessoas de uma determinada categoria, de que é
exemplo ―todos os idosos são senis‖.
Um estudo realizado na Université de Montreal por Champagne e Frennet
(cit. por DINIS, 1997), permitiu identificar catorze estereótipos como os mais
frequentes relativos aos idosos e que passamos a descrever:
* Os idosos não são sociáveis e não gostam de se reunir;
* Divertem-se e gostam de rir;
* Temem o futuro;
* Gostam de jogar às cartas e outros jogos;
* Gostam de conversar e contar as suas recordações;
* Gostam do apoio dos filhos;
* São pessoas doentes que tomam muita medicação;
* Fazem raciocínios senis;
* Não se preocupam com a sua aparência;
* São muito religiosos e praticantes;
* São muito sensíveis e inseguros;
* Não se interessam pela sexualidade;
* São frágeis para fazer exercício físico;
* São na grande maioria pobres.

A análise destes resultados permite-nos observar que a maioria destes


estereótipos está ligada não a características específicas do envelhecimento,
mas sim a traços da personalidade e a factores socioeconómicos. E, se por um
lado, a formação de estereótipos simplifica a realidade, por outro, hiper-
simplificam-na, levando muitas vezes a uma ignorância acerca das
características, minimizando as diferenças individuais entre os membros de um
determinado grupo. É disso, exemplo, o estereótipo de que ―todos os idosos

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são solitários‖. Este, não tem em consideração os idosos que têm uma vida
social activa. Ainda com base neste estereótipo, os idosos activos socialmente,
são considerados, muitas vezes, como tendo um comportamento social atípico,
pelo que se enquadram numa excepção.
De facto, o mito é ―uma construção do espírito que não se baseia na
realidade‖ e por isso constitui uma representação simbólica. Pode ser também
um conjunto de expressões feitas ou eufemismos, que mantemos relativamente
aos idosos, por exemplo: ―ela tem um ar jovem para a idade‖, ―idade de ouro‖,
etc…
Numa análise mais profunda percebemos que os mitos escondem muitas
vezes uma certa hostilidade e quando utilizados em excesso, impedem o
estabelecimento de contactos verdadeiros com os idosos.
O que importa realçar neste estudo acerca dos ―mitos‖ e dos
―estereótipos‖ é o facto de estes estarem muitas vezes ligados ao
desconhecimento do processo de envelhecimento, e poderem influenciar a
forma como os indivíduos interagem com a pessoa idosa.
Por outro lado são causa de enorme perturbação nos idosos, uma vez
que negam o seu processo de crescimento e os impedem de reconhecer as
suas potencialidades, de procurar soluções precisas para os seus problemas e
de encontrar medidas adequadas.
O termo ―terceira idade‖ por exemplo, é um rótulo socioeconómico que
permite muitas vezes que o Homem entre nela pela porta da psicopatologia,
que é a ciência que se ocupa da relação perturbada (Gyll, 1998). Estas
imagens mentais simplificadas e estereotipadas sobre os idosos são usadas e
compartilhadas actualmente em todos os níveis e grupos sociais.
Esta visão global e generalizada, que caracteriza os estereótipos
gerontológicos pouco críticos e frequentemente carentes de objectividade,
distorce a realidade. Investigações diversas sobre esta temática têm
demonstrado que a distorção causada pelos estereótipos ―cegam‖ os
indivíduos, impedindo-os de se precaverem das diferenças que existem entre
os vários membros, não lhe reconhecendo deste modo qualquer virtude,
objecto ou qualidade.

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Nesta perspectiva os estereótipos tornam-se inevitavelmente elementos


impeditivos na procura de soluções precisas e de medidas adequadas,
tornando-os urgente o combate a estas representações sociais gerontofóbicas
e de carácter discriminatório, levando os cidadãos a adoptar medidas e
comportamentos adequado face aos idosos.

 Representações da Morte

A velhice é uma etapa da evolução humana. Nascer, crescer, desenvolver


e morrer são processos naturais que fazem parte do ser humano. Entretanto,
há outros factores que contribuem para a compreensão do homem e de sua
existência.
A complexidade da existência humana pode ser vista por diversas
vertentes, por diversos olhares e saberes. É comum que algumas ciências,
mantenham uma visão de homem dicotomizada, uma visão que se afunila
apenas naquela característica específica sem perceber o indivíduo como um
todo, como um ser integral, um ser que é sim biológico, mas também é um ser
psicológico, é um ser social.
A velhice, na história, sempre ocupou dois papéis antagónicos, ou
representações sociais: ou referia-se à imagem do fim, da morte, do mal e da
perda, ou da sabedoria, do conhecimento e do respeito. No entanto, trata-se de
um facto natural da vida, tão certo quanto o fim, ao qual todos estamos
―destinados‖. Se, como dizem os matemáticos, a soma dos factores não altera
o resultado do produto, assim também a meia-idade e a velhice, vividas por
cada indivíduo, com sua singularidade, são a premissa do fim que se aproxima
e que é inevitável a todos – a morte.

“Esse estado primordial de desamparo desempenha um papel decisivo na estruturação do


psiquismo, que se constitui fundamentalmente na relação com o Outro, ou seja, o ser humano
só sobrevive porque o Outro o deseja. Essa é a origem da necessidade de ser amado e
cuidado, perpetuada no ser humano até sua morte”

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Envelhecer por si só já é um processo que implica em perdas que tornam


o ser idoso estigmatizado em total dependência e velada incompetência de
decidir suas próprias coisas. O amparo e olhar para esses idosos se tornam
essenciais. A velhice traz consigo, então, a perspectiva de morte.

 Problemas Socais da Velhice

O envelhecimento demográfico das populações é um fenómeno


irreversível das nossas sociedades modernas. Os impactes que se têm vindo a
fazer sentir, entre os quais sobressai a sustentabilidade financeira dos sistemas
de reformas, interferem nos equilíbrios individuais e colectivos, relativos às
idades da vida e ao ciclo de vida ternário. Velhos e reformados são agora duas
categorias sociais, dois conceitos que tendem a demarcar-se. A velhice surge
então associada às dificuldades decorrentes da aquisição gradual de
incapacidades. A família, as solidariedades intergeracionais e as políticas
sociais debatem-se com este desafio, procurando encontrar as melhores
soluções e as respostas mais adequadas à diversidade dos problemas.
Nos dias que correm é impreterível reflectir, de modo mais insistente, sobre os
impactes do envelhecimento demográfico das populações e sobre as profundas
mudanças que, simultaneamente, têm vindo a ocorrer nas sociedades
industriais modernas, como é a nossa. Estas têm sido de tal forma rápidas e,
em muitos casos, inesperadas, que necessitamos de permanente pesquisa e
discussão. O debate — profícua fonte de inspiração — é, neste caso,
essencial, na medida em que estudiosos e políticos se confrontam, muitas
vezes, com diferentes modos de explicação do mundo. Os primeiros procuram
interpretar os factos a partir de causas gerais sem nunca se misturarem com os
assuntos em questão. Os segundos, que vivem por entre o descosido dos
factos jornalísticos e a parcialidade dos acontecimentos em que estão
envolvidos, tendem, geralmente, a reduzir a explicação global à singularidade
da parcela do conhecimento que detêm. A definição de políticas de velhice, a
partir de uma formulação mais rigorosa e objectiva dos problemas do
envelhecimento e da análise exaustiva da diversidade de realidades sociais,

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poderá proporcionar as correcções necessárias para que as futuras gerações


de idosos possam vir a viver melhor do que as que as antecederam.
O problema social que representa a velhice nas sociedades modernas é
um exemplo paradigmático da forma como certas perspectivas, científicas e
não científicas, podem contribuir para o deformar através da difusão de ideias e
representações já construídas do que é a velhice. As "pessoas idosas" —
enquanto estereótipo socialmente produzido e facilmente reconhecível —
enquadram uma categoria de indivíduos, cujas propriedades, relativamente
homogéneas, são normalmente identificadas com isolamento, solidão, doença,
pobreza e mesmo exclusão social. Nesta perspectiva comum, as pessoas
idosas são consideradas como indivíduos isolados, permanecendo oculta a
dimensão familiar da identidade, da existência. A lógica repousa na percepção
da pessoa idosa enquanto agente de acção social apartado dos laços sociais
inerentes à instituição familiar a que pertence e no quadro das relações
tradicionais de amizade e de vizinhança. Esta avaliação, que decorre da
posição que os agentes sociais ocupam relativamente às situações
problemáticas — porque existem situações problemáticas de isolamento,
solidão, doença e carências afectivas e materiais —, impõe-se com maior
visibilidade social e, desse modo, adquire as condições para se apresentar
como propriedade comum e dominante da categoria dos indivíduos
denominados idosos.

Um tal processo representou uma verdadeira revolução demográfica com


efeitos no equilíbrio proporcional dos grupos etários. A tendência, que se tem
manifestado de forma crescente, é para um desequilíbrio considerável entre as
gerações, ou seja, o aumento dos mais velhos é relativamente empolado pela

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redução dos mais novos, contribuindo, desse modo, para o agravamento do


desequilíbrio intergeracional.
Ao longo deste século fomos passando de um sistema demográfico
tradicional para um sistema demográfico moderno, período ao longo do qual a
mortalidade desceu a níveis nunca antes registados e o declínio da
fecundidade ultrapassa já os cenários mais pessimistas das projecções
demográficas. O excessivo declínio da fecundidade, que ocorre em alguns
países europeus — os países de sul da Europa, Alemanha e Áustria —, é
preocupante em relação ao equilíbrio futuro das gerações. Há casos, como o
da população italiana e espanhola, onde a fecundidade desceu para,
aproximadamente, uma criança por mulher, ou seja, metade do necessário à
renovação das gerações. A redução crescente dos nascimentos equivale à
redução das proporções de jovens, enquanto o aumento relativo dos restantes
grupos etários irá, a médio prazo, afectar de novo o equilíbrio intergeracional
pela correspondente redução dos jovens adultos e dos adultos activos. Este
segundo impacte do declínio da fecundidade, ao contrário do primeiro, que
proporcionou a redução dos encargos públicos com a educação, interfere
directamente nos fluxos das quotizações da população que contribui para o
sistema. São mais inactivos a receber e menos activos a quotizar-se, estes
tendo que contribuir com uma parcela maior dos seus rendimentos para
garantir o funcionamento do sistema.
Estamos perante transformações estruturais que, quando associadas às
mudanças de comportamento face à nupcialidade e à família, conduzem a
configurações familiares bem distintas das que encontramos no passado. As
trajectórias de vida mais longas e as perturbações das idades da vida afectam
não só as consciências individuais como o modo como os indivíduos se
relacionam na teia das relações estritas do seio familiar. As idades e os ciclos
de vida sofrem perturbações que põem em causa o nosso conhecimento
construído e a forma como ele interfere nas estratégias individuais e colectivas
face à velhice e ao envelhecimento.
No cenário de envelhecimento futuro, é importante que as instâncias
produtoras de políticas sociais se preparem para as transformações que
começaram a ter lugar. Os apoios de tipo social que têm marcado as políticas

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na maior parte dos países em que foram implementadas, como os centros de


dia e os apoios domiciliários, poderão deixar de ser a orientação essencial das
políticas nas futuras gerações de idosos. A velhice dependente vai ser o
grande desafio já no início do milénio. Em contrapartida, as próximas gerações
virão mais bem munidas para responder às dificuldades materiais e culturais,
com maior sentido de autonomia e uma mais poderosa consciência de
cidadania, promotora de maior capacidade de resolução dos problemas
individuais e mesmo colectivos.
As políticas sociais vão ainda deparar-se com as dificuldades de gestão
social do não trabalho, transferindo para outras áreas alguns dos problemas
que eram atribuídos apenas aos idosos.

 A pessoa idosa no final do Século XX

Foi sobretudo a partir da segunda metade do século XX que emergiu um


novo fenómeno nas sociedades desenvolvidas − o envelhecimento
demográfico, ou seja, o aumento significativo do número de pessoas idosas.
Com isto, surgiu a necessidade, a nível internacional, de caracterizar o
fenómeno, de repensar o papel e o valor da pessoa idosa, os seus direitos e as
responsabilidades do Estado e da sociedade para com este grupo específico
da população.
Como disse Kofi Anam (2002): ―A expansão do envelhecer não é um
problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é
necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo,
activo e plenamente integrado. A não se fazerem reformas radicais, teremos
em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura‖.
No final do século XX e início do século XXI a sociedade mundial depara-
se com uma configuração sócio-etária: o envelhecimento populacional. A ONU
estipulou de 1975 – 2025 como a Era do Envelhecimento (50 anos). A velhice
tem sempre acompanhado a humanidade como uma etapa inevitável de
decadência e declinação. A palavra velhice é carregada de significados como

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inquietude, fragilidade, angústia. O envelhecimento é um processo que está


rodeado de muitas concepções falsas, temores, crenças e mitos. A imagem
que se tem da velhice mediante diversas fontes históricas, varia de cultura em
cultura, de tempo em tempo e de lugar em lugar. Esta imagem reafirma que
não existe uma concepção única ou definitiva da velhice mas sim concepções
incertas, opostas e variadas através da história.
O pensamento científico que caracterizou os séculos XVI e XVII introduziu
novas formas de pensar que enfatizavam a observação, experimentação e
verificação, podendo-se então, descobrir as causas da velhice mediante um
estudo sintomático. Ainda assim prevalecia a ambivalência em relação à
velhice.
Durante os séculos XVII e XVIII foram feitos muitos avanços no campo
da fisiologia, anatomia, patologia. As transformações que ocorreram na Europa
nos séculos XVIII e XIX reflectiram em uma mudança na população anciã. O
número de pessoas em idade avançada aumentou e os avanços da ciência
permitiram descartar vários mitos acerca da velhice. Contudo, a situação dos
velhos não melhorou. O surgimento da Revolução Industrial e do urbanismo
foram derradeiros para os anciões que, sem poder trabalhar, foram reduzidos à
miséria.
No final do século XIX os avanços da medicina propiciaram a divisão de
velhice e enfermidade e nos finais do Século XX surgem a Gerontologia e a
Geriatria como disciplinas formais. O que se percebe são ciclos que ocorrem
ao longo da história. Períodos em que os idosos são valorizados são seguidos
por crises entre jovens e velhos e posterior desvalorização do ancião. Hoje,
para uma parcela economicamente activa da população idosa, existe um
movimento de valorização, pois esta população está impulsionando mercados
como o de turismo e serviços para a terceira idade.
Os meios de comunicação, da forma como estão hoje inseridos em
nossa vida, também têm um papel importante na construção desta terceira
idade. A televisão e o cinema, particularmente, possuem um grande potencial
para influenciar nos conceitos acerca da velhice. As parcelas da população
mais influenciáveis são as crianças e jovens. Estes meios funcionam como um
espelho da sociedade e contribuem para estabelecer ou validar modelos de

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comportamento. Porém o número de pessoas idosas que aparecem nos


programas ou filmes não corresponde a realidade encontrada na sociedade.
Neste caso a mensagem que pode estar sendo passada é de que o velho não
é importante. Os estereótipos negativos também são muito explorados.
No início da década de 90 ocorreu uma leve mudança na visão negativa
da velhice em programas e filmes como ―Assassinato por escrito‖, ―Cocoon‖ e
―Conduzindo miss Daisy‖ e o surgimento de idosos como mercado consumidor
pode ainda alterar mais este quadro. A imagem passada pelos meios de
comunicação afecta também a auto-estima dos idosos. A validação social é
crucial para o desenvolvimento de todas as pessoas e os anciões não são
diferentes. É, então, necessária uma consciencialização da importância desses
meios na constituição da velhice. Assim podemos começar a mudar a visão
que nossa sociedade possui do que é ser velho hoje em dia.

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3) Velhice – Socialização e Papéis Sociais

 Aspectos sociais da velhice

O novo perfil do idoso, acrescido a um número cada vez maior de


cidadãos da terceira idade, forçosamente implica numa atenção mais dedicada
a esta categoria; seja por parte do governo, ou da sociedade, como um todo.
Esse novo perfil, do idoso com vida activa, social, financeira, política e até
amorosa, necessariamente altera as relações familiares e profissionais. Essa
nova atitude diante da vida e da sociedade implica também em alterações das
políticas económicas, sociais e de saúde, para oferecer uma vida digna, a esta
categoria emergente, que já deu sua contribuição ao longo de toda a vida.
Apesar do evidente crescimento da população idosa, e das
transformações sociais dele decorrentes, a discussão sobre o envelhecimento
se dá num contexto em que a diversidade de conceitos para explicar quem é o
idoso e como se caracteriza o processo de envelhecer, ainda está longe de
diminuir.
É possível afirmar que o envelhecimento não é igual para todos, e, para
além da idade, depende das condições objectivas de vida em fases anteriores
do ciclo vital, do acesso aos bens e serviços, bem como da cobertura da rede
de protecção e atendimento social. Os estudos sobre a velhice e o processo de
envelhecimento abarcam as diversas possibilidades de pensar o lugar social
ocupado pelo idoso na realidade mundial. A velhice tem sido tratada como um
mal necessário, da qual a humanidade não tem como escapar. Por esse
princípio, o idoso também é tratado como um mal necessário, como alguém
que já cumpriu sua. função social: já trabalhou, já cuidou da família, já
contribuiu para educação dos filhos, restando a eles, somente, esperar pela
finitude da vida. O que se observa é que, com o avanço das pesquisas na área
da saúde, e o acesso da população idosa aos diversos serviços, a população,
de um modo geral, chega aos 60 anos com possibilidade de viver mais (e com
qualidade de vida) do que vivia há 20 anos atrás. Veras (2003, p.8) adverte que

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―muito antes do que se imagina, teremos indivíduos se aposentando perto dos


60 anos de idade e iniciando um novo ciclo de vida que perdurará por mais de
30 ou 40 anos‖.
A velhice apresenta múltiplas faces, e não pode ser analisada
desvinculada dos aspectos socioeconómicos e culturais, pois as suas
características extrapolam as evidentes alterações físicas e fisiológicas
individuais.

―A população idosa constitui-se como um grupo bastante diferenciado, entre si e em


relação aos demais grupos etários, tanto do ponto de vista das condições sociais,
quanto dos aspectos demográficos e epidemiológicos. Qualquer que seja o enfoque
escolhido para estudar este grupo populacional, são bastante expressivos os
diferenciais por género, idade, renda, situação conjugal, educação, actividade
económica, etc.‖ (VERAS, 2003, p. 8-9).

O envelhecimento populacional pressiona a sociedade a repensar a fase


final da vida, a entender o lugar social ocupado pelo idoso, como um sujeito
que tem direitos e deveres enquanto cidadão. A inclusão social é temática,
bastante ampla e complexa. Relaciona-se à questão da protecção social e do
lugar social ocupado pela população em nosso país. Destaca-se que vivemos
numa sociedade onde os direitos sociais são identificados como favor, como
tutela, como um benefício e não prerrogativa para o estabelecimento de uma
vida social digna e de qualidade.
Mesmo estabelecidos em lei, a direcção dada pelos responsáveis pela
garantia dos direitos nem sempre é direccionada para sua efectivação. O
caminho da inclusão social corre em paralelo à discussão do direito e da
protecção social.
Por protecção social entende-se por um conjunto de acções que visam
prevenir riscos, reduzir impactos que podem causar malefícios à vida das
pessoas e, consequentemente, à vida em sociedade. A exclusão social ocorre
quando num determinado grupo da sociedade é de alguma forma excluído dos
seus direitos, ou ainda, tem seu acesso negado por ausência de informação,
por estar fora do mercado de trabalho, entre outras coisas. A inclusão,
portanto, significa fazer parte, se sentir pertencente, ser compreendido em

Formadora: Inês Mendes 34


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sua condição da vida e humanidade. É sentir-se pertencente como pessoa


humana, singular e ao mesmo tempo colectiva.
Inclusão e protecção social estão intrinsecamente relacionadas aos
direitos sociais. Os direitos estabelecidos no Estatuto do Idoso que indicam e
fortalecem a inclusão social do idoso são:
 1º Direito à vida: viver com dignidade, com acesso aos bens e serviços
socialmente produzidos;
 2º Direito à informação: ter conhecimento, trocar ideias, perguntar, questionar,
compreender. A informação caminha por dois níveis que se complementam: o
primeiro refere-se à vida quotidiana e o segundo refere-se à garantia dos
direitos – como funcionam os serviços prestados por meio da política social,
como funciona a rede de atendimento social, a gestão pública, como o poder
público emprega o dinheiro na área do envelhecimento.
 3º Direito à vida familiar, à convivência social e comunitária: receber apoio e
apoiar a família, preservar laços e vínculos familiares, trocar experiência de
vida; receber suporte social, psicológico e emocional.
 4º Direito ao respeito: às diferenças, às limitações, ao modo de entender o
mundo, ao modo de viver neste mundo.
 5º Direito à preservação da autonomia: ter preservada a capacidade de
realizar algumas tarefas sozinho ou com auxílio; ter preservada a privacidade;
ter preservada a capacidade de realizar as actividades de vida diária e de vida
prática.
 6º Direito de cessar serviços que garantam condições de vida: acesso aos
serviços de saúde, educação, moradia, lazer, entre outros.
 7º Direito de participar, opinar e decidir sobre sua própria vida: conhecer e
participar de actividades recreativas e de convivência.

A gestão da velhice – que segundo Debert (1999, p. 13-14) por muito


tempo foi considerada como específica da esfera privada e familiar, da
previdência individual, ou de associações filantrópicas –, vem transformando-se
numa questão pública, expressa na legislação específica para os idosos, que
expressa (e ao mesmo tempo influencia) o surgimento de uma nova categoria
cultural: ―os idosos, como um conjunto autónomo e coerente que impõe outro
recorte à geografia social, autorizando a colocação em prática de modos
específicos de gestão.‖

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 O modo de vida das pessoas de idade

Envelhecer com saúde,


autonomia e independência, o
mais tempo possível, constitui
assim, hoje, um desafio à
responsabilidade individual e
colectiva, com tradução
significativa no desenvolvimento
económico dos países.
Coloca-se, pois, a questão
de pensar o envelhecimento ao longo da vida, numa atitude mais preventiva e
promotora da saúde e da autonomia, de que a prática de actividade física
moderada e regular, uma alimentação saudável, o não fumar, o consumo
moderado de álcool, a promoção dos factores de segurança e a manutenção
da participação social são aspectos indissociáveis.
Do mesmo modo, importa reduzir as incapacidades, numa atitude de
recuperação global precoce e adequada às necessidades individuais e
familiares, envolvendo a comunidade, numa responsabilidade partilhada,
potenciadora dos recursos existentes e dinamizadora de acções cada vez mais
próximas dos cidadãos.
Existe um mito de que a velhice seja uma etapa de restrições, privações e
sofrimentos, o que é uma inverdade, pois os idosos podem gozar de bem-estar
e saúde até o final da vida, tudo vai depender da forma como viveram e como
cuidaram de si mesmos ao longo dela. As doenças podem surgir em qualquer
fase da vida, o que ocorre nesta fase são algumas limitações que, se bem
administradas, não impedem que o idoso tenha uma vida plena, saudável e
feliz.

A chegada na terceira idade traz consigo muitas perdas e mudanças!

Com a Reforma ocorre a perda do trabalho, algo ao qual o idoso se


dedicou boa parte da sua vida; além disso, em muitos casos, também existe a

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diminuição do poder aquisitivo o que gera mudanças no padrão de vida, nem


sempre muito bem aceites; é comum nesta fase a perda de amigos e parentes,
o que leva o idoso a reflectir sobre a chegada da sua própria morte; surgem
também as limitações físicas próprias da idade tais como dificuldades
perceptivas, sensoriais e de memória, além da lentidão dos movimentos, da
diminuição da força muscular e da coordenação motora; nesta fase da vida a
própria sociedade, assim como a família, tendem a segregar o idoso, vendo-o
como uma pessoa improdutiva e sem valor. Estes factores podem levar o idoso
a um quadro de apatia, de inactividade, de desinteresse e desânimo em geral.
É comum, nesta fase da vida, o aparecimento da depressão, o problema
mais comum na terceira idade. Surge em função do idoso não saber lidar ou
encarar de forma positiva estas mudanças que fazem parte da sua vida. A
depressão significa, em última instância, sentir-se sem saída diante de um
determinado conflito, problema ou situação, o que pode gerar muito sofrimento
e dor. Pessoas com baixa auto-estima, que sempre vêem a si mesmas e o
mundo com pessimismo, que são facilmente sobrecarregadas pelo stress, que
não aceitam envelhecer e que não encaram a diminuição da vitalidade como
algo inerente à idade são propensas a apresentar depressão.
Perdas e mudanças fazem parte da vida, a morte vem para todos e
chegar à terceira idade é um factor que pode ser encarado tanto de forma
positiva como negativa! Ao invés de encarar a realidade como ruim,
assustadora ou com sofrimento, pode-se pensar no que fazer para mudá-la ou,
na impossibilidade da mudança, de que forma encarar e aceitar esta realidade
sem sofrimento, aceitando-as como um desafio, um factor de aprendizagem de
convivência, de respeito e de aceitação das próprias limitações.
Aceitar o envelhecimento com naturalidade é o caminho certo, procurando
conviver bem com as limitações e valorizando aquilo que faz parte exclusiva
dos idosos: a larga experiência de toda uma vida que jamais poderia ser
deixada de lado e que deveria ser muito bem aproveitada pelos jovens e pela
sociedade de um modo geral.
Chegar à terceira idade não significa apenas o final da jornada de anos de
trabalho e de missão cumprida em relação à criação dos filhos, mas a entrada
em um novo estilo de vida, algo que pode ser muito bom porque permite a

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realização de desejos não satisfeitos ao longo da vida seja por causa do tempo
dispendido no trabalho, seja porque haviam outros interesses à frente.
É a fase da vida em que os idosos podem realmente se dar ao "luxo" de
exercerem actividades que lhes tragam apenas prazer, alegria e satisfação,
sem a cobrança de um desempenho (como no trabalho) ou sem a
responsabilidade de educar ou de exercer um bom papel (é hora de serem
simplesmente eles mesmos, serem avós e não mais pais zelosos com a
educação, sem precisar mais ―dar o exemplo‖).

Em geral, o idoso mora ou isolado ou com o seu


cuidados informal. Estes, por si só, por causa das suas
próprias obrigações/actividades, não costumam dar a
atenção necessária, muitas vezes não dispondo do seu
tempo para ouvir o idoso, o que o leva a sentir-se num
plano secundário: essa falta de atenção da família pode
levar o idoso à diminuição de sua auto estima e até à
depressão, quando ele não tem actividades sociais que compensem esta falta
de atenção familiar: por isso é importante que o idoso tenha outras actividades
extra-familiares que lhe tragam prazer, mantendo ou criando novas amizades e
contactos.
É importante que a actividade cerebral do idoso continue a ser estimulada
com leituras ou com quaisquer actividades que possam prender a sua atenção
e, principalmente, manter o contacto com pessoas queridas a maior parte do
tempo. O ser humano é um ser social e o idoso precisa conversar e,
principalmente, ser ouvido! Pedir-lhe, simplesmente, que relate as suas
experiências passadas, que conte histórias da família, que fale sobre aquilo
que gosta de falar são maneiras de estimulá-lo e, mais do que isso, são
actividades que lhe trazem muito prazer.
Os idosos adoram se sentir úteis e ficam felizes em poder ajudar ou
satisfazer um desejo/necessidade de um parente ou conhecido! Eles jamais
devem ser tratados como pessoas inválidas, são pessoas que possuem mais
limitações inerentes à idade! Portanto, deve-se delegar a eles apenas tarefas
que possam ser executadas sem sacrifícios (como cozinhar, se eles gostarem,
bordar, fazer um determinado conserto, etc...). A família e os amigos jamais

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devem dar a perceber que se sentem incomodados com a presença do idoso


ou que não tem vontade de ajudá-lo, de ouvi-lo, pelo contrário, devem agir no
sentido de permitir, na medida do possível, a manutenção da autonomia, da
independência e da dignidade do idoso.
Como já foi dito, o ser humano é um ser social: o lazer, a distracção, a
conversa, o bem-estar e as actividades em grupo são fundamentais para todos,
independentemente da idade.

 Processo de envelhecimento / sensibilização à problemática da


pessoa idosa / Pessoa Idosa noutras Civilizações

A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. Há, no entanto, importantes


diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento ocorreu associado às melhorias
nas condições gerais de vida, nos outros, esse processo acontece de forma
rápida, sem tempo para uma reorganização social e da área de saúde
adequada para atender às novas demandas emergentes. Para o ano de 2050,
a expectativa em Portugal, bem como em todo o mundo, é de que existirão
mais idosos que crianças abaixo de 15 anos, fenómeno esse nunca antes
observado.
Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças crónicas não
transmissíveis (DANT) - estados permanentes ou de longa permanência - que
requerem acompanhamento constante, pois, em razão da sua natureza, não
têm cura. Essas condições crónicas tendem a manifestar-se de forma
expressiva na idade mais avançada. Podem gerar um processo incapacitante,
afectando a funcionalidade das pessoas idosas, ou seja, dificultando ou
impedindo o desempenho das suas actividades quotidianas de forma
independente. Ainda que não sejam fatais, essas condições geralmente
tendem a comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos idosos.

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O idoso tem sido encarado de formas diferentes ao longo dos tempos e


nas diversas culturas. Por exemplo nas sociedades Orientais é-lhe atribuído um
papel de dirigente pela experiência e sabedoria. Nas sociedades Ocidentais,
apesar de ter sido considerado, até há algum tempo atrás, como um elemento
fundamental na sociedade, pelos seus conhecimentos e valores para as
populações mais jovens, actualmente tem uma imagem e um papel social
quase insignificante, sendo a diminuição das suas capacidades, num contexto
de produtividade, um dos factores mais referenciados. Por outro lado, o idoso,
por usufruir de reformas e pensões muito baixas, viver muitas vezes em
habitações degradadas e ter grandes despesas com a saúde, fica numa
posição social muito vulnerável à precariedade económica. O idoso é ainda
vulnerável à exclusão social, pela condição de reformado, sem relação com o
trabalho e com os colegas, pela dificuldade de comunicação com as gerações
mais jovens, pelo isolamento em relação à família, pela perda de autonomia
física e funcional e ainda pelas dificuldades da adaptação às novas tecnologias
(Sílvia, 2001).
De facto, para além da privação de meios a que naturalmente os idosos
estão votados, existem tecnologias recentes que ampliam as dificuldades de
acesso aos direitos sociais básicos.
Este quadro agrava-se para alguns idosos ainda mais, pelo facto de terem
que partilhar o seu já reduzido rendimento com familiares a seu cargo (netos,
filhos toxicodependentes, etc…).
Devido à insuficiência de medidas de política social, capazes de garantir
condições económicas mínimas a quem fez a sua vida profissional numa época
em que não se realizavam contratos, nem descontos para a segurança social,
configura-se-lhes um quadro de vida em que a pobreza é o culminar ―inevitável‖
de uma trajectória social cuja precariedade impediu a acumulação de todo e
qualquer tipo de recurso.
Face à panóplia de questões caracterizadoras do idoso na sociedade
actual, surge o debate em torno do envelhecimento e das respostas sociais de
apoio às pessoas idosas.
Assim, em 1999 consagrou-se o Ano Internacional do Idoso, iniciativa
concretizada pelas Nações Unidas, na sequência da Assembleia Mundial sobre

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o envelhecimento de 1982. Esta iniciativa passou então a constituir um marco


fundamental para avaliação das políticas implementadas no âmbito do
envelhecimento da população, bem como das relações de
desenvolvimento/envelhecimento.
Segundo Pimentel (2001), a pressão que o envelhecimento populacional
causa nos sistemas de Segurança Social pode ter custos sociais elevados,
decorrentes da forma como o sistema é financiado. A técnica que é utilizada
para este fim, segundo Rosa (1993), baseia-se numa conversão automática
das contribuições dos indivíduos activos em pensões, implicando que haja um
equilíbrio entre as quotizações e as prestações. No entanto, este sistema
segundo a mesma autora, tende a originar um mal-estar social e conduz a um
conflito entre gerações com consequências graves para a sociedade, uma vez
que são as gerações mais novas que contribuem para o financiamento das
pensões de velhice, aumentando deste modo as despesas sociais.
Comunga da mesma opinião Roussel (1990), ao referir que, apesar de os
idosos constituírem um grupo social com algum poder e capaz de exercer
pressão política e económica, as outras gerações, sobretudo em épocas de
crise, podem não entender os benefícios dos idosos e considerá-los
excessivos.
Posição diferente apresenta Cabrillo & Cachafeiro (1992), ao referirem
que a questão fundamental não se centra na distribuição das despesas
públicas, mas sim na integração social dos idosos, que podem e devem
desempenhar uma função activa na vida social, não constituindo, assim, uma
carga para as gerações mais jovens.

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